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Páginá 1 EDIÇÃO DE CARNAVAL 02/ 2015

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EDIÇÃO DE CARNAVAL

02/ 2015

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Diferente sim e daí: uma reflexão acerca da diferença em contos e filmes infantis

Bonnie Axer

Mestranda do Proped/Uerj

Neste ártigo, busco fázer um diá logo com meu ártigo ánterior á respeito dá diferença em leiturás destinádás á infá nciá. Más, diferentemente dá áná lise de livros, veremos ágorá dois contos infántis, A Bela e a Fera e Shrek, e suás ádáptáço es párá o cinemá: o primeiro, um clá ssico dá Disney (1991); o outro, produçá o recente dá Dreám Works (2001). Ambos trázem ideiás ácercá do respeito, conví vio e áceitáçá o dás diferençás á pártir do questionámento de álguns pádro es de belezá.

Vivemos num mundo que cultuá excessivámente á belezá; constitui-se támbe m dás diferençás que áindá ná o sá o devidámente reconhecidás e respeitádás. Esse ápelo á este ticá, essá ditádurá dá belezá ná quál estámos inseridos átinge támbe m nossás criánçás. E buscándo entender, refletir e ánálisár como esse ápelo á belezá átinge nossás criánçás que proponho umá discussá o sobre táis contos.

Escolhi essás leiturás – o conto e o filme de cádá histo riá – porque ás encáro como produço es culturáis que fázem párte de umá culturá midiá ticá cujás imágens, sons, vestimentás e leiturás ájudám á tecer á vidá cotidiáná, modelándo opinio es polí ticás, pádronizándo comportámentos sociáis e fornecendo o máteriál com que ás pessoás forjám suás identidádes. “Assim, o rá dio, á televisá o, o cinemá e os outros produtos dá indu striá culturál fornecem os modelos dáquilo que significá ser homem ou mulher, bem-sucedido ou frácássádo, poderoso ou impotente”(Kellner, 2001).

Umá primeirá áná lise que fáço e á utilizáçá o do estereótipo nás histo riás infántis, principálmente nás considerádás áqui, como umá estráte giá de domináçá o, umá formá árbitrá riá de fixár umá cárácterí sticá do sujeito que ácábá formándo identidádes e rotulándo o sujeito. O estereo tipo situá no sujeito álgo que o diferenciá dos demáis e que ná o permite ávistár ás suás cárácterí sticás restántes, impedindo, ássim, á circuláçá o do significánte ná medidá em que áliená o corpo do sujeito (Bhábhá, 1998). O estereo tipo e áindá umá estráte giá de fixáçá o de identidádes e demárcáçá o dá diferençá

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como exclusá o, questá o que será discutidá máis á frente. Muitás vezes ás cárácterí sticás fí sicás dos personágens se sobrepo em á s cárácterí sticás emocionáis, reforçándo o válor dá ápáre nciá em detrimento de suá esse nciá.

A fádá, á princesá, á mocinhá sá o sempre proto tipos dá ráçá áriáná: cábelos longos e loiros, olhos ázuis, corpo esbelto, álturá me diá, roupá imáculádá (...). O mocinho, o prí ncipe, e álto, corpulento, forte, elegánte (Abrámovich, 1994, p. 36-37, 39-40).

A pártir dessá estráte giá de limitáçá o de áçá o do sujeito por párte do estereo tipo, discuto o entendimento de diferençás – e párá tánto me báseio no conceito dediferença utilizádo por Bhábhá (2003): “á diferençá culturál ná o pode ser compreendidá como um jogo livre de poláridádes e plurálidádes no tempo homoge neo e vázio dá comunidáde nácionál”. Concordo com o áutor quándo penso que á diferençá ná o pode ser vistá por meio de ántágonismos fixos, más sim como um processo de nomeáçá o, em que, ná reláçá o com o Outro, e possí vel perceber o que somos e o que nos fáltá.

Nesse sentido, Silvá (2000) diz que á diferençá, ássim como á identidáde, sá o reláço es sociáis sujeitás á s forçás de poder, produzidás ná diferenciáçá o com que á sociedáde se produz e se orgánizá, pelás excluso es, incluso es, demárcáçá o de fronteirás, clássificáço es e normálizáço es. Identidáde e diferençá se tráduzem em decláráço es de quem pertence ou ná o, de quem e diferente ou ná o, de quem e normál ou ná o.

Sobre tál teorizáçá o, e possí vel encontrár em histo riás infántis o emprego de ilustráço es e textos que fázem álusá o á princesás representádás sempre com ás mesmás cárácterí sticás: bráncás, loirás, jovens e bonitás. Torná-se entá o fundámentál problemátizár á fixáçá o de identidádes e á demárcáçá o de diferençá como exclusá o, á fim de questionár ás reláço es de poder presentes nás reláço es de identidáde e diferençá.

Fixár umá determinádá identidáde como á normá e umá dás formás privilegiádás de hierárquizáçá o de identidáde e dás diferençás. A normálizáçá o e um dos processos máis sutis pelos quis o poder se mánifestá no cámpo dá identidáde e dá diferençá. Normálizár significá eleger – árbitráriámente – umá identidáde especí ficá como párá metros em reláçá o áo quál ás outrás identidádes sá o áváliádás e hierárquizádás. Normálizár significá átribuir á essá identidáde todás ás cárácterí sticás positivás possí veis em reláçá o á s quáis outrás identidádes so podem ser áváliádás de formá negátivá. A identidáde normál e “náturál”, desejá vel, u nicá (Silvá, 2000, p. 83).

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Nestá perspectivá, so e considerádo áceito áquilo que vái de encontro áo que ná o e áceito. Portánto, umá identidáde e sempre produzidá em reláçá o á outrá; todás ás instituiço es sociáis e culturáis fundámentám ás identidádes pelás márcáço es dá diferençá (Woodwárd, 2000). Essá identidáde “hegemo nicá” e constántemente ássombrádá pelo Outro.

E á pártir desses conceitos de estereo tipo e diferençá que inicio minhás áná lises dás histo riás Shrek e A Bela e Fera. Análiso primeirámente á histo riá de Shrek, visto que poucás pessoás sábem que o conto homo nimo e ánterior á suá formá cinemátográ ficá. Más, como suá versá o literá riá e pouco conhecidá, vou deter á áná lise á versá o párá o cinemá, áte por ser o filme um sucesso entre ás criánçás e os ádultos, principálmente por ser umá páro diá dos contos de fádás clá ssicos.

Aindá ássim julgo necessá rio trázer, mesmo que de formá resumidá, á histo riá de Shrek em seu conto originál. Shrek e lárgádo no mundo pelos páis, por ser muito feio. Começou á ándár sem rumo, ássustándo ás pessoás, áte que umá bruxá lhe disse que cásáriá com umá princesá muito feiá; más, párá isso, teriá que derrotár um cáváleiro muito feroz. Shrek entá o sái em buscá dá princesá, lutá contrá um drágá o e um cáváleiro. Chegándo á Sálá dos Espelhos, onde á princesá estává presá, encontrou á princesá máis horrorosá de todo o plánetá. Percebendo que náscerám um párá o outro, cásárám-se e viverám “horrí veis párá sempre”.

No cinemá, Shrek se ápresentá como um conto de fádás moderno, que tem como principál objetivo bágunçár os contos já existentes, buscándo questionár álguns áspectos presentes em contos clá ssicos, como á questá o dá belezá, ná quál vou me fixár.

No cinemá, Shrek e um ogro com ápáre nciá grotescá e feiço es nádá convencionáis párá um hero i infántil, sendo totálmente forá dos pádro es de belezá com os quáis estámos ácostumádos. Shrek vive sozinho num pá ntáno, más tem suá solidá o ámeáçádá com á invásá o de personágens de contos de

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fádás, quándo o governánte Lord Fárquáád – outro personágem que desfiá o pádrá o este tico, pois e um prí ncipe báixinho, sem posturá de homem forte e belo que conhecemos – decide expulsár todás ás criáturás má gicás dá florestá e colocá -lás no pá ntáno.

Shrek tem entá o á missá o de buscár á mulher dos sonhos de Fárquáád, á princesá Fioná, que viviá presá num cástelo. Fioná cárregá consigo um segredo: de diá e umá “lindá” princesá; á noite tránsformá-se em um “ogro”. Essá tránsformáçá o e fruto de um feitiço que so chegáriá áo fim com o encontro dá suá verdádeirá esse nciá e quándo fosse beijádá por um prí ncipe. Fioná orá e umá princesá, orá e umá “ográ” gordinhá e verde; mostrá-se umá mulher forte, doná do seu pro prio náriz, ná o submissá áos homens presentes no filme (cárácterí sticá forte nás princesás dos contos de fádás), determinádá, más que em nenhum momento perde suá feminilidáde, támpouco suá belezá. Shrek, ápesár de ápárentemente grotesco, e doce, sensí vel e áprende á reconhecer e demonstrár suás inseguránçás e frágilidádes.

Este conto/filme tem umá propostá muito interessánte de desmistificár á mágiá que existe por trá s dos contos trádicionáis: nádá e perfeito e belo como párece. A histo riá de ámor que násce entre os dois e um ámor entre os diferentes, pois Shrek e um ogro, e Fioná, ápesár de ser enfeitiçádá, e umá princesá, belá como todás ás princesás, ápesár de ser máis forte e máis decididá dás princesás que conhecemos. Ambos se encántám com o que está ále m dás ápáre nciás.

Apesár de todá essá posturá, Shrek e um filme que possui mágiá pássí vel de ser questionádá, pois, áo ficárem juntos, Fioná torná-se tá o feiá quánto Shrek, ássumindo suá verdádeirá identidáde de ográ com o fim do feitiço. Nesse sentido, o filme tráz á necessidáde de semelhánçá de um com o outro párá que sejám felizes párá sempre!

O fáto de Fioná se iguálár á Shrek, ále m de trázer essá necessidáde de semelhánçá entre os dois, tráz umá posturá máchistá, pois e Fioná quem tem que ábrir má o de suá belezá e de suá vidá ánterior – e vái morár no pá ntáno; á princesá diferente de todás ás outrás por suá posturá forte perde essá forçá áo se submeter áo seu ámor.

Shrek e um filme que reflete sobre o que e o belo, sobre o feminino, o másculino, o ámor, á ámizáde; e, ácimá de tudo, sobre á possibilidáde de conviver com diferençás sem julgámentos de válor. E um filme muito interessánte que permite ter outrá visá o sobre o que e visto e reproduzido

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como verdáde; más, infelizmente, e umá histo riá que mánte m á estruturá e á necessidáde de deixár ás coisás bem áo seu finál, e, párá isso, Fioná se ássemelhá ná feiurá de Shrek – elá poderiá continuár sendo princesá mántendo o respeito á s diferençás propostás ná histo riá.

E interessánte observár que á menságem e complexá párá á criánçá – que áo ver Fioná se tránsformándo em ográ ná o consegue fázer á ligáçá o propostá pelá menságem, que e cada qual com o seu igual.

O mesmo ácontece com o conto A Bela e a Fera, histo riá escritá por Jeánne-Márie Leprince de Beáumont (Mádáme de Beáumont). Cábe áqui fázer á áná lise do conto e do filme de formá interligádá, pois, ápesár de álgumás mudánçás – como á quántidáde de personágens e o enredo –, meu foco e á reláçá o entre os diferentes; no cáso de A Bela e de Fera, sá o os mesmos nás duás produço es.

Ferá, um personágem que sofre com suá ápáre nciá monstruosá e grotescá – que por vezes se ássemelhá á de um ánimál – támbe m e fruto de feitiço á ser quebrádo com á retribuiçá o de um verdádeiro ámor. A imágem de Ferá e árráigádá no imáginá rio infántil pelá divulgáçá o dá Disney em suá versá o cinemátográ ficá do conto (ádáptáçá o máis conhecidá entre ás criánçás). Interessánte destácár que á feiçá o “brutá” e “grotescá” de Ferá e máis umá formá de fixár umá identidáde átráve s dá utilizáçá o do estereo tipo. Por ná o ser tá o delicádo e com feiço es europeiás como á Belá, ás cárácterí sticás de Ferá sá o ressáltádás exátámente por essá fáltá – tránsformándo-ás em álgo ruim e málvádo.

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Belá (umá jovem inteligente) trocá de lugár com seu pái – que virou prisioneiro do cástelo de Ferá áo se perder ná florestá no cáminho de voltá párá cásá. Belá chegá áo cástelo e lá fáz um ácordo com á Ferá: ficár párá sempre no cástelo em trocá dá liberdáde de seu pái. Belá e entá o vistá por todos no cástelo como álgue m que tem á chánce de quebrár o feitiço. Más isso so ácontecerá se á Ferá ámár álgue m e essá pessoá retribuir seu ámor. Belá, á pártir de suá convive nciá com á Ferá, logo pássá á ver o que há por trá s dá ápáre nciá ássustádorá do outro, ápáre nciá que esconde o coráçá o e á álmá de um prí ncipe humáno, e ácábá se ápáixonándo por ele. “Belá se torná um exemplo de etiquetá e estilo áo tránsformár esse brutámonte tiráno e nárcisistá em um modelo do “novo” homem, sensí vel, átencioso e ámoroso (...)”(Giroux, 2004).

Tánto no conto como no filme, á nárrátivá se encerrá com á Ferá se tránsformándo em um belo prí ncipe e se cásándo com Belá, á u nicá que conseguiu ámá -lo ápesár de suá ápáre nciá ássustádorá. Mesmo com á áceitáçá o de Belá em reláçá o á suá feiurá, ele se tránsformá num belí ssimo prí ncipe – com tráços delicádos e cárácterí sticás europeiás, áriánás, pádrá o áo trátár de prí ncipes e princesás. Máis umá vez existe á necessidáde dá semelhánçá párá um finál feliz.

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A buscá pelá áceitáçá o e álgo comum entres essás duás histo riás; tánto Ferá quánto Shrek te m seu conflito resolvido áo tornárem-se “semelhántes” párá serem bem áceitos. O que ácábá ocorrendo pode ser entendido como ánuláçá o dás diferençás á pártir dá tránsformáçá o dás subjetividádes. O discurso hostil de repu dio áo diferente ná o e desconstruí do – permánece oculto nos fináis felizes dessás duás histo riás.

A pártir dás áná lises feitás, podemos perceber o questionámento de ordem este ticá e de válores que ficá á márgem quándo se ádotá á diferençá como principál motivo dá exclusá o. Nesse sentido, á formá com que ás leiturás presentes ná vidá dás criánçás vem lidándo com esse tipo de questá o deve ser observádá pelos ádultos de formá que leve á reflexá o sem buscár respostás exátás e ádotádás como “verdádes”.

Entá o se fáz necessá rio que á formáçá o dás criánçás sejá crí ticá e reflexivá em reláçá o áo que e lido, ássim como á átuáçá o do professor e de todo profissionál de educáçá o. Deve-se ássumir o pápel de mediádor, com prá ticá de áçá o/investigáçá o, em que sejá feitá leiturá crí ticá dá histo riá, ánálisádo todo seu contexto, á possí vel formáçá o de identidádes, á presençá de preconceitos, válores e pádro es preestábelecidos que possám ser ápropriádos pelás criánçás, de modo que elás ná o cáiám nás ártimánhás dos preconceitos sugeridos diánte de identidádes ádotádás como perfeitás.

A educáçá o escolár possui, nesse sentido, pápel fundámentál como espáço de possibilidáde de problemátizáçá o de táis menságens, lugár onde esses discursos podem ser (re)significádos, superádos ou, pelo menos, contestádos. Livros e filmes que trázem táis histo riás ná o sá o merámente objetos destinádos á entreter o pu blico infántil; trátá-se támbe m de suportes cujo conteu do envolve crençás, ideologiás, estereo tipos e conceitos dos máis váriádos, pois sá o produço es culturáis que ná o sá o neutrás, pois trázem cárácterí sticás dos contextos histo ricos e sociáis nos quáis está o inseridos.

A mesmá histo riá que diverte e instigá e envolve e támbe m um instrumento relevánte párá ensinár conhecimentos que á criánçá vái ácrescentándo á suá bágágem culturál e, dessá formá, compreendendo e (re)eláborándo o mundo em que vive.

*Texto retirado do do site Educação Pública (http://www.educacaopublica.rj.gov.br/)

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Televisão faz bem para poucos

Quántás horás ás criánçás pássám em frente á televisá o? Como isso áfetá

suá percepção de mundo, suá percepçá o dos outros e de si mesmos? A s

mulheres de hoje: voce sábe dizer se ás páquitás, áquelás ájudántes do

prográmá dá Xuxá, áfetárám suá áutoimágem? Homens de hoje: quem voce

queriá ser quándo criánçá, o Bátmán ou o Sálsichá do Scooby Doo? Por fim,

tudo isso tem alguma importância?

Pesquisádores dá comunicáçá o ácreditám que sim e está o juntando

provas párá convence -lo disso. Entrevistándo 396 jovens ámericános,

bráncos e negros, dois cientistás no estádo de Indiáná buscárám

ácorrelação entre o tempo me dio em frente á televisá o e os ní veis de

áutoestimá de meninos e

meninás.

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Máfáldá sábe dás coisás.

[FONTE: Gárátujás fántá sticás]

A conclusá o do estudo vái direto áo ponto: á televisá o diminui a

autoestima de criánçás negrás (meninos e meninás) e de meninás bráncás

enquánto áumentá á áuto-estimá de meninos bráncos. Párá piorár á

situáçá o, ás crianças negras em gerál pássávám dez horás semánáis á máis

em frente á televisá o em compáráçá o com os outros grupos.

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Onde está á rotá de fugá?

[FONTE: Num click]

A pesquisá teve duráçá o de um áno e controlou idáde, satisfação com o

próprio corpo e áutoestimá dás criánçás. Um dos pesquisádores explicou á

revistá The Atlántic que o efeito produzido nás meninás se deve

principálmente á s imágens sexuálizádás e pouco profundas dás mulheres

representádás ná televisá o. Os meninos negros sofrem por verem seus

semelhántes criminálizádos ou satirizados. Já os meninos bráncos tendem á

se identificár com personágens que te m máis poder com menos esforço.

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Em buscá de compánhiá, criánçás recorrem áo que estiver á má o.

[FONTE: MediMánáge]

A gente ná o pode simplesmente áplicár ás mesmás concluso es áo Brasil, já

que nossá prográmáçá o e diferente. Más á s perguntás que fizemos no iní cio

do texto, podemos somár máis álgumás: será nosso cená rio melhor que

esse? Que modelos ás criánçás brásileirás te m párá se espelhár ná televisá o

nácionál?

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Com umá imágem dessás, pálávrás sá o excessos.

[FONTE: Imperceptí veis]

O desenvolvimento infántil e temá pole mico e delicádo e e cuidádosámente

ábordádo por educádores e psico logos. No livro A Criança em

Desenvolvimento, Helen Bee e Denise Boyd ánálisám diferentes

aquisições dá criánçá, como cognitivá, dá linguágem, perceptuál. E um bom

começo párá entender o que ácontece ná mente áindá ná o mádurá dos

pequenos e tentár encontrár á melhor formá de promover um crescimento

sáudá vel.

*Texto retirado do blog do grupo A (http://www.grupoa.com.br/blogA/)

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A relação entre a Cultura do Carnaval e a imagem corporal

Ao pensar na indústria-carnaval, remetemo-nos a lembranças de grandes desfiles, fantasias diversas, passistas a frente de carros exuberantes ou grandes alas. Hoje em dia é difícil relacionar os antigos carnavais, onde foliões saíam às ruas vestidos com as mais diversas fantasias, ao que é visto nas avenidas. Percebe-se claramente a presença da tecnologia, desde as fantasias até os carros alegóricos.

Porém a relação do carnaval com o corpo é algo contínuo, sendo simbiótico a este fenômeno cultural. A música, a dança e as fantasias são símbolos desta festa, cujo reduto está nas comunidades mais carentes. Neste momento as pessoas oriundas destes locais assumem posição de destaque, pois são parte fundamental. Roberto da Matta (1981) vê esta festividade como um processo social, de uma sociedade semitradicional. Para o sociólogo há uma teatralização da sociedade, onde pessoas mais carentes vestem-se e assumem postos de nobreza na festa ou no desfile. Daí surgem as rainhas, as madrinhas, mestres-salas, porta-bandeiras, entre outros.

“Chama-se a atenção, nesses desfiles, a inversão constituída entre o desfilante (um pobre, geralmente negro ou mulato) e a figura que ele representa no desfile (um obre, um rei, uma figura mitológica) e, ainda, a participação de toda a sociedade inclusiva, seja como juiz, seja como torcedor.” (DA MATTA, 1981)

Seguindo esta relação encontra-se o que Medina (1979) trata como um momento de ascensão momentânea do corpo-marginal, geralmente explorado ou discriminado, que no desfile ganha posição de rei, rainha ou outras figuras da nobreza, enquanto os corpos-dominadores vestem-se como figuras discriminadas socialmente, como mendigos e palhaços (MERLO, 2006).

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A beleza corporal tem se tornado algo a ser conquistado pelos indivíduos contemporâneos, principalmente nos grandes centros urbanos. Hoje, as celebridades são valorizadas por serem consideradas belas, independentemente de terem outras competências. As academias de ginástica, os consultórios dos cirurgiões plásticos e os centros de tratamento estético fazem parte de um mercado em franca expansão, considerados fábricas produtoras de um corpo ideal. A explosão de produtos voltados para o emagrecimento ou aumento da massa muscular vem diariamente colocar em cheque nossa satisfação com nossos corpos, por meio de campanhas publicitárias ostensivas nos meios de comunicação. Como afirma Málysse (2002), “Essás imágens-normas se destinam a todos aqueles que as veem e, por meio de um diálogo incessante entre o que veem e o que são, os indivíduos insatisfeitos com sua aparência são cordialmente convidados a considerár seu corpo defeituoso”

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Uma resposta quase que imediata seria a descrição das qualidades estéticas entendidas e enaltecidas atualmente como belas, explicitadas nos atributos físicos dos indivíduos tidos como belos pela sociedade em geral, constantemente veiculados pela mídia. Nesse sentido, beleza equivaleria à menor porcentagem de gordura corporal possível, nádegas e seios grandes e empinados, músculos definidos, pele bronzeada, lábios grossos, ausência de celulite, de estrias, de qualquer mancha ou espinha na pele (por menores que sejam), e de qualquer característica que denote idade, como rugas, vincos no rosto, marcas de expressão e flacidez.

*Texto de fonte desconhecidá.