mestrado - thomson, frisch e hamilton
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FichamentoTRANSCRIPT
Os debates sobre memória e história: alguns aspectos internacionais
Alistair Thomson, Michael Frisch & Paula Hamilton
• Desde os anos 60 e 70, quando a história oral entre em cena como movimento, os historiadores têm debatido sobre memória e história (p. 65);
Alistair ThomsonOs críticos da história oral
• As críticas que eram feitas aos historiadores na década de 70, sobre a história oral, eram:– A memória não era confiável, pela deterioração causada
pela velhice, pelas diferenças entre entrevistador e entrevistado e pela influência de versões coletivas e resumidas do passado;
– Havia o medo de que a democratização do ofício do historiador fosse causada pela utilização da história oral;
– Além do preconceito pela escolha da história oral em favor dos trabalhadores, das mulheres, ou seja, dos grupos minoritários (p. 66);
• Mas na ânsia de “dar voz” aos “excluídos”, alguns historiadores não levaram em conta os motivos que levaram alguns sujeitos a narrarem de determinada maneira, como se não valorizassem as múltiplas versões do passado (p. 67);
• O Grupo de Memória Popular, composto por Passerini, Portelli e Grele deferiu críticas a necessidade de compreender a constituição das memórias dos sujeitos e dos grupos e ao final da década de 80, eles já influenciavam historiadores britânicos e australianos (p. 68);
Dilemas éticos e políticos
• O historiador deve ter em mente que a entrevista pode não fazer muito bem para os entrevistados. Aproxima-se da relação dos sujeitos que não tinham organizados as suas memórias e que fizeram isso após o aparecimento do entrevistador, como colocou Lozano (p. 70);
• Mas a exploração de memórias também pode valorizar experiências importantes para os sujeitos que foram silenciadas (p. 71);
Teoria e prática
• Aponta como um dos desafios da história oral, a vinculação entre teoria e prática, principalmente no que se liga a temas como história oral e ética e memória e história (p. 72-73);
Michael Frisch
• Aponta que considera a memória coletiva como uma das demandas de compreensão do processo históricos (p. 74);
• Assinala também a memória coletiva como história (p. 74);– Eu discordo de tal assertiva, porque ela parte da
visão britânica da década de 1960, por exemplo, como é caso de Paul Thompson;
História e memória
• Duas propostas de uso das memórias nos EUA foram levantadas por Frisch:– Uma das maneiras utiliza a memória para
subverter algumas afirmações da história ortodoxa;
– Em outra a história ganhou impulso para subverter as categorias, as suposições e as ideologias das memórias culturais aceitas e dominantes;
• A ideia da memória que subverteu a história, parte de uma ideia interessante para casar os pensamentos com o livro Para uma história cultural, de Rioux e Sirinelli: a ideia de que a história oral ajudou no renovamento de fontes e na entrada em cena de novas discussões que alargaram as fronteiras da história social e da história cultural (p. 75-76);
• A história também tem subvertido a memória, a partir dos diversos temas que tem ao seu dispor, porque passando pelos filtros do fazer história a memória não será mais a mesma (p. 76-77);
A memória como história
• A memória coletiva foi incorporada aos estudos da história, como uma de suas dimensões, como sendo uma história própria, que pode ser estudada e explorada (p. 77);
• As críticas entendem que essa dimensão pode tomar a memória coletiva como uma dimensão única, sendo um perigo, porque atribuir sentido ao passado, não é faceta somente dessa forma de explorar os tempos idos (p. 78);
A história como memória
• Chama a história para perceber que dentro dela existe uma dimensão de como se lembra o passado, com relação a vida e cultura contemporânea, ou seja, uma dimensão da memória dentro da escrita da história (p. 79);
Paula HamiltonA autenticidade da memória
• Com a entrada em cena da testemunha ocular, a história teve que privilegiar pelos menos mais duas testemunhas ou outros documentos, sobre um mesmo evento, mas o difícil é conferir autoridade exclusiva a uma testemunha para interpretar alguns eventos passados (p. 85);
• Os conflitos de memória passam por esse filtro (p. 85);
Memória e o passado nacional
• Ela aponta que na história australiana, na passagem da oralidade para a escrita, no sentido de comunidade, os aborígenes foram esquecidos. Os historiadores ajudaram a construir, mas depois ajudaram a destruir. A memória ajuda assim a contestar a narrativa histórica, por meio da cultura e dos estudos de história oral (p. 86-87);
A política da memória na Austrália
• Existem em uma nação varias memórias nacionais que entram em choque com outras memórias, como as da comunidades que muitas vezes não se sentem representadas por aquela, que é formada com base no esquecimento (p. 88-89);
Memória e cultura popular
• Os historiadores se negaram a analisar os filmes que foram produzidos na Austrália, sobre a memória do pós-guerra, deixando isso para os jornalistas (p. 89);
• A preocupação de alguns pesquisadores era que os quadros sociais das memórias fossem alterados pelo que a população visse na TV (p. 90);
• São chamadas por memórias de flash (p. 90).