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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA, POÇO REDONDO, SERGIPE, BRASIL WEDNA DE JESUS MACHADO MESTRADO 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM

ÁREA DE CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA,

POÇO REDONDO, SERGIPE, BRASIL

WEDNA DE JESUS MACHADO

MESTRADO 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO

MESTRADO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE

CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA, POÇO REDONDO,

SERGIPE, BRASIL

AUTOR(A): WEDNA DE JESUS MACHADO

ORIENTADOR(A): PROFA. DRA. ANA PAULA DO NASCIMENTO PRATA

CO-ORIENTADOR(A): PROFA. DRA. ANABEL APARECIDA DE MELLO

SÃO CRISTOVÃO, SERGIPE

MARÇO, 2011

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

M149c

Machado, Wedna de Jesus Composição florística e estrutura da vegetação em área de caatinga e brejo de altitude na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil / Wedna de Jesus Machado. – São Cristóvão, 2011.

84 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) – Núcleo de Pós- Graduação em Ecologia e Conservação, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2011.

Orientador: Profª Drª Ana Paula do Nascimento

Prata. 1. Florística. 2. Comunidades vegetais. 3. Brejo de

altitude. 4. Plantas da caatinga – Poço Redondo (SE). I. Título.

CDU 581.527(813.7Poço Redondo)(213.52)

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pelos dons que me foram concedidos.

À minha família, em especial à minha mãe Maria Josefina, pelo apoio e carinho

incondicionais.

À minha orientadora, Ana Paula Prata, pela amizade e parceria fundamentais para a

realização deste trabalho.

À minha co-orientadora, Anabel Mello, por compartilhar seu conhecimento e

experiência em Fitossociologia.

Aos professores do Mestrado em Ecologia e Conservação, de modo particular a

Adauto Ribeiro, Robério Ferreira e Leandro Souto, por compartilhar seus conhecimentos e

pela disponibilidade em ajudar, e à Juliana, secretária do NPEC, pelo auxílio ao longo do

curso;

Aos professores Cláudio Lisi e Myrna Landim, pelas conversas informais bastante

elucidativas;

À Everardo Sampaio, pelo apoio inicial ao desenvolvimento do trabalho;

Aos professores Abel Conceição, Elcida Araújo, Maria Margarida Melo, Fidel Roig,

Sonia Aragaki, Marli Pires, Flávia Moura e Laura Jane Gomes, pelas valiosas considerações

feitas a este trabalho;

Aos técnicos amigos do Departamento de Biologia, de modo especial a João dos

Santos, Eládio Santos e Marta Farias, por todo apoio recebido;

Aos funcionários do DBI e do Ditran pelo auxílio na requisição e liberação do

transporte para a realização das coletas;

Aos companheiros de campo (Antônio, Leuciane, Luiz, Thiago, Valdson, Ítallo,

Fernando, Patrício, Ana Paula, Juan, Elias, Júnior, Suzana, Daniel, Ígor e Toninho), pelo

aprendizado e pela ajuda inestimáveis.

À CAPES, auxílio PROCAD, pela ajuda financeira na realização das coletas;

Aos especialistas (Rosângela Lyra, Maurício Carnaúba, Maria de Fátima Araújo,

Maria Iracema Loiola, Volker Bitrich, Rosangela Bianchini, André Luiz Gaglioti, Anderson

Machado, Fátima Souza, Domingos Cardoso, Marli Pires, Lúcia Rossi, Carolyn Proença,

Marla Ibrahim, Jorge Irapuan, Aldo Alves, Maria Ana Farinaccio e Silvana Monteiro) que

gentilmente auxiliaram na identificação do material botânico.

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Aos amigos do Laboratório de Sistemática Vegetal e do Herbário ASE (Júnior,

Suzana, Luiz, Ítallo, Ana Cecília, Daniel, Gisele, Tamires, Chistopher, Alan, Leuciane,

Valdson, Erivania e Ana Cláudia) pelo apoio fundamental na identificação e/ou no

processameto do material botânico.

Aos colegas de mestrado da turma 2009.1, em particular a Ana Cecília, Erivania,

Paula, Betejane, Simone e Francisco, pela amizade e companheirismo.

Aos colegas de mestrado das turmas 2008.1 (Patrício, Juan, Raonne e Eduardo),

2008.2 (Itamara) e 2010.1 (Diogo), assim como a José (Engenheiro Florestal), pelo auxílio

na elaboração de mapas e/ou na análise e discussão dos dados da dissertação.

À Mário André, pela amizade e incentivo.

À Comunidade da Serra da Guia, em especial a Sra. Josefa (Dona Zefa da Guia) e ao

Sr. Alexandre (seu esposo), pela acolhida e por todo apoio, assim como ao Sr. João (Seu

João de Ananias), pela parceria e aprendizagem no trabalho de campo.

À todos que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho, meus

sinceros agradecimentos.

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À minha família,

em especial à minha

mãe Maria Josefina.

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“A Ciência nos convida a acolher os fatos, mesmo quando

eles não se ajustam às nossas preconcepções”

(Carl Sagan)

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SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................................x

LISTA DE TABELAS .....................................................................................................xii

RESUMO ...................................................................................................................... xiii

ABSTRACT ................................................................................................................... xiv

1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.1 A Caatinga ................................................................................................................... 1

1.2 O Brejo de Altitude ...................................................................................................... 3

1.3 Histórico das pesquisas ................................................................................................ 5

2- OBJETIVOS .................................................................................................................. 9

2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 9

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 9

3- METODOLOGIA ........................................................................................................ 10

3.1 Área de estudo ........................................................................................................... 10

3.2 Obtenção dos dados no campo.................................................................................... 13

3.3 Tratamento dos dados florísticos ................................................................................ 16

3.4 Análise dos dados fitossociológicos............................................................................ 17

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 18

4.1 Composição Florística ................................................................................................ 18

4.2 Estrutura da Vegetação ............................................................................................... 32

4.2.1 Área de Caatinga ..................................................................................................... 32

4.2.2 Área do Brejo Altitude ............................................................................................ 42

4.2.3 Comparação entre as áreas de estudo ....................................................................... 53

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 59

ANEXO I ......................................................................................................................... 61

ANEXO II ....................................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 77

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x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com uso de mapa topográfico..................................................................................................................

10

Figura 2: Precipitação total mensal do período de 2003 a 2010, registrada na estação meteorológica de Poço Redondo, Sergipe, Brasil................................................................

11

Figura 3: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Vista parcial mostrando a antropização da base (esquerda); Área de amostragem na Caatinga (direita)......................

11

Figura 4: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Afloramento rochoso (esquerda); Olho-d’água (direita).........................................................................................

12

Figura 5: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Trilha de acesso ao brejo, localizada acima do olho-d’água (esquerda); Clareira situada no topo da serra e cemitério quilombola (direita)..............................................................................................

12

Figura 6: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Área de amostragem no brejo (esquerda); Ocorrência de epífitas no brejo, com destaque para Cattleya labiata, Orchidaceae (direita)............................................................................................................

13

Figura 7: Localização dos pontos de amostragem na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, no Modelo Digital de Elevação, elaborado no software Global Mapper, com dados do Atlas digital de recursos hídricos do Estado de Sergipe, 2001......................................................................................................................................

14

Figura 8: Croqui da área do Brejo de Altitude, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com a distribuição das parcelas fixas........................................................................

15

Figura 9: Localização das parcelas no topo (Brejo de Altitude) e na base (Caatinga) da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.....................................................................

15

Figura 10: Registro da implantação de parcelas fixas no Brejo de Altitude (esquerda) e na Caatinga (direita), Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil..................................

16

Figura 11: Famílias botânicas registradas na Caatinga quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.............................................

32

Figura 12: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil...............................

34

Figura 13: Curva do coletor para a área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................

35

Figura 14: Relação das espécies que apresentaram os maiores valores de importância (VI) para a área de Caatinga, localizada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe,

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xi

Brasil....................................................................................................................................

36

Figura 15: Estrutura vertical da vegetação da área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................

39

Figura 16: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil....................................................................................................................................

41

Figura 17: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de Caatinga, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................

41

Figura 18: Famílias botânicas ocorrentes no Brejo de Altitude quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil...........................

43

Figura 19: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil..................

45

Figura 20: Curva do coletor para a área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................

46

Figura 21: Espécies com os maiores valores de importância (VI) para a área do Brejo de Altitude, localizado na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil...............................

47

Figura 22: Estrutura vertical da vegetação da área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.............................................................................................

49

Figura 23: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................

52

Figura 24: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de brejo, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................

52

Figura 25: Espécies de maior importância ecológica para as áreas de Caatinga e Brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus respectivos valores de VI..........

57

Figura 26: Espécies dominantes das áreas de Caatinga e brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com suas respectivas abundâncias absolutas.............................

58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras..............................................

21

Tabela 2: Listagem florística das Pteridófitas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras............................................................................

31

Tabela 3: Listagem de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil....................................................................................................................................

33

Tabela 4: Relação das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI.....................................................................................................................................

36

Tabela 5: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR.......................................................................................................................................

39

Tabela 6: Diversidade florística para a área de Caatinga inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.............................................................................................

42

Tabela 7: Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................

43

Tabela 8: Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI.....................................................................................................................................

47

Tabela 9: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR.........................................................................................................................

50

Tabela 10: Diversidade florística para a área de Brejo de Altitude inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil..............................................................................

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RESUMO A Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, destaca-se por apresentar uma grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas e com adaptações à deficiência hídrica. Em locais de maior altitude dentro do bioma podem-se encontrar encraves de Mata Atlântica, denominados Brejos de Altitude ou Matas Serranas, que configuram áreas núcleo de relevante importância para a preservação da biodiversidade. O presente estudo foi realizado como o objetivo de caracterizar estruturalmente a vegetação da Serra da Guia, localizada no município de Poço Redondo, Sergipe, Brasil, por meio do levantamento florístico e fitossociológico de duas áreas, uma situada na base (Caatinga) e a outra no topo da serra (Brejo de Altitude), com coletas sistemáticas e mensais, realizadas em trilhas e em 30 parcelas fixas de 400 m2, durante o período de outubro/2009 a setembro/2010. No total, foram amostradas 365 espécies (82 famílias), sendo 216 espécies (58 famílias) na área de Caatinga e 257 espécies (70 famílias) na área de Brejo. Na Caatinga, as famílias com maior riqueza específica foram Fabaceae (30) e Euphorbiaceae (15), enquanto que no brejo foram Fabaceae (23) e Asteraceae (15). Na amostragem do estrato arbustivo-arbóreo, a riqueza total foi de 92 espécies, sendo que a área de brejo apresentou maior riqueza que a de Caatinga (71 e 47 espécies, respectivamente). A espécie mais abundante no brejo foi Eugenia cf. edulis (n=655, 18,39%) e na Caatinga foi Pityrocarpa moniliformis (n=159, 13,86%). As espécies que apresentaram o maior VI na Caatinga e no brejo foram Syagrus coronata e Guapira sp., respectivamente. A comparação entre as espécies dominantes ocorrentes na Serra da Guia demonstrou que apenas duas (Guapira noxia e Syagrus coronata) das 31 espécies destacadas são comuns às áreas amostradas, porém com abundâncias significativamente diferentes. Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) obtidos para a área do brejo (H’ = 3,13 nats.ind-1; J’ = 0,97) foram superiores aos da área de Caatinga (3,02 nats.ind-1; J’ = 0,78). Os testes estatísticos apontaram diferenças significativas tanto em relação ao índice de diversidade quanto em relação à riqueza e composição florística das áreas de estudo. O valor do índice de Jaccard (26,9%) indica que as duas áreas compartilham menos da metade das espécies vegetais. A Serra da Guia configura-se no primeiro Brejo de Altitude descrito e estudado no Estado de Sergipe, e a análise da similaridade entre as comunidades vegetais da Caatinga e do brejo demonstrou que, embora ocorrendo próximas, essas formações apresentam características florísticas, fisionômicas e estruturais bem distintas.

Palavras-chave: Semiárido, Mata Serrana, Caatinga, Brejo de Altitude.

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xiv

ABSTRACT

The Caatinga, exclusively brazilian biome, stands out by a great diversity of plant species, many of which are endemic, with adaptations to water deficit. In areas of higher altitude inside the biome, can be find enclaves of Atlantic Forest, known as “Brejos de altitude” or “Matas Serranas”, who make up core areas of significant importance to the preservation of biodiversity. This study was conducted as to characterize structurally the vegetation of the Serra da Guia, located in Poço Redondo, Sergipe State, Brazil, by means of floristic and phytosociological survey of two areas, one located at the base (Caatinga) and the other at the top of the mountain (“Brejo de Altitude”) with systematic and monthly collection held on track and in 30 permanent quadrats of 400 m2, during the period from october/2009 to september/2010. In total, were sampled 365 species (82 families), being 216 species (58 families) in the area of Caatinga and 257 species (70 families) in the area of Brejo. In the Caatinga, families with highest species richness were Fabaceae (30) and Euphorbiaceae (15), while in the Brejo were Fabaceae (23) and Asteraceae (15). In the sampling of woody stratum, the total richness was 92 species, but the Brejo area had the highest richness that the Caatinga (71 and 47 species, respectively). The most abundant species in the Brejo was Eugenia cf. edulis (n = 655, 18,39%) and in the Caatinga was Pityrocarpa moniliformis (n = 159, 13,86%). The species that presented the highest VI in the Caatinga and in the Brejo were Syagrus coronate and Guapira sp., respectively. The comparison between the dominant species occurring in the Serra da Guia showed that only two (Guapira noxia and Syagrus coronata) of 31 species highlighted are common to the sampled areas, but with significantly different abundances. The values of the index of Shannon-Weaver (H ') and Pielou (J') obtained for the area of Brejo (H = 3,13 nats.ind-1, J '= 0,97) were higher than the area of Caatinga (3,02 nats.ind-1, J '= 0,78). Statistical tests showed significant differences in terms of both diversity index as compared to the richness and floristic composition of the study areas. The value of the Jaccard index (26.9%) indicates that the two areas share less than half of plant species. The Serra da Guia sets in the first “Brejo de Altitude” described and studied in the State of Sergipe, e the analysis of similarity between plant communities Caatinga and Brejo showed that, although occurring near, these formations have characteristics floristic, physiognomic and structural distinct.

Key-words: Semiarid, Mata Serrana, Caatinga, Brejo de Altitude.

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1

1- INTRODUÇÃO

1.1 A Caatinga

Dentre os maiores desafios da ciência brasileira estão o estudo e a conservação da

diversidade biológica da Caatinga, caracterizada por ser a única região brasileira cujos limites

estão inteiramente restritos ao território nacional e que vem sofrendo um intenso processo de

alteração e deterioração ambiental, causado pelo uso insustentável de seus recursos naturais, o

que implica em perda de biodiversidade, eliminação de processos ecológicos chaves e

desertificação (LEAL et al., 2003).

De etimologia indígena, significando mata aberta e/ou clara, a denominação Caatinga

adotada por Martius na Flora Brasiliensis, produzida entre 1840 e 1906, que a visualizou

como Silva aestu aphylla (Floresta sem folhas na seca), foi consagrada na terminologia

brasileira, com reflexo na literatura internacional, e generalizou-se no Nordeste para designar

uma comunidade padronizada pelo seu aspecto fisionômico, resultante da caducifolia da

vegetação no período seco, assumindo caráter tropofílico (FERNANDES, 2006).

De acordo com Giulietti et al. (2003), a Caatinga é o tipo de vegetação que cobre a

maior parte da área com clima semiárido da região Nordeste do Brasil e, apesar de bastante

alterada pela ação antrópica, destaca-se por apresentar uma grande diversidade de espécies

vegetais, muitas das quais endêmicas ao bioma e com adaptações à deficiência hídrica.

Pode ser caracterizada como floresta arbórea ou arbustiva, compreendendo,

principalmente, indivíduos baixos, na maioria das vezes dotados de espinhos, microfilia e

algumas características xerofíticas (PRADO, 2003). Tais atributos relacionam-se com as

condições de semiaridez de origem climática, pela irregularidade das chuvas e pela má

distribuição das precipitações, e trazem consequências como o baixo índice de umidade

atmosférica e a secura pedológica, que determinam um ambiente ecológico rigorosamente

pobre (FERNANDES, 2006).

A Caatinga ocupa cerca de 11% do território brasileiro (844.453 km²), ocorrendo nos

Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí

e norte de Minas Gerais. Apesar de ser o bioma menos conhecido do país, é o principal da

região nordeste, e os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de ambientes e espécies,

com 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves (MMA, 2011).

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2

Aproximadamente 50% das terras recobertas com a Caatinga são de origem

sedimentar e ricas em águas subterrâneas. Os rios, em sua maioria, são intermitentes e o

volume de água em geral é limitado. A altitude da região varia de 0 a 600 m, a temperatura

média anual varia de 20 a 28 °C e a precipitação total anual de 250 a 1.000 mm, o que

caracteriza um elevado déficit hídrico (MARACAJÁ e BENEVIDES, 2006).

De acordo com Tabarelli e Vicente (2003), a descrição recente de inúmeras espécies

endêmicas de fauna e flora para a região indica um conhecimento zoológico e botânico ainda

bastante precário. Além disso, os autores citaram que o conhecimento sobre a distribuição de

organismos vegetais e a forma com que eles se organizam em comunidades nas biotas é

fundamental para entender questões como a origem da flora, sua riqueza, seu nível de

endemismo e a distribuição espacial e ecológica das entidades taxonômicas, formas e histórias

de vida.

Souza (1983) afirmou que o domínio da Caatinga se estende por todos os Estados do

Nordeste brasileiro, com grande variabilidade em aspectos físicos, vegetacionais e florísticos,

o que gera uma ampla variedade de fitofisionomias, e, consequentemente, diversos tipos de

classificações.

Segundo Andrade-Lima (1981), são reconhecidas 12 tipologias diferentes de Caatinga.

O referido autor ainda citou que, em virtude do bioma apresentar uma vegetação xerófila

essencialmente heterogênea no que se refere à fitofisionomia e à estrutura, torna-se difícil a

elaboração de esquemas classificatórios capazes de contemplar satisfatoriamente as suas

tipologias.

As fisionomias de Caatinga, dependendo do regime de chuvas e do tipo de solo,

podem variar de florestas altas e secas, com até 20 m de altura, até afloramentos de rochas

com arbustos baixos, esparsos e espalhados, com cactos e bromélias nas fendas (PRADO,

2003). Para Fernandes (2006), a vegetação xerófila mostra-se essencialmente heterogênea

quanto à sua fisionomia e à estrutura, porém uniforme quanto à composição em níveis

genéricos, em virtude do estrato arbustivo-arbóreo estar, quase sempre, associado com

bromeliáceas, gramíneas e cactáceas.

Luetzelburg (1923) definiu a Caatinga como uma vegetação arbóreo-arbustiva, densa,

xerófila, dotada de espinhos e de folhas pequenas, rica em espécies da família Cactaceae e

com as variações: caatinga baixa, brejada e alta, caatingão, sertão e seridó. Fernandes (2006)

definiu a Caatinga arbórea como um tipo florestal quase sempre com expressão fisionômica

de mata seca, dividido em três estratos: arbóreo (8-12 m de altura), arbustivo/sub-arbustivo

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3

(2-5 m) e herbáceo (anual ou efêmero). Já a Caatinga arbustiva representa o padrão mais

generalizado, sob forte influência antrópica, composta por dois estratos: um com

representantes de 3-5 m de altura, e outro de porte mais reduzido, com componentes de curta

duração, anuais ou efêmeros.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2011), cerca de 27 milhões de

pessoas vivem atualmente na área original da Caatinga, sendo que 80% de seus ecossistemas

originais já foram alterados, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, em um

processo de ocupação que começou nos tempos do Brasil colônia. Grande parte da população

que reside em área de Caatinga é carente e precisa dos recursos da sua biodiversidade para

sobreviver, os quais, se conservados e explorados de forma sustentável, poderiam impulsionar

o desenvolvimento da região.

1.2 O Brejo de Altitude

Inserido no bioma Caatinga, em locais de maior altitude, podemos encontrar encraves

de Mata Atlântica, denominados Brejos de Altitude ou Matas Serranas, que, de acordo com

Theulen (2004), configuram áreas núcleo de relevante importância para a preservação da

biodiversidade, seja por sua singularidade e raridade, ou pelos muitos atributos naturais, em

particular a diversidade natural de espécies.

Segundo Giulietti et al. (2003), a maior diversidade na Caatinga está associada às

maiores altitudes, principalmente em áreas rochosas que captam maior umidade atmosférica e

atuam como refúgio para as espécies florestais, como pode ser visto pela presença das

florestas de Brejo de Altitude dentro dessa região.

De acordo com dados obtidos na literatura existem 43 Brejos de Altitude, distribuídos

nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, cobrindo uma área

original de aproximadamente 18.500 km2. Somente Pernambuco e Paraíba possuem 31 brejos,

distribuídos em 28 municípios do agreste e do sertão (TABARELLI e SANTOS, 2004).

Tais ecossistemas são, normalmente, relevos residuais que apresentam altitudes em

geral superiores a 600 m e vegetação do tipo florestal, que serve de abrigo para uma fauna

caracteristicamente umbrófila (BORGES-NAJOSA e CARAMASCHI, 2003). Além disso,

apresentam clima úmido ou subúmido, com precipitação anual de 900-1.300 mm, solos

profundos e argilosos, com elevado teor de água disponível, onde dominam os tipos

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podzólicos vermelho-amarelos eutróficos e distróficos e os latossolos vermelho-amarelos

húmicos e amarelos, ambos distróficos (THEULEN, 2004).

As Matas Serranas que os Brejos de Altitude abrigam são consideradas como

disjunção ecológica da Mata Atlântica, ilhadas pela vegetação de Caatinga, condição que faz

do ecossistema uma área de elevada biodiversidade (SIQUEIRA FILHO, 2004).

Qualquer afirmativa a respeito da origem da flora dos brejos é arriscada, pois torna-se

necessário um número bem maior de levantamentos nestas áreas, além do conhecimento de

outras formações vegetacionais do nordeste, principalmente as caatingas arbóreas, as matas

secas e as formações de áreas de serra (FERRAZ et al., 1998).

A altitude mais elevada e os condicionantes de nebulosidade frequente podem explicar

o relativo aumento da riqueza florística e da ocorrência de vários táxons não encontrados em

remanescentes florestais costeiros de terras baixas, mesmo com índices pluviométricos

superiores (PÔRTO et al., 2004).

Segundo Locatelli et al. (2004), os ambientes dos Brejos de Altitude são isolados da

Mata Atlântica e da Caatinga, possuindo uma biota típica, formada por um condensado de

espécies comuns às matas Atlântica e Amazônica, incluindo espécies endêmicas.

Já para Silva et al. (2007), a vegetação dos Brejos de Altitude é composta

principalmente por espécies de Mata Atlântica, porém, também pode conter espécies da

Caatinga, principalmente nas áreas das bordas, o que pode estar relacionado com a

continentalidade ou mesmo com o efeito da fragmentação florestal. A fragmentação de

habitats associada ao efeito de borda causa mudanças nas condições climáticas e aumenta a

vulnerabilidade dos fragmentos à invasão de espécies circunvizinhas (PRIMACK e

RODRIGUES, 2001).

O atual ritmo de degradação ao qual os Brejos de Altitude estão submetidos resulta na

extinção de espécies lenhosas em decorrência da interrupção de processos-chave, como a

polinização e a dispersão associada ao desaparecimento de vertebrados frugívoros,

consequência direta da fragmentação (perda de hábitat) e da caça, o que pode levar esses

ecossistemas ao completo desaparecimento em um futuro muito próximo (TABARELLI e

SANTOS, 2004).

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5

1.3 Histórico das pesquisas

Os estudos desenvolvidos em áreas de Caatinga são classificados basicamente em

qualitativos, que envolvem diferenças fisionômicas ou florísticas entre os diversos tipos de

fitofisionomias, e os quantitativos, com amostragem de vegetação por meio de parcelas de

tamanho variado, determinando o número de indivíduos, a composição florística, medidas de

DAP (diâmetro a altura do peito) e de área basal (FONSECA, 1991).

Os inventários realizados em diferentes áreas de ocorrência do bioma, a exemplo de

Alcoforado-Filho et al. (2003), Andrade et al. (2005), Fabricante e Andrade (2007) e Santos

et al. (2008), mostraram uma diversidade florística alta, apesar da forte restrição ao

crescimento imposta pela deficiência hídrica.

Alcoforado-Filho et al. (2003) realizaram o levantamento florístico e fitossociológico

de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco, e

citaram a ocorrência de 41 famílias, com destaque para Fabaceae (17 espécies, sendo 3

Caesalpinioideae, 9 Mimosoideae, 5 Papilionoideae), seguido por Euphorbiaceae (13),

Asteraceae (4) e Boraginaceae, Cactaceae, Malpighiaceae, Malvaceae, Myrtaceae e Rubiaceae

(3 espécies cada).

Nos inventários realizados por Andrade et al. (2005) no município de Cariri, Paraíba,

Santana e Souto (2006) na Estação Ecológica do Seridó, Rio Grande do Norte, e Fabricante e

Andrade (2007) no município de Santa Luzia, Paraíba, foram registradas a ocorrência de 7,

10 e 8 famílias, respectivamente, sendo que, Fabaceae e Euphorbiaceae, a exemplo do

trabalho de Alcoforado-Filho et al. (2003), também apresentaram o maior número de

espécies.

Santos et al. (2008), em estudo para determinar a estrutura e a florística de uma área

de Caatinga arbórea, localizada em Juvenília, Minas Gerais, destacaram a presença de 13

famílias, sendo as mais expressivas Fabaceae (18 espécies, sendo 3 Caesalpinioideae, 7

Mimosoideae e 8 Papilionoideae), seguida por Bignoniaceae (6), Anacardiaceae (4) e

Malvaceae (3).

No Estado de Sergipe, estudos sobre a vegetação da Caatinga revelaram uma

composição florística de espécies arbustivo-arbóreas e herbáceas pertencente a 62 famílias

botânicas (SOUZA 1983, FONSECA 1991, FERRAZ 2009, DÓRIA NETO 2009 e DANTAS

2010).

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Souza (1983) realizou um estudo comparativo entre duas matas remanescentes de

Caatinga hipoxerófila, uma no município de Frei Paulo e outra em Nossa Senhora da Glória,

analisando a composição florística, frequência, densidade e dominância do estrato arbóreo,

além de apresentar informações sobre as espécies arbustivas e herbáceas. A autora apontou a

ocorrência de 52 famílias, com destaque para Fabaceae (12 espécies, sendo 4

Caesalpinioideae, 4 Mimosoideae, 3 Papilionoideae, e 1 identificada apenas em nível de

família), seguida por Euphorbiaceae e Rubiaceae (6), Cactaceae (4) e Araceae (3).

Fonseca (1991), ao estudar a vegetação de Caatinga hiperxerófila em Poço Redondo e

Canindé do São Francisco, ao norte do Estado, destacou a ocorrência de 20 famílias. Dessas,

Fabaceae foi a que apresentou o maior número de espécies (12, sendo 4 Caesalpinioideae, 7

Mimosoideae e 1 Papilionoideae), seguida por Euphorbiaceae (8), Cactaceae (4) e

Anacardiaceae (3). Segundo o autor, essas quatro famílias são as mais características da

vegetação e contribuem com aproximadamente 60% do componente arbustivo-arbóreo da

Caatinga.

O levantamento realizado por Ferraz (2009), em Canindé do São Francisco, indicou a

ocorrência de 12 famílias botânicas, sendo as mais expressivas: Fabaceae (6 espécies, sendo

3 Caesalpinioideae e 3 Mimosoideae) e Anacardiaceae e Euphorbiaceae, ambas com 3

espécies. Trabalho com metodologia semelhante foi realizado por Dória Neto (2009), em

Porto da Folha, com registro de 14 famílias, com destaque também para Fabaceae (9 espécies,

sendo 4 Caesalpinioideae e 5 Mimosoideae), Euphorbiaceae (5), Anacardiaceae e

Bombacaceae (com 2 espécies cada).

Dantas (2010), em estudo sobre a megafauna pleistocênica da Fazenda Charco, Poço

Redondo, registrou a presença de 22 famílias, com destaque para Cyperaceae e Euphorbiaceae

(4 espécies), Cactaceae (3), e Amaranthaceae, Asteraceae, Convolvulaceae e Malvaceae (com

2 espécies cada).

De acordo com dados obtidos nos levantamentos supracitados, as famílias que mais se

destacaram quanto ao número de espécies amostradas nas áreas de Caatinga do Estado de

Sergipe foram: Fabaceae (22 espécies, sendo 7 Caesalpinioideae, 10 Mimosoideae, 4

Papilionoideae e 1 identificada apenas em nível de família), Euphorbiaceae (19), Cactaceae

(10), Rubiaceae (7), Boraginaceae e Bombacaceae (6 espécies cada), e Anacardiaceae (5).

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz e Ziziphus joazeiro Mart. foram citadas em

todos os levantamentos florísticos acima mencionados, enquanto que Aspidosperma

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pyrifolium Mart. e Schinopsis brasiliensis Engl. só não foram mencionadas na amostragem

realizada na Fazenda Charco, em Poço Redondo.

Os Brejos de Altitude vêm sendo razoavelmente estudados nas duas últimas décadas,

principalmente nos Estados de Pernambuco e Paraíba, e o resultado dos trabalhos publicados

até então têm apresentado uma flora bastante variada, a exemplo de Ferraz et al. (1998),

Moura e Sampaio (2001), Barbosa et al. (2004) e Rodal et al. (2005).

No levantamento realizado por Ferraz et al. (1998) em trechos de vegetação de

Caatinga e Brejo de Altitude na região do Vale do Pajeú, Pernambuco, verificou-se que as

famílias com o maior número de espécies para a área de brejo foram Fabaceae (9 espécies,

sendo 3 Caesalpinioideae, 3 Mimosoideae e 3 Papilionoideae), Myrtaceae (8), Flacourtiaceae

e Rubiaceae (6 espécies cada), Sapindaceae (5), Euphorbiaceae (4), e Bignoniaceae e

Nyctaginaceae (3 espécies cada) .

Moura e Sampaio (2001), a partir do levantamento das espécies de uma Mata Serrana

em Jataúba, Pernambuco, e da comparação de sua flora com as de outras Matas Serranas no

Nordeste e também com as de outros biomas, registraram uma baixa similaridade florística

entre essas matas, não chegando a 50% em nenhum dos casos, embora tenham reconhecido

que há problemas na identificação das espécies e no esforço amostral. Nesse levantamento, a

família Fabaceae apresentou o maior número de espécies (17 espécies, sendo 6

Caesalpinioideae, 7 Mimosoideae e 4 Papilionoideae), seguida por Myrtaceae (12),

Bignoniaceae e Euphorbiaceae (6 espécies cada) e por Verbenaceae, Rutaceae, Rubiaceae e

Sapindaceae (4 espécies cada).

Barbosa et al. (2004) realizaram o levantamento da flora da Mata do Pau Ferro,

localizada no município de Areia, Paraíba, e apontaram como famílias mais importantes, em

relação ao número de espécies, Fabaceae (30 espécies, sendo 10 Caesalpinioideae, 8

Mimosoideae e 12 Papilionoideae), Rubiaceae (24), Malvaceae (21), Solanaceae (16),

Asteraceae (14), Convolvulaceae (12). Em relação aos gêneros, os que se destacaram foram

Sida (11), Solanum (10), Piper e Senna (6 espécies cada), Ipomoea, Psychotria e Vernonia (5

espécies cada).

No inventário da flora de um Brejo de Altitude na escarpa oriental do planalto da

Borborema, Pernambuco, realizado por Rodal et al. (2005), as famílias que apresentaram

maior riqueza específica foram: Fabaceae (25 espécies, sendo 8 Caesalpinioideae, 8

Mimosoideae e 9 Papilionoideae), Asteraceae e Euphorbiaceae (14 espécies cada),

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Melastomataceae e Rubiaceae (13 espécies cada), Solanaceae (10), Myrtaceae e Poaceae (8

espécies cada), e Cyperaceae (6).

No Estado de Sergipe, as Matas Serranas foram objeto de poucas pesquisas. Com

exceção da Serra de Itabaiana, que teve sua vegetação descrita em alguns trabalhos

(VICENTE 1999, VILAR et al. 2000, VICENTE et al. 2005, DANTAS 2008, DANTAS et

al. 2010, MENDES et al. 2010), até o momento nenhuma publicação foi encontrada sobre a

vegetação das outras serras.

Diante do exposto, fez-se necessária a realização deste trabalho na Serra da Guia,

incluíndo coleta de material botânico, acompanhada pelo estudo fitossociológico e

identificação dos espécimes, visando possibilitar a detecção de táxons endêmicos e contribuir

para a conservação da diversidade biológica da região.

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2- OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

• Caracterizar estruturalmente a vegetação da Serra da Guia, localizada no município de

Poço Redondo, Sergipe. 2.2 Objetivos Específicos

• Realizar o levantamento florístico e o fitossociológico de duas áreas, uma de Caatinga e

outra de Brejo de Altitude.

• Verificar a distribuição espacial e a organização ecológica das espécies vegetais nessas comunidades;

• Comparar a similaridade florística da vegetação amostrada na área de Caatinga com a do Brejo de altitude;

• Elaborar uma listagem das espécies vegetais ocorrentes na área de estudo; • Produzir conhecimento sobre a vegetação ocorrente na Serra da Guia, visando à

conservação da biodiversidade do Estado de Sergipe.

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3- METODOLOGIA

3.1 Área de estudo

A Serra da Guia (9°58’S e 37°52’W) faz parte do Complexo da Serra Negra e está

localizada na divisa dos municípios de Poço Redondo (Sergipe) e Pedro Alexandre (Bahia). É

o ponto mais alto do Estado de Sergipe (750 m.s.m.) e encontra-se distante da capital Aracaju

cerca de 196 km (figura 1).

Figura 1: Localização da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com uso de mapa topográfico (Fonte: RUIZ-ESPARZA AGUILAR, 2010).

Trata-se de uma formação vegetal completamente circundada pelo semiárido, com

uma mata exuberante em seu topo e encostas com vegetação nativa ligando-se à Caatinga da

depressão sertaneja no seu sopé, e com uma biodiversidade até então desconhecida, exceto

por alguns estudos desenvolvidos sobre a fauna de anfíbios (CALDAS et al., 2009), aves

(RUIZ-ESPARZA AGUILAR, 2010) e morcegos (ROCHA, 2010).

O clima da região é semiárido e a precipitação pluviométrica média é de cerca de 650

mm/ano, bastante irregular e com o volume de chuvas mais concentrado entre os meses de

maio e julho (figura 2). Os dados utilizados para a elaboração do gráfico de precipitação

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foram registrados pela estação meteorológica de Poço Redondo, distante cerca de 30 km da

Serra da Guia.

Figura 2: Precipitação total mensal do período de 2003 a 2010, registrada na estação meteorológica de Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Dados obtidos do Centro de Meteorologia de Sergipe (CEMESE) disponível em http://www.semarh.se.gov.br/meteorologia.

Na região do entorno da Serra da Guia, até o limite aproximado de 600 m de altitude,

verifica-se a ocorrência de uma vegetação arbustiva típica de Caatinga hiperxerófila. As

famílias botânicas mais comuns nessa área são Fabaceae, Euphorbiaceae, Bromeliaceae e

Cactaceae. Na área da base, observa-se espécies como Poincianella pyramidalis (catingueira),

Mimosa tenuiflora (calumbi), Syagrus coronata (licuri) e Commiphora leptophloeos

(imburana-de-cambão) dominando a paisagem. Essa área encontra-se bastante antropizada

em virtude do desenvolvimento de atividades agropecuárias por parte da comunidade

quilombola ali instalada e de fazendeiros da região (figura 3).

Figura 3: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Vista parcial mostrando a antropização da base (esquerda); Área de amostragem na Caatinga (direita).

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O acesso ao topo da serra, partindo-se da comunidade quilombola, pode ser feito

através de duas trilhas principais, sendo que uma delas apresenta subida mais íngreme, na

qual se pode observar afloramentos rochosos a 480 metros de altitude, com ocorrência de

espécies de Bromeliaceae, Cactaceae e Euphorbiaceae. Seguindo essa mesma trilha, a 600

metros de altitude, encontra-se um “olho-d’água”, no qual se pode observar espécies como

Eichhornia paniculata e Eleocharis elegans, de ocorrência restrita a essa área (figura 4).

Figura 4: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Afloramento rochoso (esquerda); Olho-d’água (direita).

A aproximadamente 615 metros de altitude, verifica-se o encontro das trilhas, e a

partir daí já é possível observar uma mudança gradual na fisionomia e na composição

florística da área, com o surgimento de uma formação vegetal arbórea, cujo dossel chega a

atingir 17 metros de altura, bem distinta da matriz de Caatinga. No topo da serra existe uma

clareira e um cemitério, com mais de 400 anos, que ainda é utilizado pela comunidade

quilombola (figura 5).

Figura 5: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Trilha de acesso ao brejo, localizada acima do olho-d’água (esquerda); Clareira situada no topo da serra e cemitério quilombola (direita).

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Na área do brejo, as famílias mais expressivas são Fabaceae e Myrtaceae. Dentre as

espécies que dominam a paisagem pode-se citar: Eugenia cf. edulis (cambucá), Maytenus sp.

(bonome-da-mata) e Guapira sp. (bandola-da-mata). Destaca-se também um grande número

de bromélias e orquídeas epífitas. No passado essa área foi utilizada para a agricultura, em

virtude de uma maior regularidade de chuvas. Atualmente, apresenta uma mata secundária

com vegetação semidecídua e adaptada às condições de maior umidade, que há alguns anos

não sofre grandes pertubações e se encontra em processo de regeneração (figura 6).

Figura 6: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Área de amostragem no brejo (esquerda); Ocorrência de epífitas no brejo, com destaque para Cattleya labiata, Orchidaceae (direita).

3.2 Obtenção dos dados no campo

A altitude da região de ocorrência do bioma Caatinga varia de 0 a 600 m

(MARACAJÁ e BENEVIDES, 2006) e dos Brejos de Altitude, em geral, são superiores a 600

m (BORGES-NAJOSA e CARAMASCHI, 2003). Essas informações foram usadas, neste

estudo, como critério para determinar o hábitat das espécies inventariadas. Desse modo, ficou

estabelecido que, todo material botânico coletado até 600 m de altitude seria classificado

como pertencente à flora da Caatinga, e acima disso, como parte da flora do Brejo de Altitude.

Foram realizados os levantamentos florístico (dos componentes arbóreo, arbustivo e

herbáceo, além das trepadeiras e dos cipós) e fitossociológico (do estrato arbustivo-arbóreo)

da vegetação da Serra da Guia, com coletas sistemáticas e mensais, durante o período de um

ano (de outubro/2009 à setembro/2010), em duas áreas, uma situada no sopé da serra

(Caatinga) e outra no topo (Brejo de Altitude) (figura 7).

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Figura 7: Localização dos pontos de amostragem na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, no Modelo Digital de Elevação, elaborado no software Global Mapper, com dados do Atlas digital de recursos hídricos do Estado de Sergipe, 2001 (Fonte: RUIZ-ESPARZA AGUILAR, 2010).

As coletas de material botânico fértil (florífero ou frutífero) foram realizadas nas

trilhas pré-existentes e em 30 parcelas fixas de 20 x 20 m, totalizando 1,2 ha, instaladas nas

áreas de amostragem de Caatinga e brejo (15 parcelas em cada área). As características

morfológicas consideradas relevantes para o reconhecimento das espécies foram registradas

em caderno de campo e os indivíduos fotografados (Anexo I).

Para o levantamento fitossociológico da área do Brejo, foi confeccionado um croqui

(figura 8), no qual foram lançados 15 pontos, a uma distância definida pelo intervalo de

amostragem K (90,5 metros), obtido pela raiz quadrada da divisão da área total (12,53 ha)

pelo número de parcelas a serem instaladas (15). Esses pontos foram estabelecidos com o

auxílio do software AUTOCAD, o qual informou as coordenadas em UTM que foram

digitadas no GPS para localização das unidades amostrais no campo.

Para a amostragem fitossociológica da Caatinga foi escolhida uma área na base da

serra na qual também foram implantadas 15 parcelas (20m x 20m) (figura 9). Tal escolha

deveu-se ao fato de que essa é a região do sopé da serra que apresenta o menor grau de

antropização, e, possivelmente, a que mais se aproxima da mata original.

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Figura 8: Croqui da área do Brejo de Altitude, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com a distribuição das parcelas fixas.

Figura 9: Localização das parcelas no topo (Brejo de Altitude) e na base (Caatinga) da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil (Fonte: SRH, 2010).

Cada um dos pontos representados na figura 9 corresponde ao vértice georeferenciado

de uma parcela, sendo medido, a partir do mesmo, 20m em direção ao sul e 20m em direção a

oeste, totalizando um quadrado com 400 m² (área total de cada parcela). As parcelas

instaladas na área de Caatinga situam-se entre 400-450 m.s.m., e as parcelas instaladas na área

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de Brejo de Altitude, entre 700-750 m.s.m. A distância em linha reta entre as áreas

inventariadas é de 1,5 km. A figura 10 ilustra a implantação de parcelas fixas nas áreas de

estudo.

Figura 10: Registro da implantação de parcelas fixas no Brejo de Altitude (esquerda) e na Caatinga (direita), Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Em cada parcela foram amostrados todos os indivíduos do estrato arbustivo-arbóreo

com circunferência a altura do peito (CAP) maior que 6 cm, com exceção de cactos, por não

permitirem a estimativa da biomassa e do volume de madeira. As alturas totais e o CAP foram

obtidos por meio de uma vara telescópica e de uma fita métrica, respectivamente, e

devidamente registrados em ficha de campo (Anexo II). O critério de inclusão, segundo o

protocolo de medições de parcelas permanentes da Rede de Manejo Florestal da Caatinga, foi

que a base do caule estivesse dentro da parcela, mesmo que o fuste e/ou a copa ficassem de

fora (CTCRMFC, 2005).

Todas as árvores e arbustos incluídos nas parcelas foram marcados, por meio de uma

plaqueta de alumínio devidamente numerada, e identificados, inicialmente com o nome

popular, por um mateiro da região, e posteriormente com o nome científico.

O material botânico foi coletado segundo as normas usuais sugeridas para a taxonomia

por Mori et al. (1989), procurando incluir a variabilidade encontrada nas populações. O

material foi prensado ainda em campo, e em seguida, herborizado e incorporado ao acervo do

Herbário da Universidade Federal de Sergipe (ASE). As duplicatas serão enviadas

posteriormente para os principais herbários nordestinos.

3.3 Tratamento dos dados florísticos

A identificação do material botânico foi realizada no Herbário ASE, paralelamente às

coletas, por meio de bibliografia especializada, chaves taxonômicas, comparação com

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material da coleção dos Herbários ASE e MAC, e envio a especialistas. Os acrônimos das

instituições estão de acordo com Thiers [continuously updated]. O sistema de classificação

adotado para as angiospermas foi o APG III (2009). Quanto às Pteridófitas, o sistema de

classificação adotado está de acordo com Tryon e Tryon (1982).

A grafia, a autoria das espécies e a atualização dos nomes científicos foram realizadas

a partir de consulta à literatura e ao site da base de dados Missouri Botanical Garden's VAST

(VAScular Tropicos) nomenclatural database - W3 Tropicos (2010).

A listagem florística foi elaborada de acordo com o APG III (2009) e as famílias

dispostas em ordem alfabética. Além disso, são fornecidas informações sobre nome popular,

hábitat e hábito (EITEN, 1992), de cada espécie. Foi realizada também a comparação das

espécies referidas neste trabalho com as listas de espécies endêmicas da Caatinga

(GIULIETTI et al. 2002, CARDOSO e QUEIROZ 2007), ameaçadas de extinção (IBAMA

1992, BIODIVERSITAS 2005, MMA 2008, IUCN 2010), raras (GIULIETTI et al. 2009) e

invasoras. Considerou-se invasora qualquer espécie nativa ou exótica, com elevada taxa de

reprodução e que causa alterações negativas ao ambiente. Classificaram-se as espécies

exóticas invasoras com base nos trabalhos de Lowe et al. (2000), Instituto Hórus (2010), as

invasoras segundo Bacchi et al. (1984) e as infestantes e nocivas segundo Kissmann (1997),

Kissmann e Groth (1999), Kissmann e Groth (2000).

3.4 Análise dos dados fitossociológicos

Utilizando o programa EstimateS 8.2 (COLWELL, 2005) foram calculadas a

estimativa de riqueza de Jackknife 1 e as curvas de acumulação de espécies (observada e

estimada por Jackknife 1), as quais foram aleatorizadas 100 vezes. A aleatorização dos dados

elimina a influência da ordem em que os mesmos são incluídos na análise, o que resulta em

uma curva acumulativa de espécies suavizada (COLWELL e CODDINGTON, 1994).

Para caracterizar a estrutura da comunidade arbustivo-arbórea, foram calculados, para

cada espécie, os parâmetros fitossociológicos: densidade, frequência e dominância relativas, e

o valor de importância (VI), conforme Muller-Dombois e Ellemberg (1974). Além disso,

foram determinadas as classes de altura e diamétrica, e a posição sociológica relativa (PSR),

de acordo com Souza e Leite (1993), bem como os índices de diversidade de Shannon (H’) e

de equabilidade de Pielou (J’), segundo Brower e Zar (1984). Os cálculos foram efetuados

com o auxílio do programa Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006) e os resultados obtidos foram

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utilizados para analisar a estrutura horizontal e vertical, e a composição florística das áreas

estudadas.

A fim de comparar as áreas de estudo, foi calculada a similaridade florística pelo

índice de similaridade de Jaccard, que considera médias binárias com a convenção 1: presença

e 0: ausência, com auxílio do programa EstimateS 8.2 (COLWELL, 2005). Além disso, foram

selecionadas as espécies dominantes ocorrentes em cada área, e construído um gráfico para

auxiliar na comparação. Foram consideradas dominantes aquelas espécies cujos valores da

abundância relativa foram superiores a 1/S, onde S é a riqueza de espécies (URAMOTO et

al., 2005).

A significância das diferenças entre os índices de diversidade de Shannon obtido para

as duas áreas foi verificada através do teste t (Student) modificado para índice de diversidade,

com o auxílio do programa PAST 1.94b (HAMMER et al., 2001). As diferenças quanto à

composição florística foram verificadas através do teste Q de Cochran para presença x

ausência de espécies, e quanto à abundância e riqueza, através do teste do Qui-quadrado, com

significância ao nível de 5% (ZAR, 1999). Esses últimos foram feitos no programa BIOSTAT

5.0 (AYRES et al., 2007).

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Composição Florística

A Serra da Guia, em Poço Redondo, Sergipe, caracteriza-se por apresentar em seu

topo uma vegetação semidecídua de médio porte, na qual o componente arbóreo chega a

atingir 17 m de altura, inserida em uma matriz de Caatinga hiperxerófila.

Nas Tabelas 1 e 2 encontram-se listadas as espécies ocorrentes na área estudada, com

informações sobre o hábitat, hábito e status/categoria de risco. No levantamento florístico

foram amostrados 825 indivíduos, pertencentes à 365 espécies, distribuídas em 227 gêneros e

82 famílias. Dentre os taxas listados, 234 (64,11%) foram identificados em nível específico,

87 (23,84%) em nível genérico, 30 (8,22%) apenas em nível de família e 14 (3,83%) não

foram identificados até o momento, sendo que de cinco desses só foi possível coletar o

material estéril.

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Segundo Moura e Sampaio (2001), a identificação da flora nordestina ainda é muito

problemática, o que implica em listas florísticas com uma proporção alta de plantas sem

identificação completa, apesar de consultas aos especialistas e herbários.

Dentre as espécies ocorrentes na área de estudo, verificou-se que 361 são

Angiospermas (288 Eudicotiledôneas e 73 Monocotiledôneas) – o que corresponde a 65% do

total inventariado para o domínio fitogeográfico da Caatinga no Estado de Sergipe, de acordo

com os dados obtidos da lista de espécies da Flora do Brasil (2010) – e quatro são Pteridófitas

(Asplenium pumilum, Hemionitis palmata, Polypodium triseriale e Anemia oblongifolia).

As famílias que apresentaram maior riqueza específica foram Fabaceae (38 espécies,

sendo 8 Caesalpinioideae, 13 Mimosoideae, 17 Papilionoideae), Euphorbiaceae e Asteraceae

(20 espécies cada), Cyperaceae e Orchidaceae (18 espécies cada), Rubiaceae (14 espécies

cada), Bromeliaceae e Malvaceae (13 espécies cada), e Myrtaceae e Verbenaceae (11 espécies

cada).

A riqueza da família Asteraceae pode estar associada ao estágio sucessional em que se

encontra a vegetação, pois essa família contém muitas espécies herbáceas invasoras, que

ocorrem em estágios iniciais de ocupação de áreas perturbadas (PEDRALLI et al., 1997 apud

VICENTE, 1999).

Os gêneros com maior riqueza foram Cyperus (Cyperaceae) com sete espécies – C.

aggregatus, C. distans, C. haspan, C. squarrosus, C. surinamensis, C. uncinulatus e Cyperus

sp.; seguido por Croton (Euphorbiaceae) com seis espécies – C. argyrophyllus, C.

heliotropiifolius, C. cf. pedicellatus, C. tetradenius, C. tricolor e C. urticifolius; Tillandsia

(Bromeliaceae) com cinco espécies – T. polystachia., T. stricta, T. tenuifolia., T. usneoides e

Tillandsia sp.; e Senna (Fabaceae-Caesalpinoideae), com quatro espécies – S. cana, S.

macranthera, S. rizzinii e Senna sp.

Deve-se destacar também a ocorrência de Cyrtopodium holstii L.C. Menezes,

Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. e Prescottia plantaginifolia Lindl. ex Hook.

(Orchidaceae), Ipomoea regnellii Meisn. (Convolvulaceae), além de Scleria reticularis Michx

(Cyperaceae) como primeiro registro para o Estado de Sergipe (Carregosa; Bianchini;

Menezes - dados não publicados), e de Orthophytum sp., uma espécie nova para a ciência.

Quanto ao hábito, verificou-se que 79 espécies (21,64%) são árvores, 47 (12,88%)

arbustos, 29 (7,94%) semiarbustos, 165 (45,21%) ervas, 40 (10,96%) trepadeiras e cinco

(1,37%) cipós.

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Ao comparar a lista florística obtida a partir deste estudo com as listas de espécies

endêmicas da Caatinga, ameaçadas de extinção, raras e invasoras, constatou-se a ocorrência

de 32 espécies endêmicas, três espécies ameaçadas de extinção e 41 espécies invasoras.

Destaca-se que duas destas, Chromolaena odorata (Asteraceae) e Lantana camara

(Verbenaceae), estão entre as 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo. Nenhuma

espécie rara foi encontrada nas áreas inventariadas (tabela 1).

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Tabela 1. Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Acanthaceae Ruellia bahiensis (Ness) Morong 15816 folha-de-mocó Brejo/Caatinga erva Alstroemeriaceae Alstroemeria sp. 16002

Brejo erva

Bomarea sp. 9047

Brejo erva

Amaranthaceae Alternanthera ficoidea (L.) P. Beauv 15995 erva-de-ovelha Brejo/ Caatinga erva INV

Amaranthaceae sp. 16743

Brejo/Caatinga erva

Amaryllidaceae Hippeastrum stylosum Herb. 16022

Brejo erva

Zephyranthes sp. 16695 cebola-da-terra Caatinga erva

Anacardiaceae Anacardium occidentale L. 20070 cajueiro Brejo árvore

Myracrodruon urundeuva Allemão 20088 aroeira Brejo/Caatinga árvore AME

Schinopsis brasiliensis Engl. 20333 braúna Brejo/Caatinga árvore AME

Annonaceae Annona vepretorum Mart. 16135 araticunzeiro Caatinga árvore END Apiaceae Apiaceae sp. 15769

Brejo erva

Apocynaceae Allamanda blanchetii A. DC. 17553

Brejo/Caatinga trepadeira END

Allamanda sp. 17547

Brejo trepadeira

Aspidosperma pyrifolium Mart. 20040 pereiro Caatinga árvore END

Mandevilla microphylla (Stadelm.) M.F.Sales, Kin.-Gouv. & A.O. Simões

16117

Brejo/Caatinga trepadeira

Marsdenia altissima (Jacq.) Dugand 19509

Brejo cipó

Matelea ganglinosa (Vell.) Rapini 20060 maria-da-corta Brejo/Caatinga cipó

Prestonia coalita (Vell.) Woodson 16041

Brejo/Caatinga trepadeira

Araceae Anthurium affine Schott 16774 santo-inácio Brejo erva

Anthurium sp. 18644

Brejo erva

Philodendron sp. 17566 comigo-ninguém-pode Brejo/Caatinga erva

Pistia stratiotes L. 20062 orelha-de-burro Caatinga erva INV

Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. 18625 licuri Brejo/Caatinga arbusto Aristolochiaceae Aristolochia sp. 16132 rajinha Caatinga erva Asteraceae Acmella sp. 16097

Brejo/Caatinga erva

Ageratum conyzoides L. 16003 mentrasto Brejo/Caatinga erva INV

Bidens pilosa L. 19814 carrapicho-de-agulha Brejo/Caatinga erva INV

Centratherum punctatum Cass. 18670

Brejo/Caatinga semiarbusto INV

Chromolaena cf. odorata (L.) R.M. King & H. Rob. 9957

Brejo erva INV

Delilia biflora L. Kuntze 16101

Brejo erva INV

Emilia fosbergii Nicolson 19843

Brejo/Caatinga erva

Emilia sonchifolia (L.) DC. 18669

Brejo erva INV

Eupatorium cf. ballotaefolium Kunth 19817 balaio-de-velho Brejo/Caatinga erva

Platypodanthera melissifolia (DC.) R.M. King & H. Rob. 19823

Caatinga erva

Tridax procumbens L. 16756

Caatinga erva INV

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Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Asteraceae (cont.) Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake 15998 fumo-bravo Brejo arbusto

Verbesina sp. 15768 rosa-brava Brejo erva

Vernonia sp.1 18652 carabina Brejo/Caatinga erva

Vernonia sp.2 16782

Caatinga semiarbusto

Vernonia sp.3 19947

Brejo semiarbusto

Vernonia sp.4 16116

Caatinga arbusto

Wedelia sp. 16007 rosa-brava Brejo erva

Asteraceae sp.1 16908

Brejo semiarbusto

Asteraceae sp.2 19955

Caatinga trepadeira

Begoniaceae Begonia convolvulacea (Klotzsch) A. DC. 16000 cansanção-de-mocó Brejo erva Bignoniaceae Anemopaegma sp. 16104 cipó-branco Caatinga trepadeira

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 16115 pau-d’arco-roxo Brejo/Caatinga árvore

Handroanthus sp.1 20327 pau-d'arco-amarelo Brejo árvore

Handroanthus sp.2 20330 pau-d'árco-branco Brejo/Caatinga árvore

Jacaranda sp.1 20328 caroba Brejo árvore

Jacaranda sp.2 16720

Caatinga árvore

Melloa quadrivalvis (Jacq.) A.H. Gentry 16760

Caatinga trepadeira END

Bignoniaceae sp.1 16755

Brejo trepadeira

Bignoniaceae sp.2 20086

Caatinga trepadeira

Bixaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 20053 algodão-de-seda Brejo/Caatinga árvore Boraginaceae Cordia latiloba I.M. Johnst. 19894 claraíba Brejo árvore

Heliotropium indicum L. 16757 crista-de-galo Caatinga erva INV

Heliotropium sp. 16092 amarra-cachorro Brejo arbusto

Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex DC. 16722 canudeiro Brejo/Caatinga arbusto

Bromeliaceae Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb. 15802 gravatá Brejo/Caatinga erva

Aechmea lingulata (L.) Baker 16030 gravatá Brejo/Caatinga erva

Cryptanthus cf. bahianus L.B. Sm. 18630

Brejo erva

Encholirium spectabile Mart. ex Schult. f. - macambira-de-flecha Brejo/Caatinga erva END

Hohenbergia catingae Ule 18622

Brejo/Caatinga erva END

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez 16707 craoá Caatinga erva END

Orthophytum sp. 19922 macambira-de-cabeça Caatinga erva

Tillandsia polystachia (L.) L. 15787

Brejo erva

Tillandsia stricta Sol. ex Sims 20049

Brejo erva

Tillandsia tenuifolia L. 8720

Brejo erva

Tillandsia usneoides (L.) L. 19863

Brejo erva INV

Tillandsia sp. 15815

Brejo erva

Vriesea sp. 20321

Brejo erva

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Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett 16140 imburana-de-cambão Caatinga árvore END Cactaceae Cereus jamacaru DC. 17565 mandacaru Brejo/Caatinga semiarbusto END

Melocactus ernestii subsp. ernestii Vaupel 16114 cabeça-de-frade Brejo/Caatinga erva END

Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb. 9265 cabeça-de-frade Brejo/Caatinga erva END

Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & G.D. Rowley 15341 facheiro Brejo/Caatinga semiarbusto

Pilosocereus sp. 18687 facheiro Brejo/Caatinga semiarbusto

Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiff. 16736

Brejo erva

Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P. Taylor & Stuppy 19923 quipá Caatinga erva END

Cannabaceae Celtis iguanaea (jacq.) Sarg. 16740 joameirinho Brejo árvore Cannaceae Canna sp. 18680

Brejo erva

Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. 16138 feijão-bravo Brejo/Caatinga árvore END

Capparis jacobinae Moric. ex Eichler 16689 icó Brejo/Caatinga árvore END

Capparis nectaria Vell. 19965 indet. 2 Brejo árvore

Celastraceae Maytenus rigida Mart. 16688 bonome Caatinga árvore END

Maytenus sp. 20065 bonome-da-mata Brejo árvore

Clusiaceae Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 16029 casuçú Brejo/Caatinga árvore Combretaceae Combretum cf. fruticosum (Loefl.) Stuntz 18660

Brejo arbusto

Conocarpus sp. 18727

Caatinga erva

Commelinaceae Commelina erecta L. 16738 água-de-santa-luzia Caatinga erva INV Convolvulaceae Evolvulus cf. glomeratus Nees & C. Mart. 16758

Caatinga erva

Evolvulus sp. 19996

Caatinga trepadeira

Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. -

Brejo/Caatinga trepadeira

Ipomoea brasiliana Meisn. 16014 batata-de-porco Brejo/Caatinga trepadeira END

Ipomoea regnellii Meisn. 20059

Caatinga trepadeira

Jacquemontia evolvuloides Meisn. 16009 amarra-pé Brejo/Caatinga trepadeira

Jacquemontia sp. 19983

Caatinga trepadeira

Merremia sp. 20072

Caatinga trepadeira

Operculina macrocarpa (Linn) Urb. 16013 batata-de-purga Brejo erva

Cucurbitaceae Cayaponia tayuya (Vell.) Cogn. 16113

Caatinga trepadeira

Cucurbitaceae sp.1 15775

erva

Cucurbitaceae sp.2 16099 melão-de-cerca Brejo/Caatinga trepadeira

Cyperaceae Bulbostylis capillaris (L.) Kunth ex C.B. Clarke 18632

Brejo erva INV

Cyperus aggregatus (Willd.) Endl. 9080

Brejo erva

Cyperus distans L. f. 18679

Brejo/Caatinga erva INV

Cyperus haspan L. 15813

Brejo erva INV

Cyperus squarrosus L. 8736

Brejo erva

Cyperus surinamensis Rottb. 18639

Brejo erva INV

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Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Cyperaceae (cont.) Cyperus uncinulatus Schrad. ex Nees 8737

_ erva

Cyperus sp. 16102

Brejo erva

Eleocharis elegans (Kunth) Roem. & Schult. 16098

Caatinga erva INV

Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl 8735

Brejo erva INV

Fuirena umbellata Rottb. 18637

Brejo erva

Kyllinga odorata Vahl 19915

Brejo erva INV

Kyllinga squamulata Vahl 19904

Brejo erva

Lipocarpha micrantha (Vahl) G.C. Tucker 10122

Brejo erva

Pycreus fugax (Liebm.) C.D. Adams 9239

Brejo erva

Pycreus sp. 8733

Brejo erva

Rhynchospora contracta (Nees) J. Raynal 18575

Caatinga erva

Scleria reticularis Michx. 19877

Brejo/Caatinga erva

Ebenaceae Diospyros sp. 16775

Brejo árvore Eriocaulaceae Paepalanthus myocephalus Mart. 19954

Brejo erva

Erythroxylaceae Erythroxylum revolutum Mart. 20329 quiri-de-junta Caatinga árvore

Erythroxylum subrotundum A. St.-Hil. 16920 varela Brejo/Caatinga árvore

Erythroxylum sp. 20334 pau-chorão Brejo árvore

Euphorbiaceae Chamaesyce hyssopifolia (L.) Small 19900 erva-sangue Brejo/Caatinga erva

Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. 16690 favela Caatinga arbusto INV

Cnidoscolus urens (L.) Arthur 8675 cansação Brejo/Caatinga erva INV

Croton argyrophyllus Kunth 16918 sacatinga-branca Brejo árvore

Croton heliotropiifolius Kunth 16783 velande Brejo/Caatinga semiarbusto

Croton cf. pedicellatus Kunth 18050 velande-rasteiro Brejo/Caatinga semiarbusto

Croton tetradenius Baill. 16746 velandinho Brejo/Caatinga erva

Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 16894 sacatinga-preta Brejo árvore

Croton urticifolius Lam. 17549 velande-branco Brejo/Caatinga arbusto

Euphorbia comosa Vell. -

Caatinga erva INV

Euphorbia heterodoxa Müll. Arg. 16134 tingui Caatinga erva

Euphorbia phosphorea Mart. 17557 pau-de-leite/labirinto Caatinga erva

Jatropha mutabilis Benth. 16702 pinhão Caatinga semiarbusto END

Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. 18034 pinhão-rasteiro Caatinga semiarbusto END

Manihot dichotoma Ule 16901 mandioca-brava Caatinga arbusto END

Phyllanthus sp. 18028 quebra-pedra Caatinga erva

Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 16776 burra-leiteira Brejo/Caatinga árvore

Euphorbiaceae sp.1 20342 indet. 4 Brejo árvore

Euphorbiaceae sp.2 20324 pau-teiu Brejo árvore

Euphorbiaceae sp.3 16020

Brejo erva

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Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Fabaceae Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 16037 mororó Brejo/Caatinga arbusto Caesalpinioideae Chamaecrista sp. 16889

Brejo/Caatinga arbusto

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz 20079 pau-ferro Brejo/Caatinga árvore

Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz 16905 catingueira Caatinga árvore END

Senna cana (Nees & C. Mart.) H.S. Irwin & Barneby 16109 flor-de-bezouro Caatinga arbusto

Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby 16004 flor-de-bezouro Brejo/Caatinga arbusto

Senna rizzinii H.S. Irwin & Barneby 15771

Brejo/Caatinga arbusto END

Senna sp. 20064 flor-de-são-joão Brejo/Caatinga arbusto

Fabaceae- Acacia cf. glomerosa Benth. 19964 espinheiro Brejo árvore Mimosoideae Albizia sp. 15792 moisés Brejo árvore

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan - angico-de-caroço Caatinga árvore

Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis 20029 arapiraca Brejo/Caatinga arbusto

Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. 15799

Caatinga arbusto

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 16137 calumbi Brejo/Caatinga arbusto

Mimosa sp. 18733 jurema-preta Caatinga árvore

Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima

20030 angico-manjola Caatinga árvore

END

Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 16892 jurema-branca Caatinga árvore

Piptadenia sp. 20039 jiquirizeiro Brejo/Caatinga árvore

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson 16125 quipé Caatinga árvore

Senegalia sp. 18568 espinheiro-branco Brejo/Caatinga árvore

Fabaceae-Mim. sp. 20008 unha-de-gato/malicia Caatinga arbusto

Fabaceae- Aeschynomene cf. mollicula Kunth 18049

Brejo/Caatinga semiarbusto Papilionoideae Centrosema brasilianum (L.) Benth. 19950

Brejo/Caatinga trepadeira

Chaetocalyx scandens (L.) Urb. 19822

Caatinga trepadeira

Clitoria sp. 9141

_ trepadeira

Crotalaria cf. retusa L. 18598

Brejo erva INV

Dioclea violacea Mart. ex Benth. 16035 olho-de-boi Brejo/Caatinga cipó

Indigofera lespedezioides Kunth 16936 anil Brejo/Caatinga semiarbusto

Indigofera suffruticosa Mill. -

Brejo erva INV

Lonchocarpus araripensis Benth. 16703

Caatinga arbusto END

Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 16119 mau-vizinho Brejo árvore

Macroptilium bracteatum (Nees & C. Mart.) Maréchal & Baudet

19967 feijãozinho Brejo/Caatinga erva

Vigna sp. 16778

Brejo/Caatinga trepadeira

Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel 20340 indet. 1 Brejo árvore

Zornia sericea Moric. 9250

_ erva

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Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Fabaceae Zornia thymifolia Kunth 18035 amendoim-bravo Caatinga semiarbusto INV Papilionoideae (cont.) Fabaceae-Pap. sp.1 -

Brejo/Caatinga trepadeira

Fabaceae-Pap. sp.2 -

Caatinga semiarbusto

Gentianaceae Schultesia guianensis (Aubl.) Malme 19836

Brejo/Caatinga erva Iridaceae Cypella linearis (Kunth) Baker 19831 alho-da-terra Caatinga erva Lamiaceae Hypenia salzmannii (Benth.) Harley 16698 barrigudinha Caatinga erva

Hyptis pectinata (L.) Poit. 19942 sambacaitá Brejo/Caatinga erva INV

Marsypianthes cf. chamaedrys (Vahl) Kuntze 18027

Caatinga erva

Rhaphiodon echinus Schauer 18572 espinho-de-bola Caatinga erva

Lauraceae Ocotea sp. 16018

Brejo árvore Lythraceae Cuphea sp. 16100

Caatinga erva

Lafoensia pacari A. St.-Hil. 19903 banha-de-galinha Brejo árvore

Pleurophora anomala (A. St.-Hil.) Koehne 20067

Caatinga erva

Lythraceae sp. 18667

Brejo erva

Malpighiaceae Galphimia brasiliensis (L.) A. Juss. 16131

Brejo/Caatinga erva

Heteropterys sp. 16120

Brejo/Caatinga arbusto

Stigmaphyllon paralias A. Juss. 17525 malina Caatinga semiarbusto

Stigmaphyllon sp. 16734

Brejo/Caatinga cipó

Malpighiaceae sp.1 16133 cipó-de-catengui Brejo/Caatinga cipó

Malpighiaceae sp.2 17552

Brejo semiarbusto

Malpighiaceae sp.3 18032

Caatinga semiarbusto

Malpighiaceae sp.4 18707

Brejo trepadeira

Malvaceae Abutilon regnellii Miq. 16749

Brejo/Caatinga arbusto

Helicteres sp.1 16771 bola-de-caçador Brejo arbusto

Helicteres sp.2 16779 cipó-de-caçador Brejo/Caatinga arbusto

Herissantia crispa (L.) Brizicky 16130

Caatinga arbusto END/ INV

Herissantia tiubae (K. Schum.) Brizicky 16742 mela-bode Brejo arbusto END

Malvastrum sp. 16914

Brejo/Caatinga semiarbusto

Pavonia cancellata (L.) Cav. 20020

Caatinga erva INV

Pavonia sp. 16692

Caatinga arbusto

Sida galheirensis Ulbr. 18711

Caatinga erva END

Sida sp.1 15796

Brejo erva

Sida sp.2 19948

Brejo erva

Malvaceae sp.1 20326 moleque-duro Brejo/Caatinga árvore

Malvaceae sp.2 16685

Caatinga erva

Marantaceae Calathea sp. 16924

Brejo erva

Maranta sp. 16773 cana-de-macaco Brejo/Caatinga erva

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Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Marcgraviaceae Norantea brasiliensis Choisy 16744 casuçú Brejo árvore Melastomataceae Tibouchina multiflora Cogn. 20054

Caatinga semiarbusto

Menispermaceae Cissampelos sp. 16906

Brejo trepadeira Moraceae Ficus sp. 18659 gameleira Brejo/Caatinga árvore Myrtaceae Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand 16701 araçá-de-porco Brejo/Caatinga arbusto END

Campomanesia sp. 16896

Caatinga arbusto

Eugenia cf. edulis Vell. 16929 cambucá Brejo árvore

Eugenia sp.1 16704 araçá Brejo/Caatinga árvore

Eugenia sp.2 16727 azeitona Brejo árvore

Eugenia sp.3 18014 canela-de-viado Brejo/Caatinga árvore

Eugenia sp.4 20332 pitomba-de-cágado Caatinga arbusto

Myrcia guianensis (Aubl.) DC. 18611

Brejo arbusto

Myrciaria sp. 20331 branquinha Brejo árvore

Psidium sp. 16711 araçá-de-boi Caatinga arbusto

Myrtaceae sp. 20339 vermelhinho Brejo árvore

Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell 16691 bandola Brejo/Caatinga árvore

Guapira sp. 16912 bandola-da-mata Brejo árvore

Olacaceae Ximenia americana L. 20082 ameixa Caatinga arbusto Onagraceae Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven 19851

Caatinga erva INV

Ludwigia sp. 20076

Caatinga erva

Orchidaceae Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe 15857

Brejo erva

Catasetum hookeri Lindl. 18605

Brejo/Caatinga erva

Catasetum purum Nees & Sinning 15862

Brejo/Caatinga erva

Cattleya labiata Lindl. 15739

Brejo erva AME

Cranichis candida Cogn. 18421

Brejo erva

Cyrtopodium holstii L.C. Menezes 15865

Caatinga erva

Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl. 16761

Brejo erva

Epidendrum rigidum Jacq. 15801

Brejo erva

Habenaria schenckii Cogn. 19833

Caatinga erva

Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. 15761

Brejo erva

Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. 18606

Brejo/Caatinga erva INV

Oncidium barbatum Lindl. 19921

Brejo erva

Polystachya estrellensis Rchb.f. 18411

Brejo erva

Prescottia plantaginifolia Lindl. ex Hook. 20055

Caatinga erva

Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay 16693

Caatinga erva

Vanilla palmarum (Salzm. ex Lindl.) Lindl 18417

Brejo/Caatinga erva

Vanilla planifolia Andrews 8721 banana-brava Caatinga erva

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Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Orchidaceae (cont.) Zygostates sp. 18418

Brejo erva

Oxalidaceae Oxalis sp. 18033 quebra-pedra Caatinga erva Passifloraceae Passiflora cincinnata Mast. 16725 maracujá-do-mato Brejo/Caatinga trepadeira

Passiflora foetida L. 16931 maracujá-de-papoco Brejo trepadeira INV

Piriqueta racemosa (Jacq.) Sweet 16016

Brejo/Caatinga erva

Turnera calyptrocarpa Urb. 18051

Caatinga semiarbusto

Turnera cearensis Urb. 15749

Brejo semiarbusto

Turnera chamaedrifolia Cambess. 16729

Brejo semiarbusto

Phytolaccaceae Rivina humilis L. 17541

Brejo erva Piperaceae Piperaceae sp. 18613

Brejo erva

Plantaginaceae Angelonia biflora Benth. 16103

Brejo/Caatinga erva END

Angelonia campestris Nees & Mart. 16715

Brejo/Caatinga erva END

Angelonia cornigera Hook. 18031

Caatinga erva END

Scoparia dulcis L. 16024

Brejo/Caatinga erva INV

Poaceae Chloris sp. 8739

Brejo erva

Eragrostis ciliaris (L.) R. Br. 9245

_ erva

Panicum trichoides SW. 8726

Brejo erva

Rhynchelytrum repens (Willd.) C.E. Hubb. 18573

Caatinga erva INV

Poaceae sp.1 18675 cambambá Brejo erva

Poaceae sp.2 16747

Brejo erva

Poaceae sp.3 18704

Brejo/Caatinga erva

Polygalaceae Bredemeyera kunthiana (A. St.-Hil.) Klotzsch ex A.W. Benn. 16028

Brejo trepadeira

Bredemeyera sp. 16032

Brejo/Caatinga árvore

Polygala alfredi Chodat 18743

Caatinga erva

Polygala decumbens A.W. Benn. 16005

Brejo/Caatinga erva

Polygala glochidiata Chodat 19980

Brejo/Caatinga erva

Polygala martiana A.W. Benn. 19933

Brejo erva

Polygala spectabilis DC. 16919

Brejo semiarbusto

Polygala violacea Aubl. 18646

Brejo erva INV

Polygala sp. 19920

Caatinga erva

Polygonaceae Ruprechtia laxiflora Meisn. 16123 pau-de-caixão Brejo árvore Pontederiaceae Eichhornia cf. paniculata (Spreng.) Solms 16751

Caatinga erva

Portulacaceae Portulaca oleracea L. 16923 berduega Caatinga erva INV

Portulaca sp. 20036 sete-estepe Caatinga erva

Rhamnaceae Gouania latifolia Reissek 16034

Brejo/Caatinga arbusto

Ziziphus joazeiro Mart. 16686 joazeiro Brejo/Caatinga árvore END

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Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Rubiaceae Alseis floribunda Schott 20325 quiri-branco Brejo/Caatinga árvore

Chiococca alba (L.) Hitchc. 16008

Brejo arbusto

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. 16926

Brejo/Caatinga arbusto

Diodella teres (Walter) Small 18603

Caatinga erva

Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. 19970

Brejo trepadeira

Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 16921 angeca Brejo/Caatinga árvore END

Guettarda sp. 16890 rompe-gibão Brejo árvore

Randia armata (Sw.) DC. 17567 espinho-de-croá Brejo/Caatinga árvore

Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. 18565

Brejo/Caatinga erva INV

Richardia sp. 19988

Caatinga erva

Spermacoce cf. capitata Ruiz & Pav. 17556

Brejo/Caatinga erva INV

Spermacoce verticillata L. 16015 vassoura-de-botão Brejo/Caatinga erva INV

Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 16917 jenipapo-bravo Brejo/Caatinga árvore

Rubiaceae sp. 16039

Brejo/Caatinga erva

Rutaceae Zanthoxylum sp. 18720 laranja-brava Brejo árvore Salviniaceae Salvinia cf. oblongifolia Martius 15753

Caatinga erva

Santalaceae Phoradendron affine (Pohl ex DC.) Engl. & K. Krause 17563 erva-de-passarinho Brejo erva

Phoradendron cf. obtusissimum (Miq.) Eichler 15742 erva-de-passarinho _ erva

Santalaceae sp. 15994

Brejo erva

Sapindaceae Cardiospermum cf. corindum L. 18627

Brejo/Caatinga trepadeira

Cardiospermum cf. halicacabum L. 15993

Brejo trepadeira INV

Cupania sp. 20336 cambotá Brejo árvore

Serjania glabrata Kunth 16021

Brejo trepadeira

Serjania sp. 19824

Caatinga trepadeira

Sapindaceae sp. 19952

Brejo trepadeira

Sapotaceae Pouteria sp. 15791

Brejo árvore

Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn.

20038 quixabeira Caatinga árvore

Schoepfiaceae Schoepfia brasiliensis A. DC. 19895

Brejo arbusto Simaroubaceae Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. 20057 jaca-brava Brejo/Caatinga árvore Smilacaceae Smilax sp. 16038 japecanga Brejo trepadeira Solanaceae Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don 16735 manacá Brejo/Caatinga árvore

Capsicum parvifolium Sendtn. 17536 indet. 5 Brejo árvore

Solanum cf. asterophorum Mart. 19862 jurubeba-branca Brejo/Caatinga arbusto

Solanum sp.1 16728 jurubeba Brejo/Caatinga arbusto

Solanum sp.2 16932

Brejo arbusto

Vassobia cf. breviflora (Sendtn.) Hunz. 15757

Brejo arbusto

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Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Taliniaceae Talinum portulacifolium (Forssk.) Asch. ex Schweinf. 20022 lingua-de-vaca Brejo erva Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 15999 cansanção Brejo semiarbusto INV

Urtica sp. 16754 urtiga Brejo trepadeira

Valerianaceae Valeriana scandens L. 15784

Brejo trepadeira Verbenaceae Lantana camara L. 16010 chumbinho Brejo/Caatinga arbusto INV

Lantana radula Sw. 16012 camará Brejo/Caatinga arbusto

Lantana sp. 18039 candeia-de-queimar Caatinga arbusto

Lippia cf. alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson 18582 cidreira Brejo/Caatinga arbusto

Lippia sidoides Cham. 9384 alecrim-pimenta _ arbusto

Stachytarpheta angustifolia (Mill.) Vahl 16750

Caatinga erva

Tamonea curassavica (L.) Pers. 16006

Brejo erva

Tamonea sp.1 -

Caatinga semiarbusto

Tamonea sp.2 16708 candeia-de-caboclo Caatinga semiarbusto

Vitex sp. 20335 maria-preta Brejo árvore

Verbenaceae sp. 16748 alecrim-de-vaqueiro Brejo/Caatinga semiarbusto

Violaceae Hybanthopsis bahiensis Paula-Souza 16713

Brejo/Caatinga erva

Hybanthus sp. 18026

Caatinga erva

Vitaceae Cissus pulcherrima Vell. 16110

Caatinga arbusto

Cissus simsiana Schult & Schult f. 17537

Brejo semiarbusto

Indeterminada 1 Sp.1 20041 quina-quina Brejo/Caatinga árvore Indeterminada 2 Sp. 2 20337 esporão-de-galo Brejo árvore Indeterminada 3 Sp. 3 20341

Brejo árvore

Indeterminada 4 Sp. 4 20343

Brejo árvore Indeterminada 5 Sp. 5 20344

Brejo árvore

Indeterminada 6 Sp. 6 20338 quiri-preto Brejo árvore Indeterminada 7 Sp. 7 16687 pau-de-pipoca Caatinga árvore Indeterminada 8 Sp. 8 16709 linha-de-bordar Caatinga erva Indeterminada 9 Sp. 9 20066

Brejo erva

Indeterminada 10 Sp. 10 19949 xinim Brejo trepadeira Indeterminada 11 Sp. 11 18708

Caatinga trepadeira

Indeterminada 12 Sp. 12 19925

Brejo erva Indeterminada 13 Sp. 13 16091

Brejo trepadeira

Indeterminada 14 Sp. 14 16121

Brejo árvore

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Tabela 2: Listagem florística das Pteridófitas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.

Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Anemiaceae Anemia oblongifolia (Cav.) Sw. 19853

Brejo erva

Aspleniaceae Asplenium pumilum Sw. 15773

Brejo erva Polypodiaceae Polypodium triseriale Sw. 18602

Brejo erva

Pteridaceae Hemionitis palmata L. 15774

Brejo erva

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4.2 Estrutura da Vegetação

4.2.1 Área de Caatinga

Foram amostrados 1.147 indivíduos, representando uma área basal de 5,30 m2ha-1,

perfazendo um total de 47 espécies distribuídas em 38 gêneros e 23 famílias botânicas. O

número de espécies arbustivo-arbóreas inventariadas neste estudo foi superior ao registrado

em outros trabalhos desenvolvidos em Caatinga: Drumond et al. (2002), Braga e Cavalcante

(2007), Ferreira et al. (2007), Freitas et al. (2007) e Calixto Júnior (2009).

As famílias mais expressivas quanto à abundância foram Fabaceae (598 indivíduos,

sendo 191 Caesalpinioideae e 407 Mimosoideae), Nyctaginaceae (101), Myrtaceae (91),

Erythroxylaceae (70), Rubiaceae (45) e Bignoniaceae e Euphorbiaceae (43 cada). De todo o

material analisado, destaca-se a predominância de Fabaceae que representou 52,1% dos

indivíduos inventariados (figura 11).

Figura 11: Famílias botânicas registradas na Caatinga quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

As famílias mais representativas quanto a riqueza foram Fabaceae com 13 espécies (4

Caesalpinioideae e 9 Mimosoideae), Myrtaceae com 4 espécies, Euphorbiaceae e Rubiaceae

com 3 espécies e, Anacardiaceae, Bignoniaceae, Erythroxylaceae e Verbenaceae com 2

espécies cada (tabela 3). Essas oito famílias representam 66% das espécies arbustivo-arbóreas

amostradas na área. Os gêneros mais ricos foram Eugenia, com três espécies, seguido por

Erythroxylum, Handroanthus, Lantana, Mimosa e Piptadenia, com duas espécies cada.

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Observou-se que, a subfamília Papilionoideae não apareceu na amostragem do estrato

arbustivo-arbóreo da Caatinga, a exemplo dos estudos realizados por Drumond et al. (2002),

Alcoforado-Filho et al. (2003), Andrade et al. (2005) e Dória Neto (2009).

Tabela 3: Listagem de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Família Nome Científico Nome Popular Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira Schinopsis brasiliensis Engl. braúna Annonaceae Annona vepretorum Mart. araticum Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. licurizeiro Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos pau-dárco-roxo Handroanthus sp.2 pau-dárco-branco Boraginaceae Heliotropium sp. amarra-cachorro Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett imbura-de-cambão Capparaceae Capparis jacobinae Moric. ex Eichler icó Celastraceae Maytenus rigida Mart. bonome Clusiaceae Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire casuçú Erythroxylaceae Erythroxylum revolutum Mart. quiri-de-junta Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. varela Euphorbiaceae Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm favela Manihot dichotoma Ule mandioca-brava Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber burra-leiteira Fabaceae-Caes. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz pau-ferro Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz catingueira Senna sp. flor-de-são-joão Fabaceae-Mim. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico-de-caroço Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis arapiraca Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. calumbi Mimosa sp. jurema-preta Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima angico-manjola Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson quipé Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke jurema-branca Piptadenia sp. jiquirizeiro Senegalia sp. espinheiro-branco Malvaceae Malvaceae sp.1 moleque-duro Moraceae Ficus sp. gameleira Myrtaceae Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand araçá-de-porco Eugenia sp.1 araçá Eugenia sp.3 canela-de-viado Eugenia sp.4 pitomba-de-cágado Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell bandola Olacaceae Ximenia americana L. ameixa Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. joazeiro Rubiaceae Alseis floribunda Schott quiri-branco Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. angeca Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. jenipapo-bravo Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. quixabeira Solanaceae Solanum cf. asterophorum Mart. jurubeba-branca

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Tabela 3 (continuação): Listagem de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Família Nome Científico Nome Popular Verbenaceae Lantana camara L. chumbinho Lantana sp. candeia-de-queimar Indeterminada 7 Sp. 7 pau-de-pipoca

Fabaceae e Euphorbiaceae têm demonstrado uma alta representatividade em

levantamentos realizados em diferentes fitofisionomias da Caatinga (SOUZA 1983,

DRUMON et al. 2002, SANTANA e SOUTO 2006, CARVALHO et al. 2007, FERREIRA et

al. 2007, FABRICANTE e ANDRADE 2007, FERRAZ 2009, CALIXTO JÚNIOR et al.,

2009), corroborando com os resultados obtidos neste estudo.

A riqueza de espécies arbustivo-arbóreas estimada por Jackknife 1 para a área

inventariada de Caatinga foi de 56,33 espécies, apontando um esforço amostral satisfatório,

uma vez que o resultado observado (47 espécies) representou 83,44% da riqueza estimada

para a área (figura 12).

Figura 12: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Ao analisar a curva do coletor (figura 13), percebeu-se uma tendência de estabilização

a partir da 10ª unidade amostral, com o acréscimo de apenas seis espécies: Capparis

jacobinae e Sideroxylon obtusifolium na 11ª parcela, Alseis floribunda na 12ª, Handroanthus

sp.2 na 13ª, e Clusia dardanoi e Piptadenia sp. na 14ª. Segundo Santana (2005), as espécies

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que aparecem no final da curva são consideradas como raras, devido a sua baixa densidade na

população amostrada. É o caso de C. jacobinae, C. dardanoi, Piptadenia sp. e S. obtusifolium,

que, na amostragem, aparecem representadas por um único indivíduo e com densidade

relativa de 0,03%.

Figura 13: Curva do coletor para a área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

A densidade total na área de Caatinga foi de 1.911 ind. ha-1 Andrade et al. (2005) e

Freitas et al. (2007), em trabalhos desenvolvidos em duas áreas de Caatinga, com diferentes

históricos de ocupação, obtiveram valores de densidade total para a área conservada de 2.358

ind. ha-1 e 1.758 ind. ha-1, e para a área antropizada de 1.471 ind. ha-1 e 1.091 ind. ha-1,

respectivamente. Valores de densidade total próximos ao encontrado na Serra da Guia foram

verificados por Rodal et al. (2008a), em levantamentos realizados em quatro áreas de

Caatinga localizadas nos municípios de Floresta e Custódia, no Estado de Pernambuco.

A espécie mais abundante foi Pityrocarpa moniliformis com 159 indivíduos,

respondendo por 13,86% do total amostrado. Outros três táxons contribuíram de forma

expressiva: Mimosa tenuiflora, Bauhinia cheilantha e Guapira noxia. Essas quatro espécies

foram responsáveis por 43,24% do total de espécimes amostrados (tabela 3).

A estrutura horizontal da comunidade está representada pelo valor de importância

(VI), que expressa a importância ecológica da espécie no ambiente levando em conta os

parâmetros relativos de densidade, dominância e frequência. Neste estudo, Syagrus coronata,

Pityrocarpa moniliformis, Mimosa tenuiflora, Bauhinia cheilantha e Guapira noxia

apresentaram-se como as cinco espécies mais importantes na comunidade (figura 14).

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Figura 14: Relação das espécies que apresentaram os maiores valores de importância (VI) para a área de Caatinga, localizada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

O elevado valor de importância registrado para Syagrus coronata (20,22%) pode ser

explicado pela maior dominância da espécie (52,2%), além de sua frequência na área (5,49%)

- ocorrendo em 13 das 15 parcelas instaladas - apesar do baixo índice de densidade registrado

(2,96%). Quanto à Pityrocarpa moniliformis, o alto VI (9,03%) está condicionado ao fato da

espécie ter apresentado a maior densidade (13,86%) e elevada dominância (10,26%), apesar

da baixa frequência (2,95%), quando comparada às demais.

Mimosa tenuiflora, Bauhinia cheilantha e Guapira noxia, apesar da baixa dominância

(2,4; 1,62 e 3,05%, respectivamente), apresentaram-se com alto índice de densidade (10,46;

10,11 e 10,11%, respectivamente) e boa distribuição na área (5,49; 5,91 e 5,06%,

respectivamente), fatores decisivos para que as mesmas ficassem entre as 5 espécies de maior

VI para a área de Caatinga estudada (tabela 4).

Tabela 4: Relação das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).

Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Syagrus coronata (Mart.) Becc. 34 13 2,7674 2,96 5,49 52,20 27,58 20,22 Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson 159 7 0,5440 13,86 2,95 10,26 12,06 9,03 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 120 13 0,1273 10,46 5,49 2,40 6,43 6,12 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 116 14 0,0858 10,11 5,91 1,62 5,87 5,88 Guapira noxia (Netto) Lundell 101 12 0,1619 8,81 5,06 3,05 5,93 5,64 Senegalia sp. 75 14 0,2263 6,54 5,91 4,27 5,40 5,57

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Tabela 4 (continuação): Relação das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância(%).

Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 69 12 0,2218 6,02 5,06 4,18 5,10 5,09 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett 31 12 0,2540 2,70 5,06 4,79 3,75 4,19 Eugenia sp. 1 75 10 0,0638 6,54 4,22 1,20 3,87 3,99 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 50 12 0,0932 4,36 5,06 1,76 3,06 3,73 Mimosa sp. 26 9 0,2382 2,27 3,80 4,49 3,38 3,52 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 43 10 0,0558 3,75 4,22 1,05 2,40 3,01 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 40 6 0,0499 3,49 2,53 0,94 2,21 2,32 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 14 8 0,0412 1,22 3,38 0,78 1,00 1,79 Erythroxylum revolutum Mart. 20 7 0,0296 1,74 2,95 0,56 1,15 1,75 Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm 23 4 0,0390 2,01 1,69 0,74 1,37 1,48 Manihot dichotoma Ule 18 6 0,0179 1,57 2,53 0,34 0,95 1,48 Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis 9 6 0,0207 0,78 2,53 0,39 0,59 1,24 Ximenia americana L. 17 4 0,0295 1,48 1,69 0,56 1,02 1,24 Maytenus rigida Mart. 14 5 0,0125 1,22 2,11 0,24 0,73 1,19 Aspidosperma pyrifolium Mart. 14 3 0,0286 1,22 1,27 0,54 0,88 1,01 Annona vepretorum Mart. 4 4 0,0288 0,35 1,69 0,54 0,45 0,86 Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand 7 4 0,0050 0,61 1,69 0,09 0,35 0,80 Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 4 3 0,0214 0,35 1,27 0,40 0,38 0,67 Lantana camara L. 7 3 0,0031 0,61 1,27 0,06 0,33 0,65 Eugenia sp. 3 5 3 0,0036 0,44 1,27 0,07 0,25 0,59 Myracrodruon urundeuva Allemão 3 3 0,0083 0,26 1,27 0,16 0,21 0,56 Heliotropium sp. 8 2 0,0037 0,70 0,84 0,07 0,38 0,54 Sp. 7 6 2 0,0099 0,52 0,84 0,19 0,35 0,52 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 1 1 0,0461 0,09 0,42 0,87 0,48 0,46 Eugenia sp. 4 4 2 0,0043 0,35 0,84 0,08 0,21 0,42 Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima 2 2 0,0097 0,17 0,84 0,18 0,18 0,40 Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. 2 2 0,0093 0,17 0,84 0,18 0,18 0,40 Handroanthus sp. 2 3 2 0,0039 0,26 0,84 0,07 0,17 0,39 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 2 2 0,0038 0,17 0,84 0,07 0,12 0,36 Ziziphus joazeiro Mart. 2 2 0,0026 0,17 0,84 0,05 0,11 0,36 Malvaceae sp.1 2 2 0,0011 0,17 0,84 0,02 0,10 0,35 Senna sp. 2 2 0,0011 0,17 0,84 0,02 0,10 0,35 Lantana sp. 4 1 0,0117 0,35 0,42 0,22 0,28 0,33 Solanum cf.asterophorum Mart. 4 1 0,0019 0,35 0,42 0,04 0,19 0,27 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 1 1 0,0064 0,09 0,42 0,12 0,10 0,21 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 1 1 0,0026 0,09 0,42 0,05 0,07 0,19 Ficus sp. 1 1 0,0024 0,09 0,42 0,04 0,07 0,18 Capparis jacobinae Moric. ex Eichler 1 1 0,0009 0,09 0,42 0,02 0,05 0,18 Schinopsis brasiliensis Engl. 1 1 0,0006 0,09 0,42 0,01 0,05 0,17 Alseis floribunda Schott 1 1 0,0007 0,09 0,42 0,01 0,05 0,17 Piptadenia sp. 1 1 0,0004 0,09 0,42 0,01 0,05 0,17 Total 1147 15 5,3015 100 100 100 100 100

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Destaca-se que Syagrus coronata foi mensurada em campo com os mesmos critérios

que as demais espécies. Nas palmeiras mais jovens, a base das bainhas das folhas mais velhas

foram quantificadas junto ao estipe, o que contribuiu para os elevados valores de área basal e

de dominância registrados para a espécie, e, consequentemente, para o elevado valor de VI

obtido.

Os baixos valores de VI evidenciados para a maioria das espécies refletem a presença

de poucos indivíduos, como é o caso de Alseis floribunda, Anadenanthera colubrina,

Capparis jacobinae, Clusia dardanoi, Ficus sp., Piptadenia sp., Schinopsis brasiliensis e

Tocoyena formosa, representados por um único indivíduo em todo o levantamento. Tais

espécies podem ser classificadas como espécies raras para a área em questão. No caso

específico de Anadenanthera colubrina e Schinopsis brasiliensis, Alcoforado-Filho et al.

(2003) citam que essas espécies tendem

a apresentar maior densidade e porte em áreas com vegetação de Caatinga mais úmidas.

Calixto Júnior et al. (2009) citam que Mimosa tenuiflora, que aqui apareceu como a

segunda espécie em termos de abundância e a terceira quanto à importância ecológica, é

considerada uma espécie colonizadora primária em processos sucessionais secundários,

fundamental para o reestabelecimento de vegetações perturbadas pela ação antrópica,

adequando o ambiente para a instalação de espécies mais exigentes.

A espécie Poincianella pyramidalis, que em outros levantamentos realizados no bioma

(ALCOFORADO-FILHO et al. 2003, ANDRADE et al. 2005 e FABRICANTE e

ANDRADE 2007), inclusive no Estado de Sergipe (SOUZA 1983, FONSECA 1991,

FERRAZ 2009, DÓRIA NETO 2009), destacou-se como a primeira ou segunda espécie com

maior IVI, aparece neste estudo na sétima posição.

Carvalho et al. (2007) em estudo desenvolvido em duas áreas de Caatinga no Estado

da Paraíba, destacaram Poincianella pyramidalis como a espécie de maior importância

ecológica na área antropizada, sendo a sua abundância o fator que mais influenciou na

composição do índice. Segundo os autores, essa espécie é característica de áreas em estágio

inicial de sucessão, principalmente quando está evidente em relação ao número de indivíduos.

Os indivíduos inventariados na área de Caatinga da Serra da Guia apresentaram alturas

que variaram de 1,4 a 9,1 m, com altura média de 3,9 m., e foram agrupados em três estratos:

inferior (H < 2,74), médio (2,74 ≤ H < 5,04) e super ior (H ≥ 5,04), como pode ser observado

na figura 15. Braga e Cavalcante (2007), ao estudarem um fragmento de Caatinga arbórea em

regeneração no Estado do Ceará, registraram altura média de 7,73 m., enquanto que Rodal et

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al. (2008b), ao realizarem levantamento em área de vegetação caducifólia espinhosa no

Estado de Pernambuco, obtiveram altura média de 2,37 m.

Figura 15: Estrutura vertical da vegetação da área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Observou-se neste trabalho que 71,75% dos indivíduos amostrados compõem o estrato

médio, e que Bauhinia cheilantha, Pityrocarpa moniliformis e Mimosa tenuiflora foram as

espécies mais abundantes (106, 101 e 86 indivíduos, respectivamente) para este estrato. Tais

espécies também se destacaram como as de maior posição sociológica relativa (PSR),

enquanto que Syagrus coronata, espécie com maior VI registrado, apareceu como a 15ª

quanto à PSR dentro da comunidade. As espécies mais representativas do estrato superior

foram Pityrocarpa moniliformis (53) e Senegalia sp. (14), e do inferior, Mimosa tenuiflora

(30), Eugenia sp. 1 (29) e Syagrus coronata (25) Além disso, foi verificado que 29,79% das

espécies ocorreram nos três estratos, sendo aferido o mesmo percentual para o número de

espécies que ocorreram em apenas um dos estratos (tabela 5).

Tabela 5: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.

Nome Científico H<2,74 2,74 ≤ H<5,04 H ≥ 5,04 Total PSR Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson 5 101 53 159 12,31 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 6 106 4 116 12,12 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 30 86 4 120 10,55 Guapira noxia (Netto) Lundell 14 83 4 101 9,77 Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 11 54 4 69 6,43 Senegalia sp. 8 53 14 75 6,39 Eugenia sp. 1 29 46 0 75 5,98 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 5 44 1 50 5,09 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 4 39 0 43 4,49 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 7 31 2 40 3,71 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett 9 20 2 31 2,53 Mimosa sp. 1 18 7 26 2,16

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Tabela 5 (continuação): Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.

Nome Científico H<2,74 2,74 ≤ H<5,04 H ≥ 5,04 Total PSR Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm 4 16 3 23 1,95 Erythroxylum revolutum Mart. 3 16 1 20 1,89 Syagrus coronata (Mart.) Becc. 25 8 1 34 1,62 Manihot dichotoma Ule 2 13 3 18 1,56 Aspidosperma pyrifolium Mart. 4 10 0 14 1,23 Maytenus rigida Mart. 5 9 0 14 1,15 Ximenia americana L. 12 5 0 17 0,90 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 0 6 8 14 0,80 Lantana camara L. 1 6 0 7 0,70 Sp. 7 0 6 0 6 0,67 Heliotropium sp. 3 5 0 8 0,65 Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis 5 4 0 9 0,59 Eugenia sp.3 0 5 0 5 0,56 Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand 4 3 0 7 0,45 Lantana sp. 1 3 0 4 0,36 Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 0 3 1 4 0,35 Annona vepretorum Mart. 2 2 0 4 0,28 Eugenia sp. 4 2 2 0 4 0,28 Solanum cf. asterophorum Mart. 2 2 0 4 0,28 Myracrodruon urundeuva Allemão 0 2 1 3 0,24 Handroanthus sp.2 0 2 1 3 0,24 Malvaceae sp.1 0 2 0 2 0,22 Senna sp. 0 2 0 2 0,22 Ziziphus joazeiro Mart. 0 2 0 2 0,22 Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. 0 2 0 2 0,22 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 1 1 0 2 0,14 Schinopsis brasiliensis Engl. 0 1 0 1 0,11 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 0 1 0 1 0,11 Ficus sp. 0 1 0 1 0,11 Alseis floribunda Schott 0 1 0 1 0,11 Piptadenia sp. 0 1 0 1 0,11 Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima 1 0 1 2 0,04 Capparis jacobinae Moric. ex Eichler 1 0 0 1 0,03 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 0 0 1 1 0,02 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 0 0 1 1 0,02 Total 207 823 117 1147 100

Para representar a estrutura diamétrica da área de Caatinga utilizou-se o limite inferior

de 1,9 cm de DAP com uma amplitude de 2,5 cm. De acordo com a figura 16, a distribuição

dos indivíduos por classe de diâmetro seguiu o padrão “J” invertido, característico de florestas

nativas, com muitos indivíduos de diâmetro baixo e poucos de diâmetro elevado. Observou-se

que as três primeiras classes de diâmetro concentraram juntas 91,1% dos indivíduos

inventariados, o que sugere que a comunidade se encontra em estágio de regeneração, em

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virtude do elevado número de indivíduos de menor diâmetro, fator que contribui para a

continuidade das espécies na área.

Figura 16: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de

Pielou (J’) foram, respectivamente, 3,02 nats ind.-1 e 0,78. Valores semelhantes de H’ foram

encontrados por Alcoforado-Filho et al. (2003), 3,09 nats ind.-1, em Caruaru, Estado de

Pernambuco, e Ferreira et al. (2007), 2,86 nats ind.-1 e 2,92 nats ind.-1, nas serras de Caturité e

Bodocongó, respectivamente, no Cariri paraibano.

Segundo Felfili e Rezende (2003), os valores de H’ geralmente situam-se entre 1,3 e

3,5, podendo alcançar 4,5 nats ind.-1 em ambientes florestais tropicais. Sendo assim, os

valores de H’ obtidos para a área de Caatinga amostrada encontram-se dentro do esperado,

tanto para a área inventariada quanto para as parcelas quando analisadas separadamente, com

exceção da parcela 13 que apresentou H’= 1,04 nats ind.-1 (figura 17).

Figura 17: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de Caatinga, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

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42

O índice de Shannon é calculado com base no número de espécies e na distribuição

das suas respectivas abundâncias. Uma vez determinado o número de espécies, quanto mais

equitativa for a distribuição da abundância, maior será o valor desse índice. Sendo assim, e de

acordo com os dados gerados pelo Mata Nativa 2, o valor máximo para H’ na área

inventariada seria de 3,85 nats ind.-1 (tabela 6). Ainda de acordo com a tabela 6, o maior valor

de equabilidade de Pielou (J’) foi registrado para as parcelas 6 e 12 (0,92), o que sugere maior

uniformidade nas proporções do número de indivíduos/número de espécies nessas unidades

amostrais.

Tabela 6: Diversidade florística para a área de Caatinga inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. N: nº de indivíduos; S: nº de espécies; ln(S): H’ máx.; H’: índice de diversidade de Shannon-Weaver; C: índice de dominância de Simpson; J’: índice de equabilidade de Pielou.

Parcela N S ln(S) H’ C J’ 1 110 19 2,94 2,51 0,89 0,85 2 63 16 2,77 2,30 0,86 0,83 3 93 15 2,71 1,99 0,78 0,73 4 182 21 3,04 1,88 0,73 0,62 5 52 11 2,40 1,94 0,81 0,81 6 62 14 2,64 2,42 0,91 0,92 7 48 12 2,48 2,17 0,87 0,88 8 64 15 2,71 2,26 0,85 0,83 9 115 23 3,14 2,58 0,90 0,82 10 34 12 2,48 2,24 0,90 0,90 11 31 13 2,56 2,25 0,89 0,88 12 29 13 2,56 2,35 0,92 0,92 13 84 11 2,40 1,04 0,40 0,43 14 95 22 3,09 2,71 0,93 0,88 15 85 20 3,00 2,61 0,92 0,87

Geral 1147 47 3,85 3,02 0,96 0,78

4.2.2 Área do Brejo Altitude

Foram amostrados 3.561 indivíduos, com uma área basal total de 17,73 m2 ha-1,

perfazendo um total de 71 espécies distribuídas em 49 gêneros e 27 famílias botânicas. O

número de espécies arbustivo-arbóreas inventariadas neste estudo mostrou-se semelhante ao

encontrado por Ferraz et al. (1998) e inferior ao registrado por Rodal et al. (2005) e Lima et

al. (2007).

As famílias com maior abundância foram Myrtaceae (1.229 indivíduos),

Nyctaginaceae (511), Bignoniaceae (347), Fabaceae (311, sendo 40 Caesalpinioideae, 215

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Mimosoideae e 56 Papilionoideae), Celastraceae (176), Rubiaceae (140) e Boraginaceae

(129). A família Myrtaceae representou 34,51% dos indivíduos inventariados (figura 18).

Figura 18: Famílias botânicas ocorrentes no Brejo de Altitude quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Quanto a riqueza, as famílias mais representativas foram Fabaceae (10 espécies, sendo

3 Caesalpinioideae, 5 Mimosoideae e 2 Papilionoideae), Myrtaceae (6), Euphorbiaceae e

Rubiaceae (5 espécies cada), Bignoniaceae (4), e Anacardiaceae, Boraginaceae, Malvaceae e

Solanaceae (3 espécies cada) (tabela 7). Essas famílias representam 59,15% das espécies

lenhosas amostradas na área. Os gêneros mais expressivos foram Eugenia e Capparis, com

quatro e três espécies, respectivamente.

Em outros levantamentos realizados em Brejo de Altitude, Fabaceae também se

destacou como a principal família quanto ao número de espécies, seguida por Myrtaceae

(FERRAZ et al. 1998, MOURA e SAMPAIO 2001), Rubiaceae (BARBOSA et al. 2004) ou

Asteraceae e Euphorbiaceae (RODAL et al. 2005).

Tabela 7: Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Família Nome Científico Nome Popular Anacardiaceae Anacardium occidentale L. cajueiro

Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira

Schinopsis brasiliensis Engl. braúna

Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. licurizeiro Asteraceae Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake fumo-bravo Begoniaceae Begonia convolvulacea (Klotzsch) A. DC. cansanção-de-mocó Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos pau-d’árco-roxo

Handroanthus sp.1 pau-d’árco-amarelo

Handroanthus sp 2 pau-d’árco-branco

Jacaranda sp.1 caroba

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44

Tabela 7 (continuação). Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Família Nome Científico Nome Popular Bixaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. algodão-de-seda Boraginaceae Cordia latiloba I.M. Johnst claraíba

Heliotropium sp. Amarra-cachorro

Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex. DC. canudeiro

Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. joameirinho Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. feijão-bravo

Capparis jacobinea Moric. ex Eichler icó

Capparis nectaria Vell. indet. 2

Celastraceae Maytenus sp. bonome-da-mata Clusiaceae Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire casuçú Erythroxylaceae Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. varela

Erythroxylum sp. pau-chorão

Euphorbiaceae Croton argyrophyllus Kunth sacatinga-branca

Croton tricolor Klotzsch ex Baill. sacatinga-preta

Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber burra-leiteira

Euphorbiaceae sp.1 indeterminado 4

Euphorbiaceae sp.2 pau-teiu

Fabaceae-Caes. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó

Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz pau-ferro

Senna sp. flor-de-são-joão

Fabaceae-Mim. Acacia cf. glomerosa Benth. espinheiro

Albizia sp. moisés

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. calumbi

Piptadenia sp. jiquirizeiro

Senegalia sp. espinheiro-branco

Fabaceae-Pap. Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld mau-vizinho

Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel indet. 1

Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil banha-de-galinha Malvaceae Helicteres sp.1 bola-de-caçador

Helicteres sp.2 cipó-de-caçador

Malvaceae sp.1 moleque-duro

Moraceae Ficus sp. gameleira Myrtaceae Eugenia cf. edulis vell. cambucá

Eugenia sp.1 araçá

Eugenia sp.2 azeitona

Eugenia sp.3 canela-de-viado

Myrciaria sp. branquinha

Myrtaceae sp. vermelhinho

Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell bandola

Guapira sp. bandola-da-mata

Polygonaceae Rupreschtia laxiflora Meisn. pau-caixão Rubiaceae Alseis floribunda Schott quiri-branco

Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. angeca

Guettarda sp. rompe-gibão

Randia armata (Sw.) DC. espinho-de-croá

Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. jenipapo-bravo

Rutaceae Zanthoxylum sp. laranja-brava Sapindaceae Cupania sp. cambotá Simarubaceae Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. jaca-brava Solanaceae Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don. manacá

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Tabela 7 (continuação). Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Família Nome Científico Nome Popular Solanaceae (cont.) Capsicum parvifolium Sendtn. indet. 5

Solanum cf. asterophorum Mart. jurubeba-branca

Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. cansanção Verbenaceae Lantana camara L. chumbinho

Vitex sp. maria-preta

Indeterminada 1 Sp. 1 quina-quina Indeterminada 2 Sp. 2 esporão-de-galo Indeterminada 3 Sp. 3 - Indeterminada 4 Sp. 4 - Indeterminada 5 Sp. 5 - Indeterminada 6 Sp. 6 quiri-preto

Como espécies arbustivo-arbóreas comuns a outras áreas de brejos ocorreram:

Brunfelsia uniflora (MOURA e SAMPAIO 2001, BARBOSA et al. 2004, RODAL et al.

2005), Capparis flexuosa (MOURA e SAMPAIO 2001, BARBOSA et al. 2004), Tocoyena

formosa (MOURA e SAMPAIO 2001, BARBOSA et al. 2004, FERRAZ et al. 1998),

Verbesina macrophylla (BARBOSA et al. 2004, FERRAZ et al. 1998, RODAL et al. 2005),

Handroanthus impetiginosus, Libidibia ferrea e Urera baccifera, (MOURA e SAMPAIO

2001), Acacia glomerosa, Capparis jacobinea e Solanum asterophorum (BARBOSA et al.

2004), Guapira noxia, Guettarda angelica e Myracodruon urundeuva (FERRAZ et al. 1998),

e Lantana camara e Machaerium hirtum (RODAL et al. 2005).

A riqueza de espécies arbustivo-arbóreas estimada por Jackknife 1 foi de 84,07

espécies, apontando um esforço amostral satisfatório, uma vez que o resultado observado (71

espécies) representou 84,45% da riqueza estimada para a área (figura 19).

Figura 19: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

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Para a área do Brejo de Altitude, a curva coletora (figura 20) começou a apresentar

estabilização a partir da 11ª unidade amostral, com o registro de apenas quatro espécies nas

parcelas seguintes: Schinopsis brasiliensis na parcela 11, Senna sp. na 12, Myrciaria sp. na 13

e Cochlospermum vitifolium na 14. As espécies C. vitifolium, S. brasiliensis e Senna sp., que

aparecem no final da curva, representadas por um único indivíduo e com densidade de 0,03%,

são consideradas raras para a área amostrada.

Figura 20: Curva do coletor para a área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

A densidade total na área do brejo foi de 5.935 ind. ha-1. Resultado semelhante foi

encontrado por Lima et al. (2007) ao estudarem a estrutura de uma floresta estacional

decidual montana, no planalto da Ibiapaba, no Estado do Ceará, onde obtiveram uma

densidade total de 5.683 ind. ha-1.

A espécie mais abundante foi Eugenia cf. edulis com 655 indivíduos, respondendo por

18,39% do total amostrado. Outros táxons, tais como Guapira sp., Eugenia sp.3 e

Handroanthus sp.1 também contribuíram de forma expressiva, e somados ao anterior foram

responsáveis por 44,65% do total de espécimes amostrados (tabela 8).

Segundo Felfili e Rezende (2003), as espécies de maior VI, teoricamente, são aquelas

que apresentam o maior sucesso em explorar os recursos de seu hábitat. Essas espécies

encontram-se muito bem adaptadas ao ambiente e apresentam elevada importância ecológica

dentro da comunidade. Neste estudo, Guapira sp., Eugenia cf. edulis, Maytenus sp., Syagrus

coronata e Eugenia sp. 3 apresentaram-se como as cinco espécies mais importantes na

comunidade (figura 21)

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Figura 21. Espécies com os maiores valores de importância (VI) para a área do Brejo de Altitude, localizado na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

De acordo com a tabela 8, Guapira sp. é a espécie com o maior VI (9,99%) em virtude

dos elevados valores de densidade (12,78%), frequência (3,56%) e dominância (13,64%)

registrados para a espécie na área de estudo. Em seguida aparece Eugenia cf. edulis (9,3%),

espécie de maior densidade (18,39%) e que ocorreu em todas as parcelas instaladas na área,

com uma frequência de 3,82%, apesar da baixa dominância (5,69%), quando comparada às

demais. Os elevados valores de VI registrados para Maytenus sp. (7,27%) e Syagrus coronata

(6,66%) foram influenciados pelos altos índices de dominância das mesmas (13,06% e 16,4%,

respectivamente), além de, no caso de Maytenus sp., uma boa distribuição na área (3,82%).

Quanto à Eugenia sp. 3, constatou-se que a elevada frequência (3,82%) associada a valores

intermediários de densidade (7,41%) e dominância (7,84%), contribuíram para que a espécie

obtivesse o quinto maior VI da comunidade (6,36%). Esses valores refletem a importância

ecológica dessas espécies para a comunidade do brejo.

Lima et al. (2007) citaram Gymnanthes sp.1, Bauhinia pulchella Benth. e Piptadenia

moniliformis Benth como as espécies com maior importância ecológica, somando 28% do VI

total, no planalto da Ibiapaba, Estado do Ceará.

Tabela 8: Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).

Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Guapira sp. 455 14 2,4193 12,78 3,56 13,64 13,21 9,99 Eugenia cf. edulis Vell. 655 15 1,0094 18,39 3,82 5,69 12,04 9,30

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Tabela 8 (continuação): Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).

Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Maytenus sp. 176 15 2,3164 4,94 3,82 13,06 9,00 7,27 Syagrus coronata (Mart.) Becc. 55 8 2,9089 1,54 2,04 16,40 8,97 6,66 Eugenia sp.3 264 15 1,3899 7,41 3,82 7,84 7,63 6,36 Handroanthus sp.1 216 15 1,0752 6,07 3,82 6,06 6,06 5,32 Albizia sp. 206 14 0,6278 5,78 3,56 3,54 4,66 4,30 Eugenia sp.2 167 10 0,5732 4,69 2,54 3,23 3,96 3,49 Cordia latiloba I.M. Johnst 127 11 0,5917 3,57 2,80 3,34 3,45 3,23 Myrtaceae sp. 125 15 0,2869 3,51 3,82 1,62 2,56 2,98 Jacaranda sp.1 111 14 0,1435 3,12 3,56 0,81 1,96 2,50 Alseis floribunda Schott 59 11 0,4289 1,66 2,80 2,42 2,04 2,29 Guapira noxia (Netto) Lundell 56 8 0,3925 1,57 2,04 2,21 1,89 1,94 Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don. 83 11 0,0988 2,33 2,80 0,56 1,44 1,90 Sp. 4 64 11 0,1790 1,80 2,80 1,01 1,40 1,87 Guettarda sp. 73 12 0,0801 2,05 3,05 0,45 1,25 1,85 Vitex sp. 51 8 0,3415 1,43 2,04 1,93 1,68 1,80 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 43 10 0,2576 1,21 2,54 1,45 1,33 1,73 Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. 58 7 0,2133 1,63 1,78 1,20 1,42 1,54 Cupania sp. 59 7 0,1387 1,66 1,78 0,78 1,22 1,41 Euphorbiaceae sp.1 22 10 0,0339 0,62 2,54 0,19 0,40 1,12 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 29 5 0,1719 0,81 1,27 0,97 0,89 1,02 Myracrodruon urundeuva Allemão 13 7 0,1432 0,37 1,78 0,81 0,59 0,98 Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 54 4 0,0662 1,52 1,02 0,37 0,94 0,97 Ficus sp. 9 5 0,2250 0,25 1,27 1,27 0,76 0,93 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 23 7 0,0619 0,65 1,78 0,35 0,50 0,93 Erythroxylum sp. 16 5 0,1642 0,45 1,27 0,93 0,69 0,88 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 36 5 0,0478 1,01 1,27 0,27 0,64 0,85 Sp. 3 13 7 0,0671 0,37 1,78 0,38 0,37 0,84 Sp. 2 36 4 0,0726 1,01 1,02 0,41 0,71 0,81 Lafoensia pacari A. St.-Hil 13 6 0,0762 0,37 1,53 0,43 0,40 0,77 Eugenia sp. 1 15 6 0,0495 0,42 1,53 0,28 0,35 0,74 Euphorbiaceae sp.2 24 4 0,0542 0,67 1,02 0,31 0,49 0,67 Piptadenia sp. 4 3 0,1838 0,11 0,76 1,04 0,57 0,64 Zanthoxylum sp. 9 5 0,0621 0,25 1,27 0,35 0,30 0,63 Myrciaria sp. 3 1 0,2751 0,08 0,25 1,55 0,82 0,63 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 6 6 0,0132 0,17 1,53 0,07 0,12 0,59 Handroanthus sp 2 16 2 0,1057 0,45 0,51 0,60 0,52 0,52 Capparis nectaria Vell. 7 5 0,0088 0,20 1,27 0,05 0,12 0,51 Malvaceae sp.1 5 5 0,0148 0,14 1,27 0,08 0,11 0,50 Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel 13 3 0,0629 0,37 0,76 0,35 0,36 0,49 Celtis iguanaea (jacq.) Sarg. 6 3 0,0555 0,17 0,76 0,31 0,24 0,41 Capparis flexuosa (L.) L. 4 4 0,0073 0,11 1,02 0,04 0,08 0,39 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 4 3 0,0399 0,11 0,76 0,22 0,17 0,37 Helicteres sp.1 10 3 0,0095 0,28 0,76 0,05 0,17 0,37 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 5 3 0,0266 0,14 0,76 0,15 0,15 0,35 Capsicum parvifolium Sendtn. 5 3 0,0111 0,14 0,76 0,06 0,10 0,32 Helicteres sp.2 4 3 0,0047 0,11 0,76 0,03 0,07 0,30 Heliotropium sp. 3 3 0,0034 0,08 0,76 0,02 0,05 0,29

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Tabela 8 (continuação): Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).

Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 3 3 0,0032 0,08 0,76 0,02 0,05 0,29 Croton argyrophyllus Kunth 5 2 0,0275 0,14 0,51 0,15 0,15 0,27 Randia armata (Sw.) DC. 7 2 0,0043 0,20 0,51 0,02 0,11 0,24 Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 6 2 0,0082 0,17 0,51 0,05 0,11 0,24 Begonia convolvulacea (Klotzsch) A. DC. 4 2 0,0052 0,11 0,51 0,03 0,07 0,22 Senegalia sp. 2 2 0,0026 0,06 0,51 0,01 0,04 0,19 Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake 2 2 0,0008 0,06 0,51 0,00 0,03 0,19 Solanum cf. asterophorum Mart. 2 2 0,0018 0,06 0,51 0,01 0,03 0,19 Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex. DC. 2 2 0,0011 0,06 0,51 0,01 0,03 0,19 Anacardium occidentale L. 2 1 0,0394 0,06 0,25 0,22 0,14 0,18 Sp. 5 4 1 0,0112 0,11 0,25 0,06 0,09 0,14 Rupreschtia laxiflora Meisn. 1 1 0,0163 0,03 0,25 0,09 0,06 0,12 Schinopsis brasiliensis Engl. 1 1 0,0115 0,03 0,25 0,06 0,05 0,12 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 2 1 0,0014 0,06 0,25 0,01 0,03 0,11 Lantana camara L. 1 1 0,0008 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Capparis jacobinea Moric. ex Eichler 1 1 0,0004 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Acacia cf. glomerosa Benth. 1 1 0,0010 0,03 0,25 0,01 0,02 0,10 Sp. 6 1 1 0,0008 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Sp. 1 1 1 0,0005 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 1 1 0,0009 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Senna sp. 1 1 0,0005 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 1 1 0,0041 0,03 0,25 0,02 0,03 0,10 Total 3561 15 17,7345 100 100 100 100 100

Os indivíduos inventariados no Brejo de Altitude apresentaram alturas que variaram

de 1,4 a 17,0 m, com altura média de 6,3 m, e foram agrupados em três estratos: inferior (H <

4,03), médio (4,03 ≤ H < 8,50) e superior (H ≥ 8,50), como pode ser observado na figura 22.

Figura 22: Estrutura vertical da vegetação da área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

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De acordo com a tabela 9, 67,71% dos indivíduos inventariados na área do brejo

pertencem ao estrato médio, com destaque para as espécies Eugenia cf. edulis, Guapira sp. e

Eugenia sp.3, que registraram o maior número de indivíduos para o estrato (477, 290 e 189) e

os maiores valores de posição sociológica relativa - PSR (19,42, 12,24 e 7,69%,

respectivamente). Guapira sp., que apareceu como a espécie de maior importância ecológica,

ocorreu de forma expressiva também nos estratos inferior e superior, e ocupou o segundo

lugar quanto à PSR. Verificou-se que 39,44% das espécies ocorreram nos três estratos e

25,35% em apenas um deles.

Tabela 9: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.

Nome Científico H < 4,03 4,03 ≤ H < 8,50 H ≥ 8,50 Total PSR Eugenia cf.edulis vell. 172 477 6 655 19,42 Guapira sp. 58 290 107 455 12,24 Eugenia sp.3 25 189 50 264 7,69 Handroanthus sp.1 16 130 70 216 5,58 Albizia sp. 22 131 53 206 5,53 Eugenia sp.2 7 129 31 167 5,13 Maytenus sp. 11 87 78 176 4,00 Myrtaceae sp. 24 100 1 125 3,96 Cordia latiloba I.M. Johnst 13 98 16 127 3,90 Jacaranda sp.1 15 92 4 111 3,60 Guettarda sp. 9 54 10 73 2,18 Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don. 33 50 0 83 2,17 Sp. 4 11 46 7 64 1,87 Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. 7 45 6 58 1,79 Guapira noxia (Netto) Lundell 4 45 7 56 1,77 Cupania sp. 8 40 11 59 1,66 Alseis floribunda Schott 10 31 18 59 1,40 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 3 34 6 43 1,34 Vitex sp. 7 31 13 51 1,33 Sp. 2 3 32 1 36 1,23 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 8 27 1 36 1,09 Syagrus coronata (Mart.) Becc. 41 14 0 55 0,90 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 8 20 1 29 0,83 Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 45 9 0 54 0,76 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 3 18 2 23 0,71 Euphrbiaceae sp.2 6 17 1 24 0,70 Euphrbiaceae sp.1 5 15 2 22 0,62 Handroanthus sp.2 0 16 0 16 0,60 Eugenia sp.1 0 14 1 15 0,53 Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel 1 12 0 13 0,46 Lafoensia pacari A. St.-Hil 0 11 2 13 0,43 Sp. 3 1 9 3 13 0,37 Erythroxylum sp. 4 6 6 16 0,31 Zanthoxylum sp. 0 7 2 9 0,28 Helicteres sp.1 2 6 2 10 0,26

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Tabela 9 (continuação): Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.

Nome Científico H < 4,03 4,03 ≤ H < 8,50 H ≥ 8,50 Total PSR Myracrodruon urundeuva Allemão 0 5 8 13 0,25 Ficus sp. 0 6 3 9 0,25 Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 0 6 0 6 0,22 Croton argyrophyllus Kunth 0 5 0 5 0,19 Randia armata (Sw.) DC. 3 4 0 7 0,18 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 1 4 1 6 0,17 Malvaceae sp.1 1 4 0 5 0,16 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 1 4 0 5 0,16 Capsicum parvifolium Sendtn. 1 4 0 5 0,16 Capparis nectaria Vell. 5 2 0 7 0,12 Capparis flexuosa (L.) L. 1 3 0 4 0,12 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 0 3 1 4 0,12 Helicteres sp.2 1 3 0 4 0,12 Sp. 5 0 3 1 4 0,12 Heliotropium sp. 0 3 0 3 0,11 Celtis iguanaea (jacq.) Sarg. 0 1 5 6 0,08 Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 1 2 0 3 0,08 Begonia convolvulaceae (Klotzsch) A. DC. 3 1 0 4 0,07 Senegalia sp. 0 2 0 2 0,07 Solanum cf. asterophorum Mart. 0 2 0 2 0,07 Anacardium occidentale L. 0 2 0 2 0,07 Piptadenia sp. 0 1 3 4 0,06 Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex. DC. 1 1 0 2 0,05 Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake 1 1 0 2 0,05 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 1 1 0 2 0,05 Rupreschtia laxiflora Meisn. 0 1 0 1 0,04 Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 0 1 0 1 0,04 Acacia cf. glomerosa Benth. 0 1 0 1 0,04 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 0 1 0 1 0,04 Sp. 1 0 1 0 1 0,04 Senna sp. 0 1 0 1 0,04 Myrciaria sp. 0 0 3 3 0,03 Schinopsis brasiliensis Engl. 0 0 1 1 0,01 Lantana camara L. 1 0 0 1 0,01 Sp. 6 1 0 0 1 0,01 Capparis jacobinea Moric. ex Eichler 1 0 0 1 0,01 Total 606 2411 544 3561 100

De acordo com a figura 23, a distribuição dos indivíduos por classe de diâmetro

(considerando o limite inferior de 1,9 cm de DAP e amplitude de 2,5 cm) seguiu o padrão “J”

invertido. Observou-se que as três primeiras classes de diâmetro concentraram juntas 92,42%

dos indivíduos inventariados, o que demonstra que a comunidade encontra-se em estágio de

regeneração, em virtude do elevado número de indivíduos de menor diâmetro, fator que

contribui para a continuidade das espécies na área.

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Figura 23: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de

Pielou (J’), obtidos para a área do Brejo de Altitude foram, respectivamente, 3,13 nats ind.-1 e

0,97. Lima et al. (2007) encontraram valor similar para o índice de diversidade de Shannon

(H' = 3,20 nats ind.-1) na floresta da Serra das Almas, Estado do Ceará.

A figura 24 demonstra que os valores de H’ obtidos para o brejo encontram-se dentro

do esperado (entre 1,3 e 3,5 nats ind.-1, segundo Felfili e Rezende, 2003), tanto para a área

como um todo, quanto para as parcelas quando analisadas individualmente.

Figura 24: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de brejo, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.

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53

De acordo com os dados extraídos do Mata Nativa 2, o valor máximo para H’ na área

inventariada seria de 4,28 nats ind.-1, isso se a abundância de todas as espécies amostradas na

área tivesse distribuição equitativa (tabela 10). Ainda de acordo com a mesma tabela, o maior

valor de equabilidade de Pielou (J’) foi registrado para a parcela 9 (0,87), o que indica que na

comunidade vegetal do brejo a mais alta uniformidade nas proporções do número de

indivíduos/número de espécies foi encontrada nesta unidade amostral.

Tabela 10: Diversidade florística para a área de Brejo de Altitude inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. N: nº de indivíduos; S: nº de espécies; ln(S): H’ máx.; H’: índice de diversidade de Shannon-Weaver; C: índice de dominância de Simpson; J’: índice de equabilidade de Pielou.

Parcela N S ln(S) H' C J 1 198 34 3,53 2,85 0,92 0,81 2 337 29 3,37 2,49 0,86 0,74 3 164 23 3,14 2,63 0,91 0,84 4 368 28 3,33 2,59 0,89 0,78 5 187 21 3,04 2,32 0,86 0,76 6 243 27 3,30 2,65 0,89 0,80 7 212 27 3,30 2,80 0,92 0,85 8 154 19 2,94 2,28 0,86 0,78 9 82 29 3,37 2,93 0,93 0,87 10 256 29 3,37 2,86 0,93 0,85 11 295 26 3,26 2,26 0,79 0,69 12 140 27 3,30 2,62 0,90 0,79 13 250 22 3,09 2,31 0,84 0,75 14 255 21 3,04 2,43 0,89 0,80 15 420 31 3,43 2,50 0,87 0,73

Geral 3561 72 4,28 3,13 0,97 0,73

4.2.3 Comparação entre as áreas de estudo

Com base no levantamento florístico, observou-se para a área de Caatinga a ocorrência

de 216 espécies, distribuídas em 153 gêneros e 58 famílias; e, para a área de Brejo de

Altitude, 257 espécies, organizadas em 169 gêneros e 70 famílias. Constatou-se também que,

116 espécies (40 famílias) foram observadas em ambas as áreas, 141 espécies mostraram-se

exclusivas do Brejo de Altitude e 100 da Caatinga. Além disso, 12 famílias ocorreram

exclusivamente na Caatinga e 24 no brejo, sendo a grande maioria representada por uma única

espécie.

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As famílias mais expressivas para a Caatinga foram Fabaceae (30 espécies, sendo 8

Caesalpinioideae, 11 Mimosoideae e 11 Papilionoideae), Euphorbiaceae (15), Asteraceae

(12), Rubiaceae (11), Malvaceae e Orchidaceae (9 espécies cada), Convolvulaceae e

Verbenaceae (8 espécies cada), Bignoniaceae, Bromeliaceae, Cactaceae, Malpighiaceae e

Myrtaceae (6 espécies cada), e Apocynaceae e Polygalaceae (5 espécies cada). Os gêneros

mais expressivos foram Croton, Polygala e Senna (4 espécies cada) e Angelonia, Eugenia,

Euphorbia, Ipomoea, Lantana e Vernonia (3 espécies cada).

Para o Brejo de Altitude, as principais famílias foram Fabaceae (23 espécies, sendo 6

Caesalpinioideae, 6 Mimosoideae e 11 Papilionoideae), seguida por Asteraceae (15),

Cyperaceae (14), Orchidaceae (13), Euphorbiaceae e Rubiaceae (12 espécies cada),

Bromeliaceae (11), Malvaceae e Myrtaceae (8 espécies cada), Polygalaceae (7), e

Apocynaceae, Cactaceae, Malpighiaceae, Solanaceae e Verbenaceae (6 espécies cada). Em

relação aos gêneros, destaque para Cyperus e Croton (6 espécies cada) e Polygala e Tillandsia

(5 espécies cada).

Das 32 espécies endêmicas da Caatinga registradas para a área de estudo, 13 foram

observadas também em áreas de trilhas ou afloramentos rochosos do brejo e três (Capparis

flexuosa, Capparis jacobinea e Guettarda angelica) dentro da própria Mata Serrana. Quanto

às três espécies ameaçadas de extinção, verificou-se que Myracrodruon urundeuva e

Schinopsis brasiliensis (Anacardiaceae) ocorreram nas duas áreas e Cattleya labiata

(Orchidaceae) exclusivamente no brejo. Em relação às 41 espécies invasoras, foi observado

que 13 delas ocorreram apenas na Caatinga, 15 mostraram-se exclusivas do brejo e 13 foram

verificadas em ambas as áreas.

A similaridade florística entre as áreas de Caatinga e Brejo de Altitude analisadas

neste estudo foi considerada baixa. O valor do índice de Jaccard (26,9%) mostrou que as duas

áreas compartilham menos da metade das espécies vegetais. Segundo Kent e Coker (1992),

valores maiores ou iguais a 50% indicam alta similaridade.

A partir da análise dos dados fitossociológicos, constatou-se que a densidade total da

área inventariada no Brejo de Altitude (5.935 ind. ha-1) foi superior a da Caatinga (1.911 ind.

ha-1). A espécie mais abundante no brejo foi Eugenia cf. edulis (n = 655, 18,39%), e na

Caatinga foi Pityrocarpa moniliformis (n = 159, 13,86%).

Na amostragem do estrato arbustivo-arbóreo, a riqueza total foi de 92 espécies, sendo

que a área de brejo apresentou maior riqueza que a de Caatinga (71 e 47 espécies,

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respectivamente). Desse total, 45 espécies mostraram-se exclusivas do brejo, 21 da Caatinga e

26 ocorreram em ambas as áreas.

Lyra (1982) apud Fonseca (1991) não encontrou semelhança alguma ao comparar a

flora da Caatinga com a do brejo no município de Brejo da Madre de Deus, no Estado de

Pernambuco. Moura e Sampaio (2001), ao comparar a flora lenhosa de uma Mata Serrana em

Jataúba, Estado de Pernambuco, com a flora da Caatinga, por meio de listas de espécies,

também evidenciou baixa semelhança entre as mesmas (apenas 19 espécies em comum), e

apontaram como possível causa as grandes diferenças climáticas.

Quando confrontadas as dez espécies de maior VI amostradas na Caatinga e no brejo,

verificou-se que Syagrus coronata foi a única comum as duas áreas. Entretanto, a mesma

apareceu na Caatinga como a espécie de maior VI, e no brejo, ocupou a quarta posição quanto

a esse parâmetro (figura 25).

Ainda de acordo com a figura 25, observou-se que os valores de VI, que refletem a

importância ecológica de cada espécie para a comunidade, apresentaram-se distribuídos de

forma mais homogênea entre as espécies do brejo, visto que, na área de Caatinga, uma única

espécie (Syagrus coronata) representou mais de 20% do VI da comunidade.

Observou-se que Mimosa tenuiflora, Senegalia sp. e Gettarda angelica, espécies que

ocorreram na Caatinga com elevada densidade (10,46, 6,54 e 3,75%, respectivamente) e

frequência (5,49, 5,91 e 4,22%, respectivamente), foram consideradas raras para o brejo (com

densidades de 0,06, 0,06 e 0,03%, respectivamente) e com baixos valores de VI (0,11, 0,19 e

0,10%, respectivamente). Já Alseis floribunda, que ocorreu no brejo com elevada densidade e

frequência (1,66 e 2,80%, respectivamente), mostrou-se como uma espécie rara para a área de

Caatinga, registrando os menores valores de densidade (0,09%) e VI (0,17%).

Destaca-se também que a espécie Lantana camara, que de acordo com Lowe et al.

(2000) é considerada uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo, ocorreu em

ambas as áreas, com densidade, frequência e dominância relativas superiores na Caatinga.

Dentre as 31 espécies dominantes registradas para a Serra da Guia, apenas Guapira

noxia (17) e Syagrus coronata (18) ocorreram tanto na área de Caatinga quanto na de brejo,

porém com diferentes abundâncias (figura 26).

Os resultados obtidos a partir da análise estatística demonstraram diferenças

significativas tanto entre a abundância de Guapira noxia (χ2 = 12,898; gl = 1; p < 0,05) e

Syagrus coronata (χ2 = 4,545; gl = 1; p < 0,05), quanto em relação à riqueza (χ 2 = 4,881; gl =

1; p < 0,05) e à composição florística (Q = 8,4706; gl = 1; p < 0,05) das áreas amostradas.

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Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de

Pielou (J’), obtidos para a área do Brejo de Altitude (H’ = 3,13 nats ind.-1; J’ = 0,97) foram

superiores aos da área de Caatinga (3,02 nats ind.-1; J’ = 0,78). Esses resultados sugerem que a

área de brejo encontra-se mais conservada e com uma diversidade de famílias e espécies

superior à de Caatinga, além de apresentar a abundância de espécies distribuída de forma mais

equitativa. O teste t realizado para os índices de diversidade apontou diferença significativa

entre os mesmos (t = 3,2306; p < 0,05).

A diversidade florística das espécies arbustivo-arbóreas além de caracterizar as

comunidades é um dos fatores a ser considerado para avaliar a influência antrópica nos

ecossistemas das caatingas, pois, quanto maior for o número dessas espécies, menos

perturbada será aquela vegetação (FONSECA, 1991).

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Figura 25: Espécies de maior importância ecológica para as áreas de Caatinga e Brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus respectivos valores de VI. 1. Guapira sp.; 2. Eugenia cf. edulis; 3. Maytenus sp.; 4. Syagrus coronata; 5. Eugenia sp. 3; 6. Handroanthus sp. 1; 7. Albizia sp.; 8. Eugenia sp. 2; 9. Cordia latiloba; 10. Myrtaceae 1; 11. Pityrocarpa moniliformis; 12. Mimosa tenuiflora; 13. Bauhinia cheilantha; 14. Guapira noxia; 15. Senegalia sp.; 16. Poincianella pyramidalis; 17. Commiphora leptophloeos; 18. Eugenia sp. 1; 19. Erythroxylum subrotundun.

20,22

9,03 6,12

5,88 5,64 5,57

5,09 4,19 3,99

3,73

0 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

VI

Caatinga

9,99 9,3

7,27 6,66

6,36 5,32

4,3 3,49

3,23 2,98

0 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

VI

Brejo de Altitude

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58

0000000000000000

10134

00

159120116

757569

504340

3126

0100200300400500600700

12345678910111213141516171819202122232425262728293031

Abundância

Caatinga

655455

264216

206176

167127125

11183

7364

59595856555451

0 100 200 300 400 500 600 700

123456789

10111213141516171819202122232425262728293031

Abundância

Brejo de Altitude

Figura 26: Espécies dominantes das áreas de Caatinga e brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com suas respectivas abundâncias absolutas. 1. Eugenia cf. edulis; 2. Guapira sp.; 3. Eugenia sp. 3; 4. Handroanthus sp. 1; 5. Albizia sp.; 6. Maytenus sp.; 7. Eugenia sp. 2;8. Cordia latiloba; 9. Myrtaceae 1; 10. Jacaranda sp.1; 11. Brunfelsia uniflora; 12. Guettarda sp.; 13. Sp. 4; 14. Alseis floribunda; 15. Cupania sp.; 16. Simaba cuneata; 17. Guapira noxia; 18. Syagrus coronata; 19. Urera baccifera; 20. Vitex sp.; 21. Pityrocarpa moniliformis; 22. Mimosa tenuiflora; 23. Bauhinia cheilantha; 24. Senegalia sp.; 25. Eugenia sp. 1; 26. Poincianella pyramidalis; 27. Erythroxylum subrotundun; 28. Guettarda angelica; 29. Handroanthus impetiginosus; 30. Commiphora leptophloeos; 31. Mimosa sp.

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Serra da Guia trata-se de um Brejo de Altitude típico inserido numa matriz de

Caatinga hiperxerófila, configurando-se no primeiro Brejo de Altitude descrito e estudado no

Estado de Sergipe. A análise da similaridade entre as comunidades vegetais de Caatinga e de

brejo demonstrou que, embora ocorrendo próximas, essas formações apresentam

características florísticas, fisionômicas e estruturais bem distintas.

Tanto no levantamento florístico quanto no fitossociológico observou-se um maior

número de espécies para a área de brejo em relação à Caatinga circunvizinha, o que pode ser

resposta às maiores taxas de precipitação, umidade relativa e menores temperaturas,

ocasionadas, principalmente, pelas maiores altitudes da área de brejo.

A família que registrou os maiores valores de abundância e riqueza na Caatinga foi

Fabaceae. No Brejo, esta apresentrou a maior riqueza, enquanto que Myrtaceae destacou-se

pelos maiores valores de abundância.

Dentre as espécies amostradas na Serra da Guia, cinco (Cyrtopodium holstii,

Hapalorchis lineatus, Prescottia plantaginifolia, Ipomoea regnellii e Scleria reticularis)

ainda não haviam sido registradas para o Estado de Sergipe, e uma (Orthophytum sp.) é uma

espécie nova para a ciência.

O estimador de riqueza Jackknife 1 apontou que o esforço amostral realizado nas áreas

de Caatinga e brejo foi, respectivamente, 83,44% e 84,45% da riqueza estimada para as áreas,

o que sugere que o número de espécies tende a aumentar com a continuidade de coletas.

O valor de importância (VI) das espécies inventariadas na Serra da Guia encontra-se

melhor distribuído na comunidade do brejo que na da Caatinga. Guapira sp. e Syagrus

coronata foram as espécie de maior importância ecológica para as áreas de Caatinga e brejo,

respectivamente.

A comparação entre as espécies dominantes ocorrentes nas áreas inventariadas na

Serra da Guia demonstrou que somente duas das 31 espécies destacadas são comuns às áreas

amostradas, porém com abundâncias significativamente diferentes, como demonstrado pela

análise estatística. Os testes também apontaram diferenças significativas quanto à riqueza,

composição florística e índice de diversidade das áreas de Caatinga e brejo.

É importante frisar que a padronização da metodologia usada nos estudos quantitativos

realizados na Caatinga permitiria comparações mais eficazes entre as áreas amostradas no

bioma.

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Os resultados deste trabalho, somados aos de alguns inventários faunísticos realizados

na região, apontam a Serra da Guia como uma área singular e de elevada biodiversidade no

Estado de Sergipe, fazendo-se necessária a continuidade das pesquisas e a implantação de

uma Unidade de Conservação na área.

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ANEXO I

Ruellia bahiensis (Acanthaceae) Alstroemeria sp. (Alstroemeriaceae) Alstroemeria sp. (Alstroemeriaceae)

Alternanthera ficoidea (Amaranthaceae) Hippeastrum stylosum (Amaryllidaceae) Zephyranthes sp. (Amaryllidaceae)

Zephyranthes sp. (Amaryllidaceae) Anacardium occidentale (Anacardiaceae) Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae)

Annona vepretorum (Annonaceae) Allamanda blanchetii (Apocynaceae) Aspidosperma pyrifolium (Apocynaceae)

Mandevilla microphylla (Apocynaceae) Mandevilla microphylla (Apocynaceae) Marsdenia altissima (Apocynaceae)

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ANEXO I (continuação)

Matelea gangliosa (Apocynaceae) Prestonia coalita (Apocynaceae) Skytanthus hancorniifolius (Apocynaceae)

Skytanthus hancorniifolius (Apocynaceae) Anthurium affine (Araceae) Philodendron sp. (Araceae)

Pistia stratiotes (Araceae) Syagrus coronata (Arecaceae) Syagrus coronata (Arecaceae)

Aristolochia sp. (Aristolochiaceae) Aristolochia sp. (Aristolochiaceae) Asplenium pumilum (Aspleniaceae)

Acmella sp. (Asteraceae) Ageratum conyzoides (Asteraceae) Centratherum punctatum (Asteraceae)

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ANEXO I (continuação)

Emilia fosbergii (Asteraceae) Emilia sonchifolia (Asteraceae) Eupatorium cf. ballotaefolium (Asteraceae)

Platypodanthera melissifolia (Asteraceae) Tridax procumbens (Asteraceae) Verbesina macrophylla (Asteraceae)

Verbesina sp. (Asteraceae) Vernonia sp. 1 (Asteraceae) Vernonia sp. 2 (Asteraceae)

Vernonia sp. 3 (Asteraceae) Wedelia sp. (Asteraceae) Begonia convolvulacea (Begoniaceae)

Begonia convolvulacea (Begoniaceae) Anemopaegma sp. (Bignoniaceae) Anemopaegma sp. (Bignoniaceae)

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ANEXO I (continuação)

Handroanthus impetiginosus (Bignoniaceae) Jacaranda sp. (Bignoniaceae) Melloa quadrivalvis (Bignoniaceae)

. Cochlospermum vitifolium (Bixaceae) Cochlospermum vitifolium (Bixaceae) Heliotropium indicum (Boraginaceae)

Heliotropium sp. (Boraginaceae) Tournefortia rubicunda (Boraginaceae) Aechmea aquilega (Bromeliaceae)

Aechmea lingulata (Bromeliaceae) Cryptanthus cf. bahianus (Bromeliaceae) Hohenbergia catingae (Bromeliaceae)

Neoglaziovia variegata (Bromeliaceae) Tillandsia stricta (Bromeliaceae) Melocactus ernestii subsp. ernestii (Cactaceae)

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ANEXO I (continuação)

Pilosocereus catingicola (Cactaceae) Rhipsalis floccosa (Cactaceae) Rhipsalis floccosa (Cactaceae)

Tacinga palmadora (Cactaceae) Celtis iguanaea (Cannabaceae) Canna sp. (Cannaceae)

Canna sp. (Cannaceae) Capparis jacobinae (Capparaceae) Capparis flexuosa (Capparaceae)

Capparis flexuosa (Capparaceae) Maytenus sp. (Celastraceae) Clusia dardanoi (Clusiaceae)

Clusia dardanoi (Clusiaceae) Commelina erecta (Commelinaceae) Evolvulus glomeratus (Convolvulaceae)

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ANEXO I (continuação)

Ipomoea bahiensis (Convolvulaceae) Ipomoea brasiliana (Convolvulaceae) Ipomoea regnellii (Convolvulaceae)

Jacquemontia evolvuloides (Convolvulaceae) Merremia sp. (Convolvulaceae) Operculina macrocarpa (Convolvulaceae)

Cyperus distans (Cyperaceae) Cyperus surinamensis (Cyperaceae) Eleocharis elegans (Cyperaceae)

Cyperus squarrosus (Cyperaceae) Kyllinga odorata (Cyperaceae) Scleria reticularis (Cyperaceae)

Paepalanthus myocephalus (Eriocaulaceae) Erythroxylum subrotundum (Erythroxylaceae) Cnidoscolus phyllacanthus (Euphorbiaceae)

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ANEXO I (continuação)

Cnidoscolus urens (Euphorbiaceae) Croton argyrophyllus (Euphorbiaceae) Croton heliotropiifolius (Euphorbiaceae)

Croton tetradenius (Euphorbiaceae) Croton tricolor (Euphorbiaceae) Euphorbia heterodoxa (Euphorbiaceae)

Euphorbia phosphorea (Euphorbiaceae) Euphorbia comosa (Euphorbiaceae) Jatropha mutabilis (Euphorbiaceae)

Jatropha ribifolia (Euphorbiaceae) Manihot dichotoma (Euphorbiaceae) Sapium lanceolatum (Euphorbiaceae)

Bauhinia cheilantha (Fabaceae-Caes.) Chamaecrista sp. (Fabaceae-Caes.) Poincianella pyramidalis (Fabaceae-Caes.)

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ANEXO I (continuação)

Poincianella pyramidalis (Fabaceae-Caes.) Senna canna (Fabaceae-Caes.) Senna macranthera (Fabaceae-Caes.)

Senna macranthera (Fabaceae-Caes.) Acacia cf. glomerosa (Fabaceae-Mim.) Chloroleucon foliolosum (Fabaceae-Mim.)

Mimosa tenuiflora (Fabaceae-Mim.) Parapiptadenia zehntneri (Fabaceae-Mim.) Pityrocarpa moniliformis (Fabaceae-Mim.)

Pityrocarpa moniliformis (Fabaceae-Mim.) Senegalia sp. (Fabaceae-Mim.) Aeschynomene cf. mollicula (Fabaceae-Pap.)

Centrosema brasilianum (Fabaceae-Pap.) Chaetocalyx scandens (Fabaceae-Pap.) Crotalaria cf. retusa (Fabaceae-Pap.)

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ANEXO I (continuação)

Crotalaria cf. retusa (Fabaceae-Pap.) Dioclea violacea (Fabaceae-Pap.) Dioclea violacea (Fabaceae-Pap.)

Indigofera lespedezioides (Fabaceae-Pap.) Lonchocarpus araripensis (Fabaceae-Pap.) Macroptilium bracteatum (Fabaceae-Pap.)

Stylosanthes sp. (Fabaceae-Pap.) Vigna sp. (Fabaceae-Pap.) Zornia thymifolia (Fabaceae-Pap.)

Schultesia guianensis (Gentianaceae) Cypella linearis (Iridaceae) Hypenia salzmanii (Lamiaceae)

Rhaphiodon echinus (Lamiaceae) Cuphea sp. (Lythraceae) Lafoensia pacari (Lythraceae)

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ANEXO I (continuação)

Galphimia brasiliensis (Malpighiaceae) Heteropterys sp. (Malpighiaceae) Stigmaphyllon paralias (Malpighiaceae)

Stigmaphyllon sp. (Malpighiaceae) Abutilon regnellii (Malvaceae) Helicteres sp.1 (Malvaceae)

Helicteres sp. 2 (Malvaceae) Helicteres sp. 2 (Malvaceae) Herissantia crispa (Malvaceae)

Malvastrum sp. (Malvaceae) Pavonia cancellata (Malvaceae) Pavonia sp. (Malvaceae)

Sida galheirensis (Malvaceae) Calathea sp. (Marantaceae) Maranta sp. (Marantaceae)

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ANEXO I (continuação)

Norantea brasiliensis (Marcgraviaceae) Tibouchina cf. multiflora (Melastomataceae) Ficus sp. (Moraceae)

Campomanesia eugenioides (Myrtaceae) Eugenia cf. edulis (Myrtaceae) Eugenia sp.1 (Myrtaceae)

Eugenia sp.2 (Myrtaceae) Myrcia guianensis (Myrtaceae) Guapira noxia (Nyctaginaceae)

Guapira sp. (Nyctaginaceae) Ximenia americana (Olacaceae) Ludwigia octovalvis (Onagraceae)

Catasetum hookeri (Orchidaceae) Catasetum purum (Orchidaceae) Cattleya labiata (Orchidaceae)

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ANEXO I (continuação)

Cranichis candida (Orchidaceae) Cyrtopodium holstii (Orchidaceae) Epidendrum cinnabarinum (Orchidaceae)

Habenaria schenckii (Orchidaceae) Oeceoclades maculata (Orchidaceae) Polystachya estrellensis (Orchidaceae)

Sacoila lanceolata (Orchidaceae) Vanilla palmarum (Orchidaceae) Oxalis sp. (Oxalidaceae)

Passiflora cincinnata (Passifloraceae) Passiflora foetida (Passifloraceae) Piriqueta racemosa (Passifloraceae)

Turnera cearensis (Passifloraceae) Turnera calyptrocarpa (Passifloraceae) Turnera chamaedrifolia (Passifloraceae)

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ANEXO I (continuação)

Rivina humilis (Phytolaccaceae) Angelonia biflora (Pantaginaceae) Angelonia campestris (Plantaginaceae)

Angelonia cornigera (Plantaginaceae) Rhynchelytrum repens (Poaceae) Polygala decumbens (Polygalaceae)

Polygala martiana (Polygalaceae) Polygala spectabilis (Polygalaceae) Polygala violacea (Polygalaceae)

Bredemeyera kunthiana (Polygalaceae) Ruprechtia laxiflora (Polygonaceae) Eichhornia paniculata (Pontederiaceae)

Portulaca oleracea (Portulacaceae) Portulaca sp. (Portulacaceae) Hemionitis palmata (Pteridaceae)

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ANEXO I (continuação)

Gouania latifolia (Rhamnaceae) Ziziphus joazeiro (Rhamnaceae) Chiococca alba (Rubiaceae)

Coutarea hexandra (Rubiaceae) Diodella teres (Rubiaceae) Emmeorhiza umbellata (Rubiaceae)

Guettarda angelica (Rubiaceae) Richardia grandiflora (Rubiaceae) Spermacoce verticillata (Rubiaceae)

Tocoyena formosa (Rubiaceae) Tocoyena formosa (Rubiaceae) Cardiospermum cf. corindum (Sapindaceae)

Sideroxylon obtusifolium (Sapotaceae) Schoepfia cf. brasiliensis (Schoepfiaceae) Smilax sp. (Smilacaceae)

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ANEXO I (continuação)

Brunfelsia uniflora (Solanaceae) Solanum sp.1 (Solanaceae) Solanum sp.1 (Solanaceae)

Urera baccifera (Urticaceae) Urtica sp. (Urticaceae) Valeriana scandens (Valerianaceae)

Lantana camara (Verbenaceae) Lantana radula (Verbenaceae) Lippia cf. alba (Verbenaceae)

Tamonea curassavica (Verbenaceae) Tamonea sp.2 (Verbenaceae) Hybanthopsis bahiensis (Violaceae)

Hybanthus sp. (Violaceae) Cissus pulcherrima (Vitaceae) Cissus simsiana (Vitaceae)

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ANEXO II

Ficha de Campo – Levantamento Fitossociológico (Arbóreo-arbustivo) Local: Parcela: Data: Equipe: Coordenadas: Nº Nome CAP Altura CV QF Obs Nº Nome CAP Altura CV QF Obs Classes de vitalidade (CV): S = sadio; D = doente; M = morta. Qualidades do fuste (QF): 1: totalmente reto, sem defeitos e sem bifurcações até 2,50m de altura; 2: ligeiramente torto ou com poucos defeitos, sem bifurcações até 2,50m; 3: muito torto, com defeitos graves, com bifurcações abaixo de 2,50m.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 287-303, 2003. ANDRADE, L. A. de; PEREIRA, I. M.; LEITE, U. T.; BARBOSA, M. R. V. Análise da cobertura de duas fitofisionomias da Caatinga, com diferentes históricos de uso, no município de São João do Cariri, estado da Paraíba. Revista Cerne, Lavras, v. 11, n. 3, p. 253-262, jul./set. 2005. ANDRADE-LIMA, D. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 149-153, 1981. APG III. ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society. v. 161, p. 105-202, 2009. AYRES, M., AYRES, J.R., M., AYRES, D.L., SANTOS, A.S. 2007. BIOSTAT 5.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Belém, Sociedade Civil Mamirauá/MCT-CNPq/Conservation International, 291p. BACCHI, O.; LEITÃO FILHO, H. F.; ARANHA, C. Plantas Invasoras de Culturas. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984. 906 p. BARBOSA, M. R. V.; AGRA, M. F.; SAMPAIO, E. V. S. B.; CUNHA, J. P.; ANDRADE, L. A. Diversidade Florística na Mata do Pau-Ferro, Areia, Paraíba. In: PORTO, K. C.; CABRAL, J. J. P.; TABARELLI, M. Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: história natural, ecologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p.111-121. BIODIVERSITAS. Lista da flora brasileira ameaçada de extinção. 2005. Disponível em <http://www.biodiversitas.org.br/floraBr/consulta_fim.asp&gt;. Acesso em dezembro de 2010.

BORGES-NAJOSA, D. M.; CARAMASCHI, U. Composição e análise comparativa da diversidade e das afinidades biogeográficas dos lagartos e anfisbenídeos (Squamata) dos brejos nordestinos. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: ed. Universitária da UFPE, 2003, p. 463-512. BRAGA, E.P.; CAVALCANTE, A.M.B. Florística e fitossociologia de um fragmento de Caatinga arbórea em regeneração no Ceará. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu, MG. 2007. BROWER, J. E.; ZAR, J. H. Field & Laboratory Methods for General Ecology. Iowa: Wm. C. Brown Company (2nd ed.). 1984, 226p.

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CALDAS, F.L.S.; SANTANA, D.O.; DE-CARVALHO, C.B.; FARIA, R.G.; SANTOS, R.A. Levantamento preliminar de anurofauna em uma área de Caatinga no alto sertão Sergipano. Anais do IX Congresso de Ecologia do Brasil, São Lourenço, MG. 2009.

CALIXTO JÚNIOR, J.T.; DRUMOND, M.A.; SILVA, J.A.; SÁ, I.B.; OLIVEIRA, V.R. Estrutura fitossociológica de um fragmento de Caatinga sensu stricto no sertão de Pernambuco. II Congresso Nordestino de Engenharia Florestal. I Simpósio da Pós-Graduação em Ciências Florestais da UFCG. XII Semana da Engenharia Florestal. Campina Grande (PB), 2009. CARDOSO, D. B. O. S; QUEIROZ, L. P. Diversidade de Leguminosae nas caatingas de Tucano, Bahia: implicações para a fitogeografia do semi-árido do Nordeste do Brasil. Rodriguésia. v.58, n.2, p.379-391. 2007. CARVALHO, E.C.D; TROVÃO, D.M.B.M.; SOUZA, B.C.; FREIRE, A.M.; OLIVEIRA, P.T.B.; FERREIRA, L.M.R. Fitossociologia e análise comparativa do componente arbustivo-arbóreo de duas áreas de Caatinga em diferentes estágios de sucessão. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu, MG, 2007. CEMESE. Centro de Meteorologia de Sergipe. Disponível em http://www.semarh.se.gov.br/ meteorologia. Acesso em fevereiro de 2011. CIENTEC. Mata Nativa 2: Sistema para análise fitossociológica e elaboração de planos de manejo de florestas nativas. Viçosa: CIENTEC, 2006. 295 p.

COLWELL, R. K.; CODDINGTON, J. A. Estimating terrestrial biodiversity through extrapolation. Phil. Trans. R. Soc. Lond. B. 345: 101-118. 91. 1994 COLWELL, R. K. 2005. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species from samples. Version 8 User's Guide and application published at: http://purl.oclc.org/estimates. COMITÊ TÉCNICO CIENTÍFICO DA REDE DE MANEJO FLORESTAL DA CAATINGA. Rede de manejo florestal da Caatinga: protocolo de medições de parcelas permanentes/Comitê Técnico Científico. Recife: Associação Plantas do Nordeste, 2005. 21p CRONQUIST. A. The evolution and classifivation of flowring plants. The New York Botanical Garden: New York, 1989. DANTAS, M. A. T. Megafauna Pleistocênica da Fazenda Charco, Poço Redondo, Sergipe – Interpretações Paleoambientais. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – SE. 2010.

DANTAS, T. V. P.; NASCIMENTO-JÚNIOR, J. E.; RIBEIRO, A. S.; PRATA, A. P. N. Florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea das Areias Brancas do Parque Nacional Serra de Itabaiana/Sergipe, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.33, n.4, 2010.

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DANTAS, T. V. P. Parque Nacional Serra de Itabaiana: Caracterização, Estrutura e Conservação da Vegetação. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – SE. 2008.

DÓRIA NETO, A. L. Florística e Fitossociologia de uma área de Caatinga em Porto da Folha. Monografia. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – SE. 2009. DRUMOND, M.A.; KIILL, L.H.P.; NASCIMENTO, C.E.S. Inventário e Sociabilidade de espécies arbóreas e arbustivas da Caatinga na região de Petrolina, PE. Brasil Florestal, n. 74, 2002. EITEN, G. Formas de crescimento das plantas vasculares. 2º Boletim Informativo. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Botânica, 1992. FABRICANTE, J. R.; ANDRADE, L. A. Análise estrutural de um remanescente de Caatinga no Seridó paraibano. Oecol Bras., v.11, n.3, p.341-349, 2007.

FELFILI, J. M.; REZENDE, R. P. Conceitos e métodos em fitossociologia. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal, 2003. 68p. FERNADES, A. Fitogeografia brasileira: províncias florísticas. 3. ed. Fortaleza: Realce editora e indústria gráfica, 2006. FERRAZ, E.M.N; RODAL, M.J.N.; SAMPAIO, E.V.S.B.; PEREIRA, R.C.A. Composição florística em trechos de vegetação de caatinga e brejo de altitude na região do Vale do Pajeú, Pernambuco. Revta brasil. Bot., São Paulo, v.21, n.1, p.7-15, 1998. FERRAZ, R. C. Florística e fitossociologia de uma área de Caatinga localizada no Monumento Natural Grota do Angico, Sergipe. Monografia. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – SE. 2009. FERREIRA, L.M.R; TROVÃO, D.M.B.M.; FREIRE, A.M.; SOUZA, B.C.; CARVALHO, E.C.D; OLIVEIRA, P.T.B. Análise fitossociológica comparativa de duas áreas serranas de Caatinga no Cariri paraibano. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu, MG, 2007. FONSECA, M. R. Análise da vegetação arbustivo-arbórea da Caatinga hiperxerófila do noroeste do estado de Sergipe. Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP. 1991. FORZZA, R.C., LEITMAN, P., WALTER, B.M.T., COSTA, A., PIRANI, J.R., MORIM, M.P., QUEIROZ, L.P., MARTINELLI, G., PEIXOTO, A.L., COELHO, M.A.N., STEHMANN, J.R., BAUMGRATZ, J.F.A., LOHMANN, L.G., HOPKINS, M. 2010. Angiospermas in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB000032). FREITAS, R.A.C.; SIZENANDO FILHO, F.A.; MARACAJÁ, P.B.; DINIZ FILHO, E.T.; LIRA, J.F.B. Estudo florístico e fitossociológico do estrato arbustivo-arbóreo de dois ambientes em Messias Targino divisa RN/PB. Revista Verde, v.2, n.1, p. 135-147, 2007.

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GIULIETTI, A. M.; BOCAGE NETA, A.L.; CASTRO, A.A.J.F.; GAMARRA-ROJAS, C.F.L.; SAMPAIO, E.V.S.B.; VIRGÍNIO, J.F; QUEIROZ, L.P.; FIGUEIREDO, M.A.; RODAL, M.J.N.; BARBOSA, M.R.V.; HARLEY, R.M. Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga. In: SILVA, J. M. C. da; TABARELLI, M; FONSECA, M. T.; LINS, L. V. Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. 382p. GIULIETTI, A.M.; HARLEY, R.M.; QUEIROZ, L.P.; BARBOSA, M.R.V.; BOCAGE NETA, A.L.; FIGUEIREDO, M.A. Espécies endêmicas da caatinga. In Sampaio, E.V.S.B.; GIULIETTI, A.M.; VIRGÍNIO, J.; GAMARRA-ROJAS (eds.). Vegetação e Flora da Caatinga. Associação Plantas do Nordeste, CNIP, Recife, 2002, pp. 103-115. GIULIETTI, A.M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M.J.G.; QUEIROZ, L.P.; SILVA, J.M.C. Plantas raras do Brasil. Belo Horizonte, MG: Conservação Internacional, 2009. 496 p. HAMMER, Ø.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P. D. 2001. PAST 1.94b: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Palaeontologia Electronica 4(1): 9pp.

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KISSMANN, K.G. Plantas Infestantes e Nocivas. Tomo I. 2. ed. São Paulo: BASF, 1997.

KISSMANN, K.G.; GROTH, D. Plantas Infestantes e Nocivas. Tomo II. 2. ed. São Paulo: BASF, 1999.

KISSMANN, K.G.; GROTH, D. Plantas Infestantes e Nocivas. Tomo III. 2. ed. São Paulo: BASF, 2000.

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