mec educação infantil

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    Integrao das instituiesde

    Educao Infantilaos sistemas de ensino:

    um estudo de casode cinco municpiosque assumiram desafiose realizaram conquistas

    um estudo de casode cinco municpiosque assumiram desafiose realizaram conquistas

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    Presidente da Repblica

    Fernando Henrique Cardoso

    Ministro da Educao

    Paulo Renato Souza

    Secretria ExecutivaMaria Helena Guimares de Castro

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    Integrao das instituies

    Educao Infantilaos sistemas de ensino:

    um estudo de casode cinco municpios

    que assumiram desafiose realizaram conquistas

    de

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    Secretria de Educao Fundamental

    Iara Glria Areias Prado

    Chefe de Gabinete da Secretaria de Educao Fundamental

    Maria Auxiliadora Albergaria Pereira

    Diretora de Poltica da Educao Fundamental

    Maria Ambile Mansutti

    Coordenadora Geral de Educao Infantil

    Stela Maris Lagos OliveiraElaborao

    Vitria Lbia Barreto de FariaMrcia Pacheco Tetzner Laiz

    Colaborao

    Secretrios de Educao e equipes tcnicas de Educao Infantil das SecretariasMunicipais de Educao dos municpios de Itaja/SC, Corumb/MS, MartinhoCampos/MG, Manaus/AM e Maracana/CE.

    Fotos

    Vitria Lbia Barreto de Faria

    Coordenao de produoMaria Ieda Costa Diniz

    Projeto grfico

    Andr Said e Wilton Oliveira

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    Aos gestores municipais e aos conselheiros e tcnicoseducacionais dos municpios

    com grande satisfao que entregamos o documento: Integrao dasInstituies de Educao Infantil aos Sistemas de Ensino: um estudo de caso decinco municpios que aceitaram desafios e realizaram conquistas, com objetivode subsidiar as secretarias e conselhos para que possam efetivar a integrao dascreches aos sistemas municipais de ensino, realizando um atendimento de qualidades crianas brasileiras de zero a seis anos de idade.

    Neste documento, so relatados e analisados os processos deimplementao de polticas de educao infantil vivenciados por cinco municpiosdo pas: Itaja/SC, Corumb/MS, Manaus/AM, Martinho Campos/MG e Maracana/CE.

    Reconhecemos que, integrar aos sistemas de ensino instituies quehistoricamente eram vistas como de amparo a assistncia, aos sistemas municipaisde ensino, conferindo-lhes um carter educacional, no tem sido fcil para asPrefeituras. Tal deciso no envolve apenas aspectos burocrticos mas questes

    vinculadas qualidade do atendimento com diversas implicaes para o municpiotais como: criao do Sistema Municipal de Ensino; definio de normas para ofuncionamento da educao infantil; formao inicial e continuada dos professorese sua profissionalizao; elaborao de Propostas Pedaggicas das instituies;

    criao de espaos fsicos e a aquisio de recursos materiais para o atendimentos crianas de 0 a 6 anos, entre outros.A despeito das dificuldades enfrentadas para tal integrao os municpios

    que fazem parte desta amostra, conseguiram encontrar algumas solues, para asquestes que entravam este processo, consideradas inovadoras e que podem servircomo referncia para os demais.

    O objetivo primordial desta publicao divulgar estas experincias bemcomo suscitar discusses e debates, no mbito municipal, sobre as questes queentravam este processo, fornecendo elementos para a reflexo e busca de soluescom vistas a um atendimento de qualidade s crianas brasileiras em creches epr-escolas.

    Esperamos que os esforos da Secretaria de Educao Fundamental, por

    meio da Coordenao Geral de Educao Infantil, no sentido de identificar e divulgaressas experincias, possam enriquecer as discusses e debates em torno da definiode polticas municipais de educao infantil, cada vez mais comprometidas comos direitos das crianas e de suas famlias.

    Iara Glria Areias Prado

    Secretaria de Educao Fundamental

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    I PARTE -Introduo............7

    II PARTE -Relatos de experincias dos municpios..............17Itaja, o porto dos encantos, investe nos espaos fsicospara melhor atender a infncia.......................18

    Corumb, a capital do pantanal, aposta na gesto democrticado ensino pblico..........................................................28

    Educao infantil em Maracana: uma experinciade parceria com a comunidade...............................36

    Martinho Campos: na singeleza de um pequeno municpio, o germe de um projetoaudacioso o sistema regional de ensino...........................................43

    Manaus: no encontro das guas, o encontro das culturasnum movimento transdisciplinar...................................50

    III PARTE -Anlise dos aspectos significativos dos relatosde experincia dos municpios.............................................57

    1. Criao do Sistema Municipal de Educao, Conselho,Secretaria de Educaoe regulamentao da educao infantil..........................................58

    2. Formao inicial e continuada...............67

    3. Profissionalizao dos professores: elaborao do plano de carreiracom incluso dos professores de educao infantil.................69

    4.Elaborao da proposta pedaggica e do regimento internodas instituies de educao infantil..................71

    5. Desenvolvimento da proposta pedaggica, com nfase na qualidade das aeseducativas dos envolvidos, junto s crianas de 0 a 6 anos................73

    6. Criao de espaos e recursos materiais prpriospara o atendimento s crianas de 0 a 6 anos.............76

    7. Integrao de polticas municipais e parcerias...................79

    IV PARTE - Consideraes finais..........81

    V PARTE - Referncias Bibliogrficas......................85

    ANEXO................89

    1. Questionrio..............................90

    Sumrio

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    IntroduoI PARTE

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    I n t r o d u oI n t r o d u o

    O atendimento criana de zero a seis anos, no Brasil, existe h mais

    de 100 anos. No entanto, apenas recentemente, vem sendo reconhecido o

    carter educacional dos servios oferecidos s crianas de 0 a 3 anos e suas

    famlias. O reconhecimento legal do dever do Estado e do direito da criana a

    ser atendida em creches e pr-escolas e a vinculao desse atendimento

    rea educacional, representam um avano no que diz respeito educao da

    criana dessa faixa etria.

    A Constituio Brasileira de 1988, no seu artigo 208, estabelece: o

    dever do estado com a educao ser efetivado mediante garantia de (...)

    atendimento em creche e pr-escola s crianas de 0 a 6 anos. O fato de acreche e a pr-escola serem includas no captulo da educao evidencia o

    reconhecimento do carter educativo dessas instituies.

    Em 1990, as conquistas constitucionais so reafirmadas pelo Estatuto

    da Criana e do Adolescente: dever do Estado assegurar (...) atendimento

    em creches e pr-escolas s crianas de 0 a 6 anos de idade.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de 1996 explicita no

    seu artigo 29 que a educao infantil a primeira etapa da educao bsica

    e, no artigo 89 das Disposies Transitrias exige que regulamentaes em

    mbito nacional, estadual e municipal sejam estabelecidas e cumpridas. Dessa

    forma, a LDB estabeleceu um prazo at 23/12/1999 para que as creches e

    pr-escolas fossem integradas aos sistemas de ensino.

    Hoje, em 2002, as conquistas na legislao ainda trazem desafios

    para sua efetivao, na medida em que convivemos com discursos e prticas

    que evidenciam a perspectiva assistencialista que predominou na trajetria

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    desse atendimento. Por outro lado, a busca por um trabalho realmente

    educacional tem tomado como base, na maioria das vezes, o modelo tradicional

    da escola, predominante no ensino fundamental, que est longe de se adequar

    s especificidades da criana de 0 a 6 anos.

    importante que fique claro que se integrar ao Sistema de Ensino

    significa fazer parte deste; seguir suas normas e regulamentaes para

    credenciamento e funcionamento, sem perder suas caractersticas histricas

    e o respeito s suas diversidades culturais; estar sujeito superviso, aoacompanhamento, ao controle e avaliao do Sistema de Ensino. Pertencer

    ao Sistema Estadual, Municipal ou do Distrito Federal no uma opo das

    instituies. Se o municpio tiver constitudo seu Sistema de Ensino todas as

    instituies de educao infantil devero vincular-se a ele.

    Os preceitos legais acima explicitados rompem com uma histria de

    atendimento institucionalizado criana, desenvolvido por diferentes reas,

    que se configurava como amparo ou assistncia e inauguram um novo tempo

    em que o direito educao direciona todas as demais aes voltadas para a

    infncia.Nesse sentido, na definio de polticas municipais, necessrio que

    as Secretarias de Educao se organizem, tanto no que diz respeito estrutura,

    quanto no que se refere ao oramento, para fazer face s demandas por

    ampliao do atendimento e melhoria da qualidade dos servios oferecidos,

    buscando as articulaes necessrias para a construo de uma poltica

    municipal de educao infantil.

    Em relao aos recursos humanos, a integrao representa o

    reconhecimento de que o profissional de educao infantil o professor, e,

    como tal, tem os mesmos direitos dos professores do ensino fundamental:

    ingresso por meio de concurso pblico, incluso no plano de carreira, eqidade

    no que diz respeito a salrios e vantagens.

    Essa integrao representa, ainda, para o municpio, a construo de

    novos prdios e a reforma e manuteno dos j existentes. Considerando-se

    as funes de cuidar e educar crianas de zero a seis anos, indispensvel

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    que, juntamente com as aes relativas ao espao fsico, haja um investimento

    nos equipamentos e materiais pedaggicos das instituies.

    Entretanto, o aspecto mais importante e, ao mesmo tempo, mais difcil

    dessa incorporao das instituies aos Sistemas de Ensino a mudana nas

    concepes vigentes de criana, professor e de instituies de educao

    infantil, sem a qual essas transformaes no se efetivam.

    Ao se transferir as instituies para os Sistemas de Ensino, no entanto,

    no se pode perder de vista que as aes relacionadas aos cuidados e educaodas crianas devem se constituir em polticas articuladas na esfera municipal,

    envolvendo, alm da secretaria de educao, as secretarias e rgos ligados

    sade, assistncia, justia, trabalho, entre outros, em regime de cooperao

    com o Estado e a Unio, mediante aportes tcnicos e financeiros. Alm disso,

    o municpio deve desenvolver suas aes em parceria com a famlia e com a

    comunidade, bem como, com os rgos nacionais e internacionais que atuam

    no municpio, desenvolvendo trabalhos ligados infncia.

    Sabemos que este processo no tem sido fcil para as Prefeituras,

    uma vez que no se trata apenas de uma deciso burocrtica, mas vinculada qualidade do atendimento com diversas implicaes para o municpio.

    Considerando as dificuldades enfrentadas e, na perspectiva de contribuir para

    que esta integrao venha a beneficiar a criana brasileira e suas famlias, a

    Coordenao Geral de Educao Infantil, elaborou este estudo, tendo como

    referncia as experincias desenvolvidas por cinco municpios brasileiros.

    Dessa forma, o documento Integrao das Instituies de Educao

    Infantil aos Sistemas de Ensino: um estudo de caso de cinco municpios que

    assumiram desafios e efetuaram conquistas tem como objetivo destacar as

    experincias inovadoras e/ou alternativas de integrao das creches aos

    Sistemas de Ensino que possam ser teis aos demais. , tambm, de suma

    importncia que a leitura do documento suscite discusses e debates no mbito

    municipal sobre questes que entravam o processo de integrao cujas

    alternativas podem ser buscadas mediante experincias que envolvam a

    participao da comunidade.

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    Embora este trabalho possa contribuir com diferentes atores envolvidos

    nas aes voltadas para a criana, os interlocutores privilegiados desta

    publicao so os gestores e conselheiros municipais e os tcnicos dos sistemas

    de ensino.

    Mais do que relatar as experincias municipais de integrao das

    creches aos sistemas de ensino, o escopo principal deste documento foi o de

    apresentar aspectos significativos dessas experincias que ensejem outras

    formas de integrao, de acordo com a realidade de cada municpio.

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    M e t o d o l o g i a

    O ponto de partida para o desenvolvimento deste estudo foi a busca

    de informaes sobre as formas de integrao encontradas por alguns

    municpios, por meio de fontes ali enraizadas. Neste sentido foi consultada a

    rede de formadores do Programa Parmetros em Ao do Ministrio da

    Educao.

    O caminho percorrido para o desenvolvimento deste estudo no foi

    linear, comportando idas e vindas, com o intuito de captar as aes educacionais

    ligadas educao infantil, desenvolvidas nos municpios a partir de seu

    contexto scio-poltico e cultural. Assim, foram utilizados os seguintes

    procedimentos:

    1. Sondagem feita pela Coedi, junto rede de formadores do

    Programa Parmetros em Ao

    Considerando que ningum melhor do que aqueles que esto

    cotidianamente desenvolvendo seu trabalho nos municpios, tm um

    conhecimento mais profundo da realidade social em que as aes educativas

    so desenvolvidas, buscou-se obter informaes junto aos formadores do

    Programa Parmetros em Ao para identificar os municpios que possuam

    experincias inovadoras ou alternativas de integrao das creches aos Sistemas

    de Ensino.

    2. Definio de critrios de anlise

    Para a elaborao dos questionrios (em anexo), procurou-se definir

    alguns critrios que pudessem ser norteadores para a coleta de dados sobre

    M e t o d o l o g i a

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    os aspectos constituintes do processo de integrao. Dessa maneira, partindo

    do que estabelece a Lei, foram priorizados os seguintes aspectos:

    Criao do Sistema Municipal de Educao, do Conselho Municipal

    de Educao, regulamentao, credenciamento e autorizao de

    funcionamento das instituies de Educao Infantil.

    Formao inicial e continuada dos professores.

    Profissionalizao dos professores: plano de carreira com incluso

    dos professores de educao infantil.Elaborao de proposta pedaggica e de regimento interno das

    instituies de educao infantil.

    Desenvolvimento da proposta pedaggica, com nfase na qualidade

    das aes educativas levadas a efeito junto s crianas de 0 a 6 anos.

    Criao de espaos e recursos materiais prprios para o atendimento

    s crianas de 0 a 6 anos.

    3. Aplicao de questionrios

    A partir das informaes fornecidas pelos formadores, foram enviados50 questionrios, pelo correio, aos setores de Educao Infantil das Secretarias

    Municipais de Educao, para serem preenchidos e complementados com

    documentos relativos educao infantil no municpio (Resolues do Conselho,

    Diretrizes Curriculares Municipais, Propostas Pedaggicas, entre outros). Desses,

    apenas 24 foram respondidos e devolvidos.

    4. Delimitao do universo a ser analisado

    A partir da leitura dos questionrios e documentos enviados pelas

    Secretarias foram selecionados os cinco municpios que fariam parte da amostra.

    A escolha dos municpios no se deu a partir de critrios classificatrios,

    hierrquicos ou avaliativos, mas pela identificao de experincias que

    apresentassem algum aspecto significativo no processo de integrao e que

    pudessem servir de referncia aos demais. Para a delimitao do universo do

    estudo foram definidos os seguintes critrios:

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    a) Representatividade das cinco regies brasileiras.

    b) Incluso de municpios de pequeno, mdio e grande porte.

    c) Incluso de pelo menos um municpio de capital.

    Com base nesses critrios foram selecionados os seguintes municpios:

    Manaus/AM, na Regio Norte; Maracana/CE, na Regio Nordeste; Corumb/

    MS, na Regio Centro-Oeste; Martinho Campos/MG, na Regio Sudeste; Itaja/

    SC, na Regio Sul.

    5. Visitas aos municpios para a coleta de dados

    Para complementar as informaes, buscou-se contato direto com os

    municpios onde estavam sendo desenvolvidas as experincias de integrao.

    Para tanto, foram realizadas reunies com as equipes das Secretarias e dos

    Conselhos e visitas s instituies de educao infantil para observar o

    desenvolvimento das prticas educativas, das condies fsicas dos prdios,

    dos equipamentos e materiais pedaggicos utilizados assim como de sua

    adequao s especificidades da criana.

    6. Anlise dos dados coletados

    Com base nos critrios anteriormente definidos foram destacados os

    avanos e dificuldades dos municpios no processo de integrao e as alternativas

    e solues encontradas, quanto aos aspectos conceituais, legais e prticos que

    possam servir para discusso e referncia queles municpios que ainda no

    integraram as instituies de educao infantil aos seus sistemas de ensino.

    7. Elaborao do documento final

    Para a elaborao do documento final, organizou-se o material coletado

    e analisado da seguinte maneira:

    1 Parte: Introduo e Metodologia2 Parte: Relato das experincias dos municpios

    3 Parte: Anlise das experincias4 Parte: Consideraes Finais5 Parte: Referncias Bibliogrficas

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    Relatos dasexperincias dosmunicpios

    II PARTE

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    Itaja uma cidade porturia de Santa Catarina, localizada na foz do

    Rio Itaja-au, numa plancie beira - mar. uma cidade moderna com

    excelente qualidade de vida e boa infra-estrutura.

    Seus primeiros habitantes foram os ndios guaranis, depois vieram

    os portugueses em busca de ouro e pedras preciosas. Mais tarde, atrados

    pela privilegiada situao geogrfica e belezas naturais da regio, chegaram

    os imigrantes aorianos, alemes e italianos que fizeram da cidade a porta

    de entrada para a colonizao do Vale do Itaja. Hoje, a mesma porta

    encontra-se aberta para o mundo, possibilitando intercmbios com

    diferentes culturas.Seus 150 000 mil habitantes vivem de uma rica e diversificada,

    economia, desenvolvendo tanto atividades ligadas pesca e agropecuria

    quanto explorao de petrleo, indstria e comrcio.

    A administrao municipal destina 40% do seu oramento para a

    educao, atendendo a toda demanda do Ensino Fundamental.

    Quanto educao infantil, so atendidas 7227 crianas, sendo 4 560

    na rede municipal, 293 na rede estadual e 890 na Combemi (Comisso Municipal

    de Bem Estar do Menor de Itaja). As demais so atendidas em instituies

    privadas (particulares, filantrpicas, confessionais

    e comunitrias). Existem ainda crianas

    atendidas em espaos no planejados,

    que ainda no foram autorizados

    pelo Conselho Municipal de

    Educao (Comede), o que

    Itaja, o porto dos encantos,investe nos espaos fsicos para

    melhor atender a infncia.Itaja, o porto dos encantos,investe nos espaos fsicos paramelhor atender a infncia.

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    impossibilita saber o nmero exato de matrculas. Essa oferta, longe de atender

    a todas as crianas na faixa etria de 0 a 6 anos, corresponde a 36% da demanda

    por creches e pr-escolas.

    Nos 31 Centros de Educao Infantil (28 localizados na zona urbana e

    3 na zona rural) criados por solicitao das comunidades, atuam 185

    professoras, 204 agentes em atividade na educao (atendentes), 31

    coordenadores, 30 auxiliares de coordenao e 133 agentes de servios gerais.

    SISTEMA MUNICIPAL DE EDUCAO

    O Sistema Municipal de Educao foi criado em 15 de dezembro de

    1998 (Lei n 3. 352) e constitudo pelas escolas municipais de ensino

    fundamental, pelas instituies de educao infantil municipais e privadas

    (particulares, filantrpicas, confessionais e comunitrias), pelo rgo

    normativo que o Conselho Municipal e pelo rgo executivo que a

    Secretaria de Educao.

    Em relao ao atendimento criana de 0 a 6 anos, esse sistema busca

    articular os diversos setores dentro da Secretaria de Educao, bem como integrarpolticas com as Secretarias da Sade, Justia, Criana e Adolescente, e

    Desenvolvimento Social e estabelecer parcerias com as empresas locais.

    CONSELHO MUNICIPALDE EDUCAO (COMEDE)O Comede foi criado em 1990, entretanto, com o advento da nova

    LDB, organizou-se em Santa Catarina um frum para reestruturao dos

    Conselhos Municipais de Educao. A partir das deliberaes desse Frum, os

    Conselhos reviram seus regimentos e sua constituio, incluindo diversas

    representaes da sociedade organizada como Universidade, Secretaria

    Municipal, Representantes do Conselho de Igrejas e outros.

    O Comede, em relao educao infantil, responsvel pelo

    credenciamento e autorizao de funcionamento das instituies e pelo

    acompanhamento e superviso das atividades nelas desenvolvidas. Entretanto,

    vale destacar que a ao mais efetiva do Conselho direciona-se s instituies

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    da rede municipal, ficando em descoberto as da rede privada. Esse fato torna-

    se relevante se considerarmos que, das 7227 crianas atendidas, apenas 4560

    so de responsabilidade direta da rede municipal.

    Alm dessas aes o Comede realiza campanhas educativas e de

    divulgao de suas atividades, junto comunidade, como as relativas a

    esclarecimentos quanto ao credenciamento das instituies, e ao papel do

    Comede. Para a realizao dessas campanhas, so utilizados os diversos meios

    de comunicao, sobretudo jornal, rdio e televiso.Os membros do Conselho, indicados por seus pares so os seguintes: 2

    (dois) representantes da Secretaria Municipal de Educao, 1 (um)

    representante da Secretaria Municipal da Criana e do Adolescente, 1 (um)

    representante da Fundao Cultural de Itaja, 2 (dois) membros do magistrio

    pblico municipal, indicados por seus pares, 2 (dois) representantes da

    Universidade do Vale do Itaja, 1 (um) representante das escolas particulares

    de Educao Infantil, 2 (dois) representantes das Associaes de Pai s e

    Professores (APPs) da Rede Municipal de Ensino e 1 (um) representante do

    Conselho de Igrejas.O Conselho j organizou a sua Cmara de Educao Infantil que, em

    1999, criou a Resoluo n 003 que fixa as normas do Sistema para o

    credenciamento, a autorizao e a fiscalizao das instituies. Essas normas

    foram elaboradas a partir de um amplo processo participativo da sociedade

    organizada, incluindo os diversos segmentos envolvidos direta ou indiretamente

    com a educao da criana.

    SECRETARIA MUNICIPALDE EDUCAOEm 1997, foi criado na Secretaria Municipal de Educao, o

    Departamento de Educao Infantil, que hoje conta com uma equipe de 8

    (oito) pessoas, nas seguintes funes: 1 (um) Diretor de Departamento, 1

    (um) Coordenador de Ensino, 1 (um) Chefe de Diviso de Suporte Administrativo,

    4 (quatro) supervisores e 1 (um) auxiliar administrativo. Esse Departamento,

    num primeiro momento, assumiu, como tarefas prioritrias, a realizao de

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    um diagnstico da situao educacional do municpio e uma ao efetiva em

    relao ao atendimento s crianas de 0 a 6 anos que, at ento, era feita

    pela Secretaria de Desenvolvimento Social.

    A partir do diagnstico, foram estabelecidas como principais metas:

    1. o desenvolvimento de uma ao educativa nos Centros de Educao Infantil

    que ainda apresentavam um carter assistencialista;

    2. profissionalizao e valorizao dos recursos humanos da educao infantil;

    3. incentivo a uma maior participao dos pais no processo educativo;4. ampliao e melhoria dos espaos fsicos para atender demanda.

    1. Ao Educativa

    Um passo significativo na transformao dos Centros de Educao

    Infantil em locais de cuidado e educao, foi a elaborao das Diretrizes

    Curriculares para a Rede Municipal de Educao Infantil de Itaja.

    Fundamentadas no Referencial Curricular Nacional para a Educao

    Infantil, proposto pelo Ministrio da Educao MEC, essas diretrizes

    definem, com clareza, as concepes filosficas que direcionam o trabalhoeducacional e propem inovaes pedaggicas a serem desenvolvidas na

    prtica cotidiana.

    O processo de elaborao desse Documento propiciou a formao em

    servio dos educadores, uma vez que exigiu destes uma atualizao de

    conhecimentos, bem como, uma disponibilidade de tempo para investir na

    sua qualificao. Dando continuidade a esse processo, os professores do

    municpio se engajaram no Programa Parmetros em Ao, implementado pelo

    Ministrio da Educao, constituindo-se em grupos de estudos com vistas ao

    aprofundamento do Referencial Curricular Nacional.

    A equipe tcnica da Secretaria, periodicamente, supervisiona as

    unidades de educao infantil, acompanhando a ao pedaggica desenvolvida

    e oferecendo subsdios para o aprimoramento da prtica.

    Embora os Centros, somente agora, estejam iniciando o processo de

    sistematizao de suas propostas pedaggicas com a participao dos

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    professores e de todo pessoal tcnico, observa-se que j existia um trabalho

    planejado e intencionalmente desenvolvido com as crianas.

    No que diz respeito especificidade desse trabalho, foi possvel

    observar, nas visitas realizadas, que as salas de atividades dispem de material

    didtico de boa qualidade aos quais as crianas tm acesso para o

    desenvolvimento de atividades significativas e que despertam sua ao criadora.

    Dentre os materiais utilizados, podem-se destacar: espelhos, fantasias,

    jogos, livros, material de pintura, recorte e modelagem, algumas vezesorganizados em cantinhos. Foram observadas, de forma assistemtica,

    atividades envolvendo as mltiplas linguagens da criana: leitura, escrita,

    artes plsticas, msica, dana, jogos, atividades de faz- de- conta. Alm disso,

    pode ser percebida a preocupao com os cuidados e a formao de hbitos

    em relao higiene, alimentao, sade e segurana. Todas essas atividades

    so desenvolvidas em clima de respeito e afetividade.

    H uma preocupao por parte da Secretaria Municipal e das

    coordenaes dos Centros em desenvolver um trabalho conjunto de orientao

    pedaggica e de uso de materiais didticos atualizados e adequados aodesenvolvimento das atividades com as crianas.

    2- Profissionalizao e Valorizao dos Recursos Humanos

    O municpio j elaborou o Plano de Carreira do Magistrio, no qual os

    professores de educao infantil esto inseridos, e realizou em 2001, concurso

    pblico para admisso de pessoal.

    Todos os Centros de Educao Infantil contam com um coordenador e

    um auxiliar de coordenao que juntos desenvolvem o trabalho pedaggico e

    administrativo, direcionados para o cuidado e a educao das crianas,

    envolvendo as diversas aes relacionadas sade, segurana, higiene, cultura

    e educao. O cargo de coordenador no est previsto no Plano de Carreira

    do Magistrio, sendo esse profissional indicado pelo Prefeito Municipal.

    Em todas as salas de atividades existe um professor e um atendente

    que, nas turmas de 0a 1 ano, so responsveis por 12 crianas; nas turmas de 1

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    a 2 anos, 16 crianas e, nas turmas de 3 a 6 anos, por uma mdia de 25 crianas.

    Os professores que em 2001, possuam apenas o ensino mdio, na modalidade

    normal, atualmente esto cursando Pedagogia. A partir de 2002, a exigncia de

    escolaridade para o ingresso, atravs de concurso, foi a formao em Pedagogia,

    com habilitao em Educao Infantil. Embora os professores de educao infantil

    desenvolvam atividades similares s dos professores de ensino fundamental, h

    uma diferenciao salarial entre eles, uma vez que esses ltimos, recebem um

    adicional de 20%, justificado como hora/atividade e planejamento.Existe ainda a figura do professor contratado, em regime temporrio,

    para substituir eventuais licenas ou faltas dos professores efetivos. Para esses,

    exigido que tenham, ou estejam cursando, o nvel superior com habilitao

    em Educao Infantil.

    No que se refere aos atendentes, cuja funo auxiliar o professor

    em todas as atividades, o ingresso no quadro da Prefeitura tambm se faz

    atravs de concurso pblico e a escolaridade exigida o nvel mdio, embora

    muitos dos que ocupam atualmente essa funo, j estejam cursando a

    Universidade. O regime de trabalho desses profissionais de 6 horas e recebemum valor aproximado 50% do salrio do professor.

    Os servios gerais de limpeza, cozinha e lavanderia so realizados nos

    Centros de Educao Infantil pelos agentes de servios gerais. Alm desses

    profissionais, lotados nas escolas, existe uma equipe da Secretaria que atua

    junto aos Centros Infantis, composta por nutricionistas, psiclogos e supervisores.

    3. Incentivo a uma maior participao dos pais no processo educativo

    A Secretaria e as coordenaes dos Centros desenvolveram um

    trabalho, visando uma mudana de concepo dos pais no que diz respeito ao

    atendimento s crianas, ressaltando o aspecto educativo dessa ao em

    contraposio perspectiva assistencialista existente anteriormente.

    Como resultado desse trabalho, o que se verifica hoje que a

    comunidade tornou-se muito mais exigente, chegando a explicitar, em alguns

    momentos, o desejo de que seus filhos se desenvolvam em sua plenitude.

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    Alm disso, houve um envolvimento efetivo dos pais nas atividades

    dos Centros, tanto nas reunies quanto em mutires, campanhas e outras

    formas de cooperao. Alguns exemplos desse trabalho cooperativo com os

    pais so as coletas seletivas de lixo, com o objetivo de desenvolver um trabalho

    pautado na Educao Ambiental. Outro exemplo o desenvolvimento de tarefas

    pelos pais como jardinagem, pintura, conserto e recuperao de brinquedos,

    com vistas melhoria das condies fsicas dos Centros.

    A equipe pedaggica busca tambm formas criativas de comunicaocom as famlias, visando sua integrao e participao nas atividades que

    desenvolve. Algumas merecem destaque: exposio de trabalhos elaborados

    pelas crianas em murais, na entrada de alguns Centros e, em outros, os

    murais so utilizados para apresentao de planilhas de prestao de contas

    dos gastos efetuados e outras informaes de interesse da comunidade.

    4. Ampliao e melhoria dos espaos fsicos para atender demanda

    O diagnstico realizado pela Secretaria em 1998, identificou,

    como problemas cruciais da rede escolar, o reduzido nmero de crechese pr-escolas para o atendimento demanda e a inadequao dos espaos

    fsicos existentes.

    Algumas das solues encontradas foram a alocao de novas casas e

    reformas nos prdios j existentes, buscando adequ-los ao trabalho

    educacional com as crianas de 0 a 6 anos. Foram construdos mais 10 Centros

    totalizando 31. Os projetos das novas construes foram feitos pelos arquitetos

    com a participao da equipe tcnica da Secretaria.

    Mesmo com a ampliao e melhoria dos espaos fsicos, o municpio

    atende a aproximadamente 36% da demanda, o que exige a definio de

    critrios para matrcula. Estes critrios, determinam que tero prioridade

    de atendimento, as crianas cujas mes trabalham fora e aquelas

    pertencentes s famlias de baixa renda. importante destacar que as

    crianas permanecem na instituio, ao longo de todo o ano, mesmo quando

    as mes perdem o emprego ou aumentam sua renda familiar.

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    A maioria dos Centros de Educao Infantil apresenta condies

    adequadas de funcionamento no que diz respeito aos espaos interno e externo,

    de uso das crianas, para o desenvolvimento de atividades, apresentando boa

    iluminao, ventilao, higiene, mobilirio e equipamentos adequados. De

    uma maneira geral, possuem salas de atividades com banheiros e/ou fraldrios

    anexos, nas quais as crianas so organizadas por faixa etria. Alm dessas,

    existem outras dependncias: refeitrio, cozinha, dispensa, sala da

    coordenao e dos professores e, em alguns Centros, h ainda um ptio coberto.Na rea externa, todas as instituies possuem parques com brinquedos

    apropriados s crianas de 0 a 6 anos e, em muitos, h tambm um tanque de

    areia e uma casinha para brincadeiras de faz-de-conta.

    Quanto ao financiamento, a educao infantil funciona com recursos

    prprios da Prefeitura, da Secretaria do Desenvolvimento Social e da Famlia

    convnios firmados com empresas locais.

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    INTEGRAO DE POLTICAS MUNICIPAIS E PARCERIAS

    Visando um atendimento de qualidade s crianas do municpio e a

    otimizao dos recursos financeiros, materiais e humanos existentes, a

    Secretaria Municipal de Educao vem conjugando aes com as demais

    Secretarias e estabelecendo parcerias com outros rgos e instituies. Alguns

    exemplos dessas articulaes so:

    com a Secretaria de Sade, atravs dos postos localizados prximos

    s instituies e com as policlnicas municipais, visando tanto oatendimento de emergncia quanto a preveno e o diagnstico de

    algumas doenas por meio do Programa Bolsa Alimentao;

    com o Centro Municipal de Educao Especial de Itaja CEMESPI

    cuja equipe de profissionais atende crianas portadoras de

    necessidades educativas especiais, visando sua incluso nas turmas

    de ensino regular;

    com as secretarias da Criana e do Adolescente e do

    Desenvolvimento Social, mediante programas de ateno criana e

    a famlia: Programa Sentinela que combate a violncia e a exploraosexual infanto - juvenil;

    com o Conselho Tutelar para encaminhamentos de casos

    emergenciais como violncia familiar e abandono;

    com o MEC, por meio do Programa Parmetros em Ao, destinado

    formao continuada de professores de educao infantil e de outros

    segmentos;

    com a universidade que, por meio de estgios e programas de

    extenso, disponibiliza os alunos, sobretudo os dos ltimos anos, dos

    cursos de medicina, odontologia, psicologia, pedagogia e

    fonoaudiologia para prestar atendimento s crianas que freqentam

    os Centros;

    com empresas do municpio que garantem vagas com o pagamento

    de beros para os filhos de suas funcionrias.

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    Alm dessas parcerias, a Secretaria, por intermdio do Departamento

    de Educao Infantil, promove fruns anuais, reunindo professores de Itaja e

    de municpios vizinhos com o objetivo de discutir questes relevantes da

    educao infantil e atualizar os conhecimentos e prticas nessa rea.

    AVANOS

    Considervel melhoria dos espaos fsicos.

    Estabelecimento de parcerias, principalmente, na rea de sade,atendendo s reivindicaes da comunidade.

    Participao efetiva dos pais.

    Programa Municipal para a Educao Infantil (Diretrizes Curriculares

    para a rede municipal de Educao Infantil).

    Elaborao e desenvolvimento dos Projetos Educativos nas unidades

    de Educao Infantil da rede municipal.

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    Situada s margens do Rio Paraguai, no Pantanal Matogrossense, a

    regio possui a mais bela fauna do mundo, composta por animais selvagens,

    pssaros e peixes de infinitas espcies. Completando as belezas da regio, a

    flora pantaneira, oferece aos moradores e visitantes uma diversidade de flores,

    palmeiras e rvores que fazem da regio um atrativo de ecoturismo para

    pessoas de todo o mundo.

    A fundao de Corumb no sculo XVIII foi uma estratgia militar da

    Coroa Portuguesa para impedir o avano dos espanhis em busca do ouro na

    desguarnecida fronteira brasileira. Durante a Guerra do Paraguai, Corumb

    foi ocupada e destruda pelas tropas de Solano Lopes. Depois da Guerra, aabertura dos portos e o comrcio internacional foram fatores determinantes

    para a ocupao da fronteira oeste brasileira.

    Os rios Paraguai, Paran e da Prata, at a dcada de 50, eram o nico

    meio de comunicao com o mundo. A partir da, a histria da economia local

    se transformou com a construo de estradas de ferro, rodovias e, mais

    recentemente, por meio de vias areas.

    Atualmente, Corumb, a capital do Pantanal como conhecida, tem

    uma populao de 100.000 habitantes e a terceira cidade, em importncia

    econmica, do Mato Grosso do Sul. Os setores que mais crescem

    so a indstria, sobretudo a de minrio, que

    abastece o Pas com ferro, cimento e

    calcrio; o comrcio, em geral, que

    alm de abastecer os municpios

    vizinhos, atende as cidades

    Corumb, a capital dopantanal, aposta na gesto

    democrtica do ensino pblico.

    Corumb, a capital do pantanal,aposta na gesto democrtica doensino pblico.

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    bolivianas com as quais faz fronteira. Alm disso, essa regio possui grandes

    fazendas de gado e um ativo setor pesqueiro que, alm de atender as

    necessidades da populao local, comercializa o produto.

    O municpio tem realizado grandes conquistas no setor educacional,

    investindo na universalizao do ensino fundamental, na formao dos

    professores e na qualidade da educao infantil, atendendo 45% da demanda

    por creches e pr-escolas.

    SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO

    Em 1998, foi criado o Sistema Municipal de Ensino de Corumb com o

    objetivo de desenvolver a gesto democrtica do ensino pblico do municpio.

    Esse Sistema constitudo pelos seguintes rgos e entidades: Secretaria

    Municipal de Educao, Conselho Municipal de Educao, em funcionamento

    desde 1997, Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de

    Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorizao do

    Magistrio - Fundef, a rede municipal e a particular de ensino.

    CONSELHO MUNICIPALDE EDUCAOO Conselho Municipal de Educao de Corumb/MS foi criado em 1987,

    em funo da necessidade de autonomia do municpio na rea educacional.

    At ento o municpio era regido pelas normas do Conselho Estadual de

    Educao de Mato Grosso do Sul.

    Aps a sua criao, por dificuldades polticas na nomeao de

    conselheiros, o Conselho ficou desativado at 1997 quando foi constitudo por

    9 membros, representando: Prefeitura, Secretaria, Sindicato de Professores,

    das escolas particulares e dos trabalhadores, APMs, Organizaes No-

    Governamentais e docentes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

    H previso de reformulaes na composio do Conselho, visando ampliar a

    sua representatividade.

    Em 1999, a educao infantil do municpio foi regulamentada por

    meio da deliberao 012/99 do Conselho Municipal de Educao.Essa

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    deliberao destaca as funes do cuidar e educar, prprias da ao

    pedaggica na educao infantil, facultando o trabalho em perodo parcial ou

    integral. Destaca, tambm, o direito das crianas com necessidades educativas

    especiais de serem atendidas na rede regular de creches e pr-escolas.

    Em relao a educao infantil, a ao mais significativa do Conselho

    se refere ao credenciamento, autorizao de funcionamento e ratificao de

    autorizao das instituies.

    Todas as instituies de educao infantil do municpio estocredenciadas pelo Conselho. Para que as instituies obtenham autorizao

    de funcionamento, necessrio dar entrada em um processo que, aps

    apreciao do Conselho e relatrio de visita de inspeo pela equipe tcnica

    da Secretaria, submetido anlise do Conselho. Essa autorizao ratificada

    a cada trs anos, seguindo o mesmo processo.

    SECRETARIA MUNICIPALDE EDUCAOEm 1999, foi criado o Ncleo de Educao Infantil da Secretaria

    Municipal de Educao, hoje, com uma equipe de 3 pessoas. O Ncleo deEducao Infantil, com o apoio do Conselho Municipal de Educao busca a

    melhoria da qualidade do processo educativo e acompanha o trabalho nas

    instituies, com nfase nas seguintes atividades:

    participao nos projetos de formao continuada dos professores

    e diretores;

    orientao, acompanhamento, capacitao e implementao dos

    colegiados e APMs;

    implementao e acompanhamento de projetos desenvolvidos nas

    instituies da zona rural e urbana;

    incluso de crianas com necessidades educativas especiais.

    Das 2.940 crianas de 0 a 6 anos, atendidas nos 2 Centros de

    Educao Infantil, nas 5 Creches e nas classes que funcionam nas Escolas

    de Ensino Fundamental (rural e urbana) pela rede municipal de Corumb,

    2.340 encontram-se na faixa etria de 4 a 6 anos, e apenas 600 crianas na

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    de 0 a 3 anos. Os profissionais da educao infantil so: na creche, 40

    professoras, 50 atendentes e 40 auxiliares de servios diversos e na pr-

    escola, 90 professoras.

    Alm dessas instituies pertencentes rede municipal de educao

    existem, ainda, 1 creche filantrpica com apoio pedaggico da Secretaria e

    professores pagos pela Prefeitura e 5 creches particulares com fins lucrativos.

    O trabalho pedaggico desenvolvido pela Secretaria, prioriza dois

    aspectos: a qualidade da educao oferecida em creches e pr-escolas e agesto democrtica do ensino pblico do municpio.

    1. Qualidade da educao oferecida em creches e pr-escolas

    A Secretaria Municipal de Educao de Corumb priorizou a qualidade

    do atendimento na rede municipal ao invs da universalizao em condies

    precrias. A importncia da opo pela qualidade pode ser percebida por

    meio de alguns indicadores: investimento na formao inicial e continuada

    dos professores; elaborao das propostas pedaggicas nas instituies;

    avaliao sistemtica das crianas com o conhecimento dos pais;acompanhamento do trabalho pedaggico das instituies pela equipe da

    Secretaria.

    No que se refere s propostas pedaggicas das instituies, estas foram

    elaboradas com a participao dos professores que nelas atuam com o

    acompanhamento pedaggico do Ncleo de Educao Infantil da Secretaria e

    de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educao Infantil e

    com os Referencial Curricular Nacional. Considerando que uma proposta

    pedaggica sempre provisria, algumas instituies esto reelaborando suas

    proposies.

    As propostas pedaggicas das instituies se fundamentam numa

    concepo de criana como pessoa em processo de crescimento, como sujeito

    ativo, social e histrico, participativo e dinmico que age e interage com o

    seu meio. Na deliberao do Conselho Municipal, so fornecidas algumas

    orientaes sobre os contedos necessrios em uma proposta pedaggica.

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    As orientaes

    fornecidas pelo Conselho

    para a avaliao do

    trabalho nos Centros de

    Educao Infantil definem

    que esta deve ser feita

    mediante acompanha-

    mento, registro do desenvolvimento da criana nunca visando promoo mesmoem se tratando de acesso ao ensino fundamental. Combase nessas orientaes

    e, com a participao dos professores, a equipe da Secretaria criou um sistema

    de avaliao constitudo por fichas de acompanhamento das crianas, por

    faixa etria, focando aspectos do desenvolvimento infantil e envolvendo as

    necessidades de cuidado e educao das crianas de 0 a 6 anos. Essa avaliao

    realizada bimestralmente pelos professores e, enviada aos pais para que

    conheam e opinem sobre o processo de desenvolvimento/aprendizagem de

    seus filhos.

    Tanto a prtica pedaggica, desenvolvida no cotidiano das instituies,quanto o nvel de elaborao necessrio formulao de uma proposta

    pedaggica e o amplo conhecimento da criana, em todos os seus aspectos,

    bem como, o acompanhamento do trabalho nas diversas reas do

    desenvolvimento e do conhecimento, exigem do professor uma slida formao

    inicial e continuada.

    A Secretaria Municipal de Educao, ciente dessa realidade e de sua

    complexidade, exige do professor que ingressa no sistema para atuar na faixa

    etria de 0 a 3 anos uma formao mais elevada do que a do professor que

    atua em outros nveis de ensino. Dessa forma, todos os professores de creches

    possuem curso de nvel superior licenciatura plena, em pedagogia ou em

    psicologia. Alm disso, em cada creche, existe, no mnimo, 2 pedagogos e 1

    psiclogo. Para aqueles que atuam com crianas de 4 a 6 anos, exigida a

    formao mnima de ensino mdio, Magistrio. Cerca de 20% desses professores,

    esto cursando Pedagogia por meio de uma parceria da Secretaria com a

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    Universidade Federal de Aquidauana. Esse curso feito mediante mdulos,

    desenvolvidos nos meses de janeiro, julho e outubro. O ingresso na rede

    municipal feito por meio de concurso pblico, sendo que o ltimo foi realizado

    em 1998.

    No que diz respeito formao continuada, o municpio participa dos

    Programas do Ministrio da Educao: Parmetros em Ao e do Programa de

    Formao dos Professores Alfabetizadores (Profa). Alm disso, a Secretaria

    realiza outros momentos de formao, envolvendo grupos de estudos e cursos.As normas do Conselho Municipal determinam que, a cada trs anos, os

    professores de educao infantil participem de, no mnimo, 200 horas de

    formao.

    Tambm foi instituido pela Secretaria um espao de formao

    permanente dos educadores, chamado Sala Pedaggica. L so realizados

    momentos de assessoramento promovidos pelo Ncleo de Educao Infantil,

    previstos no calendrio, plantes pedaggicos e gravao de programas

    educativos, emprstimo de livros e fitas, entre outras atividades.

    Os espaos fsicos utilizados por creches e pr-escolas so adequadosao desenvolvimento das atividades com crianas na faixa etria de 0a 6 anos.

    Todos com salas amplas, arejadas, refeitrios, reas externas com parques

    infantis. Vale ressaltar os cuidados com a conservao e manuteno dos

    espaos fsicos utilizados. Gradativamente, esto sendo implantadas

    brinquedotecas nas instituies da zona rural e da zona urbana.

    Para o desenvolvimento das aes pedaggicas, as fontes de

    financiamento utilizadas pela Secretaria so oriundas de recursos do fundo

    municipal e de convnios firmados com o Governo Federal.

    2. Gesto democrtica do ensino pblico

    Quanto gesto democrtica, a rede municipal de ensino, por meio

    de suas unidades, busca a participao dos profissionais da educao na

    elaborao das propostas pedaggicas das instituies de educao infantil,

    bem como a participao dos pais e da comunidade nos rgos e conselhos

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    escolares. dada, tambm, grande nfase participao dos pais e

    professores tanto nos colegiados das creches e pr-escolas quanto nas

    associaes de pais e mestres.

    Outro aspecto que merece destaque que todos os diretores so eleitos

    pelos profissionais de cada instituio. A preocupao com a participao

    efetiva dos educadores do municpio na gesto democrtica se faz sentir nas

    discusses em torno da reviso do Plano de Carreira do Magistrio e na

    elaborao do Plano Municipal de Educao.

    INTEGRAO DE POLTICAS MUNICIPAIS E PARCERIAS

    A Secretaria Municipal de Educao, em relao educao infantil,

    desenvolve suas aes de forma integrada com as Secretarias de Assistncia e

    Sade e com o Conselho Tutelar.

    Com a Secretaria de Assistncia desenvolvido, o Projeto de Gerao

    de Renda para a fabricao de biscoitos e alimentao alternativa que funciona

    em algumas creches. Com a Secretaria de Sade, priorizado o atendimento

    s crianas das creches nos Centros de Sade mais prximos.A Secretaria de Educao de Corumb estabelece parceria com a

    Universidade Federal de Aquidauana, onde 20% dos professores esto

    cursando Pedagogia.

    Quanto formao continuada, o municpio participa dos Programas

    do Ministrio da Educao: Parmetros em Ao e do Programa de Formao

    dos Professores Alfabetizadores Profa.

    Tambm, so feitas parcerias com a Pastoral da Criana para a pesagem

    e acompanhamento fsico das crianas, bem como na realizao de palestras

    e oficinas para os pais sobre alimentao alternativa/multimistura e, com as

    empresas locais, para realizao de festivais de arte.

    A parceria com a comunidade fortalecida por meio da realizao

    de um evento anual com durao de trs dias. Nesse perodo, so

    desenvolvidas palestras, oficinas, orientaes sobre higiene bucal,

    alimentao alternativa, informaes sobre ofertas de servios e

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    funcionamento das instituies, entre outros. O planejamento dessas aes

    feito pelos profissionais da instituio, visando atender a demanda local

    e, geralmente, toda a comunidade prxima participa.

    AVANOS

    As conquistas alcanadas pela Secretaria Municipal de Educao de

    Corumb esto centradas na garantia de um trabalho pedaggico de

    qualidade para as crianas do municpio. importante destacar tambm a opo pela gesto democrtica

    envolvendo a participao da comunidade e da escola nas questes

    educacionais.

    Houve tambm investimento nos recursos humanos e materiais para

    a educao infantil.

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    Maracana o maior distrito

    industrial do Cear, fazendo parte da Regio

    Metropolitana de Fortaleza, distante apenas

    11 KM da Capital, sendo assim, um

    prolongamento da sua zona perifrica. Cresce

    continuamente com o xodo rural,

    estendendo-se no sentido mar-serto. Em 1.983, emancipou-se de Maranguape

    e vive uma experincia nova de construir-se autonomamente como municpio.

    Maracana enfrenta os problemas sociais de uma cidade prxima

    periferia de uma capital: desemprego, sub-emprego e populao comrotatividade no trabalho. Uma das causas dessa problemtica o baixo grau

    de escolaridade da populao, que no atende devidamente as exigncias de

    uma economia essencialmente industrial.

    O que merece destaque em Maracana a forte organizao poltico-

    comunitria, fruto do seu processo histrico, anterior a sua emancipao. Os

    reflexos dessa organizao podem ser constatados na rea da educao infantil,

    onde as associaes comunitrias tiveram um papel preponderante na

    reivindicao da educao, para atender s necessidades prementes das mes

    trabalhadoras de crianas de 0 a 6 anos de idade.

    O municpio vem, gradativamente, buscando atender a demanda por

    matrcula nessa faixa etria, j tendo universalizado o atendimento educacional

    a partir dos 6 anos.

    Atualmente, atendido um total de 11280 crianas na imensa rede

    comunitria do municpio. Nas trs creches municipais, so atendidas 250,

    Educao infantil em Maracana:uma experincia de parceria com

    a comunidade.

    Educao infantil em Maracana:uma experincia de parceria coma comunidade.

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    em perodo integral, e 74, nas Escolas de Ensino Fundamental, em perodo

    parcial. As instituies particulares atendem 2479 crianas. A Secretaria optou

    por atender todas as crianas na faixa etria de 4 a 6 anos , ficando em

    descoberto o atendimento faixa de 6 meses a 4 anos de idade.

    SECRETARIA MUNICIPALDE EDUCAO, CULTURAE DESPORTOA Prefeitura de Maracana, nas duas ltimas gestes administrativas,

    vem priorizando a rea educacional. Ao assumir a pasta da educao em 1993,o Secretrio deparou-se com uma grave situao na educao infantil,

    caracterizada por uma imensa rede comunitria, constituda por 180

    instituies conveniadas, apenas trs instituies municipais e algumas classes

    de pr- escola nas Escolas de Ensino Fundamental. O problema maior residia

    no fato de que as instituies comunitrias eram conveniadas diretamente

    com a Prefeitura Municipal e no mantinham vnculo algum com a Secretaria

    de Educao.

    Frente emergncia de buscar alternativas para a soluo gradual

    dessa grave problemtica, algumas prioridades foram traadas:1. Levantamento da situao da educao infantil na rede comunitria conveniada.

    2. Desenvolvimento de aes educativas.

    3. Melhoria e ampliao dos espaos fsicos para atender demanda.

    4. Profissionalizao e valorizao dos recursos humanos da educao infantil.

    1. Levantamento da situao da educao infantil na rede

    comunitria conveniada

    O diagnstico realizado em 1993, identificou situaes graves na

    rede comunitria, como por exemplo, instituies em condies precrias de

    atendimento, com salas superlotadas e muitas, inclusive, sem banheiro. Uma

    das primeiras aes da Secretaria foi firmar convnio com as Associaes

    Comunitrias e vincular essa rede Secretria de Educao.

    Devido complexidade dessa rede e ao nmero elevado de instituies

    em condies insatisfatrias, houve necessidade de uma ao planejada da

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    Secretaria para a reorganizao e restruturao dos espaos comunitrios,

    com vistas oferta de educao infantil. bom salientar que vrias delas

    atendiam alunos das sries iniciais do Ensino Fundamental. Distoro essa

    que, gradualmente, foi sendo eliminada.

    Uma medida inicial e concomitante com o levantamento iniciado em

    1993 foi medir os espaos disponveis para uso educacional. Assim, foi possvel

    estabelecer uma rea mnima por criana. Foram, tambm, definidos critrios

    para renovao ou assinatura de convnios com a Secretaria.Os recursos humanos que atuavam na rede comunitria no possuam

    formao regular e apresentavam baixa qualificao. A maioria tinha o Ensino

    Fundamental incompleto.

    2. Desenvolvimento das aes educativas.

    A partir do levantamento da situao da rede comunitria, a

    Secretaria de Educao passou por uma reorganizao interna para atender

    as diversas demandas educacionais, dando incio a uma ao mais

    sistemtica e continuada na rea da educao infantil. Houve grandeempenho na preparao da equipe tcnica da Secretria para atuar na

    rea pedaggica. Essa equipe conta hoje com 22 pessoas.

    Em 1998, foi elaborada a Proposta Curricular de Educao Infantil

    do municpio, contendo as diretrizes do trabalho educacional, para a faixa

    etria de 0 a 6 anos de idade.

    Atualmente, os diretores, coordenadores e professores das

    escolas municipais e da rede comunitria esto em processo de

    elaborao do Projeto Poltico das Instituies de Educao Infantil. O

    Departamento de Educao Bsica, por meio do setor de Educao

    Infantil da Secretaria, organizou sesses de estudos para dar suporte

    pedaggico ao trabalho.

    Percebe-se que os coordenadores e professores da rede comunitria

    tm dificuldades na construo do projeto pedaggico por dois motivos: o

    acompanhamento pedaggico, efetuado pela Secretria de Educao , ainda,

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    insuficiente e a rotatividade de professores muito grande devido aos baixos

    salrios, o que interfere na capacitao em servio.

    Para as sesses de estudo em torno do projeto pedaggico, foram

    convidados coordenadores das escolas particulares, o que demonstra que existe

    uma preocupao da Secretaria em integrar as instituies com vistas

    melhoria da qualidade da educao infantil do municpio.

    No segundo semestre de 2002, a equipe da Secretaria ministrou um

    curso para os profissionais das redes comunitria, particular e municipal, como objetivo de orientar a elaborao do Regimento Escolar.

    Os funcionrios (porteiros e merendeiras) so integrados nas aes

    educativas das instituies municipais participando das sesses de estudo

    realizadas pela Secretaria. Alm do mais, na perspectiva de envolver a famlia

    nas aes educativas, uma vez por semana uma me passa o dia na escola

    para vivenciar com as crianas as atividades escolares. Nesse dia, colaboram

    com a escola desenvolvendo trabalhos escolhidos por elas, em geral, ligados

    cozinha, limpeza e preparo de alimentos.

    As trs instituies municipais que atendem crianas na faixa etriade 6 meses a 6 anos, possuem acompanhamento pedaggico regular com a

    presena do supervisor na instituio, tendo em vista adequar as propostas

    tericas e metodolgicas prtica educativa.

    Nas visitas realizadas s instituies municipais e comunitrias, foi

    possvel observar uma preocupao com o aspecto pedaggico, evidenciado

    em vrios cartazes expostos contendo orientaes sobre educao, em

    especfico, nas municipais. Por outro lado, verificou-se a necessidade de equipar

    as salas de atividades com maior quantidade de material didtico-pedaggico,

    bem como, brinquedos e equipamentos nas reas externas.

    3. Melhoria e ampliao dos espaos fsicos para atender demanda.

    Houve uma considervel melhoria dos espaos fsicos da rede

    comunitria com reformas efetuadas em vrios prdios que, gradativamente,

    passaram a se adequar s necessidades das crianas.

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    As trs instituies da rede municipal tm um tipo nico de construo

    e possuem banheiros ao lado das salas de atividades. Possuem berrios e

    fraldrios anexos, mas em condies simples de funcionamento. As

    dependncias so: refeitrio, cozinha, dispensa, sala da direo e ptio. Em

    todas elas, h uma espcie de tanquinho, onde as crianas, uma vez por

    semana, se molham ao ar livre. A organizao de uma das escolas municipais

    visitadas muito boa, h muitas rvores e uma pequena horta, que as crianas

    regam, propiciando, assim contato com a natureza.A Secretaria de Educao no optou por concentrar as crianas em

    Centros de Educao Infantil, por considerar que o fato das 180 instituies

    comunitrias, estarem espalhadas pelos bairros de Maracana, facilita o

    deslocamento das crianas, sem a necessidade de transporte.

    Com a extino da Fundao do Bem Estar do Menor, que atendia 14

    creches, a responsabilidade pela alimentao e material didtico passou a ser

    da Secretaria de Estado do Trabalho e Ao Social (SETAS).

    4.Profissionalizao e valorizao dos recursos humanos daeducao infantil.

    Hoje, os 511 professores da rede municipal e comunitria possuem

    formao mnima, nvel mdio modalidade Magistrio e esto se habilitando

    em Educao Infantil, por meio de uma parceria da Secretaria Municipal com

    a Estadual e a Universidade Federal do Cear, o que significa um grande

    avano na formao desses profissionais. Atualmente, 10 professores esto

    cursando o nvel superior e 11 j concluram.

    Ainda, persistem problemas de ordem poltico-partidria na escolha

    de coordenadores e professores da rede comunitria, mas diminuram

    bastante, graas compreenso dos lderes quanto importncia da

    qualidade na prtica educativa.

    Vrias sesses de estudos so realizadas com os professores e

    coordenadores das escolas conveniadas e a equipe de superviso pedaggica,

    por meio do Setor de Desenvolvimento Curricular, que realiza acompanhamento

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    mensal aos 483 professores dessa rede. Por outro lado, os 23 professores das

    creches municipais contam com superviso pedaggica sistemtica.

    CONSELHO MUNICIPALDE EDUCAOO Sistema Municipal de Educao de Maracana foi criado em 2002,

    embora o Conselho Municipal funcione desde 1998 e possua uma Cmara de

    Educao Infantil. A Diretora do Departamento de Educao Bsica da Secretaria

    a Presidente do Conselho.O Conselho apresenta uma boa organizao e tem recebido visitas de

    outros municpios do Estado para conhecer o seu funcionamento. Ele atuante

    e desenvolve aes de mobilizao dos segmentos nele representados. Percebe-

    se uma integrao entre as aes da Secretaria Municipal e do Conselho, que

    possui autonomia para tomar decises sem sofrer influncias polticas.

    O Conselho constitudo por dois representantes de cada segmento,

    sendo um titular e outro suplente: Secretaria de Educao, Diretores das

    Escolas Privadas, Diretores das Escolas Pblicas do Ensino Fundamental,

    Professores das Escolas Pblicas do Ensino Fundamental, Professores deEducao Infantil, Servidores do Ensino Fundamental, Pais dos Alunos,

    membros do Conselho dos Direitos da Criana e do Adolescente e outras

    pessoas da Sociedade Civil.

    A criao do Conselho Municipal facilitou em muito o trabalho das

    instituies tanto para elaborao e entrega de documentos quanto para

    solucionar dvidas.

    A Resoluo do

    Conselho foi elabo-

    rada em 2001 e as

    instituies de edu-

    cao infantil esto

    elaborando suas pro-

    postas pedaggicas.

    Este ano, as escolas da

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    rede comunitria estaro entregando ao CME a documentao legal para

    credenciamento.

    Atualmente, o representante dos pais no Conselho est realizando um

    trabalho de conscientizao da comunidade e discutindo a Resoluo n. 01/

    2001 CEI/CME. A participao dos pais nessas questes propriamente

    educacionais, apesar de ser ainda pequena, est aumentando.

    POLTICAS INTEGRADAS DE ATENDIMENTO E PARCERIASA Secretaria Municipal de Educao, em relao a educao infantil

    desenvolve aes integradas com a Secretaria da Sade para atendimento

    mdico e sade bucal nos postos localizados nas proximidades das instituies.

    A Secretaria Municipal estabelece parceria com a Secretaria

    Estadual e Universidade Federal do Cear para habilitar os professores

    de Educao Infantil.

    Uma empresa de bebidas auxilia uma creche comunitria e outra faz

    doaes empresa dos biscoitos que no so aprovados pelo controle de

    qualidade. Considerando a dimenso do parque industrial de Maracana, a

    participao das empresas na rea educacional muito pequena.

    AVANOS

    A Secretaria Municipal de Educao, Cultura e Desporto de Maracana

    realizou diagnstico de educao infantil, inserido no contexto scio-econmico

    do municpio, buscando a correspondncia entre as necessidades da

    comunidade e a oferta educacional.

    Deparando-se com uma enorme rede comunitria, a Secretaria assumiu

    o desafio de integr-la ao Sistema de Ensino. Ao lado disso desenvolveu duas

    aes primordiais:

    Formao inicial e continuada dos professores e coordenadores da

    rede comunitria.

    Considervel melhoria dos espaos fsicos da rede comunitria.

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    A pequena cidade de Martinho

    Campos, fundada pelos portugueses, localiza-

    se no Vale do So Francisco entre os rios Pico

    e Lambari. uma tpica cidade mineira que

    tem suas origens histricas e culturais em torno

    de uma capelinha onde foram sendo construdas as primeiras casas. Neste local,

    foi, depois, construda a Igreja Matriz Colonial de Nossa Senhora da Abadia.

    O povoamento da regio iniciou-se no sculo XVIII a partir de uma entrada

    sertanista e com a extenso das terras vizinhas do municpio de Pitangui. Essa

    localidade, aos poucos, tornou-se passagem de comerciantes e tropeiros,procedentes de Forrmiga, Dores de Indai e Abaet, levando toucinho e outras

    mercadorias para serem trocados por tecidos feitos em Martinho Campos.

    Hoje, com 12 700 habitantes, a cidade vive da agricultura e da

    pecuria. Na rea de educao infantil, conseguiu universalizar o atendimento,

    e, atualmente, investe na melhoria da qualidade.

    SECRETARIA MUNICIPALDE EDUCAONo inicio do ano 2000, a situao da educao infantil no Municpio de

    Martinho Campos era a seguinte:

    Existiam 2 creches municipais em estado precrio tanto em relao

    ao atendimento quanto s instalaes fsicas e materiais pedaggicos

    para o desenvolvimento das atividades.

    Uma creche filantrpica apresentando, tambm, condies

    deficitrias e sofrendo ingerncias polticas.

    Martinho Campos: nasingeleza de um pequenomunicpio, o germe de um

    Martinho Campos: na singeleza de umpequeno municpio, o germe de um projetoaudacioso - o sistema regional de ensino.

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    Uma escola municipal que atendia crianas de 4 a 6 anos.

    Um Conselho Municipal formado por pessoas que no tinham

    compreenso muito clara de suas funes.

    Professores sem formao, indicados por polticos e, com forte

    resistncia a trabalhar na Educao Infantil, pois o pagamento era

    irregular, sem garantias, uma vez que no havia uma fonte especfica

    de recursos.

    No existia formao continuada dos educadores.A preocupao nas creches e pr-escolas era apenas com o cuidado,

    sem cunho pedaggico.

    Em resumo, a situao da educao infantil no municpio era precria,

    tanto em relao rede fsica, quanto em relao aos recursos humanos,

    constituindo-se em verdadeiros depsitos de crianas, onde a preocupao

    era apenas com a alimentao e a segurana fsica.

    A nova administrao definiu algumas linhas de ao para a poltica

    municipal de educao infantil, priorizando:1. Criao do Sistema e do Conselho de Educao.

    2. Construo e reforma dos espaos fsicos para um atendimento de qualidade

    s crianas de 0 a 6 anos.

    3. Aquisio de materiais pedaggicos permanentes e de consumo.

    4. Profissionalizao e valorizao do magistrio.

    5. Integrao de polticas municipais de atendimento.

    1. Criao do Sistema e do Conselho Regional de Educao

    De acordo com as disposies transitrias da LDB/96, as instituies

    de educao infantil de Martinho Campos passaram a integrar automaticamente

    o sistema estadual de ensino, uma vez que no havia sido criado um sistema

    municipal.

    Em 2001, aps uma avaliao por parte da Secretaria Municipal de

    Educao quanto s implicaes da criao de um Sistema e de um Conselho

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    Municipal de Educao, verificou-se que, por se tratar de um municpio de

    pequeno porte, poderiam estar sujeitos s interferncias polticas em funo

    da proximidade do poder poltico municipal. Assim, a alternativa encontrada

    para superar essa questo foi a criao de um Conselho Regional de Educao,

    envolvendo os 19 municpios da micro-regio.

    Esse Conselho ainda est sendo constitudo com a participao dos

    Secretrios de Educao e de pessoas representativas da micro- regio. No

    momento atual, a discusso est centrada na questo da proporcionalidadeda representao de cada municpio.

    A inteno de que sejam membros do Conselho:

    Secretrios de Educao.

    Professores representantes de creches e pr-escolas.

    Representantes de escolas particulares, de igrejas, de sindicatos,

    do Rotary e Lions, de associaes de pais, associaes de professores

    do estado e do municpio.

    Representantes da Companhia Agrcola de Reflorestamento/ Belgo

    Mineira (CAF).

    A proposta que esse Conselho seja itinerante, sendo sediado a cada

    ano em um dos municpios que o integram.

    2. Construo e reforma dos espaos fsicos

    O municpio conta com trs Centros de Educao Infantil, sendo dois

    de responsabilidade da Secretaria e um filantrpico que atendem as crianas

    de 0 a 6 anos, em perodo integral. Alm disso, as crianas de 4 a 6 anos so

    atendidas em uma escola municipal, em perodo parcial.

    atendido um total de 779 crianas na educao infantil que

    corresponde a quase 100% da demanda existente no municpio. Os Centros de

    Educao Infantil da rede municipal atendem 120 crianas de 0 a 3 anos e 580

    de 4 a 6 anos. As demais crianas so atendidas em instituies privadas

    (filantrpicas, confessionais, particulares e comunitrias). Em cada sala de

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    atividade das turmas de 2 a 6 anos, esto matriculadas 25 crianas e, no

    berrio, o mximo de 15 crianas.

    Uma ao prioritria da Secretaria foi a reforma de uma das creches

    que se encontrava em estado precrio de funcionamento, colocando em risco

    as crianas que a freqentavam.

    Hoje, esse espao, totalmente reformado, constitui o primeiro

    Centro de Educao Infantil do municpio. As salas so amplas e arejadas.

    As que atendem as crianas de 0 a 3 anos tm acesso direto a uma reaexterna, onde, tambm, so desenvolvidas atividades e permitem o acesso

    fcil ao banheiro, fraldrio e lavanderia, facilitando a higiene das crianas

    e do ambiente.

    O outro Centro de Educao Infantil, construdo com recursos do

    governo federal, atende a 80 crianas, o que representa uma expanso do

    atendimento pblico. Parte das crianas deste Centro era atendida em

    uma casa alugada que no apresentava condies para uma ao educativa

    de qualidade.

    Alm desses dois Centros, existe um terceiro de natureza filantrpicaque funciona por meio de convnios com ONGs internacionais e com a Prefeitura

    Municipal que remunera os professores e fornece merenda. Recebe, tambm,

    outras contribuies das Secretarias da Assistncia e da Sade. Cada um desses

    Centros conta com uma Coordenadora Pedaggica.

    A Escola Municipal, onde funciona tambm o ensino fundamental,

    possui 10 salas onde se desenvolve o trabalho com crianas de 4 a 6 anos.

    A diretora e a supervisora da escola so tambm responsveis pela

    educao infantil.

    3- Aquisio de materiais pedaggicos permanentes

    Percebe-se uma grande preocupao por parte da Secretaria Municipal

    de Educao em equipar as instituies de educao infantil do seu sistema

    com materiais pedaggicos de qualidade que atendam s especificidades das

    crianas. Assim, a creche, recm inaugurada, est equipada com diferentes

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    materiais que possibilitam s crianas desenvolverem atividades variadas que

    atendem a necessidades diversificadas. Desta forma, nas salas da creche e da

    pr-escola, existem livros de histria, jogos pedaggicos, brinquedos para as

    atividades relacionadas ao faz-de-conta, materiais para o desenvolvimento

    de atividades fsicas, entre outros. Destaque-se que as crianas tm livre

    acesso a esses materiais, sendo orientadas quanto ao seu uso.

    No que diz respeito s classes que funcionam na escola municipal, as

    crianas de 4 a 6 anos tm acesso a um vasto material, tambm de qualidade,mas com caractersticas mais voltadas para a escolarizao, provavelmente, pelo

    fato de as turmas de educao infantil funcionarem dentro de um espao

    escolarizado. Por outro lado, o uso deste espao traz, tambm, benefcios s

    crianas pelo uso de novas tecnologias, uma vez que a instituio equipada com

    um grande nmero de computadores com os quais, desde os quatro anos de

    idade, as crianas esto sendo familiarizadas por meio de atividades significativas.

    Percebe-se a inteno da Secretaria em estender a aquisio e o uso

    dos materiais pedaggicos existentes, tanto na creche quanto na escola

    municipal, s demais instituies de educao infantil do municpio.

    4- Profissionalizao e valorizao do magistrio

    Embora muitas das dificuldades, herdadas historicamente, ainda

    persistam, percebe-se que h um grande esforo, por parte da Secretaria em

    relao profissionalizao e valorizao dos professores do municpio. A

    primeira medida priorizada foi a regularizao do pagamento do salrio dos

    professores, seguido de um aumento em sua remunerao.

    Outra medida foi a realizao de um concurso pblico que tinha como

    exigncia para seus candidatos a formao determinada pela LDB/96 para os

    que atuam na educao infantil. Destaque-se que, atualmente, todos os

    professores do municpio tm formao em Magistrio de nvel mdio ou

    superior, excetuando-se trs que ainda se encontram em processo de formao

    inicial e uma das professoras que no tem formao especfica, mas que, pela

    qualidade de sua atuao, est desempenhando funo educativa na creche.

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    Em relao a essa professora, a Secretaria est buscando qualific-la da mesma

    forma que as demais.

    H tambm um investimento na formao continuada dos professores

    do municpio. Alm dos encontros de estudo e da elaborao das propostas

    pedaggicas nas instituies, trimestralmente, so realizados encontros de

    30 horas que renem todos os professores, supervisores e coordenadores

    pedaggicos de educao infantil, visando a atualizao e troca de experincias

    educativas.

    5- Integrao de Polticas Municipais de Atendimento

    Uma das marcas do atendimento criana de 0 a 6 anos do municpio

    de Martinho Campos a integrao das polticas e das aes de Educao,

    Sade e Assistncia Social. Todo o trabalho do municpio junto criana e

    suas famlias planejado e desenvolvido em conjunto pelas diversas secretarias

    e, para tanto, os recursos financeiros tambm so comuns. Dessa maneira, as

    verbas destinadas assistncia e sade juntam-se aos 10% dos 25% da

    arrecadao municipal para o desenvolvimento de aes em prol da crianapequena.

    Uma das aes que merece ser destacada o cuidado com a sade

    bucal das crianas, inclusive as da zona rural, que so trazidas para a sede do

    municpio para preveno e tratamento dentrio.

    AVANOS

    Formao inicial e continuada e realizao de concurso pblico para

    o acesso carreira de professor de educao infantil.

    Criao do Conselho Regional de Educao, experincia indita

    em nosso pas.

    Acesso informtica pelas crianas de educao infantil.

    Integrao de polticas e parcerias entre as diversas secretarias.

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    Manaus, capital do Estado do

    Amazonas, localiza-se na entrada da selva

    Amaznica e acolhe uma populao de

    1.500.000 habitantes.

    O nome da cidade uma

    homenagem aos seus primeiros habitantes, os ndios manas, que viviam s

    margens dos rios Negro e Solimes. Era um povo guerreiro que resistiu

    hericamente ao domnio do colonizador e escravido que lhe foi imposta.

    No sculo XVIII, em virtude das guerras entre portugueses e ndios, essa tribo

    foi totalmente dizimada.No final do sculo XIX e incio do sculo XX, em decorrncia do Ciclo

    da Borracha, Manaus atraiu milhares de brasileiros e estrangeiros para a regio,

    trazendo, ao mesmo tempo, um grande desenvolvimento econmico e uma

    significativa alterao no meio scio cultural e ambiental da regio.

    A partir de 1967, com a criao da Zona Franca de Manaus, a cidade

    passa a ser foco de migraes internas, trazendo para a regio urbana um

    grande contigente populacional, vindo do Nordeste. Esse fenmeno social

    trouxe consigo os problemas tpicos dos crescimentos desordenados que

    transformam o espao urbano, o meio ambiente e a configurao social da

    cidade. Algumas das conseqncias do rpido e incontrolvel processo de

    urbanizao so sentidas cotidianamente nas escolas e instituies de educao

    infantil, como por exemplo: o surgimento de grupos marginalizados na periferia,

    aumento da criminalidade, abusos sexuais, maternidade precoce, uso de

    drogas, entre outros.

    Manaus: no encontro das guas,o encontro das culturas, nummovimento transdisciplinar.

    Manaus: no encontro das guas, oencontro das culturas, nummovimento transdisciplinar.

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    Todos esses aspectos so considerados pela Secretaria como

    fundamentais para a definio de diretrizes curriculares municipais e para o

    desenvolvimento das propostas pedaggicas das instituies. Por essa razo,

    o sistema municipal de educao, optou por investir nos espaos de formao

    daqueles que so os maiores responsveis pelo processo educativo, como uma

    possibilidade de reflexo de seus profissionais sobre essa realidade, buscando

    alternativas de resgate da cultura e da histria, numa abordagem ecolgica e

    transdisciplinar. Nesse sentido, o trabalho do Centro de Formao PermanenteEstudo e Pesquisa do Magistrio Municipal norteado por uma concepo de

    homem que, amparado pela tradio, possa perceber a si e ao outro como

    sujeitos dialgicos que fazem parte e interagem com o meio em que vivem.

    SISTEMA MUNICIPAL DE EDUCAO

    CONSELHO MUNICIPALDE EDUCAOO Conselho Municipal de Manaus (CME) foi criado pela Lei n 377/96,

    sancionada em 18/12/1996 e, instalado em 25/07/97.Tem como principaisfunes:

    estabelecer normas para a educao infantil;

    autorizar e credenciar instituies de educao infantil;

    definir as polticas educacionais do municpio em relao

    construo de escolas, salrios de professores, compra de materiais e

    de livros didticos;

    discutir e aprovar o Plano Municipal de Educao;

    acompanhar o trabalho das instituies integrantes do sistema municipal

    em relao parte pedaggica e fiscalizao das instalaes fsicas;

    analisar o regimento das instituies.

    O Conselho constitudo por representantes dos diversos segmentos

    integrantes do Sistema: Secretaria Municipal e Estadual, Sindicatos dos

    Professores, Escolas Municipais e Particulares, Associao de Pais, Unio

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    Municipal dos Estudantes. No momento, esto sendo feitas reformulaes na

    sua composio para incluir representantes da Universidade e da Promotoria

    da Infncia. Em 1998, o Conselho regulamentou a educao infantil atravs

    da Resoluo 04/98.

    Nos contatos mantidos com o CME, pode-se observar que esse um

    Conselho atuante, que no aceita ingerncias polticas e que, quando se trata

    das condies de bem-estar das crianas, toma as providncias necessrias,

    chegando a suspender atividades de instituies que no cumprem as exignciasde qualidade.

    SECRETARIA MUNICIPALDE EDUCAONo final de 1999, as instituies de educao infantil foram

    transferidas da Secretaria de Assistncia Social do Estado para a Secretaria

    Municipal de Educao de Manaus. Essa passagem trouxe dificuldades

    para a Secretaria uma vez que no possua recursos humanos e financeiros

    para fazer frente s necessidades demandadas pelo atendimento s

    crianas de 0 a 6 anos. Destaque-se que o atendimento anterior eraprecrio, sendo realizado em espaos inadequados e, sem uma

    preocupao com o aspecto pedaggico. Em funo dessas dificuldades e

    tendo em vista a qualidade das aes desenvolvidas, foi priorizado o

    atendimento criana de 2 a 6 anos.

    Embora a equipe da Secretaria no tenha realizado formalmente um

    diagnstico educacional, foi feito um levantamento da situao da Educao

    Infantil no municpio. A partir da, foram efetuadas mudanas visando o

    desenvolvimento de um projeto educativo para as creches e pr-escolas,

    centrado nas questes e possibilidades regionais e priorizando a cultura local,

    sem perder de vista a ampliao do universo cultural das crianas.

    O trabalho da Secretaria Municipal de Educao destaca-se, sobretudo,

    em 2 pontos principais:

    1.qualidade dos espaos fsicos;

    2.ao pedaggica.

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    1. Qualidade dos espaos fsicos

    A educao infantil no municpio desenvolvida em espaos fsicos

    diversificados e por meio de diferentes modalidades de atendimento. Assim,

    existem em Manaus:

    Centros de Educao Infantil que atendem crianas de 2 a 6 anos

    Classes de Educao Infantil em escolas de Ensino Fundamental,

    atendendo prioritariamente crianas de 5 e 6 anos. Essas duas

    modalidades funcionam tanto na zona urbana quanto na rural, sendoque na zona rural existem dois tipos de instituies de acordo com

    sua localizao: rodoviria e ribeirinha.

    Creches domiciliares localizadas na periferia urbana do municpio

    que atendem crianas de 2 a 5 anos.

    Classes multisseriadas, localizadas na regio ribeirinha que

    atendem, no mesmo espao e com uma mesma professora, crianas

    de pr-escola e de ensino fundamental.

    Instituies privadas (particulares, filantrpicas, confessionais e

    comunitrias) que funcionam em diferentes espaos, alguns adequadosao trabalho com essa faixa etria e, outros, improvisados em igrejas

    e casas, atendendo s crianas de 0 a 6 anos.

    Nota-se uma preocupao muito grande por parte da Secretaria em

    construir, reformar e manter espaos adequados s 29 130 crianas, atendidas

    pela rede municipal. A infra-estrutura dos 49 Centros de Educao Infantil foi

    planejada e montada tendo em vista as necessidades das crianas dessa faixa

    etria, atendidas em perodo parcial e integral. Dessa forma, os prdios possuem

    salas amplas, arejadas, em sua maioria com ar condicionado, banheiros e refeitrios

    apropriados, espaos externos equipados com parques infantis, alguns com recursos

    para a criana desenvolver sua fantasia como, por exemplo, casa de bonecas.

    As classes que funcionam nas escolas de Ensino

    Fundamental, tm em geral um espao privativo com

    equipamentos prprios para esta faixa etria.

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    As creches domiciliares em 182 ncleos, que atendem a 910 crianas,

    constituem um espao onde o trabalho desenvolvido em parceria com as

    Secretarias de Educao, Infncia, Assistncia, Trabalho e Sade. Funcionam

    nas casas das mes que atendem, no mximo, 5 crianas e cujo espao deve

    ser aprovado pela equipe interinstitucional do projeto.

    Tambm h uma preocupao com os espaos das 250 instituies

    privadas, uma vez que sua autorizao e credenciamento esto vinculados a

    critrios que privilegiam a qualidade dos espaos fsicos.Em funo das distncias, dos srios problemas de transporte, bem

    como, da diversidade e da quantidade de instituies existentes, h uma

    grande dificuldade da equipe da Secretaria em fiscalizar, supervisionar e

    acompanhar o trabalho pedaggico nas 1068 turmas de educao infantil.

    2. Ao Pedaggica

    Na poca da promulgao da LDB/96, grande parte dos professores do

    municpio ainda no tinha a formao exigida legalmente. Atualmente, todos

    possuem o curso de magistrio e a meta pretendida que tenham cursosuperior, uma vez que para participar do concurso pblico, a formao mnima

    exigida a de curso superior com habilitao Magistrio.

    A Secretaria de Educao de Manaus, visando atingir a meta estabelecida,

    firmou convnio com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com o objetivo

    de formar 2000 professores de ensino fundamental e educao infantil nos

    diversos cursos oferecidos. Os cursos so realizados no Centro de Formao

    Permanente do Magistrio Municipal, construdo a partir de 2000, cujo espao

    fsico utilizado tanto para esse curso quanto para os de formao continuada.

    Desde a sua concepo, passando pela construo do prdio e pela

    proposta educativa at seus princpios filosficos, o Centro foi pensado numa

    perspectiva holstica, ecolgica e transdisciplinar, abrangendo aspectos e

    valores universais bem como o resgate e a valorizao da cultura local. Dessa

    forma, o Centro volta-se para o estudo e a pesquisa educacionais do municpio

    de Manaus com a finalidade de evidenciar os valores da humildade, da

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    solidariedade, da espiritualidade, da cultura, da arte, da esttica, do meio

    ambiente e da cidadania.

    O projeto de formao continuada dos professores se desenvolve por

    meio do Programa Parmetros em Ao, implementado pelo MEC e pelo Projeto

    Tapiri. Este ltimo est baseado no Programa de Redimensionamento da

    Educao Bsica do Municpio de Manaus, cuja proposta curricular para a

    Educao Infantil foi elaborada a partir de uma anlise de conjuntura dos

    aspectos econmicos, polticos e sociais da cidade de Manaus. Os indicadoresapontaram para a existncia de crianas em situao de risco, determinada

    pelas migraes internas, violncia urbana, marginalidade e excluso social.

    A proposta curricular mencionada

    anteriormente est servindo de referncia para a

    construo coletiva dos projetos pedaggicos das

    instituies de educao infantil. Os reflexos desse

    conjunto de aes j se fazem sentir na prtica

    educativa dos professores.

    Nas visitas realizadas s instituies, pode-se perceber que existe,por parte dos educadores do municpio, um empenho no desenvolvimento das

    aes cotidianas, contemplando o cuidar e o educar, de uma forma integrada.

    Os professores planejam, registram e avaliam suas aes com base no Projeto

    Pedaggico do municpio. Algumas instituies j possuem suas prprias

    propostas pedaggicas, outras esto elaborando-as.

    As atividades em desenvolvimento nas instituies evidenciam uma

    relao entre as proposies pedaggicas e a realidade vivenciada pela criana.

    Exemplo disso foram alguns projetos em desenvolvimento, tais como: O

    encontro das guas: encontro da criana com a cultura, Nossas razes

    caboclas, Sou criana. Da mesma forma, algumas experincias podem ser

    destacadas como atividades em torno do folclore local, envolvendo msicas e

    danas da regio, histrias, como as do boto que carrega as moas e as das

    piranhas que j feriram as crianas e seus familiares, entre outras. Tudo isso

    que vai sendo incorporado ao repertrio cultural das instituies.

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    Para garantir a qualidade dessas aes pedaggicas e o atendimento

    de 55% da demanda das famlias das crianas de 0 a 6 anos, so utilizados

    recursos prprios da Prefeitura e os oriundos de Projetos aprovados pelo

    Ministrio da Educao.

    INTEGRAO DE POLTICAS MUNICIPAIS E PARCERIAS

    Objetivando desenvolver aes que atendam s necessidades das

    crianas de 0 a 6 anos, a Secretaria de Educao de Manaus, buscou a integraode polticas das diversas Secretarias e o estabelecimento de algumas parcerias.

    Exemplos disto so:

    Programa Famlia Social da Prefeitura com as Secretarias da Infncia,

    Trabalho, da Assistncia e da Sade.

    Postos de Sade para atendimentos de emergncia, preveno e

    profilaxia junto s crianas de 0 a 6 anos. Programa Famlia Social da

    Prefeitura com as Secretarias da Infncia, Trabalho, da Assistncia e

    da Sade.

    Formao Inicial dos professores com