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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA Aditamento ao Pedido de Alteração à Licença Ambiental COIMBRA, NOVEMBRO DE 2019

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

Aditamento ao Pedido de Alteração à Licença Ambiental

COIMBRA, NOVEMBRO DE 2019

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 1

LOCALIZAÇÃO DA INSTALAÇÃO ...................................................................................................... 2

DESCRIÇÃO DO LOCAL ........................................................................................................................ 3

TIPOS E PREVISÃO DA QUANTIDADE TOTAL DE RESÍDUOS A DEPOSITAR ....................... 4

ÁREA E VOLUME A OCUPAR COM OS RESÍDUOS A DEPOSITAR ............................................ 5

SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO FUNDO E TALUDES E DIMENSIONAMENTO .... 6

SISTEMA DE DRENAGEM DE PLUVIAIS E LIXIVIADOS E DIMENSIONAMENTO ................ 8

SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE BIOGÁS .......................................................... 12

SISTEMA DE TRATAMENTO DE LIXIVIADOS .............................................................................. 13

DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES, INFRA-ESTRUTURAS E OBRAS COMPLEMENTARES 14

NÚMERO DE TRABALHADORES PREVISTO E REGIME DE LABORAÇÃO .......................... 20

PLANO DE EXPLORAÇÃO .................................................................................................................. 20

PLANO DE MONITORIZAÇÃO ........................................................................................................... 22

MEDIDAS ESPECÍFICAS RESPEITANTES AOS RISCOS ESPECIAIS PARA A SEGURANÇA

DE POPULAÇÕES E TRABALHADORES DO ATERRO ................................................................ 23

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 1

1

INTRODUÇÃO

O presente documento tem a finalidade de apresentar o projeto base da Célula B do

Aterro Sanitário de Confinamento Técnico do CITVRSU de Coimbra.

A Célula A do referido aterro encontra-se em exploração desde Outubro de 2012 e tem

uma capacidade licenciada de 843.392 m3, de acordo com o Alvará de Licença para a Operação

de Deposição de Resíduos em Aterro n.º 3/2012/CCDRC.

No entanto, em virtude da falta de escoamento nacional da fração Resto/CDR, ao

contrário do que era esperado aquando da aprovação da Estratégia para os Combustíveis

Derivados de Resíduos, publicada no Despacho n.º 21295/2009, de 22 de Setembro, o período

de vida útil da célula A foi encurtado, prevendo-se o esgotamento da Célula A em 2020.

Desta forma, de acordo com o Anexo I do Contrato de Concessão (Objetivos de Serviço

Público), para cumprir o objetivo da capacidade permanente para receber a totalidade dos

resíduos urbanos entregues pelos utilizadores da Concessionária, torna-se necessário avançar

para a construção da Célula B.

De seguida introduzem-se as informações previstas na alínea c) do n.º 1 do Artigo 17º do

Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de agosto.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 2

2

LOCALIZAÇÃO DA INSTALAÇÃO

O projeto localiza-se no CITVRSU de Coimbra, sito em Vil de Matos, 3025-607 Coimbra,

de acordo com a Figura 1.

Figura 1 – Localização do projeto (extrato de planta à escala 1:25.000)

Coordenadas GPS à entrada da Instalação 40°16'57.48"N; 8°28'27.57"W

Tipo de localização da instalação Zona Rural

Área da instalação (m2) Área total 352.000(CITVRSU)160.000 (só Aterro)

Área impermeabilizada 140.000

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 3

3

DESCRIÇÃO DO LOCAL

A zona onde se encontra o Centro Integrado de Tratamento e Valorizarão de RSU está

localizado numa zona rural, a cerca de 1 km das povoações de Vil de Matos, Rios Frios e Grada.

Os acessos ao CITVRSU de Coimbra são efetuados em estrada asfaltada (construída pela

ERSUC), ligação efetuada para desviar o tráfego dos aglomerados urbanos de Casal de Cartaxo e

Rios Frios.

Os eixos viários de aproximação ao CITVRSU que são mais solicitados a suportá-lo são a

A1, A14/IP3, o ramal da EN111 e a EM618.

No Anexo I a este documento, inclui-se a caracterização geológica, geomorfológica, geotécnica e

hidrogeológica do local.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 4

4

TIPOS E PREVISÃO DA QUANTIDADE TOTAL DE RESÍDUOS A DEPOSITAR

De acordo com o Alvará de Licença para a Operação de Deposição de Resíduos em Aterro n.º

3/2012/CCDRC, os resíduos a depositar mantêm-se como:

a) Refugo proveniente da unidade de tratamento mecânico e biológico (TMB);

b) Resíduos provenientes da estação de triagem, caso não exista alternativa de

valorização;

c) Resíduos com origem na recolha dos Municípios em resultado das limpezas de ruas,

monos.

d) Resíduos produzidos na zona de influência do TMB, nos períodos das paragens anuais

obrigatórias para a manutenção dos equipamentos.

No que diz respeito às quantidades, o referido alvará define as seguintes capacidades licenciadas:

Capacidade das células: a infraestrutura possui um volume total de encaixe de 1.524.246

m3 (incluindo 10% das terras de cobertura), a que corresponde a deposição de 1.219.397

toneladas de resíduos (considerando um peso específico para os resíduos de 800 kg/m3 e as

terras de cobertura), distribuída do seguinte modo:

Célula A: 843.392 m3;

Célula B: 514.854 m3

Ligação das duas células: 166.000 m3

No entanto, durante a realização do projeto de execução da Célula B, foi verificada com maior

rigor a volumetria da célula A, considerando a cota de fecho licenciada, 66,5m, concluindo-se que

a sua capacidade total é de 1.020.383 m3 e não de 843.392 m3 (Figura 2).

Figura 2 – Volumetria total da Célula A, à cota de fecho licenciada.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 5

Deste modo, considerando o volume e a cota de fecho licenciados, a Célula B encontra-se

projetada com um volume de 485.186 m3, pelo que o total das células A e B é de 1.505.569 m3,

respeitando a capacidade limite licenciada (cota 66,5).

Estimando um volume de 10% relativo a terras de cobertura e uma densidade de 0,8 ton/m3 para

os resíduos, a Célula B permitirá depositar 349.334 ton. Alerta-se, no entanto, que a quantidade

efetiva em toneladas dependerá do grau de compactação conseguido.

Assim sendo, o tempo estimado de vida da célula B é de aproximadamente 3,4 anos,

considerando a média de deposição da fração resto e refugos em aterro de 102.562 ton.

5

ÁREA E VOLUME A OCUPAR COM OS RESÍDUOS A DEPOSITAR

O projeto desenvolve-se no interior dos terrenos pertencentes à ERSUC (linha roxa da Figura 3),

efetuando-se o aproveitamento da área a nascente (a amarelo) da atual Célula A, de acordo com

a Figura 3.

Figura 3 – Zona de implantação da Célula B.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 6

A Célula B será constituída por dois alvéolos, com áreas de implantação de 31.395 m2 e

34.708 m2, de acordo com a Figura 4.

Figura 4 – Implantação dos alvéolos da Célula B.

O volume a ocupar, de acordo com o capítulo 4, será de 485.186 m3. Estimando um volume de

10% relativo a terras de cobertura e uma densidade de 0,8 ton/m3 para os resíduos, a Célula B

permitirá depositar 349.334 ton.

A planta geral pode ser consultada nas peças do projeto: “1.1 -Planta Geral”.

6

SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO FUNDO E TALUDES E DIMENSIONAMENTO

O sistema de impermeabilização do fundo, taludes e banquetas, com vista à

impermeabilização, drenagem de lixiviados e proteção mecânica à geomembrana, engloba os

seguintes elementos:

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 7

a) Zona Basal

• Barreira geológica constituída por camada de regularização de 0,50 m de

espessura, executada com solos silto-argilosos, isentos de pedras e materiais

angulosos;

• Barreira passiva constituída por geossintético bentonítico com coeficiente de

permeabilidade k≤2 x 10-11 m/s, de acordo com as especificações técnicas

apresentadas no Anexo II;

• Geomembrana em HPDE, com 2,0 mm de espessura, contemplando as

especificações técnicas do Anexo II;

• Geotêxtil não tecido de 800 g/m2, contemplando as especificações técnicas do

Anexo II;

• Camada drenante com 0,50 m de espessura e k > 10-4 m/s constituída por:

o Seixo rolado 20/40;

b) Taludes

• Barreira geológica constituída por camada de regularização de 0,50 m de

espessura, executada com solos silto-argilosos, isentos de pedras e materiais

angulosos;

• Barreira passiva constituída por geossintético bentonítico com coeficiente de

permeabilidade k≤2 x 10-11 m/s, de acordo com as especificações técnicas

apresentadas no Anexo II;

• Geomembrana em HPDE, com 2,0 mm de espessura, contemplando as

especificações técnicas do Anexo II;

• Geotêxtil não tecido em PEAD, de cor negra, com tratamento com fumo de

carbono, com resistência à ação dos raios UV, durante um período mínimo de 10

anos e 800 g/m2.

O sistema de impermeabilização pode ser visualizado na Figura 5.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 8

Figura 5 – Sistema de impermeabilização de fundo e lados do alvéolo

No Anexo II apresenta-se o respetivo dimensionamento, idêntico ao da Célula A.

As correspondentes peças do projeto são:

• 5.1. IMPERMEABILIZAÇÃO CÉLULA1

• 5.2. IMPERMEABILIZAÇÃO CÉLULA2

• 5.3. PORMENOR IMPERMEABILIZAÇÃO

• 6.5. LAGOAS

• 6.7-SEÇÕES E DETALHES -REDE LIXIVIADOS

7

SISTEMA DE DRENAGEM DE PLUVIAIS E LIXIVIADOS E DIMENSIONAMENTO

A drenagem das águas pluviais precipitadas diretamente dentro da área

impermeabilizada do aterro, enquanto não ocupada com resíduos, é realizada pela camada

drenante de lixiviados para os poços de captação de lixiviados e daí são bombeadas para o coletor

pluvial existente.

Quando for iniciado o confinamento técnico de RSU num novo alvéolo, as águas lixiviadas

são bombeadas para o sistema de drenagem de lixiviados, com destino às lagoas de

homogeneização.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 9

Os poços de captação de lixiviados/pluviais são construídos de forma a permitir uma

bombagem correta, controlando-se de forma mais efetiva os caudais que vão para tratamento

na ETAL e reduzindo os problemas comuns de colmatação das drenagens gravíticas.

Na Figura 6 podemos visualizar detalhes destes poços.

Figura 6 – Detalhes dos poços de captação de lixiviados/pluviais.

O projeto prevê também a possibilidade de recirculação de lixiviados para o interior das células,

cujos objetivos são os seguintes:

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 10

• Redução da produção de lixiviados (estes também são consumidos no interior do aterro

no processo biológico)

• Otimização da relação entre os lixiviados produzidos e os caudais tratados da ETAL:

o Podem acautelar-se períodos de manutenção programada na ETAL;

o Evitam-se picos de entrada na ETAR, facilitando o tratamento;

o Reduzem-se os riscos de sobre enchimento das lagoas de homogeneização

durante períodos de elevada pluviosidade;

• Irrigação de resíduos secos no interior das células, acelerando a sua bioestabilização e

otimizando a produção de biogás.

Na Figura 7 podem visualizar-se os detalhes da solução.

Figura 7 – Detalhes das tubagens de recirculação de lixiviados.

Também se prevê a possibilidade de recirculação de lixiviados a partir das lagoas de

homogeneização para as próprias lagoas.

A recirculação de lixiviados dentro das próprias lagoas permitem as seguintes melhorias:

• Arejamento das lagoas, diminuindo a emissão de odores:

• Evaporação da água presente, reduzindo o caudal a tratamento

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Na Figura 8 podem visualizar-se os detalhes da solução.

Figura 8 – Detalhes das tubagens de recirculação de lixiviados nas lagoas.

A drenagem controlada das águas pluviais precipitadas sob a plataforma de circulação é

assegurada pela inclinação longitudinal da via de circulação, garantindo a sua condução para a

envolvente da célula, nomeadamente para o solo.

No pé de talude da via de circulação periférica prevê-se a colocação de valetas e tubagens em

betão, de acordo com a peça desenhada n.º 8 do projeto em anexo.

As águas pluviais drenadas serão conduzidas para o solo.

Todas as peças relativas à drenagem de lixiviados e águas pluviais encontram-se no projeto

enviado, tendo as seguintes designações:

6.1. Rede de lixiviados - planta geral

6.2. Detalhes1

6.3. Detalhes2

6.4. Esquema unifilar

6.5. Lagoas

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6.6. Detalhes lixiviado

6.7. Seções e detalhes -rede lixiviados

6.8. RECIRCULAÇÃO DE LIXIVIADO NAS LAGOAS

6.9. DETALHES

6.10. Lagoas unifilar

8.Rede pluviais

8

SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE BIOGÁS

O biogás será drenado para o sistema de aproveitamento energético existente, através de uma

rede de coletores a instalar durante a exploração do aterro. Sendo um sistema construído

durante a exploração da Célula, a instalação de drenos horizontais consistirá na abertura de caixa,

colocação de areia ou outros inertes de drenagem em volta dos tubos de PEAD perfurados e

fecho da vala.

Tem-se comprovado ao longo dos anos que a captação através de drenos horizontais é mais

efetiva e de mais fácil execução quando comparada com os drenos verticais. Estes últimos, que

normalmente arrancam durante a construção da Célula, vão sendo aumentados à medida que

sobe a cota de exploração do aterro. No entanto, as permanentes compactações e

assentamentos da massa de resíduos provocam o desalinhamento das tubagens instaladas e a

colmatação das camadas drenantes em sua volta, o que reduz a sua eficiência de captação.

Os coletores horizontais apresentam maior estabilidade e aumentam a superfície e,

consequentemente, o volume do seu raio de ação, obtendo-se uma maior eficiência do sistema

de captação.

Na Figura 9 pode visualizar-se um detalhe de uma tubagem horizontal entre camadas de

exploração.

O biogás captado é conduzido para a central de valorização energética, onde é queimado e é

produzida energia elétrica que é introduzida na rede elétrica nacional. Em caso de paragem do

sistema de valorização energética, o biogás é conduzido para o queimador, garantindo-se o

tratamento do biogás.

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Figura 8 – Detalhes das tubagens do biogás.

Sendo a desgaseificação uma tarefa de exploração e não de construção aquando da realização da

empreitada, o projeto não tem informação acerca desta operação, encontrando-se a mesma no

manual de exploração.

9

SISTEMA DE TRATAMENTO DE LIXIVIADOS

O processo da ETL existente não sofreu alterações, pelo que os lixiviados são tratados conforme

o descrito no atual ará de Licença para a Operação de Deposição de Resíduos em Aterro n.º

3/2012/CCDRC.

No entanto, está prevista a construção de mais uma lagoa de regularização e homogeneização.

Assim:

• Estação de Tratamento de Lixiviados (ETL), com uma capacidade máxima de tratamento

prevista de 168,5 m3/dia, constituída pelas seguintes etapas:

1. Tratamento Preliminar em três lagoas de regularização / homerização LR1, LR2, LR3

com volume bruto, respetivamente de 16 815,40 m3, 5 706,09 m3 e 10 547 m3.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 14

2. Tratamento secundário concretizado por uma sequência de reatores biológicos,

anóxico-aeróbio, que promove a desnitrificação e a redução da carga orgânica do

efluente.

3. Tratamento terciário integrando operações unitárias de ultrafiltração e osmose

inversa em duas fases. O permeado da osmose inversa é reutilizado na instalação,

enquanto água de serviço.

4. Tratamento complementar: Envio do efluente pré-tratado na ETL para um caixa de

cabeceira de rede (ED1) no coletor Municipal, gerido pelas Águas de Coimbra, que

encaminha as águas residuais para a ETAR do Choupal, pertença das Águas do Centro

Litoral, onde se completa o tratamento.

Considerando que o início da exploração da Célula B corresponde ao término da exploração da

Célula A, é expectável um acréscimo na produção de lixiviados provenientes da célula B e uma

diminuição dos lixiviados vindos da célula A, pois será completamente selada. Como medidas

cautelares, são, assim, importantes as medidas propostas de recirculação de lixiviados na massa

de resíduos e nas lagoas de homogeneização, bem como a construção das nova lagoa.

10

DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES, INFRA-ESTRUTURAS E OBRAS COMPLEMENTARES

Unidade TMB

Para além da nova célula de resíduos, todos os aspetos constantes no Alvará de Licença

para a Operação de Deposição de Resíduos em Aterro n.º 3/2012/CCDRC se mantêm constantes,

incluindo as instalações e infraestruturas, não existindo obras complementares.

O CITVRSU de Coimbra, é composto, por uma unidade de tratamento mecânico e

biológico (TMB) de resíduos sólidos urbanos, e uma Central de Triagem de Recolha Seletiva e

Porta-a porta e um Ecocentro. A central de Coimbra tem uma capacidade licenciada para receção

de 245 110 t/ano de resíduos, correspondendo ao somatório das capacidades licenciadas do TMB

e da Triagem.

No que diz respeito aos resíduos indiferenciados, RSU, o processo tem início na Portaria,

onde as viaturas que recolhem os resíduos são pesadas e registadas. Depois, são encaminhadas

para a zona de receção de resíduos, na qual seguem as indicações para descarregar.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 15

Os resíduos indiferenciados são então depositados em 2 fossos, que permitem a receção

durante 24h por dia. Para impedir a emissão de odores para fora da instalação, esta zona dispõe

de um sistema de abertura dupla de portas e todo o ar é captado e tratado.

No Tratamento Mecânico processam-se múltiplas operações unitárias que dividem os

resíduos nos seguintes fluxos: recicláveis (plásticos, ecal, metais ferrosos e não ferrosos), matéria

orgânica, combustíveis derivados de resíduos (CDR) e refugos. Estas operações, maioritariamente

automáticas, comportam a crivagem dos RSU, abertura de sacos, separação balística, separação

de ferrosos, separação de alumínios, separação por infravermelhos e a preparação de suspensão

orgânica. Os recicláveis são encaminhados para a indústria recicladora.

O primeiro passo da separação consiste na remoção de resíduos volumosos, através de um

crivo rotativo. Estes resíduos são separados pois podem danificar os equipamentos mecânicos.

Os resíduos volumosos são então retirados manualmente da linha, numa cabine apropriada para

esse efeito. Nesta cabine podem igualmente ser recuperados resíduos recicláveis de grandes

dimensões, como cartões e sacos plásticos.

Os resíduos admitidos juntam-se aos não volumosos e são enviados para os abre sacos, que

rasgam e esvaziam todos os sacos plásticos, de forma a facilitar a separação nos equipamentos

seguintes. Estes são enviados para um segundo crivo rotativo, no qual se separam 3 frações:

• A matéria orgânica menor que 90 mm;

• Os resíduos recicláveis presentes na fração 90-200 mm;

• E os resíduos com potencial calorífico para a produção de combustível derivado

de resíduo, o CDR, presentes na fração >200 mm.

Esta fração com potencial calorífico pode ser alimentada à linha de preparação de CDR

ou, em alternativa, é enviada para aterro sanitário como fração Resto (refugo). A linha de

preparação de CDR é constituída por um triturador primário, no qual ocorre uma redução

dimensional para homogeneização de material. São então separados materiais ferrosos, que são

posteriormente enviados para reciclagem e, de seguida, é efetuada uma classificação por peso.

Os resíduos pesados são eliminados como refugo e os resíduos leves são alimentados aos dois

trituradores secundários, que efetuam a trituração final até à granulometria desejada, obtendo-

se o CDR. De seguida, o CDR é transportado para o sistema de armazenagem, sendo

posteriormente expedido para ser usado como combustível alternativo na indústria cimenteira,

substituindo o uso de combustíveis fósseis, com os correspondentes ganhos ambientais.

No entanto, como é do conhecimento público, as cimenteiras importam CDR, por

motivos técnicos e económicos, o que leva à eliminação da fração Resto em Aterro Sanitário.

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 16

Os resíduos recicláveis são afinados através da sua passagem sequencial nos separadores

balísticos, cujo funcionamento permite separar finos de rolantes e planares. Atendendo ao seu

teor de matéria orgânica, os resíduos finos são incorporados na linha de resíduos orgânicos,

juntando-se aos outros resíduos orgânicos. Os resíduos planares, atendendo ao seu potencial

calorífico, são encaminhados para a linha da fração Resto. Os resíduos rolantes, ricos em

embalagens recicláveis, seguem então para uma linha de afinação, constituída por um separador

eletromagnético, que separa os materiais ferrosos e um separador ótico de infravermelhos, que

separa o ECAL, os plásticos e os não plásticos. Os resíduos não plásticos passam por um separador

de metais não ferrosos, no qual estes materiais são recuperados e os restantes seguem para a

linha de CDR. Os resíduos plásticos passam por um segundo separador ótico de infravermelhos

no qual são separadas as garrafas de PET e PEAD e plásticos mistos. São também separados sacos

de plástico (filme plástico) através de uma aspiração de leves e posterior afinação com separador

ótico por infravermelhos, a partir dos resíduos planares do balístico e da linha >200 mm (fração

Resto).

A fração <90 mm, contendo a maior fração de resíduos orgânicos passa por uma

sequência de 2 separadores eletromagnéticos, para separação de resíduos ferrosos, entrando na

linha de tratamento biológico. O Tratamento Biológico consiste num conjunto de operações

sequenciais, das quais se destacam a digestão anaeróbia, a pré-compostagem em túneis

fechados, a compostagem em meseta e a afinação final, da qual se obtém um produto com

propriedades adequadas ao enriquecimento do solo, o composto.

O Tratamento Biológico inicia-se com a preparação de uma suspensão líquida, contendo

a matéria orgânica, através da sua mistura com água. Esta suspensão é então afinada, por forma

a retirar-lhe alguns contaminantes ainda presentes, como pedras, areias e outros inertes. Livre

deste contaminantes a suspensão é então alimentada em contínuo a dois digestores

A digestão anaeróbia tem lugar em dois digestores de 5.000 m3 cada, desencadeando-se

as reações químicas e biológicas que levam à produção de um gás com elevado potencial

calorífico, o biogás. que durante duas semanas e, na ausência de oxigénio, decompõem a matéria

orgânica. Este biogás é extraído, purificado e armazenado num gasómetro, seguindo então para

4 motores de combustão onde é transformado em energia elétrica. Esta energia é injetada na

Rede Elétrica Nacional, substituindo a energia produzida com recurso a combustíveis fósseis, por

uma energia verde produzida a partir de resíduos.

Após as 2 semanas de permanência nos digestores a suspensão é desidratada em

centrífugas, separando-se a água da matéria orgânica sólida. Esta água é enviada para a ETAR,

onde é tratada e enviada novamente para o início do tratamento biológico, para a produção de

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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RSU DE COIMBRA 17

nova suspensão. Deste modo, aproveita-se a água consumida poupando um recurso cada vez

mais escasso e valioso.

A matéria orgânica desidratada, está pronta para um novo passo, a compostagem. Para

tal, tem de ser misturada com material verde estruturante e colocada em túneis de

compostagem, durante mais 2 semanas, onde é bio degradada, em condições de temperatura,

arejamento e humidade controladas. Após este período, os túneis são esvaziados e são formadas

as pilhas de maturação, nas quais, durante 10 semanas, é estabilizada a matéria orgânica num

composto orgânico, através do seu revolvimento e irrigação, quando necessários. Após a sua

estabilização, o composto é alimentado a uma linha mecânica de afinação, na qual se recupera o

material verde estruturante ainda presente, de modo a poder ser reutilizado e também algumas

pequenas partículas de refugo ainda presentes. O composto resultante está então pronto para

poder ser utilizado em aplicações orgânicas.

Todo o ar contaminado presente na instalação é captado por um sistema de extração de

ar e encaminhado para o sistema de tratamento de ar. Este sistema consiste na lavagem química

do ar (4 scrubbers) e na sua posterior passagem num dos 2 biofiltros presentes antes de ser

libertado na atmosfera.

Toda a unidade de tratamento mecânico e biológico é controlada informaticamente em

tempo real e operada por técnicos especializados, cuja missão é garantir que o tratamento é

realizado segundo as mais exigentes normas de exploração, maximizando a recuperação de

recicláveis, de biogás e produzindo um composto de boa qualidade.

Triagem de Resíduos da Recola Seletiva

As Unidades de Triagem têm uma capacidade de processamento de quatro

toneladas/hora de embalagens plásticas e metálicas, e oito toneladas/hora de embalagens de

papel e cartão. Apesar de maioritariamente automáticas, dispõem de várias etapas de afinação

manual, que conferem aos resíduos as especificações técnicas necessárias para serem

encaminhados para reciclagem. As embalagens de vidro não necessitam de qualquer operação

de triagem para serem encaminhadas para a reciclagem, sendo armazenadas no Ecocentro.

Na linha das embalagens de plástico e metal, o processamento consiste na sua passagem

num conjunto de equipamentos que promove a sua separação, por tipologia de plástico e metal,

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de forma a garantir uma qualidade de produto que possa ser reprocessado nas fábricas de

reciclagem.

As embalagens passam, na fase inicial do processo, passam por uma cabina de triagem

onde são removidos resíduos contaminantes maiores, que podem danificar componentes da

linha. De seguida, passam por um crivo rotativo de resíduos volumosos, permitindo separar

embalagens maiores (maioritariamente cartões, sacos grandes e EPS) e por um abre sacos que

rasga os sacos plásticos. Numa cabina de triagem retiram-se então alguns destes sacos, através

de uma conduta de aspiração, bem como outros contaminantes menores que se encontravam

fechados no interior dos sacos no início do processo. As restantes embalagens seguem para um

separador balístico, que divide a fração rolante, a separar automaticamente, da fração planar, a

separar manualmente e a fração fina (refugo). A separação automática dos rolantes envolve 3

separadores óticos por infravermelhos, nos quais são separados os fluxos de ECAL, PET, PEAD,

plásticos mistos e resíduos não plásticos. Estes fluxos são afinados manualmente antes de serem

armazenados nas baias correspondentes. O refugo dos óticos segue para a cabina de planos,

sendo aproveitados os resíduos mal classificados, bem como o restante filme plástico presente.

No final desta cabina, todas as embalagens passam ainda por um separador de metais

ferrosos e por outro de metais não ferrosos, antes da operação de enfardamento.

Na linha de embalagens de papel e cartão, o processamento é mais simples, reduzindo-

se a uma pequena remoção manual de algum contaminante presente, antes do seu

enfardamento.

Todos os fardos são guardados no interior da instalação, até que sejam expedidos

segundo orientações das Entidades Gestoras, para as fábricas recicladoras.

Ecocentro

O ecocentro é uma área reservada destinada à Recolha Seletiva de materiais (vidro, REEE,

sucata, madeira), onde se acumulam em quantidades suficientes para a sua expedição para

reciclagem ou valorização. Os REEE, as pilhas e acumuladores são armazenados num pavilhão

fechado e coberto, enquanto que os outros fluxos em baias de betão abertas.

Centro Produtor de Energia Elétrica

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O Centro Produtor de Energia Elétrica é composto por 4 moto geradores de 800 kW cada.

O Sistema de queima de gás é complementado por um queimador de apoio (tocha) aos moto

geradores que garante a queima do biogás sempre que os moto geradores se encontrem em

manutenção e sempre que a quantidade gerada de biogás seja superior à capacidade dos moto

geradores.

Estação de Tratamento de Lixiviados (ETL)

Como já referido acima, a Estação de Tratamento de Lixiviados (ETL), tem uma capacidade

máxima de tratamento prevista de 168,5 m3/dia, e é composta pelas seguintes etapas:

• Tratamento Preliminar em três lagoas de regularização / homerização LR1, LR2,

LR3 com volume bruto, respetivamente de 16 815,40 m3, 5 706,09 m3 e 10 573

m3.

• Tratamento secundário concretizado por uma sequência de reatores biológicos,

anóxico-aeróbio, que promove a desnitrificação e a redução da carga orgânica

do efluente.

• Tratamento terciário integrando operações unitárias de ultrafiltração e osmose

inversa em duas fases. O permeado da osmose inversa é reutilizado na

instalação, enquanto água de serviço.

• Tratamento complementar: Envio do efluente pré-tratado na ETL para um caixa

de cabeceira de rede (ED1) no coletor Municipal, gerido pelas Águas de Coimbra,

que encaminha as águas residuais para a ETAR do Choupal, pertença das Águas

do Centro Litoral, onde se completa o tratamento.

Outras instalações

Nas instalações do CITVRSU de Coimbra existe também o Edifício Administrativo e Social, que

possui gabinetes, consultório médico e sala de refeições. Para apoio ao CITVRSU existe ainda um

edifício com Balneários, Oficina e zona de parqueamento de viaturas.

Para o abastecimento das viaturas da ERSUC, existe um Reservatório de combustível com 40 m3

de capacidade e posto de abastecimento, com Alvará de Autorização de Utilização nº 4/2018.

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11

NÚMERO DE TRABALHADORES PREVISTO E REGIME DE LABORAÇÃO

O CITVRSU de Coimbra possui vários regimes de laboração.

O TMB de Coimbra labora de segunda-feira a sábado, em 2 turnos.: das 8:00 às 14:40 e das 14:40

às 21:20.

A Triagem de resíduos recicláveis funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Existem ainda os seguintes horários:

▪ Receção de RSU – das 0:00 horas de Segunda-feira às 24:00 horas de Domingo;

▪ Ecocentro – Segunda-feira a Sexta-feira das 08:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:00 horas,

exceto feriados;

▪ Ecocentro REEE’s – Terça a 4ª -feira das 9h às 13h e quinta-feira das 14h às 17h;

▪ Monos e Varreduras / Limpeza Urbana – das 8h às 12h e das 14h às 17h, de segunda-feira

a sexta-feira, exceto feriados;

▪ REU – das 9h às 12h e das 14h às 17h, de segunda-feira a sexta-feira, exceto feriados.

Este regime de exploração pode ser complementado por trabalhos especiais fora destes

períodos, nomeadamente trabalhos de instalação de drenos de biogás, lixiviados ou outros.

Do ponto de vista de recursos humanos, a ERSUC tem 405 colaboradores, dos quais 167

trabalham no CITVRSU de Coimbra.

Nota: 68 trabalhadores pertencem à Recolha Seletiva, Porta a Porta e Estações de Transferência.

12

PLANO DE EXPLORAÇÃO

O plano de exploração da nova célula do aterro vai ser executado de acordo com as plantas do

Plano de Exploração enviadas e vai ser monitorizado de acordo com as mesmas.

Irão ser realizados levantamentos topográficos de acompanhamento semestral e ainda

acompanhamento às cotas 53, 56, 59, 62 65 e 68 tal como as plantas descrevem.

No acompanhamento diário de exploração da célula irá ser acompanhado e cumprido o manual

de exploração já em vigor para a atual célula em exploração, o qual anexamos (Anexo 20).

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Abaixo descrevemos um resumo da metodologia já usada e irá ser aplicada na exploração diária

da nova célula.

• O enchimento das células do Aterro Sanitário de Confinamento Técnico ao CITVRSU de

Coimbra consiste na descarga direta dos resíduos na frente de trabalho, no caso dos

resíduos de varredura e monos/monstros ou descarga de resíduos provenientes dos

refugos do TMB, seguindo-se o espalhamento dos resíduos com o trator de rastos ou

com a pá de rastos, para posteriormente se proceder à sua compactação com o

compactador móvel, máquina “pés de carneiro”.

Limitam-se áreas com montes de terra e procede-se à ocupação dessas áreas com

resíduos, havendo sempre a preocupação de no fim da capacidade desta área, proceder

à preparação de nova área de deposição.

A exploração de cada uma das áreas consideradas, consiste na descarga dos resíduos na

frente de trabalho (1000 m2) e a sua compactação ao longo destas áreas,

proporcionando um enchimento gradual da área em utilização para conseguir o

enchimento projetado, procurando uma volumetria equilibrada no aspeto final do aterro.

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PLANO DE MONITORIZAÇÃO

A monitorização Ambiental continuará a ser efetuada de acordo com a LA 367/2010 e com a LE

3/2012, em vigor nos parâmetros de controlo abaixo tabelados:

MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL – FASE EXPLORAÇÃO

CONTROLO PERIODICIDADE

DIÁRIO MENSAL TRIMESTRAL SEMESTRAL ANUAL QUINQUENAL

Produção de Lixiviados X X X X

Águas Subterrâneas X X X

Águas Superficiais X

Dados Meteorológicos X

Emissões do CPEE X

Emissões Difusas Aterro

X

Biogás valorização / queima

X X

Assentamentos e cobertura final do aterro

X

Ruído X

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MEDIDAS ESPECÍFICAS RESPEITANTES AOS RISCOS ESPECIAIS PARA A SEGURANÇA DE POPULAÇÕES E TRABALHADORES DO ATERRO

O Plano de Segurança de populações e trabalhadores visa essencialmente estabelecer planos de

prevenção para colmatar os riscos associados à exploração do aterro sanitário.

As medidas consistem essencialmente em:

• Acompanhamento das várias fases do aterro com meios humanos e materiais de modo

a podermos controlar os diversos fatores de perigo identificados;

• Análise e avaliação periódica das condições técnicas do projeto, de modo a atualizar as

medidas implementadas e inserir novas tecnologias e soluções, caso necessário;

• Treino e formação dos operadores para atuarem nas mais diversas situações acidentais;

• Formação de Técnicos de diferentes níveis, para acompanhamento das diversas fases do

aterro de confinamento;

• Implementação de procedimentos de inspeção especiais para áreas mais vulneráveis;

• Regras de segurança e prevenção rigorosas;

• Cumprimento do Plano de Monitorização e análise multidisciplinar dos resultados

obtidos;

• Implementação do Plano de Emergência, definido nas MAP.

Medidas a nível dos sistemas de impermeabilização, captação e tratamento dos lixiviados

• Fiscalização periódica e rigorosa ao sistema de captação e tratamento de lixiviados, de

modo a evitar fugas;

• Fiscalização periódica ao sistema de impermeabilização lateral e de fundo, de modo a

evitar ocorrência de fugas;

• Continuação do cumprimento do Plano de Monitorização, nomeadamente execução de

análises à quantidade e qualidade dos lixiviados produzidos de modo a avaliar eventuais

impactes;

• Continuação do cumprimento do Plano de Monitorização na fase de exploração e após

encerramento do aterro, aos lixiviados produzidos durante o funcionamento do sistema

de captação e tratamento dos mesmos e mantendo esta monitorização após a sua

paragem;

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• Continuação do cumprimento do Plano de Monitorização periódico às águas

subterrâneas;

• A Monitorização Proposta na LA 367/2010 para a fase de desativação do aterro vai ser

mantida enquanto se verificar a produção de lixiviados.

Medidas contra a ocorrência de incêndios e explosões

• Cumprimento das Regras de Segurança Atualmente impostas pela ERSUC;

• Remoção de potenciais objetos causadores de incêndios e explosões;

• Separação de fontes de ignição de locais com sustâncias potencialmente inflamáveis na

zona de deposição de resíduos e edifícios com pessoal;

• Existência de equipamentos eficazes de combate a incêndios;

• Existência na proximidade da frente de trabalho em exploração de uma quantidade de

terra de cobertura não inferior a 200 m3;

• Existência de acessos adequados para o combate a incêndios e movimento do pessoal.