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Unisalesiano Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Giseli Domingues Cordeiro Kathleen Julia Silva AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E INTENSIDADE DE DISPNEIA EM PNEUMOPATAS CRÔNICOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR LINS-SÃO PAULO Lins-SP 2012

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Unisalesiano

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Giseli Domingues Cordeiro

Kathleen Julia Silva

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E

INTENSIDADE DE DISPNEIA EM

PNEUMOPATAS CRÔNICOS PARTICIPANTES DO

PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

LINS-SÃO PAULO

Lins-SP

2012

46

GISELI DOMINGUES CORDEIRO

KATHLEEN JULIA SILVA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E INTENSIDADE DE DISPNEIA EM

PNEUMOPATAS CRÔNICOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE

REABILITAÇÃO PULMONAR

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Banca Examinadora do

Centro Universitário o Católico Salesiano Auxilium, sob a Orientação das Profª Dra. Márcia Maria

Faganello Mitsuya e orientação técnica Profª. Esp. Ana Beatriz Lima.

Lins-SP

2012

46

Cordeiro, Giseli Domingues; Silva, Kathleen Julia.

Avaliação da qualidade de vida e intensidade de dispneia em

pneumopatas crônicos participantes do Programa de Reabilitação Pulmonar

/ Giseli Domingues Cordeiro, Kathleen Julia Silva. – – Lins, 2012.

54p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia,

2012.

Orientadores: Ana Beatriz Lima; Márcia Maria Faganello Mitsuya.

1. Qualidade de vida. 2. Reabilitação Pulmonar. 3. Pneumopatas crônicos. I Título.

CDU 615.8

C819a

46

GISELI DOMINGUES CORDEIRO

KATHLEEN JULIA SILVA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E INTENSIDADE DE DISPNEIA EM

PNEUMOPATAS CRÔNICOS PARTICIPANTES DA REABILITAÇÃO

PULMONAR

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em: ____/____/____.

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Dra. Márcia Maria Faganello Mitsuya

Titulação: Doutora em Ciências da Saúde. UNESP – Botucatu-SP

Assinatura:_________________________________

1º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

2º Prof(a):_______________________________________________________.

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

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Cubra- me com seu manto de amor

Guarde-me na paz desse olhar

Cura-me as feridas e a dor me faz suportar

Que as pedras do meu caminho, Meus pés suportem pisar

Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar

Se ficaram mágoas em mim

Mãe tira do meu coração

E aqueles que eu fiz sofrer, peço perdão

Se eu curvar meu corpo na dor, Me alivia o peso da cruz

Interceda por mim minha Mãe, Junto a Jesus

Nossa Senhora me dê a mão, Cuida do meu coração

Da minha vida, do meu destino,

Do meu caminho, Cuida de mim

Sempre que o meu pranto rolar

Ponha sobre mim suas mãos.

Aumenta a minha fé e acalma o meu coração

Grande é a procissão a pedir,A miserricordia, o perdão

A cura do corpo e pra alma, a salvação

Pobres pecadores oh mãe,

Tão necessitados de Vós

Santa mãe de Deus, tem piedade de nós

De joelhos aos Vossos pés,

Estendei a nós Vossas mãos

Rogai por todos, nós Vossos filhos, meu irmão

Nossa Senhora me dê a mão

Cuida do meu coração

Da minha vida, do meu destino

Do meu caminho,

Cuida de mim...

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A minha mãe Rosa Maria Mãe... á senhora devo toda a minha vida. Nos momentos mais difíceis de toda a minha

trajetória, a senhora foi meu refúgio, o porto mais seguro que me acolheu. O meu amor pela senhora ultrapassa todos os limites possíveis e impossíveis que possa imaginar. Obrigada por ser a minha fonte de inspiração, riqueza, orgulho, amor e muito carinho. Sempre meu senti protegida em seu colo e em seus braços, pois a senhora é o meu anjinho da guarda sempre pelos caminhos certos. Esta vitória conquistada hoje é toda sua... !!!!

Te Amo, Mamãe

Ao meu Pai Helio Cordeiro O senhor é muito importante na minha história.... Pai, agradeço pela vida que me deu,

pelas correções necessárias para o meu crescimento, e pelo amor incondicional que construímos todos estes anos.... Mais que um pai, o senhor é o meu amigo, meu herói e companheiro. Muitas coisas acontecem para que o amor existente entre nós seja multiplicado, e o meu amor e respeito pelo senhor não há tempo que apague.

Pai, senhor todo meu amor

Ao meu Irmão Carlos Roberto Carlos, obrigado por ser essa pessoa maravihosa, correta e digna meu carinho por

você é eterno, e quando precisar de uma mão amiga, de irmã, eu estarei sempre pronta a ajuda-lo

A minha querida Dona Lurdes (In Memorian) As pessoas maravilhosas que passam em nossas vidas permanecem para sempre

mesmo após sua partida... minha amiga e conselheira, agradeço por fazer parte da minha vida, por todas as horas em que mais precisei, sempre esteve por perto para me estender sua mão. Na vida nada dura para sempre, mas dura o tempo necessário para se que torne inesquecível. Quando a senhora começou a fazer parte de minha história teve um outro colorido... E é por isso, amiga, que a guardo em meu coração. Mesmo distante, a senhora estará sempre presente na minha vida, me iluminando, acredito que o encontro entre nossas almas fará de nós eternas companheiras...

A minha amada Vó Maria José (In Memorian) Amada da minha vida, todas as experiências e sonhos conquistados tenho como base

o seu amor, carinho e compreensão. Por muitas vezes o seu amor duplicado fez com que eu me tornasse o ser humano que sou hoje. Vó... Guardo em meu coração todos os momentos passados juntos,recordando os risos compartilhados. Lembro-me das palavras de fé que dizia, e uma dessas palavras estou conquistando! Vó, o seu sonho de me ver formada é a realidade que hoje retribuo à senhora..... Minha vitória também e da senhora......

A minha parceira Kathleen Julia Parceira, foram muitos os momentos que passamos juntos. As experiências

compartilhadas, contradições de idéias mas com o nosso profissionalismo e competência podemos contemplar.

Uma grande vitoria ..... Obrigada por esta parceira amizade, dedicação e respeito!

Conseguimos.....!

A minha orientadora Profª Dra Márcia Maria Faganello Mitsuya Mais que nossa orientadora, a senhora me mostrou o caminho certo a trilhar.

Obrigado por ser tão especial, dedicada e competente. Desejo-lhe mais sucesso do que os já conquistados!

GIseli Domingues Cordeiro

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Aos meus pais Ireni e João Minha fonte de inspiração e exemplos de vida, meu amor

incondicional.Amor é uma palavra pequena para mensurar o que eu sinto por vocês, sempre me incentivaram com conselhos valiosos, palavras de conforto, apoio e carinho.Obrigado por serem meus pais e sempre acreditarem em mim. Sem vocês, não conseguiria chegar aqui...

Aos meus irmãos Maycon e João Paulo Pelo apoio e compreensão em todos os momentos

A minha parceira Giseli Em três anos planejei este trabalho, e neste ano meus planos mudaram

totalmente, mas graças a Deus pra melhor. Uma dessas mudanças foi você... Valeu gi, pelos momentos difíceis e alegres em que compartilhamos juntas.Obrigado por ser minha parceira (a melhor parceira, que poderia ter). Conseguimos!!!!!!!!!!!!

A minha Orientadora Prof ª Dra. Márcia Maria Faganello Mitsuya Desde o 1º ano, sabia quem seria minha orientadora. Apesar das

inúmeras preocupações, aceitou nos orientar. Obrigado por tudo e desculpe os “foras”. Que Deus continue te iluminando para sempre ser, instrumento de sabedoria e qualificação, ao longo desta jornada.

A minha GRANDE amiga Adriana B. Dri minha grande amiga, não tenho palavras para expressar o quanto

gosto de você. Dedico este trabalho a você, pelo convívio, apoio, conforto nos momentos difíceis e alegrias vivenciadas ao longo deste percurso. Amo você, minha irmã de coração.

A minha amiga Bianca Brancatte Dois anos de estágios juntas...Não vou esquecer a alegria que fiquei

quando vi a lista de estágio desse ano. Durante estes dois anos, eu conheci uma Bianca amiga, esforçada e super (super mesmo) inteligente, nossas ideias sempre coincidiram. Desculpe alguma coisa, obrigada pela sua amizade sincera. E se você for “pros States”, mande um cartão postal para mim viu, nem se só estiver escrito Brancatte.

Á Drianinha “Nesta longa estrada da vida, vou correndo eu não posso parar”...Dri

desde o primeiro dia de aula juntas, obrigado pela paciência, amizade, pelos sorrisos e momentos juntas.

Á minha turma 2009-2012 Adriana B, Adriana O, Bianca, Camila(parceira de hidro), Douglas,Flávia,

Giseli, Jessica, Jonathan, Juliete ♥, Lisley, Mariana, Miriele,Rafaela, Roberto, Sabrina, Thaísa.Durantes estes anos nos tornamos uma família, sempre levarei todos em meu coração.

Ao terceiro ano Somente 5 meses, e criamos laços de amizades verdadeiras, que Deus

sempre ilumine a todos vocês:Adriano, Aneleide, Carla, Carollaine, Guilherme (parceiro de dança),Jessica, Joyce, Paty e em especial aos meu parceiros Fabiana, Kertulem, Dhiego(sem palavras...sempre esforçado, amigo, inteligente e eficiente) e Valesca.

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Agradecimentos

Querido DEUS!

Agradeço por me mostrar que sou protegida, guiada e iluminada pela sua presença divina no mais íntimo do meu ser.

Agradeço, Senhor, por me dar abrigo na tempestade, por endireitar o que está torto, por criar saídas onde parece não haver escapatória.

Agradeço por me perdoar quando eu não posso ou não quero perdoar a mim mesma.

Agradeço, Senhor, pela sua compaixão, pela sua graça, pela sua bondade, que estão sempre presentes, sustentando-me nos momentos mais difíceis.

Agradeço, Senhor, por não me deixar esquecer que o Senhor me habita e é a força que dá vida a minha alma.

Agradeço, Senhor, pela pessoa que sou. Que Assim Seja....

Senhor meu DEUS e meu Pai; Eu te Agradeço por tudo que tens feito em minha vida:

pela alegria de viver,por minha família, pelos meus amigos, pelo ar que respiro, pelos dons que me deste e pelos relacionamentos que possibilitam que eu

cresça a cada dia. Quero agradecer de coração os professores, que dedicaram os seus

conhecimentos: Ana Claudia, Ana Beatriz, Angela, Cristiane, Angelica, Mara, Junior, Flávio, Aninha, Fernando, Marcos, Evandro, Dr. Eduardo Mellaci, Dr.

Mauricio, Dr. Altino, Dr. José Belon e a Dra. Regina. Quero agradecer a minha orientadora Profª Dra. Márcia Maria Faganello

Mitsuya, pelos ensinamentos compartilhados por acolher nossa ideia e nos motivar a ir ate o final em busca desta grande vitoria. A nossa orientadora todo respeito e carinho.Que Deus e Santa Teresinha derramem todas as bênçãos

do céu sobre a senhora e toda sua família. A minha turma Adriana B, Adriana O, Bianca, Camila, Douglas,Flávia,

Giseli, Jessica, Jonathan, Juliete , Lisley, Mariana, Miriele, Rafaela, Roberto, Sabrina, Thaísa.Durantes estes anos nos tornamos uma família, sempre levarei

todos em meu coração. Aos nossos amigos do terceiro ano: Carol, Guilherme, Jessica, Joyce,

Fabiana, Kertulem, Dhiego e Valesca e Adriano (em especial ao meus parceiros Carla, Aneleide e Paty)

Ao Grupo de Reabilitação Pulmonar, que sempre colaborou para o desenvolvimento deste estudo, e pela amizade que construímos durante este

ano. Ao pessoal da escola da família: Sueli que me acolheu com tando carinho

neste anos de muita luta , Amanda, Jose Augusto, Elizabete, Rogerio, Luciano. Taina. Só tenho que agradecer a vocês e levarei nossa amizade para a vida

inteira.

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Agradecimentos

Senhor, no momento em que esta caminha termina, queremos lhe agradecer por todas as bênçãos e todas as alegrias que estes 4 anos

proporcionaram, porque sabemos que tudo vem do seu amor. Agradeço pelo privilégio da vida, pela força, pela coragem para enfrentar os desafios pelo seu amor e pela intercessão de nossa senhora. Agradeço pela beleza da natureza, pelo calor do sol e pelo conforto da

chuva. Hoje quero agradecer especialmente pelos professores que contribuíram

ao nosso aprendizado: Ana Claudia, Angelica, Ana Beatriz, Junior, Márcia, Flávio, Aninha, Fernando, Marcos, Evandro, Dr. Eduardo, Dr. Mauricio, Dr.

Altino, Dr. José Belon e a Dra. Regina, o nosso mais profundo agradecimento. Também agradeço a nossa orientadora a Profª Dra. Márcia Maria

Faganello Mitsuya, pelos ensinamentos, pelas sabias palavras e pelo apoio. Que Deus continue lhe abençoando.

Aos meus parceiros de turma, agradeço o carinho, os momentos felizes, os engraçados, os fumos e concerteza as pérolas.

amizades e suportaram nossas mudanças constantes de humor. A minha Familia, nossa maior fonte de inspiração e o que me

impulsiona nesta caminhada. Ao Grupo de Reabilitação Pulmonar, que sempre colaboraram para o

desenvolvimento deste estudo, e pela amizade que construímos durante este ano.

A minha amiga Mirian Fogolim, que sempre me apoiou nos momentos difíceis, nos alegres e que sempre teve uma palavra de conforto, esteve presente desde o 1º dia de faculdade em minha vida. Á você o meu mais

profundo agradecimento. Não posso deixar de agradecer aos meu parceiros do 4º ano: Carlos

Eduardo( Kadu) e a Caroline Rossinoli, vocês além de amigos, foram grandes professores para mim (Julia).

E a todos que contribuíram direto ou indiretamente, para a conclusão deste trabalho, muito obrigada e que deus continue iluminando a vida de vocês.

beijos

Kathleen Julia Silva

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RESUMO

A Asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são doenças

crônicas das vias aéreas que causam consideráveis restrições físicas, emocionais e sociais. Dentre a sintomatologia, a dispneia é o sintoma que mais compromete a qualidade de vida (QV) dos pacientes com Asma e o DPOC. Assim, quantificando a intensidade pode-se relacionar o impacto dessas doenças na qualidade de vida (QV) dos indivíduos. As interferências são proporcionalmente maiores á medida que os sintomas não são adequadamente controlados. O tratamento adequado torna possível uma melhor qualidade de vida, diminuindo assim a alta taxa de mortalidade. Quanto antes diagnosticada mais fácil será sua prevenção, tratamento medicamentoso e fisioterapêutico. É utilizada como alternativa terapêutica o programa de Reabilitação Pulmonar (PRP), visando a uma melhora física e a um nível mais alto de qualidade de vida. O objetivo deste estudo é verificar a qualidade de vida e intensidade de dispneia em pneumopatas crônicos. Fizeram parte da amostra 14 pacientes, sendo 7 DPOC e 7 asmáticos de ambos os gêneros, com idade média de 74,2 ± 8,9, que responderam aos questionários índice basal de dispneia (BDI), Escala de dispneia do Medical Research Council (MRC), questionários de vias aéreas 20 (AQ20) e a versão brasileira do questionário de qualidade de vida Short-Form (SF-36). Após a coleta dos dados, foi realizada a comparação dos resultados por meio dos testes T studen, Pearson e Spearman. Concluiu-se através do presente estudo que os asmáticos possuem uma qualidade de vida menos prejudicada, visto que a intensidade da dispneia é menor, quando comparada à DPOC.

Palavras-chave: Qualidade de vida, Intensidade de dispneia e pneumopatas

crônicos.

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ABSTRACT

The Asthma and the chronic obstructive pulmonary disease (COPD) are

chronic airway diseases that cause considerable physical, emotional and social

restrictions. Among the symptoms, the dyspnea is the one that most affects the

quality of life of the patients who suffer from asthma and COPD and, quantifying

the intensity of it, it is possible to relate the impact of the dyspnea in these

people’s quality of life. The interferences are proportionally larger as the

symptoms are not appropriately controlled. The appropriate treatment enables a

better quality of life, thus decreasing a high mortality rate. The sooner it is

diagnosed, the easier the prevention and the physiotherapy and drug treatment

will be. The Pulmonary Rehabilitation (PR) is used as a therapeutic alternative

and aims to improve the physical state and provides a high quality of life level.

This study aims to verify the quality of life and the intensity of the dyspnea in

chronic lung disease patients. Fourteen patients participated in the research,

among them 7 who suffer from COPD and 7 from asthma, in both gender and

with average age of 74.2 ± 8.9, who answered to the following questionnaires:

Baseline dyspnea Index (BDI), Medical Research Council (MRC) dyspnea

Scale, Airways Questionnaire 20 (AQ20) and the Brazilian version of the Short-

Form (SF-36) quality of life questionnaire. After collecting the data, a

comparison of the results was made through the T Student, Pearson and

Speaman tests. From the present study, it was concluded that asthma patients

have a less impaired quality of life, since the intensity of the dyspnea is lesser,

compared to the one with the COPD.

Key words: Quality of Life. Intensity of Dyspnea. Chronic Lung Disease

Patients.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação DPOC....................................................................... 19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características dos pacientes com DPOC e Asma.......................... 32

Tabela 2: Avaliação da Qualidade de Vida...................................................... 32

Tabela 3: Interferência da intensidade de dispneia na qualidade de vida nos

pacientes com DPOC e Asma ........................................................................ 33

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AABB= Associação atlética do Banco do Brasil

AQ20= Airways Questionaire 20- Questionário de vias aéreas 20

ATS= American Thoracic Society

BD= Broncodilatador

BDI= Basiline Dyspnea Index- Índice basal de dispneia

CO2= Gás Carbônico

CVF= Capacidade vital forçada

DPOC= Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

ERS= European Respiratory Society- Sociedade Respiratória Européia

GOLD= Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease - Iniciativa

Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

IgE= Imunoglobulina E

LABA= beta2 agonista de curta e longa ação

LAMA= anticolinérgicos de curta e longa ação

MRC= Escala de dispneia do Medical Research Council

OMS= Organização mundial da saúde

PaO2= Pressão parcial de Oxigênio no sangue

PFE= Pico de fluxo expiratório

PRP= Programa de Reabilitação Pulmonar

46

QALY =Quality Adjusted Life Years – Qualidade dos anos de vida

QV= Qualidade de vida

SF-36= Short Form 36- The medical outcomes study 36-item short form health

survey

SBPT= Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

SNC= Sistema nervoso central

TDI: Transition Dyspnea Index- Índice da transição de Dispnéia

VE: Volume expiratório

VO2: Volume de Oxigênio

VO2máx: Volume máximo de oxigênio

VEF1= Volume expiratório forçado no primeiro segundo

VR= Volume residual

46

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................13

1 CONCEITOS PRELIMINARES....................................................15

1.1 Asma.......................................................................................................15

1.2 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.....................................................16

1.3 Mecânica Respiratória............................................................................20

1.4 Alterações Musculoesquelética..............................................................22

1.5 Alterações Funcionais.............................................................................23

1.6 Qualidade de vida...................................................................................25

1.7 Reabilitação Pulmonar............................................................................26

2 EXPERIMENTO ..........................................................................28

2.1 Casuística e métodos..............................................................................28

2.1.1 Condições ambientais.............................................................................28

2.1.2 Casuística................................................................................................28

2.2 Métodos..................................................................................................28

2.2.1 BDI..........................................................................................................28

2.2.2 MRC........................................................................................................29

2.2.3 AQ20.......................................................................................................29

2.2.4 SF-36.......................................................................................................29

2.3 Procedimentos........................................................................................31

2.4 Análise estatística...................................................................................31

2.5 Resultados..............................................................................................31

2.6 Discussão................................................................................................33

2.7 Conclusão...............................................................................................35

REFÊRENCIAS.................................................................................................36

APÊNDICES......................................................................................................42

ANEXOS ...........................................................................................................45

46

INTRODUÇÃO

Dispneia é uma terminologia utilizada para designar a dificuldade de

respirar que têm determinados indivíduos, portadores de alguma doença

pulmonar, cardíaca ou metabólica.

A Asma é um distúrbio caracterizado pela hiper-reatividade da

musculatura lisa brônquica quando exposta a diversos estímulos externos e

internos, sendo revertida espontaneamente ou com resultado de tratamento.

De acordo com West (2007), Asma é caracterizada por responsividade

aumentada das vias aéreas a vários estímulos e manifestada por um

estreitamento amplamente disseminado das vias aéreas que se alteram em

gravidade.

Em relação à qualidade de vida, pode causar restrições físicas,

emocionais e sociais. Essas limitações podem interferir na vida dos pacientes e

modificar suas realizações e sua carreira.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é definida como um

conjunto de condições que se caracteriza pela presença de obstrução ou

limitação crônica ao fluxo aéreo. É constituída de dois processos patológicos

específicos: a Bronquite Crônica e o Enfisema Pulmonar. A Bronquite é

caracterizada por uma produção excessiva de muco na árvore brônquica. O

Enfisema Pulmonar é caracterizado pelo aumento dos espaços aéreos distais

ao bronquíolo terminal, com destruição de suas paredes.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é uma patologia comum, prevenível e tratável, que se caracteriza por limitação persistente no fluxo de ar pulmonar, com caráter usualmente progressivo e associado com aumento da resposta inflamatória das vias aéreas e dos pulmões a gases e partículas nocivas. As exarcebações e comorbidades contribuem para a gravidade geral da doença (GOLD, 2011, p-05).

A hiperinsuflação causa a dispneia, que é diretamente responsável por

uma série de manifestações no paciente com DPOC (NERY, L, E, 1990).

A disfunção da musculatura esquelética ocorre por vários mecanismos,

podendo haver alteração da estrutura e da função muscular. Vários estudos

13

46

demonstram a presença de estresse oxidativo, sistêmico e muscular,

provocando fadiga muscular e ativando a resposta inflamatória.

Portadores de DPOC moderado-grave tornam-se limitados a realizar

atividades da vida diária (AVDs), a exercer algum tipo de trabalho, exercícios

físicos e até mesmo hobbies. A intolerância ao esforço se associa com o

aumento da mortalidade e redução da qualidade de vida (QV).

Em 2004, estimava-se que 64 milhões de pessoas eram portadoras de

DPOC em todo o mundo; mais de 3 milhões morreram de DPOC em 2005,

equivalendo a 5% de todas as mortes do mundo naquele ano (WHO, 2011).

Qualidade de vida é um conceito subjetivo que se baseia na percepção individual do impacto que têm os acontecimentos e as experiências nas várias esferas de vida dos indivíduos. Está assim relacionada com o nível de bem-estar percebido ou de satisfação pessoal em domínios centrais da vida dos indivíduos (AMERICAN THORACIC SOCIETY 2006, p 1400).

Em 2006, a ATS/ERS definiram Reabilitação Pulmonar como sendo uma

intervenção multidisciplinar baseada na evidência para pacientes sintomáticos

com doenças respiratórias crônicas e que, muitas vezes, apresentam

diminuição de suas AVDs.

O presente trabalho surgiu do seguinte questionamento: Os pacientes

portadores de pneumopatias crônicas têm a qualidade de vida prejudicada

devido a intensidade de dispneia ?

Frente às diversas prerrogativas abordadas, o presente trabalho tem

como objetivo geral avaliar a qualidade de vida e intensidade de dispneia em

pneumopatas crônicos.

O estudo será realizado através do questionário de Vias aéreas 20 (AQ-

20), Índice Basal de Dispneia (BDI) e Escala de dispneia do Medical Research

Council (MRC) a versão Brasileira do questionário de qualidade de vida Short-

Form (SF-36), assim será avaliado o grau de dispneia e a QV, nos

pneumopatas crônicos.

14

46

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 ASMA

Asma é uma doença inflamatória caracterizada por obstrução,

inflamação e hiper-reatividade das vias aéreas desenvolvida por alérgenos,

exposições ambientais e fatores genéticos.

A definição internacionalmente aceita de Asma brônquica descreve-a como um estado de boncoespasmo difuso, com inflamação que se modificará em curtos espaços de tempo, espontaneamente ou mediante medicação e não devido à doença cardiovascular (BETHLEM, 2002, p 641).

Podemos analisar nos aspectos clínicos de pacientes asmáticos

episódios de sibilância, dispneia, desconforto torácico e tosse que se manifesta

à noite ou pela manhã sendo revertido espontaneamente ou com tratamento.

No aspecto funcional podemos analisar com a espirometria a redução da

relação entre o volume expirado no primeiro segundo(VEF1), e de uma

expiração forçada (VEF1), capacidade vital forçada (CVF) e também a redução

do pico de fluxo expiratório (PFE).

Com o estreitamento das vias respiratórias são desencadeados os

sibilos difusos, no parênquima pulmonar há estimulação dos receptores da

tosse, com a dispneia e desconforto torácico ocorre o aumento do trabalho

respiratório devido à resistência ao fluxo nas vias aéreas (GOMES et.al, 2006).

Segundo West (2007), durante uma crise asmática o paciente pode

apresentar-se dispneico, ortopneico e ansioso, utilizando a musculatura

acessória. Os pulmões estarão hiperinsuflados, na ausculta pulmonar são

ouvidos estertores em toda a região do tórax e seus batimentos cardíacos

estarão aumentados.

O paciente no momento da crise asmática estará com os músculos lisos

das vias aéreas em broncoconstrição, hipertrofia das glândulas mucosas,

edema da parede brônquica e infiltração por eosinófilos.

15

46

O processo inflamatório crônico pode levar alterações estruturais das vias aéreas como descamação epitelial, fibrose subepitelial, espessamento de membrana basal, elastólise em vias aéreas terminais e interstício peribronquiolar, hipertrofia e hiperplasia de músculo liso e aumento das glândulas produtores de muco (ZAMBONI; PEREIRA, 2006, p 151).

Os mastócitos são ativados pela imunoglobulina E (IgE), que libera a

histamina, prostaglandina e leucotrienos, que levam à secreção de muco e

broncoespasmo, resultado de vários estímulos como poeira domiciliar, ácaros,

fungos, saliva animal, baratas e polens (MITSUYA, M, M, F, 2011).

Os leucotrienos, citocinas e os mastócitos iniciam um processo

inflamatório através do recrutamento de eosinófilos, linfócitos T e neutrófilos

levando a broncoconstrição, edema, e secreção do muco, com aumento da IgE

pelos plasmócitos e dos eosinófilos sendo fixados nas vias respiratórias

levando ao processo inflamatório.

A Asma é classificada de acordo com sua frequência e intensidade de

seus sintomas, podendo também influenciar na sua classificação a tolerância

aos exercícios, número de hospitalização, medicação e se já fez uso de

ventilação mecânica. O grau da Asma tem que ser determinado desde a

primeira consulta pelo médico para estabelecer o tratamento adequado. Pode a

Asma ser classificada como: intermitente, persistente leve, persistente

moderado e persistente grave.

1.2 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

A DPOC é caracterizada pela limitação ao fluxo aéreo. Não é

completamente reversível, geralmente é progressiva e associada a uma

resposta inflamatória anormal a partículas tóxicas ou gases nocivos.

Conforme Pryor; Webber (2002), a DPOC é definida como um conjunto

de condições que se caracteriza pela presença de obstrução ou limitação

crônica ao fluxo aéreo de progressão lenta, persistente e irreversível.

Segundo Ferreira (2007), na DPOC pode ocorrer uma combinação de

Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar. Quando ocorre alteração do

parênquima pulmonar, ocasionando um aumento dos espaços aéreos distais

ao bronquíolo terminal, com destruição de suas paredes, temos o Enfisema. Se

16

46

o processo inflamatório crônico ocasionar alterações brônquicas é denominado

Bronquite Crônica.

O Enfisema Pulmonar e a Bronquite Crônica frequentemente coexistem

no mesmo paciente. Esse acometimento é mais comumente encontrado em

tabagistas (LANZETTI, 2011).

No ano de 2004, a DPOC ocupava o 13° lugar no ranking mundial de

patologias, no entanto estima-se que em 2030 a DPOC ocupará o 5° lugar no

ranking. Isso será possível devido ao envelhecimento populacional e à

industrialização dos países de baixa renda (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

Uma das principais etiologias do DPOC é o tabagismo seus

componentes tóxicos ocasionam um desequilíbrio dos sistemas enzimáticos e

limitação do fluxo aéreo. Consequentemente ocorre a deficiência do transporte

mucociliar, o aumento da produção de secreção e o estreitamento da luz

brônquica, surgindo a Bronquite Crônica. Ocorre também o desequilíbrio dos

sistemas de proteases e antiproteases, ocasionando a destruição do

parênquima pulmonar e surgindo o Enfisema Pulmonar (BETHLEM, 2002).

Em relação ao fumo passivo, ainda há controvérsias sobre seus efeitos.

Em estudos que evidenciaram algum risco, a magnitude do mesmo foi

pequena. Além do fumo passivo, outras exposições a fumaça têm sido

apontadas. Quando são intensas ou prolongadas as exposições à fumaça de

fogão a lenha, as poeiras e produtos químicos ocupacionais (vapores,

irritantes, fumaça) podem causar DPOC independente do tabagismo.

Em alguns pacientes, o fator hereditário, déficit de alfa1 – Antitripisina

corresponde a menos de 1% das causas de Enfisema. São sugestivos de

Enfisema por deficiência de alfa1- Antitripsina: idade inferior a 50 anos, história

familiar de Enfisema grave ou doença hepática de etiologia idiopática

associada a Enfisema (GALHARDO,2011).

Na histoarquitetura pulmonar, encontra-se a matriz elastina, que é

responsável pelo recuo elástico do pulmão. Esta é destruída pela ação

proteolítica da elastase. Os neutrófilos polimorfonucleares, que a liberam

durante a fagocitose ou logo após a sua morte, é a principal fonte

transportadora de elastase.

17

46

O tabagismo ativa o fator quimiotáxico nos macrófagos alveolares,

atraindo os neutrófilos, que se acumulam nos brônquios, aumentando desta

forma a quantidade de elastase no pulmão.

Em suma, o cigarro destrói o pulmão pela tríade: aumento da elastase,

inativação dos inibidores da elastase e bloqueio da neoformação de elastina

(GAVA; PICANÇO, 2007).

O fumo, além de ser responsável direto pelas graves alterações nas

estruturas nobres do pulmão, destruindo-as, interfere nos mecanismos

bioquímicos de defesa da árvore brônquica ao perturbar o equilíbrio elastase-

antielastase e oxidante –antioxidante.

A combinação do estresse oxidativo, juntamente com um desequilíbrio

entre proteinases e antiproteinases no pulmão, pode ocasionar o DPOC.

O prognóstico da doença é inversamente proporcional à idade do

paciente e diretamente proporcional ao VEF1, sendo que o VEF1 pós

broncodilatador (BD) está mais relacionado à sobrevida que o VEF1 pré

broncodilatador (BURROWS, 1991).

O diagnóstico da DPOC é feito através dos sinais clínicos: dispneia

progressiva, dispneia persistente (se está presente diariamente ou se agrava

com exercícios); infecções respiratórias recorrentes, tosse crônica

frequentemente é o primeiro sintoma da DPOC, sendo diária e geralmente

durante todo o dia, raramente é totalmente noturna.

Ao exame físico, pode-se observar uso da musculatura acessória, há

prolongamento do tempo expiratório, diminuição do murmúrio vesicular, tórax

hiperinsuflado, respiração com lábios semicerrados, na percussão som

timpânicos.

O padrão Ouro para o diagnóstico e avaliação da DPOC é a

espirometria. A espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o

diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios.

Segundo Rodrigues (2003), a OMS define que o objetivo da avaliação da

DPOC é determinar a gravidade da doença, seu impacto na saúde do paciente

e o risco de eventos futuros (exacerbação, hospitalização e óbito) no intuito de

direcionar a terapia. Dessa forma, os seguintes aspectos da doença são

utilizados separadamente: sintomas, grau de limitação do fluxo aéreo

(utilizando espirometria), risco de exacerbação e comorbidades.

18

46

O grau de obstrução ao fluxo aéreo é avaliado através da espirometria e

classificado pelas categorias de acordo com os critérios do GOLD, no quadro 1.

Quadro 1: Classificação DPOC

ESTADIAMENTO DA DPOC

Estádio Denominação Características

0 Em risco

Sintomas crônicos – tosse

e escarro

e

Espirometria normal

I DPOC leve

VEF1/CVF<70%

e

VEF1 > 80% do previsto

II DPOC moderado

VEF1/CVF<70%

e

50% ≤ VEF1< 80% do

previsto,

III DPOC grave

VEF1/CVF<70%

e

30% ≤ VEF1<50% do

previsto,

IV DPOC

muito grave

VEF1/CVF<70%

VEF1<30% do previsto

ou

VEF1<50% e PaO2<60

mmHg ou sinais clínicos de

insuficiência cardíaca

direita.

Fonte: GOLD, 2011.

O risco de exacerbação (evento agudo caracterizado por piora nos

sintomas respiratórios que leva a uma modificação na medicação usual e uma

piora da obstrução basal das vias aéreas) é avaliado através da história de

eventos prévios.

A avaliação de comorbidades (doenças cardiovasculares, osteoporose,

depressão e ansiedade, disfunções musculoesqueléticas, síndrome metabólica

e o câncer do pulmão, entre outras) pode influenciar a mortalidade e frequência

de hospitalizações (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

19

46

De acordo com GOLD (2011), os principais aspectos da terapêutica do

paciente com DPOC são:

a) o abandono do hábito de fumar nos pacientes fumantes, o que pode

ser obtido tanto pelo aconselhamento frequente dos pacientes, quanto

por medidas terapêuticas. A cessação do tabagismo é a medida

com maior potencial para evitar a evolução da doença;

b) a vacinação contra Influenza e pneumococos que diminuem os

quadros infecciosos responsáveis por períodos de exacerbação;

c) medidas de reabilitação e condicionamento físico que melhoram a

qualidade de vida do paciente e sua capacidade para realização de

atividades físicas e

d) utilização de fármacos tanto na fase estável da doença, a fim de

diminuir a intensidade e a frequência das crises, quanto nas crises,

visando à retirada do paciente desta fase de exacerbação aguda da

doença.

O tratamento para DPOC ainda não é capaz de modificar a progressão

em longo prazo da função pulmonar.

É utilizado o tratamento farmacológico com objetivo de amenizar os

sintomas e reduzir as complicações; os broncodilatadores aumentam a

capacidade aos exercícios e os corticoides são indicados para DPOC

sintomático.

A oxigenoterapia a longo prazo é indicada a partir do III estágio da

doença. É indicada para corrigir ou prevenir danos ao trato respiratório devido

à hipoxia celular.

1.3 Mecânica respiratória

No asmático, ocorre estreitamento difuso da luz brônquica que conduz à

obstrução relativa ao fluxo aéreo, que se traduz por elevação da resistência

das vias aéreas.

20

46

De acordo Bethlem (2002), quando a resistência das vias aéreas

começa a se elevar de modo importante, começa haver redução significativa do

fluxo expiratório.

O distúrbio obstrutivo da Asma conduz alterações nos volumes estáticos

pulmonares, cuja magnitude é, no entanto, variável e nem sempre há boa

correlação entre os dois fenômenos (LEMLE et. al 2002).

Com a dificuldade da saída do ar expirado, ocorre retenção com

hiperdistenção pulmonar. Essa hiperinsuflação é causada pelo aumento do

volume residual e de intensidade.

A soma da capacidade vital com o volume residual, costuma estar ligeiramente aumentada na asma brônquica em atividade, pois na maioria dos casos o aumento do volume residual supera em valor absoluto, a diminuição da capacidade vital (LEMLE et. al 2002, p 648).

Na DPOC o distúrbio fundamental da função pulmonar é a obstrução

com predomínio na expiração, sendo resultado da redução da luz brônquica

pelo processo inflamatório.

Segundo Cardoso e Bethlem (2002), a redução do VEF1 inaugura a fase

de Bronquite Crônica propriamente dita, embora a definição desta seja clínica e

não fisiopatológica. Os fluxos expiratórios máximos retratam o estágio da

doença. Esse valor depende de duas alterações: o aumento da resistência das

vias aéreas e a perda de elasticidade.

Nas fases iniciais do DPOC a fisiopatologia da mecânica respiratória é o

aumento da resistência das vias aéreas, iniciando pelas periféricas e

posteriormente por toda a árvore brônquica. Nas fases mais avançadas ocorre

desestruturação do parênquima pulmonar.

O aumento do volume residual (VR) é uma alteração volumétrica básica

na DPOC, causando obstrução brônquica, levando à interrupção da expiração

forçada.

A capacidade vital estaria limitada, na DPOC, pela retenção aérea e pelo

limite da ação dos músculos inspiratórios, em relação ao recuo elástico

pulmonar (CARDOSO,BETHLEM , 2002).

A complacência mêcanica é a característica fisiopatológica da fase mais

avançada da DPOC. Com a perda da elasticidade, ocorre uma diminuição

21

46

significativa da complacência, sendo esta a relação entre as variações do

volume pulmonar.

1.4 Alterações musculoesqueléticas

Segundo Gava e Picanço (2007), crises asmáticas recorrentes podem

desencadear uma sobrecarga na musculatura respiratória principal e acessória,

bem como na musculatura da parede torácica e do tronco, acarretando

hiperinsuflação torácica e alterações permanentes da caixa torácica.

As alterações posturais na Asma merecem atenção, pois devido á sobrecarga imposta á musculatura respiratória o paciente asmático tende adotar posturas que facilitam a ação desses músculos (GOMES et.al, 2006 p.41).

Os asmáticos adotam a seguinte postura: ombros elevados e protraídos,

escapulas abduzidas e rodadas, retificação da cifose dorsal na região

interescapular, tensão muscular variável em toda a musculatura do pescoço,

aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, da lordose lombar, dos ombros,

face e da coluna, alterações na posição da cabeça, quadril e membros

inferiores.

A disfunção muscular esquelética no DPOC ocorre por vários fatores,

envolvendo descondicionamento, hipóxia sistêmica e/ou hipercapnia, depleção

nutricional e alterações induzidas pela idade.

Conforme Corso, Albuquerque e Neder (2006), os mecanismos

etiológicos, os estresses pró-inflamatórios e oxidativo-sistêmicos, são de

influência catabólica muscular. Esse processo catabólico exarcebado causa

perda da massa muscular, menor capacidade aeróbia e diminuição da força

muscular. Em relação às fibras musculares, ocorre aumento nas fibras do tipo II

e diminuição das fibras do tipo I, o que explica a menor capacidade aeróbia.

Outras alterações descritas são o grau de capilarização por fibra

muscular e também as modificações mitocondriais. A menor densidade

capilar/fibra muscular resultaria em aumento da barreira de difusão para o

transporte periférico de oxigênio (CORSO, ALBUQUERQUE, NEDER 2006).

22

46

1.5 Alterações funcionais

Em caso de Asma Brônquica existe tendência à hipoxemia, devido à

irregularidade da distribuição do ar inspirado, e à hipocapnia com alcalose

respiratória, pela hiperventilação compensatória (LEMLE, 2002).

Em relação à pressão na artéria pulmonar, após o esforço, pode estar

aumentada, mas raramente há hipertensão pulmonar.

Também ocorre espessamento das paredes brônquicas, que é em

grande parte resultante da hipertrofia de glândulas mucosas, do espessamento

basal e hipertrofia muscular (HETZEL et. al 2002).

O aumento da resistência das vias aéreas determina um incremento no

trabalho respiratório.

Segundo Lemle et. al (2002), a má distribuição do ar inspirado cria duas

formas de anormalidade aquelas em que os alvéolos recebem menos ar que

sangue e a perda de líquido pela evaporação do sistema respiratório, cuja

ventilação global está aumentada. Todos esses fatores contribuem para a

desidratação.

A irregularidade da distribuição do ar pode ocasionar insuficiência

respiratória. Durante a crise asmática, a hiperventilação é substituída pela

hipoventilação.

A taquicardia é uma constante pela dispneia, angustia infecção, insuficiência respiratória. A pressão arterial pode se achar elevada. Não é comum haver descompensação cardíaca. A oligúria é extremamente comum (BETHLEM, 2002, p.652).

As relações patológicas características da DPOC encontram-se nas vias

aéreas centrais e periféricas, no parênquima pulmonar e na vascularização

pulmonar. Essas alterações patológicas nos pulmões levam a alterações

fisiológicas que caracterizam a doença.

O tabagismo, independente da DPOC, acarreta prejuízos sistêmicos,

comprometendo o sistema músculo-esquelético (osteoporose e disfunção

muscular periférica), cardiovascular (aterosclerose) e endócrino, o sistema

nervoso central (SNC), além de ser fator para outros processos patológicos.

23

46

Conforme Bethlem (2002), o distúrbio fundamental da função pulmonar,

resulta da redução da luz brônquica pelo processo inflamatório, conduzindo

uma obstrução predominantemente expiratória.

A hiperinsuflação pulmonar ocorre decorrente da limitação ao fluxo

aéreo, e consequentemente aumenta o trabalho inspiratório. É considerado um

importante mecanismo ventilatório pulmonar que pode contribuir para o

prejuízo ou incapacidade ao realizar exercícios físicos.

Outra alteração importante que a hiperinsuflação pode causar é a

dispneia, responsável por várias manifestações no paciente portador de

DPOC.

A dispneia, pode ocorrer quando existe um desequilíbrio entre o

aumento da necessidade de ventilação e a limitação da capacidade ventilatória

(NERY, 1990).

Conforme Gava e Picanço (2007), durante as atividades físicas a

dispneia tende a agravar-se, pois a anormalidade ventilatória não suporta

qualquer aumento em sua demanda. Como consequência dessa limitação, há

piora progressiva da qualidade de vida.

A intolerância ao exercício geralmente está associada à redução da

qualidade de vida e, até mesmo, ao aumento da mortalidade.

De acordo com Nery (1990) , o grau de limitação ventilatória no paciente

com DPOC é o maior responsável pela perda de seu condicionamento

muscular, junto com outros fatores como limitação cardiovascular e nutricional,

fatores psicológicos ou doenças associadas, desencadeando anaerobiose,

resultanto em inatividade do paciente.

A realização de exercícios com os membros superiores sem apoio, está

limitada, pois a musculatura da cintura escapular está sendo recrutada para

contribuição da ventilação.

Na DPOC avançada, a obstrução das vias aéreas e a destruição

parenquimatosa reduzem a capacidade das trocas gasosas, produzindo

hipoxemia e, mais tardialmente,a hipercapnia.

Segundo Jardim, Oliveira e Nascimento (2004), a hipertensão pulmonar

é a principal complicação cardiovascular da DPOC e está associada ao

desenvolvimento de Cor Pulmonale e mau prognóstico.

24

46

Em relação à troca gasosa, ocorre uma desigualdade de ventilação-

perfusão, causando hipoxemia com ou sem retenção de CO2. Outro efeito

deletérico da obstrução é a diminuição da ventilação colateral.

1.6 Qualidade de vida

Ter qualidade de vida é estar saudável, desde a saúde física, cultural,

espiritual até a saúde profissional. Envolve o bem físico, mental, psicológico e

emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos e também

a saúde, educação, poder de compra e outras circunstâncias da vida.

É um conceito, multidimensional, que integra a saúde física, estado

psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças e relação com os

acontecimentos do meio ambiente (RODRIGUES, 2003).

Em relação à saúde, a QV é um componente que constitui um indicador

de percepção que o doente tem da doença no seu bem estar.

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e a própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem estar (BARACHO, 2002, p444).

Qualidade de vida é um conceito subjetivo, individualizado pois se

observam definições pessoais, de valores, satisfação e bem-estar.

De acordo com Gava e Picanço (2007), as perdas da capacidade física e

da QV podem também estar relacionadas com alterações psíquicas do

paciente. As limitações fisiológicas e funcionais da habilidade física estão

acompanhadas de fatores psicológicos, resultando em isolamento social e

deteriorização da qualidade de vida.

Uma das definições mais comuns estabelece que QV é a quantificação

do impacto da doença nas atividades de vida diária e bem-estar do paciente de

maneira formal e padronizada. Neste conceito está subentendida a importância

do papel dos questionários de qualidade de vida, que permitem a comparação

objetiva (mediante pontuações com expressão numérica absolutas ou

25

46

percentuais) do impacto de intervenções utilizadas na DPOC (II CONSENSO

BRASILEIRO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA, 2004).

Os questionários de QV foram desenvolvidos com intuito de avaliar o

estado de saúde e as repercussões que a doença causa, sendo um

instrumento que serve para comparar o efeito de alguma intervenção

(TARANTINO, 2002).

Para a Reabilitação Pulmonar, esses instrumentos devem ser curtos e

de fácil entendimento, auto-aplicáveis ou não, e possuir a propriedade de

distinguir entre pneumopatas crônicos aqueles que têm melhor ou pior QV

(RODRIGUES, 2003).

Segundo Heppner et. al (2006), exercícios regulares como caminhada

depois de completar a reabilitação pulmonar estão associados não só com a

diminuição da progressão da dispneia mas também com a total qualidade de

vida do paciente.

1.7 Reabilitação Pulmonar

A Reabilitação Pulmonar foi definida em 2006 pela ATS como uma

intervenção multidisciplinar baseada na evidência para pacientes sintomáticos

com doenças respiratórias crônicas e que, muitas vezes, apresentam

diminuição de suas atividades de vida diária.

Reabilitação Pulmonar é definida como um programa individualizado e multidisciplinar que procura devolver a maior capacidade funcional, tendo em vista sua limitação pulmonar e situação geral de vida (PRYOR E WEBBER 2002, P1).

É composta de uma equipe multiprofissional, com ênfase na

individualização dos pacientes, através de educação, de exercícios e de

intervenções psicossociais.

É essencial no início do Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP)

realizar uma avaliação para verificar a tolerância aos exercícios e identificar as

suas limitações.

26

46

Segundo Jardim, Oliveira e Nascimento (2004), a Reabilitação Pulmonar

está indicada para pacientes que apresentam Asma perene ou crônica que os

mantêm hiperinsuflados com o aumento do tônus dos músculos respiratórios e

limitação ao exercício.

A Reabilitação Pulmonar tem como objetivo reduzir a obstrução das vias

respiratórias, com a finalidade de aliviar e controlar os sintomas e a

fisiopatologia da incapacidade respiratória; dessensibilizar o paciente do pânico

da dispneia; melhorar a condição nutricional; introduzir o exercício físico na

vida dos pacientes interrompendo o ciclo vicioso de sedentarismo e ensinar as

técnicas e estratégias para conservação de energia.

Segundo Lorenzo et. al (2002), o treinamento físico é considerado

componente fundamental do PRP, pois melhora a eficiência e a capacidade do

sistema de captação e transporte dos gases respiratórios, aumentando o

consumo máximo de oxigênio.

Conforme Allsen; Harrison; Vance (2001), a atividade física traz

benefícios à maior parte dos componentes estruturais e funcionais do sistema

musculoesquelético, aumentando a capacidade funcional, melhorando a QV.

A Reabilitação Pulmonar é um importante recurso à ser empregado,

associada à intervenção terapêutica e à cessação ao tabagismo. Integra-se à

manutenção da estabilidade clínica dos pneumopatas crônicos (RODRIGUES

2003).

Pacientes que frequentam um PRP melhoram a QV e a capacidade de

realizar exercícios, reduzem a necessidade de visitas médicas domiciliares

quando ocorrem as exacerbações. Reduzem-se os dias de hospitalizações.

Embora a Reabilitação Pulmonar não promova a cura definitiva da

doença, ela proporciona a melhora da QV do indivíduo.

O tratamento medicamentoso compõe somente parte do suporte assistencial na reversão da sintomatologia. Em portadores de doença respiratória crônica, como o DPOC, a melhoria da qualidade de vida tem se tornado um fator essencial na avaliação da efetividade do programa (RODRIGUES, 2003, p.143).

27

46

2 O EXPERIMENTO

2.1- Casuística e Métodos

2.1.1 Condições ambientais

O presente estudo foi realizado toda terça e quinta-feira na Associação

Atlética do Banco do Brasil- AABB, localizado na Avenida Duque de Caxias

nº764, na cidade de Lins, no período entre 7h30min e 9hs.

2.1.2 Casuística

Foram avaliados 14 pacientes adultos de ambos os gêneros, sendo 7

portadores de DPOC e 7 portadores de Asma. O período do estudo será de

março a setembro de 2012.

2.2 Métodos

2.2.1 Índice basal de dispneia (BDI):

Desenvolvida por Malher et. al (1984), sua versão em língua portuguesa

foi traduzida por Martinez, Pádua, 2001. Essa avaliação foi elaborada para

avaliar o grau de incapacidade funcional causado pelo impacto da dispneia em

cada indivíduo. O primeiro item avalia incapacidade funcional: se houve a

necessidade de abandonar ou modificar as atividades do cotidiano, devido à

intensidade da dispneia. O segundo item magnitude da tarefa, analisa a

intensidade da dispneia, em atividades leves até as de carregar cargas. E o

terceiro item, magnitude do esforço, verifica as atividades que utilizam esforço

físico. O escore final varia 0 a 12, o escore mais alto representa maior

desempenho quanto ao sintoma (ANEXO 1).

28

46

2.2.2 Escala de dispneia do Medical Research Council (MRC):

Foi criada por Eakim et. al (1998), com a finalidade de analisar a

intensidade de dispneia no paciente enquanto ele executa algum tipo de tarefa

do seu dia a dia, sendo que o escore é de 0 a 5. Quanto maior o valor do

escore, maior é a sensação de dispneia (ANEXO 2).

2.2.3 Questionário de vias aéreas 20 (AQ20):

Em 1994 foi elaborado um questionário composto por 20 questões com

objetivo de avaliar a QV dos pacientes portadores de doenças respiratórias de

caráter obstrutivo. Tendo como opções de resposta “sim”, “não” e “não se

aplica”, o resultado final varia de 0 a 20 pontos. As pontuações mais elevadas

indicam prejuízo na qualidade de vida (ANEXO 3).

2.2.4 Questionário de qualidade de vida Short Form-36 (The Medical outcomes

Study 36-item Short- Form Health Survey):

Ciconelli et .al (1997), em sua tese de doutorado em medicina

preventiva, realizou a tradução e validação do SF-36, para o português.

É um questionário constituído de 36 questões subdividido em 8

domínios: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde,

vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.

Segundo Ciconelli (1997), o SF-36 avalia a presença e extensão das

limitações da capacidade física, intensidade da dor, energia, integração do

indivíduo em atividades sociais, interferência de problemas de saúde na

participação de atividades, ansiedades e alterações de comportamento e

compara a saúde atual em relação ao ano anterior.

Os dados são avaliados, a partir da transformação das resposta em

escores de 0 a 100, de cada componente, não havendo um único valor que

resuma toda a avaliação, resultando em um estado geral de saúde melhor ou

pior.

Domínio 1: Capacidade funcional composta de 10 itens, possui três

níveis de resposta: “sim dificulta muito”, “sim dificulta pouco” e “não, não

29

46

dificulta de modo algum”. Avalia a capacidade de realizar atividades intensas,

moderadas e atividades do cotidiano.

Domínio 2: Limitação por aspectos físicos avalia as limitações das

atividades diárias ou problemas com o trabalho, como resultado da saúde

física, durante as últimas quatro semanas. Este item pode ser conceituado em

“sim” ou “não”.

Domínio 3: Corresponde à presença de dor nas últimas quatro semanas.

No primeiro item tem como alternativas: “nenhuma”, “muito leve”, “leve”,

“moderada”, “grave”, e “muito grave”.

O segundo item deste domínio relaciona a interferência da dor com

atividades como o trabalho com múltipla escolha, suas opções variam desde

“de maneira alguma” até “extremamente”.

Domínio 4: Referente ao estado geral de saúde, é analisado o bem estar

do indivíduo. A resposta analisa quanto “verdadeiro” ou “falso” cada uma das

quatro afirmações.

Domínio 5: Analisa a vitalidade respondendo a cinco itens, de modo que

se aproxime da maneira como você se sente

Domínio 6: Avalia aspectos sociais: a convivência com amigos parentes

e vizinhos, a relação dos mesmos, com saúde física ou emocional. É composto

de dois itens.

Domínio 7: Corresponde ao domínio dos aspectos emocionais. É

composto de três perguntas que questionam se algum problema emocional

trouxe como consequência prejuízo no tempo dedicado ou eficácia na atividade

desenvolvida.

Domínio 8: Foram aplicadas cinco questões para analisar as sensações

ocorridas nas últimas quatro semanas em relação a nervoso, tranquilidade,

desânimo e felicidade. Como opções de resposta: “todo o tempo”,” a maior

parte do tempo”, “uma boa parte do tempo”, “alguma parte do tempo”, “uma

pequena parte do tempo” e “nunca”. Foi solicitado que realizasse uma

comparação da saúde atual com o ano anterior, respondendo: “muito melhor

agora”, “um pouco melhor agora”, “quase a mesma”, “um pouco pior agora” e

“muito pior agora” ( ANEXO 4).

30

46

2.3 Procedimentos

Os participantes do PRP portadores de DPOC e Asma foram

convidados a responder os questionários BDI, MRC, AQ20 e SF-36, durante o

PRP. Após a coleta de dados os valores foram avaliados e demonstrados nas

tabelas e gráficos.

2.4 Análise estatística

Para análise estatística foram realizados os seguintes testes: análise

descritiva dos dados e correlações de Pearson. O Teste T student e Mann

Whitney foram utilizados para as variáveis que não passaram no teste de

normalidade. O nível de significância para todos os testes foi de 0,05.

2.5 Resultados

Foram selecionados 18 pacientes de ambos os gêneros participantes do

PRP. Durante o estudo foram excluídos 2 indivíduos por apresentarem doença

pulmonar intersticial, e 2 por não comparecerem ao PRP, ficando assim 14

pacientes. Foram aplicados os questionários BDI e MRC para verificar a

intensidade de dispneia, e o AQ20 e SF-36 para avaliar a qualidade de vida, no

período de março a setembro.

A tabela 1 mostra a faixa etária, e os valores dos questionários BDI,

AQ20, SF-36.

31

46

Tabela 1: Características dos pacientes com DPOC e Asma

Total (n=14) DPOC (n=7) Asma (n=7)

Idade (anos) 74,2 ± 8,9 76,7±10,3 71,2±6,8 BDI 7,9 ± 3,0 7,3±3,9 8,6±1,9 MRC 1,6±0,8 1.8±0,9 1,4±0,8 AQ20 (%) 25,8±20,4 37,5±22,1 15,7±13,0 SF36- CF 76,9± 18,2 63,3±17,5 88,6±8,0 SF36- LAF 55,8± 41,0 29,2±24,6 78,6±39,3 SF36-Dor 70,2±26,8 77,3±28,2 64,1±26,0 SF36-EGS 83,0±11,3 75,0±8,1 90,0±8,8 SF36-V 59,3±18,3 56,8±26,8 61,4±8,0 SF36-AS 97,5±7,9 91,7±14,4 100,0±0,0 SF36-AE 90,0±31,6 75,0±50,0 100,0±0,0 SF36-SM 80,6±8,9 77,3±8,3 83,4±9,1 BDI= índice basal de dispneia; MRC= escala do Medical Research Council; AQ20=

questionário de vias aéreas 20; Short-form; SF-36-CF= Short-form capacidade funcional; SF-

36-LAF= Short-form limitação por aspectos físicos; SF-36- EGS= Short-form estado geral de

saúde; SF-36 -V= Short-form vitalidade; SF-36- As= Short-form aspectos sociais; SF-36 -AE=

Short-form aspectos emocionai; SF-36- SM= Short-form saúde mental.

Fonte:Elaborada pelas autoras, 2012.

Podemos constatar, de acordo com os resultados encontrados pelos

questionários BDI e MRC, que os pacientes com DPOC apresentam maior

intensidade de dispneia, que leva a uma limitação importante nas AVDs e

consequentemente na QV.

A tabela 2 mostra a comparação da QV por meio dos questionários

AQ20 e SF-36.

Tabela 2: Avaliação da Qualidade de Vida

DPOC (n=7) Asma (n=7) p

AQ20 37,5±22,1 15,7±13,0 0,049* SF36-CF 63,3±15,5 88,6±8,0 0,006* SF36- LAF 37,5±0,0 100,0±62,5 0,035* SF36-EGS 75,0±8,1 90,0±8,8 0,009* AQ20= questionário de vias aéreas 20; SF-36-CF= Short-form capacidade funcional; SF-36-

LAF= Short-form limitação por aspectos físicos; SF-36- EGS= Short-form estado geral de

saúde;. *p<0,05. Fonte:Elaborada pelas autoras, 2012.

De acordo com valores relacionados na tabela 2, podemos demonstrar

que os pacientes com DPOC possuem maior prejuízo na QV quando

32

46

comparados com os pacientes com Asma. Esses dados foram encontrados nos

valores do AQ20 e os domínios (CF, LAF e EGS) do SF-36. A análise dos

demais domínios não demonstrou significância estatística.

Tabela 3: Interferência da intensidade de dispnéia na qualidade de vida nos

pacientes com DPOC e Asma

SF36 (domínios)

Correlação com BDI

p Correlação com MRC

p

SF36-CF 0,34 0,244 -0,33 0,252 SF36- LAF 0,23 0,435 -0,75 0,002* SF36-Dor -0,34 0,236 -0,11 0,723 SF36-EGS 0,15 0,616 -0,61 0,025* SF36-V -0,22 0,447 -0,19 0,516 SF36-AS -0,47 0,148 -0,26 0,446 SF36-AE 0,29 0,384 -0,19 0,583 SF36-SM 0,04 0,878 -0,00 0,978 AQ20 -0,71 0,006* 0,49 0,087 AQ20= questionário de vias aéreas 20; SF-36-CF= Short-form capacidade funcional; SF-36-

LAF= Short-form limitação por aspectos físicos; SF-36-EGS= Short-form estado geral de saúde;

SF-36 -V= Short-form vitalidade; SF-36- As= Short-form aspectos sociais; SF-36-AE= Short-

form aspectos emocional; SF-36- SM= Short-form saúde mental. *p<0,05. Fonte: Elaborada

pelas autoras, 2012.

A intensidade de dispneia avaliada pelo MRC encontrou correlação

negativa com os domínios LAF, EGS do questionário SF-36, ou seja, quanto

maior a intensidade de dispneia, mais prejudicada é a QV dos pacientes com

DPOC e Asma.

2.6 Discussão

A importância deste estudo foi analisar a intensidade de dispneia,

através dos questionários BDI, MRC e a QV com o SF-36 e o AQ20.

Nas pneumopatias crônicas DPOC e Asma diversos fatores como a

dispneia e o descondicionamento físico podem interferir nas atividades de vida

diária (AVDs) e na qualidade de vida do indivíduo (FERREIRA, 2007).

A QV tem sido extensamente estudada por meio dos questionários de

qualidade de vida, entretanto existem poucos estudos na América Latina que

tenham avaliado com profundidade esse aspecto (CAMELIER, 2005).

33

46

Em nosso estudo, ao analisar o grau de obstrução brônquica com o

AQ20, principalmente no grupo de pacientes com DPOC, concluímos que, á

medida que a intensidade de dispneia aumenta, a QV encontra-se mais

prejudicada. Para Rodrigues (2003), a dispneia é o sintoma que mais limita

fisicamente os indivíduos portadores de DPOC.

Pacientes com limitação crônica do fluxo aéreo apresentam limitação da

capacidade física devido à anormalidade dos mecanismos ventilátorios, dos

músculos respiratórios, da troca de gás alveolar e da função cardiovascular

(MARCONDES, M; SUSTOVICH,D; RAMOS,O, C, 1979).

Em nosso estudo, os indivíduos portadores de DPOC apresentaram uma

correlação negativa do MRC com os domínios LAF, EGS do questionário SF-

36. Portanto pode-se constatar que os indivíduos portadores de DPOC

apresentaram maior acometimento, da QV comparados com indivíduos

asmáticos.

As repercussões negativas da Asma na QV estão relacionadas aos

sintomas da doença, aos efeitos colaterais das medicações e às limitações no

trabalho ou na prática de exercícios (SCANLAN; STOLLER; WILKINS, 2000).

Estudos realizados por Witek & Mahler (2003), mostraram que BDI / TDI

(Transition Dispnea Índex) são índices válidos para o uso em pesquisas

clínicas e apresentam capacidade para identificar diferenças clinicamente

importantes da dispneia. No presente estudo o grupo de pacientes com DPOC

apresentaram maior intensidade de dispneia, em relação ao grupo de pacientes

asmáticos, avaliados pelos questionários BDI e MRC.

Para Rodrigues (2003), o progressivo descondicionamento físico

associado à inatividade do início a um ciclo vicioso, em que a piora da dispneia

se associa a esforços físicos cada vez menores. Dados que justificam a

correlação negativa do MRC, com os domínios LAF, CF do SF-36.

Para Folgering ,H; Herwaorden, C. (1994), a limitação ao exercício

ocorre devido à limitação ventilatória que gera dispneia principalmente durante

o esforço físico, diminuindo consequentemente sua atividade diária, podendo

evoluir para o sedentarismo e o isolamento social, que pode resultar em um

alto grau de ansiedade e depressão com piora da QV.

Um estudo realizado por Gonzalez et. al (2005), demonstrou a

associação entre a intensidade de dispneia e o estado de saúde. As análises

34

46

de regressão mostram que a sensação de dispneia explica entre 25% e 54%

das variações dos escores de estado de saúde em pacientes com DPOC.

Esses dados corroboram com os resultados do presente estudo em relação ao

domínio EGS.

Estudos têm demonstrado que a dispneia constitui-se no principal fator

limitante da QV, relacionada à saúde de pacientes portadores de insuficiência

respiratória crônica, seja ela de cunho obstrutivo ou restritivo (MARTINEZ ;

PADUA,TERRA FILHO 2004).

O presente estudo demonstrou que o grupo de DPOC apresentou

limitações na QV, devido á maior intensidade de dispneia, quando comparada

ao grupo de Asma. Apesar de ser semelhante o mecanismo da obstrução do

fluxo aéreo na DPOC e na Asma, são distintas as características patológicas e

funcionais das doenças. Essas diferenças podem explicar o melhor prognóstico

em pacientes asmáticos em comparação com os portadores de DPOC

(FABBRI et. al 2003).

Apenas três estudos anteriores analisaram a contribuição da sensação

de dispneia para AQ20 (CAMELIER et.al ; 2005; HAJIRO, NISHIMURA,

JONES, 1999; SANCHEZ et.al, 2008). O AQ20 provou ser um instrumento com

poder discriminativo e de responsividade comparado com outros questionários

específicos (HAJIRO et. al 1999).

Através das correlações constatou-se que a capacidade funcional e o

estado geral de saúde são fatores relevantes que podem interferir na qualidade

de vida dos indivíduos com DPOC participantes do PRP.

Os resultados obtidos neste estudo corroboram com as achados na

literatura, demonstrando que a Asma possui um menor índice de dispneia e

uma melhor QV, visto que os sintomas da DPOC são progressivos e pioram

com a idade, enquanto os sintomas da Asma são episódicos e repetitivos com

o passar do tempo.

2.7 Conclusão

Por meio da análise dos resultados obtidos neste presente estudo, pode-

se concluir que a QV é influenciada diretamente pela intensidade de dispneia

em pacientes portadores de DPOC e Asma.

35

46

Mediante as correlações, com os domínios, estado geral de saúde e

limitação por aspectos físicos (SF-36), os pacientes com Asma apresentaram

um menor índice de intensidade de dispneia e uma melhor qualidade de vida

em relação aos pacientes com DPOC. A interferência direta da dispneia na

qualidade de vida também foi demostrada na análise do BDI com o

questionário AQ20.

Concluímos ainda que a DPOC é uma doença sistêmica que acarreta

maior intensidade de dispneia e consequentemente qualidade de vida mais

prejudicada, quando comparada com a Asma.

36

46

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42

46

43

46

APÊNDICE

44

46

Apêndice A- Termo de consentimento Livre e esclarecido

Avaliação da qualidade de vida e intensidade de dispneia em pneumopatas

crônicos participantes do programa de Reabilitação Pulmonar

O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade de vida e a intensidade da

dificuldade de respirar em indivíduos portadores de Asma e Doença Pulmonar

obstrutiva crônica (enfisema e bronquite crônica). Durante o estudo serão

realizados 4 questionários. O Índice basal de dispneia, que são três perguntas

que avaliam como a dificuldade de respirar interfere em atividades do dia-a-dia,

como tarefas domésticas, esforço com peso e atividades como andar no plano

e subir escadas. A Escala de Dispneia do Medical Research Council avalia a

falta de ar em atividades como a caminhada, natação ou atividade física. O

Questionário de vias aéreas 20 é composto de 20 perguntas, que servem para

avaliar o efeito da doença pulmonar na sua vida diária. O Questionário de

qualidade de vida SF-36, que são 12 perguntas, sobre sua saúde, suas

atividades diárias, relações com vizinhos, parentes e amigos .O Sr.(a) será

submetido às perguntas, durante o período da reabilitação pulmonar 7h30min

ás 9h. O estudo não modifica o tratamento que esteja recebendo, e as

informações serão mantidas em sigilo profissional. Você será esclarecido sobre

a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você será livre para recusar-se a

participar e retirar seu consentimento ou interromper a sua participação a

qualquer momento. Sua participação é voluntária e a recusa em participar não

irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.

Eu________________________________________________________

portador do documento de identificação Nº___________________Li e

concordo em participar do estudo.

_______________________________________

Assinatura do Paciente

47 45

46

Pesquisadores: Giseli Domingues Cordeiro

Avenida: Cunha Cintra, 1139- Centro. Penápolis

Fone: (18) 9138-5048

Kathleen Julia Silva

Avenida: Ademar de Barros, 504- Centro. Promissão

Fone: (14)91122-3205

Orientadora Profª Dr. Márcia Maria Faganello Mitsuya

Rua: Dom Bosco, 265 – Vila Alta. Lins

Fone: (14)3533-6000

46

46

ANEXO

47

46

ANEXO 1- Índice de dispneia basal de Mahler- BDI

1.INCAPACIDADE FUNCIONAL (__) Grau 4 Nenhuma incapacidade: Capaz de realizar atividades (do cotidiano) e ocupação sem falta de ar (__) Grau 3 Incapacidade discreta: Prejuízo em pelo menos uma atividade mas nenhuma atividade completamente abandonada. Redução das atividades no trabalho ou nas atividades usuais do cotidiano que parece leve ou não claramente causada pela falta de ar.

(__)Grau 2 Incapacidade moderada: O paciente trocou atividades do trabalho eou abandonou a maioria ou todas as atividades do cotidiano pela falta de ar. (__)Grau 1 Incapacidade acentuada: Paciente incapaz de trabalhar e/ou abandonou a maioria ou todas as atividades costumeiras pela falta de ar. (__)Grau 0 Incapacidade muito acentuada. Incapaz de trabalhar e abandonou a maioria ou todas as atividades habituais pela falta de ar. (__)W Quantidade incerta:O paciente tem incapacidade devido á dispneia, mas a intensidade não pode ser especificada, os detalhes disponíveis não são suficientes para que a incapacidade seja categorizada. (__) X Desconhecida:Informação não disponível sobre dispneia e incapacidade (__) Y Incapacidade por outras razões Por exemplo: problemas neuromusculares ou dor torácica. 2.MAGNITUDE DA TAREFA (__)Grau 4 Extraordinária: Tem falta de ar apenas com atividades extraordinárias, tais como carregar cargas muito pesadas no plano, cargas mais leves ao subir ladeiras, escadas ou correndo. Nenhum falta de ar com tarefas ordinárias. (__)Grau 3 Maior: Tem falta de ar com atividades tais como subindo ladeira forte, mais de 3 lances de escadas, ou carregando carga no plano. (__)Grau 2 Moderada: Tem falta de ar com atividades moderadas tais como subir uma ladeira suave, menos de três lances de escadas ou carregando uma carga leve no plano. (__)Grau 1 Leve: tem falta de ar com atividades leves tais como andando no plano, tomando banho, permanecendo em pé ou fazendo compra. (__)Grau 0 Nenhuma tarefa: Falta de ar em repouso, enquanto sentado ou deitado. (__)W Quantidade incerta: a capacidade de o paciente realizar tarefa esta prejudicada devido à dispneia, mais a intensidade não pode ser especificada. Os detalhes não são suficientes para a incapacidade ser categorizada. (__)X Desconhecida: ausência da informação disponível relacionada à intensidade da tarefa. (__)Y Incapacidade por outras razões: Por exemplo: doenças neuromusculares ou dor torácica. 3.MAGNITUDE DO ESFORÇO (__)Grau 4 Extraordinário:Tem falta de ar com o maior esforço imaginável. Sem falta de ar com esforços ordinários. (__)Grau 3 Maior: Tem falta de ar com esforço distintamente submáximo, mais de proporção maior. Tarefas realizadas sem pausa a menos que requeiram esforço extraordinários (__)Grau 2 Moderado: tem falta de ar com esforço moderado. Tarefas realizadas com pausa ocasionais e precisando de mais tempo do que as pessoas normais. (__)Grau 1 Leve: Tem falta de ar com pouco esforço. Tarefas realizadas com muito esforço ou tarefas mais difíceis realizadas com pausa frequentes, requerendo um tempo de 50 a 100% maior que uma pessoa média. (__)Grau 0 Nenhum esforço: Falta de ar em repouso, enquanto sentado ou deitado. (__)W Quantidade incerta: A capacidade de se exercitar do paciente está prejudicada devido à dispneia, mas a intensidade de esforço não pode ser especificada. (__)X Desconhecida: Ausência de informação disponível relacionada à intensidade do esforço. (__)Y Incapacidade por outras razões : Por exemplo: doenças neuromusculares ou dor torácica.

48

46

ANEXO 2- Escala do Medical Research Council- MRC

Escala de dispneia MRC Classificação Características

Grau I Falta de ar surge quando realiza atividade física intensa (correr,

nadar, praticar esporte).

Grau II Falta de ar surge quando caminha de maneira apressada no

plano ou quando sobe morro.

Grau III Anda mais devagar do que pessoas da mesma idade devido à

falta de ar.; ou quando caminha no plano, no próprio passo, tem

que parar para respirar.

Grau IV Após andar alguns metros ou alguns minutos no plano, tem que

parar para respirar.

Grau V Falta de ar impede que saia de sua casa ou surge falta de ar

quando troca de roupa.

Fonte: CURLEY F, J. 1997.

49

46

ANEXO 3- Questionário de Vias aéreas 20- AQ20

Questionário de vias aéreas 20 (AQ20)

As seguintes questões dizem respeito ao efeito da sua doença pulmonar na sua vida diária. Por favor, responda Sim, Não ou Não se aplica para cada item. Não deixe respostas em branco.

Pergunta Sim Não Não se

aplica

01. Você tem crises de tosse durante o dia?

02. Você frequentemente se sente cansado devido a sua doença pulmonar?

03. Você sente falta de ar ao cuidar do jardim devido a sua doença pulmonar?

04. Você se preocuparia em ir à casa de um amigo se lá existisse algo que pudesse causar uma crise de sintomas pulmonares?

05. Você tem sintomas pulmonares quando fica exposto a cheiros fortes, fumaça de cigarro ou perfume?

06. O(a) seu(sua) companheiro(a) fica incomodado(a) com a sua doença pulmonar?

07. Você fica com falta de ar enquanto tenta dormir?

08. Você fica preocupado com os efeitos a longo prazo na sua saúde causados pelos medicamentos que você tem que tomar por causa da sua doença pulmonar?

09. Os seus sintomas pulmonares pioram quando você fica aborrecido?

10. Existem momentos em que você tem dificuldade de andar pela casa devido a sua doença pulmonar?

11. Você sente falta de ar para as suas atividades durante o trabalho devido aos seus problemas pulmonares?

12. Você sente falta de ar para subir escadas devido a sua doença pulmonar?

13. Devido a sua doença pulmonar você sente falta de ar para realizar as tarefas domésticas?

14. Devido a sua doença pulmonar você tem que voltar para casa mais cedo do que as outras pessoas após um programa noturno?

15. Você tem falta de ar quando está rindo devido a sua doença pulmonar?

16. Você frequentemente se sente impaciente devido a sua doença pulmonar?

17. Devido a sua doença pulmonar você sente que não consegue aproveitar totalmente a sua vida?

18. Devido a sua doença pulmonar você se sente muito enfraquecido após um resfriado?

19. Você tem a sensação constante de um peso no tórax?

20. Você se preocupa muito com a sua doença

pulmonar?

50

46

ANEXO 4- Questionário de qualidade de vida- SF36

Paciente: Idade: Sexo:( )Feminino ( )Masculino Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz em suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em responder, tente fazer o melhor que puder. [Domínio 1 : Capacidade Funcional] 1. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldades para fazer essas atividades? Nesse caso, quanto?

Atividades Sim, dificulta muito

Sim, dificulta pouco

Não, não dificulta de modo algum

A. Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar de esportes árduos...

1 2 3

B. atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa...

1 2 3

C. levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

D. subir vários lances de escada 1 2 3

E. subir um lance de escada 1 2 3

F. curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

G. andar mais que um quilômetro 1 2 3

H. andar vários quarteirões 1 2 3

I. Andar um quarteirão 1 2 3

J. tomar banho ou vestir-se 1 2 3

[Domínio 2 : Limitação por aspectos físicos] 2. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como consequência de sua saúde física?

Sim Não

A. Você diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

B.Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

C.Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades?

1 2

D. Teve dificuldades de fazer seu trabalho ou outras atividades?p.ex. necessitou de um esforço extra)

1 2

51

46

[Domínio 3 : Dor] 3. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas?

Nenhuma(1) muito leve(2) leve(3) moderada ( 4 ) grave(5) muito grave(6) 4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu em seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro e fora de casa) ? De maneira alguma (1) um pouco(2) moderadamente(3) bastante(4) extremamente (5) [Domínio 4 : Estado Geral de Saúde] 5. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Definitivamente Verdadeiro

A maioria das vezes verdadeiro

Não sei

A maioria das vezes falsa

Definitivamente falsa

A. Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas.

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B.Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço

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C.Eu acho que minha saúde vai piorar

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D.Minha saúde é excelente

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6. Em geral você diria que a sua Saúde é:

Excelente (1) Muito boa (2) boa(3) ruim(4) muito ruim(5)

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[Domínio 5 : Vitalidade] 7. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com

você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente. Todo

tempo A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

A.Quanto tempo você tem se sentido cheio de vigor, de vontade e de força?

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B. Quanto tempo você tem se sentido com muita alegria ?

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C. Quanto tempo você tem se sentido esgotado?

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D.Quanto tempo você tem se sentido cansado?

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[Domínio 6 : Aspectos Sociais] 8. Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram em suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc) ? Todo o tempo (1) a maior parte do tempo (2) alguma parte do tempo (3) uma pequena parte do tempo (4) nenhuma parte do tempo (5) 9. Durante as últimas semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, vizinhos, amigos ou grupos? De forma nenhuma (1) ligeiramente(2) moderadamente(3) bastante(4) Extremamente (5)

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[Domínio 7: Aspectos emocionais]

10. Durante as ultimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de algum problema emocional ( como sentir-se deprimido ou ansioso) ?

SIM NÃO

a.Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

b.Realizou menos tarefas do que gostaria?

Não trabalhou ou não fez qualquer atividade com tanto cuidado como geralmente faz?

[Domínio 8 : Saúde Mental] 11. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente.

Todo tempo

A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

A.Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

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B. Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo ?

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C. Quanto tempo você tem se sentido calmo e tranquilo?

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D.Quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido?

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E.Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz ?

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12. Comparada a um ano atrás, como você classificaria a sua saúde geral,

agora? Muito melhor agora(1) um pouco melhor agora(2) quase a mesma(3) um pouco pior agora(4) muito pior agora(5)

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