memória/situação marcante

1
Foi no dia quinze de agosto de 2006, ao chegarmos à casa da praia onde estávamos a passar férias, quando me foi dito, por um amigo do meu tio materno mais novo, chamado João, que ele se tinha sentido mal e que tinha sido levado para o hospital; não parecia ser nada muito grave, não entanto teria de passar lá a noite... No dia seguinte, acordei com o som da campainha da porta. Eram os meus avós, a chorar; o tio João tinha morrido hà uma hora atrás, de morte súbita (ataque cardíaco). … Tinha trinta e nove anos, e era uma pessoa muito ativa e brincalhona, que estava sempre presente em minha casa, e que me fez, e faz, muita falta. A minha família ficou mais pobre e triste. Seis anos depois, ainda falo bastante nele, e sinto a sua falta. Tinha 9 anos, e foi a primeira vez que vi a minha família tão triste, foi também o meu primeiro encontro com a morte. O meu tio não ia voltar mais, a não ser no meu coração e nas minhas memórias. Hoje, ainda penso muito nisso, e sei que a minha maneira de ver a vida foi muito marcada por esta morte. Faz-me pensar, e pôr em causa, muita coisa, como a religião; o bem e o mal; a vida e a morte. Foi a situação que me marcou mais profundamente, e penso que sempre me marcará.

Upload: david-garcia

Post on 30-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Texto na primeira pessoa que conta uma situação marcante na minha vida

TRANSCRIPT

Foi no dia quinze de agosto de 2006, ao chegarmos à casa da praia onde estávamos a passar férias, quando me foi dito, por um amigo do meu tio materno mais novo, chamado João, que ele se tinha sentido mal e que tinha sido levado para o hospital; não parecia ser nada muito grave, não entanto teria de passar lá a noite...

No dia seguinte, acordei com o som da campainha da porta. Eram os meus avós, a chorar; o tio João tinha morrido hà uma hora atrás, de morte súbita (ataque cardíaco).

… Tinha trinta e nove anos, e era uma pessoa muito ativa e brincalhona, que estava sempre presente em minha casa, e que me fez, e faz, muita falta.

A minha família ficou mais pobre e triste.

Seis anos depois, ainda falo bastante nele, e sinto a sua falta. Tinha 9 anos, e foi a primeira vez que vi a minha família tão triste, foi também o meu primeiro encontro com a morte. O meu tio não ia voltar mais, a não ser no meu coração e nas minhas memórias.

Hoje, ainda penso muito nisso, e sei que a minha maneira de ver a vida foi muito marcada por esta morte. Faz-me pensar, e pôr em causa, muita coisa, como a religião; o bem e o mal; a vida e a morte.

Foi a situação que me marcou mais profundamente, e penso que sempre me marcará.