«o menino da sua mãe»

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Fernando Pessoa

Nostalgia da Infncia Perdida

Este poema, tal como todos os poemas de Fernando Pessoa, est relacionadocom a sua vida. O poema Menino da sua me, remete-nos para a temtica nostalgia da infncia perdida, relacionando a vida do Jovem soldado com a sua infncia, tendo sido ambas breves e inconscientemente perdidas. Fernando Pessoa agora consciente percebe que o nico momento em que foi feliz na sua vida, foi na infncia, e infelizmente j no pode reviver este momento de inocncia/felicidade, devido ao facto de apenas ser uma memria! Esta memria provoca-lhe nostalgia, infelicidade, provocando em si uma sensao de desconhecimento de si prprio, de perda de identidade.

1 Momento Cenrio- Plancie e Soldado

O cenrio descrito uma plancie abandonada Que a morna brisa aquece, onde jaz um cadver de um jovem. Ou seja transfigurada

uma situao de extrema solido, onde estabandonado um cadver de um jovem soldado. O poema menino de sua me no fundo a descrio extremamente dramtica de um jovem

soldado que morreu a lutar pela ptria, longe decasa, longe de tudo, longe de sua me. Pode ver-se na figura do jovem morto, a representao de Fernando Pessoa, que tal

como o jovem menino, o regresso ao colo desua me, infncia impossvel.

Valor expressivo do presente do indicativo

O uso do presente do indicativo, d a entender ao leitor a sensao de quea aco decorre no preciso momento, cativando assim um sentimento/dor que vai criar um impacto emocional no leitor. O objectivo do sujeito potico com o emprego deste tempo verbal, fazer com que o leitor sinta essa dor como se fosse sua.

Adjetivao descritiva forte

No plaino abandonado Que a Morna brisa aquece, De balas traspassado -Duas, de lado a lado-, Jaz morto, e arrefece

perda

Adjetivao forte:

Descrio intensiva do cenrio

Ideia de tristeza, solido e de

Pontos Frases declarativas

Rai-lhe a farda o sangueDe braos estendidos, Alvo,louro, exangue Fita o olho langue E cego os cus perdidos

abandonado, morna, traspassado, morto, estendidos, Alvo, louro, exangue, langue, cego e perdidos

2 Momento Discurso emotivo/valorativo

Discurso emotivo/valorativo:

O discurso emotivo/valorativo utilizado para demonstrar a emoo da juventude com que o menino morreu, este bastante usado na terceira quintilha com a

utilizao das frases exclamativas e repetio do nome jovem!

Frases exclamativas, interrogao retrica, usos dos parntesis e das reticncias

As frases exclamativas servem para transmitir a efemeridade da vida do jovem;

Os parnteses so os pensamentos que o sujeito potico transmite ao leitor comosua opinio pessoal;

A interrogao retrica presente no poema (Agora que idade tem?) chama a ateno do leitor para o tempo passado na vida do jovem.

Por fim, atravs das reticncias o sujeito potico transmite-nos a suspenso de um pensamento.

Cigarreira e leno- Simbologia

Cigarreira Remete para a me, pois foi esta que lhe deu Cigarreira breve A sua vida foi curta. Cai-lhe do bolso (o lao de afetividade a desvanecer) Leno Remete para a criada, foi esta que lhe deu (laos afetivos) Cai-lhe do bolso (o lao de afetividade a desvanecer)

Hiplage- Valor Expressivo

A brancura embainhada

Hiplage: Inverso de sentido de uma frase em que se transfere para uma palavra umacaracterstica que, na realidade, pertence a outra.

A cigarreira breve

Estrofe 4 Verso 2

Estrofe 5 Verso 3

Alternncia do Passado - Valor contextual

No segundo momento do poema, existe uma intermitncia entre o presente e o passado: Caiu-lhe a cigarreiraEst inteira Da outra algibeiraDeu-lho a criada O sujeito potico pretende com esta intermitncia, voltar atrs no passado, recordando assim os nicos momentos em que o menino alguma vez fora feliz.

3 Momento Dramatismo criado pelo desfasamento entre a realidade e as expectativas expressas na prece da me e da criada.

Este dramatismo criado uma forma de demonstrar a esperana, a saudade, ocarinho e o amor, e que se encontra em casa.

Identificao da responsabilidade da tragdia e intemporalidade da mensagem-verso 28

Sujeito crtico atribui, portanto, a culpa as governantes, criticando-os. O culpado pela morte do jovem foi o Imprio. Imprio desvanecia-se nesta altura.

Intensificao no verso 29, do realismo contido no verso 5 pela substituio do verbo arrefece por apodrece

Esta gradao positiva , traduz a ideia de que a decomposio do corpo o nico lucro da guerra.