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M ETODOLOGIA da A.M. B EST Direitos Autorais © 2013 by A.M. Best Company, Inc. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Nenhuma parte deste relatório ou documento pode ser distribuída em qualquer formato electrônico ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recuperação sem a prévia autorização por escrito da A.M. Best Company. Para obter detalhes adicionais, consulte os nossos Termos de Uso, disponíveis no Site da A.M. Best Company: www.ambest.com/terms. Contatos analíticos George Hansen +1 (908) 439-2200 ramal 5469 [email protected] Thomas Mount +1 (908) 439-2200 ramal 5155 [email protected] Stephen Irwin +1 (908) 439-2200 ramal 5454 [email protected] William Pargean +1 (908) 439-2200 ramal 5359 [email protected] SR-2007-M-073a 2 de abril de 2013 A gestão de Risco e o Processo de Classificação das Companhias de Seguros As companhias de seguros obtém seu lucro gerenciando vários tipos de risco – do risco de morrer jovem demais, ou de sofrer uma perda por causa de um desastre natural ou provocado pelo ser humano, ou de durar mais do que o patrimônio, perda da capacidade de renda devido a uma interrupção dos negócios, e muitos outros. Onde há risco existe a incerteza, e onde há incerteza existe a exposição à volatilidade. A gestão de risco é o processo pelo qual as companhias identificam, medem e gerenciam sistematicamente os vários tipos de risco inerentes às suas operações. Os objetivos fundamentais de um sólido programa de gestão de risco são: Gerenciar a exposição da empresa ao potencial de volatilidade da receita e do capital. Maximizar o valor para os diferentes interessados da organização. Contudo, é importante notar que o objetivo da gestão de risco não é eliminar o risco e a volatilidade, mas entender e gerenciar o risco. A gestão de risco permite que as organizações identifiquem e quantifiquem seus riscos; estabeleçam tolerâncias baseadas nos seus objetivos corporativos globais; e tomem as medidas necessárias para gerenciar o risco à luz desses objetivos. Quando é executada corretamente, a gestão de risco cria um ambiente operativo que sustenta os sólidos controles financeiros e de mitigação de risco, assim como a prudência na gestão de risco para aproveitar as oportunidades de mercado. No presente procedimento de critério, a A.M. Best descreve como a gestão de risco afeta o processo de classificação geral e a elaboração de requisitos de capital. A continuação descreve- se alguns destaques e observações importantes. Gestão de Risco Empresarial e a Estrutura da Gestão de Risco A A.M. Best acredita que a gestão de risco empresarial (ERM) - estabelecer uma cultura Critérios - Universais Figura 1 O setor de seguros continua respondendo à dinâmica de risco Tempo Risco Análise financeira dinâmica Gestão de risco tradicional Gestão de risco tradicional Gestão de Ativos/Passivos Gestão de Ativos/Passivos Teste de fluxo de caixa ERM e Capital- Econômico Teste de fluxo de caixa Fonte: A.M. Best A origem e a complexidade do risco têm aumentado com o tempo

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METODOLOGIA da A.M. BEST

Direitos Autorais © 2013 by A.M. Best Company, Inc. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Nenhuma parte deste relatório ou documento pode ser distribuída em qualquer formato electrônico ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recuperação sem a prévia autorização por escrito da A.M. Best Company. Para obter detalhes adicionais, consulte os nossos Termos de Uso, disponíveis no Site da A.M. Best Company: www.ambest.com/terms.

Contatos analíticosGeorge Hansen+1 (908) 439-2200 ramal [email protected]

Thomas Mount+1 (908) 439-2200 ramal [email protected]

Stephen Irwin+1 (908) 439-2200 ramal [email protected]

William Pargean+1 (908) 439-2200 ramal [email protected]

SR-2007-M-073a

2 de abril de 2013 A gestão de Risco e o Processo de Classificação das Companhias de SegurosAs companhias de seguros obtém seu lucro gerenciando vários tipos de risco – do risco de morrer jovem demais, ou de sofrer uma perda por causa de um desastre natural ou provocado pelo ser humano, ou de durar mais do que o patrimônio, perda da capacidade de renda devido a uma interrupção dos negócios, e muitos outros. Onde há risco existe a incerteza, e onde há incerteza existe a exposição à volatilidade.

A gestão de risco é o processo pelo qual as companhias identificam, medem e gerenciam sistematicamente os vários tipos de risco inerentes às suas operações. Os objetivos fundamentais de um sólido programa de gestão de risco são:

• Gerenciar a exposição da empresa ao potencial de volatilidade da receita e do capital.• Maximizar o valor para os diferentes interessados da organização.

Contudo, é importante notar que o objetivo da gestão de risco não é eliminar o risco e a volatilidade, mas entender e gerenciar o risco. A gestão de risco permite que as organizações identifiquem e quantifiquem seus riscos; estabeleçam tolerâncias baseadas nos seus objetivos corporativos globais; e tomem as medidas necessárias para gerenciar o risco à luz desses objetivos. Quando é executada corretamente, a gestão de risco cria um ambiente operativo que sustenta os sólidos controles financeiros e de mitigação de risco, assim como a prudência na gestão de risco para aproveitar as oportunidades de mercado.

No presente procedimento de critério, a A.M. Best descreve como a gestão de risco afeta o processo de classificação geral e a elaboração de requisitos de capital. A continuação descreve-se alguns destaques e observações importantes.

Gestão de Risco Empresarial e a Estrutura da Gestão de Risco• A A.M. Best acredita que a gestão de risco empresarial (ERM) - estabelecer uma cultura

Critérios - Universais

Figura 1O setor de seguros continua respondendo à dinâmica de risco

Tempo

Risc

o

Análise financeira dinâmica

Gestãode risco

tradicional

Gestãode risco

tradicional

Gestão de Ativos/Passivos

Gestão de Ativos/Passivos

Teste defluxo de caixa

ERM e Capital-

Econômico

Teste de fluxo de caixa

Fonte: A.M. Best

A origem e acomplexidade do riscotêm aumentado com

o tempo

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sensibilizada do risco, utilizar ferramentas sofisticadas para identificar e gerenciar, assim como medir o risco e as correlações de risco – seja um componente cada vez mais importante da estrutura de gestão de risco de uma seguradora.

• O alicerce de toda estrutura de gestão de risco é a coleção de todas as práticas e controles tradicionais da gestão de risco que historicamente ajudaram às companhias a monitorar e gerenciar sua exposição às cinco principais categorias de risco: de crédito, de mercado, de subscrição, operacional e estratégico.

• O “E” no ERM representa o desenvolvimento da visão empresarial ampla do risco através da qual as seguradoras podem identificar, quantificar e gerenciar o risco de uma forma mais holística.

Gestão de Risco e Classificação• A atribuição de uma classificação interativa da Best deriva de uma avaliação profunda

da solidez do balanço da empresa, do desempenho operacional e do perfil de negócios, comparada com os padrões qualitativos e quantitativos da A.M. Best.

• A A.M. Best acredita que a gestão do risco é o denominador comum que une a soli- dez do balanço patrimonial, o desempenho operacional e o perfil empresarial. A essência da gestão de risco está no processo estratégico da tomada de decisões utilizado pela empresa para definir seu perfil de negócios e nas diferentes práticas de gestão financeira e elementos operativos de uma seguradora que estabelecem a sustentabilidade do seu desempenho operativo, e em última instância, sua exposição à volatilidade de capital.

• Dessa forma, se uma empresa que pratica uma sólida gestão de risco e executa sua estratégia de maneira eficaz, manterá um nível prudente de capital ajustado ao risco e terá um desempenho bem-sucedido a longo prazo, objetivos comuns tanto para a classificação da A.M. Best como para a gestão de risco.

• A A.M. Best acredita que avaliar as capacidades de gestão de risco da seguradora – no contexto de determinar a solidez financeira da seguradora – deve ser visto à luz do alcance das operações da companhia e da complexidade dos seus negócios.

• A A.M. Best acredita que para permanecer competitivo no ambiente dinâmico de hoje em dia, conseguir ganhos sustentáveis e acumular capital, e finalmente manter classificações superiores, as organizações complexas – tais como as seguradoras que participam nos mercados globais de resseguro e poupança para a aposentadoria – devem elaborar e afinar constantemente a estrutura da ERM, incluindo o desenvolvimento interno de modelagem econômica de capital.

• Para as organizações com um alcance de operações mais limitado, que concentram- se em linhas de negócios mais estáveis e tradicionais, o processo ERM pode ser menos abrangente ou complexo neste momento. Contudo, a elaboração de abordagens de solvência baseados em princípios tornar-se-á um tema competitivo que impulsa o aperfeiçoamento e a integração contínua dos conceitos ERM em todas as seguradoras, independentemente do tamanho.

• Seja utilizando uma estrutura formalizada de ERM, integrando certos elementos da ERM às práticas operacionais, ou dependendo apenas do processo tradicional de gestão de risco, a A.M. Best considera a gestão de risco como sendo vital para o sucesso da seguradora a longo prazo. Assim é que no processo de classificação, espera-se que cada companhia, independente do tamanho e da complexidade, explique como identifica, mede monitora e gerencia o risco.

• Um segurador que pode demonstrar sólidas práticas de gestão de risco integradas ao seu processo interno de classificação, e executar, efetivamente, seu plano de negócios, manterá uma classificação favorável em um ambiente operacional cada vez mais dinâmico. A A.M. Best acredita que a gestão de risco está incorporada ao “DNA empresarial” da seguradora quando as métricas de risco são incorporadas nos objetivos empresariais, nas linhas de negócios e na área funcional, e quando as medidas do retorno do risco são incorporadas

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no planejamento e orçamento financeiro, no planejamento estratégico, nas medições de desempenho e na remuneração de incentivos.

Gestão de Risco e Índice de Adequação de Capital da Best (Best’s Capital Adequacy Ratio, BCAR):• O BCAR é uma ferramenta quantitativa importante que ajuda a A.M. Best a diferenciar

entre companhias e indicar se a capitalização da companhia é adequada para um nível de classificação em particular. Não obstante, o BCAR, por si mesmo, nunca constitui a única base para determinar qualquer Classificação de Crédito da Best.

• Outras considerações incluem várias práticas de gerenciamento financeiro e de elementos operacionais de uma seguradora que, finalmente, estabelecem a sustentabilidade de seu desempenho operacional e de sua exposição à volatilidade de capital. Em outras palavras, as capacidades relativas de gerenciamento de risco das companhias representam o fator mais importante para a determinação dos requerimentos de capital BCAR para cada seguradora classificada.

• Dada a evolução do perfil de risco do setor de seguros, e os avanços contínuos nas ferramentas e práticas da gestão de risco, a A.M. Best reconhece que uma perspectiva futura mais econômica de capital pode ser outro suplemento valioso para o processo de classificação. Como resultado:

• A A.M. Best considerará a permissão para que as empresas mantenham níveis inferiores do BCAR em relação à diretriz para a classificação com base em uma avaliação individual das capacidades totais de gestão de risco de uma seguradora, perante seu perfil de risco.

• A A.M. Best estuda os meios para incorporar a modelagem estocástica no desenvolvimento de fatores de risco no modelo BCAR e para vincular mais diretamente a probabilidade de inadimplência à determinação de capital necessário para sustentar os níveis individuais de classificação.

• A A.M. Best também tomará em consideração o uso de modelos de capital proporcionados pelas companhias para elaborar os requerimentos de capital no processo de avaliação para a classificação.

De volta ao essencial: Classificação da solidez financeira e gestão de riscoO objetivo das Classificações de Crédito da Best para as companhias de seguros, tanto a classificação da solidez financeira (FSR) como a classificação de crédito para emissor (ICR) é o de fornecer uma opinião sobre a capacidade de uma seguradora de honrar suas obrigações financeiras, que representam suas obrigações com os segurados. A atribuição de uma classificação interativa deriva de uma avaliação profunda da solidez do balanço da companhia, do desempenho operacional e do perfil de negócios, com relação aos padrões qualitativos e quantitativos da A.M. Best.

Na determinação da capacidade de uma empresa de cumprir suas obrigações atuais e constantes, a área mais importante a ser avaliada é a solidez do balanço patrimonial, já que ela constitui o alicerce da proteção do segurado. A solidez do balanço patrimonial mede a exposição do excedente da companhia às práticas operacionais e financeiras.

Uma das ferramentas principais utilizadas para avaliar a solidez do balanço patrimonial é o índice de adequação de capital da Best (Capital Adequacy Ratio, BCAR), que oferece uma medida quantitativa dos riscos inerentes nos investimentos de uma empresa e o perfil de seguros, relativos ao capital ajustado. A análise do balanço patrimonial realizado pela A.M. Best também inclui uma revisão detalhada dos vários testes e rácios financeiros sobre um período de cinco anos.

A avaliação da solidez do balanço patrimonial inclui uma análise das demonstrações regulamentares da organização e das demonstrações financeiras, incluindo o balanço patrimonial do GAAP (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos) ou da IFRS (Normas

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Internacionais de Requisitos de Relatórios Contábeis) nos níveis tanto de companhia de seguros operacional quanto consolidado. Para entender a solidez e a flexibilidade do balanço patrimonial da seguradora, revisam-se várias provas e medidas, que incluem uma avaliação da estrutura do capital empresarial, da alavancagem financeira, da cobertura de comissão fixa, da liquidez e das fontes e usos de capital históricos.

Embora a solidez do balanço seja o alicerce do processo de classificação, o balanço patrimonial proporciona apenas uma avaliação da adequação de capital em um momento dado. A A.M. Best considera o desempenho operativo e o perfil empresarial como os principais indicadores para medir a futura solidez do balanço patrimonial e a proteção dos segurados (Ver Figura 2).

A palavra chave aqui é “futura”, já que a classificação é probabilística e sobrepõe-se a uma visão “estática” do balanço patrimonial. A rentabilidade é o motor que, em última instância, impulsiona o capital que, projetando-se no futuro, permite ao analista estimar a capacidade da empresa de preservar ou de gerar capital novo com o tempo. Em muitos aspectos, o que determina a solidez ou a fraqueza relativa do desempenho operativo de uma empresa é uma combinação do seu perfil de negócios e da capacidade de uma companhia de executar efetivamente sua estratégia.

Uma empresa que mostra um forte desempenho ao longo do tempo produzirá lucro suficiente para manter um nível prudente de capital de risco ajustado e aperfeiçoar o valor para as partes interessadas. As empresas com desempenho forte são empresas com lucro relativamente estável e julgado sustentável. Devido aos seus históricos comprovados e seu poder de lucro acima da média, estas empresas costumam beneficiar-se de classificações superiores ou requerimentos de capital inferiores comparados com seus concorrentes.

Por outro lado, as empresas que mostram fraquezas nos seus ganhos, seja com perdas ou com volatilidade contínua, tem mais probabilidade de ter dificuldades para manter ou melhorar o capital no futuro. Por estes motivos, estas empresas costumam receber uma classificação inferior à contraparte que tem bom desempenho e/ou geralmente devem se ater a requisitos de capital maiores que os mínimos para minimizar a probabilidade de receber uma classificação inferior se as tendências estabelecidas continuarem.

A A.M. Best acredita que a gestão de risco é o denominador comum que une a solidez do balanço patrimonial, o desempenho operacional e o perfil empresarial. A essência da gestão de risco pode ser encontrada no processo estratégico de tomada de decisão que a empresa utiliza para definir o seu perfil de negócios, e em diversas práticas de gestão financeira e em elementos operacionais da seguradora que estabelecem a sustentabilidade do seu desempenho operacional, e finalmente, a exposição do seu capital a volatilidade. Desta forma, se uma empresa estiver praticando uma gestão de risco sólida e executando a sua estratégia efetivamente, ela manterá e aumentará a solidez do seu balanço patrimonial e terá um

O forte desempenhooperacional produz um sólidobalanço patrimonial

O fraco desempenhooperacional desgasta a solidezdo balanço patrimonial

Data do últimobalanço patrimonial

Futuro

Principais indicadores do balanço patrimonial futuro

Solid

ez d

o pa

trim

onia

l bal

anço

Tempo

Diretriz do BCAR

O perfil empresarialimpulsa um desempenho operacional forte e sustentável

Figura 2O Impacto do Desempenho Operacional e do Perfilde Negócios no Balanço Patrimonial

Fonte: A.M. Best

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desempenho forte no longo prazo – objetivos comuns tanto para as classificações feitas pela A.M. Best quanto para a gestão de risco.

“A necessidade é a mãe da invenção”As ferramentas e as práticas da gestão de risco no setor de seguros avançaram significativamente nos últimos anos. O setor já passou por uma série de eventos e tendências que expuseram e continuarão expondo as seguradoras a maiores níveis de risco e de incerteza:

Além desses eventos que estimulam riscos, as seguradoras têm assumido mais riscos em suas atividades de desenvolvimento de produtos como elas tentam fazer frente proativamente às frequentes e cambiantes necessidades de uma população que envelhece.

Embora tenham aumentado os riscos e o nível de incerteza que o setor enfrenta, as seguradoras mais prudentes e capazes tomaram medidas para gerenciar e mitigar esses riscos de forma mais eficiente e para manter a proteção do segurado. Duas áreas onde as seguradoras têm utilizado métodos mais avançados para fazer frente a riscos emergentes específicos são a gestão de risco de catástrofes e os programas de proteção dinâmicos.

BAIXO ALTOComplexidade do produto

Perfil dealto risco

Perfil debaixo risco

BAIXO

ALTO

Fonte: A.M. Best

Volatilidadede ganhos ede capital

Figura 3Tendências do perfil de risco do setor

A A.M. Best concorda plenamente com os conceitos básicos subjacentes a regimes de solvência com base em princípios. A A.M. Best acredita que plataformas integradas para a avaliação da adequação de capital da seguradora promovem maior ênfase em muitos dos mesmos aspectos quantitativos e qualitativos da solidez financeira e adequação de capital a longo prazo, que são o alicerce da avaliação para a classificação interativa da A.M. Best. Alguns temas comuns que compartilham esses requerimentos de solvência e da abordagem de classificação da A.M. Best estão resumidos abaixo.

Concentração na gestão de risco como parte de uma revisão quantitativa e qualitativa equilibrada. A atribuição de uma Classificação de Crédito interativa da Best deriva de uma avaliação profunda da solidez do balanço da empresa, do desempenho operacional e do perfil de negócios, comparada com os padrões qualitativos e quantitativos da A.M. Best. A A.M. Best acredita que a gestão do risco é o determinador comum que une a solidez do balanço patrimonial, o desempenho operacional e o perfil empresarial. Uma seguradora que pode demonstrar fortes práticas de gestão de risco, que são parte integral do seu processo de classificação, e que implemente eficientemente seu plano estratégico de negócios manterá uma classificação favorável em um ambiente operacional cada vez mais dinâmico.

Apoio para o desenvolvimento de modelos internos de capital. A A.M. Best também considerará o uso de modelos de capital proporcionados pelas empresas para desenvolver os requerimentos de capital no processo de avaliação para a classificação. A A.M. Best acredita que o benefício principal de um forte modelo interno de capital é a assistência que fornece à gerência da empresa em entender e quantificar os riscos primordiais e sua correlação a partir de uma perspectiva holística. O verdadeiro valor de todo modelo de capital é somente

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Gestão de Risco de CatástrofesA A.M. Best considera as perdas catastróficas, tanto naturais como as causadas pelo ser humano, a principal ameaça à solidez financeira e à segurança do segurado das seguradoras de ramos elementares (bens imóveis/sinistros) por causa do impacto significativo, rápido e inesperado do que pode ocorrer. Uma preocupação especial é o rápido escalonamento de exposições com seguro na última década, o que ilustra o tipo de população e o valor cada vez maior dos bens móveis e imóveis, combinado com a frequência cada vez maior e a intensidade dos desastres naturais.

Tem havido um grande número de eventos severos no mundo todo, o que representa uma mudança fundamental na expectativa da frequência de que ocorrerão no futuro. Além disso, o ambiente político mundial e a tecnologia bélica faz com que os peritos antecipem a ocorrência dos eventos causados pelo ser humano com uma frequência cada vez maior. As épocas de temporais relativamente benignos e a ausência de uma grande catástrofe causada pelo ser humano não mudam a dinâmica de longo prazo, ao contrário, demonstram a dificuldade e a incerteza em antecipar eventos catastróficos.

Para gerenciar e monitorar o risco, a maioria das seguradoras de ramos elementares utilizam ferramentas de modelagem de catástrofes cada vez mais sofisticadas, principalmente aquelas proporcionadas por empresas especializadas com extensos recursos meteorológicos, sismológicos, estatísticos e técnicos. A temporada de furacões em que muitos deles atingem terra firme, servem como lembrança de que, embora os modelos sejam muito úteis no processo analítico e de subscrições, constituem apenas ferramentas e não devem servir como base exclusiva para gerenciar a exposição a catástrofes.

A gestão de risco de fortes catástrofes é mais do que um modelo avançado. A qualidade dos dados, o monitoramento constante da exposição agregada e individual, a aderência disciplinada aos controles de subscrição e a implementação de um programa integrado de resseguro são todos elementos importantes de uma gestão de risco de catástrofe forte.

Durante o processo de avaliação para classificação, todas essas áreas são avaliadas e levadas em consideração junto com a flexibilidade financeira de uma empresa para estabelecer sua capacidade de, em primeiro lugar, evitar uma perda material de capital, e em segundo lugar, responder a qualquer deteriorização significativa de capital de tal evento.

alcançado quando a gerência o utiliza no processo de tomada de decisão ao avaliar o impacto nas diferentes estratégias empresariais, na alocação de ativos, nas estruturas de resseguro, etc.

A gestão de risco e a modelagem de capital não têm um modelo “único”. A A.M. Best acredita que para permanecer competitivo no ambiente dinâmico atual, conseguir ganhos sustentáveis e acumulação de capital, e finalmente manter classificações superiores, as organizações complexas – tais como as seguradoras que participam nos mercados globais de resseguro e poupança para a aposentadoria – devem elaborar e afinar constantemente a estrutura da ERM, incluindo o desenvolvimento interno de modelagem econômica de capital. Para as organizações com um alcance de operações mais limitados, a concentração em linhas de negócios mais estáveis e tradicionais, o processo ERM (e modelagem de capital) pode ser menos abrangente ou complexo neste momento. Não obstante, a implementação dos requerimentos de capital baseados em princípios e os esforços significativos das seguradoras de exigir mais na área de gestão de risco, tornar-se-á um tema competitivo que impulsa o aperfeiçoamento e a integração contínua dos conceitos ERM para todas as seguradoras, independentemente do tamanho.

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Proteção Dinâmica (Hedging)O segmento de poupança de aposentadoria tem sido o motor de crescimento doméstico para o setor de seguro de vida. Na medida em que a geração da pós-guerra (baby boom) se aproxima à aposentadoria, as oportunidades de crescimento futuro desse segmento de negócios são enormes para as empresas que estejam bem posicionadas em termos de desenvolvimento de produto, distribuição e marca. Entretanto, com esse potencial de recompensa também existem riscos significativos – incluindo os riscos que o setor de seguros tradicionalmente não tem subscrito – os quais a A.M. Best acredita que expõem a receita da indústria e a base de capital a maior volatilidade, agora e no futuro.

O setor de seguros há muito tempo gerencia uma série de riscos inerentes ao oferecer anuidades e outros produtos e serviços dentro do mercado de poupança para a aposentadoria. Estes riscos incluem o risco da taxa de juros, a gestão de ativos/passivos, e o risco da inexistência de intermediários.

As companhias que oferecem estes benefícios estão sujeitas a duas categorias principais de risco que estão, em alguns aspectos, fora dos parâmetros tradicionais de risco do setor seguros:

• Os riscos baseados nos segurados, que representa a exposição a desenvolvimento adverso baseado nas opções facultativas de várias criações de produto, onde o segurador pode controlar diferentes elementos do mesmo. Como consequência, muitas das ações que sejam implementadas pelo segurado podem mudar profundamente a dinâmica de risco do produto.

• Os riscos baseados no mercado de capital, derivados do fato de que a companhia de seguros garante certos retornos nos ativos investidos. Essas garantias colocam parte do risco de investimento, cuja previdência privada variável antes era passada ao segurado, de volta ao balanço patrimonial da companhia de seguros.

As seguradoras têm avançado significativamente em termos da limitação do impacto dos riscos baseados no segurado através da criação de produtos mais inteligentes que limitam as opções dentro do produto ou vincula certas decisões do segurado na quantidade de proteção oferecida com a garantia.

Os principais subscritores de produtos relativos a previdência privada/pensões variáveis também desenvolveram e implementaram sofisticados programas de cobertura de riscos para ajudar a proteger a empresa contra movimentos adversos nos mercados de capital. A sofisticação da gestão de risco através de programas de cobertura passou a ser um fator primordial do sucesso no mercado de anuidades variáveis com a ampla aceitação dos novos benefícios de vida. Tais programas de proteção utilizam instrumentos derivados que são criados para mitigar o impacto negativo da oscilação nos mercados de capital.

Não obstante, semelhante aos esforços efetuados para antecipar e gerenciar o risco de catástrofe natural e o causado pelo ser humano, a proteção dinâmica está longe de ser uma ciência exata. Assim, como mencionado anteriormente, o processo de avaliação para a classificação considera tanto a solidez do processo de mitigação de risco quanto a flexibilidade financeira da seguradora ao avaliar a solidez financeira.

“E”RM – O que há de novo?A A.M. Best considera a ERM como uma extensão natural das práticas da gestão de risco básicas de uma seguradora na qual as bases continuam sendo os sólidos controles e as políticas tradicionais que cobrem as cinco categorias chave de risco: crédito, mercado, subscrição, operacional e estratégico.

O “E” em ERM representa o desenvolvimento de uma nova visão empresarial a respeito do risco onde as seguradoras podem identificar, quantificar e gerenciar o risco de uma forma

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mais holística. A ERM toma em consideração os riscos individuais ao alcance, assim como toda correlação e interdependência de risco em toda a organização. Ao sobrepor essa visão de risco “empresarial” por cima da abordagem tradicional estilo silo para gerenciar os riscos individuais, as seguradoras podem criar uma estrutura mais firme e integrada, que se for aplicada prudentemente, pode aumentar o valor da firma ao mesmo tempo em que proporciona segurança financeira à organização.

A A.M. Best acredita que a ERM cobre três áreas primordiais.

•Cultura – o estabeleci- mento de um ambiente por toda a organização, desde a diretoria até os gerentes seniores e a gestão da linha de negócios, aos funcionários, que incorporam a consciência de risco e rendição de contas em todas as operações diárias, ou seja, o DNA empresarial.

•Identificação e gerenciamento – a capacidade constante de identificar riscos importantes por toda a organização, e de estabelecer controles e procedimentos uniformes para gerenciar e mitigar eficazmente o impacto desses riscos à organização.

•Medição - o uso de ferramentas sofisticadas e a reunião de dados para quantificar riscos, inclusive o impacto das correlações de risco entre as cinco categorias de risco, considerando o impacto geral das condições econômicas, os eventos específicos ao setor e eventos extremos, e o relato dessas avaliações de risco aos quadros superiores de gestão regularmente.

As Características da ERM – CulturaA A.M. Best acredita que a ERM eficiente começa de cima. Para marcar a pauta de uma sólida gestão de risco, a A.M. Best acredita que é necessário possuir diretivas claras, estabelecidas pelos quadros superiores de gestão e pelo conselho de administração. Em última instância, é a importância que o conselho de administração e os gestores mais experientes depositam na gestão de risco que irá determinar até que ponto o gerenciamento de risco está integrado por toda a organização.

Uma forte cultura consciente do risco também se fundamenta por uma linguagem comum e pelo entendimento comum do risco entre os funcionários e a Junta diretiva da empresa, permitindo a colaboração sobre temas de gestão de risco por toda a organização, e um conjunto comum de regras a respeito de risco que governem a prestação de contas e a remuneração de incentivos.

Portanto, uma parte primordial da avaliação das capacidades de gestão de risco de uma seguradora é entender a cultura empresarial da organização e o grau até o qual a gestão de risco está incorporada ao processo de tomada de decisão da organização. As Características fortes e fracas da ERM estão descritas na Figura 4.

Características da ERM – Identificação e GerenciamentoO ponto de partida é uma sólida cultura de gestão de risco; contudo, a eficiência de toda estrutura de gestão de risco depende da capacidade da seguradora de identificar os principais riscos para a organização e estabelecer controles e procedimentos detalhados para gerenciar o impacto possível desses riscos no valor do interessado. As práticas tradicionais de gestão de risco incorporam uma ampla variedade de atividades de identificação e gerenciamento de risco nas cinco categorias de risco. A ERM acrescenta uma abordagem mais ampla à identificação e ao gerenciamento de risco. A ERM também incorpora o desenvolvimento de uma série de diretrizes empresariais consistentes que formalizam o processo de risco mais amplo e permitem a troca de informação em função das linhas e funções de negócios. As Características fortes e fracas da ERM estão descritas na Figura 5.

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Figura 4Características da ERM – Cultura

CARACTERÍSTICAS FORTES CARACTERÍSTICAS FRACAS

O exemplo vem do altoO quadro de gestão sênior estabelecem um ambiente e uma estrutura empresarial que incorpora a consciência de risco em toda a organização.

Os quadros de gestão seniores não aceitam e não comunicam uma abordagem proativa para avaliar o risco dentro da organização.

A estrutura da organização e de governança reconhece a importância de uma abordagem de gestão de risco integrada colocando a responsabilidade da gestão de risco de toda a empresa em um membro ou membros dos quadros superiores de gestão com acesso ao conselho de administração.

As atividades de gestão de risco estão fragmentadas por toda a organização e são vistas tipicamente como tarefas individuais desempenhadas por funcionários de quadros inferiores.

O conselho de administração e os quadros superiores de gestão recebem e fazem críticas construtivas sobre as frequentes demonstrações das medições de risco e das atualizações das principais atividades de gerenciamento de risco em toda a organização.

O conselho de administração não costuma ser informar sobre as atividades contínuas de gestão de risco e tende a ver a gestão de risco como um processo reativo e não proativo.

O conselho de administração e os gerentes seniores demonstram um pleno entendimento dos riscos e das práticas de mitigação de risco de toda a organização.

O entendimento detalhado do que impulsiona o risco e das políticas e procedi- mentos para mitigar o risco residem na linha de negócios ou no nível funcional.

Os objetivos de gerenciamento e a remuneração de incentivos estão vinculados aos objetivos de gestão de risco e de medidas de retorno aprovadas pelo conselho de administração.

Os objetivos de gerenciamento e a remuneração de incentivos estão vincu- lados a medidas mais tradicionais de crescimento de linha superior ou de resultados de linha inferior, sem levar em consideração a importância dos retornos ajustados ao risco e a gestão de risco.

Estabelecer e comunicar claramente os objetivos de gestão de riscoO conselho de administração e os quadros de gestão seniores claramente definem o perfil de risco empresarial – tolerância de risco e objetivos de gestão de risco – que sustentam os objetivos totais da empresa e as expectativas das principais partes interessadas.

O conselho de administração e os quadros de gestão seniores veem os objetivos empresariais totais e o estabelecimento de tolerâncias de risco como atividades totalmente independente uma da outra.

Os quadros de gestão seniores claramente comunicam o perfil de risco empre- sarial à unidade de gerenciamento empresarial e exigem a implementação de práticas adequadas de gestão de risco.

O perfil de risco empresarial e as tolerâncias de risco, ou a prestação de contas de gerenciamento da unidade empresarial não são documentadas nem comunicadas claramente.

Definir papéis e responsabilidadesUma separação adequada dos deveres entre aqueles encarregados do monito- ramento e da medição do risco e aqueles encarregados da tomada de decisões sobre o risco.

Os membros dos quadros de gestão encarregados de monitorar ou medir o risco também têm autoridade para tomar decisões sobre o risco.

Estabelecer um departamento separado, altamente qualificado, para observar holisticamente a companhia e coordenar as atividades de gestão de risco na empresa, liderado por um membro dos quadros de gestão seniores – Diretor de Risco (CRO-Chief Risk Officer).

As atividades de gestão de risco estão implícitas dentro de várias linhas de negócios ou áreas funcionais de negócios.

O Diretor de Risco (CRO) é o encarregado do estabelecimento de uma estrutura de gestão de risco apropriada que irá medir e monitorar o risco na empresa e fornecer informações ao conselho administrativo e aos quadros de gestão seniores, e facilitará as atividades contínuas de gestão de risco no nível da unidade de negócios.

Não há uma estrutura de gestão de risco para toda a empresa. A informação sobre a gestão de risco não é fornecida ao conselho de administração nem aos quadros de gestão seniores com regularidade.

O Diretor Geral (CEO) é o encarregado da execução da estratégia empresarial com base nas informações recebidas pelo Diretor de Risco (CRO) e de outras fontes, e é o responsável final do desempenho da organização com relação aos seus riscos.

Os objetivos da gestão de risco e as medições de risco não estão totalmente integrados à estratégia empresarial geral.

O conselho de administração realiza ativamente a supervisão e se encarrega de compreender e comentar construtivamente a avaliação de riscos realizada pelos quadros de gestão dos riscos para a empresa, além de sua abordagem de gestão para esses riscos.

O conselho de administração participa, caso a caso, respondendo a algum evento de perda que já tenha acontecido, ao invés de participar proativamente promovendo a avaliação e a análise constante dos riscos.

Os gerentes de unidade empresarial são os responsáveis diretos do gerencia- mento do risco dentro de suas áreas de responsabilidade, além da implementa- ção de práticas segundo as diretivas empresariais.

A prestação de contas sobre a gestão de risco não está claramente definida.

Processo de tomada de decisões estratégicasA estratégia empresarial e a alocação de capital são realizadas com base em retornos ajustados ao risco e a outras medições de risco de forma consistente com o perfil de risco empresarial.

Os processos de planejamento estratégico e financeiro não são totalmente integrados à estrutura de gestão de risco.

O planejamento financeiro e o processo orçamentário medem o impacto dos resultados financeiros projetados para o perfil de risco empresarial.

O planejamento financeiro e o processo orçamentário são vistos apenas como mecanismo de demonstração financeira e não como uma parte inte- grada ao sistema estratégico e de gestão de risco.

O quadro de gestão pode demonstrar como as decisões de risco e retorno melhoram e melhorarão o valor da companhia.

Os quadros de gestão veem as atividades de gestão de risco apenas como ferramentas para evitar que o valor seja deteriorado, e não como veículo para a criação de valor através da prudência em tomar risco.

Fonte: A.M. Best

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Metodologia Critérios - Universais

Figura 5Características ERM – Identificação e Gerenciamento

CARACTERÍSTICAS FORTES CARACTERÍSTICAS FRACASCapacidade de identificar, monitorar e gerenciar o risco nas e entre as cinco categorias de risco – subscrição, mercado, crédito, operacional e estratégico.

O processo da gestão de risco é realizado independentemente pelos diferentes departamentos e o possível impacto das correlações de risco não é levado em consideração.

Processo implementado e contínuo de identificação e gerência dos riscos operacionais significativos.

Os riscos operacionais não são discutidos, ou são discutidos apenas após a ocorrência de um evento.

Elaboração de um “relatório de excepções” para todas as contagens ou rácios que estejam fora das tolerâncias máximas e realização de planos detalhados para remediar a situação.

As análises detalhadas são realizadas apenas quando a questão afeta saldo financeiro.

Tomada de decisões para o lançamento ou retirada decerta linha de produtos, territórios, coberturas em função do impacto no risco em toda a empresa/ medida de retorno – demonstrando a capacidade da organização de medir a proteção/correlação natural.

As decisões estratégicas são realizadas horizontalmente no nível de linha de negócios, e não são vistas à luz do risco empresarial total/objetivos de retorno.

Realização de compras de resseguro em função das tolerâncias de risco empresarial e proporcionam proteção contra a agregação do risco das linhas ou divisões.

Ausência de uma análise do impacto das compras individuais no perfil de risco empresarial.

Ajustamento do seu perfil de risco empresarial e seu processo de gerenciamento de risco pela empresa em função de experiências anteriores, de resultados modelo pro forma e expectativas futuras dos interessados e das condições atuais de mercado.

Os quadros de gestão não aprendem com seus próprios erros por meio de uma análise periódica da dinâmica de risco, nem veem o perfil de risco empresarial como um conceito em constante evolução.

Fonte: A.M. Best

Figura 6Características da ERM – Mensuração

CARACTERÍSTICAS FORTES CARACTERÍSTICAS FRACASUso de pontuação empresarial para avaliar o risco e medir em função de tolerâncias predeterminadas.

A informação de gestão de risco é coletada e revisada de maneira ad hoc, ao invés de desenvolvida e analisada regularmente e comparada com os resultados esperados e com as tolerâncias de risco predeterminadas.

Realização de provas do tipo “E se…” para quantificar o impacto de eventos incomuns, imprevistos e improváveis no perfil de risco empresarial (por exemplo, uma queda na classificação, choque na taxa de juros, desastre no mercado financeiro).

O processo de planejamento financeiro não inclui prova de estresse de premissas da linha de base, nem uma análise de eventos extremos.

Informações fornecidas pela gerência, com medidas de risco/retorno que identificam áreas onde nem as tolerâncias de risco nem os objetivos estão sendo alcançados.

Os relatórios da gerência ou não existem ou são preparados utilizando-se apenas as medidas de demonstração financeira tradicionais, e não acompanham o desempenho em função das tolerâncias de risco.

Uso de modelos de capital econômico (EC) provados e bem compreendidos que captem todos os riscos da empresa.

Se existe um modelo EC, o modelo não é robusto ou não é amplamente utilizado como ferramenta de gerenciamento.

Modelo EC adaptado, provado e executado com frequência. O modelo EC é executado anualmente e não é considerado como uma ferramenta de tomada de decisão.

As Medidas de risco/retorno e Modelos EC podem ser criados para curto, médio e longo prazo.

Os modelos EC e as medidas de risco/retorno são vistos como ferramenta de planejamento que são incorporados constantemente no gerenciamento empresarial do negócio.

Os relatórios de gerenciamento e os modelos de capital captam as correlações ao longo das cinco categorias de risco, levando em consideração, em todas as categorias de risco, o impacto:- das condições econômicas gerais- das condições específicas do setor- dos eventos extremos

As medições de risco e os modelos de capital não analisam sistematicamente os efeitos dos fatores econômicos externos, nem dos desenvolvimentos do mercado nas correlações de risco.

Os modelos baseados em riscos ou em modelos de capital econômico podem identificar cenários nos quais os riscos individuais proporcionam proteções naturais para mitigar a exposição geral, assim como os riscos que podem exacerbar a exposição geral.

Os modelos não fornecem detalhes em função de cenários para quantificar o impacto das correlações de risco.

A capacidade para determinar a eficiência das técnicas de mitigação de risco implementadas pela empresa, tais como o resseguro e a proteção.

Os modelos não fornecem detalhes para quantificar o valor agregado pelas técnicas de mitigação de risco.

Fonte: A.M. Best

Características da ERM – MensuraçãoAlém da identificação e a gestão de riscos individuais, um componente extremadamente importante da ERM é a capacidade de quantificar tais riscos com ferramentas sofisticadas e com procedimentos de coleta de dados que garantem a integridade dos dados. Outro componente importante da medição é a capacidade de avaliar o impacto das correlações de risco na empresa. Certas correlações que criem proteções naturais ao longo de linhas empresariais podem estar presentes. Outras correlações que poderiam exacerbar os riscos podem ser identificadas. A A.M. Best acredita que as empresas com riscos mais complexos precisam demonstrar que os modelos de risco ilustram devidamente essas correlações. As Características fortes e fracas da ERM estão descritas na Figura 6.

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Metodologia Critérios - Universais

A ERM e a Estrutura de Gestão de RiscoA A.M. Best acredita que uma ERM - estabelecimento de uma cultura consciente do risco, utilizando ferramentas mais sofisticadas para identificar e gerenciar, assim como medir o risco; e capturar as correlações de risco – é um componente cada vez maior da estrutura de gestão de risco de uma seguradora.

O alicerce da estrutura de gestão de risco é a compilação de práticas tradicionais de gestão de risco que historicamente tem ajudado às empresas a monitorar e gerenciar sua exposição às cinco categorias principais de risco: risco de crédito, de mercado, de subscrição, operacional e estratégico. Essas práticas incluem uma série de processos e controles que permitem à seguradora identificar e monitorar os tipos específicos de riscos (veja Figura 9).

• Risco de crédito – A exposição ao crédito de contraparte de todos os credores potenciais, inclusive agentes, resseguradoras, emissores de títulos e grandes clientes institucionais.

• Risco de mercado– Exposição a eventos de liquidez, descompasso entre ativos/passivos e riscos nas carteiras de investimentos devido a câmbios nos preços de capital, nos produtos básicos, nas taxas de juros e nas taxas de câmbio.

• Risco de subscrição – Exposição financeira que surge de diferentes atividades integrais para a subscrição de produtos de seguro, inclusive: desenvolvimento de produto; relações regulamentares; estabelecimento de medições de reservas e de determinação de preços; análise da experiência de perdas, mortalidade, morbidade, lapsos e tendências de perdas.

• Risco operacional– Exposição financeira por danos à reputação da empresa ou do valor da franquia, resultado de uma série de fatores internos e externos, tais como: mudança de gestão; interrupção do negócio; fraude; captação de dados; segurança e integridade de dados; gerenciamento de sinistros; e retenção de funcionários.

• Risco estratégico – Exposição financeira resultante de decisões empresariais adversas, implementação inadequada das decisões ou falta de ação em relação às mudanças no setor.

Figura 7 A Estrutura de Gestão de Risco Empresarial

Gerenciamento sênior

Práticas e ControlesTradicionais deGestão de Risco

Gestão deCapital

“E”RMe EC

Fonte: A.M. Best

* Estabelecimento de uma cultura consciente dos riscos que inclua um alinhamento dos incentivos de gestão* Implementação de melhor identificação e gerenciamento de risco* Elaboração de ferramentas de medição de risco mais sofisticadas

Figura 8A Estrutura da Gestão de Risco Tradicional

Capital

Management

Traditional Risk

Management Practices

and Controls

Gestão decapital

Gerenciamento sênior

“E”RMe EC

Práticas e ControlesTradicionais deGestão de Risco

Fonte: A.M. Best

A estrutura tradicional continuasendo adequada para muitasseguradoras. * É prudente que todas asseguradoras incorporem certoselementos da ERM* Contudo, o EC está além doescopo da estrutura tradicional

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Outra parte integral da estrutura da gestão de risco é o gerenciamento de capital. Se as práticas tradicionais de gestão de risco de uma empresa são vistas como sendo os processos e controles estabelecidos para monitorar e gerenciar riscos individuais, então, a gestão de capital é o processo pelo qual uma empresa implementa uma barreira para absorver as perdas que não tenham sido suficientemente mitigadas por suas práticas de gestão de risco tradicionais. As fontes principais de capital, e também da sua flexibilidade financeira, são ganhos retidos, mercados de dívida e mercados de capital. A gestão de capital prudente incorpora cada uma dessas fontes de forma integrada com a finalidade de proporcionar recursos financeiros adequados para as operações diárias e para o crescimento esperado ao mesmo tempo em que se antecipam necessidades potenciais para capital adicional em função do perfil de risco da entidade.

A ERM então proporciona aos quadros de gestão seniores, a parte final na estrutura de gestão de risco com uma plataforma para visualizar todos os diversos elementos de gestão de risco e de capital de uma forma mais holística. O resultado final é que as práticas e processos fortes e fundamentais abrangendo a gestão de risco tradicional, a gestão de capital e a ERM, proporcionam uma imensa variedade de informação e de ferramentas sofisticadas. Não obstante, o perfil de risco da empresa, e seu sucesso ou fracasso final, continuam a ser regidos por decisões tomadas pela gerência.

A ERM Não É “Única Para Todos”A A.M. Best acredita que avaliar a capacidade de gestão de risco de uma seguradora – dentro de um contexto em que se determina a solidez financeira de uma seguradora– deve ser visto em função do alcance operacional da empresa e da complexidade de seus negócios. Para organizações mais complexas, tais como as seguradoras que participam nos mercados globais de resseguro e de poupança para aposentadorias, ou seguradoras com operações diversas que cobrem uma variedade de produtos e de canais de distribuição, a ERM adquire cada vez mais importância por causa do tamanho e da complexidade da organização, e o risco e volatilidade relativa nas várias linhas de negócios. A A.M. Best acredita que tais organizações devem desenvolver e constantemente afinar uma estrutura de ERM, incluindo o desenvolvimento de modelagem de capital econômico interno para:

• Permanecer competitivo no ambiente dinâmico de hoje em dia;• Construir e obter receita sustentável e acumulação de capital; e• E finalmente, manter classificações altas.

Entretanto, as organizações que possuem um escopo operacional mais limitado e que se concentram em linhas de negócios mais tradicionais e estáveis, o processo da ERM pode ser

Figura 9Principais Categorias de Risco Risco de crédito Risco de mercado Risco de subscrição Risco operacional Risco estratégicoInadimplênciaRebaixamentoDisputasDemora no acordoSoberaniaConcentração

Ações/Investimentos Outros passivosMoedaConcentraçãoBaseReinvestimentoLiquidezGestão de Ativos e PassivosSensibilidade da taxa de juros

Processo de subscrição Determinação de preços Desenvolvimento de reservas Criação do produtoBaseFrequência SeveridadeLapsoLongevidadeMortalidade e morbidadeOpções do seguradoConcentraçãoAmbiente econômico

Controles monetários Demonstração financeira Controles jurídicos Distribuição Sistemas de TIRegulamentarTreinamentoRotatividade de funcionários Captação de dados

CompetiçãoMudança demográfica e socialPublicidade negativa Rebaixamento de classificaçãoDemandas dos clientesCapital Regulamentar/PolíticoDisponibilidadeTecnologia

Fonte: A.M. Best

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menos abrangente ou complexo neste momento. No entanto, finalmente, o desenvolvimento e a implementação das abordagens de solvência baseadas em princípios irão tornar-se-á um tema competitivo que impulsa o aperfeiçoamento e a integração contínua dos conceitos ERM para todas as seguradoras, independentemente do tamanho.

Por exemplo, uma seguradora de pequeno porte e disciplinada, que opera como subscritora de veículos particulares para apenas um Estado, ou uma seguradora de vida que vende produtos de proteção tradicionais por meio de uma força agenciadora cativa, ou uma seguradora de saúde que subscreve produtos com franquias altas, podem não beneficiar-se do desenvolvimento e da implementação plena de um processo sofisticado da ERM, mas todas as empresas podem beneficiar-se da incorporação de certos elementos da ERM, independentemente do tamanho. A A.M. Best acredita que toda companhia pode tomar medidas para fomentar uma cultura consciente do risco; melhorar sua capacidade para identificar, monitorar e gerenciar o risco de maneira quantitativa; e considerar o impacto das correlações do risco dentro do seu modelo de negócios.

Em todo o setor de seguros, há muitas companhias que constantemente obtêm fortes resultados operacionais, o que sustenta uma sólida posição de capital ajustado ao risco – cada uma delas com sua própria abordagem de gestão de risco. A A.M. Best não espera que as empresas bem sucedidas, bem administradas e com negócios e perfis de risco limitados mudem suas operações, contratem um diretor gerenciador de riscos e construam um modelo de capital econômico sofisticado para manter uma classificação alta – desde que a empresa utilize práticas sólidas de gestão de risco práticas em função do seu perfil de risco, e leve em consideração os riscos inerentes nos passivos que subscreva, os ativos que adquira e os mercados onde opere, e leve em consideração riscos novos e emergentes.

Em muitos casos, as empresas com um alcance operacional mais limitado, como o mencionado anteriormente, podem ser gerenciadas eficazmente, mediante práticas tradicionais de gestão de risco dado que as equipes de gestão são menores e os riscos definidos mais claramente e facilmente compreendidos. Consequentemente, são mais básicas as ferramentas de gestão financeira e de gestão de risco necessários para gerenciar e monitorar o risco mais eficientemente, e para manter a proteção do segurado. Contudo, isso não significa que todas as organizações pequenas sejam bem sucedidas, ou que o gerenciamento de empresas menos complexas seja tarefa fácil, porque todas as organizações e as linhas de negócios têm o potencial de expor-se a riscos novos e emergentes. Em alguns aspectos, os gerentes de organizações menores enfrentam uma série de desafios maior do que os seus concorrentes de maior porte, simplesmente porque devem “desempenhar mais funções” dentro das suas organizações.

Seja utilizando uma estrutura ERM formalizada, integrando certos elementos da ERM às práticas operacionais, ou dependendo exclusivamente em um processo tradicional de gestão de risco, a A.M. Best percebe a gestão de risco de uma seguradora como algo primordial para o sucesso no longo prazo. A A.M. Best também acredita que as empresas que adotam sólidas práticas de gestão de risco possuem bem menos probabilidades de fracassar porque já “levaram em consideração o imprevisto”. Dessa forma, dentro do processo de classificação, espera-se que cada empresa – independentemente do tamanho ou da complexidade – explique como mede, monitora, e gerencia o risco de forma constante.

Uma seguradora que pode demonstrar sólidas práticas de gestão de risco integradas ao seu processo central de classificação, e que implemente eficazmente seu plano de negócios, irá manter classificações favoráveis em um ambiente operacional cada vez mais dinâmico. A A.M. Best acredita

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que a gestão de risco está incorporada no ”DNA empresarial” da seguradora quando as medições de risco estão implícitas nos objetivos empresariais da linha de negócios e da área funcional, e quando as medidas do retorno do risco são incorporadas ao planejamento e orçamento financeiro, ao planejamento estratégico, às medições de desempenho e na remuneração de incentivos.

A gestão de risco e o processo de classificaçãoNo processo de avaliação para a classificação, a A.M. Best sempre considera a gestão de risco e a gestão de capital como as áreas principais da avaliação para atribuir uma classificação. Dessa forma, muitos dos critérios atuais de classificação da A.M. Best tratam sobre questões da gestão de risco e da gestão de capital.

Com a tendência do setor de seguros voltada para um perfil de risco mais alto, e a introdução e o desenvolvimento constantes de plataformas da ERM, os vínculos que unem a gestão de risco e a classificação estão tornando-se cada vez mais fortes. A Figura 10 mostra a interação entre a estrutura de gestão de risco e os componentes de classificação.

Embora a gestão de risco seja primordial para o processo de avaliação da classificação, a A.M. Best não estabeleceu uma categoria de classificação diferente para a gestão de risco porque os diferentes componentes da estrutura de gestão de risco estão entrelaçados entre as três áreas principais de classificação: solidez do balanço patrimonial, desempenho operacional e perfil de negócios.

Contudo, devido a importância da gestão de risco no processo de classificação, a A.M. Best tem uma seção aparte nos seus relatórios de crédito que trata da estrutura de gestão de risco da seguradora.

O impacto da gestão de risco na classificação de uma seguradora está baseado no perfil de risco da seguradora e em sua capacidade de gestão de risco em relação a esse perfil de risco.

Correlations

Componentes de classificação da A.M. Best

Processo da estrutura da gestão de risco empresarial

Decisões:LinhasSegmentosTerritóriosLimitesDistribuiçãoEstrutura de capitalInvestimentosCrescimento doscontratos deresseguros

Perfil empresarial:LinhasSegmentosTerritórioLimitesDistribuiçãoResseguroEquipe degerenciamento

Desempenho operacional:Nível de ganhosVolatilidade dos ganhosSustentabilidade dos ganhos Composição e padrão de crescimento da renda

Solidez do balançoPatrimonial: Capital ajustado ao risco Alavancagem de subscrição Alavancagem de ativos Alavancagem financeira Estrutura de capitalQualidade da liquidez de capitalPrograma de resseguros Qualidade dos ativos Crescimento da adequação das reservas

Mensuração emonitoramento de:Nível da receitaVolatilidade da receitaComposição de rendaRisco de subscriçãoRisco do mercadoRisco de créditoRisco operacionalCorrelação de risco de liquidez

Impacto sobre:Capital ajustado ao riscoCapital econômicoCapital Atual/ProjetadoProbabilidade de inadimplênciaProbabilidadede classificação

Figura 10Processo da ERM e os Componentes Para a Classificação

Fonte: A.M. Best

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O perfil de risco de uma seguradora é composto de riscos quantitativos e qualitativos. A Figura 11 mostra uma série de riscos e áreas de gestão de risco que a A.M. Best considera ao revisar o perfil de risco da seguradora e sua capacidade de gestão de risco. A capacidade da gestão de risco de uma seguradora está constituída dos seus processos tradicionais de gestão de risco e do seu processo empresarial de gestão de risco.

Espera-se que as seguradoras demonstrem que seus processos de gestão de risco são adequados para seus perfis de riscos. Uma seguradora com um perfil de risco muito alto terá que demonstrar que possui uma capacidade igualmente alta de gestão de risco. Para as seguradoras com um perfil de risco baixo, as práticas de gestão de risco tradicionais podem ser suficientes. Se as capacidades de gestão de risco de uma seguradora são consideradas insuficientes para o seu perfil de risco, isto terá um impacto negativo na determinação da classificação de solidez financeira da seguradora, atribuindo-se uma classificação inferior ou requerendo mais capital para manter certa classificação. Pelo contrário, se as capacidades de gestão de risco de uma seguradora superam seu perfil de risco, isto terá um fator positivo para a determinação da classificação e pode ter um impacto favorável na classificação de solidez financeira da seguradora, produzindo uma classificação superior ou requisitos de capital mais baixo para manter certa classificação.

A volatilidade As companhias de seguros obtêm ganhos administrando diferentes tipos de risco para pessoas físicas e jurídicas - do risco de morrer muito jovem, de sofrer uma perda devido a um desastre natural ou causado pelo homem, ou de durar mais do que o patrimônio próprio, etc. Onde há risco existe a incerteza, e onde há incerteza, existe exposição à volatilidade.

De uma perspectiva de classificação, é vital entender a volatilidade histórica e potencial que o balanço patrimonial da seguradora está exposto, assim como os fatores estimulantes de volatilidade. As classificações da A.M. Best são projetadas e, portanto, entender a exposição de uma seguradora à volatilidade nas receitas e no capital constitui o centro da avaliação de desempenho operacional e perfil de negócios da A.M. Best – o indicador principal da solidez do balanço patrimonial futuro.

Não obstante, é importante notar que o objetivo do processo de avaliação para classificação da A.M. Best – similar ao objetivo fundamental de todo sistema de gestão de risco sólido – não é o de encorajar as companhias a eliminar o risco e a volatilidade, mas a entender e avaliar cada perfil de risco das seguradoras, além da recompensa recebida por esse risco.

A gestão de risco, especialmente os programas ERM robustos, permitem que a organização identifique e quantifique seus riscos, estabeleça tolerâncias de risco baseado em seus objetivos empresariais totais e tome todas as medidas necessárias para gerenciar o risco à luz desses objetivos. Quando é bem executada, a ERM permite que as companhias encontrem o equilíbrio entre risco/recompensa que melhor honre as expectativas dos seus interessados.

Para algumas seguradoras, o equilíbrio correto é diminuir a volatilidade com medidas tais como a compra de resseguro, mudanças na combinação de negócios ou no refinamento das Características dos passivos.

Figura 11Riscos e Capacidades de Gestão de Risco na Avaliação do Perfil de Risco da A.M. BestProduto & Subscrição

Reservas

Concentração

Resseguro

Flexibilidade Financeira

Investimento

Legislativo/Regulamentar/Jurídico/Econômico

Administrativo

Operacional

Apetite pelo Risco/Teste de Estresse

Resumo

Fonte: A.M. Best

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Para outros, o equilíbrio correto é o de aceitar seu nível atual de volatilidade e concentrar-se em reforçar os retornos através de ações de determinação de preços, redução de despesas, mudanças nos programas de resseguro ou combinações de negócios, etc.

De qualquer forma, a A.M. Best acredita que ao entender melhor o risco e as correlações do risco através de uma ERM, as seguradoras podem tirar proveito das ineficiências no mercado e melhorar o valor para os interessados.

Geralmente, a gerência tenta encontrar um equilíbrio delicado entre os interesses dos vários interessados, incluídos os acionistas, os segurados, os reguladores e as agências de classificação. A A.M. Best reconhece essa dinâmica e entende que as classificações superiores nem sempre constituem o objetivo das seguradoras. Dessa forma, para algumas empresas, o equilíbrio correto pode estar na tomada de ações que seria prejudicial para suas classificações.

Impacto da Gestão de Risco nos Requerimentos do BCARA abordagem tradicional da A.M. BestClaramente, o BCAR é uma ferramenta quantitativa importante que ajuda à A.M. Best a diferenciar empresas e indicar se a capitalização da empresa é adequada para um nível de classificação em particular. Contudo, o BCAR por si mesmo, nunca foi a única base para determinar qualquer classificação de crédito da Best.

Em muitos casos, empresas com posições patrimoniais similares – pontuação BCAR – podem receber classificações diferentes em função da integração de outras considerações importantes exclusivas para cada companhia de seguros. Essas outras considerações incluem várias práticas de gerenciamento financeiro e de elementos operacionais de uma seguradora que finalmente determina a sustentabilidade de seu desempenho operacional e sua exposição à volatilidade de capital. Em outras palavras, as capacidades relativas de gerenciamento de risco empresarial são um fator determinante para estabelecer os requerimentos de capital BCAR para cada seguradora classificada.

A Figura 14 é uma ilustração simples da relação entre as capacidades relativas de gestão de risco de uma seguradora e os requerimentos de capital BCAR. No quadro, as capacidades

Figura 12ERM – Equilíbrio do Risco e da Compensação:Reduzir a Volatilidade

hoje futuro

Tempo

BCAR

retornos médios

Estratégia de linha de base

Diretriz BCAR

Uma estratégia estável sustenta

uma maior classificação

Fonte: A.M. Best

Figura 13ERM – Equilíbrio do Risco e da Compensação:Aceitar a Volatilidade... Melhorar os Retornos

Hoje Futuro

Tempo

BCAR

Retornos médios

Estratégia de linha de base

Diretriz BCAR

A estratégiade retorno sustenta uma classificação

mais alta (apesar da volatilidade)

Fonte: A.M. Best

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relativas da gestão de risco de uma seguradora aparecem como Fortes ou Fracas. Na realidade, a avaliação não é tão inflexível, há um alcance de resultados relativos. O eixo vertical representa os requerimentos BCAR, ou a pontuação. O eixo horizontal representa a Exposição relativa à volatilidade da receita e do capital, que considera tanto a volatilidade inerente na combinação de negócios de uma empresa e a volatilidade dos resultados demonstrados. Ao avaliar a exposição de uma empresa à volatilidade da receita e do capital, a A.M. Best contempla uma série de fatores.

• Revisão do risco inerente relativo dentro do perfil de negócios da seguradora – inclusive o ambiente político e regulamentar – e outros elementos de risco estratégico e operacional.

• As tendências de receita e capital, inclusive uma análise dos motores das tendências para poder avaliar a sustentabilidade da receita como fonte de acumulação de capital.

• Uma comparação das projeções atuais e anteriores (proporcionados pela gerência da empresa) aos resultados atuais, e uma revisão dos pressupostos utilizados para tais projeções, a fim de avaliar a capacidade da seguradora de antecipar mudanças no seu ambiente operacional e reconhecer o impacto potencial de tais mudanças.

Os principais pontos desse gráfico são:

1. Apenas as empresas com FORTE capacidade de gestão de risco e BAIXA exposição relativa à volatilidade podem manter níveis BCAR próximos ou dentro dos níveis das diretrizes para suas classificações. As capacidades de gestão de risco FORTES são defini- das como as que possuem uma base sólida, tradicional de gestão de risco em relação ao perfil de risco da seguradora, em cada um dos cinco tipos chave de risco, E TAMBÉM, sólida flexibilidade financeira.

2. As empresas com capacidades de gestão de risco FRACAS devem manter um nível mais alto de capital requerido – pontuação BCAR – mesmo se houver uma exposição relativamente BAIXA à volatilidade. As capacidades de risco FRACAS são óbvias quando as práticas de gestão de risco tradicionais não são suficientes em uma área de risco ou mais das cinco áreas de risco chave E a flexibilidade financeira é limitada.

3. Na medida em que a exposição à volatilidade aumenta, o requerimento BCAR aumenta em uma proporção mais rápida, ou seja, a curva é mais marcada, para as empresas com capacidades de gestão de risco FRACAS.

O gráfico não foi desenhado em escala, intencionalmente, porque há uma quantidade infinita de combinações e permutações dos distintos fatores que se percebem na população de empresas classificadas. Contudo, a abordagem fundamental para determinar os requerimentos de capital BCAR à luz da exposição à volatilidade de uma empresa, e sua capacidade de medir,

Figura 14Gestão de Risco e BCAR –A bordagem tradicional da A.M. Best

BAIXO ALTOExposição à volatilidade da receita e de capital

BCAR

Fracogerenciamento

de risco

Fortegerenciamento

de risco

DiretrizesBCAR

Fonte: A.M. Best

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monitorar e gerenciar essa volatilidade através de práticas de gestão de risco foi (e sempre será) o fator central para o processo de classificação.

A evolução da abordagem da A.M. BestEm reconhecimento ao desenvolvimento das estruturas robustas da ERM, assim como dos avanços em algumas das práticas de gestão de risco tradicionais utilizadas pela indústria, tais como o uso de modelagem de catástrofes mais sofisticadas e programas de proteção dinâmica, a A.M. Best está modificando sua abordagem para determinar os requerimentos de capital BCAR (veja Figura 15). A diferença fundamental na nova abordagem é que para as empresas com capacidades de gestão de risco FORTES, a A.M. Best vai considerar permitir que as empresas mantenham níveis de BCAR inferiores com res- peito à diretriz para suas classificações, com base em uma avaliação individual (caso a caso) das capacidades totais de gestão de risco de uma seguradora, relativa ao seu perfil de risco. Não obstante, as exigências aumentaram para a incorporação de ferramentas e medições mais avançadas utilizadas por seguradoras mais sofisticadas. A fim de receber esse tratamento, as empresas devem ter TODAS as seguintes condições:

1. Fundamentos tradicionais de gestão de risco superiores, relativas ao perfil de risco da seguradora, em cada um dos cinco tipos de risco.

2. Gestão de capital e flexibilidade financeira superior, dando à organização um acesso rentável ao capital, mesmo em situações de dificuldade.

3. Fortes Características ERM (como foi descrito anteriormente).

4. Fortes capacidades de modelagem econômica de capital (como está descrito abaixo).

Todas as empresas que mostrem essas Características irão possuir exigências de requerimentos de capital inferiores em seu nível atual de classificação. Além disso, para as empresas com uma combinação de capacidades de gestão de risco FORTES (conforme o descrito a seguir) e relativamente baixa

exposição à receita e à volatilidade de capital, a A.M. Best vai considerar permitir que as empresas mantenham níveis BCAR inferiores com respeito à diretriz para sua classificação.

A ERM e os Modelos Econômicos de CapitalConforme mencionado anteriormente, a A.M. Best acredita que a ERM inclui uma ampla série de atividades, inclusive o uso de ferramentas sofisticadas para identificar e quantificar os riscos. Uma das ferramentas utilizadas para quantificar os riscos e medir a volatilidade e a correlação dos riscos é um modelo econômico de capital (EC). A A.M. Best acredita que um forte modelo EC pode constituir uma ferramenta valiosa para uma seguradora, mas é apenas uma de muitas ferramentas e processos utilizados na estrutura geral de gestão de risco, ou seja, a ERM é mais do que apenas um modelo EC.

Um forte modelo EC oferece uma base sólida para analisar os retornos ajustados pelo risco (ou seja, o EC é o denominador) de uma seguradora; Não obstante, o modelo EC não é

Exposição à volatilidade da receita e de capital

DiretrizesBCAR

Figura 15Gestão de Risco e BCAR —A abordagem revisada da A.M. Best

BAIXO ALTO

BCAR

Fracogerenciamento

de risco

Fortegerenciamento

de risco…

O que há de novo…A A.M. Best vai considerar permitir que as empresas com uma SÓLIDA gestão derisco mantenham níveis BCAR inferiores com respeito à diretriz para sua classificação

Fonte: A.M. Best

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simplesmente um sistema de divulgação financeira. O benefício de um forte modelo EC é a ajuda que proporciona para compreender os riscos da seguradora e as correlações a partir de uma perspectiva holística. O verdadeiro valor de um modelo EC é alcançado apenas quando a gerência o utiliza no processo estratégico da tomada de decisão ao avaliar o impacto nas diferentes estratégias empresariais, na alocação de ativos, nas estruturas de resseguro, etc.

Atualmente, o BCAR é o ponto de partida para a avaliação da A.M. Best da solidez do balanço patrimonial. Com o tempo, a A.M. Best torna-se mais confortável com o modelo EC de uma seguradora, devendo-se tomar em consideração os resultados de um forte modelo EC na avaliação da classificação. Um modelo EC forte também deve capturar os riscos materiais associados com cada uma das categorias principais de risco constantes, presentes na Figura 9. A A.M. Best reconhece que certos elementos de risco operacional e estratégico não são fáceis de quantificar. Não obstante, a A.M. Best acredita que esses riscos são reais e que as empresas devem desenvolver métodos para calcular o impacto de tais riscos. Neste ínterim, a A.M. Best espera que as empresas aloquem parte do capital nos seus modelos EC internos para que sirvam como referência.

Características de Modelos EC Fortes:• Abordagem de correlações entre e ao longo das cinco categorias de risco acima,

incorporando hipóteses razoavelmente conservadoras nas correlações positivas.• Contemplação de maiores correlações entre eventos de maior magnitude.• Ênfase da volatilidade nos resultados.• Ênfase dos benefícios da diversificação.• Ênfase dos perigos das concentrações.• Ênfase da macroeconomia.• Ênfase das etapas do ciclo de subscrição.• Ênfase possível do ambiente cambiante de resseguros.• Aceitação dos possível cenários deterministas para a execução de provas.• Fornecimento de dados suficientes para explicar eventos extremos.• Boa adaptação dos parâmetros nos dados da companhia.• Atualização e revisão periódica dos parâmetros.• Comprometimento entre os funcionários e o modelo EC.• Revisão, audição e teste da qualidade da entrada de dados.• Facilidade de entendimento e leitura dos resultados do modelo.• Resultados vinculados aos objetivos.• Resultados vinculados à probabilidade de inadimplência.• Produção de projeções de fluxo de caixa para cada cenário.• Obtenção de resultados positivos do modelo contra eventos adversos anteriores.• Produção de volatilidade em diferentes períodos de tempo.

Através do desenvolvimento de uma estrutura integrada, combinando os principais elementos de risco, as empresas possuem melhores ferramentas ao seu alcance para aperfeiçoar o valor dos interessados por meio da alocação de capital aos riscos que proporcionam a melhor oportunidade ou recompensa pelo risco, e/ou produtos que proporcionam o melhor benefício de diversificação, os quais podem ser utilizados como cobertura contra ofertas de produtos existentes. Dessa forma, uma seguradora está melhor preparada para determinar os níveis de capital econômico alocado a certas linhas de produtos, resultando em uma excelente utilização de capital e maximizando os retornos ajustados pelo risco entre cada linha de produtos.

A A.M. Best pode oferecer maior crédito aos modelos EC, na medida em que a confiança nesses modelos aumente. Obviamente, vai tomar algum tempo, já que a A.M. Best precisará constatar que a gerência da empresa está apoiando-se no modelo para tomar decisões de negócios, e que tais decisões são validadas com o tempo. Como parte desse processo, a A.M. Best espera

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que as seguradoras revelem sua tolerância ou seu apetite empresarial ao risco com relação aos ganhos e/ou ao capital, assim como sua tolerância ao risco e às medições de risco segundo as principais linhas de negócios, as quais podem incluir medições agregadas ou por eventos únicos utilizadas para gerenciar certas exposições.

A gerência também deve demonstrar que é capaz de explicar o modelo e seus resultados. Os gerentes devem estar prontos para demonstrar como o modelo os auxilia a compreender a volatilidade dos seus riscos, as correlações subjacentes desses riscos e o que impulsa a volatilidade. A A.M. Best espera que as empresas discutam seus resulta- dos atuais, comparados com as tolerâncias de risco e as principais medidas. Isso deve destacar toda variância dos resultados esperados e qualquer passo correspondente que seja tomado para reforçar o processo ERM geral. Com o tempo, e na medida em que os resultados sejam comparados com os resultados esperados, o modelo irá possuir um histórico como ferramenta dinâmica de gestão que vai provar ou não seu valor à companhia. Esta informação e análise serão revisadas e discutidas na reunião anual de classificação da empresa e incorporadas na decisão de requerimentos de capital e na análise geral de classificação.

Direção das Melhorias Futuras do Modelo e Requerimentos de CapitalComo mencionado anteriormente, o BCAR é uma das principais ferramentas utilizadas na avaliação da solidez do balanço. O modelo BCAR proporciona uma medida quantitativa dos riscos inerentes aos investimentos e ao perfil de seguros de uma empresa em relação com seu capital. A A.M. Best revisa o modelo BCAR constantemente e faz modificações para melhorar o modelo como resposta à dinâmica do setor—inclusive mudanças nos requerimentos de divulgação de dados financeiros, atualizações reguladoras ou de produtos e tendências do setor.

Não obstante, o BCAR oferece apenas uma visão da capitalização, utilizando saldos financeiros públicos como a sua base. Para obter-se uma visão mais abrangente da solidez financeira e da flexibilidade futura de uma seguradora, a avaliação da A.M. Best da solidez do balanço patrimonial também inclui uma análise das divulgações reguladoras da empresa, inclusive o saldo GAAP ou IFRS, a estrutura empresarial de capital, a alavancagem financeira, a alavancagem operacional, a cobertura de encargo fixo, a liquidez, e as fontes e os usos históricos de capital.

Dada a evolução do perfil de risco do setor de seguros, e os recentes avanços significativos nas ferramentas e práticas da gestão de risco, a A.M. Best reconhece que uma projeção mais econômica de capital pode constituir outro suplemento valioso para o processo de classificação. Como resultado, a A.M. Best também está estudando meios para incorporar a modelagem estocástica no desenvolvimento de fatores de risco dentro do modelo BCAR, e para vincular mais diretamente a probabilidade de inadimplência à determinação de capital necessário a fim de sustentar os níveis individuais de classificação. A probabilidade de inadimplência estará baseada na insolvência da companhia de seguro e nas estatísticas de deterioração reunidas pela A.M. Best.

A A.M. Best também considerará o uso de modelos de capital proporcionados pelas empresas para desenvolver os requerimentos de capital no processo de avaliação para a classificação. A A.M. Best considerará a utilização do produto dos modelos de capital proporcionados pela empresa (que incorporam todas as Características de modelos EC fortes descritos anteriormente) para as análises. Não obstante, o BCAR ainda será publicado como uma linha de base comum da indústria para adequação de capital.

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Apêndice: Gestão de Risco Empresarial* –Principais Temas e Itens para a Agenda de ReuniãoEstrutura e cultura da ERM

Participação do Conselho de Administração e dos quadros de gestão seniores

Estabelecimento e comunicação dos objetivos da gestão de risco

Papeis, responsabilidades e supervisão

Tolerância e medições de riscos

Processo de tomada de decisões estratégicas

Identificação e gestão de riscoGestão de risco tradicional (Subscrição, crédito e Mercado/liquidez são discutidos amplamente durante toda a reunião anual de classificação)

Relatórios de exceção- Desempenho versus medições de risco (por área funcional ou tipo de risco)

Planos de ação para itens de exceção

Risco operacional e risco estratégico

Questões emergentes de risco

Gestão de risco e modelagem de capitalRelatórios da gerência- Desempenho versus tolerância de risco (em toda a empresa, por linha de negócios, por tipo de risco)

Correlação de risco

Ferramentas (Capital econômico ou outros) utilizadas para determinar o capital requerido e a alocação de capital

Divulgação de resultados EC – lnternos da agência de classificação e externos

lntegridade dos dados- A precisão e totalidade dos insumos EC

Revisão independente do processo de modelagem

Perspectiva da gerência sabre riscos chaveAs 5 principais exposições ao risco e os fatores de sucesso vitais para gerenciar essas exposições retidas através do processo de desenvolvimento da ERM

Próximos passos no desenvolvimento da ERM

*A avaliação da A.M. Best das capacidades de ERM de uma empresa varia segundo o alcance das operações de uma seguradora, e o tamanho e a complexidade do risco. Durante a revisão anual de classificações, as práticas de gestão de risco e a ERM são discutidas ao Iongo da reunião ou podem ser incluídas em uma discussão de ERM separada e mais abrangente. De qualquer forma, os temas mencionados anteriormente serão incluídos na avaliação final de classificação.

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Publicado pela A.M. Best Rating Services

METODOLOGIAA.M. Best Rating Services, Inc.

Oldwick, NJPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO & PRESIDENTE Larry G. Mayewski

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO Matthew C. MosherDIRETOR ADMINISTRATIVO SÊNIOR Douglas A. Collett, Edward H. Easop,

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Oldwick, NJ 08858Telefone: +1 908 439 2200

CIDADE DO MÉXICOPaseo de la Reforma 412,

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Dubai, UAETelefone: +971 4375 2780

*Regulado pela DFSA como o escritório Representativo

Classificação de Solidez Financeira da Best (FSR – Financial Strength Rating) é uma opinião independente da solidez financeira de um segurador e da sua capacidade de cumprir suas obrigações decorrentes de apólices de seguros e de contratos. Uma FSR não é atribuída a apólices de seguros específicas ou contratos específicos.

Classificação de Crédito de Emissor da Best (ICR – Issuer Credit Rating) é uma opinião independente da capacidade de uma entidade cumprir suas obrigações financeiras recorrentes, podendo ser emitida para longo ou curto prazo.

Classificação de Crédito de Emissão (Issue Credit Rating) é uma opinião independente da qualidade de crédito atribuída a emissões que avalia sua capacidade de cumprir os termos da obrigação, podendo ser emitida para longo ou curto prazo (obrigações com vencimentos originais geralmente inferiores a um ano).

Divulgação da Classificação: Uso e LimitaçõesUma Classificação de Crédito da Best (BCR – Best’s Credit Rating) é uma opinião prospectiva independente e objetiva sobre a solidez financeira relativa de uma seguradora, de um emissor ou de obrigações financeiras. A opinião representa uma análise abrangente que consiste em uma avaliação quantitativa e qualitativa da solidez do balanço patrimonial da empresa, do desempenho operacional e do perfil empresarial ou, quando apropriado, da natureza específica e dos detalhes de um título mobiliário. Visto que a BCR é uma opinião prospectiva na data de sua divulgação, ela não pode ser considerada como um fator ou garantia de qualidade de crédito futuro e, portanto, não pode ser descrita como precisa ou imprecisa. Uma BCR é uma medida relativa de risco que implica a qualidade de crédito e é atribuída com a utilização de uma escala com população definida de categorias e degraus. As entidades ou obrigações que recebem o mesmo símbolo BCR elaborado com base na mesma escala não devem ser consideradas como completamente idênticas em termos de qualidade de crédito. Elas podem ser parecidas em categoria (ou degraus em uma categoria), mas visto que há uma progressão estabelecida de categorias (e degraus) usada na atribuição de classificações de uma população bem maior de entidades e de obrigações, as categorias (degraus) não podem refletir as sutilezas específicas de risco que são inerentes às entidades e obrigações com classificação similar. Embora uma BCR reflita a opinião da A.M. Best Rating Services Inc., (AMBRS) sobre solidez relativa, ela não é um indicador ou previsão de imparidade definida ou probabilidade de inadimplência com relação a qualquer seguradora, emissor ou obrigação financeira. Uma BCR não é uma recomendação para investimento, nem deve ser interpretada como um serviço de consultoria ou de assessoria; não se destina a ser utilizada como recomendação para comprar, reter ou encerrar nenhuma apólice de seguros, nenhum contrato, título mobiliário ou nenhuma outra obrigação financeira, nem se trata da adequação de nenhuma apólice ou contrato para determinado propósito ou comprador. Os usuários de uma BCR não devem depender dela para fazer decisão sobre investimentos; entretanto, se usada, a BCR deve ser considerada apenas como um fator. Os usuários devem fazer suas próprias avaliações de cada decisão sobre investimento. Uma opinião de BCR é fornecida em base “tal como se apresenta”, sem nenhuma garantia expressa ou implícita. Ademais, uma BCR pode ser modificada, suspensa ou retirada a qualquer momento, por qualquer motivo, por decisão exclusiva da AMBRS. Versão 090116