mec. unb. politicas de alimentacao escolar no 12. profuncionario 2009

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12 12 - Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação / Técnico Alimentação Escolar: Teoria da Nutrição. pro uncionário 12 12 Políticas de alimentação escolar TÉCNICO EM ALIMENTAÇÃO ESCOLAR pro uncionário Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação

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    - Curso Tcnico de Formao para os Funcionrios da Educao / Tcnico Alimentao Escolar: Teoria da Nutrio.

    prouncionrio

    1212

    Polticas dealimentao

    escolar

    TCNICO EM ALIMENTAO ESCOLAR

    pro uncionrioCurso Tcnico de Formao paraos Funcionrios da Educao

  • Braslia 2009

  • Governo Federal

    Ministrio da EducaoSecretaria de Educao Bsica

    Diretoria de Polticas de Formao, Materiais Didticos e de Tecnologias para a Educao Bsica

    Universidade de Braslia(UnB)

  • C512p Chaves, Lorena Gonalves. Polticas de Alimentao Escolar / Lorena Gonalves

    Chaves e Rafaela Ribeiro de Brito Braslia : Centro de Educao a Distncia CEAD, Universidade de Braslia, 2009.84p. - (Profuncionrio - curso tcnico de formao para os funcionrios da educao)

    ISBN 85-86290-

    1. Brasil. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. 2. Brito, Rafaela Ribeiro de II. Srie

    CDU: 370

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

  • Voc, funcionrio de escola e cursista do Programa Profuncionrio um curso profissional de nvel mdio

    a distncia que vai habilit-lo a exercer, como tcnico, uma das profisses no docentes da educao escolar bsica seja

    bem-vindo. Este o Mdulo n. 12, do Bloco de Formao Tcnica Especfica em Alimentao Escolar.

    Este mdulo, intitulado Polticas de alimentao escolar, dedicado construo da(o) merendeira(o) como tcnica(o) em Alimentao Escolar.

    Dessa forma, trataremos do Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE), da gesto da alimentao escolar, do Conselho de Alimentao

    Escolar, das cantinas e cozinhas nas escolas e o trabalho dos nutricionistas e da educadora na escola.

    O Programa de Nacional de Alimentao Escolar, criado em 1955, visava reduo da desnutrio no pas e alcanou, em 2004, a viso do direito humano. Por isso, seu objetivo atender s necessidades nutricionais dos estudantes, durante sua permanncia em sala de aula, contribuindo para o seu crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar, bem como a formao de hbitos alimentares saudveis.

    Em cada unidade, voc ter textos para reflexo, legislaes e normas que regulamentam a alimentao escolar, sites para serem visitados e as atividades de registro no Memorial e no Relatrio Final. Vamos apresentar tambm o que o Estado brasileiro vem fazendo ao longo de 50 anos de PNAE; execuo, gesto, competncias, atribuies, benefcios, o papel da escola na formao de hbitos alimentares, a atuao do nutricionista e, inclusive, o papel da(o) merendeira(o) como educadora(o).

    Vamos estimular voc a praticar, na tentativa de inser-la(o) na Poltica de alimentao escolar, resgatando suas experincias e qualificando-a(o) para o melhor desempenho de suas tarefas do dia-a-dia, na escola.

    Objetivo

    Espera-se dotar a(o) cursista de conhecimentos para que possa compreender a Poltica de alimentao escolar, orientando-a(o) sobre seu funcionamento no pas, bem como promover sua sensibilizao quanto s formas de participao e seu papel nessa poltica. Espera-se, ainda, contribuir para a formao de profissionais que compreendam e intervenham na construo de polticas para a alimentao da comunidade escolar.

    Apresentao

  • Ementa

    A ao do Estado brasileiro como regulador e provedor da alimentao escolar. Alimentao escolar e seus benefcios: fundamentos para a educao de qualidade. A entidade executora (municpios, estados, Distrito Federal e escolas federais) e a gesto da alimentao escolar (centralizao, descentralizao, semi-descentralizao, escolarizao e terceirizao). O nutricionista na alimentao escolar. Da(o) merendeira(o) educadora(o) alimentar. Cozinhas e cantinas nas escolas pblicas. Alimentao escolar no contexto internacional.

  • Escola... o lugar onde se faz amigos;

    no se trata s de prdios,salas, quartos, programa, horrios, conceitos...

    Escola , sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda,que se alegra, se conhece, se estima.

    O diretor gente, o coordenador gente, o professor gente, o aluno gente,

    cada funcionrio gente.E a escola ser cada vez melhor

    na medida em que cada umse comporte como colega,

    amigo, irmo.Nada de ilha cercada

    de gente por todos os lados.nada de conviver com,

    as pessoas e depois descobrir que no tem amizade a ningum,

    nada de ser como tijolo que forma a parede,indiferente, frio, s.

    Importante na escola no s estudar, no s trabalhar,

    tambm criar laos de amizade, criar ambiente de camaradagem,

    conviver, se amarrar nela!Ora, lgico...

    numa escola assim vai serfcil estudar, trabalhar, crescer,

    fazer amigos, educar-seser feliz.

    Paulo Freire

  • Sumrio

  • Unidade 1 A ao do Estado brasileiro como regulador e provedor da alimentao escolar 11

    Unidade 2 Alimentao escolar e seus benefcios: fundamentos para a educao de qualidade 19

    Unidade 3 A entidade executora (municpios, estados, Distrito Federal e escolas federais) e a gesto da alimentao escolar (centralizao, descentralizao, semidescentralizao, escolarizao e terceirizao) 27

    Unidade 4 O nutricionista na alimentao escolar 41

    Unidade 5 Da(o) merendeira(o) educador(a) alimentar 51

    Unidade 6 Cozinhas e cantinas nas escolas pblicas 61

    Unidade 7 Alimentao escolar no contexto internacional 71

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 78

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    um prazer dialogar com voc sobre a alimentao escolar no Brasil. Em 2006, cerca de 37 milhes de

    alunos so beneficiados por um programa do Governo Federal, chamado Programa Nacional de Alimentao

    Escolar (PNAE).

    Por volta de 1940, quando algumas escolas comearam a se organizar montando as caixas escolares, que tinham como objetivo arrecadar dinheiro para fornecer a alimentao aos estudantes, enquanto permaneciam na escola. Nesse perodo, o Governo Federal ainda no participava dessas aes, mas observando o resultado dessa iniciativa, notou a importncia da alimentao escolar para a permanncia dos estudantes nas escolas, bem como para a reduo da desnutrio infantil no pas.

    Em 31 de maro de 1955, Juscelino Kubitschek de Oliveira assinou o Decreto n. 37.106, criando a Campanha da Merenda Escolar (CME). O nome dessa campanha foi se modificando at que, em 1979, foi denominado Programa Nacional de Ali-mentao Escolar (PNAE), conhecido popularmente por me-renda escolar.

    Sendo assim, desde a dcada de 1950, as crianas comea-ram a receber alimentao no perodo em que estavam estu-dando, claro que nem todas as crianas, pois o governo no estava organizado para alimentar todos os estudantes do Bra-sil devido ao fato de que, no incio do programa, os alimentos eram oferecidos por organismos internacionais, sendo assim, o Governo Federal no comprava alimentos e, sim, recebia doaes.

    Uma das doaes ocorreu devido uma grande produo de alimentos nos Estados Unidos, que ento decidiu doar esses alimentos para alguns pases, entre eles o Brasil. Essa doao foi destinada para aes do Governo Federal, como a alimen-tao escolar. Mas os alimentos no eram suficientes para to-dos, ento o Governo optou em comear pelo Nordeste, onde grande parte dos estudantes eram desnutridos.

    As doaes de gneros alimentcios eram compostas prin-cipalmente de alimentos industrializados como: leite em p desnatado, farinha de trigo e soja. Ao longo dos anos, as do-

    A grande produo de alimentos ocorrida nos Estados Unidos foi uma conseqncia da Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945.

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    TEaes foram diminuindo e o Brasil viu-se na necessidade de

    manter o PNAE com recurso brasileiro. A partir de 1960, o Go-verno Federal iniciou a compra de produtos brasileiros para a alimentao escolar.

    Conhea melhor o cardpio da alimentao escolar de sua escola. Em alguns

    municpios, o nutricionista elabora um cardpio para alimentao escolar, o qual entregue em todas as escolas. Verifique se no cardpio de sua escola existe alimento industrializado como: sopa industrializada, salsinha, biscoito recheado, e se ainda existe os

    alimentos descritos no Saiba mais. Registre essa atividade em seu memorial.

    Ao fazer o pratique acima voc deve ter observado que aalimentao servida em sua escola no apresenta tantos ali-mentos industrializados, pois h certo tempo o PNAE esti-mula o consumo de alimentos bsicos, considerados mais saudveis.

    O Programa Nacional de Alimentao Escolar possui uma base de sustentao legal, ou seja, existem leis que o regulamentam. Conhea um pouco mais sobre elas pesquisando nos seguintes documentos legais:

    &RQVWLWXLomR)HGHUDOGHGHRXWXEURGHQRDUWLJR

    0HGLGD3URYLVyULDQ

    5HVROXomR)1'(&'Q

    5HVROXomR)1'(&'Q

    5HVROXomR&)1Q

    Na dcada de 70, mesmo o Brasil assumindo a compra dos alimentos, as aquisies de produtos industrializados representavam cerca de 52% do total de gastos com a alimentao escolar. Os principais produtos comprados nesse perodo foram: paoca; farinha lctea; sopa industrializada (sopa de feijo com macarro, sopa creme de milho com protena texturizada de soja, creme de cereais com legumes), entre outros.

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    A Constituio Federal a maior lei de nosso pas. Sendo as-sim, o que ela tem haver com alimentao escolar? Em seuartigo 208, inciso VII, ela descreve que o dever do Estado com a educao ser efetivado com a garantia de:

    VII atendimento ao educando, no ensino fun-damental, atravs de programas suplementa-res de material didtico, transporte, alimenta-o e assistncia sade.

    Sendo assim, a alimentao escolar um direito do estudante, garantido pela nossa Constituio )HGHUDOHQLQJXpPWHPRGLUHLWRGHUHWLUiOD(PDLVQyVWRGRVGHYHPRVH[LJLUHFREUDUGDVDXWRULGDGHVR

    cumprimento desse direito.

    A palavra EstadoFLWDGDQRDUWLJRGD&RQVWLWXLomRFederal) com letra maiscula significa Unio (Governo )HGHUDOHVWDGRVPXQLFtSLRVH'LVWULWR)HGHUDO(QWmRDoferta da alimentao escolar uma obrigao de todos HVVHVHQWHV'HVVDIRUPDWRGRVVmRUHVSRQViYHLVSHOR

    fornecimento da alimentao aos estudantes enquanto permanecem na escola.

    V at a biblioteca de sua escola, SURFXUHD&RQVWLWXLomR)HGHUDOGHORFDOL]HRDUWLJRGrXPDOLGDHDSUHQGD

    mais sobre o dever do Estado com a educao.

    Faa, tambm, a seguinte atividade: verifique quanto custa por estudante a alimentao servida diariamente em sua escola. Assim, voc saber se o seu municpio est cumprindo o seu papel na complementao da alimentao escolar.

    Para facilitar a sua atividade, entre em contato com a nutricionista ou a coordenadora da alimentao escolar, pois geralmente elas sabem o custo dessa refeio.

    /HPEUHVHGHUHJLVWUDUHVVDDWLYLGDGHHPVHXmemorial.

    Os estados, municpiosH'LVWULWR)HGHUDOdevem completar orecurso repassado peloFundo Nacional de'HVHQYROYLPHQWRGD(GXFDomR)1'(3RUexemplo, a alimentaoescolar de sua regiocusta, diariamente, R$0,30. Por estudante, o)1'(UHSDVVD5RYDORUTXHIDOWD5dever ser pago peloestado, municpios ou'LVWULWR)HGHUDO

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    TEAps esse breve histrico, vamos conhecer como em 2006 o

    PNAE funciona e quem so os beneficirios.

    Desde 1998, o PNAE gerenciado pelo Fundo Nacional de De-senvolvimento da Educao (FNDE), que uma autarquia do Ministrio da Educao (MEC). E tem como objetivo atender s necessidades nutricionais dos estudantes, durante sua per-manncia em sala de aula, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar.

    Conhea os agentes que participam do funcionamento do PNAE:

    )XQGR 1DFLRQDO GH 'HVHQYROYLPHQWR GD (GXFDomR o rgo responsvel pela transferncia dos recursos do Governo Federal. Cabe lembrar que esse recurso comple-mentar, tendo de ser completado pelos estados, municpios e Distrito Federal. responsvel, tambm, pela normatiza-o, coordenao, monitoramento, execuo do programa, entre outras aes.

    (QWLGDGHV H[HFXWRUDV so, nos estados e no Distrito Federal, as Secretarias Estaduais de Educao e, nos municpios, as Prefeituras Municipais e, tambm, as escolas federais. Essas instituies so res-ponsveis pelo recebimento e pela execuo do dinheiro transferido pelo FNDE.

    Agora que conhecemos o que entida-de executora, vamos aprender sobre a funo de cada uma no PNAE:

    a) Secretarias Estaduais de Educao:so responsveis pelo atendimento das escolas pblicas e filantrpicas estaduais e as do Distrito Federal. No podemos esquecer que essas secretarias tambm so respons-veis pelas escolas indgenas e qui-lombolas de sua jurisdio.

    b) Prefeituras Municipais: so responsveis pelo atendimento das escolas pblicas municipais, escolas filantrpicas, qui-lombolas e indgenas, e podem tambm ser responsveis

    Voc pode acessar a 5HVROXomR)1'(&'QGHTXHestabelece as normas para a execuo do Programa Nacional de Alimentao Escolar no site: www.fnde.gov.br

    2)1'(UHSDVVDRUHFXUVR(dinheiro) diretamente para as escolas federais, Secretarias Estaduais de Educao e para as Prefeituras, e esses repassam o dinheiro ou o alimento as escolas.

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    pelas escolas estaduais (desde que tenha autorizao das Secretarias Estaduais de Educao para isso).

    c) Escolas Federais: so responsveis pelo recebimento dos recursos, quando optam por oferecer alimentao, esses so passados diretamente para elas.

    3DUDUHSDVVDURGLQKHLURR)1'(DEUHFRQWDVSDUDFDGDHVWDGRPXQLFtSLR'LVWULWR)HGHUDOHSDUD

    as escolas federais, e, assim, depositado o dinheiro mensalmente. O recurso federal transferido em dez parcelas para as entidades executoras, cada parcela FRUUHVSRQGHDYLQWHGLDVOHWLYRV'HVVDIRUPDRUHFXUVR

    total repassado corresponde a 200 dias letivos.

    O valor repassado baseado no censo escolar do ano ante-rior. O censo informa ao FNDE o nmero de estudantes ma-triculados na creche, pr-escola, ensino fundamental, escolas filantrpicas e, tambm, os estudantes das escolas quilom-bolas e indgenas. A partir desses dados calculado quanto cada estado, municpio e o Distrito Federal devero receber por estudante matriculado.

    Em 2006, as entidades executoras e as escolas federais rece-bem o seguinte valor por aluno/dia do FNDE:

    5YLQWHHGRLVFHQWDYRVSDUDRVHVWXGDQWHVPDWULFX-lados na creche, pr-escola, ensino fundamental;

    5 TXDUHQWD H TXDWUR FHQWDYRV SDUD RV HVWXGDQWHVmatriculados em escolas indgenas e escolas localizadas em reas de quilombos.

    Para finalizar, no podemos esquecer que existem outros r-gos e entidades que participam do PNAE, so eles:

    &RQVHOKRGH$OLPHQWDomR(VFRODU&$(: um rgo cole-giado deliberativo e autnomo composto por representan-tes da sociedade civil, pais de alunos, professores e, tam-bm, por representantes do poder executivo e legislativo. Tem o objetivo de fiscalizar a execuo de toda alimentao escolar, ou seja, desde o recebimento do recurso federal at a distribuio das refeies nas escolas.

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    TE 7ULEXQDO GH &RQWDV GD 8QLmR H 6HFUHWDULD )HGHUDO GH

    &RQWUROH,QWHUQRatuam como rgos fiscalizadores exter-nos.

    0LQLVWpULR3~EOLFRGD8QLmR o rgo responsvel pela apurao de denncias em parceria com o FNDE.

    &RQVHOKR )HGHUDO H 5HJLRQDO GH1XWULFLRQLVWDV so res-ponsvis pela fiscalizao do exerccio do nutricionista, inclusive na alimentao escolar.

    Voc deve ter percebido quanta gente est envolvida no funcionamento do PNAE. Isso mostra o quanto esse programa importante e complexo para o pas. Portanto, sua compreenso e participao podem melhorar a Poltica de alimentao escolar e a sade dos nossos estudantes.

    No se esquea de anotar os endereos onde voc poder encontrar os rgos que atuam na alimentao escolar:

    )XQGR1DFLRQDOGH'HVHQYROYLPHQWRGD(GXFDomR)1'(Endereo: SBS quadra 02, bloco F, Edifcio urea Braslia/DF Cep: 70070-929Telefones: (61) 3212-4980 ou 3212-4976Site: www.fnde.gov.br

    0LQLVWpULR3~EOLFRGD8QLmREndereo: SAF SUL, quadra 04, lote 03, bloco B Braslia/DF Cep: 70050-900Telefones: (61) 3031-5100Site: www.pgr.mpf.gov.br

    7ULEXQDOGH&RQWDVGD8QLmREndereo: SAF SUL, quadra 04, lote 01Braslia/DF Cep: 70042-900Site: www.tcu.gov.br

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    Voc saberia dizer por que a alimentao escolar contribui para uma educao de qualidade?

    Para entendermos melhor sobre essa questo, vamos apreen-der a relao entre a alimentao e a educao.

    A infncia um perodo de grande desenvolvimento, marcada por gradual crescimento da criana, especialmente nos pri-meiros trs anos de vida e nos anos que antecipam a adoles-cncia. Mais do que isso, um perodo em que a criana se desenvolve psicologicamente, ocorrendo mudanas no com-portamento e na sua personalidade. Essa fase da vida requer cuidados especiais, pois uma alimentao no saudvel pode ocasionar conseqncias no desenvolvimento fsico, mental e conseqentemente na aprendizagem.

    Voc j ouviu falar que saco vazio no para em p? Ou seja, criana que no se alimenta no consegue ser saudvel, ficando doente com mais freqncia. Ento, podemos concluir que uma alimentao saudvel essencial para a sade, pois uma criana sem se alimen-tar pode no conseguir aprender o que o professor est ensinado na sala de aula.

    Quando uma criana chega escola em jejum, ela pode ficar sonolenta na sala de aula e no consegue prestar a ateno nas aulas, conseqentemente isso prejudicar seu desem-penho. Por isso, importante que todas as crianas estejam bem alimentadas durante sua permanncia na escola. Sendo assim, a alimentao fundamental para uma educao de qualidade e o sucesso de cada estudante.

    Pense qual o seu papel na formao e na vida dessas crianas e adolescentes, pois voc a pessoa responsvel pelo preparo dessa alimentao, que

    contribuir para o desenvolvimento dos estudantes.

    Voc j deve ter identificado, na sua escola, que algumas crian-

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    as e adolescentes vm de casa sem se alimentar. Converse sobre isso com a diretora da escola ou com o conselho de alimentao escolar e verifique a possibilidade de mudanas na alimentao escolar servida, como, por exemplo, ao iden-tificar que existem alunos que no se alimentam antes de ir para a escola, entre em contato com o nutricionista de seu es-tado ou municpio informando-o da situao e da possibilida-de de realizar uma refeio quando todas as crianas chegam na escola ao invs de servir uma refeio somente s 10h da manh, como de costume em grande parte do pas.

    Assim voc estar cumprindo uma parte de seu papel na es-cola, desempenhando sua cidadania e tambm contribuindo para a sade dessas crianas. Isso conhecido como parti-cipao social, ou seja, a sociedade participando de todo o processo da alimentao escolar. E essa participao social um dos princpios do PNAE.

    9DPRVDJRUDFRQKHFHURVRXWURVSULQFtSLRV

    O Programa universal, pois beneficia todos os estudantes inseridos no PNAE, independente da condio social, raa, cor, etnia e religio. Entre os pases da Amrica Latina, apenas o Brasil e o Uruguai desenvolvem programas universais de ali-mentao escolar, os demais pases desenvolvem programas focalizados, ou seja, para um grupo especfico.

    No ano de 2006, o PNAE atente aos estudantes da creche, pr-escolar, ensino fundamental, das escolas filantrpicas (mantidas por assistncia social) e tambm os estudantes de escolas locali-zadas em reas de quilombos e escolas indgenas. Isso significa que o programa atende cerca de 22% da populao brasileira.

    No entanto, o Governo Federal no oferece recursos para a alimentao escolar do ensino mdio, mas isso no impede que seu estado, municpio ou Distrito Federal oferea essa alimentao. Pois esses alunos tambm devem se alimentar enquanto esto na escola.

    Voc pode realizar aes para garantir a universalidade do pro-grama. Ento verifique se todos os alunos da sua escola recebe-ram a alimentao escolar, caso esteja faltando, comunique ao diretor responsvel, ao conselho de alimentao escolar e ao nu-tricionista. Se o problema no for resolvido, procure a Secretaria Estadual de Educao, ou a Prefeitura de seu municpio, ou at mesmo o FNDE para que todos os alunos se alimentem.

    Os quilombos eram verdadeiras repblicas de escravos negros fugitivos das fazendas, desde os primeiros anos GRVpFXOR;9,,DSyVDVagresses que sofriam de sinhs e feitores, que os condenavam a castigos. Os negros eram acorrentados e marcados com ferros quentes, logo surgia a idia de fugir dos cativeiros e se refugiarem nas matas, aonde eram perseguidos e caados pelos seus senhores.

    A cidadania o conjunto dos direitos polticos de que goza um indivduo e que lhe permitem intervir QDGLUHomRGRVQHJyFLRVpblicos do estado, participando de modo direto ou indireto na formao do governo e na sua administrao, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a cargo pblico (indireto).

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    Outro princpio a eqidade, ou seja, todos os alunos so iguais devendo ser observada s necessidades especiais decada um.

    O PNAE tambm atende crianas e adolescentes com proble-mas de sade como diabetes e outras que necessitam de uma alimentao especial. A alimentao servida na escola deve atender a todos, sem promover discriminao. Sendo assim, por exemplo, servido cuscuz e suco adoado com acar para os estudantes, os diabticos tambm iro receber a mes-ma refeio, porm o seu suco ser adoado com adoante devido sua restrio alimentar provocada pela sua doena, promovendo assim a eqidade.

    Identifique se na sua escola existem estudantes que necessitem de uma alimentao especial devido

    a algum problema de sade como, por exemplo, diabetes. Caso haja, procure o nutricionista do seu estado ou municpio e pergunte a ele sobre esse assunto. Assim, voc contribuir ainda mais para a

    sade dessas crianas.

    Chegamos aos dois ltimos princpios! O programa descen-tralizado e deve UHVSHLWDU DRV KiELWRV DOLPHQWDUHV GRV DOX-nos e da regio. Dessa forma, os recursos vo diretamente doFNDE para os estados, municpios, Distrito Federal e escolasfederais a fim de criar as condies no s para o respeito aos hbitos alimentares locais e para a incorporao de alimentos do dia-a-dia e frescos alimentao escolar, mas tambm paraa aquisio de alimentos da regio, fortalecendo a economia local e promovendo o desenvolvimento da regio.

    At 1990, no existia a descentralizao. Os alimentos eram com-prados e encaminhados para cada municpio e estado. Dessa forma, grande parte dos alimentos eram industrializados para que chegassem inteiros ao seu local de destino. E os poucos ali-mentos in natura chegavam estragados, pois passam vrios dias dentro de caminhes nas estradas do Brasil. Observou-se que a descentralizao melhorou a qualidade da alimentao escolar epermitiu o desenvolvimento da produo local e regional.

    Como descrito, o PNAE universal. Dessa forma, tambm soatendidos os estudantes matriculados em escolas indgenase nas escolas localizadas em reas de quilombos. Algumas

    Alimentos in natura sotodos os alimentos deorigem vegetal ou animal que, para ser consumido,UHWLUDVHDSHQDVDSDUWHno comestvel. Para isso necessrio um tratamentoindicado para a suaperfeita higienizao econservao. O peixe, asfrutas, as verduras, o ovode galinha e a carne frescaso exemplos de alimentosin natura.

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    caractersticas podem explicar o porqu da diferena dos valores re-passados a esses estudantes:

    HVVDVFULDQoDVSRVVXHPKiELWRValimentares diferentes das que moram na cidade;

    DSUHVHQWDP KiELWRV FXOWXUDLVdistintos, os quais refletem na forma de se alimentarem;

    VmR FULDQoDV TXH DSUHVHQWDPmaior ndice de desnutrio;

    pXPDSRSXODomRTXHVHHQFRQ-tra em situao de insegurana alimentar, correm riscos de no terem alimentos todos os dias e, s vezes, a alimentao escolar a nica refeio completa do dia;

    RFDUGiSLRHODERUDGRSHODQXWULFLRQLVWDGRPXQLFtSLRHVWD-do ou Distrito Federal dever fornecer no mnimo 30% das necessidades nutricionais desses estudantes. Enquanto o cardpio elaborado para os estudantes do ensino regular dever fornecer, no mnimo, 15%.

    A incluso das escolas indgenas e escolas localizadas em reas de quilombos no PNAE uma alternativa para contri-buir para a reduo das desigualdades sociais enfrentadas por essa populao.

    Vamos aprender um pouco sobre o cardpio da alimentao escolar!

    Voc deve estar acostumada(o) a receber vrios cardpios elaborados pelo nutricionista de seu estado, municpio ou Distrito Federal. Existem algumas caractersticas para a ela-borao desse cardpio que voc dever conhecer e discutir melhor com o nutricionista da alimentao escolar. So elas:

    a) O cardpio dever fornecer, no mnimo, 30% das necessi-dades nutricionais dos estudantes matriculados em escolas indgenas e escolas localizadas em reas de quilombos e, no mnimo, 15%, para os estudantes do ensino regular.

    b) Todo o dinheiro repassado para as Prefeituras, estados e Distrito Federal dever ser utilizado exclusivamente para a compra de gneros alimentcios. Do total do recurso repas-

    A desnutrio uma doena causada por uma dieta inapropriada, RXVHMDKLSRFDOyULFDHhipoprotica. Tambm SRGHVHUFDXVDGDSRUPiabsoro de nutrientes ou anorexia. Tem influncia de fator social, psiquitrico ou VLPSOHVPHQWHSDWROyJLFR

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    sado para as Secretarias Estaduais de Educao, Prefeituras e escolas federais, no mnimo, 70 % dever ser gasto com produtos bsicos, dando prioridade aos alimentos in naturae semi-elaborados, isto , alimentos do dia-a-dia, frescos e saudveis.

    c) Ao elaborar o cardpio, este dever conter os alimentos produzidos no seu estado e no municpio, dever ser equi-librado, oferecendo a maior variedade de alimentos poss-veis.

    d) O cardpio dever respeitar o hbito e cultura alimentar de cada regio.

    A formao dos KiELWRVDOLPHQWDUHV um processo que tem incio desde o nascimento com as prticas alimentares intro-duzidas no primeiro ano de vida. Posteriormente, vai sendo moldado, tendo como base s preferncias individuais, as quais so determinadas geneticamente, pelas experincias positivas e negativas vividas com relao alimentao, pela disponibilidade de alimentos, pelo nvel socioeconmico, pela influncia da mdia e pelas necessidades do ser humano.

    J a cultura alimentar consiste em hbitos alimentares que so passados de gerao em gerao. Por exemplo, uma pre-parao que faz parte da cultura alimentar brasileira o arroz com feijo, combinao nutricionalmente rica e adequada.

    Em cada estado brasileiro, em cada comunidade indgena e quilombola existem hbitos culturais e alimentares diferentes, e voc merendeira(o) deve conhec-los, pelo menos o de sua regio! Assim, estar contribuindo para alimentao escolar de qualidade, preservando a cultura alimentar.

    Voc j parou para pensar como a modernizao mudou a cultura alimentar das pessoas? Acho at

    que no precisamos de muito tempo para chegarmos a uma resposta, bastaramos perguntar aos nossos SDLVRXDYyVGRTXHHOHVVHDOLPHQWDYDPKiXQVanos atrs. Certamente, ouviramos algo como galinha FDLSLUDFXVFX]EXFKDGDEDLmRGHGRLVSROHQWDHQWUHoutros. Resposta esta que talvez no ouviramos com

    freqncia na sociedade atual.

    Conhea mais sobrecultura alimentar no site:KWWSZZZXQLPHSEUSKSJHGLWRUDUHYLVWDVSGIsaude13art05.pdf

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    Essa situao se chama DEDQGRQR GH KiELWRV DOLPHQWDUHVculturais. Pois , essa resposta significa que abrimos mo de consumir o que conhecamos, para consumir novos alimen-tos que so vinculados diariamente na mdia. bom esclare-cer que nem todas as comidas e/ou preparaes do passado so saudveis, mas pode-se ter certeza que muitos alimentos bons se perderam.

    No mundo atual, o que se tem em destaque so as refeies prticas, que utilizam os produtos industrializados. Mais ummotivo para a alimentao escolar priorizar no seu dia-a-diaos alimentos culturais e saudveis e contribuir na formao dos estudantes.

    Voc poderia desenvolver aes voltadas para a garantia da preservao e resgate da

    cultura alimentar do seu municpio ou estado. Escolha uma opo:

    'HQWURGDVSRVVLELOLGDGHVSUHSDUHXPDDOLPHQWDomRda cultura local e sirva s nossas crianas e adolescentes.

    2) Prepare uma alimentao tpica da cultura indgena ou povos quilombolas. No esquea que a cultura desses povos tambm faz parte da cultura alimentar do nosso pas. Faa um cartaz sobre essa refeio HFRORTXHHPXPPXUDOSUy[LPRDRVHVWXGDQWHV/HPEUHVHGHUHJLVWUDUHVVDDWLYLGDGHHPVHX

    memorial!

    Agora que o recurso, ou seja, o dinheiro foi repassado de for-ma descentralizada para os estados, municpios e escolas fe-derais, essas entidades iro se organizar de forma a gerenciar a alimentao escolar. Essas formas voc aprender na prxi-ma unidade.

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    Vamos entender melhor quais so os requisitos para o estado, municpio e Distrito Federal participarem do Programa Nacional de Alimentao Escolar e, assim, receber os recursos federais.

    O Censo Escolar

    Primeiramente, as escolas do estado, municpio e Distrito Federal devero constar no Censo Escolar do ano anterior.

    O Censo Escolar uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP), do Ministrio da Educao, que distribui formulrios a todas as escolas brasileiras do ms de janeiro a maro da cada ano. As escolas, por sua vez, devem preencher corretamente esse formulrio e devolv-lo ao INEP, at a ltima quarta-feira do ms de abril, que considerado o Dia Nacional do Censo Escolar.

    O INEP, ao receber os formulrios, contabiliza-os e os dados oficiais do Censo so divulgados ao final de cada ano, entre os meses de novembro e dezembro. Quando o censo concludo, o FNDE faz o levantamento do nmero de estudantes da educa-o infantil, ensino fundamental, quilombolas e indgenas das escolas pblicas e tambm das escolas filantrpicas, as quais iro participar do Programa Nacional de Alimentao Escolar.

    importante lembrar que somente as escolas que foram de-claradas no censo escolar recebero o recurso do PNAE!

    Toda a comunidade escolar, inclusive voc merendeira(o), deve ficar atenta(o) e acompanhar o levantamento do censo feito em sua escola, uma vez que corresponde ao incio de todo o processo de funcionamento da alimentao escolar.

    Depois que o censo foi realizado e o FNDE sabe quantos estu-dantes possuem no seu municpio, estado ou Distrito Federal, necessrio formar o Conselho de Alimentao escolar (CAE), explicitado a seguir.

    2&RQVHOKRGH$OLPHQWDomR(VFRODU

    Cada estado ou municpio dever possuir um &RQVHOKR GHAlimentao Escolar (CAE), que um rgo colegiado, de-

    Conhea mais sobre o INEP QRVLWHKWWSZZZLQHSJRYEU

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    liberativo e autnomo, ou seja, independente da Prefeitura ou Secretaria Estadual de Educao e foi criado com objetivo de acompanhar e fiscalizar todo o processo da alimentao escolar, isto , desde a compra dos gneros alimentcios at a distribuio da alimentao escolar aos alunos. Esse com-posto por sete membros titulares e sete suplentes, da seguin-te forma:

    O &RQVHOKRGH$OLPHQWDomR(VFRODU(CAE) formado a partir de reunies realizadas por cada representao (ex.: reunio dos pais, reunio dos sindicatos existentes na sua cidade, etc.), em que so realizadas votaes para a eleio dos representantes que iro participar do CAE. Sendo assim, temos a votao de cinco membros, pois os representantes do legislativo e executivo so indicados pelos seus respectivos rgos. Ao ler esse pargrafo voc deve ter per-cebido que qualquer pessoa poder participar desse conselho, basta se organizar e pretender exercer oficialmente o que chamamos de controle social.

    O controle social a participao da sociedade no acompanhamento da execuo das polticas pblicas, de forma organizada e sistemtica. Ele representa uma mudana enorme em nossa cultura.

    No caso do CAE, por exemplo, a participao dos conselheiros garante a prtica da cidadania, que uma ao de relevncia social. Assim, deixamos a condio de indivduos passivos e assumimos a postura de cidados ativos, passando a acredi-tar na fiscalizao daquilo que nosso.

    Enquanto o CAE est zelando pela alimentao escolar, temos a certeza de que outros conselhos so responsveis pela sa-de, pela segurana, pela educao e por todos outros setores.

    Conhea mais sobre legislao do PNAE no VLWHKWWSZZZIQGHJRYEUKRPHUHVROXFRHVBDOLPHQWDFDRBHVFRODUUHVBBSQDHSGI

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    Como se pode observar, o CAE tem uma importncia fundamental para o sucesso da alimentao escolar,

    caso contrrio no haveria tanta exigncia para a indicao de seus membros, no mesmo? Ento, organize uma associao de merendeiras do seu estado ou municpio, para que possam participar do CAE como

    representantes da sociedade civil!

    Vamos conhecer algumas atribuies do Conselho de Alimentao Escolar. Assim, voc

    aprender um pouco mais sobre funes, atribuies e competncias e a necessidade da presena da(o)

    merendeira(o) nesse conselho.

    I O CAE dever acompanhar a aplicao dos recursos rela-cionados alimentao escolar.

    Nessa etapa, o Conselho observar como est sendo movi-mentada a conta que foi aberta pelo FNDE, para o depsito do recurso da alimentao escolar.

    2VYDORUHVUHSDVVDGRVSHOR)1'(GHYHPVHUiguais aos valores depositados na conta bancria.

    Caso os valores sejam diferentes, preciso saber o que est acontecendo. Fique atento, nessa conta no RFRUUHPGHSyVLWRGHRXWUDVIRQWHVH[FHWRRUHDOL]DGRSHOR)1'(HODWDPEpPQmRSRGHVHUXWLOL]DGDSDUDRXWUR

    fim que no seja, apenas, para a alimentao escolar.

    II O CAE dever acompanhar e monitorar a aquisio dosprodutos adquiridos para a alimentao escolar, zelando pelaqualidade dos produtos, em todos os nveis, at o recebimen-to da refeio pelos escolares, bem como orientar sobre o armazenamento dos gneros alimentcios, seja em depsitosda Prefeitura, Secretaria Estadual de Educao ou escolas fe-derais.

    $SyVFRQKHFHUHYHULILFDURYDORUUHFHELGRpLPSRUWDQWHTXH

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    o CAE examine o que foi comprado. A compra dos gneros alimentcios realizada a partir do

    cardpio elaborado pela nutricionista em conjunto com o CAE. Imagine como o cardpio da alimentao escolar melhoraria se voc estivesse participando do CAE. Notou como esse conselho e voc, merendeira(o), so de extrema importncia para melhorar a qualidade da alimentao a ser oferecida aos alunos!

    Que tal averiguar se o cardpio da sua es-cola est priorizando alimentos saudveis e

    se est respeitando os hbitos alimentares locais!

    Depois da elaborao do cardpio, hora de observar comoest o armazenamento dos alimentos, faa a seguinte ativida-de: preencha o formulrio abaixo e identifique como anda o armazenamento de alimentos de sua escola.

    Armazenamento de alimentos

    Marque um X na resposta a ser dada a cada pergunta SIM NO

    1. Os alimentos presentes no estoque correspondem aosalimentos presentes no cardpio?

    2. O estoque est limpo e organizado?

    3. Os alimentos esto separados por grupos? Por exemplo: h uma pilha de arroz e, ao seu lado, encontra-se outra pilha de macarro?

    4. No existem alimentos abertos no estoque?

    5. Existe um controle do recebimento de alimentos naescola (em planilhas, mapas, etc.)?

    6. Os alimentos que esto prximos do vencimento soutilizados primeiro?

    7. H ausncia de alimentos vencidos do estoque?

    8. H ausncia de caixas de madeira ou papelo dentro doestoque?

    9. H ausncia de alimento em contato com o cho?

    10. H ausncia de insetos e roedores no estoque comobarata, rato, entre outros?

    Conte quantas vezes voc respondeu SIM.6H WLYHU UHVSRQGLGR YH]HV RX PHQRV o armazenamento de alimentosem sua escola, no est adequado. Voc dever identificar os itens quecuja resposta foi no e corrigi-los.6H WLYHU UHVSRQGLGR RX YH]HV o armazenamento de alimentosem sua escola, est no caminho certo, s faltam alguns ajustes. Voc dever identificar os itens que cuja resposta foi no e corrigi-los.Se todas as respostas forem sim: parabns, o seu estoque est adequado. Mantenha-o sempre assim.

    III O CAE precisa divulgar em locais pblicos o recurso rece-bidos do FNDE referente alimentao escolar.

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    Sempre que toda parcela for depositada na conta da alimentao es-colar, o CAE divulgar o recebimento do recurso, principalmente nas escolas. Assim, voc acompanha melhor o uso desse dinheiro.

    IV O CAE acompanhar a execuo fsico-financeira do pro-grama, zelando pela melhor aplicabilidade do recurso.

    Nesse tpico o CAE realizar diversas atividades, entre elas:

    DFRPSDQKDURWRWDOGHHVWXGDQWHVDWHQGLGRVQDUHGHS~EOL-ca, bem como nas escolas filantrpicas;

    DFRPSDQKDURQ~PHURGHGLDVOHWLYRVDWHQGLGRV

    DFRPSDQKDURQ~PHURGHUHIHLo}HVVHUYLGDVHRVHXFXVWRmdio.

    V Outra funo do CAE comunicar qualquer irregularidade identificada na execuo da alimentao escolar ao FNDE, Secretaria Federal de Controle, ao Ministrio Pblico e ao Tri-bunal de Contas da Unio.

    Qualquer pessoa pode denunciar irregularidades na DOLPHQWDomRHVFRODUSDUDHVVHVyUJmRV(QWmRno fique esperando somente a ao do conselho

    GHVHXPXQLFtSLRHVWDGRRX'LVWULWR)HGHUDO4XDQGRLGHQWLILFDUSUREOHPDVHQWUHHPFRQWDWRFRPRVyUJmRVH

    faa a sua parte.

    VI Por fim, o CAE recebe e analisa a prestao de contas do PNAE, enviada pela Prefeitura ou Secretaria Estadu-al de Educao e remete posteriormente, ao FNDE, apenas o Demonstrativo Sinttico Anual da Execuo Fsico-Financeira, com parecer conclusivo.

    Ao utilizar o recurso pblico, deve-se prestar contas em relao ao uso desse dinheiro, isso tambm feito na alimentao escolar.

    O CAE tem uma funo importantssima nessa SUHVWDomRGHFRQWDVSRLVpHVVHFRQVHOKRTXH

    SUHHQFKHRGRFXPHQWRFKDPDGRGH'HPRQVWUDWLYR6LQWpWLFR$QXDOGD([HFXomR)tVLFR)LQDQFHLUDFRPparecer conclusivo.

    Nele, o CAE ir responder vrias perguntar e ao final

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    aprovar ou no a prestao de contas elaborada pela Prefei-tura ou Secretaria Estadual de Educao.

    Caso a prestao de contas no seja aprovada pelo CAE, o estado, municpio ou Distrito Federal no receber o recursodo FNDE destinado alimentao escolar.

    Pelas atribuies do CAE, possvel avaliar o grau de respon-sabilidade desse conselho.

    Conhea o CAE do seu estado ou municpio. Participe de uma reunio e verifique se ele

    est executando as suas atribuies. Identifique os problemas existentes e tente achar solues para que ele funcione corretamente. Registre suas anotaes em seu memorial.

    O papel da sociedade organizada muito importante, pois as mudanas sociais no decorrem apenas das leis e de mecanismos constitucionais, mas, sobretudo, da ao direta do cidado na busca dos seus direitos.

    Aps a realizao do Censo Escolar e a criao doCAE, o estado ou municpio escolhe a forma de gesto da ali-mentao escolar, podendo ser centralizada, escolarizada oudescentralizada, semi-descentralizada e terceirizada.

    Centralizada

    Nesse tipo de gesto, a Prefeitura ou a Secretaria Estadual de Educao gerencia a alimentao escolar e executa vrias ativida-des, entre elas as compras dos alimentos, o planejamento do cardpio e oramentrio, asuperviso e avaliao da alimentao esco-lar, armazenamento e distribuio dos gne-ros ou da alimentao pronta, etc.

    Como descrito anteriormente, as compras dos alimentos so realizadas pela Prefeitura

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    ou pela Secretaria Estadual de Educao, as quais podem ser distribudas s escolas de trs formas:

    RV DOLPHQWRV VmR UHFHELGRV SHOD 3UHIHLWXUD RX 6HFUHWDULDEstadual de Educao, que os armazenam em um estoque central, os quais sero, posteriormente, distribudos s es-colas que preparam as refeies;

    D3UHIHLWXUDRX6HFUHWDULD(VWDGXDOGH(GXFDomRFRPELQDcom os fornecedores para que os alimentos sejam entre-gues diretamente s escolas, nesse caso, no h estoque central de alimentos, o estoque feito em cada escola;

    D3UHIHLWXUDRX6HFUHWDULD(VWDGXDOGH(GXFDomRSRVVXLco-]LQKDVSLORWR, as quais recebem os gneros alimentcios e preparam as refeies. Dessa forma, as refeies prontas so transportadas para as escolas.

    Caso o seu estado ou municpio possua esse tipo de gesto, obser-ve qual a forma de distribuio dos alimentos para a sua escola.

    A gesto centralizada , ainda hoje, a mais comumente ado-tada pelos estados e municpios brasileiros.

    Veja alguns pontos positivos e negativos desse tipo de gesto:

    3RQWRVSRVLWLYRV

    DHVFRODQmRWHPDUHVSRQVDELOLGDGHGHUHDOL]DUDVFRPSUDVdos alimentos;

    DHVFRODQmRQHFHVVLWDGHXPHVWRTXHJUDQGHSDUDDUPD]H-nar os gneros alimentcios, pois a maioria fica armazenada no estoque central de alimentos da Prefeitura ou Secretaria Estadual de Educao;

    D3UHIHLWXUDRX6HFUHWDULD(VWDGXDOGH(GXFDomRSRGHUiDG-quirir os gneros com preo mais baixo devido ao grande volume comprado.

    3RQWRVQHJDWLYRV

    D3UHIHLWXUDRX6HFUHWDULD(VWDGXDOGH(GXFDomRQHFHVVLWDde um maior controle do armazenamento dos alimentos, para que no ocorra desperdcio;

    GHPDQGDGHXPDHTXLSHHVSHFtILFDHHVSDoRItVLFRQD3UHIHLWXUDou Secretaria Estadual de Educao para sua adequada execu-o;

    D FRPSUD SRGH QmR FRQWHPSODU RV DOLPHQWRV UHJLRQDLVprincipalmente em grandes estados ou municpios. Por exemplo: So Paulo um estado muito populoso que pos-

    &R]LQKDSLORWRSo cozinhas industriais do municpio, estado ou 'LVWULWR)HGHUDOHPTXHs merendeiras elaboram as refeies para todas as escolas. Assim, no h preparo de alimentos nas escolas, essas recebem as refeies prontas.

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    sui muitas escolas, imagine a diversidade das compras para que a alimentao escolar fornea os alimentos regionais.

    Exemplos de alguns estados e municpios que optaram pela gesto centralizada: municpio de Fortaleza/CE e Braslia/DF.

    Escolarizada ou descentralizada

    Denomina-se gesto escolarizada o processo pelo qual o municpio, estado ou Distrito Federal repassa, diretamente as suas escolas, os recur-sos recebidos do FNDE.

    Nesse caso, so as prprias escolas que admi-nistram os recursos, fazendo as compras dos g-neros alimentcios a serem usados na alimenta-o escolar. Como fazer para que esse processo de escolarizao se efetue?

    3DUDLVVRpQHFHVViULR

    I Formar em cada escola unidades executoras que so entida-des representativas da comunidade escolar, como, por exemplo, a caixa escolar, associao de pais e mestres, conselho escolar, entre outros. Essas unidades passam a ser responsveis pelo re-cebimento e pela execuo dos recursos financeiros transferidos pela Prefeitura ou Secretria Estadual de Educao.

    II Transformar as escolas pblicas em entidades vinculadas e autnomas, ou seja, em unidades gestoras a exemplo das au-tarquias ou fundaes pblicas.

    III Cada unidade executora dever abrir uma conta nica e es-pecfica para receber os recursos da alimentao escolar, trans-feridos pela Prefeitura ou Secretria Estadual de Educao.

    Na gesto escolarizada, a escola herda alm das atividades que j seriam dela, como o recebimento e armazenagens dos gneros alimentcios, preparo e distribuio das refeies, as atividades gerenciais, como compra e planejamento. J a Prefeitura ou a Secretaria Estadual de Educao realiza o controle das aplicaes dos recursos pelas escolas. Veja alguns pontos positivos e negativos desse tipo de gesto:

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    3RQWRVSRVLWLYRV

    DFRPSUDSRGHFRQWHPSODURVDOLPHQWRVUHJLRQDLVHSULQFL-palmente, os produzidos pela agricultura local, fortalecen-do a economia da regio;

    FDGDHVFRODWHUiXPFDUGiSLRGHDFRUGRFRPDUHDOLGDGHGHseus alunos.

    3RQWRVQHJDWLYRV

    D HVFROD UHDOL]D D FRPSUD H WRGR R SODQHMDPHQWR GD DOL-mentao escolar, pois no existe planejamento feito pela Prefeitura ou a Secretaria Estadual de Educao;

    GHPDQGDGHXPDHTXLSHHVSHFtILFDHTXDOLILFDGDEHPFRPRde espao fsico para lidarem com questes como controle e repasse de verba.

    Exemplos de alguns estados e municpios que optaram pela gesto escolarizada: Tocantins/TO, Teresina/PI, Morrinhos do Sul/RS, Macei/AL.

    Semi-descentralizada

    Na gesto semi-descentralizada, o municpio, estado ou Distrito Federal compra os alimentos no-perecveis, os quais so encaminhados escola e repassa o recurso para a escola adquirir os gneros alimentcios perecveis. Nesse caso, as prprias escolas realizam as compras de par-te dos alimentos que sero utilizados na alimen-tao escolar.

    Voc deve estar se perguntando qual a diferena entre a gesto escolarizada e a semi-descentrali-zada? Na escolarizada, a escola compra todos os alimentos e gerencia toda a alimentao escolar, enquanto na semi-descentralizada a escola com-

    pra apenas os gneros que estragam facilmente, ou seja, os gneros perecveis. Na Unidade IV, deste mdulo, voc apren-der a diferena entre gneros alimentcios perecveis e no-perecveis.

    Veja alguns pontos positivos e negativos desse tipo de gesto:

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    DFRPSUDSRGHFRQWHPSODURVDOLPHQWRVUHJLRQDLVHSULQFL-palmente, os produzidos pela agricultura local, fortalecen-do a economia da regio;

    DHVFRODSRGHUiUHFHEHUGLDULDPHQWHRVDOLPHQWRVTXHHVWUD-gam com maior facilidade, diminuindo assim o desperdcio, pois as compras so realizadas pelas mesmas;

    FDGDHVFRODFRPSOHPHQWDUiRFDUGiSLRHQFDPLQKDGRSHORmunicpio ou estado conforme a compra dos alimentos pe-recveis, adaptando-o a realidade de seus estudantes.

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    DHVFROD UHDOL]DSDUWHGDVFRPSUDVHGRSODQHMDPHQWRGDalimentao escolar;

    QHFHVVLWDGHXPDHTXLSHHVSHFtILFDHTXDOLILFDGDEHPFRPRde espao fsico para lidarem com questes como controle, repasse de verba e compra.

    Exemplos de alguns estados e municpios que optaram pela gesto semi-descentralizada: estado de So Paulo, Dourados/MS, Fonte Boa/AM e Amlia Rodrigues/BA.

    Terceirizao

    o sistema no qual o municpio, estado ou Distrito Federal contrata uma empresa para fornecer a alimentao pronta aos escolares. Nesse tipo de gesto, as compras dos gneros alimentcios so realizadas pela Prefeitura ou pela Secretaria Estadual de Educao.

    As refeies podem ser preparadas pela em-presa terceirizada em uma cozinha-piloto ou na prpria escola.

    Cabe Prefeitura ou Secretria Estadual de Educao definir o cardpio e fiscalizar a execuo da alimentao escolar feita pela empresa contra-tada. Na verdade, esses rgos no deixam de ter responsabilidades sobre as atividades, apenas ao invs de execut-las, ir supervision-las.

    Esse tipo de gesto no pode ser adotado para o atendimento dos estudantes indgenas e quilombolas.

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    DDOLPHQWDomRVHUYLGDSRVVXLPDLRUGLYHUVLGDGH

    SUHFLVDGHXPQ~PHURPHQRUGHIXQFLRQiULRVGD3UHIHLWXUDou do estado, envolvidos na alimentao escolar.

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    FXVWRHOHYDGRGDVUHIHLo}HV

    DV PHUHQGHLUDV GD 3UHIHLWXUD RX 6HFUHWDULD (VWDGXDO GHEducao so remanejadas para outras funes;

    RPXQLFtSLRHVWDGRRX'LVWULWR)HGHUDOGHL[DGHLQYHVWLUQRseu crescimento relacionado alimentao escolar, pois o dinheiro que est sendo pago empresa poderia ser utiliza-do na contratao de merendeiras concursadas, na reforma das cozinhas, na compra de equipamentos de qualidade, entre outros.

    Exemplos de alguns estados e municpios que optaram pela gesto terceirizada: So Luiz/MA, Varginha/MG e Macei/AL.

    Voc deve ter observado que um municpio pode ter mais de um tipo de gesto como no caso de Macei, que possui a terceiriza-da e a escolarizada. Isso ocorre porque nem todas as escolas de um estado ou municpio tm condies de executar a alimenta-o escolar, principalmente as pequenas escolas. Imagine uma escola que atenda a creche, pr-escola e que s tem 200 alunos, HODUHFHEHGR)1'(DWXDOPHQWHSRUPrVRYDORUGH5

    Voc j pensou se ela conseguiria comprar gneros alimen-tcios para esses poucos alunos com preo mais em conta? Acredito que no. Pois os fornecedores de alimentos geral-mente vendem com o preo mais barato quanto maior quan-tidade da compra. Por exemplo, uma escola que tem 1000 alu-QRVSDJDUi5SRUFDGDVDFRGHDUUR]MiXPDHVFRODTXHSRVVXLSDJDUi5SRLVHVWD LQVWLWXLomRFRPSUDHPmenor quantidade. Por isso, s vezes, encontramos munic-pios e estados com mais de um tipo de gesto.

    No esquea, o recurso repassado do FNDE aos estados, mu-nicpios ou Distrito Federal, s pode ser utilizado para a com-pra de gneros alimentcios. Assim, o estado ou municpio que optar por esse tipo de gesto, efetuar o pagamento des-se servio com recurso prprio.

    A Prefeitura de Sorocaba, em So Paulo, para realizar a terceirizao no seu municpio fez uma Lei municipal n. 5.574 transformando o cargo das merendeiras em auxiliares de servio, extinguindo o cargo de merendeira(o).

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    Finalmente, importante lembrar que o Brasil muito grande e diverso, portanto, no podemos dizer que um tipo de ges-to melhor que outro, ou qual o melhor tipo de gesto para determinado municpio ou estado, porque cada municpio temuma realidade. Existem municpios e estados que oferecem ali-mentao escolar de qualidade com gestes diferentes. Dessa forma, necessrio que a comunidade escolar conhea a reali-dade do sua regio para optar pela melhor forma de gesto.

    Em 2006, a ONG Ao Fome Zero realizou um levantamento sobre a alimentao escolar em 582 cidades brasileiras, veja alguns resultados:

    D )RUPD GH JHVWmR

    Dos 582 municpios, 499 possuem gesto centralizada; 47 possuem gesto escolarizada; 24 municpios possuem gestoterceirizada e 36 possuem mais de um tipo de gesto.

    E 3UHSDUR H GLVWULEXLomR GDV UHIHLo}HV

    523 municpios preparam a alimentao escolar na escola; 37 possuem cozinha central e 22 prepara alimentao na cozinhacentral e na escola.

    F &XVWR PpGLR GD DOLPHQWDomR HVFRODU

    377 municpios apresentaram o custo mdio da alimentao HVFRODU HQWUH 5 D 5 -i RV PXQLFtSLRV FRP DOLPHQ-WDomR WHUFHLUL]DGD R FXVWR PpGLR IRL GH 5

    G 1XWULFLRQLVWD QR PXQLFtSLR

    471 possuem nutricionista e 111 no possuem.

    Responda s perguntas e registre suas concluses no memorial:

    1) Qual o tipo de gesto adotada no seu estado ou PXQLFtSLR"'HVFUHYDFRPRHODRFRUUHHTXDLVVmRDVVXDVatribuies na execuo dessa gesto.

    2) No esquea de relatar as principais dificuldades HQFRQWUDGDVHRVSRQWRVIDYRUiYHLV$SyVLGHQWLILFDURWLSRde gesto da alimentao escolar, realize juntamente com seu tutor um debate sobre as outras formas de gesto, visando identificar qual seria a mais apropriada para a

    realidade do seu estado ou municpio.

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    Nessa unidade voc ir conhecer sobre a atuao do nutricionista na alimentao escolar. Quem

    nutricionista? Qual a sua formao? Quais os campos de atuao desse profissional?

    O nutricionista aquele profissional que fez o curso de Nutri-o, ou seja, trata-se do profissional de sade habilitado por lei que pode atuar em todas as situaes nas quais exista uma relao entre o homem e o alimento.

    Este profissional pode atuar em vrias reas:

    a) Alimentao coletiva (restaurantes, empresas que fornecem alimentao, como, por exemplo, s prises, s fbricas, s indstrias; cozinhas prprias que fornecem alimentao para os trabalhadores, para os escolares, para creches e para asilos)

    b) Nutrio clnica (hospitais, clnicas, ambulatrios)

    c) Sade coletiva (polticas e programas institucionais, postos de sade e vigilncia sanitria)

    Ento, nessa unidade, iremos tratar da rea em que o nutricio-nista atua como educador, sobretudo nas suas atribuies no Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE).

    Esse profissional pode promover a sade na escola por meio de atividades educativas e que auxilie no desenvolvimento da alimentao escolar, interagindo com os demais profis-sionais que atuam na escola, como os professores e as(os) merendeiras(os).

    Em geral, h um entendimento que o nutricionista na escola apenas faz o planejamento e a produo de refeies. Entre-tanto, h muitas outras atividades que devem ser desenvolvi-das, como as prticas educativas com os pais, funcionrios da escola e os alunos, fazendo uma associao entre a educao, a sade e a nutrio.

    Para tanto, foi estabelecido na Resoluo FNDE/CD n. 32/2006 que o nutricionista dever assumir a responsabilidade tcnica pelo PNAE, ou seja, dever acompanh-lo desde a aquisio dos alimentos at a sua distribuio ao aluno.

    Este profissional possui vrias atribuies dentro do Progra-ma, as quais esto estabelecidas numa legislao: a Resolu-

    Produzir refeies vai alm do simples fato de cozinhar os alimentos. uma atividade que vai desde o planejamento da lista de compras dos alimentos at o alimento ficar pronto para ser servido.

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    o do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) n. 358/2005.

    9DPRVYHUTXDLVVmRHODV

    O nutricionista dever programar, elaborar e avaliar os card-pios. Ao realizar esta atividade, dever observar o seguinte:

    $5HVROXomR)1'(&'QDUWrecomenda que o cardpio da alimentao escolar deve cobrir, no mnimo, 15% das necessidades nutricionais dirias dos alunos do ensino regular e para os estudantes indgenas e quilombolas, no mnimo ,VVRVLJQLILFDSRUH[HPSORSDUDDOXQRVGHDsrie do ensino regular, h uma necessidade em mdia de 350 calorias, o que daria, por exemplo, na preparao farofa de cuscuz com charque e arroz, 4 colheres de sopa de arroz, 1 colher de sopa de farinha de milho, 1 SHGDoRSHTXHQRGHFKDUTXHFROKHUVHFKiGHyOHRe 1 pitada de sal e cheiro verde

    Sendo assim, o nutricionista dever elaborar o cardpio de acordo com a necessidade dos escolares atendidos, depois de sua avaliao nutricional prvia!

    Portanto, poder ser oferecida, de acordo com o resultado da avaliao nutricional, uma quantidade superior a 15% das necessidades, como, por exemplo, se os alunos estiverem o peso abaixo do normal, a poder ser oferecido mais do que o percentual acima.

    Para que no haja desperdcio de alimentos, verifique quantos alunos vo se alimentar no dia. Cada estudante tem uma necessidade nutricional GLiULDGLVWLQWDSRUIDL[DHWiULD8PHVWXGDQWHGDsrie necessita de mais calorias e nutrientes do que um estudante da creche, por exemplo. Assim, converse com o nutricionista e juntos proponham um cardpio que valorize a cultura local e os nutrientes necessrios para o bem estar dos que iro comer.

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    a) Avaliao nutricional

    Avaliar o estado nutricional medir, por meio de mtodos pr-estabelecidos, como est a situao do estudante: se est abaixo ou acima do peso considerado normal para sua idade e altura, ou se sua altura est adequada sua idade e peso, etc.

    Avaliaes do estado nutricional devem ser feitas anualmen-te, sempre que possvel, pois assim, com o resultado, se es-tabelecem prioridades para que se possa planejar um tipo de cardpio que atinja as necessidades do alunado atendido. Para exemplificar melhor, imagine que foi feita uma avaliao nutricional em certa escola e verificou-se que 40% dos alunos estavam com o peso acima do normal. Com base nisso, o nu-tricionista poder elaborar um cardpio visando melhoria da sade desses alunos.

    E$MXVWDUDVQHFHVVLGDGHVQXWULFLRQDLVjVIDL[DVHWiULDVHjVcondies especiais dos escolares

    Em primeiro lugar, necessrio ter em mente que a alimentao escolar oferecida desde os bebs at os adolescentes. Des-sa forma, cada idade tem suas necessidades nutricionais. Alm disso, necessrio que se leve em considerao s condies nutricionais especiais desta clientela, ou seja, se h alguma do-ena ligada nutrio, como por exemplo, diabetes, celacos,etc. Cada escola tem alunos diferentes, com caractersticas di-ferentes quanto aos nveis socioeconmicos, culturais e, por conseqncia, tendem a ter exigncias alimentares distintas.

    Diante da existncia de crianas com problemas de sade, necessrio fazer as adaptaes no cardpio. Deve-se lembrar no s das deficincias por falta de nutrientes, mas tambm para os excessos que contribuem para a obesidade e outras doenas crnicas no-transmissveis, como o diabetes, a hi-pertenso, as doenas do corao e o cncer.

    F5HVSHLWDURVKiELWRVDOLPHQWDUHVGHFDGD ORFDOLGDGHHDsua vocao agrcola

    O Brasil possui diversas influncias culturais que determinam em grande parte os hbitos alimentares. Deve-se observar o que normalmente se produz na sua regio e elaborar o card-pio de acordo com cada cultura.

    Celacos um tipo de alergia do organismo, por toda a vida, a uma frao de protena chamada glten, passado de pai para filho. 0DQLIHVWDVHHPFULDQoDVe adultos, ocasionando diarria, dor abdominal, emagrecimento e falta de apetite.Essa protena est presente no trigo, aveia, centeio, cevada, e no malte, os quais so cereais amplamente utilizados na composio de alimentos. Assim, o celaco dever substituir estes alimentos por outros que no contenha estas substncias como por exemplo, polvilho, farinha de arroz, fub, maisena e batata.

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    Assim, o nutricionista dever privilegiar a cultura UHJLRQDOYDORUL]DQGRVXDVGLIHUHQoDVDKLVWyULDagrcola, a culinria tradicional, pois, assim, refletir no fortalecimento e valorizao do que produzido no local, principalmente na agricultura familiar.

    Outro ponto importante o apoio produo de alimentos sau-dveis, como as frutas (cupuau, amora, banana, caj, siriguela), legumes (jerimum, abbora, gueroba, beterraba) e verduras (espi-nafre, alface, ora-pro-nbis, agrio), pois so uma importante alter-nativa para melhorar a qualidade da alimentao e ainda estimular as pequenas comunidades a produzir seus prprios alimentos.

    d) Utilizar os produtos considerados bsicos, com priorida-des aos in natura e aos semi-elaborados

    Produtos in natura so todos os alimentos de origem animal ou vegetal, cujo consumo imediato exige apenas a remoo da parte no comestvel (a que jogamos no lixo), porm deve ser feita a limpeza adequada e uma perfeita higienizao e conservao deste tipo de alimento.

    Podemos citar os seguintes alimentos in natura: alface, repo-lho, cenoura, mamo, laranja, banana, manga, aa, ou seja, todas as frutas, legumes e verduras.

    Produtos semi-elaborados so aqueles alimentos de origem ani-mal ou vegetal que foi submetido a algum processo de produo, porm sem adio de outras matrias-primas, conservantes e co-rantes, que resulte num produto adequado ao consumo humano.

    Podemos citar aqui os alimentos semi-elaborados: polpa de frutas, arroz, feijo, farinhas, cereais, etc.

    Deve-se respeitar o perodo das safras de alimentos, pois, as-sim, podemos aproveit-los por estar em maior oferta e, con-seqentemente, com menores preos e melhor qualidade.

    Estes alimentos bsicos esto sendo utilizados na sua escola? Converse com o nutricionista responsvel e juntos faam as melhores escolhas para os estudantes.

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    e) planejar, orientar e supervisionar as atividades de seleo, compra, armazenamento, produo e distribuio dos ali-mentos, zelando pela qualidade e conservao dos produtos, REVHUYDGDVVHPSUHDVERDVSUiWLFDVKLJLrQLFDVHVDQLWiULDV

    Esse item consiste em zelar pela qualidade dos produtos ofe-recidos na alimentao escolar em todos os nveis, desde a aquisio at a distribuio, observando sempre as boas pr-WLFDVKLJLrQLFDVHVDQLWiULDV, como por exemplo, KLJLHQL]DomRGDVKRUWDOLoDVOLPSH]DGDFR]LQKDDUPD]HQDPHQWRGRVDOL-mentos, etc.

    Voc tambm deve zelar por estas qualidades! Voc prepara os alimentos dentro da cozinha, ou seja, a pessoa que ma-nuseia em todas as etapas de preparao dos alimentos, e por isso, dever tomar alguns cuidados com todos os proce-dimentos.

    Um destes procedimentos o armazenamento. Para armaze-nar os alimentos de forma correta, conhea a classificao dos alimentos em perecveis, semi-perecveis e no perecveis:

    ALIMENTOS DEFINIO EXEMPLOS

    PERECVEIS

    So todos os alimentos que estragam com muita facilidade e, por este motivo, devem ser guardados na geladeira ou no freezer.

    SEMIPERECVEIS

    So os alimentos que no se estragam com tanta facilidade como os perecveis e no precisam ser guardados na geladeira por um determinado tempo.

    NO-PERECVEIS

    So os alimentos que podem ser armazenadosfora da geladeira e do freezer por um determinado tempo. Precisam sempre de lugares secos e ventilados para serem guardados

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    f) elaborar o manual de boas prticas de fabricao para ser-vios de alimentao

    Boas prticas de fabricao a maneira mais correta de se produzir alimentao, seja um lanche ou uma grande refeio. Portanto, o nutricionista dever elaborar este manual de acor-do com a legislao da ANVISA (Resoluo RDC 216/2004), para que os funcionrios da escola prepararem a alimentao escolar da maneira mais adequada. Esse manual um docu-mento muito importante para voc, cursista, pois nele esto descritos todos os procedimentos que so realizados na cozi-nha da escola, como por exemplo: a forma mais adequada de produzir os alimentos. Mas no se preocupe, pois esse assun-to ser tratado novamente em outro mdulo.

    g) desenvolver projetos de educao alimentar e nutricional para a comunidade escolar

    O nutricionista ir exercer o seu papel de educador de for-ma mais intensa na escola, colocando em prtica a educao nuticional.

    A educao nutricional um conjunto de atividades de comu-nicao destinado a melhorar as prticas alimentares indesej-veis, com uma mudana de hbito alimentar. Nossas crianas e adolescentes passam a escolher alimentos mais saudveis na hora de se alimentar depois de algum tipo de atividade tra-balhada com ela na escola.

    Quando se refere aos estudantes, essas escolhas dependem de vrios fatores: como a famlia v a importncia da alimen-tao saudvel, a promoo de sade no ambiente escolar, fa-tores socioeconmicos, acesso aos alimentos, entre outros.

    Neste sentido, DHVFRODpRPHOKRUDPELHQWHSDUDSURPRYHUDVD~GH, incluindo as aes de educao nutricional, pois favo-rece a interao entre os membros da escola, como: alunos, professores, familiares, funcionrios da escola, merendeiros, profissionais de sade, proporcionando condies para de-senvolver atividades para transformar a escola em um local favorvel convivncia saudvel.

    No entanto, necessrio que se estabelea uma relao de di-logo entre o saber tcnico e o saber escolar, rompendo com a maneira impositiva para mudar hbitos e comportamentos por meio de normas, as quais refletiro na qualidade de vida do estudante e em sua vida adulta.

    ANVISA a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, que ligada ao Ministrio da Educao. Ela fica em Braslia, mas em cada estado e municpio uma representao chamada Vigilncia Sanitria local. Essa agncia gerencia todas as atividades dos estabelecimentos que se relacionam com os alimentos (exemplo: restaurantes e cozinhas de escolas) e com os medicamentos (exemplo: IDUPiFLDHODERUDWyULRVGHmanipulao de remdios), dentre outros.

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    A construo deste dilogo necessrio se, de fato, queremos contribuir para a formao fsica e intelectual dos estudantes. Na escola pblica todos os profissionais podem contribuir na formao de nossas crianas e adolescentes.

    O PNAE pode ser considerado, tambm, um articulador, no apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que os estu-dantes necessitam diariamente, mas tambm por incentivar e estimular a integrao de temas relativos nutrio ao cur-rculo escolar.

    $OJXQVDXWRUHVDLQGDFRORFDPTXH

    Muitos consideram que o PNAE apenas na sua dimenso as-sistencial, pois a ele atribuem o nico objetivo de suplemen-tao alimentar por meio de lanches ou pequenas refeies no intervalo das atividades escolares, fornecidos parcela carente da populao que no tem condies financeiras de alimentar-se adequadamente. Isso obscurece suas possibili-dades educativas e dificulta as atividades que permitiriam a produo de novos conhecimentos significativos no espao da escola.

    KLQWHUDJLUFRPR&RQVHOKRGH$OLPHQWDomRGH(VFRODU&$(QRH[HUFtFLRGHVXDVDWLYLGDGHV

    Uma das atribuies deste CAE acompanhar todo o processo de elaborao da alimentao escolar, portanto, o nutricionista deve agir em conjunto com este conselho para que ambos executem suas ati-vidades de maneira correta. Dessa forma, o nutricionista deve interagir no somente com o CAE, mas tam-bm com todos os funcionrios da escola.

    Inclusive voc educador alimentar da escola!

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    'HVFXEUDTXHPpRnutricionista responsvel por sua

    escola ou por seu municpio. Junto com sua tutora organize:

    a. um dilogo entre o nutricionista e toda a turma que trabalha com voc. Pode ser nos encontros com seu tutor. Baseada nos contedos repassados, elabore algumas perguntas para o dilogo. Convide tambm a sua diretora e coordenadora;

    b. convide o nutricionista para ir sua escola no horrio do preparo dos alimentos e no momento em que servido aos estudantes;

    c. voc poder entrar em contato com o nutricionista responsvel pela sua escola e juntos elaborarem uma avaliao nutricional com os alunos. Nesta fase, voc e o nutricionista podem aprender juntos e melhorar a alimentao servida na escola! Assim, voc conhecer as reais necessidades dos alunos que esto aos seus cuidados;

    d. procure elaborar algumas aes conjuntas, ou seja, voc educadora

    alimentar e o nutricionista.

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    Nesta unidade, gostaria de chamar sua ateno quanto im-portncia de seu papel dentro da escola, pois voc, meren-deira (o), ao final desse curso, se tornar um tcnico em ali-mentao escolar, um educador alimentar. Portanto, voc ser um educador em alimentao escolar, um profissional com conhecimentos e reconhecimento na lei rea 21. Voc sabia?

    Importncia da(o) merendeira(o) como educador(a) na ali-mentao escolar

    Conforme j falamos em outra unidade, na escola h vrios tipos de profissionais atuando nas diversas reas. Mas pode-mos dizer que, ao mesmo tempo em que cada um trabalha na sua rea, ou seja, o professor de histria na sala de aula expondo a Histria do Brasil e o auxiliar de servios manten-do a escola sempre limpa, ainda preciso que todos atuem juntos!

    Isso mesmo, todos devem ter um objetivo em comum: a edu-cao dos estudantes, na qual est includa a educao ali-mentar.

    Voc, merendeira(o), tem um papel fundamental na forma-o da educao destes alunos de sua escola, pois tem um contato direto e dirio com eles.

    A educao em nutrio foi pensada como um espao no qual se repassam informaes sociedade dos conhecimentos a respeito do que se consome. Por exemplo, os dados sobre composio qumica de alimentos so informaes que po-dem ser muito teis para o consumidor fazer opes alimen-tares de forma consciente e para as pessoas cujo trabalho tem relao com a produo, a transformao, a comercializao ou o fornecimento de alimentos.

    Voc, merendeira(o) est em processo para transformar-se em educadora da alimentao escolar. Por isso, todos os con-tedos so fundamentais para habilit-la(o) para outras exi-gncias na escola.

    Falar acerca da composio dos alimentos , sem dvida al-guma, tarefa da rea de educao nutricional, porm a edu-cao nutricional no se resume a fornecer informaes, uma vez que a informao no garante, por si s, que se mude

    Segundo uma pesquisa SHOR)1'(HPDVatividades de educao nutricional mais desenvolvidas nas escolas atendidas pelo PNAE so:$XODVGHFXOLQiULD9DORUL]DomRGHKiELWRValimentares locais&RPEDWHDRGHVSHUGtFLRde alimentos&XOWLYRGHKRUWDVHpomares$XODVGHERQVKiELWRValimentares saudveis, sendo essa a mais praticada!

    O Governo Federal por meio do Conselho Nacional de Educao (CNE) criou a REA 21. Isto significa que os profissionais vm sendo reconhecidos pelo seu trabalho no interior das escolas. Com isso, h necessidade de formao desse profissional para que possam desempenhar melhor o seu fazer educativo e formativo na escola pblica.

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    o comportamento alimentar para um hbito mais saudvel e que esse continue para a vida inteira.

    A alimentao um tema que se relaciona com todos os ci-clos da vida, sendo fundamental para compreendermos como intervenes nutricionais podem contribuir para preveno de doenas. Desde o nascimento at o envelhecimento, o alimento que cria vnculos de relacionamentos do ponto de vista psicolgico, como de bem estar.

    Vale lembrar que o homem no come nutrientes, mas, sim, ali-mentos devidamente temperados pelo imaginrio e pela fanta-sia de cada indivduo, como por exemplo, quando lembramos daquela comidinha que nossos avs faziam, que s de ima-ginar, d gua na boca. A maneira de se alimentar exerce im-portante funo sociocultural, como iniciar e manter relaes sociais, expressar o amor e carinho, identificar e demonstrar a quais grupos sociais e ticos pertencemos, aliviar o estresse psicolgico, simbolizar status social, reforar a auto-estima, exercer poder, entre muitos outros.

    A importncia de aes de educao nutricional e de contro-le sanitrio desenvolvida por merendeiras(os)

    A educao nutricional se d ao longo da vida. No se faz educa-o nutricional em uma semana ou em um ms, ou, at mesmo, em um ano, assim como no se ensina msica em uma semana.

    A educao acontece ao longo da existncia, pelo acmulo de experincias vividas no cotidiano familiar e social, cruzadas com aulas e cursos, vindas principalmente da escola, mas tam-bm de outras instituies interessadas em dar algumas infor-maes, como por exemplo, este curso promovido pelo MEC.

    Mas educar no mbito da nutrio no simplesmente fazer palestras para transmitir informaes cientficas adaptadas ao contexto local. E tambm no somente falar sobre mensagens relacionadas s normas que, muitas vezes, so autoritrias, base-ando a discusso apenas em aspectos negativos, isto , voltados mais para as doenas que promover a sade. Deve haver uma combinao entre conhecimentos cientficos, a cultura alimentar do seu pas e da sua regio, analisando as atitudes e condutas que vo ao encontro daquilo que seria nutricionalmente desej-vel, para que assim possam fazer escolhas conscientes, respon-sveis, prazerosas, dentro daquilo que vivel.

    Conhea mais sobre os projetos desenvolvidos pelo 0(&QRVLWHKWWSZZZPHFJRYEU

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    No entanto, para quem, por quem e onde deve ser feita a edu-cao nutricional? Bom, a resposta a essa pergunta simples: aeducao para todos e pode ser feita em qualquer ambiente.

    Como tambm j falamos, a escola um local muito privile-giado para realizarmos esta educao nutricional, ainda mais quando tratamos com crianas e adolescentes, uma fase bem influenciada pelas atraes da mdia e de maus exemplos.

    Quais as atividades que podemos fazer para colocar em prtica a educao nutricional?

    Vamos prtica?!

    Escolha uma das trs atividades de educao nutricional descritas abaixo e as desenvolva na sua escola.

    Ela dever constar em seu memorial.

    Atividade 1: lavagem das mos

    Objetivo da atividade:j lavar as mos uma atividade que considerada bsica. Os alunos devero lavar as mos sempreantes das refeies. Como sabemos, eles esto vindo de ativi-dades que podem ter sujado as mos, como por exemplo, po-dem ter vindo de brincadeiras no cho, brincado com objetossujos; na sala de aula colocaram a mo no caderno, no lpis, no cabelo, dentre vrias outras aes.

    Assim, proponho uma atividade que voc pode fazer com osalunos ou at mesmo auxiliar os professores a fazerem.

    Material que ir utilizarq : tinta guache (qualquer cor)

    Ambiente necessrio: banheiro com pia, gua e sabonete

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    1 passo: solicitar que todos os alu-nos passem um pouco de tinta nasmos de modo que fique completa-mente pintada;

    2 passo: solicitar que todos se enca-minhem ao banheiro, em fila, para lavar as mos na pia;

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    3 passo: demonstrar como as mos devem ser lavadas. Pri-meiramente, molhar as mos e passar o sabonete. Lembrar que toda a superfcie das mos deve ser esfregada, tanto a palma e as costas das mos e entre os dedos;

    4 passo: averiguar se os alunos lavaram todas as partes da mos, verificando se a tinta saiu por completo;

    5 passo: ao final, todos devero estar com as mos limpi-nhas, sem resqucios de tinta.

    Que tal ao final sugerir aos professores que tambm ensinem aos alunos a importncia da lavagem das mos e que eles faam cartazes sobre o assunto para colocarem em um mural ao lado da cantina da escola!

    Atividade 2: mural da escola

    Objetivo: voc j percebeu como comemos com os olhos? Acredito que sim. Quando visualizamos uma foto ou um de-senho de algum alimento, chega a dar gua na boca! Assim, vamos construir um mural para colocar o cardpio da alimen-tao escolar bem visvel, com fotos ilustrativas para encher os olhos dos alunos. Voc notar como eles iro pedir bis!

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    Cartolina ou cortia

    Papel crepom

    Fotos e figuras ilustrativas de preparaes

    Adereos para enfeitar o mural

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    espao em frente cantina

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    1 passo: selecione o cardpio do ms;

    2 passo: pea para os professores solicitarem aos alunos que desenhem ou recortem fotos e figuras das preparaes que sero servidas;

    3 passo: descrever um nutriente presente no alimento que ser servido na preparao e qual sua funo no nosso orga-nismo. Caso os alunos no saibam, voc poder ensin-los

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    aps ter aprendido nos prximos mdulos;

    4 passo: depois de selecionado os materiais feitos pelos alu-nos, voc ir montar o mural da seguinte forma:

    Dia da semana Nome da prepaoNutriente e

    funo Foto da preparao

    Segunda-feira Salada de frutas Vitaminas

    Atividade 3: preparo da salada de frutas

    Objetivo: incentivar o consumo de frutas uma maneira de incentivar o consumo de alimentos saudveis. Como ver nos prximos mdulos, as frutas contm vitaminas e minerais ex-tremamente necessrios ao nosso organismo. Mas as crian-as, muitas vezes, rejeitam as frutas por no as conhecerem ou por nunca terem tido, ao menos, um contato com elas. Assim, nada melhor que mostr-los que alm de saborosas, o preparo das frutas pode ser divertido e prazeroso!

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    - Frutas (pode ser 3 tipos: laranja, banana e mamo);

    - Vasilha grande para colocar as frutas picadas;

    - Facas sem pontas;

    - Tbuas para as frutas serem cortadas;

    - Copinhos e colheres para os alunos comerem.

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    - Cozinha (caso seja grande e acomode a todos) ou no prprio refeitrio.

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    1 passo: colocar as frutas descascadas em cima da mesa a disposio dos alunos;

    2 passo: solicitar que eles piquem as frutas em cubos. Caso os alu-nos sejam pequenininhos, tomar cuidado com o manuseio da faca;

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    3 passo: aps tudo picado, colocar na vasilha e espremer uma laranja para que se extraia o suco (para dar um caldinho salada);

    4 passo: servir a todos os alunos e aos professores tambm, claro.

    Em relao ao controle sanitrio, ou seja, ao cuidado que de-YHPRV WHU FRPDKLJLHQHGRVDOLPHQWRV, dever ser execu-tado por todos da escola e, principalmente, por vocs, pois esto em contato diretamente com os alimentos que iro ser preparados.

    Mas esse controle pode ser feito de maneira simples. Lembra-se do quadro apresentado na Unidade III sobre o armazena-mento dos alimentos? Ele pode ser um ponto de partida do seu controle.

    Dentro da cozinha, devemos tomar alguns cuidados. Aqui esto listados alguns pontos que so esquecidos com freqncia:

    QmRPLVWXUDURVDOLPHQWRVFUXVFRPRVMicozidos;

    ODYDUVHPSUHRXWHQVtOLRTXHIRUVHUXVDGR

    QmRXWLOL]DURPHVPRXWHQVtOLRSDUDPDQXVHDUalimentos diferentes, como por exemplo, carnes e hortalias, pois um pode contaminar o outro;

    KLJLHQL]DUDVIUXWDVHDVKRUWDOLoDVFRPVROXomRclorada;

    QmRH[SHULPHQWDUDFRPLGDTXHYRFrHVWiSUHSDUDQGRna sua mo;

    TXDQGRIRUSUHSDUDUDOLPHQWRVTXHQmRYmRDRIRJRe quando for servir o alimento, necessrio que voc esteja de mscara e touca (caso no tenha, solicitar urgente a direo da escola);

    ROL[RGHYHVHPSUHHVWDUWDPSDGR

    ODYDUDVPmRVVHPSUHTXHPXGDUGHDWLYLGDGHRXsempre que voltar do banheiro, de fumar, etc.

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    Participao da(o) merendeira(o) no CAE

    Um aliado neste processo de edu-cao nutricional o &RQVHOKR GHAlimentao Escolar (CAE), que foi criado em 1994, atravs da Lei Fede-ral n. 8.913, definindo sua composi-o e competncias, inclusive a par-ticipao desse conselho na elabora-o dos cardpios que deveriam, de acordo com a referida lei, respeitar os

    hbitos alimentares e as vocaes agrcolas regionais e, prefe-rencialmente, utilizar alimentos bsicos.

    Esse conselho, como j falamos na Unidade III, deve ser com-posto por representantes do poder executivo, do poder legisla-tivo, dos professores, dos pais de alunos e da sociedade civil.

    Nesta ltima representao, gostaria de chamar sua ateno merendeira (o). A sociedade civil pode ser representada, por exemplo, por associaes de igrejas ou sindicatos de traba-lhadores, nutricionistas, ou qualquer outra categoria, desde que estejam organizados.

    Assim, pode haver uma organizao das(os) merendeiras(os) para representar a sociedade civil no CAE.

    Inclusive voc, merendeira(o)!

    Organize seus companheiros para se elegerem a fazer parte deste conselho. Pois assim, vocs podero contribuir ainda mais na melhor execuo deste Programa.

    Vocs, desta categoria, conhecem muito bem a realidade das escolas, o que servido nos cardpios, o que os alunos realmente necessitam e o que pode

    melhorar. Concordam? Ento, por que no fazer parte deste conselho?

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    Saiba que, se queremos contribuir para uma educao com qualidade para nossos estudantes, o nosso trabalho precisa ser coletivo: diretores, professores, nutricionistas, educado-res alimentares, estudantes e pais.

    Toda comunidade deve participar, escolher e decidir o que queremos. Que alimentao escolar vamos oferecer aos nos-sos estudantes? Que alimentos so saudveis e quais contri-buem para a sua formao fsica e intelectual como cidado?

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    Cursista, nesta unidade iremos tratar do papel da escola como formadora de hbitos alimentares saudveis, bem como das cozinhas e dos locais que comercializam alimentos dentro das escolas, as chamadas cantinas escolares.

    O papel da escola

    O ambiente escolar, ao envolver de forma participativa e dinmica alunos e familiares,

    professores, funcionrios e profissionais de sade H[PpGLFRVGHQWLVWDVQXWULFLRQLVWDVSVLFyORJRV

    proporciona condies para desenvolver atividades que reforam a capacidade da escola de se transformar em um local de convivncia saudvel, ao desenvolvimento mental e afetivo, ao aprendizado e ao trabalho, inclusive a orientao alimentar de todos os envolvidos nesse processo, podendo ser um local de promoo de sade.

    A infncia um perodo de grande desenvolvi-mento fsico da criana, marcada pelo crescimento da altura, do peso e do saber.

    Alm disso, um perodo em que ela se desenvolve psicologi-camente, ocorrendo mudanas em seu comportamento e em sua personalidade. Por isso, nesta poca, esto mais sensveis a todos os tipos de influncias culturais, alimentares, compor-tamentais, entre outras.

    Essa fase da vida requer cuidados especiais, pois, uma ali-mentao no saudvel, pode ocasionar conseqncia no de-senvolvimento fsico e, principalmente, mental.

    Quando a criana apresenta deficincia de iodo, ela nasce sur-da e, conseqentemente, fica muda, provocando uma redu-o em seu aprendizado. Ou ento, quando ela nasce com baixo peso, devido alimentao no saudvel da me du-rante a gestao, esta reduo tambm poder ocorrer. Da mesma forma, quando a criana est com anemia, por falta de ferro, ela apresenta uma menor capacidade de aprendizagem e, conseqentemente, uma reduo no rendimento escolar.

    Logo aps essa etapa, vm a pr-adolescncia e a adolescn-

    Anemia uma doena caracterizada pela diminuio da concentrao da hemoglobina dentro das hemcias, e pela reduo na quantidade de hemcias no sangue. Isso resulta em uma reduo da capacidade do sangue em transportar o oxignio aos tecidos.

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    cia, momentos caracterizados pelo incio das intensas modi-ficaes fsicas, psicolgicas e hormonais, que transformam o adolescente em adulto. Desta forma, a alimentao tem um grande impacto na formao do organismo para que se atinja uma vida adulta saudvel.

    A alimentao no saudvel nos primeiros anos de vida e durante a fase escolar responsvel pelo baixo peso, atraso no crescimento e desenvolvimento fsico e mental, alm de favorecer a repetncia escolar e o desenvolvimento de doenas, tais como: infeces, doenas do corao, obesidade, hipertenso arterial e GLDEHWHVTXHSRGHUmRFRPSURPHWHUDYLGDDGXOWD'DtDimportncia de que os escolares tenham acesso a uma alimentao adequada e saudvel.

    A promoo da alimentao saudvel recomen-dada para todas as faixas etrias e, particularmente, na infncia, quando os hbitos alimentares esto sendo formados e as aes para educ-los de como comer melhor tm maiores probabilida-des de sucesso. Aliado a isso, se ressalta a alimentao para a criana em idade escolar, em virtude das suas necessidades nu-tricionais que devem ser atendidas em todos os pontos (energia, carboidratos, protenas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras), conforme voc aprender nos prximos mdulos.

    Destacam-se ainda algumas condies que podem comprome-ter o estado nutricional destas crianas, seja por excesso de ali-mentos calricos ou pela falta de alimentos, como por exemplo: ingesto inadequada, doen