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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DO ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA-AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA- ISE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS MEIOS PARA AJUDAR CRIANÇAS COM DIFICULDADES NA LEITURA ADELINA APARECIDA MAZUREK ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO. ARIPUANÃ/2010

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DO ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA-AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA- ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

MEIOS PARA AJUDAR CRIANÇAS COM DIFICULDADES NA LEITURA

ADELINA APARECIDA MAZUREK

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO.

ARIPUANÃ/2010

ASSOCIAÇÃO JUINENSE DO ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA-AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA- ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

MEIOS PARA AJUDAR CRIANÇAS COM DIFICULDADES NA LEITURA

ADELINA APARECIDA MAZUREK

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO.

“Trabalho apresentado como exigência

parcial para a obtenção do curso de Gestão

e Práticas Pedagógicas.”

ARIPUANÃ/2010

ASSOCIAÇÃO JUINENSE DO ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA-AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA- ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

ORIENTADOR Ilso Fernandes do Carmo

DEDICATÓRIA

Agradeço a Deus pela força de todos os meus momentos, aos meus colegas de

curso pelo companheirismo, aos meus filhos que por eles eu luto para vencer cada etapa de

minha vida. Ao conjunto de aulas, referencias, troca de informações obtidas pelos professores

e mestres o meu singelo obrigado e que Deus abençoe a todos.

Nós aprendemos de verdade quando o outro mostra que pode trocar

experiências de sabedoria com você.

RESUMO

O ser humano ao nascer desenvolve muitas habilidades, conhece e se relaciona

com muitas pessoas, enfim tem um mundo em suas mãos. E através de tudo que tem e se

envolve adquiri aprendizagens, umas sozinho e outras com outras pessoas e até com meios

diferentes.

Pelo trabalho há dezesseis anos com educação e por encontrar muitas

dificuldades quanto à leitura dos alunos, surgiu a necessidade de elaborar um trabalho onde,

através de outros educadores, poder sanar e aprender como lidar com o assunto. O presente

projeto será apresentado como pesquisa bibliográfica. De forma resumida percebemos que a

complexidade do processo sobre aprendizagem dificilmente pode ser explicada apenas

através de recortes do todo. Por outro lado, qualquer definição está, invariavelmente,

impregnada de pressupostos político-ideológicos, relacionados com a visão de homem,

sociedade e saber.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................07

CAPITULO -1 Principais dificuldades na aprendizagem.........................................................09

CAPITULO-2 Como ajudar crianças com dificuldades...........................................................25

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................34

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................36

INTRODUÇÃO

O ser humano nasce, desenvolve muitas habilidades, conhece várias pessoas, se

relaciona com muitas pessoas, enfim tem um mundo em suas mãos.

Aprender deveria ser visto como uma aventura prazerosa e estimulante, para

que todos quisessem participar, principalmente quando conhecemos um ambiente diferente

em que estávamos acostumados, mas nem sempre é assim.

Quando a criança chega à escola se depara com tudo novo e diferente de seu

cotidiano e, ás vezes fica emperrado em alguma dificuldade, que ás vezes pode ser motor,

lingüístico como sons e leitura ou até no raciocínio lógico.

Para alguns educadores a dificuldade que mais atrapalha no desenvolvimento

escolar é a leitura. Porque a partir do momento que o aluno lê todas as outras dificuldades se

tornam mais fáceis de resolver.

A escolha desse tema se dá pelo fato de trabalhar a quinze anos na educação, e

nesse tempo percebi que a cada ano que passa mais alunos tem dificuldade na leitura e a nossa

formação não nos permite diagnosticar qual seria a causa disso ou até como resolver na

maioria das vezes. Embora que façamos muitos cursos de formação e reciclagem, onde são

trabalhados alguns temas que pedimos outrora, mas quando chegamos à prática fica difícil

porque cada criança tem seu tempo e sua dificuldade.

Escolhi os alunos de sete anos porque é nessa fase que muitas crianças

estacionam na leitura e na fase seguinte a criança precisa ser barrada pela retenção.

De inicio pretendo mostrar as principais dificuldades na aprendizagem,

posteriormente no segundo capitulo falarei como podemos orientar os alunos com

dificuldades na leitura e finalizo com minhas considerações finais.

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CAPITULO -1

PRINCIPAIS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM

Antes de entendermos as dificuldades na aprendizagem é necessário entender

como ocorre a aprendizagem, como as dificuldades ocorrem e quais são elas.

Segundo Ana Maria Salgado Gómez e Nora Espinosa Terán (2009, p. 29-30)

desde o principio da sua vida o bebê está aprendendo. Em seu cérebro, trilhões de neurônios

estão esperando para serem conectados. Algumas dessas conexões foram realizadas pelos

genes durante a fertilização, nos circuitos que controlam a respiração e batimentos cardíacos,

nos que regulam a temperatura ou produzem reflexos. Porém um grande número de neurônios

está pronto, são puros e seu potencial é infinito. Algum dia estarão conectados para realizar

um cálculo matemático ou, talvez, para escrever uma poesia.

A linguagem ilustra bem a aprendizagem nos primeiros anos de vida. Nos

cinco ou seis anos a criança tem um vocabulário de aproximadamente dez mil palavras e isso

significa que até esse momento foi realizada uma aprendizagem sem esforço e sem instrução

formal.

O principal desafio para os pais e professores é ajudar as crianças a terem

confiança em si mesmas e acreditar em suas capacidades. Eles devem saber que as pessoas

aprendem de diferentes maneiras e que a sua energia pode ser encaminhada para encontrar

estratégias adequadas para aprender.

É difícil encontrar uma definição de aprendizagem que abranja tudo que está

envolvido no processo de aprender. Deve-se destacar toda a influencia que toda a nossa

bagagem tem sobre o aprendizado, ou seja nossas experiências passadas, nossos sentimentos,

nossas vivencias e as situações sociais nas quais se desenvolve o aprender.

O processo de aprendizagem já não é considerado uma recepção passiva, nem

o ensinamento como uma simples transmissão de informação. Ao contrário, hoje buscamos

por uma aprendizagem interativa, da dimensionalidade do saber. A aprendizagem supõe uma

construção que ocorre por meio de um processo mental que implica na aquisição de um

conhecimento novo.

Os seres humanos precisam de continuas aprendizagens que começam a partir

da gestação. Continuando através do crescimento, a maturidade e o desenvolvimento como

pessoas num mundo organizado por regras e desafios.

Ao aprender o cérebro entra em atividade e ocorre uma série de mudanças

físicas e químicas. Para compreender seu funcionamento é importante conhecer sua estrutura

e alguns fatores ambientais que influenciam o seu desenvolvimento. Sendo assim,

compreenderemos onde estão as dificuldades, porém, nem sempre temos uma formação, ou

até informação adequada que nos auxiliem quanto as dificuldades e como resolve-las.

As autoras Ana Maria Salgado e Nora Espinosa Terán (2009, p.32), ainda nos

auxiliam dizendo que a aprendizagem é uma função interativa, onde se relacionam o corpo, a

psique e a mente para que o individuo possa apropriar-se da realidade de uma forma

particular.

Existem vários estilos de aprendizagem, os mais comuns são: visual, auditivo e

físico. O estilo visual se refere as pessoas que aprendem por meio da observação. Podem ter

dificuldades para recordar instruções e mensagens verbais. Para elas o mais importante é ver a

expressão facial e a linguagem corporal da pessoa que fala.

Sua ortografia costuma ser boa porque visualiza a palavra antes de escrever.

Tem facilidade para recordar rostos, porem dificuldades para recordar nomes. Normalmente

são organizados, ordenados e observadores, colocando muita atenção nos detalhes.

Já as pessoas que aprendem pelo estilo auditivo, são aquelas que recebem uma

informação, explicam e falam dessa informação para outra pessoa. Tem facilidade com as

palavras e expressam suas emoções verbalmente. Tem sucesso quando as instruções são dadas

em voz alta.

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As pessoas que aprendem pelo estilo físico, aprendem quando fazem coisas por

meio do movimento e da manipulação física. Precisam estar em movimento constantemente e

procuram qualquer pretexto para se levantarem. Gostam de tocar tudo e por meio disso

descobrir como as coisas funcionam. Não costumam ser grandes leitores e tem tendência a

possuir má ortografia. Lembram-se das impressões gerais, mas não dos detalhes. As

explicações exclusivamente visuais ou auditivas e que não o envolvem fazem com que

percam o interesse.

Vejamos como outros autores podem nos auxiliar na compreensão do

desenvolvimento da aprendizagem.

Piaget explica através da teoria da equilibração, que de uma maneira geral,

trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada

como um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à criança uma interação

eficiente dela com o meio-ambiente. (WADSWORTH, 1996).

Segundo WADSWORTH (1996), a criança não consegue assimilar o estímulo,

ela tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema

novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é

alcançado. Segundo a teoria da equilibração, a integração pode ser vista como uma tarefa de

assimilação, enquanto que a diferenciação seria uma tarefa de acomodação, contudo, há

conservação mútua do todo e das partes.

As modalidades de aprendizagem sintomática tomando por base o postulado

piagetiano, descreve como a assimilação e a acomodação atuam no modo como o sujeito

aprende e como isso pode ser sintomatizado, tendo assim características de um excesso ou

escassez de um desses movimentos, afetando o resultado final. Na abordagem de Piaget, o

sujeito está em constante equilibração, já PAÍM (1989), parte desse pressuposto e afirma que

as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuação de uma dessas

formas, somada a uma hipo-atuação da outra gerando as modalidades de aprendizagem

sintomática a seguir:

* Hiperassimilação:

Sendo a assimilação o movimento do processo de adaptação pelo qual os

elementos do meio são alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem

sintomatizada pode ocorrer uma exacerbação desse movimento, de modo que o aprendiz não

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se resigna ao aprender. Há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos. Esta

sintomatização vem acompanhada da hipoacomodação.

* Hipoacomodação:

Acomodar-se é abrir-se para a internalização, o exagero disto pode levar a uma

pobreza de contato com a subjetividade, levando à submissão e à obediência acrítica. Essa

sintomatização está associada a hipoassimilação.

* Hipoassimilação:

Nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o que resulta na pobreza

no contato com o objeto, de modo a não transformá-lo, não assimilá-lo de todo, apenas

acomodá-lo.

Mas a memória, segundo WADSWORTH (1996), pode ser temporária ou de

curto prazo, nesse caso é reversível, acredita-se que decorra de um mecanismo

fisiologia|fisiológico, por exemplo um impulso eletro-químico gerando um impulso

sinapse|sináptico, que pode manter vivo um traço da memória por um período de tempo

limitado, isto é, depois de passado certo período, acredita-se que esta informação desvanesce-

se. Logo a memória de curto prazo pouco importa para a aprendizagem.

A aprendizagem, segundo WADSWORTH (1996), é influenciada pela

inteligência, motivação, e, segundo alguns teóricos, pela hereditariedade (existem

controvérsias), onde o estímulo, o impulso, o reforço e a resposta são os elementos básicos

para o processo de fixação das novas informações absorvidas e processadas pelo indivíduo.

Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema, quanto mais

diferenciadas as tarefas, WADSWORTH (1996), maior é a motivação e a concentração e

melhor decorre a aprendizagem.

A forma como se aprende pode determinar, em grande parte, o que se aprende.

A definição clara de objectivos, a selecção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem

bem sucedida.

Atualmente, muitos profissionais da área educacional contestam a existência de

uma validade universal na teoria da associação. Estes, segundo Elen CAIADO (2003),

afirmam a importância de outros fatores na aprendizagem. Exemplo típico, são os educadores

que seguem a linha gestalt|gestaltista, estes defendem que os processos mais importantes da

aprendizagem envolvem uma reestruturação das relações com o meio e não simplesmente

uma associação das mesmas. Existem também, os educadores que estudam os aspectos

psicológicos da linguagem, ou psicolinguistas. Estes, por sua vez, sustentam que a

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aprendizagem de uma língua abrange um número de palavras e locuções muito grande para

ser explicado pela teoria associativa. Alguns pesquisadores afirmam que a aprendizagem

linguística se baseia numa estrutura básica de organização elemento.

Outras correntes de pensamento, CAIADO (2003) e WADSWORTH (1996),

afirmam que as teorias da aprendizagem incluem o papel da motivação além dos estágios da

aprendizagem, os processos e a natureza da evocação, do esquecimento e da recuperação de

informações ou memória. Na pesquisa sobre a aprendizagem, ainda existem os conceitos não

passíveis de quantificação, como os processos cognição|cognitivos, a imagem, a vontade e a

consciencia|conscientização.

A partir das últimas décadas, segundo WADSWORTH (1996), ocorreram

movimentos no mundo inteiro defendendo uma educação para todos, em que crianças com

deficiências, dificuldades, e aquelas que pertencem a minorias lingüísticas e étnicas e outros

tivessem acesso a escola.

O desenvolvimento das idéias e práticas relativas aos serviços para pessoas

com dificuldades especiais, coloca inúmeras questões aos educadores, especialistas e a todos

os que se interessam por este estudo.

Nos últimos anos, segundo CAIADO (2003), a opinião de educadores e

psicólogos que se interessam por este assunto tem mudado, considerando as dificuldades das

crianças como um desafio e o despreparo das instituições de ensino para lidar com as

chamadas “crianças problemas”, separando-as das outras crianças.

Discutir os benefícios sobre a educação inclusiva também implica, segundo

CAIADO (2003), um pensar no papel social do pedagogo.

A seguir veremos uma trajetória de movimentos históricos que evidenciam a

busca pelo direito de ser diferente, criando normas e acordos internacionais sobre educação de

qualidade para todos, na tentativa de mudar o atendimento ao aluno que apresenta

dificuldades.

Há registros, segundo WADSWORTH (1996), que dizem que até o século XV

(Roma antiga), qualquer criança que nascesse com deficiência sofria uma fissura frontal no

crânio, era jogada nos esgotos ou sacrificada de uma outra forma, pois as pessoas naquela

época acreditavam que os deficientes eram possuídos por maus espíritos.

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Já na Idade Média, segundo WADSWORTH (1996), os deficientes não eram

mais exterminados, porem eram deixados nas portas das igrejas e criados por padres, vistas

como castigo recebido no lugar dos pais. Nesse mesmo período os deficientes físicos ou

mentais ganham à função de serem bobos da corte, ou seja, recebem a função de alegrar a

corte.

BRASIL afirma que:

“A deficiência foi, inicialmente, considerada um fenômeno metafísico,

determinado pela possessão demoníaca, ou pela escolha divina da pessoa

para purgação de seus semelhantes. Séculos da Inquisição Católica e

posteriormente, de rigidez moral e ética, da Reforma Protestante,

contribuíram para que as pessoas com deficiências fossem tratadas como a

personificação do mal e, portanto, possíveis de castigos, torturas e mesmo de

morte. A medida que conhecimentos na área da Medicina foram sendo

construídos, e acumulados, na historia da humanidade, a deficiência passou

a ser vista como doença, de natureza incurável, gradação de menor

amplitude da doença mental”.(BRASIL,2004, p. 10).

Do século XVI ao XIX, WADSWORTH (1996), afirma que as pessoas com

deficiências físicas e mentais eram mantidas em confinamentos, pois representavam um risco

para o resto da sociedade, viviam em conventos, albergues e asilos. Neste período surge o

primeiro hospital psiquiátrico na Europa, mas as instituições dessa época ainda eram

consideradas prisões, pois não havia tratamento especializado nem tão pouco a existência de

programas educacionais.

No Brasil a partir do século XIX, segundo WADSWORTH (1996), foi o

período em que, alguns brasileiros, inspirados por experiências norte-americanas e francesas,

dispunham-se a organizar e a implementar ações isoladas e particulares para atender as

pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais.

Porém essas medidas não estavam integradas as políticas publicas de educação

e foi preciso o passar de um século, aproximadamente, para que a educação especial passasse

a ser um dos componentes de nosso sistema educacional. No inicio dos anos 60 é que essa

modalidade de ensino foi instituída oficialmente, com a denominação de >>educação dos

excepcionais>>.

A partir do Século XX, segundo WADSWORTH (1996), as pessoas com

necessidades especiais passaram a ser vistas como “cidadãos” que têm direitos e deveres de

participação na sociedade, mas ainda sob uma visão assistencial e filantrópica.

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Em um primeiro momento, quando de sua concepção e implementação no

Brasil, WADSWORTH (1996), nos explica que a educação especial era vista como a salvação

para as crianças que não conseguiam, ou não podiam, acompanhar uma classe normal.

A história da educação de pessoas com deficiência no Brasil está dividida,

entre três grandes períodos, segundo WADSWORTH (1996) veremos, então:

*de 1854 a 1956 – marcado por iniciativas de caráter privado;

*de 1957 a 1993 – definido por ações de âmbito nacional;

* de 1999... – caracterizado pelos movimentos em favor da inclusão escolar.

No primeiro período, WADSWORTH (1996), enfatizou-se o atendimento

especializado. Neste período foram fundadas as instituições mais tradicionais de assistência as

pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais. Priorizava-se um atendimento

assistencialista, com uma visão segregrativa. Seu objetivo era atender as necessidades

educativas desses alunos, utilizando-se de metodologias e instrumentos específicos que se

adequassem as suas necessidades especiais. Na época foi uma conquista para a sociedade, na

medida em que atendia as pessoas que não conseguiam usufruir dos processos regulares de

ensino, sensibilizando-se e adaptando-se as diferentes necessidades individuais.

Nos anos 60, segundo WADSWORTH (1996), pais e familiares das pessoas

com necessidades especiais se organizaram em prol da causa. Criticaram a segregação,

enfatizando que o processo era o afastamento da sociedade. A Educação Especial no Brasil

aparece pela primeira vez na LDB 4.024/61 regulamenta as políticas e propostas educacionais

para as pessoas com necessidades especiais, estabelecendo, organizando e atribuindo as

funções entre os serviços públicos e privados, desse modo, as maneiras de atendimento,

embora estejam sendo introduzidas em maior numero em nossa sociedade, ainda acontecem

de maneira inadequada a necessidade de cada um na educação regular, mas é preciso

concordar que o atendimento a pessoa com necessidade educativas especial passou a receber a

maior apoio financeiro. Essa lei imprime uma marca que ainda hoje está presente nas políticas

e propostas educacionais para pessoas com necessidades especiais.

No segundo período, mais precisamente em 1972, segundo WADSWORTH

(1996), a Educação Especial se institucionalizou em termos de planejamento de políticas com

a criação do CENESP (Centro Nacional de Educação Especial), ao mesmo tempo em que teve

inicio a implantação de subsistemas de Educação Especial nas diversas redes publicas de

ensino.

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Com esse enfoque, também denominado “modelo educacional”, passou-se a

enfatizar não mais a deficiência intrínseca do individuo, mas sim a falha do meio (escola,

clinica, família) em proporcionar condições adequadas que promovessem a aprendizagem e o

desenvolvimento.

A partir do momento que se tornaram disponíveis aos deficientes os meios de

superar, pelo menos em parte, suas desvantagens naturais, deixou de ter razão que eles

continuassem segregados da sociedade. Ou seja, tornou-se possível para esses indivíduos uma

participação mais ativa na vida em sociedade.

Ainda na década de 70, WADSWORTH (1996), surge em contraposição ao

modelo educacional visto como segregativo e centralizador, um movimento em favor da

integração, com o Principio da Normalização. Esse modelo parte da premissa de que todas as

pessoas com deficiência tem o direito de usufruir de condições de vida comum ou normais

possíveis, na comunidade onde vivem.

A evolução dos serviços de educação especial, WADSWORTH (1996),

caminhou de uma fase inicial, eminentemente assistencial, visando apenas ao bem estar da

pessoa com deficiência para uma segunda, nos ajuda a compreender como foram priorizados

os aspectos médico e psicológico. Em seguida, chegou às instituições de educação escolar e,

depois, à integração da educação especial no sistema regular de ensino. Hoje, finalmente,

choca-se com a proposta de inclusão total e incondicional desses alunos nas salas de aula do

ensino regular.

A atenção às pessoas com necessidades educativas especiais foi se modificando

de maneira significativa no decorrer da historia da sociedade brasileira. Segundo os PCN’s

(Parâmetros Curriculares Nacionais, 2004), para cada período histórico, consequentemente

para cada necessidade gerada pelo homem em relação à Educação Especial, identificamos um

paradigma, a forma como era definido o atendimento às de necessidades especiais. São três os

paradigmas:

1. Paradigma de Institucionalização (segregação)

2. Paradigmas de Serviços (integração)

3. Paradigmas de Suportes (inclusão)

Para SASSAKI (2002), a idéia de integração apareceu para acabar com a

prática da exclusão social das pessoas deficientes por vários séculos. Elas eram excluídas da

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sociedade em seu sentido total até o século XVIII, as pessoas com deficiências eram

internadas em orfanatos, manicômios, prisões e outros tipos de instituições do Estado. Ali

ficavam junto a delinqüentes, idosos, pobres, sem discriminação.

MANTOAN (1997), explica que o inicio do século XIX inicia-se o período da

Institucionalização especializada de pessoas com necessidades especiais, momento que marca

o inicio da Educação Especial, em uma perspectiva assistencial e segregrativa. Nesse período,

integrar significava o esforço de inserir na sociedade pessoas com deficiências que tivessem

alcançado algum nível de competência compatível com os padrões sociais vigentes. Sugeria-

se que a integração do indivíduo deficiente só ocorreria caso ele fosse capacitado a superar as

barreiras físicas, pragmáticas e atitudinais existentes na sociedade, dando ênfase na

reabilitação, objetivo principal, na época, das escolas especiais.

A partir da década de 70 do século passado, segundo MANTOAN (1997),

surgiu um movimento contra a institucionalização e segregação, com ênfase no

integracionismo, que deu origem à implantação de serviços de apoios e a outras alternativas

de atendimento educacional. Mas se observou a manutenção de estruturas de ensino

segregado e a proliferação de classes especiais, sala de recursos e serviços especializados para

onde eram encaminhados alunos com necessidades educativas especiais. Esse movimento em

favor da integração tinha um conceito de normalização, expressando que a pessoa com

necessidades especiais deve ser dada condições e tanto quanto possíveis, as oferecidas na

sociedade em que vive. Ou seja, elas devem participar dos mesmas atividades sociais,

educativas e recreativas freqüentadas por grupos de sua idade. Com esse conceito o individuo

com necessidades especiais é uma pessoa com direitos e deveres iguais a todo e qualquer ser

humano.

A fundamentação de uma sociedade inclusiva está pautada em uma filosofia

que reconhece e valoriza a diversidade como característica essencial a constituição de

qualquer sociedade. É por meio desse principio e embasado no panorama ético dos Direitos

Humanos, que se apresenta a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a

todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada pessoa e/ou grupo

social.

Segundo BOOTH E AINSCOW, citados em BRASIL (2005, p.41), podem-se

resumir em características da educação inclusiva:

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*a educação implica processos para aumentar a participação dos estudantes e a redução de sua

exclusão cultural, curricular e comunitária nas escolas locais;

*a inclusão implica reestruturar a cultura, as políticas e as praticas dos centros educacionais,

para que possam atender a diversidade dos alunos de suas respectivas localidades;

* inclusão se refere a aprendizagem e a participação de todos os estudantes vulneráveis que se

encontram sujeitos a exclusão, não somente aqueles com alguma deficiência ou rotulado

como apresentando necessidade especial;

* a diversidade não pode ser considerada um problema a resolver, mas sim, uma riqueza para

auxiliar na aprendizagem de todos;

* a inclusão diz respeito ao esforço mutuo de relacionamentos de ensino e suas comunidades;

* a educação inclusiva é um aspecto da sociedade inclusiva.

Portanto, segundo BRASIL (2005), para que uma escola seja realmente

considerada um espaço de ensino e aprendizagem que atenda as necessidades dos aprendizes,

deve ter em seu Projeto Político-Pedagógico uma filosofia de inclusão social, em que onde

seu objetivo maior seja atender as necessidades e a diversidade humana no espaço

educacional. Esse fato deve ser utilizado para um aprofundamento e analise dos fatores e das

condições que irão possibilitar o avanço em direção as praticas pedagógicas inclusivas,

transformando a cultura escolar em uma cultura de colaboração e de valorização da

diversidade.

A escola brasileira, para MANTOAN (2003), é marcada pelo fracasso e pela

evasão de uma parte expressiva de seus alunos, os quais são deixados á margem pelo

insucesso e por não corresponderem as solicitações do sistema educacional existente no meio

escolar, e também por privações constantes. Como exemplo, temos, muitas vezes, uma

alimentação quase inexistente ou atendimento educacional inadequado as suas necessidades, e

pela baixa auto-estima resultante da exclusão escolar e da social- alunos que muitas vezes são

vitimas de seus próprios pais, professores e, sobretudo, das condições de pobreza em que

vivem, em todos os seus sentidos.

Para MANTOAN (2003), os alunos nessas situações são muitas vezes

conhecidos pelas escolas como sobra, ou seja, repetem a mesma serie várias vezes. Com isso,

chega, a maioria, a ser expulso da escola ou evade. Alguns alunos ainda são rotulados como

malnascidos e com costumes que não estão de acordo ao modelo da educação formal.

18

Segundo MANTOAN (2003), as soluções recomendadas para se mudar essa

situação parecem repetir as mesmas medidas que a criaram, ou seja, mudaram a metodologia,

modificaram o prédio, mas não buscaram as raízes das causas que geram exclusão dos alunos,

pois muitas vezes não passam de medidas mediatistas, e deveriam ser preventivas. Em outras

palavras, pretende-se resolver a situação a partir das ações que não recorrem a outros meios,

que não buscam novas saídas e que não vão fundo nas causas geradoras do fracasso escolar.

Esse fracasso continua sendo do aluno, pois a escola reluta em admiti-lo como muitas vezes

sendo seu.

A escola é um espaço por natureza de construção do conhecimento. Nesse

sentido, MANTOAN (2003), necessita sempre estar replanejando para a organização de

praticas voltadas para a diversidade e, por isso, precisamos compreender que o processo de

aprendizagem nem sempre ocorre com o sucesso que esperamos, pois, dependendo da

dificuldade do aluno para construir determinado conhecimento, o mesmo pode experimentar o

processo de exclusão ou fracasso escolar.

Aprendemos também que a aprendizagem em qualquer nível de ensino,

reveste-se não apenas de uma nobreza, mas de uma responsabilidade muito grande, pois está a

formar as bases de uma comunidade, de um Estado e também de uma nação.

Sabemos que o ser humano aprende durante toda a vida e em situações

diversas, sejam familiares, educacionais, sociais, profissionais e etc. e como o aprendizado é

constante, as dificuldades também aparecem a todo o momento.

Também sabemos que para aprender é preciso atenção, estimulo preparação,

assuntos relacionados ao convívio da criança.

Mas, e quando essas dificuldades vêm a tona na escola, como o professor deve

lidar com as situações que aparecem inesperadas... Quando distinguimos as dificuldades,

transtornos, distúrbios de aprendizagem e deficiências.... Para responder essas indagações é

necessário que se reflita sobre a motivação e dificuldade de aprendizagem, conceitos tão

antagônicos mas que, na realidade convivem lado a lado no cotidiano escolar, pois, muitas

vezes, o que se aponta como dificuldade de aprendizagem é basicamente dificuldade de

ensino. Cada aluno aprende de uma forma diferente e quando o que lhe é ensinado não o

motiva, a compreensão ou o aprendizado não são completos.

Precisamos saber a diferença entre dificuldades, distúrbios ou transtornos e

deficiências, para isso vejamos:

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Dificuldades, segundo WADSWORTH (1996), são problemas que acontecem

no processo de aprendizagem decorrente da proposta pedagógica, da capacidade do professor,

de problemas familiares ou de déficits cognitivos.

Distúrbios ou transtornos, segundo WADSWORTH (1996), são dificuldades

especificas no aprendizado decorrente de uma alteração de origem neurológica.

Já deficiência, segundo WADSWORTH (1996), é o termo usado para definir a

ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica, diz respeito á

biologia da pessoa.

Agora que analisamos algumas das dificuldades na aprendizagem, precisamos

buscar meios que possam ajudar os professores a como lidar e resolver esses problemas e

porque não auxiliar tantos alunos que anseiam em ser melhores.

O aprender é um processo natural, mas envolve uma complexa atividade

mental, em que estão envolvidos outros processos como atenção, percepção, memória,

motricidade, emoção conhecimentos prévios, etc.

PRINCIPAIS CAUSAS DOS DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM

FÍSICAS:

Resultado, segundo MANTOAN (2003), de qualquer perturbação do estado

físico da criança como: febre, dor de cabeça ou de ouvido, cólicas intestinais, anemia, asma,

verminoses, etc.

SENSORIAIS:

São, segundo MANTOAN (2003), Distúrbios que atingem os órgãos dos

sentidos como a visão, audição, gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural ou os

respectivos de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso. Isso pode causar problemas

no modo da criança captar as mensagens do mundo exterior e, portanto, dificuldade para a

compreensão do se passa ao seu redor.

NEUROLÓGICAS:

Perturbações do sistema nervoso, segundo MANTOAN (2003), tanto do

cérebro, como do cerebelo, da medula ou dos nervos. Sabemos que o sistema nervoso

comanda todas as ações físicas e mentais do ser humano. Portanto, qualquer distúrbio em uma

20

dessas partes constituirá em um problema de maior ou menor grau, de acordo com a área

lesada.

EMOCIONAIS:

São distúrbios psicológicos, segundo MANTOAN (2003), ligados ás emoções

e aos sentimentos dos indivíduos e a personalidade. Esses problemas geralmente não

aparecem sozinhos, mas sim associados a problemas de outras áreas, como motora, sensorial,

etc.

INTELECTUAIS OU COGNITIVOS:

Estão relacionadas, segundo MANTOAN (2003), à inteligência da criança, a

sua capacidade de conhecer e compreender o mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres

animados ou inanimados que o cercam e de estabelecer relações entre eles.

EDUCACIONAIS:

A educação que a criança recebe na infância acaba, segundo MANTOAN

(2003), condicionando distúrbios de origem educacional, prejudicando o individuo na

adolescência e idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho.

SOCIOECONÔMICAS:

Não só distúrbios que se revelam no aluno, e sim problemas que se originam

no meio social e econômico. O meio físico e social, segundo MANTOAN (2003), exerce

influencia sobre o individuo, podendo ser favorável ou desfavorável a sua subsistência e

também ás suas aprendizagem.

A dificuldade de aprendizagem ocorre quando o aprender do aluno não se

desenvolve conforme o esperado. E as causas estão em diversos aspectos, como os acima já

citados.

PRINCIPAIS DISTÚRBIOS:

Dislexia, disgrafia, e hiperatividade são os distúrbios de aprendizagem

diagnosticados com maior freqüência em crianças durante a fase escolar.

O aluno disléxico, ELEN CAIADO (2003), apresenta sérias dificuldades com a

identificação dos símbolos gráficos no inicio da alfabetização, ou seja, tem dificuldades em

ligar o som ao símbolo, ou até ao desenho, o que acarreta um fracasso grande em áreas que

dependem da leitura e da escrita.

21

Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e, até,

geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho de aprendizado, é desafio que

todos os professores das séries iniciais lutam para resolver.

Alguns pedagogos, segundo ELEN CAIADO (2003), nos mostram que a

Dislexia, está diretamente vinculada a compreensão de como funciona o corpo do ser

humano: de quem somos; o que é Memória e Pensamento; de como aprendemos e do por quê

podemos encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso

processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos esta realidade está

no conceito arcaico de que: "quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque

inteligente, tem que saber tudo e ser habilidoso em tudo o que faz. Isso faz com que muitos

alunos são podados logo de inicio, na sua primeira dificuldade.

A evolução progressiva de entendimento do que é Dislexia, resultante de vários

estudos, segundo ELEN CAIADO (2003) nos ajuda a entender que Dislexia tem base

neurológica, e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas,

transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser

dominante, torna Dislexia altamente hereditária, o que justifica que se repita nas mesmas

famílias; que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral

lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificariam seus

"dons" como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade,

artes, atletismo, mecânica, visualização em três dimensões, criatividade na solução de

problemas e habilidades intuitivas; que, embora existindo disléxico ganhador de medalha

olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua

dominância e colaboração hemisférica cerebral direito-esquerdo que, com a conquista

científica de uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em Dislexia,

pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, segundo ELEN

CAIADO (2003), anunciaram, recentemente, uma significativa descoberta neurofisiológica,

que justifica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da

probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura; que o Dr. Breitmeyer descobriu que

há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o

mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove

e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não

apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém, encontraram

dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de

22

mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser

percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto.

Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita.

Como bem figura uma educadora e especialista alemã. Percebe-se que para o disléxico as

silabas parecem fugir de seus olhos, pelo menos em determinados momentos.

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que

se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.

Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente

o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global

das descobertas atuais da Ciência.

Dislexia, segundo ELEN CAIADO (2003) é causa ainda ignorada de evasão

escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por

permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não

é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.

E muitos professores culpam seus alunos por não aprenderem a ler, sem se

darem conta que o problema pose ser hereditário e o aluno, mesmo sem entender, sofre as

conseqüências.

O entendimento do que é Dislexia, segundo ELEN CAIADO (2003) começou a

partir da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de

aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e lexia, como

palavra. Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de Dislexia, que está a

significação intrínsica do termo: dys, significando imperfeito como disfunção, isto é, uma

função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo

palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.

Dislexia, segundo ELEN CAIADO (2003) é uma específica dificuldade de

aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou

Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não

tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a

ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.

Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica

evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.

23

A disgrafia, segundo ELEN CAIADO (2003) evidencia outras questões a

serem analisadas pelo educador, como a apresentação desordenada de texto, margens

malfeitas ou inexistentes, distorção na forma das letras (o) e (a), movimentos contrários da

escrita convencional, ligações defeituosas e irregulares no espaçamento de letras na palavra,

direção da escrita oscilando para cima ou para baixo e no alinhamento dos números na página.

Os sintomas da criança hiperativa,segundo ELEN CAIADO (2003), incluem

problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Além disso, ela apresenta falta de

atenção, impulsividade e instabilidade emocional. Esse comportamento de estresse

relacionado a déficit de visão ou audição, a um problema de comunicação, como a

incapacidade de processar adequadamente os símbolos e idéias que surgem, estresse

emocional, convulsões ou distúrbios do sono.

24

CAPITULO-2

COMO AJUDAR CRIANÇAS COM DIFICULDADES

Para que a criança obtenha o gosto pela leitura é necessário um estímulo desde

muito cedo, por exemplo, a mamãe conta histórias para seu bebê e mostra as figuras e fazendo

isso sempre, quando chega a escola essa criança já tem contado com livros, histórias, letras,

figuras, e para ela estará entrando em um mundo que já faz parte de seu cotidiano.

Mas quando chega à escola uma criança que nunca viu ou teve contato com

livros, fica difícil saber qual será a sua reação, nós professores preparamos cartazes, livros,

crachás e muitas outras coisas, mas tem sempre aqueles que ficam estacionados, como se não

consegui-se sair do lugar.

Na escola tem sala de articulação para crianças a partir de sete anos, onde deve

ser trabalhado só com a dificuldade da criança, mas muitas vezes nos deparamos com as

crianças copiando textos e exercícios que já fazem na sala e por isso não se obtém resultados

satisfatórios.

O mais correto é que, quando iniciamos nosso ano letivo temos que fazer uma

observação e analisar cada aluno, chamamos de semana de sondagem, onde verificamos como

é cada aluno, para depois planejarmos o que trabalhar com esse aluno.

Acreditamos que a leitura e escrita venha espontaneamente e que, sozinho, o

aluno se alfabetiza. O sistema de leitura e escrita é complexo e necessita de mediação

competente e consciente.

Consciente, por exemplo, da necessidade de se trabalhar intensamente a

importância que a escrita tem na sociedade e sua função nas mais diferenciadas atividades

humanas, especialmente para crianças vindas de famílias analfabetas.

A dificuldade em realizar a leitura é tida como um dos maiores obstáculos

enfrentados pelos alunos. Preocupados com essa questão, nós educadores estamos sempre em

busca de o melhor caminho a seguir, contribuindo para um melhor desenvolvimento da

leitura.

É de suma importância para lidar com esta situação, enquanto educadores, ter a

consciência de que as dificuldades apresentadas na leitura estão intensamente ligadas ao

desenvolvimento das habilidades na escrita provenientes de alterações ou erros de sintaxe,

estruturação, organização de parágrafos, pontuação, bem como todos os elementos

necessários para a composição do texto.

Partindo desse pressuposto, segundo ELEN CAIADO (2003), algumas

sugestões de estratégias a serem aplicadas de forma que venha facilitar o desempenho no

processo de leitura que os alunos apresentam em sala de aula:

* Procure fazer um momento de divisão para leitura, sendo que durante a aula metade do

tempo seja dedicado à leitura prazerosa, onde cada um lê o que é de seu interesse, e a outra

parte seja voltada para a prática da leitura voltada para o desenvolvimento de conteúdos;

* A escola pode promover campanhas de incentivo à leitura, estimulando os alunos a lerem.

Por exemplo: gibis como forma de leitura e entretenimento;

*A sala de aula deve ter cartazes que estimulem ao aluno a querer estudar, aprender coisas

novas, uma aventura diária, assim esse aluno vai superar suas dificuldades sem perceber.

* Trabalhar na análise e decomposição de frases escolhendo palavras segmentando-as em

sílabas e fonemas, intervindo na memória, passando de memorização à memória de longo

prazo. Vale ressaltar que não deve ser realizada de forma mecânica ou descontextualizada, por

exemplo, f e v são vagos quando isolados, mas quando proposto em palavras (faca ou vaca) já

permitem um maior entendimento, o que facilita a aprendizagem;

*Incentivar a leitura coletiva, assim as crianças irão ajudar umas com as outras a descobrir e

superar suas dificuldades.

*Toda leitura deve ser valorizada, desde o aluno que leu muito bem até aquele que leu com

dificuldade, ou até aquele que não consegue ler.

26

*É necessário leituras diferentes como: livro do aluno, gibis, receita, poemas e poesia, jornais

e panfletos em geral. O aluno que tem contato com vários tipos de leituras, terá mais incentivo

a melhorar.

* Toda criança deve ser estimulada a primeiro ler e depois escrever, porque a escrita é o

resultado da leitura e se fizer o inverso essa criança demorará mais para ler.

* O professor deve estar em contato com a família da criança em todas as situações, se o

aluno está bom elogie, se tem dificuldade peça apoio sempre.

* Alunos com dificuldades que estão for a do alcance do professor deve ser encaminhados a

outros profissionais como: Fonoaudióloga, Psicóloga e outros, nunca tentem resolver sozinho.

* Toda criança gosta de jogos e brincadeiras, aproveite fazendo jogos com letras, palavras,

frases, textos. O lúdico faz parte da vida da criança então porque não aproveitamos apara

aprender brincando. Existem milhares de exemplos de jogos educativos e que auxiliam a

criança a superar suas dificuldades tanto individual como coletiva.

A escola tem o papel de socializar o conhecimento e as relações. Ela precisa

promover um espaço educativo propicio aos riscos de acertar e errar, de levantar hipóteses, de

discorrer o pensamento, enfim, um espaço de aprendizagem. Esse contexto é ora individual e

ora coletivo, ora é solitário e ora participativo. Torna-se, portanto, fundamental o grupo, as

trocas, as diferenças.

A escola é uma instituição do domínio coletivo, dos grupos, das trocas e a

família é do domínio mais reservado, do particular.

Tanto os pais quanto os professores devem ter clareza de que a afetividade é

construída a partir da qualidade das relações que a criança estabelece e é determinante para a

construção da personalidade. Á medida que a criança vai crescendo e se desenvolvendo, vai

ampliando sua capacidade relacional e afetiva.

Portanto é necessário refletir e prestar mais atenção em como está a nossa

relação com nossos alunos, se estamos promovendo autonomia ou se simplesmente tentamos

controlar nossos alunos como se fossem nossos filhos. Estamos preocupados com suas

dificuldades ou usamos isso como uma desculpa para não mudar de estratégia pedagógica.

Buscamos por resultados ou vivemos de aparências, achando que nunca será descoberto e

nem aparecerá conseqüências.

27

Para nos ajudar a compreender melhor o nosso trabalho vejamos o que

POSSARI e NEDER (2005, p.12), nos dizem:

“Compreender o processo educacional, como uma prática social que não se

dá por si mesma, mas em relação com outras praticas, é fundamental para o

professor.é preciso que ele estude e reflita sobre a organização social,

cultural e política em que insere o sistema escolar, que pense nas

determinações sociais que impõem uma organização em classes sociais, ns

quais as diferenças entre indivíduos ou grupos não são vistas como resultado

dessas determinações, mas servem de sustentação ao processo de

discriminação e exclusão da maioria dos alunos”.

Portanto, professor tem um papel importante frente às dificuldades de

aprendizagem, porque além de conhecer o sistema onde está inserido, deve conhecer de fato

as diferenças entre os alunos, para que possa planejar e até buscar por soluções.

Uma das soluções é o lúdico, ou seja, jogos e brincadeiras com objetivos a

ajudar, com outra estratégia, a superar as dificuldades.

O lúdico, segundo Juliana Tavares Mauricio (2009), ajuda o aluno a construir

suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um

instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e

avaliador da aprendizagem.

A brincadeira, ainda com Juliana Tavares Mauricio (2009), no panorama sócio-

histórico é um tipo de atividade social humana que supõe contextos sociais e culturais. O

lúdico como instrumento educativo já se fazia presente no universo criativo do homem desde

dos primórdios da humanidade.

As brincadeiras foram ocupando lugar de destaque numa sociedade que se

desenvolveu do ponto de vista tecnológico e de suas relações sociais. No que diz respeito a

essa mesma perspectiva sócio-histórica vale destacar o jogo com uma presença marcante nas

diversas atividades características das civilizações antigas, das quais o mito e o culto podem

ser citados como exemplos claros dessa influência. Ao criar um jogo entre fantasia e

realidade, segundo Juliana Tavares Mauricio (2009), o homem primitivo procurava, através

do mito, dar conta dos fenômenos do mundo. No que diz respeito ao culto, os rituais das

civilizações antigas eram celebrados dentro de um espírito de puro jogo, no sentido literal da

palavra, um jogo entre o bem e o mal.

O papel central reservado ao mito e ao culto nas civilizações antigas permanece

intacto em diversas comunidades, nas quais o jogo entre fantasia e realidade, entre o bem e o

28

mal representa a base moral do povo, passada de geração a geração por meio da sabedoria dos

membros mais velhos dessas comunidades.

Dessa forma os padrões simbólicos de compreensão e (re) criação são

estabelecidos proporcionando instrumentos para o aprendiz.

Portanto, para Juliana Tavares Mauricio (2009), o emprego da atividade lúdica,

defini-se a toda e qualquer tipo de atividade alegre e descontraída, desde que possibilite a

expressão do agir e interagir. Queremos destacar também, que embora alguns pesquisadores

centralizam a ação do lúdico na aprendizagem infantil, o aluno de todas as fases do

conhecimento, também pode ser beneficiado com atividades lúdicas, tornando o processo de

ensino/aprendizagem mais motivado, descontraído e prazeroso, aliviando certas tensões que

são carregadas pelo constante estresse do dia-a-dia.

Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo professor,

visando estimular a aprendizagem, ainda com Juliana Tavares Mauricio (2009), revela-se

então a dimensão educativa.

Assim, o professor é o responsável pela melhoria da qualidade do processo de

ensino/aprendizagem, cabendo a ele desenvolver as novas práticas didáticas que permitam aos

discentes um maior aprendizado.

Contudo, os estudos sobre o emprego do lúdico no processo de

ensino/aprendizagem, nos levam a apontar alguns questionamentos referentes ao

posicionamento de alguns teóricos referente ao emprego do lúdico enquanto instrumento de

aprendizagem..

O lúdico, segundo Juliana Tavares Mauricio (2009), apresenta dois elementos

que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a

sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de

entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte

teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia.

Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade

é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total

para consecução de seu objetivo. Portanto, Juliana Tavares Mauricio (2009), diz que as

atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário do professor.

Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-

neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento...As atividades lúdicas

29

integram as várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva. Como atividade

física e mental que mobiliza as funções e operações, a ludicidade aciona as esferas motora e

cognitiva, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim

sendo, vê-se que a atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento

integrador dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também, o ser que

age, sente, pensa, aprende e se desenvolve.

Obviamente, uma atividade lúdica, ainda com Juliana Tavares Mauricio

(2009), nunca deve ser aplicada sem que se tenha um benefício educativo, ou seja, nem todo

jogo pode ser visto como material pedagógico, até porque, apontam que a atividade lúdica no

processo de aquisição é um dos fatores que integra aquisição de uma atividade que o aprendiz

esteja em contato, o qual ocorre gradativamente e inconscientemente de forma a resultar uma

comunicação natural.

Quando aplicamos atividades lúdicas em sala temos que ter a consciência de

que não há possibilidade de dar receitas, uma vez que a atividade proposta estará envolvida

com múltiplos fatores sociais, os quais irão variar de acordo com o grupo. Cabe então ao

professor fazer adequação e modificação no que se pretende ensinar. Com isso, a articulação

de sua teoria/prática será inteiramente responsabilidade do docente. Ao propor uma atividade

lúdica deverá analisar as possibilidades de utilização em sala de aula e também adotar

critérios para analisar o valor educacional das atividades que deseja trabalhar.

O professor deve ter em mente os objetivos que pretende atingir com a

atividade lúdica que ele for inventar ou reelaborar, respeitando o nível em que o aluno se

encontra o tempo de duração da atividade,qual a dificuldade que precisa ser superada, para

que seja possíveis a ação, exploração e reelaboração.

A intervenção do professor deve ocorrer no momento certo, estimulando-os

para a reflexão, para que possa ocorrer a estruturação do conhecimento. Assim o aluno poderá

descobrir, vivenciar, modificar e recriar regras, assimilando o conteúdo em pauta.

Ressaltamos com, Juliana Tavares Mauricio (2009), que a mediação é

essencial, tornando-se concreta a partir do momento que o professor domina o conteúdo. Só

assim ele poderá propor uma atividade lúdica com objetivos além do simples gosto de brincar,

ou seja, ele poderá estimular o cognitivo de acordo com seu objetivo, fazendo com que o

aluno possa respeitar limites, socializar, explorar sua criatividade interagindo e aprendendo a

pensar, e assim descobrindo suas limitações.

30

Cremos que a atividade lúdica pode ter função de motivação e suscitação do

desejo de aprender, que é algo que todos professores têm o desejo de despertar em seu aluno,

mesmo sabendo que é uma tarefa difícil devido à diversidade de pensamento e interesse.

É preciso preparar atividades que resgatem conhecimentos prévios em relação

aos conteúdos de aprendizagem e, que esses sejam significativos e que provoquem um

conflito cognitivo e faça o aluno estabelecer uma relação entre os novos conteúdos e os

conhecimentos prévios. Por isso, o professor precisa saber e compreender, para agir de modo

eficaz, seduzindo o aluno a participar com entusiasmo.

As atividades lúdicas podem ser classificadas de acordo com sua finalidade.

Tal finalidade, Juliana Tavares Mauricio (2009), segue-se como:

(1) jogos de vocabulários,

(2) jogos de estruturas gramaticais,

(3) jogos de expressão oral.

Quando utilizamos uma atividade lúdica em nossas aulas, é necessário

conhecer tal atividade, e, o mais importante é deixar claro aos alunos o objetivo da atividade

que não é o ato de ganhar ou perder, mas sim elaborar hipótese embasada no conhecimento

prévio.

Percebe-se que através da brincadeira e jogos, previamente elaborados, as

dificuldades na aprendizagem, principalmente na leitura, podem ser superadas.

A dificuldade em realizar a leitura, ainda Juliana Tavares Mauricio (2009), é

tida como um dos maiores obstáculos enfrentados pelos alunos. Preocupados com essa

questão, vários educadores estão em busca de o melhor caminho a seguir, contribuindo para

um melhor desenvolvimento da leitura.

Segundo pesquisas, as escolas estaduais apresentam maior índice em relação à

dificuldade com a leitura, porém, vale ressaltar que acontece em todas as instituições de

ensino independente do segmento (público ou particular).

É de suma importância para lidar com esta situação, enquanto educadores, ter

a consciência de que as dificuldades apresentadas na leitura estão intensamente ligadas ao

desenvolvimento das habilidades na escrita provenientes de alterações ou erros de sintaxe,

estruturação, organização de parágrafos, pontuação, bem como todos os elementos

necessários para a composição do texto.

31

Juliana Tavares Mauricio (2009), nos dá algumas sugestões de estratégias a

serem aplicadas de forma que venha facilitar o desempenho no processo de leitura que os

alunos apresentam em sala de aula:

• É preciso fazer um momento de divisão para leitura, sendo que durante a aula metade do

tempo seja dedicado à leitura prazerosa, onde cada um lê o que é de seu interesse, e a outra

parte seja voltada para a prática da leitura voltada para o desenvolvimento de conteúdos;

• A escola pode promover campanhas de incentivo à leitura, estimulando os alunos a lerem.

Por exemplo: gibis como forma de leitura e entretenimento;jornais e panfletos em geral;

• Trabalhar na análise e decomposição de frases escolhendo palavras segmentando-as em

sílabas e fonemas, intervindo na memória, passando de memorização à memória de longo

prazo. Vale ressaltar que não deve ser realizada de forma mecânica ou descontextualizada, por

exemplo, f e v são vagos quando isolados, mas quando proposto em palavras (faca ou vaca) já

permitem um maior entendimento, o que facilita a aprendizagem;

Existem seis tipos de estratégias de leitura consideradas relevantes, baseadas

em pesquisas tidas como auxiliares no processo de leitura. Que Juliana Tavares Mauricio

(2009), cita como as seguintes:

• Predição: trata-se de antecipar, prever fatos ou conteúdos do texto, utilizando o

conhecimento existente para facilitar a compreensão.

• Pensar em voz alta: o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê.

• Estrutura do texto: analisar a estrutura do texto, auxiliando os alunos a aprenderem a usar as

características dos textos, como cenário, problema, meta, ação, resultados, resolução e tema,

como um procedimento auxiliar para compreensão e recordação do conteúdo lido.

• Representação visual do texto: auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem

algumas das muitas palavras lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.

• Resumo: tal atividade facilita a compreensão global do texto, pois implica na seleção e

destaque das informações mais relevantes contidas no texto.

• Questionamento: auxilia no entendimento do conteúdo da leitura, uma vez que permite ao

leitor refletir sobre o mesmo. Pesquisas indicam também que a compreensão global da leitura

é melhor quando alunos aprendem a elaborar questões sobre o texto.

32

Vale ressaltar que, tanto no desenvolvimento da leitura quanto da escrita, pais e

professores são mediadores indispensáveis no processo de aprendizagem, prevenindo e

intermediando através da correção quando necessária e com cautela.

O papel fundamental da educação, segunda Juliana Tavares Mauricio (2009),

amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio, apontando para a necessidade de se

construir uma escola voltada para a formação de cidadãos. A nova era é marcada pela

competição e pela excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem

exigências novas para os jovens que ingressarão no mundo do trabalho. É urgente uma revisão

dos currículos, que orientam o trabalho dos professores e de estudiosos envolvidos com a

educação do país.

A educação, para ser efetivamente válida, segundo Juliana Tavares Mauricio

(2009), precisa partir de um ambiente agradável, lúdico, prazeroso, colaborando para uma

aprendizagem mais ativa, atraente para o aluno, e que sobretudo promova, através de jogos,

possibilidades de discussão e troca entre alunos e professores.

Os recortes de conteúdos, ainda com Juliana Tavares Mauricio (2009), devem

estar vinculados de forma intencional e permanente ao viver em sociedade dos educandos,

pesquisando e selecionando temas que sejam significativos dentro da realidade social do

aluno.

Geralmente, o objetivo das pesquisas sobre a ludicidade no ensino é, sobretudo,

fazer com que os professores repensem suas práticas discursivas, transmissoras de

informações, ainda tão evidente nas escolas brasileiras, e que possam ser competentes

pesquisadores de forma a adotarem uma postura mediadora ante a produção de conhecimento.

33

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nascemos para aprender, isso já sabemos a muito tempo, mas como

aprendemos ainda é uma duvida e a cada ano que passa aparecem novas tecnologias, muito

material pedagógico, mas em contra partida aparecem cada vez mais alunos com dificuldades

na leitura.

O jogo, é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, impõe desafios, e

gera tensões necessárias para a construção do aprendizado que se propõe obter com tais

atividades. Os jogos, porém, precisam ser pensados, organizados previamente a fim de atingir

seus objetivos. Podem partir de materiais que o professor tenha disponível em sala de aula,

mas sempre se atentando para a forma como são trabalhados. O professor precisaria ter muito

mais criatividade, vontade, competência, sensibilidade, que dinheiro.

Ensina o caminho para o educador refletir sobre a suas práticas pedagógicas,

enfatizando dentre outras questões a ética, a importância do prazer, do acreditar, da seriedade

e da humildade. Faz o professor ser competente de modo que ele próprio busque

conhecimento “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. São duas realidades que se

encontram uma no corpo do outra”. O professor tem de ser um eterno pesquisador e indagador

Notamos que as atividades lúdicas são um instrumento importante no

ensino/aprendizagem da criança. Por isso, tentamos transmitir que o lúdico propicia uma

compreensão de mundo e de conhecimento mais ampla para a aprendizagem do aluno.

Antes de estudar, pesquisar e fazer este trabalho, tinha-se pouco conhecimento

sobre como acontece as dificuldades na aprendizagem.

Segundo os teóricos a aprendizagem ocorre através do meio onde a criança

vive e também pelo seu desenvolvimento como ser humano que é.

As dificuldades estão divididas em deficiências, distúrbios e dificuldade. É

preciso conhecer cada uma delas para saber como lidar com o problema, quando surgir.

Um dos meios que mais ajudam ns dificuldades de aprendizagem é o trabalho

através do lúdico, onde a criança brincando e jogando, aprende a superar as suas dificuldades.

Concluo que há vários meios de ajudar uma criança com dificuldade na leitura

e que com um estudo longo sobre o assunto e a troca de experiências, podemos solucionar

uma boa parte das dificuldades em que nossos alunos estão passando.

Se educar é prender, precisamos aprender como educar e aprender em conjunto

com nossos alunos.

35

BIBLIOGRAFIA

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