método, economia e eficiencia nos estudos

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1. Mtodo, Economia e Eficincia nos Estudos AUTOR: Joo lvaro Ruiz 1.1 APRENDER A APRENDER NA FACULDADE 1.2 TEMPO PARA ESTUDAR 1.3 PARA DESCOBRIR TEMPO 1.4 PROGRAMAR A UTILIZAO DO TEMPO 1.5 HORRIO DE PREPARAO PARA A AULA 1.6 HORRIO DAS REVISES DAS AULAS 1.7 HORRIO DAS REVISES PARA PROVAS E EXAMES 1.8 O GRANDE TEMPO DE TODO ESTUDANTE 1.9 COMO APROVEITAR O TEMPO DAS AULAS 1.10 COMO APROVEITAR O TEMPO EM REUNIES DE GRUPO

1.1 APRENDER A APRENDER NA FACULDADE Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de tirar o mximo proveito do curso que vai fazer. Em primeiro lugar, o calouro vai perceber que muita coisa mudou em comparao quilo com que estava acostumado em seus cursos de primeiro e segundo graus. E quem no souber compreender devidamente o esprito da nova situao para adaptarse ativa e produtivamente a ela perder preciosa oportunidade de integrar-se desde incio no ritmo desta nova etapa de ascenso no saber, que se chama vida universitria. Dizamos que muita coisa mudou, e que preciso entender o esprito desta mudana propositada e necessria, com vistas na adaptao a uma organizao ativa e produtiva na vida de estudos. No curso mdio, o estudante deve estar na sala no horrio exato, e no pode ausentar-se antes da sada do professor. Nos cursos universitrios geralmente no se exige semelhante rigor; quem no chegar a tempo pode assistir s aulas seguintes, e quem tiver necessidade de ausentar-se, antes do trmino da ltima aula, pode faz-lo. No curso mdio, o estudante leva para casa tarefas dirias; no acontece o mesmo na faculdade. No curso mdio os alunos andam uniformizados, no podem fumar no recinto da escola e as classes so bastante homogneas; no curso superior nada disso acontece; as salas de aula so mais amplas e bastante heterogneas; no raro, ao lado de um jovem de dezoito anos senta-se um diretor de escola ou um gerente de empresa. Os programas do curso mdio apresentam dificuldade igual para todos os estudantes, enquanto na faculdade a formao heterognea dos alunos faz com que os programas no apresentem dificuldades iguais para todos. No colgio, os diretores e os professores do ordens e fiscalizam seu cumprimento; na faculdade, os acadmicos recebem orientaes. Afinal, na faculdade, todos so tratados como

adultos responsveis e capazes de dirigir a prpria vida social, disciplinar e de estudos. Sempre, porm, h o perigo de m interpretao deste novo clima, especialmente quando no se , de fato, adulto e responsvel. Que pensar do acadmico que no se preocupa com a pontualidade porque o professor respeita seu direito de chegar com algum atraso, por motivo que um adulto julgaria razovel? O que acontecer com o acadmico que no organiza seu tempo de estudo particular para preparar aulas, para fazer revises, s porque o professor no estabeleceu o controle das tarefas dirias? Que se h de esperar do aluno que esquece orientaes porque elas no se formalizaram como "ordens"? Quem acaba de entrar para a faculdade percebe que muita coisa mudou, e deve perceber que tambm ele precisa mudar, especialmente na responsabilidade, na autodisciplina e na maneira de conduzir sua vida de estudos, para tirar o maior proveito possvel da excelente oportunidade de crescimento cultural que a faculdade lhe oferece. Neste primeiro captulo de nosso curso de Metodologia Cientfica, vamos compendiar uma srie de consideraes muito simples, porm muito importantes sobre mtodo, economia e eficincia nos estudos no curso universitrio. Muitos calouros confessam que aprenderam muita coisa, mas que nunca aprenderam a estudar, isto nunca aprenderam a aprender. Quem reconhece a prpria carncia j deu o passo mais importante para se dispor a tomar o remdio adequado. E sempre haver o que aprender para melhorar o rendimento de nossos trabalhos, de nossos estudos e, dessa forma, aumentar nossa satisfao pessoal nos xitos alcanados. Esta parte introdutria e eminentemente prtica de nosso trabalho dever, pois, interessar vivamente a todos nossos universitrios. Quem acaba de ingressar na faculdade sabe como deve orientar seus estudos particulares? Sabe como participar ativa e produtivamente das aulas? Sabe ler com eficincia, tomar apontamentos, levantar esquemas, fazer resumos, desenvolver temas, redigir trabalhos? Julga-se satisfeito porque entendeu tudo ou quase tudo o que o professor disse? Percebe que aprender principalmente analisar, assimilar, reter e ser capaz de reproduzir com inteligncia? Observe que as sabatinas, ou provas, no examinam o que se entendeu vagamente sobre um problema apresentado; examinam, sim, quanto se reteve e como se capaz de reproduzi-lo adequadamente. Fazer um curso superior no ouvir aulas para conseguir adivinhar testes, mas instrumentar-se para o trabalho cientfico. Mais vale esta instrumentao do que o conhecimento de uma srie de problemas ou o aumento de informaes acumuladas assistematicamente; ou seja, como j disse, mais vale uma cabea bem feita do que uma cabea bem cheia (de informaes, de erudio). Nesse sentido ter feito bom curso superior no tanto aquele que for capaz de repetir o que aprendeu, mas aquele que, diante de problemas completamente novos, tiver nvel e mtodo para empreender uma pesquisa sria e profunda. Nesse sentido, diz Mira y Lpez que aprender aumentar as riquezas de recursos de que dispomos para enfrentar os problemas que nos apresenta a vida cultural.[1]

No se esperem amplos desenvolvimentos de teses nem elencos de conselhos neste livro estritamente elementar, mas to somente algumas consideraes sobre temas de real importncia para a eficincia de um curso superior. Tudo ser simples, como simples uma vacina que salva da morte. No se confunda a simplicidade, praticidade, com inutilidade ou superficialidade. evidente que, ao examinar-se um conceito muito simples, se procure, de preferncia, verificar se ele est sendo posto em prtica, e com que resultados. H uma generalizada curiosidade entre jovens a respeito de discusses tericas sobre o mtodo mais perfeito para estudar e aprender; para estudar e aprender muito. No se verifica o mesmo interesse em adotar e pr em prtica, com empenho e perseverana, nem o mtodo mais perfeito nem outro mtodo qualquer, porque, na verdade, nenhum mtodo perfeito a ponto de dispensar o trabalho que no se quer ter. Mas a idia de um mtodo que torne mais eficiente o trabalho muito vlida. Podemos e devemos conhecer para crescer culturalmente. No ser difcil reconhecer um bom mtodo; no ser fcil arregimentar disposies para p-lo em prtica com perseverana. S esta deciso garantir bom rendimento e satisfao pessoal nos estudos, melhorar a capacidade de compreenso e facilitar a assimilao e a reteno, desenvolver a capacidade de anlise e o poder de sntese, aumentar progressivamente a clareza e a profundidade dos conceitos, conferir eficcia comunicao, disciplinar e exercitar a mente. Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de conseguir pleno xito no curso que vai fazer. Deve aprender a aprender na faculdade. Deve ler e analisar as consideraes exaradas neste primeiro captulo.

1.2 TEMPO PARA ESTUDAR O progresso , em grande parte, uma luta contra ponteiros do relgio. Pergunte-se ao empresrio e ao industrial quanto vale o tempo, isto , quanto vale o bom aproveitamento do tempo como fator de produo, custo e comercializao de seus produtos. O primeiro passo para quem quer estudar consiste em reorganizar a vida de maneira a abrir espaos para o estudo e planejar o melhor aproveitamento possvel de seu tempo. H quem imagine que deva fazer um curso superior sem dispor de tempo para estudar, ou mesmo para freqentar as aulas dos diversos cursos; e chega-se a imaginar que a apresentao documentada de sua total falta de tempo seja motivo nobre e suficiente para dispensa das aulas, dos trabalhos, dos estudos, afinal, da obrigao de fazer o curso. Como pretende estudar quem no pode estudar? um ser curioso o aluno que pretende conciliar o estudo com a impossibilidade de estudar. Ningum desconhece o sacrifcio da quase totalidade de nossos acadmicos, que vo para suas escolas aps uma jornada de oito horas ou mais de trabalho profissional. Se

isso sumamente louvvel, no o exime, por outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de descobrir tempo para estudar. preciso descobrir tempo. Tempo para freqentar as aulas dos diversos cursos, e tempo para estudos particulares. Se procurarmos, o tempo aparecer. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa trs horas e meia por semana, quinze horas por ms e cento e oitenta horas por ano. E quem no conseguiria descobrir um ou mais espaos de meia hora em sua jornada? Ou quem no conseguiria fazer aparecerem esses espaos, se o quisesse realmente? Ou ser que esses espaos no aparecem porque ns no os procuramos, por medo de encontr-lo? Quem quer descobre tempo, cria tempo, especialmente ns, brasileiros, que somos, por assim dizer, capazes do impossvel.

1.3 PARA DESCOBRIR TEMPO A maneira mais prtica de descobrir ou fazer aparecer o tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos dias da semana em linha horizontal e os diversos afazeres em linha vertical; registrar depois, na coluna de cada dia da semana, as horas plenas e os possveis espaos ociosos, como segue: Segunda-feira Afazeres Levantar Higiene Transporte Trabalho Almoo Etc. evidente que a meia hora de higiene pode ser reduzida e que se pode levantar dez minutos mais cedo, abrindo um espao utilssimo logo de manh. E no seria muito aproveitar quinze minutos dos cento e vinte reservados para intervalo de almoo. E ser fcil o hbito de ler dez minutos antes de dormir. Eis uma pergunta que surgir fatalmente a esta altura: podem-se aproveitar dez minutos apenas para uma seo de estudos? No ser esta a durao ideal, evidente. E quem no conhece outros detalhes sobre leitura, reviso e fichamento pouco ou nada produzir em dez minutos. Mas quem souber ler, quem considerar e puser em prtica nossas indicaes sumariadas sobre tcnicas de leitura eficiente, de reviso e de fichamento, certamente ler boas pginas em dez minutos, descobrir e assinalar a idia principal ou central, as palavras-chaves e os pormenores importantes no contexto. 7:00 7:00 7:30 8:00 12:00 Incio 7:00 7:30 8:00 12:00 14:00 Meia hora Meia hora Quatro horas Duas horas Trmino Tempo

Entenda-se que no basta descobrir tempo: necessrio desenvolver tcnicas para tornar qualquer tempo produtivo. Por ora, entretanto, nossa preocupao consistir numa reviso de nossa jornada, com o propsito de descobrir ou de fazer aparecer qualquer poro de tempo que possa ser reservada a nossos planos de estudo. Quanto menos tempo tivermos, mais motivados deveremos estar para aproveit-lo ao mximo. H alunos de perodos noturnos que trabalham oito ou mais horas por dia, e que conseguem resultados, em seus estudos, bem maiores que alunos de outros perodos que no trabalham ou que s trabalham em regime de meio expediente. Isso no se explica pelo tempo disponvel, mas pelo seu melhor aproveitamento. Alis, no raro o estudante se esquece de considerar, como tempo para estudo, as horas que passa nas salas de aula, como se no devesse cuidar do aproveitamento mximo de tempo to precioso. Entretanto, por sua particular importncia, trataremos deste item mais adiante, com maior cuidado.

1.4 PROGRAMAR A UTILIZAO DO TEMPO Depois de reconsiderar, de lpis na mo, sua jornada, com a ateno do empresrio que luta contra os ponteiros do relgio para poder produzir mais e a menor custo, devemos programar a utilizao dos espaos de dez minutos, de meia hora, de possveis horas inteiras que possam ser reservadas para o estudo, sem prejuzo das horas de lazer. Alis, aproveitar intensamente e tempo uma espcie de condio para se dar sentido s horas de lazer e para desfrut-las intensamente. Parece que a satisfao e a fora restauradora das horas de lazer so proporcionadas ao bom aproveitamento e intensa produtividade das horas de trabalho. Quem, nas horas de lazer, se preocupa com tarefas no cumpridas nas horas de trabalho no descansa nunca, nem nas horas de trabalho, nem nas horas de lazer. No basta determinar, ao longo de nossa jornada, espaos para estudar. preciso que se determine o que estudar em cada horrio de maneira programtica, embora se alterem planos determinadas circunstncias ou se faam remanejamento peridicos, ou se deixem alguns horrios opcionais. Esta exigncia no deve parecer excessiva ou ilusria. A programao do que fazer em cada horrio evita vacilaes, indecises, adiantamentos; evita, exatamente, a perda do tempo reservado ao estudo, ou sua m utilizao. Se no houver uma prvia determinao programtica, no aproveitaremos o tempo, simplesmente, ou estudaremos s o que mais nos agrada, o que um mal muito menor. A perseverana no cumprimento do programa o maior problema. Geralmente, nosso tempo pequeno, mas o pior que o pequeno espao de tempo se converte em nada pela falta de perseverana. O horrio que o acadmico descobriu ou fez aparecer para dedicar-se ao estudo deve ser preenchido com trs atividades que perfaam o ciclo e criem o ritmo de

trabalho eficiente, a saber: preparao para aula, reviso de aula e revises gerais para provas e exames. Trataremos, separadamente, do "grande tempo das aulas".

1.5 HORRIO DE PREPARAO PARA A AULA O estudante deve ter mo o programa, bem como seu material de estudo, tais como: livros de texto, bloco para anotaes, um bom dicionrio, apostilas ou fontes indicadas para leitura de aprofundamento. O estudante dever ler previamente a matria que ser desenvolvida durante a aula, por uma srie de razes, em primeiro lugar, essa leitura ser feita em poucos minutos e aumentar o rendimento das vrias horas de aula que o professor utilizar para seu desenvolvimento em classe. Ora, se possvel conseguir, com trabalho prvio de meia hora, aumentar o rendimento de vrias horas de trabalho posterior, essa leitura prvia representa economia e eficincia no trabalho. Alm disso, esta leitura prvia permitir que se assinalem margem do texto, com simples sinal de interrogao, problemas que exigiro entendimentos durante a aula. Estas anotaes permitiro uma espcie de regulagem da ateno, pois, enquanto esto em pauta passagens de fcil entendimento, o aluno que preparou sua aula prestar uma ateno de intensidade normal; mas, medida que o desenvolvimento da aula caminha para passagens anotadas com uma simples interrogao, ou reformulada margem sob forma de problema, redobrar sua ateno. Se tudo ficou claro agora, muito bem; caso contrrio, eis o momento de formular sua dvida inteligente. Quem no preparou sua aula no pode distribuir convenientemente a intensidade de sua ateno e pode no fazer perguntas, porque nem sabe que no entendeu. E os problemas mais difceis, iro avolumando enormemente seu trabalho extra-aula, que se tornar antieconmico e reduzir sensivelmente o rendimento escolar. Outra razo para a leitura prvia do assunto a ser desenvolvido em classe a qualidade dos apontamentos e das anotaes. Os apontamentos dos alunos que vo para aula preparados so sbrios, claros e focalizam o essencial, enquanto os apontamentos dos que esto tendo contato pela primeirssima vez com o assunto da aula so difusos, desordenados, obscuros, captam passagens secundrias e omitem o principal. Tais apontamentos so um estorvo e no uma ajuda substancial ao trabalho de reviso e preparao de provas e exames. No deve restar dvida sobre a importncia de se reservar no prprio horrio de estudo espao suficiente para a leitura prvia dos assuntos de aula. Essa leitura, que poder ser feita em poucos minutos, determinar melhor rendimento durante as aulas, inteligente distribuio da ateno, ordem, clareza e perfeio nos apontamentos e grande economia de tempo e trabalho nas revises. Entender isso parece muito fcil; no to fcil agir dessa forma. preciso decidirse a comear, fixar o hbito e sentir de perto as vantagens de tal disciplina de trabalho. Quem tem muito tempo pode proceder dessa forma; quem tem pouco tempo deve

agir deste modo, pois representa extraordinria economia de tempo, especialmente nas revises, e fator de eficincia na vida escolar.

1.6 HORRIO DAS REVISES DAS AULAS No basta preparar-se para a aula e conseguir entender tudo enquanto o professor desenvolve o assunto. claro que isso muito importante; mas no tudo. necessrio fazer revises, e nestas revises procurar questionar o assunto da aula e responder claramente s questes ao menos mentalmente. Dizemos ao menos mentalmente porque seria melhor reproduzir por escrito as questes fundamentais. s vezes nos iludimos pensando que entendemos tudo muito bem, mas, ao procurar formular questes precisas sobre o assunto da aula e ao responde-las por escrito, percebemos que no conseguimos. E no vale a desculpa de que entendemos mas temos dificuldade de expresso. Temos vocabulrio e recursos suficientes para exprimir tudo o que entendemos, embora nos faltem recursos para traduzir tudo o que sentimos. Ningum pode Ter dificuldade de exprimir idias claras e distintas; a presena da dificuldade, pois, atesta que nossas idias no esto to claras e distintas. Quando o aluno se prepara para a aula e, por isso mesmo, aproveita-a ao mximo, o trabalho de reviso torna-se fcil e no toma muito tempo. Devemos distinguir duas espcies de reviso, e planejar espaos para ambas em nosso programa de horrios reservados para o estudo. primeira denominamos reviso imediata; essa a reviso que se faz da aula anterior, antes da aula subseqente, ou por ocasio da preparao dessa. Toma pouco tempo, porque o processo de esquecimento ainda no se desencadeou com sua ao demolidora. Para algumas matrias seria interessante que a reviso consistisse na elaborao sumria do assunto com o auxlio da bibliografia e dos apontamentos de classe. segunda, revises globalizadoras ou integradoras. As aulas segmentam os assuntos em unidades, em itens e sub-itens, de acordo com os preceitos da pedagogia e a seqncia lgica dos problemas. No entendemos tudo de uma vez; nosso raciocnio discursivo, isto , passa de um ponto para outro, discorre, caminha, flui. De outro lado, o todo complexo deve ser desdobrado em partes, pela anlise, para que possam ser definidos seus componentes. Assim, so desmembradas, em aula, as partes dos vrios assuntos. Restar para o aluno o trabalho de sntese, reunificao e integrao das partes no todo. Este importantssimo trabalho de reviso globalizadora o mais eficiente recurso de organizao da aprendizagem, bem como a mais vlida preparao de provas e exames.

1.7 HORRIO DAS REVISES PARA PROVAS E EXAMES As provas e sabatinas so exatamente, recursos pedaggicos utilizados no s para efeito de avaliao dos alunos, mas tambm para induzi-los a fazer revises globalizadoras peridicas. Pode, pois, o acadmico programar suas revises globais para a poca das provas e sabatinas.

Queremos observar que a esta altura dos ciclos de estudo bem ordenados no hora de entender, mas de rever apenas. H alunos que vo acumulando matria pouco elaborada e problemas no compreendidos nem durante a preparao da aula, nem durante a aula, nem nas revises imediatas, que, neste caso, no estariam totalmente sendo feitas, e que deixam tudo para as vsperas das provas e sabatinas; isto um erro de conseqncias trgicas para a eficincia dos cursos e at para a sade fsica dos desorganizados e imprudentes, que se vem na continncia de serem reprovados ou de intensificarem extraordinariamente seus esforos de ltima hora, que trazem muitos prejuzos para a sade e muito pouco beneficio para o estudo. A natureza no d saltos; as rvores crescem lentamente, e do fruto no tempo devido; planta que cresce muito depressa no tem cerne forte. O estudo deve ser tambm um processo de desenvolvimento lento e constante para que possa dar bons frutos em tempo oportuno. Quem se preparou para as aulas, quem trabalhou em classe como adiante reveremos, quem fez revises imediatas revises peridicas globalizadoras aproveitar muito bem o tempo de preparao para os exames e as revises de fim de curso, que so extraordinariamente vantajosas.

1.8 O GRANDE TEMPO DE TODO ESTUDANTE O grande tempo de todo estudante so as aulas. Pretendemos desenvolver um pouco mais este item por julg-lo da mais alta importncia. E nosso objetivo, como sempre, ser predominantemente prtico ou atitudinal, pois visamos despertar conscincia e motivar atitudes a partir de esclarecimentos tericos que sero apenas sumariados. O aluno que, aps um dia de trabalho, ao invs de ir para sua casa, toma o rumo da faculdade, s vezes, mesmo sem tempo para uma refeio, e, contrariamente a tudo o que poderia supor, no aproveita as aulas, um incoerente. O aluno que paga uma faculdade para adquirir o direito a uma carteira dura, onde possa perder tempo durante as aulas, est clamando aos quatro ventos que lhe falta algo muito importante na caixa craniana. Nunca ser demasiadamente encarecida aos estudantes, especialmente aos principiantes dos cursos universitrios, a importncia do tempo-aula, pois no basta oferecer a quem quer ser pianista um belo exemplar do instrumento e a mais completa coleo de mtodos. Na generalidade dos casos, indispensvel a freqncia s aulas, pois a ter o aluno a orientao do professor. Sabemos que a causa principal da aprendizagem o aluno, o prprio aprendiz.

De fato, a aprendizagem, concebida como resultado do processo da educao formal institucionalizada na escola, tem por agente principal o prprio aluno. O mestre no reparte sua cincia entre os alunos, nem fica mais pobre de conhecimento depois de cada aula, porque o aluno adquire por ai mesmo a cincia sob a ajuda externa do mestre. Quem causa os frutos principalmente a rvore, embora o faa sob a ao do agricultor; quem sara principalmente o organismo do enfermo, embora sob a ao do mdico e dos medicamentos; quem aprende principalmente o aluno, embora sob a ao do mestre. Deve haver na planta, no enfermo e no aluno um princpio intrnseco, ativo, operante, capaz de produzir os efeitos da frutificao, da cura, da aprendizagem. A ao do agricultor, do mdico e do mestre tem carter de causa eficiente auxiliar, coadjuvante apenas. Quem d frutos ou no a rvore; quem sara ou no o prprio organismo; quem aprende ou no o aluno. Ningum ensinar a um cabrito o teorema de Pitgoras; por isso, o magistrio j era denominado pelos antigos "ars cooperativa naturae", ou seja, o magistrio apenas coopera com a natureza, mas ela que reage ativamente arte do magistrio. esta reao, quando existe, a causa da aprendizagem e por isso que ningum pode fazer um poste dar frutos, ou curar uma mmia, ou ensinar teoremas a cabritos. Lembramos esta indiscutvel verdade no para diminuir a importncia da ao do mestre, mas para acentuar a responsabilidade do aluno. Quem ensina exerce uma ao exterior e auxiliar apenas, verdade, mas esta ao importantssima no complexo processo da aprendizagem, como se pode depreender das consideraes que seguem. O mestre necessrio para ensinar como aprender. O mestre necessrio para justificar por que aprender e por que estudar isso antes daquilo. O mestre necessrio para a seleo de recursos, de instrumentos adequados ao trabalho do estudante, bem como para iluminar com sua cincia objetos que a mente do aluno no veria fora desta luz. O mestre necessrio como mediador entre o programa e o aluno. A ao do mestre uma arte sui generis, porque ele trabalha com um material que se molda a si mesmo. Formar no significa, em educao, prensar numa matriz para dar a um material a forma que se deseja. Quem trabalha material passivo so os escultores, por exemplo, no os mestres. A vantagem do mestre que ele j conhece o caminho certo e os desvios perigosos; conhece os alunos como o mdico conhece seus doentes e o agricultor conhece suas sementes e sua terra. H quem se ilude imaginando que aproveitaria melhor seu tempo ficando a estudar em casa ao invs de ir s aulas. Isto pode ser at verdade em alguns casos, em alguns dias, quando j se est orientado para determinados estudos. Mas, tomando-se o curso como um todo, pensar que se aproveita mais ficando em casa, sem orientao, sem a ajuda que as aulas prestam no complexo fenmeno da aprendizagem metdica, uma grande iluso. Fosse isso verdade, seria muito mais econmico aos cofres pblicos dar uma biblioteca bsica para cada famlia do que manter a gigantesca rede oficial de ensino.

Cremos ter acentuado a decisiva e primacial importncia do aluno no processo da aprendizagem, bem como a importncia decisiva, embora apenas auxiliar, do professor. Examinaremos a seguir como deve proceder o aluno em aula, para que se beneficie ao mximo do precioso tempo que passa na escola.

1.9 COMO APROVEITAR O TEMPO DAS AULAS Na quase generalidade dos casos, acreditamos que o tempo que o aluno passa nas salas de aula constitua a maior parte do tempo que dedica aos estudos. E no se justifica o esforo de encontrar ou fazer aparecer pequenos espaos para os estudos dentro da jornada de trabalho, se no se procurasse, principalmente, aproveitar ao mximo o tempo, dilatado por mais de trs horas, que o aluno passa diariamente na sala de aula. Alis, ningum compreenderia o aluno empenhado nos estudo fora da sala de aula, surdo aos convites da televiso e dos amigos, que, por outro lado, fosse desinteressado pelo rendimento de seu tempo durante as aulas. O aluno que no aproveita o tempo das aulas com empenho j est julgado: no leva a srio sua vida de estudos. Em primeiro lugar, para aproveitar o tempo das aulas, preciso freqent-las. E muito importante que se esteja em sala desde o incio das aulas, primeiro porque aquele que chega depois do incio da aula tem dificuldade de apanhar-lhe o fio e, em segundo lugar, porque geralmente quem chega atrasado causa certa perturbao e prejudica o andamento da aula. Quando no houver outra opo seno a de chegar atrasado, seja discreto e sente-se logo, sem chamar muito a ateno. H tipos que batem porta, pedem licena, cumprimentam o professor, justificam-se do atraso e caminham lentamente at a ltima cadeira, parando de quando em quando para murmurar aos ouvidos deste ou daquele colega, sentando-se finalmente, aps alinhar melhor sua cadeira com um razovel estrondo! E quando alguns daqueles que esto sempre prontos para tudo, o que represente perda de tempo se voltam para v-lo, o ridculo auto despoliciado est sorrindo de felicidade por ter sido objeto de alguma considerao. No basta ir s aulas e chegar antes de seu incio. preciso levar consigo material adequado ao trabalho do dia. Quem s leva o jornal ou alguma revista ilustrada carrega consigo estmulos distrao prpria e dos companheiros. preciso levar os livros recomendados pelo professor, o texto que serviu para preparao da aula, bem como o material para apontamentos. muito importante guardar silncio exterior para no distrair os outros e silncio interior para no distrair a si prprio. O silncio interior consiste em deixar fora da sala todo problema que nada tem a ver com a aula. este silncio interior que permite concentrao mais profunda e menos cansativa. O silncio exterior cria o clima necessrio ao bom rendimento da aula. O barulho e as conversinhas em sala distraem os demais e refletem no prprio nimo do professor. No fcil manter-se em ritmo

de trabalho, de dedicao e concentrao diante de uma classe barulhenta e de alunos conversadores. Querem os alunos que uma aula seja boa? Comecem por oferecer ao professor condies materiais de trabalho. Em aula, no adianta ficar sonhando com problemas domsticos, profissionais ou financeiros. S vale a pena pensar naquilo que est sendo desenvolvido no momento. Cada um deve criar seu silncio interior e concentrar-se suave e ativamente no assunto em exame. O silncio exterior e o interior no devem ser estendidos como imposio externa, mas como autodisciplina de alunos conscientes de sua necessidade. Que se diria de um grupo de jovens que se dirigissem ao teatro, pagassem seus ingressos e depois ficassem a conversar alheios ao desenrolar da pea? No incomodariam aos demais presentes? No quebrantariam os nimos dos atores? No estariam a diminuir-se ante a crtica de todos? Quando reina silncio exterior e interior, quando a fantasia repousa e a boca se fecha, o esprito se abre e a inteligncia atua em melhores condies. Neste clima e nesta atitude favorvel ao trabalho o aluno acompanha a exposio do mestre, participa ativamente dos debates, toma apontamentos e, principalmente, no deixa sem esclarecimento nenhum ponto obscuro ou duvidoso. muito importante no levar dvidas ou pontos obscuros para casa; debata-os at seu razovel esclarecimento. s vezes, determinado assunto constitui ponto de particular interesse deste ou daquele aluno, mas no interessa aos demais. Em casos semelhantes, o professor poderia ser procurado em particular, dentro de sua disponibilidade de tempo, fora do horrio de aula. Devemos ainda lembrar que todos, professores e alunos, devem empenhar-se no sentido de manter um clima cordial de relacionamento. O trabalho em sala de aula cansativo tanto para os alunos como para os professores, mas o peso normal do trabalho ficar agravado, e chegar, por vezes a se tornar insuportvel se no houver cordialidade. Quando se instalam e se avolumam certas barreiras de desafeto mtuo, a aula torna-se desgastante ao extremo. Trabalhar com aluno atento, empenhado, participante e cordial causa uma satisfao ntima que, de certa forma, diminui ou compensa o peso do trabalho e os alunos beneficiar-se-o, porque um professor animado com sua classe produz muito mais; esse aspecto concorre tambm para o crescimento da cordialidade. Neste sentido, podemos dizer que cada classe tem a aula que merece. E se surgir um problema entre alunos e professor? Caso isto acontea, o problema deve ser enfrentado com elegncia e correo. Nem se deve fugir dele, nem se deve ultrapassar os limites do comedimento. Em primeiro lugar, o representante da classe poder abordar o professor e dialogar com ele em particular, caso o problema seja de toda a classe. A segunda instncia poder ser a exposio objetiva do problema ao

coordenador do departamento, que dever falar com o professor e, eventualmente, com a classe. Em terceiro lugar, o assunto poderia chegar ao diretor pedaggico, ao diretor administrativo, e assim por diante, at ao Ministrio da Educao. O que no se deve levar o problema diretamente ao presidente ou aos diretores da faculdade. Normalmente, o assunto ficar encerrado no primeiro contato com o professor. Da mesma forma, o professor dever, em primeiro lugar, entender-se com o representante da classe ou com a classe toda, em dilogo franco e comedido; em segunda instncia ser o coordenador do departamento, e assim por diante. A experincia ensina que um dilogo franco, honesto e comedido entre professor e alunos, ou seu representante, no s resolve os problemas, mas tambm estreita os laos de respeito e de cordialidade mtuos.

1.10 COMO APROVEITAR O TEMPO EM REUNIES DE GRUPO Difunde-se cada vez mais a prtica salutar do estudo em grupos nos meios universitrios. Para uma classe nova de alunos que no estejam familiarizados com esta forma de atividade, tais reunies podem representar aprecivel perda de tempo, podem angustiar alunos e gerar frustraes. Vamos, pois, neste livro dedicado aos que acabam de ingressar na faculdade, considerar este problema especialmente em seus aspectos mais prticos e gerais. Saibam os alunos que o estudo em equipe muito proveitoso sob todos os aspectos, quando todos os seus componentes assumem sua parcela de responsabilidade e se dispem a trabalhar, contribuir e participar ativamente. Todos devem trabalhar, no s estes ou aqueles, porque so julgados mais inteligentes ou menos ocupados. Logo no incio do semestre, a classe deve distribuir-se em grupos de sete ou oito participantes, aproximadamente, e aconselhvel que cada grupo escolha um coordenador. Incumbiria ao coordenador entrar em contato com os professores quando for conveniente, tratar dos interesses de seu grupo junto ao representante de classe, presidir e coordenar reunies, organizar e distribuir funes, anotar e cobrar a colaborao de cada integrante do grupo. A primeira exigncia para que um grupo funcione e atinja em suas reunies os objetivos previstos por esta estratgia de trabalho consiste exatamente na organizao prvia do prprio grupo, que deve reunir alunos que tenham facilidade de se comunicar e de se encontrar fora da escola tambm. Vamos enumerar outras exigncias ou normas necessrias ao bom andamento dos trabalhos dos grupos para que haja bom aproveitamento do tempo consagrado a reunies: 1. Ao receber um tema para trabalho, o grupo deve reunir-se o mais rapidamente possvel para programar suas reunies e proceder a uma primeira distribuio de tarefas preparatrias primeira sesso de trabalho. Se o tema j estiver definido e a bibliografia j tiver sido apresentada pela cadeira, o primeiro trabalho consistir na busca de fontes; cada participante no s se responsabilizar por providenciar determinado texto, como tambm dever l-lo e esclarecer suas dificuldades antes da

reunio da equipe. O coordenador anotar estes compromissos e os solicitar ordenadamente na reunio seguinte. Esta primeira reunio no dever encerrar-se sem que estejam bem esclarecidos o local, a data e o horrio do prximo encontro. 2. Todos devero providenciar os textos pelos quais se responsabilizaram, e devero estud-los conforme ser explicado em nosso captulo a respeito do "estudo pela leitura trabalhada" . Sempre que se tratar de pesquisa bibliogrfica, como geralmente acontece, o primeiro passo providenciar a bibliografia, os livros e os textos. Isto evidente. Entretanto, h por a grupos que se renem sem material conveniente ou, quando h material, fazem a primeira leitura durante a reunio de equipe. A leitura prvia necessria para o bom andamento dos trabalhos. 3. H uma ordem para que os participantes apresentem os textos pelos quais se responsabilizaram e comuniquem brevemente seu contedo. Em primeiro lugar, o coordenador passar a palavra queles que se encarregaram de pesquisar generalidades em dicionrios, enciclopdias e manuais didticos. Em seguida, solicitar a contribuio daqueles que se responsabilizaram pela anlise prvia de segmentos do texto bsico. 4. No se devem alongar debates antes que se chegue ao final de uma primeira apresentao de generalidades da leitura do texto bsico. S depois deste primeiro passo que se deve voltar ao incio para um contato mais ntimo com o texto para levantar seu esquema. para discutir suas idias principais, para avaliar a coerncia interna das idias, para ponderar o vigor dos argumentos, a perfeio da anlise, e assim por diante, conforme esclareceremos no prximo captulo. 5. De acordo com o nvel do grupo ou de sua familiaridade com o assunto em pauta, espera-se que os debates, ao final, ultrapassem o texto, ou seja, caminhem alm do texto numa reabordagem crtica de sua tese e de seus argumentos. 6. Nenhuma reunio de equipe funcionar se seus componentes no providenciarem o material necessrio, ou no comparecerem preparados para contribuir e participar ativamente. Como debater em crculo de estudos se no se estudou previamente a parte pela qual cada um se responsabilizou? Por outro lado, se o grupo se organizou convenientemente e distribuiu previamente atribuies limitadas e especficas a cada participante, a experincia tem demonstrado que as reunies de grupos de estudos so de extraordinria eficincia, quer para desenvolver itens do programa em seminrios, quer para elaborao de monografias de carter didticopedaggico, quer para revises gerais para provas e exames. Tudo quanto apresentamos neste item condensadamente tem carter prtico e genrico. A classe dever estar atenta a ulteriores especificaes que cada cadeira poder fazer ao solicitar reunies de equipes para execuo de trabalhos em sua rea.

Ler 3, 4 e 5 no pdf e 6 no livro.

TCNICAS PARA ELABORAO DOS TRABALHOS DE GRADUAO

1.

TCNICA DE SUBLINHAR, PARA ESQUEMATIZAR E RESUMIR

Sublinhar a tcnica indispensvel no s para elaborar esquemas e resumos, mas tambm para ressaltar as idias importantes de um texto, com as finalidades de estudo, reviso ou memorizao do assunto ou mesmo para utilizar em citaes. O requisito fundamental para aplicar a tcnica de sublinhar a compreenso do assunto, pois este o nico processo que possibilita a identificao das idias principais e secundrias, permitindo fazer a seleo do que indispensvel e do que pode ser omitido, sem prejuzo do entendimento global do texto. H, porm, certas normas que devem ser obedecidas, para que a tcnica de sublinhar produza resultados eficazes. No se deve sublinhar pargrafos ou frases inteiras, mas apenas palavras-chave, palavras. Nacionais ou, quando muito, grupos de palavras. Isto porque, ao sublinhar uma frase inteira, alm de sobrecarregar a memria e o aspecto visual, corre-se o risco de, ao resumir, reproduzirem-se as frases do autor, sem evidenciar as idias principais, visto que o resumo deve ser uma condensao de idias, no de frases ou palavras. Deduz-se da que a reproduo de usar o vocabulrio prprio ou o vocabulrio do autor improcedente, pois no importam apenas as palavras, no se resumem apenas as palavras, mas as idias contidas no texto.

A tcnica de sublinhar pode ser desenvolvida a partir dos seguintes procedimentos:

a) b) c) d)

leitura integral do texto, para tomada de contato; esclarecimento de dvidas de vocabulrio, termos tcnicos e outras; releitura do texto, para identificar as idias principais; ler e sublinhar, em cada pargrafo, as palavras que contm a idia-ncleo e os detalhes mais importantes; e) assinalar com uma linha vertical, margem do texto, os tpicos mais importantes;

f) assinalar, margem do texto, com um ponto de interrogao, os casos de discordncias, as passagens obscuras, os argumentos discutveis; g) ler o que foi sublinhado, para verificar se h sentido; h) reconstruir o texto, em forma de esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base. Para se obter maior funcionalidade das anotaes, so oferecidas as sugestes a seguir, que podem, evidentemente, sofrer variaes e adaptaes pessoais:

sublinhar com lpis preto macio, para no danificar o texto; sublinhar com dois traos as idias principais com um trao as secundrias; dependendo do gosto pessoal, usa-se caneta hidrocor, em vrias cores, podendo-se estabelecer um cdigo particular: _ vermelho (ou verde) = idias principais; _ azul (ou amarelo) = detalhes mais importantes;

as anotaes margem do texto podem ser feitas com um trao vertical para trechos importantes e dois traos verticais para os importantssimos.

O indispensvel sublinhar apenas o estritamente necessrio, evitando-se o acumulo de anotaes que, alem de causar mau aspecto, em vez de facilitar o trabalho do leitor,dificulta e gera confuso. muito til, no final do trabalho, fazer uma leitura comparando-se o texto original com o que foi sublinhado ( ANDRADE & HENRIQUES, 1992, p. 50-1).

2. ELABORAO DE ESQUEMAS

O esquema correspondente, grosso modo, a uma radiografia do texto, pois nele aparece apenas o esqueleto, ou seja, as palavras-chave, sem necessidade de se apresentar frases redigidas. Utiliza-se o esquema como trabalho preparatrio do resumo; para explicar, mais concretamente determinadas idias ou para memorizar mais facilmente o contedo integral de um texto.

Para elaborar o esquema usam-se setas, linhas retas ou curvas, crculos, colchetes, chaves, smbolos diversos, prevalecendo o gosto pessoal do autor. Um esquema pode ser montado em linha vertical ou horizontal, pois o importante que nele apaream as palavras que contm as idias principais, de forma clara, compreensvel. As setas, por exemplo, so usadas quando h relao entre a palavra (idia) do ponto de partida e as palavras (idias) que so apontadas. Chaves s o usadas para ordenar diversos itens etc. Segundo SALMON (0977, p. 85):

Um esquema, para que seja realmente til, deve ter as seguintes caractersticas:

1 Fidelidade ao texto original: deve conter as idias do autor, sem alterao, mesmo quando se usarem as prprias palavras para reproduzir as do autor. Por isso, em alguns momentos, preciso transcrever e citar a pgina. 2 Estrutura lgica do assunto: de posse da idia principal, dos detalhes importantes, possvel elaborar uma organizao dessas idias a partir das mais importantes para as conseqentes. No esquema, haver lugar para os devidos destaques. 3 Adequao ao assunto estudado e funcionalidade: o esquema til flexvel. Adapta-se ao tipo de matria que se estuda. Assunto mais profundo, mais rico de informaes e detalhes importantes possibilitara uma forma de esquema com maiores indicaes. Assunto menos profundo, mais simples, ter no esquema apenas indicaes-chave. diferente um esquema em funo de reviso para exame e outro em funo de uma aula a ser dada! 4 Utilidade de seu emprego: conseqncia da caracterstica anterior: o esquema deve ajudar e no atrapalhar. Tratando-se de esquema em funo do estudo, deve ser feito de tal modo que facilite a reviso. instrumento de trabalho.Deve facilitar a consulta no texto, quando necessrio. Da explicitar pginas, relacionamento de partes do texto etc. 5 Cunho pessoal: cada um faz o esquema de acordo com suas tendncias, hbitos, recursos e experincias pessoais. Por isso que um esquema de uma pessoa raramente til para outra. Uns preferem o esquema rigidamente lgico, outros o cronolgico, ou o psicolgico, na disposio das idias. Alguns usam recursos grficos, de visualizao da imagem mental (tinta de cor, desenhos, smbolos etc.); j outros preferem empregar s palavras. A ttulo de exemplificao, o autor citado apresenta o esquema do trecho acima: ESQUEMA

CARACTERCTICAS DE UM ESQUEMA TIL

1. Flexibilidade: o esquema que deve adaptar-se realidade e no esta ao esquema. 2. Fidelidade ao original: esquematizar no deturpar, mas sintetizar. 3. Estrutura lgica do assunto: organizar-se pelo esquema a relao da idia importante de seu desenvolvimento. 4. Adequao ao assunto estudado: mesmo que funcionalidade. 5. Utilidade de emprego: o esquema tem por objetivo auxiliar a capitao do conjunto e servir para comunicar algo. 6. Cunho Pessoal: o esquema traduz atitudes e modo de agir de cada um varia de pessoa para pessoa (SALOMON, 1977, p.88). Exemplo de pargrafo esquematizado:

So quatro as atividades principais dos especialistas em comunicao: deteco previa do meio ambiente,correlao das partes da sociedade na relao a esse meio, transmisso da herana social de uma gerao seguinte e entretenimento. A deteco previa consiste na coleta e distribuio de informao sobre os acontecimentos do meio ambiente, tanto fora como dentro de qualquer sociedade particular. At certo ponto, isso corresponde ao que conhecido como manipulao de notcias. Os atos de correlao, aqui, incluem a interpretao das informaes sobre o meio ambiente e a orientao da conduta em reao a esse acontecimentos. Em geral, essa atividade popularmente classificada como editorial, ou propaganda. A transmisso de cultura se faz atravs da comunicao das informaes, dos valores e normas scias de uma gerao a outra ou de membros de um grupo a outros recm-chegada. Comumente, identificada como atividade educao. Por fim, o entretenimento compreende os atos comunicativos com inteno de distrao, sem qualquer preocupao com efeitos instrumentais que eles possam ter (Wright, apud SOARES&CAMPOS, 1978, p. 120).

Uma das maneiras possveis de esquematizar o pargrafo anterior a seguinte:

Atividades dos especialistas em comunicao: deteco do meio ambiente____________ coleta e distribuio de informaes

= notcias Correlao das partes da sociedade/ ___________interpretao das informaes Reao a esse meio = editorial/propaganda transmisso de cultura_____________________ comunicao das informaes entretenimento ____________________________________ atos comunicativos = distrao

Tomando-se por base as palavras sublinhadas que compem o esquema, elaborase um resumo do texto. A redao do resumo consiste em organizar frases com as palavras do esquema:

So atividades dos especialistas em comunicao: deteco prvia do meio ambiente, que consiste na coleta e distribuio das informaes, ou manipulao de notcias. Correlao das partes da sociedade na reao ao meio, que inclui a interpretao das informaes, pelo editorial e propaganda. A transmisso da cultura, que se faz atravs da comunicao das informaes, identificada como atividade educacional. O entretenimento, que se realiza pelos atos comunicativos, e que procura apenas a distrao.

H vrias maneiras de elaborar o resumo de um texto, com maior ou menor nmero de informaes acerca de seu contedo.

2.1

TIPOS DE RESUMO H vrios tipos de resumo e cada um apresenta caractersticas especficas, de acordo com suas finalidades:

a) Resumo descritivo ou indicativo: nesse tipo de resumo descrevem- se os principais tpicos do texto original, e indicam-se sucintamente seus

contedos. Portanto, no dispensa a leitura do texto original para a compreenso do assunto. Quanto extenso, no deve ultrapassar quinze ou vinte linhas; utilizam-se frases curtas que, geralmente, correspondem a cada elemento fundamental do texto; porm, o resumo descritivo no deve limitar-se enumerao pura e simples das partes do trabalho. b) Resumo informativo ou analtico: o tipo de resumo que reduz o Texto a 1/3 ou do original, abolindo-se grficos, citaes, exemplificaes abundantes, mantendo-se, porm, as idias principais. No so permitidas as opinies pessoais do autor do resumo. O resumo informativo, que o mais solicitado nos cursos de graduao, deve dispensar a leitura do texto original para o conhecimento do assunto. c) Resumo crtico: consiste na condensao do texto original a 1/3 ou de sua extenso, mantendo as idias fundamentais, mas permite opinies e comentrios do autor do resumo. Tal como o resumo informativo, dispensa a leitura do original para a compreenso do assunto. d) Resenha: um tipo de resumo crtico; contudo, mais abrangente. Alm de reduzir o texto, permitir opinies e comentrios, inclui julgamentos de valor, tais como comparaes com outras obras da mesma rea do conhecimento, a relevncia da obra em relao s outras do mesmo gnero etc. e) Sinopse (em ingls, synopsis ou summary; em francs, resume dauteur) : Neste tipo de resumo indicam-se o tema ou assunto da obra e suas partes principais. Trata-se de um resumo bem curto, elaborado apenas pelo autor da obra ou por seus editores. SALOMON (1977, p. 176-7) indica a maneira certa e a errada de elaborar uma sinopse:

Ensaios de acumuladores eltricos do tipo cido-chumbo.

Joo William MEREGE Errado:

Como introduo ao seu trabalho o autor d definio dos termos usados de acordo com as especificaes brasileiras recomendadas pela ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas), enumera os aparelhos a serem usados e explica o tratamento prvio necessrio ao xito nos ensaios.

Explica, com pormenores, as fases dos ensaios parciais e apresenta vrios grficos e tabelas dos resultados obtidos. Expe tambm a diferena entre os mtodos S.A.E. (Society of Automative Engineers) e os da ABNT usados nos ensaios.

Certo:

Definio dos termos usados, de acordo com as especificaes da ABNT. Aparelhos usados e tratamento prvio necessrio ao xito dos ensaios. Fases dos ensaios parciais: determinao da tenso final de carga, da f. e m., da capacidade em A-h e W-h, dos rendimentos. Grficos e tabelas dos resultados obtidos. Diferena entre os mtodos da S.A.E. e da ABNT.

Observe-se a linguagem objetiva, concisa, as frases curtas do exemplo certo. Com menos palavras, o modelo certo oferece muito mais informaes.

2.2

REDAO DE RESUMO: PARGRAFOS E CAPTULOS

A tcnica de resumir difere, no modo de redigir, quando se trata de um texto curto ou de uma obra inteira. Por texto curto compreende-se o que consta de um pargrafo a um captulo, embora esta no seja uma classificao rgida. Pargrafos e captulos podem ser resumidos aplicando-se a tcnica de sublinhar e redigindo-se o resumo pela organizao de frases, baseadas nas palavras sublinhadas. Este sistema no constitui regra absoluta, mas tem a vantagem de manter a ordem das idias e fatos e propiciar a indispensvel fidelidade ao texto.

Usar vocabulrio prprio ou do autor no questo relevante, desde que o resumo apresente as principais idias do texto, de forma condensada.

Um texto mais complexo resume-se com mais facilidade se preliminarmente for elaborado um esquema com as palavras sublinhadas.

No se admitem acrscimos ou comentrios ao texto, mas as opinies e pontos de vista do autor (do original) devem ser respeitados.

Nos textos bem estruturados, cada pargrafo corresponde a uma s idia principal. Todavia, alguns autores so repetitivos e usam palavras diferentes, que contm as mesmas idias, em mais de um pargrafo, por questes didticas ou de estilo. Neste caso, os pargrafos reiterativos devem ser reduzidos a um apenas.

Exemplos de resumo: a) Resumo que no se prende fielmente s palavras sublinhadas: Na psicanlise freudiana muito comportamento criador, especialmente nas artes, substituto e continuao do folguedo da infncia. Como a criana se exprime em jogos e fantasias, o adulto criativo o faz escrevendo ou, conforme o caso, pintado. Alm disso, muito do material de que ele se vale para resolver se seu conflito inconsciente, material que se torna substncia de sua produo cria dora, tende a ser obtido das experincias da infncia. Assim, um evento comum pode impressiona-lo de tal modo que desperte a lembrana de alguma experincia anterior. Essa lembranas por sua vez promove um desejo, que se realiza no escrever ou no pintar. A relao da criatividade com o folguedo infantil atinge mxima clareza, talvez, no prazer que a pessoa criativa manifesta em jogar com idias, livremente, em seu hbito de explorar idias e situaes pela simples alegria de ver aonde elas podem levar (KNELLER, 1976, P. 42-3)

Resumo:

Na concepo freudiana, a criatividade dos artistas substitutivo das brincadeiras infantis. A criana se expressa atravs de jogos e da fantasia, o adulto o faz atravs da literatura ou da pintura, inspirando-se em suas experincias da infncia. Essa relao confirmada pelo prazer que a pessoa criativa sente em explorar idias e situaes apenas pela alegria de ver aonde elas podem chegar.

b)

Resumo baseado nas palavras:

Vivemos num ambiente formado e, em grande proporo, criado por influencias semnticas sem paralelo no passado: circulando em massa de jornais e revistas que s fazem refletir, num espantoso nmero de casos os preconceitos e as obsesses de seus redatores e proprietrios; programas de rdio, tanto locais como em cadeia, quase inteiramente dominados por motivos comerciais; conselheiros de relaes pblicas, que so mais que artfices, regidamente pagos, para manipular e remodelar o nosso ambiente semntico de um modo favorvel a seu cliente. um ambiente excitante, mas cheio de perigos, sendo apenas um pequeno exagero dizer que foi rdio que Hitler conquistou na ustria. Os cidados de uma sociedade moderna precisam, em conseqncia, de algo mais do que simples senso comum recentemente definido por Stuart Chase como aquilo que nos diz que o mundo plano. Precisam, esses cidados, de ficar cientificamente conscientes do poder e das limitaes dos smbolos, especialmente das palavras, se que desejam evitar ser levados mais completa confuso, mediante a complexidade do seu ambiente semntico. Assim, pois,o primeiro dos princpios que governam os smbolos este: O smbolo no a coisa simbolizada; a palavra no a coisa; o mapa no o territrio que ele representa ( HAYAKAWA, 1972, p. 20-1).

Resumo:

Vivemos num ambiente formado por influncias semnticas: circulao em massa de jornais e revista que refletem os preconceitos e obsesses de seus redatores e proprietrios; o rdio, dominado por motivos comercias; os relaes pblicas, pagas para manipular o ambiente a favor de seus clientes. um ambiente excitante, mas cheio de perigos. Os cidados de uma sociedade moderna precisam ficar conscientes do poder e das limitaes dos smbolos, a fim de evitar confuso ante a complexidade

de seu ambiente semntico. O primeiro princpio que governa os smbolos este:o smbolo no a coisa simbolizada; a palavra no a coisa; o mapa no o territrio que representa. muito importante que o aluno de graduao exercite bastante a tcnica de resumir pargrafos, pois quem sabe resumir um pargrafo saber resumir um captulo. Quem resume captulos, com um pouco mais de prtica das tcnicas adequadas, saber resumir uma obra inteira. Os pargrafos para resumir podem abordar assuntos variados, procurando-se, sempre que possvel, levar em considerao os contedos programticos especficos de cada curso. Exemplos de pargrafos para resumir:

1. Naturalmente, a educao tem de ser tanto informativa quando diretiva. No podemos simplesmente ministrar informao sem ao mesmo tempo transmitir aos estudantes algumas aspiraes, ideais e objetivos, a fim de que eles saibam o que fazer com a informao que recebem. Lembremo-nos, porm, que tambm muito importante apresentar-lhes no apenas ideais destitudos de alguma informao real sobre a qual agir; falta dessa informao, no lhes ser nem ao menos possvel usufruir desses ideais. A informao sem as diretivas, insistem corretamente os estudantes, seca como p. Mas as diretivas sem a informao, gravadas na memria merc de freqentes repeties, s produzem orientaes intencionais que os incapacitam para as realidades da vida, deixando-os indefesos contra o choque e o cinismo dos anos subseqentes (HAYAKAWA, 1972,P.210)

2. Marx retoma de Hegel a concepo dialtica da realidade, ou seja, a afirmao de que a realidade vai se produzindo permanentemente mediante um processo de mudana determinado pela luta dos contrrios, por fora da contradio que trabalha o real, no seu prprio interior. Era a recuperao da temporalidade real, da historicidade, dimenso perdida desde o predomnio da filosofia grega sobre a viso judaica. Assim, a filosofia marxista, em continuidade com a filosofia hegeliana, concebe a realidade como se constituindo num processo criador. E este processo criador que por fora da luta provocada pelas contradies que trabalham internamente a realidade um processo dialtico, de posio negao e superao de acordo com a trade hegeliana da tese-anttese-sntese(SEVERIANO,1986 p.5)

3. Como se sabe, cada texto abre a perspectiva de uma multiplicidade de interpretaes ou leituras: se conforme se disse, as intenes do emissor podem ser as mais variadas, no teria sentido a pretenso de se lhe atribuir apenas uma interpretao, nica e verdadeira. A inteleco de um texto consiste na apreenso de suas significaes possveis, as quais se representam nele, em grande parte, por meio de marcas lingsticas. Tais marcas funcionam como pistas dadas ao leitor para permitir-lhe uma decodificao adequada: a estrutura da significao, em lngua natural, pode ser definida como o conjunto de relaes que se instituem na atividade da linguagem entre os indivduos que a utilizam, atividade esta que se inscreve sistematicamente no interior da prpria lngua(KOCH, 1993 p. 161).

4. certo que a teoria analtica da linguagem no tem o rigor exemplar prprio das teorias formalizadas ou matemtica que coroam a lingstica moderna. certo tambm que os lingistas se interessam pouco pelo que a psicanlise descobre no funcionamento lingstico, e alis, no vemos bem como que pode ser possvel conciliar as formalizaes do estruturalismo americano e da gramtica, por exemplo, com as leis do funcionamento lingstico tais como a psicanlise moderna as formula depois de Freud. evidente que so duas tendncias contraditrias ou pelo menos divergentes na concepo da linguagem. Freud no lingstica e o objetivo da linguagem que ele estuda no coincide com o sistema formal que a lingstica aborda e de que conseguimos destacar a abstrao lenta e laboriosa atravs da histria. Mas a mais profunda do que uma mudana do volume do objecto. a concepo geral da linguagem que difere radicalmente na psicanlise e na lingstica (KRISTEVA, p. 315).

5. Quando um beb nasce, a primeira coisa que todo mundo quer saber o sexo. Nos primeiros dias de vida a diferena parece mais anatmica, mas medida em que vai crescendo, o beb comea a se comportar como menino ou menina. Um problema controvertido saber at que ponto esse comportamento tem base biolgica ou uma questo de aprendizado. Algumas feministas insistem em dizer que todas as diferenas comportamentais so ensinadas e que, deixando-se de lado as discrepncias biolgicas evidentes, a mulher igual ao homem. Outros dizem que homem e homem e que mulher e por razes biolgicas que os dois sexos se

parecem, se comportam e at mesmo se movimentam de modo diferente. Os entendidos em cintica tm levantado um certo nmero de provas que reforam os argumentos das feminista(DAVIS, 1979, p.23).

6. Os idiomas, em certo sentido, fazem pensar na formao de nebulosas. Um ncleo central mais definido e em torno dele uma imensa massa luminosa, de forma irregular. Uma nebulosa em que o prprio ncleo central no dispusesse de muita consistncia, nem de fixidez demorada, mas que ainda assim se apresentasse mais densa que os bordos caprichosos e esgarados. Este ncleo central a estrutura do idioma, as palavras baluartes, os nmeros, os determinativos, os pronomes, as preposies e conjunes morfemas e palavras gramaticais. Em torno desse ncleo, o vocabulrio suprfluo, de adorno ou estilstico, as expresses profissionais e especiais. Mais longe, nos bordos da figura da nebulosa, os provincianismo, os modismos, a colaborao de cada pessoa para a vida e a evoluo do idioma (LIMA SOBRINHO,1977, p.69).

7. Houve tempo em que se poderia defender a idia de que uma pesquisa cientifica era coisa de gnio, portanto algo excepcional e fora de qualquer restrio de planejamento. Hoje no mais possvel defender essa idia, nem para a pesquisa cientifica e, muito menos, para a tecnologia. Sabe-se que, na historia da Tcnica, intervm comumente as invenesempreendidas por leigos e curiosos.depois do estabelecimento da Tecnologia, essa invenestornam-se cada vez mais raras, dando lugar s descobertas, feitas por meio de pesquisas organizadas. Assim, tornou-se indispensvel um plano de pesquisa que se constitua como programao dos trabalhos a serem realizados durante a pesquisa. Agora o trabalho no e mais simplesmente mental, como na fase anterior da escolha, compreenso e conhecimento. necessrio, agora, escrever um Plano de Pesquisa para fix-lo e torna-lo independente da memria (VARGAS, 1985, P.202).

8. Nesse livro (A origem das espcies) o mtodo de pesquisa utilizado por Darwin esclarece-se. Ele parte da observao da variao das espcies de animais domesticados e das plantas cultivadas cuja variabilidade muito maior do que a que se observa no estado selvagem. Isto porque a seleo feita pelo homem muito

controlada e eficiente e de efeitos acumulados. Pode-se, assim, observar nitidamente que, numa espcie dada as crias no so jamais nem idnticas entre si nem aos seus pais. H sempre uma diferena entre os indivduos. Isto um fato que pode dever induo de uma lei geral:a lei da variabilidade. Entretanto, , tambm um fato notvel que as singularidades inatas dos indivduos so transmitidas por hereditariedade aos seus descendentes. Assim um criador pode preservar ou acentuar tais singularidades por acasalamentos efetuados artificialmente. Tambm desse fato se pode induzir uma lei da hereditariedade. H, portanto, uma evoluo nas raas dos animais domsticos e plantas cultivadas baseada numa relao artificialmente dirigida pelo homem (VARGAS, 1985,p. 63-4).

9. Ningum desconhece o sacrifcio da quase totalidade de nossos acadmicos, que vo para suas escolas aps uma jornada de oito horas ou mais de trabalho profissional. Se isso sumamente louvvel, no o exime, por outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de descobrir tempo para estudar. preciso descobrir tempo. Tempo para freqentar as aulas dos diversos cursos e tempo para estudos particulares. Se procurarmos, o tempo aparecer. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa trs horas e meia por semana, quinze horas por ms e cento e oitenta horas por ano. E quem no conseguiria descobrir um ou mais espaos de meia hora em sua jornada? Ou ser que esses espaos no aparecem porque ns no os procuramos, por medo de encontra-los? Quem quer descobrir tempo, cria tempo, especialmente ns, brasileiros, que somos, por assim dizer, capazes do impossvel ( RUIZ, 1991, p.22).

10. De fato, as descobertas da Fsica no sculo XX tm surpreendido a todos, revelando as limitaes da linguagem cientfica e levando a uma profunda reflexo e reviso da concepo humana acerca do universo. A teoria quntica e a relatividade geral conduzem a uma viso do mundo bastante prximo s vises dos msticos orientais. O carter essencialmente emprico do conhecimento mstico parece ser o elemento fundamental para estabelecer-se o paralelo com o conhecimento cientfico. As solues, em termos de linguagem, encontradas pelos msticos podem fornecer uma moldura filosfica consistente para as modernas teorias cientficas que, expressas numa rgida e sofisticada linguagem matemtica, parecem ter perdido toda relao com as nossas experincias sensoriais. No misticismo oriental sempre fica clara a limitao da linguagem e da lgica. As interpretaes verbais da realidade so

imprecisas e contraditrias. A teoria quntica e a relatividade apontam na mesma direo: a realidade transcende a lgica clssica 9SZPIGEL, 1990, p.2).

2.3 REDAO DE RESUMOS DE LIVROS O resumo de texto mais longos ou de livros inteiros, evidentemente, no poder ser Feito pargrafos, ou mesmo captulo por captulo, a partir do que foi sublinhado. Neste caso, o aluno deve adotar os seguintes procedimentos:

a) leitura do texto, para conhecimento do assunto; b) aplicar a tcnica de sublinhar, para ressaltar as idias importantes e os detalhes relevantes, em cada captulo; c) reestruturar o plano de redao do autor, valendo-se, para isto; do ndice ou sumrio, isto , identificar, pelo sumrio, as principais PARTES do livro; em cada parte, os CAPTULOS, os ttulos e subttulos. De posse desses elementos, elaborar um plano ou esquema de redao do resumo; d) tomar por base o esquema ou plano de redao, para fazer um rascunho, resumindo por captulos ou por partes; e) concludo o rascunho, fazer uma leitura, para verificar se h possibilidade de resumir mais, ou se no houve omisso de algum elemento importante. Refazer a redao, com as alteraes necessrias, e transcrever em fichas, segundo as normas de fichamentos.

Nesse tipo de resumo, a tcnica de sublinhar til para ressaltar as idias principais do texto, mas como a redao no pode ser feita a partir do que foi sublinhado, preciso sintetizar, procurar no sublinhado apenas o indispensvel compreenso global do assunto. Nem sempre h necessidade de manter todos os ttulos e subttulos; a natureza da obra, do processo de raciocnio do autor e de sua forma de argumentao que apontaro a necessidade de se conservar ou no a diviso do livro em partes e captulos. indispensvel considerar o resumo com uma recriao do texto, uma nova elaborao, isto , uma forma de redao que utiliza as idias do original.

Segundo ANDRADE (1992, p. 53), o resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes itens:

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra; no apresentar juzos crticos ou comentrios pessoais; respeitar a ordem das idias e fatos apresentados; empregar linguagem clara e objetiva; evitar a transcrio de frases do original; apontar as concluses do autor; dispensar a consulta ao original para a compreenso do assunto.

Andrade, Maria Margarida de. Introduo metodologia do trabalho cientifica: elaborao de trabalhos de graduao/Maria Margarida de Andrade 7. Ed. - So Paulo: Atlas, 2005.

O fichamento deve ter: :

Tipos de conhecimento:

Conhecimento emprico: tambm chamado de vulgar, o conhecimento do povo, achado por acaso, por experincia, sem saber o porque aconteceu o fato. So transmitidos de uma gerao outra. Conhecimento cientfico: vai alm do emprico, procurando saber os fenmenos, suas causas e leis. Tido como certo, geral (universal, saber de tudo um pouco), metdico e sistemtico (seres e fatos esto ligados entre si por relaes). Conhecimento filosfico: distingue-se do cientfico pelo objeto e pelo mtodo de estudo. um Conhecimento mediato, pois a filosofia tem como objeto algo que no perceptvel aos sentidos e ultrapassam a experincia. Esto em contnuo questionar de si mesmo. Conhecimento teolgico: conhecimento relativo a Deus, e aceito pela f teolgica. Conjunto de verdades ao qual as pessoas chegaram, no pela cincia, mas mediante aceitao dos dados da revelao divina.