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Mazagão: A última praça portuguesa do Magrebe

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Mazagão:A última praça portuguesa do Magrebe

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Designação:

Cidade Portuguesa de Mazagão(El Jadida)

Tipologia:

Património Arquitectónico Militar

Localização:

El Jadida, Doukkala-Abda, Marrocos

Data de Inscrição na lista de Património Mundial da UNESCO:

28, de Junho de 2004, na convenção de Suzhou na China.

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Contextualização Histórica:

O espírito da reconquista e a expansão da fé foram os principais factores que levaram os portugueses para além-mar.

A estes, podemos juntar as incursões marítimas muçulmanas, que partiam do Norte de África para saquear os territórios Portugueses.

De igual modo, a conquista da cidade de Ceuta abria a possibilidade do controlo de duas rotas comerciais: a rota marítima do mediterrânio e rota da ceda, que terminava nesta praça magrebina.

Da mesma maneira, a conquista da praça daria a Portugal uma cidade com grandes campos de cereais, o qual havia um défice crónico em território Lusitano.

Após a conquista de Ceuta em 1415 Portugal começou uma política de expansão pela praças Magrebinas.

Mazagão seria conquistada no reinado de D. Manuel em 1514.

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A Europa e África Ocidental, Atlas de Lázaro Luís,1563.

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Breve apontamento histórico:

As primeiras obras portuguesas em Mazagão foram realizadas por ordem do rei D. Manuel, que aí mandou erguer um castelo, traçado pelos irmãos Diogo e Francisco de Arruda.

Considerando-se pouco eficaz o sistema defensivo manuelino, D. João III encomendou a Francisco de Holanda um desenho para a praça, qual nunca viria a ser usado. Em vez optou pelo desenho do engenheiro italiano Benedetto de Ravena, que fora auxiliado por Miguel de Arruda.

A construção da obra ficou a cargo de João de Castilho e João Ribeiro. Esta fortaleza, fundada em 1541, constitui o primeiro exemplo de arquitectura militar europeia erguida fora da Europa.

A cidade e a fortaleza sofreram vários reparos até ao seu abandono em 1769.

A cidade ficou abandonada e conhecida como al-Mahdouma (a ruína), até ser de novo ocupada no século XIX a mando do sultão Abderrahman, que a renomeou de El Jadida (a Nova).

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Descrição:

A fortaleza de Mazagão apresenta a forma de um trapezoidal, rematado com quatro baluartes. Duas das faces estão viradas à costa e duas ao eixo terrestre. Os dois principais acessos para a cidade eram a Porta do Mar e a Porta do Governador.

Atestando a sua robustez, o fosso da fortaleza permitia a entrada de embarcações através do sistema de comportas.

No interior da praça localizavam-se vários equipamentos de assistência como o hospital, a vedoria, os celeiros, o palácio do governador, os armazéns, a cisterna, o chafariz, igrejas e ermidas.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, antiga padroeira da vila, guarda ainda hoje lápides funerárias portuguesas. São também visíveis alguns vestígios do antigo Palácio dos Governadores no edifício da actual mesquita.

A cisterna gótica, localizada no pátio interior da primitiva fortaleza manuelina, foi construída por João de Castilho, tendo sido concluída em 1547 por Lourenço Franco.

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Planta da fortaleza e do interior da vila do Mazagão, 1757.

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Planta da Fortaleza.

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Porta do Mar, Benedetto de Ravena,1541.

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Baluarte do Anjo, Benedetto de Ravena,1541.

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Baluarte do Anjo, Benedetto de Ravena,1541.

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Cisterna, João de Castilho, 1541.

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Igreja da Assunção, século XVI.

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Casas construídas à maneira portuguesa.

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Malha Urbana

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Minarete com construção portuguesa pré-existente (Palácio dos Governadores).

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Rosto zoomórfico com vestígios de policromia.

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Medalhão com inscrições árabes sobrechave de um portal.

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Critérios que a elevaram a património mundial:

Critério II : A cidade Portuguesa de Mazagão é um exemplar magnífico da troca de influências entre as culturas Europeias e Marroquinas durante os séculos XVI e XVIII. Igualmente é um dos primeiros assentamentos dos exploradores portugueses no Nordeste Africano, dentro da rota marítima para a Índia.

Critério IV: A cidade fortificada Portuguesa de Mazagão é um magnífico exemplar e uma das primeiras construções seguindo novos conceitos do renascimento intrigando igualmente técnicas portuguesas na sua construção. As construções do período português mais destacáveis são a cisterna e a Igreja da Assunção, construídas ao estilo Manuelino no início do século XVI.

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Protecção e Conservação:

Integridade

As fronteiras da zona tampão e de protecção da cidade portuugesa de Mazagão está descrito no documento submetido ao Comité da World Heritage provendo todos elementos necessários para a sua integração. A fortificação portuguesa do Mazagão, construída em duas fases (1510-1514 e 1541-15489, são impressionantes pela sua monumentalidade e pelo seu estilo arquitectónico. Este conservaram a sua traça original e a sua harmonia arquitectónica até aos dias de hoje. Os monumentos emblemáticos (baluartes, cisterna e igrejas) bem preservados.

A linha da cidade que domina a vista sobre a área do porto é uma característica essencial que necessita ser conservada. A zona urbana que rodeia a antiga cidade de Mazagão deve ser vigiada, para assim, controlar qualquer alteração ou nova construção.

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Protecção e Conservação:

Autenticidade

Sempre habitado, a cidade apresenta todas as condições de autenticidade que justificaram a sua inscrição na Lista do Património Mundial. Muitos monumentos foram reabilitados dando-lhes uma nova função compatível com o espírito do programa integrado na salvaguarda realizado pelo Ministério da Cultura, da Província e da Agência Urbana. A população da cidade está totalmente envolvida e preocupada com a conservação e valorização deste lugar Marroco-Português historicamente importante, consciente de que esse património pertence a toda a humanidade.

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Protecção e Conservação:

Protecção e gestão de requisitos (2009)

As medidas de protecção, essencialmente, respeito às leis diferentes para a lista de monumentos e sítios históricos, em especial a Lei 22-80 (1981) para a conservação do património marroquina. A área da antiga fosso das fortificações, hoje preenchido, foi declarado 50m de largura como zona non aedificandi. Desde a sua inscrição em 2004, as especificações para a regulamentação de arquitectura foram adoptadas para fortalecer a legislação já em vigor. A cidade tem desfrutado de um programa regular de trabalho de restauração. O trabalho de desenvolvimento começou em Outubro de 2008 para a apresentação do porto e para melhorar a visibilidade da fortaleza, foi libertado o lado leste das fortificações e posto a descoberto o fosso.

O Centro de Estudo e Pesquisa do Património Marroco-Lusitano Heritage (CERPML), a principal instituição responsável pela gestão da propriedade, já começou o desenvolvimento de um plano de gestão e do estabelecimento de um comité de gestão em coordenação com os seus parceiros.

Manutenção da integridade visual no que respeita à zona urbana de El Jadida e da relação harmoniosa entre a cidade Português e da moderna cidade que a rodeia é uma preocupação constante, que requer controlo da altura das construções, tanto dentro como fora da zona tampão.

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Pontos fracos da conservação:

• Situado numa zona costeira;

• Poluição;

• Fraca divulgação.

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Bibliografia:

AMARAL, Augusto Ferreira do, “História de Mazagão”, Alfa, Lisboa, 1989.

DIAS, Pedro, “Arte Portuguesa no Mundo: Espaço Atlântico”, Círculo de Leitores, Lisboa, 2008.

Site do IGESPAR - http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/mundial/origemportuguesa/123/ última vez consultado a 19 de Fevereiro de 2013 pelas 23:44.

Site da UNESCO - http://whc.unesco.org/pg.cfm?cid=31&id_site=1058 última vez consultado a 19 de Fevereiro de 2013 pelas 23:44.