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R e n c o n t ros e - DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO - Memórias Musicais no Palácio de Sintra SALA DOS CISNES | 21:30 JULHO 2018 4ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES DE SINTRA PSML | Luís Duarte 07/07 COMPAÑIA FLAMENCA “CADENCIA ANDALUZA” Somos Magia Queremos saber a sua opinião

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Page 1: Memórias Musicais no Palácio de Sintra · COMPAÑIA FLAMENCA Rubén Martínez ... Rodríguez, Manolo Franco e Tomatito. ... como a Bienal de Sevilha e o Festival de la Guitarra,

Re ncontrose- DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO -

Memórias Musicais no Palácio de Sintra

SALA DOS CISNES | 21:30

JULHO 2018

4ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES DE SINTRAPS

ML

| Luí

s D

uart

e

07/07COMPAÑIA FLAMENCA “CADENCIA ANDALUZA”

Somos Magia

Queremos saber a sua opinião

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Rubén Martínezguitarra e direção musical

Juan María Real guitarra

Javier Allendevoz

Kisko de Alcalávoz

Rocío Suarezdança

Alvaro El Sarabiadança

Manuel Moreno cajón flamenco

Juanmi Guzmán contrabaixo

07/07 | 21:30Sala dos Cisnes

COMPAÑIA FLAMENCA “CADENCIA ANDALUZA”

Somos Magia

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PROGRAMA

• “Vieja mayoral” (guitarra-soleá)

• “Que te lleve el aire” (cante-tangos)

• “Por la bahía” (baile por alegrías)

• “Al golpe de Jerez” (guitarra-bulerías)

• “Choquero” (cante-fandango de Huelva)

• “Pá la mina” (baile por taranto)

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Pavã

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Um espectáculo de flamenco realiza-se no ‘tablao’, que tanto

designa um local onde há espectáculos de flamenco como

o estrado/sobrado de madeira onde se dança o flamenco.

Intérpretes são os dançarinos ou dançarinas, mais guitarrista(s),

mais cantor(es), a que se juntam modernamente o contrabaixo

(para fundamento rítmico e harmónico) e o ‘cajón flamenco’,

um instrumento de percussão, que serve para firmar o ‘compás’,

ou seja, a noção de pulsação indelevelmente associada a um

padrão rítmico repetitivo. A esta percussão “oficial” acresce

a percussão associada, mormente a corporal, com palmas

(batidas pelos ‘palmeros’), bater com os nós dos dedos em

madeira, estalos de dedos (cantores e dançarinos), castanholas,

sapateado e ‘taconeo’ (bater com os tacões no estrado) – todos

pelos dançarinos.

Os dançarinos envergam uma indumentária muito característica

– mormente a feminina, com as saias de roda, vestidos justos,

os folhos, os lenços – e aplicam uma série de movimentos que

deverão ser ao mesmo tempo estilizados e pessoais, na medida

em que simultaneamente provêm de um cânone e deverão

ser a expressão íntima e visceral do intérprete ao carácter

da música, ao estilo de canto e à mensagem da letra cantada.

No limite, essa resposta do intérprete-dançarino deverá levá-lo

ao estado de “duende”, conceito do qual se ocupou

poeticamente Federico Garcia Lorca, ele próprio, enquanto

cidadão andaluz e poeta, muito influenciado pelo flamenco

e pelo ‘cante jondo’, a sua expressão mais autêntica. Sendo

o flamenco considerado pelos seus praticantes como uma forma

de oração, no estado de “duende”, o dançarino torna-se um

demiurgo entre Deus e quem o vê, como se fosse a manifestação

de uma pulsão divina. Podemos também ver aqui uma

manifestação/ramificação do conceito grego do ‘daimon’. Certo

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é que, dizem-no-lo, no “duende” o dançarino deverá experimentar

um estado de transe, ou de transporte sensorial, fazendo-se mero

invólucro de expressão da torrente de emoções profundas

e primordiais que o arrebatam.

A dança tem para os homens uma componente mais atlética,

com amplo uso de sapateado e ‘taconeo’ e, por vezes, de saltos;

e para as mulheres os mais típicos movimentos de braços-

pulsos-mãos-dedos (o ‘braceo’ e a ‘florea’) e a exploração das

suas formas (uso da cintura e ancas). Mas ambos, homens

e mulheres, devem fundir harmoniosamente a graça e a força,

para que a resultante seja estilo, elegância e autenticidade.

A este quadro interpretativo acresce o ‘jaleo’, termo que designa

as interjeições de incitamento ao dançarino e que podem ser

lançadas, quer pelos intérpretes que o circundam, quer pelo

público mais entendido ou entusiasmado. No quadro de uma

‘performance’, estas palavras de incitamento devem encorajar

e propiciar (n)o dançarino o atingimento do estado de “duende”.

Em termos musicais, quando se fala de flamenco é obrigatório

falar dos ‘palos’. Este termo (‘paus’) provém dos bastões com

que antigamente, ‘grosso modo’ até ao início do século XVIII,

se marcava o tempo, batendo-os contra o soalho. Ora os ‘palos’

definem justamente os padrões rítmicos, com as respectivas

acentuações métricas, que servem de base à componente

musical/coreográfica de uma ‘performance’ de flamenco. Eles são

outrossim definidos/divididos (existe hoje uma enorme variedade

de ‘palos’), segundo a sua proveniência (p. ex., se são de Cádis

ou de Jerez), o ‘tempo’ (velocidade) a que são executados,

a temática patente na letra (sentimentos mais sérios ou mais

ligeiros), a métrica e o número de versos das ‘letras’, ou a forma

como são cantados.

A técnica vocal é também ela distintiva, quer pelo timbre

(tipicamente voz rouca, com muito ‘grão’), quer por

características como (no ‘cante jondo’): âmbito curto; reiteração

frequente de uma mesma nota, como se fôra uma corda de

recitação; uso de melismas complexos para efeito dramático;

deslizes vocais microintervalares; rítmica intricada que não

se subsume em notação.

Em termos de estrutura, e tomando como modelo-standard o

‘palo’ chamado ‘alegrías de Cádiz’, um típico espectáculo de

flamenco terá uma ‘salida’ (início da ‘performance’, na ordem

guitarra-canto-dança), um ‘paseo’ ou ‘letras’ (danças/movimentos

iniciais, sobre as letras do texto associado, sendo o canto

o protagonista), um ‘silencio’ (parte mais lenta em que

os movimentos/gestos do corpo são protagonistas,

só com guitarra), a ‘castellana’ (zona de transição), a ‘escobilla’

(percussão e rítmica de pés é protagonista, com muito

‘zapateado’ e ‘taconeo’) e ‘bulerias’ (bailado final, com canto

e música). Várias destas secções podem culminar em vórtices

rítmicos conclusivos.

Entre os ‘palos’ mais usados, contam-se as ‘bulerias’, as ‘soleás’,

as ‘alegrías’, os ‘tangos, os ‘tientos’, os ‘fandangos’ e as ‘tarantas’.

As três primeiras partilham o ritmo ternário e o ‘compás’ de 12

pulsações, sendo que as ‘bulerias’ são rápidas e as outras mais

lentas. Nestas, a ‘soleá’ (chamada “mãe de todos os ‘palos’”,

embora a ‘siguiriya’ seja mais antiga) é adstrita ao ‘cante jondo’

pelo seu carácter sério e a ‘alegría’ ao ‘cante chico’ (‘ligeiro’)

pelo carácter que o seu nome indicia. Os ‘fandangos’ foram uma

importação do folclore andaluz e foram adaptados ao ritmo

das ‘bulerias’. Os ‘tangos’ também pertencem ao género ‘chico’

e caracterizam-se pelo seu ritmo binário. O ‘tiento’ é também

binário e pertence ao grupo dos ‘tangos’, mas obedece a um

ritmo mais lento que o ‘tango’. Agora, os ‘palos’ podem ser

combinados/justapostos e frequentemente o ‘palo bulerias’

é usado como final para uma ‘performance’ decorrida no ‘palo

soleá’ ou ‘alegrias’. As ‘tarantas’ são ritmicamente livre

e improvisatórias e não são dançadas; já o seu “primo”, o ‘taranto’,

é binário e dançável.

BERNARDO MARIANOMusicólogo

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COMPAÑIA FLAMENCA

Rubén Martínez, guitarrista e produtor de flamenco

natural de Sevilha, começou a tocar guitarra aos 13 anos.

Teve como primeiro professor Rafael Alarcón,

e completou mais tarde a sua formação com grandes

mestres como Manolo Sanlúcar, José Antonio

Rodríguez, Manolo Franco e Tomatito. Rubén Martínez

atuou em diversos tablaos flamencos, incluindo La

Carbonería, Los Gallos e El Arenal, em Sevilha. Fez várias

digressões pela Europa e pela América, com bailarinos

como Jesús Herrera ou Carmen Mesa, e partilhou o

palco com a cantora Rosario Guerrero, “La Tremendita”,

nos ciclos de concertos organizados pelos clubes

de entusiastas conhecidos como peñas flamencas.

Juan María Real tocou guitarra de flamenco em

eventos importantes, como a Bienal de Sevilha

e o Festival de la Guitarra, em Córdoba. Trabalhou

com grandes artistas do género, como José Antonio

Rodríguez, Niño de Pura, Argentina, Salvador Távora

ou Pastora Galván. Em 2000, recebeu o seu mais

importante galardão: o primeiro prémio para guitarra

de flamenco da cidade de Sevilha. A sua música tem

viajado para diferentes lugares na Europa, América

e Japão.

Javier Allende, baseado em Sevilha, nasceu em

Santander e começou a cantar aos 13 anos. Os seus

professores foram José de La Tomasa, Calixto Sánchez

e Paco Taranto. Tendo-se destacado como o melhor

aluno da sua classe de flamenco do conservatório,

Javier foi membro da companhia La Cuadra,

de Salvador Távora, e participou em importantes

festivais nacionais e internacionais de flamenco, como

o La Caracolá, em Lebrija, e os festivais de Jerez,

Mont-de-Marsan e Taiwan.

Francisco Rodríguez Ramos, Kiko de Alcalá, começou

por cantar saetas na sua terra natal, durante a Semana

Santa, com 15 anos de idade. A sua carreira profissional

teve início em 1994, quando viajou para Marrocos com

as irmãs Villau e Juana Reyes. Cantou para bailarinos

como Curro Vélez, Loli Flores, Domingo Ortega, Belén

Maya e El Toleo, nos grandes tablaos de Sevilha,

Barcelona e Madrid. Atuou com Soraya Clavijo e Joselito

Fernández na Bienal de Flamenco de Sevilha, com

Fernando el de la Morena no Festival de Jerez e com

David Pérez nas finais do concurso de La Unión. A nível

internacional, subiu ao palco em Tóquio e Osaka, nos

festivais de flamenco de Mont-de-Marsan e Nîmes, e em

cidades como Düsseldorf, Berlim e Montreal.

A bailarina Rocio Suárez nasceu em Sevilha, em 1989,

e começou a sua formação aos 5 anos. Quatro anos

mais tarde, ingressou no conservatório. Após uma

licenciatura em dança espanhola, Suárez integrou

a companhia de Salvador Távora. Foi a bailarina

principal de “Carmen la Cigarrera” e “Memorias de un

caballo andaluz”, e partiu em digressão pela Colômbia,

Suécia, Marrocos, Portugal e Espanha. Fez também

uma digressão pela Suécia com o seu próprio grupo,

o Giralda Flamenco. Rocío Suárez subiu ao palco com

artistas como Juan Polvillo, Eduardo Rebollar, Yolanda

Lorenzo, Pili Ortega, Juan Reina e Diego Franco.

Atualmente, trabalha em diversos tablaos e ensina

flamenco a crianças desfavorecidas e com um certo tipo

de doença mental.

O bailarino sevilhano Álvaro Ortiz “El Sarabia” respira

a atmosfera do flamenco desde o dia em que nasceu.

Formou-se no Conservatório de Dança de Sevilha

e no Centro Andaluz de Dança, com professores como

Rafael de Carmen e José Galván. Ganhou vários prémios

e tem dançado, ao longo dos anos, em diferentes peñas,

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tablaos e festivais, entre os quais a série de concertos

Peñas de Guardia, os concertos em homenagem

ao cantor Rufo de Santiponce, o Festival de Moguer,

o Festival de la Bulería, em Guillena, e os tablaos Los

Gallos, Álvarez Quintero e Patio Sevillano.

Manuel Moreno Peña nasceu em Sevilha, em 1993,

e é, desde criança, um músico dedicado. Apesar da

idade jovem, já teve o prazer de trabalhar com artistas

da craveira de Lole e Angelita Montoya, Jorge Pardo,

Diego del Morao, Alba Molina, Rycardo Moreno, entre

outros. Participou em digressões por diversos países,

entre os quais a Bélgica, Cabo Verde, Canadá, França

e Portugal.

O contrabaixista Juan Miguel Guzmán nasceu em

Sevilha, em 1971, e recebeu do pai as primeiras lições

de canto, guitarra e ritmo. Em 1990, formou o grupo

de flamenco de fusão Karakatamba e colaborou com

o lendário produtor Ricardo Pachón. Trabalhou com

Diego Amador, Dorantes, El Lebrijano e os bailarinos

Mercedes Ruiz e Andrés Marín, em digressões

internacionais e na Bienal de Flamenco de Sevilha.

Guzmán tocou contrabaixo em álbuns de Jorge Pardo

e Agustín Carbonell, bem como no álbum “Andando”,

de Joselito Acedo, nomeado para um Grammy.

Atualmente, integra o grupo de flamenco Planeta

Jondo e é membro do grupo musical de Lole Montoya.

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