medicina natural - a cura e a saúde pelos alimentos

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  • 7/16/2019 Medicina Natural - A Cura e a Sade Pelos Alimentos

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    ERNST SCHNEIDER

    A CURA E A SADEPELOS ALIMENTOS

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    NOTA DO DIGITALIZADOR

    Este documento uma reproduo bastante aproximada do

    livro original, tendo sido utilizado um dos mais potentes pacotes de

    software de reconhecimento de texto disponveis atualmente. No

    entanto possvel que hajam algumas palavras mal reconhecidas

    e/ou anomalias de paragrafao e paginao, uma vez que, no foi

    realizado nenhum tipo reviso nesse documento.

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    INTRODUODe acordo com uma antiqussima experincia mdica e com o atual conhecimentocientfico, a maior parte das doenas so conseqncia exclusiva de umaalimentao errada, ou de hbitos alimentcios antinaturais, mantidos e alentados

    durante tanto tempo que chegaram a provocar doenas e dores crnicas de toda aespcie, reduzindo e at mesmo destruindo a nossa potncia vital ou a nossaalegria de viver.

    Esta convico vai-se impondo a crculos cada dia mais numerosos da nossapopulao, muito embora ainda no constitua um conhecimento geral, nem sejaainda to vital que dele se possam extrair dedues prticas para este modoquotidiano de viver. Na maioria dos casos, a comoo fisiolgica e psicolgica,como conseqncia de alguma enfermidade grave, impe a deciso de melhorar onosso modo de pensar, o que nos leva a procurar melhorar, seguindo o melhorcaminho, e a compreender que o estado de sade de cada um depende do seu

    modo de viver.

    A este propsito temos de esclarecer que a sade e a enfermidade no so merosproblemas materiais, pois no se trata simplesmente de doena ou de sade, massim de, como seres racionais completos, estarmos sos ou enfermos. Aenfermidade um problema fsico e moral, que abrange a pessoa toda. J Budatinha parcialmente razo quando afirmava que "toda a dor que afeta o homem fruto dos seus erros, apetites e descuidos". Estes nossos erros, apetites edescuidos no os diminui, em absoluto, a vida moderna e civilizada, tcnica ecitadina. O melhoramento fsico deve ser acompanhado de uma recuperao daordem na nossa conscincia, tanto mais quanto o contedo do nosso mundo

    espiritual de uma importncia s vezes decisiva para a estru-

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    tura orgnica e suas funes e, por conseqncia, para a enfermidade e para asade, para a vida e para a morte.

    A discrdia, a luta, o temor, as preocupaes, a vulgaridade, a angstia, a vileza,a perversidade, a paixo, so para o corpo e a alma como um alimento antinaturalou txico. Se, pelo contrrio, a nossa mente se ocupar de temas valiosos, bemharmonizados, sentiremos certa potncia depuradora e sanadora no nosso estado

    fsico. A sade no s compreende o fisiolgico, como tambm o mais ntimo donosso ser, isto , o corao e a sensibilidade de cada um.

    A alimentao chegou a converter-se, hoje, por muitas causas, num problemacomplexo. A progressiva industrializao, o crescimento das cidades, ostransportes para maiores distncias e os necessrios armazenamentos, sofatores que conduzem, inevitavelmente, a perdas no seu valor e propriedades. Ogrande caminho que tm de percorrer desde o produtor at o consumidor, criou,

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    igualmente, a necessidade de se recorrer a processos e tratamentos deconservao que, com freqncia, resultam tambm bastante prejudiciais para ovalor biolgico dos alimentos.

    Os hbitos de alimentao da moderna sociedade industrializada, com a sua

    preferncia para os chamados alimentos puros (como o acar branco, a flor defarinha e o sal comum), a grande quantidade de carnes brancas, as gorduras e osazeites elaborados industrialmente, so tambm culpados, em grande parte, peloaparecimento de enfermidades da civilizao, por defeitos constitucionais e poroutros numerosos transtornos da sade.

    Tudo isso, felizmente, fez aparecer o estudo cientfico da alimentao. Explorou-se o mundo dos nossos alimentos e verificou-se que estes no s possibilitam aconservao da sade, como tambm contm propriedades curativas que atagora haviam passado inteiramente inadvertidas. Temos diante de ns a tarefa decuidar e de conservar estas virtudes maravilhosas, mediante a produo e a

    transformao dos alimentos para conseguir um aproveitamento plenamenteacertado de tais propriedades.

    Uma srie de tratados sobre a nossa alimentao permite-nos considerar asestreitas relaes entre a alimentao e o organismo e ensinam-nos a procurar oremdio para os nossos males na alimentao e a valoriz-la como meio curativo.A investigao mdica trabalha hoje com afinco para conhecer o efeito dosalimentos no organismo e isolar os seus fatores ativos, sobretudo as vitaminas, oshormnios, os fermentos e os sais inorgnicos. Embora estes problemasextraordinariamente difceis continuem a ser estudados, nas suas fases decisivas,por peritos no assunto, sendo as notcias raramente divulgadas pela imprensa, jcontamos com uma srie de resul-14tados sumamente prometedores. Abundantes trabalhos, mais ou menos extensos,vo anunciando a sua chegada.

    A cincia da alimentao, que conta apenas oitenta anos de histria,extraordinariamente densa e dramtica, levou j, neste breve tempo, a xitosassombrosos. Milhes de pessoas puderam conservar a vida e a sade graas aeles.

    Nunca poderei esquecer a impresso que me produziu uma experincia maciarealizada num campo de concentrao de prisioneiros de guerra, na Rssia.Quase todos os internados sofriam de diarrias disentricas, que se prolongavam,durante dias e noites, deixando-os inteiramente inteis para o trabalho. Ocomandante do campo resolveu, ento, transportar em caminhes todos osprisioneiros para um koljoz frutcolo. Os mais enfermos foram deixados nasmatas de arbustos de groselhas negras, ao passo que os que se podiam manterde p receberam ordem de colher as primeiras mas, que foram comidas

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    abundantemente por todos os prisioneiros. No fim de alguns dias, todos osdoentes estavam curados. Desta maneira experimentei, em mim mesmo, o podercurativo dos alimentos e fiz o propsito de me dedicar a investig-lo, de maneiraespecial. O resultado do meu trabalho foi este livro, do qual se publicaram 14edies em alemo, alm das que foram publicadas em francs, espanhol e agora

    em portugus.

    Este livro inspira-se na convico de que s se consegue a sade e o mximodesenvolvimento da nossa capacidade intelectual, prestando absoluta ateno sleis naturais, que so as de Deus, e ordenando a nossa vida mediante o respeito eo amor devido a estas leis.

    Por isso, este livro no se prope tratar, apenas, da alimentao; tambm abriga aesperana de que, em horas de repouso, de que todos precisamos, seja paramuitas pessoas um alimento do qual extraiam aquela fora que nos serve paraque a vida seja mais s e mais ditosa. No se apresenta, apenas, para ser lido,

    mas tambm para ser um fiel companheiro, em todo o tempo, nas horas da sadee da enfermidade, sempre pronto a responder com o seu conselho e a prestarajuda na escolha do caminho que nos afaste dos males que nos perturbam.

    Em resumo, quer este livro prestar a sua colaborao, quem sabe no totalmenteinsignificante, na vitria sobre os danos j muito divulgados da civilizao,conforme tm comentado com profunda preocupao todos os higienistas derenome, e que passam, pelo seu carter encoberto, inadvertidos durante muitotempo para o indivduo, produzindo efeitos to devastadores que constituem paraa sobrevivncia das populaes ameaas mais graves do que todas asenfermidades infecciosas agudas juntas.

    Juntamente com os processos

    15de tratamento fsico e medicamentoso, o tratamento alimentar, como base detodas as nossas medidas preventivas e curativas, tem hoje uma importncia quecresce continuamente, conforme a realidade que hoje se verifica do velho conceito:Os nossos alimentos devem ser os nossos medicamentos.ERNST SCHNEIDER16

    AS FONTES DA VIDA NA ALIMENTAONATURAL

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    As Nossas Deficincias de Sade e aSua Compensao Natural

    Captulo 1

    O Homem, porm, no deve s pedir ao seu Criador sade e uma longavida, mas tem tambm de aplicar a sua inteligncia para descobrir e

    apreciar os tesouros que o bonssimo Pai de todos colocou na Naturezapara remdio dos muitos males da nossa vida. Sebastio Kneipp

    19A Cultura e a Civilizagco Como Fatores Sanitarios

    A Posigco do Problema -- Tem-se considerado, insistentemente, a cultura e acivilizagco como causas de numerosas enfermidades, ati se ter chegado,finalmente, ` criagco de conceitos como +praga da cultura; e +doengas dacivilizagco;. Hoje em dia, compreendem estas expressues, tanto na literatura

    ticnica como na popular sobre problemas sanitarios, uma sirie de enfermidades dometabolismo e da nutrigco, como a carie dentaria, a periondontose, a zlcera deesttmago, a diabetes, a obesidade, as doengas, do fmgado, vesmcula, rins,coragco e vasos, assim como o reumatismo, o cbncer e a tuberculose.

    Um observador superficial poderia tirar a conclusco de que a +cultura; e a -+civilizagco; sco coisas nco desejaveis e, inclusive, francamente prejudiciais.Desde alguns anos ati agora, exagerando a realidade, aumentam as vozes dosque atribuem ` cultura e ` civilizagco mais inconvenientes do que vantagens para ohomem, para o qual situam a cultura e a civilizagco muito longe da Natureza,pondo-as ati em contradigco com esta zltima.

    Cultura e incultura -- Toda a autjntica cultura exige, previamente, determinadoestado de fi. Tanto nos aspectos material como espiritual, tal estado de fimanifesta-se mediante a convicgco de a pessoa poder conhecer-se amplamente edesenvolver-se partindo das prsprias possibilidades, mediante um trabalhoentusiasta.

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    No aspecto espiritual, trata-se da convicgco referente a normas e valores moraisque se tjm de alcangar e ptr em pratica. Quer dizer: vivificar-se. ,Ter cultura,,significa conseguir o dommnio sobre si mesmo, sobre as mas inclinagues epaixues. I a formagco de um carater firme e moral, um anelo mais para la da vida,uma ponte entre o que os nossos sentidos captam e nco captam, o passo para a

    eternidade. A cultura i, pois, coisa do coragco. Como i que tal coisa pode levar a+pragas da cultura?

    Mas, continua a ser para nss a cultura coisa do coragco? Ortega & Gassetafirmouque o homem europeu ja nco acredita em nenhuma norma itica. No centro do seumodo de vida encontra-se a preocupagco de viver sem peias morais. A suaposio perante a vida parece resumir-se no seguinte: julga ter todos os direitos enem um ss dever. I, por conseguinte, a incultura do europeu o que provocaessas tais pragas da cultura. A incultura torna-nos doentes. Opue-se ` Naturezae perturba a obra de Deus.

    Embora hoje muitos homens se esquegam de procurar o bem, a verdade, acultura, isso nco quer

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    dizer que se tenham esquecido de os valorizar e reconhecer quando semanifestam nos outros homens, de uma forma pura e desinteressada. A cultura eo progresso autjnticos tjm de ser aceitos no quadro das possibilidades naturaiscomo missues impostas por Deus, pois que por elas se conhece e adora o Criadore nco as Suas criaturas.

    A Civilizagco, Cultura Organizada -- A civilizagco, pelo contrario, i apenas umaparte da cultura, exatamente o seu aspecto ticnico. I componente essencial dacultura, necessaria para poder levar a efeito as suas idiias e teorias. A civilizagco ium produto da razco, um instrumento de que o homem se serve, um meio paraalcangar um fim, por isso muito diferente, porque leva consigo o perigo de que oshomens nco a dominem, mas sejam dominados por ela. Involuntariamente, pensa-se na vida burguesa quando se ouve a palavra civilizagco, precisamenteporque procede do vocabulo latino civis (homem da cidade, do burgo). Todas ascircunstbncias precisas para a forma de vida de uma comunidade humana, comoa legislagco, administragco, organismos sociais, ticnicas, reforma das condiguesnaturais de trabalho, vida e alimentagco, a industrializagco e a concentragcourbana conseq|ente, sco obra da civilizagco.

    Se nos perguntarmos quais sco os efeitos da civilizagco sobre a sazde do homem,nco podemos deixar de reconhecer que, juntamente com os numerosos efeitospositivos e a ampliagco do espago vital, trouxe ela consigo uma longa sirie degraves prejumzos, que temos de enfrentar racionalmente, do mesmo modo queracionalmente fomos criando a civilizagco. I aqui que comega precisamente anossa tarefa. Importa conhecer, em primeiro lugar, os danos que a nossa

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    existjncia civilizada ocasionou ` nossa sazde, a cada um de nss. Em segundolugar, poremos a questco de como preveni-los ou compensa-los.

    Origem dos Danos Causados Pela Civilizagco

    Se procurarmos agrupar os danos impostos pela civilizagco num reduzido nzmerode critirios, encontramos os seguintes capmtulos:

    Mudangas nas Condigues de Vida, Trabalho e Residjncia

    Insuficiente Radiagco Solar -- As mudangas mencionadas levaram a umaligagco deficiente do corpo com o ambiente natural,

    21com o mundo que nos cerca. assim que especialmente a populao urbanasofre de insuficiente radiao solar. Por cima de todas as grandes cidades,nomeadamente nas de tipo industrial, forma-se uma camada constituda porpoeira, fuligem e fumo que absorve os raios ultravioleta do Sol, com aconseqncia de radiao insuficiente e, por isso, de escassa formao devitaminas na pele dos seus habitantes. Tomamos com os alimentos, por exemplo,as provitaminas D, a ergosterina, que se depositam na pele e que vo semprenecessitando da atuao dos raios ultravioleta para se transformarem em vitamina

    D, de grande eficcia contra o raquitismo. Os, peixes, cujo fgado especialmenterico em vitamina D (circunstncia que se aproveita para objetivos farmacuticos nafabricao do leo de fgado de bacalhau para a cura do raquitismo), no recebem,decerto, suficientes raios ultravioleta, mas podem substituir esta radiao luminosapela ao do seu prprio corpo.

    Impureza da Atmosfera -- Alm disso, tambm o habitante da cidade sofre umconsumo deficiente de ar puro, devido densidade da populao, ao trabalho emlocais mal ventilados e aos abundantes gases de escape dos automveis, poucasvezes tidos em considerao. Ora, que um pobre consumo de oxignio prejudica ometabolismo dos tecidos e especialmente o das clulas nervosas, no preciso

    insistir mais, porque todos conhecemos os efeitos no nosso prprio organismo,quando para desfazer os efeitos do cansao ou da prostrao abrimos a janelapara respirar um ar mais fresco.

    Escasso Exerccio Muscular -- Devido s muitas profisses sedentrias e scondies do trabalho mecanizado e racionalizado, no qual se deve incluirsobretudo o de produo em srie, chega-se, forosamente, insuficincia ouunilateralidade de movimentos. Isto no s traz consigo uma debilidade dos

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    msculos no suficientemente usados e exercitados, como tambm desordens demetabolismo e circulao, pois que s nos msculos em atividade que seoriginam matrias que regulam a circulao do sangue e regam o msculocardaco, substncias que s podemos substituir, parcialmente, por medicamentos.A to debatida questo movimento vida tem, na realidade, um profundo e

    pleno significado, assim como o antigo adgio pedra movedia no cria musgo.

    Excessiva Tenso Nervosa -- Tambm a insuficiente descontrao, tanto peloexcesso de trabalho profissional e pelo dia de labor demasiado longo, como pelansia de divertimentos, pelo pouco descanso noturno, hoje claramente um fatorprejudicial de primeira classe, que no s cria o numeroso exrcito de homens ci- 22vilizados hiperexcitados, como tambm causa de doenas do aparelhocirculatrio, em todas as suas formas e graus.

    S aproximadamente sete por cento da populao se pode considerarautenticamente s na mente e na alma. O resto passa pela vida com algum desvio,desnecessariamente carregado com depresso nervosa e outros complexosprejudiciais. Ningum dispe hoje de reservas suficientes de sade psquica pararesistir a qualquer carga verdadeiramente pesada.

    A desordem nas relaes com o outro sexo manifesta-se numa Inseminao Dbile, por conseguinte, numa esterilidade provocada e na falta do aparecimento dagravidez.

    Consumo de Drogas e de Substncias Txicas

    Isto leva s doenas, hoje de domnio pblico, do crebro, dos nervos, dacirculao e das glndulas de secreo interna, ao encurtamento da vida, formao tio cncer, e s alteraes da estrutura psquica. As calamidades assimcausadas na sade e na economia nacionais e os conseqentes problemas deuma srie incalculvel de doenas, teriam de ser objeto de um estudo que escapaao alcance deste livro. Com tudo isto encontram-se estreitamente relacionados osseguintes fatores:

    Alteraes Psquicas e Intelectuais

    Razes Histricas - Trata-se das comoes do tipo a que a humanidade tem sidosubmetida, em grau cada vez maior, durante os ltimos sculos. A raiz dasperturbaes na orientao e na ordemespiritual tem de ser procurada numa poca que se seguiu ordem medieval,centralizada em Deus. Depois do fracasso da concepo materialista, procura o

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    homem, enquanto no s natureza, uma vez mais, a lei que lhe inata, umanorma, caminhando para uma nova ordem e um novo objetivo. Consciente einconscientemente esfora-se, em ltima anlise, por atingir um ideal humanovlido para todos os homens.Valor do Esprito -- 0 esprito no ser humano faz saltar todas as fronteiras, todosos laos materiais e tudo o que perceptvel aos sentidos e s ele passa do finitopara o infinito, do relativo para o absoluto, do temporal para o eterno,encontrando-se, assim, perante Deus.

    23Esta amplitude e a dramtica elevao do homem do sensvel para o ultra-sensvel, do material para 0 imaterial, so os componentes do momento em que oesprito humano atinge a f e fica nas mos de Deus. Esta passagem da razopara a f a porta da liberdade e da suspirada ordem.

    Mudanas na Alimentao

    A Alimentao Natural -- O decisivo e, para o nosso estudo, o mais importanteso as deformaes da nossa alimentao, conforme j se vm produzindo de hsculos at agora. Esto estreitamente relacionadas com a civilizao e a tcnica.

    Antigamente, os povos da Terra alimentavam-se de modos muito diversos. A baseda alimentao era para uns o arroz e para outros o milho e entre ns os cereaispanificveis. A necessidade de carne satisfazia-se mediante a pesca, a caa ou,

    na maioria dos casos, mediante a criao de gado. Nos pases tropicaisconsumiam-se, sobretudo, gorduras vegetais, e nos pases rticos quaseunicamente gorduras animais. O consumo de vegetais e de frutas dependia daregio e da estao do ano em que se vivia. Mas, por muito diferentes que sejamas formas de nutrio dos povos, todas deram bons resultados, porque quasesempre conservavam a forma natural do alimento e era reduzida a proporo dealimentos animais.

    A primeira deformao produziu-se com o descobrimento da Amrica, quandoconhecemos novas plantas alimentcias, como por exemplo a batata, que veiosubstituir em grande parte o consumo de farinhas de cereais e de po.

    Efeitos do Progresso Tcnico e Analtico -- O progresso tcnico iniciadoquase imediatamente depois do rpido desenvolvimento da indstria e dosgrandes ncleos populacionais produziu, indubitavelmente, muitos adiantamentose facilitou um modo de vida, ao qual no desejamos renunciar; mas trouxetambm decisivas alteraes no nosso conceito de existncia, sobretudo nodomnio da alimentao.

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    O esprito de considerar analiticamente tudo atravs das cincias naturais levourapidamente supervalorizao dos alimentos puros e nobres e exageradaimportncia das protenas e das gorduras animais. Chegou-se, assim, nos temposda Primeira Guerra Mundial e at bastante depois, a um modo de alimentao emque predominavam sobretudo o po branco ou quase branco, a gordura animal,

    batatas muito cozidas e descascadas, poucos legumes e frutas cruas e o empregode muito24sal e de especiarias exticas. Quem tinha posses para isso, comia, entre uma eoutra coisa, abundante pastelaria e outros doces concentrados, e tantos outrosindivduos escravizavam-se pela habituao a numerosos txicos e drogas. Acausa desse modo de viver e de se alimentar antinatural e a origem principalde muitas doenas generalizadas e de graves conseqncias, como o prova aconsiderao dos seus efeitos no organismo humano.

    Caracteres Prejudiciais da Moderna Nutrio -- Para podermos conhecer osmltiplos efeitos da alimentao, temos de estabelecer as caractersticaspredominantes da nossa alimentao:

    Substituio do consumo de farinha de cereal por po e batatas.Substituio de alimentos crus por alimentos cozidos.Substituio da comida dura por comida mole.Substituio de alimentos naturais por artificiais.Excesso de protenas animais. Excesso de gorduras animais.Excesso de sal.Excesso de especiarias exticas e de produtos qumicos que se empregam naapresentao e conservao dos alimentos.insuficincia de vitaminas e de hormnios vegetais (auxinas).Insuficincia de sais minerais e de oligoelementos.Insuficincia de substncias estimulantes das paredes intestinais (celulose).Insuficincia de pigmentos vegetais verdes (clorofila).

    Substituio de Farinha de Cereais por Po e Batatas

    A substituio do consumo antigamente elevado de farinhas de cereais por

    batatas e po deve considerar-se como uma das causas da degenerao dadentadura (Euler, Kolath).

    Substituio de Alimentos Crus por CozidosExperincias Significativas -- O efeito da substituio de alimentos crus oufrescos por alimentos cozidos foi muito discutido e levou a grandes grandes

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    divergncias e a normas de nutrio bastante extremadas e estritas.Especialmente, causaram notvel impresso os ensaios sobre comida cozida deMcCarrisone de 0. Stiner, dando lugar a numerosas comprovaes.

    MacCarrinsonalimentou macacos25com a sua comida habitual, mas cozida numa panela a vapor. A conseqncia foiuma reduo na atividade das glndulas de secreo interna, o aparecimento delcera do estmago ou intestino, a inflamao do intestino grosso e, finalmente, acaquexia e a morte.

    0. Stiner(do Ministrio da Sade da Sua) alimentou coelhos nas mesmascondies que o anterior. A conseqncia foi que os animais adoeceram de crie,inflamao das glndulas salivares, bcio, anemia, escorbuto e alguns deles de

    cncer do pulmo. Se a estes alimentos cozidos se acrescentassem, para cadaanimal, dez centmetros cbicos de leite pasteurizado, tambm adoeciam de artritedeformante. Estas e muitas outras experincias parece que vm demonstrar oefeito to prejudicial da arte culinria sobre a sade. No faltaram, portanto, asreaes extremistas que exigiam s alimentos crus.

    Posio Ecltica -- No podemos deixar de reconhecer que a panela na cozinhano trouxe s males, mas tambm vantagens. Mediante o processo da cocopuderam aproveitar-se, pela primeira vez, numerosos produtos naturais para aalimentao humana, o que implicou uma considervel ampliao da alimentaobsica. A coco facilita ao intestino a absoro dos alimentos e evita-lhe assimparte do seu trabalho, ou a nica maneira de lhe fazer digerir um alimento dessetipo. A panela pode indubitavelmente ostentar certo significado cultural, porquecontribuiu para ampliar as possibilidades vitais humanas e, portanto, de maneiradecisiva para o processo cultural.

    0 abuso do seu emprego, isto , a substituio do consumo de alimentos crus pelode alimentos cozidos, levou, no obstante e de modo inegvel, a uma srie deconseqncias prejudiciais. A aplicao do calor destri, na realidade, no scertas vitaminas, como tambm os fermentos e as substncias aromticasconvenientes para a digesto. E trata-se de componentes da alimentao dosquais no podemos prescindir para a conservao da sade.

    Efeitos do Oxignio no Interior do Intestino -- Os fermentos que os alimentosvegetais consumidos ao vivo contm so conservados praticamente no intestino edesempenham servios especiais no processo digestivo. Assim, por exemplo, oschamados fermentos oxidantes fixam o oxignio do ar que tomadocontinuamente com a comida, e depois no pode permanecer como tal no interiordo intestino. As bactrias intestinais realizam na ausncia do oxignio ometabolismo com 1/25 das calorias de que necessitariam sob os efeitos de maioroxigenao. Depois de prolongadas investigaes, o Prof.

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    26Kolathchegou concluso de que com um regime alimentar em que predomina acarne e sob os efeitos do oxignio sumamente abundante, ainda no reto, asmatrias corantes biliares do aos excrementos o seu corrente colorido pardo, ao

    passo que, quando o oxignio falta no intestino, devido alimentao vegetal crua,a deposio apresenta uma cor amarelada clara. Disto se pode concluir o efeitodeste fenmeno no homem, e embora no se tenha investigado, pode afirmar-secomo certo que uma atmosfera no interior dos intestinos sem conter oxigniopermite uma considervel reduo na quantidade de alimentos sem que, por isso,o homem fique mal alimentado. Por isso, um regime rico em alimentos vegetaiscrus constitui um sistema de nutrio conservador e tnico, pelo menos no que dizrespeito ao intestino.

    Por outro lado, logicamente foroso que um regime de carne cozida e, porconseqncia, com um interior intestinal rico em oxignio, no qual as bactrias

    intestinais utilizam 25 vezes mais as energias para as suas prprias necessidades,se produza o contra-senso de que o homem alimente antes as suas bactriasintestinais do que se alimente a si mesmo.

    As Bactrias Intestinais - Mas alm deste assombroso esbanjamento, torna-seclaramente evidente o prejuzo causado, quando se pensa que no de modoalgum Indiferente que as bactrias intestinais efetuem o metabolismo comoxignio (aerobiose) ou sem ele (anaerobiose).

    Tanto os produtos originados na digesto dos alimentos como os procedentes dometabolismo bacteriano so completamente distintos, conforme o interior dointestino tenha falta ou abundncia de oxignio, dependendo alm disso de que setrate de bactrias intestinais normais (colibactrias) ou anormais e degeneradas(paracolie outras). Atualmente sabe-se, depois de muitas experincias realizadasneste sentido, que desde h muito tempo o homem, devido a sua alimentaohabitual, apresenta no seu intestino uma abundncia anormal de bactrias, o queleva concluso de que a sua alimentao forosamente defeituosa. Aintroduo de bactrias intestinais normais vivas um tratamento utilizado desdeh muito tempo na medicina prtica, porque se verificaram com ele curas dereumatismo, de eczemas e de anemias.

    Como um metabolismo intestinal de desenvolvimento defeituoso se converte numacausa de intoxicao (e hoje considera-se freqentemente em medicina que ointestino grosso pode originar uma infeco focal), s por isso evidente at queponto tudo depende de uma alimentao realmente s. Sabemos hoje, inclusive,que uma alimentao con-

    27veniente ou determinado regime carecem de efeitos, se o papel que correspondes bactrias intestinais no se desenvolver com normalidade.

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    Formao de Vitaminas por Bactrias do Intestino -- E muito notvel a esterespeito o fato de as bactrias intestinais formarem a vitamina K, imprescindvelpara o processo de coagulao do sangue e que quando esto degeneradas nose encontram em condies de efetuar essa sntese. Se faltar na nutrio avitamina K, que se obtm com verduras frescas, como espinafre, repolho, couve-

    flor e tomate, no conseguem as bactrias compensar, durante algum tempo, estainsuficincia, ao passo que com tais bactrias degeneradas se apresenta umafalta de vitamina K no fgado, e por isso um atraso na coagulao do sangue ou,inclusive, uma hemofilia.

    Sabe-se, alm disso, pelas experincias de Kolathe Stahl, que a vitamina Kdificulta o desenvolvimento de determinados microrganismos na correntesangunea, que j o Prof. Von B Brehmerdescreveu, h vinte anos, e considerougermes cancerosos (Sipho- polymorpha).

    A vitamina B12 apresenta-se, tambm, como produto do metabolismo das

    bactrias intestinais. Depois da absoro pela parede intestinal introduzida nofgado para desempenhar o papel de um elemento de maturao das cluIassangneas. , s tia presena deste elemento ativo que se efetuam, por exemplo,os processos mais importantes de produo de protenas, sobretudo atransformao de molculas proticas de pouco valor noutras de grande riqueza,necessrias para a formao do ncleo celular. Para isto so necessrias as jclassicamente conhecidas lecitinas, combinaes complexas de glicerina e decido fosfrico, que normalmente se recebem com os alimentos, mas que pelacoco sofrem uma grande reduo na sua eficcia biolgica. Alm da funo davitamina B 12 na sntese das molculas proticas do ncleo celular, ainda intervmcontra a formao excessiva de histamina. A histamina uma substncia que seorigina abundantemente no metabolismo e que provoca reaes dehipersensibilidade do tipo do catarro do feno, asma bronquial, eczemas e outrasmanifestaes. Finalmente, sabemos hoje que quatro por cento do cobalto contidona vitamina B12 produz efeitos antituberculosos, cujo significado no sabemosapreciar ainda devidamente. S podemos pensar nas enormes conseqncias queclaramente implicam.

    Auto-Intoxicaes - A possibilidade de vida nas bactrias intestinais depende deuma s alimentao. Como pequenos depsitos, permitem elas cobrir asinsuficincias que ocorram na produo das substncias mais importantes dometabolismo qumico, durante um grande lapso

    28de tempo. Mas, por fim, tambm chegam a adoecer pelo aparecimento dedeficincias, dando ento lugar exclusivamente a produtos metablicos txicos ede efeito prejudicial, que depois so absorvidos atravs do intestino e levadospara a corrente sangnea e para o fgado, ativando todo o mecanismo defensivo.Este efetua a desintoxicao e destruio destas substncias durante um certotempo at ficar hipersensibilizado; ou ento entorpece-se, enferma, ou finalmente

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    se deforma, se no receber ajuda no seu devido tempo, mediante matriasnormais e compensadoras, como sejam alimentos sos ou medicamentos.

    Ordem de Utilizao dos Alimentos Crus - No s necessrio saber quedevemos utilizar alimentos frescos, como tambm quando temos de o fazer, isto ,

    em que proporo temos de consumir alimentos crus e cozidos. Deduz-se isto denumerosas experincias sobre produtos olorosos e aromticos, realizadas peloProf. Kolath.

    Quando se prepara uma refeio vulgar composta por um prato de sopa ou caldo,carne, batatas cozidas e legumes, ou tambm um desjejum constitudo por umaxcara de caf ou de chocolate, po com manteiga e marmelada, aumenta onmero de leuccitos no sangue, passando num prazo de dez minutos, dos 6000-8000 normais por milmetro cbico para 10000, e num prazo de 30 minutos para30000, voltando no fim de 90 minutos ao normal. Este fenmeno conhecidodesde h quase um sculo (Virchow) e qualifica-se como leucocitose prandial

    (significando leucocitose o aumento de glbulos brancos). Tal aumento deglbulos brancos no sangue produz-se tambm em todas as irritaesinflamatrias, especialmente nas enfermidades infecciosas, considerando-se emtal caso como uma reao defensiva do corpo. Nada significa em contrrio, oconceber a citada leucocitose como medida defensiva do corpo contra algo deestranho, isto , como momentnea reao inflamatria (Roessle). Com istocoincide, evidentemente, uma comprovao de Kuschakoff, que mostra que aingesto de alimentos crus, sem coco, de vegetais, no leva a um aumento dosglbulos brancos no sangue, isto , no se apresenta a reao inflamatriaantigamente considerada normal. Esta reao no se produz, quando a comidacozida se segue crua. Kuschakofftambm comprovou que uns dez por cento,pelo menos, dos alimentos devem ser consumidos crus e antes dos cozidos, se sequiser evitar esta reao inflamatria

    Origem da Leucocitose Defensiva -- Estas observaes so hoje to evidentesque a alimentao natural, viva e no consumida pela coco, no consideradaestranha nem repulsiva, ao passo que os alimentos cozidos supem um regimeinsuficiente para pro-29vocar uma reao defensiva do organismo.

    A causa desta reao defensiva encontra-se, segundo o Prof. Kollath, na falta defermentos e de substncias aromticas da comida cozida. Indica-se, assim, pelavez primeira, o importante significado das substncias aromticas naturais. Estassubstncias sumamente sensveis ao calor so recebidas nas mucosas bucal oufarngica e atuam atravs do sistema nervoso de modo inconsciente, provocandotambm a reao dos glbulos brancos.

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    Substituio de Alimentos duros por Brandos

    Necessidade de Mastigao A idia de oferecer ao corpo uma alimentao maispreparada possvel para lhe evitar esforos e melhor aproveit-la, levou a uma

    diminuio dos alimentos duros, substituindo-os pelos brandos e, deste modo, aoabandono da mastigao Precisamente, porm, esta atividade mecnica dosistema de mandbulas e de dentadura no s necessria para a conservaode tais rgos, como o tambm para a boa funo de todo o processo digestivo.A boa mastigao de alimentos duros (po integral, frutas, nozes, etc.) constitui,em primeiro lugar, uma massagem ideal das gengivas, criando a disposio para aconservao da capacidade de resistncia e da elasticidade dos tecidos gengivais,evitando a piorria ou periondontose. E, inclusive, os prprios dentes sconstituiro uma dentadura s e til, quando houver nina incitao natural, para oseu desenvolvimento, que consiste em mastigar e morder. Se no dermos aosdentes dos adultos o trabalho apropriado, produz-se a sua queda prematura e a

    sua crie. Os dentes tm necessidade de mastigar, de preferncia a, alimentosfrescos, naturais e VI vos, isto , beterrabas, cenouras, rabanetes, frutas, nozes e,finalmente, po seco e duro no autntico significado da expresso.

    Infelizmente, raro ver nas crianas e nos adultos uma dentadura s e bemformada. Por isso, temos de formular a exigncia urgente de mastigar mais.

    Substituio de Alimentos Naturais por Artificiais

    Alimentos Equilibrados -- O valor da alimentao no deve ser calculado apenas

    por um ndice trmico (contedo de calorias).30

    Sabemos que a alimentao de grande contedo de calorias no a mais s, massim aquela que contiver, no mais alto grau, o estado natural dos alimentos e quelimitar, o mais possvel, o consumo de alimentos animais. Da mesma maneira queo alimento natural, por exemplo uma ma, uma noz, uns gramas de cereal, uma combinao harmonicamente equilibrada de matrias alimentcias, ativas evivas, assim tambm deve conter a nutrio total do homem tudo o que fornecessrio para o organismo numa proporo harmnica. Se se procurarem todas

    as matrias necessrias em quantidades suficientes e conforme a uma relaoimposta pela mesma natureza, conseguir-se- a saciedade e a satisfao total doapetite. Uma alimentao defeituosa ou unilateral em qualquer sentido dificilmenteproduz a sensao de saciedade, porque o organismo est sujeito lei do mnimode Liebig. Se houver na alimentao uma substncia em quantidade insuficiente,como, por exemplo, uma vitamina ou um mineral, neste caso o organismo tomaapenas a quantidade de protenas e de gorduras (que porventura abundem na ditaalimentao), na proporo com o volume da substncia insuficiente.

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    No uma alimentao rica em calorias o objetivo digno dos nossos esforos,mas sim a alimentao suficiente, harmnica e equilibrada, em que todas assubstancias necessrias se encontram na proporo mais natural possvel. fcilcompreender que o organismo, mediante alimentao mais natural e regular quese possa dar, necessita de quantidades consideravelmente menores e que a

    alimentao equilibrada facilita uma fora de conservao da sade, cujaimportncia ainda no conhecemos suficientemente. A alimentao mais prximada Natureza cria homens tranqilos, ao passo que toda a forma de alimentaopermanente unilateral d lugar a homens inquietos, sempre esfomeados,insatisfeitos, em busca inacabvel de algo indeterminvel.

    Alimentos Puros, Alimentos Desnaturalizados -- Quando atuamos numalimento natural com mtodos fsicos e qumicos, processos que dantes sequalificavam de enriquecimento ou de depurao, mas que hoje reputamosde desnaturalizao, obtemos produtos energticos puros e quase sempre maisconcentrados, como a farinha branca, o acar branco, o arroz sem casca, oazeite refinado e as gorduras em forma de margarinas, as conservas, o sal demesa, mas tudo isto privado quase totalmente das suas caractersticas biolgicaseficazes e ss. Por outro lado, tambm no devemos esquecer que estes produtosda indstria moderna, por causa da sua excelente capacidade de durao, dearmazenagem e de transportes se tornam insubstituveis para a formao dereser-31vas e fornecimentos distantes. Mas, de qualquer modo, constituem alimentosmortos, que necessitam de ser completados forosamente com alimentos frescosvivos, isto , com frutas de toda espcie, farinhas de cereais, nozes, saladas, etc.

    Perigos da Excessiva Pureza -- Vamos encontrar o mesmo problema naelaborao de medicamentos. Tambm se apresenta aqui a questo seguinte:possui, porventura, a combinao de substncias naturais ou de substnciaspuras isoladas o maior poder curativo?

    Enquanto a investigao analtica nos levou no campo da tcnica para avanosque mal se suspeitavam, sobretudo na obteno de novas matrias-primas eelaboradas, nem sempre tivemos sorte na medicina e na alimentao commatrias isoladas e sintticas. Com os mtodos dos diversos ramos das cinciasnaturais, desde o descobrimento da morfina pelo farmacutico Sertrnerem 1816,vm-se analisando as drogas e os efeitos dos diversos fatores que procuramosexpor com a mxima exatido possvel. Chega-se, deste modo, aos quadros dosefeitos das substncias puras, que possuem indiscutivelmente a vantagem dadosificao exata, mais tempo de conservao e resultados mais equilibrados.Mas com freqncia se juntava a isto maior intolerncia, maior toxicidade e piorsolubilidade, pelo que era preciso buscar primeiramente um solvente orgnicoadequado. Com respeito solubilidade, diga-se de passagem que se chegou apensar seriamente se a insolubilidade na gua e a solubilidade em dissolventes

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    orgnicos no seria uma etapa prvia para a ao cancergena da substncia.Com a euforia causada pela descoberta e obteno de substncias puras no seprestou a devida ateno ao estudo do efeito da planta na sua totalidade. Odescobrimento da matria ativa principal e o seu isolamento preenchiam oimediato objetivo teraputico. Por isso, em princpio, desprezou-se toda a

    substncia complementar.

    Exemplo dos Princpios Ativos da Digital -- Exemplo clssico de investigaosumamente analtica e diferenciadora dado pela distribuio das substnciasativas nas folhas da digital purprea. Primeiramente, extraram-se das folhas doisglicsidos, A e B, dos quais, por hidrlise, se obtiveram os glicsidos digitoxina,gitoxina e gitalina, que demonstraram uma forte ao cardaca. De novo, mediantea hidrlise de substncias glicosdicas, chegaram a isolar novos princpios ativos,que tambm produziram efeitos cardacos. julgava-se ento e esperava-se terencontrado nos produtos finais as substncias mais eficazes para os tratamentosdo corao. Demonstrou-se, porm, que o efeito cardiotnico se reduzia, medida

    32que se iam efetuando as hidrlises, chegando-se, finalmente, concluso de quenem sequer os glicsidos completamente isolados possuam o maior efeitocurativo, mas a simples tisana das folhas da digital conseguia resultados maissatisfatrios, conforme j tinha advertido durante anos o conhecido cardilogo Prof.Edens.

    Com isto comeou-se a considerar que as substncias complementares einertes, a princpio passadas por alto, deviam tomar parte nos efeitos, e provou-se o papel importante desempenhado pelas substncias anexas anlogas aosabo (saponinas) e pelos sais de clcio no efeito conjunto.

    0 Todo Mais Eficaz do que asPartes-- Mediante tais experincias chegamosfinalmente ao conhecimento de que as nossas grandes esperanas de superar aNatureza, mediante a obteno de substncias puras, no se podem realizar emmuitos casos e que, pelo contrrio, a Natureza criou substncias ativas ealimentos concentrados tanto nas nossas plantas medicinais, como nas frutas,verduras e legumes, nas quais cada fator conserva uma proporo maravilhosaque a mais favorvel para o nosso organismo. Temos de regressar quelaverdade, puramente intuda por Hufeland(1762-1836), de que toda a plantaalimentcia ou medicinal constitui uma individualidade e que deve ser estudada eempregada como tal.

    Confiemos pois nas velhas experincias, cuja realidade a cincia volta sempre acomprovar, de que o produto natural completo mais ativo do que qualquer dosseus compostos isolados.

    Excesso de Protenas Animais

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    Necessidade de Protenas -- A chamada questo protenica j excitou muitoos nimos, mas precisamente neste aspecto levou a investigao moderna aosmais assombrosos e importantes conhecimentos e esclarecimentos. Os ditos

    estudos servem de base s seguintes concluses:

    As protenas so, para ns, matria vital imprescindvel, da qual -- tanto segundoas antigas doutrinas sobre nutrio como as modernas -- necessitamos de umamdia de 60 a 90 gramas por dia. No esta a quantidade mnima suficiente, masa mais favorvel possvel. Importa ter muito em conta que tanto uma contribuioinsuficiente como uma alimentao excessiva de protenas podem originarprejuzos no organismo. A doutrina mantida por Liebig (1803-1873) de que aprotena a fonte nica de trabalho muscular e que as gorduras e os hidratos decarbono s servem para manter o calor corporal,

    33

    ja foi superada por Voit(1831-1908), embora este zltimo tambim aceitasse umanecessidade de protemnas excessivamente elevada (118 g). Podemos cobrir aquantidade de protemnas necessarias com produtos animais ou vegetais, porexemplo, com carne, peixe, leite, queijo e ovos, ou entco com verduras, legumes,ervilhas, feijco, soja, nozes, sementes de linho ou de girassol. Os diferentes tiposde protemnas animais ou vegetais compuem-se quimicamente de numerososelementos muito conhecidos, os chamados aminoacidos, dos quais, segundo adoutrina da nutrigco aceita ati agora, se devem considerar imprescindmveis para oorganismo humano uns doze ou quinze. Segundo esta doutrina, devem consumir-se necessaria e totalmente com os alimentos, para se evitarem graves transtornosfuncionais. Ss quando se dispue desses elementos na sua totalidade i que ipossmvel ao corpo transformar a protemna dos alimentos em protemna do prsprioorganismo.

    Qualidade das Protemnas Vegetais e Animais -- Os alimentos animais evegetais contjm componentes protemnicos em quantidade e tipos muito diversos.Sob o ponto de vista que acabamos de indicar, consideram-se elementos de maisvalor os que contiverem a maior quantidade de elementos protemnicos, isto i, osque subministrarem o melhor material para a reposigco das protemnas orgbnicas.Segundo esta opinico, o maximo valor biolsgico i apresentado pelos tipos deprotemnas que contjm todos os aminoacidos considerados indispensaveis. Sco asprotemnas denominadas completas ou valiosas.

    De acordo com esta avaliagco, sco alimentos protemnicos completos a carne, opeixe, os ovos, o leite, a levedura, as sementes oleaginosas, considerando-seincompletos, biologicamente, segundo o seu contezdo nos diversos aminoacidos,os cereais, as ervilhas, as lentilhas, o feijco, assim como os outros vegetais. Hanumerosos quadros sobre o valor dos tipos de protemnas nos varios alimentos.Nesses quadros avaliam-se muito mais as protemnas procedentes dos alimentos

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    animais atras citados (carne, peixe, etc.) do que as procedentes de vegetais, oque deu lugar ` enunciagco do princmpio da superioridade biolsgica da protemnaanimal com respeito ` do vegetal. Chega-se, assim, ` conclusco de que umapessoa normal de 70 quilos precisa diariamente de uma quantidade de 70 a 90 gde protemnas, devendo ser pelo menos um tergo, isto i, de 23 a 30 g, de origem

    animal. O consumo midio interno de uma pessoa normal de 70 quilos pressupue22,3 g. Se a alimentagco de uma determinada populagco se projetasse sobreestes princmpios, teria como conseq|jncia um consumo enorme de carne, ovos,leite e queijo.

    34Exemplos Sobre a Necessidade de Protemnas Animais -- O economista sabe,contudo, muito bem, que um pams frutmfero e demograficamente denso nco podeestar em condigues de produzir tanta carne, ovos, leite e queijo para que cadahabitante possa receber diariamente a dose considerada necessaria de 23 a 30 g

    de protemna animal. Deste modo, teoricamente, tal pams encontrar-se-ia peranteuma catastrofe alimentmcia. Mas na realidade nco i assim que as coisas sepassam. o que contradiz a ordem de valorizagco dos tipos de protemna acimaexpostos.

    Numerosos estudos e ensaios tjm demonstrado, com seguranga, que umaalimentagco exclusivamente vegetariana e, ati, exclusivamente crua, podeconservar o organismo forte e jovem no mais alto nmvel de capacidade e plenitudecorporais e espirituais.

    O mais impressionante i, para ja, a informagco apresentada pelo Dr. Brauchleeoriginal de Theodor Hahn, segundo o qual, antes do descobrimento das Ilhas dosLadrues pelos Espanhsis em 1620 (cujos habitantes se consideravam a simesmos os znicos povoadores do mundo), estes estavam privados de quase tudoo que os povos civilizados consideraram indispensavel para viver. Alim das aves,que, de resto, nco comiam, nco havia nenhum animal na ilha. Aquela gente nuncatinha visto o fogo, e a princmpio no fazia a menor idiia das suas caractermsticasou emprego. A sua alimentagco era completamente vegetariana, constitumda porfrutos e ramzes no seu estado natural. Os indmgenas estavam bem constitumdos,eram fortes e ativos, transportando facilmente aos ombros pesos de mais deduzentos quilos. A doenga era quase desconhecida entre eles e chegavam comfreq|jncia a uma idade bastante avangada. Nco era raro encontrar homens comcem anos de vida sem nunca terem estado doentes.

    Aminoacidos Essenciais e Protemnas Vegetais -- As observagues e os ensaiosfreq|entemente debatidos e refutados encontraram entretanto a sua explicagcocientmfica. O Prof. Abelinrefutou, no Congresso Internacional de InvestigagcoSobre as Protemnas, tanto a teoria de que os aminoacidos sco elementosabsolutamente necessarios para o nosso organismo, como tambim a idiia de quecertos aminoacidos sejam totalmente indispensaveis por serem insubstitumveis,quando na realidade os aminoacidos sco produzidos, consumidos e transformados

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    uns nos outros, no nosso prsprio corpo. As combinagues mais simples sco asrealizadas pelos aminoacidos essenciais, cuja presenga na protemna dosalimentos se considera imprescindmvel, e que se encontram no organismo emquantidades quase normais, embora hajam faltado durante algum tempo naalimentagco. Salientou que o decisivo35no era o tipo de protena consumida e que, por isso, tambm no figuramdeterminados aminocidos.

    Cuthbertson, do Instituto de Investigao Rowet, em Aberdeen, exps que a idiade que a protena animal superior vegetal perdeu atualmente todo o sentido,porque se baseia em experincias antiquadas com protenas purificadas. Asprotenas naturais vivas de igual composio qumica, tais como se apresentamnos nossos alimentos, no s tm outras caractersticas, como tambm, alm

    disso, se comportam de modo diferente.

    Tambm os norte-americanos deixaram de considerar a teoria dos aminocidoscomo fundamento para estabelecer o valor biolgico da protena. Vem asuperioridade da protena animal comparada com a vegetal no chamado fator deprotena animal ou estreptogenina (APF = Animal Protein Factor), que hoje jse pode conseguir de matrias-primas vegetais e que, segundo investigaes deKollathe Ginns, s indispensvel na alimentao, quando faltam os portadoresde fatores de crescimento (portadores de auxinas), como so as verduras e oscereais.

    Primazia das protenas de Origem Vegetal -- Vemos por estas investigaes,observaes e experincias que o problema de uma s alimentao protenica seaproxima, cientificamente, de uma soluo, j prevista h dezenas de anos pormdicos notveis. Demonstram o princpio de que em toda a alimentao h de sepreferir sobre todas as outras coisas produtos vegetais, naturais e frescos. So osseguintes os produtos da Natureza trocados, o menos possvel, pela tcnicahumana e, por conseguinte, de maior valor: nozes, cereais, frutas, legumes,vegetais e verduras. Em segundo lugar figuram os alimentos procedentes do reinoanimal: leite, ovos, carne e peixe.

    Excesso de Gorduras Animais

    Gorduras Refinadas -- O abandono dos azeites vegetais tem tido, comoconseqncia, graves males, o que nos deve obrigar a prestar maior ateno auma s alimentao com as gorduras. Os adultos necessitam, diariamente, de 50a 80 g de gordura. Esta quantidade preenche-se, geralmente, com manteiga,gordura de carne, gordura vegetal consistente (azeite, leo de coco, de palma) emargarina. So todas elas gorduras consistentes; sob o ponto de vista qumico

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    muito saturadas e, por isso, difceis de transformao nos processos metablicos.Pressupem o perigo de se irem depositando, inconveniente-36mente, nas camadas inferiores da pele, sendo, assim, a origem da obesidade.

    Todos os azeites fluidos considerados quimicamente so mais ou menosinsaturados e, por isso, fceis de serem atacados e transformados pelos sucosdigestivos, sempre que no se hajam desenvolvido atividades qumicasimportantes. Neste caso, os azeites comestveis correntes no mercado no podemser considerados produtos naturais, em todo o seu valor. Apresentam, por isso,uma cor clara, e so inspidos, o que se consegue refinando-os apenas, isto ,desaromatizando-os com vapor de gua, branqueando-os com descorantes,desacidificando-os com lixvia, engrossando-os com oxignio. Sabemos que tantoas substncias vegetais aromticas como os pigmentos vegetais e, especialmente,

    neste caso, os cidos gordurosos no saturados tm que cumprir importantes e,em parte, insubstituveis funes biolgicas. Os chamados processos derefinao levam, sob o ponto de vista fisiolgico da alimentao, a umadesvalorizao ou desnaturalizao. De um meio de nutrio vivo obtm-se umsimples e inerte produtor de calor.

    Necessidades do Organismo -- Estabelecemos outro fator na alimentao danossa civilizao que largamente tem levado a enfermidades por insuficincianutritiva, sobretudo da pele, estmago, intestinos, fgado, vescula biliar ecirculao. Chegou-se, hoje, cientificamente, ao conhecimento do efeito prejudicialda alimentao habitual na base de gorduras. Os azeites e gorduras naturaisobtidos por presso a frio, sem nenhum emprego de calor nem de matriasextratoras, no s mantm o seu valor trmico (calorias), como tambm soportadores de numerosas substncias ativas, solveis nas gorduras, como a

    provitamina A (B caroteno), provitamina D (ergosterina), vitamina E ( + tocoferol), vitamina F (combinao de cidos gordurosos no saturados com aglicerina ou glicrido) e fosftidos (lecitina), alm das matrias aromticas ecorantes, assim como os oligoelementos. A maioria destas substncias ativas,necessrias para a digesto das gorduras, a sua absoro pelos intestinos e a suatransformao, especialmente rio fgado, perdem-se no tratamento industrial.

    Alm daperda de vitaminas (A, D, F), basta citar como amostra que a lecitina um componente celular imprescindvel, estreitamente relacionado com os cidosgordurosos no saturados, que tambm se encontra nos azeites sem refinar;conserva o equilbrio biolgico das clulas nervosas, cumpre as suas funes noscentros de formao do sangue e desempenha um papel na constituio dasprotenas do ncleo celular.

    Mas, no se trata, apenas, da perda de substncias valiosas nas gorduraselaboradas industrialmente, mas tambm do fato de se

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    37acrescentarem com freqncia substncias para a sua conservao, sobretudonas margarinas, matrias corantes e outros compostos, para aperfeioar a. suaapresentao e torn-la mais semelhante ao produto natural. E, ao chegarmos

    aqui, temos de diferenciar as gorduras alimentares artificiais das naturais.

    Normas Para a Utilizao das Gorduras -- 1. Todas as gorduras consistentes,por isso amplamente saturadas, de origem animal e vegetal (por exemplo a carnee a manteiga), devem limitar-se, consideravelmente, a favor das gorduras lquidas.Entre os azeites deve-se dar a preferncia aos menos saturados, isto , aosazeites vegetais secos, j que, no s se transformam rapidamente, dentro docorpo, mas tambm porque contm glicridos de cidos gordurosos no saturados,ricos em vitaminas, de grande eficcia como substncias calricas nometabolismo das gorduras por parte do fgado (vitamina F).

    2. Cumpre estabelecer, em princpio, uma diferena entre "azeites de sementes -- aqueles azeites vegetais procedentes de toda a semente e nestas acumulados --e os azeites de gro conseguidos da parte seleta dos gros de cereais, o germe.Os azeites de sementes so de grande valor, por exemplo, os das nozes, linho,mas no o azeite da oliveira.

    3. Todas as gorduras de origem animal ou vegetal, mais ou menos saturadas,transformam-se dificilmente no corpo e acumuIam-se facilmente (obesidade). Porisso nunca devem ser tomadas sozinhas, mas sempre com um complemento deazeite de linho, girassol, de gro de trigo. Se no se fizer assim, vai-se dispondo,lenta mas continuamente, o terreno para as enfermidades hepticas e biliares,assim como para tumores benignos ou malignos. Os cidos gordurosos nosaturados atuam, por sua vez, como barreiras contra o cncer.

    4. A refinao com lixvia, o tratamento com descorantes e com desaromatizaodas gorduras, assim como o seu endurecimento artificial, transformam-nas emmeros portadores de caIorias e fazem perder matrias ativas necessrias para ometabolismo das mesmas gorduras. No endurecimento de gorduras, alteram-se,precisamente, cidos gordos de grande valor biolgico e pouco saturado, aopasso que ficam sinais de ferro e de nquel nas gorduras alimentcias.

    5. Como alimentao s com gordura s devem contar, portanto, aquelasgorduras nutritivas depuradas por mtodos fsicos. Entre os azeites vegetais estoos azeites de sementes e cereais prensados a frio.

    6. Os azeites de mais valor que o reino vegetal nos oferece so os de gro decereais, cujo contedo em compostos biolgicos excede o dos azeites de sementeem quase dez vezes mais. Contm todas as substncias ativas lipossolveis namais elevada concentrao, so-38

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    bretudo a vitamina E e a vitamina F, essencial na combusto metablica dasgorduras.

    Vm de onde a Natureza as criou: as clulas germinais. Aqui depositou aNatureza um azeite que pela germinao d lugar, em poucas horas, a algo de

    novo: outra planta. Essa rpida transformao no processo germinativo expressa,claramente, a rapidez com que esse azeite vitamnico se pode converter emenergia. No provoca obesidade e a gordura mais s que existe.

    Excesso no Emprego do Sal

    Necessidade de Sal em Proporo nfima -- Em princpio est certo o queParacelso j formulava: s a dose que faz com que a coisa no sejavenenosa. Basicamente, o sal no , por si mesmo, um veneno, utilizando-se porisso na homeopatia; mas, na quantidade que se toma na alimentao habitual, uns

    vinte ou trinta gramas dirios, aparecem os efeitos txicos de uma coisaevidentemente excessiva.

    Tambm vlido para o sal o que j se disse sobre as substncias puras. O salcomum cloreto de sdio puro, livre de todos os aditamentos naturais,antigamente chamados impurezas. Temos, assim, de voltar ao produto natural,isto , ao sal mineral, como se emprega normalmente na Rssia, ou da gua domar, que contm em equilbrio fisiolgico os sais minerais de que necessitamos.

    Ao passo que Brauchleaconselha a no empregar, em casa, por dia e por pessoamais de dois gramas de sal comum, Kollath, por sua vez, diz que s com um

    consumo de po de trezentos a quatrocentos gramas fica totalmente coberto oconsumo necessrio de sal, mesmo calculando-o em sete ou oito gramas dirios,visto o po conter dois por cento de sal comum. Outros autores s aconselham uma dois gramas por dia. Embora estes algarismos no sentido de uma nutrio sdevam ser considerados insuficientes, podem, contudo, completar-se com salintegral, sal do mar, ou gua do mar, para satisfazer a necessidade natural desal. O sal do mar, alm do cloreto de sdio, tambm contm potssio, cloreto declcio e cloreto de magnsio, que se mantm em equilbrio biolgico, assim comoos oligoelementos, substncias estas cujo verdadeiro significado ainda no totalmente conhecido, mas que se consideram absolutamente essenciais para avida.

    Danos Devidos ao Sal -- Depois de o sal ter sido absorvido na correntecirculatria, dissocia-se, em grande parte, a combinao de cloro e sdio,exercendo,

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    separadamente, os seus prprios efeitos.

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    Ao passo que o tomo de cloro rapidamente combinado por outras substnciase resulta incuo, entrando a formar parte do cido clordrico do estmago, pelocontrrio o tomo livre de sdio, ao combinar-se com o hidrognio, exercenotveis efeitos txicos. Se dermos a uma criana de peito, de um a trs gramasde sal, reagir com uma subida de temperatura. Mas tambm os adultos, depois

    de vrios meses de consumo excessivo de sal, sofrem fortes efeitos em todas asfunes orgnicas e dos tecidos, produzindo-se gengivite, catarro estomacal ouintestinal, hemorragia hemorroidal, enxaqueca e inflamaes nas mucosas. Osmales do sal so devidos, ao que parece, de modo geral a uma perturbao dostecidos conjuntivos. Como o vital significado do tecido conjuntivo se tem salientadonovamente atravs das modernas investigaes sobre o cncer, pode calcular-seo grave dano que nele pode causar o sal.

    Numa srie de enfermidades correntes e graves do corao, fgado e rins, assimcomo no edema da gravidez, conhece-se e aproveita-se diariamente o efeitocurativo da supresso total do consumo de sal. H meio sculo, dois mdicosfranceses observaram que rios doentes de hipertenso, esta baixava para onormal, quando se lhes suprimia o sal. H trinta anos, ocuparam-se os mdicosnorte-americanos desta observao e puderam comprov-la depois de algumasinvestigaes, embora com resultados desiguais. .Hoje o regime alimentar sem salfaz parte principal do tratamento dos doentes do corao, e principalmente dosdoentes do sistema circulatrio, assim como dos rins, fgado, pele e pulmes. Osalimentos sem sal (arroz e frutas) podem fazer milagres na hipertenso e nasdoenas cardacas. Mas ainda no sabemos se s neste problema do sal queest a chave para a soluo das numerosas incgnitas que a hipertenso noslevanta.

    Utilizao do Sal -- Uma coisa est bem clara: muito sal puro no favorece onosso organismo. Devemos, pois, reduzir o seu consumo ao mnimo ou, melhorainda, substitu-lo pelo sal integral ou do mar. O sal, como tal, no necessriopara viver, embora o sejam os seus componentes: o cloro e o sdio; mas o sal no a nica fonte destes elementos.

    Nesta questo do sal de mesa no nos queremos mostrar partidrios nemesquecer que o sal em numerosas circunstncias costuma ser includo namedicina, sobretudo quando o corpo, no decorrer de uma enfermidade, tiverperdido grande quantidade de gua, produzindo-se ento quase sempre maiorperda, de sdio e de cloro. o que acontece nos vmitos fortes e persistentes,como conseqncia de uma contrao dos msculos do

    40estmago (estenose pilrica da criana de peito)ouestreitamento por doena dasada do estmago (lcera de duodeno e estmago), em casos de diarriasintensas, como conseqncia de catarro gstrico ou intestinal e em casos degrande sudorao, como ocorre em muitas doenas infecciosas. Para otratamento dos doentes addisonianosso necessrias elevadas tomadas de sal

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    de cozinha, de dez a vinte ou mais gramas. Tampouco deve um diabticoalimentar-se com pouco sal, porque isso afeta a ao da insulina.

    Excesso de Condimentos eProdutos Qumicos

    Razes Para o Uso Moderado de Condimentos -- Com o considervelintercmbio de mercadorias de toda espcie entre os vrios pases, tambm seconseguiu um lugar proeminente para as especiarias exticas, que s tmaplicao real nos tpicos, deslocando quase completamente e sem razo aservas e os condimentos de cada pas.

    Quem s sabe dar sabor a um prato com especiarias exticas(curry, gengibre,cravo, pimenta, canela) mostra, pelo menos, o seu desconhecimento da arte e dacultura culinrias.

    Como a coco destri ou altera muitos dos elementos do sabor, no deestranhar que os alimentos cozidos sejam inspidos por si mesmos e que noexcitem o olfato nem o sabor, no despertando assim o apetite. Deve-se, pois,adicionar os condimentos aos alimentos cozidos, depois da coco, porqueperdem o sabor quando so cozidos, obrigando assim os comensais a recorrer aosaleiro ou s mostardas, depois do primeiro bocado. No nosso clima muitssimomais conveniente servirmo-nos dos nossos condimentos, visto adaptarem-secomo matrias aromticas e spidas de forma mais perfeita s necessidades donosso organismo.

    Os nossos condimentos excitam os rgos do olfato e do paladar, o que

    necessrio para despertar o apetite, incrementam a secreo dos sucos gstricosdo estmago, intestinos, pncreas e fgado; favorecem a absoro dassubstncias nutritivas do bolo alimentar, aceleram os movimentos peristlticos dointestino, assim como tambm facilitam as deposies e ainda atuam comosedativos do sistema nervoso. Deste modo, a Natureza une o processo necessriopara a proviso de energia com o prazer proporcionado pelo consumo dealimentos bem condimentados.

    To reprovvel o emprego exagerado de especiarias exticas, como o ponto devista de muitos renovadores fanticos que condenam radicalmente todos os

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    condimentos como excitantes, contrrios sade, e permitem, quando muito ,algumas inofensivas ervas culinrias. No assim. A Natureza oferece-noscopiosamente a abundncia em ervas e condimentos da regio para nosservirmos delas prudentemente, como matrias fomentadoras do apetite e dasade.

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    Os Condimentos no Devem Anular o Sabor Natural -- Queremos que, graasaos nossos condimentos, os pratos se tornem apetitosos, sos e saborosos. Porisso, nunca se devem empregar tantos condimentos que faam desaparecer osabor prprio do prato, quer seja sopa, legumes ou verduras, cedendo o primeiroplano no paladar ao condimento. O sabor prprio do prato apenas deve ser

    reforado, suavizado ou completado.

    A dona de casa tem de conhecer, por conseqncia, o sabor de cada condimentopara empreg-lo razoavelmente. No basta deitar na panela qualquercondimento, ou um par de ervas para obter uma harmonia de sabores.Geralmente, empregam-se excessivos temperos, porque a maioria dos homensesto habituados, de h anos, a comidas demasiado doces ou salgadas. Se sesuprime a pimenta, o sal ou a mostarda, considera-se o prato, a maior parte dasvezes, inspido, at se achar de novo, ao fim de certo tempo, o autntico sabor doalimento em questo, tendo concorrido paraisso o regresso da sensibilidade aosnervos gustativos do paladar. Um paladar habituado diferenciao de finasqualidades de sabor, dificilmente volta a qualificar de saborosos os pratos muitosalgados ou apimentados.

    0 Problema da Conservao dos Alimentos -- O emprego de produtos qumicosna conservao e preparao dos alimentos devido ao desejo de se conseguiruma durao e uma capacidade de armazenagem e de transporte que permitam aformao de reservas e o fornecimento para pontos afastados ou para as grandescidades. Estas propriedades s as possuem os produtos naturais em pequenograu, pois todos eles esto sujeitos decomposio natural. Os melhoresmtodos de conservao so hoje a dessecao (frutas, legumes), a acidificao(couve, couve-lombarda, ervilhas), as conservas em solues aucaradasconcentradas, o recobrimento com azeite ou a defumao. Os processosmodernos empregam o calor, o frio ou os desinfetantes orgnicos e inorgnicos,s vezes estranhos ao corpo e nem sempre incuos, mas com freqncia atperigosos (sulfito sdico).

    Sempre que a conserva permita famlia dispor de uma reserva no inverno, nadah de mal quando se empreguem de preferncia mtodos naturais. Quanto sconservas comerciais e armazenagem em grande escala, necessrio que seempreguem m-42todos seguramente incuos. S se deve recorrer a conservas para casos deemergncia e de exceo, uma vez que todos os mtodos de conservao afetam,em maior ou menor grau, o valor biolgico dos alimentos, fazendo-os descer parauma categoria secundria. No me parece que haja algum que se atreva adefender que as conservas valem mais do que produtos frescos.

    Os Conservadores Qumicos -- O emprego do amarelo de manteiga, corantederivado do alcatro, foi muito corrente durante algum tempo para se poder

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    conseguir em todas as pocas um tom agradvel na margarina, por causa dapreferncia dos consumidores pela manteiga amarela. Este engano foi depoisproibido, quando se demonstrou que se tratava de uma substncia que provocavaa formao do cncer. Cumpre ter, sempre, o maior cuidado com os corantesqumicos. O emprego de clorofila , indubitavelmente, um progresso e, por se

    tratar do pigmento vegetal verde (ls plantas, (leve ser aceito. O melhor mtodopara evitar riscos o de preferirmos produtos vegetais frescos.

    Insuficincia de Vitaminas ede Hormnios

    A Necessidade em Vitaminas -- O conhecimento das vitaminas muito recente eainda no chegou a concluses definitivas. O seu propsito principal o de fixar anecessidade diria real de cada vitamina. Essas quantidades servem para cobrir oestado de insuficincia produzido por uma alimentao incompleta, desgaste,excesso de trabalho e gravidez. Em doses normais, constituem todas as vitaminas,

    juntamente com as protenas, os fermentos e outros elementos, as substnciasfundamentais da vida to importantes na estrutura e regulao do metabolismo.J dissemos que os chamados processos de refinao e aperfeioamento, entreeles a coco e a conserva, levam a tinia perda de vitaminas muitas vezes emproporo considervel.

    No necessrio pormenorizar os diferentes sintomas de avitaminose, pois f-lo-emos no devido lugar. Basta referir aqui a insuficincia da vitamina A, que, almdas conseqncias caractersticas para a formao da pele e das mucosas e dacapacidade para aumentar a resistncia contra os agentes infecciosos, toma partena formao da prpura retiniana e na adaptao do olho escurido, atuando

    tambm na regulao da tireide e no fgado. Dadas estas funes,compreendem-se as afeces que a falta ou

    43a insuficincia prolongada da vitamina A podem produzir.

    Este exemplo apenas pretende demonstrar as conseqncias da insuficincia deuma s vitamina, mas pode considerar-se representativo dos outros casos. Ossintomas tpicos descritos que a falta da vitamina A pode provocar no seapresentam com freqncia na prtica, porque na alimentao sempre se inclui

    certa quantidade de vitaminas ou de provitaminas, e o nosso corpo sabe e podeadaptar-se a um estado de insuficincia dentro de limites muito amplos e durantebastante tempo.

    Difcil Produzir um Excesso de Vitaminas no Organismo -- Antes de maisnada, mister resolver o problema da possibilidade de se produzir tambm aabsoro excessiva de vitaminas, e neste caso se esta pode causar danos. primeira parte do problema proposto pode responder-se que nunca se produzir

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    um consumo excessivo de vitaminas, sempre que nos sirvamos de fontesvitamnicas naturais, como so as dos comestveis. Uma hipervitaminose podeproduzir-se artificialmente pelo consumo de preparados vitamnicos concentrados.Utiliza-se a absoro excessiva de vitaminas para regimes curativos, com o quese prestam atualmente excelentes servios, embora ainda haja pouca experincia

    com respeito ao efeito de doses elevadas de vitaminas, nem seja ainda possvelencontrar explicao para tais efeitos. O seguinte quadro abreviado permite umrpido olhar para o conceito atual das necessidades dirias de vitaminas e asquantidades que se empregam para obter esse objetivo com um tratamentomdico.

    Vitamina Quantidades Necessrias para adultos Doses macias de efeitos frmaco-dinmicos

    AB1B6

    CE

    5.000 - 8.000 U.I1,23 - 2,5 mg1 - 2 mg

    75 - 150 mg10 - 25 mg

    100.000 - 600.000 U.I. por dia100 mg por dia100 mg ou mais, por dia

    At 4 g por dia300 - 900 mg por dia

    Extrado do Servio Bibliogrfico ROCHE)

    Assim, por exemplo, mediante a administrao de 3.000 a 5.000 U.l. (UnidadesInternacionais) de vitaminas A e 30 a 50 mg de vitamina C por cada quilo de pesodo corpo, pode fazer-se mais lentoo desenvolvimento do cncer. Com 100.000 a600.000 U.l. de vitamina A, tratam-se as variadssimas doenas inflamatrias edegenerativas da pele, das mucosas e dos olhos. A vitamina B1 em

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    doses dirias de 100 mg e mais influi nas inflamaes nervosas graves, ao passoque a B6 emprega-se com xito, nos vmitos por diversas causas (incluindo agravidez) e noutras leses de origem radiativa.

    Disto deduz-se, naturalmente, que os estados em que influem grandes doses devitaminas no se teriam provavelmente produzido, se anteriormente se tivessedisposto permanentemente das quantidades necessrias de vitaminas naalimentao.

    Papel dos Hormnios Vegetais no Organismo Animal -- Assim comoconhecemos nas plantas, sob o nome de auxinas, substncias que excitam adiviso dos ncleos celulares, causando a multiplicao de clulas (entre elasfigura, por exemplo, a vitamina B1), tambm conhecemos agora matrias emanimais e homens com a mesma funo, denominadas auxonas (entre as quaisfigura por exemplo, o cido pantotnico, um fator do grupo da vitamina B) cujafalta na alimentao e os seus efeitos na alimentao humana o Prof. Kollathdescreveu pormenorizadamente.

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    Nas suas experincias com ratazanas verificou que, submetidos a umaalimentao completamente desnaturalizada, os animais conservam a vida, mass em estado de sade mediana, num estado de seminutrio que denominamesotrofia(hiponutrio). Os animais receberam s alimentos refinados, semoutros minerais que o zinco e o fosfato de potssio, e entre as vitaminas s

    pequenas quantidades de aneurina (vitamina B1). O regime mostrou, pois,eqitativamente, as caractersticas da comida do homem civilizado. Com estadieta, os animais desenvolveram-se e atingiram a idade normal, mas bemdepressa mostraram sintomas de degenerao: queda dos molares, pobreza deminerais nos ossos, alteraes patolgicas na flora intestinal e priso de ventrecrnica. Se se juntarem as vitaminas j conhecidas alimentao, o estado desade no melhora. A caracterstica mais saliente de tal estado a insuficienteenergia regenerativa das clulas. A anlise cuidadosa dos animais mortosdemonstrou alteraes anatmicas notveis tios mais diversos rgos,extraordinariamente semelhantes s doenas degenerativas dos homens.

    E vem agora o mais interessante. Se aos alimentos se acrescentassem vegetaisverdes, pastas de gros de cereais ou leveduras, impedia-se o estado dehiponutrio. Num espao de tempo no muito grande o estado era maissatisfatrio e, inclusive era possvel a recuperao da sade.

    Os Fermentos, Chave Essencial do Metabolismo -- No nos parece quearrancamos Natureza, com a investigao sobre as auxinas, o seu ltimosegredo, acerca dos efeitos da nutrio. E, por isso, necessria a investigaodaqueles fatores que nos levam sade total. hoje to importante

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    Cristais de vitaminas luz polarizada:

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    tal investigao, como a ampliao dos j to diferenciados mtodos dodiagnstico e da sua aplicao. No s mais fcil prevenir do que curar, comoalm disso se torna mais econmico tanto para o indivduo como para a sociedade.

    Vamos agora referir-nos de novo e brevemente aos fermentos, maravilhosa chave

    no mundo da alimentao, visto a alimentao corrente ser pobre deles, pelo quej falamos, com razo, da deficincia da civilizao no tocante a fermentos. Abioqumica moderna conseguiu descobrir a sua estreita relao com os fatoreshereditrios.

    Com a ajuda dos fermentos que o corpo so produz em quantidades suficientes,pode o organismo desdobrar as substncias alimentares ingeridas e,posteriormente, assimil-las. Mas, da mesma maneira que cada fechadura temuma chave, tambm os diversos e numerosos alimentos precisam, cada um deles,de uma chave especial. Os fermentos s desempenham a sua funo dechave quando tm o modelo conveniente. Ora, isto feito pelas vitaminas.

    muito provvel que os oligoelementos desempenhem nisso o seu papel. squando o fermento est unido a uma vitamina companheira que se constitui avarinha de condo para o aproveitamento de determinados alimentos. Assim,conhecemos fermentos que desdobram o amido (amilases), que degradam asmolculas protenicas (proteases), outros que dividem as gorduras ou substnciassemelhantes s gorduras (lipases) e, finalmente, fermentos que fixam o oxigniodos alimentos (oxidases).

    evidente que o metabolismo, tem de ficar incompleto se no se adicionaremvitaminas aos alimentos, cuja funo a de formar os fermentos para a suamisso correspondente. Se, pelo contrrio, o organismo no estiver em condiesde formar os fermentos necessrios, o que no pode conseguir-se sem asvaliosas molculas de protena, as vitaminas no produziro efeitos. S a protenasem se desnaturalizar que eficaz para a formao de fermentos. Ainsuficincia de fermentos no organismo pode ser superada pela riqueza daalimentao em fermentos prprios, j que o alimento cru e natural est dotadopela Natureza de fermentos prprios. Os fermentos nos alimentos vegetaisconsumidos crus compensam os cidos clordricos do estmago e influem, demodo decisivo, na digesto.

    Os Fermentos so Facilmente Alterveis -- Deve-se insistir em que, mediante acoco, o assado, o fervido, o frito, as conservas e todos os aditamentos qumicosdestes processos destroem os fermentos prprios dos alimentos que atuam nometabolismo. O predomnio de alimentos crneos e cozidos tem de levar a ummetabolismo incompleto e, finalmente, a desordens neste e formao defermentos.48

    Ningum capaz de imaginar a potncia destas substncias ativas sem saber queas mudanas qumicas que sofre, por exemplo, uma batata devido atividade dos

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    fermentos, s seriam efetuadas sem eles num perodo de quatro meses temperatura de 400C. Os fermentos desempenham o papel de pequenosfeiticeiros bioqumicos. Realizam sem esforo a transformao dos alimentos,processo este que ns, quimicamente, s podemos efetuar empregando pressoelevada, temperatura alta ou muito tempo.

    Como Utilizar os Fermentos -- O nosso corpo necessita de todos oscomponentes naturais precisos para a renovao contnua de fermentos de toda aespcie. Basta faltar um fermento com a sua misso totalmente especfica para seinterromper uma complicada ca(leia metablica, ficando incompleta. De onde que o organismo obtm a totalidade desses elementos? S uma alimentaocompleta, baseada rio natural e que proceda de um solo so. Quem concluir detudo isto que a nossa sade depende do cultivo da horta encontra-se no bomcaminho. um fato desconsolador que a maioria dos homens desconhea opotencial alimentar e curativo de uma horta. Sofre assim de uma insuficincia defermentos pela civilizao, fcil de reconhecer pelos seus numerosos sintomas,como peso no estmago, mau cheiro na boca, sensao de saciedade, ardor noestmago, pele seca e descorada e as suas numerosas formas de exteriorizao,como transtornos digestivos e doenas do estmago, intestinos, fgado, vesculabiliar e glndulas salivares. Os sucos e aperitivos crus, as frutas e as verduras soos meios certos de previso, cura e recuperao.

    Contribuio Deficiente em Minerais e Oligoelementos

    Caractersticas e Necessidade de Minerais e Oligoelementos -- A falta de uns

    e outros est relacionada com as vitaminas e as auxinas. Tm a mesma origem,com efeitos em parte caractersticos e em parte gerais, alm de muitos outros que,decerto, desconhecemos. J nos referimos a esta questo quando tratamos daarte culinria e do emprego do sal. imprescindvel citar aqui, embora s depassagem, os resultados das numerosas investigaes sobre o metabolismo deminerais e oligoelementos. Tem-se provado que no podemos prescindir demuitos, como acontece com o sdio, potssio, clcio, magnsio, ferro, mangans,cobre, zinco e cobalto. Mas quanto ao papel de outros elementos mais raros queencontramos regularmente, como o flor, boro, n-49quel, arsnio, antimnio, chumbo, mercrio, ouro e rdio, ainda no estamosbastante orientados ou s muito pouco. Desconhecemos, por exemplo, se o rdioque tenha chegado ao sistema sseo dali emite as suas radiaes de fcil medida(40 unidades Mache), desempenha uma funo necessria no metabolismo ou sedeve ser considerado como um elemento estranho. Sem as matrias minerais nose pode obter o desenvolvimento nem conservar a vida; a uma contribuioincompleta corresponde uma vida incompleta e uma deformao da personalidade.

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    Efeitos Sobre o Organismo -- Sabemos que os minerais regulam o metabolismoda gua, o equilbrio cido-bsico, a sensibilidade dos nervos e dos msculos, aproduo dos sucos digestivos e a resistncia dos ossos e dos dentes. Emmaravilhosa harmonia, cada mineral e cada elemento tem a sua missodeterminada e insubstituvel. Basta fixar profundamente a ateno nesta harmonia

    das funes biolgicas e reconhecer a incalculvel diversidade dos fatores queintervm para possibilitar a existncia do organismo humano, para ficarmosassombrados, se no atemorizados, perante um Poder no s capaz de tais obras,como tambm, alm disso, de ter dado a existncia a inumerveis seres vivos,cuja existncia esse mesmo Poder tambm conserva. Atravs da ordem dascoisas visveis adivinhamos o invisvel Criador dessa ordem. Quem que diantede um edifcio no deduz a existncia do arquiteto? No visvel revela-se o plano doinvisvel. Por isso a inesgotabilidade do mundo visvel um indcio da magnitudedo invisvel.

    Alimentos Pobres emEstimulantes IntestinaisFuno das Matrias Inertes -- As matrias inertes, como j dissemos nocaso da digitalina, quando tratamos do problema de substncias puras oumisturas naturais, tm o seu significado e a sua funo. Assim, na digesto, oque no digervel no lastro sem valor que tem de ser eliminado; efetivamente,estimula, embora s mecanicamente, as paredes intestinais, excita a funo dointestino e atua assim eficazmente contra a priso de ventre, de que hoje sofre amaior parte dos homens civilizados. A alimentao rica em substncias cruascontm sempre suficiente quantidade de celulose no digervel.

    Uma evacuao intestinal mais rpida e perfeita evita a putrefao dasprotenas e, por isso, a formao de toxinas no intesti- 50no. Os produtos da protelise quando passam do intestino para o sangue sofatores prejudiciais para a sade, que forosamente tm de ser eliminados.Quando se ti-atou do problema das protenas, analisamos as conseqncias deum funcionamento anormal do intestino. Agora apenas diremos, para terminar,que os componentes da nutrio no digerveis tambm so imprescindveis para

    o funcionamento do intestino.

    Contribuio Deficiente de Clorofila

    Natureza e Propriedades - A clorofila despertou, ultimamente, a nossa ateno, econtm, hoje, como medicamento, numerosos especficos farmacuticos. H

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    grandeparentesco entre o pigmento vermelho do sangue e o pigmento verde das folhas.Aopasso que o corante sangneo vermelho portador e transmissor do oxignio,para ns vital, a clorofila na planta efetua o grande milagre de formar uma

    substnciaorgnica (acar e amido) a partir de um gs (anidrido carbnico) e gua, decolaborao com o sol, criando assim a base para a alimentao humana.Consideramos os dois corantes como substncias vitais bsicas, e interessaaveriguar que efeitos diretos exerce a clorofila sobre o organismo humano. Ocorante vegetal verde incrementa a formao de hemoglobina e o nmero deglbulosvermelhos, facilitando tambm o funcionamento do corao, as funes intestinaise o metabolismo; evita a contrao dos vasos e faz baixar a tenso; aumenta orendimento muscular e nervoso, incrementa o recambio hdrico, regula as funesda matriz, d um olor de frescura ao corpo e ao hlito e incrementa, em geral, odesenvolvimento dos tecidos orgnicos. Tudo isto quer dizer que essamaravilhosa matria verde um revitalizador geral para todas as clulas e, almdisso, uma espcie de cosmtico natural. Na folha verde viva existe umcomponente que tem o enorme poder de alimentar e de curar. Por que que notemos isto mais freqentemente em conta?Formao da Dona de Casa

    Quem seguiu com ateno at aqui as consideraes anteriores tem de concluirque a maioria das doenas so conseqncias de alimentao defeituosa, isto ,so devidas a prpria ignorncia e prpria atuao. Isto deve ser convincente esobretudo deve tornar-se evidente para as donas de casa, porque so elas com oseu51trabalho na cozinha que decidem sobre o feliz e sco desenvolvimento dos filhos ea conservagco da capacidade de rendimento do marido.

    Tjm de conhecer, por isso, os princmpios fundamentais da alimentagco completa esc e as caractermsticas dos alimentos a empregar como meios para se conseguiruma vida verdadeiramente higijnica. Tjm de saber onde deve terminar o empregode uma determinada ticnica culinaria, como por exemplo o calor, antes de setornar prejudicial. Finalmente, tjm de conhecer a fundo as formas de umapreparagco agradavel e saborosa da alimentagco, dando ao consumo desta umambiente que faga desaparecer o cansago do dia.

    Regras Fundamentais da Arte Culinaria

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    E agora, para facilitar ` dona de casa a sua tarefa cheia de responsabilidade e detco grandes conseqncias, ha que ter em conta as seguintes regras, quesolucionam os problemas ati aqui apresentados:

    1. Todas as refeigues devem comegar com alimentos crus, conforme o permitir a

    ipoca do ano. A nossa nutrigco exige que estes alimentos constituam, comommnimo, a dicima parte do regime total.

    2. Uma alimentagco em que predomine farinha integral, leite e produtos lacteos,nozes, frutas, legumes, verduras, tubirculos e ramzes raladas, batatas cozidassem descasca-las, frutos tropicais, pco integral e, azeite vegetal extramdo a frio,considerando completamente ocasional a carne, o peixe, os ovos e os [(,gumessecos - tudo isto conserva o homem sco e aumenta-lhe a capacidade derendimento.

    3. Uma alimentagco que consista predominantemente em produtos cozidos, carne,

    gorduras consistentes animais e vegetais, batatas cozidas descascadas,conservas, pastas, sjmolas, farinha branca, arroz branco, pco branco, agzcarbranco, sal branco, cha, cafi e muito pouco leite - i uma nutrigco sem nenhumvalor, que a longo prazo leva a alteragues enfermigas crtnicas. Sco estas a basepara a formagco de alteragues celulares (cbncer) e o ambiente mais propmciopara a criagco e multiplicagco de bactirias nocivas ` sazde.

    4 . A znica medida para calcular pessoalmente se a alimentagco i apropriada iconstitumda pelo bem-estar e capacidade de rendimento, e nco pelos quadros decalorias nem pelos sistemas de alimentagco.

    5. A simplicidade e a moderagco na alimentagco sco normas que nenhuma teorianem doutrina alimentar tjm podido destruir.

    6. Para comer i necessario tem-

    52po e esse tempo deve dedicar-se ` mastigagco. Por isso, a alimentagco deveincluir algo que se mastigue. O pco integral, as nozes e as frutas devemrecomendar-se cuidadosamente.

    7. Ss os alimentos naturais crus i que sco autjnticos alimentos.

    8. A quantidade de consumo de sal esta numa proporgco inversa com a qualidadedos alimentos. Para um alimento que conserva todo o seu valor, o juntar-lhe salnco ss i supirfluo como tambim prejudicial. Os alimentos naturais contjmquantidades suficientes de ssdio e de cloro, os dois elementos componentes dosal.

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    9. O olfato intervim na comida; o aroma e o gosto dos alimentos influem na suaqualidade e na sua utilidade.

    10. O profundo respeito para com a Natureza implica um profundo respeito pelasmaravilhas da alimentagco e suas conseqncias.

    Quem depois destas explicagues necessarias sobre as insuficijncias do nossoatual mitodo de alimentagco se der ao trabalho de me seguir no mundomaravilhoso, variado e misterioso de cada um dos nossos alimentos, obtera parasi e para os seus uma fortuna. Nisso sera auxiliado pelo depssito inesgotavel daNatureza e pelo espmrito que a anima.

    Antes de nos dedicarmos a cada um dos varios alimentos, daremosesclarecimentos sobre um problema fundamental. I necessaria uma colaboragcocheia de compreensco entre midicos. bromatslogos, agricultores, criadores degado, qummicos, se quisermos realmente chegar a uma solugco satisfatsria do

    problema de obter uma alimentagco racional. Em todo o caso, fica de pi a velhaverdade de que as plantas, os animais e os homens ss se podem desenvolver emanter-se scos num solo tambim sco. I nosso propssito principal aproveitar, dentrodos limites impostos pelas leis naturais, as possibilidades que nos oferece otrabalho e o solo, o cultivo das plantas e a criagco de animais para participarmosrealmente na grande obra criadora da Natureza e chegarmos a obter umaverdadeira agricultura de exploragco da Natureza.

    Mas se pretendermos apenas aproveitar as relagues biolsgicas sem respeitar a leinatural e pensarmos apenas no benefmcio a obter, entco a Natureza voltar-se-acontra nss mesmos, respondendo-nos com a infertilidade do solo e com asdoengas das plantas, dos animais e do homem.

    Em todas as medidas agrmcolas deve-se ter sempre presente que hco de servirnco ss para produzir a quantidade necessaria de alimento como tambim paramelhorar a sua qualidade e aumentar o seu valor biolsgico.

    Se, porim, o cultivo das plantas, a obtengco de alimentos nas hortas, nos campose nos rebanhos se efetuarem conforme as leis biolsgicas basicas, entco, de umaterra sc surgira uma vida sc.

    53Quadro das Vitaminas Mais Importantes Para oHomemA) Vitaminas lipossolveis

    Denominaoalfabtica Denominaoqumica Funocaracterstica Modo de atuao Fontesnaturais

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    Vitamina A

    (Provitamina:

    carotenos)

    Axeroftol Vitamina deproteoepitelial,antiinfecciosae antixeioftlmica

    Para o estado efuno normaisda pele, niucosase outras cluIasde revestimentodas glndulassalivares. Protegeo fgado. provvel a suaconsidervelinfluncia nodesenvolvimentocorporal.

    Nas plantas como provitaminas(carotenos). As printipais fontes vegetais de vitamina A so:Favas.Cevada. Laranjas.As fontes animais so:leo de fgado de bacalhau. Manteiga.Gema de ovo.Leite completo.Nata.Queijo

    56

    Necessidades diriasdo hornem

    Fennenosproduzidos pelas

    carnciasvitamnicas

    Doenas que o emprego de vitamina cura ou melhora

    Adultos:5000 U.l. (Unidades Internacionais)aproximadamente.6000 U.I. na gravidez, aproximadamente.8000 U.I. na amamentaoaproximadamente.

    Crianas:Menos de 1 ano, 1500 U.I.aproximadamente.De 1-3 anos, 2000 U. I. aproximadamente.De 4-9 anos, 2500-3500 U.I.aproximadamente.De 10-12 anos, 4500 U.I.aproximadamente.

    Moas:De 13-20 anos, 5000 U.l.aproximadamente.

    Rapazes:De 16-20 anos, 6000 U.l.aproximadamente.

    1 U. 1. corresponde aproximadamente a:

    0,6 Y de 3 caroteno. O ,3 Y de lcool de viraminaA. O ,344 Y de acetato de vitamina A.

    Uma criana, na i