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Page 1: Mensagem nº 009 2011 - Institui Demasi

  

M E N S A G E M Nº 009/2011-GEM

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Ilustríssimos Senhores Vereadores:

Na oportunidade em que cumprimento Vossa Excelência e

demais membros dessa Casa Legislativa, encaminho para apreciação em sessão

extraordinária, o Projeto de Lei que INSTITUI O DEPARTAMENTO

MUNICIPAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO DE IJUÍ – DEMASI, E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Em 5 de janeiro de 2007 foi editada a Lei Federal nº

11.445, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, considerada

o marco regulatório do setor.

As normas constantes desse diploma legal são de âmbito

nacional, devendo ser observadas por todos os entes federativos, União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, pois estes são responsáveis pelos serviços de

saneamento básico. A definição de saneamento básico está previsto no artigo 3°,

inciso I, da Lei Federal 11.445/2007, de forma bastante abrangente. Vai além do

conceito tradicional – ou mais reduzido – de saneamento básico, que alcança

somente os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Inclui no

conceito também a limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos e a drenagem e

manejo das águas pluviais.

Os princípios fundamentais que deverão reger a prestação

dos serviços públicos de saneamento básico, previstos no artigo 2° da normativa em

tela, são os seguintes:“ I – universalização do acesso; II – integralidade,

compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos

diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na

conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;

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III – abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do

meio ambiente; IV – disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de

drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança

da vida e do patrimônio público e privado; V – adoção de métodos, técnicas e

processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; VI – articulação com

as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à

pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras

de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as

quais o saneamento básico seja fator determinante; VII – eficiência e sustentabilidade

econômica; VIII – utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade

de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; IX –

transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios

institucionalizados; X – controle social; XI – segurança, qualidade e regularidade;

XII – integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos

hídricos”.

Da leitura dos princípios, percebe-se que o saneamento

básico passa a ser visto como uma questão de Estado, reforçando a idéia de

planejamento sustentável, tanto do ponto de vista da saúde e meio ambiente, como do

ponto de vista financeiro. A busca pela universalização e integralidade da prestação

dos serviços, sempre prestados com transparência e sujeitos ao controle social, é

outro ponto destacado.

O saneamento básico tem que ser pensado em conjunto

com as demais políticas de desenvolvimento urbano e regional voltadas à melhoria

da qualidade de vida, bem como à busca permanente por uma gestão eficiente dos

recursos hídricos. Nesta linha, o reforço da necessidade de um planejamento

consciente da prestação dos serviços públicos de saneamento, é que a Lei exige (art.

19) a elaboração de um plano que pode ser específico para cada setor do saneamento

básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas) ou único,

integrando os quatro eixos. Este documento deverá conter o diagnóstico, prognóstico,

ações emergenciais, mecanismos de controle e procedimentos para avaliação

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sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas para os limites do

município. O parágrafo 1° desse artigo 19 estabelece que o Plano deve ser elaborado

pelo titular do serviço. Hoje, entende-se que o Município está obrigado a planejar o

serviço a ser prestado, com a elaboração do Plano de Saneamento Básico, que

norteará as ações neste contexto. A atividade de planejar é indelegável e de exclusiva

responsabilidade do Município, conforme se depreende da leitura do artigo 8º da lei

em comento, que autoriza a delegação da organização, regulação e fiscalização do

serviço, mas não do planejamento.

Por conseguinte, o município de Ijuí iniciou a

elaboração do seu Plano Municipal de Saneamento Básico Participativo, PLAMSAB,

através da institucionalização do Comitê de Coordenação do Plano Municipal de

Saneamento Básico, composto por servidores municipais indicados pela Portaria nº.

006/10-GEM. Esta equipe, que se reúne semanalmente desde abril/2010, data da

vigência da referida Portaria, discute os serviços de saneamento básico para o

município, vinculado com os demais planos essenciais (Plano Diretor, Plano de

Mobilização, entre outros) que visam planejar a cidade de forma adequada e de

acordo com suas potencialidades e relevando suas fragilidades. A partir destes

encontros, identificou-se a necessidade imediata da criação de um ente, ligado ao

Poder Público Municipal, para o encaminhamento das ações relacionadas ao

saneamento básico no município. Sugere-se assim, a criação do Departamento

Municipal de Saneamento de Ijuí – DEMUSI com vistas a executar o planejamento,

estudos, fiscalização, regulação e operação, ou se for caso, a delegação dos serviços,

e demais ações pertinentes ao objeto principal. Esta demanda surgiu especialmente

ao identificarmos a possibilidade de otimizarmos o sistema de fiscalização dos

serviços de saneamento básico, através de contrato de programa ou concessão destes,

quando couber. De forma unânime, os membros do comitê municipal de elaboração

do PLAMSAB, acenaram para a lacuna existente na fiscalização dos serviços, bem

como no planejamento unificado, e isto embasa esta proposta, pois o departamento

terá como uma das atribuições a fiscalização.

Salientamos que esta não é uma ação pioneira no

município quanto a criação de autarquias, visto que já possuímos o DEMEI –

Departamento Municipal de Energia de Ijui que presta serviços no campo da energia

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elétrica. Por outro lado, também não se trata de uma iniciativa inédita quanto à

estruturação de autarquias municipais para a execução de serviços de saneamento

básico, visto que vários municípios, inclusive no estado do Rio Grande do Sul

operam seus sistemas através deste tipo de estrutura pública, de forma eficiente.

Ficamos, assim, diante das razões aduzidas, no aguardo do

indispensável beneplácito dos honrados Vereadores, a fim de que possamos

transformar a presente propositura em lei.

Atenciosamente,

FIORAVANTE BATISTA BALLINPREFEITO

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 PROJETO DE LEI Nº.....................DE......................DE.......................DE............ 

 INSTITUI O DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO DE IJUÍ – DEMASI, COMO ENTIDADE AUTÁRQUICA DE DIREITO PÚBLICO, DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Art. 1º Fica instituído, como entidade autárquica municipal, de direito público, o Departamento Municipal de Águas e Saneamento de Ijuí - DEMASI, com personalidade jurídica própria de direito público, sede e foro no município de Ijuí, Estado do Rio Grande do Sul, dispondo de patrimônio próprio e autonomia administrativa, financeira e técnica, dentro dos limites traçados na presente lei, na Lei Orgânica Municipal e demais leis superiores que regem a matéria.

Art. 2º O DEMASI exercerá a sua ação em todo o município, competindo-lhe com exclusividade:

I – orientar, planejar, executar e fiscalizar ações para universalização dos serviços de água e saneamento básico nos limites do município;

II - estudar, projetar e executar, diretamente ou mediante contrato com organizações especializadas, as obras relativas à construção, ampliação ou remodelação dos sistemas públicos de saneamento básico, tais como: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

III - atuar como órgão coordenador e fiscalizador da execução dos convênios entre o município e os órgãos federais, estaduais e outros municípios para estudos, projetos e obras de construção, ampliação ou remodelação dos serviços públicos ou na prestação de serviços de saneamento básico;

IV - operar, manter, conservar e explorar, diretamente, os serviços de saneamento básico, na sede, nos distritos e nos povoados nos limites do município;

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V - lançar, fiscalizar e arrecadar taxas e tarifas de contribuição que incidirem sobre os terrenos beneficiados com tais serviços;

VI - exercer quaisquer outras atividades relacionadas com os sistemas públicos de saneamento básico, compatíveis com as leis gerais e, em especial, a Lei Federal 11.445/2007 e suas posteriores alterações quando houver;

VII - superintender, coordenar, promover, executar e acompanhar os planos de trabalho aprovados;

VIII – exercer demais atividades inerentes as suas finalidades e outras específicas que vierem a ser atribuída pelo Prefeito Municipal através de lei complementar a presente lei.

Art. 3º A estrutura, o quadro funcional, o plano de cargos e salários, bem como a instituição de conselhos do DEMASI serão criados por lei específica no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias após a vigência da presente lei.

Parágrafo único. A cedência ou não dos servidores efetivos lotados em serviços pertinentes ao saneamento básico no município, ou áreas afins, será instituído por lei específica que regrará também o seu aproveitamento.

Art. 4º É facultado ao DEMASI celebrar convênio com instituição especializada com a finalidade de alcançar os objetivos propostos, conforme define o Art. 1 da presente lei, visando ainda, implementar projetos de engenharia, administração, operação e manutenção dos serviços de saneamento básico, necessários à adequada prestação de serviços a comunidade.

Art. 5º O DEMASI poderá atuar em estreita articulação com outros serviços autônomos de saneamento básico, por meio de programas e ações voltadas para o aprimoramento de suas atividades nos campos técnico, administrativo e gerencial.

Parágrafo único. - Fica a diretoria do DEMASI autorizada a firmar convênios de cooperação, com outras entidades similares, para atender ao disposto neste artigo.

Art. 6º Os orçamentos anuais e plurianuais, sintéticos e analíticos do DEMASI, comporão o Orçamento Geral do Município.

§ 1o O DEMASI terá plano de contas destacado e específico de suas atividades, competindo-lhe, acompanhar a execução financeira e orçamentária.

§ 2o A contabilidade do DEMASI é descentralizada, porém totalmente integrada a Administração direta do Município de Ijuí, cujos arquivos magnéticos devem a ela ser encaminhados até o dia cinco (5) do mês subseqüente, para fins de consolidação.

Art. 7º O DEMASI terá quadro próprio de servidores, que ficarão sujeitos ao regime jurídico instituído pelo município.

Art. 8º O patrimônio inicial do DEMASI será constituído de todos os bens móveis e imóveis, instalações, títulos, materiais e outros valores próprios do município e aqueles concedidos a outras empresas, atualmente destinados, empregados e utilizados nos sistemas públicos de saneamento básico.

Art. 9º O DEMASI contará com receitas provenientes das seguintes fontes:

I - do produto de quaisquer tarifas e/ou outras remuneração decorrentes diretamente dos serviços de saneamento básico: de coleta de resíduos,

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abastecimento de água e sistema de esgoto, instalação, reparo, aferição, aluguel e conservação de hidrômetros, serviços referentes à ligação de água e de esgoto, construção de redes e outros serviços por conta de terceiros, etc.;

II - de tarifas e/ou outras remuneração que incidirem sobre os terrenos beneficiados com serviços de saneamento básico;

III - de tarifas e/ou outras remuneração de melhorias e implantação de obras novas;

IV - de auxílios, subvenções e créditos especiais ou adicionais que lhe forem concedidos, inclusive para obras novas, pelos governos federal, estadual e municipal ou por organismos de cooperação;

V - de produtos de juros sobre depósitos bancários e outras rendas patrimoniais;

VI - do produto da venda de materiais inservíveis e da alienação de bens patrimoniais que se tornem desnecessários aos seus serviços;

VII - de produtos de cauções ou depósitos que reverterem aos seus cofres por descumprimento contratual;

VIII - de doações, legados e outras rendas que, por sua natureza ou finalidade, lhe devam caber.

§ 1o - Fica a diretoria do DEMASI autorizada a aplicar, no mercado financeiro, as disponibilidades financeiras, quando houver.

§ 2 o - Mediante prévia autorização do Poder Legislativo, poderá o DEMASI realizar operações de crédito para antecipação de receita ou obtenção de recursos necessários à execução de obras de ampliação ou remodelação dos sistemas de saneamento básico, sempre mediante lei específica.

Art. 10. Os planos de trabalho do DEMASI serão elaborados pela sua direção, submetidos ao conselho respectivo e deliberação pelo Prefeito Municipal.

Art. 11. A relação dos serviços, as tarifas e remunerações respectivas dos serviços prestados e utilizados pelos usuários, bem como a forma de reajustes periódicos, serão definidos após elaboração de planilha de custos, previamente apreciadas pelo Conselho Especial e serão fixadas por Decreto Executivo.

Art. 12. Aplicam-se ao DEMASI, naquilo que disser respeito aos seus bens, rendas e serviços, todas as prerrogativas, isenções, favores fiscais e demais vantagens que os serviços municipais gozam e que lhes caibam por lei.

Art. 13. Os débitos relativos aos pagamentos em atraso das contas dos serviços de saneamento básico (água e coleta de resíduos sólidos), anteriores à criação desta Autarquia, serão inscritos como receita da mesma, e cobrados de acordo com o sistema municipal previsto no regulamento próprio.

Art. 14. O procedimento de controle social e regulação do DEMASI deverão ser estruturados e aprovados no prazo de 120 (cento e vinte) dias após a vigência da presente lei, conforme Lei Federal 11.445/2007.

Art. 15. Até a regularização plena do DEMASI, com quadro de pessoal próprio conforme previsto no art. 3o, fica o Prefeito Municipal autorizado ceder até cinco (5) funcionários do Executivo Municipal, tecnicamente qualificados, para administrar o processo de implantação da Autarquia Municipal.

Art. 16. Esta Lei entrará em vigor na data de sua

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publicação.IJUÍ, EM........................