menino de sua mãe - fernando pessoa

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Menino De Sua Mãe Fernando Pessoa

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Menino De Sua Mãe

Fernando Pessoa

Biografia de Fernando Pessoa

• Fernando António Nogueira Pessoa (13 de Junho de 1888 - 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português.3

• Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Fernando Pessoa como "Whitman renascido", e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.

• Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês para o português, e obras portuguesas.

• Enquanto poeta, escreveu sob múltiplas personalidades – heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra.

O Menino De Sua Mãe – Fernando Pessoa

No plaino abandonadoQue a morna brisa aquece,De balas trespassado-Duas, de lado a lado-,Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.De braços estendidos,Alvo, louro, exangue,Fita com olhar langueE cego os céus perdidos.

Tão jovem! Que jovem era!(agora que idade tem?)Filho único, a mãe lhe deraUm nome e o mantivera:«O menino de sua mãe.»

Caiu-lhe da algibeiraA cigarreira breve.Dera-lhe a mãe. Está inteiraE boa a cigarreira.Ele é que já não serve.

De outra algibeira, aladaPonta a roçar o solo,A brancura embainhadaDe um lenço… deu-lho a criadaVelha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:“Que volte cedo, e bem!”(Malhas que o Império tece!)Jaz morto e apodreceO menino da sua mãe.

Estrutura Interna da Obra

No plaino abandonadoQue a morna brisa aquece,De balas trespassado-Duas, de lado a lado-,Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.De braços estendidos,Alvo, louro, exangue,Fita com olhar langueE cego os céus perdidos.

Tão jovem! Que jovem era!(agora que idade tem?)Filho único, a mãe lhe deraUm nome e o mantivera:«O menino de sua mãe.»

Caiu-lhe da algibeiraA cigarreira breve.Dera-lhe a mãe. Está inteiraE boa a cigarreira.Ele é que já não serve.

De outra algibeira, aladaPonta a roçar o solo,A brancura embainhadaDe um lenço… deu-lho a criadaVelha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:“Que volte cedo, e bem!”(Malhas que o Império tece!)Jaz morto e apodreceO menino da sua mãe.

hipálage

hipérbato

hipálage

hipálage

adjetivação

adjetivação

antítese

Estrutura Externa da Obra

• 6 estrofes;

• 5 versos por estrofe (quintilha);

• Esquema rimático abaab;

• Em cada estrofe tem uma rima interpolada, uma emparelhada e uma cruzada;

• Versos todos eles hexassilábicos (6 sílabas métricas).

Trabalho Elaborado Por:

• Diogo Carvalho N.º 7 9ºA