medição e avaliação dos esforços no processo de furação

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O processo de furação é um dos processos mais largamente aplicados à industrias automotivas, aeroespaciais, de moldes e matrizes, entre outras. Dentre os principais critérios de fim de vida da ferramenta, a força de avanço gerada no processo tem grande influência sobre falhas ou desgaste de ferramental, geração de calor, qualidade superficial da peça e precisão dimensional. Monitor: Fernando Moreira Bordin Orientadores: Prof. Dr. Eng. Mec. Rodrigo Panosso Zeilmann e Prof. Dr. Eng. Mec. Eduardo Nabinger Projeto: Usinagem Dura - Randon Financiadores: Randon S/A. MEDI MEDI Ç Ç ÃO E AVALIA ÃO E AVALIA Ç Ç ÃO DOS ESFOR ÃO DOS ESFOR Ç Ç OS NO PROCESSO DE FURA OS NO PROCESSO DE FURA Ç Ç ÃO ÃO Furação é um dos processos de usinagem mais comuns nas indústrias automotivas, aeroespaciais, moldes e matrizes, entre outros. Dentre os possíveis critérios de fim de vida, a força de avanço gerada durante a usinagem tem influência direta com a geração de calor, falha ou desgaste das ferramentas, qualidade das superfícies usinadas e precisão da peça. Durante a furação, a severidade sofrida por todo conjunto da ferramenta, a interface da ferramenta com a peça, diferenças de velocidades, causadas por particularidades do processo, podem ocasionar perda da geometria de corte, alterando assim os esforços. A severidade do corte a seco, causado pelo aumento do atrito na interface peça ferramenta pode, de acordo com as condições, reduzir a resistência mecânica do material, reduzindo as forças envolvidas no processo. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo estudar um sistema de medição do esforço axial, utilizando-o para a monitoração da força de avanço atuante no processo de furação, a fim de observar o comportamento dessa força em decorrência do tempo e da condição de furação. Usinagem Condições de usinagem WEBBER, A. L., Dispositivo para medição simultânea de compressão e torque, Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 1997. Ferramenta de corte BOLSA EMPRESA BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA INTRODU INTRODU Ç Ç ÃO ÃO CONCLUSÕES CONCLUSÕES OBJETIVO OBJETIVO RESULTADOS RESULTADOS METODOLOGIA METODOLOGIA A usinagem consiste em dar forma, acabamento e dimensões, com o uso de ferramentas de diversos tipos de geometrias. Os esforços encontrados na usinagem, estão diretamente ligados à: Máquina-ferramenta Peça Ferr amenta Furação A força de usinagem F u , encontrada no processo de furação, pode ser decomposta em 3 principais forças: Força de avanço (F f ), Força de corte (F c ) e Força passiva (F p ). Diâmetro da broca Distância do ponto de atuação da força ao eixo da broca d r Em termos de esforço, a região mais critica da broca é a região do gume transversal. Isso se deve ao fato que essa região, tem, teoricamente, velocidade de corte igual a zero, ou seja, não há corte realizado pelo gume transversal, somente estando GUS/UCS Geometria da ferramenta. Parâmetros de corte. Condições de usinagem. O objetivo deste trabalho é estudar sistemas de medição do esforço axial, utilizando-o para a monitoração da força de avanço no processo de furação, a fim de observar o comportamento dessa força de acordo com as condições do processo. O processo ocorreu conforme as seguintes condições: Ensaio Experimental A base do ensaio experimental foi o monitoramento da força de avanço, ao longo do tempo de usinagem, utilizando de ferramentas de instrumentação, aquisição e transporte de sinais. Furação a seco. Com e sem ciclo intermitente. Furo não passante, com uma profundidade (l/d) de 2 x d. Relação comprimento diâmetro (l/d) = 10 x d Parâmetros de corte Velocidade de Corte v c [m/min] Avanço f z [mm] Incremento i [mm] 20 0,03 1,5 Broca de aço-rápido (HSS) Lean B2, com diâmetro de 6 mm, norma DIN 338. GUS/UCS 10 mm Equipamentos Célula de carga com capacidade de medição de esforços no sentido axial, sendo, no caso do ensaio, a força de avanço. Condicionador A/D da marca National Instruments, utilizado para obtenção e transporte do sinal. Para transformação e digitalização do sinal obtido no condicionador, foi utilizado o software Labview 8.2. Corpo-de-prova O corpo de prova utilizado nos ensaios foi de aço AISI/SAE 1045, com uma dureza entre 18-22 HRc, fixado a um ângulo de em relação a mesa da máquina, preso à célula de carga. Foram realizados 6 furos no corpo de prova, sendo medido simultaneamente com a furação, a força de avanço. Estes 6 furos foram subdividos em: 3 furos sem ciclo intermitente e 3 furos com. Os gráficos a seguir mostram o comportamento da força de avanço ao longo do tempo de usinagem. Sem ciclo intermitente. Com ciclo intermitente. O sistema de monitoramento da força de avanço conforme o decorrer do tempo de corte registrou corretamente os esforços envolvidos durante a furação, estando validado. A máxima força de avanço registrada durante o processo de furação, tanto para a condição com utilização de ciclo intermitente e sem a utilização desse, foi de aproximadamente 800 N. O sistema possui ruídos, alguns identificados como frequências provenientes da rotação do eixo da máquina, mas foram desconsiderados nesses ensaios. GUS/UCS WYATT, J.E., TRMAL. G.J., Machinability: employing a Drilling Experiment as a Teaching Tool, Journal of Industrial Technology, vol 22, n. 1, pp. 1-12, 2006. FERNANDES, M., COOK, C., Drilling of carbon composites using a one shot drill bit. Part I: Five stage representation of drilling and factors affecting maximum force and torque, Machine Tools & Manufacture, n. 46, pp. 70-75, 2006. envolvido no deslocamento / extrusão do material perfurado, empurrando-o para a região do gume principal, aonde possa ser cortado. GUS/UCS STEMMER, C. E., Ferramentas de corte. 6.ed. Florianópolis: UFSC, 2005. 2 v. Há uma notável diferença entre as duas condições. No corte intermitente, devido ao recuo da ferramenta, há a interrupção do contato entre a peça e a ferramenta, reduzindo o esforço a 0. Contudo, mesmo com as diferenças, a máxima força medida foi de 800 N para ambas condições. Broca com vista do gume transversal MANUAL SKF (1987) 30 – 40 % - Gume principal 60 – 70 % - Gume transversal 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 0 5 10 15 Tempo t c (s) Força de avanço F f (N) Tempo t c (s) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 0 1 2 3 4 5 6 7 Força de avanço F f (N) randon.com.br Financiador Apoio blaser.com Realização [email protected] [email protected] (54) 3218 2168 Contato F p2 F f2 F p1 F f1 KÖNIG (1997) F p2 F c2 F c1 F p1 2*r

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Page 1: medição e avaliação dos esforços no processo de furação

O processo de furação é um dos processos mais largamente

aplicados à industrias automotivas, aeroespaciais, de moldes e

matrizes, entre outras. Dentre os principais critérios de fim de

vida da ferramenta, a força de avanço gerada no processo tem

grande influência sobre falhas ou desgaste de ferramental,

geração de calor, qualidade superficial da peça e precisão

dimensional.

Monitor: Fernando Moreira Bordin

Orientadores: Prof. Dr. Eng. Mec. Rodrigo Panosso Zeilmann e Prof. Dr. Eng. Mec. Eduardo Nabinger

Projeto: Usinagem Dura - Randon

Financiadores: Randon S/A.

MEDIMEDIÇÇÃO E AVALIAÃO E AVALIAÇÇÃO DOS ESFORÃO DOS ESFORÇÇOS NO PROCESSO DE FURAOS NO PROCESSO DE FURAÇÇÃOÃO

Furação é um dos processos de usinagem mais comuns nas indústrias automotivas, aeroespaciais, moldes e matrizes, entre outros. Dentre os possíveis critérios de fim de vida, a força de avanço gerada durante a usinagem tem influência direta com a geração de calor, falha ou desgaste das ferramentas, qualidade das superfícies usinadas e precisão da peça. Durante a furação, a severidade sofrida por todo conjunto da ferramenta, a interface da ferramenta com a peça, diferenças de velocidades, causadas por particularidades do processo, podem ocasionar perda da geometria de corte, alterando assim os esforços. A severidade do corte a seco, causado pelo aumento do atrito na interface peça ferramenta pode, de acordo com as condições, reduzir a resistência mecânica do material, reduzindo as forças envolvidas no processo. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo estudar um sistema de medição do esforço axial, utilizando-o para a monitoração da força de avanço atuante no processo de furação, a fim de observar o comportamento dessa força em decorrência do tempo e da condição de furação.

Usinagem

Condições de usinagem

WEBBER, A. L., Dispositivo para medição simultânea de compressão e torque, Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 1997.

Ferramenta de corte

BOLSA EMPRESA

BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

INTRODUINTRODUÇÇÃOÃO

CONCLUSÕESCONCLUSÕES

OBJETIVOOBJETIVO RESULTADOSRESULTADOS

METODOLOGIAMETODOLOGIA

A usinagem consiste em dar forma, acabamento e

dimensões, com o uso de ferramentas de diversos tipos de

geometrias. Os esforços encontrados na usinagem, estão

diretamente ligados à:

Máquina-ferramenta

Peça

Ferramenta

Furação

A força de usinagem Fu, encontrada no processo de furação,

pode ser decomposta em 3 principais forças: Força de avanço

(Ff), Força de corte (Fc) e Força passiva (Fp).

Diâmetro da broca

Distância do ponto de

atuação da força ao

eixo da broca

d

r

Em termos de esforço, a região mais

critica da broca é a região do gume

transversal. Isso se deve ao fato que

essa região, tem, teoricamente,

velocidade de corte igual a zero, ou

seja, não há corte realizado pelo gume

transversal, somente estando

GUS/UCS

Geometria da ferramenta.

Parâmetros de corte.

Condições de usinagem.

O objetivo deste trabalho é estudar sistemas de medição do

esforço axial, utilizando-o para a monitoração da força de

avanço no processo de furação, a fim de observar o

comportamento dessa força de acordo com as condições do

processo.

O processo ocorreu conforme as seguintes condições:

Ensaio Experimental

A base do ensaio experimental foi o monitoramento da força

de avanço, ao longo do tempo de usinagem, utilizando de

ferramentas de instrumentação, aquisição e transporte de sinais.

Furação a seco.

Com e sem ciclo intermitente.

Furo não passante, com uma profundidade (l/d) de 2 x d.

Relação comprimento diâmetro (l/d) = 10 x d

Parâmetros de corte

Velocidade de Corte vc [m/min]

Avanço fz [mm]Incremento i

[mm]

20 0,03 1,5

Broca de aço-rápido (HSS) Lean B2, com diâmetro de 6 mm,

norma DIN 338.

GUS/UCS

10 mm

Equipamentos

Célula de carga com capacidade

de medição de esforços no sentido

axial, sendo, no caso do ensaio, a

força de avanço.

Condicionador A/D da marca

National Instruments, utilizado para

obtenção e transporte do sinal.

Para transformação e digitalização do sinal obtido no

condicionador, foi utilizado o software Labview 8.2.

Corpo-de-prova

O corpo de prova utilizado nos ensaios foi de aço AISI/SAE

1045, com uma dureza entre 18-22 HRc, fixado a um ângulo de

0º em relação a mesa da máquina, preso à célula de carga.

Foram realizados 6 furos no corpo de prova, sendo medido

simultaneamente com a furação, a força de avanço. Estes 6

furos foram subdividos em: 3 furos sem ciclo intermitente e 3

furos com.

Os gráficos a seguir mostram o comportamento da força de

avanço ao longo do tempo de usinagem.

Sem ciclo intermitente.

Com ciclo intermitente.

O sistema de monitoramento da força de avanço conforme o

decorrer do tempo de corte registrou corretamente os esforços

envolvidos durante a furação, estando validado.

A máxima força de avanço registrada durante o processo de

furação, tanto para a condição com utilização de ciclo

intermitente e sem a utilização desse, foi de aproximadamente

800 N.

O sistema possui ruídos, alguns identificados como

frequências provenientes da rotação do eixo da máquina, mas

foram desconsiderados nesses ensaios.

GUS/UCS

WYATT, J.E., TRMAL. G.J., Machinability: employing a Drilling Experimentas a Teaching Tool, Journal of Industrial Technology, vol 22, n. 1, pp. 1-12, 2006.

FERNANDES, M., COOK, C., Drilling of carbon composites using a one shot drill bit. Part I: Five stage representation of drilling and factors affecting maximum force and torque, Machine Tools & Manufacture, n. 46, pp. 70-75, 2006.

envolvido no deslocamento / extrusão do material perfurado,

empurrando-o para a região do gume principal, aonde possa

ser cortado.

GUS/UCS

STEMMER, C. E., Ferramentas de corte. 6.ed. Florianópolis: UFSC, 2005. 2 v.

Há uma notável diferença entre as duas condições. No corte

intermitente, devido ao recuo da ferramenta, há a interrupção

do contato entre a peça e a ferramenta, reduzindo o esforço a

0. Contudo, mesmo com as diferenças, a máxima força medida

foi de 800 N para ambas condições.

Broca com vista do gume transversal

MANUAL SKF (1987)

30 – 40 % - Gume principal60 – 70 % - Gume transversal

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