34- laserterapia de baixa intensidade

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Laserterapia de baixa intensidade ( LASER ) HISTÓRICO: 1917: bases teóricas demonstradas por Einstein. 1960: Theodore H. Maiman- 1 o - emissor laser de rubi. 1961: 1 a - cirurgia laser em NY, p/ tumor na retina. 1962: 1 o - laser semicondutor. 1965: Sinclair e Knoll adaptaram a radiação laser à prática terapêutica. BASES FÍSICAS DA RADIAÇÃO LASER: Raio laser é uma onda eletromagnética visível ou não, de acordo com o se comprimento de onda. LASER: LIGHT AMPLIFICATION BY STIMULATED EMISSION OF RADIATION ( Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação ).

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Laserterapia de baixa intensidade

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Page 1: 34- Laserterapia de Baixa Intensidade

Laserterapia de baixa intensidade ( LASER )

  HISTÓRICO:

1917: bases teóricas demonstradas por Einstein.1960: Theodore H. Maiman- 1o- emissor laser de rubi.1961: 1a- cirurgia laser em NY, p/ tumor na retina.1962: 1o- laser semicondutor.1965: Sinclair e Knoll adaptaram a radiação laser à prática terapêutica.

 

 BASES FÍSICAS DA RADIAÇÃO LASER: 

Raio laser é uma onda eletromagnética visível ou não, de acordo com o  se comprimento de onda.

LASER: LIGHT AMPLIFICATION BY STIMULATED EMISSION OF RADIATION

( Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação ).

 

 

 

 

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Ø  AMPLIFICAÇÃO DA LUZ: Alta concentração de energia que aporta conseqüente do grande número de fótons dos quais é constituído.

EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO: Emissão de luz a partir da estimulação da matéria através de fornecimento de energia aos átomos.

Sendo a radiação laser um conjunto de ondas eletromagnéticas, e por isso composta por fótons que transportam energia, na realidade quando se aplica radiação laser a qualquer superfície, se está aplicando energia, e esta energia irá efetuar um certo “trabalho”, dependendo da potência. Tal fato determina a divisão da utilização terapêutica do laser em 2 grupos: alta potência e baixa potência.

 

TIPOS DE LASER :  

POWER LASER : Laser de alta potência e com potencial destrutivo. Por ex. o laser de CO2, Argônio e outros ( lasers cirúrgicos ).

MIDI LASER : Laser de potência média, sem potencial destrutivo. Ex.: laser de Arsenieto de gálio       ( As-Ga ).

SOFT LASER : Laser de potência baixa, sem potencial destrutivo. Ex.: laser de Hélio-neônio ( He-Ne).

OBS.: Em fisioterapia utilizamos o midi e o soft laser, sem potencial destrutivo.

 

TIPOS DE LASER EM FISIOTERAPIA 

São aqueles com potência inferior a 1 W, considerado o limite de potência para ter ou não potencial destrutivo. Basicamente são:

A-    Laser de Hélio-neônio ( He-Ne )B-    Laser de Arsenieto de Gálio ( As-Ga ).

 

 LASER DE HELIO-NEÔNIO : 

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Obtido a partir da estimulação de gases como o hélio e o neônio , na proporção de 9:1. Possibilita radiação visível, com comprimento de onda de 632,8 nm ( cor vermelha visível ). Tem grande poder terapêutico tanto em lesões superficiais como nas profundas, porém se comparado ao As-Ga, apresenta maior destaque nas lesões superficiais, como nas lesões dermatológicas, estéticas ou em processos de cicatrização.

 

Formas de aplicação:

Por pontos : Irradiação de vários pontos, até que toda área seja irradiada, normalmente a uma distancia de 1 cm um do outro.

Por zona : Aplicação de uma só vez de uma área maior que 1 ponto, com utilização de fibra ótica e lentes divergentes.

Por varredura :  Aplicação com movimentos em forma de pincel.

 

LASER DE ARSENIETO DE GÁLIO :

É obtido a partir da estimulação de um diodo semicondutor, formado por cristais de arsenieto de gálio. Também é chamado de laser semicondutor . A sua emissão é pulsada. O comprimento de onda é de 904 nm e a cor é infra vermelha (invisível). O laser de As-Ga destaca-se nas aplicações em lesões profundas, do tipo articular, muscular, etc.. normalmente utilizamos apenas a aplicação por pontos.

 

 MECANISMOS DE AÇÃO E EFEITOS DA RADIAÇÃO LASER:

 

 TEORIA DO BIOPLASMA :

Experimentos mostram a existência de relacionamento eletromagnética entre as células do corpo humano. Foram feitos estudos de reações de duas colônias de células. Uma foi estimulada a entrar em mitose. A 2a- não foi estimulada e inesperadamente também reagiu ao estímulo e passou a se multiplicar. Levantou-se a hipótese e constatou-se, haver intercâmbio energético entre as células, a partir de radiações eletromagnéticas extremamente débeis, situadas na faixa que vai do IV ao UV. A partir disto houve a inferência sobre a existência deste inter-relacionamento entre as células do organismo humano. Este contingente energético, que coexiste com o contingente físico das pessoas, chama-se bioplasma. O bioplasma é suscetível de interferência a partir de alterações no físico das pessoas; assim alterações no campo energético geram alterações no contingente físico. Com isso, a partir da normalização energética do bioplasma , que pode ser obtida a partir da radiação laser, cessariam as alterações no contingente físico.

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 PENETRAÇÃO E ABSORÇÃO DA RADIAÇÃO LASER :

Pode interferir, as diferenças individuais, regiões específicas do corpo, detalhes relativos à forma de aplicação. De um modo geral, a quantidade de radiação absorvida depende, em parte, da quantidade e distribuição de estruturas absorventes       ( pigmentos ). Num mesmo indivíduo, a quantidade de radiação absorvida pode variar de acordo  com a região do corpo a ser irradiada. Por ex., um indivíduo negro, absorverá maior quantidade de radiação que um indivíduo branco, em função da maior quantidade de pigmentos existentes.

Quando da aplicação de radiação laser sobre o corpo, ocorrem os seguintes fenômenos :

ReflexãoTransmissão pelas camadas da peleDifusãoAbsorção

Obs: Para melhor absorção, a incidência da radiação deve ser sempre perpendicular, para diminuir a reflexão. Devemos limpar a região a ser irradiada para evitar barreiras mecânicas. ( ver figura 5.1 )

Parece difícil que a rad. laser tenha a capacidade de ultrapassar a camada muscular, uma vez que este tecido é extremamente denso e que dificulta a passagem da radiação. Acredita-se porém que a ação ocorra a nível superficial, mas as conseqüências ( efeitos ), sejam percebidos a níveis mais profundos           ( ver figuras 5.3).

 

 

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 AÇÃO E EFEITOS DA RADIAÇÃO LASER :

            A  ação da radiação laser, constitui-se basicamente na incorporação do aporte energético contido no feixe.

 

EFEITOS PRIMÁRIOS : 

BioquímicosBioelétricos

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Bioenergético

 

 EFEITO BIOQUÍMICO :  

Ocorre liberação de substancias como a histamina, serotonina e bradicinina pré-formadas. Ocorre também o aumento da “lise” de fibrina ( efeito fibrinolítico ). Alguns investigadores tem provado que a radiação laser exerce estímulo na produção de ATP no interior das células, originando e provocando a aceleração da mitose. ( fig. 5.2 )

 

 

 

 

 

-

 

 

( figura 5.2 )

 

 EFEITO BIOELÉTRICO :  

As células tem o interior eletricamente negativo em relação ao exterior. Essa diferença de potencial deve-se à existência de diferentes concentrações de íons positivo e negativo, dentro e fora das células. Existe uma tendência natural à neutralidade por difusão, que só não se completa devido ao mecanismo de ‘bomba de sódio e potássio”. Essa  bomba de sódio e potássio trabalha constantemente contra os gradientes elétricos e de concentrações existentes e consome energia advinda do ATP. A radiação laser aumenta a produção de ATP e aumenta a eficiência da bomba e Na e K, mantendo a diferença de potencial entre o interior  e o exterior, com eficiência. O efeito bioelétrico se resume à ‘manutenção do potencial de membrana”.

 

 EFEITO BIOENERGÉTICO :

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Este efeito diz respeito à normalização energética que a rad. laser proporciona ao bioplasma           ( Teoria do Bioplasma ).

 

 EFEITOS SECUNDÁRIOS : 

Estímulo à microcirculação e ao trofismo celular.

 

ESTÍMULO À MICROCIRCULAÇÃO :   

Provavelmente por ação da histamina liberada por ação da rad. Laser, ocorre paralisação dos esfíncteres pré-capilares e como conseqüência, o fluxo local é aumentado. Este efeito não é decorrente de aumento de calor local. O laser de baixa potência é acalórica, não proporcionando, aparentemente, a dilatação de artérias, nem o aumento de permeabilidade de vênulas, como ocorre na administração de calor. Este fato proporciona condições de uso do laser em alguns quadros onde a administração de calor é contra indicada.

 

ESTÍMULO AO TROFISMO CELULAR : 

Com o aumento da produção de ATP, a velocidade mitótica é aumentada, o que proporciona, em escala tecidual, aumento na velocidade de cicatrização e melhor trofismo dos tecidos.

 

 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA RADIAÇÃO LASER :

 

Efeito analgésicoEfeito anti-inflamatórioEfeito anti-edematosoEfeito cicatrizante.

 

EFEITO ANALGÉSICO : 

Explica-se pelo efeito anti-inflamatório, que por sí só já reduz a dor. Pressupõe-se também na interferência da transmissão do estímulo nervoso ( por ação na manutenção do potencial de membrana; a mensagem elétrica constituí-se numa despolarização; o processo de inversão da polaridade seria dificultado. Demonstrou-se estímulo à liberação de b-endorfinas.

 

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 EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO :

A partir de qualquer lesão tecidual, são liberadas substancias, principalmente histamina e bradicinina, que são potencializados pelas prostaglandinas. Ocorre , entre outros fenômenos, a sensibilização dos receptores dolorosos, aumento de permeabilidade de vênulas e dilatação de artérias e arteríolas. A conseqüência da permeabilidade venular é o extravasamento de plasma e formação do edema. O efeito anti-inflamatório da rad. laser se justifica por:

- Interferência na síntese de prostaglandinas, com redução nas alterações proporcionadas pela inflamação. ( A inibição de prostaglandinas é o mecanismo de ação de muitos anti-inflamatórios não hormonais existentes ).

-  Estímulo à microcirculação, com eficiente aporte de elementos nutricionais e defensivos, favorecendo a sua resolução, além de resolução da congestão causada pelo extravasamento de plasma.

 

 EFEITO ANTIEDEMATOSO : 

Por estímulo à microcirculação e ação fibrinolítica, proporcionando resolução efetiva do isolamento decorrente da coagulação do plasma ( edema duro ).

 

 EFEITO CICATRIZANTE :  

É um dos que mais se destaca, por incremento à produção de ATP e aumento na velocidade mitótica, estímulo à microcirculação e formação de novos vasos.

 

 DOSIMETRIA LASER :

Na laserterapia a unidade posológica é a densidade energética, ou seja, a quantidade de energia por área, medida em joules/cm2.

 

 O TEMPO DE APLICAÇÃO : 

Para uma certa quantidade de energia numa determinada área, é inversamente proporcional à potência da emissão.

 

 FÓRMULA PARA CÁLCULO DO TEMPO DE APLICAÇÃO : 

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Devemos saber:

 

Qual a dose ( J/cm2 ) desejamos aplicarA potência de emissão utilizadaO tamanho da área a ser  irradiada

A potência de emissão é fornecida pelo fabricante do aparelho. Portanto :

T (s) = Dose ( J/cm2 ) X Área ( cm2 )  /  Potência ( w )

1- Para o laser de As-Ga, a emissão é pulsada, e para efeito de cálculo, consideramos a potência média e não a de pico:

Pm ( w ) = Pp ( w ) X Ti ( s ) X f ( Hz )

Pm = Potência média ( w )

Pp = Potência de pico ( w )

Ti = Tempo de duração do pulso laser ( s ) normalmente = 200 ns ou 0,0000002 s.

2-  Alguns aparelhos possuem controladores de tempo que regulam a emissão em Joules/cm2 . isto é válido para aplicações puntuais, mas não eficaz para aplicação por zona ou varredura ( devemos usar a posição “free” ).

 

PARÂMETROS DE DOSAGEM :

O que existe são critérios que, se não totalmente corretos, proporcionam no mínimo, um ponto de partida.

Efeito analgésico: 2 a 4 j/cm2Efeito anti-inflamatório : 1 a 3 j/cm2Efeito cicatrizante : 3 a 6 j/cm2Efeito circulatório : 1 a 3 j/cm2

Nos processo inflamatórios:

Agudos  : dose baixa ( 1 a 3 j/cm2 )Subagudos : dose média ( 3 a 4 j/cm2 )Crônicos : dose alta ( 5 a 7 j/cm2 ).

 

 NÚMERO DE SESSÕES E ESQUEMA DE TRATAMENTO:

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É de se esperar que até a 5a- ou 6a- aplicação, pelo menos resultados parciais sejam percebidos; caso isto não ocorra, sugere-se que a terapia por laser seja substituída por outro recurso fisioterápico.

Pode ocorrer exacerbação dos sintomas com posterior remissão rápida, efetiva e duradoura do quadro. Todo profissional deve avaliar a relação risco/benefício para cada caso em particular e decidir pela alteração ou não do esquema de tratamento.

O número máximo de sessões pode chegar a 15 ou 20 ou mais; se não houver razão específica para a interrupção e não sendo obtido resultados plenamente satisfatórios, não há contra indicação para a continuidade do tratamento. Sugere-se entretanto, intercalar pequenos períodos sem aplicação. Por ex., em tratamentos de úlceras varicosas que demoram de 3 a 4 meses para total cicatrização, seja intercalado período de 10 dias sem aplicação a cada 10 sessões, o que normalmente seria feito em dias alternados.

 

 CUIDADOS , PRECAUÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES :

Ao contrário do que se pensava, a radiação laser de baixa potência não pode ser considerado um recurso inofensivo.

 

CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS :

Irradiação sobre massas neoplásicas ou pacientes portadores de neoplasias.

Irradiação direta sobre a retina

Irradiação sobre focos de infecção bacteriana, principalmente agudos, sem o devido tratamento/acompanhamento antibioticoterápico.

 

CUIDADOS E PRECAUÇÕES :

- Não irradiar em homens, na região próxima às gônodas.

- Irradiação sobre glândulas hipo ou hiperfuncionantes, pode proporcionar reações desconhecidas e possivelmente perigosas.

- Pacientes submetidos a tratamentos com esteróides devem evitar o tratamento com laser. Há desconhecimento sobre possíveis efeitos secundários.

- Pacientes epilépticos ou cardiopatas podem apresentar reações do tipo arritmias ou vômitos.

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- É desaconselhável o tratamento de pacientes em uso de drogas fotossensibilizantes, por ex. a coumarina ( usada em problemas vasculares ), o clorafenicol, sulfas, dentre outros. Poderá ocasionar dor intensa na região a ser irradiada.

- A aplicação na mama deverá ser precedida de exames que comprove a ausência de nódulos.

- Terapeuta e paciente deverão estar usando óculos próprios e específicos para cada tipo de radiação.

 

BIBLIOGRAFIA:

- Josep Colls Cruañes. “La Terapia láser, hoy”. Centro Documentación láser de Meditec, S.A.. Barcelona, 1984.

- Marcos Cesar Veçoso. “Laser em Fisioterapia”. Editora Lovise Científica. São Paulo, 1993.

- Carmen Herrero. “La prática aplicada en la terapéutica láser”. Centro Documentación láser. Barcelona,1986.

- Arthur C. Guyton. “fisiologia Humana”. Ed. Interamericana. RJ,1974.