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Relatório de Estágio
Melhoria da Manutabilidade de Analisadores em Linha
(PA24D)
Realizado na Refinaria do Porto - Petrogal – GALP Energia
Por Helder Filipe Ferreira Oliveira Duarte Silva
Aluno n.º 10503004, [email protected]
Coordenador na FEUP: Prof. José António Faria Coordenadores na Empresa: Eng.º Manuel Barreira e Eng.º Renato Silva
Porto, Dezembro de 2003
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 2/44
“Se podes ver, olha. Se podes olhar, repara.”
José Saramago
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 3/44
Agradecimentos
Quero aqui expressar os meus agradecimentos a um conjunto de pessoas que me ajudaram
durante a realização deste estágio, tornando-o num projecto aliciante.
Ao Prof. José António Faria pela dedicação e pela paciência,
Ao Eng.º Barreira e Eng.º Renato, pelo acompanhamento prestado e grande paciência face às
inúmeras questões levantadas no decorrer do estágio.
Ao Nelson Monteiro e Manuel Rocha, pela preciosa colaboração em todas as fases do projecto.
Aos colaboradores da Petrogal e empreiteiros (SIA) pela disponibilidade prestada.
Agradeço ainda aos meus pais e namorada, pela paciência e pelo apoio prestados durante todo
este processo.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 4/44
Índice
Abreviaturas e acrónimos utilizados 7
Capítulo I Introdução 8
1. Apresentação do estágio 8
2. Objectivos do estágio 8
3. Estrutura do relatório 9
Capítulo II Refinaria do Porto 10
1. Apresentação 10
2. Organigrama 11
3. Do Petróleo Bruto ao Produto Final 12
3.1 Petróleo Bruto 12
3.2 A Refinação 12
3.3 A Fabricação 13
3.4 A Armazenagem 14
3.5 A Expedição 14
3.6 Actividades Complementares 15
3.7 Movimentação, lotação e expedição de produtos 16
3.8 Manutenção 17
3.8.1 Electricidade e Controlo Industrial 17
Capítulo III Calendarização do trabalho 18
1. Plano inicial do estágio 18
2. Plano real do estágio 19
Capítulo IV Manutenção e Analisadores em Linha 20
1. Manutenção 20
2. Analisadores em Linha 21
2.1 Definição 21
2.2 Aspectos Gerais 22
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 5/44
Capítulo V ERP – Enterprise Resource Planning 24
1. Definição 24
2. Áreas de aplicação 24
3. Mercado 25
4. Benefícios 25
5. Condições de sucesso 25
6. Desvantagens e dificuldades 26
7. Causas de insucesso 26
Capítulo VI Trabalho Realizado 27
1. Adaptação e familiarização com a indústria 27
2. Estudo e selecção dos analisadores críticos 27
3. Estudo do analisador de sílica 30
4. Projecto de investimento 32
5. Tentativa de estudo do analisador de hidrogénio 33
6. Guia para a elaboração de dossiers de manutenção 35
7. Elaboração do procedimento de manutenção e checklist do silicímetro 36
8. Estudo dos analisadores de % de O2 da FUT (inc. elaboração do
procedimento de manutenção e checklist) 38
9. Dificuldades encontradas 40
Capítulo VII Conclusões 41
Capítulo VIII Bibliografia e recursos web 43
Anexos 44
I. Resultados obtidos
II. Actas das reuniões
III. Processo Produtivo do Petróleo
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 6/44
Figuras _ __
1. Vista área da Refinaria do Porto 10
2. Organigrama da Refinaria do Porto 11
3. Fábrica de Combustíveis 13
4. Veículo-cisterna 14
5. Petroleiro (Terminal de Leixões) 14
6. Oleodutos 15
7. Central Termoeléctrica 16
8. Sistema de Análise 21
9. SAP R/3 27
10. Menu SAP (exibir ordens de reparação) 28
11. Datas SAP 29
12. Analisador de sílica 31
13. Analisador de hidrogénio 33
14. Analisador de % de O2 38
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 7/44
Abreviaturas e acrónimos utilizados RP Refinaria do Porto DRP Direcção da Refinaria do Porto FAR Fábrica de Aromáticos FCO Fábrica de Combustíveis FOB Fábrica de Óleos Base FUT Fábrica de Utilidades O2 Oxigénio TAG - nome de um equipamento, composto de caracteres alfabéticos e numéricos, definindo o seu tipo/família bem como a unidade a que pertence. Status usuário – define a situação actual do processo SAP (ordem de reparação, requisição de compra, nota de avaria, etc.):
AAR aguarda autorização do responsável ADE aguarda disponibilidade equipamento AEN aguarda engenharia AEP aguarda estudo processual AEX aguarda execução AFD aguarda material fornecimento directo (compras) AIN aguarda inspecção AMA aguarda material de armazém APG aguarda paragem APP aguarda proposta APR aguarda preparação AVP aguarda validação da Petrogal EEX em execução OAN ordem a anular TER trabalho terminado TFT trabalho fechado tecnicamente TRC trabalho recepcionado p/ cliente TTE trabalho terminado p/ empreiteiro
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 8/44
CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1. Apresentação do estágio
Este estágio foi realizado no âmbito da disciplina Projecto/Seminário/Trabalho de Fim de Curso
(PSTFC), da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, ramo Automação,
Produção e Electrónica Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Decorreu
na Refinaria do Porto – Petrogal, Galp Energia, na área de Manutenção – Electricidade e Controlo
Industrial.
Este estágio surgiu, por parte da Petrogal, no âmbito da necessidade de melhorar a
manutabilidade e o tempo de disponibilidade de um conjunto de Analisadores em Linha. Teve como
finalidade, a análise e procura de soluções ao funcionamento e correcta manutenção dos referidos
Analisadores em Linha. 2. Objectivos do estágio
Este estágio teve como objectivos:
estudo dos analisadores em linha (familiarização), de maneira a obter um conhecimento
aprofundado dos problemas actuais e históricos dos aparelhos; esse estudo envolveu a leitura
e análise de literatura correspondente, realização de contactos com as várias áreas
envolvidas, nomeadamente a entidade processual, departamento de manutenção de
supervisão dos analisadores e empresa de prestação de serviços na mesma área;
levantamento das condições de manutabilidade actual (recolha de dados) e identificação de
oportunidades de melhoria (construção de soluções para os problemas existentes);
implementação de acções de melhoria;
realização de procedimentos de manutenção específicos para os analisadores em estudo (de
maneira a regulamentar e normalizar as acções que preventivamente, permitirão aumentar os
índices de disponibilidade);
análise de peças de reserva (estudo da razoabilidade das mesmas, bem como proposta de
normalização de outras consideradas pertinentes).
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3. Estrutura do relatório
• Índice
• Abreviaturas e acrónimos utilizados
• Introdução
Apresentação do estágio, seus objectivos e respectiva estrutura do relatório.
• Refinaria do Porto
Apresenta a instituição onde decorreu o estágio, a sua organização (organigrama) e o seu
processo de produção (“Do petróleo bruto ao produto final”).
• Manutenção e Analisadores em Linha
Apresenta conceitos subjacentes à manutenção (definições) e analisadores em linha.
• ERP – Enterprise Resource Planning
Apresenta conceitos subjacentes ao ERP.
• Trabalho realizado
Capítulo fundamental deste relatório que apresenta o que realmente foi feito, assim como as
dificuldades encontradas.
• Conclusões
Descrição das conclusões do relatório, onde é efectuada uma avaliação e apreciação do trabalho
realizado, assim como as acções de melhoria a implementar no futuro.
• Bibliografia e recursos web
Lista de documentos utilizados e páginas web.
• Anexos
Resultados do estágio (guia, dossiers e procedimentos de manutenção, checklist’s dos
analisadores em estudo), actas das reuniões e documento sobre o Processo Produtivo do
Petróleo.
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 10/44
CAPÍTULO II REFINARIA DO PORTO
1. Apresentação
A Refinaria do Porto está localizada no concelho de Matosinhos, possuindo uma área
aproximada de 200 hectares e está interligada ao terminal para petroleiros no porto de Leixões por
vários oleodutos com cerca de 2 km de extensão.
Possui no seu conjunto, cerca de 30 Unidades Processuais, destacando-se as seguintes linhas de
produção:
Combustíveis;
Óleos base;
Produtos aromáticos e de solventes (produtos químicos);
Óleos lubrificantes;
Massas lubrificantes;
Moldação de parafinas;
Betumes;
Enxofre.
FIG. 1 – Vista área da Refinaria do Porto
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 11/44
2. Organigrama
FIG. 2 – Organigrama da Refinaria do Porto
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3. Do Petróleo Bruto ao Produto Final
3.1 Petróleo Bruto
O Petróleo Bruto é um produto natural constituído por uma mistura complexa de
hidrocarbonetos a que se associam certas impurezas tais como, compostos de enxofre, azoto ou
oxigénio. Dele obtém-se um elevado número de produtos derivados de grande interesse
económico, como combustíveis, óleos base, óleos lubrificantes, ceras do petróleo, parafinas,
betumes e matérias-primas para a indústria petroquímica.
A proveniência e as características das ramas de petróleo bruto (de composição variável
entre si, conforme os locais de extracção) são factores preponderantes no programa de fabrico
da Refinaria, elaborado para fazer face às exigências qualitativas e quantitativas do mercado
consumidor.
3.2 A Refinação A diversidade dos produtos e suas características implicam uma grande complexidade nas
operações a efectuar na Refinaria, as quais se podem reunir em três grupos fundamentais:
♦ Operações físicas de separação – incluem a destilação, o fraccionamento e a extracção
por solvente. São operações que permitem separar vários produtos utilizando as
diferenças de ponto de ebulição, de densidade ou de solubilidade em solventes
selectivos.
♦ Operações químicas de conversão molecular – reúnem todas as operações que se
destinam a alterar a estrutura molecular dos compostos de forma a obter produtos com
determinadas características. Estas operações efectuam-se em condições variáveis de
pressão e temperatura, podendo utilizar-se ou não um catalisador e decorrerem numa
atmosfera de hidrogénio.
♦ Operações físicas ou químicas de tratamento – são operações destinadas a melhorar a
qualidade dos vários derivados do petróleo por eliminação de certas impurezas.
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3.3 A Fabricação As operações descritas anteriormente são realizadas nas Unidades Processuais que no caso
da Refinaria do Porto, se integram nas Fábricas de Combustíveis (FCO), de Óleos Base (FOB) e
de Aromáticos (FAR).
Completa a linha produtiva do Complexo Industrial a Fábrica de Lubrificantes, onde a
principal operação é a de lotação (mistura) de componentes.
Fábrica de Combustíveis
Neste sector da Refinaria preparam-se os produtos, finais ou componentes, cuja aplicação
assenta fundamentalmente na sua utilização térmica, de acordo com as especificações
ambientais exigidas em cada momento.
Fábrica de Óleos Base
Nesta Fábrica são preparados os óleos base lubrificantes e outros produtos que resultam do
aproveitamento de subprodutos das diversas fases de refinação dos óleos, como, por exemplo,
Ceras do Petróleo, Betumes e Óleos de processamento.
Fábrica de Aromáticos
Na Fábrica de Aromáticos obtêm-se a partir da sua matéria-prima, gasolina reformada,
oriunda da Fábrica de Combustíveis, produtos que constituem matéria-prima de indústrias de
actividades muito diversificadas, tais como: plásticos, têxteis, adubos, borracha, tintas,
detergentes, etc.
FIG. 3 – Fábrica de Combustíveis
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Fábrica de Lubrificantes
Integra duas linhas de produção e enchimento: uma de óleos lubrificantes e outra de massas
lubrificantes. Nesta unidade promove-se a lotação e aditivação de óleos, em grande percentagem
produzidos na Fábrica de Óleos Base, conferindo-lhes as características necessárias às diversas
utilizações no mercado.
3.4 A armazenagem
Nesta instalação armazenam-se e movimentam-se, por bombagem, todos os produtos desde
as matérias-primas aos produtos finais, passando por aqueles que se encontram, ainda, em fase
intermédia de produção. Inclui ainda facilidades para lotação de combustíveis.
3.5 A expedição
Os produtos finais encontram-se no estado gasoso, líquido ou sólido e a sua expedição é
realizada sob três formas:
♦ via rodoviária – os produtos líquidos são
expedidos em veículos-cisterna ou embalados.
No primeiro caso os mais voláteis são
carregados por um sistema de enchimento por
baixo com recuperação de vapores.
♦ via marítima – a Refinaria está ligada ao Terminal Petroleiro de Leixões por um
oleoduto que permite a expedição por barco dos seus produtos.
FIG. 4 – Veículo-cisterna
FIG. 5 – Petroleiro (Terminal de Leixões)
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♦ por oleoduto – alguns produtos são transferidos para outras
instalações, com armazenagem própria, por oleoduto, como, por
exemplo, Propano e Butano para os Parques de Perafita e de Real e
Jet Fuel para o Aeroporto do Porto.
3.6 Actividades Complementares
Toda a actividade produtiva do Complexo, caracterizado por um elevado grau de integração
e autonomia é suportado por um vasto conjunto de actividades indispensáveis ao seu bom
desempenho e que se apresentam a seguir:
PRODUÇÃO DE UTILIDADES
É indispensável, para o funcionamento de todas as unidades processuais já descritas, um
serviço de produção e distribuição de utilidades e energia.
Para responder a esta necessidade o Complexo dispõe das seguintes facilidades:
♦ Unidade de Captação de Água (ETA)
A fim de poder abastecer de água todo o complexo industrial, foi construído, no Rio
Ave, a uma distância de 18 km da Refinaria, uma instalação de Captação, Tratamento e
Bombagem de Água, com uma capacidade de 32.000 m3/dia.
♦ Unidade de Tratamento de Água para Caldeiras
O objectivo desta instalação é produzir a água de alimentação das caldeiras da Central
Termoeléctrica e dos sistemas produtores de vapor de todo o complexo industrial. No
processo de tratamento, a água sofre uma desmineralização total, por tratamento em seis
cadeias de permuta iónica à base de resinas sintéticas.
♦ Unidade de Arrefecimento de Água
Esta instalação assegura o arrefecimento da água que circula em todo o complexo
industrial, para ser promovida a sua reutilização como o meio arrefecedor mais importante.
Utiliza torres de arrefecimento onde a água, por ventilação forçada, readquire, por
evaporação, a sua temperatura de utilização.
FIG. 6 – Oleodutos
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♦ Central Termoeléctrica
O Complexo Industrial do Porto é autónomo na energia eléctrica e no vapor de que
necessita para a sua laboração. Para este
efeito, dispõe de três turbo-alternadores de 6
KV com potências de 28.8, 17.5 e 15 MVA;
que são alimentados por seis caldeiras de
produção unitária 70 ton/hora de vapor, a 68
kg/cm2 de pressão, sobreaquecida a uma
temperatura de 525ºC.
3.7 Movimentação, lotação e expedição de produtos Na Movimentação de Produtos, que ocupa uma área de 105 hectares, encontram-se a quase
totalidade dos tanques de armazenagem do Complexo.
Desde o Petróleo Bruto até aos produtos finais, passando pelos vários produtos
intermediários, todos podem ser armazenados nos cerca de 1.900.000 m3 de capacidade destes
250 reservatórios. Variáveis no aspecto e capacidade, ligados às Fábricas e entre si, constituem
o suporte da instalação para poder responder às solicitações do mercado, no recebimento do
petróleo bruto e no fornecimento dos produtos por estrada, directamente para o cliente final, por
oleoduto para empresas concorrentes que a Refinaria abastece e por terminal para seguirem por
via marítima.
A obtenção das especificações desejadas para cada produto é conseguida por operações de
lotação com componentes diversos e adição de aditivos específicos como, por exemplo, a
produção dos diferentes tipos de gasolinas, dos combustíveis para aviação e dos óleos
lubrificantes.
A fase subsequente consiste na introdução do produto no meio físico que o transportará para
o cliente. Para levar a cabo este objectivo a área está equipada com estações de bombagem, de
enchimento de combustíveis em carros-tanque.
FIG. 7 – Central Termoeléctrica
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3.8 Manutenção
A área de Manutenção tem como missão assegurar a disponibilidade do equipamento e
instalações para o cumprimento dos planos de produção com um custo minimizado, no respeito
pelas normas da qualidade, da segurança e do ambiente.
Abrangendo diversas especialidades de que são exemplo a metalomecânica, a construção
civil, a electricidade e controlo industrial e inspecção (estática e dinâmica), prossegue uma
política de privilégio da manutenção preventiva, sistemática e condicionada.
A gestão da manutenção é apoiada por um sistema informático integrado (SAP) que gere o
stock de materiais e peças de reserva e toda a actividade da manutenção desde a solicitação até à
aceitação final do trabalho pelas áreas clientes.
3.8.1 Electricidade e Controlo Industrial
A área de Electricidade e Controlo Industrial tem por missão contribuir para a
melhoria dos indicadores de fiabilidade e manutabilidade e renovação dos equipamentos e
sistemas de electricidade, instrumentação e controlo com recurso a ferramentas e
metodologias de engenharia, potenciando as afinidades entre estas três especialidades.
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CAPÍTULO III CALENDARIZAÇÃO DO TRABALHO 1. Plano inicial do estágio
O plano inicial do estágio definido pela Petrogal, envolveu as seguintes fases:
1.ª Fase: Familiarização com os Analisadores em Linha, por leitura e análise da literatura
correspondente, realização de contactos com as várias áreas envolvidas, nomeadamente a
entidade processual, departamento de manutenção de supervisão dos analisadores e empresa
de prestação de serviços na mesma área. Desta forma, obtém-se um conhecimento
aprofundado dos actuais problemas e históricos dos aparelhos. Para complementar esta
acção, existiu um acompanhamento das acções de manutenção efectuadas nos aparelhos
durante o período de estágio.
2.ª Fase: Recolha dos dados importantes, centralização nos problemas existentes, análise de
possíveis causas da fraca disponibilidade dos aparelhos. Para além deste levantamento,
existiu uma envolvência do estagiário na construção das soluções.
Pressupõe-se por isso algumas dessas acções que de seguida de descrevem e que estiveram
incluídas nas mesmas soluções:
– Realização de procedimentos específicos para os analisadores em estudo,
nomeadamente os que descrevem operações normais de manutenção preventiva, de
colocação em serviço e fora de serviço. Estes procedimentos surgem desde logo no
sentido de regulamentar e normalizar as acções que preventivamente permitirão
aumentar os índices de disponibilidade.
– Análise das peças de reserva existentes no armazém da Refinaria do Porto. Estudo
da razoabilidade das mesmas bem como proposta de normalização de outras
consideradas pertinentes.
3.ª Fase: Apresentação do relatório de estágio que incluirá não só as acções e propostas de
melhoria, como também, e em anexo, os referidos procedimentos e propostas de
normalização de peças de reserva.
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2. Plano real do estágio
Abaixo descriminado, encontra-se o plano real do estágio: Adaptação e familiarização com a indústria petroquímica, com a área de manutenção e
com os analisadores em linha;
Estudo e selecção dos analisadores mais “críticos” através do software ERP (SAP), de
maneira a obter um conhecimento aprofundado dos problemas actuais e históricos dos
aparelhos (capítulo V contém detalhes sobre o ERP);
Estudo do analisador de sílica (leitura e análise de literatura do equipamento; realização
de contactos com as várias áreas envolvidas - entidade processual, departamento de
manutenção de supervisão dos analisadores e empresa de prestação de serviços na
mesma área; levantamento do histórico de avarias do equipamento no SAP; análise das
peças de reserva); criação de um dossier contendo toda a informação do equipamento;
Criação de um guia para a elaboração de dossiers de manutenção, de modo a
sistematizar e estruturar a informação a recolher;
Adaptação do dossier do analisador de sílica à estrutura do guia;
Elaboração de procedimento de manutenção e checklist do analisador de sílica;
Tentativa de estudo do analisador de hidrogénio;
Estudo dos analisadores de % de oxigénio da FUT (criação do dossier do equipamento
aplicando a metodologia definida no guia para a elaboração de dossiers de manutenção);
Elaboração de procedimento de manutenção e checklist dos analisadores de % de
oxigénio;
Elaboração do relatório de estágio.
Ao longo da realização das tarefas descritas anteriormente, foram realizadas reuniões com o
professor orientador da Faculdade, assim como com todos os orientadores (FEUP e empresa) de
maneira a supervisionar e orientar o trabalho a efectuar. A evolução do trabalho baseou-se no
“feedback” obtido das reuniões com todos os orientadores.
Conforme referido no capítulo I (Introdução), ponto 3 – Estrutura do Relatório, o capítulo
VI – Trabalho realizado, contém uma descrição pormenorizada das tarefas realizadas durante o
estágio, descritas anteriormente.
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 20/44
CAPÍTULO IV MANUTENÇÃO E ANALISADORES EM LINHA 1. Manutenção
De maneira a existir algum conforto na envolvência com a área da manutenção, é importante
conhecer as seguintes definições:
♦ Manutenção: todas as acções necessárias apropriadas para “manter” um equipamento
numa dada condição.
♦ Manutenção preventiva: todas as acções efectuadas num “escalonamento” planeado,
periódico e específico para manter um equipamento em condições de funcionamento
através de processos de verificação e recondicionamento.
♦ Manutenção curativa: manutenção não escalonada ou a reparação de um equipamento
para o colocar numa determinada condição; a reparação tem origem devido ao pessoal
de manutenção ou utilizadores terem percepcionado deficiências ou falhas.
♦ Manutenção preditiva: utilização de métodos de medida e de processamento de sinal
para diagnosticar com exactidão as condições de um equipamento durante a sua
operação.
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 21/44
2. Analisadores em Linha 2.1 Definição e função
Por definição, um analisador é um equipamento que constitui um ou mais sensores com
electrónica e mecânica associada para processamento de sinal e controlo. Normalmente está
associado a um sistema de condicionamento de amostra (todo o sistema de filtragem,
desumidificação, movimentação e preparação da amostra para o analisador).
Pode-se definir um sistema de análise como o analisador, em conjunto com o
condicionamento da amostra:
A função do analisador é medir uma variável analítica de processo (humidade, % de O2,
viscosidade, densidade, etc.) dentro do limite de erro tolerado pelo cliente, enviando o sinal
correspondente (4 a 20mA) ao painel de controlo, de forma a auxiliar o processo produtivo de
uma forma imediata evitando as demoras e custos inerentes às amostragens e análises do
laboratório.
FIG. 8 – Sistema de Análise
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2.2 Aspectos gerais
Os analisadores industriais, apesar de terem um custo tão elevado de aquisição, instalação e
manutenção, trazem ganhos e poupança no controlo e optimização de processos. Os ganhos que
se obtém são ganhos financeiros, ganhos de qualidade de produto e ganhos de qualidade de vida
para a população (monitorização ambiental).
A fama dos analisadores, em ambientes industriais, não é boa. É importante ter em conta que
os analisadores são diferentes de outros equipamentos existentes na empresa, e como tal, não
podem ser tratados da mesma maneira que eles. É necessário prestar a atenção devida e os
cuidados necessários para um correcto funcionamento dos analisadores. Pela sua complexidade
e fragilidade, exigem mais conhecimento do seu funcionamento, com estratégias de manutenção
diferenciadas.
O analisador é bastante complexo, possuindo tubulações internas onde a amostra circula até
chegar ao sensor. Por vezes a amostra é corrosiva e um pouco suja e entrando em contacto com
as partes mecânicas, ópticas e mecânicas delicadas, torna-se uma fonte potencial de problemas,
pois uma pequena fuga de amostra pode corroer partes ou até inutilizar o analisador. Também
podem ocorrer problemas no sensor, como depósitos de sujidade, corrosão, desgaste (queima de
uma lâmpada), queima de placas electrónicas ou fonte de alimentação.
Mas a maior frequência de problemas que ocorre é com o condicionamento da amostra. É o
condicionamento da amostra que lida com amostras corrosivas, com altas pressões, com altas
temperaturas, incluindo com gases que podem inflamar. Geralmente algumas partes que o
constituem estão expostas aos rigores do tempo, ou seja, sol, frio, calor, humidade, atmosferas
corrosivas, etc. Os sistemas de condicionamento de amostra precisam de lidar com condições
mais severas, de processo e ambientais, estando muito mais sujeitos a defeitos e falhas do que os
analisadores. Exemplos de elementos que típicos que compõem um sistema de condicionamento
de amostra são filtros, bombas, desumidificadores, válvulas diversas, tubos de materiais
especiais, conexões, etc. Estes elementos apresentam desgaste e tem grande probabilidade de
falhar com o tempo – motivo pelo qual são intensivos em manutenções preventivas.
Componentes típicos que sofrem problemas de ruptura, entupimentos e desgastes são os filtros
de processo, bombas, sensores, partes mecânicas móveis. Devido aos factores descritos
anteriormente, o sistema de condicionamento da amostra é considerado crítico e crucial num
ambiente industrial, e como tal, merece a maior atenção possível.
É importante elaborar uma estratégia de manutenção adoptada ao sistema, em que devemos
considerar que consequências originam falhas.
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Outra questão que se coloca, que é considerada importante é a capacidade do pessoal que
intervém nos analisadores, pois eles são complexos e intensivos em manutenção. Que pode
fazer um mecânico de automóveis que só conhece carburadores diante de um sistema de
injecção electrónica? Os técnicos devem ter perfil adequado e conhecimento para cuidar dos
sistemas de análise e resolver adequadamente os problemas que surgirem.
A manutenção preventiva é um factor importante que influencia na disponibilidade e
confiabilidade dos analisadores. Uma desvantagem da manutenção preventiva é que um
analisador que estava em funcionamento é retirado da operação, ficando indisponível. No
entanto, se a manutenção não for feita resultará em falhas no sistema, consequentemente com
um aumento de manutenções correctivas, indisponibilidade e perda de confiança nos
analisadores. Deverá haver um equilíbrio na definição da periodicidade e especificação de
manutenções preventivas.
Como dicas de melhoria, deve-se fugir dos “atalhos” e da “pressa” na hora da especificação
de um sistema de análise, já que aqui se define o futuro do sistema (sucesso ou fracasso). O
primeiro passo é escolher o analisador adequado aos requisitos do processo.
Em geral, para os analisadores, a estratégia é do tipo “run-to-failure”. As operações que se
realizam, principalmente são a calibração e ajuste. A questão centra-se mais nos
condicionamentos da amostra, onde deve haver uma forte manutenção preventiva, para evitar
falhas e manutenções correctivas. Em jeito de comparação, manutenção preventiva em sistemas
de análise é como a nossa alimentação: se for inexistente, leva-nos à morte, se for insuficiente,
causa graves problemas no nosso corpo e no nosso desempenho, e se for excessiva, causará
malefícios. Se um sistema for calibrado diariamente, desmontado todas as semanas, limpo e
remontado, leva a uma degradação mais rápida do sistema, introduzindo problemas como fugas,
desgastes e perda de ajustes.
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CAPÍTULO V ERP - Enterprise Resource Planning
Ao utilizar um ERP há certos conhecimentos que devem estar presentes. Este capítulo foca
aspectos base sobre o ERP.
1. Definição
Por definição, um sistema ERP é um conjunto de aplicações informáticas (pacote de
software modular) para apoiar de uma forma automatizada e integrada as funções de uma
organização, nomeadamente a função financeira, logística, produção e de recursos humanos.
Assume uma perspectiva de processos da organização. As várias funções (actividades) são
fortemente integradas por intermédio de uma base de dados comum (um único modelo de
dados).
2. Áreas de aplicação:
O ERP insere-se em várias áreas de aplicação:
manutenção
aquisição de matéria-prima e componentes
relação com clientes
gestão de stocks e de armazém
gestão da produção
gestão da qualidade
gestão de projectos
engenharia de produto e de processo
contabilidade
gestão de recursos humanos
…
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 25/44
3. Mercado
A nível de mercado, existe uma oferta alargada deste sistema. Abaixo descriminado
encontram-se alguns dos líderes actuais de mercado na área:
SAP
BaaN
PeopleSoft
Oracle 4. Benefícios
Um dos principais benefícios de um sistema ERP, é a integração de dados, visto que a
interligação ou alteração de dados, através de um determinado módulo, é automaticamente
reflectido noutros módulos dependentes, evitando, em consequência, a reintrodução posterior
dos mesmos dados. A existência de um único modelo de dados elimina um dos problemas
críticos dos sistemas de informação – a duplicação e redundância da informação.
Outro benefício, é a reengenharia dos processos de negócio, permitindo analisar e mudar os
processos e procedimentos, garantindo um funcionamento fluído dos processos de negócio.
Há uma uniformização de interfaces, e como consequência um aumento de produtividade,
há uma disponibilidade maior da informação, devido ao facto do acesso a dados ser em tempo
real e há uma melhoria de comunicação devido ao aumento da eficiência dos processos de
negócio.
5. Condições de sucesso
Para obter sucesso na implementação do ERP deverá existir uma articulação dos objectivos
do projecto com as expectativas de mudança da organização (internacionalização), definição da
equipa (quem participa e grau de dedicação), uma gestão profissional do projecto, um
comprometimento da administração e dos responsáveis dos processos envolvidos, uma
compreensão dos utilizadores quanto às necessidades de mudança e respectivas razões, a
concordância entre o software, a cultura e os objectivos de negócios da empresa (flexibilidade) e
o envolvimento da administração (acompanhamento, tempo, dinheiro, custos, etc.).
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 26/44
6. Desvantagens e dificuldades
A implementação de um sistema ERP não resolve todos os problemas da empresa, aliás,
estes sistemas têm algumas desvantagens, nomeadamente os custos de implementação serem
elevados (análise, preparação, instalação e arranque do sistema de informação), o facto de exigir
muitos recursos ao nível das pessoas e de tempo. Apresenta como dificuldades uma
configurabilidade limitada, a interface com sistemas legados existentes e a manutenção.
7. Causas do insucesso
Por vezes surgem situações de insucesso, que podem ser causadas por uma análise de
requisitos insuficientes, ou seja, se o sistema não faz o que se pensava que faria. Outra causa
provável para o insucesso, pode ser a não verificação da reorganização da empresa e a nível de
questões organizacionais. A insuficiência em tempo, formação e recursos financeiros também
pode ser outro factor que influencia no insucesso da implementação de um ERP.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 27/44
CAPÍTULO VI TRABALHO REALIZADO
De acordo com o referido no capítulo III, ponto 2 (Plano Real do Estágio), este capítulo
pretende descrever, com algum pormenor, as tarefas realizadas ao longo do estágio. 1. Adaptação e familiarização com a indústria
A primeira fase do estágio consistiu num período de adaptação e de familiarização com a
indústria petroquímica. Nesta fase procurei adquirir conhecimentos sobre o processo da
refinação de petróleo, efectuando visitas às fábricas da refinaria para melhor compreender esse
processo. Para completar esses conhecimentos, recorri a pesquisas na Internet, nomeadamente
no site da Galp Energia (www.galpenergia.com).
O passo posterior foi o estudo sobre manutenção e analisadores em linha, mais uma vez com
o recurso à Internet (ver capítulo IV – Manutenção e Analisadores em linha). 2. Estudo e selecção dos analisadores críticos
Após ter uma visão geral da indústria petroquímica e de analisadores em linha, iniciei um
estudo pormenorizado dos analisadores mais críticos da Refinaria do Porto. Para criar uma base
sólida que contém informação sobre os analisadores mais críticos, recorri ao software ERP
utilizado pela Petrogal, o SAP R/3 (software de gestão integrada).
O SAP foi introduzido na Refinaria em Outubro de 1997. Até essa data o registo das avarias
era efectuado manualmente e em formato de papel, através de Ordens de Trabalho.
FIG. 9 – SAP R/3
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
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O objectivo inicial foi efectuar um levantamento dos analisadores com maior número de
ordens de reparação. Os dados foram importados para uma folha de Excel, para posteriormente,
serem tratados estatisticamente.
Os dados importados incluíram informação sobre:
Número de ordem de reparação
Designação da reparação (texto descritivo)
Status usuário
Local de instalação
Equipamento (tag e número SAP)
Custos totais reais
Data de início e fim da ordem
FIG. 10 – Menu SAP (exibir ordens de reparação)
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
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A partir dos dados importados, fez-se o tratamento de informação necessária, recorrendo à
funcionalidade “PivotTable” do Excel, de modo a obter, para cada equipamento, o número de
ordens de reparação, com os custos totais e duração total das reparações (tempo que o
equipamento esteve parado). Completei depois essa informação com dados sobre a idade do
equipamento.
Após possuir a referida informação crucial, reuni-me com o responsável dos analisadores e
orientadores, para decidir quais os analisadores a estudar.
Como os dados do SAP a nível do histórico, são incompletos, a decisão de quais os
analisadores a estudar teve como base os conhecimentos empíricos do responsável dos
analisadores e orientadores, mas, no entanto, com algum apoio, por parte dos dados disponíveis
do SAP.
Como resultado da reunião, ficou decidido que equipamentos são os mais críticos e os que
merecem ser objecto de estudo. Abaixo descriminado, encontra-se os analisadores escolhidos
para ser objecto de estudo:
Equipamento (n.º SAP) Designação Local Instalação Tag Ano
aquisição N.º
ordens Custos totais Duração
50014800 Analisador hidrocarbonetos ambiental DRP-FAR-0600-ANL AR-0681
(AR12) 1978 3 8.899,34 1384
50014799 Analisador % oxigénio/volume no N2 DRP-FAR-0600-ANL AR-0680
(AR9) 1977 3 1.033,65 1709
50015040 Analisador H2 saída da unidade (medidor de hidrogénio)* DRP-FCO-1700-ANL AT-1703 2001 2 0 83
50014867 Silicímetro – analisador de sílica DRP-FUT-4100-ANL AT-4102 1993 8 6.848,74 393
*Nota: O analisador de hidrogénio foi seleccionado devido ao facto de não ter funcionado desde a sua instalação em 2001.
Os dados anteriores referem-se ao número de ordens, custos totais reais (em euros) e
duração (em dias), desde Outubro de 1997.
A duração da ordem, ou seja, o tempo que o equipamento está parado, refere-se ao período
de tempo desde o início da avaria (nota da avaria), passando pelo lançamento da ordem de
reparação (inicio da reparação – EEX) até ao seu fim (TTE/TER):
1EEX – em execução 2TTE – trabalho terminado por empreiteiro; TER – trabalho terminado T1 – tempo de preparação (dias) T2 – tempo de resolução (dias) Duração = Tempo total = T1 + T2
FIG. 11 – Datas SAP
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 30/44
Da lista anteriormente descrita, para iniciar o estudo dos analisadores, escolhi,
aleatoriamente, o analisador de sílica, como objecto de estudo.
3. Estudo do analisador de sílica
Toda a informação recolhida do equipamento em estudo, assim como as propostas de
melhoria da situação actual, encontram-se em anexo. Numa tentativa de recolher a máxima
informação possível, procurei recolher todos os detalhes e pormenores do equipamento, e como
tal, a referida informação do dossier encontra-se pormenorizada.
Depois de possuir o manual técnico do equipamento, surgiu a necessidade de perceber a
importância do analisador de sílica. Como tal, para uma melhor localização no contexto, abaixo
encontra-se uma descrição do processo em que o analisador se insere.
É indispensável, para o funcionamento de todas as unidades processuais da Refinaria, um
serviço de produção e distribuição de utilidades e energia. Para responder a esta necessidade o
Complexo dispõe da fábrica de utilidades (FUT) que fornece as seguintes utilidades à refinaria:
ar (geral/comprimido e de instrumentos);
combustível (fuel-óleo e fuel-gás);
vapor de alta, média e baixa pressão (para movimentar máquinas, aquecimento de
linhas, etc.);
energia (central termoeléctrica);
água de arrefecimento, água para consumo geral, água para consumo de caldeiras
(desmineralizada).
A Unidade de Tratamento de Água para Caldeiras tem como objectivo produzir a água de
alimentação das caldeiras da Central Termoeléctrica e dos sistemas produtores de vapor de todo
o complexo industrial. No processo de tratamento, a água sofre uma desmineralização total, por
tratamento em 6 cadeias de permuta iónica à base de resinas sintéticas.
A desmineralização da água elimina sais minerais e sílica da água, que caso contrário, não
fossem eliminados, provocariam a existência de “calcário” nas caldeiras. A desmineralização da
água envolve a utilização de filtros de areia, de catião e de anião (forte e fraco) e é usada para
evitar a oxidação.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 31/44
O analisador de sílica tem como função, a análise da concentração de sílica
(SiO2) na água das caldeiras.
Após compreender o processo em que o analisador se insere, dediquei-me à
leitura do manual, de modo a extrair informação técnica vital, para uma
compreensão do funcionamento e constituição do equipamento.
Ao longo da leitura do manual, optei por elaborar anotações consideradas relevantes para
oportunamente serem utilizadas no estudo do equipamento, nomeadamente, o registo das acções
de manutenção recomendadas pelo fabricante.
Devido à incoerência dos dados do SAP, surgiu a necessidade de conhecer, na realidade as
avarias do equipamento. Devido a este facto, recorri a uma entrevista com o responsável pelos
analisadores, que devido à sua experiência no campo, não hesitou em responder às questões por
mim colocadas.
Depois de conhecer as peças de reserva existentes em armazém e suas características de
armazenagem (ponto de encomenda, stock máximo, stock de segurança), procurei entrar em
contacto directo com o equipamento. Acompanhei as acções de manutenção com a empresa
prestadora de serviços, tomando anotações das observações das acções de manutenção
preventiva.
Possuindo alguma informação sobre o analisador de sílica, surgiu a necessidade de
sistematizar, estruturar e reunir a informação recolhida. Como primeira abordagem, elaborei um
documento base para registo dos dados recolhidos.
De modo a ter uma supervisão e orientação do trabalho, decidi ter uma reunião com o
professor orientador na FEUP (reunião n.º 1). Em anexo encontram-se as actas das reuniões.
Como após a reunião ficou decidido reforçar a informação disponível do analisador de
sílica, dirigi-me à sala de controlo da FUT para falar com um operador de processo, de maneira
a adquirir mais informação sobre o processo em que o analisador se insere. De modo a reforçar
os dados sobre as avarias, contactei novamente o responsável pelos analisadores. Posteriormente
efectuei uma pesquisa na Internet, no site do fornecedor do equipamento (www.hach.com), para
recolher mais informação sobre o equipamento.
FIG. 12 – Analisador de sílica
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 32/44
De novo, surgiu a necessidade de ter outra reunião com o professor (reunião n.º 2).
Seguindo a sugestão do professor de acrescentar informação sobre os modos de falhas do
equipamento (AMFE – análise dos modos de falha e seus efeitos), procurei recolher informação
sobre os referidos modos, assim como toda a informação disponível do equipamento, incluindo
uma pesquisa no arquivo da refinaria.
Efectuei também contactos com a empresa prestadora de serviços, no sentido de recolher
informação sobre as acções de manutenção preventiva e curativa e sobre os planos de
manutenção actuais.
4. Projecto de investimento
Entretanto, durante o estudo do analisador de sílica, tomei conhecimento que existirá um
projecto de investimento para a substituição dos analisadores AR0680 (AR9) e AR0681
(AR12) da FAR, instalados em 1977 e 1978, respectivamente. Devido a esta situação efectuei
um levantamento de dados no SAP para a justificação da substituição dos dois equipamentos
referidos anteriormente. Os dados recolhidos do SAP incluíram informação sobre número de
ordens de reparação, peças substituídas e custos totais da manutenção.
Logicamente, e devido ao referido projecto de investimento, deixou de fazer sentido, o
estudo dos analisadores da FAR que estavam previstos ser objecto de estudo, devido à sua idade
e histórico.
Devido a uma indisponibilidade de um dos orientadores da Petrogal (período de férias), os
resultados efectuados até à data sobre o analisador de sílica não foram divulgados aos
orientadores na empresa e logo surgiu a necessidade de continuar o estudo de outro analisador.
Devido à existência do projecto de investimento dos analisadores da FAR, o analisador posterior
a ser estudado foi o de hidrogénio.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 33/44
5. Tentativa de estudo do analisador de hidrogénio
Um dos primeiros passos efectuados, foi compreender o
funcionamento e a importância do analisador na refinaria.
O analisador de hidrogénio está instalado na unidade 1700 da FCO. A FCO é composta por
várias unidades (destilação, tratamento de gás – butano e propano, unifining – remoção de
enxofre: gasolina pesada para gasolina pesada dessulfurizada, platforming – produção de
hidrogénio).
Quando se produz hidrogénio, é necessário que este tenha uma pureza de 99.9%. Para obter
a referida pureza, utiliza-se um gás rico em hidrogénio (85%), sendo depois, este gás purificado
(obtendo assim os 99.9%).
A unidade de platforming (grande fonte de hidrogénio) está a jusante da unidade de
unifining. Por sua vez, a jusante da unidade platforming está a unidade 1700, cuja função é
purificar o hidrogénio de 85% para 99% de pureza. Daí a importância do analisador de
hidrogénio, para garantir que o hidrogénio que se introduz nas unidades consumidoras tenha a
pureza necessária.
Desde que a unidade 1700 começou a funcionar em 2001, o analisador não cumpre a sua
função. A gama de funcionamento (“range”) do analisador não é compatível com o sistema de
condicionamento da amostra. O range definido no analisador é de 98.9 % para o sinal de 4mA e
99.8 % para 20mA, sendo depois os sinais correspondentes (4 e 20mA) enviados ao painel de
controlo. Como se pode observar, a gama de valores com que o analisador trabalha é muita
reduzida e a fábrica tem dificuldade em manter a saída da unidade com estes valores de
percentagem e por consequência o equipamento está sempre a alarmar. Perante esta situação, a
fábrica ignora o sinal do analisador, apesar do equipamento ser bastante importante, porque
controla a saída da unidade. Como alternativa no controlo dos valores de hidrogénio, o
laboratório recolhe amostras e procede à respectiva análise. Como proposta de resolução desta
situação, propõe-se alterar a gama de funcionamento do analisador para uma gama mais
alargada de valores.
O equipamento não possui nenhum plano de manutenção e por consequência não existem
acções de manutenção preventiva definidas para o equipamento. Não existem peças de reserva
normalizadas.
FIG. 13 – Analisador de hidrogénio
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 34/44
Devido aos factores anteriormente descritos, por decisão unânime dos orientadores da
Petrogal, optei por escolher outro analisador para estudo. No entanto, como não existia
documentação técnica do analisador de hidrogénio, dediquei algum tempo a providenciar
documentação, através do contacto com o seu representante (ABB) e pesquisa no seu site
(www.abb.com), assim como compreender o funcionamento do equipamento através da leitura
do único manual existente (manual de operação). A pesquisa envolveu um esforço para
encontrar toda a documentação técnica existente.
A documentação técnica providenciada foi depois entregue ao responsável pelos
analisadores para, oportunamente, serem criadas as condições de manutenção do equipamento
(definição das acções de manutenção).
De modo a obter mais “feedback” do orientador na FEUP, realizou-se outra reunião
(reunião n.º 3).
Ficou decidido elaborar um documento para estruturar e sistematizar a recolha de
informação de um dado equipamento. O objectivo deste documento é ser um guia para a reunião
de informação. Também ficou decidido alterar o dossier do analisador de sílica, posteriormente
à elaboração do guia.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 35/44
6. Guia para a elaboração de dossiers de manutenção
O guia tem por objectivo ser um guia para a elaboração dos dossiers de manutenção dos
equipamentos em estudo (analisadores em linha).
O dossier de manutenção de um dado equipamento contém toda a informação relevante
sobre a manutenção desse equipamento, incluindo a checklist para a realização de auditorias
com o intuito de verificar se existe a referida informação do equipamento, contendo também a
checklist do resultado da auditoria (relatório) com proposta de acções de melhorias e
recomendações. Entre a informação relevante do equipamento inclui-se a documentação técnica
existente, lista de peças de reserva, o princípio de funcionamento, o processo em que se insere, o
histórico das avarias, a análise dos modos de falha e seus efeitos (AMFE), os planos de
manutenção e o diagnóstico da situação actual com respectivas acções de melhoria
recomendadas, para melhorar a situação actual.
O guia é referente a um só equipamento ou a conjunto de equipamentos com características
idênticas, mas, no entanto, com algumas diferenças, nomeadamente no caso do histórico de
avarias. No caso do guia se aplicar a um conjunto de equipamentos, faz-se referência às
diferenças existentes.
Além do mais, o guia serve como uma orientação futura na elaboração de dossiers de
manutenção.
Numa tentativa de melhoria contínua, o guia teve mais do que uma versão, tendo evoluído
com base na supervisão dos orientadores.
Posteriormente foram efectuadas alterações no dossier do analisador de sílica (silicímetro),
respeitando os pontos descritos do guia.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 36/44
7. Elaboração do procedimento de manutenção e checklist do silicímetro.
Após uma análise aos procedimentos de confirmação existentes da Refinaria, comecei por
elaborar o procedimento de manutenção do analisador. Como nota de rodapé, os referidos
procedimentos de confirmação descrevem o conjunto de operações necessárias para assegurar a
conformidade de um instrumento de medição com os requisitos prescritos para a sua utilização.
As operações envolvidas são as seguintes: verificações, ajustes, regulações e marcações.
A partir das anotações da leitura do manual referentes às acções de manutenção e em
conjunto com o plano de manutenção actual, elaborei o procedimento de manutenção.
Depois de ter a primeira versão elaborada, entrei contacto com o responsável pelos
analisadores para validar os passos de manutenção descritos no procedimento. Após ter a
validação dos passos, elaborei as checklist’s do equipamento, com base no procedimento
anteriormente elaborado.
O passo posterior foi entregar o procedimento ao Eng.º Renato para uma revisão e para
depois fazer circular pela rede interna da Petrogal para possíveis comentários e aprovação.
Chegando a este ponto do estágio, foi necessário ter uma reunião com todos os orientadores
para analisar o trabalho realizado até à data (reunião n.º 4). Como resultado da reunião, surgiu a
necessidade de rectificar alguns pontos do guia e, por consequência, do dossier do silicímetro.
Definiu-se o plano de trabalho até Dezembro, que incluiu o estudo de outro analisador e
posteriormente ao referido estudo, a elaboração do relatório de estágio para a cadeira de
Projecto.
Após ter cumprido a rectificação e alterações dos documentos definidas na reunião,
dediquei-me à selecção do analisador seguinte a estudar. Com base na lista dos analisadores
críticos, foi seleccionado o seguinte equipamento:
Equipamento
(n.º SAP) Designação Local Instalação Tag Ano aquisição
N.º ordens
Custos totais Duração
50014861 Analisador %O2/volume nos fumos (caldeira C) DRP-FUT-4100-ANL O2RC-40201C 1994 10 5.869,5 534
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 37/44
Devido ao facto de existirem mais três analisadores idênticos na unidade onde se encontra o
analisador seleccionado, foi decidido estudar os quatro equipamentos em paralelo, ou seja, os
analisadores de % de O2 da FUT, das caldeiras A, B, C e D, criando assim, um dossier de
manutenção para os 4 equipamentos.
Como resumo, na tabela seguinte, encontram-se descriminados os novos equipamentos
objecto de estudo:
Equipamento
(n.º SAP) Designação Local Instalação Tag Ano aquisição
N.º ordens
Custos totais Duração
50014859 Analisador %O2/volume nos fumos (caldeira A) DRP-FUT-4100-ANL O2RC-40201A 1994 5 4.277,42 436
50014860 Analisador %O2/volume nos fumos (caldeira B) DRP-FUT-4100-ANL O2RC-40201B 1994 2 3.048,48 246
50014861 Analisador %O2/volume nos fumos (caldeira C) DRP-FUT-4100-ANL O2RC-40201C 1994 10 5.869,5 534
50014862 Analisador %O2/volume nos fumos (caldeira D) DRP-FUT-4100-ANL O2RC-40201D 1994 5 4.055,33 747
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 38/44
8. Estudo dos analisadores de % de O2 da FUT
A tarefa de estudo destes analisadores foi menos
morosa, devido à existência do guia e do dossier do
analisador de sílica, o que permitiu estruturar o
levantamento da informação disponível e efectuar o seu
registo de forma sistematizada.
Comecei então por compreender o processo em que os analisadores se inserem.
Na unidade 4000 da FUT, existe uma queima de fuel-óleo e/ou fuel-gás em caldeiras, com o
objectivo de produzir vapor. O vapor produzido é utilizado para a produção de energia eléctrica,
para alimentar grupos nas várias fábricas (por exemplo, accionar compressores, bombas, etc.) e
aquecimento de correntes processuais.
Na saída da unidade 4100, obtém-se água desmineralizada, que por sua vez passa por um
desgasificador, para ser retirado algum oxigénio existente na água, e ao mesmo tempo é
aquecida através de uma injecção de vapor. A água passa por acumuladores para subir a
temperatura sendo depois bombada para as caldeiras, para produzir o vapor. Na queima do fuel
com ar (forçado), são libertados gases que são expelidos para a chaminé. Os gases, nesse
percurso, passam pelo analisador de O2 para analisar a riqueza da queima. Para optimizar a
riqueza da queima, é necessário haver um compromisso entre a entrada de ar e fuel, de modo a
evitar um maior consumo de um destes componentes. Este processo aplica-se nas 4 caldeiras
distintas (A, B, C e D).
O passo seguinte foi efectuar uma leitura cuidada do manual, tomando as anotações
necessárias para a elaboração do dossier. Efectuei um levantamento das peças de reserva
existentes em armazém e um levantamento do histórico dos equipamentos no SAP. Seguiu-se a
entrevista com o responsável pelos analisadores, de modo a extrair dados sobre as avarias mais
comuns dos equipamentos.
Posteriormente, entrei em contacto com operador de processo da FUT, para esclarecimento
de algumas dúvidas.
FIG. 14 – Analisador de % de O2
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 39/44
Entrei em contacto com a empresa prestadora de serviços, de modo a recolher mais dados,
assim como tomar conhecimento do plano de manutenção do equipamento. No compasso de
espera do período da realização das acções de manutenção, dirigi-me ao arquivo da Refinaria
analisar a documentação existente e elaborei os passos de manutenção com base na descrição do
manual e plano de manutenção actual do equipamento. Após validação dos referidos passos com
o responsável pelos analisadores, acompanhei as operações de manutenção com a empresa
prestadora de serviços, aproveitando para validar os passos de manutenção elaborados.
Conclui a elaboração do dossier dos analisadores e dediquei-me à elaboração do
procedimento de manutenção e respectiva checklist.
Após concluir o estudo dos analisadores de % de O2, teve lugar na Petrogal, outra reunião
com todos os orientadores (5.ª reunião). Mais uma vez, surgiu a necessidade de fazer algumas
alterações no guia e por consequência nos documentos criados.
Após efectuar as alterações definidas na reunião, os documentos foram analisados pelos
orientadores para uma aprovação final, sendo depois o procedimento de manutenção dos
analisadores de % de O2, colocado na rede interna da Petrogal para comentários e aprovação.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 40/44
9. Dificuldades encontradas
Ao longo do trabalho efectuado, além das aprendizagens efectuadas, foram sentidas algumas
dificuldades que foram calmamente superadas.
Compreensivamente, a disponibilidade dos colaboradores da Petrogal e da empresa
prestadora de serviços nem sempre era imediata, o que provocava uma evolução mais lenta do
trabalho. Para ultrapassar esta dificuldade e evitar a situação de aguardar a disponibilidade das
pessoas, dediquei-me a outras tarefas que tinha que realizar posteriormente, optimizando assim
o tempo de trabalho.
A utilização do SAP demonstrava-se pouco confortável, visto a sua interface gráfica ser
pouco agradável, não intuitiva (não é “user-friendly”) e ser demorado realizar um processo de
consulta.
No levantamento inicial dos dados sobre histórico dos equipamentos, também foram
sentidas algumas dificuldades, que facilmente foram ultrapassadas recorrendo a entrevistas com
os colaboradores da Petrogal, obtendo deste modo, informação mais consistente sobre o
histórico. Após o período de adaptação, o empirismo na utilização do SAP também revelou ser
um factor útil, devido ao facto do levantamento de dados ser mais rápido e objectivo.
Outra dificuldade encontrada foi a constante alteração do guia e por consequência, dos
dossiers de manutenção, de modo a que o trabalho realizado estivesse de acordo com os
requisitos e objectivos dos orientadores.
Uma mais valia, foi a preocupação dos orientadores, em terem disponibilizado a ajuda
necessária para a realização do estágio e para superar as dificuldades encontradas.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 41/44
CAPÍTULO VII CONCLUSÕES
Após a realização deste estágio, os resultados obtidos são evidentes e de extrema importância
para a área de manutenção da Refinaria. Foram elaborados documentos essenciais, com o sentido de
conhecer e caracterizar, de um modo pormenorizado, a situação actual de um dado equipamento, a
nível dos seus problemas actuais. Posteriormente, com base nos dados recolhidos do equipamento e
através de uma análise à situação actual, foram efectuadas propostas de acções de melhoria para a
situação actual do equipamento, nomeadamente o reforço de acções de manutenção preventiva,
acréscimo de peças de reserva em armazém e principalmente, foram elaborados documentos de
apoio para a manutenção de um dado equipamento.
Os objectivos propostos foram cumpridos com sucesso, visto terem sido elaborados os
procedimentos de manutenção e respectivas checklist’s para analisadores considerados críticos, no
âmbito da manutenção. Além destes resultados, foram efectuadas algumas recomendações de
melhoria. A elaboração de procedimentos de manutenção foi de extrema importância, visto não
existirem procedimentos de manutenção definidos para os analisadores.
Foram encontradas dificuldades durante a realização do estágio, mas que calmamente foram
ultrapassadas, conforme descrito no ponto 9 do capítulo VI (Trabalho Realizado).
Os resultados obtidos do estágio estão reflectidos a nível dos documentos criados (que seguem
em anexo), nomeadamente:
guia para a elaboração de dossiers de manutenção;
dossier de manutenção do analisador de sílica, procedimento de manutenção e checklist;
dossier de manutenção dos analisadores de % de O2 da FUT, procedimento de manutenção e
checklist;
recomendações de acções de melhoria (incluídos nos dossiers de manutenção).
Para superar as dificuldades encontradas na recolha de informação, foi criado o guia. O guia é
um documento bastante útil para o futuro, uma vez que permite estruturar e sistematizar a recolha
de informação de um determinado equipamento para um estudo pormenorizado.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 42/44
No decorrer do estágio foi possível aplicar os conhecimentos teóricos sobre ERP adquiridos na
faculdade, através de uma navegação sistemática pelo SAP, verificando algumas potencialidades
mas, no entanto falhas, que seguidamente se descrevem:
Funcionamento óptimo para cálculo/controlo de custos (a nível de manutenção);
Se os dados de manutenção forem correctamente introduzidos, permite analisar e
visualizar as ordens de reparação de um ou de vários equipamentos;
Inicialmente a vertente prática da utilização do SAP revelou ser confusa e por vezes
difícil de manusear;
A nível de potencialidades, o SAP não está explorado, o que por vezes provoca lacunas
na existência de informação (por exemplo, a nível de histórico e registo de avarias de
equipamentos)
Apesar das dificuldades sentidas na utilização do SAP, referidas anteriormente, adquiri alguns
conhecimentos bastante úteis sobre o SAP, sendo uma mais valia para o meu futuro profissional.
Espero que exista uma continuidade do trabalho efectuado até à data, nomeadamente a
elaboração dos dossiers de manutenção e respectivos procedimentos de manutenção acompanhados
da checklist para mais equipamentos que sejam críticos, de modo a melhorar a manutabilidade e
disponibilidade dos analisadores.
Espero ter reforçado a ideia da importância do histórico dos equipamentos e ter feito o alerta
para a sensibilização de um correcto preenchimento de dados no SAP, de modo a criar um histórico
com dados consistentes.
Como acções de melhoria a nível global a efectuar num futuro próximo, propõe-se o lançamento
automático dos planos de manutenção no SAP.
Melhoria da manutabilidade de analisadores em linha
________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 43/44
CAPÍTULO VIII BIBLIOGRAFIA E RECURSOS WEB
Engineering Maintenance – a modern approach, B.S. Dhillon, CRC Press LLC, 2002
http://www.galpenergia.com
http://www.google.com
http://www.hach.com (analisador de sílica)
http://www.abb.com (analisador de hidrogénio)
http://www.rosemount.com (analisador de O2)
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________________________________________________________________________________________________ Relatório de Estágio 44/44
ANEXOS
I. Resultados obtidos
Como resultado do estágio, em anexo encontram-se os seguintes documentos:
guia para a elaboração de dossiers de manutenção;
dossier de manutenção do analisador de sílica, procedimento de manutenção, checklist e
respectivas recomendações de acções de melhoria;
dossier de manutenção dos analisadores de % de O2 da FUT, procedimento de manutenção,
checklist e respectivas recomendações de acções de melhoria.
II. Actas das reuniões
Ao longo do estágio foram efectuadas reuniões com o professor orientador na FEUP e com os
orientadores na empresa, de maneira a compreender os requisitos dos orientadores. O objectivo das
reuniões era obter o maior “feedback” possível.
A evolução do trabalho realizado baseou-se nos comentários obtidos das reuniões com todos os
orientadores.
III. Processo Produtivo do Petróleo
Documento que contém imagens sobre o processo produtivo do petróleo.