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Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica Semestre 2015/16 Exame de 3ª época, 19 de Julho de 2016 Nome : Hora : 14:00 Número: Duração : 3 horas Parte : Sem consulta Parte : Consulta limitada a livros de texto e folhas da disciplina 1ª Parte Em cada alínea, assinale com verdadeiro (V) ou falso (F) cada um dos quadrados, sabendo que podem existir todas as combinações possíveis de verdadeiro e falso. A cotação das respostas é a seguinte: Quadrado correctamente preenchido 0,25 valores. Quadrado em branco 0 Quadrado incorrectamente preenchido -0,15 valores. 1. As equações de Navier-Stokes e continuidade escritas em média de Reynolds representam o balanço de massa e quantidade de movimento em média (espacial, temporal ou de conjunto). permitem calcular a velocidade instantânea do escoamento. podem-se aplicar em escoamentos com separação. incluem o efeito da turbulência nas tensões de Reynolds. 2. A transição de uma camada limite de regime laminar a turbulento aumenta sempre a força de resistência de um corpo finito. provoca uma diminuição do factor de forma H. não é afectada pelo gradiente de pressão imposto à camada limite. pode ser retardada com a utilização de sopro na parede.

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Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica

1º Semestre 2015/16 Exame de 3ª época, 19 de Julho de 2016 Nome : Hora : 14:00 Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta limitada a livros de texto e folhas da disciplina

1ª Parte

Em cada alínea, assinale com verdadeiro (V) ou falso (F) cada um dos quadrados, sabendo que podem existir todas as combinações possíveis de verdadeiro e falso. A cotação das respostas é a seguinte: Quadrado correctamente preenchido 0,25 valores. Quadrado em branco 0 Quadrado incorrectamente preenchido -0,15 valores.

1. As equações de Navier-Stokes e continuidade escritas em média de Reynolds

representam o balanço de massa e quantidade de movimento em média (espacial,

temporal ou de conjunto).

permitem calcular a velocidade instantânea do escoamento.

podem-se aplicar em escoamentos com separação.

incluem o efeito da turbulência nas tensões de Reynolds.

2. A transição de uma camada limite de regime laminar a turbulento

aumenta sempre a força de resistência de um corpo finito.

provoca uma diminuição do factor de forma H.

não é afectada pelo gradiente de pressão imposto à camada limite.

pode ser retardada com a utilização de sopro na parede.

3. As equações de Navier-Stokes em média temporal de Reynolds suplementadas pelo

modelo de viscosidade turbulenta k-ω SST foram resolvidas para determinar as

distribuições do coeficiente de tensão de corte superficial 22 ewf UC ρτ= ao longo da

superfície de uma placa. 7

10 .LRe U L ν∞= = Foram efectuados dois cálculos com a

versão standard do modelo k-ω SST aplicando a condição de não escorregamento com e

sem leis da parede e um cálculo com um modelo adicional para simular a transição de

regime laminar a turbulento.

A curva A corresponde ao cálculo com leis da parede.

O menor coeficiente de resistência da placa é obtido com o modelo B.

O cálculo efectuado com o modelo para simular transição corresponde à linha C.

Os cálculos foram todos efectuados na mesma malha.

4. O centro aerodinâmico de um perfil sustentador

é o ponto em relação ao qual o valor absoluto do momento é máximo.

só se pode calcular em fluido perfeito.

só existe em perfis convencionais.

pode coincidir com o centro de pressão.

Rex

Cf×

10

3

104

105

106

1070

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

ABCBlasius

5. A figura em baixo apresenta o simétrico do coeficiente de pressão (

corda (x/c) determinado em fluido perfeito para dois perfis (1 e 2) com a mesma flecha

relativa a dois ângulos de ataque distintos

idêntico nos dois perfis.

O coeficiente de resistência do perfil 2 é maior que o coefic

1.

O ângulo de ataque αB2>αB1

O coeficiente de sustentação mais baixo dos quatros casos corresponde ao perfil 1 ao

ângulo de ataque αA1.

O perfil 2 tem maior espessura relativa que o perfil 1.

6. A figura em baixo apresenta a variação do coeficiente de sustentação com o ângulo de

ataque de quatro perfis sustentadores a um determinado número de Reynolds.

O perfil mais espesso é o D

O perfil que deve exibir o maior pico de sucção para um ângulo de ataque de 4º é o A.

Os perfis B e C exibem perda tipo bordo de ataque

O escoamento em torno do perfil A a 7º de ângulo de ataque deve exibir separação de

camada limite no extradorso junto ao bordo de fuga.

x/c

-Cp

0 0.25 0.5-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

αA1

, Extr

αA1

, Intra

αB1

, Extr

αB1

, Intra

figura em baixo apresenta o simétrico do coeficiente de pressão (–

corda (x/c) determinado em fluido perfeito para dois perfis (1 e 2) com a mesma flecha

relativa a dois ângulos de ataque distintos αA e αB. Apenas um dos ângulos de ataque é

O coeficiente de resistência do perfil 2 é maior que o coeficiente de resistência do perfil

B1.

O coeficiente de sustentação mais baixo dos quatros casos corresponde ao perfil 1 ao

O perfil 2 tem maior espessura relativa que o perfil 1.

A figura em baixo apresenta a variação do coeficiente de sustentação com o ângulo de

aque de quatro perfis sustentadores a um determinado número de Reynolds.

O perfil mais espesso é o D.

O perfil que deve exibir o maior pico de sucção para um ângulo de ataque de 4º é o A.

exibem perda tipo bordo de ataque.

O escoamento em torno do perfil A a 7º de ângulo de ataque deve exibir separação de

camada limite no extradorso junto ao bordo de fuga.

x/c

-Cp

0 0.25 0.5-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

αααα

0.75 1

radorso

adorso

radorso

adorso

1

–Cp) ao longo da

corda (x/c) determinado em fluido perfeito para dois perfis (1 e 2) com a mesma flecha

. Apenas um dos ângulos de ataque é

iente de resistência do perfil

O coeficiente de sustentação mais baixo dos quatros casos corresponde ao perfil 1 ao

A figura em baixo apresenta a variação do coeficiente de sustentação com o ângulo de

aque de quatro perfis sustentadores a um determinado número de Reynolds.

O perfil que deve exibir o maior pico de sucção para um ângulo de ataque de 4º é o A.

O escoamento em torno do perfil A a 7º de ângulo de ataque deve exibir separação de

c0.75 1

αA2

, Extradorso

αA2

, Intradorso

αB2

, Extradorso

αB2

, Intradorso

2

7. A figura em baixo apresenta a distribuição do coeficiente de sustentação (Cl) e do ângulo

de ataque induzido (αind) ao longo da envergadura (y/c) de duas asas finitas rectangulares

a um ângulo de ataque de 2 graus, determinadas com a teoria da linha sustentadora

linearizada. As duas asas têm o mesmo perfil simétrico. Uma das asas tem torção e a

outra não tem.

A curva C corresponde ao coeficiente de sustentação (Cl) da asa com torção.

A curva B corresponde ao ângulo de ataque induzido (αind) da asa sem torção.

O alongamento das asas é igual a 6,5 (Λ=6,5).

O coeficiente de resistência induzida da asa sem torção é superior ao da asa com torção.

8. A figura em baixo apresenta o coeficiente de resistência CD de cinco corpos distintos em

função do número de Reynolds.

A linha 4 corresponde ao perfil A.

As linhas 1 e 5 correspondem a placas planas com diferentes orientações relativas do

escoamento de aproximação.

A linha 2 corresponde ao cilindro circular D.

O coeficiente de pressão de base, (Cp)b, na esteira próxima do cilindro elíptico E é mais

baixo do que o (Cp)b na esteira póxima do cilindro circular D.

y/c

Cl

αin

do(g

rau

s)

0 1 2 3 40

0.05

0.1

0.15

0.2

0

0.5

1

1.5

2

2.5

A

B

C

D

1

2

3

4

5

B

C

D

E

A

1

2

3

45

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica

1º Semestre 2015/16

Exame de 3ª época, 19 de Julho de 2016 Hora : 14:00 Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta limitada a livros de texto e folhas da disciplina

2ª Parte

1. As equações da continuidade e de Navier-Stokes em média temporal de Reynolds

suplementadas pelo modelo de viscosidade turbulenta k-ω SST foram resolvidas

numericamente para calcular o escoamento em torno de um modelo de uma asa finita

com 1m de envergadura. O número de Reynolds à escala do modelo é

6105,4 ×== ∞

ν

cURec e o modelo de turbulência escolhido prevê transição de regime

laminar a turbulento a 510== ∞

ν

xURex para escoamento em gradiente de pressão nulo.

A condição de não escorregamento é aplicada directamente na superfície do corpo, i.e.

não se utilizam leis da parede.

a) Sabendo que o coeficiente de resistência determinado ao ângulo de sustentação nula é

igual a 009,0=DC , estime a razão entre os coeficientes de resistência de pressão e de

atrito.

b) Estime a dimensão vertical máxima da primeira célula da malha junto à parede

(distância do primeiro ponto de cálculo à parede).

c) Se o número de Reynolds à escala do protótipo for igual a 8

102 ×=cRe , pode utilizar

a mesma malha em que se calculou o escoamento em torno do modelo? Justifique a

sua resposta.

2. Considere o escoamento estacionário, bi-dimensional, potencial e incompressível em

torno de um cilindro circular. O cilindro tem um raio de 1m e está centrado no ponto

( )1i0 c+ do referencial ζ=ξ+iη. O escoamento de aproximação uniforme faz um ângulo

α, (|α|<π/4), com o eixo real ξ e tem uma velocidade com um módulo igual a U∞. No

centro do cilindro existe um vórtice com a intensidade necessária para que o ponto de

intersecção do cilindro com o eixo real positivo, ξ=b, seja um ponto de estagnação.

a) Escreva o potencial complexo que representa o escoamento em função do ângulo de

ataque α e de 1c indicando claramente o sistema de eixos que utilizou.

b) Determine 1c e o ângulo de ataque α para que a coordenada real do ponto de coeficiente

de pressão mínimo seja igual à coordenada imaginária de um dos pontos de coeficiente de

pressão máximo ( ) ( )maxmin pp CC ηξ = , sendo o coeficiente de pressão mínimo igual a -3,25

( )( )25,3min

−=pC .

Considere a transformação conforme de Joukowski que

transforma o cilindro num perfil sustentador.

c) Determine o ângulo de ataque e o valor de 1c que conduzem a um escoamento em torno

de um perfil no plano transformado com coeficiente de pressão máximo igual a 0,25

( )( )25,0max

=pC . Identifique claramente a forma do perfil obtido.

ξ

η

c1

b

2

com ib

z z x yζζ

= + = +

3. O escoamento em torno do perfil Eppler 387 (curvatura positiva) foi determinado a partir

da solução numérica das equações de Navier-Stokes em média temporal de Reynolds

suplementadas por dois modelos de viscosidade turbulenta a um ângulo de ataque de zero

graus ( 0oα = ) e a um número de Reynolds de 3×10

5. Apenas um dos modelos inclui

equações para a simulação da transição de regime laminar para regime turbulento. As

figuras em baixo apresentam as distribuições do coeficiente de pressão Cp e do

coeficiente de tensão de corte superficial Cf.

a) Identifique as legendas das figuras indicando quais correspondem ao extradorso e

intradorso do perfil e qual o modelo (A ou B) que simula a transição de regime

laminar para regime turbulento.

b) Indique os valores do número de Reynolds crítico e do número de Reynolds de

transição obtidos com os dois modelos de turbulência nas camadas limite do

extradorso e intradorso do perfil.

c) Qual dos dois modelos conduz ao maior coeficiente de resistência de forma ( )pdC ?

Justifique a sua resposta.

4. Uma pequena aeronave que pesa 3,6 kN tem uma velocidade de cruzeiro de 180 km/h. A

aeronave tem uma asa com um alongamento Λ=8, sem torção, distribução de circulação

elíptica e um perfil NACA 2415 cujas características aerodinâmicas são dadas na figura

em baixo. Considere que a aeronave se encontra a voar numa zona sem vento.

Admita em primeira aproximação que a força de resistência da aeronave se deve apenas à

asa. .2,11051,1 5 3

ar

2

ar kg/m/s,m =×= − ρν

a) Determine os coeficientes de sustentação e resistênca da asa a pequenos ângulos de

ataque.

b) Determine a área da asa que minimiza a força de propulsão.

c) Determine a energia consumida para voar 300km à velocidade de cruzeiro.