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Aspectos Microscópicos e Estruturais da Fratura Palestrante : Eng. Mec. Washington Luis

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Page 1: Microfractografia

Aspectos Microscópicos e Estruturais da Fratura

Palestrante : Eng. Mec. Washington Luis

Page 2: Microfractografia

Sumário

• Definições• Tipos de Fratura• Modos de Fratura• Modos de Fratura• Ruptura por Dimple• Tamanho dos Dimples• Efeito das Partículas de Segunda Fase

Page 3: Microfractografia

Definições

A fratura de um corpo sólidoconsiste na separação dessecorpo em duas ou mais partessob a ação de esforços mecânicossob a ação de esforços mecânicos[Bresciani et.al].

Page 4: Microfractografia

Tipos de Fratura

Os metais podem apresentar muitos tiposdiferentes de fratura, dependendo do material , doestado de tensões e da taxa de carregamento[Dieter, G. E].[Dieter, G. E].

Existem duas categorias amplas de fraturas

conhecidas como:

Fratura Dúctil

Fratura FrágilEsquema das características microestruturais em materiais metálicos [Janssen M.et al.]

Page 5: Microfractografia

Tipos de Fratura

• Fraturas Dúcteis� Possui uma conotação

de grande deformaçãoplástica macroscópica.

• Fraturas Frágeis.� Esta associado a

deformação plásticamínima.plástica macroscópica.

� Materiais podem falharpor clivagem (Processobasicamente frágil)após uma grandedeformação.

mínima.� É também possível se

ter deformação plásticadesprezível em ummetal que falha por ummecanismo dúctil.

Page 6: Microfractografia

Tipos de Fratura

FRATURA DÚCTIL FRATURA FRÁGIL

Alta quantidade de energia éabsorvida pela coalescência dasmicrocavidades durante a falha dúctil.

Baixa quantidade de energia éabsorvida pela fratura transgranularde clivagem.

Page 7: Microfractografia

Modos de Fratura

• As fraturas nas ligas de engenharia podemocorrer de maneira transgranular ouintergranular [ Handbook 12].

• Transgranular : A ruptura ocorre entre os grãos.

• Intergranular : A ruptura ocorre no contorno dogrão.

Page 8: Microfractografia

Modos de Fratura

• Fratura Transgranular

Transgranular1 2

IntergranularIntergranular1 2

• Fratura Intergranular3 3

Page 9: Microfractografia

Modos de Fratura

Independentemente do caminho da fratura,existem essencialmente apenas quatro modosprincipais de fratura:principais de fratura:

• Ruptura por Dimple. • Clivagem. • Fadiga. • Ruptura Decoesiva.

Page 10: Microfractografia

Modos de Fratura

Ruptura por dimple Al 5052 recozido.

Ruptura decoesiva de um monelfalha no mercúrio líquido.

Ruptura por fadiga de um Al 2024-T3 continuidade da fratura ao redor

da inclusão.

Fratura por clivagem do aço-cromo.

Imagem de fratura intergranular e transgranular com uma interface de poros ou cavidades [Carmeane E. 2004].

Page 11: Microfractografia

Modos de Fratura

Classificação Esquemática das morfologias das fraturas [Meyers, M. A; Chawla K.K. 2009].

Transgranular [Handbook 12]

Intergranular [Janssen M.et al.]

Empescoçamento [Hertzberg R. W.]

Cisalhamento [Handbook 12]

Page 12: Microfractografia

Ruptura por “Dimple”

O mecanismo de fratura dúctil demetais é classicamenteentendido como um processo deentendido como um processo dedano no qual estão envolvidos osseguintes estágios [Hippert E. J.Ruggieri C. 2003].

� Nucleação.� Crescimento.� Coalescência de Cavidades.

Seqüência esquemáticados eventos principaispara a formação da fraturataça- cone [Meyers, M. A;Chawla K.K. 2009].

Page 13: Microfractografia

Ruptura por “Dimple”

As microcavidades nucleiamde regiões com tensõesdescontinuas que estãoassociados com partículas desegunda fase, inclusões,contornos de grão, acúmulosde discordâncias [Handbook12 ].

Ruptura por dimpleilustrando uma inclusão, queserviu como agentenucleante da microcavidade[Meyers, M. A; Chawla K.K.2009]..

Page 14: Microfractografia

Ruptura por “Dimple”

Crescimento Inclusões em uma matriz

dúctil.

Nucleação das cavidades.

Crescimento das cavidades

Deformações localizadas entre as

cavidades.

Empescoçamento entre as cavidades.

Coalescimento das cavidades e a fratura.

Page 15: Microfractografia

Ruptura por “Dimple”

Planos aleatórios de partículas agindo como

precursores das microcavidades.

Crescimento das microcavidades para adesão de uns aos

outros com o acréscimo da tensão aplicada.

Coalescência das microcavidades de forma livre sobre a

superfície da fratura. Dimples centrados sobre partículas esféricas.

[Udomphol, T. 2006]

Page 16: Microfractografia

Forma dos “Dimples”

Foto obtida via MEV com baixa ampliação (centro) e alta ampliação (esquerdae direita superior) do aço AISI 1008. Dimple equiaxial na região central edimples alongados sobre as paredes cisalhadas, os lados da taça. [Meyers, M.A; Chawla K.K. 2009].

Page 17: Microfractografia

Forma dos “Dimples”

Influência da direção da máxima tensão sobre a forma dos dimples.

Dimple

equiaxialTensão

central no C.P. equiaxial

Dimple

alongado

Dimple

alongado

central no C.P.

Tensão cisalhante

Tensão de Rasgamento

Page 18: Microfractografia

Forma dos “Dimples”

• Metais submetidos auma consideráveldeformação plásticadeformação plásticadesenvolvem grandesdimples que contémmarcas sobre as suasparedes.• Essas marcas sãochamadas de “SerpentineGlide”

Deslizamento tortuoso (seta) em um cobre de alta

condutividade. [ handbook 12]

Page 19: Microfractografia

Forma dos “Dimples”

• Essas marcas ocorremquando os planos dedeslizamento sobre os

Superfície da Fratura via deslizamento sobre osdimples são favoráveis amaioria das direções dastensões.

Superfície da Fratura via TEM liga de alumínio

7075 T6

Etapa de formação do deslizamento resultando em deformações tortuosas e ondulações nas paredes dos dimples.

Page 20: Microfractografia

Forma dos “Dimples”

Fratura de amostra sem deformação (usinado) Al –EC

(Mercês 2008)

Fratura de amostra sem deformação (usinado) Al – 0,05 %Cu; 0,15% Fe

(Mercês 2008)

Page 21: Microfractografia

Tamanho dos “Dimples”

O tamanho dos dimples éregido pelo número edistribuição de microcavidadesque são nucleadas.que são nucleadas.

• Dimples Grandes.

� Poucos locais de nucleação emuito espaçadas geramgrandes dimples.

Liga Al - 0,6% Mg 0,4%Si0,05 % Cu laminada a frioaté o diâmetro 3,98 mm[Bosco].

Page 22: Microfractografia

Tamanho dos “Dimples”

• Dimples pequenos.

� Inúmeros locais denucleação se ativam e asmicrocavidades adjacentescoalescem, antes que elestenham uma oportunidade decrescer, gerando pequenosdimples.

Liga Al - 0,6% Mg 0,4%Si0,05 % Cu laminada a frioaté o diâmetro 3,45 mm[Bosco].

Page 23: Microfractografia

Tamanho dos “Dimples”

Liga Al - 0,6% Mg 0,4%Si0,05 % Cu laminada a frioaté o diâmetro 3,45 mm[Bosco].

Liga Al - 0,6% Mg 0,4%Si0,05 % Cu laminada a frioaté o diâmetro 3,98 mm[Bosco].

Page 24: Microfractografia

Tamanho dos “Dimples”

Al- 0,5% Si; 0,05 %Cu; 0,32 %Fe Laminado frio diâmetro 4 mm.

Fratura e corte transversal.

Al- 0,5% Si; 0,05 %Cu; 0,32 %Fe Laminado frio diâmetro 2,7 mm.

Fratura e corte transversal.

Page 25: Microfractografia

Partículas de Segunda Fase

As Partículas de segunda fase são baseadas noseu modo de formação e na sua habilidade parase dissolver na matriz, e são divididas emse dissolver na matriz, e são divididas emquatro classes [Handbook 9]:

• Partículas Primárias.• Constituintes.• Dispersóides.• Precipitados.

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Partículas de Segunda Fase

• Partículas Primárias.

Partículas primárias referem-sePartículas primárias referem-seà fase sólida que se separa apartir da fundição. Por exemplo,nas ligas de alumínio silício aspartículas de silício primárioformadas na fase L + Sihipereutética.

Page 27: Microfractografia

Partículas de Segunda Fase

• Constituintes

� Podem ser compostosintermetálicos ou cristaisintermetálicos ou cristaismetálicos.

� Podem ser virtualmentesolúveis ou insolúveis.

� Seu tamanho decresce como aumento da Taxa desolidificação.

Page 28: Microfractografia

Partículas de Segunda Fase

• Constituintes

Constituintes podem ser descritos como uma parte distinguivel de uma mistura polifasica[ Van Vlack 2002 ]

Page 29: Microfractografia

Partículas de Segunda Fase

• Dispersóides

� São partículas finas, constituinte� São partículas finas, constituintevisto apenas em algumas ligas.

� São virtualmente impossíveis dese dissolver completamente namatriz.

� Dispersóides não são tratáveistermicamente.

Imagem obtida via TEM campo escuro do

Al3(Sc,Zr)-dispersoidesem uma liga Al-Sc-Zr.

[Internet 1]

Page 30: Microfractografia

Partículas de Segunda Fase

• Dispersóides

� estabilizam a subestrutura� estabilizam a subestruturade deformação durante aexposição a elevadastemperaturas.

� Mn, Zr são típicoselementos formadores dedispersóides.

Page 31: Microfractografia

Partículas de Segunda Fase

• Precipitados

� Os precipitados podem� Os precipitados podemse formar durantealguma operação termalabaixo da solvus.

� Podem se dissolvertotalmente na matriz .

Precipitados de γ’ e carbonetos

envelhecidos em uma superliga[Meyers, M. A; Chawla K.K. 2009].

Page 32: Microfractografia

Efeito das Partículas de Segunda Fase na Fratura

• Relações entre a partículade segunda fase e a matriz.

� Se as partículas de segundafase forem frágeis e a matrizdúctil, elas não suportaram adeformação e quebram noinicio da deformação.

Page 33: Microfractografia

Efeito das Partículas de Segunda Fase na Fratura

• Relações entre a partículade segunda fase e a matriz.

� Caso a interface partícula/matriz esteja muito fraca,ocorrerá deslocamentointerfacial.

� Em ambos os casos,nucleiam-se microcavidadesnesses sítios.

Page 34: Microfractografia

Efeito das Partículas de Segunda Fase na Fratura

Nucleação de grandes cavidades devidoNucleação de grandes cavidades devidoa clivagem das partículas.

Ligação das trincas através de pequenascavidades cisalhadas.

Ligação das grandes cavidades atravésde pequenas cavidades cisalhadas.

Esquema da extensão da trinca através da coalescência de microcavidades [Janssen M.et al.]

Page 35: Microfractografia

Efeito das Partículas de Segunda Fase na Fratura

Observação via MEV Direta e técnica EBSD da liga Al-0,5% Si; 0,3%Fe;0,05% Cu; visualização das partículas de segunda fase através da diferença de

densidades.

Page 36: Microfractografia

Efeito das Partículas de Segunda Fase na Fratura

Tamanho do dimpleesta diretamenteesta diretamenterelacionado com oespaçamento dainclusão, como podeser observado noestudo feito por Broek.

Relação entre tamanho de microcavidade e espaçamento de inclusão. Números representam as designações das ligas de alumínio. ( Reimpresso

por Hertzberg com permissão de D. Broek)

Page 37: Microfractografia

Efeito das Partículas de Segunda Fase na Fratura

Edelson e Baldwindemonstramconvincentemente que

Efeito da fração de volume de particulas de segunda fase na ductilidade [Hertzberg R. W.]

convincentemente quea ação das partículasde segunda fasereduzem a ductilidadeda liga[Hertzberg R. W.]

Page 38: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

A aparência fractografica de produtos fundidos,as vezes é mais complexa e dificultosa paraanalise do que materiais trabalhados.analise do que materiais trabalhados.

Características microestruturais que afetamsignificamente a aparência da fratura, estãorelacionadas com as dendritas e solidificação(Porosidades, grãos colunares, e as posiçõesinterdendriticas relativamente grandes, fasessecundarias frágeis) [Handbook 11].

Page 39: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

• A evolução do gás éresponsável por doisdefeitos de fundiçãodefeitos de fundição[ Stefanescus D. M.].:

• Macroporosidade

� Microporosidade“microshrinkage”

Porosidade mostrando dendrita liga A356 [Handbook 11]

Porosidade mostrando braço dendritico secundário liga A356

[Handbook 12]

Page 40: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

• Macroporosidade

• A macroporosidade• A macroporosidaderesulta do gásrejeitado do liquidopreso na solidificaçãodo metal.[StefanescusD. M.].

Porosidade mostrando dendrita liga A356. 36x [Handbook 11]

Indica o cume emanando da porosidade. 13x [Handbook 11] Macroporosidade observada em uma liga Al-Mg-Si- Cu [Darci]

Page 41: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

• Microporosidade

• Ocorre quando o metalliquido não pode alcançarliquido não pode alcançaráreas interdendriticas.

• A aparência damicroporosidade não éesférica, porem segue aforma da dendrita[Stefanescus D. M.].

Microporosidade Interdendriticano Al- Si (Piwonka 2000)

Microporosidade entre grãos eutéticos (Piwonka 2000)

Page 42: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

Micrografia da fase α Micrografia da fase β

Page 43: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

• A fase β é muito dura efrágil e tem baixa forçade ligação com a

Propagação da trinca ao longo do contorno entre a fase β “lâmina” e a matriz de alumínio.

de ligação com amatriz.

• Sugere pobre coesãono contorno dainterface. Como podeser visto nas setas.

Page 44: Microfractografia

Aparência da Fratura em Materiais Fundidos

• No caso da fase α atrinca se propagouatravés do composto

Propagação da trinca através da fase α.

através do compostoferro.

• Provável razão para omelhores propriedadesde resistênciaassociados com a faseα.

Page 45: Microfractografia

Bibliografia

• Mechanical Behaviour of Material ; Marc Andre Meyers, Krishnan Kumar Chawla.

• Fracture mechanics by Michael Janssen, Jan • Fracture mechanics by Michael Janssen, Jan Suidema, Russel Wanhill.

• Mechanical Metallurgy by George.E.Dieter

• Handbook 9 Metallography and Microstruture2004

Page 46: Microfractografia

Bibliografia

• Handbook 11 Failure Analyses and Prevention

• Handbook 12 Fractography 2004

• Seminar on Brittle and Ductile Fracture. ChetanPurushottam Bhat.

Page 47: Microfractografia

Bibliografia

Internet.

www.sintef.no/.../dispersoids.htm