mcinerty temporal consciousness

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Qualquer teoria de percepção temporal pressupõe um estudo do tempo em si. Qualquer análise da percepção ordinária do tempo inclui uma posição sobre três problemas: 1. Se o tempo possui características de passado – presente – futuro ou anteriores e posteriores. 2. O que se entende por e o que é passado, presente e futuro. 3. Quais são os elementos do tempo e de que forma são dispostos. A maioria das teorias generalizaram nossa percepção temporal a um sentido de passado-presente-futuro em constante mudança, mas sem analisa-los. Porém, após a influência da teoria da relatividade no século XX um movimento cresceu com a ideia de momentos anteriores e posteriores (earlier later) sem que houvesse uma passagem real do tempo. Tal forma temporal seria imutável, ou seja, todas as entidades ocorreriam num espaço- tempo e seriam apenas anteriores ou posteriores em relação umas às outras. Inicialmente, os proponentes dessa teoria tentaram traduzir os conceitos de passado-presente-futuro para anteriores e posteriores, no entanto, foi impossível realizar uma equivalência perfeita. Já que não há uma equivalência é necessário identificar quando uma teoria precisará de um tempo passado-presente-futuro e quando precisará de um anterior posterior. É necessário também esclarecer as demarcações do que é passado,p, f... O passado é separado do presente ou exerce influência sobre ele? O presente é uma transição ao futuro ou ele não é dinâmico? Os elementos do tempo são necessários em qualquer uma das visões, há a necessidade de um conceito que explique o que é isso que passa e qual a medida disso. Se iremos dispor ordinariamente os elementos do tempo precisaremos de conceitos que definam essas partes do tempo. Teoria 1 – A teoria 1 assume a posição de passado, presente e futuro e requer passagem temporal. Essas percepções temporais são expostas através de uma representação. A ideia de representação de uma entidade num local temporal impede que isto seja feita na forma de anterior-posterior, teoria na qual não existe estes locais temporais.

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Page 1: Mcinerty Temporal Consciousness

Qualquer teoria de percepção temporal pressupõe um estudo do tempo em si.Qualquer análise da percepção ordinária do tempo inclui uma posição sobre três problemas:

1. Se o tempo possui características de passado – presente – futuro ou anteriores e posteriores.

2. O que se entende por e o que é passado, presente e futuro.3. Quais são os elementos do tempo e de que forma são dispostos.

A maioria das teorias generalizaram nossa percepção temporal a um sentido de passado-presente-futuro em constante mudança, mas sem analisa-los. Porém, após a influência da teoria da relatividade no século XX um movimento cresceu com a ideia de momentos anteriores e posteriores (earlier later) sem que houvesse uma passagem real do tempo. Tal forma temporal seria imutável, ou seja, todas as entidades ocorreriam num espaço-tempo e seriam apenas anteriores ou posteriores em relação umas às outras. Inicialmente, os proponentes dessa teoria tentaram traduzir os conceitos de passado-presente-futuro para anteriores e posteriores, no entanto, foi impossível realizar uma equivalência perfeita. Já que não há uma equivalência é necessário identificar quando uma teoria precisará de um tempo passado-presente-futuro e quando precisará de um anterior posterior.

É necessário também esclarecer as demarcações do que é passado,p, f... O passado é separado do presente ou exerce influência sobre ele? O presente é uma transição ao futuro ou ele não é dinâmico?

Os elementos do tempo são necessários em qualquer uma das visões, há a necessidade de um conceito que explique o que é isso que passa e qual a medida disso. Se iremos dispor ordinariamente os elementos do tempo precisaremos de conceitos que definam essas partes do tempo.

Teoria 1 – A teoria 1 assume a posição de passado, presente e futuro e requer passagem temporal. Essas percepções temporais são expostas através de uma representação. A ideia de representação de uma entidade num local temporal impede que isto seja feita na forma de anterior-posterior, teoria na qual não existe estes locais temporais.

Passado, p, f. aqui são apenas locais no tempo. Em teorias da representação do presente, o presente é o local primário e único de existência. Passado e futuros não existem de forma independente. Apenas consciência do presente importa, apenas a percepção de atos no presente contribuem. Já que passado e futuro não existem completamente, eles não podem contribuir. De qualquer forma, apesar de não completas, a existência do passado difere da do futuro, pois esta já foi representada, enquanto o futuro ainda não foi e é apenas uma espécie de projeção de padrões estabelecidos no passado.

A teoria da representação demonstrou que o tempo é visto através de unidades “medíveis” nas quais nenhuma mudança ocorre, o que implica, que toda entidade que estiver nesta unidade do tempo está simultânea com todas as outras. Dentro disto, o tempo “experienciado” pode, ou não, ser representado como composto de instantes não estendidos.

Teoria2 – Na teoria 2 o presente transpõe suas barreiras e “viaja” às outras localidades temporais. Por essa razão, a teoria dois não é compatível com a ideia de anterior-posterior. A teoria dois, portanto, tem o mesmo contato com futuro e passado, o futuro podendo ser uma ´serie de alternativas da qual apenas uma se torna presente, o contato com o passado pode ser limitado (como?). As características destes locais temporais estão em transição (presente

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se tornando passado), logo, estar em contato direto com elas significa estar em contato com elas em transição e isso dependeria de duas coisas: que os locais temporais possuem essa característica de transição e que a consciência direta é transparente com essas características.

P.P.F. seriam objetos de consciência direta, pois eles são parecidos em essência e pode se entrar em contato direto com as entidades neles. Porém as diferenças que existem em cada fase temporal e o fato de o presente se movimentar entre as fases poderia levar a ideia de que as fases de passado e futuro não existem...

A teoria dois pressupõe um presente imutável, significando não uma divisão infinita dos elementos do tempo, mas sim uma consciência do tempo que um momento ocupa.

Teoria 3 – Possui os mesmos aspectos da teoria 2. Ela não é consistente com a ideia de anterior-posterior. Possui os mesmos problemas em relação ao contato com o futuro.

Como a 2, ela permite contato direto com passado e futuro, mas apenas o presente é sinônimo de atualidade

Também pressupõe elementos temporais nos quais não há mudança

Teoria 4 – A teoria 4 é formulada em P.P.F, mas ela não requer que o tempo passe, mas apenas que as entidades contribuam à experiência através das localidades temporais. As entidades ou ações é que se movem nas localidades temporais. Existe uma passagem das fases de consciência, uma passagem de ser operativo como futuro para sê-lo como presente e ao passado.

De acordo com a teoria 4 a atualidade não reside apenas no presente, o que contrasta com o senso comum. Há o que pode ser chamado de uma existência no futuro e uma existência no passado, a qual pode ser contatada diretamente.

Ela não pressupõe nenhuma posição específica em relação aos elementos do tempo, mas ela favorece a ideia de contínuo do P.P.F., os elementos do tempo se mesclam uns aos outros.

Teoria 5 – Não é apenas uma teoria de percepção temporal, mas uma teoria da temporalidade do ato consciente e só é consistente com a ideia de P.P.F. A consciência da ação é o processo de trazer o futuro projeto ao presente e despachar o presente ao passado.

Na teoria 5 o futuro instrumental do mundo é diferente do futuro mental, do ato de consciência. Assim a atualidade não se restringe ao presente, da mesma forma que a teoria 4, isto significa que consciência do passado e do futuro influenciam diretamente na percepção do presente.

Os elementos do tempo só são trazidos à tona quando relacionados à ações, pois a passagem do tempo depende de ações que transformem o futuro em presente, assim os elementos do tempo são, na verdade, elementos de ação. Tal elemento seria a menor subdivisão de uma ação.

Ponto geral: Parece ser necessário para a percepção temporal que coisas como atos mentais, fases de atos mentais, ou algo como representações, atravessem as localidades temporais. Apenas desta forma é possível obter os dados da percepção temporal.

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