me xendo no bau. vasculhando o u

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poemas FILINTO ELÍSIO pinturas LUÍS GERALDES U ME_XENDO NO BAU. VASCULHANDO O

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Page 1: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

UU

poemas

FILINTO ELÍSIOpinturas

LUÍS GERALDES

UME_XENDO NO BAU.

VASCULHANDO O

ME_

XEN

DO

NO

BA

U. V

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LH

AN

DO

O

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s horas invadem-me o espírito e conto uma a uma as ondas

no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade

as horas invadem-me o espírito e conto uma a uma as ondas

no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tudo o que me la-cri_mejano corpo de nut tantas es-trelase da clepsidra esva_indo a areia que me resta!

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s horas invadem-me o espírito e conto uma a uma as ondas

no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade

as horas invadem-me o espírito e conto uma a uma as ondas

no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tudo o que me la-cri_mejano corpo de nut tantas es-trelase da clepsidra esva_indo a areia que me resta!

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2

Edição

Letras Várias – Edição e Arte, Lda.

[email protected]

Título

Me_xendo no Baú Vasculhando o U

Autores

Filinto Elísio

Luis Geraldes

Conteúdos audio

coordenação: João Branco

declamação: Nancy Vieira e João Branco

Design Gráfico e Capa

EADESIGN

Responsável de edição

Carla Fonseca da Costa

Impressão e acabamento

Printer Portuguesa

Tiragem

2000 exemplares (esta edição contém um CD áudio)

Desta edição fez-se uma edição especial de 250 exemplares numeradose 30 exemplares de autores, que vem dentro de uma caixaacompanhada de uma gravura de Luis Geraldes e de um CD áudio.

Depósito Legal

DL Nº 325 458/11

ISBN

978-989-95974-8-8

1ª edição: Lisboa, Abril 2011

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

© Filinto Elísio, Luis Geraldes, Letras Várias

Alto Patrocínio de Sua Excelência,Senhor Primeiro Ministroda República de Cabo Verde

CHEFIA DO GOVERNOdo

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5

Lisboa Cidade da Praia

2011

UME_XENDO NO BAU.

VASCULHANDO O

poemas

FILINTO ELÍSIOpinturas

LUÍS GERALDES

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6

Ó DE CEIA DAS I_LhAS 15 san_tiago 16 f_ogo 19 mai_o 20 brav_a 22 boa_vista 25 sa_l 26 são n_icolau 28 santa l_uzia 31 são vi_cente 33 santo an_tão 35 MAR SE A TUA & NU_A 39 en_luada 40 ma_luada 43 t_oada 44 mar se a tua & nua 47 tabu_leiro 48 lavr_as novas 51

VALSA BRILLANTE (sounds of hudson & de sacu_didela) 55 valsa brillante (sounds of hudson & de sacu_didela) 57 estação da liberdade 58 arre_pendência 60 es_culpindo 62

QUEM TE TATUARIA? 67 quem te tatuaria? 68 biografo de n_ada 71 me_trificações & ar_ pejos 73 variando em u 74 intradoxos 77 FAN_DENGo BoM 81 la_dainha 83 m_orna 84 cola_deira 87 ba_tuku 89 ta_banka 91 ban_deira 92 cola son jon 95 ma_zurca 96 funa_ná 99 f_ado 101

poemasINDICE´

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7

Ó DE CEIA DAS I_LhAS 15 Islands of Life 17 Dancing Along with the Stars 18 Bliss Consciousness 21 The Wheel of Time 23 Pink Lakes at Murray-Sunset National Park 24 Lost in the Beginnings of Infinity 27 Life Forming 29 Sacred Path to Wisdon 31 Lake Mungo 32 Nurturing the New Life 34 MAR SE A TUA & NU_A 39 Mystery of the Dawn 41 Mystery of the Dusk 42 Pilgrimage of Consciousness 45 Never Ending Love 46 Floating Existences 49 Shadows of Us 50

VALSA BRILLANTE (sounds of hudson & de sacu_didela) 55 Travelling oceans 56 Nurturing the New Life 59 Gravitational Dependence 61 Initiation Paths and the Fragility of Life 63

QUEM TE TATUARIA? 67 Wondering Why 69 Faceless Acceptance 70 Mudanças Flutuantes da Matéria 72 Seeds of the Difference 75 Floating Existences in a hidden order 76 FAN_DENGo BoM 81 River of Universal Language 82 Concious Transcends Time and Space 85 Fragile World 86 Moving Together 88 Seven Eternal Universes 90 Vulnerability of Self 93 Travelling oceans 94 The Beginnings of Infinity 97 heidegger’s horse 98 Beyond the Pleasure Principle 100

pinturas

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OS ALqUIMIStAS CHEgANDO

Não me pareceu tarefa fácil descortinar e desmontar a proposta “Me_xendo no Baú”, obra que Filinto Elísio e Luís Geraldes apresentam a este tempo. Estes vieram ao Editor como “estranhos alquimistas”. Tanto a poética como a plástica são aqui e agora, em primo, um labiríntico exercício de saída e exigem, com beleza de espírito, a ventura de um Fio de Ariadne. E são também, já em secundo, uma lúdica procura da figura menor e mais apurada, diria até da estética mais aprumada, bem à lógica da matrioshka. Uma a uma, a busca se impõe à tropia do encontro que estes dois estetas propõem. Não se define, como rezaria o mais clássico jargão, esta proposta em livro. Alguém, de tão raro olhar, classificaria a textura desta obra como um projeto multimédia. De o ter descortinado em sua nuance declamatória, em sua recitada coreografia e em sua ousadia gráfica. Esse alguém — vasculhando o U, como quer o finale da obra —, convenhamos, se rendeu à dúvida filosófica dos cruzares entre o tempo ontológico e existencial, para que, das duas uma, tudo seja matéria em determinada frequência ou seja a Arte, ora em toda a prova, esta imaterialidade que nos detém à vida. Cinco momentos poéticos e plásticos. São cadernos interiores de poemas e pinturas que, escritos, lidos, pintados, vistos, declamados, ouvidos, dançados e apresentados, dão as nuances dialógicas da vida e da morte, da luz e da sombra, da noite e do dia, senão mesmo a dialéctica que importará em tudo seus infinitos elementos da ética e da estética. Quer me parecer proposta filosófica, esta viagem estética do “Mexendo no Baú”. Não me furto a balbuciar aquela canção que às tantas repete que “os alquimistas estão chegando...”. Nota do Editor

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10

PREFÁCIo

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PREFÁCIo

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Dias sobre a navegação, noites sobre os mares, ares rarefeitos e cheiro a pobre, lábios secos e de escorbutos, eis que as ilhas invadem os olhos de quem vigia o mundo do escaler. Gritar “terra à vista”, por gosto ou miragem, como se do

continente e ao tanto mar fossem as ilhas a salvação. Olhar, de mirabolante encanto, bocados

da atlântida para o gáudio da galera, não fosse a besta ali tecê-

las, nem ficasse o visto por lapso de ilusão. Ó

pantagruélica toalha do mar. Às vezes, como ouvira Ulisses em pura

odisseia, cantam sereias que nos encantam de morte. Outras vezes, como também fizera ele a tais cantares,

haveria de se amarrar ao mastro e seguir viagem. Mas, poetas

mais que navegantes, ides para os profanos encantos da beleza.

Gozemo-las, as ilhas. Fome de comê-las. Sede de bebê-las. Ó de

ceia das i_lhas...

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15

Ó de ceia das i_lhas

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16

san_tiagopor primeira

(antes do verbo)

última te quer_ia

tiago profa_no

ao sabor da carne;

louvo-te homem

como um to_milho

pão que sai do for_no

e tosta_do

no aguar da fome;

de tanta boca

sugar teu corpo

teus me_andros

tuas grutas

lamber teus poços

demo_rar no osso

e no caroço;

morrer sempre

aos teus montes

serras e cutelos

morrer às achadas tuas

e fajãs querendo ao verde

(ó minha festa!)

morrer ao teu regaço;

(lamber-te à fome

com ânsia mais que à fome)

com ciência que suga

essência do S

de sant_o

e de pecad_o;

diz-me das especiarias

com que te como

ó portentoso

diz-me dos tem_peros

com que te de_voro

meu apolo

(antes do verbo)

sussurra-me tudo;

o que me cani_baliza

e me incendeia à vida:

ser filho teu

e da poesia…

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Islands of Life

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18

Dancing Along with the Stars

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19

f_ogounta-me nas partes ínfimas

& sejas a estação das frutas todas

en_sopado de ervas

e deixa que o meu corpo te responda

— à lenta carícia dessa outra mão —

ao unguento quente

ao sustento demorado

das lacres

no afã dos gemidos

o visco des_medido das nossas águas

o teres seios de vul_cânicos esteios

teus beijos

são o c_aos querendo o c_osmo

só podes ser floresta es_condida

só podes ser feitiço a estas horas

eu te per_corro a cada duna

— és só geo_grafia…

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mai_oos astros

como as imperceptíveis poeiras

arfam de um alado sono

sina das coisas levi_tantes

(de tudo afinal ser sus_penso)

a voz que (ao verbo) começa a cria_ção

— porque botaram a maçã nisso —

proibida & apetecida no corpo

na gástrica matéria do desejo

são tão límpidas as águas de maio!

(e fizeram-nos frágeis do querer)

persistem em mim ainda todas as fomes

querem de mim ainda as transgressões

e as texturas de mai_o & no de_lírio

dos aromas que (ó Rimbaud) me ressus_citam

numa estação in_fernal…

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21

Bliss Consciousness

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22

brav_acorpo?

esquartejem-no

bem aos boca_dos Set e suas partes

osíris há de lhe soprar a boca

rodopi_ar em mar_gem areias

re_voar em nilo suas ondas

a voz dos mortos no-la refaz a vida

ao sétimo dia judaico

que não seja este sil_ente calen_dário

— meu faraó longínquo —

brav_a deixa-te estar vi_ciada

& serenada

nesta brisa em tua toc_a

…pássaro!

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The Wheel of Time

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24

Pink Lakes at Murray-Sunset National Park

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boa_vistano deserto de viana

o céu tem dunas de tantas cores

e o silêncio vão pensa palavras primordiais

pegadas na areia

pedaços de árvores & bocados de vidro

carcaças de barcos

seus en_calhes de histórias muitas

diz a memória

do casal de namorados preso nos es_combros

diz a memória do arco-íris dessas dunas

seus nau_frágios guardados numa concha

fantástica ilha

lundu bonito & ruínas de igreja…

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sa_lcruci_fixo

colar caído em teu deco_te

fosse teu cangote esta encruzilhada

o meu primeiro projecto de sombra

o de perscrutar luz em ti

escondida antes da aurora

no areal da hera

alcova de algum peca_do

montava eu o puzzle de outrora

— incauto da morte achei-a

desta eternidade —

e teus demónios foram apanhados de súbito

lar_gados como bode ao sabor do monte

queríamos nós cabriolar fêmeas em tempo de es_tio

morreu-me tão estival momento

punha-me nele de cabra_lina pedra

meus geni_tais em clementina

o que explicava à idade de cardeal

um espelho fatal derramado à face

e as rugas me aboca_nharem olhos

ba_nharem também minha sede de pajem

& garga_lharem que a vida são dois dias

sois deuses escondidos que eu sei

sois tantos orixás em fila

os búzios jogado_s sobre os panos

dizem-me lobo-guará perdido na cidade

cansada fera

suplicando à lua esmaecida

lá onde o mar des_gasta a ilha

mas a pedra car_comida sobra

des_nuda-se ela que nem puta

pulsando à tarde com poesia

sois mais que anjo atrás da porta

sois aquele que se salva no armário

sinto-te

& não temas o traído en_raivecido

te imponha

& revire o jogo de cartas marcadas

não me olhes tão assim

meu cúmplice

que o espelho é isso: vermo-nos nele

esse vaivém de mar

mar que me banha b_enta e s_agrada

pressinto-o a cada gota

[oceano tanto – infinita água tua

canto à-toa teu mar_ulhar

sois quanta escondida em banho

cristais de espuma nos meus cantos

meu navio sulca tuas nuvens]

alado navio este meu

e sa_l tem disso

miragens enfim!

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Lost in the Beginnings of Infinity

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são ni_colauas horas invadem-me o espírito

e conto uma a uma as ondas

no espraiar dos teus pés

as horas entram-me nas veias

são a capilaridade que fervilha

das angústias às alegrias

tudo o que me lacri_meja

no corpo de Nut tantas estrelas

e da clepsidra esva_indo

a areia que me resta!

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Life Forming

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Sacred Path to Wisdon

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na beira-mar

plantas & bichos

marinam cada momento

do não pensar em nada

esta ilha pode ser o mundo

o umbigo da terra

o segredo guar_dado no cofre do vento

esta nostalgia que ao vento s_ilva

as aves canoras & as algas inquietas

imensa bei_rada de mar…

santal _ uzia

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Lake Mungo

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33

versejo-te com o v_ento e a t_erra

na sombra vã de que já foi luz;

versejo-te sendo este desejo

uma estranha forma de cruz;

(pedaço de céu & braço de mar

coxas da ilha polegares de nada)

versejo-te como um vagabundo

que ronda a cidade e mata a fome;

em qualquer esquina e canta

(na boca da noite) esse hino

que faz relinchar mulheres

donas de um cio de chicotes

vibra_dores & de_cotes:

ó sedosa lua efémera

ó la_pso de tempo

ó la_pso de tento

tentações…

sãovi_cente

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34

Nurturing the New Life

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santo an_tãoque é de tudo se resumir à estrela.

de não ha_ver cânticos de nada;

de tudo afinal ficar calado

quedo & sub_serviente ao sol;

que é do monte se altear em nuvem

de as ondas inva_direm a praça;

do sonho explodir em real_idade

e dela fugir para a ilha de lesbos?

cansa pal_milhar a ilha a pé

andar seus caminhos de corda

se me apaga o â_nimo cruzar

a meia-noite nessa variante

olho para o dis_tante e vejo

o pássaro sobre Santo Antão…

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Hábitos nada são que o cárcere do monge e o câncer de uma pele escondida. O monástico sentido do

caminho. As horas, doidivanas, desfilam a carne na avenida. Os lugares, serenados, mergulham o algodão da

libido na canforada água da morte. Quanto nos pesam, de uma

banda o recato que nos consome e nos lacra ao sétimo selo, doutra

banda a evasão dos taliões e mandamentos, pois livres que somos de mortais sinais? Quanto de insustentável

solidão nos aguarda a multidão, o turbilhão da angústia que faz as

vezes da tarde para nos anoitecer? Hábitos para o retalhe nosso

de cada dia. Mergulhemo-nos no mar dos hábitos diluídos. Mar se a tua & n_ua...

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39

Mar se a tua & nu_a

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40

despes-me

en_luada

(postos astros em zodíaco)

entalas-me

encruada

(canibalizado de tua carne)

…e não dirás contra-pecados

que não sejam novenas

estas;

despes-me

como quem navega

(quem não tem outro sossego)

assaltas-me

assim à desarmada

(tanto me despenham sucos

quanto me salpicam rugas)

…guardarás luas e suas luzes

que às sombras estas lhe são

árvores;

frondosas folhas

tê-las em nós

— da copa à raiz, amplexo

que é da terra ao céu

meu nó do S

meu nu do U

nódulo

e

verde frutal

V de nó vital

— menu

de te deli_ciar.

en_luada

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Mystery of the Dawn

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42

Mystery of the Dusk

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despes-me

de me reduzires ao corpo

rente ao pêlo e à pele

ao nível zero do toque

e ao sem retoque

assim rosa feita

— mor_dida;

despes-me

de ma_luada

seja eu lobo

(uivante besta)

à sua lua perturbada

seja eu solitário

nos acordes da meia-noite;

despes-me

porque és fêmea

sêmea e quase milho

(parida flor da manhã)

porque és mãos

das cinzas esquecidas

despes-me incen_diada;

porque és onda

se_viciando a praia nua

és altas horas

em que ressona Deus no cio

das marés por virem

despes-me

e peregrino-me do corpo…

ma_luada

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44

t_oadat_arde que finda

ou tão simplesmente noite

(ainda) indecisa;

S grafema impreciso

VC de vossemecê

(senão só dá você)

que ao tempo dos bichos

o poema tem mais riso

que almejado siso;

amiúde sem vogais

de ataúde consoantes:

amar-te em MR-T

FDR-T gemendo assaz letras

CMR-T engolindo-as todas

na tua fonte

de todas as divas;

aliterando em T

(Corsino verseja tambor)

metaforizando em P

(cor & sino tal poesia)

empre_dando

V de viola

de realejo R

na escura fronte

de tal homem;

sentado

de rosto ao poente

(t_arde que finda

ou tão simplesmente noite)

guardo as vogais todas

da cartilha

ao tempo de gramática

pouca

e de algum voo

pelo improvável da palavra;

t_oada como eras

minha primeira

(ou se_rias primeva?)

professora…

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45

Pilgrimage of Consciousness

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46

Never Ending Love

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47

mar se a tua & nuaem tudo o que sejas

(estribilho)

sou

vicioso de tuas vogais

(esse meu cair das pétalas)

sou

onde lhe param sílabas

sou teu

poemas sem palavras

mar se a tua

& nua

lua no farol das águas

in_tacta

& frag_menta

mente_facta

— poesia!

sou-ta

sou-te

sou

ti

(e em ti)

sou-to

(rosa no seu lado de cá?)

sou

tu em

(que me sabes)

despe_talar

Page 52: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

48

o poeta busca a letra

a musa

a kilo k vc gosta;

ele:

vas_culha

de leve

a letra u

ela:

bor_bulha

de breve1/2 d_ode marítima

1 verso Drummoniano

2 pessoas de fingir

da dor deveras

ele

vira múltiplos de alma

ela

dita saudade dada

(acrescentam-se-lhes:

cifras

ânforas com palavras

algumas metáforas

& outros paladares)

o mais

(receituário deste tabu_leiro)

pão de beijo

...ooooops, lapsus calami! lapsus linguae(tropiezo involuntário... mineira é fogo)

seria:

pão de queijo!

tabu_leiro

Page 53: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

49

Floating Existences

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50

Shadows of Us

Page 55: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

51

lavra_s novasoutra mão

que não esta

fir_mará

(na marmórea lápide)

a frase derradeira;

mão que não dirá

de lavra_s

nem contará

(no epitáfio)

o tanto de poesia

esse largo da igreja;

mão que tão pouco saberá

do silêncio (contigo

em cada olhar) trocado;

mão distante da carícia

que foram nossas sombras

em cada soleira

e dos cães

deuses em ca_nino

(atordoados de cio

e dos instantes pesarosos)

em que falávamos

desse

feel me;

no cada_falso

(mão outra que se desconhece)

do pro_verbial verbo

(que me preveja nome todavia)

lavras da poesia

distante de palavras novas…

Page 56: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

52

Page 57: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

53

Page 58: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

54

Dois grãos de areia. Quem sabe, matéria mais ínfima ainda. Podendo

até ser algo imaterial. Ou tão-simplesmente nada. Mais que o grito e o silêncio. Não se nos apercebe coisa. Nem se

nos convence loisa. Puro brilho à beira do rio Hudson. Este haver,

ao tempo ora ontológico, ora existencial, alma para a última valsa. Este haver alguma plastia, certa utopia,

para o alarde da Arte. O larvar estranho das luzes sobre as sombras.

O avatar do espanto destas sobre aquelas. O ião que, de um anel

ao outro, do átomo nos recorda o vão. Puro não saber se as ilhas,

de tantas águas e sob tanto céu, são desta libido alguma forma

de corpo...

Page 59: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

55

(sounds of hudson & de sacu_didela)

Valsa brillante

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56

Travelling Oceans

Page 61: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

57

valsa brillante(sounds of hudson & de sacu_didela)(uma bandeira é um pedaço de pano, irmão)

mas,

de

sacu_didela,

como está afoita ao vento,

as estrelas caem-lhe por terra

e resvalam-se-lhe (presumo hinos

e alvíssaras)

pelos cueiros

…cidade de drenagens entupidas!

é de quando (nem chove),

assim,

comem-nas terras

— elas, aquém do esteio

e feitas bocas —,

afagos,

tragos

mostos sem medida

comem-nas mátrias,

com queijo e fiambre,

nos detalhes,

intimidades

e territórios;

(uma bandeira de céu, de mar e de sangue, irmão?)

mas, de

sacu_didela,como se liquefaz seu vermelho, seu maluco azul, de céu e mare menstruam-lhe (a cada mêso arquipélago não fecundado)

disfuncional útero …cidade de útero removido!

é de quando, assim como aos oceanos,

as ilhas ficam— às tantas, que se perdem

pelo estio das estrelas —, mas de morderem também,

ou comendo-as ainda(com preservativos)

as ilhas são frutos secos,amêndoas do destino, caroços e destroços,

cancerígenos trópicospátrias

e cloacas outras…

Page 62: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

58

estação da liberdade(plataforma de embarque: destino Tucuruvi)

parto (de mim) nesse cais

e dou luz ao silêncio;

reluza outro no espelho

que eu bem me viro;

silen_ciosamente

a partitura da quebra:

vidro

ladrilho

e silício...

É do metrô que passa!

Page 63: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

59

Nurturing the New Life

Page 64: ME XENDO NO BAU. VASCULHANDO O U

60

arre_ pendência(Em consoante S)

S exílio

S lírio

C de cílio

e de você

esse delírio

broxa rima

sapo coaxa

a cantoria

bão babalão

senhor capitão

acha o povo

seu

k

minho

mas

não me piches

no graffiti

nem me_gapixels

em photoshop

existencializa-te

cristaliza-te

upgrada-te

ta te ti to tu

ou

tu to ti te ta

(andas maluco

tu)

esse exílio

esse lírio

e o suicídio

o triunfo

dos suínos

vem irmão

canta irmão

encanta irmão

bão balalão

cabeça de cão

o hino

da

liberdade

arre

égua

mula

e burro

moribundo

bão balalão

não tem coração

que me arrepia

tanta areia

e

S mundo

viva Sartre

arte

tarte de limão

&

consorte

queres beijo

ou

pão de queijo?

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61

Gravitational Dependence

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es_culpindoem tua sombra

és Cupido

rés de tudo

tu de côncavo

eu de cravo

(e despido)

semblante teu

trava-me

assim

teu desplante

e tal desfrute

o que me assombra

e me alumbra

fostes tu

— que rente

como pente no cabelo —

fê-lo

enfim

ao de leve

E

na penumbra

esse olvido

de repente

a

se

es_culpir…

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Initiation Paths and the Fragility of Life

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Vasculhando: letras, cifras, signos. Vasculhando:

alfabeto ulterior, sinais hieroglíficos, escritos cirílicos e ideogramas outros. Pixar murais, desenhar

paredes interiores e caricaturar pátios silenciosos. Grafitar tudo. A

estação do metro. Tatuar teu corpo. Teus desertos

e teus oásis. Atravessar o Sahara do teu interminável corpo e beber a água de uma sede em Marraquexe. Saber que

Alá é Grande. Pressentir que nenhum Deus é pequeno. Pintar teus lábios de roxo e teus cabelos de violeta.

Gostar de magenta em ti. Do teu delírio

de ouro fino. Morrer contigo como foi viver sem ti. Espelho, esse

refletir, parte de quase nada. O mito de Osíris. O vento que sopra a boca da vida. Quem te tatuaria?

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Quem te tatuaria?

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quem te tatuaria?quem,

me_xendo no baú

de tua tatuagem

desenhou-te

(em lápis de cor

ou, sei lá, tinta da China)

negro dragão

tão alva lua

e graciosa borboleta?

quem,

vasculhando o U

de tanta miragem

navegando-te

(em teu corpo-delito)

pecou maçã

tâmara

e manga-rosa?

sabê-lo ser alguém

de ditoso e de distante

(que é do vaga-lume sem sua noite?);

sabê-lo,

por teus cantos, demorado

(como pão quente, chá de manjerico e milho novo);

sabê-lo,

silente de guardado,

ou tão-somente silenciado

(tresandando sândalo e seu pecado)...

ah, sem tanto alarde,

desoficinar poesia

(e sabê-lo Deus, todavia);

ah, mesmo que tarde,

seres lacre que sela

carta já fechada à língua;

seres ainda que cifra,

toda a mensagem de olhos

tua nuvem virando viagem...

ou luar,

que comigo assim mexe

agora que nua te pressinto

re_mexendo...

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Wondering Why

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Faceless Acceptance

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biógrafo de n_adaa Weliton Carvalho

sou este biógrafo

1 tanto falhado

que não se olha

senão de soslaio

e que me recusa

ao pão do dia;

1 biógrafo talhado

máscara diria

de anjo gauchecão fiel que me aguarda

algures na morte;

todavia

a face não me res_guarda

— não sou mais nada!

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Mudanças Flutuantes da Matéria

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me_trificações & ar_ pejosardentias outras

de senti-las

flores frutas fomes e tantas ganas

o spleen dos verbos o trípico cio

argêntea-me isto quando te vejo

e ver-te é tutti de orquestra ser-te

— sorver-te fúlgida de luz — cisma

que não espaceia outro caminho

este sem aposento nem poente

realejos em terem sido: estrela

salitre grampo biltre ou pirilampo

esfarpelam metrificações e versos

despenca-me o cacho de uva seja

macho revivido doutra luminária

terra e arpejos também seus pejos...

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variando em uale_luia como ave césar

lhe diluiam cristo e o bashô

de um santo disto tudo

um cal vário que dista joão

em mi fá sol lá da melo dia

melo sol de_nota si e sal

e não podia tanto castiçal

procissão no adro de_verso

musicar fonema e Nausicaa

demorar o seu expedito u

fosse poema ave que voa

ou então que me me_xias

tu em trave se não o gosto

do bu_raco e tu_bulação...

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Seeds of the Difference

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Floating Existences in a Hidden Order

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intradoxosa_barco

b_arco

c_erco

...de circo meu bem

e_quações estéticas?

com feitoria novo confete da confraria

p_ética

a_berta p_orta

& o_utras a_rtérias

m_otricidades...

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Tudo é música. O silêncio da música. O intervalo

que canta. O tempo que encanta. A sílaba. O ensaio

de orquestra. O tutti é finito. A lusofonia. A fonia simplesmente. A

crioulidade. A civilização do corpo e da alma. As

ilhas e o cosmos. Caliban e Próspero. A dança. O Minotauro de

Creta. A palavra. O verbo do começo bíblico. A morna toada do

violão. A eterna viagem. A guerra, a paz. A prosperidade

das estrelas e a pena delas de Fernando Pessoa. Tantas bandeiras. Outras línguas e suas latitudes. Longitudinais

sussurros aos ouvidos do Mundo. Deus?

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Fan_dengo bom

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River of Universal Language

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la_dainhanovena

açucena de três vozes

ó la_dainha que o mundo é longe;

música

o que é do U

vasculhado na língua das águas

no ín_fimo de cada gota

e no c_ardume dos peixes de tanto mar

que ao di_luviano e va_zante líquido

de placenta silen_ciosa tudo se resume?

— vozes de vasculhando o U!

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m_ornacosmos para lá das ilhas

deuses & demónios ao sabor do violão

nesse de_cantar das pedras

(o haver neurónios)

acordes de viagem

de ponta a ponta voar o pássaro

ali_terando

do meio-dia à meia noite

esvaziando da clepsidra toda a areia

seu sa_litre si_lício & seu a_trito

seus cal_cinados peixes

sua saudade…este suplício!

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Concious Transcends Time and Space

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Fragile World

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cola_deirains_tante quente tre_pidante

nosso com_passo gostoso

sou-lhe corte & costura

seu vestido para a nudez do amor

(Cole den_goso comigo)

umbigo na co_ladeira…

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Moving Together

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ba_tukuna beira-mar

qual a cor do jazz

a plástica do blues

e o sussurrar da salsa

na re_tina de aquém & mar

mulheres da grande ilha

tam_borilam entre suas coxas

o destino de serem outras deusas

a_finação das mágoas — suas lem_branças…

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Seven Eternal Universes

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ta_bankade_vasso todo o tempo

Cronos tenho-o fechado na mão

al_gemado lugar ilha

o esqueleto do dis_perso continente

por dentro da pele

no fluir das veias

sou sopro e distância

sou deste per_fumado chão

sou ta_banka!

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ban_deirasantos dos cav_alos

que de crina para a noite

corriam a várzea inteira;

no altar

no vol_teio dos pecados

teu corpo em descaso

que a vol_úpia é a de_mora

com que ficámos pelo estio

pedirei aos b_úzios

como às gemas que seduzem

às fogueiras ju_ninas

se há chuva

ou pari_dura

ou de maria – não sendo vir_gem

nem mir_agem todavia —

so_letra a nativ_idade

de cristo;

re_tinam sinos

re_picai tam_bores

sangue das ali_márias

e suas vís_ceras

é o povo pelas ruas:

o bai_xão do povo pelas em_penas

a missa dos profanos

(ó poesia)

é mais em baixo…

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Vulnerability of Self

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Travelling Oceans

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cola son jonár_vore flor e fruto

trave & seu silêncio

tua cola_da sol

arvore eu di_ante à lua

ou fique pela nua dança

& contra_dança

arvores tu para a nu_ance

ó gosto_sa inti_midade

sua resina breve

árvore flor

a_mor

en_trave dor

sua mal_dade…

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ma_zurcater_ei agora para as danças

a serena paz do silêncio

se fora v_erbo nesse começo

— pensa_mento que é afinal palavra —

será v_erbo o fim dos tempos

dos sa_piens somos derradeiros

k os corpos da mecânica

& da rob_ótica

à fronte de tal h_omem

p_ode este k não f_ode

nem escreve so_neto

tam_pouco chora

o sol a pôr-se

ou ri de nós

a virmos

dançar ao silêncio

(pensa_mento ou v_erbo)

da ma_zurca?

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The Beginnings of Infinity

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Heidegger’s Horse

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funa_nálouco de tão oco

tempo de f_astio

corpo de graffiti

palco às escuras…

sahara k nos s_obra

o “a” ver amazónia

atlântida es_quecida

ao som da gaita…

im_perfeitos

pri_mitivos ani_mais

plantas & plânctones

tudo nature_za

o funa_ná

a zebra

o lobo

o boto

n_ós…

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Beyond the Pleasure Principle

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f_adonegro corpo

e o des_tino

chora-se fado

e o s_ado corre

tudo é rio

U de tudo

um dia

por me_lodia

vasculha-se-lhe

exis_tindo

ouro preto

re_nasce em Nie_Meyer…

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as horas invadem-me o espírito e conto uma a uma

as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a tropia tropia tropia tropia tropia

tropia tropia me tropia_tro-piatropia tropiawwn tropia tropia

as horas invadem-me o espírito e conto uma a

uma as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tropia TRoPIA tropia_tropiatropia tropia tropia l

trOpIA

as horas invadem-me o espírito e conto uma

a uma as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tropia tropia tropia_

tropia tpia tropia tropia tropia tropia tropia tropia tropia tropia tropia

tudo o que me lacri_mejano corpo de nut tantas estrelase da clepsidra esva_indo a areia que me resta!

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as horas invadem-me o espírito e conto uma a

uma as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são tropia trpia tropia tropia tropia stias tropia

tropia tropia a tropia tropia

as horas invadem-me o espírito e conto uma a uma

as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a tropia tropia tropia tropia tropia

tropia tropia me tropia_tro-piatropia tropiawwn tropia tropia

as horas invadem-me o espírito e conto uma a

uma as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tropia TRoPIA tropia_tropiatropia tropia tropia l

trOpIA

as horas invadem-me o espírito e conto uma

a uma as ondas no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tropia tropia tropia_

tropia tpia tropia tropia tropia tropia tropia tropia tropia tropia tropia

tudo o que me lacri_mejano corpo de nut tantas estrelase da clepsidra esva_indo a areia que me resta!

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U

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UtOpIA

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as horas invadem-me o espírito e conto uma a uma as ondas

no espraiar dos teus pés as horas entram-me nas veias são a capilaridade que fervilha das angústias às alegrias

tudo o que me la-cri_mejano corpo de nut tantas es-trelase da clepsidra esva_indo a areia que me resta!

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UU

U

poemas

FILINTO ELÍSIOpinturas

LUÍS GERALDES

ME_XENDO NO BAU.

VASCULHANDO O

ME_

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