michelle lucinda gonÇalves de oliveira estudo …livros01.livrosgratis.com.br/cp044799.pdf ·...
TRANSCRIPT
MICHELLE LUCINDA GONÇALVES DE OLIVEIRA
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS ASPECTOS
ENDOSCÓPICOS E HISTOLÓGICOS NO DIAGNÓSTICO
DO CÂNCER DA PAPILA DUODENAL MAIOR
São Paulo
2003
Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para a obtenção do Título de Mestre em Medicina
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MICHELLE LUCINDA GONÇALVES DE OLIVEIRA
Oliveira, Michelle Lucinda Gonçalves de
Estudo comparativo entre os aspectos endoscópicos e histológicos no diagnóstico do câncer da papila duodenal maior / Michelle Lucinda Gonçalves de Oliveira. -- São Paulo, 2003.
103 f, 29,7 cm. Tese (Mestrado -- Gastroenterologia Cirúrgica) -- Universidade Federal de São
Paulo - Escola Paulista de Medicina.
1. Papila duodenal maior. 2. Carcinoma. 3. Endoscopia. 4. Biopsia. 5. Diagnóstico.
MICHELLE LUCINDA GONÇALVES DE OLIVEIRA
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS ASPECTOS
ENDOSCÓPICOS E HISTOLÓGICOS NO DIAGNÓSTICO
DO CÂNCER DA PAPILA DUODENAL MAIOR
São Paulo
2003
Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para a obtenção do Título de Mestre em Medicina
Orientador:
Prof. Dr. Gaspar de Jesus Lopes Filho
Co-orientador:
Prof. Dr. Tarcisio Triviño
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
GASTROENTEROLOGIA CIRÚRGICA
Coordenador: Prof. Dr. Delcio Matos
Orientador: Prof. Dr. Gaspar de Jesus Lopes Filho
Co-orientador: Prof. Dr. Tarcísio Triviño
SÃO PAULO
2003
Homenagem (in memoriam):
Ao Prof. Dr. ANTONIO FIGUEIRA, em tua simplicidade havia luz, a
sabedoria que perpetuava o respeito e o amor; tua euforia contagiou a tantos,
muitos trabalhos surgiram... Este é mais um fruto dos teus sonhos, do teu
estímulo, cumpro minha promessa, se não para tua presença, mas para tua luz,
que ainda brilha por aqui...
Dedicatória
Aos meus pais, pela presença em todas as etapas de minha formação, pelo
amor e constante incentivo.
Ao Jean, o melhor amigo, a mão segura, o coração em chamas, os braços de
tantos afagos e tantas vitórias, meu irmão.
À minha avó Lucinda e à minha tia Grizelda por todas as lições de vida, pelo
exemplo de luta, pelo amor dedicado.
Ao Flávio, pela compreensão, pela alegria dos meus dias, pela nova fase da
minha vida, meu amor.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
(Cora Coralina)
AGRADECIMENTOS
À UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, pela formação e pelos valores
como médica.
À UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - ESCOLA PAULISTA
DE MEDICINA e ao HOSPITAL SÃO PAULO pela minha formação
cirúrgica.
Ao Prof. Dr. GASPAR DE JESUS LOPES FILHO pela orientação há tantos
anos, pela amizade e convívio, mas principalmente por ter sido um exemplo
constante da eterna arte de ensinar.
Ao Prof. Dr. TARCÍSIO TRIVIÑO por ter possibilitado o início desta
pesquisa, por seu exemplo de dedicação aos doentes, pela colaboração na
orientação, pela amizade e incentivo ao início dos estudos no exterior.
Ao Prof. Dr. DELCIO MATOS pelos caminhos trilhados neste programa de
pós-graduação.
Ao FUNDO DE AUXÍLIO AOS DOCENTES E ALUNOS (FADA) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO e à COORDENAÇÃO DE
APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES)
pelo suporte financeiro durante a realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. NELSON YUKITOSHI SATO pelo auxílio na análise dos
exames endoscópicos.
Ao Dr. RICARDO ARTIGIANI NETO do Departamento de Anatomia
Patológica da Universidade Federal de São Paulo, pelo incansável apoio e
estímulo; pelas revisões de lâminas, localização dos laudos e grande
contribuição no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Prof. Dr. SAMUEL GOIHMAN por sua valiosa orientação no método
estatístico aplicado neste trabalho.
Ao Sr. MARCOS MAYEDA pela apoio no processo de análise estatística.
Ao Dr. RAMIRO COLLEONI NETO pela colaboração e pelo estímulo no
desenvolvimento deste trabalho.
Ao Prof. Dr. ALBERTO GOLDENBERG pela ajuda imprescindível durante o
período de minha especialização.
Aos Amigos, Dr. ARSÊNIO BARRIO, Dra. ANDRÉA APARECIDA
PASCOAL, Dra. CELINA MITIKO HATANAKA, Dr. ELESIÁRIO
CAETANO Jr., Dr. JOSÉ FRANCISCO DE MATOS FARAH, Dra. MIRIAM
T. GOMES e Dra. VERÔNICA ROLIM SALES FERNANDES, nenhuma
palavra é suficiente para expressar o meu agradecimento.
Ao Prof. Dr. LAÉRCIO GOMES LOURENÇO pelo apoio e viabilização do
curso de extensão no exterior.
Ao Prof. JOHN CAMERON e seus assistentes CHARLES YEO, KEITH
LILLEMOE, KURTIS CAMPBELL, MICHAEL CHOTI, MARK
TALAMINI E RICHARD SCHULICK do Departamento de Cirurgia do
Hospital Johns Hopkins em Baltimore, Estados Unidos, pela solidificação dos
meus conhecimentos e estímulo acerca da cirurgia da região periampular.
Aos professores TARCISIO TRIVIÑO, BENEDITO HERANI FILHO, JOSÉ
ROBERTO FERRARO, EDSON JOSÉ LOBO E ALBERTO
GOLDENBERG, docentes do Grupo de Fígado, Vias Biliares e Pâncreas,
pelos ensinamentos e pela assistência aos doentes deste trabalho.
Aos Médicos Colaboradores do Grupo de Fígado, Vias Biliares e Pâncreas,
Dra. MARIA HELENA GARCEZ DA SILVA, Dr. FRANZ ROBERT
APODACA TORRES, Dr. WAGNER MARCONDES, Dra. RITA MARIA
APARECIDA MONTEIRO DE MOURA, Dr. ADRIANO MIZIARA
GONZALEZ, Dr. MARCELO LINHARES e Dr. MARIO GOITIA DURAN
pelo convívio.
Aos professores ARTUR BERTI RICCA, BORIS BARONE, CHIBLY
MICHAEL HADDAD, CLOVIS MASSAYUKI KOBATA, JOSÉ CARLOS
DEL GRANDE, MARIO SILVA MONTEIRO, MARIZA HELENA
PRADO-KOBATA, MILTON SCALABRINI E SARHAN SIDNEY SAAD,
docentes da Disciplina de Gastroenterologia Cirúrgica, pela minha formação
cirúrgica.
Ao Dr. CARLOS HARUO pelos ensinamentos e colaboração durante minha
formação como cirurgiã.
Aos colegas, residentes, estagiários, médicos colaboradores e pós-graduandos
pelos momentos compartilhados.
Às enfermeiras, auxiliares, secretárias e demais funcionários da Disciplina de
Gastroenterologia Cirúrgica que tanto colaboram para a concretização de
nossas tarefas.
Aos funcionários do SAME pela localização dos prontuários.
A todos que ajudaram e àqueles que deixaram de ajudar.
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 – Papila polipóide com fluxo de bile............................. 14
Figura 2 – Tumor vegetante......................................................... 14
Figura 3 – Papila com óstio irregular........................................... 14
Figura 4 – Tumor ulcerado........................................................... 14
Figura 5 – Espécime cirúrgico com identificação da papila........ 18
Figura 6 – Neoplasia projetada na papila duodenal, dilatação do
ducto pancreático ........................................................ 18
Figura 7 – Adenocarcinoma bem diferenciado (H.E. – 100x)...... 23
Figura 8 – Adenocarcinoma moderadamente diferenciado,
aglomerado de células neoplásicas de arquitetura
glandular (H.E. – 400x)................................................ 23
Figura 9 – Adenocarcinoma difuso em células em “anel de
sinete” (H.E. – 100x)................................................... 23
Figura 10 – Esquema da anatomia da papila................................. 44
Figura 11 – Prega longitudinal...................................................... 44
Figura 12 – Prega transversal........................................................ 44
Figura 13 – Representação superficial do epitélio colunar
(H.E. – 100x).............................................................. 50
Figura 14 – Superfície com infiltrado inflamatório
Polimorfonuclear (H.E. – 400x)................................. 50
Figura 15 – Mucosa da papila com artefato de efeito térmico
(H.E. – 100x).............................................................. 55
Figura 16 – Glândula da superfície de revestimento papilar
com artefato de efeito térmico (H.E. – 400x)........... 55
Figura 17 – Adenocarcinoma infiltrando a profundidade da
parede, recoberto por mucosa duodenal
(H.E. – 100x).............................................................. 55
Figura 18 – Adenocarcinoma com infiltrado inflamatório
(H.E. – 40x)............................................................... 57
Figura 19 – Glândulas neoplásicas com infiltrado inflamatório
(H.E. – 100x).............................................................. 57
Figura 20 – Adenocarcinoma de padrão tubular, bem
diferenciado com intensa reação desmoplásica
(H.E. – 40x)............................................................... 57
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1 – Distribuição dos doentes de acordo com o sexo........... 09
TABELA 2 – Distribuição dos doentes de acordo com a idade.......... 09
TABELA 3 – Distribuição dos valores do teste diagnóstico
duodenoscopia em relação ao câncer de papila.......... 33
TABELA 4 – Distribuição dos valores do teste diagnóstico
biopsia endoscópica em relação ao câncer de
papila............................................................................ 35
TABELA 5 – Distribuição dos valores entre os testes
diagnósticos biopsia endoscópica e
duodenoscopia............................................................... 36
SUMÁRIO
Página
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................... 01
2 CASUÍSTICA .................................................................. 07
3 MÉTODO ........................................................................ 10
3.1 Endoscopia....................................................................... 11
3.2 Processamento Histológico............................................. 17
3.3 Análise Estatística........................................................... 24
4 RESULTADOS................................................................ 32
5 DISCUSSÃO.................................................................... 37
6 CONCLUSÃO................................................................. 62
ANEXOS.................................................................................... 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................... 78
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .......................................... 102
ABSTRACT
APÊNDICE
RESUMO
O carcinoma da papila duodenal maior é classificado como uma
neoplasia da região periampular. Sua incidência varia entre 0,06 a 0,21% nos
achados de autópsia e corresponde a 5% de todos os tumores malignos do
trato gastrintestinal. Seu diagnóstico preciso e precoce é fundamental para a
decisão terapêutica, principalmente por apresentar o prognóstico mais
favorável comparado às outras neoplasias periampulares. No entanto, o
diagnóstico obtido pela duodenoscopia nem sempre é confirmado pelo exame
da biopsia endoscópica, em razão da dificuldade de diferenciar lesões não
invasivas de carcinomas, mesmo por patologistas experientes. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o valor e a limitação da duodenoscopia e da biopsia
endoscópica no diagnóstico do câncer de papila duodenal maior. Analisou-se
retrospectivamente 30 doentes com suspeita de carcinoma de papila, sendo 11
do sexo feminino e 19 do sexo masculino; a idade variou de 39 a 71 anos,
sendo a média de 55,7 anos. Todos os doentes foram submetidos à
duodenopancreatectomia parcial, sendo o exame da peça operatória o padrão
ouro para a análise do valor dos testes. A acurácia e a sensibilidade da
duodenoscopia para malignidade foram de 83,3% e 86,2% respectivamente,
20
enquanto a acurácia e a sensibilidade da biopsia endoscópica foi de 66,6% e
65,5%. Ao comparar os métodos de diagnóstico, não houve diferença
significante entre a concordância e a discordância da duodenoscopia e da
biopsia endoscópica.
1 INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
A papila duodenal maior é a projeção da mucosa correspondente à
confluência dos ductos biliar e pancreático junto ao duodeno (WOOD, 1966).
Apesar de suas reduzidas dimensões, representa uma importante estrutura do
aparelho digestivo, seja por sua fisiologia, seja por suas alterações
(SCHLIPPERT et al., 1978; BEGER et al., 1999).
Descrita por Godefridi Bidloo, em seu tratado Anatomia Humani
Corporis em 1685, foi divulgada por Abraham Vater em 1720, em cuja
homenagem foi denominada de Papilla Vateri (SKANDALAKIS et al., 1993;
McCLUSKY III et al., 2002). A seguir, teve a sua anatomia pormenorizada,
particularmente no que diz respeito aos mecanismos esfincterianos, por Oddi
e, posteriormente, por Boyden, estudos estes que permitiram melhor
conhecimento da fisiologia desta estrutura (SKANDALAKIS et al., 1993;
AVISSE, FLAMET, DELATRE, 2000; McCLUSKY III et al., 2002). A
complexidade anatômica, funcional e anatomopatológica desta região é
explicada por alguns autores como decorrência da existência de três epitélios
distintos, um proveniente da via biliar, outro do ducto pancreático e um
terceiro da mucosa duodenal (DAWSON, PATHY, CANNOLLY, 1989;
3
SKANDALAKIS et al., 1993; BEGER et al., 1999; AVISSE, FLAMET,
DELATRE, 2000).
Como conseqüência, as neoplasias dessa região podem ter a definição
de sua origem dificultada, o que levou alguns autores a denominá-las de
neoplasias periampulares, independentemente de ter a sua origem no ducto
biliar distal, papila duodenal maior, duodeno ou mesmo no ducto pancreático
(SANCTIS & TAGLIAFERRI, 1968; HAYES et al., 1987; YAMAGUCHI &
ENJOJI, 1987; DAWSON, PATHY, CANNOLLY, 1989; FRIESS et al.,
1999).
Se por um lado, a distinção anatômica e mesmo histológica desta
neoplasia é bastante difícil, por outro lado, a caracterização da neoplasia
primariamente da papila é de fundamental importância, uma vez que este tipo
de neoplasia tem maior possibilidade de ressecção curativa do que os outros
tumores periampulares, além de apresentar evolução mais favorável, com
índices de sobrevida em 5 anos de 30 a 50% (SHIRAI et al., 1996; MENZEL
et al., 1999; CHATURVEDI et al., 2002).
É oportuno lembrar que tais resultados relacionam-se diretamente à
precocidade do diagnóstico, sendo notório que constituem elementos
fundamentais para o tratamento adequado da neoplasia da papila duodenal, o
4
diagnóstico precoce e sua definição anatomopatológica (NEOPTOLEMOS et
al., 1988; DELCORE et al., 1989; TALAMINI et al., 1997; STICCA,
WEATHERFORD, McALHANY Jr., 1996; ROBERTS et al., 1999).
A busca por estes objetivos encontra sérias restrições na investigação
clínica, já que o quadro colestático observado na neoplasia da papila duodenal
pouco difere das neoplasias correlatas, não apresentando nenhuma
característica patognomônica. O mesmo pode-se dizer dos exames
laboratoriais e radiológicos (SIVAK, 1988; CHATURVEDI et al., 2002).
Até o início da década de 80, a neoplasia de papila duodenal maior era
diagnosticada, na maioria das vezes, durante a cirurgia ou por ocasião da
necrópsia (MAKIPOUR et al., 1975; NAKAO et al., 1982; SIVAK, 1988;
KIMCHI et al., 1998).
O advento da ultrassonografia abdominal permitiu, em doentes
ictéricos, determinar a topografia da obstrução, mas dificilmente a
caracterização da lesão neoplásica da papila. O mesmo se diz de outros
exames tais como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética
que podem, contudo, ser úteis no estadiamento da doença, determinando a sua
extensão local e mesmo à distância (WALSH et al., 1982; SIVAK, 1988;
5
BAKKEVOLD, ARNEJO, KAMBESTAD, 1992; BRAMBS & CLAUSSEN,
1993; BLACKBOURNE et al., 1994).
A endoscopia digestiva foi a responsável pela grande evolução no
diagnóstico da neoplasia da papila duodenal, pois, além de permitir a sua
identificação e a determinação topográfica, caracterizando o diagnóstico
macroscópio, permite a obtenção de amostras para estudo microscópico e,
conseqüentemente, o diagnóstico histológico (SIVAK, 1988; BEGER et al.,
1999; ROBERTS et al., 1999). Têm sido observadas discrepâncias entre os
aspectos macroscópicos observados à endoscopia e os aspectos microscópicos
observados ao exame histopatológico de espécimes obtidos por biopsia da
região da papila (LEESE et al., 1986; PONCHON et al., 1989;
KOMOROWSKI et al., 1991; SEIFERT, SCHULTE, STOLTE, 1992;
KIMCHI et al., 1998). Mais recentemente, a ecoendoscopia, exame disponível
a uma população restrita, passou a permitir um estudo mais detalhado,
avaliando não apenas a lesão da mucosa, mas também a sua extensão, além de
orientar a biopsia obtida por punção com agulha (BEGER et al., 1999;
MENZEL et al., 1997; MALUF FILHO, 2000; TORRE-BRAVO et al., 2001).
A maioria dos doentes portadores de carcinoma de papila duodenal
tratados na Disciplina de Gastroenterologia Cirúrgica da Universidade Federal
6
de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM) foi submetida à
endoscopia digestiva alta e à biopsia endoscópica com estudo histopatológico
da papila duodenal maior, na busca de um diagnóstico definitivo que
permitisse a indicação de um procedimento cirúrgico radical, de grande porte,
a duodenopancreatectomia. A discordância entre a macroscopia observada à
endoscopia e a microscopia da biopsia, não só chamou a atenção como, por
vezes, retardou a indicação cirúrgica. Em uma tentativa de definir o
verdadeiro valor de cada um destes métodos diagnósticos na conduta
cirúrgica, desenvolveu-se este estudo.
O objetivo deste trabalho foi comparar o valor diagnóstico da
duodenoscopia e do exame histopatológico da biopsia obtida durante o exame
endoscópico, em doentes com suspeita de câncer de papila duodenal maior
submetidos à duodenopancreatectomia parcial.
2 CASUÍSTICA
8
2 CASUÍSTICA
No período compreendido entre junho de 1981 e janeiro de 2003, foram
analisados os laudos de exame anatomopatológico referentes à análise do
material obtido por duodenopancreatectomia, com ou sem preservação de
piloro, de doentes com diagnóstico clínico ou endoscópico de neoplasia de
papila duodenal maior, operados na Disciplina de Gastroenterologia Cirúrgica
da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina
(UNIFESP-EPM), selecionados através de revisão de prontuários. Foram
excluídos aqueles que não apresentavam laudo do exame endoscópico da
papila e/ou a biopsia endoscópica, perfazendo um total de 30 doentes
analisados retrospectivamente, dentre os quais 11 eram do sexo feminino e 17
eram do sexo masculino (Tabela 1). A idade variou de 36 a 73 anos, sendo a
média de 55,7 anos e a mediana de 54.2 anos (Tabela 2). Os demais achados
referentes aos doentes desta Casuística encontram-se nas Tabelas 1, 2 e 3 dos
ANEXOS.
9
TABELA 1 – Distribuição dos doentes de acordo com o sexo
Sexo no doentes %
Feminino 11 36,66
Masculino 19 63,34
Total 30 100,00
TABELA 2 – Distribuição dos doentes de acordo com a idade
Idade (anos) no doentes %
31-40 03 10,00
41-50 04 13,33
51-60 14 46,67
61-70 07 23,30
71-80 02 06,70
Total 30 100,00
3 MÉTODO
11
3 MÉTODO
3.1 Endoscopia
Os procedimentos endoscópicos foram realizados no Serviço de
Endoscopia da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de
Medicina (UNIFESP- EPM).
Os doentes foram encaminhados ao exame em jejum por um período
mínimo de oito horas. Antes de iniciar o procedimento diagnóstico, foram
esclarecidos quanto à natureza do exame endoscópico e submetidos à
cateterização de uma veia periférica no antebraço.
A anestesia local da orofaringe foi realizada através de borrifação de
lidocaína a 10%. Realizou-se a sedação através da aplicação endovenosa de
midazolam, na dose de 2 a 4mg, conforme indicação do endoscopista
responsável pelo exame, sendo os doentes monitorizados com oxímetro de
pulso quanto à saturação de O2 e à freqüência cardíaca, recebendo oxigênio
através de cateter nasal (5l/min) .
Os exames foram realizados pela equipe de endoscopistas do Hospital
São Paulo, auxiliados por uma técnica de enfermagem, utilizando-se um
videoduodenoscópio com eixo de visão lateral Pentax (modelo ED 4010).
12
Esse aparelho possui um canal de procedimento com diâmetro de 3,2 mm. Os
doentes foram posicionados em decúbito lateral esquerdo ou em decúbito
ventral, iniciando-se o exame pela introdução do aparelho, suavemente e sem
orientação visual, na orofaringe. A uma distância de cerca de 15 cm da arcada
dentária superior, solicitava-se ao paciente que realizasse uma inspiração
profunda, acompanhada de deglutição, permitindo a passagem do aparelho em
direção ao esôfago até o estômago, conforme técnica usual. Sob controle
visual, eram observadas a mucosa e a distensibilidade da câmara gástrica.
Reconhecidas a curvatura gástrica menor e a incisura angular, o aparelho
progredia até o piloro, cuja abertura era focalizada no centro do campo visual.
Nesta posição, a ponta do aparelho era retificada, permitindo a
passagem para a primeira porção duodenal. Após a transposição do piloro,
eram aplicados 2 ml de brometo de N-butilescopolamina por via endovenosa,
visando reduzir o peristaltismo duodenal. O aparelho prosseguia até a segunda
porção duodenal, onde era retificado, permitindo a identificação e melhor
inspeção da papila duodenal maior, que era observada quanto ao seu formato e
superfície, identificando-se o seu óstio e a presença ou não de fluxo biliar pelo
mesmo (Figura 1).
13
Na presença de alteração da papila, como irregularidade da mucosa,
discromia, área de granulação, ulceração ou vegetação era realizada a biopsia,
retirando-se em torno de cinco fragmentos, preferencialmente nas bordas e no
centro da lesão. O material coletado era, então, condicionado em frasco com
formol a 10%, identificado e encaminhado ao Departamento de Anatomia
Patológica. Essas lesões encontradas foram classificadas em 4 tipos (Tabela
A4): lesão vegetante, lesão ulcerada, lesão infiltrativa, e papila com mucosa
normal e irregularidade do óstio (Figuras 2, 3 e 4).
O exame da colangiografia retrógrada endoscópica foi indicado
seletivamente, sendo realizado em uma sala do Setor de Radiologia da
Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-
EPM). A sala dispunha de um aparelho Philips com televisão e potencial de
150 quilovolts e 1000 ampéres. A papila duodenal maior, uma vez enfocada
no centro do campo de observação, foi mantida sob visão, travando-se os
movimentos da ponta do aparelho, procedendo-se, a seguir, a sua canulação e
injeção do contraste iodado. O procedimento constou, fundamentalmente, da
observação endoscópica e do exame radiológico feito em diferentes decúbitos,
tanto dinâmico (através do estudo do esvaziamento do contraste injetado nas
vias biliares e pancreáticas), quanto estático (através de radiografias realizadas
14
Figura 2 - Tumor vegetante
Figura 3 - Papila com óstio irregular Figura 4 - Tumor ulcerado
Figura. 1 - Papila polipóide com fluxo de bile
15
em cada momento oportuno).
A papiloesfincterotomia também foi realizada seletivamente, com
maior indicação nos casos em que não havia programação para o tratamento
cirúrgico ou quando o doente evoluía com colangite. A técnica empregada
para esse procedimento foi a mesma preconizada por CLASSEN &
DEMLING (1974). Com o aparelho posicionado no duodeno e pelo canal de
procedimento, foi passado o papilótomo que consta, basicamente, de um
cateter de polietileno, que contém na extremidade distal uma abertura, pela
qual se exterioriza um fio de aço, que se fixa próximo à extremidade distal do
cateter. A distância desta abertura até a ponta do cateter varia de 2 a 3 cm. O
fio de aço estende-se, proximalmente, pelo interior do cateter de polietileno e
se prende, já fora do cânula do aparelho, a um controle manual que permite
tracionar ou afrouxar o fio distalmente, formando um arco mais ou menos
tenso. Pelo fio de aço, passa uma corrente elétrica, alternando entre
coagulação e corte, em curtos espaços de tempo (mais ou menos 3 segundos),
que tem por objetivo a hemostasia e a secção da papila duodenal maior e até
parte do esfíncter do colédoco. Essa corrente elétrica é gerada por uma fonte
de diatermia. O papilótomo, uma vez introduzido na papila duodenal maior,
foi seletivamente orientado na via biliar, obedecendo a angulação do colédoco
16
e confirmado pela radioscopia. Comparando-se a configuração do óstio da
papila duodenal maior com um mostrador de relógio, a secção da papila foi
realizada entre 10 e 12 horas. Após a esfincterotomia, o diâmetro da secção foi
calculado, aproximadamente, pela mensuração da seta do arco formado pelo
cateter e a corda (fio de aço) do papilótomo, ajustados ao orifício biliar. Logo
após a esfincterotomia, a papila usualmente perde sua configuração habitual,
observando-se uma abertura ampla, delimitada por uma mucosa com o aspecto
alterado, devido à eletrocoagulação. Após a retirada do aparelho, foram
efetuados os cuidados com a descontaminação do mesmo e de seus acessórios,
seguindo a rotina do Serviço de Endoscopia. O endoscópio, após cada exame,
era lavado externamente com sabão líquido, água e detergente enzimático. No
interior dos canais de biópsia e aspiração eram injetados detergente enzimático
e água; a seguir, eram introduzidas escovas apropriadas e injetado detergente
enzimático novamente. A secagem do endoscópio era realizada com jatos de
ar comprimido, aplicados tanto à superfície externa como aos canais, e o
mesmo era imerso em glutaraldeído a 2%, por um período de 20 a 30 minutos,
após o qual era novamente aplicado à superfície externa do endoscópio e
instilado água sob pressão em todos os canais. Após nova secagem com jatos
de ar comprimido, o aparelho era guardado em armário apropriado. As cânulas
17
de cateterização, papilótomos e outros acessórios eram lavados com
detergente enzimático e imersos em glutaraldeído a 2% por um período de 20
a 30 minutos. Finalmente, era realizada a secagem com jatos de ar
comprimido e os equipamentos eram guardados em envelopes plásticos
esterilizados.
3.2 Processamento Histológico
O material proveniente da biopsia endoscópica e do espécime cirúrgico,
proveniente da duodenopancreatectomia parcial (Figuras 5, 6, 7; e Gráfico
B1), foi recebido e registrado no laboratório do Departamento de Anatomia
Patológica da UNIFESP-EPM, realizando-se a análise histológica após o
preparo do material para a confecção das lâminas. A técnica histológica foi
realizada através dos processos de fixação, embebição em parafina, cortes e
coloração pela técnica de hematoxilina-eosina (H.E.), seguindo a rotina da
técnica histológica do Departamento de Patologia da Universidade Federal de
São Paulo - Escola Paulista de Medicina (MICHALANY, 1981). Todos os
cortes histológicos seriados foram corados pela hematoxilina-eosina e
examinados por dois patologistas responsáveis pela avaliação do grau
histológico e pelo diagnóstico final.
18
Figura 5 - Espécime cirúrgico com identificação da papila duodenal maior
Figura 6 - Neoplasia projetada na papila duodenal, dilatação do ducto pancreático
19
A primeira etapa realizada foi a fixação do material proveniente da biopsia
endoscópica e da peça de ressecção cirúrgica. Estes materiais eram fixados
inicialmente em solução de formol tamponado a 10% pelo período mínimo de
24 horas. A seguir, todo o material foi submetido à desidratação progressiva
em álcool etílico, inicialmente em solução de baixa graduação a 70% e,
posteriormente, em quatro soluções mais concentradas até atingir o álcool
absoluto (álcool I pelo período de 60 minutos, álcool II pelo período de 60
minutos, álcool III pelo período de 60 minutos e álcool IV pelo período de 60
minutos). Na terceira etapa, todo o material foi submetido à diafanização
progressiva em xilol, inicialmente em solução de baixa graduação e,
posteriormente, em quatro soluções mais concentradas até atingir o xilol
absoluto (xilol I pelo período de 60 minutos, xilol II pelo período de 60
minutos, xilol III pelo período de 60 minutos e xilol IV pelo período de 60
minutos). A impregnação em parafina foi realizada em todo o material em
parafina a 60oC, inicialmente em solução de baixa graduação e, a seguir, em
três soluções de concentrações progressivas, até atingir aquela de maior
pureza (parafina I pelo período de 60 minutos e parafina II pelo período de 60
minutos). Depois de impregnado em parafina a 60oC, o material foi incluído
em bloco de parafina solidificada, utilizando-se moldes metálicos. A seguir, o
20
material foi resfriado a 5oC e, após este processo, foram realizados cortes
seriados de 4µm de espessura em micrótomo modelo Leica 2150 em todos os
blocos, sendo então o material aderido às lâminas de vidro, previamente
identificadas e submetidas à secagem em estufa a 50oC. Os cortes histológicos,
já aderidos às lâminas de vidro foram imersos em soluções conforme as
seguintes etapas: desparafinar em xilol, alcoolizar e hidratar em álcool,
embeber em hematoxilina de Harris durante 10 minutos, lavar em água
corrente até os cortes adquirirem a coloração azul, diferenciar rapidamente em
álcool-ácido, lavar em água corrente por 5 a 10 minutos, lavar rapidamente em
álcool a 95o, embeber em eosina por 2 minutos, diferenciar em álcool a 95o,
desidratar em álcool e diafanizar em xilol. Finalmente, os cortes histológicos
foram embebidos em meio viscoso transparente, Entellan (Merck 7961), e
cobertos com lamínula de vidro.
Todas as lâminas foram analisadas por dois médicos patologistas
independentes, que desconheciam os dados clínicos dos doentes. Seus
diagnósticos foram estabelecidos com base em critérios usualmente
empregados em anatomia patológica (Tabela A9). Para a determinação do
diagnóstico de malignidade em lesões de papila duodenal maior, utilizou-se
como critério histológico a invasão neoplásica da parede, a presença de atipias
21
nucleares, o desarranjo da arquitetura e a invasão linfática e/ou perineural. Na
avaliação histológica (Figuras 7,8 e 9) foi utilizada a classificação modificada
para carcinomas de ductos biliares extra-hepático (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2000): carcinoma in situ, adenocarcinoma papilar,
adenocarcinoma tipo intestinal, adenocarcinoma mucinoso, carcinoma de
células claras, carcinoma em células de anel em sinete, carcinoma
adenoescamoso, carcinoma de células escamosas, carcinoma de células
pequenas, carcinoma indiferenciado, tumor carcinóide, adenocarcinoma-
carcinóide, carcinoma indiferenciado.
O estadiamento patológico, pTNM, (Tabelas A6, A7, A8 e Gráficos B2,
B3) foi realizado através da classificação de tumores malignos da UNIÃO
INTERNACIONAL DO COMBATE AO CÂNCER (2002), onde:
Tumor Primário (T) Tx tumor primário não identificado T0 ausência de tumor Tis carcinoma in situ T1 tumor limitado à ampola/esfíncter T2 invasão da parede duodenal T3 invasão do pâncreas T4 invasão peripancreática/órgãos adjacentes
22
Linfonodos regionais (N) Nx linfonodo regional não identificado N0 ausência de metátases para linfonodo regional N1 metástases para linfonodo regional
Metástases à distância Mx a presença de metástases não é acessível M0 ausência de metástases M1 presença de metástases pTNM
Estádio 0 Tis N0 M0
Estádio IA T1 N0 M0
Estádio IB T2 N0 M0
Estádio IIA T3 N0 M0
Estádio IIB T1,T2,T3 N1 M0
Estádio III T4 Nqualquer M0
Estádio IV Tqualquer Nqualquer M1
23
Figura 7 – Adenocarcinoma bem diferenciado (H.E. - 100x)
Figura 8 – Adenocarcinoma moderadamente diferenciado, aglomerado de células neoplásicas de arquitetura glandular (H.E. - 400x)
Figura 9 – Adenocarcinoma difuso em células em “anel de sinete” (H.E. -100x)
24
3.3 Análise estatística
Adotou-se o termo duodenoscopia para os exames endoscópicos
realizados com finalidade de avaliar a macroscopia da papila duodenal maior.
A denominação de biopsia endoscópica foi relacionada ao resultado
histopatológico do material proveniente da biopsia da papila duodenal maior
durante o exame endoscópico. O resultado do exame anatomopatológico
obtido através da análise do espécime cirúrgico, resultante da
duodenopancreatectomia com ou sem preservação de piloro, foi denominado
de câncer de papila, apontando-se a sua presença ou a sua ausência.
Os resultados obtidos pela duodenoscopia e pela biopsia endoscópica
foram analisados através da determinação da acurácia (sensibilidade,
especificidade, valores preditivos positivo e negativo, taxa de falso-positivo e
de falso-negativo) e da concordância e discordância entre ambos.
Estes cálculos foram realizados a partir da construção de tabelas de
contingência 2 X 2, nas quais o atributo câncer de papila (padrão ouro) foi
colocado nas colunas e o atributo duodenoscopia nas linhas de uma tabela e o
atributo biopsia endoscópica nas linhas de outra tabela.
25
Teste da duodenoscopia em relação ao câncer de papila
Câncer de papila Duodenoscopia
Presente Ausente Total
Positiva a b a+b
Negativa c d c+d
Total a+c b+d N=a+b+c+d
Assim, na tabela de duodenoscopia foram registrados, na casela “a” , os
doentes com câncer de papila em que a duodenoscopia foi positiva
(considerados positivo-verdadeiros). Na casela “b” foram registrados os
doentes sem câncer de papila em que a duodenoscopia foi positiva
(considerados falso-positivos). Os doentes com câncer de papila e
duodenoscopia negativa estão registrados na casela “c” (considerados falso-
negativos). Finalmente, na casela “d” , foram colocados os doentes sem
câncer de papila e com duodenoscopia negativa (considerados negativo-
verdadeiros). O “N” representa o número total da soma das caselas “a” , “b” ,
“c” e “d” .
26
Teste da biopsia endoscópica em relação ao câncer de papila
Câncer de papila Biopsia endoscópica
Presente Ausente Total
Positiva a b a+b
Negativa c d c+d
Total a+c b+d N=a+b+c+d
Na tabela de biopsia endoscópica foram registrados, na casela “a” , os
doentes com câncer de papila, cuja biopsia endoscópica foi positiva
(considerados positivo-verdadeiros). Na casela “b” foram registrados os
doentes sem câncer de papila e com biopsia endoscópica positiva
(considerados falso-positivos). Os doentes com câncer de papila e biopsia
endoscópica negativa estão representados na casela “c” (considerados falso-
negativos). Finalmente, na casela “d” foram colocados os doentes sem câncer
de papila e com biopsia endoscópica negativa (considerados negativo-
verdadeiros). O “N” representa o número total da soma das caselas “a”, “b”,
“c” e “d”.
27
Neste estudo, a sensibilidade correspondeu à porcentagem do número de
doentes portadores de câncer de papila, cuja duodenoscopia, assim como a
biopsia endoscópica, resultaram positivos. O cálculo baseado na tabela de
contingência correspondeu ao quociente: a/(a+c).
A especificidade, nessa Casuística, correspondeu à porcentagem dos
doentes que não apresentavam câncer de papila e cujos resultados da
duodenoscopia e/ou da biopsia endoscópica foram negativos. Seu cálculo, na
tabela de contingência, foi efetuado pelo quociente: d/(b+d).
Os valores preditivos medem a probabilidade de um determinado
paciente ter ou não a doença suspeitada. O valor preditivo positivo do teste
mede a probabilidade de um doente, com um teste positivo para a doença em
estudo, tem de possuir a referida doença. Esse valor foi calculado pelo
quociente: a/(a+b). O valor preditivo negativo do teste foi calculado pelo
quociente d/(c+d). Ele corresponde à probabilidade de um doente portador de
exame negativo, de fato, não possuir a doença investigada.
A acurácia corresponde ao número de casos em que o teste concorda
com o padrão ouro, que neste estudo foi o diagnóstico final, baseado no exame
anatomopatológico do espécime ressecado. O cálculo da acurácia foi realizado
pelo quociente: a+d/N.
28
Para calcular a concordância entre os dois testes, empregamos outra
tabela de contingência 2 X 2. Nas linhas, foram colocados os resultados da
duodenoscopia e nas colunas, os da biopsia endoscópica. Na casela “a” ,
foram registrados os doentes em que houve concordância quanto ao
diagnóstico positivo. Na casela “b” , foram registrados os casos em que apenas
a duodenoscopia considerou o resultado positivo. Na casela “c” , foram
registrados os doentes considerados positivos apenas pela biopsia
endoscópica. Finalmente, na casela “d” , foram registrados os casos em que
houve concordância entre os testes quanto ao exame negativo. A concordância
observada entre os testes foi calculada pelo coeficiente: a+d/N.
Concordância entre a duodenoscopia e a biopsia endoscópica
Biopsia endoscópica
Positiva Negativa Total
Positiva a b a+b Duodenoscopia
Negativa c d c+d
a+c b+d a+b+c+d
29
Quando se comparam os resultados observados por diferentes testes
diagnósticos, deve-se considerar a possibilidade de parte da concordância
observada ter ocorrido pelo acaso. Esse fato é especialmente significativo no
caso de escalas nominais ou ordinais, contendo pequeno número de categorias,
onde uma dessas categorias é representada muito mais freqüentemente do que
as demais. Existem diferentes estratégias para o cálculo e a correção da
concordância esperada pelo acaso e elas são empregadas dependendo da
escala de expressão. A concordância esperada pelo acaso é representada pela
razão entre a soma das freqüências esperadas pelo acaso para as caselas “a” e
“b” e o número total de observações (N). As freqüências esperadas pelo acaso
podem ser calculadas multiplicando-se as linhas (a+b) e (c+d), representando
as observações do exame da duodenoscopia pelas colunas (a+c) e (b+d), que
representam a biopsia endoscópica dividindo pelo número total de
observações (a+b+c+d). Assim, a freqüência esperada pelo acaso para “a”
será: (a+b) multiplicado por (a+c) e dividido por (a+b+c+d). A concordância
global esperada pelo acaso é calculada pela fórmula:
(a+b).(a+c) + (c+d).(b+d)
N2
30
A concordância entre os testes, pode ser determinada pela estatística
“kappa” (k). Para o seu cálculo, subtrai-se da concordância observada a
concordância esperada somente por obra do acaso e divide-se por 1 menos a
concordância esperada.
K= concordância observada – concordância esperada
1 – concordância esperada
A quantidade do nível de significância da estatística “kappa” é
arbitrária. LANDIS & KOCH (1977) sugeriram os critérios abaixo para
avaliação dos valores de “kappa”:
Valor de "Kappa" Concordância
< 0 Ruim
0 - 0,20 Fraca
0,21 - 0,40 Razoável
0,41 - 0,60 Moderada
0,61 - 0,80 Boa
0,81 - 1,00 Quase perfeita
31
O teste de Mc Nemar (SIEGEL, 1975) verifica se há diferença nas
incidências entre duas avaliações. O teste avalia se a proporção das avaliações
positivas e negativas são as mesmas nas duas avaliações diagnósticas. Os
dados devem ser agrupados em uma tabela 2 x 2 para análise das caselas,
considerando-se relevante se a diferença, entre as incidências de “b” e de
“c”, é estatisticamente significante.
Discordância entre a duodenoscopia e a biopsia endoscópica
Biopsia endoscópica
Positiva Negativa Total
Positiva a b a+b Duodenoscopia
Negativa c d c+d
a+c b+d a+b+c+d
4 RESULTADOS
33
4 RESULTADOS
Na análise comparativa entre a duodenoscopia e o diagnóstico
anatomopatológico de câncer de papila verificou-se que dos 30 doentes, o
teste foi positivo em 26, ou seja, a aparência macroscópica da papila duodenal
maior foi sugestiva de câncer em 26 doentes. No entanto, o teste foi falso-
positivo em um caso. O teste foi negativo em 4 casos, significando ausência
de câncer à macroscopia, sendo, portanto, um teste falso-negativo nestes
casos. A Tabela 3 demonstra tais achados.
TABELA 3 - Distribuição dos valores do teste diagnóstico duodenoscopia em
relação ao câncer de papila
Câncer de papila Duodenoscopia
Presente Ausente Total
Positiva 25 01 26
Negativa 04 - 04
Total 29 01 30
34
Após a análise dos dados, verificou-se que a sensibilidade do teste
diagnóstico foi de 86,2%, a taxa de falso-negativo foi de 13,8% e a acurácia
de 83,33%. A especificidade, os valores preditivos negativo e positivo não
puderam ser calculados em decorrência do desenho amostral. Tais dados
foram submetidos à análise estatística através do Teste de Mc Nemar
(p=0,375), o que indica que a proporção de positivos e negativos não difere.
Em relação à análise comparativa entre a biopsia endoscópica e o
diagnóstico anatomopatológico de câncer de papila, observou-se que o teste
foi positivo em 19 doentes, ou seja, confirmou o diagnóstico de câncer da
papila duodenal maior, sendo, portanto, um teste positivo-verdadeiro. Em 11
doentes, o teste foi negativo, ou seja, não confirmou o diagnóstico de câncer
de papila duodenal maior. Dentre estes, o teste foi falso-negativo em 10
doentes e verdadeiro-negativo em 1 caso. A Tabela 4 demonstra tais achados.
35
TABELA 4 - Distribuição dos valores do teste diagnóstico biopsia
endoscópica em relação ao câncer de papila
Câncer de papila Biopsia endoscópica
Presente Ausente Total
Positiva 19 - 19
Negativa 10 01 11
Total 29 01 30
A análise dos resultados da biopsia endoscópica evidenciou uma
sensibilidade de 65,5%, a taxa de falso-negativo foi de 34,5% e a acurácia de
66,67%. A especificidade, os valores preditivos positivo e negativo e a taxa de
falso-positivo não puderam ser calculados em decorrência do desenho
amostral. A análise estatística foi realizada através do Teste de Mc Nemar
(p=0,002), o que indica que a proporção de positivos e negativos difere entre a
avaliação e o padrão ouro.
Na análise comparativa entre os testes (Tabela A9), a concordância foi
avaliada pelo método kappa, resultando em uma concordância de 50,0%
(k=0,243; p=0,102). Isso indica que a concordância entre as avaliações não é
36
boa. A distribuição das avaliações do Teste de Mc Nemar (p=0,118) mostrou
que não existe diferença entre as distribuições entre positivos e negativos nas
duas avaliações.
TABELA 5 - Distribuição dos valores entre os testes diagnósticos biopsia
endoscópica e duodenoscopia
Duodenoscopia
câncer proc. inflam. Total
Biopsia
endoscópica N % N % N %
câncer 15 50,0 4 13,3 19 63,3
proc.inflam. 11 36,7 0 0,0 11 36,7
Total 26 86,7 4 13,3 30 100,0
5 DISCUSSÃO
38
5 DISCUSSÃO
Os tumores periampulares, representados pelo câncer da via biliar distal,
da cabeça do pâncreas, do duodeno e da papila duodenal maior, apresentam
prognósticos diferentes (DAWSON, PATHY, CONNOLLY, 1989;
PEREIRA-LIMA et al., 1990, BÖTTGER et al., 1997). É sabido que ao se
realizar o diagnóstico precoce do câncer de papila, seguido de tratamento
cirúrgico, a sobrevida do doente em 5 anos é em torno de 40%, o que reflete a
sua importância (STICCA, WEATHERFORD, McALHANY Jr., 1996;
TALAMINI et al., 1997).
Embora o diagnóstico preciso seja importante para a indicação do
tratamento, o resultado falso-negativo da biopsia é um problema para o
cirurgião, que é responsável pela indicação do tratamento cirúrgico (BUICE &
WALKER Jr., 1989). É preciso lembrar que o tratamento aqui citado refere-se
à duodenopancreatectomia parcial, que na década de 70 foi abandonada pelos
altos índices de mortalidade; na década de 80, ressurgiu em alguns centros, até
que nos anos 90, foi novamente difundida pelo decréscimo da mortalidade,
apresentando hoje uma taxa inferior a 5% nos centros especializados (YEO &
Cameron, 1999). Apesar do menor índice de mortalidade, a morbidade deste
procedimento permanece em torno de 25 a 65%, dependendo da experiência
39
do serviço (CHATURVEDI et al., 2002). Portanto, a dúvida diagnóstica, que é
uma realidade na prática clínica dos cirurgiões afeitos com o tratamento do
câncer da papila duodenal maior, pode implicar na indicação de uma cirurgia
desnecessária ou, ainda, postergar o tratamento adequado em razão de um
diagnóstico incorreto.
É importante ressaltar que a incidência do câncer de papila duodenal
maior nos Estados Unidos da América é baixa, sendo que menos de 2000
casos novos são diagnosticados por ano, representando 7% de todos os
carcinomas periampulares. Não há referências sobre a sua real incidência em
outras localidades (CHATURVEDI et al., 2002). A faixa etária mais
acometida está entre a quinta e a sétima décadas, não existindo predileção por
raça ou sexo, apesar de haver relatos com predominância do sexo masculino
(WALSH et al., 1982; SIVAK, 1988, CHATERON et al., 1996).
A sua incidência no Brasil não é conhecida. Dentre os trabalhos
nacionais, WOHNRATH et al. (1988) publicaram a experiência do Hospital
do Câncer com 19 casos. BACHELLA (1989) apresentou uma casuística
multi-institucional, avaliando os resultados da duodenopancreatectomia
parcial e os fatores prognósticos em 56 casos. COLLEONI NETO (1994), ao
realizar um estudo citológico através da papila duodenal maior em doentes
40
portadores de colestase extra-hepática, encontrou em sua casuística apenas 5
doentes portadores de adenocarcinoma de papila duodenal maior. Na presente
Casuística de 30 doentes, observamos que o sexo masculino (63,34%)
prevaleceu em relação ao sexo feminino (36,66%) e que a faixa etária
predominante foi entre 51 e 60 anos (46,67%), o que confirma os dados
encontrados nos trabalhos consultados.
A etiologia desta doença ainda é pouco compreendida. Há relatos
demonstrando que os portadores de polipose familiar representam um grupo
de risco; de 50 a 90% destes doentes desenvolvem adenoma de papila
(CHATURVEDI et al., 2002). O adenoma desta região é considerado uma
lesão pré-maligna, por apresentar potencial de transformação em 40% dos
casos (PERZIN & BRIDGE, 1981; MACHADO et al., 1982; BACZAKO et
al., 1985; GOUMA et al., 1987; YAMAGUCHI & ENJOJI, 1991; SEIFERT,
SCHULTE, STOLTE, 1992; NUNES Jr. et al., 1993; SERRA et al., 1994;
HOYELA et al., 2000; KIVINIEMI et al., 2000). Acredita-se que a seqüência
adenoma-carcinoma ocorrida no câncer colorretal seja a mesma no carcinoma
de papila. Contudo, a comprovação clínica não é sustentada estatisticamente,
certamente pela menor incidência do adenoma de papila, que é quarenta vezes
menos frequente do que o adenoma colorretal (PERZIN & BRIDGE, 1981;
41
STOLTE & PSCHERER, 1996; ZÁDOROVÁ et al., 2001). A literatura
consultada apresenta uma opinião controversa sobre o melhor método de
tratamento do adenoma de papila, mas a necessidade de ressecção é enfatizada
por todos os autores, principalmente, tratando-se de adenoma viloso (DUPAS
et al., 1977; MACHADO et al., 1982; SHEMESH, NASS, CZERNIAK, 1989;
BINMOELLER et al., 1993; NUNES Jr. et al., 1993; SERRA et al., 1994;
BRANUM, PAPPAS, MEYERS, 1996; RYU et al., 1996; BERTONI et al.,
1997; BEGER, STAIB, SCHOENBERG, 1998; SAKAROFAS & SARR,
1999; KIVINIEMI et al., 2000). Os estudos moleculares tentam definir melhor
a etiologia do carcinoma de papila e os resultados destes estudos já relacionam
as anomalias genômicas e as mutações do K-ras e p53 (SCARPA et al., 1993,
CHATURVEDI et al., 2002).
As manifestações clínicas mais freqüentemente observadas costumam
ser a icterícia, o prurido, a anorexia, as náuseas e vômitos, o emagrecimento, a
dor abdominal inespecífica, a vesícula biliar palpável e a hepatomegalia
(SCHLIPPERT et al., 1978; SIVAK, 1988), sendo menos freqüentes a
presença de hemorragia digestiva alta e de pancreatite aguda (CHATURVEDI
et al., 2002). Apesar de não existir um sintoma patognomônico, o
aparecimento precoce da icterícia pode favorecer a procura por uma avaliação
42
médica, o que pode resultar em um melhor prognóstico no carcinoma de
papila (HUIBREGTSE & TYTGAT, 1988; NAKAO et al., 1994).
A cirurgia radical é a única modalidade de tratamento com potencial
para cura (YAMAGUCHI et al., 1993; MATORY, GAYNOR, BRENNAN,
1993; SHIRAI et al., 1995; NAKEEB, LILLEMOE, CAMERON, 1995; YEO
et al., 1998). Há mais de um século, HALSTED (1900) realizou a primeira
ressecção local do câncer de papila duodenal maior. No ano de 1909, a
primeira duodenopancreatectomia parcial com sucesso foi realizada por
Kausch (WARSHAW, 2002; PRADERI, R.C., 1997). WHIPPLE, PARKINS,
MULLINS (1935) publicaram seus resultados obtidos na realização da
duodenopancreatectomia em dois tempos. Após este período, esta cirurgia
ganhou maior aceitação e posteriormente teve suas indicações ampliadas além
do tratamento do câncer de papila duodenal maior (YEO & CAMERON,
1999). Apesar da cirurgia radical ser o tratamento de escolha, a presença de
sinais de doença avançada modificam o tipo de tratamento (DELCORE et al.,
1989), podendo-se utilizar a paliação por método cirúrgico ou endoscópico
(SILVIS, 1993; FOWLER et al., 1999).
O fibroscópio de visão lateral foi primeiramente utilizado em 1970.
Através da duodenoscopia foi possível a realização de biopsias, o cateterismo
43
da papila duodenal maior e a prática da pancreatocolangiografia retrógrada
endoscópica (WALD & MILLIGAN, 1975; HIRSWCHOWITZ, 1988;
MACHADO, 2001). Este procedimento foi difundido no Brasil em 1972 e,
em 1984, a videoendoscopia trouxe as vantagens de gravar e arquivar as
imagens (MACHADO, 2001). A melhoria das imagens e dos acessórios
possibilitou uma melhor análise macroscópica das alterações da papila
duodenal maior, com maior reconhecimento dos tumores desta região. Além
disso, as biopsias passaram a integrar o exame da duodenoscopia, sendo
realizadas na tentativa de estabelecer um diagnóstico pré-operatório preciso, o
que, às vezes, é difícil de ser obtido (BEGER et al., 1999; ROBERTS et al.,
1999).
O diagnóstico endoscópico depende do aspecto macroscópico da papila
duodenal maior, que pode ser normal, vegetante ou ulcerado. (YAMAGUCHI,
ENJOJI, KITAMURA, 1990).
Segundo SKANDALAKIS et al. (1993) e ANDROULAKIS et al.
(2000), a visão intraluminal da papila duodenal maior a define como um
abaulamento na mucosa duodenal, localizada no ponto onde uma prega de
mucosa longitudinal encontra-se com uma prega transversal, formando um
“T” (Figuras 10, 11 e 12). Às vezes, a papila pode estar encoberta por uma das
44
ORIFÍCIO
PAPILA
PREGA LONGITUDINAL
PREGA TRANSVERSAL
Figura 11 - Prega longitudinal
Figura 10 - Esquema da anatomia da papila
Figura 12 - Prega transversal
45
pregas transversais ou ser confundida pela presença do divertículo duodenal,
dificultando, assim, a sua identificação. A localização da papila duodenal
maior é descrita, como situada na parede posteromedial da segunda porção do
duodeno, à direita da coluna lombar, relacionada com a segunda e terceira
vértebras lombares, distando aproximadamente de 7 a 10 cm do piloro
(SKANDALAKIS et al., 1993; ANDROULAKIS et al., 2000), sendo raro
encontrá-la na terceira porção duodenal (WOOD, 1966; SKANDALAKIS et
al., 1993). Adjacente à papila duodenal maior, encontra-se a ampola de Vater,
que, quando presente, corresponde à dilatação da confluência dos ductos biliar
e pancreático principal (AVISSE, FLAMET, DELATRE, 2000). A ampola de
Vater é uma estrutura anatomicamente individualizada na fase fetal (WOOD,
1966) e considerada inconstante na fase adulta (SKANDALAKIS et al., 1993;
AVISSE, FLAMET, DELATRE, 2000). WOOD (1966) afirmou não existir
uma ampola verdadeira, considerando a denominação de papila duodenal
maior como a terminologia ideal para esta região. A suspeita diagnóstica de
carcinoma de papila depende do aspecto macroscópico. YAMAGUCHI,
ENJOJI, KITAMURA (1990) utilizaram a classificação de Tasaka para avaliar
o aspecto da neoplasia papila pela duodenoscopia em 78 doentes, encontrando
46
13 casos do tipo intramural (papila aumentada com mucosa normal), 39 casos
do tipo protuso e exposto (papila aumentada com orifício irregular) e 26 casos
do tipo ulcerado. Em nosso estudo, utilizamos uma classificação adotada pelo
Serviço de endoscopia, cujo aspecto endoscópico mais comum foi o de papila
com mucosa normal e orifício irregular em 12 casos, lesão vegetante em 9
casos, lesão ulcerada em 6 casos e lesão infiltrativa em 3 casos.
Assim, no presente estudo, a duodenoscopia foi sugestiva de câncer de
papila em 26 doentes. Entre estes, um doente não era portador de câncer,
apesar do aspecto macroscópico da duodenoscopia ser do tipo ulcerado. A
sensibilidade deste teste diagnóstico foi de 86,2% e sua acurácia de 83,33%.
Portanto, apesar da aparência da lesão sugerir a presença de malignidade, este
dado não é conclusivo na distinção entre lesão maligna ou benigna
(BLACKMAN & NASH, 1985). O exame histopatológico é necessário para
definir o dignóstico; no entanto, este método apresenta uma acurácia variável
e, muitas vezes, limitada nas séries de casos. (WOHNRATH et al., 1988;
SAUVANET et al., 1997; KIMCHI et al., 1998).
As amostras podem não ser suficientes para confirmarem ou
descartarem a presença de câncer (BARDALES et al., 1998). Elas são obtidas
através de pinças de biopsia do tipo fórceps (SEIFERT, URAKAMI,
47
ELSTER, 1977). Assim, algumas propostas têm sido feitas com o intuito de
minimizar os erros diagnósticos. Uma delas é a repetição da biopsia
endoscópica várias vezes (LEESE et al., 1986), que, embora possa parecer
uma alternativa útil, às vezes prolonga o tempo de espera sem oferecer um
resultado conclusivo. Em um doente (obs. 29) de nossa Casuística foram
realizadas seis biopsias e, somente após 180 dias pôde-se obter um resultado
histopatológico de adenocarcinoma. Outros doentes (obs. 01, 10, 13, 14, 20,
21, 24, 25 e 30), também foram submetidos a várias biopsias em um período
que variou de 60 a 90 dias, até se obter a positividade do exame. Cada
resultado negativo colocou o cirurgião em situação de indecisão frente ao
doente, aumentando as dúvidas em relação à acurácia deste teste diagnóstico.
TORRE-BRAVO et al. (2001) encontraram uma acurácia de 84,6% no
diagnóstico endoscópico de carcinoma de papila e sugeriram o uso da
ecoendoscopia como investigação complementar no auxílio do diagnóstico
dos tumores de papila. GIOVANNINI et al. (1995), demonstraram que a
punção aspirativa por agulha fina guiada pela ecoendoscopia pode ser uma
opção durante a investigação diagnóstica. MENZEL et al. (1997) afirmaram
que a ultrassonografia intraductal é um exame com maior acurácia, comparado
à ecoendoscopia, na detecção dos tumores de papila.
48
A outra proposta para melhorar a acurácia do método endoscópico é de
oferecer ao patologista amostras maiores, realizando-se biopsias com alça de
polipectomia. Neste caso, porém, o endoscopista correria o risco de
complicações do procedimento, tais como hemorragia e perfuração
(PONCHON et al., 1989). Outros estudos enfatizaram a importância de
realizar biopsias repetidas após a papiloesfincterotomia, quando a primeira
biopsia for negativa (KOMOROWSKI et al., 1991; SEIFERT, SCHULTE,
STOLTE, 1992; PONCHON et al., 1989). PONCHON et al. (1989) referiram
que a realização da biopsia após a esfincterotomia, nos casos em que existe
abaulamento da papila com mucosa de aspecto normal, aumenta a
sensibilidade do exame. Mesmo com estas sugestões, priorizando algumas
táticas durante o exame endoscópico para a obtenção de uma amostra mais
adequada, o resultado histopatológico da biopsia endoscópica continua
limitado (KOMOROWSKI et al., 1991; MENZEL et al., 1999).
O diagnóstico histopatológico do carcinoma de papila duodenal maior
pode ser obtido através da biopsia intra-operatória, da citologia oncótica e da
biopsia endoscópica. ROSAI (1995) chama a atenção para o fato da biopsia
endoscópica não ser realizada superficialmente, pois existe o risco de não se
49
obter uma amostra das áreas com infiltração, resultando em um diagnóstico
inadequado (Figuras 13 e 14).
Segundo BUICE & WALKER Jr. (1989), a obtenção de um diagnóstico
correto em tumores periampulares ressecáveis é mais difícil, exatamente, por
serem tumores pequenos. A realização de biopsia intra-operatória por
duodenotomia pode levar a complicações, tais como hemorragia, fístula
pancreática, fístula duodenal e abscesso, principalmente se não for efetuada a
duodenopancreatectomia. Além disso, o índice de falso-negativo é superior a
30%. Um outro problema a ser levado em consideração é a possibilidade de
disseminação do tumor por manipulação direta do mesmo (BLUMGART &
KENNEDY, 1973, MAKIPOUR et al.,1975). No estudo de BACCHELLA
(1989), realizou-se a biopsia intra-operatória por duodenotomia em 6 doentes,
obtendo-se material para o estudo de congelação e para o estudo em parafina.
O estudo de congelação foi negativo para câncer em todos os casos.
Posteriormente, obteve-se o diagnóstico definitivo, que foi positivo para
câncer, e os doentes foram reoperados e submetidos à
duodenopancreatectomia parcial. A biopsia intra-operatória não foi indicada
50
Figura 13 - Representação superficial do epitélio colunar (H.E. - 100x)
Figura 14 - Superfície com infiltrado inflamatório polimorfonuclear (H.E. - 400x)
51
em nenhum doente em nosso estudo, pela possibilidade de complicações e de
resultado falso-negativo.
Em relação à utilização da técnica de citologia oncótica, embora a
confecção da lâmina seja mais simples e rápida, ela apresenta como limitação,
a avaliação da histologia. Através da citologia oncótica não é possível a
determinação do grau de diferenciação tumoral, da infiltração neoplásica ou
mesmo a confecção de novas lâminas para estudo imunohistoquímico
complementar, fato este de grande importância, sobretudo, no diagnóstico do
adenocarcinoma (KIMURA & OHTUBSO, 1978) que foi o tipo histológico
predominante nos casos deste estudo. COLLEONI NETO (1994), em um
estudo de esfregaço citológico das neoplasias periampulares, concluiu que a
utilização da citologia oncótica aumentava a sensibilidade da biopsia; no
entanto, nos quatro doentes com tumores de papila duodenal de sua casuística,
a biopsia endoscópica foi negativa em 1 caso, o mesmo caso em que a
citologia oncótica foi negativa, sendo o diagnóstico definitivo obtido através
de uma nova biopsia endoscópica.
A amostra tecidual obtida pela biopsia endoscópica revela alguns
cuidados de fundamental importância no diagnóstico destas lesões. A
representação superficial do tecido, observada em oito casos, evidenciou
52
apenas um epitélio com atipias nucleares; porém, na análise do espécime,
observou-se a presença de neoplasia francamente infiltrativa. Este fato revela
a importância da amostra profunda desta região, uma vez que o diagnóstico
histopatológico só é conclusivo com a observação de infiltração neoplásica,
não evidenciada em amostra superficial.
Para a melhor compreensão dos critérios diagnósticos utilizados em
anatomia patológica, faremos uma breve revisão da histologia da papila
duodenal maior. Esta estrutura é composta, na superfície duodenal, pela
camada mucosa, com epitélio de revestimento colunar, sustentada pela lâmina
própria e vascularizada por capilares e linfáticos. Está assentada sobre uma
fina camada muscular estriada, a muscular da mucosa. Entre a camada da
muscular da mucosa e a muscular própria, observa-se a submucosa,
constituída por tecido conjuntivo, rico em vasos sanguíneos e linfáticos. Mais
profundamente, a camada muscular é composta por fibras musculares lisas,
orientadas em padrão circular ou longitudinal. Em sua porção biliar, é
constituída por projeções epiteliais revestidas de epitélio colunar, por tecido
conjuntivo, por ductos pancreáticos acessórios a ácinos (FRIERSON Jr.,
1997). Segundo os critérios anatomopatológicos para o diagnóstico de
infiltração neoplásica da papila duodenal, deve-se ressaltar a alteração de sua
53
arquitetura, presença de ulceração e infiltração por células neoplásicas em
tecidos profundos, atipia nuclear, alteração da relação núcleo-citoplasmática
(cariomegalia) e embolia linfática e/ou vascular. O principal critério para o
diagnóstico em uma biopsia endoscópica, dadas as reduzidas dimensões da
amostra, é a infiltração por células neoplásicas, uma vez que a simples
presença de atipia e cariomegalia podem ser observadas em lesões
adenomatosas (SANCTIS & TAGLIAFERRI, 1968; FENOGLIO-PREISER,
2001).
Deve-se considerar como uma amostra adequada da papila duodenal,
aquela em que há representatividade da mucosa e da submucosa. Em várias
circunstâncias, porém, a amostra da biopsia endoscópica revela apenas epitélio
superficial como observado em 33,% dos casos em nosso estudo.
Quando se realiza a biopsia endoscópica superficialmente, o diagnóstico
de adenoma muitas vezes é errôneo, já que a presença de carcinoma na base
da lesão adenomatosa pode ocorrer (KOZUCA et al., 1981). Além disso, a
representatividade da amostra pode ser inexpressiva e o diagnóstico
inconclusivo retardar qualquer decisão terapêutica (KIMCHI et al., 1998).
BORGEOUIS et al. (1984), em um estudo retrospectivo, observaram
que as biopsias realizadas imediatamente após a papiloesfincterotomia
54
ofereciam uma amostra com tecido alterado pela secção diatérmica, gerando
dificuldades diagnósticas (Figuras 15 e 16). Portanto, diante da indicação de
papiloesfincterotomia, a biopsia deveria ser realizada somente após uma
semana do procedimento. Por outro lado, MENZEL et al. (1999) realizaram
um estudo prospectivo, onde observaram que a biopsia feita antes ou após a
papiloesfincterotomia não melhorava a acurácia do exame.
A demora na fixação do material e a utilização da eletrocoagulação
durante a papiloesfincterotomia e, conseqüentemente, na amostra tecidual
obtida pela biopsia, são outros fatores que prejudicam e, na maioria das vezes,
impossibilitam a análise histopatológica (SIVAK, 1988). Outro fator a ser
ressaltado é o padrão de crescimento da neoplasia, que pode comprometer a
profundidade do parênquima pancreático e elevar a mucosa duodenal
adjacente (Figura 17). Deve-se lembrar, ainda, que em alguns casos, como
ocorrem em outras topografias do trato gastrointestinal, a amostra periférica
de lesões ulceradas pode revelar adenomas (SEIFERT, SCHULTE, STOLTE,
1992), com variáveis graus de displasia e sem o critério maior, que é a invasão
tumoral por células neoplásicas (FRIERSON Jr.,1997).
Dos 30 doentes de nosso estudo, 29 eram portadores de adenocarcinoma
de papila duodenal maior, sendo predominante o de baixo, ou seja, o tumor
55
Figura 15 - Mucosa da papila com artefato de efeito térmico (H.E. - 100x)
Figura 16 - Glândula da superfície de revestimento papilar com artefato de efeito
térmico (H.E. - 400x)
Figura 17 - Adenocarcinoma infiltrando a profundidade da parede, recoberto por
mucosa duodenal (H.E. - 100x)
56
apresentava grande semelhança com o epitélio da papila duodenal não
neoplásico (Figuras 18 e 19), dificultando o seu reconhecimento em uma
pequena amostra durante a avaliação histológica. Na análise
anatomopatológica, deve-se lembrar, ainda, da desmoplasia (Figura 20), ou
seja, estes tumores de origem epitelial apresentam fatores de crescimento
fibroblástico (FGF) e vascular (VEGF), contribuindo para a proliferação de
tecido conjuntivo, resultando em áreas escassas ou em isolamento de células
tumorais, dificultando assim, sua identificação (GROSS & DEXTER, 1991;
ZHU et al., 2002).
Em nossa Casuística, 11 exames histopatológicos decorrentes de
biopsias endoscópicas foram negativos para câncer. Dentre estes, 10 biopsias
com resultado de processo inflamatório crônico não concordaram com o
diagnóstico final e 1 foi compatível com ausência de câncer, sendo a
sensibilidade deste exame de 65,5%, a taxa de falso-negativo de 34,5% e a
acurácia de 66,67%.
MENZEL et al. (1999) realizaram um estudo prospectivo para avaliar a
acurácia da biopsia endoscópica. Foram incluídos 40 casos nesse estudo. Após
a ressecção cirúrgica do tumor, confirmou-se que o diagnóstico
histopatológico pré-operatório foi correlato em 62% com as biopsias
57
Figura 18 - Adenocarcinoma com infiltrado inflamatório (H.E. - 40x)
Figura 19 - Glândulas neoplásicas com infiltrado inflamatório (H.E.-100x)
Figura 20 - Adenocarcinoma de padrão tubular, bem diferenciado com intensa reação desmoplásica (H.E. - 40x)
58
realizadas antes da papiloesfincterotomia e em 70% após o procedimento,
concluindo que a biopsia endoscópica é um exame limitado e que, apesar de
estudos retrospectivos sugerirem que a biopsia após a papiloesfincterotomia
melhora a acurácia no diagnóstico, tal fato não foi observado neste estudo.
KIMCHI et al. (1998) analisaram a acurácia do aspecto macroscópico
da papila duodenal maior pela duodenoscopia e a acurácia da biopsia
endoscópica na suspeita de neoplasia da papila duodenal maior. Neste estudo,
eles encontraram uma acurácia da duodenoscopia de 90% em relação à
acurácia da biopsia endoscópica que foi de 81%. Dos 21 doentes com
carcinoma, apenas 2 casos foram avaliados pela duodenoscopia e considerados
como alterações benignas da papila. Nessa série, as biopsias foram realizadas
na superfície da papila e em apenas 2 casos foi optado por realizar a biopsia
após a esfincterotomia.
No estudo de LEESE et al. (1986), foi demonstrada a dificuldade em se
obter um diagnóstico pré-operatório definitivo, sendo que em alguns casos o
diagnóstico foi obtido somente durante a laparotomia. Nesta série, todos os
exames endoscópicos foram realizados pelo mesmo examinador: 49 casos
foram diagnosticados como tumores periampulares; destes, 38 casos eram de
neoplasias (34 casos de carcinoma) e 11 eram de lesões inflamatórias, que não
59
puderam ser distinguidas endoscopicamente. A biopsia endoscópica foi
positiva para neoplasia em 28 dos 34 doentes com carcinoma.
Mesmo para patologistas experientes, a distinção entre lesão benigna e
maligna da papila às vezes é difícil e o diagnóstico endoscópico e
histopatológico são freqüentemente discordantes (YAMAGUCHI, ENJOJI,
KITAMURA, 1990).
O diagnóstico, qualquer que seja, é realizado através de um exame, que
pode determinar se um tratamento deva ou não ser indicado. No entanto, para
se estabelecer um diagnóstico preciso, deve-se lembrar que os testes utilizados
são instrumentos de probabilidade. Nas tabelas de contigência, os itens que
preenchem as caselas para avaliar o valor destes testes são geralmente
hipotéticos, em virtude da dificuldade de se obter um padrão ouro para melhor
avaliá-los. Isto acontece principalmente na prática médica, onde as questões
éticas são extremamente relevantes, o que dificulta a obtenção deste padrão
ouro (SIEGEL, 1975; FLETCHER, FLETCHER, WAGNER, 1996). Em
relação ao valor da acurácia, ele depende da certeza de existir ou não uma
doença. O teste diagnóstico ideal para definir qualquer conduta terapêutica
seria um teste altamente sensível e específico, porém, geralmente, isto não é
60
possível (SHEPS & SCHECHTER, 1984; FLETCHER, FLETCHER,
WAGNER, 1996).
Na série de 30 casos deste trabalho, ao se comparar os dois testes de
diagnóstico, verificou-se através da análise estatística, que pelo teste de Kappa
(p=0,102) não houve concordância significante entre eles. O teste de Mc
Nemar (p=0,118) revelou que as proporções de câncer e de processo
inflamatório não são significativamente diferentes entre os exames da
duodenoscopia e da biopsia endoscópica. Desta forma, em 50% dos casos não
há concordância entre esses exames. Ao se comparar a duodenoscopia e a
biopsia endoscópica, a duodenoscopia apresentou resultados melhores tanto na
sensibilidade e na taxa de falso-negativo, como na acurácia. Como esta
Casuística é selecionada, ou seja, apresenta alta prevalência de câncer de
papila duodenal maior, todos os cálculos que dependeram da ausência de
câncer de papila no espécime cirúrgico não puderam ser avaliados. Assim,
embora esses resultados sejam excelentes do ponto de vista clínico, não
permitem a avaliação estatística precisa das respostas negativas, tanto da
duodenoscopia como da biopsia endoscópica, ou seja, em relação à ausência
de câncer na peça operatória, os resultados encontrados não são
estatisticamente significantes, mas são clinicamente significativos.
61
A ausência de um diagnóstico pré-operatório definitivo no câncer de
papila duodenal maior continua a ser um problema para o cirurgião. Um erro
diagnóstico pode levar à indicação de grandes ressecções desnecessárias, com
chances de complicações e de óbito. Por outro lado, pode levar o cirurgião a
não submeter os reais portadores de carcinoma de papila à cirurgia, por falta
de confirmação diagnóstica pelo exame histopatológico da biopsia
endoscópica, o que implica na perda da oportunidade de cura do doente.
A análise da literatura mostrou que várias propostas, para a melhoria da
acurácia dos exames, têm sido sugeridas. Porém, até o momento, não existe
solução consensual para o problema em questão. Talvez, com o emprego da
ecoendoscopia rotineiramente ou com o advento da ultrassonografia
intraductal, possamos obter melhores resultados. A nosso ver, o aspecto
macroscópico tem grande valor na definição da conduta. Acreditamos que, na
persistência da dúvida diagnóstica, a duodenopancreatectomia seja a melhor
opção.
6 CONCLUSÃO
63
6 CONCLUSÃO
Em doentes com suspeita de câncer de papila duodenal maior,
submetidos à ressecção cirúrgica, o diagnóstico obtido pelo exame
endoscópico, realizado com finalidade de avaliar a macroscopia da papila
duodenal maior, apresentou maior sensibilidade do que o diagnóstico obtido
pelo resultado histopatológico do material proveniente da biopsia da papila
duodenal maior durante o exame endoscópico. Por outro lado, não houve
diferença estatisticamente significante entre a concordância e a discordância
dos testes diagnósticos analisados neste estudo.
ANEXOS
65
ANEXO A – TABELAS
TABELA A1 – Dados demográficos.............................................................. 66
TABELA A2 – Dados clínicos....................................................................... 67
TABELA A3 – Doenças associadas............................................................... 68
TABELA A4 – Avaliação macroscópica da papila pela duodenoscopia....... 69
TABELA A5 – Avaliação histopatológica do câncer de papila..................... 70
TABELA A6 – Avaliação do tamanho do tumor........................................... 71
TABELA A7 – Avaliação do tipo de tumor................................................... 72
TABELA A8 – Estadiamento do tumor......................................................... 73
TABELA A9 – Resultados dos testes diagnósticos ....................................... 77
ANEXO B – GRÁFICOS
GRÁFICO B1 – Avaliação do tamanho do tumor........................................ 74
GRÁFICO B2 – Avaliação do tipo de tumor................................................ 75
GRÁFICO B3 – Estadiamento do tumor...................................................... 76
66
TABELA A1- Dados demográficos
NOME RG SEXO IDADE COR
A.A.F. 10034620 M 55 Parda
A.B.N. 10031834 M 54 Parda
A.G.O. 629422 M 56 Branca
A.M.G. 459041 M 72 Branca
A.M.S 990358 M 48 Parda C.B. 985603 M 65 Branca D.C.S. 574291 M 56 Parda
D.G.S. 437420 F 57 Branca
D.L. 866144 F 44 Branca F.A.F. 10017874 M 69 Branca F.E.N. 625648 F 56 Parda G.C.F. 485873 F 73 Branca G.M. 1063263 M 65 Branca
I.M.U.C. 595912 F 65 Branca J.A.L. 398852 M 39 Branca
J.B.S.N. 1004334 M 52 Branca
J.J.S. 512719 M 60 Parda
J.P.F. 10001015 M 68 Branca
J.R.P 680691 M 55 Branca J.X.S.B. 701452 M 36 Branca M.N.C. 95949 F 53 Branca
M.N.M. 869749 M 55 Branca
M.P.L. 10028804 F 52 Branca M.S.J. 738560 F 56 Branca M.V.C. 550611 F 69 Branca
N.J.S. 1075109 M 48 Branca
N.L.S. 1076147 F 40 Branca
O.J.S. 846507 M 43 Branca
R.F.M 950344 M 67 Branca
RG: registro geral, F: feminino, M: masculino.
67
TABELA A2 - Dados clínicos
No Icterícia Emagrecimento Dor Prurido Febre Náusea/Vômito Anemia Hepatomegalia
1 - + - - + - + 6cm 2 + + - + - - - -
3 + + - + - - - 10cm 4 - + + - - + + - 5 + + - - - + + 5cm 6 + + - - - - - 10cm 7 + + - + - - - 4cm 8 + + + - - - - - 9 + + + + + + + 3cm 10 + - - - - - - 2cm 11 + + - - - + - 1cm 12 + + + + + + - - 13 + + - + - - - - 14 - + + - + - - 6cm 15 + + + + - - - 4cm 16 + + - - - + - 4cm 17 + + + + - - + 5cm 18 + + + + - + - - 19 + + + - - - - 6cm 20 + + + - - + - - 21 - + + - - - - 1cm 22 + + + - - + - 4cm 23 + + + - - - + 6cm 24 + + - + - - + 6cm 25 + - + - - + - - 26 + + + - - - - 2cm 27 + - + + - + - 4cm 28 + + - - - - - - 29 + + + - + + - 2cm 30 + + - + + - - -
+: presente, -: ausente
68
TABELA A3 - Doenças associadas
N˚ HAS DM ICO DPOC Pancreatite Tabagismo Etilismo Outros/Cirurgia pregressa
1 + - - - - + - - 2 - - - - - - - - 3 - - - + - - - - 4 - + - - - - - - 5 + + - - - - - - 6 - - - - - - - - 7 - - - - - - - - 8 - - - - - + + - 9 + - - - - + + - 10 + - - - - + + - 11 + - - - - - - - 12 - - - - - - + - 13 - - - - - - - Neurocisticercose 14 - - - - - - - - 15 + - - - - + + - 16 + - - - - - - - 17 - - - - - + - Amputação de reto 18 + - - - - - - - 19 + - - - - - - - 20 - - - - + + - 21 + - - - - - - - 22 - - - - - - - - 23 + - - - - - - Colecistectomia/Apendicectomia 24 - - - - - - - - 25 - - - - - - - - 26 - - - - - - - Colecistectomia 27 - - - - - - - - 28 - - - - - + - - 29 - - - - - - - - 30 - - - - - - - -
HAS: hipertensão arterial sistêmica, DM: diabetes mellitus, ICO: insuficiência coronariana, DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica, +: presente, -: ausente
69
TABELA A4 - Avaliação macroscópica da papila pela duodenoscopia
Tipo de lesão No %
Ulcerada 9 30,0
Vegetante 6 20,0
Infiltrativa 3 10,0
Papila com óstio irregular 12 40,0
Total 30 100,0
70
TABELA A5 - Avaliação histopatológica do câncer de papila
N˚ Tamanho do tumor Tipo histológico TNM Estadiamento
1 2,0 cm AMD T3N0M0 IIA 2 3,5 cm ABD T3N0M0 IIA 3 2,5 cm AMD T2N1M0 IIB 4 4,0 cm ABD T3N0M0 IIA 5 3,0 cm AMD T2N0M0 IB 6 3,0 cm APD T3N1M0 IIB 7 1,5 cm AMD T1N0M0 IA 8 2,5 cm ABD T3N1M0 IIB 9 3,0 cm ABD T2N0M0 IB 10 2,0 cm ABD T1N0M0 IA 11 3,0 cm ABD T4N1M0 III 12 1,3 cm ABD T3N1M0 IIB 13 0,3 cm APD T2N1M0 IIB 14 1,5 cm ABD T2N1M0 IIB 15 0,4 cm APD T3N0M0 IIA 16 1,5 cm AMD T2N0M0 IB 17 1,7 cm ABD T2N0M0 IB 18 2,0 cm ABD T1N0M0 IA 19 2,0 cm ABD T3N0M0 IIA 20 3,5 cm AMD T4N1M0 III 21 - proc. inflam. - - 22 3,0 cm ABD T4N1M0 III 23 1,5 cm ABD T1N0M0 IA 24 1,2 cm ABD T2N0M0 IB 25 1,2 cm ABD T3N0M0 IIA 26 2,0 cm AMD T3N1M0 IIB 27 0,5 cm AMD T2N1M0 IIB 28 1,3 cm ABD T2N1M0 IIB 29 1,5 cm ABD T3N0M0 IIA 30 2,5 cm ABD T4N0M0 III
ABD: adenocarcinoma bem diferenciado, AMD: adenocarcinoma moderadamente diferenciado, APD: adenocarcinoma pouco diferenciado, proc. inflam: processo inflamatório crônico
71
TABELA A6 – Avaliação do tamanho do tumor
Tamanho do Tumor No %
< 2,5 cm 18 62,1
> ou igual a 2,5 cm 11 37,9
Total 29 100,0 <: menor, >: maior
72
TABELA A7 – Avaliação do tipo de tumor
Tipos No %
ABD 18 62,1
AMD 8 27,6
APD 3 10,3
Total 29 100,0
ABD: adenocarcinoma bem diferenciado, AMD: adenocarcinoma moderadamente diferenciado, APD: adenocarcinoma pouco diferenciado
73
TABELA A8– Estadiamento do tumor
Estadiamento No %
IA 4 13,8
IB 5 17,2
IIA 7 24,1
IIB 9 31,0
III 4 13,8
IV 0 0,0
Total 29 100,0
74
GRÁFICO B1 – Avaliação do tamanho do tumor
>: maior, <: menor
< 2,5 cm62,1%
> ou igual a 2,5 cm37,9%
75
GRÁFICO B2 – Avaliação do tipo de tumor
ABD: adenocarcinoma bem diferenciado, AMD: adenocarcinoma moderadamente diferenciado, APD: adenocarcinoma pouco diferencido
62,1%
27,6%
10,3%
ABD
AMD
APD
76
GRÁFICO B3 – Estadiamento do tumor
IA13,8%
IB17,2%
IIA24,1%
IIB31,0%
III13,8%
IV0,0%
77
TABELA A9 - Resultados dos testes diagnósticos
No Duodenoscopia Bx. Endoscópica AP
1 neoplasia proc. inflam. adenoca 2 neoplasia neoplasia adenoca 3 neoplasia neoplasia adenoca 4 neoplasia neoplasia adenoca 5 neoplasia neoplasia adenoca 6 neoplasia neoplasia adenoca 7 neoplasia neoplasia adenoca 8 neoplasia neoplasia adenoca 9 neoplasia neoplasia adenoca 10 neoplasia proc. inflam. adenoca 11 proc. inflam. neoplasia adenoca 12 neoplasia neoplasia adenoca 13 neoplasia proc. inflam. adenoca 14 neoplasia proc. inflam. adenoca 15 proc. inflam. neoplasia adenoca 16 neoplasia proc. inflam. proc.inflam. 17 neoplasia neoplasia adenoca 18 proc. inflam. neoplasia adenoca 19 neoplasia neoplasia adenoca 20 neoplasia proc. inflam. adenoca 21 neoplasia proc. inflam. adenoca 22 neoplasia neoplasia adenoca 23 neoplasia neoplasia adenoca 24 neoplasia proc. inflam. adenoca 25 neoplasia proc. inflam. adenoca 26 proc. inflam. neoplasia adenoca 27 neoplasia neoplasia adenoca 28 neoplasia neoplasia adenoca 29 neoplasia proc. inflam. adenoca 30 neoplasia proc. inflam. adenoca
Proc. inflam: processo inflamatório crônico, Bx Endoscópica: biopsia endoscópica, AP: anatomopatológico, Adenoca: adenocarcinoma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDROULAKIS, J.; COLBORN, G.L.; SKANDALAKIS, P.N.;
SKANDALAKIS, L.J., SKANDALAKIS, J.E. Embryologic and
anatomic basis of duodenal surgery. - Surg. Clin. North Am., 80(1):171-
199, 2000.
AVISSE, C.; FLAMET J.B.; DELATRE, J.F. Ampulla of Vater - anatomic,
embriologic and surgical aspects. - Surg. Clin. North Am., 80(1):201-
213, 2000.
BACCHELLA, T. – Câncer da papila de Vater: resultados da
duodenopancreatectomia parcial e análise dos fatores prognósticos.
São Paulo, 1989. [Tese – Livre Docência – Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo]
80
BACZAKO, K.; BUCHLER, M.; BEGER, H.G.; KIRPATRICK, J.;
HAFERKAMP, O. Morphogenesis and possible precursor lesions of
invasive carcinoma of the papilla of Vater: epithelial dysplasia and
adenoma. - Hum. Pathol., 16(3):305-310, 1985.
BAKKEVOLD, K.E.; ARNESJO, B.; KAMBESTAD, B. Carcinoma of the
pancreas and papilla of Vater- assessment of resectability and factors
influencing resectability in stage I carcinomas. a prospective multicentre
trial in 472 patients. - Eur. J. Surg. Oncol., 18: 494-507, 1992.
BARDALES, R.H.; STANLEY, M.W.; SIMPSON, D.D.; BAKER, S.J.;
STEELE, C.T.; SCHAEFER, R.F.; POWERS, C.N. Diagnostic value of
brush cytology in the diagnosis of duodenal, biliary, and ampullary
neoplasms.- Am. J. Clin. Pathol., 109: 540-548, 1998.
BEGER, H. G.; TREITSCHKE, F.; GANSAUGE, F.; HARADA, N.; HIKI,
N.; MATTFELDT, T. Tumor of the ampulla of Vater. - Arch. Surg.,
134: 526-532, 1999.
81
BEGER, H.G.; STAIB, L.; SCHOENBERG, M.H. Ampullectomy for
adenoma of the papilla and ampulla of Vater. - Langenbecks Arch.
Surg., 383: 190-193, 1998.
BERTONI, G.; SASSATELLI, R.; NIGRISOLI, E.; BEDOGNI, G.
Endoscopic snare papillectomy in patients with familial adenomatous
polyposis and ampullary adenoma. - Endoscopy, 29: 685-688, 1997.
BINMOELLER, K.F.; BOAVENTURA, S.; RAMSPERGER, K.;
SOEHENDRA, N. Endoscopic snare excision of benign adenomas of the
papilla of Vater. - Gastrointest. Endosc., 39(2): 127-131, 1993.
BLACKBOURNE, L.H.; EARNHARDT, R.C.; SISTROM, C.L.; ABBITT,
P.; JONES, R.S. The sensitivity and role of ultrasound in the evaluation
of biliary obstruction. - Am. Surg., 60:683-690, 1994.
BLACKMAN, E. & NASH, S.V. Diagnosis of duodenal and ampullary
epithelial neoplasms by endoscopic biopsy: a clinicopathologic and
immunohistochemical study. - Hum. Pathol., 169: 901-910, 1985.
82
BLUMGART, L.H. & KENNEDY, A. Carcinoma of the ampulla of Vater and
duodenum. - Br. J. Surg., 60, 1:33-40, 1973.
BÓTTGER, T.C.; BODDIN, J.; HEINTZ, A.; JUNGINGER, T.
Clinicopathologic study for the assessment of resection for ampullary
carcinoma. - World J. Surg., 21(7): 379-383, 1997.
BOURGEOIS, N.; DUNHAM, F.; VERHEST, A.; CREMER M. Endoscopic
biopsies of the papilla of Vater at the time of endoscopic sphincterotomy:
difficulties in interpretation. - Gastrointest. Endosc., 30(3):163-166,
1984.
BRAMBS, H.J. & CLAUSSEN, C.D. Pancreatic and ampullary carcinoma.
Ultrasound, computed tomography, magnetic resonance, imaging and
angiography. - Endoscopy, 25:58-68, 1993.
BRANUM, G.D.; PAPPAS, T.N.; MEYERS, W.C. The management of
tumors of the ampulla of Vater by local resection. - Ann. Surg., 224:
621-627, 1996.
83
BUICE, W. & WALKER Jr., L.G. - The role of intra-operative biopsy in the
treatment of resectable neoplasm of the pancreas and periampullary region. -
Am. Surg., 55:307-310, 1989.
CHARETON, B.; COIFFIC, J.; LANDEN, S.; BARDAXOGLOU, E.;
CAMPION, J.P.; LAUNOIS, B. - Diagnosis and therapy for ampullary
tumors : 63 cases. - World J. Surg., 20: 707-712, 1996.
CHATURVEDI, P.; CHAMBERLAIN, R.S.; CHATURVEDI, U.;
KUWAJERWALA, N.K., GOSWAMI, G. Carcinoma of the ampulla of
Vater. Disponível em: <http: www.emedicine.com>. [15 telas]. Acesso
em: 23/01/03.
CLASSEN, M. & DEMILING, L. - Endoskopische sphinkterotomie der
Papilla Vateri und steinextraktion aus dem ductus chledocus. - Dtsch.
Med. Wochenschr., 99(11):496-497, 1974.
84
COLLEONI NETO, R. – Estudo citológico de amostras obtidas por
escovado endoscópico através da papila duodenal maior em doentes
portadores de colestase extra-hepática. São Paulo, 1994. – [Tese –
Mestrado - Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de
Medicina]
DAWSON, P.J.; PATHY, F.R.C.; CONNOLLY, M.M. Influence of site origin
and mucin production on survival in ampullary carcinoma. - Ann. Surg.,
210:173-179, 1989.
DELCORE, R. CONNOR, C.S.; THOMAS, J.H.; FRIESEN,S.; HERMECK,
A.S. Significance of tumor spread im adenocarcima of the ampulla of
Vater. - Am. J. Surg., 158:593-597, 1989.
DUPAS, J.L.; MARTI, R.; CAPRON, J.P.; DELAMARRE, J. Villous
adenoma of the duodenum: endoscopic diagnosis resection. - Endoscopy,
9:245-247, 1977.
85
FENOGLIO-PREISER, C.L. Inflamatory bowel disease. In: Gastrointestinal
pathology: an atlas and text. 2.ed. Philadelphia, Lippincott-Raven,
1999. p701-702.
FLETCHER, R.H.; FLETCHER, S.W.; WAGNER, E.H. Diagnóstico. In:
Epidemiologia clínica: elementos essenciais. 3.ed. Porto Alegre, Artes
Médicas, 1996. p52-83.
FOWLER, A.L.; BARHAM, C.P.; BRITTON, B.J.; BARR, H. Laser ablation
of ampullary carcinoma. - Endoscopy, 9(31): 745-747, 1999.
FRIERSON Jr., H. Gallblader and extrahepatic biliary system. In: Stemberg,
S. Histology for pathologists. 2.ed. Lippincott, New York. p603-609.
FRIESS, H.; WANG, L.; ZHU, Z., GERBER, R.; SCHRODER, M.;
FUKUDA, A.; ZIMMERMANN, A.; KORC, M.; BUCHLER, M.W.
Growth factor receptors are differentially expressed in cancers of the
papilla of Vater and pancreas. – Ann. Surg., 230(6):767-74, 1999.
86
GIOVANNINI, M.; SEITZ, J.F.; MONGES, G.; PERRIER, H.; RABBIA, I. -
Fine-Needle aspiration cytology guided by endoscopic ultrasonography:
results in 141 patients. - Endoscopy, 27: 171-177, 1995.
GOUMA, J.D; OBERTOP, H; VISMANS, J; WILLEBRAND, D, SOCTERS
B.P. - Progression of a benign epithelial ampullary tumor to
adenocarcinoma. - Surgery, 1014: 501-504, 1987.
GROSS, M.; DEXTER, M. Growth factors in development, transformation,
and tumorigenesis. – Cell, 64:271, 1991.
HALSTED, W.S. Contributions to the surgery of the bile passages, especially
of the common bile duct. - Bull. Johns Hopkins Hosp., 11(106):4-6,
1900.
HAYES, H.D.; BOLTON, S.J.; WILLIS, W.G.; BOWEN, C.J. Carcinoma of
the ampulla of Vater. - Ann. Surg., 206(5): 572-577, 1987.
87
HIRSCHOWITZ, B. The development and application of fiberoptic
endoscopy. – Cancer, 61:1935-1941, 1988.
HOYELA, C.; CUGAT, E.; VELOSO, E.; MARCO, C. Treatment options for
villous adenoma of the ampulla of Vater. - HPB Surg., 11:325-331,
2000.
HUIBREGTSE, K. & TYTGAT, G.N.J. Carcinoma of the ampulla of Vater:
the endoscopic approach. - Endoscopy, 20:223-226, 1988.
INTERNATIONAL UNION AGAINST CANCER (UICC) – Ampulla of
Vater. In: TNM, classification of malignant tumors. 6.ed. New York,
Wiley-Liss, 2002. p.90-92.
KIMCHI, N.A.; MINDRUL, V.; BROIDE, E.; SCAPA, E. The contribution of
endoscopy and biopsy to the diagnosis of periampullary tumors. -
Endoscopy, 30: 538-543, 1998.
88
KIMURA, W. & OHTSUBO, K. Incidence, sites of origin, and
immunohistochemical and histochemical characteristics of atypical
epithelium and minute carcinoma of the papilla of Vater. - Cancer, 61:
1394-1402, 1988.
KIVINIEMI, H.; MAKELA, J.; PALM, J.; SAARELA, A. Adenoma of the
Papillae of Vater: report of eleven cases. - HPB Surg., 11: 339-344,
2000.
KOMOROWSKI R.A., BEGGS B.K., GEENAN J.E., VENU R.P. Assessment
of ampulla of Vater pathology: an endoscopic approach. - Am. J. Surg.
Pathol., 15(12):1188-1196, 1991.
KOZUKA, S.; TSUBONE, M.; YAMAGUCHI, A.; HACHISUKA, K.
Adenomatous residue in cancerous papilla of Vater. - Gut, 22:1031-103,
1981.
LANDIS, J.R. & KOCH, G.G. The measurement of observer agreement for
categorical data. - Biometrics, 33:159-174, 1977.
89
LEESE T.; NEOPTOLEMOS J. P.; WEST K.P.; TALBOT I.C.; CARR-
LOCKE, D.L. Tumors and psedotumors of the region of the ampulla of
Vater: an endoscopic, clinical and pathological study. - Gut, 27:1186-1192,
1986.
MACHADO, C.C.M; CUNHA, M.E.J; BACCHELLA, T; CAMPOS, F.P.F;
LOPES, C.H., RAIA, A. Tumor benigno da papila. - Rev. Hosp. Clin.
Fac. Med. Sao Paulo, 37(2):88-91, 1982.
MACHADO, G. Endoscopia diagnóstica e terapêutica das vias bilipancreáticas.
In: A gastroenterologia no Brasil, subsídios para sua história até o ano
2000. 1.ed. Rio de Janeiro, RevinteR, 2001. p325-346.
MAKIPOUR, H.; COORPERMAN, A.; DANZI, J.T.; FARMER, G.R.
Carcinoma of the ampulla of Vater: review of 38 cases with emphasis on
treatment and prognostic factors. - Ann. Surg., 14: 341-344, 1975.
90
MALUF FILHO, F. – Contribuição da ecoendoscopia à avaliação das
neoplasias malignas do pâncreas e da papila duodenal maior . São
Paulo, 2000. [Tese – Doutorado – Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo]
MATORY, Y.L.; GAYNOR, J.; BRENNAN, M. Carcinoma of the ampulla of
Vater. - Surg. Gynecol. Obstet., 177: 366-370, 1993.
McCLUSKY III, D.A.; SKANDALAKIS, L.J.; COLBORN, G.L.;
SKANDALAKIS, J.E. Harbinger or hermit? Pancreatic anatomy and
surgery through yhe ages-part I. - World J. Surg., 26:1175-1185, 2002.
MENZEL, J.; HOEPFFNER, N.; SULKOWSKI, U.; REIMER, P.;
HEINECKE, A.; POREMBA, C.; DOMSCHKE, W. Polypoid tumors of
the major duodenal papilla: preoperative, histopathologically controlled
study. - Gastrointest. Endosc., 49(3):349-357, 1997.
91
MENZEL, J.; POREMBA, C.; DIETL, K.-H.; BöCKER, W.; DOMSCHKE,
W. Tumors of the papilla of Vater – inadequate diagnostic impact of
endoscopic forceps biopsies taken prior to and following sphincterotomy.
- Ann. Oncol., 10: 1227-1231, 1999.
MICHALANY, J. – Técnica histológica em anatomia patológica. 3.ed. São
Paulo, Ed. Michalany, 1998. p295.
NAKAO, A.; HARADA, A.; NONAMI, T.; KISHIMOTO, W.; TAKEDA, S.;
ITO, K.; TAKAGI, H. Prognosis of cancer of the duodenal papilla of
Vater in relation to clinicopathological tumor extension. -
Hepatogastroenterology, 41:73-78, 1994.
NAKAO, N.L.; SIEGEL, J.H.; STENGER, R.J.; GELB A.M. 1982; Tumors
of the ampulla of Vater: early diagnosis by intraampullary biopsy during
endoscopic cannulation, two case presentations and a review of the
literature. - Gastroenterology, 83:459-464, 1982.
92
NAKEEB, A.; LILLEMOE, K.D.; CAMERON, J.L. The role of
pancreaticoduodenectomy for locally recurrent or metastatic carcinoma to
the periampullary region. - J. Am. Coll. Surg., 180: 188-192, 1995.
NEOPTOLEMOS, J.P.; TALBOT, I.C.; SHAW, D.C.; CARR-LOCKE, D.L.
Long-Term survival after resection of ampullary carcinoma is associated
independently with tumor grade and a new staging classification that
assesses local invasiveness. – Cancer, 61:1403-1407, 1988.
NUNES Jr., J.A.T.; MATOS, P.G.; MOURA, M.M.S.; SOARES, J.R.;
VASCONCELOS, C.M.S.R.; SILVA, R.G. Adenoma da papila de vater –
relato de caso. - Rev. Bras. Cancerol., 39(4): 209-211, 1993.
PEREIRA-LIMA, L.; KALIL, A.N.; FALAVIGNA, L.; GRAZZ IOTIN, T.;
ROCHA, A. O. Ressecção local para neoplasias da papila de Vater? -
Rev. Col. Bras. Cir., 17(5): 110-113, 1990.
93
PERZIN, H.K & BRIDGE, F.M. Adenomas of the small intestine: a
clinicopathologic review of 51 cases and a study of their relationship to
carcinoma. - Cancer, 48:799-819, 1981.
PONCHON, T.; BERGER, F.; CHAVAILLON, A.; BORY, R.; LAMBERT,
R. Contribution of endoscopy to diagnosis and treatment of tumors of the
ampulla of Vater. - Cancer, 64(1):161-167, 1989.
PRADERI, P.C. History of pancreatic surgery. In: TREDE, M.; CARTER,
D.C. – Surgery of the pancreas. 2.ed. Churchill-Livingstone, New York,
1997. p3-16.
ROBERTS, R.H.; KRIGE, J.E.J.; BORNMAN, P.C.; TERBLANCHE, J.
Pancreaticoduodenectomy for ampullary carcinoma. - Am. Surg.,
65:1043-1048, 1999.
ROSAI, J. Pancreas and periampullary region. In: Ackerman’s surgical
pathology. 1.ed. Mosby, New York, 1995. p999-1003.
94
RYU, M.; KINOSHITA, T.; KONISHI, M.; KAWANO, N.; ARAI, Y.;
TANIZAKI, H.; CHO, M.H. Segmental resection of the duodenum
including the papilla of Vater for focal cancer in adenoma. –
Hepatogastroenterol., 43: 835-838, 1996.
SAKAROFAS, G.H. & SARR, M.G. Local excision of periampullary villous
tumouors of the duodenum. - Eur. J. Surg. Oncol., 25:90-93,1999.
SANCTIS, C. & TAGLIAFERRI, G. A critical appraisal based on a
histological study of the normal papilla of Vater. - Br. J. Surg., 55(4):
250:255, 1968.
SAUVANET, A.; CHAPUIS, O.; HAMMEL, P.; FLÉJOU, J.F.; PONSOT, P.;
BERNARDES, P.; BELGHITI, J. Are endoscopic procedures able to
predict the benignity of ampullary tumors? - Am. J. Surg., 174:355-358,
1997.
95
SCARPA, A.; CAPELLI, P.; ZAMBONI, G.; ODA, T.; MUKAI, K.;
BONETTI, F.; MARTIGNONI, G.; IACONO, C.; SERIO, G.;
HIROHASHI, S. Neoplasia of the ampulla of Vater, ki-ras and p53
mutations. - Am. J. Pathol., 142(4):1163-1172, 1993.
SCHLIPPERT, W.; LUCKE, D.; ANURAS, S.; CHRISTENSEN, J.
Carcinoma of the papilla of Vater: a review of fifty-seven cases. - Am. J.
Surg., 135:763-770, 1978.
SEIFERT, E.; SCHULTE, F.; STOLTE, M. Adenoma and carcinoma of the
duodenum and papilla of Vater: a clinicopathologic study. - Am. J.
Gastroenterol., 87(1): 37-42, 1992.
SEIFERT, E.; URAKAMI, Y.; ELSTER, K. Duodenoscopic guided biopsy of
the billiary and pancreatic duct. - Endoscopy, 9: 154-161, 1977.
SERRA, H.O.; COSTA, O.M.; ALVES Jr., A.; COUTO, M.J.A.A.; SILVA,
A.R. Adenoma viloso da ampola de Vater. - Rev. Hosp. Clin. Fac. Med.
Sao Paulo, 49(6): 256-258, 1994.
96
SHEMESH, E; NASS, S.; CZERNIAK, A. Endoscopic sphincterotomy and
endoscopic fulguration in the management of adenoma of the papilla of
Vater. - Surg. Gynecol. Obstet., 169:445-448, 1989.
SHEPS, S.B. & SCHECHTER, M.T. The assessment of diagnostic test. -
JAMA, 252(17):2418-2422, 1984.
SHIRAI, Y.; TSUKADA, K.; OHTANI, T., KOYAMA, S.; MUTO, T.;
WATANABE, H.; HATAKEYAMA, K. Carcinoma of the ampulla of
Vater: histopathologic analysis of tumor spread in Whipple
pancreatoduodenectomy specimens. - World J. Surg., 19:102-107, 1995.
SHIRAI, Y.; TSUKADA, K.; OHTANI, T.; HATEKEYAMA, K. Carcinoma
of the ampulla of vater: is radical lymphadenectomy beneficial to patients
with nodal disease? - J. Surg. Oncol., 61: 190-194, 1996.
SIEGEL, S. In: Estatística não paramétrica (para ciências do
comportamento). 1.ed. Brasil, McGraw Hill, 1975. p234.
97
SILVIS, S.E. Endoscopic snare papillectomy. - Gastrointest. Endosc.,
39(2):205-206, 1993.
SIVAK, M.V. Clinical and endoscopic aspects of tumors of the ampulla of
Vater. - Endoscopy, 20:211-217, 1988.
SKANDALAKIS, L.J.; ROWER JR, J. S.; GRAY, S.W.; SKANDALAKIS,
J.E. Embriologia e anatomia cirúrgicas do pâncreas. - Clin. Cir. Am.
Norte, 4:707-744, 1993.
STICCA, R.P.; WEATHERFORD, D.A.; McALHANY Jr., J.C. Carcinoma of
the ampulla of Vater: a community hospital experience. - Am. Surg., 62:
197-202, 1996.
STOLTE, M. & PSCHERER, C. Adenoma-carcinoma sequence in the papilla
of Vater. - Scand. J. Gastroenterol. 31: 376-382, 1996.
98
TALAMINI, M.A.; MOESINGER, R.C.; PITT, H.A.; SOHN, T.A.;
HRUBAN, R.H.; LILEMOE, K.D.; YEO, C.J. ; CAMERON, J.L.
Adenocarcinoma of the ampulla of Vater: a 28-year experience. - Ann.
Surg., 225 (5): 590-600, 1997.
TALBOT, I.C.; NEOPTOLEMOS, J.P.; SHAW, D.E.; CARR-LOCKE, D.
The histopathology and staging of carcinoma of the ampulla of Vater. –
Histopathology, 12:155-165, 1988.
TORRE-BRAVO; A., DOMINGUEZ-PEREZ, A.E., BERMUDES-RUIZ H.,
TORRES-VARGAS S, ALFARO-FATTEL LG. Endoscopic diagnosis of
tumor of Vater’s ampulla. - Gac. Med. Mex., 137(1):9-14, 2001.
WALD, A. & MILLIGAN, D.F. The role of fiberoptic endoscopy in the
diagnosis and management of duodenal neoplasms. - Dig. Dis. 20(6):
499-505, 1975.
99
WALSH, B.D; ECKAHAUSER, E.F; CRONENWETT, L.J; TURCOTTE,
G.J.; LINDENAUER, M.S. Adenocarcinoma of the ampulla of Vater. -
Ann. Surg., 195(2):152-157,1982.
WARSHAW, A.L. Revisiting our surgical heritage. - Ann. Surg., 131(4):470-
471, 2002.
WHIPPLE, A.O.; PARSONS, W.B.; MULLINS, C.R. Treatment of
carcinoma of the ampulla of Vater. - Ann. Surg., 102(4):763-779, 1935.
WOHNRATH, D.R.; PINTO, S. F. C.; POSSIK, R.A.; ABRÃO, A.
Carcinoma da papila de Vater: análise de 19 casos. - Acta Oncol.
Bras., 8:13-18, 1988.
WOOD, M.D. Anomalous location of the papilla of Vater. - Am. J. Surg.,
111:265-268, 1966.
100
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Classification of tumors. - Pathology
& Genetics of tumors of the digestive system. 1.ed. Lyon, Press.
2000, p206-214.
YAMAGUCHI K., ENJOJI M., KITAMURA K. Endoscopic biopsy has
limited accuracy in diagnosis of ampullary tumors. - Gastrointest.
Endosc., 36:588-592, 1990.
YAMAGUCHI, K. & ENJOJI, M. Adenoma of the ampulla of Vater: putative
precancerous lesion. - Gut, 32:1558-1561, 1991.
YAMAGUCHI, K. & ENJOJI, M. Carcinoma of the ampulla of Vater: a
clinicopathologic study and pathologic staging of 109 cases of carcinoma
and 5 cases of adenoma. - Cancer, 59(1): 506-515, 1987.
YAMAGUCHI, K.; NAGAI, E.; UEKI, T.; NISHIHARA, K.; TAMAKA, M.
Carcinoma of the ampulla of Vater. - Aust. N. Z. J. Surg., 63: 256-262,
1993.
101
YEO, C.J., SOHN, T.A., CAMERON, J.L., HRUBAN R.H., LILLEMOE
K.D., PITT H.A. Periampullary adenocarcinoma: analysis of 5-year
survivors. - Ann. Surg., 227(6):821-831, 1998.
YEO, C.J.; CAMERON, J.L. Improving results of pancreaticoduodenectomy
for pancreatic cancer. - World J. Surg., 23:907-912, 1999.
ZÁDOROVÁ, Z.; DVORAK, M.; HAJER, Q. Endoscopic therapy of benign
tumors of the papilla of Vater. - Endoscopy, 33(4): 345-347, 2001.
ZHU, J.W.; YU, B.M.; JI,YBZ; ZHENY, M.H.; LI, D.H. Up regulation of
vascular endothelial growth factor by hydrogen peroxide in humana colon
cancer. – World J. Gastrolenterol., 81(1):153-157, 2002.
102
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA – Terminologia anatômica.
São Paulo, 2001. 248p.
HERANI, M.L.G. – Normas para apresentação de dissertações e tese. São
Paulo, BIREME, 1990. 45p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Sumário: NBR-
6027. Rio de Janeiro, 1987. 3p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - Apresentação
de livros e folhetos: NBR-6029. Rio de Janeiro, 1980. 6p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - Apresentação
de originais: NB-1339. Rio de Janeiro, 1990 4p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - Apresentação
de relatórios técnico-científicos: NBR-10719. Rio de Janeiro, 1989.
16p.
103
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - Numeração
progressiva das seções de um documento: NBR-6024. Rio de Janeiro,
1980. 4p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Resumos:
NBR-6028. Rio de Janeiro, 1987. 3p.
INTERNATIONAL SERIALS DATA SYSTEM & INTERNACIONAL
ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION – Liste d’abréviations de
mots des titres de publications en série: conforme à ISO 4-1984/ List of serial
title word abbreviations: in accordance with ISO 4-1984. Paris, ISDS, 1985.
215p.
ABSTRACT
Carcinoma of the papilla of Vater is classified as periampullary cancer;
5% of all gastrointestinal tract malignant. Early and accurate diagnosis is
important for those patients with tumor of the papilla as the prognosis is more
favorable than others periampulary neoplasms. Endoscopically obtained
biopsies from suspicious papillas can establish an early and immediate
preoperative diagnosis, although even for skilled pathologists it is difficult to
distinguish carcinomas from non-invasive lesions on the basis of forceps
biopsies. The purpose of this study was to asses the preoperative diagnostic
accuracy of duodenoscopy appearance and biopsy in all suspicious of tumor.
Thirty patients with suspicious of carcinoma of the papilla of Vater and with
final diagnosis established by Whipple’s procedure were included in this
retrospectively study. In each case, a comparison was made between
endoscopic biopsy and duodenoscopy appearance. A final diagnosis was
established by surgical specimen. After surgery the resected tumors of the
papilla of Vater were definitely diagnosed as adenocarcinomas in 96.7% (29
patients) and inflammatory non-neoplastic lesion in 3.3% (01 patient).
Duodenoscopic appearance accuracy for malignancy was 83,32%. One case
was diagnosed falsely as positive by duodenoscopy appearence. Endoscopic
biopsy accuracy was 66,6%. When we compared both methods, we noticed
that concordance value was 50%.
APÊNDICE
Carcinoma of the papilla of Vater - Are endoscopic appearance and endoscopic biopsy discordant? Endoscopy diagnosis in carcinoma of the papilla of Vater Michelle Lucinda Gonçalves de Oliveira, MD, Assistent Surgeon from Division of
Gastrointestinal Surgery, Federal University of São Paulo.
Gaspar de Jesus Lopes Filho, MD, Ph.D, Professor from Division of Gastrointestinal
Surgery, Federal University of São Paulo.
Tarcisio Triviño, MD, Ph.D, Professor and Head from Division of Gastrointestinal Surgery,
Federal University of São Paulo.
Department of Surgery, Division of Gastrointestinal Surgery
Escola Paulista de Medicina
Federal of Sao Paulo University (UNIFESP-EPM)
Grant Support: FADA/UNIFESP, CAPES Presented at the AHPBA Congress 2003, Feb 27th-March 03th, Miami-FL
Author correspondence: Michelle L. G. de Oliveira Address: Rua Pedro de Toledo 1222,134 Vila Clementino, São Paulo-SP Brazil Zip code:04039003 Telephone: 55 11 55713626 Email:[email protected]
Abstract Carcinoma of the papilla of Vater is classified is periampullary cancer and represents 5% of
all gastrointestinal tract malignancy. Early and accurate diagnosis is important for those
patients with a tumor of the papilla as the prognosis is more favorable than in other
periampullary neoplasms. Endoscopically obtained biopsies from suspicious papillas can
establish an early and immediate preoperative diagnosis, although even for skilled
pathologists it is difficult to distinguish carcinomas from non-invasive lesions on the basis
of forceps biopsies.The purpose of this study was to assess the preoperative diagnostic
accuracy of duodenoscopy appearance and biopsy in all cases with suspicion of tumor.
Thirty patients with suspicions of carcinoma of the papilla of Vater and with final diagnosis
established by Whipple’s procedure were included in this retrospective study. In each case,
a comparison was made between endoscopic biopsy and duodenoscopic appearance.
Duodenoscopic appearance sensitivity and accuracy for malignancy was 86.2% and 83,3%.
Endoscopic biopsy sensitivity and accuracy was 65.5% and 66.6%. Preoperative diagnosis
of carcinoma of the papilla of Vater is mandatory for making therapeutic decisions. In this
series, endoscopic biopsy was more limited than endoscopic appearance in preoperative
diagnosis of carcinoma of the papilla of Vater.
Key words: endoscopic biopsy, digestive endoscopy, carcinoma, tumors of the papilla of Vater
Introduction
Carcinoma of the papilla of Vater represents about 1% of all epithelial malignancies and
5% of all carcinomas in the gastrointestinal tract1. In clinical practice, four types of tumors
are described as periampullary neoplasms: carcinoma of the papilla of Vater; cancer at the
head of the pancreas, cancer of the distal bile duct and cancer of the duodenum. As in the
colon, it appears that carcinomas of the papilla of Vater arise from precancerous lesions.
Many reports have indicated the premalignant nature of adenomas and the high rate of
association with focal cancer1,2,3,4. The neoplasm in the papilla of Vater can be diagnosed
early and, unlike other periampullary neoplasms, has a good prognosis after surgical
therapy5,6,7. However, an accurate preoperative diagnosis is essencial to select the right
patients and the most appropriate treatment8 because after a complete surgical resection the
five-year survival rate can be expected to be approximately 40%6,9. Endoscopically
obtained biopsies from suspicious papillas can establish an early and immediate
preoperative diagnosis, although even for skilled pathologists it is difficult to distinguish
carcinomas from non-invasive lesions on the basis of forceps biopsies8,10,11. The purpose of
this review was to assess the preoperative diagnostic accuracy of duodenoscopic
appearance and endoscopic biopsy in all cases with a suspicion of tumor.
Patients and Methods
Patients
Thirty patients with suspicion of carcinoma of the papilla of Vater and with final diagnosis
established by Whipple’s procedure were included in this retrospective study. In each case,
a comparison was made between endoscopic biopsy and duodenoscopic appearance. A final
diagnosis was established by surgical specimen. All endoscopically obtained biopsies of the
papilla of Vater were performed at the Hospital São Paulo-Federal São Paulo University
between June 1981 and October 2002. Clinical data are show in Table 1.
Methods
Endoscopic procedures were carried out at the Endoscopy Sector of the Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM). The exams were
done by the team of endoscopists of São Paulo Hospital, using a videoduodenoscope with a
lateral vision (Pentax). In the presence of papilla alteration (Figure 1), such as irregularity
of mucosa, dyschromy, areas of granulation, ulceration or vegetation, a biopsy was carried
out, removing about five fragments, preferably from the edges and center of the lesion.
Then the collected material was conditioned in a flask with 10% formol, identified and sent
on to the department of pathological anatomy. A papillotomy was performed selectively in
cases in which there was no plan for surgical treatment or when the patient developed
colangitis.
The material coming from the endoscopic biopsy (Figure 2) and from the surgical specimen
(Figure 3) was received, and a histological analysis carried out after the preparation of the
material for making slides. All of the histological sections cut were stained with
hematoxylin-eosin and examined by two pathologists responsible for the evaluation of
histological degree and final diagnosis. These pathologists did not know the clinical data of
the patients. Their diagnoses were independent and established on the basis of criteria
generally used in pathological anatomy. To determine the diagnosis of malignancy in
lesions of the major duodenal papilla, neoplasic invasion of the wall, presence of nuclear
atypia, disturbance of the architecture and lymphatic and/or perineural invasion were
considered.
Results obtained by duodenoscopy and endoscopic biopsy were analyzed to
determine the accuracy and agreement and disagreement between them. The accuracy and
sensitivity of the diagnostic methods was evaluated for malignancy. In addition, we
calculed the concordance and discordance of diagnostic methods by Kappa’s test and Mc
Nemar’s test respectively. The level of statistical significance was p< 0.05.
Results
In the comparative analysis of duodenoscopic and anatomopathological diagnosis of cancer
of the papilla, for 30 patients, the test was positive in 26, that is, the macroscopic
appearance of the greater duodenal papilla was suggestive of cancer in 26 patients.
However, the test gave a false positive in one case. The test was negative in 4 cases,
meaning absence of macroscopic cancer, thus meaning false negatives in these cases. The
table 2 shows these findings. Analysis of the data revealed the sensitivity of this diagnostic
test to be 86,2%, the false negative to be 13,8, yielding a positive predictive value of 96%
and accuracy of 83,3% (Mc Nemar p=0,375).
Concerning the comparative analysis of endoscopic biopsy and
anatomopathological diagnosis for cancer of the papilla, the test was found to be positive in
19 patients, that is, a diagnosis of cancer of the greater duodenal papilla was confirmed,
thus giving a true positive. In 11 patients, the test was negative, that is, did not confirm the
diagnosis of cancer of the greater duodenal papilla. In fact, the test gave a false negative in
10 patients and a true negative in 1 case. The Table 3 shows these findings. Analysis of the
results reveals a sensitivity of 65.5% , a false negative rate of 34,5% and accuracy of 66.6%
(Mc Nemar p=0,002).
In the comparative analysis of the tests (Table 4), agreement was evaluated
according to the Kappa test, resulting in agreement of 50% (K=0,243 p=0,102). In addition,
distribution of disagreement was evaluated according to the Mc Nemar Test (p= 0, 118).
Discussion
The importance of early diagnosis of cancer of the papilla rests in the fact that this
type of cancer has high resectability and survival rates when compared with malignancies
of the pancreas and biliary tree12,13. The duodenopancreatectomy (PD) with or without the
preservation of the pylorus has shown a mortality rate of less than 5% in reference centers
with the reduction in the rate of complications beginning in the 1990s13,14,15.
In clinical practice, surgeons seek a definitive preoperative diagnosis in identifying
PD, however, histopathological diagnosis needed before surgery is limited and the
possibility of obtaining an inconclusive biopsy continues to be a problem for the
surgeon16,17. Until the 1980s, most tumors of the papilla were diagnosed during laparotomy
or autopsy11. Nowadays the development of digestive endoscopy has contributed to the
diagnosis of alterations in the greater duodenal papilla17,18,19. Endoscopy and biopsies from
a suspicious papilla can establish a preoperative diagnosis in that at times the tumor is not
visualized, but an inflamed rounded papilla may be seen17. Ponchon et al.19 report that
biopsies by snare resection improve biopsy quality, but can increase the chance of
complications such as hemorrhaging. In addition, Bourgeois et al.20 point out that biopsies
done after sphincterotomy may be necrotic and inconclusive. In a prospective study Menzel
et al.8 observed that endoscopic biopsies obtained from tumors of the papilla of Vater prior
to and after sphincterotomy do not allow for adequate prospective diagnosis. They
recommend that biopsies be carried out on tumoral lesions of the papilla both on the surface
and in the depths. In the presence of a negative biopsy with duodenoscopic evidence of
tumoration, other more sophisticated exams like intraductal ultrasonography should be used
to define the diagnosis8.
The result coming from endoscopic diagnosis and that from the histopathology of the
endoscopic biopsy can disagree21,22. However the diagnostic accuracy of this procedure is
variable11 and it has been reported to be from 45 - 85%21.
In the present study when we compare diagnostic tests using the Kappa test, we found
agreement between duodenoscopy and endoscopic biopsy (perhaps reflecting sample size)
to be no significant (P=NS). When we checked test disagreement, we found that the
proportions of cancer and of inflammatory process do not significantly disagree between
the duodenoscopic and endoscopic biopsy diagnostic tests according to the Mc Nemar test
(P=NS).
Kimchi et al.11 evaluated the accuracy of the duodenoscopic exam and of endoscopic
biopsy. In relation to the diagnosis of the presence of carcinoma in 21 patients,
duodenoscopy was more accurate than endoscopic biopsy (90% versus 81%). Another
study revealed that the sensitivity of endoscopic biopsy for cancer diagnosis was 70.5%,
where false negatives by diagnosis of inflammatory process show up as inconclusive due to
the presence of necrotic tissue23.
In our study, duodenoscopy was the instrument with better accuracy in the diagnosis of
cancer of the papilla when compared with endoscopic biopsy (83.3% versus 66.6%). The
false negative rate and sensitivity of the duodenoscopic exam were respectively 13.8% and
86.2%. This result has had an impact on clinical practice in our service. Even using other
diagnostic methods, we still find ourselves with the same problem reported by other earlier
studies16,17, due to the indication of surgical treatment without histopathological
confirmation in some cases. In this light, a patient underwent PD showing a duodenoscopy
positive and a histopathological biopsy negative for cancer of the papilla. The analysis of
the surgical specimen established the absence of cancer. The absence of a definitive
preoperative diagnosis can lead to undue interventions.
Despite the development of endoscopic techniques, it would appear that the accuracy of
endoscopic biopsy remains limited. An error in the interpretation of the diagnostic
instrument can yield inadequate patient treatment8,18.
Conclusion
In conclusion, preoperative diagnosis of carcinoma of the papilla of Vater is
requisite for making therapeutic decisions. In this series of cases, endoscopic biopsy proved
more limited than endoscopic appearance in the preoperative diagnosis of carcinoma of the
papilla of Vater.
Acknowledgments
The authors are grateful to Ricardo Artigiani Neto, MD from Department of
Pathology and Nelson Sato, MD from Division of Gastrointestinal Endoscopy. They would
also like to thank to FADA/UNIFESP and CAPES for financial support.
References
1. Baczako K, Buchler M, Beger HG, Kirpatrick J, Haferkamp O. Morphogenesis and
possible precursor lesions of invasive carcinoma of the papilla of Vater. Hum Pathol
1985;16(3):305-310.
2. Blackman E, Nash SV. Diagnosis of duodenal and ampullary epithelial neoplasm by
endoscopic biopsy: a clinicopathologic and immunohistochemical study. Hum Pathol
1985;16(9):522-530.
3. Yamaguchi K, Enjoji M. Carcinoma of the ampulla of Vater, a clinicopathologic
study and pathologic satging of 109 cases of carcinoma and 5 cases of adenoma.
Cancer 1987;59(1):506-515.
4. Ryu M, Kinoshita M, Kawano N, aria Y, Tanizaki H, Cho MH. Segmental resection
of the duodenum including the papilla of Vater for focal cancer in adenoma. Hepato-
Gastroenterology 1996;43:835-838.
5. Yamaguchi K, Nagai E, Ueki T, Nishihara K, Tamaka M. Carcinoma of the ampulla
of Vater. Aust N Z J Surg 1993;63:256-262.
6. Skordilis P, Mouzas IA, Dimoulius PD, Alexandrakis G, Moschandrea J,
Kouroumalis E. Is endosonogrphy an effective method for dettetion and local staging
of the ampullary carcinoma? A prospective study. BMC Surgery 2002;2:1(8 screens).
Available from : URL:http://www.biomedcentral.com/1471-2482/2/1
7. Bottger TC, Boddin J, Heintz A, Junginger T.Clinicopathologic study for the
assessment of resection for ampullary carcinoma. World J Surg 1997;21:379-383.
8. Menzel J, Poremba C, Dietl K, Bocker W, Domschke W. Tumors of the papilla of
Vater-inadequate diagnostic impct of endoscopic forceps biopsies taken prior to and
following sphincterotomy. Ann Oncol 1999;10:1227-1231.
9. Yeo CJ, Sohn TA, Cameron, JL, Hruban RH, Lillemoe KD, Pitt HA. Periampullary
adenocarcinoma-analysis of 5-year survivors. Ann Surg 1998;227(6):821-831.
10. Leese T, Neoptolemos J, West KP, Talbot IC, Carr-Locke DL. Tumors and
psedotumors of the region of the ampulla of Vater: an endoscopic, clinical and
pathological study. Gut 1989;27:1186-1192.
11. Kimchi NA, Mindrul V, Broide E, Scapa E. The contribution of endoscopy and
biopsy to the diagnosis of periampullary tumors. Endoscopy 1998;30(6):538-543.
12. Sticca RP, Weatherford DA, McAlhany JCJr. Carcinoma of the ampulla of Vater: a
community hospital experience. Am Surg 1996;3(62):197-202.
13. Talamini MA, Moesinger RC, pitt HA, Sohn TA, Hrubam RH, Lillemoe KD, Yeo
CJ, Cameron JL. Adenocarcinoma of the ampulla of Vater. Ann Surg
1997;225(5):590-600.
14. Chareton B, Coiffic J, Landen S, Bardaxoglou E, Campion JP, Lanouis B. Diagnosis
and therapy for ampullary tumors: 63 cases. World J Surg 1996;20:707-712.
15. Shirai Y, Tsukada K, Ohtani T, Koyama S, Muto T, Watanabe H, Hatakeyama K.
World J Surg 1995;19:102-107.
16. Buice W, Walker LGJr. The role of intra-operative biopsy in the treatment of
resctable neoplasm of the pancreas and periampullary region. Am Surg 1989,55:307-
310.
17. Nakao NL, Siegel JH, Stenger RJ, Gelb Am. Tumors of the ampulla of Vater: early
diagnosis by intraampullary biopsy during endoscopic cannulation. Gastroenterology
1982;83:459-464.
18. Komorowski RA, Beggs BK, Geenan JE, Venu RP. Assessment of ampulla of Vater
pathology.An endoscopic approach. Am J Surg Pathol1991;15(12):1188-1196.
19. Ponchon T, Berger F, Chavaillon A, Bory R, Lambert R. Contribuition of endoscopy
to diagnosis and treatment of tumors of the ampulla of Vater. Cancer 1989;64:161-
167.
20. Bourgeois N, Duham F, Verhest A, Cremer M. Endoscopic biopsies of the papilla of
Vater at the time of endoscopic sphincterotomy: difficulties in interpretation.
Gastrointest Endosc 1984;30(3):163-166.
21. Yamaguchi K, Enjoji M, Kitamura K. Endoscopic biopsy has limited accuracy in
diagnosis of ampullary tumors. Gastrointest Endosc 1990;36:588-592.
22. de la Torre-Bravo A, Dominguez-Perez AE, Bermudes-Ruiz H, Torres_Vargas S,
Alfaro-Fattel LG. Endoscopic diagnosis of tumor of Vater’s ampulla. Gac Med Mex
2001;137(1):9-14.
23. Moreira VF, San Roman Al, Merono E, Arribas R, Martin de Argila C, Sampedro J,
Graus J. Rev Esp Enf Digest 1991;79(3):181-185.
Table 1 – Clinical data
No. Jaundice Weight
loss Pain Pruritis Fever Nausea Anemia Hepatomegaly
1 - + - - + - + 6cm 2 + + - + - - - -
3 + + - + - - - 10cm 4 - + + - - + + - 5 + + - - - + + 5cm 6 + + - - - - - 10cm 7 + + - + - - - 4cm 8 + + + - - - - - 9 + + + + + + + 3cm
10 + - - - - - - 2cm 11 + + - - - + - 1cm 12 + + + + + + - - 13 + + - + - - - - 14 - + + - + - - 6cm 15 + + + + - - - 4cm 16 + + - - - + - 4cm 17 + + + + - - + 5cm 18 + + + + - + - - 19 + + + - - - - 6cm 20 + + + - - + - - 21 - + + - - - - 1cm 22 + + + - - + - 4cm 23 + + + - - - + 6cm 24 + + - + - - + 6cm 25 + - + - - + - - 26 + + + - - - - 2cm 27 + - + + - + - 4cm 28 + + - - - - - - 29 + + + - + + - 2cm 30 + + - + + - - -
Table 2 - Comparison of duodenoscopy and malignancy
Cancer of Papilla
Duodenoscopy Present Absent Total
Positive 25 1 26
Negative 4 0 4
Total 29 1 30
Table 3 – Comparison of endoscopic biopsy and malignancy
Endoscopic Cancer of the Papilla
Biopsy Present Absent Total
Positive 19 0 19
Negative 10 1 11
Total 29 1 30
Table 4 – Comparison of the results of duodenoscopy test and endoscopic biopsy test
Duodenoscopy
cancer inflam. Total
Endoscopic
Biopsy N % N % N %
cancer 15 50,0 4 13,3 19 63,3
inflam. 11 36,7 0 0,0 11 36,7
Total 26 86,7 4 13,3 30 100,0
Inflam.= chronic inflammatory process
Legends
Figure 1 - Endoscopy appearance. An ulcerating tumor of the papilla of
Vater.
Figure 2 – Histologic section of a lesion from the papilla of Vater
obtained by endoscopic biopsy. Chronic inflammation and stromal
fibrosis (hematoxylin and eosin, x100)
Figure 3 – Resection specimen showing carcinoma of the papilla of the
Vater
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas
Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo