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Rio de Janeiro – Brasil 30 - 31 de março e 1 o de abril 2011 2 o Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos Memória e Resistência caderno de resumos.indd 1 22/3/2011 10:42:05

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Rio de Janeiro – Brasil30 - 31 de março e 1o de abril

2011

2o Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos

Memória e Resistência

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Presidenta da RepúblicaDilma Rousseff

Ministro da JustiçaJosé Eduardo Cardozo

Diretor-Geral do Arquivo Nacional Jaime Antunes da Silva

Presidente da Central Única dos TrabalhadoresArtur Henrique da Silva Santos

Secretário-Geral da Central Única dos TrabalhadoresQuintino Marques Severo

PromoçãoArquivo NacionalCentral Única dos Trabalhadores

OrganizaçãoArquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de JaneiroCentro de Documentação e Memória, Universidade Estadual Paulista Centro de Documentação e Memória Sindical, Central Única dos Trabalhadores Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, Arquivo NacionalNúcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Políticas Públicas no Campo, Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroNúcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais, Universidade Federal de PernambucoMemorial da Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul, Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região

ApoioNúcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, Ministério do Desenvolvimento AgrárioOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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Elaboração Antonio José Marques, Centro de Documentação e Memória Sindical, Central Única dos Trabalhadores Carla Krause, Claudia Negreiros Tebyriçá, Cristiane Santos de Farias, Heliene Nagasava, Inez Stampa, Vicente A. C. Rodrigues, Assessoria de Coordenação do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, Arquivo Nacional

Revisão Mariana Simões, Coordenação de Pesquisa e Difusão do Acervo, Arquivo Nacional

Programação visual Judith Vieira e Tânia Bittencourt, Coordenação de Pesquisa e Difusão do Acervo, Arquivo Nacional

Comissão organizadora Antonio José Marques, Centro de Documentação e Memória Sindical, Central Única dos TrabalhadoresBenito Bisso Schmidt, Memorial da Justiça do Trabalho do Rio Grande do SulCélia Reis Camargo, Centro de Documentação e Memória, Universidade Estadual PaulistaElina Pessanha, Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de JaneiroInez Stampa, Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, Arquivo NacionalJacy Barletta, Centro de Documentação e Memória, Universidade Estadual PaulistaLeonilde Servolo de Medeiros, Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Políticas Públicas no Campo, Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroLuiz Anastácio Momesso, Núcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais, Universidade Federal de Pernambuco

Local Auditório do Arquivo Nacional Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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SUMÁRIO

Apresentação 9

Programa 10

Resumos 15

La evolución histórica de los archivos del Movimiento Obrero Antonio González Quintana 15

Memória e história: contrastes e conexões Daniel Aarão Reis 17

El Archivo General Agrario de México y la historia de las comunidades campesinas Guillermo Palacios 17

Um rico acervo documental corre perigo: os processos trabalhistas e os estudos sobre o mundo do trabalho Benito Bisso Schmidt 18

Estado e organizações sindicais: que perspectivas em torno dos arquivos do mundo do trabalho, em Portugal? Pedro Penteado 19

A Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e seus arquivos Annie Kuhnmunch 20

La Biblioteca CTA: una experiencia documental de la clase trabajadora organizada para la reinterpretación de la historia Graciela Córsico 22

Os arquivos do Instituto de História Social da Confederação Geral do Trabalho da França Aurélie Mazet 23

Mantendo registros: a preservação dos arquivos sindicais no Reino Unido Christine Coates 24

No sangue da memória Maria do Socorro Rangel 27

De las memorias emblemáticas a los silencios estratégicos: los usos del pasado en las memorias obreras Ludmila da Silva Catela 28

Entre a memória camponesa e a memória operária: experiências de trabalho com entrevistas e arquivos em territórios comuns aos trabalhadores rurais e aos operários José Sergio Leite Lopes 28

Minicursos 31

Introdução à organização de centros de documentação e memória Célia Reis Camargo 31

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Identificação de tipologias documentais em acervos dos trabalhadores André Porto Ancona Lopez 31

Sessões de comunicações temáticas 33

Sessão de comunicações I Arquivo e memória dos trabalhadores da cidade e do campo 33Coordenação: Antonio José Marques

Notas acerca da implantação e do desenvolvimento do Centro de Documentação e Memória do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região (Cedoc-Sindmetal) André de Araújo e João Carlos Vieira de Freitas 33

“Tessituras revolucionárias”: memórias da Polop Aurélio de Moura Britto e Túlio Souza de Vasconcelos 34

Os movimentos sociais como campo de atuação profissional do arquivista Fernanda da Costa Monteiro Araujo 34

Arquivo e memória dos trabalhadores no campo: a experiência do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência em Movimentos Sociais e Políticas Públicas do Campo/CPDA-UFRRJ Juliana Gomes Moreira, Carolina Thomson, Mariana Vieira e Marco Antonio Teixeira 35

Memória, história e trabalho: uma experiência de preservação de acervos em Pernambuco Luiz Anastácio Momesso e Maria do Socorro de Abreu e Lima 35

O Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (Amorj) e suas coleções pessoais de trabalhadores sindicalistas: uma análise tipológica Marcos Aurelio Santana Rodrigues 36

O arquivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo: relato de uma experiência Maria das Mercês Pereira Apóstolo e Ana Tercia Sanches 37

Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo Paula Ribeiro Salles e Sebastião Lopes Neto 38

Documentación relativa al “mundo del trabajo”: instituciones estatales y organizaciones gremiales, 1943-1955, Archivo de Gobierno de la Provincia de Córdoba, Argentina, Serie Gobierno Patricia Roggio 38

O Laboratório de História Social do Trabalho (LHIST/Uesb) e a memória dos trabalhadores do sudoeste baiano Rita de Cássia Mendes Pereira 39

Indexação de arquivos: breve análise da metodologia de digitalização do acervo da Comissão Pastoral da Terra Weniskley Coutinho Mariano 39

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Sessão de comunicações II Resistência dos trabalhadores na cidade e no campo Coordenação: Inez Stampa 40

Sindicatos, saúde e cidadania: a imprensa sindical entre as décadas de 1970 e 1990 Augusto Zanetti 40

Os mundos das crianças e dos jovens trabalhadores no acervo do LHIST/Uesb (sudoeste da Bahia, 1963-1983) José Pacheco dos Santos Júnior 41

Processos judiciais trabalhistas e cultura política na década de 1960: os trabalhadores na Justiça do Trabalho da 3ª Região, em Belo Horizonte Mário Cléber Martins Lanna Júnior e Maria Aparecida Carvalhais Cunha 42

Por una apología de los procesos trabalhistas: riqueza documental y “conciencia legal” de los trabajadores Paula García Schneider 42

Os acervos da repressão e a história dos trabalhadores: potencialidades de pesquisa e formas de acesso Rafaela Leuchtenberger 43

O direito a lutar por direitos: a organização e a luta dos ferroviários em Santa Catarina (1933-1935) Rossano Rafaelle Sczip 43

Petrobras: trabalhadores organizados Sergio Retroz e Miriam Collares Figueiredo 44

Mostra de documentários 45

Memórias combativas: movimento operário em Córdoba (1966-1972) Pablo Becerra, Damiana Mecca, Alejandra Oberti y Silvina Segundo 45

Os rurais da CUT: memórias e imagens José Roberto Novaes 45

1ª Conclat Adrian Cooper 46

Tecido memória José Sergio Leite Lopes, Celso Brandão e Rosilene Alvim 46

Lutando pela democracia: os trabalhadores e a CC.OO. na transição política espanhola Fundação 1º de Maio, Confederação Sindical Comisiones Obreras 47

Memórias clandestinas Maria Thereza Azevedo 47

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APRESENTAÇÃO

O Seminário Internacional O mundo dos trabalhadores e seus arquivos, em sua segunda edição, tem como principal objetivo realizar debates sobre os documentos reunidos pelos arquivos operários, rurais, sindicais e populares, e sobre as particularidades que envolvem o tratamento desses acervos, constituindo um fórum privilegiado para a transferência de informações e o incentivo à recuperação e preservação dos arquivos dos trabalhadores e suas organizações.

Para discutir o tema desta edição, “Memória e resistência”, o evento contará com a participação de conferencistas e especialistas nacionais e internacionais, que irão debater, a partir de diversas perspectivas disciplinares, assuntos de interesse relacionados aos arquivos dos trabalhadores da cidade e do campo. Haverá também minicursos, comunicações orais e mostras de filmes documentários.

O evento é dirigido a profissionais com atuação na área de arquivos e centros de documentação operários, rurais, sindicais e dos movimentos sociais; dirigentes e militantes sindicais e populares; profissionais de arquivos públicos e privados que mantêm sob sua guarda acervos de organizações dos trabalhadores da cidade e do campo; arquivistas, historiadores, cientistas políticos e sociais, documentalistas, bibliotecários e estudantes.

O seminário O mundo dos trabalhadores e seus arquivos está sendo promovido pela Central Única dos Trabalhadores e, no âmbito do Arquivo Nacional, pelo Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1965) – Memórias Reveladas.

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PROGRAMA

30/3/2011 – quarta-feira

8hInício do credenciamento e entrega de materiais

9h às 10hAbertura

Coordenação: Quintino Severo – secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores• Saudação de Jaime Antunes da Silva – diretor-geral do Arquivo Nacional do

Brasil• Saudação de Artur Henrique da Silva Santos – presidente da Central Única

dos Trabalhadores• Saudação de Darby Ygayara – presidente da Central Única

dos Trabalhadores do Rio de Janeiro

10h às 12h30

Conferências – Arquivos, memória e resistência

Coordenação: Elina Pessanha – Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil• Antonio González Quintana – Archiveros sin Fronteras Madri – Espanha • Daniel Aarão Reis – Universidade Federal Fluminense – Rio de Janeiro –

Brasil

12h30 às 14hAlmoço

14h às 17h

Primeira mesa – O Estado e os arquivos dos trabalhadoresCoordenação: Luiz Anastácio Momesso – Núcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais da Universidade Federal de Pernambuco – Recife – Brasil

• Guillermo Palacios – Centro de Estudos Históricos – Colégio do México – DF – México

• Benito Schmidt – Memorial da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Brasil

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• Pedro Penteado – Direção-Geral de Arquivos de Portugal e Universidade Nova de Lisboa – Lisboa – Portugal

17h30 às 20h30

Minicurso – Introdução à organização de centros de documentação e memória

• Célia Reis Camargo – Centro de Documentação e Memória da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

17h30 às 20h

Mostra de filmes sobre os trabalhadores e a resistência aos regimes militares

31/3/2011 – quinta-feira

9h às 12h30h

Sessão de comunicações I – Arquivo e memória dos trabalhadores da cidade e do campoCoordenação: Antonio José Marques – Centro de Documentação e Memória Sindical da Central Única dos Trabalhadores – São Paulo – Brasil

Sessão de comunicações II – Resistência dos trabalhadores na cidade e no campo

Coordenação: Inez Stampa – Centro de Referências das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas – Rio de Janeiro – Brasil

12h30 às 14hAlmoço

14h às 17h

Segunda mesa – Arquivos sindicais: as experiências internacionaisCoordenação: Ricardo Medeiros Pimenta – Instituto de Humanidades da Universidade Candido Mendes – Rio de Janeiro – Brasil

• Annie Kuhnmunch – Confederação Francesa Democrática do Trabalho – Unidade de Documentação Arquivística – Paris – França

• Graciela Córsico – Central dos Trabalhadores Argentinos – Centro de Documentação e Biblioteca – Buenos Aires – Argentina

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• Aurélie Mazet – Instituto de História Social da Confederação Geral do Trabalho – Paris – França

• Christine Coates – TUC Library Collections – Central Sindical Inglesa e Universidade Metropolitana de Londres – Londres – Inglaterra

17h30 às 20h30

Minicurso – Identificação de tipologias documentais em acervos dos trabalhadores• André Porto Ancona Lopez – Faculdade de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília –Brasília – Brasil

17h30 às 20h

Mostra de filmes sobre os trabalhadores e a resistência aos regimes militares

1/4/2011 – sexta-feira

9h às 12h30

Terceira mesa – Memória e resistência dos trabalhadores na cidade e no campoCoordenação: Leonilde Servolo de Medeiros – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil• Maria Aparecida de Aquino – Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo – Brasil

• Maria do Socorro Rangel – Universidade Federal do Piauí –Teresina – Brasil• Ludmila da Silva Catela – Arquivo Provincial da Memória de Córdoba e Universidade Nacional de Córdoba – Córdoba – Argentina

• José Sergio Leite Lopes – Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil

12h30 às 14hAlmoço

14h às 15h

Lançamentos

• Retrato da repressão política no campo: Brasil (1962-1985) – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos, de Marta Cioccari e Ana Carneiro. Brasília, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Direitos

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Humanos da Presidência da República• O mundo dos trabalhadores e seus arquivos, de Antonio José Marques e Inez

Terezinha Stampa (org). Rio de Janeiro, Arquivo Nacional; São Paulo, Central Única dos Trabalhadores (edição eletrônica)

15h às 17h30

Plenária final – Relatório dos coordenadores de mesa e recomendaçõesCoordenação: Jaime Antunes da Silva – Arquivo Nacional – Rio de Janeiro – Brasil

18h30 às 22h

Coquetel de encerramento

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RESUMOS

La evolución histórica de los archivos del Movimiento Obrero

Antonio González QuintanaArchiveros sin Fronteras, Madrid, España

Cuando la misma pervivencia de las organizaciones obreras surgidas como movimiento de clase y emancipador en el siglo 19 ha sido tan difícil en 150 años de convulsión social, la salvaguarda de sus huellas documentales, sobre todo la dejada en sus archivos, sólo se puede en-tender desde dos explicaciones antagónicas: bien desde la existencia de actuaciones filantrópicas, de amor a la historia o de militancia cercana al heroísmo, o bien desde la posibilidad de utilizar los documentos como fuente de información para la represión política o como herramienta para la manipulación de la historia y la configuración de una memoria mítica. En ambos casos, hemos de entender unas y otras actuaciones como de recopilación y acumulación, enmarcadas en operaciones de rescate archivístico de uno u otro signo. Porque las políticas archivís-ticas encaminadas a la configuración de sistemas que posibilitaran un flujo natural de los documentos desde su nacimiento hasta su conser-vación definitiva son excepcionales a la hora de explicar el cómo y por qué se han conservado los archivos del Movimiento Obrero.

En el caso del rescate de documentos de las organizaciones por motivos filantrópicos o de militancia hemos de citar, en primer lu-gar, las iniciativas surgidas del seno del Movimiento Obrero, o de su entorno, encaminadas a salvaguardar un patrimonio siempre en precario, ya fuera por la escasez de medios o por las condiciones de persecución o clandestinidad a las que se vieron avocadas sus orga-nizaciones durante largos períodos de tiempo. Además de impedir que los archivos cayesen en manos de los aparatos represivos o de quienes hubieran podido usarlos para identificar y localizar “enemi-gos potenciales”, estas actuaciones los pusieron a salvo e hicieron viable su uso y su transmisión a otras generaciones.

Pero la recuperación y acumulación de documentos de las organiza-ciones obreras también se dio con motivaciones totalmente diferen-tes. El afán por perseguir y reprimir al movimiento obrero organizado

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encontraría en el secuestro de la documentación de las propias or-ganizaciones un arma de extraordinario valor. En España contamos con el más claro ejemplo de la recopilación de documentos obreros con finalidad represiva: el Archivo General de la Guerra Civil, hoy integrado en el Centro Documental de la Memoria Histórica, más conocido como “Archivo de Salamanca”. En la posguerra española la mayor parte de las organizaciones obreras, si bien pudieron enviar al exilio con dispar fortuna los archivos de sus órganos de dirección, no pudieron, en cambio, evacuar los archivos de la mayoría de sus organizaciones territoriales o locales así como los de sus sindicatos y federaciones de industria. Tampoco tuvieron tiempo de destruir los documentos. De este modo, la represión alcanzó a casi todos los nive-les de las organizaciones, desde los máximos dirigentes a los afiliados de base, basada en criterios sistemáticos en los que los documentos incautados tuvieron un indiscutible papel protagonista.

El efecto bumerán clásico de los archivos policiales producidos por los regímenes totalitarios, se observa en la transición política españo-la. En efecto, el archivo salmantino, herramienta represiva de primer orden se convirtió en el principal suministrador de pruebas docu-mentales para las políticas de reparación y reconocimiento de dere-chos de las víctimas de la represión. Al mismo tiempo es, sin duda, la mejor y más rica fuente archivística, en calidad y en cantidad, para el estudio del movimiento obrero español, desde finales del siglo 19 hasta el año 1939, y, sin duda, es insustituible para estudiar la repre-sión política, en concreto la ejercida contra los militantes obreros y sus organizaciones.

El patrimonio documental del Movimiento Obrero que ha pervivi-do frente a tantas dificultades se administra en la actualidad de for-mas muy diversas. En algunos países encontramos el apoyo puntual de centros universitarios a archivos de las organizaciones sociales; en otros, han sido importantes fundaciones, con elevados recur-sos financieros, las que se han preocupado por este patrimonio; en otros se ha ofrecido la red de archivos públicos para su administra-ción; otras naciones han optado por integrarlos en la administración laboral; en fin, algunas entidades del movimiento obrero en varios países han conseguido construir sus propios sistemas archivísticos y asumir plenamente la responsabilidad de gestionar sus documentos.

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Memória e história: contrastes e conexões

Daniel Aarão ReisUniversidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil

As tradições historiográficas sobre os movimentos sociais em luta pela transformação do país. História oficial e histórias oficiais: do silêncio à visibilidade. As grandes vertentes das lutas sociais: anar-quismo, trabalhismo, comunismo, socialismo, catolicismo social. A questão do populismo. Reforma e revolução e o reformismo revo-lucionário. As tradições nacional-estatistas. A conjuntura crítica de 1961-64 e a instauração da ditadura. As relações complexas entre sociedade e ditadura: o conceito de resistência. A reemergência dos movimentos sociais em fins dos anos 70 e o término da ditadura. O conceito do novo sindicalismo e suas armadilhas. O protagonismo crescente das classes trabalhadoras e os partidos populares a partir dos anos 80. Os governos de frente popular liderados pelo Partido dos Trabalhadores e as políticas de inclusão social e de distribuição de renda. O fenômeno Lula. Desafios e perspectivas dos mundos do trabalho.

El Archivo General Agrario de México y la historia de las comunidades campesinas

Guillermo PalaciosCentro de Estudios Históricos, Colegio de México, DF, México

Este trabajo discute la organización y el funcionamiento del Archi-vo General Agrario de México, así como los orígenes de sus fondos y los propósitos que animaron su creación en 1997, momento de una década que marca una sensible disminución del interés de los investigadores en la cuestión agraria, muchos de ellos deslumbrados por el espejismo de la modernidad industrial urbana como el con-torno general del futuro de México. El texto ofrece un panorama general de los diversos fondos que integran el Archivo, que consti-tuyen la memoria y el registro de la lucha por la tierra en México y del largo y difícil proceso de reparto agrario iniciado en los años más crudos de la fase armada de la revolución mexicana. Discute

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su funcionalidad para la abertura de nuevas líneas de investigación sobre la cuestión agraria que enriquezcan las perspectivas tradicio-nales, bien como su utilidad para las propias comunidades, en busca de respaldo jurídico para sus pleitos y demandas por la tierra.

Um rico acervo documental corre perigo: os processos trabalhistas e os estudos sobre o mundo do trabalho

Benito Bisso SchmidtMemorial da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

Esta comunicação tem dois objetivos. Inicialmente, busca-se dar a conhecer as lutas que têm sido empreendidas pela preservação dos documentos da Justiça do Trabalho, em especial dos processos trabalhistas, os quais, por força de um dispositivo legal, podem ser eliminados após cinco anos de seu encerramento, o que vem aconte-cendo em diversas partes do país. Contra tal atitude, advoga-se que esses documentos são importantes para a efetivação da cidadania, já que podem servir de prova na reivindicação de diversos direitos e como fontes para o conhecimento da história do Brasil, pois trazem informações sobre a classe trabalhadora difíceis de serem encontra-das em outros documentos. Em um segundo momento, a intenção é apresentar exemplos de pesquisas que vêm sendo realizadas com base nesse material, com destaque para os procedimentos metodo-lógicos nelas utilizados, de forma a demonstrar a importância da referida documentação. Espera-se, assim, sensibilizar os ouvintes para a necessidade do estabelecimento de uma política pública de preservação total dos processos trabalhistas que ainda restam nos arquivos dos tribunais regionais e varas do trabalho.

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Estado e organizações sindicais: que perspectivas em torno dos arquivos do mundo do trabalho, em Portugal?

Pedro PenteadoDirecção-Geral de Arquivos de Portugal e Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal

A comunicação tem como principais objetivos: I) Conhecer o que o Estado português tem feito ou tenciona desenvolver para: 1. apoiar ou realizar o diagnóstico da situação dos arquivos das entidades sindicais de Portugal; 2. apoiar ou proceder ao recenseamento da documentação que se encontra em posse destes organismos ou das entidades que possuem sua custódia; 3. apoiar tecnicamente o de-senvolvimento de sistemas de arquivo eficazes e centros de memó-ria arquivística nos próprios sindicatos e entidades afins; 4. proteger os arquivos sindicais, em caso de risco para a preservação do seu patrimônio arquivístico; 5. recolher e tratar a documentação em ar-quivos públicos ou outros tipos de entidades; 6. promover a difusão e o uso destes acervos, com vista a defender os direitos dos traba-lhadores e alargar a memória do movimento sindical. II) Conhecer a atuação de outros organismos, na salvaguarda e valorização destes arquivos. III) Conhecer as atividades desenvolvidas, projetos, par-cerias, apoios recebidos, bem como necessidades e expectativas dos organismos sindicais em relação à gestão da informação arquivística e à constituição da memória documental do seu percurso histórico.

Para atingir o objetivo I, será dada particular atenção às políticas e intervenções da Direcção-Geral de Arquivos no apoio ou realização de ações de recolha, organização, preservação e disponibilização dos arquivos dos trabalhadores e suas organizações, particularmente do tempo da ditadura, sem deixar de lado o papel de outras entidades da administração central e local, como o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e as autarquias locais.

Complementa-se ainda esta informação com a da intervenção de entidades não estatais, para satisfazer o objetivo II, com destaque para o papel das universidades.

Por último, procura-se, por meio de questionário enviado às enti-dades sindicais, cumprir o objetivo III, salientando o modo como

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estas julgam oportuno construir a sua memória arquivística e como veem o papel do Estado na sua promoção.

A Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e seus arquivos

Annie KuhnmunchConfederação Francesa Democrática do Trabalho, Paris, França

Desde sua criação, a Confederação Francesa de Trabalhadores Cris-tãos, que se tornou em 1964 a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), preocupou-se com seus arquivos. Esse cui-dado em salvaguardar os arquivos poderia ter conduzido a um pro-cesso de depósito da documentação em arquivos públicos (Arquivo Nacional ou arquivos departamentais). No entanto, a CFDT privile-giou a integração e em 1985 criou seu próprio serviço de arquivos. Essa estratégia continuou, e alguns anos depois, em 1994, foram estabelecidos os serviços de arquivos das federações. O conjunto desses arquivos corresponde atualmente a cinco quilômetros linea-res de documentos. Esses arquivos são dos seguintes gêneros: tex-tuais (dossiês de congressos, documentos das secretarias, imprensa, cartazes...), documentos sonoros e audiovisuais (entrevistas, filmes realizados pela organização), fotografias, objetos significativos das práticas sindicais.

A fim de manter os arquivos próximos às entidades produtoras, nunca se cogitou centralizá-los. Quando as estruturas sindicais, de-partamentais e regionais solicitam, são orientadas quanto à classi-ficação dos seus arquivos. Assim, para auxiliar no tratamento des-ses arquivos, foram elaborados planos de classificação e tabelas de gestão indicando os períodos de preservação. Da mesma forma, propusemos um modelo de contrato de depósito em instituições de arquivamento na região: arquivos territoriais ou centros especia-lizados na preservação de arquivos (Centro de História do Trabalho de Nantes,...).

Diante da dispersão dos fundos de arquivos concernentes à história operária e do movimento social, uma iniciativa teve início em 2001: a criação do Coletivo de Centros de Documentação da História So-

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cial e do Trabalho (CODHOS), que reúne, como o próprio nome indica, centros de documentação e arquivos de organizações sindi-cais e partidos políticos.

La Confédération française démocratique du travail (CFDT) et ses archives

Annie KuhnmunchConfédération française democratique du travail, Paris, France

Dès sa constitution, la CFTC (Confédération française des travail-leurs chrétiens) qui deviendra CFDT en 1964 s’est préoccupée de ses archives. Cette politique de sauvegarde aurait pu aboutir à une procédure de dépôt dans des services d’archives publiques (Archi-ves nationales ou départementales). Pourtant, la Confédération pri-vilégie l’intégration et crée en 1985 un véritable service archives. Cette stratégie sera poursuivie quelques années plus tard avec la création en 1994 d’un service d’archives des fédérations.

L’ensemble de ces archives représente aujourd’hui cinq kilomètres linéaires. Chaque service confédéral et chaque fédération procèdent régulièrement au versement de ses archives à l’aide d’un bordereau de versement et selon une procédure rappelée régulièrement. Les versements sont vérifiés et les bordereaux retournent au service versant avec la cote Archives.

On peut répartir ces archives selon la typologie suivante: Les archi-ves “papier” (presse, dossiers de congrès, archives produites par le secrétariat confédéral, affiches, …), les archives sonores et audiovi-suelles (interviews de responsables, films réalisés par l’organisation, photographies), objets significatifs des pratiques syndicales. A la plupart de ces séries de documents correspondent des instruments de recherche.

Dans une volonté de laisser les archives à proximité de leur pro-ducteur, il n’a jamais été question de tout centraliser. Par contre lorsque des syndicats, des structures départementales ou régionales nous sollicitent, nous pouvons leur donner des conseils de tri, de classement de leurs archives. Ainsi, pour les aider dans le traitement de leurs archives, des plans de classement et des tableaux de gestion

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indiquant les délais de conservation ont été élaborés. De même, il leur est proposé un modèle de contrat de dépôt dans des institu-tions d’archives proches: archives territoriales ou centres spécialisés dans la conservation des archives (Centre d’histoire du travail de Nantes, …).

Face à la dispersion des fonds d’archives concernant l’histoire ou-vrière et sociale, une initiative a vu le jour en 2001 : la mise en place du Collectif des centres de documentation en histoire ouvrière et sociale (CODHOS). Il fédère comme son nom l’indique des centres de documentation et des services d’archives d’organisations syndi-cales et de partis politiques.

La Biblioteca CTA: una experiencia documental de la clase trabajadora organizada para la reinterpretación de la historia

Graciela CórsicoCentral de Trabajadores de la Argentina, Centro de Documentación y Biblioteca, Buenos Aires, Argentina

La Biblioteca Digital de los Trabajadores de la Argentina fue creada como parte de la apuesta estratégica que hace la Central de los Tra-bajadores de la República Argentina (CTA), en la disputa de sentido para transformar la sociedad; de cómo leer y reescribir los hechos y acontecimientos de la historia, a la luz de la identidad de la clase trabajadora organizada y su protagonismo en los movimientos so-ciales.

Instrumento clave para promover el desarrollo de bibliotecas y cen-tros de documentación en cada distrito nacional y en las organi-zaciones integrantes, su misión es: dar cuenta de la existencia del patrimonio histórico, político y cultural, a través de la preservación-difusión documental de la memoria colectiva e institucional; y ser reserva de documentación e insumo para el conocimiento las luchas y pensamientos del movimiento de trabajadores.

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Os arquivos do Instituto de História Social da Confedera-ção Geral do Trabalho da França

Aurélie MazetInstituto de História Social da Confederação Geral do Trabalho, Paris, França

Em 1982, o Instituto de História Social da Confederação Geral do Trabalho (IHS/CGT) foi criado por iniciativa de Georges Séguy, ex-secretário-geral da CGT (1967-82). Ele é agora seu presidente hono-rário. O objetivo do instituto é triplo: evitar a dispersão e a destruição dos arquivos da CGT, disponibilizá-los para militantes e pesquisadores como ferramentas e fontes de reflexão e contribuir para o progresso da pesquisa em história social. Sob a responsabilidade do IHS/CGT, os arquivos da confederação garantem o recolhimento, a classificação e a preservação de documentos produzidos pelas instâncias dirigentes e pelos vários departamentos da CGT desde sua criação em 1895. As atribuições dos arquivos da confederação são parecidas ou idênticas às de um arquivo público. Não é um serviço de pré-arquivamento, e sim um lugar de preservação dos arquivos permanentes, que hoje corres-pondem a cinco quilômetros lineares disponíveis aos pesquisadores e acadêmicos. Ferramentas tradicionais de gestão e processamento de ar-quivos foram desenvolvidas. A conscientização sobre o valor patrimo-nial dos documentos representa uma parte importante, senão essencial, do trabalho do arquivista. Em 1999, o IHS/CGT criou uma fototeca, cuja missão é conservar e valorizar todas as coleções iconográficas.

l’Institut CGT d’histoire sociale et ses archives

Aurélie MazetInstitut CGT d’histoire sociale (IHS CGT), Paris, France

En 1982, l’Institut CGT d’histoire sociale (IHS CGT) est créé à l’initiative de Georges Séguy, ancien Secrétariat général de la CGT (1967-1982). Il en est aujourd’hui le Président d’honneur. Le but est triple: éviter la dispersion et la destruction des archives de la CGT, les mettre à la disposition des militants et chercheurs comme outils de travail et sources de réflexion et ainsi contribuer à faire progres-ser la recherche en matière d’histoire sociale.

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Sous la responsabilité de l’IHS CGT, le Centre confédéral d’archives assure la collecte, le classement, la conservation et la valorisation des documents produits reçus par les instances dirigeantes et par les différents secteurs d’activités de la CGT depuis sa création en 1895. Les missions du Centre confédéral d’archives sont proches voire identiques de celles d’un service d’archives publiques. Il n’est pas un service de pré-archivage. Il est un lieu de conservation des archives définitives représentant à ce jour cinq kilomètres linéaires, communicables aux chercheurs et universitaires.

Des outils archivistiques traditionnels de gestion et de traitement des archives ont été élaborés. La sensibilisation à la valeur patrimo-niale des documents représente une part importante, voire essen-tielle, du travail de l’archiviste.

En 1999, l’Institut CGT d’histoire sociale crée une photothèque, dont la vocation est de conserver et de mettre en valeur l’ensemble des collections iconographiques.

Mantendo registros: a preservação dos arquivos sindicais no Reino Unido

Christine CoatesTUC Library Collections, Londres, Reino Unido

A apresentação vai abordar a história e a metodologia no recolhi-mento e preservação dos arquivos sindicais no Reino Unido, con-centrando-se na Inglaterra e no País de Gales. Poucos arquivos an-teriores a 1825 estão preservados devido à repressão aos sindicatos. As taxas de sobrevivência desses arquivos não melhoraram até o final do século 19. No século 20, arquivos foram perdidos em tem-pos de guerra, durante mudanças para novos escritórios ou quan-do sindicatos se fundiram para formar organizações maiores. Hoje, existem novos desafios, como a preservação de arquivos digitais.

As principais bibliotecas nacionais, acadêmicas, institucionais e outros arquivos envolvidos no recolhimento dos acervos sobre a história do trabalho serão mencionados – incluindo o National Ar-chives, LSE Library, Modern Records Centre, Working Class Move-

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ment Library e People’s History Museum. A comunicação também vai abordar o papel das redes, como a Sociedade para o Estudo da História do Trabalho e o seu Comitê de Arquivos, na troca de ex-periências e informações que estimulam o interesse na história do trabalho. Projetos recentes incluíram orientações aos sindicatos e cooperativas sobre como cuidar dos seus próprios arquivos e onde depositá-los para mantê-los a salvo. O comitê também publicou di-retrizes sobre identificação e conservação de prédios relacionados ao movimento laboral.

A partir daí a apresentação vai se debruçar mais detidamente sobre a TUC Library Collections, agora sediada na Universidade Metro-politana de Londres. A formação do acervo teve início em 1922 e atualmente é um grande recurso de pesquisa para o estudo de todos os aspectos da vida sindical. A biblioteca foi formada para uso da TUC (Trade Union Congress) e sindicatos afiliados, mas sua especialização fez com que se tornasse uma grande biblioteca das ciências sociais. O acervo contém livros, panfletos, periódicos e outros materiais produzidos a partir da segunda metade do século 19 até os dias atuais. Inclui publicações oficiais e materiais de várias campanhas das quais a TUC participa. A ênfase do acervo está no Reino Unido, mas muitos outros países estão representados, espe-cialmente da Europa e da Comunidade das Nações. A TUC conti-nua a depositar material e publicações sindicais em bases regulares e também são adquiridas outras publicações.

Daremos particular atenção ao programa de divulgação do acer-vo, incluindo digitalização e projetos on-line, como The union makes us strong (O sindicato nos deixa fortes, www.unionhistory.info), assim como outros em parceria com a própria TUC, a National Pensioners Convention e outras entidades. A apresentação também abordará projetos futuros neste tema.

Por fim, concluiremos com questões relacionadas às prioridades fu-turas para a preservação dos arquivos dos trabalhadores no Reino Unido – particularmente em um clima de mudança política, em que a densidade de filiação sindical está diminuindo e o estudo da histó-ria dos trabalhadores não é mais tão popular.

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Keeping the records: trade union records and resources in Great Britain

Christine CoatesTUC Library Collections, London, United Kingdom

This presentation will cover the history and methodology of the collection and preservation of trade union records in Great Bri-tain, but will concentrate on developments in England and Wales. Very few records pre-date 1825 because of the repression of trade unions. Survival rates for paper records did not improve until the late 19th century. In the 20th century, archives were lost in war-time bombing, during moves to new offices, or when unions merged to form larger organisations. Today, there are new challenges in pre-serving digital archives.

The main national, academic and other institutional libraries and archives involved in collecting labour history records will be men-tioned – including the National Archives, the LSE Library, the Mo-dern Records Centre, the Working Class Movement Library and the People’s History Museum. The paper will also look at the role of networks such as the Society for the Study of Labour History – Ar-chives and Resources Committee in sharing experience and infor-mation in this specialist field, as well as initiating its own projects to stimulate interest in labour history. Recent projects have included advice to labour, union and cooperative organisations on how to look after their own records, and also where to deposit them for sa-fe-keeping. The Committee has also issued guidelines on identifying and conserving local building connected to the labour movement.

The presentation will look in more detail at the history, resources and current activities of the TUC Library Collections, now based at the London Metropolitan University. The Collections were founded in 1922 and are now a major research resource for the study of all aspects of trade unions, lifelong learning and people at work. The Library was developed for the use of the Trades Union Congress and affiliated unions, but its specialisation has led to its parallel development as a major research library in the social sciences. The Collections contain books, pamphlets, periodicals and other ma-

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terial collected from the second half of the 19th century to the current day. They include trade union and official publications and material from the various campaigns and policy areas in which the TUC has been involved. The emphasis is on Britain, but many other countries are represented, especially Europe and the Commonwe-alth. The TUC continues to deposit material on a regular basis and current trade union publications and other recent material are acquired.

There will be particular emphasis on the TUC Collections’ access strategy and out-reach programme including digitisation and online projects such as The Union Makes Us Strong (www.unionhistory.info) as well as partnership projects with the Trades Union Con-gress, the National Pensioners Convention and other groups. The paper will also look at future projects on this theme.

The paper will end with questions relating to priorities for the fu-ture in the collection and preservation of workers’ records in Great Britain – particularly in a changing political climate, where union membership density is decreasing and the study of workers’ history is not automatically popular.

No sangue da memória

Maria do Socorro RangelUniversidade Federal do Piauí, Teresina, Brasil

Quero, antes de tudo, neste exercício de pensar a memória das Ligas Camponesas, realçar a ausência de lugares de memória sobre esta experiência histórica e discutir o quanto esta falta agrava o silêncio a que foram submetidos os camponeses que nos anos 1950 e 60 lutaram pela reforma agrária no Brasil. Ao começar minha pesquisa sobre o tema, no final da década de 80, ouvi de um deles a dolorida constatação de que viviam “embutidos e assombrados”. Passados mais de vinte anos, eu me pergunto ainda sobre as possibilidades de entender, discutir e socializar as marcas deste silêncio vivido como uma solidão tão imposta como excludente. Também pretendo dis-cutir os caminhos percorridos por mim ao longo destes muitos anos de pesquisa sobre as Ligas Camponesas como uma forma de dar

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publicidade às coleções que fui montando ao longo desse tempo e que, sei, precisam estar ao alcance de muitos outros.

De las memorias emblemáticas a los silencios estratégicos: los usos del pasado en las memorias obreras

Ludmila da Silva CatelaConicet/UNC-Archivo Provincial de la Memoria, Córdoba, Argentina

La última dictadura militar argentina tuvo un rol central en el ase-sinato y desaparición de obreros. Del total de los desaparecidos (30.000) el treinta porciento eran obreros. Sin embargo, las memo-rias públicas y dominantes no reflejan el impacto represivo sufrido sobre sus cuerpos y vidas. Este trabajo analiza la tensión entre las memorias obreras emblemáticas producidas en contextos urbanos como la ciudad de Córdoba y los silencios y memorias subterráneas de obreros en contextos de represión del interior del país. A par-tir de experiencias etnográficas, parto de la pregunta sobre quién “guarda” las memorias obreras, quienes las construyen y en que contextos y situaciones estas memorias son usadas y reutilizadas políticamente. Desde el análisis de los silencios y las memorias sub-terráneas de obreros de ingenios azucareros en Jujuy a la organiza-ción de archivos y centros documentales en la ciudad de Córdoba, el trabajo recorrerá la tensión, las disputas y las relaciones de poder en torno a la construcción, difusión y usos de los sentidos del pasado en el presente en torno a la memoria obrera.

Entre a memória camponesa e a memória operária: expe-riências de trabalho com entrevistas e arquivos em territórios comuns aos trabalhadores rurais e aos operários

José Sergio Leite LopesMuseu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Na primeira parte da comunicação será descrita a experiência do projeto coletivo Memória Camponesa, realizado entre 2004 e 2010 pelo Museu Nacional e pelo Curso de Pós-Graduação em Desenvol-

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vimento, Agricultura e Sociedade (CPDA) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O projeto consistiu em registrar de forma audiovisual depoimentos de lideranças camponesas com atuação entre os anos 1950 e 80, partindo de uma demanda de memória ma-nifestada por antigas lideranças. Da mesma forma, mesas de depoi-mentos acompanhadas de testemunhos da plateia foram realizadas em vários estados da federação, envolvendo universitários e insti-tuições ligadas ao movimento dos trabalhadores rurais. Também foram filmadas entrevistas individuais com antigas lideranças em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, em suas regiões de origem, com vistas a um futuro documentário. Paralelamente, produziu-se um documentário, concluído no final de 2008, Tecido memória, a pe-dido do sindicato dos tecelões de Paulista, Pernambuco, sinalizan-do uma forte demanda por memória da parte destes trabalhadores. Iniciou-se uma ampla pesquisa em arquivos de imagens, assim como um debate interno na equipe de antropólogos, fotógrafo e monta-doras sobre sua utilização em apoio às entrevistas. No final, será analisada uma experiência desenvolvida com pesquisas etnográficas e historiográficas com trabalhadores que estão entre o mundo rural e o urbano-industrial, tais como os operários da parte industrial das usinas de açúcar ou os trabalhadores têxteis de origem rural em contextos de vilas operárias. Cada uma dessas experiências se deu no interior de um projeto maior em que estavam incluídos, majori-tariamente, situações e processos sociais envolvendo trabalhadores rurais. As entrevistas, em particular com os tecelões, indicaram um conjunto enorme de documentação de arquivo, em coleções de jor-nais, relatórios de empresas, jornais sindicais, arquivos patronais, textos dos próprios trabalhadores locais. Há, no cruzamento das entrevistas dos trabalhadores com o material de arquivo, comple-mentações, mas também discrepâncias, configurando uma disputa pela memória.

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MINICURSOS

Introdução à organização de centros de documentação e memória

Ementa: Serão abordadas três unidades de conteúdo, contemplan-do: um histórico das atividades de documentação, desde suas ori-gens no campo da biblioteconomia até os dias atuais, quando passa a predominar a informação integrada, trazendo a esse campo de trabalho novas configurações institucionais e novos métodos; as atividades típicas dos centros de documentação e memória, com ênfase na construção de linhas de acervo documental e informati-vo; desafios e perspectivas, com atenção especial para as principais questões em discussão.

Responsável: Célia Reis Camargo, Centro de Documentação e Me-mória da Unesp, São Paulo, BrasilPossui graduação em História (1971) e mestrado em História Social (1980) pela Universidade de São Paulo e doutorado em História pela Unesp (1999). Atualmente é professora assistente doutora da Unesp e coordenadora do Centro de Documentação e Memória (Cedem) da mesma universidade. Tem experiência na área de ciência políti-ca, com ênfase em políticas públicas para o patrimônio cultural e ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: memória social, patrimônio cultural/ambiental, história contemporânea do Brasil, história política e centros de documentação.

Identificação de tipologias documentais em acervos dos trabalhadores

Ementa: Estudo das características básicas de documentos de acer-vos de movimentos trabalhistas com vistas a instrumentalizar o cur-sista para a identificação tipológica de tais documentos. Programa: conceitos instrumentais básicos (arquivo, coleção, atividades-fim e meio); definição de documento e exemplos de documentos típi-cos de movimentos sociais; noções básicas de diplomática; noções básicas de tipologia documental; exemplos de tipologia documen-tal de movimentos sociais; diretrizes para realização de tipologia documental.

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Responsável: André Porto Ancona Lopez, Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília, BrasilProfessor do Departamento de Ciência da Informação e Documen-tação da Universidade de Brasília, onde leciona, entre outras disci-plinas, Diplomática e Tipologia Documental, no curso de graduação em arquivologia, e Metodologia de Pesquisa, no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Especializou-se na organiza-ção de arquivos pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP após a graduação em história pela mesma universidade. Sua dissertação de mestrado em História Social (USP) foi publicada sob o título Tipologia documental de partidos e associações políticas brasileiras (Loyola, 1999). Doutorou-se em 2001 pela USP com o trabalho As razões e os sentidos: finalidades da produção documental e interpretação de conteúdos na organização arquivística de documentos imagéticos. Publicou, pelo Arquivo do Estado de São Paulo, em 2002, o livro Como descrever documentos de arquivo: elaboração de instrumentos de pesquisa.

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SESSÕES DE COMUNICAÇÕES TEMÁTICAS

Sessão de comunicações I – Arquivo e memória dos trabalha-dores da cidade e do campoCoordenação: Antonio José Marques, Centro de Documentação e Me-mória Sindical da Central Única dos Trabalhadores, São Paulo, Bra-sil

Os trabalhos estão relacionados à efetiva recuperação, organização, preservação e disponibilização de fundos e coleções de arquivos. A implantação de arquivos e centros de documentação em entidades sindicais, movimentos sociais e políticos, entidades públicas e pri-vadas voltadas à preservação desses acervos e que estejam abertas a pesquisa pública.

RESUMOS

Notas acerca da implantação e do desenvolvimento do Centro de Documentação e Memória do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região (Cedoc-Sindmetal)

André de Araújo e João Carlos Vieira de FreitasSindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Osasco, Brasil

O trabalho trata da concepção, implantação e desenvolvimento do Centro de Documentação e Memória do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região (Cedoc-Sindmetal), que tem sido constituído em três fases: a primeira, que envolveu a elaboração do projeto e a realização do diagnóstico documental; a segunda (atual), cujo foco é a organização do acervo fotográfico, produção inicial de instrumentos de pesquisa, estudo para automação do acervo, bem como concepção de projetos para captação de recursos; e a terceira, que inclui o alcance das metas para continuidade do projeto. Desejamos que, futuramente, o Cedoc-Sindmetal seja um instrumento para formação dos diretores sindicais e base de conhecimento para categoria metalúrgica e pesquisadores. A partir do desenvolvimento e da ampliação do Cedoc-Sindmetal, pode-remos não só cumprir sua missão, mas, paralelamente, dar subsídios às ações do sindicato, rumo ao seu cinquentenário em 2013.

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“Tessituras revolucionárias”: memórias da Polop

Aurélio de Moura Britto e Túlio Souza de VasconcelosNúcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil

O Núcleo de Documentação Sobre os Movimentos Sociais (Nu-doc/UFPE) desenvolve atualmente a formação de um acervo docu-mental atinente à Política Operária (Polop). A referida organização teve forte influência, sobretudo, no campo dos debates teóricos, te-matizando estratégias e desvios, concernentes à atuação da esquerda revolucionária, nas décadas de 1960 e 70 do século passado. Vislum-bra-se, sobretudo, o acesso de pesquisadores, militantes, bem como da sociedade de modo geral, aos documentos, digitalizados ou não, que delineiam a trajetória ímpar de luta desta entidade, que conhe-ceria sua desarticulação nos idos da década de 80. Nesse sentido, todos os documentos doados foram devidamente salvaguardados, selecionados, higienizados, passando entrementes por sumarização e catalogação, estando, felizmente, em vias de disponibilização, bos-quejando, assim, a reconstrução das memórias das lutas, proposi-ções e plataformas dos enfretamentos, teóricos e práticos, engen-drados num período particularmente indigesto da história nacional.

Os movimentos sociais como campo de atuação profissional do arquivistaFernanda da Costa Monteiro AraujoArquivista e historiadora, Rio de Janeiro, Brasil

O principal objetivo é pensar os acervos constituídos pelo movi-mento social como mais um campo de atuação profissional do ar-quivista, partindo da premissa de que esses acervos configuram-se a partir de uma nova realidade global, marcada pela ascensão do Esta-do neoliberal. Com o recuo do Estado, stricto sensu, no que se refere às políticas de assistência social, a sociedade civil passou a exercer o controle de determinadas demandas sociais, formando um con-junto de organizações caracterizadas, entre outros aspectos, como não governamentais, filantrópicas e de fins públicos, representando o que se convencionou chamar de “terceiro setor”. Entre essas or-

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ganizações podemos incluir os movimentos sociais, que como qual-quer outra instituição produzem e recebem documentos no âmbito de suas atividades e por isso necessitam da intervenção técnica e intelectual de um profissional especializado e com formação espe-cífica. Nesse sentido entendemos que o arquivista é um profissio-nal indispensável e fundamental na identificação e preservação da memória e identidade dos grupos e indivíduos que compõem os movimentos sociais, na medida em que deve atuar politicamente na gestão dos documentos que compõem esses acervos.

Arquivo e memória dos trabalhadores no campo: a experiên-cia do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência em Movimentos Sociais e Políticas Públicas do Campo/CPDA-UFRRJJuliana Gomes Moreira, Carolina Thomson, Mariana Vieira e Marco An-tonio TeixeiraUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

A partir da experiência do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência em Movimentos Sociais e Políticas Públicas do Campo/CPDA-UFRRJ, buscaremos discutir os objetivos, metodologia, de-safios e limites de arquivamento para preservação da memória do-cumental, bibliográfica, audiovisual e oral das organizações sociais do campo e seus sujeitos. Questionaremos o porquê da necessidade de implementação destes centros arquivísticos; os limites, desafios e possibilidades destes espaços para a preservação da memória do campo brasileiro. A atribuição do arquivo como campo e o documen-to como objeto também será foco de discussão.

Memória, história e trabalho: uma experiência de preservação de acervos em Pernambuco

Luiz Anastácio Momesso e Maria do Socorro de Abreu e LimaNúcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil

Este artigo visa apresentar algumas iniciativas de criação de acervos e fazer uma avaliação do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo

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Núcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais, formado por professores e alunos da Universidade Federal de Pernambuco, com vistas à preservação da memória escrita e oral desses movi-mentos. Por meio de projetos ligados à Pró-Reitoria de Extensão e em parceria com algumas entidades, o núcleo recolhe, organiza e divulga documentação produzida, particularmente, no período da ditadura. Seu acervo conta com importantes jornais do perío-do, como Movimento e Opinião; e vários documentos, como boletins, cartilhas e cadernos que tratam do Movimento contra a Carestia, da luta pela anistia e do movimento dos professores da rede pública de ensino. Também dispõe de um amplo acervo de materiais da Fede-ração dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), assim como do Partido dos Trabalhadores e da organização Política Operária (Polop). No momento está implantando um projeto ligado ao Ministério da Educação com vistas a acompanhar um trabalho de preservação da memória no movimento sindical de Pernambuco, a partir de uma experiência já realizada com o sindicato dos gráficos deste estado.

O Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (Amorj) e suas coleções pessoais de trabalhadores sindicalistas: uma análise tipológica

Marcos Aurelio Santana RodriguesArquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Esta comunicação tem por objetivo fazer uma análise tipológica dos documentos de coleções pessoais de trabalhadores sindicalis-tas do acervo do Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (Amorj) – especificamente as dos colecionadores Geraldo Cândido, Carlos Henrique Latuff, João Ângelo Labanca, Luiz Branco do Val-le, Roberto Morena e Ulisses Lopes – tendo em vista compreender as relações entre os documentos e as atividades dos titulares de tais coleções, utilizando uma metodologia que permite reconhecer os tipos de documentos colecionados no âmbito de sua vida privada e militante em diversos movimentos sindicais no Rio de Janeiro. Em um acervo organizado em dois fundos, 19 coleções institucionais,

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oito coleções originárias de pesquisas acadêmicas e 32 coleções pes-soais, destacamos as seis mencionadas com o intuito de descrever atividades desta espécie de colecionador a partir dos seus tipos do-cumentais e constituir mais uma forma de disponibilizar informa-ções aos nossos usuários.

O arquivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo: relato de uma experiência

Maria das Mercês Pereira Apóstolo e Ana Tercia SanchesSindicato dos Bancários de São Paulo, São Paulo, Brasil

O trabalho relata a experiência de implantação do Centro de Docu-mentação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Trata dos esforços para reunião e preservação da documentação produzida e coletada por este sindicato ao longo de seus 88 anos de existência. O interesse em preservar de maneira adequada sua docu-mentação levou o Sindicato dos Bancários de São Paulo a instituir, em 1992, o Centro de Documentação, que reuniu os fundos dos arquivos inativos das várias secretarias do sindicato e o acervo da biblioteca, que perfaz atualmente 11 mil volumes. De par com essas preocupações, o trabalho aborda ainda as reflexões que nortearam a construção de um plano de classificação para os arquivos correntes e de um quadro de arranjo para o Arquivo Histórico da entidade. Discutem-se também metodologias para a triagem dos documen-tos de acordo com alguns elementos e componentes referentes à criação, missão, funções, estrutura, vinculação hierárquica, evolução político-administrativa da entidade. Pretende-se programar a descri-ção dos documentos com base na norma Nobrade; a elaboração de um guia geral do acervo; a digitalização dos documentos textuais, iconográficos e audiovisuais, com vistas à sua preservação e acesso pelo público; sumarização e indexação dos documentos textuais, audiovisuais e iconográficos; elaboração de instrumentos de busca; construção de portal do Cedoc para acesso aos acervos pela inter-net; preparação de publicações temáticas.

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Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo

Paula Ribeiro Salles e Sebastião Lopes NetoProjeto Memória da Oposição Metalúrgica de São Paulo, Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP), São Paulo, Brasil

O objetivo central do Projeto Memória da OSMSP é recuperar e construir a história/memória da Oposição Sindical Metalúrgica da cidade de São Paulo, do ponto de vista dos trabalhadores(as) metalúrgicos(as) e torná-la disponível às gerações atuais e futuras. A trajetória da OSMSP se insere na história das lutas operárias e populares das décadas de 1970 e 80 que tiveram representatividade pela sua ação conjunta. As principais ações do projeto têm sido a recuperação e organização do arquivo da OSMSP e a coleta de entrevistas. Temos participado de editais específicos para pleitear recursos para uma organização com caráter arquivístico, mas ain-da não conseguimos captação para uma intervenção ampla. Mesmo com uma organização inadequada o acesso ao acervo tem sido ga-rantido. Percebemos ao longo do Projeto Memória a necessidade de uma política de apoio institucional e a urgência em promover ações de recuperação e divulgação desse “tipo de arquivos” que por sua vez irão contemplar também um “tipo de memória e história”.

Documentación relativa al “mundo del trabajo”: instituciones estatales y organizaciones gremiales, 1943-1955, Archivo de Go-bierno de la Provincia de Córdoba Argentina, Serie Gobierno

Patricia RoggioEscuela de Archivología, Facultad de Filosofía y Humanidades, Universi-dad Nacional de Córdoba, Córdoba, Argentina

La ponencia tiene por objeto dar cuenta de la importancia y valía del corpus documental existente en la Serie Gobierno, del Archivo de Gobierno de la Provincia de Córdoba, para la reconstrucción del accionar de las instituciones estatales que entendían en las cuestio-nes relativas al mundo del trabajo y de las organizaciones gremiales, en la provincia de Córdoba, en el período que se extiende entre 1943 y 55. La temática es abordada desde dos ópticas de análisis, por un parte desde la historia institucional y por otra desde la archivología.

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O Laboratório de História Social do Trabalho (LHIST/Uesb) e a memória dos trabalhadores do sudoeste baiano

Rita de Cássia Mendes PereiraUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, Brasil

A comunicação tem por objetivo apresentar os resultados das ati-vidades desenvolvidas pela equipe do Laboratório de História So-cial do Trabalho da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (LHIST/Uesb), que tem a responsabilidade da conservação pre-ventiva de um amplo acervo documental, proveniente dos arqui-vos da Justiça do Trabalho. Dedicado à inventariação, sumariação e reprodução digital de documentos dos sindicatos e à construção de bases catalográficas e trabalhos monográficos sobre o trabalho na Região Sudoeste da Bahia, o LHIST busca afirmar-se como uma instituição-memória especializada na identificação e preservação de acervos, votada ao desenvolvimento de ações que têm como obje-to a guarda e a difusão da memória social do trabalho e dos mo-vimentos sociais; a investigação sobre as relações de trabalho, as reivindicações e as principais formas de luta dos trabalhadores; a reconstrução da história e memória da advocacia trabalhista e do movimento sindical.

Indexação de arquivos: breve análise da metodologia de digi-talização do acervo da Comissão Pastoral da Terra

Weniskley Coutinho MarianoComissão Pastoral da Terra, Secretaria Nacional, Goiânia, Brasil

O objetivo desta comunicação é expor e analisar de forma crítica o projeto e a execução dos trabalhos de digitalização do acervo da Comissão Pastoral da Terra (Secretaria Nacional) no que se refere ao acervo institucional. Aqui devemos buscar a importância desta iniciativa para os trabalhadores do campo, para os pesquisadores e para a própria entidade. Desta forma pretende-se contribuir com projetos futuros tanto da Pastoral da Terra quanto de outras enti-dades ligadas aos trabalhadores do campo em seu cotidiano de luta por terra, água e direitos. No entanto, esta análise não será feita de

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forma a criar apenas um itinerário das atividades executadas, mas sim a identificar não somente os pontos fortes, mas também suas possíveis falhas. Identificamos que os principais pontos a serem discutidos aqui serão: a metodologia utilizada no cadastro no índice geral e a ausência de um aplicativo de busca que proporcione uma experiência após o cadastro, e a digitalização de parte do acervo para fins de avaliação. É importante observar que algumas situações também são causa da dificuldade no trabalho, como o próprio ta-manho do acervo e as condições financeiras da entidade, incapaz de, por si só, fazer este tipo de trabalho.

Sessão de comunicações II – Resistência dos trabalhadores na cidade e no campo

Coordenação: Inez Stampa, Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, Rio de Janeiro, Brasil

Os trabalhos abordam questões atinentes aos arquivos de trabalha-dores e/ou organizações políticas e sociais para o conhecimento das formas de resistência e luta por garantia de direitos e para o processo de redemocratização e construção da história recente do país, em especial no que se refere ao regime militar brasileiro.

RESUMOS

Sindicatos, saúde e cidadania: a imprensa sindical entre as dé-cadas de 1970 e 1990

Augusto ZanettiUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Franca, Brasil

Desde a Independência norte-americana (1776) e a Revolução Fran-cesa (1789), foram instituídos os direitos humanos de primeira ge-ração. Depois, com a Revolução Russa (1917) e a crise de 1929, no entreguerras, consolidaram-se os direitos de segunda geração de caráter social. A partir das últimas décadas do século passado e no início deste, assomam com mais intensidade no contexto brasileiro

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e internacional os direitos de terceira geração vinculados a saúde, segurança e preservação ambiental nos locais de trabalho. Este arti-go examina, a partir da documentação do acervo Oboré, custodiada pelo Centro de Memória e Documentação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Cedem), a modalidade das reivin-dicações dos trabalhadores ligadas aos direitos de terceira geração. Patenteia que a mobilização dos trabalhadores em defesa da saúde e segurança representou a busca do alargamento da esfera da cidada-nia e, consequentemente, a democratização do exercício do poder tanto na esfera pública quanto na privada. Esta constatação projeta, na atualidade, um cenário no qual o desenvolvimento resultaria da implementação de políticas públicas no horizonte da sustentabilida-de, em conjunto com as demandas dos trabalhadores por segurança e saúde nos locais de trabalho, à semelhança do final da década de setenta do século passado registradas na imprensa sindical. O texto indica, portanto, que as raízes do nosso presente se encontram no solo do passado.

Os mundos das crianças e dos jovens trabalhadores no acervo do LHIST/Uesb (sudoeste da Bahia, 1963-1983)

José Pacheco dos Santos JúniorUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, Brasil

O trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa sobre as crianças e os jovens trabalhadores que, nas duas primeiras décadas da Junta de Conciliação e Julgamento de Vitória da Con-quista (BA), deram início a processos de reclamação contra seus empregadores. A coleta e análise de dados relativos ao perfil do “menor” trabalhador na documentação da Justiça do Trabalho, a observação e sumariação dos relatos constantes dos processos, das reclamações apresentadas pelos “menores” ou seus responsáveis, das defesas apresentadas pelos empregadores e das decisões pro-feridas pelos magistrados, e o cotejamento das informações com a legislação em vigor relativa ao trabalho de crianças e adolescentes permitiram elucidar as condições decisivas para que esses “meno-res” buscassem, por intermédio da justiça, fazer valer seus direitos.

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Processos judiciais trabalhistas e cultura política na década de 1960: os trabalhadores na Justiça do Trabalho da 3ª Região, em Belo Horizonte

Mário Cléber Martins Lanna JúniorPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil

Maria Aparecida Carvalhais CunhaCentro de Memória da Justiça do Trabalho de Minas Gerais, Belo Hori-zonte, Brasil

A Justiça do Trabalho configurou-se em importante instrumento de reivindicações dos trabalhadores, principalmente no contexto auto-ritário do regime militar, quando os sindicatos eram controlados e as greves e manifestações populares, coibidas. Espaço privilegiado possível de garantia de direitos já regulamentados, foi também res-ponsável por fomentar, em algumas circunstâncias, aspectos da cul-tura política do trabalhador. A intenção é apontar a complexidade da Justiça do Trabalho, mapeá-la dentro da estrutura administrativa do estado e, com isso, encontrar evidências sobre o poder, a buro-cracia, a sociedade e o trabalhador. Para tanto, foram indicados e classificados processos por autor, motivação, período e resultados, em geral informações relativas aos principais usuários do tribunal, suas atividades cotidianas, seus interesses econômicos ou sociais e suas profissões. Buscaram-se como parâmetro informações relati-vas ao perfil do trabalhador, suas expectativas em relação à justiça e a atuação da instituição por meio de seus julgamentos, no sentido de encontrar indicadores da cultura política dos trabalhadores, per-meada na relação capital/trabalho mediada pela Justiça do Trabalho.

Por una apología de los procesos trabalhistas: riqueza docu-mental y “conciencia legal” de los trabajadores

Paula García SchneiderEscuela de Historia, Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad Nacional de Córdoba, Córdoba, Argentina

A partir de los procesos trabalhistas de la Junta de Conciliación y Juzgamiento del período 1942-45 de la ciudad de Porto Alegre,

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se propone reflexionar sobre cómo los trabajadores porto alegren-ses recurrían a su “conciencia legal” para resistir la agudización de su explotación en el contexto de economía de guerra. Los procesos son documentación de gran riqueza y centralidad para la historia de los trabajadores, pues se consigue rescatar su voz, cotidiano y experien-cias en los lugares de trabajo. Y en ellos vemos como entre 1942-45 con la agudización de la explotación, los trabajadores porto alegrenses recurrieron a su “conciencia legal” exigiendo el cumplimiento de leyes. Lo cual nos permite pensar las leyes y la justicia como “recursos” apropiados por los trabajadores, por los cuales vale la pena luchar y así conseguir efectivamente mejores condiciones de trabajo y de vida.

Os acervos da repressão e a história dos trabalhadores: poten-cialidades de pesquisa e formas de acesso

Rafaela LeuchtenbergerArquivo Público do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil

O artigo tem por objetivo demonstrar as potencialidades para o es-tudo do mundo do trabalho em três conjuntos documentais presen-tes no Arquivo Público do Estado de São Paulo (Apesp): o fundo Deops/SP; o grupo Dops/Santos, pertencente ao mesmo fundo; e o grupo Departamento de Comunicação Social (DCS), do fun-do Secretaria de Segurança Pública. Da mesma maneira, pretende apresentar as diferentes atividades que vem sendo desenvolvidas no Apesp com o objetivo de facilitar e ampliar cada vez mais o acesso a tais acervos, atuando num sentido de divulgar cada vez mais a possibilidade e necessidade de se realizar a abertura dos arquivos da ditadura à consulta pública.

O direito a lutar por direitos: a organização e a luta dos ferro-viários em Santa Catarina (1933-35)

Rossano Rafaelle SczipHistoriador, Florianópolis, Brasil

O objetivo é compreender o processo de reapropriação do enun-ciado dos direitos, propagado pelo Estado pós-30, e a luta pela sua

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efetivação travada pela classe trabalhadora em geral e pelos ferrovi-ários da Cia. Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (EFSPRG) em particular, no início da década de 1930. Busca, também, compreen-der esta luta como um dos aspectos fundamentais na formação da classe trabalhadora. Entendemos que a busca por assegurar o cum-primento dos direitos sociais, contra a resistência empresarial, daria a tônica da primeira crise entre trabalhadores e a política trabalhista varguista, evidenciando as contradições entre a regulamentação dos direitos sociais e sua prática efetiva. Nossa hipótese é que os fer-roviários vão à greve, em outubro de 1934, para cobrar do Estado e dos patrões a efetivação de um direito garantido em lei e que não vinha sendo cumprido. Aqui a legislação social é vista como um campo de disputa entre Estado, patrões e classe trabalhadora. Usan-do diversas fontes, procuramos ouvir a voz dos sindicalistas e fer-roviários, traçar um perfil das lideranças e da organização daqueles operários, assim como compreender o processo que desencadeou a greve de outubro de 1934.

Petrobras: trabalhadores organizados

Sergio Retroz e Miriam Collares FigueiredoHistoriadores, Rio de Janeiro, Brasil

O presente trabalho é resultado de pesquisa sobre as organizações dos trabalhadores da Petrobras. Procura-se desvendar qual a capaci-dade de organização e mobilização desses trabalhadores, entenden-do que recuperar seu histórico possibilitaria entender melhor sua relação com a empresa e quais as bandeiras que levantaram juntos. Além disso, o tema escolhido se insere em um plano maior: ele é parte dos movimentos sociais, especificamente do movimento sin-dical, que marcam a segunda metade do século 20 no Brasil. Para dar conta do tema, tratamos de investigar as várias instituições li-gadas à Petrobras constituídas por seus empregados, isto é, além dos sindicatos dos petroleiros – Sindipetros –, a Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) e a Associação dos Mantenedo-res-Beneficiários da Petros (Ambep) deveriam ser igualmente con-templadas.

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MOSTRA DE DOCUMENTÁRIOS

Esta pequena mostra de vídeos apresenta uma seleção de filmes sobre aspectos da vida e da luta de trabalhadores, no campo e na cidade, por melhores condições de trabalho, direitos fundamentais, dignidade e cidadania. Selecionamos documentários que abrangem, principalmente, períodos de fechamento do regime político, embora não exclusivamente. Com esta mostra pretendemos chamar a aten-ção para aspectos muitas vezes desconhecidos da resistência dos trabalhadores, apontando suas nuances, para que fique patente não só a sua dimensão organizativa, mas também seus reflexos sobre a vida pessoal e familiar.

30/3 – quarta-feira

17h30

Memórias combativas: movimento operário em Córdoba (1966-1972)

A partir das experiências singulares de 11 trabalhadores, ativistas sindicais, o documentário se propõe a voltar à efervescente Córdo-ba da década de 1960 e às trajetórias, subjetividades e sentidos que estiveram na conformação do movimento operário.

Produção: Arquivo Provincial da Memória de Córdoba e Associação Memória Aberta; Direção: Pablo Becerra, Damiana Mecca, Alejan-dra Oberti, Silvina Segundo; País: Argentina; Ano: 2010; Duração: 52 min; Legendas em português.

Os rurais da CUT: memórias e imagens

O 1º Congresso do Departamento Nacional dos Trabalhadores Ru-rais da CUT (DNTR) é o tema central do vídeo, que resgata as me-mórias das lutas dos trabalhadores nas últimas décadas e apresenta as imagens do processo de modernização conservadora que os seg-mentou. Com o objetivo de provocar discussão, mostra também

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os desafios que se colocam para a construção de um sindicalismo representativo e atuante.

Realização: DNTR/CUT e Centro Ecumênico Documentação e In-formação (Cedi); Direção: José Roberto Novaes; País: Brasil; Ano: 1992; Duração: 35 min.

1ª Conclat

Praia Grande, agosto de 1981. Pela primeira vez, em plena ditadura militar, milhares de trabalhadores da cidade e do campo, represen-tando centenas de sindicatos de todo o Brasil, reúnem-se numa con-ferência e durante três dias discutem os problemas mais urgentes do movimento sindical brasileiro. A votação da Comissão Nacional Pró-CUT faz emergir as posições divergentes dentro do movimento sindical. Um filme-história do sindicalismo brasileiro que coloca a realização da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Con-clat) no contexto das lutas sindicais desde o fim do século 19.

Direção: Adrian Cooper; País: Brasil; Ano: 1982; Duração: 30 min

31/3 – quinta-feira

17h30

Tecido memória

À contracorrente do esquecimento de sua importância social, os trabalhadores têxteis de Pernambuco reconstituem a sua vida coti-diana no auge do poder patronal sobre cidades e bairros industriais, e narram a saga de suas lutas por direitos sociais e melhores condi-ções de trabalho e moradia até os anos recentes. Baseado em pes-quisa antropológica e historiográfica feita desde 1976 e retomada para filmagem entre 2006 e 2008.

Direção: José Sergio Leite Lopes, Celso Brandão, Rosilene Alvim; País: Brasil; Ano: 2008; Duração: 70 min.

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Lutando pela democracia: os trabalhadores e a CC.OO. na transição política espanhola

As lutas, mobilizações e greves levadas a cabo pelos trabalhado-res nos anos 1970 foram fundamentais no processo de formação e organização da Confederação Sindical Comisiones Obreras (CC.OO.), assim como para a consolidação democrática, nas respostas aos atentados e na resistência aos golpistas de direita de 1981. Uma homenagem à memória dos trabalhadores espanhóis que lutaram pela democracia.

Realização: Fundação 1º de Maio, Confederação Sindical Comisio-nes Obreras; País: Espanha; Ano: 2008; Duração: 12 min; Legendas em português.

Memórias clandestinas

O documentário relata a vida da primeira mulher de Francisco Ju-lião, Alexina Crespo, e sua atuação na organização das Ligas Cam-ponesas – movimento social agrário que lutou contra a exploração do trabalhador rural e pela posse da terra entre 1950 e 1964. A história de Alexina passa pela organização das ligas, a guerrilha, o golpe e o exílio. Ao curar os camponeses feridos que se deslocavam até sua casa para solicitar o apoio do deputado/advogado Francis-co Julião para que os defendesse, Alexina Crespo indigna-se e se torna uma das mais fortes defensoras da causa camponesa. Ajuda a organizar e a expandir as ligas, mas seu trabalho ficou no silêncio, na coxia, na clandestinidade. O documentário reúne também relatos sobre a infância dos filhos de Alexina: Anatailde, Anatilde, Anatólio e Anacleto. Entre brincadeiras, humor, risos e aconchego, eles des-crevem as lembranças da casa onde a família morou, na rua Cruz de Macedo, em Caxangá. Memórias clandestinas toma como ponto de partida a antiga casa, já destruída pelo tempo, onde os filhos de Ale-xina, crianças, brincaram e onde começou o contato com os cam-poneses. As memórias da família vêm à tona na casa do presente, onde foram reunidos os filhos, netos e bisnetos para a experiência de narrar e registrar essas memórias, num dia de domingo.

Direção: Maria Thereza Azevedo; País: Brasil; Ano: 2007; Duração: 54 min.

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Título: Caderno de Resumos Seminário InternacionalO Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos

Formato: 15x21 cmTipologia: Garamond

Papel: Offset 75g/m² (miolo), Couchê 115 g/m² (capa)Tiragem: 300 exemplares

Março 2011

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