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RONI DIAS VINHAS
GESTO DA MANUTENO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATRIO: UMA ESTRATGIA PARA MELHORIA DO
DESEMPENHO DA ATIVIDADE DE PESQUISA EM UMA INSTITUIO DE C&T EM SADE.
Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Sade Pblica do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes da Fundao Oswaldo Cruz para obteno do ttulo de mestre em Cincias.
Orientador: Prof. Dr. Andr Monteiro Costa
Recife
2007
GESTO DA MANUTENO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATRIO: UMA ESTRATGIA PARA
MELHORIA DO DESEMPENHO DA ATIVIDADE DE PESQUISA EM UMA INSTITUIO DE C&T EM
SADE
FUNDAO OSWALDO CRUZCENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHESMestrado Profissional em Sade Pblica
RECIFE2007Roni Dias Vinhas
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Livros Grtis
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Catalogao na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes
V784g Vinhas, Roni Dias. Gesto da manuteno de equipamentos de laboratrio: uma estratgia para
melhoria do desempenho da atividade de pesquisa em uma instituio de C&T em sade/ Roni Dias Vinhas. Recife: R. D. Vinhas, 2007.
115 f.: il.
Dissertao (Mestrado Profissional em Sade Pblica) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes, Fundao Oswaldo Cruz, 2007.
Orientador: Andr Monteiro Costa.
1. Equipamentos de Laboratrio. 2. Manuteno organizao & administrao. 3. Gesto de Cincia, Tecnologia e Inovao em Sade. I. Costa, Andr Monteiro. II. Ttulo.
CDU 57.081
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RONI DIAS VINHAS
GESTO DA MANUTENO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATRIO: UMA ESTRATGIA PARA MELHORIA DO DESEMPENHO DA ATIVIDADE DE
PESQUISA EM UMA INSTITUIO DE C&T EM SADE.
Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Sade Pblica do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes da Fundao Oswaldo Cruz para obteno do ttulo de mestre em Cincias.
Data de aprovao 20/04/2007
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Dr. Wayner Vieira de Souza
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes / FIOCRUZ
____________________________________
Dr. Carlos Antnio Alves Pontes
Universidade Federal Rural de Pernambuco
____________________________________
Dr. Jos Luiz do Amaral Corra de Arajo Jnior
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhes / FIOCRUZ
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Dedico este trabalho em especial aos meus pais, minha famlia
e minha namorada Dbora Lobo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus.
Ao Prof. Dr. Andr Monteiro Costa que me orientou na elaborao deste trabalho.
Aos meus amigos que, direta e indiretamente, contriburam para elaborao deste trabalho.
Ao Centro de Pesquisas Gonalo Moniz (CPqGM) que me possibilitou a realizao deste
mestrado.
Aos colegas do CPqGM pelo apoio durante a execuo desta dissertao, em especial
Valdeyer Reis que me auxiliou por inmeras vezes.
Ao Prof. Hlio Pimentel pela gentileza e prontido com que fui atendido durante a elaborao
da etapa de projeto.
minha tia Vera Lcia Dias, pela dedicao na melhoria do texto.
Aos colegas do curso de Mestrado pela troca de experincia e amizade.
minha me, pai e irms que contriburam para vencer mais este desafio.
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Se queres progredir nodeves repetir a histria,
mas fazer uma histria nova.
Para construir uma novahistria preciso trilhar
novos caminhos.(Gandhi)
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RESUMO
O trabalho consistiu na avaliao da gesto da manuteno de equipamentos de laboratrio
atravs de um estudo realizado em um Centro de Pesquisas da Fundao Oswaldo Cruz,
localizado na Bahia. Foram caracterizados o seu parque tecnolgico e os procedimentos de
manuteno, alm de identificar os principais problemas e potencialidades existentes, para ao
final indicar elementos essenciais para uma proposta de um plano de gesto para a
manuteno de equipamentos de laboratrio. A aplicabilidade desta proposta ser realizada
conforme a atual poltica e forma de gesto institucional. Evidencia-se a participao do
profissional responsvel pela manuteno do Centro de Pesquisas Gonalo Moniz e a
proposta baseada nas necessidades observadas quanto sua e estrutura e processos
utilizados. Utilizou-se como metodologia, anlise de documentos, observaes e entrevistas
com os diversos usurios de equipamentos de laboratrio, realizadas atravs de questionrio
elaborado a partir das observaes e da prpria convivncia do autor na instituio, visando
implementar melhorias que esto explicitadas neste trabalho. Atravs do questionrio foram
pesquisados os equipamentos mais importantes, nvel de capacitao dos usurios, meios de
comunicao e procedimentos de manuteno utilizados, anlise da qualidade dos servios
prestados, importncia e interferncia do servio para com as pesquisas e necessidade de
mudanas. Durante a anlise dos resultados, o estudo revelou deficincias como a necessidade
de organizao e pessoal. Desta forma, visando elevar a qualidade do servio prestado, foram
recomendadas algumas orientaes gerenciais, sendo enfatizada a contratao de empresas
para a realizao de uma manuteno contnua nos equipamentos de laboratrio.
Palavras-chave: Gesto de Cincia e Tecnologia, manuteno, equipamentos de laboratrio.
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ABSTRACT
This work consisted of an evaluation regarding the management of laboratory equipments
maintenance, through a study performed in a research unity of the Oswaldo Cruz Foundation,
in the state of Bahia. Were characterized its technological park and maintenance procedures,
as well as identified the main problems and potentialities existent, in order to, at the end,
indicate essential elements for a proposal of a management plan for the maintenance of
laboratory equipment. The applicability of this proposal will be performed according to the
present institutional management policy. It is evident in this work the participation of the
professional responsible for the maintenance of the Gonalo Moniz Research Center, and the
proposal is based on the needs observed regarding its structure and processes used. The
methodology used was the analysis of documents, observation and interviews with various
users of laboratory equipments, performed through the use of a questionnaire, based on the
authors observations and experience at the institution, aiming at implementing the
improvements described herein. Through the questionnaire, were investigated the use of the
most important equipments, the users level of training, means of communication and
maintenance procedures used, analysis of the quality of services offered, importance and
interference of the service on the research and needs for changes. During the analysis of the
results, the study revealed deficiencies, such as the need for staff and organization. Therefore,
aiming at increasing the quality of the service provided, were recommended some managerial
orientations, emphasizing the contracting of firms to perform a continuous management of
laboratory equipments.
Key-words: Science & Technology Management, maintenance, laboratory equipments.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Planta do Campus--------------------------------------------------------------46
Figura 2 - Organograma do CPqGM/FIOCRUZ, outubro 2006-------------------47
Figura 3 Ficha de bem patrimonial ----------------------------------------------------64
Figura 4 - Fluxograma manuteno contnua------------------------------------------67
Figura 5 - Fluxograma manuteno espordica---------------------------------------68
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 Usurios -------------------------------------------------------------------------43Grfico 2 Localizao dos entrevistados-----------------------------------------------44Grfico 3 Equipamentos importantes--------------------------------------------------70Grfico 4 Treinamento--------------------------------------------------------------------72Grfico 5 Qualidade da capacitao----------------------------------------------------72Grfico 6 Utilizao do equipamento pela primeira vez ---------------------------73Grfico 7 Orientaes para manuseio--------------------------------------------------74Grfico 8 Manual de instrues --------------------------------------------------------75Grfico 9 Manuais na manuteno ----------------------------------------------------75Grfico 10 Comunicao visual----------------------------------------------------------76Grfico 11 Informao sobre defeito ---------------------------------------------------77Grfico 12 Comunicao interna--------------------------------------------------------77Grfico 13 Andamento dos servios ----------------------------------------------------78Grfico 14 Verificao da estrutura fsica---------------------------------------------79Grfico 15 Manuteno preventiva -----------------------------------------------------80Grfico 16 Importncia da preventiva -------------------------------------------------82Grfico 17 Manuteno contnua e peridica-----------------------------------------83Grfico 18 Manuteno contnua para equipamentos ------------------------------84Grfico 19 Estoque -------------------------------------------------------------------------85Grfico 20 Custos da aquisio ou dificuldades de manuteno -----------------86Grfico 21 Qualidade da manuteno--------------------------------------------------88Grfico 22 Tempo de manuteno ------------------------------------------------------89Grfico 23 Perdas---------------------------------------------------------------------------90Grfico 24 Empresas na Bahia-----------------------------------------------------------91Grfico 25 Importncia--------------------------------------------------------------------92Grfico 26 Interferncia-------------------------------------------------------------------93Grfico 27 Plano de gesto da manuteno -------------------------------------------94
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Vantagens e desvantagens dos tipos de manuteno---------------------30
Tabela 2 Relao de equipamentos (CPqGM/FIOCRUZ, 2006) -----------------52
Tabela 3 -Variedade de marcas de equipamentos (CPqGM/FIOCRUZ, 2006)--54
Tabela 4 - Quantidades de equipamentos, excetuando os alienados (CPqGM/FIOCRUZ, 2006) ----------------------------------------------------------------55
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SUMRIO
1 INTRODUO ---------------------------------------------------------------------------------------13
1.1 Justificativa ------------------------------------------------------------------------------------------19
1.2 Pergunta Condutora -------------------------------------------------------------------------------20
1.3 Hiptese ----------------------------------------------------------------------------------------------20
2 OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------------------21
2.1 Objetivo Geral---------------------------------------------------------------------------------------21
2.2 Objetivos Especficos -----------------------------------------------------------------------------21
3 MARCO TERICO REFERENCIAL ----------------------------------------------------------22
3.1 Manuteno -----------------------------------------------------------------------------------------22
3.1.1 Manuteno Preventiva --------------------------------------------------------------------------24
3.1.2 Manuteno Corretiva ----------------------------------------------------------------------------26
3.1.3 Manuteno Preditiva ----------------------------------------------------------------------------28
3.1.4 Comparao entre os Tipos de Manuteno --------------------------------------------------29
3.2 Gesto da Manuteno ---------------------------------------------------------------------------31
3.2.1 Informatizao da Manuteno -----------------------------------------------------------------33
3.2.2 A Manuteno e a Qualidade -------------------------------------------------------------------35
4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ---------------------------------------------------37
4.1 Tipo de Estudo -------------------------------------------------------------------------------------37
4.2 rea de Estudo -------------------------------------------------------------------------------------38
4.3 Fontes de Dados e Instrumentos de Coleta ---------------------------------------------------39
4.3.1 Caracterizao dos Entrevistados ---------------------------------------------------------------41
4.4 Categorias Analticas -----------------------------------------------------------------------------44
4.5 Anlise dos Dados ----------------------------------------------------------------------------------45
5 RESULTADOS E DISCUSSO-------------------------------------------------------------------46
5.1 Caracterizao do CPqGM/FIOCRUZ--------------------------------------------------------46
5.1.1 Complexo fsico-estrutural e organizacional---------------------------------------------------46
5.1.2 Setores especializados ----------------------------------------------------------------------------48
5.1.3 Setores no especializados -----------------------------------------------------------------------50
5.2 Caracterizao da Manuteno------------------------------------------------------------------51
5.2.1 Infra-estrutura -------------------------------------------------------------------------------------51
5.2.1.1 Parque Tecnolgico----------------------------------------------------------------------------51
5.2.1.2 rea Fsica de Manuteno ------------------------------------------------------------------58
5.2.2 Pessoal ---------------------------------------------------------------------------------------------59
5.2.3 Ferramental ---------------------------------------------------------------------------------------65
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5.2.4 Modalidades de Manuteno -----------------------------------------------------------------66
5.2.4.1 Contratos Contnuos ------------------------------------------------------------------------66
5.2.4.2 Contratos Espordicos ---------------------------------------------------------------------68
5.3 A Percepo dos Usurios de Equipamentos quanto ao Servio de Manuteno-69
5.3.1 Equipamentos Importantes ------------------------------------------------------------------69
5.3.2 Capacitao dos Usurios --------------------------------------------------------------------71
5.3.3 Comunicao na Manuteno ---------------------------------------------------------------75
5.3.4 Procedimentos de Manuteno -------------------------------------------------------------89
5.3.5 Qualidade da Manuteno--------------------------------------------------------------------87
6 ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA PROPOR UM PLANO DE GESTO---------94
6.1 Elementos para Proposta de um Novo Plano de Gesto da Manuteno de Equipamentos
de Laboratrio ---------------------------------------------------------------------------------------95
7 CONSIDERAES FINAIS E RECOMENDAES-----------------------------------101
7.1 Recomendaes --------------------------------------------------------------------------------103
REFERNCIAS------------------------------------------------------------------------------------104
APNDICE -----------------------------------------------------------------------------------------109
ANEXOS --------------------------------------------------------------------------------------------114
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1 INTRODUO
Uma gesto estratgica construda sob uma base de fundamentos essenciais para a
obteno da excelncia do desempenho na atividade. Num mercado cada vez mais
competitivo e globalizado, as empresas tendem a se diferenciar. Portanto, uma poltica de
gerenciamento da manuteno de equipamentos se insere como uma atividade estratgica
dentro de um plano diretor com vista melhoria da qualidade e do servio prestado, e com
metas de reduo de custos e maior eficincia.
Tavares (1999) ressalta que as exigncias de confiabilidade e disponibilidade do
mundo moderno, face a globalizao, so de tal ordem que exigem aos gerentes de
manuteno e operao responsabilidades que s podem ser realizadas com processos
adequados de gesto.
Para a gesto da manuteno preciso planejar, organizar, liderar e controlar as
pessoas que fazem parte deste setor, assim como as tarefas e atividades por estes realizadas.
Segundo Kardec (2005), o Planejamento Estratgico de uma empresa um excelente
instrumento para guiar toda a organizao nos prximos anos. atravs dele que se pode ter
uma viso mais clara do rumo que se decidiu tomar para enfrentar um cenrio de competio
crescente, com obstculos de toda ordem para o crescimento empresarial.
A manuteno, no seu sentido amplo, uma atividade de apoio produo na forma
de prestao de servios e, muito comumente, encarada como um mal necessrio. Esta viso
perpetua-se porque fazer manuteno tem um custo, no agrega valor perceptvel pelo cliente
final ao produto e gera indisponibilidades momentneas no uso de bens e servios.
Donas (2004) resume manuteno como correo e preveno de falhas, sendo que de
acordo com o enfoque, o ambiente de aplicao ou a criticidade da falha, tornam-se mais
relevantes os aspectos sobre elementos econmicos envolvidos, otimizao da produo,
preservao do meio ambiente, disponibilidade dos equipamentos e segurana de operadores.
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A limitao da vida til devido ao do tempo e uso torna inevitvel que instalaes
e equipamentos necessitem periodicamente de reparos, regulagens e limpeza para
continuarem operando normalmente.
A manuteno, quando mal gerenciada, desperdia recursos ao mesmo tempo em que
oferece solues precrias e tardias. Muitas vezes, permite o agravamento de problemas que,
se detectados no incio, no afetariam o desempenho e nem onerariam pesadamente os custos
da empresa. a gesto do tipo apagar incndios, caracterizada pelo amadorismo e pela falta
de planejamento, que traz tantas ineficincias e prejuzos. Por outro lado, quando bem
administrada, a manuteno maximiza a disponibilidade dos equipamentos e introduz
modificaes que podem melhorar a performance, a confiabilidade e a segurana. Na sua
operacionalizao so empregadas tcnicas para procurar antecipar os problemas potenciais
de forma preventiva. As quebras so minimizadas e, dessa forma, o setor de manuteno pode
fornecer uma contribuio importante para uma instituio.
Kardec (2005) ressalta que o gerenciamento estratgico consiste em ter a equipe
atuando para evitar que ocorram falhas no previstas, e no manter esta equipe atuando,
apenas, na correo destas falhas.
Para a minimizao dos defeitos, ou em ltimo caso as suas correes, so utilizadas
determinadas tcnicas de manuteno, como a preventiva, a corretiva e a preditiva.
A Preventiva um tipo de manuteno executada com uma periodicidade conforme
planos pr-estabelecidos. So inspees regulares que visam antecipar s falhas,
possibilitando uma maior disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos mantendo-os em
condies satisfatrias de operao e prevenindo contra ocorrncias adversas. Alm do que,
estes funcionando de maneira adequada tero maior vida til.
Ela consiste em lubrificaes, pinturas, ajustes, limpezas que diminuem abruptamente
a probabilidade de falha do equipamento. medida que o tempo passa, esta se torna cada vez
mais necessria, uma vez que o desgaste natural das peas gradativo. de grande
importncia para diminuir os custos, pois alm da necessidade da realizao do conserto, a
quebra ou avaria leva a paralisao do equipamento em momentos indesejveis, enquanto que
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os procedimentos preventivos podem ser planejados e realizados em momentos em que o
usurio no esteja utilizando o mesmo.
Embora a manuteno preventiva seja necessria para ampliar a vida til do
equipamento com a conseqente reduo dos custos e aumento da sua segurana e
desempenho, a limitao de recursos materiais, humanos e financeiros tem restringido o
desenvolvimento de programas de manuteno preventiva em diversos grupos de manuteno
de equipamentos hospitalares principalmente no Brasil (CALIL, 1998). Isso tambm acontece
nas instituies pblicas de pesquisa.
Vale ressaltar que muitos dos equipamentos utilizados para exames na FIOCRUZ da
Bahia, que recebe o nome de Centro de Pesquisas Gonalo Moniz (CPqGM), so importados
exigindo ainda um maior cuidado para prolongar a sua vida til.
A manuteno corretiva so intervenes efetuadas quando os equipamentos esto em
iminncia de quebra ou j quebraram, destinada a recolocar um item em condies de
executar uma funo requerida. Pode ser programada, no caso de iminncia de quebra,
identificada em tempo hbil, permitindo a programao dos servios, ou no programada, que
ocorre aps a quebra e deve ser efetuada em carter de emergncia, no permitindo sua
programao.
o mtodo mais caro de gerncia de manuteno, pois implica altos custos de
estoques de peas sobressalentes, altos custos de trabalhos extras, elevado tempo de
paralisao da mquina e baixa disponibilidade de produo.
Seeling (2000) caracteriza a manuteno corretiva como aquela que acontece aps
uma falha, ou seja, em uma das seguintes situaes: o equipamento entrou no estado de pane
ou ele est operando, porm com uma performance inaceitvel, seja pelo volume de produo
ou pela qualidade gerada.
A manuteno preditiva so intervenes baseadas na condio do equipamento, e
efetuada quando os resultados dos parmetros ou variveis monitorados (temperatura,
vibrao, rudo, anlise de leo e etc.) depois de inspecionados, indicarem que o mesmo
atingiu limites previamente estabelecidos, definindo assim a necessidade de interveno.
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Almeida (2002) estabelece como premissa comum da manuteno preditiva o
monitoramento regular da condio mecnica real, o rendimento operacional, e outros
indicadores da condio operativa das mquinas e sistemas de processo fornecero os dados
necessrios para assegurar o intervalo mximo entre os reparos. E que ela tambm,
minimizaria o nmero e os custos de paradas no-programadas criadas por falhas da mquina.
As exigncias de mercado impuseram tambm o aperfeioamento desta rea, ao
mesmo tempo, em que os ativos fsicos modernos atingiram um alto grau de complexidade
favorecida pela incidncia cada vez maior da automao e da informatizao, e por estarem
inseridos em contextos operacionais cada vez mais exigentes no que se refere aos aspectos de
competitividade, segurana e meio ambiente.
Vale ressaltar que o CPqGM/FIOCRUZ uma instituio que trata de domnios de
atividades pblicas com finalidade de produo de conhecimento, que supostamente, deve
buscar beneficiar a todos indistintamente.
A necessidade de informaes confiveis, principalmente nos equipamentos de
assistncia sade, com vista mensurao desses no que se refere aos seus parmetros e
variveis, fundamental. Neste caso, importante que a manuteno possua estruturas
complementares que realizem ensaios e calibraes nos equipamentos, para que os resultados
finais no sejam influenciados e venham prejudicar as atividades de pesquisa no
CPqGM/FIOCRUZ. de fundamental importncia o elo entre a metrologia e a manuteno,
por se tratar de uma instituio que desenvolve atividades de pesquisa que contribuem para a
melhoria da qualidade de vida da populao.
O CPqGM/FIOCRUZ possui mais de setecentos equipamentos, dos quais apenas seis
das autoclaves em funcionamento, e um microscpio eletrnico contam com servios
contratados com empresas especializadas para execuo de manuteno preventiva peridica
e corretiva quando necessrio, ficando por conta do CPqGM/FIOCRUZ o fornecimento das
peas a serem substitudas. Para esses contratos pago um valor fixo para a manuteno
preventiva e quando ocorrem as corretivas, so pagas em horas, que no devero exceder o
valor estimado total do contrato.
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Os demais equipamentos, quando necessitam de qualquer tipo de manuteno
necessrio que seja aberto um processo, onde de antemo deve-se possuir o diagnstico dos
problemas para descrio em um projeto bsico. O CPqGM/FIOCRUZ no possui pessoal
qualificado para detalhamento desses servios e como alternativa so solicitados oramentos a
empresas locais, que alm do valor, descreve os servios a serem executados. Porm a lei n
8.666/93 das licitaes e contratos pblicos probe que a empresa que detalhou os servios
venha a participar da licitao, o que dificulta ainda mais a obteno desses oramentos. Vale
ressaltar que o nmero de empresas na Bahia que consertam equipamentos de laboratrio
pequeno, sendo inexistente para alguns equipamentos.
Sendo uma instituio pblica, muitos entraves dificultam a manuteno dos
equipamentos que possuem marcas variadas, sendo muitos deles, bastante complexos, que
faltam empresas locais e em outros casos at nacionais que realizem os procedimentos de
manuteno.
Desta forma, equipamentos ficam parados por maiores perodos de tempo, causando
certa insatisfao do usurio que obrigado a esperar pelas diversas etapas de um processo de
licitao para ter novamente o equipamento funcionando no laboratrio.
Outro problema bastante freqente ocorre na compra de equipamentos, onde
laboratrios que dispem de verbas de projeto adquirem os mesmos sem uma prvia consulta
ao setor de manuteno, proporcionando grandes dificuldades na chegada do mesmo, quando
s nesse momento o setor de manuteno fica sabendo e tem que encontrar alguma forma para
locar e instalar o referido equipamento nas condies adequadas solicitadas pelo fabricante.
Embora no possua equipes de manuteno para consertar os equipamentos de
laboratrio, com exceo das autoclaves e microscpio eletrnico, o CPqGM/FIOCRUZ tem
como contratada uma empresa de gerenciamento dos contratos de manuteno que conta com
uma equipe formada por um engenheiro snior, que trabalha 20 horas mensais, um consultor
de sistemas de refrigerao que trabalha 10 horas mensais e mais uma equipe presente no
perodo de segunda a sexta de 08:00 s 12:00 e 13:00 s 17:00, formada por um engenheiro
jnior, um eletricista, um encanador e um pedreiro que so responsveis pela manuteno das
instalaes prediais, mas que verificam o equipamento, antes de solicitar a vinda de uma
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empresa especializada, realizando pequenos reparos e/ou avaliao das instalaes ao qual
esto inseridos.
O CPqGM/FIOCRUZ ainda conta com um engenheiro civil, autor desse trabalho, que
como servidor, fiscaliza todos os contratos de manuteno, elaborando projetos bsicos dos
servios a serem contratados, acompanhando a sua execuo, atestando ou no os mesmos,
em funo da qualidade e dos objetivos alcanados, encaminhando por seguinte para
pagamento o que foi executado.
O setor de manuteno conta com um pequeno espao que utilizado como sala do
engenheiro jnior, composta por mesa, cadeiras e computador e onde ainda so locados mais
dois computadores de monitoramento do sistema de ar condicionado, ferramentas utilizadas
pela manuteno, pequeno almoxarifado onde so guardados restos de materiais utilizados,
tais como cimento, tinta, cabos eltricos entre outros, armrios porta arquivo onde esto
guardados documentos de acompanhamento e fiscalizao, manuais de equipamentos,
projetos de todos os pavilhes, alm de equipamentos de pequeno porte com defeito.
A dimenso desse local dificulta que os servios contratados de manuteno em
equipamentos sejam feitos no CPqGM/FIOCRUZ, uma vez que nos laboratrios inadequado
a realizao de tal servio. Logo muitas vezes o equipamento tem que ser retirado do centro,
para ir s oficinas da empresas contratadas, muitas delas em outros estados, podendo danificar
o equipamento atravs do transporte. O fato da empresa, estar em outra cidade, ou at outro
estado, proporciona ainda maiores custos.
A falta de treinamento dos usurios dos equipamentos nos laboratrios outro
problema muito constante, o que ocasiona a quebra do mesmo pela falta de habilidade e mau
uso. Isso acontece, pois muitas pessoas utilizam o mesmo equipamento, principalmente
estudantes que passam pelo CPqGM/FIOCRUZ atravs de estgios em curtos espaos de
tempo.
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Diante desses problemas, este trabalho consistir na avaliao da gesto da
manuteno de equipamentos de laboratrio da Fundao Oswaldo Cruz na Bahia,
identificando os principais problemas existentes e propondo aes visando melhoria do
desempenho desta atividade e conseqentemente dos resultados da pesquisa realizada na
instituio.
1.1 Justificativa
O crescimento rpido da unidade baiana da FIOCRUZ nos ltimos anos, com o aporte
de recursos institucionais e atravs daqueles captados pelos prprios pesquisadores, levou a
aquisio de equipamentos novos e complexos, chegando a grandes quantidades e variedades.
Desta forma se torna necessrio criao ou adequao de procedimentos dentro de uma
poltica institucional de manuteno.
A atuao do autor na gesto de contratos de vrias atividades de manuteno do
Centro de Pesquisas Gonalo Moniz, motivou o desenvolvimento da proposta que dever ser
aplicada nesta instituio, com a inteno de analisar e intervir, contribuindo para o
aprimoramento das prticas de gesto de manuteno atualmente aplicadas.
O bom funcionamento dos equipamentos, que exigido pelas normas de gesto da
qualidade, biossegurana, gesto ambiental e metrologia, condio essencial para o
desenvolvimento de pesquisas cientficas e tecnolgicas. Alm do mais, a qualidade no
desempenho dos equipamentos requer estratgias adequadas de manuteno e operao, uma
vez que se mal gerenciadas podem comprometer as atividades desenvolvidas na instituio.
Por ser uma interveno que visa qualificar uma atividade de apoio e diminuir custos
de uma instituio pblica que desenvolve atividades de pesquisa para a melhoria da
qualidade de vida da populao, a proposta justificada, mesmo que de forma indireta como
uma colaborao social ao pas.
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1.2 Pergunta Condutora
Como est a situao atual da manuteno dos equipamentos de laboratrio do
CPqGM/FIOCRUZ e como melhorar o desempenho do processo de trabalho a partir da
melhoria da manuteno dos equipamentos?
1.3 Hiptese
A manuteno de equipamentos de laboratrio do CPqGM/FIOCRUZ pode ser
melhorada, qualificando e agilizando os resultados das pesquisas realizadas na instituio,
desde que sejam realizados determinados procedimentos padronizados.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a Gesto da Manuteno de Equipamentos de Laboratrio do
CPqGM/FIOCRUZ e propor procedimentos para sua melhoria, possibilitando melhor suporte
s pesquisas.
2.2 Objetivos Especficos
Caracterizar o parque tecnolgico e os procedimentos de manuteno dos laboratrios
do CPqGM/FIOCRUZ.
Identificar os principais problemas e potencialidades existentes de manuteno dos
equipamentos de laboratrio.
Identificar a percepo e sensibilizar os usurios de equipamentos de laboratrio
quanto a atual situao do servio de manuteno no CPqGM/FIOCRUZ.
Identificar elementos essenciais para a composio de uma proposta de um plano de
gesto para a manuteno de equipamentos de laboratrio do CPqGM/FIOCRUZ.
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3 MARCO TERICO REFERENCIAL
3.1 Manuteno
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), na norma NBR 5462-1994
definiu manuteno como a combinao de aes tcnicas e administrativas, incluindo as de
superviso, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa
desempenhar uma funo requerida.
Azevedo Neto (2004) explica que manuteno no pode ser definida como algo que
apenas se encarrega de consertar o que est quebrado, mas zelar para manter algo funcionando
adequadamente. Sendo o somatrio das aes preventivas e corretivas no material que est se
mantendo.
De acordo com Tavares (1999), a manuteno corresponde a todas as aes
necessrias para que um item seja conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de
acordo com uma condio especificada.
Observa-se nas definies acima, como em outras disponveis em trabalhos sobre
manuteno, que este conceito est sempre relacionado a aes de preveno (manter) e
correo (restabelecer) de um bem de forma o qual possa cumprir ou preservar suas funes
especficas. Vale ressaltar que para equipamentos, a manuteno ainda visa garantir o menor
custo possvel, a mxima disponibilidade para a produo, na sua maior capacidade.
Kardec (2002) destaca que at pouco tempo, o conceito predominante era de que a
misso da manuteno era a de restabelecer as condies originais dos equipamentos /
sistemas, enquanto que atualmente a misso passou a de garantir a disponibilidade da funo
dos equipamentos e instalaes de modo a atender a um processo de produo ou de servio,
com confiabilidade, segurana, preservao do meio ambiente e custos adequados.
Carvalho (2004) destaca que a estrutura organizacional da manuteno tem que estar
alinhada poltica e estrutura organizacional da instituio, e para que isto acontea
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algumas premissas so necessrias, tais como definir os itens da estrutura organizacional da
manuteno. Sendo assim importante saber os tipos de manuteno a serem aplicados, como
deve atuar e quais as suas premissas bsicas.
Para a realizao da manuteno importante que um conjunto de informaes sobre
os equipamentos estejam disponibilizadas para facilitar o trabalho do setor, economizando
tempo e custos. importante ter disponvel a identificao do equipamento, local onde se
encontra, o estado de conservao e data de aquisio, o grau de freqncia e importncia do
mesmo para a atividade fim, alm do nvel de obsolescncia tecnolgica, que informa se o
mesmo satisfaz as atuais necessidades dos usurios. De posse desses dados o setor poder
ainda, priorizar a ateno para a execuo do servio.
A funo da manuteno sempre considerada como uma atividade estratgica nas
empresas, uma vez que visam diminuir os custos e para o CPqGM/FIOCRUZ no diferente,
uma vez que ainda contribui na gerao de resultados das atividades institucionais. Segundo
Burgardt (2002), a manuteno passou de uma atividademeio a uma atividadeestratgica,
tornando-se um diferencial entre as organizaes e um fator competitivo.
Lucatelli (2002) em sua tese de doutorado, "Proposta de aplicao da manuteno
centrada em confiabilidade em equipamentos mdico-hospitalares", faz um resumo histrico
sobre a manuteno informando que ela existiu ao longo de toda a histria da humanidade,
desde que a primeira ao foi realizada por algum ancestral ao visar conservar alguma coisa.
Porm, a manuteno evoluiu, aproximando-se mais dos conceitos atuais a partir da
construo das primeiras mquinas txteis no sculo XVI, o que perdurou at o comeo da
dcada de 1900, quando, novamente, teve de incorporar novas exigncias, caracterizando-se
pelos conceitos utilizados atualmente. Desse modo, pode-se dizer que a manuteno como
manuteno utilizada h cem anos, aproximadamente, perodo que concentra suas maiores
mudanas evolutivas, caracterizadas pela criao das polticas de manuteno tradicionais, a
saber, corretiva, preventiva e preditiva.
A manuteno evoluiu bastante nestes anos. Kardec (2005) faz uma comparao entre
o paradigma do passado e o moderno. Enquanto as pessoas se sentiam bem quando executava
uma adequada correo de uma ocorrncia anormal, atualmente as pessoas sentem-se bem
quando conseguem evitar todas as ocorrncias anormais no previstas.
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-
Couto (2003) destaca que ao longo de sua evoluo, a manuteno tem perdido seu
carter corretivo e assumido cada vez mais, uma postura preventiva. Esta evoluo vem ao
encontro da atual tendncia econmica de globalizao e canibalizao de profisses, que no
deixa muito espao para um sistema produtivo estigmatizado por falhas freqentes.
Entre os principais tipos de manuteno utilizados em equipamentos, a manuteno
preventiva e a corretiva so os dois mais conhecidos e aproveitados no Brasil, embora o uso
da preditiva esteja crescendo nos ltimos anos.
3.1.1 Manuteno Preventiva
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas, na norma NBR 5462-1994 definiu
Manuteno Preventiva como a manuteno efetuada em intervalos predeterminados, ou de
acordo com critrios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradao
do funcionamento de um item.
Segundo Tavares (1999), manuteno preventiva so todos os servios de inspees
sistemticas, ajustes, conservao e eliminao de defeitos, visando evitar falhas.
Viana (2002) define manuteno preventiva como os servios efetuados em intervalos
pr-determinados ou de acordo com critrios prescritos, destinados a reduzir a probabilidade
de falha, desta forma proporcionando uma "tranqilidade" operacional necessria para o bom
andamento das atividades produtivas.
A manuteno preventiva, tambm conhecida como peridica, compreende aes
destinadas a prevenir a ocorrncia de falhas, para evitar futuras quebras, provocadas pelo
desgaste natural de peas, proporcionar um maior rendimento e durabilidade e contribuir
tambm para o prolongamento da vida til dos equipamentos. A realizao deste tipo de
manuteno possibilita ao gestor do setor ter idia das condies de confiabilidade e
disponibilidade operacional do equipamento.
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-
Os intervalos programados para a realizao deste tipo de manuteno podem ser
estabelecidos pelos fabricantes, atravs do manual do equipamento, ou pela prpria empresa
ao qual o mesmo est inserido, dependendo de fatores como freqncia que utilizado, quem
os utiliza, alm da qualidade dos produtos utilizados na manuteno.
Azevedo Neto (2004) ressalta que necessrio haver a presena da preventiva como
uma atividade programada segundo um plano maior de manuteno. Atravs de um plano
que o gestor ter uma idia precisa das condies de confiabilidade e de disponibilidade
operacional dos recursos fsicos.
Para a realizao da manuteno preventiva so realizados procedimentos que visam o
prolongamento da vida til do equipamento. Calil (1998) destaca e define alguns
procedimentos mais comuns, conforme a seguir:
Inspeo geral: consiste na inspeo visual (verificao da integridade fsica da
carcaa do equipamento e de seus componentes internos como placas de circuito
impresso, folgas, desgastes das engrenagens e botes, amassados ou ferrugens na
pintura) e limpeza do equipamento (procedimentos, produtos de limpeza utilizados e
as ferramentas necessrias);
Troca de peas e acessrios com a vida til vencida: essas instrues para
substituio de partes e peas normalmente esto includas nos manuais do
equipamento fornecidos pelos fabricantes;
Lubrificao geral: descrio dos tipos de lubrificante necessrios,
periodicidade, locais de aplicao, equipamentos e ferramentas que devem ser
utilizados e orientaes para abertura do equipamento ou partes dele;
Aferio e posterior calibrao do equipamento: como e onde devem ser feitas
a leitura e verificao de indicadores e nveis (corrente, tenso, potncia, rotao,
presso, vazo, etc.), quando necessrio;
Para se realizar a manuteno preventiva importante uma boa organizao de
documentos, a exemplo dos manuais de procedimentos, um controle do estoque de peas
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sobressalentes, um cronograma planejado das inspees a serem realizadas, que devero ser
registradas depois de executadas, alm de uma equipe tcnica qualificada e treinada para
execuo do servio.
A preventiva considerada por muitos, a maneira mais eficaz para se obter um melhor
aproveitamento, tanto no tocante ao rendimento dos equipamentos, como em relao aos
custos. Porm, para que os objetivos propostos sejam atingidos necessrio que seja aplicado
um adequado Plano de Manuteno de forma clara e transparente, que dever ser
acompanhado rigorosamente, pelo setor responsvel. Sendo realizada de forma adequada ela
proporcionar reduo de estoques sobressalentes, de falhas e de paradas no programadas.
Porm Bronzino (1992 apud LUCATELLI, 2002) ressalta, entretanto, que um
equipamento deve ser includo no programa de manuteno preventiva somente se for
justificada sua seleo por alguma das seguintes razes: reduo do risco de acidentes;
aumento da disponibilidade; reduo dos custos de manuteno; preveno de consertos de
larga escala; atendimento a padres, normas ou exigncias.
3.1.2 Manuteno Corretiva
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas, na norma NBR 5462-1994 definiu
Manuteno Corretiva como aquela efetuada aps a ocorrncia de uma pane destinada a
recolocar um item em condies de executar uma funo requerida.
Donas (2004) define manuteno corretiva como aquela aplicada ao equipamento aps
haver ocorrido a falha. uma atividade voltada para corrigir falhas resultantes de defeito ou
desgaste de um ou mais componentes do equipamento.
Conforme Viana (2002), manuteno corretiva a interveno necessria
imediatamente para evitar graves conseqncias aos instrumentos de produo, segurana
do trabalhador ou ao meio ambiente; configura-se em uma interveno aleatria, sem
definies anteriores, sendo mais conhecida nas fbricas como "apagar incndios.
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Do exposto por Burgardt (2002), pode-se definir corretiva como sendo todos os
trabalhos de manuteno realizados aps a falha do equipamento, visando restabelec-lo
condio de disponibilidade, eliminando assim, a causa e conseqncias da falha.
Para um melhor entendimento de manuteno corretiva Seeling (2000) define defeitos
e falhas conforme a seguir: Defeitos so ocorrncias no equipamento que no impedem seu
funcionamento instantaneamente, todavia podem, a curto ou longo prazo, pelo agravamento
do problema acarretar sua indisponibilidade. E as falhas so ocorrncias nos equipamentos
que impedem seu funcionamento ou acarretam perdas graves de desempenho ou ainda
prejuzos qualidade do produto final ou do servio prestado. Desta forma estando com
defeito ou falha, o equipamento necessita de aes corretivas.
Desta forma, a Manuteno corretiva, no caso de equipamentos, efetuada quando os
mesmos esto em iminncia de falhar ou j falharam. Uma quebra inesperada pode gerar altos
custos, gastos muito maiores do que o investimento na sua conservao. Alm do mais,
quando so aplicadas apenas tcnicas corretivas necessrio que exista um grande estoque de
peas sobressalentes, pois esta proporciona inseguranas e paradas caras, inconvenientes e
demoradas.
Porm a manuteno corretiva poder ser a mais adequada em alguns casos. Conforme
Donas (2004) ela vivel para equipamentos de baixo custo de produo, onde a reposio de
um novo ou a disponibilidade de um reserva menor que o custo da aplicao de outros
mtodos de manuteno, para equipamentos de tecnologia simples e robusta, que demandem
pouca manuteno preventiva e cuja paralisao programada implique em uma significativa
perda de tempo em produo ou processo e para equipamentos cujas caractersticas
impliquem em um curto ciclo de vida, em funo de obsolescncia tecnolgica.
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3.1.3 Manuteno Preditiva
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas, na norma NBR 5462-1994 definiu
Manuteno Preditiva/Controlada como a manuteno que permite garantir uma qualidade de
servio desejada, com base na aplicao sistemtica de tcnicas de anlise, utilizando-se de
meios de superviso centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mnimo a manuteno
preventiva e diminuir a manuteno corretiva.
Donas (2004) define manuteno preditiva como a tcnica pela qual o equipamento
monitorado continuamente em seus principais parmetros, atravs de anlises e medies, a
fim de averiguar se algum elemento est com probabilidade de falhar.
Segundo Tavares (1999), a manuteno preditiva so os servios de acompanhamento
de desgaste de uma ou mais peas ou componentes de equipamentos prioritrios atravs de
anlise de sintomas, ou estimativa feita por avaliao estatstica, visando extrapolar o
comportamento dessas peas ou componente e determinar o ponto exato de troca ou reparo.
De acordo com Viana (2002) a manuteno preditiva so tarefas de manuteno
preventiva que visam acompanhar a mquina ou as peas, por monitoramento, por medies
ou por controle estatstico e tentam predizer a proximidade da ocorrncia da falha, tendo
como objetivo, determinar o tempo correto da necessidade da interveno mantenedora, com
isso evitando desmontagens para inspeo, e utilizar o componente at o mximo de sua vida
til.
Lucatelli (2003 apud GOUWS, 1997) destaca que a manuteno preditiva visa
determinar antecipadamente a necessidade de manuteno, permitindo a programao das
atividades; eliminar desmontagens desnecessrias; aumentar a vida til e a disponibilidade
dos equipamentos; reduzir as aes no-planejadas; impedir o aumento dos danos e aumentar
a confiabilidade dos equipamentos, resultando em um melhor conhecimento, programao e
planejamento da manuteno, na programao de estoques de peas, em tempos de
manuteno otimizados e em condies do sistema mais constantes.
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A manuteno preditiva permite a interveno da preventiva no momento mais
adequado, baseado no resultado dos parmetros monitorados, aps indicarem que o mesmo
atingiu limites previamente estabelecidos.
A Preditiva um tipo de manuteno mais moderna, que visa determinar
antecipadamente a necessidade de interveno, o que permite a programao das atividades,
diminuem os danos e aumenta significativamente a confiabilidade dos equipamentos.
Embora de grande eficcia, essa poltica de manuteno no pode ser aplicada a todo e
qualquer item, exigindo em alguns casos um grande investimento inicial de recursos
tecnolgicos ou humanos, com mo de obra qualificada e treinada, tanto para a coleta como
para monitoramento de dados.
3.1.4 Comparao entre os Tipos de Manuteno
Os tipos de manuteno existentes possuem vantagens e desvantagens que foram
destacadas na tabela 1 a seguir.
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Tabela 1 Vantagens e desvantagens dos tipos de manuteno
Tipos Vantagens Desvantagens
Preventiva
- Aumenta a confiabilidade do equipamento
- Substituio de peas antes do fim da vida til
- Proporciona maior rendimento e durabilidade- Pode ser programada
- Maior nmero de interferncias, conseqentemente maior probabilidade de erro humano
- Prolonga a vida til dos equipamentos- Proporciona reduo no estoque de peas sobressalentes
- Devido a alta freqncia de interferncias pode provocar outras avarias
Corretiva
- No exige acompanhamento e inspees peridicas nos equipamentos
- Diminui a confiabilidade do equipamento
- Reduo da vida til- Substituio das peas ao final da sua vida til
- Necessidade de elevado estoque de peas sobressalentes
- Aumenta o risco de acidentes
- Proporciona ociosidade de mo de obra devido a paralisao do equipamento
- Na maioria das vezes no pode ser programada
- Paradas inconvenientes e demoradas
Preditiva
- Aumenta a confiabilidade do equipamento
- Requer acompanhamento e inspees peridicas
- Proporciona maior rendimento e durabilidade- Pode ser programada
-Grande investimento de recursos inicial, tecnolgicos ou humanos
- Aproveita ao mximo a vida til do equipamento
- Necessita de instrumentos especficos de monitorao
- Proporciona reduo no estoque de peas sobressalentes
- Altos custos para contratao de profissionais qualificados e treinados
- Deteco precoce dos sintomas que precedem uma avaria
- Prediz o estado dos componentes do equipamento
- Elimina desmontagens desnecessrias
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da leitura de bibliografia mencionada ao final do trabalho
As empresas devero optar mais por determinado tipo, a depender das suas
caractersticas e condies relacionadas as suas estruturas, processos, alm da disponibilidade
de recursos humanos e financeiros. Observa-se na tabela acima que a corretiva possui poucas
vantagens e mais desvantagens, porm, embora seja um tipo que pode ser bastante diminuda,
ela sempre ocorrer, pois quando o equipamento quebra no existe soluo preventiva ou
preditva. Embora a preditiva possua mais, suas vantagens so muito parecidas com as da
preventiva, mas, a preditiva necessita de um grande investimento inicial de recursos, tanto
tecnolgicos como humanos, logo; para o CPqGM/FIOCRUZ sero utilizados os servios de
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manuteno corretiva e os de preventiva para a diminuio de paradas, conseqentemente
buscando evitar as intervenes corretivas. Este dever ser um critrio utilizado no
CPqGM/FIOCRUZ que possibilitar no futuro a implantao da manuteno preditiva.
3.2 Gesto da Manuteno
Kardec (2002) afirma que para uma gesto estratgica, a manuteno precisa estar
voltada para os resultados empresariais da organizao. preciso, sobretudo, deixar de ser
apenas eficiente para se tornar eficaz; ou seja, no basta, apenas, reparar o equipamento ou
instalao to rpido quanto possvel, mas preciso, principalmente, manter a sua funo
disponvel para a operao reduzindo a probabilidade de uma parada de produo ou o no
fornecimento de um servio. Xavier (2005) j destaca que a gesto da manuteno deve estar
voltada para maximizar o faturamento e minimizar os custos de modo a garantir uma alta
produtividade.
Gesto significa administrar, gerenciar. Carvalho (2004) relata que um modelo de
gesto est relacionado estrutura organizacional da empresa, e esta configurao
organizacional posta a partir do quadro de pessoal, dos processos de trabalho e rotinas
existentes e que uma organizao que busca um modelo de gesto, tem por objetivo
acompanhar, analisar e melhorar seus resultados e tambm est desejando organizar,
estruturar e divulgar seu mtodo de gerenciar de forma transparente, possibilitando a
integrao entre profissionais e atividades da empresa, o que proporcionar a identificao das
etapas de trabalho, suas ferramentas de atuao nas diversas reas, com planejamento e
mensurao dos resultados a serem alcanados pela organizao e esperados pelos clientes.
A influncia do setor de servios na economia brasileira est cada vez maior. Diante
disso Burgardt (2002), ressalta a importncia da gesto de servios que leva as empresas, a
uma preocupao constante, e cada vez maior, em manter, desenvolver e conquistar novos
nichos de mercado em servios, pois o consumidor de hoje no aceita somente adquirir um
produto, mas quer todo um sistema de servio atrelado ao mesmo, como entrega, instalao,
assistncia tcnica e manuteno.
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Para uma boa gesto da manuteno preciso ter o conhecimento dos diversos fatores
que a influenciam. Donas (2004) apresenta os seguintes fatores importantes para
operacionalizar um setor de manuteno: Compras, Infra-Estrutura, Estrutura, Planejamento,
Forma de Atuao, Dimensionamento de Pessoal, Terceirizao, Engenharia de Manuteno,
Indicadores, Cadastro de Equipamentos, Sistema para Gerenciamento da Manuteno,
Padronizao e Metrologia.
Ribeiro (2004) ressalta que para obter uma vantagem competitiva, de importncia
fundamental o engajamento do fator humano na organizao. Esse engajamento
caracterizado por sua iniciativa, colaborao, empenho, vontade, motivao, disciplina,
comprometimento e por sua satisfao em executar um trabalho que o realize e que realize
tambm sua equipe. A manuteno depende cada vez mais da disposio de seus
colaboradores em quebrar paradigmas e encarar novos desafios dentro da atividade.
De acordo com Brito (2005), o planejamento e a padronizao so as bases para
melhorar o gerenciamento da manuteno. Bem aplicados, eles garantem a confiabilidade das
aes preventivas e corretivas e a previsibilidade dos recursos necessrios. Como resultado
desta maior previsibilidade, torna-se possvel gerenciar a manuteno com maior preciso e
sem grandes surpresas, ao contrrio do que acontece atualmente em muitas empresas.
Segundo Silva (2002), a troca contnua de informaes entre as diferentes reas da
organizao possibilita que as mesmas obtenham maiores benefcios das informaes
disponveis, uma vez que as estas podem ter significados e usos distintos em cada rea. Essa
interao tambm minimiza a possibilidade de duplicidade de trabalho, ou seja, da mesma
tarefa ser realizada por pessoas diferentes, aumentando a eficincia da organizao.
Os conceitos de gesto e administrao esto intrinsecamente relacionados. Segundo
Maldonado (2006), a administrao visa alcanar objetivos organizacionais de maneira
eficiente e eficaz. E o administrador precisa saber utilizar os recursos organizacionais no
sentido de obter eficincia e eficcia, bem como alto grau de satisfao entre as pessoas que
fazem o trabalho e o cliente que o recebe. Ainda acrescenta que esse triplo sentido de
desempenho, obteno de resultados e satisfao das pessoas e clientes o tema central que
focaliza o moderno local de trabalho.
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Baseado nesses conceitos pode-se definir gesto da manuteno como estratgias para
que os objetivos da funo manuteno sejam atingidos e melhorados, buscando a satisfao
dos usurios, objetivando a diminuio dos custos e aumento da qualidade.
Em se tratando de equipamentos de laboratrio de uma instituio de pesquisa, a
gesto da manuteno visar impedir a quebra ou falha do mesmo, corrigindo quando
necessrio, aumentando assim sua disponibilidade e confiabilidade de forma que os usurios
tenham-nos sempre disponveis e de forma adequada, para que no venham atrapalhar no
resultado das pesquisas, tanto nos aspectos de qualidade como no tempo de execuo.
O tema gesto da manuteno engloba inmeras reas, conseqentemente possui uma
bibliografia extensa. Quando se fala em manuteno de equipamentos isso tambm ocorre
embora em dimenses menores. Estaremos neste trabalho tentando contribuir para uma parte
mais restrita onde se fala da gesto da manuteno em equipamentos de laboratrio de centros
de pesquisa biomdica. Embora muitos conceitos sejam comuns, esta rea possui algumas
especificidades. A compreenso desses conceitos fundamental para a definio de
estratgias para uma gesto da manuteno.
3.2.1 Informatizao da Manuteno
A informao uma ferramenta fundamental para o servio de manuteno. Um
sistema de informaes informatizado essencial para as atividades gerenciais e de apoio
deciso, uma vez que produz uma grande quantidade de informaes. Com o auxlio da
informtica este dispositivo permite a coleta e processamento desses dados, permitindo o
rpido acesso aos parmetros de avaliao tcnica, econmica e operacional quando
necessrios.
Tavares (1999) indica como objetivo final de um Sistema de Informao aplicado
manuteno, proporcionar informaes que permitam obter aumento de rentabilidade da
empresa, utilizao mais eficiente dos recursos de mo-de-obra e material disponveis,
melhoria no desempenho e confiabilidade dos equipamentos.
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Seeling (2000) ressalta a importncia para o gerente em saber periodicamente qual o
percentual dos recursos sob sua responsabilidade que foram empregados em manutenes
corretivas, em manutenes preventivas (sistemticas, condicionais, preditivas) e em
trabalhos de melhorias. Estes indicadores auxiliam a avaliar a eficcia das polticas que vem
sendo adotadas e a montar estratgias futuras.
A existncia de um Sistema de Controle fundamental para organizar e gerenciar
todos os processos que interagem na manuteno. Ele permitir identificar os servios
executados, os recursos necessrios, o tempo gasto, custo, materiais aplicados, ferramentas
necessrias, registros histricos, fornecedores, assistncia tcnica e diversos outros a depender
do sistema utilizado.
Segundo Viana (2002), as finalidades de um sistema informatizado para manuteno
so as seguintes:
Organizar e padronizar os procedimentos ligados aos servios de manuteno,
tais como: solicitao de servios, programao de servios e informaes
provenientes do banco de dados;
Facilitar a obteno de informaes da manuteno, por exemplo, custo do
equipamento, performance, caractersticas tcnicas;
Gerenciar a estratgia de manuteno atravs dos planos preventivos, de forma
a garantir que as tarefas planejadas sejam automaticamente emitidas em forma
de Ordem de Manuteno;
Aumentar a produtividade da manuteno atravs de informaes, otimizao
de mo-de-obra e/ou priorizao dos servios;
Controlar o estado dos equipamentos;
Fornecer relatrios de histrico dos equipamentos, bem como de ndices
consolidados.
Existe no mercado uma grande quantidade de softwares de manuteno. Tavares
(1999) informa que no ano de 1999 j existiam mais de 200 softwares especficos de
manuteno sendo comercializado no mundo, dos quais mais de 30 no Brasil, oferecendo
solues especficas em funo do produto, tecnologia, mercado, e estratgia das diversas
empresas. Atualmente, ao pesquisar na Internet no site www.google.com.br podem ser
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encontrados diversos, a exemplo do eManut Gerenciamento e Manuteno, Atlas Net
Gesto de Manuteno, LIMS - Sistema de Gerenciamento de Informaes Laboratoriais,
dbManuteno, SIGMA - Software Grtis de Manuteno, SIM Sistema informatizado de
manuteno e o Engeman software para gerenciamento da manuteno. Porm nem todos
podem ser aplicados a qualquer empresa. Existem alguns especficos e outros mais
abrangentes. Como alternativa podem-se contratar empresas ou profissionais que elaborem
um projeto adequado as especificidades das atividades de manuteno da empresa. De
qualquer forma, importante a realizao de treinamento das pessoas que iro utilizar o
dispositivo para o melhor aproveitamento nas atividades gerenciais.
Segundo Seeling (2000) esses softwares utilizados como Sistemas de Gerenciamento,
possuem recursos para planejamento e controle das atividades, registro das informaes dos
equipamentos, administrao da mo de obra, alm de gerenciamento da manuteno
preventiva. Substituindo todos os documentos anteriormente usados e permitem a gerao de
inmeros relatrios, beneficiando das facilidades dos modernos bancos de dados.
Conforme Tavares (2001), o sistema deve ser de fcil operao, alm de oferecer os
meios adequados ao processo de gesto em funo do porte da empresa (ou rea) onde vai ser
aplicado, bem como dos recursos disponveis. No tem sentido ter um software que oferea
todos os recursos de gesto e, em conseqncia seja muito caro, para uma empresa (ou rea)
onde no existem recursos humanos ou materiais para utilizar seu potencial.
3.2.2 A Manuteno e a Qualidade
Mendes (2002), salienta que a revoluo da qualidade, ocorrida nas ltimas dcadas,
fez as organizaes realmente atentarem para a satisfao do cliente. Neste sentido, os
programas de gerenciamento da qualidade foram se multiplicando como meio para satisfao
do mercado, atravs da adequao consistente conformidade relacionada s expectativas dos
consumidores.
Segundo Colenci (2000), atualmente com a globalizao da economia e a alta
competitividade imposta por mudanas sociais, refora-se de maneira inigualvel a
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necessidade de se equacionar a questo da capacitao humana no que se refere a qualificao
profissional frente s novas exigncias. Essa necessidade imposta pelos desafios diante de
uma atuao competente estabelecida por novos padres de qualidade e produtividade como
nica forma de atuao competitiva.
A qualidade essencial para que a manuteno proporcione resultados eficazes no
desenvolvimento das atividades da instituio, alm do mais, ela auxilia para que o servio
seja feito de forma correta, com materiais adequados e que satisfaa a necessidade do usurio.
Ferreira (2003) destaca que a manuteno uma das reas que necessita dos conceitos
de qualidade para conseguir participar de forma eficaz do processo de melhoria contnua dos
processos existentes na empresa e que a qualidade auxilia a manuteno a executar suas
tarefas com a perspectiva do cliente tornando seus resultados mais eficazes e com uma viso
mais sistmica.
A implementao da qualidade na manuteno possibilita a reduo de custos,
principalmente devido eliminao do retrabalho, o aumento da velocidade da execuo dos
servios prestados, a melhoria do desempenho dos usurios e dos equipamentos e da
qualidade do servio final prestado. Alm do mais, ela garante que as normas e procedimentos
sejam cumpridos e incentiva o processo de melhoria contnua.
Segundo Bueno (2004), para os tcnicos em manuteno qualidade significa que os
produtos e servios de uma empresa satisfazem os padres estabelecidos na organizao. As
expectativas e exigncias podem se aplicar qualidade tcnica de um produto ou servio.
Mas, elas tambm podem se aplicar ao aspecto humano da qualidade, isto , atitude e ao
comportamento das pessoas que produzem um produto ou prestam um servio.
A qualidade incentiva o departamento de manuteno a buscar a satisfao e o
entusiasmo dos clientes, atravs da maximizao da disponibilidade do equipamento por um
menor custo. Para isso devem-se utilizar as melhores tcnicas existentes na sua rea de
atuao, em conformidade com aquelas da organizao, alm de investimentos contnuos no
seu capital humano.
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4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
4.1 Tipo de Estudo
Foi realizado um estudo avaliativo das dimenses de estrutura e de processo da
manuteno de equipamentos dos laboratrios do CPqGM/FIOCRUZ, onde inicialmente foi
realizado um levantamento das caractersticas do parque tecnolgico e os procedimentos, para
posterior identificao dos principais problemas e potencialidades existentes e ao final do
trabalho propor elementos essenciais para compor um plano de Gesto para a Manuteno de
Equipamentos de Laboratrio do CPqGM/FIOCRUZ.
As referncias de Tobar (2001) (Como fazer teses em sade pblica) e Pontes (2005)
(O processo criativo e a tessitura de projetos acadmicos de pesquisa) foram utilizadas para a
realizao deste trabalho, principalmente quanto formatao de sua estrutura e elaborao
do estudo.
Silva (2005), destaca que a estrutura diria respeito aos recursos materiais, humanos e
organizacionais e o processo a tudo aquilo que medeia a relao profissional-usurio.
Segundo Bittar (2000), estrutura definida pelos insumos, como rea fsica, recursos
materiais, recursos humanos e instrumentos de gesto, incluindo-se a estrutura organizacional
(organograma) e os modelos tericos aplicados na administrao da instituio. Enquanto que
processo, conforme definio do manual de orientao dos hospitais participantes do CQH
(Controle da qualidade do atendimento mdico-hospitalar no Estado de So Paulo), citado por
Bittar (2000) um conjunto de atividades de trabalho inter-relacionados que se caracteriza por
requerer certos insumos e tarefas particulares, implicando em um valor agregado com vistas a
obter resultados.
Entre a estrutura e o processo existe uma relao mtua, pois um poder ou no
favorecer o outro. Os processos so indispensveis para a existncia das estruturas e podero
imprimir dinamismo s mesmas, enquanto que estas devero ser adequadas para o servirem de
calo.
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Segundo Contandrioupolos (1997), avaliar consiste fundamentalmente em fazer um
julgamento de valor a respeito de uma interveno ou sobre qualquer um de seus
componentes, com o objetivo de ajudar na tomada de decises.
Para Silva (2005) a avaliao das prticas cotidianas corresponderia a um julgamento
que se faz a partir do recurso a noes oriundas do senso comum, a tcnicas no
sistematizadas de observao e anlise e formulao de juzos de valor dicotmicos e
simplificados.
4.2 rea de Estudo
A rea de estudo o Centro de Pesquisas Gonalo Moniz (CPqGM), uma unidade da
FIOCRUZ/MS em Salvador que uma instituio de cincia e tecnologia, pblica e federal
pertencente ao Ministrio da Sade e desenvolve diversas aes na rea biomdica, de ensino,
de servio de referncia em sade, em informao em sade e formao de recursos humanos
para o SUS. O CPqGM/FIOCRUZ atua principalmente no estudo de doenas infecciosas e
parasitrias, na realizao de exames anatomopatolgicos, alm de abrigar dois cursos de ps-
graduao stricto sensu em nvel de mestrado e doutorado.
O CPqGM/FIOCRUZ est situado na cidade de Salvador na Bahia e possui 01 canil e
mais 05 pavilhes onde esto localizados 10 laboratrios, 01 Ncleo de Epidemiologia e
Bioesttistica, 01 Laboratrio com Nvel de Biossegurana III (Nb3), 01 Unidade de
Microscopia Eletrnica, 01 Unidade de Histopatologia, 01 Biotrio, 01 Biblioteca e reas
administrativa e de ensino.
O Centro conta com reas comuns onde se abrigam grandes equipamentos que so
utilizados de forma colegiada pelos diversos laboratrios, e mais um parque tecnolgico bem
diversificado e numeroso distribudo por cada laboratrio para auxiliar na realizao de
pesquisas.
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Existem no CPqGM/FIOCRUZ mais de setecentos equipamentos distribudos entre os
laboratrios e reas comuns, dentre os quais os mais numerosos so os equipamentos de
refrigerao e conservao (freezeres e geladeiras), microscpios, centrfugas, estufas e
incubadoras, agitadores, cabines de segurana biolgicas, balanas e banhos-maria.
Como critrio de incluso dos equipamentos para efeito desse estudo, consideraram-se
todos os que so utilizados em pesquisas laboratoriais, identificados atravs de levantamento
junto aos usurios e ao setor de patrimnio.
4.3 Fontes de Dados e Instrumentos de Coletas
Primeiramente foram coletados dados secundrios atravs da anlise dos contratos,
projetos bsicos, editais, manuais, especificaes, planos, entre outros documentos, junto aos
setores administrativo e de manuteno do CPqGM/FIOCRUZ, o que proporcionou um
melhor entendimento sobre as prticas de gesto da manuteno de equipamentos e os
recursos de tecnologia utilizados e os pontos considerados estratgicos para a manuteno.
Foram coletados tambm dados primrios atravs da observao e por meio de
aplicao de questionrio. Como o autor do trabalho funcionrio da instituio onde foram
coletados os dados e faz parte do setor de manuteno, um dos mtodos utilizados foi a
observao participante que Schwartz e Schwartz (apud MINAYO, 1993), define como um
processo pelo qual mantm-se a presena do observador numa situao social, com a
finalidade de realizar uma investigao cientfica. O observador est em relao face a face
com os observados e, ao participar da vida deles, no seu cenrio cultural, colhe dados. Assim
o observador parte do contexto sob observao, ao mesmo tempo modificado por este
contexto.
Atravs dos questionrios foi realizada uma pesquisa exploratria com a finalidade de
identificar os principais problemas existentes de manuteno dos equipamentos de
laboratrio. Malhotra (2001 apud DUTRA, 2002) define questionrio como a tcnica
estruturada para coleta de dados, que consiste de uma srie de perguntas escritas ou verbais
- que um entrevistado deve responder.
39
-
Os questionrios, conforme APNDICE A, foram aplicados em entrevistas aos
usurios (pesquisadores, tcnicos e estudantes) dos equipamentos de laboratrio do Centro de
Pesquisas Gonalo Moniz. Os questionrios foram principalmente fechados, embora tivessem
algumas perguntas abertas, alm da existncia de espao para sugestes opcionais.
Kahn e Cannel (apud MINAYO, 1993) define entrevista de pesquisa como a conversa
a dois, feita por iniciativa do entrevistador, destinada a fornecer informaes pertinentes para
um objeto de pesquisa, e entrada (pelo entrevistador) em temas igualmente pertinentes com
vistas a este objetivo.
Considerando que atualmente os locais com maior utilizao de equipamentos so os
10 laboratrios, a unidade de Microscopia Eletrnica, a unidade de Histopatologia e o
biotrio, os questionrios foram aplicados aos usurios de cada local citado e mais um
funcionrio do laboratrio NB3, que embora ainda no esteja em funcionamento j possui um
nmero expressivo de equipamentos. Foram entrevistadas de 01 a 05 pessoas de cada local
mencionado, a depender do nmero de usurios e equipamentos existentes. Destes, 13 so
pesquisadores, 11 mestrandos ou doutorandos, 08 estudantes de iniciao cientfica e outros
08 dentre os quais encontram-se tcnicos, tecnologistas, funcionrios cedidos e bolsistas.
A pesquisa englobou todos os equipamentos de laboratrio, visando atravs das
entrevistas estabelecer aqueles considerados mais importantes pelos usurios e quais devem
receber cuidados especiais.
No sero divulgados os nomes dos entrevistados e no item 1.1 (Entrevistado) do
questionrio eram colocados nmeros por ordem cronolgica das entrevistas que foram
codificados para que no ocorram danos dimenso fsica, psquica, moral, intelectual, social,
cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase da pesquisa e dela decorrente. Nos
anexos 1 e 2 seguem modelo da carta de anuncia encaminhada diretoria do
CPqGM/FIOCRUZ, que autorizou a realizao do trabalho e o TCLE, termo de
consentimento livre e esclarecido, que foi utilizado como autorizao para participao do
voluntrio na pesquisa, aps explicao completa sobre a sua natureza, seus objetivos,
mtodos, benefcios previstos, alm do mais, o questionrio no foi aplicado a grupos
vulnerveis, crianas e pessoas com problemas mentais.
40
-
4.3.1 Caracterizao dos entrevistados
Para a definio dos entrevistados, foram consultados o setor pessoal e a coordenao
de ensino. Atravs de uma relao de pessoas que trabalham na instituio, fornecida pelo
setor pessoal, estimou-se entre os usurios de equipamentos, um total de 54 pesquisadores
entre servidores e visitantes, 80 estudantes de iniciao cientfica e 47 outros funcionrios,
como os bolsistas, os cedidos por outras instituies e outros servidores tais como os
tecnologistas e tcnicos de laboratrio. Atravs da relao fornecida pela coordenao de
ensino, chegou-se ao nmero de mais 87 estudantes, entre doutorandos e mestrandos,
perfazendo um total aproximado de 268 usurios.
O pesquisador tem a funo de investigar com a finalidade de descobrir novos
conhecimentos na rea cientfica. No CPqGM/FIOCRUZ, conforme pode ser observado no
site da instituio , as pesquisas esto
voltadas principalmente para doenas infecciosas e parasitrias de importncia regional e
nacional. Mais recentemente, novas linhas de pesquisa tm sido institudas abordando reas
mais gerais, como imunoregulao, terapia por engenharia tecidual e envelhecimento
masculino. Os pesquisadores, principalmente os mais antigos, tm pouco acesso aos
equipamentos, porm cabe a eles a funo de ensinar e fiscalizar os usurios. Vale ressaltar
que os microscpios e os equipamentos mais sofisticados so utilizados principalmente pelos
pesquisadores. Por saberem metodologicamente a utilizao racional dos equipamentos, o seu
depoimento de suma importncia para o objetivo deste trabalho.
Os mestrandos e doutorados existentes no CPqGM/FIOCRUZ so profissionais
graduados que participam de cursos de ps-graduao na rea de sade no intuito de se
tornarem pesquisadores. A sua passagem na instituio geralmente varia de dois a cinco anos.
Os dois cursos de mestrado e os dois de doutorado oferecidos so na rea de Patologia
Humana e Experimental (PGPAT) e Biotecnologia em Sade e Medicina Investigativa
(PgBSMI). Os estudantes que possuem um grau de instruo maior tm acesso tanto aos
equipamentos mais sofisticados como os mais simples. Cabe a eles passar protocolos de
41
-
utilizao e os cuidados a serem tomados, principalmente para novos colegas e para os
estudantes de iniciao cientfica e estagirios.
Os estudantes de iniciao cientfica so alunos de graduao relacionados rea de
pesquisa mdica, tais como medicina, biologia, farmcia, qumica e veterinria. Estes tm
mais acesso aos equipamentos do que os estagirios e algumas vezes at os orientam. Eles
chegam utilizar equipamentos um pouco mais complexos como fluxos laminares, centrfugas
e estufas.
Os demais usurios so os tcnicos, tecnologistas, funcionrios cedidos e estagirios. Os
estagirios so os mais numerosos neste grupo e esto representados por estudantes do ensino
mdio, logo so indivduos mais novos e menos preparados, mas que tm acesso a alguns
equipamentos cuja utilizao mais simples como microscpios pouco sofisticados, mini
centrfugas, agitadores e balanas. Eles so orientados pelos pesquisadores e principalmente
pelos estudantes de ps-graduao. A sua passagem na instituio bastante rpida e
dificilmente chega a ultrapassar dois anos. Os tcnicos, tecnologistas e funcionrios cedidos
fazem o uso dos equipamentos a depender do seu nvel de experincia. Existem alguns
tcnicos que so preparados para utilizar equipamentos especficos como o caso das
autoclaves.
Foram entrevistados 40 usurios, o que corresponde a 15% do universo. Segundo
Minayo (1993), a boa amostragem aquela que possibilita abranger a totalidade do problema
investigado em suas mltiplas dimenses. Desta forma, a amostra obtida procurou contemplar
s diferentes categorias de pesquisa e a todos os laboratrios que utilizam equipamentos,
conforme pode se observar nos grficos 01 (Usurios) e 02 (Localizao dos entrevistados).
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-
Usurios
1311
8 8
02468
101214
Cargos
Qua
ntid
ades
Pesquisador Mestrando/DoutorandoEstudantes Outros
Grfico 1 Usurios
A escolha deste quantitativo foi motivada pela constatao de que esses indivduos
esto ligados diretamente raiz do problema. Embora a quantidade de pesquisadores seja
inferior a de estudantes de iniciao cientfica e a de mestrado e doutorado, foi entrevistado
um maior nmero de pesquisadores, por serem mais antigos e estarem presentes por maiores
perodos na instituio; logo, possui um maior conhecimento sobre os atuais procedimentos e
dificuldades. Enquanto que, a maioria dos mestrandos e doutorandos atua na instituio
durante a realizao do curso e aps a defesa de seus trabalhos perdem o vnculo. Quanto aos
estudantes de iniciao cientfica, apesar de numerosos, a maior parte tem uma passagem
muito rpida, alm da freqncia no ultrapassar vinte horas semanais.
Observou-se na relao dos estudantes de iniciao cientfica que menos da metade
esto no CPqGM/FIOCRUZ h mais de seis meses, mas a realizao de entrevistas com este
tipo de usurio foi vlida, pois muitos deles utilizam equipamentos e devem receber
treinamento adequado para a manipulao. Alm do mais, a alta rotatividade outro dado que
deve ser levado em considerao.
Para fechar a amostra, foram entrevistados outros usurios como os tcnicos,
tecnologistas, funcionrios cedidos e bolsistas, de forma a abranger todas as categorias e
laboratrios que utilizam equipamentos.
43
-
Conforme se pode observar no grfico 2 a seguir, participaram das entrevistas
representantes de todos os laboratrios. As respectivas quantidades foram proporcionais ao
nmero de usurios existentes. O LPBM e o LPBI, como exemplo, so os dois locais com
maior quantidade de usurios de equipamentos; logo, tiveram o maior nmero de
entrevistados, num total de cinco pessoas, enquanto que, uma nica pessoa foi entrevistada no
Biotrio, LEMB e NB3, onde a manipulao realizada por poucas pessoas.
Localizao dos entrevistados
5 54 4 4 4
3 3 32
1 1 10
1
2
3
4
5
6
Laboratrios
Qua
ntid
ades
LPBM LPBILETI LIMILIP LASPLAPEX LACEILBP/UME LAB. HISTOPATOLOGIALEMB NB3BIOTRIO
Grfico 2 Localizao dos entrevistados
4.4 Categorias Analticas
Foi realizada uma avaliao da gesto da manuteno, utilizando-se as categorias
estrutura e processo de forma a subsidiar melhorias para o servio atualmente utilizado.
Contandrioupolos (1997) define pesquisa avaliativa como um exame por um procedimento
cientfico das relaes que existem entre os diferentes componentes de uma interveno
(conjunto dos meios (fsicos, humanos, financeiros, simblicos) organizados em um contexto
especfico, em um dado momento, para produzir bens ou servios com o objetivo de
modificar uma situao problemtica).
44
-
Para anlise da estrutura e dos processos foram elaborados diversos grficos existentes
no captulo V (Resultados e Discusso), o que tornou possvel a compilao dos dados
obtidos atravs da pesquisa.
Quanto estrutura foram analisadas a rea fsica, atualmente existente, de forma a
definir o ambiente mais adequado para trabalho quanto a tamanho, ergonometria, circulao e
infra-estrutura, o quantitativo de pessoal para a realizao do servio e sua qualificao, os
tipos de equipamentos auxiliares para adequados procedimentos, disponibilidade de material
em estoque para reposio, documentao de acompanhamento dos processos, alm dos
recursos financeiros que se pode dispor.
Quanto aos processos foram verificadas as atividades educativas implantadas junto aos
usurios, a existncia de procedimentos de manuteno preventiva, corretiva e preditiva
utilizados assim como seus controles quanto a monitoramento e registros realizados.
4.5 Anlise dos Dados
A anlise dos questionrios foi feita por meio de estatstica descritiva (freqncia
absoluta e relativa). Os dados foram transferidos para tabelas e grficos. Foi realizada a
anlise dos resultados da pesquisa exploratria para posterior identificar elementos essenciais
para a proposta de um plano de Gesto para a Manuteno de Equipamentos de Laboratrio
do CPqGM/FIOCRUZ.
Para os dados obtidos atravs do campo das sugestes foi realizada uma anlise,
organizando os mesmos tambm atravs de grficos.
45
-
5 RESULTADOS E DISCUSSO
Neste captulo esto os resultados do trabalho executado atravs da anlise dos
documentos de manuteno existentes (dados secundrios), da observao participante e das
entrevistas (dados primrios) que serviram de base para identificar elementos essenciais que
uma proposta de plano deveria contemplar para a Gesto da Manuteno de Equipamentos de
Laboratrio do CPqGM/FIOCRUZ.
5.1 Caracterizao do CPqGM/FIOCRUZ
5.1.1 Complexo fsico-estrutural e organizacional
O complexo fsico-estrutural do CPqGM/FIOCRUZ encontra-se distribudo conforme
a planta abaixo, onde pode-se encontrar cinco pavilhes principais representados pelo
Pavilho Aluzio Prata, o NEB, Pavilho Central, Pavilho Zilton Andrade e o LASP, alm de
reas menores como o Pavilho de Apoio Pesquisa e o canil.
Figura 1 Planta do Campus
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-
Quanto ao aspecto organizacional, o CPqGM/FIOCRUZ de acordo com o
organograma fornecido pelo seu setor de planejamento tem a configurao conforme a figura
abaixo.
O setor de manuteno faz parte dos servios de infra-estrutura e logstica que
conforme organograma encontra-se subordinado Vice-Diretoria de Gesto e a Diretoria.
Figura 2 Organograma do CPqGM/FIOCRUZ, outubro 2006
Diretoria
Vice-Diretoria de Gesto (*) Vice-Diretoria de Pesquisa eDesenvolvimento Tecnolgico Vice-Diretoria de Ensino
Assessoria de GestoTecnolgica Assessoria de Comunicao
Assessoria de Disseminao de Informao em Sade
Assessoria de Ambiente, Biossegurana, e Qualidade
Assessoria de Planejamento Chefia de Gabinete
Vice-Diretoria de Servios de Referncia (**)
Assessoria de Gesto
Servio de Administrao de Materiais
Servio de Compras
Servio de Infra-Estrutura e Logstica
Servio de Gesto do Trabalho
Servio de Tecnologia da Informao
LACEI
Assessoria de pesquisa e DT
LAPEX
LASP
LBP
LEMB
LETI
LIMI
LIP
LPBI
LPBM
Laboratrio de DT
Servio de Oramento e Finanas
Laboratrio NB3
Servio de Biotrio
Servio de Histopatologia
Servio de Microscopia Eletrnica
Assessoria de Servios deReferncia
Servio de BIblioteca
Assessoria de Ensino
Conselho Deliberativo
Assemblia
Diretoria
Vice-Diretoria de Gesto (*) Vice-Diretoria de Pesquisa eDesenvolvimento Tecnolgico Vice-Diretoria de Ensino
Assessoria de GestoTecnolgica Assessoria de Comunicao
Assessoria de Disseminao de Informao em Sade
Assessoria de Ambiente, Biossegurana, e Qualidade
Assessoria de Planejamento Chefia de Gabinete
Vice-Diretoria de Servios de Referncia (**)
Assessoria de Gesto
Servio de Administrao de Materiais
Servio de Compras
Servio de Infra-Estrutura e Logstica
Servio de Gesto do Trabalho
Servio de Tecnologia da Informao
LACEI
Assessoria de pesquisa e DT
LAPEX
LASP
LBP
LEMB
LETI
LIMI
LIP
LPBI
LPBM
Laboratrio de DT
Servio de Oramento e Finanas
Laboratrio NB3
Servio de Biotrio
Servio de Histopatologia
Servio de Microscopia Eletrnica
Assessoria de Servios deReferncia
Servio de BIblioteca
Assessoria de Ensino
Conselho Deliberativo
Diretoria
Vice-Diretoria de Gesto (*) Vice-Diretoria de Pesquisa eDesenvolvimento Tecnolgico Vice-Diretoria de Ensino
Assessoria de GestoTecnolgica Assessoria de Comunicao
Assessoria de Disseminao de Informao em Sade
Assessoria de Ambiente, Biossegurana, e Qualidade
Assessoria de Planejamento Chefia de Gabinete
Vice-Diretoria de Servios de Referncia (**)
Assessoria de Gesto
Servio de Administrao de Materiais
Servio de Compras
Servio de Infra-Estrutura e Logstica
Servio de Gesto do Trabalho
Servio de Tecnologia da Informao
LACEI
Assessoria de pesquisa e DT
LAPEX
LASP
LBP
LEMB
LETI
LIMI
LIP
LPBI
LPBM
Laboratrio de DT
Servio de Oramento e Finanas
Laboratrio NB3
Servio de Biotrio
Servio de Histopatologia
Servio de Microscopia Eletrnica
Assessoria de Servios deReferncia
Servio de BIblioteca
Assessoria de Ensino
Conselho Deliberativo
Assemblia
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5.1.2 Setores especializados
Os equipamentos encontram-se distribudos em sua quase totalidade nas dependncias
do Pavilho Zilton Andrade, LASP (Laboratrio Avanado de Sade Pblica), pavilho de
apoio pesquisa e no primeiro pavimento do Pavilho Central.
Alguns equipamentos esto lotados em reas de uso comum, como as salas de
freezeres, salas das centrfugas, a esterilizao, sala de purificao de gua, mas a maioria
deles encontra-se localizados nos seguintes laboratrios do CPqGM/FIOCRUZ e suas
respectivas funes conforme estabelecido no site da instituio:
LASP O Laboratrio Avanado de Sade Pblica realiza estudos das