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Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ano lectivo de 2010/2011 Casos práticos de devolução

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Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADOAno lectivo de 2010/2011Casos prticos de devoluo

Maria Helena BritoI.DEVOLUO SIMPLES

a)Retorno

1 Caso FORGO (1878)

Por morte de Forgo, cidado bvaro, residente havia muitos anos em Frana, discutiu-se junto de tribunais franceses o direito sucesso nos seus bens mveis.

face do direito material francs, o Estado Francs teria o direito a recolher esses bens, por o de cujus no ter deixado parentes com direito sucesso.

De acordo com o direito material bvaro, seriam chamados herana os colaterais do de cujus.

A norma de conflitos francesa mandava regular a sucesso mobiliria pela lei do ltimo domiclio do de cujus.

Dado que, face da lei francesa, Forgo no adquirira domiclio em Frana , o direito internacional privado francs submetia a sucesso lei bvara por ser a lei do domiclio de origem do interessado.

A Cassation francesa, ao aplicar a lei bvara, atendeu norma de conflitos contida nessa lei, que, por sua vez, mandava regular a sucesso pela lei do ltimo domiclio de facto do de cujus, logo, neste caso, pela lei francesa, pois era em Frana que Forgo se encontrava domiciliado de facto no momento da sua morte.

O tribunal francs, aceitando a remisso operada pela lei bvara para a lei francesa, aplicou o direito material francs, atribuindo ao Estado Francs os bens deixados por Forgo.

2 Caso ALLARD (1952)

Por morte de A, de nacionalidade francesa, que faleceu com residncia habitual em Portugal, discutiu-se em tribunais portugueses uma questo relativa sucesso dos seus bens mveis e imveis situados em Portugal.

De acordo com o direito material portugus, tendo A. morrido sem descendentes, tinha M.R., me do de cujus, direito legtima (artigo 1787 do Cdigo Civil de 1867). Face lei francesa esse direito no lhe assistia devido ao facto de esta no o reconhecer aos pais naturais.

A norma de conflitos portuguesa mandava regular a sucesso pela ltima lei nacional do autor da herana, no caso a lei francesa.

No direito francs, a norma de conflitos sujeita a sucesso mobiliria lei do ltimo domiclio do de cujus e a sucesso imobiliria lex situs.

O tribunal portugus, aceitando a devoluo, submeteu a questo lei material portuguesa, como lei do ltimo domiclio do de cujus, em relao aos bens mveis, e a ttulo de lex situs, no que respeita aos imveis.

*

**

A ser julgado em frana o caso Allard, a norma de conflitos francesa remetia a soluo da questo para o direito portugus. Mas o tribunal francs, ao praticar devoluo simples, e aplicando a norma de conflitos portuguesa, acabaria por considerar competente o direito material francs.

Assim, a circunstncia de o S.T.J. ter aceite a devoluo no conduziu harmonia de julgados, antes prejudicou o acordo entre as duas leis interessadas.

b)Transmisso de competncia

1 Deciso do Reichsgericht de 8 de Novembro de 1917

Por morte de X, cidado belga, falecido em S. Petersburgo, que deixara bens imveis na Rssia, discutiu-se em tribunais alemes o destino desses bens.

A norma de conflitos alem submete a sucesso ltima lei nacional do autor da herana.

Tanto o direito de conflitos belga, como o direito de conflitos russo, sujeitam a sucesso imobiliria lex situs.

O tribunal alemo, praticando devoluo simples, aceitou a remisso operada pela lei belga para a lei russa, submetendo assim a questo lei russa, a ttulo de lei do lugar da situao dos imveis.

*

**

Soluo idntica dos tribunais alemes seria seguida, quer em tribunais russos, quer em tribunais belgas. Com efeito, a lei belga manda aplicar a lei russa e esta por sua vez considera-se competente. A devoluo simples praticada pelos tribunais alemes conduziu pois, neste caso, harmonia de julgados.

II.DUPLA DEVOLUO

1 Caso ANNESLEY (1926) Em tribunais ingleses, discutiu-se a validade intrnseca do testamento feito pela Sr. Annesley, cidad britnica, que falecera com o seu ltimo domiclio (segundo o direito ingls) em Frana.

face do direito interno ingls, o testamento seria vlido; face da lei interna francesa, o testamento era impugnvel, por a testadora, que deixou descendentes, no ter respeitado a reserva legitimria que a lei francesa estabelece em favor dos filhos.

O tribunal ingls aplicou ao caso a norma de conflitos inglesa que mandava regular a sucesso mobiliria (incluindo a questo de validade intrnseca do testamento pelo qual se dispe de bens mobilirios) pela lei do ltimo domiclio do testador.

Dado que a Sr. Annesley estava domiciliada em Frana, face das regras inglesas sobre o domiclio, seria a francesa a lei competente para a questo.

O tribunal ingls entendeu esta remisso para o direito francs no sentido de que a causa deveria ser julgada em Inglaterra tal como a julgaria um tribunal francs.

Para saber como um tribunal francs julgaria a questo, haveria que atender s normas de conflitos franceses, tal como o tribunal as aplicaria.

Ora, o juiz ingls, o juiz Russel, considerou que o direito internacional privado francs submetia a sucesso mobiliria de um estrangeiro no domiciliado em Frana na perspectiva do direito francs lei da sua nacionalidade . face do direito internacional privado francs seria, pois, considerado competente o direito ingls.

O tribunal ingls considerou que a jurisprudncia francesa aceita a devoluo na forma de devoluo simples, pelo menos nos casos de retorno.

Assim, o juiz ingls foi levado a concluir que um tribunal francs sujeitaria a questo da validade intrnseca do testamento da Sr. Annesley lei interna francesa, aceitando a devoluo do direito ingls para a lei francesa.

E, propondo-se julgar a causa tal como a julgaria um tribunal francs, o tribunal ingls aplicou questo a lei interna francesa.

2 Caso ROSS (1930)

A Sr. Ross, cidad britnica, morreu com ltimo domiclio em Itlia tanto segundo o direito ingls como segundo o direito italiano , a deixando bens mveis e imveis.

Discutindo-se em tribunais ingleses a validade intrnseca do testamento pelo qual a Sr. Ross dispunha de todos os seus bens, os juzes ingleses recorreram s normas de conflitos ingleses que declaravam competente no caso a lei italiana, como lei do ltimo domiclio, no que respeita aos mveis, e como lei da situao dos bens, no que toca aos imveis.

Entenderam, no entanto, esta referncia lei italiana no sentido de que a questo devia ser julgada tal qual a julgaria um tribunal italiano.

A norma de conflitos italiana submetia a sucesso mortis causa lei nacional do autor da herana e o tribunal ingls considerou que a jurisprudncia italiana no aceitava a devoluo.

Logo, o tribunal italiano julgaria a questo de acordo com a lei interna inglesa (admitindo que o direito ingls valia, para o tribunal italiano, como a lei da nacionalidade da Sr. Ross).

E foi o direito interno ingls que o tribunal ingls, julgando como julgaria o tribunal italiano, veio em definitivo a aplicar.

III. SISTEMA DO CDIGO CIVIL DE 1966a)Retorno de competncia artigo 18 do Cdigo Civil

Caso 1

Por morte de A, de nacionalidade francesa, que teve o seu ltimo domiclio em Portugal, discute-se em tribunais portugueses uma questo relativa sucesso nos seus bens mveis.

A norma de conflitos portuguesa atribui competncia lei francesa, enquanto ltima lei nacional do de cujus (artigos 62 e 31, n 1, do Cdigo Civil).

A norma de conflitos francesa remete a regulamentao do caso para a lei portuguesa (lei do ltimo domiclio) e os tribunais franceses praticam a devoluo simples.

Uma vez que, ao praticar devoluo simples, o direito internacional privado francs no remete para o direito interno portugus, mas tambm para as normas de conflitos, no est verificado o condicionalismo do artigo 18, n 1, do Cdigo Civil.

No se aplicando o artigo 18, n 1, do Cdigo Civil, a referncia que a lei portuguesa faz lei francesa uma referncia material (artigo 16 do Cdigo Civil), sendo pois o direito material francs o aplicvel questo.

Caso 2

Discute-se em tribunais portugueses uma questo relativa sucesso de um cidado do Reino Unido que deixa imveis em Portugal.

Admite-se que a norma de conflitos portugueses considera competente para regular a questo, a ttulo de lei nacional, o direito ingls, nos termos dos artigos 62, 31, n 1, e 20 do Cdigo Civil.

O direito ingls no se considera competente, antes remete para a lei portuguesa, enquanto lex situs. Os tribunais ingleses praticam a dupla devoluo, pelo que iriam julgar a questo tal como a julgaria um tribunal portugus.

Sendo assim, no est preenchido o requisito do artigo 18, n 1, do Cdigo Civil, porquanto a lei inglesa no remete para o direito interno portugus .

No se aplicando o artigo 18, n 1, do Cdigo Civil, a referncia que o direito portugus faz ao direito ingls uma referncia material (artigo 16 do Cdigo Civil).

Caso 3

Discute-se em tribunais portugueses a sucesso imobiliria de A, francs, que morreu com ltimo domiclio em Portugal, deixando imveis no Brasil.

A norma de conflitos portuguesa atribui competncia ao direito francs, enquanto ltima lei nacional do de cujus (artigos 62 e 31, n 1, do Cdigo Civil).

Por seu lado, o direito francs no se considera competente e remete para o direito brasileiro, enquanto lei da situao dos imveis, praticando devoluo simples, pelo que os tribunais franceses aplicariam a lei material portuguesa.

O direito brasileiro tambm no se considera competente, remetendo materialmente para o direito portugus, enquanto lex domicilii, pelo que vem tambm a aplicar a lei material portuguesa.

Uma vez que o direito francs aplica ao caso o direito interno portugus, est preenchida a previso do artigo 18, n 1, do Cdigo Civil. De notar que a terceira lei considerada (lei brasileira, lei atravs da qual a lei francesa acaba por considerar competente a lei portuguesa) aplica tambm o direito interno do foro, uma vez que lhe dirige uma referncia material.

Tratando-se de matria compreendida no estatuto pessoal, s haver retorno se se verificar uma das condies previstas no n 2 do artigo 18 do Cdigo Civil.

Uma vez que o interessado residia habitualmente em Portugal, haver lugar ao retorno, aplicando-se a lei material portuguesa ao caso.

Caso 4

Discute-se em tribunais portugueses a validade substancial do casamento celebrado em Portugal entre A e B, cidados dos E.U.A., com residncia habitual em Frana, pelo que tem de determinar-se qual a lei reguladora da capacidade para contrair casamento.

O casamento seria vlido face ao direito material de Nova Iorque, mas no segundo o direito material portugus.

A lei designada para regular a capacidade a ttulo de lei nacional ser, por hiptese, a lei do Estado de Nova Iorque (artigos 49, 31, n 1, e 20 do Cdigo Civil).

O direito internacional privado de Nova Iorque submete a capacidade para casar lei do lugar da celebrao do casamento e o direito de conflitos francs considera aplicvel a lei da nacionalidade.

Os tribunais franceses praticam a devoluo simples e o direito de Nova Iorque no aceita o reenvio.

Nos termos do artigo 18, n 1, do Cdigo Civil, haver, em princpio, devoluo, porque o direito internacional privado do Estado de Nova Iorque remete para o direito interno portugus.

Mas, como se trata de matria compreendida no estatuto pessoal, h que ter em conta o artigo 18, n 2, do Cdigo Civil. Este artigo no impede o reenvio, porque em Frana, pas da residncia habitual, os tribunais, ao praticarem a devoluo simples, consideram afinal competente o direito interno portugus.

Sendo aplicvel a lei material portuguesa, por fora do artigo 18, ns 1 e 2, do Cdigo Civil, o casamento no seria vlido, mas j o seria segundo a regra fixada no artigo 16 do Cdigo Civil. Sendo assim, por fora do artigo 19, n 1, do Cdigo Civil, o artigo 18 deve ser afastado, aplicando-se a lei nacional (artigo 16 do Cdigo Civil).

b)Transmisso de competncia artigo 17 do Cdigo CivilCaso 5

A e B, tio e sobrinha, de nacionalidade sua, domiciliados na Rssia, celebraram o seu casamento em Moscovo.

Discute-se em tribunais portugueses a validade do acto, invocando-se a disposio do Cdigo Civil Suo que probe o casamento entre colaterais em 3 grau (artigo 100)

face do direito interno russo, o casamento seria vlido.

A norma de conflitos portuguesa (artigos 49 e 31, n 1, do Cdigo Civil) remete para o direito suo.

No direito suo, a norma de conflitos considera vlido o casamento celebrado por suos no estrangeiro, se como tal o entender a lei do lugar de celebrao (artigo 44, n 1, da LDIP).

O direito internacional privado russo considera a lei russa aplicvel ao casamento na Rssia de estrangeiros a domiciliados.

Nos termos do artigo 17, n 1, do Cdigo Civil, o tribunal portugus aceita a devoluo do direito suo para o direito russo e aplicar este direito, uma vez que ele se considera competente.

Por esta forma, obter-se- a harmonia de julgados, uma vez que o direito suo tambm aplicar ao caso o direito material russo.

O artigo 17, n 2, do Cdigo Civil no impede a devoluo, pois a lei do pas da residncia habitual no considera competente o direito interno do Estado da nacionalidade.

O artigo 19, n 1, do Cdigo Civil no se aplica, pois, neste caso, o reenvio, operado nos termos do artigo 17, ns 1 e 2, e no a referncia material (artigo 16 do Cdigo Civil), que conduz validade do casamento.

Caso 6

Discute-se em tribunais portugueses a sucesso imobiliria de um francs que morreu com o ltimo domiclio no Brasil, deixando bens imveis na Dinamarca.

A norma de conflitos portuguesa (artigos 62 e 31, n 1, do Cdigo Civil) remete para a lei francesa.

O direito internacional privado francs submete a sucesso imobiliria lex rei sitae.

O direito de conflitos dinamarqus, tal como o brasileiro, considera aplicvel a lei do ltimo domiclio do de cujus.

Os tribunais franceses praticam a devoluo simples e os sistemas brasileiro e dinamarqus adoptam a teoria da referncia material.

Em Frana, o tribunal regularia a sucesso pela lei material brasileira.

No Brasil a soluo seria idntica, porque a lei brasileira considera-se competente (artigo 10 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil).

Na Dinamarca tambm seria aplicada a lei material brasileira.

Nos termos do artigo 17, n 1, do Cdigo Civil, deve aplicar-se, em princpio, a lei material brasileira, que designada pelo direito internacional privado da lei referida pela norma de conflitos portuguesa e que se considera competente.

Aceitando o reenvio da lei francesa para a lei brasileira, garante-se a plena harmonia de julgados: com efeito, quer em Frana, quer no Brasil, quer na Dinamarca, os tribunais aplicariam igualmente a lei material brasileira.

Caso 7

Discute-se em tribunais portugueses a sucesso mobiliria de um francs que morreu com o ltimo domiclio na Alemanha.

A norma de conflitos portuguesa (artigos 62 e 31, n 1, do Cdigo Civil) remete para a lei francesa.

O direito internacional privado francs submete a sucesso mobiliria lei do ltimo domiclio do de cujus.

O direito de conflitos alemo regula a sucesso pela lei da nacionalidade.

Os tribunais franceses e alemes praticam a devoluo simples.

A lei francesa considera-se indirectamente competente, pois remete para a lei alem mas aceita a referncia que esta faz lei nacional.

Por seu lado, a lei alem tambm se considera competente, pois remete para a lei francesa mas aceita a referncia que esta faz lei do ltimo domiclio.

Como o direito internacional privado da lei referida pela norma de conflitos portuguesa no considera aplicvel a lei alem, no h reenvio; aplica-se o artigo 16 do Cdigo Civil e no o artigo 17, n 1.

Em Portugal, tal como em Frana, aplicar-se- a lei material francesa, mas na Alemanha a sucesso ser regulada pela lei material alem.

A harmonia de julgados entre as leis do circuito no poderia nunca alcanar-se neste caso, mesmo que Portugal aceitasse a devoluo.

Caso 8

Discute-se em tribunais portugueses a sucesso imobiliria de um cidado do Reino Unido, que morreu com o ltimo domiclio em Itlia, deixando bens imveis em Frana.

A norma de conflitos portuguesa (artigos 62, 31, n 1, e 20 do Cdigo Civil) remete, por hiptese, para o direito ingls.

O direito internacional privado ingls, bem como o francs, submetem a sucesso imobiliria lex rei sitae.

O direito de conflitos italiano regula a sucesso pela lei da nacionalidade, que , por hiptese, o direito ingls.

Os tribunais ingleses praticam a dupla devoluo e os tribunais franceses aplicam a devoluo simples. As normas de conflitos italianas valem como normas de referncia material.

Os tribunais ingleses submetero a sucesso lei que for aplicada pelos tribunais franceses. Estes aplicam a lei francesa, que se considera directamente competente, pelo que esta lei ser tambm aplicada em Inglaterra.

Os tribunais italianos aplicariam o direito material ingls.

Como o direito internacional privado ingls considera aplicvel a lei material francesa e o direito francs tambm se considera competente, em princpio haveria reenvio, nos termos do artigo 17, n 1, do Cdigo Civil, devendo os tribunais portugueses aplicar igualmente a lei francesa.

Como se trata de matria compreendida no estatuto pessoal, h que ter em conta o disposto no artigo 17, n 2, do Cdigo Civil. Este preceito obstaria em princpio ao reenvio, uma vez que o direito internacional privado do pas da ltima residncia considera competente o direito da nacionalidade (o direito ingls).

No caso concreto, todavia, face do artigo 17, n 3, do Cdigo Civil que em ltima anlise se decidir a questo: trata-se de um caso de sucesso por morte, em que a lei indicada pela norma de conflitos portuguesa remete para a lei da situao dos imveis e em que esta se considera competente.

Assim, por fora do artigo 17, n 3, do Cdigo Civil, o artigo 17, n 2, afastado e aplica-se o artigo 17, n 1: em Portugal ser aplicada a lei francesa.

A mesma soluo ser seguida em Inglaterra e em Frana.

Em Itlia, todavia, aplicar-se- o direito material ingls.

Civ., 24 de Junho de 1878; Sirey, 1878, I, p. 429.

At 1927, a jurisprudncia francesa entendia, face ao art. 13 do Code Civil, que no podia ser considerado domiciliado em Frana o estrangeiro que no tivesse obtido para tanto uma autorizao das autoridades locais.

Acrdo do S.T.J., de 28 de Outubro de 1952, na Revista de Legislao e Jurisprudncia, ano 85, p. 268.

Entscheidungen des Reichsgerichts (des Bundesgerichtshofes) in Zivilsachen, 91, n 37, p. 139.

Re ANNESLEY [1926] Ch. 692.

O tribunal ingls ter entendido incorrectamente o direito francs, na medida em que este considerava competente para regular a sucesso mobiliria no a lei da ltima nacionalidade, mas a lei do ltimo domiclio do de cujus. Todavia, deve acrescentar-se que a referida norma de conflitos do direito francs sempre remeteria para o direito ingls, porquanto, segundo o direito francs, a Sr. Annesley se encontrava domiciliada em Inglaterra.

Re ROSS [1930] 1 Ch. 377.

No sentido do texto, cfr. Ferrer Correia, Direito lnternaciona1 Privado - A1guns Prob1emas, Coimbra, 1981, p. 210.

Em sentido contrrio, embora com dvidas, Baptista Machado, Lies de Direito Internacional Privado, 3 ed., Coimbra, 1935, p. 202.