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Brazilian Journal of Otorhinolaryngology ISSN: 1808-8694 [email protected] Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial Brasil E-Pôsteres: Exposição Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, vol. 82, núm. 1, 2016, pp. S47-S217 Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial São Paulo, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=392454938003 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

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Brazilian Journal of Otorhinolaryngology

ISSN: 1808-8694

[email protected]

Associação Brasileira de

Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-

Facial

Brasil

E-Pôsteres: Exposição

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, vol. 82, núm. 1, 2016, pp. S47-S217

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=392454938003

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S47

E-Pôsteres: Exposição

Área Temática: Bucofaringologia e Medicina do Sono

P-102 AMIGDALITE COMO PRINCIPAL SINTOMA INICIAL DE UMA LEUCEMIA EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASOAlda Linhares de Freitas Borges, Ana Paula Valeriano Rego, Valeria Barcelos Daher, Claudiney Candido Costa, Hugo Valter Lisboa Ramos, Pauliana Lamounier, Edson Junior de Melo Fernandes

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

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S48 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Apresentação do caso: Paciente, 18 anos, sexo masculino, deu en-trada no serviço de otorrinolaringologia com quadro de amigdalite, refratária ao tratamento clínico com inúmeros esquemas antibióti-cos, iniciado havia um mês, associado a febre alta, hiporexia, per-da ponderal e astenia. Sem comorbidades prévias. Ao exame físico observada lesão úlcero-necrótica em ambas as amígdalas e estado geral debilitado. Foi internado para melhor acompanhamento e exames clínicos laboratoriais. Apresentou anemia, plaquetopenia e intensa proliferação de glóbulos brancos com desvio importante de linhagens jovens. Feita suspeita de leucemia aguda pela hematolo-gia. Paciente evoluiu com acidente vascular encefálico hemorrági-co, hepato e esplenomegalia. No terceiro dia de internação hospi-talar evoluiu para coma aperceptivo e, no quinto dia, foi a óbito. Não foi possível fazer mielograma para comprovar diagnóstico de leucemia aguda em virtude do estado clínico e tempo de evolução do quadro do paciente.Discussão: Amigdalites virais e bacterianas são infecções muito prevalentes. Esses casos se resolvem com tratamento antibiótico e anti-inflamatório, sem necessidade de investigação extra. O quadro de amigdalite é uma primeira apresentação rara da leucemia. Não existem características específicas de uma amigdalite que deter-minem sua origem nas hemopatias. É necessária a investigação de qualquer caso cuja apresentação seja atípica e associada a sinto-mas sistêmicos importantes. O diagnóstico das leucemias pode ser feito por meio de alterações ao hemograma, são comuns anemia, plaquetopenia e leucocitose com acentuado aumento de blastos, e confirmado pelo mielograma. Não há muitos relatos na literatura que mostrem a prevalência da amigdalite como sintoma inicial das leucemias agudas.Considerações finais: A importância do otorrinolaringologista na suspeição do diagnóstico de neoplasias hematológicas frente a lesões atípicas em tonsilas palatinas e o cuidado multidisciplinar desse paciente recebem ênfase com o caso relatado. São neces-sários estudos que enfatizem o tema e demonstrem sua morbi-mortalidade.

P-103 FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR E SAÚDE ORAL

Juliane Elisa Cordeiro Diniz Oliveira, Alair Junio Lemes de Andrade, Rachel Ferreira Campos Loiola, Renata Cristina Codeiro Diniz Oliveira

Hospital Socor, Belo Horizonte, MG, Brasil

Objetivos: Compreender a importância da atuação do fonoaudiólo-go na saúde oral dentro de um hospital.Método: Pesquisa qualitativa por meio da análise de 28 artigos selecionados sob os seguintes descritores: fonoaudiologia hospi-talar, saúde oral, disfagia e transtornos de deglutição. Aplicado então um questionário estruturado em 109 pacientes internados em um hospital.Resultados: O sexo feminino apresentou maior índice de hospitali-zados, entre 51-60 anos. O tempo de internação médio foi de três a 21 dias. A maioria dos pacientes não tinha acompanhantes e a prevalência do diagnóstico foi para pacientes oncológicos (64,23%), seguido de pneumonias (20,18%). Quanto à higienização, 81 pacien-tes (74,31%) relataram conhecer a sua importância.Discussão: O fonoaudiólogo é o profissional recomendado para ge-renciar a disfagia no ambiente hospitalar e para triar à beira do leito antes de se iniciar alimentação via oral. Nos hospitais com im-plantação do sistema de triagem e acompanhamento das disfagias foi observada redução significativa da ocorrência de pneumonias e do uso de dietas especiais e medicamentos específicos.Conclusão: A atuação fonoaudiológica em disfagia implica a redu-ção de custos hospitalares, com melhoria no prognóstico dos pa-cientes de risco.

P-104 A DIFICULDADE DE DIAGNOSTICAR CASOS DE LEISHMANIOSE DESCARACTERIZADOS PELA PRESENÇA DE OUTROS AGENTES INFECCIOSOS EM ASSOCIAÇÃO — RELATO DE CASOBenivaldo Ramos Ferreira Terceiro, Mariana Palmeiro Reuter, Cláudia Maria Valete Rosalino

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: A leishmaniose mucosa (LM) em pacientes com imunodeficiência ou com má conservação dentária pode apre-sentar colonização secundária por outros agentes infecciosos. Nesse caso, as características clínicas e histopatológicas das lesões sofrem alterações e dificultam o diagnóstico. Homem, 69 anos, ex-tabagista, apresentava lesão oral havia três anos associada a odinofagia, disfagia e emagrecimento. Foram observadas amputação de úvula e lesões em palatos duro, mole e faringe de aspecto granuloso com áreas ulcera-das, que sugeriam infecção secundária sobreposta. Observou-se ainda hiperplasia por câmera de sucção ocasionada por prótese superior e hiposalivação. Apresentava intradermorreação de Montenegro, forte reator e histopatológico inespecífico. A LM foi confirmada por PCR para Leishmania sp. O isolamento para Leishmania sp foi negativo, mas houve crescimento de Candida spp. em cultivo de lesão. O trata-mento foi com antimoniato de meglumina para LTA e daktarin gel para candidíase, com fibrose cicatricial e cura das lesões.Discussão: O diagnóstico da LM é feito pela demonstração do pa-rasita e/ou de seus antígenos. Os métodos diretos são exames ana-tomopatológicos de material obtido por biópsia. O exame direto é importante porque pode excluir infecção por outros agentes, como micobactérias e fungos. Os métodos indiretos mais usados são a reação intradérmica de Montenegro e as reações sorológicas em que o seu uso isolado não confirma a doença. Outras formas de diagnóstico são a técnica de imuno-histoquímica e a reação da ca-deia da polimerase (PCR). O diagnóstico diferencial deve ser feito com paracoccidioidomicose, hanseníase e neoplasias, entre outras.Considerações finais: As lesões de LM modificadas por próteses den-tárias ou associação com outras infecções constituem um desafio para o correto diagnóstico da LM, necessitam de exames adicionais não usados na rotina ambulatorial. A presença de Candida sp. dificultou o encontro de Leishmania sp., que só pôde ser detectada por meio de PCR, método não presente em todos os centros de atendimento.

P-105 CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO — RELATO DE CASOAna Carolina Soares Succar, Rachel Bichara Izai, Karina Dumke Cury, Carolina dos Anjos Sampaio, Carolina da Fonseca Mussel Jones, Matheus Loureiro Teixeira, Gabriel Augusto Pinto Barbosa

Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente feminina, 68 anos, sem história de etilismo e tabagismo, queixou-se ao serviço de otorrinolaringo-logia de aumento de volume da língua, assintomático e localizado. Ao exame, observou-se cisto em dorso da língua, róseo, recoberto por mucosa íntegra, foi feita exérese total da lesão com análise histopatológica, que evidenciou adenoma de glândula salivar se-romucosa. A paciente foi tranquilizada quanto ao aspecto benigno e orientou-se acompanhamento clínico periódico. Quatro anos de-pois, relatou dores na língua. Durante o exame da cavidade oral, visualizou-se tumoração em dorso da língua de superfície lisa, ró-sea, endurecida, com 3 cm × 2 cm. Solicitaram-se ultrassonografia cervical e função tireoidiana, para excluir a hipótese de tireoide ectópica. Apresentaram-se sem alterações. A paciente submeteu-se a remoção cirúrgica completa da lesão com estudo histopatológico

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que elucidou carcinoma adenoide cístico (CAC) e foi encaminhada ao serviço de oncologia para terapia adjuvante.Discussão: O CAC é uma neoplasia maligna rara de crescimento lento e indolor, com propensão à invasão neural, configura alta taxa de recidiva e alto potencial metastático, mais comum em pulmões. A incidência é maior entre mulheres de 40 a 70 anos e sua apre-sentação é por meio de aumento de volume ou nódulo endurecido recoberto de mucosa íntegra, pode apresentar períodos dolorosos. O CAC em língua configura 19,8% dos casos, 85% deles na base da língua. O prognóstico é estabelecido com base no estágio clínico, na localização e no tipo histológico do tumor. O tratamento consti-tui-se em ressecção cirúrgica com margem de segurança e possível esvaziamento cervical, seguidos de radioterapia adjuvante.Considerações finais: É notória a agressividade do CAC, é de extre-ma importância um acompanhamento clínico por cinco anos para avaliar a recorrência e/ou existência de metástases. Ademais, a terapia cirúrgica associada à continuidade com radioterapia é es-sencial para a sobrevida do paciente.

P-106 LINFOMA DE TONSILAS PALATINASAna Carolina Silveira de Oliveira, Ana Cristina da Costa Martins, Diogo Souza de Oliveira, Tainara Tavares Menchete, Raphaela Montes Batista, Bruna Vieira Miranda

Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: OOA, 71 anos, masculino, aposentado. Com queixa de tosse produtiva, odinofagia, astenia e dispneia. História prévia de etilismo crônico. Na ectoscopia notou-se abaulamento im-portante, aderido a planos profundos, acometia a região submandi-bular, cervical e retroauricular esquerda. Oroscopia revelou volumo-sa massa vegetante que acometia o palato duro, a tonsila esquerda e a região faringolaríngea. Feita biópsia de tonsila palatina que con-firmou o diagnóstico de linfoma não Hodgkin pelo histopatológico e imuno-histoquimico. Rinoscopia e otoscopia sem alterações.Discussão: O anel de Waldeyer é compreendido pelas tonsilas palatinas, tonsilas faríngeas, estruturas linguais e peritubárias e pelo tecido linfoide da parede posterior da faringe. O caso descrito exemplifica um tumor de sítio extranodal com acometimento desse anel. O acometimento tonsilar é mais frequente em homens acima de 45 anos. É importante para o diagnóstico a biópsia. No caso em questão, o subtipo de LN em que o paciente se enquadra é o difuso de grandes células B. A queixa que comumente leva o paciente a procurar o médico é a odinofagia, disfagia e dispneia quando o tu-mor é grande. O uso abusivo de álcool relatado pelo paciente é re-levante no diagnóstico inicial devido à maior incidência de carcino-ma epidermoide em indivíduos que têm esse hábito. Foi indicado ao paciente iniciar a radioterapia, no entanto não chegou a começar. Após quadro de insuficiência respiratória, o paciente foi a óbito.Considerações finais: A hipertrofia unilateral de tonsila palatina com progressão rápida em curto tempo, sem sinais de infecção aguda ou com história de tratamentos prévios com antimicrobianos sem resposta, leva à suspeita de uma doença neoplásica. Para o LNH, a manifestação mais comum é linfadenopatia cervical, o que torna os otorrinolaringologistas os primeiros médicos a lidarem com essa neoplasia. O diagnóstico deve ser feito precocemente por meio de biópsia e logo que houver a confirmação pelo exame histopatoló-gico deve-se iniciar a quimioterapia.

P-107 EPÚLIDE CONGÊNITAFrancisco José de Lima, Juliana Peraro Miguel, Rafaela Miranda Condé de Oliveira, Daniela Toledo de Aguiar, Elvira Lopes da Silva, Isabela Conti Abile, Osvaldir Padovani Junior

Santa Casa de Limeira, Limeira, SP, Brasil

Apresentação do caso: PRB, um ano, levado ao ambulatório da otorrinolaringologia com história de lesão nodular dupla em região de forame incisivo superior, presente desde o nascimento. Foi feita biópsia excisional das lesões, com a manobra de cauterização com bisturi elétrico; a cicatrização foi por segunda intenção. A avaliação anatomopatológica revelou uma proliferação fusocelular em palato duro à direita, acompanhada de processo inflamatório crônico em palato duro à esquerda, achados compatíveis com EC. Após 21 dias, o menor retornou com completa cicatrização da ferida operatória e recebeu alta do serviço ambulatorial.Discussão: A epúlide congênita (EC) é uma patologia de tecido mole de caráter benigno e ocorrência rara. Localiza-se preferencialmen-te no rolete gengival superior de recém-nascidos. Frequentemente é isolada, entretanto há casos com múltiplas lesões. Clinicamente, observa-se crescimento exofítico séssil ou pediculado de coloração normal ou avermelhada, tamanho variado que chega a até 10 cm. A etiologia não está bem elucidada, acredita-se que pode estar re-lacionada a células mesenquimais indiferenciadas ou é de origem endócrina. Histopatologicamente visualiza-se presença de células ovaladas ou arredondadas de grande diâmetro, apresentam cito-plasma granular eosinofílico e núcleo basofílico, com proliferação de capilares e ausência de hiperplasia pseudoepiteliomatosa. O diagnóstico é feito após o nascimento, com base nas manifestações clínicas e por meio do exame histopatológico, embora haja casos nos quais o diagnóstico foi feito no período gestacional por meio de exames de ultrassonografia. O tratamento consiste na excisão cirúrgica. Todavia, há casos nos quais há regressão espontânea da lesão. O prognóstico é favorável, uma vez que casos de recidiva não foram relatados.Considerações finais: A EC, devido à sua incidência baixa, é corriqueiramente desconhecida. Assim, o apoio de uma equipe mul-tidisciplinar no ambiente hospitalar se faz necessário, o diagnóstico e o tratamento devem ser feitos precocemente, de modo a garantir o reestabelecimento da saúde e função do acometido.

P-108 RELATO DE CASO: LESÕES ORAIS NO DIAGNÓSTICO DA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDAMariana Heraria Favoretto, Larissa Borges Richter Boaventura, Guilherme Rocha Netto, Luiz Eduardo Flório Junior, Gislaine Patrícia Coelho, Gabriella Macêdo Barros, Décio Gomes de Souza

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: PLC, sexo masculino, 57 anos, encaminha-do para avaliação em pronto atendimento de otorrinolaringologia com queixa de odinofagia havia 30 dias. Referia odinofagia intensa, associada a perda ponderal e astenia intensa, sem melhoria com tratamentos previamente estabelecidos. Como antecedentes pes-soais apresentava ex-tabagismo, com história prévia de carcinoma in situ de laringe havia cinco anos tratado com radioterapia. Ao exame apresentava lesão ulcerada irregular com bordos bem deli-mitados em toda a face anterior da úvula de 2 cm de diâmetro. De-finiu-se como conduta solicitação de biópsia e exames laboratoriais complementares. O anatomopatologico da biópsia apresentou lesão ulcerada associada a intenso infiltrado linfocitário monomórfico, enquanto os exames laboratoriais apresentaram anemia, plaqueto-penia e leucocitose à custa de monócitos e linfócitos. Paciente foi então internado para investigação clínica com equipe de hematolo-gia, na qual foi por fim diagnosticado com leucemia mieloide aguda com componente monocítico. Iniciado o tratamento quimioterápi-co, observou-se a regressão total da lesão oral. Discussão: Existem muitas etiologias para lesões orais, a grande maioria é de lesões benignas, o que ocasiona certa displicência dos profissionais médicos e dentistas que lidam inicialmente com essas

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lesões. Porém, o reconhecimento e a avaliação cuidadosa de lesões orais são extremamente importantes para esses profissionais que lidam com a saúde oral, bem como os cirurgiões otorrinolaringo-logistas.Considerações finais: O diagnóstico precoce de lesões orais cau-sadas por outras doenças sistêmicas, como a LMA, é um fator importante que contribui para o bom prognóstico do paciente.

P-109 SÍNDROME DE EAGLE, DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A SER CONSIDERADO EM PACIENTES COM ODINOFAGIASabryna Farneze Nunes Santanna, Bernardo Relva Lucas, Camila Bae Uneda, Heliana Lobato, Luciano Bertonceli Silva, Alonço da Cunha Viana Junior, Daniela Leitão Mendes

Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: JSO, 30 anos, sexo masculino, procurou atendimento médico várias vezes devido a intensas dores even-tuais em região cervical esquerda associada a odinofagia, inicia-das havia seis meses. Havia usado antibióticos em várias ocasiões e omeprazol regularmente, sem melhoria dos sintomas. Ao exame otorrinolaringológico não havia alterações em orofaringe e larin-ge, sob laringoscopia indireta. Não havia adenomegalias. Durante a palpação bimanual foi observada dor importante em região de loja tonsilar esquerda, foi confirmada pela paciente a localização da dor. Não havia crepitação ou distúrbios ao exame da articulação temporomandibular. Foi então levantada a hipótese de síndrome de Eagle e solicitada a tomografia de pescoço com reconstrução em 3D. O exame demonstrou aumento do processo estiloide esquerdo e calcificação do ligamento estilo-hióideo esquerdo. Optou-se pelo início do tratamento com anti-inflamatórios não hormonais (Aines) por curto período, obteve-se remissão completa dos sintomas.Discussão: A síndrome de Eagle é caracterizada pelo aumento do processo estiloide, maior do que 30 mm e ossificação do ligamento estilo-hióideo, causa limitação dos movimentos cervicais e dores intensas na região de cabeça e pescoço, pode também apresentar odinofagia. O diagnóstico é, basicamente, clínico e radiográfico. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, quando não há resposta satisfatória com o tratamento conservador com relaxantes muscu-lares e Aines.Considerações finais: O diagnóstico diferencial da síndrome de Eagle deve incluir todas as possíveis causas de dor na região de cabeça e pescoço, principalmente a nevralgia do trigêmeo e do glossofaríngeo. Outras causas incluem: disfunção da ATM, tumores da base da língua e hipofaringe, alterações degenerativas da coluna cervical, amigdalite e faringite crônicas.Conclusão: A síndrome de Eagle deve fazer parte do diagnóstico diferencial das dores cervicais, quando são excluídas outras causas agudas e crônicas mais comuns.

P-110 LINFOMA NÃO HODGKIN DE CÉLULAS DO MANTO, BIÓPSIA DE TONSILA: RELATO DE CASO CLÍNICOMônica de Sá Pinheiro, André Cavalcante Saraiva, Marco Antônio Rocha, Claudine de Souza Pontes, Mariana de Landa Moraes Teixeira Grossi, Indira Iaina Paula Prado Santos, Nathalia Merini de Carvalho

Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), Manaus, AM, Brasil

Apresentação do caso: atípico de linfoma não Hodgkin de células do manto que acometeu paciente com menos de 60 anos, com pre-sença de sintomas B, atendido no Serviço de Otorrinolaringologia da Fundação Hospital Adriano Jorge, com relato desde seus sintomas até o diagnóstico conclusivo e alerta para a suspeição diagnóstica

dessa patologia, para que, em futuras manifestações, sejam mais fáceis seu reconhecimento e tratamento.Discussão: Linfomas são transformações neoplásicas de células lin-foides normais predominantemente em tecidos linfoides. No subtipo de linfoma não Hodgkin (LNH) citado neste relato há envolvimento mais frequente de múltiplos nodos periféricos, de disseminação não contígua, na qual o anel de Waldeyer e os linfonodos mesentéricos são geralmente envolvidos. O linfoma de células do manto (LMC) é uma doença linfoproliferativa de células B maduras de caráter agressivo que corresponde a 6% de todos os LNH. Trata-se de uma neoplasia com pouca chance de cura, representa uma média de 25% de sobrevida em cinco anos.Considerações finais: A determinação do índice prognóstico permi-tiu estratificar a gravidade do risco de mortalidade. Porém, apesar da disponibilidade de avançados métodos diagnósticos, o linfoma representa, para clínicos e patologistas, um desafio quanto ao diag-nóstico e ao prognóstico.

P-111 SÍNDROME DA BOCA ARDENTE: RELATO DE CASOTherezita P.P. Galvao Castro, Yuri Cavalcanti Albuquerque Tenorio, Matheus Lira Handro, Kamilla Monteiro Plácido, Sarah de Medeiros Sales França, Maria Thereza Patury Galvão Castro, Alfredo Aurélio Marinho Rosa Filho

Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil

Introdução: A síndrome da boca ardente (SBA) é caracterizada por dor na cavidade oral, com ou sem sinais de inflamação, mas sem le-sões específicas. Acomete geralmente mulheres entre 40 e 60 anos. A prevalência encontrada na população geral é de 3,7%. A dor é do tipo queimação, a língua é o local mais acometido, pode acometer a gengiva, os lábios e a mucosa jugal. São pacientes com alto grau de ansiedade. Sua etiologia é de difícil diagnóstico, pode ter mais de um fator envolvido, seja de causa local, sistêmica, emocional e idiopática. O tratamento é multidisciplinar.Relato de caso: SOC, sexo feminino, 60 anos, relatou ressecamen-to, dor e queimação na boca, principalmente na língua e ao deglu-tir, disse ser constante e persiste já havia anos. Tinha hipertensão, diabetes e hipotireoidismo. Sofria de ansiedade e depressão. Apre-sentava-se muito ansiosa e fazia uso de vários medicamentos. Ao exame da cavidade oral e orofaringe observou-se edema intenso de forma difusa na língua, com saburra e hiperemia da mucosa que se estendia para a faringe. Solicitados exames de sangue, prescritos tratamento local e controle do transtorno emocional com tryptanol de 20 mg. Retornou após 15 dias com melhoria do quadro clínico e regressão do edema lingual. Foi orientada a manter o acompanha-mento multidisciplinar e terapia psicológica.Discussão: Síndrome de difícil diagnóstico, de causa multifatorial e que muitas vezes passa despercebida. Neste caso foi observado o quadro emocional como fator importante e ao exame físico havia sinais inflamatórios, mas sem lesões específicas.Considerações finais: Devemos estar atentos para o diagnóstico precoce, promover o controle da síndrome e assim melhorar a qua-lidade de vida dos pacientes.

P-112 CISTO DERMOIDE NO ASSOALHO DA BOCABrunna Paulino Maldini Penna, Fernando Jairo Araújo de Souza, Adriana Torres da Silva, Loyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, Mariana Gomes Siqueira, Cheng T-Ping, Sérgio Edriane Rezende

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente masculino, três anos e seis meses, foi levado a atendimento devido a um tumor no assoalho da boca,

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iniciado havia quatro meses. Apresentou um episódio de infecção e inflamação aguda local, que regrediu parcialmente com amoxaci-lina + clavulanato prescritos por pediatra. Ao exame: presença de lesão nodular, móvel, no assoalho anterior da boca, paramediana à esquerda, media 15 mm, sem sinais flogísticos. Ultrassom: imagem nodular, bordas bem definidas, pouca vascularização e caracterís-ticas císticas. Feita a exérese via transoral. O cisto era submucoso, localizado entre a língua, as glândulas sublinguais e os ductos de Wharton, sem infiltrar qualquer dessas estruturas. O paciente re-cebeu alta após 10 horas de cirurgia e evoluiu sem paralisia do ner-vo hipoglosso. O fluxo salivar dos ductos de Wharthon permaneceu normal. O exame anatomopatológico evidenciou cisto revestido por epitélio estratificado escamoso ceratinizado com estruturas pilos-sebáceas na parede, característico de cisto dermoide (CD). Ausên-cia de atipias e sinais de malignidade.Discussão: O CD é uma lesão benigna que se origina da retenção epitelial durante a embriogênese ou por implantação traumática ao longo das linhas embrionárias de fusão e contém elementos ectodérmicos e endodérmicos. Além da cavidade oral, podem ser diagnosticados no pescoço, na órbita e na nasofaringe. No pesco-ço apresentam-se como tumores na linha média, frequentemente na região submentoniana. Movem-se com o deslocamento da pele, são indolores, a não ser quando infectados. Não se movem com protusão da língua, diferentemente do cisto de ducto tireoglosso, principal diagnóstico diferencial.Considerações finais: Pacientes com CD têm indicação de trata-mento cirúrgico. Exames de imagem devem ser solicitados para au-xiliar o diagnóstico e o plano terapêutico. A remoção completa do tumor é curativa.

P-113 LINFOMA MALT DE AMÍGDALA: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL INCOMUMRaquel Faria Vasconcellos, Monica Machado Baptista, Édio Júnior Cavallaro Magalhães, Isabela Ávila Varginha de Moraes e Silva, Fernando Liess Krebs Rodrigues, Thassiany Matos Carpanez, Shiro Tomita

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 76 anos, com queixa de disfagia alta, dispneia ao decúbito e disfonia característi-ca de obstrução orofaríngea, em evolução havia cerca de dois anos, com pioria progressiva. À oroscopia apresentava tonsila palatina direita com tumoração pediculada, de contorno regular, endurecida à palpação, recoberta por mucosa rósea, ocupava toda a orofarin-ge. Foram feitas amigdalectomia e ressecção de uma lesão em pa-rede lateral de hipofaringe à esquerda. Após análise histopatológica e imuno-histoquímica, o diagnóstico final da lesão em amígdala di-reita foi de linfoma não Hodgkin de zona marginal, com infiltração linfomatosa submucosa em hipofaringe. Foi indicado tratamento com rituximab e a paciente permanece assintomática após nove meses de seguimento.Discussão: Os tumores da região amigdaleana constituem 1% a 3% de todas as neoplasias do organismo e 10% das neoplasias de cabeça e pescoço. O carcinoma epidermoide corresponde a 90% dos tumo-res amigdaleanos e o linfoma não Hodgkin (LNH) aos outros 10%. O tipo histológico mais comum é o linfoma difuso de grandes células B. No caso relatado, encontramos um LNH de células B da zona mar-ginal, que representa 5% a 10% de todos os linfomas e 6% dos LNH do anel de Waldeyer. É subdividido em linfoma da zona marginal nodal, esplênico ou extranodal do tipo MALT (mucosa-associated lymphoid tissue) — esse último correspondendo ao tipo histológi-co da nossa paciente. Seu sítio primário é na maioria das vezes o trato gastrointestinal. Neste caso foi indicado tratamento com

rituximab, anticorpo monoclonal contra o antígeno CD20, presente em todos os estágios de maturação dos linfócitos B.Considerações finais: Linfoma de células B da zona marginal do tecido linfoide associado à mucosa (MALT) na amígdala palatina é raro, corresponde a 6% dos linfomas do anel de Waldeyer, e tem sido pouco relatado na literatura, traz dificuldades em seu diagnóstico.

P-114 CARCINOMA ESPINOCELULAR MÚLTIPLO EM LÁBIO INFERIOR EM PACIENTE PORTADOR DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES)Camila Sá de Melo Campos, Eliana Maria Minicucci, Silke Anna Theresa Weber, Dândara Bernardo Siqueira, Tamires Ferreira Siqueira, Cintia Vanette, Thaís Gomes Abrahão Elias

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Apresentação do caso: BA, 26 anos, branco, masculino, não taba-gista, acompanhado nos ambulatórios de Estomatologia e Dermato-logia do HC/Unesp, portador de LES desde os dois anos e de queilite secundária ao LES, com antecedente patológico de queratoacanto-ma em lábio inferior aos 14 anos. Em 2012 apresentou lesão ulcera-da indolor em lábio inferior com um ano e meio de evolução, fez-se biópsia dessa lesão com o diagnóstico histopatológico de carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado com atipias moderadas em uma das margens, as demais livres. Procedeu-se à vermelhecto-mia. O histopatológico dessa amostra apresentou queilite actínica com displasia grave. Em março de 2015 evoluiu com placa ulcera-da em região esquerda de lábio inferior, fez-se nova exérese com histopatológico compatível com carcinoma espinocelular bem dife-renciado e margens cirúrgicas livres. Em avaliação de tomografia cervical com contraste não se visualizaram linfonodomegalias. Em março de 2016, durante retorno pós-operatório, observou-se cica-triz de retração em local de última exérese e discreta exulceração rasa na região medial do lábio inferior, indicou-se nova abordagem cirúrgica com exérese em “V” da lesão e estudo histopatológico. Esse evidenciou carcinoma espinocelular bem diferenciado com margens cirúrgicas livres.Discussão: O câncer de lábio compreende todas as neoplasias ma-lignas localizadas no vermelhão labial. Como fatores etiológicos destacam-se: exposição solar, tabagismo, etilismo, lesões térmicas, papilomavírus humano e imunodepressão. Em torno de 25% dos pa-cientes portadores de LES apresentam lesões orais, inclusive lesões malignas, a mucosa jugal, o palato e o vermelhão do lábio inferior são as regiões mais acometidas.Considerações finais: Destaca-se neste caso o carcinoma espinoce-lular múltiplo em um paciente jovem, não tabagista, que, somado à queilite, tem a imunodepressão por LES como importante fator etiológico para tal apresentação.

P-115 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO ANTROPOMÓRFICO EM RELAÇÃO À OBESIDADE DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DO SONO DO HUGG (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE)Felipe Marques de Oliveira, Lúcia Joffily, Jessica Marquet Silva, Mariana Olívia da Costa

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Objetivo: Analisar o perfil clínico, epidemiológico e antropométrico dos pacientes consultados no Ambulatório de Medicina do Sono do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (Unirio).

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S52 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Método: Foram incluídos no estudo 77 pacientes, 34% homens e 66% mulheres. Do total, 39% obtiveram IMC ≥ 30 e 19,4% IMC ≥ 35. Outros fatores de risco correlacionados à obesidade para desenvol-vimento da SAOS foram avaliados.Resultados: Dos pacientes, 95% apresentaram circunferência ab-dominal maior do que 90 e 35% com circunferência cervical maior que do 40 cm, 31,7% com classificação de Mallampatti III e 28,8%, Mallampatti IV. Quanto ao volume lingual, 38,2% apresentavam ma-croglossia.Discussão: Definida como redução do fluxo aéreo e aumento da resistência da via aérea superior durante o sono, a SAOS está as-sociada a microdespertares, episódios de apneia e dessaturação da oxi-hemoglobina, constatados durante o exame polissonográfico. A suspeita diagnóstica se inicia a partir da anamnese e do exame físico detalhados, nos quais serão esperadas queixas como roncos noturnos, sonolência diurna, alterações do humor e prejuízo das funções cognitivas. A obesidade é o maior fator de risco para SAOS e a probabilidade de desenvolver correlaciona-se com o peso, o IMC e a distribuição da gordura corporal. Por cada aumento de 10 kg do peso corporal, o risco de desenvolver SAOS duplica; por cada aumento de 6 kg/m2 do IMC e por cada aumento de 13 a 15 cm da cintura abdominal, o risco de SAOS aumenta mais de quatro vezes. Os mecanismos dessa relação ainda não são bem compreendidos. No entanto, a perda de peso diminui tanto a gordura como a massa magra, promove melhoria do quadro de SAOS nesses pacientes e mostra, dessa forma, a relação entre a obesidade e a SAOS.Considerações finais: Com os dados levantados e as evidências en-contradas na literatura reforçamos mais uma vez a forte relação entre a SAOS e a obesidade.

P-116 A RELEVÂNCIA DO OTORRINOLARINGOLOGISTA FRENTE A LESÕES ORAIS EM QUADRO DE DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL: RELATO DE CASOBernardo Relvas Lucas, Frederico Pereira Bom-Braga, Thiago Chalfun de Matos Fonseca, Daniella Leitão Mendes, Mauricio Saheki, Claudia Maria Valete-Rosalino, Marcelo Lyra

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, 36 anos, feminino, residente do Rio de Janeiro, queixava-se de lesão ulcerada de coloração ama-relada havia quatro meses, inicialmente em palato, progrediu de forma difusa pela mucosa, acompanhada de sangramento gengival pós-escovação, sem febre. Relatava história pregressa de retoco-lite ulcerativa em tratamento irregular com mesalazina, sem usar medicação havia um mês. À oroscopia observavam-se lesões de bordas hiperemiadas, elevadas, irregulares, com fundo amarelado e granuloso em palato mole e duro e em mucosa jugal bilateral, do-lorosas à palpação. Sem alterações nasais, otológicas ou laríngeas. Feitas investigação sorológica com resultados negativos e biópsia das lesões orais com resultado de segmentos de epitélio escamo-so densamente permeado por células inflamatórias, notadamente neutrófilos e eosinófilos, o córion era exiguamente representado por duas papilas conjuntivas que exibiam infiltrado inflamatório de composição semelhante. Feito teste terapêutico com dapsona 100 mg/dia por 30 dias, houve remissão das lesões após o tratamento. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial.Discussão: Estudos indicam que apenas 0,5% dos pacientes com doença de Crohn desenvolvem lesões orais, esses pacientes são mais propensos a ter lesões anais e esofagianas concomitantes. Ge-ralmente as lesões orais ocorrem em pacientes com doença intes-tinal já conhecida. Todavia, ocasionalmente podem ser o sintoma inicial da doença de Crohn. As lesões orais tendem a apresentar pe-ríodos de surto e remissão ao longo dos anos e a resposta à terapia sistêmica é variável, imprevisível e não dependente da atividade intestinal da doença. No caso, temos uma paciente apenas com

lesões orais, no momento, e com importante resposta à terapia sistêmica.Considerações finais: Trata-se de um caso relevante de doença de Crohn, visto que, nos últimos quatro meses, apresentava apenas sintomas em mucosa oral e a avaliação das lesões pelo otorrinola-ringologista possibilitou a mudança de diagnóstico e a instituição de terapêutica adequada para controle da doença inflamatória in-testinal em questão.

P-117 MANIFESTAÇÕES ORAIS DA PARACOCOCCIDIODOMICOSE: RELATO DE CASOBenivaldo Ramos Ferreira Terceiro, Frederico Pereira Bom Braga, Mateus Pereira Bom Braga, João Soares Moreira, Cláudia Maria Valete Rosalino

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença sistêmi-ca causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, que envolve, primariamente, os pulmões e, posteriormente, dissemina-se para outros órgãos, como as membranas mucosas, os linfonodos e a pele. A abordagem de pacientes portadores de lesões ulceradas crônicas na boca deve considerar a PCM como possibilidade diagnóstica.Relato de caso: Homem, 65 anos, residente em Magé, tabagista, trabalhador rural, história de PCM pulmonar tratada havia três anos. Referiu quadro de ardência oral, dor faríngea e odinofagia havia um ano de evolução. Compareceu ao ambulatório de ORL- INI-Fiocruz. Ao exame apresentava lesões erosivas e moriformes bem delimitadas, grosseiras e de bordos elevados, com textura irregular, e pontos hemorrágicos difusos em comissura labial es-querda, mucosa jugal superior bilateral, palato duro à esquerda e todo o palato mole que envolvia a úvula com aspecto de estomatite morbiliforme. Após biópsia, a histologia com coloração de Gomori-Grocott revelou células gigantes e fungos arredondados de dupla membrana com múltiplos brotamentos (roda de leme). Não apre-sentava lesão pulmonar em atividade. Recentemente iniciou trata-mento com itraconazol com melhoria evolutiva das lesões. Segue em acompanhamento.Discussão: A PCM ocorre geralmente em indivíduos que permane-cem em contato com vegetais e terra, é típica de trabalhadores rurais com hábitos de mascar folhas ou gravetos. A via primária de infecção é a pulmonar, mas a doença é frequentemente diagnosti-cada por manifestações bucais/orais. As biópsias de lesões orais de PCM extensas, ulcerativas e dolorosas são pouco comuns na rotina da otorrinolaringologia, o que leva muitos casos da micose a serem diagnosticados tardiamente, o que acarreta prejuízos ao paciente.Considerações finais: Embora a via primária de infecção da PCM seja pulmonar, pela inalação de esporos do fungo, vários sítios anatômicos podem ser acometidos pela disseminação linfo-hema-togênica, inclusive a mucosa oral. Dessa maneira, o otorrinolarin-gologista tem papel fundamental na identificação dessas lesões, no correto diagnóstico e encaminhamento para tratamento adequado.

P-118 EVOLUÇÃO SILENCIOSA DE DOENÇA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR GRAVE: RELATO DE CASOVictor Holanda Bezerra, Nara Nunes Barbosa, Anderson Tino de Carvalho, Mariana Matos de Almeida, Nilvano Alves de Andrade, Anderson Castelo Branco de Castro

Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: PRL, feminino, 22 anos, com limitação de abertura bucal havia dois anos e apertamento dentário, porém sem dor. Apresentava abertura bucal de 22 mm, limitação mecânica da

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S53

abertura da mandíbula, sem estalidos ou crepitações articulares e sem dor na musculatura mastigatória. RNM de ATMs demonstrou redução de volume discais e de mobilidade das ATMs. Fez trata-mento clínico com splints oclusais, fisioterapia e administração de condroitina e glicosamina, porém sem boa resposta. Artroscopia evidenciou aderências, diminuição do espaço articular, limitação importante dos movimentos, superfície rugosa em disco e cápsula articular sem elasticidade em ATM direita e sinovite, edema retro-discal, diminuição do espaço articular, limitação de abertura bucal em ATM esquerda. Paciente segue em acompanhamento clínico com discussão sobre manter tratamento conservador ou invasivo.Discussão: Desordens temporomandibulares (DTMs) são alterações nas articulações temporomandibulares (ATMs) e/ou nos músculos mastigatórios, capazes de desequiliibrar o sistema estomatognáti-co e levar a impacto significativo no trabalho e na qualidade de vida. São comuns, mas de difícil classificação. Geralmente estão associadas a dor, porém desarranjos internos da ATM podem apenas limitar a abertura da boca. É fundamental um bom diagnóstico, que consiste não só em saber a causa, mas também em avaliar a extensão dos danos, as implicações e o prognóstico, é necessário exame de imagem por RNM. O tratamento conservador, que inclui aconselhamento, splints oclusais, fisioterapia e terapia psicosso-cial, deve ser considerado como primeira escolha pelo baixo risco de efeitos adversos. No caso de doença severa ou falha do trata-mento, procedimentos minimamente invasivos ou invasivos devem ser considerados.Considerações finais: DTMs abrangem alterações nas ATMs e muscu-latura mastigatória, que geralmente cursam com dor. Em casos de evolução silenciosa, sem dor, o bom diagnóstico é fundamental para a programação terapêutica. Nos casos de falha terapêutica conser-vadora, tratamento invasivo pode ser uma opção, contudo sua indi-cação deve ser amplamente discutida e aceita pelo paciente.

P-119 AVALIAÇÃO DAS ABORDAGENS DE TRATAMENTO CLÍNICO E CIRÚRGICO DA SAOS EM UM AMBULATÓRIO DE MEDICINA DO SONO DE UM SERVIÇO DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM OTORRINOLARINGOLOGIADharyemne Charlotte Louise Pucci de Araujo, Karin Graziela Dal’Vesco, Thaise Cesca, Ricardo Maurício Favaretto, Gabriela Soraya Martini, Rodrigo Dors Sakata, Suzanne Mallmann Varnier

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Objetivos: Avaliar qual é o tipo de abordagem, clínica ou cirúrgica, para tratamento da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) mais usada em um ambulatório de medicina do sono de um serviço de residência médica de otorrinolaringologia.Método: Estudo analítico, transversal e retrospectivo, baseado na revisão de 282 prontuários, os quais apresentavam diagnóstico de SAOS confirmado por polissonografia. Foram excluídos os prontuá-rios sem informações sobre o tratamento indicado e os menores de 18 anos.Resultados: Dos 282 prontuários analisados, 135 são do sexo femi-nino e 147 do masculino. A maioria dos pacientes encontra-se na quarta e quinta décadas de vida, correspondem a 47,8%. Quanto ao índice de apneia e hipopneia (IAH), 42,2% foram classificados como SAOS severa, 30,5% como SAOS moderada e 27,3% como SAOS leve. O tratamento clínico foi escolhido em 72% dos casos, já o exclusi-vamente cirúrgico foi eleito em 17,7% e o tratamento conjunto, clínico-cirúrgico, ocorreu em 10,3% dos casos.Discussão: A SAOS é, comprovadamente, um fator de risco inde-pendente para morbidades cardiovasculares, neurológicas e meta-bólicas. O seu tratamento objetiva a redução/eliminação desses riscos. Dessa forma, o tratamento do paciente com SAOS deve ser

multidisciplinar e corrigir os seus hábitos de vida. Entre os trata-mentos clínicos e cirúrgicos, o mais recomendado e usado é o CPAP (aparelho de pressão positiva) para os casos de SAOS moderada a severa. Já a SAOS leve tem mais opções, como o uso do aparelho intraoral e os tratamentos puramente cirúrgicos. Nos casos mode-rados a severos o tratamento cirúrgico geralmente é complementar, a fim de corrigir os pontos de obstrução das vias aéreas superiores.Conclusão: Não há dúvidas quanto à relevância e necessidade de tratamento da SAOS. Apesar das várias opções de tratamento exis-tentes, o tratamento clínico com o CPAP ainda permanece como o tratamento de eleição, principalmente nos casos de SAOS modera-da a severa.

P-120 ABSCESSO PERIAMIGDALIANO EM PACIENTE SUBMETIDO À AMIGDALECTOMIA PRÉVIAEmanuelle Pereira Gomes Guimarães, Guilherme Guimarães Silveira, Daise Patrícia Firmiano Nicácio, Anderson Patrício Melo, Cristiane Gonçalves Cordeiro, Leandro Renato Gusmão Duarte, Ana Paula Marques Machado

Instituto Ciências da Saúde (ICS), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente VHGS, 5 anos, sexo masculino, com quadro de febre de 39ºC, prostração e abaulamento em região cervical direita iniciado havia seis dias, evoluiu para otalgia direita, trismo, odinofagia e disfagia havia um dia. História prévia de ade-noamigdalectomia havia um ano. Ao exame: estado geral regular, febril, fáscies de dor. À palpação cervical: linfonodos palpáveis, dolorosos, móveis, fibroelásticos e edema em região de ângulo da mandíbula à direita. À oroscopia: hiperemia intensa e abaulamento importante de pilar anterior direito. Submetido à exploração cirúr-gica, sob anestesia geral, com drenagem de 3 mL de secreção pu-rulenta. Feita revisão de loja amigdaliana, não foi constatado res-quício de tecido linfoide. O paciente apresentou boa evolução, não apresentou novas recorrências após quatro meses de seguimento.Discussão: Os abscessos periamigdalianos constituem uma condição aguda, grave, que se desenvolve principalmente como uma compli-cação de uma amigdalite. A ocorrência de abscesso periamigdaliano após cirurgia de amigdalectomia é uma condição rara. Em uma re-visão de literatura de Farmer et al. (2011) foram descritos apenas 11 casos em um levantamento feito entre 1950 e 2010. Na maioria dos casos descritos, foram detectados resquícios de tecido linfoide ou pequenos fragmentos de cápsula amigdaliana remanescentes, que podem ser considerados focos de uma infecção. Outras possí-veis fontes infecciosas são cistos branquiais, glândula de Weber e afecções dentários. Estudos sugerem que os abscessos após amigda-lectomia ocorrem anos após a cirurgia, podem manifestar-se na au-sência de história prévia de abscesso periamigdaliano. O presente caso se difere dos demais por ocorrer em uma criança, em um curto intervalo de tempo após a cirurgia e na ausência de focos residuais de tecido linfoide.Considerações finais: A formação de abscessos periamigdalianos após amigdalectomia é rara. Seu tratamento não difere do habitual.

P-121 SEMINOMA E METÁSTASES EM TONSILAS PALATINAS — APRESENTAÇÃO DE UM CASO CLÍNICO E REVISÃO DE LITERATURALizandra Passini Ferreira, Igor Bezerra de Sousa Leal, Jesarela Maria de Souza de Amorim, Débora Bressan Pazinatto, Augusto César Bernardes Miguel, José Eli Baptistella, Ari de Paula Silva

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

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Apresentação do caso: Masculino, 36 anos, branco, casado, vende-dor. Acompanhado no Serviço de Oncologia e no Serviço de Urologia de um hospital terciário em janeiro de 2015 com diagnóstico de seminoma em testículo esquerdo, com metástases linfáticas abdo-minais, submetido a orquiectomia esquerda, quimioterapia e ra-dioterapia até julho de 2015. Após, controle da patologia, feita no mesmo período do exame de PET-CT, o qual evidenciou hipermeta-bolismo em tonsila palatina esquerda, com dimensões aumentadas, que poderia corresponder a infiltração neoplásica. Não apresentava demais antecedentes pessoais significativos. Ao exame otorrinola-ringológico, durante a oroscopia, apresentava tonsila palatina es-querda grau II e direita grau I; palpação cervical negativa. Feita amigdalectomia bilateral sob anestesia geral. As peças cirúrgicas foram enviadas para exame anatomopatológico, no qual foi feito o diagnóstico histológico de metástase de seminoma em tonsila pa-latina esquerda. O paciente foi reencaminhado à oncologia para retomar seguimento e planejamento terapêutico.Discussão: O seminoma é o tumor testicular mais comum. A dis-seminação linfática é frequente e geralmente a primeira cadeia afetada é a retroperitoneal para-aórtica. Mais comumente atinge homens na faixa entre 25 e 45 anos e é muito sensível à radiote-rapia. Mesmo em casos mais avançados, a probabilidade de cura é elevada. No caso relatado, o paciente apresentou seminoma em testículo esquerdo com metástases retroperitoneais para-aórticas, foi submetido a tratamento cirúrgico e posteriormente a quimiote-rapia e radioterapia. Após aparente controle da doença, no segui-mento com exame de PET-CT, foi suspeitada recidiva da doença em tonsila palatina esquerda. O diagnóstico de metástase nesse local foi confirmado após anatomopatológico da peça cirúrgica (amigda-lectomia). Quanto ao tratamento, o paciente foi reencaminhado ao serviço de oncologia.Considerações finais: O diagnóstico diferencial em aumento de tonsilas palatinas assimétrico é importante, principalmente em pa-cientes com antecedentes pessoais de neoplasias malignas, para definir prognóstico e tratamento, evita-se assim a progressão da neoplasia.

P-122 TONGUE SCHWANNOMA — CASE REPORTJulia do Carmo Binotto, Thaisa Consorte Domingues, Tatiane Bordignon Uliana, Ariadne Fonseca Carvalho, Martinho da Palma e Mello Neto, Marco Aurélio Franco de Godoy Belfort, Gabriel Cardoso Ramalho Neto

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí, SC, Brazil

Case Report: IVAL, male, 39 years old, caucasian, sought an emergency service due to a hardened tongue dorsum injury that had appeared 6 months before, with rapid and progressive growth associated with odynophagia and bleeding from the injury after eating, resulting in weight loss and significant impairment in his quality of life. The patient was then referred to an otorhinolaryngology clinic where a fibronasolaryngoscopy was carried out showing a hardened sessile lesion of 2 cm on the tongue dorsum, and a computed tomography showed an injury of 2.1 × 2.0 × 1.8 cm without peripheral enhancement after contrast. We opted for the surgical resection of the lesion and sent it to pathology, which led to the diagnosis of nodular schwannoma without signs of malignancy. The patient had a good progress and restored his daily activities. Discussion: Schwannoma is a benign, non-recurring tumor arising in cranial nerves, bone, and gastrointestinal tract, but mainly in subcutaneous tissue and muscles, with a slight predilection for distal extremities or head and neck region, where it occurs in 25-45% of cases. Intraoral schwannoma accounts for 1-12% of all head and neck tumors and is commonly seen at the base of the tongue region.

Final considerations: Although not the most common site of origin of schwannomas, this condition should be considered as differential diagnosis of tongue nodular lesions. Their complete surgical resec-tion is curative in most cases and associated with a good prognosis.

P-123 ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR DA SÍNDROME DA APNEIA/HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAHOS)Paulo Renato Barchi Marcolino, Walter da Silva Júnior

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Revisão da literatura que mostra a impor-tância da integração entre as diversas áreas da saúde e enfatiza a medicina e a odontologia.Discussão: A SAHOS e a síndrome da resistência das vias aéreas superiores (SRVAS) são os distúrbios obstrutivos mais comuns. Na maioria dos casos, o ronco, barulho gerado pela dificuldade na pas-sagem do ar pelas vias aéreas, também está presente. A medicina do sono é uma nova área da saúde que agrega diversos profissionais. Médicos e dentistas, juntamente com fonoaudiólogos, fisioterapeu-tas e psicólogos, devem trabalhar em sintonia na investigação e no tratamento dos distúrbios obstrutivos diagnosticados.Considerações finais: A SAHOS pode potencializar diversas doen-ças, como infarto de miorcárdio, acidente vascular encefálico, depressão, disfunção erétil, aumento de acidentes de trânsito e no trabalho. Apneia obstrutiva pode ser definida como a ausência total do fluxo respiratório por pelo menos 10 segundos. Essa parada respiratória leva a microdespertares e ocasiona fragmentação do sono. Sonolência diurna excessiva, irritação, ansiedade e dificulda-de de concentração e memória são sintomas comumente relatados. A abordagem multiprofissional resulta em um prognóstico mais fa-vorável. Devido às várias áreas envolvidas, os profissionais de saúde devem estar atentos ao sono de seus pacientes. A integração das áreas da saúde, em especial da medicina e da odontologia, é essen-cial ao prognóstico da terapia.

Área Temática: Otorrinolaringologia Pediátrica

P-124 AMIGDALECTOMIA EM CRIANÇA COM HEMOFILIA C (DEFICIÊNCIA DO FATOR XI DA COAGULAÇÃO)Adriana Torres da Silva, Mariana Gomes Siqueira, Loyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, Brunna Paulino Maldini Penna, Leonardo Petrone Castro, Alessandra Pereira dos Santos, Sérgio Edriane Rezende

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Criança, oito anos, respiradora oral, sem melhoria com tratamento clínico. Oroscopia: tonsilas palatinas grau IV. Cavum: obstrução adenoideana de 20%. Apresentava diagnóstico de hemofilia C leve, ou seja, deficiência do fator XI da coagulação (dosagens: 45%; 34%; 44%; 51%). Sem histórico de procedimentos cirúrgicos, inclusive procedimentos odontológicos. Sem hemorragias prévias. Sem outras comorbidades. Avaliação da hematologia pré-amigdalectomia: preparo pré-operatório por meio da transfusão de plasma fresco congelado (PFC), na dose de 10 mL/kg. Dose de manutenção de 5 mL/kg/dia em caso de inter-corrências hemorrágicas. A cirurgia transcorreu com sangramento

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S55

intraoperatório habitual. A criança permaneceu internada no CTI pediátrico por dois dias, sem necessidade de transfusão. Após 30 dias de pós-operatório, apresentava cicatrização adequada das lojas amigdalianas, sem sangramentos tardios, e melhoria consi-derável da respiração oral.Discussão: A hemofilia C (deficiência de fator XI) é uma doença hematológica considerada rara na população. Afeta aproximada-mente 1:1.000.000 de pessoas. Clinicamente é caracterizada por hemorragia persistente após cirurgia, especialmente em cirurgias com grande potencial hemorrágico (amigdalectomias, cirurgias da cavidade oral e do trato genitourinário). O fator XI desempenha um papel na diminuição da fibrinólise. A manutenção de níveis de fator XI de aproximadamente 30% geralmente é suficiente. Porém, para a feitura de procedimentos cirúrgicos são desejáveis pelo menos 50% de atividade do fator.Considerações finais: Ao contrário de doentes com hemofilia A e B, doentes com hemofilia C não sangram espontaneamente. A he-morragia nesses pacientes pode iniciar no momento da cirurgia, horas ou até semanas mais tarde. Por isso necessitam de preparo antes da intervenção cirúrgica e esquema de suporte em caso de hemorragia pós-operatória, mesmo que não tenham tido história prévia de hemorragia.

Área Temática: Bucofaringologia e Medicina do Sono

P-125 ABSCESSO PERIAMIGDALIANO BILATERAL (APB): RELATO DE CASOGustavo Pereira Lima Lang, Marina Paese Pasqualini, Bibiana Callegaro Fortes, Fábio Pires Santos, Laura Regyna Toffoli Roso, Danielli Marins da Silva, Fernanda De Carli

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Chapecó, SC, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 21 anos, feminino, referia dor de garganta havia três dias, acompanhada de febre 39°C. Havia recebido penicilina benzatina e cetoprofeno. Prosseguiu com febre, halitose, intensa odinofagia, disfagia e dor, princi-palmente em amígdala direita. Relatou quatro episódios de amig-dalite nos últimos seis meses. Ao exame físico, apresentava-se afebril e com halitose importante. Oroscopia evidenciou trismo, abaulamento e hiperemia de palato mole bilateral, placa puru-lenta e necrótica em loja amigdaliana direita. Ausência de ade-nomegalias cervicais. Sob hipótese de abscesso periamigdaliano bilateral (APB), fez-se internação hospitalar e tomografia com-putadorizada de região cervical com contraste, confirmou-se a hipótese diagnóstica. Exames laboratoriais apresentaram 11.570 leucócitos, 8% de bastões, PCR 357. Paciente tratada com alta dose de corticoesteroides, antibiótico endovenoso (ceftriaxona e clindamicina) e drenagem dos abscessos sob anestesia geral sem amigdalectomia. Após 48 horas, houve melhoria dos parâmetros clínicos e queda do PCR para 154, recebeu alta hospitalar. No sétimo dia de pós-operatório, paciente sem queixas e orosco-pia dentro da normalidade. Cultura de orofaringe positiva para Streptococcus pyogenes.Discussão: Abscesso periamigdaliano (AP) é a infecção mais comum do espaço cervical profundo, com incidência de 9-41 casos por 100.000 habitantes/ano. Adolescentes e adultos jovens são os mais acometidos. APB é incomum, com prevalência aproximada de 5%.

Na maioria dos casos de APB o diagnóstico inicial é AP unilateral, o achado contralateral é feito no momento da amigdalectomia. Tris-mo é o sinal mais característico do acometimento bilateral, assim como a persistência de febre após drenagem unilateral. Assimetria do palato mole ou desvio da úvula não estão presentes no APB e sugerem bilateralidade.Considerações finais: Abscesso periamigdaliano bilateral é inco-mum, deve ser considerado na presença de sintomas característicos — odinofagia e trismo —, porém sem assimetria do palato ou desvio da úvula usualmente presentes nos quadros unilaterais.

P-126 O USO DA SONOENDOSCOPIA NA AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO DO TRATAMENTO DA SAOS — REVISÃO DE LITERATURA

Álvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, David Roberto Claro, Victor Jose Timbó Gondim, Thiago Xavier de Barros Correia, Isabela Tavares Ribeiro, Thiago Ribeiro de Almeida

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Objetivos: Revisar na literatura os trabalhos que avaliam os moti-vos de má adaptação ao tratamento da SAOS observados por meio da sonoendoscopia.Método: Revisados na literatura trabalhos a partir de 2002 que correlacionassem CPAP, tratamento, apneia, sonoendoscopia e seus correspondentes em inglês nas bases Lilacs, Pubmed, Scielo, MedLine, Cochrane.Resultados: Foram levantados sete trabalhos que abordavam o uso da sonoendoscopia induzida por medicamentos na avaliação do tratamento da SAOS. Dois desses trabalhos se referiam à falha do uso do CPAP, evidenciaram a posteriorização da língua pelo uso da máscara oronasal, o mecanismo de fechamento da epiglote intensificado pela pressão positiva em supraglote e o escape de ar acarretado pela abertura oral no uso de máscaras nasais como causas comuns de má adaptação ao tratamento. Um dos trabalhos comparou a titulação do CPAP por sonoendoscopia e polissonogra-fia e apresentou resultados similares entre ambos. Dois trabalhos avaliaram o avanço mandibular como método de desobstrução da via aérea e preditor do uso de aparelhos intraorais (AIO), mostra-ram ser a DISE um bom método na avaliação pré-terapêutica dos AIOs. Um dos trabalhos avaliou a indicação e escolha do método de tratamento antes e depois da sonoendoscopia e mostrou mu-danças na modalidade indicada em 78,4% dos casos após a aplica-ção da DISE.Discussão: A sonoendoscopia induzida por medicamentos tem am-pla aplicação na avaliação dos pacientes apneicos, ganhou cada vez mais espaço no que tange à indicação e adesão aos métodos terapêuticos.Conclusão: A origem dos transtornos respiratórios do sono em múltiplos níveis exige uma avaliação que abranja as várias pos-sibilidades anatômicas. Os resultados apresentados na literatura apontam a sonoendoscopia como um método promissor para esse objetivo

P-127 SÍNDROME DA BOCA ARDENTE E SUA ETIOLOGIA E TRATAMENTO: UMA REVISÃO ASSISTEMÁTICA

Therezita P.P. Galvão Castro, Matheus Lira Handro, Yuri Cavalcanti Albuquerque Tenorio, Maria Thereza Peixoto Patury Galvão Castro, Júlio Cesar Barboza Lima, Rayana Valéria da Cruz Neves, Allan Vieira Almeida Santana, Nicole Marques de Lira

Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil

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Page 11: Medicina do Sonoprocurar o médico é a odinofagia, disfagia e dispneia quando o tu-mor é grande. O uso abusivo de álcool relatado pelo paciente é re-levante no diagnóstico inicial

S56 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Objetivos: Revisão dos achados científicos acerca da síndrome da boca ardente (SBA) sobre a etiologia e o tratamento.Método: Revisão bibliográfica qualitativa sobre SBA. Foram usadas bases de dados de investigação científica primárias (PubMed, Else-vier, Bireme, Scielo).Resultados: A SBA é uma síndrome caracterizada por dor em quei-mação na região oral com ou sem sinais inflamatórios, mas sem lesões específicas, que resulta em limitação nas atividades diá-rias. Acomete geralmente mulheres na faixa entre 40 a 60 anos e a prevalência encontrada na população geral é de 3,7% (1,6% de homens e 5,5% de mulheres). Existem várias etiologias, classifica-das em causas locais, sistêmicas, emocionais e idiopáticas. Para as causas locais, há problemas dentários (como trauma mecânico e aparelhos ortodônticos), fatores alérgenos (corantes, conservan-tes, medicamentos) e, por fim, as infecciosas (como cândida, vírus da varicela-zoster e bactérias). Há, também, as causas sistêmicas, como alteração das glândulas salivares (por medicamentos indu-tores de xerostomia, quimioterápicos e radioterapia), doenças do tecido conectivo (como síndrome de Sjögren e fibromialgia), endó-crina (como diabetes), neurológicas (como neuralgia do trigêmeo e do glossofaríngeo), deficiências nutricionais (vitaminas do com-plexo B). Por fim, há as causas emocionais (depressão, ansiedade) e idiopáticas, quando não se consegue identificar a etiologia. O tratamento vai depender da etiologia, são usados medicamentos sistêmicos e tópicos, como clonasepan, ácido alfa-lipoico, ISRS, amisulprida. Para o tratamento completo, deve-se adicionar à te-rapia medicamentosa a terapia cognitivo-comportamental (TCC).Discussão: Trata-se de uma síndrome que pode causar um alto impac-to na qualidade de vida do paciente, é de difícil diagnóstico, devido às diferentes etiologias, o tratamento é de forma multidisciplinar.Conclusão: Torna-se necessário maior conhecimento dessa síndro-me pelos profissionais médicos com vistas ao diagnóstico precoce e assim proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente.

P-128 PERFIL CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO E DOENÇAS ASSOCIADAS DE PACIENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO EM ARAGUAÍNA-TO ENTRE 2014 E 2015Gabriella Bezerra Cortes Nascimento, Raissa Lopes Miranda, Fabrycia Jorge Cruz

Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), Araguaína, TO, Brasil

Objetivos: Apontar as principais variáveis clínicas dos pacientes portadores de síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) atendi-dos no local de estudo, tendo como base idade, sexo, comorbidades e características físicas, além de discutir os principais resultados de polissonografia desses pacientes.Método: Estudo descritivo, de caráter retrospectivo. A pesquisa foi feita em uma clínica particular de Araguaina-TO, na qual foi estuda-da a população portadora de SAOS que fez polissonografia de 2014 e 2015 (205 pacientes). Foram analisados 61,46% dessa população, por meio de levantamento de prontuários e da análise de polissono-grafias, tendo como base idade, sexo, doenças associadas e dados relevantes das polissonografias.Resultados: Dos 126 pacientes estudados, 60,3% eram do sexo mas-culino e a faixa mais acometida foi entre 20 e 60 anos (80,15% da população). Em relação aos fatores de risco, 75,3% da população apresentaram sobrepeso ou obesidade e apenas 5,5% eram fuman-tes. A principal alteração encontrada foi o desvio de septo (50,79%). Referente às doenças associadas, as mais prevalentes foram hiper-tensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito (DM) e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).Discussão: O perfil clínico epidemiológico encontrado na população portadora de SAOS em Araguaína é compatível com o encontrado em literaturas brasileiras e internacionais, o sexo mais acometido

é o masculino e a faixa etária de adultos a mais acometida. Em relação à polissonografia, analisou-se que os resultados com maior gravidade estão bastante associados à obesidade e a maiores índi-ces de dessaturação da oxihemoglobina.Conclusão: A SAOS é uma patologia com alta prevalência na socie-dade e está associada a complicações cardiovasculares, condições que aumentam a morbimortalidade da população afetada. Enfati-zou-se a necessidade de estudar esse distúrbio em Araguaína para melhor eficiência na abordagem dessa patologia.

P-129 O USO DE APLICATIVOS DE SMARTPHONE NA MEDICINA DO SONOFlávia Caldini Pissini, Lara Emy Mukai, Daniela Vieira Martins, Rafael da Costa Monsanto, Fábio Tadeu Moura Lorenzetti

Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringológico de Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil

Objetivos: Identificar as possibilidades de uso dos aplicativos de smartphones como ferramentas auxiliares no diagnóstico dos dis-túrbios do sono.Método: Revisão sistemática da literatura, com base em pesquisa na base de dados PubMed. Os termos livres usados na busca foram “smartphone apps”, “snoring” e “sleep medicine” e foram encon-trados cinco artigos. Em paralelo, fizemos busca nas lojas virtuais App Store e Google Play, nas quais encontramos 30 aplicativos dis-poníveis relacionados a análise do sono.Resultados: Os aplicativos presentes nas lojas virtuais oferecem funcionalidades como monitoramento do tempo de sono e desper-tares, gravação dos sons respiratórios durante o sono, avaliação do decúbito, construção de gráficos a partir dos dados obtidos, possi-bilidade de aplicação de questionários e orientações de higiene do sono. Entretanto, os trabalhos selecionados apontam baixa acurá-cia dos resultados fornecidos por tais aplicativos quando compara-dos com os obtidos com métodos diagnósticos considerados padrão- ouro para avaliação de distúrbios do sono.Discussão: Os estudos selecionados demonstram que os aplicativos disponíveis para diagnóstico de sono ainda são pouco eficientes e têm resultados incompatíveis quando comparados com os obtidos com a polissonografia basal. Há necessidade de avaliar de forma objetiva e criteriosa a aplicabilidade dessa ferramenta na avaliação médica. A validação do uso desses aplicativos na prática clínica constitui um desafio para os médicos e usuários. Garantir a segurança do paciente é primordial e as funções do aplicativo não substituem a avaliação médica e nem direcionam ao tratamento necessário.Conclusão: Os aplicativos disponíveis não substituem a tradicional avaliação clínica e os exames complementares disponíveis. No en-tanto, os aplicativos estão em constante aperfeiçoamento e futura-mente podem se tornar ferramentas complementares na avaliação do paciente com distúrbios do sono.

Área Temática: Ciências Básicas e Estudos Translacionais

P-130 UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA NOS CASOS DE DOR FACIAL ATÍPICA: RELATO DE CASOMariana Bastos Faria, Amanda Ribeiro de Mendonça, Thais Baratela Loss, Fabiano Amaral Rodrigues dos Santos, Mário Pinheiro Espósito, Guilherme Soriano Pinheiro Esposito

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S57

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 27 anos, veio ao nosso serviço com queixa de dor facial intensa em hemiface es-querda, súbita, sem traumas prévios. Ao exame físico foi observa-da discinesia de sua musculatura mímica caudal desencadeada por movimentos específicos. Várias tentativas de terapia já haviam sido vencidas. Após estudo do caso, optamos por iniciar terapia com toxina botulínica tipo A no 1/3 superior da face e preenchimento mentoniano à esquerda. O alívio da dor foi imediato, após cada conjunto de injeções de toxina botulínica. Quanto à discinesia men-toniana, após preenchimento apresentou melhoria considerável, após os procedimentos a paciente apresentou grau de satisfação adequado. Paciente em discussão com a neurologia e medicina da dor para um possível caso de esclerose múltipla.Discussão: As síndromes de dor facial têm manifestação heterogê-nea e necessitam de diagnóstico e tratamento individual. São fre-quentemente causadas por esclerose múltipla, blefaroespasmo, es-pasmo hemifacial, síndrome de Meige, hiperatividade mastigatória, disfunção temporomandibular, briquismo, neuralgia do trigêmeo, cefaleia tensional ou enxaqueca. Tipos de neuralgia trigeminal 1 e 2 referem-se a pacientes com o início espontâneo de dor facial e ou dor episódica ou constante predominante, respectivamente, e os resultados de neuralgia trigeminal sintomáticos de esclerose múlti-pla ainda não são totalmente esclarecidos. A última categoria, dor facial atípica, é sinônimo de dor facial secundária a uma desordem de dor somatoforme, não diagnosticada apenas pela história, mas por testes psicológicos detalhados e objetivos.Considerações finais: A causa mais provável de neuralgia trigemi-nal por esclerose múltipla está relacionada a uma placa pontina da-nificada em seus aferentes primários. Porém, em alguns pacientes, um contato neurovascular pode atuar como um mecanismo concor-dante. Outros distúrbios neurosensoriais, que levam a dor contí-nua e disestesia, podem surgir de danos aos neurônios de segunda ordem no complexo trigeminal espinhal. Concluímos que a toxina botulínica tipo A pode ser uma terapia segura e eficaz para certas formas de síndrome de dor facial.

Área Temática: Outras (Exemplos: Responsabilidade Civil, Medicina do Trabalho, Medicina Comportamental, Gerenciamento, Treinamento e Ensino etc)

P-131 PROCESSO DE APRENDIZADO EM OTORRINOLARINGOLOGIA ENTRE OS ALUNOS DO 5° E 6° ANOS DE MEDICINA DE 2012 A 2014 DA UNIVERSIDADE UNIDERP DE CAMPO GRANDE-MSAlexandre de Souza Cury, Mayara Figueiredo, Thais dos Reis, Guilherme Alves de Oliveira, Diego Amorim Nantes, Deborah Lemes Nogueira, Larissa P. Ramos, Fernanda Nicoli Broch

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Objetivos: Analisar o conhecimento entre acadêmicos do 5º e 6º anos de medicina da UNIDERP sobre otorrinolaringologia, observar falhas no processo de aprendizagem e inferir que houve correção das falhas.Método: Estudo observacional transversal feito na Universidade UNIDERP, Campo Grande-MS (Brasil), com aprovação do Comitê de Ética, por meio de questionários aplicados aos alunos de medicina.Resultados: Observamos que há uma dificuldade de reconhecer as estruturas anatômicas em ambas as turmas. Entretanto, nota-se me-

lhoria no reconhecimento no 6º ano. Ha uma dificuldade para fazer a prescrição médica principalmente nas prescrições infantis, mas nota-se melhoria no 6º ano. Os alunos são enfáticos na necessidade de ter um amplo e bom conhecimento em semiologia otorrinolaringológica para uma condução adequada e consequentemente fazer um trata-mento adequado, a otoscopia é o exame mais difícil de fazer.Discussão: Embora percebam-se falhas no conhecimento das par-tes anatômicas, o que pode ser associado a grande dificuldade em semiologia, houve nítida melhoria nos conhecimentos apresentados entre o 5º e o 6º sexto, que provavelmente deve-se ao uso de exa-mes por meio da videoendoscopia. Nota-se a necessidade de novos artifícios de aprendizagem para que sejam sanadas as dificuldades.Conclusão: Diante dos resultados apresentados evidencia-se o dé-ficit no aprendizado otorrinolaringológico durante a graduação mé-dica, os ambulatórios de otorrinolaringologia do 5º e 6º ano são um meio de buscar a resolução dessa dificuldade. É necessária uma abordagem mais enfática, profunda e prática na semiologia otor-rinolaringológica.

Área Temática: Ciências Básicas e Estudos Translacionais

P-132 ANÁLISE DO CONHECIMENTO TEÓRICO EM OTORRINOLARINGOLOGIA ENTRE OS ALUNOS DO 5° E 6° ANOS DE MEDICINA DE 2014 DA UNIVERSIDADE UNIDERP DE CAMPO GRANDE-MSAlexandre de Souza Cury, Carlos Henrique Simoes Matheus, Mayara Figueiredo, Thais dos Reis, Diego Amorim Nantes, Guilherme Alves de Oliveira, Leticia Prado, Deborah Lemes Nogueira

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Objetivos: Avaliar o conhecimento entre acadêmicos do 5º e 6º anos de medicina da UNIDERP de 2014 sobre otorrinolaringologia para verificar falhas no processo de aprendizagem.Método: Estudo observacional transversal feito na Universidade UNIDERP, Campo Grande-MS (Brasil), com aprovação do Comitê de Ética, por meio de questionários aplicados aos alunos de Medicina.Resultados: Dos acadêmicos do 6º ano 94,12% identificaram úvula, enquanto 83,33% do 5º. O corneto médio foi a estrutura de menor acerto, 52,94% dos sextoanistas e 41,67% dos quintoanistas. As es-truturas corneto inferior, tonsila e cabo do martelo tiveram maior índice de acertos pelos quintoanistas comparados com os alunos do sexto ano. No item prescrição, os quintoanistas acertaram apenas o tratamento intramuscular para os adultos. Já entre os sextoanistas, a prescrição via oral e intramuscular em adultos teve o mesmo ín-dice de acertos (47,06%). Os temas com maior dificuldade de com-preensão para os acadêmicos do 5º ano são patologias da laringe (91,67%). Os itens semiologia, rinossinusites, patologias do ouvido e apneia do sono tiveram o mesmo índice de dificuldade (8,33%). Já entre os acadêmicos do 6º ano o item de maior dificuldade foi alte-rações dos sentidos (29,41%). Houve maior dificuldade na otoscopia (91,67% quintoanistas e 82,35% sextoanistas).Discussão: As lacunas foram a respeito do tratamento, semiologia e otoscopia. Isso demonstra que na pratica clínica pode haver pouco contato dos acadêmicos frente à especialidade.Conclusão: Percebe-se uma deficiência no processo de aprendizado frente à otorrinolaringologia que justificaria uma abordagem mais pratica com ênfase na anatomia correlacionada com a semiologia. É importante uma reformulação da grade curricular na graduação.

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S58 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-133 ANÁLISE DO CONHECIMENTO TEÓRICO EM OTORRINOLARINGOLOGIA ENTRE OS ALUNOS DO 5° E 6° ANOS DE MEDICINA DE 2012 DA UNIVERSIDADE UNIDERP DE CAMPO GRANDE-MSAlexandre de Souza Cury, Mayara Figueiredo, Guilherme Alves de Olivera, Larissa Plenamente Ramos, Thais dos Reis, Carlos Henrique Simoes Matheus, Elizabete Shizuoka M. Okemoto, Leticia Prado

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Objetivos: Analisar o conhecimento entre acadêmicos do quinto e sexto anos de medicina da UNIDERP sobre otorrinolaringologia e definir falhas no processo de aprendizagem. Método: Estudo observacional transversal feito na Universidade UNIDERP, Campo Grande-MS (Brasil), com aprovação do Comitê de Ética, por meio de questionários aplicados aos alunos de Me-dicina. Resultados: Resultados: Participaram 82 acadêmicos de medicina de 2012, sendo 59 do quinto ano e 23 do sexto. Dos acadêmicos do sexto ano 91,30% identificaram tonsilas e úvula, apenas 81,36% do quinto ano identificaram corretamente à úvula e 66,10% as tonsilas. Dos que conseguiram identificar o corneto médio, 23,73% eram do quinto e 56,52% do sexto ano. Nos acertos das prescrições para adultos temos 60,87% no sexto e 32,20% no quinto, para criança houve 16,95% VO (15,25% IM) de acertos no quinto ano e 39,13% VO (34,78% IM) no sexto ano. Dos acadêmicos do quinto ano, 22,03% apontaram o tratamento medicamentoso como a maior dificuldade enquanto 30,43% dos alunos do sexto ano afirmaram ter maior dificuldade na identificação anatômica. Ambos anos consideraram tratamento e semiologia como os assun-tos mais importantes. Discussão: Embora percebem-se falhas no conhecimento das par-tes anatômicas, o que pode ser associado a grande dificuldade em semiologia, houve nítida melhoria nos conhecimentos apresentados entre o quinto e sexto anos. Nota-se a necessidade de novos arti-fícios de aprendizagem para que sejam sanados desconhecimentos acerca de assuntos corriqueiros na prática médica. Conclusão: Diante dos resultados apresentados evidencia-se o déficit no aprendizado otorrinolaringológico durante a graduação médica, deflagrando assim a necessidade de uma abordagem mais enfática, profunda e prática na semiologia otorrinolaringológica.

Área Temática: Cirurgia de Cabeça e Pescoço

P-134 SEGURANÇA DA REALIZAÇÃO DE TIREOIDECTOMIA SEM USO DE DRENOSThaís Gomes Abrahão Elias, Dândara Bernardo Siqueira, Thereza Lemos de Oliveira Queiroga, Renato Colenci, Carlos Segundo Paiva Soares, Renata Mizusaki Iyomasa, Camila Sa de Melo Campos, Jose Vicente Tagliarini

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Objetivos: Avaliar a necessidade de uso de dreno após tireoidec-tomia.Método: Estudo intervencional, prospectivo e randomizado. Incluí-dos indivíduos submetidos à tireoidectomia parcial ou total entre 18 e 70 anos. Após remoção da peça cirúrgica e hemostasia, fazia-

se o sorteio do uso ou não do dreno. No dia segunite à cirurgia os pacientes foram submetidos a uma ultrassonografia cervical.Resultados: Foram feitas 25 cirurgias no grupo sem dreno e 25 no grupo com dreno. Com o auxílio da ultrassonografia, foi observa-da redução significativa entre o volume pré-operatório (volume da glândula tireoide antes da cirurgia) e o volume de fluido encontra-do no leito cirúrgico no pós-operatório nos dois grupos. O volume encontrado no pós-operatório do grupo com uso de dreno foi ainda menor do que no grupo sem dreno.Discussão: A indicação seletiva de drenagem pós-operatória pode ser empregada, reservada para os casos nos quais a cirurgia é mais extensa ou existe aumento da vascularização tireoidiana, tais como: bócio com extensão subesternal, bócio volumoso, neoplasia maligna tireoidiana e doença de Graves. O estudo mostrou pequeno acúmulo de líquido no leito cirúrgico no pós-operatório, o que exibe a segurança da cirurgia sem dreno. Embora o volume pós-operatório tenha sido menor no grupo com uso de dreno, essa diferença não foi importante. Por outro lado, como relatado por vários autores, o uso do dreno não impede a formação de hematoma.Conclusão: A tireoidectomia sem uso de dreno é segura. O dreno deve ser empregado nos casos mais complicados, nos quais existe maior possibilidade de sangramento pós-operatório.

P-135 OSTEOMIELITE CRÔNICA DE MANDÍBULA: UM DESAFIO TERAPÊUTICOGabrielle do Nascimento Holanda, Aline Colatino Ferreira, Goltemberg Feitosa de Freitas, Marcelo Abdon de Holanda Neto

Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande, PB, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 65 anos, com queixa de dor intensa em região mandibular associada à fistuli-zação e saída de secreção purulenta. O início dos sintomas se deu três meses após procedimento de implante dentário. O laudo do exame anatomopatológico apontou granuloma piogênico, en-quanto a tomografia computadorizada mostrou áreas de seques-tros ósseos compatíveis com osteomielite crônica de mandíbula. O paciente ainda apresentava antecedente de fixação prévia do corpo mandibular com placa e parafuso pós-acidente automo-bilístico havia cinco anos. Também fazia uso de álcool e drogas ilícitas e era portador de diabetes melito e síndrome parkinsonia-na. Durante reabordagem cirúrgica, fizeram-se desbridamento e remoção dos implantes dentários e do sistema de fixação rígido. O corpo mandibular foi reconstruído com polimetilmetacrilato e iniciou-se antibioticoterapia de longo prazo com ciprofloxacino + clindamicina. A resposta foi satisfatória ao tratamento, com re-missão completa de sintomas e posterior reabilitação oral com prótese dentária.Discussão: A osteomielite consiste em uma doença inflama-tória e infecciosa que acomete os ossos em níveis medulares. A osteomielite crônica de mandíbula tanto pode ser causada por uma infecção odontogênica como pode advir de processos hematogêni-cos com focos infecciosos à distância. No caso apresentado, apesar de o paciente ter sido vítima de trauma prévio e ter sido submetido a tratamento cirúrgico, a possível causa do quadro de osteomielite crônica decorreu da manipulação odontológica para colocação de implantes dentários associada a uma debilidade pelo uso prolonga-do de substâncias ilícitas e pelo diabetes.Considerações finais: De acordo com o caso relatado, constatou-se que o etilismo e o uso de drogas ilícitas associados a comorbidades como o diabetes configuram um quadro de imunossupressão e pro-piciam o surgimento de complicações como a osteomielite crônica de mandíbula, na qual apenas a antibioticoterapia isolada apre-senta limitações terapêuticas. É necessário o tratamento cirúrgico associado para que haja completa resolução do caso.

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Page 14: Medicina do Sonoprocurar o médico é a odinofagia, disfagia e dispneia quando o tu-mor é grande. O uso abusivo de álcool relatado pelo paciente é re-levante no diagnóstico inicial

46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S59

P-137 ASYMPTOMATIC CERVICAL MATURE TERATOMA MIMICKING A SUBSTERNAL GOITER OF THYROID GLAND: TEENAGER PATIENTRoger Lanes Silveira, Flávio Sirihal Werkema, Fábio Cunha Peixoto Ladeira, Natanael Alves de Souza

Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil

Introdução: Teratomas cervicais são neoplasias raras, principal-mente quando não apresentam sintomatologia associada. O au-mento cervical pode ser diagnosticado no período pré-natal e mais comumente logo após o nascimento ou na infância e, a depender do tamanho e da topografia, podem gerar angústia respiratória, entre outras complicações.Objetivo: Relatar o caso de um teratoma cervical maduro diagnos-ticado em um adolescente e discutir por meio de revisão de lite-ratura os achados atuais no tocante ao diagnóstico e à terapêutica dessa neoplasia.Relato de caso: Paciente de 14 anos, apresentava aumento de volume cervical anterior havia cerca de seis meses, sem sintomas associados. Ao exame apresentava tumoração em topografia de glândula tireoide. US cervical evidenciou imagem nodular em lobo esquerdo da tireoide, com áreas císticas, limites bem definidos e bordas regulares, media 4,34 × 3,37 × 4,13 cm. À tomografia, pre-sença aparente de bócio tireoidiano à esquerda, com extensão para região mediastinal. Proposta cirurgia para ressecção da lesão, com previsão de tireoidectomia total. Incisão cervical seguida de dissec-ção por planos até a identificação de lesão sem aspecto macroscó-pico de tecido tireoidiano. Durante a dissecção, evidenciado plano de clivagem com diferenciação de lesão em relação ao tecido ti-reoidiano. Após a remoção da lesão, de consistência sólida/cística, observou-se a tireoide rechaçada e íntegra. No anatomopatológico evidenciado teratoma cístico maduro.Considerações finais: O teratoma é um achado raro na prática do cirurgião de cabeça e pescoço. Normalmente é diagnosticado ao nascimento ou durante a gestação, é rara sua apresentação em adolescentes. Raramente evoluem de maneira assintomática. São tumores benignos, com rara evolução para malignização. Não existe forma de prevenção, por se tratar de anomalia congênita. O trata-mento definitivo é sempre cirúrgico.

P-138 HEMANGIOMA CAVERNOSO INTRAÓSSEO PARANASAL: RELATO DE CASOLucas Carneiro Nascimento Pereira, Amanda Ribeiro Alves, Jonas de Souza Finco, Carolina Maria Nascimento Dias, Stéfane Mariano Rêgo Crispim, Diderot Rodrigues Parreira

Centro de Ensino Unificado de Brasília (UniCEUB), Asa Norte, DF, Brasil

Apresentação do caso: NHP, 68 anos, casada, dona de casa, apre-sentou-se à consulta de cirurgia craniofacial para eliminar assime-tria em região paranasal esquerda. A paciente relatou o crescimen-to gradual de uma massa no local, indolor na maior parte do tempo, com evolução de oito anos, acarretava principalmente prejuízo estético, além de comprometimento da passagem de ar. Foi feita tomografia 3D para avaliação da extensão e das possibilidades cirúr-gicas. Orientada acerca dos cuidados pré e pós-operatórios, a pa-ciente optou por fazer a intervenção cirúrgica. O material excisado foi enviado ao laboratório de histopatologia para caracterização microscópica e para diagnóstico anatomopatológico. As caracterís-ticas descritas na biópsia foram compatíveis com o diagnóstico de hemangioma cavernoso intraósseo.Discussão: O objetivo do presente trabalho foi relatar a aborda-gem cirúrgica de um caso de hemangioma cavernoso intra-ósseo paranasal. Hemangiomas são neoformações vasculares benignas

que apresentam crescimento lento e são classificados em capilares e cavernosos. O cavernoso se diferencia por formar trombos nos espaços vasculares, que podem se calcificar e originar flebólitos na tomografia computadorizada. A presença desses achados pode auxiliar no diagnóstico, pois os sinais radiológicos não são patog-nomônicos. O quadro clínico depende da localização e do tamanho do hemangioma. As características clínicas principais são epista-xe crônica e obstrução nasal. O crescimento gradual pode causar desvio de septo, compressão de estruturas orbitárias e mudanças pós-obstrutivas. O tratamento de escolha é excisão cirúrgica com-pleta com a eletrocauterização da base da lesão para diminuir a incidência de recidiva.Considerações finais: Os tumores benignos intraósseos paranasais não são frequentes na rotina de atendimento do otorrinolaringolo-gista, apesar de apresentar considerável morbidade. O tratamento do hemangioma cavernoso é cirúrgico, principalmente devido à sua tendência de comprimir estruturas adjacentes à medida que se pro-lifera. É necessário avaliar e escolher a abordagem cirúrgica mais adequada para se obter êxito.

P-139 CARCINOMA BASOCELULAR METASTÁTICO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAPaola Piva de Freitas, César Galusni Senna, Mayara Tabai, Aline Verçosa, Albina Altemani, Carlos Takahiro Chone, Camila Mosci

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente masculino, 58 anos, com CBC em região de sulco nasogeniano esquerdo havia 17 anos, relatou três exéreses prévias com recidiva local. Apresentava lesão ulceroin-filtrativa de 2,5 cm x 2 cm. Anatomopatológico da última abor-dagem constatou margem profunda comprometida e tomografia computadoriza infiltração até periósteo. Feita exérese da lesão, anatomopatológico confirmou CBC esclerosante, com margem comprometida. Devido a isso, submeteu-se à radioterapia. Sete meses após a cirurgia apresentou massa submandibular esquerda. Pet-Scan com hipercaptação cervical nível I à esquerda e corpo vertebral de L5. Feita exérese da lesão cervical. Anatomopato-lógico constatou CBC esclerosante que comprometia a glândula submandibular. Biópsia da lesão lombar compatível com metás-tase óssea. Recentemente evoluiu com recidiva local em feridas operatórias facial e cervical. Sem proposta cirúrgica, segue em quimioterapia com paclitaxel e carboplatina, 21 meses após o diagnóstico da primeira metástase.Discussão: O carcinoma basocelular é a malignidade mais frequente em brancos. Apesar da elevada prevalência, a ocorrência de metás-tases é extrematemente rara, com taxas de incidência de 0,0028% a 0,55%. O primeiro caso foi relatado por Beadles em 1894. Desde então, apenas 385 casos foram descritos. As metástases ocorrem por via linfática ou hematogênica, os locais mais frequentes são linfonodos, ossos, pulmão e fígado. O intervalo médio entre o sur-gimento do tumor e a identificação das metástases é de nove anos. São fatores de risco radioterapia prévia, recorrência local, invasão perineural, imunossupressão e tamanho do tumor primário. As va-riantes histológicas mais frequentes são esclerosante, infiltrativo, micronodular e basoescamoso/metatípico. Apesar das novas opções de tratamento recentemente desenvolvidas, o prognóstico para a doença metastática continua a ser pobre.Considerações finais: O CBC é uma entidade bastante comum e a presença de metástases, apesar de infrequente, deve ser aven-tada devido à grande morbidade e mortalidade dessa ocorrência. Este caso mostra a importância do diagnóstico e da intervenção precoce em CBC como melhor forma de evitar desfechos desfa-voráveis.

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S60 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-140 EAGLE SYNDROMEEron Mosciati, Igor Guerra Guimaraes, Francisco de Assis Maia Junior, Camila Nogueira Merlo, Lorena Guimaraes Mesquita;

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brazil

Case report: We present a rare but important differential diagnosis, its evaluation and treatment. A 34-year-old female patient with a chief complaint of dysphagia for 5 years, no medical or surgical history of interest; the examination of oral cavity, pharygolarynx and neck was completely normal. A three-dimensional computed tomography (CT) of the neck showed a stretch of bilateral styloid process, characterizing the syndrome. The patient underwent surgery via external approach; the styloid process was fractured at its base and retreat. Discussion: Eagle‘s syndrome, first described by Watt Eagle in 1937, is defined as a cranial facial pain due to elongation of the styloid process or calcified stylohyoid ligaments. It usually affects women aged 30 to 50 years; the clinical manifestation consists of recurring throat and neck pain exacerbated by swallowing. Otalgia, dysphagia, and foreign body sensation often present and are secondary to an elongated styloid process impinging on the carotid plexus or cranial nerve IX. Final considerations: Eagle’s syndrome is a rare condition of unknown etiology. It can be congenital, acquired or idiopathic. Chronic pain of the head and neck is common, and the origin of this pain can vary greatly. 3D-CT was the radiologic investigation of choice; an imaging evaluation, associated with a careful clinical examination, is mandatory to structure a correct differential diagnosis and to establish a proper therapeutic protocol. Treatment can include non-steroidal anti-inflammatory drugs, steroids and applications of anesthetic in the tonsillar fossa. The surgery can be for intra- or extraoral approach, removing the styloid process.

P-141 ABSCESSO CERVICAL E MEDIASTINITE — COMPLICAÇÕES DE UMA FARINGOAMIGDALITE: RELATO DE CASODayane Silvestre Botini, Douglas Francisco de Carvalho Rodrigues, Susan Michele Silvestre Lorenzato

Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (IMEPAC), Araguari, MG, Brasil

Apresentação do caso: VGH, masculino, 24 anos, previamente hígi-do, admitido com história de cinco dias de odinofagia, evoluiu com abscesso periamigdaliano e trismo, durante internação em serviço externo. Tratado anteriormente com antibioticoterapia de amplo espectro, sem melhoria do quadro, foi então encaminhado ao hos-pital de referência da região. À entrada, apresentava-se estável hemodinamicamente, eupneico, com intensa hiperemia e edema em região mandibular e cervical esquerda. Oroscopia fora impos-sibilitada devido a trismo acentuado. Exames complementares evi-denciaram leucocitose com desvio à esquerda, coleção em pilares amigdalianos com extensão para espaços para e retrofaríngeo, as-sim como em mediastino, estendia-se até a transição tóraco-abdo-minal. Confirmado o diagnóstico de abscesso cervical e mediasti-nite, optou-se por intervenção cirúrgica de urgência. A drenagem dos abscessos e das cavidades infectadas foi feita em dois tempos, inicialmente com abordagem cervical, seguida de torácica. Após 24 dias de internação, paciente recebeu alta em bom estado geral, em processo de decanulacão da traqueostomia, feita inicialmente para proteção de vias aéreas.Discussão: As infecções de vias aéreas superiores têm alta inci-dência, principalmente em crianças e adultos jovens. Embora, na maior parte das vezes, sejam infecções leves e autolimitadas, po-dem complicar com quadros supurativos potencialmente fatais. O

acometimento de planos profundos, como os abscessos periamig-dalianos e cervicais e a mediastinite, é acompanhado, geralmente, por sinais de alarme: toxemia, edema cervical e de vias aéreas, trismo e obstrução respiratória. Tal apresentação deve ser reco-nhecida e merece pronto diagnóstico e tratamento — drenagem e antibioticoterapia com cobertura para gram positivos e anaeróbios.Considerações finais: O diagnóstico e a intervenção precoces redu-zem significativamente o índice de morbimortalidade das complica-ções supurativas das faringoamigdalites. Desse modo, é de grande importância para todo médico o seu conhecimento, assim como uma investigação e um tratamento apurados durante sua abordagem.

P-142 CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE DE PALATO DURO: RELATO DE CASOThamiris Cristina Santos Lopes, Gabriela Oliveira Monteiro, Natashi Nizzo, Luiza fe Souza Mello, Sara Costa Gomes, Wallace Nascimento de Souza, Guilherme Duque Silva

Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: IHPS, sexo masculino, 11 anos, relatou apa-recimento havia dois meses de lesão em região de palato duro à di-reita. Foi consultado por cirurgião dentista que solicitou tomografia computadorizada de cavidade oral, que não evidenciou alterações. Ao exame clínico observava-se lesão em palato duro, exofítica, base séssil, superfície preservada, coloração azulada, consistência flácida, tamanho aproximado: 2,5 cm. Paciente relatou ser assintomático. Foi encaminhado então para o cirurgião bucomaxilofacial, que fez biópsia excisional, a qual demonstrou carcinoma mucoepidermoide de baixo grau de palato duro, com margens comprometidas. O paciente foi en-caminhado ao serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço para avaliação e conduta. Foi feita ampliação de margens com ressecção da região acometida até o periósteo com biópsia de congelação e com posterior confirmação de margens livres. O paciente encontra-se em pós-ope-ratório recente, com boa evolução até o momento.Discussão: O carcinoma mucoepidermoide é a neoplasia maligna de glândulas salivares mais comum, pode ocorrer tanto em glândulas salivares maiores quanto menores. Quando acomete as maiores, é mais comum em parótida; em menores, o palato é o local de maior incidência. Há discreta predileção pelo sexo feminino e incidência maior entre a segunda e a oitava décadas de vida. Tem uma capa-cidade de ser infiltrativo e de produzir metástases a distância com porcentagem menor de 5%. Seu tratamento é cirúrgico, recomenda-se a excisão da lesão com margem de segurança.Considerações finais: A possibilidade do diagnóstico de carcinoma mucoepidermoide deve ser lembrada sempre que houver lesões com crescimento progressivo em região de palato, mesmo em pa-cientes jovens, devido à sua ampla variação de faixa etária acome-tida. Portanto, deve-se levar em consideração, em caso de se optar por biópsia excisional, a garantia de margem de segurança, o que, nesse tipo histológico, na maioria das vezes seria suficiente para tratamento curativo.

P-143 CORPO ESTRANHO MIGRATÓRIO: EXTERIORIZAÇÃO CERVICAL DE ESPINHA DE PEIXE INGERIDOAdriana Torres da Silva, Mariana Gomes Siqueira, Loyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, Alessandra Pereira dos Santos, Aline Togeiro Ferreira, Gabriel Rabelo Guimarães, Cheng T-Ping

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente masculino, 43 anos, procurou atendimento com odinofagia e cervicalgia direita. Relatava ter co-

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S61

mido peixe havia 12 dias e que poderia ter ingerido espinha: não procurou atendimento e evoluiu com pioria. Exame físico: orofa-ringoscopia e videolaringoscopia normais. Pescoço: edema e hipe-remia, posterior ao músculo esternocleidomastóideo, com ponto de flutuação central. Tomografia computadorizada (TC) cervical: imagem sugestiva de corpo estranho (CE) e possível fleimāo/abs-cesso adjacente, sem transfixação de estruturas neurovasculares. Foi indicada observação e clindamicina venosa. Evoluiu com exte-riorização do CE após cinco dias de observação, na área V cervical: foi retirado com pinça baioneta, sem complicações, e era espinha de peixe. Recebeu alta com clindamicina oral.Discussão: A suspeita de CE corresponde a 5-11% dos casos nos pronto-atendimentos otorrinolaringológicos. Desses, 8,9% são oro-faringolaríngeos. Há relatos de CE ingeridos impactados na via aerodigestiva alta, mas poucos relatam perfuração esofageana e um número menor a migração extraluminal. Para esses foi intro-duzido o termo “corpo estranho migratório”. Quando há suspeita de ingestão de CE, a cavidade oral, a faringolaringe, o pescoço e mesmo o esôfago devem ser cuidadosamente avaliados. Se locali-zado, pode ser retirado por visão direta, videofaringolaringoscopia ou endoscopia digestiva, ambulatorialmente ou no bloco cirúrgico. Mesmo em condições ideais, o CE pode não ser identificado. Quan-do não identificado, pode causar complicações, como abscessos, que devem ser precocemente tratados. Raramente pode migrar e ser expulso. Essa situação deve ser acompanhada, pois, durante a migração, pode ocorrer perfuração ou lesão de estruturas neuro-vasculares cervicais.Considerações finais: Pacientes com suspeita de CE faringolarín-geo não detectados devem ser orientados e acompanhados. Se os sintomas persistirem ou piorarem, outros exames, como a TC, são necessários. Esse acompanhamento é fundamental para a detecção e o tratamento precoces das complicações.

P-144 CORDOMA DE COLUNA CERVICAL: RELATO DE CASOUlisses Meireles Filgueiras Filho, Aline Saraiva Martins, Anna Caroline Rodrigues de Souza Matos, Clara Mota Randal Pompeu, Sandro Barros Coelho, Viviane Carvalho da Silva, André Alencar Araripe Nunes

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente masculino de 70 anos, sem comor-bidades, apresentava quadro progressivo havia 18 meses de disfagia de transmissão, roncos noturnos, dor cervical posterior, evoluiu com perda de peso, voz hiponasal, obstrução nasal bilateral e episódios de sufocação noturna. Não apresentava febre, epistaxe ou outras queixas. Ao exame otorrinolaringológico: volumoso abaulamento na parede posterior da hipofaringe, exame nasal e otológico sem alterações, ausência de adenomegalia cervical. Exame neurológico revelou: Glasgow = 15, força muscular preservada, sinal de Hoffman presente à esquerda. RNM de coluna cervical evidenciou volumosa lesão expansiva de aspecto neoplásico com aparente origem óssea no corpo vertebral de C4, que determinava fratura patológica des-se, que acometia por continuidade os corpos vertebrais de C3 e C5. Exibia padrão de crescimento pré-vertebral, ocasionava acentuado abaulamento de hipofaringe, com extensão posterior, estenose do canal vertebral e compressão medular. Sorologias feitas para hepa-tite B, C e HIV não reagentes. A biópsia incisional com congelação via hipofaringe sugeriu cordoma ou condrossarcoma, a primeira hi-pótese foi confirmada pela imuno-histoquímica. Discutido caso de forma multidisciplinar com radiologistas, otorrinolaringologistas e oncologistas, que optaram por cuidados paliativos devido à loca-lização e à extensão tumoral, foi feita traqueostomia preventiva.Discussão: Cordoma é um tumor raro proveniente de resquícios da notocorda. Tem incidência de cerca de 0,1 caso por 100.000 habi-tantes; 10% dos cordomas acometem região cervical. São sintomas

comuns dor neural progressiva e cefaleia. Quando atinge o espaço parafaríngeo, abaulamento faríngeo pode ser visualizado. O diag-nóstico deve ser feito por histopatológico e imuno-histoquímica, para descartar outros tumores mesenquimais, como o condrossar-coma. Pode recidivar e malignizar. O tratamento é eminentemente cirúrgico. Para tumores irressecáveis pode-se fazer radioterapia.Considerações finais: No caso descrito, o tumor se apresentou em região irressecável e sem possibilidade de intervenção radioterápi-ca pelo risco de grande morbidade. Optou-se, portanto, por trata-mento paliativo.

P-145 CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS COM METÁSTASE EM GLÂNDULAS SALIVARES MENORES: RELATO DE CASOLudmilla Emília Martins Costa, Rafael Freire de Castro, Carlos Neutzling Lehn, Paula Santos Silva Fonseca, Fernanda Alves Guimarães, Daniel Cesar Silva Lins, José Sérgio do Amaral Mello Neto

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: JWPS, 60 anos, masculino, hipertenso e ex-tabagista (25 maços-ano, cessou havia 20 anos), referia surgi-mento de lesão em palato duro e massa cervical havia 10 anos. Assintomático. Referia ainda história de carcinoma de células cla-ras renal direito havia 20 anos, tinha feito nefrectomia direita, sem necessidade de tratamento complementar na ocasião. Como antecedente familiar tinha um irmão com câncer de intestino. Ao exame físico apresentava lesão pedunculada de 2 cm em palato duro e massa cervical fixa, indolor, de 5 cm de diâmetro em re-gião cervical direita nível IB, além de múltiplas lesões nodulares em couro cabeludo e braço. O paciente apresentava ainda metás-tases pulmonares, em rim esquerdo, em linfonodos submandibular e supraclavicular e no sistema nervoso central. A punção aspirativa por agulha final da massa cervical demonstrou células epitelioides atípicas. O anatomopatológico da lesão em palato duro evidenciou carcinoma de glândulas salivares menores com componente de tipo células claras, de baixo grau, com extensa ulceração e proliferação de tecido de granulação. O paciente está em tratamento quimio e radioterápico paliativo.Discussão: O adenocarcinoma do rim é a terceira neoplasia mais comum do trato geniturinário, o de células claras é o principal. Dos tumores de glândulas salivares menores, o palato é o sítio mais comum, o carcinoma adenoide cístico é o tumor maligno mais frequente. Tumores renais são altamente angioinvasivos e tendem a determinar metástases com padrão de localização im-previsível, em geral distante do tumor primário. Os principais sí-tios de metástases de carcinoma renal são pulmões, ossos, pele, fígado e cérebro, existem poucos relatos de metástase para glân-dulas salivares menores.Considerações finais: Apesar de pouco comum, metástase de ade-nocarcinoma renal deve ser considerada no diagnóstico diferencial das lesões em glândulas salivares menores, além dos outros tumo-res benignos e malignos das glândulas salivares. Os exames histoló-gicos e imuno-histoquímicos são essenciais para o diagnóstico.

P-146 CARCINOMA PAPILÍFERO PRIMÁRIO DE CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO: RELATO DE CASOGabriel Zorron Cavalcanti, Antonio Fernando Salaroli, Sulene Pirana, Daniela Leme Araújo, Fabiana Caldini Pissini, Marcela Oliveira

Hospital Universitário São Francisco de Assis (HUSF), Bragança Paulista, SP, Brasil

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S62 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Apresentação do caso: Paciente feminina, 28 anos, abaulamento cervical, crescimento em 10 anos. Evidenciada formação expan-siva complexa, em região cervical anterior paramediana direita, infra-hióidea, com áreas císticas multisseptadas e pequena área nodular sólida com calcificações. Hipótese diagnóstica de cisto do ducto tireoglosso (CDTG) com tecido tireoidiano ectópico. Patolo-gia confirmou CDTG com tecido tireoidiano intracístico com atipias de núcleos celulares. Tecido tireoidiano sem alterações neoplásicas na borda externa do cisto. Confirmado o diagnóstico de carcinoma papilífero de tireoide de dentro do CDTG. Indicou-se a tireoidecto-mia total. Ausência de neoplasia no tecido tireoidiano normal. Feito o diagnóstico de carcinoma primário de CDTG.Discussão: Tireoide se desenvolve no dorso da língua e se invagina em torno da quinta semana. Migra em íntima relação com o osso hioide. O trato da migração normalmente atrofia. O CDTG pode ocorrer se qualquer epitélio viável persistir. O CDTG corresponde a 70% de todas as lesões congênitas do pescoço. São massas cervicais medianas localizadas pouco acima ou abaixo do hioide. Raramente o CDTG pode conter malignidade. A ocorrência do carcinoma do CDTC (CaCDTG) é estimada em 1% a 3,52%. Tipo mais comum é o carcinoma papilífero de tireoide. Teoria do novo sustenta o desen-volvimento do tumor de uma tiroide ectópica na parede do ducto; e a teoria metastática que o carcinoma se origina de uma lesão primária oculta da tireoide. Três critérios obrigatórios para o diag-nóstico de carcinoma primário de um CDTG: carcinoma na parede do CDTG, tecido normal da tireoide adjacente ao tumor e glândula tireoide clinicamente normal, sem evidência de carcinoma tireoi-diano primário. Nosso caso cumpre todos.Considerações finais: O manejo do CACDTG ainda é controverso. Este artigo traz o raro caso de CaCDTG, visa a reforçar a importân-cia de se fazer um estudo anatomopatológico dos CDTG e traz à dis-cussão a necessidade de se diferenciar os carcinomas metastáticos do CDTG daqueles primários.

P-147 DISPLASIA FIBROSA MONOSTÓTICA MAXILAR — INTERVENÇÃO CIRÚRGICA PRÉ-PUBERALValéria Barcelos Daher, Alda Linhares de Freitas Borges, Ana Paula Valeriano Rêgo, André Valadares Siqueira, Leandro Castro Velasco, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do gênero feminino, oito anos, com abaulamento na região direita da face e assimetria da arcada dentária. A tomografia computadorizada dos seios da face demons-trou lesão compatível com displasia fibrosa monostótica da região da maxila direita. Foi submetida a dois procedimentos cirúrgicos, ambos para confecção de uma cavidade na topografia do seio ma-xilar à direita na tentativa de evitar o crescimento da lesão em direção a órbita. Atualmente, paciente em acompanhamento sem progressão do quadro de compressão/infiltração da órbita.Discussão: A displasia fibrosa é uma alteração benigna do grupo das lesões displásicas, do mesênquima ósseo, que tem seu processo de maturação estacionado no estágio fibroso do desenvolvimento esqueletogênico. O tipo monostótico consiste no acometimento de apenas um dos ossos da face, essa é a forma mais frequente e menos severa. A maxila é o osso facial mais afetado. A displasia fi-brosa dos maxilares tem seu crescimento estacionado ou diminuído após o início da puberdade. Logo, nas lesões pequenas, fazem-se apenas biópsia de confirmação e acompanhamento periódico. Nas lesões grandes, com deformidade estética ou funcional, pode-se instituir tratamento cirúrgico pela feitura de plastia óssea, após a estabilização do seu crescimento. O tratamento da deformidade geralmente resume-se a uma cirurgia remodeladora (osteoplastia

ou ostectomia corretiva) após a autolimitação da lesão entre os 23 e 30 anos. Apesar de a literatura descrever que o risco de cresci-mento da lesão muitas vezes é iminente quando submetemos o pa-ciente a um procedimento cirúrgico na fase pré-puberal, neste caso optou-se por intervenção cirúrgica pré-puberal devido à localização da lesão e ao risco de infiltração da órbita.Considerações finais: Critérios que venham facilitar o procedi-mento cirúrgico ainda não foram estabelecidos. Cada caso deve ser analisado de forma individual, observam-se presença e intensidade dos sintomas, localização do tumor e idade. Neste caso, a opção cirúrgica se mostrou benéfica.

P-148 LINFOMA NÃO HODGKIN COM ENVOLVIMENTO DE TONSILA PALATINAAna Cecília Alves Carvalho, Carolina Gambetta Coelho Paim, Maria Isabela Alves Ramos, Carolina de Castro Santos Rodrigues, Sophia Cerceau Pinto Coelho

Universidade Severino Sombra (USS), Maricá, RJ, Brasil

Apresentação do caso: MAS, 79 anos, apresentava lesão ulcerosa em orofaringe à esquerda. Ao exame visualiza-se lesão localizada em loja amigdaliana à esquerda, de aspecto infiltrativo, ulceroso, sangrante, com fundo necrótico. Havia três meses, apresentara no-dulação endurecida em região cervical associada a quadro álgico local e disfagia. Pesquisa de Leishmania de fragmento de orofaringe obteve resultado positivo. Entretanto, a biópsia e a imuno-histoquí-mica evidenciaram quadro morfológico e perfil histoquímico com-patíveis com linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B tipo centro germinativo.Discussão: Os linfomas não Hodgkin (LNH) acometem sítios extra-nodais em 25-30% dos casos, desses 10-30% acometem cabeça e pescoço. Dos LNH em cabeça e pescoço, 60-70% estão presentes no anel de Waldeyer e desse grupo algumas séries relatam que 80% en-contram-se na tonsila palatina. Na cavidade oral representam cerca de 2% de todos os linfomas não Hodgkin. Não apresentam predile-ção por sexo, acometem em sua maioria pacientes entre a quarta e oitava décadas de vida. Adultos com queixa de dor e ulceração em tonsilas palatina, ao se aventar a possibilidade de neoplasia, têm como diagnóstico mais comum o carcinoma de células escamosas. Entretanto, diagnósticos diferenciais com as doenças granulomato-sas, como leishmaniose e histoplasmose, devem ser investigados, devido à elevada incidência. Portanto, o diagnóstico só pode ser confirmado com exame histopatológico cuidadoso.Considerações finais: Lesões amigdalianas de aspecto ulceroso de-vem ser avaliadas cuidadosamente, pois apresentam aspectos clíni-cos inespecíficos. O diagnóstico dos linfomas orais pode ser compli-cado pelo baixo índice de suspeita clínica. Diante dessa condição, é indicada a biópsia incisional, a área de escolha deve ser criteriosa, para que não ocorram erros diagnósticos. A melhor opção de análise diagnóstica é o exame imuno-histoquímico da lesão, que distingue as condições benignas das malignas e oferece uma rigorosa subclas-sificação dos tipos de linfoma.

P-149 DOENÇA DE ROSAI-DORFMAN. IMPORTÂNCIA DA IMUNO-HISTOQUÍMICA EM SUA CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA: RELATO DE CASOFabiano Amaral Rodrigues dos Santos, Anderson Santos Botti, Mario Pinheiro Esposito, Dercio Alvares Junior, Felipe Politano Lange, Rafael Fitipaldi

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

Apresentação do caso: Paciente feminino, 15 anos, deu entrada no PA do HO com queixa de aumento progressivo do volume de

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região cervical e inguinal bilateral havia três meses, com episódios febris e mal-estar. À palpação presença de massa cervical à direita, endurecida, fixa e indolor, ocupava os níveis II, III e IV. Aventada a hipótese de linfoma, foram solicitados hemograma, exames soro-lógicos e bióspia incisional. Hemograma com leucopenia, toxoplas-mose e citomegalovírus com IgG +/ IgM -, PPD/HIV/VDRL negativos, anti-Hbs positivo. Ao anatomopatológico, foi sugerida doença de Rosai-Dorfman, porém sem critérios para excluir o diagnóstico de linfoma. Foi solicitado exame imuno-histoquímico, com positivida-de para as proteínas S-100 e CD 68 nos histiócitos danificados, o que confirmou a DRD. Foram iniciados prednisolona oral 40 mg/dia e acompanhamento. Apresentou boa resposta com regressão parcial das massas inguinais e cervical.Discussão: A DRD ou histiocitose sinusal com linfadenopatia maciça é uma rara condição linfoproliferativa, mais prevalente em jovens, de curso benigno e regressão espontânea. Caracteriza-se clinica-mente por linfadenopatia cervical maciça, comumente bilateral, volumosa e indolor, por vezes envolve outros grupos linfonodais, pode estar relacionada com febre, leucocitose com neutrofilia, VHS aumentada e hipergamaglobulinemia. Histologicamente, os linfo-nodos comprometidos se apresentam com fibrose pericapsular, di-latações sinusoidais, presença de numerosos histiócitos nos sinusoi-des linfonodais e ocasionalmente penetração ativa de linfócitos no citoplasma histiócitos. Caracteristicamente, à imuno-histoquímica, as lesões histiocíticas são positivas para CD68 e S100. O tratamento está indicado em casos de emergência respiratória ou envolvimento do SNC. A corticoterapia e o controle têm sido a opção inicial, po-rém outras estratégias, como ressecção linfonodal, radioterapia e quimioterápicos, podem ser usadas.Considerações finais: Apesar de ser uma entidade rara, é importante incluir a DRD no diagnóstico diferencial de massas cervicais; a asso-ciação entre os achados anatomopatológicos e imuno-histoquímicos é essencial para a confirmação diagnóstica da doença.

P-150 CARCINOMA DE CÉLULAS ACINARES: RELATO DE CASOPaulo Tinoco, Pilar Campos Saavedra, Lucas Zarro, Marina Bandoli de Oliveira Tinoco, Thaís Dias da Fonseca, Diogo Araújo Silveira

Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu, RJ, Brasil

Apresentação do caso: ADN, 58 anos, branco, apresentava tumo-ração em região pré-auricular e região parotídea havia dois meses. Evoluiu com discreta paralisia facial periférica ipsilateral, o que demandou a necessidade da procura do especialista. Ex-tabagista — carga tabágica 10 maços/ano. Ao exame clínico, oroscopia sem alterações significativas. Óstio do ducto de Stenon pérvio. Presença de massa sólida, de consistência pétrea, com mobilidade reduzi-da, aderida a planos profundos. Apresentava paralisia facial grau II segundo a escala de House e Brackmann. Foi levado ao centro cirúrgico para exérese/ressecção da tumoração parotídea e pos-terior análise anatomopatológica da peça. Após a ressecção total, evoluiu satisfatoriamente no pós-cirúrgico, apresentou manutenção da paralisia facial com o mesmo grau de classificação pré-cirúrgico. Patologia do serviço ratificou o diagnóstico de carcinoma de células acinares. Paciente encontra-se em acompanhamento mensal com melhoria gradativa dos sinais e sintomas faciais.Discussão: O carcinoma de células acinares é uma rara neoplasia epitelial de glândulas salivares, representa apenas 1% a 5% do to-tal de tumores de glândulas salivares. Afetam principalmente da quarta à sexta década de vida, mas são infrequentes nos adultos. As glândulas salivares maiores, a parótida e a submandibular são os principais sítios de ocorrência. Os sinais clínicos principais são a própria tumefação da glândula afetada, associada a sintomas com-pressivos subsequentes ao aumento glandular.

Considerações finais: O carcinoma de células acinares é um tumor raro quando se trata de tumorações epiteliais glandulares. O trata-mento e seu acompanhamento são muito discutidos. Alguns autores defendem tratamento cirúrgico, com ou sem associação à radiote-rapia. Em acompanhamento no nosso serviço, o paciente apresen-tou boa evolução clínico-cirúrgica e não necessitou de tratamentos adjuvantes pós-cirurgia.

P-151 SÍNDROME DE EAGLE: RELATO DE CASOPaulo Tinoco, Pilar Campos Saavedra, Lucas Zarro, Marina Bandoli de Oliveira Tinoco, Thaís Dias da Fonseca, Diogo Araújo Silveira

Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu, RJ, Brasil

Apresentação do caso: EVAS, 53 anos, sexo feminino, natural de Machacalis-MG. Havia 42 anos apresentava quadro de cervicalgia acentuada e cefaleia holocraniana. Histórico de tratamento prévio com analgésicos e anti-inflamatórios sem alívio dos sintomas. To-mografia computadorizada confirmou a suspeita clínica de síndrome de Eagle. Posteriormente, uma reconstrução 3D foi solicitada para melhor orientação cirúrgica. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico com acesso intraoral por meio de amigdalectomia e exére-se de fragmento da apófise de processo estiloide do lado esquerdo de 4 cm, sem intercorrências.Discussão: A síndrome de Eagle caracteriza-se por sintomas como dores cervicais, disfagia, odinofagia e otalgia provocadas pelo alon-gamento do processo estiloide ou calcificação do ligamento estilo- hioide. A apófise estiloide é uma projeção do osso temporal, alon-gada, cilíndrica e pontiaguda, que se origina anteromedialmente ao processo mastoide. Localiza-se posteriormente à faringe, entre as artérias carótidas externa e interna. Sua etiologia permanece desconhecida, com uma incidência maior no sexo feminino e sem predisposição para uni ou bilateralidade.Considerações finais: A prova diagnóstica por exame de imagem confirma a suspeita e evita o retardo do tratamento adequado para o caso. O tratamento cirúrgico instituído promoveu regressão dos sintomas, demonstrou que a suspeita clínica de síndrome de Eagle deve fazer parte do diagnóstico diferencial das cervicalgias e evi-tar, assim, retardar o tratamento adequado.

P-152 OSTEONECROSE DE MAXILA E MANDÍBULA: UMA RARA COMPLICAÇÃO QUIMIOTERÁPICAMagda Midori Mukai, Gabriela Massume Ichiba, Wesley Nelson de Sousa, Welson Rocha Vieira, Carlos Takahiro Chone, Maria Elvira Pizzigatti Correa, Leopoldo Nizam Pfeilsticker

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Homem, 45 anos, com diagnóstico de leuce-mia linfoide aguda T. Fez a indução quimioterápica de julho até se-tembro de 2014. Após tratamento quimioterápico, foi encaminhado para a equipe de hematologia, já em remissão da doença, para programação de transplante de medula óssea alogênico aparenta-do. Na ocasião, foram identificadas hiperemia e exposição óssea em palato esquerdo e em quase todo o processo alveolar superior, além de acometimento mandibular. Em fevereiro de 2015 foi feita a ma-xilectomia parcial bilateral, com fechamento por meio de retalho palatino e gengival, associada à extração dentária múltipla maxilar e mandibular. A completa cicatrização da mucosa oral e o desapa-recimento das lesões comprovaram a boa resposta ao tratamento, o paciente foi submetido ao transplante de medula óssea.Discussão: O transplante de medula condiciona uma situação de imunossupressão para o paciente, portanto há a necessidade da eli-

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minação de qualquer foco infeccioso ativo ou latente, sob o risco de aumentar as complicações e a morbimortalidade no processo. A quimioterapia provoca efeitos adversos agudos em tecidos de alta taxa de renovação celular, como o da cavidade oral. Entre as alte-rações orais temos a mucosite, a xerostomia e as infecções opor-tunistas. Assim, a hipovascularização, associada à imunossupressão e à má condição oral, torna-se fator importante na fisiopatologia da osteonecrose e pequenos traumas podem ocasionar lesões de difícil cicatrização, com infecção bacteriana secundária e evolução para a necrose dos tecidos. Nesse ponto, há a necessidade de abor-dagem cirúrgica e antibioticoterapia precoces. Nossa abordagem deve priorizar a continuidade do tratamento oncológico e preservar dentro do possível a qualidade de vida do paciente.Considerações finais: Osteonecrose de mandíbula e maxila é uma grave, porém pouco documentada, complicação do tratamento qui-mioterápico e deve ser abordada precocemente, de modo a reesta-belecer um status pré-operatório adequado para o transplante de medula óssea.

P-153 ADENOMA PLEOMÓRFICO EM GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURACarolina Gioia Monteiro, Renata Cunha Alencar, Edson Carlos Miranda Monteiro

Hospital Stella Maris, Guarulhos, SP, Brasil

Apresentação do caso: KGS, 43 anos, feminino, com tumor cervi-cal de crescimento insidioso havia 20 anos. Ao exame clínico no-tamos massa em região submandibular direita, bem delimitada e móvel. A ultrassonografia cervical identificou nódulo em glândula submandibular direita com contornos regulares com 3 cm x 2 cm. Feita submandibulectomia direita com ressecção total da glândula. O diagnóstico anatomopatológico é de adenoma pleomórfico.Discussão: As neoplasias de glândulas salivares são raras e consis-tem em um grupo de tumores benignos e malignos com diferentes características. O diagnóstico patológico é essencial para o ade-quado manejo dessas lesões, uma vez que o grau de agressividade depende de seus tipos histológicos. Apresentamos caso de adeno-ma pleomorfo de glândula submandibular, que, apesar de se tratar de neoplasia comum em glândulas salivares maiores, é sítio bem menos frequente do que em glândula parótida. A incidência maior ocorre entre 30-50 anos, mais no sexo feminino. Os fatores de risco são tabagismo, radiação e fatores genéticos, nenhum do quais iden-tificado no caso apresentado. Clinicamente apresentam-se como massas assintomáticas de crescimento lento, indolores. Sinais su-gestivos de degeneração maligna são fixação da massa e dor. Para o diagnóstico da lesão podem ser feitos punção aspirativa por agulha fina (mais indicada em parótida) e exames de imagem e biópsia.Considerações finais: O adenoma pleomórfico é mais comum em glândula parótida, com menor incidência em glândula submandibu-lar, como no caso apresentado. A ressecção da glândula foi total, com margens livres.

P-154 CARCINOMA ANAPLÁSICO DE TIREOIDE: 10 ANOS DE EVOLUÇÃONatashi Nizzo, Thamiris Cristina Santos Lopes, Gabriela Oliveira Monteiro, Sara Costa Gomes, Wallace Nascimento de Souza, Luiza Mello de Souza, Lícia Oliveira Resende, Guilherme Duque Silva

Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Idoso, 81 anos, recentemente submeti-do a ressecção transuretral por câncer de bexiga, encaminhado

ao serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço para avaliar massa cervical anterior, 16 x 13 cm, de dez anos de evolução. Assinto-mático. PAAF evidenciou carcinoma com invasão angiolinfática. Feita, então, cirurgia de ampla ressecção. Posterior estudo imu-no-histoquímico diagnosticou carcinoma anaplásico de tireoide. O paciente encontra-se em seguimento pela oncologia, recebe qui-mioterapia e radioterapia.Discussão: O carcinoma anaplásico de tireoide ou carcinoma in-diferenciado de tireoide deriva do epitélio folicular tireoideano, é uma das neoplasias malignas mais agressivas do corpo huma-no. Seu crescimento geralmente é rápido. Tem alta mortalidade, a despeito de tratamento adequado. Mais prevalente em idosos do sexo feminino. Por sua agressividade e baixa incidência, o diagnóstico pode ser perdido e o tratamento não ser bem esta-belecido, sobretudo em apresentações anômalas. Trata-se de um clássico desafio diagnóstico e terapêutico, não há protocolos bem estabelecidos. Porém, por conta de sua agressividade, o consenso é lançar mão de rápidas formas diagnósticas e de abordagem. Ci-rurgia, radioterapia e quimioterapia parecem trazer os melhores resultados.Considerações finais: O carcinoma anaplásico de tireoide é uma neoplasia maligna incomum e de caráter agressivo, se comportou no caso apresentado como benigna. Por se tratar de desfecho in-certo e potencialmente fatal, destaca-se a importância do pronto diagnóstico e da conduta agressiva, na tentativa de aumentar a sobrevida e proporcionar menos comorbidades ao paciente.

P-155 RISCO DE MALIGNIZAÇÃO DO LÍQUEN PLANO ORAL DURANTE TERAPIA TÓPICA COM INIBIDOR DA CALCINEURINA: RELATO DE CASORafael Freire de Castro, Carolina Cavalcante Dantas, Mariana Delgado Fernandes, Ludmilla Emília Martins Costa, Taynara Oliveira Ledo, Marília Batista Costa, Eliana Rodrigues Biamino

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: TJG, 76 anos, sexo feminino, hipertensa, diabética e hipotireóidea, apresentava lesão ulcero-crostosa em rima labial inferior à direita, lesões rendilhadas em mucosa jugal bilateral e lesões genitais recidivantes de longa data. Feito o diag-nóstico de líquen plano em 2001 pelo estudo histopatológico de lesão em pele de antebraço esquerdo. Em 2011, foi submetida a biópsia de lábio inferior e mucosa jugal com diagnóstico de líquen plano oral. Fez tratamentos sucessivos com corticoide oral, sem controle adequado das recidivas ou resolução da úlcera labial. Optou-se pelo uso de tacrolimus tópico 0,3% e após dois meses de tratamento a lesão tornou-se vegetante. Foi submetida a bióp-sia labial, resultou em carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado. Encaminhada ao Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, no qual foi feita a exérese da lesão. Mantém seguimento ambulatorial regular em conjunto ORL/CCP e corticoterapia nos períodos de exacerbação das lesões liquenoides sem surgimento de novas lesões suspeitas.Discussão: O líquen plano oral (LPO) é uma doença mucocutânea crônica com risco de 0,1-4% de transformação maligna. O uso tópico de esteroides e outras drogas imunomoduladoras constitui trata-mento padrão-ouro. Desde 1999 o tacrolimus tem sido usado como segunda escolha nos casos refratários aos corticoides. Contudo, nos últimos anos, há uma série de discussões acerca da aparente carcinogênese dessa droga, pelo crescente número de relatos de transformação maligna nos casos de tratamento prolongado com tacrolimus tópico. Sabe-se que a terapia sistêmica com tacrolimus está associada ao aumento da incidência de doenças malignas; seu uso tópico, entretanto, não apresenta evidência bem estabelecida.

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Considerações finais: Apesar de a relação causal entre uso tópico de tacrolimus e desenvolvimento de câncer em pacientes com LPO não ser comprovada, devemos considerá-la. Assim, o tacrolimus deve ser reservado para casos graves, refratários ao tratamento com esteroides tópicos, e por curtos períodos, e manter-se segui-mento regular das lesões.

P-156 DOENÇA DE MADELUNG: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURAJesarela Maria de Souza de Amorim, Débora Bressan Pazinatto, Lizandra Passini Ferreira, Igor Bezerra de Sousa Leal, Eduardo George Baptista de Carvalho

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: JAA, sexo masculino, 43 anos, etilista crôni-co, procurou nosso serviço com queixa de lesões de aspecto lipo-matoso distribuídas simetricamente em região cervical e superior do tórax, havia dez anos de caráter progressivo, com diminuição da mobilidade cervical e sem queixas de compressão do trato aerodi-gestivo. O tratamento foi remoção cirúrgica do tecido adiposo por lipectomia, programado em duas abordagens diferentes. Por meio do caso apresentado, discutimos o comportamento clínico, a possí-vel patogênese e o possível tratamento.Discussão: A doença de Madelung, ou lipomatose benigna múltipla simétrica, é um tipo raro de lipodistrofia que se caracteriza pelo acúmulo simétrico de tecido adiposo não encapsulado ao redor de pescoço, ombros, região subociptal e tórax, determina um desfi-guramento progressivo do paciente. De etiologia desconhecida, a doença acomete principalmente homens, etilistas e, embora usual-mente assintomática, pode causar complicações graves, tais como compressão traqueal, laríngea ou mediastinal.Considerações finais: Doença de etiologia incerta, com padrão his-tológico benigno. Os principais problemas causados pela doença são estéticos, seguidos pela diminuição da movimentação do pescoço e por complicações decorrentes da compressão do trato aerodigesti-vo. Os exames de imagem têm importante valor prognóstico para determinar a topografia e extensão das lesões, devido à alta inci-dência de recorrências.

P-157 ANEURISMA DE ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA EXTRACRANIANA: RELATO DE CASOLarissa Ferreira de Macedo, Pâmella Marletti de Barros, Salyne Regina Martins Roberto, Leopoldo Marques D‘Assunção Filho, Bruno Teixeira de Moraes, Silvio da Silva Caldas Neto, Laécio Leitão Batista

Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: Feminino, 58 anos, hipertensa, com his-tória de dor em hemiface esquerda e trismo havia um ano. Evo-luiu com dor e sensação de pulsação na garganta aos esforços associadas a pulsação da cabeça. Ao exame apresentava abaula-mento em região periamigdaliana, com lesão pulsátil em região submandibular e orofaringe à esquerda. Prosseguiu investigação com tomografia computadorizada de pescoço, a qual identificou aneurisma de carótida interna (ACI) esquerda. Foi indicada arte-riografia, que evidenciou aneurisma gigante de carótida interna esquerda e um aneurisma de comunicante posterior direita. Ini-cialmente fez embolização do aneurisma de comunicante poste-rior direita e após oito meses fez das artérias carótidas interna e externa esquerdas.Discussão: ACI extracraniano é raro, com descrição na literatura de 12 casos, segundo o Grupo de Cirurgia Vascular da Cleveland

Clinic Foundation. A principal causa relacionada à formação de ACI é ateroesclerose. Também são causas: arterite, displasia fibro-muscular, trauma e dissecções. Há relatos de pseudoaneurisma de artéria carótida externa ou da ACI extracraniana como complica-ções da cirurgia de amigdalectomia ou uvulopalatofaringoplastia. Os pacientes podem apresentar-se assintomáticos ou com massa palpável e pulsátil no pescoço junto ao ângulo da mandíbula. Pode haver quadros de rouquidão, disfagia e dor por compressão ner-vosa. No diagnóstico diferencial das massas cervicais devem ser lembrados linfonodomegalia, tumores faríngeos, paragangliomas, abscesso periamigdaliano e vasos com trajetos anômalos. O diag-nóstico é confirmado por exames de imagem. Pelo risco de aci-dente vascular cerebral, ruptura e compressão de estruturas ad-jacentes, indica-se tratamento cirúrgico. A técnica endovascular tem sido considerada para pacientes de alto risco e pelo benefício de ser menos invasiva.Considerações finais: Apesar de raro, o ACI deve ser considerado no diagnóstico diferencial de abaulamentos em orofaringe.

P-158 CARCINOMA DE CÉLULAS DE MERKEL EM FACE: RELATO DE CASOAna Paula Giusti de Campos, Vanessa Carvalho de Oliveira, Danilo Rodrigues Cavalcante Leite, Adriana Pereira Miguel, Carlos Henrique Tolomei, Andre do Lado Pinheiro, Luiz Sergio Raposo

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: JC, masculino, 77 anos, branco, hipoti-reoidismo, hipertensão e insuficiência cardíaca. Referiu nodula-ção em topografia de parótida à direita havia dois meses, sem comprometimento de pele e com crescimento no período. Ao exame físico, nodulação de 5 × 4 cm, indolor, fixa, acometia a região anterior ao tragus e inferior ao lóbulo da orelha direita. Mímica facial preservada, ausência de linfonodomegalias. Tomo-grafia computadorizada demonstrou massa sólida, com densida-de de partes moles, localizada na loja parotídea direita e com extensão para o espaço mastigatório ipsilateral, media 4,5 × 3,5 cm. Feita punção aspirativa por agulha fina que evidenciou neo-plasia altamente celular composta por células redondas, cito-plasma escasso, sem padrão organoide definido, com presença de algumas mitoses e poucas células apoptóticas, foi recomendada biópsia. Feita biópsia incisional. Exame de congelação sugestivo de linfoma, porém painel imuno-histoquímico, associado aos as-pectos histológicos, evidenciou carcinoma de células de Merkel. Paciente retornou após exames, com crescimento de lesão (16 × 13 cm). Estadiamento T3N0M0 (estádio clínico III). Em discussão clínica, tumoração foi considerada irressecável, foi indicado tra-tamento clínico oncológico. Atualmente, paciente em quimiote-rapia paliativa.Discussão: Carcinoma de células de Merkel é um câncer neuroen-dócrino, considerado raro e agressivo, com rápida progressão lo-cal e à distância. Ocorre mais comumente em idosos e acomete principalmente áreas expostas ao sol, como cabeça e pescoço. Seu diagnóstico é firmado por técnicas de microscopia eletrônica ou imuno-histoquímica. Como diagnóstico diferencial, inclui-se o linfo-ma, por isso a importância da imuno-histoquímica. Nosso paciente teve o diagnóstico definitivo após crescimento importante de lesão no período, o que impossibilitou o tratamento habitual com excisão cirúrgica.Considerações finais: Ressaltamos a dificuldade do diagnóstico de-finitivo, vistos os diagnósticos diferenciais, para início do tratamen-to adequado. Assim, por ser uma neoplasia maligna e agressiva, o diagnóstico tardio aumenta a morbidade e restringe as opções terapêuticas.

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P-159 SÍNDROME DE MADELUNG: RELATO DE CASONédio Steffen, Marina Matuella, Juliana Mazzaferro Krebs, Emanuele Caroline Miola, Bruna Machado Köbe, Luíse Sgarabotto Pezzin, Juan José Pineda Garcia

Hospital São Lucas (HSL), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente masculino, 45 anos, referia lipoma cervical à direita de cerca de 5 cm, desde os 20 anos, que aumen-tou de volume progressivamente a partir dos 39 anos, estendeu-se para toda a região do pescoço, o tórax e a porção proximal dos membros superiores, foi diagnosticado como portador da síndrome de Madelung. Negava etilismo ou história familiar de lipomatose. Foi submetido a esvaziamento cervical radical funcional à Suarez à direita em junho de 2016. Evoluiu no pós-operatório com epi-dermólise em região occipital, facilmente tratada com medidas lo-cais, sem outras complicações e com excelente resultado estético. Segue em acompanhamento, com plano de abordagem cirúrgica à esquerda em seis meses.Discussão: A síndrome de Madelung é rara, caracterizada pela deposição de gordura subcutânea desfigurante na cabeça, no pes-coço, no tronco superior e nos membros superiores. Costuma se apresentar em homens, na terceira década de vida, e tem relação com etilismo. Geralmente os casos são esporádicos, mas existem formas familiares de transmissão. A fisiopatologia é incerta. Acre-dita-se que esses pacientes tenham alterações nos adipócitos mar-rons e deficiência de catecolaminas. A transformação maligna é extremamente rara. As complicações incluem sintomas compres-sivos do trato aerodigestivo, como disfagia e dispneia. Existem co-morbidades associadas, como disfunção hepática, polineuropatia, diabetes, ginecomastia, hiperuricemia e dislipidemia. Pode ocor-rer recidiva das lesões ressecadas. Entretanto, acreditamos que, em função da técnica cirúrgica usada, atingiu planos musculares e com a ressecção completa da lipomatose na área proposta não ocorrerá recidiva local.Considerações finais: A síndrome de Madelung é uma patologia extremamente rara e trata-se, além de apenas um distúrbio dos padrões estéticos, de patologia potencialmente associada a comor-bidades clínicas, interfere na qualidade de vida do paciente. Além disso, são escassos na literatura os relatos sobre a abordagem cirúr-gica desses pacientes.

P-160 MUCORMICOSE: RELATO DE CASOJéssica Maia Couto, Carolina da Fonseca Barbosa, Greiciane Parreiras Lage, Gabriel da Silveira Freire Matias, Flavianne Mikaelle dos Santos Silveira, Henrique Ribeiro Mansur Barbosa, Isamara Simas de Oliveira

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 34 anos, masculino, etilista, toxicodependente, previamente hígido. Apresentou quadro de dor abdominal e elevação de enzimas pancreáticas, foi internado em UPA com diagnóstico de pancreatite e evoluiu com cetoacidose diabética. Após três dias iniciou sintomas de obstrução nasal, se-guida de edema e hiperemia bipalpebral à esquerda, foi tratado para celulite periorbitária. Evadiu-se da UPA e procurou serviço de oftalmologia do HC/UFMG após dois dias com proptose ocular e amaurose ipsilateral. Avaliado pela ORL, apresentava necrose do palato duro à esquerda, septo nasal e cornetos médios bilateral, infiltração cutânea violácea com descamação. Foi feito debrida-mento cirúrgico juntamente com a equipe da Cirurgia de Cabeça e Pescoço, iniciada anfotericina B e alcançado controle glicêmico.

Em anatomopatológico foram evidenciadas hifas largas, não septa-das, com ramificações em Y. Paciente evoluiu bem.Discussão: Mucormicose é uma infecção invasiva grave, com evo-lução rápida e alta mortalidade. É causada por fungos da ordem Mucorales, gêneros Rhizopus, Mucor, Rhizomucor, Absidia, que usam ferro para reprodução. Acomete principalmente pacientes com cetoacidose diabética, diabetes descontrolado, doenças lin-foproliferativas, hemocromatose e pós-transplantados de órgãos sólidos. A forma invasiva mais frequente é a rinocerebral, ma-nifesta-se com edema e necrose mucocutânea em palato, fossas nasais e órbita, com potencial comprometimento de SNC. A sus-peição diagnóstica é indispensável para rápida condução do caso. Nos últimos 12 meses foram diagnosticados em nosso serviço cinco casos da doença, dois associados a cetoacidose diabética e três em pacientes com diabetes descontrolado, desses um em quimio-terapia para LMA. O tratamento engloba exérese do tecido des-vitalizado, terapia antifúngica e controle glicêmico com melhoria da imunidade.Considerações finais: É importante lembrar da mucormicose como diagnóstico diferencial em imunossuprimidos e diabéticos com qua-dro de prostração, febre, acometimento nasal e ocular. Diagnóstico e início da terapêutica precoces são extremamente importantes para boa evolução do caso.

P-161 RELATO DE CASO: RECONSTRUÇÃO CRÂNIO-ORBITÁRIA DE DISPLASIA FIBROSA COM USO DE PRÓTESE 3DLetícia Fernandes de Sousa, Carolina Maria Nascimento Dias, Eduarda Vidal Rollemberg, Lis Rocha Campos, Diderot Rodrigues Parreira, Rodrigo Tamietti Durães, Renato Silva Campos

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: SRO, 24 anos, feminino, branca, solteira. Havia dois anos observara crescimento do osso frontal que poderia comprometer estruturas importantes como o canal do nervo óptico e o seio frontal. Havia 16 anos observara crescimento do osso oc-cipital sem lhe causar sinais e sintomas associados. O tratamento proposto foi a ressecção total do tecido doente e substituição por prótese 3D de metil metacrilato.Discussão: A displasia fibrosa (DF) é um tumor benigno congênito no qual parte do tecido ósseo é substituída por tecido fibroso, pode ocorrer nas formas monostótica ou poliostótica. Na monostótica há acometimento de apenas um osso. É a forma mais comum, respon-sável por 70% dos casos. Geralmente é diagnosticada entre a primei-ra e a segunda décadas de vida, devido ao crescimento ósseo lento que se caracteriza por ser indolor. A poliostótica é menos comum e mais agressiva. A mutação ocorre na fase embrionária, acomete até 75% do esqueleto ósseo e pode afetar também os sistemas en-dócrino e cutâneo. A malignização é rara e a compressão do nervo óptico está presente em até 90% dos casos, é a sequela mais grave da DF craniofacial. A DF não tem cura e seu tratamento objetiva prevenir e corrigir déficits funcionais e estéticos. A correção é feita pelo reparo cirúrgico, que pode ser da forma radical ou conserva-dora. A radical é feita com incisão óssea e reparação imediata. A conservadora é feita com modelagem óssea, entretanto tem maior taxa de recidiva.Considerações finais: Apesar de as causas da DF ainda não terem sido bem elucidadas, o seu diagnóstico precoce feito por meio dos exames de imagem ainda é a melhor forma de prevenir as se-quelas do hipercrescimento fibroso no tecido ósseo. Dessa forma, destaca-se a importância do conhecimento dessa patologia e do reconhecimento dos diagnósticos diferenciais pelos profissionais da saúde.

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P-162 SARCOMA PLEOMÓRFICO DE REGIÃO CERVICAL: RELATO DE CASOAna Paula Giusti de Campos, Danilo Rodrigues Cavalcante Leite, Vanessa Carvalho de Oliveira, Thaina Soares Miranda Silva, Alexandre Ramos Caiado Filho, Caio Melo Metsavaht, Luiz Sergio Raposo

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Masculino, 62 anos, hipertenso, nega taba-gismo e etilismo, encaminhado ao serviço com queixa de nodulação cervical à esquerda, dolorosa, de crescimento progressivo havia 30 dias. Referia episódios febris autolimitados. Referia também difi-culdade de elevação de membro superior esquerdo associado. Ao exame, evidenciava-se nodulação de 15 × 11 × 8 cm, fibroelástica, semifixa, em áreas cervicais II, III, IV e V à esquerda com extensão para região torácica, sem sofrimento de pele ou sinas flogísticos. Feita punção aspirativa por agulha fina (PAAF), que evidenciou neoplasia pouco diferenciada de provável linhagem mesenquimal (adiposo) caracterizada por acentuado pleomorfismo nuclear. Pa-ciente submetido à exérese de lesão. Anatomopatológico e imuno- histoquímica de sarcoma pleomórfico de histogênese indefinida, miofibrossarcoma de alto grau é a principal possibilidade diagnósti-ca. Paciente em seguimento oncológico pós-operatório. Não foram detectados sítios metástaticos em exames complementares. Discussão: Os sarcomas representam aproximadamente 1% das neo-plasias em adultos. Os sarcomas de partes moles exibem um amplo espectro de comportamento biológico, abrangem desde tumores lo-calmente invasivos até altamente agressivos que progridem rapida-mente para metástases, são letais na maioria dos casos. O sarcoma pleomórfico indiferenciado é uma lesão de alto grau de maligni-dade, pouco prevalente, clinicamente agressivo, com desenvolvi-mento frequente de metástases à distância e recidiva local. Entre os sitios anatômicos acometidos, cabeça e pescoço são os menos frequentes. O aumento do tumor está associado a menor intervalo livre de metástases, o que diminui significativamente a sobrevida. A disseminação é feita principalmente via hematogênica, o pulmão é o principal sítio de metástases.Considerações finais: É de suma importância que esses pacientes com lesões de crescimento rápido sejam avaliados corretamente, deve-se ter em mente que essas lesões podem representar lesão sarcomatosa. Assim, favorecem o delineamento do diagnóstico e o tratamento de forma correta sem representar prejuízo ao prognós-tico do paciente.

P-163 ABSCESSO PERIAMIGDALIANO: ANÁLISE CRÍTICA DE 75 CASOSRoosevelt Almeida Rosário, Sabrina Jarna Coelho, Pablo Pinillos Marambaia, Helder Macário, Ana Paula Lago Silva Pessoa, Lorena Carneiro Amado, Leonardo Pamponet da Cunha Moura, Deyse Mayane de Castro

Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados (INOOA), Salvador, BA, Brasil

Objetivos: Descrever o perfil dos pacientes diagnosticados com abscesso periamigdaliano (AP) numa unidade de atendimento de emergência otorrinolaringológica particular, em Salvador-BA, e es-timar a eficácia do tratamento ambulatorial.Método: Foi feito corte transversal, com análise dos prontuários de pacientes diagnosticados com AP, na unidade referida, entre janei-ro de 2006 e janeiro de 2016, submetidos à punção com seringa de 10 ou 20 mL e agulha 40 × 12 mm, seguida de antibioticoterapia.Resultados: Foi encontrada incidência de 50,66% no gênero femini-no e 49,34% no masculino, foi necessária uma segunda punção em

apenas 5,33% dos casos. Os sintomas mais prevalentes foram odino-fagia, em 100% dos pacientes, e febre, em 50,66%, com 34,66% dos casos no verão. Apenas um paciente (1,33%) necessitou de interna-mento hospitalar.Discussão: Observou-se que não houve diferença significativa entre gêneros na ocorrência do abscesso periamigdaliano. Por ser essa condição uma complicação de processo infeccioso agudo, já era esperado que dor e febre fossem os sintomas mais comuns. Apesar de o AP ser uma afecção presente durante todo o ano, a existên-cia de festas de rua tradicionais, durante o verão, na cidade na qual a pesquisa foi feita, pode justificar a incidência maior nessa estação. Devido à possibilidade do manejo em nível ambulatorial com segurança e resolubilidade, raros foram os casos que requere-ram internamento para terapia endovenosa e abordagem cirúrgica. Ressalta-se que, no serviço estudado, não é rotina fazer amigda-lectomia a quente, essa é programada para cerca de seis semanas conseguintes à abordagem do abscesso.Conclusão: Este estudo evidenciou que a incidência do abscesso periamigdaliano (AP) foi semelhante entre os gêneros, que a odino-fagia é o sintoma mais prevalente e que o tratamento ambulatorial com punção aspirativa de conteúdo purulento, seguida por antibio-ticoterapia adequada, é eficaz.

P-164 LINFOMA EXTRANODAL NASAL DE CÉLULAS T/NK: RELATO DE CASOPoliana Gonçalves Vitorino Monteiro, Emilio Salviano Neto, Anderson Tinô de Carvalho, Nara Nunes Barbosa, Victor Holanda Bezerra, Viviane Sampaio Boaventura, Nilvano Alves de Andrade

Hospital Santa Izabel, Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: MANS, sexo feminino, 47 anos, relatava le-sões em palato desde março de 2016, de crescimento progressivo, in-dolores, depressivas, com fibrina na superfície e uma delas perfurou o palato. Referia obstrução nasal crônica e passado de cirurgia nasal em janeiro de 2016 em outro serviço. Internada para investigação hospitalar. A tomografia de face evidenciou preenchimento por ma-terial de densidade de partes moles em seios maxilares e etmoidais e cavidades nasais, PCR e VHS elevados e pesquisa para HIV, VDRL, C-ANCA e FAN negativa. Submetida à biópsia de palato, com resul-tado inconclusivo. Evoluiu com pioria clínica, não responsiva à anti-bioticoterapia empírica, apresentou edema facial, desconforto res-piratório, aumento das lesões em palato e acometimento de mucosa nasal e laringe. Feita nova biópsia das lesões orais e de mucosa nasal. Manteve pioria clínica progressiva, com complicações respiratórias e pancitopenia, e foi levada a UTI. Biópsia de mucosa nasal conclusiva para linfoma extranodal nasal de células T/NK. Iniciou acompanha-mento com equipe de oncologia, foi a óbito em maio de 2016.Discussão: O linfoma extranodal de células T/NK é um linfoma não Hodgkin de comportamento agressivo, com alto índice de morbi-mortalidade, acomete as estruturas faciais da linha média. A etiolo-gia é desconhecida, porém estudos observam associação importante com infecções sistêmicas pelo vírus Epstein-Barr. As manifestações clínicas desse linfoma costumam ser inespecíficas e oligossintomá-ticas, envolvem principalmente as cavidades nasais e a rinofarin-ge. Como diagnósticos diferenciais temos: infecção fúngica, sífilis, granulomatose de Wegener, blastomicose, tuberculose, carcinoma epidermoide, adenocarcinoma e abuso de cocaína. O diagnóstico é feito a partir da biópsia da mucosa nasal acometida, com confirma-ção anatomopatológica e imuno-histoquímica.Considerações finais: Por ser uma entidade rara, de evolução agressiva e difícil suspeita diagnóstica, o linfoma extranodal de cé-lulas T/NK deve ser lembrado pelo otorrinolaringologista diante de quadros inespecíficos que envolvem a região mediofacial.

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P-165 PARACOCCIDIOIDOMICOSE COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CÂNCER DE BOCA: RELATO DE CASOVanessa Carvalho de Oliveira, Ana Paula Giusti de Campos, Thaina Soares Miranda Silva, Danilo Rodrigues Cavalcante Leite, Carlos Henrique Tolomei, Mariana Santana Xavier, Joao Armando Padovani Junior

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Masculino, 71 anos, tabagista e etilista de longa data, referiu ferida em língua havia um mês associada a dor, odinofagia e perda de 18 kg no período. Ao exame, observaram-se úlceras orais, mal delimitadas, ora mais avermelhadas, ora pálidas. Associado, apresentava enduramento de língua em terço anterior e médio à esquerda, ultrapassava a linha média e acometia também a mucosa gengivo-jugal à esquerda, próximo à comissura labial e ao lábio inferior. Não acometia assoalho ou musculatura profunda de boca. Mobilidade de língua preservada. Nasofibrolaringoscopia sem alterações em supraglote e glote. Feita biópsia de língua e lábio inferior ambulatorialmente, evidenciou glossite fúngica paracoc-cidioidomicótica. Atualmente, paciente com melhoria clínica das lesões após início de antifúngico endovenoso.Discussão: A paracoccidioidomicose é uma doença fúngica sistêmi-ca, com predominância entre 30-50 anos. O trato respiratório su-perior é a porta de entrada mais comum. Dissemina-se para outros órgãos por via hematogênica e linfática. As lesões da mucosa oral, faringe e laringe são muito comuns. Na boca, nota-se estomatite moriforme ou papuloerosiva. Trata-se de estomatite de evolução lenta, exulcerada, com fundo de aspecto de finas granulações ver-melhas e múltiplas. Às vezes podem apresentar-se também sob a forma de ulceração mais profunda, como no caso em questão. Pre-dominam nas regiões labiais da mucosa jugal, gengivais, língua e palato; sobrevêm, além das lesões exulceradas, dores, sangramen-to, mobilidade dos dentes, sialorreia e edema. As lesões iniciais, principalmente na língua, podem simular carcinoma. O exame ana-tomopatológico é obrigatório para o diagnóstico definitivo e dife-rencial, a biópsia é o método mais confiável.Considerações finais: O paciente apresentado tinha dados epide-miológicos sugestivos de carcinoma de cavidade oral. A confirmação do diagnóstico com biópsia e posterior encaminhamento do pacien-te ao tratamento é imprescindível. Vale ressaltar que os primeiros sinais dessas patologias podem ser as manifestações orais, por isso o papel importante do otorrinolaringologista na suspeita e no diag-nóstico diferencial dessas lesões.

P-166 RELATO DE CASO: RABDOMIOSSARCOMA ALVEOLAR NÃO METASTÁTICO EM PACIENTE DO SEXO FEMININOMayra Coelho Bócoli, Alexandre Ramos Caiado Filho, André do Lago Pinheiro, Bruna Coelho Ellery, Mariana Santana Xavier, Danilo Rodrigues Cavalcante Leite, Luis Sérgio Raposo

Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Feminino, 15 anos, sem comorbidades, foi atendida no Ambulatório de Otorrinolaringologia do Hospital de Base em 22/5/2016 com queixa de abaulamento em região cervical direita havia 15 dias, obstrução nasal e abaulamento retro-orbitário havia três dias. Ao exame apresentava massa cervical de 12 × 13 cm em áreas II, III e IV à direita, fixa, endurecida, aderida a planos pro-fundos, proptose ocular direita com exteriorização de tumoração, e a nasofibroscopia evidenciava massa que ocupava toda a cavidade nasal direita e rechaçava septo nasal contralateral. Feita biópsia de lesão em órbita direita com diagnóstico histológico de rabdomios-

sarcoma alveolar não metastático. Tomografia de pescoço e crânio evidenciou lesão com epicentro no seio maxilar/cavidade nasal à direita e invasão intracraniana dos lobos frontais bilateralmente que envolvia porção medial do teto da órbita. Feita internação da paciente em 30/5/2016 para quimioterapia com equipe de oncolo-gia, com redução significativa da massa facial e cervical, permane-ce em tratamento.Discussão: Sarcomas de cabeça e pescoço são raros (0,05-11%), têm origem mesenquimal extraesquelética com fatores de risco, como algumas síndromes genéticas (de Gardner, neurofibromato-se), exposição à radiação, infecção pelos vírus HIV e EBV. O rabdo-miossarcoma alveolar é o subtipo mais comum na adolescência e acomete mais meninos do que meninas (1,5-1). É de difícil trata-mento por conta da anatomia nobre e em 80% dos casos manifes-ta-se como uma massa dolorosa e o tratamento baseia-se no tripé cirurgia, quimioterapia e radioterapia, a primeira somente quando não atinge estruturas nobres.Considerações finais: O rabdomiossarcoma alveolar de cabeça e pescoço é uma neoplasia rara, de difícil diagnóstico e com melhor sobrevida dentro dos subtipos. Entre os principais fatores prognósti-cos encontrados e avaliados destacam-se a localização e o tamanho do tumor, sua ressecabilidade cirúrgica e extensão da ressecção, grau de 11-18, diferenciação, idade e presença de metástase.

P-167 LINFOMA NÃO HODGKIN EM REGIÃO NASOMAXILAR: RELATO DE CASOAyssa Teles Abrão Trad, Gislaine Patricia Coelho, Gabriella Macêdo Barros, Luiz Eduardo Flório Junior, Larissa Borges Richter Boaventura, Guilherme Rocha Netto, Vinícius de Faria Gignon

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: SSA, sexo feminino, 71 anos, encaminhada para avaliação em pronto atendimento de otorrinolaringologia com queixa de aumento de volume em região malar esquerda, dolorosa e de crescimento rápido havia 30 dias, acompanhado de sudorese noturna e perda de peso. Apresentava comorbidades: tabagismo, hipertensão e diabetes. Ao exame físico observou-se abaulamento de assoalho de narina esquerda e massa endurecida em região malar esquerda. À tomografia de seios paranasais, visualizou-se lesão lisa em região malar, sem infiltração óssea. Definiu-se como conduta fa-zer biópsia de lesão, cujo anatomopatológico e imuno-histoquímica evidenciaram, respectivamente, neoplasia indiferenciada e linfoma não Hodgkin de células B (LDGC B) com alto índice proliferativo. Após resultados, a paciente foi encaminhada ao hematologista para tratamento quimioterápico.Discussão: A neoplasia maligna de nasofaringe constitui 2% dos tu-mores de cabeça e pescoço e 0,25% de todos os tumores. Os tu-mores epiteliais correspondem a cerca de 75% a 85% dos tumores malignos da rinofaringe; o restante, na sua maioria, são linfomas. Os tumores mais agressivos são de origem linfoide, é difícil a di-ferenciação com carcinoma indiferenciado, gera a necessidade de estudos imuno-histoquímicos para tanto. Entre os linfomas não Ho-dgkin, o extranodal é observado em 10% a 35% dos casos. O LDGC B é o subtipo mais comum, responsável por 30% dos episódios. As queixas iniciais variam entre obstrução, sangramento nasal, dor facial e infecção local, a deformidade facial é o sintoma mais su-gestivo da presença tumoral. Mais de dois terços dos pacientes se apresentam com linfadenopatia e sintomas B — febre, sudorese no-turna e emagrecimento — são observados em cerca de 40%, o que indica doença agressiva.Considerações finais: Este relato se faz importante para atentar os otorrinolaringologistas para os diagnósticos diferenciais de abaula-mentos em face; e, ainda, para a importância de investigar um pos-

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sível tumor — mesmo que de menor prevalência —, o que possibilita diagnóstico precoce.

P-168 SÍNDROME DE MADELUNG: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURAPriscila Silva Monteiro, Eduarda Costa Alves, Marina Moraes Loepert, Nathalia Tessarolo Dias, Janaína Kopp, Diogo Lacerda Pereira de Medeiros, Pedro Ricardo Milet

Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: WTA, masculino, 50 anos, branco, tabagis-ta, ex-etilista (cessou em 2012). Relatou que havia sete anos inicia-ra crescimento de massa em região temporal, occipital, pescoço e dorso. Sem queixas álgicas ou compressivas. Negou história familiar e comorbidades. Ao exame, apresentava massa em dorso, alarga-mento do pescoço e aumento da face. À palpação: consistência amolecida, regular, sem aderência a planos profundos. Sem altera-ções laboratoriais. Na RNM de pescoço há extensa lipomatose que envolve a região cervical posterior e torácica anterior. Parótidas e submandibulares infiltradas por gordura.Discussão: A síndrome de Madelung tem patogênese desconhecida, caracterizada por depósito de gordura não encapsulada, simétrica, mais frequente em homens de meia-idade e em países do Medi-terrâneo. Os locais mais acometidos na ordem são: região cervical anterior e posterior, retroauricular, deltóidea, tronco, abdome, re-gião inguinal e membros inferiores. É relacionado principalmente ao alcoolismo. A intolerância à glicose, a acidose tubular, a hiper-lipoproteinemia também estão associadas. Existem dois tipos de lipomatose, 1 e 2. Na primeira a doença é restrita à região cervical e na segunda é difusa. O diagnóstico é clínico. Exames complemen-tares são feitos para excluir outros diagnósticos. Apresenta disfa-gia, disfonia, dispneia, parestesia e surdez neurossensorial como sintomas compressivos. Ao se pesquisar na Biblioteca Virtual em Saúde com o termo síndrome de Madelung apareceram 68 artigos com o tema principal lipomatose simétrica múltipla. Desses relatos de casos revisados notamos que a conduta diante da doença era expectante ou cirúrgica, com o uso da questão estética/sinais e sintomas compressivos para se optar pela via cirúrgica. As técnicas cirúrgicas usadas foram lipectomia ou lipossucção.Considerações finais: A síndrome de Madelung é rara e associada ao alcoolismo. No serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HFSE optou-se por uma conduta expectante diante do quadro do paciente, já que era assintomático e a estética não o incomodava.

P-170 CARCINOMA INDIFERENCIADO DE PARÓTIDA: RELATO DE CASOAna Luiza Papi Kasemodel de Araujo, Mariele Albrechete, Luiza Rodrigues Mazzola, Gabriel Liria Juarez, Leticia Helena de Sousa Marques, Fernanda Fruet, Fabio Tadeu Moura Lorenzetti

Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringológico de Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil

Apresentação do caso: OLC, 71 anos, iniciou acompanhamento otorrinolaringológico devido a tumoração endurecida de 4,5 cm de diâmetro, indolor, aderida a planos profundos, de crescimento progressivo em região parotídea esquerda, acompanhada de para-lisia facial ipsilateral. TC de pescoço demonstrou massa expansiva e heterogênea em glândula parótida esquerda no lobo superficial, com captação de contraste e linfonodomegalia nível IIB. Biópsia evidenciou carcinoma indiferenciado parotídeo primário. O tumor foi classificado como estágio IVa. O paciente foi então submetido

a ressecção tumoral e esvaziamento cervical à esquerda. No in-traoperatório fez-se esvaziamento cervical em níveis 3, 2A e 2B, 1A e 1B. A peça tumoral foi retirada juntamente com secção parcial do zigoma, músculo masseter, músculo temporal, parte do lóbulo da orelha esquerda e parte anterior do MAE. As margens tumorais encontravam-se livres. Atualmente o paciente está em acompa-nhamento oncológico e em tratamento com radioterapia, com boa evolução clínica.Discussão: Tumores malignos das glândulas salivares correspondem a 3% de todos os tumores de cabeça e pescoço; a parótida é a localização mais comum. Carcinoma indiferenciado de parótida é entidade incomum de grau elevado de malignidade, associado com um prognóstico sombrio. A taxa de sobrevida de tumores parotídeos é de 55% em cinco anos. O diagnóstico é clínico, confirmado pelo anatomopatológico. Aproximadamente 95% de massas palpáveis em parótida correspondem a tumores e fatores indicativos de malig-nidade correlacionam-se com massas de crescimento rápido, com invasão de pele ou mucosa, fixação a estruturas adjacentes e para-lisia facial. TC com contraste e RNM podem auxiliar no diagnóstico e planejamento cirúrgico. O tratamento é cirúrgico (parotidecto-mia); a radioterapia é usada como tratamento adjuvante.Considerações finais: Massas palpáveis em parótida quase sempre correspondem a tumores locais. É primordial a avaliação por cirur-gião de cabeça e pescoço. Carcinoma indiferenciado de parótida é uma entidade incomum e de prognóstico pobre, cujo tratamento é a parotidectomia.

P-171 DOENÇA DE KIKUCHI-FUJIMOTO EM PACIENTE COM SÍNDROME DE MENIÈRE AUTOIMUNE: RELATO DE CASODaniel Cesar Silva Lins, Letícia Boari, Eliana Rodrigues Biamino, Natalya de Andrade Bezerra, José Sérgio do Amaral Mello Neto, Carolina Cavalcante Dantas, Ludmilla Emilia Martins Costa

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: RFN, 45 anos, sexo feminino, com históri-co de DM insulinodependente, gastrite atrófica, anemia perniciosa, tireoidite de Hashimoto, síndrome de Menière autoimune, procura o atendimento médico com queixa de dor e edema em pavilhão auricular direito, sendo diagnosticada pericondrite. Sem melhora inicial, foi submetida à biópsia de cartilagem auricular compatível com policondrite recidivante. Após 15 dias de internação apresen-tou adenomegalia cervical dolorosa e febre. TC evidenciou linfono-domegalias cervicais com centro hipoatenuante necrótico. Biópsia excisional de linfonodo revelou linfadenite necrosante, que, após suspeita clínica e revisão de lâminas, demonstrou quadro compatí-vel com doença de Kikuchi-Fujimoto. Paciente evoluiu com resolu-ção do quadro após 15 dias do início dos sintomas cervicais. Discussão: A doença de Kikuchi-Fujimoto (DKF) ou linfadenite his-tiocítica necrosante é rara, usualmente de curso benigno e de causa desconhecida. Apresenta-se como febre e linfadenopatia cervical, principalmente em mulheres jovens. A patogênese é pouco enten-dida, mas pensa-se que seja uma reação hiperimune. O início da doença é agudo, sendo a forma de apresentação mais frequente a linfadenopatia cervical. O envolvimento extranodal é raro, mas já descrito. O diagnóstico da DKF é feitopor meio da biopsia de linfo-nodo. Possui características em comum com o lúpus eritematoso sistêmico (LES), sendo considerada por alguns uma síndrome lu-pus-like. Não há tratamento efetivo. Os sinais e sintomas resolvem geralmente em 4 meses. Pacientes com sintomas mais graves ou persistentes têm sido tratados com corticosteroides. Deve-se fazer acompanhamento em longo prazo devido às recorrências da doença e pela possibilidade de desenvolvimento de LES. Considerações finais: Embora incomum, a doença de Kikuchi-Fu-jimoto deve ser incluída no diagnóstico diferencial de quadros de

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aumento linfonodal. A presença de febre e linfadenopatia cervical, especialmente em mulheres jovens, deve lembrar a possibilidade de DKF.

P-172 ANGINA DE LUDWIG COM EVOLUÇÃO PARA MEDIASTINITEJosé Sérgio do Amaral Mello Neto, Daniel Cesar Silva Lins, Homero Penha Ferraro, Mônica Andréa Aben-Athar Oliveira, Paula Santos Silva Fonsêca, Rodrigo Silverio Dias, André Luis Sartini

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 65 anos, com história de procedimento odontológico em segundo molar inferior esquerdo há uma semana, evoluiu com febre há três dias, toxemia e abaulamento em região cervical anterior. Foi submetida a drenagem de abscesso cervical pelo serviço de bucomaxilo. Evoluiu mantendo febre no pós-operatório, leucograma e provas inflamatórias aumen-tadas. Realizado TC de controle, mostrando abscesso cervical pro-fundo em danger space e TC de tórax com coleção em mediastino e derrame pleural à esquerda. Submetida a cervicotomia exploradora mais toracotomia à direita, e drenagem de tórax à esquerda mais traqueostomia. Evoluiu na UTI de forma satisfatória com antibioti-coterapia (vancomicina mais imipenem), ficando 15 dias internada. Recebeu alta decanulada, em boas condições clínicas. Discussão: Infecções graves dos espaços profundos cervicais, às vezes resultando em mediastinite descendente, são potenciais complicações de infecções odontogênicas. A angina de Ludwig é definida como uma inflamação do assoalho da boca, que geralmen-te resulta de uma infecção classicamente localizada no segundo e terceiro molares inferiores. Afeta o espaço submandibular direta-mente através dos planos fasciais, em vez de infiltração linfática. A sintomatologia típica inclui dor, aumento de volume em região cervical, disfagia, odinofagia, trismo, edema do assoalho bucal, protrusão lingual, febre, linfadenopatia e calafrios. Mediastinite descendente é uma complicação potencialmente fatal. Considerações finais: O diagnóstico precoce e a antibioticoterapia e intervenção cirúrgica agressiva como cervicotomia, mediastinoto-mia e toracotomia são necessários para o êxito no tratamento das infecções dos espações profundos cervicais de origem odontogêni-ca. Tendo em vista as altas taxas de mortalidade na mediastinite descendente, esta deve ser tratada como emergência médica. O se-guimento clínico e radiológico no pós-operatório são mandatórios, bem como revisão cirúrgica precoce, se necessário.

P-173 RABDOMIOSSARCOMA EM TOPOGRAFIA RETROAURICULAR COM ACOMETIMENTO DE NERVO FACIAL: RELATO DE CASOCamila Lira Holanda de Lima Barros, Samuel Neiva Almino, Fatima Regina Abreu Alves, Nicole Martuscelli de Almeida, Gabriella Soares de Souza, Kamila Satomi Haida, Cibele Madsen Buba

Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: GWB, sexo masculino, 15 anos, foi admitido no serviço de otorrinolaringologia de um hospital de São Paulo. Re-latava o abaulamento de região temporal direita há 21 dias, tendo sido realizado atendimento prévio com diagnóstico de parotidite e tratamento com antibiótico, sem melhora. Ao exame físico, oros-copia e otoscopia sem alterações; abaulamento de regiões tempo-ral e retroauricular e paralisia facial periférica House-Brackmann II. Avaliação laboratorial dentro da normalidade, com ausência de

leucocitose e amilase de 50 U/L. PAAF com resultado de parotidite. Submetido a audiometria, que se mostrou normal. Diante de tais resultados, foi realizada biópsia de congelação, que novamente apresentou parotidite como resultado. Após inclusão da amostra em parafina, chegou-se ao diagnóstico de rabdomiossarcoma com imuno-histoquímica compatível com células embrionárias. Como plano de tratamento, será realizada quimioterapia neoadjuvante visando à redução do tumor para posterior ressecção. Discussão: Rabdomiossarcoma é uma neoplasia maligna originária de células mesenquimais primitivas. Trata-se do sarcoma de partes moles mais comum na infância, localizando-se mais frequentemen-te em cabeça e pescoço. Tem predominância no sexo masculino, com dois picos de incidência: um na primeira e outro na segunda década de vida. A localização parameníngea é a mais frequente, e compreende fossa infratemporal, nasofaringe, orelha média, mastoide e seios paranasais. A localização não parameníngea com-preende todo o resto: parótida, região submandibular, couro ca-beludo, orofaringe e laringe. O rabdomiossarcoma orbital é o de melhor prognóstico. Considerações finais: O rabdomiossarcoma frequentemente apre-senta-se com sintomas inespecíficos. A literatura preconiza tera-pia multimodal para esses tumores, com QT sistêmica, cirurgia e RT, individualizada para cada paciente de acordo com a forma de apresentação inicial do tumor. A identificação precoce é prepon-derante, pois otimiza o potencial de cura e limita a morbidade do tratamento.

P-174 LINFONODOMEGALIA ISOLADAJuliana Cagliari Linhares Barreto, Alonço Viana Junior, Daniella Leitão Mendes, Natalia Mello Vale, Elisa da Costa Carvalho Almeida Lopes, Larissa Odilia Costa Binoti, Luzia Abrão El Hadj, Camilo Pessi Brumatte

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: MSL, sexo feminino, 34 anos, referindo massa em pescoço há cerca de 3 meses, com aumento progressi-vo, sem outros sintomas ou sinais associados. Nega comorbidades, uso de medicações e tabagismo. Exame físico normal. Ressonância nuclear magnética de pescoço apresentou tumoração com 30 × 20 mm de diâmetro, não captante, em cadeia linfonodal anterior. Na-sofibrolaringoscopia sem alterações. Optou-se pela realização de biópsia excisional da tumoração. O aspecto da lesão à biópsia era violáceo, e o exame de congelação compatível com melanoma, e análise histopatológica confirmou o resultado. No pós-cirúrgico, ao exame do couro cabeludo, foi identificada lesão hipercrômica na região temporal esquerda. A paciente foi encaminhada para o serviço de oncologia para realização de biópsia da lesão do couro cabeludo, que identificou o melanoma eo foco primário da linfono-domegalia isolada. Discussão: Em adultos jovens, a linfonodomegalia cervical de origem maligna é causada, predominantemente, por doenças lin-foproliferativas, seguida de cânceres metastáticos de cabeça e pescoço, mama, pulmão e tireoide. O melanoma em região acral é uma patologia rara, com possibilidade de metástase hematogê-nica e linfonodal, e possui pior prognóstico que os demais tipos de melanoma. Conclusão: A linfonodomegalia cervical é um desafio diagnóstico para os otorrinolaringologistas. Os elementos principais de in-vestigação incluem: tempo de duração e início da progressão da massa cervical; localização, sintomas e sinais associados; faixa etária do paciente; e características dessa massa. São fundamen-tais uma anamnese detalhada e um exame físico minucioso da cabeça e pescoço, sem exclusão do couro cabeludo, para que não ocorram falhas na identificação do foco primário causador da linfadenopatia.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S71

P-175 COMPLICAÇÕES APÓS INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO — RELATOS DE CASOSStela Oliveira Rodrigues, Raíssa Camelo Valletta, Mariana Moreira de Deus, José Neto Ribeiro de Souza, Marina Ferraz Gontijo Soares, Melissa Ameloti Gomes Avelino, Camilla Gabriela de Oliveira

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Dois pacientes atendidos no pronto-socorro de otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas de Goiás, com quei-xa de ingestão de espinha de peixe. O primeiro, com ingestão há 12 dias, teve formação de abscesso cervical, próximo à carótida, visto em tomografia. Foram necessárias duas abordagens cirúrgicas para resolução. Na primeira, apenas drenagem da coleção purulenta foi realizada, sem identificação do corpo estranho. Na segunda, o cor-po estranho havia sofrido migração, sendo possível sua retirada. O caso evoluiu sem mais complicações. O segundo paciente, com história de 4 dias, teve perfuração esofágica e sinais de mediasti-nite superior. Foi abordado cirurgicamente, sendo retirado o cor-po estranho e feita drenagem do abscesso. Paciente permaneceu em UTI no pós-operatório imediato, mas também evoluiu de forma satisfatória. Discussão: Corpos estranhos são queixas comuns na área de Otor-rinolaringologia. Complicações, contudo, ocorrem em menor pro-porção. Quando acontece ingestão de corpo estranho, a maioria não sofre migração para fora do aparelho digestório, mas, quando isso ocorre, é crucial a identificação precoce e instituição do tra-tamento correto para boa evolução. Em casos de formação de abs-cesso, é necessária a retirada do corpo estranho e drenagem da coleção. Para que uma boa programação cirúrgica seja possível, a tomografia da região é fundamental, fornecendo informações de relações anatômicas. No primeiro caso relatado, se não houvesse a informação da proximidade do corpo estranho com carótida, poderia haver uma complicação maior, lesionando um vaso nobre. No segundo caso, se não tivessem sido identificados os primeiros sinais de mediastinite superior para rápida instituição da terapêu-tica, o desfecho poderia ser fatal, visto que a mediastinite possui alta morbimortalidade. Considerações finais: É importante ressaltar a necessidade de boa integração hospitalar com recursos propedêuticos e tratamento ci-rúrgico, além do conhecimento sobre as possíveis complicações da ingestão de corpo estranho, para uma boa condução dos casos.

P-176 CARCINOMA DE CISTO TIREOGLOSSO: UM RELATO DE CASONatalia Collodetto Soares, Lucca Policeno Paulin, Lourimar de Moura Moreira, Afonso Possamai Della Junior, Karin Caroline Seidel, Priscila Saia Pietraroia, Crisitano Roberto Nakagawa

Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: ISS, sexo feminino, 35 anos, foi encaminha-da ao ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba para avaliação de nodulação em topografia tireoidiano de aparecimento há 6 meses, sem queixas compressi-vas, perda de peso, disfonia ou disfagia. Ao exame físico: massa endurecida em topografia de glândula tireoide, medindo aproxima-damente 3 × 5 cm, móvel à deglutição, indolor, sem linfonodome-galias palpáveis. Realizou ecografia de tireoide e tomografia com-putadorizada de pescoço sugerindo suspeita de cisto tireoglosso, com tireoide tópica e com dimensões normais, sem evidência de lesões focais. PAAF da lesão com quadro citológico sugestivo de lesão epitelial proliferativa. Paciente foi submetida a exérese de

cisto tireoglosso, com resultado anatomopatológico de carcinoma papilífero de tireoide. Posteriormente, foi submetida a tireoidec-tomia total com esvaziamento cervical nível VI, com resultado do anatomopatológico demostrando, também, carcinoma papilífero. A paciente segue em acompanhamento neste mesmo ambulatório, atualmente sem queixas. Discussão: O tecido tireoidiano primordial forma o tireoglosso, uma estrutura tubular revestida por epitélio que atravessa a língua, penetra na mesoderme subjacente e desce em frente à faringe, como um divertículo. Na sétima semana de gestação, a glândula tireoide atinge sua posição final, e o tireoglosso involui e desaparece. Uma falha na involução do tireoglosso, associado ao epitélio secretor que o reveste, originará o cisto. O cisto de ducto tireoglosso é a anomalia congênita de linha média mais co-mumente encontrada. Em contrapartida, a presença de carcinoma do ducto tireoglosso é um achado extremamente raro, ocorrendo em apenas 1% dos cistos desse ducto. O diagnóstico é estabelecido após ressecção cirúrgica do cisto, por meio da anatomia patoló-gica, e o tratamento consiste na exérese cirúrgica ou tireoidec-tomia total. Considerações finais: Apesar de raro, o carcinoma de cisto de duc-to tireoglosso deve ser considerado como diagnóstico diferencial de cistos benignos, já que suas manifestações clínicas são bastante semelhantes.

P-177 RELATO DE CASO: HEMANGIOMA CAVERNOSO

Rejane Pacheco de Sousa, Barbara de Paula Cioni, Karin Caroline Seidel, Lourimar de Moura Moreira, Otavio Henrique Villas Boas Fantin, Cristiano Roberto Nakagawa

Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 50 anos, refe-rindo queixa de proptose ocular à direita há cerca de 10 meses, com piora progressiva, sem queixas visuais. Ao exame físico apresenta-va proptose ocular à direita, com discreto desvio do globo para a lateral, e mobilidade e acuidade visuais preservadas. Tomografia de face evidenciou lesão expansiva em porção medial de órbita direita, pós-septal, homogênea e bem delimitada, aparentemente extraconal, causando remodelamento da lâmina papirácea deste lado, desviando o nervo óptico e o músculo extrínseco reto supe-rior e aparentemente o reto medial e o oblíquo superior, medindo 2,5 × 3,2 × 1,9 cm. Também foi realizado exame de campo visual, que não evidenciou alterações. Diante do exposto, o paciente foi encaminhado para ressecção da lesão. No ato cirúrgico, foi optado pelo acesso de Lynch modificado, e, seguindo a parede medial da órbita em direção posterior, foi identificado e retirado o tumor, o qual era bem delimitado e pouco aderido a estruturas adjacentes. Foi deixado um dreno de Penrose na ferida operatória durante 5 dias. O paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório e com melhora da proptose. O exame anatomopatológico indicou he-mangioma cavernoso. Discussão: O hemangioma cavernoso é o tumor primário de órbita benigno mais frequente na idade adulta. São tumores vasculares que acometem preferencialmente mulheres, da segunda a quarta décadas de vida. Geralmente são bem delimitados e intracônicos, com crescimento lento e progressivo. Podem cursar com prop-tose, alterações da motilidade ocular e da visão. O diagnóstico pode ser presumido por meio de tomografia computadorizada e o tratamento é cirúrgico, podendo ser utilizado o acesso de Lynch modificado. Considerações finais: O hemangioma cavernoso é tumor benigno de órbita mais comumente encontrado em adultos. Deve ser realizada a excisão cirúrgica devido ao seu crescimento progressivo, podendo ser considerado o acesso de Lynch modificado.

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P-178 LINFOMA FOLICULAR TIPO PEDIÁTRICO PRIMÁRIO EM PARÓTIDA: UM RELATO DE CASOTatiane Bordignon Uliana, Ariadne Fonseca Carvalho Silva, Thaisa Consorte Domingues, Martinho da Palma e Mello Neto, Julia do Carmo Binotto, Marco Aurélio Franco de Godoy Belfort, Gabriel Cardoso Ramalho Neto

Hospital Regional de Presidente Prudente, Presidente Prudente, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 15 anos, sexo masculino, com abaulamento de 4 cm em retromandibular direita, móvel e não do-loroso, com 5 meses de crescimento progressivo, sem sinais flogís-ticos, sem sintomas B, com mímica facial preservada e sem ade-nopatias cervicais palpáveis. Foi realizada parotidectomia parcial superficial com conservação do nervo facial e confecção de retalho muscular esternocleidomastóideo com material enviado para ana-tomopatológico junto a imuno-histoquímica, a qual evidenciou uma hiperplasia folicular atípica correspondendo a linfoma folicular do tipo pediátrico. Paciente foi então encaminhado à hematopediatria e encontra-se em acompanhamento clínico. Discussão: Os tumores de cabeça e pescoço representam 12% dos tumores sólidos em crianças e adolescentes menores de 19 anos, sendo que, na população pediátrica, a maioria das lesões nesta região são benignas. Nas glândulas salivares os linfomas primários são raros. Na infância, os linfomas constituem 10% das neoplasias malignas, sendo cabeça e pescoço a localização mais comum. O linfoma folicular é comum nos adultos, mas raro nas crianças e adolescentes e correspondem a aproximadamente 6% de todos os linfomas nessa faixa etária. O tratamento é o mesmo utilizado em outros tipos de linfomas, sendo a biópsia excisional de gânglios ou massas com histopatológico fundamental para o diagnóstico definitivo. Considerações finais: O relato do caso em questão evidencia um tumor raro em parótida levando a questionamento de tumerogê-nese das lesões linfoepiteliais de cabeça e pescoço, enfatizando a importância do diagnóstico precoce por meio de biópsia nas tume-fações de glândula parótida.

P-179 LINFOMA EXTRANODAL DE SEIO MAXILAR: UM RARO RELATO DE CASODenis Massatsugu Ueda, Alvaro Ferdinando Scremin, Rafael Yoshio Kanashiro, Mauricio Pacheco Reis, Murilo Carlos Gimenes, Poliana Camurça, André Armani

Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil

Apresentação do caso: PRP, sexo masculino, 63 anos, procurou ser-viço de otorrinolaringologia com queixa de dor em região maxilar direita iniciada há 5 meses, evoluindo com edema em pálpebra in-ferior ipsilateral, hiporexia, perda ponderal — 12 kg —, proptose de olho direito e quemose. Optou-se por solicitar ressonância mag-nética, iniciando prednisona, sintomáticos e cuidados oftálmicos gerais. Exame de imagem evidenciou lesão expansiva/infiltrativa sólida com intensa impregnação pelo contraste acometendo seio maxilar com extensão para órbita e cavidade nasais. Foi realizada biópsia transconjuntival, cujo laudo imuno-histoquímico foi linfoma não Hodgkin de células B. Desse modo, optou-se por tratamento conservador e sequência da terapêutica no serviço de hematologia- oncologia em cidade de origem. Discussão: Podemos classificar os linfomas em nodal e extranodal. Este último apresenta sintomas variáveis, de acordo com o local acometido. O seio maxilar como sítio primário é considerado raro, sendo o tipo mais comum o linfoma difuso de grandes células B, cuja evolução é agressiva e de rápido crescimento. O tratamen-

to de linfomas extranodais de cabeça e pescoço é realizado com quimioterapia associada ou não, até a radioterapia. Os fatores prognósticos relacionados à sobrevida em 5 anos — que varia de 35-90% — são resposta à quimioterapia, estágio clínico ao diagnóstico e lesão oral/não oral, sendo o acometimento extraoral de melhor resposta à terapêutica. Considerações finais: Apesar de raro, é de grande importância a presença dos linfomas extranodais no diagnóstico diferencial de do-res em face — queixa comum para o cotidiano do médico otorrinola-ringologista — já que a exteriorização da lesão apenas ocorrerá em estágios avançados, o que, por sua vez, apresenta influência direta na resposta ao tratamento.

P-180 VÉRTEBRA DE PEIXE IMPACTADA NA REGIÃO RETROCRICOIDEBárbara de Melo Torres Alves, Adriana Torres da Silva, Mariana Gomes Siqueira, Loyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, Alessandra Pereira dos Santos, Sérgio Edriane Rezende, Cheng T-Ping

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo masculino, 47 anos, com relato de ingestão acidental de corpo estranho (espinha de peixe) há 5 dias. Queixava-se de dor, sensação de corpo estranho na gar-ganta, dispneia, e apresentava sialorreia. A orofaringoscopia e a videonasofaringolaringoscopia não evidenciaram corpo estranho. A endoscopia digestiva não evidenciou corpo estranho no esôfa-go, mas mostrou corpo estranho impactado na região posterior da laringe (região retrocricoide). A tomografia cervical evidenciou abscesso subjacente. Realizada remoção do corpo estranho por meio de laringoscopia de suspensão, sob anestesia geral. O cor-po estranho tratava-se de vértebra de peixe, medindo cerca de 2 × 3 cm. Discussão: O quadro clínico de corpos estranhos de faringe e larin-ge depende do seu tamanho, tipo, forma e localização, bem como o tempo de permanência. Os sintomas mais comuns são dor de gar-ganta, sensação de corpo estranho, tosse, dificuldade para engolir e aumento da salivação. Corpos estranhos pontiagudos podem cau-sar perfurações profundas, sangramentos e formação de abscessos. Próximo às vias respiratórias podem evoluir com insuficiência respi-ratória grave e asfixia, exigindo a remoção imediata. Considerações finais: Corpos estranhos de faringe que penetram nos tecidos moles ou com edema pronunciado muitas vezes são de difícil visualização e remoção. Em tais casos, a remoção cirúrgica, por laringoscopia de suspensão ou faringotomia aberta, deve ser realizada.

P-181 PRÓTESE DENTÁRIA: UM ANO DE EVOLUÇÃO RETIDA NA HIPOFARINGELeonardo Petrone Castro, Brunna Paulino Maldini Penna, Fernando Jairo Araújo de Souza, Camilla Magalhães de Almeida Ganem, Daniele Cristine Gomes Pinto, Gabriel Rabelo Guimarães, Cheng T-Ping

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Mulher, 75 anos, oriunda de asilo. Por-tadora de epilepsia, depressão e ocasionalmente confusão men-tal. Veio encaminhada para o pronto atendimento com videola-ringoscopia realizada há um ano, que mostrava prótese dentária

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(PD) retida na hipofaringe e supraglote. Queixava-se de disfagia e odinofagia ocasionais há dois anos, sem emagrecimento, disfo-nia, estridor, sialorreia, febre ou outros sintomas associados. Foi proposta remoção no bloco cirúrgico sob sedação. Inicialmente, foi tentada remoção transoral com pinça e laringoscópio, mas os ganchos da PD estavam aderidos às paredes laterais da hipofaringe e ao seio piriforme. Optou-se então por entubação orotraqueal e cervicotomia lateral. Após o procedimento, foi traqueostomizada para proteção das vias aéreas e colocação de sonda nasoentérica. Pós-operatório sem intercorrências, recebeu alta após dois dias de internação. Discussão: Os corpos estranhos (CE) faringolaríngeos correspondem a 8,9% dos casos de urgências otorrinolaringológicas. Os sintomas normalmente são exuberantes, considerando a via respiratória e digestiva. A história detalhada, o exame físico e os exames com-plementares (fibronaso, endoscopia digestiva e exames de imagem) são fundamentais para localizar o CE. A retirada pode ser ambula-torial ou no bloco cirúrgico, sob sedação ou anestesia geral. A via de acesso pode ser transoral ou cervicotomia, dependendo da ex-tensão e fixação do CE nas estruturas vizinhas. Tanto a permanência quanto a retirada do CE podem trazer complicações. Mas, em geral, a morbidade e a mortalidade diminuem quando o diagnóstico e a intervenção são precisas e precoces. Considerações finais: Apesar de os CE faringolaríngeos apresenta-rem sintomas exuberantes, este caso tinha pelo menos um ano de evolução e poucos sintomas. Chama a atenção a demora dos servi-ços públicos de saúde em solucionar casos urgentes, aumentando as possibilidades de morbidade e mortalidade.

P-182 APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE CARCINOMA DE PARATIREOIDEThaís Gomes Abrahão Elias, Thereza Lemos de Oliveira Queiroga, Cristiano Claudino Oliveira, Gláucia Maria Ferreira da Silva Mazeto, Caroline Fernandes Rimoli, Tamires Ferreira Siqueira, Renata Mizusaki Iyomasa, Jose Vicente Tagliarini

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Apresentação do caso: Três pacientes do sexo feminino, ida-des entre 51-61 anos. Duas pacientes acompanhadas na cidade de origem devido à doença renal crônica, e uma com queixa de abaulamento em região cervical. Em investigação laboratorial evidenciou-se hipercalcemia (13-15) e PTH elevado (1026-2704). Ultrassonografia de pescoço evidenciando imagem nodular ovala-da em topografia de paratireoide, e cintilografia de paratireoide com concentração heterogênea do radiofármaco na projeção de paratireoide e washout alentecido. Todas as três pacientes foram submetidas a tireoidectomia total com paratireoidectomia e esva-ziamento cervical nível VI. Discussão: Em duas pacientes não houve dúvidas sobre o diag-nóstico de carcinoma de paratireoide. Em uma, entretanto, foi necessária revisão de lâmina, visto que o primeiro diagnóstico anatomopatológico foi de carcinoma folicular de tireoide. Devi-do ao nível elevado de PTH na avaliação inicial da paciente e hipótese diagnóstica de hiperparatireoidismo primário devido a carcinoma de paratireoide, solicitou-se revisão de lâmina. Após revisão de lâmina aliada a dados clínicos, laboratoriais e cirúrgi-cos, concluiu-se que a neoplasia descrita como carcinoma foli-cular de tireoide correspondia à neoplasia de paratireoide, com invasão capsular e invasão angiolinfática, indicando a malignida-de do tumor. Considerações finais: A etiologia do carcinoma de paratireoide é desconhecida. O diagnóstico diferencial pré-operatório entre car-cinoma de paratireoide e hiperparatireoidismo primário é frequen-

temente difícil, porque muitos sinais e sintomas são semelhantes. O tratamento cirúrgico ideal é a ressecção em bloco do tumor com lobectomia tireoidiana ipsilateral.

P-183 TRATAMENTO DE LINFOMA NÃO HODGKIN GESTACIONALMônica Ribeiro de Campos, Priscila Ferreira Cortez, Rodrigo Longaray Nothen, Mariana Wagner Rigo, Diego Gehrke Pistoia, Alexandra Rech Vieira, Ingrid Wendland Santanna

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: TRF, sexo feminino, 27 anos, procurou aten-dimento médico em abril de 2016, com 6 semanas de gestação. Re-latou ardência na garganta à esquerda, com início há 2 meses, sem melhora após uso de amoxicilina. À oroscopia apresentava lesão clara e endurecida no palato e pilar amigdaliano esquerdo até o pa-lato. Não apresentava adenomegalias cervicais ou outras alterações locais. Realizou-se biópsia excisional da lesão e exame anatomopa-tológico, diagnosticando linfoma. Fez-se exame imuno-histoquími-co, cujo resultado foi: linfoma difuso de grandes células B com imu-nofenótipo do tipo célula B do centro germinativo (GCB) e índice de proliferação celular de 80%. Solicitou-se ressonância magnética de abdome total, crânio e tórax para estadiamento do linfoma, todos sem alterações. Tumor de estádio IIIA. A paciente optou por instituir o tratamento e manter a gestação. Ainda em curso. Discussão: Os linfomas são doenças linfoproliferativas variadas, di-vididas em tipo Hodgkin e não Hodgkin. A região da cabeça e pesco-ço está envolvida em apenas 10-30% dos casos com acometimento extranodal. São altamente curáveis com tratamento adequado. Lin-fomas requerem tratamento radioterápico local (se acometimento extranodal) e quimioterápico, com até 70% de cura. Na gestação, deve-se pesar o fato de que o tratamento pode levar a complica-ções gestacionais e malformações fetais, especialmente se feito no primeiro trimestre. Interrupção da gestação deve ser considerada por médico e paciente. Considerações finais: Mesmo com uma apresentação não clássica, deve-se suspeitar de tumores otorrinolaringológicos, especialmente em situações especiais — como a gestação. O achado de linfoma em estádio avançado leva-nos a crer que já havia prolongado o período de evolução, requerendo manejo imediato. A paciente foi advertida sobre os riscos do tratamento e optou por manutenção da gestação. Essa decisão tem uma pesada carga emocional, pois abortamento é um tema polêmico no mundo da medicina.

P-184 LEIOMIOMA VASCULAR NASAL: RELATO DE CASOAlexandra Rech Vieira, Priscila Ferreira Cortez, Mônica Ribeiro de Campos, Mariana Wagner Rigo, Rodrigo Longaray Nothen, Diego Gehrke Pistoia, Ingrid Wendland Santanna

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: MHOS, sexo feminino, 57 anos, branca, procurou atendimento médico por apresentar edema de fossa na-sal esquerda, sem secreção e obstrução nasal, com aproximada-mente 4 meses de evolução. À rinoscopia anterior apresentava lesão polipoide de aproximadamente 1 cm no septo cartilaginoso da fossa nasal esquerda, sem evidência de hemorragia. Realizou-se tomografia computadorizada dos seios da face, que mostrou mínimo grau de opacificação das células etmoidais e seios frontais

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por processo inflamatório ou pós-inflamatório. Leve tortuosida-de do septo nasal, tumefação dos cornetos nasais à esquerda e pequeno grau de retenção de secreções no seio esfenoidal. Ima-gem com densidade predominantemente calcificada visualizada na parede anterior do seio esfenoidal direito, com cerca de 0,7 cm. Realizou-se biópsia da lesão que revelou leiomioma vascular no estudo anatomopatológico. A paciente foi submetida a exérese total do tumor. Discussão: Os leiomiomas podem ocorrer em qualquer localização onde haja a presença de músculo liso. A presença de leiomiomas na cavidade nasal e seios paranasais é extremamente rara, cons-tituindo 3% dos leiomiomas que acometem a região da cabeça e pescoço. A raridade desses tumores em região endonasal se deve à escassez de tecido muscular liso. O tratamento dos leiomiomas baseia-se na excisão local da lesão, sendo que recidivas são extre-mamente raras. O tamanho do tumor e a localização na cavidade nasal definem a abordagem cirúrgica, sendo a mais utilizada a via endoscópica. Considerações finais: Os leiomiomas vasculares da cavidade nasal são raros. A raridade desses tumores se deve à escassez de tecido muscular liso na região endonasal. Assim sendo, acredita-se que a origem desses tumores se deva à proliferação das células das pare-des dos vasos ou do mesênquima aberrante. O diagnóstico definitivo é realizado por meio da histopatologia e seu tratamento com a ex-cisão cirúrgica por via endoscópica.

P-185 CARCINOMA BASOCELULAR AGRESSIVO NA ORELHA COM INVASÃO INTRACRANIANAKelen Rabelo Santana Bonin, Fernanda Wiltgen Machado, Marcus Vinícius Furlan, Lucinda Simoceli, Camila Figueiredo Bruno, Gisa Sampaio Viana de Carvalho, Wania Eliza de Almeida

Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo masculino, 49 anos, inter-nado para tratamento de aneurisma de artéria basilar, apresentou lesão ulcerada de 5 cm em região retroauricular direita há 5 anos, acompanhada de otorreia purulenta e de hipoacusia. Havia duas lesões semelhantes em tórax e em dorso. Comorbidades: renal crônico dialítico e hipertensão arterial sistêmica. Na ressonância magnética com contraste, observou-se lesão extensa do pavilhão auricular e conduto auditivo externo (CAE) direito, lesão óssea infiltrativa em seio esfenoidal direito, clivus e órbita esquerda. Pesquisa para doenças granulomatosas: negativa. Cultura positiva para Staphylococcus aureus em CAE direito. Biópsias e imuno-his-toquímicas das lesões retroauricular direita, seio esfenoidal direi-to e tórax foram todas consistentes com carcinoma basocelular. A abordagem cirúrgica foi contraindicada devido à irressecabilidade da lesão. Paciente optou por retornar ao estado de origem para realizar tratamento paliativo com radioterapia. Discussão: Carcinoma basocelular (CBC) surge a partir de células basais pluripotentes presentes na superfície epitelial e estruturas anexas. Representam 80% de todos os cânceres de pele e 75-80% deles ocorrem na região da cabeça e pescoço, devido à exposição ao sol. A maioria possui crescimento lento e não agressivo. Invasão intracraniana de CBC é muito raro. Alguns CBCs localmente avança-dos mostram diferentes apresentações biológicas e maior agressivi-dade. Características clínicas da agressividade envolvem tamanho (maior de 2,5-3 cm de diâmetro), local (“H” em região central da face, nariz, olhos e ouvidos), longa data do tumor, margens mal definidas, excisão incompleta e falha do tratamento prévio. Padrão ouro do tratamento para CBC agressivo é cirurgia extensa com ou sem radioterapia adjuvante.

Considerações finais: Tem-se observado crescimento mundial de CBC e, com isso, formas agressivas de CBC em cabeça e pescoço. Controle de tumores agressivos em locais anatomicamente mais di-fíceis de operar é desafiador e requer planejamento do tratamento com equipe multidisciplinar.

P-186 VARIANTE MACROFOLICULAR DO CARCINOMA PAPILÍFERO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAJesarela Maria de Souza de Amorim, Lizandra Passini Ferreira, Débora Bressan Pazinatto, Igor Bezerra Sousa Leal, Eduardo George Baptista de Carvalho, Pablo Soares Gomes Pereira, Augusto Cesar Bernardes Miguel

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Trata-se de paciente do sexo masculino de 58 anos, sem comorbidades. História de irradiação na infância. Procurou o serviço de otorrinolaringologia com história de abau-lamento cervical à direita há 35 anos, com crescimento lento no período. Ao exame otorrinolaringológico apresentava nódulo com 3 cm de diâmetro (nível III) à direita. Foi realizada PAAF da le-são e citologia com resultado negativo para neoplasias. Tomografia computadorizada de pescoço mostrou nódulo na topografia da ca-deia ganglionar III à direita compatível com linfonodo. Paciente foi submetido a linfadenectomia, cujo resultado anatomopatológico mostrou carcinoma papilífero variante clássica e folicular. Foi rea-lizada ultrassonografia da tireoide, que evidenciou a presença de nódulo ecogênico com 3,3 × 1,4 × 2,7 cm localizado no lobo direito e o istmo, com calcificações grosseiras em seu interior. Optou-se pela realização de tireoidectomia total com esvaziamento cervical níveis IIb, III, IV e VI. O resultado anatomopatológico foi carcinoma papilífero variante macrofolicular. Discussão: A variante macrofolicular do carcinoma papilífero (MFCP) é uma entidade rara do carcinoma papilífero, no qual, microscopicamente, mais de 50% dos folículos são representados por macrofolículos que podem ser vistos tanto no tumor primário quanto nas metástases. A punção com agulha fina não é útil para o diagnóstico, pois, na maioria dos casos, as características citológi-cas podem ser dificilmente distinguidas de bócio e adenoma adeno-matoso macrofolicular. Considerações finais: MFCP é uma variante do carcinoma papilar que pode ser de difícil diagnóstico citológico, pois a presença abun-dante de coloide, arranjo das células foliculares macrofolicular e/ou ausência de características citológicas generalizadas associadas a carcinoma papilar pode levar a um diagnóstico errôneo. Por isso, apesar de raro, este deve ser aventado como diagnóstico diferen-cial diante de uma lesão benigna na tireoide.

P-187 SIALOLIPOMA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAJesarela Maria de Souza de Amorim, Igor Bezerra de Sousa Leal, Eduardo George Baptista Carvalho, Débora Bressan Pazinatto Pazinatto, Lizandra Passini Ferreira, Pablo Soares Gomes Pereira

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: MAF, 38 anos, sexo feminino, procurou o serviço de otorrinolaringologia com história de nódulo cervical à direita nível III. Paciente foi submetida à ressecção cirúrgica. No intraoperatório foi encontrada lesão pediculada em polo inferior da parótida direita, sendo realizada ressecção da lesão e cauda da parótida direita. O resultado anatomopatológico evidenciou sialolipoma.

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Discussão: Os tumores gordurosos benignos da glândula parótida (lipomas) são raros. Representam menos de 0,5% de todos os tumo-res de parótida. Sialolipoma é uma variante histológica de lipoma na glândula salivar, que é caracterizada pela proliferação de adipó-citos maduros com retenção secundária de elementos de glândula salivar normal. Clinicamente, manifesta-se por um crescimento in-dolor na topografia da parótida. O tratamento de escolha é a exci-são cirúrgica. Não há relatos de recorrência. Considerações finais: Sialolipoma é uma neoplasia benigna rara em cabeça e pescoço, assim, apenas um alto índice de suspeita e estudo dos detalhes histológicos pode nos levar ao diagnóstico definitivo.

P-189 DOENÇA DE ROSAI-DORFMAN (HISTIOCITOSE SINUSAL MACIÇA): RELATO DE CASOCamila Taniguti Cordeiro Vasco, Leticia de Avila Cambraia, Blenda Avelino Soares, Emilio Santana Martins Xavier Nunes

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente SLSS, 50 anos, sexo feminino, pro-curou o serviço de otorrinolaringologia e cirurgia cabeça e pescoço (CCP) apresentando massas cervicais bilaterais e indolores, febre não aferida e perda ponderal. Relata que sintomas iniciaram há 1 ano. Há 6 meses estava em acompanhamento com oftalmologista por diminuição da acuidade visual, principalmente em olho esquer-do. Foi realizada biópsia de linfonodo cervical em nível III, em que foram observados, por histologia e imuno-histoquímica, achados típicos de doença de Rosai-Dorfman (histiocitose sinusal maciça). Paciente manteve acompanhamento com equipe de otorrinolarin-gologia e CCP. Discussão: A doença de Rosai-Dorfman é rara, benigna e de origem idiopática. É caracterizada por linfadenopatia (geralmente cervi-cal) extensa, bilateral e indolor, além de febre, leucocitose com neutrofilia, elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS) e hipergamaglobulinemia policlonal. Em 30-40% dos casos pode ter apresentação extranodal, e a pele é o local mais acometido. Pode acometer também o trato respiratório superior e ossos. Na região da cabeça e pescoço, que é responsável por 22% do envolvimen-to extranodal, pode acometer cavidade nasal, seios paranasais, nasofaringe, glândulas submandibulares, parótidas, laringe, osso temporal, fossa intratemporal, fossa pterigoide, meninge e região orbitária. Tem predileção por adultos jovens do sexo masculino, mas pode acometer qualquer faixa etária. O diagnóstico é por his-topatológico e imuno-histoquímica, associados às manifestações clínicas. O tratamento é controverso; podem ser tentados cirurgia, antibioticoterapia, radioterapia, quimioterapia e esteroides. Considerações finais: A doença de Rosai-Dorfman é uma entidade rara, benigna e autolimitada que acomete preferencialmente re-giões da cabeça e pescoço. O objetivo deste trabalho foi relatar essa rara condição e abordar as diversas manifestações clínicas, juntamente com seu diagnóstico e tratamentos.

P-190 MELANOMA MALIGNO METASTÁTICO EM REGIÃO SUBMANDIBULAR: RELATO DE CASOLudmilla Emília Martins Costa, José Speck Filho, Carolina Cavalcante Dantas, José Sergio do Amaral Mello Neto, Rodrigo Silverio Dias, Athina Hetiene de Oliveira Irineu, Fernanda Alves Guimarães

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: LF, 81 anos, sexo masculino, hipertenso, dia-bético, hipotireóideo, portador de hepatite C, ex-tabagista e ex-eti-lista, realizava acompanhamento ambulatorial por nódulo submandi-

bular à esquerda desde setembro de 2015. Assintomático. Em janeiro deste ano, apresentava nódulo endurecido de 4 cm, com pequena fís-tula em ápice com drenagem de lesão purulenta. A ultrassonografia descrevia nódulo em topografia de glândula submandibular esquerda com reforço de ecos na parte posterior, compatível com abscesso, sendo tratado com antibioticoterapia na ocasião. Em fevereiro deste ano deu entrada no pronto-socorro deste serviço com sangramento profuso e de difícil controle na região do nódulo submandibular es-querdo, medindo 7 cm já extruindo pela pele, sendo realizada exére-se da lesão nesta ocasião. O anatomo-patológico evidenciou sarcoma de alto grau infiltrando até a derme reticular da pele com ulceração da epiderme, sem comprometimento angiolinfático e perineural. O perfil imuno-histoquímico também foi compatível com fibrossarcoma de alto grau. Evoluiu com linfonodomegalia cervical em nível II à esquerda, de 4 cm, sugestiva de comprometimento neoplásico, sen-do submetido ao esvaziamento cervical e cujo anatomo-patológico evidenciou metástase de melanoma. Foi solicitada revisão de lâmi-na, que retificou o diagnóstico de melanoma maligno metastático. O paciente apresentava ainda múltiplas metástases pulmonares. No momento, o paciente mantém acompanhamento na oncologia, reali-zando tratamento químio e radioterápico. Discussão: Os tumores malignos da cabeça e pescoço podem ser pri-mários (com origem no próprio pescoço) ou secundários (metastáti-cos). Os melanomas são tumores malignos agressivos, resultantes de melanócitos, e apresentam chance elevada de se espalharem para outros órgãos, sendo chamados de melanomas malignos metastáti-cos. Os órgãos-alvo mais comuns de disseminação do melanoma são pulmões, cérebro e fígado. Considerações finais: O diagnóstico diferencial de massas cervicais inclui um grande espectro de patologias com tratamentos diferentes, devendo-se sempre serem consideradas algumas patologias mais ra-ras, como a relatada no presente caso.

P-192 MELANOMA DE CAVIDADE NASAL: RELATO DE CASOMariana Mascarenhas Assis, Nara Nunes Barbosa, Grasiele de Souza Figueiredo, Victor Holanda Bezerra, Anderson Tino de Carvalho, Augusto Fernandes Mendes, Nilvano Alves de Andrade

Hospital da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente GOS, sexo masculino, 74 anos, com história de obstrução nasal rapidamente progressiva, episódios de epistaxe autolimitados e amaurose a direita há 2 meses. RNM de face evidenciando lesão expansiva de cavidade nasal à direi-ta acometendo os seios maxilar ipsilateral, frontais e esfenoides, com destruição de septo e conchas nasais adelgaçando a parede medial da órbita à direita, com efeito centrífugo sobre a muscula-tura ocular extrínseca. Realizada biópsia incisional e encaminhado o material para anatomia patólogica e imuno-histoquímica, que concluíram melanoma mucoso de cavidade nasal. Discussão: Os melanomas mucosos são mais comumente encontra-dos nas fossas nasais, seguidos pelos seios paranasais. Pacientes com melanoma de fossa nasal se apresentam com obstrução nasal, epistaxe e anosmia. É um tumor de crescimento rápido e avançado, representando pior prognóstico quando comparado com tumores de origem de pele. O seguimento desses pacientes deve ser feito com TC e RNM do sítio primário e o PETscan para investigar metástases a distância. Segundo a Sociedade Americana de Câncer, a exérese é o tratamento primário para tumores classificados em estádio III ou IVA, sendo contraindicada quando há acometimento linfonodal. No caso apresentado, o paciente foi submetido a PETscan e apre-sentava metástase para órgãos adjacentes (globo ocular), portanto, optou-se pela não ressecção cirúrgica, e foi encaminhado para a equipe de oncologia e medicina nuclear para prosseguimento do tratamento.

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S76 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Considerações finais: O melanoma de mucosa nasal é um tumor raro, mas de elevada morbimortalidade, devendo-se ter o diagnós-tico de suspeição nas lesões hiperpigmentadas nessa região.

P-193 SÍNDROME DE FORESTIER: UM RELATO DE CASOGabriella Macêdo Barros, Fernanda Fruet, Gislaine Patrícia Coelho, Mariana Fidelis Solla, Larissa Borges Richter Boaventura, Luiz Eduardo Flório Júnior, Guilherme Rocha Netto

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 61 anos, proveniente de outro serviço onde esteve internado por 10 dias sob ventilação mecânica em intubação orotraqueal devido a qua-dro de pneumonia, foi encaminhado para cuidados intensivos no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Apresentava quadro de dispneia progressiva há 7 meses, com agudização recente associada ao quadro infeccioso vigente, evoluindo com insuficiência respira-tória e estridor à época da internação. Realizada traqueostomia e tratamento da pneumonia em regime hospitalar por 26 dias. Evoluiu com melhora progressivamente lenta da insuficiência res-piratória comparativamente à melhora do quadro pneumônico, sendo necessária investigação complementar do quadro. A en-doscopia disgestiva alta revelou esofagite de terço distal, hérnia hiatal por deslizamento e pangastrite enantemática edematosa e erosiva. À nasofibrolaringoscopia visualizou-se edema severo das porções glótica e supra-glótica da laringe e uma protuberância em região posterior de rinofaringe. A tomografia computadorizada de pescoço evidenciou uma espondilose cervical com calcificaões ligamentares anteriores, que determinavam compressão sobre a coluna aérea da hipofaringe e orofaringe em níveis de C3-C4, C5-C6, C6-C7. Discussão: A evolução do quadro e os exames de imagem permi-tiram firmar o diagnóstico de síndrome de Forestier. A etiologia desta patologia ainda é desconhecida. Embora normalmente seja assintomática, pode cursar com disfagia, apneia do sono, globus faríngeo, tosse, disfonia, otalgia reflexa, sintomas medulares compressivos e dispneia, sendo necessária, em alguns casos, a ma-nutenção de via aérea emergencial. A dispneia pode ser explicada não apenas pelo obstáculo mecânico nas vias aéreas, mas também pela inflamação retrocricoide gerada por osteófitos reduzindo a mobilidade glótica. O diagnóstico deve ser confirmado por meio de estudo radiológico. O tratamento deve ser multidisciplinar e conservador, sendo a intervenção cirúrgica reservada aos quadros complicados. Considerações finais: A síndrome de Forestier, apesar de ser habi-tualmente assintomática, quando se manifesta, apresenta sintomas otorrinolaringológicos importantes, devendo ser sempre lembrada como diagnóstico diferencial na nossa prática clínica.

P-194 ADENOMA PLEOMÓRFICO DE GLÂNDULAS SALIVARES MENORES: RELATO DE CASOSâmella Cavalcanti Monteiro, André Serra Mota, Gleydson Lima dos Santos, Iara de Vasconcelos Gonçalves Ferreira, Janine Silva Carvalho, Marcos Antônio de Melo Costa, Paula Medeiros Balbino

Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: MMS, sexo feminino, 53 anos, apresentando aumento da região palatal direita há 1 ano, assintomática. O exame mostrou massa em palato mole à direita, medindo 3 cm, com carac-terística firme e fixa. A mucosa sobre a lesão apresentava-se hiper-vascularizada e íntegra. A tomografia computadorizada do pescoço

evidenciou formação expansiva homogênea, sólida, com contornos regulares e situada em palato mole. A paciente foi submetida a ci-rurgia para exérese de lesão em palato mole. O estudo histopatoló-gico diagnosticou adenoma pleomórfico com padrão plasmocitoide. Paciente está em acompanhamento clínico há 2 meses, evoluindo sem sinais de recidiva local. Discussão: O adenoma plemórfico é o tumor benigno mais frequen-te das glândulas salivares, atingindo principalmente mulheres en-tre 40 e 60 anos. É um tumor misto que se desenvolve a partir de elementos ductais e células mioepiteliais. Quando essa lesão afeta glândulas salivares menores, ocorre com mais frequência em pala-to. Neste sítio, apresenta-se como lesões nodulares, sólidas, fixas, de crescimento lento, indolores e de limites bem definidos. Os exa-mes de imagem podem estabelecer a origem, localização e limites da lesão. O diagnóstico é dado por meio de exame histopatológico. O tratamento é cirúrgico com exérese da lesão com margens de segurança, sendo o prognóstico bom. A recidiva é comum quando são deixados restos tumorais. A degeneração maligna é rara quando o tumor ocorre nas glândulas salivares menores, sendo mais comum nos casos de múltiplas recidivas e quando há crescimento agressivo da lesão. Considerações finais: O adenoma pleomórfico de glândulas saliva-res menores é um tumor raro. Seu diagnóstico deve ser dado com o exame histopatológico. O tratamento de eleição é a exérese da lesão com margens de segurança, com prognóstico favorável. A re-cidiva local varia de 5 a 45%, e a degeneração maligna ocorre em 5 a 23% dos casos, sendo rara em tumores localizados em palato.

P-195 MELANOMA DE MUCOSA NASAL: RELATO DE CASOSabrina Trindade Fernandes, Thaise de Albuquerque Fioravante Silvestre, Daniel Villela e Silva, Jeová Oliveira de Araújo, André Bezerra de Pinho, Priscila Castricini Mendonça Pimentel, Marcelo Nogueira da Silva

Hospital Central do Exército (HCE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: MTGS, 65 anos, branca, encaminhada ao serviço em janeiro de 2016 com epistaxe. Ao exame, tumor vege-tante e friável em fossa nasal direita. Realizada biópsia incisional do tumor no primeiro atendimento com diagnóstico de melanoma de mucosa nasal confirmado com estudo imuno-histoquímico. Pes-coço: N0. Tomografia computadorizada de pescoço, tórax, abdo-me e pelve: ausência de metástases. Há 2 meses realizada ressec-ção cirúrgica com margens livres ao estudo anatomopatológico. Paciente segue em acompanhamento pela equipe da cirurgia de cabeça e pescoço e oncologia, sendo encaminhada à radioterapia adjuvante. Discussão: O melanoma de mucosa é uma entidade rara que cor-responde a menos de 1% dos melanomas. A idade média é de apro-ximadamente 60 anos, com preponderância no gênero masculino. Os sítios primários mais comuns incluem cavidade nasal, seios para-nasais e cavidade oral. O tratamento preconizado é cirúrgico com ressecção do tumor primário com margens livres e linfonodos posi-tivos. Alguns casos têm indicação de radioterapia. A sobrevida em 5 anos nos melanomas mucosos de cabeça e pescoço varia entre 1 e 38%. São tumores agressivos, com alto índice de metástase local e a distância no momento do diagnóstico. Considerações finais: Melanomas de mucosa são raros, e quando se apresentam na cavidade nasal podem ter diagnóstico tardio e me-tástases locorregional e à distância, que diminuem a sobrevida e as chances de tratamento. A precocidade no exame otorrinolaringoló-gico determina a chance de cura e o tratamento deste paciente. O objetivo deste trabalho foi mostrar a importância do otorrinolarin-gologista no diagnóstico precoce desses tumores, alterando assim seu prognóstico.

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P-196 RELATO DE CASO: ADENOCARCINOMA POLIMORFO DE BAIXO GRAU EM PARÓTIDA DIREITA RECIDIVADO EM PACIENTE DO SEXO MASCULINOMayra Coelho Bócoli, Mariana Santana Xavier, Bruna Coelho Ellery, Adriana Pereira Miguel, Thainá Soares Miranda, Andre do Lago Pinheiro, Luis Sergio Raposo

Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Masculino, 47 anos, tabagista, em acom-panhamento de follow-up com otorrinolaringologia devido a paro-tidectomia e esvaziamento supraomohióideo em 2005 no serviço do Hospital de Base, com diagnóstico anatomopatológico de ade-nocarcinoma polimorfo de baixo grau sem metástases linfonodais. Apresentou novo abaulamento em topografia de parótida direita em janeiro de 2016, com PAAF evidenciando recidiva do quadro. Realizou novamente parotidectomia à direita em janeiro de 2016 sem preservação do nervo facial e com oclusão de conduto auditivo externo direito associada à radioterapia, com remissão completa do quadro. Ao exame físico, apresentava paralisia facial grau V a direita, sem nódulos palpáveis e oclusão de CAE direita. Discussão: O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau (APBG) é uma neoplasia maligna de baixo nível de agressividade, que ocor-re quase exclusivamente em glândulas salivares menores. É mais comum em pacientes do sexo feminino entre 50-80 anos, e o tra-tamento consiste em exérese cirúrgica e radioterapia. Possui como diagnósticos diferenciais adenoma pleomórfico e adenoide cístico e normalmente apresenta invasão perineural, sendo necessária exé-rese do nervo acometido, sendo, no caso acima, o facial. Considerações finais: O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau raramente acomete glândula parótida, e há raros casos de recidiva na literatura. O adenocarcinoma polimorfo tende a ser um tumor de baixo grau de malignidade, o que leva a um prognóstico favorável; no entanto, podem ser observadas recidivas em até 10 anos após o tratamento, com características semelhantes do tumor original.

P-197 CISTO TIREOGLOSSO EM BASE DE LÍNGUAElisa da Costa Carvalho Almeida Lopes, Luzia Abraão El Hadj, Daniella Leitão Mendes, Paulo Pires de Mello, Alexandre José de Sousa Cunha, Juliana Cagliari Linhares Barreto

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente SMG, 4 anos, sexo feminino, branca, encaminhada ao ambulatório de otorrinolaringologia para avaliação de nódulo em base de língua sem outros sinais ou sinto-mas. Avaliada e identificado nódulo volumoso em base de língua compatível com nódulo tireoglosso. Decidiu-se por realização de abordagem cirúrgica via cervical por meio de faringotomia supra- hióidea devido à dificuldade de visualização de toda a lesão, além de realização de traqueostomia. Discussão: A glândula tireoide migra anteriormente à faringe, no denominado ducto tireoglosso, alcança sua posição anatômica por volta da 7ª semana de vida intrauterina e desaparece na 10ª sema-na. A persistência de uma porção do ducto resulta em lesão cística preenchida por material coloide. O osso hioide está intimamente envolvido com o ducto tireoglosso. É a mais comum massa cervical benigna, exceto pelas adenopatias cervicais benignas. Surge antes de o paciente completar 5 anos. Apresenta-se como uma massa em linha média que se eleva à protrusão da língua e deglutição, sen-do essa última sua mais constante característica. Apesar de serem lesões comumente de linha média, podem ter localização parame-diana. O cisto pode estar localizado em qualquer lugar ao longo do ducto, e comumente sobrepõe-se ao hioide. Em algumas situações o cisto pode drenar intraoralmente. O aumento do cisto frequente-

mente segue-se a infecções de vias aéreas superiores. O diagnósti-co diferencial deve incluir linfadenopatia cervical, cisto dermoide, lipoma, hemangioma, nódulo tireoideano, tecido salivar ectópico, rânula mergulhante, cisto branquial, tecido tireoideano ectópico e cisto sebáceo. Considerações finais: Nos caso de suspeita de cisto do ducto ti-reoglosso, é importante diferenciar o cisto de tecido tireoideano ectópico. Embora apenas 10% dos casos de tireoide ectópica sejam encontrados no pescoço, ela pode representar o único tecido tireoi-deano em 75% dos pacientes. Por isso, ultrassom ou cintilografia de corpo inteiro devem ser realizados para diferenciar tireoide ectópi-ca de cisto do ducto tireoglosso.

P-198 PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA DECORRENTE DE NEOPLASIA EPITELIAL DE PARÓTIDALuiz Eduardo Flório Junior, Fernanda Fruet, Gabriella Macêdo Barros, Guilherme Rocha Netto, Larissa Borges Richter Boaventura, Gislaine Patrícia Coelho, Jose Jarjura Jorge Junior

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 64 anos, soltei-ra, católica, natural e procedente de Sorocaba — SP. É encaminhada de um pronto-socorro da cidade para o serviço de urgência otorri-nolaringológico do Hospital Santa Lucinda de Sorocaba, devido à paralisia facial periférica (PFP) em hemiface direita há 20 dias. A paciente referiu início da paralisia com o aparecimento de um nódulo parotídeo também à direita. Na chegada ao serviço espe-cializado, constatou-se PFP House Brackman IV à direita associada à dor intensa em região de nodulação parotídea direita. Devido ao quadro e característica da nodulação (aderida, pétrea e indolor), solicitou-se avaliação da equipe de cirurgia de cabeça e pescoço (CCP), a qual indicou a realização de biópsia incisional. O resultado do procedimento evidenciou parótida direita infiltrada por neopla-sia epitelial mucoprodutora pouco diferenciada, com presença de permeação neoplásica perineural. A CCP descartou a possibilidade cirúrgica, sendo encaminhada ao serviço oncológico de referência. Discussão: As neoplasias da glândulas salivares pertencem a um grupo incomum de tumores em cabeça e pescoço, aproximadamen-te 3%, assim como sua incidência, que gira em torno de 1 caso em cada 100.000 indivíduos no ano. A parótida é a glândula salivar mais acometida, com cerca de 70% dos casos, e, desses, 80% são benignos. O aumento local é o sintoma mais referido pelos pacien-tes, contudo, nos casos de malignidade pode ocorrer dor intensa, paralisia facial e ulceração. O tratamento associado ao diagnóstico de escolha é a biópsia excional com a parotidectomia total em sua maioria. Considerações finais: Apesar do manejo adequado quanto ao caso, deve-se sempre ter em mente que a rapidez da suspeita gera, con-comitantemente, a agilidade no diagnóstico e os melhores trata-mento e prognóstico possíveis.

P-199 LINFOMA PLASMABLÁSTICO EM PACIENTE HIVSamuel Neiva Almino, Camila Lira Holanda de Lima Barros, Maria Carmela Cundari Bocalini, Nicole Martuscelli de Almeida, Gabriella Soares de Souza, Cibele Madsen Buba, Kamila Satomi Haida

Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 29 anos, gênero feminino, pro-curou serviço de otorrinolaringologia em São Paulo com odinofagia,

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abaulamento cervical à direita e dispneia associada à dor pleurítica há 2 semanas, afebril e piora progressiva. Negou comorbidades. Ao exame físico, massa cervical extensa endurecida à direta, abaula-mento em região de palato mole envolvendo pilares amigdalianos e amígdala direita, com hiperemia e endurada à palpação. Nasofi-broscopia evidenciou lesão de palato mole estendendo-se para hi-pofaringe e seio piriforme direito com diminuição da luz laríngea. Solicitadas sorologias e tomografia de pescoço/tórax, que mostra-ram resultado positivo para VDRL e HIV com alta carga viral, e mas-sa tumoral heterogênea com áreas de necrose em cavidade oral à direita com extensão para região cervical, e derrame pleural. Foi realizada biópsia e imuno-histoquímica da lesão amigdaliana, consistente com linfoma plasmablástico, com alto índice de proli-feração celular. Paciente evoluiu rapidamente com mal prognóstico e morte encefálica. Discussão: Os linfomas não Hodgkin em cabeça e pescoço são pre-ferencialmente localizados em tonsilas palatinas, e o tipo difuso de grandes células B (LNHDGCB) é o mais encontrado. O caso apresen-tado se assemelha à literatura quanto à localização, porém a dife-rença está em ter sido encontrado em uma mulher jovem. Linfoma plasmablástico é um subtipo que se apresenta mais frequentemente em pacientes imunocomprometidos. O LNHDGCB ocorre de forma extranodal, e o diagnóstico dos linfomas orais é complicado pelo baixo índice de suspeita clínica e por apresentar como diagnósticos diferenciais o linfoma de Burkitt, o tumor marrom e a lesão central de células gigantes, daí a relevância da descrição deste caso. Considerações finais: É importante suspeitar de lesões malignas em pacientes HIV com lesões de crescimento rápido, pois a con-firmação precoce do quadro e a instituição rápida do tratamento proporcionam elevadas taxas de sobrevida.

P-200 RELATO DE CASO: SCHWANNOMA DE PLEXO CERVICAL PROFUNDODaniel Cesar Silva Lins, José Sérgio do Amaral Mello Neto, André Luis Sartini, Paula Santos Silva Fonsêca, Ludmilla Emilia Martins Costa, Mônica Andréa Aben-Athar Oliveira, Marília Batista Costa

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: BTA, sexo feminino, 14 anos, com nodu-lação em região cervical esquerda de crescimento progressivo há 1 ano, com sintomas álgicos evoluindo com tempo de evolução da doença. Ao exame físico apresentava lesão nodular de aproxima-damente 4 cm, semimóvel, consistência fibroelástica, em região de nível II à esquerda. Submetida à punção aspirativa por agulha fina (PAAF), cujo resultado foi compatível com Schwannoma. Foi indicado tratamento cirúrgico. Exame anatomopatológico revelou Schwannoma de plexo cervical profundo. Paciente evoluiu sem se-quelas no pós-operatório imediato e no seguimento. Discussão: Schwannomas são tumores neurogênicos benignos, en-capsulados, de crescimento lento, originados na bainha de mielina dos nervos. São uma neoplasia rara, que pode ocorrer em qualquer parte do organismo, geralmente como tumor isolado. Localizam-se na região da cabeça e pescoço em 25 a 45% dos casos, sendo o tumor neurogênico mais comum no espaço parafaríngeo. Podem afetar qualquer nervo mielinizado e surgir no contexto de neuro-fibromatose tipo 1 e 2, ou ainda na Schwannomatose. Os Schwan-nomas, dado o seu comportamento indolente, fazem diagnóstico diferencial com outras neoplasias benignas parafaríngeas. O diag-nóstico definitivo é histológico. O tratamento padrão é cirúrgico, o que muitas vezes não é possível em tumores de grandes dimensões. Geralmente, não há complicações pós-operatórias graves. Considerações finais: Em resumo, Schwannomas cervicais são tu-mores raros que, na maioria das vezes, se apresentam como massas

cervicais unilaterais, assintomáticas, que crescem muito lentamen-te. O diagnóstico pré-operatório pode ser difícil, apesar de uma va-riedade de técnicas de imagem disponíveis. Além disso, a determi-nação do nervo de origem muitas vezes permanece incerta, mesmo com a combinação de TC e RM. Assim, o diagnóstico muitas vezes não é feito até o momento da cirurgia. A excisão cirúrgica completa é o tratamento de escolha, visto que remoções incompletas estão associadas a recorrências subsequentes.

P-201 NEOPLASIA PAPILÍFERA DE TIREOIDE COM EXTENSA INFILTRAÇÃO ATÉ REGIÃO CUTÂNEA: RELATO DE CASOMariana Matos de Almeida, Natália de Andrade Costa, Victor Holanda Bezerra, Nara Nunes Barbosa, Nilvano Alves de Andrade, Lise Barreto de Oliveira, Anderson Tino de Carvalho

Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: LAO, 52 anos, sexo masculino, com história de lesão cervical dolorosa à esquerda, de crescimento progressi-vo, desde 2009. Apresentava tumoração cervical com infiltração cutânea em níveis III e IV esquerdos, de cerca de 6 cm. Biópsia da lesão destacou infiltração cutânea de neoplasia papilífera bem diferenciada de tireoide. Tomografia do pescoço mostrou formação expansiva em região infra-hióidea à esquerda, indissociada do lobo esquerdo da tireoide, estendendo-se lateralmente até superfície cutânea (8,1 × 6,0 cm), coexistindo compressão posterior da veia jugular homolateral. Exames laboratoriais mostravam calcitonina de 2,0, T4L de 1,02 e TSH de 1,939. Submetido à tireoidectomia to-tal com linfadenectomia nível VI bilateral e radical à esquerda, com sacrifício do nervos laríngeo recorrente, vago, frênico, acessório e hipoglosso, além da veia jugular interna e glândulas paratireoides à esquerda, que se encontravam infiltrados. Segue em acompanha-mento, sem intercorrências. Discussão: O carcinoma papilífero corresponde a 85% das lesões malignas da tireoide, com sobrevida global de 90-95%. É frequente-mente multicêntrico, acometendo ambos os lobos em até 80% dos casos. Dissemina-se por via linfática, e a incidência de metástase locorregional é de 37 a 65%. Acomete mais jovens na terceira e quarta décadas de vida, sendo mais comum em mulheres (3:1). No diagnóstico, 20% apresentam invasão extratireoidiana, e apenas 5% metástases à distância, especialmente no pulmão. O tratamento consiste em tireoidectomia total com ou sem esvaziamento cervi-cal, seguido de iodoterapia quando necessário. Atualmente, com a popularização do uso da ultrassonografia e da PAAF, cresceram os diagnósticos precoces, sendo raros casos com disseminação tão extensa. Considerações finais: O carcinoma papilífero pode ter uma apre-sentação extremamente indolente, e uma apresentação tão exten-sa é rara.

P-202 PAROTIDECTOMIA PARCIAL POR ACESSO INTRAORAL: UM RELATO DE CASOLucca Policeno Paulin, Natalia Collodetto Soares, Otávio Hemrique Vilas Boas Fantin, Lourimar de Moura Moreira, Priscila Saia Pietraroia, Crisitano Roberto Nakagawa

Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Paciente GRC, sexo masculino, 22 anos, pro-curou o ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital Santa Casa de Curitiba — PR, devido ao surgimento de abaulamento em orofarin-ge à esquerda, há 3 dias, sem quadro de amigdalite prévia. Ausência de queixas respiratórias, disfagia ou perda de peso. Tabagismo de 6 anos/maço, etilismo e uso esporádico de maconha. Na oroscopia, no-

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tou-se abaulamento em orofaringe e palato à esquerda, indolor. Pre-sença de linfonodo aderido de 1,5 cm em região cervical anterior alta esquerda. Foi realizada parotidectomia parcial com exérese da lesão em polo profundo por via intraoral, com incisão superior ao pilar amigdaliano superior, sem necessidade de cervicotomia como acesso complementar. Ao procedimento foi associada amigdalectomia para avaliar possível comprometimento de cápsula. Exame anatomopa-tológico de lesão em polo profundo de parótida revelou neoplasia epitelial consistente com adenoma pleomórfico de glândula salivar, com cápsula e estruturas vasculares subcapsulares microscopicamen-te livres. Paciente seguiu sem queixas e está em acompanhamento pós-cirúrgico neste mesmo ambulatório. Discussão: O adenoma pleomórfico é a neoplasia mais comum das glândulas salivares, sendo a parótida o local mais atingido. São en-contrados em qualquer idade, mas a maior incidência ocorre em indivíduos entre a terceira e a sexta décadas de vida, com maior predominância no gênero feminino. O diagnóstico desta patologia se dá por meio da análise histopatológica, e o tratamento de esco-lha é a excisão cirúrgica. Considerações finais: O diagnóstico precoce costuma resultar, na maioria dos casos, em condutas mais conservadoras e com melhor prognóstico para o paciente. O acesso à região parafaríngea por via intraoral exclusiva resultou em uma cirurgia com pouco desconforto pós-operatório, ausência de cicatrizes visíveis em face, ausência de paralisia facial, além de um acesso seguro com retirada completa da lesão, avaliação de margens e comprometimento capsular.

Área Temática: Estética Facial

P-203 ENFISEMA DE DORSO NASAL APÓS RINOSSEPTOPLASTIAAlessandra Pereira dos Santos, Loyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, T-Ping Cheng, Marcelo Carvalho Sanglard, Mariana Gomes Siqueira, Barbara de Melo Torres Alves, Aline Togeiro Ferreira

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 27 anos, quei-xava-se de obstrução nasal e insatisfação com a irregularidade do dorso nasal. Foi indicada a rinosseptoplastia e realizada septoplas-tia funcional com remoção da giba óssea por meio de escopro e suavizada com raspa diamantada. As primeiras avaliações pós-ope-ratórias ocorreram sem intercorrências. No 23° dia após a cirur-gia, a paciente apresentou importante tumefação no dorso após ter tossido. Sob suspeita de ser um hematoma, optou-se por fazer punção local para drenagem; porém, saiu apenas ar. Foi feita es-paradrapagem compressiva por 14 dias, com remissão completa da tumefação. Após remoção do curativo o dorso apresentava-se linear e sem outras alterações. Discussão: A rinosseptoplastia é uma cirurgia estético-funcional re-construtora, na qual os pacientes almejam a funcionalidade nasal com harmonização entre a pirâmide nasal e os contornos faciais. Entretanto, a cirurgia pode apresentar complicações no intra-ope-ratório e no pós-operatório imediato ou tardio. Um tipo raro de complicação pós-operatória imediata é o enfisema subcutâneo, ca-racterizado pela presença de ar no espaço subcutâneo, geralmente associado a trauma no sistema respiratório. Na literatura há vários casos relatados após fraturas do esqueleto facial e de cirurgias na cavidade oral, porém não encontramos relatos de enfisema subcu-tâneo localizado no dorso nasal após rinosseptoplastia.

Considerações finais: A rinosseptoplastia é uma cirurgia que não está isenta de complicações. O enfisema de dorso é uma complica-ção pós-operatória sem mecanismo fisiopatológico conhecido. Nes-te caso, aparentemente, ocorreu a entrada de ar devido à pressão positiva durante a tosse. O intuito deste relato é apresentar esta complicação incomum e o procedimento realizado para correção.

P-204 RECONSTRUÇÃO NASAL UTILIZANDO TÉCNICA DE MENICK MODIFICADA: ANÁLISE DE TRÊS CASOSDaniel Cesar Silva Lins, José Sérgio do Amaral Mello Neto, André Luis Sartini, Homero Ferraro

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Os autores mostram os resultados obtidos por meio desta técnica em defeitos cirúrgicos em espessura total em asa nasal nos pacientes submetidos a ressecção oncológica de-vido a carcinoma basocelular. Discussão: A pele da região frontal é reconhecida como o melhor sítio de doação para recobrir o nariz, devido a sua cor e textura. No entanto, os retalhos frontais são mais espessos do que a pele nasal normal. Tradicionalmente, o retalho é transferido em duas fases. Na primeira fase, o músculo frontal e o tecido subcutâneo são excisados distalmente, e o retalho é inserido no local receptor. Numa segunda fase, após 3 semanas, o pedículo é dividido. No en-tanto, tal retalho é limitado, incompleto e fragmentado. A necrose de retalho e irregularidades no contorno são especialmente comuns em fumantes e em grandes reconstruções nasais. Para superar es-tes problemas, a técnica de transferência de retalho médio-frontal foi modificada, acrescentando uma etapa entre a transferência e a divisão. Na primeira fase, um retalho frontal é elevado com to-das as suas camadas, sendo transposto para região nasal. Numa segunda fase, o retalho, agora adaptado em seu sítio de destino, é “esculpido”. O subcutâneo subjacente, músculo frontal e quaisquer enxertos de cartilagem anteriormente posicionados são agora am-plamente expostos, e o excesso de tecido mole pode ser extirpado para criar uma subunidade ideal. Nessa fase, o pedículo não é sec-cionado. Em um terceiro estágio, 6 semanas após a transferência inicial, o pedículo é dividido. Considerações finais: A técnica de Menick modificada em três eta-pas apresenta diversos benefícios em relação à técnica original, ao passo que transfere a pele frontal com espessura ideal para cober-tura nasal, com pouco risco de necrose. Permite modificação de enxertos de cartilagem para correção de falhas e retrações cica-triciais, garante suprimento vascular adequado e melhora o resul-tado estético, diminuindo o número e a dificuldade de eventuais reabordagens.

P-205 CORREÇÃO DA PONTA NASAL EM CAIXOTE: RELATO DE CASOGuilherme Couto Arruda, Artur Grinfeld, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Raissa de Carvalho Borges

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 24 anos, apresen-tando ponta nasal em caixote, em que foi realizado acesso delivery para correção da ponta nasal. Discussão: As pontas em caixote são encontradas na presença de bífides e ângulos domais amplos. A sua correção inclui o reposicio-namento dos pontos de definição da ponta, a angulação dos domos e a modelagem das crura laterais das cartilagens laterais inferiores. Isto permite que a vista basal pareça triangular, ponta levemente arredondada e com paredes laterais retas ou levemente côncavas.

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O desenvolvimeto de técnicas de rinoplastia para correção da ponta em caixote evoluiu desde uma intervenção agressiva (técnicas de transecção e ressecção) para técnicas de remodelagem mais mo-deradas, com dimensões mais controladas e reversíveis (sutura e conservação de cartilagens). A correção da ponta em caixote pode ser realizada por diferentes acessos, e esta escolha vai depender da experiência do cirurgião. Neste caso, optamos pelo acesso delivery, com ressecção da porção cefálica das cartilagens alares e realiza-ção dos pontos de definição da ponta. Considerações finais: Os objetivos gerais da rinoplastia para corre-ção da ponta em caixote são os de reposicionar os pontos de defini-ção da ponta, estabelecer uma angulação para os domos e formatar as cruras laterais. As vias de acesso e técnicas a serem adotadas levarão em conta a experiência do cirurgião em realizá-las.

P-206 TRATAMENTO CIRÚRGICO DE QUELOIDE AURICULAR EXTENSO SECUNDÁRIO A PIERCINGAline Saraiva Martins, Caio Calixto Diógenes Pinheiro, Clara Mota Randal Pompeu, Aline Almeida Figueiredo Borsaro, Rodolfo Borsaro Bueno Jorge

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 20 anos, com ex-tensa formação queloidiana na porção médio-superior da hélice da orelha esquerda após trauma cutâneo devido à colocação de piercing há 3 anos. O principal sintoma apresentado pela paciente foi o incômodo estético, sem queixas de dor ou prurido local. O tratamento cirúrgico foi realizado com incisão em fuso e dissecção cautelosa, com excisão de tecido intramural e remoção de parte da cartilagem conchal envolvida pela lesão. Em seguida, as bordas foram aproximadas com suturas simples, sem tensão. A primeira injeção intralesional de esteroide foi administrada logo após a ex-cisão cirúrgica, e depois repetida semanalmente por 1 mês, conco-mitantemente à utilização de curativo compressivo. Discussão: A orelha é o local mais comum de utilização de piercing no corpo. O queloide está entre as principais complicações asso-ciadas ao seu uso, junto a infecções locais e dermatite alérgica de contato. O queloide é um tumor resultante de crescimento anormal do tecido fibroso. A predisposição genética e o trauma de pele são fatores determinantes para seu desenvolvimento. O tratamento ci-rúrgico deve ser executado com máximo de cuidado para evitar danos à pele saudável e lesões cartilaginosas. Os corticosteroides atuam com efeito supressor sobre a inflamação da ferida, reduzindo a produção de colágeno com a diminuição da síntese de glicosami-noglicanos e da inibição de crescimento de fibroblasto. Considerações finais: Numerosas técnicas têm sido propostas para o tratamento do queloide auricular, mas nenhuma, isoladamente, é considerada ideal. Melhores resultados são obtidos utilizando várias combinações de estratégias, especialmente quando a lesão tem extensas proporções. O regime terapêutico mais comum para o tratamento inicial de queloides deve incluir excisão cirúrgica com-binada com a injeção intralesional de corticoides e uso de disposi-tivos compressivos.

P-207 CORREÇÃO ESTÉTICA PARA DEFORMIDADE NASAL SECUNDÁRIA A ABUSO DE COCAÍNAMarco Túlio Soares Andrade, Ricardo Miranda Lessa, Marcelo Gonçalves Junqueira Leite, Lucas Henrique Vieira, Fernando Massa Correia, Ariana Di Salvo Arthur

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: ICS, 33 anos, sexo feminino, usuária de cocaína dos 25 aos 30 anos de idade, referindo deformidade nasal

progressiva em dorso há 3 anos, além de obstrução nasal discreta bilateral. Interrompeu uso de substâncias ilícitas desde o início do quadro. Ao exame apresentava perfuração septal ampla, com ausência de septo cartilaginoso e múltiplas crostas nas fossas na-sais. À avaliação estética era observada sela nasal tipo 5, com V invertido evidente e ausência de dorso cartilaginoso, associada a hiper-rotação e hipoprojeção da ponta, assimetria das asas nasais e desproporção do triângulo da base nasal, com aumento da por-ção lobular em relação às narinas. Uma vez confirmada a interrup-ção no uso de substâncias ilícitas, foi proposta a rinosseptoplastia reparadora, com obtenção de enxertos das conchas auriculares bilaterais. Durante a cirurgia foi observada ausência total de sep-to cartilaginoso e destruição parcial das CLS e CLI, com fibrose intensa no dorso. Confeccionado enxerto tipo Strut e associado a enxerto de concha no dorso, que foi fixado no osso próprio nasal. Enxerto complementar foi posicionado em depressão alar à direi-ta. O aspecto pós-operatório foi satisfatório, porém, com depres-são residual discreta em dorso, sendo proposta então a aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA) para preenchimento de dorso. O resultado pós-aplicação foi bastante adequado, com correção quase completa do dorso nasal. Discussão: A deformidade nasal pela cocaína pode ser estigma-tizante e um empecilho ao paciente que deseja abandonar o uso da droga e se reintegrar à sociedade. Perfurações septais amplas com desabamento de dorso e nariz selado são um verdadeiro de-safio ao cirurgião. Nesta paciente, foi obtido um resultado satis-fatório com a associação de enxertos, complementada com uso de PMMA. Considerações fnais: Tratamento de sela nasal pós-uso de cocaína deve ser individualizado e pode exigir abordagens combinadas.

P-208 ESTENOSE NARINÁRIA APÓS RINOPLASTIA TERCIÁRIA: CORREÇÃO ATRAVÉS DE ZETAPLASTIA, RETALHO V-Y PARA ALONGAMENTO DE COLUMELA E CARTILAGEM COSTALJosé Sérgio do Amaral Mello Neto, Daniel Cesar Lins, Homero Ferraro, Natalya Andrade Bezerra, Lucas Osanan Sousa, André Luis Sartini, Thays Fernanda Avelino dos Santos

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Descrevemos um caso de rinoplastia qua-ternária, onde a queixa principal era de obstrução nasal constante, após três rinoplastias prévias. Ao exame físico paciente apresenta-va estenose narinária bilateral associada à insuficiência de válvula nasal externa e interna. Foi submetida a alongamento de colume-la com retalho de V-Y, zetaplastia e enxertos de cartilagem costal (lateral crural strut graft, spreader grafts, diced cartilage with glue, alar batten grafts e enxerto de extensão septal). Paciente no pós-operatório evoluiu com infecção de ponta nasal, prolongando período de internação por sete dias para antibioticoterapia. Evoluiu satisfatoriamente com melhora completa da obstrução nasal. Discussão: Pacientes que serão submetidos à rinoplastia revisional geralmente têm queixas diferentes daqueles que procuram uma ci-rurgia primária. Obstrução nasal devido a assimetrias persistentes no terço médio nasal é um achado comum em cirurgia revisional, além de deformidades como pollybeak nose, V invertido com colap-so da válvula nasal interna, dorso com teto aberto, assimetria de narinas, nariz em sela, assimetria de dorso e ponta caída. Devido à grande complexidade da cirurgia e da dificuldade de se atingir resultados satisfatórios, tanto para o cirurgião quanto para o pa-ciente, deve-se ter um adequado planejamento cirúrgico e uma boa relação médico-paciente. Considerações finais: A rinoplastia revisional é um dos maiores de-safios no contexto de plástica facial. É necessária uma boa avalia-

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ção pré-operatória, seguida de um adequado planejamento cirúr-gico, para que se tenha um resultado de sucesso, na tentativa de reduzir o número de cirurgias revisionais e sequelas.

P-209 CORREÇÃO DA INSUFICIÊNCIA DE VÁLVULA NASAL INTERNA E EXTERNA SECUNDÁRIA A RINOPLASTIA PRIMÁRIA: RELATO DE CASOGuilherme Couto Arruda, Artur Grinfeld, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Raissa de Carvalho Borges

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 52 anos, referindo obstrução nasal crônica pós-rinoplastia há 22 anos. Durante a ava-liação clínica foi constatada insuficiência de válvula nasal interna e externa durante a inspiração. Foi submetida a rinoplastia secun-dária com a utilização de alar rim e asa de borboleta para correção da insuficiência valvar. Discussão: Os métodos para corrigir o colapso da válvula nasal consistem no reposicionamento das cartilagens nasais ou no uso de enxertos para dar suporte à parede nasal lateral. A literatura cita spreader grafts, asa de borboleta, alar batten graft, alar rim graft e lateral crural strut graft como opções de enxerto para trata-mento da insuficiência valvular. Recentemente, Stacey et al. com-pararam o uso do spreader graft e do enxerto asa de borboleta e verificaram que houve melhora da obstrução nasal, tanto com o uso do spreader graft (90%) como no uso da asa de borboleta (83,3%). Neste caso, optamos pela utilização de asa de borboleta e alar Rim. A escolha pela asa de borboleta se deve à experiência do serviço em utilizar este enxerto de forma diferente que a literatura descreve. Utilizamos a asa de borboleta com o lado côncavo para cima, o que confere maior resistência a este enxerto, uma vez que a cartilagem vai contra as linhas de tensão, fazendo com que a patência na área de válvula nasal se torne mais efetiva. Considerações finais: O enxerto em forma de asa de borboleta mimetiza a cartilagem lateral superior e funciona aumentando o ângulo da válvula nasal, dando suporte à parede nasal lateral co-lapsada. Já o enxerto alar rim é uma técnica efetiva, que deve ser acrescentada ao arsenal do cirurgião que realiza rinoplastias como uma técnica adjunta ou independente, para o tratamento de défici-ts estéticos e/ou funcionais associados ao colapso alar.

P-210 RECONSTRUÇÃO TOTAL DE NARIZGuilherme Rocha Netto, Gislaine Patrícia Coelho, Fernanda Fruet, Décio Luís Portella, Mariana Solla, Godofredo Campos Borges, Larissa Borges Richter Boaventura

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) — Campus Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil

Apresentação do caso: ASM, sexo masculino, 61 anos, foi encami-nhado ao ambulatório de cirurgia plástica devido à lesão em dorso nasal há 1 ano. Tem história de exposição solar prolongada, sem uso de protetor solar. Ao exame apresentava também linfonodo cervical positivo à direita, nível 1B. Submetido a ressecção de carcinoma espinocelular de dorso nasal com metástase em linfonodo cervical associado a esvaziamento cervical nível 4 pela equipe de cirurgia de cabeça e pescoço. Ressecada estrutura óssea do nariz — dorso e parte do septo, assim como cartilagens quadrangular e alares supe-riores, preservando apenas columela e cartilagens alares inferiores. Submetido a radioterapia pós-operatória. Após 1 ano e meio, livre de recidiva, equipe de cirurgia plástica realiza reconstrução do na-riz utilizando dois retalhos pediculados na supratroclear. À direita, com uso do periósteo e bipartido, para reconstrução do forro nasal, e o esquerdo para enxerto da pele. Utilizada cartilagem costal com

4 mm para reconstrução do septo e 3 mm para alares, strut colu-melar e enxerto em escudo para ponta nasal. Retalhos liberados em 15 dias. Área doadora direita com exposição óssea; realizada salserização para enxerto em segundo tempo e à esquerda, coberta com enxerto de pele parcial fino da coxa direita. Discussão: Optou-se por técnica de reconstrução nasal incomum e de difícil execução, devido a vontade do paciente e dificuldade na protetização de pacientes do sistema único de saúde. Considerações finais: A cirurgia plástica reconstrutora devolve o convívio social ao paciente, que reestabelece sua autoimagem e implica diretamente melhora da qualidade de vida e inclusão na sociedade.

P-211 CORREÇÃO CIRÚRGICA DE RETRAÇÃO PALPEBRAL SUPERIOR PÓS-TRAUMA: RELATO DE CASOAna Paula Giusti de Campos, Talita Bottan Bortoluzzi, Carlos Henrique Tolomei, Adriana Pereira Miguel, Bruna Coelho Ellery, Caio Melo Metsavaht, Fernando Drimel Molina

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo masculino, 27 anos, sem co-morbidades, vítima de acidente automobilístico por capotamento com trauma de face, sem perda de consciência. Atendido pela equi-pe otorrinolaringologia. Ao exame, apresentava-se com ferimento corto contuso sangrante em supercílio esquerdo, extenso, com per-da de substância de pálpebra superior e rebordo orbitário superior, bordas irregulares, aproximadamente 5,0 × 3,0 cm, edema e equi-mose local. Realizada sutura em borda medial e lateral de ferimen-to em supercílio e optou-se pela cicatrização por segunda intenção de pálpebra superior. Durante seguimento, evoluiu com retração desta pálpebra, dificuldade de oclusão completa de olho e xerof-talmia. Indicada então enxertia de pele retroauricular em pálpebra superior esquerda para melhora funcional. Paciente evoluiu bem, com melhora dos sintomas e resolução de retração. Em pós-opera-tório tardio, realizada blefaroplastia revisional para reconstrução estética da pálpebra. Atualmente, paciente em seguimento clínico, com recuperação de função palpebral e sem queixas. Discussão: Os olhos e a região periorbitária têm papel fundamental na harmonia da face; por isso, alterações nesta região podem levar a modificações notáveis. O trauma está entre as principais causas adquiridas de retração palpebral superior. A correção de retração palpebral superior inclui diversas técnicas, incluindo o uso de en-xerto livre de pele. A região retroauricular é uma das escolhas mais frequentes como área doadora para a reconstrução, com resultados estéticos satisfatórios. Considerações finais: O trauma de face é uma situação comum em nosso serviço. Demonstrou-se, neste relato, que a enxertia de pele e a blefaroplastia foram procedimentos bem indicados e com bom resultado final.

P-212 OVERLAY DE CRURA LATERAL PARA CONTROLE DA ROTAÇÃO DA PONTA NASALDaniel Cesar Silva Lins, José Sérgio do Amaral Mello Neto, Ludmilla Emília Martins Costa, Fernanda Alves Guimarães, André Luis Sartini, Paula Santos Silva Fonsêca, Thaynara Oliveira Ledo

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Descrevemos a técnica utilizada durante a rinoplastia primária em cinco pacientes, cuja queixa principal era a ptose de ponta nasal. Foi efetuada a técnica descrita por

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Kridel de overlay de crura lateral. Pacientes evoluíram com boa projeção e rotação de ponta nasal, obtendo resultados estéticos satisfatórios. Discussão: A ptose de ponta nasal pronunciada é geralmente con-siderada uma característica facial pouco atraente. Além de suas queixas estéticas, o deslocamento inferior da ponta nasal afeta adversamente a função nasal, restringindo fluxo de ar através das narinas. A técnica descrita, a qual é realizada utilizando uma abordagem aberta, tem como objetivo a elevação da ponta nasal com a reestruturação da cartilagem alar por meio da sobreposi-ção controlada da crura lateral. Quando a projeção exagerada acompanha a ptose, a técnica de overlay da crura lateral per-mite a graduação do deslocamento, além da rotação, dando ao cirurgião completo controle para o reposicionamento preciso e confiável da ponta nasal. A ptose nasal é uma condição que afeta tanto a aparência quanto a função do nariz. O ângulo nasolabial de 95° a 100° em homens e 100° a 115° em mulheres é geral-mente rotulado como esteticamente agradável. Uma variedade de fatores pode contribuir para uma ponta nasal caída. Os mais comuns incluem: crus lateral longa e orientada verticalmente, enfraquecimento de mecanismos de suporte da ponta, pele gros-sa e atrofia de osso ou de gordura subcutânea pré-maxilar no ângulo nasolabial. Considerações finais: A rinoplastia é muitas vezes considerada como o maior desafio dos procedimentos de estética. Esta técnica permite a rotação de grandes ptoses de ponta nasal com acurácia por meio do encurtamento de crura lateral, enquanto preserva um rebordo intacto na região do domus para minimizar o risco de de-formidade de ponta nasal pós-operatória.

P-213 POSIÇÃO CEFÁLICA DE CRURA LATERAL: COMO TRATÁ-LA?José Sérgio do Amaral Mello Neto, Daniel Cesar Lins, André Luis Sartini

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Descrevemos a técnica desenvolvida por Gunter e Friedman em 1997 para correção de cruras laterais ce-falizadas com ponta nasal em parênteses. Avaliamos 10 pacientes submetidos a correção de cruras laterais cefalizadas no período de 2015 a 2016 por meio do Lateral Crural Strut Graft. Os pacientes apresentaram boa rotação de ponta nasal com desprojeção da mes-ma, que, nestes casos, eram essenciais para a melhora da estética nasal. Discussão: A estrutura e a posição das cartilagens laterais infe-riores são os principais contribuintes para a aparência da ponta nasal. A relação entre variações anatômicas e dinâmica da ponta nasal é complexa. A crura lateral cefalizada pode afetar os re-sultados de várias manobras da plástica de ponta nasal. Posição cefálica das cruras laterais tem sido provocada por várias condi-ções, tais como insuficiência de válvula externa, ponta quadrada e ponta em parênteses. Embora o impacto da posição cefálica de cruras laterais nos resultados da rinoplastia ainda seja incerto, muitos acreditam que elas podem predispor a resultados desfavo-ráveis, e ao aumento de cirurgias revisionais, por isso, é cada vez mais reconhecida como uma distinta entidade que requer atenção especial do cirurgião. Considerações finais: O Lateral Crural Strut Graft proporciona remodelamento, reposicionamento e reconstrução das cruras la-terais. Todos os estágios da rinoplastia (análise pré-operatória, técnica cirúrgica intraoperatória e recuperação pós-operatória)influenciam o resultado final. Obtivemos resultados favoráveis nos 10 pacientes avaliados utilizando a técnica descrita por Gunter e Friedman para correção de cruras laterais cefalizadas.

P-214 CIRURGIA DA BASE ALAR NA HARMONIZAÇÃO DO NARIZ NEGROIDE: RELATO DE CASOGuilherme Couto Arruda, Artur Grinfeld, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Raissa de Carvalho Borges

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 45 anos, apresen-tando excesso de asa nasal e aumento da distância interalar. Foi realizada cirurgicamente a correção destes achados, proporcionan-do melhora na harmonia nasofacial. Discussão: O nariz negroide possui características peculiares: dorso amplo, depressão dorsal, projeção apical inadequada, ponta mal definida, excesso de divergência alar e/ou distância interalar au-mentada, altura e extensão nasal diminuídas, raiz nasal e ângulo lábiocolumelar baixos. Na base alar podemos encontrar excesso de asa nasal, aumento da distância interalar e uma combinação das duas anormalidades. A narina é ovoide e aberta, o ângulo nasolabial é agudo, e a columela é curta e alargada. A redução da base nasal deve ser feita como último passo da rinoplastia, observando-se se há excesso da distância interalar, da asa nasal ou esta combinação. Incisa-se a pele no sulco alar e no assoalho vestibular medial, com cautela para não lesar a musculatura profunda. A sutura é feita com pontos simples, com nylon 6.0. Complicações em narizes ne-groides, especificamente, podem incluir tendência à hiper/hipopig-mentação, granuloma de incisão marginal e cicatrizes hipertróficas na base. Estas possíveis complicações devem sem devidamente orientadas ao paciente. Neste relato focamos na correção da base alar, porém entendemos que a cirurgia do nariz negroide engloba a correção de todas características previamente citadas, quando presentes. Considerações finais: Os objetivos gerais para a rinoplastia de na-riz negroide devem objetivar uma harmonia nasofacial, obtenção de um dorso mais reto e estreito, melhoramento da projeção e definição apicais, melhora da divergência alar e distância interalar adequada.

P-215 TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL E SATISFAÇÃO COM APARÊNCIA NASAL: EXISTE CORRELAÇÃO?Luísi Rabaioli, Andreza Mariane de Azeredo, Martina Becker, Elisa Brauwers, Cássia Feijó Gomes, Tamires Ferri Macedo, Raphaella Migliavacca, Michelle Lavinsky-Wolff

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Objetivos: Correlacionar triagem para transtorno dismórfico corpo-ral (TDC) com escore de intensidade de queixas estéticas em candi-datos à rinosseptoplastia. Método: Estudo transversal realizado em ambulatório de cirurgia plástica facial do Serviço de Otorrinolaringologia de hospital ter-ciário e público, incluindo pacientes com queixas estéticas nasais. Foram excluídos menores de 16 anos, indicação de outras cirur-gias concomitantes, déficit cognitivo, diagnóstico prévio de TDC. Submetidos aos seguintes intrumentos na consulta pré-operatória: questionário sociodemográfico; BDDE (Body Dysmorphic Disorder Examination), protocolo composto por questões relativas à aparên-cia e autoimagem — pontuação máxima 168, escores acima de 66 são considerados positivos; e escala para avaliação de resultados em rinoplastia (ROE), abordando domínios de qualidade de vida (es-cores de 0 a 100, sendo os mais altos associados com maior satisfa-ção). Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. Resultados: Amostra composta por 25 pacientes, sendo 12 mulhe-res, idade média 31 anos (DP = 14,8). Escore médio no BDDE foi 75 pontos (DP = 35,19), com triagem considerada positiva para TDC em

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56%. Pontuação média no ROE 31,9 (DP = 13,1). A associação entre essas variáveis por meio do coeficiente de correlação de Pearson (-0,4) foi estatisticamente significativa (p = 0,33), refletindo uma correlação inversa de intensidade regular. Discussão: O TDC é caracterizado por insatisfação extrema com de-feito inexistente ou importância excessiva à mínima deformidade, capaz de influenciar os aspectos pessoal, social e profissional, com comprometimento da qualidade de vida. Conclusão: A insatisfação com aspectos estético-funcionais do na-riz (escore ROE) está inversamente correlacionadas com os escores para avaliação do transtorno dismórfico corporal, sugerindo neces-sidade de considerar esse diagnóstico na avaliação pré-operatória de pacientes candidatos à rinosseptoplastia.

Área Temática: Foniatria

P-216 ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR EM AMBULATÓRIO DE FONIATRIA: CASOS CLÍNICOSLuciene Mayumi Sato, Sulene Pirana, Myriam de Lima Isaac, Maria Flávia Bonadia Bueno de Moraes, Mirian Akiko Furutani de Oliveira, Rosa Maria Rodrigues dos Santos, Emi Zuiki Murano

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Apresentamos quatro casos encaminhados por transtorno de comunicação a esclarecer. Caso 1, menina, 5 anos. Diagnóstico prévio de transtorno de déficit de hiperatividade e atenção (TDAH), medicada com clonazepam. Trocas fonêmicas adequadas para a idade. Relatava alterações comportamentais violentas, como tentativa de enforcamento das irmãs menores e alucinações auditivas. Diagnóstico definitivo de transtorno de opo-sição desafiante. Caso 2, menino, 4 anos. Tinha suspeita inicial de transtorno do espectro autista (TEA). Criança se comunicava por palavras isoladas e gestos indicativos. Observaram-se aspectos emocionais, desestruturação familiar e falta de estimulação. Hou-ve progresso para fala com frases simples após acompanhamento psicológico da criança e de cuidadores. Diagnóstico definitivo de transtorno emocional. Caso 3, menina, 8 anos. Suspeita inicial de TEA. Criança tinha muitas trocas fonêmicas que dificultavam a com-preensão da fala por pessoas próximas. Apresentava estereotipias motoras e verbais, timidez excessiva e desestruturação familiar. O diagnóstico definitivo foi de funcionamento intelectual boderline associado à alteração emocional. Caso 4, menino, 4 anos. Acom-panhado em serviço externo como TEA. Tinha comportamento afe-tivo e social, mostrando-se sorridente com contato visual. Porém, linguagem oral e gesticulação ausentes. Apresentava marcha nas pontas dos pés e relatos de autoagressão. Identificado atraso de desenvolvimento neuropsicomotor. Aguarda avaliação neurológica, psiquiátrica e neuropsicológica. Discussão: Estes relatos atentam para o aumento de diagnósticos como TEA e TDAH em pacientes com transtornos de comunicação. Todos passaram por avaliação auditiva e realizaram audiometria comportamental, condicionada e BERA com frequências especí-ficas, conforme suas capacidades. Fatores familiares, aspectos cognitivos e estimulação adequada precisam ser considerados, e a equipe multidisciplinar tem relevância na realização dos diagnósti-cos diferenciais e acompanhamento destes casos. Considerações finais: Deve-se ter cuidado na realização do diag-nóstico, pois há impacto importante na vida da criança e de sua família. Avaliação audiológica e outros diagnósticos diferenciais ins-

tituídos por equipe multidisciplinar foniátrica são primordiais para um desfecho adequado.

P-217 DISFUNÇÃO VESTIBULAR E DISTÚRBIO DE LINGUAGEM: A PROPÓSITO DE UM CASOJuliana Antoniolli Duarte, Mariana Costa de Oliveira, Julia Maia Corsato, Clara Regina Brandão de Ávila, Fernando Freitas Ganança

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente gênero masculino, 12 anos, há 1 ano em acompanhamento multidisciplinar de pediatra, otorrinola-ringologia, psiquiatra, terapia ocupacional e fonoaudiologia, devido a queixa de tontura, tipo vertigem externa, sensação de lighthead-edness e episódios de cefaleia. Realizava acompanhamento na psi-copedagogia desde os 5 anos por distúrbios de linguagem em fala e escrita; não conseguia formar frases, levando a atraso na alfabe-tização. Feito diagnóstico de migrânea vestibular, com achado de síndrome vestibular periférica deficitária à prova calórica no ambu-latório de otoneurologia, e afastada psicose, com reconhecimento dos episódios de alucinação como aura da enxaqueca. Foi prescrita flunarizina, 5 mg ao dia, e o paciente retornou com melhora com-pleta dos sintomas em 30 dias. Foi observada melhora importante na escrita, com formação de frases. Discussão: Uma equipe multidisciplinar especializada e afinada é essencial nesses casos, desde o início da abordagem. A escuta do paciente e da mãe foi fundamental, principalmente quanto ao en-tendimento do que poderia se tratar de aura e, na verdade, não de alucinações. Os resultados sobre a melhora da escrita com o trata-mento do transtorno vestibular corroboram as hipóteses de que a via vestibular tem representações corticais semelhantes às áreas de linguagem, e que estas podem estar relacionadas. Considerações finais: Apresentou-se um caso de migrânea vestibu-lar na infância com manifestações atípicas e a repercussão do seu tratamento sobre o distúrbio de linguagem oral e escrita.

P-218 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FONIÁTRICA NO DIAGNÓSTICO AUDITIVOVanessa Magosso Franchi, Monica Elizabeth Simons Guerra, Gilberto Bolivar Ferlin Filho, Mariana Rocha Tetilla, Andressa Guimarães do Prado Almeida, Maria do Carmo Carvalho Bertero, Alice Andrade Takeuti, Mariana Lopes Favero

Derdic — Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil

Objetivos: Avaliar a importância do exame foniátrico em crianças com suspeita de surdez encaminhadas para serviço de referência em deficiência auditiva, caracterizando assim outros diagnósticos dife-renciais, como atraso de linguagem e do neurodesenvolvimento. Método: Foi realizado um estudo prospectivo entre março e julho de 2016 com 32 pacientes atendidos em serviço de referência no diagnóstico e tratamento de deficiência auditiva, que apresenta-vam entre 1 mês e 4 anos e 7 meses de idade. Os pacientes foram encaminhados com hipótese de deficiência auditiva por apresen-tarem falha na triagem auditiva, presença de fator de risco para deficiência auditiva e/ou por alteração na comunicação e no de-senvolvimento da linguagem. Todos foram submetidos a avaliação foniátrica para detecção de possíveis riscos de alteração do desen-volvimento de comunicação e adaptados para a idade do paciente; foi levantada uma hipótese diagnóstica clínica para cada paciente. Resultados: Em 20 pacientes maiores de 6 meses de idade, o diag-nóstico recebido na consulta foniátrica foi confirmado após os exa-

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mes audiológicos. Nos 12 pacientes menores que 6 meses, apenas três mudaram o diagnóstico após os exames audiológicos. Discussão: Um serviço de diagnóstico auditivo deve estar prepara-do para realizar o diagnóstico diferencial de perda auditiva, altera-ção de linguagem ou atraso do neurodesenvolvimento, conduzindo assim esses casos de forma a minimizar os danos das diversas pato-logias. A avaliação foniátrica contribui de forma significativa para a otimização e precocidade do diagnóstico, realizando corretamente os encaminhamentos, agilizando o início das intervenções neces-sárias e melhorando, assim, o prognóstico, mesmo quando não há surdez. Conclusão: Sabendo da importância do diagnóstico precoce em crianças com perda auditiva e/ou alteração da comunicação, infe-rimos que a consulta foniátrica pode determinar uma brevidade no diagnóstico e, portanto, no início do tratamento adequado para cada caso, melhorando, dessa forma, o prognóstico desses pacientes.

Área Temática: Laringologia e Voz

P-219 FÍSTULA DO SEIO PIRIFORME — UMA ABORDAGEM CONSERVADORA: RELATO DE CASODercio Alvares Junior, Amanda Ribeiro de Mendonça, Nicolai Máximo Leventi, Fabiano Amaral R. dos Santos, Felipe Politano Lange

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

Apresentação do caso: Criança de 6 anos de idade, gênero femini-no, com queixa de dor cervical, odinofagia e febre, ao exame físico apresentando abaulamento cervical anterior direito, com aproxi-madamente 3 cm de diâmetro, consistência endurecida, fixo e com dor à palpação. Hemograma com leucocitose leve, TSH diminuído e T4 livre normal, cintilografia normal. Na ocasião, foi aventada a hipótese de tireoidite aguda, feito tratamento clínico com melhora dos sintomas e diminuição do abaulamento cervical. Após 30 dias, paciente retorna ao serviço com queixa de dor cervical, odinofagia, mal-estar e febre alta, e foi internada para tratamento clínico. Em retorno ambulatorial, foram solicitados esofagograma e video-laringoscopia, quando foi diagnosticada fístula do seio piriforme do lado direito. Optou-se por abordagem terapêutica endoscópica sob laringoscopia de suspensão, com cauterização elétrica do ponto de abertura no recesso piriforme. Discussão: Clinicamente, o paciente procura o serviço médico com relato de tumoração cervical com sinais inflamatórios locais, que podem estar associados a odinofagia, febre e sintomas compressi-vos. O diagnóstico geralmente é tardio, após quadros repetidos de abscessos cervicais. Exames de imagem, como esofagograma, usg, Tc e Rnm, podem auxiliar no diagnóstico, porém, a videolaringos-copia com visualização direta do orifício fistuloso em seio piriforme é o melhor exame. O tratamento de escolha é cirúrgico, podendo optar-se por uma abordagem clássica com ressecção cervical ou uma abordagem conservadora endoscópica, com cauterização do orifício. Considerações finais: Mesmo se tratando de doença rara, não devemos excluir a fístula do seio piriforme como diagnóstico di-ferencial de massas cervicais. Concluímos, com este trabalho, que a abordagem endoscópica sob laringoscopia de suspensão e cauterização do orifício é uma abordagem terapêutica conserva-dora, comparada com a cirurgia tradicional, apresentando um pós- operatório melhor tolerado pelo paciente e com resultado final satisfatório.

P-220 BILATERAL VALLECULAR CYSTLucas Spina, Gustavo Mercuri, Caroline Fernandes Rimoli, Cintia Vanette, Regina Helena Garcia Martins, Julio De Faveri, Vinicius Zanim Martins;

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brazil

Case report: This is a case of a bilateral vallecular cyst in a 54-year-old male patient previously diagnosed with paracoccidioidomycosis and who was submitted to autopsy. The ENT examination at diagnosis was normal and the patient had no respiratory, digestive or vocal symptoms. Death occurred at the age of 54, the primary cause being paracoccidioidomycosis, followed by septic shock and pneumonia. The oral, pharyngeal, and laryngeal mucosae were normal at the autopsy, but two bilateral, symmetrical, domed-shape cysts ranging from 1.5 cm to 1.8 cm in diameter were found in the vallecular region. Discussion: Laryngeal cysts are rare benign lesions, which can be asymptomatic or present with symptoms of dysphagia, dysphonia, sensation of a foreign body in the throat, and stridor. In many cases, they are identified during endoscopic examination or during autopsy. Final considerations: The patient presented in this study was asymptomatic; however, clinical cases of bilateral vallecular cysts causing significant dysphagia in an elderly patient, as well as a large vallecular cyst causing stridor and dyspnea in a child, are also described. Thus, the cysts can be asymptomatic, an incidental finding, or they can present with plenty of symptoms, depending on different factors (size, local, age of patient etc.) Among the treatment methods for laryngeal cysts there are complete removal by marsupialization or excision with CO2 laser, or electrocautery. Content aspiration alone tends to result in recurrence and is not a recommended method.

P-221 AMILOIDOSE LARÍNGEA: RELATOS DE DOIS CASOS E REVISÃO DE LITERATURAClara Mota Randal Pompeu, Kríssia Braga Diniz, Willian da Silva Lopes, Caio Calixto Diógenes Pinheiro, Raquel Aguiar Tavares, André Alencar Araripe Nunes, Camila Azevedo Coelho

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Caso 1: Paciente, sexo feminino, 47 anos, relatava disfonia intermitente e progressiva há seis meses. Video-laringoscopia (VL) evidenciou processo infiltrativo em prega vo-cal e subglote direitas. Removida cirurgicamente, histopatológico mostrou laringe com abundante substância amiloide, compatível com amiloidose. Investigação complementar não identificou aco-metimento sistêmico. Persistiu com disfonia leve e, sete anos após cirurgia, apresentou episódios esporádicos de dispneia. VL mostrou edema aritenóideo à direita e em parede posterior da laringe, siné-quia em comissura anterior e infiltração da mucosa em subglote. Adotada conduta expectante. Caso 2: Paciente, sexo feminino, 20 anos, há um ano relatava disfonia e episódios de dispneia. VL mos-trou lesão infiltrativa vegetante de prega vestibular direita, suges-tiva de papilomatose laríngea. Tomografia computadorizada (TC) evidenciou espessamento em pregas ariepiglóticas e comissura an-terior. Abordada cirurgicamente. Histopatológico revelou material eosinofílico amorfo, positivo a coloração Vermelho Congo, compa-tível com amiloidose. Investigação complementar não revelou aco-metimento sistêmico. Apresentou retorno da disfonia três meses após a cirurgia. VL evidenciou abaulamento de prega vestibular direita, com lesão granulomatosa. Ressonância nuclear magnética (RNM) mostrou lesão com hipossinal em T2 e iso-hipossinal em T1, em prega vocal direita. Programada nova cirurgia.

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Discussão: Amiloidose laríngea é uma afecção rara e benigna, por depósito extracelular de fibrilas amiloides. Representa 0,5-1% das tumorações benignas laríngeas, sendo incomum associação com amiloidose sistêmica. Maior prevalência dos 40-60 anos, no sexo masculino (3:1). Disfonia, estridor, disfagia, tosse, dor e dispneia são possíveis manifestações. Histopatológico confirma o diagnóstico com a coloração Vermelho Congo. Diagnósticos diferenciais são sar-coidose, pólipos e neoplasias malignas. Na TC, manifesta-se como hiperdensidade, e na RNM, isossinal em T1 e hipossinal em T2. Tra-tamento é guiado pela sintomatologia, sendo de escolha a exérese cirúrgica, sem relato de boas respostas com imunossupressores ou radioterapia. Considerações finais: É fundamental realizar investigação de ami-loidose sistêmica, sendo importante seguimento clínico-laringos-cópico, pois aproximadamente 2/3 dos pacientes necessitarão de cirurgia revisional.

P-222 AMILOIDOSE LARÍNGEA: RELATO DE CASO Anderson da Silva Abreu, Paulo Sérgio Lins Perazzo, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Karolline Estrela Compodonio Nunes, Erica Cristina Campos e Santos, Lívia Modesto Sotero, Thiara Lessa Silva

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 74 anos, tabagista, do sexo feminino, acompanhada no Hospital Otorrinos — Feira de Santa-na-BA, de outubro/2015 a abril/2016, por queixa de disfonia pro-gressiva há 2 anos, que evoluiu com dispneia progressiva e disfagia há 1 ano. A videolaringoscopia apresentou lesão difusa, amarelada, de superfície lisa e irregular, em prega ariepiglótica e aritenoide à direita, ocluindo totalmente a fenda glótica e impossibilitando a visualização das pregas vocais. Realizou-se biópsia da lesão e, após diagnóstico etiológico, microcirurgia de laringe para remoção parcial da lesão e desobstrução de via aérea. Discussão: A amiloidose é uma doença caracterizada por depósitos extracelulares de uma substância de natureza proteica em um ou mais sítios do organismo, sendo a sua etiologia desconhecida. Esta patologia pode acometer qualquer parte do corpo, mas raramente surge nas vias aerodigestivas superiores; nelas, a laringe é o seu prin-cipal sítio, representando aproximadamente 1% dos tumores benig-nos deste órgão. Predomina no sexo masculino e na quinta década de vida. A disfonia é o principal sintoma e o diagnóstico histopatológico é o padrão ouro. Tem um comportamento benigno quando localizada, mas pode ter mau prognóstico nos casos sistémicos. Considerações finais: O caso visa demonstrar a diversidade clínica da doença, bem como alerta para os diagnósticos diferenciais e se-guimento. Salienta-se a necessidade de elevado grau de suspeição clínica pelo otorrinolaringologista, pois a doença apresenta evolu-ção lenta e bom prognóstico na maioria dos casos.

P-223 CARCINOMA EPIDERMOIDE DE LARINGE COM METÁSTASE TONSILARGabriel Augusto Pinto Barbosa, Ana Carolina Soares Succar, Rachel Bichara Izai, Carolina da Fonseca Mussel Jones, Augusto César Lima, Thiago Doutor Pelegrine, Karina Dumke Cury

Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo masculino, 63 anos, tabagis-ta, etilista, hipertenso e diabético, procurou atendimento médico com quadro de disfonia. A videolaringoscopia evidenciou tumoração importante e edema de Reinke em prega vocal esquerda, apontan-

do necessidade de intervenção cirúrgica. Retornou ao serviço após seis meses, quando nova videolaringoscopia revelou leucoplasia de pregas vocais, tumoração em toda prega vocal esquerda e comis-sura anterior. À tomografia computadorizada, constatou-se discreta captação de contraste em tonsila palatina esquerda, prega vocal esquerda e comissura anterior. O paciente foi submetido a microci-rurgia de laringe a laser por videoendoscopia para exérese da lesão e tonsilectomia bilateral. A análise histopatológica revelou carcino-ma de células escamosas moderadamente diferenciado infiltrante, representado por proliferação de células atípicas e dismórficas, dispostas em agrupamentos, com ceratinização individual, forma-ção de pérolas córneas e focos de necrose, além de metástase de carcinoma de células escamosas em tonsila esquerda, sendo enca-minhado à oncologia para quimioterapia e radioterapia adjuvantes, as quais não foram realizadas. Ao retornar ao serviço de otorrino-laringologia três meses depois, novo exame identificou a presença de tumoração avermelhada, vegetante, móvel, não sangrante, de tamanho reduzido em relação ao inicial, em comissura anterior e prega vocal esquerda, sendo reafirmada a necessidade urgente do início do tratamento adjuvante. Discussão: O câncer de laringe é um dos mais frequentes a atingir a região da cabeça e pescoço. Histologicamente, o mais comum é clas-sificado como carcinoma de células escamosas, com predominância no sexo masculino entre 50 e 70 anos. O tabaco é o mais importante fator etiológico, seguido do consumo de bebidas alcoólicas. Considerações finais: É notória a rapidez de evolução dos tumores de laringe e, assim, a necessidade do início de um tratamento que seja o mais precoce possível, visando ao mínimo de sequelas funcio-nais. Assim sendo, a terapia cirúrgica associada à continuidade com quimioterapia e/ou radioterapia são essenciais para a sobrevida do paciente.

P-224 ASSOCIAÇÃO ENTRE EDEMA DE REINKE E SULCO BOLSA: RELATO DE CASOCarolina Santos Bosaipo, Fernando Bezerra de Melo e Souza, Cristiana Vanderlei de Melo Lins, Sung Woo Park, Gustavo Polacow Korn

Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do gênero feminino, 56 anos, tra-balha em modelagem industrial, referindo rouquidão há 5 anos com piora progressiva. Ex-tabagista (parou há 2 anos). Voz rouca e pitchgrave. Nasofibrolaringoscopia complementada com telelaringosco-pia evidenciou edema de Reinke grau III. Paciente foi submetida a microcirurgia de laringe para correção do edema de Reinke. Após colocação do laringoscópio foi visualizado o edema de Reinke. Ini-ciada a cordotomia seguida de “ordenha” e remoção do excesso de cobertura na prega vocal direita. Após esse procedimento, foi palpada a prega vocal direita, sendo observado, abaixo do edema, um sulco tipo bolsa em terço médio. Optou-se por não manipular o sulco e procedido para o procedimento semelhante na prega vocal esquerda com bom aspecto no final da cirurgia. Discussão: O edema de Reinke é uma lesão fonotraumática asso-ciada ao tabagismo, que apresenta um edema ao longo de toda a camada superficial da lâmina própria das pregas vocais. Pontes introduziu o termo alterações estruturais mínimas (AEM) para as alterações epiteliais e na mucosa observada em pregas vocais que, quando presentes, não acometem as funções básicas da laringe e podem ou não repercutir na voz. Casos de edema de Reinke com AEM não são comuns, são pouco identificados na prática clínica e cirúrgica e não há relatos ou descrições na literatura, diferente da associação pólipo, uma lesão fonotraumática, e AEM. Porém, po-dem ser diagnosticados no ato cirúrgico, por meio da palpação das pregas vocais, após a resolução do edema.

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Considerações finais: Salientamos a importância da palpação nos casos de edema de Reinke antes e após a correção do mesmo, para identificar possível associação com AEM, pois estas podem influen-ciar na evolução e recuperação pós-operatória.

P-225 DISFONIA POR AMILOIDOSE LARÍNGEA EM IDOSO: RELATO DE CASOCamila Bae Uneda, Sabryna Farneze Nunes Santanna, Bernardo Relvas Lucas, Daniela Leitão Mendes, Alonço da Cunha Viana Junior, Lana Patricia Souza Moutinho, Larissa Odilia Costa Binoti

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: JS, sexo masculino, 65 anos, hipertenso, dislipidêmico e etilista. Compareceu ao serviço de otorrinolaringo-logia queixando-se de disfonia progressiva há seis meses, associada à sensação de plenitude laríngea. Negava dispneia, emagrecimen-to, dor ou outras queixas. Foi submetido a videolaringoscopia, que demonstrou hipertrofia de banda ventricular esquerda, sem outras alterações. Foi, então, indicada microcirurgia da laringe e realizada biópsia excisional da lesão encontrada. À microscopia do material foram observadas áreas nodulares de depósito de material amorfo eosinofílico. Após coloração pelo Vermelho Congo, revelou tratar-se de amiloidose. Uma semana após exérese da lesão, o paciente já referia melhora importante da plenitude laríngea, mas manutenção da disfonia. A videolaringoscopia pós-operatória demonstrou hiper-trofia de banda ventricular esquerda, com melhora comparada ao exame prévio. O paciente foi encaminhado à clínica médica e, até o momento, segue sem evidências de doença sistêmica. Está em acompanhamento periódico pela otorrinolaringologia para controle de possível recidiva. Discussão: Amiloidose consiste em deposição de proteínas fibri-lares insolúveis em uma ou mais regiões do corpo. A laringe é o local da via aérea superior mais acometida pela doença, corres-pondendo a menos de 1% dos tumores benignos da região. Acomete mais homens entre 40-60 anos. Pode cursar com disfonia, disfagia, dispneia, hemoptise, sensação de corpo estranho e outros, com evolução lenta. À videolaringoscopia, encontra-se lesão de aspecto de massa submucosa nodular ou amorfa difusa, amarelada, trans-luzente e sem ulceração. O diagnóstico é histopatológico com a coloração de Vermelho Congo. Deve-se avaliar a possibilidade de doença sistêmica ou secundária. Visto que o tratamento clínico não apresenta eficácia significativa, recomenda-se cirurgia para casos mais sintomáticos, apesar da possibilidade de recidivas. Considerações finais: Em vista da raridade e baixa prevalência de amiloidose laríngea, considerou-se relevante para a comunidade científica o relato do caso em questão, a fim de contribuir com estudos e pesquisas relacionados ao tema.

P-226 HEMANGIOMA SUPRAGLÓTICO GIGANTE EM ADULTO: RELATO DE DOIS CASOSRenan Gonçalves Bessa, Felippe Paraguassu Demes, Roberto Campos Meirelles, Flávia Ferreira, Shiro Tomita

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Caso 1: Paciente MZL, sexo feminino, 69 anos, encaminhada ao setor de laringologia do Hospital Universi-tário Clementino Fraga Filho (HUCFF) devido à lesão vista durante endoscopia digestiva alta. Submetida a cirurgia na infância com tra-queotomia e acesso cervical submandibular esquerdo para heman-gioma no pescoço em outro hospital. Na videolaringoestroboscopia, apresentou hemangioma extenso em região supraglótica esquerda,

originário do ventrículo e banda ventricular Caso 2: Paciente MGO, sexo masculino, 74 anos, encaminhado ao setor de laringologia do HUCFF com relato de dispneia inspiratória progressiva há 2 anos. Ex-tabagista de 40 maços/ano, parando de fumar há 20 anos. No exame clínico notou-se tiragem supraesternal e desconforto respi-ratório. Na videolaringoestroboscopia, evidenciou-se hemangioma supraglótico volumoso à esquerda, com origem provável no ventrí-culo, insinuando-se para o ádito, ocasionando obstrução parcial da via respiratória. Discussão: Hemangioma é a alteração vascular mais comum encon-trada em cabeça e pescoço (60%), sendo frequente na laringe. Tem maior incidência em crianças. O acometimento no adulto é raro e geralmente envolve a região supraglótica. Sintomas comuns são dis-fagia, disfonia e dispneia. Hemangiomas supraglóticos pediculados podem permanecer assintomáticos e evoluir gradativamente até o colapso súbito da via aérea e morte. História clínica detalhada, laringoscopia com fibra ótica e tomografia computadorizada suge-rem o diagnóstico. A lesão em adultos habitualmente necessita de tratamento cirúrgico, com o uso de laser. O método cirúrgico ideal para remoção da lesão é controverso, devido à existência de poucos casos na literatura. Considerações finais: Hemangiomas laríngeos gigantes são inco-muns no adulto e não respondem bem ao tratamento com propa-nolol, como nas crianças. Em nossos dois casos, as lesões tinham volume considerável. Nesta eventualidade, são sempre cirúrgicos.

P-227 ACOMETIMENTO LARÍNGEO NA POLICONDRITE RECIDIVANTE: RELATO DE CASORenan Gonçalves Bessa, Felippe Paraguassu Demes, Roberto Campos Meirelles, Flávia Ferreira, Shiro Tomita

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: MRL, 50 anos, sexo feminino, encami-nhada para avaliar quadro de rouquidão progressiva desde 2009, quando foi diagnosticada com policondrite recidivante. Submeti-da a cirurgia geral em 2009 com necessidade de traqueostomia, quando teve complicações respiratórias e permaneceu cerca de dois meses na UTI. No momento, com história de dispneia leve progressiva, com melhora parcial ao fazer nebulização com b-2 agonista e anticolinérgico. Na videolaringoscopia evidencia-se edema severo de região interaritenoidea e retrocricóidea, além das bandas ventriculares, com oclusão de cerca de 60% da luz gló-tica. Foi iniciada prednisona 40 mg/dia. Novo exame com videola-ringoestroboscopia após um mês mostrou volumoso abaulamento simétrico das bandas ventriculares e edema moderado das pregas vocais, com mobilidade preservada. Foi submetida a cirurgia sob anestesia geral e intubação orotraqueal com ressecção parcial de ambas as bandas ventriculares e esvaziamento das pregas vocais. Evoluiu com melhora da dispneia e corticoterapia mantida pela clínica médica. Discussão: Policondrite recidivante é doença inflamatória episódi-ca e recorrente, com caráter progressivo. Possui etiologia idiopá-tica, associada com outras doenças autoimunes, como atrite reu-matoide. Afeta cartilagens como orelha, nariz, laringe, traqueia, brônquios e articulações, podendo ter desfecho potencialmente fatal. Acomente sobretudo mulheres na quinta década de vida. Sintomas iniciais geralmente são de inflamação do pavilhão auri-cular, cursando com otalgia súbita e intensa, diagnosticada como condrite infecciosa. O envolvimento da região laringotraqueal manifesta-se por disfonia, dor na região da laringe e traqueia, exacerbada ao falar, tosse, estridor e dispneia. Em casos graves, fibrose e estenose subglótica podem ocorrer com recorrência dos ataques. O tratamento inclui anti-inflamatórios, imunossupresso-res, colchicina e dapsona.

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Considerações finais: Policondrite recidivante acomete a região laringotraqueal em 15-50% dos casos, sendo casos de leves a moderados.

P-228 PARKINSONISMO DE CORDAS VOCAIS: RELATO DE CASOCarolina da Fonseca Mussel Jones, Letizia Mayrink Mollo, Thiago Doutor Pelegrine, Ana Paula Künning Casqueiro, Danielle Mello Vaisman, Caroline Brito Moulin

Escola de Medicina Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 59 anos, procu-rou o serviço de otorrinolaringologia no ano de 2000 com história de hipofonia progressiva. Não relatava disfagia ou dor em região laríngea. Relatava quedas da própria altura, rigidez na região do pescoço e início de tremores em membro superior direito. Apresentava histórico de perda de fala por uma semana aos 12 e aos 20 anos. Realizou-se videolaringoscopia, evidenciando pre-gas vestibulares com edema e hiperconstricção. Foi encaminhada ao neurologista, que a diagnosticou com paralisia supranuclear, com presença de parkinsonismo de cordas vocais. Iniciou-se tra-tamento com o serviço de fonoaudiologia, além de tioridazina, fenergam e paroxetina, apresentando estabilizações dos sinto-mas. Utilizou levandopa por três anos, apresentando melhora da rigidez e estabilização da hipofonia. Contudo, a última tornou-se novamente progressiva e com soprosidade. Em 2016, realizou-se videolaringoscopia, que evidenciou piora do edema, hipertro-fia de tonsilas linguais na base da língua, região retrocricoide edemasiada, mobilidade laríngea preservada bilateralmente e fechamento glótico completo sob luz contínua. Foi preconizado o tratamento com toxina botulínica à espera de melhoras dos sintomas de hipofonia. Discussão: Devido ao fato do parkinsonismo levar a uma descoor-denação entre as musculaturas agonistas e antagonistas, altera-ções na voz podem ser encontradas. As mais frequentes são rou-quidão e soprosidade. As alterações têm sido atribuídas à distonia ou rigidez das pregas vocais, redução da sinergia e ativação da musculatura laríngea, atrofia ou fadiga muscular. A paralisia su-pranuclear progressiva-parkinsonismo é uma variante da paralisia supranuclear progressiva. Seus achados incluem sintomas da do-ença de Parkinson, que podem aparecer sem que o paciente seja portador da mesma. Considerações finais: A paciente em questão foi encaminhada para tratamento com toxina botulínica, com o objetivo da melho-ra da distonia laríngea proveniente do parkinsonismo das cordas vocais. Esse tratamento tem se mostrado eficiente na maioria dos casos de distonia laríngea, o qual melhora o prognóstico da paciente.

P-229 EXÉRESE VIDEOASSISTIDA COM LASER DE DIODO DE TUMOR SUPRAGLÓTICO E GLÓTICO DE UMA ADOLESCENTEAna Paula Valeriano Rêgo, Valéria Barcelos Daher, Alda Linhares Freitas Borges, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa, Leandro Castro Velasco, Andre Valadares Siqueira

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente RMO, 13 anos, sexo feminino, com disfonia há 2 meses, sem outras queixas. Realizada nasofi-brolaringoscopia com tumor comprometendo prega vestibular e ventrículo laríngeo bilateralmente com extensão até a comissura

anterior. Ressonância com lesão nodular predominantemente no ventrículo direito, ocupando o espaço paralaríngeo. Tomografia com lesão sólida com realce ao contraste em prega vestibular di-reita. Prescritos amoxicilina e clavulanato, prednisona e flutica-sona spray oral por 1 mês. Paciente retorna com lesão, porém em menor extensão, sendo indicada cirurgia. Realizada microcirurgia de laringe com laser de diodo, videoassistida, sem intercorrências ou necessidade de traqueostomia. Paciente no pós-operatório sem dor ou sangramentos, e com resolução da disfonia. Imuno-histo-química com infiltrado plasmocitário heterotípico indicativo de reação inflamatória. Discussão: O laser de diodo possui vários diodos em filas, o que lhe confere a vantagem de ser utilizado em fibras ópticas rígidas ou flexíveis. Na cirurgia, a utilização de uma ótica de 30° permitiu uma visibilização precisa dos limites inferiores da tumoração, per-mitindo preservação de estruturas importantes, como a comissura anterior. Outro aspecto importante foi a possibilidade de dobrar a cânula guia da fibra óptica, permitindo acesso a regiões que seriam impossíveis, se utilizássemos um laser que não fosse de contato. A paciente teve um pós-operatório indolor, sem necessidade de tra-queostomia ou complicações. Considerações finais: A associação do laser de diodo e a endoscopia possibilitaram uma cirurgia mais precisa e sem a necessidade de traqueostomia, ou um acesso aberto, para ressecção de um tumor na laringe. O laser de diodo vem ganhando cada vez mais espaço na otorrinolaringologia, assim como as cirurgias videoassistidas, sen-do necessário um treinamento especializado para a utilização de ambos.

P-230 TUBERCULOSE FARINGOLARÍNGEA PULMONAR: RELATO DE CASOThiago Xavier de Barros Correia, Álvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, Victor Jose Timbó Gondim, Isabela Tavares Ribeiro, Denison Stock Fomin, Renata Santos Bittencourt Silva, Carolina Scaff Haddad Bartos

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Apresentação do caso: Tuberculose é uma doença infecciosa cau-sada pelo Mycobacterium tuberculosis e atinge, em 85% dos casos, o pulmão. A apresentação faringolaríngea é uma rara manifestação extrapulmonar, que, no Brasil, vem aumentando em incidência de-vido ao recrudescimento da tuberculose de maneira geral. O relato trata de um paciente do sexo masculino, 22 anos, com história de odinofagia intensa há um mês e perda ponderal de 7 kg neste pe-ríodo. Ao exame físico apresentava adenomegalia cervical, lesões ulceradas em orofaringe, lesões esbranquiçadas e membranosas em rino/orofaringe e edema generalizado na laringe. Observou-se na radiografia cavitações em ápices pulmonares. Os exames laborato-riais indicaram bacilo álcool-ácido resistente positivo para tubercu-lose, monócitos aumentados, volume corpuscular médio diminuído, proteína C-reativa elevada e HIV negativo. Discussão: O acometimento faringolaríngeo constitui normalmen-te uma evolução da tuberculose pulmonar, provavelmente por via hematogênica. Nesses casos, a literatura mostra as amígda-las como a região da orofaringe mais acometida, sendo frequente disfagia e odinofagia, cuja intensidade está relacionada com o grau das lesões faríngeas, quadro semelhante ao caso relatado. A radiografia do tórax é importante para o diagnóstico diferencial, sobretudo de carcinoma laríngeo, hipótese inicial mais comum. O paciente evoluiu com melhora rápida, após início de tratamento com esquema RIPE. Considerações finais: O trabalho realça a relevância epidemiológi-ca da tuberculose e relata um caso raro de tuberculose extrapul-monar, relevante para o diagnóstico correto e precoce de lesões de vias aéreas superiores.

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P-231 ESTENOSE SUBGLÓTICA IDIOPÁTICA: RELATO DE CASOAlessandra Locatelli Smith, Cláudia Schweiger, Denise Manica, Samanta Castro, Gustavo Vasconcellos Severo, Gabriel Kuhl

Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 13 anos, com quadro de disfo-nia, estridor, esforço respiratório e apneia, com duas semanas de evolução, sem fator desencadeante ou sintomas infecciosos rela-cionados. Apresentava também disfagia e necessidade de uso de sonda nasoentérica nos últimos seis meses.Tinha história prévia de prematuridade extrema, meningite e intubação orotraqueal apenas no período neonatal, sem relato de sintomas respiratórios obstru-tivos após. Possuía atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, hi-potireoidismo e múltiplas internações por convulsões e pneumonia aspirativa. Laringoscopia direta (LD) evidenciou estenose subgló-tica (ESG) grau 2 de Myer-Cotton, de característica edematosa e inflamatória, sem tecido de granulação (TG), além de refluxo de conteúdo gastroesofágico com aspiração do mesmo durante todo o exame. Iniciado tratamento antirrefluxo. Apresentou piora do pa-drão respiratório em poucos dias, com necessidade de intubação orotraqueal e posterior traqueostomia. Nova LD evidenciou edema glótico posterior e ESG grau 3 de aspecto inflamatório, sem TG. Realizada biópsia submucosa e exames laboratoriais para exclusão de doenças reumatológicas, todos sem alterações. Após três meses, foi realizada nova LD, não sendo mais observada ESG e a paciente tolerou oclusão de cânula traqueal. Discussão: A estenose subglótica idiopática é uma rara condição que acomete a via aérea e é responsável por 10 a 35% dos casos de ESG. Consiste em um estreitamento localizado na cricoide e na porção alta da traqueia de etiologia desconhecida, mais prevalente no sexo feminino. Apresenta-se com sintomatologia de obstrução de vias aéreas superiores. Considerações finais: A estenose subglótica idiopática não possui uma patofisiologia definida e tem pouca evidência na literatura. O diagnóstico definitivo consiste na exclusão de etiologias mais prevalentes, como intubação prévia e doenças reumatológicas. A paciente em estudo necessitou de traqueostomia para garantia de via aérea e apresentou regressão da ESG após três meses com tra-tamento antirrefluxo.

P-232 PÊNFIGO LARÍNGEO: RELATO DE CASORodrigo Silverio Dias, Rafael Burihan Cahali, Carolina Cavalcante Dantas, Ludmilla Emilia Martins Costa, José Sérgio do Amaral Mello Neto, Paula Santos Silva Fonseca, Daniel Cesar Silva Lins

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: JLS, sexo masculino, 48 anos. Paciente com quadro de disfonia há 20 anos, com diagnóstico de pênfigo vulgar mucocutâneo desde 1990 e identificado acometimento laríngeo há 10 anos, ao exame de laringoscopia com edema e bolha em região supraglótica e hiperplasia de bandas ventriculares. Foi submetido a duas microcirurgias de laringe para ressecção de hiperplasia de mu-cosa em bandas ventriculares direita e esquerda em 2010 e banda ventricular esquerda em 2011, e fez uso de corticoide em altas do-ses durante 6 anos, com melhora importante do quadro disfônico. Discussão: O pênfigo é a designação de um conjunto de entidades patológicas de etiologia autoimune, vesiculobolhosa, crônica, ca-racterizada pela formação de autoanticorpos IgG contra as glico-proteínas desmogleína 1 e 3, ocasionando a acantólise do epitélio. O acometimento laríngeo da doença é extremamente raro, geral-mente acomete a região supra-glótica, podendo envolver as pre-

gas vocais e apresentar-se como leve rouquidão a edema laríngeo intenso com obstrução da via aérea. Achados comuns ao exame de laringoscopia são: edema, ulceração, bolha, membranas e esteno-se. Geralmente, as lesões de mucosa precedem as lesões de pele. Considerações finais: O diagnóstico precoce melhora o prognósti-co. O exame endoscópico é importante nos pacientes com e sem sintomas de laringe, a fim de permitir uma avaliação mais apurada da mucosa e orientar a terapia. Esta doença não tem cura, apenas controle. Quanto mais cedo o paciente se submeter a tratamen-to, menor é a quantidade de corticoide prescrito, menores são os efeitos colaterais e maior será a adesão do paciente ao tratamento proposto.

P-233 SÍNDROME DE ORTNERRosana Guimarães Rodrigues Alves, Geizeane Morais da Cunha, Laryssa Cavalcante Mendes de Andrade, Lorena Cássia de Carvalho Oliveira, Carolina da Silveira Alves, Eduardo Romero Sampaio Botelho, Gustavo Bachega Pinheiro

Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 41 anos, vítima de acidente au-tomobilístico com trauma torácico havia três meses, encaminhado ao Hospital de Base do DF com diagnóstico de aneurisma sacular de aorta parcialmente trombosado, localizado no início da aorta descendente, após emergência da artéria subclávia esquerda, com direcionamento inferior. Apresentava disfonia iniciada 40 dias após o trauma. Videolaringoscopia evidenciou paralisia paramediana de prega vocal esquerda. Prescrito complexo B e prednisona com redu-ção gradual da dose. Realizada colocação de endoprótese de aorta para tratamento do aneurisma. Paciente em seguimento pela equi-pe da otorrinolaringologia, persiste com disfonia poucos dias após abordagem endovascular. Discussão: A paralisia do nervo laríngeo recorrente pode ter di-versas causas, entre elas causas cirúrgicas, não cirúrgicas, ou uma combinação de ambas. Em casos selecionados, a investigação de causas cardiopulmonares é fundamental para o correto diagnóstico. Considerações finais: A síndrome de Ortner é uma entidade rara, que pode ser secundária a muitos distúrbios cardiopulmonares. A realização de videolaringoscopia é fundamental para avaliação quando há suspeita da mesma.

P-234 TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES EM PREGA VOCAL: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURAJesarela Maria de Souza de Amorim, Débora Bressan Pazinatto, Lizandra Passini Ferreira, Igor Bezerra de Sousa Leal, Eduardo George Baptista de Carvalho, Pablo Soares Gomes Pereira, Augusto César Bernardes Miguel

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: MCVF, sexo feminino, 55 anos de idade, pro-curou nosso serviço com queixa de rouquidão há 3 anos, de caráter progressivo. História de tabagismo por 25 anos e cessou há 5 anos. Laringoscopia com óptica rígida demonstrou lesão exofítica em ter-ço anterior de prega vocal direita, não ulcerada, de coloração cla-ra, e com extensão para subglote. O tratamento foi realizado com exérese cirúrgica (microcirurgia de laringe com laser de diodo). Com o caso apresentado, discutimos o comportamento clínico e as características histopatológicas de tal tumor raro. Discussão: Os tumores de células granulares são incomuns, de evo-lução lenta e provavelmente têm origem neuroectodérmica. Podem acometer qualquer órgão do corpo, mas 50% dos casos descritos na literatura foram encontrados na região da cabeça e pescoço. Apenas 10% têm localização laríngea. Clinicamente se apresentam

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como lesões inócuas na laringe e o diagnóstico é realizado a partir das características histopatológicas. A excisão cirúrgica simples é o tratamento ideal para essa lesão; os índices de recidiva e maligni-zação são baixos. Considerações finais: Diagnósticos diferenciais devem ser cuidado-samente avaliados. Diagnóstico diferencial histopatológico é feito com lesões de características microscópicas semelhantes, como os carcinomas de células escamosas.

P-235 IMOBILIDADE DE PREGA VOCAL SECUNDÁRIA A ANEURISMA DE AORTA TORÁCICA: RELATO DE 2 CASOSRicardo Maurício Favaretto, Dharyemne Charlotte Louise Pucci de Araujo, Thaíse Cesca, Suzanne Mallmann Varnier, Rodrigo Dors Sakata, Gabriela Soraya Martini, Paulo Antônio Monteiro Camargo

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: Caso 1: JBF, 70 anos, sexo masculino, apre-sentando disfonia de início súbito há 6 meses, sem disfagia, disp-neia ou tosse. Ao exame de videolaringoscopia, foi diagnosticada imobilidade de prega vocal esquerda em posição paramediana. Na tomografia computadorizada de tórax, visualizou-se aneurisma sa-cular de arco aórtico medindo 9,2 × 3,6 × 6,6 cm. O paciente foi encaminhado para avaliação com cirurgião vascular. Caso 2: TP, 69 anos, sexo feminino, hipertensa e tabagista de longa data, com disfonia de início súbito há 4 meses, sem disfagia, dispneia ou tos-se. À videolaringoscopia foi visualizada imobilidade de prega vo-cal esquerda em posição paramediana. Na tomografia de tórax, foi diagnosticado aneurisma fusiforme do arco aórtico de 5,3 × 5,3 cm × 4,2 cm de diâmetro. Foi encaminhada para avaliação com cirur-gião vascular. Discussão: A disfonia secundária à imobilidade de pregas vocais pode ser o primeiro sintoma de outras patologias. As causas mais comuns de imobilidade de pregas vocais são o carcinoma laríngeo e o trauma, porém outras etiologias podem estar envolvidas, como inflamatória, iatrogênica e tumores extralaríngeos. O aneurisma de aorta torácica é uma causa rara de imobilidade de pregas vocais, onde pode haver lesão do nervo laríngeo recorrente por compres-são, tração ou fibrose após sangramentos não letais do aneurisma. Em ambos os casos aqui relatados, a imobilidade foi em prega vocal esquerda, que pode ser justificada pelo trajeto do nervo laríngeo recorrente esquerdo ser mais longo, e entre a aorta e a artéria pulmonar esquerda, ficando mais suscetível a lesões. Considerações finais: O aneurisma de arco aórtico é uma causa rara de imobilidade de pregas vocais, podendo se manifestar ini-cialmente como disfonia. O otorrinolaringologista tem papel funda-mental no diagnóstico precoce destes casos, com a investigação da etiologia da imobilidade.

P-236 FENDA LARÍNGEA POSTERIOR ASSINTOMÁTICA EM PACIENTE COM SÍNDROME DE OPITZ-FRIASLucas Henrique Vieira, Jefferson Pitelli Fonseca, Ariana Di Salvo Arthur, Aline Pires Barbosa, Rodrigo Lacerda Nogueira, Daniel Salgado Kupper, Fabiana Cardoso Pereira Valera

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 31 anos, en-caminhado ao ambulatório de laringologia e voz do nosso serviço para avaliação. Referia sensação de corpo estranho em orofarin-ge de longa data. Negava disfonia, dispneia, disfagia, odinofagia,

engasgos e outros sintomas. Relatava cirurgias prévias na infância para correção de hipospádia, com posterior investigação e diag-nóstico de síndrome de Opitz-Frias. Ao exame físico apresentava hipertelorismo e fronte proeminente. Nunca havia sido submetido a exame de videolaringoscopia, o qual foi então realizado, sendo vi-sualizados sinais de refluxo faringo-laríngeo (edema retrocricóideo, espessamento interaritenóideo e pseudosulco de pregas vocais) e fenda laríngea do tipo I. Solicitado exame de videodeglutograma, sem sinais de aspiração laringotraqueal. Iniciado tratamento para refluxo faringo-laríngeo com inibidor de bomba de próton e, no mo-mento, o paciente encontra-se assintomático. Discussão: A síndrome de Opitz-Frias foi descrita em 1969 por Opitz e colaboradores, e sua prevalência é de 1:50.000-100.000. Carac-teriza-se por defeitos no plano mediano do corpo, sobretudo no esqueleto craniofacial e no tubérculo genital, levando a hipertelo-rismo e hipospádia (97% dos casos), assimetria cranial (47%), retar-do mental (43%), estrabismo (37%), criptorquidia (30%), cardiopatia congênita (25%), fenda labial e palatina (23%), anomalias do trato urinário (19%) e ânus imperfurado (5%). Fissuras laringotraqueais são descritas em 30-70% dos casos. A mortalidade infantil nesses pacientes se aproxima de 30%, devido a quadro de aspirações larin-gotraqueais recorrentes pelo atraso no diagnóstico. Apesar de ter sido diagnosticado com a síndrome na infância, o paciente relatado teve o diagnóstico de fenda laríngea tipo I na idade adulta, por ser assintomático e nunca ter sido investigado. Considerações finais: Há poucos relatos na literatura sobre a sín-drome de Opitz-Frias. O conhecimento dos aspectos clínicos da sín-drome, e dos achados otorrinolaringológicos, permitem o diagnós-tico e a intervenção precoces nos pacientes sintomáticos, além de aconselhamento genético adequado.

P-237 PARALISIA LARÍNGEA COMO MANIFESTAÇÃO TARDIA DE ARNOLD-CHIARILeopoldo Marques D‘Assunção Filho, Pietro Jorge Tenorio Tavares, Larissa Leal Coutinho, Larissa Ferreira de Macedo, Pâmella Marletti de Barros, Bruno Teixeira de Moraes, Adriana de Oliveira Camargo Gomes

Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: Mulher, 21 anos, estudante, portadora de malformação de Arnold-Chiari tipo II associada a mielomeningo-cele, referiu rouquidão e fonastenia há três anos de caráter pro-gressivo, que piora com uso intenso da voz. Evoluiu com disfagia de transferência na consistência líquida. Negava tabagismo e eti-lismo. Exame físico otorrinolaringológico sem alterações e avalia-ção vocal caracterizada por rouquidão, soprosidade e hipofonia (G2R2B2A0S0I0). Exames laboratoriais sem alterações. Nasofibro-laringoscopia demonstrou imobilidade da prega vocal esquerda em posição intermediária e arqueamento associado à incompetência glótica, sem alterações em supraglote e subglote. Videoendosco-pia da deglutição sem estase salivar, penetração ou aspiração de bolo alimentar nas diversas consistências. Ressonância de encéfalo e coluna cervical evidenciou insinuação das amígdalas cerebelares inferiormente através do forame magno para as porções proximais do canal raquidiano (nível de C2/C3), hemisférios cerebelares en-volvendo parcialmente as regiões laterais do tronco encefálico e insinuando-se superiormente através do tentório cerebelar hipo-plásico. Foi indicada fonoterapia durante três meses, sem melhora significativa da voz. Realizou-se a tireoplastia de medialização com melhora plena da qualidade vocal (G0R0B0A0S0I0) e disfagia após o procedimento. Discussão: A paralisia laríngea de origem central congênita pode ser causada pela malformação de Arnold-Chiari, representada por protrusão do cerebelo/tronco encefálico para dentro do canal es-

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pinhal através do forâmen magno, classificada de I a IV. No II, tem-se o deslocamento das tonsilas cerebelares, vermis cerebelares e deformação de parte do quarto ventrículo e medula oblonga em direção ao canal cervical. O diagnóstico é clínico e radiológico (res-sonância de encéfalo e coluna cervical). Disfonia e disfagia de grau leve respondem à fonoterapia. Nos casos refratários, associados à fenda glótica importante, cirurgias como tireoplastias ou terapias de aumento se impõem com resultados satisfatórios. Considerações finais: Na malformação de Arnold-Chiari, a tireo-plastia de medialização pode ser eficaz na melhoria da disfonia e disfagia.

P-238 MICROCIRURGIA DE LARINGE PARA RESOLUÇÃO DE SINÉQUIA GERADA POR INGESTÃO DE CÁUSTICOBlenda Avelino Soares, Letícia de Ávila Cambraia, Camila Taniguti Cordeiro Vasco, Ceres Cristina Bueno Dallarmi, Leadro Azevedo de Camargo

Hospital Alberto Rassi — HGG, Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: VPR, 34 anos, sexo feminino, relatava ten-tativa de autoextermínio com ingestão de soda cáustica. Após a ingestão, evoluiu com quadro de edema em região faringolarígea com dispneia de grande intensidade, havendo necessidade de tra-queostomia para garantir via aérea pérvia. Após a estabilização do quadro inicial, tentou-se decanular por diversas vezes a paciente, sem sucesso. Avaliada por videolaringoscopia evidenciou-se presen-ça de sinéquia posterior em pregas vocais, com redução da movi-mentação das mesmas, dificultando a passagem de ar pela laringe. Foi indicada cirurgia com o objetivo de melhorar a movimentação das pregas vocais e, assim, possibilitar a passagem de ar. Houve boa evolução no pós-operatório, optando-se por iniciar os passos de decanulação, que foi bem-sucedida. Discussão: As lesões provocadas por cáustico no esôfago são fre-quentemente descritas, enquanto as da região faringolaríngea são pouco conhecidas. Quando ocorre lesão de laringe, o paciente se apresenta com dispneia e estridor na fase aguda, e nas situações em que não ocorre melhora da dispneia indica-se intubação ou tra-queotomia. Essas lesões não são homogêneas e dependem do con-tato e tempo de exposição. Estima-se que as lesões faringolaríngeas estão presentes em 10-15% dos pacientes que ingerem “soda cáus-tica”, e em 1% das lesões pode ocorrer fusão da epiglote às paredes da faringe, impedindo passagem de ar e entrada de alimentos. Considerações finais: No presente caso, a paciente apresentava insuficiência respiratória decorrente de sinéquia em pregas vocais devido à lesão cáustica, dependendo da traqueostomia para respi-rar. Somente a partir da correção cirúrgica do quadro pôde voltar a respirar espontaneamente, não apresentando novas complicações.

P-239 PARACOCCIDIOIDOMICOSE EM LARINGE E TONSILAS PALATINAS: RELATO DE CASOFernando Liess Krebs Rodrigues, Raquel Faria Vasconcellos, Thassiany Matos Carpanez, Beatriz Figueiredo Brandão, Shiro Tomita, Felippe Paraguassu Demes, Flavia Rodrigues Ferreira

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 45 anos, taba-gista e natural do interior do estado do Rio de Janeiro, internada eletivamente para elucidação diagnóstica e tratamento de quadro de perda ponderal, tosse seca e odinofagia há cerca de 8 meses. No curso da evolução clínica, percebeu tonsilas palatinas com aumento de tamanho progressivo, sendo realizada amigdalectomia em outro

serviço 6 meses antes da internação. Nesta ocasião, histopatologia sugeriu amigdalite granulomatosa associada à presença de Para-coccidioides brasiliensis. Devido à queixa de odinofagia, foi soli-citado parecer ao serviço de otorrinolaringologia do HUCFF que, à videolaringoscopia, viu lesão infiltrativa, exofítica e irregular em toda borda livre da epiglote, além de estomatite morbiforme em região de valecula. Tais lesões corroboravam o diagnóstico de pa-racoccidioidomicose indicados pela análise das tonsilas palatinas. Finalmente, oito dias após admissão hospitalar, foi realizado exame de escarro induzido, que se mostrou positivo para Paracoccioides brasilienses. Iniciado tratamento com itraconazol oral e alta hospi-talar para acompanhamento ambulatorial. Discussão: Paracoccidioidomicose é doença sistêmica com cará-ter insidioso e crônico, causada pelo fungo Paracoccidioides bra-silienses. Acontece predominantemente em zonas rurais endêmicas e tem incidência de até 3 novos casos/100.000 habitantes. Pode haver envolvimento das cavidades oral e nasal, faringe, laringe, pulmões, pele e diversos outros órgãos, com algumas das queixas no campo do otorrinolaringologista: disfonia, disfagia, odinofagia e tosse. No caso apresentado, vemos o curso clássico multissitêmico e insidioso da paracoccidioidomicose, acometendo principalmente laringe, tonsilas palatinas e pulmões. Considerações finais: A paracoccidioidomicose é micose sistêmica frequente no Brasil, em especial na zona rural do estado do Rio de Janeiro, muitas vezes com diagnóstico retardado devido à inespe-cificidade dos sintomas. Assim, o otorrinolaringologista deve estar atento para esta doença quando epidemiologia, anamnese, exame clínico e videolaringoscopia sugerirem paracoccidioidomicose la-ríngea e, da mesma forma, ser minucioso na análise do resultado histopatologico das amigdalectomias.

P-240 RELATO DE CASO: AMILOIDOSE LARÍNGEAMariana Zago de Moraes, Natalia Vieira Gasparin, Marcele Oliveira dos Santos, Jader Franci Carvalho Oliveira, Fabricio Scapini, Thomaz Pisacco Foster, Rodrigo Agne Ritzel

Hospital Universitário de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 23 anos, referia disfonia progressiva e intermitente há 1 ano. Negava estridor, ema-grecimento, odinofagia ou disfagia. A videolaringoscopia indireta mostrou lesão degenerada em hemilaringe esquerda. A tomogra-fia computadorizada de região cervical apresentava calcificações grosseiras perilaríngeas e ausência de linfonodomegalias cervicais. A paciente foi submetida a microcirurgia de laringe para exérese da lesão. O exame histopatológico evidenciou refringência sob a luz polarizada na coloração pelo Vermelho Congo, conferindo o diag-nóstico de amiloidose. Foram realizados exames complementares para excluir amiloidose sistêmica ou doença secundária, todos den-tro da normalidade. Discussão: A amiloidose é uma doença benigna, lentamente pro-gressiva, caracterizada por deposição de proteínas fibrilares extra-celulares. Afeta mais comumente indivíduos entre 50 e 70 anos, com predominância no sexo masculino. A amiloidose pode ser clas-sificada como primária, desenvolvendo de forma espontânea, ou secundária a alguma doença inflamatória crônica. Amiloidose lo-calizada na região da cabeça e do pescoço é uma doença rara e benigna, sendo a laringe o local mais comum de envolvimento. Os sintomas mais comuns de amiloidose laríngea primária são rouqui-dão e estridor. Outras manifestações clínicas podem se desenvol-ver como disfagia, dispneia, aspiração e globus. A aparência to-mográfica computadorizada de amiloidose laríngea é inespecífica. O padrão ouro para o diagnóstico da amiloidose é uma biópsia do tecido. A coloração com Vermelho Congo revela biorrefrigência ver-de característica, confimando o diagnóstico. Uma avaliação com exames complementares deve ser realizada a fim de excluir doen-

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ças sistêmicas. O tratamento da amiloidose laríngea localizada é a remoção cirúrgica. Considerações finais: Amiloidose laríngea, embora incomum, deve ser lembrada no diagnóstico diferencial das lesões laríngeas. Geral-mente indica doença localizada com envolvimento sistêmico inco-mum. No entanto, devido ao potencial para uma doença subjacen-te, como o mieloma múltiplo, uma avaliação médica completa para doença sistêmica deve ser realizada. O tratamento é a remoção cirúrgica.

P-241 MIOCLONIA VELO-FARINGO-LARÍNGEA: RELATO DE CASOMaria Fernanda Piccoli Cardoso de Mello, Janaina Jacques, Letícia Chueiri, Syriaco Atherino Kotzias, Lourenço Sabo Müller, Mariana Manzonia Seerig, Carlos Alberto Kuntz Nazario

Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis, SC, Brasil

Apresentação do caso: LP, 62 anos, sexo masculino, administrador aposentado, natural de Imbituba-SC, iniciou há 2 anos quadro de disfonia, engasgos episódicos, dificuldade para cantar e piora dos roncos noturnos. Hipertenso, cardiopata, ex-tabagista, com histó-ria de infarto agudo do miocárdio há três anos. No exame físico fo-ram identificados voz trêmula e inconstante e movimentos rítmicos na face anterior do pescoço, palato, laringe, faringe e hipofarin-ge. Videolaringoscopia evidenciou mioclonia, fenda em ampulhe-ta e ataque de banda ventricular durante a fonação. Ressonância nuclear magnética revelou alto sinal em T2 e FLAIR esparsos pela substância branca cerebral e tronco cerebral, achados comumente relacionados à microangiopatia. Foram utilizados no tratamento ácido valproico e piracetam, com resultados satisfatórios. Discussão: Mioclonia de palato é um raro sinal clínico caracterizado por contração rítmica involuntária, geralmente bilateral, na muscu-latura palatal. Pode ser classificada quanto à origem como primá-ria/essencial ou secundária. Sua fisiopatologia está relacionada à alteração no sistema extrapiramidal, causada por lesão no triângulo de Guillain e Mollaret, levando à degeneração pseudo-hipertrófica secundária do núcleo olivar inferior. Os principais fatores de ris-co são: lesões vasculares, agentes infecciosos, epilepsia, trauma e lesões tumorais e degenerativas do sistema nervoso central. A doença manifesta-se com zumbidos, engasgos, rouquidão, roncos, ataxia, disartria e nistagmo, ocorrendo comumente a sobreposição desses sintomas. O exame físico otorrinolaringológico detalhado é imprescindível para o diagnóstico e deve ser realizado cautelosa-mente. Entre os exames complementares, a ressonância nuclear magnética é o método de escolha no auxílio diagnóstico. Embora não existam na literatura medicamentos altamente eficazes para o seu tratamento, o ácido valproico e o piracetam são descritos como opções terapêuticas. Considerações finais: A mioclonia palatal secundária é uma doen-ça rara. O médico otorrinolaringologista, entretanto, deve lembrar dessa condição no diagnóstico diferencial de patologias clínicas ha-bituais que apresentam os mesmos sintomas dessa doença.

P-242 APRESENTAÇÃO INICIAL DE SIDA: SARCOMA DE KAPOSI COMO LESÃO SUBGLÓTICAAmelio Ferreira Maia, Marianna Oliveira Maia, Hannah Damasceno Barreto da Silva, Marcos Alexandre de Almeida, Lívia Bernardi Lopes, Flávia Amarante Cardoso, Bernardo Scarioli Oliveira

Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente DMF, 30 anos, branco, previamen-te hígido, comparece ao ambulatório de otorrinolaringologia do

Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, com quadro de disfonia progressiva e dispneia discreta de cerca de um mês de evolução. Negou fatores de piora ou melhora, perda de peso, febre ou outras queixas. Realizada videolaringoscopia que demonstrou lesão vege-tante subglótica projetando-se medialmente e obstruindo parcial-mente a luz da laringe. Submetido a microcirurgia de laringe para biópsia e estudo anatomopatológico da lesão, evidenciando lesão neoplásica com células fusiformes e imuno-histoquímica compatível com sarcoma de Kaposi. Realizada sorologia para HIV, confirmando o diagnóstico de SIDA. Encaminhado para o serviço de infectologia para acompanhamento. Ressonância nuclear magnética realizada no pós-operatório evidenciou comprometimento linfonodal no nível IV à esquerda e contato íntimo com a veia jugular interna ipsila-teral, além de microlesões pulmonares. Evoluiu com lesões hiper-pigmentadas em antebraço direito, mandíbula esquerda e pernas, mesmo com uso de antirretroviral. No momento, encontra-se em tratamento quimioterápico e profilaxia para doenças oportunistas. Discussão: O sarcoma de Kaposi é uma proliferação de células en-doteliais típica de pacientes imunodeprimidos. Apresenta-se geral-mente como lesões de pele arroxeadas irregulares, hemorragias (secundárias a lesões gastrointestinais), dispneia e hemoptise (se-cundária a lesões pulmonares). Não é comum apresentar-se como lesão em laringe, e poucos casos na literatura foram descritos como sendo manifestação inicial do quadro de SIDA. Considerações finais: O aparecimento de sarcoma de Kaposi em locais atípicos é de difícil suspeição, sobretudo quando o pacien-te não apresenta diagnóstico prévio de imunodeficiência. Devemos sempre considerar esta possibilidade entre os diagnósticos diferen-ciais dos pacientes com lesões em vias aerodigestivas.

P-243 NÓDULOS EM BAMBU: UM RELATO DE CASOFlávia Caroline Klostermann, Eduardo Vieira Couto, Isabela Oliveira, Melissa do Rocio Regazzo Porto, Byanca Hekavei Hul, Carolina Pedrassani de Lira, Lucas de Azevedo Zambon

Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 41 anos, com disfonia e rouquidão de 5 meses de evolução. Negava disfagia e odinofagia. Fez uso de prednisona 40 mg via oral por 5 dias, com melhora parcial do quadro. Paciente com doença do refluxo gas-troesofágico e em investigação por artrite reumatoide ainda não diagnosticada. Nega demais comorbidades. Em uso regular de meloxican, metotrexato e omeprazol. Nega tabagismo e etilismo. Exame otorrinolaringológico geral sem particularidades. Videolarin-goscopia: presença de nódulos em bambu, sem demais alterações. Conforme preconizado em literatura, orientamos consulta com reumatologista para otimização do tratamento para possível artri-te reumatoide, iniciamos novamente prednisona 40 mg por 10 dias associada à fonoterapia, e mantivemos seguimento ambulatorial. Com 1 mês a paciente apresentou melhora completa dos sintomas sem novas queixas. Apresentou redução das nodulações, porém as mesmas continuaram presentes ao exame, assintomáticos. Discussão: Nódulos em bambu são uma rara lesão localizada nas pregas vocais, visualizada na laringoscopia, a qual geralmente está associada a doenças autoimunes, possibilitando diagnóstico preco-ce dessas doenças por meio de história clínica e sorologias adequa-das. Na laringoscopia, estas lesões têm aspecto amarelado e forma-to fusiforme, e são orientadas perpendicularmente à prega vocal. Tipicamente, são bilaterais e aparecem perto do ponto médio da prega vocal membranosa, o que sugere que o fonotrauma contribui para a sua formação. Os achados histopatológicos são inespecíficos. A rouquidão é um dos sintomas vocais mais relatados. Considerações finais: O diagnóstico diferencial entre o nódulo vo-cal causado por uso inadequado da voz, cisto intracordal e o “nó-

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S92 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

dulo em bambu” deve ser preciso, uma vez que as etiologias são diferentes. O uso de corticoesteroides deve ser o primeiro trata-mento para esses casos, seguido de cirurgia para exérese da lesão. Já a fonoterapia é um aditivo para estabilizar a qualidade vocal ou funciona como tratamento único nos casos em que não possam ser realizados os procedimentos anteriores.

P-244 SÍNDROME DE ORTNER: RELATO DE CASOFrancesco Prezzi, Samantha Castro, Gabriel Kuhl, Manoela Paiva de Oliveira, Andreza Mariane de Azeredo

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 58 anos, refere disfonia há 15 anos, de início insidioso e progressão lenta, acom-panhada de disfagia. Relata sintomas de pirose, principalmente pela manhã. Nega sinais de alarme. História prévia de tuberculose pulmonar há 36 anos, com necessidade de internação hospitalar para início de tratamento. Ex-tabagista (30 maços/ano), parou há 6 anos. Oroscopia, rinoscopia e otoscopia sem alterações; au-sência de adenomegalias ou massas à palpação cervical. Exame neurológico inalterado. Telelaringoscopia evidenciando base de língua e valécula sem alterações, edema e enantema de aritenoi-des, paralisia de hemilaringe esquerda em abdução, prega vocal arqueada com fenda glótica longitudinal à fonação. Solicitadas tomografia computadorizada sem contraste de crânio, sem alte-rações; de região cervical identificando aumento do seio pirifor-me à esquerda, com deslocamento anteromedial da cartilagem aritenoide e espessamento de prega ariepiglótica ipsilateral com prega vocal esquerda lipossubstituída; e de tórax apresentando fibroatelectasia do lobo superior esquerdo, com bronquiectasias cilíndricas provocando redução volumétrica do pulmão esquerdo e hiperinsuflação do pulmão direito e importante desvio do medias-tino para esquerda, acarretando redução da amplitude do espaço da janela aorto-pulmonar. Discussão: A laringe é inervada por um ramo do nervo vago, o nervo laríngeo recorrente, sendo que qualquer alteração em seu trajeto, desde a base do crânio até sua passagem para dentro do tórax, pode ocasionar alteração na mobilidade e na sensibilidade larín-gea. A síndrome descrita pelo médico austríaco Ortner, em 1897, é uma entidade rara, também conhecida como síndrome cardiovocal, podendo ser causada por diversas entidades cardiopulmonares, tais como aneurismas de aorta, cor pulmonale, aneurisma de ventrículo esquerdo, persistência de canal arterial etc. Considerações finais: A investigação topográfica do nervo vago e laríngeo recorrente, da base do crânio à janela aorto-pulmonar, evidencia possíveis lesões em seu trajeto e inclui exames endoscó-picos de laringe e tomografia computadorizada de crânio, cervical e tórax, auxiliando no diagnóstico da disfonia.

P-245 MANIFESTAÇÃO ORAL E GENITAL CONCOMITANTE POR HERPES VÍRUSLarissa Odilia Costa Binoti, Camila Bae Uneda, Juliana Cagliari Linhares Barreto, Bernardo Relvas Lucas, Daniela Leitão Mendes, Alonço Viana Junior, Alexandre José de Souza Cunha

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: E.S.F.J., 28 anos, branco, sem comorbi-dades, apresentando odinofagia intensa, febre alta e mal-estar geral, já tendo feito uso de penicilina benzatina e azitromicina, sem melhora clínica. Ao exame apresentava intensa hiperemia em tonsilas palatinas, pequena ulceração em amígdala esquerda e ex-

sudato em ambas as amígdalas. Foi internado e no hemograma ob-servou-se linfocitose com ausência de leucocitose e PCR positivo. Concomitantemente, referiu lesão peniana ulcerosa e dolorosa. Avaliado pelo urologista, que diagnosticou herpes genital. Foram realizadas algumas sorologias, que apresentaram IgM positivo para o herpes simples. Feito o tratamento com fanciclovir, sintomáti-cos e suporte geral, evoluindo com melhora do quadro e remissão das lesões. Discussão: A amigdalite é a inflamação das tonsilas palatinas, que pode ser de etiologia viral ou bacteriana. As amigdalites virais são a maioria, e os principais agentes são os vírus influenzae A e B, parainfluenzae 1, 2 e 3, echovírus, paramyxovírus, adenovírus, vírus Eptein-Barr e herpes vírus. O herpes simples é uma doença contagiosa muito comum, causada pelo vírus HSV (vírus do her-pes simples humano). Existem dois tipos de HSV: o tipo 1, que se associa a lesões orais, e o tipo 2, que é responsável por 80 a 90% das lesões genitais. A contaminação ocorre pela exposição direta ao agente. Considerações finais: Apesar de ambos os vírus pertencerem à mesma família, são subtipos diferentes. O tratamento deve ser ini-ciado tão logo comecem os primeiros sintomas. Porém, na grande maioria, são tratados erroneamente como sendo de origem bac-teriana, decorrente da presença de exsudato, e tendem a evoluir para resolução do quadro, mesmo sem o tratamento específico com antivirais.

P-246 ABUSO VOCAL — RELAÇÃO COM A FORMAÇÃO DE LESÕES LARÍNGEAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS: RELATO DE CASOPinho Mororó, Guilherme Pinho Mororó, Antônio Soares Mororó, Maria Eudócia de Pinho Alves Teixeira, Ticiana Freire Bezerra

Clínica Otomédica, Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Homem, 34 anos, vendedor. Procurou pronto atendimento em otorrinolaringologia queixando-se de tos-se há quatro meses. Relatou piora na posição de decúbito dorsal. Apresentava, ainda, pigarro e rouquidão. Exame físico: orofarin-goscopia e rinoscopia anterior normais. Foram solicitadas video-nasofaringoscopia e laringoscopia direta. Vídeonasofaringoscopia sem alterações. Laringoscopia direta, em região glótica, observou lesão polipoide arredondada bem delimitada, com 0,5 cm na maior dimensão, tendo base no processo aritenoide da prega vocal es-querda, formando fenda glótica posterior. Foi submetido a microci-rurgia laríngea, confirmando polipose ao histopatológico. Paciente retornou ao serviço com duas semanas. Realizou-se nova laringos-copia, obtendo resultado normal. Paciente foi encaminhado para fonoterapia. Discussão: Os pólipos laríngeos são lesões benignas comuns, sendo evidenciado, em estudos recentes, aumento de sua prevalência. Um dos fatores predisponentes mais importantes é o abuso vocal. No caso, a profissão de vendedor se correlacionava com o uso ex-cessivo da voz. A terapia precisa ser multidisciplinar. A microcirur-gia de laringe pode ser feita de diversas formas, sendo mais utiliza-da a técnica com laringoscópio de suspensão. Após o procedimento, devem ser tomadas medidas de higiene vocal e fonoterapia. Considerações finais: A experiência relatada permitiu ampliação dos diagnósticos diferenciais para tosse crônica. O pólipo é uma forma de lesão da submucosa da prega vocal resultante de fatores irritantes, como o refluxo gastroesofágico e tabagismo. Entendeu-se que suas repercussões clínicas são dependentes de sua localiza-ção. Quando em região anteromedial (mais frequente), ocasiona disfonia. Nos casos de localização posterior, a principal manifesta-ção clínica é a tosse. Diante do descrito, devemos sempre ter em mente a possibilidade de pólipos laríngeos no paciente com quadro tussígeno.

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P-247 SÍNDROME DE ORTNER: RELATO DE CASOPaula Lourençato, Paula Sanches dos Santos Avezedo Genovez, Beatriz Moraes Vieira da Silva, Bruno Borges Taguchi, João Paulo Peral Valente, Silvio Antônio Monteiro Marone, Gustavo Pegos Rodrigues Coy

Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Disfonia é um sintoma clínico comum, cau-sado por uma variedade de alterações laríngeas e extralaríngeas. Síndrome de Ortner é uma rara condição caracterizada por pato-logia cardiovascular e rouquidão, causada pelo acometimento do nervo laríngeo recorrente. Relato de caso: Paciente de 64 anos, queixa de disfonia há 6 meses e antecedente pessoal de hipertensão e tabagismo por 40 anos. Ao exame físico, oroscopia sem lesões e ausência de linfonodomega-lias em região cervical. À laringoscopia, foi observada paralisia de prega vocal esquerda em posição paramediana. Realizou tomografia de pescoço e tórax, que mostrou aneurisma de aorta torácica até a aorta abdominal, acometendo desde a crossa (5,7 cm) e a aorta descendente, com áreas de ulceração e trombos e aorta abdominal (6,3 cm). Não foram observadas massas pulmonares ou linfonodo-megalias no estudo. Paciente foi encaminhada à cirurgia vascular para acompanhamento de aneurisma de aorta. Discussão: O nervo laríngeo recorrente esquerdo passa por debaixo do arco aórtico, o que pode explicar a maior incidência de para-lisia de prega vocal esquerda em relação à direita. As principais causas de paralisia unilateral de prega vocal consistem em lesões iatrogênicas de cirurgias ao longo do nervo laríngeo recorrente e neoplasias malignas e idiopáticas, sendo que apenas 0,3% dos casos se deve a aneurisma de aorta. Apesar de o nervo laríngeo recorren-te não ser diretamente visualizado pela tomografia, esta deve ser sempre solicitada, já que é um exame essencial para investigar a presença de lesões em região cervical e torácica. Considerações finais: Paralisia de prega vocal unilateral deve ser sempre investigada com tomografia computadorizada de pescoço e tórax, a fim de pesquisar a presença de lesões que possam estar em topografia do nervo laríngeo recorrente, bem como imagens pulmonares, cardíacas e linfonodais.

P-248 LASER DE DIODO EM MICROCIRURGIA LARÍNGEATalita Lopes Silva, Rodrigo Andre Soccol, Geraldo Druck Sant‘Anna, Danilo Vilvert, Tainã Mistura, Guilherme Kasperbauer, Luciele Stochero

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 24 anos, de Chapecó-SC, procurou atendimento por disfonia e dispneia. Vide-olaringoscopia com lesões papilomatosas difusas em laringe. His-tória de papilomatose laríngea com recorrentes ressecções a frio. Realizou vaporização das lesões com laser de diodo, melhorando disfonia e dispneia. Discussão: A papilomatose laríngea, causada pelo papilomavírus humano, apresenta-se como lesões pedunculadas verrucosas recor-rentes. Manifesta-se com disfonia e dispneia. Geralmente requer grande número de intervenções cirúrgicas, pois não há tratamen-to definitivo. A vantagem do laser sobre a técnica tradicional é a hemostasia. O laser de CO2, mais utilizado em microcirurgia de laringe, apresenta um corte preciso. No entanto, emite feixe em linha reta; pouca penetração no tecido (0,1-0,3 mm), reduzindo a coagulação dos vasos maiores; não pode ser utilizado com endoscó-pio; e tem alto custo. O laser de diodo apresenta precisão de corte semelhante, mas melhor fotocoagulação, já que seu comprimento

de onda menor é absorvido pela hemoglobina, tendo maior pene-tração (0,3 a 1,0 mm). Pode ser emitido por fibras ópticas flexíveis contidas em caneta, facilitando manuseio e precisão. Acoplado a telescópios permite acesso a locais difíceis de explorar (região subglótica e comissura anterior). É mais preciso e causa menos da-nos inflamatórios imediatos que o NdYAG. Oferece segurança, pois atua por contato, evitanto escapes de feixes. Seus parâmetros são ajustados conforme objetivo (vaporização, secção ou coagulação) e problema clínico. Apresenta dois comprimentos de onda, 810 e 980 nm, o último mais absorvido pelas pregas vocais. É portátil, pequeno, barato, simples de usar, tem longa vida útil e baixo custo de instalação e manutenção. Considerações finais: O laser de diodo é alternativa eficaz no tra-tamento da papilomatose laríngea, pois possibilita o acesso a regi-ões de difícil abordagem, como comissura anterior, e permite um procedimento rápido e seguro. É uma ferramenta promissora em microcirurgia de laringe.

P-249 EVOLUÇÃO DE GRANULOMA VOLUMOSO DE PREGA VOCAL APÓS APLICAÇÃO DE TOXINA BOTULÍNICANoemi Grigoletto de Biase, Welber Chaves Mororó, Daniel Marcus San da Silva, Clarice Naya Loures, Grazzia Guglielmino da Cruz, Cristiana Vanderlei de Melo

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente com 51 anos de idade, sexo mas-culino, profissional da voz, apresentando queixa inicial de disfonia progressiva há três meses. Laringoscopia inicial mostrava síndrome faringolaríngea e lesão volumosa em terço posterior de prega vocal esquerda, compatível com diagnóstico de granuloma posterior de laringe. Considerou-se inicialmente abordagem cirúrgica devido ao volume da lesão, no entanto, optou-se pelo tratamento da DRGE e aplicação de toxina botulínica (10 UI) em músculo tireoaritenói-deo esquerdo por via transcutânea, com auxílio de eletroneuro-miografia. Após aplicação de toxina botulínica, observou-se paresia de prega vocal e redução gradativa do volume da lesão, restando apenas pequena lesão violácea em processo vocal. Houve melhora importante da qualidade vocal e da coaptação glótica. Discussão: O granuloma posterior da laringe ocorre geralmente na região correspondente ao processo vocal da aritenoide, é um pro-cesso inflamatório inespecífico e tem como fatores predisponentes o abuso vocal, a DRGE e a intubação orotraqueal. É considerado idiopático, quando não relacionado a nenhum destes fatores. É mais comum em homens, exceto nos casos de intubação orotraqueal, em que predominam em mulheres. O tratamento pode envolver uma abordagem clínica ou cirúrgica. O tratamento cirúrgico costuma ser reservado aos casos de falha do tratamento clínico, que envolve o uso de inibidor de bomba de prótons, corticosteroide tópico e fonoterapia. A toxina botulínica é uma opção de tratamento, sendo um procedimento seguro e eficaz e que pode ser utilizado nos casos que não respondem ao tratamento clínico ou concomitante a ele. Considerações finais: A toxina botulínica mostrou-se eficaz no tra-tamento de granuloma de laringe, mesmo em lesão de grande volu-me em que o tratamento cirúrgico parecia ser inevitável.

P-250 PARACOCCIDIOIDOMICOSE FARINGOLARÍNGEA: RELATO DE CASONédio Steffen, Juan José Pineda Garcia, Luís Henrique Athaide Halmenschlager, Juliana Mazzaferro Krebs, Emanuele Caroline Miola, Bruna Machado Köbe, Jéssica Lima Coelho

Hospital São Lucas (HSL), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

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S94 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 45 anos, agricultor, há um ano com queixa de disfonia, disfagia, odinofa-gia, dispneia, perda de peso (30 kg), tosse e sialorreia, que evo-luíram progressivamente. História de tabagismo e negava pato-logias crônicas. Ao exame físico, apresentava-se em mau estado geral e emagrecido. À videolaringoscopia indireta, havia ampu-tação parcial de úvula e epiglote, edema de pregas vestibulares, aritenoides e pregas vocais, além de hiperemia na comissura an-terior. A biópsia de epiglote foi positiva para Paracocco. Iniciado itraconazol 100 mg/dia por 6 meses. Evoluiu com aumento de peso, melhora da dispneia, do edema e do eritema laríngeo, mas persistiu com disfonia. Após 4 meses de tratamento com itraco-nazol, apresentou sinéquia nos dois terços anteriores das pregas vocais e aguarda período de 2 anos livre de doença para correção cirúrgica. Discussão: A blastomicose sul-americana é uma micose sistêmica, progressiva e incomum causada pelo paracoccidioides brasiliensis, com período de incubação que pode variar de 15 dias a 40 anos. É restrita à população da América Latina, e no Brasil distribui-se de maneira endêmica nos estados da região Sudeste. Apresenta predileção por trabalhadores rurais do sexo masculino, entre a quarta e a quinta décadas de vida, com hábito de mascar ou lim-par os interstícios dentais com pequenos fragmentos vegetais. Pode haver disseminação da doença para vários órgãos e sistemas, determinando frequentemente lesões secundárias nas mucosas, linfonodos, pele e adrenais. Por ser uma doença sistêmica de na-tureza granulomatosa de difícil diagnóstico, este trabalho tem como objetivo relatar um caso de faringolaringite por paracocci-dioides brasiliensis. Considerações finais: As doenças granulomatosas podem apresen-tar lesões em diversos sistemas, entretanto, raramente acometem a região da faringe e da laringe. Manifestam-se com quadros po-limórficos, de difícil diagnóstico, mas têm evolução favorável, se o tratamento efetivo for iniciado precocemente.

P-251 PLASMOCITOMA DE LARINGE: RELATO DE CASOAryane Marcondes Rezende, Camila Guimarães Aguiar, Andre Luis Maion Casarim, Andre Afonso Nimtz Rodrigues, Leonardo Fiuza de Toledo, Letícia Castruchi Kamei, Fernando Antonio Maria Claret Alcadipani

Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente masculino, 89 anos, encaminha-do ao serviço por massa cervical à esquerda, com crescimento progressivo há 5 meses. O quadro foi precedido por dor em re-gião retroauricular em pontada, aliviada com o uso de analgé-sicos comuns e disfonia há 5 meses. Nega disfagia, odinofagia e dispneia. Ao exame físico apresenta massa cervical à esquerda (aglomerados de linfonodos), indolor à mobilização, em níveis II, IV e V, móveis e de consistência fibroelástica. Ausência de linfo-nodos palpáveis em região cervical à direita, axilares e inguinais. Nasofibroscopia demonstrou lesão vegetante em face lingual da epiglote, sem alteração de mobilidade laríngea. Tomografia re-velando extensa linfonodomegalia hipervascularizada cervical à esquerda, medindo 13,4 × 9,1 × 4,1 cm. Biópsia e anatomopa-tológico da lesão evidenciando infiltração difusa por células lin-foides pequenas, algumas com diferenciação plasmocitária. Imu-no-histoquímica: plasmocitoma com monoclonalidade para cadeia leve de imunoglobulina KAPPA. O índice de proliferação celular foi estimado em 1%. Paciente foi encaminhado para o serviço de onco-hematologia. Discussão: O plasmocitoma extramedular da laringe (PEM) é uma entidade rara, de etiologia desconhecida, responsável por 0,04 a 0,19% das neoplasias malignas da laringe. Mais comum em homens, acometendo principalmente pacientes acima de 50 anos. Os sinto-

mas decorrem de invasão local da massa tumoral. De 10 a 20% dos casos apresentam linfonodomegalia. Em geral, são lesões únicas e independentes, porém, podem ser a primeira evidência de mieloma múltiplo ou então progredir, em até 30% dos casos, para este diag-nóstico, necessitando de seguimento para identificação precoce da forma sistêmica. O tratamento preconizado é a radioterapia, com altos índices de controle local. A cirurgia é uma opção para lesões pequenas e localizadas. Considerações finais: O PEM deve ser considerado no diagnóstico diferencial dos tumores da laringe. O quadro apresenta evolução lenta e chance elevada de transformação na forma sistêmica. O diagnóstico e tratamento devem ser precoces e o seguimento clíni-co é imprescindível.

P-252 NEUROFIBROMA DE LARINGE: RELATO DE CASOLuciana Brito Corrêa, Paulo Sérgio Lins Perazzo, Thiara Lessa Silva, Livia Modesto Sotero, Karolline Estrela Compodonio Nunes, Natalia Maria Couto Bem Mendonça

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 56 anos, sexo masculino, aten-dido em um serviço de residência médica em otorrinolaringologia com relato de disfonia há um ano, sem queixa de disfagia, dispneia ou manchas cutâneas. Realizou laringoscopia, com evidência de tumoração em prega vocal esquerda, de superfície lisa e colora-ção avermelhada, sem alteração na mobilidade das pregas vocais. Biópsia da lesão e estudo imuno-histoquímico confirmaram o diag-nóstico de neurofibroma epitelioide de laringe, sendo submetido a ressecção cirúrgica. Discussão: Os neurofibromas afetam com mais frequência pa-cientes na faixa de 20-30 anos de idade, e sem predileção por gênero. Quando os neurofibromas ocorrem na laringe, podem ser solitários e não sindrômicos, ou associados a neurofibromatose tipo I, doença genética autossômica dominante. A população ce-lular do Schwannoma é exclusivamente originária das células de Schwann, enquanto o neurofibroma é constituído por uma mis-tura de três células: células de Schwann, células perineurais e fibroblastos perineurais. O sítio mais comum de envolvimento laríngeo inclui as pregas ariepiglóticas e aritenoides, áreas ricas em terminações nervosas. Postula-se que sejam originados do nervo laríngeo superior ou de anastomoses entre este nervo e o laríngeo recorrente. Considerações finais: Neurofibromas laríngeos são extremamente raros. Suas manifestações podem aparecer ainda na infância, po-rém, podem surgir tardiamente, devido ao crescimento lento. O diagnóstico é confirmado por laringoscopia e biópsia e a escolha do tratamento é baseada na localização, extensão e gravidade dos sintomas, sendo pouco provável a ressecção completa da lesão. A remoção cirúrgica endoscópica minimamente invasiva é a técnica mais adequada para preservação da função laríngea e o seguimen-to em longo prazo é essencial, pela possibilidade de degeneração maligna.

P-253 A CARE PATHWAY FOR THE ACUTELY ILL VOCAL PERFORMERGustavo Polacow Korn, Michael M. Johns III

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brazil

Objective: To propose a care pathway to assist clinicians in the care of the acutely ill vocal performer. Methods: We present an adaptation of the flowchart of the acute ill vocal performer by Klein and Johns III (2007). In brief, we propose that acutely ill singers undergo evaluation of the upper aerodigestive tract including laryngoscopy prior to performance.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S95

Results: In cases of vocal fold tear, vocal hemorrhage or severe vocal fold edema, performance cancellation and absolute voice rest is recommended. In cases of mild or moderate vocal fold edema, consideration of performance modification, modified voice rest, and medical therapy/corticosteroid therapy as appropriate is advised. In acutely ill singers without marked voice change, such as in cases of influenza, rhinosinusitis or pharyngitis, laryngoscopy remains an important addition to sinonasal/oropharyngeal assessment to identify early mucosal involvement of the larynx, which may pose a risk for vocal injury during performance. The flowchart presents an easy-to-follow care pathway to assist the clinician. Discussion: The flowchart presents an easy-to-follow care pathway to assist the clinician. Conclusion: We expect that this care pathway will assist clinicians with limited expertise in the care of the vocal performer. Furthermore, we suspect that cases of vocal fold hemorrhage and vocal fold tear are underestimated in the acutely ill vocal performer.

P-254 ROSAI DORFMAN MULTIFOCAL COM ACOMETIMENTO RARO LARÍNGEOMonica Machado Baptista, Flávia Rodrigues Ferreira, Priscila Novaes Ferraiolo, Roberto Campos Meirelles, Fabiana Chagas da Cruz, Shiro Tomita

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino apresentando linfadenopatia generalizada desde a infância, com confirmação histopatológica por biópsia do linfonodo de doença de Rosai-Dor-fman. Após evolução para sítios extranodais, a saber, orbitário e nasossinusal, apresentou disfonia importante, sem dispneia. Vi-deolaringoscopia evidenciou lesões similares às das fossas nasais. Realizada, então, microcirurgia da laringe, pelo risco de obstru-ção de via aérea, tendo em vista o tamanho das lesões. A análise histopatológica da peça cirúrgica da supraglote e subglote con-firmou doença de Rosai Dorfman laríngea. Apesar da tentativa de controle cirúrgico, tanto da doença nasossinusal quanto laríngea, a mesma mostrou-se refratária. Após discussão com a hematologia e com base nas evidências de remissão clínica da doença com corticoterapia, optou-se por retorno do tratamento medicamen-toso com imunossupressores e corticoides, obtendo, dessa forma, controle satisfatório. Discussão: O paciente, inicialmente, apresentava quadro clí-nico típico de Rosai-Dorfman, com acometimento de linfonodos cervicais e extensão extranodal para seios da face e periórbita. Contudo, evoluiu com uma infrequente apresentação laríngea, confirmada histopatologicamente. Segundo a literatura, a doença extranodal apenas ocorre em 25 a 43% dos casos, sendo os sítios mais comuns: pele, cavidade nasal e seios paranasais, pálpebra, órbita, osso, glândula salivar e sistema nervoso central. Assim, a apresentação multifocal com envolvimento laríngeo observada no paciente é muito rara, citada na literatura por meio de pou-cos relatos de caso. O controle da doença com cirurgia excisional mostrou-se insuficiente, sendo indispensável o tratamento medi-camentoso imunossupressor para controle clínico das lesões nas-sosinusais e, sobretudo, laríngeas. Considerações finais: A doença de Rosai Dorfman geralmente apre-senta-se com linfadenopatia cervical, sendo o acometimento extra-nodal possível, porém muito raro em certos sítios, como a laringe. A doença multifocal apresenta difícil controle, sendo a recidiva pós-cirurgia frequente. Nesse âmbito, a terapia medicamentosa conjunta torna-se essencial para o controle clínico.

P-255 ALTERAÇÕES LARÍNGEALARÍNGEAS EM PACIENTES TABAGISTAS E NÃO TABAGISTASByanca Hekavei Hul, Gustavo Fabiano Nogueira, Melissa Regazzo Porto, Juliana Yumi Ishisaki, Luiza Frech Mulizini, Fernando Issamu Tabushi

Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Objetivos: Analisar a prevalência das alterações laríngeas de pa-cientes tabagistas e não tabagistas atendidos no ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital Evangélico de Curitiba, correlacio-nando com a literatura. Método: Foram analisados prontuários de 617 pacientes em pri-meiro atendimento submetidos a laringoscopia indireta rígida com laringoscópio Karl Storz 70°, de fevereiro de 2013 a dezembro de 2015. Resultados: A amostra foi composta por 617 pacientes de 18 a 65 anos; destes, 36,1% confirmaram tabagismo versus 63,9% não tabagistas. Em tabagistas, as queixas mais frequentes foram dis-fonia e pigarro; já globus e disfagia prevaleceram em não taba-gistas. As principais alterações à laringoscopia foram: laringite crônica posterior (40,6%), edema de Reinke (24,4%), lesões tu-morais (8,1%) e leucoplasia (8,1%). Quanto à correlação do sexo ao hábito tabágico, percebe-se maior porcentagem de homens fu-mantes (48,4%) em relação a mulheres (29,4%). Houve diferença estatística (p < 0,001), quando comparado o grupo de homens com exames alterados versus grupo masculino com exame normal em relação à variável tabagismo, tendo 80,73% dos tabagistas alguma alteração patológica à laringoscopia, contra 44,83% daqueles que negaram o hábito. Discussão: Foram mais frequentes em tabagistas as seguintes alte-rações: edema de Reinke, tumor, leucoplasia e pólipos. Dos pacien-tes que apresentaram tumor de laringe, 100% eram tabagistas. A leucoplasia é uma lesão pré-maligna que possui o tabagismo como um de seus fatores etiológicos, como afirma a literatura, e isto foi demonstrado em nosso estudo, já que, dos pacientes que apresen-taram leucoplasia, 94% confirmaram o habito tabágico. Sobre as principais queixas à anamnese, percebe-se que a qualidade vocal foi significativamente pior em fumantes, sendo disfonia a queixa mais frequente. Conclusão: Este trabalho é o resultado parcial de um grande estudo em andamento sobre a epidemiologia das alterações laríngeas, sen-do os resultados obtidos comparados individualmente com achados na literatura.

P-256 TRATAMENTO DOS GRANULOMAS LARÍNGEOS DECORRENTES DA INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURACaroline Fernades Rímoli, Regina Helena Garcia Martins, Daniele Cristina Cataneo, Antonio Jose Maria Cataneo, Thais Gomes Abrahao Elias, Silke Anna Theresa Weber

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Objetivos: Avaliar a eficácia dos tratamentos dos granulomas larín-geos secundários à intubação endotraqueal. Método: Revisão sistemática e metanálise proporcional em artigos que abordem o tratamento dos granulomas laríngeos decorrentes de intubação endotraqueal. Os estudos foram identificados na base de dados Pubmed, Embase, Lilacs (Bireme) e Cochrane. Análise dos dados: metanálise proporcional utilizando o programa StatsDirect 2.7.9. Resultados: Entre os 500 artigos primeiramente encontrados, 61 artigos foram selecionados para leitura na íntegra, resultando na seleção de 11 artigos para a revisão. Esses artigos totalizaram

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97 pacientes (44M, 14 H, 37 não referidos), com idade média de 43,13 anos (21 a 73 anos) Tratamentos primários: antirrefluxo (IBP ou bloqueador de H2), fonoterapia, anti-inflamatórios, cortico-terapia, antibioticoterapia, toxina botulínica, sulfato de zinco e cirurgia. Desfechos: Com relação às recidivas, dois grupos foram estabe-lecidos: grupo cirúrgico +/- associações: 31 pacientes; com risco de recidiva de 9%; grupo clínico (n-48 pacientes; risco de recidiva 24%). Na interpretação da metanálise para o desfecho recidiva após tratamento primário, houve sobreposição dos intervalos de con-fiança dos subgrupos e, portanto, não houve diferença estatística significante entre eles. Tratamento Secundário: Cirúrgico +/- asso-ciações (11 pacientes, risco de recidiva 31%) e toxina botulínica (2 pacientes; 0 recidiva). Discussão: Não existem evidências, por meio dos estudos ana-lisados, de qual seja o melhor tratamento para os granulomas laríngeos secundários à intubação endotraqueal. A metanálise re-alizada em relação ao desfecho recidiva do granuloma, seja ele primário ou recidivante, após o tratamento, resultou em dados inconclusivos. Não houve diferença estatisticamente significante entre os tratamentos analisados, pois os intervalos de confiança se sobrepuseram, além disso, a maioria dos estudos incluídos foi considerada com alto risco de viés, diminuindo a qualidade da evidência. Conclusão: Não identificamos diferença significativa entre as mo-dalidades de tratamento para o granuloma de intubação. Certa-mente, esse resultado foi influenciado pela falta de ensaios clínicos mais abrangentes e criteriosos.

P-257 ANGINA DE PLAUT-VINCENT: DIAGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES: RELATO DE CASORenata Koza da Mota, Renata Cristina Cordeiro Diniz Oliveira, Marina Andrade Teixeira, Marconi Teixeira Fonseca, Aureliano Carneiro Barreiros, Rodrigo Santana Fantauzzi

Hospital Socor, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 30 anos admitida por odinofa-gia sem relato de febre e sensação de asfixia. Observado quadro de faringoamigdalite acometendo a amígdala direita, com área de necrose ulcerativa, halitose importante e linfadenopatia cervical. Submetida à tomografia computadorizada cervical, que eviden-ciou redução do calibre da coluna aérea da faringe secundária a intumescimento dos tecidos do espaço mucoso faríngeo. Iniciados ceftriaxona e clindamicina, com redução progressiva do edema cer-vical e sensação de asfixia durante a internação. Discussão: A angina de Plaut-Vincent tem como característica a disfagia unilateral dolorosa, frequentemente sem febre, observan-do-se amígdala ou gengiva com ulceração recoberta por pseudo-membrana, acarretando necrose e eliminação de exsudato de odor fétido. O diagnóstico baseia-se em ferramentas bacteriológicas e anatomoclínicas, sendo esta última o melhor recurso para a dife-renciação e classificação entre as faringoamigdalites. Deve ser a principal hipótese diagnóstica frente a uma angina úlcero-necró-tica unilateral. O exame bacteriológico não é essencial, sendo aceito apenas como evidência de apoio ao diagnóstico. A angina de Plaut-Vincent tem elevado grau de morbidade. Complicações, no entanto, são raras, como a síndrome angina-infarto pulmonar de Lemiérre, a propagação da infecção por continuidade para tecidos faciais e a perda de dentes. O tratamento do quadro segue a rotina do tratamento das amigdalites, baseado na antibioticoterapia com penicilinas ou metronidazol. Considerações finais: A angina de Plaut-Vincent tem baixa inci-dência em nosso meio devido ao uso indiscriminado de antimi-crobianos. As más condições de saúde da população brasileira

ainda favorecem a ocorrência desta entidade. O exame clínico constitui peça fundamental para o diagnóstico. É importante res-saltar a boa resposta da doença ao tratamento convencional para faringoamigdalites, o que pode mascarar a real incidência em nosso meio.

P-258 USO DE GORE-TEX PARA MEDIALIZAÇÃO DE PREGA VOCAL EM SUBSTITUIÇÃO AO MOLDE DE SILICONE NA TIREOPLASTIA TIPO I DE ISSHIKIMichel Balvedi Nomura, Bruno Amaral Hay, Mariana Nagata, Alana Farias Miksza, Gustavo Sela, Vinicius Ribas Fonseca

Hospital da Cruz Vermelha, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Caso 1: Paciente do sexo feminino, 35 anos, queixa de soprosidade e afonia no pós-operatório de tireoidecto-mia parcial. Realizou fonoterapia sem melhora. Após 1 ano do tra-tamento cirúrgico diagnosticada com imobilidade de prega vocal esquerda. Proposta tireoplastia tipo I de Isshiki e utilizada tira de gore-tex para medialização da prega vocal. Resultados com melho-ra praticamente completa da fonação. Caso 2: Paciente masculino, 53 anos, com imobilidade de prega vocal esquerda idiopática. Após 1 ano de seguimento, proposta tireoplastia tipo I de Isshiki; após, paciente apresentou melhora do padrão vocal. Um ano após trata-mento apresenta-se sem queixas. Discussão: A tireoplastia tipo I, popularizada por Isshiki, é o tra-tamento mais empregado para PUPV em abdução, mas em relação ao uso de implantes e natureza dos materiais, diversas variações têm sido descritas. O uso de bloco de silicone é o mais utilizado, porém as desvantagens e complicações desse material acarretaram a busca por outros tipos de implantes. As complicações encontradas são: hematomas, extrusões e dificuldade de adaptação no momen-to da cirurgia. O uso de gore-tex possui diversas vantagens: baixo risco de complicações, poucas extrusões descritas, fácil manuseio e moldagem, tempo de cirurgia menor, uso em terapias associadas. No uso da fita de gore-tex, o posicionamento da fita não depende do posicionamento preciso na cartilagem tireoide, podendo ser moldá-vel, flexível e reposicionado caso necessário, ao contrário do bloco de silicone, que deve ser ajustado ao tamanho preciso da janela na cartilagem tireoide. Considerações finais: O uso de fita de gore-tex é uma ótima al-ternativa na correção da PUPV pela maleabilidade, pouca reação inflamatória e uso de terapias associadas. A única desvantagem em relação ao bloco de silicone está no custo aumentado do material.

P-259 CISTO CONGÊNITO DE LARINGE: RELATO DE CASONathália Cavalcante Pinto, Jasiel Pereira de Queiroz Maciel, Leidianny Firmino Costa, Anne Karine Rufino Correia de Oliveira, Naiara da Paixão Amorim, Marcia Maria Pessoa dos Santos, Daniela Isabel Cevallos Zambrano

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: B.A.G.T, sexo masculino, 1 mês, queixa de estridor iniciado horas após o nascimento, contínuo, com piora em decúbito dorsal. Mãe refere ameaça de abortamento no iní-cio do segundo trimestre de gestação, mas sem intercorrências perinatais. Nasofibroscopia evidencia lesão de aspecto cístico em topografia de prega ariepiglótica à direita, com redução da luz glótica. Tomografia do pescoço sem contraste: lesão expansiva de contornos bem delimitados, hipodensa, situada na laringe à direi-ta, sem gás no seu interior, não associada a valécula, aparente-mente na projeção do ventrículo laríngeo, de provável natureza

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cística, medindo 1,3 × 1,1 cm. Com 49 dias de vida foi submeti-do a cirurgia, sendo realizada punção do cisto, seguida por IOT e marsupialização do mesmo. Evoluiu bem, mas após 2 semanas retornou o estridor laríngeo e nova nasofibroscopia mostrou reci-diva da lesão, sendo indicada nova cirurgia, na qual foi necessá-rio traqueostomizar o paciente devido ao insucesso na intubação, sendo realizada abordagem endolaríngea com remoção da porção superior do cisto e marsupialização do mesmo. A criança evoluiu bem, sendo retirada a cânula de traqueostomia no 7º DPO, após nasofibroscopia não mostrar recidiva do cisto. Discussão: Estridor é um achado comum no período neonatal e deve ser avaliado com urgência. Cistos congênitos de laringe são lesões incomuns, com incidência de 1,82:100.000 nascidos vivos. O diagnóstico diferencial inclui laringomalácia, laringocele, he-mangioma, higroma cístico, cisto dermoide, teratoma e paralisia de pregas vocais. A ampla remoção da parte superior do cisto e a marsupialização constituem o tratamento recomendado e o cirur-gião deve estar preparado para realizar uma traqueostomia, caso ocorra falha na intubação, e a família deve ser informada sobre a possibilidade no pré-operatório. Considerações finais: A avaliação otorrinolaringológica de pacien-tes com estridor laríngeo deve incluir a realização de nasofibrosco-pia para diagnóstico precoce, possibilitando o tratamento definitivo e a melhora do desconforto respiratório.

P-260 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS SINCRÔNICAS DE PREGAS VOCAIS: RELATO DE CASODaniel Trindade e Silva, Lucas Ferreira Rocha, Felipe Barbosa Madeira, Camila Peres Ferreira, Carolina Affonso Solano

Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: AMS, 33 anos, sexo masculino, cor parda, motorista, procurou atendimento por queixa de disfonia havia 8 anos, de início insidioso e progressivo. Negava outras queixas. Referia ser ex-tabagista havia 3 anos. À videolaringoscopia, evi-denciou-se uma lesão de aspecto polipoide, levemente irregular e pediculada em terço médio de prega vocal direita. Foi indicado tratamento cirúrgico e evidenciadas, no intraoperatório, além do pólipo de prega vocal, alterações estruturais mínimas como vascu-lodisgenesia, sulco vocal menor e ponte mucosa. Após tratamento cirúrgico, evoluiu com melhora do quadro de disfonia. Discussão: Alterações estruturais mínimas (AEM) de laringe são variações constitucionais na anatomia laríngea que podem ir des-de simples variações anatômicas até malformações congênitas menores, cujo impacto, quando existente, restringe-se à fonação. São classificadas em assimetria laríngea, variações da proporção glótica e alterações estruturais mínimas da cobertura, entre as quais temos sulco vocal, cisto epidermoide, ponte mucosa, micro-diafragma laríngeo e vasculodisgenesia. Geralmente, essas altera-ções ocorrem em associação entre si ou com lesões secundárias. Pólipos são lesões comuns de pregas vocais, podendo ser únicos, múltiplos ou bilaterais. Macroscopicamente, são massas com apa-rência lisa, gelatinosas e translúcidas, em geral na borda livre, sésseis ou pediculadas. No presente caso, o paciente relatava dis-fonia insidiosa, provavelmente piorando após desenvolvimento do pólipo, o que prontificou o diagnóstico. O presente caso confirma a rica associação entre as alterações estruturais mínimas e lesões secundárias. Considerações finais: A associação entre pólipos de pregas vocais e alterações estruturais mínimas é relativamente frequente. O caso apresentado reforça a necessidade de lembrarmos da associação entre mais de um diagnóstico em casos de disfonia, que geralmente são melhor diagnosticadas no intraoperatório. A exploração cuida-

dosa de ambas as pregas vocais é essencial no intraoperatório das cirurgias de exérese de pólipo na procura destas alterações estru-turais associadas.

P-261 DOENÇA DE KENNEDY E DISFAGIA: RELATO DE UM CASOThaise Cesca, Ricardo Mauricio Favaretto, Dharyemne Charlote Louise Pucci de Araujo, Suzanne Mallmann Varnier, Rodrigo Dors Sakata, Marina Macri, Francisco Polanski, Gabriela Soraya Martini

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: A.R.S., 47 anos, sexo masculino, com dois irmãos com diagnóstico de doença de Kennedy, iniciou há 3 anos com episódios de queda e diminuição de força em membros infe-riores, há 1 ano iniciou subitamente com voz pastosa e dificulda-de para engolir sólidos. Consultou com otorrinolaringologista, que solicitou videoendoscopia da deglutição que mostrou imobilidade de prega vocal esquerda e aspiração na consistência sólida. Essa se mostrando refere-se à aspiração na consistência sólida, sempre do tipo silente, ou seja, sem tosse ou engasgos, ou ainda episódios de broncopneumonia. Evoluiu para gastrostomia, e atualmente é acompanhado multidisciplinarmente. Discussão: A aspiração silenciosa de saliva e/ou do bolo alimentar corresponde à passagem dos mesmos abaixo das pregas vocais sem provocar tosse ou outro sinal externo, ou ainda dificuldade respi-ratória inicial naquele instante, por deficiência de fechamento glótico protetor. A tosse tanto sinaliza a presença do reflexo pro-tetor glótico quanto indica a ocorrência de aspiração. A aspiração, silenciosa ou não, tem múltiplas causas, destacando-se as doen-ças neurológicas, principalmente o acidente vascular encefálico, neoplasias e patologias sistêmicas debilitantes, tais como doenças pulmonares e cardiopatias, particularmente em idosos. A doença de Kennedy, ou atrofia muscular bulbo espinhal recessiva ligada ao cromosso X, acomete apenas o sexo masculino, é uma forma rara de doença do neurônio motor que se manifesta por volta dos 30 anos e se caracteriza por fraqueza muscular progressiva as-sociada a alteração da fala e disfagia. Raramente tem evolução tão rápida, necessitando de gastrostomia nos primeiros anos da manifestação. Considerações finais: O médico otorrinolaringologista deve estar atento a doenças neurológicas e suas manifestações. Ressalta-se a importância da equipe multidisciplinar entre médicos especialis-tas de outras áreas, assim como fonoaudiólogos e fisioterapeutas. Destaca-se também a importância do exame da videoendoscopia da deglutição, que mostra alterações iniciais e silentes.

P-262 VACINA QUADRIVALENTE CONTRA PAPILOMAVÍRUS HUMANO NO TRATAMENTO PARA PAPILOMATOSE RESPIRATÓRIA RECORRENTE: RELATO DE CASOMariana Zago de Moraes, Fabricio Scapini, Elisson Krug de Oliveira, Natalia Vieira Gasparin, Marcele Oliveira dos Santos, Thomaz Pisacco Foster, Jader Franci Carvalho de Oliveira

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: N.A.B, sexo masculino, 2 anos, encaminha-do para avaliação otorrinolaringológica após quadro progressivo de disfonia acompanhada de dispneia, principalmente à noite, iniciado há 2 meses. Nasofibrolaringoscopia foi sugestiva de papilomatose laríngea, acometendo comissura anterior, prega vocal esquerda

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(PVE) e metade anterior da prega vocal direita (PVD), parcialmente obstrutiva. O paciente foi submetido a microcirurgia a frio, com exérese total das lesões e confirmação diagnóstica por anatomo-pa-tológico. Houve recidiva em PVD após 2 meses, sendo submetido a nova microcirurgia a frio. Foi então administrada vacina quadriva-lente (Gardasil®, MSD) em dose padrão (0,5 mL em 0,2 e 6 meses). Atualmente com 13 meses de seguimento após a vacinação, encon-tra-se em remissão completa da doença. Discussão: A papilomatose respiratória recorrente (PRR) pode apre-sentar um curso variável, desde regressão espontânea até recidivas em menos de 2 semanas. Crianças apresentam recidivas mais agres-sivas, evoluindo com piores prognósticos. Nos casos onde a recidiva é frequente, terapias adjuvantes tornam-se importantes no manejo desses pacientes. A vacina quadrivalente contra papillomavirus hu-mano (HPV) protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. Embora, até o momento, a vacinação tenha indicação apenas para prevenção, tem sido motivo de estudos também em pacientes já com a PRR. Vários relatos e série de casos na literatura mostraram alteração do curso natural da doença, com redução significativa das recidivas após a vacinação, Entretanto, há necessidade de estudos multicên-tricos que permitam avaliar o verdadeiro benefício da vacina no tratamento da PRR. Considerações finais: O resultado positivo obtido no presente re-lato soma-se à quantia ainda limitada de estudos acerca do uso da vacina contra HPV na PRR. Nesse sentido, a vacina tem se mostrado promissora no tratamento dessa doença.

P-263 TUBERCULOSE LARÍNGEA: UMA SÉRIE DE 10 CASOS ATENDIDOS EM SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DE SÃO PAULOThaiana Carneiro de Castro, Mariana Junqueira Reis Enout, Aline Vieira Bento, José Eduardo de Sá Pedroso, Leonardo Haddad

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil

Objetivos: Descrever as características clínicas e morfológicas de pacientes com diagnóstico de tuberculose laríngea atendidos em ambulatório de laringologia e voz em serviço de referência em otor-rinolaringologia. Método: Trata-se de um estudo descritivo, em que foi feita análise retrospectiva de 10 casos de pacientes com diagnóstico de tuber-culose laríngea. Foram coletadas e analisadas informações como: idade, gênero, hábitos de vida, sintomas, lesão laríngea, topografia e tipo de intervenção. Resultados: Na amostra estudada, todos indivíduos eram adultos, média de idade (± desvio padrão) de 46,8 ± 12,8 anos. Proporção entre homens e mulheres de 9:1. Na avaliação dos pacientes, 7 (70%) casos tratavam-se de lesão laríngea inativa cicatricial e apenas 3 (30%) apresentavam alteração laríngea em atividade. Quanto à topografia das lesões laríngeas, a maioria dos pacien-tes apresentava acometimento ao nível da glote, seguido pela supraglote. Discussão: A tuberculose laríngea, apesar de ser a principal doença granulomatosa da laringe, é uma afecção extrapulmonar da tubercu-lose descrita como rara. Porém, esta é uma afecção com prevalência crescente em todo mundo, principalmente após a década de 1980, e, em decorrência de enfermidades debilitantes como o HIV e o ad-vento de resistência bacilífera às medicações empregadas, há con-sequente aumento das manifestações extrapulmonares da doença. Conclusão: A tuberculose laríngea se manifestou com maior fre-quência em indivíduos masculinos entre 50 e 60 anos, tabagistas, com lesões cicatriciais e sequelares.

P-264 COMPROMETIMENTO LARÍNGEO NO PÊNFIGO VULGAR: RELATO DE CASOMariana Manzoni Seerig, Syriaco Atherino Kotzias, Leticia Chueiri, Liliane Janete Grando, Carlos Alberto Kuntz Nazario, Lourenço Sabo Muller, Janaína Jacques

Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis, SC, Brasil

Apresentação do caso: M.S.C, 39 anos, procedente de Palhoça- SC, branca, casada, do lar, em acompanhamento no serviço de es-tomatologia do HU da UFSC, foi encaminhada para o serviço de otorrinolaringologia do HGCR para avaliação de disfonia flutuante e odinofagia. Paciente relatava que, em 2012, iniciou com quadro de aftas e úlceras orais, recebendo diagnóstico de doença de Behçet. Em 2014 evoluiu com lesões bolhosas nas costas e membros supe-riores e foi então encaminhada para o serviço de dermatologia, que realizou biópsia, com diagnóstico de pênfigo vulgar. Ao exame da cavidade oral apresentava lesões esbranquiçadas com aspecto reti-cular na mucosa jugal esquerda e lesões ulceradas em lábio inferior e gengiva. Videolaringoscopia evidenciou lesões ulceradas em epi-glote e comissura posterior, enquanto as pregas vocais revelavam discreto edema. Discussão: O pênfigo vulgar é uma doença vesicobolhosa, crôni-ca, de caráter autoimune, que se manifesta inicialmente na for-ma de lesões intraorais que se disseminam para outras mucosas e para a pele. Sua etiologia permanece desconhecida, mas a doença é caracterizada pela presença de autoanticorpos contra proteínas desmossômicas encontradas nas junções epiteliais dos tecidos de revestimento. Ocorre principalmente na idade adulta, após a quin-ta década de vida. A incidência estimada é de 0,1-0,5 casos em 100.000 pessoas por ano. O exame físico evidencia erosões e ulce-rações superficiais distribuídas em qualquer parte da mucosa oral, podendo-se observar, também, a presença de epitélio livre sobre suas ulcerações (sinal de Nikolsky). As lesões mucosas não são espe-cíficas, portanto, para o correto diagnóstico é essencial a realiza-ção de biópsia com análise histopatológica e imunofluorescência. O tratamento tem como base o uso de corticoesteroide oral. Considerações finais: No caso relatado, a paciente apresentou úl-ceras na mucosa oral como manifestação inicial do quadro e foi inicialmente subdiagnosticada. Devido à falta de tratamento ade-quado, acabou evoluindo com lesões de pele e na laringe.

P-265 DIVERSIDADE EVOLUTIVA NAS LESÕES DISPLÁSICAS LARÍNGEAS EM UM MESMO PACIENTEJose Antonio Pinto, Larissa Souza Barreto

Núcleo de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço de São Paulo (NOSP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: O objetivo deste estudo retrospectivo foi analisar a evolução clínica e histopatológica do paciente com displasias de laringe por meio de uma pesquisa de arquivo siste-mático. O paciente está sendo acompanhado no NOSP há 8 anos. Apresenta em sua história clínica tabagismo, etilismo e DRGE. Foi submetido a 15 procedimentos cirúrgicos para exérese de lesões epitelias. O manejo clínico estabelecido para o seguimento do pa-ciente foi trimestral. O follow-up é realizado coadjuvantemente com o fonoterapia. Discussão: O diagnóstico das lesões pré-malignas inicia-se com uma anamnese e um exame laringoscópio, com destaque especial para os antecedentes e fatores de risco para o surgimento da neoplasia laríngea. Do ponto de vista sintomático, a disfonia é o principal sintoma, fruto da rigidez na onda mucosa criada pela lesão, gerando a produção de uma voz áspera ou rouco-áspera, podendo estar associada à baixa resistência ao uso vocal e ten-dência à fadiga. Suas expressões clínicas são bastante variáveis,

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podendo ocorrer lesões isoladas ou associadas, acometendo uma ou ambas as pregas vocais, sendo ainda contínuas ou separadas. A microlaringoscopia ainda é o método padrão para o diagnósti-co e tratamento endoscópico das lesões pré-cancerosas e câncer precoce da laringe. A sobrevivência dos pacientes depende da fase da doença; por conseguinte, é essencial concentrar-se nas etapas iniciais de desenvolvimento do tumor, a fim de facilitar a detecção precoce e a implementação rápida de um tratamento adequado. Considerações finais: O diagnóstico precoce do câncer laríngeo melhora o prognóstico do paciente, permitindo maior preservação do órgão e sobrevida. Este caso clínico visa apresentar a heteroge-neidade clínica com que as lesões intraepiteliais, displasias e carci-noma in situ podem aparecer, bem como a importância do follow- up adequado, afim de impedir a progressão para malignidade e po-tencializando as taxas de cura.

Área Temática: Otologia/Base de Crânio Médio e Posterior

P-266 COMPARAÇÃO ENTRE COMPLICAÇÕES PRECOCES E TARDIAS DA INSERÇÃO DE TUBOS DE VENTILAÇÃO DE CURTA E LONGA DURAÇÃO: REVISÃO SISTEMÁTICA

Rafael da Costa Monsanto, Marielle Albrechete, Fabio Hiroshi Okuyama, Ana Paula Fiuza Funicello Dualibi, Fábio Tadeu Moura Lorenzetti

Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringológico de Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil

Objetivos: Comparar as complicações das cirurgias de inserção de tubos de ventilação de curta e longa durações. Método: Realizamos revisão sistemática com pesquisa nas bases de dados Lilacs, Pubmed e SciELO; as referências dos artigos sele-cionados também foram escrutinizadas para adição de bibliografia relevante. Após seleção, os trabalhos foram lidos na íntegra, e a qualidade dos estudos foi avaliada seguindo os critérios do Oxford Centre For Evidence-Based Medicine. Resultados: A incidência de otorreia, granulação no conduto, timpanoesclerose e necessidade de remoção cirúrgica foi maior nos tubos de curta duração (p < 0,05), enquanto colesteatoma e perfuração residual foram maiores nos tubos de longa duração (p < 0,05). Não houve diferença na incidência de medialização, formação de bolsas de retração e atelectasia entre os grupos (p > 0,05). Discussão: Apesar da significância estatística em alguns parâme-tros observados entre os grupos, os estudos sugerem que cada caso deve ser individualizado, e a decisão sobre o tipo de tubo de ventilação deve seguir parâmetros clínicos e relacionados ao prognóstico, independentemente do risco envolvido na inserção de cada tubo de ventilação. Apesar de baixa, a incidência de com-plicações dos tubos de ventilação deve ser levada em conta du-rante o manejo dos pacientes com otite média com efusão. Além disso, são raros estudos duplo-cegos e randomizados a avaliarem incidência de complicações comparando diferentes tipos de tubos de ventilação. Conclusão: A cirurgia de inserção de tubos de ventilação possui bai-xa incidência de complicações; o tipo de tubo a ser escolhido deve levar em conta avaliação clínica e prognóstico da doença.

P-267 OTOSCLEROSE E ANOMALIAS OSSICULARES ACHADAS EM CIRURGIA DA ORELHA MÉDIAJose Jarjura Jorge Junior, Godofredo Campos Borges, Luiz Eduardo Florio Junior, Larissa Borges Richter Boaventura, Felipe Hideo Ikeda, Vinicius de Faria Gignon, Marielle Albrechete, Andre Di Francesco Veiga

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil

Objetivos: Avaliar alterações na cadeia ossicular em cirurgia da orelha média em pacientes com deficiência auditiva condutiva e as alterações encontradas.Método: Análise retrospectiva de todas as cirurgias realizadas com indicação de estapedotomia, estapedectomia ou timpanotomia ex-ploradora no período entre 2007 a 2015. Resultados: Forma avaliados 81 procedimentos realizados, 12 (14,81%) apresentaram no intraoperatório alterações diferentes da otosclerose: fusão, rigidez ou ausência da cadeia ossicular, agenesia de estribo e janela oval, deiscência do canal semicircular superior, agenesia ou erosão da bigorna e desarticulação incido estapediana. Discussão: A otosclerose é afecção muito frequente da cadeia ossi-cular, contudo, outras afecções da cadeia ossicular e do próprio es-tribo podem ser responsaveis por deficiências auditivas condutivas. Conclusão: O cirurgião otológico deve ficar atento às diversas etio-logias das perdas auditivas condutivas afim de que incorra o menos possível em erro diagnóstico, evitando assim intervenções desne-cessárias. Porém, é importante ressaltar que, em alguns casos, es-tabelecer o diagnóstico com os meios que hoje temos, previamente à exploração cirúrgica, é difícil.

P-268 ANÁLISE DO BERA NA PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL DESCEDENTE EM RAMPADercio Alvares Junior, Eliete Hirsch dos Santos, Mário Pinheiro Espósito, Nicolai Máximo Leventi, Fabiano Amaral R. dos Santos, Felipe Politano Lange, Mauro Calzolari Borges, Ronan Djavier Alves Oliveira

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

Objetivos: Caracterizar os resultados do BERA em um grupo de in-divíduos com perda auditiva descendente em rampa, analisando os valores das latências absolutas das ondas I, III e V e latências inter-picos I-III, III-V e I-V desta amostra. Método: Estudo de coorte observacional, no qual foram avaliadas 62 orelhas selecionadas por meio da configuração audiométrica, perda auditiva neurossensorial com curva descendente em rampa. Foi realizado o BERA nesta amostra. Excluímos da amostra pacien-tes que não apresentaram curva tipo A e ausência de reflexos do estapédio. Os resultados obtidos em cada orelha foram analisados e estudados separadamente. Realizou-se uma análise descritiva dos valores obtidos. Resultados: Das orelhas estudadas, 58% apresentaram alterações e 41% sem alterações no PEATE. Das alterações encontradas, a mais frequente foi aumento das latências absolutas das ondas I, III e V. No que se refere às alterações das latências interpicos, observou-se que 12,9% das orelhas alteradas apresentaram latência interpico I-III normal e III-V e I-V aumentadas. Discussão: A média da faixa etária da amostra foi de 62 anos de idade, concordando com a literatura. Observou-se, neste estudo, uma alta prevalência de BERA normal (41,9%). No total, 30% da amostra apresentaram aumento absoluto das latências das ondas I, III e V. Entre essas, 14 orelhas apresentavam latência interpico normais, uma característica de perdas auditivas condutivas. Este achado concorda com Burkard e Sims, de 2002, que, avaliando

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S100 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

indivíduos presbiacúsicos, observaram um aumento da latência absoluta das ondas do PEATE, com manutenção das latências interpicos. Conclusão: No tipo de perda auditiva estudada, o BERA pode se apresentar normal em alguns casos, ou com alterações, principal-mente de latências absolutas. Além disso, o BERA isolado não é um bom exame para definir o tipo de perda auditiva, o que reforça a importância de análise conjunta com a audiometria.

P-269 ABORDAGEM COMBINADA (MICROSCÓPIO E ENDOSCÓPIO) DE COLESTEATOMA CONGÊNITO NO FORAME JUGULARBruno Borges Taguchi, Marcos Nobuo Tan Miyamura, Paula Lourençato, Gustavo Pegos Rodrigues Coy, João Paulo Peral Valente, Silvio Antonio Monteiro Marone

Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente M.A.L, 62 anos, com queixa de cefaleia temporoparietal à esquerda que iniciou há 20 anos, di-ária, com duração de 5 minutos. Antecedentes pessoais relata-va histórico de otites de repetição na infância e foi submetida a timpanoplastia bilateral aos 16 anos de idade, evoluindo com piora da hipoacusia bilateralmente. Ao exame físico, membranas timpânicas integrais e lateralizadas bilateralmente. Audiometria com perda mista severa a profunda bilateralmente. TC de mas-toide sem contraste evidenciava conteúdo de partes moles no fo-rame jugular esquerdo com bocelamento do mesmo e sem sinais de erosão óssea. Ressonância magnética mastoide que mostrou lesão ovalar que acometia forame jugular esquerdo hiperinten-sa na sequência T2 e difusão e hipointensa em T1. Paciente foi submetida a mastoidectomia cavidade fechada com acesso ao fo-rame jugular associado ao uso do endoscópio de 4 mm/30° para uma melhor angulação e retirada de toda lesão. No 1º mês de pós-operatório, o paciente referia melhora da cefaleia e manteve o status auditivo anterior, e o resultado anatomopatológico con-firmou colesteatoma. Discussão: Geralmente, os sintomas secundários a lesões que acometem o forame jugular são: zumbido pulsátil, hipoacusia, plenitude aural, disfagia e rouquidão. No nosso caso, o paciente apresentava cefaleia que poderia ser atribuída à compressão da dura-máter, evidenciado no intraoperatório. Também apresentava hipoacusia desde a infância, devido ao acometimento congênito do colesteatoma que piorou após timpanoplastia, em consequência da lateralização da membrana timpânica. No nosso caso, durante ci-rurgia, o uso do endoscópio foi crucial para remoção completa de toda doença, já que não conseguíamos uma visão com angulação adequada, somente com microscópio. Considerações finais: Relatamos uma apresentação pouco comum e rara do colesteatoma, ressaltando a importância dos exames de imagem no diagnóstico pré-cirúrgico. Além disso, demostramos a importância do acesso combinado ultilizando microscópio e endos-cópio angulado na abordagem desse tipo de lesão.

P-270 OTITE MÉDIA SECRETORA REFRATÁRIA MASCARANDO UMA FÍSTULA LIQUÓRICA OTOLÓGICA: RELATO DE CASODaniela Isabel Cevallos Zambrano, Jasiel Pereira de Queiroz Maciel, Nathalia Cavalcante Pinto, Horrara Diniz Silva, Leidianny Firmino Costa, Francisco Mário de Biase Netto

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: M.J.S., sexo feminino, 55 anos, com quei-xa de cefaleia de longa data há 8 anos, e hipoacusia para ouvido direito há 4 anos, sem história prévia de trauma, foi submetida a colocação de tubinho de ventilação em ouvido direito por diag-nóstico de OMS evidenciado pelo nível hidroaéreo na otoscopia e audiometria, apresentando PAC leve 30 db. Após a colocação manteve saída constante de líquido claro em moderada quanti-dade. Solicitamos tomografia computadorizada com cortes finos, que evidenciou uma área de descontinuidade no tegmen timpâ-nico do ouvido direito. Realizamos reparo via transmastóidea da fístula liquórica utilizando matérias como fáscia temporal, pó de osso e cola de fibrina, com excelentes resultados pós-opera-tórios em relação à melhora da cefaleia, hipoacusia e drenagem de LCR. Discussão: Fístulas liquóricas otológicas devem ser suspeitadas nos casos de otite média refratária unilateral, mesmo sendo uma condição relativamente rara. Podem ser traumáticas e não trau-máticas, sendo as primeiras mais frequentes. As espontâneas, em adultos, podem estar relacionadas a erosão óssea por granulações aracnoides, encefaloceles, ou a aumento da pressão intracraniana. Nos estudos por imagem, a tomografia computadorizada com cortes finos sem contraste é um dos mais acessíveis, e é excelente na lo-calização do defeito ou erosão no osso temporal. Enquanto, duran-te o manejo, as traumáticas geralmente fecham com tratamento conservador, as espontâneas requerem abordagem cirúrgica. A via transmastóidea permite a localização do defeito dural no osso tem-poral, evitando complicações neurológicas, mas apresenta maior índice de recorrência e risco de perda auditiva. No acesso à fossa média por craniotomia temos uma melhor exposição da totalidade do tegmen timpânico e ápice petroso, com baixo índice de recor-rência e preservação da audição. Considerações finais: Fístulas liquóricas otológicas são raras, no entanto, devem ser suspeitadas nos casos de meningite ou OMS re-fratária unilateral.

P-271 ASSOCIAÇÃO DE SÍNDROME DE BARTTER E PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIALLucas Henrique Vieira, Priscilla Durante Miotto, Natália Quinhone Shigematsu, Andréia Ardevino de Oliveira, Myriam de Lima Isaac, Eduardo Tanaka Massuda, Miguel Angelo Hyppolito

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 5 anos de idade, encaminhada para avaliação em nosso ambulatório de im-plante coclear. Acompanhante refere que a paciente não respon-de a estímulos sonoros desde o nascimento, com comunicação por meio de gestos. Nega atraso no desenvolvimento neuropsi-comotor, intercorrências gestacionais, otites de repetição e me-ningite. Nascida de parto normal, 31 semanas, internação em UTI neonatal por 7 dias, sem hiperbilirrubinemina e uso de medica-ções ototóxicas. Realiza acompanhamento com pediatria devido à nefropatia, com diagnóstico de síndrome de Bartter do tipo IV. Ao exame físico: ausência anomalias craniofaciais e alterações otos-cópicas. Realizado teste da orelhinha com 1 ano de idade, com falha e posterior investigação, sendo encaminhada para serviço terciário. Realizamos nova avaliação com audiometria condicio-nada (perda profunda bilateral), PEATE (ausência de respostas em 99 db, sem microfonismo coclear em 80 db) e estado estável (ausência de respostas em 95 db). Para investigação, solicitamos tomografia de ouvidos, ressonância magnética de encéfalo, so-rologias para TORCHS e avaliação genética. Iniciada reabilitação auditiva com AASI, mantendo seguimento para avaliação de im-plante coclear.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S101

Discussão: A síndrome de Bartter é classificada em 5 grupos de acordo com a mutação associada. O gene BSND, do tipo IV da síndrome de Bartter, codifica a barttina, uma proteína essencial para a subunidade-β dos canais de cloro, necessários para reab-sorção de sódio no rim e secreção de potássio na orelha interna. A síndrome de Bartter do tipo IV é uma variante rara, antigamente considerada uma forma grave, com risco de morte devido a de-sidratação e insuficiência renal crônica precoce. Hoje, sabemos que possui amplo espectro de apresentação, sendo que a surdez neurossensorial pode ser a primeira e única manifestação nos pe-ríodos iniciais da vida. Considerações finais: O conhecimento dos aspectos clínicos da sín-drome auxiliam no diagnóstico, proporcionando intervenção pre-coce, impedindo longos períodos de privação auditiva e atraso no encaminhamento para reabilitação auditiva.

P-272 SURDEZ PROFUNDA E DOENÇA DE MENIÉRE SECUNDÁRIAS A INFECÇÃO POR EPSTEIN-BARR VÍRUS: RELATO DE CASORachel Bichara Izai, Ana Carolina Soares Succar, Thiago Doutor Pelegrine, Carolina da Fonseca Mussel Jones, Denise Maria H. Decoster, Gabriel Augusto Pinto Barbosa, Karina Dumke Cury

Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 57 anos, pre-viamente hígida, encaminhou-se ao serviço de otorrinolaringo-logia apresentando febre, cefaleia e náuseas de início insidioso. Ao exame físico encontrava-se em regular estado geral, febril, corada e sem alterações orofaríngeas e pulmonares. Foram soli-citados exames laboratoriais que evidenciaram leucopenia, lin-focitose atípica e sorologia ELISA para EBV (Epstein-Barr vírus) IgM e IgG positiva e ultrassonografia (USG) abdominal, sem al-terações. Após 3 meses, evoluiu com zumbido e vertigem, sendo iniciado betaistina para controle dos sintomas e solicitada soro-logia quantitativa para EBV (IgM 140). A vectoeletronistagmogra-fia apresentou-se normal, a audiometria destacou perda auditiva neurossensorial moderada a severa à esquerda e normal à direita. BERA e otoemissões acústicas por produto de distorção revelaram ausência de resposta à esquerda. Após 7 meses, foi encaminhada à infectologia, solicitada nova sorologia quantitativa (IgM 160 e IgG 150) e eletrococleografia que revelou hidropsia endolinfática à direita. Confirmou-se o diagnóstico de surdez profunda à es-querda e doença de Ménière à direita causadas por EBV. Paciente permaneceu assintomática por 2 anos. Solicitou-se nova sorologia evidenciando IgG e IgM ainda em níveis elevados e USG abdominal dentro da normalidade. Foi orientado acompanhamento otorrino-laringológico anual. Discussão: O EBV pertence à família Herpesviridae e possui dois sorotipos (EBV-1 e EBV-2). É o principal agente etiológico da mo-nonucleose infecciosa, que cursa principalmente com febre, odi-nofagia, adenopatia cervical, hepatoesplenomegalia e erupção cutânea. Também está relacionado a patologias como linfoma de Hodgkin, de Burkitt, leucoplasia pilosa e carcinoma de naso-faringe. Considerações finais: A surdez súbita idiopática é uma perda au-ditiva neurossensorial, geralmente unilateral, de instalação súbi-ta. A doença de Ménière é uma doença crônica, caracterizada pelo aumento da pressão endolinfática. Cursa com alteração na audi-ção, vertigem, zumbido e plenitude aural. Surge geralmente com episódio súbito de vertigem, náuseas e vômitos. Ambas podem ser complicações da infecção pelo EBV, sendo raras em pacientes imu-nocompetentes.

P-273 ASSOCIAÇÃO DE GLOMUS DE JUGULAR E TROMBOSE DE SEIO SIGMOIDE IPSILATERAL EM PACIENTE IDOSO: RELATO DE CASOBernardo Relvas Lucas, Sabryna Farneze Nunes Sant’Anna, Camila Bae Uneda, Natala Mello do Vale, Alexandre José de Sousa Cunha, Alonço da Cunha Viana Junior, Daniela Leitão Mendes

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: C.A.N., 83 anos, sexo masculino, referindo tinnitus bilateral, progressivo, há cerca de 4 anos, mais acentuado em orelha esquerda, vertigem recorrente e perda auditiva bilate-ral. História pregressa de cirurgia de revascularização miocárdica há cerca de 20 anos, diabetes melito e dislipidemia em tratamento. À otoscopia, sem alterações. Audiometria apresentando anacusia direita e perda neurossensorial moderada à profunda em orelha es-querda. Impedanciometria, curva tipo A em orelha esquerda e tipo B, à direita. BERA apresentando ausência de resposta em orelha direita. Tomografia computadorizada de mastoide evidenciou, em orelha direita, lesão com densidade de partes moles ocupando o hipotímpano, mesotímpano e o ático, com destruição parcial da cóclea, erosão no canal carotídeo e na porção labiríntica do canal do nervo facial com comprometimento do conduto auditivo inter-no e realce irregular pelo contraste. Angiorressonância evidenciou trombose do seio sigmoide direito. Paciente foi submetido a biópsia incisional da lesão, com diagnóstico histopatológico de glomus de jugular. Optou-se por tratamento conservador e protetização da orelha esquerda em decorrência da estabilidade do quadro clínico e do risco cirúrgico elevado. Discussão: Os tumores de glomus jugular fazem parte de um raro grupo de paragangliomas. O quadro clínico é variável, sendo os sintomas mais comuns: perda auditiva, tinnitus e vertigem. O tra-tamento é essencialmente cirúrgico. A trombose do seio sigmoide é rara, sendo geralmente secundária a trombofilias, neoplasias ou doenças infecciosas. Neste caso, temos a trombose do seio sigmoi-de reduzindo os efeitos das lesões da orelha média decorrentes do glomus jugular, permitindo a estabilidade do quadro. Considerações finais: A relevância do quadro descrito está na rari-dade de ambas patologias associadas apresentadas pelo paciente e na estabilidade ocorrida que possibilitou uma conduta conservado-ra na presença de risco cirúrgico elevado.

P-274 HIPOACUSIA COMO ÚNICA MANIFESTAÇÃO DE HEMANGIOMA DO NERVO FACIALLudmilla Emilia Martins Costa, Mônica Alcantara de Oliveira Santos, Paula Santos Silva Fonseca, Fabíolla Maria Martins Costa, Mônica Andrea Aben-Athar Oliveira, José Sérgio do Amaral Mello Neto, Lucas Osanan Andrade Sousa

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: J.V.C.V., 14 anos, sexo masculino, referia hipoacusia progressiva em orelha direita há 2 anos. Negava plenitu-de aural, zumbido, tontura. Mãe negava história de otites de repe-tição na infância. Referia ainda dificuldade de aprendizado escolar nos últimos anos. À otoscopia, membranas timpânicas íntegras e sem alterações. Mímica facial preservada. A audiometria eviden-ciava perda condutiva moderada em agudos à direita, curva A bi-lateral, ausência de reflexo contralateral à direita. A ressonância magnética demonstrou lesão expansiva e de contornos mal defini-dos, comprometendo o segmento timpânico do nervo facial direito, estendendo-se anteriormente até o nível do gânglio geniculado e posteriormente em sua transição com o segmento mastóideo, com tênue atenuação pelo meio de contraste paramagnético. A lesão é

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S102 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

de características inespecíficas à imagem, devendo-se considerar a hipótese de lesão de natureza vascular (hemangioma do nervo facial) ou menos provavelmente lesão oriunda da bainha neural. Optou-se pela conduta expectante para este paciente. Discussão: O hemangioma de orelha média é um tumor vascular muito raro, com apenas 6 casos relatados na literatura, que se origina do plexo venoso que cerca o nervo facial. Esses tumores ocorrem mais comumente no canal auditivo interno e no gânglio geniculado. Não existe um consenso para tratamento dessas lesões. O uso de propranolol, a exérese cirúrgica e a conduta expectante são possíveis opções terapêuticas. Considerações finais: O caso relatado traz a importância de consi-derar o hemangioma do nervo facial e seus diagnósticos diferenciais — como o adenoma e o Schwannoma — em pacientes com perda auditiva condutiva e otoscopia normal, com ou sem paralisia facial periférica.

P-275 SÍNDROME DE WAARDENBURG: A IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO DESTA DOENÇA FRENTE A UM FENÓTIPO SUSPEITO PARA MELHOR PROGNÓSTICO DE REABILITAÇÃO AUDITIVAValéria Barcelos Daher, Alda Linhares de Freitas Borges, Ana Paula Valeriano Rêgo, Sérgio de Castro Martins, Pauliana Lamounier, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: A.S.C., 4 anos de idade, gênero feminino, com deficiência auditiva profunda bilateral e pré-lingual. À inspe-ção foram encontrados: dystopia canthorum, heterocromia da íris, sinofris, raiz nasal proeminente e alargada. Diante do fenótipo sus-peito, foi feito diagnóstico clínico de síndrome de Waardenburg. A ressonância magnética dos ouvidos evidenciava nervos auditivos e cócleas normais, agenesia de canais semicirculares posteriores e vestíbulos dilatados bilateralmente. A equipe multidisciplinar do serviço fez indicação de implante coclear e paciente foi subme-tida a procedimento cirúrgico com sucesso, com 1 ano e 6 meses de idade. Atualmente, paciente faz acompanhamento ambulatorial multidisciplinar, com treino de habilidades auditivas e boa evolução e desenvolvimento de linguagem oral. Discussão: A síndrome de Waardenburg é uma condição autossômi-ca dominante que apresenta penetrância e expressividade variáveis de seus caracteres. Os sinais clínicos mais frequentes são: disacusia neurossensorial congênita não progressiva, telecanto, sinofris, base nasal proeminente e alargada, heterocromia da íris e da pele, e encanecimento precoce. O diagnóstico é clínico, conforme crité-rios propostos. A deficiência auditiva é o sintoma mais preocupante desta síndrome. Os primeiros anos de vida são importantes para desenvolvimento da linguagem e maturação do sistema auditivo em função da plasticidade da via auditiva. O processo de plasticida-de começa a se limitar rapidamente, a partir dos 6 anos de vida, reforçando a importância de diagnóstico e intervenção precoces. Neste trabalho, apresenta-se uma paciente com síndrome de Waar-denburg tipo I, cujo diagnóstico e intervenções precoces foram fun-damentais para o excelente prognóstico de reabilitação auditiva e desenvolvimento de linguagem oral. Considerações finais: A partir da exposição do caso, espera-se que os profissionais de saúde tomem conhecimento da doença e pos-sam levantar a hipótese diagnóstica diante de um paciente com fenótipo sugestivo, visando garantir abordagem terapêutica na fase inicial da doença, quando a plasticidade cerebral possibilita um melhor prognóstico na reabilitação auditiva e desenvolvimento de linguagem oral.

P-276 MALFORMAÇÕES VESTIBULOCOCLEARES: RELATO DE CASOSValéria Barcelos Daher, Alda Linhares de Freitas Borges, Ana Paula Valeriano Rêgo, Edson Júnior de Melo Fernandes, Marina Neves Rebouças, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Lactentes do sexo feminino, com déficit auditivo evidenciado por potencial auditivo de tronco encefálico (PEATE), apresentando fatores de risco para deficiência auditiva. Foram submetidas a investigação de rotina com exames de tomo-grafia computadorizada (TC), que evidenciaram malformações de orelha interna. Discussão: Anomalias da embriogênese do ducto coclear podem variar, dependendo da fase em que ocorrem, desde a completa aplasia até a partição incompleta da cóclea ou ausência do septo interescala. Malformações cocleares frequentemente estão asso-ciadas a alterações vestibulares e a anomalias do conduto auditivo interno. A apresentação característica é a disacusia neurossensorial genética, usualmente precoce, desde o nascimento (congênita) ou até os 2 anos de idade. Relatamos casos de hipoplasia coclear e partição incompleta tipo II, correlacionando os principais achados clínicos e imaginológicos. A hipoplasia coclear corresponde a 15% das malformações cocleares e apresenta como achado tomográfico uma cóclea com dimensões muito reduzidas e um giro a menos. A partição incompleta tipo II, ou malformação de Mondini, por sua vez, representa 55% das malformações cocleares e pode ocorrer isolada ou associada a síndromes genéticas, caracterizando-se por distorções da cápsula óptica com espira basal normal e espiras mé-dia e apical confluentes. Ambas as malformações têm como princi-pal manifestação a disacusia. Considerações finais: A caracterização semiológica da disacusia permite direcionar a investigação com exame clínico e exames complementares apropriados. Os relatos contribuíram para revisão de literatura das malformações de orelha interna, raras na práti-ca clínica do otorrinolaringologista, e evidenciaram a importância da interdisciplinaridade com a equipe de radiologia, auxiliando no diagnóstico por imagem.

P-277 DEFORMIDADE DA CADEIA OSSICULAR EM CIRURGIA DE ESTAPEDECTOMIA: RELATO DE CASONatalia Mello do Vale, Alonço da Cunha Viana Junior, Daniella Leitão Mendes, Alexandre Jose de Sousa Cunha, Camilo Pessi Brumatti, Juliana Cagliari Linhares Barreto, Bernado Relvas Lucas

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: T.F., 24 anos, sexo masculino, sem queixas prévias, apresentou no exame admissional perda condutiva mode-rada em orelha esquerda. Foi encaminhado para avaliação otor-rinolaringológica. Na otoscopia, apresentava membrana timpânica íntegra e translúcida, teste de Weber lateralizado para esquerda e Rinne negativo na orelha esquerda. Tomografia computadorizada de ossos temporais mostrou cadeia ossicular preservada e alterações sugestivas de otosclerose retrofenestral. Foi submetido a tratamen-to cirúrgico de estapedotomia em orelha esquerda, observando-se agenesia da bigorna. Entretanto, em função do posicionamento do nervo facial, sobreposto à janela oval, o procedimento foi in-terrompido. O paciente foi então encaminhado para protetização auditiva. Tomografia computadorizada do osso temporal posterior-mente foi realizada com cortes de 1 mm, na qual foi identificada a alteração da cadeia ossicular.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S103

Discussão: Na deformidade de cadeia ossicular e na otosclerose podemos ter como achado a perda auditiva condutiva, uma mem-brana timpânica normal e ausência de inflamação da orelha média. A tomografia computadorizada de alta resolução permite mostrar resultados com alterações ósseas sutis, sendo uma ferramenta rele-vante no diagnóstico diferencial adequado, associada com a experi-ência do radiologista. O duplo anel de radioluscência em topografia da janela oval, quando presente, é bastante sugestivo de otoes-clerose. Em ambos os casos a conduta cirúrgica ou o tratamento conservador, que utiliza a prótese auditiva de amplificação sonora individual, podem ser considerados. Considerações finais: Deve-se considerar sempre as malformações congênitas isoladas da cadeia ossicular do ouvido médio como pos-sibilidade diagnóstica diferencial da otosclerose na presença de uma hipoacusia condutiva ou mista, especialmente nos casos com unilateralidade.

P-278 SÍNDROME DE TURNER NA OTORRINOLARINGOLOGIAMariah Guieiro Alves dos Reis, Vanessa Ramos Pires-Dinarte, Alfredo Rafael Dell´Aringa, Bruna Ribeiro Okada, Lucas Antonio da Costa, Lucas Vieira Elias, Stefano Matsushita Manzano

Faculdade de Medicina de Marilia (FAMEMA), Marília, SP, Brasil

Apresentação do caso: G.P.O., 13 anos, sexo feminino, portadora de síndrome de Turner, foi encaminhada ao serviço de otorrinolarin-gologia da Famema com história de hipoacusia bilateral progressiva, com piora na discriminação da fala no último ano. Em investigação em nosso departamento, a criança realizou exames audiológicos, que denotaram perda auditiva neurossensorial bilateral, simétrica, leve a moderada, sem sinais de comprometimento retrococlear. Foi solicitada adaptação de aparelho de amplificação sonora individual para a paciente, que mantém seguimento ambulatorial. Discussão: A síndrome de Turner é uma doença genética rara, as-sociada à deleção total ou parcial de um cromossomo X. A doença, que acomete 1:2.000 até 1:5.000 meninas nascidas vivas, tem gran-de variabilidade genotípica e fenotípica, apresentando como uma de suas manifestações clínicas principais a perda auditiva. Nota-se que este comprometimento auditivo, de grau variável, do tipo neu-rossensorial, condutivo ou misto, pode gerar um impacto negativo considerável na qualidade de vida dos pacientes, sobretudo naque-les em idade escolar. Considerações finais: Considerando-se os tipos de perda auditiva encontrados na síndrome de Turner, tem-se que as perdas condu-tivas são mais prevalentes em crianças, sendo comumente rela-cionadas a otites de repetição e malformações da orelha média e interna. No entanto, a perda neurossensorial, cuja prevalência em adultos e idosos chega a aproximadamente 50%, também pode ocorrer na infância, passando por vezes por sintomatologias audi-tivas sutis, que progressivamente se tornam limitantes no decorrer da idade adulta. Nesse sentido, atenta-se para a necessidade de avaliação e acompanhamento otorrinolaringológico dos pacientes com síndrome de Turner desde o diagnóstico inicial da doença.

P-279 AGENESIA DO CONDUTO AUDITIVO COM IMPLANTE DE PRÓTESE OSTEOANCORADA (BONEBRIDGE)Evandro Ribeiro de Oliveira, Leonardo Ramos Ribeiro de Oliveira, Ana Paula Teixeira de Abreu, Ana Flávia Teixeira de Abreu, Michele Santos de Melo Ireno, Fernando César Rodrigues de Souza, Evandro Ramos Ribeiro de Oliveira

Hospital Evandro Ribeiro, Juiz de Fora, MG, Brasil

Apresentação do caso: Menino, 11 anos, com agenesia do conduto auditivo (ACA) direito, queixa-se de hipoacusia unilateral direita,

associada a purgações ocasionais e zumbidos. Nega antecedentes familiares de perda auditiva e uso prévio de aparelho auditivo. Exames audiométricos apresentaram padrão misto moderado hori-zontal bilateralmente, teste do limiar de recepção de fala (SRT) à direita 45 dB e à esquerda 50 dB, média via aérea (VA) orelha direi-ta (OD) 47 dB, via óssea (VO) OD 26 dB, VA orelha esquerda 48 dB, VO OE 23 dB. Timpanometria apresentou curva do tipo “C” para OE e sem resultados para OD. Agenesia de conduto à tomografia com-putadorizada de mastoides da OD e fusão de martelo com bigorna. Houve indicação de implante do aparelho de condução óssea, trans-cutâneo, Bonebridge (BB) (Medel). Utilizou-se a abordagem trans-mastóidea com a incisão retroauricular clássica para perfuração e acomodação da prótese. A ativação do aparelho ocorreu 38 dias após a cirurgia. Exames audiométricos posteriores apresentaram os limiares 250 Hz-20 dB, 500-10 dB, 1 KHz-5 dB, 2 KHz-15 dB, 4 KHz-20 dB, 6 KHz-10 dB, 8 KHz-5 dB. Discussão: ACA consiste na falha do desenvolvimento do canal audi-tivo externo, e geralmente está associada à microtia, uma malfor-mação da orelha externa. Apresenta incidência média de 1:10.000, sendo a maioria unilateral à direita e predominando no sexo mascu-lino. O BB é uma opção viável para maiores de 5 anos que tenham perda auditiva do tipo condutiva mista ou surdez unilateral com os limiares de condução óssea em 45 dB ou em 0,5, 1, 2 e 3 kHz. Considerações finais: A seleção de aparelhos auditivos implantá-veis apropriados deve ser baseada em vários fatores, como idade, achados radiológicos, preferências do paciente, complicações ci-rúrgicas, aspecto econômico, entre outros. No entanto, a utilização de novas tecnologias, como o BB, para pacientes com ACA ainda é um desafio, visto que o presente relato consiste em um dos casos pioneiros no estado de Minas Gerais.

P-280 CARCINOMA ESPINOCELULAR DE ORELHA MÉDIA: RELATO DE CASOKallil Monteiro Fernandes, Bruno Thieme Lima, Ana Carolina Fernandes de Oliveira, Liliane Queiroz de Lira, Arthur de Sousa Pereira Trindade, Luiz Maia de Freitas Junior, Ivan Machado de Almeida Junior

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

Apresentação do caso: Homem, 41 anos, deu entrada no serviço por otorreia e perda auditiva em orelha direita há 6 meses, refra-tárias ao tratamento clínico. No exame físico, visualizados otorreia com membrana timpânica perfurada e tecido de aspecto polipoide inflamatório em orelha média. Tomografia computadorizada re-velou tecido com densidade de partes moles em orelha média e antro mastóideo sem sinais de erosão óssea significativa. Realiza-da timpanomastoidectomia radical modificada e enviado material para histopatológico. Retorna após 3 meses da cirurgia com laudo correspondente à carcinoma espinocelular. Reestadiado e visuali-zado envolvimento meníngeo em ressonância magnética, sendo ca-racterizado com T4N0M0. Realizado exérese do tumor por meio de temporalectomia subtotal, com ressecção de meninge e parte de lobo temporal, juntamente com equipe de neurocirurgia, porém, apresentando margem encefálica compremetida. Encaminhado para tratamento oncológico (radioterapia e quimioterapia), no qual ain-da se encontra atualmente. Discussão: O carcinoma espinocelular de orelha média é um tumor raro (1:1.000.000) e agressivo, com tratamento desafiador. Radio-terapia prévia e tabagismo são fatores de risco para a doença. Pode ser dificil determinar se o tumor tem sua origem no canal auditivo externo e invade orelha média ou o contrário, no momento em que o paciente é visto pela primeira vez, causando sintomas inespe-cíficos, como otorreia crônica, otalgia e perda auditiva, podendo ainda causar paralisia facial periférica quando do acomentimento

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do nervo. A maneira de tratar ainda é questão de discussão, sen-do preconizada a ressecção em monobloco, porém é aceitável a ressecção seriada (piecemeal) para exérese do tumor seguido por radioterapia, principalmente em tumores mais avançados. Considerações finais: O carcinoma espinocelular de orelha é um tu-mor agressivo e que deve ser lembrado nos diagnósticos diferenciais de otorreia e otalgia crônica, sendo possível, assim, o tratamento precoce para um melhor prognóstico.

P-281 TIMPANOPLASTIA PARA COLOCAÇÃO DE TORP VIA ENDOSCÓPICA, EM SUBSTITUIÇÃO À CADEIA OSSICULAR, APÓS MASTOIDECTOMIA FECHADA ANTERIOR: RELATO DE CASOGuilherme Novaes Coimbra, Christiano de Assis Buarque Perlingeiro, Tatiana Roriz Lopes, Marina Abreu Faioli, Fernando Jorge dos Santos Barros, Renata Fonseca Mendonça, Fabiana Rocha Ferraz, Andrea Goldwasser David

Hospital Federal do Andaraí, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente V.L.S.C., 58 anos, casada, professo-ra, que foi submetida a mastoidectomia fechada devido a colestea-toma em orelha média à direita em outro serviço, no ano de 1978. Após essa cirurgia, a paciente evoluiu com perda auditiva de grau moderado a profundo nesse ouvido. Foi submetida a timpanoplastia para colocação de TORP (prótese total de substituição ossicular) via endoscópica para substituição da cadeia ossicular inexistente. Discussão: A cirurgia aconteceu em 28 de março de 2016, 38 anos após a mastoidectomia fechada no mesmo ouvido. Na tomogra-fia de mastoides pré-operatória da paciente, já foi constado que a paciente não possuía cadeia ossicular na orelha média direita e apresentava corrosão do esporão de Chaussé, devido ao colestea-toma antigo, porém sem sinais de recidiva do mesmo. A membrana timpânica era íntegra à otoscopia bilateralmente. Na cirurgia, foi retirado enxerto de cartilagem do trago ipsilateral. Após o levanta-mento do retalho com a membrana timpânica, foi visualizado que a paciente não possuía nem a cadeia ossicular, nem a platina do estribo. Foi colocada a TORP na janela oval junto com um enxerto de cartilagem na base da prótese, para servir de apoio, e também sobre a TORP, para evitar a extrusão da mesma. Após o abaixamento do retalho e membrana timpânica sobre a prótese e cartilagem, foram colocados pequenos pedaços de esponja sintética absorvível para segurar todo conjunto até cicatrização. Considerações finais: A paciente não se enquadrava em nenhum dos grupos da classificação de Austin-Kartush, já que, além de não possuir nenhum ossículo da cadeia ossicular, também não tinha a base do estribo. Na audiometria após a cirurgia, a paciente apre-sentou fechamento do gap nas frequências graves e médias. A via endoscópica para timpanoplastia é menos invasiva, pois geralmente evita o acesso retroauricular e apresenta visão mais ampla que a cirurgia tradicional pelo microscópio.

P-282 DIAGNÓSTICO CLÍNICO, SOROLÓGICO E RADIOLÓGICO NA SÍNDROME DE HAMSAY-HUNT: RELATO DE CASOAna Paula Valeriano Rêgo, Valeria Barcelos Daher, Alda Linhares Freitas Borges, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa, Sérgio de Castro Martins, Pauliana Lamounier

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: L.L.M.M., 15 anos, sexo feminino, com pa-ralisia facial periférica à direita há 1 semana, e otorreia em ouvido

direito e vesículas labiais 1 semana antes da paralisia. Histórico de timpanomastoidectomia em ouvido direito há 3 anos. Ao exame: house brackman III, otorreia em ouvido direito e ausência de vesí-culas. Iniciado ceftriaxone, aciclovir, prednisona em internação e solicitada ressonância magnética de crânio. A ressonância apresen-tou realce do nervo facial à direita e em fundo de meato acústico interno, sugestivo de neurite. Exames bioquímicos normais. Soro-logia para herpes zoster Ig M não reagente, IgG de 433 (reagente acima de 0,2), herpes simples IgM e IgG não reagente. De acordo com os achados, confirmou-se o diagnóstico de Hamsay-Hunt. Man-tido acompanhamento regular, percebendo-se melhora da paralisia. Discussão: A síndrome de Ramsay-Hunt é definida por paralisia facial periférica acompanhada de vesículas no pavilhão auricular ou na boca, causado por herpes zoster. O diagnóstico é clínico e, sorologicamente, tem-se elevação dos títulos de IgG do herpes zoster. O diagnóstico deve ser precoce para instituir-se o mais bre-ve possível o tratamento com aciclovir e prednisona e, dessa ma-neira, levar a uma regressão das lesões e recuperação da paralisia facial. A paciente já era do serviço e procurou assistência imagi-nando ser uma complicação cirúrgica da timpanomastoidectomia. Devido a isso, foi instituído um tratamento precoce e melhora da paralisia gradual. Considerações finais: O caso serve para realçar a importância do diagnóstico clínico, sorológico e radiológico de forma precoce para se evitar as sequelas decorrentes da evolução da doença, pois nem sempre o paciente chega a um serviço especializado em otorrino-laringologia. Muitas vezes, esse paciente não é tratado no período adequado e fica com sequela de paralisia facial periférica de modo permanente.

P-283 SURDEZ SÚBITA APÓS VARICELAFellipe Cunha Oliveira Pomar, Sergio Luiz Bittencourt, Thiago Andrade Fraga, Sergio Bittencourt, Rita de Cássia Soler, Fernando Martins Cruvinel, Daniela GuimarãesGuimarães Garcia Cunha

OtorrinoSeul, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, L.D.G.S, sexo feminino, 6 anos de idade. Mãe relata que há 7 meses a paciente iniciou quadro súbito de hipoacusia importante, com dificuldade de comunicação na escola e em casa. Realizados audiometria tonal, vocal, imitan-ciometria, exames de imagem de crânio e de ossos temporais, la-boratoriais e PEATE. Os exames de imagem não apresentavam al-terações, a audiometria evidenciou perda sensorioneural severa à direita e disacusia plana. O PEATE evidenciou ausência de resposta em 85 dB em ouvido dieito. Na história de antecedentes patológi-cos, a mãe relatava quadro de varicela imediatamente anterior aos sintomas. Após exaustiva investigação, concluímos que a paciente apresentou surdez súbita com provável causa viral. Realizado teste para a implantação do BAHA, com sucesso. Foi realizada a implan-tação com melhora importante da audição, sensação de oclusão e desequilíbrio. Discussão: A surdez súbita é uma afecção bastante conhecida e es-tudada pelos médicos otorrinolaringologistas há longa data. Apesar de seus primeiros relatos terem sido feitos por De Kleyn, em 1944, suas controvérsias e principais questionamentos continuam presen-tes até os dias de hoje. A etiopatogenia e o tratamento da surdez súbita talvez sejam as duas grandes indagações ainda presentes. Considerações finais: A surdez súbita é definida como uma surdez sensorioneural de instalação abrupta com etiologia quase sempre incerta. Seu diagnóstico, apesar de parecer fácil, deve ser cui-dadosamente investigado. Uma série de afecções, com etiologias bem específicas, podem desencadear um quadro de perda súbita de audição. A incerteza da etiopatogenia e pouco consenso entre os tratamentos disponíveis dificultam o manejo dos pacientes, por

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vezes atrasando o tratamento. Perde-se, portanto, a oportunidade de individualizar e investigar cada caso para elucidação diagnóstica e escolha do tratamento mais adequado.

P-284 COMPLICAÇÕES DE OTITE MÉDIAFellipe Cunha Oliveira Pomar, Sergio Luiz Bittencourt, Thiago Andrade Fraga, Ulisses Jose Ribeiro, Thais Knoll Ribeiro, Marcella Franco Simionatto, Juliana Guimarães Garcia Cunha

OTorrinoSeul, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente D.L., 2 anos, sexo masculino, OMA em ouvido esquerdo há 3 semanas, usou amoxicilina e azitromicina sem melhora. Atendido no PS em 26 de agosto de 2015, devido a otalgia e febre. Otoscopia: secreção retrotimpânica. Hiperemia e abaulamento retroauricular, doloroso à palpação e abaulamento cervical. Hemograma em 26 de agosto de 2015: leucócitos: 16.030; bastonetes: 2%; segmentados: 67,5%. Infectologista iniciou vanco-micina e cefepime. Tomografia compatível com OMA esquerda com-plicada, sinais de osteomielite e abscesso intra e extra-cranianos estendendo-se para cervical posterior. Sinais sugestivos de trombo-se do seio sigmoide e da veia jugular interna esquerda. Neurocirur-gia optou por conduta expectante. Otorrinolaringologia realizou, em 28 de agosto de 2015, antrectomia mastoide esquerda; drena-gem purulenta de ouvido médio e meninge; timpanocentese com tubo de ventilação e dreno penrose retrotimpânico. Angiotomogra-fia cerebral e de osso temporal: sinais de trombose venosa de seio sigmoide e jugular à esquerda. Cultura do abscesso: streptococcus pneumoniae. Hematologia prescreveu clexane. Paciente evoluiu bem, alta em 24 de setembro de 2015. Discussão: A otite média aguda e a otite média crônica repre-sentam sérios riscos a crianças devido ao seu potencial de com-plicações intra e extracranianas. A maior parte das complicações da OMA consiste na disseminação da infecção para as estruturas adjacentes ou próximas. As complicações extratemporais subdivi-dem-se em intracranianas (abscessos de sistema nervoso central, meningite, tromboflebite do seio lateral e hidrocefalia otítica) e extracranianas (abscesso retroauricular, zigomático e de Bezold). No relato, o paciente apresentou três complicações intracranianas: otomastoidite, abcesso e trombose do seio sigmoide. O tratamen-to antibiótico intravenoso é mandatório em todas as complicações intracranianas; já o tratamento cirúrgico é controverso. No caso, o paciente foi submetido a tratamento cirurgico, evolui com melhora e não apresentou sequelas. Considerações finais: O caso relatado traz a discussão dos benefí-cios entre conduta expectante e da abordagem cirúrgica. Optou-se por abordagem cirúrgica, com desfecho favorável, melhora clínica e laboratorial significativas, de modo que o paciente obteve alta com resolução completa do quadro.

P-285 PARALISIA FACIAL BILATERAL ASSOCIADA À PARALISIA DE NERVO ABDUCENTE SECUNDÁRIAS A TRAUMA DE OSSOS TEMPORAISGlaucia Jainara Ferreira Costa, Marcelo Guimarães Machado, Debora Hirose Aparecido, Julian Pablo Stavarengo, Mariana Esmeraldo Pinheiro, Carlos Eduardo Cesario de Abreu, Sara Larissa Souza Figueiredo

Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, K.S.S., 18 anos de idade, encaminhado ao nosso serviço com história de trauma em ossos temporais secundário a acidente de trabalho. Evoluiu com pa-ralisia facial esquerda imediata, diplopia e paralisia facial à direita posteriormente. Em avaliação, apresentava paralisia facial bilate-

ral grau 4 e paralisia de nervo abducente à esquerda. Instituída corticoterapia, apresentou melhora parcial à direita, sem melhora do quadro à esquerda. Audiometria e imitanciometria: audição nor-mal bilateral. TC de OOTT: fratura de osso temporal longitudinal bilateral; fratura de canal de falópio em nível de segmento timpâ-nico à esquerda. Eletroneuromiografia (ENoG): 96% de redução de onda. Indicada descompressão de nervo facial, via transmastóidea, abordando os segmentos mastoídeo, timpânico e gânglio genicu-lado. Evoluiu com melhora progressiva da paralisia; atualmente, apresenta paralisia grau 3. Discussão: Paralisia facial bilateral acontece raramente. Quando associada a acometimento do nervo abducente torna o caso mais interessante. Entre as principais causas de paralisia facial bilate-ral, citam-se: fraturas de crânio, doença de Lyme e síndrome de Guillain-Barré. O nervo abducente é acometido em 2,7 dos traumas cranianos, com remissão espontânea em sua maioria. A exploração do nervo facial decorrente de casos traumáticos agudos é indicada quando a denervação da musculatura facial é maior de 90% em exa-me eletroneurofisiológico, conforme paciente em questão. Indicada abordagem cirúrgica em orelha esquerda, com melhora da paralisia ipsilateral. Considerações finais: O trabalho objetiva relatar paralisia facial bilateral associada à paralisia de nervo abducente por trauma de ossos temporais. A paralisia é uma condição rara, e quando asso-ciada à lesão do nervo abducente é ainda mais rara, não sendo bem descrita na literatura. Evolução clínica, exames de imagens e testes eletroneurofisiologicos devem ser utilizados em caso de intervenções cirúrgicas. A abordagem pela fossa craniana média e suas combinações podem ser realizadas com segurança em fraturas de osso temporal bilateral.

P-286 SÍNDROME DO AQUEDUTO VESTIBULAR ALARGADOThiago Andrade Fraga, Thais Knoll Ribeiro, Fellipe Cunha Oliveira Pomar, Sergio Luiz Bittencourt, Ulisses Jose Ribeiro, Fernando Martins Cruvinel, Ivo Teles Melo Andrade

OtorrinoSeul, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: L.C.M., 9 anos, sexo feminino, negra, es-tudante, natural de Diadema-São Paulo. Mãe refere que paciente apresenta hipoacusia à direita desde a primeira infância, ficando mais notório quando começou a frequentar a escola. Há 3 meses paciente começou a lateralizar a cabeça para a esquerda enquanto conversava. Nega historia de otalgia, otorreia, zumbido ou tontura. Triagem neonatal sem alterações e sem intercorrências na gestação. Nega história de surdez na família. Ao exame otorrinolaringológico, apresentava-se normal. Nasofibrolaringoscopia: sinais de rinopatia. Audiometria: disacusia do tipo neurossensorial descendente de leve a profunda em agudos à direita, a partir de 1 k, reflexo estapedia-no ausente, SRT 30 dB. Ouvido esquerdo sem alterações. Exames laboratoriais sem alterações. Tomografia computadorizada (TC) de ossos temporais apresenta aqueduto vestibular com diâmetro maior que o canal semicircular posterior Discussão: A síndrome do aqueduto vestibular alargado (SAVA) é ca-racterizada por um alargamento do aqueduto vestibular (considera-do normal quando não ultrapassa o diâmetro do canal semicircular adjacente ou quando inferior a 1,5 mm) associado a uma perda au-ditiva neurossensorial, algumas vezes mista, que pode ser congêni-ta ou adquirida na infância. Em nosso relato de caso, a paciente de 9 anos de idade apresentava perda auditiva neurossensorial desde a primeira infância, ausência de sintomas vestibulares. TC mostrava aqueduto vestibular alargado, o que fala a favor de SAVA. No caso relatado, o tratamento tem sido orientar formas de preservar a audição, evitando exposição a riscos de perda auditiva por trauma, como barotraumas e esportes radicais.

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Considerações finais: A síndrome do aqueduto vestibular alargado deve ser lembrada no diagnóstico diferencial das disacusias neuros-sensoriais na infância. O diagnóstico precoce é fundamental, pois permite tratamento reabilitador mais favorável, como o implante coclear, que tem mostrado resultados favoráveis quando o diagnós-tico da SAVA é precoce e a perda auditiva é bilateral e profunda.

P-287 PARAGANGLIOMAS: RELATO DE DOIS CASOSFlavianne Mikaelle dos Santos Silveira, Alessandro Fernandes Guimarães, Jéssica Maia Couto, Henrique Ribeiro Mansur Barbosa, Isamara Simas de Oliveira, Mariana Moreira de Castro Denaro, Flávio Barbosa Nunes

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente A., sexo feminino, 61 anos, queixa de otalgia em ouvido direito há 6 meses associada à hipoacusia. Nega outros sintomas associados. Episódios recorrentes de pneu-monia (4 episódios em 6 meses) associados a disfonia e disfagia. À otoscopia, presença de massa avermelhada pulsátil. À videola-ringoscopia, apresentava assimetria laríngea com imobilidade de hemilaringe direita, com prega vocal direita em posição mediana. Audiometria evidenciou limiares auditivos normais com configura-ção descendente. TC de pescoço: Assimetria entre as cordas vocais verdadeiras com hipotrofia à direita; assimetria de trofismo dos ventes musculares esternocleidomastóideos, sendo hipotrófico em relação ao esquerdo. TC de crânio e tórax sem alterações. RM fos-sa posterior: formação expansiva com epicentro no forame jugular direito, apresentando realce intenso pelo agente paramagnético, insinuando-se discretamente para o interior da cavidade craniana, comprometendo também a cavidade timpânica, sugestivo de glo-mus júgulo-timpânico. Paciente B., sexo feminino, 51 anos, quei-xa de paralisia facial esquerda há 2 meses associada à piora de cefaleia holocraniana e vertigem, náuseas e vômitos, escotomas e fotofobia. Ao exame, presença de assimetria facial em repouso compatível com paralisia facial periférica grau V e tumoração hi-peremiada, não pulsátil em conduto auditivo externo esquerdo. TC de ouvidos observa-se lesão justaposta a bulbo jugular, com erosão óssea de mastoide e assoalho de CAE; na RNM observa-se caracte-rística vascular da lesão. Discussão: Os tumores glômicos timpânico e jugular são formados por células não cromafins, tipicamente vasculares. Os sintomas mais comuns são hipoacusia e zumbido pulsátil. A propedêutica por meio de TC e RNM é essencial para o diagnóstico e a programação terapêutica. O tratamento com objetivo de cura é realizado com cirurgia. A radioterapia é opção paliativa nos casos inoperáveis. Considerações finais: Diante de quadro clínico sugestivo, avaliação audiométrica e radiológica se faz necessária. As biópsias incisionais e paracenteses são contraindicadas, pelo risco de sangramento.

P-288 OSTEOGÊNESE IMPERFEITA E PERDA AUDITIVA: CONSIDERAÇÕES DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICASRoberta Natalia Medina, Cassiano Mangini Dias Malpaga, Eduardo Espindola Zomer Alves, Gustavo Trindade Mury, Hercilio Raimundo dos Anjos Lima, Marcelo de Souza Mello, Andy Oliveira Vicente

CEMA - Hospital Especializado Ltda, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 39 anos, com diagnóstico de osteogênese imperfeita tipo I desde a infância, com queixa de perda auditiva progressiva bilateral há 20 anos, plenitude auricular e zumbido que pioraram acentuadamente nos últimos 2 meses. A mesma utiliza aparelho auditivo há 15 anos. Ao

exame físico, a paciente apresentava ambas as escleras azuladas, e na otoscopia foi notada mancha rubra de Schwartze bilateral-mente. O exame audiométrico evidenciou perda auditiva mista severa a profunda bilateral, com discriminação vocal comprome-tida. Tomografia computadorizada revelou imagens de desmine-ralização (radioluscentes) difusas acometendo cóclea, vestíbulo, canais semicirculares e meato acústico interno. Ressonância mag-nética mostrou lesões em toda cápsula ótica com intenso realce após administração do contraste paramagnético. Foi introduzido tratamento medicamentoso semanal com alendronato de sódio. A paciente apresentou melhora do zumbido e da plenitude auricular após o início do tratamento. Discussão: Osteogênese imperfeita (OI) é uma desordem genéti-ca do tecido conjuntivo que afeta a produção de colágeno tipo I, provocando alterações no crescimento e susceptibilidade a fratu-ras. São descritos quatro padrões da doença, sendo o tipo I mais comum, que se caracteriza clinicamente por fraturas múltiplas na infância, presença de escleras azuis e perda auditiva (condutiva, mista ou neurossensorial). Histologicamente, as lesões da OI são se-melhantes às da otosclerose, porém com um nível de agressividade exacerbada. Existe também um comprometimento mais acentuado do componente sensorioneural da audição, fato esse observado em nossa paciente. Os exames de imagem devem ser sempre solicita-dos, pois auxiliam no diagnóstico e no manejo terapêutico dessa afecção. Considerações finais: A osteogênese imperfeita é uma osteodis-trofia que pode acometer significativamente o osso labiríntico e acarretar sequelas auditivas severas, às vezes difíceis de reabilitar, devido ao intenso desarranjo estrutural ósseo. O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para o controle evolutivo da doença.

P-289 NEUROTECOMA EM CONDUTO AUDITIVO EXTERNO: UM DIAGNÓSTICO PARA SE CONHECERSuzanne Mallmann Varnier, Franciane Regina Vargas, Rodrigo Dors Sakata, Gabriela Soraya Martini, Ricardo Maurício Favaretto, Dharyemne Pucci de Araujo, Thaíse Cesca

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: Mulher, 38 anos, apresentou-se com histó-ria de nódulo solitário assintomático em conduto auditivo externo de orelha direita que surgiu 3 anos antes, crescendo nos primeiros meses e depois ficando estável. Ao exame físico, lesão firme, co-loração levemente avermelhada, com uma pequena área de hiper-ceratose e telangiectasia na superfície, assemelhando-se ectosco-picamente a uma lesão verrucosa. Foi realizada exérese da lesão e enviado material para estudo anatomopatológico, que apresentou o resultado de neurotecoma. Discussão: Neurotecoma é uma neoplasia cutânea benigna rara, considerada como uma variante de mixoma da bainha do nervo. Quadro clínico assintomático, lesão firme, rósea ou nódulo verme-lho-marrom em, por ordem de frequência, cabeça, pescoço, mem-bros superiores e tronco das crianças e mulheres jovens. Normal-mente, a lesão cresce nos primeiros 2 ou 3 meses, e depois continua a crescer lentamente. Histopatologicamente, apresenta citoplasma vacuolizado mostrando pleomorfismo nuclear leve em um estroma mixoide e, em menor grau, células fusiformes infiltradas nos feixes de colágeno na derme reticular. Etiopatogenia ainda não está clara. Considerações finais: Principal interesse deste caso é aumentar a possibilidade de diagnósticos diferenciais, mesmo que em lesão benigna, assim como a localização incomum do tumor, pois, após revisão de literatura, não houve, antes deste, outro caso relatado de neurotecoma em conduto auditivo externo.

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P-290 RELATO DE CASO SOBRE ADENOMA DE ORELHA MÉDIAGabriel Liria Juares, Luiza Rodrigues Mazzola, Rafael da Costa Monsanto, Leticia Helena de Souza Marques, Daniela Vieira Martins, Ana Luiza Papi Kasemodel, Fábio Tadeu Moura Lorenzetti

Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringológico de Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 57 anos, sexo feminino, com-parece em consulta ambulatorial queixando-se de otorragia mensal em orelha direita, sempre coincidente com o ciclo menstrual, as-sociada a zumbido pulsátil, hipoacusia e otorreia. Negava sintomas em orelha esquerda. Exame físico otorrinolaringológico evidenciou massa de coloração esbranquiçada e opaca em conduto auditivo externo, à direita, ocupando a metade inferior do conduto. Durante a otoscopia, não foi possível identificar a origem da lesão. Solicitou-se uma tomografia computadorizada, que evidenciou sinais de mas-toidite crônica e velamento de orelha média à direita, sem erosão da cadeia ossicular. Audiometria demonstrava perda auditiva mista de grau moderado à direita, sem alterações à esquerda. Optou-se por tratamento cirúrgico, incluindo biópsia da lesão associada à mastoidectomia radical à direita, a qual foi realizada sem inter-corrências. A análise anatomopatológica do material de biópsia foi inconclusiva; porém; análise imuno-histoquímica do fragmento re-sultou no diagnóstico de adenoma de orelha média. Discussão: O adenoma de orelha média é um tumor raro, de difícil suspeição clínica e diagnóstico, devido ao seu quadro clínico ines-pecífico e similaridade com outras patologias otológicas. Trata-se de um tumor epitelial composto por células epiteliais ganglionares e neuroendócrinas que se originam da orelha média ou do neuroec-toderma da crista neural. Seus sintomas clássicos incluem perda auditiva unilateral (geralmente condutiva), zumbido, otorreia e otalgia. Tomografia computadorizada e ressonância magnética são exames úteis no diagnóstico, avaliação da extensão e característi-cas da lesão e planejamento cirúrgico. O diagnóstico definitivo se dá por análise histológica de fragmento de biópsia com microscopia óptica, imuno-histoquímica e microscopia eletrônica. Considerações finais: Nosso estudo relata um caso de adenoma de orelha média de apresentação atípica, cujo sintoma principal era otorragia coincidente com o ciclo menstrual. Após realização de mastoidectomia radical e meatoplastia, a paciente apresentou boa evolução clínica, estando assintomática após mais de um ano de acompanhamento.

P-291 HEMANGIOMA CAVERNOSO COMO CAUSA RARA DE PARALISIA FACIAL PERIFÉRICADaiane Oliveira Braga, Inesângela Canali, Aldo José Bellod, Eron Mosciati, Igor Guerra Guimarães, Luiz Carlos Alves de Souza

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirao Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 30 anos de idade, previamente hígido, veio à consulta médica com queixa de paralisia facial periférica (PFP) acometendo hemiface direita, de caráter progressivo há 2 anos, e House-Brackmann grau III. Solicita-das tomografia computadorizada e ressonância magnética, que re-velaram lesão com densidade de partes moles em epitímpano com erosão de tegmen, demonstrando realce hiperintenso bem delimi-tado em contato íntimo com fossa cerebral média. Realizada tim-panomastoidectomia de cavidade aberta com remoção completa da lesão. No transoperatório, a lesão demonstrou-se de aspecto violá-ceo e com sangramento importante. O exame anatomopatológico revelou hemangioma cavernoso. Em reavaliação pós-operatória o

paciente apresentou melhora da PFP, House-Brackmann grau II e exames de imagem demonstravam controle satisfatório da doença. Discussão: O hemangioma cavernoso é um tumor vascular benigno, no entanto, tem caráter localmente destrutivo e de etiologia ainda desconhecida. Existem poucos casos relatados na literatura deste tipo de tumor manifestando-se de forma intratemporal e ocasio-nando PFP. A principal causa neoplásica de envolvimento do ner-vo facial é o Schwannoma, seguido do hemangioma. Ao contrário do que acontece no Schwannoma, o hemangioma produz sintomas exuberantes, mesmo quando de pequeno tamanho, já que este tipo de tumoração invade o nervo, em vez de comprimi-lo. O caráter progressivo da PFP nos remete à possibilidade de acometimento tumoral do nervo facial, já que este não é o curso natural de uma paralisia de Bell. Logo, a solicitação de exames de imagens foi in-dispensável para elucidação diagnóstica. Considerações finais: O presente relato de caso serve de alerta para que investiguemos todos os casos de paralisia facial periférica com exames de imagem, uma vez que o diagnóstico equivocado de paralisia de Bell pode acarretar em morbidade e mortalidade ao paciente, os quais poderiam ser potencialmente evitados, caso tivessem sido solicitadosexames de imagem.

P-292 GLÔMUS TIMPÂNICO: RELATO DE CASOEliana Freitas Cardoso, Alexandra Torres Cordeiro Lopes de Souza, Mariana de Azevedo Silva, Vanessa de Araújo Souza, Dario Hart Signorini, Ana Laura Carneiro dos Santos, Monik Souza Lins Queiroz

Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: C.A.B, 63 anos, sexo feminino, apresenta-se com hipoacusia progressiva à direita de início há um ano, evoluindo com zumbido pulsátil e vertigem nos últimos seis meses. Otoscopia mostra tumor avermelhado retrotimpânico à direita. Restante do exame otorrinolaringológico normal. Audiometria apresenta perda auditiva neurossensorial leve a moderada. Tomografia computado-rizada de mastoide direita: lesão com densidade de partes moles ocupando antro, epitímpano e janela oval. Realizada timpanomas-toidectomia com exérese da lesão. Exame histopatológico confir-mou paraganglioma. Discussão: Os tumores glômicos, também denominados quemodec-tomas ou paragangliomas, são derivados da crista neural primitiva, desenvolvendo-se de corpos glômicos, quimiorreceptores não fun-cionantes, localizados também no osso temporal. São histologica-mente benignos, de crescimento lento e considerável variação de comportamento. Predominam em mulheres, caucasianos, na quinta década de vida. Podem relacionar-se a desordens como síndrome neoplásica múltipla e carcinoma de tireoide. Zumbido pulsátil é o principal sintoma, seguido por hipoacusia condutiva, eventualmen-te neurossensorial. Outros sintomas são paralisia facial periférica, vertigem, disfonia, disfagia, aspiração e disfunção da motilidade da língua. Na otoscopia podemos visualizar três estágios: hipervascula-rização da membrana timpânica, massa retrotimpânica vermelho- escura e perfuração da membrana timpânica pelo tumor. Tomogra-fia computadorizada e ressonância nuclear magnética são exames úteis para avaliação do tumor, e a arteriografia e a venografia são os principais exames para o diagnóstico e o planejamento cirúrgico. O tratamento do tumor glômico é cirúrgico. A radioterapia é uma opção de tratamento muito controversa, mas há relatos de controle e até cura do tumor na literatura. Considerações finais: Os tumores glômicos são os tumores benignos mais frequentes do osso temporal. Não apresentam sinais patogno-mônicos, porém a otoscopia permite um diagnóstico de suspeição, conduzindo a exames complementares e diagnóstico definitivo. Apesar de benignos e crescimento lento, podem ser localmente destrutivos e, devido à proximidade dos pares cranianos, bulbo da

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jugular e estruturas intracranianas, podem condicionar morbidade significativa.

P-293 TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES EM CONDUTO AUDITIVO EXTERNO E ORELHA MÉDIAAlana Farias Miksza Schauenburg, Ana Paula Argenta, Rubianne Ligório de Lima, Juliana Cristina Mesti Duarte, Gilberto da Fontoura Rey Bergonse, Trissia Maria Farah Vassoler

Hospital da Cruz Vermelha Brasileira — Filial do Paraná, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: C.D.C., sexo masculino, 47 anos, com massa em conduto auditivo esquerdo, evolução de 4 meses. Pa-ciente referia prurido, otorreia fétida, hipoacusia e dor. Nega comorbidades. Otoscopia à direita sem particularidades. À es-querda, lesão de aspecto polipoide ocupando conduto auditivo externo (CAE), ocultando a membrana timpânica. Tomografia evidenciava mastoides desenvolvidos e aerados com esporão de Chaussé e tégmen timpânico íntegros bilateralmente; CAE es-querdo preenchido por conteúdo de partes moles, com erosão em parede anterior. Estudo anatomopatológico de biópsia evidenciou colesteatoma de conduto auditivo. Optou-se por timpanomas-toidectomia aberta à esquerda 5 meses após primeira consulta. Em procedimento, identificou-se tumoração extensa, sangrante, invadindo caixa timpânica. Segundo anatomopatológico, trazia laudo de lesão de células gigantes com áreas de neoformação óssea. Ressonância demonstrou acúmulo de conteúdo na cavidade cirúrgica, sugerindo secreção retida associada à alteração fibro-cicatricial. Seguiu acompanhamento ambulatorial e encaminha-mento para oncologia. Discussão: O tumor de células gigantes é benigno, agressivo e aco-mete pacientes entre 20-40 anos. Caracteriza-se por tecido extre-mamente vascularizado, constituído por estroma de células fusi-formes/ovoides e numerosas células gigantes do tipo osteoclasto. Desenvolve-se principalmente nas epífises dos ossos longos, como fêmur e tíbia, o que difere do relato, onde foi encontrado em CAE e ouvido médio. Frequentemente localizado próximo à articulação, o desafio é removê-lo preservando a função da estrutura adjacente. Em ossos como ulna e costelas, uma ressecção completa traz pouca ou nenhuma sequela funcional. No ouvido médio, a retirada de ossí-culos pode acarretar déficit em audição e equilíbrio. Por apresenta-rem grandes taxas de recidiva, devem ser ressecados com margens cirúrgicas amplas, sendo a qualidade da cirurgia fator único que influencia na recorrência (20-35%). Considerações finais: Embora benigno, o tumor de células gigantes deve ser prontamente tratado devido ao seu potencial osteolítico agressivo, especialmente quando se trata de estruturas próximas ao ouvido médio. Recorrências devem ser abordadas cuidadosamente, para evitar transformação maligna.

P-294 SCHWANNOMA DO VIII PAR APRESENTANDO-SE COMO SURDEZ SÚBITA: RELATO DE CASOAna Paula Lago Silva Pessoa, Amaury de Machado Gomes, Helder Macário, Roosevelt Almeida Rosário, Lorena Carneiro Amado, Taiana Barbosa de Silveira, Camila Kalil Silva

Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados (INOOA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: A.C.P., sexo masculino, 59 anos, natural e procedente de Salvador, autônomo, compareceu ao pronto atendi-mento de otorrinolaringologia em junho de 2016, referindo tontura não rotatória com início há 7 dias, associada a sintomas neurovege-

tativos, plenitude aural à esquerda (súbita) e hipoacusia ipsilateral. Negava otalgia, otorreia, zumbido ou outras queixas otorrinolarin-gológicas. Negava alergia medicamentosa, comorbidades, etilismo ou tabagismo. Exame físico sem alterações. Realizada audiometria de urgência, evidenciado perda auditiva de grau profundo em ore-lha esquerda, com ausência de reflexos ipsilaterais. Exame audio-lógico de ouvido direito sem alterações. Instituída terapêutica para surdez súbita (prednisolona e pentoxifilina) e solicitados exames complementares. RNM de crânio com ênfase em conduto auditivo interno (CAI) evidenciando imagem ovalada, com isossinal em T2 e T1, apresentando captação pelo contraste no interior do CAI es-querdo, medindo cerca de 0,8 × 0,6 × 0,5 cm, sugestiva de Scwhan-noma do VIII par. Discussão: A surdez súbita (SS) caracteriza-se por uma perda audi-tiva de pelo menos 30 dB em três frequências adjacentes, de ins-talação abrupta ou em um tempo máximo de até 72 horas. Causas virais, infecciosas e neoplásicas são possíveis etiologias. Em muitas situações, a etiologia permanece desconhecida, a despeito de uma completa avaliação otológica e complementar. O Schwannoma do VIII par é um tumor benigno que apresenta crescimento lento. Os sintomas iniciais são sempre otoneurológicos (hipoacusia, tinnitus e tontura). Hipoacusia é normalmente unilateral e progressiva, po-rém pode se apresentar de forma súbita, o que parece ocorrer em cerca de 10% dos casos. Apenas 1 a 2% dos casos de SS têm como etiologia o Schwannoma vestibular. Considerações finais: Em muitas situações, a etiologia da SS per-manece desconhecida, a despeito de uma completa avaliação oto-lógica e complementar. A importância do caso reside na pequena porcentagem de pacientes com SS que apresenta Schwannoma do VIII par como etiologia. Entretanto, é mandatória a investigação de Schwannoma do VIII par nesses pacientes.

P-295 CONTRAINDICAÇÃO DE ESTAPEDOTOMIA? OTOSCLEROSE ASSOCIADA À DEISCÊNCIA DE CANAL SEMICIRCULAR SUPERIORRenata Malimpensa Knoll, Maria Regina Melo da Justa Feijão, Marcéli Nicole Peixoto Paiva, Felipe Costa Neiva, José Ricardo Gurgel Testa

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 33 anos, com hipoacusia à direita há 2 anos, associada a zumbido ipsilateral e tontura tipo instabilidade intermitente. Exame físico otorrinolarin-gológico sem alterações. Na avaliação audiológica mostrou perda condutiva moderada à direita e limiares tonais normais em orelha esquerda, associados a índices de reconhecimento de fala de 96 e 100%, respectivamente, e ausência de reflexo estapediano bilate-ral. Na tomografia computadorizada, apresentou sinais de otoscle-rose à direita e deiscência de canal semicircular superior bilateral. Optou-se por tratamento conservador considerando a possibilidade de piorar os sintomas da síndrome da terceira janela ao restabele-cer a mobilidade da janela oval. Discussão: A coexistência de otosclerose e síndrome da terceira janela é extremamente rara, e o tratamento cirúrgico de per-da auditiva condutiva neste cenário permanece indefinido. Já é reconhecido que a correção da fixação do estribo causado pela otosclerose pode desencadear os sintomas da deiscência do ca-nal semicircular silente, porém, alguns relatos da literatura suge-rem que isto não se aplica a todos os pacientes, mostrando bons resultados auditivos após a intervenção cirúrgica, sem piora dos sintomas. Considerações finais: Ainda existem poucos estudos na literatu-ra que abordem as possibilidades de reabilitação auditiva para os pacientes com diagnóstico de otosclerose e síndrome da terceira janela associada.

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P-296 PERDA AUDITIVA SÚBITA ATÍPICA PÓS-TIMPANOPLASTIA: RELATO DE CASOTamillys Batista de Figueredo Andrade, Rebeca Pacheco Guimarães, Davi Sandes Sobral, Juliana Antoniolli Duarte

Hospital Santo Antônio (HSA) – Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de gênero masculino, 30 anos, com história de perfuração traumática de membrana timpânica em orelha direita (OD) causada por trauma com objeto pontiagudo. O paciente foi submetido 1 ano após o trauma a cirurgia de timpanoplastia em OD do tipo I com posicionamento do enxerto por técnica underlay, sem intercorrências. Três meses após a cirurgia o paciente evoluiu perda auditiva neurossensorial profunda em OD. Após a audiometria, foram solicitados tomografia computadorizada de ossos temporais e ressonância magnética sem alterações, imitancionetria com pesquisa de fenômeno de Túlio que foi negativa, e exames laboratoriais apre-sentando sorologia positiva para herpes vírus IgG e IgM. Discussão: Poucos estudos abordam as reais causas de perda auditi-va neurossensorial súbita (PANS) pós-timpanoplastias, e sabe-se da dificuldade da avaliação audiológica no primeiro mês de pós-ope-ratório, devido ao fato de ela poder ser secundária a coágulos e material hemostático em conduto auditivo externo. Desta maneira, seria prudente, em cada retorno pós-operatório de cirurgia otoló-gica, realizar avaliação clínica de todo e qualquer novo sintoma, principalmente de tontura, bem como exame clínico com uso de diapasão, que poderia levantar a suspeita precoce da perda neuros-sensorial e não condutiva. Considerações finais: A PANS deve ser diagnosticada precocemen-te e investigada de forma abrangente, mesmo quando em período de pós-operatório de cirurgia otológica, não podendo ser atribuída somente a intervenção cirúrgica, para que possa haver um manejo precoce e adequado da mesma, evitando sequelas severas a pro-fundas.

P-297 MANIFESTAÇÕES OTOLÓGICAS EM ADULTO COM SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURAJesarela Maria de Souza de Amorim, Débora Bressan Pazinatto, Igor Bezerra de Sousa Leal, Lizandra Passini Ferreira, Augusto César Bernardes Miguel, Jose Eli Baptistella, Eder Barbosa Muranaka

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: L.B.G., sexo masculino, 27 anos, vem ao nosso serviço com queixa de plenitude auricular em orelha direita há 5 meses, e há 3 meses em orelha esquerda. Refere zumbido não pulsátil bilateral associado. Tabagista por 14 anos e nega comor-bidades. Ao exame otorrinolaringológico, otoscopia revelou mem-branas timpânicas íntegras, retraídas e com nível retrotimpânico. Linfonodomegalia cervical difusa. Presença de lesão de aspecto linfoide em rinofaringe ocluindo óstio de tuba auditiva. Realizadas sorologias que revelou positividade para o HIV. Biópsia de lesão em rinofaringe mostrou erosão e processo inflamatório crônico granu-lomatoso com células gigantes. Pesquisa para fungos e BAAR negati-vas. Ausência de neoplasia na amostra. Paciente encaminhado para infectologista e em seguimento conjunto com ambas equipes até o presente momento. Discussão: A síndrome da imunodeficiência adquirida, doença in-fectocontagiosa causada pelo vírus HIV, é uma pandemia, com casos notificados em quase todos os países. Estudos retrospectivos apon-tam uma prevalência em torno de 80% dos sintomas na região da cabeça e pescoço, e o otorrinolaringologista é o primeiro médico

a ser procurado pelo paciente. As manifestações orais são as mais frequentes, seguidas pelo acometimento cervical, nasossinusal e, menos comumente, otológico. Tais sintomas podem estar presen-tes desde a infecção aguda até estágios avançados da doença. O desenvolvimento da otite média com efusão está relacionado com a disfunção da tuba auditiva, geralmente secundária a otites de repetição ou atopia, ou obstrução da mesma por algum fator naso-faríngeo (hiperplasia linfoide, principalmente). O tratamento dos fatores predisponentes, na maioria das vezes, leva à resolução dos sintomas. Todavia, miringotomia com colocação de tubo de ventila-ção pode ser necessária. Considerações finais: O acometimento otológico pelo vírus HIV é raro. No entanto, o desenvolvimento da AIDS causada por este re-trovírus abrange uma série de condições clínicas que devem ser reconhecidas pelo médico otorrinolaringologista.

P-298 OSTEOMA DE ORELHA MÉDIA: RELATO DE CASORaúl Ernesto Samaniego Ruiz Diaz, Eloá Lumi Miranda, Mayra Soares Ferreira, Roberta Carvalho Ximendes, Gustavo Arruda Passos Freire De Barros, Iulo Barauna Filho, Aldo Eden Cassol Stamm

Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: C.R., sexo feminino, 42 anos, natural e procedente de São Paulo-SP, queixa-se de plenitude aural e perda auditiva de longa data do lado esquerdo. Relata que foi submeti-da a cirurgia de orelha esquerda com exploração de orelha média há cerca de 15 anos. A paciente refere pouco benefício e limitado ganho auditivo com este procedimento, mantendo as mesmas quei-xas em pós-operatório tardio. Foi encaminhada para nosso serviço de otorrinolaringologia onde, na otoscopia, apresentava membrana timpânica íntegra bilateral, porém com aspecto de lateralização e evidente blunting do lado esquerdo. Na tomografia computadori-zada de ossos temporais foi confirmada a MT lateralizada e a pre-sença de uma lesão óssea extensa, de bordas bem delimitadas, que assentava-se no cabo do martelo. Audiometria com perda condutiva de padrão moderado (GAP A-O 40 dB / SRT 65 dB / Logo 96%). Foi submetida a novo procedimento cirúrgico com ressecção da lesão, reposicionamento de MT e interposição de prótese de reconstrução ossicular Total Kurz, apresentando excelente resultado. AP da lesão confirmou os achados de osteoma. Discussão: Osteomas são lesões de ocorrência relativamente fre-quentes em conduto auditivo externo. Lesões localizadas em orelha média são muito raras. O tratamento para estes tumores benignos tem por finalidade a remoção completa da lesão e a preservação anatômica da maior parte da cadeia ossicular remanescente. Re-corrências não são frequentes e, assim, devemos estar preparados para a reconstrução da cadeia ossicular com diferentes tipos de materiais no mesmo ato cirúrgico, buscando não apenas o controle tumoral como a melhora da função. Considerações finais: Osteomas de orelha média devem ser con-siderados no diagnóstico diferencial de pacientes com lesão óssea em exames de tomografia computadorizada. A ressecção completa é uma realidade nestes casos, devendo o cirurgião estar preparado para a reconstrução da cadeia ossicular, quando possível.

P-299 PARALISIA FACIAL EM RECIDIVA TARDIA DE COLESTEATOMAJosé Eduardo Esposito Almeida, Marianna Pires Cordeiro Caina Diogo, Danielle de Araújo Torres, Flavia Varela Capone, Patrícia Ciminelli

Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 60 anos, pro-cura serviço de otorrinolaringologia há 1 ano com queixa de hipoa-

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cusia progressiva à esquerda, sem saber precisar o início dos sinto-mas, sendo então iniciada investigação com audiometria. Após três meses apresentou queixa de paralisia facial periférica (PFP) ipsi-lateral com piora progressiva e evolução para House-Brackmann V. História de mastoidectomia conservadora à esquerda por coles-teatoma há 40 anos; permaneceu neste período sem sintomas. Fo-ram solicitadas tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética de mastoides, sugestivas de otite média crônica coles-teatomatosa e eletroneuromiografia do facial com mononeuropa-tia do facial esquerdo, com sinais de perda axonal severa, porém, incompleta, sem evidência significativa de reinervação em curso. Durante investigação foi removido material de aspecto colestea-tomatoso na orelha esquerda. Realizou cirurgia, mastoidectomia radical com descompressão do nervo facial em outro hospital, e voltou ao nosso serviço para continuar o acompanhamento. Em avaliação no pós-operatório relatou melhora da motricidade fa-cial, classificada como House-Brackmann IV. A paciente continua em acompanhamento. Discussão: A PFP associada ao colesteatoma é rara (1,1%), porém sua incidência aumenta, dependendo da região acometida. A fisio-patologia da PFP neste caso engloba: osteíte, erosão óssea, com-pressão com isquemia e/ou inflamação direta. As principais regiões envolvidas do facial são porção timpânica e segundo joelho. O tra-tamento de escolha é a cirurgia com remoção completa da doença e descompressão do nervo. Considerações finais: O caso apresentado relata uma complicação rara da otite média colesteatomatosa e alerta para a possibilidade de recidiva, mesmo após muitos anos de doença controlada. Assim, esses pacientes devem ser acompanhados periodicamente e, em caso de evidência clínica de retorno da doença, a investigação per-tinente deverá ser iniciada.

P-300 PNEUMOLABIRINTO TARDIO PÓS-ESTAPEDOTOMIAGustavo Trindade Mury, Cassiano Mangini Dias Malpaga, Eduardo Espindola Zomer Alves, Marcelo de Souza Mello, Marianne Dias Rezende, Roberta Natalia Medina, Andy Oliveira Vicente

CEMA - Hospital Especializado Ltda, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 49 anos, com queixa de perda auditiva, zumbido intenso à esquerda e vertigem incapacitante que iniciaram após viagem aérea. A mesma foi sub-metida a estapedotomia há 4 anos (orelha esquerda). A otoscopia encontrava-se normal e a paciente não apresentava nistagmo. A au-diometria evidenciou perda auditiva mista severa a profunda, com baixa discriminação vocal, e a pesquisa para fístula perilinfática foi positiva (sinal de Hennebert). Tomografia computadorizada dos ossos temporais evidenciou imagem hipodensa, com densidade de ar no vestíbulo e na cóclea, sugerindo pneumolabirinto. Foi pro-posta a realização de timpanotomia exploradora, observando po-sicionamento adequado da prótese ossicular (Teflon), porém sem a evidência de fístula perilinfática. Foi colocado um fragmento de gordura para selar a janela do vestíbulo. Após o procedimento, a paciente apresentou melhora significativa da tontura e dos limiares auditivos. Discussão: O pneumolabirinto ocorre devido à presença de uma comunicação anômala entre a cavidade timpânica e a orelha in-terna, normalmente secundária a barotraumas, fraturas do osso temporal ou após procedimentos cirúrgicos como a estapedotomia. Essa complicação gera uma alteração da homeostase da orelha in-terna, podendo provocar perda auditiva, vertigem, plenitude au-ricular e zumbido. A tomografia computadorizada, nesses casos, é fundamental para a realização de um diagnóstico mais acurado, pois pode fornecer informações relevantes a respeito do posiciona-mento da prótese e também revelar presença de pneumolabirinto.

Considerações finais: A estapedotomia é uma cirurgia consagrada, porém a abordagem das suas complicações ainda é bastante com-plexa e desafiadora. O pneumolabirinto deve ser sempre suspeita-do nos pacientes submetidos a cirurgia do estribo que apresentem sintomas cocleovestibulares, mesmo em pós-operatórios tardios. O diagnóstico e a intervenção precoces são fundamentais nesses casos, influenciando diretamente no prognóstico desse tipo de intercorrência.

P-301 PARAGANGLIOMA MALIGNO JUGULOTIMPÂNICO: UM RARO TUMORElio Bittar Barbosa, Carlos Takahiro Chone

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 45 anos, apre-sentou-se com quadro de zumbido, hipoacusia, seguido de otalgia e otorreia em orelha esquerda de início em 2005. Em exame físico apresentava massa em conduto auditivo esquerdo de coloração ró-sea. Ressonância nuclear magnética demonstrava lesão em ápice petroso, com aspecto infiltrativo, realce intenso e heterogêneo, estendendo para orelha média, conduto auditivo externo, forame jugular e bulbo da jugular interna. Submetida à ressecção de lesão e esvaziamento cervical nível V devido a linfonodo suspeito, em novembro de 2015. Paciente evoluiu bem, com disfunção parcial do X e VII par. Com três semanas de pós-operatório apresentou in-fecção de ferida operatória, resolvida com antibioticoterapia. Em anatomopatológico foi visualizada micrometástase para 1 linfono-do cervical do nível V. Paciente foi encaminhada para radioterapia para complementação do tratamento. Em consulta de 8 meses de pós-operatório, paciente em bom estado. Discussão: Na cabeça e pescoço, representam 3% de todos os tumo-res, e localizam-se na paraganglia adjacente ao corpo carotídeo, ao bulbo da jugular e orelha média e ao nervo vago. A manifestação clínica ocorre pela expansão do tumor e compressão dos tecidos adjacentes, especialmente os nervos cranianos. Os paragangliomas jugulotimpânicos manifestam-se por meio de zumbido, hipoacusia, otorreia, rouquidão, disfagia e paralisia facial. Os paragangliomas malignos representam entre 6-19% de todos paragangliomas de ca-beça e pescoço. O critério de malignidade mais aceito é a presença de metástases regionais ou a distância para tecidos não endócrinos. Afetam pacientes mais jovens e estão relacionados à mutação SDH-B. Os locais mais frequentes são nervo vago (19%), corpo carotídeo (6%) e jugulotimpânico (2-4%). Os tratamentos mais aceitos são a excisão cirúrgica do tumor e o esvaziamento cervical, associados ou não a radioterapia adjuvante. Considerações finais: Devido à sua raridade, os paragangliomas malignos permanecem um desafio clínico, sendo essencial uma terapêutica adequada seguida de seguimento clínico e radiológico minucioso.

P-302 APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE POLIANGEÍTE COM GRANULOMATOSE ACOMETENDO OUVIDO INTERNO E BASE DE CRÂNIOLucas Henrique Vieira, Marco Túlio Soares Andrade, Fernando Massa Correia, Camila de Giácomo Carneiro Barros, Francesca Maia Faria, Miguel Angelo Hyppolito, Eduardo Tanaka Massuda

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Mulher, 39 anos, encaminhada devido à otite média bilateral há 7 meses, sem melhora com antibióticos.

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Após 3 meses, apresentou paralisia facial periférica à esquerda, submetida a descompressão do nervo facial, evoluindo com anacu-sia e melhora parcial da paralisia. Refere uso de prednisona há 6 meses, com piora após suspensão da medicação. Ao exame físico, sem alterações na otoscopia; oroscopia com desvio de língua para a esquerda; redução da sensibilidade nos 2 terços superiores da face e paralisia facial periférica à esquerda grau II. Apresentava audiometria com perda mista moderada à direita e anacusia à es-querda. À nasofibroscopia, incompetência do músculo tensor do véu palatino, sem lesões em mucosa nasal. Nos exames laboratoriais encontramos fator reumatoide 1:25 e proteinúria. Na ressonância magnética evidenciamos velamento mastóideo bilateral com espes-samento meníngeo difuso na base do crânio, sendo feita hipótese de meningite crônica com acometimento de múltiplos pares crania-nos. Realizada punção liquórica, sem alterações. Após 10 dias de internação, a paciente apresentou pápulas eritematosas e pústulas em membros inferiores com artralgia. Realizada biópsia, com diag-nóstico de poliangeíte com granulomatose. Iniciadas pulsoterapia, ciclofosfamida e prednisona 30 mg/dia. No último retorno, referiu melhora completa dos sintomas, com boa adaptação ao AASI. Discussão: As manifestações otológicas aparecem em 6 a 56% dos pacientes com poliangeíte granulomatosa. Estudo recente mostrou que cerca de 5% dos pacientes são submetidos a mastoidectomia antes de fazerem diagnóstico de PG. Paralisia facial pode ocorrer, sendo vista em cerca de 10% dos casos, porém é algo extremamente raro no início do quadro. O diagnóstico é feito por meio de avalia-ção clínica detalhada, exames laboratoriais e biópsia com análise histopatológica. Considerações finais: Com este relato, demonstramos a importân-cia do exame otorrinolaringológico, da investigação adequada e do alto índice de suspeição para realização do diagnóstico de uma doença sistêmica potencialmente grave.

P-303 OTITE MÉDIA AGUDA COMPLICADA COM OSTEOMIELITE DE OSSO TEMPORAL: RELATO DE CASOJanaína Jacques, Maria Fernanda Piccoli Cardoso de Mello, Mariana Manzoni Seerig, Lourenço Sabo Müller, André Souza de Albuquerque Maranhão, Leticia Chueiri, Rosana Cristine Otero Cunha

Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis, SC, Brasil

Apresentação do caso: I.D.I., 1 ano e 6 meses, previamente hí-gida, com quadro de tosse seca e coriza, evoluiu no 5º dia com febre, otalgia, otorreia à esquerda, edema em região temporal e palpebral ipsilateral. Devido à ausência de melhora do edema e da otorreia após uso de claritromicina por via oral, ceftriaxona por 7 dias, vancomicina por 8 dias e meropenem associado à linesolida, a paciente foi encaminhada ao nosso serviço. A tomografia de crâ-nio e mastoide evidenciou otomastoidite à esquerda determinando osteomielite de osso temporal estendendo-se para o ossoparietal, com pequeno abscesso epidural adjacente. A paciente foi submeti-da a mastoidectomia associada à craniectomia, em conjunto com a equipe de neurocirurgia manteve antibioticoteria endovenosa com meropenem e linezolida por 30 dias. Recebeu alta após considerá-vel regressão do edema e melhora da otorreia, com cefalexina por via oral durante 10 dias e ciprofloxacino tópico. Discussão: As complicações das otites médias são mais comuns em crianças. Apesar da redução da incidência devido à antibioticotera-pia, ainda apresentam altas taxas de morbimortalidade, em virtude das complicações intracranianas. A osteomielite do osso temporal é rara, ocorre tipicamente antes dos 3 anos de idade, na puberdade, e no sexo feminino tem discreta prevalência. Geralmente origina-se da extensão de doença inflamatória crônica do ouvido médio. Po-rém, a otite média aguda também pode estar envolvida em sua pa-togênese. Entre outras etiologias estão as infecções hematogênicas

e os traumas. Para definição da extensão anatômica da doença, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são os exa-mes de escolha. A monitorização da resposta ao tratamento pode ser feita por meio da cintilografia com gálio. O tratamento cirúrgico visa debridar os tecidos desvitalizados. Considerações finais: A osteomieliete de osso temporal é uma com-plicação rara de otite média aguda, e é mister um alto índice de suspeição para seu diagnóstico. O início imediato do tratamento é crucial para um desfecho clínico favorável.

P-304 SÍNDROME BRÂNQUIO-OTORRENAL: RELATO DE CASOMatheus Alves Farah, Natália Barros de Melo, Alessandra Alencar de Andrade, Aline de Almeida Sousa e Silva, Nathalia Parrode Machado Barbosa, Alessandra Ramos Venosa, André Luiz Lopes Sampaio

Hospital Universitário de Brasília (HUB), Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: N.N.S., 13 anos, sexo feminino, atendida no serviço de otorrinolaringologia do Hospital Universitário de Brasília com a história que, desde seu nascimento, apresenta perda auditiva bilateral associada a fossetas na topografia pré-auricular e cervical. Na avaliação clínica, encontramos seios pré-auriculares bilaterais e fístula produtiva na borda anterior do músculo esternocleido-mastóideo esquerdo (sugestiva de alteração de segundo arco bran-quial). O exame do pavilhão auricular e a otoscopia eram normais. Não encontramos outros distúrbios faciais, incluindo oculares, orais e de fossas nasais. Ela não possui outras comorbidades, alergias ou cirurgias anteriores. Entretanto, ela tem história familiar de altera-ções semelhantes (pai e avó). O exame audiométrico mostra perda auditiva condutiva moderadamente severa na orelha direita e per-da mista severa do lado esquerdo. Na tomografia computadorizada foi encontrada discreta malformação de cadeia ossicular bilateral, pior no lado direito, e hipoplasia coclear mais evidente na ore-lha esquerda. Aventada hipótese da síndrome brânquio-otorrenal (SBOR), mesmo a paciente não possuindo malformações renais em ultrassonografia, e exames funcionais normais (como pode acon-tecer em alguns espectros desta doença). O paciente está agora no programa de saúde auditiva para reabilitação com AASI, e em investigação de outras malformações. Discussão: A SBOR é uma doença autossômica dominante de ex-pressividade variável e penetrância incompleta causada por mu-tações no gene EYA1. Ocorre em 1 para 40.000 nascimentos. As malformações observadas nessa síndrome são resultado de diferen-ciação aberrante/embriológica do aparelho branquial, auditivo e o primórdio renal. Os principais achados são hipoacusia condutiva, neurossensorial ou mista; sinus pré-auriculares; defeitos na orelha externa, média e interna; cistos branquiais; e anormalidades renais variáveis. Outras anormalidades podem ocorrer, como alterações de palato ou oftálmicas. Considerações finais: A SBOR é uma síndrome genética rara, com malformações branquiais, otológicas e renais. No caso relatado, encontramos três critérios maiores e um menor, sugerindo o diag-nóstico.

P-305 ATRESIA DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO ADQUIRIDAMartinho da Palma e Mello Neto, Júlia do Carmo Binotto, Ariadne Fonseca Carvalho Silva, Thaisa Consorte Domingues, Tatiane Bordignon Uliana, Marcela Heloise Fantim Prado

Hospital Regional de Presidente Prudente, Presidente Prudente, SP, Brasil

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S112 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Apresentação do caso: C.S.C., 13 anos, procurou o serviço de otor-rinolaringologia do Hospital Regional de Presidente Prudente-SP queixando-se de hipoacusia e zumbido bilateral. Mãe refere quadros repetitivos de otite associados a otorreia bilateral. Nega alterações no desenvolvimento da linguagem. Nega outras queixas otorrinola-ringológicas ou cirurgias otológicas prévias. Inspeção de pavilhão auricular não evidenciou anomalia anatômica ou malformação es-trutural. À otoscopia, não foi visualizada presença de membrana timpânica. Meato acústico externo apresentava-se sem otorreia, sendo o terço posterior obliterado e epitelizado bilateralmente. Audiometria identificou perda condutiva bilateral, leve à esquerda e moderada à direita, sem dificuldade de reconhecimento de fala. Imitanciometria apresentou curva tipo B bilateral. Tomografia de mastoide e ouvido evidenciou afilamento de conduto auditivo ex-terno bilateralmente em sua porção óssea, sem aeração detectada, porém com pneumatização normal de mastoide, antroático, meso-tímpano e hipotímpano e cadeias ossiculares preservadas. Optou-se por não realizar cirurgia e encaminhar paciente para audiologia, como candidata a BAHA. Discussão: A ACAE adquirida é uma condição rara decorrente de inflamação crônica, complicações de cirurgias otológicas e traumas de orelha externa. Cursa com perda auditiva de condução por levar a uma obstrução mecânica do som. O tratamento é controverso e divide-se entre cirurgia reconstrutiva e implantação de dispositivo de amplificação de audição óssea, como o BAHA. Por outro lado, na ACAE congênita há predomínio de unilateralidade, deformidades de pavilhão auricular e cadeia ossicular, já que malformações da ore-lha externa geralmente estão associadas a malformações da orelha média, devido à mesma origem embriológica. Considerações finais: Diante do caso, presumimos uma ACAE por etiologia adquirida decorrente de inflamação crônica. Acredita-se que ACAE seja um fator limitante ao desenvolvimento da lingua-gem, logo, são essenciais o diagnóstico e a avaliação precoces da audição e aconselhamento quanto às opções de tratamento.

P-306 TROMBOSE DE SEIO TRANSVERSO APÓS MASTOIDECTOMIALoyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, T-Ping Cheng, Marcelo Carvalho Sanglard, Alessandra Pereira dos Santos, Mariana Gomes Siqueira, Brunna Paulino Maldini Penna, Sérgio Edriane Rezende

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 32 anos, quei-xava-se de hipoacusia, otorreia e otorragia crônicas e esporádicas à direita. Ao exame: secreção purulenta no conduto auditivo, re-tração timpânica e perfuração póstero-superior e bolsa de coles-teatoma. Foi realizada a timpanomastoidectomia e evoluiu sem in-tercorrências no pós-operatório. Quinze dias depois iniciou quadro de otalgia e cefaleia intensas e foram prescritos analgésicos. Evo-luiu no dia seguinte com dor, epilesia e perda de consciência, e foi internado pela neurologia. Tomografia computadorizada e punção liquórica: sem alterações. Após três dias, manteve os sintomas, e realizou angiotomografia, que mostrou trombose de seio transver-so. Foi internado para anticoagulação e antibioticoterapia: recebeu alta com melhora clínica. Discussão: A trombose de seio venoso cerebral (TSVC) é uma doen-ça vascular rara. O primeiro sintoma mais relatado é a cefaleia; outros sintomas incluem convulsões e déficits neurológicos focais. Na literatura, embora haja controvérsias, o acometimento mais co-mum é no seio transverso. Entre os fatores de risco estão a otite média, as infecções locais ou o desenvolvimento de um dos com-ponentes da tríade de Virchow (lesão endotelial, estase venosa e hipercoagubilidade), mas a causa, muitas vezes, não é identificada.

Geralmente, a TSVC é uma complicação das otites médias, sen-do a mastoidectomia um dos tratamentos recomendados, porém, neste relato, a complicação ocorreu após a cirurgia. É difícil o re-conhecimento de TSVC numa fase inicial, porque os sintomas são inespecíficos. Exames de imagem são fundamentais para definir o diagnóstico. A terapia primária consiste de heparina seguida por anticoagulação oral por 3 a 6 meses. Considerações finais: Várias condições clínicas podem ser vistas na TSVC, sendo a cefaleia o sintoma mais frequente e, por vezes, a única apresentação. O diagnóstico e o tratamento precoces são cruciais para melhorar o prognóstico.

P-307 O TRATAMENTO CONSERVADOR NA SÍNDROME DE GRADENIGOArrison Silva Leitão, Júlia de Carvalho Lopes, Álvaro Muiños

Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 10 anos, com diagnóstico de otite média aguda esquerda, tratando irregular-mente com amoxicilina-clavulanato, evolui no terceiro dia com estrabismo convergente à esquerda. À otoscopia, hiperemia de membrana timpânica à esquerda, sem sinais flogísticos mastóideos. Avaliação oftalmológica e neurológica evidenciaram limitação na abdução de olho esquerdo, com suspeita diagnóstica de paralisia isolada de nervo abducente, sem outros déficits focais ou irritação meníngea. Tomografia de mastoide concluiu sinais de otomastoidite à esquerda, com extensão ao ápice petroso. Com base nos achados clínicos e radiológicos, foi diagnosticada síndrome de Gradenigo. No internamento, realizou 21 dias de ceftriaxone, clindamicina e dexametasona endovenosos, evoluindo com remissão completa das queixas otológicas e normalização da otoscopia. Usou mais 7 dias de amoxicilina-clavulanato oral após alta. Manteve acompanhamento regular com oftalmologia e otorrinolaringologia, evoluindo em 60 dias com involução da paralisia do sexto par craniano à esquerda. Discussão: A paciente do caso apresentava sinais e sintomas clássi-cos da síndrome de Gradenigo, que inclui dor facial profunda, otor-reia e paralisia ipsilateral do nervo abducente, afetando 2 em cada 100.000 crianças com otite média. A síndrome decorre do acome-timento do ápice petroso temporal, geralmente por otite média crônica, mas pode ser também secundária à otite média aguda, principalmente em crianças. Apesar de o tratamento tradicional-mente ser cirúrgico, em algumas situações pode ser conservador, incluindo antibioticoterapia de amplo espectro, corticoides, me-ringotomia e tubo de ventilação. O tempo de antibioticoterapia é variável na literatura, com relatos alternando entre 14 a 35 dias. Considerações finais: A síndrome de Gradenigo, apesar de rara, deve ser lembrada quando houver paralisia do nervo abducente em um quadro de otite média. Estudos mostram bons resultados com o tra-tamento clínico, o que foi comprovado em nosso caso, devendo-se reservar a mastoidectomia para falha do tratamento conservador, casos de otite crônica ou de complicações potencialmente fatais.

P-308 SÍNDROME DE RAMSAY HUNT COM COMPROMETIMENTO DO NERVO VAGO: RELATO DE CASO INCOMUMNatalia de Aguiar Brasileiro Saunders do Vale, Agnes Yumi Inoue, Aryane Marcondes Rezende, Ligia Maria Olympio, Leticia Castruchi Kamei, Roseana Pereira Netto, Luisa Martins Raña

Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 60 anos, refe-rindo otalgia há 7 dias, vesículas em pavilhão auricular esquerdo e

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paralisia facial periférica esquerda (House-Brackmann V). Interna-do para tratamento com aciclovir e hidrocortisona, no segundo dia apresentou disfonia e disfagia. Realizada telelaringospia indireta, que evidenciou imobilidade de prega vocal esquerda. Audiometria mostrou perda auditiva neurossensorial de grau moderado bilate-ral, pior à esquerda. Endoscopia digestiva alta, TC de tórax e crâ-nio sem alterações significativas. Terceiro mês após alta apresenta melhora total da otalgia e parcial da disfagia, porém mantém di-sacusia, disfonia e paralisia facial periférica (House-Brackmann V). Discussão: A síndrome de Ramsay Hunt foi descrita pelo autor que lhe deu o nome em 1907. É provocada pelo vírus herpes zóster e caracteriza-se por paralisia facial periférica e otalgia acompanha-da de lesões vesiculares em pavilhão auricular ipsilateral. A para-lisia facial pode ser explicada pela reação inflamatória do nervo facial ou devido à compressão pelo edema do gânglio geniculado. Estatisticamente, é a segunda maior causa de paralisia facial. Em situações menos frequentes, outros nervos cranianos podem estar envolvidos nesta síndrome (V, IX, XI e XII), e mais raramente ocor-re o comprometimento do nervo vago. Paralisia das pregas vocais ocorre em outras doenças como tumores malignos, doenças neuro-degenerativas, agressões cerebrovasculares, processos inflamató-rios ou como resultado de intubação ou procedimentos cirúrgicos. Deve-se atentar aos pacientes com síndrome de Ramsay Hunt que apresentam sintomas de rouquidão, dispneia e disfagia e suspeitar de paralisia de prega vocal unilateral decorrente da extensão do comprometimento neural ao nervo vago. Considerações finais: O diagnóstico é basicamente clínico e, nos casos duvidosos, pode-se recorrer a provas sorológicas. Devido ao fato de a recuperação ser proporcional à degeneração neural, o diagnóstico precoce assume importância pela possibilidade de a terapêutica antiviral interromper a evolução e reduzir as sequelas.

P-309 PARALISIA FACIAL: QUANDO PENSAR NA SÍNDROME DE WEGENERVanessa Brito Campoy Rocha, Mayara Tabai, Magda Midori Mukai, Jorge Rizzato Paschoal

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 20 anos, pre-viamente hígido, com queixa de paralisia facial à direita há 1 mês. O quadro clínico teve início 3 meses atrás, com febre, otalgia e hipoacusia à direita tratados com antibióticos e corticoide via oral, sem melhora. Ao exame físico, apresentava paralisia facial peri-férica direita grau IV e otite média serosa à direita. O paciente evoluiu com piora importante do estado geral, sinais de otite média serosa bilateral e padrão audiométrico atingindo hipoacusia pro-funda em orelha direita e moderada à esquerda. Na investigação, a tomografia de tórax evidenciou grande massa cavitada e o C-ANCA resultou positivo, o que corroborou para o diagnóstico de granu-lomatose de Wegener (granulomatose com poliangeíte). Para sua confirmação, fez-se a biópsia da pulmonar, que resultou em padrão característico. Iniciou-se tratamento imunossupressor, com melho-ra expressiva. Três meses após, o paciente apresentou audiometria praticamente normal e paralisia facial grau I. Discussão: A granulomatose com poliengeíte caracteriza-se pela tríade pulmão, rim e via aérea superior. Seu pico de incidência é aos 70 anos, sendo rara em adultos jovens. Das manifestações otor-rinolaringológicas, o envolvimento dos seios paranasais é a mais frequente. Sinais otológicos surgem na minoria dos pacientes, e a paralisia facial ocorre somente em 5-8%. Sua fisiopatologia consiste no comprometimento do “vasa nervorum” do facial por radicais li-vres. O diagnóstico da GPA é confirmado pela associação da clínica com biópsia característica (vasculite e granulomas necrotizantes com células gigantes multinucleadas). No caso de biópsia duvidosa,

o C-ANCA positivo é obrigatório. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, devido à alta mortalidade. Considerações finais: A granulomatose com poliangeíte apresen-ta manifestações otorrinolaringológicas em praticamente 100% dos casos. Sua suspeita em pacientes com efusão de orelha média, hi-poacusia neurossensorial progressiva e paralisia facial, refratários ao tratamento convencional, é essencial para o diagnóstico precoce e melhora do prognóstico do paciente.

P-310 APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA DE COLESTEATOMA CONGÊNITO E GRANULOMA DE COLESTEROL: RELATO DE CASOJanine Silva Carvalho, João Paulo Lins Tenório, André Serra Mota, Gleydson Lima dos Santos, Iara de Vasconcelos Gonçalves Ferreira, Paula Medeiros Balbino, Sâmella Cavalcanti Monteiro

Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, 18 anos, sexo masculino, com queixa de otalgia, hipoacusia, plenitude auricular e zumbido desde a infância à esquerda, evoluindo com piora dos sintomas há cer-ca de um ano. Nega história de otorreia ou otorragia. À otoscopia apresenta-se com membrana timpânica íntegra, abaulada, com leve hiperemia à esquerda. Tomografia computadorizada dos ossos temporais e ressonância magnética dos ouvidos internos sugerem otomastoidite colesteatomatosa à esquerda, com presença de gra-nuloma de colesterol em epitímpano. Audiometria evidencia perda auditiva condutiva moderadamente severa à esquerda, com curva tipo B à timpanometria. Foi realizada mastoidectomia subtotal. Histopatológico confirmou colesteatoma e granuloma de colesterol. Discussão: O colesteatoma congênito é uma lesão benigna, rara, de etiologia controversa, provavelmente originada a partir de re-manescentes epidérmicos do ectoderma que forma a notocorda primitiva. Pode acometer qualquer osso craniano, sendo a orelha média o local mais prevalente. O diagnóstico diferencial engloba granuloma de colesterol, seio sigmoide anômalo e neoplasias. O granuloma de colesterol também é uma lesão benigna, expan-siva, contendo cristais de colesterol e sinais de hemorragia que determinam coloração amarelada ou amarronzada característica. Apresenta crescimento insidioso com capacidade de destruição de estruturas circunjacentes. Apresenta-se de forma semelhante ao colesteatoma à tomografia computadorizada, sendo diferenciado deste na ressonância magnética. O tratamento de ambas as lesões é eminentemente cirúrgico. Considerações finais: A apresentação clínica e a gravidade depen-dem da localização da lesão, e o diagnóstico e o tratamento preco-ces são necessários para um prognóstico favorável.

P-311 APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA DE OTITE EXTERNA NECROTIZANTE E NEOPLASIA DO OSSO TEMPORAL: RELATO DE CASOAndré Serra Mota, Gleydson Lima dos Santos, Iara de Vasconcelos Gonçalves Ferreira, Janine Silva Carvalho, João Paulo Lins Tenório, Paula Medeiros Balbino, Sâmella Cavalcanti Monteiro

Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: Z.G.A., sexo feminino, 75 anos, hiperten-sa, hipotireoideia. Iniciou otalgia e otorreia, sem melhora com tratamento clínico habitual. Internada pela clínica com cultura de otorreia positiva para Pseudomonas aeruginosa e cintilografia com Tc99m sugerindo otite externa maligna à esquerda; iniciou-se cipro-floxacino endovenoso e solicitou-se tomografia de mastoides, que sugeriu otite externa necrotizante. Sem melhora clínica ou labora-

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torial, solicitou-se avaliação otorrinolaringológica, quando foram observados hiperemia, dor e edema endurecido na região pré-au-ricular esquerda, otorrreia clara, inodora, pele friável e edema de CAE esquerdo. Ausência de coleções ou massas na região cervical. Substituiu-se o ciprofloxacino pelo ceftazidima e solicitou-se resso-nância magnética, que sugeriu achados compatíveis com otite ex-terna necrotizante. Sem melhora do quadro, solicitou-se avaliação da infectologia, que iniciou piperaciclina + tazobactan. A paciente evolui com melhora do edema local, ficando evidente massa endu-recida, de bordos bem definidos, aderida a planos profundos. Indi-cou-se cirurgia, observando-se no intraoperatório invasão tumoral para base de crânio, nervo facial, seio lateral, ATM e parótida. Es-tudo anatomopatológico sugeriu carcinoma. Discussão: Otite externa necrotizante e carcinoma espinocelular do conduto auditivo externo são caracteristicamente observados em idosos. Otalgia, otorreia e destruição óssea na tomografia com-putadorizada são alguns dos sinais e sintomas comuns entre as duas doenças, entretanto, as duas patologias raramente foram reporta-das no mesmo paciente. Considerações finais: Nós apresentamos o quarto caso de neopla-sia do osso temporal e otite externa necrotizante, concomitantes, em uma idosa não diabética. Este caso demonstra a importância de uma biópsia bem indicada nos pacientes com suspeita de otite externa necrotizante que não melhoram, mesmo com o tratamento habitual, uma vez que o diagnóstico de carcinoma pode ser retar-dado devido à apresentação clínica comum destas duas patologias.

P-312 SCHWANNOMA DO NERVO FACIAL SEM PARALISIA: RELATO DE CASOPaula Santos Silva Fonseca, Monica Andrea Aben-Athar Oliveira, José Sergio do Amaral Mello Neto, Daniel Cesar Silva Lins, Ludmilla Emilia Martins Costa, Fernanda Alves Guimarães, Lucas Osanan Andrade Souza

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Os autores relatam o caso de uma pacien-te do sexo feminino, de 17 anos, previamente hígida, com quei-xa de zumbido bilateral, de início há 1 ano, associado à plenitude auricular à esquerda. Apresentava otoscopia e mímica facial sem alterações. Negava sintomas vestibulares. Realizou audiometria, que evidenciava perda auditiva assimétrica em orelha esquerda, mista, leve, com curva A bilateral e reflexos presentes. Realizada investigação do quadro com tomografia de ossos temporais, com evidência de espessamento dos seguimento timpânico, mastóideo e do gânglio geniculado do nervo facial esquerdo, com aumento da amplitude do canal, associado ao deslocamento da cadeia ossicular ipsilateral. À ressonância magnética apresentava lesão com realce de contraste no trajeto do canal facial esquerdo, correspondendo à suspeita de Schwannoma do facial. Discussão: Schwannomas do nervo facial são raros. São tumores benignos, de crescimento lento, que podem ocorrer em toda a ex-tensão do nervo. O sintoma mais frequente é a paralisia facial, seguida de hipoacusia, e pode ser confundido com neurinoma do acústico. Contudo, os sintomas variam de acordo com o local do nervo acometido, podendo apresentar também ageusia, redução do lacrimejamento, entre outros. A perda auditiva pode ocorrer pela compressão do 8º par craniano adjacente, apresentando-se como neurossensorial e/ou gerando uma perda condutiva, com o cres-cimento do tumor em seu trajeto na orelha média atrapalhando o funcionamento ossicular. Entre os tratamentos disponíveis estão o cirúrgico e o conservador. Por não apresentar paralisia facial, mui-tos pacientes apresentam atraso no diagnóstico. Suspeita-se que nervos de ação motora sejam mais tolerantes à compressão do que-os sensoriais, explicando o aparecimento de zumbido e hipoacusia antes da paralisia nesses pacientes.

Considerações finais: Schwannoma do nervo facial é uma patologia rara. Contudo, a ausência de paralisia facial não deve afastar o seu diagnóstico, sendo sempre necessária a investigação por exames de imagem.

P-313 INTERPRETAÇÃO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA PARA DIAGNÓSTICO DE COLESTEATOMA DE ÁPICE PETROSO: RELATO DE CASOLorena Andrade Lamounier, Eduardo Tanaka Massuda, Pedro Ernesto Barbosa Pinheiro, Natália Quinhone Shigematsu, Laiane Renolfi de Oliveira, Luiz Henrique Machado Fernandes, Miguel Angelo Hyppolito

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: K.B.M, sexo masculino, 20 anos, gestor de compras. Apresenta-se com quadro de otorreia há 7 meses, sem outras queixas otorrinolaringológicas associadas. Tem história de mastoidectomia total há 15 anos, assintomático desde então. Nega outras queixas. Otoscopia à esquerda mostrou cavidade de mas-toidectomia ampla, bem epitelizada, com secreção esbranquiçada ocupando toda a cavidade, pólipo inflamatório friável e sangrante à manipulação. Sem outras alterações ao exame físico. Tomogra-fia apresentava sinais de mastoidectomia prévia e erosão de ápice petroso à esquerda. Audiometria com perda auditiva mista mode-rada à esquerda e limiares auditivos normais à direita. Ressonância magnética mostrou lesão expansiva no ápice petroso esquerdo com hipossinal em ponderação T1, sinal heterogêneo em T2 e restri-ção à difusão, abaulando a porção petrosa do canal carotídeo. Após procedimento cirúrgico com acesso de fossa média, confirmou-se o diagnóstico de colesteatoma. Discussão: Colesteatoma corresponde a 5 a 9% das lesões em ápice petroso, e sua principal etiologia é congênita. Tem como diagnós-ticos diferenciais processos tumorais benignos, malignos, inflama-tórios e vasculares. Apresenta comportamento agressivo, podendo invadir estruturas nobres e vitais. A ressonância magnética com difusão constitui o exame para melhor discernimento do tipo da lesão, extensão e possibilidade de ressecção. A remoção cirúrgica é o tratamento definitivo, sendo um grande desafio devido ao difícil acesso e complexa estrutura anatômica do local. Considerações finais: Perícia na interpretação da ressonância mag-nética é essencial para o diagnóstico diferencial das lesões de ápi-ce petroso e para definição adequada da indicação de abordagem cirúrgica, visto que a biopsia pode ser inviável na maioria dos casos e a manipulação cirúrgica é passível de grandes riscos e sequelas.

P-314 MONITORIZAÇÃO DO NERVO FACIAL NA ESTAPEDOTOMIA É IMPORTANTE? RELATO DE CASODercio Alvares Junior, Mario Pinheiro Espósito, Guilherme Soriano Pinheiro Espósito, Ronan Djavier Alves Oliveira, Mauro Calzolari Borges, Fabiano Amaral Rodrigues dos Santos, Felipe Politano Lange

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

Apresentação do caso: Mulher de 45 anos de idade, com queixa de hipoacusia progressiva pior do lado direito há 5 anos. Tinitus bilateral ocasional não pulsátil, ausência de vertigem e história de hipoacusia na família. Sem alterações ao exame físico e otorrinola-ringológico. Otoscopia normal. Acumetria apresentando Rinne ne-gativo, Weber sem lateralização. A audiometria apresentou curva audiométrica assimétrica, mista, moderada, descendente em ouvi-do direito e horizontal em ouvido esquerdo. Impedanciometria com curva As bilateral. BERA sem sinais de disfunção retrococlear. Foi

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aventada a hipótese diagnóstica de otosclerose bilateral e proposto tratamento cirúrgico. Durante o procedimento cirúrgico em orelha direita, identificou-se, com auxílio de monitorização do nervo fa-cial, deiscência do nervo facial. Mesmo com o nervo se insinuando para o nicho da janela oval dificultando a realização da estapedoto-mia, foi possível a colocação da prótese sem contato com o nervo. Paciente evoluiu bem no pós-operatório, apresentando melhora da audição na orelha operada. Discussão: A perda auditiva é uma doença prevalente, atingindo 5,2% da população brasileira. Na otosclerose, a perda auditiva é lenta e gradual, de acometimento bilateral, hereditária, frequente em mulheres na terceira década de vida. O tratamento indicado, no caso relatado, foi a cirurgia de estapedotomia. Trata-se de um pro-cedimento cirúrgico cujo local operado é próximo de uma estrutura neural importante, o nervo facial, necessitando, assim, de técnicas neurofisiológicas de monitorização que auxiliem na identificação do nervo e previnam traumatismos. O conhecimento preciso da anato-mia é a base para a realização de uma cirurgia segura, porém, nem sempre isso é possível, devido a variações anatômicas que possam dificultar a dissecção ou limites impostos pelo acesso cirúrgico. Considerações finais: O uso da monitorização intraoperatória do nervo facial foi determinante para a boa condução intraoperatória e prognóstica da paciente. O cirurgião especialista tem autonomia para utilizar a monitorização do nervo facial em cirurgia de estape-dotomia sempre que julgar necessário.

P-315 CARCINOMA DE NASOFARINGE COM MANIFESTAÇÃO INICIAL EXCLUSIVAMENTE OTOLÓGICAFernando Massa Correia, Jefferson Pitelli Fonseca, Priscilla Durante Miotto, Ariana Di Salvo Arthur, Camila de Giacomo Carneiro Barros, Miguel Angelo Hyppolito, Eduardo Tanaka Massuda

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente E.P., sexo masculino, 71 anos, com diagnóstico de doença renal crônica em terapia pré-dialítica com queixa de otalgia intensa e otorreia à direita associadas à cefaleia hemicraniana pulsátil com 4 meses de duração. Realizou inúmeros tratamentos com antibióticos sistêmicos e tópicos, sem resolução. Ao exame na admissão apresentava abaulamento pulsátil de mem-brana timpânica direita e nasofibroscopia sem evidência de lesões. Realizada tomografia evidenciando espessamento mucoso com real-ce da nasofaringe à direita envolvendo região da fosseta de Rosen-muller, porção superior do espaço parafaríngeo na base do crânio e espaço carotídeo. Ressonância com lesão expansiva invasiva e mal delimitada comprometendo o espaço parafaríngeo, pré-vertebral e porção póstero-medial da fossa infratemporal. Realizada biópsia via endoscópica, por meio do descolamento de mucosa em região peritubária com coleta de material no cavum. Anatomopatológico evidenciava carcinoma epidermoide invasivo e ceratinizante, mo-deradamente diferenciado. Paciente encaminhado para radiotera-pia e seguimento oncológico. Discussão: As neoplasias malignas de nasofaringe correspondem a 2% dos tumores de cabeça e pescoço frequentemente associados a fatores genéticos, ambientais ou virais, sendo mais frequente em homens (3:1). Entre os malignos, os tumores epiteliais da na-sofaringe correspondem a 75-85% dos tumores da rinofaringe, sen-do o restante, na sua maioria, linfomas. A forma mais comum da apresentação do carcinoma de nasofaringe é a adenopatia cervical posterossuperior. Perda auditiva unilateral condutiva produzida pela otite secretora, secundária à disfunção tubária, é outra manifestação, embora mais rara. Considerações finais: O diagnóstico clínico de câncer da nasofa-ringe é difícil e frequentemente tardio, em razão da dificuldade

diagnóstica pelo otorrinolaringologista. Portanto, quadro de otite média secretora persistente, principalmente quando associado à massa cervical póstero-superior, deve ser investigado, mesmo na ausência de manifestações nasais, como no caso relatado. Tomogra-fia computadorizada é o exame de escolha para o diagnóstico, en-quanto a ressonância é melhor para avaliar extensão intracraniana.

P-316 PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE CARCINOMA ESPINOCELULAR EM PACIENTE IMUNODEPRIMIDAFernando Massa Correia, Miguel Angelo Hyppolito, Andreia Ardevino de Oliveira, Marco Túlio Soares de Andrade, Lucas Henrique Vieira, Natascia Lumi Adati, Eduardo Tanaka Massuda

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente R.L.S, sexo feminino, 46 anos, com diagnóstico de SIDA há 10 anos em tratamento irregular. A apresen-tação clínica inicial foi paralisia facial iniciada 4 meses antes da admissão. Não apresentava qualquer lesão em conduto auditivo ex-terno ou otorreia. Iniciada corticoterapia sistêmica, com melhora parcial. Exame de tomografia evidenciou processo infiltrativo com lise óssea envolvendo orelhas média e interna à direita, com inva-são da fossa média e infiltração dural. Realizada mastoidectomia de cavidade fechada para diagnóstico. Anatomopatológico evidenciou carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado e encami-nhada para radioterapia pela extensão intracraniana da lesão. Discussão: As neoplasias do osso temporal são raras, tendo sua inci-dência próxima a 1,2 caso para cada 100 mil habitantes por ano. Os sintomas iniciais são semelhantes aos de otites, tendo por isso seu diagnóstico retardado. É comum manifestar-se como úlcera com exposição óssea ou cartilagínea, pólipo ou tecido necrótico. São fatores de alerta para esses tipos de tumores a dor intensa de otites externas e médias, que não respondem ao tratamento clínico local ou sistêmico habitual. Apesar de o carcinoma espinocelular ser o tipo histológico mais comum de neoplasia do osso temporal, é raro não apresentar lesão no meato acústico externo nas fases iniciais ou ter como manifestação inicial somente a paralisia facial, como no caso relatado. Considerações finais: O diagnóstico de carcinoma espinocelular não deve ser excluído, mesmo nos casos em que não se verificam no exame físico lesões no conduto auditivo externo. O diagnóstico por imagens (tomografia, ressonância, cintilografia) é fundamental na suspeita de neoplasias do osso temporal, indicando a extensão da doença e o envolvimento de estrutura adjacentes. O tratamento baseia-se na ressecção total do tumor, de preferência em mono-bloco e uso de radioterapia complementar em casos selecionados.

P-317 SCHWANNOMA INTRACOCLEAR: DIAGNÓSTICO E OPÇÕES TERAPÊUTICASJoão Paulo Tonini Peguinelli, Eduardo Espindola Zomer Alves, Mathias Antonialli Castoldi, Rafael Subhi Devitto Hasam, Marcelo de Souza Mello, Andy Oliveira Vicente

Hospital CEMA, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 33 anos, com queixa de perda auditiva progressiva em ouvido esquerdo há 3 anos, associado a zumbido, plenitude auricular e exame físico otorrino-laringológico normal. A audiometria revelou limiares auditivos nor-mais à direita e uma perda auditiva neurossensorial moderada a severa à esquerda, com discriminação vocal ausente. A ressonância

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magnética evidenciou lesão expansiva acometendo as espiras ba-sal e média da cóclea, com hipossinal em T2 e realce acentuado após administração do contraste paramagnético. Optou-se pela uti-lização de prótese osteointegrada em orelha esquerda e também avaliação seriada com exames de imagem (ressonância magnética). Discussão: Os Schwannomas intracocleares são tumores benignos raros que se originam das estruturas neurais localizadas no interior da cóclea. Os sintomas mais prevalentes dessa afecção são perda auditiva neurossensorial unilateral (progressiva na maioria dos ca-sos), zumbido, vertigem e plenitude auricular. Perdas auditivas mis-tas podem ocorrer eventualmente, devido ao aumento da impedân-cia causado pela lesão expansiva intracoclear, e isso foi observado em algumas audiometrias prévias da nossa paciente. A ressonân-cia magnética é fundamental para o diagnóstico do Schwannoma intracoclear, pois permite diferenciá-lo de algumas afecções que podem provocar sintomas e achados de imagem semelhantes, como as cocleítes (virais/bacterianas), hemorragias labirínticas e lipo-mas. A conduta terapêutica (expectante, remoção cirúrgica e ra-dioterapia) vai depender fundamentalmente do tamanho do tumor, crescimento da lesão, tipo de perda auditiva, presença de sinto-mas vestibulares e das condições clínicas do paciente. As opções de reabilitação auditiva incluem próteses convencionais, implantes osteointegrados e implantes cocleares. Considerações finais: Os Schwannomas intracocleares devem ser sempre suspeitados e investigados nos pacientes portadores de disacusias neurossensoriais progressivas ou súbitas. O diagnóstico dessa afecção é totalmente embasado nos achados de ressonância magnética. Como são tumores de crescimento lento, a conduta ex-pectante associada à avaliação periódica com exames de imagem podem ser consideradas opções pertinentes.

P-318 OTOMASTOIDITE COM PERDA AUDITIVA SECUNDÁRIA A CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASOTherezita P.P. Galvão Castro, Luciano Padilha Alves, José Diogo Rijo Cavalcante, Yuri Cavalcanti Albuquerque Tenorio, Matheus Lira Handro, Maria Thereza Patury Galvão Castro, Fernanda de Lima Loureiro

Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: O Chikungunya (CHIKV) é um RNA vírus da família Togaviridae do gênero Alphavirus que se caracteriza por quadros de febre associados a dor articular intensa e debilitante, cefaleia e mialgia. Embora possua sintomas semelhantes aos da dengue, chama a atenção a poliartrite e a artralgia simétrica (prin-cipalmente punho, tornozelo e cotovelo), que, em geral, melhoram após 10 dias, mas que podem durar meses após o quadro febril. O caso clínico foi de uma paciente, M.L.S., sexo feminino, 78 anos, que procurou o ambulatório relatando manifestações clínicas de febre, cefaleia, astenia, dores articulares e musculares há 15 dias. Diz que há 5 dias sentiu perda auditiva e dor de ouvido à direita, que se intensificou e teve secreção fluindo do ouvido. Nega diabetes e hipertensão. Ao exame otológico: apresentava hiperemia da MT com perfuração central e secreção fluindo do ouvido médio (OM). Na rinoscopia anterior: apresentava hiperemia da mucosa nasal e na orofaringe: hipermeia da mucosa faríngea. Foi tratada com anti-biótico e medicação de suporte. Retornou após 10 dias com melhora do quadro otológico; ao exame otoscópico persistia a perfuração da MT, a TC do OM e mastoide mostrou otomastoidite à direita, o teste sorológico (IgG e IgM) foi positivo para Chikungunya e a audiometria tonal evidenciou perda auditiva mista à direita. Discussão: Trata-se de uma forma atípica de evolução desta doen-ça, que acometeu as vias aéreas superiores causando uma compli-cação, a otomastoidite, que resultou na perda auditiva, provavel-mente pela infecção viral e baixa da defesa imunológica, levando em conta que era uma idosa.

Considerações finais: Devemos estar atentos para o diagnóstico precoce e o acompanhamento clínico, principalmente nos idosos, evitando assim complicações maiores que venham a interferir na qualidade de vida destes pacientes.

P-319 COLESTEATOMA DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO: RELATO DE CASOPaula Medeiros Balbino, André Serra Mota, Gleydson Lima dos Santos, Iara de Vasconcelos Gonçalves Ferreira, Janine Silva Carvalho, Marcos Antônio de Melo Costa, Sâmella Cavalcanti Monteiro

Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: K.C.S.S., sexo feminino, 36 anos, natural e procedente de Arapiraca-AL, com história de otalgia e otorreia em ouvido esquerdo há 4 meses. Nega hipoacusia. Foi submetida a limpeza otológica repetidas vezes, quando foram observados tecido de granulação em parede posterior de conduto auditivo externo (CAE) e membrana timpânica (MT) íntegra. Realizou TC de mastoide que evidenciou lesão expansiva, captante de contraste, ocupando o CAE esquerdo até a MT, medindo 1,4 × 1,0 × 0,7 cm, com destruição das suas paredes ósseas inferior e anterior, podendo corresponder a neoplasia primária (sugestiva de carcinoma epidermoide). Contudo, estudo histopatológico da lesão foi compatível com colesteatoma. A paciente, então, foi submetida a canaloplastia com reconstrução de CAE: a parede posterior do CAE foi reconstruída com pó de osso, fáscia e cartilagem conchal com pericôndrio e colocado enxerto de pele sobre toda a extensão da MT e CAE. Discussão: O colesteatoma de conduto auditivo externo (CCAE) é uma doença rara, acometendo principalmente idosos. Sua evolu-ção é lenta e pouco sintomática e seu diagnóstico pode ser tardio, evoluindo com destruição óssea progressiva e acometimento de im-portantes estruturas adjacentes. O diagnóstico é eminentemente clínico, apresentando-se geralmente com otalgia, otorreia, audição preservada e, à otoscopia, MT intacta com erosão restrita a um ponto do CAE. O diagnóstico diferencial de CCAE faz-se com otite externa necrotizante, tumores e queratose obliterante. O trata-mento do CCAE pode ser clínico, com limpeza local e antibiótico tópico, ou cirúrgico, baseado na remoção do colesteatoma e do osso necrótico, como no caso relatado. Considerações finais: O otorrinolaringologista deve estar sempre atento para a possibilidade de CCAE nos processos de otoreia crôni-ca sem alterações de MT. O dignóstico precoce evita o acometi-mento de estruturas vitais e possibilita a erradicação da lesão sem maiores prejuízos para o paciente.

P-320 RESTABELECIMENTO DOS LIMIARES AUDITIVOS EM PACIENTE PORTADOR DE SURDEZ SÚBITA COM TRATAMENTO TARDIO: RELATO DE CASOSamuel Neiva Almino, Gabriella Soares de Souza, Francisco Pierozzi D‘Urso, Cibele Madsen Buba, Kamila Satomi Haida, Nicole Martuscelli de Almeida, Camila Lira Holanda de Lima Barros

Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 35 anos, sem comorbidades, deu entrada no serviço de ORL de um hospital ter-ciário de São Paulo queixando-se de hipoacusia, zumbido e otalgia em orelha esquerda há 1 semana. Ao exame físico, otoscopia ino-cente. Solicitadas audiometria, evidenciando perda auditiva neu-rossensorial leve com SRT de 30 dB e IRF de 100% em 65 dB à esquer-da, e timpanometria tipo A, com reflexos estapedianos ausentes. Iniciado tratamento com prednisona oral, pentoxifilina e vitamina A. Orientado acompanhamento semanal. Paciente retorna 3 meses

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após início do quadro com persistência dos sintomas sem uso da me-dicação prescrita. Realizadas duas sessões semanais de injeção de dexametasona intratimpânica 24 mg/mL, injetado 1 mL na primeira aplicação e 0,5 mL na segunda. Após 1 mês, paciente retorna sem queixas e com audiometria mostrando limiares auditivos dentro da normalidade com SRT de 5 dB bilateralmente. Discussão: Surdez súbita é caracterizada como uma perda au-ditiva neurossensorial abrupta. A etiopatogenia é desconhecida, sendo aventadas algumas hipóteses, como vascular, autoimune e viral. O tratamento, na maioria das vezes, é empírico e controver-so, utilizando-se várias drogas, como corticoides, vasodilatadores e anticoagulantes. O uso de corticoide intratimpânico como te-rapia de resgate tem sido preconizado pelo Guideline da Acade-mia Americana para tratamento dos pacientes com recuperação incompleta após o tratamento inicial. Nesse caso, o corticoide foi introduzido em virtude de a paciente não ter realizado o tra-tamento instituído. Considerações finais: Surdez súbita é considerada uma urgência médica, porém, ainda se traduz como doença que engloba grandes questionamentos quanto à melhor forma de tratamento. Na pacien-te apresentada, que inicialmente não aderiu ao tratamento com corticoide oral, duas injeções intratimpânicas de dexametasona aumentaram os limiares tonais. Portanto, é importante considerar a corticoterapia intratimpânica como uma opção de tratamento.

P-321 TUMOR DE SACO EDOLINFÁTICO E SÍNDROME DE VON HIPPEL-LINDAUNatascia Lumi Adati, Mônica Sofia Padilha de Barros, Bruno Alexandre Barbosa do Nascimento, Fernando Massa Correia, Andreia Ardevino de Oliveira, Camila Giacomo de Carneiro Barros, Eduardo Tanaka Massuda

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente mulher, 22 anos, com hipoacusia à direita há 3 anos, que evoluiu com anacusia, zumbido e crises vertiginosas. À esquerda referia, há 2 dias, plenitude auricular, hi-poacusia e zumbido. É portadora de síndrome de von Hippel-Lindau (SvHL), diagnosticada após retirada de hemangioblastoma em me-dula. Ao exame não apresentava alterações na otoscopia ou provas vestibulares. Na audiometria apresentava anacusia à direita e per-da auditiva sensorioneural (PANS) leve à esquerda e LRF e IPRF nor-mais, e, em exame prévio, apresentava limiares normais à esquerda e anacusia à direita. Ressonância magnética mostrava formação ex-pansiva bulbar compatível com a SvHL e lesão heterogênea hiper-realçante petrosa direita. Tomografia evidenciava lesão lítica em aqueduto vestibular direito se estendendo até canal semicircular lateral e rompendo lâmina sigmoide, realçando de maneira hete-rogênea com contraste iodado. A paciente apresentou melhora da vertigem com uso de betaistina e está em programação de aborda-gem da lesão bulbar e, em segundo tempo, da lesão petrosa direita. Discussão: A SvHL é uma síndrome autossômica dominante rela-cionada a mutações em gene supressor tumoral vHL e a múltiplas neoplasias. Pode cursar com perda auditiva por hemorragia intra-labiríntica ou hidropsia endolinfática associada a tumores de saco endolinfático (TSEL) ou não. TSEL são raros e, apesar de caracte-rizados como benignos, apresentam comportamento local agressi-vo, invadindo o osso petroso e destruindo o labirinto. Podem surgir esporadicamente ou em associação com SvHL, podendo cursar com PANS, zumbido e vertigem em um padrão semelhante a doença de Menière. Considerações finais: A paciente apresenta múltiplos nódulos em medula até nível de C5, além da lesão bulbar. A indicação de abor-dagem cirúrgica na SvHL não se atribui a todas as lesões, ocorrendo

quando há aumento significativo de suas dimensões e causando ma-nifestações clínicas, que é o caso da lesão bulbar.

P-322 TRATAMENTO CONSERVADOR NA SÍNDROME DE GRADENIGO ASSOCIADA A ABSCESSO INTRACRANIANO: RELATO DE CASOJosé Sérgio do Amaral Mello Neto, Paula Santos Silva Fonsêca, Mônica Andréa Aben-Athar Oliveira, Fernanda Alves Guimarães, Carolina Cavalcante Dantas, Daniel Cesar Silva Lins, Ludmila Emília Martins Costa

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino de 10 anos, deu entrada no pronto-socorro da otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual com história de otalgia à esquerda, febre de 38˚C, cefaleia frontal, dor em hemiface esquerda e paralisia do nervo abducente ipsilateral. Otoscopia revelou membrana timpâ-nica hiperemiada e abaulada à esquerda. Solicitadas tomografia e ressonância magnética de ossos temporais e angiorresonância, ten-do sido diagnosticada apicite petrosa associada a abscesso intracra-niano. Optou-se por internação hospitalar, realizada miringotomia com saída de glue e colocação de tubo de ventilação tipo Shepard com resolução da paralisia do abducente em pós-operatório imedia-to. Mantém-se internado em programação de 6 semanas de antibio-ticoterapia (ceftriaxone e metronidazol), com boa evolução clínica. Discussão: A síndrome de Gradenigo, caracterizada pela tríade clássica de otorreia purulenta, paralisia do nervo abducente e dor na área de inervação do trigêmeo, é uma complicação rara de otite média. Seus sintomas estão relacionados ao acometimento do ápice petroso do osso temporal, cuja localização é próxima à área de pas-sagem dos nervos abducente e trigêmeo. Em face de antibióticos amplamente disponíveis atualmente, a incidência desta condição potencialmente fatal diminuiu. A síndrome ocorre devido a uma invasão da infecção primária da orelha média para a região me-dial da parte petrosa do osso temporal, e deve haver suspeita em pacientes com otorreia purulenta, otalgia refratária ao tratamento convencional ou qualquer paciente com paralisia de nervo craniano na vigência de otite média aguda ou crônica. Considerações finais: Tratar a infecção de base é essencial para prevenir a ocorrência de complicações intracranianas, como abs-cesso intracraniano, trombose do seio cavernoso, meningite, pa-ralisia permanente do nervo abducente e óbito. O tratamento conservador com antibioticoterapia pode ser tão eficaz quanto o tratamento associado à timpanomastoidectomia.

P-323 LEISHMANIOSE CUTÂNEO-MUCOSA SIMULANDO OTITE EXTERNA DE PAVILHÃO AURICULAR: RELATO DE CASOBenivaldo Ramos Ferreira Terceiro, Frederico Pereira Bom Braga, Mateus Pereira Bom Braga, Marcelo Rosandiski Lyra, Cláudia Maria Valete Rosalino

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença parasitária crônica, ocasionada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos por picada de insetos do gênero Lutzomya. A doença pode acometer pele e mucosa. As lesões cutâ-neas de orelha podem simular infecções bacterianas comuns nas otites externas de pavilhão auricular, dificultando o diagnóstico e o tratamento adequado. Mulher, 75 anos, residente em Teresópolis, imunocompetente, hipertensa e cardiopata, com queixa de lesão infiltrativa e edematosa em pavilhão auricular esquerdo de 3 meses

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de evolução. Após tentativas de antibioticoterapia oral sem melho-ra evolutiva, foi internada em um hospital público para tratamento de otite externa bacteriana com antibioticoterapia venosa, sem sucesso. Encaminhada ao ambulatório de ORL do INI-Fiocruz para avaliação. Ao exame apresentava lesão infiltrativa e ulcerovege-tante afetando todo o pavilhão auricular esquerdo, parcialmente recoberta por crostas melicéricas na porção anterior do pavilhão auricular e cordão de linfangite nodular sobre a região mandibular esquerda. Otoscopia sem alterações. Após biópsia, o histopatoló-gico identificou formas amastigotas, e a cultura crescimento de formas promastigotas do gênero leishmania. Devido à cardiopatia, optou-se por tratamento com miltefosina, com melhora importante das lesões. Atualmente, segue em acompanhamento. Discussão: A forma clássica de LTA é uma úlcera bem delimitada, com bordos elevados e fundo granulomatoso, que surge no local de inoculação. A infecção secundária pode ocorrer em 54,2% dos pacientes e o germe mais encontrado é o Staphylococcus aureus. A suspeição clínica se faz pela associação entre a aparência da lesão e os dados epidemiológicos. A cultura é considerada o padrão ouro para o diagnóstico, e o uso do antimoniato de meglumina é conside-rado o tratamento de escolha; porém, em pacientes cardiopatas e diabéticos, esquemas alternativos devem ser considerados. Considerações finais: As lesões de LTA possuem um polimorfismo acentuado. A história epidemiológica do paciente e um alto grau de suspeição são fundamentais para o correto diagnóstico.

P-324 O DESAFIO DIAGNÓSTICO DE OTOLIQUORREIA EM ADULTOSBeatriz Figueiredo Brandão, Gustavo Rangel, Bruno Martins, Fernando Krebs Rodrigues, Murillo Mendes Aquino, Nathália Prudência Silvano

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Mulher, 66 anos, fístula liquórica espontâ-nea em ouvido esquerdo, diagnosticado após colocação de carretel por suposta otite média com efusão. Encaminhada ao Hospital Pe-dro Ernesto após primeira correção cirúrgica, mantendo drenagem liquórica expressiva na orelha esquerda. Foi realizado novo proce-dimento cirúrgico por via transmastóidea, com visualização do local de drenagem, do tegmen timpani para o antro. Correção feita com cera óssea, gordura, cola de fibrina e fáscia do temporal. A paciente segue há 2 meses sem drenagem de líquor, e mantida perfuração timpânica com correção posterior. Discussão: Fístula liquórica otogênica espontânea é um evento raro que pode acontecer em adultos e passar despercebido nos consultó-rios otorrinolaringológicos, por isso, adultos sem história prévia de otite média crônica que tenham diagnóstico tardio de otite serosa devem levantar suspeita de fístula. Existem duas possibilidades co-nhecidas para fístulas espontâneas: uma congênita, que costuma se manifestar mais durante a infância; ou adquirida por fatores dinâmicos, produzindo um espaço na membrana aracnóidea, geral-mente múltiplos. Considerações finais: Na maioria das referências, o tratamento cirúrgico é mandatório, no entanto, já há discussão sobre a pos-sibilidade de esclarecer ao paciente quais os sintomas possíveis de meningite e, ao invés de submetê-lo a procedimento cirúrgico, acompanhar o caso. Existem dois acessos cirúrgicos: craniotomia via fossa média ou via transmastóidea. O material utilizado para fechamento deve ser autólogo e artificial para que se obtenha o melhor resultado. No caso em questão, ocorreu como descrito na maioria das referências: fístula com drenagem preenchendo ore-lha média com membrana íntegra gerando sinais de otite serosa, e inserido tubo de ventilação, o que predispôs a maior risco de

complicação. Apesar do procedimento cirúrgico, houve retorno da drenagem, permanecendo com drenagem por 8 meses, sem apre-sentar complicações. Isso nos faz repensar se é possível manter acompanhamento clínico sem expor o paciente ao risco do proce-dimento cirúrgico.

P-325 MIELOMA MÚLTIPLO COM LESÃO EM CONDUTO AUDITIVO EXTERNO: RELATO DE CASOBeatris Moraes Vieira da Silva, Paula Lourençato, Paula Sanches dos Santos Azevedo Genovez, Bruno Borges Taguchi, Marcos Nobuo Tan Miyamura, João Paulo Peral Valente, Silvio Antônio Monteiro Marone

Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: O mieloma múltiplo é a segunda doença onco-hematológica mais comum do mundo, perdendo apenas para os linfomas. As manifestações clínicas ocorrem devido à infiltração dos plasmócitos neoplásicos especialmente nos ossos, excesso de imunoglobulinas e supressão da imunidade humoral, levando a ane-mia grave, lesão óssea, insuficiência renal e infecções recorrentes. Alterações otológicas, no entanto, são raramente observadas. Discussão: Descrever o caso de paciente do sexo feminino, de 49 anos, com diagnóstico de mieloma múltiplo que evoluiu com otor-ragia à esquerda há 30 dias. Ao exame físico, evidenciada massa que ocupava todo o conduto auditivo externo esquerdo, friável, vascularizada, indolor, impossibilitando visualização de membrana timpânica. Foi levantada a hipótese de acometimento otológico secundário ao mieloma múltiplo, sendo solicitada tomografia com-putadorizada de mastoide que evidenciou formação expansiva he-terogênea em orelha esquerda, medindo 4,0 × 3,0 cm nos maiores eixos, invadindo orelhas externa e média, com efeito expansivo e destrutivo local, com grande erosão de mastoide esquerda e sobre osso temporal occipital adjacente. Optou-se por tratamento clínico com a quimioterapia. Considerações finais: Apesar de as manifestações otológicas do mieloma múltiplo serem raras, o quadro deve ser aventado e in-vestigado em pacientes com quadros atípicos devido à gravidade.

P-326 PERDA AUDITIVA COMO MANIFESTAÇÃO AUDIOLÓGICA EM PACIENTE COM HIPOMELANOSE DE ITO: RELATO DE CASOCarlos Eduardo Dilen sa Silva, Benivaldo Ramos Ferreira Terceiro, Isabella Leite França Pandolfi

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Este relato é referente a um paciente mas-culino de 9 (nove) anos, encaminhado ao ambulatório de otorrinola-ringologia para investigação de perda auditiva progressiva em ouvi-do direito. À ectoscopia foram observadas máculas hipocrômicas na pele compatíveis com hipomelanose de Ito (HI) (diagnosticado pela neuropediatria), além de importante atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. O paciente foi submetido a audiometria tonal e vocal (disacusia sensorioneural de moderada a severa em ouvido direito), timpanometria (tipo A bilateral) e potencial evocado audi-tivo do tronco encefálico (com limiares eletrofisiológicos em torno de 50 dBNA em ouvido direito), sendo confirmada a perda auditiva no ouvido direito. O paciente encontra-se em acompanhamento re-gular no ambulatório de otorrinolaringologia. Discussão: A hipomelanose de Ito, incontinência pigmentar acro-miante ou nevo acrômico sistematizado, é uma síndrome neuro-cutânea rara, de provável herança autossômica dominante, mais frequente no sexo feminino, caracterizada por hipocromia linear

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em ondas e comumente associada a anormalidades neurológicas. Usualmente, está presente ao nascimento e, eventualmente, pode repigmentar com o passar dos anos. Ainda, alguns autores a descre-vem como uma desordem neuroectodérmica não específica causada por mosaicismo genético. Devido à raridade da doença, há poucos casos descritos sobre manifestações audiológicas nestes pacientes. Considerações finais: Devido às diversas manifestações clínicas (fenotípicas) da doença, há a necessidade de se avaliar possíveis manifestações audiológicas (perda auditiva) diante de um paciente com HI.

P-327 AFASIA VERBAL POR COMPROMETIMENTO INTRACRANIANO DE OTITE MÉDIA CRÔNICA: UM RELATO DE CASOVíctor Henrique Araújo de Morais, Érico Henrique Araújo de Morais, Isabela Louise Caldeira Silva, Marlon Ferreira Santos, Teófilo Dorneles Claro dos Santos Silva, Felipe Rodrigues de Carvalho

UniEvangélica, Anápolis, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 44 anos, na-tural de Imperatriz, Maranhão-MA, solteiro, é piloto de embarca-ções. Encaminhado para avaliação pela emergência queixando-se de alteração da fala e cefaleia intensa há dois dias, seguida de um episódio de crise convulsiva. Refere episódios de otorreia em ouvido esquerdo há mais de um ano, além de hipoacusia de am-bos ouvidos. Ao exame físico neurológico foram notadas alteração da fala e ausência de sinais de comprometimento meníngeo. Na otoscopia apresentou otorreia de aspecto amarelado e de odor fé-tido em orelha esquerda e membrana timpânica íntegra em ambas orelhas. Paciente foi submetido a investigação por tomografia com-putadorizada de crânio, em que foi detectada área hipoatenuante de limites pouco definidos com foco hiperatenuante adjacente na região temporal esquerda, sem traços de complicações ósseas, sis-tema ventricular de morfologia e dimensões normais, e ausência de sinais de coleções extra-axiais. Após o diagnóstico de complicação intracraniana, a equipe neurocirúrgica foi consultada e iniciada a antibioticoterapia endovenosa. Duas semanas após a instituição do tratamento, paciente apresentou melhora do quadro, tendo rece-bido alta hospitalar assintomático. Discussão: O caso relatado apresenta uma casuística interessan-te e rara do comprometimento intracraniano em conjunto com a apresentação clínica do paciente, que apresentou traços de afasia verbal, o que ainda é pouco descrito na literatura. As complicações intracranianas secundárias às otites médias crônicas supurativas ge-ralmente ocorrem pela extensão do processo inflamatório do muco-periósteo para a cavidade craniana, desenvolvendo-se no cérebro, seio lateral e nos espaços epidural, subdural e subaracnoide. Considerações finais: As otites médias crônicas possuem um pro-cesso inflamatório que dura mais de 3 meses, sendo acompanha-da por secreção atrás da membrama timpânica. Nota-se que esta membrana pode estar íntegra ou perfurada.

P-328 PRÓTESE IMPLANTÁVEL DE CONDUÇÃO ÓSSEA EM PACIENTE COM PERDA AUDITIVA MISTA BILATERAL E HIPOPLASIA DE CONDUTOS AUDITIVOS EXTERNOS: RELATO DE CASOBruno Alexandre Barbosa do Nascimento, Mônica Sofia Padilha de Barros, Natascia Lumi Adati, Andreia Ardevino de Oliveira, Eduardo Tanaka Massuda, Miguel Angelo Hyppolito, Rafael Calsoni Gomes

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Relatamos um caso de paciente do sexo feminino admitida em nosso serviço aos 9 meses de idade, com história de condutos auditivos externos estreitos e ausência de de-senvolvimento de linguagem. Paciente tinha história de restrição de crescimento intra-uterino e oligoâmnio severo durante desenvolvi-mento fetal. Após investigação genética, diagnosticada com cro-mossomopatia (46 xx, del 18), além de outras malformações, como pé cavo congênito. Realizada triagem auditiva neonatal que relevou falha nas otoemissões acústicas evocadas e ausência de respostas no potencial evocado de tronco encefálico. Tomografia computa-dorizada de crânio evidenciou hipoplasia de condutos auditivos ex-ternos. Em consultas subsequentes foram realizadas audiometrias condicionadas sucessivas, que constataram que criança apresenta-va limiares auditivos em torno de 50-60 dB, compatíveis com perda auditiva de grau moderado, enquanto as curvas audiométricas re-velavam tratar-se de perda auditiva do tipo mista, com via óssea apresentando limiares que variavam entre 25-35 dB bilateralmente. Indicou-se inicialmente uso de aparelhos de amplificação sonora de vibração óssea, entretanto, com o passar dos anos, a adesão ao aparelho foi baixa, e criança evoluiu com baixo desenvolvimento de linguagem. Diante disso, optou-se por colocação de prótese implan-tável de condução óssea na paciente quando a mesma completar 12 anos de idade. Discussão: A prótese implantável de condução óssea (BAHA) consis-te em uma excelente opção na reabilitação auditiva de pacientes com perda auditiva condutiva e mista, uni ou bilateral, e senso-rioneural unilateral. Tem sido uma alternativa vantajosa sobre os aparelhos de condução óssea convencionais e os aparelhos de am-plificação sonora individuais (AASI), quando o uso dos mesmos fica impossibilitado pela presença de otite externa crônica de difícil controle clínico ou mesmo devido à baixa adaptação ao uso do apa-relho convencional. Considerações finais: O processo cirúrgico do BAHA é seguro, sim-ples e rápido. O mesmo tende a proporcionar excelentes resultados audiológicos, resolvendo o problema da adesão da paciente.

P-330 ABSCESSO CEREBRAL COMO COMPLICAÇÃO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR DE CONDUTO AUTIDIVO EXTERNO: RELATO DE CASOLarissa Rolim Freitas, Francisco Davi Alves Vasconcelos, Andressa Rolim Freitas, Camila Gabriella da Silva Queiroz, Debora Lilian Nascimento Lima, Jose Gumercindo Vasconcelos Rolim

Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 34 anos, com história prévia de otorreia crônica sem acompanhamento médico, apresentando lesão em região retroauricular esquerda há 6 meses, ulcerada, infiltrativa, evoluindo com destruição de região mastói-dea e cervical ipsilateral. Apresentou quadro comatoso, sendo rea-lizado estudo tomográfico que evidenciou lesão infiltrativa com lise da porção petrosa do osso temporal, da calota e base craniana à es-querda, além de imagem cística com paredes espessadas na região frontal direita. A paciente foi submetida a drenagem de abscesso cerebral e biópsia incisional da lesão, evidenciando-se carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado. Discussão: Os cânceres do conduto auditivo externo são raros, sen-do o carcinoma espinocelular o mais frequente. Acomete indivíduos entre a quinta e a sétima décadas de vida, predominantemente mu-lheres. Os sintomas são variados, geralmente associados às otorreias crônicas externas ou médias, além de zumbido, surdez e paralisia do nervo facial. A disseminação tumoral ocorre primariamente por extensão direta. Tumor extenso, paralisia do nervo facial, linfonodo-megalia cervical ou parotídea e invasão da orelha média associam-se a pior prognóstico. O diagnóstico definitivo é realizado por meio da

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lesão. Define-se o estadiamento pré-operatório a partir dos exames clínico e de imagem. A avaliação precisa da extensão local e da linfo-nodomegalia associada é fundamental para otimizar o planejamento terapêutico.Tem-se o tratamento cirúrgico como escolha, associado à radioterapia em casos mais avançados. Encaminhou-se a paciente do caso à radioterapia isolada, reservada para tumores irressecáveis. Considerações finais: Os tumores malignos envolvendo o conduto auditivo externo, o ouvido médio e a mastoide constituem ainda um desafio ao otorrinolaringologista, pois sua identificação é retardada pela inespecificidade dos sintomas e muitas vezes só serão diagnos-ticados quando a doença estiver localmente avançada.

P-331 EVOLUÇÃO SURPREENDENTE DE PACIENTE COM SURDEZ SÚBITA DE PROVÁVEL ORIGEM AUTOIMUNE: RELATO DE CASONatália Barros de Melo, Matheus Alves Farah, Alessandra Alencar de Andrade, André Luiz Lopes Sampaio, Aline de Almeida Sousa e Silva, Alessandra Ramos Venosa, Rebeca Alevato Donadon

Hospital Universitário de Brasília (HUB), Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: F.A.S.R., 44 anos, portadora de artrite reu-matoide, diabética e hipertensa, iniciou zumbido intenso em orelha direita em 13 de março de 2016, associado à hipoacusia de rápida progressão. Realizou audiometria, que mostrou limiares normais à esquerda e perda auditiva neurossensorial moderada em orelha di-reita. Submeteu-se à ressonância magnética da fossa posterior e de crânio, que se mostrou dentro da normalidade. Foi tratada com prednisona 60 mg por 10 dias, com melhor parcial momentânea, mas piora a seguir. Dois meses após, evoluiu com perda progressi-va da audição em orelha direita, e quadro semelhante instalou-se também em orelha esquerda. Foi indicada injeção intratimpânica de metilprednisolona em orelha direta. Após ausência de resposta do procedimento, optou-se por reiniciar corticoterapia sistêmica, que mostrou recuperação parcial da audição esquerda. Em 08 de julho de 2016 foi colocado tubo de ventilação bilateral para uso de dexametasona tópica. Dezenove dias após, evoluiu com melhora surpreendente dos limiares auditivos, registrados por audiometria que mostrou perda auditiva tipo mista grau leve, antes severo, à di-reita, e grau moderado, antes moderadamente severo, à esquerda. Discussão: A surdez súbita (SS) é conceituada como uma perda au-ditiva sensorioneural de instalação repentina. Sua etiologia perma-nece divergente. Este fato torna-se mais evidente principalmente quando se estabelece como quadro clínico isolado. Sendo assim, são várias as teorias quanto à origem desta doença, incluindo desor-dens imunológicas. Entre elas, a artrite reumatoide é uma doença sistêmica autoimune comumente associada à disacusia neurossen-sorial imunomediada. Esta geralmente se manifesta de forma rapi-damente progressiva assimétrica, acompanhada ou não por outros sintomas da orelha interna. Inicialmente, pode se manifestar como disacusia unilateral e só tardiamente se manifestar na outra orelha. Considerações finais: O caso relatado elucida uma evolução sur-preendente de surdez súbita. Apesar de o tratamento tópico ser controverso, este se mostrou extremamente eficaz na recuperação da audição da paciente.

P-332 SÉRIE DE CASOS DE COMPLICAÇÕES DE OTITE MÉDIA AGUDAGabriel Zorron Cavalcanti, Sulene Pirana, Daniela Leme Araújo, Fabiana Caldini Pissini, Marcela de Oliveira, Carolina Mardegan Araya, Nathalia Ceccaroni Orthmann

Hospital Universitário São Francisco de Assis (HUSF), Bragança Paulista, SP, Brasil

Apresentação do caso: Caso 1: Menina, 5 anos, otite média aguda superada. Abaulamento retroaricular e cervical, edema periorbi-tário à esquerda, estrabismo convergente à direita (paralisia do VI par craniano). TC: trombose de seios durais; ostomastoidite aguda. Mastoidite de Bezold à esquerda (abcesso cervical), com extensão intracraniana, trombose de veia jugular esquerda e seios durais, transverso e sagital à esquerda. Drenagem, antibioticoterapia e enoxaparina por 90 dias. Caso 2: Menina, 15 anos, otalgia direita há 30 dias. Abaulamento de mastoide. TC: osteomastoidite aguda com deiscência de trabéculas ósseas e abscessos periauriculares e em fossa posterior com trombose dos seios venosos sigmoide e transverso à direita. Antibiótico e corticoide. Mastoidectomia con-servadora de urgência, com drenagem de empiema cerebral. Ero-são óssea extensa da mastoide, expondo meninge da fossa média e posterior e íntima relação com seio sigmóideo. Caso 3: Menino, 6 meses, com abaulamento retroauricular esquerdo. Antibiótico e corticoide. TC: otomastoidite bilateral, além de pequeno abscesso periauricular. Drenagem de abscesso mastóideo à esquerda e tim-panotomia bilateral. Discussão: Incidência de complicações decorrentes de otite reduziu muito desde a introdução dos antibióticos. No entanto, impacto clínico grave exige um cuidadoso manuseio. Até 80% das complica-ções extracranianas e 70% das complicações intracranianas ocorrem nas duas primeiras décadas de vida. Complicações extracranianas, lideradas pelo abscesso retroauricular, ocorrem mais frequente-mente em crianças menores de 6 anos. Baixo nível socioeconômico e aglomerados conferem maior incidência de infecção e compli-cações. Complicações do processo infeccioso no ouvido médio se devem à extensão para outras regiões do osso temporal e crânio por contiguidade. Fatores predisponentes: experiência do médico, vi-rulência e susceptibilidade das bactérias, estado geral do paciente, métodos de imagens, antibioticoterapia prévia e pneumatização do osso. Principais complicações relacionadas à morte são a meningite e o abscesso cerebral. Considerações finais: Uso de antibioticoterapia inadequada pode mascarar o quadro clínico, atrasando o diagnóstico e aumentando a chance de complicações e morbidade.

P-333 SCHWANNOMA INTRACOCLEAR: UMA APRESENTAÇÃO RARA DO NEURINOMA DO ACÚSTICO

Thiago Pontes Pereira Chequetto, Ananda Caroline Lopes Soares, José Ricardo Gurgel Testa, Ricardo Schaffeln Dorigueto, Luis Felipe de Castro Neves

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente de 37 anos, gênero feminino, com schwannoma intracoclear, manifestando-se com surdez súbita. Os autores abor-dam os parâmetros audiométricos, eletrofisiológicos e de imagem da doença. Discussão: Schwannoma vestibular (ou neurinoma do acústico) é um tumor raro, de comportamento benigno e crescimento lento, geralmente localizado no conduto auditivo interno ou no ângulo ponto-cerebelar. São originados das células de Schwann, um tipo de célula glial que envolve os axônios dos neurônios e produz mieli-na. O diagnóstico radiológico é baseado em imagens de ressonância magnética com gadolíneo. Quando acometem vestíbulo, cóclea ou canais semicirculares são denominados schwannomas intralabirínti-cos e são extremamente raros. Podem ser classificados de acordo com estruturas acometidas da orelha interna (intravestibular, intra-coclear, intravestibulococlear, transmodiolar, transmacular, transó-tico e timpanolabiríntico). Considerações finais: Schwannoma intracoclear é apresentação rara e atípica do neurinoma do acústico.

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P-334 SCHWANNOMA VESTIBULAR SIMULANDO CUPULOLITÍASE DE CANAL SEMICIRCULAR LATERALAnanda Lopes Soares, Thiago Pontes Pereira Chequetto, Sylvia Marielle Rezende Brito, Renata Vigolvino de Oliveira, Anike Maria Nascimbem, José Ricardo Gurgel Testa, Ricardo Schaffeln Dorigueto

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Os autores relatam o caso de uma paciente de 36 anos de idade, gênero feminino, com diagnóstico de schwan-noma vestibular de localização intralabiríntica que apresentou vertigem e nistagmo ageotrópico bilateral à manobra de Macclure Pagnini, simulando uma VPPB persistente por cupulolitíase de canal semicircular lateral. São abordados os exames complementares e aspectos clínicos no diagnóstico diferencial da vertigem posicional paroxística benigna. Discussão: A vertigem posicional paroxística benigna é caracteri-zada por crises de vertigem e nistagmo desencadeadas pela movi-mentação da cabeça, geralmente de curta duração e intensidade variável, resultante de debris de estatocônios que se deslocam do utrículo para um ou mais canais semicirculares. Os sintomas apre-sentados pela paciente são raros no diagnóstico do schwannoma vestibular, devendo ser suspeitados pela persistência da vertigem. Considerações finais: VPPB persistente é apresentação clínica rara no diagnóstico de schwannoma vestibular.

P-335 PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA EM ATLETA OLÍMPICALeticia Righetti, Daniella Leitão, Alonço Viana, Sabryna Farneze, Alexandre Cunha

Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: J.S.S., 32 anos, atleta de luta olímpica, sofreu trauma durante treinamento em região temporal esquerda, evoluindo com plenitude auricular e hipoacusia em orelha esquerda. Ao exame físico, apresentava paralisia facial periférica à esquerda House-Brackmann grau II e nível hidroaéreo em orelha homolateral. Tomografia computadorizada de mastoide evidenciou fratura comi-nutiva em apófise de mastoide esquerda. Audiometria com perda mista leve a moderada à esquerda e impedanciometria com curva tipo B à esquerda e reflexo estapédico preservado. Foram prescritos amoxicilina com clavulanato, prednisolona, corticoide nasal tópico, lubrificante ocular, oclusão ocular noturna com pomada oftálmica e encaminhada para fisioterapia. Após 7 dias, foi reavaliada e a clí-nica estava mantida. Relatou não ter usado os corticosteroides, já que estas medicações são proibidas pela liga olímpica antidoping. O tratamento só pôde ser feito após justificar o tratamento via docu-mentação específica para a equipe de apoio da atleta. Após 7 dias de tratamento, a paciente estava assintomática, paralisia facial pe-riférica House-Brackmann grau I, timpanometria com curva tipo A bi-lateral e audiometria com perda neurossensorial leve bilateral. Após 30 dias, realizou-se nova tomografia computadorizada de mastoide, que apresentou ausência de velamento das células mastóideas, man-tendo a linha de fratura em apófise mastóidea. Dessa forma, a atleta voltou a treinar e pôde participar da tão sonhada olimpíada. Discussão: O tratamento, mesmo já estando preconizado cientifi-camente, deve ser sempre avaliado em cada paciente. Neste caso, por se tratar de uma atleta, uma série de medicações estão proi-bidas e deve-se avaliar se o uso de uma determinada substância faz-se indispensável, podendo a mesma desclassificar o competidor. Considerações finais: Segundo o código antidoping da WADA — World Anti-Doping Agency, “O atleta é o único responsável por tudo que consome, injeta ou aplica em seu corpo”, mesmo que a droga tenha sido prescrita devidamente.

P-336 AVALIAÇÃO DE CONSULTAS OTOLÓGICAS EM MUTIRÃO NO DISTRITO FEDERALGreice Elen de Mello Garcia, Cinthia de Arruda Vieira, Kauê de Mello Aleixo, Lucas Ellyeser de Souza Guedes, Diderot Rodrigues Parreira, Larissa Neves Cordeiro Gomes

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Objetivos: Traçar perfil epidemiológico de consultas otológicas rea-lizadas no dia 2 de abril de 2016 no I Mutirão de Otorrinolaringologia na Escola Classe do Varjão, localizada no Paranoá-DF. Método: O I Mutirão de Otorrinolaringologia, realizado pela Liga de Otorrinolaringologia do Distrito Federal, contou com a participação de acadêmicos de medicina das Universidade de Brasília, Escola Superior de Ciências da Saúde e Universidade Católica de Brasília e Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, em conjunto com corpo docente e apoio do Governo do Distrito Federal. Foram avaliados 176 pacientes, com idades entre 1 ano e 3 meses e 92 anos. No total, 89 pacientes apresentavam queixas otológicas, sendo 60 do sexo feminino e 29 do masculino. Dentre eles, os que referiram hipoacusia foram submetidos, no mesmo dia, a audiometria de triagem para pesquisa de surdez neurossensorial, condutiva ou mista. Resultados: Frequência das queixas otológi-cas: hipoacusia 35,9%; zumbidos (20,2%); otalgia (18,0%); prurido (11,2%); cerume (4,5%); plenitude aural (4,5%); estalos (3,4%); otorreia (1,1%); e otorragia (1,1%). Observou-se maior incidência dos sintomas acima no sexo feminino, exceto cerume, otorragia e otorreia. Idosos representaram 15,7% dos pacientes, crianças e adolescentes 26,9%. Discussão: O compartilhamento de conjuntos populacionais em condições precárias e a falta de acesso adequado ao sistema de saúde facilita a incidência de otalgia e otite média. A presença do sexo feminino em mais de 60% dos pacientes atendidos com queixa de zumbido reforça uma questão social, na qual mulher procura o atendimento mais rapidamente que o homem; em contrapartida, sabe-se que a perda auditiva é mais comumente induzida por ruídos externos e mais frequente no sexo masculino. Conclusão: Procuramos contribuir para um maior conhecimento so-bre a epidemiologia dessas afecções em nosso meio, lembrando que elas apresentam uma prevalência significante e interferem direta-mente na qualidade de vida da população afetada.

P-337 OTITE MÉDIA CRÔNICA POR TUBERCULOSE: RELATO DE CASOGiulliano Enrico Ruschi E Luchi, Antonio Fernando Nogueira Maciel, Nathália Manhães Távora

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Mulher de 38 anos, com história de otite média crônica (OMC) em orelha esquerda e paralisia facial perifé-rica (PFP) grau VI de House-Brackmann à esquerda, foi submetida a mastoidectomia radical modificada em 2010. Em 2015, apre-sentou recidiva da infecção e realizou nova abordagem cirúrgica, e, após 15 dias, evoluiu com deiscência da ferida operatória e secreção purulenta em cavidade mastóidea. Neste tempo, optou-se por conduta conservadora. Após dois meses, frente à refratarie-dade ao tratamento, foi realizada biópsia do tecido e cultura da secreção, estabelecendo-se o diagnóstico de otite média crônica tuberculosa (OMCT). A paciente iniciou tratamento preconizado para TB e evoluiu com cicatrização da ferida, mas manteve a PFP e a hipoacusia. Discussão: A TB, infecção causada pelo Mycobacterium tuberculo-sis, é um importante problema de saúde pública brasileiro. A forma

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mais comum em cabeça e pescoço é a linfadenopatia cervical. A OMCT é rara, representa 0,05 a 0,9% dos casos de OMC, e a principal via de transmissão é a hematogênica. A variabilidade das manifes-tações dificulta seu diagnóstico, ficando a confirmação a depen-der de exames. No entanto, alguns fatores devem fazer pensar na etiologia tuberculosa, como história de contato ou de doença tu-berculosa, resistência aos tratamentos habituais, desenvolvimento de PFP, hipoacusia precoce e desproporcional às alterações, fístula retroauricular e granuloma caseoso de ouvido. No caso em questão, a paciente apresentou refratariedade ao tratamento e presença de PFP. Com o uso das medicações específicas, a otorreia cessou e a ferida cicatrizou, porém não houve melhora da audição, o que está de acordo com a literatura. Considerações finais: A baixa prevalência da OMCT pode advir do desconhecimento da entidade clínica e das dificuldades de registro dos casos. Deve ser suspeitada mesmo em pacientes sem evidência dessa patologia para que seja realizado o tratamento precoce, a fim de reduzir sua morbidade.

P-338 ASSIMETRIA DE MEDULA ÓSSEA DO ÁPICE PETROSO CONCOMITANTE À PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL PROFUNDA IPSILATERALLeidianny Firmino Costa, Nathália Cavalcante Pinto, Jasiel Pereira de Queiroz Maciel, Daniela Isabel Cevallos Zambrano, Anne Karine Rufino Correia de Oliveira, Horrara Diniz Silva, Raquel Ferraz Cornelio Nogueira

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo masculino, 13 anos, com hipoacusia à esquerda percebida há 4 anos. Sem intercorrências durante parto normal; negava morbidades em primeira infância, infecção congênita, medicações ototóxicas, internamentos ou traumas. Sem antecedentes familiares de perda auditiva. Exame clínico otorrinolaringológico sem alterações. Audiometria apre-sentou orelha direita (OD) sem alterações e orelha esquerda (OE) com perda auditiva neurossensorial (PANS) de grau profundo. O potencial evocado auditivo do tronco encefálico mostrou presen-ça de onda V até 30 dB NAn no OD e ausência de resposta até 100 dB NAn no OE. Exames de imagem evidenciavam assimetria da medula óssea nos ápices petrosos (AP). Ressonância magnética mostrou assimetria de sinal dos AP com hipersinal nas sequências ponderadas em T1 à esquerda. Os VII e VIII pares cranianos e os condutos auditivos internos sem alterações. As sequências com saturação de gordura (STIR e SPIR) mostraram sinal semelhante à medula óssea. A tomografia computadorizada de ossos temporais não mostrou alterações ósseas, mas uma pneumatização do AP à direita. Discussão: A etiologia de cerca de 80% das PA permanece incerta, sem investigação adequada. Exames complementares são funda-mentais, entre eles os exames de imagem. O diagnóstico diferen-cial de alterações do AP inclui as seguintes causas: a) congênitas, como a medula óssea assimétrica; b) infecciosas, a petrosite apical; c) inflamatórias, como a mucocele e o granuloma de colesterol; e d) neoplásicas benignas (meningioma, schwannoma e colesteatoma) e malignas (cordoma, condrossarcoma, osteossarcoma, plasmacito-ma). Em crianças menores, as neoplasias malignas são mais comuns que as benignas e/ou outras causas raras (histiocitose X, doença de Paget e displasia fibrosa). Considerações finais: Esta variação anatômica pode não justificar a perda auditiva e não necessita de intervenções. É importante co-nhecer esse diagnóstico para evitar procedimentos desnecessários. Orientou-se sobre a história natural deste achado e foi proposta reavaliação após 1 ano.

P-339 DOCUMENTAÇÃO TOMOGRÁFICA DE PNEUMOLABIRINTO PÓS-TRAUMÁTICO: RELATO DE CASOWande Gonçalves Diniz, Rodrigo Almeida Liberato, Rafael de Souza Barros, Jacinto de Negreiros Júnior

Hospital das Forças Armadas (HFA), Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 19 anos, teve episódio de sín-cope com queda de própria altura, com trauma em região occipital. Evoluiu com vertigem incapacitante, plenitude aural à direita, nis-tagmo horizonto-rotatório espontâneo com fase rápida para direita, náuseas e vômitos. Foram realizadas audiometria, que evidenciou anacusia à direita, e tomografia de mastoides, que evidenciou fra-tura transversa da cápsula óptica com pneumolabirinto à direita. Discussão: As fraturas de osso temporal são classicamente divididas entre fraturas longitudinais, transversas ou mistas, de acordo com a orientação da fratura em relação ao eixo longitudinal da porção petrosa do osso temporal. Pneumolabirinto ou pneumocóclea são condições em que são encontrados sinais tomográficos de ar dentro da cóclea, indicando uma ligação patológica entre a orelha média e a orelha interna. Trata-se de um diagnóstico que exige alto índice de suspeição e de realização da tomografia com rapidez. Patologia de prognóstico reservado quanto à recuperação da audição, porém com boa compensação vestibular. As opções terapêuticas podem ser a abordagem cirúrgica, com timpanotomia exploradora com fecha-mento da fístula ou tratamento conservador, com suporte clínico para os sintomas do paciente. No caso relatado, foi realizado trata-mento conservador e o paciente teve boa compensação vestibular, porém permaneceu com anacusia à direita. Considerações finais: Este caso enfatiza a importância de se reali-zar a tomografia de mastoides imediatamente, sempre que houver suspeita de fratura de osso temporal. Até o presente momento, não existem guidelines para tratamento de pneumolabirinto pós-trau-mático, devido ao pequeno número de casos relatados, devendo, então, a conduta ser individualizada para cada paciente.

P-340 MENINGIOMA DE FORAME JUGULARRaúl Ernesto Samaniego Ruiz Diaz, Roberta Carvalho Ximendes, Mayra Soares Ferreira, Eloá Lumi Miranda, Anne Rosso Evangelista, José Luiz Pinto Lima Gendler, Gustavo Arruda Passos Freire de Barros, Iulo Barauna Filho, Aldo Stamm

Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de sexo feminino, procedente de Santo André-SP. Apresentava sintomas neurológicos de forame ju-gular (disfagia, disfonia, hipotrofia de trapézio, hemiatrofia de lín-gua) associados à perda auditiva. Encaminhada para tratamento de paraganglioma jugular esquerdo. No histórico apresentava cirurgia para ressecção de meningioma de assoalho de fossa posterior do mesmo lado. RMN com lesão expansiva em forame jugular com ex-tensão para assoalho do MAI e pequena extensão cervical. TC com estreitamento ósseo (hiperostose) de região do golfo da jugular e pequeno aspecto infiltrativo da região. Submetida a procedimen-to cirúrgico por acesso infratemporal para acesso ao golfo da veia jugular, e no intraoperatório foi observada lesão com pouca pro-liferação vascular e de fácil plano anatômico. Anatomopatológico compatível com meningioma. Discussão: Meningiomas são lesões incomuns no forame jugular e apresentam um aspecto radiológico diferente de outras lesões tumorais que se assentam na mesma região. O aspecto é pouco infiltrativo quando comparado aos paragangliomas e, apesar da manutenção da cortical óssea, apresentam um típico aspecto hi-perostótico ao longo do golfo da jugular. Como não se caracteri-zam por uma rica vascularização, habitualmente não necessitam de embolização pré-operatória e permitem dissecção anatômica mais eficiente, com melhor preservação da função do nervos cra-nianos caudais.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S123

Considerações finais: Meningiomas do forame jugular são lesões in-comuns e que necessitam de atenção durante a avaliação radiológica no pré-operatório. O tratamento assemelha-se ao de outras lesões do forame, e tipicamente permitem um plano de dissecção anatômica mais favorável, quando comparado aos tumores glômicos.

P-341 ACHADOS CIRÚRGICOS DE PACIENTES SUBMETIDOS À MASTOIDECTOMIA NO SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA ULBRAMarina Lise, Kizi Costa Bianchi, Gisiane Munaro, Roberto Dihl Angeli

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil

Objetivo: Analisar os achados cirúrgicos dos pacientes submetidos à mastoidectomia no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário da ULBRA, em Canoas (RS). Método: Estudo transversal retrospectivo a partir da análise das descrições cirúrgicas dos pacientes submetidos à mastoidectomia no período de janeiro de 2013 a julho de 2016. Resultados: Foram estudados 51 pacientes, sendo 27 do sexo fe-minino (52,9%). A média de idade foi 35,2 anos, com variação en-tre 4 e 78 anos. O lado direito foi operado em 27 casos (52,9%). Colesteatoma estava presente em 36 (70,6%) pacientes. A via de disseminação mais comum foi a epitimpânica posterior. A técnica cirúrgica mais empregada foi a mastoidectomia aberta, realizada em 29 (56,9%) pacientes. A condição do canal de Falópio foi descri-ta em 37 pacientes do estudo e foi observada deiscência óssea em 2 destes casos (5%). Erosão do martelo foi identificada 52% dos pa-cientes, seguida de erosão da bigorna, com taxa de 45%. A bigorna estava ausente em 35% dos pacientes, e 37,3% não apresentavam a supraestrutura do estribo. Discussão: A principal característica do colesteatoma é seu duplo potencial de descamação epitelial na superfície e lise óssea na sua profundidade, ocasionando erosão e destruição das estruturas ad-jacentes, como a cadeia ossicular e o canal de Falópio. Conforme os achados da literatura, bigorna e martelo são os ossículos mais acometidos, confirmando os achados deste estudo. Os colesteato-mas adquiridos apresentam disseminações distintas. As proprieda-des histológicas da pars flaccida da membrana timpânica a tornam mais suscetível a alterações pressóricas na orelha média, com for-mação de bolsas de retração e, posteriormente, de colesteatoma epitimpânico. Conclusão: O colesteatoma acrescenta propriedades osteolíticas, evidenciadas pela erosão de ossículos e do canal de Falópio. Este estudo revisou os achados cirúrgicos de mastoidectomias e obteve resultados compatíveis com a literatura atual.

P-343 TUMOR GLÔMICO TIMPÂNICO GIGANTERafael Búrigo Locks, Nicoly de Souza Jacques, Viviane Aléssio Baggio

Clínica Locks, Criciúma, SC, Brasil

Apresentação do caso: T.C.L., 26 anos, sexo masculino, procu-rou clínica otorrinolaringológica apresentando queixa de massa na orelha esquerda há 2 meses. Otoscopia detectou pólipo gigante em conduto auditivo esquerdo, de consistência fibrosa, recober-to por pele. Nasofibroscopia mostrou cavum livre e presença de massa no orifício nasal da tuba auditiva esquerda. TC dos ossos temporais apresentou material com densidade de partes moles ocupando todo conduto auditivo externo esquerdo e caixa timpâ-nica, acompanhado de velamento das células da mastoide, sem sinais de erosão óssea. RNM revelou material com padrão hetero-

gêneo, com áreas císticas de permeio e intenso realce pelo con-traste, ocupando toda a cavidade timpânica, estendendo-se para o conduto auditivo externo. Foi solicitada biópsia, que evidenciou lesão angiofibrosa proliferativa de aspecto benigno, mas a imu-noistoquímica mostrou proliferação mesenquimal fusocelular de baixo grau, com positividade para actina de músculo liso e sem evidências de tumor glômico. Diante dos achados, foi programada a ressecção tumoral. Discussão: Tumores glômicos timpânicos são os tumores benignos mais comuns da orelha média. Sua incidência é maior em mulheres, com idade média de acomentimento de 55,2 anos. As manifesta-ções mais comuns incluem zumbido pulsátil, hipoacusia e plenitude aural. O diagnóstico por imagem através da TCAR é essencial para visualizar a extensão tumoral e sua correlação com estruturas ós-seas adjacentes. Além disso, auxilia na exclusão de outros diagnós-ticos possíveis, como tumor glômico jugular, o qual apresenta na TC destruição da parede óssea do bulbo da jugular, diferente do glomus timpânico, que provoca lise ossicular. A excisão cirúrgica é considerada a modalidade terapêutica definitiva. Considerações finais: Tratando-se de um caso atípico de glomus timpânico, foram necessários métodos diagnósticos adicionais além dos exames de imagem descritos na literatura. Porém, como o re-sultado da biópsia foi inconclusivo, a conduta adotada foi mastoi-dectomia tanto diagnóstica quanto terapêutica.

P-344 AGENESIA DO NERVO COCLEAR: RELATO DE CASOLudmilla Emília Martins Costa, Mônica Alcântara de Oliveira Santos, Fabíolla Maria Martins Costa, Mônica Andrea Aben-Athar Oliveira, Natalya de Andrade Bezerra, Thays Fernanda Avelino dos Santos, Daniel Cesar Silva Lins

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: B.M.A., 16 anos, sexo feminino, apresen-tando perda auditiva na orelha direita há 10 anos, não progressi-va. Negava plenitude aural, zumbido, tontura, história de otites de repetição. Mãe não sabia informar sobre teste da orelhinha ao nascer e negava intercorrências durante e após gravidez e parto. Negava ainda história de surdez na família, atraso escolar ou de de-senvolvimento. Ao exame físico, otoscopia, oroscopia e rinoscopia sem alterações. À audiometria, anacusia na orelha direita, limiares dentro dos padrões de normalidade à esquerda, curva A bilateral, ausência de reflexo contralateral à direita. Exame neurológico nor-mal. A tomografia evidenciava conduto auditivo interno direito de calibre reduzido. A ressonância nuclear magnética demonstrava condutos auditivos internos assimétricos, afilado à direita; nervo coclear direito não caracterizado — agenesia. A conduta para esta paciente foi o acompanhamento clínico anual com orientação de cuidado com audição contralateral. Discussão: A agenesia do ramo coclear do nervo vestibulococlear é uma causa rara de perda auditiva neurossensorial e de surdez congênita, e pode ocorrer isoladamente ou em associação com a estenose do meato acústico interno e/ou malformação labiríntica. Nas crianças com perda auditiva é importante a investigação etio-lógica para definição das estratégias terapêuticas. Em tomografia computadorizada mostrando o labirinto ósseo, pode-se observar es-treitamento do meato acústico externo, e a ressonância magnética permite avaliar a anatomia do labirinto membranoso e ressalta suas relações anatômicas, dando ênfase às possíveis anormalidades dos ramos do nervo vestibulococlear. Considerações finais: O diagnóstico da agenesia ou hipoplasia do nervo vestibulococlear passou a ser importante, apesar da rarida-de, por ser uma das contraindicações do implante coclear.

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S124 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-345 ABCESSO DE BEZOLD COM APRESENTAÇÃO ATÍPICABruno Takegawa, Daniela de Souza Formigoni, Henrique de Melo Barletta, Beatriz Gregio Soares, Renan Salvioni de Souza, Priscila Bogar, Marcelo Campilongo

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino,17 anos, deu entrada no serviço referindo otalgia e otorreia há 1 mês, acompa-nhadas de dois picos febris de 39º C no início do quadro. Ao exa-me físico apresentava, na orelha direita (OD), otorreia esverdeada abundante e perfuração timpânica ampla e orelha esquerda (OE) sem alterações. Antecedentes: DM tipo 1 descontrolada há 3 anos. Foi orientado uso de ciprofloxacina por 14 dias, via oral e tópica. Paciente foi a serviço de emergência 8 dias após por não ter apresentado me-lhora, onde foi prescrito Otosporin®, levofloxacino, prednisona e analgésicos. Retornou 2 semanas após primeira consulta sem me-lhora do quadro. Ao exame, OD com edema de MAE com grande quantidade de secreção esverdeada, membrana timpânica hipere-miada, edemaciada e mantendo perfuração. Apresentava dor à mo-bilização de pavilhão auricular e abaulamento em região de mas-toide, estendendo-se até região cervical com dor em região. Neste momento, paciente não apresentava febre, hiporexia ou qualquer outro sintoma sistêmico. Aventou-se hipótese de mastoidite com abcesso de Bezold, sendo solicitada tomografia que apresentou mastoidite, abcesso cervical hipercaptante e com erosão em ponta de mastoide. Paciente submetida a mastoidectomia à direita e dre-nagem de abcesso cervical com necessidade de dreno cervical, no intraoperatório foi observado coalescência de células mastóideas com erosão da ponta da mastoide com comunicação para espaço cervical. Paciente recebeu alta em 1 semana, sem queixas, e man-teve antibioticoterapia (clindamicina e ceftriaxona) até completar 14 dias. Retorno ambulatorial após término de antibioticoterapia, com boa evolução. Discussão: O abcesso de Bezold é uma complicação rara da otite media crônica em que há infecção e erosão da ponta do mastoide com disseminação de coleção para os espaços cervicais. Os pacien-tes imunossuprimidos podem ter apresentação atípica, sem sinto-mas sistêmicos. Considerações finais: Pacientes imunossuprimidos merecem aten-ção especial, por não apresentarem clínica exuberante.

P-346 APICITE PETROSA SECUNDÁRIA A COLESTEATOMA CONGENITORaúl Ernesto Samaniego Ruiz Diaz, Anne Rosso Evangelista, Eloá Lumi Miranda, Mayra Soares Ferreira, Roberta Carvalho Ximendes, José Luiz Pinto Lima Gendler, Gustavo Arruda Passos Freire de Barros, Iulo Barauna Filho, Aldo Stamm

Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Sexo feminino, 6 anos, branca, natural de Vitória (ES). Foi levada ao otorrinolaringologista por quadro de crises de cefaleia intensa, sendo diagnosticada com rinossi-nusite aguda associada à hipertrofia de adenoides. Apresentava membranas timpânicas opacas bilaterais e, na audiometria, perda condutiva mais evidenciada à direita. Foi proposta adenoidecto-mia e timpanotomia para colocação de tubo de ventilação. Duran-te a paracentese, foi encontrado tecido queratinizado em fenda da orelha média a direita. Apresentou novo quadro de cefaleia intensa com paralisia do VI par craniano à direita, sendo necessá-ria internação hospitalar. Exames de imagem revelaram achados sugestivos de processo inflamatório agudo do ápice petroso à di-reita e colesteatoma de orelha média ipsilateral. Foi realizado o

diagnóstico de apicite petrosa secundária à otite média crônica colesteatomatosa de origem congênita e a paciente foi internada para tratamento com antibióticos associado a corticosteroide e submetida a mastoidectomia com acesso supralabiríntico ao ápice petroso para drenagem do processo infeccioso local. A paciente evoluiu de forma favorável, porém apresentou paralisia facial pe-riférica HB 4 no pós-operatório de 48 horas, com posterior resolu-ção sem sequelas. Discussão: Achados clássicos da síndrome de Gradenigo são inco-muns nos dias atuais. A terapia clínica com corticosteroides e anti-bióticos venosos é o tratamento de escolha atualmente. A interven-ção cirúrgica é necessária em casos com difícil controle clínico ou doença otológica associada. Considerações finais: Apesar da melhora do tratamento clínico, as complicações otológicas dos casos infecciosas agudos ainda são fre-quentes na prática otológica. A apicite petrosa deve ser lembrada nos casos de cafaleia intensa na população pediátrica no decurso de otites agudizadas.

P-347 EMPIEMA SUBDURAL DECORRENTE DE MASTOIDECTOMIA RADICAL — UM RELATO DE CASOLiliane Queiroz de Lira, Ana Carolina Fernandes de Oliveira, Arthur de Sousa Pereira Trindade, Bruno Thieme Lima, Ivan Machado de Almeira Junior, Kallil Monteiro Fernandes, Luiz Maia de Freitas Junior

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

Apresentação do caso: O paciente C.A.S.N. de 16 anos, natural e procedente do município de Extremoz (RN), apresentava queixas de otorreia crônica à direita, refratária ao tratamento clínico. Foi submetido, em 2008, à mastoidectomia radical sem resolução do quadro clínico. Em 29/4/2016, foi realizada revisão de mastoi-dectomia radical direita por persistência de tecido de granulação não responsivo ao tratamento, assim como tuba auditiva direita patente. O procedimento transcorreu sem intercorrências. O pa-ciente evoluiu no 3º dia pós-operatório com sinais de toxemia, otalgia, otorreia piossanguinolenta e abaulamento retroauricular à direita, sendo internado para realização de antibioticoterapia intravenosa de largo espectro e investigação clínica. Desenvol-veu no 2º dia de internação hospitalar paralisia facial central, hemiparesia esquerda e rebaixamento do nível de consciência. Realizada RNM do encéfalo, a qual evidenciou extensa coleção subdural em região frontoparietoccipital à direita, determinando compressão sobre o parênquima cerebral adjacente. O paciente foi submetido à drenagem do empiema subdural e craniectomia descompressiva de urgência. Progrediu com melhora do quadro clínico e, após 17 dias do pós-operatório, recebeu alta hospitalar para cuidados ambulatoriais. Atualmente, após 90 dias, apresen-ta reversão dos sintomas neurológicos e bom controle do quadro otológico. Discussão: A mastoidectomia radical é um procedimento cirúrgico frequente na otorrinolaringologia. Entretanto, a evolução com com-plicações intracranianas é rara e associada à elevada morbimorta-lidade. A fisiopatologia das complicações otogênicas intracranianas decorre da propagação da infecção otológica por contiguidade ou continuidade. O empiema subdural corresponde a 8% das compli-cações intracranianas e representa uma condição neurológica de emergência, sendo a antibioticoterapia de largo espectro associada à intervenção cirúrgica o tratamento adequado. Considerações finais: As complicações intracranianas apresentam-se por meio de sintomas inespecíficos, sendo necessário alto índice de suspeição diagnóstica visando intervenção terapêutica multi-disciplinar precoce. Todavia, a melhor forma de prevenção dessas complicações é o tratamento prematuro dos casos de otite.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S125

P-348 SINDROME DO AQUEDUTO VESTIBULAR ALARGADO: RELATO DE CASORenata Cristina Cordeiro Diniz Oliveira, Marina Andrade Teixeira, Renata Koza da Mota, Helena Cunha Sarubi, Juliana Altavilla Van Petten Machado, Marconi Teixeira Fonseca, Juliane Elisa Cordeiro Diniz Oliveira

Hospital Socor, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 31 anos, com queixa de ana-cusia à esquerda, identificada aos 19 anos de idade em exame periódico da empresa onde trabalhava, evoluindo com perda flu-tuante e zumbido tipo apito à direita. Foi realizada audiometria, onde evidenciou-se perda profunda à esquerda e neurossensorial em agudos (> 4.000 Hz) com grau moderado. Solicitada tomografia computadorizada dos ossos temporais, com laudo descritivo sem alterações. Investigou-se patologia retrococlear através de resso-nância nuclear magnética, onde não foram encontradas alterações. Optou-se, então, após exclusão de doenças metabólicas e autoimu-nes, por protetização do ouvido direito. Após 8 meses, audiometria demonstrou piora dos limiares auditivos à direita e perda moderada a partir de 2.000 Hz. Realizou-se revisão dos exames previamente solicitados com otologista e radiologista especializado em TC de ossos temporais, onde evidenciou-se aquedutos vestibulares alarga-dos com discreta falha óssea de canal semicircular superior direito. Atualmente, paciente com proposta para prótese implantável ou implante coclear à esquerda. Discussão: A síndrome do aqueduto vestibular alargado (SAVA) caracteriza-se pelo aqueduto vestibular alargado associado à di-sacusia neurossensorial, esporadicamente mista, podendo variar de moderada a profunda, ser flutuante, lentamente progressiva ou súbita. Sintomas vestibulares podem estar presentes. Os mé-todos diagnósticos de eleição são a tomografia computadorizada de ossos temporais e a ressonância magnética do conduto audi-tivo interno, devendo o otorrinolaringologista buscar dominar a análise das imagens para que a SAVA não seja subdiagnosticada. O tratamento conservador dessa desordem consiste no uso da am-plificação, terapia de linguagem e em evitar traumas cranianos. Ocasionalmente, o implante coclear deve ser considerado, princi-palmente nos progressivos. Considerações finais: Apesar de geralmente manifestar-se desde o nascimento, por muitas vezes a SAVA é diagnosticada na fase adul-ta, após realizados exames audiométricos e de imagem para melhor definição da conduta. O diagnóstico precoce permite tratamento reabilitador mais favorável, como o implante coclear.

P-349 IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE AUDITIVA OSTEOANCORADA TRANSCUTÂNEA EM REGIÃO RETROSSIGMOIDE: ALTERNATIVA EM CASO DE MALFORMAÇÃO GRAVE DO OSSO TEMPORALLorena Campiolo Lembi, Guilherme Sole Sampaio, Andressa Brunheroto, Henrique Penteado Camargo Gobbo, Ludmilla Lima Zagati, Eduardo Fernandes do Vale

Hospital Vera Cruz, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 14 anos, por-tador de microtia bilateral grau 3 e disacusia condutiva de grau moderado/severo bilateral, indicado para implante de prótese au-ditiva osteoancorada transcutânea (PAOT). A tomografia de ossos temporais (TC) mostrou espaço e pneumatização adequados do osso mastoide para o posicionamento da prótese à direita. À esquerda, observou-se seio sigmoide anteriorizado e mastoide hipodesen-volvida. Decidiu-se por implantação à direita na região mastóidea convencional e à esquerda na região posterior ao seio sigmoide, inferior ao seio transverso (região retrossigmoide). Após a cirurgia,

o paciente evolui bem e na ativação observamos resultados audio-lógicos similares nas duas orelhas. Discussão: A PAOT possui duas técnicas descritas de implantação: a mastoide e a retrossigmoide. A escolha depende do tamanho da mastoide, localização do seio sigmoide e altura da dura-máter. Pa-cientes com microtia frequentemente possuem mastoides pequenas com seios anteriorizados. Nestes casos, o posicionamento retros-sigmoide da prótese pode ser interessante, sendo o asterium a re-ferência anatômica essencial para execução da craniotomia poste-rior. De modo geral, as complicações cirúrgicas desta técnica são as mesmas encontradas na implantação mastóidea: fístula liquórica, hematoma epidural e meningite bacteriana. Considerações finais: Com a evolução da técnica cirúrgica, pode-mos implantar próteses auditivas osteoancoradas mesmo em pa-cientes com malformação grave da orelha, com segurança e bons resultados.

P-350 COLOBOMA AURIS — TÉCNICA CIRÚRGICA — RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURARenata Cunha Alencar, Carolina Gioia Monteiro, Edson Carlos Miranda Monteiro

Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), Araguaína, TO, Brasil

Apresentação do caso: JSLD, 10 anos, sexo masculino, com fístu-la pré-auricular bilateral (coloboma auris), com drenagem de se-creção purulenta pelo lado direito há 8 anos. Foi feito diagnóstico no ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital Stella Maris e realizada cirurgia com a ressecção locorregional para prevenir as recidivas. Discussão: O coloboma auris, também denominado fístula pré-auri-cular ou sinus pré-auricular, é uma malformação congênita, carac-terizada por um diminuto orifício, habitualmente de formato oval, apresentando 1 a 2 mm no seu maior diâmetro, na margem anterior do ramo ascendente da região exterior do pavilhão auricular, que pode ser uni ou bilateral. Habitualmente, o paciente com coloboma auris apresenta manifestações clínicas discretas, exceto o orifício localizado na parte da frente da orelha. Todavia, pode haver infec-ção do coloboma, com consequente presença de rubor, hiperemia, aumento de volume do local, podendo, em certos casos, causar febre e presença de secreção esbranquiçada ou purulenta, de odor desagradável. O diagnóstico é feito exclusivamente por meio de exame clínico, que engloba histórico e exame físico, no qual o mé-dico identifica o diminuto orifício de formato oval na região pré- auricular. A única opção para o tratamento definitivo é a cirurgia, na qual o coloboma deve ser removido por completo para que não haja recidiva. Considerações finais: O coloboma auris pode apresentar sinais flo-gísticos quando ocorrer infecção. O diagnóstico é essencialmente clínico, podendo ser realizados exames de imagem para diagnóstico diferencial. O tratamento é cirúrgico devendo ser retirado todo o coloboma.

P-351 CHIKUNGUNYA E OTALGIA INTENSA: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Nelson José Barboza Quintino, Thais Eugênio Gomes, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Kallyne Cavalcante Alves Carvalho, Rebeca Maurera Almeida Cyrillo, Lorena Pinto de Souza Pontes

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 53 anos, en-fermeira, compareceu ao ambulatório de otorrinolaringologia com

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S126 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

quadro de otalgia intensa no ouvido direito. A mesma relatou dor incapacitante, que se iniciou associada ao diagnóstico de chikun-gunya quatro dias antes da consulta. Ressaltou hipertensão arterial e alergia à dipirona e penicilina benzatina. Ao exame físico consta-tou-se que os ouvidos direito e esquerdo, cabeça, pescoço, orosco-pia e rinoscopia não possuíam alterações clínicas evidentes, sendo realizada uma videolaringoscopia a fim de investigar se a otalgia intensa poderia ser decorrente de doenças na orofaringe e/ou larin-ge. Audiometria tonal, vocal e a impedanciometria também foram realizadas. Nestas, não foram averiguadas alterações. Foi prescrito analgésico e solicitado o retorno em um período de 24 horas para uma nova avaliação e realização da tomografia computadorizada de ouvidos/mastoide. Paciente retorna com melhora moderada da otalgia. A tomografia não apresentou evidências clínicas. O anal-gésico foi mantido e iniciado o tratamento com prednisolona por 7 dias. Paciente retorna depois de 1 semana com melhora importante da dor, mantendo o exame físico normal, sendo encaminhada para a reumatologia e neurologia. Discussão: O chikungunya é um RNA vírus da família Togaviridae do gênero Alphavirus, descrito pela primeira vez em 1950 na região que hoje corresponde à Tanzânia durante um surto atribuído inicial-mente à dengue. Caracteriza-se por quadros de febre associados à dor articular intensa e debilitante, cefaleia e mialgia, poliartrite/ artralgia simétrica e manifestações neurológicas. Autores desta-cam, corroborando com os dados expostos no caso, a presença da otalgia em alguns pacientes com tal patologia, sendo esta decor-rente das manifestações neurológicas. Salienta-se que tais mani-festações são mais evidentes na fase aguda da dengue e do zika. Considerações finais: Verifica-se um quantitativo incipiente de estu-dos acerca dessa patologia na área da otorrinolaringologia. Dessa for-ma, destaca-se a necessidade da disseminação de pesquisas na área.

P-352 OTOMASTOIDITE EM CRIANÇA: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Álvaro Vitorino de Pontes Júnior, Thais Eugênio Gomes, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Kallyne Cavalcante Alves Carvalho, Nelson José Barboza Quintino, Lorena Pinto de Souza Pontes

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: L.V.S.A, sexo feminino, 4 meses e 18 dias, foi atendida em um hospital púbico com história de irritabilidade e choro persistente. Não se verificou alterações na oroscopia e ri-noscopia. Na otoscopia integridade de membrana timpânica bilate-ralmente, ao exame da cabeça e pescoço observou-se abaulamento retroauricular com edema, acompanhado de hiperemia. Assim, foi realizado o internamento hospitalar, onde a criança passou a fazer uso de ceftriaxona, clindamicina e dexametasona. Os exames labo-ratoriais apresentaram os seguintes. Resultados: Hemoglobina: 11,1; hematócritos: 33,9; leucócitos: 15.850; plaquetas: 514.000; proteína C reativa: 19. A criança foi submetida a uma tomografia computadorizada da mastoide, onde se verificou o preenchimento parcial de algumas células mastoides à esquerda por conteúdo com degeneração de partes moles; sinais de otomastoidite complicada à direita, com material preenchen-do a totalidade das células mastoides e erodindo o osso temporal, com solução de continuidade e formação de abcesso com realce de suas paredes e septações em região retroauricular; material de atenuação de partes moles em ouvido médio à direita ocupando os espaços ao redor da cadeia ossicular. Assim, a criança foi submetida à mastoidectomia com colocação de tubo de ventilação no ouvido direito. Apresentou uma evolução satisfatória, com uso de antibio-ticoterapia e realização de exames laboratoriais de seguimento, com posterior alta hospitalar. Discussão: A otomastoidite é uma complicação aguda da otite média, sendo um processo inflamatório e infecioso das células e

paredes ósseas mastóideas. Autores dão ênfase à baixa frequência das otomastoidites após o advento da antibiocoterapia, sendo esta rara de ser encontrada. Na última década, assistiu-se ao recrudes-cimento dessa doença, com estudos que verificaram complicações persistentes e necessidade de cirurgia invasiva. Dados que estão em consonância com o caso descrito acima. Considerações finais: A otomastoidite continua a ser uma patologia a considerar em Pediatria.

P-353 ZUMBIDO PULSÁTIL COMO CONSEQUÊNCIA DE GLOMUS TIMPÂNICO EM ADULTO JOVEMAlexandre José de Sousa Cunha, Daniella Leitão Mendes, Alonço da Cunha Viana Junior, Luzia Abrão El Hadj, Bernardo Relvas Lucas, Thiago Chalfun de Matos Fonseca, Natalia Melo Vale, Camilo Pessi Brumatte

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 45 anos, sexo masculino, cau-casiano, queixando-se de plenitude auricular e zumbido pulsátil na orelha esquerda há 6 meses. À otoscopia apresentava membrana timpânica íntegra com lesão avermelhada. A audiometria mostrou disacusia condutiva leve na orelha esquerda. A tomografia compu-tadorizada de mastoides identificou tecido com densidade de par-tes moles obliterando parcialmente a porção anterior do epitímpa-no e mesotímpano esquerdos, em íntimo contato com a membana timpânica. Na ressonância nuclear magnética, exibia sinal interme-diário em T1 e hipersinal em T2, com impregnação homogênea pelo contraste sugestivo de glomus timpânico. Foi realizada exérese da lesão sem embolização pré-operatória, via retroauricular, com total remoção sem intercorrências. A hipótese foi confirmada após estu-do histopatológico. A evolução clínica foi favorável, com remissão dos sintomas. Discussão: Os tumores glômicos, os mais comuns de orelha média, compõem-se de células de origem neuroectodérmica. Recebem sua nomenclatura de acordo com a topografia que ocupam, podendo ser carotídeos, vagais, jugulares e jugulotimpânicos. Acometem mais frequentemente mulheres (5:1) na 6ª e 7ª décadas quando esporádicos. Nos casos hereditários, mais associados à malignidade, acometem indivíduos mais jovens na 2ª e 3ª décadas de vida. Podem estar associados a diversas síndromes e secretar catecolaminas, e é recomendável investigação familiar. Os sintomas mais observa-dos são zumbido pulsátil e hipoacusia. Neste caso, tratava-se de paciente jovem sem história familiar, multifocalidade ou outras síndrome associadas. Considerações finais: Em casos de zumbido pulsátil associado à otoscopia suspeita, os tumores glômicos devem sempre ser aven-tados. Faz-se necessária uma avaliação criteriosa afim de definir o perfil epidemiológico do paciente e a melhor proposta terapêutica. É relevante, em indivíduos mais jovens, uma investigação familiar e considerar a sua relação com outras síndromes como NEMII, doença de von Recklinghausen e Carney.

P-354 GLOMUS JUGULOTIMPÂNICO: RELATO DE CASOCamila Taniguti Cordeiro Vasco, Letícia Avila Cambraia, Blenda Avelino Soares, Emilio Santana Martins Xavier Nunes, Edson Junior de Melo Fernandes

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: M.I.S., 56 anos, cor branca, sexo feminino, há 5 anos com queixa de zumbido pulsátil e hipoacusia no ouvido esquerdo. Há 4 anos, após consulta com otorrinolaringologista, pa-ciente foi encaminhada ao serviço de cabeça e pescoço do Hospital

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Araújo Jorge com diagnóstico de glomus jugulotimpânico. Paciente evadiu do hospital por problemas psiquiátricos, sem tratamento. Há 1 ano, começou a apresentar otorragia e foi encaminhada ao serviço de otorrinolaringologia (ORL) do Hospital Geral de Goiânia (HGG). À otoscopia, presença de massa avermelhada em conduto auditivo externo (CAE). Tomografia computadorizada de crânio com lesão expansiva na veia jugular esquerda invadindo o osso petroso, orelha média e CAE deste lado. Paciente optou pelo tratamento cirúrgico e aguarda abordagem conjunta da equipe de ORL e neu-rocirurgia do HGG. Discussão: O tumor glômico jugulotimpânico é uma neoplasia rara e a segunda mais comum do osso temporal. Acomete mais mulheres acima da 5ª década e ocorre pelo crescimento de corpos glômicos. É altamente vascularizado, podendo apresentar atividade quimior-receptora; benigno; e apresenta crescimento lento, porém, poden-do ser localmente agressivo. Os sintomas incluem zumbido pulsátil, hipoacusia, otalgia, otorragia e vertigem. Podem estar localizados no corpo carotídeo, teto do bulbo jugular e na fossa jugular ao promontório da orelha média. O tratamento pode ser paliativo, ra-dioterápico ou cirúrgico. Considerações finais: O tumor jugulotimpânico, apesar de raro, pode estar presente na prática do otorrinolaringologista.

P-355 ACHADO TOMOGRÁFICO DE DUPLICIDADE DO CANAL AUDITIVO INTERNO E DISPLASIA EM “BONÉ” DO TEGMENTO PONTINO: UMA CAUSA RARA DE PERDA AUDITIVA SENSORIONEURAL

Daiane Oliveira Braga, Inesângela Canali, Aldo José Bellod, Eron Mosciati, Igor Guerra Guimarães, Luiz Carlos Alves de Souza

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 48 anos, porta-dora de déficit cognitivo e perda neurossensorial profunda bilate-ral desde o nascimento, foi trazida pela família para avaliação de implante coclear. Ao exame físico, apresentava ataxia e não apre-sentava paralisia facial periférica. Foi realizado potencial auditi-vo de tronco encefálico (PEATE), que revelou ausência das ondas evocadas por cliques e tone burst de frequências específicas de 500 e 1.000 Hz de 95 dBnHL. Tomografia computadorizada dos ou-vidos caracterizou estreitamento e duplicidade do canal auditivo interno (DCAI) e discreta redução volumétrica da ponte e do cere-belo. Ressonância magnética (RM) dos ouvidos revelou ausência dos VIII nervos cranianos; pedúnculos cerebelares exibindo aparência semelhante ao sinal do dente molar. Ponte de aspecto displásico, apresentando pequena proeminência na sua face posterior, proje-tando-se para o interior do IV ventrículo (sinal de boné). Discussão: Na literatura, há relatado 32 casos de DBTP. Conforme o estudo de Nixon et al., que investigou 16 dos 32 casos, 94% apresen-tam DCAI unilateral ou bilateral, sendo 56% bilateral. A avaliação eletrofisiológica e de imagem da paciente permitiram o diagnóstico diferencial da surdez sensorioneural profunda bilateral. Os acha-dos neurorradiológicos apresentados pela paciente são semelhantes àqueles já descritos na literatura: tegmento pontino com formato de boné projetando-se em direção ao 4º ventrículo, achatamento ventral da ponte, hipoplasia do vermis cerebelar, ausência ou mal-formação dos núcleos olivares inferiores e possível hipogenesia ou aplasia do III ao IX nervos cranianos. Considerações finais: O diagnóstico de caso tão peculiar, anos após o início da surdez, pode ter sido ocasional, porém somente possível pela complementação diagnóstica do paciente deficiente auditivo por meio de exames de imagem. A definição diagnóstica neste caso torna-se imprescindível, uma vez que a ausência do VIII par crania-no contraindica o implante coclear.

P-356 RINOLIQUORREIA PARADOXALEulalia Sakano, Arthur Castilho, Walter Bianchini, Flávia Ribas Demarco, Norton Tasso Jr., Raquel Lauria, Rafael Vicente Lucena

Hospital de Clinicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: N.J.S.A, sexo feminino, 48 anos, procura atendimento por rinorreia anterior espontânea há 6 meses, hialina, unilateral a direita, cujo fluxo aumentava com a inclinação anterior da cabeça, associado a rinorreia posterior. Queixava-se também de hipoacusia e zumbido pulsátil constante à direita, iniciados após quadro de meningite há 15 anos. Na otoscopia havia abaulamento e pulsação com mesmo ritmo da frequência cardíaca. Realizou-se na-sofibroscopia, que mostrou drenagem de secreção hialina pela tuba auditiva direita durante a deglutição. A audiometria apresentou gap aero-ósseo na orelha direita. Pela suspeita de fístula liquórica de origem otogênica com rinoliquorreia paradoxal realizou-se cister-notomografia que demonstrou erosão óssea focal na parede poste-rior da pirâmide petrosa direita, com opacificação pelo contraste de células mastóideas e de ouvido médio. O tratamento proposto foi a reparação da fístula liquórica. Discussão: O extravasamento de líquido cefalorraquidiano (LCR) para o osso temporal é incomum e determina risco de infecção do sistema nervoso central. A rinoliquorreia paradoxal ocorre quando o LCR acumulado na orelha média drena para a cavidade nasal e rinofaringe através da tuba auditiva. A tomografia computadorizada é o exame inicial para o diagnóstico topográfico da rinoliquorreia. A cisternotomografia localiza o extravasamento de líquor, mas pode ser falsamente negativa se o extravasamento for intermitente ou de baixo volume. A ressonância nuclear magnética ponderada em T2 pode revelar hérnia de parênquima cerebral no espaço extradu-ral ou meningocele. Na maioria dos casos, a abordagem transma-tóidea proporciona exposição suficiente para definir precisamente o defeito e repará-lo, sendo a abordagem intracraniana necessária nos casos em que o defeito é extenso ou em fístulas recorrentes. Considerações finais: Rinorreia hialina e espontânea é uma queixa corriqueira no cotidiano otorrinolaringológico. A suspeita do diag-nóstico de rinoliquorreia deve estar no leque de possibilidades. Fístulas líquóricas de origem otogênica podem apresentar-se cli-nicamente com rinoliquorreia paradoxal, sendo o diagnóstico um desafio.

P-357 CARCINOMA ESPINOCELULAR DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Nelson José Barboza Quintino, Thais Eugênio Gomes, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Lorena Pinto de Souza Pontes, André Pinto Villarim, Rebeca Maurera Almeida Cyrillo

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: JPD, 69 anos, do sexo masculino, proce-dente de zona rural, deu entrada no serviço de pronto-atendimento otorrinolaringológico com queixa de otalgia na orelha esquerda há 7 meses, que piorou progressivamente, associado à otorreia, otor-ragia e hipoacusia. Havia procurado o serviço de atenção básica, onde foi medicado com gotas otológicas. Negava antecedentes de diabetes melito ou imunossupressão e não fazia uso contínuo de medicamentos. Ao exame físico, apresentava estado geral regular, consciente, com paralisia facial periférica à esquerda grau VI de House Brackmann. À otoscopia, evidenciou-se destruição do con-duto auditivo externo e de orelha média, de modo que havia uma cavidade ampla, com tecido de granulação e secreção serossangui-nolenta. Foi realizada cultura da secreção, cujo resultado mostrou

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crescimento de colônias de Staphylococcus aureus meticilina resis-tente (MRSA). Foi solicitada tomografia computadorizada de ossos temporais, que evidenciou destruição óssea extensa atingindo fossa infratemporal. Foi então realizada uma biópsia de fragmento do remanescente do conduto auditivo externo para estudo histopato-lógico, que revelou um carcinoma de células escamosas moderada-mente diferenciado, ulcerado e infiltrante. Discussão: Os tumores malignos do conduto auditivo externo são raros. Dentro da realidade do sistema público de saúde brasileiro, onde uma consulta com o especialista demora às vezes até mais de 1 ano, o diagnóstico precoce é difícil. O otorrinolaringologista, ao se deparar com esse tumor, cujos sintomas podem ser de otalgia, otorreia e hipoacusia, pode ter uma hipótese inicial de otite crôni-ca, principalmente quando o tumor é ulcerado. No caso descrito, uma das suspeitas iniciais foi de otite externa maligna e foi iniciado antibioticoterapia de largo espectro enquanto se aguardava pelo resultado do histopatológico. Considerações finais: Raro, com sintomas iniciais inespecíficos e prognóstico reservado, o carcinoma espinocelular do conduto audi-tivo externo deve ser lembrado no diagnóstico diferencial de lesões suspeitas, para que haja realização precoce de biópsia e conse-quente tratamento.

P-358 TUBERCULOSE OTOLÓGICA SIMULANDO OTITE EXTERNA NECROTIZANTEMarcelo Guimaraes Machado, Julian Pablo Stavarengo, Debora Hirose Aparecido, Mariana Esmeraldo Pinheiro, Glaucia Jainara Ferreira Costa, Carlos Eduardo Cesario de Abreu

Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 54a, iniciou qua-dro de otalgia, otorreia e hipoacusia à esquerda há 15 dias. A otoscopia apresentava edema difuso de conduto auditivo externo (CAE), hiperemia e espessamento importante de membrana tim-pânica. Foi tratada com antibioticoterapia tópica, com hipótese de otite externa simples. Retornou com manutenção do quadro. Solicitada tomografia computadorizada de ossos temporais (OOTT) e audiometria. Após resultado dos exames, foi realizada interna-ção hospitalar, com hipótese de otite externa necrotizante. Tra-tada com ciprofloxacino endovenoso e realizadas duas biópsias de conduto auditivo e de membrana timpânica. Após 1 semana de tra-tamento, não apresentou melhora clínica significativa. Somando o resultado da biópsia ao histórico ocupacional da paciente (técnica de enfermagem em contato diário com pacientes tuberculosos), optou-se por tratamento empírico para tuberculose cutaneomuco-sa em conjunto com equipe de infectologia. Após 7 dias, apresen-tou melhora clínica importante. Com 14 dias, teve alta hospitalar e foi mantido acompanhamento ambulatorial. Apresentou melho-ra gradual do quadro e atualmente, no 4º mês de tratamento, possui otoscopia normal, porém manutenção de hipoacusia. Re-sultado de exames mostrou audiometria: ouvido direito — audição normal e ouvido esquerdo — perda auditiva mista profunda; LRF: 95 dB; IRF: 72%; TC de OOTT: edema de CAE; velamento de orelha média, antro e demais células da mastoide; discreta erosão óssea de cadeia ossicular; biópsia: processo granulomatoso inespecífico, ausência de micobactérias. Discussão: A tuberculose otológica é uma rara afecção de difícil diagnóstico, muitas vezes necessitando de tratamento empírico. Classicamente, se manifesta com pouco ou nenhum acometimento da orelha externa e perfuração de membrana timpânica (única ou múltipla), que não ocorreu no caso apresentado, tornando-o ainda mais incomum. Considerações finais: O caso relatado traz à luz a possibilidade do diagnóstico da tuberculose otológica por meio de tratamento empí-rico, nos casos de otites externas e médias refratárias ao tratamen-

to clínico, sem necessariamente ocorrer a presença de perfuração de membrana timpânica

P-359 SÍNDROME DE RAMSAY-HUNT ATÍPICA: RELATO DE CASOFhrancis Boechat de Marcos, Júlia da Silva Almeida, Flávia Dias Vieira, Maria Eugênia Pedruzzi Dalmaschio, Larissa Maria Alencar Xerez de Vasconcelos, Gustavo Félix, Eveline Tasca Rodrigues, Raphael Joaquim Teles Cyrillo

Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente A.C.S., sexo feminino, 16 anos, estudante, apresentava hemiparesia esquerda há 10 dias associada à intensa otalgia à esquerda, com otorreia purulenta ipsilateral. Otoscopia direita sem alterações; à esquerda, presença de vesícu-las e crostas no conduto auditivo externo. Realizada limpeza, com visualização de membrana timpânica íntegra, sem abaulamentos e/ou retrações. À avaliação neurológica, apresentava hemiparesia e lagoftalmia à esquerda, com desvio de rima labial à direita. Escala de House–Brackmann IV e prova de Romberg negativa. Sinal de Bell ausente. O diagnóstico da síndrome de Ramsay–Hunt foi confirma-do após aparecimento das erupções cutâneas e o paciente tratado com aciclovir e cefalotina pela infecção local secundária, além de analgésicos, gotas oculares e fisioterapia motora facial. Não foi uti-lizada corticoterapia. No sexto dia de tratamento, apresentava me-lhora significativa do edema e do herpes-zóster auricular. Optou-se pelo seguimento do tratamento ambulatorialmente com aciclovir. Houve regressão total da paralisia facial, com evolução satisfatória e reavaliação com House–Brackmann I. Discussão: Herpes-zóster oticus é uma infecção resultante da rea-gudização do vírus varicela-zóster, em estado de latência no gânglio geniculado após uma primoinfeção viral. A apresentação clássica consiste em otalgia no pavilhão auricular ipsilateral, seguida de erupção vesicular na orelha externa. A paralisia facial periférica, quando presente, constitui a síndrome de Ramsay–Hunt e antecede as vesículas cutâneas no conduto auditivo. Esta forma de paralisia facial engloba 3% a 12% de todos os casos. O envolvimento do nervo vestibulococlear manifesta-se por sintomas auditivos e vestibulares em aproximadamente 20% dos pacientes. Considerações finais: No caso relatado, o acometimento do ner-vo facial (NVII) antecedeu a erupção das vesículas auriculares, diferentemente das referências prévias na literatura e, portanto, considerável para uma publicação atípica da clássica síndrome de Ramsay–Hunt.

P-360 ABCESSO MASTÓIDEO COM FÍSTULA RETROAURICULAR POR COLESTEATOMA DE ORELHA MÉDIAGustavo Felix, Fhrancis Boechat de Marcos, Julia da Silva Almeida, Flavia Dias Vieira, Larissa Maria Alencar Xerez de Vasconcelos, Eveline Tasca Rodrigues, Maria Eugenia Pedruzzi Dalmaschio, Nabor Plaza Ruiz;

Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Criança, 8 anos com história de otite média recorrente desde 2 anos de idade, apresentou piora da otorreia, abaulamento retroauricular e febre iniciada 5 dias antes da consul-ta. Foi internada para início de medicação venosa com amoxicili-na/ácido clavulânico e a tomografia computadorizada de mastoide mostrou velamento completo e aspecto ebúrneo com erosão de cor-tical óssea. Foi realizada, a princípio, drenagem da coleção puru-lenta, mas 1 semana depois evoluiu com fístula retroauricular com drenagem purulenta, sendo submetido, nesse momento, à timpano-mastoidectomia aberta com diagnóstico de colesteatoma de orelha

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média e modificado antibiótico para cefepime e clindamicina. Pa-ciente evoluiu com cura e alta hospitalar em 7 dias após a cirurgia. Discussão: O abcesso retroauricular por colesteatoma de orelha media é uma complicação considerada extratemporal. Numa sé-ria de 9 casos de abcesso mastóideo, Raoul et al. reportaram, en-tre 10 casos de abcesso mastóideo, cinco por colesteatoma, como aqui relatado. Dubey et al. mostraram que abcesso mastóideo foi a complicação mais relatada entre sua série de casos de otite média crônica. Considerações finais: Abcesso mastóideo ainda é uma complicação presente mesmo com o amplo espectro de antibióticos disponíveis. O colesteatoma pode ser uma das causas, como no caso relatado, e o tratamento cirúrgico é sempre necessário.

P-361 OTITE MÉDIA TUBERCULOSA COM PARALISIA FACIAL PERIFÉRICARosana Guimarães Rodrigues Alves, Geizeane Morais da Cunha, Laryssa Cavalcante Mendes de Andrade, Lorena Cássia de Carvalho Oliveira, Carolina da Silveira Alves, Eduardo Romero Sampaio Botelho, Gustavo Bachega Pinheiro

Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 31 anos sem comorbidades, procurou o pronto-socorro de otorrinolaringologia do Hospital de Base do Distrito Federal em fevereiro de 2016 com quadro de otite média aguda supurada à direita, tratada com amoxicilina. Apresen-tou melhora importante da otalgia após tratamento, mas persistiu com otorreia. Após 4 semanas, procurou novamente o serviço por paralisia facial periférica de instalação súbita. Ao exame, apresen-tava paralisia grau VI, de acordo com a escala de House–Brackmann, à direita. Foram prescritas clindamicina e prednisolona. Paciente não apresentou melhora da paralisia, persistindo com otorreia e otalgia intermitente. Internada para realização de antibioticote-rapia endovenosa, foram visualizadas múltiplas perfurações na membrana timpânica à otoscopia, levantando a possibilidade de etiologia tuberculosa como causa da infecção. Tomografia compu-tadorizada de tórax evidenciou presença de cavitação pulmonar. Iniciado tratamento com esquema RIPE. Eletroneuromiografia mos-trou comprometimento de 99% dos axônios do ramo bucal e foi rea-lizada timpanomastoidectomia com descompressão de nervo facial. Discussão: Os casos de otite média tuberculosa vêm aumentando, acompanhando o aumento de incidência da tuberculose, principal-mente em pacientes portadores de HIV. Seu diagnóstico é funda-mental para que o adequado tratamento seja instalado, evitando complicações potencialmente graves, como acometimento intra-craniano e perda auditiva irreversível. Considerações finais: O diagnóstico de otite média tuberculosa é difícil, sendo necessário alto grau de suspeição e conhecimento da doença por parte do otorrinolaringologista. Para confirmação, de-ve-se recorrer a exames de bacterioscopia direta, cultura de secre-ção e, atualmente, aos novos métodos de PCR.

P-362 MANIFESTAÇÕES OTORRINOLARINGOLÓGICAS EM CARCINOMA APÓCRINO DE COURO CABELUDOCamilo Pessi Brumatte, Daniella Leitão Mendes, Nilce Sanny Costa Silva, Alexandre José de Sousa Cunha, Thiago Chalfun de Matos Fonseca, Natalia Mello Vale, Juliana Cagliari Linhares Barreto

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 49 anos, branca, do lar, hipotireóidea e ex-tabagista. Em 2009, observou a presença de lesão enegrecida e abaulada no couro cabeludo na região parie-tal esquerda. Negava queixas álgicas, emagrecimento ou quaisquer

outros sintomas. Foram realizadas intervenções cirúrgicas com fi-nalidade diagnóstica e terapêutica, onde constatou-se, através de estudo histopatológico e imuno-histoquímico, nevo sebáceo de Ja-dassohn associado a siringocistoadenoma papilífero e neoplasia ma-ligna axial cutânea, e posteriormente carcinoma apócrino primário de couro cabeludo. Em 2010, apresentou recidiva da lesão e metás-tase linfonodal, sendo submetida à cirurgia de esvaziamento cervical seguida de quimioterapia. No decorrer de 2011, foi acometida de nova lesão cervical, agora irressecável com comprometimento de glândula parótida, tendo a radioterapia como proposta terapêutica. Evolui com paralisia facial periférica esquerda seguida de hipoacu-sia, otalgia e otorreia purulenta. Tomografia de mastoides mostrou lesão expansiva e infiltrativa ocupando tecido subcutâneo da região auricular e retromandibular esquerda, com obliteração de conduto auditivo externo. Dada a irressecabilidade da lesão, a paciente é mantida em cuidados paliativos e acompanhamento clínico. Discussão: A neoplasia de glândulas apócrinas é um tumor malig-no raro, tendo a axila o local mais acometido, porém locais como couro cabeludo, canal auditivo, punho e pálpebra também foram descritos. Apresenta-se como uma massa assintomática, sólida ou cística, de crescimento lento, variando em coloração, sendo diag-nosticada através de estudo histopatológico. No caso apresentado, a lesão inicialmente foi observada no couro cabeludo, em região parietal, estendendo-se para mastoide, devendo, portanto, ser en-carada como diagnóstico diferencial em acometimentos otorrino-laringológicos. Considerações finais: Em virtude do alto grau de agressividade do carcinoma apócrino, faz-se imprescindível o diagnóstico precoce, que possibilita maiores chances de cura e um melhor prognósti-co. Desta forma, deve-se conhecer a patologia e saber reconhecer os sinais sugestivos da mesma, para que possamos considerá-la um diagnóstico diferencial.

P-363 TUBERCULOSE PRIMÁRIA DE ORELHA MÉDIASalyne Regina Martins Roberto, Larissa Ferreira de Macedo, Pâmella Marletti de Barros, Pietro Jorge Tenório Tavares, Leopoldo Marques D‘Assunção Filho, Mariana de Carvalho Leal, Silvio da Silva Caldas Neto

Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 20 anos, com história de otalgia seguida de otorreia e hipoacusia à esquerda há 2 meses. Referia ter feito uso de várias medicações antimicrobianas tópica e sistêmica, sem sucesso. À otoscopia, apresentava orelha esquerda com secreção espessa e tecido de granulação e necrótico ocupando remanescente da membrana timpânica e orelha média. Apresentava, à audiometria, perda condutiva de grau moderado à esquerda e, à tomografia de ossos temporais, material hipodenso ocupando a mastoide à esquerda, invadindo a caixa timpânica e englobando a cadeia ossicular. Hemograma e radiografia do tórax encontravam-se dentro da normalidade; porém, teste tuberculínico mostrou-se forte reator. Foi submetida a biópsia do tecido da ore-lha média, via transcanal. A pesquisa para M. tuberculosis por PCR no sangue e na biópsia foram positivas. A paciente evoluiu, após 1 mês do tratamento antituberculínico, com diminuição da otorreia e melhora da otalgia. Discussão: A tuberculose primária da orelha média é rara, repre-sentando menos de 1% dos casos de tuberculose extrapulmonar. Os sintomas mais frequentes incluem hipoacusia, otalgia e otor-reia crônica, resistente à terapia convencional. Perfurações totais ou subtotais acompanhadas por tecido de granulação são comuns. Na maioria dos casos, observa-se surdez condutiva, embora possa haver perda mista ou sensorioneural. Erosão da cadeia ossicular pode estar presente, assim como paralisia facial. A análise histopa-

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tológica é o método diagnóstico mais confiável, com sensibilidade de 94 a 100%, sendo a intervenção cirúrgica a melhor maneira de se obter material para estudo. O diagnóstico diferencial inclui as otites crônicas supurativas e colesteatomatosas, granulomatose de Wegener, sífilis, infecções fúngicas, otite externa necrotizante, dentre outros. Considerações finais: O diagnóstico da otite média tuberculosa é difícil, sendo necessário alto grau de suspeição. A existência de te-rapêutica efetiva faz com que o diagnóstico precoce seja de extre-ma importância, evitando, assim, a ocorrência de complicações e intervenções cirúrgicas desnecessárias.

P-364 MIÍASE EM OUVIDO MÉDIOFellipe Cunha Oliveira Pomar, Sergio Luiz Bittencourt, Thiago Andrade Fraga, Sergio Bittencourt, Thais Knoll Ribeiro, Ivo Teles Melo Andrade, Juliana Guimaraes Garcia Cunha

OtorrinoSeul, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 64 anos, deu entrada no pronto-socorro com queixa de prurido e otalgia à es-querda após banho de rio em fim de semana no sítio. Negava outras queixas. Tinha história de otite média crônica simples, hipertensão e cardiopatia. Anteriormente, esteve em outro serviço de otorri-nolaringologia, onde foi prescrito antibiótico em gotas otológicas, evoluindo com piora dos sintomas. Ao exame físico, foram encon-trados edema, hiperemia e otorreia no ouvido esquerdo. Após aspi-ração auricular, foram visualizadas múltiplas larvas em meato acús-tico externo esquerdo e a membrana timpânica não foi visualizada. Paciente foi internado para analgesia, tratamento com ivermectina 12 mg/dia e realização de exames de imagem. Foi abordado no cen-tro cirúrgico no dia seguinte, sendo realizada mastoidectomia no ouvido esquerdo para retirada de miíase. No 2º dia pós-operatório, evoluiu com prurido no ouvido esquerdo. À otoscopia, foram visua-lizadas novas larvas, retiradas mecanicamente no leito. No 4º dia pós-operatório, paciente voltou a queixar prurido e otalgia. Foram visualizadas novas larvas, de difícil remoção no leito, necessitan-do de abordagem em centro cirúrgico, com retirada de miíase sob anestesia local. Após segunda abordagem cirúrgica, o paciente foi mantido em internação, tendo boa recuperação e alta após 3 dias, sem sinais de reinfestação. Discussão: A miíase é rara na otorrinolaringologia, sendo mais fre-quente em idosos ou portadores de transtornos mentais. Apresen-tamos um paciente hígido, mas com lesão em ouvido médio que foi porta de entrada. A ivermectina matou algumas larvas; porém, a remoção mecânica se mostrou mais eficaz, mesmo não tendo sido possível no primeiro atendimento. Considerações finais: Apesar da condição rara, é importante que saibamos como lidar com a miíase em otorrinolaringologia, man-tendo o paciente sob observação e estando atentos à possibilidade de reinfestação.

P-365 INDICAÇÃO DE IMPLANTE COCLEAR EM CRIANÇA: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Christiane Kulzer Birck, Thais Eugênio Gomes, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Nelson José Barboza Quintino, Kallyne Cavalcante Alves Carvalho, Lorena Pinto de Souza Pontes

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: V.G.A.S, sexo masculino, 11 meses, foi atendido em um ambulatório de otorrinolaringologia com histórico de teste da orelhinha alterado. Ao exame físico não apresentou alterações. Foram solicitados exame do potencial evocado auditivo

do tronco encefálico (BERA), imitanciometria e tomografia compu-tadorizada de ouvido e mastoide, que apresentaram os resultados a seguir descritos: BERA — ausência de ondas I, III, V na orelha direita e ausência de ondas I, III e atraso de latência em onda V; imitan-ciometria — curva tipo A bilateralmente, com ausência de reflexos; tomografia computadorizada de mastoide e ouvido — cócleas com aspecto displásico bilateralmente, evidenciando cavidade cística em sua topografia, com indistinção dos septos interescalares e do modíolo, comunicando-se com o vestíbulo compatível com partici-pação incompleta coclear Tipo I e estenose do conduto auditivo ex-terno esquerdo. Foi solicitada uma ressonância nuclear magnética (RNM) de encéfalo, com ênfase em vias auditivas para investigação de indicação do implante coclear (IC). Discussão: O IC na orelha interna pode restaurar parcialmente a audição de pessoas com surdez profunda. Ressalta-se que as crianças implantadas em uma idade mais jovem têm performan-ce melhor. Salienta-se que existem diversas indicações para o IC, dentre elas a idade mínima de 12 meses, exceto em casos prova-dos de ossificação coclear; perda auditiva sensorioneural bilateral severa a profunda; benefício do implante maior que o esperado por outros recursos; e suporte de reabilitação para o desenvolvi-mento de linguagem oral, fala e audição. Nesse caso, verifica-se a possível indicação do implante coclear com eletrodo de menor tamanho para criança, necessitando, para tanto, da RNM para ve-rificar o funcionamento do nervo, assim como de outros exames complementares. Considerações finais: Atualmente, a cirurgia de implante coclear é o único tratamento eficaz em casos de surdez profunda bilateral em crianças. É importante fazer o diagnóstico da surdez sensorioneural através de uma bateria de exames especializados.

P-366 PETRIFIED EAR — CASE REPORT

Martinho da Palma e Mello Neto, Júlia do Carmo Binotto, Ariadne Fonseca Carvalho Silva, Thaisa Consorte Domingues, Tatiane Bordignon Uliana, Lívia Tamie Tanaka Sassaki

Hospital Regional de Presidente Prudente, Presidente Prudente, SP, Brazil

Case report: An 82-year-old man sought medical help referring a stiffening of his left auricle 1 year ago. His other complaint was hearing loss, even though he was using an individual amplification device. No history of local trauma, tinnitus, earache, otorrhea, or vertigo. Clinical examination of the left ear revealed that the antihelix of the pinna was rigid, with normal configuration, no phlogistic sign, painless to manipulation. No other changes on the rest of examination. The CT scan of ear and mastoid revealed bilateral calcification on pinna, more evident on the left side, with no other changes. Laboratory investigation indicated high level of TSH (38.72 mu/mL), with no other variation. The biopsy was not performed on this patient. He was referred to the endocrinology service for clinical follow-up, but didn´t have any improvement on his condition yet. Discussion: Petrified ear is a rare condition in which ears become stone-hard. Generally, patients are asymptomatic and present metabolic disorders that lead to hypercalcemia and ectopic calcification or, less commonly, ossification. To report a case of petrified ear due to a possible metabolic disorder and provide awareness on the importance of the investigation of subclinical diseases in this pathology. Final considerations: Although its etiology is unclear, the calcification of auricular cartilage is a very rare condition that can be linked to metabolic and endocrine disorder. Therefore, it is essential to investigate subclinical diseases in the presence of this pathology.

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P-367 COMPLICAÇÃO DE OTITE MÉDIA CRÔNICA COLESTEATOMATOSA COM TROMBOFLEBITE DOS SEIOS SIGMOIDE E TRANSVERSO E ABCESSOS EPIDURAL E SUBDURALGustavo Mercuri, Lucas Spina, Cintia Vanette, Caroline Fernandes Rimoli, Tamires Ferreira Siqueira, Norimar Hernandes Dias, Gustavo Leão Castilho

Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, de 19 anos, com quadro de otorreia crônica desde a infância, encaminhado para avaliação devido à otalgia e otorreia à direita há 8 dias, as-sociadas à cefaleia occipital de forte intensidade, febre, náusea, vômito e vertigem. Tratado em outro serviço com amoxicilina por 7 dias, sem melhora. À otomicroscopia, membrana timpânica com retração importante, aderida ao mesotímpano, com aparente ero-são dos ossículos e tecido de granulação no hipotímpano. Discreta dor à palpação da região retroauricular, sem edema ou eritema. À tomografia de crânio e ouvidos, foi visualizado conteúdo de par-tes moles em ouvido médio e abcesso epidural. A angiotomografia de crânio constatou tromboflebite de seios sigmoide e transverso à direita. Exame liquórico negativo. À admissão, foi modificada a an-tibioticoterapia e realizada mastoidectomia radical à direita, com drenagem de abcesso epidural. Apesar de melhora clínica inicial, recorreram sintomas neurovegetativos, sendo constatado abcesso subdural em novo exame tomográfico, imediatamente drenado. Pa-ciente apresentou boa evolução, sem recorrência dos sintomas ou outras complicações. Discussão: As otites medias crônicas classificam-se em colestea-tomatosas e não colesteatomatosas. Embora menos frequentes, as colesteatomatosas apresentam maior risco de complicações devido seu caráter invasivo. Considerações finais: Apesar de a utilização maciça de antibióticos ter diminuído o número de complicações por otite média, esta ain-da representa um desafio. O uso prévio de antibióticos pode mas-carar uma eventual complicação e postergar seu diagnóstico. Nos casos em que se suspeite de complicações otogênicas, o estudo tomográfico é indispensável e, conforme o caso, o tratamento ci-rúrgico deve ser efetuado o quanto antes.

P-368 SÍNDROME de GORHAM-STOUT DIAGNOSTICADA EM CRIANÇA COM HISTÓRIA DE ABAULAMENTO PROGRESSIVO E DOR NA HEMIFACE DIREITA — RELATO DE CASOBruno Alexandre Barbosa do Nascimento, Eduardo Tanaka Massuda, Jefferson Pitelli Fonseca, Mônica Sofia Padilha Barros, Aline Emer Faim, Miguel Angelo Hyppolito, Francisco Veríssimo de Mello Filho

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 10 anos de idade, com história de abaulamento progressivo de região retro-ocular e de mastoide à direita associado à otalgia e dor intensa na hemiface direita, prin-cipalmente desencadeadas durante a mastigação, há 8 anos. Por meios de exames radiológicos (CT e RNM) da face, revelou-se in-tensa reabsorção óssea em ossos zigomático, temporal, esfenoide e assoalho de órbita direitos. O estudo anatomopatológico realizado através de biópsias de lesões em seio maxilar e mastoide à direi-ta evidenciaram presença de linfangiomas associados à osteólise idiopática. Diante desses achados e após exclusão de outras causas secundárias de osteólise, o paciente foi diagnosticado com síndro-me de Gorham–Stout. As informações foram obtidas por meio de re-

visão do prontuário, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão de literatura. Discussão: Em 1955, Gorham e Stout relataram as principais carac-terísticas patológicas daquela que foi denominada de “doença do osso desaparecido com alterações vasculares intraósseas”. Desde então, essa doença vem sendo chamada de síndrome de Gorham, síndrome de Gorham–Stout, osteólise maciça, osteólise idiopática, doença do osso desaparecido, doença do osso fantasma, absorção espontânea do osso, atrofia progressiva do osso ou hemangiomatose e linfangiomatose do osso. Foram descritos menos de 200 casos na literatura. Considerações finais: A síndrome de Gorham–Stout deve ser diag-nosticada com base na história clínica, imagens radiográficas e, principalmente, pelo conhecimento da doença, tendo se que descartar sempre possíveis causas de osteólise secundária, como atrofia difusa, algodistrofia, tumores primários e metastáticos, hiperparatireoidismo, gota, pseudartrose congênita, doenças gra-nulomatosas e artrite reumatoide. No caso relatado, o paciente realizou tratamento clínico prévio com pamidronato e interferon durante 1 ano, sem melhora substancial. Hoje vem sendo tratado clinicamente com rapamicina (sirolimus) e opiáceos, com controle parcial das queixas álgicas e das lesões osteolíticas.

P-369 EFEITO DA INSERÇÃO PARCIAL DOS ELETRODOS NA PERCEPÇÃO DE FALA DE ADULTO IMPLANTADO COM PERDA AUDITIVA PÓS-MENINGITESérgio de Castro Martins, Pauliana Lamounier, Alda Linhares de Freitas Borges, Ana Paula Valeriano Rego, Debora Aparecida Gobbo, Karlos Thiago Pinheiro dos Santos, Fernando Cesar Silva Cordeiro

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: J.C.B., sexo feminino, 67 anos de idade, descreve episódio de meningite ocorrido há 13 anos, apresentan-do perda auditiva sensorioneural profunda bilateral. Iniciou o uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) em 2007, mas com o ganho funcional limitado no uso do AASI e reconhecimen-to auditivo apenas em conjunto fechado. O implante coclear foi indicado. Exames de imagem (ressonância nuclear magnética e tomografia computorizada) pré-cirúrgico, sem qualquer alteração sugestiva de ossificação coclear. No procedimento cirúrgico (2012), houve dificuldade na colocação dos eletrodos devido a uma prová-vel ossificação coclear, não sendo possível a inserção completa do feixe de eletrodos (Sonata Ti100 Standard, Med-EL). Na telemetria de impedâncias, os eletrodos E10, E11 e E12 apresentaram valores acima de 15 Kohms (circuito aberto) e na telemetria de resposta neural houve visualização do potencial de ação composto do nervo auditivo evocado eletricamente apenas nos eletrodos E1 a E6. Na ativação do processador de fala foram repetidos os exames com os mesmos resultados e, por apresentar sensação extra-auditiva, foi optado o desligamento dos eletrodos E8 a E12. Atualmente, o pa-ciente faz uso do implante coclear com apenas 6 eletrodos ativos, apresentando limiares auditivos em campo livre de grau leve com reconhecimento de fala em conjunto aberto (64% de acertos no teste “sentenças CPA” no silêncio). Discussão: Nos casos de meningite, pode-se apresentar alterações estruturais da cóclea não observada nos exames de imagem. Nesses casos, a ossificação da cóclea impossibilita a inserção total dos ele-trodos, comprometendo a estimulação elétrica em vários locais da cóclea. Vários estudos afirmam que a percepção de fala foi pior em indivíduos com inserção parcial. Considerações finais: No caso descrito, apesar da inserção parcial dos eletrodos, a paciente apresentou melhora significativa da per-cepção de fala.

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S132 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-370 TUMOR GLOMUS TIMPÂNICO — RELATO DE CASORodrigo Andre Soccol, Mauricio Schreiner Miura, Joel Lavinsky, Guilherme Kasperbauer, Luciele Stochero, Tainã Crestani Mistura, Danilo Minuceli Vilvert

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente sexo feminino, 62 anos, recebeu atendimento no ambulatório de otorrinolaringologia da Santa Casa de Porto Alegre. Histórico de hipoacusia bilateral, mais intensa no ouvido esquerdo, de início há 10 anos, acompanhada de zumbido bilateral. Relata que zumbido no ouvido esquerdo mudou de ca-racterísticas nos últimos anos, tornando-se rítmico e agravando-se. Nega outros sintomas. Ao exame físico otorrinolaringológico, apresentava área vermelho-escura no quadrante anteroinferior da membrana timpânica esquerda. Membrana timpânica direita sem alterações. Audiometria tonal e vocal apresentou perda auditiva neurossensorial no ouvido direito e mista no ouvido esquerdo. To-mografia computadorizada demonstrou lesão com características de tecido mole, lateral ao promontório coclear de região meso-timpânica com realce através de contraste, sem sinais de deis-cência do bulbo jugular, sugestiva de glomus timpânico. Paciente submetida à cirurgia via retroauricular transcanal, com ressecção total do tumor. Discussão: Tumores glômicos timpânicos, também conhecidos como paragangliomas, são tumores vasculares benignos raros que surgem na orelha média. Comumente causam perda auditiva condutiva no ouvido afetado, devido ao espaço ocupado, além de zumbido pusátil, gerado pela sua natureza vascular. Tumores grandes po-dem causar vertigem, paralisia facial e perda auditiva neurossen-sorial. Raramente, tumores glômicos podem secretar substâncias causadoras de taquicardia, erupção cutânea, cefaleia e diarreia. Seu diagnóstico é feito a partir da otoscopia e confirmado com to-mografia computadorizada com contraste ou angiorresonância para estudo de sua natureza vascular. Existem três opções de tratamen-to: acompanhamento clínico seriado, reservado para tumores pe-quenos e assintomáticos; remoção cirúrgica via transcanal ou mas-toidectomia, dependendo da localização da lesão; e radioterapia, interrompendo o crescimento tumoral. Considerações finais: Tumores glômicos timpânicos devem ser sus-peitados sempre que paciente apresentar zumbido rítmico. A anam-nese e o exame físico otorrinolaringológico são essenciais para seu diagnóstico, sendo os exames complementares solicitados para con-firmar a suspeita.

P-371 EVOLUÇÃO FAVORÁVEL EM UM PACIENTE COM QUADRO DE OTITE EXTERNA NECROTIZANTE: RELATO DE CASOCamila Lira Holanda de Lima Barros, Samuel Neiva Almino, Nicole Martuscelli de Almeida, Gabriella Soares de Souza, Kamila Satomi Haida; Cibele Madsen Buba, Gisela Andrea Yamashita Tano

Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente sexo masculino, 70 anos, com an-tecedente de diabetes em uso de metformina, deu entrada no ser-viço de otorrinolaringologia de um hospital de São Paulo com hipoa-cusia, otorreia e otalgia intensa na orelha esquerda há 1 mês, em uso de ciprofloxacino tópico, nimesulida, amoxicilina e prednisona sem melhora. À otosocopia, edema em conduto auditivo externo, e otorreia à esquerda. Iniciado antibioticoterapia com ciprofloxacino oral, curativo local e solicitados exames laboratoriais que mostra-ram glicemia de jejum de 155 mg/dl, hemoglobina glicada 9,3% e

VHS 26 mm/h. Tomografia de ossos temporais evidenciou erosão em região de mastoide esquerda. Cintilografia de ossos temporais com tecnécio 99 compatível com reação osteogênica em temporal es-querdo sugestivo de processo inflamatório infeccioso em atividade. Paciente evolui com melhora importante do quadro, compensação glicêmica e melhora do VHS 6 mm/h. Em aguardo de cintilografia com gálio 67. Discussão: A otite externa necrotizante (OEN) é uma infecção po-tencialmente letal que começa usualmente no conduto auditivo ex-terno, podendo progredir para região parotídea, mastoide, orelha média e base do crânio. Ocorre, principalmente, em pacientes dia-béticos, idosos e imunodeprimidos. O principal agente etiológico é a P. aeruginosa. Está associada à morbidade elevada e mortalidade significante. O paciente do caso iniciou com uso de ciprofloxacino 1.000 mg/dia, com diminuição progressiva da dose de acordo com a avaliação clínica e de VHS que, embora inespecífico, é um parâ-metro para evolução da OEN. A despeito da literatura, o paciente evoluiu satisfatoriamente. Considerações finais: OEN por ser uma doença infecciosa grave, invasiva e necrosante, deve ser considerada em pacientes idosos, diabéticos e imunodeprimidos com queixa de otalgia intensa e otorreia. A ciprofloxacina via oral está entre as drogas de escolha. Portanto, o conhecimento da OEN é importante para diagnóstico precoce e tratamento adequado.

P-372 SURDEZ SÚBITA APÓS HEMODIÁLISE — RELATO DE CASONathalia de Paula Doyle Maia, Antonio Augusto Freitas Junqueira, Larissa Richa Lopes, Lídia Mendonça de Almeida, Luiza Zanette de Carvalho, Carlos Augusto Santos Furtado Pereira de Souza, Hana Caroline Morais Higa

Hospital Central da Aeronáutica, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 38 anos, hi-pertenso, portador de insuficiência renal crônica estágio V em he-modiálise, apresentou de forma súbita plenitude aural à esquerda associada a zumbido constante, tipo apito, após sessão de hemo-diálise. Foi solicitada audiometria, que demonstrou perda auditiva neurossensorial à esquerda, de grau moderado a severo, com índice de reconhecimento da fala (IRF) de 72% em monossílabos e 92% em dissílabos. Diante da hipótese de surdez súbita após hemodiálise, foi prescrito pentoxifilina 400 mg 12/12 horas. Distúrbios hema-tológicos, infecciosos e neoplásicos foram excluídos durante a in-vestigação etiológica. Após 10 dias, os sintomas persistiam, a RNM de crânio e mastoides era normal e nova audiometria demonstrava piora do IRF. Durante o seguimento, o paciente não apresentou re-cuperação da perda auditiva. Discussão: A surdez súbita após hemodiálise é uma complicação rara. Possíveis mecanismos fisiopatológicos incluem alteração os-mótica causada pela hemodiálise, efeito ototóxico de medica-mentos, desequilíbrio eletrolítico, hipertensão e infecção. Vale ressaltar que a vascularização terminal da orelha interna pela artéria labiríntica também é um fator colaborador neste mecanis-mo. O tratamento preconizado para surdez súbita não é diferente para pacientes com doença renal crônica. Porém, a terapêutica deve ser individualizada, uma vez que as medicações podem in-terferir na compensação renal. O prognóstico é favorável, com taxa de recuperação de 83%. Deve-se destacar que o valor desta taxa é semelhante nos pacientes com recuperação espontânea e nos pacientes tratados com os diversos medicamentos propos-tos. No caso relatado, foi prescrito somente a pentoxifilina, uma vez que o uso de corticoide e antiviral foi desaconselhado pela nefrologia.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S133

Considerações finais: Apesar de rara, a surdez súbita deve ser sempre considerada nos pacientes submetidos à hemodiálise. Deve-se cogitar diagnósticos diferenciais com o intuito de instituir um tratamento adequado. Contudo, é importante evitar medidas que possam descompensar doenças de base e trazer risco à vida dos pacientes.

P-373 COLESTEATOMA DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO COM AUTOMASTOIDECTOMIA: RELATO DE CASOFlavia Vieira Dias, Julia da Silva Almeida, Edna Patricia Charry Ramirez, Larissa Maria Alencar Xerez de Vasconcelos, Maria Eugênia Pedruzzi Dalmaschio, Eveline Tasca Rodrigues, Gustavo Felix, Fhrancis Boechat de Marcos

Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil

Apresentação do caso: M.A.A.R., sexo feminino, 64 anos, há 2 anos com otorreia purulenta e otalgia na orelha direita. Otoscopia com membrana timpânica íntegra e cavidade epitelizada e seca em as-soalho de conduto auditivo externo direito. Tomografia de mastoide revelou alargamento de conduto auditivo externo direito em seu assoalho, protuindo para mastoide parcialmente preenchido com material de densidade de partes moles. Audiometria com perda condutiva leve a moderada à direita. Nega intervenção cirúrgica otológica. Segue em acompanhamento. Discussão: O colesteatoma é um processo inflamatório associado à proliferação ectópica de tecido escamoso causando osteólise. O acometimento da orelha externa é raro, com incidência estimada de 1 por 1.000 pacientes otológicos. Clinicamente, apresenta-se com dor crônica, unilateral, otorreia, sem comprometimento au-ditivo importante, membrana timpânica intacta, ocorrendo mais comumente em idosos. Pode ser decorrente de um processo cirúr-gico, traumático, estenose do canal auditivo externo, obstrução do canal auditivo externo ou ocorrer espontaneamente. Tomo-grafia computadorizada é a escolha na suspeita clínica de coles-teatoma. A erosão óssea é comum e a osteólise é vista em mais de 50% dos casos, com erosão geralmente na parede inferior do conduto, local predileto da forma espontânea. No caso relatado, a erosão óssea se estendeu para mastoide, formando uma neo-cavidade com colesteatoma. Principais diagnósticos diferenciais são otite externa necrotizante, tumores e queratose obliterante. O tratamento pode ser clínico, com limpeza local e aplicação de antibiótico tópico, ou cirúrgico, com remoção do colesteatoma e do osso necrótico. Considerações finais: O otorrinolaringologista deve atentar para possibilidade de colesteatoma de orelha externa nos processos de otorreia crônica sem alterações de membrana timpânica e para suas possíveis complicações. Todos os pacientes deverão ser sub-metidos à tomografia de osso temporal para avaliar a extensão da lesão e o envolvimento de estruturas adjacentes. A melhor opção é intervenção cirúrgica, geralmente a mastoidectomia radical mo-dificada.

P-375 RELATO DE CASO: MIOCLONIA PALATAL ESSENCIALBárbara de Melo Torres Alves, T. Ping Cheng, Sérgio Edriane Rezende, Adriana Torres da Silva, Leonardo Petrone Castro, Leandro Brandão Guimarães, Fernando Jairo Araújo de Souza

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 38 anos, apre-sentava odinofagia, otalgia direita e prostração há 2 dias. Relatou

zumbido pulsátil audível bilateral há 25 anos, não investigado, desencadeado por situações de dor, que não interferia na qualida-de de vida. Negou comorbidades ou uso de medicamentos. Otos-copia e rinoscopia sem alterações. Oroscopia: hiperemia e exsu-dato purulento na faringe e contrações rítmicas de palato mole. Foi escutado zumbido objetivo pulsátil bilateral ao se aproximar da paciente. Dor intensa à palpação de ATM direita. Fibronasola-ringoscopia: contrações rítmicas de palato mole, parede poste-rolateral da faringe difusamente. Audiometria e imitanciometria normais. Foi prescrito amoxicilina, nimesulida, ciclobenzaprina e encaminhada ao odontologista para avaliar disfunção de articula-ção temporomandibular. Discussão: A mioclonia palatal é rara e classificada como essenciais ou sintomáticas. As essenciais não têm etiologia definida. O tremor palatal essencial inicia-se comumente na infância, sem predileção por gênero e é causado por contrações do músculo tensor do véu palatino: frequentemente há queixa de cliques no ouvido, ausência de déficit neurológico adicional e ressonância magnética de crâ-nio normal. As sintomáticas são mais frequentes e as contrações são provenientes do músculo levantador do palato. Originam-se de doenças do tronco cerebral superior causadas por acidente vascular cerebral, traumatismo, tumores ou doenças desmielinizantes. Não apresentam zumbido em cliques, mas podem ocorrer outros sinais neurológicos além do tremor palatal. Em relação ao tratamento, há relatos na literatura que o clonazepan pode ser usado nos casos essenciais, o sumatriptano nos sintomáticos e a toxina botulínica em ambas as situações. Considerações finais: A paciente deste relato se encaixa no critério de tremor palatal essencial sem repercussões na qualidade de vida, já que tal quadro era desencadeado somente nos períodos de dor intensa.

P-376 TYMPANIC PARAGANGLIOMA: CASE REPORTMariana Azevedo Silva, Vanessa Araújo Souza, Eliana Freitas Cardoso, Dario Hart Signorini, Nicolau Tavares Boechen, Monik Lins Queiroz, Ana Laura C. Santos, Vitor B. Xaia

Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Case report: Male, 42, without comorbidities, with pulsatile tinnitus in his left ear for the last 6 months, progressive hearing loss and ipsilateral otorrhagia, progressing to seizures. He denies earache or a history of ear infections. Otoscopy showed a red and pulsatile polypoid lesion in left external auditory canal without otorrhea. Audiometry showed mixed hearing loss in the left ear. CT scan of the left mastoid, cerebral angiography and magnetic resonance imaging of the skull were performed, which showed vascularized lesion in left acoustic meatus, nourished by left carotid artery, and involvement of middle ear and mastoid, with intracranial extension. Left radical mastoidectomy and removal of the entire lesion were performed. Histopathological study showed a diagnosis of paraganglioma. Discussion: Paragangliomas are histologically benign tumors, neuroendocrine structures from neural crest cells, near the neurovascular structures in the body. They may be located in the carotid body, jugular bulb, along Jacobson’s and Arnold’s nerves, in the adrenal medulla, from the jugular fossa to the middle ear. Rare involvement of the head and neck. It can be sporadic or hereditary. The most common symptoms are hearing loss and unilateral pulsatile tinnitus. Final considerations: Despite being a rare tumor of the head and neck and presenting benign histologic nature, the paraganglioma may have an extremely aggressive course, making diagnosis recognition and proper therapeutic management greatly important to the doctor and the patient.

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P-377 PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA DE TIMPANOPLASTIA EM UM SERVIÇO DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM OTORRINOLARINGOLOGIALuciana Brito Corrêa, Sandro de Menezes Santos Torres, Thiara Lessa Silva, Livia Modesto Sotero, Karolline Estrela Compodonio Nunes, Érica Cristina Campos e Santos

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Objetivo: Este estudo tem por objetivo avaliar os resultados pós- operatórios e complicações nos pacientes submetidos à timpano-plastia em um serviço de residência médica de otorrinolaringologia. Método: Foi realizado um estudo do tipo prospectivo com pacientes submetidos à timpanoplastia no Hospital Otorrinos, em Feira de Santana (BA), durante o período entre 2010 a 2015. Foram incluídos neste estudo pacientes com otite média crônica simples e perfura-ção de membrana timpânica com indicação para correção cirúrgica. Os pacientes foram acompanhados no pós-operatório durante 8 me-ses. Aqueles que perderam o seguimento por não comparecerem às consultas de retorno foram excluídos do estudo. Resultados: Foram analisados 144 pacientes, com idade variando entre 10 a 75 anos. Destes, 89 (62%) eram do sexo feminino e quatro apresentaram infecção da ferida operatória. Em relação à integri-dade da membrana timpânica, 32% apresentaram perfuração resi-dual ao final do seguimento e 21 (15%) referiram piora da audição. Discussão: A timpanoplastia é um procedimento cirúrgico realizado para o fechamento de perfuração crônica da membrana timpânica ou reconstrução da cadeia ossicular. O tamanho e a localização da perfuração dependem do agente infeccioso, da gravidade da infec-ção e de sua cronicidade. Conclusão: A otite média crônica simples se associa à importan-te redução na qualidade de vida nos pacientes com perfuração na membrana timpânica pelos quadros intermitentes de otorreia. En-tretanto, a cirurgia de timpanoplastia ainda se associa a elevado índice de complicações. Isso depende da habilidade do cirurgião e utilização de técnicas adequadas, além de bom acompanhamento no pós-operatório.

P-378 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM OUVIDO CRÔNICO — HOSPITAL OTORRINOS FEIRA DE SANTANA — BAAnderson da Silva Abreu, Sandro de Menezes Santos Torres, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Karolline Estrela Campodonio Nunes, Natalia Maria Couto Bem Mendonça, Lívia Modesto Sotero, Thiara Lessa Silva

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico de pacientes com ouvido crônico em um serviço de residência médica em otorrinolaringolo-gia. Método: Foi realizado um estudo prospectivo com pacientes porta-dores de otite média crônica (OMC) e otite média crônica colestea-tomatosa (OMCC) submetidos a procedimento cirúrgico no Hospital Otorrinos, em Feira de Santana (BA), durante o período entre 2008 e 2016, sendo realizado o acompanhamento no pós-operatório du-rante 8 meses. Resultados: Foram realizadas 316 cirurgias no período, sendo 16% de mastoidectomia radical (MR), 38% timpanomastoidectomias (TM) e 46% timpanoplastias (TP). Houve predomínio do sexo feminino em todos os tipos de cirurgias, com avaliação da audição de forma subjetiva no pós-operatório e percentual importante de melhora. Discussão: A OMC é um processo de natureza inflamatória da ore-lha média e mastoide associado ou não à perfuração da membrana

timpânica e a otorreia, podendo levar a uma perda auditiva do tipo condutiva ou mista. Estima-se que mais de 20 milhões de pessoas no mundo sofram com OMC. Ela pode ser dividida em dois grandes grupos: simples e supurativa. Esta última é subdividida em OMC não colesteatomatosa (OMCNC) e OMC colesteatomatosa (OMCC). A mastoidectomia radical é a cirurgia indicada para esses casos, que consiste na limpeza total da mastoide e derrubada das paredes ósseas posterior e superior do conduto auditivo externo (CAE). Os dados obtidos nesse estudo ratificam o benefício da intervenção cirúrgica no tratamento das otites médias crônicas. Conclusão: Evidencia-se a necessidade de outros estudos que cor-relacionem tanto a melhora subjetiva quanto objetiva da audição na avaliação de pacientes com otite média crônica submetidos a tratamento cirúrgico.

P-379 ESTUDO DA INCIDÊNCIA E MÉTODO DE ESCOLHA PARA A REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS DE ORELHA EM UM SERVIÇO de EMERGÊNCIA OTORRINOLARINGOLÓGICAThaíse de Albuquerque Fioravante Silvestre, Daniel Villela e Silva, Sabrina Trindade Fernandes, Ignacio Garcia Nunes Junior, Walter Sedlacek Machado

Hospital Central do Exército (HCE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Objetivo: Avaliar a incidência de pacientes com corpos estranhos (CE) de orelha em um serviço de emergência otorrinolaringológica na cidade do Rio de Janeiro, analisando idade dos pacientes e o método de escolha para a remoção dos objetos. Método: Realizado estudo prospectivo de 460 pacientes admitidos em um serviço de emergência otorrinolaringológica com queixa de corpo estranho de orelha. Os pacientes foram submetidos a exame otorrinolaringológico e remoção de corpo estranho (se necessário). Para todos os casos, foi preenchida uma ficha em que constavam idade, sexo, queixa principal, tempo de evolução, localização, na-tureza do CE e conduta. A remoção do CE foi realizada de acordo com a localização e tipo de CE visualizado (remoção direta, irriga-ção otológica ou imã). Resultados: Foram avaliados 460 pacientes com queixa de corpo estranho na orelha. Desses, os CE foram visualizados em 328 pa-cientes (71,30%). Em relação à idade, os CE foram visualizados em 71,64% dos pacientes na faixa de 1 a 12 anos, 7,01% entre 13 e 24 anos, 5,79% entre 25 e 37 anos, 7,69% entre 38 e 49 anos e 7,92% nos maiores de 50 anos. Já quanto aos procedimentos, a remoção foi feita com otojato (70,42%), remoção direta (24,69%), combina-ção de técnicas (2,43%) e imã (2,43%). Discussão: Remoção de CE de orelha é um dos pontos fortes no atendimento de emergência otorrinolaringológica. A forma de re-moção mais realizada neste serviço foi a irrigação otológica com otojato. Esse tipo de procedimento é mais confortável e rápido, principalmente em crianças. Conclusão: Os casos de corpo estranho de orelha foram mais fre-quentes em crianças. Exceto nos casos de materiais metálicos fer-rosos, removidos facilmente com o auxílio de imã, o procedimento mais utilizado foi a irrigação otológica com o otojato. Não houve complicações relacionadas à remoção de corpos estranhos.

P-381 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA TIMPANOPLASTIA E SEUS PRINCIPAIS FATORES PROGNÓSTICOSRebeca Pacheco Guimarães, Gustavo Lima Cardoso, Emanuel Ribeiro Barreto, Davi Sandes Sobral, Tamillys Batista de Figueredo Andrade

Hospital Santo Antônio (HSA) — Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Salvador, BA, Brasil

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S135

Objetivo: Avaliar os fatores que podem interferir no sucesso das timpanoplastias e os resultados cirúrgicos obtidos durante o ano de 2014. Método: Incluiu-se 52 pacientes portadores de otite média crônica não colesteatomatosa (OMCNC) submetidos à timpanoplastia (in-lay ou underlay, com enxerto homólogo). Os pacientes passaram por protocolo de avaliação pré e pós-operatória que consistiu em anam-nese, exame físico específico e audiometria. Resultados: Foram avaliados fatores como lado operado, comorbi-dades, tabagismo, tipo de enxerto utilizado e sexo. Nenhuma das variáveis apresentou relevância estatística quanto ao fechamento da perfuração. A taxa de sucesso foi de 80,7% para o fechamento da membrana timpânica e 83,3% para o ganho audiométrico. Discussão: Neste estudo, encontramos uma taxa de sucesso de 80,7%, quando avaliamos o fechamento da perfuração, o que pode ser considerado um resultado bom em comparação à literatura, tendo em vista a população socioeconômica estudada e o fato de as cirurgias terem sido realizadas por residentes do 2º ano. Devido a informações incompletas quanto à localização da perfuração, não utilizamos esta variável no nosso estudo. Entretanto, para muitos autores, o local da perfuração é considerado o parâmetro mais im-portante do que o seu tamanho para o sucesso da cirurgia. Conclusão: A taxa de sucesso do procedimento cirúrgico foi satis-fatória, não sendo nenhuma das variáveis estudadas consideradas significativas para o seu sucesso.

P-382 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À MASTOIDECTOMIA NO SERVIÇO de OTORRINOLARINGOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA ULBRAMarina Lise, Kizi Costa Bianchi, Gisiane Munaro, Vanessa Schmitz Reis, Roberto Dihl Angeli

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil

Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos à mastoidectomia no serviço de otorrinolaringologia do Hospital Universitário da ULBRA, em Canoas (RS). Método: Estudo transversal retrospectivo a partir da análise de prontuários de pacientes submetidos à mastoidectomia no período de janeiro de 2013 à julho de 2016. Resultados: Foram estudados 51 pacientes, sendo 27 do sexo femi-nino (52,9%). A média de idade foi 35,2 anos, com variação entre 4 e 78 anos. O grau de escolaridade mais prevalente foi o Ensino Fundamental, com 23 pacientes (45,1%). Com relação à ocupação, estudante e desempregado foram as mais citadas. Otorreia foi mencionada por 43 pacientes (84,3%). Hipoacusia (78,4%), otalgia (43,1%) e zumbido (33,3%) também foram sintomas relatados. Sin-tomas bilaterais foram relatados por 49% dos pacientes. História familiar de doença ou sintomas auditivos foi relatada por 29 pa-cientes (56,9%). Discussão: A maioria dos pacientes avaliados possuía baixo grau de escolaridade e situação socioeconômica desfavorável, sendo que, nos pacientes com mais de 18 anos, a maioria destes relatava si-tuação de desemprego. A otorreia é um sintoma cardinal da otite média crônica e, neste estudo, foi o sintoma predominante. Pelas características expansivas e destrutivas da doença, principalmente sobre a cadeia ossicular, as sequelas auditivas também são comuns, sendo hipoacusia o segundo sintoma mais relatado. Na população estudada, não foi encontrada diferença significativa nas taxas de lateralidade. Considerando a existência de quadros inflamatórios irreversíveis na orelha média associados à membrana timpânica ín-tegra e a presença de períodos de remissão clínica, torna-se difícil a real estimativa de patologia bilateral. Conclusão: A otite média crônica é uma condição inflamatória da fenda auditiva associada a sintomas variados e prevalentes. Ca-

racterísticas epidemiológicas e sociais são importantes preditores prognósticos. O conhecimento do perfil clínico-epidemiológico dos pacientes e dos fatores de risco predispõem a um rastreio precoce e consequente diminuição das sequelas.

Área Temática: Otoneurologia

P-383 AVALIAÇÃO DO LIMIAR AUDITIVO ELETROFISIOLÓGICO DE LACTENTES COM MICROCEFALIA SECUNDÁRIA A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUSMonine Couto Farias Bem, Andre Pinto Villarim, Lorena Pinto de Souza Pontes, Belmiro Pinto Brandao Neto, Adriano Sergio Freire Meira, Christiane Kulzer Birck

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Objetivo: Investigar se há alterações no sistema auditivo dos pa-cientes que apresentaram microcefalia secundária à síndrome con-gênita do zika vírus, através da pesquisa do limiar eletrofisiológico.Método: Estudo transversal, prospectivo e descritivo. Foram sub-metidos 37 lactentes ao exame do potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE), realizado em centro cirúrgico sob seda-ção. Os critérios de inclusão no estudo foram: medida do perímetro cefálico ao nascimento inferior a -2 desvios-padrão para idade ges-tacional e sexo; e história materna de doença durante a gestação, com quadro clínico compatível com o do zika vírus. Resultados: Foram avaliados 37 pacientes, dos quais 21 eram do sexo feminino (56,75%). A média de idade foi de 3 meses. Do total, 10 (27,02%) apresentavam outros indicadores de risco associados para deficiência auditiva, como a permanência em unidade de te-rapia intensiva neonatal, o uso de medicação ototóxica, história de casos de surdez permanente na família e hiperbilirrubinemia. A maioria dos lactentes (83,78%) apresentou limiares auditivos iguais ou inferiores a 20 dBNA. Dentre os que apresentaram alteração, 50% manifestavam outro indicador de risco associado. A onda V es-teve ausente em todas as frequências em apenas 1 paciente, uni-lateralmente. Discussão: A infecção congênita pelo zika vírus tem demonstrado um tropismo para as células do sistema nervoso. Porém, outros sis-temas também vêm sendo acometidos, como o auditivo. A maioria dos pacientes examinados apresentou limiar eletrofisiológico den-tro da normalidade, mas, quando presente outro indicador de risco, a probabilidade de alteração aumentou consideravelmente. Conclusão: A microcefalia secundária à síndrome congênita do zika vírus, isoladamente, não se mostrou um preditor para deficiência auditiva.

P-384 A COCLEOPATIA DIABÉTICA PODE SER TAMBÉM UMA NEUROPATIALuciana Macedo de Resende, Fabrice Giraudet, Sirley Alves da Silva Carvalho, Denise Utsch Gonçalves, Aurélien Mulliez, Thomas Benichou, Elodie Gentes, Paul Avan, Igor Tauveron

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Objetivo: No Brasil, 9% da população é diabética e a estimativa para o ano de 2035 é um aumento de 12%. O diabetes melito (DM) é fator de risco para perda auditiva neurossensorial e sua natureza, extensão e fisiopatologia não se encontram completamente escla-

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recidas. O objetivo deste estudo foi descrever os achados audiomé-tricos no DM e avaliar correlação entre alterações e quadro clínico. Método: Pacientes diabéticos regularmente acompanhados fo-ram avaliados sem que tivessem uma queixa auditiva específica. A triagem incluiu audiometria tonal limiar, emissões otoacústicas transientes (EOAT), timpanometria e reflexos acústicos. Se o pa-ciente apresentou algum resultado alterado, incluiu-se a pesqui-sa das emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD) e respostas auditivas do tronco cerebral (ABR). Os resultados foram comparados com os dados normativos e correlacionados com o tipo de diabetes (tipo 1 ou tipo 2), idade, presença de nefropatia, re-tinopatia, neuropatia periférica, número de hipoglicemias e hemo-globina glicosilada. Resultados: De 78 diabéticos triados, 69 (88%) apresentaram algu-ma alteração auditiva. Análise audiométrica mostrou maior preva-lência de perda auditiva em relação ao esperado para a idade. Nos pacientes com limiares audiométricos normais, observou-se ausên-cia de EOAT em 38 (50%) e ausência de reflexos acústicos em 26 (33%). Na ABR, observou-se aumento da latência absoluta das ondas I, III e V; ausência e/ou diminuição da amplitude da onda I, mesmo em pacientes com limiares tonais normais. Os resultados audiomé-tricos alterados não se correlacionaram com sexo, idade e tipo de diabetes. Nefropatia apresentou forte correlação com resultados auditivos alterados em pacientes com diabetes tipo 1 (p < 0,05). Discussão: A doença auditiva na DM pode apresentar-se de forma subclínica e coexistem uma provável neuropatia auditiva associada à lesão coclear, que se mostraram mais frequentes naqueles com comprometimento renal. Conclusão: Audiometria tonal normal não exclui comprometimento auditivo neurossensorial na DM e a nefropatia parece aumentar o risco de perda auditiva.

P-385 FATORES ASSOCIADOS A QUEDAS EM IDOSOS COM TONTURA RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NA CIDADE DO NATAL-RNLidiane Maria de Brito Macedo Ferreira, Karyna Myrelly Oliveira Bezerra de Figueiredo Ribeiro, Kallil Monteiro Fernandes, Ana Carolina Fernandes de Oliveira, Liliane Queiroz de Lira, José Diniz Junior, Luciana Fontes Silva da Cunha Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

Objetivo: Identificar fatores associados a quedas em idosos resi-dentes em instituições de longa permanência (ILPI) que apresentam tontura. Método: Estudo transversal realizado em 10 ILPI da cidade de Na-tal (RN), em 2015. Foram avaliados 37 idosos que deambulassem, com capacidade cognitiva preservada e tontura no último ano. Uti-lizamos questionário com perguntas direcionadas aos idosos e aos cuidadores sobre ocorrência de quedas no último ano, sonolência diurna (escala de sonolência de Ephwort), fadiga (escala de depres-são do Centro de Estudos Epidemiológicos), fragilidade (critérios de Fried), sintomas depressivos (escala de depressão geriátrica), capacidade funcional (índice de Barthel), incontinência urinária, medicações de uso contínuo e doenças crônicas. Para análise esta-tística utilizou-se o teste qui-quadrado ou de Fisher para um nível de significância de 5%. Resultados: Entre 37 idosos avaliados, 23 (62,16%) sofreram queda no ano anterior à avaliação, sendo a média de 2,22 quedas por idoso (+1,47). Os que sofreram queda possuíam média de idade de 76,17 anos (+7,70), tempo de residência médio de 46,26 meses (+39,42), média do número de medicamentos de 6,83 (+2,74) e de doenças de 3,30 (+1,42), sendo as mais prevalentes a hipertensão (69,6%) e a dislipidemia (47,8%). Quando comparados aos que não

sofreram quedas, os idosos caidores eram mais frágeis (68,2%), mais depressivos (55,6%), possuíam mais fadiga (56,5%), mais inconti-nência urinária (78,9%) e eram mais dependentes (67,9%). Foram associados a quedas em idosos com tontura o uso de medicamentos hipolipemiantes (p = 0,021), psicolépticos (p = 0,029), a incontinên-cia urinária (p = 0,031) e uso de antiepilépticos (p = 0,034). Discussão: A tontura por si só já consiste num fator de risco para quedas em idosos. Porém, podemos confirmar a presença de outros fatores importantes associados à tontura que contribuem para que-das nessa população. Conclusão: Estão associados a quedas em idosos institucionalizados com tontura a incontinência urinária e o uso de medicamentos hi-polipemiantes, psicolépticos e antiepilépticos.

P-386 INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA DE ZUMBIDO PULSÁTIL UNILATERAL — RELATO DE CASODercio Alvares Junior, Mario Pinheiro Espósito, Guilherme Soriano Pinheiro Espósito, Fabiano Amaral Rodrigues do Santos, Felipe Politano Lange

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 56 anos de idade, sexo femini-no, com queixa de zumbido pulsátil na orelha direita há mais de 8 anos. Ao exame físico, não foram identificadas anormalidades nem mesmo se auscultou sopros em região infra ou retroauricular. Foram realizados exames laboratoriais, avaliação audiométrica, ultrasso-nografia das carótidas e RNM. Sem alterações nos exames laborato-riais, audiometria com curva audiométrica simétrica com limiares normais, timpanograma tipo A e reflexos estapedianos normais. Potênciais evocados auditivos de tronco encefálico sem evidências de disfunção retrococlear. Usg das carótidas sem alterações. Na RNM das mastoides, percebeu-se alça vascular delgada insinuando no conduto auditivo interno sem determinar deslocamento do nervo vestibulococlear homolateral. Discussão: O zumbido pulsátil possui várias etiologias, entre elas a aterosclerose, hipertensão intracraniana benigna, tumores, fístulas arteriovenosas, anormalidades do seio sigmoide e anormalidades jugular. Exames audiométricos, otoneurológico, USG com Doppler, TC, RNM e angioTC são fundamentais para o correto diagnóstico. Trabalhos mostram a existência de alças vasculares no conduto au-ditivo interno em pacientes normais; ou seja, nem sempre a pre-sença de alças vasculares nesta região está associada a sintomas otoneurológicos. Existe uma correlação entre a presença de alças vasculares e compressão do VIII par craniano, bem como compro-metimento na circulação sanguínea para o ouvido interno. Alguns autores destacam a grande importância da RNM na identificação das alterações vasculares que estão relacionadas à causa do zumbido, outros apontam a AngioTC como ideal para uma boa visualização de alterações vasculares e ósseas concomitantes. Considerações finais: O zumbido pulsátil é uma queixa que não deve ser ignorada pelo otorrinolaringologista, uma vez que sua etiologia pode ser relacionada com tumores e alterações anatômi-cas importantes. Para essa investigação, é fundamental uma boa anamnese, exame físico minucioso e exames de neuroimagens. En-tre eles, destacamos a RNM como fundamental.

P-387 ASSOCIAÇÃO ENTRE SÍNDROME DE MÉNIÈRE E TRAUMA SONORO ACÚSTICO: RELATO DE CASOSara Costa Gomes, Natashi Nizzo, Luiza de Souza Mello, Gabriela Oliveira Monteiro, Wallace Nascimento de Souza, Patrícia Bittencourt Barcia Barreira, Thamiris Cristina Santos Lopes

Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Apresentação do caso: A.M.M., policial militar, 38 anos, portador de síndrome de Ménière, com quadros recorrentes de zumbido não pulsátil, plenitude aural, hipoacusia bilateralmente e vertigem transitória. Apresentou-se em consulta devido a trauma acústico há um dia (explosão de granada), evoluindo com zumbido e hipoacusia na orelha direita. Sem alterações ao exame físico. Há 2 dias havia terminado o desmame de Labirin 16 mg/dia, estando, previamen-te ao trauma, assintomático. Relata episódios prévios de traumas acústicos. Iniciou-se Pentoxifilina 400 mg 12/12h por 30 dias, Pred-sin 60 mg por 3 dias, seguido de 40 mg por 3 dias e 20 mg por 3 dias. Após 1 mês, relata melhora importante do zumbido e plenitude au-ral. Em consulta de seguimento 6 meses posteriormente, paciente retorna assintomático. Discussão: Dentre as teorias que tentam esclarecer a síndrome de Ménière, encontra-se a teoria dos traumas associados, acústicos ou físicos. No caso de nosso paciente, este apresenta traumas acústi-cos recorrentes. Sabe-se que alguns traumas podem levar a desco-lamento epitelial e de outros elementos celulares, como as otocô-nias do utrículo. Assim, mecânica ou quimicamente, esse acúmulo celular poderia diminuir a absorção endolinfática e, consequente-mente, desenvolver a hidropisia. Considerações finais: A depender da intensidade dos ruídos impul-sionais, o órgão de Corti pode ser lesado por ruptura da membra-na basilar e as funções celulares podem ser destruídas. Ainda mais interessante, as lesões das células ciliadas imediatamente após a exposição ao ruído podem ser relativamente mínimas, mas em se-guida se agravarem durante um período de 2 a 30 dias. É importan-te combater a hipoxemia coclear e atuar contra a inflamação local precocemente. A população militar é particularmente exposta ao trauma acústico, estando a incidência desses acidentes cocleares elevada nessa população. A doença de Ménière pode se tornar con-sequência de tais traumas, devendo o médico otorrinolaringologista estar atento para tal associação.

P-388 HEMORRAGIA INTRALABIRÍNTICADaniela Toledo de Aguiar, Luis Francisco de Oliveira, Elvira Lopes da Silva, Juliana Peraro Miguel, Rafaela Miranda Condé de Oliveira, Francisco José de Lima, Isabela Conti Abile

Santa Casa de Limeira, Limeira, SP, Brasil

Apresentação do caso: M.L.S.E., sexo feminino, 66 anos, encami-nhada ao ambulatório de otorrinolaringologia devido ao início súbito de vertigem, vômitos, tremores, sialorreia, zumbido tipo cachoeira bilateral e queixa de perda auditiva à direita. Apresenta HAS, em uso de nifedipina. Nefrectomia esquerda devido a complicações por uso indiscriminado de AINH. Nega outras comorbidades. Ao exame otorrinolaringológico: nistagmo ausente, Romberg positivo, marcha pêndula com tendência à queda para direita, restante normal. A audiometria à esquerda mostrou perda neurossensorial em agudos, com curva A e à direita disacusia mista profunda e curva B. Tomo-grafia computadorizada de crânio e mastoide normal. Ressonância magnética de ossos temporais com evidência de aumento do sinal no fluido intralabiríntico no vestíbulo e canal semicircular lateral a direita, nas sequências ponderadas de T1. A paciente foi submetida ao tratamento clínico com melhora da vertigem e persistência da perda auditiva. Discussão: A hemorragia intralabiríntica tem sido descrita como uma rara complicação de mau prognóstico em pacientes com he-matopatias e/ou uso de anticoagulantes, doenças autoimunes, se-cundárias a trauma cranioencefálico e após tratamento cirúrgico de Schwannoma vestibular. Com a presença de sangue na endolinfa e perilinfa, há uma mudança na pressão hidrostática, alterando o funcionamento e a estimulação nervosa da cóclea, podendo cau-sar danos neurossensoriais, perda auditiva súbita e vertigem, como

apresentado pela paciente relatada. A ressonância magnética pon-derada em T1 tem grande valor para o diagnóstico, que se apresen-ta com imagens hiperintensas em T1, com supressão de gordura. A hemorragia intralabiríntica é mais comumente encontrada no giro basal da cóclea e perto da janela oval. Considerações finais: O início súbito de perda auditiva associada à vertigem e à presença de hipersinal dos líquidos labirínticos na RM ponderada em T1 é altamente sugestiva de hemorragia intralabi-ríntica aguda. No caso da paciente descrita, não foi achado o fator causal para o quadro.

P-389 SÍNDROME DE PARRY-ROMBERG: RELATO DE SINTOMAS OTORRINOLARINGOLÓGICOS EM ENTIDADE RARAAna Carolina Fernandes de Oliveira, Ivan Machado de Almeida Junior, Luiz Maia de Freitas Junior, Arthur de Sousa Pereira Trindade, Liliane Queiroz de Lira, Kallil Monteiro Fernandes, Alexandre Augusto Fernandes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 43 anos, apre-sentava estado íntegro de saúde e sem queixas. Aos 20 anos, sofreu trauma contuso em região medial do osso frontal, deixando uma cicatriz. Após alguns meses, começou a apresentar alterações na hemiface direita. Inicialmente foram retrações da pele e do sub-cutâneo que tracionavam a linha média da face para o lado direito e, em seguida, foram deslocadas lateralmente cartilagens nasais, músculos e anexos cutâneos. Sintomas como hipoacusia progressiva à direita, tontura com sensação de flutuação cefaleia e zumbido motivaram a procura da paciente ao serviço de otorrinolaringologia do Hospital Onofre Lopes. Pelos exames, a audiometria evidenciava perda auditiva mista profunda à direita, com reflexos ipslaterais abolidos. Otoemissões acústicas à direita estavam ausentes. Tomo-grafia computadorizada e ressonância magnética comprovam atro-fia na hemiface direita de estruturas do subcutâneo, musculares, cartilaginosas, ósseas e tecido cerebral (hipersinal da substância branca em T2 e FLAIR). Atualmente, está em uso de metotrexato, faz terapia de reabilitação postural e auditiva, além de planeja-mento cirúrgico-estético. Discussão: A síndrome de Parry–Romberg, ou hemiatrofia facial pro-gressiva, doença rara cuja etiologia ainda é desconhecida, que se inicia entre a 1ª e 2ª décadas de vida, principalmente no sexo femi-nino, é descrita desde 1825. Causa alterações cutâneas semelhan-tes à esclerodermia e assimetria facial por atrofia importante de músculos, cartilagens, ossos e sistema neurológico. O diagnóstico é clínico e radiológico e o tratamento baseia-se no curso de imuno-moduladores, cirurgias corretivas e apoio psicomotor. Considerações finais: Abordar a síndrome de Parry–Romberg é um desafio, seja pela necessidade de suspeição diagnóstica ou por seu amplo tratamento, quer requer atuação multidisciplinar (p. ex., cirurgiões, otorrinolaringologistas, bucomaxilos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos).

P-390 PAROXISMO VESTIBULAR: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Christiane Kulzer Birck, Nelson José Barboza Quintino, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Thais Eugênio Gomes, Kallyne Cavalcante Alves Carvalho, Lorena Pinto de Souza Pontes

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: L.C.V.M, sexo feminino, 44 anos, atendi-da no ambulatório de otorrinolaringologia com histórico de verti-

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gem, náuseas e desequilíbrios que pioram ao movimentar a cabeça. Os exames otorrinolaringológicos, a oroscopia e a rinoscopia não apresentaram alterações evidentes. No exame otoneurológico foi evidenciado sinal de Romberg vestibular, com queda e marcha ins-tável, sendo sugestivo de distúrbio da condução eletrofisiológica. Na audiometria tonal e vocal não foram averiguadas alterações. O resultado da imitanciometria indicou uma curva tipo A com reflexos bilateralmente. Ao exame do potencial evocado auditivo do tronco encefálico, foi verificado no ouvido direito ondas I e III normais e a onda V diferencia mais que 0,4 ms. Exames laboratoriais: vitamina D deficiente, T4 L no limite inferior, TSH no limite superior. Trata-mento iniciado com Vertizine D e Labirin e solicitada uma ressonân-cia nuclear magnética, a qual apresentou alça vascular de artéria cerebelar anteroinferior no terço proximal do conduto auditivo di-reito, em íntimo contato com o complexo 7/8 par. Após 15 dias de tratamento, paciente retorna com melhora das queixas, referindo continuar com os desequilíbrios ao movimentar a cabeça. Dessa for-ma, a hipótese diagnóstica foi de paroxismo vestibular. Discussão: O paroxismo vestibular é caracterizado por episódios cur-tos e frequentes de vertigem que duram entre segundos e minutos, tendo como uma causa possível a compressão neurovascular cruzada da zona de origem da entrada do nervo vestibular. Os episódios de-pendem das posições cefálicas e a modificação da sua duração ocorre através da alteração dessa posição. Observam-se perda auditiva e/ou zumbido permanentes durante o episódio e o déficit auditivo ou vestibular pode ser mensurável por métodos neurofisiológicos. Tais dados estão em conformidade com os expostos no caso. Considerações finais: Pacientes com paroxismo vestibular podem apresentar tontura ou desequilíbrio corporal e sinais de disfunção do sistema oculomotor e vestibular.

P-391 TONTURA COMO ÚNICO SINTOMA NA NEUROFIBROMATOSE TIPO II — RELATO DE CASOAna Claudia Alves Zangirolami, João Pedro Resende Cantarini de Oliveira, Fernanda Kobe, Simone Rennó, Evandro Ramos Ribeiro de Oliveira, Miguel Soares Tepedino, Raphaella Costa Moreira Simen

Policlínica de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: A.L.F.F. 50 anos, sexo feminino, história de vertigem recente sem sintomas auditivos. Exame geral e comple-mentar sem alterações. A tomografia computadorizada de crânio apresentou lesão de formação alongada extraxial com impregnação de contraste em ângulo pontocerebelar à esquerda. Ressonância magnética revelou presença de neurinoma bilateral em ângulo ponto-cerebelar e presença de meningioma intraorbitário em qua-drante medial e inferior ao nervo oftálmico, feito diagnóstico de neurofibromatose tipo II. Foi realizada neurocirurgia, com remoção de neurinoma no ouvido esquerdo. Retornou com tontura após 1 ano, Romberg com tendências à queda para esquerda e Headthrust positivo à esquerda. Audiometria sem alterações. PEATE com au-mento de latências das ondas III e V e aumento de interpicos I-III, III-V, e I-V no ouvido esquerdo. Vectoeletronistagmografia com hi-porreflexia à esquerda com preponderância labiríntica de 55% para a direita. Paciente usou medicamentos para compensação vestibu-lar, orientações dietéticas e reabilitação vestibular apresentando melhora progressiva. Discussão: A neurofibromatose II tem como característica a pre-sença de schwannoma bilateral do VIII nervo, associado ou não a outros tumores intracranianos e/ou espinhais e como sintomas hi-poacusia, tinnitus, vertigem, dor facial e paralisia facial. Como no caso relatado, a paciente apresentou especificamente vertigem, sem sintomas auditivos, necessitando de investigação complemen-tar para diagnóstico. A neurofibromatose II tem crescimento rápido e destrutivo, podendo invadir a orelha interna, tecido nervoso e

vascular, infiltrando estruturas vizinhas, deteriorando as funções neurais e dificultando sua remoção cirúrgica total ou sem déficits funcionais. Devido ao comportamento do tumor no caso descrito, optou-se pela cirurgia da maior lesão. Mesmo após tratamento ci-rúrgico, o nervo vestibular permaneceu com a sua função alterada, necessitando de controle clínico e medicamentoso dos sintomas. Considerações finais: A neurofibromatose tipo II geralmente cursa com sintomas auditivos e vertiginosos associados. Porém, o sinto-ma isolado de vertigem não descarta essa possibilidade, tornado-se necessário a realização de exames de imagem para diagnóstico e tratamento adequado.

P-392 NEURITE VESTIBULAR PÓS-INFECÇÃO POR H1N1: RELATO DE CASORodrigo Silverio Dias, Leticia Boari, Fernanda Alves Guimarães, José Sérgio do Amaral Mello Neto, Ludmilla Emilia Martins Costa, Paula Santos Silva Fonseca, Mônica Andréa Aben-Athar Oliveira

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: I.V.C., sexo feminino, 56 anos. Paciente com tontura rotatória de duração prolongada, súbita, com tendên-cia de queda à esquerda após infecção por H1N1 (confirmada por sorologia) há 13 dias, associada a náuseas e vômitos, sem sinto-mas auditivos. Ao exame físico, apresentou otoscopia sem altera-ções; ausência de nistagmo; sensibilidade, tônus e força muscular preservado; index-nariz simétrico; diadococinesia ausente; pares cranianos dentro dos parâmetros de normalidade; Romberg com tendência à queda para a esquerda; e manobra de Dix-Hallpike para esquerda: nistagmo rotatório sentido horário e componente vertical para cima, latência menor que 60 segundos. Evolui, após 30 dias, para um quadro de vertigem paroxística periférica benig-na com acometimento de canais semicirculares posterior à direita e lateral à esquerda. Realizado exame vecto-eletronistagmografia após 60 dias do início do quadro: síndrome vestibular deficitária à esquerda; audiometria: perda neurossensorial moderada em fre-quências de 4 a 8 KHz, bilateral, simétrica. Em acompanhamento ambulatorial, fez uso de medicações antivertiginosas e iniciou rea-bilitação vestibular com boa evolução do quadro. Discussão: A neurite vestibular é definida como uma síndrome ver-tiginosa isolada, aguda e incapacitante, acompanhada por sintomas neurovegetativos e ausência de sintomas auditivos. Esta é a segun-da causa mais comum de vertigem e, habitualmente, o quadro vem precedido por uma infecção viral do trato respiratório superior ou gastrointestinal. Dentre outras possíveis causas desta patologia en-contram-se traumatismo craniano, neuropatia diabética, obstrução da artéria terminal labiríntica e, em raros casos, esclerose múltipla e encefalite do tronco cerebral. A doença tem uma boa evolução, com melhora dos sintomas em 1 a 6 semanas, o que pode ser ace-lerado através de tratamento específico e reabilitação vestibular. Considerações finais: O caso apresentado mostra-se importante devido à raridade do quadro de neurite vestibular após infecção por H1N1.

P-393 VPPB MULTICANAL: RELATO DE CASO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZAJosé de Ribamar Castro Veloso, Vanessa Fernandes de Brito, Jessica Ramos Tavares, Fabrício Leocadio Rodrigues de Sousa, Guilherme Silva Machado, Henderson de Almeida Cavalcante, Cláudio Tobias Acatauassú Nunes, Leandro José Almeida Amaro

Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil

Apresentação do caso: L.A.F.A., 63 anos, sexo feminino, branca, natural de Belém do Pará, apresentando episódios de tontura rota-

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tória com duração de segundos associada a movimentos cefálicos há 1 ano. Hipertensa e dislipidêmica. Otoscopia normal. Feito mano-bra de Dix-Hallpike, evidenciando nistagmo torcional com compo-nente rápida voltada para cima, predominando para o lado direito, associado à vertigem e náuseas. Head roll test sem nistagmo. Feito manobra de Epley para tratamento da patologia. Em acompanha-mentos periódicos bissemanais, permanece com as mesmas quei-xas, mantendo achados de consultas anteriores ao exame físico. Repetido manobras de Epley. Paciente evolui, após 3 consultas su-cessivas, com nistagmo horizontal ageotrópico durante head roll test. Melhora significativa do quadro após realização de manobra de Lempert, mantendo acompanhamento clínico periódico. Apre-senta audiometria, exames laboratoriais, eletronistagmografia e ressonância magnética normais. Discussão: Apesar de ser a doença mais frequente entre as causas de vertigem, a VPPB ainda requer maior conhecimento acerca de sua fisiopatologia, bem como o estabelecimento de medidas te-rapêuticas adequadas para o seu tratamento. No caso descrito, o surgimento de um novo nistagmo, desta vez horizontal ageotrópico após reposicionamento do canal semicircular posterior, evidencia que ocorreu acometimento simultâneo do canal semicircular late-ral. Menos provável é a hipótese de conversação de canais, haja vista que se esperaria o surgimento de nistagmo geotrópico na ava-liação do canal semicircular lateral. Das formas de VPPB, o aco-metimento de multicanais é uma das formas mais raras. Por isso, ressalta-se a necessidade de se afastar outras causas centrais de vertigem através de exames complementares. Considerações finais: O caso relatado traz à luz a discussão da terapêutica de uma situação rara e evidencia que, embora encon-trada em uma minoria de casos, as manobras de reposicionamento, quando bem executadas, são capazes de obter resultados satisfató-rios e duradouros no que diz respeito ao tratamento e melhoria da qualidade de vida.

P-394 VERTIGEM E SURDEZ SÚBITA: RELATO DE CASO DE LABIRINTITE VESTIBULARJosé de Ribamar Castro Veloso, Leandro José Almeida Amaro, Diego Gadelha Vaz, Jessica Ramos Tavares

Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil

Apresentação do caso: N.S.R., sexo feminino, branca, 36 anos, natural de Belém do Pará, apresentando episódio único de surdez súbita à direita há 6 meses, acompanhada de zumbido tipo chia-do, náuseas, tontura rotatória com duração de horas, evoluindo com instabilidade por 1 semana. Nega flutuação auditiva, plenitude aural, resfriado comum e outras doenças autoimunes ou infeccio-sas, além de episódios semelhantes anteriormente. Feito uso de corticoide oral e flunarizina durante crise. Exame otoneurológico normal. Audiometria apresentando perda auditiva neurossensorial moderada a severa no ouvido direito e normal à esquerda. Resso-nância magnética de crânio normal. Eletronistagmografia mostran-do normorreflexia com PL de 22% para a direita. Paciente evolui sem tontura e sem melhora de limiares auditivos. Discussão: A vertigem aguda associada à perda auditiva neuros-sensorial possui diferentes origens. Porém, o que há de comum é o acometimento do nervo vestibulococlear. O uso de testes audiológi-cos e vestibulares ilustra o perfil de lesão do paciente sem mostrar uma etiologia específica. Fechou-se diagnóstico da referida doença pela ausência de flutuação auditiva, de episódios subsequentes e de ressonância normal. A alteração encontrada na prova calórica é sugestiva de processo de reabilitação vestibular com processo de adaptação de equilíbrio. Considerações finais: A labirintite é uma doença inflamatória-in-fecciosa da orelha interna causada por bactéria ou vírus. O diag-nóstico é clínico, associado a exames otoneurológicos. Como não

existe marcadores patognomônicos para diagnóstico etiológico, o acompanhamento clínico faz-se necessário para elucidação do caso.

P-395 MEGABULBO JUGULAR NÃO DEISCENTE À DIREITALuisa Azeredo Muller, Nicole Elen Lira, Tainara Marcon Fincatto, Adriana de Carli Sonda

Universidade de Caxias do Sul (UCS), Vacaria, RS, Brasil

Apresentação do caso: R.M.V, 27 anos, sexo masculino, procurou o serviço de otorrinolaringologia com queixa de zumbido pulsátil intermitente no ouvido direito há 1 ano. Possuía histórico de audio-metria, que mostrava hipocondutividade em frequências graves no ouvido direito e normalidade no ouvido esquerdo, e de uso medica-mentoso de pentoxifilina, prednisona, Tanakan®, Vitergan® Zinco e budesonida. Foram solicitadas nova audiometria e tomografia com-putadorizada de ouvidos, que diagnosticaram hipocondutividade leve no ouvido direito e megabulbo jugular não deiscente à direita, respectivamente. Posteriormente, foi solicitada angiorressonância encefálica, mostrando o mesmo achado da tomografia, e tomada conduta de acompanhamento clínico. Após 1 ano, paciente retor-nou para consulta referindo aumento do zumbido no ouvido direito e início do mesmo no esquerdo. Foram realizadas novas audiome-tria e angiorressonância, cujos resultados não mostraram altera-ções em relação a achados prévios, sendo mantida a conduta de acompanhamento clínico. Discussão: As afecções vasculares do osso temporal apresentam manifestações clínicas e exame físico semelhantes, porém com etiologia variada, podendo comprometer estruturas nobres. O me-gabulbo jugular possui incidência variável de 6 a 25% de acordo com a localização, sendo mais comum à direita. Clinicamente, pode se apresentar assintomático, sendo menos frequente sintomas como zumbido pulsátil ou hipoacusia. Tem sido reconhecido como causa, embora ainda não clara, de zumbido pulsátil unilateral. Pacientes com zumbido e otoscopia normal necessitam de avaliação audioló-gica, tomografia computadorizada e angiorressonância para deter-minar a existência de lesão intratemporal. A intervenção cirúrgica em sintomáticos com megabulbo jugular têm sido recomendada apenas se os sintomas forem graves e interferirem nas atividades diárias do paciente. Considerações finais: O diagnóstico etiológico das afecções vas-culares do osso temporal é importante devido ao risco de compli-cações relacionadas à manipulação inadvertida. Os zumbidos pul-sáteis unilaterais normalmente não se acompanham de alterações otoscópicas e audiométricas específicas e devem ser investigados por neuroimagem. No caso em questão, foi optado pelo acompa-nhamento clínico do paciente.

P-396 TUMOR DO ÂNGULO PONTO-CEREBELAR — MENINGIOMA: RELATO DE CASOIara de Vasconcelos Gonçalves Ferreira, André Serra Mota, Gleydson Lima dos Santos, Janine Silva Carvalho, João Paulo Lins Tenório, Paula Medeiros Balbino, Sâmella Cavalcanti Monteiro

Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: M.G.S., sexo feminino, 50 anos, história de tontura há aproximadamente 2 anos, do tipo vertigem de longa dura-ção e de forte intensidade, e nega associação com sintomas auditivos e neurovegetativos. Refere associação com cefaleia de forte intensi-dade e acompanhamento e tratamento para enxaqueca com a neu-rologia, sem melhoras dos sintomas. Também realizou tratamento na otorrinolaringologia com betaistina, sem resolução do quadro. Mano-bra de Dix-Hallpike positiva bilateral com nistagmo torcional sugesti-

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vo de VPPB de canal posterior e hemianopsia temporal à direita. Foi, então, solicitada RNM do encéfalo com contraste, que evidenciou lesão expansiva de aspecto sólido e heterogêneo, com focos de cal-cificação, realçado por meio de contraste, sugestivo de meningioma. Discussão: Tumores do ângulo ponto-cerebelar (APC) representam 10% de todos os tumores intracranianos, sendo o meningioma o se-gundo tipo mais comum com origem nessa região, e geralmente surge da superfície posterior da porção petrosa do osso temporal e que atinge grandes proporções antes de causar sintomas auditivos e vestibulares. A RNM é o exame de escolha na suspeita de patologia do APC. A excisão cirúrgica é o tratamento de escolha. Em pacien-tes com boa audição, o acesso retrossigmoide é o mais indicado. Já naqueles com pouca audição, pede-se utilizar a via translabiríntica. Considerações finais: Diante a presença de nistagmo prolongado, ausência de fatigabilidade em paciente com tontura ou acometi-mento de qualquer outro par craniano além do vestibulococlear, é fundamental que o profissional solicite exame de imagem e realize diagnósticos diferencias da VPPB. Apesar desses tumores não serem malignos, podem ser fatais para o paciente.

P-397 RELATO DE CASO INTERESSANTE: PACIENTE COM MÚLTIPLAS CAUSAS DE VERTIGEMLuana Alves Linhares, Ana Cristina da Costa Martins, Camila Pinheiro Junqueira, Lucas de Abreu Lima Thomé da Silva, Thais Ariane Turra Pícolo, Suzete Almeida Rocha da Silva, Cyro Lopes dos Santos

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)/SEPTO, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: L.C.F., 32 anos, em tratamento para enxa-queca e espondilite anquilosante (amitriptilina + topiramato + pro-pranolol), internada por vertigem rotatória com sintomas vasovagais após IVAS. Ao exame, nistagmo espontâneo e semiespontâneo pre-sente com componente rápido para esquerda, não cessando para o lado contralateral. Iniciado tratamento para neurite vestibular com dexametasona, dimenidrinato, flunarizina e betaistina com melhora dos sintomas vasovagais e vertiginosos após alguns dias, quando re-cebeu alta hospitalar. Em consulta ambulatorial, mencionou melhora da vertigem; no entanto, ao exame apresentou nistagmo espontâneo e semiespontâneo presente, com componente rápido para esquerda cessando para o lado contralateral; HST com nistagmo; HIT = sacada corretiva para esquerda; Romberg +; Fukuda + para esquerda. Soli-citado protocolo de investigação otoneurológico. Após 1 mês, retor-nou com os exames e referiu tontura tipo instabilidade e sensação de queda. Audiometria NDN; impedanciometria: curva tipo A em AO; ECOG: NDN; PEATE = alteração retrococlear bilateral; sangue: HB gli-cosilada 4,4%; curva glicêmica: hipoglicemia reacional (glicemia 180 min = 49); vectoeletronistagmografia: compatível com afecção mis-ta; RNM e angiorresonância cervical: variante anatômica da origem dos ramos supra-aórticos, finas irregularidades parietais nas porções distais das artérias subclávias, artéria vertebral direita com origem no 1/3 proximal da artéria carótida comum direita, com redução do calibre e atenuação de sinal de fluxo nos 1/3 proximal e distal com finas irregularidades parietais mais difusas; mastoides e crânio: alça vascular adjacente ao complexo vestibulo coclear direito, junto ao ângulo ponto-cerebelar, atenuação de sinal de fluxo vascular distal da circulação posterior à direita e artéria vertebral esquerda domi-nante — variação anatômica. Discussão: A paciente do relato apresentava alterações anatômicas importantes da vascularização central, que podem justificar a ver-tigem persistente. Considerações finais: Existem diversas causas de tontura e, ao se-guirmos o protocolo de investigação, visamos excluir doenças as-sociadas que necessitam de uma abordagem multidisciplinar para melhor resultado.

P-398 RELATO DE CASO: SURDOCEGUEIRA TARDIA E DESAFIOS NA INVESTIGAÇÃO DA SÍNDROME DE USHERDario Hart Signorini, Alexandra Torres Cordeiro Lopes de Souza, Eliana Freitas Cardoso, Mariana Azevedo Silva, Vanessa de Araújo Souza, Monik Souza Lins Queiroz, Ana Laura Carneiro Santos

Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: L.B.P., 41 anos, sexo feminino, auxiliar de limpeza e moradora do Rio de Janeiro. Após 4 anos de piora pro-gressiva da perda auditiva e visual, procurou atendimento especia-lizado no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB-RJ) através do siste-ma de regulação de seu posto de saúde. Queixava-se de demissão recente, justificada pela deficiência auditiva, porém relacionava a perda auditiva à própria exposição laborativa. Realizou avaliação audiométrica inicial, que revelou perda neurossensorial grave, si-métrica e bilateral em todas as frequências. Apresentava também baixo reconhecimento de fala. Paralelamente, a paciente realizou exame oftalmológico e retornou ao ambulatório com diagnóstico de retinose pigmentar. A partir deste dado, hipotetizou-se a síndrome de Usher pela já conhecida associação com o achado oftalmológico e a surdez hereditária. Discussão: A síndrome de Usher é uma anomalia de origem genética autossômica e recessiva. Embora rara, pode acometer os indivíduos muito distintamente, levando à confusão diagnóstica e classifica-ções conforme apresentação. Há, portanto, possibilidade de mais casos diagnosticados como outras patologias equivocadamente. É classificada conforme o caráter da surdez (estável ou progressiva) e a existência ou não da disfunção vestibular (TIPO I, II e III). Nem todos os mecanismos fisiopatológicos e variações estão claramente elucidados. Considerações finais: A paciente apresenta perda auditiva que compromete a sociabilidade, e foi submetida à protetização audi-tiva bilateral com reabilitação audiológica no ambulatório de au-diologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ). A paciente, sua mãe e suas filhas seguem em acompanhamento ambulatorial no HFB enquanto aguardam exames genéticos que definiriam o diagnóstico de forma comprobatória. Ainda não há tratamento curativo e ba-seado em evidência.

P-399 TONTURA POSTURAL-PERCEPTUAL PERSISTENTE: ABORDAGEM TERAPÊUTICA E USO DE INIBIDOR DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENLINAAnna Caroline Rodrigues de Souza Matos, Clara Mota Randal Pompeu, Caio Calixto Diógenes Pinheiro, Kríssia Braga Diniz, Sandro Barros Coelho, Ana Maria Almeida de Sousa

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 27 anos, apre-sentou episódio de tontura incapacitante há 3 anos, rotatória, as-sociada a náuseas, vômitos, sudorese, desequilíbrio importante e dificuldade de deambulação durante o período menstrual durante 4 dias e depois melhorou progressivamente. Após esse episódio, apresentou mais algumas crises vertiginosas semelhantes, porém menos intensas. Em investigação com neurologistas, otorrinolarin-gologistas e psiquiatras, iniciou quadro importante de ansiedade e depressão devido a problema conjugal e aceitação da própria imagem. Há 7 meses, apresenta fobia em ter novas crises vertigi-nosas, principalmente na rua, quando exposta a estímulos visuais. Foi encaminhada da psiquiatria, em uso de nortriptilina e escitalo-pram para investigação da labirintopatia. Audiometria, vectoele-tronistagmografia, ressonância magnética do crânio e exames

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laboratoriais se mostraram dentro da normalidade. Concluiu-se tratar de tontura postural-perceptual persistente (TPPP). Orien-tou-se adequação da dieta e iniciou-se inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSA) — venlaflaxina 75 mg/dia — e manteve-se psicoterapia. Após 3 meses de tratamento, apresen-tou melhora importante dos sintomas, mantendo-se venlaflaxina 75 mg/dia. Atualmente, após 6 meses de tratamento com IRSA e acompanhamento psiquiátrico, evolui estável, com melhora clíni-ca e de qualidade de vida significativas. Discussão: A TPPP é definida como tontura que persiste por mais de 3 meses sem etiologia identificável. É uma doença somatoforme com interface na otoneurologia e psiquiatria e observa-se uma pre-disposição à persistência da tontura após episódio de doença física ou emocional. Pacientes com esse perfil têm sistema de manuten-ção da estabilidade hiper-reativo ao movimento, com risco elevado para ansiedade, fobias e depressão. Observa-se maior prevalência no sexo feminino (5:1) no climatério e associação com migrânea e distúrbios metabólicos. O tratamento envolve mudanças dietéticas e de hábitos, psicoterapia, reabilitação vestibular e uso de IRS. Considerações finais: A TPPP é uma disfunção gerada por interações somatopsíquicas e constitui um diagnóstico relativamente novo, que possui bom prognóstico quando abordada adequadamente.

P-400 SÍNDROME DE RAMSAY HUNT: RELATO DE CASOFlavianne Mikaelle dos Santos Silveira, Alessandro Fernandes Guimarães, Greiciane Parreiras Lage, Jéssica Maia Couto, Carolina da Fonseca Barbosa, Lígia Gonçalves de Oliveira Morganti, Flávio Barbosa Nunes

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 85 anos, hi-pertensa e dislipidêmica controlada, há 3 semanas apresentando odinofagia, otalgia e dor na hemiface esquerda. Fez uso de azi-tromicina e amoxicilina com clavulanato prescritos em pronto-a-tendimento, sem melhora. No 7º dia evoluiu com vertigem súbita rotatória associada a náuseas e vômitos, sem perda da consciên-cia. Iniciou uso de dimenidrato e flunarizina, com melhora parcial dos sintomas, mas mantendo instabilidade, otalgia, dor facial, zumbido à esquerda e sem hipoacusia. Exame físico apresentando lesões vesicocrostosas em pavilhão auricular, otoscopia e orosco-pia sem alterações, mímica facial preservada, sem sinais neuroló-gicos focais. Romberg para esquerda, sem nistagmo espontâneo, HIT com nistagmo periférico para esquerda típico, demais exames otoneurológicos sem alterações. Foram solicitados exames labo-ratoriais (sem alterações), sorologia para herpes simples e zóster, não disponíveis. Impedanciometria curva A bilateral, hipoacusia neurossensorial mantendo limiares prévios, VHIT normal e VEMP com hipofunção vestibular esquerda, RNM de crânio e ouvidos sem alterações. Iniciada prednisolona, analgesia e retirada dos sedativos labirínticos. Após 60 dias, apresentava-se receosa no desempenho suas funções sociais e iniciou reabilitação vestibular, com recuperação completa e reestabelecimento de suas ativida-des diárias. Discussão: A apresentação do herpes-zóster ótico como síndrome de Ramsay Hunt completa é de fácil diagnóstico clínico. Entretanto, as formas incompletas requerem suspeição clínica para o diagnós-tico e tratamento adequados, principalmente nos quadros tardios. O diagnóstico diferencial com quadros centrais e outras infecções é mandatório. A hipofunção vestibular pode ser um grande desafio para os idosos, pelas dificuldades na compensação. A instabilidade e as medicações utilizadas durante o quadro podem propiciar quedas com prejuízos à saúde do idoso. Portanto, o uso de medicamentos deve ser monitorizado e a reabilitação vestibular precoce é instru-mento essencial no reestabelecimento das atividades.

Considerações finais: O diagnóstico precoce, tratamento adequa-do e a reabilitação precoce são fundamentais para a boa evolução desses quadros.

P-401 SÍNDROME de RAMSAY HUNT EM PACIENTE JOVEM IMUNOCOMPETENTEMariana Mendes Nunes, Raphael Mendes Nunes, Laísse Barreto Ferreira Reis, Simelle Boaventura de Araújo, Sâmila Boaventura de Araújo, Jeffet Lucas Silva Fernandes;

Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 25 anos, sem doença de base, anti-HIV negativo, nega uso de droga imunossu-pressora, apresentou edema e hiperemia no ouvido externo es-querdo de forma súbita, diagnosticado inicialmente como otite média aguda por clínico geral e iniciado tratamento com amoxi-cilina e clavulanato. No dia seguinte, evoluiu com vertigem, vô-mitos, perda do equilíbrio corporal, otalgia, hipoacusia e zumbido intenso, sendo medicada com metoclorpramida e reposição de cristaloides. No 3º dia, procurou otorrinolaringologista, que vi-sualizou vesícula única em conduto, com suspeita de síndrome de Méniére. Prescritos sintomáticos e solicitados exames laborato-riais e para avaliação auditiva. Apenas a audiometria tonal liminar apresentou alteração: perda auditiva neurossensorial de 4 Hzt. Paciente evoluiu com piora do quadro, prostração, desidratação e regular estado geral. No 9º dia de evolução da doença e sem melhora do quadro clínico, paciente procurou neurologista, que a diagnosticou com herpes-zóster em par craniano VIII. Paciente medicada com aciclovir e prednisona. Solicitada ressonância mag-nética do crânio e novos exames laboratoriais, os quais vieram inalterados. Indicada fisioterapia para reabilitação do labirinto e segunda opinião de otorrinolaringologista. Paciente procurou centro especializado em otoneurologia e reabilitação vestibular em Curitiba (PR). Foi prescrito gabapentina de uso prolongado, dieta rigorosa sem cafeína, álcool e açúcar e fisioterapia por 15 dias. Evoluiu com melhora completa do desequilíbrio corporal e persistência do zumbido. Ocasionalmente, foi realizada nova au-diometria, sem alteração. Discussão: A síndrome é determinada pela reação inflamatória causada pelo herpes-zóster no nervo vestibulococlear. Geralmente ocorre em indivíduos idosos e com a imunidade comprometida; en-tretanto, não é exclusividade deste grupo. Considerações finais: Ressalta-se a importância de valorizar as queixas do paciente e exame físico para que o diagnóstico seja feito de forma precoce. O bom desfecho do relato pode ser relacionado ao estado imunológico e idade da paciente.

P-402 SURDEZ SÚBITA E PAROTIDITE VIRALCarolina Affonso Solano, Maria Richelle Rufino Cecílio, Thais de Araújo Freitas Gomes, Cassio Coelho Aguiar, Amanda Oliveira Benevides, Patricia Linhares Cimineli, Sarah Cristina Beirith

Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino de meia idade atendido no Hospital Federal da Lagoa, com relato de anacusia no ouvido direito após quadro de parotidite viral bilateral. Além disso, referia vertigem rotatória e zumbido ipsilateral concomitante ao curso da doença. Realizou-se audiometria, que evidenciou uma per-da auditiva neurossensorial profunda no ouvido direito, com curva A e à esquerda normoacusia, e ressonância magnética de crânio e ângulo ponto-cerebelar, sem alterações. Realizado tratamento para surdez súbita com corticoide 1 mg/kg/dia, conforme protocolo. No

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entanto, paciente permaneceu com os mesmos resultados da au-diometria inicial. Discussão: A surdez súbita tem como sintomatologia a queda re-pentina dos níveis de audição em menos de 72 horas, geralmente unilateral, acompanhada de zumbido e, menos frequentemente, de tontura. As principais causas são vírus, distúrbios vasculares, ototoxinas, traumas acústicos, rupturas de membranas e distúrbios na microvascularização. A surdez súbita tem um fácil diagnóstico clínico, porém um laboroso diagnóstico etiológico. A etiologia viral representa 80% dos casos, incluindo os casos de parotidite epidê-mica, que representam 4% dos casos. Geralmente, cursa com perda auditiva profunda a severa, embora, na maioria dos casos, reversí-vel, além de vertigem, com menor frequência. Considerações finais: Diante de paciente com surdez súbita, pre-coniza-se iniciar precocemente o protocolo de tratamento para obter melhores resultados. Paralelamente, segue-se a investiga-ção etiológica com imagem (ressonância), exames laboratoriais e audiológicos. Apesar das evidências de melhora com o tratamento precoce, um percentual significativo de casos evolui com melhora espontânea da audição. O prognóstico depende do tipo de perda e da causa da surdez súbita. A etiologia viral deve ser pesquisada de acordo com a história clínica do doente e o acompanhamento ambulatorial individualizado.

P-403 AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA NEURITE VESTIBULAR COM VIDEO-HIT E SEUS ASPECTOS OCUPACIONAIS: RELATO DE CASOCamila Braz Rodrigues da Silva, Cláudia Marques Dias, Fernanda Vidigal Vilela Lima, Ricardo Jacob de Macedo

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: S.M.F.S., sexo masculino, 43 anos, branco, caminhoneiro, sem passado mórbido. Procurou atendimento no ser-viço de otorrinolaringologia no Hospital Madre Teresa com quadro de vertigens intensas de início abrupto, independentemente da mo-vimentação da cabeça, não acompanhada de sinais auditivos e as-sociadas a sintomas neurovegetativos há cerca de 20 dias. Liberado para trabalho após avaliação neurológica. Ao exame, constatou-se presença de nistagmos espontâneos horizontais para a esquerda ob-servados à videonistagmoscopia, os quais eram inibidos pela fixação visual. Durante o teste de Fukuda e Romberg, havia tendência à queda para a direita. Os dados compilados foram suficientes para a consideração clínica de comprometimento vestibular assimétrico. O diagnóstico foi de neuronite vestibular do lado direito. A prope-dêutica com o vHit identificou presença de assimetria do ganho do VOR de 40% e déficit funcional em canal semicircular horizontal direito. A ressonância magnética do encéfalo (RME) permitiu excluir diagnóstico de afecção central. Na primeira consulta do seguimen-to, foi iniciado tratamento medicamentoso com betaistina, a fim de facilitar a compensação labiríntica. Em retorno novas medidas do VOR com o vHIT foram realizadas. Discussão: Neuronite vestibular (NV) é definida como uma síndro-me vertiginosa isolada, aguda e incapacitante de provável etiologia viral. Desde de 1988, o head impulse test (HIT) do canal horizontal é utilizado para testar o funcionamento do reflexo vestíbulo-ocular (VOR) nas labirintopatias periféricas. O vHIT é uma ferramenta que permitiu a quantificação do funcionamento do VOR, o que possibili-ta alcançar melhores sensibilidade e especificidade no diagnóstico e seguimento de labirintopatias. Considerações finais: Destaca-se a utilidade do vHIT para avaliação quantitativa das patologias do labirinto. Nesse caso, foi compro-vada quantitativamente a incapacidade do paciente em questão

para realização de seu trabalho, o que permitiu sua proteção para fins legais. Outro aspecto de relevância é a utilidade do vHIT para acompanhamento da compensação vestibular.

P-404 NEURITE VESTIBULAR EM PACIENTE GESTANTE — RELATO DE CASOByanca Hekavei Hul, Flávia Caroline Klostermann, Carolina Pedrassani de Lira, Eduardo Vieira Couto, Isabela Oliveira, Melissa do Rocio Regazzo Porto, Patricia Maria Sens

Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 37 anos, com 21 semanas de evolução da primeira gravidez apresentou vertigem rotatória, que piora na hora de deitar, associada a náuseas e vômi-tos, com 1 mês de duração, sem episódios anteriores, sem dor de cabeça, perda auditiva, plenitude auricular ou zumbido. Fumante e hipertensa. Utilizando 25 mg de cloridrato de meclizina desde iní-cio do quadro, sem melhora. Exame otoneurológico: nervos crania-nos sem alterações, eudiadococinesia, prova nariz-índice normal, nistagmo espontâneo torcional para a direita na direção da compo-nente rápida, covers e head shaking sem alterações, head impulse: presença de sacadas, Romberg lateralizado, Fukuda com desvio de marcha à direita. Realizada uma avaliação adicional: RNM normal e video head impulse test (V-hit) com hipofunção do canal lateral esquerdo e canal superior esquerdo que ainda apresentam altera-ções cerca de 1,5 mês após o início dos sintomas. A reabilitação e estimulação das atividades de prática começou 45 dias após o início dos sintomas, com melhora gradual do quadro no mês seguinte. Discussão: Neurite vestibular é uma das causas mais comuns de vertigem periférica, com incidência de 15/100.000 ano. Caracte-rizada por sintomas como vertigem aguda, rotacional, posicional, com náuseas e vômitos recorrentes por alguns dias que, em segui-da, irão diminuir gradualmente ao longo de semanas. A topografia da disfunção abrange o território do nervo vestibular superior em 85% e inferior 15% dos casos. Na avaliação do reflexo vestibulo-o-cular (VOR), observou-se a presença de um nistagmo espontâneo horizontal ou horizonto-torcional com a fase rápida batendo o lado intacto, que desaparece dentro de alguns dias após o início dos sintomas devido à inibição central do VOR. Na pesquisa do reflexo usa-se o vHit, cujo objetivo é fazer uma medição rápida e objetiva do reflexo vestíbulo-ocular em resposta a movimentos da cabeça, avaliando cada um dos seis canais semicirculares separadamente. O período até a implementação da reabilitação, número de ses-sões e prática de exercícios influencia no tempo para melhora dos sintomas. Considerações finais: O paciente teve um curso prolongado de sin-tomas e alterações de exames complementares devido à demora para iniciar a reabilitação (estimulação sensório-motora), compro-vando a importância da atividade física precoce para melhora.

P-405 PREVALÊNCIA E PERFIL DOS IDOSOS COM TONTURA EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NA CIDADE DO NATAL-RNAna Carolina Fernandes de Oliveira, José Diniz Junior, Kallil Monteiro Fernandes, Karyna Myrelly Oliveira Bezerra de Figueiredo Ribeiro, Lidiane Maria de Brito Macedo Ferreira, Luciana Fontes Silva da Cunha Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

Objetivo: Aferir a prevalência e traçar o perfil de idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPI) que apresentam tontura.

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Método: Estudo transversal realizado em 10 ILPI da cidade do Natal (RN), em novembro de 2015. Foram avaliados 97 idosos que deam-bulassem e possuíssem capacidade cognitiva preservada medida a partir do Questionário de Pfeiffer e questionados pela presença de tontura no último ano. Foi utilizado questionário com perguntas direcionadas aos idosos e aos cuidadores, como ocorrência de que-das no último ano, sonolência diurna (pela escala de sonolência de Ephwort), fadiga (pela escala de depressão do Centro de Estu-dos Epidemiológicos), fragilidade (pelos critérios de Fried), sinto-mas depressivos (pela escala de depressão geriátrica), capacidade funcional (pelo índice de Barthel), medicações de uso contínuo e comorbidades. Os resultados foram apresentados sob a forma des-critiva com medidas de tendência central e percentis. Resultados: Trinta e sete idosos (38,1%) queixaram-se de tontura no último ano, os quais em sua maioria eram do sexo feminino (78,7%). A média de idade era de 77,05 anos (+8,41); solteiros (48,6%); analfabetos (34,3%); e residentes em ILPI sem fins lucrativos (70,3%). A média do número de doenças foi 3,03 (+1,67) e de número de medicamen-tos, 6,49 (+3,08), sendo as doenças mais prevalentes a hipertensão com 67,6% e a dislipidemia, com 40,5%. 75,7% eram dependentes funcionais, 48,6% eram frágeis, 62,2% referiram fadiga, 50% pos-suíam sintomas depressivos, 88,9% não apresentavam sonolência diurna e 62,2% sofreram queda no último ano. Discussão: Segundo Morais et al., a prevalência de queixa de tontura em idosos é de 45% e, destes, 70,4% relatam tontura rotatória. A maioria dos estu-dos descritos na literatura observou prevalências em torno de 30%. Conclusão: Mais de um terço dos idosos institucionalizados que de-ambulam e possuem capacidade cognitiva preservada apresentam tontura e, dentre estes, observam-se condições clínicas importan-tes, como dependência, fragilidade, fadiga, depressão, polifarmá-cia e ocorrência de quedas.

P-406 PERFIL DOS PACIENTES COM SURDEZ SÚBITA ATENDIDOS EM UM SERVIÇO PRIVADO DE SALVADOR-BAHélder Macario, Pablo Pinillos Marambaia, Otávio Marambaia dos Santos, Marina Barbosa Guimarães, Ana Paula Lago Silva Pessoa, Taiana Barbosa da Silveira, Camila Kalil Silva

Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados (INOOA), Salvador, BA, Brasil

Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes com surdez súbita (SS) aten-didos em um serviço privado de otorrinolaringologia na cidade de Salvador (BA). Método: Participaram deste estudo 20 pacientes atendidos em pronto-atendimento de um serviço privado de otorrinolaringolo-gia em Salvador, no período de setembro de 2015 a julho de 2016, diagnosticados com SS. Foram avaliadas as seguintes variantes: sexo, idade, primeiro episódio de SS, história familiar de SS, his-tória de trauma cranioencefálico, tempo da injúria inicial, ouvido acometido, queixa principal, presença de outros sintomas auditivos (zumbido, vertigem, plenitude aural), presença de outras doenças associadas e hábitos de vida. Resultados: Dentre os 20 pacientes analisados, 75% eram homens; a média de idade de 49 anos (variando de 17 a 68 anos); e um paciente referiu episódio prévio de SS. Nenhum paciente com história familiar de surdez súbita e trauma cranioencefálico (TCE) prévio. O tempo da injúria variou entre 1 a 10 dias; 50% tiveram o ouvido direito acome-tido. Queixa principal: 55% zumbido; 40% plenitude aural; e 5% ver-tigem. Dos sintomas associados, 60% apresentavam plenitude aural, 50% hipoacusia, 40% zumbido, 10% vertigem e 1% autofonia; 25% dos pacientes era portadores de HAS e 20% diabéticos; nenhum paciente tabagista e apenas três ingeriam bebida alcoólica. Discussão: Neste estudo, foi encontrada maior incidência de SS em homens, apesar de a literatura trazer igual proporção de acometi-

mento entre os sexos. Ouvidos direito e esquerdo foram acometidos em igual proporção, corroborando os achados literários. A média de idade de 49 anos, compatível com a literatura (45 anos ou mais). Nenhum paciente apresentou TCE previamente que pudesse justifi-car a etiologia da SS. O zumbido foi o principal sintoma encontrado, corroborado pela literatura, que o traz presente em cerca de 80% dos casos. Conclusão: O perfil dos pacientes na amostra foi semelhante aos achados literários, com exceção ao sexo acometido, estando ho-mens em ampla maioria.

P-407 AVALIAÇÃO DOS DISTÚRBIOS NO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS EM PACIENTES COM ZUMBIDO ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM OTORRINOLARINGOLOGIA NO AMAZONASThayana Pessoa dos Santos, Mariana de Landa Moraes Teixeira Grossi, Adda Sabrinna da Silva Moura, Claudine Sousa Pontes, Súnia Ribeiro, Viviane Saldanha Oliveira, Ana Carolina Guimarães Delfino

Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), Manaus, AM, Brasil

Objetivo: Avaliar a prevalência de alterações no metabolismo dos glicídios em pacientes com zumbido atendidos em um serviço de referência de otorrinolaringologia e cirurgia cervicofacial da cidade de Manaus. Método: Trata-se de estudo observacional, transversal e prospec-tivo, com aplicação e análise de dados a partir de formulários de pacientes portadores de zumbido. Resultados: Foram avaliados 21 pacientes portadores de zumbido, sendo 52,4% deles do sexo feminino. Os pacientes apresentaram idade entre 31 (idade mínima) e 86 anos (idade máxima), com mé-dia de 53 anos. As descrições de som de zumbido mais frequentes foram chiado (33,3%), zum (14,3%) e apito (14,3%). Dentre os ava-liados, 28,6% relataram zumbido bilateral, com maior intensidade à esquerda; 28,6% estavam com glicemia sugestiva de diabetes meli-to; e 9,5%, estavam com tolerância à glicose diminuída. Discussão: Sanchez et al. (2001) citam que as alterações da gli-cemia e insulinemia comprometem as células ciliadas do sistema vestibulococlear, resultando em acúmulo de sódio na endolinfa, que pode desencadear sintomas como instabilidade ou vertigem, per-da auditiva, zumbido e plenitude auricular. Além disso, a diabetes está intimamente associada à microangiopatia e neuropatia. Urnau (2011) afirma que os sons de forte intensidade são considerados os mais desconfortáveis e que as reações mais citadas a esses sons fo-ram irritação, ansiedade e necessidade de afastar-se do som, o que está de acordo com Sanchez (1997), que afirma que o zumbido é de difícil avaliação e tem grande interferência na qualidade de vida. Conclusão: As alterações metabólicas foram frequentes em pacien-tes com zumbido. Assim, o otorrinolaringologista deve incluir essa avaliação na rotina de atendimento dos pacientes, enfatizando a abordagem multidisciplinar com a intenção de revertê-los e obter melhores resultados no controle do zumbido.

P-408 SÍNDROME VESTIBULAR AGUDA EM PRONTO-SOCORRO DE OTORRINOLARINGOLOGIAPaula Santos Silva Fonseca, Monica Andrea Aben-Athar Oliveira, José Sergio Amaral de Mello Neto, Mariana Delgado Fernandes, Carolina Cavalcante Dantas, Natalya Andrade Bezerra, Marilia Batista Costa, Leticia Boari

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Objetivo: Avaliar os casos de pacientes com síndrome vestibular aguda atendidos em pronto-socorro de otorrinolaringologia de hos-

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pital terciário, abordando mecanismos fisiopatológicos e doenças estabelecidas. Método: Estudo transversal, retrospectivo, por revisão de pron-tuários de pacientes acompanhados no ambulatório de otoneuro-logia de hospital terciário no período de junho de 2015 a junho de 2016. Foram selecionados 74 prontuários de pacientes com história de crise vestibular aguda. Foram excluídos casos com me-lhora completa dos sintomas após medicação no pronto-socorro. A amostra final foi composta por 47 pacientes e foi realizada análise descritiva quanto a idade, gênero, diagnóstico clínico e mecanis-mo fisiopatológico. Resultados: Nesta amostra de 47 pacientes, havia prevalência do sexo feminino (63,8%). Observou-se a seguinte distribuição por fai-xa etária: 2 pacientes até 25 anos (2%); 10 entre 26-50 anos (21%); 29 entre 51-75 anos (62%); e 6 com 76 anos ou mais (13%), com ida-de média de 57 anos. Após exclusão inicial dos casos que apresen-taram melhora espontânea após o primeiro episódio, as principais causas dos quadros vestibulares foram infarto labiríntico e neurite vestibular, com incidência de 26% e 23% respectivamente. Entre os mecanismos fisiológicos, estavam infecciosos (32%); vascular peri-férico (26%); vascular central (15%); traumático (11%); cardiogênico (9%); hidropsia (6%); e tumoral (2%). Discussão: Tontura é queixa frequente na prática médica e causa comum de procura a emergências. Muitos pacientes apresentam quadro único de vertigem, súbito, com melhora após tratamento sintomático, sem necessidade de seguimento ambulatorial. Dentre os pacientes que mantiveram queixa de tontura após quadro inicial, observou-se alta prevalência de causas infecciosas (32%), entre elas a neurite vestibular (23%). Outro dado importante foi a prevalência de 15% de causas isquêmicas centrais no ambulatório de otoneuro-logia, demonstrando dificuldade de diferenciar quadros periféricos de centrais. Conclusão: Tontura é queixa constante no pronto-socorro, prin-cipalmente nos pacientes de idade avançada, havendo ainda erro diagnóstico frequente. Muitos pacientes necessitam de acompanha-mento ambulatorial para diagnóstico e tratamento eficaz.

P-409 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO AMBULATÓRIO DE ZUMBIDO DO HOSPITAL OTORRINOS FEIRA DE SANTANA, BAHIAAlexandre Heringer Freire Maciel, Thiara Lessa Silva, Livia Modesto Sotero, Karolline Estrela Compodonio Nunes, Rodrigo Betelli, Sandro Torres

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de zumbido do ambulatório de zumbido do Hospital Otorrinos, no período de 2013 a 2016. Método: Em um total de 192 pacientes com queixa de zumbido, foi instituído um questionário sobre as características do mesmo. Com respostas subjetivas, foi montado um perfil desses pacientes.Resultados: A maioria dos pacientes em casuística são mulheres (75%) e apresentam alta taxa de desconforto com o zumbido (52%). A causa em sua maioria é idiopática (52%) e esses pacientes apre-sentam boa aceitação e adaptação ao AASI (53%). Discussão: Zumbido é um sintoma bastante frequente no con-sultório otorrinolaringológico. Tem como definição um som que não está sendo gerado no meio ambiente naquele momento. Pode acometer cerca de 17% da população em alguns países. No Brasil, os dados ainda não são bem definidos, mas é possível que cerca de 28 milhões de brasileiros já tenham tido alguma forma de zumbido. Conclusão: Evidencia-se, aqui, que a grande maioria dos zumbidos é idiopática e a melhora e adaptação com uso de AASI é significativa.

P-410 DESMISTIFICANDO O TRATAMENTO DA HIPOACUSIA NEUROSSENSORIAL SÚBITA IDIOPÁTICA, ANÁLISE COMPARATIVA DOS MÉTODOS E RESULTADOS: REVISÃO SISTEMÁTICAMariana Bastos Faria, Amanda Ribeiro de Mendonça, Thais Baratela Loss, Nicolai Maximo Leventi, Mário Pinheiro Espósito

Hospital Otorrino, Cuiabá, MT, Brasil

Objetivo: Investigar os métodos de tratamento para hipoacusia neurossensorial súbita idiopática e eficácia, bem como seu prog-nóstico, permitindo a comparação entre as normas internacionais atualizadas.Método: Esta revisão de literatura utilizou o banco de dados Pub-Med, que apresentavam os termos hipoacusia neurossensorial súbi-ta idiopática (HNSI) ou surdez súbita (SS). Resultados: Concluiu-se que o tratamento, tanto sistêmico quanto intratimpânico, com mais eficácia são os esteroides, se inicidados precocemente. Discussão: A HNSI é uma patologia subnotificada e requer dos espe-cialistas uma análise minunciosa. Convém alertar que uma parcela significativa de pacientes inicialmente diagnosticados como idiopá-ticos pode, durante a evolução clínica, demonstrar a presença de uma causa primária. Mesmo em casos nos quais não se identifica a etiologia, em suma, os ensaios relatam uma alta taxa de resolução espontânea, atingindo 65%. São fatores de pior prognóstico a idade avançada e maior tempo entre a instalação do sintoma e o início do tratamento. Perdas mais leves e curvas audiométricas ascen-dentes, por sua vez, apresentam melhor prognóstico. Atualmente, não existem evidências amplamente fundamentadas para a eficácia de qualquer opção de tratamento para pacientes com SS. Como na maioria dos casos a etiologia não é conhecida, muitos especialistas tratam a HNSI com uma terapêutica ampla, objetivando atingir o maior número possível de etiologias prováveis. Nos casos em que a surdez é profunda e de início recente, um ensaio terapêutico é indicado. No entanto, há um consenso que, quanto mais precoce o início do tratamento, maiores são as chances de se obter bons resultados, podendo ser isoladas ou combinações de drogas e méto-dos, como os vasodilatadores, anticoagulantes, antiagregantes de hemácias dentro outros. Conclusão: Visto que, diante da gama de ensaios clínicos estuda-dos, não há na literatura mundial um consenso sobre a terapêutica, fato este detalhado na presente revisão, concluiu-se que os esteroi-des continuam sendo a única terapia comprovadamente benéfica.

P-411 DISTÚRBIOS METABÓLICOS E MANIFESTAÇÕES VESTIBULARES: UMA BREVE REVISÃO DA LITERATURAMarina Lourenço de Barros, Aline Souza Costa Teixeira Moreno, Sandoval Lopo de Abreu, Luiz Claudio Gontijo Ramos

Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Objetivo: Apresentar o impacto dos distúrbios do metabolismo, em particular, o dos carboidratos sobre a função vestibular, observando suas prevalências em diversas populações. Método: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura a par-tir do levantamento e análise de artigos científicos disponíveis na literatura nacional e internacional para explorar a relação entre síndrome metabólica e vertigem. Resultados: Tontura e vertigem permanecem sem causa definida em 40 a 80% dos pacientes. A prevalência de disfunções vestibu-lares tem sido descrita entre 3,1 a 4,9% da população em diversos trabalhos. Em relação aos exames laboratoriais, as alterações mais comumente constatadas foram as relacionadas ao metabolismo da

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glicose. Os autores encontraram elevada prevalência de alterações nas curvas glicoinsulinêmicas (em até 87,7%) e de elevação dos ní-veis de colesterol (entre 46,5 e 48,28%) entre os casos estudados. Houve grande variabilidade nos índices de triglicerídeos entre os pacientes dos vários estudos. Apesar de as mulheres serem mais frequentemente acometidas por distúrbios labirínticos do que os homens, a correlação entre estes distúrbios e doenças metabólicas foi maior na população masculina. Discussão: Diversos trabalhos da literatura têm se dedicado a es-tabelecer a relação entre disfunções labirínticas e distúrbios meta-bólicos, dentre os quais se destacam as alterações do metabolismo da glicose. O labirinto é muito sensível a pequenas variações nos níveis plasmáticos de glicose e insulina. Deste modo, alterações que envolvem o seu metabolismo podem comprometer o forneci-mento de energia, alterando a concentração de íons na endolinfa e propiciando o aparecimento de tontura. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que a síndrome metabólica pode estar estreitamente relacionada à patogênese de alguns casos de vertigem. Avaliações metabólicas para pacientes com vertigem de origem indeterminada devem conter glicemia de jejum, curvas glicêmica e insulinêmica além de dosagens de coles-terol, triglicerídeos e hormônios tireoidianos.

Área Temática: Otorrinolaringologia Pediátrica

P-412 A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DA RESPOSTA AUDITIVA DE ESTADO ESTÁVEL EM LACTENTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVADaniela Polo Camargo da Silva, Camila Sá de Melo Campos, Georgea Espindola Ribeiro, Jair Cortez Montovani, Tamires Ferreira Siqueira, Dândara Bernardo Siqueira, Thereza Lemos de Oliveira Queiroga

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Objetivo: Verificar os achados da resposta auditiva de estado está-vel em lactentes com deficiência auditiva. Método: Estudo transversal, realizado em um hospital público ter-ciário, de setembro de 2013 a março de 2014. Todos os neonatos realizaram exame de potencial evocado auditivo de tronco encefá-lico (PEATE-clique) e resposta auditiva de estado estável (RAEE), no mesmo dia, com estimulação múltipla e dicótica. O estudo foi com-posto por 13 lactentes com resultado alterado no exame de PEATE. Resultados: No PEATE-clique, cinco apresentaram acometimento unilateral e oito bilateral. Das 21 orelhas com alteração, cinco mos-travam acometimento de grau leve; três, moderado; um severo; e 12, profundo, que foram encaminhados para RAEE. Os valores médios encontrados na orelha direita para as frequências de 500, 1.000, 2.000 e 4.000 Hz foram respectivamente: 71 dBNA; 83 dBNA; 80 dBNA; e 84 dBNA, e para a orelha esquerda foram: 78 dBNA; 83 dBNA; 78 dBNA; e 88 dBNA. Houve correlação entre os achados do PEATE-clique e os de RAEE para ambas as orelhas. Discussão: O exame de PEATE-clique é o exame padrão-ouro no diagnóstico da deficiência auditiva pediátrica. No entanto, ele oferece uma estimativa da audição em frequências altas, assim a RAEE é uma ferramenta útil na investigação da audição de crianças, nas frequências mais baixas, além de ser um teste mais rápido em comparação ao PEATE-tone-burst, fornecendo informações sobre a audição para frequências mais baixas.

Conclusão: Houve correlação entre os achados do PEATE-clique e RAEE em lactentes com diagnóstico de deficiência auditiva. Esses achados possibilitaram melhores ajustes nos dispositivos eletrôni-cos aplicados à surdez.

P-413 FATORES RELACIONADOS A NÃO REALIZAÇÃO DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NA CIDADE DO RIO de JANEIROAna Carolina Soares Succar, Rachel Bichara Izai, Letícia Carvalho Gusman, Helena Anchieta Garrido Neves, Ana Carolina Lima de Carvalho, Júlia David Viveiros de Leal, Taiane da Costa Duarte, Maria Teresa Reis de Moraes

Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Objetivo: Identificar fatores que influenciam a não realização da triagem auditiva neonatal (TAN) em uma Unidade Básica de Saúde. Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal e des-critivo, realizado a partir de 152 questionários aplicados aos res-ponsáveis de crianças até 5 anos de idade em uma unidade básica de saúde na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Utilizou-se o teste t de Student e Qui-quadrado para as variáveis associadas ao desfecho com nível de significância em 0,05. Resultados: A mediana das idades dos responsáveis foi de 29 anos (17 a 44), e de 1 ano (15 dias a 5 anos) a das idades das crianças estudadas. Das 152 crianças, todas realizaram o teste do pezinho, porém 40,79% não participaram da TAN, sendo que 58,55% dos res-ponsáveis desconheciam como esta é realizada. Dos 59,21% que fi-zeram a triagem, 21,11% foram na rede privada e 78,88% na rede pública, tendo sido 71,83% (p = 0,3) na maternidade onde nasceu. Dos 40,79% que não realizaram, 80,64% (p = 0,02) não foram orien-tados na maternidade a respeito da mesma. Notou-se também que, quanto menor a escolaridade materna, menor foi a adesão à TAN. Das crianças envolvidas, 12,5% (p = 0,3) apresentavam indicador de risco para deficiência auditiva, dos quais 42,10% (p = 0,1) necessi-taram de outro exame complementar para avaliação da audição. Discussão: A audição desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento global da criança, principalmente no que tange à linguagem e a fala. A TAN é capaz de detectar precocemente alterações auditivas no recém-nascido, devendo ser realizada em todos, preferencialmente durante a internação na maternidade ou até o primeiro mês de vida. Conclusão: A falta de orientação sobre a importância e necessidade de realizar a TAN aumentam a chance da criança não realizá-la, sen-do esta a única variável estatisticamente significativa nessa análise.

P-414 INDICAÇÕES DE RINOPLASTIA NA PEDIATRIA: MALFORMAÇÕES NASAISGreice Elen de Mello Garcia, Diderot Rodrigues Parreira, Anna Karolinne Nascimento;

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Objetivo: Expor algumas das principais malformações nasais com consequências no funcionamento da via aérea e que possuem indi-cação cirúrgica. O conhecimento de tais doenças possibilita o ma-nejo adequado do recém-nascido na sala de parto e nas consultas posteriores. Método: Revisão de literatura com pesquisa em portal da CAPES, com busca dos seguintes termos: malformações nasais; malforma-ções craniofaciais; malformações faciais; craniofacial morphogene-sis; e palatal fusion defects, entre 2000-2016. Resultados: A embriogênese nasal ocorre intimamente relaciona-da à formação facial e do sistema nervoso central. Assim, quando

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pensamos em malformações nasais, devemos lembrar de investigar outras malformações. Como sabemos, o recém-nascido é um respi-rador nasal obrigatório e algumas dessas malformações interferem nesse processo, podendo gerar até mesmo insuficiência respiratória sem uma causa visível, sendo importante diagnósticos diferenciais a serem pensados na sala de parto e na neonatologia. Assim, ao conhecermos essas patologias, podemos investigar e diagnosticar a tempo de evitar prognósticos ruins. Discussão: Dentre as malformações nasais, abordaremos nesse tra-balho os seguintes temas: fissura labiopalatina, estenose da aber-tura piriforme, cisto dermoide nasal, estenose e atresia de coanas, aplasia heminasal e síndromes genéticas com malformações cra-niofaciais. Tais afecções podem ter como tratamento a rinoplastia, onde a intervenção precoce gera melhores resultados estético-fun-cionais. As malformações nasais com consequências no funciona-mento das vias aéreas possuem impacto na vida do recém-nascido e crianças em geral. A rinoplastia é a principal terapêutica para tais afecções, com melhor prognóstico quando precoces. Conclusão: O conhecimento geral da embriogênese craniofacial permite predizer a possibilidade de malformações de sistema ner-voso central associadas, facilitando o direcionamento da investiga-ção e do diagnóstico sindrômico desses pacientes.

P-415 ATRESIA CONGÊNITA DE COANA BILATERAL: RELATO DE DOIS CASOS DE IDADES DISTINTAS

Lara Ribeiro Rocha de Macedo, Claudia Pereira Maniglia, Fernanda Toledo Alves Pereira, Bruno Fernandes Dadona, Julyesse Melo Gomes

Hospital de Otorrino (HIORP), São José do Rio Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: CASO 1: B.P., 5 meses, sexo feminino. Foi submetida à entubação orotraqueal ao nascimento, por dificulda-de respiratória, não havendo progressão da sonda nasogástrica por cavidades nasais. TC confirmado atresia de coana bilateral. Foi submetida à cirurgia de correção endoscópica de atresia coanal bi-lateral aos 13 dias de vida. Foi extubada no 3º pós-operatório. Re-cebeu alta hospitalar após 3 dias. Acompanhamento pós-operatório de 6 meses. CASO 2: D.S., 10 anos, sexo feminino, com história de obstrução nasal, rinorreia bilateral e ronco. O responsável negava intercorrências durante nascimento. Exame físico revelava desvio de septo nasal médio à esquerda, coloboma auris bilateral e video-nasofibroscopia confirmou atresia de coana bilateral. Tomografia de seios paranasais apresentava presença de material com densidade de partes moles, na projeção das coanas, determinando obstrução. Foi submetida à cirurgia endoscópica nasal com correção de atresia coanal bilateral com remoção do septo posterior e placa atrésica. Acompanhamento pós-operatório sem intercorrências. Discussão: Anomalia rara, a atresia congênita de coana ocorre de-vido a um erro na embriogênese, resultando em obstrução da cavi-dade nasal posterior. Mais prevalente no sexo feminino, a maioria dos casos é unilateral. A constituição da placa atrésica é óssea, membranosa ou mista. A anomalia pode se apresentar de forma isolada ou estar associada a outras malformações congênitas, como cardíacas, craniofaciais e alterações em mãos e orelhas. O trata-mento cirúrgico visa a correção permanente da funcionalidade coa-nal. Sua principal complicação é a reestenose, que ocorre em até 36% dos casos. Considerações finais: A atresia congênita de coana bilateral geral-mente é uma emergência médica em recém-nascido. São raros os casos em que se encontra atresia de coana bilateral em crianças maiores ou adultos. Assim, apresentamos dois casos clínicos em idades distintas, sendo um recém-nascido com típico desconforto respiratório ao nascimento e uma criança de 10 anos com obstrução nasal crônica.

P-416 COMPLICAÇÃO RARA DE ADENOAMIGDALECTOMIA — PSEUDOANEURISMA DE CARÓTIDA: RELATO DE CASOGrasiele Souza Figueiredo, Natália de Andrade Costa, Marcos Coelho Juncal, David Greco Varela, Nilvano Alves Andrade, Nara Nunes Barbosa, Mariana Mascarenhas Assis

Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: W.N.S., 6 anos, sexo masculino, sem co-morbidades, no 33° dia de pós-operatório de adenoamigdalectomia deu entrada na emergência pediátrica com história de 4 episódios de hematêmese há 3 horas do primeiro atendimento. Realizada en-doscopia digestiva alta, sendo observada a presença de pequeno coágulo em loja amigdaliana esquerda e ausência de sangramento ativo. O paciente, então, foi submetido à revisão de sítio cirúrgi-co. Durante procedimento, cursou com sangramento importante de loja amigdaliana à esquerda após remoção de coágulo, que foi con-trolado após sutura no local de sangramento. Evoluiu assintomático até que, no 7° dia após reabordagem, cursou com novo episódio de sangramento exteriorizado por via oral em grande quantidade e autolimitado. Na nasofibrolaringoscopia, observou-se hematoma em loja amigdaliana esquerda e base da língua. Dessa vez, optou-se por arteriografia, na qual foi localizado pseudoaneurisma na artéria lingual esquerda próximo à sua origem na carótida externa, com dimensões de 12 mm de altura com colo de 4 mm e 8 mm de diâme-tro paralelo, e, então, realizado embolização do pseudoaneurisma com utilização de 6 espirais. A criança foi mantida em observa-ção e, no 10° dia após arteriografia, evoluiu com novo episódio de sangramento importante, com queda de 6 pontos de hemoglobina, realizado medidas de suporte e encaminhado para UTI, onde rea-lizou transfusão de concentrado de hemácias na dose de 10 mL/kg do paciente. Após estabilização do quadro, criança foi submetida à nova arteriografia e oclusão da artéria lingual próximo ao pseudoa-neurisma com solução de Gluebran a 40%. Criança mantém acom-panhamento ambulatorial com otorrinolaringologia e neurocirurgia há 8 meses, sem nova hemorragia. Discussão: Há poucos casos descritos na literatura e a condução desses casos é de suma importância para experiência da prática otorrinolaringológica. Considerações finais: A adenoamigdalectomia é um procedimen-to frequente na prática otorrinolaringológica e o sangramento por pseudoaneurisma é uma complicação rara, mas potencialmente fatal.

P-417 ABORDAGEM CIRÚRGICA PARA TRATAMENTO DE CELULITE ORBITÁRIA COMPLICADABlenda Avelino Soares, Letícia de Ávila Cambraia, Camila Taniguti Cordeiro Vasco, Roberto Cláudio Batista de Oliveira, Célia Maria Rodrigues Nunes, Daniela Teodoro Rezende

Hospital Alberto Rassi — HGG, Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: W.K.A.M, sexo masculino, 12 anos, iniciou quadro gripal com obstrução nasal e coriza. Em 2 dias, apresentou rinorreia purulenta e dor no olho direito com piora progressiva do estado geral. Evoluiu com quadro de protose do olho associado a rubor, dor na hemiface direita e febre. Constatou-se nistagmo e prejuízo do campo visual com diagnóstico de celulite periorbitária secundária a rinossinusite aguda. Iniciou tratamento com ceftria-xona e oxacilina e posteriormente foi realizado descompressão da órbita e sinusectomia de seios paranasais com drenagem de grande quantidade de material purulento. Houve melhora pós-cirúrgica, recebendo alta hospitalar no 2º dia, com prescrição de amoxicilina + clavulanato e corticoide. No 5º dia pós-operatório, retornou com edema palpebral, rubor e calor periorbitários, sendo submetido a novo procedimento cirúrgico, com descompressão e exploração in-

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traconal. No pós-operatório, foram prescritos Rocefin®, oxacilina e prednisona recebendo alta com remissão completa do edema e sem sinais flogísticos. Paciente se encontra em bom estado geral, e não houve alterações oculares permanentes. Discussão: O conteúdo orbitário é intimamente associado aos seios paranasais, especialmente aos seios maxilar, etmoide e frontal. Complicações agudas das doenças dos seios paranasais parecem ser mais frequentes nas crianças e são diretamente relacionadas às íntimas relações anatômicas entre os seios paranasais e outras estruturas da cabeça. As complicações da rinossinusites aparecem de maneira aguda, sendo necessária intervenção rápida por serviço especializado. São necessários antibióticos de largo espectro, devi-do à natureza polimicrobiana das infecções. Considerações finais: Neste trabalho, relatamos o caso de um pa-ciente de 12 anos que evoluiu com celulite periorbitária secundária à rinossinusite aguda, na qual foram necessárias duas intervenções cirúrgicas para resolução do quadro, além do uso de antibióticos e corticoides, evoluindo o paciente sem sequelas e com boa resposta.

P-418 FENDA PALATINA E ALTERAÇÃO AUDITIVAIvana de Rezende Bastos

CTAC/Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Objetivo: Mostrar a importância da função da tuba auditiva na au-dição e como a fenda palatina interfere nesta função. Método: Exames e acompanhamento clínico otorrinolaringológico, exames de audiometria, exames de impedanciometria e otoemis-sões acústicas transientes. Resultados: Todas as crianças, independentemente do tipo de fen-da palatina, apresentam alteração auditiva devido ao mau funcio-namento da tuba auditiva. Discussão: Mostrando os tipos de fendas palatinas, a musculatura da tuba auditiva e seu funcionamento para a saúde auditiva e o que devemos fazer para amenizar esta alteração. Conclusão: Concluímos que todas as crianças com fendas palati-nas apresentam alteração de orelha média pelo mal funcionamento da tuba auditiva e, se não tratadas adequadamente, trarão conse-quências auditivas irreversíveis.

P-419 MUCOPIOCELE DE CONCHA MÉDIA BOLHOSA: DESCRIÇÃO DE CASO CLÍNICO PEDIÁTRICOMariana Junqueira Reis Enout, Lilian Caroline Scapol Monteiro Bertini, Francini Pádua, Carolina Santos Bosaipo

Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: V.G.S., sexo feminino, 14 anos, estudante, natural e procedente de São Paulo. Queixava-se de “obstrução na-sal esquerda há 1 ano”. Referia obstrução nasal progressiva, inicial-mente na fossa nasal esquerda (FNE) evoluindo para bilateral, asso-ciada a raros episódios de epistaxe em FNE. Negava prurido nasal, espirros, cefaleia, perda de peso ou outros sintomas. Apresentava oroscopia e otoscopia normais. Rinoscopia: lesão polipoide grau IV em FNE. Nasofibroscopia: impossibilidade de avançar o instrumento devido a extensão da lesão. A tomografia computadorizada (TC) de seios paranasais mostrava pansinusopatia à esquerda associada à tumoração expansiva de provável concha média (CM) com material hiperatenuante em seu interior. A ressonância magnética (RM) da face foi solicitada a fim de descartar acometimento orbitário duvi-doso em exame tomográfico, assim como complemento diagnóstico com exclusão de acometimento intracraniano. Foi submetida à ci-rurgia endoscópica nasal, que confirmou o diagnóstico de mucopio-

cele de CM bolhosa com acometimento de todos os seios paranasais ipsilaterais por obstrução de óstios de drenagem. Paciente encon-tra-se com boa evolução. Discussão: Mucoceles e mucopioceles são comuns nos seios para-nasais, porém, incomuns em concha bolhosa. Apenas 9 casos de mucopiocele de CM bolhosa foram reportados na literatura ingle-sa. Em crianças é ainda mais raro. A mucopiocele de CM difere da concha bolhosa infectada porque tem o potencial de expansão e destruição do tecido adjacente. Fazem parte da complementação diagnóstica à nasoendoscopia e à TC. Deve ser considerada como diagnóstico diferencial das patologias responsáveis por obstrução nasal unilateral. A RM pode elucidar o diagnóstico, que deve ser o mais precoce possível, evitando complicações decorrentes da pio-cele. Dentre essas complicações devemos ter especial cuidado com as intracranianas. Considerações finais: Apesar de rara, deve ser considerada no diagnóstico diferencial das massas nasais em crianças. Os exames radiológicos são de grande utilidade diagnóstica e essenciais para auxiliar no planejamento terapêutico, especialmente quando en-volve abordagem cirúrgica.

P-420 MARASMO EM CRIANÇA COM ANQUILOGLOSSIA: RELATO DE CASO

João Antônio de Carvalho, Maria de Fátima de Campos Marciano, Roseane Rebelo S. Meira

Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: Lactente, 85 dias, sexo masculino, natu-ral e procedente de Campinas, veio ao ambulatório de otorrinola-ringologia para realização de frenotomia, encaminhado após teste da linguinha. Mãe relatou que o lactente não conseguia fazer a pega corretamente devido à “língua presa” e sentia que não reali-zava a sucção correta, de forma que após as mamadas ficava cho-roso e as mamas ingurgitadas. Como o paciente não ganhava peso, a mãe iniciou, no 25º dia de vida, por conta própria, alimentação complementar com fórmula láctea, após sucção do seio materno, porém na medida incorreta. Exame físico: hidratado, fácies se-nil, escassez de tecido subcutâneo, atrofia muscular, presença do sinal do rosário marasmático, reflexos preservados. Orofaringe: frênulo lingual curto, com inserção anteriorizada (classificação parcial/ grau 2). Peso: 2810 g IMC-10.31. Conduta: realizada fre-notomia lingual, segundo técnica convencional, e diagnóstico de marasmo com correção da alimentação complementar. Evolução: nas consultas subsequentes, mãe referiu melhora da sucção e adequada drenagem do leite materno, com melhora do ingurgi-tamento mamário e considerável ganho ponderal (média de 146,6 g/dia, em 3 dias). Discussão: A extração do leite materno pelo RN requer pega ade-quada e coordenação entre as funções de sucção, respiração e de-glutição. Para que a sucção seja efetiva, é necessário o trabalho sincronizado de várias estruturas importantes, dentre elas, a lín-gua. Assim, alterações como a anquiloglossia impedem que haja sucção efetiva, bem como saída do leite posterior, acarretando em baixo ganho ponderal. Entretanto, na maioria das vezes, casos de anquiloglossia não chamam atenção dos profissionais de saúde, seja devido à introdução da alimentação complementar de forma preco-ce ou aos poucos dados disponíveis na literatura. Considerações finais: A anquiloglossia, quando conduzida de forma incorreta ou de demorada resolução, pode impactar no desenvol-vimento do lactante, gerando baixo ganho ponderal ou desnutrição marasmática. Portanto, a anquiloglossia deve ser tratada com fre-notomia o mais precoce possível, atentando-se também para ali-mentação complementar.

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P-421 SÍNDROME DE ALPORT: RELATO DE CASOFabiolla Maria Martins Costa, Beatriz Ximenes Mendes, Janaina Bentivi Pulcherio

Universidade Ceuma, São Luís, MA, Brasil

Apresentação do caso: J.D.P.B., sexo masculino, 13 anos, atendido em Unidade de Pronto-atendimento apresentando edema genera-lizado e deficiência auditiva há 3 meses. Mãe relatou ainda mau rendimento escolar. Mãe negava intercorrëncias durante e após o parto. Audiometria demonstrou perda auditiva neurossensorial bi-lateral, simétrica, de grau moderado e curva A bilateral. Exames laboratoriais: ureia e creatinina aumentados (90 e 7,06 mg/dL); Hb entre 6 e 9 g/dL. US de abdômen: grande quantidade de líquido livre na cavidade abdominal. Apresentou também insuficiência re-nal, hipoalbuminemia (3 g/dl) e proteinúria de 3 g/ 24 h e ausência de hematúria. O paciente permanece internado, sendo proposta a pulsoterapia com corticoide, diálise peritoneal e aparelho auditivo. Discussão: A síndrome de Alport (SA) é uma doença hereditária que provoca a perda progressiva da função renal e auditiva, podendo ainda afetar o sistema visual. É uma condição rara, que atinge uma em cada 50.000 pessoas na população geral. A perda auditiva neu-rossensorial é bilateral, simétrica e progressiva. A nefrite é a alte-ração mais comum, iniciando-se geralmente na adolescência com proteinúria e/ou hematúria intermitentes. Apresenta curso crônico e progressivo para insuficiência renal, afetando principalmente in-divíduos do sexo masculino, cujo prognóstico é mais reservado. Considerações finais: Apesar de rara, a síndrome de Alport deve sempre ser considerada no diagnóstico diferencial de crianças com perda auditiva neurossensorial progressiva sem causa aparente. É imprescindível avaliar a função renal do paciente, pois sendo o diagnóstico feito precocemente, é possível garantir uma melhor so-brevida a este paciente.

P-422 COMPARAÇÃO POLISSONOGRÁFICA PRÉ E PÓS-ADENOTONSILECTOMIA EM CRIANÇA PORTADORA DE SAOS GRAVEFernanda Kobe, Vivian Benaion Tabasnik, Ana Claudia Alves Zangirolami, Simone Renno Rosa, Camila Freire de Vasconcellos, Paula Coli Mendes Lima, Evandro Ramos Ribeiro de Oliveira

Pro Otorrino, Policlínica de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Introdução: A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) na criança é caracterizada por obstrução parcial prolongada ou obs-trução completa intermitente, que interrompe a ventilação e os padrões do sono. Afeta o crescimento físico, as habilidades cogni-tivas e respiratórias, além de estar associada a desfechos metabó-licos e cardiovasculares, como aumento da resistência à insulina e hipertensão arterial sistêmica e, ainda, ao desenvolvimento de SAOS na idade adulta. A SAOS na infância é definida a partir de critérios clínicos e polissonográficos: queixa de ronco e respiração ruidosa durante o sono, associados a outros sinais e sintomas, índice de apneias + hipopneias > 1/hora, hipoxemia, hipercapnia, sono fragmentado e evidências de resistência de vias aéreas aumentada. Apresentação de caso: J.P.L.A.F, 2 anos e 8 meses, sexo masculino, apresentando obstrução nasal crônica, principalmente ao deitar, não dormia quando em decúbito dorsal, apenas sentado, além de respiração oral de suplência e voz anasalada. Ao exame físico, apre-sentava fácies adenoideana, pectus excavatum, amígdalas grau IV, palato ogival. Radiografia de cavum: redução da coluna aérea, po-lissonografia: IAH de 55,08/h, saturação oxi-hemoglobina mínima de 50%, sendo 309 apneias obstrutivas, com duração de 29 segun-dos. Quinze dias após realização de adenotonsilectomia pela téc-nica de Shaver, foi realizada nova polissonografia, com os seguin-

tes parâmetros: IAH de 3/h, saturação oxi-hemoglobina mínima de 80%, 6 apneias obstrutivas, com duração máxima de 16 segundos. Discussão: Nas crianças com obstrução das vias aéreas superiores, a polissonografia contribui para um diagnóstico e tratamento especí-fico. O resultado deste relato demonstra que o tratamento cirúrgico da SAOS é eficaz, de acordo com o demonstrado pela literatura. Considera-se a adenotonsilectomia como primeira linha de trata-mento quando existe hipertrofia adenotonsilar. Considerações finais: Adenotonsilectomia mostrou-se eficaz no tratamento das crianças com SAOS secundários à hiperplasia ade-notonsilar, melhorando sua qualidade de vida pós-operatório ime-diato, sendo a polissonografia o exame de escolha.

P-423 PARALISIA BULBAR AGUDA: RELATO DE CASOJanaína Jacques, Maria Fernanda Piccoli Cardoso de Mello, Mariana Manzoni Seerig, Leticia Chueiri, Lourenço Sabo Müller, Carlos Alberto Kuntz Nazario, Guilherme Webster

Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis, SC, Brasil

Apresentação do caso: H.R.M.F., 3 anos, iniciou quadro de odi-nofagia importante associado à sialorreia, febre e recusa alimen-tar, onde foi iniciado antibioticoterapia por suspeita de faringo-tonsilite. Contudo, não houve resposta após 3 dias de evolução. Ao exame, apresentava regular estado geral, hipocorado, afebril, vocalização débil e incompreensível, dessaturando sem oxigênio suplementar. Na oroscopia, foi visualizada presença de secreção espessa, abundante e hiperemia de orofaringe. Solicitados exames complementares, onde verificou-se anemia leve, leucocitose sem desvio à esquerda, radiografia cervical com “sinal da torre”, vi-deolaringoscopia apresentando edema em cartilagens cuneiforme e corniculadas obstruindo a entrada da laringe e secreção hialina abundante. Durante a internação, paciente evoluiu com piora da sialorreia, afonia, paralisia facial periférica bilateral, paralisia de palato bilateral com reflexo nauseoso abolido, hipotonia dos mem-bros. Realizado punção lombar, onde apresentou aumento de pro-teina no líquor. Com isso, aventou-se o diagnóstico de síndrome de Guillain-Barré (SGB) variante paralisia bulbar aguda. Discussão: A SGB é uma doença autoimune que acomete a mielina da porção proximal dos nervos periféricos de forma aguda/subagu-da. 60-70% apresentam doença aguda precedente, sendo infecção por Campylobacter jejuni a mais frequente, seguida por citomega-lovírus, Epstein-Barr, entre outros. A paralisia bulbar aguda é uma variante rara da SGB, que pode se manifestar com várias combina-ções de outras variantes da síndrome, mas difere das mesmas pelo predomínio da paralisia bulbar em relação aos outros sintomas. Diagnóstico definido por um conjunto de achados clínicos e labora-toriais, não há sinal patognomônico e nenhum exame laboratorial específico. A análise do líquido cefalorraquidiano com dissociação proteinocitólica, com elevação da proteína liquórica sem pleocito-se é característica da doença. Considerações finais: Apresentar uma condição clínica rara, cujos sintomas iniciais são frequentes no meio otorrinolaringológico, com o intuito de demonstrar outros possíveis diagnósticos diferenciais.

P-424 CORPO ESTRANHO DE LARINGECaroline Perin, Aline Pires Barbosa, Carolina Sponchiado Miura, Ricardo Nasser Lopes, Wilma Terezinha Alselmo-Lima

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: J.M.V.G., 2 anos e 4 meses, sexo masculino, com história de ter levado corpo estranho (peça de brinquedo) à boca havia 2 dias, apresentando tosse inicialmente. Evoluiu com

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estridor, choro rouco, disfonia e dispneia aos esforços. Admitido no setor de pediatria, foram solicitadas tomografias computadorizadas de tórax e pescoço, que revelaram redução do calibre da traqueia em região infraglótica. Foi submetido à nebulização com adrenalina e administração de corticosteroides sistêmicos, com melhora par-cial do quadro, persistindo apenas com disfonia. Encaminhado para avaliação otorrinolaringológica, foi visualizado, à nasofibroscopia, material enegrecido na região glótica, com aparente extensão para subglote. Foi então submetido à laringossuspensão, com retirada de corpo estranho de aproximadamente 1 centímetro de diâmetro de cor preta, angulado e vazado, aderido caprichosamente em prega vocal direita. Discussão: Corpos estranhos correspondem à 11% das urgências otorrinolaringológicas, podendo evoluir com complicações em 22% dos casos. A apresentação de corpo estranho na laringe é uma situação rara, com prevalência de 2 a 5% na literatura. A anamnese e o exame físico são de extrema importância para o diagnóstico, visto que a maioria dos casos afeta crianças de 1-3 anos, e o quadro pode ser confundido com laringite aguda infec-ciosa. Exames de imagem podem ser úteis, porém a visualização direta do corpo estranho em via aérea é considerada padrão-ou-ro no diagnóstico. Considerações finais: A aspiração de corpo estranho é acidente grave e potencialmente fatal, sendo mais frequente em crianças nos primeiros anos de vida. Quando a obstrução da laringe é par-cial, deve-se pensar na possibilidade de corpo estranho em quadros de estridor, tosse, disfonia e dispneia que não melhoram com trata-mento clínico otimizado.

P-425 MUCOCELE DE BASE DE LÍNGUA: LOCALIZAÇÃO EXTREMAMENTE RARACaroline Perin, Aline Pires Barbosa, Carolina Sponchiado Miura, Ricardo Nasser Lopes, Fabiana Cardoso Pereira Valera

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: S.G.S., 1 ano e 9 meses, sexo feminino, encaminhada ao nosso serviço por quadro de lesão arredondada e volumosa na base da língua, visualizada à oroscopia, em consulta de puericultura. Tinha história de roncos noturnos esporádicos, sem disfagia, dor ou disfonia. À nasofibrolaringoscopia, notava-se lesão de aspecto cístico volumoso ocupando porção central de base da língua e valécula. Solicitada tomografia computadorizada cervical, que revelou lesão cística na linha média com aparen-te realce parietal medindo 1,8 × 1,4 × 1,7 cm, acima do osso hioide, na base da língua. Paciente foi submetida à exérese do cisto, com saída de secreção mucosa bastante espessa e citrina. Em exame anatomopatológico, foi evidenciada mucosa escamosa com infiltrado inflamatório crônico exsudativo associado a edema e congestão vascular da lâmina própria. Observada formação de área cística desprovida de revestimento epitelial, sugestiva de mucocele. Discussão: As mucoceles são lesões muito frequentes na cavidade oral, com localização usual na parte interna do lábio inferior, po-rém podem surgir em qualquer outra localização onde haja glându-las salivares menores. É uma das lesões benignas de cavidade bucal mais comuns em crianças, estando relacionada à trauma local com lesão do ducto glandular e extravasamento do muco para o tecido subjacente. A localização na base da língua é extremamente rara, com poucos casos descritos na literatura, e se faz necessário o diag-nóstico diferencial com cisto do ducto tireoglosso e tireoide lingual. O diagnóstico definitivo é dado através de biópsia da lesão e seu tratamento depende da remoção cirúrgica.

Considerações finais: As mucoceles são importantes diagnósticos diferenciais em lesões císticas de toda cavidade oral e orofaringe dados sua prevalência comum e características muitas vezes ines-pecíficas. Em alguns casos, sua localização pode ser bastante infre-quente, com confirmação após avaliação histológica.

P-426 INGESTÃO DE CÁUSTICOS: REPERCUSSÃO EM VIAS AERODIGESTIVASCaroline Perin, Aline Pires Barbosa, Caroline Sponchiado Miura, Ricardo Nasser Lopes, Fabiana Cardoso Pereira Valera

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: M.V.P.C., 2 anos e 4 meses, sexo masculi-no, encaminhado ao nosso serviço após ingestão de soda cáustica (hidróxido de sódio). Em poucas horas, apresentou rebaixamento do nível de consciência e estridor, com necessidade de entubação orotraqueal e internação em unidade de terapia intensiva. Evoluiu, em alguns dias, com subestenose esofágica a 13 cm da arcada den-tária, sendo submetido à gastrostomia e esofagostomia. Em exame de laringossuspensão, foram evidenciadas corrosão da mucosa oral, faríngea e supraglótica, além de fístula entre brônquio principal es-querdo e esôfago. Foi submetido à traqueostomia no mesmo tempo cirúrgico. Após 8 semanas, a epiglote encontrava-se aderida à base da língua e às paredes laterais da faringe, impedindo fechamen-to da laringe e impossibilitando a visualização de valécula e seios piriformes. O paciente evoluiu com sialorreia importante, com in-coordenação da fase oral da deglutição e saída de conteúdo sali-var pelos lábios e pelo traqueostoma. Após tratamento clínico sem sucesso, o paciente foi submetido à aplicação de toxina botulínica nas parótidas e submandibulares bilateralmente, com melhora do quadro. Discussão: A ingestão de cáusticos é causa de grande morbidade entre as crianças e ocorre, geralmente, acidentalmente. O aco-metimento de vias aéreas pode levar à traqueobronquite, dano ao parênquima pulmonar, sangramento e obstrução de via aérea. Uma das principais sequelas é a disfunção da deglutição, provocada por lesão direta da mucosa do trato aerodigestivo, o que leva à fibrose cicatricial e diminuição importante da sensibilidade, com risco alto de aspirações. Considerações finais: Apesar da recente diminuição do número de casos, os acidentes por ingestão de cáusticos costumam ser graves e levam à grande injúria física e psíquica. Uma equipe multidisci-plinar é necessária nestes casos e a atuação do otorrinolaringolo-gista é importante no dano agudo e no tratamento das sequelas posteriores.

P-427 CISTO BRANQUIAL GIGANTE EM RECÉM-NASCIDO COM ESTRIDORRicardo Nasser Lopes, Carolina Sponchiado Miura, Aline Pires Barbosa, Fabiana Cardoso Pereira Valera, Caroline Perin

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: R.N., 19 dias, apresentava abaulamento cervical à esquerda de aproximadamente 35 cm3 associado à res-piração ruidosa. Mãe relatava desconforto durante as mamadas e piora progressiva do estridor, com episódios de cianose periférica e agitação. Videolaringoscopia mostrou desvio laríngeo para a direi-ta, epiglote em ômega, muros ariepiglóticos encurtados, pregas vo-cais parcialmente visualizadas, com redução importante da fenda glótica. Em USG, foi visualizada extensa lesão hipoecoica em região

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cervical esquerda, com efeito de massa sobre estruturas adjacen-tes. A RNM era compatível com lesão cística expansiva, provável cisto do 4º arco branquial. Criança evoluiu com estridor em repouso após 4 dias, realizada punção com drenagem de 15 mL de líquido citrino, porém sem melhora do padrão respiratório. Foi submetida à cervicotomia e exérese da lesão. Apresentou paralisia paramediana de prega vocal esquerda pós-operatória. Discussão: Apesar de as principais causas de massas cervicais na infância se tratarem de afecções inflamatórias, as anomalias bran-quiais são a segunda principal causa de massas cervicais congêni-tas, respondendo por 30% dos casos. Anomalias do 3º e 4º arcos branquiais são extremamente raras, correspondendo a menos de 3% dos casos. Essas lesões podem se manifestar em qualquer idade, e surgem a partir do seio piriforme esquerdo. O caso mostrado tra-ta de um recém-nascido com massa cervical gigante comprimindo estruturas cervicais, ocasionando deslocamento importante da tra-queia e sintomas respiratórios. Com base no quadro clínico, exames de imagem e exame anatomopatológico, acreditamos tratar-se de um cisto branquial de 4º arco. Considerações finais: A avaliação precoce é imprescindível nesses casos, pois apesar do seu caráter benigno e da raridade, as malfor-mações branquiais podem trazer complicações sérias, com riscos importantes, requerendo especial atenção do especialista, even-tualmente com necessidade de abordagem cirúrgica de urgência.

P-428 COMPROMETIMENTO LARÍNGEO NA EPIDERMÓLISE BOLHOSA: RELATO DE CASORicardo Nasser Lopes, Carolina Sponchiado Miura, Aline Pires Barbosa, Caroline Perin, Wilma Terezinha Anselmo-Lima

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 7 meses, com diagnóstico pré-vio de epidermólise bolhosa aos 20 dias de vida, encaminhada para avaliação otorrinolaringológica devido a quadro de choro fraco, rouquidão, tosse noturna e respiração ruidosa desde o nascimento. Videolaringoscopia demonstrou edema e ulceração de borda epigló-tica e pregas vestibulares com abertura restrita, impedindo visua-lização de pregas vocais. Teste de deglutição sem sinais de pene-tração ou aspiração. Iniciado tratamento com corticoide inalatório e mantidas medicações antirrefluxo. Considerando a manutenção do quadro após tratamento conservador e o risco iminente de insu-ficiência respiratória, paciente foi submetido à traqueostomia sob anestesia local e sedação. Discussão: A epidermólise bolhosa (EB) constitui um grupo de afec-ções genéticas com lesões mucocutâneas diversas, espontâneas ou em decorrência de mínimos traumas. Atualmente, é dividida em 4 tipos principais: simples, juncional, distrófica e síndrome de Kin-dler, determinadas pelo nível de clivagem do tecido (”teoria da ce-bola”). Cada uma possui subtipos de espectro variável de gravidade da doença, desde formas leves e localizadas até casos extensos, com envolvimento sistêmico. A maioria dos pacientes desenvolve os sintomas logo nas primeiras semanas de vida. O diagnóstico é feito através da suspeição clínica das lesões, complementada pela biópsia de pele e análise por imunofluorescência. No caso relatado, a paciente apresentava lesões cutâneas, sintomas respiratórios e lesões laríngeas extensas, combinação mais prevalente nas formas juncionais e distróficas de maior gravidade, com necessidade de traqueostomia. O procedimento foi realizado sob cuidados espe-ciais das equipes de via aérea infantil e anestesiologia, na tentativa de evitar novos agravos no quadro da paciente. Considerações finais: As complicações otorrinolaringológicas estão presentes em diversos tipos de EB. A abordagem multidisciplinar é fundamental nesses casos, dado o nível de complexidade dos doen-

tes e das afeções, dessa forma garantindo melhores resultados, cui-dados e qualidade de vida para os pacientes.

P-429 RELATO DE CASO: CORPO ESTRANHO EM LARINGE — A IMPORTÂNCIA DA SUSPEIÇÃO FRENTE AO ESTRIDOR ABRUPTORaíssa Camelo Valletta, Mariana Moreira de Deus, José Neto Ribeiro de Souza, Marina Ferraz Gontijo Soares, Stela Oliveira Rodrigues, Camilla Gabriela de Oliveira, Melissa Ameloti Gomes Avelino

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Criança de 9 meses apresentando estridor abrupto há 3 dias, internada com hipótese de laringite estridulosa com pouca resposta ao corticoide endovenoso e nebulização com adrenalina. O paciente ficou internado por um dia e chegou a re-ceber alta hospitalar, um dia depois retornou ao serviço de emer-gência com manutenção das queixas. Foi solicitado, então, uma avaliação da otorrinolaringologia, que visualizou na fibronasolarin-goscopia flexível um corpo estranho inanimado em glote e lesão por contato em epiglote. Realizado retirada de corpo estranho com laringoscópio em centro cirúrgico, sem intercorrências. Discussão: Aspiração de corpo estranho é mais frequente no sexo masculino, nas idades entre 1 a 3 anos. O tempo entre o evento e o diagnóstico é de 3 dias em 30% dos casos e erros no diagnóstico, como por exemplo asma persistente e pneumonia, acontecem em até 18% dos casos. Ainda é importante lembrar que cerca de 27% dos casos não tem história positiva de aspiração de corpo estranho na anamnese, o que, juntamente com uma clínica confusa em al-guns casos, deixa a suspeição diagnóstica ainda mais difícil. Considerações finais: Este caso mostra que apesar do tempo pro-longado e ausência de história de aspiração de corpo estranho, a queixa de estridor súbito deve ter sempre como hipótese diagnós-tica o corpo estranho de laringe. A resposta parcial ao tratamento proposto também deve corroborar para outras hipóteses diagnós-ticas e, levando em conta a gravidade iminente do caso, deve ser excluída a presença de corpo estranho.

P-430 COMPLICAÇÕES DE ADENOAMIGDALECTOMIA EM PACIENTE COM MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO IIBárbara Ribeiro de Belmont Fonseca, Aline Vieira Bento, Daniele de Lima Soares, Marília Yuri Maeda, Vitor Guo Chen, Viviane Maria Guerreiro da Fonseca, Reginaldo Raimundo Fujita

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Y.L.B, 11 anos, sexo masculino, portador de mucopolissacaridose II (MPS II). Pais relatavam roncos noturnos diários e despertares frequentes. Apresentava atraso no desenvol-vimento neuropsicomotor, asma, miocardiopatia hipertrófica e in-suficiência mitral. Mãe e tias maternas com mutação do gene I2S. Irmão faleceu por complicações de MPS II. Ao exame, hipertrofia amigdaliana grau 3. Nasofibrolaringoscopia: hipertrofia adenoi-deana, ocupando 90% da rinofaringe. Realizadas polissonografias com progressão da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) até nível acentuado, sendo indicada adenoamigdalectomia. Houve 5 tentativas de entubação orotraqueal, com passagem de cânula 5.0 com cuff, sem progressão adequada. Devido ao edema glótico e risco de insuficiência ventilatória, realizaram-se adenoidecto-mia e amigdalectomia à esquerda. No 2º dia pós-operatório, foi submetido à traqueostomia pelo risco de extubação, com progres-são de cânula 4 sem cuff. Tomografia computadorizada do tórax

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S151

mostrou estreitamento das vias aéreas superiores e inferiores, su-gerindo deposição de glicosaminoglicanas. No 23º dia pós-operató-rio, foi internado por piora do padrão respiratório. Broncoscopia: redução de 80% do lúmen traqueal. Permaneceu em unidade de terapia intensiva, apresentando complicações clínicas e necessi-dade de suporte ventilatório. Discussão: A MPS II engloba disfunção e obstrução das vias aérea por depósito de glicosaminoglicanas, levando à SAOS. Apesar de não haver consenso acerca da conduta nestes casos, muitas vezes, executam-se adenoamigdalectomia e, em situações extremas, traqueostomia. Na MPS II, há contribuição de macroglossia, pes-coço curto, traqueomalácia, deformidades faciais e esqueléticas e hepatoesplenomegalia. A adenoamigdalectomia pode não bene-ficiar tais pacientes, devido à obstrução nas vias aéreas inferiores, devendo-se ponderar os riscos anestésicos e do difícil manejo da via aérea. Considerações finais: Deve-se avaliar criteriosamente a indicação de adenoamigdalectomia na abordagem da SAOS em MPS II. É fun-damental quantificar a participação do comprometimento das vias aéreas inferiores nos distúrbios do sono, sendo indispensáveis estu-dos para identificar qual melhor método a ser utilizado.

P-431 MUCOCELE ETMOIDAL NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA: RELATO DE CASOMarina Abreu Faioli, Renata Fonseca Mendonça, Andrea Goldwasser David, Fernando Jorge dos Santos Barros, Fabiana Rocha Ferraz, Guilherme Novaes Coimbra, Tatiana Roriz Lopes

Hospital Federal do Andaraí, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: A.C.C.N., 12 anos, branca, sexo feminino, queixa obstrução nasal esquerda progressiva há 5 anos, epistaxe intermitente e assimetria facial. Ao exame físico: abaulamento em narina esquerda não doloroso à palpação; à rinoscopia, lesão volumosa na fossa nasal esquerda, hipocorada, não pulsátil, con-sistência macia e desvio septal para direita. A tomografia computa-dorizada (TC) demonstrou lesão expansiva com densidade de partes moles, ocupando os seios maxilar, esfenoidal, etmoidal e frontal à esquerda e a cavidade nasal ipsilateral até a rinofaringe, desvio septal contralateral e sinais de remodelamento ósseo. Foi realizada marsupialização da lesão, com saída de grande quantidade de ma-terial purulento. A lesão foi enviada para estudo anatomopatológi-co, cujo resultado confirmou ser mucocele. Discussão: A mucocele é uma lesão cística de revestimento epi-telial que acomete os seios paranasais. Contém muco espesso em seu interior e possui crescimento lento e progressivo. As mucoceles são extremamente raras na população pediátrica, salvo nos casos em que há fatores predisponentes para obstrução. A etiologia não está bem definida, mas acredita-se estar relacionada a fatores que obstruem a drenagem dos seios da face, como cirurgia nasal prévia, traumatismo facial, rinossinusite crônica, tumores, displasia fibrosa e fibrose cística. A paciente, porém, não apresentava nenhum des-ses fatores de risco. A TC é o exame de escolha para diagnóstico. No caso apresentado, houve acometimento dos seios frontal, maxilar e etmoidal e cavidade nasal esquerda. O tratamento é cirúrgico, e a via endonasal a primeira opção, pois apresenta menos morbidade pós-operatória. Considerações finais: As mucoceles são lesões benignas, extrema-mente raras na infância, de caráter expansivo, que podem oca-sionar sérias complicações a nível orbitário e intracraniano e, por esta razão, não devem ser negligenciadas. A marsupialização com drenagem da lesão via nasossinusal e manutenção dos óstios pérvios são fundamentais para o sucesso do tratamento.

P-432 OTITE MEDIA AGUDA COMPLICADA COM ABCESSO RETROFARÍNGEO: RELATO DE CASOCarolina Gambetta Coelho Paim, Maria Isabela Alves Ramos, Fagner Torres Gomides, Ana Cecília Alves Carvalho, Carolina Castro Rodrigues, Sophia Cerceau Pinto Coelho, Ricardo Maurício Novaes

Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil

Apresentação do caso: A.F.J., sexo feminino, 10 anos, apresentou otalgia direita e febre durante 4 dias. Diagnosticada otite e iniciada amoxicilina com clavulanato. Devido à persistência dos sintomas, foi internada para tratamento EV com ceftriaxona. Houve melhora do quadro, com 5 dias de uso. Recebeu alta hospitalar com pres-crição de amoxicilina com clavulanato. Quatro dias após a alta, evoluiu com prostração, limitação a lateralização do pescoço, com linfadenomegalia direita e abaulamento parede posterior da orofa-ringe direita. Tomografia com contraste de pescoço revelou abcesso retrofaríngeo à direita, linfonodomegalia cervical e supraclavicu-lar associada, tomografia de mastoide sem alterações. Hemograma com leucocitose. Foi instituído antibioticoterapia com ceftriaxona e clindamicina associada à dexametasona. A mesma evoluiu bem, no 5º dia apresentou rash cutâneo intenso durante administração da ceftriaxona e também da clindamicina, que se repetiu de modo mais intenso. A comissão de infecção hospitalar sugeriu troca por ampicilina com sulbactam (EV), que foi mantida por 5 dias, com êxito no tratamento. Discussão: Abcesso retrofaríngeo (RF) e parafaríngeo (PF) são in-fecções raras e potencialmente fatais devido às suas múltiplas com-plicações, que incluem: comprometimento da via aérea, abcesso epidural, mediastinite, aneurisma da artéria carótida, trombofle-bite e sepse. Estudos epidemiológicos apontam otite como causa incomum de abcesso RF e PF, correspondendo a 4% dos casos. A principal causa identificável é a amigdalite aguda. O exame reco-mendado na avaliação desta patologia é a TC cervical. O tratamen-to pode ser clínico ou cirúrgico. Considerações finais: Os sintomas na apresentação das infecções retrofaríngeas são variados, requerendo em seu diagnóstico ele-vado índice de suspeição. O tratamento ideal é motivo de grandes debates, devendo se basear no estado clínico do paciente, caracte-rísticas do abcesso e evolução do caso.

P-433 DIFTERIA, DIAGNÓSTICO AINDA POSSÍVELLeidianny Firmino Costa, Jasiel Pereira de Queiroz Maciel, Nathália Cavalcante Pinto, Daniela Isabel Cevallos Zambrano, Horrara Diniz Silva, Anne Karine Rufino Correia de Oliveira, Thiago Freire Pinto Bezerra

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: Três pacientes, irmãos, sexo masculino, 14, 19 e 19 anos de idade, procedente de Salgueiro (PE), iniciaram quadro de odinofagia com piora progressiva, associado a disfagia, febre, calafrios, mal-estar e queda importante do estado geral. Sem comorbidades, calendário vacinal constava vacinação com 3 doses de DTP na infância, sem dose de reforço. Ao exame físico dos gêmeos: estado geral regular, taquicárdicos e desidratados. Oroscopia: hiperemia e presença de placas pseudomembranosas branco-acinzentadas, aderentes na úvula e pilares. O adolescente de 14 anos, avaliado apenas em seu município de origem, apre-sentava quadro mais grave, com estado geral ruim, taquicárdico e toxêmico, não resistindo e indo a óbito após 5 dias do início dos sintomas. Os gêmeos foram transferidos para Recife, realizaram exames laboratoriais que evidenciaram leucocitose com desvio à esquerda e cultura de orofaringe isolou Corynebacterium difte-

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riae. Hemoculturas negativas. Ficaram em isolamento respirató-rio, iniciado tratamento clínico com soro antidiftérico (120 mil UI endovenoso) e penicilina G 2 milhões de UI EV 6/6 h. Apresen-taram boa evolução clínica e foi orientada vacinação após alta hospitalar. Discussão: A difteria é uma infecção bacteriana aguda das amíg-dalas, faringe, laringe ou do nariz causada pela Corynebacterium difteriae. A sua incidência tem diminuído significativamente nas úl-timas décadas em nosso país, como resultado de saneamento básico e imunização. No Brasil, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, houve confirmação em todo o país de 5 casos no ano de 2011 e 2013, nenhum caso no ano de 2012 e 6 casos em 2014, demonstrando estabilização dos casos. Porém, esse nú-mero mais que dobrou, com 13 casos confirmados em 2015. Destes, 11 casos aconteceram em Pernambuco. Considerações finais: Este relato reafirma a possibilidade diagnós-tica de difteria mesmo nos tempos atuais e reafirma a importância do uso de equipamento de proteção individual principalmente em nossa especialidade.

P-434 RELEVANTE PAPEL DO OTORRINOLARINGOLOGISTA EM UM CASO DE SÍNDROME DE EMANUELThiago Chalfun de Matos Fonseca, Alexandre José Se Sousa Cunha, Camilo Pessi Brumatte, Alonço da Cunha Viana Jr., Mario Cosme Pires da Cunha, Daniella Leitão Mendes, Bernardo Relvas Lucas

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: K.F.C., 4 anos, portador da síndrome de Emanuel, respirador bucal com perda auditiva e infeção recor-rente da via aérea superior. Apresentava alterações em genitá-lia e cardíacas congênitas (comunicação interatrial tipo fossa oval) associadas a atraso no desenvolvimento neuropscicomotor e hipotonia muscular. Ao exame otorrinolaringológico: hipertro-fia amigdaliana, fenda palatina pós-forame incisivo incompleta, fácies adenoideana, agenesia bilateral de conduto auditivo e pa-vilhão auricular. Nasofibroscopia identificou hipertrofia adenoidia-na, epiglote em ômega, coaptação incompleta de pregas vocais e abundante estase salivar. Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico normal bilateralmente. Ressonância nuclear magnéti-ca de mastoide apresenta orelha média e interna preservada bi-lateralmente. Paciente foi submetido à adenoamigdalectomia e está em adaptação do sistema de amplificação sonora de via óssea através do Softband, mantendo acompanhamento multidiscipli-nar. Até o momento não apresentou novas infecções respiratória e importante melhora na interação com o meio externo referida pelo pais. Discussão: A síndrome de Emanuel é uma doença genética rara, relacionada com os cromossomos 11 e 22. Muitas das características clínicas apresentadas pelos pacientes são consideradas secundárias ao segmento trissômico do cromossomo 22. As manifestações clí-nicas incluem alterações craniofaciais, hipotelorismo ocular, nariz achatado, lábio superior proeminente, fenda palatina e anomalias de orelha que incluem fossetas e apêndices pré-auriculares. Além de importante atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e de fala, movimentos estereotipados com as mãos, hipotonia, defeitos cardíacos, anomalias genitais masculinas e anormalidades renais podem ser também encontrados. Considerações finais: Apesar das restrições do quadro clínico apre-sentado pelo paciente, os ganhos obtidos foram de grande relevân-cia na prevenção de complicações e na qualidade de vida, permitin-do uma maior interação familiar. A avaliação e o acompanhamento multidisciplinar se fazem necessários, tendo o otorrinolaringologis-ta um importante papel.

P-435 ALTERAÇÕES OTORRINOLARINGOLÓGICAS NA HOLOPROSENCEFALIA E CEBOCEFALIARoseana Netto Pereira, Simone Naomi Isuka, Agnes Yumi Inoue, Aryane Marcondes Rezende, Letícia Castruchi Kamei, Luisa Martins Raña, Natalia de Aguiar Brasileiro Saunders do Vale

Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil

Apresentação do caso: Rescém-nascido do sexo feminino, termo, peso 3240 g. Ultrassonografia morfológica evidenciou microcefalia, holoprosencefalia semilobar e cebocefalia. Ao nascimento, Apgar 1 e 8. Evoluiu com episódios de cianose e dessaturações, encami-nhado à UTI neonatal, permanecendo com máscara de oxigênio. Ao exame, dismorfia facial, hipotelorismo ocular, fossa nasal única, orelha com baixa implantação e microcefalia. Impossibilidade de progressão de sonda de aspiração nasal. Tomografia computadori-zada evidenciou holoprosencefalia, seios paranasais não desenvol-vidos, ausência de septo nasal e conteúdo com densidade de partes moles obstruindo coana. À nasofibrolaringoscopia, cavidade nasal única e estenose de coana, confirmada por injeção nasal de azul de metileno e detecção da coloração em orofaringe. Ultrassono-grafia de abdome e ecocardiograma normais. Emissões otoacústicas presentes e potencial de tronco encefálico automático sem altera-ções. Cariótipo 46, XX. Foi submetida à traqueostomia e programa-da abordagem posterior de estenose de coana devido às condições clínicas, porém mãe não desejou cirurgia. Criança permanece viva aos 6 meses de idade, com traqueostomia. Discussão: A holoprosencefalia ocorre devido a uma falha na cliva-gem ou diferenciação do prosencéfalo. Pode ser classificada em três tipos: lobar, semilobar ou alobar. Apresenta incidência de 1:16.000 nascidos vivos e pode ser acompanhada de defeitos da linha média, como ciclopia, etmoidocefalia e cebocefalia. Manifesta associação com alterações cromossômicas, síndrome CHARGE, toxoplasmo-se, rubéola e diabetes gestacional. De-Myer et al. classificaram as anormalidades holoprosencefálicas. Cebocefalia corresponde ao grupo III, apresentando hipotelorbitismo e probóscide. Manutenção de via aérea pérvia é primordial nestes pacientes. O momento de abordagem da estenose de coana, quando presente, é discutível. Alterações de linha média mais graves apresentam pior prognósti-co, por isso geralmente a abordagem é postergada nos grupos I-III de de-Myer. Considerações finais: A proposta da correção cirúrgica nos casos de holoprosencefalia baseia-se no grau de diferenciação encefálica, na expectativa de vida e nas possibilidades de reconstrução facial. Re-alização de cariótipo e aconselhamento genético são fundamentais.

P-436 ADENOAMIGDALECTOMIA EM CRIANÇA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA E GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE: RELATO DE CASOCamilla Gabriela de Oliveira, Mariana Moreira de Deus, José Neto Ribeiro de Souza, Marina Ferraz Gontijo Soares, Raissa Camelo Valetta, Stela Oliveira Rodrigues, Hugo Valter Lisboa Ramos;

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 3 anos, 15 kg, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) sem mani-festação recente de hemólise, queixa de roncos, obstrução nasal persistente, respiração oral, coriza hialina, espirros e prurido nasal associados a amigdalites frequentes. Após investigação comple-mentar, foi diagnosticada hipertrofia amigdaliana e de vegetações adenoideanas, com resposta insatisfatória ao tratamento clínico, sendo indicado abordagem cirúrgica. Após avaliação cardiológica, classificado como baixo risco, foi admitido para internação 24 horas

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antes do procedimento para realizar provas de função renal, hepá-tica, coagulograma e hematimetria. Feito também levantamento das medicações de uso contraindicado devido ao alto risco de he-mólise. Paciente submetido a adenoamigdalectomia sob anestesia geral, indução inalatória e venosa, entubação orotraqueal sob la-ringoscopia direta e ventilação espontânea com assistência contí-nua. Realizada avaliação digital de rinofaringe, retirado tecido ade-noideano por curetagem e curagem com gaze. Retiradas amígdalas por descolamento em planos com uso de aspirador-descolador. Fei-to hemostasia com subgalato de bismuto em gaze compressiva e sutura com Categute 2.0. Procedimento cirúrgico transcorrido sem intercorrências. No tempo intraoperatório foram administrados corticoesteroide endovenoso, analgésico e protetor gástrico. Pa-ciente seguiu recuperação pós-anestésica e pós-operatório imedia-to sem intercorrências. Recebeu alta 24 horas após procedimento, com antibiótico profilático oral, corticoesteroide sistêmico, cloreto de sódio 0,9% nasal. Reavaliado no 7º dia pós-operatório, seguiu sem complicações. Discussão: Deficiência de G6PD é uma doença enzimática relacio-nada ao cromossomo X, na qual há defeito na produção de subs-tâncias que protegem as hemácias contra os efeitos oxidativos. A maioria dos indivíduos é assintomática; contudo, pode cursar com anemia hemolítica desencadeada por infecções, drogas oxidantes ou consumo de alimentos específicos. Mediante exposição a situa-ções de estresse cirúrgico, deve-se agir de forma profilática à he-mólise maciça com preparo pré-operatório adequado, hidratação eficaz, antibiótico profilaxia, evitar uso de substâncias desencade-adoras de hemólise eritrocitária. Considerações finais: Observamos serem necessários mais conte-údos na literatura sobre abordagens otorrinolaringológicas em pa-cientes com defeitos enzimáticos específicos.

P-437 MACROGLOSSIA NA SÍNDROME DE BECKWITH WIEDEMANNVinícius Malaquias Ramos, Flavio Barbosa Nunes, Paulo Fernando Tormim Borges Crosara, Leticia Paiva Franco, Gustavo Meyer de Moraes, Roberto Eustáquio Santos Guimarães, Helena Maria Gonçalves Becker

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 10 anos, com síndrome de Beckwith Wiedemann (SBW). Acompanhante informou roncos, sonolência diurna excessiva, enurese noturna, sono agitado e episódios de apneia durante o sono. Ao exame com membros su-periores longos, estatura no percentil 90 para a idade, peso no per-centil 50 para a idade, arcada dentária classe II de Angle, Mallam-pati III, macroglossia, amígdalas grau 2 pela escala de Brodsky, fibronasolaringoscopia com septo centralizado, cornetos eutróficos, tecido adenoideano ocupando 30% do cavum e laringe normal. Re-alizada glossectomia parcial sem intercorrências. Evoluiu no 7º dia pós-operatório com deiscência de sutura, apresentando, ao exame, língua bifurcada sem sangramento ativo. Refeita a sutura, contudo novamente evolui com deiscência parcial, optado por conduta ex-pectante. No acompanhamento, apresentou discreta bifurcação da língua, com melhora dos roncos e dos outros sintomas relatados. Discussão: A apneia obstrutiva do sono está associada a baixo ren-dimento escolar, cor pulmonale, distúrbios de comportamento não específicos, hiperatividade, sonolência diurna e dificuldade de con-centração. A incidência estimada de SBW é de 1 em 13.500. As ca-racterísticas principais incluem hipercrescimento pré-natal e pós-natal, macroglossia e anormalidade de parede abdominal. A grande maioria dos casos está relacionada com problemas na regulação da transcrição do cromossoma 11p15.5 devido a mutações. A glossec-tomia parcial é realizada através de uma incisão combinada da re-

gião mediana posterior e anterior descrita por Egyedi e Obwegeser e suturada por planos com fio 3.0 absorvível. Considerações finais: A macroglossia é uma doença que possui etio-logia múltipla, classificada como verdadeira quando há alargamen-to ou crescimento excessivo da língua, e como relativa quando há um desequilíbrio entre o tamanho da língua e da cavidade oral, resultando em espaço insuficiente para a estrutura em questão. A glossectomia parcial ao longo da linha mediana causa pouca ou nenhuma alteração na gustação, mobilidade e sensibilidade lingual.

P-438 ABCESSO PARAFARÍNGEO NA INFÂNCIA — RELATO DE DOIS CASOS COM DIFERENTES ABORDAGENS TERAPÊUTICASLarissa Rolim Freitas, Francisco Davi Alves Vasconcelos, Andressa Rolim Freitas, Debora Lilian Nascimento Lima, José Gumercindo Vasconcelos Rolim

Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: O presente trabalho consiste no relato de dois casos, o primeiro de uma criança de 5 meses, previamente hígida, que evoluiu com história de febre e torcicolo, cuja tomogra-fia de região cervical evidenciou abcesso de espaço retrofaríngeo à esquerda, com resolução do quadro após drenagem cirúrgica. O segundo trata de uma criança de 3 anos, com história de febre e IVAS há 3 semanas, que evoluiu com adenopatia cervical dolorosa e dificuldade de mobilização cervical. Tomografia de região cervical evidenciou abcesso envolvendo espaço parafaríngeo e pré-verte-bral à esquerda, com melhora após instituição de terapia de supor-te e antibioticoterapia endovenosa. Discussão: Os abcessos cervicais profundos surgem na maioria dos casos em consequência a infecções orofaríngeas que se espalham locorregionalmente por continuidade tecidual direta ou por drena-gem linfática, que ocorre essencialmente para os linfonodos retro-faríngeos. A apresentação clínica inicial envolve história de IVAS re-cente e depende do nível de progressão da doença, que pode variar desde sintomas localizados, até mediastinite e choque séptico. O diagnóstico é realizado com base no quadro clínico e exames radio-lógicos, sendo a tomografia computadorizada o exame de escolha. O tratamento consiste em internação hospitalar, com administração de antibioticoterapia endovenosa, corticoterapia, terapia de supor-te e, eventualmente, drenagem cirúrgica. Considerações finais: Os abcessos cervicais profundos têm relevan-te incidência na população pediátrica, que apresenta altas taxas de complicações e morbimortalidade, sendo importante o diagnóstico precoce dessas patologias.

P-439 ESTENOSE DA ABERTURA PIRIFORME, UMA NOVA ABORDAGEMRaquel Costa Borgerth, Leonardo Conrado Barbosa de Sá, Luana Ferreira Cruz, Bianca Victória de Oliveira Martins, Livia Azevedo Caetano

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Recém-nascido prematuro, com idade ges-tacional de 34 semanas, evoluiu na sala de parto com cianose peri-férica e esforço respiratório, sem progressão de sonda nasogástrica número 4 bilateralmente. Cerca de 24 horas após o nascimento, foi necessária entubação orotraqueal, por cianose, taquipneia e es-forço respiratório recorrentes, apesar do uso de CPAP. Endoscopia nasal impossiblitada por ausência de progressão de ótica rígida de 2 mm em região de válvula nasal interna. Tomografia computado-rizada dos seios paranasais revelou abertura piriforme de 6 mm,

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S154 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

palato triangular, mega incisivo central, concluindo o diagnóstico de estenose de abertura piriforme. Discussão: O caso foi discutido com a equipe do Centro de Trata-mento de Anomalias Craniofaciais, sendo decidido reproduzir uma nova abordagem da patologia, descrita em Porto Alegre (RS), na qual a estenose foi corrigida através de uma prótese acoplada ao palato, promovendo a expansão lateral da maxila e produzindo au-mento da abertura nasal. No 20º dia de vida, o RN foi levado ao centro cirúrgico, sendo fixada a prótese acrílica à maxila através de 6 parafusos. Durante 15 dias, foram realizadas expansões diárias de 0,5 a 1 mm da prótese, com total de 8,5 mm. No 15º dia de pós- operatório, RN foi extubado, permanecendo estável e sem esforço respiratório. Por 7 semanas após a expansão, a prótese foi mantida aderida ao palato, sendo removida no 76º dia de vida. O paciente permaneceu estável, com respiração nasal eficaz. Considerações finais: A estenose da abertura piriforme é uma causa rara de obstrução nasal, podendo levar a insuficiência respiratória em recém-nascidos. O procedimento cirúrgico tradicional promove o aumento da abertura piriforme brocando as paredes laterais da abertura piriforme através de uma incisão sublabial.

P-440 NEUROPATIA AUDITIVA: PREVALÊNCIA, PERFIL E OPÇÕES DE TRATAMENTO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DO SUL DO BRASILGustavo Vasconcellos Severo, Marina Faistauer, Letícia Petersen Schmidt Rosito, Andreza Mariane de Azeredo, José Marioci Lourenço Junior

Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil

Objetivo: Estudar a prevalência do espectro da neuropatia auditiva em pacientes um Hospital Terciário no Sul do Brasil, bem como des-crever as possíveis etiologias e tratamento dessa desordem. Método: Informações coletadas sobre 227 crianças que foram re-ferenciadas ao ambulatório de surdez infantil do Hospital de Clí-nicas de Porto Alegre entre os anos de 2011 e 2016. Foi conduzida revisão de prontuários para identificar os pacientes portadores de neuropatia auditiva. Os critérios utilizados para definição dessa patologia foram: funcionamento anormal ou ausência de respos-ta no PEATE associado a algum indício de funcionamento cocle-ar normal, como emissões otoacústicas (OEA) e/ou presença de microfonismo coclear. Foram pesquisados dados perinatais para identificar os fatores mais frequentes no desenvolvimento de neu-ropatia auditiva. Também foi revisado o tratamento proposto para essas crianças. Resultados: Dentre as 227 crianças, o diagnóstico de neuropatia auditiva foi observado em 18 (7,9%) delas. Dentre as possíveis etio-logias, prematuridade, uso de substâncias ototóxicas, baixo peso ao nascer e hiperbilirrubinemia com exsanguineotransfusão somadas foram encontradas em 44,5% dessas crianças. Quanto ao tratamen-to, 10 utilizam AASI, seis realizaram implante coclear (IC), a um não foi proposto tratamento por ter apresentado maturação da via auditiva e recuperado limiares auditivos normais e uma que não aceitou realizar IC e abandonou o tratamento. Discussão: A ocorrência dessa afecção é variável, dependendo da população estudada, varia de 5,3 a 14,8%,intervalo que englo-ba a prevalência encontrada nesse estudo, 7,9%. Apesar de bem descrito na literatura, muitas vezes não se encontra uma etiolo-gia, como foi visto em sete (39%) da nossa amostra. O tratamento proposto variou desde observação ao uso de prótese auditiva e implante coclear. Conclusão: Visto que em algumas crianças a etiologia não foi bem definida, devem ser realizados mais estudos nessa área para que este diagnóstico não deixe de ser feito e o tratamento adequado para cada um dos casos seja realizado.

P-441 ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES EM PRONTUÁRIOS DA POPULAÇÃO INFANTIL EM UM PRONTO-ATENDIMENTO EM ARAGUARI (MG)Susan Michele Silvestre Lorenzato, Nathalia Barbosa Rodrigues Costa, Karina Guimarães de Castro, Carla Regina Usso Barreto Kavrokov Vieira, Mateus Campos Santa Cecília, Herbert Cristian de Souza, Zelma José dos Santos

Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (IMEPAC), Araguari, MG, Brasil

Objetivo: Estimar os atendimentos em urgência e emergência por doenças respiratórias superiores na população infantil no município de Araguari (MG). Método: Trata-se de um estudo retrospectivo em prontuários de um pronto-atendimento deste município, da primeira quinzena de maio de 2015 e o mesmo período de 2016. Dos 9.549 prontuários analisados, 277 encaixavam nos critérios de inclusão: pacientes de 1 (um) mês a 11 anos incompletos com hipótese diagnóstica de otite média aguda (OMA), faringoamigdalite e/ou infecção de vias aé-reas superiores (IVAS). Foram excluídos prontuários sem hipótese diagnóstica ou diferente das estabelecidas, ilegíveis e fora da faixa etária analisada.Resultados: Os dados revelam que houve 153 pacientes com es-tas patologias em 2015, frente a 124 pacientes em 2016. Houve uma redução de 48% na prevalência de faringoamigdalite de 2015 para 2016 em todas as faixas etárias, o mesmo ocorrendo com OMA (-32,1%). No entanto, os casos de IVAS aumentou em 54,8% na po-pulação de 0-2 anos de 2015 para 2016, mas reduziu na população de 3-5 anos (-19,0%), e de 6-10 anos (-39,1%). Discussão: Em 2016, apesar de o número de prontuários diminuir 19%, destaca-se que a quantidade de IVAS para a faixa de 0-2 anos aumentou significativamente, enquanto para as demais faixas as patologias avaliadas diminuíram. Estes resultados coincidem com estudo de Costa et al. (2013) que descreveram que agravos res-piratórios são frequentes entre a população infantil e em maior incidência entre 0 a 2 anos. Conclusão: A expressiva procura em pronto-atendimento por crian-ças acometidas por problemas respiratórios sugere falhas na pro-moção e prevenção em saúde. O estudo apontou maior índice em relação a crianças de 0-2 anos, as quais compreendem imaturidade imunológica e requer cuidados especiais. Deve-se, portanto, orien-tar os pais com medidas como atualização de cartão de vacina, hidratação e higiene, a fim de diminuir essa estatística e prevenir complicações.

P-442 MICROBIOMA DA NASOFARINGE: REVISÃO DE LITERATURAMariana Moreira de Deus, José Neto Ribeiro de Souza, Marina Ferraz Gontijo Soares, Raíssa Camelo Valletta, Stela Oliveira Rodrigues, Camilla Gabriela de Oliveira, Melissa Ameloti Gomes Avelino

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Objetivo: Caracterizar o microbioma da nasofaringe infantojuvenil e discutir sua relação com aspectos de saúde e doença. Método: A revisão de literatura foi realizada utilizando os artigos científicos das bases eletrônicas de dados PubMed/MEDLINE, ISI/Web of Science, Cochrane Library, LILACS e Scielo produzidos nos últimos 10 anos. Foram selecionados os artigos que relataram a análise da microbiota da nasofaringe humana por sequenciamento genético envolvendo crianças e adolescentes com até 18 anos de idade.

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Page 110: Medicina do Sonoprocurar o médico é a odinofagia, disfagia e dispneia quando o tu-mor é grande. O uso abusivo de álcool relatado pelo paciente é re-levante no diagnóstico inicial

46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S155

Resultados: Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, fo-ram identificados nove estudos que abordaram a caracterização do microbioma da nasofaringe infantojuvenil por pirosequenciamento e avaliaram objetivamante as relações das comunidades microbia-nas encontradas com diversos temas, como efeito da sazonalidade, doenças das vias aéreas, amamentação, coinfecção, uso de anti-bióticos e imunização. Os principais gêneros encontrados e asso-ciados a patologias respiratórias foram Moraxella, Haemophilus, Streptococcus, Staphylococcus, Corynebacterium, Dolosigranulum e Prevotella. Discussão: O estudo do microbioma humano forneceu informações importantes sobre o papel da microbiota no processo de modulação da imunidade e sua participação no contexto de saúde e doença do indivíduo. A nasofaringe é colonizada por várias comunidades microbianas que se relacionam entre si e com outras comunidades ao longo de toda a via respiratória. Os estudos publicados sobre o microbioma da nasofaringe infantil revelam que vários fatores po-dem ter impacto na transformação da microbiota local. Entre eles, as alterações promovidas pela amamentação parecem contribuir para o efeito protetor do aleitamento materno contra infecções respiratórias no primeiro ano de vida. Já o uso de antibióticos e a vacinação podem estar relacionados ao desenvolvimento de infec-ções agudas e potencialização de doenças crônicas das vias aéreas. Conclusão: Os estudos incluídos nesta revisão caracterizaram o microbioma da nasofaringe infantil e geram as bases para o de-senvolvimento de futuros trabalhos relacionados a estratégias de prevenção e de tratamento das doenças respiratórias.

P-443 DESFECHOS SECUNDÁRIOS EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOIDECTOMIA E QUE RECEBERAM CLONIDINA ORAL COMO MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICAVinícius Caldeira Quintão, Alexandre Rodrigues Ferreira, Bruno Hollanda Santos, Mirian Cabral Moreira de Castro, José Márcio Barcelos Costa Júnior, Luanna Rocha Vieira Martins, Rafaela de Morais Gonçalves, Roger Lanes Silveira

Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil

Objetivo: Avaliar os desfechos secundários em crianças submetidas à adenoidectomia e que receberam clonidina oral como medicação pré-anestésica. Método: Estudo prospectivo e observacional para avaliar ocorrência de desfechos secundários: tempo para extubação, tempo na SRPA, episódios de náuseas/vômitos e aceitação da primeira dieta em crianças submetidas à adenoidectomia sob anestesia geral e que receberam clonidina oral como medicação pré-anestésica. Avalia-do também a satisfação do cuidador na alta. As crianças incluídas receberam clonidina oral (4 mcg/kg) 30 minutos antes da indução anestésica. Resultados: Até o momento, foram incluídas um total de 16 crian-ças. A média de término da cirurgia até a extubação foi de 19,9 minutos e a mediana de 21 minutos. O tempo de permanência na SRPA teve uma média de 72 minutos e mediana de 63 minutos. Não houve episódios de náuseas/vômitos. A média do tempo entre a alta da SRPA e a 1ª dieta via oral foi de 60,1 minutos, com mediana de 56 minutos. Na avaliação da satisfação do cuidador na alta da SRPA os 16 estavam muito satisfeitos e na alta hospitalar 14 estavam muito satisfeitos e 2 satisfeitos. Discussão: É possível perceber boa satisfação dos pais com o resultado cirúrgico e a evolução pós-operatória dos pacientes. Pode-se justificar pela ausência de eventos adversos importantes e de náuseas/vômitos. O tempo de alta da SRPA se explica pelo protocolo da instituição de manter qualquer paciente na SRPA por no mínimo 60 minutos, o que também leva a atrasos na 1ª dieta via oral. Conclusão: A clonidina apresenta-se como uma alternativa viável de medicação pré-anestésica. Possui um baixo custo com potencial

de reduzir o delirium do despertar anestésico sem ocorrência de eventos indesejáveis significativos.

P-444 DELIRIUM NO DESPERTAR ANESTÉSICO EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOIDECTOMIA E QUE RECEBERAM CLONIDINA ORAL COMO MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DELIRIUM NO DESPERTAR ANESTÉSICO EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOIDECTOMIA E QUE RECEBERAM CLONIDINA ORAL COMO MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICAVinicius Caldeira Quintão, Alexandre Rodrigues Ferreira, Bruno Hollanda Santos, Mirian Cabral Moreira de Castro, Carolina Bongiolo, Luanna Rocha Vieira Martins, José Márcio Barcelos Costa Júnior, Leandro Henrique Silva Maximiano

Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil

Objetivo: Avaliar a incidência de delirium no despertar anestésico (DDA) através da escala Pediatric Anesthesia Emergence Delirium (PAED) em pacientes pediátricos submetidos à adenoidectomia e que receberam clonidina via oral como medicação pré-anestésica. Método: Estudo prospectivo e observacional com objetivo de ava-liar a ocorrência de DDA em crianças ASA I ou II submetidas à ade-noidectomia e que receberam clonidina via oral (4 mcg/kg) como medicação pré-anestésica 30 minutos antes da indução anestésica. Indução feita com sevoflurano, óxido nitroso (70% com oxigênio), fentanil 2 mcg/kg e propofol 2 mg/kg. Os pacientes receberam de-xametasona e ondansetrona 0,15 mg/kg e dipirona 50 mg/kg. Resultados: Foram incluídas, até o momento, 16 crianças no es-tudo, sendo 10 ASA I e 6 ASA II, 14 do sexo masculino e 2 do sexo feminino e média de idade de 3,4 anos. As crianças eram avaliadas por dois observadores no 1º, 10º, 20º e 30º minuto após extubação. Destas, apenas uma criança recebeu, pelos dois observadores, nota de corte para DDA após 1 minuto de extubação (PAED > 16). Para o primeiro avaliador, a mediana foi de 6,5 após 1º minuto de extu-bação, 7,5 para o 10º, 8 para o 20º e 5 para o 30º minuto. Para o segundo avaliador, a mediana foi de 12 para o 1º minuto, 10,5 para o 10º e 11 para o 20º e 30º minuto. Discussão e conclusão: O delirium no despertar anestésico (DDA) na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) é uma situação muito estressante e cria uma impressão de má qualidade do ato anesté-sico. Clonidina apresenta-se como uma alternativa viável de medi-cação pré-anestésica por possuir um baixo custo com potencial de reduzir o DDA.

P-445 ESTUDO DE REVISÃO DE ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA PARA CRIANÇAS SUBMETIDAS ÀS CIRURGIAS DE TONSILECTOMIASMarcus Cavalcante de Oliveira Araújo, Melissa Ameoti Gomes Avelino

Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Objetivo: Realizar uma revisão da literatura a respeito da analgesia pós-operatória farmacológica de crianças submetidas às cirurgias de tonsilectomias palatinas, com ou sem retirada concomitante das tonsilas faríngeas. Método: A estratégia de busca foi realizada nas bases de dados eletrônicas Pubmed, ClinicalKey, Cochrane, Lilacs e no portal Capes através da consulta de descritores específicos, e consistiu na pes-quisa de estudos publicados no período de 2001 a 2016 sobre anal-gesia farmacológica pós-operatória de crianças submetidas às cirur-gias de tonsilectomias, com ou sem retirada das tonsilas faríngeas. Resultados: As estratégias de busca identificaram 907 artigos. Den-

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tre estes, aplicando os critérios de exclusão e inclusão citados, fo-ram selecionados 87 artigos. Foram destacados então os trabalhos de diretrizes, metanálises e revisões sistemáticas encontrados. Discussão: A dor pós-tonsilectomia em crianças geralmente é con-siderada intensa, por isto os esquemas analgésicos podem envolver diversas medicações. Através da análise dos estudos, observou-se que existem possibilidades terapêuticas positivas a serem utiliza-das, destacando-se anti-inflamatórios que, de forma geral, não aumentam o risco de hemorragia; os opioides, utilizados como prin-cipal analgésico ou ainda para resgate da analgesia, com eventuais - porém perigosos - efeitos depressores da respiração; corticoides, eficazes e bastante seguros, tendo ainda outras vantagens, como prevenção de náuseas e vômitos; e agonistas alfa2 adrenérgicos, que têm a vantagem de também diminuírem a agitação de desper-tar destas crianças. Os resultados obtidos com outras drogas, como ketamina, dipirona, drogas tópicas e anestésicos locais também de-mostram que efetividade e segurança da analgesia proporcionada fazem parte da analgesia multimodal destes procedimentos, apre-sentando eficácia e segurança. Conclusão: O tratamento farmacológico da dor pós-operatória de tonsilectomia em crianças têm diversas opções eficazes e seguras, o que indica que a terapêutica destes casos deve ser multimodal, com terapêuticas analisadas em cada caso.

P-446 MUTAÇÕES NO GENE CFTR RELACIONADAS À RINOSSINUSITE CRÔNICA EM CRIANÇA — RELATO DE DOIS CASOSCaroline Perin, Aline Pires Barbosa, Carolina Sponchiado Miura, Ricardo Nasser Lopes, Wilma Terezinha Anselmo-Lima

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: R.L.M.A.J., 7 anos, sexo masculino, com história de rinorreia purulenta e obstrução nasal crônicas desde o primeiro ano de vida, já submetido à adenoamigdalectomia havia 4 anos. À nasofibroscopia, observou-se secreção purulenta em meato médio e fossa nasais, sem outros achados. Na tomografia computa-dorizada (TC) de seios da face, apresentava velamento em etmoide, maxilar e frontal bilateralmente. Em investigação etiológica, foi so-licitada triagem de mutações no gene CFTR, que evidenciou muta-ção Met470val em homozigose no éxon 11. Outro paciente, E.M.S., 5 anos, sexo feminino, com quadro de rinorreia, obstrução nasal e roncos persistentes havia 2 anos, foi submetida à adenoidectomia havia 1 ano, sem melhora das queixas nasais. À nasofibroscopia, apresentava secreção purulenta em meatos médios e recessos esfe-noetmoidais. Em TC foi evidenciada pansinusopatia com pseudomu-cocele maxilar bilateral. Foi realizada triagem de mutações no gene CFTR positiva para polimorfismo 7T/TG11 E 11T/TG10 na região IVS-8. Nenhum dos pacientes apresentava queixas pulmonares ou outras alterações. Os testes de cloro no suor foram negativos em ambos. Discussão: A fibrose cística (FC) é uma doença autossômica recessi-va causada por mutações no gene CFTR, o que resulta em alteração no transporte de íons, levando à rinossinusite crônica (RSC), pneu-mopatia e outros acometimentos sistêmicos. Entretanto, alguns pacientes, como os relatados neste trabalho, apresentam graus de disfunção do gene CFTR, sem cumprir os critérios diagnósticos de FC. Essa disfunção pode levar a uma heterogeneidade de fenóti-pos, às vezes resultando em doença de apenas um órgão. Estudos mostram também que essas mutações no gene CFTR podem estar associadas ao desenvolvimento de RSC na população geral. Considerações finais: Várias mutações que podem acometer o gene CFTR estão descritas. São necessários maiores estudos para escla-recer quais mutações no gene CFTR podem associar-se à RSC em pacientes sem fibrose cística e qual o real significado destas altera-ções no contexto clínico.

P-447 ANÁLISE DO IMPACTO AUDIOMÉTRICO PÓS-CIRÚRGICO DO USO DE TUBO DE VENTILAÇÃO EM CIRURGIAS PARA TRATAMENTO DE OTITE MÉDIA EM CRIANÇASMarcela Gonçalves Madeira, Tatiana Bedenko da Graça, Bruno Takegawa, Erica Gonçalves Jeremias, Priscila Bogar

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar as indi-cações da realização da miringotomia com a inserção dos tubos de ventilação em crianças e comparar a audição pré-operatória com a pós-operatória. Método: Estudo retrospectivo descritivo baseado na análise de 126 prontuários. Foram incluídos pacientes com idade menor do que 12 anos com diagnóstico de otite média submetidos à miringotomia com inserção de tudo de ventilação. A partir dos prontuários, anali-saram-se as indicações cirúrgicas e realizou-se a comparação entre as audiometrias pré e pós-operatórias. Resultados: As cirurgias foram realizadas de acordo com as patolo-gias apresentadas pelos pacientes. Dentre as indicações cirúrgicas, a mais frequente foi a hipertrofia de amígdala e de adenoide com otite média secretora (59,02), seguida por otite média secretora (19,67). Analisou-se que, antes da cirurgia, houve maior prevalên-cia do limiar da percepção da intensidade sonora em 30 dB tanto na orelha direita quanto na esquerda, com curva de imitanciometria do tipo B. Após a cirurgia, aproximadamente 60% das audiometrias tiveram o laudo normal, e a intensidade sonora perceptível foi de 15 dB bilateral. Discussão: Os resultados obtidos pelo estudo se mostraram seme-lhantes aos da literatura médica. A cirurgia de maior prevalência foi a de adenoidectomia com amigdalectomia associadas à inserção de tubo de ventilação auditivo bilateral. E esta revelou benefícios na audição, refletindo em melhores resultados audiométricos e de imitanciometria. Conclusão: A cirurgia para colocada de tubo de ventilação é uma cirurgia com pouca complicação e com bons resultados clínicos pós- operatórios, mudando o prognóstico auditivo destes pacientes.

Área Temática: Outras (Exemplos: Responsabilidade Civil, Medicina do Trabalho, Medicina Comportamental, Gerenciamento, Treinamento e Ensino etc.)

P-448 ESTUDO DA INCIDÊNCIA E TEMPO DE EVOLUÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS EM UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA OTORRINOLARINGOLÓGICADaniel Villela e Silva, Thaíse de Albuquerque Fioravante Silvestre, Sabrina Trindade Fernandes, Ignácio Garcia Nunes Júnior, Walter Sedlacek Machado

Hospital Central do Exército (HCE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Objetivo: Avaliar a incidência da localização e o tempo que pacien-tes com corpos estranhos (CEs) de orelha, nariz, faringe, laringe ou esôfago levam para buscar atendimento em um serviço de emer-gência otorrinolaringológica na cidade do Rio de Janeiro. Método: Estudo prospectivo de 606 pacientes admitidos no referido serviço, no período de 20 de agosto de 2014 a 20 de julho de 2016, com queixa de CE de orelha, nariz, faringe, laringe ou esôfago.

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Estes pacientes foram submetidos a exame otorrinolaringológico e remoção do CE (quando necessário). Para todos os casos, foi preen-chida uma ficha onde constavam idade, sexo, queixa principal, tempo de evolução, localização, tipo de CE e conduta. Resultados: Dos 606 pacientes avaliados, o maior número de quei-xas foi referente à CE de orelha (60,8%) e o menor à CE de esôfago (5,4%). Quanto ao tempo de evolução, 49,3% apresentaram evolu-ção menor que 12 horas, enquanto 50,6%, maior ou igual a 12 horas. A maioria dos pacientes com CE de nariz e laringe apresentou tem-po de evolução menor que 12 horas (67,4% e 52,9%, respectivamen-te), enquanto a maioria dos pacientes com queixa de CE de orelha, faringe e esôfago apresentou evolução maior ou igual a 12 horas. Discussão: Remoção de CEs é um ponto forte no atendimento de Emergência Otorrinolaringológica, sendo o maior número de quei-xas relacionadas a CE de orelha. Apesar do incômodo que causam, a remoção dos CEs nem sempre apresenta caráter de urgência, já que muitas vezes há pouco ou nenhum sintoma, o que reflete na demora pela busca ao atendimento médico especializado. Conclusão: Este estudo sugere que a maior parte das queixas re-lacionadas a CEs em otorrinolaringologia são referentes à orelha e, independentemente da localização, geralmente não apresentam caráter de urgência, já que a maioria dos pacientes buscou atendi-mento após 12 horas de evolução do quadro.

P-449 INTERCÂMBIO PROFISSIONAL EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NA ESCANDINÁVIA: RELATO DE EXPERIÊNCIACamilla Gabriela de Oliveira

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil

Apresentação do caso: Relato de experiência em estágio médico profissional realizado no departamento de ouvido-nariz-garganta do Hospital Universitário de Odense, Dinamarca. O estágio teve como propósito o desenvolvimento médico, acadêmico e cultural da pro-fissional participante, com aprofundamento dos aspectos conceitu-ais e práticos no âmbito da otorrinolaringologia/cirurgia de cabeça e pescoço. Proporcionou ainda a oportunidade de conhecer o fun-cionamento de um hospital de nível terciário em outro país. Discussão: Esse relato tem como objetivo apresentar as atividades realizadas e despertar o interesse dos residentes e especializandos em otorrinolaringologia nesse modelo de experiência profissional. As atividades foram coordenadas pelo chefe do departamento e diretamente acompanhadas por 10 tutores médicos. A estagiária compareceu às atividades munida do Exchange Log Book, livro para registro de atividades, metas e avaliações para preenchimento se-manal pelos tutores. Entre as atividades destacam-se a discussão de casos diária, juntamente com a equipe de radiologia, atendimento no ambulatório de otorrinolaringologia geral, doenças otológicas, doenças tireoideanas, doenças do nariz e pacientes com carcino-ma; atendimento de casos emergenciais; observação e instrumen-talização em procedimentos cirúrgicos, anestesiologia e cirurgia. Houve uma atividade extra de atendimento de casos de urgência/ emergência no período noturno por interesse manifesto da estagi-ária. Entre os casos abordados, destacam-se: neuroblastoma com sangramento de difícil controle; Sd Sjogren; síndrome KID (kera-titis-ichthyosis-deafness); septo/rinoplastia pós-trauma; afecção de nervo trigêmio por herpes vírus; tumor de parótida (carcinoma mucoepidermoide); KTP laser no controle de epistaxe; rinossinusite fúngica recidivante; ressecção de tumor de Prega vocal esquerda com laser; Implante coclear bilateral; Tradução simultânea disponi-bilizada pelo OUH para atendimento de paciente estrangeiro. Considerações finais: Com essa experiência, verificou-se a impor-tância do intercâmbio de conhecimentos e vivências, da introdução a tecnologias ainda limitadas em nosso sistema de saúde e ao con-

tato com diferentes culturas que culmina em, inevitável, cresci-mento profissional e pessoal.

P-450 HERPES SIMPLES SIMULANDO NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA (HERPES SIMPLEX ZÓSTER-LIKE) ASSOCIADA A PARALISIA DE BELL — UM RELATO DE CASOLeandro Matte Voigt, Diego Gehrke Pistoia, Ingrid Wendland Santanna, Priscila Cortez, Rodrigo Nothen, Monica Campos, Mariana Rigo

Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, caucasiana, 23 anos. História de paralisia facial periférica prévia na hemiface es-querda, aos 15 anos de idade, e na hemiface direita, aos 22 anos. Com relação à segunda paralisia facial periférica, foi correlaciona-da a uma forte dor característica de neuralgia do nervo trigêmeo: dor aguda em regiões maxilar e mandibular da hemiface direita, desencadeada pelo toque e pela movimentação (mastigação e fala), que após cessar o estímulo se torna mais fraca e constante. Há ainda hiperacusia do ouvido direito. No exame físico, foi notada hiperestesia na hemiface direita, ausência de reflexo corneano e hiperacusia do ouvido direito. Tomografia e ressonância magnéti-ca de crânio realizada sem alterações e sorologias (incluindo PCR) para herpes simplex e zóster positiva e negativa respectivamente. Após tratamento com aciclovir houve melhora do quadro. Discussão: A neuralgia pós-herpética é uma complicação comum da herpes-zóster, sendo definida como uma dor persistente por mais de 4 meses após o início das lesões, restrita ao dermátomo afetado. Ela é causada por uma resposta inflamatória hemorrágica no ner-vo acometido, associada ao movimento das partículas virais pela região axonal dos neurônios, com posterior formação de fibrose e sensibilização dos receptores da dor. Acreditamos que esse seja o mesmo mecanismo que desencadeia a dor no referido relato, po-rém o dano seria causado pelo vírus herpes simplex, sendo referido como herpes simplex zóster-like. Considerações finais: Sumariamente, o caso reporta uma pacien-te que apresentou paralisia de Bell ligada ao vírus herpes simplex que, pelo dano neuronal causado pela replicação viral na fase da paralisia, manteve dor crônica. A atenuação da dor com aciclovir e ausência de manifestações herpéticas clínicas corrobora essas hipó-teses, bem como a ausência de outros achados clínicos, imagéticos e laboratoriais.

P-451 FUNCIONAMENTO ELETRO-FÍSICO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL (AASI)Greice Elen de Mello Garcia, Diderot Rodrigues Parreira, Mayara Mascarenhas Guerra Curvina, Iasmin Côrtes Mânica Teles, Karina Maciel Trindade

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Objetivo: A ilustração prática e objetiva do funcionamento elétrico e bioacústico do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) fundamentado na física e parâmetros sonoros da altura, duração e intensidade. Método: Pesquisa realizada por meio do portal CAPES nas platafor-mas Scielo, MEDLINE e LILACS, com busca em termos em inglês e português para “hearing loss”, “circuitos de amplificação sonora” e “deafness rehabilitation”. Resultados: Após leitura de 15 artigos, foram selecionados os de maior relevância, com restrição ao período de 2004 a 2016, e com-pilados os dados relacionados ao funcionamento eletrofísico do AASI.

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S158 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Discussão: A adaptação com o AASI pretende suprir, de manei-ra personalizada, em cada frequência deficitária, a amplificação sonora. A onda captada move o diafragma do microfone em mo-vimentos microvibratórios e transforma a energia sonora em sinal elétrico posteriormente enviada ao amplificador, que reinterpreta o padrão e utiliza energia elétrica para intensificar o arquétipo inicial por meio do alto-falante. A amplificação recria as variações de pressão provocadas pela onda sonora, de forma que em AASIs com sonda dentro do conduto adutivo, as mesmas devem ser bem adaptadas pelo usuário para permitir o menor escape sonoro evi-tando microfonias. A energia elétrica que alimenta a formação do sinal final ou circuito de saída é suprida por meio de bateria, que deve manter a corrente estável para suavizar interferências e gerar sinal ininterrupto. A adaptação do usuário ao AASI exige que o amplificador cause a menor distorção possível, de forma que o sinal de saída que aciona o alto-falante deve imitar ao máximo o sinal original de entrada, ainda que tenha sido maximizado em várias escalas. Conclusão: A indicação do AASI e a adaptação adequada influencia diretamente na qualidade de vida ao que tange a comunicação e relacionamento interpessoal do paciente sendo necessário o conhe-cimento técnico abrangente do aparelho e seu processamento.

P-452 EXPERIÊNCIA DO PRIMEIRO ANO DA PRIMEIRA LIGA DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SULAlexandre de Souza Cury, Carlos Henrique Simoes Matheus, Deborah Lemes Nogueira, Guilherme Alves de Oliveira, Diego Amorim Nantes, Fernanda Nicoli Broch, Elizabete S.M. Okemoto

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Apresentação do caso: As ligas acadêmicas se orientam segundo os princípios do tripé universitário de ensino, pesquisa e exten-são. Dessa forma, sabendo-se que há uma discrepância entre a carga curricular despendida a conteúdo otorrinolaringológico na escola médica e a importância desses conteúdos para os alunos da graduação, os alunos fundaram a Liga Acadêmica de Otorrino-laringologia da UNIDERP (LAOTU), primeira liga com esse fim no estado do Mato Grosso do Sul, objetivando colocar o acadêmico de Medicina em contato mais próximo com práticas clínicas em otorrinolaringologia. Discussão: Dentre as atividades desenvolvidas pela LAOTU, pode-mos citar: foi convidada para a realização de otoscopia em 2.100 candidatos que realizaram vestibular e, assim, evitar fraudes por meio de quadrilhas especializadas; realizou a primeira campanha do Dia Mundial da Voz, que teve como objetivo informar a po-pulação a respeito dos cuidados com a voz, com a realização de exames de videolaringoscopia; atendimento; atendimentos reali-zados na Caravana da Saúde (ação do Governo do Estado), quando pacientes foram triados e posteriormente atendidos por acadê-micos da LAOTU no ambulatório da Universidade; esteve repre-sentada pelo coordenador na XII Jornada Acadêmica de Medicina da UNIDERP, com a apresentação da palestra “Emergências em Otorrinolaringologia”; acompanhamento de cirurgias otorrinola-ringológicas. Considerações finais: Sabe-se que as ligas buscam trazer uma com-plementação para a vida acadêmica e, neste sentido, a LAOTU, ao longo desse primeiro ano, tem conseguido contribuir para a forma-ção dos alunos envolvidos, o que abrange os objetivos desse pro-jeto de extensão. Além da nova perspectiva, obtida com as aulas teóricas dos principais temas otorrinolaringológicos, os alunos estão conseguindo vivenciar a prática das ações e intercorrências mais comuns em otorrinolaringologia, justamente o que se tem apontado como falho em muitos cursos de graduação.

P-453 MARKETING LEGAL NA OTORRINOLARINGOLOGIA ESTÉTICAGreice Elen de Mello Garcia, Cinthia de Arruda Vieira, Kauê de Mello Aleixo, Lucas Ellyeser de Souza Guedes, Diderot Rodrigues Parreira

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Objetivo: Estabelecer visão holística acerca do marketing na área de otorrinolaringologia estética, com ênfase nas limitações éticas previstas por lei e nos novos panoramas de publicidade desses pro-cedimentos. Método: Foram realizadas pesquisas nas bases virtuais PubMed, Scielo e LILACS. As palavras-chave usadas foram “marketing is-sues”, “otorhinolaryngology”, “medical advertising”, “publicida-de legal” e “direito médico”. Os critérios de busca usados foram artigos publicados entre 2010 e 2016, disponíveis gratuitamente, em língua inglesa, portuguesa e alemã. Além disso, buscou-se o histórico de leis civis e resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) que se relacionassem ao tema em questão. Resultados: Na pesquisa de artigos, foram gerados 408 resultados, dos quais, baseado no título, foram selecionados 20. Em avaliação mais criteriosa, com base no conteúdo relacionado ao tema e ao objetivo anteriormente descrito, foram finalmente selecionados 3 artigos para a confecção desse artigo. Também foram selecionadas a resolução do CFM n° 1.701/03 e a Lei nº 4.113/42. Discussão: A amplificação de recursos midiáticos e redes sociais tem despertado a atenção de debates éticos na publicidade ine-rente à medicina estética e reconstrutiva. A otorrinolaringologia estética está submetida à legislação civil e criminal, bem como ao código de ética médica, buscando garantir fiscalização e penaliza-ção daqueles que utilizam de má fé o direito à informação. O tênue limite entre a liberdade de expressão da divulgação publicitária e a relevância do serviço médico que se pretende divulgar deve ser expressado de forma legal e fundamentada nos padrões éticos. Conclusão: Em meio ao crescente mercantilismo na área da medi-cina estética, fica cada vez mais em voga a questão da publicidade médica e dos limites a cerca desse tema. Cabe ao profissional estar informado quanto às regras estabelecidas para divulgação de seu trabalho, tendo ele o direito de comunicar-se com o público, mas sempre respeitando os princípios éticos e legais.

P-454 AVALIAÇÃO DO RISCO DE LESÃO AUDITIVA EM QUATRO CINEMAS DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAISMilene Lopes Frota, Natanael Alves de Souza, Marcelo Castro Alves de Sousa, Mirian Cabral Moreira de Castro, Sílvia Nogueira Marx Gonzaga

Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil

Objetivo: Avaliar o risco de lesão ou sintomas auditivos a curto e longo prazo em 4 salas de cinema de Belo Horizonte (MG), quan-tificando o nível de ruído e sua diferença quanto à captação em diferentes pontos das salas, verificando se os estabelecimentos en-contram-se adequados à regulamentação brasileira. Método: Dentre os vários cinemas de Belo Horizonte, 4 foram es-colhidos tendo em vista sua popularidade e acesso facilitado. O aparelho audiodosímetro foi posicionado à altura dos ombros dos espectadores, em locais padronizados nas salas de cinema: próximo à tela, centralmente e ao fundo da sala. Foram realizadas 24 visi-tas, 6 a cada estabelecimento, totalizando 72 medidas. Resultados: As curvas de distribuição normal das faixas de decibéis encontradas em todas as 24 visitas demonstram que, na maior parte do tempo de duração dos filmes, o nível de pressão sonora encon-trado foi de 70-77 dB(A). Nos assentos frontais, centrais e posterio-res de todas as 24 visitas, a maior porcentagem de distribuição do

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som foi na faixa de, respectivamente, 73,5-74,4 dB(A), 73,5-74,4 dB(A) e 72,5-73,4 dB(A). Discussão: O presente estudo obteve resultados semelhantes aos da literatura em não considerar o cinema como fator de risco para o desenvolvimento de lesão auditiva. Conclusão: Os cinemas avaliados não oferecem quaisquer riscos à saúde do espectador ou de seus funcionários a curto e longo prazo, de modo que podem se expor aos níveis de pressão sonora desse ambiente sem a necessidade de uso devido de equipamentos ou métodos de proteção auricular. O estudo demonstrou homogenei-dade do som em toda a sala de cinema e que os estabelecimentos estudados obedecem às normas vigentes.

P-455 ANÁLISE DAS TAXAS DE AFASTAMENTO POR DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES EM SERVIDORES PÚBLICOS DE UMA UNIVERSIDADENatália de Andrade Costa, Grasiele Sousa Figueiredo, David Greco Varela, Nilvano Alves de Andrade, Victor Holanda Bezerra, Mariana Matos de Almeida

Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Objetivo: Analisar as taxas de afastamento do trabalho por doen-ças das vias aéreas superiores em relação às patologias dos demais grupos da décima revisão do código internacional de doenças de servidores de um serviço médico de uma Universidade pública da Bahia no período de 2011 a 2015. Método: Estudo transversal retrospectivo de séries temporais com utilização de dados secundários. Os dados foram coletados a partir de consultas gerenciais na base de dados. Foram analisados o nú-mero, o percentual e o total de dias de afastamento, além do total de servidores para cada motivo de afastamento por patologias das vias aéreas superiores. Resultados: Foram analisados 1.423 afastamentos por patologias das vias aéreas superiores, responsáveis por um total de 5.983 dias sem servidores em seus postos de trabalho. A tendência das taxas de afastamento foi de decréscimo ao longo dos anos, sendo verifi-cado um maior percentual de afastamento no ano de 2012 (24,03%) e um menor, no ano de 2015 (14,82%). O número médio de dias de afastamento por patologias das vias aéreas superiores é menor em relação à quantidade de dias de afastamento verificado nos trans-tornos mentais e osteomusculares, responsáveis pelas principais causas de licença. Discussão: Observa-se que as patologias das vias aéreas superiores estão entre as principais causas de afastamento do trabalho, sendo responsável por uma quantidade frequente de afastamentos e cada um deles relacionados a uma menor quantidade de dias de licença em comparação ao aumento da média de dias de afastamento asso-ciados aos transtornos mentais e doenças do sistema osteomuscular. Conclusão: O absenteísmo ao trabalho tem impacto negativo na economia e na autoestima do trabalhador. Levando isso em conside-ração, é fundamental avaliar quais doenças mais prevalentes como causa de afastamento do trabalho, a fim de que se elaborem medi-das individuais e coletivas para promoção da saúde do trabalhador.

P-456 CAMPANHA DA VOZ EM SANTA CRUZ DO SUL/RS: RELATO DE EXPERIÊNCIAIngrid Wendland Santanna, Diego Gehrke Pistoia, Janaína Benetti, Jéssica Brondani Machado, Mariana Wagner Rigo, Mônica Ribeiro de Campos, Priscila Ferreira Cortez, Rodrigo Longaray Nothen

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Objetivo: Comparar resultados encontrados durante as Campanhas da Voz, entre 2012 e 2016, em Santa Cruz do Sul. Método: Estudo retrospectivo, descritivo e analítco. Resultados: Ao todo, atendeu-se 369 pacientes. Características da população: 199 (54%) mulheres e 170 (46%) homens; 106 (28,7%) referem abuso vocal; 73 (19%) referem uso profissional da voz; 119 (32,2%) referem tabagismo ativo e 29 (7,8%) referem ex-tabagismo; 35 (9,4%) referem etilismo. Quanto às queixas, refere-se: 126 (34%) dor, 118 (31,9%) disfagia, 212 (57,4%) rouquidão, 199 (53,9%) pigar-ro e 205 (55,5%) voz alterada. Quanto aos achados na laringosco-pia, encontrou-se: 72 (19,5%) normais, 50 (13,5%) refluxo, 3 (0,8%) paralisia, 19 (5,1%) nódulos, 49 (13,2%) laringite, 18 (4,8%) cor-dite, 3 (0,8%) tumoração, 3 (0,8%) leucoplasia, 19 (5,14%) edema de Reinke, 1 (0,2%) papiloma, 20 (5,4%) presbilaringe, 112 (30,3%) outros. Quanto às condutas, houve 9 (2,4%) encaminhamentos a serviços de oncologia. As proporções entre os dados de cada quesito em relação ao total de pacientes se manteve relativamente estável ao longo dos anos. Discussão: As Campanhas da Voz em Santa Cruz do Sul cumprem seu objetivo em fornecer acesso fácil e rápido ao serviço de otorri-nolaringologia e rastrear doenças de órgãos da fala. Sua realização é totalmente voluntária e evita gastos públicos em futuros trata-mento de saúde. Conclusão: Sua realização é proveitosa tanto para os profissionais médicos como para os alunos e, sobretudo, à população.

P-457 EXPERIÊNCIA SOBRE A REALIZAÇÃO DO “DIA MUNDIAL DA VOZ” PELA LAOTU EM CAMPO GRANDE — MSAlexandre de Souza Cury, Carlos Henrique Simoes Matheus, Guilherme Alves de Oliveira, Fernanda Nicoli Brochd, Diego Amorim Nantes, Elizabete S.M. Okemoto, Deborah Lemes Nogueira, Larissa P. Ramos

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Objetivo: Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o segundo país em número de casos de câncer de laringe. A partir dessa ideia e seguindo as recomendações da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial, os ligantes da Liga Acadêmica de Otorrinolaringologia da UNIDERP (LAOTU) implanta-ram sua primeira ação social Dia Mundial da Voz, voltada para os cuidados com a voz. Método: Triagem de casos suspeitos nas unidades básicas da Saúde da Família, para posteriormente comparecerem ao ambulatório da faculdade onde, no dia 16 de abril, foi realizada laringoscopia pelos professores otorrinolaringologistas. Conseguimos, com o apoio da equipe de fonoaudiólogos do Núcleo de Apoio a Saúde da Família, a triagem de 10 pacientes, dos quais 8 compareceram à ação. Resultados: O objetivo era encontrar pacientes com problemas la-ringológicos na tentativa de reconhecer o problema precocemente e, principalmente, a conscientização de pessoas que fazem largo uso da voz. Para tanto, foi realizada anamnese direcionada e exame otorrinolaringológico completo nos pacientes triados. Discussão: Nesta campanha, não foi encontrado nenhum caso gra-ve, apenas casos de laringite por refluxo gastroesofágico e nódulo vocal. Assim observa-se que, embora haja esforços para a efetiva descentralização da atenção em saúde, ainda encontra-se resistên-cia por meio da população. Conclusão: Dessa forma, a conscientização em saúde e a pre-venção são tarefas árduas, mas essenciais, para a fortificação da atenção básica. Dessa forma, a liga propôs fazer dessa ação parte de seu calendário anual de ações sociais e pretende buscar parcerias para aumentar a repercussão do evento, bem como ob-ter melhorias na divulgação e articulação da ação para melhores resultados.

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S160 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Área Temática: Rinologia/Base de Crânio Anterior

P-458 MUCOCELE FRONTAL — RELATO DE CASOCarolina da Fonseca Mussel Jones, Rachel Bichara Izai, Ana Carolina Soares Succar, Gabriel Augusto Pinto Barbosa, Karina Dumke Cury, Carolina dos Anjos Sampaio, Matheus Loureiro Teixeira

Escola de Medicina Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 62 anos, com história de queda da própria altura, encaminhou-se ao serviço de Otorrinolaringologia queixando-se de cefaleia frontal de pequena intensidade, pressão em face e abaulamento em região frontal à direita, associada a proptose e diplopia em olho direito. Ao exame físico apresentava proptose à direita, com lateralização do globo ocular. Foi solicitada tomografia computadorizada dos seios para-nasais que evidenciou mucocele de seio frontal direito, sendo sub-metida a sinusectomia frontal à direita via externa. No intraopera-tório observou-se grande quantidade de secreção purulenta, fétida, preenchendo a mucocele, deixando-se dreno tubular locado em seio frontal direito. A paciente permaneceu em avaliação periódi-ca, apresentando resultado satisfatório, com melhora dos sintomas apresentados e ausência de recidiva. Discussão: As mucoceles dos seios paranasais correspondem a le-sões císticas, secretoras, que podem amplificar-se através do acú-mulo de secreção, provocando expansão do seio e, assim, compri-mir estruturas adjacentes. Usualmente ocorrem devido à obstrução do óstio de drenagem do seio envolvido, a qual pode ter como causa um processo inflamatório, neoplásico, pós-operatório ou traumáti-co. Podem cursar com dor facial, cefaleia, obstrução nasal, diplo-pia, diminuição da acuidade visual, deslocamento do globo ocular, edema facial ou até meningite, dependendo da área comprometi-da. Cerca de 60% dos casos ocorre em seio frontal, principalmente em adultos, sem preferência por sexo. O diagnóstico é realizado através de anamnese, exame físico e exames de imagem, sendo a tomografia computadorizada o mais utilizado. O tratamento é cirúr-gico, e as vias de acesso podem ser por método externo ou por en-doscopia nasal, devendo-se considerar o treinamento do cirurgião e a existência de variações anatômicas para escolha da mesma. Considerações finais: Apesar do caráter benigno, as mucoceles são lesões expansivas e podem causar uma série de complicações or-bitárias e intracranianas. É de suma importância o diagnóstico e tratamento precoces para obtenção de um melhor prognóstico.

P-459 AMELOBLASTOMA MAXILAR: NEOPLASIA ODONTOGÊNICA RARACaio Calixto Diógenes Pinheiro, Kríssia Braga Diniz, Ulisses Meireles Filgueiras Filho, Clara Mota Randal Pompeu, Érika Ferreira Gomes, Viviane Carvalho da Silva, André Alencar Araripe Nunes

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 68 anos, apre-sentou-se com obstrução nasal e abaulamento em hemiface à es-querda há mais de 1 ano, referindo também hiposmia e episódios esporádicos de epistaxe e rinorreia purulenta ipsilateral. Exibia lesão de aspecto liso e coloração rósea em cavidade nasal esquer-da, além de abaulamento do sulco gengival superior. A tomografia da face contrastada demonstrou formação expansiva heterogênea, captante de contraste, com epicentro no seio maxilar esquerdo, erodindo as paredes e a porção ínferolateral da maxila, infiltrando

a gordura dos planos da face, estendendo-se para a cavidade nasal, seio frontal e células etmoidais. Biópsia ambulatorial revelou ame-loblastoma sinonasal. Foi submetido à exérese completa da lesão, por degloving mediofacial combinado ao acesso endoscópico. Em seguimento há 6 meses sem sinais de recidiva. Discussão: O ameloblastoma é uma neoplasia rara, representan-do 9 a 20% dos tumores odontogênicos, estando atrás apenas do odontoma em prevalência. Possui características histológicas de benignidade, raramente apresentando metástases, porém é local-mente agressivo, com altas taxas de recorrência, invasividade local e grande potencial de envolvimento de estruturas vitais. Cerca de 80% estão situados na mandíbula, com predileção por sua porção mais posterior. Os 20% restantes se localizam no osso maxilar, onde são particularmente perigosos, uma vez que a barreira óssea mais delgada facilita a invasão de estruturas nobres próximas, como a órbita e o crânio. A faixa etária de maior incidência varia entre 30 e 60 anos, sem predileção por sexo. O ameloblastoma maxilar possui um crescimento lento e indolor, atrasando o diagnóstico. O padrão-ouro para seu tratamento é a excisão cirúrgica com margem adequada. Considerações finais: O ameloblastoma maxilar possui difícil tra-tamento, principalmente em comparação com seu correspondente mandibular, devido, sobretudo, à maior extensão da doença no mo-mento do diagnóstico e à maior proximidade com estruturas nobres.

P-460 RINITE ATRÓFICA RELACIONADA À FISSURA LABIAL — RELATO DE CASOÁlvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, Thiago Ribeiro de Almeida, Victor José Timbó Gondim, David Roberto Claro, Isabela Tavares Ribeiro, Thiago Xavier de Barros Correia, Ney Penteado de Castro Neto

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 36 anos, natural e procedente de São Paulo, admitida no ambulatório de otorrino-laringologia com queixas de rinorreia esverdeada, formação abun-dante de crostas, hiposmia e cacosmia episódica. Refere início dos sintomas há 23 anos, após ser submetida à correção cirúrgica de lá-bio leporino. Negava tratamentos nasais prévios. Exame físico evi-denciou hipotrofia de cornetos inferiores e médios bilateralmente, com presença de crostas e secreção mucopurulenta bilateralmente em meatos médios e superiores. Oroscopia com úvula centrada, tonsilas palatinas grau I e ausência de alterações em palato. Otos-copia sem alterações. Discussão: A fissura labial está relacionada com uma plêiade de condições e síndromes, como Pierre Robin, Down, Cruzon e Trea-cher Collins. A investigação de outras condições associadas, com a atrofia de cornetos nasais, deve ser estimulada, a fim de nos per-mitir proporcionar melhor qualidade de vida para esses pacientes. Considerações finais: A rinite atrófica primária é uma condição in-comum, sendo necessária a investigação de condições associadas, como abordagens cirúrgicas e doenças infecciosas, como associada a doenças infecciosas ou granulomatosas como tuberculose, sífilis, hanseníase, sarcoidose, rinoscleroma e lúpus vulgar

P-461 LINFOMA T/NK NASAL EM MULHER DE MEIA IDADE: UM RELATO DE CASOAlda Linhares de Freitas Borges, Valéria Barcelos Daher, Ana Paula Valeriano Rego, Leandro Castro Velasco, Hugo Valter Lisboa Ramos, Rodrigo Cavalcante Carlos de Carvalho, Caludiney Candido Costa

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S161

Apresentação do caso: Paciente, 56 anos, sexo feminino, internada para reabilitação pós-acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) há 1 mês da internação. Solicitado parecer à otorrinolaringologia devido a edema nasal. Ao exame físico, foi visualizado edema nasal difuso à direita, com obliteração quase completa da fossa nasal. Feita suspeita de granuloma piogênico, iniciada antibioticoterapia, solicitada TC de seios da face, que evidenciou alterações sugesti-vas de formação neoplásica e encaminhada para biópsia. No retorno ambulatorial de 2 meses com a otorrinolaringologia, observada pio-ra importante da lesão nasal apesar da antibioticoterapia. Estudo histológico e imuno-histoquímico revelaram linfoma de células T/NK extranodal, tipo nasal, com índice de proliferação celular alto. Pa-ciente encaminhada para acompanhamento em hospital oncológico. Discussão: O linfoma extranodal de células T/NK tipo nasal é uma doença rara no mundo, porém comum na América do Sul. É uma patologia de apresentação clínica infiltrativa destrutiva, de locali-zação médio-facial, evolução constantemente fatal e que apresen-ta mecanismo fisiopatológico ainda não determinado claramente. Acomete inicialmente a cavidade nasal e as áreas paranasais, in-cluindo o trato aerodigestivo alto em mais de 80% dos casos. Tem como diagnósticos diferenciais doenças infecciosas, granulomato-sas, autoimunes e neoplásicas. À medida que a doença evolui, ocorre edema, necrose e destruição óssea. Nos casos localmente avançados é importante introduzir cobertura antibiótica precoce e proceder a desbridação da necrose antes do início da terapêuti-ca químio/radioterápica. O mau manejo nestes casos pode levar à morte por sepse. Considerações finais: O linfoma nasal primário é um tumor extra-nodal raro e representa 0,44% de todos os linfomas extranodais lo-calizados nessa região. O conhecimento desta entidade nosológica é importante para seu diagnóstico, que deve ser o mais precoce possível.

P-462 PLASMOCITOMA NASAL SEM MIELOMA MÚLTIPLO: RELATO DE UM CASOAlda Linhares de Freitas Borges, Valeria Barcelos Daher, Ana Paula Valeriano Rego, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa, André Valadares Siqueira, Edson Junior de Melo Fernandes

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente, 72 anos, sexo feminino, procu-rou serviço de otorrinolaringologia com queixa de obstrução nasal de longa data, pior à esquerda, refratária a tratamentos clínicos, associada a epistaxe esporádica. Não apresentava comorbidades. Feita investigação imaginológica, a tomografia computadorizada de seios da face evidenciou massa de limites mal definidos ocu-pando a fossa nasal esquerda, com preenchimento do seio maxilar e células etmoidais esquerdas. Procedeu-se a biópsia excisional da massa, cujo resultado histológico foi plasmocitoma. A pacien-te foi encaminhada à hematologia para investigação de mieloma múltiplo, que foi negativa. Optou-se por radioterapia adjuvante por não ter sido possível confirmar a margem de segurança da exérese da lesão. Discussão: Neoplasias plasmocitárias podem apresentar-se como lesão única (plasmocitoma solitário) ou múltiplas (mieloma múlti-plo). As lesões únicas geralmente ocorrem nos ossos (plasmocitoma ósseo), mas também podem se situam na generalidade dos tecidos moles (plasmocitoma extramedular). A região extramedular mais comum é da cabeça e pescoço, principalmente orofaringe e seios paranasais, apresenta predileção pelo sexo masculino e tem pico de incidência na 6ª década de vida. O tratamento dos plasmocito-mas extramedulares isolados contempla ressecção cirúrgica e/ou radioterapia.

Considerações finais: Os plasmocitomas extramedulares podem mimetizar outras patologias otorrinolaringológicas. Desta forma, um exame detalhado das vias aéreas superiores diante de queixas obstrutivas nasais deve ser realizado para excluir diagnósticos me-nos rotineiros.

P-463 COMPLICAÇÃO PERIORBITÁRIA DE RINOSSINUSITE AGUDA: ABCESSO SUBPERIOSTEAL EXTRACONAL EM CRIANÇA DE 11 ANOSEmílio Salviano Neto, Poliana Gonçalves Vitorino Monteiro, Anderson Tinô de Carvalho, Nara Nunes Barbosa, Amanda Canário Andrade Azevedo, Eriko Soares de Azevedo Vinhaes, Nilvano Alves de Andrade

Hospital Santa Izabel, Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: H.A.R., sexo feminino, 11 anos, natural de Alagoinhas (BA), apresentou-se inicialmente com tosse, congestão nasal e rinorreia mucopurulenta. Após 5 dias, evoluiu com cefaleia, prurido e dor ocular à direita, com hiperemia, edema periorbitário e febre alta. Levada a uma unidade hospitalar em sua cidade, sen-do iniciado tratamento com oxacilina e ceftriaxona. Após 3º DIH, houve piora progressiva do quadro clínico, com aumento gradual do edema. Foi encaminhada após 11 dias de internamento a hospital terciário, apresentando importante abaulamento em região orbitá-ria à direita, com drenagem espontânea de secreção purulenta em pálpebra inferior. Tomografia computadorizada da face revelou for-mação hipodensa periorbitária à direita, com realce heterogêneo após contraste, extendendo-se ao espaço intraorbitário/extraconal, determinando proptose do globo ocular. Foi submetida à drenagem do abcesso subperiosteal via intranasal endoscópica e via externa por pálpebra inferior, evoluindo com melhora clínica significativa. Recebeu alta hospitalar no 19º DPO, após 14 dias de cefepime e clindamicina assintomática. Discussão: A rinossinusite aguda é uma das infecções respiratórias mais comuns; entretanto, complicações orbitárias, como o abcesso subperiosteal, são relativamente infrequentes. A literatura atual estima que o abcesso subperiosteal é a 2ª complicação orbitária mais frequente. O diagnóstico e tratamento rápidos são fundamen-tais para evitar sequelas graves, como a perda visual. O potencial de gravidade das complicações periorbitárias requerem precisão no diagnóstico e tratamento. Acredita-se, dessa forma, que o delon-gamento ocorrido na transferência do paciente ao serviço terciário teve singnificativa influência no agravamento do quadro. Fatores econômicos e sociais limitam o acesso à saúde de parcela mais ca-rente da população, refletindo diretamente na evolução da doença e prognóstico. Considerações finais: Diante de caso de tamanha gravidade como o abcesso subperiosteal, é imprescindível que o diagnóstico seja estabelecido com rapidez e o tratamento cirúrgico adequadamente seja indicado, para se reduzir a morbimortalidade.

P-464 NASOANGIOFIBROMA EM PACIENTE MASCULINO DE 58 ANOSRodrigo Alvarez Cardoso, Henrique Candeu Patrício, Ciro Weiss Fontana, Fabrício Scapini, Bernardo Soccol Beraldin

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma, SC, Brasil

Apresentação do caso: Paciente L.C.G.P., masculino, 58 anos, queixa de obstrução nasal bilateral há mais de 10 anos, crônica e progressiva, com piora acentuada nos últimos 3 anos. Epistaxe de moderada intensidade, bilateral, pouco frequente, principalmente

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S162 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

pela fossa nasal esquerda. A endoscopia nasal mostrou lesão de as-pecto tumoral ocupando completamente a fossa nasal esquerda e se projetando também para a fossa nasal direita, com deslocamen-to do septo para direita. A tomografia computadorizada mostrou que a lesão era aderida à região esfenoidal e esfenopalatina com intensa captação de contraste, destruição óssea em região esfe-noidal anterior e parede lateral do seio esfenoidal. A ressonância magnética foi solicitada para avaliar possível invasão do seio ca-vernoso, o que não foi confirmado. Houve, então, suspeita de glo-meruloangiopericitoma, descartando-se o nasoangiofibroma devido à idade do paciente. Paciente submetido à embolização e, 24 horas depois, foi realizada cirurgia endoscópica endonasal com ressecção da lesão tumoral. No diagnóstico anatomopatológico foi constatado que se tratava de um nasoangiofibroma juvenil. Discussão: O nasoangiofibroma é um tumor benigno, composto por rica rede vascular permeada a um estroma fibroso. Pode ser agressivo devido ao alto potencial de invasão local e chance de sangramento abundante. Embora acometa quase exclusivamente adolescentes do sexo masculino, existem relatos em adultos. O seu diagnóstico é composto pela tríade de epistaxe, obstrução nasal e presença de massa na região da rinofaringe. Diversas terapias foram descritas; porém, a com melhor aceitação no momento é a ressecção cirúrgica do tumor. Considerações finais: O nasoangiofibroma é um tumor que acomete pacientes do sexo masculino, com idades entre 14 e 25 anos, por isso geralmente descrito como nasoangiofibroma juvenil. Apesar de raros, existem relatos de casos em pacientes mais velhos, como o aqui descrito, devendo fazer parte do diagnóstico diferencial em casos suspeitos independentemente da idade.

P-465 ADENOMA PLEOMÓRFICO DE SEPTO NASAL: RELATO DE CASOJúlia da Silva Almeida, Flávia Vieira Dias, Maria Eugênia Pedruzzi Dalmaschio, Larissa Maria Alencar Xerez de Vasconcelos, Gustavo Felix, Fhrancis Boechat de Marcos, Eveline Tasca Rodrigues, Edna Patricia Charry Ramírez

Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, RJ, Brasil

Apresentação do caso: E.N.N., 31 anos, sexo feminino, com histó-ria de obstrução nasal e presença de massa na fossa nasal direita há cerca de 1 ano e 6 meses, com episódios esparsos de epistaxe de pequena intensidade. À rinoscopia anterior: lesão de aspecto polipoide em terço anterior de cavidade nasal direita. Ausência de alterações à oroscopia e otoscopia. Tomografia computadorizada de seios paranasais: massa com densidade de partes moles em terço anterior de cavidade nasal direita, com origem em septo nasal. Foi submetida à resseção da lesão por via endoscópica nasal. Histopa-tologia: adenoma pleomórfico com margens comprometidas. A pa-ciente segue em acompanhamento ambulatorial, com boa evolução clínica após 2 meses do procedimento cirúrgico. Discussão: O adenoma pleomórfico é um tumor misto que afeta co-mumente as glândulas salivares maiores, sendo raro na cavidade na-sal. Os adenomas pleomórficos intranasais ocorrem geralmente entre a 3ª e 6ª décadas de vida, sobretudo no sexo feminino. Cursam com obstrução nasal unilateral, epistaxe e lesão de aspecto polipoide, lobulada, de consistência firme e cápsula bem definida. A histopato-logia característica revela um estroma mixoide relacionado à recor-rência. O diagnóstico diferencial inclui tumor de cartilagem quadran-gular, carcinoma epidermoide, adenocarcinoma, papiloma invertido, melanoma, tumor benigno de glândula salivar menor. Tomografia computadorizada e ressonância magnética de seios paranasais per-mitem avaliar características e extensão da lesão. O tratamento é cirúrgico e abordagem varia conforme características evolutivas do tumor. Metástases a distância e malignização são raras.

Considerações finais: Embora raro, o adenoma pleomórfico na ca-vidade nasal deve fazer parte do diagnóstico diferencial de tumores nasais associados à epistaxe e obstrução nasal. Uma vez diagnosti-cado pela histopatologia, sua ressecção completa reduz o risco de recidiva, podendo, como no caso descrito, manter-se um acompa-nhamento regular a fim de se avaliar nova abordagem conforme a evolução clínica.

P-466 LEISHMANIOSE FARÍNGEA SEM LESÃO NASALRosana Guimarães Rodrigues Alves, Geizeane Morais da Cunha, Lorena Cássia de Carvalho Oliveira, Laryssa Cavalcante Mendes de Andrade, Carolina da Silveira Alves, Eduardo Romero Sampaio Botelho, Gustavo Bachega Pinheiro

Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 45 anos, par-do, tabagista, compareceu ao pronto-socorro do Hospital de Base do Distrito Federal queixando-se de sensação de corpo estranho orofaríngeo e lesão na mesma topografia há aproximadamente 6 meses. Ao exame clínico inicial, apresentava lesão eritematoinfil-trativa granulosa com pontos brancacentos em palato mole, úvula e parede posterior da orofaringe. Exame nasal normal. Não havia adenomegalias e massas cervicais palpáveis, nem história de ema-grecimento, febre, disfagia e disfonia. Foi colhida biópsia da lesão e encaminhada ao estudo anatomopatológico, bem como solicita-das sorologias. Os exames laboratoriais mostraram-se normais, ex-ceto por sorologia reagente para leishmaniose. O paciente, então, foi encaminhado à unidade de dermatologia para a instituição e acompanhamento do tratamento adequado. Discussão: As lesões de cavidade oral, faringe e laringe raramente ocorrem isoladas, sendo mais frequentemente associadas à lesão na mucosa nasal; porém, nem sempre isto é necessário. A droga de primeira escolha no tratamento da leishmaniose tegumentar ameri-cana é o antimonial pentavalente. Em caso de ausência de respos-ta, pode-se utilizar drogas de segunda escolha, como a anfotericina B e a pentamidina. Considerações finais: A leishmaniose tegumentar americana é uma doença infecciosa, crônica, não contagiosa, causada por protozoá-rios do gênero Leishmania, primariamente uma infecção zoonótica de animais silvestres, sendo o homem um hospedeiro acidental. O tecido cutâneo e as mucosas são os mais comumente afetados, sen-do a manifestação mais comum a úlcera leishmaniótica. Em ordem de frequência, as lesões mucosas se manifestam, principalmente, no nariz, palato duro, faringe e laringe.

P-467 O USO INDISCRIMINADO E PROLONGADO DE DESCONGESTIONANTES NASAIS PELOS ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DA REGIÃO DO PANTANAL (UNIDERP)Cristiano Diego Carvalho Rigon, Luis Henrique Torres de Carvalho, Maria Carolina Oliveira do Amaral, Maria Luiza Ferri Cury, Natalia Barros Lourenço, Rafaela Araujo Vieira, Renata Peixoto Abrão, Alexandre de Souza Cury

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Objetivo: Identificar o uso indiscriminado de descongestionantes nasais de uso tópico em acadêmicos do 1º ao 4º anos de Medicina da UNIDERP. Método: Estudo observacional transversal realizado na UNIDERP, em Campo Grande (MS), com aprovação do Comitê de Ética. A coleta de dados deu-se no 1º semetre de 2016, através de questionários aplicados aos alunos.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S163

Resultados: Avaliamos 335 alunos, entre o 1º e o 4º anos, e eviden-ciou-se que 70% deles já fizeram uso de descongestionantes nasais em algum momento de sua vida, sendo que, destes, 20% (65 alunos) permanecem fazendo uso regularmente da medicação, na sua gran-de maioria por mais de 1 ano. Com exceção dos alunos do 1º ano do curso, 60% não tentaram parar de usar a medicação. A congestão nasal é o principal sintoma para o início da utilização da medica-ção, que se inicia na sua maioria, através da automedicação. O uso iniciado a partir de prescrição médica totalizou 34,13%, sendo que 24,56% ultrapassaram o tempo prescrito pelo médico. Discussão: No Brasil, os descongestionantes nasais pertencem à classe de medicamentos mais procurados pelos pacientes na au-tomedicação. Estando de acordo com nossa amostra, onde obser-vamos que a maioria dos alunos fizeram seu uso através de auto-medicação. Enquanto em alguns estudos observa-se que 6,8% dos estudantes de Medicina utilizam descongestionantes por mais de 1 ano, em nossa amostra obtivemos 20%, mostrando a necessidade de haver uma maior sensibilização sobre os riscos da utilização de tais medicamentos. Conclusão: Observa-se que mais da metade dos alunos avaliados já fizeram uso de descongestionantes nasais, sendo que o uso pro-longado da medicação é evidenciado em 20% dos acadêmicos, mos-trando a necessidade de uma maior conscientização sobre a utiliza-ção de tais medicações.

P-468 HEMANGIOMA NASAL: RELATO DE CASOSaint Clair Augusto Magalhães Borges

Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 32 anos, sexo masculino, enca-minhado ao serviço de pronto-atendimento de otorrinolaringologia devido à epistaxe de difícil controle na narina direita. Apresentava, há cerca de 6 meses, epistaxe intermitente, evoluindo com anemia há cerca de 3 meses. Ao exame, palidez cutaneomucosa evidente. Ausência de alterações ectoscópicas em face. Ausência de lesões em oroscopia. Rinoscopia: lesão brancacenta de aspecto polipoide na narina direita, acima do corneto inferior, ocluindo a via nasal. Hemoglobina: 5,7; hematócrito: 19,7. Biópsia: hemangioma caver-noso e hematoma em organização. TC: lesão expansiva na cavidade nasal direita, com extensão medial para fossa nasal e nasofaringe, dimensões 5,1 × 5,3 × 5,9. Impregna-se com contraste iodado, de forma periférica e globuliforme. Impressão diagnóstica primária: nasoangiofibroma ou pólipo antrocoanal. Ressonância magnética: corrobora laudo tomográfico. Submetido à técnica endonasal: in-cisão intraoral e intracartilaginosa para degloving; descolamento submucoso, identificação de parede maxilar anterior direita e reti-rada de janela óssea; descolamento de tumor; retirada do mesmo; hemostasia, colocação de Surgicel®; colocação de tampão nasal de gazes e curativo. Discussão: Hemangiomas são tumores comuns em partes moles, porém raramente acometem a cavidade nasal (1; 3; 5; 6) e, excep-cionalmente, os seios paranasais (5). Sua etiologia é obscura, ques-tiona-se ser de origem neoplásica ou reação a traumas prévios (4; 6). O tratamento preconizado é cirúrgico, com exérese do tumor, reconstrução e enxerto, se necessário (1; 6). Outras opções são em-bolização, corticoterapia e uso de interferon (4; 6; 7). Naser et al. preconizam a embolização previamente à cirurgia, com o objetivo de diminuir as dimensões tumorais (5). Considerações finais: Hemangiomas cavernosos são tumores in-comuns na região paranasal. Apresentam-se com maior incidência em pacientes na 4ª década de vida, com sintomas de obstrução nasal, rinossinusite crônica e epistaxe progressiva. O diagnóstico é feito por imagem (tomografia ou ressonância) e a abordagem terapêutica é a cirúrgica. A evolução é favorável após a retirada do tumor.

P-469 ADENOCARCINOMA SINODAL NÃO INTESTINAL ORIGINÁRIO DO SEIO ETIMOIDALCarolina de Castro Santos Rodrigues, Marcell de Melo Naves, Mateus Silva Marobin, Ana Cecília Alves Carvalho, Carolina Gambetta Coelho Paim, Thomás Luiz Santos, Maria Isabela Alves Ramos

Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil

Apresentação do caso: DFS, 56 anos, pardo, trabalhador rural com manipulação de produtos químicos, refere obstrução nasal há quase 1 ano, refratária ao tratamento químico. Na rinoscopia, apresenta-va hipertrofia de cornetos 2+/4+ e degeneração polipoide em região de meato médio à esquerda. Videonaso: lesão polipoide em região de meato médio, associado à drenagem de secreção purulenta à es-querda, TC seios da face: lesão sugestiva de pólipo antrocoanal com extensão para faringe. Após avaliação física e de imagem, foi indica-do sinusotomia para retirada de lesão polipoide. No entanto, no ato operatório verificou-se que a lesão tinha inserção no seio etimoidal. Biópsia: adenocarcinoma sinodal do tipo não intestinal de alto grau. RNM: irregularidade da morfologia e contornos da cavidade nasal esquerda, corneto médio sem definição, obliterando unidade osteo-meatal do mesmo lado. Sinusopatia crônica de retenção etmoidoma-xilar, sem destruição óssea. O paciente foi submetido a uma segunda abordagem cirúrgica, na qual o tumor foi retirado em bloco do seio etmoidal esquerdo por via endonasal, com margem de segurança mu-cosa e óssea, sendo encaminhado posteriormente para radioterapia. Discussão: Neoplasias malignas de nasofaringe correspondem a 2% dos tumores de cabeça e pescoço, sendo o adenocarcinoma o se-gundo tipo histológico mais comum, com aproximadamente 13% de todos os casos das neoplasias nasosinusais. O adenocarcinoma pos-sui distintos subtipos histológicos, além dos tipos intestinais e não intestinais. A literatura em geral enfatiza que o prognóstico está relacionado com o subtipo do adenocarcinoma, em geral possuem diagnóstico tardio e apresentam taxas de recidiva de 50% e de 9% para metástases a distância. Sendo que os de alto grau apresentam uma taxa de sobrevivência de 20% em 3 anos. Considerações finais: Esse trabalho objetiva ressaltar a importân-cia do diagnóstico precoce das lesões neoplásicas nasossinusais, pois esse fato impacta na escolha do tratamento e na sobrevida do paciente.

P-470 TUMOR MESENQUIMAL FOSFATÚRICO: UMA SÉRIE DE 2 CASOSRichard Louis Voegels, Fabio de Rezende Pinna, Diogo Barreto Plantier, Diego Toniolo do Prado

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: CASO 1: Paciente de 72 anos, sexo femi-nino, com quadro debilitante de dor óssea progressiva, fraturas de repetição e fraqueza desde os 48 anos. Diagnosticada com os-teoporose, manteve quadro a despeito de tratamento com vitamina e cálcio e, após investigação, foi notado aumento na fosfatúria, na dosagem sérica de fator de crescimento de fibroblasto-23, com cintilografia com octreotide apresentando captação aumentada na fossa nasal esquerda. A paciente foi submetida à cirurgia, com melhora do quadro. CASO 2: Paciente de 55 anos, sexo feminino, com quadro de dor óssea, fraturas e pseudofraturas de repetição. Avaliada pela equipe de endocrinologia, que conduziu o caso como osteoporose. Após falha com terapia medicamentosa, foi avaliada radiologicamente e laboratorialmente, apresentando hiperfosfa-túria e cintilografia com octreotide com aumento na captação na fossa nasal. Paciente submetida à cirurgia, constatando-se melhora do quadro durante segmento.

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S164 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Discussão: Tumores mesenquimais fosfatúricos são um grupo raro de tumores. Com menos de 160 casos relatados, encontramos ape-nas 18 casos no interior do trato nasossinusal na literatura. Isso, associado ao fato de que seu quadro clínico não é específico, torna o diagnóstico difícil e lento. Outro fato é que o diagnóstico diferen-cial dificilmente inclui esta entidade, e seu laboratório também não é específico. Apesar disso, 90% podem atingir a cura uma vez que o tumor é removido. Considerações finais: Tumores mesenquimais fosfatúricos é um grupo de entidades raras que podem levar a um diagnóstico tardio devido aos seus pacientes a frequência e benefícios da remoção cirúrgica, com melhora de seus exames de soro e quadro clínico.

P-471 RINOSSINUSITE CRÔNICA SECUNDÁRIA A ODONTOMA EM SEIO MAXILAR: RELATO DE CASOLuciana Brito Corrêa, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Thiara Lessa Silva, Livia Modesto Sotero, Karolline Estrela Compodonio Nunes, Rodrigo Betelli Alves

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: O presente trabalho relata um caso clíni-co de uma paciente do sexo feminino, de 20 anos, que procurou atendimento médico otorrinolaringológico no Hospital Otorrinos, em Feira de Santana (BA). Relatava obstrução nasal e hiposmia de longa data, além de cefaleia e sintomas alérgicos nasais. Havia fei-to uso de corticoide nasal e tratamento para rinossinusite crônica, sem melhora do quadro. Realizou tomografia da face, com evidên-cia de velamento em seio maxilar, etmoide e frontal à direita, as-sociado à imagem hiperdensa com densidade óssea em seio maxilar ipsilateral, com obstrução do complexo ostio meatal. Submetida à cirurgia endoscópica nasal, com remoção de tumoração sugestiva de odontoma composto em seio maxilar, evoluindo sem intercorrên-cias e com melhora dos sintomas no pós-operatório. Discussão: Os odontomas constituem-se como os tumores odon-togênicos mais comuns, sendo compostos por vários tecidos den-tários, como esmalte, dentina, cemento e polpa. Geralmente se associam a distúrbios na erupção dentária e podem ser classificados em complexos, quando apresentam desorganização tecidual, ou compostos, quando os tecidos dentários se apresentam de forma organizada. Considerações finais: Odontomas raramente se associam à rinossi-nusite crônica. Pela ausência de sintomatologia, algumas vezes são diagnosticados tardiamente, como neste caso, evoluindo com com-plicações. A remoção cirúrgica é o melhor tratamento, geralmente com prognóstico excelente e pouca taxa de recidiva.

P-472 MUCORMICOSE RINOCEREBRAL: INFECÇÃO OPORTUNÍSTICA GRAVE. RELATO DE CASOClovisa Reck de Jesus, Cicero Matsuyama, Luana Vieira Monteiro, Taíse de Freitas Marcelino, Gabriela Vicentini Giacomini, Eduardo Espindola Zomer Alves

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil

Apresentação do caso: M.M.S., 33 anos, sexo masculino, natu-ral de Tubarão, ex-usuário de crack, portador de diabetes melito há 8 anos, procurou a emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição — Tubarão (SC) dia 8/10/2013, após início de sintomas de descompensação diabética, otalgia, dor e parestesia na hemiface direita. Apresentou piora do quadro e, em seu 2º dia de internação, evoluiu com edema na hemiface direita, lesões em lábios, gengiva e região malar direita de forma rapidamente progressiva, associado à cefaleia e febre. Realizou tomografia de seios da face, com

evidência de pansinusopatia direita associada à necrose óssea das paredes do seio maxilar e etmoidal direito, aventando a hipótese de mucormicose. Foi realizado debridamento do palato e sinusecto-mia maxilar, etmoidal e frontal e, no exame anatomopatológico, foi encontrado processo inflamatório com diagnóstico final de zigomi-cose. Foi solicitado RNM de crânio, a qual demonstrou trombose do seio cavernoso. Paciente evolui com melhora clínica; entretanto, apresentou dessaturação no dia 29/10/2013 e parada cardiorrespi-ratória, evoluindo a óbito após 33 minutos de reanimação. Discussão: A mucormicose é uma infecção que acomete geralmen-te pacientes imunocomprometidos e, em especial, diabéticos. O diagnóstico precoce é essencial para o início od tratamento, que se baseia na administração de anfotericina B e desbridamento ci-rúrgico e controle da doença de base, embora o prognóstico seja muito reservado. Considerações finais: A mucormicose é uma infecção oportunista, comum em pacientes diabéticos ou imunocomprometidos. Neste relato de caso dessa infecção fúngica, que se destaca pelo compro-metimento do palato em um paciente jovem diabético descompen-sado, é importante ressaltar tal patologia no diagnóstico diferencial de infecções nos seios da face neste perfil de pacientes e a necessi-dade de se fazer um diagnóstico preciso da doença na população de risco para um tratamento de urgência adequado e precoce.

P-473 HEMANGIOPERICITOMA DE SEIO ETMOIDAL: RELATO DE CASOClovisa Reck de Jesus, Cicero Matsuyama, Luana Vieira Monteiro, Dielison Primo, Aline Regina Bandeira Zacarias, Eduardo Spirandelli, Mirele Matioli Wong

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil

Apresentação do caso: Paciente GNM, 59 anos, sexo feminino, na-tural e residente na cidade de São Paulo, apresentou-se a nosso serviço com quadro de obstrução nasal unilateral à esquerda, há aproximadamente 1 ano, associado a 3 episódios de epistaxe nes-se período, à esquerda também. Paciente nega hiposmia, cefaleia, coriza, queixas atópicas ou otológicas; nega também alergia a medi-cações e patologias prévias. À avaliação nasofibrolaringoscópica, ob-servou-se à esquerda uma lesão de forma irregular, ocupando meato médio e fenda olfatória, de cor acizentada e sem vasos aparentes. Solicitou-se, então, tomografia de seios da face, que evidenciou le-são em meato médio, fenda olfatória e seio etmoidal, com acúmulo de secreção em seios adjacentes. Notou-se que a lesão tinha aspec-to uniforme, sem invadir tecidos adjacentes, aventando a hipótese diagnóstica de tumor nasal de origem incerta com necessidade de intervenção cirúrgica. Foi realizado septoplastia com turbinectomia inferior bilateral e turbinectomia parcial de concha média esquer-da, antrostomia à esquerda e sinusectomia etmoidal à esquerda, com retirada total da lesão, sendo enviada para estudo anatomopa-tológico, que verificou um hemangiopericitoma. Paciente foi acom-panhada em seu primeiro mês, tendo alta em seguida. Discussão: O tumor nasal de origem vascular, hemangiopericitoma apresenta comportamento clínico variado, semelhante a um tumor benigno até uma neoplasia metastática agressiva. Esses tumores são mais comuns no tecido musculoesquelético ou na pele, sendo que mais de 300 casos foram relatados desde sua descrição origi-nal. O diagnóstico desse tumor somente é possível com o exame histopatológico, embora este também seja difícil. O tratamento de escolha em qualquer localização é a ressecção cirúrgica ampla. Considerações finais: Devido à raridade do tumor, dificilmente ele é a primeira hipótese diagnóstica, sendo na maioria das vezes tra-tado como outros tumores, com diagnóstico apenas após histopato-logia. Portanto, massas tumorais nasais devem sempre ser tratadas com a maior cautela possível.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S165

P-474 SÍNDROME DE RENDU-OSLER-WEBERAna Carolina Silveira de Oliveira, Guilherme Azevedo Billegas, Ana Cristina da Costa Martins, Carolina Urban Mora, Karen Moreira Rozemberg, Tainá Brito Barroso

Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: L.C.S.M., 65 anos, sexo feminino, residen-te em Caxias, procurou atendimento médico relatando história de longa data de epistaxe. Ao exame: presença de perfuração septal pequena, com bordos cicatrizados com crostas hemáticas na parte inferior da perfuração, sem infiltração da mucosa adjacente. Muco-sa úmida sem lesões ativas, meatos livres, cavum e óstios tubários livres. Lesões eritematosas nas mãos e língua. A endoscopia diges-tiva demostrou telangectasias estomacais. Faz uso esporádico de Transamin® 250 mg. Está em acompanhamento com gastroenterolo-gista e hematologista. Discussão: A teleangiectasia hemorrágica hereditária (THH), ou síndrome de Rendu-Osler-Weber, tem diagnóstico clínico e é ba-seada nos critérios de Curaçao: epistaxe espontânea e recorrente; telangiectasias múltiplas e em locais característicos; lesões visce-rais — telangiectasias gastrointestinais com ou sem sangramentos; malformações arteriovenosas pulmonares, hepáticas, cerebrais e espinhais; e história familiar. A paciente no caso se encaixa no diagnóstico para THH, pois apresenta 3 dos critérios: epistaxe es-pontânea e recorrente; telangiectasias no dorso da língua, dedos e mucosa nasal; à esofagogastroduodenoscopia, lesões telangiectá-sicas em corpo e antro; e uma filha com as mesmas lesões, porém sem diagnóstico definitivo. Considerações finais: A THH tem como principal sinal clínico a epistaxe recorrente e de difícil diagnóstico, por se tratar de uma doença sistêmica e pouco relatada na literatura. Os cuidados sin-tomáticos e paliativos são os mais satisfatórios atualmente, objeti-vando a melhora da qualidade de vida, como é o caso da paciente — que realizou cauterizações, fez uso de ácido tranexâmico e após o diagnóstico segue com tratamento hormonal que provoca um es-pessamento da mucosa nasal protegendo-a contra lesões. Como a epistaxe é geralmente a primeira manifestação e está presente na maioria dos casos, é de extrema relevância o domínio e atualização do otorrinolaringologista frente à sua etiopatogenia, já que muitas vezes os pacientes apresentam-se com hemostasia e função plaque-tária em normalidade.

P-475 CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO DO SEIO ESFENOIDELuisa Martins Raña, Welber Chaves Mororó, Luciano Gonçalves Nina, Aryane Marcondes Rezende, Agnes Yumi Inoue, Natália Aguiar Brasileiro Saunders do Vale, Gustavo Vergani

Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil

Apresentação do caso: Relata-se o caso de uma paciente do sexo feminino, 70 anos, com queixa de obstrução nasal bilateral pro-gressiva, associada à rinorreia sanguinolenta e hiposmia há 1 ano e meio. Na fibroscopia flexível, foi visualizada massa de coloração esbranquiçada e superfície irregular ocupando fossas nasais e ri-nofaringe com obstrução parcial dos óstios tubários. A tomografia computadorizada de crânio evidenciou lesão obstruindo coanas bi-laterais, origem provável no seio esfenoidal, com velamento total de seios esfenoides. A paciente foi submetida à ressecção da tumo-ração, evoluindo com paresia transitória do abducente à esquerda. O resultado de anatomopatológico diagnosticou tumor adenoide cístico. Foi encaminhada para a oncologia, sendo realizadas radio-terapia e quimioterapia, interrompidas pela paciente devidos aos efeitos adversos. Não foi evidenciada metástase a distância. Discussão: O CAC apresenta igual distribuição entre os sexos, em-bora alguns estudos mostrem predileção pelo sexo feminino. Aco-

mete mais frequentemente adultos a partir da 5ª década de vida, sendo incomum em jovens. O tratamento de escolha é cirúrgico, com radioterapia pós-operatória. Considerações finais: O CAC do esfenoide é um tumor raro. No entanto, essa possibilidade diagnóstica deve ser aventada em pa-cientes acima de 50 anos, com queixas de sinusite crônica e exame de imagem mostrando tumor em seios paranasais.

P-476 DENTE SUPRANUMERÁRIO EM FOSSA NASALIvana de Rezende Bastos, Maria Luiza Coelho Pinto Torres

CTAC/Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Sexo feminino, 24 anos, com queixa de epistaxe e formação de crostas na fossa nasal esquerda. Submetida a exame clínico, endoscopia nasal e tomografia computadorizada de seios para nasais que evidenciaram dente supranumerário no soalho da fossa nasal esquerda. Discussão: O exame clínico evidenciou tecido endurecido com cros-tas no soalho narina esquerda. Realizadas endoscopia nasal com ótica de 30º e tomografia computadorizada de seios paranasais, que mostrou tratar-se de dente extranumerário de morfologia incisiva, implantado na maxila adjacente. Feito o diagnóstico do caso, a paciente foi encaminhada ao serviço de bucomaxilofacial para tra-tamento cirúrgico. Considerações finais: O que chamou atenção neste caso foi que, o dente, além de ser supranumerário, sua posição estava totalmente invertida em relação aos dentes superiores, ou seja, coroa do den-te se projetando na cavidade nasal e sua raiz implantada no osso maxilar.

P-477 RINOSSINUSITE FÚNGICA DE ORIGEM ODONTOGÊNICA (FEO-HIFOMICOSE) EM SEIOS PARANASAISClovisa Reck de Jesus, Cicero Matsuyama, Eduardo Espindola Zomer Alves, Dielison Primo

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil

Apresentação do caso: T.C., 56 anos, sexo masculino, natural de Hong Kong e residente em São Paulo, apresentou-se a nosso servi-ço com quadro de cacosmia há aproximadamente 3 meses e cefa-leia frontal. Havia realizado tratamento dentário sem sucesso há 3 anos. Solicitou-se uma tomografia computadorizada de seios da face, que verificou velamento do seio maxilar e etmoide à direi-ta, com estrutura de densidade de partes moles com calcificações. Após 1 mês de acompanhamento clínico e adequada antibioticote-rapia, se aventou a hipótese de rinossinusite crônica de possível origem odontogênica. Foi realizada cirurgia de septoplastia, asso-ciada à abertura anterior do seio maxilar direito, sendo retirado por completo tecido amorfo de consistência fibroelástica de coloração avermelhada. Nos dois primeiros retornos, paciente se encontrava bem e, ao exame anatomopatológico, verificou-se raro microrga-nismo, a feo-hifomicose, em fragmentos de mucosa nasossinusal inflamada. Paciente permanece em acompanhamento clínico e am-bulatorial. Discussão: O caso clínico aqui apresentado é o primeiro relatado na literatura sobre rinossinusite crônica fúngica por peculiar fungo (feo-hifomicose) demonstrado em anatomopatológico, que até o momento nunca se havia encontrado em mucosa dos seios parana-sais. O diagnóstico deve ser considerado em quadros de rinossinu-site crônica, sem melhora com antibioticoterapia adequada ou em sinusites unilaterais recorrentes, podendo ou não estar associados a prévios tratamentos odontogênicos. Nem sempre o quadro clínico é claro para o diagnóstico, o que a tomografia computadorizada

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S166 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

auxilia na elucidação e decisão terapêutica, que na maioria das vezes se opta por tratamento cirúrgico e confirmação em anatomo-patológico da peça cirúrgica. Considerações finais: A feo-hifomicose é uma infecção fúngica que acomete tecidos cutâneos e subcutâneos, patogênica especialmen-te para pacientes imunossuprimidos. Este trabalho é o relato de caso do raro acometimento paranasal de um paciente imunocompe-tente pela feo-hifomicose, gerando quadro de rinossinusite crônica fúngica.

P-478 SÍNDROME DE RENDU-OSLER-WEBER — RELATO DE CASOSabryna Farneze Nunes Santanna, Bernardo Relvas Lucas, Camila Bae Uneda, Lais Orosco Bialon Santana, Alonço da Cunha Viana Junior, Nilton Carlos dos Santos Rodrigues, Daniela Leitão Mendes

Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: E.S.M., 37 anos, sexo feminino, relatou aparecimento de máculas hipercrômicas no 5º quirodáctilo, lá-bio inferior e língua, há aproximadamente 20 anos. Após 2 anos do aparecimento das lesões cutaneomucosas, iniciaram episódios de epistaxes recorrentes que cessavam espontaneamente. Havia 2 relatos de lesões cutâneas semelhantes no pai e na avó paterna. À endoscopia nasal, apresentava pontos hemáticos em região septal sem sinais de sangramento ativo. Durante acompanhamento ambu-latorial pelas clínicas de otorrinolaringologia e dermatologia, foi encaminhada aos ambulatórios de hematologia, gastroenterologia e cirurgia torácica, obtendo alta dos últimos devido à ausência de malformações arteriovenosas, pulmonares e gastrintestinais. Rela-tou o último caso de epistaxe há 2 anos e está em tratamento para as lesões em lábio e língua com aplicação de laser ND YAG. Discussão: A síndrome de Rendu-Osler-Weber (SROW) é uma rara displasia fibrovascular hereditária que torna a parede vascular vul-nerável a traumatismos e rupturas, provocando sangramentos em pele e mucosas. Os sinais e sintomas são epistaxe de repetição, telangiectasias mucocutâneas, malformações arteriovenosas visce-rais e história familiar positiva. Em 90% dos casos, a epistaxe é o sintoma mais precoce, sendo considerada a principal manifestação. Esta síndrome pode variar sua apresentação desde quadros brandos a severos de epistaxe, em 30% dos casos, podendo necessitar de internação, tamponamento e transfusão sanguínea. Considerações finais: As manifestações clínicas da SROW são se-cundárias a sangramentos provenientes das telangiectasias, poden-do afetar qualquer parte do organismo. O médico otorrinolaringo-logista geralmente é o primeiro a ser procurado, pois na maioria dos casos o sintoma mais comum é a epistaxe recorrente; A SROW é uma patologia que deve ser acompanhada por várias especialidades médicas, incluindo otorrinolaringologia, devendo ser descartados outros sítios acometidos. O controle dos sangramentos deve sempre ser instituído, quando necessário, e o acompanhamento deve ser realizado ao longo de toda a vida.

P-479 ATRESIA DE COANA — O MOLDE COMO OPÇÃO À REESTENOSELuíse Sgarabotto Pezzin, Marina Neves Cavada, Aline Silveira Martha, Luciane Mazzini Steffen, Nedio Steffen

Hospital São Lucas (HSL), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 9 anos, com obstrução nasal na fossa nasal direita (FND) desde o nascimento.

Apresentava roncos e apneia em vigência de infecção de via aérea superior. À rinoscopia anterior direita, secreção hialina abundante e corneto inferior normotróficos; à esquerda sem alterações. À video-nasoendoscopia flexível não foi possível visualizar cavum pela FND, observando-se estase de secreção em região posterior; à esquerda cavum livre, sem lesão expansiva. Tomografia de nariz e seios pa-ranasais evidenciou atresia de coana mista à direita e velamento de seio maxilar ipsilateral. Foi realizada cirurgia para correção da malformação. Após 30 dias, observou-se reestenose do cavum. Na reintervenção, foi ampliada a remoção do osso palatino e do septo posterior, realizada dilatação com balão e posicionado molde de silicone. Foi feita aplicação de mitomicina. A paciente não relatou dor ou desconforto durante a permanência do molde e se manteve clinicamente estável. A remoção do molde foi feita em bloco cirúr-gico após 42 dias, evidenciando adequada permeabilidade. Discussão: A atresia de coana (AC) é a anomalia nasal congênita mais comum. Foi primeiramente descrita por Johann George Roe-derer em 1752. Estima-se a incidência de 1 caso para cada 8.000-10.000 nascidos vivos. Ainda há muita controvérsia na literatura quanto à efetividade das diferentes técnicas cirúrgicas e o uso de stents e de agentes antineoplásicos no pós-operatório. Neste rela-to, a dilatação com balão pode ter contribuído para o sucesso da cirurgia, porém o molde foi fundamental para evitar a reestenose. Considerações finais: O uso do molde, apesar de questionado por muitos autores, mostrou um excelente resultado nesta reinterven-ção de correção de atresia de coana. A baixa reação inflamatória e o sucesso do pós-operatório mostraram que esta pode ser uma opção utilizada para evitar a reestenose.

P-480 REMOÇÃO ENDOSCÓPICA DE CISTO DENTÍGERO MAXILARLeonardo Petrone Castro, Adriana Torres da Silva, Barbara de Melo Torres Alves, Bruno Pestana Gomes, Bruno Laughton Silveira, Sérgio Edriane Rezende, Cheng T-Ping

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 25 anos, veio encaminhada pela odontologia devido a quadro de rinossinusite de repetição associado ao elemento dentário no interior do seio maxilar esquerdo, evidenciado por radiografia panorâmica. Tomografia com-putadorizada de seios paranasais: remodelamento apical nos dentes 25, 26 e 27, com imagem hipodensa unilocular e bem delimitada na região do dente 28 até túber da maxila do lado esquerdo, com envolvimento do seio maxilar e cavidade nasal. Dente 28 no interior da maxila, próximo à parede lateral e posterior. Realizada cirurgia endoscópica nasossinusal, com retirada completa da lesão e do ele-mento dentário. Análise histopatológica: cisto revestido por epitélio estratificado escamoso, com fibrose e infiltrado inflamatório crônico associado, compatível com cisto dentígero. A paciente evoluiu bem, sem recidiva da lesão e sem novos episódios de rinossinustes. Discussão: O cisto dentígero é classificado como um cisto odonto-gênico de desenvolvimento. Sua formação ocorre pelo acúmulo de fluido entre a coroa e o epitélio do órgão do esmalte, podendo pro-vocar deslocamento de elementos dentários para o interior do seio maxilar. O termo “dentígero” significa “contendo um dente”. Cistos dentígeros são mais comuns em terceiros molares inferiores, segui-dos de caninos superiores e terceiros molares superiores. Ocorrem predominantemente em pacientes jovens, do sexo masculino e, em cerca de 75% dos casos, a mandíbula é acometida. Na rafiografia apresenta-se como lesão cística unilocular, radiolúcida, que circun-da a coroa de um dente incluso, como se o dente estivesse irrompi-do para o seu interior. Seu tratamento é sempre cirúrgico. Considerações finais: Embora muitas vezes assintomático, o cisto dentígero é uma das afecções que devem ser consideradas em pa-

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cientes com quadros de rinossinusite de repetição. Nestes casos, o tratamento é cirúrgico e a remoção endoscópica desse tipo de lesão está bem indicada.

P-481 RINOSSINUSITE FÚNGICA INVASIVA AGUDA COM COMPLICAÇÃO ORBITÁRIA E INTRACRANIANAAndressa dos Santos Kodama, Luis Felipe Lopes Honorato, Henrique de Mello Barletta, Fernando Veiga Angélico Junior, Priscila Bogar

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

Apresentação do caso: L.C.C., 71 anos, sexo masculino, diabé-tico, em tratamento irregular. Há 2 semanas da admissão iniciou rinorreia, tosse produtiva e mal-estar geral, diagnosticado como pneumonia e orientado tratamento domiciliar. Após 7 dias, evoluiu com piora do estado geral, emagrecimento de 6 kg e surgimento de flogose e paresia da hemiface esquerda, além de alterações oftal-mológicas ipsilaterais (hiperemia conjuntival, secreção purulenta, amaurose, oftalmoplegia, abolição do reflexo fotomotor e exoftal-mia). Nasofibrolaringoscopia com crostas e secreção purulenta na fossa nasal esquerda. Tomografia de crânio e seios paranasais com espessamento de células etmoidais anteriores e posteriores, seios maxilar, esfenoide e frontal esquerdos; conteúdo com densidade de partes moles na fossa nasal esquerda e conteúdo com densidade de partes moles retro-orbitário pós-septal à esquerda. Angiorresso-nância de crânio evidenciando trombose subtotal de seio cavernoso à esquerda. Foi submetido à sinusectomia endoscópica endonasal, debridamento de tecido necrótico de concha inferior e parede la-teral nasal esquerda, além de acesso frontal externo via Lynch para drenagem e descompressão de abcesso retro-orbitário e coleta de material para análise anatomopatológica, o qual resultou sugestivo da presença de fungo da espécie mucor. Iniciada terapia antifúngi-ca sistêmica com anfotericina B, controle glicêmico rigoroso e te-rapia nutricional. Recebe alta após 116 dias, em bom estado geral, com posaconazol via oral e acompanhamento ambulatorial. Discussão: Rinossinusite fúngica invasiva aguda ocorre em indiví-duos imunocomprometidos, evoluindo com invasão vascular ao exa-me histopatológico. Compreende as síndromes atribuídas a mucor em diabéticos e os quadros fulminantes causados por aspergillus. A terapia antifúngica com anfotericina B associada a debridamen-to cirúrgico precoce é a mais adequada. Posaconazol, um agente antifúngico triazol de largo espectro, tem eficácia comprovada no tratamento e prevenção de infecções fúngicas resistentes a outros antifúngicos. Considerações finais: Embora as taxas de sobrevida permaneçam abaixo de 60%, o resultado do tratamento deste paciente foi favo-rável com o esquema adotado.

P-482 MELANOMA NASAL: RELATO DE CASOUlisses Meireles Filgueiras Filho, Aline Saraiva Martins, Anna Caroline Rodrigues de Souza Matos, Clara Mota Randal Pompeu, Marcos Rabelo de Freitas, Viviane Carvalho da Silva, André Alencar Araripe Nunes,

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 73 anos, apre-sentou história de lesão sangrante na cavidade nasal esquerda, com crescimento progressivo, removida cirurgicamente em junho de 2014 em outro serviço, sem realização de exame histopatológico. Oito meses depois, apresentou recidiva, com crescimento rápido, obstrução completa da cavidade nasal esquerda, dor orbital ipsila-teral e palatal à mastigação. Procurou o serviço de otorrinolarin-gologia do HUWC em junho de 2016, sendo realizada nasofibros-

copia que revelou tumor carnoso, irregular e friável, obstruindo cavidade nasal esquerda, abaulando o septo contralateralmente. TC de seios paranasais evidenciou material com densidade de teci-dos moles ocupando a metade anterior da cavidade nasal esquerda, obliterando coluna aérea. Realizada exérese cirúrgica da lesão com margens de segurança por degloving mediofacial esquerdo, com re-tirada de toda lesão, da mucosa do assoalho nasal e concha inferior esquerda, além da parede medial do seio maxilar esquerdo, pois observou-se tumoração enegrecida e friável de inserção no assoa-lho nasal esquerdo. Resultado histopatológico concluiu tratar-se de melanoma melanocítico, com ausência de neoplasia na concha in-ferior esquerda e parede lateral da maxila esquerda. Encaminhada ao serviço de oncologia para seguimento clínico. Discussão: O melanoma na cavidade nasal é uma apresentação rara, correspondendo a menos de 1% dos melanomas e entre 2 e 8% dos tumores malignos nasossinusais. Devido à localização, apresen-ta demora a manifestar sintomas (principalmente obstrução nasal unilateral e epistaxe) e os pacientes descobrem a afecção tardia-mente. Portanto, a sobrevida em 5 anos é de apenas 20 a 30%. O diagnóstico é confirmado por exame histopatológico e imuno-histo-química. O tratamento é feito com extirpação cirúrgica do tumor com margem de segurança, além de radioterapia e quimioterapia. Considerações finais: É importante uma pronta avaliação endoscópica em casos de obstrução nasal unilateral progressiva, sobretudo em pacientes idosos, pelo risco de neoplasia maligna. Lesões visualizadas devem ser extirpadas. Tumores enegrecidos são suspeitos de melanoma.

P-483 LINFOMA DE ÓRBITA CAUSANDO DACRIOCISTITE EM PACIENTE MASCULINO DE 38 ANOSRodrigo Alvarez Cardoso, Rafael Locks, Luiza Heineberg, Carolina Policeno Paulin, Mariana Alcalde Torres

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma, SC, Brasil

Apresentação do caso: E.M.M., sexo masculino, 38 anos, queixa-se de edema palpebral inferior do olho esquerdo associado a lacri-mejamento, dor e hiperemia local, iniciados há 2 semanas. Após suspeita de dacriocistite aguda, paciente foi internado para rea-lização tratamento clínico. Com a resolução do quadro, foi soli-citada tomografia computadorizada, que evidenciou obstrução do canal lacrimal. Apesar de realizada intervenção cirúrgica, paciente manteve queixa de obstrução, sendo necessário nova investigação, que confirmou a perviabilidade do canal, solicitando-se então uma ressonância nuclear magnética a fim de elucidar o quadro. Nesta, evidenciou-se massa em região de órbita esquerda estendendo-se para gordura pré-septal da pálpebra inferior, bem como para o saco lacrimal. Realizada biópsia da região, com diagnóstico de linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B. Paciente submetido à res-secção total do tumor, com recidiva após tratamento cirúrgico, ne-cessitando de quimioterapia. Discussão: Embora raros, linfomas são os cânceres mais comuns da órbita, representando cerca 55% dos tumores malignos dessa estrutura. Usualmente são primários, com uma pequena porcen-tagem ocorrendo doença sistêmica concomitante. Entre os tipos hitológicos mais comuns destacam-se o linfoma MALT e o linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B. Ocorre com mais fre-quência na 5ª ou 7ª década de vida, com leve predomínio do sexo feminino. Normalmente se apresenta como uma massa indolor, de crescimento lento e progressivo, uni ou bilateral. Os sintomas mais comuns são massa palpebral e exoftalmia. Aproximadamente 50% dos linfomas acometem o saco lacrimal, podendo ser confun-dido com dacriocistite. Dentre as opções terapêuticas destaca-se a quimioterapia sistêmica associada ou não à radioterapia, com prognóstico favorável.

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Considerações finais: O conhecimento dessa patologia como uma possível causadora de dacriocistite é importante para os otorrino-laringologistas, uma vez que, em muitas ocasiões, são os primeiros profissionais a serem procurados pelo paciente com essas queixas. A detecção precoce é fundamental, por se tratar de uma doença possivelmente curável.

P-484 RINOSCLEROMAMariana Gomes Siqueira, Alessandra Pereira dos Santos, Loyane Lisieux Bronzon Vasconcelos, Bárbara de Melo Torres Alves, Cheng T-Ping, Sérgio Edriane Rezende, Márcio Fernando Cardoso

Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 54 anos, as-mático, com queixas de obstrução nasal e mau cheiro na narina direita. Passado de duas cirurgias nasais e resultado de biópsia com tecido de granulação. A videonasoscopia mostrou pólipos e tumora-ção em meato inferior e médio direito. Tomografia computadoriza-da: aumento de densidade de partes moles, heterogênea, amorfa, com expressivas áreas hiperatenuantes de permeio, ocupando o seio maxilar direito, alargando a unidade ostiomeatal ipsilateral e ocupando a cavidade nasal. No ato cirúrgico, suspeita de papiloma invertido associado a pólipos. Realizada ressecção do tumor e am-pliação dos óstios maxilares. O resultado do anatomopatológico foi compatível com pólipos inflamatórios sem sinais de carcinomatose; porém, devido à agressividade da lesão, foi solicitada revisão da lâmina. O novo resultado anatomopatológico evidenciou fragmen-tos de mucosa respiratória com áreas polipoides e denso infiltrado inflamatório associado, rico em eosinófilos, além de grande prolife-ração de células histiocitárias, com citoplasma espumoso em meio ao exsudato inflamatório. Foram realizadas colorações específicas ZIEHL-BAAR, giemsa (negativos) e PAS (negativo para fungos e po-sitiva para estruturas bacilares intracitoplasmáticas para histióci-tos), achados com características morfológicas de rinoscleroma. Definido o diagnóstico e, após revisão da literatura, prescrito 3 semanas de ciprofloxacino e acompanhamento trimestral. Durante 12 meses, o paciente mantém boa evolução, sem obstrução nasal ou novas lesões. Discussão: O rinoscleroma é uma doença granulomatosa crônica que pode comprometer todo o trato respiratório. Acomete princi-palmente pessoas com nível socioeconômico ruim, em aglomera-ções e com higiene precária. O rinoscleroma é endêmico em alguns países, mas na América do Sul a incidência é baixa. Considerações finais: Quando o exame anatomopatológico dei-xa dúvidas, o patologista deve ser contactado para revisão, pois o diagnóstico preciso é fundamental para o tratamento correto. Neste caso, a definição de rinoscleroma foi importante para indicar a antibioticoterapia, etapa essencial para completar o tratamento cirúrgico e possibilitar a cura do paciente.

P-485 CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EX-PAPILOMA INVERTIDO: ACESSO COMBINADO ENDOSCÓPICO E DEGLOVINGCaio Calixto Diógenes Pinheiro, Willian da Silva Lopes, Clara Mota Randal Pompeu, Krissia Braga Diniz, Érika Ferreira Gomes, André Alencar Araripe Nunes

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 66 anos, há 2 anos com obstrução nasal progressiva associada à rinorreia muco-purulenta unilateral. À rinoscopia, apresentava lesão lobulada e de coloração rósea. Foi submetida a procedimento cirúrgico com aces-

so por via externa (degloving mediofacial) e por via endoscópica combinados, sendo realizada exérese completa da lesão, incluindo periósteo. No intraoperatório, observou-se envolvimento do seio maxilar direito, com extensão para seios etmoidais e fossa nasal direita. O histopatológico evidenciou áreas com transformação para carcinoma de células escamosas, sendo encaminhada para radio-terapia adjuvante. Está atualmente no 2º ano de seguimento, sem evidências de recidiva. Discussão: O papiloma invertido é uma neoplasia benigna, com ori-gem no epitélio nasossinusal. Caracteriza-se pela invaginação do epitélio para o estroma subjacente. São tumores raros, com inci-dência de 0,5 a 1,5 caso por 100 mil habitantes, correspondendo a 0,5 a 4% de todos os tumores nasossinusais. Apesar de benigno, o papiloma invertido é localmente agressivo, tem altos índices de recidiva e associação com carcinoma de células escamosas em 5 a 15% dos casos, por isso, muitos cirurgiões adotam procedimentos radicais extranasais como tratamento de escolha para estes tumo-res. Entretanto, com a evolução da técnica endoscópica, os be-nefícios desta modalidade cirúrgica sobre abordagens tradicionais, como rinotomia lateral, degloving e acesso via sublabial, vêm sendo discutidos. A técnica endoscópica endonasal utilizada como forma exclusiva de tratamento ou como forma combinada a um acesso ex-terno tem demonstrado a mesma efetividade que as cirurgias aber-tas, com menor morbidade e reduzido tempo de hospitalização. Considerações finais: O uso do endoscópio é uma importante fer-ramenta no tratamento do papiloma invertido nasossinusal e carci-noma associado.

P-486 RABDOMIOSSARCOMA PLEOMÓRFICO NASAL, PARANASAL E ORBITAL DIREITO: UM RELATO DE CASOLucas Cunha Ferreira Castro Tolentino, Tatiane Bordignon Uliana, Ariadne Fonseca Carvalho Silva, Martinho da Palma e Mello Neto, Thaisa Consorte Domingues, Julia do Carmo Binotto, Marco Aurélio Franco de Godoy Belfort

Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil

Apresentação do caso: J.V.V.O, 22 anos, sexo masculino, procurou o pronto-atendimento do Hospital Regional de Presidente Pruden-te, queixando-se de perda progressiva da acuidade visual direita há 1 mês que, em 15 dias, evoluiu com extensa proptose ocular e aparecimento de massa com aspecto mucoso na região orbital infe-rior direita. Realizou-se tomografia computadorizada dos seios da face, constando uma lesão expansiva na cavidade orbitária e nasal, projetando-se no seio maxilar direito. Efetuou-se fibronasolaringos-copia que evidenciou uma lesão expansiva na fossa nasal direita, desviando o septo nasal contralateralmente. Foi realizada sinusec-tomia transmaxilar, esfenoidal e etmoidal à direita, com exérese parcial de tumor craniano por via endoscópica, cujo anatomopa-tológico com imuno-histoquímica resultou em neoplasia imatura pouco diferenciada, constituída por células com acentuado pleo-morfismo e anaplasia sugestivos de rabdomiossarcoma embrionário. Diante disso, iniciou-se radioterapia e quimioterapia adjuvantes, que resultaram em melhora do quadro e redução da massa tumoral orbital. O paciente continua realizando sessões de quimioterapia e acompanhamento periódico com equipe multiespecializada. Discussão: O rabdomiossarcoma é a neoplasia maligna mais comum de partes moles, rara em adultos, e localiza-se principalmente na cabeça e no pescoço. O subtipo embrionário apresenta melhor prognóstico em crianças, porém é mais agressivo em adultos. Os si-nais e sintomas dependem da localização do tumor primário, sendo que, nos tumores orbitários, a proptose rapidamente progressiva é a manifestação mais comum. A biópsia e os exames de imagem são essenciais para o planejamento do tratamento, que é individualiza-do e consiste em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

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Considerações finais: A anamnese correlacionada com exames de imagem e biópsia foram fundamentais para o diagnóstico e o planejamento de terapia adjuvante. A sinusectomia adjunta com a quimioterapia e a radioterapia diminuíram significativamente o tamanho do tumor.

P-487 CARCINOMA ESCAMOSO BASALOIDE — RELATO DE CASOGabriela Oliveira Monteiro, Patrícia Bittencourt Barcia Barbeira, Wallace Nascimento de Souza, Natashi Nizzo, Luiza Mello de Souza, Thamiris Cristina Santos Lopes, Sara Costa Gomes

Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: H.B.P., 63 anos, sexo masculino, procurou nosso serviço com queixa de obstrução nasal à esquerda iniciada há 3 meses. Negava tabagismo. Rinoscopia anterior: desvio septal para a esquerda. Endoscopia nasal: lesão de aspecto polipoide na fossa nasal esquerda. Magnética e tomografia computadorizada dos seios paranasais com contraste evidenciaram velamento do seio maxilar esquerdo e espessamento tecidual ocupando cavidades nasal es-querda, com extensão à rinofaringe, podendo corresponder à rinos-sinusopatia polipoide ou formação expansiva originária das cavida-des nasais. Realizada remoção endoscópica da lesão com biópsia de congelação, que evidenciou carcinoma escamoso basaloide. O paciente foi encaminhado à radioterapia. Discussão: Na presença de lesão polipoide unilateral, diversos tumores epiteliais e mesenquimais, além de anormalidades ana-tômicas nasossinusais, devem ser consideradas como diagnóstico diferencial, dentre eles papiloma invertido, nasoangiofibroma juvenil, adenoma pleomórfico, adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas. Carcinoma de células escamosas basaloide é uma variante rara e agressiva de carcinoma de células escamo-sas, visto principalmente no trato aerodigestivo superior. Várias modalidades de tratamento têm sido relatadas, incluindo a ex-cisão cirúrgica suplementada com quimioterapia radioterapia/ adjuvante. Considerações finais: No caso relatado, a queixa de obstrução na-sal unilateral de início recente, associada ao achado de lesão de aspecto polipoide unilateral à endoscopia nasal apontaram para a necessidade de complementação com exames de imagem e análise histopatológica, a qual confirmou o diagnóstico de carcinoma esca-moso basaloide em cavidade nasal esquerda.

P-488 LINFOMA DE CÉLULAS B DE ALTO GRAU DE AMÍGDALA: RELATO DE CASOCamila Pereira de Moraes, Thais Brunheroto, Mariana Barroso Scaldini, Matheus Moro Rabesquine, Fabio Augusto Winckler Rabelo

Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Santos, Santos, SP, Brasil

Apresentação do caso: K.L.L., 8 anos, iniciou quadro de halito-se há 7 dias, sendo diagnosticada com amigdalite. Após 2 meses, iniciou quadro de sudorese noturna, aumento da halitose, otalgia à esquerda, linfonodomegalia cervical dolorosa e lesão necrótica, friável e amarelada na amígdala esquerda. Foi realizada tomografia computadorizada de pescoço, que evidenciou imagem isoatenuante lobulada de limites indefinidos em rino/orofaringe e laringe à es-querda, reduzindo coluna aérea. Realizado biópsia e imuno-histo-química da lesão, com diagnóstico de linfoma de células B de alto grau. A paciente foi encaminhada para a quimioterapia por 1 ano, com melhora do quadro.

Discussão: Os linfomas são um conjunto de doenças linfoprolifer-tivas variadas. Linfomas não Hodgkin são um grupo de neoplasias linfoides malignas extremamente heterogêneas e podem acometer sítios extranodais. O local mais comum dos LNH extranodais é o anel de Waldeyer, mais especificamente, as tonsilas palatinas. O linfoma difuso de células B é o tipo histológico mais comum, e acomete principalmente adultos. Na cavidade oral, representam cerca de 2% de todos os LNH e acometem, em sua maioria, pacien-tes entre 50 e 60 anos. As manifestações clínicas são variadas e incluem linfadenomegalia, disfagia/odinofagia, doença exatrano-dal e emergências oncológicas. O diagnóstico pode ser complicado pelo baixo índice de suspeita clínica, sendo indicada a realização de biópsia incisional para o exame imuno-histoquímico. O trata-mento é realizado com esquema quimioterápico, associada ou não à radioterapia. Considerações finais: Os autores apresentaram um caso de linfo-ma não Hodgkin de amígdala em uma menina de 8 anos de idade com sintomas atípicos. Devido ao baixo índice de suspeita clínica, o diagnóstico deve ser realizado precocemente com biópsia e imuno- histoquímica para posterior tratamento quimioterápico.

P-489 ANAFILAXIA PERIOPERATÓRIA À CLOREXIDINA DURANTE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO COM SEPTOPLASTIA: RELATO DE CASO

Leonardo Ramos Ribeiro de Oliveira, Evandro Ribeiro de Oliveira, Ana Paula Teixeira de Abreu, Evandro Ramos Ribeiro de Oliveira, Fernando Monteiro Aarestrup, Vitor Ramos Ribeiro de Oliveira, Ana Flávia Teixeira de Abreu

Hospital Evandro Ribeiro, Juiz de Fora, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 25 anos, com desvio de septo nasal, sinusite crônica e hipertrofia dos corne-tos. História prévia de alergia à dipirona, anti-inflamatórios não hormonais e penicilina. Foi submetida à septoplastia, turbinec-tomia e sinusectomia maxilar. Para indução anestésica, usou-se midazolam, fentanil e propofol. Ao término do procedimento, foi feita antissepsia com clorexidina. Após 15 minutos, a paciente foi encaminhada para o quarto, iniciando edema periorbitário e dis-cretos sibilos. Não apresentou taquicardia, queda na saturação de oxigênio e urticária. Administrou-se prometazina 0,1 mg intra-muscular, hidrocortisona 500 mg endovenosa e 0,5 mL de epine-frina 1:1000 intramuscular no músculo vasto lateral da coxa, com melhora imediata do quadro clínico. Foi encaminhada ao alergista para pesquisa do agente causador da anafilaxia. Realizado prick test com os medicamentos utilizados na cirurgia — clorexidina, lidocaína, cefalotina, acetilcisteína, cloranfenicol e cefalosporina —, positivo para clorexidina e negativo para as outras substâncias. Após detalhada anamnese, paciente relatou edema labial prévio com o uso de enxaguante bucal contendo gluconato de clorexidina em sua composição química. Discussão: Complicações durante a anestesia geral têm múltiplas causas, entre as quais as reações alérgicas são raras. A taxa de anafilaxia varia entre os relatórios, mas é global estimada em 1 por 10.000-20.000 procedimentos anestésicos. Cada vez mais tem sido relatado a clorexidina como indutora de anafilaxia, já que é um desinfetante muito utilizado no hospital, bem como nos cuidados de saúde privado. Considerações finais: A anafilaxia perioperatória à clorexidina é muitas vezes grave e facilmente ignorada. Ela pode ser fatal e é provável que volte a ocorrer na reexposição. Por tal motivo, deve-se assegurar que todas as suspeitas reações anafiláticas sejam devi-damente investigadas, com o objetivo de evitar futuras exposições com danos potenciais.

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S170 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-490 PRÓTESE NASAL COMO ALTERNATIVA DE TRATAMENTO EM RINITE ATRÓFICA SECUNDÁRIA APÓS MIÍASEElvira Lopes da Silva, Francisco José de Lima, Juliana Peraro Miguel, Rafaela Miranda Condé de Oliveira, Daniela Toledo de Aguiar, Isabela Conti Abile, Osvaldir Padovani Junior, Fausto Antônio de Paula Junior

Santa Casa de Limeira, Limeira, SP, Brasil

Apresentação do caso: A.B.P, 79 anos, sexo feminino, com histórico de cacosmia, obstrução nasal e epistaxe na fossa nasal direita, sendo visualizada, em rinoscopia anterior, larvas de miíase. Realizado re-moção manual associada com administração de Ivermectina oral e na fossa nasal. J.A.S.F, 80 anos, sexo masculino, com queixa de epistaxe na fossa nasal esquerda, sendo visualizado, em rinoscopia, larvas de miíase e nasofibroscopia com evidência de destruição de cornetos in-ferior e médio. Realizado o mesmo tratamento que a paciente ante-rior. Ambos os pacientes evoluíram com rinite atrófica após miíase e estavam em acompanhamento semanal para remoção das crostas. O cirurgião bucomaxilo do serviço confeccionou próteses nasais à base de resina acrílica autopolimerizável. Após 7 dias de uso, pacientes evoluíram com importante diminuição das crostas. Discussão: A rinite atrófica é classificada em simples, secundária e ozenosa. A rinite atrófica secundária ocorre após uma agressão da mucosa nasal, como infecção local, doença granulomatosa ou cirurgia nasal. O quadro clínico caracteriza-se por crostas sem fe-tidez, evidenciando na tomografia, reabsorção óssea, atrofia de mucosa das conchas nasais e alargamento da cavidade nasal. O tratamento cirúrgico tem bons resultados, podendo ser realizado estreitamento das cavidades nasais e cirurgias de desnervação. O uso de próteses nasais é uma alternativa para os pacientes que não tiveram resposta com o tratamento clínico e não estão aptos para a cirurgia. É feito de um material impermeável e incapaz de provocar hipersensibilidade na mucosa, ficando ajustado na parede da fossa nasal, ocupando todo diâmetro do vestíbulo até o nível da cabe-ça do corneto inferior. Tem como função evitar a desidratação dos exsudados, decorrentes do excesso arejamento das fossas nasais, dificultando, assim, a formação de crostas. Considerações finais: O uso de prótese nasal é uma alternativa para os pacientes que apresentaram rinite atrófica secundária à infecção por miíase, evoluindo com importante diminuição na for-mação das crostas.

P-491 MENINGOENCEFALOCELE POR DEFEITO EM LÂMINA CRIVOSADanielle Cabral Ciafrone, Haizza Cristina de Almeida Monteiro, Daniel Villela e Silva, Priscila Castricini Mendonça Pimentel, Marcelo Nogueira da Silva, Jair Pimentel Alvim, Leonardo de Oliveira Valença

Hospital Central do Exército (HCE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 57 anos, parda, militar, hipertensa, portadora de fibromialgia, com internação em 2015 devido à meningite bacteriana. Foi encaminhada pela infec-tologia à otorrinolaringologia devido à queixa de obstrução nasal e saída de líquido em água de rocha na fossa nasal esquerda. Nega cirurgias, traumas cranioencefálicos ou outras comorbidades. Du-rante exame otorrinolaringológico, foi evidenciado, à endoscopia nasal, fossa nasal esquerda com tumor brancacento e perolado no meato médio estendendo-se até concha nasal inferior. Tomografia computadorizada: imagem sugestiva de descontinuidade óssea da lâmina lateral esquerda da placa cribiforme com herniação de me-ninge e tecido cerebral. O diagnóstico final foi de meningoencefa-locele por defeito na lâmina crivosa, do subtipo transetmoidal. Foi

encaminhada para o serviço de neurocirurgia, o qual optou por uma conduta conservadora. Discussão: Este relato de caso visa abordar um caso de menigoen-cefalocele por defeito da lâmina crivosa de etiologia desconhecida. Um caso raro na literatura, já que não há história de trauma prévio. Visamos, então, discutir a clínica, diagnóstico, possíveis complica-ções e condutas em casos semelhantes. Considerações finais: As meningoencefaloceles são herniações de meninge e tecido cerebral por defeitos na base do crânio. Quinze por cento são nasais, podendo ser divididas em dois tipos: frontoet-moidais e basais, tendo etiologia similar aos gliomas. O tratamento geralmente consiste na exérese cirúrgica, que depende do tipo e da localização da herniação. No caso desta paciente, optou-se por conduta expectante com acompanhamento regular.

P-492 RETRAÇÃO INTERSTICIAL DE CORNETOS INFERIORES POR COBLATION — EXPERIÊNCIA INICIAL EM UM SERVIÇO DE RESIDÊNCIA EM SÃO PAULOÁlvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, Thiago Xavier de Barros Correia, Victor José Timbó Gondim, David Roberto Claro, Isabela Tavares Ribeiro, Thiago Ribeiro de Almeida, Denison Stock Fomin

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Objetivo: Avaliar técnica e resultados da retração intersticial de cornetos inferiores por Coblation desempenhada por residentes em treinamento em um serviço de São Paulo (SP). Método: Selecionados 5 pacientes de um ambulatório de otorrino-laringologia com queixas de obstrução nasal por período maior que 6 meses, refratária ao tratamento clínico com corticoesteroides na-sais. Realizada retração intersticial com Coblation através de pon-teira ReFlex Ultra® 45 Plasma Wand e auxílio de endoscópio rigido de 0 grau acoplado a sistema de video Stryker 1188®. Avaliados os pacientes através de nível de sangramento por escala de Boezaart, complicações intraoperatórias, tempo cirúrgico, dificuldades rela-tadas pelos cirurgiões, formação de crostas e grau de satisfação respiratória pós-cirúrgica por escala CQ7. Resultados: Observamos um baixo volume de sangramento em to-dos os pacientes submetidos, sendo o maior sangramento apresen-tado Boezaart 2. O tempo cirúrgico médio para retração bilateral de cornetos foi de 35 minutos. Não foram relatadas complicações intraoperatórias, mostrando-se a técnica de fácil aplicação. Hou-ve mínima formação de crostas no pós-operatório. Verificamos, porém, um nível de satisfação respiratória parcial, não havendo melhora em todos os pacientes. Discussão: A retração intersticial de cornetos com Coblation mos-trou-se uma técnica de fácil aplicação e satisfatória segurança, faci-litando inclusive o manejo pós-cirúrgico, pela menor necessidade de limpeza de crostas e baixo índice de complicações. Observamos, po-rém, um caso de refratariedade da obstrução em um dos pacientes. Conclusão: A facilidade técnica e a relativa segurança do uso do Co-blation na abordagem dos cornetos inferiores mostraram ser essa téc-nica uma opção atrativa. Devemos estar alertas, porém, quanto à pre-sença de hipertrofias ósseas que podem reduzir a eficácia da método.

P-493 CISTO PERIAPICAL COM ACOMETIMENTO NASAL OBSTRUTIVO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAVictor José Timbó Gondim, Ney Penteado de Castro Neto, Dalila Araújo Mota, David Roberto Claro, Thiago Xavier de Barros Correia, Isabela Tavares Ribeiro, Thiago Ribeiro de Almeida

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S171

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 51 anos, com queixa de obstrução nasal unilateral esquerda há 2 anos associada à hiposmia, atendida no serviço de otorrinolaringologia da Universi-dade de Santo Amaro. Refere tratamentos prévios com medicações tópicas nasais, sem melhora. Ao exame, apresentava abaulamento em região de parede lateral nasal esquerda obstrutiva, com exten-são para região maxilar, palpável ao exame da pele e do vestíbulo oral. A TC evidenciava uma lesão de bordos bem delimitados com extensão para região de seio maxilar, abaulando parede nasal late-ral esquerda. Como tratamento, optou-se por exérese cirúrgica da lesão por acesso vestibulomaxilar. O anátomo patológico confirmou a hipótese de cisto periapical, havendo boa recuperação no pós- operatório, com regressão completa dos sintomas nasais. Discussão: Os cistos periapicais, também conhecidos como cistos radiculares, são formações odontogênicas originadas de remanes-centes epiteliais no ligamento periodontal em consequência à ne-crose da polpa dentária. Normalmente, são diagnosticadas em exa-mes radiográficos de rotina, dada a pobre sintomatologia. A maioria localiza-se na região maxilar. Clinicamente, a lesão é geralmente pequena, assintomática e confinada à região maxilar. As caracte-rísticas clínicas do presente cisto relatado devem ser consideradas como inusuais, graças ao seu crescimento exarcebado e à subse-quente sintomatologia descritas nessa paciente. Considerações finais: Apesar de ser uma lesão infrequente na prá-tica otorrinolaringológica, deve ser cuidadosa a propedêutica clíni-ca-radiológica, para o correto diagnóstico e tratamento dos cistos periapicais.

P-494 RINOLITO GIGANTE BILATERAL: RELATO DE CASOLuis Felipe Lopes Honorato, Ana Paula Assunção Cecilio, Gabriela Carolina Nazareth Pinto, José Ronaldo de Souza Filho, Rogerio Fernandes Nunes da Silva, Fernando Veiga Angelico Junior, Priscila Bogar

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

Apresentação do caso: V.B.S., 55 anos, sexo masculino, ex-funcio-nário de fábrica de papel, com queixa de obstrução nasal e rinor-reia serossanguinolenta bilateral acompanhado de hiposmia há 10 anos, com piora há 1 ano. À rinoscopia, massa pétrea e secreção fétida nas fossas nasais bilateralmente. Tomografia de seios da face recente evidenciava lesão pétrea em ambas as fossas nasais, ocu-pando toda a cavidade, com extensão para rinofaringe. Realizada a hipótese de rinolito e indicada cirurgia endoscópica nasal com exérese de rinolitos gigantes bilateralmente. O exame anatomo-patológico descreveu material proteináceo, acelular, com focos de calcificação e ausência de sinais de malignidade. Discussão: Rinolitos são massas calcificadas localizadas na cavidade nasal e podem causar sintomas como obstrução nasal, odor fétido, secreção purulenta e dor facial. A rinolitíase é formada a partir da presença de um corpo estranho na fossa nasal, gerando uma atividade inflamatória que leva ao depósito de sais de cálcio e mag-nésio, além de substâncias orgânicas, e o seu enclausuramento com aumento progressivo. A origem do corpo estranho pode ser exóge-na, na maioria dos casos, ou endógena. Sua etiologia, muitas vezes, não é definida devido ao difícil reconhecimento da entidade cau-sadora. O seu diagnóstico geralmente é negligenciado e ocorre de maneira incidental quando avaliadas suspeitas de origem infeciosas como rinossinusite ou mesmo a rinite alérgica, principalmente na realização de radiografia ou tomografia de seios paranasais. Considerações finais: No caso relatado, o paciente apresentou evidências tanto aos achados clínicos quanto tomográficos de uma condição clínica de rara ocorrência. Seu acometimento nasal bila-teral e suas dimensões constituem uma apresentação atípica da-quela encontrada na literatura internacional. A bilateralidade do rinolito descrito pode estar relacionada com o fato de o paciente

ter inalado papel durante anos, devido a sua ocupação profissio-nal. Isso reforça, portanto, o uso de equipamentos de proteção nesses profissionais.

P-495 ACESSO DE NEUMANN PARA PÓLIPO ANTROCOANAL RECIDIVANTE EM ADULTO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURACarolina Gioia Monteiro, Renata Cunha Alencar, Edson Carlos Miranda Monteiro

Hospital Stella Maris, Guarulhos, SP, Brasil

Apresentação do caso: M.J.C.S.S., 46 anos, sexo feminino, com obstrução nasal e halitose recidivantes há 9 anos. Esteve pela pri-meira vez em nosso serviço em 2012, sendo realizada nasofibros-copia que evidenciou sinais de etmoidectomia e antrostomia di-reita endoscópica, feitos para retirada de cisto maxilar em 2007. Indicada nova antrostomia, não realizada. Paciente retorna após 2 meses (4/15/2012), com obstrução nasal intensa. Feitas cirur-gias em 6/2012 (septoplastia, turbinectomia parcial, antrostomia e etmoidectomia bilateral). Retorna em 10/16 com obstrução nasal persistente à esquerda, indicada revisão cirúrgica de concha nasal. Paciente retorna em 2/2016 com secreção mucopurulenta à esquer-da, obstrução nasal e grande pólipo nasal. Tomografia de seios da face identifica pólipo antrocoanal à esquerda. Indicada nova abor-dagem cirúrgica com acesso de Neumann e associada à tecnica en-donasal combinados. Discussão: O pólipo antrocoanal, ou de Killian, é uma lesão polipoi-de solitária benigna, com maior incidência em crianças e adultos jovens, representando 4-6% de todos os pólipos nasais. Origina-se de hipertrofia da mucosa do seio maxilar e desenvolve-se para a cavidade nasal e em direção à coana. Clinicamente, observa-se obstrução nasal unilateral e rinorreia purulenta. No caso apresen-tado, com o pólipo antrocoanal diagnosticado, optou-se pelo acesso de Neumann, que consiste em uma antrostomia externa (menores complicações que o acesso de Caldwell-Luc), associada com acesso endonasal. Paciente apresenta-se assintomática. Considerações finais: Pólipos antrocoanais são lesões polipoides mais comuns em jovens. No caso em questão, os sintomas se inicia-ram por volta de 30 anos de idade. A técnica combinada de cirurgia endonasal e acesso externo é muito efetiva para a resolução do pó-lipo antrocoanal com menos chances de recidiva. A incisão de Neu-mann foi a escolhida devido menor morbidade no pós-operatório.

P-496 AMELOBLASTOMA DE ORIGEM NASOSSINUSAL: RELATO DE CASOLetícia de Ávila Cambraia, Edson Junior de Melo Fernandes, Camila Taniguti Cordeiro Vasco, Blenda Avelino Soares, Paola Morales Salarini

Hospital Geral de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: J.F.S, 61 anos, sexo masculino, branco, relatava obstrução nasal à direita, sensação de peso em região maxilar e cefaleia. Quadro insidioso. Negava alterações dentárias. Rinoscopia apresentava lesão sólida avermelhada na fossa nasal di-reita. Tomografia computadorizada (TC) de seios da face evidenciou lesão expansiva no seio maxilar direito, com alargamento de com-plexo óstio-meatal, velamento do seio frontal direito e etmoide bilateral. Submetido à sinusectomia endoscópica para exérese de lesão. Anatomopatológico (AP) compatível com ameloblastoma. Pa-ciente evoluiu bem, mas em nova TC apresentou resto tumoral no maxilar e foi submetido a novo procedimento cirúrgico. Realizou TC de controle, que não demonstrou novas lesões. Mantém acompa-nhamento no serviço.

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S172 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Discussão: O ameloblastoma é um tumor benigno. Acredita-se que surge do epitélio odontogênico, ocorrendo principalmente no nível da mandíbula. Origem primária do trato nasossinusal é incomum. Representa aproximadamente 1% dos tumores orais, sendo 20% encontrados no osso maxilar, podendo estender-se até o seio maxilar, fossas nasais, órbita e base do crânio. Mais comum nas 3ª e 4ª décadas de vida, em mulheres e negros. Ameloblasto-ma maxilar geralmente apresenta crescimento lento e indolor, o diagnóstico é tardio, sendo que a invasão destas estruturas pode auxiliar. O sintoma mais comum do ameloblastoma maxilar é o abaulamento indolor envolvendo parte da maxila. Excisão cirúr-gica é o tratamento de primeira escolha, podendo ser a cirurgia conservadora (polipectomia) ou mais agressiva (maxilarectomia radical). O caso relata uma apresentação rara do ameloblastoma de origem primária nasossinusal e que não corresponde à epide-miologia comum da doença. Optou-se por excisão cirúrgica con-servadora nas duas ocasiões e paciente não apresentou recorrên-cia até o momento. Considerações finais: O caso acima apresenta um paciente com sintomas de rinossinusite crônica, no qual a TC e AP foram cruciais para o diagnóstico final devido à falta de evidências clínicas que poderiam sugerir ameloblastoma.

P-497 ANGIOMIOMA DE SEIO FRONTAL ESQUERDO — UM RARO RELATO DE CASOMurilo Carlos Gimenes, Mauricio Pacheco Reis, Rafael Yoshio Kanashiro, Alvaro Ferdinando Scremin, Denis Massatsugu Ueda, Poliana Camurça, Paulo de Lima Navarro

Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil

Apresentação do caso: V.L.B.L., 60 anos, sexo feminino, procurou o serviço de otorrinolaringologia queixando-se de massa extrusa e avermelhada em narina esquerda, que percebera há 7 meses. Essa tumoração apresentava crescimento moderado associado a episódios autolimitados de epistaxe. Após 3 meses, evoluiu com obstrução nasal ipsilateral. Durante exame e telescopia nasal, não foi possível averiguar a extensão da lesão devido ao grau de obstrução e extrusão. A tomografia computadorizada de seios pa-ranasais mostrou tumoração na abertura piriforme esquerda, sem realce ao contraste, obliterando parte dos meatos nasais, células etmoidais e seio frontal, medindo 7 × 5,8 × 4,8 cm, sem evidência de erosões ósseas. Durante excisão endoscópica, identificou-se a inserção da tumoração em seio frontal esquerdo. Ao exame ana-tomopatológico, identificaram-se células fusiformes e neoforma-ção vascular. Encaminhado para imuno-histoquímica, a qual iden-tificou células musculares lisas perivasculares, compatível com angiomioma ou miopericitoma. Pela associação clínica, exames e epidemiologia, chegou-se ao diagnóstico de angiomioma. O pós-operatório ocorreu sem intercorrências e a paciente está livre da doença há 3 meses. Discussão: Angiomioma nasal e de seios paranasais são extrema-mente raros, representando menos de 1% de todos os leiomiomas. Representa um tumor benigno e, apesar de infrequente, possui va-riantes malignas. Possui diagnóstico diferencial com hemangioma, leiomioblastoma e leiomiossarcoma, sendo necessário afastá-los através do exame anatomopatológico. O tratamento de escolha é a excisão endoscópica devido ao alto índice de cura e à falta de relatos de recidiva. Exames de imagem, como tomografia computa-dorizada ou ressonância nuclear magnética, não auxiliam muito no diagnóstico, porém são importantes para estabelecer planejamento do tratamento e a extensão da lesão. Considerações finais: Angiomiomas nasais e de seios paranasais são raros. A tomografia é essencial para o planejamento cirúrgico, em-bora não demonstre imagem característica dessa patologia. Devido aos seus diagnósticos diferenciais, possibilidade de malignização e

ótimos resultados ao tratamento, devem ser abordados com biópsia e intervenção cirúrgica.

P-498 RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA DE PAPILOMA INVERTIDO — RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURAGiulliano Enrico Ruschi e Luchi, Antonio Fernando Nogueira Maciel, Nathália Manhães Távora

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: T.S.N., sexo masculino, 12 anos, com obs-trução nasal bilateral há 4 anos. Exame físico evidenciou lesão de aspecto vegetante na fossa nasal esquerda (FNE), que ultrapassava vestíbulo nasal. À nasofibroscopia, não foi possível progressão da óptica em FNE; na fossa nasal direita (FND) evidenciou-se desvio septal anteroposterior e alto, impactado nas conchas nasais inferior e média. À tomografia computadorizada de seios paranasais (TC SPN), realizada em março/2015, tecido com densidade de partes moles ocupando FNE, rechaçando septo para a FND, velamento de células etmoidais e seio maxilar ipsilaterais e espessamento ósseo em etmoide anterior esquerdo compatível com origem da lesão. Foi diagnosticado com tumoração nasal de etiologia a esclarecer e, em maio/2015, realizou-se ressecção total via endoscópica en-donasal. Exame histopatológico evidenciou papiloma nasossinusal schneideriano com padrão de crescimento invertido. Encontra-se em acompanhamento ambulatorial, com melhora total das queixas e ausência de recidiva até o momento. Discussão: Papiloma invertido (PI) é um tumor nasal raro, benig-no,de etiologia indefinida e incidência 0,75 a 1,5 caso por 100 mil habitantes/ano. Representa 0,5 a 4% dos tumores nasais, 91 a 99% dos casos são unilaterais e normalmente se origina da parede late-ral da cavidade nasal. Possui crescimento agressivo, potencial de invasão, índices elevados de recidiva e malignização. Geralmente acomete pacientes do sexo masculino, entre 5ª e 6ª décadas de vida, diferentemente do caso em questão. Pode causar obstrução nasal, rinorreia, epistaxe, anosmia e cefaleia. Estende-se para fora da cavidade nasal em 7% dos casos, assim como no paciente. O tra-tamento é cirúrgico e pode ser realizado via nasal não endoscópica, extranasal limitada, extranasal radical e endonasal endoscópica. Alguns autores preconizam a abordagem endonasal sempre que pos-sível, como foi conduzido. Considerações finais: PI deve ser aventado como hipótese nos tu-mores nasais, independentemente da idade. Com a evolução dos endoscópios, procedimentos endonasais extensos podem ser reali-zados com maior segurança e precisão.

P-499 ATRESIA DE COANA: ESTUDO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Yuri Ferreira Maia, André Pinto Villarim, Thais Eugênio Gomes, Nelson José Barboza Quintino, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Lorena Pinto de Souza Pontes

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 17 anos, foi atendido em um serviço de otorrinolaringologia do município de João Pessoa (PB), no dia 17/1/2016, com histórico de obstrução nasal crônica, que perdura desde o nascimento, sendo pior na fossa nasal direita. Foi realizada uma videoendoscopia nasal, com ótica rígida. Identificaram-se hipertrofia de cornetos inferio-res, acompanhado de estase de secreção e obliteração da coana à direita, o que não permitia a visualização do cavum (nasofa-ringe), dificultando a drenagem das secreções dessa cavidade e predispondo rinossinusites recorrentes. Na tomografia dos seios

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S173

da face verificou-se estenose de coana à direita, hipertrofia de cornetos inferiores e espessamento de mucosa de seios maxila-res. O paciente foi submetido ao procedimento cirúrgico, por via endoscópica, onde realizou-se antrostomia dos seios maxilares, turbinectomia inferior bilateral e correção da atresia da coana, expandindo a abertura nasal posterior, que comunica a cavidade nasal com rinofaringe. O paciente evolui satisfatoriamente, sem queixas obstrutivas. No pós-operatório foi feita uma videoendos-copia nasal, averiguando uma abertura efetiva da coana, com boa comunicação da cavidade com a faringe. Discussão: A atresia de coana é uma alteração anatômica que im-pede o desenvolvimento da comunicação da cavidade nasal poste-rior para a rinofaringe, podendo ser uma obstrução total ou parcial (membranosa e/ou óssea) das coanas. Considerações finais: A videoendoscopia nasal associada à tomo-grafia dos seios da face identificou a presença da atresia de coana que, com os tratamentos cirúrgico e clínico adequados, evoluiu sa-tisfatoriamente.

P-500 DOENÇA DE ROSAI-DORFMAN: RELATO DE CASOAlexandre Heringer Freire Maciel, Karolline Estrella Componodio Nunes, Washington Almeida, Livia Modesto Sotero, Natalia Couto, Thiara Lessa Silva

Hospital Otorrinos, Feira de Santana, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente 24 anos, do sexo feminino, acom-panhada no Hospital Otorrinos, em Feira de Santana (BA), de abril/ 2014 a abril/ 2016, por queixa de epistaxe de pequena/moderada quantidade, espirros frequentes, prurido nasal e respiração pre-dominantemente oral. A rinoscopia direta apresentou lesão tipo polipoide vermelho-rubi em parede lateral da fossa nasal direita. Realizou-se biópsia da lesão, que apresentou marcadores compatí-veis com doença de Rosai-Dorfman. Discussão: A doença de Rosai-Dorfman é uma entidade extrema-mente rara, existindo poucos casos relatados na literatura mun-dial. Nesses casos, os sintomas sistêmicos, como mal-estar, febre e alterações hematológicas e imunológicas, são extremamente raros. O diagnóstico da doença é difícil quando o quadro cutâneo ocorre de maneira isolada. Ela mimetiza outras doenças derma-tológicas, como xantogranuloma juvenil, retículo-histiocitoma, fi-bro-histiocitoma, xantomas e outras desordens linfoproliferativas e infecciosas. Para sua conclusão diagnóstica, é imprescindível o achado histopatológico de infiltrado inflamatório misto com histi-ócitos de citoplasma amplo, claro e contendo células inflamató-rias íntegras. Considerações finais: O relato visa demonstrar um caso de cirurgia endoscópica em paciente portadora de doença de Rosai-Dorfman. Paciente apresenta-se sem queixas até o dado momento, com me-lhora clínica apresentável e em acompanhamento com médico he-matologista, sem fazer uso de terapia medicamentosa. O caso visa apresentar, na literatura, uma doença rara em que o tratamento cirúrgico endoscópico melhorou significativamente o sintomas otor-rinolaringológicos da paciente.

P-501 SÍNDROME DE WOAKES — RELATO DE CASOManoela Paiva de Oliveira, Andreza Mariane de Azeredo, Camila Degen Meotti, Otavio Bejzman Piltcher, Amanda Lucas da Costa, Francesco Prezzi

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 52 anos, en-caminhada por obstrução nasal bilateral há 3 anos, com piora

progressiva. Referia anosmia, rinorreia hialina persistente, pruri-do nasal, roncos e apneias esporádicas. Apresentava hipertensão arterial sistêmica, asma controlada e rinite alérgica. Sem intole-rância ao AAS e sem antecedentes relevantes na história familiar. Ao exame físico, presença de pólipo visível em orofaringe, prove-niente do cavum; extensa polipose nasal, ocluindo completamen-te as cavidades nasais, com acometimento da região vestibular, além de alargamento importante da pirâmide nasal. A tomografia computadorizada de seios da face revelava preenchimento total das cavidades nasais e seios paranasais por material com densi-dade de partes moles, com imagens de aspecto polipoide fazen-do protrusão anterior e posterior pelas coanas. Foi submetida à cirurgia, com remoção das lesões polipoides com antrostomias maxilares, etmoidectomia anterior e posterior e esfenoidecto-mia amplas bilateralmente. Necessitou de tamponamento nasal por 48 horas por sangramento difuso persistente no transoperató-rio. Exame anatomopatológico demonstrou pólipos inflamatórios. Mantém acompanhamento ambulatorial, com melhora importan-te nos sintomas. Discussão: A síndrome de Woakes é uma entidade clínica rara, de etiologia ainda desconhecida. Mais prevalente na infância, comu-mente é definida por polipose nasossinusal severa com consequente destruição da pirâmide nasal. Os pólipos geralmente apresentam recidiva. O tratamento, em geral, consiste em cirurgia endoscópica nasossinusal. Esporadicamente, estes pacientes são submetidos a cirurgias endoscópicas, associadas a osteotomias nasais quando ne-cessário. Após o manejo cirúrgico, a terapêutica tópica e, algumas vezes, sistêmica, devem ser realizadas, como tentativa de controle da recidiva dos pólipos. Considerações finais: Ressalta-se a importância de reconhecer a síndrome, devido à extensão importante e progressiva da polipo-se, com alterações funcionais e estéticas significativas, impactando fortemente na qualidade de vida desses pacientes.

P-502 RABDOMIOSSARCOMA EM SEIO MAXILARLorena Campiolo Lembi, Guilherme Solé Sampaio, Andressa Brunheroto, Leandro Luiz Lopes de Freitas, Fernando Penteado Camargo Gobbo

Hospital Vera Cruz, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: L.S.R.C., 15 anos, sexo feminino, apresenta dor em região maxilar direita e epistaxe. Endoscopia nasal com massa brilhante, lisa e rosada em meato médio à direita. Tomogra-fia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM) demostrando lesão expansiva sólida homogênea, acometendo seio maxilar, etmoide e frontal direito, com erosão óssea da parede me-dial do seio maxilar, invadindo cavidade orbitária e ducto nasolacri-mal. Em 4 dias evolui com proptose, deformidade em terço médio da hemiface direita e aumento da frequência e intensidade da epis-taxe, sendo realizado biópsia e tamponamento nasal. Diagnosticada com rabdomiossarcoma tipo alveolar, foi encaminhada para reali-zação de radioterapia e quimioterapia. Há 2 anos encontra-se com ausência de sintomas nasais e apresentando apenas xeroftalmia e leve diploplia na lateroversão. Discussão: O rabdomiossarcoma é o sarcoma de partes moles mais comum na infância. O tipo histológico alveolar (pior prognóstico) é mais comum em adolescentes, enquanto o tipo embrionário (me-lhor prognóstico) em crianças e o pleomórfico (mau prognóstico) quase exclusivo de adultos. Locais mais comuns: cabeça e pescoço (49%), extremidades (19%), trato geniturinário (18%) retroperitôneo (14%). O envolvimento orbital é o mais frequente e o antro do seio maxilar, o mais raro. Obstrução nasal, rinorreia, epistaxe e otite média recorrente são sintomas comuns. RNM e TC avalia tecidos moles e extensão da doença, respectivamente, sendo lesões infil-trativas, expansivas e destruição óssea achados frequentes. O diag-

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S174 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

nóstico é confirmado pela biópsia e o tratamento depende do tipo histológico, localização, tamanho, invasão e presença de metásta-se, sendo a combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia o tratamento ideal. Considerações finais: O rabdomiossarcoma tipo alveolar é um tumor maligno de rápida evolução e com pior prognóstico. Neste caso, a cirurgia foi contraindicada devido à localização, extensão e invasão de estruturas. Entretanto, o acúmulo de experiências permitiram o sucesso do tratamento com quimioterapia seguida de radioterapia.

P-503 DISPLASIA FIBROSA RECIDIVADA EM FOSSA NASAL REMOVIDA POR RINOTOMIA LATERAL E MAXILARECTOMIA MEDIAL: RELATO DE CASOAna Paula Valeriano Rêgo, Valéria Barcelos Daher, Alda Linhares Freitas Borges, Hugo Valer Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa, Marina Neves Rebouças, Ricardo Toledo Piza

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: K.M.G.O., 28 anos, sexo feminino, apre-sentando obstrução nasal e epistaxe à esquerda. Antecedente de cirurgia para exérese de tumor nasal há 6 anos. Nasofibrolaringos-copia com tumor vegetante coberto com crosta piossanguinolenta em meato médio e sinéquia entre concha nasal inferior e septo na-sal à esquerda. Tomografia computadorizada dos seios da face com lesão osteoblástica expansiva, heterogênea e áreas de vidro fosco, medindo 4 × 2,3 × 2,4 cm na fossa nasal esquerda. Paciente subme-tida à cirurgia, tentado via endoscópica sem sucesso, procedendo a rinotomia lateral esquerda e maxilarectomia medial para exérese do tumor. Histopatologia compatível com displasia fibrosa. Mantido acompanhamento da paciente, com a melhora da obstrução nasal e sem sinais de recidiva. Discussão: A displasia fibrosa é uma lesão pseudoneoplásica, be-nigna, de etiologia desconhecida e recidivante. Tem predileção pelos ossos da face e crânio, causando deformidade. O exame radiológico típico é de vidro fosco envolvido por tecido cortical denso. O diagnóstico definitivo é por meio do exame anatomo-patológico. Caso seja realizada a radioterapia, há aumento da chance de malignização. Dessa maneira, seu tratamento é a exé-rese da lesão, porém sem causar mutilação ou déficit funcional. A paciente apresentou lesão com difícil acesso, sendo necessária a rinotomia, deixando uma cicatriz externa. Entretanto, no pós- operatório não externou queixa estética e estava com melhora da obstrução nasal. Considerações finais: A paciente já havia sido submetida a uma cirurgia há 6 anos, possivelmente uma displasia fibrosa, mesmo diagnóstico da cirurgia atual, porém, já de grandes extensões, sen-do necessária uma rinotomia lateral com maxilarectomia medial. Mostra-se a necessidade de manter-se um acompanhamento regular após a cirurgia, para, se recidivar, retirar o tumor em menores di-mensões, permitindo um acesso menos agressivo.

P-504 TUMOR DE POTT: RELATO DE CASOAmanda Lucas da Costa, Alessandra Locatelli Smith, Manoela Paiva de Oliveira, Andressa Bernardi, Bruna Leticia Butzke, Raphaella Oliveira Migliavaca, Camila Degen Meotti

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 6 anos, apresen-tou-se ao serviço de emergência de outra uma instituição com febre e abaulamento frontal, sendo tratado conservadoramente, com me-lhora parcial do quadro. Contudo, evoluiu com edema periorbitário e frontal à direita. A endoscopia nasal evidenciou edema em meato médio à direita e a tomografia computadorizada (TC) mostrou ve-lamento frontal e abcesso subperiosteal à esquerda sem sinais de osteomielite frontal e sem sinais de acometimento de sistema ner-voso central. Paciente foi submetido à drenagem de abcesso frontal e à antrostomia minimamente invasiva. Apresentou melhora clínica e radiológica, recebendo alta para acompanhamento ambulatorial. Discussão: A osteomielite do osso frontal é uma complicação de rinossinusite a ser avaliada em crianças e adultos jovens, princi-palmente os que apresentarem o sinal de Pott, um abaulamento mole em região frontal sem sinais flogísticos, confirmada prefe-rencialmente por uma TC de crânio e seios da face. A cintilografia com tecnécio-99m também pode ser utilizada para o diagnóstico, assim como a com gálio-67 para o acompanhamento da progressão da doença. Atualmente, o tratamento preconizado consiste em an-tibioticoterapia de amplo espectro associada à drenagem cirúrgica do abcesso. Considerações finais: A demora diagnóstica nas complicações de rinossinusite pode levar a sequelas e complicações fatais. O diag-nóstico de osteomielite frontal é firmado pela suspeita clínica e confirmado por exames radiológicos, sendo essencial um acompa-nhamento multidisciplinar para o bom prognóstico do caso.

P-505 TRATAMENTO CIRÚRGICO FUNCIONAL E ESTÉTICO DA ETMOIDITE DEFORMANTE NA SÍNDROME DE WOAKES: RELATO DE CASOJasiel Pereira de Queiroz Maciel, Adriano de Amorim Barbosa, Nathália Cavalcante Pinto, Leidianny Firmino Costa, Daniela Isabel Cevallos Zambrano, Horrara Diniz Silva, Anne Karine Rufino Correia de Oliveira

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: S.A.M., sexo masculino, 35 anos, agricultor, com queixa de obstrução nasal bilateral e alargamento da pirâmide nasal progressiva há mais de 20 anos, tendo sido submetido à abor-dagem cirúrgica funcional para remoção de polipose nasossinusal há 4 anos, evoluindo com recidiva importante do quadro obstrutivo e piora da deformidade nasal. Discussão: A síndrome de Woakes é uma entidade rara, defini-da por uma etmoidite deformante cursando com alargamento da pirâmide nasal decorrente da polipose nasossinusal, com surgi-mento desde a infância, associada à aplasia do seio frontal, bron-quiectasia e discrinia. O tratamento da etmoidite deformante inclui cirurgia endoscópica e medicação tópica, porém existem poucos relatos na literatura descrevendo o tratamento cirúrgico estético do nariz. Descrevemos o caso de um paciente adulto com recidiva da doença, que foi reabordado com cirurgia endoscópi-ca e correção da deformidade nasal por osteotomias laterais e compressão digital. O paciente evoluiu com resultado funcional e estético bastante satisfatório e segue em acompanhamento, utilizando corticoterapia tópica nasal, sem recidiva das queixas até o momento. Considerações finais: Este caso ilustra que, na síndrome de Wo-akes, os pólipos nasossinusais podem recidivar com certa frequên-cia, além de promover alterações nasais estéticas decorrentes da etmoidite deformante. Entretanto, o tratamento cirúrgico endos-cópico da polipose, associado à correção estética através de os-teotomias e compressão digital, pode ser realizado com sucesso. Além disso, o seguimento com tratamento clínico tem importância fundamental para retardar a recidiva dos sintomas.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S175

P-506 CISTO DE INCLUSÃO NASAL — RELATO DE CASOMaíra Garcia Martins, Nataly Albornoz, Sang Yun Sin, Andre Alcantara Csordas, Rui Imamura, Renata Pilan

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: R.A.S., sexo masculino, 40 anos de idade, queixa-se de nódulo em dorso nasal há dois anos, sem obstrução nasal, secreção ou sangramentos. Refere antecedente de trauma nasal há 20 anos, acompanhado de fratura, exigindo redução cirúr-gica. Exame ORL: lesão cística de 2 cm em região lateral do osso próprio nasal, indolor, com pele íntegra, sem fístulas, sem sinais inflamatórios. Ao exame endonasal totalmente normal, sem tumo-rações evidentes ou obstruções. Tomografia computadorizada (TC) — lesão cística sobre o osso nasal à direita, sem comunicação com a mucosa da fossa nasal. Tratamento — remoção completa da lesão por abordagem externa. Laudo histopatológico — lesão cística com conteúdo pastoso revestida por epitélio respiratório. Discussão: Cistos de inclusão são lesões benignas resultantes da implantação epitelial, pós-traumática. Apresentam-se como lesões nodulares, císticas, de crescimento lento, superfície lisa, móveis, posicionadas no plano subcutâneo sob pele íntegra. As regiões mais suscetíveis são as mais expostas a traumas, como couro cabeludo, face, pescoço, tórax e dorso. Podem sediar processos inflamatórios e infecções secundárias. O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras lesões císticas nasais, especialmente o cisto dermoide. Trata-se de lesão congênita, secundária à migração anormal de te-cido ectodérmico. Apresentam-se como lesões císticas ou fístulas cutâneas (infectadas ou não), contornadas por pelos, mais comuns em crianças. O exame histopatológico revela cisto revestido por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, podendo haver glândulas sebáceas em seu interior. Nos cistos nasais os exames de imagem são importantes, pois podem identificar extensão intracra-niana, comum nos cistos dermoides. Considerações finais: Apresentamos um caso de cisto de inclusão em região nasal e salientamos sua origem pós-traumática identi-ficada em anamnese detalhada. Exames de imagem auxiliam nos diagnósticos diferenciais.

P-507 MIÍASE NASAL PRIMÁRIA EM NASOFARINGE: RELATO DE CASOJorge Santiago dos Reis, Vinicius Grossi Siervo Santiago, Plinio Augusto Trindade Abreu, Cecília Cerceau Pinto Coelho, Paula Ferraz Rodrigues, Thiago Rocha Marques

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil

Apresentação do caso: M.L.G., sexo feminino, 64 anos de idade, procedente de zona rural. Veio à consulta otorrinolaringológica com queixa principal de otalgia à direita de início há 10 dias, as-sociada a dor em fossa nasal ipsilateral. Relato de obstrução nasal e espirros frequentes. Encaminhada de consulta em clínica geral, na qual foi prescrito amoxicilina 500 mg 8/8 horas por cinco dias, nimesulida 12/12 horas por três dias, ivermectina VO 12 mg em dose única, sem melhora dos sintomas. Paciente em bom estado geral, 78 kg, presença de lesões equimóticas em MMII. Otoscopia mostrava conduto auditivo externo direito pérvio, sem sinais de secreção, membrana timpânica íntegra, sem perfurações e abau-lamentos. Na endoscopia nasal, congestão e edema de mucosa com secreção catarral e material necrótico. Septo íntegro, sem perfurações ou desvios. Presença de lesões ulceradas em região posterior da cavidade nasal, mais precisamente em nasofaringe (cavum nasi) próximo ao local de comunicação tubária. O local apresentava sangramento ativo discreto e grande quantidade de

larvas com cavitação única. A paciente foi submetida à microci-rurgia endoscópica nasal sob anestesia geral com ótica de zero grau para remoção das larvas e, posteriormente, lavagem com soro fisiológico e tamponamento nasal bilateral. Após o ato cirúr-gico, realizou-se uma tomografia computadorizada, que descartou invasão óssea, porém demonstrou acometimento de partes moles dos seios paranasais. Após três dias da intervenção, retirou-se o tamponamento e uma nova endoscopia nasal revelou ausência de larvas. O seguimento foi mantido com higiene nasal. Discussão: A miíase nasal é um acomentimento infrequente, espe-cialmente em região de nasofaringe. É igualmente prevalente em ambos os sexos, e geralmente é observada em pessoas acima dos 50 anos de idade de baixa condição socioeconômica. O tratamento geralmente é bem-sucedido após a remoção cirúrgica endoscópica das larvas. Considerações finais: No decorrer da propedêutica de pacientes com miíase nasal primária, a hipótese da apresentação em locais incomuns, apesar de sua raridade, deve ser sempre aventada devi-do ao seu potencial de complicações.

Área Temática: Otorrinolaringologia Pediátrica

P-508 CIRURGIA DE BASE DE CRÂNIO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: CONSIDERAÇÕES E DIFERENÇAS COM ADULTOSDiego Toniolo do Prado, Catarina Couras Lins Toniolo do Prado, Andrei Fernandes Joaquim, Feres Eduardo Aparecido Chaddad Neto

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil

Objetivos: Descrever as diferenças anatômicas entre a base de crâ-nio em adultos e em crianças e seus impactos na técnica cirúrgica aplicada. Método: Realizamos revisão na base de dados PubMed por artigos que abordam nuances da cirurgia endoscópica da base de crânio em crianças com as seguintes palavras-chaves: “pediatric”, “skull base”, “endoscopic”, “child”, “children”, “craniopharyngioma”, “pituitary adenoma”, “cordoma” e “endonasal approach”. Os ar-tigos foram selecionados conforme o propósito desta revisão, con-siderando os nuances da cirurgia endoscópica na base de crânio de pacientes pediátricos. Resultados: A maioria das técnicas é descrita para adultos. As di-mensões menores, a anatomia peculiar, com presença de centros de crescimento, o desenvolvimento assimétrico da base do crânio e os seios menos pneumatizados são desafios comuns à cirurgia pediá-trica. Apesar disso, pode ser menos mórbida, já que a técnica evita pontos complicados, como a retração e a manipulação do tecido cerebral e tem, em geral, menor taxa de complicações. Discussão: Um dos principais objetivos na cirurgia de base de crânio na criança é evitar deformidades craniofaciais que comprometam a estética e a funcionalidade. O desenvolvimento dos corredores da base do crânio é um processo complexo, que exige planejamento com base na pneumatização dos seios paranasais, em especial o esfenoide. Isso torna muito difícil padronizar uma técnica cirúrgica na população pediátrica tomando como base a técnica padrão uti-lizada nos adultos. Conclusão: Considerar as características únicas da anatomia pediá-trica da base do crânio é fundamental para o sucesso da cirurgia endoscópica nessa população.

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S176 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Área Temática: Rinologia/Base de Crânio Anterior

P-509 LESÃO ÓSSEA IRREGULAR EM SEPTO NASAL: UMA LOCALIZAÇÃO INCOMUM DE OSTEOMAJasiel Pereira de Queiroz Maciel, Adriano de Amorim Barbosa, Nathália Cavalcante Pinto, Daniela Isabel Cevallos Zambrano, Leidianny Firmino Costa, Anne Karine Rufino Correia de Oliveira, Horrara Diniz Silva

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: G.M.O.M., 43 anos de idade, sexo femini-no, empregada doméstica, em investigação por imagem de perda auditiva condutiva, apresentou em tomografia de ossos temporais achado de lesão óssea blástica de contornos irregulares com epi-centro no septo nasal. Videonasofibroscopia flexível mostrou tumo-ração de consistência endurecida, originada no septo nasal, reves-tida por mucosa, ocluindo ambas as fossas nasais e impedindo a progressão do nasofibroscópio. Foi realizada remoção da lesão por cirurgia endoscópica nasal e enviada para estudo histopatológico, que descreveu lesão compatível com osteoma, com setores con-droides, incluindo mucosa com alterações inflamatórias crônicas. No pós-operatório imediato, a paciente relatou aumento importan-te da perviedade nasal, apesar de a obstrução nasal não ter sido sua queixa inicial, por falta de referencial comparativo em relação a um bom padrão de respiração nasal. Discussão: Os osteomas são os tumores benignos mais frequentes do trato nasossinusal, acometendo em ordem de frequência os seios frontal, etmoidal, maxilar e esfenoidal. O septo nasal não tem sido descrito como localização comum. São tumores silenciosos e po-dem ser assintomáticos até alcançar dimensões que venham gerar sintomas por obstrução ou por levar à distorção de estruturas vizi-nhas. Opta-se pelo tratamento cirúrgico apenas quando há sintomas associados ou deformidades estéticas consideráveis. Neste relato, apesar de a paciente não apresentar alterações estéticas e não apresentar percepção importante da obstrução nasal inicialmente, optou-se pela ressecção cirúrgica para fazer diagnóstico diferencial histopatológico com outros tumores, visto que a lesão se encontra-va em localização atípica. Considerações finais: O diagnóstico diferencial dos tumores be-nignos do trato nasossinusal é bastante amplo, e é de grande im-portância excluir a possibilidade de tumores malignos, visto que inicialmente eles se apresentam clínica e radiologicamente de ma-neira muito semelhante aos benignos e requerem uma modalidade de tratamento específico.

P-510 MIÍASE EM SEIOS PARANASAISThiago Andrade Fraga, Fellipe Cunha Oliveira Pomar, Sergio Luiz Bittencourt, Ulisses José Ribeiro, Fernando Martins Cruvinel, Daniela Guimarães Garcia Cunha, Rita de Cássia Solar

OtorrinoSeul, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: L.N.P., sexo masculino, 16 anos de idade, com paralisia cerebral. Mãe relata que há três meses o paciente iniciou quadro de congestão nasal importante e roncos com evolu-ção progressiva. Ao exame físico, evidenciou-se grande quantidade de miíase em ambas as fossas nasais. Realizada tomografia de face e seios paranasais e identificada presença de larvas invadindo am-plamente os seios maxilares e etmoidais bilateralmente. Realizada ampla cirurgia endoscópica nasal com retirada de grande quantida-

de de larvas. Associou-se ivermectina com boa evolução do quadro e reestabelecimento da função nasal. Discussão: Na miíase secundária, os locais mais atingidos são as fos-sas e seios nasais, condutos auditivos e globos oculares. A gravidade do quadro depende da localização e do grau de destruição tecidual. O tratamento é baseado na extração manual das larvas e ivermec-tina sistêmica, 200 mcg/kg em dose única (aproximadamente um comprimido para cada 35 kg/peso). Considerações finais: Miíase é uma zoodermatose caracteriza-da pelo acometimento da pele ou orifícios por larvas de moscas. Classificam-se em primárias e secundárias. A primária é causada pela larva de Dermatobia hominis ou, raramente, pela Callitroga americana. Caracteriza-se por lesão nodular que surge com o de-senvolvimento da larva, apresentando orifício central de onde sai secreção serosa. A lesão é dolorosa e o paciente tem a sensação de “ferroada”. Como complicações, podem surgir abscessos, linfangi-te e, raramente, tétano. Na miíase secundária, causada por larvas de Callitroga macelaria e espécies do gênero Lucília, a infestação ocorre na pele ou mucosas ulceradas e nas cavidades.

P-511 FIBROMIXOMA SINONASALMiguel Soares Tepedino, Evandro Ramos Ribeiro de Oliveira, Paula Coli Mendes Lima, Camila Freire Vasconcellos

Policlínica de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: J.S.S.M., sexo feminino, branca, 18 anos de idade, foi encaminhada ao nosso serviço com abaulamento em re-gião maxilar e malar à direita causando deformidade facial com cin-co meses de evolução. À tomografia computadorizada dos seios pa-ranasais, foi visualizada uma tumoração em região maxilar à direita com invasão dentária e da órbita. Inicialmente, foi realizada uma biópsia incisional, apresentando resultado inconclusivo. Optamos, então, por uma biópsia excisional em centro cirúrgico associada à maxilectomia parcial, e o anatomopatológico mostrou fibromixoma sinonasal. Paciente está há quatro meses em acompanhamento ambulatorial em nosso serviço, sem evidência de recidiva de lesão. Discussão: Mixoma é uma neoplasia benigna, rara, de origem me-senquimal com crescimento lento e infiltrativo que não sofre me-tástase. Pode acometer tecidos duros e moles. Ao acometer tecidos ósseos, geralmente afeta a região facial. Não há predileção racial ou por gênero. Pode ocorrer em qualquer idade; no entanto, é mais comum na segunda e terceira décadas de vida. Os mixomas odon-togênicos de maxila podem se expandir para dentro do seio maxilar e são geralmente assintomáticos, em geral diagnosticados tardia-mente, após terem atingido grandes dimensões. Podem acometer também palato, órbita e cavidade nasal, levando a sintomas rela-cionados. No caso relatado, obtivemos o diagnóstico histopatológi-co de fibromixoma sinonasal proveniente do seio maxilar direito. Esse é considerado uma variante do mixoma, por conter fibras colá-genas. O diagnóstico diferencial inclui cistos, ameloblastoma, gra-nuloma central de células gigantes, fibroma e displasia fibrosa. O tratamento de escolha é o cirúrgico, com ressecção total da lesão. Considerações finais: O mixoma é uma neoplasia rara e benigna, muitas vezes de evolução assintomática. É necessário exame histo-patológico para o diagnóstico definitivo.

P-512 SCHWANNOMA DE SEPTO NASAL: RELATO DE CASONicole Elen Lira, Andreas Weiand Camara, Tainara Marcon Fincatto, Luisa Azevedo Muller, Adriana de Carli Sonda, Jeferson Luiz Mezzomo

Universidade de Caxias do Sul (UCS), Vacaria, RS, Brasil

Apresentação do caso: W.A.B., sexo masculino, 30 anos de idade, procurou serviço de otorrinolaringologia com queixa de epistaxe re-corrente há cerca de seis meses, a qual cessava espontaneamente.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S177

Apresentava também obstrução nasal ipsilateral progressiva, hipos-mia e sensação de corpo estranho em narina direita. À rinoscopia anterior, evidenciou massa pediculada, de coloração pardo-clara, consistência amolecida e indolor ao toque. Realizada tomografia computadorizada, e então programada excisão cirúrgica. Foi reali-zada abordagem com ressecção total da massa e envio para o estu-do anatomopatológico, que identificou proliferação de células fuso-celulares, sugestivo de schwannoma de septo nasal e encaminhado para imuno-histoquímica, a qual confirmou o diagnóstico pelo pa-drão de Antoni A, evidenciando a benignidade da massa. Discussão: Schwannomas, também conhecidos como neurinomas ou neurilemomas, são os principais tumores do sistema nervoso peri-férico, ou seja, originados em nervos ou raízes nervosas. Benignos, encapsulados e compostos exclusivamente de células de Schwann, sua incidência mais comum é no nervo vestibulococlear (80%). O acometimento do septo nasal é raro, com poucos relatos na lite-ratura. As lesões do schwannoma são arredondadas, bem delimi-tadas, muito vascularizadas, sangrantes e com crescimento lento. As principais queixas dos pacientes são obstrução nasal, anosmia, epistaxe e deformidade nasal. Microscopicamente, são constituí-dos de células fusiformes dispostas em feixes de várias direções, divididas em dois tipos: Antoni A — áreas de alta celularidade com células fusiformes arranjadas em ninhos ou feixes e corpos de Ve-rocay; Antoni B — células fusiformes dispostas aleatoriamente com estroma mixoide frouxo. O tratamento ideal é a cirurgia de excisão, geralmente curativa. Considerações finais: Lesão benigna rara, o schwannoma do septo nasal deve sempre ser incluído no raciocínio clínico diante do acha-do de massas nasais. A inespecificidade do exame físico, assim como dos exames de imagem, torna seu diagnóstico um desafio frequente na rotina dos médicos e, na maioria das vezes, é realizado apenas por meio do exame anatomopatológico.

P-513 REINCIDÊNCIA DE FÍSTULA LIQUÓRICAThiago Andrade Fraga, Sergio Luiz Bittencourt, Fellipe Cunha Oliveira Pomar, Sergio Bittencort, Juliana Guimarães Garcia Cunha, Laressa Karan de Melo Rocha, Rita de Cássia Soler

OtorrinoSeul, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: R.C., sexo masculino, 39 anos de idade, com história de gotejamento nasal há 20 dias. Nega trauma, infec-ções ou cirurgias prévias. Na rinoscopia, apresentava gotejamento hialino espontâneo, de grande débito, em fossa nasal esquerda. Realizou exames de imagem, evidenciando presença de líquido em seio esfenoidal esquerdo. Após o diagnóstico, o paciente foi subme-tido à infusão de fluoresceína no centro cirúrgico e realizada cirur-gia endoscópica para fechamento da fístula. Utilizou-se retalho de corneto inferior, cola biológica e Surgicel®. O paciente ficou inter-nado para repouso e antibioticoterapia. Após seis meses, apresentou novos sintomas, e foi necessária reabordagem cirúrgica. Foi discutido com a equipe de neurocirurgia, que realizou derivação lombar. O paciente evoluiu com AVC hemorrágico em cerebelo, apresentando cefaleia intensa. Retirou-se o dreno e realizou-se tratamento conser-vador, evoluindo bem, com alta hospitalar sem sequelas. Discussão: Fístula liquórica é a presença de líquido cefalorraquidiano na cavidade nasal, decorrente de uma comunicação entre o espaço subaracnóideo e os seios paranasais. É classificada em traumática e não traumática. O diagnóstico é feito pela história clínica de rinorreia aquosa unilateral constante e intermitente e exames de imagem. Pode-se realizar tratamento conservador ou cirúrgico. Como via preferêncial, elege-se o acesso endoscópico nasal, evi-tando-se abordagem intracraniana. Considerações finais: A baixa morbidade e o sucesso da correção da fístula por via endonasal faz dessa abordagem a técnica de eleição

para o tratamento de fístula liquoríca rinogênica, desde que seja identificada a localização precisa da fístula, com auxílio de exames de imagem e confirmação com o uso de fluoresceína em solução hipodensa. Pode haver modificação da técnica para garantir o fe-chamento contínuo da fístula.

P-514 MENINGOCELE DE NERVO ÓPTICO: RELATO DE CASOSuzanne Mallmann Varnier, Rodrigo Dors Sakata, Ian Selonke, Ricardo Maurício Favaretto, Dharyemne Charlote Louise Pucci de Araujo, Thaíse Cesca, Gabriela Soraya Martini

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: M.M.P., sexo feminino, 48 anos de idade, hígida, iniciou com cefaleia súbita de forte intensidade na madru-gada do dia 14/05/2016. Na manhã seguinte, acordou com amau-rose completa de olho direito, procurando atendimento em serviço de oftalmologia que não constatou nenhuma anormalidade ocular e encaminhou ao serviço de neurocirugia e posteriormente à otor-rinolaringologia, pois no exame tomográfico realizado constatou-se a presença de lesão expansiva com densidade de partes moles em topografia de nervo óptico e cone ocular, com expansão para o seio esfenoide ipsilateral. A paciente passou por procedimento cirúrgico no dia 15/06/2016, no qual visualizou-se uma meningocele, fazendo a retirada desta e a descompressão do nervo óptico. Após a cirurgia, houve retorno completo do campo visual. Discussão: Meningocele do nervo óptico é uma condição rara defini-da como dilatação sacular da bainha do nervo óptico devido ao acú-mulo de líquido cefalorraquidiano ao redor do mesmo, sem outras patologias associadas. Sua origem e história natural ainda são ques-tões controversas. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética têm aumentado enormemente o potencial de diagnósti-co para lesões do complexo do nervo óptico, e suas imagens reve-lam uma ampliação túbulo-cística do complexo da bainha do nervo óptico com espessamento do mesmo. Os sintomas mais comuns a serem encontrados são dor de cabeça, déficit visual de progressão lenta ou rápida e visão turva. Os diagnósticos diferenciais devem incluir tumores do nervo óptico, como meningioma, hamartoma vascular, glioma, neurofibromatose, doença de Von Hippel-Lindau, hemagioendoelioma ou fratura crânio-orbital. Considerações finais: O presente caso relata a presença de uma lesão anatomicamente de forma íntima ao nervo, fortemente su-gestiva de meningocele da bainha do nervo óptico. Fica consistente a conduta investigativa, além da indicação de cirurgia para des-compressão, em casos selecionados, excepcionalmente diante de evolução rápida e com iminente comprometimento funcional e ana-tômico das estruturas circunvizinhas.

P-515 PAPILOMA INVERTIDO NASOSSINUSAL: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Thais Eugênio Gomes, Nelson José Barboza Quintino, Álvaro Vitori-no de Pontes Júnior, Lorena Pinto de Souza Pontes, Rebeca Maurera Almeida CyrilloSOS Otorrino, João Pessoa, PB, BrasilApresentação do caso: I.P.S., sexo feminino, 65 anos de idade, com história de obstrução nasal em fossa nasal esquerda há dois anos de maneira progressiva acompanhado de cefaleia e alguns episódios de epistaxe. Foi realizada videoendoscopia nasal observando presen-ça de tumoração ocupando quase completamente toda a cavidade nasal em fossa nasal esquerda de coloração acinzentada sangrante ao toque. A tomografia de seios paranasais evidenciou presença de conteúdo com atenuação de partes moles ocupando completamen-te seio maxilar, etmoidal anterior e posterior esquerda e cavidade

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S178 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

nasal ipsilateral. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico endoscópico com remoção completa da lesão sem intercorrências. No pós-operatório, foi realizada uma nova videoendoscopia nasal, o qual se observou ausência da lesão em cavidade nasal, evoluindo sem queixas clínicas e mantendo-se sob acompanhamento com a otorrinolaringologia. Discussão: Papiloma invertido nasossinusal é um dos tumores mais frequentes da região nasossinusal. Apresenta-se como tumor be-nigno, mas localmente agressivo, levando à erosão de estruturas ósseas de face assim como alargamento de complexo ostiomeatal. A maioria dos casos de papiloma invertido é unifocal, podendo haver envolvimento multifocal em até 4% dos pacientes. Há poucos rela-tos de casos com acometimento bilateral na literatura, ocorrendo principalmente por extensão da doença de uma fossa nasal para a fossa contralateral através do septo nasal. O papiloma invertido origina-se mais frequentemente da parede lateral do nariz, ao nível do meato médio. O envolvimento da fossa nasal associado aos seios paranasais constitui o mais comum dos casos; apenas 5% dos pacien-tes apresentam envolvimento sinusal exclusivo, em geral ocorrendo em seios maxilar e etmoidal. Considerações finais: O papiloma invertido caracteriza-se por sua agressividade local, alto potencial de malignização e elevada taxa de recorrência após tratamento cirúrgico. A abordagem endoscópi-ca é cada vez mais eleita como técnica cirúrgica.

P-516 SÍNDROME DA ATIVAÇÃO MACROFÁGICA E RINOSSINUSITE FÚNGICA INVASIVA: UM RELATO DE CASOCarolina da Fonseca Barbosa, Flavianne Mikaelle dos Santos Silveira, Greiciane Parreiras Lage, Alessandro Fernandes Guimarães, Maria Júlia Abraão Issa, Mariana Moreira de Castro Denaro, Flávio Barbosa Nunes

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: M.A.A., sexo feminino, 17 anos de idade, portadora de lúpus eritematoso sistêmico há quatro anos. Evoluiu com pancitopenia e febre há três meses. Iniciadas antibioticotera-pia (meropenem e vancomicina) e pulsoterapia com metilpredniso-lona. Diagnosticada síndrome de ativação macrofágica secundária à infecção por Epstein-Barr vírus. Apresentou piora hematológica progressiva, evoluindo com neutropenia febril. Tomografia com-putadorizada de seios da face após 20 dias de internação: sinais de pansinusopatia e obliteração de orifícios de drenagem. Iniciado anfotericina B, posteriormente, devido a tremores, substituída por voriconazol. Piora do quadro clínico, acrescentado anfotericina B lipossomal. Nessa ocasião, foi solicitada avaliação otorrinolaringo-lógica. A paciente queixava-se de obstrução nasal pior à direita. Oroscopia sem alterações, rinoscopia anterior com crostas enegre-cidas aderidas à mucosa nasal. À fibronasolaringoscopia, apresen-tava crostas enegrecidas aderidas bilateralmente em mucosa nasal, principalmente em fossa nasal esquerda, aderidas. Após remoção parcial das crostas, visualizadas lesões enegrecidas em cabeça de corneto inferior e médio esquerdos, septo anterior direito e cabeça de corneto médio direito. Mucosa ao redor de caráter infiltrativo. Optou-se por abordagem cirúrgica. Realizadas duas abordagens em 30 dias, com desbridamento amplo da lesão em primeira aborda-gem e ressecção parcial na segunda, associada à biópsia de nova lesão em palato duro. Anatomopatológico evidenciou Aspergillus furmigatus, Candida guilliermondii, Fusarium sp. Paciente evo-luiu com melhora dos parâmetros hematológicos após a segunda abordagem. No seguimento pós-operatório de um mês, apresentava bom aspecto da mucosa nasal e oral, sem sinais de lesão invasiva. Discussão: Rinossinusite fúngica invasiva é mais comum em pa-cientes imunocomprometidos, apresentando alta mortalidade. Os principais sintomas são obstrução nasal, rinorreia, cefaleia e alte-

rações neurológicas focais. O tratamento envolve antifúngico de amplo espectro, desbidramento cirúrgico amplo e seguimento com fibronasolaringoscopia. Considerações finais: Por se tratar de doença de progressão rápida e potencialmente fatal, imunossupressão grave associada a sintoma nasal deve ser prontamente investigada e, se diagnóstico, cirurgia de urgência com ampla ressecção da lesão.

P-517 SEIO SILENTE BILATERALLorena Carneiro Amado, Pablo Pinillos Marambaia, Hélder Macário, Alice Karoline Oliveira, Marina Barbosa Guimarães, Taiana Barbosa da Silveira, Tatiana Silveira Velasco

Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados (INOOA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: A.T.F., 43 anos de idade, sexo masculino, procurou o serviço de otorrinolaringologia com história de obstru-ção nasal recorrente, rinorreia amarelada e dor facial. Ao exame físico, o paciente apresentava uma aparente hipoplasia de terço médio da face, porém sem assimetrias. Não apresentava queixas estéticas. Após tratamento da rinossinusite, foi possível visualizar à videonasofibroscopia flexível um desvio septal em fossa nasal direita e um aumento do volume da concha média esquerda. Foi solicitada tomografia computadorizada da face devido à recorrên-cia dos episódios de rinossinusite. Foram evidenciados aeração da concha média e colabamento e velamento total dos seios maxilares bilateralmente, associados a adelgaçamento do assoalho de ambas as órbitas. Diagnosticadas síndrome do seio silente e concha média bolhosa; o paciente foi submetido à cirurgia endoscópica nasal, na qual foram realizadas septoplastia, turbinectomia bilateral com et-moidectomia intranasal com vídeo e antrostomia maxilar bilateral. Houve dificuldade de realização da antrostomia devido à pequena proporção dos seios maxilares, de onde foi drenada uma secreção extremamente espessa e amarelada. O paciente evoluiu bem, sem necessidade de intervenção orbitária. Discussão: A síndrome do seio silente foi primeiramente descrita como atelectasia crônica maxilar, caracterizada por enoftalmia in-dolor associada à atelectasia crônica do seio maxilar, e hipoglobus. O diagnóstico dessa síndrome é feito clinicamente, confirmando por exame de imagem. O tratamento é cirúrgico, tendo como objetivo a aeração do seio maxilar afetado com possível restauração do as-soalho da órbita, dependendo da severidade da enoftalmia. Considerações finais: Embora a síndrome do seio silencioso se apresente, em geral, unilateralmente, é importante chamar aten-ção para a possibilidade de bilateralidade dessa patologia, o que pode ocultar a condição, já que não se manifesta por assimetria da posição ocular como ocorre quando a doença é unilateral.

P-518 CORPO ESTRANHO (“BOLA DE GUDE”) EM NASOFARINGE: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Yuri Ferreira Maia, Thais Eugênio Gomes, Nelson José Barboza Quintino, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Alexandre Augusto de Brito Pereira Guimarães, Lorena Pinto de Souza Pontes

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: Criança de 4 anos e 4 meses de idade, sexo masculino, foi encaminhada ao serviço de emergência com suspeita de ingestão de um objeto esférico de vidro, conhecido regional-mente como “bola de gude”. A genitora referia que após tentativa de remoção com o dedo, a bola impactou em nasofaringe. A criança chegou ao hospital calma e tranquila, sem dispneia, em contraste

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S179

com a aflição da mãe. Ao examinar o paciente, o pediatra de plan-tão ofereceu-lhe água, que refluiu pelo nariz, levando à suspeita do diagnóstico. Encaminhado o paciente para o otorrinolaringolo-gista, foi realizada fibronasoscopia flexível com ausência de corpo estranho e dificuldade de progressão em nasofaringe. Em oroscopia, percebeu-se um abaulamento em palato mole; foi solicitado raio X de cavum, que apresentou imagem radiopaca arredondada em rino-faringe. Pela tranquilidade da criança, foi programada a remoção de objeto sob anestesia geral e intubação orotraqueal. Faltando duas horas para o procedimento, o paciente dormiu, relaxando a musculatura e liberando a bola, que desceu para a laringe, fazendo a criança se engasgar e chorar. Ao pegar a criança e posicioná-la com a cabeça para baixo, o próprio paciente colocou o objeto para fora da boca, para alívio de todos. Discussão: A ingestão acidental de corpo estranho é uma das causas de atendimento em urgência/emergência otorrinolaringológica mais frequentes. Embora raro, um corpo estranho pode encontrar-se em nasofaringe, por aspiração ou por deglutição. Neste caso, a tentativa de remoção com o dedo impactou o corpo estranho em nasofaringe. Considerações finais: Pacientes com suspeita de ingestão de corpo estranho impactado em nasofaringe devem ser rapidamente subme-tidos a uma rinoscopia posterior e raio X de cavum. Deve-se, ainda, realizar remoção de corpo estranho sob anestesia geral e intubação orotraqueal o mais rápido possível. A qualquer momento um corpo estranho impactado em nasofaringe pode soltar-se e impactar em laringe, causando asfixia.

P-519 CORDOMA DE RINOFARINGE: RELATO DE CASOOtávio Alves Garcia Junior, Marcos Marques Rodrigues, Leon Perin, Valfrido Antônio Pereira Filho, Matheus Ballestero, Rafael Costa

Universidade de Araraquara (UNIARA), Araraquara, SP, Brasil

Apresentação do caso: Os cordomas são neoplasmas ósseos ma-lignos e raros, originados de remanescentes embrionários da no-tocorda, com localização mais comum em esqueleto axial e base do crânio. Os intracranianos, mais frequentemente, localizam-se no clívus, próximo à sincondrose esfeno-occipital, tipicamente na linha média, perfazendo apenas 1% de todos os tumores intracra-nianos. É descrito o caso de paciente do sexo feminino, 25 anos de idade, com queixa de obstrução nasal. Apresentava massa tumoral ocupando rinofaringe ao exame otorrinolaringológico; a investiga-ção foi complementada com tomografia computadorizada de seios da face e nasofibroscopia, cuja biópsia revelou cordoma. Foi rea-lizada ressecção completa da lesão, com acesso por meio de os-teotomia Le Fort I, sem necessidade de radioterapia adjuvante e com melhora dos sintomas obstrutivos no seguimento pós-cirúrgico. O otorrinolaringologista deve estar atento para a ocorrência desse tipo de neoplasia, para instituir o diagnóstico precoce e o trata-mento efetivo.

P-520 RELATO DE CASO — MIXOMA ODONTOGÊNICOAmanda Oliveira Benevides, Sarah Cristina Beirith, Carolina Afonso Solano, Cassio Coelho Aguiar, Flavia Varela Capone, Rafael Zdanowski

Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Este relato de caso trata de uma paciente com 81 anos de idade, que há um ano apresentava abaulamento de hemiface e palato duro à direita comprimindo órbita do mesmo lado, associado a dor intensa. A tomografia de seios da face apre-sentava lesão com densidade de partes moles em seio maxilar e fossa nasal direita. Foi submetida à ressecção em bloco do tumor, pelo acesso de Caldwell-Luc; posteriormente, laudo histopatológico com diagnóstico de mixoma odontogênico.

Discussão: O mixoma odontogênico é um tumor benigno raro, de crescimento lento, de caráter expansivo e assintomático. Acredita-se que a origem seja mesenquimal, derivado de células da polpa e folí-culo dentários. Geralmente acomete indivíduos entre a segunda e terceira décadas de vida, e o tratamento costuma ser cirúrgico. Considerações finais: Não há evidência na literatura em relação à melhor forma de tratamento, em termos de cirurgia conservadora ou agressiva, para esse tipo de tumor. Apesar de o tratamento extenso prevenir a recorrência da lesão, optou-se pela preservação da maxila a fim de não acrescentar morbidade a uma paciente de idade avançada.

P-521 MUCOCELE GIGANTE DO SEIO MAXILAR: RELATO DE CASOCamila Kalil Silva, Helder Macario, Pablo Pinillos Marambaia, Marina Barbosa Guimarães, Kleber Pimentel Santos, Lorena Carneiro Amado, Alice Karoline Oliveira

Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados (INOOA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: V.S.F., sexo feminino, branca, 51 anos de idade, procurou o serviço de otorrinolaringologia em abril/2015 queixando-se de obstrução nasal, dor e abaulamento progressivo em hemiface esquerda e plenitude aural ipsilateral há oito meses. História prévia de cirurgia para descompressão orbitária devido à oftalmopatia de Graves. Ao exame, apresentava assimetria facial e proptose bilateral e abaulamento de meato médio à esquerda. To-mografia computadorizada (TC) de fossas nasais e seios paranasais evidenciou lesão arredondada, com conteúdo de partes moles ocu-pando seio maxilar esquerdo, comprimindo globo ocular ipsilateral, compatível com extensa mucocele maxilar. Submetida à cirurgia microendoscopica nasal com drenagem e marsupialização da lesão. Recebeu alta no dia seguinte, com antibioticoterapia oral (clinda-micina 300 mg de 8/8 horas por 10 dias). A paciente manteve acom-panhamento regular sem intercorrências ou recorrência da lesão. Discussão: Mucoceles são formações císticas benignas revestidas por epitélio respiratório contendo líquido mucoide, geralmente estéril. A produção de muco pode levar à erosão e remodelação da parede óssea adjacente, com invasão para outros tecidos. Acometem prin-cipalmente seios frontais e etmoidais, e menos comumente seios maxilares, com prevalência variando de 3% a 10%. No caso relatado, temos a excepcional ocorrência de mucocele em localização atípica de grandes proporções afetando a órbita esquerda. Essa etiologia apresenta maior incidência na meia-idade, e há controvérsias quanto à prevalência por sexo. Sintomas orbitais são relativamente comuns; edema e dor periorbital são os achados mais prevalentes. A paciente em questão apresentava assimetria de face e proptose bilateral. O diagnóstico é feito por exames de imagem (TC). O tratamento é ci-rúrgico, podendo ser por via aberta ou endoscópica, e recentemente observa-se uma tendência pela última técnica. Considerações finais: Mucocele gigante de seio maxilar, uma afec-ção rara, necessita de diagnóstico e tratamento precoces pois são lesões expansivas, podendo provocar erosão e remodelamento ósseo, cursando com sérias complicações a nível orbitário e intracraniano.

P-522 ABSCESSO DE SEPTO NASAL COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE GRANULOMATOSE DE WEGENERValéria Barcelos Daher, Ana Paula Valeriano Rêgo, Alda Linhares de Freitas Borges, Mauro Freitas Daher Júnior, Hugo Valter Lisboa Ramos, Claudiney Candido Costa, Ricardo Toledo Piza

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

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S180 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Apresentação do caso: M.F.S., sexo masculino, 33 anos de idade, iniciou quadro de abscesso de septo nasal que evoluiu no período de um mês com epistaxe, gengivite, conjuntivite, sinusite e picos febris, sem melhora apesar de diferentes esquemas antibióticos. Hemograma com leucocitose com desvio à esquerda, coagulograma normal, aumento expressivo de provas de atividade inflamatória, sorologias negativas. Dosagem de c-ANCA reagente. A biópsia não foi realizada naquele momento por falta de condições clínicas. Res-sonância magnética evidenciou sinais de sinusite aguda, inflamação periorbitária à direita, meningite e cerebrite. A conduta foi inter-nação hospitalar com antibioticoterapia e corticoterapia venosas, com melhora clínica gradual. Formulada hipótese diagnóstica de granulomatose de Wegener (GW) com acometimento de vias aéreas superiores como manifestação inicial. Atualmente, o paciente en-contra-se em acompanhamento ambulatorial em conjunto com a reumatologia. Discussão: A GW é uma forma grave de vasculite sistêmica de etio-logia desconhecida e raramente descrita no Brasil. A tríade clínica é composta por inflamação granulomatosa necrotizante de vias áreas superiores e inferiores, glomerulonefrite crescêntica e vasculite sistêmica afetando vasos de pequeno e médio portes. O padrão ci-toplasmático do ANCA tem uma especificidade para a GW de até 98% na fase aguda. Manifestações de vias aéreas respiratórias supe-riores têm prevalência de quase 100%, como sinusites de repetição, desabamento do septo nasal e estenose subglótica. Perfuração do septo nasal e ulceração e erosão do vômer são clássicas, com defor-midade do nariz “em sela”. Úlceras orais, gengivite, otite com ou sem perda auditiva, mastoidite e epistaxe também são comuns. As formas clínicas apresentam boa resposta ao uso de ciclofosfamida. Considerações finais: Como a GW é uma doença rara, crônica e com inúmeras recidivas clínicas, o sucesso do tratamento depende de um alto índice de suspeição clínica e de cuidados especializados contínuos. O relato do caso contribuiu para a revisão de literatura a fim de incluir essa vasculite como diagnóstico diferencial na prática clínica otorrinolaringológica.

P-523 GRANULOMA NASAL APÓS USO DE COCAÍNAElvira Lopes Silva, Francisco José de Lima, Juliana Peraro Miguel, Isabela Conti Abile, Rafaela Miranda Condé de Oliveira, Daniela Toledo de Aguiar, Fausto Antônio de Paula Junior

Santa Casa de Limeira, Limeira, SP, Brasil

Apresentação do caso: D.A.D.S., sexo feminino, 28 anos de idade, usuária de cocaína há oito anos. Paciente com queixa de obstrução nasal, epistaxe ocasionais e edema em lábio superior. A rinoscopia demonstrou perfuração septal ampla, sem sangramentos, lesão ul-cerada e necrótica em fossa nasal direita. A oroscopia revelou ede-ma em lábio superior com consistência endurecida, sem perfuração de palato. Paciente foi conduzida com hipótese diagnóstica de gra-nuloma nasal após uso de cocaína, com tratamento ambulatorial e hospitalar, por meio de antibioticoterapia oral, corticoide oral, corticoide nasal e soro fisiológico nasal. Não aderiu ao tratamen-to, e continuou usando cocaína, perdendo acompanhamento com serviço. Após seis meses, retornou em serviço com persistência do quadro de obstrução nasal; o exame de rinoscopia revelou evolução de nariz em sela com ausência de fossas nasais pérvias, e a orosco-pia revelou ausência de perfuração de palato. Discussão: A cocaína é uma droga com ação estimulante no sistema nervoso central, extraída e refinada a partir da planta de coca. Seu consumo ocorre principalmente pela via inalatória. O conta-to da substância com as mucosas causa intensa vasoconstrição e a subsequente necrose da mucosa e dos tecidos de suporte (osso e cartilagem). Esse contato repetitivo causa destruição e perfura-ção do tabique nasal médio, coanas, paredes dos seios paranasais e abóbada palatina. Vários são os problemas orofaciais resultantes do

consumo de cocaína. Destacam-se lesões destrutivas da linha média da face, destruição do corredor lateral da cavidade nasal, perfura-ção com necrose do palato duro, granuloma de mucosa nasal e nariz em sela, como mostrado neste relato. Considerações finais: O uso da cocaína, em face da vasoconstrição e da necrose da mucosa do nariz, pode levar a várias manifestações otorrinolaringológicas, entre elas granuloma de mucosa nasal e na-riz em sela, como ocorreu no relato de caso.

P-524 SÍNDROME RENDU-OSLER-WEBER EM HOMEM DE 81 ANOS DE IDADE: RELATO DE CASOIsabela Tavares Ribeiro, Álvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, Thiago Xavier de Barros, Thiago Ribeiro de Almeida, David Roberto Claro, Dalila Araújo Mota, Victor Timbó Gondim

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Apresentação do caso: L.G., sexo masculino, 81 anos de idade, sem comorbidades, aposentado, com história de epistaxes recor-rentes precedidos por esforço físico e exposição solar há 63 anos. Há três meses, relata aumento da frequência das epistaxes, quando foi necessário buscar serviço especializado em São Paulo. O exame físico revelou telangiectasias em face, língua, palato duro, septo nasal, conchas nasais inferiores, extremidades das mãos e abdome. Pai apresentava as mesmas características clínicas. O paciente não evidenciou alterações arteriovenosas à tomografia com contraste de tórax ou abdome, ou ao realizar angiorressonância de crânio, mas cumpriu três critérios para o diagnóstico da síndrome. Não houve necessidade de tamponamento nasal, porém foi realizada cauterização química das telangiectasias nasais com ácido tricloro-acético, reduzindo significativamente a frequência das epistaxes. Esse tratamento estava indisponível na sua cidade. Discussão: A síndrome de Rendu-Osler-Weber ou telangiectasia he-morrágica hereditária é uma rara displasia fibrovascular que leva a alteração da lâmina elástica e da camada muscular dos vasos sanguíneos, tornando a parede vascular vulnerável a rupturas. Apresenta-se com telangiectasias em face, mãos e cavidade oral, recorrentes, malformações arteriovenosas viscerais e epistaxe re-corrente, sendo a principal das manifestações clínicas. A doença tem transmissão autossômica dominante, e sua incidência é de ape-nas 1 a 2 para cada 100.000 habitantes. O tratamento é controver-so, essencialmente paliativo, com o objetivo de conter ou prevenir os sangramentos. Considerações finais: Relatamos um caso de paciente idoso, pro-cedente de uma cidade do interior de São Paulo, em cenário de recursos diagnósticos e terapêuticos limitados. O caso raro de te-langiectasia hemorrágica hereditária diagnosticada aos 81 anos, sem possibilidade de tratamento na cidade natal, demonstra a fra-gilidade de acesso aos serviços de saúde nos locais mais afastados dos grandes centros no Brasil

P-525 MUCORMICOSE NO PACIENTE COM DIABETES MELITO TIPO IMarina Ferraz Gontijo Soares, José Neto Ribeiro de Souza, Raíssa Camello Valletta, Mariana Moreira de Deus, Stela Oliveira Rodrigues, Camilla Gabriela de Oliveira, Melissa Ameloti Gomes Avelino

Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente jovem, sexo masculino, diabetes melito tipo I mal controlada e doença renal crônica dialítica, apre-senta queixa de obstrução nasal há 40 dias associada a rinorreia purulenta, parestesia e facialgia, oftalmoplegia e ptose palpebral à esquerda. Rinoscopia apresentava-se com crostas, septo com per-

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S181

furação ampla, mucosa hiperemiada e friável e órbita congelada à esquerda. Tomografia evidenciou pansinusopatia à esquerda com sinais sugestivos de sinusite fúngica e comprometimento da fossa pterigopalatina esquerda, além de trombose de seio cavernoso. Foi submetido a sinusectomia, observando extensa área necrótica em narina esquerda. Cinco dias após a abordagem cirúrgica, o paciente foi submetido a nova tomografia e observou abscesso intraparenqui-matoso frontal e subperiosteal à esquerda. Observa-se crescimento de fungo e pseudomonas na cultura. O paciente recebeu abordagem para drenagem dos abscessos. Um mês após, apresentava melhora das queixas nasais. Realizada fibronasolaringoscopia, que eviden-ciou perfuração septal, ampla comunicação dos seios paranasais esquerdos com cavidade nasal e mucosa com aspecto edemaciado, sem sinais de infecção. Discussão: As sinusites fúngicas são muito frequentes na rotina do otorrinolaringologista. Mucormicose é uma infecção oportunista grave causada por fungos da ordem Mucorales. O número de ca-sos é crescente, pelo aumento das patologias associadas à imunos-supressão. O quadro associado ao comprometimento rinocerebral caracteriza-se por quadro toxêmico, com queda do estado geral de forma grave, rápida evolução e índices de mortalidade eleva-dos (maior que 40%). O início do quadro está associado à sinusite, apresentando edema de face, edema periorbital e rápida evolução para necrose nasal, ptose palpebral, proptose ocular, paralisia fa-cial, invasão do seio cavernoso e do parênquima do sistema nervoso central. O tratamento consiste na abordagem cirúrgica associada à anfotericina B. O diagnóstico correto e o início do tratamento pre-coce estão diretamente relacionados com as taxas de mortalidade e morbidade da doença. Considerações finais: É importante conhecer tais casos para sus-peitar de mucormicose, possibilitando diagnóstico e tratamento precoces.

P-526 MUCOCELE DE DORSO NASAL: RELATO DE CASOTatiana Roriz Lopes, Fernando Jorge dos Santos Barros, Thiago de Almeida Reis, Thiago Botelho Affonso, Lilian Meissner Correira, Guilherme Novaes Coimbra, Marina Abreu Faioli

Hospital Federal do Andaraí, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: E.F.M., 28 anos de idade, sexo masculino, residente no Rio de Janeiro, encaminhado do Serviço de Saúde da Família por lesão expansiva em dorso nasal com evolução de um ano. Relato de trauma (coice) no nariz há 15 anos e queixa de dor local quando fica exposto ao sol. Ao exame físico: desvio septal à esquerda e lesão de aspecto cístico em dorso nasal. A tomografia computadorizada (TC) de seios paranasais mostrou alteração mor-foestrutural do labirinto etmoidal/lâmina papirácea à direita, pa-rede anterior do seio frontal deste lado, bem como dos ossos nasais bilateralmente, notando-se insinuação de gordura orbitária junto às células etmoidais e base do seio frontal deste lado, podendo estar relacionado à alteração pós-traumática. Nota-se área sólida, de limites definidos, anteriormente às células etmoidais em situa-ção mediana esquerda, determinando remodelamento ósseo me-dindo 2,5 × 1,9 cm. Septo nasal sinuoso com desvio predominante à esquerda. Realizada cirurgia aberta frontoetmoidal com ressecção completa da mucocele com preenchimento do dorso nasal com gor-dura abdominal. Exame histopatológico confirmou ser mucocele. Discussão: Mucoceles paranasais são lesões císticas delimitadas por epitélio respiratório. São causadas pela obstrução do óstio de drenagem de um seio paranasal ou pela obstrução de uma glându-la secretora de muco. Apesar de serem benignas, podem causar destruição das estruturas vizinhas. Apresentam crescimento lento, podendo levar de 10 a 15 anos para iniciar os sintomas. Tem como sintomas cefaleia, pressão em face, deformidades faciais, obstru-ção nasal, confusão mental, liquorreia e manifestações oculares. O

diagnóstico é feito com anamnese bem detalhada, exame físico, TC e ressonância magnética. Considerações finais: As mucoceles são lesões raras, benignas, mas podem causar sintomas nasais e oculares, além de deformidades faciais e complicações intracranianas. A ressecção completa da mu-cosa deve ser realizada para o tratamento ser eficaz.

P-527 FIBRO-HISTOCITOMA DE ÓRBITA COM INVASÃO ETMOIDALMarcele Fernandes de Oliveira, Antonio Augusto Lopes Sampaio, Davi Araf, Francine Alves Ferrario, Henrique Souza de Deus

CEMA - Hospital Especializado Ltda, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 43 anos de idade, sexo femini-no, natural e procedente de São Paulo com histórico de obstrução de via lacrimal à direita há dois anos devido a um fibro-histocitoma benigno confirmado pelo anatomopatológico realizado na dacriocis-tografia endonasal há seis meses. Discussão: À tomografia computadorizada de seios nasais e para-nasais, o paciente apresentava formação expansiva localizada na órbita direita em região de saco lacrimal com extensão para seio etmoidal e fossa nasal direita, sem comprometimento do espaço in-traconal. Realizada exérese de tumor de saco lacrimal, fossa nasal e corneto inferior à direita via endonasal, com endoscópio rígido de 30°. Após vasoconstrição local com diluição de uma ampola de adrenalina e 20 mL de soro fisiológico, incisão com bisturi elétrico na parede lateral da fossa nasal direita, 4 mm da cabeça do corneto médio em cima do osso lacrimal até inserção do corneto inferior. Foi realizada dissecação com aspirador descolador de septo em di-reção à parede medial com exposição de massa tumoral. Retirada em blocos da peça, incluindo corneto inferior e etmoide anterior, com preservação da gordura ocular e hemostasia com cautério elétrico, colocação de sonda de Crawford no dia 06/06/2016 com material enviado para anatomopatológico, que evidenciou neopla-sia mesenquimal de padrão fusocelular de baixo grau histológico infiltrado em mucosa de padrão respiratório. À imuno-histoquímica, evidenciou-se histogênese indeterminada. Considerações finais: O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso de fibro-histiocitoma benigno de saco lacrimal e ressaltar as características clínicas e histopatológicas dessa neoplasia, além da necessidade de abordagens multidisciplinares, como a que foi realizada com a participação de equipe otorrinolaringológica e of-talmológica.

P-528 OSTEOMA NASOSSINUSAL: RELATO DE CASOBibiana Pedroso da Mota, Kizi Costa Bianchi, Hamilton Leal Moreira Ferro, Marina Lise, Renato Roithmann

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente caucasiano, sexo masculino, 46 anos de idade, HIV positivo em terapia antirretroviral desde 2008 com carga viral controlada. Apresentava história de obstrução nasal e rinorreia purulenta com diagnóstico de rinossinusite crônica com polipose nasal há cinco anos. Realizou tomografia computadorizada pré-operatória, que evidenciou osteoma etmoidal anterior à direi-ta. Foi submetido à cirurgia endoscópica nasal com ressecção do tecido polipoide e do osteoma, apresentando melhora significativa dos sintomas. Discussão: Osteomas são os tumores mais comuns dos seios parana-sais; são benignos e normalmente apresentam crescimento lento. Nesse tumor ocorre a deposição de osso compacto ou esponjoso, criando uma massa tumoral. Entre os seios paranasais, o seio fron-tal é o mais afetado, seguido por etmoidal, maxilar e raramente esfenoidal. Clinicamente, podem ser assintomáticos ou causar sin-

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S182 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

tomas por efeito de massa, como cefaleia, dor facial, distorção facial, proptose, alterações visuais e ainda mucoceles e infecções. Diante de sua clínica silenciosa, a maioria dos osteomas permanece indetectável e pode ser diagnosticado incidentalmente em exames de imagem. A ferramenta mais adequada para determinar a pre-sença e a localização exatas dos osteomas de seios paranasais é a tomografia computadorizada. Geralmente, apresentam-se arre-dondados, densos, homogêneos, como massas bem circunscritas. Esses achados podem ser utilizados no diagnóstico diferencial de outros tumores ósseos. A indicação de intervenção cirúrgica ainda é controversa. Contudo, na vigência de sintomas, complicações, cres-cimento rápido ou extensão até as cavidades orbitais e cranianas adjacentes, a ressecção cirúrgica é preferencial. Considerações finais: O paciente que apresenta osteoma em topo-grafia etmoidal anterior deve ser monitorado para sintomas como diplopia, proptose e estrabismo, que atuam como sinais de alerta para invasão orbitária.

P-529 PÓLIPO DE KILLIAN BILATERAL — RELATO DE CASO

Débora Hirose Aparecido, Elder Yoshimitsu Goto, Julian Pablo Stavarengo, Mariana Esmeraldo Pinheiro, Marcelo Guimarães Machado

Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 16 anos de idade, sem comorbidades. Queixa-se de obstrução nasal bilateral e roncos há dois anos. Traz nasofibrolaringoscopia mostrando tecido de aspecto polipoide ocupando meato médio bilateralmente e se estendendo até região de cavum. Na tomografia computadorizada (TC) de seios paranasais foram visualizadas formações polipoides nas fossas nasais, associadas à obliteração dos meatos nasais e alargamento dos infundíbulos, com extensão para os seios maxila-res e velamento da rinofaringe. Realizada abordagem cirúrgica via endonasal, com retirada de pólipo antrocoanal de ambas as fos-sas nasais, compatível com pólipo de Killian bilateral. Resultado histopatológico confirmou hipótese diagnóstica. Paciente com boa evolução e sem recidiva após três meses. Discussão: Casos de pólipo de Killian bilateral são extremamente raros, e apenas oito relatos foram documentados na literatura até 2012. Não se sabe quanto à etiologia, mas especula-se que tem origem em um cisto que cresceu próximo ao óstio maxilar. A nasofi-broscopia associada à TC é padrão-ouro para diagnóstico do Killian, que demonstra massa de aspecto polipoide de inserção maxilar, com alargamento do complexo ostiomeatal e extensão da massa para coanas. Parede posterior do seio maxilar é o local de maior incidência de surgimento do Killian. Tais achados são compatíveis com o quadro clínico, radiográfico e histopatológico do paciente, confirmando a hipótese de pólipo de Killian bilateral. A remoção cirúrgica endoscópica é preferencial e mandatória, associada ou não a abordagem cirúrgica por via externa, para evitar riscos de recidiva. Considerações finais: Apesar de ser extremamente raro, o pólipo de Killian bilateral deve ser diagnóstico diferencial de rinossinusite crônica com polipose. Nesses casos, a biópsia da lesão é de extrema importância para confirmação histopatológica.

P-530 RINOSSINUSITE FÚNGICA INVASIVA SIMULANDO TUMOR ÓSSEO NASAL

Mariana Esmeraldo Pinheiro, Julian Pablo Stavarengo, Marcelo Guimarães Machado, Debora Hirose Aparecido, Elder Yoshimitsu Goto

Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 65 anos de idade, com obstrução nasal à direita há dois anos, com piora no último ano. Nega epistaxe, perda ponderal e comorbidades. Na-sofibroscopia — massa ocupando quase completamente a região posterior de fossa nasal direita, inclusive meato médio, de aspec-to irregular, consistência pétrea, invadindo região septal posterior e deslocando septo em direção contralateral. Tomografia de seios paranasais (05/02/2016): deformidade com componente ósseo e de partes moles obliterando as fossas nasais, posteriormente associada à interrupção do septo nasal e obliteração da unidade ostiomeatal com velamento do seio maxilar direito. Sem impregnação pelo con-traste. Com suspeita de tumor ósseo, foi submetido à cirurgia endo-nasal no dia 30/05/2016, com retirada da lesão e da região septal posterior acometida, antrostomia e etmoidectomia à direita. Ana-tomopatológico: aspergiloma, sem sinais de malignidade. Paciente evoluiu bem no pós-operatório, com diagnóstico de rinossinusite fúngica (RSF) invasiva indolente e tratamento com anfotericina B. Discussão: Existem dois tipos de RSF: invasiva e não invasiva. A forma invasiva pode ser fulminante ou crônica indolente. As RSF não invasivas podem ser bola fúngica ou rinossinusite fúngica alér-gica. As RSF invasivas são infecções identificadas comumente em pacientes com doenças de base (diabetes, imunossupressão induzi-da, transplantados, doenças imunossupressoras). Frequentemente causada pelo Aspergillus sp., divide-se em indolente e fulminante. RSF invasiva indolente comporta-se como neoplasia maligna. É len-tamente progressiva e localmente destrutiva, e pode ocorrer em indivíduos imunocompetentes. O tratamento consiste na remoção cirúrgica do fungo, no restabelecimento da drenagem mucociliar, na ventilação do seio acometido e na associação de anfotericina B. No caso das infecções por Aspergillus sp., há maior eficácia com uso do voriconazol. Considerações finais: O caso relatado mostra a importância de se pensar em RSF como diagnóstico diferencial de tumor ósseo nasal.

P-531 MIÍASE EM NASOFARINGERosana Guimarães Rodrigues Alves, Geizeane Morais da Cunha, Lorena Cássia de Carvalho Oliveira, Laryssa Cavalcante Mendes de Andrade, Carolina da Silveira Alves, Eduardo Romero Sampaio Botelho, Gustavo Bachega Pinheiro

Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 75 anos, de idade pardo, compareceu ao pronto-socorro do Hospital de Base do Distrito Federal queixando-se de cefaleia frontopariental e saída espontânea de larvas pela fossa nasal esquerda. Ao exame clínico inicial, o paciente verbalizava com dificuldade, apresentava secre-ção branco-amarelada fétida, crostas bilateralmente e larvas de dípteros em nasofaringe à rinoscopia, em maior quantidade à es-querda. Inicialmente foi instituído tratamento farmacológico com ivermectina 12 mg/dia associado à antibioticoterapia com ampi-cilina + sulbactam. Foi submetido à videoendoscopia nasal, que evidenciou presença de massa em rinofaringe envolta de tecido necrótico infestado por larvas. Foi realizada remoção por meio de pinça, e colhida biópsia da tumoração. Após quatro dias, o paciente evoluiu com melhora dos sintomas, submetido a novo exame en-doscópico que não mais visualizou larvas em rinofaringe. Recebeu alta hospitalar com retorno ambulatorial para acompanhamento e análise do exame histopatológico. Discussão: Miíases podem se apresentar na forma cutânea, sub-cutânea ou cavitária. A forma mais comum é a que acomete le-sões necróticas cavitárias, como colesteatomas na orelha média, neoplasia ou doenças ulcerogranulomatosas nasais, tumores orais, anais, vaginais e oftálmicos, assim como lesões da pele. As miíases endonasais são muito dolorosas; é necessário terapêutica farmaco-lógica e/ou cirúrgica para a cura adequada da doença.

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Considerações finais: A miíase é uma doença causada por infestação de larvas de dípteros depositadas em humanos. Essas larvas alimentam-se dos tecidos vivos ou mortos e de fluidos corporais, condição necessária para terminarem seu ciclo de desenvolvimento. A infestação pode ser facultativa, provocada por larvas de moscas necrobiontófogas.

P-532 LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA NASAL DESFIGURANTE SIMULANDO ERISIPELA DE FACE — RELATO DE CASOBenivaldo Ramos Ferreira Terceiro, Frederico Pereira Bom Braga, Mateus Pereira Bom Braga, Marcelo Rosandiski Lyra, Cláudia Maria Valete Rosalino

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: A leishmaniose mucocutânea é, dentre as variantes da doença tegumentar, uma infecção causada pelo pro-tozoário Leishmania (Viannia) braziliensis, acometendo pele e mu-cosas, com o desenvolvimento de úlceras. As lesões cutâneas de face podem simular infecções bacterianas comuns nas erisipelas faciais e outras doenças dermatológicas, dificultando o diagnóstico e o tratamento adequados. Paciente do sexo feminino, 63 anos de idade, residente do Rio de Janeiro, hipertensa, iniciou quadro com uma “espinha amarelinha” na narina esquerda evoluindo em um ano com aumento de tamanho, eritema e infiltração em hemiface esquerda. Relata viagens frequentes para o interior de Minas Ge-rais. Foi tratada com cefalexina, prednisona e medicações tópicas, sem melhora. Recentemente, realizou biópsia em um hospital pú-blico para suspeita de lúpus; foram identificadas formas amastigo-tas. Encaminhada para os ambulatórios de otorrinoilaringologia e dermatologia da INI-Fiocruz para avaliação e revisão de lâmina, que confirmou o diagnóstico de leishmaniose mucocutânea. Ao exame, apresentava lesão eritematosa infiltrada em toda a região maxilar esquerda, com lesão ulcerada sobre a narina ipsilateral recober-ta por secreção purulenta gerando moderada deformidade facial. Iniciou recentemente tratamento com antimoniato de meglumina, com melhora evolutiva das lesões. Segue em acompanhamento. Discussão: O diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana cutânea de face pode ser dificultado, especialmente se ocorrer de maneira crônica ou se o paciente não proceder de regiões endêmi-cas. O diagnóstico diferencial das úlceras cutâneas pode suspeitar de úlceras traumáticas, piodermites, erisipelas etc., enquanto as lesões mucosas podem revelar paracocciodiodomicose, granuloma médio facial, entre outras. A história epidemiológica é fundamen-tal para a suspeição clínica, e o diagnóstico definitivo ocorre por meio da biópsia da lesão. Os antimoniais pentavalentes até hoje são considerados os fármacos de escolha para o tratamento das leishmanioses. Considerações finais: A atuação multidisciplinar para a conclusão do diagnóstico e tratamento adequado torna-se essencial para se evitar cicatrizações desfigurantes e/ou mutilantes para uma doen-ça com um variado número de diagnósticos diferenciais.

P-533 COMPLICAÇÕES INTRA E EXTRACRANIANA DA RINOSSINUSITE — RELATO DE CASOAlexandre de Souza Cury, Ana Paula Cavalieri, Rafael Pontes, Diego Amorim Nantes, Elizabete S. M. Okemoto, Larissa P. Ramos, Mayara Figueiredo, Leticia Prado

Universidade Anhanguera — UNIDERP, Campo Grande, MS, Brasil

Apresentação do caso: M.C.N., sexo masculino, 27 anos de idade, vem referenciado para o serviço de neurologia da Santa Casa de Campo Grande (MS) referindo cefaleia, letargia, dor em olho es-

querdo associada a episódios de febre não aferida e um episódio de vômito. Os exames de imagens evidenciaram rinossinusite etmoidal associada a celulite orbitária e abscesso cerebral concomitantes. Além da antibioticoterapia de largo espectro sugerida pela neurolo-gia para tratamento do abscesso cerebral, foi realizada intervenção cirúrgica, com descompressão da bainha orbitária, etmoidectomia à esquerda e antrostomia maxilar ipsilateral. O paciente evoluiu positivamente, recebendo alta após completar antibioticoterapia com resolução dos sintomas apresentados. Discussão: A rinossinusite é descrita como inflamação da mucosa nasossinusal que pode causar complicações orbitárias (mais fre-quentes, 60% dos casos), intracranianas (elevada taxa de letali-dade) ou ósseas. Complicações simultâneas envolvendo órbita e espaço intracraniano são raras, e devem ser tratadas de maneira agressiva, pois oferecem risco à visão e elevada taxa de morta-lidade. Clinicamente, ocorre cefaleia, febre, vômitos, letargia e alterações comportamentais. O tratamento hospitalar deu-se com avaliação multidisciplinar e antibioticoterapia endovenosa. É fun-damental a avaliação para indicação cirúrgica nos casos em que se observa abscesso e quando não há resposta ao tratamento clínico, considerando os riscos e benefícios. Considerações finais: A peculiaridade do caso baseia-se no fato de que as complicações simultâneas são raras e mais frequentes em faixas etárias menores e também por não apresentar história pre-gressa de sinusite ou diminuição da imunidade. Foi evidenciada a importância da intervenção precoce para minimizar os danos de-correntes das complicações e a necessidade do acompanhamento multidisciplinar.

P-534 SINUSECTOMIA ENDOSCÓPICA EM LACTENTE COM 53 DIAS DE VIDA DEVIDO À RINOSSINUSITE AGUDA COMPLICADA COM ABSCESSO PERIORBITÁRIO: RELATO DE CASOMariana Moreira de Deus, José Ribeiro de Souza, Marina Ferraz Gontijo Soares, Raíssa Camelo Valetta, Stela Oliveira Rodrigues, Camilla Gabriela de Oliviera, Leandro Azevedo Camargo

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil

Apresentação do caso: Lactente do sexo feminino, 53 dias de vida, nascida de parto normal, a termo, sem intercorrências. Após quadro de resfriado comum, evoluiu com obstrução nasal, febre, edema periorbitário à esquerda associado a sinais flogíticos locais e proptose esquerda com motilidade ocular preservada. Após res-posta insatisfatória à antibioticoterapia endovenosa, lactente foi submetida à avaliação complementar pela equipe de otorrinolarin-gologia de Hospital Universitário. Fibronasoscopia revelou meato médio com edema e hiperemia importante, com drenagem de se-creção purulenta. Tomografia computadorizada (TC) de crânio com contraste revelou celulite pré/pós-septal e abscesso subperiosteal à esquerda. Optou-se por abordagem cirúrgica, com avaliação pré- operatória da equipe de oftalmologia. Lactente foi submetida à sinusectomia etmoidal endoscópica, com abordagem do meato médio, etmoidectomia anterior com saída de grande quantidade de secreção purulenta. Seguiu pós-operatório com oxacilina e hi-drocortisona endovenosa (alvo de 14 dias) e lavagem rigorosa de narinas com solução de cloreto de sódio 0,9%. Evolução satisfatória com resolução do edema. Reavaliação ambulatorial no trigésimo dia pós-operatório, com resolução clínica completa. Discussão: O processo inflamatório da mucosa de revestimento das cavidades paranasais pode ocorrer logo que essas estejam forma-das. No lactente estão formados os seios maxilares, rudimentares e etmoidais. Os seios frontal e esfenoidal começam a se formar mais tardiamente, completando seu desenvolvimento por volta dos 10

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anos. O abscesso periorbitário é uma complicação extremamente grave, que requer manejo clínico e cirúrgico adequado. A TC é o método de escolha para se avaliar as cavidades paranasais, não apenas para a complementação do diagnóstico das sinusites refra-tárias ao tratamento, mas também na avaliação pré e pós-operató-ria. É indicada abordagem cirúrgica quando há evolução com aco-metimento de estruturas adjacentes (orbitárias ou intracranianas), recorrência devido à discinesia ciliar, imunodeficiência, associação com asma grave ou polipose nasossinusal. Considerações finais: São necessários estudos sobre incidência e manejo dessa complicação em crianças menores de 1 ano de idade devido à escassez na literatura atual.

P-535 PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR SOLITÁRIO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ESTESIONEUROBLASTOMAFelippe Paraguassu Demes, Édio Júnior Cavallaro Magalhães, Renan Gonçalves Bessa, Livia Pereira de Souza, Monica Machado Baptista, Raquel Faria Vasconcellos, Shiro Tomita

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: A.S.R., 46 anos de idade, sexo masculino, casado, natural de Nova Iguaçu (RJ), instalador de gás de cozinha. Compareceu à emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar com quadro de epistaxes volumosas de repetição, de início há três me-ses, associado a astenia e hiposmia progressivas. Ao exame físico, estava hipocorado 2+/4+, com epistaxe ativa de moderado volu-me em fossa nasal esquerda. À ectoscopia, apresentava massa de consistência amolecida em dorso nasal de aproximadamente 2 cm, aderida a planos profundos, sem sinais flogísticos. Realizada en-doscopia nasal que evidenciou lesão violácea sangrante pulsátil em região anterossuperior de fossa nasal esquerda. Solicitada tomogra-fia computadorizada (TC) de seios paranasais, realizadas biópsia e cauterização da lesão. Material enviado para estudo histopatológi-co e imuno-histoquímico. Discussão: O lasmocitoma extramedular solitário é uma malignida-de rara que surge a partir da proliferação descontrolada de células plasmáticas monoclonais. A TC de seios paranasais mostrou lesão expansiva, com densidade de partes moles, erodindo base anterior do crânio ao nível das lâminas crivosas e parede posterior de seio frontal, com expansão superior, ocupando parcialmente a região etmoidal e os seios frontais bilateralmente. O resultado histopato-lógico sugeriu plasmocitoma, sendo confirmado após resultado imu-no-histoquímico. Encaminhado para o Instituto Nacional do Câncer (INCA), onde foram realizados biópsia de medula óssea e punção aspirativa de medula óssea, sem alterações. Confirmado diagnósti-co de plasmocitoma e descartado outros diagnósticos diferenciais iniciais, optou-se pelo tratamento com quimioterapia. Atualmente, o paciente encontra-se na quarta sessão de quimioterapia, evoluin-do satisfatoriamente, sem epistaxes há mais de três meses. Considerações finais: O plasmocitoma extramedular solitário, ape-sar de raro, deve ser lembrado como diagnóstico diferencial de ou-tras lesões de base de crânio para que o tratamento correto seja instituído.

P-536 TELANGIECTASIAS HEMORRÁGICAS HEREDITÁRIAS: UMA SÉRIE DE CASOSPâmella Marletti de Barros, Larissa Ferreira de Macedo, Salyne Regina Martins Roberto, Larissa Leal Coutinho, Thiago Freire Pinto Bezerra, Silvio da Silva Caldas Neto, Adriano de Amorim Barbosa

Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: PM1, sexo feminino, 14 anos de idade, com epistaxe recorrente autolimitada desde a infância. Nasofibroscopia evidenciou telangiectasias difusas em mucosa nasal. Histórico fami-liar de avó (PM2) e tia (PM3) com epistaxes recorrentes. PM2, sexo feminino, 68 anos de idade, história de epistaxe recorrente desde os 4 anos de idade, atualmente diária, de pequeno volume, auto-limitadas. Nega histórico de hemotransfusão e tamponamento na-sal. Nasofibroscopia apresentava telangiectasias difusas em mucosa septal e de parede lateral nasal. PM3, sexo feminino, 43 anos de idade, epistaxe recorrente desde os 4 anos de idade. Diagnosticada com telangectasias hemorrágicas hereditárias (THH) há dois anos. Histórico de tamponamento nasal e de hemotransfusão. Nasofibros-copia evidenciava telangectasias em mucosa nasal, oral e em mãos. Endoscopia digestiva alta evidenciou telangiectasias em esôfago, estômago e duodeno. Submeteu-se à embolização da artéria maxi-lar interna, mas persiste com epistaxe recorrente. Discussão: A THH ou síndrome de Rendu-Osler-Weber é uma vas-culopatia sistêmica rara, de herança autossômica dominante, sem predileção por raça, sexo ou idade. É caracterizada por epistaxes de repetição, telangiectasias mucocutâneas, malformações arterio-venosas viscerais e história familiar positiva. Epistaxe recorrente é a manifestação clínica mais comum, presente em 90% dos casos, com frequência e intensidade variadas. É também o sinal mais pre-coce da doença. O controle dos sangramentos de repetição consiste em evitar trauma nasal, realizar cauterização química ou a laser dos vasos sangrantes ou embolização das artérias nasais. A septo-dermoplastia é o padrão-ouro de tratamento, principalmente em casos de epistaxe grave. Em casos extremos, pode ser realizado fechamento das narinas (procedimento de Young). Considerações finais: Esta é uma série de três casos consanguí-neos com epistaxes recorrentes acompanhadas em nosso serviço. O otorrinolaringologista tem papel fundamental nos casos de THH, tanto no diagnóstico precoce quanto na definição terapêutica para um adequado controle das epistaxes e consequentemente redução do risco de desenvolver comorbidades como anemia ferropriva ou hemotransfusões de repetição.

P-537 SCHWANNOMA EM RAMO MANDIBULAR DO NERVO TRIGÊMIO: RELATO DE CASOJanaina Jacques, Jéssica Jacques, Fábio Duro Zanini, Maria Fernanda Piccoli Cardoso de Mello, Mariana Manzoni Seerig, Carlos Alberto Kuntz Nazario, Letícia Chueiri

Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis, SC, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 51 anos de idade, há seis anos apresentava dor em hemiface direita. O caso transcorreu com edema em hemiface direita, zumbido e hipoacusia à direita, vômitos e piora da dor. O restante do exame neurológico mostrou-se normal. Exames de audiometria e imitanciometria apresentavam-se normais. Em investigação diagnóstica, a ressonância magnética do encéfalo apresentou formação expansiva intracraniana localiza-da nas fossas pterigopalatina e infratemporal direitas invadindo o músculo pterigopalatino lateral e abaulando o seio esfenoide direito, tocando as conchas média e inferior direitas e o septo nasal. A lesão media 4,78 × 3,66 × 3,85 cm e não invadia a parede do segmento intracavernomatoso da artéria carótida interna. A paciente foi sub-metida à cirurgia endoscópica por acesso transmaxilar, e o procedi-mento ocorreu sem intercorrências. Em pós-operatório, a paciente evoluiu bem; após quatro meses, ainda mantinha parestesia em re-gião maxilar direita. O exame anatomopatológico apresentou tecido sugestivo de schwannoma com componente cístico. Discussão: Os schwannomas constituem-se de tecido encapsulado, esbranquiçado e firme. São tumores benignos da bainha de nervos cranianos ou espinais. Quando acometem o nervo trigêmio, podem se originar em qualquer uma de suas porções, constituindo 0,07%

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a 0,36% dos tumores intracranianos e 0,8% a 8% dos schawnnomas intracranianos. Esse tipo de lesão acomete, em sua maioria, adultos jovens, com distribuição semelhante entre sexos. Cerca de 70% dos pacientes apresentam disfunção do nervo trigêmeo (a hipoestesia é a mais recorrente) e 51% apresentam sintomas trigeminais (dor é o mais frequente). A abordagem de tratamento é sempre cirúrgica. Considerações finais: Tumores localizados nas fossas infratemporal e pterigopalatina geralmente apresentam sintomas apenas quando há aumento do seu tamanho — dor facial atípica e hipoestesia são as ma-nifestações clínica mais frequentemente descritas. O tempo para diag-nóstico encontrado em literatura varia entre quatro meses a 15 anos.

P-538 FIBROMA CEMENTO-OSSIFICANTE NASOSSINUSAL: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAWillian da Silva Lopes, Ulisses Meireles Filgueiras Filho, Clara Mota Randal Pompeu, Viviane Carvalho da Silva, André Luiz Monteiro Cavalcante, André Alencar Araripe Nunes, Camila Azevedo Coelho

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 39 anos de idade, com história de tumor maxilar operado aos 13 anos, com reabordagem há dois anos. Apresenta deformidade facial à direi-ta, rinorreia purulenta, cacosmia e eliminação de crostas fétidas, sem obstrução nasal. Nasofibroscopia evidenciou lesão óssea supe-roposterior direita com crostas aderidas. Tomografia mostra lesão hiperdensa de consistência óssea acometendo etmoide e esfenoide à direita. Submetido à cirurgia nasossinusal endoscópica, que evi-denciou lesão óssea à direita com bom descolamento do osso sadio acometendo lâmina papirácea, etmoide, esfenoide, septo posterior e etmoide contralateral. Histopatologia revelou fibroma cemento- ossificante (FCO). Evolui sem recidiva até o momento. Discussão: O FCO é uma neoplasia benigna mesodérmica não odon-togênica rara, variante do fibroma cementificante (subgrupo dos cementomas), de crescimento lento, evidenciando proliferação de tecido celular fibroso com produtos ósseos variáveis, incluin-do osso, cemento ou uma combinação desses. A etiopatogenia é controversa, com possível origem em membrana periodontal; são fatores causais a extração dentária, a periodontite ou o trauma. Geralmente acomete mandíbula (molar e pré-molar), maxila e, ra-ramente, outros seios paranasais, presumindo-se nestes originar-se de membrana periodontal ectópica. Tem predileção pelo sexo feminino na terceira e quarta décadas. O FCO apresenta-se como tumoração bem delimitada, uni ou multilocular, com densidade de partes moles e focos de ossificação. Os agressivos, especialmente associados à maxila e etmoide, evidenciam perda dos limites seme-lhantes à perfuração cortical. Lesões maxilares grandes ocasionam assimetria de face, rinorreia, proptose e diplopia. Caracteriza-se por agressividade local e alta taxa de recidiva, mas há relatos de remissão após ressecção incompleta. Considerações finais: Radioterapia pós-tratamento cirúrgico é con-traindicada, devido à resistência e à possibilidade de malignização. O FCO pode acometer incomumente seios etmoidais e esfenoidais, tendo alta recidiva.

P-539 APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA DE GRANULOMATOSE DE WEGENERLarissa Leal Coutinho, Larissa Ferreira de Macedo, Leopoldo Marques D’Assunção Filho, Salyne Regina Martins Roberto, Antônio Antunes Melo, Silvio da Silva Caldas Neto, Mateus da Costa Machado Rios

Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 51 anos de idade, apresentando proptose bilateral acentuada, rinossinusite e hipoacusia. Nasofibroscopia mostrou cavidade nasal ampla, única, com remodelamento osteomucoso, não visualizando-se seios maxi-lares e etmoidais. Tomografia computadorizada de seios paranasais evidenciou cavidade nasal única, com reabsorção das paredes maxi-lares, cornetos inferiores e médios e parte do septo; seios frontais, esfenoidais e etmoidais não eram aerados. Ressonância magnética de órbita apresentou tecido anômalo com hipossinal em todas as se-quências, comprometendo de forma difusa e bilateral região retro- orbitária, com indefinição da gordura e dos músculos extrínsecos da órbita e envolvendo os nervos ópticos, promovendo exoftalmia. O diagnóstico de granulomatose de Wegener (GW) foi firmado por meio do c-ANCA positivo. Histopatológico da mucosa nasal mostrou reação inflamatória crônica. Evoluiu com retração da membrana timpânica bilateralmente e audiometria com perda auditiva mista bilateral de grau moderado e curva timpanométrica B, optando-se por colocação de tubos de ventilação. Culturas para fungo e bac-téria foram negativas. O tratamento foi realizado com rituximabe, lavagem nasal e vários ciclos de antibioticoterapia, evoluindo com remissão da doença. Discussão: A GW é imunologicamente mediada, idiopática e rara, caracterizada por vasculite necrotizante de pequenos vasos com formação de granulomas. Geralmente há dano sistêmico envol-vendo trato respiratório superior e inferior, seguido por falência renal devido à glomerulonefrite necrotizante. A forma localizada costuma poupar os rins, podendo haver lesões renais subclínicas. O diagnóstico ocorre geralmente entre 20-40 anos de idade, mais comum em homens. Envolvimento do trato respiratório alto ocorre em 70% a 100% dos casos e envolvimento ocular e orbitário em 50%, comum em ambas as formas da doença. O diagnóstico baseia-se em quadro clínico, exame histopatológico e positividade do c-ANCA. O tratamento é feito com drogas imunossupressoras. Considerações finais: As características clínicas incomuns, como proptose acentuada e extenso remodelamento nasossinusal, ser-vem para alertar os especialistas das várias formas de apresentação da GW.

P-540 CARCINOMA INDIFERENCIADO DE NASOFARINGE COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE NASOANGIOFIBROMA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAWillian da Silva Lopes, Caio Calixto Diógenes Pinheiro, Clara Mota Randal Pompeu, Anna Caroline Rodrigues de Souza Matos, Kríssia Braga Diniz, Viviane Carvalho da Silva, André Alencar Araripe Nunes

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 29 anos de idade, cefaleia frontal direita com irradiação otológica há dois me-ses, associando-se à obstrução nasal ipsilateral progressivamente bilateral, hiposmia, cacosmia e halitose, com rinorreia purulenta com raios de sangue eventuais. Nasofibroscopia evidenciou tumora-ção avermelhada ocupando fossa nasal direita, ocluindo totalmen-te coana. Realizou tomografia, que evidenciou formação expansiva heterogênea em nasofaringe à direita, com realce ao contraste, alargando fossa pterigopalatina ipsilateral e com destruição óssea adjacente, sugestiva de nasoangiofibroma (NAF). Realizou emboli-zação e exérese endoscópica nasossinusal. Histopatologia definiu carcinoma indiferenciado (CNi). Submetido à radioquimioterapia, evoluiu sem recidiva ou metástases até o momento. Discussão: O NAF é um raro e benigno tumor fibrovascular predomi-nante em homens jovens. Tem características histológicas benignas, mas frequentemente demonstra comportamento clínico localmen-te destrutivo com invasão circunjacente, envolvendo significativa

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morbimortalidade. Clinicamente, há tumoração nasal com obstru-ção e epistaxe recorrente; são incomuns anosmia e dor. Presume-se surgir em fossa pterigopalatina e proliferar em área circunjacente, com risco potencial de extensão intracraniana. O CNi é um tumor raro, com baixa incidência nos países ocidentais (1:100.000 pes-soas), predominando em homens na quinta a sexta décadas de vida. Há distintos fatores de risco genéticos e ambientais, destacando-se infecção latente por Epstein-Barr vírus. Tem alta incidência de metástases hematogênicas. Há boa radioquimiossensibilidade, com aumento gradual na sobrevivência. A maioria apresenta estágio lo-calmente avançado, com invasão retrofaríngea. O diagnóstico dife-rencial com NAF deve-se à grande invasão local similar. Considerações finais: O NAF é um tumor raro de nasofaringe, be-nigno e localmente agressivo, diagnóstico diferencial de lesões ma-lignas, principalmente quando acomete homens jovens.

P-541 LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA NASAL: PACIENTE TRANSPLANTADO RENALThaise Cesca, Dharyemne Charlotte Louise Pucci de Araujo, Ricardo Maurício Favaretto, Suzanne Mallmann Varnier, Rodrigo Dors Sakata, Gabriela Soraya Martin, Karin Graziela Dal’Vesco

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: C.L.B.M., 52 anos de idade, sexo feminino, parda, natural e residente em Campo Magro (PR), do lar. Trans-plantada renal há um ano e quatro meses, em uso de prednisona 10 mg/dia, tacrolimus e ácido micofenólico. Relata aparecimento de edema e hiperemia em narinas há cerca de três meses e meio, associado a prurido e ardência local com episódios recorrentes de agudizações e resposta parcial à antibioticoterapia usual. No quinto mês de evolução teve importante piora do quadro, com apareci-mento de lesões crostosas/granulomatosas em asas nasais, em es-pecial em porção de alar inferior à direita, associado à presença de secreção pustulosa, aumento de volume de pirâmide nasal e exten-são de lesões crostosas para lábio superior. Nesse momento, tendo como hipótese celulite por S. Aureus associado à imunossupressão, optou-se pelo internamento para exames complementares e início de antibiótico endovenoso. Devido à evolução desfavorável, biópsia de asa nasal e mucosa septal foi realizada. Confirmado diagnóstico via anatomopatológico, terapêutica específica (glucantyme) para o parasita foi iniciada com boa evolução. Discussão: O diagnóstico de leishmaniose mucocutânea está dentro do grupo de doenças granulomatosas nasais, um vasto grupo. Pa-cientes transplantados podem ser colonizados por S. Aureus na por-ção nasal, e frequentemente podem cursar com infecção oportu-nista nessa região. Importante pensar nas doenças granulomatosas como diagnóstico diferencial nesse grupo específico de pacientes. Considerações finais: O médico otorrinolaringologista deve ser ca-paz de reconhecer as lesões cutâneas da leishmaniose visando diag-nóstico precoce. É uma doença de grande impacto psicossocial para o paciente, devido às sequelas estéticas e funcionais.

P-542 ABORDAGEM ENDOSCÓPICA DE MACROADENOMA SECRETOR HIPOFISÁRIOBlenda Avelino Soares, Letícia de Ávila Cambraia, Camila Taniguti Cordeiro Vasco, Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro, Sebastião Berquó Peleja, Leandro Azevedo de Camargo, Ricardo Gimenes Ferri

Hospital Alberto Rassi — HGG, Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: A.S.C., 21 anos de idade, sexo feminino, ganho de peso há três anos, com ganho de 10 kg em um único

mês. Relatava fraqueza, hipersonia, oligúria, fáceis arredondada, estrias, hirsutismo, ciclos menstruais irregulares e diagnóstico de diabetes há oito meses. Com a hipótese de síndrome de Cushing, realizou tomografia computadorizada de crânio, que evidenciou le-são expansiva hipovascular envolvendo a região posterior da ade-no-hipófise, deslocando cranialmente o diafragma selar, com 7,6 × 10,0 × 5,7 mm, sugestivo de macroadenoma hipofisário. Foi subme-tida à avaliação da neurocirurgia, que optou por realizar a retirada do tumor por via endoscópica endonasal após discutir o caso com a equipe de otorrinolaringologia do hospital HGG, visando menos morbidade à paciente. Foi submetida à cirurgia de base de crânio com visão endoscópica endonasal sem intercorrências, com retira-da de toda a massa tumoral. No pós-operatório, evoluiu com me-lhora dos níveis de cortisol e ACTHl. Sem sintomas visuais ou fístula liquórica, recebeu alta no sétimo dia de pós-operatório. Discussão: Os tumores de hipófise são neoplasias de ocorrência fre-quente, havendo necessidade de tratamento cirúrgico para alguns. Há algum tempo a técnica cirúrgica consistia em uma abordagem transcraniana com grandes complicações, mas atualmente a ressec-ção dos tumores pode ser realizada por via transnasal direta com visão totalmente endoscópica. Nenhuma terapia medicamentosa eficaz está disponível para pacientes com doença de Cushing. O tratamento cirúrgico é útil por estabelecer o diagnóstico e a histo-logia do tumor. Considerações finais: A cirurgia endoscópica endonasal é uma evo-lução na abordagem desses tumores com taxas de complicações, tempo de recuperação e índice de recidiva menores quando compa-rado à técnica transcraniana. A paciente do caso evoluiu sem com-plicações e sem morbidade com trauma nasal mínimo, sem fístula e rápida recuperação.

P-543 CISTO ODONTOGÊNICO GIGANTE EM ADOLESCENTE: UM RELATO DE CASOAlda Linhares de Freitas Borges, Ana Paula Valeriano Rego, Valeria Barcelos Daher, Claudiney Candido Costa, Hugo Valter Lisboa Ramos, Pedro Fragoso de Almeida, Edson Junior de Melo Fernandes

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 16 anos de idade, sexo mascu-lino, procurou o serviço de otorrinolaringologia devido a aumento de volume de face com evolução insidiosa de anos. Solicitada to-mografia computadorizada de seios da face, que evidenciou forma-ção cística acometendo a maxila direita, apresentando contornos regulares e limites parcialmente definidos, sem sinais heterogêne-os. A formação cística determinava a elevação do assoalho do seio maxilar e um leve rebaixamento do palato, porém não havia sinais de ruptura dos limites ósseos dessas estruturas. O paciente foi sub-metido à cirurgia para enucleação total do cisto. Enviada cápsula para estudo histológico, que evidenciou cisto odontogênico. Discussão: Cistos odontogênicos são resultantes da proliferação de remanescentes epiteliais associados à formação dos dentes. Os grandes cistos odontogênicos dos maxilares são raros. São classifi-cados em dois grupos principais, que refletem sua patogênese. O primeiro grupo inclui cistos radiculares cuja origem é inflamatória, consequente a cáries avançadas e necrose pulpar. O segundo grupo inclui lesões conhecidas como cistos de desenvolvimento. Um dos cistos odontogênicos de origem inflamatória é o cisto radicular, re-presentando de 40% a 85% de todas as lesões apicais, e o segundo mais comum cisto odontogênico na população pediátrica. O cisto radicular é clinicamente assintomático e acomete mais a região an-terior de maxila. O tratamento de cistos deve ser focado na máxima preservação das estruturas anatômicas possíveis. Os tratamentos cirúrgicos que podem ser realizados como alternativas em lesões

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radiculares extensas incluem curetagem, enucleação, descompres-são, marsupialização e ressecção em bloco. Considerações finais: O diagnóstico dos cistos odontogênicos ge-ralmente ocorre acidentalmente. Os pacientes que chegam ao con-sultório otorrinolaringológico costumam apresentar deformidades faciais, tumefação, assimetria facial, sensibilidade e mobilidade dentária. O tratamento cirúrgico traz bons resultados. Os cistos de origem inflamatória não recidivam após tratamento adequado.

P-544 MELANOMA MALIGNO PRIMÁRIO DE MUCOSA NASOSSINUSAL: RELATO DE CASOSâmella Cavalcanti Monteiro, André Serra Mota, Gleydson Lima dos Santos, Iara de Vasconcelos Gonçalves Ferreira, Janine Silva Carvalho, Marcos Antônio de Melo Costa, Paula Medeiros Balbino

Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Maceió, AL, Brasil

Apresentação do caso: J.S.S., sexo masculino, 70 anos de idade, apresentando obstrução nasal à direita e abaulamento progressivo da face ipsilateral há 18 meses. O exame mostrou abaulamento de região maxilar direita e cavidade nasal direita com parede lateral medializada. A ressonância magnética da face evidenciou lesão ex-pansiva em parede anterior do seio maxilar direito, em contato com a porção lateral direita da pirâmide nasal, sugestivo de neoplasia primária. Foi realizada cirurgia para exérese de tumor em seio ma-xilar direito via Caldwell-Luc. A imuno-histoquímica diagnosticou melanoma maligno infiltrativo em tecido fibroadiposo. Optou-se por seguimento clínico com oncologia e radioterapia. O paciente foi submetido a 35 sessões de radioterapia. Atualmente, após sete meses da cirurgia, está em tratamento quimioterápico, sem sinais de recidiva locorregional. Discussão: O melanoma maligno nasossinusal é um tumor raro, de etiologia incerta e comportamento agressivo. Representa 4% dos tumores nasossinusais e 0,5% a 2% de todos os melanomas. Inicial-mente são unilaterais, e os sintomas são tardios e inespecíficos, como obstrução nasal e epistaxe. Não têm preferência por sexo e acometem pacientes acima de 60 anos de idade. Ele tem compor-tamento distinto dos melanomas cutâneos e não apresenta fatores de risco. O diagnóstico é histopatológico e feito, geralmente, em estágios avançados da doença. O tratamento adequado é a exérese cirúrgica com amplas margens de segurança, quando o tumor for ressecável, associado à radioterapia e quimioterapia, que são ape-nas paliativos. O prognóstico é sombrio, apresentando recidiva lo-cal e disseminação sistêmica a curto prazo. A maioria dos pacientes vai a óbito por metástase tumoral em menos de cinco anos. Considerações finais: Os melanomas malignos nasossinusais são ra-ros e de difícil diagnóstico em estágios iniciais. São tumores agressi-vos e recidivantes, comprometendo o tratamento cirúrgico. O diag-nóstico precoce é de extrema importância, podendo determinar um melhor prognóstico para o paciente.

P-545 TUMOR FIBROSO SOLITÁRIO DA CAVIDADE NASAL: RELATO DE CASOMariana Zago de Moraes, Elisson Krug Oliveira, Débora Gama de Barros, Luciana Barros Augé, Natália Vieira Gasparin, Fabricio Scapini, Marcele Oliveira dos Santos

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: L.C.W., sexo feminino, 51 anos de idade, branca, tabagista, encaminhada para avaliação otorrinolaringoló-gica por rinorreia hialina há quatro anos, mais intensa à direita,

associada à obstrução nasal, hiposmia e hipoacusia à direita. Na rinoscopia, apresentava lesão polipoide obstruindo fossa nasal di-reita (FND) com extensão à coana. Otoscopia direita com efusão. Sem outras alterações ao exame físico. Foi solicitada tomografia computadorizada de seios da face, confirmando lesão em FND, com extensão ao seio maxilar, alargando seu óstio. Seguiu-se bi-ópsia ambulatorial com anatomopatológico conclusivo para pólipo nasal. Após 30 dias, foi submetida à cirurgia videoendoscópica para exérese da lesão, violácea e pouco sangrante, sendo identificada inserção em toda a extensão do corneto médio, penetrando ós-tio do maxilar e comprimindo parede lateral nasal. O diagnóstico anatomopatológico foi tumor fibroso solitário (TFS) com margens livres. Optou-se por acompanhamento ambulatorial com controle endoscópico e tomográfico, evoluindo sem sinais de recidiva nos primeiros seis meses de acompanhamento. Discussão: O TFS é uma neoplasia mesenquimal que geralmente se apresenta na pleura; é raro na cavidade nasal e nos seios parana-sais. Ocorre principalmente em indivíduos adultos, sem preferência por sexo, em média aos 50 anos de idade, medindo de 3 a 5 cm. Os de localização nasal apresentam-se com obstrução nasal, epistaxe, anosmia, rinorreia e dor facial, tendo geralmente desfecho benig-no, em contrapartida aos pleurais, que têm comportamento agres-sivo. A exérese completa da lesão é curativa na maioria dos casos. Considerações finais: O TFS nasal é pouco descrito na literatura, com insuficientes casos de seguimento prolongado para melhor es-tabelecimento do prognóstico. É necessário o conhecimento do TFS de localização nasal, pois sua clínica e seus achados radiológicos se assemelham a vários tumores, como o fibrossarcoma, o hemangio-pericitoma e o carcinoma nasofaríngeo. Na maioria dos casos des-critos na literatura a cirurgia foi curativa, e a ressecção completa do tumor é um dos fatores prognósticos mais importantes.

P-546 PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR DE SEIO MAXILAR — RELATO DE CASOJefferson Pitelli Fonseca, Ariana Di Salvo Arthur, Priscilla Durante Miotto, Pedro Ernesto Barbosa Pinheiro, Edwin Tamashiro, Fabiana Cardoso Pereira Valera, Wilma Terezina Anselmo Lima

Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, Brasil

Apresentação do caso: A.B.S., 55 anos de idade, história de 40 dias de parestesia em terços médio e inferior de hemiface esquer-da, obstrução nasal e rinorreia ipsilateral. Ao exame otorrinolarin-gológico, apresentava massa em fossa nasal esquerda associada à secreção purulenta. Nasofibroscopia demonstrou medialização de parede lateral da fossa nasal esquerda com massa exteriorizando pelo meato médio e ocupando toda a fossa nasal. Tomogafia compu-tadorizada de seios da face evidenciou velamento em seio maxilar esquerdo com calcificações centrais e erosão das paredes anterior, lateral e medial do seio maxilar. Submetido à biópsia sob anestesia geral, que mostrou células atípicas com alta relação núcleo-cito-plasma; núcleos ovalados, hipercromáticos com nucléolos inconspí-cuos e ao exame imuno-histoquímico positividade para vimentina, CD138 e Kappa, típicos de plasmocitoma. Após exclusão de mieloma múltiplo, chegou-se ao diagnóstico de plasmocitoma extramedular. Atualmente, paciente encontra-se em seguimento conjunto com hematologia. Discussão: Neoplasias malignas por proliferação de células B mo-noclonais são subdivididas em quatro subcategorias: mieloma múltiplo, plasmocitoma solitário ósseo, plasmocitomas solitários múltiplos e plasmocitoma extramedular. Os plasmocitomas extra-medulares são extremamente raros, compreendendo apenas 3% de todos os plasmocitomas e consistem em um tumor de plasmócitos fora da medula óssea na ausência de critérios para mieloma múl-tiplo. Acometem quatro vezes mais o sexo masculino e aproxima-

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damente 80% dos casos estão localizados na região da cabeça e pescoço. O tratamento de escolha é a radioterapia. A cirurgia está indicada apenas em casos selecionados. Considerações finais: A decisão sobre abordagem excisional de massas nasais ou paranasais deve ser precedida de biópsia, de pre-ferência sob anestesia geral. Tal conduta promove melhor conforto ao paciente e coleta de material mais representativo para diagnós-tico mais preciso, o que evita abordagens extensas desnecessárias e possibilita a escolha da melhor opção terapêutica.

P-547 FÍSTULA LIQUÓRICA ESPONTÂNEA: RELATO DE CASOJéssica Maia Couto, Carolina da Fonseca Barbosa, Flavianne Mikaelle dos Santos Silveira, Alessandro Fernandes Guimarães, Geovane Luiz Alves Santos, Flávio Barbosa Nunes, Roberto Eustáquio Santos Guimarães

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 65 anos de idade, sexo femi-nino, hipertensa e diabética. Apresenta dor em olho esquerdo há aproximadamente um ano. Evolui há 15 dias com cefaleia holocra-niana intensa após espirro e rinorreia aquosa à esquerda, com piora ao abaixar a cabeça. Nega história prévia de trauma ou cirurgia nasal. Afebril. Ao exame: sem alterações de mobilidade ocular ou acuidade visual, sem sinais meníngeos, fibronasolaringoscopia sem achados relevantes. Tomografia computadorizada (TC) de seios da face mostra descontinuidade de parede lateral de esfenoide es-querdo e massa em seu interior. Ressonância nuclear magnética (RNM) evidenciou meningocele em seio esfenoidal esquerdo. O caso foi discutido junto com a equipe de neurologia do hospital, e op-tou-se por abordagem cirúrgica via fossa média devido ao acometi-mento de parede lateral do esfenoide. Solicitamos vacinação antip-neumocócica. A paciente foi submetida à cirurgia com fechamento da fístula, e evolui bem. Discussão: Fístula liquória é causada por uma descontinuidade óssea, meníngea e mucosa, com conexão do espaço subaracnóideo com os seios da face, nariz ou ouvido dependendo da localização da lesão (base de crânio anterior ou osso temporal). É classificada em: traumática (acidental ou iatrogênica) ou espontânea (alta pressão ou pressão normal). As causas traumáticas são mais comuns. Para diagnóstico pode ser solicitado b-2-transferrina, glicemia e glicose na secreção nasal simultâneas, cisternografia, TC e RNM. A vacinação antipneumocócica deve ser prescrita no momento do diagnóstico, para evitar complicações infecciosas de sistema nervoso central. O tratamento é cirúrgico, podendo ser realizado via endonasal ou fossa média, dependendo da localização da fístula. No caso clínico apresentado, a paciente apresentava uma fístula liquória espontânea de alta pressão. Considerações finais: É importante a suspeição diagnóstica em pacientes com rinorreia unilateral aquosa, que piora ao abaixar a cabeça. Deve-se investigar história de trauma ou cirurgia nasal prévia. Frequentemente esses pacientes são tratados para rinite, atrasando o diagnóstico. Com a confirmação da fístula, vacinação e tratamento precoce, as complicações infecciosas são evitadas.

P-548 PAPILOMA NASOSSINUSAL ASSOCIADO A CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: RELATO DE CASOFernando Mathias Pereira de Miranda, Georgiana Hueb Campos Rocha, Deusdedit Brandão Neto, Renata Ribeiro de Mendonça Pilan, Fábio de Rezende Pinna, Richard Louis Voegels

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: V.L., 53 anos de idade, sexo masculino, pintor, deu entrada no pronto-socorro de otorrinolaringologia refe-rindo obstrução nasal à esquerda há um mês, associado à rinorreia purulenta, hiposmia e dor em face, evoluindo com hiperemia e ede-ma periorbitário ipsilateral. Negava epistaxe ou sintomas visuais. Ao exame físico, apresentava proptose ocular à esquerda, quemose e massa ocupando toda a fossa nasal do mesmo lado, recoberta com secreção purulenta. Os exames laboratoriais evidenciavam infecção aguda, e a tomografia computadorizada (TC) de seios paranasais mostrou massa ocupando toda a cavidade nasal à esquerda, com invasão orbitária ipsilateral e áreas sugestivas de necrose. Após antibioticoterapia venosa e biópsia incisional da lesão, o paciente teve melhora da hiperemia, porém mantendo proptose, recebendo alta com antibiótico oral. Após sete dias, retornou ao pronto-socor-ro referindo diplopia, turvação visual, piora da proptose e recidiva da hiperemia à esquerda, quando nova TC evidenciou aumento da massa com acometimento da fissura orbitária superior. A biópsia colhida da cavidade nasal mostrou papiloma schneideriano asso-ciado a processo inflamatório crônico e atipia celular. Diante da contradição do anatomopatológico e comportamento agressivo da neoplasia, o paciente foi submetido a nova biópsia, dessa vez com incisão infraorbitária, que mostrou CEC invasivo. Discussão: O carcinoma de células escamosas corresponde a cerca de 80% de todos os tumores malignos do nariz e seios paranasais, acome-tendo mais comumente homens brancos na faixa etária dos 50 aos 60 anos. A maioria dos pacientes apresenta história de sinusite crônica refratária aos tratamentos convencionais, quando surge a suspeita de neoplasia e a necessidade de investigação complementar. Considerações finais: Embora seja esperado, o comportamento agressivo dos papilomas da cavidade nasal deve levantar suspei-ta para sua transformação maligna, que não necessariamente será vista em toda a extensão do tumor, como neste caso, em que a porção nasal apresentava papiloma e a porção que invadia a órbita já apresentava carcinoma escamocelular invasivo.

P-549 MUCOCELE DE PROCESSO CLINOIDE: RELATO DE CASOFernando Mathias Pereira de Miranda, Sang Yun Sin, Deusdedit Brandão Neto, Aline Garcia Fagan, Fábio de Rezende Pinna, Richard Louis Voegels

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: N.J.D., 58 anos de idade, sexo masculino, admitido com história de cefaleia periorbitária à direita há um ano, associado a um episódio de diplopia autolimitada no período, sem sintomas nasais associados. Exames de neuroimagem foram compa-tíveis com a hipótese clínica de mucocele acometendo o seio esfe-noidal à direita. Optou-se por ressecção endoscópica da lesão, sob anestesia geral, com acesso ao seio esfenoide pelo seu óstio, o qual foi ampliado, ocasionando saída de moderada quantidade secreção purulenta. Visualizado abaulamento de consistência amolecida em processo clinoide à direita. Realizou-se incisão da lesão, com saída de mais secreção purulenta. Procedeu-se remoção da cápsula da mucocele, expondo a impressão do nervo óptico e carótida. Discussão: As mucoceles são lesões císticas benignas, revestidas por epitélio respiratório secretor de muco, contidas no interior de um seio paranasal. Acomete mais comumente o seio frontal e é menos encontrada no seio esfenoidal (1% a 2% dos casos). O acome-timento específico do processo clinoide é ainda mais incomum. Ge-ralmente ocorre a partir da existência de uma pneumatização dessa estrutura, que é observada em aproximadamente 9,5% dos seios esfenoidais. Os sintomas mais comuns são cefaleia, perda visual e paralisia do III ao VI par craniano, em virtude de sua proximidade com o canal óptico e fissura orbitária superior.

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Considerações finais: A mucocele acometendo isoladamente o pro-cesso clinoide anterior, apesar de rara, deve ser considerada em pacientes que apresentam cefaleia crônica retrorbitária unilateral e alterações visuais. O tratamento é cirúrgico e os cuidados do in-traoperatório devem ser redobrados, em virtude de sua íntima re-lação com estruturas nobres, como nervo óptico e artéria carótida interna. Os resultados costumam ser excelentes. No caso em ques-tão, o paciente teve melhora completa da cefaleia já nos primeiros dias de pós-operatório.

P-550 MELANOMA NASOSSINUSAL: RELATO DE CASOKizi Costa Bianchi, Nicole Redeker, Hamilton Ferro, Gisiane Munaro, Marina Lise, Renato Roithmann

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 85 anos de idade, apresentou-se com queixa de obstrução nasal unilateral e epistaxe há seis meses. Na rinoscopia anterior foi visualizada uma lesão endurecida obliterando totalmente a fossa nasal esquerda. A tomografia computadorizada (TC) de seios da face evidenciava imagem polipoide com densidade de partes moles obliterando a fossa nasal esquerda, medindo 2,2 × 1,2 cm de diâmetro. Seguiu-se a realização de biópsia incisional para análise anatomopatológica, a qual diagnosticou melanoma nasossinusal. A partir do diagnóstico, procedeu-se a uma ressecção ampla da lesão por via endoscópica. Em função da idade do paciente, o procedimento foi limitado à ca-vidade nasal com tratamento complementar por oncologista. Essa conduta teve o acordo do paciente e da família. Discussão: O melanoma nasossinusal é um tumor extremamente raro. Representa menos de 1% dos tumores malignos da região de cabeça e pescoço e menos de 1% de todos os melanomas malignos. O pico de incidência ocorre entre 50 e 70 anos de idade, e a propor-ção entre homens e mulheres é de aproximadamente 2:1, respec-tivamente. Origina-se de melanócitos da mucosa nasossinusal, e os sítios mais comuns desse tumor são os cornetos médio e inferior e o septo nasal. O paciente frequentemente apresenta uma história de obstrução nasal, epistaxe ou alteração do olfato, e a investigação deve incluir um exame de imagem (TC e/ou ressonância nuclear magnética) embora o diagnóstico definitivo seja feito pelo estudo anatomopatológico e imuno-histoquímico da lesão. O tratamento consiste na ressecção completa da lesão, sempre que possível, e radioterapia adjuvante, se necessário. Em geral, o prognóstico é reservado, com uma taxa de sobrevivência em cinco anos entre 12% e 30% para lesões primárias. Considerações finais: Apesar de ser uma patologia incomum, o melanoma nasossinusal deve sempre ser considerado diagnóstico diferencial em pacientes com obstrução nasal unilateral e epistaxe.

P-551 RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA TRANSESFENOIDAL DE TUMORES SELARES: IMPORTÂNCIA DO USO DE FLUORESCEÍNA INTRATECALAnderson Tinô de Carvalho, Amanda Canário Andrade Azevedo, Nara Nunes Barbosa, Victor Holanda Bezerra, Eriko Soares de Azevedo Vinhaes, Adroaldo Guimarães Rossetti Junior, Nilvano Alves de Andrade

Hospital Santa Izabel, Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil

Objetivos: Identificar a presença de fístula liquórica nasal por meio da injeção de fluoresceína intratecal em pacientes submetidos à ressecção endoscópica transesfenoidal de tumores selares, avaliar efeitos adversos da fluoresceína intratecal em baixas doses e deter-minar perfil clínico-epidemiológico dos pacientes.

Método: A fluoresceína intratecal foi administrada durante in-traoperatório em 10 pacientes submetidos à resseçção endoscópica transesfenoidal. Foram avaliados diâmetro tumoral, extensão su-prasselar, invasão de seio cavernoso, extensão da ressecção tumo-ral, incidência de fístula liquórica, utilização de retalho nasossep-tal e complicações pós-operatórias. Resultados: Os pacientes eram do sexo masculino em 70% dos ca-sos, com idade média de 54 (±15) anos. Houve identificação de fístula liquórica no intraoperatório após administração de fluores-ceína intratecal em seis pacientes (60%). Desses, apenas um não necessitou de retalho nasosseptal para correção do defeito dural. Em oito pacientes (80%) os tumores apresentavam diâmetro maior ou igual a 2 cm. Para avaliar a extensão tumoral e o acometimento de seio cavernoso, utilizamos as linhas intercarotídeas descritas por Knosp et al. Em nossa série, a maioria dos tumores não atravessou a linha média intracarotídea. Os macroadenomas hipofisários foram predominantes (90%), sendo um deles do tipo funcionante (secretor de hormônio do crescimento). Nenhum paciente apresentou rino-liquorreia ou meningite no pós-operatório ou necessitou de rea-bordagem cirúrgica. Um paciente apresentou epistaxe de grande intensidade no 28º dia de pós-operatório, com ausência de pseu-doaneurisma na arteriografia, sendo submetido à embolização de ramo esfenopalatino esquerdo. Discussão: A identificação e a localização do defeito dural e da fístula liquórica têm sido questões desafiadoras. Até o momento, o uso de fluoresceína intratecal no intraoperatório é a técnica mais comumente usada. Alguns trabalhos já demostraram a segurança dessa técnica. Conclusão: O uso de fluoresceína intratecal demons-trou ser um método seguro para o diagnóstico e a localização da fístula liquórica no intraoperatório. Contudo, a avaliação pré-ope-ratória detalhada e a experiência do cirurgião são fatores decisivos na evolução pós-operatória.

P-552 SÍNDROME DO ÁPEX ORBITÁRIO POR ASPERGILOSE NÃO INVASIVA SEM ACOMETIMENTO SINUSALGeovane Luiz Alves Santos, Jessica Maia Couto, Carolina da Fonseca Barosa, Alessandro Fernandes Guimarães, Maria Júlia Issa Abrão, Roberto Eustáquio Santos Guimarães, Flávio Barbosa Nunes

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 48 anos de idade, com história de hipotireoidismo há oito meses com propto-se em olho esquerdo acompanhada de cefaleia frontal ipsilateral. Inicialmente, foi suspeitado de oftalmopatia de Graves, porém, como manteve sintomas, procurou pronto atendimento onde foram realizadas tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM), sendo diagnosticada tumoração retrorbitária a esclarecer. Foi submetido à craniotomia pela equipe da neuroci-rurgia, quando se acreditou que toda a lesão havia sido removida. Entretanto, acabou evoluindo com amaurose pós-operatória e, a despeito do tratamento com voriconazol 400 mg/dia, não apre-sentou melhora da cefaleia e proptose. Apesar do histopatológico suspeito e cultura com crescimento de Aspergilus fumicatus, pela evolução insatisfatória a infectologia suspeitou de pseudotumor in-flamatório e solicitou avaliação em nosso serviço. Optou-se, então, por procedimento endoscópico com exposição completa da lâmina papirácia, remoção desta, exposição de gordura periorbitária e vi-sualização de massa brancacenta e firme em região de ápex orbi-tário, sendo colhida amostra. Evoluiu com grande diminuição da proptose e sem queixas nasais no pós-operatório. Foi iniciada inves-tigação reumatológica completa, sem evidências de atividade de doença autoimune. Histopatológico novamente revelou aspergilose sem invasão tecidual. O paciente foi referenciado para hospital de

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origem, para reabordagem da equipe nerocirurgica, já que acesso endonasal não possibilitaria remoção completa da lesão. Discussão: A síndrome do ápex orbitário é uma condição rara, po-rém grave, ocasionada por compressão das estruturas da região do cone óptico, podendo ser ocasionada por várias etiologias infeccio-sas ou não. A aspergilose como causa dessa síndrome geralmente é relacionada com acometimento esfenoidal ou etmoidal posterior primário com extensão do processo inflamatório às áreas adjacen-tes do ápex orbitário. No caso em questão, a ausência de acome-timento sinusal levou à diminuição da suspeição dessa condição no paciente. Considerações finais: Apesar de rara, a etiologia fúngica deve ser sempre considerada no diagnóstico de lesões acometendo o ápex orbitário.

P-553 SCHWANNOMA DE FOSSA NASAL E SEIO MAXILARIan Selonke, Denise Braga Ribas, Ana Paula Argenta, Mariana Nagata Cavalheiro, Antonio Celso Nassif Filho, Diego Augusto Malucelli, Rafaela Mabile Ferreira dos Santos Sobreiro, Marilia de Souza Camargo

Hospital da Cruz Vermelha — Filial do Paraná, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: V.L.V.J., 64 anos de idade, sexo feminino, apresentava obstrução nasal bilateral, mais à direita, associada a sintomas de rinorreia purulenta, cefaleia frontal, hiposmia e voz anasalada. Ao exame físico, apresentava massa com aspecto poli-poide ocupando toda a fossa nasal direita. Realizado tratado clínico com corticoide nasal, corticoide sistêmico a antibioticoterapia via oral e solicitada tomografia de seios da face, que mostrou massa obliterando todo o seio maxilar direito com alargamento do com-plexo ostiomeatal, sugestivo de pólipo antrocoanal à direita. Após tratamento clínico, a paciente apresentou pouca melhora dos sinto-mas, então optou-se pelo tratamento cirúrgico. Realizada cirurgia endoscópica nasal, retirada toda a tumoração e enviado o material para anatomopatológico, o qual resultado foi sugestivo de schwa-nnoma. A paciente evoluiu bem no pós-operatório, com resolução completa de suas queixas, sendo mantido acompanhamento clínico, devido às chances de recidiva da lesão.Discussão: Schwannomas são tumores raros, de crescimento lento, originados da bainha dos nervos, em sua maioria benignos, que ocor-rem mais comumente como lesões solitárias. O nariz é ricamente suprido com nervos; no entanto, schwannomas nesta área são muito pouco relatados. A topografia mais comum dos schwannomas é no NC VIII (80%). São mais raros na região nasal (4%). O schwannoma é mais encontrado no seio etmoidal, seguido pelo maxilar, fossa nasal e esfenoidal. Pode-se apresentar com obstrução nasal, uni ou bila-teral, progressiva, epistaxe, hiposmia e cefaleia. Ao exame físico, apresenta-se como massa acinzentada em fossa nasal, que pode ter um aspecto vegetativo, polipoide, muito vascularizada e sangrante. A nasofibroscopia flexível e a tomografia computadorizada são ne-cessárias para avaliar extensão tumoral e programação cirúrgica. O diagnóstico diferencial com pólipo antrocoanal, papiloma invertido deve sempre ser considerado. Considerações finais: Os schwannomas são tumores raros, ainda mais dificilmente encontrados na cavidade nasal, mas seu diagnós-tico deve ser considerado em paciente com massa nasal polipoide.

P-554 RELATO DE CASO: CISTO NASOALVEOLAR BILATERALEustáquio Nunes Neves, Ana Luiza Costa Lage, David Albuquerque Mourão, Flávia Oliveira Ballesteros, Lucas Sol da Costa, Rayanne Pereira Chalub

Núcleo de Otorrino, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: O cisto nasoalveolar foi descrito por Zucker-kandl em 1882. É embrionário, não odontogênico e de origem na região labial superior. Sua ocorrência é incomum, e a apresentação bilateral é extremamente rara. Relataremos um caso de cisto naso-alveolar bilateral, com ênfase no diagnóstico e correto tratamento cirúrgico. Discussão: A.R.D., 44 anos de idade, sexo feminino, raça branca, com história de obstrução e massa em ambas as fossas nasais, de crescimento progressivo há um ano. Sem dor local, epistaxe ou ri-norreia. À rinoscopia: tumoração cística em ambas as fossas na-sais. À oroscopia: lesão palpável até a região do sulco gengivola-bial superior bilateral. Solicitada tomografia dos seios da face, que evidenciou material com densidade de partes moles no assoalho das fossas nasais, de 2 cm à esquerda e 1,5 cm à direita. Indicada exérese cirúrgica, com incisão intraoral distando 5 mm do fundo de saco vestibular superior, compreendendo a bateria labial (canino direito a canino esquerdo) e descolamento mucoperiostal, expondo a abertura piriforme e a espinha nasal anterior. Dissecção das le-sões e fechamento por planos utilizando Vicryl. O estudo histológico evidenciou lesão cística com epitélio de revestimento do tipo psu-doestratificado cilíndrico com células caliciformes. Boa evolução no pós-operatório, sem recidivas. Considerações finais: O cisto nasoalveolar é usualmente unilate-ral (90%), mais comum no sexo feminino (5,5:1), raça negra, entre quarta e quinta décadas de vida. Em 50% dos casos, há ocorrência de processo infeccioso podendo ocasionar fístula oronasal. Dessa forma, torna-se necessário o diagnóstico e a correta abordagem cirúrgica da lesão.

P-555 RINOLITÍASE EM MEATO INFERIOR DE FOSSA NASALMarcelo Abdon de Holanda Neto, Daniel Pinheiro Callou do Nascimento, Eduardo Henrique Gadelha de Oliveira, Gabrielle do Nascimento Holanda, Igor Matheus Araújo Duarte, Isadora Rollemberg Caldas Menezes, Kamilla Apolinário Rodrigues

Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande, PB, Brasil

Apresentação do caso: A.B.A., 67 anos de idade, sexo masculino, com queixa de obstrução nasal à direita e cacosmia objetiva há vá-rios anos. À rinoscopia anterior, evidenciou-se secreção purulenta abundante e fétida em fossa nasal direita. Ao realizar limpeza da cavidade, foi exposto um corpo estranho impactado de consistência endurecida, aspecto rugoso e coloração acinzentada em região de meato inferior de fossa nasal. Paciente referiu dor à mobilização do material. Tomografia compatível com rinólito de cavidade nasal. O paciente foi submetido à remoção sob sedação, e a avaliação do material confirmou a hipótese de rinólito. No pós-operatório, foi introduzida a antibioticoterapia com moxifloxacino e houve evolu-ção satisfatória. Discussão: Rinolitíase é uma afecção rara, que pode ter origem exógena ou endógena e caracteriza-se pelo surgimento de massas calcáreas nas fossas nasais decorrentes de processo inflamatório em reação a um corpo estranho. Apesar de o paciente em questão ser do sexo masculino, a literatura refere maior incidência de casos em mulheres, com localização mais frequente no terço médio das fossas nasais de maneira unilateral. Os rinólitos podem passar des-percebidos por anos ou promover sintomas como obstrução nasal, cacosmia, rinorreia purulenta e fétida, epistaxe e cefaleia. Exames de imagem contribuem para a confirmação do diagnóstico, mas a formação calcárea, em alguns casos, já pode ser observada por ri-noscopia anterior. O tratamento consiste na remoção do rinólito e fornecimento de antibioticoterapia. Considerações finais: A rinolitíase é uma patologia incomum com variâncias em suas formas de apresentação, podendo passar desper-

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cebida por vários anos até as primeiras complicações. O pós-ope-ratório foi isento de sintomatologia e nenhuma recidiva da lesão ou sintomas foram observados até a última consulta do paciente. Apesar de ser raramente pensada como causa de obstrução nasal e cacosmia, a presunção clínica de rinolitíase é necessária para não postergar o diagnóstico e tratamento.

P-556 HAMARTOMA VASCULAR DE CAVIDADE NASAL: UM RELATO DE CASOVanessa Fernandes de Brito, Jussandra Cardoso Rodrigues, Jessica Ramos Tavares, Fabrício Leocádio Rodrigues de Sousa, Angélica Cristina Pezzin-Palheta, Guilherme Silva Machado, Francisco Xavier Palheta-Neto

Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, Belém, PA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 6 anos de idade, com história de evolução com quadro de epistaxes severas e recorrentes associadas à sensação de pressão/dor facial há um ano e seis meses. Sem doenças prévias pessoais. Foi submetido a exame otorrinolaringológico com otoscopia e oroscopia normais; à rinoscopia anterior e endoscopia nasal, observou-se lesão averme-lhada ocluindo completamente fossa nasal esquerda; tomografia de seios da face evidenciou material com densidade de partes moles preenchendo seios maxilares, etmoidais e esfenoidal. Foi submeti-do a procedimento cirúrgico com exérese completa de lesão, sem intercorrências no intraoperatório. O resultado de histopatológico demonstrou hamartoma vascular. Durante controle de pós-operató-rio com um, três, seis e 12 meses, não houve sinais de recidiva da doença à endoscopia nasal. Discussão: Hamartomas são tumores benignos, derivados de qual-quer das camadas germinativas, raramente encontrados na prática otorrinolaringológica, com crescimento autolimitado. Há apenas um caso descrito em literatura nacional. Relatamos o segundo caso de hamartoma de cavidade nasal em um menino de 6 anos de ida-de, de evolução progressiva e completa resolução. Os sintomas são variados: obstrução nasal, rinorreia hialina, epistaxe, até quadros completamente assintomáticos. Como diagnóstico diferencial prin-cipal, tem-se teratoma e cisto dermoide. Clinicamente, são difíceis de serem diferenciados dos hamartomas, que se originam de uma única camada. Há também tumores vasculares, como o hemangio-ma venoso, cuja apresentação histológica assemelha-se aos hamar-tomas. Há descrição de apenas um caso de recorrência da lesão quatro meses após sua excisão, nesse caso representado por um hamartoma lipomatoso. Considerações finais: Os hamartomas devem ser considerados como diagnóstico diferencial de lesões expansivas de cavidade nasal em pacientes sintomáticos e nas situações de achados incidentais.

P-557 APLASIA DE SEIOS DA FACE: RELATO DE CASOFabrício Leocadio Rodrigues de Sousa, Diego Costa Farias, Renato Valério Rodrigues Cal, Mariane de Souza Zampieri, Cassia Maria de Oliveira de Oliveira, Caroline Feliz Fonseca Sepeda da Silva

Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 17 anos de idade, sexo mascu-lino, em seguimento com neurologista por retardo mental e epilep-sia, foi encaminhado para avaliação otorrinolaringológica. Paciente não oralizado; responsável não referia sintomas nasais. Paciente encontra-se em seguimento com a genética médica sem diagnóstico sindrômico confirmado. Ao exame físico: presença de hiperteloris-mo, sem malformações de pavilhão auricular; oroscopia normal, otoscopia normal, rinoscopia evidenciou ausência de osso nasal e

apenas resquício ao toque de cartilagem septal. A endoscopia na-sal mostrou perfuração septal no ápice do terço superior do septo, sem observar formação óssea do vômer e lâmina perpendicular do etmoide. Parede lateral do nariz bilateralmente com estruturas atróficas, sem definição adequada de cornetos. Recesso esfenoet-moidal malformado bilateralmente. Tomografia de seios da face: alterações morfoestruturais com destruição parcial do septo nasal e células etmoidais, ampla comunicação entre as fossas nasais, ca-vidades do etmoide e dos seios maxilares. Discussão: As anomalias anatômicas de seios paranasais são ra-ras e normalmente descobertas de maneira incidental. Uma alta fre quência de variações na anatomia normal ou anormal de seios paranasais tem sido vista e intrigado pesquisadores — incluindo, a exemplo do seio maxilar, a sua plasticidade em expandir e com-primir suas paredes em reposta a crescimentos internos ou exter-nos de massas. O estudo de imagem dos seios face tem um papel fundamental no entendimento da variabilidade morfológico dos seios paranasais e extensão de patologias, bem como um valioso instrumento na avaliação pré-cirúrgica ao permitir identificar as variações e evitar possíveis iatrogenias. Considerações finais: As anomalias anatômicas dos seios paranasais normalmente exibem etiologia desconhecida como ponto em co-mum. Incluem-se nesses casos anomalias embriológicas, síndromes genéticas, infecções recorrentes de seios e trauma como principais fatores causais. São raros os casos de aplasia completa de seios paranasais descritos em literatura internacional. O presente caso a ser relatado tem sua importância por sua raridade e ausência de sintomas nasais.

P-558 SÍNDROME DO ÁPEX ORBITÁRIO EM PACIENTE COM CARCINOMA INDIFERENCIADO DE NASOFARINGEIsabela Tavares Ribeiro, Ney Penteado de Castro Neto, Thiago Xavier de Barros, Thiago Ribeiro de Almeida, David Roberto Claro, Victor José Timbó Gondim, Dalila Araujo Mota

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 57 anos de idade, pedreiro, previamente hígido, com história de obstrução nasal unilateral à direita há seis meses associada a dor facial e ocular ipsilateral contínua, estrabismo convergente à direita, diplo-pia, hiposmia e hipoacusia à direita. Ao exame físico, apresentou lesão vegetente, friável e sangrante, ocupando toda a extensão da cavidade nasal direita, retração da membrana timpânica ipsilate-ral, bem como nistagmo vertical à esquerda, e hipoestesia em toda hemiface direita. Em dois meses, evoluiu com redução importante da acuidade visual, oftalmoplegia, proptose e disfagia. À biópsia da lesão, foi constatado carcinoma indiferenciado de mucosa malpi-ghiana. A ressonância magnética mostrou volumosa lesão expansiva em toda a cavidade nasal direita, com invasão da fissura orbitária superior, ápex orbitário e seio cavernoso, além de envolvimento circunferencial da artéria carótida interna, fato que contraindicou tratamento cirúrgico. O paciente iniciou radioterapia e quimiotera-pia neoadjuvante/paliativa. Discussão: A síndrome do ápex orbitário é caracterizada por mani-festações clínicas de envolvimento dos pares cranianos II, III, IV, V e VI, como oftalmoplegia, amaurose e dor ocular. Apresenta etiologia principalmente infecciosa e inflamatória (74%); as causas neoplási-cas são mais raras, como a neoplasia maligna de nasofaringe, que corresponde a 2% dos tumores de cabeça e pescoço e apenas 0,25% de todos os tumores; é mais comum no sexo masculino. Esse tu-mor está associado a fatores genéticos e ambientais, dentre eles a exposição a níquel, madeira, fumaça industrial e fuligem. Sua manifestação clínica depende da localização, do tamanho e da ve-locidade de crescimento.

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Considerações finais: Relatamos o caso de um paciente com sín-drome do ápex orbitário secundário a carcinoma indiferenciado da nasofaringe. A progressão de carcinomas indiferenciados da região nasosinusal pode levar ao rápido envolvimento das estruturas do ápex orbitário, causando os sintomas oculares dessa rara síndrome, bem como de estruturas vitais do sistema nervoso central.

P-559 SCHWANNOMA ANCIÃO EM SEPTO NASAL — RELATO DE CASOAnna Paula Silva Andrade, Pedro Ernesto Barbosa Pinheiro, Ariana Di Salvo Arthur, Aline Leticia Orsi Martins, Edwin Tamashiro, Fabiana Cardoso Pereira Valera, Wilma Teresinha Anselmo-Lima

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Apresentação do caso: V.L.S., sexo masculino, 74 anos de idade, com história de obstrução nasal à direita há quatro anos associada a massa nasal ipsilateral indolor de crescimento progressivo. Ne-gava demais sintomas otorrinolaringológicos. Paciente hipertenso, diabético e ex-tabagista. À rinoscopia, apresentava uma lesão ar-redondada, acinzentada, pedunculada, com vascularização proe-minente, medindo cerca de 2 cm no maior diâmetro, inserido em área II de septo nasal à direita. Realizada biópsia excisional sob anestesia local. Ao anatomopatológico, os cortes histológicos evi-denciaram uma neoplasia circunscrita e submucosa, com células fusocelulares com citoplasma indistinto e núcleo alongado e célu-las discretamente epitelioides com citoplasma vacuolizado e com atipias nucleares focais, além de vasos sanguíneos com parede hialinizada e trombosados. A análise imuno-histoquímica mostrou positividade para S-100. Discussão: O schwannoma é uma neoplasia benigna proveniente da proliferação das células de Schwann da bainha neural. É dito ancião quando apresenta mudanças degenerativas em um schwannoma de longa duração, numa variante microscópica. Trata-se de um tumor raro, com cerca de 70 casos de schwannoma nasal na literatura, dos quais apenas dois corresponde a essa variante. A maioria dos pacientes está entre a quarta e sexta décadas de vida, e os prin-cipais sintomas incluem obstrução nasal, anosmia, deformidade de pirâmide nasal e epistaxe. O diagnóstico exige estudo anatomopa-tológico. Pela imuno-histoquímica, esse tumor expressa fortemente a proteína S-100. O tratamento de escolha é a exérese cirúrgica, com baixos índices de recidiva. Considerações finais: O schwannoma deve ser considerado diagnós-tico diferencial das massas nasais unilaterais. Entretanto, devido à sua raridade, o auxílio anatomopatológico, bem como imuno-histo-químico, tornam-se fundamentais para a confirmação diagnóstica.

P-560 SÍNDROME DO ÁPEX ORBITÁRIO PÓS-LESÃO DE LÂMINA PAPIRÁCIA SECUNDÁRIA À RINOSSINUSITE AGUDAGabriel Pinho Mororó, Guilherme Pinho Mororó, Antônio Soares Mororó, Maria Eudócia de Pinho Alves Teixeira, Ticiana Freire Bezerra

Clínica Otomédica, Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciene do sexo feminino, 45 anos de ida-de, buscou pronto atendimento em otorrinolaringologia queixando-se de obstrução nasal, rinorreia, gotejamento pós-nasal, tosse e cefaleia há sete dias. Evoluiu com quadro álgico em hemiface es-querda, destacando região orbitomaxilar. Relatou que, nos últimos três dias, evoluiu com exolftalmia, baixa AV e estrabismo divergen-te. À rinoscopia anterior, observou-se hiperemia e edema de mu-cosa nasal, hipertrofia de cornetos nasais e drenagem de secreção mucopurulenta à esquerda. Realizou-se tomografia computadoriza-

da (TC) de seios paranasais, evidenciando mucocele frontoetmoidal com extensão intraorbitária à esquerda por lesão na lâmina papirá-cea. Começou tratamento à base de corticoide de depósito, anti-bioticoterapia e lavagem nasal com soro fisiológico 0,9%. A paciente retornou após uma semana de terapia demonstrando melhora do quadro. Manteve-se terapêutica. Discussão: A ocorrência de abscessos orbitários por sinusite compli-cada é rara; 85% dos casos ocorrem antes dos 20 anos. No caso em questão, a idade estava fora do padrão epidemiológico. Os sinais iniciais da complicação são edema palpebral e dor periorbitária, como na paciente. Abscesso gera efeito de massa em ápex orbitá-rio, culminando em paresia de nervo óptico e nervo oculomotor. O acometimento geralmente ocorre na hemiface esquerda. O diag-nóstico é feito por associação de história clínica e exame físico. A confirmação é obtida por exame de imagem. Quanto à micro-biologia da doença, observa-se preponderância do H. influenzae, Pneumococos e S. beta-hemolítico. A antibioticoterapia deve cobrir bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Considerações finais: Acompanhando o caso, observou-se que abs-cessos orbitários são importantes complicações da sinusite aguda, podendo evoluir para óbito por comprometimento de sistema ner-voso central. É necessário capacitar o médico generalista na identi-ficação do quadro para possibilitar terapia precoce.

P-561 MELANOMA MALIGNO NASOSSINUSAL

Guilherme Guimarães Silveira, Emanuelle Pereira Gomes Guimarães, Daise Patricia Firmiano Nicácio, Anderson Patrício Melo, Bianca Henriques Corrêa, Cláudio Marcelo Cardoso

Instituto Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: G.R.R., 53 anos de idade, sexo feminino, com quadro de obstrução nasal crônica, apresentando há 30 dias quadro de epistaxe intermitente por fossa nasal direita, autolimi-tado. Há um dia apresentou epistaxe volumosa, procurando nosso serviço. Ao exame, a paciente encontrava-se em bom estado geral, discretamente hipocorada. À rinoscopia, apresentava coágulos e massa de aspecto escurecido em cavidade nasal direita, sangran-te ao toque. Trouxe tomografia de seios da face, que evidenciou massa de aspecto polipoide em fossa nasal direita. Foi submetida à ressecção cirúrgica da lesão, via endoscópica nasal, e o material foi enviado para exame anatomopatológico, que evidenciou neoplasia maligna indiferenciada infiltrante de mucosa respiratória. À imu-no-histoquímica, diagnosticou-se melanoma maligno nasossinusal. A paciente foi encaminhada à cirurgia de cabeça e pescoço e ao serviço de oncologia. Discussão: O melanoma maligno nasossinusal é um tumor raro, re-presentando entre 0,5% e 1% dos melanomas malignos e 4% dos tu-mores da região nasossinusal. Acomete indivíduos após a sexta dé-cada de vida, sem associação com o sexo. Os sintomas observados são epistaxe e obstrução nasal, isoladamente ou associados. Outros possíveis sintomas são rinorreia, hiposmia, cefaleia e alterações oculares. Observa-se sempre uma localização primária unilateral, sendo o septo, os cornetos médio e inferior e os seios maxilar e et-moide os locais mais acometidos. Podem ocorrer lesões satélites e áreas de melanoma amelanótico. A tomografia e a ressonância mag-nética são importantes para o estadiamento da lesão, avaliação da extensão e para afastar a existência de lesões no sistema nervoso central e o acometimento vascular. O tratamento constitui cirurgia radical com amplas margens de segurança, incluindo ressecção do osso adjacente. Considerações finais: O melanoma maligno nasossinusal é reconhe-cido como um tumor altamente agressivo, associado a mau prognós-tico em curto prazo.

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P-562 HEMANGIOMA CAPILAR NASAL DA PAREDE LATERAL: RELATO DE CASOSandoval Lopo de Abreu, Aline Souza Costa Teixeira Moreno, Marina Lourenço de Barros, Rodrigo de Andrade Pereira, Leonardo Rocha Azevedo, Luiz Cláudio Gontijo Ramos

Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 47 anos de ida-de, apresentando episódios de epistaxe e obstrução nasal esquerda há oito meses. À rinoscopia, apresentava lesão avermelhada de for-ma ovalada iniciando-se na área II e estendendo-se até a área IV, com sinéquias em região septal e inserção em parede nasal lateral. Tomografia computadorizada de seios da face apresentou imagem ovalada, com densidade de partes moles, localizada em fossa nasal anterior esquerda, medialmente à concha nasal inferior, medindo 16 x 6 mm. Biópsia com diagnóstico de hemangioma capilar. A pa-ciente foi submetida à cirurgia endoscópica nasal para exérese da lesão aderida ao corneto inferior esquerdo, com estudo anatomo-patológico confirmando o diagnóstico de hemangioma capilar. Apre-sentou boa evolução no pós-operatório. Discussão: Hemangiomas são tumores vasculares benignos que po-dem ser classificados nos tipos capilar ou cavernoso. A maioria é uma lesão superficial comumente encontrada em cabeça e pescoço. A cavidade nasal é um local incomum para esse tumor, e quando afetada, o tipo capilar é o mais comum, surgindo no septo nasal anterior (área de Little ou plexo de Kisselbach) em 80% dos casos; em 15% dos casos são localizados na parede lateral (vestíbulo e pon-ta dos cornetos). O tipo cavernoso, quando presente na cavidade nasal, é mais encontrado na parede nasal lateral. Os hemangiomas do nariz e seios paranasais geralmente estão presentes em adultos, com média de idade de 40 anos. Clinicamente, as lesões podem se manifestar como epistaxe grave e obstrução nasal. A biópsia para confirmação histológica, e exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética, são essenciais para estabelecer o diagnóstico e planejar a conduta. A ressecção cirúrgica é o método de escolha para tratamento das lesões. Considerações finais: Os hemangiomas são lesões incomuns na cavidade nasal. Quando presentes, são mais encontrados no septo nasal, e geralmente são do tipo capilar. Apresentamos um caso de hemangioma capilar identificado na parede nasal lateral.

P-563 RINOSSINUSITE FÚNGICA INVASIVA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTEGuilherme Guimarães Silveira, Emanuelle Pereira Gomes Guimarães, Daise Patrícia Firmiano Nicácio, Anderson Patrício Melo, Osmar Ferreira Gomes Júnior, Maria Cecília Canela e Paiva, Cláudio Marcelo Cardoso

Instituto Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: D.S.S., 41 anos de idade, sexo masculi-no, sem comorbidades, admitido em nosso serviço com quadro de obstrução nasal, rinorreia esverdeada e evolução progressiva para edema periorbitário à direita, oftalmoplegia, redução da acuidade visual, quemose importante, midríase fixa há 10 dias. A angiorresso-nância evidenciava tromboflebite de seio cavernoso direito e, à to-mografia de seios da face, apresentava panssinusopatia. Otimizada a antibioticoterapia, foi submetido à cirurgia endoscópica endona-sal e abordagem via externa de seio frontal, quando foram obser-vados edema generalizado e friabilidade da mucosa, secreção es-verdeada e material de aspecto fúngico, principalmente à direita. Realizou-se descompressão orbitária bilateral. Iniciado tratamento com anfoterecina B, meropeném, metronidazol, vancomicina e de-

xametasona em altas doses. A oftalmologia confirmou síndrome do ápex orbitário à direita e sinais de lesão fúngica bilateralmente. Evoluindo com piora progressiva, optou-se por exenteração orbitá-ria à direita com remoção de secreção e material necrótico. Apesar das intervenções, o paciente evoluiu com síndrome do ápex orbitá-rio à esquerda, crises convulsivas e rebaixamento do nível de cons-ciência, sendo entubado e encaminhado ao CTI. Discussão: A rinossinusite fúngica pode ser não invasiva ou invasiva, de acordo com evidência histopatológica de invasão tecidual por fungos. A forma invasiva geralmente ocorre em pacientes imuno-comprometidos, como diabéticos, mas a forma crônica (mais de quatro semanas de evolução) pode ocorrer em pacientes com sis-tema imunológico competente. Apresenta-se como uma massa em seios paranasais que pode erodir paredes ósseas e invadir tecidos adjacentes, podendo haver disseminação hematogênica. O Asper-gillus é o agente mais comum. O tratamento inclui dissecção local ampla e antifúngico sistêmico. Mesmo com tratamento adequado, a recorrência é alta, sendo doença de grande morbimortalidade. Considerações finais: A rinossinusite fúngica invasiva é uma afec-ção de alta morbimortalidade, podendo ter desfecho desfavorável mesmo em pacientes imunocompetentes.

P-564 RELATO DE CASO: NASOANGIOFIBROMA JUVENILEmanuelle Pereira Gomes Guimarães, Guilherme Guimarães Silveira, Daise Patricia Firmiano Nicácio, Anderson Patrício Melo, Osmar Ferreira Gomes Júnior, Bianca Henriques Corrêa, Paulo Henrique Pimenta de Carvalho

Instituto Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: L.F.R., 12 anos de idade, sexo masculino, com quadro de obstrução nasal crônica, alargamento da pirâmide nasal e epistaxe intermitente por fossa nasal esquerda. Evoluiu com episódios de epistaxe volumosa, com repercussão hemodinâmica, necessidade de hemotransfusão e internação hospitalar. Ao exame, apresentava-se hipocorado, com rinorreia espessa por fossa nasal esquerda, alar-gamento de pirâmide nasal, abaulamento de palato mole e massa em fossa nasal esquerda. À tomografia de seios paranasais, identificou-se tecido com densidade de partes moles em seio maxilar, cavidade na-sal e fossa pterigopalatina esquerda. Submetido a tratamento cirúrgi-co sem embolização prévia, via endonasal e incisão Cadwell-Luc com exérese total de tumor capsulado. Realizado tamponamento nasal, que foi retirado após 72 horas, sem novos sangramentos. O estudo anatomopatológico evidenciou nasoangiofibroma. Paciente man-tém-se assintomático após seis meses de seguimento clínico. Discussão: O nasoangiofibroma juvenil é uma neoplasia vascular rara, correspondendo a cerca de 0,5% de todos os tumores de ca-beça e pescoço, prevalecendo em adolescentes do sexo masculi-no. É histologicamente benigno; entretanto, apresenta curso po-tencialmente maligno, com crescimento invasivo e extensão para regiões adjacentes. Clinicamente, é caracterizado por episódios importantes de epistaxe e obstrução nasal significativa. A etiologia dessa patologia permanece desconhecida; porém, acredita-se que haja influência hormonal, pelo fato de apenas acometer indivíduos jovens do sexo masculino. Videonasofibroscopia, tomografia e res-sonância magnética avaliam a localização e a extensão tumoral, permitindo o estadiamento do tumor. A cirurgia radical com remo-ção completa da lesão é considerada a terapêutica de eleição, visto que focos residuais podem determinar a recorrência desse tumor. Embora a embolização arterial pré-operatória seja descrita, ainda não há consenso sobre sua indicação formal. Considerações finais: O nasoangiofibroma juvenil é um tumor raro, benigno, de comportamento agressivo, gerando repercussões he-modinâmicas importantes para o paciente, devendo ser abordado precocemente.

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S194 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-565 DESCOMPRESSÃO ORBITÁRIA ENDOSCÓPICA VIA NASAL EM PACIENTE COM EXOFTALMIA DE GRAVESTayane Oliveira Pires, Diderot Rodrigues Parreira, Brunna Joyce Borges de Lacerda, Lis Rocha Campos, Júlia Amorim Cruz, Rodrigo Durães

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: M.B.F.M., 29 anos de idade, diagnosticada em setembro de 2012 com hipertireoidismo associado à doença de Graves com apresentação rápida de exoftalmia bilateral. Na ava-liação oftalmológica, apresentava motilidade preservada, proptose e bolsa de gordura superior em AO com retração de PPSS e PPII e evolução da exoftalmetria em OD de 24 mm para 26 mm, e em OE, de 21 mm para 24 mm em três anos. Em maio de 2014, fez o ma-peamento da retina, que evidenciou cicatrizes de coriorretinite em ambos os olhos, e campimetria computadorizada, que apresentou degrau nasal em OD, contração superior, depressão centro-inferior e aumento de mancha cega em OE. Em junho de 2016, realizou cirurgia de descompressão orbitária de paredes medial e inferior bi-lateral por via endoscópica com uso de endoscópio nasal Karl Storz, em 30° de óptica. Discussão: A abordagem cirúrgica da oftalmopatia de Graves deve ser empregada na fase cicatricial, exceto nos casos com risco de perda da visão. Outrora realizada por técnicas de acesso externo, atualmente a descompressão orbitária pode ser feita por procedi-mento minimamente invasivo, via endoscópica, permitindo a remo-ção da parede inferomedial sem incisões externas. É um método seguro para o tratamento da orbitopatia tireoidiana, com menor morbidade, evitando lesões ao ducto nasolacrimal, nasofrontal, ou ao infraorbital, possibilitando redução da proptose entre 3 a 4 mm. Essa técnica permite uma descompressão máxima do ápice orbitá-rio nos casos de neuropatia óptica. Os benefícios da descompressão estão relacionados com a melhora da acuidade visual, além do re-sultado estético. Considerações finais: O surgimento da cirurgia endoscópica con-tribui para que o otorrinolaringologista atue em campos como a dacriocistorrinostomia e a descompressão orbitária de maneira se-gura e minimamente invasiva. Na paciente do caso em discussão, a descompressão orbitária por via endoscópica obteve resultados estético e funcional satisfatórios, sem complicações relatadas. A continuidade do tratamento cirúrgico será realizada por meio de correção de retração palpebral seguida de blefaroplastia.

P-566 RELATO DE CASO DE GRANULOMATOSE DE WEGENER: APRESENTAÇÃO CLÍNICA E ABORDAGEM TERAPÊUTICACamila Taniguti Cordeiro Vasco, Ricardo Gimenes Ferri, Emilio Santana Martins Xavier Nunes, Edson Junior de Melo Fernandes, Leandro Azevedo de Camargo, Letícia de Ávila Cambraia, Blenda Avelino Soares

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: I.A.A., 56 anos de idade, sexo masculino, foi admitido no serviço de reumatologia do Hospital Geral de Goi-ânia (HGG) com queixa de mialgia, artralgia e febre. Os sintomas iniciaram há um ano; devido à queixa de artralgia, foi prescrito prednisona 40 mg. Paciente manteve uso por conta própria. Foi solicitado parecer para a equipe de otorrinolaringologia do HGG por lesões palatais, otorreia e rinorreia. À tomografia computadorizada (TC) de mastoide, sinais de mastoidite direita sem sinais de coles-teatoma. TC de seios da face com presença de sinusopatia crônica e perfuração septal. Foi suspeitado de doença granulomatosa, e so-licitado c-ANCA que veio fracamente positivo. Realizada biópsia de

septo nasal (margens da perfuração septal) confirmando doença de Wegener. Manteve prednisona 30 mg/dia; porém, paciente evoluiu durante internação com pneumonia e encefalite herpética. Após es-tabilização clínica, realizou-se pulsoterapia com metilprednisolona 1 g por três dias e manteve-se prednisona 40 mg/dia. O paciente apresentou melhora clínica e recebeu alta. Discussão: A granulomatose de Wegener (GW) é uma vasculite gra-nulomatosa que acomete pequenas e médias artérias, envolvendo principalmente sistema repiratório e rins. A maioria dos pacientes apresenta queixas de rinorreia persistente, úlceras nasais, poliar-tralgias e mialgias. Outras queixas podem ser tosse, dispneia, he-moptise e dor pleurítica. Achados radiológicos incluem infiltrados, nódulos ou cavidades no raio X de tórax. Quando há acometimento renal, é comum encontrarmos sedimento urinário rico (hematúria e cilindúria) e insuficiência renal. Os achados de c-ANCA positivo sugerem o diagnóstico de GW em 65% a 90% dos casos. O diagnóstico histológico é feito por biópsia do tecido acometido. Mais de 90% dos pacientes com GW generalizada morrem em dois anos após seu diagnóstico. O uso de corticoide associado à ciclosfofamida contri-buiu para a redução dessa taxa. Considerações finais: A GW é uma vasculite sistêmica rara e que pode se manifestar em diferentes graus de gravidade. O objetivo deste trabalho foi discutir as diversas formas clínicas e sua aborda-gem terapêutica.

P-567 MIÍASE FURUNCULOIDE DE LOCALIZAÇÃO NASALCassio Aguiar Coelho, Amanda Oliveira Benevides, Carolina Afonso Solano, Sarah Cristina Beirith, Flavia Capone

Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 56 anos de idade, ótimo estado geral, condições adequadas de higiene, clas-se média, deu entrada no Hospital Federal da Lagoa (HFL) com queixa de lesão nasal há aproximadamente 28 dias, sem melhora após antibioticoterapia oral e tópica. Informou realizar visitas pe-riódicas à área rural do Rio de Janeiro. Referiu que três dias após retirada de vibrissa em vestíbulo nasal apresentou hiperemia e edema localizado, procurando atendimento médico com clínico geral, sendo medicado com cefalexina e orientações de higiene do local. Quatro dias após, procurou atendimento otorrinolaringo-lógico, pois não notou melhora clínica, sendo prescrito antibiótico tópico. Dois dias após, referiu melhora da dor e hiperemia, rela-tando episódios de dor súbita, em ferroada, de leve intensidade com melhora espontânea durando aproximadamente três minutos. No momento do atendimento no HFL, apresentou lesão em região septal anterior à esquerda, nodular, hiperemiada com orifício cen-tral, não doloroso à palpação, sugestivo de miíase furunculoide, sendo submetido a procedimento para exploração da ferida. Fo-ram realizadas anestesia tópica, incisão com bisturi frio e, após compressão, foi evidenciada larva de díptero. O diagnóstico con-firmou Dermatobia hominis de 1,5 cm de comprimento, popular-mente conhecida como berne. Discussão: A míiase furunculoide é uma dermatose comum nos pa-íses tropicais, frequente no meio rural. A mosca-berneira captura um inseto e lhe deposita ovos. Quando o inseto veiculador pousa no hospedeiro, a larva sai do ovo e penetra na pele e começa a alimentar-se. Neste paciente, provavelmente a penetração da lar-va foi facilitada após a remoção da vibrissa, provocando a miíase nodular cutânea. Considerações finais: Este é um alerta aos profissionais de saúde no diagnóstico diferencial de lesões cutâneas, sendo a miíase furun-culoide formada por uma única larva, limitada no folículo piloso, indolor à palpação, diferenciando-se do abscesso infeccioso. O tra-tamento consiste principalmente na remoção mecânica da larva e em cuidados antissépticos.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S195

P-568 RELATO DE CASO: MUCORMICOSE EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDOLuana Alves Linhares, Ana Cristina da Costa Martins, Camila Pinheiro Junqueira, Thais Ariane Turra Pícolo, Leonella Milli Lavagnoli, Monalice Ferreira Campos, André Junqueira de Almeida

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)/SEPTO, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 62 anos de idade, tabagista, etilista social, procura ambulatório de otorrinola-ringologia com obstrução nasal, rinorreia amarelada e fétida, ema-grecimento, tosse não produtiva, otalgia, odinofagia e episódios es-porádicos de febre há quatro meses. Fez uso de vários antibióticos sem melhora. Referia LUES tratada há cinco anos, tuberculose aos 18 anos de idade e hipertensão arterial sistêmica em tratamento irregular. Ao exame: muito emagrecido com linfonodos não aderidos em região cervical; endoscopia nasal: grande quantidade de crostas amareladas e secreção purulenta em FND com acometimento de vestíbulo e septo, sendo impossível a progressão do endoscópio, FNE e cavum com secreção purulenta e muitas crostas; cavidade oral e orofaringe: após remoção da prótese dentária, foi observada grande lesão ulcerada em palato duro, comunicando com cavidade nasal, candidose e dripping pós-nasal, língua com impregnação de nicotina e saburro; laringoscopia: hiperemia e edema moderado em pregas vocais e sinais de refluxo laringofaríngeo. Resultado dos exa-mes: hemograma com anemia, leucocitose, linfocitose, plaqueto-penia, VDRL não reator, TPHA reator, IgM não reator para herpes 1/2 e IgG reator, raio X de tórax: lesão calcificada em ápice pulmonar à direita, escarro: BAAR negativo sem crescimento de micobacté-rias, anti-HIV reator. Realizada biópsia da lesão nasal e cavidade oral: bacteriologia sem crescimento de micobacterias, BAAR nega-tivo; histopatológico: processo inflamatório agudo compatível com mucormicose; micologia: crescimento de Aspergillus. Paciente foi encaminhado para tratamento e internação de urgência de suporte, vindo a falecer após duas semanas. Discussão: A mucormicose é uma infecção oportunista grave, obser-vada em pacientes imunodeprimidos. A principal via de contato é a inalatória, sendo as formas rinocerebrais e pulmonares as princi-pais. A maioria dos casos cursa com mau prognóstico. Considerações finais: Do exposto, há que se ter em mente a im-portância da mucormicose como evento possível em pacientes com imunossupressão, e do diagnóstico precoce como fundamental para a melhora da sobrevida.

P-569 ABSCESSO DE SEPTO NASAL: RELATO DE CASOMônica Andréa Aben-Athar Oliveira, Giuliano Bongiovanni, Natalya de Andrade Bezerra, Rodrigo Silverio Dias, Ludmilla Emilia Martins Costa, Paula Santos Silva Fonseca, José Sergio do Amaral Mello Neto

Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: R.F.S., sexo feminino, 58 anos de idade, diabética. Compareceu ao pronto-socorro com rinorreia espessa, dor e obstrução nasal; em uso de amoxicilina-clavulanato e defla-zacorte, sem melhora. Ao exame, abaulamento septal bilateral im-portante, sem alteração do dorso. Sem história de trauma nasal, manipulação ou cirurgia nasa. Realizado tomografia de seios da face, que evidenciou coleção em região anterior no septo. Reali-zada drenagem em centro cirúrgico no mesmo dia. Fez três dias de ceftriaxona durante internação. Retorno ambulatorial sete dias após o procedimento, quando removemos o splint e avaliamos res-posta ao tratamento. Houve resolução completa do quadro, sem alteração na estética nasal.

Discussão: Abscesso do septo nasal é definido como coleção puru-lenta entre o septo nasal cartilaginoso ou ósseo e o pericôndrio ou o periósteo correspondente. Embora as causas principais sejam trau-matismos nasais, hemorragias pós-operatórias e até mesmo absces-sos subsequentes a hematomas espontâneos no septo, a literatura também mostra relação com gripe, sinusites e furúnculo nasal. No caso considerado, há apenas o relato de rinorreia com duração de sete dias e obstrução nasal, nos levando a pensar em sinusite ou gripe como foco da infecção septal. Com a formação de abscesso, a lise bacteriana pode destruir completamente a cartilagem sep-tal dentro de 24 horas. O tratamento deve ser drenagem precoce do hematoma ou do abscesso e antibioticoterapia adequada para evitar a deformidade nasal conhecida como “nariz em sela”, ou mesmo complicações graves. Considerações finais: Todo paciente com obstrução nasal aguda, dor nasal e/ou febre deve ser examinado cuidadosamente em re-lação ao septo, mesmo não tendo história de traumatismo nasal, visto que a complicação de deformidade nasal acontece em 50% dos casos em que se desenvolveu o abscesso do septo; quando houver diagnóstico de hematoma ou abscesso, a drenagem e antibioticote-rapia devem ser o mais precoce possível.

P-570 CARCINOMA EPIDERMOIDE DE SEIO MAXILAR COM INVASÃO ORBITÁRIA: RELATO DE CASO

Andreza Mariane de Azeredo, Amanda Lucas da Costa, Alice Lang Silva, Luisi Rabaioli, Konrado Massing Deutsch, Olívia Egger de Souza, Gabriel Kuhl

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 56 anos de idade, encaminhada ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre por dor intensa e parestesia em região maxilar esquerda. Apresenta-va epistaxe recorrente, obstrução nasal à esquerda associada à epífora ipsilateral. De antecedentes mórbidos, exibia rinite alér-gica. Referia tabagismo 40 maços/ano. Ao exame de rinoscopia com óptica, exibia lesões císticas e polipoides em meato médio, etimoide e maxilar esquerdo, além de área de fragilidade com sangue acumulado junto ao corneto médio e septo. A tomografia computadorizada de seios paranasais revelava lesão expansiva heterogênea acometendo seio maxilar e células etmoidais à es-querda, com destruição óssea das paredes do seio maxilar esquer-do, assoalho da órbita e base das células etmoidais ipsilaterais. Realizada biópsia da lesão, que revelou carcinoma epidermoide. Submetida à maxilarectomia total esquerda com enucleação do olho esquerdo, com colocação de prótese intraoral. O exame anatomopatológico revelou carcinoma epidermoide pouco dife-renciado de seio maxilar com invasão de órbita. Mantém acom-panhamento ambulatorial com boa evolução pós-operatória com plano de protetização ocular. Discussão: As neoplasias de seios paranasais correspondem a 5% dos tumores de cabeça e pescoço e menos de 1% das neoplasias malignas no geral. O carcinoma epidermoide de seio nasossinusal é o tumor mais comum da cavidade nasossinusal, geralmente com diagnóstico em estágios avançados devido ao padrão de cresci-mento insidioso e sintomas inespecíficos. O prognóstico, geral-mente reservado, depende largamente da localização, histologia e estágio. O manejo terapêutico padrão para a maioria dessas lesões continua sendo cirurgia ou cirurgia seguida de radioterapia adjuvante. Considerações finais: Ressalta-se a necessidade de uma detalhada revisão do tema, visto que esta entidade clínica pertence a um gru-po raro de cânceres, associados comumente há uma apresentação tardia e prognóstico pobre.

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S196 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-571 TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO INFLAMATÓRIO DO SEIO MAXILAR: RELATO DE CASOCamila Braz Rodrigues da Silva, Fernanda Vidigal Vilela Lima, Mariana Moreira Castro Denaro, Ricardo Jacob de Macedo, Mirian Cabral Moreira de Castro

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: S.M.R.C., sexo femino, 66 anos de idade, brasileira, dona de casa, depressão em uso de trazodona. Procu-rou atendimento no ambulatório de otorrinolaringologia do Hospi-tal Madre Teresa devido à plenitude auricular em ouvido direito com 15 dias de evolução. Também relatava obstrução nasal direita crônica e dor facial. Tratada previamente para rinossinusite, sem sucesso. Exame otorrinolaringológico evidenciou otite serosa em ouvido direito, abaulamento de palato duro e lesão em meato mé-dio e cavidade nasal direita. A propedêutica com exame de video-nasofaringoscopia identificou presença de lesão abaulada em meato médio direito, ocupando fossa nasal. Biópsias iniciais evidenciaram mucosa nasossinusal com inflamação crônica. A tomografia com-putadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) de seios da face evidenciaram massa extensa e destrutiva em seio maxilar direito, com extensão para palato e musculatura pterigóidea. O tratamento optado foi excisão cirúrgica. O procedimento foi realizado utilizan-do combinação de duas técnicas de cirurgia nasossinusal; cirurgia endoscópica transnasal e acesso sublabial degloving. O exame ana-tomopatologico associado ao imuno-histoquímico evidenciaram que a patologia era consistente com tumor inflamatório miofibroblásti-co de seio maxilar. Discussão: Descrito em 1939, o tumor miofibroblástico inflamatório (IMT) é uma entidade imuno-histoquimicamente diversa com carac-terísticas neoplásicas e não neoplásicas. É uma neoplasia incomum; a maioria dos casos ocorre em pulmão e abdome, onde apresenta comportamento benigno. IMT envolvendo região de cabeça e pes-coço são muito raros. Quando situados na cavidade nasal, seios paranasais e fossa pterigopalatina, têm um potencial neoplásico e invasivo aumentado. Considerações finais: O IMT é uma neoplasia de difícil diagnóstico. O mecanismo envolvido em sua etiologia ainda não está totalmente elucidado. O padrão-ouro do tratamento consiste na excisão cirúr-gica completa do IMT e corticoterapia; entretanto, existem casos refratários. O marcador ALK-1 ou anaplastic limphoma kinase pode ser um guia para determinar a agressividade do tratamento.

P-572 DACRIOCISTITE CRÔNICA ORBITÁRIA POR COMPLICAÇÃO CIRÚRGICALetícia Braga Rocha, Andreza Andrade Barbosa, Isabela Cristina Braz Santos, Cristiano Ricardo Martins Teixeira, Diderot Rodrigues Parreira, Rodrigo Tamietti Durães

Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: V.M.C., 39 anos de idade, sexo mascu-lino, vítima de múltiplas fraturas faciais, submetido primeira-mente à cirurgia realizada por não médico, evoluiu com diplopia e lacrimejamento esporádico pelo olho esquerdo (OE) há dois anos e 11 meses. Há dois anos e três meses, evidenciou-se, à dacriotomografia, obstrução baixa do aparelho nasolacrimal esquerdo, sendo submetido à dacricistorrinostomia (DCR), com reconstrução das vias lacrimais (VL) com sonda de Crawford no OE via endonasal endoscópica. O paciente retornou com novas queixas de lacrimejamento esporádico há cinco meses, sendo solicitada DCR, que revelou obstrução baixa das VL à esquerda. Foi realizada DCR endoscópica, reconstrução das VL do OE com sonda de Crawford, reconstrução da parede orbitária medial com

retirada de parte da placa de titânio e parafusos do saco lacri-mal realizada por otorrinolaringologista cirurgião crânio-maxilo-facial e oftalmologista. Paciente evoluiu bem, e a sonda foi bem posicionada. Discussão: A inflamação do saco lacrimal, dacriocistite, é o resul-tado da obstrução do ducto nasolacrimal, que facilita infecções. Sua causa pode ser primária ou secundária, como fraturas medio-faciais. A estenose intensifica-se e há secreção ocular mucosa ou mucopurulenta. A forma crônica, apresentada pelo paciente, ma-nifesta-se com epífora, edema indolor no canto interno ou edema não evidente e refluxo de material mucopurulento pelos canalícu-los. Para tratamento, optou-se pela DCR. A causa da dacriocistite desse paciente foi o mal posicionamento da placa e de parafuso, localizados dentro do saco lacrimal, utilizados para síntese óssea por profissional não médico, gerando obstrução do ducto nasola-crimal. A DCR é considerada tratamento definitivo, com baixos índices de recorrência. Entretanto, houve recidiva após a cirurgia. No último procedimento, foi removida parte da placa de titânio e parafusos, havendo melhora da obstrução na abertura do canal nasolacrimal, sem recidivas. Considerações finais: Tais procedimentos, assim como a correção de fraturas faciais importantes, devem ser realizados em conjunto com profissionais médicos qualificados, a fim de os resultados per-manecerem exitosos.

P-573 MUCOPIOCELE FRONTOETMOIDAL EVOLUINDO COM ABSCESSO PALPEBRAL: UM RELATO DE CASOArrison Silva Leitão, Laiana do Carmo Almeida, Arnóbio Santos Pereira Filho, Dandara Costa Santos, Marcus Miranda Lessa, Candice Magalhães Borges, Marluze Maria dos Santos Sardinha

Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 56 anos de idade, relato de edema orbitário à direita há uma semana, sem queixas associadas ou trauma. Uso de amoxicilina, sem melho-ra. Informa episódios prévios semelhantes, o primeiro há 18 anos, associado à rinorreia amarelada ipsilateral e cefaleia frontal, e segundo há três meses, apenas com edema orbitário. Os episó-dios prévios remitiram após uso de amoxicilina. Ao exame, apre-sentava distopia do olho direito, proptose, movimentos oculares preservados, acuidade visual normal. Sem alterações à rinoscopia anterior. Endoscopia nasossinusal com abaulamento discreto em parede lateral de fossa nasal direita e secreção esbranquiçada em rinofaringe. Tomografia computadorizada de seios paranasais evidenciou imagem sugestiva de mucocele frontoetmoidal com extensão intracraniana e proptose importante, grau 3, com si-nais radiológicos de coleção em tecido subcutâneo periorbitário. Iniciada antibioticoterapia com oxacilina, ceftriaxona e indicada abordagem via cirurgia endoscópica nasal com drenagem de se-creção purulenta no intraoperatório. Conjuntamente, a equipe de oftalmologia drenou abscesso palpebral. Boa evolução, com remissão do quadro. Discussão: Mucocele nasossinusal é uma formação benigna cística revestida por epitélio secretor. Piocele é a infecção da mucocele. Costuma ser unilateral e comprometer mais de um seio paranasal. Não há prevalência entre os sexos. Raramente acometem crianças. A maioria origina-se em seio frontal (60-65%), seguida pelo seio et-moidal (20-30%), maxilar (10%), esfenoidal (2%) e, raramente, de concha bolhosa. Há poucos relatos na literatura acerca de mucoce-le nasossinusal recidivada. Geralmente, a mucocele está associada a patologias inflamatórias, neoplásicas, ou pós-traumáticas, condi-ções essas não identificadas na paciente deste relato. A apresen-tação clínica varia, sendo comum cefaleia, dor facial, alterações

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S197

oculares, deformidade facial, rinorreia purulenta. Pode ocasionar erosão óssea deslocando estruturas adjacentes. O caso relatado apresentou apenas sinais oculares. Considerações finais: As mucopioceles frontoetmoidais são lesões com potencial destrutivo, necessitando, por vezes, de intervenção cirúrgica de urgência. Assim, diagnóstico e tratamento precoces são cruciais. A abordagem endoscópica reafirma-se como tratamen-to de eleição.

P-574 MENINGIOMA DE ÓRBITA: DESCOMPRESSÃO ORBITÁRIA E BIÓPSIA POR CIRURGIA ENDOSCÓPICA NASALDaniel Cesar Silva Lins, José Sérgio do Amaral Mello Neto, Andre Luis Sartini, Gabriel Vilela de Queiroz

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 38 anos de idade com propto-se e dor ocular em olho esquerdo, de evolução progressiva há seis meses, com perda visual parcial. Ressonância magnética mostrando formação expansiva sólida de aspecto neoplásico, envolvendo globo ocular esquerdo, estendendo caudalmente para fissura orbitária in-ferior com invasão do espaço mastigatório e fossa pterigopalatina. Foi submetido à craniotomia pterional para biópsia, descompressão e ressecção parcial de lesão pelo serviço de neurocirurgia, evoluin-do com paralisia da musculatura extraocular, piora da visão e sem resultado conclusivo da biópsia. Submetido à descompressão orbitá-ria endoscópica nasal com biópsia da lesão. Como resultado, tumor fusocelular de baixo grau histológico compatível com meningioma fibroblástico rico em linfócitos e plasmócitos. Paciente evoluiu com melhora da proptose e mobilidade ocular, exceto pela musculatura retolateral inervada pelo nervo abducente. Encaminhado novamente para o serviço de neurocirurgia para tratamento com radiocirurgia. Discussão: Tumores orbitais são classificados em lesões primárias (originadas da própria órbita), lesões secundárias (provenientes de estruturas adjacentes) e lesões metastáticas. Meningiomas or-bitários compreendem 3% a 10% de todos os tumores intraorbitais e normalmente invadem a órbita como uma extensão de tumores da asa do esfenoide, seio cavernoso e clinoide. Com o avanço da tecnologia nas últimas décadas, as cirurgias endoscópicas nasais ti-veram impulso importante, com destaque para a cirurgia da órbita. Cirurgias antes realizadas apenas por acessos externos se tornaram realizáveis por acesso endonasal endoscópico. Considerações finais: As estruturas anatômicas envolvidas pelos meningiomas orbitários tornam esses tumores verdadeiros desafios para ressecção microcirúrgica, sendo a ressecção total o objetivo durante a primeira cirurgia. Tradicionalmente, o acesso endonasal possibilitou o avanço principalmente na cirurgia da oftalmopatia de Graves e da neuropatia do nervo óptico, apresentando algumas in-dicações, como no presente caso, para estabelecer diagnóstico por meio de biópsia. Com isso, a participação da otorrinolaringologia nessa área tem se destacado cada vez mais.

P-575 SINUSITE MAXILAR ODONTOGÊNICA AGUDA: UM RELATO DE CASOTatiane Bordignon Uliana, Ariadne Fonseca Carvalho Silva, Julia do Carmo Binotto, Martinho da Palma e Mello Neto, Thaisa Consorte Domingues, Gabriel Cardoso Ramalho Neto, Marco Aurélio Franco de Godoy Belfort

Hospital Regional de Presidente Prudente, Presidente Prudente, SP, Brasil

Apresentação do caso: Trata-se de uma criança do sexo masculino de 10 anos de idade que após sete dias de tratamento dentário

iniciou homolateralmente quadro de obstrução nasal, edema pe-riorbitário sem sinais flogísticos, febre, secreção amarelada de odor fétido em narina direita, quando foi hospitalizado e iniciado anti-bioticoterapia sem sucesso. Chegou ao serviço do Hospital Regio-nal de Presidente Prudente com persistência dos sintomas, quando foi realizada a tomografia computadorizada (TC), que evidenciou opacificação de seio maxilar com obliteração ostial à direita. Foi submetido à antrostomia maxilar e drenagem de abscesso à direita de urgência e realizada antibioticoterapia de amplo espectro. O paciente apresentou evolução pós-operatória satisfatória, com re-missão completa dos sintomas. Discussão: A sinusite maxilar é uma afecção caracterizada pela in-feção e/ou inflamação da mucosa do seio maxilar. Diversas são as causas; no entanto, devido ao seu estreito relacionamento com as raízes dentárias, 5% a 10% das causas de sinusite são odontogênicas. O diagnóstico é realizado pela clínica e por imagem, sendo a TC o exame de escolha. O tratamento é baseado na eliminação dos fato-res dentários causais, do manejo da infecção do seio por meio de cirurgia e antibioticoterapia. Se não tratada corretamente, a sinusite maxilar pode levar a uma variedade de complicações. Considerações finais: A TC é essencial quando a causa for des-conhecida ou quando não há remissão do quadro após antibioti-coterapia. Dessa forma, é fundamental a realização de procedi-mentos para direcionar o quadro para diagnóstico e tratamento adequados.

P-576 RABDOMIOSSARCOMA EMBRIONÁRIO — RELATO DE CASO

Raíssa Camelo Valletta, Mariana Moreira de Deus, Marina Ferraz Gontijo Soares, Stela Oliveira Rodrigues, Leandro Azevedo de Camargo, Juliana Gama Mascarenhas

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 35 anos de ida-de, com proptose, dor ocular e baixa acuidade visual à esquerda há cerca de 30 dias acompanhado de obstrução nasal ipsilateral, sem rinorreia ou epistaxe. Rinoscopia: abaulamento em meato médio e lesão infiltrativa em concha média esquerda, mucosa hiperemia-da. Oroscopia e rinoscopia preservadas. Proptose ocular à esquerda com quemose importante e baixa acuidade visual. Palpação cer-vical inocente, rinofaringe livre, tomografia computadorizada de seios da face que evidenciou formação expansiva heterogênea com epicentro em labirinto etmoidal esquerdo infiltrando seio frontal, com erosão e invasão da órbita esquerda. Discussão: Os rabdomiossarcomas esqueléticos da órbita são os tumores orbitais primários mais comuns na infância, seguidos do retinoblastoma. Em adultos, esse tipo de tumor é extremamente raro, sendo mais diagnosticado em pacientes com menos de 30 anos; a localização mais comum é no seio maxilar. Existem dois tipos de rabdomiossarcomas: embrionário e alveolar. A distinção entre os dois é importante, já que o primeiro tem prognóstico pior. Por ser raro em adultos e relativamente comum em crianças, apenas o protocolo de quimioterapia pediátrica está disponível, podendo ser estendido aos adultos, porém sem muitos estudos específicos para a faixa etária. É importante ressaltar a evolução extremamente agressiva do tumor, de crescimento rápido. Em nosso caso, com cerca de 30 dias de evolução, a proptose inicial-mente discreta passou a severa, com perda quase completa da acuidade visual, quemose importante e início de invasão da base de crânio. Considerações finais: É importante lembrar a íntima relação das afecções oculares e nasais, sendo imprescindível uma investigação clínica e radiológica.

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S198 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-577 RINOSSINUSITE AGUDA ODONTOGÊNICA COMPLICADA COM ABSCESSO MAXILAR E CELULITE FACIALCintia Vanette, Gustavo Mercuri, Lucas Spina, Caroline Fernandes Rímoli, Silke Anna Theresa Weber, Tallita dos Santos Souza

Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Apresentação do caso: N.V.S., 54 anos de idade, sexo masculi-no, natural e procedente de Avaré (SP), branco, corretor de imó-veis, procurou o serviço de otorrinolaringologia/cirurgia de ca-beça e pescoço da UNESP de Botucatu (SP) no dia 24/06/2016 com queixa de dor de dente superior à esquerda, há cerca de um mês, com inchaço em hemiface à esquerda há dois dias. Procu-rou atendimento médico na cidade de origem, onde foi iniciada antibioticoterapia (clindamicina e ceftriaxona), sem melhora dos sintomas. Paciente foi então encaminhado ao serviço de referên-cia, apresentando-se com abaulamento facial de cerca de 10 cm, com eritema, estendendo-se de ângulo da mandíbula, asa nasal e região pré-septal à esquerda, com área de flutuação intraoral superiormente à esquerda; realizada punção de secreção puru-lenta. Levantada a hipótese de rinossinusite aguda odontogênica, complicada com abscesso maxilar e celulite facial à esquerda. Foi transicionada antibioticoterapia para cefepime e metronidazol, e o paciente foi submetido à extração de segundo pré-molar supe-rior esquerdo, evoluindo com melhora importante dos sintomas. Foi contrarreferenciado ao serviço de origem, onde terminou me-dicações até D14. Discussão: Entre as complicações das rinossinusites, destacam-se as infecções orbitárias, osteomielites e complicações intracrania-nas. Podemos subclassificar as infecções que acometem a órbita ocular em celulite pré-septal, celulite orbital, abscesso superioste-al, abcesso orbital, sendo que todas cursam com edema palpebral, associado ou não com queixas visuais. No caso apresentado, a ór-bita ocular foi preservada, porém houve acometimento de partes moles, evolução incomum das rinossinusites agudas odontogênicas. Considerações finais: A celulite facial é uma complicação atípica dos casos de rinossinusite. Sua identificação se faz importante nes-ses casos, atentando-se para melhor antibioticoterapia indicada.

P-578 MANIFESTAÇÃO OTORRINOLARINGOLÓGICA NA SÍNDROME DE VEIA CAVA SUPERIOR: RELATO DE CASOAna Paula Peres Martins Alonso, Elisa Figueiredo Arantes, Leonam dos Santos Magalhães, João Felippe Villarinho, Paschoal Cunha Miranda

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: C.G., sexo feminino, negra, 42 anos de idade, com insuficiência renal crônica dialítica, obesidade, hi-pertensão arterial sistêmica e fístula arteriovenosa em membro superior esquerdo. História prévia de tromboses venosas profun-das em membro inferior e subclávia, após trombose de fístula arteriovenosa, já tendo sido submetida a inúmeras terapias sem sucesso. Apresentou quadro de epistaxe severa. Avaliada previa-mente pela clínica médica com observação inicial de pletora fa-cial, aumento de volume cervical e edema mamário bilateral in-tenso. A avaliação otorrinolaringológica demonstrou epistaxe sem possibilidade de localização do ponto sangrante mais volumosa à esquerda, sendo submetida a tamponamento nasal bilateral an-teroposterior. Exame de imagem confirmou quadro trombótico de tronco braquiocefálico bilateral (síndrome da veia cava superior) e motivou a decisão pelo encaminhamento da paciente para o

fechamento da fístula, uma vez que continuava tamponada por continuação do quadro hemorrágico nasal e com edema difuso característico do quadro congestivo. Após a cirurgia, apresentou melhora dos sintomas. Discussão: Epistaxe é uma das emergências mais frequentes da prá-tica médica, mas sua ocorrência como manifestação da síndrome da veia cava superior é rara. No atendimento inicial otorrinolarin-gológico, a localização do ponto sangrante é crucial. A contenção da hemorragia foi dificultada pelo quadro congestivo importante e pela presença da fístula arteriovenosa, uma vez que essa torna a circulação colateral prejudicada, elevando pressão no sistema venoso e dificultando sua drenagem, provocando ingurgitamento vascular significativo com possível hemorragia em pontos de fragili-dade, como a vascularização nasal. Considerações finais: Dificilmente um quadro de epistaxe seria as-sociado à síndrome da veia cava superior; sua ocorrência, nesse caso, foi corroborada pela história patológica pregressa associada à presença de fístula arteriovenosa empregada no tratamento de hemodiálise. O trabalho de equipe multidisciplinar mais uma vez se mostra importante aliado na promoção da saúde.

P-579 REMOÇÃO CIRÚRGICA COMBINADA DE ESTESIONEUROBLASTOMALarissa Rolim Freitas, Francisco Davi Alves Vasconcelos, Andressa Rolim Freitas, Juliana Teixeira de Souza, Debora Lilian Nacimento Lima, Camila Gabriella da Silva Queiroz, Erika Ferreira Gomes

Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 48 anos de ida-de, previamente hígido, com quadro de rebaixamento do sensório, febre alta, vômitos, cefaleia e dor epigástrica. Iniciado tratamen-to clínico para meningite com antibioticoterapia endovenosa, sem melhora do quadro. Realizadas tomografia e ressonância de crânio, que demonstraram volumosa formação expansiva de aspecto neo-plásico em região frontal e fossa anterior do crânio com compo-nentes císticos e calcificações grosseiras, em contato com a lâmina cribriforme, com expansão para cavidade nasal e seios paranasais à esquerda. Nasofibroscopia evidenciou lesão vinhosa em meato médio e teto da fossa nasal esquerda. Estudo anatomopatológico da lesão revelou estesioneuroblastoma. O paciente foi submetido à ressecção cirúrgica combinada, com craniectomia via acesso bico-ronal e abordagem endonasal. Discussão: O estesioneuroblastoma é um tumor neurogênico raro originado de células neuroendócrinas da mucosa olfatória. Loca-lizado principalmente na porção superior das fossas nasais junto à placa cribriforme, pode ocorrer ainda nos seios etmoidal, maxilar, esfenoidal, hipófise e nasofaringe. Representa aproximadamente 3-6% dos tumores intranasais e tem maior incidência entre a quar-ta e sétima décadas de vida. Os sintomas são inespecíficos, como epistaxe, obstrução nasal e anosmia, resultando do crescimento tumoral, o que contribui para o diagnóstico tardio da doença. O diagnóstico é clínico, radiológico, anatomopatológico e imuno-his-toquímico. A tomografia computadorizada auxilia no diagnóstico e estadiamento, enquanto a ressonância avalia a extensão intraor-bitária ou intracraniana e detecta precocemente recidivas locais. Os principais locais de metástase são gânglios cervicais, pulmões e osso. Não há consenso acerca do melhor tratamento para o estesio-neuroblastoma. A ressecção craniofacial associada à radioterapia apresenta melhores resultados. Considerações finais: Constituindo diagnóstico diferencial de do-enças que acometem meato médio e superior, o conhecimento acerca desse tumor faz-se importante para o arsenal diagnóstico e terapêutico otorrinolaringológico.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S199

P-580 MUCOPIOCELE DE SEIO FRONTAL: VANTAGENS DA ABORDAGEM ENDONASAL E EXTERNA COMBINADAJulia do Carmo Binotto, Tatiane Bordignon Uliana, Ariadne Fonseca Carvalho Silva, Thaisa Consorte Domingues, Martinho da Palma e Mello Neto, Marco Aurélio Franco de Godoy Belfort, Gabriel Cardoso Ramalho Neto

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí, SC, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 68 anos de ida-de, histórico de obstrução nasal, cefaleia e dor facial há cinco anos, com piora há um mês. Exame oftalmológico sem alterações. Avalia-ção otorrinolaringológica evidenciou rinorreia mucopurulenta em meato médio de fossa nasal direita. Tomografia computadorizada de face evidenciou lesão expansiva com densidade de partes moles ocupando todo o seio frontal com erosão do osso frontal à direita. A paciente foi submetida à cirurgia com acesso combinado externo e endoscópico sob anestesia geral, realizada sinusotomia transma-xilar com etmoidectomia anterior e posterior com alargamento do óstio nasofrontal e drenagem de secreção purulenta esverdeada e espessa. Após, realizada incisão de Lynch em região periorbitária medial com limpeza completa do seio frontal. Pós-operatório satis-fatório. A paciente apresenta-se sem queixas, com melhora clínica e estética. Discussão: Mucoceles dos seios paranasais são lesões císticas benig-nas de revestimento epitelial com conteúdo mucoide, crescimento lento e características expansivas e de reabsorção óssea. Quando torna-se infectada, transforma-se em mucopiocele. Podem compro-meter as estruturas adjacentes como a órbita e a cavidade intracra-niana. Acomete mais frequentemente o seio frontal. Considerações finais: Atualmente, a abordagem endoscópica pa-ranasal é o acesso cirúrgico de primeira escolha, por ser menos invasiva e apresentar menor morbidade; entretanto, em casos com complicações infecciosas supurativas, faz-se necessária abordagem externa combinada que permita correção tanto das complicações quanto da doença de base.

P-581 RECONSTRUÇÃO DA BASE ANTERIOR DO CRÂNIO COM RETALHO DUPLO (NASOSSEPTAL E PERICRANIAL) APÓS RESSECÇÃO DE MENINGIOMA DE GOTEIRA OLFATÓRIAMarcelo Tabosa Dutra Sanches, Ricardo Landini Lutaif Dolci, Davi Sousa Garcia, Alexandre Bossi Todeschini, Américo Rubens Leite dos Santos, Paulo Roberto Lazarini

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 39 anos de ida-de, natural do Piauí e procedente de São Paulo, procurou serviço de otorrinolaringologia por vertigem há três anos associada à cefaleia de forte intensidade, difusa, sem irradiação, associada à hiposmia e rinorreia bilateral. Ao exame físico, apresentava rinoscopia, otos-copia e oroscopia normais e ausência de déficits neurológicos ou alterações de marcha e equilíbrio. Testes quantitativo e qualitativo mostrou diminuição importante do olfato. Ressonância magnética de crânio evidenciou massa evidente em região de goteia olfatória. Foi realizada ressecção endonasal do tumor por via transcribiforme com confecção de retalho nasosseptal, retalho pericranial e fáscia lata para fechamento da extensa abertura na base do crânio. O paciente recuperou-se bem e não apresentou fístula liquórica pós- operatória. Discussão: O meningioma de goteira olfatória é o tumor mais co-mum de fossa anterior da base do crânio, sendo mais prevalente

em mulheres e com incidência aumentada na sexta e sétima déca-das de vida. A ressecção de tumores da base do crânio por via en-donasal apresenta menores taxas de complicação pós-operatória em relação à técnica aberta, com menor retração do parênquima cerebral, menor sangramento no intraoperatório e resseção com-pleta do tumor por visualização completa da placa cribiforme. A confecção do retalho nasosseptal em conjunto com o retalho pe-ricranial, realizando uma incisão bicororal; uma incisão anterior no seio frontal e confecção de Draf 3, representando um reforço importante na reconstrução da base do crânio e fechamento da fístula liquórica. Considerações finais: A técnica endonasal apresenta menor taxa de complicação pós-operatória em relação à técnica aberta. No entanto, em se tratando de tumores extensos, em que há ne-cessidade de extensa ressecção da base do crânio, a confecção de retalho duplo, nasosseptal e pericranial mostrou-se uma boa alternativa para reconstrução, podendo reduzir a incidência de fístulas liquóricas e a necessidade de reintervenção para correção desse problema.

P-582 PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR NASAL — RELATO DE CASO

Vanessa de Araújo Souza, Eduardo Luis Gomes de Almeida, Alexandra Torres Cordeiro Lopes de Souza, Mariana de Azevedo Silva, Eliana Freitas Cardoso, Dario Hart Signorini, Monik Souza Lins Queiroz, Ana Laura Carneiro Santos

Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: L.V.S., sexo masculino, 50 anos de ida-de, ex-tabagista, procurou o serviço de otorrinolaringologia re-ferindo obstrução nasal progressiva há seis meses, pior à direita, acompanhada de epistaxe autolimitada. Ao exame, na rinoscopia anterior, observou-se tumoração avermelhada com superfície lisa e vasos sanguíneos visíveis por transparência, ocupando a fossa nasal direita, aparentemente aderida à parede lateral. Na fossa nasal esquerda notava-se desvio de septo em bloco para a esquerda. A tomografia computadorizada dos seios paranasais revelou massa de limites bem definidos ocupando a fossa nasal direita e preenchimento do seio maxilar ipsilateral por mate-rial com densidade de partes moles. Foi realizada biópsia da lesão, cujo resultado foi inespecífico. Optou-se por abordagem via endoscópica sob anestesia geral, cujo histopatológico foi de plasmocitoma. Discussão: O plasmocitoma é um tumor maligno, originado da proliferação irreversível e autônoma dos plasmócitos, podendo apresentar-se como massa circunscrita ou como infiltração difusa. Pode ocorrer como plasmocitoma solitário ósseo, extramedular ou mieloma múltiplo. O plasmocitoma extramedular é entidade rara, que corresponde a menos de 10% dos tumores plasmocitários e acomete, preferencialmente, o trato respiratório superior. As sintomatologias mais frequentes no plasmocitoma extramedular nasal são epistaxe, obstrução nasal e dor em face. O pico de in-cidência situa-se nos 50-60 anos de idade, e é duas vezes mais frequente no sexo masculino. Considerações finais: O diagnóstico do plasmocitoma extrame-dular depende inicialmente da suspeita clínica. Como se trata de uma entidade rara, em geral a primeira hipótese diagnóstica seria de neoplasia maligna, na qual o carcinoma espinocelular é o mais frequente, com apresentação clínica similar entre es-sas entidades. Cabe ao otorrinolaringologista identificar a lesão e encaminhar o paciente para acompanhamento hematológico conjunto.

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S200 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-583 RELATO DE CASO: DISPLASIA FIBROSA NASOSSINUSALLuiza Flores da Cunha Thompson Flores, Bernard Soccol Beraldin, Bárbara Schweigert Bianchi, Geraldo Pereira Jotz, Giovana Hauschild Pellegrin, Luiz Gustavo Espanhol, Guardiano Henrique Martins Teixeira

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 35 anos de ida-de, branco, foi encaminhado ao serviço de otorrinolaringologia do HBP, por quadro de obstrução nasal e hiposmia há dois anos, asso-ciado a rinossinusites de repetição. Ao exame clínico, apresentava massa de aspecto lobulado e consistência pétrea obliterando fossa nasal esquerda. Realizada tomografia de seios da face, que eviden-ciou lesão expansiva sólida com densidade óssea na topografia do osso etmoidal, seio esfenoidal e cavidade nasal esquerda, medindo aproximadamente 6,6 × 5,0 × 3,0 cm, com remodelamento da lâ-mina papirácea, parede medial do seio maxilar esquerdo e desvio septal à direita. O paciente foi submetido à cirurgia endoscópica nasal com ressecção completa da lesão, tendo o anatomopatoló-gico evidenciado displasia fibrosa. No seguimento a curto prazo, o paciente não apresentou recidiva da lesão e relatou resolução dos sintomas iniciais. Discussão: Displasia fibrosa é uma lesão fibro-óssea caracterizada pela substituição dos elementos normais do osso por tecido fibroso desorganizado. Representa cerca de 2% dos tumores ósseos, e sua etiologia é desconhecida. Subdivide-se em displasia fibrosa monos-tótica, que envolve apenas um osso e representa 70% dos casos, e displasia fibrosa poliostótica, que apresenta envolvimento de múl-tiplos ossos. Tende a desenvolver-se na infância, com predomínio em homens (2:1), maior predileção por brancos e pelo esqueleto craniofacial. A suspeita do diagnóstico se faz por métodos clínicos e radiológicos, necessitando de confirmação anatomopatológica. Os sintomas são inespecíficos e, pela baixa suspeição e raridade, o diagnóstico é geralmente tardio. O exame radiológico típico de-monstra aspecto de “vidro fosco” envolvido por tecido cortical den-so. O tratamento definitivo é a exérese cirúrgica da lesão. O acom-panhamento clínico do paciente é fundamental para o diagnóstico precoce de recidiva. Considerações finais: Displasia fibrosa é uma osteopatia incomum. A tomografia é o método de eleição na caracterização da expansão tumoral, auxiliando no planejamento cirúrgico. A estratégia cirúr-gica está indicada em lesões sintomáticas, alterações funcionais ou distorções anatômicas.

P-584 ANGIOSSARCOMA DE BAIXO GRAU EM NARIZ: RELATO DE CASOSaint Clair Augusto Magalhães Borges, Maria Isabela Alves Ramos, Marcell de Melo Naves

Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 34 anos de idade, episódios de epistaxe autolimitados, cefaleia frequente, obstrução nasal e rinorreia à esquerda. Quadro com um ano de evo-lução. À rinoscopia, presença de massa em cavidade nasal esquerda com áreas de necrose gerando obstrução da narina e desvio septal à direita. Submetido à exérese da lesão com retirada das margens. Anatomopatológico associado à imuno-histoquímica conclui angios-sarcoma de baixo grau, margens livres. Células neoplásicas positi-vas para CD31, fator VIII e Ki 67. Foi realizada radioterapia. Discussão: Angiossarcomas são neoplasias malignas de crescimen-to rápido que se desenvolvem a partir de células endoteliais. São tumores raros — representam 2% de todos os sarcomas e menos de

1% dos tumores nasossinusais. A etiologia é desconhecida e tem sido associada a certos fatores de risco como linfedema crônico, radio-terapia, exposição a cloreto de vinila, traumas e telangiectasias. O caso citado não apresentava nenhum desses fatores. O diagnóstico diferencial, a princípio, inclui tecido de granulação, hemangioma e sarcoma de Kaposi. O caso citado apresentava anti-HIV1/2, anti-HCV, VDRL HbsAg negativos. Diagnóstico de angiossarcoma é esta-belecido por exame patológico da biópsia usando H&E. No entanto, a coloração imuno-histoquímica com CD34 e fator VIII, presente no endotélio vascular, faz-se necessária em muitos casos. Por tratar-se de lesão rara, não há tratamento padrão definido; entretanto, após revisão de literatura, conclui-se que ressecção ampla com margens livres seguida de radioterapia é a escolha mais frequente. Considerações finais: Diagnóstico precoce, ressecção com margens livres e grau de diferenciação do tumor são os fatores mais impor-tantes associados à sobrevida. O caso citado está em seguimento há sete meses, sem evidência de recorrência.

P-585 TUMOR DE POTT COMO COMPLICAÇÃO DE SINUSITE FRONTAL: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURAClara Mota Randal Pompeu, Aline Saraiva Martins, Willian da Silva Lopes, Ulisses Meireles Filgueiras Filho, André Luiz Monteiro Cavalcante, André Alencar Araripe Nunes, Camila Azevedo Coelho

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 33 anos de idade, relatando cefaleia frontal direita latejante há três meses. Realizado tratamento para enxaqueca, sem resolução dos sinto-mas. Notou progressivo abaulamento em região frontal direita, doloroso, negando congestão nasal, rinorreia purulenta, febre ou trauma. Tomografia computadorizada (TC) evidenciou sinusopatia crônica e descontinuidade de parede anterior do seio frontal di-reito. Iniciada antibioticoterapia oral, e encaminhada para otor-rinolaringologista, realizando nova TC, após um mês, que mostrou sinais de osteomielite na parede anterior do seio frontal direito e abscesso subgaleal. Evoluiu com piora do abaulamento e da dor, internada em hospital terciário para abordagem cirúrgica e anti-bioticoterapia endovenosa. TC pré-operatória evidenciou erosão da parede óssea anterior frontal direita, extensão de conteúdo para região subperiosteal, com realce parcial pós-contraste, sem sinais de osteomielite, sugerindo tumor de Pott (TP). Abordada cirurgicamente, realizadas sinusotomia frontal e etmoidal direi-tas, verificou-se secreção purulenta oriunda de seio frontal, cuja cultura foi negativa. Paciente recebeu tratamento com ciclos de cefepime, clindamicina, meropenem e vancomicina, evoluindo com resolução dos sintomas. Discussão: O TP representa um abscesso subperiosteal, sobreposto a osteomielite do osso frontal e erosão de paredes ósseas. Caracte-riza-se por abaulamento frontal, amolecido e bem definido, poden-do ser uma complicação rara de sinusite frontal. Surge também pós-trauma, como complicação de neurocirurgia ou secundário ao uso de cocaína ou infecções dentárias. Acomete principalmente adultos jovens, apresentando como sintomas clássicos abaulamento fron-tal, cefaleia, rinorreia purulenta e febre. Principais agentes etio-lógicos associados são Streptococcus, Staphylococcus, Haemophilus influenzae, Enterococcus e anaeróbios. O exame de escolha para o diagnóstico é a TC, associada ao quadro clínico. O tratamento baseia-se na associação entre abordagem cirúrgica e antibioticote-rapia endovenosa. Considerações finais: O TP é uma afecção rara, possível compli-cação de sinusite frontal.O diagnóstico e abordagem precoces são fundamentais, pois o TO pode estar associado a complicações gra-ves, como celulite orbitária, empiema subdural, meningite, trom-bose de seio cavernoso e abscesso cerebral.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S201

P-586 TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE NASOANGIOFIBROMA GRAU IV DE FISCHBarbara de Paula Cioni, Lourimar de Moura Moreira, Carlos Augusto Seiji Maeda

Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 21 anos de idade, com queixa de obstrução e sangramento nasal à esquerda de início há um ano. O exame rinoscópico anterior revelou massa rósea e lisa em narina esquerda. Os achados tomográficos demonstraram lesão hiperdensa em cavidade nasal, fossa pterigopalatina, infra-temporal, seio cavernoso e intracraniana esquerda, expansiva sem invasão óssea. Pela avaliação clínico-tomográfica, o diagnóstico de nasoangiofibroma juvenil (NAFJ) foi levantado, classificado como estádio IV de Fisch. Como proposta inicial de abordagem cirúrgica, foi indicado acesso craniano externo em conjunto com a neuroci-rurgia. Em se tratando de uma lesão vascular, uma embolização en-dovascular da artéria maxilar interna esquerda foi realizada. Após 96 horas, o tumor foi ressecado inteiramente por via endoscópica, contrariando o planejamento inicial. O paciente evoluiu já no pós- operatório imediato com queixa de diplopia, com discreta paresia do VI nervo à esquerda, sem diminuição da acuidade visual. Não apresentou outras complicações, recebendo alta hospitalar após 48 horas. A peça foi enviada para análise histopatológica, e o diag-nóstico de NAFJ foi confirmado. O paciente apresentou melhora progressiva da paresia do VI par; com dois meses de pós-operatório os sintomas haviam melhorado por completo. Discussão: Estudos demonstram que a via endoscópica é efetiva apenas para a remoção total de tumores pequenos e intermediá-rios; há, entretanto, alguns estudos que falam a favor da remoção mesmo de tumores com extensão para a fossa pterigoide e limita-dos na fossa craniana. Considerações finais: A técnica endoscópica mostrou-se segura e eficaz para a ressecção de NAFJ classificado no estádio IV.

P-588 CORDOMA DE CLIVUS: RELATO DE CASOGabriela Carolina Nazareth Pinto, Erica Gonçalves Jeremias, Renan Salvioni de Souza, Fernando Veiga Angelico Junior, José Ronaldo de Souza Filho, Priscila Bogar, Rogerio Fernandes Nunes da Silva

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

Apresentação do caso: H.D.M., 63 anos de idade, sexo masculino, com queixa de diplopia à direita acompanhada de dor intensa em face, disfagia e obstrução nasal bilateral há três anos. Já estava em acompanhamento com a equipe de oncologia em serviço externo, sem um diagnóstico fechado, pois suas duas biópsias de rinofaringe anteriores vieram inconclusivas. Foi realizada uma nasofibrosco-pia, evidenciando lesão em rinofaringe, vascularizada, com área necrótica à esquerda. O paciente trazia ressonância magnética que apresentava lesão expansiva envolvendo rinofaringe e base de crâ-nio, medindo cerca de 7,8 × 6,4 × 6,0 cm, com realce heterogêneo pós-contraste, além de áreas com restrição à difusão. Optou-se por biópsia de lesão em rinofaringe e seio esfenoide em centro cirúr-gico, com congelação. O exame anatomopatológico comprovou a hipótese de cordoma de clivus. Discussão: Cordomas são tumores ósseos benignos originados de restos embrionários da notocorda e representam menos de 1% dos tumores intracranianos. Apresentam alta recorrência e geralmente aparecem no esqueleto axial, podendo acometer a região sacro-coccígea, região do clivo e coluna vertebral. O cordoma de clivus é um dos mais frequentes (35%) e ocorre geralmente entre a quinta e sexta década, com predominância para o sexo masculino. A ava-liação é complementada com exames de ressonância magnética e

tomografia. Seu tratamento é cirúrgico, e recentemente a radiote-rapia vem sendo utilizada. O cordoma constitui um desafio cirúrgico devido à sua íntima relação com estruturas vitais. Considerações finais: A descrição do caso se faz relevante devido à raridade do quadro e pela importância da cirurgia endoscópica nasal bem conduzida para o diagnóstico. Tal via cirúrgica permite uma abordagem minimamente invasiva a lesões expansivas de base de crânio, sendo uma excelente alternativa para diagnósticos e até tratamento de tais lesões.

P-589 SINUSITE COMO FOCO DE CHOQUE SÉPTICOKarina Dumke Cury, Rachel Bichara Izai, Gabriel Augusto Pinto Barbosa, Ana Carolina Soares Succar, Carolina da Fonseca Mussel Jones, Matheus Loureiro Teixeira, Carolina dos Anjos Sampaio

Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 59 anos de ida-de, atendida queixando-se de odinofagia e prostração há seis dias. Não respondeu ao uso de azitromicina e evoluiu com febre, rash cutâneo, náuseas, diarreia líquida e piora do estado geral. Ao exa-me, encontrava-se lúcida, eupneica, taquicárdica, hipotensa (PAM < 65 mmHg) após hidratação com cristaloide, hipocorada e icté-rica. Tomografia computadorizada dos seios paranasais evidenciou congestão de células etmoidais e nível líquido em seio maxilar e esfenoidal à esquerda. Exames laboratoriais demonstraram leuco-citose com redução dos segmentados, plaquetopenia, TAP e PTT alargados, aumento do PCR, das escórias nitrogenadas e lipase, hiperpotassemia, hepatograma com medidas aumentadas e hiper-lactatemia. Foram iniciadas noradrenalina, ceftriaxone, oxacilina e oxigenoterapia. A nasoendoscopia evidenciou secreção purulenta em fossas nasais drenando do meato médio após vasoconstrição e anestesia tópica. Houve piora dos níveis de creatinina, lactato, da leucocitose e da plaquetopenia. Realizou-se cirurgia endoscópica nasal com drenagem de material purulento, com posterior análi-se, que demonstrou crescimento de Streptococcus pyogenes e Sta-phylococcus epidermidis. Modificou-se a antibioticoterapia para ceftriaxone, teicoplanina e clindamicina. Discussão: Sinusite é a inflamação dos seios paranasais. A retenção de secreções é o evento mais importante, que pode criar um am-biente favorável para o crescimento de agentes infecciosos, mais frequentemente bactérias. Pode ser causada por obstrução ou es-treitamento dos óstios dos seios, disfunção mucociliar e alterações na composição do muco. Não comumente, essas bactérias garantem a liberação de altos níveis de endotoxinas, que resultam em va-sodilatação sistêmica, hipotensão, lesão endotelial, hipoperfusão tecidual e, assim, forma-se o choque séptico. Considerações finais: O diagnóstico etiológico precoce da sinusite e a implementação da terapêutica adequada são fundamentais para um bom desfecho do quadro clínico. Na maioria dos casos de sinu-site, o prognóstico é bom e a evolução é breve. Contudo, no caso descrito, o diagnóstico etiológico tardio dificultou a resposta clínica aos antimicrobianos adotados anteriormente.

P-590 LIGADURA DA ARTÉRIA ETMOIDAL ANTERIOR PARA TRATAMENTO DE EPISTAXE GRAVE REFRATÁRIA EM PACIENTE JOVEMÉrica Gonçalves Jeremias, Ana Paula Assunção Cecilio, Guilherme Bonadia Bueno de Moraes, Gabriel Matos, Rogério Fernandes Nunes da Silva, Fernando Veiga Angélico Júnior, Priscila Bogar

Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

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S202 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Apresentação do caso: G.M.D.C., sexo masculino, 19 anos de ida-de, com quadro de epistaxe anterior de grande monta por fossa nasal esquerda há 20 dias. Negava obstrução nasal, rinorreia, ce-faleia, comorbidades e antecedentes de sangramentos prévios. Ao exame físico, normotenso e nasofibrolaringoscopia com vasos ec-tásicos em septo anterior à esquerda e coágulo em meato médio à esquerda. Foi realizada cauterização de vasos ectásicos e solicita-da tomografia de seios paranasais, que mostrou acometimento de seios etmoidais e maxilar à esquerda. Foi prescrito amoxicilina com clavulanato de potássio, pensando-se em possível etiologia infec-ciosa. Após alta hospitalar, apresentou recorrência do quadro; foi realizado tampão anterior à esquerda. O paciente manteve epista-xe mesmo com tampão. Realizou-se ligadura endoscópica da artéria esfenopalatina esquerda, com resolução momentânea do quadro. No quinto dia de pós-operatório, o paciente apresentou novo episó-dio de epistaxe à esquerda, e foi submetido à ligadura endoscópica transorbitária da artéria etmoidal anterior esquerda. Avaliação he-matológica resultou negativa. Discussão: Epistaxe é todo sangramento que se origina da muco-sa das fossas nasais ou dos seios paranasais, e é considerada uma emergência na prática médica. As causas mais comuns são: HAS, iatrogênicas, uso de descongestionantes tópicos e condições am-bientais. Em 90% dos casos, o sangramento é anterior e originário da porção anterior do nariz; em 10% dos casos, o sangramento se origina das porções mais profundas da cavidade nasal. Geralmen-te, os sangramentos anteriores são de menor monta e ocorrem em pacientes jovens; por outro lado, os de origem posterior estão relacionados a picos hipertensivos e acometem pacientes idosos, necessitando de abordagem mais invasiva. Além disso, a epistaxe é considerada uma das formas de apresentação clínica das sinusopa-tias, embora não seja tão prevalente. Considerações finais: No caso relatado, um paciente jovem apre-sentou quadro de epistaxe grave associado a alteração em tomo-grafia, necessitando de abordagens cirúrgicas sucessivas e incomuns para o quadro.

P-591 NASOANGIOFIBROMA JUVENIL — UM RELATO DE CASOPaulo Tinoco, Pilar Campos Saavedra, Lucas Zarro, Marina Bandoli de Oliveira Tinoco, Thais Dias da Fonseca, Diogo Araújo Silveira

Universidade Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu, RJ, Brasil

Apresentação do caso: H.S.M., 18 anos de idade, sexo masculino, natural de Alagoas. Há dois anos apresenta quadro de epistaxe recor-rente em narina direita, cefaleia frontal e obstrução nasal ipsilateral com piora progressiva. Submetido a múltiplos tamponamentos nasais e uso de medicações orais com resolução parcial do quadro. Realiza-da tomografia computadorizada (TC) com contraste, que demonstrou massa captante em narina direita estendendo-se ao seio esfenoidal com alargamento da fossa pterigopalatina. Encaminhado ao serviço de otorrinolaringologia do HSJA para avaliação de possível nasoan-giofibroma. Rinoscopia: massa em narina direita e desvio de septo contralateral. Ausência de deformidades faciais e sintomas oculares. Realizada nova TC (com e sem contraste) associada à ressonância nu-clear magnética de crânio que ratificaram não comprometimento ex-tranasal. Tumor classificado como tipo II na escala de Chandler e cols. Paciente encaminhado à hemodinâmica para realização de arteriogra-fia com embolização de tumoração nasal com posterior exérese cirúr-gica intranasal por videoendoscopia e tamponamento nasal. Paciente evoluindo em bom estado geral após retirada de tampão. Submetido a revisões pós-operatórias endoscópicas sem intercorrências. Discussão: O nasoangiofibroma consiste em lesão benigna fibrovas-cular rara encontrada em jovens do sexo masculino. Totaliza apro-ximadamente 0,05% dos tumores de cabeça e pescoço. É caracteri-

zado pela ocorrência de epistaxe e obstrução nasal. O diagnóstico baseia-se no quadro clínico e em achados radiológicos; o principal achado é o alargamento da fossa pterigopalatina. O tratamento é, na maioria das vezes, cirúrgico, dispondo de embolização, terapia hormonal e radioterapia como tratamento adjuvante. Considerações finais: O nasoangiofibroma é um tumor raro, benig-no, mas que pode levar à morte se não tratado adequadamente. O tratamento cirúrgico depende da extensão e classificação tumoral, podendo ocorrer via endoscópica ou aberta de acordo com as dife-rentes literaturas.

P-592 RELATO DE CASO: OSTEOMA ETMOIDAL COM COMPLICAÇÕES ORBITÁRIASLetícia de Ávila Cambraia, Emilio Santana Martins Xavier Nunes, Camila Taniguti Cordeiro Vasco, Blenda Avelino Soares

Hospital Geral de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: D.A.B., 37 anos de idade, sexo masculino, referia diplopia e protrusão de órbita esquerda. Tomografia com-putadorizada de seios da face evidenciou osteopatia em etmoide esquerdo até limite do teto da parte medial, invadindo órbita; com-primia músculo reto medial; nervo óptico inalterado. Submetido à cirurgia com acesso endoscópico e incisão de Lynch. Pelo grande volume, foi necessário utilizar broca para dividir o osteoma, e re-tirada por meio da incisão. Preservou-se o cone orbitário e usamos enxerto de cartilagem e fáscia temporal para preenchimento de lâmina papirácea lesada. O paciente evoluiu bem, mantendo des-conforto ocular subjetivo, com movimentação preservada. Cessou diplopia e protrusão orbitária. Discussão: Osteoma é a neoplasia benigna mais frequente dos seios paranasais. O diagnóstico muitas vezes é acidental. Geralmente é assintomático. Acomete principalmente seios frontais, seguidos de etmoide, maxilar e esfenoide. Incidência é maior nas terceira e quarta décadas de vida. Apresenta discreta predominância no sexo masculino. Tem crescimento ilimitado, podendo ser localmente agressivo com compressão e/ou invasão das estruturas adjacentes, principalmente órbita e base do crânio. Se sintomático, gera cefa-leia e dor facial, rinorreia, obstrução nasal e sinusite. Pode apre-sentar complicações como diplopia e proptose ocular se invadir a órbita. O tratamento é controverso. Considera-se conservador nos assintomáticos ou cirúrgico para todos os casos. Opções cirúrgicas incluem acessos externos e endoscópicos, mas devem ser indivi-dualizadas. O paciente relatado corresponde à epidemiologia da doença e foi diagnosticado após complicações por expansão do os-teoma. A sintomatologia do paciente impôs tratamento cirúrgico, com técnica combinada, o que é incomum na literatura. Considerações finais: O caso apresenta paciente com osteoma na-sal, diagnosticado devido à presença de complicações orbitárias. Caso clássico da doença, que apesar de benigna mantém seu cres-cimento ao longo do tempo, o que nos faz refletir se o tratamento cirúrgico não deve ser oferecido a todos os pacientes, independen-temente de sintomatologia no momento diagnóstico.

P-593 MANEJO CLÍNICO DA EPISTAXE ANTERIOR NO ATENDIMENTO INICIALVinícius Ribas da Fonseca, Bruno Amaral Hay, Michel Bavedi Nomura, Thaisa Muniz Mansur

Hospital da Cruz Vermelha – Filial do Paraná, Curitiba, PR, Brasil

Objetivos: Apresentar como deve ser realizado o manejo clínico do paciente com epistaxe anterior no atendimento inicial. Método: Os estudos de maior relevância na área foram analisados, a fim de reunir todas as técnicas e apresentar qual deve ser a ma-neira ideal de abordagem inicial da epistaxe.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S203

Resultados: A compressão digital sobre o septo pode resolver 50% dos casos de epistaxe anterior. A inclinação do tronco para frente com a correta flexão da cabeça é importante pois auxilia a gravidade a manter o sangue saindo das narinas, ao contrário da hiperextensão cervical, que acaba favorecendo o acúmulo de sangue e coágulos na orofaringe. A colocação de algodão, gaze ou lenço de papel na narina sangrante ou, até mesmo, a colocação de compressa fria sobre o dorso do nariz pode auxiliar a hemos-tasia. A remoção do sangue da cavidade oral é importante para evitar que o paciente ingira grandes quantidades de sangue. Com essas medidas, o sangramento tende a diminuir, especialmente se for aplicada solução de anestésico contendo vasoconstritor tópico, como fenilefrina a 1%, oximetazolina a 0,05% ou lidocaína a 2%, sempre lembrando do cuidado de monitorizar a pressão arterial nos pacientes hipertensos. Discussão: Durante a vida, cerca de 60% da população apresentará pelo menos um episódio de epistaxe, dos quais 6% necessitarão de atenção médica. As causas de epistaxe podem ser classificadas em locais, sistêmicas ou idiopáticas. O papel da hipertensão ainda não se encontra bem estabelecido como causa, mas é o fator clínico com maior frequência de associação à epistaxe. Conclusão: É fundamental que o médico generalista conheça a abordagem ideal para o manejo clínico inicial do paciente com epistaxe, lançando mão dos recursos ao seu alcance e impedindo complicações dessa afecção tão comum na prática clínica.

P-594 TUMOR DE POTT: UM NOVO CASO DE UMA ANTIGA PATOLOGIAIsabela Oliveira, Melissa do Rocio Regazzo Porto, Eduardo Vieira Couto, Byanca Hekavei Hul, Carolina Pedrassani de Lira, Flavia Caroline Klostermann, Gustavo Fabiano Nogueira

Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de sexo feminino, 7 anos de idade, atendida no serviço de emergência com edema frontal e periorbitário bilateral de evolução insidiosa há dois meses, cefa-leia holocraniana e hipertermia. Ao exame, abaulamento indolor, calor local e flutuação na região frontal e edema periorbitário com hiperemia bilateralmente. Solicitada prontamente tomogra-fia computadorizada de crânio e seios paranasais, evidenciando sinusite frontoetmoidal e sinais de osteomielite frontal com se-questro ósseo e empiema epidural. Foi submetida à craniotomia, com craniectomia da parte acometida do osso frontal e drenagem do empiema epidural. Apresentou melhora clínica significativa, mantida em internamento com antibioticoterapia endovenosa por 21 dias e, posteriormente, submetida à cirurgia endoscópica nasossinusal. Discussão: “Pott’s puffy tumor”, rara condição descrita em 1768 por Sir Percival Pott, é a formação de abscesso subperiosteal com edema local, osteomielite subjacente e complicações intracra-nianas infecciosas. Infrequente na era da antibioticoterapia, bem como em pré-adolescentes, devido à incompleta pneumatização dos seios paranasais. O objetivo deste trabalho é apresentar o caso de uma criança que desenvolveu uma complicação intracraniana de uma infecção sinogênica. Considerações finais: O diagnóstico precoce é de extrema im-portância no tumor de Pott, pela possibilidade de complicações intracranianas. A suspeição clínica requer exame de imagem para confirmação diagnóstica e exclusão das complicações intracra-nianas. A tomografia computadorizada de crânio é considerada o melhor método diagnóstico. O tratamento se dá com intervenção cirúrgica e antibioticoterapia endovenosa prolongada por no mí-nimo seis semanas.

P-595 HEMANGIOPERICITOMA SINONASAL: RELATO DE CASO CLÍNICO

Fabiola Moreira Magalhães, Mariana de Landa Moraes Teixeira Grossi, Mônica de Sá Pinheiro, Claudine Sousa Pontes, Thayana Pessoa dos Santos, Andreza Andreatta de Castro, Brena Cardoso de Azêdo

Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), Manaus, AM, Brasil

Apresentação do caso: Este artigo relatou o caso de uma paciente do sexo feminino de 73 anos de idade, parda, diabética, proceden-te de Parintins (AM), com queixa de obstrução nasal unilateral à esquerda, rinorreia hialina, esternutos, prurido nasal e roncos há sete anos. Ao exame físico, apresentava, na rinoscopia anterior, massa polipoide de cor rósea, endurecida, sangrante ao toque, obstruindo toda a fossa nasal esquerda. Paciente foi acompanhada no serviço de residência médica de otorrinolaringologia e cirurgia cérvico-facial da Fundação Hospital Adriano Jorge e submetida a tratamento cirúrgico por via endoscópica, com envio de peça ci-rúrgica para avaliação histológica, compatível com hemangiope-ricitoma sinonasal. Discussão: Hemangiopericitoma é uma neoplasia altamente vascu-larizada procedente dos pericitos de Zimmermann. Cerca de 15% ocorrem na região de cabeça e pescoço, mas comumente no trato sinonasal. A apresentação de costume inclui epistaxe e obstrução nasal, e o diagnóstico histopatológico é o padrão-ouro. Considerações finais: Essa neoplasia, apesar de rara, é uma en-tidade de difícil suspeição diagnóstica. São mais frequentemente relatadas na sétima década de vida e não há predileção por sexo. É importante destacar ao otorrinolaringologista essa patologia como diagnóstico diferencial, bem como seu tratamento adequado, con-siderando a excisão cirúrgica e análise anatomopatológica.

P-596 HAMARTOMA ADENOMATOIDE EPITELIAL RESPIRATÓRIO CONDRO-ÓSSEO EM FOSSA NASAL: RELATO DE CASO

Bruno de Castro, Mirian Cabral Moreira de Castro, Ivan Pantaleão dos Santos, Natanael Alves Souza, Luanna Rocha Vieira Martins, Leandro Henrique Silva Maximiano, Sarah Nascimento Cardoso

Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 44 anos de idade, com queixas de obstrução nasal unilateral de instalação lenta e progressiva. Ao exame físico, era visualizada lesão de as-pecto endurecido em quase totalidade de fossa nasal esquerda. Foi evidenciada ocupação de fossa nasal por tecidos de partes moles com áreas de calcificação em exame tomográfico. Pa-ciente foi submetida à cirurgia endoscópica nasal para retirada completa da lesão. O exame histopatológico revelou tratar-se de hematoma adenomatoide epitelial respiratório condro-ósseo (COREAH). Discussão: Os hamartomas são lesões benignas, resultantes de di-ferenciação aberrante do tecido de origem. Habitualmente, loca-lizam-se em pulmão, fígado e baço, mas podem acometer outros locais, como o trato aerodigestivo. COREAH é uma lesão rara, de patogenia desconhecida, evolução indolente, predominante em sexo masculino e que surge ao nível de cavidade nasais, seios paranasais e nasofaringe. O diagnóstico é feito por histopatolo-gia. O tratamento preconizado é a remoção cirúrgica, com bom prognóstico. Considerações finais: COREAH é uma condição rara, benigna e de bom prognóstico, que deve fazer parte do diagnóstico diferencial dos principais tumores nasais.

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S204 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

P-597 DENTE ECTÓPICO EM CAVIDADE NASAL: UMA APRESENTAÇÃO RARAEmmanuel Gonçalves de Azevedo Lima, Thaísa Muniz Mansur, Paulo Eduardo Przysiezny, Daniela Dranka, Enio Murilo

Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil

Apresentação do caso: K.T.M., sexo feminino, 22 anos de idade, foi avaliada devido à queixa de obstrução nasal à direita. Ao exame clínico, foi identificado desvio de septo médio, hipertrofia de cor-netos inferiores e palidez de mucosa. A dentição estava normal e a paciente não apresentava história de traumas locais ou cirurgias de cabeça e pescoço. Na infância, histórico de transplante de medula óssea devido à leucemia linfoide aguda. O dente foi visibilizado por meio de imagem tomográfica. A paciente apresentava também desvio de septo e concha média bolhosa à direita. Não havia sinais de rinossinusite crônica. Discussão: Dente ectópico intranasal é um evento raro. A idade variou entre 3 e 62 anos, sendo os homens mais acometidos. Não houve predileção por lado na literatura. A etiologia é controversa: várias teorias foram propostas, incluindo distúrbios do desenvolvi-mento, trauma, cistos, infecções. A presença de dente intranasal pode causar uma grande variedade de sinais e sintomas, tais como dor, obstrução nasal, epistaxe, rinorreia, cefaleia, formação de crostas, ulceração, desvio do septo. Pode também ser assintomáti-co e identificado apenas em exame radiográfico de rotina. O diag-nóstico diferencial de massa endurecida na cavidade nasal, além de dente ectópico, deve incluir corpos estranhos, rinolitos, neoplasias e exostose. O diagnóstico é feito com exame radiográfico ou tomo-grafia computadorizada. Considerações finais: A presença de dente ectópico intranasal é incomum, havendo poucos casos relatados na literatura. O paciente apresenta sintomas. O uso do endoscópio possibilita a visualização apropriada do dente, evitando complicações que possam surgir no transoperatório.

P-598 DESAFIOS DIAGNÓSTICOS DO ACOMETIMENTO NASAL DE LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA: RELATO DE CASO.Daniela Isabel Cevallos Zambrano, Horrara Diniz Silva, Raquel Ferraz Cornelio Nogueira, Helena Câmara Pinto, Maria Eduarda Vilanova da Costa Pereira, Jasiel Pereira de Queiroz Maciel, Nathália Cavalcante Pinto

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: A.M.S., sexo masculino, 67 anos de idade, apresentando obstrução nasal persistente, edema e eritema malares e em região anterossuperior nasal, além de secreção nasal purulen-ta. Rinoscopia evidenciou perfuração septal anterior, crostas e ede-ma de mucosa. Baciloscopia do escarro e anticorpos antineutrófilos foram negativos; sorologia para leishmania IgG positivo e IgM nega-tivo. Realizou duas biópsias de mucosa nasal, inconclusivas. Terceira biópsia sugestiva de Leishmania sp. Iniciado tratamento empiríco com anfotericina B antes do resultado da terceira biópsia; evoluiu com cura clínica e recebeu alta para acompanhamento ambulatorial. Discussão: O diagnóstico da leishmaniose mucocutânea (LM) e sua diferenciação com as demais granulotamosas consiste em um desa-fio na atualidade. Para diagnóstico, podemos utilizar exames para-sitológicos, imunológicos e moleculares, além da detecção do pa-rasita em amostras de lesão. O diagnóstico clínico-epidemiológico da LM deve ser confirmado por método parasitológico antes do tra-tamento, e é especialmente difícil nesses casos, devido à escassez do parasita nas lesões. Portanto, em alguns casos, história clínica

e epidemiológica sugestivas associadas a quadro clínico compatível leva os profissionais a iniciar tratamento empírico das lesões. Considerações finais: A LM, apesar de frequente, tem seu diagnós-tico dificultado pelo espectro variado de apresentação clínica, am-pla gama de diagnósticos diferenciais e dificuldades das técnicas de detecção. O tratamento empírico é uma realidade em muitos casos.

P-599 RELATO DE CASO CLÍNICO: OSTEOMA DO OSSO MAXILAR COM DEFORMIDADE FACIALDébora Caliani de Vincenzi, Suzanne Mallmann Varnier, Ian Selonke, Ricardo Favaretto, Thaise Cesca, Dharyemne de Araujo, Gabriela Martini

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: E.A.R., 38 anos de idade, sexo masculino, vem ao ambulatório de otorrinolaringologia com queixa de lesão endurecida na hemiface esquerda, no osso maxilar, com início in-sidioso há seis anos, dor local pulsátil e intermitente. Nega ema-grecimento ou quaisquer outros sintomas sistêmicos. Nega uso de medicamentos contínuos. Ao exame físico, presença de tumoração de consistência endurecida em hemiface esquerda em osso maxilar, sem flutuação ou sinais flogísticos; demais exames sem particula-ridades. Realizada investigação radiológica e posterior exérese da lesão óssea na transição do osso nasal e maxila por via externa. O material foi enviado para anatomopatológico, resultando em os-teoma. O paciente evolui com boa cicatrização, sem complicações. Discussão: Este caso é notável pois os osteomas são tumores be-nignos de origem mesodérmica, relativamente raros no seio maxi-lar, correspondendo a 5% dos casos. Sua etiologia é desconhecida. Frente a uma suspeita de osteoma, devem ser consideradas várias lesões no seu diagnóstico diferencial, como displasia fibrosa óssea, fibroma, condroma, síndrome de Gardner e osteossarcoma. Considerações finais: Nosso principal interesse é relatar o caso de osteoma de osso maxilar levando à deformidade facial do paciente. De modo similar a outras lesões benignas, os osteomas apresentam rara sintomatologia e baixa agressividade. Assim, muitos casos são diagnosticados de maneira incidental. Tendo em vista que outras lesões podem ser consideradas erroneamente como osteoma, res-salta-se a importância de biópsia cirúrgica associada ao anatomo-patológico.

P-600 USO DE RETALHO NASOSSEPTAL PEDICULADO (HADAD-BASSAGASTEGUY FLAP) PARA CORREÇÃO DE FÍSTULA LIQUÓRICA ESPONTÂNEA PRIMÁRIA EM PAREDE LATERAL DE SEIO ESFENOIDAL: RELATO DE DOIS CASOSGabriela Soraya Martini, Suzanne Mallmann Varnier, Ian Selonke, Dharyemne Pucci de Araujo, Ricardo Maurício Favaretto, Thaíse Cesca, Debora Caliani de Vincenzi

Hospital e Maternidade Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, Brasil

Apresentação do caso: Caso 1: S.B.S.R., 50 anos de idade, sexo feminino, queixa de gotejamento nasal em fossa direita com iní-cio há quatro anos. Ausência de trauma ou patologias intracrania-nas, primeira tentativa de tratamento realizada: DVLP em 2012, com melhora do quadro. Porém, em dezembro de 2015, evoluiu com retorno das queixas. Nos exames radiográficos foi diagnosti-cada a descontinuidade óssea em parede lateral de seio esfenoidal à direita. Como tratamento definitivo, realizou-se a correção via endoscopia nasal com retalho pediculado, técnica de Hadad-Bas-sagasteguy. Caso 2: N.B.S., 53 anos de idade, sexo feminino, com

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S205

queixa de obstrução nasal, cefaleia, rinorreia hialina bilateral de longa data. Ausência de trauma ou patologias neurológicas. Na to-mografia, apresentou seio esfenoidal preenchido por partes moles com descontinuidade óssea em parede lateral à direita. Realizada correção via endonasal com uso de retalho nasosseptal vasculariza-do de origem nasosseptal. Discussão: Fístulas liquóricas, definidas com comunicação do es-paço aracnoide com meio externo, podem ter etiologia traumática ou espontânea. Fístulas não traumáticas podem ser consequentes a patologias neuroendocrionológicas (secundárias), ou ainda, em me-nor quantidade, de origem não esclarecida, idiopáticas (primárias). Podemos classificá-las também quanto à localização: fístulas de pa-rede lateral de seio esfenoidal, relatadas nos dois casos, apresen-tam baixa incidência e maior dificuldade diagnóstica. Para correção cirúrgica desses defeitos, vários podem ser os acessos, sendo o mais aceito, com melhores resultados e menores danos, a via endoscó-pica nasal. Porém, para fechamento de acessos de grandes áreas, o uso de enxertos podem não ser suficientes, fazendo-se necessário o uso de retalhos pediculados nasoseptais, como a técnica de Hadad-Bassagasteguy, com menores chances de recidiva. Considerações finais: Fístulas liquóricas espontâneas primárias apresentam desafios de confirmação diagnóstica, localização da brecha osteomeníngea e tratamentos mais difíceis. A correção destas pela técnica de retalho pediculado nasosseptal evita complicações como meningite e garante tratamento cirúrgico definitivo.

P-601 PAPILOMA ONCOCÍTICO SINUSAL — RARO TIPO HISTOLÓGICO DE PAPILOMA SCHENEIDERIANOValéria Barcelos Daher, Ana Paula Valeriano Rêgo, Alda Linhares de Freitas Borges, Mauro Freitas Daher Júnior, Marcela Veríssimo Rocha, Claudiney Candido Costa, Ricardo Toledo Piza

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil

Apresentação do caso: J.L.P., sexo masculino, 57 anos de idade, com queixa de obstrução nasal crônica bilateral. Rinoscopia e na-sofibroscopia anteriores evidenciaram desvio septal, hipertrofia de cornetos inferiores e presença de lesão de aspecto polipoide em meato médio esquerdo. Tomografia computadorizada de seios da face evidenciou velamento de seio maxilar esquerdo e lesão com-patível com pólipo em fossa nasal esquerda. Foi submetido à si-nusectomia por videoendoscopia e a Caldwell Luc, com completa exérese de lesões; material foi encaminhado ao anatomopatológi-co, que resultou em papiloma scheneideriano oncocítico sem sinais de malignidade. Atualmente, o paciente está em acompanhamento ambulatorial sem recidiva local. Discussão: Papilomas scheneiderianos são papilomas nasossinusais que se originam da membrana scheneideriana, formada a partir do ectoderma invaginado da placa olfatória. Essa membrana recobre parede nasal lateral, conchas e seios paranasais. De acordo com distinção histopatológica, podem ser de três subtipos: fungiforme ou exofítico, de células cilíndricas ou oncocítico e invertido ou, ainda, uma combinação desses. O papiloma oncocítico é o tipo mais raro de papiloma scheneideriano, apresentando casuística escassa na literatura. Sua etiologia permanece desconhecida; apresenta maior incidência no genêro feminino (60%) e alta taxa de recorrên-cia (40%). É caracterizado por um padrão de proliferação de células colunares estratificadas exibindo componentes invertidos e exofí-ticos. Apresenta risco de transformação maligna de 15% e é fre-quentemente confundido com adenocarcinoma nasossinusal, que apresenta apenas uma camada epitelial e rinosporidiose devido à presença de inúmeros microcistos. Procedimento cirúrgico e acom-panhamento clínico são indicados para o tratamento. Apresentamos um caso de papiloma scheneideriano oncocítico com tratamento

cirúrgico eficaz e acompanhamento clínico regular em virtude do comportamento de transformação maligna e recorrência local des-te tumor nasal. Considerações finais: Papiloma schneideriano oncocítico é raro na casuística da literatura vigente. Por meio deste relato de caso, bus-camos revisar a literatura e considerá-lo como diagnóstico diferen-cial de lesões polipoides nasais.

P-602 FEOHIFOMICOSE SEPTAL: RELATO DE CASO RAROFhrancis Boechat de Marcos, Júlia da Silva Almeida, Flavia Vieira Dias, Larissa Maria Alencar Xerez de Vasconcelos, Gustavo Felix, Raphael Joaquim Teles Cyrillo, Graça Helena Maia do Canto Teixeira, Camila Medeiros de Almeida

Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Este é o primeiro caso de feohifomicose em localização nasal descrito na literatura, em oposição aos casos atualmente relatados em subcutâneo, pele e órgãos viscerais. O objetivo deste trabalho é a exposição de um caso raro de feohi-fomicose septal. E.P.M., 69 anos de idade, sexo masculino, pre-viamente hígido, deu entrada no serviço de otorrinolaringologia do Hospital Universitário Antônio Pedro no dia 20/03/2015, com quadro de cacosmia e epistaxe há um ano, sem melhora em uso de ciprofloxacino por 10 dias, prescrito na emergência clínica. Ao exame, apresentava pontos sangrantes em área de Kiesselback e perfuração septal ampla em áreas I, II e III de Cottle, com elimina-ção de crostas e epistaxe episódicas. Realizadas sorologias e biópsia de áreas cruentas ao redor da perfuração, sem sangramento ativo no momento da coleta. O resultado das sorologias foi negativo, e o da biópsia foi infiltrado celular inflamatório e áreas de necrose inespecíficas. Uma segunda biópsia revelou Klebsiella pneumonae; exame micológico direto negativo com demonstração de elementos fúngicos de Cladophialophofa sp. em cultura. Discussão: Feohifomicose é um termo descritivo para infecções oportunistas, cutâneas e sistêmicas, causadas por várias espécies de fungos demáceos, principalmente dos gêneros Wangiella, Al-ternaria e Exophiala. A etiologia é rara, cosmopolita e geralmente afeta populações rurais das regiões tropicais da América Central e América do Sul, com maiores ocorrências nos pacientes imuno-comprometidos. O caso relatado apresenta localização atípica em septo nasal; paciente imunocompetente, tratado com sucesso por anfotericina B e itraconazol durante três meses. Considerações finais: As diferenças entre as localizações descritas previamente e este caso evidenciam-se pela rápida progressão mu-cosa com destruição de cartilagens septais, levando a perfuração e repercussões à anatomia e fisiologia nasal como sequela da doença. Portanto, é indicada avaliação periódica da evolução do quadro e recidiva da doença.

P-603 HEMANGIOMA CAVERNOSO DO SEIO MAXILAR: RELATO DE CASOTaiana Barbosa da Silveira, Otávio Marambaia dos Santos, Deyse Mayane de Castro, Camila Kalil Silva, Marina Barbosa Guimarães, Ana Paula Lago Silva Pessoa, Lorena Carneiro Amado

Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados (INOOA), Salvador, BA, Brasil

Apresentação do caso: L.D.G., 29 anos de idade, sexo masculino, com epistaxe à direita há um mês evoluindo com dor em hemiface ipsilateral. Videonasolaringoscopia flexível evidenciou secreção purulenta e massa enegrecida em meato médio direito. Tomo-grafia de face mostrou seio maxilar bloqueado por material com

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densidade de partes moles e dilatação meatal média. Realizada cirurgia microendoscópica nasal, com necessidade de acesso ex-terno por meio da incisão de Caldwell Luc para melhor inventário da cavidade. Observados sangramento importante no intraopera-tório e material enegrecido no seio maxilar direito. Anatomopa-tológico confirmou hemangioma cavernoso. O paciente evoluiu satisfatoriamente. Discussão: Hemangiomas são lesões benignas congênitas rela-tivamente comuns, predominantes na região de cabeça e pes-coço. São raros nos seios paranasais e, eventualmente, é difícil determinar o sítio preciso de sua origem. Histologicamente, são classificados em cavernosos e capilares. A maioria dos hemangio-mas localizados no vestíbulo e septo nasais é do tipo capilar; já os localizados nos seios paranasais usualmente são do tipo ca-vernoso. A forma cavernosa é menos frequente, maior e menos circunscrita. As manifestações clínicas dependem da localização e do tamanho da lesão — a epistaxe e a obstrução nasal são as principais. O paciente relatado apresentou epistaxe há cerca de 30 dias e dor facial. Os achados radiológicos geralmente têm alte-rações comuns a lesões benignas, como apresentado neste caso, sem erosão óssea e com alterações apenas do efeito de massa com alargamento do complexo ostiomeatal do lado da lesão. O tratamento dos grandes hemangiomas ou para pacientes sintomá-ticos, como o do relato, que apresentava epistaxe recorrente, é a ressecção cirúrgica. Considerações finais: O hemangioma cavernoso dos seios parana-sais, embora seja uma entidade rara, deve ser considerado na in-vestigação diagnóstica dos tumores sangrantes dos seios paranais.

P-604 HEMANGIOPERICITOMA: TUMOR NASOSSINUSAL RARO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS EPISTAXESAnna Caroline Rodrigues de Souza Matos, Clara Mota Randal Pompeu, Aline Saraiva Martins, Ulisses Meireles Filgueiras Filho, André Alencar Araripe Nunes, André Luiz Monteiro Cavalcante, Camila Azevedo Coelho

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 57 anos de idade, com queixa de obstrução nasal há aproximadamente dois anos, de apresentação unilateral à esquerda e caráter intermiten-te associado a crises esternutatórias, rinorreia e hiposmia. Evoluiu com episódios esporádicos de epistaxe de pequena monta, roncos noturnos e respiração bucal. Apresentou episódio único de epistaxe severa com necessidade de hospitalização. À rinoscopia anterior, observou-se tumoração avermelhada ocupando cavidade nasal es-querda.Tomografia computadorizada com contraste dos seios para-nasais evidenciou material de densidade de partes moles ocupando todos os seios à esquerda com extensão aos meatos e vestíbulos nasais, exibindo realce pós-contraste da lesão, sugerindo neoplasia. À ressonância nuclear magnética, observou-se formação expansiva sólida com marcada captação de contraste ocupando toda a ca-vidade nasal esquerda e estendendo-se às células etmoidais, seio esfenoidal e cavum posterior. Foi tratada cirurgicamente por via externa com incisão degloving mediofacial com exérese completa da lesão, cuja análise histopatológica evidenciou hemangioperici-toma nasossinusal. Discussão: O hemangiopericitoma nasossinusal é um tumor de par-tes moles de origem vascular que surge a partir dos pericitos dos capilares. São tumores raros, e 15% a 25% dos casos localizam-se na cabeça e pescoço; destes, 5% acometem a região nasal e as seios paranasais. Os hemangiopericitomas nasossinusais respondem por aproximadamente 0,5% dos tumores dessa região e se apresentam comumente com epistaxe e obstrução nasal. Técnicas cirúrgicas abertas e endoscópicas com ressecção completa e margens amplas constituem o padrão-ouro para tratamento desses tumores.

Considerações finais: Hemangiopericitomas constituem raros tu-mores nasossinusais. Apresentam comportamento menos agressivo quando comparados aos de outras localizações, e embora raramen-te apresentem metástases, podem recidivar localmente. Sua apre-sentação clínica os enquadra como importante diagnóstico diferen-cial de lesões hemorrágicas da cavidade nasal.

P-605 RECIDIVA GRAVE DE EPISTAXE APÓS CAUTERIZAÇÃO DE ARTÉRIA ESFENOPALATINA: RELATO DE CASOAdriano Sérgio Freire Meira, Yuri Ferreira Maia, Nelson José Barboza Quintino, Thais Eugênio Gomes, Bruno Leonardo Barbosa Machado, Lorena Pinto de Souza Pontes, Adilson de Albuquerque Viana Júnior

SOS Otorrino, João Pessoa, PB, Brasil

Apresentação do caso: E.A.C., 58 anos de idade, sexo masculino, hipertenso, deu entrada no Hospital de Traumas de João Pessoa com episódio de epistaxe em fossa nasal direita de grande mon-ta após seis horas de evolução, apresentando choque grau II, sem histórico de distúrbio de coagulação, AINES e sem visualização do ponto sangrante na rinoscopia. Realizado tamponamento antero-posterior, ressuscitação volêmica, estabilização hemodinâmica e controle rigoroso da pressão arterial. Programada a cauterização da artéria esfenopalatina direita cinco dias após o tamponamento. Paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório imediato, recebendo alta hospitalar no seu nono dia de internamento. Após uma semana, o paciente apresentou novo caso de epistaxe de gran-de monta, no mesmo sítio e com a mesma apresentação da anterior, necessitando de tamponamento anteroposterior e ressuscitação volêmica agressiva. No quinto dia de internamento, o mesmo foi submetido à angiografia das artérias carótidas para avaliar pontos sangrantes e possível embolização. Durante o procedimento, não foram identificados pontos de sangramento, e não foi necessária a realização de embolização, recebendo alta hospitalar seis dias após angiografia, com controle rigoroso da pressão arterial e acompa-nhamento ambulatorial. Discussão: Epistaxe é um sangramento com origem na mucosa das fossas nasais e representa uma alteração da hemostasia normal do nariz. É uma afecção comum na prática médica; aproximadamen-te 60% da população já teve pelo menos um episódio de epistaxe na vida. É geralmente autolimitada. Contudo, em cerca de 6% dos casos necessita de intervenção médica. O local mais comum de san-gramento encontra-se na região nasal anterior, correspondendo a 80% dos casos. Considerações finais: Os sangramentos posteriores, apesar de me-nos frequentes, são difíceis de ser tratados e normalmente neces-sitam de medidas invasivas, como tamponamento anteroposterior, ligaduras ou embolização arterial. O tratamento deve ser o mais criterioso e conservador possível, a fim de que sejam evitadas complicações graves, sempre baseado nas condições clínicas do paciente.

P-606 SÍNDROME DO SEIO SILENCIOSO: RELATO DE CASONathália Cavalcante Pinto, Jasiel Pereira de Queiroz Maciel, Leidianny Firmino Costa, Daniela Isabel Cevallos Zambrano, Anne Karine Rufino Correia de Oliveira, Horrara Diniz Silva, Adriano de Amorim Barbosa

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil

Apresentação do caso: H.P.L., 43 anos de idade, sexo feminino, apresentava queixa de obstrução nasal e coriza sem melhora com

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tratamento clínico. Sem queixas oftalmológicas, apesar de notá-vel enoftalmia à direita ao exame físico. Nasofibroscopia revelou hipertrofia de cornetos inferiores, colapso lateral da concha mé-dia à direita com aparente obstrução do complexo ostiomeatal e retração da fontanela posterior. TAC dos seios da face sem con-traste evidenciando redução de volume do seio maxilar direito. Diante do diagnóstico de síndrome do seio silencioso, realizou-se cirurgia endoscópica nasossinusal com uncinectomia, antrostomia e etmoidectomia anterior e posterior à direita sem reconstrução de assoalho orbitário, que aparentemente se encontrava íntegro, associado à turbinectomia inferior parcial bilateral. A paciente evoluiu bem e permanece em acompanhamento ambulatorial, sem progressão da enoftalmia. Discussão: O diagnóstico de síndrome do seio silencioso foi reali-zado apesar de a paciente não referir o sintoma inicial da doença, pois classicamente a enoftalmia é a queixa principal, sem sinto-mas nasais associados. A fisiopatologia provavelmente está relacio-nada à obstrução do complexo ostiomeatal, que acarreta redução da ventilação do óstio natural de drenagem do seio maxilar, com consequente atelectasia do seio comprometido devido à pressão antral negativa persistente, resultando em retração do assoalho da órbita e enoftalmia. O diagnóstico diferencial deve ser realizado, afastando trauma, neoplasias, osteomielite, lipodistrofias, esclero-dermia e síndrome de Parry-Romberg. Os objetivos primordiais do tratamento são a retirada do fator obstrutivo e o restabelecimento da ventilação normal com equalização das pressões dentro do seio e atmosféricas. A abordagem endoscópica com uncinectomia e an-trostomia maxilar é a via de escolha. Considerações finais: A síndrome do seio silencioso corresponde a pacientes com atelectasia maxilar crônica que evoluem com enoftalmia devido à deformação óssea orbitária, mas geralmente assintomáticos do ponto de vista nasossinusal. A alteração sinusal é o foco do tratamento cirúrgico, e a abordagem do assoalho orbitário é realizada posteriormente ou concomitante à cirurgia inicial.

Área Temática: Otorrinolaringologia Pediátrica

P-607 CASO DE MUCOCELE ETMOIDAL COM MANIFESTAÇÕES OFTALMOLÓGICASJulian Pablo Stavarengo, Marcelo Guimarães Machado, Mariana Esmeraldo Pinheiro, Debora Hirose Aparecido, Renata Lopes Mori

Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil

Apresentação do caso: M.E.S.F., 7 anos de idade, sexo feminino, comparece ao pronto atendimento pediátrico do Hospital Santa Marcelina (SP) em 04/01/2016 queixando-se há 10 dias de dor ocu-lar à esquerda de início súbito e de forte intensidade acompanha-da de diminuição da acuidade visual e proptose progressivos. Sem outras queixas no momento da consulta. Negava sintomas nasais recentes, trauma ou cirurgia de face. Ao exame físico, os sinais vitais estavam preservados. Havia proptose e paralisia dos nervos oculomotor, troclear e abducente esquerdos. Nasofibroscopia não apresentava alterações importantes. Solicitadas tomografia de fossas nasais e seios paranasais e ressonância magnética, demons-trando imagem expansiva, com conteúdo de partes moles ocupando células etmoidais posteriores e parte das anteriores, comprimindo lâmina papirácea esquerda e, consequentemente, nervo óptico, compatível com mucocele etmoidal. Indicada cirurgia endonasal

precoce com drenagem e marsupialização da lesão pela equipe de otorrinolaringologia. Prescritos antibiótico, corticoide e lavagem nasal no pós-operatório. Paciente evoluiu clinicamente bem, com recuperação significativa da visão e da movimentação ocular após três meses de cirurgia. Discussão: Mucocele é uma lesão cística de revestimento epitelial que acomete os seios paranasais. Contém muco no interior, com crescimento lento e caráter expansivo. Há etiologia mal definida, mas acredita-se decorrer da obstrução do óstio de drenagem do seio; geralmente acomete seios frontal e etmoidal. Cefaleia, ede-ma palpebral, dor ocular e outros sintomas oftalmológicos podem aparecer devido à expansão e compressão dos tecidos adjacentes pela mucocele. Paralisia do nervo oculomotor, abducente e troclear são raros, conforme litaratura. Trata-se geralmente com cirurgia endoscópica nasossinusal. Considerações finais: A mucocele, por seu caráter expansivo, pode ocasionar complicações orbitárias e até intracranianas, devendo ser diagnosticada e tratada precocemente. A marsupialização com drenagem da lesão via nasossinusal mostrou ser um procedimento seguro e eficiente para mucocele etmoidal, podendo reverter as manifestações oftalmológicas.

Área Temática: Rinologia/Base de Crânio Anterior

P-608 LINFOMA EXTRANODAL DE ORIGEM NASAL

Rosana Guimarães Rodrigues Alves, Geizeane Morais da Cunha, Lorena Cássia de Carvalho Oliveira, Laryssa Cavalcante Mendes de Andrade, Carolina da Silveira Alves, Eduardo Romero Sampaio Botelho, Gustavo Bachega Pinheiro

Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 58 anos de idade, sexo femi-nino, sem comorbidades, apresentava quadro de obstrução nasal com episódios frequentes de rinorreia purulenta e dor facial ha-via dois anos. Fazia acompanhamento ambulatorial no serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Base do Distrito Federal em investigação para rinossinusite crônica e doença granulomatosa. Procurou pronto-socorro do hospital por nova crise, associada a odinofagia intensa e febre. Apresentava grande quantidade de secreção purulenta em ambas as fossas nasais, mucosa nasal e de orofaringe com aspecto infiltrado e grande quantidade de secre-ção branco-amarelada espessa aderida à orofaringe. Internada para tratamento devido à intensidade dos sintomas. Prosseguiu-se com investigação iniciada ambulatorialmente. Realizou biópsia de fossas nasais (amostras obtidas de assoalho e cornetos infe-riores) e diversas sorologias, que foram não reagentes. Anato-mopatológico de biópsia nasal sugestivo de linfoma extranodal. Imuno-histoquímica realizada para complementação revelou lin-foma T/NK nasal. Discussão: Há diversas modalidades terapêuticas relatadas na literatura para o linfoma T/NK nasal, desde radioterapia isolada até quimioterapia em altas doses e transplante de células-tronco hematopoiéticas. Por ser uma doença rara, é difícil a realização de estudo prospectivo randomizado para determinar a melhor modalidade terapêutica. Considerações finais: É fundamental o conhecimento da existência dos linfomas entre as doenças nasossinusais. O diagnóstico precoce melhora a sobrevida e previne metástases e destruição local.

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P-609 FÍSTULA LIQUÓRICA TRAUMÁTICA DE APRESENTAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASODândara Bernardo Siqueira, José Vicente Tagliarini, Camila Sá de Melo Campos, Tamires Ferreira Siqueira, Thereza Lemos de Oliveira Queiroga, Thaís Gomes Abrahão Elias

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil

Apresentação do caso: J.E.R.N., 15 anos de idade, sexo masculi-no. Paciente vítima de trauma em palato por pentração de objeto metálico através da cavidade oral em jogo de vôlei. Durante ava-liação inicial, encontrava-se sem sangramento e queixando-se de cefaleia holocraniana. Ao exame: lesão cortocontusa de 2 cm na transição entre palato duro e mole próximo ao pilar amigdaliano direito, visualizado assoalho de fossa nasal através da lesão. Obser-vada drenagem de líquido claro pelo ferimento, sugestivo de fístula liquórica. Realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio, que evidenciou fratura de lâmina crivosa. Diante do quadro, foi indicada cirurgia para correção da fístula via endoscópica. Discussão: A fístula liquórica é uma comunicação entre o espaço subaracnóideo e os seios paranasais ou a cavidade nasal devido à abertura na aracnoide, dura-máter, osso e mucosa, permitindo saí-da de líquor pela cavidade nasal. São classificadas em traumáticas, por trauma cirúrgico ou acidental; não traumáticas, devido a algu-ma doença (meningocele, tumor, outros); ou idiopáticas (mulheres obesas entre 30-40 anos). Fístulas pós-traumáticas ocorrem em 10-30% das fraturas de base de crânio e aproximadamente 80% fecham espontaneamente, porém o risco de meningite aumenta com sua permanência. Considerações finais: Fístulas liquóricas traumáticas podem ocorrer em traumatismos cranianos. O diagnóstico inicial é clínico. Exames de imagem podem demonstrar o local da fratura. Apesar de a maioria fechar espontaneamente, o tratamento cirúrgico precoce pode ser necessário pelo risco de meningite. Neste caso, observamos importante defeito de 1,7 cm no etmoide anterior. A queixa de cefaleia é explicada pelo pneumoencéfalo considerável visto na TC. Discutido com neurocirurgia e indicada a cirurgia. Durante o procedimento, foram observados defeito de 1,5 cm no teto do etmoide e placa crivosa à direita com exposição de massa encefálica e avulsão de segmento da dura-máter. Realizada a correção com fáscia lata inlay em duas camadas e retalho de corneto médio. O paciente evoluiu com fechamento da fístula e reabsorção do pneumoencéfalo.

P-610 FIBROMA OSSIFICANTE EM SEIO FRONTAL: RELATO DE CASO Clovisa Reck de Jesus, Cicero Matsuyama, Luana Vieira Monteiro, Gabriela Vicentini Giacomin

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil

Apresentação do caso: M.L.I., 40 anos de idade, sexo feminino, natural e residente de São Paulo, veio devido à queixa de cefaleia frontal há seis meses, constante, sem fator de piora ou melhora, tipo aperto. Paciente negava outros sintomas otorrinolaringoló-gicos. Negou também alergia a medicações e patologias prévias. Apresentava exame físico inocente. Na tomografia computadoriza-da de seios da face, apresentou em seio frontal direito imagem hiperdensa de bordas bem definidas. Aventada a hipótese de tumor ósseo ou mucocele em seio frontal, foi realizada cirurgia endoscó-pica nasossinusal através do seio frontal associado ao acesso exter-no, sendo necessária a técnica combinada para exérese total da lesão. No pós-operatório, a paciente relatou melhora da queixa. Ao exame anatomopatológico, verificou-se lesão tumoral por fibroma ossificante.

Discussão: O fibroma ossificante é um tumor ósseo benigno, que ocorre mais comumente em mulheres negras e entre a terceira e quarta décadas de vida. Podem ser encontrados em mandíbula e maxila, e ocasionalmente nos seios paranasais. Caracterizam-se por proliferação fibrosa e ossificação em faixas. Esse tumor é o princi-pal diagnóstico diferencial da displasia fibrosa óssea, pela seme-lhança clínica, radiológica e anatomopatológica. Considerações finais: O fibroma ossificante é uma lesão fibro-ós-sea benigna caracterizada por crescimento lento e proliferação de tecido celular fibroso. O envolvimento dos seios paranasais é raro, mais comum na região posterior da mandíbula e maxila. Neste caso, a paciente era mulher, porém de quesito-cor branca, apresentando lesão em seio frontal. Durante o ato operatório, a lesão apresenta-va aspecto tumoral, friável e avermelhado. O diagnóstico de fibro-ma ossificante foi possível com o anatomopatológico. O tratamento é a exérese cirúrgica, devido à possibilidade de recidiva e por não serem radiossensíveis. A recidiva é mais comum nos casos de dis-plasia, porém o fibroma ossificante apresenta comportamento mais agressivo e justifica a exérese completa da lesão.

P-611 HEMANGIOMA CAVERNOSO DE SEIO MAXILAR: RELATO DE CASOMonik Souza Lins Queiroz, Alexandra Torres Cordeiro Lopes de Souza, Ana Laura Carneiro Santos, Eliana Freitas Cardoso, Dario Hart Signorini, Mariana de Azevedo Silva, Vanessa de Araújo Souza

Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: B.S.M., sexo masculino, 17 anos de idade, praticante de judô, evoluindo há dois meses com epistaxes de pe-quena monta em fossa nasal direita e obstrução nasal ipsilateral. Há um mês, apresentou epistaxe vultuosa, quando foi encaminhado para o serviço de otorrinolaringologia do Hospital Federal de Bon-sucesso (HFB). No exame físico, visualizou-se uma massa vascula-rizada ocupando fossa nasal direita. Submetido à tomografia com-putadorizada (TC) de seios paranasais (SPN) com e sem contraste, evidenciando-se lesão expansiva com densidade de partes moles, heterogênea, de limites imprecisos, centrada na região infundibu-lar direita, estendendo-se para seio maxilar e fossa nasal direitos. Realizadas embolização da tumoração e abordagem cirúrgica para exérese da mesma. O exame histopatológico evidenciou hemangio-ma cavernoso (HC). Discussão: O HC é uma neoformação vascular congênita e benig-na na pele e nas mucosas e, predominantemente, na cabeça e no pescoço. Apesar disso, são incomuns localizarem-se nos SPN. His-tologicamente, são lesões mal definidas quanto à profundidade e formados por grandes espaços cavernosos preenchidos por sangue e separados por uma escassa quantidade de tecido conjuntivo. A patogênese do HC é incerta. Estão presentes desde o nascimento e evoluem proporcionalmente ao crescimento da criança, sob al-terações hormonais, atividade física intensa ou trauma. O quadro clínico inclui epistaxes recorrentes, obstrução nasal e deformidade facial. Os exames de imagem preconizados para diagnóstico são TC e ressonância magnética (RNM). O tratamento do HC em pacientes sintomáticos consiste na escleroterapia nas pequenas lesões e exé-rese cirúrgica quando há crescimento progressivo ou nas lesões san-grantes, muitas vezes preconizada embolização antes da cirurgia, evitando hemorragias extensas. Considerações finais: Os HC de SPN são raros, mas sempre devem ser incluídos nos diagnósticos diferenciais dos tumores sangran-tes das fossas nasais. No caso relatado, o paciente permaneceu assintomático até os 17 anos, tendo abordagem diagnóstica quan-do apresentou epistaxe de grande volume, quando foi necessá-ria conduta cirúrgica precedida de embolização, com sucesso terapêutico.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S209

P-612 PAPILOMA INVERTIDO DE SEIO ESFENOIDAL: RELATO DE CASOJessica Ramos Tavares, Fabrício Leocádio Rodrigues de Sousa, Guilherme Silva Machado, Caroline Feliz Fonseca Sepeda da Silva, Cassia Maria Oliveira de Oliveira, Murillo Freire Lobato, Leonardo Mendes Acatauassu Nunes

Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, Belém, PA, Brasil

Apresentação do caso: E.B.S., 62 anos de idade, pardo, natural de Macapá (AP), apresentava queixas de obstrução nasal, gotejamento nasal posterior, dor frontal tipo peso e hiposmia há anos, com pio-ra nos últimos dois anos. Antecedentes: ex-tabagista e história de duas cirurgias endoscópicas endonasais prévias. À rinoscopia ante-rior, cornetos inferiores hipertróficos e hipocorados, desvio septal moderado em área III de fossa nasal esquerda. À endoscopia nasal, seio esfenoidal amplo e pérvio apresentando lesão polipoide, lo-bulada e não translúcida em assoalho e bordas de antrostomia do lado direito e secreção mucocatarral drenando bilateralmente dos seios esfenoidais. Tomografia de seios da face revela lesão mucosa ocupando seios esfenoidais com sinais de ressecção subtotal através de etmoidectomia parcial à direita associada à rinite hipertrófica inferior bilateral. Submetido à cirurgia endoscópica endonasal com exérese de lesões, cujo histopatológico revelou pólipo nasal com padrão celular scheideriano com metaplasia escamosa sem atipias, compatível com papiloma invertido. Discussão: O papiloma invertido nasossinusal é um tumor benigno e localmente agressivo. Ocorre principalmente entre a quinta e sexta décadas de vida, com predomínio pelo sexo masculino. O papiloma vírus humano é o agente mais aceito como fator etiológico. Os sítios primários mais comuns são a parede lateral nasal (89%), seguida pelo seio maxilar, labirinto etmoidal, septo nasal, seio frontal e seio esfenoidal (3,9%). O papiloma invertido isolado de seio esfenoide é extremamente raro. Por ser localmente agressivo, ter alto índice de recidiva e potencial de malignização, o tratamento deve ser rigoroso, com remoção completa do tumor. Remoção endoscópica é o procedimento de escolha de muitos autores, principalmente nos casos de doença mais limitada. Considerações finais: Apesar de raro, o papiloma invertido deve ser considerado um diagnóstico diferencial de massa isolada em seio esfenoide. Os exames de imagem são essenciais no diagnósti-co, que é confirmado pelo histopatológico. A abordagem cirúrgica endoscópica mostra-se favorável e mais conservadora, prevenindo morbidades e complicações.

P-613 RELATO DE CASO: AMILOIDOSE EM RINOFARINGENatalia Vieira Gasparin, Mariana Zago de Moraes, Marcele Oliveira dos Santos, Jader Franci Carvalho Oliveira, Fabricio Scapini, Élisson Krug Oliveira, Thomaz Pisacco Foster

Hospital Universitário de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil

Apresentação do caso: T.J.S., sexo feminino, 65 anos de idade, com odinofagia há dois meses, acompanhada de disfagia, sem perda ponderal ou disfonia. Foi avaliada no serviço de otorrinolaringologia do Hospital Universitário de Santa Maria com tumoração de bordos irregulares no pilar amigdaliano esquerdo posterior. À fibronasola-ringoscopia, observou-se extensão da lesão ao tórus tubário esquer-do estimada em 4 cm. Foi solicitada tomografia computadorizda de seios da face, que confirmou a lesão, caracterizando-a como expansiva. Realizada exérese da lesão por videoendoscopia nasal com diagnóstico histopatológico de amiloidose, evidenciado pela refringência sob a luz polarizada na coloração pelo vermelho-Con-go. A paciente foi encaminhada para complementar investigação com a medicina interna. Discussão: Amiloidose é uma doença benigna, progressiva, com de-posição extracelular de um grupo heterogêneo de proteínas fibrila-

res. Afeta mais comumente indivíduos entre 50 e 70 anos de idade, predominantemente no sexo masculino. Pode ser classificada como primária, por deposição de fragmentos de cadeias leves de imuno-globulinas, ou secundária, por deposição de proteínas de fase agu-da associada a doenças crônicas. Raramente acomete as vias aéreas superiores; a laringe é o local mais comum. É extremamente rara na oro e rinofaringe, podendo ser assintomática ou causar sintomas como obstrução nasal, epistaxes, hipoacusia por otite média com efusão. O padrão-ouro para diagnóstico da amiloidose é a biópsia da lesão. A coloração com vermelho-Congo revela biorrefrigência ver-de característica, confimando o diagnóstico. Deve-se complemen-tar a investigação para excluir doenças sistêmicas. O tratamento da amiloidose localizada em rinofaringe é a remoção cirúrgica. Considerações finais: Embora extremamente rara, a amiloidose deve ser um diagnóstico considerado diante uma lesão em rinofa-ringe. Apesar de na maioria das vezes indicar apenas doença locali-zada, deve-se investigar associação com doenças sistêmicas, como o mieloma múltiplo. O tratamento curativo é a remoção cirúrgica.

P-614 PAPILOMA INVERTIDO COM DEGENERAÇÃO MALIGNA: RELATO DE CASOCarolina da Fonseca Barbosa, Jéssica Maia Couto, Alessandro Fernandes Guimarães, Flavianne Mikaelle dos Santos Silveira, Greiciane Parreiras Lage, Geovane Luiz Alves Santos, Roberto Eustaquio Santos Guimarães

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 81 anos de idade, hipertensa, há seis meses com aparecimento de pequeno nódulo em olho esquerdo com crescimento progressivo. Há dois meses evoluiu com dor, proptose em olho esquerdo, diminuição importante da acuidade visual e tumoração em região periorbi-tária. Exame físico: fibronasolaringoscopia sem alterações. Exa-me oftalmológico: amaurose em olho esquerdo por neuropatia compressiva. Tomografia computadorizada (TC) de órbita: lesão expansiva sólida, heterogênea, extraconal esquerda com invasão de seio frontal, lâmina papirácea e células etmoidais. Ressonância magnética (RNM) de seios da face: formação expansiva sólida de contornos irregulares e limites mal definidos com epicentro em células etmoidais esquerdas e parede medial da órbita. Lesão ocu-pando espaço extraconal com rechaço do globo ocular. Realizada cirurgia endoscópica nasal com remoção completa da lesão. Ana-tomopatológico mostrou papiloma invertido com extensas áreas de carcinoma de células escamosas in situ associado a alterações de infecção por HPV. A paciente foi encaminhada à oncologia, que optou por acompanhamento clínico. Até o momento, apresenta-se sem recidiva do tumor. Discussão: O papiloma invertido é um tumor raro, que corresponde a 0,6% dos tumores nasais. É mais comum em homens brancos entre a quinta e a sexta décadas de vida. Geralmente origina-se na pare-de lateral do nariz, e raramente pode originar-se nos seios parana-sais. Tem associação com CCE em 5% a 53% dos casos. Os principais sintomas são: obstrução nasal unilateral, rinorreia e anosmia. Pode haver proptose e quemose, a depender da extensão do tumor. O diagnóstico é feito por meio de anamnese, exame físico e exames de imagem (TC e RNM). O tratamento do papiloma é a exérese total do tumor. Considerações finais: O papiloma invertido, apesar de ser uma le-são histologicamente benigna, tem comportamento agressivo e alta taxa de recidiva, além de frequente associação com CCE. Portanto, abordagem cirúrgica adequada associada a um seguimento a longo prazo são medidas indispensáveis para o sucesso terapêutico dessa patologia.

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P-615 LEISHMANIOSE MUCOSA EM PACIENTE TRATADO PARA LEISHMANIOSE CUTÂNEA HÁ CERCA DE 30 ANOS: RELATO DE CASOFrederico Pereira Bom-Braga, Bernardo Relvas Lucas, Larissa Odilia Costa Binoti, Mauricio Saheki, Marcelo Lyra, Daniella Leitão Mendes, Claudia Maria Valete-Rosalino

Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 77 anos de idade, sexo mascu-lino, boliviano, queixando-se há seis meses de lesão oral, obstrução nasal com eliminação de crostas melicéricas, odinofagia intensa e disfagia. Referia diabetes tipo II, hipertensão e história pregressa de tratamento para leishmaniose cutânea há aproximadamente 30 anos. Em seu país de origem, realizou tratamentos com AINEs, an-tifúngicos e antibióticos sem melhora, e biópsia de lesão oral com análise parasitológica e culturas negativas com histopatológico ci-tando severo processo inflamatório misto inespecífico. Apresentava oroscopia com lesão granulomatosa e infiltração intensa em úvula, lojas tonsilares e parede posterior. Videolaringoscopia demonstra-va acometimento de parede posterior de laringe. Endoscopia nasal com perfuração septal anterior e lesão granulomatosa com infiltra-ção intensa acometendo parede septal e lateral em ambas as fossas nasais com crostas melicéricas e ressecamento mucoso, com impor-tante obstrução da luz nasal. Realizada sorologia para leishmaniose com resultado “reator”, além de biópsia e cultura para leishmania de lesões mucosas nasal e oral com laudo conclusivo de leishma-niose tegumentar. Após tratamento com antimônio, o paciente apresentou remissão do quadro e está realizando acompanhamento ambulatorial. Discussão: A leishmaniose mucosa é uma forma de leishmaniose tegumentar associada principalmente com a L. (V.) braziliensis. A frequência da leishmaniose descrita na literatura é bastante variá-vel; todavia, estima-se uma prevalência mundial de 12 milhões de casos. A forma mucosa acomete, principalmente, em ordem decres-cente de frequência, nariz, faringe e laringe. Estudos brasileiros evidenciaram doença mucosa até 22 anos após a lesão cutânea. Neste caso, temos a ocorrência da doença mucosa cerca de 30 anos após a cutânea. Considerações finais: A leishmaniose é uma doença endêmica na América do Sul. Por isso, é de extrema importância o reconheci-mentos das manifestações mucosas pelo otorrinolaringologista. A forma mucosa pode ocorrer mais de uma década após a lesão cutâ-nea, estando a atipicidade deste caso no espaço temporal de 30 anos observado entre as formas.

Área Temática: Otorrinolaringologia Pediátrica

P-616 HEMANGIOMA LOBULAR DE FOSSA NASAL COMO CAUSA DE EPISTAXE EM CRIANÇA COM DOENÇA DE VON WILLEBRAND: RELATO DE CASOOlívia Egger de Souza, Alice Lang da Silva, João Augusto Bergamaschi, Raphaella Migliavacca, Andreza Mariane de Azeredo, Gabriel Kuhl, Francesco Prezzi

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 7 anos de ida-de, com doença de von Willebrand, encaminhado para manejo de epistaxe e acompanhamento hematológico. Apresentava histórico

de trauma facial ocorrido três meses antes do quadro, e por isso realizou uma tomografia de seios da face que evidenciou lesão nasal. Na chegada, não apresentava sangramento ativo — apenas crostas hemáticas e evidência de lesão pediculada em assoalho de fossa nasal esquerda. Na internação, necessitou de tamponamen-to nasal e transfusão de CHAD e fator VIII. Submetido à exérese a frio sob anestesia geral, seguida de cauterização do leito da lesão. O anatomopatológico revelou hemangioma lobular nasal. O pa-ciente mantém acompanhamento sem novos episódios de epistaxe ou recorrência da lesão até quatro meses após o procedimento cirúrgico. Discussão: Os hemangiomas são tumores benignos originados do tecido vascular, comuns na região da cabeça e pescoço, locali-zando-se geralmente na pele e cavidade oral. Os hemangiomas de cavidade nasal e seios paranasais têm baixa incidência e se apre-sentam como uma lesão polipoide, friável, de rápido crescimento, indolor, cursando com obstrução nasal e epistaxe em pacientes com média de idade de 40 anos. As regiões nasais mais acometi-das são a porção distal do septo nasal e os cornetos. Tais tumores são raros na população pediátrica. Lesões polipoides na cavidade nasal em crianças devem aventar a possiblidade de fibrose cística, tumores malignos e malformações congênitas. O tratamento cons-titui excisão cirúrgica e cauterização da base para hemostasia e redução de recidiva. Considerações finais: Este caso traz uma apresentação pouco frequente de hemangioma lobular de assoalho de fossa nasal em paciente pediátrico. A clínica de epistaxe fora clássica, porém ini-cialmente a mesma fora atribuída à presença de coagulopatia. O diagnóstico ocasional aponta que o hemangioma deve ser uma hipó-tese a ser aventada e investigada nas epistaxes persistentes.

Área Temática: Rinologia/Base de Crânio Anterior

P-617 MELANOMA MALIGNO NASOSSINUSAL: REVISÃO DA LITERATURA E RELATO DE CASOLuiza de Souza Mello, Patrícia Bittencourt Barcia Barbeira, Wallace Nascimento de Souza, Natashi Nizzo, Gabriela Oliveira Monteiro, Thamiris Cristina Santos Lopes, Sara Costa Gomes

Faculdade de Medicina de Campos (FMC), Campos dos Goytacases, RJ, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 71 anos de ida-de, foi ao serviço de otorrinolaringologia com queixa de obstrução nasal unilateral à direita, rinorreia, cefaleia fronto-orbitária e epis-taxe com início há seis meses. Na rinoscopia anterior e endoscopia nasal foram visualizadas lesão de aspecto polipoide e pigmentação amarelado-arroxeado de fossa nasal direita em meato médio. Na tomografia computadorizada de cavidades paranasais com contras-te, apresentou formação expansiva sólida com realce homogêneo no terço médio posterior da fossa nasal direita e células etmoidais estendendo-se até a coana, com remodelamento ósseo da parede lateral do seio maxilar, órbita e erosão óssea na placa cribiforme. Foi submetido à biópsia e realizados exames histopatológico e imu-no-histoquímico, confirmando melanoma. Realizou radioterapia e quimioterapia, com diminuição da lesão e melhora clínica nos últi-mos seis meses. Discussão: Na presença de lesão unilateral em cavidades parana-sais, devemos suspeitar de lesão maligna. O mais comumente en-

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S211

contrado é o carcinoma de células escamosas. O melanoma maligno da mucosa nasossinusal é um tumor raro, que representa 4% dos tumores da região nasossinusal e 0,5% a 2% do conjunto dos mela-nomas malignos. Originam-se de melanócitos presentes na mucosa nasossinusal, e apresentam variações de volume e forma, com três tipos principais quanto à histologia: células epitelioides, células fu-siforme e misto. Os sintomas são unilaterais inicialmente associados à obstrução nasal e epistaxe. Sem predileção por gênero, comum na sexta década de vida, tem característica agressiva e prognósti-co ruim. O diagnóstico é realizado pelos exames histopatológico e imuno-histoquímico. O tratamento de escolha é cirúrgico; quando as lesões são inoperáveis ou há metástase, opta-se por radioterapia e quimioterapia. Considerações finais: No caso relatado, a queixa de obstrução na-sal unilateral e epistaxe de início recente associada ao achado de lesão de aspecto unilateral à endoscopia nasal apontaram para a necessidade de complementação com exames de imagem, análise histopatológica e imuno-histoquímica, a qual confirmou o diagnósti-co melanoma maligno de mucosa nasossinusal à direita.

P-618 OTITE MÉDIA AGUDA EM IDOSO — O QUE PENSAR?

Renato Oliveira Martins, Ana Carolina Lopes Belém, Augusto Benedito de Oliveira Rodrigues

Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil

Apresentação do caso: D.N.S., 66 anos de idade, sexo feminino, natural e procedente de Parintins (AM), há dois meses iniciou obs-trução nasal bilateral associada à otalgia moderada e cefaleia ho-locraniana. Negava febre e outros sintomas. Procurou pronto aten-dimento local, quando foram prescritos antibióticos, sem melhora clínica. Evoluiu com piora da obstrução nasal e sintomas otológicos (otalgia, otorreia, hipoacusia e zumbido). Encaminhada a Manaus, ficou internada por 21 dias sob cuidados clínicos para otite média aguda bilateral. Mesmo sendo prescritos antibióticos de amplo es-pectro e corticoide, evoluiu com paralisia facial periférica grau VI à esquerda. Nesse momento, com piora dos sintomas, foi encaminha-da ao serviço de otorrinolaringologia. Apresentava obstrução nasal fixa, anacusia, otorreia e otalgia bilateral, sem febre. À rinoscopia, mucosa infiltrada, hiperemiada, edemaciada e friável difusamente, porém mais evidente terço anterior. À otoscopia, membranas tim-pânicas abauladas, hiperemiadas e opacas com secreção amarelada e abundante em ambos os condutos. Ausculta pulmonar sem altera-ções. Realizada miringotomia com inserção de tubo de ventilação bilateral, além de biópsia da mucosa septal anterior à esquerda. Raio X e tomografia computadorizada de tórax com múltiplos nódu-los pulmonares em terços médio-inferiores bilateralmente. C-ANCA negativo, exames renais e sorologias normais, BAAR e PPD nega-tivos. Evolui com melhora da sintomatologia após introdução de metilprednisolona e ciclofosfamida. Discussão: A granulomatose de Wegener é uma vasculite necrosan-te e granulomatosa de origem idiopática que acomete pequenas e médias artérias das vias respiratórias e dos rins. Há duas formas clínicas: clássica, que acomete o trato respiratório e os rins, e a forma limitada, que acomete apenas o trato respiratório. Seu diag-nóstico é clínico e, neste caso, foram identificados dois critérios diagnósticos (nódulos pulmonares e acometimento nasal). Trata-se da forma limitada, que apresenta menor positividade (60%) do c-ANCA, com importante remissão dos sintomas após introdução de imunossupressores. Considerações finais: Paciente idosa, sem qualquer patologia otorrinolaringológica prévia, que evolui de forma dramática com acometimento nasal e otológico. A hipótese de doença sistêmica deverá sempre ser minuciosamente investigada.

P-619 RELATO DE CASO: TUMOR EPIDERMOIDE NASALGiovana Hauschild Pellegrin, Bernard Soccol Beraldin, Geraldo Pereira Jotz, Luiz Gustavo Espanhol, Luiza Flores da Cunha Thompson Flores, Guardiano Henrique Martins Teixeira

Hospital de Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 39 anos de idade, previamente hígido, não tabagista ou etilista, apresentou-se ao ambulatório de otorrinolaringologia do HBP com queixa de obs-trução nasal há três anos com piora progressiva nos últimos meses. Negava dor ou rinorreia. Refere hiposmia de inicio há três meses. À rinoscopia com óptica rígida, visualizado abaulamento septal em ambas as fossas nasais impedindo a progressão da óptica. Solicitada tomografia de seios paranasais, que demonstrou lesão expansiva heterogênea com contornos parcialmente definidos ocupando a ex-tensão do septo nasal. Realizada cirurgia endoscópica nasal com remoção completa da tumoração. Peça enviada para análise his-topatológica, que demonstrou carcinoma epidermoide pobremente diferenciado. Discussão: As lesões malignas do nariz e dos seios paranasais repre-sentam um grupo raro e biologicamente heterogêneo de tumores, compreendendo menos de 1% de todos os tumores malignos e menos de 3% daqueles presentes no trato superior. Estima-se que a epide-miologia seja menor que 1:100.000 indivíduos, podendo ocorrer em qualquer idade, porém, mais comumente, entre a quinta e a sétima décadas de vida. Além dos sintomas nasais, os pacientes podem apresentar linfonodos cervicais aumentados uni ou bilateralmente, sendo essa uma característica metastática. Esses tumores podem apresentar-se com cefaleia, epistaxe, otites de repetição muitas vezes por apresentarem extensão ao cavum. O tratamento cirúrgico dos tumores nasossinusais deve seguir os princípios da ressecção completa do tumor com margens livres, em que além da exérese tumoral, a reconstrução do sítio cirúrgico e a reabilitação do pa-ciente são fundamentais. Na impossibilidade de realizar ressecção tumoral completa, o tratamento paliativo deve ser implementado. Considerações finais: Embora relativamente incomuns, os tumores malignos do nariz e dos seios paranasais podem produzir resultados devastadores se não diagnosticados prontamente. A base do trata-mento é a ressecção endoscópica. Devem ser tratados por equipe multidisciplinar, e cada caso deve ser planejado individualmente

P-620 RINOSSINUSITE CRÔNICA ESFENOIDAL COMPLICADA COM OSTEOMIELITECarla Cuenca Schwartsmann, Renata Tramontin Mena Barreto Fritscher, Gerson Schulz Maahs, Bruna Machado Köbe, Emanuele Caroline Miola, Marina Matuella

Hospital São Lucas (HSL), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 56 anos de idade, imunocompetente, com queixa de cefaleia e com sinais to-mográficos de velamento e de osteíte do seio esfenoidal direito. Realizada sinusotomia esfenoidal, cujo exame anatomopatológico identificou inflamação crônica e cuja cultura foi positiva para En-terobacter aerogenes. Pesquisa de fungos negativa. Aos três meses de pós-operatório, apresentou recidiva dos sintomas, com sinais ra-diológicos de osteomielite. Realizada nova cirurgia com ampliação do óstio esfenoidal, remoção do septo nasal posterior e do rostro esfenoidal, com abertura do seio contralateral pelo óstio natural. Evoluiu bem no pós-operatório imediato, mas com edema e secre-ção purulenta em topografia de óstio esfenoidal à endoscopia. Me-lhora após duas semanas de ciprofloxacino, piorando novamente à

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S212 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

suspensão do antibiótico. Após avaliação de infectologista, realizou tratamento com ciprofloxacino 750 mg duas vezes ao dia e corticoi-de tópico por três meses, evoluindo sem complicações ou efeitos adversos à antibioticoterapia prolongada, com resolução do qua-dro. Acompanhamento clínico, endoscópico e tomográfico há um ano e nove meses, sem recidiva. Discussão: A rinossinusite esfenoidal crônica ocorre principalmente em associação com pansinusites. Menos de 3% destas envolvem o seio esfenoidal primariamente. O atraso diagnóstico ou subdiagnós-tico se deve à sintomatologia sutil, como cefaleia inespecífica ou em localizações variáveis com longa duração. Deve ser prontamente diagnosticada e tratada para evitar complicações com potencial risco de vida. Osteomielite esfenoidal é uma complicação extremamente rara, que pode apresentar cefaleia como único sintoma. O diagnós-tico pode ser confirmado por cintilografia e exige antibioticoterapia prolongada associada ou não à cirurgia. A extensão desse processo pode produzir meningite, trombose de seio cavernoso, abscesso ce-rebral, encefalite, hemorragia intracraniana e neurite óptica. Considerações finais: Apesar de rara, a osteomielite como compli-cação de rinossinusite crônica esfenoidal deve ser aventada pelo otorrinolaringologista, pois seu atraso diagnóstico pode levar a complicações neurológicas graves. Antibioticoterapia deve ser ini-ciada prontamente e, na maioria dos casos, associada à cirurgia.

P-621 SCHWANNOMA NASAL — RELATO DE CASODanilo Minuceli Vilvert, Guilherme Franche, Renata Loss Drumond, Luciele Stochero, Tainã Crestani Mistura, Rodrigo Andre Soccol, Marina Zottis

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 47 anos de ida-de, com sintomas de obstrução nasal à direita e epistaxe. Rinosco-pia anterior evidenciou lesão em meato médio direito obstrutivo. Endoscopia nasal evidenciou lesão obliterando toda a fossa nasal direita. Tomografia computadorizada de seios da face com vela-mento do seio maxilar e células etmoidais à direita, alargamento infundibular por sinusopatia, desvio de septo com convexidade à di-reita, várias lesões nodulares na fossa nasal que se projetam ante-riormente. Biópsia ambulatorial apresentando tecido de granulação com exsudato fibrinoleucocitário. Realizada polipectomia septal endoscópica com análise histopatológica e imuno-histoquímica de schwannoma celular. Paciente apresentou boa evolução pós-opera-tória, atualmente em seguimento. Discussão: Schwannomas são tumores benignos na maioria das vezes. O mais comum é o que acomete o nervo vestibulococlear, com 80% dos casos; apenas 4% acometem região nasal. Trata-se de um tumor originário das células de Schwann. A faixa etária dos pa-cientes variou de 12 a 76 anos, com predomínio entre os 40 e 60 anos. Os sintomas são inespecíficos e como obstrução nasal uni-lateral progressiva, epistaxe, hiposmia, cefaleia. Ao exame físico pode apresentar massa acinzentada, aspecto vegetativo, polipoide muito vascularizado. Para diagnóstico, considera a clínica, rinosco-pia anterior, tomografia para avaliação da extensão da lesão e sua relação anatômica, assim como a nasofibroscopia. Seu diagnostico é estabelecido por exames histopatológico e imuno-histoquímico. O tratamento consiste na ressecção cirúrgica completa; a endoscopia nasal para o procedimento tem vantagem de menor dor pós-ope-ratória, recuperação mais curta, melhores resultados estéticos e menor tempo de hospitalização. Considerações finais; O schwannoma nasal é um tumor raro, por isso muitas vezes desconsiderado como diagnóstico diferencial. No entanto, deve ser suspeito principalmente em lesão unilaterail. Seu diagnóstico de certeza é histopatológico, e a melhor conduta é a exérese.

P-622 RABDOMIOSSARCOMA COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE RINOSSINUSITE COMPLICADALuisa Martins Raña, Simone Naomi Isuka, Aryane Marcondes Rezende, Maisa Ribeiro de Souza, Kelle Santos Aguilar, Agnes Yumi Inoue, Natália de Aguiar Brasileiro Saunders do Vale

Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil

Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 5 anos de ida-de, iniciou há três dias quadro de ptose e proptose ocular à direita associado à redução de mobilidade e da acuidade visual, febre, rinorreia purulenta e obstrução nasal. Há dois meses iniciou quadro de coriza, obstrução nasal bilateral, tosse e rinorreia, sem resposta à antibioticoterapia. Internado na enfermaria de pediatria devido à persistência do quadro. Nasofibroscopia apresentava lesão vege-tante ocupando a porção posterior das fossas nasais e rinofaringe, com impossibilidade de avaliação da origem. Os exames de imagem evidenciaram processo expansivo centrado na rinofaringe, oblite-rando coanas bilateralmente, com invasão da lâmina papirácea à direita, rechaçando a muscultatura medial da órbita, com captação heterogênea de contraste. Biópsia revelou rabdomiossarcoma (RMS) parameníngeo embrionário. Paciente encontra-se em tratamento em serviço de referência. Discussão: O RMS é um tumor maligno altamente agressivo, com-posto de células embrionárias que se diferenciam em músculo es-quelético. Seu pico de incidência é bimodal: primeiro em crianças entre 2 e 6 anos de idade, e depois durante a adolescência. O sexo masculino mostra uma leve predisposição para o desenvolvimento desse tumor. Os RMS pediátricos são classificados em RMS embrio-nário, alveolar e pleomórfico; a forma embrionária é associada a prognóstico favorável. Os subsítios tumorais na região da cabeça e pescoço incluem a órbita, os sítios parameníngeos (nasofaringe, ca-vidade nasal, seios paranasais, osso temporal, fossa pterigopalatina e fossa infratemporal) e os sítios não parameníngeos. O tratamento do RMS varia de acordo com o estadiamento — quimioterapia, ra-dioterapia ou cirurgia. Considerações finais: Devido à frequente apresentação com sin-tomas inespecíficos, em muitos casos ocorre um atraso no esta-belecimento do correto diagnóstico e no início do tratamento. A identificação precoce do RMS em localização parameníngea otimiza o potencial de cura e limita a morbidade do tratamento.

P-623 SÍNDROME DE COLLET-SICARD: LESÃO LÍTICA DE CLIVUS POR METÁSTASE DE TUMOR MAMÁRIO — RELATO DE CASOTiago de Almeida Santa Rosa Pinheiro, Rodrigo Ubiratan Franco Teixeira, Ivan de Picoli Dantas, Igor Bezerra de Sousa Leal, Jesarela Maria de Souza de Amorim, José Eli Baptistella

Complexo Hospitalar Ouro Verde, Campinas, SP, Brasil

Apresentação do caso: M.I.R., sexo feminino, com história de ri-nossinusite crônica havia cinco anos, refratária a tratamento clíni-co. A tomografia computadorizada (TC) de seios paranasais mostra-va sinusopatia generalizada associada a mucocele maxilar à direita. Assim, optou-se por cirurgia funcional de seios paranasais (CFSP). Tecnicamente, a CFSP consistiu em um desafio devido ao sangra-mento excessivo e à presença de múltiplas sinéquias na cavidade nasal. No décimo dia de pós-operatório, a paciente evoluiu com cefaleia intensa, quando foi solicitada nova TC e ressonância nu-clear magnética (RNM), os quais mostraram lesão lítica em clivus. Naquele momento, a neurologia e a neurocirurgia foram requisita-das. No trigésimo quinto dia de pós-operatório, a paciente evoluiu com disfagia e sialorreia, quando foi internada para investigação.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S213

Percebeu-se desvio da língua para a direita e redução de tônus do trapézio à esquerda. A nasofibroscopia flexível revelou queda de palato mole bilateralmente, hemiparesia de prega vocal à esquerda e lesão numular em nasofaringe. Seguiu-se com biópsia e avaliação imuno-histoquímica da lesão de clivus. O exame histopatológico revelou neoplasia maligna constituída por túbulos. Os marcadores CK-7, Ki-67, HER-2, BRST-2 e mamaglobulina vieram positivos. O diagnóstico de carcinoma pouco diferenciado metastático de sítio primário em mama foi firmado e a paciente seguiu em acompanha-mento com a oncologia. Discussão: Frente à rinossinusopatia da paciente, optou-se por CFSP. Até aquele momento, não havia alterações neurológicas ou anatomia de rinofaringe favorável para verificar lesões nasais, sen-do, portanto, um desafio clínico atribuir o quadro a um tumor pri-mário. A evolução neurológica foi compatível com acometimento do IX-XII pares cranianos: síndrome de Collet-Sicard. Até agora, nossa revisão mostra a paciente como o segundo relato na literatura mun-dial em que Collet-Sicard esconde tumor oculto primário de mama. O primeiro caso também manifestou alterações neurológicas ape-nas após o seguimento. Considerações finais: Perante sinais incomuns ou na impossibilida-de de excluir acometimentos graves na região de cabeça e pescoço, deve-se buscar excluir acometimento de pares cranianos.

P-624 EXTENSO ENVOLVIMENTO FACIAL POR DISPLASIA FIBROSA NA SÍNDROME DE MCCUNE ALBRIGHT: RELATO DE CASOClovisa Reck de Jesus, Cicero Matusuyama, Luana Vieira Monteiro, Gabriela Vicentini Giacomin

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil

Apresentação do caso: M.S.L., 27 anos de idade, sexo feminino, natural e residente de São Paulo, procurou atendimento no Hospital Cema aos 17 anos de idade devido à queixa de cefaleia frontal asso-ciada à obstrução nasal. Paciente negava outros sintomas otorrino-laringológicos. Apresentava hipertireoidismo. No exame físico, evi-denciou distorções craniofaciais externas e manchas café-com-leite em região do pescoço. Na tomografia computadorizada de seios da face, apresentou espessamento ósseo difuso com aspecto de “vidro despolido” acometendo os ossos frontal, esfenoidal, maxilares, la-crimais, nasais, zigomáticos, palato duro e mandibulares. Aventada a hipótese de displasia fibrosa óssea poliostótica, foi realizada ci-rurgia nasal descompressiva para prevenir eventuais compressões nervosas e melhora da respiração nasal. Em exame anatomopato-lógico foi confirmada alteração de displasia fibrosa óssea poliostó-tica. Com associação das manifestações clínicas e endocrinopatias, obteve-se diagnóstico de síndrome de McCune Albright. A paciente segue em acompanhamento clínico desde o diagnóstico. Discussão: A paciente apresentava a tríade clássica da síndrome de McCune Albrigh — displasia fibrosa poliostótica, manchas café-com-leite e hiperfunção autônoma de uma ou mais glândulas en-dócrinas. Embora a pseudopuberdade precoce seja a manifestação clínica mais frequente, são as alterações ósseas que conferem a maior morbidade à síndrome. As alternativas terapêuticas das quais dispomos ainda se limitam à abordagem sintomática. A progressão da doença óssea com acometimento craniofacial tem sido tratada por meio da cirurgia com curetagem ou enxertos ósseos. Considerações finais: A síndrome de McCune-Albright é uma doen-ça genética rara definida pela tríade de displasia fibrosa polios-tótica, manchas cutâneas café-com-leite e endocrinopatias hiper-funcionantes, como puberdade precoce, hipertireoidismo e outras. Apresentamos relato de caso de uma paciente que iniciou investiga-ção diagnóstica por extenso acometimento craniofacial associado à disfunção respiratória nasal. O tratamento é direcionado para cada

um dos elementos presentes na síndrome, o que orienta a uma te-rapêutica mais adequada.

P-625 ABORDAGEM CIRÚRGICA COMBINADA PARA TRATAMENTO DE MELANOMA DE CAVIDADE NASAL - RELATO DE CASOLarissa Rolim Freitas, Francisco Davi Alves Vasconcelos, Andressa Rolim Freitas, Debora Lilian Nascimento Lima, Camila Gabriella da Silva Queiroz, Erika Ferreira Gomes, João Deodato Diógenes de Carvalho

Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil

Apresentação do caso: Paciente de 69 anos de idade, sexo femi-nino, com história de obstrução nasal unilateral há seis meses, evoluindo com epistaxe, dor e assimetria da região malar esquer-da nos dois últimos meses, além de parestesia no lábio superior. Tomografia computadorizada evidenciou lesão expansiva em seio maxilar esquerdo. Foi realizada biópsia via endoscópica para es-tudo histopatológico e imuno-histoquímico, compatível com o diagnóstico de melanoma nasal de células fusiformes. Paciente foi submetida à ressecção cirúrgica ampla da lesão com abordagem combinada (acessos endonasal e degloving médio-facial) seguida de reconstrução da parede anterior e infraorbitária com placa de titânio. Encaminhada para radioterapia, sem sinais de recidiva. Discussão: Os melanomas malignos se originam dos melanócitos da mucosa nasossinusal. Os sítios mais comuns localizam-se em vias aéreas superiores à cavidade oral, cavidade nasal e seios paranai-sais. São afecções raras, correspondendo a apenas 4% dos tumores da região nasossinusal. Ocorrem geralmente em pacientes de idade avançada, após a sexta década de vida. A apresentação clínica é tardia e inespecífica; é uma neoplasia maligna agressiva e de prog-nóstico reservado. A obstrução nasal e a epistaxe são as queixas mais comumente observadas, seja de maneira isolada ou associa-das. O diagnóstico definitivo é realizado por meio de estudo histo-patológico e imuno-histoquímico. É fundamental a realização de tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética para o estadiamento da lesão e o planejamento cirúrgico. A ressecção cirúrgica e a radioterapia são as terapias de escolha. Alguns autores apontam sobrevida de até três anos após o diagnóstico em até 50% dos pacientes. Considerações finais: O melanoma nasal, embora raro, deve ser incluído no diagnóstico diferencial dos tumores nasais. O diagnós-tico precoce é de extrema importância, tendo em vista que pode determinar maior sucesso da intervenção cirúrgica precoce, com melhor prognóstico ao paciente.

P-626 MANIFESTAÇÃO OTORRINOLARINGOLÓGICA DE GRANULOMATOSE DE WEGENER: RELATO DE CASOElisa Figueiredo Arantes, Ana Paula Peres Martins Alonso, Leonam dos Santos Magalhães, João Felippe Villarinho

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Apresentação do caso: E.G., sexo feminino, 30 anos de idade, há um mês com queixa de odinofagia, secreção purulenta em rino-faringe, sangramento nasal, discreto desconforto otológico e ple-nitude bilateral. Ao exame físico, apresentava mucosa nasal páli-da com hipertrofia de cornetos, oroscopia evidenciando secreção catarral proveniente de rinofaringe e ostoscopia sem alterações. Febre baixa e queda do estado geral também foram relatadas. Foi submetida a três tentativas de antibioticoterapia e corticoterapia, com discreta melhora durante os tratamentos, porém com sinto-mas recidivantes entre os ciclos de medicação. A videoendoscopia

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S214 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

nasal mostrou rinofaringe com lesão de aspecto ulcerado e áreas leucoplásicas. Foram solicitadas ressonância nuclear magnética e tomografia para melhor elucidar o diagnóstico. A bioquímica e as sorologias não apresentavam alterações, e foram realizadas biópsia da lesão e cultura da secreção. O diagnóstico histopatológico evi-denciou granulomatose de Wegener. Após o diagnóstico, a paciente está em acompanhamento com reumatologista. Discussão: A granulomatose de Wegener, também chamada de gra-nulomatose com poliangeíte, é uma doença de origem autoimune com manifestações mais frequentes envolvendo nariz e seios para-nasais, pulmões e rins. Diagnóstico e tratamento precoces podem levar à recuperação total; no entanto, o atraso no diagnóstico pode ser fatal. O presente caso elucida um tipo de realidade com a qual os especialistas podem deparar no cotidiano do seu atendimento. O quadro arrastado, as recidivas mesmo após tratamento protocolado e a observação do quadro clínico geral possibilitam que o otorrino-laringologista encontre o diagnóstico de tal patologia. Considerações finais: Um adequado diagnóstico pelo otorrinolarin-gologista e a profunda atenção aos sinais clínicos são fundamentais para o tratamento precoce e a melhoria da qualidade de vida do paciente. O quadro arrastado e as várias tentativas de tratamento empregadas neste estudo de caso ratificam tal importância, sobre-tudo em patologias de ocorrência menos frequente, como a granu-lomatose de Wegener.

P-627 SEPTOPLASTIA EXTRACORPÓREA: REVISÃO DE CASOSLuíse Sgarabotto Pezzin, Aline Silveira Martha, Marina Neves Cavada, Juliana Mazzaferro Krebs, Renata Tramontin Fritscher, Carla Schwartsmann, Daniela Dias Fabrício

Hospital São Lucas (HSL), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil

Objetivos: Revisão dos casos de septoplastia extracorpórea opera-dos em hospital terciário, destacando aspectos relevantes de sua história médica pregressa, queixas, técnica cirúrgica empregada, resultados e complicações pós-operatórias. Método: Revisão de prontuário de nove pacientes atendidos e ope-rados entre 2014 e 2016 no Hospital São Lucas da PUC-RS em Porto Alegre. Resultados: No período estudado, nove pacientes obtiveram indi-cação cirúrgica de septoplastia extracorpórea. A faixa etária variou entre 18 e 50 anos. A maioria dos pacientes apresentava história de trauma nasal, e apenas um entre os nove casos revisados apresen-tava história de malformação congênita (fenda palatina corrigida). Todos os pacientes tinham como queixa principal obstrução nasal, e dois apresentavam queixa estética associada. Todos apresentavam desvio septal obstrutivo, e dois, laterorrínea. Entre as complicações pós-operatórias, um paciente apresentou hematoma septal no déci-mo dia pós-operatório. Todos relataram melhora tanto estética quan-to funcional em relação ao pré-operatório, e apenas dois pacientes mantiveram obstrução nasal no pós-operatório; no entanto, melhor em relação ao pré-operatório. Nenhum paciente permaneceu com desvio obstrutivo após a cirurgia. Observou-se laterorrínea residual em ambos os pacientes que apresentavam o achado antes da cirurgia. Discussão: A septoplastia extracorpórea foi originalmente descrita por Galloway e Fomon, depois foi adotada e modificada por Conver-se, Cottle, Reed, Sulsenti e Gubisch. Foi convencionada como re-moção total do septo para realizar, por meio de incisões e suturas, o reposicionamento retilíneo da cartilagem. A septoplastia é um procedimento cirúrgico amplamente realizado na correção dessas deformidades. Entretanto, para desvios septais severos, quando a abordagem tradicional não é suficiente, pode-se lançar mão da sep-toplastia extracorpórea.

Conclusão: A septoplastia extracorpórea mostra-se uma excelente alternativa para a técnica tradicional de septoplastia. Entretanto, requer conhecimento da técnica e habilidade do cirurgião, princi-palmente no que se refere ao reposicionamento do septo.

P-628 DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO MÓVEL COM PROTOCOLO PARA EPISTAXEEmmanuel Gonçalves de Azevedo Lima, Thaísa Muniz Mansur, Yasser Jebahi

Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil

Objetivos: Elaborar um aplicativo para dispositivo móvel com a finalidade de uso por profissionais de saúde em atendimento de emergência e urgência aliado ao desenvolvimento de protocolo para atendimento em epistaxe em pronto atendimento. Difundir a utilização de aplicativos móveis na especialidade de otorrinolarin-gologia e promover o ensino de residentes em otorrinolaringologia. Método: Realizou-se estudo de revisão integrativa da literatura e o desenvolvimento de uma aplicação mobile Android, utilizando linguagem de programação JAVA em conjunto com interfaces XML. Resultados: Com base nos artigos selecionados, foram identificados protocolos que melhor se encaixam com a realidade brasileira no atendimento às epistaxes. Foram pontuadas as maiores dificulda-des no manejo e tratamento dos sangramentos nasais, e então de-senvolvido um protocolo padrão, transformado em aplicativo para tecnologia móvel. Discussão: Os dados analisados revelaram que as publicações na li-nha de pesquisa de tecnologia móvel aplicada à saúde são um cam-po novo e em crescente expansão em decorrência da popularização dos smatphones e tablets. Devido à alta incidência da epistaxe na população e à dificuldade de seu manejo por parte dos profissionais de saúde, a elaboração de um protocolo e sua disponibilização em uma plataforma de fácil acesso tornaram-se necessárias. Conclusão: Nos dias atuais, aplicativos de saúde são uma realidade e podem ser usados como ferramentas de acesso rápido no auxílio e tratamento de diversas doenças. Espera-se que a disponibilização deste aplicativo ajude o profissional de saúde na compreensão, no manejo e no tratamento dos sangramentos nasais no pronto atendi-mento, evitando a ocorrência de complicações e iatrogenias.

P-629 ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO GENÉTICA DO POLIMORFISMO DO RECEPTOR ALFA-1 DA INTERLEUCINA 22 COM RINOSSINUSITE CRÔNICALucas Henrique Vieira, Vanessa Dinarte, Ane Dinarte, Pedro Ernesto Barbosa Pinheiro, Edwin Tamashiro, Fabiana Cardoso Pereira Valera, Wilma Terezinha Anselmo-Lima

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

Objetivo: Avaliar a associação de polimorfismos do receptor alfa-1 da interleucina 22 (IL22Rα1) em rinossinusite crônica (RSC). Método: Mutações e polimorfismos do gene IL22Rα1 foram avalia-das em amostras de sangue periférico de pacientes com RSC e in-divíduos controle. A variabilidade genética dos sete éxons do gene IL22Rα1, assim como as cinco subpartes do sétimo éxon, foram comparadas entre os dois grupos para avaliar diferenças da fre-quência de distribuição. Resultados: Foram incluídos 55 pacientes com RSC e 42 indivíduos controle. Foram encontrados 108 polimorfismos (55% com RSC e 45% controle), distribuídos nos seguintes éxons: 2, 4, 5, 6 e nos fragmen-tos 1 e 2 do éxon 7. O polimorfismo mais encontrado foi no éxon 4 (48 pacientes com RSC e 42 controles). Polimorfismo nos éxons 2 (em

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homozigose), 5 e 6 foram encontrados apenas no grupo com RSC; desses, os dois últimos foram os únicos relacionados à variável do tipo não sinônima, em que o códon para um aminoácido é trocado por outro podendo resultar em alteração na estrutura da proteína, com possível impacto na patogenia da RSC. A alteração no éxon 6 foi a única mutação encontrada, com índice minor allele frequency (MAF) < 0,01. Não foram encontradas mutações no grupo controle. Discussão: A IL-22 pode conduzir uma variedade de mecanismos de defesa inata, tais como ativação, proliferação, mecanismos de apop-tose e secreção de citocinas Th1 pró-inflamatórias. Alguns estudos têm apontado que a expressão de IL-22 está diminuída em pacientes com RSC, podendo resultar na redução da barreira epitelial e diminui-ção da produção de citocina pró-inflamatória Th1. O desequilíbrio da inflamação entre Th1 e Th2 conduziria ao desenvolvimento da RSC. Considerações finais: Apesar do achado de alterações que podem acarretar alterações da configuração proteica, não foi possível con-cluir a ligação direta das alterações com RSC devido à baixa inci-dência encontrada.

P-630 RETRATO DAS SEPTOPLASTIAS REALIZADAS NO BRASIL ENTRE 2008 E 2015Víctor Henique Araújo de Morais, Isabela Louise Caldeira Silva, Érico Henrique Araújo de Morais, Marlon Ferreira Santos, Cilas Pereira Machado Júnior, Patricia Aline Andrade

UniEvangélica, Anápolis, GO, Brasil

Objetivos: Quantificar o número de pacientes submetidos à septo-plastia e evidenciar a relevância desse procedimento cirúrgico no país no período de 2008 a 2015. Método: Estudo de caráter quantitativo com delineamento trans-versal de base populacional. Os dados foram coletados no DATASUS em conjunto com SIH/SUS. Cruzaram-se os dados referentes a aten-dimento de septoplastias reparadoras não estéticas no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2015 em todo o país. Os dados foram avaliados no Excel 2013 na forma de estatística simples. Resultados: No período de 2008 a 2015, 52.208 septoplastias foram realizadas no Brasil pelo SUS. Em 2008 foram realizadas 6.660; no ano seguinte, em 2009, foram realizadas 7.341 septoplastias. Em 2010 foram notificados 7.278 casos, e em 2011 ocorreram 7.350. Durante 2012 foram 5.923 operados; em 2013 foram 5.399. Em 2014 ocorreram 6.271 septoplastias, e por fim, em 2015 foram feitas 5.986 dessas cirurgias. A média de internação no país foi de um dia, mas houve diferença entre as regiões do Brasil — no Sul, a média foi de 19 horas; no Sudeste, 24 horas; no Centro-oeste, 29 horas; no Nordeste, 38 horas; e no Norte, a média foi de 43 horas. Durante o período foram relatados quatro óbitos decorrentes da cirurgia. Discussão: A obstrução nasal apresenta prevalência de 26,7% nas cidades, e uma das principais causas é o desvio de septo nasal. Durante o período avaliado não houve um padrão do número de procedimentos realizados, observando-se certa constância. O dado que se destacou foi a diferença do tempo de internação entre as regiões do país, necessitando de novos estudos para investigar o motivo. A taxa de mortalidade associada ao procedimento foi baixa. Conclusão: Há um elevado número de septoplastias realizadas no intervalo avaliado, refletindo na qualidade de vida dos pacientes, e é um procedimento com baixa morbimortalidade.

P-631 A INFLUÊNCIA DO USO DE CORTICOIDES NASAIS NA PRESSÃO INTRAOCULAR: REVISÃO DA LITERATURAÁlvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, David Roberto Claro, Victor José Timbó Gondim, Thiago Xavier de Barros Correia, Isabela Tavares Ribeiro, Thiago Ribeiro de Almeida

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Objetivos: Revisar na literatura trabalhos que mostrem a relação entre o uso de corticoides nasais e a variação da pressão intraocular. Método: Foram revisados artigos publicados nos últimos 20 anos (de 1996 a 2016) nas bases de dados BVS, Pubmed e Medline, correla-cionando os termo corticoide nasal, tópico e pressão intraocular. Resultados: Foram levantados 14 artigos, dentre os quais dois trou-xeram relatos de casos em que houve aumento na pressão intrao-cular em pacientes que faziam uso de corticoides nasais em longo prazo. Os demais artigos não mostraram alterações significativas na pressão ocular. Discussão: Na maioria dos estudos não houve alteração da pressão intraocular com o uso de corticoides nasais, porém pacientes com fatores de risco e glaucoma prévio foram excluídos em boa parte das amostras, limitando a observação dos efeitos sobre esses grupos. Conclusão: Estudos recentes não evidenciaram alteração na pres-são intraocular com uso de corticoides nasais. Entretanto, vale salientar a existência do risco, havendo necessidade de monitori-zação dos níveis de tonometria, principalmente em pacientes que utilizem corticoides por outras vias, e aqueles que apresentem fa-tores de risco como os idosos, portadores de glaucoma ou apresen-tem alterações visuais.

P-632 ANÁLISE RETROSPECTIVA DE PACIENTES COM RINOSSINUSITE CRÔNICA OPERADOS NO SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CANOAS (RS)Kizi Costa Bianchi, Bibiana Pedroso da Mota, Vanessa Schmitz Reis, Gisiane Munaro, Marina Lise, Rodrigo da Sois, Renato Roithmann

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil

Objetivos: Analisar características clínicas e epidemiológicas dos pacientes submetidos à cirurgia endoscópica nasossinusal para tra-tamento de rinossinusite crônica com polipose nasal (RSCcPN) e sem polipose nasal (RSCsPN) no Hospital Universitário de Canoas. Método: Estudo retrospectivo a partir da análise de prontuários de pacientes submetidos a cirurgias endoscópicas nasossinusais reali-zadas entre janeiro de 2013 e maio de 2016. Foram excluídos pa-cientes com prontuários incompletos. Resultados: Foram revisados prontuários de 81 pacientes, e 69 fo-ram incluídos no estudo. A média de idade foi de 53,1 anos (16 a 84 anos); 53% eram mulheres. O diagnóstico clínico mais prevalente foi de RSCcPN (64,8%), seguido de RSCsPN (21,1%), suspeita de neopla-sia (5,6%) e complicação orbital de rinossinusite (2,8%). Os princi-pais sintomas foram obstrução nasal (80,3%), rinorreia (52,1%), es-pirros (29,6%), prurido nasal (28,2%) e alteração do olfato (26,8%). Intolerância ao AAS foi observada em cinco pacientes; todos eles apresentavam RSCcPN. As tomografias pré-operatórias foram classi-ficadas por Lund-Mackay, e o escore médio foi de 5,8 com variação de 0 a 18. O escore médio observado entre pacientes com RSCcPN (6,3) foi maior em comparação com aqueles sem polipose (4,2). Resultados anatomopatológicos incluíram papiloma invertido (5,6%) e hemangioma cavernoso (1,4%). Discussão: A RSC é definida como inflamação crônica da mucosa do nariz e seios paranasais, e os sintomas prevalentes são descritos como obstrução nasal, rinorreia, dor/pressão facial e alteração do olfato, corroborando os achados deste estudo. Tomografias compu-tadorizadas auxiliam no diagnóstico. A classificação de Lund-Mackay vem sendo utilizada no estadiamento da RSC e correlaciona-se com a intensidade da polipose nasal. Conclusão: A análise dos pacientes que foram submetidos à cirurgia endoscópica revelou a RSCcPN como patologia predominante, cujo sintoma mais frequente é a obstrução nasal. A classificação de Lund-Mackay obteve maior pontuação para o grupo de pacientes com RSCcPN, podendo auxiliar na decisão terapêutica nesse grupo de pacientes.

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P-633 HAMARTOMA EPITELIAL RESPIRATÓRIO ADENOMATOIDE — REVISÃO BIBLIOGRÁFICALívia Bernardi Lopes, Bernardo Scarioli Oliveira, Carolina Batista e Silva, Eduardo Machado Rossi Monteiro, Marianna Novaes da Costa Avila, Flávia Amarante Cardoso, Hannah Damasceno Barreto da Silva, Marcos Alexandre de Almeida

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil

Objetivos: Revisão da literatura sobre etiologia, apresentação, diagnóstico e tratamento de hamartoma epitelial respiratório ade-nomatoide (REAH). Método: Revisão bibliográfica de 14 artigos com o termo “hamar-toma epitelial respiratório adenomatoide” publicados entre 1995, data de sua primeira descrição, até 2015. Resultados: O termo hamartoma é usado para designar crescimento de células maduras normais e tecidos em locais de mesma composi-ção celular e tecidual. Quando descreveram a sua série de 31 casos de REAH, Wenig e Heffner pensaram se tratar de uma neoplasia benigna. Hoje a hipótese mais aceita é que o REAH é uma hiperpla-sia do epitélio respiratório em resposta a uma inflamação crônica local. Desde a sua descrição, 394 casos da doença foram relatados, e taxas de 35% a 48% em cirurgias de polipose foram descritas. Discussão: Alguns autores acreditam que o REAH é o mais impor-tante diagnóstico diferencial da polipose nasosinusal. O REAH se apresenta em duas formas: isolada (menos freqüente) e associada a outros processos inflamatórios nasais. A localização na fenda ol-fatória é consistentemente descrita em estudos. Clinicamente, a lesão apresenta-se com sintomas similares a outras doenças infla-matórias do nariz. Endoscopicamente, encontra-se uma massa de aspecto cerebriforme, consistente, róseo-amarelada que emerge entre o septo superoanterior e o corneto médio. A tomografia com-putadorizada é indispensável para a suspeita diagnóstica; a imagem opacificada com alargamento da fenda olfatória aumenta a suspei-ção da doença. O diagnóstico definitivo se dá por meio de biópsia. O tratamento cirúrgico direcionado para a fenda olfatória parece ser curativo. A recorrência é rara, e a malignização não é descrita. Conclusão: Sabe-se hoje que o REAH é uma lesão subdiagnosticada e desconhecida por grande parte dos otorrinolaringologistas, radio-logistas e patologistas. O conhecimento dessa importante entidade, encontrada em até 48% da cirurgias de polipose, permite o trata-mento adequado e a resolução dos sintomas na maioria dos casos.

P-634 PERFIL E AVALIAÇÃO NASOFIBROSCÓPICA DE PACIENTES COM OBSTRUÇÃO NASAL DO AMBULATÓRIO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO HOSPITAL SANTO ANTÔNIO Natália Silva Cavalcanti, Geísa Pereira Rufino, Aline Citty Duccini, Tamillys Batista de Figueredo Andrade, Thiago Cavalcante Ribeiro

Hospital Santo Antônio (HSA) — Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Salvador, BA, Brasil

Objetivos: Analisar o perfil e os achados nasofibroscópicos dos pa-cientes com queixa de obstrução nasal (ON) uni/bilateral atendidos no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Santo Antônio (OSID). Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, por meio de revi-são de prontuários e dos resultados de exames endoscópicos nasais de 125 pacientes com história de obstrução nasal uni/bilateral no OSID, Salvador (BA), no período de janeiro a abril de 2015. Resultados: Na análise dos 125 exames, 101 foram realizados com a videoendoscopia rígida, e 24 com a flexível. Observamos um predo-mínio do sexo feminino (83 casos); a faixa etária acometida foi dos 7 aos 83 anos (média: 43,38). Foram divididas as alterações nasais em sete tipos, sendo encontrado de nenhuma a três alterações por exame, no total de 162, a saber: hipertrofia de cornetos inferiores (HCCI), desvio de septo, hipertrofia adenoideana, degeneração de

cornetos médios, lesão de aspecto polipoide, pólipo antrocoanal, entre outros. Discussão: A endoscopia nasal (EN) é um método de exame ampla-mente utilizado e valioso na prática otorrinolaringológica. As prin-cipais alterações encontradas na literatura (e também em nosso servico) para ON são: hipertrofia de cornetos médios e inferiores, hipertrofia de adenoide, desvio septal, polipose nasal. A HCCI é a alteração mais prevalente nas fossas nasais, estando presente em mais de 45% dos nossos pacientes. A realização de EN em crianças menores de 12 anos é baixa no serviço, devido a vários fatores (a principal alteração em crianças é a hipertrofia adenoideana, e a radiografia do cavum é de fácil acesso e execução e tem boa es-pecificidade para o tal achado). A EN também é um procedimento doloroso e desconfortável para os pacientes. Conclusão: A EN é um exame essencial e complementar nos acha-dos nasológicos, de rotina nos serviços de otorrinolaringologia.

P-635 A ATENUAÇÃO DO CICLO NASAL EM EXAMES DE IMAGEM: REVISÃO DE LITERATURAVictor José Timbó Gondim, Álvaro Jorge de Vasconcelos Tachibana, Dalila Araújo Mota, David Roberto Claro, Thiago Xavier de Barros Correia, Isabela Tavares Ribeiro, Thiago Ribeiro de Almeida, Denilson Storck Fomin

Universidade de Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, BA, Brasil

Objetivos: Revisar a literatura acerca das abordagens utilizada para atenuar o fator confundidor do ciclo nasal em exames radiológicos. Método: Foram realizadas buscas de artigos científicos com as pala-vras-chave: “ciclo-nasal”, “tomografia”, “ressonância magnética” e seus correspondentes em inglês nas bases de dados disponíveis na internet, como Scielo, Pubmed e Medline. Resultados: Foram encontrados quatro artigos. Desses, três utiliza-ram a oximetazolina como metodologia, dentre os quais dois deles recorreram à ressonância magnética (RNM) e um à tomografia com-putadorizada (TC) para análise espacial. O outro realizou simulação via software para diminuir o ciclo nasal em pacientes submeditos à TC, havendo um intervalo de 32 anos entre este e os demais. Todos os trabalhos encontraram resultados efetivos nas propostas utilizadas. Discussão: Apesar de as pesquisas com ciclo nasal datarem desde o século XIX, ainda há poucos estudos com a utilização de métodos complementares e a maioria se respalda no uso de rinomanometria. Na segunda metade do século XX, houve notável ganho de força do uso de TC e RNM na prática otorrinolaringológica. A utilização de softwares para atenuar ou anular os efeitos do ciclo nasal aparenta ser uma metodologia promissora, uma vez que elimina eventuais efeitos colaterais que poderiam ocorrer com o uso de vasoconstric-tores tópicos. Conclusão: O ciclo nasal é um fator que muitas vezes pode atuar como achado falso-positivo na propedêutica das patologias nasais. Novos estudos são necessários para elucidar melhor esse tema, dada a carência de pesquisas nessa área.

P-636 COMPLICAÇÕES ATÍPICAS DE PIERCING NASAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICAMarielle Albrechete, Rafael da Costa Monsanto, Ana Luiza Papi Kasemodel de Araújo, Luiza Rodrigues Mazzola, Fábio Tadeu de Moura Lorenzetti

Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringológico de Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil

Objetivos: Analisar criticamente as complicações atípicas do piercing nasal.

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46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial S217

Método: Pesquisa nas bases de dados Medline/Pubmed, SciELO e Lilacs, utilizando os termos livres “nose”, “nasal” e “piercing”. Resultados: Treze estudos foram selecionados. Entre os 16 pacien-tes reportados, 15 eram mulheres e um era homem. A idade mé-dia era de 26,4 ± 14,66 anos. Todos os participantes tinham um único piercing nasal, 92,8% dos quais localizados na asa nasal. As complicações foram divididas e analisadas em grupos: infecciosas (duas endocardites e uma tuberculose cutânea), tumores no local do piercing (quatro carcinomas de células basais e um neurothekeoma), traumáticas (um pseudoaneurisma aórtico, dois granulomas e dois edemas locais), e miscelânea (uma discromia, um colapso da pare-de lateral da narina e um eritema telangiectásico persistente). Três casos necessitaram de internação hospitalar (endocardite e pseu-

doaneurisma); oito casos necessitaram de correção cirúrgica (três carcinomas de células basais, um neurothekeoma, e dois casos de edema), e três casos necessitaram de enxertos para reconstrução das deformidades cirúrgicas (todos casos de carcinoma). Discussão: As complicações reportadas neste estudo são raras; en-tretanto, podem causar sequelas físicas e psicológicas severas. O ris-co de endocardite infecciosa deve ser cuidadosamente discutido com pacientes portadores de anormalidades cardíacas. Profissionais de saúde devem sempre frisar a necessidade de que tais procedimentos sejam realizados em ambientes seguros, com instrumentos estéreis. Conclusão: Os riscos inerentes à realização e manutenção de pier-cings nasais deve ser conhecido e discutido com os pacientes que desejam submeter-se a essa modalidade de arte corporal.

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