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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ TÂNIA MARIA FIGUEIREDO BRAGA GARCIA MEMORIAL DESCRITIVO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (1997-2018) CURITIBA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

TÂNIA MARIA FIGUEIREDO BRAGA GARCIA

MEMORIAL DESCRITIVO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

(1997-2018)

CURITIBA

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

TÂNIA MARIA FIGUEIREDO BRAGA GARCIA

MEMORIAL DESCRITIVO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

(1997-2018)

Relatório apresentado à Comissão Permanente do

Pessoal Docente (CPPD) da Universidade Federal

do Paraná como parte das exigências para

progressão funcional para Professor Titular,

Carreira Magistério do Ensino Superior.

CURITIBA

2018

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RESUMO

Apresenta, para efeitos de avaliação junto à Comissão Permanente do Pessoal

Docente (CPPD), relatório descritivo, comentado, das principais atividades realizadas

na carreira de Professor do Magistério Superior, no Setor de Educação da Universidade

Federal do Paraná, desde abril de 1997 até setembro de 2018, com vistas à Progressão

da Classe Associado IV para a Classe de Titular. Complementa a apresentação

quantitativa de atividades relativas ao interstício legal de setembro de 2015 a setembro

de 2017, inseridas no sistema eletrônico, na área do Portal do Professor/UFPR. Registra,

no que se refere às atividades de ensino na graduação, a docência da disciplina de

Didática Geral, em diferentes cursos de Licenciatura; e na Pós-Graduação um conjunto

de disciplinas obrigatórias relacionadas à Pesquisa Educacional e outras eletivas, com

destaque à Metodologia do Ensino Superior e a Manuais Didáticos e Escolarização. Em

relação às atividades de pesquisa, destaca projetos desenvolvidos e articulados em torno

das seguintes temáticas: Cultura escolar, didática e práticas escolares; Cultura, manuais

escolares e formação de professores; Produção de conhecimento no campo educacional.

Quanto às atividades de extensão, evidencia resultados do desenvolvimento do Projeto

Recriando Histórias (1997-2013), que realizou ações em cinco municípios da Região

Metropolitana de Curitiba: Pinhais, Campina Grande do Sul, Rio Branco do Sul,

Araucária e São José dos Pinhais. Na realização das atividades decorrentes das três

funções, em sua indissociabilidade, registra orientações nas seguintes modalidades:

Bolsa Monitoria; Bolsa Extensão; Bolsa de Iniciação Científica; Bolsa de Apoio

Técnico; Introdução à pesquisa no curso de Licenciatura em Física; Monografias em

curso de Especialização; Trabalho de conclusão de Curso de Graduação; Dissertações

de Mestrado Acadêmico; Teses de Doutorado. Indica as Supervisões de Pós-doutorado

realizadas. Comenta a produção bibliográfica que inclui artigos em periódicos; capítulos

de livros; livros publicados ou organizados; trabalhos publicados em anais ou atas de

eventos científicos, entre outras. Relata atividades de natureza administrativo-

acadêmicas que incluem comissões designadas, representação em colegiados,

coordenação e organização de eventos nacionais e internacionais, coordenação de

Termos de Cooperação Técnica e Convênios nacionais e internacionais, coordenação

editorial de livros e periódicos, participação como membro de corpo editorial e

parecerista de periódicos, de projetos editoriais nacionais e internacionais e de agências

e fomento à pesquisa e à extensão. Registra a participação em bancas de qualificação e

defesa de Mestrado e de Doutorado. Indica homenagens recebidas ao longo da carreira.

Apresenta comentários finais que sintetizam em perspectiva avaliativa a trajetória até a

data de apresentação do memorial à CPPD em 2018.

Palavras chave: Memorial. Titular. Universidade. Ensino. Pesquisa. Extensão.

Atividades acadêmico-administrativas.

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ABSTRACT

This document presents, with the purpose of being evaluated by the Permanent

Commission of Faculty Members (CPPD), a descriptive and commented report

regarding the main activities accomplished during the career as Higher Education

Professor in the Education Sector at the Universidade Federal do Paraná from April

1997 until September 2018, with the objective of progressing from Associate IV to Full

Professor category. It supplements the quantitative presentation of activities regarding

the interstice from September 2015 to September 2017 which were entered in the

electronic system in the Professor Portal/UFPR. It reports on the undergraduate teaching

activities concerning the discipline of General Didactics in different licentiate programs;

and the postgraduate teaching activities involving an ensemble of mandatory subjects

related to Educational Research and other optional subjects, with emphasis on

Methodology for Higher Education and Textbooks and Schooling. The research

trajectory developed has focused on the following themes: School culture, didactics and

school practices; Culture, textbooks and teachers’ formation; The production of

knowledge in the educational field. As for the activities for the community, it presents

the result of the Recriando Histórias project (1997-2013), which was conducted in five

municipalities of the metropolitan area around Curitiba: Pinhais, Campina Grande do

Sul, Rio Branco do Sul, Araucária and São José dos Pinhais. The execution of activities

in these three axes encompasses supervisions in the following categories: Monitor

Fellowship; Activities for the community Fellowship; Scientific Initiation Fellowship;

Technical Assistance Fellowship; Introduction to research in the Licentiate in Physics

program; Monographs in specialization courses; Undergraduate course conclusion

essays; Academic Master’s Degree Dissertations; Doctorate Theses. The document also

indicates the postdoctorate supervisions performed and presents the bibliographical

production including articles in journals; book chapters; published or organized books;

papers published in scientific proceedings; among others. It describes the administrative

and academic activities which include designated commissions, representation in

collegiate meetings, coordination and organization of national and international events,

coordination of Technical Cooperation Terms and national and international

Agreements, editorial coordination of books and journals, participation as member of

the editorial body and reviewer in journals, national and international editorial projects

and institutions for research and continuing education activities. It registers the

participation in qualification and evaluation panels for Master’s and Doctoral degrees. It

references the tributes received throughout the career and presents the closure remarks

which summarize, in an assessment perspective, the professional trajectory developed

until the submission date of the academic trajectory summary to the CPPD in 2018.

Key words : Academic trajectory summary. Full Professor. University. Teaching. Research. Activities for the community. Academic-

admnistrative activities.

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SUMÁRIO RESUMO ...................................................................................................................................... 3

ABSTRACT .................................................................................................................................. 4

SUMÁRIO .................................................................................................................................... 6

NOTAS PRELIMINARES sobre sentidos deste Memorial .......................................................... 7

Introdução ..................................................................................................................................... 9

I. Descrição das atividades .......................................................................................................... 10

1. Atividades de Ensino nos níveis de Graduação e Pós-Graduação ..................................... 10

1.1. Aulas na Graduação ..................................................................................................... 10

1.2. Aulas em cursos de Pós-Graduação ............................................................................. 13

2. Orientações acadêmicas ...................................................................................................... 22

2.1. Orientação na graduação .............................................................................................. 22

2.2. Orientações na Pós-Graduação ..................................................................................... 24

2.3. Supervisão de Pós-Doutorado ...................................................................................... 28

3. Atividades de produção intelectual: publicações de artigos em periódicos, livros e

capítulos, trabalhos em anais de eventos ................................................................................. 29

4. Atividades de extensão ....................................................................................................... 37

5. Coordenação de projetos de pesquisa, ensino ou extensão e liderança de grupos de

pesquisa ................................................................................................................................... 40

5.1. Projetos de Pesquisa ..................................................................................................... 40

5. 2. Coordenação de projetos de extensão ......................................................................... 44

6. Participação em bancas de concursos, de mestrado ou de doutorado. ................................ 46

7. Organização e/ou participação em eventos de pesquisa, ensino ou extensão. .................... 47

7.1. Organização de eventos nacionais e internacionais...................................................... 47

7.2. Participação em eventos nacionais e internacionais ..................................................... 48

8. Apresentação, a convite, de palestras ou cursos em eventos acadêmicos .......................... 49

9. Recebimento de comendas e premiações advindas do exercício de atividades acadêmicas 56

10. Participação em atividades editoriais e/ou de arbitragem de produção intelectual e/ou

artística .................................................................................................................................... 58

10.1. Atuação como membro de Comitê Editorial .............................................................. 58

10.2. Atuação como parecerista ad hoc em periódicos. ..................................................... 59

11. Assessoria, consultoria ou participação em órgãos de fomento à pesquisa, ao ensino ou à

extensão. .................................................................................................................................. 61

12. Atividades acadêmico-administrativas no âmbito universitário....................................... 62

12.1. Comissões .................................................................................................................. 62

12.2. Gestão de Termos de Cooperação e Convênios ......................................................... 62

12.3. Representações em Colegiados .................................................................................. 63

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12.4. Atuação como Representante do Brasil em Diretoria de Associação Internacional .. 63

12.5. Gestão Editorial .......................................................................................................... 63

II – Notas Finais .......................................................................................................................... 65

Referências .................................................................................................................................. 70

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NOTAS PRELIMINARES SOBRE SENTIDOS DESTE MEMORIAL (Contra o impulso autobiográfico [e ao modo de Bourdieu], para situar [parte de] minha

trajetória no campo acadêmico).

A necessidade de apresentar um memorial como exigência para

solicitar a progressão para Titular produziu um tempo de recusa da

rememoração e da autorreferenciação. No entanto, a condição se impôs e

produzi este texto em que destaco e comento atividades desenvolvidas na

Universidade Federal do Paraná desde 1997, quando fui nomeada para o

cargo de professora.

Durante as duas últimas décadas, para as sucessivas progressões na

carreira de Magistério Superior, apresentei à Comissão Permanente do

Pessoal Docente (CPPD) relatórios comprovados com a finalidade de

atribuição da pontuação das atividades desenvolvidas. Pontos (muitos!)

registrados em portarias, obrigação cumprida para seguir ao próximo

nível.

Última progressão a fazer - esta para Titular - e tenho a

oportunidade de escrever, de dizer alguma coisa a mais do que dizem os

pontos – que aqui também serão contados! Apesar de a finalidade principal

ser o relato das atividades, procurei descrevê-las situando-as em algum

ponto da rede de numerosos fios que as amarram ao complexo emaranhado

do espaço social e acadêmico, tentando dar-lhes algum sentido para além de

minha própria trajetória individual. Foi esta a forma encontrada para

fazer a tarefa necessária - e procrastinada por alguns meses.

Assim, sem poder me escusar da tarefa de listar, ressaltar, registrar e

destacar elementos da trajetória percorrida tentei estabelecer relações

entre as ações ou atividades realizadas e questões relativas à vida

acadêmica, na sua relação com a vida social. Procurei sublinhar que tais

atividades não existiram de forma isolada, nem neutra ou aleatória, mesmo

que sujeitas às forças da Fortuna. Pelo contrário, elas são expressões – em

parte - dos embates e das possibilidades que marcaram o campo acadêmico

do qual faço parte.

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A partir de minha ação, e nos limites deste texto, procurei dirigir o

olhar para espaços nos quais meu percurso individual se objetivou, situando

ainda que de forma breve questões produzidas no e pelo campo acadêmico

durante este tempo (relatado), que traçaram também o caminho e que

deram (em parte) conteúdo e forma ao meu trabalho como professora no

ensino, na pesquisa e na extensão.

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INTRODUÇÃO

O presente memorial tem o objetivo de apresentar à CPPD uma síntese

comentada das atividades realizadas em minha trajetória profissional na Universidade

Federal do Paraná, que teve início em 1997 após a aprovação em Concurso Público para

professor efetivo na disciplina de Didática, no Setor de Educação, no final de 1996.

O memorial se constitui em uma das exigências para a progressão para Titular,

ao lado da apresentação da listagem e da comprovação das atividades desenvolvidas no

interstício entre setembro de 2015, data de minha progressão para Associado IV, até

setembro de 2017. A listagem das atividades foi apresentada com seus respectivos

comprovantes à análise da CPPD por meio de sistema eletrônico para progressão

docente, disponibilizado na Intranet da UFPR, no Portal do Professor.

Trata-se aqui, então, de uma versão especialmente elaborada para acompanhar o

material encaminhado eletronicamente à CPPD. Esta versão sintetiza apenas parte do

conteúdo do texto que será submetido à Banca Examinadora a ser indicada pela Plenária

Departamental, após a autorização da CPPD. E inclui considerações qualitativas que

abrangem minhas atividades até o momento em que escrevo este memorial.

Esclareço que a versão completa do texto para a avaliação da Banca consta de

duas partes. A Parte I consiste de um memorial descritivo analítico, uma vez que além

de referência às atividades, como realizei aqui, incorpora teorizações inerentes aos

campos temáticos tratados, ampliando os breves comentários que optei por incluir em

alguns dos itens para evidenciar relações no campo acadêmico; e a Parte II, na qual são

apresentadas elaborações teóricas construídas e fortalecidas ao longo da trajetória

profissional, especialmente nas últimas décadas enquanto professora e pesquisadora do

Ensino Superior, no campo das relações entre a Didática, os Manuais Escolares e a

Formação de Professores.

Considerando-se, então, as finalidades estabelecidas para o memorial destinado à

avaliação da CPPD, apresenta-se agora, de forma sintética, o relato comentado das

atividades desenvolvidas, observando-se as especificações presentes nas Resoluções que

normatizam a Progressão para Professor Titular na Universidade Federal do Paraná.

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I. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

De maneira geral, a descrição foi realizada para atender aos elementos indicados

nas resoluções que normatizam a progressão para Titular. Cada conjunto de atividades

foi acompanhado de um pequeno comentário que situa as atividades na relação com

outras dinâmicas da vida universitária, buscando evitar uma visão exclusivamente

centrada em minha própria atuação. Trata-se, como dito, de uma versão reduzida do

texto a ser enviado à Banca, após a autorização para a continuidade e finalização dos

processos avaliativos pela CPPD.

1. Atividades de Ensino nos níveis de Graduação e Pós-Graduação

Desde meu ingresso na UFPR, em 1997, desenvolvi atividades de ensino

ininterruptamente, exceto em parte de dois semestres nos quais realizei atividades de

estudo na forma de licença capacitação, com visitas técnicas e estágios de pesquisa na

Espanha e na Alemanha, conforme consta em meu currículo Lattes. Privilegiarei

comentários e dados qualitativos, uma vez que em minhas progressões anteriores os

dados quantitativos foram apresentados, contabilizados e pontuados adequadamente,

bem como apresentei os dados correspondentes ao interstício 2015-2017 no Portal do

Professor, por meio do sistema digital para esta última progressão.

1.1. Aulas na Graduação

Ministrei na Graduação, durante esses 21 anos de trabalho na UFPR, a disciplina de

Didática Geral, para a qual fui aprovada em concurso realizado ao final de 1996. Atuei

concentradamente nas licenciaturas, ministrando aulas nos cursos de Letras, Ciências

Sociais, História, Geografia, Filosofia, Matemática, Química e Física, e algumas poucas

vezes nos cursos de Pedagogia e Biologia. Cheguei ao Departamento de Métodos e

Técnicas de Educação – cujo nome logo seria mudado para Departamento de Teoria e

Prática de Ensino e em poucos anos eu já era a mais antiga professora na disciplina de

Didática, em função da aposentadoria das colegas de área, como a Dra. Joana Paulin

Romanowski.

Contribuí em colegiados desses cursos e também em alguns processos de

discussão curricular, como no caso do Curso de Física, com o qual estabeleci uma

relação acadêmica respeitosa e colaborativa. No caso deste curso, minhas atividades

docentes incluem, há uma década, a participação nas disciplinas de Introdução à

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Pesquisa I e II, ofertada e coordenada pelo Departamento de Física, mas que demanda a

orientação individual dos projetos dos alunos. Ainda que sem atribuição de carga

horária de docência, considero importante e adequado inseri-la no âmbito do ensino,

como atividade que assumi ao longo desse tempo. Mais recentemente, porque as

mudanças curriculares permitiram, pude assumir disciplinas de TCC I e II para alunos

de Licenciatura em Física que se propõem a fazerem suas monografias em temas

relacionados a elementos do ensino e da profissionalização docente, objetos de estudo

relativos ao âmbito das Didáticas.

Deste percurso de docência e atendendo à ementa oficial da disciplina, resultou

um programa de Didática Geral que, partindo de discussões sociológicas e

antropológicas sobre a escolarização, historiciza os desafios da escola pública brasileira

e se encaminha para o estudo dos temas clássicos da Didática, estruturando a disciplina,

assim, em duas partes. A primeira tem seu início na busca de compreensão teórica sobre

a escola, tomando a realidade empírica como fonte de problematização; e se encaminha

para situar as condições básicas para ensinar e aprender, focalizando os sujeitos e o

conhecimento, bem como as relações entre eles. Esta primeira parte cria condições

teóricas básicas para que os alunos façam um estudo empírico, de natureza exploratória,

com a finalidade de se aproximar da escola e da sala de aula como campo de

investigação e (futuro) lugar de trabalho.

Um conjunto de materiais orientadores guia a realização da pesquisa

exploratória, fruto do trabalho conjunto com a professora Dra. Ivanilda Higa, com quem

compartilhei muitas turmas de Licenciatura em Física nos semestres em que ela atuava

como responsável pela disciplina de Metodologia de Ensino de Física, e a situação era

propícia para fazermos o estudo exploratório em conjunto. (GARCIA; HIGA, 2003). A

partir do estudo empírico realizado pelos alunos, que demanda e alimenta análises no

tempo restante da disciplina, são discutidos os temas clássicos da Didática –

planejamento, conteúdos e procedimentos de ensino, materiais e recursos didáticos e em

especial os livros didáticos, relações entre professor e alunos, avaliação.

Durante as duas décadas de aulas na graduação, ao final da disciplina os alunos

foram estimulados a avaliar o curso ministrado, em seus diferentes elementos. A

resposta dos alunos ao instrumento (escrito) foi essencial para a (re)construção da

disciplina ao longo do tempo; as sugestões, críticas e elogios dos alunos foram

imprescindíveis para minha formação como professora – uma vez que a atividade de

ensino é pouco avaliada institucionalmente na universidade, de forma diferenciada do

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que acontece com a pesquisa e mesmo com a extensão. Foram meus alunos os

permanentes avaliadores das aulas que dei, provocando diálogos, reflexões, mudanças,

reconstrução de caminhos. Deles recebi reconhecimento, muitas vezes materializado em

homenagens e palavras ditas, outras vezes pelas recomendações que muitos deram a

colegas para que se matriculassem em minhas turmas.

Registro essas palavras de forma consciente. Ainda que tenha tomado a decisão

de minimizar os efeitos autolaudatórios, neste ponto me permito afirmar que, de fato,

senti-me reconhecida muitas vezes como uma boa professora – caminho profissional

que escolhi e no qual continuo ainda hoje. Fui formada para ser professora – de início

no Curso Normal, depois na Licenciatura em Filosofia e na Graduação em Pedagogia –

e me preparei como professora pesquisadora em nível de Pós-Graduação no âmbito da

Didática e das Práticas Escolares, consolidando a sala de aula como espaço de atuação

profissional.

Destacando o fio que dá sentido à trajetória e que alinhava o texto até os

comentários finais, devo dizer que a (re)descoberta da sala de aula na perspectiva da

pesquisa, especialmente na vertente dos estudos etnográficos, trouxe novas dimensões

ao meu trabalho de professora. A experiência de realizar uma etnografia em sala de

aula, que antecedera minha chegada à UFPR, provocara transformações significativas

nas formas de olhar o processo de ensinar e aprender, acentuando a compreensão das

relações de poder e dos elementos constitutivos da relação entre cultura e escola, em

especial sobre a tessitura dos processos produzidos no interior das salas de aula e sobre

os quais ainda pouco se sabe. (GARCIA, 1996).

A pesquisa afeta o ensino. Desejo enfatizar que minha atividade de ensino na

graduação foi sendo lentamente afetada, transformada, por efeito da pesquisa que

assume a escola, a sala de aula, o ensino e seus diferentes elementos como objetos

científicos. O Mestrado e o Doutorado realizados na Universidade de São Paulo

consistiram em processo formativo não apenas na pesquisa, mas também no ensino,

permitindo que intuições ou aprendizados derivados da experiência empírica e

assistemática, acumulados na longa carreira de professora antes dos estudos de Pós-

Graduação, ganhassem outros contornos, produzindo uma visão mais complexa do

trabalho didático.

Esta perspectiva está ancorada em concepção epistemológica que entende que a

produção do conhecimento científico exige ultrapassar o nível da experiência imediata

em busca das relações complexas que constituem e explicam a realidade. A decisão de

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assumir essa concepção teórica “tem consequências”, como destacado por Moraes

(2009) que emprestou a expressão de Thompson. Analisando o campo educacional, sem

desvalorizar a experiência, tal posição leva a questionar a visão de que as ações dos

professores devem ser pautadas em competências mais do que em conhecimentos, com

a finalidade de realizar as tarefas cotidianas, geradas nas práticas escolares. Do ponto de

vista das pesquisas, a concepção contribui para entender que tem havido uma tendência

de “supressão do aprofundamento teórico” (...) “com gravíssimas implicações políticas,

éticas, além, naturalmente, das epistemológicas”. (MORAES, 2009, p. 587).

Assim, nesse tempo de trabalho durante o qual questões cruciais da educação e

da formação de professores permaneceram sem soluções mais estáveis, na relação entre

ensino e pesquisa aprendi e ensinei, como dito por Moraes (2009) que “a teoria pode

oferecer as bases racionais e críticas para desnudar a lógica do discurso que, ao mesmo

tempo em que afirma a centralidade da educação, elabora a pragmática construção de

epistemologias da prática condizentes com os paradigmas que referenciam pesquisas,

reformas, planos e propostas para a educação brasileira e latino-americana”. Essa

compreensão guiou minhas aulas, minhas escolhas de conteúdo e método de ensino da

Didática.

Assim, olho positivamente para o passado, reconhecendo a trajetória formativa

que pude percorrer por atuar na formação de professores em diferentes cursos de

licenciatura de uma universidade pública, com condições de trabalho que me permitiram

entender e assumir a pesquisa como constitutiva do ensino, como forma de ultrapassar

os limites impostos pela prática e pela experiência imediata. E custa-me olhar o

horizonte próximo de afastamento das aulas na graduação.

1.2. Aulas em cursos de Pós-Graduação

1.2.1. Aulas em cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (especialização)

Ministrei a disciplina de Metodologia de Ensino Superior (às vezes denominada de

Didática do Ensino Superior e, mais recentemente, de Pedagogia Universitária) em

diversas turmas de cursos de especialização gratuitos, ofertados pelo Setor de Educação

por meio de seus três Departamentos. Dada minha concepção de Universidade Pública e

suas funções no país, essa condição – a gratuidade - definiu minhas escolhas pelos

cursos nos quais me dispus a atuar. Assim, tive a oportunidade de contribuir em

diferentes turmas de quatro cursos:

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- Curso de Especialização em Organização do Trabalho Pedagógico;

- Curso de Filosofia da Educação;

- Curso de Especialização em Metodologia das Séries Iniciais, no qual também ministrei

a disciplina Práticas Sociais de Produção do Conhecimento;

- Curso de Especialização em Educação do Campo, neste com a disciplina Conhecimento

Escolar e Cultura Local.

Esporadicamente, colaborei com cursos de outros departamentos e setores

ministrando também a disciplina de Metodologia do Ensino Superior, ou ministrando

aulas sobre temáticas específicas em cursos ofertados por outros professores. Da

atividade de docência na Pós-Graduação Lato Sensu entendo ser relevante destacar dois

pontos que contribuem para a compreensão do meu percurso na Universidade e de

minhas opções ao caminhar.

O primeiro deles diz respeito ao fato de que o programa da disciplina de

Metodologia do Ensino Superior, mesmo com carga horária de 30 horas, foi elaborado

para que a estratégia fundamental de ensino e avaliação fosse a realização de um estudo

de natureza exploratória, estimulando o olhar investigativo sobre os elementos da

Didática no Ensino Superior – à semelhança da proposta desenvolvida na disciplina

ministrada na Graduação. As avaliações ao final de cada curso confirmavam a

procedência e adequação da opção e contribuíram para um alto grau de aceitação da

disciplina pelos alunos e alunas.

A relevância da produção de conhecimento para quem está em processo de

aprendizagem era reafirmada a cada uma das experiências, dando consistência aos

elementos que compuseram o fio condutor de minha atuação na universidade. Ensino

com pesquisa, ensino na pesquisa, ensino para a pesquisa.

O segundo ponto está relacionado à oportunidade que tive de participar do curso

de Especialização em Educação do Campo e, a partir de então, consolidar orientações

nessa temática, que já estivera em foco em uma das primeiras dissertações defendidas

sob minha responsabilidade (em função do afastamento para estudos de Pós-

doutoramento da Orientadora), em 2002. No referido trabalho foi realizado trabalho

empírico em uma escola do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no

Assentamento Contestado, na Lapa (PR), para analisar o ensino da História nesse

contexto particular.

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A partir de minha participação no curso de especialização, conceitualmente

ancorada nas relações entre Escola e Cultura, passei a orientar pesquisas na Educação

do Campo, trabalho que compartilho até hoje com Dra. Leilah Santiago Bufrem. Por

meio dele abrimos um espaço - ainda não existente naquele momento – no PPGE e na

Linha Cultura, Escola e Ensino, tanto para professores militantes dos movimentos

sociais ligados à luta pela terra que buscam sua formação acadêmica, quanto para outros

professores interessados nas questões relativas às escolas localizadas em áreas rurais.

Essa opção deve ser entendida também no contexto das transformações ocorridas

especialmente a partir da ação dos movimentos sociais que demandaram políticas

públicas voltadas às populações do campo, implementadas com maior vigor a partir da

chegada do Partido dos Trabalhadores ao Governo Federal, na década de 2000.

Gradualmente, as universidades começaram a compartilhar ações com os movimentos

sociais, em especial quanto aos processos formativos relacionados à Educação do

Campo. Foi este o caso do curso ofertado pela UFPR do qual participei a convite da

Professora Dra. Sonia Schwendler que, afastando-se para seu doutoramento, deixou

uma lacuna provisória nesse tema que foi então assumido por colegas do Setor de

Educação, como eu.

O retorno da referida professora encontrou um conjunto significativo de trabalhos

produzidos por alunos de Mestrado e Doutorado na Linha de Pesquisa Cultura, Escola e

Ensino, fruto daquele convite a mim dirigido que provocou respostas a uma demanda

existente, mas também a uma carência pessoal derivada das minhas relações com a vida

rural – fui alfabetizada pela minha mãe em uma fazenda onde vivíamos, acompanhando

os movimentos de vida e trabalho de meu pai – além de responder a um compromisso

com as lutas necessárias para enfrentar a desigualdade social do nosso país.

As temáticas das disciplinas ministradas na Pós-Graduação Lato Sensu dialogam,

portanto, com o conjunto da produção realizada nas diferentes atividades na UFPR,

enriquecidas por essas experiências de ensino.

1.2.2. Aulas em cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu

Minha entrada como professora concursada na Universidade Federal do Paraná

coincidiu com meu ingresso no Curso de Doutorado em Educação na Universidade de

São Paulo. Dessa forma, e em acordo com as condições reais do Programa de Pós-

Graduação em Educação (PPGE) naquele momento de sua história, fui convocada pela

Coordenadora, Dra. Maria Tereza Carneiro Soares, para colaborar com o curso de

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Mestrado do Programa, ministrando Seminários de Pesquisa Qualitativa a partir de

1997.

Aposentadorias haviam produzido dificuldades que necessitaram de ações

emergenciais do Programa, de modo que as condições resultantes não fossem

prejudiciais aos alunos, ao Programa e à Universidade. Havia um esforço articulado pela

professora coordenadora para reposicionar o curso em relação às suas contribuições

para a formação em nível de Pós-Graduação, dado seu tempo de existência e sua

importância regional. Imediatamente após concluir meu doutoramento em 2001, assumi

aulas e orientações no PPGE e levei à defesa minha primeira orientação de mestrado no

mesmo ano. Sem dúvidas, eram outros tempos, quando os processos de avaliação da

Pós-Graduação no país ainda não estavam consolidados - e controlados - como hoje.

Desde então, mantive uma atuação intensa no PPGE, participando da trajetória

de fortalecimento do Programa de Pós-Graduação – complexa e contraditória - que foi

conduzida por vários coordenadores e com a participação de muitos professores e

professoras, por alunos e alunas e de funcionários técnicos e técnicas, processo esse que

possibilitou a criação do Doutorado (em 2001) e produziu condições para a qualificação

do PPGE na Avaliação Capes em 2017 como programa de Nível 6 (sendo 7 o maior

grau).

Nesse tempo, acompanhei credenciamentos e descredenciamentos, processos

custosos, dolorosos mesmo, para avaliar, incluir e excluir professores em função de suas

pontuações e de sua produtividade – nem sempre correspondentes às suas qualidades de

professores e de pesquisadores, ou aos seus compromissos com a educação pública.

Ajustada – de forma apenas suficiente - ao modelo de avaliação, permaneço me

posicionando contra as formas de avaliar que desconsideram os percursos e as histórias

e não contribuem para a superação das dificuldades que (muitos) encontramos para

produzir nos patamares exigidos. Teoricamente, podem-se relembrar as estratégias do

campo acadêmico e as formas de circulação de capital e de poder, análises tão bem

formuladas por Bourdieu (2004).

Essas considerações estão estreitamente relacionadas com minha atividade como

professora das disciplinas obrigatórias que compõem a estrutura curricular do Programa,

nas quais minha contribuição se situou especialmente na discussão de elementos da

Teoria Social que sustentam a Pesquisa Educacional, assim como na discussão de

elementos para a construção metodológica da pesquisa e suas relações com a(s)

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epistemologia(s). Além dessas disciplinas obrigatórias, tenho contribuído também pela

participação em outras, de natureza eletiva, como evidencio a seguir.

1.2.2.1. No conjunto de disciplinas que ministrei na Pós-Graduação, listadas no

currículo Lattes, a primeira que desejo referir é a disciplina de Metodologia de Ensino

Superior, ofertada para alunos do PPGE mas também de muitos outros Programas da

UFPR, entre os quais Arquitetura e Urbanismo, Medicina, Medicina Veterinária,

Administração de Empresas, Odontologia, parte das vezes por solicitação dos cursos

que naquele momento apresentavam suas demandas ao Setor de Educação e ao PPGE.

Trata-se de uma disciplina que tem os temas clássicos da Didática como objeto e

cumpre uma função relevante ao colocar em discussão a docência no Ensino Superior.

Os cursos de Bacharelado em geral não incluem disciplinas voltadas especialmente à

formação para a docência, ainda que bacharéis possam ser - e sejam - professores de

Ensino Superior. Diante da permanência da complexa e discutível distinção entre os que

pesquisam e os que ensinam, a disciplina de Metodologia do Ensino Superior,

ministrada em diferentes cursos de Pós-Graduação, acabou por se constituir em espaço

privilegiado para dar aos alunos de Mestrado e Doutorado, atuantes ou potenciais

professores em cursos superiores, alguma formação para a docência.

Registro aqui profícuas e gratificantes experiências de ensino nessa disciplina,

que ultrapassam os dados quantitativos, em particular os processos de descoberta pelos

alunos e alunas dos significados e motivos de problemas existentes no âmbito do ensino

e da aprendizagem na Universidade, materializados em expressões como “agora

compreendo porque...”, ou “eu não poderia supor que...”, ou ainda “são conhecimentos

fundamentais para...”. O ensino colocado em questão, e a pesquisa sustentando

explicações científicas.

1.2.2.2. Minha formação específica em Pesquisa Qualitativa, durante o Mestrado e o

Doutorado, criou condição para que eu assumisse disciplinas estruturadas em torno dos

processos de produção de conhecimento no campo educacional. Uma delas, proposta

por mim e criada no Departamento de Teoria e Prática de Ensino (DTPEN), denomina-

se Abordagens qualitativas para a pesquisa na escola e destina-se especialmente a

aprofundar aspectos específicos da pesquisa no cotidiano escolar, vertente que escolhi

pela minha formação/atuação na escola básica e a partir das contribuições de Agnes

Heller (2002) e das pesquisas realizadas por Elsie Rockwell e Justa Ezpeleta (2007) e

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seus colaboradores. Apresentando um espectro de possibilidades metodológicas para o

desenvolvimento de pesquisas sobre as práticas escolares, a disciplina atendeu ao longo

do tempo não somente os alunos da Linha de Pesquisa em que tenho atuado, mas

também alunos de outras linhas, por indicação de seus orientadores.

Gradualmente, assumi de forma compartilhada com alguns outros colegas

(particularmente Dra. Maria Auxiliadora Schmidt e Dr. Geraldo Balduíno Horn) a

responsabilidade sobre o conjunto de disciplinas obrigatórias oferecidas na Linha de

Pesquisa Cultura, Escola e Ensino, criada por derivação da linha de Pesquisa

Currículo, Conhecimento, Saberes e Práticas Escolares. O eixo de estruturação

curricular no Programa é a pesquisa, o que se materializa na existência de três

disciplinas articuladas, tanto no mestrado como no doutorado, sequenciadas e

obrigatórias. O objetivo é estabelecer fundamentos epistemológicos e metodológicos

para a pesquisa em cada uma das Linhas, e no caso particular daquela em que atuo

denominada Cultura, Escola e Ensino, pelo diálogo com a Teoria Social contemporânea,

em suas múltiplas abordagens e perspectivas.

A atuação nas aulas de Pós-Graduação stricto sensu incluiu então, desde 1997 e

estendendo-se até este ano de 2018, um conjunto de disciplinas que estão listadas a

seguir. Devo destacar que elas têm sido espaços de ensino e aprendizagem, uma vez que

pude compartilhar as discussões e debates com alunos de diferentes Linhas e

Orientadores – oportunidade única de aprofundar meus conhecimentos sobre as formas

de produção de conhecimento no campo educacional.

Seminário de Pesquisa Qualitativa (1997- 1999)

Abordagens qualitativas para pesquisa na escola

Educação Escolar: as práticas e seus fundamentos (até 2010)

Metodologia de Pesquisa Educacional

Metodologia do Ensino Superior (mestrado e doutorado)

Pesquisa Avançada em Cultura, Escola e Ensino I (doutorado)

Pesquisa em Cultura, Escola e Ensino I (mestrado)

Pesquisa em Cultura, Escola e Ensino II (doutorado)

Pesquisa em Cultura, Escola e Ensino II (mestrado)

Seminário Avançado de Pesquisa 1 (doutorado, até 2010)

Seminário Avançado de Pesquisa 2 (doutorado, até 2010)

Seminário de Dissertação

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Seminário de Pesquisa 1 (mestrado, até 2010)

Seminário de Pesquisa 2 (mestrado, até 2010)

Seminário de Tese

Em consequência do trabalho com os fundamentos da investigação, especialmente

a qualitativa, fui construindo condições privilegiadas de avaliar pesquisa, de sugerir

caminhos, de encontrar possibilidades empíricas e teóricas para estudar elementos

relacionados à escolarização, que resultaram em convites para participação em um

número significativo de bancas, em diversos programas de Pós-Graduação em Educação

e também em outros Programas. Como se pode constatar no currículo Lattes foram,

desde 2001, mais de 300 participações em bancas.

Compartilhando com colegas professores pesquisadores a discussão dos trabalhos

avaliados, aqui sublinhada a convivência acadêmica respeitosa e enriquecedora com a

Dra. Leilah Santiago Bufrem em muitas bancas, gradativamente aprofundei a

compreensão sobre os desafios de produção de conhecimento, e necessitei buscar

soluções para problemas derivados do trabalho empírico, especialmente quando

realizado nas escolas e nas salas de aula.

1.2.2.3. Manuais didáticos e escolarização: os manuais escolares como objeto de ensino

(para além de objeto de pesquisa)

No momento em que apresento minhas considerações sobre as aulas ministradas sobre o

tema dos manuais escolares, inicialmente na forma de Seminário e depois como

disciplina eletiva no PPGE, esclareço que, embora criada por mim como disciplina de

Pós-Graduação na última década, entendo-a como produto das experiências

profissionais que vivi desde muito cedo, duas décadas antes de começar minha atuação

na UFPR.

Os livros, e em especial os livros escolares, tiveram um papel fundamental na

constituição da minha identidade como professora. Antes de iniciar a carreira na UFPR,

participei da produção e análise de materiais para escolas rurais e urbanas, públicas e

privadas, em instituições públicas e para editoras comerciais, incluindo algumas

especificidades tais como a produção de manuais para escolas situadas em usinas

hidrelétricas e a produção de materiais para a formação de professores no âmbito do

sistema estadual de ensino.

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Essa experiência de produção ganhou contornos muito próprios em meu trabalho

na UFPR. Durante 17 anos seguidos trabalhei em projeto de extensão universitária que

tinha entre seus objetivos a produção de livros para o Ensino de História, em parceria

com a Professora Dra. Maria Auxiliadora Schmidt; e paralelamente pesquisei e orientei

pesquisas sobre os livros didáticos, em projetos que foram financiados pelo CNPQ (a

partir de 2007), CAPES e por outras agências de fomento. Nas aulas de Didática, na

Graduação, os livros didáticos foram sempre incluídos como tema de ensino.

Portanto, a criação da disciplina denominada “Manuais didáticos e

escolarização” foi uma decorrência do caminho trilhado desde antes de minha chegada

à UFPR. Inicialmente proposta como um Seminário com o título de “Manuais didáticos

e práticas escolares: perspectivas de investigação”, a partir de 2010 foi formalizada

como disciplina do DTPEN, e tem sido ofertada anualmente em nível de Mestrado e

Doutorado.

A construção dessa disciplina constituiu-se em um desafio, por várias razões: a

pouca valorização dos livros didáticos como objeto de pesquisa; a complexidade desse

objeto, reconhecida por autores referenciais como Choppin (1997; 2004); a ausência de

levantamentos da produção existente em nível global, tendo em vista que parte

significativa da produção bibliográfica tem caráter local e está produzida na língua dos

países em que ela acontece, limitando suas possibilidades de circulação; a concentração

da produção em abordagens específicas, com ênfase na abordagem histórica e com

pouca concentração em abordagem didática e epistemológica.

Tendo essas limitações reconhecidas, a disciplina foi desenhada para integrar

conhecimentos derivados das pesquisas realizadas em diferentes países, nos diversos

campos científicos, em diferentes abordagens conceituais e metodológicas e

incorporando as diversas relações que definem a presença desse produto cultural e do

mercado na vida das escolas e das aulas.

Além de atender meus próprios orientandos, tenho recebido na disciplina alunos

das diferentes linhas de pesquisa do PPGE, e também de outros programas de Pós-

Graduação, da UFPR e de outras Universidades, inclusive de outras localidades

próximas a Curitiba. Devo observar ainda que a disciplina conta com a colaboração de

professores de outras instituições e de outros estados que têm participado em mesas

redondas ou palestras sobre temáticas e problemáticas específicas. Ao mesmo tempo em

que foi produto das atividades do grupo de pesquisa, a disciplina contribuiu para a

consolidação do Núcleo de Pesquisa em Publicações Didáticas - NPPD/UFPR, e para a

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possibilidade de inserção internacional – já consolidada - de um grupo significativo de

pesquisadores (professores e alunos).

Neste momento de balanço do percurso realizado na UFPR, registro também que

desta disciplina derivou um Colóquio de Pesquisa sobre Manuais e Mídias Educativas

que tem sido realizado anualmente para compartilhar e debater resultados de

investigações sobre manuais e outros materiais de ensino, com participação de

professores de Pós-Graduação, de Graduação, da Escola Básica, de alunos de

Graduação e de Pós-Graduação, além de outros interessados no tema. Assim, as

atividades geradas a partir da disciplina também expressam a articulação das três

funções da universidade: ensino, pesquisa e extensão.

A constituição dessa disciplina foi tomada como objeto de análise no texto

apresentado à banca de avaliação com vistas à segunda etapa de progressão para

Professor Titular.

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2. Orientações acadêmicas

2.1. Orientação na graduação

Na perspectiva da relação entre ensino, pesquisa e extensão como princípio da atividade

na Universidade, as primeiras orientações que assumi foram relativas a projetos de

extensão. Anualmente, entre 1997 e 2013, na coordenação do Projeto Recriando

Histórias, fui responsável pela orientação do trabalho desenvolvido por bolsistas de

diferentes cursos de graduação: História, Geografia, Ciências Sociais, Letras,

Pedagogia, Design, Física.

Nesse projeto de extensão, as atividades dos alunos bolsistas incluíram apoio no

planejamento e desenvolvimento das reuniões com professores da educação básica, em

processos de formação continuada durante um ano e meio em cada projeto; também

realizaram pesquisas históricas nas localidades onde o projeto se desenvolvia,

elaboração de textos, produção de materiais didáticos e diferentes atividades de natureza

investigativa que produziam sua aproximação com a escola, com alunos e professores,

conteúdos e métodos de ensino.

Destaco aqui a relevante contribuição dos bolsistas, registrada nos produtos do

Projeto (artigos, trabalhos em eventos, relatórios e especialmente nos quatro livros para

o ensino de História), bem como o aprendizado que tiveram - para muitos deles o início

de um caminho de estudos e de trabalho no âmbito da educação, do ensino de História e

do campo editorial.

Ainda do ponto de vista da graduação, registro ao início de minha carreira a

orientação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), autorizado em caráter

excepcional pela coordenação do curso de Filosofia dado o tema escolhido por um

aluno - Avaliação. Por um longo período, o acesso às orientações de monografia foi

dificultado pela visão fragmentada que marca a organização das atividades na

Universidade, separando os cursos de licenciatura em pedaços ou territórios que são de

responsabilidade dos especialistas dos departamentos do conteúdo específico e outros

que são de responsabilidade dos professores da Educação.

Apenas recentemente, como professora de Didática Geral, pude retomar as

orientações de TCC, em temas nos quais sou especialista e que estão circunscritos no

âmbito da formação de professores para além do curso de Pedagogia, neste caso nos

cursos de Licenciatura. Uma orientação de TCC foi concluída em 2016 e outra em 2018

- ambas nos curso de Licenciatura em Física. Neste caso, devo registrar os esforços de

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alguns professores para produzir essas transformações e superar a fragmentação e os

distanciamentos. Destaco aqui a Dra. Ivanilda Higa (DTPEN) e o Dr. Lauro Luiz

Samojeden (DAFIS), com quem tenho compartilhado trabalhos no espaço de diálogo

entre a Didática Geral e a Didática da Física na UFPR.

Retomo o que anunciei anteriormente ao descrever as atividades de ensino, sobre

minha participação nas disciplinas de Introdução à Pesquisa I e II, ofertada pelo

Curso de Física, coordenadas por professores do Departamento de Física, mas que

demandam a orientação individual dos projetos dos alunos. Orientei um número

significativo de alunos e alunas de Licenciatura e Bacharelado em Física que

manifestaram interesse em pesquisar assuntos relativos ao campo da Didática (entre eles

os materiais didáticos). Pude acompanhar, posteriormente, a trajetória de muitos deles

em direção a cursos de Mestrado, em Física, na Educação ou em outras áreas correlatas

– evidência de que o investimento em pesquisa desde a graduação produz efeitos na

formação qualificada e articulada de professores pesquisadores, uma das dimensões

essenciais do trabalho da universidade.

Ainda com relação à graduação, orientações de Iniciação Científica também

estão registradas em meu currículo e na construção de minha experiência como

professora pesquisadora. Desde 2009 até 2018, foram mais de dez bolsistas PIBIC e,

mais recentemente, PIBIC Ações Afirmativas. Integrados aos trabalhos do Núcleo de

Pesquisa em Publicações Didáticas, eles têm aprendido e contribuído com o trabalho

coletivo. A maioria dos projetos desenvolvidos resultou também em apresentações de

trabalho em eventos no Brasil e no exterior, bem como em publicações de trabalhos

completos.

Ao apontar estas questões relacionadas à iniciação à pesquisa, não posso deixar

de evidenciar – e em certo sentido denunciar - a distância que separa a maior parte dos

alunos da possibilidade de uma bolsa de Iniciação Científica, em especial aqueles que

frequentam cursos noturnos e necessitam manter atividades de trabalho para seu

sustento. Traço da desigualdade que estabelece limites no caminho de formação em

nível superior no Brasil, da desigualdade social que se reafirma/reproduz dentro da

universidade, as dificuldades de acesso às bolsas ainda demandam ações para além das

medidas compensatórias e programas voltados ao pagamento da dívida social do país

com tantas e tantas gerações – e neste contexto, ainda fundamentais para garantia de

alguns (pequenos?) avanços.

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2.2. Orientações na Pós-Graduação

As orientações e coorientações de Mestrado e Doutorado são, quantitativa e

qualitativamente, significativas em minha atuação no Programa de Pós-Graduação em

Educação da UFPR. Iniciei as orientações de Mestrado em 2001; e em 2004 dei início

às orientações de Doutorado. Durante as duas décadas que se seguiram, foram muitos

alunos/alunas que trabalharam sob minha orientação. Optei por apresentar nomes e

projetos separadamente em cada uma das três linhas que têm articulado meus projetos

de pesquisa ao longo do tempo, permitindo-me incluir os que finalizaram a pesquisa em

2018 bem como os novos orientandos que entraram neste ano, o que possibilita uma

visão mais completa das atividades de orientação no PPGE.

a) Linha de Pesquisa “Didática, práticas escolares e formação e professores”.

O objetivo desta linha é investigar elementos relacionados à organização do ensino, do

ponto de vista da Didática Geral As problemáticas estão relacionadas às práticas de

formação de professores e com as formas de investigar o cotidiano escolar,

especialmente no âmbito do ensino.

MESTRADOS CONCLUÍDOS

Heleno Brodbeck do Rosário. Por uma vida sem treta: experiência social de

jovens de periferia urbana, Rap, Didática da História empatia histórica. 2009.

Marciane Maria Mendes. A escola do campo e seu significado: o ponto de vista de

professores e professoras da Rede Estadual de Educação do Paraná. 2009.

Janete de Fátima Barause Neri. A seleção de conteúdos de História por

professores do Ensino Médio. 2005

Guilherme de Barros Perini. A construção do pensamento crítico nas disciplinas

de formação básica em Direito. 2005. Coorientadora.

Cristina Cardoso de Medeiros. O corpo em escolarização: elementos para análise

da construção do corpo social. 2003.

José Mario de Oliveira Britto. Inextrincavelmente envolvidos naquilo que somos e

nos tornamos: o ensino de História em um assentamento do MST. 2002.

Glauco Gomes de Menezes. Novas tecnologias de informação e comunicação na

avaliação do processo de ensino e aprendizagem: a perspectiva do CSCL. 2002.

Coorientadora.

Margareth Amaral de Andrade. Avaliação em execução musical estudo sobre

critérios utilizados por regentes de grupos corais escolares. 2001.

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DOUTORADOS CONCLUÍDOS

Alex Verdério. A pesquisa em processos formativos de professores do campo em

regime de alternância: configurações, limites e contribuições. 2018

Marciane Maria Mendes. Especificidades da Educação e da Escola do Campo:

documentos oficiais e produção bibliográfica em análise (1996-2016). 2017.

Mauren Teuber. Relações entre ensino, práticas artísticas e pesquisa: princípios

didáticos para a formação de professores de Artes Visuais. 2016.

Michelle Baranski Franco Zanetti. Por um ensino humanitário de Medicina

Veterinária: problematizando o uso de animais como recurso didático. 2010.

Guilherme Gabriel Ballande Romanelli. A música que soa na escola: estudo

etnográfico nas séries iniciais do ensino fundamental. 2009.

Glauco Gomes de Menezes. Ambiente pedagógico colaborativo do Portal Dia-a-

dia Educação: análise do modelo didático-tecnológico. 2008.

b) Linha de Pesquisa “Manuais Escolares”

Esta linha, inserida na área de Didática e tomando os conceitos de Cultura, Cultura

Escolar e Cultura da Escola, privilegia trabalhos que tomam, em uma vertente, o livro

didático como objeto de pesquisa e, em outra vertente, tomam como objeto as relações

de professores e alunos com o livro didático. As atividades são articuladas pelo Núcleo

de Pesquisa em Publicações Didáticas/UFPR.

MESTRADOS CONCLUÍDOS

Roseli Borowicc. Processos de escolha de livros didáticos em escolas de

assentamento: diálogos e tensões. 2016.

Fernanda Esthenes do Nascimento. A construção de uma Didática da Física:

contribuições dos manuais de orientação aos professores. 2016.

Lucilene Aparecida Soares. Materiais produzidos pelo Ministério da Educação

para orientar professores na direção de uma Educação para as Relações Étnico-

raciais. 2014.

Edilaine Aparecida Vieira. Livros didáticos para escolas do campo: aproximações

a partir do PNLD Campo 2013.

Anne Cacielle da Silva. Manuais de História para o ensino Fundamental: a

presença de fontes legais relacionadas à escravidão no Brasil. 2013.

Adriane Fila. Didática Geral e Didática da História: a relação conteúdo e forma

em materiais didáticos destinados a professores. 2012.

Eder Francisco da Silva. Livros Didáticos de Física do Ensino Médio: com a

palavra os alunos. 2012. Coorientadora.

Cristiane Perretto. Quando se recorre às lembranças para narrar a experiência

humana no tempo: o livro Recriando Histórias de Araucária. 2011.

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Édina Soares Maciel. Livros didáticos de História e experiência cultural dos

alunos: estudo em uma escola do campo. 2010.

Ida Hammerschmitt. O livro didático em aulas de História nos anos iniciais do

ensino fundamental. 2010.

Jaqueline Lesinhovski Talamini. O uso do livro didático de História nas séries

iniciais do Ensino Fundamental: a relação de professores com os conceitos

presentes nos manuais escolares. 2009.

Rosane de Fátima Batista Teixeira. Relações entre professores e livros didáticos

de alfabetização. 2009. Coorientadora.

Cibele Mendes Curto dos Santos. Livro didático: as escolhas do professor. 2007.

Coorientadora.

Edilson Aparecido Chaves. A música caipira em aulas de História: questões e

possibilidades. 2006.

Marcio de Fatimo Tomaz. Softwares educacionais e o Ensino de História:

elementos para uma análise didática. 2005.

Edna da Silva. O uso do livro didático e as formas de conhecimento em aulas de

História no Ensino Médio. 2003.

DOUTORADOS CONCLUÍDOS

Edilaine Aparecida Vieira. Jovens, escolarização e livros didáticos: estudo

etnográfico em uma Escola de Assentamento (SC). 2018

Osvaldo Rodrigues Júnior. Manuais de Didática de História no Brasil (1997-

2013): entre tensões e intenções. 2015.

Edilson Aparecido Chaves. A presença do livro didático de História em aulas do

Ensino Médio: estudo etnográfico em uma escola do campo. 2014.

Léia de Cássia Fernandes Hegeto. A Didática como disciplina escolar: estudo a

partir dos manuais de Didática Geral. 2014.

Rosane de Fátima Batista Teixeira. As práticas cotidianas de alfabetização e o

livro didático: um estudo etnográfico. 2014. Coorientadora.

EM ANDAMENTO

Wagner Barbosa. Um lixo valioso: investigando o destino dos livros didáticos

após três anos de uso (provisório). Início: 2017. Mestrado

Barbara Elisa Marques. Livro didático de Espanhol e formação de professores

(título provisório). Início: 2016. Mestrado. (Coorientadora).

Marcelo Antonio Bueno Moraes. Professores e Guias do PNLD História (Título

provisório). Início: 2016. Mestrado

Roseli Borovicc. Materiais didáticos utilizados pelos professores para alfabetizar

em Escolas de Assentamento (Título provisório). Início: 2017. Doutorado

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Haudrey Fernanda Bronner Foltran Cordeiro. As seleções no interior do livro

didático de Língua Portuguesa realizadas por professores do ensino fundamental.

(título provisório). Início: 2016. Doutorado

Neusa Maria Tauscheck. Olhar para o conflito agrário no território do contestado:

o que dizem os livros didáticos e as práticas pedagógicas. (Título Provisório)

Início: 2016. Doutorado.

Fernanda Esthenes do Nascimento. Manuais para orientar o ensino de Física nos

anos iniciais e a constituição da Didática da Física (título provisório). Inicio 2018.

Doutorado.

Regiane Aparecida Kusman. A utilização de materiais didáticos nas aulas de

ciências: estudo etnográfico (título provisório). Doutorado. Início 2018.

Diego Marinho de Gois. A (não) presença dos indígenas nos livros didáticos de

História: estudo etnográficos em escolas indígenas do município de Santarém,

Pará, Baixo Amazonas (2000-2017). (título provisório). Doutorado. Inicio: 2018.

c) Linha “Pesquisa e produção do conhecimento no campo educacional”.

O objetivo da linha é investigar a produção de conhecimento em temáticas educacionais

específicas, com ênfase nas perspectivas metodológicas para o estudo dos processos de

escolarização e das práticas escolares. Estudos de revisão são privilegiados.

MESTRADOS CONCLUÍDOS

Mikie Okumura Magnere de Campos. Manuais de Didática e de Metodologia do

Ensino: construção da "Base Ensino". 2009. (Coorientadora)

Dorotéa Pascnuki Szenczuk. Indisciplina Escolar: um estudo da produção discente

nos programas de pós-graduação em educação (1981-2001). 2004.

DOUTORADOS CONCLUÍDOS

Anne Cacielle Ferreira da Silva. A pesquisa sobre os livros didáticos de História:

mapeamento de dissertações e teses em Programas de Pós-Graduação no Brasil

(1990-2014). Tese. 2018

Sônia Maria Breda. Educação em pesquisa: da relação do estudante universitário

com o saber investigativo. 2008. (Coorientadora).

Cristina Carta Cardoso de Medeiros. A teoria sociológica de Pierre Bourdieu na

produção discente dos programas de Pós-graduação em Educação no Brasil

(1965-2004). 2007.

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2.3. Supervisão de Pós-Doutorado

A consolidação do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Publicações

Didáticas (NPPD/UFPR) e o fortalecimento das ações de produção e difusão das

pesquisas realizadas estimulou o intercâmbio com outros grupos. Em decorrência,

minha supervisão foi solicitada para Pós-Doutorado e três projetos foram

desenvolvidos, dois deles com financiamento do CNPQ.

Dra. Vivian Batista da Silva, Professora da Universidade de São Paulo. Bolsa do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2017.

Dra. Rosi Terezinha Gevaerd, Professora e assessora Técnica da Secretaria

Municipal de Educação de Curitiba. 2012.

Dra. Cancionila Janzkovski Cardoso, Professora da Universidade Federal de Mato

Grosso. 2009. Bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico.

A experiência de diálogo com colegas, no âmbito dessas atividades de Pós-

doutoramento, tem sido estimuladora de novas relações acadêmicas, gerando atividades

como seminários, participação em bancas, conferências e publicações, entre outras, em

particular neste caso com as Universidades de São Paulo e de Mato Grosso. Os

resultados reafirmam a relevância desse tipo de intercâmbio acadêmico, para além da

supervisão no seu sentido mais estrito.

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3. Atividades de produção intelectual: publicações de artigos em periódicos, livros

e capítulos, trabalhos em anais de eventos

Em minha trajetória profissional, a escrita ocupou sempre um espaço privilegiado, por

dever e por prazer. Como dito, fui alfabetizada por minha mãe em uma fazenda no Mato

Grosso e com ela aprendi a exigência com o conteúdo e a forma. Professora que deixou

a profissão ao se casar, dona Lourdes assumiu essa tarefa por não existir escola nas

terras onde a família foi parar, acompanhando o trabalho e o sonho do meu pai. Foi

minha primeira professora. Talvez por essa aprendizagem ter acontecido no meio da

vida difícil, mas rica e diversa, escrever sempre me agradou. E sempre me desafiou.

A atuação em grupos de currículo - em especial no grupo sob a coordenação do

professor Nircélio Zabot, na Secretaria de Estado da Educação do Paraná, ao final da

década de 1970, e em outras equipes técnicas de secretarias de educação – como as de

Curitiba (década de 1980) e Pinhais (década de 1990) - constituiu-se em espaço

profícuo de aprendizado. Fui estimulada a aprender e trabalhar na produção de textos

didáticos, de projetos educacionais, de documentos curriculares que se dirigiam aos

professores de áreas urbanas e rurais, de orientações metodológicas para o trabalho

didático.

Ao chegar à Universidade, na década de 1990, eu havia acumulado uma

experiência significativa na produção de escritas no campo da Educação. Contudo, no

âmbito universitário encontrei o desafio de um tipo de texto acadêmico que eu já havia

começado a experimentar na elaboração da Dissertação de Mestrado (GARCIA, 1996) –

orientada de forma segura e competente pela Professora Dra. Belmira Amélia de

Oliveira Bueno, na Universidade de São Paulo. Ao longo de duas décadas na UFPR,

busquei o tom adequado e desejado para a produção de artigos, capítulos e outros

trabalhos sobre resultados de pesquisa, de ensino e de extensão, com a intenção de

dialogar não apenas com professores universitários, mas também com professores da

Educação Básica.

Nesta busca tive a possibilidade - e o privilégio - de compartilhar ideias e

processos de produção escrita com colegas e com alunos, percurso de aprendizado que,

sob meu ponto de vista, resultou na escrita que uso hoje; nela muitas vozes se

manifestam – como aprendi com Bakhtin - sem que eu possa distingui-las

individualmente de forma absoluta.

O currículo Lattes seleciona as colaborações mais frequentes nesta trajetória,

gerando um gráfico de colaboradores no processo de produção de textos acadêmicos.

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Ele mostra com a objetividade dos números quantos são os produtos e as coautorias – o

que é relevante para mostrar elementos da trajetória; mas não permite saber dos

processos, de como os textos foram escritos, das dificuldades e buscas; tampouco dá

visibilidade ao reconhecimento que tenho a cada uma das parcerias no pensar e

escrever, pelo muito que aprendi.

Entretanto, no campo científico a medida quantitativa é essencial para definir a

posição ocupada pelo agente – e o memorial acaba por pedir essa medida. Assim, no

conjunto de textos produzidos, é possível identificar cerca de oitenta trabalhos

apresentados e publicados em eventos nacionais e internacionais (estes desde 2000),

cerca de quarenta artigos em periódicos nacionais e internacionais (incluindo Portugal,

Espanha, Grécia, República Tcheca, Argentina, Inglaterra), vinte e sete livros

publicados ou organizados, cerca de oitenta capítulos de livro no Brasil e em outros

países (como em Portugal, Espanha, Colômbia, México), que estão registrados no

Lattes.

Selecionei para registro neste memorial as parcerias na organização de algumas

obras (livros, volumes científicos/atas e dossiês temáticos) com colegas de outros

países. Entendo que esse tipo de produção contribuiu, assim como outras ações do

grupo de pesquisa que coordeno, para a inserção internacional do PPGE, aspecto

imprescindível para sua qualificação como Programa nota 6, recebida na avaliação do

quadriênio 2013-2016. Contribuiu também para dar visibilidade ao trabalho

desenvolvido por professores e professoras, alunos e alunas da UFPR.

1. Profesorado, Revista de curriculum y formacion del profesorado. 1.ed.

Granada: Universidad de Granada, 2016. 360p. Vol. 20, N. 1 (2016): Entre

libros de texto impresos y libros de texto digitales: debates y desafios.

Coordinadores: Jesús Rodríguez Rodríguez (Universidad de Santiago), Jaume

Martínez Bonafé (Universidad de Valencia), Tânia Braga García (Universidad

Federal do Paraná-Brasil).

2. RELAdEI. Revista Latinoamericana de Educación Infantil. 1ª. Ed. Santiago de

Compostela: Instituto Latinoamericano de Estudios sobre la Infancia/USC,

2015.Vol. 4, nº1 (Abril 2015). Materiales y Recursos Didácticos para la

Educación Infantil. Coordinadores Jesús Rodríguez Rodríguez (Universidad de

Santiago), Tânia Braga García (Universidad Federal do Paraná-Brasil).

3. Sikorova, Z.; Horsley, M.; Rodriguez, J. R.; Garcia, Tânia Braga (EDs.).

Textbooks and Educational Media in a Digital Age. 1.ed. Ostrava: University

of Ostrava, 2015 .

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4. Gomez, M. A. ; Garcia, Tânia M. F. Braga ; Rodríguez, J. R. (Coord.).

Balance y análisis de la investigación sobre el libro de texto escolar y los

medios digitales. Memorias / Conferencia Regional para América Latina de la

International Association for Research on Textbooks and Educacional Media

IARTEM Colombia 2016. 1.ed. Pereira, Colombia: Universidad Tecnológica de

Pereira, 2016.

No Brasil, destaco a organização de dois dossiês temáticos em conjunto com a

Dra. Maria Auxiliadora Schmidt - com quem compartilhei inúmeros outros textos

registrados no Lattes – publicados em 2006 e 2011, sobre Ensino de História e

Educação Histórica. Além de corresponsável pela organização, participo deles como

coautora e autora de capítulos, com ênfase na questão da pesquisa.

1. SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA, Tânia M. F. Braga (org). Educar em

Revista. Dossiê - Educação histórica Curitiba, PR: Editora da UFPR, v. Esp.

(2006).

2. SCHMIDT, Maria Auxiliadora ; GARCIA, Tânia M. F. Braga (org). Educar em

Revista. Dossiê - História, epistemologia e ensino: desafios de um diálogo em

tempos de incertezas. Curitiba, PR: Editora da UFPR. Vol 27, n.42 (2011).

Considero relevante destacar também meu trabalho com o professor Dr. Geraldo

Balduíno Horn na coordenação da Coleção Cultura, Escola e Ensino, da Editora Unijuí,

criada para dar visibilidade à produção da Linha de Pesquisa de mesmo nome, no

PPGE. Atualmente ela é composta de sete volumes publicados desde 2008, dos quais

destaco:

VOLUME 1

SCHMIDT, Maria Auxiliadora ; GARCIA, Tânia Braga ; HORN, Geraldo

Balduíno (Org.) . Diálogos e perspectivas de investigação. 1. ed. Ijuí, RS:

Unijuí, 2008. 336p. O volume é composto por capítulos produzidos por

professores da Linha de Pesquisa Cultura, Escola e Ensino, e foi um dos

referenciais para o processo seletivo para Mestrado e Doutorado do PPGE até o

ano de 2017.

VOLUME 4

GARCIA, Tânia Braga; SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Recriando Histórias a

partir do olhar das crianças. 1. ed. Ijuí, RS: Unijuí, 2011. 160 p. O volume

sistematiza experiência desenvolvida durante dezessete anos de projeto de

extensão na região metropolitana de Curitiba, em processos de colaboração entre a

Universidade e escolas de Redes Municipais de Ensino envolvendo professores e

alunos na produção de um livro de histórias da localidade.

VOLUME 6

GARCIA, Tânia Braga; SCHMIDT, Maria Auxiliadora; VALLS, Rafael. (org.)

Didática, História e manuais escolares: contextos ibero-americanos. 1. ed.

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Ijuí, RS: Editora Unijuí, 2013. 312p. Com participação de professores do Brasil,

de Portugal e da Espanha, o livro tem a coordenação compartilhada com Dr.

Rafael Valls, da Universidade de Valência. O tema são os livros didáticos e

manuais para professores.

VOLUME 7

GARCIA, Tânia Braga; BUFREM, Leilah Santiago; GEHRKE, M. (Org.).

Leituras, escola do campo e textos: propostas e práticas. 1. ed. Ijuí, RS:

Editora Unijuí, 2016. 368p. O volume focaliza algumas questões relacionadas aos

processos de leitura e apropriação no contexto da Educação do Campo, abordando

processos que envolvem diferentes materiais de leitura, seja de alunos ou de

professores.

Como se pode observar no registro do currículo Lattes, as temáticas na produção

bibliográfica transitam por objetos científicos construídos nas três linhas de

investigação já referidas, que configuram meus projetos de pesquisa, ensino e extensão

nesse período. Dessa forma, os artigos, capítulos, livros e trabalhos completos

publicados em atas e anais devem ser entendidos como expressões particularizadas das

temáticas que conduziram todas as minhas atividades na UFPR: Relações entre Cultura

e Escolarização; Didática(s) e os modos de ensinar; Fundamentos, princípios e práticas

de formação docente; Escolarização, manuais e mídias educativas; Produção de

conhecimento na Pesquisa em Educação.

Destaco aqui em especial uma dessas linhas - os manuais escolares. Objeto

desprestigiado no campo científico por muito tempo, como apontado por Choppin

(2004), os manuais ocuparam minha atenção do ponto de vista do ensino e da produção

antes de se tornarem um objeto de investigação científica. Parte significativa de minha

produção bibliográfica está relacionada a esse objeto complexo - os manuais ou livros

escolares - como evidenciam os títulos de muitos dos textos publicados.

Em particular sobre esse tema, além de obras já citadas, destaco capítulos

publicados recentemente em livro organizado pelo Professor Dr. Nilson Marcos Dias

Garcia (2017), que reuniu trabalhos de pesquisa sobre os livros didáticos de Física e de

Ciências apresentados em eventos durante a última década. Nesta obra estão incluídos

vários textos que resultaram do trabalho articulado entre dois núcleos de pesquisa:

NPPD/UFPR e GEPEF/UTFPR, este último coordenado pelo organizador da obra.

Destaco ainda a produção de um dossiê temático sobre o tema dos manuais

escolares, com organização compartilhada com Jesus Rodriguez Rodríguez

(Universidade de Santiago de Compostela) e Alessandra Anichini (INDIRE, Itália). O

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tema são os Manuais Escolares e as Mídias Educativas. Trata-se de dossiê temático da

Educar em Revista, aprovado para publicação em 2019.

No caso brasileiro, analisar os livros e sua presença na escola exige atenção ao

papel do Estado e à produção de normas oficiais, as quais exercem uma forte regulação

na produção e na circulação dos livros, no âmbito de uma política pública de grande

força e com investimentos significativos de recursos públicos - na ordem de um bilhão

de reais ao ano. Tenho insistido na ideia de que o Programa Nacional do Livro Didático

(PNLD) produziu efeitos nos livros, mas também na valorização e consolidação dos

livros didáticos como objeto de pesquisa.

O tema dos manuais escolares exige também atenção às relações entre a Educação

Básica e a Universidade, instituição que se constituiu nas últimas décadas como

instância coordenadora dos processos de avaliação científica dos livros didáticos, com a

colaboração de professores especialistas em cada disciplina escolar – construção agora

ignorada pela nova normativa sobre o PNLD, que muda substancialmente as regras sem

que houvesse uma discussão ampla com as próprias universidades (DECRETO Nº

9.099, DE 18 DE JULHO DE 2017, assinado pelo Presidente da República Michel

Temer, que “Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro e do Material Didático”).

Portanto, entre outras dimensões desta mudança no Programa Nacional do Livro

Didático, estão em foco a formação de professores e a relação entre Universidade e

Escola Básica. Esta relação - para além de ser privilegiada por mim como tema em

conferências, mesas e publicações - pode ser entendida como um dos fios que sustenta e

conecta minha produção. Por isso, também devo destacar aqui os textos que publiquei

como autora e coautora sobre os desafios de superar a distância que separa um espaço

social do outro, seja por que a Universidade “dá as costas para a Escola” (como dizem

muitos professores a partir de suas experiências), seja porque a Escola “ignora o

conhecimento produzido na Universidade e resiste às mudanças sugeridas” (como

dizem muitos pesquisadores distanciados das escolas).

Na perspectiva da dicotomia estabelecida historicamente, naturalizou-se a ideia

de que alguns produzem e pesquisam enquanto outros simplesmente ensinam. Dessa

compreensão equivocada e empobrecida da função docente nascem as distinções (no

sentido bourdieusiano) que, como escrevi e reafirmo cada vez com maior convicção

científica, produzem e sustentam um “racismo de inteligência”, a partir do qual se

justificam condições objetivas de trabalho diferenciadas para quem atua em um ou outro

desses espaços - salários e número de aulas em sala de aula, tempo pago para atividades

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de pesquisa e orientação de alunos, bolsas de pesquisa entre outras (GARCIA, 2010).

Não parece difícil entender as formas e relações de poder que constituem o campo

científico, a força das estratégias do jogo que nele se configura e se materializa, atuando

na formação e reprodução de habitus dos agentes.

Minha trajetória na UFPR, então, se construiu fortemente sustentada na busca de

formas de superar a dicotomia, de aproximar Universidade e a Escola Básica, de formar

professores na, pela e para a pesquisa - alimentada pela minha experiência de professora

da Educação Básica durante mais de duas décadas. No embate, na contradição, e na

permanência insistente da dicotomia e na distinção (no sentido bourdieusiano), apesar

dos esforços de outros tantos colegas da UFPR, contemporâneos com trajetória

semelhante à minha: Odilon Carlos Nunes, Rose Meri Trojan, Jussara Pugliesi dos

Santos, Consuelo Schlichta, Regina Cely Campos, Ligia Klein são nomes que associo a

outros já referidos neste texto, porque alimentaram - e alimentam - seu trabalho na

Universidade com a seiva que circula no trabalho na Escola Básica, lugar de suas raízes.

Por isso, alguns chegaram à universidade como eu, vindos do trabalho nas redes de

ensino com a intencionalidade explícita de não perder o chão, de não “dar as costas” ao

trabalho que se realiza na escola, mantendo compromisso com a Escola Pública e seus

sujeitos e buscando caminhos para um trabalho colaborativo, apesar das dificuldades e

limites.

Dentre os textos que publiquei sobre essa questão, destaco um capítulo

produzido a partir de participação (a convite) em mesa redonda no XI Encontro de

Pesquisa em Ensino de Física, cujo tema foi “A pesquisa em Ensino de Física e a sala

de aula: articulações necessárias”. Deste evento resultou a publicação de livro com o

mesmo nome, pela Sociedade Brasileira de Física, (2010) e em segunda edição pela

Livraria da Física (2012) no qual o texto foi publicado. Nele defendo a posição de que a

pesquisa e o ensino são duas dimensões inseparáveis da função docente em qualquer

nível de atuação profissional, e seu título coloca essa defesa em destaque “Ensino e

pesquisa em ensino: espaços da produção docente”.

Foi nesse texto que pela primeira vez emprestei palavras de Bourdieu (2003)

para caracterizar as relações hierarquizadas entre universidade e escola básica, que

estabelece distinção entre os que pesquisam e os que ensinam, produzindo um “racismo

de inteligência”, forma sutil de racismo que justifica e legitima desigualdades nos

salários e nas condições objetivas de trabalho entre “professores” e “pesquisadores”.

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Como já ressaltei, em minha trajetória as condições de trabalho na universidade

foram um fator determinante na possibilidade de produção e desenvolvimento da escrita

científica, atividade que encontrava pouco espaço para ocorrer em minha vida

profissional como professora de Educação Básica. Ao lado dessa questão, também

foram as condições de trabalho na universidade que abriram portas para a participação

em grupos de pesquisa e em eventos, apresentando e discutindo resultados de projetos

de pesquisa, ensino e extensão, ao mesmo tempo em que aprendia com colegas de

outros lugares, com outras culturas e outras experiências de escolarização e de produção

de conhecimento.

O currículo Lattes registra um número expressivo de trabalhos apresentados e

publicados, como autora e em coautoria com colegas e com orientandos. No grupo de

pesquisa, há um esforço coletivo para participação em eventos, o que tem resultado em

fortalecimento de concepções teóricas e metodológicas articuladoras dos trabalhos e,

consequentemente tem ampliado a visibilidade do grupo e da UFPR em espaços

nacionais e internacionais. Na última década, professores (da Universidade e da

Educação Básica) do grupo de pesquisa participaram em número crescente de

conferências da International Association for Research on Textbooks and Educational

Media (IARTEM) em Ostrava (República Tcheca), Berlim (Alemanha), Pereira

(Colômbia), Lisboa (Portugal) e Buenos Aires (Argentina), além dos eventos nacionais

em diferentes campos disciplinares. Os esforços têm produzido resultados interessantes

e estimuladores de relações mais respeitosas entre a universidade e a escola básica, na

busca para superar as distâncias e dicotomias entre ensinar e pesquisar.

Ao finalizar os comentários nesta seção, destaco outros textos que escrevi e que

constituíram motivo de alegria, além de ser uma honra acadêmica. De alguma forma,

embora pouco valorizados nas pontuações, entendo-os como homenagens – ou

deferências – por parte de colegas autores e autoras. São prefácios, apresentações ou

prólogos a obras de profissionais que respeito e admiro.

a) Nicolás Martínez-Valcárcel (org). Los materiales y los trabajos de los

alumnos em el aula de Historia de España em Bachillerato: seis escenarios

para su interpretación. Universidad de Murcia, 2018. Prólogo

b) Vivian Batista da Silva. Saberes em viagem nos manuais pedagógicos:

construções da escola em Portugal e no Brasil (1870-1970). São Paulo: Editora

UNESp, 2018. Apresentação.

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c) Tânia Maria Baibich. Preconceito e Escola: vocabulário de conceitos e

palavras-chave. Unijuí, RS, 2012. Apresentação: 'Desentranhar a complexa rede

de relações e revelar a heterogeneidade de experiências vividas nas escolas'

d) Cancionila Janzkovski Cardoso. Cartilha Ada e Edu: produção, difusão e

circulação (1977-1985). Cuiabá: EdUFMT, 2011. Prefácio.

e) Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli. Ensinar História. São Paulo,

Editora Scipione, 2004. Prefácio.

A produção bibliográfica e técnica registrada no Lattes é, então, resultado do

trabalho articulado de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvido predominantemente de

forma colaborativa, enraizado na problemática do campo educacional brasileiro e com a

intencionalidade explícita de contribuir para enfrentar as diferentes formas pelas quais a

escolarização contribui para a manutenção das desigualdades no país.

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4. Atividades de extensão

Quando Paulo Freire defendeu a necessidade de enraizar os conhecimentos na cultura

dos sujeitos em aprendizagem, estabeleceu um princípio epistemológico e didático que,

trazido para o âmbito da universidade, dá centralidade à extensão, função que compõe

um tripé com o ensino e a pesquisa, segundo a legislação. O artigo 207 da Constituição

Federal, ao mesmo tempo em que reconhece a autonomia didático-científica,

administrativa e de gestão financeira e patrimonial da Universidade estabelece a sua

obediência ao princípio da indissociabilidade entre suas três funções - ensino, pesquisa e

extensão.

Nem sempre valorizada – seja nas opções docentes ou nas normas de pontuação

das atividades na carreira universitária – é preciso reconhecer que houve avanços na

última década, como fruto de esforços de profissionais que compartilham a crença no

significado da extensão como processo formativo imprescindível. Penso que as minhas

atividades apresentadas até aqui construíram o terreno propício para localizar elementos

centrais de minha atuação na extensão, sustentada especialmente na compreensão que

compartilho com outros colegas quanto às relações entre a Universidade e Escola Básica

– o fio que atravessa minha história profissional e que justificou ações, decisões e

posições assumidas ao longo das duas décadas de trabalho na UFPR.

Quando iniciei as atividades na UFPR, o Departamento ao qual pertenço acolhia

um número significativo de projetos de extensão – falava-se em uma vocação

extensionista do Departamento, motivada talvez pelo objeto específico do trabalho ali

realizado - a didática e a prática de ensino nas escolas, com vistas à formação de

professores. A proximidade com o “campo de estágio”, denominação dada às escolas

que recebem professores em formação inicial para fazer seus estágios e práticas de

docência, parecia estimular e potencializar a realização de atividades de extensão – na

forma de eventos, cursos e projetos.

Esta situação se alterou significativamente ao longo das duas últimas décadas em

função da existência de programas e projetos de formação continuada, financiados pelo

Governo Federal e também pelos estados ou municípios, que demandaram ações das

Universidades. Apesar disso, professores extensionistas do Setor de Educação

mantiveram-se atuantes, estimulados em muitos momentos pelo trabalho de Dra. Nadia

Gaiofatto Gonçalves em comissões de extensão no Departamento, no Setor de Educação

e também como coordenadora de extensão na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.

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Recentemente publicado, o livro organizado pelas doutoras Ettiene Guérios e Tania

Stoltz (2017) - Educação e extensão universitária: pesquisa e docência, registrou

experiências em extensão realizadas por professores e professoras do Setor, com o

intuito de evidenciar os esforços de articulação entre as três funções que marcaram e

marcam as talvez pouco numerosas, embora significativas, ações extensionistas neste

momento.

Nesse livro, em capítulo denominado “Extensão, formação continuada de

professores e produção do conhecimento: contribuições do Projeto Recriando”, escrito

em coautoria com Dra. Maria Auxiliadora Schmidt, apresentamos resultados do

trabalho realizado entre 1997 e 2013, que marcou minha identidade na UFPR e abriu

portas para a participação em inúmeros eventos científicos e publicações. Também

sobre esse Projeto, além do capítulo do livro que reúne contribuições de professores e

professoras extensionistas do Setor de Educação, destaco o Volume 4 da coleção

Cultura, Escola e Ensino (Unijuí, 2011), já citado entre minhas produções

bibliográficas.

O livro sintetiza o projeto que foi viabilizado por meio de parcerias entre a

Universidade Federal do Paraná e Sistemas Municipais de Ensino, em processos de

formação continuada com professoras (a maioria absoluta é de mulheres) dos anos

iniciais. Como meta, definimos a produção conjunta, colaborativa, de um livro para uso

nas escolas, na perspectiva de ensinar a assim chamada História Local - uma

necessidade apontada por muitas professoras e coordenadoras nos sistemas municipais

naquele momento (final da década de 1990), considerando-se a exigência de trabalho

com esses conteúdos a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) e a ausência

de materiais adequados para o ensino nas aulas de História, com as crianças.

O primeiro município a demandar este trabalho à Universidade foi Pinhais, que

já conhecera o trabalho da professora Maria Auxiliadora e também o meu em atividades

de formação continuada realizadas para professores da rede municipal. Seguiram-se os

municípios de Campina Grande do Sul, Rio Branco do Sul (desenvolvido apenas

parcialmente por problemas na administração local), Araucária e São José dos Pinhais, o

último projeto realizado e que foi concluído em 2013.

Em cada localidade, as atividades foram desenvolvidas aproximadamente

durante três anos, desde o início da elaboração conjunta da proposta, organização das

atividades com a Secretaria Municipal de Educação, escolas e professores, trabalho de

formação continuada com a participação de bolsistas e outros colaboradores, realização

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da coleta de documentos e produção de atividades didáticas nas escolas, discussão e

seleção de trabalhos realizados, até a produção didática e editorial do livro, avaliação da

proposta e edição final da obra que recebeu o título Recriando Histórias.

Uma das contribuições teóricas desse projeto foi a elaboração de princípios para

a formação continuada de professores baseada na pesquisa e na ação colaborativa entre

a universidade e escolas de educação básica dos sistemas públicos de ensino – e aqui se

coloca em destaque novamente a relação entre ensino, pesquisa e extensão que se

constituiu no fio a conduzir minha carreira na universidade. Tais princípios estão

orientando a construção de um projeto de extensão com escolas situadas em áreas rurais

para a produção de materiais didáticos pelos professores e alunos.

Devo ressaltar que foi o Projeto Recriando Histórias que deu início ao contato

com pesquisadores de outros países. Em 2002 fui convidada a fazer uma conferência na

Universidade de Santiago de Compostela para apresentar os resultados do trabalho e ali

nasceu um trabalho de cooperação com Dr. Jesus Rodriguez Rodríguez, do

Departamento de Didática e Organização do Trabalho Escolar, que se mantem até hoje,

fortalecido pelo trabalho com o tema dos manuais e materiais didáticos.

Além dos quatro livros produzidos no âmbito do Projeto para o ensino da

História a partir da cultura local em cada um dos municípios, grande parte dos textos

que publiquei durante as duas décadas gira em torno de questões do projeto; e algumas

orientações acadêmicas (de graduação e de pós-graduação) também estão relacionadas

ao Projeto Recriando Histórias. Assim, posso reafirmar a centralidade desse projeto na

estruturação de minha vida acadêmica e seu significado para a configuração de minha

atividade docente.

Em particular, desejo destacar a importância da relação acadêmica (e também

pessoal, com o passar do tempo) que foi construída com a Professora Maria Auxiliadora

Schimdt – a Dolinha, cujo ponto inicial foi o Projeto Recriando Histórias. A partir dele

e no trabalho colaborativo, possibilidades foram abertas, caminhos foram percorridos e

aprendizados foram construídos ao longo de vinte anos. Parte dessa construção está

registrada nas inúmeras publicações conjuntas, nas histórias e nas memórias.

Finalmente devo destacar que nesse mesmo projeto exerci atividades de

administração acadêmica que foram espaço de aprendizagem em outros âmbitos da vida

universitária especialmente no gerenciamento acadêmico de projetos, como evidenciarei

na seção específica para esse tipo de atividade.

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5. Coordenação de projetos de pesquisa, ensino ou extensão e liderança de grupos

de pesquisa

A apresentação detalhada das atividades de ensino e orientação, bem como de extensão

e da produção de artigos, capítulos e outras publicações permite que, a partir de agora,

as citações e referências aos demais tipos de atividade sejam feitas de forma mais

sucinta, pois elas representam objetivações específicas, às vezes estáveis, às vezes

pontuais, que decorrem das atividades essenciais - o ensino, a pesquisa e a extensão. Do

ponto de vista da pesquisa (mas também na articulação com o ensino e extensão), as

atividades estão privilegiadamente relacionadas ao Grupo de Pesquisa certificado pelo

CNPq, denominado “Didática, práticas escolares e publicações didáticas”, e ao Núcleo

de Pesquisa em Publicações Didáticas/UFPR.

É preciso registrar que o sistema de avaliação da Pós-Graduação estabeleceu

critérios e condições que definem a forma de estruturação das atividades de pesquisa em

torno de grupos compostos por professores e seus orientandos. A participação em

diferentes grupos é controlada e limitada pelas agências financiadoras e avaliadoras,

desestimulando a presença de casos atípicos (um mesmo aluno em dois grupos de

pesquisa, um professor em mais de três grupos).

O registro no sistema (Diretório de Grupos de Pesquisa CNPq) é de

responsabilidade do líder, e as senhas de acesso são as mesmas do currículo Lattes

individual ou da Plataforma Carlos Chagas, o que estabelece dificuldades de ordem

operacionais para compartilhar o gerenciamento desse sistema por segundo líder ou

outros colaboradores. Nesse sentido, entendo a configuração desses grupos como

decorrência de uma perspectiva que enfatiza o pesquisador individual, ainda que com

expectativas de interação ou colaboração com outros grupos.

É dentro desse quadro que situo a existência formal do grupo, ressalvando as

ações que são planejadas e realizadas em colaboração com outros grupos, seja no Brasil

e ou em outros países.

5.1. Projetos de Pesquisa

5.1.1. Coordenação de Projetos

Ao iniciar o trabalho da universidade, minhas atividades de pesquisa estavam

organizadas em torno de dois projetos: Origens e questões da Etnografia Educacional

no Brasil (1997-2001), voltado ao tema da produção de conhecimento na pesquisa

educacional; e Recriando Histórias, projeto que articulava ensino, pesquisa e extensão e

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voltado para o tema da produção de materiais para ensino da História Local, a partir dos

conteúdos da cultura da localidade.

Minha inserção no PPGE como professora permanente, após a conclusão do

doutorado, gerou a necessidade de abrir e organizar a pesquisa para articular os projetos

de orientandos. Para isso, propus um projeto intitulado “A cultura escolar e a construção

do método de ensino: manuais didáticos, práticas escolares e formação docente”. Esta

temática, ampla, tem possibilitado desde então a articulação orgânica de projetos que

investigam um conjunto de questões relacionadas a dimensões da experiência escolar

em especial sobre formas e condições de construção do método de ensino, do ponto de

vista da Didática Geral, mas no diálogo com as Didáticas Específicas.

O projeto, então, se desdobra em subprojetos desenvolvidos por mim, por meus

orientandos e em conjunto com outros pesquisadores e colaboradores, articulados em

três linhas já referidas na seção sobre as orientações realizadas, construindo

problemáticas com os seguintes temas e focos:

a) os processos de formação inicial e continuada de professores, com vistas à

análise da presença da pesquisa nos processos formativos e as formas pelas quais os

docentes articulam seus conhecimentos na configuração de determinados modos de

ensinar. Nele a relação entre docência e pesquisa é tomada como elemento constitutivo

das problemáticas e elemento orientador das análises. Autores como Pinto (1994),

Sánchez Vásquez (1997), Chauí (2001), Breda (2008), Schmidt e Garcia (2008) e

Bufrem (2013) contribuem para discutir a produção de conhecimento como elemento

constitutivo da formação na Universidade, sugerindo relações com a formação docente e

seus desafios.

b) os manuais escolares, enquanto elementos da cultura escolar e da cultura da

escola. São desenvolvidas pesquisas sobre manuais destinados à formação de

professores, em particular os de Didáticas específicas – cuja finalidade é orientar para o

ensino -, e também sobre os livros didáticos destinados aos alunos. Além dos trabalhos

de autores como Alain Choppin (2004), Egil Börre Johnsen (2001), Michael Apple

(1995), conceitos como cultura escolar (Jean-Claude Forquin, 1994; Dominique Julia,

2001; Agustín Escolano Benito, 2006), tradição seletiva (Raymond Williams, 2003),

código disciplinar (Raimundo Cuesta Fernández, 1998), entre outros, contribuem para

sustentar as problemáticas sobre os manuais escolares.

c) as práticas escolares que expressam diferentes elementos constitutivos da

experiência escolar (Rockwell, 1997) e os modos de investigação que contribuem para a

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produção de conhecimentos sobre o tema. Entre essas práticas, destacam-se as

relacionadas à produção e uso de recursos didáticos para o ensino, particularmente os

livros didáticos, entendidos como objeto complexo (Choppin, 2004) e como elemento

da vida das escolas. Estudos de natureza etnográfica têm sido privilegiados,

especialmente com base nos trabalhos de Rockwell (2009) e nas apropriações feitas por

Garcia (2001).

No caso brasileiro, as problemáticas estão demarcadas pela existência do

Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), ação do Governo Federal que afeta – e

define em grande parte - a produção e a circulação dos livros para a escola pública no

país. A existência desse Programa estimulou, segundo entendo, o crescimento das

pesquisas sobre o tema, ampliando os estudos sobre o Ensino Médio que eram pouco

frequentes antes da criação do Programa Nacional do Livro Didático para o ensino

Médio (PNLEM) em 2004 – incorporado depois ao PNLD.

Assim, desde 2007 tenho trabalhado na articulação e fortalecimento de

subprojetos de pesquisa sobre os manuais escolares, muitos deles entrecruzando as

problemáticas e focos referidos. Os projetos receberam financiamento do CNPq, da

CAPES e da Fundação Araucária, na forma de bolsas de pesquisa (produtividade,

atualmente nível 1D), de apoio à pesquisa em editais universais, editais específicos de

Ciências Humanas, professor visitante, bolsas de iniciação científica e de apoio técnico.

Os projetos estão detalhados no currículo Lattes e resultaram em publicações e

orientações indicadas anteriormente.

Está em andamento, de forma articulada às pesquisas dos alunos de Iniciação

Científica, Mestrado e Doutorado, o projeto Professores, jovens alunos e relações com

os livros didáticos: estudo etnográfico sobre a produção de aulas no Ensino Médio

(2016-2019), que dá continuidade aos projetos desenvolvidos com Bolsa Produtividade

em Pesquisa CNPq desde 2007, e que focaliza os livros didáticos – aqueles destinados

aos alunos - na vida escolar. E destaco também o projeto intitulado Didáticas e

Manuais para professores: organização de acervo e produção de base virtual, que

também se articula a projetos de orientandos e que investiga a relação entre os manuais

de orientação aos professores e a construção da didática como disciplina escolar.

A consolidação da temática dos manuais escolares como eixo estruturador das

atividades do Núcleo de Pesquisas em Publicações Didáticas do Programa de Pós-

Graduação em Educação, Universidade Federal do Paraná, pode ser evidenciada no

conjunto da produção bibliográfica e técnica resultante das pesquisas realizadas ao

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longo dos últimos nove anos, especialmente com apoio do CNPq por meio da Bolsa

Produtividade.

Os recursos recebidos possibilitaram tal consolidação e também a minha

inserção mais vigorosa, com meus orientados, nas atividades de grupos do exterior,

tanto para a apresentação de trabalhos, quanto para a realização de projetos conjuntos de

investigação e publicação. Os resultados das pesquisas, em termos de publicação,

incluem artigos, capítulos e livros. Os resultados também têm sido divulgados por meio

de conferências, palestras, mesas redondas e seminários científicos, a convite dos

organizadores de congressos no país e no exterior.

Em 2018, em função dos trabalhos do Grupo de Pesquisa, fui convidada a

participar como representante do PPGE em um dos subprojetos no âmbito do Programa

de Internacionalização CAPES Print, na área temática Democracia, Cultura e

Desenvolvimento, ação proposta pelos programas de Pós-Graduação em Letras e em

Educação, e coordenado pelo Dr. Paulo Soethe. O referido projeto, aprovado para

desenvolvimento no período de 2019-2022, está voltado ao compartilhamento de dados

em bases virtuais no âmbito das Ciências Humanas com vistas à pesquisa e à formação

docente.

5.1.2. Participação e coordenação em projetos internacionais

Durante uma década (desde 2005), participei juntamente com a Professora Dra. Maria

Auxiliadora Schmidt de projeto coordenado pelo Dr. Joaquim Prats, da Universidade de

Barcelona, intitulado “La visión de Historia escolar en el ámbito iberoamericano: un

acercamiento a las percepciones de alumnos y professores”. Participaram investigadores

da Argentina, Brasil, Chile, Espanha, México, Nicarágua e Venezuela. Dele resultaram

publicações (a última em 2016), além de participação em seminários, palestras e

conferências ministradas.

Atualmente, a participação e coordenação em projetos internacionais estão

relacionadas ao trabalho desenvolvido com outras instituições e pesquisadores:

a) Universidade de Santiago de Compostela (ES): O NPPD/UFPR desenvolve

colaborativamente seminários de avaliação de materiais curriculares e de mídias

educativas, que ocorrem anualmente em Santiago de Compostela, com a participação de

pesquisadores brasileiros. Além desses seminários, está em andamento projeto de

investigação de Estado da Arte da pesquisa sobre manuais escolares em âmbito ibero

americano, coordenado pelo Dr. Jesus Rodriguez Rodríguez e por mim.

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b) Universidade de Laguna (ES): O NPPD/UFPR participa como instituição

colaboradora no projeto “La escuela de la sociedad digital: analisis y propuestas para la

producción y uso de contendios digitales educativos”, desenvolvido em três

comunidades autônomas da Espanha (Canárias, Galícia e Valencia), com participação

das universidades de Santiago de Compostela e Valencia, coordenado pelo Dr. Manuel

Area Moreira.

5.1.3. Liderança de grupo de pesquisa registrado no Diretório de Grupos do CNPq.

a) No âmbito da linha de pesquisa Cultura, Escola e Ensino do PPGE/UFPR, foi criado

em 1997 um grupo de pesquisa liderado pela Dra. Maria Auxiliadora Schmidt do qual

fui Vice Líder até o ano de 2013 - Cultura, práticas escolares e Educação Histórica.

Ele agregou inicialmente pesquisadores que investigam a escola, os processos de

escolarização, e elementos da relação entre cultura, escola e ensino. Recentemente, a

focalização do grupo se dirigiu particularmente para a Educação Histórica e a vice-

liderança foi assumida por outra pesquisadora, especialista que atua nesse campo

temático, Dra. Ana Cláudia Urban.

b) A partir de 2001 foi estruturado o grupo de pesquisa registrado no Diretório do CNPq

com o nome de Didática, práticas escolares e publicações didáticas, do qual sou

líder, constituído a partir da reconfiguração de linhas de pesquisa do grupo Cultura,

práticas escolares e Educação Histórica. São desenvolvidos estudos no campo de

interseção entre a Didática Geral e as Didáticas Específicas, focalizando os elementos

da ação didática, as práticas no cotidiano escolar, a formação docente, as relações entre

ensino e pesquisa, os materiais didáticos, manuais e mídias educativas.

O Grupo tem como espaço articulador o Núcleo de Pesquisa em Publicações

Didáticas/UFPR, que mantém vínculos de cooperação científica especialmente com a

Universidade de Santiago de Compostela (ES) e com a International Association for

Research on Textbooks and Educational Media (IARTEM). A descrição das atividades

acadêmicas apresentada nas seções anteriores evidencia a ação articuladora do Grupo de

Pesquisa em relação às atividades de ensino, pesquisa e extensão.

5. 2. Coordenação de projetos de extensão

No âmbito do Projeto Recriando Histórias, descrito e valorizado como uma ação central

em minha carreira na universidade, fui responsável pela coordenação institucional

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administrativa e pedagógica das atividades, desenvolvidas por meio de convênios com

os seguintes municípios:

a) Pinhais: entre 1997 e 2000

b) Campina Grande do Sul: entre 2000 e 2003

c) Rio Branco do Sul: 2005 (desenvolvidas apenas atividades parciais)

d) Araucária: entre 2006 e 2009

e) São José dos Pinhais: entre 2009 e 2012

Nesses projetos, já detalhados na seção específica sobre minhas atividades

extensionistas, pude exercer a coordenação das atividades dos bolsistas e demais

colaboradores; gerenciar por meio da FUNPAR os recursos disponibilizados pelos

Municípios e pelo PROEXT; organizar e coordenar as atividades de formação

continuada dos professores em trabalho colaborativo com as Secretarias Municipais de

Educação; coordenar o trabalho de produção didática e editorial dos livros Recriando

Histórias, com participação de profissionais da área de design e de produção gráfica.

Nessa atividade, portanto, realizei aprendizados no âmbito das relações

institucionais com Prefeituras e Secretarias de Educação, junto às quais representei os

interesses e encaminhei as contribuições da UFPR à melhoria da Educação Básica nos

municípios participantes. Para além das atividades pedagógicas, pude desempenhar

atividades administrativas que também constituem parte da carreira universitária.

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6. Participação em bancas de concursos, de mestrado ou de doutorado.

Minha atuação em bancas de concurso se deu no interior do Setor de Educação e em

outros Setores, como o de Ciências Sociais Aplicadas e de Biológicas (Farmácia) na

UFPR, conforme registrado no currículo Lattes. Também participei em bancas de

concurso para progressão na carreira, em outras universidades, como a USP.

Quanto às bancas de qualificação e defesa no âmbito da Pós-Graduação,

sublinho a colaboração com colegas de outras Linhas e Programas, em diferentes

localidades, inclusive no exterior, totalizando mais de duzentas e trinta (230)

participações em bancas de qualificação e defesa de Mestrado e de mais de oitenta (80)

participações em bancas de Doutorado.

Quero registrar a importância dessa atividade em minha formação para a

pesquisa e para meu aperfeiçoamento profissional, resultado da necessidade de proceder

não apenas à avaliação das dissertações e teses do ponto de vista formal, mas de

contribuir com o trabalho de pesquisa de outros colegas e grupos, em particular nos

exames de qualificação.

Relaciono o trabalho em bancas também à minha atividade docente nas

disciplinas obrigatórias da Linha de Pesquisa no PPGE, que foi alimentada pelo

conjunto de questões que apreendi ao ler e avaliar as inúmeras dissertações e teses, em

particular do ponto de vista metodológico. E relaciono ainda aos convites recebidos para

palestras, conferências e mesas redondas com a temática da pesquisa e seus desafios. De

alguma forma, aqui se evidencia novamente a estreita relação (ou a indissociabilidade)

entre pesquisa, ensino e extensão que caracterizou minha trajetória na Universidade

Federal do Paraná.

Ainda que pouco valorizada nos processos avaliativos das agências de fomento e

dos Programas de Pós-Graduação, considero esta atividade de avaliação de projetos e

pesquisas concluídas como uma das atividades essenciais para a formação de novos

pesquisadores. A lista de bancas, por ser extensa e por estar disponível no currículo

Lattes, não foi anexada a este memorial mas reafirmo e destaco a relevância que elas

tiveram para minha formação e registro meu agradecimento a colegas e aos alunos e

alunas que confiaram em meu trabalho de avaliação.

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7. Organização e/ou participação em eventos de pesquisa, ensino ou extensão.

Compreendo que os eventos científicos cumprem papel relevante tanto na divulgação de

conhecimentos produzidos como na discussão, debate e avaliação desses

conhecimentos. No âmbito da pesquisa em Ciências Humanas, a relevância social dos

problemas investigados constitui-se também como critério de validação científica, como

evidenciado por Pessanha (1997), o que coloca a atividade como necessária e

significativa para a produção do conhecimento no campo educacional.

Com esse entendimento, registro minha contribuição na organização de eventos

ao longo de todo o período em que atuei na UFPR, como coordenadora ou

colaboradora, e também como participante - em geral com apresentação de

conferências, palestras ou trabalhos.

7.1. Organização de eventos nacionais e internacionais

Destaco alguns dos eventos nos quais atuei como integrante ou presidente de Comissão

Organizadora, trabalhando colaborativamente com colegas de diferentes instituições, do

Brasil e de outros países. Sublinho que a listagem inclui eventos locais, regionais,

nacionais e internacionais, todos eles cumprindo as funções referidas.

a) II Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, realizado na UFPR, em

1999, promovido pelos Programas de Pós-Graduação em Educação da Região Sul.

b) VI Jornadas Internacionais de Educação Histórica, realizadas em Curitiba, em

2006 (Presidente da Comissão Organizadora), promovido por UFPR/ Uminho/

APH/ UNICENP.

c) IV Seminário de Teoria e Prática de Ensino "Universidade e Escola: saberes,

cultura e formação docente. 2007, promovido pelo Departamento de Teoria e

Prática de Ensino do Setor de Educação / UFPR.

d) Terceiro Seminário Iberoamericano de Didática de Ciências Sociais realizado

em Curitiba, em 2010, promovido por NPPD/LAPEDU/PPGE/UFPR.

Parcialmente financiado com recursos de projeto aprovado no Edital

CAPES/DGU - Espanha.

e) IARTEM - Conferência Regional para a América Latina, realizada em Curitiba,

em 2012: Presidente da Comissão Organizadora, promovida pelo NPPD/UFPR,

com financiamento parcial do CNPq.

f) Colóquio “Pesquisas sobre manuais escolares e mídias educativas”, realizado

em Curitiba, em 2016, promovido pelo NPPD/UFPR.

g) IARTEM Conferência Regional para América Latina, realizada em Pereira,

Colômbia, em. 2016, promovida pela IARTEM e pela Universidad Tecnológica

de Pereira, Colômbia.

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h) IV Congreso Internacional A Fenda Dixital. Realizado em Santiago de

Compostela, Espanha, em 2016, promovido pela USC, com apoio do

NPPD/UFPR.

i) IARTEM Conferencia Regional para América Latina, realizada em Buenos

Aires, Argentina 2018, promovida pela IARTEM e pelas Universidades de Lujan,

de Buenos Aires e Federal do Paraná.

7.2. Participação em eventos nacionais e internacionais

A participação em eventos com apresentação de trabalhos está registrada no currículo

Lattes evidenciando que a produção decorrente de ensino, pesquisa e extensão foi

intensamente divulgada, tanto no Brasil, como em outros países (da América Latina,

Europa e América do Norte, neste caso especificamente no Canadá).

No Brasil, destaco encontros nacionais da ANPED, Anped Sul, ENDIPE,

EDUCERE, e outros em campos específicos como SNEF, EPEF, ENPEC, Perspectivas

do Ensino de História, ENPEH, entre outros. No exterior, destaco os Seminários de

Investigação em Educação Histórica (Portugal, Espanha), os seminários do grupo

DHIGES (Barcelona, ES), as Conferências bianuais e regionais da IARTEM (República

Tcheca, Alemanha, Portugal, Canadá, Colômbia). Também ressalto vários eventos em

Santigo de Compostela, uma vez que há uma intensa cooperação acadêmica com o

Departamento de Didática da USC, há quase duas décadas.

A participação nesses eventos resultou na publicação de trabalhos em Anais e

Atas, mas também em artigos publicados em periódicos, bem como capítulos de livros.

Volumes Científicos foram organizados em colaboração com outros pesquisadores, no

Brasil e em outros países.

Quero sublinhar aqui que as últimas participações em eventos têm colocado

questões para os processos de divulgação da pesquisa frente aos processos de avaliação

dos Programas de Pós-Graduação e consequentemente a avaliação individual dos

pesquisadores. A pouca valorização (na forma de pontuação) da apresentação de

trabalhos em eventos parece estar produzindo um esvaziamento dos espaços de

divulgação e discussão da pesquisa. Observo que pesquisadores mais experientes, em

algumas áreas específicas, têm deixado de participar dos eventos e de enviar trabalhos

para publicação, optando por produzir artigos – produtos de maior pontuação em

processos avaliativos. Questão para registrar, analisar, discutir...

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8. Apresentação, a convite, de palestras ou cursos em eventos acadêmicos

Destacarei alguns dos convites recebidos para proferir conferências e palestras como

também para participar de simpósios e mesas redondas, no Brasil e em outros países.

Selecionei eventos em diferentes tempos, lugares, com diferentes audiências

(profissionais da educação e de outras áreas, professores, alunos, comunidade) e em

diferentes níveis acadêmicos (alunos de graduação e pós-graduação).

Também atendi a demandas da escola básica, diretamente nas escolas ou a

pedido de algumas redes de ensino. Minhas atividades foram concentradas quase em sua

totalidade em instituições públicas, mas registro também algumas contribuições em

instituições privadas de ensino superior, como a Pontifícia Universidade Católica do

Paraná, na qual ministrei alguns seminários e palestras para alunos de Pós-Graduação,

sobre Etnografia Educacional.

Ressalto ainda que as temáticas abordadas estão circunscritas em torno da

Didática, da formação de professores e das práticas escolares em diferentes níveis de

ensino; dos elementos didáticos específicos tais como a avaliação; dos manuais

escolares e mídias educativas; do diálogo entre a Didática geral e as Didáticas

específicas; das relações entre universidade e educação básica; e da produção do

conhecimento no campo da Educação, em especial quanto às abordagens para o estudo

do cotidiano escolar.

Devo sublinhar que dei destaque a essas atividades, listando um número elevado

de participações (ainda que não exaustivo) e de forma diferenciada do que fiz nas outras

seções, porque compreendo que o conjunto expressa parte de minha contribuição aos

debates que ocorreram na vida acadêmica e na sociedade brasileira durante o tempo em

que atuei na UFPR, mas também em outros lugares nos quais fui convidada a falar. Os

temas das conferencias, palestras e mesas redondas certamente expressam questões e

preocupações que demandam atenção das sociedades, da academia e da vida escolar nos

diferentes países, permitindo mapear o espaço em que inseri meu trabalho acadêmico e

no qual minha participação foi significativa.

Atendendo aos convites formulados, procurei evidenciar, em cada situação

particular, a produção individual e coletiva dos grupos de trabalho com os quais convivi

academicamente nesse tempo, bem como apresentar resultados das pesquisas realizadas

articulando a teoria e a prática educacional, como exigem meus referenciais teóricos,

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sejam os localizados no âmbito da Teoria Social, sejam os que se referem ao âmbito

específico da Teoria Educacional.

Conferências e palestras proferidas na Galícia, Espanha

2002. Recriando histórias: a produção de materiais de ensino a partir da

História Local. Universidade de Santiago de Compostela. Inst.

promotora/financiadora: Universidade de Santiago de Compostela, Universidade

de Vigo e Nova Escola Galega.

2009. Textbook production from a local and national point of view.

Universidade de Santiago de Compostela. Evento: The 10th International

Conference on textbooks and Educational Media; Inst. promotora/financiadora:

The International Association for Research on Textbooks and Educational Media.

2014. Como o traballo coa cultura local pode conribuir para a construción da

autoestima e da identidade nas diferentes condicións persoais e sociais?

Universidade da Coruña, Campus de Elviña. Ministrada para alunos e professores

do curso de Pedagogia Social. Inst. promotora/financiadora: Facultade de Ciencias

da Educación.

2014. Projetos de trabalho e materiais produzidos a partir da cultura local. Universidade de Santiago de Compostela. Inst. promotora/financiadora: Nova

Escola Galega.

2014. Pesquisa e formação de professores no Brasil. Universidade de Santiago

de Compostela, Campus Norte. Ministrada para alunos e professores do Curso de

Master de Formacion de Profesorado de Educación Secundária, especialidad de

Ciencias Sociales y Humanidades. Inst. promotora/financiadora: Facultade de

Ciencias da Educación.

2014. A cultura local, os arquivos familiares e a produção de materiais

didáticos: experiência do Projeto Recriando Histórias. Pazo da Cultura de

Carballo, Galiza;; Inst. promotora/financiadora: Concello de Carballo e

Agrupación Cultural Lumieira.

2014. Relações entre a universidade e a comunidade: colaboração e produção

de conhecimento como base para o ensino. Universidade de Santiago de

Compostela. Ministrada para alunos do Curso de Pedagogia Social; Inst.

promotora/financiadora: Departamentode Didáctica e Organizacion Escolar,

Facultade de Ciencias da Educación.

2014. A investigación etnográfica na escola. Universidade de Santiago de

Compostela. Conferência ministrada no Programa de Doutorado em Educacão da

Universidade de Santiago de Compostela, para alunos e professores da Espanha e

de Portugal Inst. promotora/financiadora: Programa de Doutorado.

Palestras e conferências em Barcelona, Espanha.

2007. A produção de livros escolares por professores e seus alunos. 2007.

Evento: Seminario Internacional TAULA D'HISTÒRIA; Inst.

promotora/financiadora: Universitat de Barcelona.

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2009. O livro didático em pesquisa. 2009. Evento: Seminario Iberoamericano

de Didáctica de las Ciencias Sociales; Inst. promotora/financiadora: Grupo

DHIGES, Universitat de Barcelona.

2013. Libros didacticos de Historia, identidad y experiencia cultural de los

alunos. Evento: V Simposio Internacional de Didáctica de las Ciencias Sociales

en el ámbito Iberoamericano: historia e identidades culturales; Inst.

promotora/financiadora: Universitat de Barcelona.

Conferência e Simpósio de Pesquisa no México

2000. Tiempo y evaluacion en el aula: un estudio etnografico. Universidade

Pedagogica Nacional, México, DF. Evento: IX Simposio Interamericano de

Investigacion Etnografica en Educacion; Inst. promotora/financiadora:

Universidad Pedagogica Nacional.

2012. Significados da docência e suas implicações para a construção e

desenvolvimento de Projetos Pedagógicos. Centro Cultural Brasil, México, DF;

Evento: Encontro para professores do Centro Cultural Brasil-México; Inst.

promotora/financiadora: Centro Cultural Brasil-México da Embaixada do Brasil.

Conferencia em Pereira, Colombia

2016. El Programa Nacional de Livros Didáticos en Brasil (PNLD) procesos

de homogenización y los desafíos para contemplar la diversidad y la cultura local.

Evento: Conferencia Regional para América Latina IARTEM; Inst.

promotora/financiadora: Universidade Tecnológica de Pereira/IARTEM.

Conferencia em Buenos Aires, Argentina

2018. 25 AÑOS DE IARTEM. Una mirada retrospectiva y perspectivas de

futuro. Conferência Inaugural. Evento: Conferencia Regional para América

Latina IARTEM; Inst. promotora/financiadora: IARTEM/Universidade de Luján,

de Buenos Aires e Federal do Paraná.

Algumas conferências e palestras proferidas no Brasil

2016. Pesquisa em Educação, Pesquisa em Ensino: campo de tensões e

diálogos. Centro Politécnico, Universidade Federal do Paraná. Curitba, PR.

Evento: Aula Inaugural do Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências

e em Matemática; Inst. promotora/financiadora: PPGECEM.

2015. Ver, ouvir, analisar, compreender: experiência escolar, pesquisa e

formação de professores. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, MG.

Evento: XXI Simpósio Nacional de Ensino de Física; Inst.

promotora/financiadora: Sociedade Brasileira de Física.

2015. O desafio da formação do professor pesquisador. Auditório da Federação

das Indústrias, Curitiba,PR. Evento: III Simpósio de Pedagogia da Faculdade

Metropolitana de Curitiba - São José dos Pinhais; Inst. promotora/financiadora:

FIEP/SESI/SENAI/IEL.

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2012. O debate atual sobre pesquisas em Educação. UNICENTRO

Guarapuava. Guarapuava, PR. Evento: 1ª. Semana Internacional de Pesquisa em

Educação/ XX Semana de Pedagogia. Inst. promotora/financiadora: Departamento

de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).

2012. O livro didático no cotidiano escolar: questões para a formação do

professor. Centro de Formação de Professores; Cidade: Pinhais, PR; Evento: II

Seminario Internacional de Educação de Pinhais; Inst. promotora/financiadora:

Secretaria Municipal de Educação de Pinhais e Universidade Tecnológica Federal

do Paraná.

2011. Os desafios de formação para o trabalho nas séries iniciais. PUCPR,

Curitiba, PR; Evento: X Congresso Nacional de Educação-EDUCERE e I

Seminario Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação -

SIRSE; Instituição promotora /financiadora: PPGE/ Curso de Pedagogia/Centro

Acadêmico Paulo Freire- PUCR; Centro Internacional de Estudos em

Representações Sociais e Subjetividade-Educação da Fundação Carlos Chagas.

2011. O saber/fazer pesquisa no campo da educação. Campus Rondonópolis,

UFMT; Evento: Congresso de Pesquisa em Educação-CONPeduc 2011; Inst.

promotora/financiadora: Programa de Pós-graduação em Educação/UFMT.

2011. Manuais Escolares em pesquisa: contribuições para a formação de

professores. Campus Rondonópolis/UFMT; Palestra proferida para alunos e

professores de Pedagogia. Evento: Congresso de Pesquisa em Educação -

CONPeduc 2011; Inst. promotora/financiadora: Programa de Pós-graduação em

Educação/UFMT.

2011. Educação, escola do campo, currículo e formação de professores. Universidade Tuiuti do Paraná; Cidade: Curitiba, PR; Evento: Seminário do

Observatório da Educação Núcleo UTP; Inst. promotora/financiadora: PPGE

Universidade Tuiuti do Paraná.

2009. Cotidiano escolar, pesquisa e formação docente. PUCPR, Curitiba, PR.

Evento: IX Congresso Nacional de Educação EDUCERE; Inst.

promotora/financiadora: PUCPR.

2009. Escola, cultura e ensino: significados da docência. UTFP -Campus

Curitiba, Curitiba, PR. Evento: Aula inaugural do Curso de Licenciatura em

Física; Inst. promotora/financiadora: UTFPR.

2008. Estudo de caso etnográfico. PUC/PR, Curitiba, PR; Evento: Seminário

avançado de Pesquisa, Curso de doutorado em educação. Inst.

promotora/financiadora: Programa de Pós-graduação em Educação PUC/PR.

2007. Pesquisa Qualitativa. Centro de Educação, Comunicação e Artes/UEL,

Londrina, PR. Evento: Seminários de Pesquisa em Educação; Inst.

promotora/financiadora: Programa de Mestrado em Educação/UEL.

2007. Questões para a pesquisa em Educação Histórica. Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, Natal, RN. Evento: VI Encontro Nacional Perspectivas

do Ensino de História; Inst. promotora/financiadora: ANPUH.

2005. A docência em questão: apontamentos para o debate sobre formação e

práticas. Unicentro, Irati, PR. Evento: II Semana de Estudos do Centro de

Ciências Humanas, Letras e Artes; Inst. promotora/financiadora: Centro de

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Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Estadual do Centro-Oeste/

Unicentro.

2005. Avaliação na rede municipal de ensino de Curitiba: das raízes aos frutos.

Centro de Convenções de Curitiba, PR.; Evento: Semana de Estudos Pedagógicos

2005; Inst. promotora/financiadora: Secretaria Municipal da Educação de

Curitiba.

2004. Metodologia e Didática no Ensino Superior. DECOM/UFPR, Curitiba,

PR. Evento: Evento de extensão universitária " Metodologia e Didática no Ensino

Superior de Comunicação Social".; Inst. promotora/financiadora: DECOM/UFPR.

2004. Relações entre formação profissional e práticas docentes: algumas

questões. UFPR, Campus Jardim Botânico, Curitiba, PR. Evento: VII Encontro

ABEM Região Sul e I Encontro de Coordenadores dos Cursos Superiores de

Música da Região Sul; Inst. promotora/financiadora: Associação Brasileira de

Educação Musical, Escola de Música e Belas Artes do PR, Faculdade de Artes do

PR, Departamento de Artes da UFPR.

2000. Relação Pedagógica, Ensino e Avaliação no 3º Grau. Departamento de

Bioquímica / Setor de Ciências Biológicas/UFPR, Curitiba, PR. Evento:

Atividades Comemorativas dos 35 anos do Curso de Pós-graduação; Inst.

promotora/financiadora: Pós-graduação em Ciências - Bioquímica da UFPR.

2000. A questão da avaliação no ensino à distância. Setor de Ciências

Biológicas/ UFPR, Curitiba. Evento: Atividades comemorativas dos 35 anos do

programa de Pós-graduação em Bioquímica. “Ensino a Distância: fatos e mitos”.

Inst. Promotora /financiadora: PGBq / Departamento de Bioquímica/UFPR.

2000. O planejamento de ensino e as relações interativas em sala de aula.

Setor de Ciências da Saúde/UFPR, Curitiba. Evento: Semana de Planejamento

Institucional. Inst. promotora/financiadora: Departamento de Farmácia do Setor

de Ciências da Saúde /UFPR.

1999. Dimensão epistemológica do ensino e da avaliação: algumas questões.

Centro Politécnico/UFPR, Curitiba. Evento: Seminário sobre metodologia do

ensino de terceiro grau; Inst. promotora/financiadora: Pós-graduação em

Zoologia, PPG em Entomologia e PPG em Bioquímica/UFPR.

Participação em algumas Mesas Redondas e Simpósios

2014. Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (Mesa redonda).

Ed. Dom Pedro I; Cidade: Curitiba; Inst. promotora/financiadora: Setor de

Educação/ UFPR.

2012. Diálogos entre a Pesquisa em Educação, a Pesquisa em Física e a

Pesquisa em Ensino de Fisica: pontos de aproximação e de afastamento (Mesa Redonda). Maresias, São Sebastião, SP. Evento: XIV Encontro de Pesquisa

em Ensino de Física; Inst. promotora/financiadora: Sociedade Brasileira de Física

(SBF).

2012. Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão: desafios e possibilidades.

Campus Jardim Botänico, UFPR, Curitiba, PR. Evento: 4a. Semana Integrada de

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Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPR; Inst. promotora/financiadora: Pró-Reitoria

de Extensão e Cultura da UFPR.

2011. Ações colaborativas e produção do conhecimento: perspectivas para a

extensão universitária. (Mesa redonda). Universidade Federal de Goiás, Goiânia,

GO. Evento: 63a. Reunião Anual da SBPC; Inst. promotora/financiadora:

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Mesa: "A extensão

Universitária em debate”

2010. Redescobrindo as práticas docentes (Mesa redonda). UFPR, Curitiba, PR.

Evento: VII Seminário de Teoria e Prática de Ensino. Inst.

promotora/financiadora: DTPEN/ Setor de Educação/UFPR.

2009. Cotidiano escolar, pesquisa sobre livros didáticos e formação docente (mesa redonda). Universidade Federal de Uberlândia; Cidade: Uberlândia, MG;

Evento: VII Encontro Nacional Perspectivas para o Ensino de História; Inst.

promotora/financiadora: Universidade Federal de Uberlândia/ANPUH.

2008. Relações de professores do ensino fundamental com o livro didático de

História (Mesa redonda). FEUSP, São Paulo, SP. Evento: VIII Encontro

Nacional de Pesquisadores de Ensino de História; Inst. promotora/financiadora:

FEUSP.

2003. Licenciatura em Física: novos desafios para antigas questões. Centro

Politécnico/UFPR, Curitiba/PR; Evento: XV SNEF; Inst. promotora/financiadora:

Sociedade Brasileira de Física, CEFET/PR e Universidade Federal do Paraná.

Coordenação de Grupos /Sessões de Trabalho.

2013. Chairwoman. 12th IARTEM ' Textbooks and Educational Media in a

digital age' (Chairwoman). Pedagogical Faculty/ University of Ostrava, Cidade:

Ostrava Republica Tcheca. Inst. promotora/financiadora: IARTEM.

2009. Coordenação de GT. VII Encontro Nacional "Perspectivas do Ensino de

História Universidade Federal de Uberlândia; Cidade: Uberlândia, MG; Inst.

promotora/financiadora: Universidade Federal de Uberlândia/ANPUH.

Cursos de curta duração ministrados

2014. Critérios de avaliação de manuais escolares por professores e alunos. Espanha/Português; Local: Universidade de Santiago de Compostela; Cidade:

Santiago de Compostela, Espanha; Evento: V Seminario de avaliación de

materiais didácticos; Inst. promotora/financiadora: Nova Escola Galega.

2006. O uso do livro didático de História: a questão da narrativa e as

perspectivas da Educação Histórica. Secretaria Municipal da Educação, Araucária,

PR. Inst. promotora: Laboratório de Pesquisa em Educação

Histórica/PPGE/UFPR.

2006. Conteúdos de ensino e processos de avaliação. Escola Municipal Walter

Horn, Curitiba, PR; Inst. promotora: Secretaria Municipal de Educação de

Curitiba, PR.

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2005. Avaliação. Escola Municipal Walter Horn, Curitiba, PR; Inst. promotora:

Secretaria Municipal da Educação de Curitiba, PR.

2001. Pesquisa educacional e etnografia. Campus da UEL, Londrina/PR; Inst.

promotora: Universidade Estadual de Londrina/ PPGE.

1999. Relação Pedagógica, Ensino e Avaliação. Centro Politécnico/UFPR,

Curitiba, PR. Inst. promotora: Curso de Especialização/Departamento de Química

/UFPR.

Como professora da Escola Básica, tive também oportunidades de realizar muitos

cursos e palestras para colegas, nas quais tomava como referência minhas próprias

práticas de professora. Destaco que a possibilidade de realizar a pesquisa educacional de

forma sistemática após meu ingresso no Mestrado - mais muito especialmente como

parte das minhas atividades de professora na UFPR (dadas as condições objetivas de

trabalho) - foi um elemento fundamental para que eu compreendesse, cientificamente,

as transformações que a produção de conhecimento provocou nas minhas atividades

formativas com professores, inclusive nos cursos e palestras ministradas. E nas minhas

atividades de ensino, de forma mais ampla.

Reafirmam-se aqui os efeitos da articulação profícua entre o ensino, a pesquisa e

a extensão, que visualizo hoje com maior clareza, porque tal compreensão é derivada do

conhecimento praxiológico (Bourdieu, 2002).

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9. Recebimento de comendas e premiações advindas do exercício de atividades

acadêmicas

Destaco homenagens recebidas de turmas de graduação, desde minhas primeiras turmas

de Didática.

9.1. Fui Professora homenageada em diferentes cursos nos quais ministrei a

disciplina de Didática Geral, entre os quais História, Matemática, Química e

Física, durante todo o período de trabalho na UFPR.

9.2. Fui homenageada na qualidade de Patrono em turma de Licenciatura em

Física, em 2002.

9.3. Fui Paraninfa de turma de Licenciatura de Física, no ano de 2004.

Sobre essas homenagens – que não são comendas nem prêmios no sentido estrito,

e que talvez não recebam pontos nos formulários – entendo-as como valiosas

expressões de que o trabalho realizado fez sentido para os alunos e as alunas que

estiveram em minhas aulas. Constitui-se uma honra ser escolhida para compartilhar a

cerimônia de Colação de Grau, ritual que sinaliza que os alunos e alunas finalizaram

seus cursos e se apresentam como profissionais para a comunidade acadêmica, para

familiares e para a comunidade em geral, em sessão pública do Conselho Universitário.

Por outro lado, a universidade presta conta de seu trabalho, evidencia que cumpre sua

função e que os recursos públicos investidos produzem resultados sociais. Instâncias de

consagração e de exercício de poder simbólico – sem dúvida.

Mas há outros significados que desejo explorar.

Particularmente nos cursos em que tenho atuado, o ritual de formatura tem

também um valor simbólico relacionado à conquista do título, que corresponde a um

tipo de capital - o capital institucionalizado – que sinaliza posições no mundo social

(Bourdieu, 1998a). Para um número significativo de famílias, aqueles alunos

representam a primeira geração que chega ao ensino superior. Tem-se aqui o resultado

– ainda frágil - de algumas políticas públicas que permitiram o acesso à Universidade de

jovens das classes mais pobres e de grupos historicamente excluídos.

Portanto, simbolicamente, a cerimônia demarca também as lutas contra a

desigualdade e a exclusão ainda acentuadamente presentes na sociedade brasileira que,

como eu disse em meu discurso de 2004 para os formandos e formandas daquele ano, e

inspirada em poetas que usaram essa metáfora, são palavras que precisam ser

adormecidas para que outras despertem – como igualdade e respeito, por exemplo. A

homenagem dos alunos foi também uma reafirmação de minhas posições como

professora e cidadã.

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Destaco ainda as premiações recebidas por trabalhos que orientei em Iniciação

Científica, em banca específica e também na avaliação geral do EVINCI: Luiz Eduardo

Pivovar - primeiro aluno de que orientei no PIBIC, licenciado em Física e que

continuou estudando, no campo das Engenharias; Fernanda Esthenes do Nascimento –

licenciada em Física que já finalizou seu Mestrado em Educação e agora faz seu

doutoramento; e Helton Limberger Moura, que está finalizando sua graduação em

Física. Os trabalhos dos três alunos estão inseridos na linha de pesquisa relacionada aos

Manuais escolares e mídias educativas.

Outras homenagens, que considero como prêmios, estão espalhadas em páginas

de livros, dissertações e teses, escritos por alunos e alunas, meus e de outros colegas

orientadores com quem compartilhei o trabalho durante duas décadas. Na forma de

agradecimentos, para além da obrigação formal, encontro sinais que materializam, para

mim, a colheita dos frutos que mais desejei. Sou professora, e ensinar deu sentido e

direção à minha vida.

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10. Participação em atividades editoriais e/ou de arbitragem de produção

intelectual e/ou artística

A realização dessas atividades tem se constituído como um espaço que potencializa a

relação entre a produção acadêmica com meu interesse e gosto pela leitura e escrita.

Assim, para além dos compromissos e exigências de participação nos comitês, os

trabalhos realizados constituem-se em oportunidades de aprendizado, de

aperfeiçoamento das formas de elaborar e expressar ideias em textos acadêmicos.

Em particular, destaco o significado e o sentido desse processo em um mundo

em que as culturas simultaneamente se abrem/espraiam/misturam e se fecham/

particularizam/redefinem (LIPOVETSKY; SERROY, 2010).

Minha atuação como coeditora do IARTEM E-journal, publicado por uma

associação de pesquisadores de diferentes países desde 2007 com artigos escritos apenas

em língua inglesa, permitiu um trabalho colaborativo que contribuiu para a abertura do

periódico à publicação de artigos em espanhol e português. Multilinguismo,

multiculturalismo. Novas possibilidades, novos e complexos desafios quando se

compreende que a ciência é uma produção cultural, que as regras e modelos são

histórica e socialmente situados e que o campo científico é um espaço de poder, nos

quais os capitais circulam e são negociados pelos agentes.

10.1. Atuação como membro de Comitê Editorial

Tenho atuado, desde meu doutoramento em 2001, como membro de comitês editoriais

em periódicos no Brasil e no exterior, de diferentes níveis de qualificação abrangência e

inserção, entre os quais destaco:

2011 – 2013: Educar em Revista (Brasil)

2011 – 2015: Iber (Barcelona, Espanha)

Atual: Revista Galega de Educación (Galícia, Espanha)

Atual: Palgrave Studies in Educational Media (Londres, Inglaterra)

Atual: Revista do NESEF (Brasil)

Atual: Proyecto Clio (Granada, Espanha)

Atual: IARTEM Ejournal (Europa)

Atual: Revista Brasileira de Formação de Professores (Brasil)

Atual: International Review of History Education (Loondres, Inglaterra)

Ressalto que minha contribuição, como membro de corpo editorial, ocorre tanto

pela presença e participação em periódicos altamente qualificados pelos sistemas de

avaliação, como também em periódicos novos e que trabalham para melhorar sua

avaliação. A participação em comitês internacionais vem sendo fortalecida pela minha

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atuação na diretoria da International Association for Research on Textbooks and

Educational Media (IARTEM), da qual participo desde 2009.

Em especial, destaco a recente indicação para compor o International Advisory

Board of Palgrave Studies in Educational Media, Book Serie publicada pela Palgrave

(Londres, Inglaterra). Os Editores - Eckhardt Fuchs and Felicitas Macgilchrist - são

pesquisadores ligados ao Georg Eckert Institute for International Textbook Research

(GEI), situado em Braunschweig, Alemanha, considerado o mais importante e atuante

centro de pesquisa sobre manuais escolares, hoje, na Europa.

10.2. Atuação como parecerista ad hoc em periódicos.

A participação em comitês tem desdobramentos na atividade de avaliação de artigos em

diferentes periódicos, brasileiros ou de outros países, com os quais tenho contribuído.

Destaco alguns, indicando o ano de início da colaboração:

2006: Educação e Pesquisa (USP)

2009: Temporalidades

2010: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos

2010: IARTEM e-journal

2010: Currículo sem Fronteiras

2010: Proyecto Clio (Espanha)

2010: Educação em Revista (UFMG)

2010: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos

2010: IARTEM e-journal

2013: Acta Scientiarum Education (UEM)

2013: Revista Trabalho Educação e Saúde -Fiocruz

2013: Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências

2015: Educação e Realidade

2015: Inter-ação (UFG)

2016: RBPG. REVISTA BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO

2017: Educatio Siglo XXI (Espanha)

Ainda como parecerista ad hoc, tenho colaborado com a avaliação de trabalhos

de pesquisa em eventos nacionais e internacionais, entre os quais destaco: Educere

(bianual, PUCPR), IARTEM Conference (bianual, em diferentes países), Simpósio

Nacional de Ensino de Física (bianual, SNEF/SBF, Brasil), World Multi-Conference on

Systemics, Cybernetics and Informatics (anual, WMSCI, Flórida, Orlando), Simposium

Iberoamericano en Educación, Cibernética e Informática (anual, SIECI, Flórida,

Orlando).

Trata-se de atividade que, nem sempre valorizada pelos sistemas avaliativos e agências

de financiamento, demanda dedicação de grande parte do tempo de trabalho dos

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pesquisadores bem como uma atividade teórica intensa, além de exigir responsabilidade

e compromisso acadêmico e ético. Por outro lado, é função que resulta em um profícuo

processo de aprendizagem sobre temas e modos de pesquisar e escrever.

Nesse sentido, registro aqui minha compreensão sobre a relação quantitativa e

qualitativa que pode ser estabelecida entre os inúmeros pareceres realizados ao longo do

tempo e os processos de minha formação e qualificação como professora pesquisadora.

Entendo que, para além de ser um mérito pessoal, tais indicações e convites representam

o reconhecimento de um trabalho de cooperação entre grupos e pesquisadores. Nesse

sentido, as oportunidades abertas, especialmente nos contatos com outros países, têm

sido também estendidas para esses grupos, produzindo um desenvolvimento

compartilhado e coletivo.

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11. Assessoria, consultoria ou participação em órgãos de fomento à pesquisa, ao

ensino ou à extensão.

Entre as colaborações realizadas, destaco a avaliação de projetos de pesquisa, projetos e

relatórios de Iniciação Científica e projetos de extensão. Destaco também participação

em avaliação de Projetos institucionais do PIBID, junto a CAPES.

2013 – Atual: Agência de fomento: Fundação Cearense de Apoio ao

Desenvolvimento Científico e Tecnológico

2013 – Atual: Agência de fomento: Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte

2012 – Atual: Agência de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior

2007 – Atual: Agência de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico

2006: Agência de Fomento: Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento

Científico e Tecnológico do Paraná. Avaliação de projetos de pesquisa.

2003: Programa de Iniciação Científica 2002-2003 (PIBIC/CNPq). Avaliação de

Projetos de Pesquisa- UFPR

2002: Programa de Iniciação Científica (Tesouro Nacional/UFPR). Avaliação de

Projetos de pesquisa - UFPR

2002: Programa de Iniciação Científica (PIBIC/CNPQ). Avaliação de Projetos de

Pesquisa- UFPR

De forma similar ao que apontei quanto ao valor do trabalho como parecerista

realizado junto aos periódicos, reconheço e registro o valor da atuação como avaliadora

de projetos junto a diferentes agências de fomento para minha formação como

professora pesquisadora. Ressalto também aqui a exigência acadêmica e ética desse

trabalho e suas consequências na vida profissional e pessoal de colegas e de alunos.

Apesar da existência de critérios objetivos para tais procedimentos avaliativos

considero que é um grande desafio exercer a crítica necessária à qualificação dos

projetos acadêmicos de forma respeitosa, que situe e considere os esforços feitos pelos

avaliados na produção do seu trabalho, em especial nas condições objetivas em que a

pesquisa se realiza no país. Por outro lado, pude aprender muito, nesse tempo, sobre a

necessidade de buscar os elementos objetivos que justifiquem tecnicamente a aprovação

ou a negação de pedidos – entendidos como expressões de expectativas de outros

professores pesquisadores para o desenvolvimento de pesquisas, suas ou de seus

orientandos.

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12. Atividades acadêmico-administrativas no âmbito universitário

Ao longo de duas décadas, pude desenvolver diferentes atividades administrativas no

âmbito universitário, que estão apresentadas a seguir:

12.1. Comissões

Entre as atividades de participação em comissões, destaco inicialmente a Comissão de

Distribuição de Vagas, em 1998, representando o Setor de Educação e Educação,

designada por portaria do Reitor. Foi uma oportunidade para conhecer o Setor onde eu

iniciava minhas funções, uma vez que necessitei fazer um levantamento exaustivo da

carga de trabalho dos três departamentos, de forma a argumentar a sobre a necessidade

de vagas – tema e problema nas instituições públicas que geram embates e disputas.

Aprendi com colegas de outros setores e a realizar esse tipo de trabalho e defender

posições em uma questão tão importante quando a oferta de vagas é, quase sempre,

muito menor do que as demandas apontadas.

Participei de outras comissões designadas pela Direção do Setor, seja de

avaliação de estágio probatório, de estudos e elaboração de propostas específicas.

Participei, por designação, do Comitê Setorial de Pesquisa, do Comitê de

Especialização, entre outros. Também participei de diferentes comissões no âmbito do

Departamento de Teoria e Prática de Ensino (SE) e no Programa de Pós-Graduação em

Educação.

12.2. Gestão de Termos de Cooperação e Convênios

Neste tipo de atividade, destaco a coordenação de Termo de Cooperação Técnica com a

Universidade de Évora (Portugal), que possibilitou a vinda de professores visitantes ao

Brasil, realização conjunta de atividades de pesquisa e de publicações.

Ao longo de quase duas décadas fui legalmente responsável pela coordenação de

Termos de Cooperação Técnica e Termos de Convênio entre a Universidade e

municípios da Região Metropolitana de Curitiba, para a realização do Projeto Recriando

Histórias, já mencionado anteriormente. Os projetos - com exceção do primeiro

realizado antes de 2000 - foram gerenciados financeiramente pela FUNPAR. Neles,

desenvolvi aprendizagens sobre a atuação acadêmica administrativa, em especial quanto

a atividades de planejamento e uso de recursos financeiros, gerenciamento de bolsas,

organização e acompanhamento de cursos, atividades de produção gráfica e editorial.

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12.3. Representações em Colegiados

Tive a oportunidade de representar o DTPEN em colegiados de diferentes cursos, nos

quais ministrei a disciplina de Didática Geral – Filosofia, História, Química, Física,

entre outros. Nesse espaço, pude contribuir com discussões de natureza administrativa e

pedagógica, incluindo-se reformulações curriculares.

Destaco em especial a minha participação no colegiado do Programa de Pós-

Graduação em Educação, onde representei a Linha de Pesquisa Cultura, Escola e Ensino

durante cerca de dez anos. Reformas e ajustes curriculares, reformulação de normas

internas e outras atividades receberam contribuições da Linha de Pesquisa por meio de

minha representação. Discussões e proposições para aperfeiçoamento dos processos

internos foram objeto de atenção durante esse tempo. Pude acompanhar, enquanto

representante de linha, os esforços para qualificar o trabalho formativo do PPGE na

última década, o que resultou na atribuição de nota 6 no último triênio de avaliação pela

CAPES.

12.4. Atuação como Representante do Brasil em Diretoria de Associação

Internacional

Entre as atividades de natureza acadêmico-administrativas, devo destacar o trabalho que

venho realizando desde 2009 na Diretoria da IARTEM, uma associação de

pesquisadores que se dedicam ao tema dos manuais escolares e mídias educativas. A

Diretoria é composta por pesquisadores de diferentes países (Noruega, Dinamarca,

Alemanha, Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra, República Tcheca e Brasil). A

IARTEM realiza uma Conferência Bianual, na Europa, e Conferências Regionais

intercaladas.

Nessa associação, exerço também a função de liaison researcher para a América

Latina. Representando a UFPR, trabalhei na organização de uma Conferência Regional

na Colômbia (2016) e na Argentina (2018). As conferências têm dado visibilidade aos

trabalhos de professores, mestrandos e doutorandos do PPGE/UFPR, com publicações

em inglês.

12.5. Gestão Editorial

Compartilhei com a Professora Dra. Maria Auxiliadora Schmidt a gestão da Educar em

Revista, periódico do Setor de Educação, no período de 2011-2013. Como editora do

periódico, desenvolvi todas as atividades decorrentes do trabalho de coordenação

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editorial, com o apoio técnico de Lúcia Alves dos Santos. Na gestão, a revista passou a

ser publicada trimestralmente em seus números regulares, o que resultou em uma

ampliação de artigos publicados em especial os de demanda contínua. Em 2012, a

Educar em Revista foi classificada pelo Qualis CAPES como A1 na área de Educação.

Mais recentemente, na função de coeditora, assumi a responsabilidade de

coordenar as atividades editoriais do IARTEM E-journal (www.iartem.org), uma

publicação da International Association for Research on Textbooks and Educational

Media. Trata-se de uma experiência diferente da anterior, pelo fato de que compartilho

o trabalho com colegas de outros países (República Tcheca, França, Espanha, Noruega e

Reino Unido) e desde 2015, além de publicar os textos em inglês, como faz desde seu

início, o E-journal passou a publicar também artigos em espanhol e português. O

desafio fundamental é o desenvolvimento do trabalho em uma perspectiva multicultural,

seja do ponto de vista da organização e gestão do periódico, seja na definição de

critérios de avaliação dos artigos, em decorrência das concepções culturais de ciência e

de modelos de pesquisa.

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II – NOTAS FINAIS

Ao finalizar este texto entregue à avaliação da CPPD, desejo tecer

algumas considerações sobre o elemento que foi central em minha

trajetória, e que não pode ser deduzido diretamente da apresentação

quantitativa realizada. Talvez - e apesar do esforço e da intenção - também

não possa ser depreendido de algumas relações que tentei estabelecer, para

que não estivesse a falar apenas de mim mesma e de minhas atividades,

mas de minhas relações com outras pessoas e com outras experiências que

compõem a vida de professores e professoras do ensino superior, no Brasil

contemporâneo.

Assim, concluo o memorial falando com mais força de uma das três

funções da universidade pública - o ensino - e sua força determinadora em

minha trajetória. E há um motivo para tal escolha neste texto final.

Ser professora universitária exigiu comprovações qualitativas de

minhas atividades extensionistas, com cartas de avaliação externa dos

resultados obtidos nos projetos, avaliação feita pelos bolsistas, além de

relatórios descritivos e cópias dos materiais produzidos. Eventos

sistemáticos organizados pela Universidade são fóruns nos quais a extensão

ganha visibilidade e é possível mapear os lugares institucionais nos quais a

vida social que existe fora dos muros tem relevância e recebe atenção

especial de docentes e discentes. Eventos externos reúnem extensionistas do

país, docentes e discentes, para mostrar os resultados dos projetos.

Da mesma forma, ou de forma muito mais forte, as atividades

realizadas na pesquisa também demandaram comprovações, dentro e fora

da universidade. Congressos, artigos, livros, capítulos, apresentações de

trabalhos, científicos, conferências, palestras entre outras foram - e são –

atividades minuciosamente pontuadas, interna e externamente pelas

agências de fomento. Produções “qualificadas” me autorizaram a atuar na

pós-graduação e a cada ano presto contas a uma comissão de avaliação

interna sobre os pontos que acumulei, para que me autorizem a continuar

dando aulas e orientando no Mestrado e Doutorado. Para orientar projetos

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de Iniciação Científica, tenho apresentado a cada ano o meu currículo e

indicado meus produtos nos últimos anos, para a pontuação que pode me

premiar com bolsas – ou não.

Não é necessário explicar muito mais para se compreender que a

complexidade do ensinar e aprender ainda não ocupa o centro das

avaliações feitas para qualificar o trabalho (que faço e fiz) na universidade.

Mas é para esse ponto que eu gostaria de dirigir as palavras finais, depois

de descrever as atividades exigidas para este momento de avaliação.

Minhas obras mais significativas ao longo desse tempo, creio eu, não

estão publicadas. Nas aulas me constituí, nelas encontrei os melhores

sentidos de minha profissão. Nomes e expressões dos rostos de jovens - e

outros nem tanto - povoam minha aldeia. Diálogos, buscas, espantos,

confrontos e questionamentos ocuparam o tempo das aulas e das

orientações, das conversas nos corredores e no pátio da Reitoria – espaço

que agora já não atravesso todos os dias.

Formas e possibilidades de ensinar e aprender que se entrecruzam,

todos nós mestres e aprendizes. Costumo dizer (e poderia respaldar a

afirmação em muitos estudos sobre o ensino superior, opção que não escolhi

para este Memorial Simplificado que apresento à avaliação da CPPD) que o

ensino frequentemente é subvalorizado nas instâncias universitárias.

Para as progressões periódicas na carreira de Magistério Superior, os

formulários pouco-quase-nada me perguntaram sobre o que fiz em minhas

aulas e sobre os resultados conseguidos ou limites encontrados.

Comprovadas as horas de trabalho e as turmas assumidas, confirmadas

pelas assinaturas das chefias, as horas foram pontuadas, na graduação e na

pós-graduação. Excetuando-se dois ou três semestres (e há mais de uma

década) nos quais recebi avaliações da disciplina realizadas pelo curso de

Letras com os alunos, não precisei efetivamente avaliar, comentar, discutir

ou submeter à apreciação da instituição o resultado das minhas aulas.

O ensino – sobre isso desejei e escolhi escrever para finalizar o

memorial. Foi a aula com suas demandas e complexidades que “me deu

régua e compasso”, como diria o poeta.

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A partir de minhas atividades de professora - que chegou à UFPR

depois de rodar uma pequena parte do mundo aprendendo a ensinar - fui

compreendendo que nesta instituição pública o ensino poderia ser algo

diferente, uma vez que havia a possibilidade e as condições objetivas de

articular essa atividade com a extensão e a pesquisa, de forma a cumprir

as três funções legalmente postas e exigidas.

Tomando como princípio que o ensino deve buscar seus conteúdos na

vida social, na cultura, para elaborar, reelaborar e devolver a produção

científica para a transformação dessa mesma vida social – como sábia e

simplesmente formulou Paulo Freire – foi o trabalho de extensão e pesquisa

que provocou a reelaboração de formas de ensinar compatíveis e – talvez -

mais adequadas à realidade da vida brasileira contemporânea.

Encontrar os sentidos do conhecimento na cultura, com suas

complexas e ricas diferenças, mas também com a profunda e inaceitável

desigualdade social, foi o caminho que permitiu o aprofundamento da

experiência (no sentido thompsoniano) de ser professora universitária,

especialmente, de ser professora em cursos de licenciatura, cujo objetivo

central é formar professores para atuar nas escolas brasileiras.

O trabalho com a extensão acentuou a importância da relação entre

a vida, a cultura e a reelaboração do conhecimento por alunos e

professores. Minha atividade de ensino, experiência já aberta para essa

relação em outras atividades profissionais anteriores à Universidade, foi

afetada positivamente pela atividade extensionista com professores de

redes municipais, construindo possibilidades de ensino da História Local nos

anos iniciais.

Fui gradualmente provocada pelo desafio de ensinar alunos e alunas

que não acredita(va)m na competência “teórica” dos professores da

Educação; que não sabiam/sabem ainda o que querem (dúvida natural

diante das incertezas do futuro, das condições precárias das Escolas

Públicas e do mercado de trabalho); que circulam com (alguma) leveza que

a pouca idade inscreve no corpo e nas ideias; que olham a Ciência e

especialmente as Ciências da Educação como uma grande abstração que

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confronta realidades sociais e escolares vividas por eles; que não veem saída

para a situação desalentadora em que se encontram muitas escolas, entre

outras tantas características que compõem o universo complexo de nossos

alunos e alunas.

Também enfrentei o desafio de ensinar jovens e adultos que chegam

exaustos pelo dia de trabalho, e que acreditam que o caminho do ensino

superior pode ser uma opção ou uma saída – como foi para mim; que

viajam horas para vir à universidade seja nas aulas de graduação, todos os

dias, mas também na pós-graduação, deixando família e atividades

profissionais para avançar nos estudos, frequentar seminários e orientações

e se qualificar profissionalmente.

Em minhas turmas, trabalhei com alunos que têm suas raízes em

grupos sociais que só estão hoje na UFPR por efeito das lutas que

resultaram na conquista de políticas públicas - como as cotas - tantas vezes

criticadas e sempre ameaçadas pelos que se sentem perdedores dos espaços

sociais que a eles sempre pertenceram, por força de nossa história, pela

opção feita pelo país quando se decidiu “libertar os escravos”, mas manter a

terra “cativa”, como ensina José de Souza Martins (2010).

Ensinar nos cursos da universidade exigiu, portanto, novos

conhecimentos, novas formas didáticas, outras estruturas, adequadas às

questões (tantas, mas nem todas) da contemporaneidade no país. A pesquisa

no âmbito das práticas escolares acentuou a compreensão sobre as

problemáticas do ensino nas condições em que ele acontece, hoje, em nosso

país. E alimentou com fundamentos novas práticas, na direção da

“transformação social emancipadora radical” que é “inconcebível sem uma

concreta e ativa contribuição da educação”, como tão apropriadamente

assinalou István Mészáros (2007).

Busca muitas vezes solitária, as angústias às vezes foram

compartilhadas com um colega ou outro, o que ajuda a ir adiante, por

concordância ou por contraposição. Sobre o ensino, insisto, pouco precisei

explicar. E pouco pude evidenciar em minhas avaliações formais porque os

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formulários e documentos não contemplam os elementos da vida que

acontece nas aulas.

Ao ensinar e aprender com os alunos e as alunas na universidade -

mas desde bem antes, quando comecei com doze anos de idade as primeiras

atividades de professora, possíveis naquele tempo - tive minhas melhores

recompensas, que se materializaram de diferentes formas na vida cotidiana

das salas de aula e também em alguns momentos especiais de

reconhecimento público, feito por eles.

Registro aqui esta avaliação porque não precisei falar sobre o ensino

em outras progressões, não me expressei antes sobre as “pequenas

bobagens”, “as miudezas”- como costumo definir os elementos que compõem

o universo complexo das aulas e que transbordaram para a extensão e a

pesquisa, ao mesmo tempo em que delas se alimentaram.

Por isso, chamo Paulo Leminski para me ajudar a significar esse

lapso avaliativo que senti ao longo do tempo e para esclarecer minha

decisão de destacar o ensino nessas notas finais. O poeta pode dizer de uma

forma que eu não poderia ou saberia fazer...

Das coisas que fiz a metro todos saberão quantos quilômetros são Aquelas Em centímetros Sentimentos mínimos Ímpetos infinitos não?

E é assim que finalizo, agradecendo

aos incontáveis alunos e alunas - crianças, jovens e adultos – com quem convivi em minhas aulas durante mais de cinquenta anos, registrando neste memorial o meu reconhecimento por terem feito parte da construção que deu sentido à minha trajetória como professora, e assim também à minha vida.

Tânia Maria F. Braga Garcia

Em Curitiba, Outono /Primavera de 2018 Tempo de angústia, resistências e esperança

Tempo de sombras e luz.

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