metacognição e esquemas

17
E ESQUEMAS po Loni Gri.DDn Cabral (La bo r atorio de Lei tura - UFSC) Ab usca da cornp r e e n s a o de u rn te xto e urn processo criativo, e qu e, as vezes, vai exigir urn c e r t o es for co por parte do lei tor. Dur ant e 0 ate de ler, gu iado pelo texto, 0 leitor deve a tiva r em s ua memor i a e s q ue ma s aprop riados que t he p e r mi t a m gerar urn sig ni ficado co ere nt e. As falhas re sp onsaveis p ela f al ta de co mpr een sa o do s tex tos poder iam se r a pon tadas como resultant es de ; 1) a fa lta de e sq ue ma s adequados para urn texto; 2) a ex is te ncia de esq ue mas , m as a nao ati va cao dos m esmos : 3) a at i va c ao de es q ue mas ina deq uad os. Ai ne xis te ncia de es q ue ma s ad equa dos realme nt e frustra a co rnpree ns ao im ed i at a de um te xt o have nd o a ne ce ssi da de de busc ar informaca o basica s up l e menta r pa ra a com p re ensao do rnes rno. Como porem ex plic ar a fa lta de ativacao ou a at i vacao erro ne de esquemas par a g era r a c omp r e e n s a o de urn texto ? 67

Upload: others

Post on 02-Feb-2022

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Metacognição e esquemas

METACOGNI~O E ESQUEMAS

po Loni Gri.DDn Cabral

(La bo r atorio de Lei t u r a - UFSC)

A busca da cornp r e e ns ao de urn t e xto e urn pr oc e s s oc r i a t i vo , e que , a s ve ze s , vai e x i g i r urn c e r t o es for co porpa r t e do lei t o r .

Dur ante 0 a t e de l e r , gu i a do pe l o t e x t o , 0 l e i t o r de vea tivar em s ua me mo r i a e s q ue ma s aprop r i a do s q ue t he pe r mi t a mge r a r urn sign i f i c a do coe r e nte.

As f a l ha s r e spo n s a ve i s pela f al t a de co mpr e e nsao dostex t o s poder i a m se r a pon tadas como r e s u l t a n t es de ;

1) a fa l t a de e sque ma s adequados para urn texto;

2 ) a e xis tenc i a de e s q uema s , mas a na o a t i va ca o do smesmo s :

3) a at i va c ao de esq uemas inade quado s .

A i nexis tencia de esquema s adequado s r e a l me nte f r u s t r aa c ornpreensao i med i ata de um t e xto ha ve ndo a nec e ssidade debu s c ar informacao ba s i c a s up l e menta r pa ra a com pree n s a o dorne s rno.

Como por em e xplica r a fa l t a de a t i v a c ao o u a at i vacaoe r r o ne de e s que ma s para gerar a c ompr e e ns a o d e urn texto ?

67

Page 2: Metacognição e esquemas

Assim como a l guns pe s quisadore s , c omo Libe rman e seusc o l a bo r ado r e s (1 973), di s c u t em a ne c e s s i da de de urnconhec i men t o me t a l i ngu i s tico p a r a a a l f a be t i z a c ao ,po de r i amo s argume nt a r , j un t o c om Ba ke r e Brown (1984) eout r o s , que para haver c ompr e e ns a o ha a nece s s i dade de urnme t aconhec imento do processo de leitur a.

Por me t aconhecime nto p r e ci s amos en tender do i sfen omenos sepa r ado s , mas nao nece s s a r i a me n t e inde pendentes ,qu e envolvem : A - 0 conhe cime n t o s obre a cogni c ao , no c asoem ques tao , sobre a l ei t ur a, e B - mon i t o r i a controladorados processo s e nvolvidos (Flavell, 1978 ) .

o le i tor pre c i s a e s t a r c on s c i e n t e de que deve che ga r aurn s i gn i f ica do e e xer cer uma c e rta monitoria s obre o s seu sproc e d imentos de lei tu r a pa r a a t ingir 0 seu ob j e ti vo.

Se gundo Ba ker e Brown (1984) a s segu i n tes ha bil i da de smetacognitiva s e s t a o envo l v idas na l ei t ura:

a) estabe l e c e r pro po s ito pa r a a l ei tur a, i s t o ecompr e ende r as exigencias i mp l ici t a s e e xplic i t as;

b) ide n t i f i c a r a s aspectos impor t an t e s da me nsagern;

c ) foca lizar a a t e n c ao no con teudo pr i nc i pal ao i nve sde no s de t a lhes;

d ) mo ni t o r ar a a t ivi da de de veri f i c a cao se a l e iturac ompr e e ns i v a e s ta aco n t e cendo ;

e ) e xe r c e r urn autoque st ioname n t o pa r a de t e rmina r se osobje t i vo s estao s e ndo alcan c ados ;

f ) adota r ati t ude s c o r retiv a s q ua nd o as f a l has nacompree n s a o s a o detectadas.

Tendo em vista es t a s cons ideracoes, pr ocur a mos ana l i sa ra metaconhecime n to dos aluno s da UFSC que buscam a ux i lio noLa bo r a to r i o Cl i nico de Leitura pa r a e sta bele c e r a s causa s des e u s problema s de compr e e nsao.

Ana l i s a rnos os dados de 85 a lunos que procura ram aLabo ra to r i o , a t r ave s de uma ba t e r i a de t e s t e s que mediava r ~o s a spe c t o s envo l v i do s na l ei t u r a c omo : c ompr e e ns a ol i t e r a l e in f e r e nc i a l , aten c ao sele t iva , voc a bul a rio .Jun tamente com e sta bater i a de t e s t e s a p l i camo s o u t r o si n s t r urnen t os proc urando ve r i f i c a r qua l 0 me t a c o nhe c i me n t oq ue a a l uno t i nha a respe i t o de seus ha b i tos e c ond i coes del e i t u r a e estudo. Es te as pe c t o fo i a na l i sado atrave s d a suaf o r ma t rad i c i ona l - at r a ve s de que s t i o na r i o, onde os alunosmarca vam as asse r coes que c o ns ide r a vam ve r d a de i r a s. 0q ue s t i o nar i o f oi c ompleme n tado por alguma s que stoe sespecificas para medi r a met a cogn i ca o d ur a n t e a teste dec ompr e e n s ao, que s t oes do ti po "Como voc e po de conclui r is t o ?

68

Page 3: Metacognição e esquemas

Obtivemo s o s seg u inte s resultados entre outros:

90 % dos a l uno s reconhecemcompreensao .

que tern problemas de

80 % pr e c isam reler 0 texto muitas vezes para respondere r eter

58.B% do s a l unos re fletem e nqua n t o Ie

54 .1 % dos alunos a j us t arn a ve10cidade de leitura aote x to ou a situa c ao

27 % ba l buc iam e nq ua n t o Ie.

Cha ma r iamos a a ten ca oco mpo ne n t e s da metacognicao:

1. 0 conhecimen t o2. 0 con t r o le .

novamente para os dois

Nao ba s t a 0 a l uno t er 0 conhecimento de suas falhas e ,i ncl us i ve, d a s e s t r a t egia s que pode r i am ser empr e gada s pa~a

re s o l ve r os seu s p roble mas. 0 segundo aspecto e taoimportante q ua n t o 0 primei ro: 0 controle sobre 0 processopara q ue o s obje t ivos se j a m avancados.

Os res u l t a do s acima no s demonstraram que os alunos tern,de c e r t a fo r ma , urn conhe cimen to sobr e seus p roblemas decomp r e e nsao , 0 qu e r ea l me n t e e urn passo importante, porque 0prob l e ma mai s s erio e s t a e n t r e aqueles maus leitores que naoc o ns e g ue m a l can ca r 0 ob j e tivo pretendido pe lo autor, mas quej ulgam te r c ompr e e nd ido 0 t e x t o .

Sao po ucos , no e n t a n t o , que tern urn controle sobre 0proce s s o , o u , s e t e n tam ter urn controle, este nao e dos maisadequados , como e 0 c aso, po r exemplo, dos 80% de a l uno s qu eprecisam r e l er os t e x t o s varias ve ze s. Este s alunosr e c o nhe cem que preci s a m e n tender e reter 0 texto, masuti l i z a m c omo e s tra t e g i a urn proce sso mecanico. Isto seconfirma qua nd o vemos q ue s ome n te 58, 8 % dos alunos dizem quer efletem e nqua n t o leem, e 54.1% do s alunos variam suave locidade de l eitura de a cordo com 0 t exto .

A ut i l i z a c ao de q ue s t i ona r i o do tipo entrevista nao edos procedimen t o s mai s c onf i a ve i s em termos de sabermos commai o r precisa o 0 que al uno r e a li za , mas nos da alguns dadossobre 0 que 0 a l uno a c ha q ue de ve s er 0 mais adequado para ale i t ura . Pa r a c omp l e me nta r mo s e s te s dados, observamos,tambem, 0 de s e mpe nho dos a lunos em relacao aos textos dec ompre ens ao . A e s t rateg i a utilizada para observarmos amo n i t o r ia da compr eensao foi a t r a ve s da estrutura de t extose de pe r gunt a s .

Vamo s a na l i s a rap licados , 0 teste

e m prime i r o"Marinho",

69

lugar , dentreque tern como

os t estesobjetivos

Page 4: Metacognição e esquemas

espec ificos verificar a organiza cao d e urn esque ma a f im der e s po nd e r a perguntas imediatamente apes a l eitu r a , s emvo l t a r a consultar 0 texto .

Su j e i t o s : 05 s ujeitos que participaram deste teste foram 85estudantes universi tarios q ue procuraram 0 l abo r a t c r i o del ei tura para dia g nc s t i co .

Proc ed i men t o:

A todos os aluno s foi d a d o 0 t e x t o "Mar i nho per d e boao por t un i d a d e · (v i de e m a ne xo ) com a ins trucao de quedever iam le-I o e de q ue i riam r e s po nd e r perguntas escritassobre 0 mesmo sem c onsu lta-Io . Durante a leitura sile nc i o s a ,s e mpre hav ia urn pe squ isador obervando as es trategias d osu jeito . Perguntas dirigidas ao pesq u i s ador s o b r e 0 t ex t onao eram r p.s po nd i da s . Logo apos a le i t u r a , 0 t e x t o e rarecolhido c a fo l ha de pe r gu n tas e ra entregue . Os alunosf ora m testa dos individualmente.

ANALI SE E OI s c uss Ao DOS RESULTADOS:

o t exto "Mar i n ho per de boa oportun i d a de·, ex t r a i do d aFo lha de Sa o Paulo, f o i apresen tado sem a in f o r ma c a o sab r eo autor e a seccao na q u a l e s ta r i a i n s e r ido . Foi escolhido ,par a prese n ta r caracteristicas apropriadas para verificarmoso que q ue riamos tes t a r l e v a n t a ment o de h i pc t e s e s ,organ izacao de esquemas - , com a vanta g e m de s e r urn textoq ue fora natura l mente pr o d u z i do , i s t o e , nao for a f o rjadopara urn e xperimento . ~ , de c e r t a fo r ma , re presentative dostexto s que os l eitores encontram n a s ua e xperienc ia deleitura normal , apresen ando parte da i n formaCao de f o r mai mp l i c i t a .

UMA LEI TURA DO TEXTO

o leitor ~e . le montand o hipoteses , u til i zando s e uconhecimento prev~o , ja , a par t ir do titulo , po d e comecar 0s eu "d i a l ogo " com 0 t e xto , na medida em que tenha armazenadoe m sua memori a al gurna r e f e r e nc i a a Ma r inho .

arinho perde boa oportunidade

Quem seria este "Ma r i n ho " ? 0 presidente das organizac6esGl o bo ? 0 jogado r de f u tebol? Ou t ra pessoa ?

Se e le criou uma destas e x pe c t a t i vasc o n f i r ma - l a o u r e j e i t a - l a d e acordo com ao texto nao d iz explic i t amente , mas nopara g r a f o infe re-se que Ma r i n ho Barbo s acinema - q ue fez 0 filme Ba i x o Gavea -

in i ciai s , deverale i t ura que s e g ue .final do segundoe urn dire to r de

n • • • Mar i n ho Barbosa freia seu fi lme , ad iando aconc lus ao sem qualq uer ganho em aprofundamento

70

Page 5: Metacognição e esquemas

p s i c o l o g i c o . Com i s s o , d e s pe rd i cou urna ot imao po r t unida de d e real i z a r uma esp~ci e d e "BarEspera n c a " (Hugo Carvana) sob a o t ica femin i na . "

Voltaremo s a f alar s o bretra ba lho .

"Mar i nho" no d e senro l a r do

No p r i me i r o pa r a g r a f o , 0 autor descr e ve alguma sca racte r i s tica s do fi l me -Baixo Gavea-, lan e a d o em 1 986 sem,no e ntanto , d i z er e xp l i c i t a me n t e q ue e urn f ilme.

A s oma das im plic a e oe s das p i sta s

Exibido + Baixo Gavea + prime ira meia hora + comedia decostwnes

no primeiro pe r i o d o nos mon t a urn sig nif i c a d o de que "BaixoGavea " e urn e s pe t a c u l o . A pro pr i a palavra exibido traz e m s iuma as s o c i a c a o com f i l me s , e mbora para a l g uma s pessoa s naos eja t ao e v i de n t e . " Primeira meia hora" exclu i apossibil ida de d e que s e ja, po r exemplo, urn quadro, ex i g indouma certa c o n t i nu i d a d e ne ste objeto. Po r f i m, "comedia decostumes" q ue im p lica r i a urn livro, peea ou f i l me, redu ze s s a s opeoes a uma pe e a ou f ilme . A r eprese ntacaoe s que matic a do te xt o (Fi g u r a 1, a dia n te ) mostra como ex i steuma s o b r e po s i e a o d e conce i tos .

Comedi a d e costumes i mp l ica uma esta r i a compersona ge ns e u ma tra ma . Pa ra q ue 0 t e xto fae a s e n tido et enha c o e sao ~ nec e s s a r i a qu e e s t e s as pe ctos facam parte doconhecimen t o de mundo do l e i t o r e tambem q ue ele a t en t e paraes t a pista . Se 0 le i tor , no pr i me i ro pe r i o do , hipo t et i zo uque Ba ixo Gavea e uma pe e a d e t e atro, a s p r a x imas linh a s" po d e r i a m" c o n f i r ma r a s u a hip6tese pai s e l a s l evarne x a tamen t e a urn esque ma de t eatro, d ados o s tra e o s comunse x i s ten te s e n t r e cin e ma , t e a t ro , comedia d e costume s . Noultimo perio do , po rem , 0 l eitor atento r e cebe uma pi s t a quedef i ni tivamente d e s c a r t a a h ipatese de q ue Baixo Gavea sejauma peea de t e a t r o , quando s e fal a na "crit icad a di r e c ao d efo tog raf i a " de Anto n io Pen i do.

A pa r tir do s e gu ndo pa r ag ra f o , 0 refere nte de -BaixoGivea- - filme - se t o r na e xplic ito. " Os t r e c hos da peeas o bre Ferna ndo Pessoa , que f un c i o nam como contrapon t o paraa s c rises a f e t ivas de Cla r a e Ana , c ome e a m a alo nga r-sei n de f i n i dame n t e . .. Pa s s am a estar no f i lme* por e s t a r n ofi lme * .. . "

" J a Ear t a me nte d e l i ne a d o ... Mar i n ho Barbos a frei a seufi l me* ... "

Rea li zamos es t aa le i t u r a do mes mos e rie d e pe rgu n tas ,en t e ndido o u n a o .

a na l ise do t e x t o , pois subseque ntemen teo s s u je i t o s deveriam responder a uma

que v isa vam ver i f icar se 0 h a v iam

71

Page 6: Metacognição e esquemas

Nao vamos analisar aqu i as respostas aperguntas. mas apenas a prlmeira e a ultima,permitem observar 0 esquema montado pelos leitores.

todasque

asnos

A primeira pergunta "0 que ~ Baixo Givea"? tinha asseguintes cxpectativas de respostas:

g urn filme.~ urn local do Rio de Janeiroe urna comedia de costumes.

De 85 alunos que realizaram 0 teste 31 responderam que"Baixo Givea" era uma peca de teatro, 5 deixaram em brancoou nao sabiam, 1 respondeu que era 0 nome de urn teatro, e 1respondeu que e ra urn conto.

Trinta e t res (33) leitores montaram urn esquema erradopara 0 texto lido, nao conseguindo estabelecer osreferentes, nao levando em consideracao as pistas t e x t ua i s .Cinco (5) l e itores nao conseguiram dar nenhuma r e spostapoderiamos hipotetizar que nao conseguiram montar urnesquema.

Durante 0 desenrolar do questionario,se referem claramente ao f i l me e, nopergunta se re fere a Marinho Barbosa:Barbosa?"

variasfinal,"Quem

perguntasa u ltima

e Marinho

Dos 31 que responderam q ue -Baixo Gavea- era uma peca,8 poste rio rmente respondem q ue Marinho Barbosa tern alg umarelacao, c o r r e t a ou nao, c om 0 filme. as outros man t e rn suare1aCao c om a suposta peca de t eatro.

Estes resultados nos demons t r am a falta de metacogniCaodos leitores analisados. No momenta em que montam a suahip6tese inicial, nao importando quais as informacoes quevenham a seguir, mantem a mesma hip6tese, sem se dar conta,ou se importar com 0 fa to de que as coisas nao fazemsentido. Alguns, embora passem a admitir que Baixo Gavea eurn filme, nao refazem suas respostas, deixando de utilizar amonitoria, q ue e muito mais factivel na lecto-escritura.

COMO EXPLICAR AS FALRAS AD MDNTAR D ESQUEMA?

Podemos aventar quatro hipoteses:

1. A falta de atencao as pistas do texto. No momentoe m que 0 lei tor constr6i urn esquema que f azsentido, elc 0 cons idera definitivo nao e s t a n doreceptivo ou percebendo ele mentos novos q ue possammodifica-Io.

2. A falta de conhecimento de mundo que faz com quecertas pistas nao l evem ao conceito pretendido peloautor.

72

Page 7: Metacognição e esquemas

3. A reuniao da s duas h ipo tese s acima.

4. Uma a t i tude d i s p l i c e n t e que leva 0 l eitor a ler 0texto sem obje t i vo , s em e s t a belec e r uma hipotesebasica, qu e l he s irva de parametro para amonitoria d a c ompreensao .

No caso do t e xto exami na do , as duas perguntas 0 que eBaixo Gavea ? e Quem e Harinho Barbosa? exige~ . pa r a suare s po s t a que 0 l e i t o r acione os s eus e s quema s prev~os sobreci ne ma . Para a primeira e importante que 0 leitor consigafa ze r a distineao ge ne r i c a entre peea de teatro e fi lme. Jaa s e gun da pe r gun t a e xi ge urn c o nhe cimento sobre f i l me sd i r e t o r e s e 0 c ine ma br a s i l e i r o. Os erros a esta 61timapergunt a po de r i a m i ndica r que fal t am aos leitores, ose s que ma s previ os necessar i o s para a c ompr e ensao do texto.

As f i gu ra s 1 e 2 s a o represen t a eoe s parc iais do esquemaresu lta nt e d a le i t u r a de Baixo Gavea, quando conce itos ee s quema s existentes sao integrados atraves da in formaeaoo f e r e c ida pe l o t ex t o . A figura 1 seria 0 r esul tado dal eitura do p r i me i ro pa rag r a fo , quando a i n f e r e nc i a de queBai xo Gave a e urn f i l me deve ser fe i t a . A figura 2 seria 0r esulta do da l e itur a de todo 0 t exto.

inserir figura 1

inserir f igura 2

Se obse rvarmo s 0 esquema do t exto como urn todo (videfi gur a 2 ) , s e to r na e v iden t e que leitores com respostas dot ipo

Ba i xo Gav ea e uma pe ea de Fernando PessoaBaixo Gave a e uma peea sobre Fernando Pessoa

ou nao monta r am 0 esquema a dequado, pois a relaeao de BaixoGav e a com Fe rnando Pe sso a e bastante indireta, ousimp l e smente nao montaram e s quema algum . A in formaeao queficou retida nao foi estruturada. 0 leitor simplesmente sel embra de fatos isolados.

No c a s o da r e spo s t a "Ba ixo Ga ve a e uma pe ea de teatro",urna da s hipotese s e a de q ue eles r ealizam uma inferenciae r r a da logo no inicio, acionando 0 conceito peea de teatro aurn nivel mais proximo do nodulo Baixo Gavea, na o 0descartando posteriormente quando vern a informa eao diretor

73

Page 8: Metacognição e esquemas

de fotografia, nao acionando 0 nod u lo filmc. A fi gur a 1,e s quema t iz a a informacao c o n t i da no primeiro pa r a g r a f o .Neste esquema (Fig.l) pademo s ver q ue " pe ea de teatro"embora nao f a c a parte da informa cao contida e urn e st i mulobastante forte . Sao varios os pon t o s q ue pode r i am l e va r aurna i nferencia e r r a da . ~ importante obse rvar, t a mbem, que 0conc e i t o " f i l me " nao esta e xplic i t amen te coloc a do. };: urnnodu l o que de veria ser ac i o na do v i a out r o s es timulos c omo ,entre outros, "Exibido" - "interpretacao" "dire tor defotografia". 0 fate de 0 lei tor nao in f erir qu e Ba i xo Gave ae urn filme, apesar da pista, diretor de f o t ogra f i a, po deriaser explicado, pelo proprio esquema incompleto de f ilme ,onde direcao de fotografia seria urn item inexis t ente, ouirrelevante, e tambem pela fa l ta de metacognicao, con f o r menos re f erimos anteriormente.

A identificaeao de Marinho Barbosa como d i r e tor dofilme tambem exige urn esquema a~e9uado para f i l me , e arealizaeao das conexoes necess ar~as. Out r a s r e s po s tasmostram que os alunos nao montaram 0 esquema suger ido peloautor (conforme figura 2), nem tentaram fo rmu lar ouresponder a pergunta a partir do titulo. Respostas "Marinhoe 0 diretor da peea" e mais coerente com a hip6tese de quefoi montado urn esquema durante a l e i t ur a .

Estas falhas ao montar os esquema s ocasio nam urnproblema circular, pois devido a falta de a t e n eao a a l guma sdas informaeoes; 0 leitor acaba nao de s e nvo l ve ndo no vo sconceitos, uma das condieoes basicas pa r a urn bo rn l e i tor(Scliar-Cabral, 1985) e, consequentemente, nao a ume n t a 0 seuconhecimento de mundo.

A hipotese da falta de conhecimento de mundo e bas t a n t eviavel na medida em que observamos que os 38 1eitores quenao responderam corretamente a questao 1 somente 10obtiveram acima de 50% de acertos no teste de vocabular io.Laboratorio de Leitura (Relatorio Final, 1989).

A grande maioria dos l eitores que tiveram pr ob l e ma s decompreensao neste teste (1 7 l e i tores ) , esta en t re os queobtiveram 30 e 49 % de acertos no t e s t e de voc abu l a r i o .

As perguntas sobre 0 texto Marinho perde a oportunidadena sua maioria exigiram inferencias, e tiveram entre os 85alunos investigados uma media de a certos de 40,9 0% com urndesvio padrao de 28.554. Deve-se r e ssaltar que j un to avariavel inferencia atuou a variavel r e t eneao, urna ve z queos alunos nao consultaram 0 texto para r esponder asperguntas.

Outro texto que consistia basicamente de£oi 0 sobre Johan Albert. Este testeanterior,parem, porque 0 leitor sente a

74

in f e rencias,d i f e r e donecessidade

Page 9: Metacognição e esquemas

explicita de r e a l izar inferencias . Muitos dos l eitores quef i zeram 0 teste 0 j u l ga r am um " pr o b l ema de matematica " , erea l mente s e e mpenha r am para resolve -Io como tal ,oude s i sti r amm logo a lega ndo que nao e r am bons em c alc u l osmate maticos .

o as pecto mais interes sante na ana l i s e dos r esultadosdeste teste na o sao a s r espostas , mas a at itudedemo ns t r a da em re l a ~ ao a di fe r e nte s t ipos de t e xtos .Enquanto que no texto an te r ior IMarinho ... . J , t ambemc e n t r a do em infe r e nc i as , mas efe t ivamente um textoe xpo s i t i vo , na o sentimos em nenh um momento 0 l ei tor com 0lap i s e papel na ma o , t e nt a ndo montar urn esquema pa rar espo nde r as perguntas ,no t e x t o Johan Albert ,ca r ac te r i s ticame nte uma resolucao-de-prob l ema, os l e i t o r e sd isfarcada , ou abertamente c a l c u l a vam as datas . Para osproblemas ha a neces sidade de "racioc inio · , enquanto quepa ra a leitura nao ha esta necessidade , r e mo n t a ndo a estea s pe cto e n tao 0 fracas so nas inferencias e compre ensao emgeral quando a tarefa de raciocinar fica a cr i t e r i o dolei t o r nao-e ficiente .

Esta constatacao levanta a hi po t e s e de que a s falhasde compreensao pode m nao ser s ome n t e r e l a c i onada s comes quema s i ne xi s tentes ou c om a ativa~ao de e s q ue ma se rrados , ma s , ou de uma ati t ude ma i s displ icente de quel eitura , de urn mode gera l , nao e xige 0 pe ns a r com 0 t ex t o ,o u de uma fa lta de contro le sobre a busca de s ign ificado ,co n forme co l ocamos anter i ormente . Passar os o l ho s variasvezes sobre a pagina da ao l e i t or i ne fici e n t e a l guns fatosisolados que podem fa zer s e nt i do ou na o , 0 que the ba s t a .Is t o porem c ria a necessidade de 0 aluno l e r vari as veze s 0mesmo texto, numa tentativa de memo r i za r me canicamente ainforma~ao .

CONSEQU~NCIAS PEDAGOGI CAS

Urn do s a r gume nt o s mui to us ados a r e s pe i t o da r eme d i a c a oe m le i t ura e 0 de q ue 50 s e melhora 0 n i ve l de l ei t u r alendo. e be rn verdade que cer t o s l eitores realmente s ebeneficiam c om 0 a umento do vo l ume de l e itura . Ha aqueles .po rem . qu e , i nc a pa ze s de controlar os mecanismosa u t o - re gu l a do r e s que the a s s e guram uma bo a compr e ens a o, soiraQ pe r petuar 0 prob lema , sem a pos s ibidade . de a lgumasve zes , adquir irem conhecimento .

A a qu i s i ca o de conhec ime nto imp li c a uti liza r umainforma ~ao j a e x i s t e n te para e s t r u tu r a r a s novas informa~6es

que sao sugeridas em um te x to ou por out r o me io . Ha umareelabora~ao de esq ue mas ve lhos f a c e a nova i nformacaoIVosniadou e Brewer , 1 985 ) . e importante, en t ao , sees t abe l ecer 0 que 0 i nc i v i duo ja sabe , para a partir dovelho introduz i r 0 no vo . Ora , s e 0 le i t o r e i nca pa z demontar e s quema s ap r op r i a dos , ou os seus esque mas prev i os s ao

75

Page 10: Metacognição e esquemas

muito deficientes, ha a necess ida de de uma conducao dopensamento do lei tor para que e l e r e a l ize as analogias econexoes corretas.

Existe na escola uma certa preocu paca o em r e l a ca o aoconteudo do que os alunos l e em. Inexiste pore m, apreocupacao em saber como 05 alunos lee m e em e ns ina - los aler. A grande maioria dos bons l e i tores a pr e nde m 0 p r o c e s s ode leitura espontaneamente. Existem aqueles, porem, quenunca sairam do estagio da decodificacao, se j a porque naoautomatizaram bern 0 processo e com isto todo 0 t e mpo deprocessamento e gasto apenas no reconhecimento da in f ormacaografica, seja porque nao desenvolveram a nec e s s i da d e dabusca do significado. Estes se beneficiariam de urn traba l hoespecifico relacionado com estrategias de leitura. Ba ker eBrown (1984, p.441 citam varios trabalhos bern sucedidos,cujo objetivo foi desenvolver a conscientizacao dos var i osaspectos envolvidos na estrutura do texto e proce sso del e i t u r a , como: avaliacao de texto quanto a s ua ve r a cidade econsistencia, sensibilidade a estrutura log i ca, e t e c n icasde auto-questionamento.

No Laboratorio Clinico de Leitura, depoimentos dosalunos que receberam atendimento evidenciam que t ecnica scomo a do auto-questionamento em que 0 aluno c o nstante econscientemente monitora a sua atencao seletiva sobre 0objeto de leitura, surtiram bastante efeito.

Tambem tiveram r esultados positivos, na o piniao do salunos, trabalhos sobre a e s t r u t u r a do texto, quando 0 a lunopassa a observar pistas linguisticas que evidenciam, e n t r eoutros aspectos, introducao, contestacao e/ou comparacao deideias.

o leitor deve estar consciente de que s empre que al e itura nao for por prazer, ele t era que dispender urn c e r t oesfo r co ; de que leitura eficiente nao e apenas urna lei t u r arap i da e pronto: ja se s abe tudo. A le i tura eficie nte , paraobte r informacao, envolve, ne c es s a r i ame n t e, urn p l a nej ame n t oda atividade em foco estabelecendo-s e para e la urn pr o po s i t o ,desenvolvendo-se uma monitoria cons t a nte e uma a val i aca o detodo 0 processo.

Cabe observar, no e n t a n to , que 0 e xe r c i c i o d a mo n i t o r i ada c omp r e e ns a o so vai se e f etuar no momento e m que 0 leitors e da conta de que nao es t a compre ende ndo 0 t e x t o .Obv i ame n t e nao existe uma auto-consc i encia do proc e s so deleitura, quando a c ompreensao f l ui na turalme n t e. Somen t equando perc e be mos que algo nao e s ta da ndo certo e q uemudamos de estrategias, tais c omo vol tando urn pouco notexto, diminuindo a velocidade de leitura e que s tiona ndo 0que 0 autor e s t a propondo.

A observacao de urn individuo l endo em vo z alta no silustra em parte este processo:

76

Page 11: Metacognição e esquemas

" Ni o re t oma r e mo s a qu i todas as discussSe s 1evantadassobre a arbitrarieda de do s i g no . Todo s conco r da r i o que haa 1guma seme 1hanc;a , nen huma re1a c;i o na t u r a l e n t r e urn "cheva l"que pasta no campo , e a s vibr a c;Ses que c o r r e s po nde m aoq ue " ... NAo , NAo. "Todo s c onco r dar ao que nao ha nenhumasemelha n c; a , nenh uma r e l a c; ao na t ural ...( t r a n s c r i c; i o de leitur a em voz al t a rea lizad a por aluno deII f a s e do curso de Le t ras , cur s o Li ngui s t i c a I).

No caso a cima , e mbo r a a le i t u r a em vo z al ta nao s e jaidentica a l eitura s i 1e nc i o s a , t e mo s urn e xemp lo do e xe rc ic i oda mon i t o ria . 0 le i t o r na sua primeira t e n t a t i v a nio a t e ndea uma negac;ao , 0 q ue cons eque ntemente afe t a 0 c o nc e i t o s obreo qual esta 1e ndo . No e n tan t o , 0 seu conhecime nto dearbitrar i e dade fa z c om que interrompa a l ei tura e a retomeco m a de v i da c or r e C; a o .

Isto , evidenteme nt e , e xpl i c a 0 que urn born leitor faz. 0pr o b l e ma esta em dese nvolver a auto-consciencia daqueles queni o sio t a o efic i e n te s . 0 born 1eitor se da contaeventua l mente do qu e f o i que e l e processou errado que afetousua c ompr e e n s ao , e , mes mo a n t e s d i s t o , e le se da conta deq ue 0 q ue e s t a l e ndo nio faz s entido. E1e tern expectativassobre q ua i s in f o r ma c;Ses que deveriam estar contidas not ex t o , pa r a r e c o nhe c e r algo c ontraditorio. Para os leitoresme no s ef i c ientes t e mos que desenvo lver esta expectativa des igni f i c a do para 0 ate de ler como, tambem, fazer com que osme s mo s a ume ntem s eu conhecimento de mundo para que possamc r i a r e xp e c t ativa s de significado.

B precise transformar 0 processouma a t i v i da de puramente me c a ni c a parac r i a tiv a , de bu s c a de in f o rmac;ao.

Bibliografia:

de 1eitura deuma atividade

BADDELEY, Al a n: LOGI E R. ; NI MMO- SMI TH, Ian e BRERETON,Neil."Compo ne n t e s of Fl uent Re ad i ng " , Journal of Memoryand Language, 24 ( ) :119- 131, 1985.

BAK ER, Li nda e BROWN , Ann e L. "Cognitive Monito r i ng inRea ding " in Understanding Reading Comprehension,Ne war k , Dela ware , I n t e r nationa l Re a ding

Associat i o n . 1984, p .p 24-25.

BREWER , Wi l l i a m. The S t o r y Sche ma Unive r s a l s andCu lture - s pe cific proporties , Center for the Study ofRe a d ing , Technical Reports, August, 1984.

COHEN, And r e w D. "Testing Linguistic and CommunicativeProficie nc y : The Case o f Reading Comprehension". I nPerspectives on Second Language Teaching, H.B.Altman e t a1 (editor), 1987.

n

Page 12: Metacognição e esquemas

FLOOD, James. editor. Promoting Reading Comprehension.Newark, Delaware, 1984, Interna t ional ReadingAssociation.

GRIMM-CABRAL, Lo n i - Por que urn La bo t'a t orio de Lei tu r a " ,Ilha do Desterro: Psicolinguistica, F lorianopo l is,UPSC, no 19, 1988.

HARRIS,A. e SIPAY,E.R. -How to Increase Reading Ability,New York, David McKay, Company, Inc, 1975.

JOHNSTON, Pe t er. "Prior Knowledge and Re a d i ngComprehension Test Bias". i n Technical Reports. Ce n t e rfo r the Study of Reading, n0289, New York, September,1983.

JOHNSTON, William A. e DARK,V.J. "Selective Attention".Annual Review of Phychology. 37:43-75, 1986.

JUST, Mosal A. e CARPENTER, Patricia A,editors.CognitiveProcesses in Comprehension, Hillsd a l e, NJ, Lawre n c eErlbaurn Associates, 1987.

KATO, A. Mat'y. No Mundo da Escrita: Uma perspectivapsicolinguistica. Sao Paulo, Atica, 1986.

LI BERMAN, I. Y. Segmentation of the spoken word andreading acquisition. Bulletin of the Orton Society,23, 1973, 65-77.

MCWHORTER, Kathl e en T.College Reading and Study Skills,Boston, Lit lle , Brown and Company, third edition,1986.

MICCINATI, Jeannette L. "Mapping the Terrain:Connecting Reading with Academic Writing. "Journal ofReading, 1988 (Mar), vol. 21 (6), 542-552.

PAUK, Walter. How to study in College, Boston, Ho ug h t o nMifflin Company, 1984.

PEARSON, David. "The Comprehension Revol u t i o n: ATwenty-year history o f process and practic e related tor e ad ing c omp t'e he n s i o n " in Reading Education Reports,Cen t e r o f t he Study Re ading no~7, New Yot'k, Fe b rua ry,1985.

PEARSON, D. c JOHNSON, D. Theaching ReadingComprehension, New York, Holt, Rinehart and Winston,1978 . .

78

Page 13: Metacognição e esquemas

SAMUELS , S . Jay e KAMIL, M.L. "Models of t he Re a d i ngProcess " in Handbook o f Read ing Research p . p .185- 22 4 by P . D. Pe a r s o n (Ed i t or). New York, 1984.

SCLl AR- CABRAL, Le o no r . "P s i co l ingu .is t i c a Alic ada aAlfabe ti zacao e Le i t u r a . " in Roteiro, FundacaoEducacional do Oes t e Ca t a r i ne ne s e , 15, 1985

SCLI AR- CABRAL , LEONO R. "P roce s s o s psic o l i ng u i s t icos deleitur a e a crianca" - Letr a s d e hoje, 63, 1986,p p . 7 - 20 ,

SCLIAR-CABRAL , Leonor e GRIMM -CABRAL, Lo n i . Ca rac t e r i z a c a odas qualidades de narrativas em Pr i - e scolare s"Ilh a do Deste rro, Di s c ours e Ana l y sis (Anal i s e doDiscurso , v, Ab r i l: 56 - 7 4 .

SI NGER, H. e RUDDELL , R.B. Editors. Theorical modelsand proces s es of reading , Neward, Delawa r e, Secondedit i o n , 1980.

STEI N, V. e GLENN, C . An Analys i s o f Story Comprehe nsioni n Elementa ry Schol l Chi l d r e n . I n R. Fred l e (ed)Discourse Processing: Multid isciplinaryPe r s pe c t i v e s , Hill s d ale, New Jersey, Law r e ncw ErlbaumAs s oc iate s , 1 97 9 .

STERNBERG, Ro be r t J. " Te s t i ng and Cognitive Psycho lgy"Ame r ican Phychologist, 36 (10) : 1181-1189, Oc t o b e r,1 9 8 1 .

VOSNI ADOU, St e ll a e BREWER, William - The Prob l e m ofKno wl edge Ac qu i si t i on TECHNICAL REPORTS, Augu s t,1 9 84.

RELATORIO F I NAL. Pro j e t o " I mpl a nta c ao de urn Laborat6rioClin ico d e Leitu ra" F I NEP / UFSC , 1989.

79

Page 14: Metacognição e esquemas

CDo

LEGE NDA ,

FIGURA - Irela ~o e s nao el p l ic i1QS ma s

~ -.. q u e 0 out o r e s p e r c q u e 0

t e i t e r r e e f i z e

CJ e e n e ei r e s

.f.--..+ re te e oe in uins.e:c.a

~ , tla ~Q O de tO ff t " 'e. do , " 10

OCOI)' .I IIO $ qu .! rlao n 150 ex ·p II C, IOS no rea lc, mas qu e1 0 0 n.e.narlos pere a s uoc o m preen s ao .

r-I in fo rmo. e60 a s s o ciod c DOSl.---.J Hens do tu . :o que podeor ia

SIr aClo no do la mbem.

Page 15: Metacognição e esquemas

81

" e~o

~ . ,8~

E~ .... ~""u,g a o oOE:;"

.g:~~ <>o.u

- 00

' 3 ~E:~ ~ u

u ~ .80-0.

. ~ ~

-a.~ e: c _W\ .

~~.g

o.~

CliP "0 0

<I 'Uu

~ ~.!:~~0 u ~

- ou oZ 0(;:'=

~u O'o ....c:

'S-gl U _ O

C~ ""C:: "'v

W C~ u 0

.s .~ ~ ~ ~g o." ~ o ·

u ,g~~~

w .~ 0:;u

~ 2 gig~ °c•...J

u _

c

~-;~Ou_

0GIl .. 8o.tf\U

- ~u

0~O"- u . .! or r <>!

Page 16: Metacognição e esquemas

Marinho perde boa oportuni dadeFolha de Sao Paulo

Ex i b i do s em ma i o r alarde, "Ba ixo Gi ve a" em sua pr i me i r ame ia hora de l i ne i a - s e como uma ag r a da ve l comed i a deco s tume s, tipicamente c a r i oca. A histo r i a d a s d i f i c u l d a de samorosas de Cla r a (Luc e l i a Sa ntos) e Ana (Lou i s e Cardoso ) ,r e s pectivame n t e d ire tora e atri z de t ea t r o q ue d i v i dem urnt e to, de senvo l ve-s e i n i cia l mente c om mui to humo r e leveza .As in t e rpr e t aeoe s de Luc e lia e Loui s e - que compoe umahomoss e xua l s em desc ambar par a as c a rica turas desempr e - d ao - I he urn cha r me i rres i st i ve l . Ape s a r da mui t oc r i t i c a da d i r eeao de fo togra f i a de Anton i o Penido , q ue us auma luz unica que homogeni za c enarios t a o dispa r e s qua n t aurn bar em Lisboa f o r j ad o em teatro e a c a s a da s d uas ami ga s .

Ma s "Baixo Gave a " estende - s e de ma i s. Os trec hos da peeasobre Fernando Pessoa , que f un c i o na m c omo c o ntra ponto paraa s crises afet i vas de Clar a e Ana , c ome e am a a l o ng a r - s ei n f in i t a men t e, perde ndo qua l que r justi f i c a t i va drama t i c a .Pa s s am a esta r no f i l me por e s t a r no fi lme , i n t e r rompe ndo 0desen vo lvi mento da trama central. "Baixo Ga vea " tor na-seassim, do me i o para 0 f i na l , insupor tivel. J i fa rtamentede linea das as duas princ ipa i s persona gens, Ma r i nho Ba r bo s afre i a seu fi lme , adiando a c o nc l u s a o s em qualque r ga nho ema pr o f unda me n t o ps icolo gico . Com iss o , desperd i eo u uma otimaopo r t un i da de de rea lizar uma e s pec ie de "Bar Es pe ranea "(Hugo Carvana ) sob a otica f eminina . Esteve a urn pas s odi s so, mas a de ixou e scapa r.

Responder as questoes abaixo:

1) 0 que e "Ba i xo Gavea"? Como voce depre e nde i s t o ?

2) Em que ge ne r o voce enquadra 0 q ue voc e acaba de l er ?

3) Que i mpr e s s a o 0 autor do artigo nos de ixa d e "Baixo

Gavca"?

4) Qua i s sao os aspec t o s positivo s ?

5) Quai s s ao os a s pe ctos negativos?

6) A q ue 0 au t o r se r efe r e ?

"pa s sam a e s t a r no f i l me po r estar no f i l me ... "

7) Quem "de sperd icou uma 6tima opor t unidade " ?

B2

Page 17: Metacognição e esquemas

8 ) Esteve a urn pa s se di s so ma s ~ deixou escapar .

Qua i s 0 (5) r e f e r e n t e s (5) para os itens sub1inhados?

9) Quem e Marinho Barbosa?

Johan albertLe~a 0 t e x t o a bai xo e responda a s pe rguntas:

Com es t a obra e s t a mo s comemorando 0 centenariodo na sc i me nt o d e Johan Alber t que morreu aos76 a nos a pos uma e x t e n s a contribui~ao aoc o nh e c i me n t o humano.

Os c a p i t u 10 s f o r a m divid idos em duas par tes:a p r i me i r a ver s ando s obre sua b i o g r a f i a e as e gunda sobre as var ias contribuicoes acienc ia . Os autores da primeira parte saotodo s pesso a s que conviveram com Albert nope r i o do e m que viveu nos Estados Unidos.

Maio de 1979.Os autore s

Segu ndo 0 text o a c i ma :

a ) Em q ue a no J o ha n Albert na sceu ?

bl Em q ue a no ele morreu ?

c) J o ha n Albe r t moro u ) s ome n t e nos Estados Unido s) t ambe m nos Es t a d o s Unidos

d) Em q ue categor i a voce co10car ia 0 texto acima:

( ) carta (I a r t i g o ) pre facio ) palestra.

e) Que pistas voc e e nc o n t r a no texto para justificar as suasre s posta s a n t e r i o res ?

a)---------------------------------------------------------­b) - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - ­c) - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - ­d)- -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - -