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MIEM/FEUP 2013/2014 Como se fazem relógios digitais? Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Como se fazem relógios? Relógios digitais Projeto FEUP Grupo: 02 Turma: 1M4 Francisco Luís Machado Campos - 201303393 José Abílio Ribeiro da Silva - 201303836 Tiago Jorge Maia Prata - 201302975 Luís Rodrigues de Castro 201306391 4/11/2013

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Como se fazem relógios digitais?

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Como se fazem relógios?

Relógios digitais – Projeto FEUP

Grupo: 02 Turma: 1M4

Francisco Luís Machado Campos - 201303393

José Abílio Ribeiro da Silva - 201303836

Tiago Jorge Maia Prata - 201302975

Luís Rodrigues de Castro – 201306391 4/11/2013

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Como se fazem relógios digitais?

Índice

1. Resumo ............................................................................................................................ 3

2. Palavras-chave: ................................................................................................................ 3

3. Introdução ....................................................................................................................... 4

4. História do relógio ........................................................................................................... 5

5. História do relógio digital ................................................................................................ 6

6. Funcionamento dos Relógios Digitais ............................................................................. 7

6.1 - Equipamentos com ligação à corrente elétrica................................................................. 7

6.2 - Equipamentos alimentados a pilhas ................................................................................. 9

6.3 - Osciladores de Quartzo ................................................................................................... 11

6.4 - Tipologia de Mostradores ............................................................................................... 13

6.4.1 - Díodo foto emissor (led) .................................................................................. 13

6.4.2 - Filamento ou plasma. ....................................................................................... 16

6.4.3 - Lcd (liquid cristal display) ................................................................................. 16

6.5 - Outras Funções dos Relógios Modernos ......................................................................... 18

7. MATERIAIS CONSTITUINTES E SEUS PROCESSOS DE FABRICO ..................................... 19

7.1 - O Plástico ......................................................................................................................... 20

7.1.1 - A origem do plástico ........................................................................................ 20

7.1.2 – Tipos de plástico .............................................................................................. 25

7.1.3 – Plásticos mais comuns e suas caraterísticas (figura 20) .................................. 26

7.2 - O Plástico nos relógios digitais ........................................................................................ 27

7.3 - O vidro e os seus processos de fabrico ........................................................................... 28

8. Curiosidades .................................................................................................................. 29

8.1 - O relógio digital de pulso mais fino do mundo ............................................................... 29

8.2 - Vantagens do relógio digital ........................................................................................... 31

9. Conclusão ....................................................................................................................... 32

10. Bibliografia ..................................................................................................................... 33

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Como se fazem relógios digitais?

1 - Resumo

O tema abordado neste trabalho é a criação e a própria história dos

relógios digitais. O principal objetivo é o esclarecimento das etapas de formação

e constituição dos diversos tipos de relógios digitais através de um pequeno

trabalho criado a partir de pesquisas feitas por este grupo.

Existem centenas de diferentes formas e tamanhos para os relógios

digitais, mas este relatório vai focar-se mais no objeto em si e não na sua

aparência.

O trabalho irá também focar os componentes e a criação dos relógios

digitais, de modo a explicar o funcionamento destes, bem como o porquê dos

relógios digitais funcionarem desta maneira e não de outra.

Ao longo do relatório irão ser mostradas imagens com o funcionamento

dos componentes e a sua função no relógio digital, para explicar de uma forma

mais fácil de compreender.

2 - Palavras-chave:

Relógio

Digital

Cristal líquido

LED’s (díodo fotoemissor)

Vantagens

Contador

Oscilador de quartzo

Bateria

Pilhas

Rede elétrica

Divisores

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Como se fazem relógios digitais?

3 - Introdução

No âmbito da unidade curricular de Projeto FEUP o grupo 2 da turma 1M4

elaborou um projeto sobre os relógios digitais.

Este relatório apresenta a forma como os relógios (objetos de medição do

tempo) são criados, mais especificamente os relógios digitais. Irá incluir, para além

disso o porquê da sua origem e a construção dos seus materiais.

Desde a sua origem que o homem teve uma grande necessidade de controlar o

tempo e essa mesma necessidade impulsionou o desenvolvimento de processos que

permitissem uma leitura do tempo. Estes processos traduziram-se na criação de

estratégias e mecanismos que permitissem “controlar” o tempo.

Assim, a primeira e mais eficaz estratégia que foi criada foi o relógio,

nomeadamente o relógio de sol (figura 1). O relógio é instrumento que mede

intervalos de tempo e pode ter as mais diversas formas [1] que, atualmente, são

capazes de satisfazer as necessidades de toda a população.

Foi devido aos recentes estilos de vida acelerados das pessoas que se começou

a pensar em criar um relógio que permitisse uma leitura mais rápida e mais simples

que se adaptasse às características desta nova sociedade.

Assim, surgiu o relógio digital (figura 2) que muito possivelmente é o tipo de

solução mais comum e simples e com uma margem de erro muito reduzida. A

caraterística mais apelativa deste tipo de relógios é o facto de as horas serem exibidas

diretamente no visor.

Figura 1 - exemplo do relógio de sol Figura 2 - exemplo de um relógio digital

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Como se fazem relógios digitais?

4 - História do relógio

Os primeiros relógios de que se tem conhecimento são os relógios de sol, que

consiste numa superfície plana com linhas correspondentes às horas do dia e num pino

ou placa. A projeção da sombra desse pino ou placa na superfície plana indica as horas.

Há também o conhecimento de relógios simples de água (clepsidras) e de areia

(ampulhetas) que apareceram na Babilônia e no Egito por volta do séc. 16 A.C, mas na

história do relógio está registado que apareceram apenas no ano 600 A.C, na Judeia.

Apesar de muita controvérsia sobre a construção do primeiro relógio mecânico,

o crédito dessa descoberta é dado ao Papa Silvestre II. Alguns acreditam que estes já

tinham sido inventados na Ásia, mas a verdade é que o mérito é dado, no mundo

ocidental, a este papa. [2]

Por volta de 1500, Peter Henlein fabricou o primeiro relógio de bolso. Este tipo

de relógio era raro e considerado um privilégio, visto que poucas pessoas o usavam, e

era um sinal de alta aristocracia. [2]

Sobre o relógio de pulso, há duas histórias sobre o seu aparecimento:

A primeira é que Santos Dumont, piloto de avião, não conseguia ver

as horas no relógio de bolso durante os voos e confessou-o a Louis

Cartier, que em 1904 lhe apresentou o relógio de pulso como

solução. [2]

A segunda história, e a mais credível, é aquela em que o primeiro

relógio de pulso foi feito por Abraham Louis Bréguet, por

encomenda de Carolina Murat, irmã de Napoleão Bonaparte. [2]

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Como se fazem relógios digitais?

5 - História do relógio digital

Um relógio digital é um tipo de relógio em que o tempo é exibido através de

números, contrariamente ao analógico em que o tempo é demonstrado por

ponteiros;[3]

Os relógios digitais são associados a unidades eletrónicas, mas a parte do

“digital” refere-se à exibição, e não ao mecanismo de processamento (que tanto para

os relógios digitais como para os analógicos pode ser mecânico ou eletrónico); [3]

O maior relógio digital conhecido é o Lichtzeitpegel (figura 22) ("Light Time

Level"), que se encontra na televisão-torre Rheinturm Düsseldorf, na Alemanha; [3]

O primeiro relógio digital de bolso (figura 3) foi invenção do engenheiro

austríaco Josef Pallweber que criou o mecanismo “jump-hour”, em 1883, que consiste

em mostrar as horas e os minutos em dois discos rotativos, através dum mostrador de

esmalte. Este mecanismo apareceu nos relógios de pulso em 1920, e é usado ainda

hoje. [4]

Em 1970, surgiu o primeiro relógio de pulso digital (figura 4), com mostrador

LED. O nome desse relógio era Pulsar e foi desenvolvido pela empresa “Hamilton

Watch Company”. Apesar do seu custo elevado, a popularidade deste tipo de relógio

começou a aumentar gradualmente. [3]

Figura 3 - Exemplo de um relógio digital de bolso Figura 4 - Exemplo de um relógio digital de pulso.

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6 - Funcionamento dos Relógios Digitais

Os relógios digitais atualmente estão presentes em muitos aparelhos eletrónicos

como os telemóveis, televisores, carros, etc. A maior parte destes estão agora tão

compactados que a sua reparação em caso de avaria é impossível, tornando-os

descartáveis e, deste modo, as empresas têm uma maior margem de lucro. [5]

Os componentes essenciais que constituem os relógios digitais são a fonte de

energia, os osciladores de quartzo (em alguns casos), os divisores, os contadores e os

mostradores de LED’s, filamentos ou LCD’s (liquid cristal display). [5]

6.1 - Equipamentos com ligação à corrente elétrica

Primeiro é necessário dividir os relógios conforme a fonte de energia que pode

provir de uma ligação direta à corrente elétrica ou de uma bateria. No primeiro caso a

frequência da corrente elétrica pode variar entre os 50 e os 60 Hz (considerando agora

os 60hz). Para possibilitar a contagem do tempo é necessário tornar os 60 Hz em 1 Hz.

Para isso usam-se 2 divisores (6 e 10). O primeiro passo vai transformar os 60 Hz em 10

Hz, pois há uma divisão por 6, e o segundo transforma os 10 Hz em 1 Hz e é deste

modo que obtemos 1 pulso por segundo. [6]

Passa-se agora para a segunda parte que é a contagem dos pulsos, para tal

usam-se os contadores (figura 5). Estes vão transformar os pulsos em números que são

apresentados nos mostradores.

Os contadores podem ser assíncronos ou síncronos. Os primeiros são os que

encontramos nos relógios digitais e funcionam quando uma fonte externa com uma

frequência bem definida (pulsos) ativam um contador e este por sua vez emite pulsos

para os outros. Nos síncronos o pulso ativa todos os contadores ao mesmo tempo. [6]

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Como se fazem relógios digitais?

Figura 5 - exemplo de um contador

Assim nos relógios digitais normalmente existem 3 contadores: 1 para as horas,

1 para os minutos e outro para os segundos. O dos segundos tem 2 sectores, 1 deles

conta até 10 e, o outro, até 6. Assim por cada segundo o contador destes vai contando

até 59 e depois volta tudo ao zero.

Entretanto este contador manda 1 pulso para o contador dos minutos que tem

os mesmos setores do anterior. Finalmente após 60 minutos é mandado um pulso para

o contador das horas que pode contar até 12 ou 24, dependendo do relógio em

questão. [6]

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6.2 - Equipamentos alimentados a pilhas

A alimentação através do recurso a pilha é outra possibilidade. Estas convertem

a energia libertada numa reação química em energia elétrica. A primeira pilha foi feita

em 1800 pelo italiano Alessandro Volta e consistia num empilhamento de discos de

cobre e zinco, existindo entre estes um tecido embebido em ácido sulfúrico. [11]

Pode-se considerar 2 grupos de pilhas - as primárias (aquelas cuja a reação é

irreversível, ou seja não pode ser recarregada) e as secundárias (podem ser

recarregadas). Nos relógios digitais o mais comum é a utilização de pilhas primárias

que podem ser secas (figura 6) ou alcalinas (figura 7). [11]

Pilhas secas - neste tipo o polo negativo é o zinco e o positivo é o carbono, o

eletrólito é constituído essencialmente por uma mistura de cloreto de amónia, dióxido

de manganês e cloreto de zinco. O funcionamento das pilhas dá-se devido à

movimentação de eletrões do polo negativo para o polo positivo.

Figura 6 - estrutura duma pilha seca

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Como se fazem relógios digitais?

O eletrólito corrói o zinco dando origem a iões ZN 2+, logo há a perda de 2

eletrões que se deslocam do zinco para a barra de carbono. A cápsula de aço existe

pois pode acontecer que o zinco “fure” e haja derramamento de eletrólito para fora da

pilha.

Outro problema a considerar é a libertação do hidrogénio na reação eletrólito-

zinco, este, se ficar acumulado, pode levar a um aumento de pressão e a consequente

explosão da pilha. Para evitar que isto aconteça existe o manganês que vai acabar por

se ligar com o hidrogénio. [11]

Pilhas alcalinas - atualmente são as mais usadas e nestas verifica-se novamente a

existência da cápsula de aço. O polo negativo continua a ser o zinco, no entanto, o

polo positivo é o dióxido de manganês e o eletrólito é constituído por hidróxido de

potássio (KHO).

Estas pilhas geram 1.5 volts como as pilhas secas mas têm uma maior capacidade

de fornecimento de energia, ou seja fornecem a mesma quantidade de energia

durante muito mais tempo que as pilhas secas que têm um decaimento energético

acentuado. Deste modo as pilhas eleitas para os relógios digitais são as alcalinas. [11]

Figura 7 - estrutura de uma pilha alcalina

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6.3 - Osciladores de Quartzo

O oscilador de quartzo (figura 8) substitui a frequência da rede elétrica e está

mais associado a equipamentos alimentados a pilhas/baterias. Para perceber como é

que o este funciona há que saber o que é o efeito piezoeléctrico.

Este foi descoberto por Marie Curie, em 1880, e passou pela constatação de que

em cristais como o quartzo, quando é exercida pressão, é criada uma corrente elétrica

na sua superfície. O contrário também acontece, ou seja, quando no cristal é aplicada

uma corrente elétrica este acaba por vibrar a uma frequência alta e bem definida. [8]

Transpondo este princípio para a prática, têm-se a bateria a aplicar uma tensão

elétrica no quartzo e este vibra a uma frequência bem definida. No entanto, é

necessário ter em consideração alguns fatores que podem alterar a frequência de

vibração, nomeadamente a temperatura, o tamanho e a forma do cristal.

Relativamente ao tamanho quanto maior o cristal for menor vai ser a frequência de

vibração. [12]

Figura 8 - oscilador de quartzo

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Como se fazem relógios digitais?

Já no que respeita à configuração, a mais eficiente é a em forma de barra com

um corte transversal. Assim, nos relógios de pulso assiste-se à utilização de cristais de

quartzo muito pequenos de que resultam frequências muito altas. Quanto mais alta

esta for maior vai ser a exatidão, mas, ao utilizar-se este tipo de frequências têm-se

um maior gasto de energia. [9]

A preocupação é então encontrar um bom rácio entre o tamanho do cristal e a

frequência de vibração de modo a obter uma boa exatidão sem grandes gastos de

energia. Por norma a frequência utilizada é de 32,768KHz mas atualmente os relógios

de maior precisão produzem frequências até 196KHz com um desvio de +/- de 5

segundos por ano. [8]/ [12]

Então neste tipo de relógios digitais, ao contrário dos de rede elétrica, usa-se 1

só divisor que transforma esses 32,768 KHZ em 1Hz. O processo de contagem do

tempo usando contadores (figura 9) é o mesmo que o anterior. [8]

Figura 9 - estrutura de um contador de relógio

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Como se fazem relógios digitais?

6.4 - Tipologia de Mostradores

Como já foi referido existem 3 tipos de mostradores: os de led, filamento e os de

lcd.

6.4.1 - Díodo foto emissor (LED)

O LED (figura 10) é um componente semicondutor que consegue transformar a

energia elétrica em luz mas, ao contrário das lâmpadas que usam filamentos metálicos

ou descargas de gases, nos LED’s esta transformação ocorre no estado sólido.

Este componente tem um terminal positivo e um negativo. Dependendo de

como seja polarizado, este vai permitir, ou não, a passagem de corrente elétrica e,

consequentemente, a geração de luz que ocorre no chip semicondutor localizado no

centro.

O LED tem como elementos principais 2 filamentos de metal condutor, uma

cápsula de resina de cristal e, finalmente, o chip semicondutor. A luz libertada pelos

LED’s é chamada de luz fria, no entanto, a potência dissipada é libertada em forma de

calor, por isso torna-se necessário,

às vezes, utilizar um dissipador de

calor para manter a temperatura

constante dentro do LED, o que

favorece a sua preservação.[6]/ [13]

Figura 10 - composição de um LED

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Como se fazem relógios digitais?

Algumas vantagens apontadas à utilização dos LED’s passam pelos seguintes

aspetos: elevado tempo de vida; reduzidos gastos de eletricidade em comparação com

as lâmpadas incandescentes e muito próxima das florescentes; segurança para o

utilizador pois a voltagem é baixa; maior resistência devido aos materiais utilizados

(não tem filamentos ou vidros); grande variedade de cores e tamanhos disponíveis

(figura 11); possibilidade de ajustar a luminosidade regulando a intensidade da corrente

elétrica. [13]

Os LED’s foram descobertos pelo russo Nick Holonyac, em 1963, em cor

vermelha e baixa intensidade luminosa. Inicialmente estes serviram para o utilizador

saber se um determinado aparelho eletrónico, como a televisão, estava ligado.

Poucos anos depois, ainda na década de 60, surgiram os LED’s de cor amarela;

em 1975, a cor verde; e, já na década de 90, era possível obter todas as cores com uma

grande potência luminosa. Atualmente, os LED’s marcam os 120 lumens de fluxo

luminoso e com uma potência de 1; 3 ou 5 watts. [13]

Figura 11 - diversos tamanhos de um LED

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Como se fazem relógios digitais?

Neste tipo de mostradores os números são formados por 7 segmentos que não

são mais do que LED’s. Estes são iluminados de forma independentemente por uma

corrente elétrica com origem nos contadores. Assim, depois de ligados, estes vão

formar um número de 0 a 9.

Como sabemos os relógios digitais mostram as horas, minutos e os segundos,

para isso são necessários 3 contadores: 1 para cada subdivisão do tempo. A cada

contador ligam-se 2 conjuntos de 7 segmentos que vão mostrar os números e permitir

assim a visualização das horas. [6]

Os segmentos não são o único método de visualização, pode-se ter ainda um

conjunto de pontos led que, quando iluminados, conseguem não só formar números

como também letras e figuras. A vantagem da utilização dos LED’s é que o seu brilho é

muito forte e por isso facilmente visível no escuro.

No entanto, o gasto energético é muito significativo, por essa razão os relógios

de pulso que usavam este sistema não tinham os leds constantemente ligados, estes

só eram ativados quando pretendido pelo utilizador, pressionando um botão.

Atualmente este sistema só é aplicado nos rádio relógio (figura 12). [6]

Figura 12 - exemplo de um rádio relógio

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6.4.2 - Filamento ou plasma.

Este sistema (figura 13) funciona aplicando-se alta tensão a tubos que contêm um

gás no seu interior, este, ao ser excitado, emite luz. A configuração dos tubos pode ser

em segmentos de 7, como visto anteriormente, formando assim os números, mas é

igualmente possível configurar estes tubos de modo a formar símbolos ou letras.

A desvantagem deste sistema é que no caso de relógios que usem bateria é

necessário um circuito que transforme a voltagem deste em 80 volts (transformador) e

como tal os gastos de energia são muito grandes. [6]

Figura 13 - funcionamento do plasma

6.4.3 - LCD (liquid cristal display)

A utilização de LCD's (figura 14) é muito frequente na indústria dos

computadores, televisões e relógios digitais. Este tipo de mostradores usa uma

tecnologia baseada na propriedade de certos cristais se poderem orientar segundo um

campo elétrico. Estes mostradores normalmente têm uma proteção de vidro ou

plástico e, do lado de dentro, encontra-se o cristal num meio líquido.

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Como se fazem relógios digitais?

Assim, apesar de este se encontrar no estado sólido, pode-se movimentar com

alguma liberdade no meio onde se encontra. Elétrodos transparentes são colocados no

meio, em lugares bem definidos, e quando uma corrente elétrica, proveniente dos

contadores, os eletrizar, estes elétrodos vão produzir um campo elétrico que vai

orientar os cristais permitindo, ou não, a passagem de luz.

Figura 14 - funcionamento do cristal líquido

Esta ação vai depender do tipo de mostrador que se usa. Num fundo

transparente, aquando da formação do campo elétrico, os cristais vão orientar-se de

modo a tornar aquela área opaca. Ou então pode-se ter um fundo preto e uma fonte

luminosa dentro do aparelho, nesse caso a movimentação dos cristais vai tornar o ecrã

luminoso. [6]

Este tipo de mecanismo permite economizar energia porque só é necessário uma

corrente na ordem dos miliamperes para criar campos elétricos, e, também, porque

este material é de baixo custo e tem um grande tempo de vida.

As principais desvantagens, nos casos em que não há uma utilização da luz

natural, são o aumento do gasto energético e o facto de este ser um material frágil,

sendo frequente falhas na apresentação dos dígitos. [6]

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Como se fazem relógios digitais?

6.5 - Outras Funções dos Relógios Modernos

Atualmente os relógios modernos também têm outras funções para além de

mostrar as horas:

-Calculadora

-Cronómetro

-Barómetro

-Altímetro

-Termómetro

-Controlo remoto

-Medidor de batimentos cardíacos

-Pedómetro

-Medidor de Profundidade

-Agenda

-GPS

-Telemóvel [6]

Como maior exemplo de todas as diversas funções que um relógio digital pode

ter, existe o novo Samsung Galaxy Gear (figura 15). Cita-se agora um artigo sobre este

novo produto que promete revolucionar o mundo dos relógios digitais. [14]

“O Galaxy Gear é um aparelho com sistema Android que funciona como uma

extensão dos tablets Galaxy Note 3 e Galaxy Tab 10.1 da Samsung, isto é, ligado com

os aparelhos em questão através do Bluetooth, permite fazer chamadas ou aceder ao

Twitter e a mais algumas dezenas de aplicações. [14]

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Como se fazem relógios digitais?

O relógio 'inteligente', o primeiro da Samsung, tem câmara de filmar de 1.9

megapixéis, 4 GB de espaço para dados e deve ser lançado na Europa a 25 de

setembro, custando cerca de 230 euros (299 dólares, segundo a empresa sul-coreana).

Ao contrário de um relógio normal, cuja pilha dura anos, o Galaxy Gear tem

apenas 25 horas de bateria, ou seja, tem de ser recarregado todos os dias.” [14]

7 - MATERIAIS CONSTITUINTES E SEUS PROCESSOS

DE FABRICO

A grande maioria dos relógios digitais tem como materiais constituintes

preferenciais o plástico e o vidro. Por essa razão passa-se a abordar a constituição e os

vários processos de fabrico destes produtos, associando-os à utilização dos

equipamentos que são objeto deste trabalho.

Figura 15 - Samsung Galaxy Gear

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Como se fazem relógios digitais?

7.1 - O Plástico

A palavra plástico (de origem grega) tem inerente à própria definição a

propriedade de modelagem por efeito de uma ação exterior. Este material é

constituído fundamentalmente por um polímero, orgânico ou sintético, que em

alguma fase do seu processo de formação foi convertido no estado líquido através da

ação de calor e/ou pressão. [15]

Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular, resultantes

de reações químicas de polimerização, apresentando uma constituição de moléculas

de enormes dimensões formada por centenas ou milhares de ligações estabelecidas

por moléculas de menor tamanho (monómeros). [15]/[18]

Pode-se então afirmar que os plásticos são polímeros, no entanto, nem todos

os polímeros são plásticos. Na verdade existem 3 categorias de polímeros: os plásticos,

as fibras e os elastómeros. [15]

Os plásticos são polímeros sincréticos ou seja produzidos em laboratório, no

entanto também podemos encontrar polímeros na natureza como por exemplo as

proteínas (DNA), os polissacarídeos, como o amido, ou ainda a lã ou a seda. [15]

7.1.1 - A origem do plástico

A matéria-prima a partir da qual se produz o plástico é o petróleo que é, na sua

maioria, constituído por hidrocarbonetos. O processo de destilação fracionada do

petróleo bruto (figura 16) que ocorre nas refinarias dá origem a vários materiais como o

gás liquefeito, a nafta, a gasolina, o querosene, o óleo diesel, as parafínicas, os óleos

lubrificantes, o piche. [15]

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Figura 16 - destilação fracionado do petróleo bruto

A fração que é utilizada para a obtenção dos plásticos é a nafta, que sendo

submetida a um aquecimento na presença de um catalisador vai originar diferentes

substâncias como o etileno, propileno, butadieno, buteno, isobutileno, todas elas

designadas petroquímicas básicas. [18]

Numa fase seguinte estes acabam por ser transformados em petroquímicos

finos como polietileno, polipropileno, policloreto de vinila (tema a ser explorado mais

à frente). [15]/[18]

Para obtermos os vários tipos de plástico é necessário formarem-se polímeros

através da ligação de moléculas mais pequenas (monómeros). A esta reação dá-se o

nome de polimerização. [15]

Conforme foi já referido, os monómeros ligam-se formando os polímeros (figura

17) e, dependendo do tipo de monómeros e das condições desta reação, vamos obter

diferentes tipos de plásticos, com diferentes propriedades. Se o polímero for

constituído por um único monómero tem a designação de homopolímero, tal como o

polietileno, se for o resultado de vários monómeros tem o nome de copolímero, como

o plástico ABS. [15]

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Figura 17 - reações dos polímeros

Mas existe uma condição para que a reação de polimerização aconteça. Isso passa

pela necessidade de os monómeros terem, no mínimo, funcionalidade igual a 2, isto é

a molécula tem que ter no mínimo 2 pontos que possibilitem a ligação desta molécula

a outra. [15]

Ao nível da estrutura dos polímeros podem-se distinguir várias formas. Existe a

estrutura linear em que os polímeros se alinham segundo a mesma direção, um

exemplo deste tipo é o polietileno linear. [15]

Outro tipo de estrutura é a cadeia ramificada em que, tal como o nome indica,

existe uma ramificação dos monómeros, à semelhança do que acontece nos ramos de

árvore. Um exemplo a indicar para este caso é o do polietileno ramificado. [15]

Finalmente quando os polímeros estão ligados entre si em pontos diferentes

das suas extremidades diz-se então que estes possuem ligações cruzadas. Este tipo de

ligações impede o deslizamento dos vários polímeros conferindo uma grande variação

nas propriedades em comparação com as outras estruturas. [15]

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Efetuadas as reações de polimerização obtêm-se uma resina de polímero que

precisa de ser sujeita a um dos vários processos que os vai transformar em produtos

plásticos finais. Existem diversos tipos de processos, dependendo do tipo de produto

que se deseja obter, tais como: [15]

7.1.1.1 - Processo de extrusão:

Este método baseia-se no pré-aquecimento da resina que é colocada numa

longa câmara onde, por meio da pressão exercida (por exemplo pressão hidráulica) se

vai forçar a resina a passar por um orifício (pode ser cilíndrico ou com uma outra

forma) sendo assim moldada. Este é um processo comum na produção de tubos para

canalização. [15]/[18]

7.1.1.2 - Processo de vazamento:

Este é um processo simples em que a resina é aquecida até atingir um certo

grau de viscosidade e de seguida é vazada num molde. [15]/[18]

7.1.1.3 - Processo de fiação por fusão:

Esta mistura já fundida passa através de orifícios que existem numa placa e

acabam por originar filamentos viscosos que são enrolados numa bobina. Este é um

procedimento especializado na obtenção de fios. [15]/[18]

7.1.1.4 - Processo de compressão:

A mistura aquecida é posteriormente comprimida dentro da cavidade de um

molde. [15]/[18]

7.1.1.5 - Processo de calandragem:

Basicamente a mistura passa entre rolos sucessivos e interligados em rotação.

Este processo é indicado para a produção de “folhas” de plástico com uma espessura

regular. [15]/[18]

7.1.1.6 - Processo de injeção: (figura 18)

A mistura depois de fundida vai ser introduzida no molde através de pressão

exercida por um êmbolo. Este é, por exemplo o método usado no fabrico de

embalagens de manteiga e de iogurte. [15]/[18]

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7.1.1.7 - Processo de sopro:

Para este caso a resina é colocada dentro do molde e através da ação de uma

bomba de ar cujo bico está dentro da resina, já aquecida, vai-se provocar a expansão

desta e a sua adaptação às paredes do molde. Método utilizado na produção de

garrafas de plástico. [15]/[18]

7.1.1.8 - Processo de moldagem por rotação:

A resina é inserida dentro do molde que gira segundo 3 eixos e, por

consequência, o plástico é espalhado igualmente ao longo das paredes do molde.

Utilizado no fabrico de brinquedos, caixotes do lixo, caiaques e muitos outros

produtos. [15]/[18]

Figura 18 - processo de injeção plástica

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7.1.2 – Tipos de plástico

Os plásticos podem ser divididos em dois tipos: termorrígidos e termoplásticos.

7.1.2.1 - Termoendurecíveis

São plásticos que após a solidificação mantêm o formato que lhes foi

inicialmente conferido. Tentar aquecer este tipo de plástico irá degradá-lo

irreversivelmente. [15]

Estes plásticos têm como principais características a rigidez e durabilidade

sendo utilizados principalmente em peças de automóvel, de aeronaves e pneus. Temos

como exemplos de Termoendurecíveis o poliéster ou as resinas de epóxi. [15]

7.1.2.2 - Termoplásticos

Neste caso o plástico, depois de solidificado, pode voltar a ser transformado no

estado líquido (ponto de fusão entre 135ºC e 250ºC). No entanto, por cada vez que

este processo é feito o plástico vai perdendo certas qualidades e pode mesmo ficar

inutilizável devido ao alto número de ciclos. [15]

Os termoplásticos (figura 19) têm a estabilidade térmica e dimensional menores

que os termorígidos mas o custo é muito mais reduzido. É muito utilizado em produtos

de grande rotação comercial, como, por exemplo, as garrafas de plástico. [15]

Figura 19 - exemplos de termoplásticos

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7.1.3 – Plásticos mais comuns e suas caraterísticas (figura 20)

7.1.3.1 - PMMA

Este é um plástico termoplástico obtido através da polimerização do

monómero metilmetacrilato. O PMMA é um plástico extremamente transparente,

duro e resistente aos riscos, por essa razão é muitas vezes usado como um

substituto do vidro, tendo ainda a vantagem de a estas caraterísticas o PMMA

acrescentar uma elevada rigidez e estabilidade dimensional sendo bastante

resistente aos choques. [15]

7.1.3.2 - Pet

Os plásticos PET são transparentes, impermeáveis, extremamente leve e

conseguindo ser simultaneamente rígidos e com uma elevada resistência química.

Este tipo de plásticos é normalmente usado na produção de frascos ou

garrafas.[15]

7.1.3.3 - Pvc

São um tipo de plástico rígido também transparente e impermeável e além

disso apresenta uma alta resistência a altas temperaturas e a choques. É um

plástico associado aos tubos para canalização. [15]

7.1.3.4 - PTFE (politetrofluoretileno)

É o um plástico com uma elevada resistência química, daí resultando que a sua

toxicidade seja paticamente nula, sendo também um material com um baixo coeficiente

de atrito e altamente impermeável. Uma das explorações deste produto faz-se ao nível de

próteses raças à boa reação do corpo humano a este material. [15]

7.1.3.5 - PE (polietileno)

É o tipo de plástico mais conhecido e resulta da polimerização do etileno. No

entanto a partir dele podem-se obter macromoléculas de diferentes dimensões. Se

forem muito grandes forma-se o PEAD (alta densidade) que é um plástico

resistente sendo usado no fabrico de brinquedos e canetas. [15]

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Por outro lado, se as macromoléculas forem pequenas, vai-se obter o PEBD

(baixa densidade) resultando daí um material mais flexível que é usado no fabrico

de sacos plásticos. [15]

Figura 20 - diversos plásticos

7.2 - O Plástico nos relógios digitais

Os tipos de plásticos normalmente mais utilizados na composição dos relógios

digitais são, no visor, o PMMA, devido à sua semelhança com o vidro, e na estrutura os

ABS ou os PP. [16]

O plástico de tipo ABS é constituído por 3 compostos químicos: acrilobitrila,

butadieno e estireno. Este é um termoplástico que tem uma elevada resistência

térmica, química e à fadiga. Para além disso é duro e rígido mas consegue ter uma

certa flexibilidade, acrescentando-se a resistência ao impacto. [16]

Tem um brilho próprio, é leve e pode adquirir várias cores através da adição de

pigmentos enquanto está no estado de fusão. Este é um material com uma boa razão

entre qualidade e preço, pelo que se tornou num plástico muito usado. [16]

O PP (polipropileno) é um termoplástico produzido a partir da polimerização do

gás propileno, e apresenta propriedades vantajosas, tais como elevada resistência a

fraturas e a impactos, boa resistência química, excelentes propriedades elétricas,

sendo muito utilizado na fabricação de recipientes. [16]

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Para além disso é um composto leve e impede a passagem de humidade. A resina

polipropileno, quando misturada com fibra de vidro, torna-se mais resistente e é

bastante utilizada na indústria de autopeças. [16]

7.3 – O vidro e os seus processos de fabrico

A obtenção de vidro resulta do processamento de diversas matérias-primas

segundo uma determinada proporcionalidade. A receita básica para embalagens

correntes é a seguinte:

71% de areia;

14% de soda sob a forma de carbonato de sódio;

11% de calcário;

4% de diversos componentes que permitem a coloração do vidro.

Para o fabrico de certos produtos específicos esta relação sofre ajustes no

sentido de se obterem as características pretendidas. [17]

A mistura é fundida em fornos, a uma temperatura de cerca de 1.500 graus

centígrados. Estes têm um funcionamento contínuo (24 sobre 24 horas) e um período

de vida útil entre 8 a 10 anos. O processo de fusão das matérias-primas é de cerca de

24 horas. [17]

O vidro em fusão é transportado por meios mecânicos até às máquinas de

moldagem onde o fluxo do vidro é cortado em gotas. Este é um processo onde é

preciso controlar com grande rigor o peso, forma e temperatura da gota. [17]

Para os relógios usamos o processo de prensagem:

Prensagem: O vidro, prensado contra o fundo do pré-molde, é forçado a escoar

entre o pino de prensagem e as paredes do pré-molde, até à formação do gargalo.

Neste processo o gargalo é a última região do párison a ser conformada.

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8 - Curiosidades

8.1 - O relógio digital de pulso mais fino do mundo

O relógio digital de pulso mais fino é o CST-01 (figura 21) fabricado nos Estados

Unidos da América pela empresa Central Standard Timing. Este tem uma espessura de

8 milímetros, pesa por volta dos 12 gramas, tem uma boa flexibilidade e para além

disso a placa de 3 milímetros de aço inoxidável torna-o resistente a choques.

O CST-01 em termos energéticos é muito eficiente pois os seus sistemas

eletrónicos não necessitam de muita energia, permitindo assim que a sua bateria dure

1 mês entre recargas.

Esta mesma bateria demora 10 minutos a recarregar (para tal existe um

dispositivo que se compra a parte), esta pode ser recarregada 10.000 vezes e durar até

15 anos. Além disso não tem quaisquer produtos químicos nocivos para o meio

ambiente ao contrário de muitas baterias.

Figura 21 -CST-01 e base de carregamento

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Figura 22 - O maior relógio digital conhecido “Lichtzeitpegel” que se encontra na televisão-torre Rheinturm Düsseldorf, na Alemanha

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Figura 24 - Relógio Mecânico

8.2 - Vantagens do relógio digital

Existem várias razões que levam o relógio digital (figura 23) a superar qualquer

outro relógio, neste caso o mecânico (figura 24). Para além da melhor precisão, o

motivo maior é o valor do relógio. [10]

A produção em série e o baixo custo dos componentes faz com que existam

modelos baratos e bastante acessíveis. Um relógio digital básico e prático tem um

valor praticamente simbólico e uma qualidade bem aceitável. [10]

Para além disso, a questão do peso favorece mais uma vez o relógio digital, pois

não há comparação entre o peso dos constituintes mecânicos e o dos eletrónicos.

Também é possível ter uma maior diversidade de aplicações nos relógios digitais

(temperatura, data, entre outros), sem afetar a precisão e sem aumentar

substancialmente o preço, o que não acontece nos mecânicos. [10]

Outra grande vantagem dos relógios digitais é a facilidade de leitura destes,

que permite a qualquer pessoa ter um acesso rápido às horas e à data. Isto aplica-se

especialmente às crianças, pois torna-se muito mais fácil para elas ver as horas em

números do que em ponteiros. [10]

Este conjunto de fatores vantajosos permite concluir que o relógio digital é

significativamente superior ao seu antecedente, o relógio mecânico. [10]

Figura 23 - Relógio digital

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9 - Conclusão

A realização deste projeto permitiu aprofundar os conhecimentos sobre o

relógio digital- componentes, diversos mecanismos de funcionamento e vantagens.

Relativamente aos mecanismos de funcionamento, verificou-se as diferenças

entre os equipamentos ligados à corrente (funcionam essencialmente através de

pulsos), equipamentos alimentados a pilhas (convertem a energia libertada numa

reação química em energia elétrica) e osciladores de quartzo (utilizam o efeito

piezoelétrico).

Observou-se ainda as vantagens e desvantagens dos vários tipos de mostrador.

O LED tem um longo tempo de vida, grande variedade de cores disponíveis, entre

outras vantagens. Por outro lado, o mostrador de filamento gasta muita energia,

enquanto que o LCD permite economizar a energia, visto necessitar de uma corrente

de baixa intensidade.

Assim, conclui-se que os relógios digitais são essenciais para o estilo de vida

atual, visto serem utilizados nas mais diversas aplicações, tais como GPS, termómetros

ou cronómetros.

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10 - Bibliografia

[1] http://www.infopedia.pt/lingua-

portuguesa/rel%C3%B3gio;jsessionid=Qrbxy5i0d7SUtK0MZ1+7yw__

[2] http://www.vhinkle.com/china/inventions.html#Mechanical_Clock

[3] http://h2g2.com/approved_entry/A1006534

[4] http://www.josefpallweber.com/

[5] blog.onlineclock.net

[6] http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3901-art532

[7] http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/eletronica-digital/100-licao-9-os-contadores-

digitais

[8] http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3081-art423

[9] http://pt.scribd.com/doc/23290825/Oscilador-a-Cristal-de-quartzo

[10] http://relogiolandia.com/artigos/relogios-digitais-sentido-pratico-tempo

[11] http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3208-art437

[12] http://www.tempusrerumimperator.net/artigos/quartz/quartz.html

[13] http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/dicasemail/led/dica36.htm

[14] http://expresso.sapo.pt/samsung-apresenta-relogio-do-futuro=f829156

[15] http://www.usinaciencia.ufal.br/multimidia/livros-digitais-cadernos-

tematicos/Plasticos_caracteristicas_usos_producao_e_impactos_ambientais.pdf

[16] http://www.plastivida.org.br/2009/Plasticos_Tipos.aspx

[17] http://pt.verallia.com/o-vidro/processo-e-fluxograma-em-imagens

[18] http://ciencia.hsw.uol.com.br/plastico5.htm