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MESA GESTORA

Mauro Silva Reis – Secretário municipal de Saúde

Júnio de Araújo Alves – Secretário adjunto de Saúde

Carlos Alberto dos Santos – Presidente do Conselho Municipal de Saúde

Ana Maria Ragazzi – Diretora operacional de Saúde

Cleri Xavier Santos Rezende – Diretora de Vigilância em Saúde

Leonardo Cançado Monteiro Savassi – Diretor de Educação em Saúde

Cláudio Alves de Carvalho – Diretor de Gestão Estratégica e Participativa

Wesley Vieira Andrade – Diretoria de Regulação, Controle e Avaliação em Saúde

Rita de Cássia Mota – Ouvidora SUS/Betim

Ana Paula Flavina Silva Assis – Procuradora geral para Assuntos de Saúde

Elzi Alves da Cruz – Coordenadora de Planejamento e Gestão

Marlene Dias Teixeira – Coordenadora de Suprimentos

Adriano Faustino de Figueiredo – Coordenador de Urgência e Emergência

Andréa Cristina Brandão – Coordenadora de Administração da Saúde

Eliz Divina Pereira dos Santos – Divisão de Recursos Humanos

Paulo Henrique Silva Maia – Divisão de Convênios

Elenice Aparecida Costa – Assessoria de Gabinete

Guilherme Carvalho da Paixão – Diretoria do Hospital Público Regional de Betim

Eduardo Silva e Silva – Diretoria da Maternidade Pública Municipal de Betim

Carolina Carvalho – Secretaria Municipal de Comunicação

4

EQUIPE TÉCNICA

Coordenadoria de Planejamento e Gestão

Ana Carolina Lopes Queiroz (estagiária)

Antônia Adélia Gomes de Freitas

Aparecida Gonçalves da Silva

Fábia de Mendonça Freitas

Fernanda Silva Rocha

Gláucia de Melo Rosendo

Diretoria de Gestão Estratégica e Participativa

Nova Jersey Claudio de Oliveira

COLABORAÇÃO

Coordenadoria de Planejamento e Gestão

Coordenadoria de Recursos Humanos

Coordenadoria de Reabilitação

Coordenadoria de Saúde do Trabalhador

Coordenadoria de Vigilância à Saúde

Diretoria da Maternidade Pública Haydée Espejo Conroy

Diretoria de Educação em Saúde

Diretoria de Gestão Estratégica e Participativa

Diretoria de Regulação, Controle e Avaliação

Diretoria de Urgência e Emergência

Diretoria do Hospital Público Regional Professor Osvaldo Resende Franco

Diretoria Operacional de Saúde

Divisão de Assessoria Técnica para Assuntos da Saúde

5

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Servidores lotados na Secretaria Municipal de Saúde, Betim, agosto de 2013

Tabela 02. Distribuição das unidades de saúde por regional, Betim, 2012

Tabela 03. Distribuição dos nascidos vivos residentes de Betim por ano de nascimento

segundo tipo de parto, 2002-2012

Tabela 04. Mortalidade proporcional e taxa de mortalidade (x 100.000) por doenças crônicas

não transmissíveis, residentes de Betim, 2002-2012

Tabela 05. Frequências absoluta e relativa de internação e taxa de internação (x 10.000 hab.)

por doenças do aparelho circulatório segundo sexo, residentes de Betim, 2002-2011

Tabela 06 - Frequência de óbitos por doenças do aparelho circulatório segundo o ano do óbito

e o sexo, residentes de Betim, 2002-2011

6

LISTA DE SIGLAS

AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual

ACG – Acordo de Compromisso de Gestão

ACS – Agente Comunitário de Saúde

Aids – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

APS – Atenção Primária à Saúde

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVE – Acidente Vascular Encefálico

BCG – Bacillus Calmette-Guérin

Caps – Centro de Atenção Psicossocial

Caps AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga

Caps ADi – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga Infantojuvenil

CCZ – Centro de Controle de Zoonoses

CEO – Centro de Especialidade Odontológica

CEP – Comitê de Ética e Pesquisa

CER – Centro de Especialidades de Reabilitação

Cerest – Centro de Referência em Especialidades em Saúde do Trabalhador

Cersam – Centro de Referência em Saúde Mental

Cersami – Centro de Referência em Saúde Mental Infantojuvenil

CGBP – Casa da Gestante, Bebê e Puérpera

CIB – Comissão Intergestores Bipartite

CID – Código Internacional de Doenças

Cies – Comitê de Integração Ensino Serviço

Cismep – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba

CPN – Centro de Parto Normal

CRR – Centro de Referência em Reabilitação

Datasus – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Desa – Diretoria de Educação para Saúde

Diop – Diretoria Operacional de Saúde

DNCI – Doenças de Notificação Compulsória Imediata

7

DO – Declaração de Óbito

DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis

EACS – Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde

Emad – Equipe Multidisciplinar de Atenção Domiciliar

Emap – Equipe Multidisciplinar de Apoio

ESB – Equipe de Saúde Bucal

ESF – Estratégia de Saúde da Família

Fhemig – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

Funarbe – Fundação Artístico-Cultural de Betim

GEP – Gestão Estratégica e Participativa

GM – Gabinete do Ministro

Hiperdia – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos

HPRB – Hospital Público Regional de Betim

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDI – Incentivo de Desempenho Institucional

IES – Instituição de Ensino Superior

Ilpi – Instituições de Longa Permanência para Idosos

MEC – Ministério da Educação

MG – Minas Gerais

MIF – Mulher em Idade Fértil

MS – Ministério da Saúde

Nasf – Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Nuveh – Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar

OSC – Organizações da Sociedade Civil

PAM – Plano de Ação e Metas

PAS – Programação Anual de Saúde

PCCV – Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos

PDR – Plano Diretor Regional

PES – Plano Estadual de Saúde

PIC – Práticas Integrativas e Complementares

PMS – Plano Municipal de Saúde

PNH – Política Nacional de Humanização

8

PNS – Plano Nacional de Saúde

POA – Plano Operativo Anual

PPI – Programação Pactuada Integrada

PPP – Pré-Parto, Parto e Pós-Parto

PSE – Programa Saúde na Escola

PT – Portaria

RAG – Relatório Anual de Gestão

RAM – Reação Adversa a Medicamentos

Raps – Rede de Atenção Psicossocial

RAS – Rede de Atenção à Saúde

Remume – Relação Municipal de Medicamentos Essenciais

Revisa – Referência em Vigilância à Saúde

RT – Referência Técnica

RUE – Rede de Urgência e Emergência

Samu – Serviço de Atendimento Médico de Urgência

Sepadi – Serviço de Prevenção e Assistência às Doenças Infecciosas

Serenar – Serviço de Referência ao Recém-Nascido de Risco

SES – Secretaria Estadual da Saúde

Sesmt – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

SGEP – Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa

Siab – Sistema de Informação da Atenção Básica

Siacs – Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde

SIH – Sistema de Informações Hospitalares

Sinan – Sistema de Informação de Agravos de Notificação

Sisprenatal – Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-Natal e

Nascimento

Sisvan – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

SMS – Secretaria Municipal de Saúde

SNA – Sistema Nacional de Auditoria

SUS – Sistema Único de Saúde

TCE – Traumatismo Craniano Encefálico

TCU – Tribunal de Contas da União

9

Tele ECG – Tele Eletrocardiograma

TOM – Procedimentos Traumato-Ortopédicos de Média Complexidade

UA – Unidade de Acolhimento Adulto

UAP – Unidade de Atenção Primária

Ucinca – Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru

Ucinco – Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional

UDM – Unidade Dispensação Medicamentos

Unacon – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia

UPA – Unidade de Pronto-Atendimento

Uaps – Unidade de Atenção Primária à Saúde

USA – Unidade de Suporte Avançado

USB – Unidade de Suporte Básico

Viva – Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes

10

SUMÁRIO

1.APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 12

2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ............................................................................. 14

2.1. Aspectos socioeconômicos ................................................................................................. 14

2.2. Condições de vida, trabalho e ambientes .......................................................................... 14

2.2.1. Panorama demográfico ................................................................................................. 15

3. SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE ................................................................................. 17

3.2. Secretaria Municipal de Saúde de Betim - Fundo Municipal de Saúde ............................ 17 3.3. Governança do Sistema Único de Saúde ........................................................................... 17

3.3.1 Controle social ................................................................................................................ 20

3.3.1.1. Conselho Municipal de Saúde .................................................................................. 22

3.3.2. Gestão de pessoas ........................................................................................................... 23

3.3.3. Regionalização ............................................................................................................... 24

3.4. A Rede de Atenção à Saúde do município de Betim ......................................................... 27

3.4.1. Unidades de saúde por regional, Betim, 2012 ............................................................... 29

3.4.1.1. Atenção especializada ................................................................................................. 29

3.4.1.1.1. Centro de Referência em Reabilitação Anderson Gomes de Freitas ..................................... 31

3.4.1.1.2. Centro de Referência em Especialidades Divino Ferreira Braga .......................................... 31

3.4.1.1.3. Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) ...................................... 31

3.4.1.1.4. Serviço de Prevenção e Assistência a Doenças Infecciosas (Sepadi) ................................... 31

3.4.1.1.5. Centro de Tratamento de Lesões João Pipoca ....................................................................... 32

3.4.1.2. Atenção hospitalar ...................................................................................................... 32

3.4.1.2.1. Hospital Público Regional Prefeito Osvaldo Rezende Franco .............................................. 32

3.4.1.2.2. Maternidade Pública Municipal Haydée Espejo Conroy ..................................................... .33

3.4.1.2.3. Hospital Orestes Diniz .......................................................................................................... 34

3.4.2. Atenção Primária .......................................................................................................... 34

3.4.3. Saúde da mulher, da criança e do adolescente com ênfase materno-infantil ............. 36

3.4.4. Saúde do adulto e do idoso com ênfase nas condições crônicas.................................... 45

3.4.4.1. Saúde do trabalhador ................................................................................................. 48

3.4.5. Saúde Bucal .................................................................................................................... 50

11

3.4.6. Rede de Atenção Psicossocial ........................................................................................ 51

3.4.7. Rede de urgência e emergência com ênfase em causas externas, traumas e

complicações cardiocirculatórias ............................................................................................ 54

3.4.7.1. Causas externas e trauma .......................................................................................... 55

3.4.7.2. Complicações cardiocirculatórias .............................................................................. 56

3.4.8. Sistemas de apoio ........................................................................................................... 60

3.4.8.1. Vigilância em saúde .................................................................................................... 60

3.4.8.2. Apoio diagnóstico ....................................................................................................... 62

3.4.8.3. Assistência farmacêutica ............................................................................................ 63

3.4.8.4. Informação em saúde ................................................................................................. 65

3.4.8.4.1. Prontuário clínico .................................................................................................................. 66

3.4.8.4.2. Cartão de identificação do usuário ........................................................................................ 66

3.4.8.5. Educação em saúde .................................................................................................... 67

3.4.8.6. Reabilitação ................................................................................................................ 69

3.4.9. Sistemas logísticos .......................................................................................................... 71

3.4.9.1. Transporte em saúde................................................................................................................. 72

3.4.9.2. Regulação do acesso................................................................................................................. 73

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 75

12

1. APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Saúde é um importante instrumento de planejamento e gestão, sendo

fundamental ao processo de implementação do Sistema Único de Saúde (SUS). Seu conteúdo

está em conformidade com as diretrizes aprovadas durante a 12ª Conferência Municipal de

Saúde de Betim, realizada em junho de 2013, por representantes da sociedade organizada.

O documento apresenta análise dos serviços prestados na área e mostra as prioridades

estratégicas da administração municipal para a saúde, por meio da formulação de objetivos e

metas a serem trabalhados e alcançados no quatriênio 2014 a 2017. Enfatiza a necessidade da

adoção de medidas compartilhadas entre os diferentes setores para que os resultados

esperados sejam alcançados.

A Lei Orgânica de Saúde nº 8.080/90 destaca a importância do Plano Municipal de Saúde ao

estabelecer no artigo 15, como atribuição comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos municípios, “a elaboração e atualização periódica do Plano de Saúde”. Assim, por ser um

instrumento de planejamento, a proposta orçamentária anual na área de saúde do município

será elaborada priorizando as metas previstas neste plano.

Diante de uma realidade nacional em que há dificuldades de alocação de recursos financeiros

na mesma extensão das demandas apresentadas pela área de saúde, a administração de Betim

considera o tema prioritário. Exemplo disso foi o gasto com saúde relativo ao ano de 2013,

que ultrapassou o valor exigido em lei (15% – LC nº 141/2011), totalizando 28% do

orçamento de Betim.

O desafio da administração é o de instituir Redes de Atenção à Saúde (RAS) – coordenadas

pela Atenção Primária à Saúde –, preconizadas como organizações poliárquicas que permitem

ofertar uma atenção contínua e integral à população, prestada com a qualidade certa e de

forma humanizada, o que é o principal foco deste governo.

Acreditamos que a construção das RAS é uma estratégia indispensável para que o poder

público possa oferecer os serviços de saúde pleiteados pela população. Para isso, faz-se

necessário o entendimento permanente entre gestores, usuários, trabalhadores e prestadores no

que se refere ao padrão de comunicação na implantação de diretrizes clínicas, na integração

dos equipamentos desta rede sempre com centralidade no acesso, na qualidade e na melhoria

contínua dos serviços prestados.

13

A operacionalização do Plano Municipal de Saúde é entendida como um processo dinâmico.

A sua revisão periódica será necessária e avaliada com base nos avanços alcançados durante

sua execução, diante da necessidade de mudança de foco ou mesmo do surgimento de novos

obstáculos.

A elaboração do plano considerou:

Relatório final da 12ª Conferência Municipal de Saúde, realizada de 27 a 30 de junho

de 2013;

Termo de compromisso de gestão do município com vistas a garantir os princípios e as

diretrizes do SUS e do Pacto pela Saúde;

Orçamento para a função saúde;

Discussões técnicas promovidas na mesa gestora da Secretaria Municipal de Saúde;

Oficinas realizadas pela equipe de planejamento com as diretorias, as coordenadorias,

as divisões e os setores da Secretaria Municipal de Saúde;

Plano plurianual aprovado pela Câmara Municipal de Betim;

Compromissos e prioridades para a área da saúde, expressos no programa de governo

e reiterados no discurso de posse do prefeito Carlaile Pedrosa, em 1º de janeiro de

2013.

A realização das propostas contidas no plano irá viabilizar a estruturação das Redes de

Atenção à Saúde (RAS), permitindo que as diretrizes e as metas almejadas sejam cumpridas e

que a administração municipal possa responder de maneira eficiente às demandas e aos

anseios da população no que se refere à saúde.

Betim, 20 de dezembro 2013.

Mauro Silva Rei

Secretário Municipal de Saúde Gestor do SUS/Betim

14

2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Betim foi elevada a distrito em 1801 e a município em 17 de dezembro de 1938, em

reforma administrativa empreendida pelo governo do Estado (lei estadual nº 148), criada com

o território do extinto distrito de Capela Nova, desmembrado de Santa Quitéria.

O planejamento estadual da década de 50 destinou a Betim duas funções econômicas:

a industrialização de base, representada pelas siderúrgicas, e a produção de alimentos para o

abastecimento local. Nestes últimos 30 anos, o parque industrial de Betim cresceu e se

diversificou. Além de polo petroquímico e automotivo, a cidade também abriga importantes

indústrias nos setores de metalurgia, alumínio, mecânica e logística.

O município de Betim possui extensão territorial de 346 km2 (IBGE 2005) e faz parte

da região metropolitana de Belo Horizonte, estando distante 30 km da capital mineira. Fazem

limite com Betim os municípios de Esmeraldas, Contagem, Juatuba, Igarapé, Ibirité, São

Joaquim de Bicas, Mário Campos e Sarzedo.

2.1. Aspectos socioeconômicos

Rendimento familiar mensal: a proporção de pessoas com renda familiar mensal per capita

de até meio salário mínimo permite dimensionar o contingente populacional em condições

precárias de sobrevivência. A porcentagem de pobres (até ½ salário mínimo) é de 3,6%,

destacando-se a renda da população de ½ a 3 salários (52,4%).

Taxa de analfabetismo: a frequência de analfabetismo na população residente com idade

maior ou igual a 15 anos é de 5%. Esse indicador reflete a dificuldade de acesso da população

à instrução, estabelecendo-se uma situação de difícil reversibilidade para o futuro.

2.2. Condições de vida, trabalho e ambientes

Saneamento básico: a forma de abastecimento de água contribui para a avaliação das

condições de vida da população, sendo também utilizada na análise de risco para a saúde, uma

vez que a falta de acesso à água de fonte segura favorece a proliferação de doenças de

veiculação hídrica e daquelas relacionadas a aspectos de higiene pessoal. Cerca de 97,9% dos

domicílios particulares do município possuem acesso à rede geral de abastecimento de água

tratada. Dos domicílios particulares com banheiro, 84,6% estão ligados à rede geral de esgoto,

15

sendo que o tratamento desse efluente não está sendo avaliado. Em relação a soluções

individuais para destino dos dejetos, 12,2% dos domicílios particulares têm fossa. Vale

ressaltar que 2,1% despejam diretamente em uma coleção hídrica os dejetos, contribuindo

para a contaminação dos corpos receptores.

Energia elétrica: 99,9% dos domicílios particulares do município possuem acesso à rede

geral de energia elétrica.

Resíduos sólidos: a coleta dos resíduos sólidos em domicílios particulares permanentes pelo

serviço de limpeza urbana oferece uma boa cobertura (97%), minimizando a quantidade de

resíduos no ambiente, os quais podem funcionar como foco para proliferação de vetores de

doenças.

2.2.1. Panorama demográfico

O crescimento populacional no período de 1991 a 2000 apresentou uma taxa média

anual de 5,46% (estimativa IBGE), determinando uma retomada no crescimento que se reflete

nos dias de hoje. A população do município alcançou o número de 388.873 habitantes no ano

de 2012, e, para o ano 2013, a estimativa era de 406.474 (estimativa IBGE), dados que

promoveriam Betim à quinta maior cidade do Estado de Minas Gerais e uma das 50 maiores

do Brasil em população.

Gráfico 01. População total, residentes por ano, período 2002-2012

Fonte: MS/DATASUS/Tabnet

335.237 348.493 361.710 391.716

407.001 422.158 429.507 441.749

378.089 383.571 388.873

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

500.000

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

16

A população do município apresentou crescimento de 25% de 2002 a 2009, segundo

dados do IBGE. No censo realizado em 2010, porém, constatou-se que a população betinense

havia alcançado número 15% inferior à estimativa para aquele ano.

A pirâmide demográfica abaixo apresenta maior concentração populacional na faixa

etária de 20 a 49 anos, mas as taxas de crescimento apresentam redução. É possível observar

aceleração em direção a um maior envelhecimento da população, com a tendência de redução

dos jovens, faixa que será superada pela população idosa.

Observa-se também redução da população do sexo masculino a partir da faixa etária

de 20 anos em comparação com o sexo feminino. Com base nos dados epidemiológicos,

levantamos a hipótese de esse fato ocorrer devido ao alto índice de mortalidade da população

masculina jovem.

Gráfico 02.

População de

residentes em

Betim por sexo

segundo faixa

etária, ano

2012

Fontes: 2011-2012:

IBGE – Estimativas

populacionais enviadas

para o TCU,

estratificadas por idade

e sexo pelo

MS/SGEP/DATASUS.

O coeficiente de natalidade de Betim apresentou queda entre os anos de 2002 (18,6%)

e 2009 (13%) e um pequeno aumento de 2010 a 2012, o que deve ser avaliado com critério,

devido ao ajuste da população com o censo de 2010. A queda na natalidade entre os anos de

2000 a 2009 foi observada como tendência também na população de todo país (Brasil, 2011).

-50.000-40.000-30.000-20.000-10.000 0 10.00020.00030.00040.00050.000

< 1 ano

5 a 9 anos

15 a 19 anos

30 a 39 anos

50 a 59 anos

70 a 79 anos

Masculino Feminino

17

Gráfico 03. Coeficiente de natalidade da população de Betim, 2002-2012

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, IBGE – dados populacionais. Nota: dados atualizados em 10/09/13. Sujeitos a atualização.

3. SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE

O município de Betim é habilitado em Gestão Plena do Sistema de Saúde, tornando-se

responsável por todas as atividades de gestão dos serviços e as ações de saúde ambulatoriais e

hospitalares. Desse modo, também executa as ações de vigilância sanitária, epidemiologia e

controle de doenças de seu território.

3.2. Secretaria Municipal de Saúde de Betim - Fundo Municipal de Saúde

Missão: gestão das políticas públicas de saúde, com garantia de acesso e resolubilidade, em

busca da melhor qualidade de vida individual e coletiva da população.

Visão: ser excelência em saúde pública para a população.

Valores: respeito ao ser humano e ao meio ambiente; compromisso com a qualidade dos

serviços prestados pela rede SUS; ética e transparência.

3.3. Governança do Sistema Único de Saúde

A organização do SUS Betim está pautada em redes de saúde, de forma a integrar os

diversos serviços que compõem o sistema de saúde e ampliar a comunicação entre eles. O

planejamento das ações de saúde envolve a articulação e a cooperação entre atores sociais e

políticos embasado em uma visão ascendente. As propostas partiram das microáreas,

passando pelas regionais até chegar ao nível central.

18,6 17,7 16,1

14,6 13,7 13,1 13,6 13

15,9 16 15,6

0

5

10

15

20

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Coeficie

nte

Anos

18

A análise de saúde é importante para subsidiar o processo de planejamento, com

informações e evidências para definição de diretrizes, objetivos, indicadores e metas do Pacto

pela Saúde dentro da realidade do município, sendo possível serem atingidos.

A análise situacional das condições de saúde da população, de determinantes e

condicionantes de saúde e gestão em saúde permitiu a identificação dos problemas e orientou

o planejamento da Secretaria Municipal de Saúde a definir as medidas a serem adotadas a

partir da necessidade da população. Sendo assim, foram definidas as principais linhas a serem

trabalhadas em quatro eixos estruturantes, a saber:

1. Resultados para a sociedade: objetiva desenvolver ações para reduzir a mortalidade infantil

e a morbimortalidade por eventos cardiovasculares e causas externas.

2. Perspectiva de processo: objetiva assegurar que a Atenção Primária à Saúde (APS) realize

uma atenção integral em uma rede articulada, nos níveis de atenção e em todos os ciclos de

vida, nas condições crônicas e agudas.

3. Perspectiva de gestão: objetiva organizar as linhas de cuidados de acordo com as

legislações existentes, readequar a política de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, a

infraestrutura e a política de Regulação, Controle e Avaliação na rede SUS Betim, reestruturar

o serviço de monitoramento e avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, implementar o

Código Sanitário Municipal e as políticas de controle social do município, além de fortalecer

a auditoria de saúde enquanto ferramenta de gestão.

4. Perspectiva financeira: objetiva implantar gestão de custos assistenciais; identificar os

recursos existentes e os captáveis; definir as metas de captação e o percentual destinado a

cada perspectiva de resultado; assegurar a publicitação de prestação de contas dos recursos

estaduais e federais ao Conselho Municipal de Saúde; e implantar e monitorar indicadores de

gestão para aplicação dos recursos destinados.

Pretende-se fortalecer a cultura do planejamento, apesar de existir algumas

normatizações, para que ele não seja uma resposta à burocracia federativa, mas uma

ferramenta de utilização e apropriação para todos. O planejamento contempla quatro etapas:

diagnóstico, planejamento, ações, acompanhamento/realinhamento.

19

A gestão do SUS Betim é desempenhada de forma participativa. Incluem-se o pensar e

o fazer coletivos no processo de administração do sistema, proporcionando um ambiente no

qual exista a interação entre trabalhadores, gestores, prestadores e usuários.

Objetos de priorização:

Qualificar instrumentos de apoio à gestão, com geração de ganhos de produtividade e

eficiência para o SUS.

Reestruturar a comunicação social no SUS Betim visando à confiabilidade dos dados, com

informações oficiais e transparência.

Fortalecer mecanismos e instrumentos para promover a prática de escuta de usuários,

profissionais e gestores.

Implementar novo modelo de gestão e instrumentos de relação federativa, com

centralidade na garantia do acesso, na gestão participativa com foco em resultados, na

participação social e no financiamento estável.

Fortalecer os vínculos do cidadão, dos conselhos de Saúde, das lideranças de movimentos

sociais, dos agentes comunitários de Saúde, dos agentes de combate às endemias e dos

educadores populares com o SUS.

Institucionalizar a Câmara Técnica de Apoio à Gestão, visando subsidiar os gestores com

informações e evidências nos processos de tomada de decisão.

Fortalecer mecanismos de controle dos recursos financeiros do município visando manter

nos serviços prestados à população a capacidade de resolução em todos os níveis de atenção.

Implantar, implementar, validar e publicar instruções técnicas de trabalho previstas na

governança do Sistema Único de Saúde.

Metas:

Ampliar em 20% a captação de recursos advindos do Fundo Estadual de Saúde.

Ampliar em 20% a captação de recursos advindos do Fundo Nacional de Saúde.

Formalizar em 100% os termos de compromisso, os convênios e os congêneres em atenção

aos dispositivos legais do SUS.

Realizar 100% das prestações de contas de termos de compromisso, convênios e

programas de acordo com os dispositivos legais.

20

3.3.1 Controle social

A gestão do SUS Betim está organizada de modo a fortalecer a participação social,

fundamentada em pilares de forma que trabalhadores, gestores, prestadores e usuários possam

ter uma visão do sistema, reconhecendo a sua importância no processo de gestão. Pauta-se no

princípio da equidade em saúde, estimulando e fomentando a organização da sociedade para o

exercício da participação popular e do controle social na saúde.

Para a efetivação desse modelo de gestão, Betim conta com a Gestão Estratégica e

Participativa SUS Betim, que compreende os componentes: participação popular e controle

social; Ouvidoria do SUS; monitoramento e avaliação do SUS; auditoria do SUS e

comunicação social em saúde.

A Gestão Estratégica e Participativa (GEP) tem como missão fortalecer a gestão ética

e o controle social do SUS Betim. Cabe à GEP propor, apoiar e acompanhar os mecanismos

constituídos de participação popular, mobilização social, controle social, educação popular e,

especialmente, os conselhos e as conferências de saúde. É de sua responsabilidade ouvir,

analisar e encaminhar as demandas dos usuários advindas da Ouvidoria do SUS e por meio

das ações de auditoria do SUS – componente municipal do Sistema Nacional de Auditoria

(SNA) – e contribuir para a alocação e a utilização adequada dos recursos públicos, visando à

equidade do acesso e à qualidade na atenção à saúde oferecida aos cidadãos betinenses.

Além disso, contribui com instrumentos que podem subsidiar a tomada de decisões e o

planejamento, com dados fornecidos pelo monitoramento e a avaliação do SUS, por meio do

acompanhamento sistemático das políticas de saúde implementadas no município,

propiciando publicidade dessas ações por meio da Comunicação Social em Saúde.

Objetos de priorização:

Mobilizar trabalhadores por meio do mapeamento do quadro setorial da saúde e do

levantamento de demandas por categoria profissional;

Mapear as associações de moradores e as entidades sociais do município para viabilizar a

mobilização dos usuários e o movimento popular;

Realizar processos de sensibilização e capacitação de conselheiros, entidades de classe e

movimentos populares articulados;

21

Realizar ações integradas à Diretoria de Educação em Saúde (Desa) para fomentar a

educação popular em saúde;

Realizar ações integradas ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest)

objetivando disseminar informações referentes aos direitos dos trabalhadores;

Realizar ações integradas à referência das práticas integrativas e complementares para sua

divulgação para a população;

Realizar ações integradas ao Serviço de Prevenção e Assistência a Doenças Infecciosas

(Sepadi) com interface e parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSC) objetivando

disseminar informações referentes à prevenção e à proteção de DST e Aids;

Implantar, implementar, validar e publicar instruções técnicas de trabalho previstas no

controle social.

Metas:

Implantar e implementar os colegiados gestores em 100% das unidades de saúde do

município;

Manter a Ouvidoria do SUS implantada e avançar o Sistema Ouvidor SUS do nível 2 para

nível 1 até 2017;

Responder a 70% das demandas dos usuários no tempo de dez dias úteis;

Estruturar componente municipal do Sistema Nacional de Auditoria (SNA);

Realizar 100% das auditorias solicitadas e programadas;

Compor equipe técnica de monitoramento e avaliação SUS Betim;

Monitorar e avaliar 100% dos indicadores, das metas e das ações de saúde da rede SUS

Betim por meio da equipe de monitoramento e avaliação SUS Betim;

Criar uma central de análise de dados no setor de monitoramento e avaliação e integrar

ações com o serviço de Comunicação Social em Saúde para divulgação de informações

oficiais;

Implantar e implementar o serviço de Comunicação Social em Saúde.

22

3.3.1.1. Conselho Municipal de Saúde

O Conselho Municipal de Saúde é um órgão colegiado de caráter permanente e

deliberativo, composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de

saúde e usuários, que deve atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da

política de saúde de Betim.

Suas atividades são viabilizadas por meio da realização de reuniões ordinárias e

extraordinárias, conferências de saúde, plenárias de conselhos municipais, regionais e locais

de saúde, eventos de educação permanente em saúde, participação nos colegiados gestores de

saúde, em congressos e seminários de saúde.

Nas reuniões ordinárias e extraordinárias, que são realizadas mensalmente com

agendamento prévio e pautas definidas, são realizados debates quanto ao acompanhamento,

ao monitoramento e à fiscalização das ações e dos serviços de saúde no SUS Betim,

produzindo-se deliberações, aprovando-se ou fazendo-se indicações das medidas corretivas

que se fizerem necessárias, além de ser prezada a integração com os níveis estadual e federal.

Metas:

Reorganizar oito e implantar dois conselhos regionais de Saúde;

Reorganizar 100% dos conselhos locais de Saúde;

Reestruturar a sede do conselho municipal de Saúde;

Realizar conferências temáticas, plenárias, conferências regionais e municipais de saúde;

Avaliar e deliberar sobre o Plano Municipal de Saúde, relatório anual de gestão e prestação

de contas quadrimestral;

Manter o acompanhamento do Conselho Municipal de Saúde no Sistema de

Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (Siacs);

Implantar, implementar, validar e publicar instruções técnicas de trabalho previstas pelo

Conselho Municipal de Saúde.

23

3.3.2. Gestão de pessoas

A Divisão de Apoio Técnico / Recursos Humanos da Saúde busca desenvolver ações

para promover o fortalecimento da gestão de pessoas, sendo responsável por implantar e

implementar estratégias para promover o recrutamento e a seleção, a fixação, o

desenvolvimento e a valorização dos trabalhadores; contribuir para a democratização das

relações de trabalho, por meio do fortalecimento da mesa de negociação permanente do SUS

Betim; promover ações direcionadas para a melhoria dos vínculos do trabalho, por meio do

aprimoramento dos planos de carreira, da instituição de mecanismos que incentivem a

produtividade baseada em resultados sociais; promover a integração das ações de gestão de

pessoas com a saúde do trabalhador e, assim, consolidar a política de gestão de pessoas do

SUS Betim.

Tabela 01. Servidores lotados na Secretaria Municipal de Saúde, Betim, agosto de 2013

Cargo 2013

Agente político 01

Celetista 208

Estatutário 4.886

Estatutário / cargo comissionado 50

Cargo comissionado 117

Função pública (agente comunitário de saúde e agente de endemias) 792

Pensionista 78

Total 6.132

Fonte: Gestão do Trabalho, SMS, Betim

Objetos de priorização:

Fortalecer o papel da mesa de negociação permanente do SUS Betim como local mediático

privilegiado de discussão das relações de trabalho entre gestores e trabalhadores;

Desenvolver ações que auxiliem na integração e na qualidade de vida no trabalho dos

servidores da SMS Betim;

Participar do processo de revisão e reativação do Plano de Cargos e Carreira e

Vencimentos dos Servidores (PCCV), atentando para as especificidades dos servidores da

saúde;

Desenvolver estudos para implementar sistema de dimensionamento de pessoal de acordo

com o ambiente, os processos de trabalho, as competências e o planejamento estratégico;

24

Promover o aprimoramento dos sistemas e da base de dados correlatos à área de gestão de

pessoas, visando à confiabilidade dos dados, à informação com valor agregado e à

transparência;

Implantar, implementar, validar e publicar protocolos e instruções técnicas de trabalho

previstos pela gestão de pessoas.

Metas:

Implantar o Incentivo de Desempenho Institucional (IDI/SUS);

Alcançar a proporção de no mínimo 99,42% de trabalhadores que atendem ao SUS, na

esfera pública, com vínculos protegidos;

Implementar o processo de avaliação de desempenho para 100% dos servidores no período

probatório.

3.3.3. Regionalização

Conforme a deliberação CIB-SUS/MG nº 1.219, de 21 de agosto 2012, a organização

do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de Minas Gerais está planejada em:

Setenta e sete regiões de saúde (correspondes às microrregiões), entendidas como espaço

geográfico contínuo constituído por agrupamento de municípios limítrofes delimitado a partir

de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de

transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a

execução de ações e serviços de saúde;

Treze regiões ampliadas de saúde (correspondentes às macrorregiões) para o Estado de

Minas Gerais, que constituem o nível regional correspondente ao nível de atenção terciário,

considerando os conceitos de economia de escala e escopo, em função da densidade

tecnológica, e deverão ser o território de abrangência das Redes de Atenção à Saúde (RAS).

A Região de Saúde de Betim é composta por 13 municípios, conforme demonstrado no

mapa a seguir.

25

Figura 01. Mapa Região de Saúde de Betim

Fonte: IBGE

O município de Betim é sede da região de assistência à saúde, conforme o Plano

Diretor de Regionalização da Secretaria de Estado da Saúde e do Ministério da Saúde, a qual,

juntamente com os municípios da Região de Saúde de Betim, abrange um total de 642.750

habitantes (IBGE 2012).

A Região de Saúde de Betim representa percentual de 3,14% da população do Estado

de Minas Gerais, de 10,12% da população da Região Ampliada de Saúde Centro e de 12% da

população da Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte.

Betim possui 388.873 habitantes, conforme IBGE 2012, e representa um percentual de

61% da população da Região de Saúde, ou seja, dentre todos os municípios que esta engloba,

Betim concentra o maior contingente de pessoas, de equipamentos e de recursos humanos de

saúde.

A regionalização/territorialização em saúde constitui um grande avanço da política de

saúde, fundamental para a consolidação dos princípios de universalidade, equidade no acesso

e integralidade da atenção, especialmente no que diz respeito à otimização dos recursos já

População da região de saúde,

composta por 13 municípios

Betim - 388.873

Bonfim - 6.811

Brumadinho - 35.085

Crucilândia - 4.800

Esmeraldas - 62.262

Florestal - 6.744

Igarapé - 36.363

Juatuba - 23.080

Mário Campos - 13.594

Mateus Leme - 28.417

Piedade dos Gerais - 4.696

Rio Manso - 5.372

São Joaquim de Bicas - 26.653

Total - 642.750*

* FONTE: IBGE/DATASUS (2012)

26

existentes e à identificação das carências. Os serviços de saúde de Betim estão sendo

organizados de forma que a atenção primária solucione algo em torno de 80% de suas

necessidades, com qualidade e efetividade, o mais próximo possível do local de residência dos

usuários. Está definido que, havendo necessidade de atenção de maior complexidade, a UAP

de origem deve providenciar o encaminhamento sem que o cidadão tenha de percorrer pelos

serviços de saúde em busca de acesso. Para a operacionalização dessas ações, faz-se

fundamental a atuação da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e do Agente Comunitário de

Saúde (ACS).

Em consonância com a Portaria Ministerial 2.488, de 21 de outubro de 2011, que

regulamenta a atenção primária, o município de Betim segue os princípios e as diretrizes deste

nível de atenção, caracterizando a assistência de saúde como um conjunto de ações no âmbito

individual e coletivo para promoção de uma atenção integral, que impacte a situação de saúde

da população.

Betim tem seu território dividido em dez regiões administrativas: Alterosas, Centro,

Citrolândia, Imbiruçu, Norte, PTB, Petrovale, Teresópolis, Icaivera e Vianópolis.

Figura 02. Distribuição das gerências administrativas, Betim, 2013

27

A territorialização é uma importante diretriz, pois propõe a construção de territórios-

processos, de responsabilização das equipes que se vinculam a uma população. Essas equipes,

no dinamismo do processo de territorialização, estão inseridas, atualmente, nas 34 Unidades

Primárias, totalizando-se 77 áreas de equipes de Saúde da Família e 16 áreas de equipes de

Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS).

As áreas de abrangência de cada Unidade Primária de Saúde são territórios mapeados

e divididos em microáreas, que são os territórios-processos dos Agentes Comunitários de

Saúde, totalizando 698 microáreas no município.

3.4. A Rede de Atenção à Saúde do município de Betim

O município de Betim objetiva alterar a lógica de assistência fragmentada instituindo a

Rede de Atenção à Saúde (RAS), com dispositivos assistenciais que ofereçam uma atenção

contínua e integral à população, coordenada pela atenção primária à saúde, “prestada no

tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa, de forma humanizada,

com responsabilidade sanitária e econômica para esta população” (Mendes-2011).

Figura 03. Rede de Atenção à Saúde de Betim, 2013.

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vern

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RA

S

Saúde da

Mulher, da

Criança e do

Adolescente,

com ênfase

materno-

infantil

Saúde do

Adulto e do

Idoso, com

ênfase nas

condições

crônicas

Saúde Bucal

Rede de

Atenção

Psicossocial,

com ênfase em

álcool, crack e

outras drogas

Rede de Urgência e

Emergência, com

ênfase em causas

externas, traumas e

complicações

cardiocirculatórias

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SIS

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S

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OG

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Transporte em Saúde

Regulação do Acesso

SIS

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PO

IO

Vigilância em Saúde

Apoio Diagnóstico

Assistência

Farmacêutica

Reabilitação

Educação em Saúde

Informação em Saúde

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Fonte: Adaptado de MENDES, 2011.

28

A construção de redes surgiu como uma estratégia indispensável para permitir a

criação de múltiplas respostas para o enfrentamento da produção ampliada de saúde. Implica a

organização do inter-relacionamento de gestores e trabalhadores, o padrão de comunicação, a

implantação de diretrizes clínicas e as integrações horizontal e vertical dos serviços, com foco

na qualidade e na contínua melhoria.

Diante da concepção de que a RAS primeiramente passa pelas relações humanas, faz-

se necessária a construção de vínculos afetivos e de tecnologias relacionais viabilizando

formas de comunicação fundamentais para a produção de cuidado em saúde.

Betim estabelece ações de consolidação da política de humanização, que se apresenta

de forma transversal ao modelo da RAS, valorizando os diferentes sujeitos – usuários,

trabalhadores e gestores – implicados no processo de produção de saúde, oportunizando maior

autonomia e ampliação da sua capacidade de transformar a realidade por meio da

responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva

nos processos de gestão e de produção de saúde.

A Humanização deve ser vista não como programa, mas como política que atravessa as

diferentes ações e instâncias gestoras do SUS. Implica em construir trocas solidárias e

comprometidas com a dupla tarefa de produção de saúde e produção de sujeitos. Portanto, é

necessário mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho. A

humanização do SUS se operacionaliza com o trabalho em rede com equipes

multiprofissionais, reconhecendo os gestores, os trabalhadores e os usuários como sujeitos

ativos e protagonistas das ações de saúde (PNH, 2004).

Figura 04. Diretrizes da política de humanização de Betim.

Ambiência

Unidade Promotora de

Saúde

Educação em saúde

29

Fonte: Diretoria Operacional de Saúde - 2013

Ambiência: objetiva a melhoria das condições de trabalho e do atendimento ao usuário,

usando o espaço como ferramenta facilitadora do processo de trabalho, favorecendo a

otimização de recursos e um atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo.

Unidade promotora de saúde: institui nas unidades de saúde ambientes livres do tabaco,

realiza ações que oportunizem a prática de atividade física, práticas corporais e ações que

estimulem hábitos alimentares saudáveis, sem se esquecer da melhoria da qualidade de vida

do servidor (cuidando de quem cuida).

Educação em saúde: transforma o processo de trabalho, orientando-o para a constante

melhoria da qualidade das ações e dos serviços, com foco nos vários atores do processo de

produção ampliada de saúde – valorizando o servidor e ressaltando o usuário como

protagonista no seu processo saúde/doença.

3.4.1. Unidades de saúde por regional, Betim, 2012

As unidades e os serviços conforme os componentes tecnológicos e assistenciais que

integram a rede assistencial do SUS-Betim estão localizados no município observando as

características e as necessidades de cada região administrativa. Compõem-se de unidades de

atenção primária, especializada, de urgência e emergência e hospitalares, além de unidades de

apoio diagnóstico e terapêutico.

Tabela 02. Distribuição das Unidades de Saúde por Regional, Betim, 2013

Regional Unidades de Saúde Estimativa população 2012

Hemominas

84.915 Alterosas

Hospital Público Regional de Betim

Laboratório Central

UPA Alterosas

Uaps Alterosas I

Uaps Alterosas II

Uaps Bueno Franco

Uaps N. Sra. de Fátima

Uaps Cruzeiro do Sul

Uaps Dom Bosco

Centro de Tratamento de Lesões João Pipoca

21.966 Citrolândia

Cersam Citrolândia

Hospital Público Dr. Orestes Diniz

Uaps Colônia

Uaps Trincheira

30

Uaps Citrolândia

Unidade Assistencial Gustavo Capanema

Centro

Centro de Convivência Estação dos Sonhos

48.381

Centro de Referência em Especialidades

Divino Ferreira Braga

Centro de Referência e Especialidade do

Cismep

Centro de Referência em Reabilitação

Andersom Gomes de Freitas

Cerest

Cersam Betim Central

Cersami Cismep

Conselho Municipal de Saúde Farmácia Viva

Laboratório de Prótese Dentária

UPA Sete de Setembro Uaps Alcides Braz

Uaps Bandeirinhas Uaps Cachoeira

Uaps Cidade Verde

Uaps Jardim Petrópolis Samu

Sepadi Sesmt

Uaps Imbiruçu

71.566 Uaps Vila Cristina

Imbiruçu Uaps Nova Baden

Uaps Laranjeiras

Uaps Universal

Norte Uaps Angola

46.031 Uaps Homero Gil Caps AD

PTB

Uaps Guanabara

29.710 UPA Guanabara

Uaps Campos Elísios

Uaps Paulo Camilo Uaps PTB

Teresópolis

Cersam Teresópolis

56.153

Maternidade Pública

UPA Teresópolis Uaps Alvorada

Uaps Amazonas

Uaps Caic Uaps Teresópolis

Icaivera Uaps Icaivera

11.357 Uaps Parque do Cedro

Petrovale Uaps Petrovale 7.683

Vianópolis

Uaps Marimba 11.111 Uaps Vianópolis

Centro de Zoonoses (CCZ)

Total população 388.873

FONTES: IBGE – Censo Demográfico/2010 SMS/PACS Betim 2011-2012: IBGE / MS / SGEP / DATASUS / SIAB – Estimativas

Populacionais. No ano de 2013 foram inclusas as seguintes regionais: Petrovale e Icaivera.

Continuação da Tabela 02. Distribuição das Unidades de Saúde por Regional, Betim, 2012

31

3.4.1.1. Atenção especializada

A atenção especializada ambulatorial no SUS Betim é prestada pelos seguintes

centros:

3.4.1.1.1. Centro de Referência em Reabilitação Anderson Gomes de Freitas

Oferta atendimentos nos setores de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional,

psicologia e nutrição, com atendimentos nas áreas ortopédicas e neurológicas às populações

adulta e pediátrica, com o objetivo de acolher, avaliar e reabilitar, prezando a reintegração do

cidadão às atividades de vida e a participação social.

3.4.1.1.2. Centro de Referência em Especialidades Divino Ferreira Braga

Oferta diversas especialidades, como alergologia, angiologia, cardiologia,

dermatologia, endocrinologia, fonoaudiologia, gastroentorologia, geriatria, ginecologia,

hematologia, homeopatia, mastologia, nefrologia, neurologia, otorrinolaringologia, ortopedia,

oftalmologia, pneumologia, proctologia, pré-natal de alto risco, reumatologia, urologia

e nutrição.

O centro de referência conta ainda com Serviço de Acompanhamento de Recém-

Nascido de Alto Risco (Serenar), que faz o acompanhamento de bebês prematuros após

receberem alta das unidades de neonatologia.

3.4.1.1.3. Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest)

Atende as questões relativas à saúde dos trabalhadores da região de saúde de Betim. É

direcionado a todos os trabalhadores das áreas urbanas e rurais que exercem atividades para o

sustento próprio e/ou de seus dependentes, seja no setor formal ou no informal da economia.

3.4.1.1.4. Serviço de Prevenção e Assistência a Doenças Infecciosas (Sepadi)

Oferece tratamento médico, farmacológico e palestras para instruir e esclarecer

dúvidas, além de realizar o teste para HIV/Aids e DSTs de forma sigilosa e confidencial.

São atendidos também vítimas de acidentes com material biológico e perfurocortantes,

mulheres e crianças vítimas de abuso sexual e outros casos de doenças infecciosas que os

profissionais das Unidades de Atenção Primária de saúde indicarem para tratamento com

32

infectologista. Há ainda a Atenção Domiciliar Terapêutica, que atende de forma humanizada,

em domicílio, pessoas que vivem com HIV/Aids.

3.4.1.1.5. Centro de Tratamento de Lesões João Pipoca

O centro oferta serviços por meio de uma parceria entre a prefeitura e a Fundação

Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), para atender casos de lesões de maior

complexidade, como as originadas pela hanseníase e feridas consideradas mais complicadas,

como as que não cicatrizam.

3.4.1.2. Atenção hospitalar

A rede hospitalar no município está pautada em modelo assistencial que possibilita o

acesso e a integralidade com padrão de excelência em assistência com qualidade e humanização.

3.4.1.2.1. Hospital Público Regional Prefeito Osvaldo Rezende Franco

O Hospital Público Regional de Betim (HPRB) é caracterizado como hospital geral,

nos âmbitos eletivo, urgência e emergência. A unidade é referência para os municípios que

compõem a Região de Saúde de Betim. Além destes, a Secretaria Municipal de Saúde pactua

internações hospitalares em média complexidade assistencial com os municípios de Belo

Horizonte, Carmópolis de Minas, Cláudio, Contagem, Ibirité, Itaguara, Piracema, Ribeirão

das Neves, São José da Varginha e Sarzedo.

O HPRB conta com 334 leitos de internação; destes, 272 são de média complexidade

nas clínicas básicas, em especialidades, maternidade de alto risco, emergência e hospital-dia.

Atualmente, conta também com 62 leitos complementares, sendo 20 de Unidade de Terapia

Intensiva adulto tipo 2, 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal tipo 2, seis leitos

de Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica tipo 2, seis leitos de Unidade de Isolamento e dez

leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UcinCo), com previsão

para implantação de quatro leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru

(UcinCa).

Possui unidade de pronto-socorro com atendimento a politraumatizados, serviços

ambulatoriais de alta complexidade de terapia renal substitutiva (hemodiálise), serviço de

apoio diagnóstico e traçados gráficos e laboratório de análises clínicas.

33

O Hospital Público Regional de Betim é porta de entrada para internação e avaliação

de toda a rede de saúde e referência municipal e regional para trauma, agressões,

neurocirurgias (Acidente Vascular Encefálico – AVE, Traumatismo Craniano Encefálico –

TCE e outras patologias), casos de média e alta complexidade de cirurgia geral, clínica

médica, pediatria e ortopedia.

Metas:

Reduzir a mortalidade institucional;

Aumentar a satisfação do usuário;

Melhorar a qualidade;

Implantar a segurança assistencial;

Implantar e implementar uma farmácia clínica no HPRB, visando ao melhor resultado para

a terapia do paciente;

Implantar um centro de informações em toxicologia;

Implantar o acolhimento com classificação de riscos;

Credenciar procedimentos de alta complexidade;

Implantar sistema informatizado;

Implantar a gestão da clínica;

Melhorar a qualificação dos profissionais;

Implementar ações de valorização dos profissionais;

Garantir 100% do repasse dos recursos;

Aumentar receitas em 5% a cada ano.

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho previstos para o HPRB.

3.4.1.2.2. Maternidade Pública Municipal Haydée Espejo Conroy

A Maternidade Pública Municipal de Betim (MPMB) conta com 67 leitos, distribuídos

entre atenção gineco-obstétrica e neonatal, e 17 leitos complementares, distribuídos em 2 leitos de

Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UcinCa), 14 leitos de Unidade de Cuidado

Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) e 1 leito de unidade de isolamento.

34

A MPMB oferta os seguintes serviços de gestação de risco habitual: abortamento e

urgências obstétricas e ginecológicas, atendimento à mulher vítima de violência, exames de

ultrassonografia e laboratoriais, assistência neonatal, fototerapia – inclusive domiciliar –, cuidados

mãe-canguru, atendimento integral, orientação sobre a saúde reprodutiva da mulher e cuidados

com a criança, assistência humanizada aos partos normal e cesárea.

3.4.1.2.3. Hospital Orestes Diniz

O hospital pertence ao complexo da Casa de Saúde Santa Izabel, administrada pela

Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Até 2002, ele era voltado para

atendimento a pacientes da antiga Colônia Santa Izabel; após essa data, a unidade passou a ser

um Hospital de Pronto Atendimento.

O Hospital Orestes Diniz conta com 12 leitos de clínica médica, 10 de pronto

atendimento, e, além disso, está prevista a habilitação de mais 25 leitos de longa permanência.

Conforme parceria firmada entre a Prefeitura de Betim e a Fhemig, a unidade é administrada

por esta fundação, e os profissionais são cedidos pelo município.

3.4.2. Atenção primária

“A Atenção Primária à Saúde (APS) é um conjunto de intervenções de saúde no

âmbito individual e coletivo, que envolve: promoção, prevenção, diagnóstico,

tratamento e reabilitação. É desenvolvida por meio do exercício de práticas

gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em

equipe, dirigidas às populações de territórios bem-delimitados (território-processo),

das quais assumem responsabilidade. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e

baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e

relevância das populações. É o contato preferencial dos usuários com o sistema de

saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade (ao sistema),

continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, equidade e

participação social. A APS deve considerar o sujeito em sua singularidade,

complexidade, integralidade e inserção sociocultural e buscar a promoção de sua

saúde, a prevenção e o tratamento das doenças e a redução dos danos ou de

sofrimento que possam estar comprometendo suas possibilidades de viver de modo

saudável” (Brasil, 2006).

Em Betim, o sistema de saúde está estruturado em Redes de Atenção à Saúde, sendo a

Atenção Primária à Saúde (APS) organizada dentro das diretrizes da Estratégia de Saúde da

Família, como ordenadora da rede de saúde, viabilizando a integralidade da atenção, a

qualificação das práticas e a gestão do cuidado, de forma a assegurar a resolubilidade para os

serviços prestados e a ampliação do acesso com equidade.

35

A Secretaria de Saúde de Betim empreenderá esforços para aumentar a cobertura e

qualificar as Equipes de Saúde da Família (ESF); estruturar os Núcleos de Apoio à Saúde da

Família (Nasf); implantar as Práticas Integrativas e Complementares (PIC); informatizar a

rede com a implantação do prontuário eletrônico e dos sistemas de informação nas unidades

(Esus, Siab, Hiperdia, SisPrenatal); construir, ampliar e estruturar as Unidades de Atenção

Primária (UAP); estruturar o serviço de apoio às UAPs (laboratório, transporte e rouparia);

reorganizar e repor o quadro de recursos humanos nas UAPs através da convocação de

profissionais concursados.

Nessa perspectiva, a Secretaria Municipal de Saúde de Betim pretende que a APS

realize atenção integral, em uma rede articulada entre sistemas de apoio, sistemas logísticos,

redes de atenção à saúde e vigilância em saúde, considerando, ainda, parceria com o controle

social mediante a atuação conjunta dos conselhos municipal, regionais, locais e dos

colegiados gestores no monitoramento do funcionamento das equipes em todos os níveis de

atenção, em todos os ciclos de vida e nas condições crônica e aguda.

Objetos de priorização:

Implantar Política de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) na rede SUS Betim;

Realizar ações integradas do Nasf com o Centro de Referência em Reabilitação,

objetivando prestar assistência multidisciplinar na atenção primária à pessoa com

deficiência, visando à melhoria da qualidade de vida, à reintegração à vida social e à

atividade laboral, propiciando, ainda, recuperação de sua condição física no limite de sua

capacidade;

Realizar ações de educação permanente para toda a APS com foco nas equipes de

Estratégia Saúde da Família;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho previstos pela rede SUS Betim.

Metas:

Qualificar a infraestrutura da Atenção Primária à Saúde a partir da construção de 29 Uaps,

sendo 16 do tipo 2 e 13 do tipo 3; concluir a construção de quatro Uaps do tipo 3; e ampliar

cinco UAPS;

36

Cobrir as Unidades de Atenção Primária à Saúde pela Estratégia Saúde da Família (ESF),

com a implantação de novas equipes de saúde da família, atingindo-se 106 equipes até

2017.

Implantar os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) em 100% das equipes de ESF.

Reduzir em até 16% a proporção de internações por condições sensíveis à Atenção

Primária à Saúde até 2017;

Realizar a cobertura vacinal segundo os calendários básicos de vacinação (criança,

adolescente, adulto, idoso e pessoas em condições especiais), em concordância com as

metas pactuadas;

Alcançar a média mensal de pelo menos uma visita domiciliar por família cadastrada por

agente comunitário de saúde até 2017;

Implantar matriciamento em saúde do trabalhador juntamente com a Atenção Primária em

50% das Unidades Primárias de Saúde;

Implementar ações conjuntas com o Serviço de Prevenção e Assistência a Doenças

Infecciosas (Sepadi) para cumprir as metas pactuadas no Plano de Ação e Metas (PAM) do

Programa Nacional DST/Aids relativas à promoção, à prevenção, à proteção, ao

diagnóstico, ao tratamento e à assistência.

3.4.3. Saúde da mulher, da criança e do adolescente com ênfase materno-infantil

O município de Betim, em busca de prover assistência integral à saúde da mulher, tem

como norteador as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde e pelo Programa Viva

Vida. A linha de cuidado foi projetada para ofertar no município todos os exames necessários

para a prevenção de cânceres de mama e do colo uterino e conta com as Unidades de Atenção

Primária à Saúde, o Centro de Especialidades Divino Ferreira Braga e o Consórcio

Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba (Cismep) para a realização de exames e

procedimento, assim como para orientar e conscientizar as mulheres sobre a necessidade de

realizar periodicamente os exames de prevenção e sobre a importância do autocuidado.

A RAS de Betim conta com equipe multidisciplinar para avaliar as necessidades

individual e coletiva das mulheres durante a fase do climatério (compreendida por limites

imprecisos na transição do período reprodutivo para o não reprodutivo), ofertando tratamento,

orientações referentes a prevenção, hábitos de vida e alimentação saudável.

37

Avaliando-se os aspectos epidemiológicos da saúde da mulher, observa-se que a

neoplasia maligna de mama, em Betim, no ano de 2012, teve taxa de mortalidade com o maior

valor encontrado no período de 2007 a 2012, apresentando um risco de 6,5 por 100.000

habitantes. Esse valor está acima do observado em Minas Gerais nos anos de 2007 a 2009,

segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (2010). Apesar da correção da

população diante do censo 2010, a qual deve ser levada em consideração, esse indicador

merece atenção e serve como alerta para que a assistência e a promoção da saúde trabalhem

para reduzir essa taxa nos próximos anos.

Em 2012, a neoplasia maligna de colo do útero em Betim apresentou uma taxa de

mortalidade de 5,5 a cada 100.000 mulheres, menor que a observada em 2002 (6,5), porém,

ainda um pouco maior do que a encontrada em todo o Estado (Secretaria do Estado de Saúde

de Minas Gerais, 2010). Exames preventivos que permitam a detecção precoce de lesões e a

cura por tratamento devem ser estimulados para as mulheres sexualmente ativas, para a

manutenção do controle dos óbitos por esta doença.

Para garantir o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças e

dos adolescentes em todos os seus níveis de complexidade, o município conta com vários

programas que acompanham as crianças desde o nascimento até a adolescência, entre os quais

podemos citar Grupo Zero e Puericultura, além do Programa Saúde na Escola (PSE), que

atende e avalia os estudantes no espaço das creches e das escolas da rede pública municipal,

visando desenvolver ações voltadas para as suas necessidades físicas, psíquicas e sociais. Os

adolescentes são contemplados com a Caderneta de Saúde do Adolescente, que visa garantir a

avaliação do desempenho puberal. Além disso, Betim possui o Programa Adolescente em

Rede, que confere às estudantes grávidas acompanhamento médico e pedagógico, além de

proporcionar-lhes, durante a licença-maternidade, a oferta de cursos profissionalizantes para a

inserção no mercado de trabalho e, ao bebê, o direito a uma vaga em uma creche.

O município tem implementado o Programa Respire Bem Betim, com assistência

integral à criança e ao adolescente com asma, e o Programa de Enfrentamento à Violência

Sexual Infantojuvenil, que proporciona assistência integral às crianças e aos adolescentes em

situação de violência sexual, além do Plano Municipal de Prevenção e Erradicação do

Trabalho Infantil.

38

Em relação à mortalidade na infância, é observada uma tendência descendente no

município de Betim, com queda de 48,2 em 1995 para 11,2 a cada 1.000 nascidos vivos em

2012, apresentando um decréscimo de 77%.

A vulnerabilidade de adolescentes às causas externas atinge proporções significativas

no município de Betim, ocupando o primeiro lugar nas taxas de mortalidade por “Causa”

(Capítulo CID 10), e apresenta uma tendência ascendente – 85,3 e 115,3 x 100 mil habitantes

em 2007 e 2012, respectivamente. Nessa faixa etária, os homens estão sete vezes mais

expostos ao risco de morrer por causas externas que as mulheres, sendo o risco maior

referente a agressões e acidentes de transporte. Por meio do Sistema de Vigilância de

Violências e Acidentes (Viva), pode ser verificado o impacto da violência em adolescentes e

jovens, além de ser observado o aumento das notificações de violência, principalmente em

relação às mulheres: 22 em 2009 e 135 em 2012.

Com o objetivo de reduzir a morbimortalidade materna e infantil, o SUS Betim tem

como prioridade a assistência à saúde materno-infantil, com o foco principal na atenção

integral às mulheres durante o ciclo gravídico e puerperal. A assistência à saúde materno-

infantil visa garantir a saúde da gestante e da criança, oferecendo consultas de pré-natal,

acompanhamento e assistência ao trabalho de parto e ao parto, consultas de pós-parto e

controle do crescimento e do desenvolvimento dos bebês. As ações de saúde nessa área

apresentam importantes avanços.

O município de Betim possui duas maternidades. São elas: a Maternidade Pública

Municipal Haydée Espejo Conroy e a Maternidade do Hospital Público Regional Prefeito

Osvaldo Rezende Franco, que preconizam um modelo assistencial que visa possibilitar o

acesso e o atendimento humanizado e de respeito ao direito de cidadania em defesa da vida. A

assistência de qualidade é comprovada pelo título “Hospital Amigo da Criança”, em que se

objetiva propor ações para o incentivo ao aleitamento materno. As maternidades atuam

também nos seguintes projetos: Nascer Cidadão, Projeto Nascer, Mãe Canguru, Programa A

Caminho de Casa, Programa Bem-Vindo - Visit’Ação, Doulas Comunitárias e Atendimento à

Mulher Vítima de Violência.

Para garantir um atendimento de qualidade às gestantes e às puérperas, o município de

Betim aderiu ao Programa Rede Cegonha e ao Programa Mães de Minas, que, no âmbito do

SUS, consistem em uma rede de atenção à saúde com cuidados que visam assegurar à mulher

o direito ao planejamento reprodutivo e familiar e atenção humanizada à gravidez, ao parto e

39

ao puerpério. À criança, garantem o direito ao nascimento seguro, melhorando ainda mais a

qualidade da assistência à saúde e do tratamento das mulheres em todas as faixas etárias,

assim como dos bebês e das crianças.

A Rede Cegonha está sendo organizada de maneira a possibilitar o provimento

contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a população mediante a

articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, do sistema de apoio, do sistema logístico

e da governança da rede de atenção à saúde em consonância com a portaria nº 4.279/GM/MS,

de 2010.

Em junho de 2013, a Secretaria Municipal de Saúde de Betim assinou Acordo de

Compromisso de Gestão (ACG) que estabelece o cumprimento de metas preconizadas pela

Rede Cegonha nas maternidades públicas do município.

Betim pretende efetivamente implantar a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP),

que tem como objetivo programar um novo modelo de atenção às gestantes de risco,

proporcionando uma assistência baseada nas boas práticas de saúde. A construção da CGBP

estará vinculada ao Hospital Público Regional de Betim, que é um estabelecimento geral de

referência no atendimento a gestantes de risco habitual e de alto risco desde o início das

atividades. Nessa linha de cuidados, prestará assistência ao município de Betim e à Rede de

Saúde de Betim.

Conforme a Portaria Ministerial nº 904, de 29 de maio de 2013, a PT/MS/904 e

deliberação na 12º Conferência Municipal de Saúde, será construído em Betim o Centro de

Parto Normal, que ofertará às gestantes de baixo risco uma assistência de qualidade,

fortalecendo o atendimento individualizado e humanizado. A construção do Centro de Parto

Normal Peri Hospitalar, com cinco PPPs (Pré-Parto, Parto e Pós-Parto), tendo como

referência a Maternidade Pública de Betim, contribuirá de forma significativa para a

otimização do atendimento às gestantes de risco habitual, evitando, portanto, transferências

por falta de vagas nas maternidades.

40

Gráfico 04. Coeficiente de mortalidade infantil, por 1.000 nascidos vivos residentes em

Betim, 2002-2012

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim Dados atualizados em 18/09/13, sujeitos a alteração.

Conforme ilustrado no gráfico acima, o coeficiente de mortalidade infantil por 1.000

nascidos vivos residentes em Betim foi de 19,1 em 2002 e de 10,2 em 2012. Em relação à

mortalidade materna, o ano de 1996 teve uma razão de 36,6 para 100.000 nascidos vivos,

como é mostrado a seguir:

Gráfico 05. Razão de mortalidade materna por 100.000 nascidos vivos residentes em

Betim, 1996-2012

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim Nota: dados atualizados em 10/09/13, sujeitos a atualização

Em 2003, foi criado o Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna de

Betim, o qual passou por uma recomposição em 2006, quando os membros, criteriosamente

selecionados pelo perfil profissional e pelo maior envolvimento com a rede municipal de

saúde, foram capazes de implementar nova organização de trabalho, incluindo clara definição

e sistematização de fluxo de dados e descentralização regular de informações para os seus

19,1

15,8

13,3

15,2

12,2

9,2

13,6 14,0

8,8 10,3 10,2

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Taxa

Anos

36,6

54,8

71,4

29,1

61,6

15,9 16,1

65

17,2

0

102,3

36,1

17,2 17,5 16,6 16,3 16,7 0

20

40

60

80

100

Raz

ão

Anos

41

integrantes e os demais profissionais de saúde. Esse fato contribuiu para a redução da taxa

após o ano de 2006, refletida por uma tendência descendente nos anos subsequentes,

chegando a uma razão de 16,7 para 100.000 nascidos vivos em 2012.

42

Tabela 03. Distribuição dos nascidos vivos residentes de Betim por ano de nascimento segundo tipo de parto, 2002-2012

Tipo de parto

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N %

Vaginal 3.853 61,9 3.765 61,2 3.628 62,4 3.451 60,3 3.339 59,9 3.261 59,0 3.427 58,8 3.306 57,7 3.334 55,4 3.311 54,0 3.265 53,7

Cesáreo 2.365 38,0 2.389 38,8 2.174 37,4 2.272 39,7 2.227 40,0 2.256 40,8 2.391 41,1 2.420 42,2 2.676 44,5 2.808 45,8 2.809 46,2

Ignorado 5 0,1 2 0,0 8 0,1 3 0,1 7 0,1 6 0,1 6 0,1 6 0,1 7 0,1 13 0,2 8 0,1

Total 6.223 100,0 6.156 100,0 5.810 100,0 5.726 100,0 5.573 100,0 5.523 100,0 5.824 100,0 5.732 100,0 6.017 100,0 6.132 100,0 6.082 100,0

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos Nota: dados atualizados em 10/09/13.

Gráfico 06. Percentual de nascidos vivos residentes de Betim por parto cesáreo, 2002-2012

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.

Nota: dados atualizados em 10/09/13.

38 38,8 37,4 39,7 40 40,8 41,1 42,2

44,5 45,8 46,2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

%

Anos

43

O parto cesáreo, quando bem-indicado, traz benefícios à gestante e ao recém-nascido,

mas seu uso indiscriminado pode implicar riscos para a mãe ou para o bebê. A utilização da

cesárea aumentou em Betim, passando de 38% em 2002 para 46,2% em 2012. Na rede

privada, esse índice chega a 61%. No Brasil, também tem sido registrado um aumento da

frequência de cesáreas, tendo o índice chagado a 50,1% em 2009 (Brasil, 2011). É importante

ressaltar que os limites estabelecidos pelo Ministério da Saúde para partos cesáreos são: para

as unidades hospitalares de alto risco, 40%, e, para as unidades de risco habitual, até 25%.

A Secretaria Municipal de Saúde objetiva planejar e desenvolver ações de saúde para

o cumprimento dos princípios da universalidade, da integralidade, da equidade e da

regionalização da oferta de ações e serviços de média a alta complexidade na Região de Saúde

de Betim, garantindo mais acesso, qualidade e humanização na relação dos usuários com a

rede de ações e serviços de saúde. Possui como importantes estratégias a ampliação da

cobertura e a qualificação das equipes de saúde em todos os níveis de atenção.

Objetos de priorização:

Promover a atenção integral à saúde da mulher e da criança e implementar a Rede

Cegonha;

Ofertar o acompanhamento nutricional de gestantes e crianças de 0 a 5 anos, incluindo as

informações no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan);

Oferecer um ambiente adequado e individualizado, conforme normas de ambiência

estabelecidas pela Portaria Ministerial 1.459, de 24 de junho de 2011;

Reduzir no município e na Região de Saúde de Betim a morbimortalidade materno-infantil

por causas evitáveis;

Assegurar triagem neonatal por meio da realização dos testes do Pezinho (ampliado com

rastreamento da toxoplasmose), da Orelhinha, do Coraçãozinho e do Olhinho;

Identificar e atender as crianças e os adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade

social;

Promover ações de educação em sexualidade, planejamento familiar e prevenção de

DST/Aids para os adolescentes;

Assegurar os princípios e as diretrizes do Programa Saúde na Escola no planejamento, no

monitoramento, na avaliação e na gestão do recurso de maneira integrada entre as equipes das

escolas e das Unidades Primárias de Saúde / Saúde da Família;

44

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/as linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente previstos.

Metas:

Construir um Centro de Parto Normal (CPN) até 2017;

Construir uma Casa da Gestante, Puérpera e Bebê no município de Betim (CGPB) até

2017;

Reformar e ampliar a Maternidade Pública Municipal até 2017;

Aumentar a proporção de nascidos vivos de mães com no mínimo sete consultas de pré-

natal, chegando-se a 77% até 2017;

Investigar 100% dos óbitos maternos anualmente;

Garantir acesso a 100% dos recém-nascidos de risco residentes em Betim ao Serviço de

Referência ao Recém-Nascido de Risco (Serenar);

Aumentar a proporção de óbitos fetais investigados, chegando-se a 55% até 2017;

Reduzir o número de óbitos maternos, chegando-se a, no máximo, um óbito até 2017;

Realizar no mínimo dois testes de sífilis por gestante;

Aumentar a proporção de parto normal para 60% até 2017;

Aumentar a proporção de óbitos investigados em Mulheres em Idade Fértil (MIF),

chegando-se a 79% até 2017;

Aumentar a razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64

anos, chegando-se a 0,70 até 2017;

Aumentar a razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50

a 69 anos, chegando-se a 0,45 até 2017 (Pacto pela Saúde/MS);

Aumentar a razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 40

a 69 anos, chegando-se a 0,45 até 2017 (SES/MG);

Manter em 100% o seguimento/tratamento informado de mulheres com diagnóstico de

lesões intraepiteliais de alto grau no colo de útero;

Reduzir o número de casos novos de Aids em menores de 5 anos, chegando-se a zero até

2017;

Cobrir 40% das escolas, das creches e dos pré-escolares com o Programa Saúde na Escola

(PSE);

45

Garantir a proporção de, no mínimo, 85% de vacinas do Calendário Básico de Vacinação

da Criança com coberturas vacinais alcançadas;

Reduzir a taxa de mortalidade infantil, chegando-se a 10% até 2017;

Aumentar a proporção de óbitos infantis investigados, chegando-se a 55% até 2017;

Implantar em 100% das Uaps o Programa de Atenção Integral à Saúde do Adolescente

como estratégia importante de promoção e prevenção frente ao abuso de álcool, crack e

outras drogas e causas externas;

Reduzir a incidência de sífilis congênita, chegando-se ao máximo de 10 casos até 2017.

3.4.4. Saúde do adulto e do idoso com ênfase nas condições crônicas

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são multifatoriais, se desenvolvem

no decorrer da vida, apresentam longa duração, gerando limitações funcionais e incapacidades

progressivas, tornando-se ainda mais impactantes ao se considerar o aumento da expectativa

de vida e, consequentemente, da população de idosos. Atualmente, as DCNT são consideradas

um sério problema de saúde pública e, segundo estimativas da Organização Mundial de

Saúde, já são responsáveis por 45,9% da carga de doenças no mundo, apresentando-se como

um novo desafio para os gestores de saúde.

Várias condições são consideradas de risco para o desenvolvimento dessas doenças.

Dentre elas, de forma mais abrangente, destacam-se os determinantes sociais de saúde (Brasil,

2008). Já em contexto mais específico, encontram-se os fatores de risco individuais, que

podem ser não modificáveis, como a idade, o sexo, a raça, ou modificáveis, como o

tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, dislipidemias, o consumo

excessivo de sal, a ingestão insuficiente de frutas e verduras e a inatividade física (Brasil,

2011).

No ano de 2012, em Betim, as doenças do aparelho circulatório foram classificadas

como o principal grupo de causa de óbitos, representando 21,1%. As causas externas de

morbidade e mortalidade foram o segundo grupo, com 19,4%. As neoplasias malignas são o

terceiro grupo de causa de óbitos, com 15,5%, e o quarto grupo é representado pelas doenças

do aparelho respiratório, com 8,8%.

46

Gráfico 07. Taxa de mortalidade segundo as cinco principais causas, residentes de

Betim, 2002-2012

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica / SMS / Betim – Sistema de Informação de Mortalidade, IBGE – dados populacionais.

Nota: dados atualizados em: 23/07/13. Sujeito a alteração.

Diante do aumento das DCNT e de seus efeitos, fazem-se necessários o

desenvolvimento e a implantação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e

baseadas em evidências para a prevenção e o controle. Torna-se necessária a implementação

de uma rede integrada de atenção às condições crônicas, com foco na promoção à saúde, na

prevenção de riscos e agravos à saúde da pessoa idosa e dos usuários acometidos por

hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, diabetes

mellitus, doença renal crônica, obesidade, etilismo e tabagismo, dentre outras, incluindo o

fortalecimento dos serviços de saúde a partir da vigilância, da informação, da avaliação e do

monitoramento.

30,4

25,3

22,3 21,7 20,3

22,2 22,4

22,6 22,1 21,8

21,1

15,8

23,3

25,8 26

22,9

24,1

23,1

20,8 20,2 19,2

19,4

13,5 12,9 12,1 12,7 11,4 13,8 13,9 12,9

14 15,3

15,5

10,1 9,9 9,9 9,2

9 8,3

8,3 9,1 9,2 9,1

8,8

5,3

6,9 9 8,8

9,7 9,1

7,7

9,2 10,6 9,3

7,1

0

5

10

15

20

25

30

35

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

%

Anos

Doenças do aparelho circulatório

Causas externas de morbidade emortalidade

Neoplasias (tumores)

Doenças do aparelho respiratório

Sint. sinais e achad. anorm. ex. clín. elaborat.

47

Tabela 04. Mortalidade proporcional e taxa de mortalidade (x 100. 000) por doenças crônicas não transmissíveis, residentes de Betim,

2002-2012

N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa N % Taxa

Doenças cerebrovasculares 132 30,9 39,4 113 26,7 32,4 122 33,3 33,7 133 37,2 34,0 135 41,9 33,2 99 26,8 23,5 128 31,4 29,8 142 34,5 32,1 140 34,3 37,0 168 39,2 43,8 130 31,3 33,3

Doenças isquêmicas do coração 83 19,4 24,8 106 25,0 30,4 77 21,0 21,3 72 20,1 18,4 74 23,0 18,2 81 21,9 19,2 88 21,6 20,5 101 24,5 22,9 90 5,1 23,8 86 20,7 22,4 87 21,0 22,3

Diabetes mellitus 32 65,3 9,5 34 61,8 9,8 38 74,5 10,5 32 68,1 8,2 51 76,1 12,5 37 61,7 8,8 49 77,8 11,4 35 56,5 7,9 42 66,7 11,1 70 82,4 18,2 88 78,6 22,5

Doenças crôn das vias aéreas inferiores 52 36,6 12,8 64 38,8 17,2 64 39,5 16,0 56 36,8 12,0 60 39,2 13,3 49 34,8 10,2 53 35,1 11,2 69 41,8 14,3 67 35,9 15,9 71 39,4 18,5 64 15,4 16,4

Neopl malig da traq, brônq e pulm 20 10,6 6,0 29 13,4 8,3 23 11,6 6,4 22 10,5 5,6 28 15,6 6,9 30 13,0 7,1 12 4,7 2,8 16 6,8 3,6 22 8,6 5,8 20 6,6 5,2 33 11,0 8,4

Neoplasia maligna da mama 11 33,3 6,5 14 42,4 8,0 15 57,7 8,3 9 29,0 4,6 10 33,3 4,9 15 36,6 7,1 14 34,1 6,5 17 43,6 7,7 8 23,5 4,2 22 14,6 11,3 26 17,3 13,1

Neoplasia maligna do cólon,reto e ânus 12 6,3 3,6 11 5,1 3,2 11 5,6 3,0 14 6,7 3,6 15 8,3 3,7 11 4,8 2,6 19 7,5 4,4 10 4,3 2,3 22 8,6 5,8 17 5,6 4,4 28 9,3 7,2

Neoplasia maligna do colo do útero 11 33,3 6,5 3 9,1 1,7 1 3,8 0,6 7 22,6 3,6 9 30,0 4,4 9 22,0 4,2 7 17,1 3,2 10 25,6 4,5 6 17,6 3,1 9 6,0 4,6 11 7,3 5,5

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim- Sistema de Informação de Mortalidade, IBGE- dados populacionais.

Nota: Dados atualizados em: 10/09/13. Sujeito a alteração. As proporções foram calculadas em relação às demais doenças do respectivo Capítulo CID 10.

2012Causa

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

48

3.4.4.1. Saúde do trabalhador

Betim tem um grande polo industrial e é cortada por rodovias de alto fluxo de tráfego,

situação de vulnerabilidade a acidentes típicos do trabalho e, também, a acidentes de trajeto, o

que determina a necessidade de atenção especial

“à promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores e à redução da

morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos

produtivos, mediante a execução de ações de promoção, vigilância, diagnóstico,

tratamento, recuperação e reabilitação da saúde” (Brasil, 2012).

Objetos de priorização:

Organizar os serviços em rede de atenção à saúde para o enfrentamento das condições

crônicas com ênfase na atenção primária, reduzindo, consequentemente, demandas na rede

de urgência e emergência relacionadas à agudização das doenças crônicas;

Integrar ações nos três níveis de atenção à saúde para promoção, prevenção, tratamento e

reabilitação direcionados à saúde da população idosa;

Capacitar os cuidadores familiares dos pacientes cadastrados no Programa Municipal

Melhor em Casa e também os profissionais das Instituições de Longa Permanência para

Idosos (ILPI) para o cuidado mais bem-qualificado;

Promover orientação para uma alimentação adequada e saudável, ofertando grupos de

reeducação/orientação alimentar nas Uaps e realizando o acompanhamento nutricional dos

idosos cadastrados no Siab, com inclusão no Sisvan;

Reorganizar a atenção no âmbito do câncer, com ações de rastreamento e diagnóstico

oportunístico, ofertando tratamento em tempo adequado para os casos alterados;

Aperfeiçoar, avaliar e desenvolver ações e serviços em nefrologia, com ênfase na terapia

renal substitutiva e nas demais modalidades de diálise;

Fortalecer parceria do HPRB com o MG Transplantes na capitação de órgãos, buscando a

efetivação da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal;

Ampliar o acesso e divulgar informações sobre as medidas preventivas contra agravos de

enfermidades que acometem a população masculina;

Ofertar suporte técnico para os municípios da Microrregião de Betim implementarem

ações em saúde do trabalhador;

49

Ampliar, até 2017, o serviço de preparação para o retorno ao trabalho, realizado pela equipe

do Cerest, assegurando a assistência conforme as necessidades dos usuários;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho, com ênfase em diabetes mellitus, hipertensão arterial e doença

renal crônica, da rede SUS Betim previstos.

Metas:

Construir oito Academias da Saúde até 2017;

Habilitar 25 leitos de longa permanência na Casa de Saúde Colônia Santa Izabel (Fhemig);

Reduzir a taxa de mortalidade prematura (< 70 anos) pelo conjunto das quatro principais

doenças do aparelho circulatório, por câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas

(DCNTs) em 0,9% ao ano. A meta é a queda de 222,3 casos por 100 mil habitantes em 2013

para 214 casos por 100 mil habitantes até 2017;

Reduzir em 4,45/10.000 habitantes a taxa de internação hospitalar de pessoas idosas por

fratura do fêmur, passando de 33,85, em 2012, para 29,4 /10.000 habitantes até 2017;

Implantar a Caderneta de Saúde do Idoso e cobrir no mínimo 80% dos idosos cadastrados no

Siab até 2017;

Ampliar em 5% ao ano a realização de atividade física/prática corporal na Atenção Primária à

Saúde de hipertensos e diabéticos cadastrados no Siab;

Aumentar o número de prostatectomia suprapúbica em 5% ao ano, totalizando 20% até 2017,

tendo como ano-base 2011;

Implantar em 26% das Unidades de Atenção Primária de Saúde (Uaps) o programa de

tratamento do tabagismo, passando de 44%, em 2012, para 70% até 2017;

Avançar a habilitação da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do nível 5

para o nível 2 até 2017;

Ampliar o tratamento cirúrgico oncológico em 10% ao ano, totalizando 40% até 2017, tendo

como ano-base 2012;

Integrar ações do Cerest com a rede SUS Betim para capacitar 100% dos profissionais das

Unidades de Saúde em Saúde do Trabalhador.

50

3.4.5. Saúde bucal

A assistência odontológica prestada no município de Betim oferece à população

promoção de saúde bucal; assistência curativa através de tratamento odontológico básico e

especializado; atendimento às urgências odontológicas; tratamento reabilitador através de

confecção e instalação de próteses dentárias; e assistência odontológica a nível hospitalar.

A oferta dos serviços está distribuída em dez Unidades de Atenção Primária de Saúde

(Uaps), um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), um Pronto Atendimento

Odontológico 24 horas, um consultório no Hospital Público Regional de Betim e um

laboratório de próteses dentárias.

O Programa de Saúde Bucal apresenta ênfase na prevenção, mas também atua no

combate às doenças bucais com recuperação e reabilitação, através do acolhimento, do

atendimento agendado e de mutirões, proporcionando acesso integral a ações e serviços de

saúde bucal de qualidade, com repercussão na saúde geral, já que a saúde bucal é parte

integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo. A compreensão do processo saúde-

doença é o primeiro passo para o entendimento de que ações e serviços de saúde bucal devem

ser direcionados para o bem-estar, garantindo, assim, a qualidade de vida.

Dados epidemiológicos do SB Minas Gerais 2012 mostram que ainda há grandes

desafios a enfrentar: 2/3 das crianças de até 12 anos, três em cada quatro adolescentes de 15 a

19 anos e quase a totalidade de adultos de 35 a 44 anos e de idosos de 65 a 74 anos

apresentam algum tipo de problema que exige uma intervenção odontológica.

Objetos de priorização:

Reduzir a incidência de cárie em crianças de até 12 anos de idade;

Ampliar as coberturas da Estratégia da Saúde Bucal (ESB) e da Estratégia da Saúde da

Família (ESF);

Ampliar a capacidade assistencial em odontologia especializada;

Ampliar o acesso na Atenção Hospitalar em Saúde Bucal;

Ampliar o acesso na Atenção Urgência e Emergência em Saúde Bucal;

Qualificar a Atenção em Saúde Bucal;

Monitorar dados epidemiológicos em Saúde Bucal no município de Betim tendo como

referência o SB MG;

51

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da Saúde Bucal previstos.

Metas:

Construir dois Centros Especializados em Odontologia (CEO), sendo um para adequar a

estrutura da Uaps Angola e outro para ampliar a assistência especializada até 2017;

Ampliar em 14,84% a cobertura estimada pelas equipes básicas de Saúde Bucal, passando

de 35,16%, em 2012, para 50% até 2017;

Ampliar em 1,26% a média da ação coletiva de escovação dental supervisionada, passando

de 0,74%, em 2012, para 2% até 2017;

Reduzir em 1,98% a proporção de exodontia em relação aos procedimentos, passando de

7,48%, em 2013, para 5,5% até 2017;

Ampliar em 0,04 a razão de tratamentos odontológicos finalizados em relação a

tratamentos iniciados, passando de 0,76, em 2012, para 0,80 até 2017.

3.4.6. Rede de Atenção Psicossocial

Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com

necessidades decorrentes do uso/abuso de álcool, crack e outras drogas

A Rede de Atenção Psicossocial (Raps), instituída pela Portaria GM/MS nº 3.088, de

23 de dezembro de 2011, norteia-se pela proteção e pelos direitos das pessoas portadoras de

transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso/abuso de álcool, crack e outras

drogas e seus similares. A rede redireciona o modelo assistencial em saúde mental com a

finalidade de criar, ampliar e articular os pontos de atenção à saúde para essa população no

âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Raps também é responsável pela articulação de ações intersetoriais com outras áreas

de saúde, como o Programa Saúde na Escola, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o

Centro de Reabilitação, e com outras secretarias, como as de Esportes e Assistência Social,

além da Funarbe e da Superintendência Municipal Antidrogas, dentre outras.

A Raps tem como finalidade a substituição gradativa do modelo manicomial por outro

de base territorial, comunitário e descentralizado, tendo como porta de entrada a Atenção

Primária em Saúde para a população.

Os serviços de saúde mental oferecidos no município estão estruturados a partir do

conceito de Reabilitação Psicossocial. Trata-se de uma perspectiva que valoriza o sujeito no

52

exercício da cidadania e da inserção social, proporcionando a construção de estratégias que

promovam trocas sociais solidárias e inclusivas no território no qual tal indivíduo está

inserido. Para isso, os serviços de saúde mental de Betim dialogam com os diversos

segmentos sociais nos quais o sujeito possa estabelecer vínculos, como a família, a

comunidade, o trabalho, a escola, o esporte, o campo jurídico, dentre outros.

O município assume o tratamento integral de seus munícipes portadores de sofrimento

mental, bem como das pessoas com necessidades decorrentes do uso/abuso de álcool, crack e

outras drogas, priorizando os casos graves e/ou persistentes de sofrimento mental.

Na Atenção Secundária em Saúde, Betim dispõe de cinco Centros de Atenção

Psicossocial (Caps1). Os Cersams

2 Betim Central e Teresópolis funcionam 24 horas, e o

Cersam Citrolândia, diurnamente, de segunda a sexta-feira. São serviços de saúde mental que

se constituem em lugares de referência e acolhimento para o tratamento de crise psiquiátrica

de pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros

cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado

intensivo. Os casos referentes ao uso/abuso de álcool, crack e outras drogas são referenciados

para o Caps AD (álcool e drogas), que também funciona 24 horas.

O atendimento de crianças e adolescentes do município portadores de sofrimento

mental é realizado pelo Cersami3, com acolhimento, atendimento de urgência, atendimento

ambulatorial, permanência-dia, módulos terapêuticos e grupos com familiares.

Com relação aos Serviços Residenciais Terapêuticos/Moradias Protegidas,

dispositivos destinados a usuários egressos de longas internações psiquiátricas (igual ou

superior a dois anos ininterruptos), o município conta com duas casas: uma na região Central

e outra na região do Citrolândia.

O Centro de Convivência Estação dos Sonhos oferece serviços que visam à reinserção

social dos usuários por meio de oficinas diversas, atividades culturais e grupos para geração

de trabalho e renda. Além disso, acolhe e apoia a criação de associações de usuários da saúde

mental.

1 Caps – Os Centros de Atenção Psicossocial receberam em muitos municípios o nome de Cersam’s, pelo fato de terem sido

criados antes das legislações federais que normatizaram o funcionamento desses serviços. Portanto, as nomenclaturas Caps e

Cersams referem-se aos mesmos serviços. 2 Cersam – Centro de Referência em Saúde Mental. 3 Cersami – Centro de Referência em Saúde Mental Infantojuvenil.

53

Na atenção primária, o município possui equipes de saúde mental regionalizadas, que

acompanham os casos graves estabilizados de adultos e crianças, funcionando também como

apoiadores matriciais para a Estratégia de Saúde da Família.

Objetos de priorização:

Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral do município de Betim, de

forma articulada com os demais pontos de atenção em saúde e outros pontos intersetoriais;

Ampliar a cobertura da saúde mental na Atenção Primária;

Reduzir os danos associados ao uso de álcool, crack e outras drogas, garantindo à

população acesso aos serviços de saúde e à rede de suporte social por meio de parcerias

intersetoriais;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da Atenção Psicossocial previstos.

Metas:

Implantar um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Infantojuvenil (Caps ADi);

Implantar uma Unidade de Acolhimento Adulto (UA) para álcool, crack e outras drogas,

como componente de atenção residencial de caráter transitório da Rede de Atenção

Psicossocial;

Implantar um consultório de rua;

Construir nova sede para dois Centros de Atenção Psicossocial tipo 3 (Betim Central e

Cersam Teresópolis);

Manter no mínimo 1,54% de cobertura pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) /100

mil habitantes;

Manter as internações em hospitais psiquiátricos para pacientes em sofrimento mental e/ou

uso abusivo de álcool crack e outras drogas menor que 5%, resguardados os casos de

extrema indicação clínica;

Implementar o matriciamento em Saúde Mental em 100% das Unidades de Atenção

Primária de Saúde.

54

3.4.7. Rede de urgência e emergência com ênfase em causas externas, traumas e

complicações cardiocirculatórias

A Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) se sobressai às demais redes

temáticas prioritárias, tendo-se em vista a relevância e a premência das situações clínicas

envolvidas, além do atual contexto de superlotação nos prontos-socorros.

A RUE, como rede complexa e que atende a diferentes condições (clínicas, cirúrgicas,

traumatológicas, saúde mental etc.), é composta por diferentes pontos de atenção, de forma a

dar conta das diversas ações necessárias ao atendimento às situações de urgência. Desse

modo, conforme Brasil (2013), é necessário que seus componentes atuem de forma integrada,

articulada, sinérgica e de modo transversal em todos os níveis de atenção; devem estar

presentes o acolhimento, a qualificação profissional, a informação e a regulação de acesso.

A RUE de Betim é composta pelos seguintes componentes:

Promoção, prevenção e vigilância à saúde: objetiva estimular e fomentar o

desenvolvimento de ações de saúde e educação permanente voltadas para a vigilância, a

prevenção das violências, de acidentes, lesões e mortes no trânsito e das doenças crônicas não

transmissíveis, além de ações intersetoriais de participação e mobilização da sociedade,

visando à promoção da saúde, à prevenção de agravos e à vigilância à saúde.

Atenção Primária de Saúde: a estrutura desse nível de atenção conta com 35 Equipes

Saúde da Família e 34 Unidades de Atenção Primária de Saúde (Uaps), que objetivam a

ampliação do acesso, o fortalecimento do vínculo e o primeiro cuidado às urgências e às

emergências em ambiente adequado, com acolhimento, avaliação de riscos e vulnerabilidades

até a transferência/encaminhamento a outros pontos de atenção quando necessário.

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192): o município conta com três

Unidades de Suporte Básico (USB) e uma Unidade de Suporte Avançado (USA) para chegar

precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica,

traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, dentre outras) que possa levar a sofrimento,

sequelas ou até mesmo à morte, sendo necessário garantir atendimento e/ou transporte

adequados para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS.

Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h): as quatro UPAs instaladas no município

objetivam prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros

55

agudos ou agudizados de natureza clínica e prestar primeiro atendimento aos casos de

natureza cirúrgica ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação

diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a necessidade ou não de encaminhamento a

serviços hospitalares.

Atenção hospitalar: as portas hospitalares de urgência e os leitos de cuidados intensivos

(HPRB e Hospital Orestes Diniz/Colônia) estão organizados para dar suporte e atenção às

urgências nos hospitais, atender à demanda espontânea e/ou referenciada e funcionam como

retaguarda para os outros pontos de atenção às urgências de menor complexidade.

Atenção domiciliar: o município, através do programa federal Melhor em Casa,

reorganizou o processo de trabalho das equipes que prestam cuidado domiciliar na atenção

básica, ambulatorial e hospitalar com vistas à redução da demanda por atendimento hospitalar

e/ou à redução do período de permanência de pacientes internados, à humanização da atenção,

à desinstitucionalização e à ampliação da autonomia dos usuários. Esse programa conta com

quatro Equipes Multidisciplinares de Atenção Domiciliar (Emad) e uma Equipe

Multidisciplinar de Apoio (Emap).

3.4.7.1. Causas externas e trauma

No Brasil e em Betim, as causas externas – acidentes e violências – representam um

dos mais graves problemas sociais e de saúde pública, com alto impacto sobre a

morbimortalidade da população, repercutindo nos custos com políticas públicas, familiares e

pessoais. Esses agravos provocam mortes evitáveis, lesões e traumas físicos, emocionais e

sociais, diminuindo, assim, a qualidade de vida das pessoas e da coletividade. Além de

colocarem novos desafios para o atendimento do profissional de saúde, as causas externas

requerem uma atuação específica, multiprofissional e intersetorial.

Em geral, o perfil das vítimas de acidentes e violências são homens jovens com baixos

nível socioeconômico e escolaridade, e, no que se refere às violências doméstica e sexual, as

principais vítimas são crianças, mulheres e idosos.

Conforme SIH/datasus, em 2012, foram realizadas 2.515 internações no SUS Betim

por causas externas, o que representa cerca de 11,67% do total de internações, ocupando o

primeiro lugar entre as causas – excluído o grupo gravidez, parto e puerpério. Os jovens e os

adultos na faixa de 15 a 44 anos de idade concentraram o maior número de hospitalizações

56

(55,15%). Destes, 71,3% são do sexo masculino, e 28,7%, do sexo feminino. O componente

não intencional (acidentes), com 85,84%, preponderou sobre o componente intencional

(violências), com 14,07%, o que originou taxas de 55,5 e 9,1, respectivamente, por 10 mil

habitantes.

No ano de 2012, verificou-se um total de 828 notificações de violências doméstica e

sexual registradas pelas unidades de saúde, a maioria, com vítimas do sexo feminino (68%

dos atendimentos). As maiores proporções de atendimento foram observadas entre adultos

jovens na faixa etária de 15 a 39 anos (62%), e a maioria desses eventos foi mencionada como

violência física (77%).

Os óbitos por causas externas em Betim representaram o segundo maior tipo de

ocorrência nos anos de 2002 e 2003 e de 2009 a 2012 e o primeiro de 2004 a 2008. O risco de

morrer tem como predominantes ameaças as agressões e os acidentes de transporte, com esses

tendo correspondido a uma média anual de incidência de 225 mortes relacionadas a agressões

e 91 relacionadas aos acidentes de transporte no período de 2007 a 2012.

Devido à magnitude e à relevância dos acidentes e das violências para a saúde pública,

pela primeira vez, a Secretaria de Saúde definiu as causas externas como um dos eixos

estratégicos prioritários.

3.4.7.2. Complicações cardiocirculatórias

As doenças cardiovasculares têm se apresentado como uma das principais causas de

morbidade, incapacidade e morte no mundo e no Brasil. Estudos apontam que, com o

envelhecimento da população e a mudança dos hábitos de vida, a prevalência e a consequente

atenção às doenças cardiovasculares tendem a aumentar nos próximos anos.

Quando se avalia a taxa de internação de residentes de Betim por doenças do aparelho

circulatório, pode ser observado que as maiores taxas são registradas no sexo feminino,

conforme aponta a tabela abaixo.

57

Tabela 05. Frequências absoluta e relativa de internação e taxa de internação

(x 10.000 hab.) por doenças do aparelho circulatório segundo sexo,

residentes de Betim, 2002-2011

Ano Masculino Feminino

n. % População Taxa n. % População Taxa

2002 800 46,6 167.119 47,9 916 53,4 168.118 54,5

2003 790 47,6 173.727 45,5 868 52,4 174.766 49,7

2004 735 46,4 180.317 40,8 849 53,6 181.393 46,8

2005 885 49,9 195.276 45,3 887 50,1 196.440 45,2

2006 730 49,1 202.892 36,0 758 50,9 204.109 37,1

2007 795 50,8 210.385 37,8 770 49,2 211.773 36,4

2008 701 49,5 214.045 32,8 715 50,5 215.462 33,2

2009 647 51,9 220.141 29,4 600 48,1 221.608 27,1

2010 658 49,9 186.352 35,3 661 50,1 191.737 34,5

2011 728 42,7 189.055 38,5 975 57,3 194.516 50,1

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e IBGE

Nota: Dados 20/10/2012

Conforme a tabela 05 mostra, os óbitos por doenças do aparelho circulatório de

residentes de Betim nos anos de 2002 a 2011, em ambos os gêneros, apresentaram variação

descendente na taxa de mortalidade até 2007 e um novo aumento até 2011, porém, os valores

em 2011 são menores do que os observados em 2002. Esta variação pode ser atribuída, em

parte, às estimativas de população do IBGE para o município, que, em 2009, chegou a

441.749 habitantes, sendo que, em 2010, o censo determinou uma população real de 378.089,

bem menor. Pode-se observar que o número absoluto de óbitos neste período não sofreu

grandes alterações. As doenças do aparelho circulatório têm como principais vítimas os

adultos e os idosos acima de 60 anos, fato que não muda ao longo dos anos avaliados.

Detalhando-se as causas de óbito devido a doenças no aparelho circulatório (tabela

06), observamos que, entre os homens, as doenças cerebrovasculares foram mais frequentes,

seguidas das doenças isquêmicas do coração nos últimos três anos avaliados. De 2002 a 2007,

a categoria outras doenças cardíacas ocupava a segunda posição. Ainda quanto ao aparelho

circulatório, entre as mulheres, a primeira causa de óbitos em 2011 foram as doenças

cerebrovasculares, seguidas das doenças hipertensivas. Essa distribuição era diferente nos

anos de 2002 até 2007, quando as outras doenças cardíacas tinham maior proporção.

58

Tabela 06 - Frequência de óbitos por doenças do aparelho circulatório segundo o ano do óbito e o sexo, residentes de Betim, 2002-2011

DOENÇAS CIRCULATÓRIAS 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Homens n % n % n % n % n % n % n % n % n % n %

Febre reumática aguda e doença reumática crônica do coração 3 1,5 4 1,8 1 0,5 - - 3 1,8 - - 1 0,5 1 0,4 2 1,0 - -

Doenças hipertensivas 15 7,4 20 8,9 19 9,3 17 9,4 17 10,2 19 9,6 26 12,4 26 11,7 30 14,5 33 16,3

Doenças isquêmicas do coração 48 23,8 60 26,7 42 20,5 38 21,0 37 22,3 48 24,2 52 24,9 59 26,5 48 23,2 47 23,2

Infarto agudo do miocárdio 34 16,8 47 20,9 37 18,0 27 14,9 25 15,1 35 17,7 43 20,6 44 19,7 39 18,8 37 18,2

Outras doenças cardíacas 62 30,7 78 34,7 62 30,2 44 24,3 42 25,3 48 24,2 53 25,4 36 16,1 41 19,8 40 19,7

Doenças cerebrovasculares 63 31,2 51 22,7 71 34,6 68 37,6 63 38,0 70 35,4 60 28,7 85 38,1 69 33,3 72 35,5

Aterosclerose - - - - - - - - - - - - - - 1 0,4 1 0,5 - -

Rest. doenças do aparelho circulatório 11 5,4 12 5,3 10 4,9 14 7,7 4 2,4 13 6,6 17 8,1 15 6,7 16 7,7 11 5,4

Total 202 100,0 225 100,0 205 100,0 181 100,0 166 100,0 198 100 209 100,0 223 100,0 207 100,0 203 100,0

Mulheres n % n % n % n % n % n % n % n % n % n %

Febre reumática aguda e doença reumática crônica do coração 4 1,8 5 2,5 1 0,6 5 2,8 1 0,6 1 0,6 4 2,0 2 1,1 4 2,0 3 1,3

Doenças hipertensivas 25 11,1 21 10,6 25 15,5 20 11,3 12 7,7 26 15,1 35 17,6 25 13,2 33 16,5 42 18,6

Doenças isquêmicas do coração 35 15,6 46 23,1 35 21,7 34 19,2 32 20,5 31 18,0 37 18,6 43 22,8 41 20,5 39 17,3

Infarto agudo do miocárdio 28 12,4 40 20,1 25 15,5 22 12,4 22 14,1 21 12,2 25 12,6 32 16,9 29 14,5 29 12,8

Outras doenças cardíacas 74 32,9 59 29,6 40 24,8 43 24,3 33 21,2 36 20,9 37 18,6 42 22,2 47 23,5 37 16,4

Doenças cerebrovasculares 69 30,7 62 31,2 51 31,7 65 36,7 69 44,2 72 41,9 75 37,7 64 33,9 71 35,5 96 42,5

Aterosclerose - - - - - - 1 0,6 1 0,6 - - - - - - - - - -

Rest. doenças do aparelho circulatório 18 8,0 6 3,0 9 5,6 9 5,1 8 5,1 6 3,5 11 5,5 13 6,9 4 2,0 9 4,0

Total 225 100,0 199 100,0 161 100,0 177 100,0 156 100,0 172 100,0 199 100,0 189 100,0 200 100,0 226 100,0

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica/SMS/Betim – Sistema de Informação de Mortalidade, IBGE – dados populacionais.

Nota: Dados atualizados em 17/04/12.

59

Objetos de priorização:

Aprimoramento da Rede de Atenção às Urgências, com expansão e adequação de unidades

hospitalares, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), de Serviços de Atendimento Móvel

de Urgência (Samu) e centrais de regulação articuladas às outras redes de atenção;

Qualificar o atendimento ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e ao Acidente Vascular

Cerebral (AVC) nas urgências pré-hospitalares (Samu e UPA) e implementar a integração

entre o diagnóstico pré-hospitalar e a conduta hospitalar através de linhas-guia;

Organizar e ampliar os leitos hospitalares de retaguarda à RUE;

Qualificar a atenção à saúde por meio da organização das linhas de cuidados

cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica;

Implementar a linha de cuidado ao trauma na RUE – no que tange aos atendimentos pré-

hospitalar e hospitalar e à reabilitação;

Promover a intersetorialidade para a realização de ações, de campanhas de prevenção de

violência e de promoção de cultura de paz;

Implantar, implementar, validar e publicar protocolos de atendimento/linhas-guia e

instruções técnicas de trabalho da RUE previstos.

Metas:

Implantar uma unidade coronariana no HPRB;

Implantar uma unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE) no HPRB;

Implantar uma unidade de captação de órgãos no HPRB em parceria com o MG

Transplante;

Construir uma UPA na região do Guanabara/PTB, substituindo a existente;

Construir uma UPA na região Alterosas, substituindo a existente;

Concluir a obra e equipar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região Norte;

Ampliar em 20% o acesso aos Procedimentos de Média Complexidade em Traumato-

ortopédicos (TOM) no âmbito do SUS Betim;

Ampliar para 100% das unidades de saúde do município a notificação de violência

doméstica, sexual e outras violências;

60

Implantar em 100% das unidades de saúde a notificação compulsória de acidentes de

trânsito;

Implantar em toda a rede o acolhimento por classificação de risco;

Desenvolver e aplicar o novo projeto de segurança pública e patrimonial nas unidades;

Adquirir materiais e equipamentos de alta qualidade para as UPAs e o HPRB;

Descentralizar o serviço de hemoterapia;

Propiciar a regionalização do Samu conforme o Plano Estadual de Saúde.

3.4.8. Sistemas de apoio

Os sistemas de apoio são organizados de forma transversal nas RASs para serem

comuns a todas as redes. São compostos por “lugares institucionais” das redes que

proporcionam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde relativos ao apoio

diagnóstico e terapêutico, à assistência farmacêutica e à informação em saúde.

3.4.8.1. Vigilância em saúde

A vigilância em saúde constitui um processo contínuo e sistemático de coleta,

consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando ao

planejamento e à implementação de medidas de saúde pública para a proteção da saúde da

população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção

da saúde (Portaria GM/MS 1.378/2013).

As ações de vigilância em saúde são coordenadas com as demais ações e os serviços

desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir a integralidade da

atenção à saúde da população. Suas ações envolvem práticas e processos de trabalho voltados

para a vigilância da situação de saúde da população; a detecção oportuna e a adoção de

medidas adequadas para resposta às emergências de saúde pública; a vigilância, a prevenção e

o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis,

dos acidentes e das violências; a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em

saúde; a vigilância da saúde do trabalhador; a vigilância sanitária dos riscos decorrentes da

produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse de saúde; e para outras

ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem ser desenvolvidas em

61

serviços de saúde públicos e privados nos vários níveis de atenção, em laboratórios, ambientes

de estudo e trabalho e na própria comunidade.

Betim pretende fortalecer a vigilância em saúde de forma que ela integre

cotidianamente a prática dos profissionais em todos os pontos de atenção da rede SUS Betim,

subsidiando ações de melhoria nos processos de trabalho, planejamento e programação,

impactando os principais indicadores de saúde e mudando a qualidade de vida da população.

Objetos de priorização:

Fomentar e apoiar a implantação e a ampliação ou melhorias estruturais nos sistemas

públicos de abastecimento de água, bem como nos de esgotamento sanitário;

Implementar e regulamentar o Plano de Contingência da Dengue e reativar o Comitê

Municipal de Combate à Dengue;

Realizar campanhas de sensibilização dos profissionais e da comunidade em geral sobre o

controle da hanseníase, da tuberculose e de DST/Aids;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho previstos pela vigilância em saúde.

Metas:

Atualizar, aprovar e publicar o Código Sanitário Municipal;

Acompanhar os indicadores do Projeto de Fortalecimento das Ações de Vigilância à

Saúde, sendo: 39 indicadores do elenco 1 até maio de 2014; 55 indicadores dos elencos 1 e

2 até maio de 2015; e 63 indicadores dos elencos 1, 2 e 3 até maio de 2016 (resolução SES

3717/2013);

Acompanhar os 14 indicadores do Plano de Qualificação das Ações de Vigilância à Saúde

(Portaria GM/MS 1378/2013, regulamentada pela Portaria GM/MS 1708/2013);

Implantar e regulamentar Núcleo de Vigilância em Saúde em 100% das UPAs;

Implementar e regulamentar o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Nuveh)

no HPRB;

Implantar, implementar e regulamentar as equipes de Referência em Vigilância à Saúde

(Revisa) locais em no mínimo 80% das unidades de saúde;

Aumentar em 5% a cada ano o número de casos notificados de agravos e doenças

relacionadas ao trabalho, tendo-se como ano-base 2012;

62

Integrar ações com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) para

investigar, orientar e acompanhar 100% dos casos de acidente de trabalho grave

notificados no Sinan, informados pela rede SUS e pelos sindicatos;

Investigar 50% das Declarações de Óbito (DO) por acidente de trânsito encaminhadas ao

Cerest pela vigilância epidemiológica e investigar 100% das Declarações de Óbito (DO)

por acidente de trabalho encaminhadas ao Cerest pela vigilância epidemiológica;

Realizar, até 2017, 50% da análise da qualidade da água por meio dos índices de

coliformes totais, cloro residual e turbidez;

Aumentar para 85% a proporção de cães vacinados na Campanha de Vacinação

Antirrábica até 2017;

Aumentar para 80% a proporção de cura de casos novos de tuberculose pulmonar

bacilífera até 2017;

Aumentar para 70% a proporção de exames anti-HIV realizados entre os casos novos de

tuberculose pulmonar bacilífera até 2017;

Aumentar para 90% a proporção de cura de casos novos de hanseníase diagnosticados nos

anos de cortes até 2017;

Aumentar para 80%, até 2017, a proporção de contatos intradomiciliares de casos novos de

hanseníase examinados;

Manter o número absoluto de óbitos por leishmaniose visceral em zero;

Reduzir o número de óbitos por dengue para atingir zero até 2017;

Atingir a proporção de 80% de imóveis visitados em pelo menos quatro ciclos de visitas

domiciliares para controle de dengue;

Aumentar para 90%, até 2017, a proporção de registros de óbito com causa básica definida;

Aumentar para 90%, até 2017, a proporção de casos de Doenças de Notificação

Compulsória Imediata (DNCI) encerrados em até 60 dias após a notificação;

Realizar 100% das ações de vigilância sanitária programadas.

3.4.8.2. Apoio diagnóstico

O planejamento dos serviços de apoio diagnóstico em Betim é orientado pelos

princípios e as diretrizes do SUS. Dessa forma, o município busca garantir a universalidade e

63

a oportunidade de acesso dos cidadãos a todas as ações e todos os serviços necessários, a

integralidade da assistência e a equidade na alocação de recursos.

O apoio diagnóstico compreende exames de imagem, laboratoriais, traçados gráficos e

outros com objetivo de auxiliar os profissionais de saúde tanto em termos de diagnóstico

como na terapêutica.

A organização dos serviços de apoio diagnóstico está coerente com as diretrizes de

descentralização, regionalização e hierarquização, reconhecendo o caráter de apoio das

atividades para a resolubilidade em todos os níveis de atenção. O município conta com

serviços próprios (HPRB, maternidade e UPA/UAI), que são pactuados com outros serviços e

municípios, exames complementares e de alta complexidade (Cismep e prestadores privados).

3.4.8.3. Assistência farmacêutica

A assistência farmacêutica no SUS Betim reúne um conjunto de ações voltadas à

promoção, à proteção e à recuperação da saúde por meio do acesso a medicamentos, como

insumo de saúde, e do seu uso racional e seguro de forma humanizada. É objetivo a inserção

da assistência farmacêutica em todas as unidades dispensadoras de medicamentos para

garantir acesso real e com qualidade à população betinense.

Para ofertar essa assistência, o município conta com 26 farmácias nas Unidades de

Atenção Primária de Saúde (Uaps), quatro farmácias nas Unidades de Pronto Atendimento

(UPAs), uma farmácia no Centro de Referência Especializado Divino Braga, uma Unidade

Dispensação Medicamentos (UDM) – do Serviço Especializado Prevenção e Atendimento a

Doenças Infectocontagiosas –, três farmácias no Centro Especializado Referência Saúde

Mental (Cersam), uma farmácia no Hospital Público Regional de Betim (composição:

almoxarifado, manipulação de medicamentos, manipulação de nutrição parenteral, três

unidades-satélite para dispensação interna), uma farmácia na Maternidade Municipal, a

Farmácia Viva (manipulação de fitoterápicos e homeopáticos, almoxarifado de

medicamentos) e a Farmácia Popular.

A assistência farmacêutica de Betim tem como estratégia garantir o acesso aos

medicamentos disponíveis na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume), em

tempo integral, e reavalia continuamente os itens disponíveis na Remume a fim de se adequar

às novas demandas. A Remume no município conta com 308 tipos de medicamentos

padronizados; desses, 231 são dispensados aos pacientes, e 81 são de uso interno nas

64

unidades. A assistência farmacêutica desenvolve, ainda, ações para atender às demandas de

medicamentos não constantes na Remume, de medicamentos para doenças de baixa

prevalência, para casos de falha terapêutica ou para eventos adversos aos medicamentos da

Remume. Também direciona a elaboração e/ou a renovação dos processos de solicitação de

medicamentos de componente especializado à Secretaria de Estado de Saúde. A Diretoria de

Atenção Farmacêutica atende aproximadamente 360 pacientes/mês com medicamentos não

padronizados.

A assistência farmacêutica de Betim também disponibiliza à rede SUS medicamentos

fitoterápicos e homeopáticos com alto nível de qualidade pelo Programa Farmácia Viva, como

alternativa terapêutica em consonância com a política das Práticas Integrativas e

Complementares de Saúde.

Objetos de priorização:

Prestar assistência farmacêutica humanizada e qualificada, respeitando a legislação

vigente, garantindo uso racional e acesso aos medicamentos em concordância com os

protocolos específicos do município;

Assegurar uma política efetiva de assistência farmacêutica, alinhada ao funcionamento das

redes, e garantir a logística de distribuição adequada dos medicamentos aos cidadãos;

Reativar e cumprir integralmente as atividades propostas pelo programa Farmácia Popular

do Brasil;

Implantar, aos moldes do Programa Farmácia de Minas, da Secretaria de Estado da Saúde,

farmácias nas regionais de saúde do município de acordo com a população adscrita;

Fortalecer e ampliar as atividades da Farmácia Viva;

Realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de

plantas medicinais e a manipulação até a dispensação de preparações magistrais e oficinais

de plantas medicinais e fitoterápicos, pela Farmácia Viva;

Realizar ações de educação permanente relacionadas à assistência farmacêutica e ao uso

racional e seguro de medicamentos;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho previstos pela assistência farmacêutica.

65

Metas:

Equipar 100% das farmácias de atenção primária à saúde e atenção secundária da rede SUS

de acordo com a legislação vigente;

Implantar uma farmácia de medicamentos de componente especializado (Farmácia de

Minas ampliada) para atender a usuários com patologias especiais;

Implantar o acompanhamento fármaco-terapêutico em dez UAPS visando à atenção

integral ao paciente diabético;

Implantar fluxo de notificações de RAM em 100% das unidades de saúde do município;

Promover o acesso e o uso racional de medicamentos de forma integrada com as demais

ações de saúde, de acordo com os princípios do SUS e as necessidades da população,

atingindo-se, em 2017, o percentual de 95% de cobertura com o estoque de medicamentos

básicos distribuídos conforme a programação.

3.4.8.4. Informação em saúde

A informação é um elemento básico do cuidado. Processá-la visando a uma assistência

com qualidade é uma tarefa difícil, principalmente quando não se adota uma metodologia

estruturada. No cenário atual, o sistema de saúde apresenta condição fragmentada, observa-se

uma enorme pulverização de recursos e uma “deseconomia” de escala, tendo-se como

consequência a baixa qualidade, a baixa resolubilidade, a elevação de custos e a precariedade

nos fluxos, tornando a implementação efetiva das redes de atenção um grande desafio para a

gestão.

Portanto, ressalta-se a importância dos sistemas de informação em saúde, visto que

esses podem contribuir de maneira significativa no processo de qualificação da assistência ao

paciente, possibilitando o compartilhamento e o acesso imediato a informações, o aumento da

eficiência dos processos clínicos e administrativos, a otimização de recursos devido a

facilidades no controle de insumos e à obtenção de dados estatísticos com características

epidemiológicas da população atendida.

Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de

monitoramento e coleta de dados e têm como objetivo o fornecimento de informações para

análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, subsidiando

a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal.

66

A Secretaria de Saúde de Betim, em busca de solução inteligente para auxiliar a gestão

a enfrentar os desafios do setor e projetar ações com segurança, firmou um contrato com a

empresa de software MV Informática. O software que está em desenvolvimento visa atender a

todas as demandas que permeiam a gestão de saúde pública do município e, além de controlar

de maneira segura a gestão dos recursos públicos, irá facilitar o dia a dia dos gestores, pois

disponibiliza indicadores financeiros e epidemiológicos. O sistema vai disponibilizar um

conjunto de ferramentas que irá proporcionar a integração de todos os setores e todos os

processos da instituição e o acompanhamento completo da situação de saúde da população,

além de viabilizar melhoria efetiva da capacidade de gestão da Secretaria de Saúde.

3.4.8.4.1. Prontuário clínico

Documento no qual o profissional de saúde registra os dados do paciente obtidos

através do exame clínico, incluindo a avaliação clínica, os exames complementares, as

conclusões e os procedimentos aplicados.

O prontuário clínico eletrônico deve reunir em um único lugar todo o histórico de

saúde do paciente. Com ele, o profissional de saúde passa a ter acesso a todas as informações,

ampliando sua visão sobre a situação de saúde do paciente e, assim, podendo prestar

assistência adequada ao caso.

3.4.8.4.2. Cartão de identificação do usuário

O Programa Cartão Nacional de Saúde, ou Cartão SUS, é um mecanismo de

integração e modernização dos sistemas de informação em saúde cujo objetivo é identificar

usuários, profissionais e unidades primárias de saúde que compõem a rede de saúde pública

nos diversos municípios a fim de aperfeiçoar os mecanismos de referência e contrarreferência

dos serviços ofertados na rede SUS.

Assim, a proposta do Cartão SUS é efetivar um sistema de registro e atendimento em

saúde, contribuindo para a gestão do Sistema Único de Saúde e para a organização de uma

rede de serviços regionalizada e hierarquizada.

O Cartão Nacional de Saúde possibilita a vinculação dos procedimentos executados e

a unificação dos instrumentos de identificação no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)

ao usuário, ao profissional que os realizou e, também, à unidade de saúde onde foram

realizados.

67

Objetos de priorização:

Investir em tecnologia da informação e comunicação na rede SUS Betim para melhorar o

atendimento em saúde;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da Informação em Saúde previstos.

Metas:

Descentralizar a confecção do cartão SUS para 60% das unidades de saúde, fortalecendo a

vinculação com a equipe de referência;

Implantar prontuário eletrônico em toda rede SUS Betim;

Implantar o portal de gestão do conhecimento em saúde;

Implantar o portal da Secretaria Municipal de Saúde;

Renovar 80% do parque tecnológico.

3.4.8.5. Educação em saúde

A educação em saúde no município de Betim tem quatro grandes vertentes de atuação

e diálogo, tendo em vista seu papel primordial de formação do servidor e do profissional de

saúde no serviço: a) a educação permanente em saúde (ou continuada); b) a pesquisa e a pós-

graduação; c) a educação à distância e a telessaúde; d) os estágios presentes na rede do SUS

Betim. A estes quatro, soma-se a educação popular em saúde, que será abordada de maneira

mais próxima do cidadão, capacitando o profissional em serviço para promover ações no nível

comunitário.

Considerando o temário da Conferência Municipal de Saúde, que envolve a Atenção

Primária à Saúde (APS) como foco da estruturação da rede de saúde e a garantia de acesso

com participação popular, entendemos que a educação em saúde a ser realizada em nosso

município passa por duas linhas primordiais de atuação, que contemplam a captação e a

capacitação do servidor da saúde. A capacitação é o cerne da educação em saúde. Já a

captação demanda o estabelecimento de critérios adequados de valorização do profissional já

capacitado sob a ótica da atenção primária em saúde.

Para tanto, faz-se necessária uma legislação que contemple essa valorização

diferencial, seja através de incentivos financeiros, seja através da inclusão desses profissionais

68

em um patamar diferenciado dentro da rede de saúde (através de remuneração ou sendo

reconhecidos como referências ou protagonistas da educação em saúde). Fazem-se necessárias

ainda a consolidação e a ampliação da residência em medicina de família e comunidade,

regulamentada em nosso município em 2007, e da residência multiprofissional em saúde da

família, regulamentada no fim de 2012.

A partir da retomada da parceria entre a Secretaria de Saúde e o servidor quanto à sua

capacitação, a Diretoria de Educação em Saúde (Desa) propõe que o servidor possa validar

suas capacitações através da aplicação de conhecimentos em seu campo de trabalho. Para que

haja mobilização desses profissionais, é necessário rediscutir a forma de reconhecimento da

EP municipal perante o Plano de Cargos e Carreira e Vencimentos dos Servidores (PCCV),

atribuindo valor à capacitação interna do servidor.

Fomentar a pesquisa para aprimorar a qualidade da saúde oferecida para o cidadão é

um dos pontos de trabalho, entretanto, ainda dependemos de Instituições de Ensino Superior

(IES) com Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) para que o servidor realize pesquisas na rede

de saúde. A Desa tem em andamento um projeto de estabelecimento de Comitê de Ética em

Pesquisa, que, inclusive, demanda a participação do controle social em sua composição. Além

disso, o CEP é um dos pontos fundamentais para o credenciamento do Hospital Público

Regional de Betim (HPRB) como hospital de ensino, o que representa maior atratividade e

poder de negociação.

O telessaúde também tem sido utilizado como estratégia de fixação dos profissionais

da APS, já que oferece trabalho cooperado online, permitindo o compartilhamento de

conteúdos educacionais e assistenciais. As experiências do Telessaúde Brasil Redes – que

hoje se encontram em processo de implantação na atenção primária do SUS Betim – tendem a

contribuir para a resolubilidade na APS e a qualificação de seus profissionais.

Objetos de priorização:

Reconhecer a educação em saúde como porta-voz das políticas de saúde desenvolvidas

para Betim, tanto para o servidor quanto para o cidadão betinense;

Fortalecer as ações de educação permanente na rede SUS Betim;

Capacitar a atenção primária para se tornar o eixo estruturador do planejamento em saúde,

ampliando a capacidade resolutiva da APS para no mínimo 85% dos problemas de saúde

que se apresentam nesse nível;

69

Acompanhar e orientar processos de elaboração e/ou revisão de protocolos

assistenciais/linhas-guia e instruções técnicas de trabalho da rede SUS Betim previstos;

Fomentar ações de educação popular em saúde;

Ampliar programa de residência médica em psiquiatria e multiprofissional em saúde

mental;

Formular projeto de lei referente ao PCCV que contemple a educação permanente e a

educação à distância e construir um plano de revalidação das capacitações como parte do

processo de valorização do profissional da rede SUS Betim;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da educação em saúde previstos.

Metas:

Implantar pontos do Telessaúde Brasil em 80% das Unidades de Atenção Primária à Saúde

(Uaps);

Ampliar em 50% a proporção de profissionais que atuam na APS formados em medicina

de família e comunidade até 2017;

Ampliar em 20% as residências multiprofissionais em saúde da família até 2017;

Implantar um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de acordo com a legislação vigente;

Criar um Comitê de Integração Ensino Serviço (Cies) que envolva todas as instituições de

nível superior que se façam presentes na Rede de Atenção à Saúde de Betim;

Repactuar 100% dos convênios com instituições de nível superior com novas

contrapartidas definidas pela SMS/Betim e auditar as contrapartidas previstas em

convênio;

Realizar ações para credenciamento do HPRB no MEC como hospital de ensino.

3.4.8.6. Reabilitação

A reabilitação é um processo global e dinâmico orientado para a recuperação física e

psicológica da pessoa portadora de deficiência, tendo em vista a sua reintegração social. A

assistência à saúde física e de reabilitação pretende tratar ou atenuar as incapacidades

causadas por doenças crônicas, sequelas neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do

parto, acidentes de trânsito e de trabalho.

70

O município de Betim objetiva possibilitar o acesso da população a serviços de

reabilitação com qualidade, equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades

de saúde, com ética, transparência e respeito ao ser humano e ao meio ambiente, com o

compromisso de realizar o serviço com resultado eficaz.

Para isso, o município conta com os Nasfs, o Centro de Referência em Reabilitação

Anderson Gomes de Freitas (CRR), que ofertam serviço de reabilitação de caráter

ambulatorial de média complexidade, e quatro clínicas contratualizadas para complementar a

oferta de serviços de reabilitação de acordo com a necessidade da população.

O Programa de Saúde Auditiva da Região de Saúde de Betim está instalado no Centro

de Referência em Especialidades Médicas Divino Ferreira Braga e é executado por dois

profissionais fonoaudiólogos, que realizam avaliação para concessão do aparelho auditivo,

monitoramento e acompanhamento em reabilitação auditiva após a adaptação.

Dentre os desafios, o que merece priorização é a readequação da estrutura física do

imóvel onde funciona o Centro de Referência em Reabilitação Anderson Gomes de Freitas,

devido à incompatibilidade da estrutura com a proposta da reabilitação por suas limitações de

acesso. Para promover uma reabilitação com qualidade e sem limitação de acesso, a gestão

municipal elaborou projeto para construir um Centro de Especialidades de Reabilitação (CER)

tipo 3 no município, que será responsável por oferecer serviços nas áreas de reabilitação

física, ostomia, intelectual e visual em toda a Região de Saúde de Betim e trabalhará para

pactuar financiamento com o governo federal.

Para promover a qualidade de vida e o fortalecimento da vida saudável, foi

reestruturado o Programa Agita Betim, o qual oferece serviços nas academias populares do

município onde são realizadas atividades de promoção à saúde, nas regionais Norte, Central,

Teresópolis e Citrolândia, além da promoção de eventos nos fins de semana visando aos

benefícios da prática de atividade física. O Programa Agita Betim oferece aos participantes a

aferição de pressão arterial, glicemia, índice de massa corporal e a prescrição de exercícios

supervisionados por fisioterapeuta, educador físico e enfermeiro.

Objetos de priorização:

Reduzir o tempo de espera na fila para acolhimento e primeiro atendimento no Centro de

Reabilitação (CRR), visando aumentar o número de atendimentos com serviço de

qualidade;

71

Reestruturar as linhas de atendimento e o processo de trabalho;

Realizar ações de educação permanente relacionadas à reabilitação e aos cuidados com a

pessoa com deficiência;

Elaborar e/ou revisar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as instruções técnicas de

trabalho previstos para os serviços de reabilitação;

Fortalecer a política de reabilitação desempenhada pelo Nasf;

Estreitar os laços de comunicação entre os profissionais do CRR e os dos demais serviços

que compõem a rede SUS Betim;

Otimizar os cuidados auditivos através da implantação do serviço de reabilitação auditiva

no modelo instrutivo saúde auditiva, baseado na Portaria GM 79, de 24 de abril de 2012, e

na Portaria GM 835, de 25 de abril de 2012, no CER 3;

Ampliar o número de cotas de encaminhamentos para a adaptação do Aparelho de

Amplificação Sonora Individual (Aasi) nos serviços de atenção à saúde auditiva;

Credenciar o município de Betim com o serviço de atenção à saúde auditiva, tornando a

Região de Saúde de Betim autorresolutiva quanto ao processo de reabilitação do deficiente

auditivo;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da reabilitação previstos.

Metas:

Construir um CER 3 com os recursos disponibilizados pelo governo federal;

Adquirir equipamentos e materiais de consumo do CER 3 com os recursos disponibilizados

pelo governo federal.

3.4.9. Sistemas logísticos

O sistema logístico visa integrar todos os pontos da rede e eliminar os retrabalhos e as

redundâncias. Para isso, organiza de forma racional, eficaz e otimizada os fluxos e os

contrafluxos de informações, os produtos e as pessoas nas redes de atenção com base em

soluções tecnológicas ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio. Os

principais sistemas logísticos referem-se à regulação do transporte em saúde.

72

3.4.9.1. Transporte em saúde

O município de Betim considera a importância do transporte no acesso à saúde e, por

isso, garante a efetiva oferta dos serviços, assegurando o deslocamento do paciente/usuário do

Sistema Único de Saúde para a realização de seus exames e consultas especializadas fora de

seu domicílio e responsabiliza-se pela precisão na chegada em tempo hábil de medicamentos,

hemocomponentes e equipe médica quando solicitados, obedecendo a horários previamente

agendados.

Levar a saúde para o mais próximo do cidadão é um preceito constitucional

fundamental para um atendimento de qualidade à população. Em Betim, para garantir esse

preceito, a Secretaria Municipal de Saúde preocupa-se em assegurar uma assistência de

qualidade no transporte da saúde, realizando atendimento em todas as suas regionais, com

veículos à disposição das unidades de saúde.

Dentre os tipos de transporte da saúde oferecidos pelo município, destacam-se os

seguintes: ambulância sanitária, micro-ônibus – compondo o Programa Circular da Saúde – e

transporte administrativo (vans e motos).

Para um serviço de transporte em saúde eficiente, torna-se indispensável o

investimento nessa área. Assim, a Prefeitura de Betim conta com parcerias com a Secretaria

Estadual de Saúde de Minas Gerais e o governo federal para a estruturação do serviço.

A estratégia adotada pela gestão municipal vem possibilitando ao sistema de

transporte de saúde em Betim resultados significativos, com aumento em 2013 de

aproximadamente 40% dos atendimentos, além de propiciar a precisão no atendimento às

solicitações com o auxilio do número telefônico 0800 0383 334, possibilitando a

concretização do acesso dos usuários do SUS Betim aos serviços de saúde do município ou a

tratamento fora do domicílio.

Objetos de priorização:

Estruturar e ampliar a área física da Divisão de Transporte;

Reparar, padronizar e revitalizar os micro-ônibus utilizados no transporte sanitário;

Qualificar os motoristas da saúde por meio de cursos de direção defensiva, de condução de

veículos de emergência, de transporte coletivo e de primeiros socorros;

73

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho do transporte em saúde previstos.

Meta:

Renovar 80% da frota até 2017.

3.4.9.2. Regulação do acesso

A regulação do acesso aos serviços de saúde no município de Betim ordena os fluxos

de ingresso de forma equânime e integral aos serviços assistenciais e ajusta o perfil

assistencial mais adequado às necessidades dos usuários do SUS. Para isso, conta com a

Programação Pactuada Integrada (PPI), que define as programações assistenciais para a

população própria e a dos municípios da Região de Saúde de Betim, nas quais são

estabelecidos quantos e quais serviços de saúde próprios e complementares serão instalados

no município e quais serviços serão referenciados às cidades vizinhas, tendo-se como base o

Plano Diretor Regional (PDR) e as redes assistências implantadas no Estado.

Atualmente, são regulados em Betim os fluxos de acesso a consultas especializadas, a

exames de imagem (ultrassonografia, tomografia, endoscopia etc) e cirurgias eletivas. Para

assegurar a integralidade da assistência, serão regulados também os serviços de fisioterapia,

odontologia e internação hospitalar. Betim propicia à população acesso a serviços

qualificados de médio e alto custo, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde. A

regulação do acesso no município de Betim constitui uma importante ferramenta de gestão de

equidade, transparência, controle, monitoramento e avaliação dos recursos existente, além de

sinalizar os desafios e os avanços do SUS nas três esferas de governo (municipal, estadual e

federal). O seu objetivo é otimizar a utilização dos serviços, a qualificação e a humanização

das ações de saúde desenvolvidas.

Dentre os desafios evidenciados, o que merece priorização é a execução de cirurgias

eletivas, principalmente cirurgias ginecológicas e gerais. Em relação a esse ponto, a gestão

municipal trabalhará para ampliar a oferta de cirurgias.

74

Objetos de priorização:

Assegurar a integralidade da assistência aos usuários do SUS Betim e propiciar à

população acesso a serviços qualificados de médio e alto custo, integrando-os aos demais

níveis de atenção à saúde;

Reestruturar a política de regulação, controle e avaliação;

Fortalecer a regulação do acesso a procedimentos de média e alta complexidade pelo

Complexo Regulador Assistencial do SUS Betim;

Contratualizar os prestadores de serviços complementares ao SUS Betim, garantindo o

interesse público como prioridade;

Constituir câmara técnica para revisão e atualização dos parâmetros assistenciais dos

procedimentos ambulatoriais do SUS Betim;

Subsidiar planejamento da SMS de Betim através de dados de regulação, controle e

avaliação para estruturação, efetivação e revisão das redes assistenciais de saúde;

Realizar ações de educação permanente relacionadas à regulação, ao controle e à avaliação

voltadas para a realidade da RAS de Betim;

Otimizar os recursos assistenciais disponíveis, buscando assegurar a melhor alternativa

assistencial face às necessidades de atenção e assistência à saúde da população;

Avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das estruturas, dos processos e dos resultados

relacionados ao risco, ao acesso e à satisfação dos cidadãos frente à RAS na busca da

resolubilidade e da qualidade;

Qualificar a programação e o monitoramento da PPI com maior transparência e critérios

pertinentes para remanejamento;

Implantar, implementar, validar e publicar os protocolos assistenciais/linhas-guia e as

instruções técnicas de trabalho da regulação do acesso previstos.

Metas:

Ampliar a oferta de serviços de média e alta complexidade em 20% até 2017;

Ampliar o acesso da população residente em Betim aos procedimentos ambulatoriais de

média complexidade de 0,61%, em 2012, para 0,81% até 2017;

Ampliar o acesso da população residente em Betim a internações clínico-cirúrgicas de

média complexidade de 3,47%, em 2012, para 3,89 até 2017;

75

Implantar Central de Regulação de Leitos Hospitalares no SUS Betim;

Ampliar a atuação da Comissão Técnica de Alta Complexidade na rede SUS Betim.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com foco na promoção do acesso com qualidade às ações e aos serviços de saúde, no

fortalecimento nas Redes de Atenção à Saúde e no reforço do controle e da participação

social, este Plano Municipal de Saúde de Betim orientará a gestão municipal no setor Saúde

de 2014 a 2017.

O Plano Municipal de Saúde de Betim foi elaborado com a colaboração de todas as

diretorias envolvidas nas ações de saúde, em todos os níveis de governança da SMS de Betim.

O Conselho Municipal de Saúde foi um grande apoiador e esteve presente nas etapas de

elaboração deste documento. Essa parceria, assim como a construção coletiva deste

instrumento, contemplou ampla discussão técnica sobre suas prioridades e os desafios e

contribuirá para o planejamento da Secretaria Municipal de Saúde, bem como para sua

aplicação efetiva nos próximos quatro anos.

O monitoramento das ações propostas neste plano será realizado a cada quadrimestre e

apresentado ao Conselho Municipal de Saúde para aprovação das ações e dos recursos

aplicados, assim como será apresentado em audiência pública na Câmara de vereadores e

também disponibilizado para acesso público no portal da prefeitura. A avaliação da

efetividade das ações, dos objetivos e das metas acontecerá no fim de cada exercício, no ato

de elaboração do Relatório Anual de Gestão (RAG), ou sempre que a gestão julgar necessário,

de forma que esse instrumento seja dinâmico no decorrer dos anos, subsidiando as ações de

saúde.

As diretrizes e as metas a serem atingidas deverão contribuir para o alcance do

objetivo de aprimoramento do SUS Betim, visando ao acesso universal, de qualidade e em

tempo oportuno, contribuindo para a melhoria das condições de saúde, para a redução das

iniquidades e para a promoção da qualidade de vida dos betinenses.

76

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e

a recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras

providências.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Plano

Nacional de Saúde - PNS: 2012-2015 / Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de

Planejamento e Orçamento - Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3.088 de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de

Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do

uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada.

Manual instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS) /

Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília:

Editora do Ministério da Saúde, 2013. 84 p.: il.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação da

Saúde. Anais do Seminário Nacional de Vigilância em Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção

da Saúde: Brasília, 20 a 22 de setembro de 2005. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes e

recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não transmissíveis: promoção da saúde,

vigilância, prevenção e assistência / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância à Saúde, Secretaria de

Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 72 p. – (Série B. Textos Básicos de Atenção à

Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 8)

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as

diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá outras

providências.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Caderno de Educação

Popular e Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007a. 160 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.813, de 20 de Novembro de 2008. Define recursos

financeiros do Ministério da Saúde para a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de

Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília: Ministério

da Saúde, 2009. 64 p.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Informatização e Telessaúde Brasil Redes na Atenção Básica - Manual Instrutivo. Brasília: Ministério da

Saúde, s/ data. 14 p.

BRASIL. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de

setembro e 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da

saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília: 2004.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Secretaria de Gestão

do Trabalho e da Educação na Saúde : SGETS : políticas e ações / Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão

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do Trabalho e da Educação na Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 32p.: il. – (Série B. Textos

Básicos de Saúde).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de

Saúde. Plano de Ações Estratégicas para enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)

no Brasil, 2011 a 2022/ Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise

de Situação de Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.160p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Política Nacional de Gestão

Estratégica e Participativa no SUS – Participa SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e

Participativa. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009. 44 p. – (Série B. Textos Básicos de

Saúde).

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Dispõe sobre as

diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 904, de 29 de maio de 2013. Dispõe sobre as diretrizes

para implantação e habilitação de Centro de Parto Normal (CPN), no âmbito do Sistema Único de Saúde

(SUS), para o atendimento à mulher e ao recém-nascido no momento do parto e do nascimento, em

conformidade com o Componente PARTO E NASCIMENTO da Rede Cegonha, e dispõe sobre os

respectivos incentivos financeiros de investimento, custeio e custeio mensal.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do

Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Plano Estadual de Saúde – PES: 2012-

2015, 2011.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Subsecretaria de Políticas e Ações de Saúde.

Superintendência de Redes de Atenção à Saúde. Diretoria de Saúde Bucal - SB Minas Gerais: pesquisa das

condições de saúde bucal da população mineira: resultados principais/Secretaria de Estado de Saúde de

Minas Gerais. Subsecretaria de Políticas e Ações de Saúde. Superintendência de Redes de Atenção à Saúde.

Diretoria de Saúde Bucal. - Belo Horizonte: SES-MG, 2013.

MENDES, Eugênio Vilaça. As Redes de Atenção à Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde,

2011.

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz. Relatório Final do Projeto

Carga Global de Doença do estado de Minas Gerais, 2005. Núcleo de Pesquisa em Métodos Aplicados aos

Estudos de Carga Global de Doença. ENSPTEC – Tecnologias em Saúde para Qualidade de Vida, 2011.

MOURA, R. Telessaúde Brasil Redes no SUS Betim: Implantação do Programa Nacional Telessaúde Brasil

Redes. Betim: SMSA, 2013. [Projeto manuscrito] 15 p.

SAVASSI, LCM. Projeto de Implantação da Residência em Medicina de Família e Comunidade de Betim.

Betim: SMSA, 2007. [Projeto manuscrito] 40 p.

Ministério da Saúde, disponível em: <<http:// www.saude.gov.br>>

Prefeitura Municipal de Betim, disponível em: <<http:// www.betim.mg.gov.br>>

PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM. Conselho Municipal de Saúde, 12ª Conferência Municipal de

Saúde, Caderno de Teses. Recuperando a Saúde de Betim. MS/Política Nacional de Humanização; Brasília,

Janeiro de 2004.

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6. ANEXO - I

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