metrologia 1a _ 3679

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METROLOGIA

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Page 1: Metrologia 1a _ 3679

METROLOGIA

Page 2: Metrologia 1a _ 3679

© SENAI - PR, 2001

CÓDIGO DE CATÁLOGO : 0201

Trabalho elaborado pela Diretoria de Educação e Tecnologiado Departamento Regional do SENAI - PR , através doLABTEC - Laboratório de Tecnologia Educacional.

Coordenação geral Marco Antonio Areias SeccoElaboração técnica Luiz Orlando Silva Rocha

Francisco A. Ollé da LuzApoio técnico Amilton Ribeiro

Equipe de editoração

Coordenação Lucio SuckowDigitação Alfonso Moscato Neto

Diagramação José Maria GorositoIlustração Maria Angela Moscato

Revisão Gramatical Sonia Regina Gomes MaiaRevisão técnica Luiz Orlando Silva Rocha

Capa Ricardo Mueller de Oliveira

Referência Bibliográfica.NIT - Núcleo de Informação TecnológicaSENAI - DET - DR/PR

S474u SENAI - PR. DET Metrologia Curitiba, 2001, 127 p

CDU - 389

Direitos reservados ao

SENAI — Serviço Nacional de Aprendizagem IndustrialDepartamento Regional do ParanáAvenida Cândido de Abreu, 200 - Centro CívicoTelefone: (41) 350-7000Telefax: (41) 350-7101E-mail: [email protected] 80530-902 — Curitiba - PR

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Apresentação ............................................................................................................................... 05

Sistemas de medidas .................................................................................................................. 06

Medidas lineares .......................................................................................................................... 10

Erros e incertezas de medição ..................................................................................................... 14

Técnicas de medição e controle ................................................................................................... 16

Régua graduada ........................................................................................................................... 17

Compasso.................................................................................................................................... 21

Metro articulado ........................................................................................................................... 28

Trena............................................................................................................................................ 30

Paquímetro .................................................................................................................................. 32

Paquímetro - Conservação e técnicas de utilização ...................................................................... 55

Micrômetro ................................................................................................................................... 61

Micrômetros internos ................................................................................................................... 67

Goniômetro .................................................................................................................................. 80

Conversões de medidas ............................................................................................................... 86

Relógio comparador ..................................................................................................................... 89

Blocos padrão ............................................................................................................................ 103

Régua e mesa de seno ............................................................................................................... 114

Projetores .................................................................................................................................. 120

Bibliografia ................................................................................................................................. 127

SUMÁRIO

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5SENAI-PR

A apostila de metrologia, foi preparada para que você

estude os principais instrumentos e procedimentos de

medição. Dessa forma, você vai saber como um profissional

da área mecânica trabalha.

A apostila apresenta uma introdução relatando o

processo de evolução da metrologia na indústria, baseado em

normas nacionais e internacionais.

As aulas apresentam informações sobre diversos

instrumentos de medição, como régua graduada, metro, trena,

paquímetro, micrômetro, relógio comparador, etc. Ao mesmo

tempo são apresentados exercícios de leitura de medida e

conversões, para você fixar bem as noções básicas.

Vai também conhecer conversões, tendo como base o

sistema inglês (polegada) ou seja como converter milímetros

em polegadas e vice versa.

APRESENTAÇÃO

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Metrologia e indústria

A metrologia é a ciência que estuda as unidades de

medida e de processo de medição.

Tanto os equipamentos de fabricação como os

instrumentos de medida são imperfeitos. Por esse motivo, é

impossível produzir objetos com total precisão. O erro pode

ser diminuído, mas não eliminado completamente, pois as

imperfeições são inevitáveis, até mesmo pelo desgaste dos

equipamentos utilizados.

O controle de medidas consiste, pois, na aplicação de

processos que permitam manter os erros de fabricação dentro

de limites aceitáveis, previamente estabelecidos.

O controle dimensional não tem por fim apenas reter ou

rejeitar os produtos dentro ou fora das normas de qualidade.

Seu objetivo principal consiste em orientar a fabricação,

evitando, assim, erros inaceitáveis. Segue-se daí uma redução

de perdas nas empresas, devido à diminuição da quantidade

de peças produzidas fora de padrão. Conseqüentemente

haverá um aumento da produtividade.

Medição: aspectos gerais

Toda medição é feita comparando-se uma grandeza com

outra de mesma espécie, considerada como unidade.

Por exemplo, se o comprimento de um corredor é igual

a três metros, é porque nele a unidade de comprimento metro

cabe três vezes.

Seguindo o mesmo procedimento, para medir uma

superfície temos de usar unidade de área (cm², m2, etc.); por

sua vez, o volume de um corpo é determinado pelas unidades

de volume (m3, cm3, litros, etc.)... e assim por diante. Cada

grandeza é medida com unidades apropriadas dessa mesma

grandeza. Não é possível, por exemplo, medir comprimento

de litros.

SISTEMA DE MEDIDAS

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Unidades

As unidades estabelecidas para medir uma determinada

grandeza são fixadas por definição. Não dependem, portanto,

de quaisquer condições físicas, como temperartura, pressão,

grau de umidade, etc.

Atualmente, prevalecem na prática as unidades do S.I.

(Sistema Internacional): metro, quilograma, newton, segundo,

etc.

Padrão

Como vimos, as unidades de medida têm uma definição

absoluta. Entretanto, apresentam-se, na prática, materializadas

em objetos que estão sujeitos a variações provocadas pelas

mudanças de condições físicas.

Por isso, os padrões só expressam, com rigor, a unidade

que representam, se estiverem dentro das condições

específicas.

Até 1960, por exemplo, o metro padrão era constituído

por uma barra de platina e irídio, que sofria uma dilatação muito

pequena com a variação de temperatura. Nesse protótipo,

conservado em Sèvres, na França, o metro é determinado pela

distância entre dois traços nessa barra, na temperatura de zero

grau Celsius.

Atualmente o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial), orgão brasileiro de

normalização, estipula outro padrão para o metro.

Princípios básicos de controle

O sucessivo aumento de produção e a melhoria de

qualidade requerem um desenvolvimento e um

aperfeiçoamento contínuo das técnicas de medição. Quanto

maiores as exigências de qualidade e rendimento, maiores

serão as necessidades de aparatos, ferramentas de medição

e profissionais habilitados.

Quando efetuamos uma medida qualquer, é preciso

considerar três elementos fundamentais: o método, o

instrumento e o operador.

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Método

A medição pode ser direta ou indireta por comparação.

A medição direta e é feita mediante instrumentos,

aparelhos e máquinas de medir.

Emprega-se a medição direta, por exemplo, na

confecção de peças protótipos, isto é, peças originais que se

utilizam como referência; ou ainda em produção de pequena

quantidade de peças.

A medida indireta por comparação consiste em

confrontar a peça que se quer medir, com aquela de padrão

ou dimensão aproximada. Por exemplo, um eixo pode ser

controlado, por medida indireta, usando-se um calibrador para

eixos.

Um calibrador para eixos, tipo boca fixa, possui duas

bocas. Vamos, agora, medir um de seus eixos. O eixo

escolhido deve passar pela boca maior, ou seja, pelo lado

“passa”, mas não pode passar pelo lado menor que é o lado

“não passa”, pintado de vermelho.

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Outro calibrador do tipo “passa/não passa” é o tampão

para furos, em que o lado “não passa” é o mais curto. Seu

funcionamento é semelhante ao do calibrador fixo para eixos.

Instrumentos de medição

Para dar uma medida precisa, é indispensável que o

instrumento esteja aferido, ou seja, corresponda ao padrão

adotado. É necessário, também, que ele nos possibilite

executar a medida com precisão exigida. Em suma, a boa

medida depende da qualidade do instrumento empregado.

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Padrão

Podemos afirmar que a necessidade de medir nasceu

com o homem. Desde os primeiros tempos, foi preciso avaliar

o tamanho da árvore vista, do animal abatido, da distância

percorrida, etc.

Com o desenvolvimento industrial, a necessidade de

medir foi aumentando e exigindo, ao mesmo tempo, maior

precisão nas avaliações. Em primeiro lugar, adotaram-se como

medidas as unidades naturais: pé, braço, passo etc. Depois

foram estabelecidos padrões completamente arbitrários. Na

Idade Média, por exemplo, cada senhor feudal estabelecia seus

próprios padrões.

No século XVII, na França, tivemos um avanço importante

na questão das medidas. A “toesa” – unidade de medição linear-

foi, então, dividida em seis pés: cada pé, em 12 polegadas; e

cada polegada em 12 linhas. Media aproximadamente 1,95m.

Sua polegada era equivalente a mais ou menos 27 mm.

Primeiramente a toesa foi materializada numa barra de

ferro com dois pinos na extremidade. Em seguida, foi

chumbada na parede externa do Grand Chatelet, nas

proximidades de Paris. Assim, cada interessado poderia aferir

os próprios instrumentos. Essa unidade, naturalmente, foi se

desgastando com o tempo e teve de ser refeita. Surgiu, então,

um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural.

Essa unidade natural deveria ser facilmente reproduzida e seus

submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal.

Apresentando por Talleyrond, na França, esse projeto

transformou-se em lei, aprovada em 8 de maio de 1790.

Estabeleceu-se então que a nova unidade deveria ser

igual a décima milionésima parte do quarto do meridiano

terrestre.

Esta nova unidade passou a ser chamada “metro”. O

termo grego “metron” significa “medir”.

MEDIDAS LINEARES

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Os astrônomos Delambre e Mechain foram incumbidos

de medir o meridiano. Utilizando a toesa como unidade,

mediram a distância entre Dunkerque e Montjuich, perto de

Barcelona. Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que

foi materializada numa barra de platina de secção retangular

de 25 x 4,05mm. O comprimento dessa barra era equivalente

ao comprimento de unidade padrão metro, que assim foi

definido:

“Metro é a décima milionésima parte de um quarto do

meridiano terrestre.”

Foi esse metro materializado que passou a chamar-se

Metro dos Arquivos.

Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma

medição do meridiano fatalmente daria um “metro” um pouco

diferente. Assim a primeira definição foi substituída pela

segunda definição:

“Metro é a distância entre os dois extremos da barra de

platina depositada nos arquivos da França, apoiada nos pontos

de mínima flexão na temperatura de zero grau Celsius”.

Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser,

na época, a mais facilmente obtida, mediante o gelo fundente.

No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema

métrico.

No Brasil, o sistema métrico foi implantado em força da

Lei Imperial nº 1157 de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se,

então, um prazo de dez anos para que os padrões antigos

fossem inteiramente substituídos.

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À medida que a ciência foi avançando, notou-se que o

Metro dos Arquivos apresentava certos inconvenientes. Por

exemplo, o paralelismo das faces não era assim tão perfeito.

O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a barra

também não era suficientemente rígida.

Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, com

o mesmo valor, porém mais perfeito.

Assim, para obter uma estabilidade maior, a secção

deveria ser em “X”. E para que o material fosse mais durável,

deveria adicionar-se nele 10% de irídio.

A nova barra deveria ser traçada pois, dessa forma, a

sua medida seria mais perfeita.

Assim, em 1889, surgiu a terceira definição:

“O metro é a distância entre os eixos de dois traços

principais marcados na superfície neutra do padrão

internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau International des

Poids et Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob

uma pressão atmosférica de 760mmHg e apoiado sobre seus

pontos de mínima flexão”.

Atualmente a temperatura de aferição é de 200 C. O

calibre de um metro a 200 C tem o mesmo comprimento do

padrão que se encontra em Sèvres, na temperatura de zero

grau Celsius.

Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje o padrão

do metro em vigor no Brasil é o recomendado pelo INMETRO,

baseado na velocidade da luz. O INMETRO, em sua resolução

3/84, assim definiu o metro:

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Metros padrões no Brasil

O metro padrão que existe no Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo possui uma secção

transversal reta em forma de H e está devidamente aferido.

“Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no

vácuo, durante o intervalo de tempo de 1/ 299.792.458 do

segundo.

É importante observar que, apesar de todas essas

definições, o valor do metro não se alterou. Ao contrário,

serviram para melhorar a sua precisão.

O I.N.T (Instituto Nacional de Tecnologia) possui também

dois exemplares de metros padrões de alta qualidade. Um dos

exemplares é de liga, com 36% de níquel (Invar), e dilatação

por volta de 1 . 10-6; o outro, também de liga, contém 58% de

níquel e possui uma dilatação de 11,5 . 10-6.

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Erros de medição

Por razões diversas, toda medição pode apresentar erro.

O erro de uma medida é dado pela equação:

E = M - VV

onde:

E = Erro

M = Medida

VV = Valor verdadeiro

Os principais tipos de erro de medida são:

� Erro sistemático: é a média que resulataria de um

infinito número de medições do mesmo mensurado, efetuadas

sob condições de repetitividade, menos o valor verdadeiro do

mensurado.

� Erro aleatório: resultado de uma medição menos a

média que resultaria de um infinito número de medições do

mesmo mensurado, efetuadas sob condições de repetitividade.

O erro aleatório é igual ao erro menos o erro sistemático.

� Erro grosseiro: pode decorrer de leitura errônea, de

operação indevida ou de dano no sistema de medição. Seu

valor é totalmente imprevisível, podendo seu aparecimento ser

minimizado no caso de serem feitas, periodicamente, aferi-

ções e calibrações dos instrumentos.

Fontes de erros:

Um erro pode decorrer do sistema de medição e do ope-

rador, sendo muitas as possíveis causas. O comportamento

metrológico de sistema de medição é influenciado por pertur-

bações externas e internas.

Fatores externos podem provocar erros, alterando dire-

tamente o comportamento do sistema de medição ou agindo

diretamente sobre a grandeza a medir. O fator mais crítico, é a

variação da temperatura ambiente. Essa variação provoca, por

exemplo, dilatação das escalas dos instrumentos de medição

de cumprimento, do mesmo modo que age sobre a grandeza

a medir, isto é, sobre o comprimento de uma peça que será

medida.

ERROS E INCERTEZAS DE MEDIÇÃO

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A variação da temperatura pode, também, ser causada

por fator interno. Exemplo típico é o da não estabilidade dos

sistemas elétricos de medição, num determinado tempo, após

serem ligados. É necessário aguardar a estabilização térmica

dos instrumentos/equipamentos para reduzir os efeitos da tem-

peratura.

Curvas de erro

No gráfico de curva de erro, os erros são apresentados

em função do valor indicado (leitura ou medida). O gráfico indi-

ca com clareza o comortamento do instrumento e prático para

a determinação do resultado da medição.

Correção

É o valor adicionado algebraicamente ao resultado não

corrigido de uma medição, para compensar um erro sistemá-

tico.

Sabendo que determinada leitura contém um erro siste-

mático de valor conhecido, é oportuno, muitas vezes, eliminar

o erro pela correção C, adicionada à leitura.

Lc = L + C

onde:

C = Correção

L = Leitura

Lc = Leitura corrigida

Resolução

É a menor variação da grandeza a medir que pode ser

indicada ou registrada pelo sistema de medição.

Histerese

É a diferença entre a leitura/medida para um dado valor

da grandeza a medir, quando essa grandeza foi atingida por

valores crescentes, e a leitura/medida, quando atingida por

valores decrescentes da grandeza a medir. O valor poderá

ser diferente, conforme o ciclo de carregamento e

descarreganto, típico dos instrumentos mecânicos, tendo como

fonte de erro, principalmente folgas e deformações, associa-

das ao atrito.

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Para conseguir uma boa medição, é necessário conhecer

o instrumento de medida maias adequado.

Em primeiro lugar, vamos estudar os instrumentos de

medidas lineares:

� Régua graduada

� Compasso

� Metro, trena

� Paquímetro

� Micrômetro externo e interno

� Relógio comparador e apalpador

Estudaremos, depois, os instrumentos de medidas

angulares:

� Goniômetro

� Goniômetro com nônio

Procure conhecer, também, o que se deve fazer para

que cada instrumento se mantenha em bom estado de

conservação e em perfeitas condições de uso.

TÉCNICAS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

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Introdução

A régua graduada é o mais simples entre os instrumentos

de medida linear. Apresenta-se, em regra, em forma de lâmina

de aço-carbono ou também de aço inoxidável. Nessa lâmina

estão assinaladas as medidas em centímetros (cm) e

milímetros, conforme o sistema métrico. Ela pode conter,

também, graduação no sistema inglês. Nesse caso, ao invés

de centímetros e milímetros, teremos polegadas e frações de

polegada. Na maioria das vezes, a régua graduada apresenta

uma escala no sistema métrico e outra no sistema inglês.

Sistema métrico

Graduação em milímetros (mm) . 1 mm = 1 m/ 1000

Sistema inglês

Graduação em polegadas (“) . 1” = 1/ 36 jarda

As réguas graduadas apresentam-se em diversas

dimensões. Temos, por exemplo, réguas de 150, 200, 250,

300, 500, 600, 1000, 1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas

na oficina, entretanto, são as de 150 mm (6”) e 300 mm (12”).

RÉGUA GRADUADA

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gradu ação

S IS T E M A M É TR IC O

S IS T E M A IN G L Ê S

face

bo rda

3 2 1 61 2 3 4 5 62 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

13 7 m m11 4 m m36 m m2 m m

1/4 " 1 11/32 " 2 1/2 " 3 7/8 " 5 7/16 "

14 15

2

SISTEMA MÉTRICO

graduação

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18SENAI-PR

Tipos e usos

As réguas graduadas são de muitos tipos e se prestam

a diversos usos:

Régua de encosto interno: serve para medição com

face interna de referência.

Régua sem encosto: nesse caso, devemos subtrair do

resultado o valor do ponto de referência.

Régua com encosto: serve para medição de

comprimento a partir da face externa do encosto de uma peça.

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Régua de profundidade: utilizada nas medições de

canais ou rebaixos internos.

Régua de dois encostos:

Régua rígida de aço-carbono com seção retangular:serve para medir deslocamen-tos em máquinas geratrizes.

e n c o sto in te rn o g ra d u a çã o in te rn a

e n c o sto e x te rn o (g ra d u a çã o n a fa ce o p o sta )

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 11 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0

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Page 20: Metrologia 1a _ 3679

Características

De modo geral, uma escala de boa qualidade deve

apresentar: bom acabamento, bordas retas e bem definidas e

faces polidas.

As réguas de manuseio constante devem ser de aço

inoxidável e temperado. É necessário que os traços da escala

sejam gravados, bem definidos, uniformes e finos. As

distâncias entre os traços devem ser iguais.

A retilinidade e a precisão das divisões obedecem a

normas internacionais.

Leitura no sistema métrico

Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10

partes iguais e cada parte equivale a 1 mm.

Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração

a seguir mostra, de forma ampliada, como se faz isso.

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Page 21: Metrologia 1a _ 3679

21SENAI-PR

São instrumentos de aço carbono, constituídos de duas

pernas, que se abrem ou se fecham através de uma articulação.

As pernas podem ser retas, terminadas em pontas

afiladas e endurecidas (fig.1), ou uma perna reta e outra curva

(fig. 2).

O compasso de pernas retas e denominado compasso

de pontas. O de perna curva é denominado compasso de

centrar.

EMPREGO

Compasso de Pontas

Usa-se para traçar circunferências e arcos, e para

transportar medidas lineares.

COMPASSO

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Compasso de Centrar

Usa-se para determinar centro ou traçar paralelas.

TAMANHOS

Os mais comuns são: 100, 150, 200 e 250mm (4", 6", 8"

e 10", aproximadamente).

CONDIÇÕES DE USO

O sistema de articu1ação deve estar bem ajustado.

As pontas devem estar bem afiladas.

CONSERVAÇÃO

Proteja os compassos contra golpes e quedas.

Mantenha-os isolados de outras ferramentas.

Limpe-os e lubrifique-os, após o uso.

Proteja suas pontas com madeira ou cortiça.

RESUMO

De Ponta

COMPASSO

De Centrar

Tamanhos mais Comuns

100, 150 e 200mm.

Cuidados

Articulações bem ajustadas.

Pontas bem aguçadas.

Proteção contra golpes.

Proteção das pontas com madeira ou cortiça.

Limpeza e lubrificação.

para traçar arcos

transportar medidas

para determinar centros

traçar paralelas