matriz energética de lisboa

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A Matriz Energética de Lisboa foi desenvolvida com dados referentes ao ano de 2002

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TítuloMatriz Energética do Concelho de Lisboa

EdiçãoLisboa E-Nova – Agência Municipal de Energia-Ambiente de Lisboa

CoordenaçãoLisboa E-Nova – Agência Municipal de Energia-Ambiente de LisboaLivia Tirone (Coordenação Geral)Carla Pinto Leite (Colaboração)

AutoresEdifícios Saudáveis Consultores – Ambiente e Energia em Edifícios, Lda.Ricardo Araújo Sá (Direcção Técnica)Alexandre Varela (Técnico Responsável)Alfredo Pinto de Oliveira (Colaboração)Francisco Ramalheira (Colaboração)com a colaboração (vertente “Transportes”) doCentro de Estudos de Economia de Energia, Transportes e AmbienteCarlos Laia (Direcção Técnica)

AgradecimentosSr. António Prôa

FotografiasPeter Chlapowski (capa), Livia Tirone, Ken Nunes, Parque EXPO S.A., Fernando Guerra e Diogo Ivo Cruz

Design Gráfico e ProduçãoAddsolutions

ImpressãoCâmara Municipal de Lisboa

Tiragem1000 exemplares

ISBN972-99760-0-7

Depósito Legal…

DataSetembro 2005

Informações AdicionaisLisboa E-Nova – Agência Municipal de Energia-Ambiente de LisboaRua dos Fanqueiros, 38 – 1.º1100-231 LisboaTel: 218847010Fax: 218847029Email: [email protected]: www.lisboaenova.org

Nota LegalOs autores e a Lisboa E-Nova declinam qualquer responsabilidade pela utilização indevida de informação contida neste documento. É proibidaa reprodução total ou parcial deste documento, sem autorização da Lisboa E-Nova.

Ficha Técnica

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O documento agora publicado, a Matriz Energética de Lisboa, é um importante relatórioencomendado pela Agência Municipal de Energia e Ambiente, a Lisboa E-Nova. Não posso de deixarde exprimir a minha mais sincera satisfação por esta ferramenta ser agora uma realidadecontribuindo assim, para a definição da Estratégia Energético-Ambiental da Cidade de Lisboa.

Este documento permitiu identificar a estrutura de consumos energéticos no Concelho de Lisboa e,servir num futuro próximo como um meio para a fundamentação de uma estratégia de intervençãofutura para a racionalização dos desempenhos energéticos da Cidade.

A partir de agora, este documento vai ajudar todos os agentes decisores no Concelho de Lisboa, aidentificar as áreas de actuação prioritárias, ou seja, as que justificarem maiores percentagens deconsumo. Em seguida, será necessário identificar as oportunidades de intervenção, medidas para aracionalização dos consumos energéticos adequados às áreas de actuação prioritárias. Estasmedidas terão que ser posteriormente analisadas quanto à sua viabilidade técnica e económica paraassim definir as estratégias mais adequadas à efectiva execução das oportunidades de intervençãoque se julguem mais interessantes.

Este documento representa assim um dos primeiros passos para a concretização da proposta deEstratégia Energético-Ambiental. Com base nesta estratégia serão definidos os indicadores e asmetas de desempenho energético-ambientais para a cidade, sobre os quais seja possível alcançarconsenso técnico e científico, no âmbito das estratégias e políticas da Comissão Europeiaconstituindo um instrumento de gestão sustentável essencial, que enquadrará todas as acções daLisboa E-Nova.

Por outro lado, a Estratégia Energético-Ambiental vai permitir à Câmara Municipal de Lisboaexecutar o seu plano de sustentabilidade e lançar o processo Agenda 21 Local de uma formatransversal e sistemática.

Por isso, eu quero assumir aqui o compromisso de que pretendo utilizar a Matriz Energética comoferramenta essencial de gestão de consumos energéticos para definir as metas e os passos a darno futuro para um melhor desempenho energético da cidade.

Entendo que a Matriz Energética, tal como a Matriz da Água, a Matriz dos Materiais e aCaracterização da Qualidade do Ar Interior serão ferramentas extremamente úteis e necessárias,daqui para a frente, para se poder avaliar de forma quantificada os fluxos que Lisboa pode gerar,permitindo a definição de indicadores e de metas de desempenho energético-ambiental para a cidade.

António Carmona RodriguesVice-Presidente da Câmara Municipal de LisboaPresidente da Assembleia Geral da Lisboa E-Nova

Prefácio

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O desenvolvimento sustentável de Lisboa constitui-se como um desafio que deve catalizar a acçãode todos os agentes, públicos e privados, que intervêm na vida da Cidade.

Ciente desta realidade, a Lisboa E-Nova tem vindo a centrar a sua actividade, de formasistematizada, na promoção e divulgação de boas práticas que visam a melhoria do desempenhoenergético – ambiental da Cidade de Lisboa.

Porque se trata de uma tarefa necessariamente transversal e que exige a mobilização de todosquantos dão vida à Cidade, a Lisboa E-Nova tem estimulado a participação de todos neste processo,começando nos decisores políticos, passando pelos agentes económicos e terminando nos Munícipesem geral.

Enquadrada nestas acções, surge a Matriz Energética. Ela faz parte do Projecto PU1 – EstratégiaEnergético – Ambiental para Lisboa – e pretende afirmar-se como uma ferramenta por excelência doplaneamento e gestão urbana, habilitando a Câmara Municipal de Lisboa a definir e avaliar a execuçãodas suas políticas nestas áreas.

Assim, e atento o seu relevante carácter instrumental, decidiu o Conselho de Administração daLisboa E-Nova levar ao prelo a Matriz Energética de Lisboa, na certeza que ela possibilitará amelhoria do desempenho sustentável da nossa Cidade.

Ana Sofia BettencourtPresidente do Conselho de Administração da Lisboa E-Nova

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A Lisboa E-Nova, num serviço à cidade, assume a promoção da melhoria do desempenho energético-ambiental de Lisboa fazendo a síntese sistemática das actividades com o ambiente própria doconceito de sustentabilidade.

A Matriz aqui publicada, nas suas limitações, é colocada ao dispor de todos, enquanto peçaindispensável à definição de políticas futuras à escala urbana, e ferramenta que permite conheceralguns dos mais importantes fluxos quantificáveis gerados pela dinâmica da cidade, nomeadamente,os da energia e das emissões poluentes a ela associadas.

Com base nesta Matriz Energética será possível definir um Plano de Acção que consagre metas eelenque medidas concretas para melhorar o desempenho energético-ambiental da cidade.

A Matriz Energética teve como objectivo avaliar o impacte dos diversos sectores consumidores deenergia, sempre de forma a poder fazer a ligação com um indicador universalmente aceite: – asemissões de CO2 por habitante. Por isso, todos os consumos são expressos referindo-se à energiaprimária e não à energia final, que, no caso da electricidade não exprime de forma directa asrespectivas emissões de CO2.

Nas vésperas da transposição da Directiva Europeia 2002/91/CE, que introduz a certificaçãoenergética dos edifícios, torna-se necessário avaliar de forma contínua o desempenho energético-ambiental do edificado, sendo urgentemente necessárias novas políticas, também, para ostransportes.

É com muito interesse e expectativa que o Conselho Consultivo da Lisboa E-Nova valida estaferramenta – a Matriz Energética de Lisboa – recomendando que a mesma seja actualizada de formacontínua.

Eduardo Oliveira FernandesPresidente do Conselho Consultivo da Lisboa e-Nova

Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

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Com a definição da Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa, a Lisboa E-Nova lança umaplataforma de diálogo contínuo, que assenta numa leitura objectiva do desempenho da cidade e para,desta forma, tornar possível a participação informada dos cidadãos, dos actores económicos e dosdecisores políticos.

Será através deste diálogo que a Lisboa E-Nova dará o seu mais relevante contributo à cidade, aodivulgar novas áreas e oportunidades de mercado através das quais será possível introduzir amudança de práticas e de comportamentos que conduzam ao desenvolvimento sustentável.

Com a Estratégia Energético-Ambiental e as respectivas ferramentas, nas quais se inclui a presenteMatriz Energética, Lisboa terá ao seu dispor a informação actual e operacional na perspectiva dasustentabilidade e da qualidade ambiental, para definir políticas e fixar metas de desempenho para acidade e promover as medidas adequadas a esse fim.

Estas medidas orientar-se-ão por indicadores de desempenho energético-ambiental, enquadradosnas estratégias e políticas nacionais e da Comissão Europeia, visando cumprir, à escala local, aresponsabilidade subscrita por Portugal no âmbito do Protocolo de Kyoto e de Lisboa no âmbito daCarta de Aalborg (European Sustainable Cities & Towns Campaign - the Aalborg Charter).

Uma maior eficiência energética pelo lado da procura, a redução da dependência de combustíveisfósseis, a descentralização da produção de energia, o aumento do contributo de energias renováveispara o balanço energético local - oferecendo a Lisboa também uma expressão de geradora de energiafinal em vez de apenas consumidora - são alguns dos desafios implícitos nesta Matriz Energética,cuja elaboração contou também com os contributos de um grande número de especialistas dereconhecido mérito na área da energia, que participaram no 'workshop' com esta finalidade.

A Lisboa E-Nova está permanentemente à disposição da cidade para contribuir para o processo dodesenvolvimento sustentável, de forma sistemática e transversal.

Livia TironeAdministradora Delegada da Lisboa E-Nova

Apresentação

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Índice

1. SUMÁRIO EXECUTIVO1.1 Introdução1.2 Trabalho Realizado1.3 Resultados1.4 Conclusões e Recomendações

2. INTRODUÇÃO2.1 Apresentação2.2 Objectivos2.3 Organização do Documento

3. TRABALHO REALIZADO3.1 Opções Assumidas na Elaboração da Matriz Energética

3.1.1 Energia final “versus” energia primária3.1.2. Unidades de energia primária

3.2 Descrição do Trabalho Realizado3.3 Avaliação Qualitativa do Trabalho Realizado

4. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS4.1 Introdução

4.2 Caracterização Sumária do Sector Eléctrico4.3 Caracterização do Consumo de Energia no Concelho de Lisboa

4.3.1 Introdução4.3.2 Desagregação dos consumos pelas diferentes formas de energia utilizadas4.3.3 Desagregação dos consumos pelos diferentes sectores de actividade4.3.4 Desagregação dos consumos associados aos edifícios

4.3.4.1 Introdução4.3.4.2 Edifícios de serviços4.3.4.3 Edifícios residenciais

4.3.5 Desagregação dos consumos associados aos transportes4.4 SÍNTESE

5. CONCLUSÕES

ANEXO 1: Caracterização Sumária do Sistema Eléctrico de Portugal Continental

ANEXO 2: Principais Fluxos de Energia no Concelho de Lisboa

ADENDA À MATRIZ ENERGÉTICA DE LISBOA - Março 20051. Introdução2. Matriz Energética Expressa em Energia Final3. Análise da Influência do Sistema Electroprodutor4. Referências

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1. Sumário Executivo

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1.1 Introdução

Apresentam-se os resultados de um trabalho,elaborado para a Agência Municipal de Energiae Ambiente de Lisboa – Lisboa E-Nova – queteve como objectivo a elaboração da MatrizEnergética do Concelho de Lisboa. Importaantes de mais referir que:

- Este trabalho incluiu a pré-desagregação dosconsumos de energia pelos diferentessectores de actividade (indústria, trans-portes, residencial e serviços), incluindo adesagregação possível ao nível dos serviços(ex.: escritórios, hotéis, comércio, etc.), adesagregação detalhada ao nível do sectorresidencial (aquecimento de água sanitária,tratamento ambiental, etc.) e a desa-gregação detalhada dos consumos de energiapelos diferentes modos de transporte(transporte rodoviário, transporte ferroviárioe transporte fluvial) e ainda um exercício dedesagregação do modo rodoviário (individual,colectivo e de mercadorias) e do modoferroviário (eléctrico, metro e comboio);

- O sector industrial não foi alvo de estudodetalhado porque, por um lado os consumosde energia deste sector são, em Lisboa,pouco significativos face aos consumos deoutros sectores e por outro porque estesector já terá beneficiado de umaoptimização dos seus processos o que reduzdrasticamente o potencial de intervenção daAgência;

- Por razões de ordem prática, ligadas ànecessidade de recolher informação dediferentes fontes, o ano mais recente emrelação ao qual foi possível a obtenção do

conjunto total de informação necessária foi oano de 2002. Portanto, este é o ano dereferência deste trabalho;

- Este trabalho foi elaborado com opressuposto de que o conhecimento daestrutura de consumos energéticos doConcelho de Lisboa – Matriz Energética –deve ser encarado como uma ferramenta degestão dos impactos ambientais, econó-micos, etc. associados à produção eutilização de energia. Nestas circunstâncias,optou-se por alongar a fronteira do balanço

energético da cidade até às infra-estruturasde produção da energia eléctrica. Como ésabido, ao contrário dos combustíveisfósseis, esta forma de energia não é umrecurso natural, devendo ser produzida àcusta de outras formas de energia antes deser utilizada. Neste trabalho foi calculada aquantidade de energia “recurso” (ex.: fuelóleoou gás natural) necessária à produção de

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cada kWh eléctrico. Em todas as desa-gregações energéticas que se apresentam aelectricidade é convertida na quantidadeequivalente de energia “recurso”. Tecni-camente, trata-se de elaborar a estruturados consumos energéticos em unidades de“energia primária”. Esta é a únicaperspectiva que permite a visão semdistorções dos impactos associados aosconsumos energéticos das diferentesutilizações.

1.2 Trabalho Realizado

O trabalho de caracterização da estrutura doconsumo de energia primária do Concelho deLisboa consistiu basicamente na recolha etratamento de informação de carácterestatístico com diversas origens.

Destaque-se:

- Informação publicada pela DGGE, que foiutilizada para desagregar os consumos deenergia pelas diferentes tipologias deutilização, com a excepção do gás natural;

- Informação recolhida junto da LisboaGás quepermitiu a desagregação do consumo de gásnatural pelas diferentes tipologias deutilização;

- Informação publicada pela EDP que foiutilizada para calcular o factor de conversãodo kWheléctrico para energia primária;

- Informação publicada pelo INE, informaçãodivulgada no âmbito do Programa P3E einformação com origem na base de dados da

“Edifícios Saudáveis” que foi utilizada para ocálculo da desagregação detalhada dosconsumos de energia primária dentro dastipologias de utilização acima descritas (ex.:desagregação dos consumos associados àtipologia “edifícios residenciais” pelasdiferentes utilizações de energia nestatipologia – aquecimento de água sanitária,electrodomésticos, etc.);

- Informação recolhida directamente junto dasempresas de transportes colectivos a operarna Área Metropolitana de Lisboa;

- Informação publicada pela DGTT (Direcção-Geral dos Transportes Terrestres), sobre o“Inquérito Geral à Mobilidade na ÁreaMetropolitana de Lisboa”, para o exercício dedesagregação do modo rodoviário;

- Estudos sectoriais do PNAC no sector dostransportes, para utilização de factores deIntensidade Energética por modo detransporte;

- Informação sobre a caracterização do sectordos transportes e mobilidade, de âmbito locale regional, publicada no PROTAML “PlanoRegional de Ordenamento do Território daÁrea Metropolitana de Lisboa”.

Entretanto, é relevante mencionar que, porinsuficiências ao nível da informaçãodisponibilizada pelas instituições mencionadas,nomeadamente quando estão em causaunidades territoriais do tipo “Concelho”, foinecessário assumir algumas hipóteses. Noentanto, uma análise de sensibilidade relativaao erro máximo introduzido pela adopçãodestas hipóteses, permite afirmar com

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segurança que, no que diz respeito àdesagregação do consumo de energia primáriapelas principais tipologias de utilização(edifícios residenciais e de serviços, trans-portes, indústria e outros), este erro éseguramente inferior a 10%1.

Finalmente, no que diz respeito à desagregaçãodetalhada dos consumos energéticos, no seiodos diferentes sectores considerados,refira-se que:

- Os consumos associados às diferentesutilizações de energia do sector residencialforam calculados tendo em atenção, osconsumos específicos médios2, o número deagregados familiares residentes no Concelhoe as taxas de penetração dos diferentesequipamentos que justificam os consumosenergéticos. A diferença de energia primáriaentre os consumos totais do sector,calculados desta forma, e os consumoscalculados a partir do tratamento deinformação estatística, é muito reduzida(inferior a 1% no total de energia primária). Aconsistência deste resultado reforça asolidez da desagregação sectorial, e permiteum elevado grau de confiança no que dizrespeito à desagregação detalhada dosconsumos do sector residencial;

- Os consumos associados às diferentestipologias do sector dos serviços foramcalculados tendo em atenção a desagregaçãodos consumos de energia eléctrica fornecidapela DGGE e a desagregação dos consumosde gás natural fornecida pela Lisboagás(refira-se que estas duas formas de energia

representam cerca de 95% da energiaprimária utilizada por este sector. Nestascircunstâncias o erro máximo a este nível étambém muito reduzido.

1.3 Resultados

Os principais resultados do trabalho realizadosintetizam-se em seguida:

- O consumo total de energia primária doConcelho de Lisboa ascende a cerca de15.000 GWh, o que corresponde aaproximadamente 6% do consumo dePortugal Continental;

- O consumo anual, per capita, no Concelho deLisboa é ligeiramente superior à média dePortugal Continental (10%)3, emborasignificativamente inferior (35%) à médiaEuropeia (EU15);

- A forma de energia com maior peso noconsumo de energia primária do Concelho é,destacadamente, a electricidade, querepresenta, por si só, cerca de 41% desteconsumo. Seguem-se o gasóleo (23%) asgasolinas (16%), o fuelóleo e o gás natural(8% cada). Os gases de petróleo liquefeito(GPL – butano e propano) representam, noseu conjunto, menos de 3% do consumo deenergia primária do Concelho. Refira-se aindaa existência de um conjunto de outras formasde energia cuja expressão individual é muitopouco significativa (ex.: gasóleo colorido,petróleo iluminante, etc.);

1 Mesmo que todas as hipóteses assumidas pela Edifícios Saudáveis estivessem completamente erradas, o erro seria apenas ligeiramente superiora10% (obviamente que esta afirmação é baseada na presunção de que a informação estatística disponibilizada pelas diferentes instituições é fiável).

2 Estimados com recurso à base de dados da “Edifícios Saudáveis”.3 Este indicador deverá ser interpretado com prudência na medida em que inclui efeitos combinados de factores contraditórios (por um lado, o pouco

peso sector industrial no Concelho provoca um abaixamento do consumo per capita, por outro, o facto de muitas pessoas que não vivem em Lisboapassarem aí grande parte do seu dia, provoca um aumento deste consumo).

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- Os edifícios são os principais utilizadores deenergia primária do Concelho, sendoresponsáveis por cerca de 46% desteconsumo. Este resultado não surpreende, namedida em que eles são os grandesresponsáveis pelo consumo de energiaeléctrica. Os transportes são os segundosmaiores responsáveis pelo consumo deenergia primária (42%). Como seria deesperar o peso da indústria no balançoenergético do Concelho é reduzido: estesector representa apenas 10% do consumode energia primária;

- Dentro dos edifícios, assumem especialdestaque os edifícios de serviços,responsáveis por 65% dos consumos deenergia primária do parque edificado doConcelho (30% do consumo total do Concelhoe cerca de 2% do consumo total de energiaprimária de Portugal Continental). Estesincluem uma grande diversidade de tipologias

sendo possível destacar a Hotelaria eRestauração, a Banca e Seguros e aAdministração Pública (representando,respectivamente, 15%, 11% e 9% doconsumo de energia primária do parqueedificado de serviços do Concelho). Ossectores da Educação e Saúde, pelo seu lado,representam, cada um, cerca de 6% dosconsumos de energia primária do parqueedificado de serviços do Concelho;

- Os edifícios do sector residencial sãoresponsáveis por 35% dos consumos deenergia primária do parque edificado doConcelho (16% do consumo total do Concelhoe cerca de 1% do consumo total de energiaprimária de Portugal Continental). Esteconsumo distribui-se por uma grandevariedade de utilizações, onde é possíveldestacar, o aquecimento de água sanitária, ofrio doméstico, o aquecimento ambiente, apreparação de refeições, a iluminação e alavagem mecânica (representando, res-pectivamente, 25%, 18%, 17%, 16%, 10% e6% do consumo de energia primária doparque edificado residencial do Concelho);

- No sector dos transportes, o modorodoviário é responsável por mais de 95%do consumo de energia primária do sector,enquanto que o modo ferroviário repre-senta apenas 4% e o modo fluvial tem umaexpressão muito reduzida (da ordem dos0,5%);

- A estimativa efectuada para a desa-gregação dos diferentes modos dotransporte rodoviário, com recurso aosdados existentes, apontam para um pesosemelhante do consumo de energia entre o

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transporte de passageiros e de mer-cadorias. Quanto ao transporte depassageiros, mais de 90% do consumorefere-se a transporte individual e apenas orestante a transporte colectivo.

1.4 Conclusões e Recomendações

A estrutura de consumos de energia primáriado Concelho de Lisboa foi detalhadamentedescrita, sendo agora possível, com um grau dedetalhe significativo, conhecer quais as formasde energia consumidas e quais as utilizaçõesresponsáveis por esse consumo. Entretanto, etal como já foi referido, este conhecimento nãoconstitui um fim em si mesmo, mas apenasuma ferramenta para a definição de umaestratégia para a racionalização dos consumosenergéticos. Nesta perspectiva importadestacar:

- A pertinência da opção pela utilização daenergia primária em detrimento da energiafinal: recorde-se que só assim é possívelidentificar claramente os edifícios como osprincipais responsáveis pelos impactosambientais e económicos associados aoconsumo de energia no Concelho de Lisboa(em termos de energia final, os transportessão os maiores utilizadores de energia,representando mais de 50% do consumo,mas tal não tem uma correspondênciadirecta com os referidos impactosambientais e económicos...);

- A possibilidade de utilizar a Matriz Energéticacomo ferramenta para a identificação dosalvos prioritários e, muito importante, comoferramenta de cálculo do potencial impacto

de eventuais medidas de racionalização deconsumos. A título de exemplo4, é agorapossível afirmar que:

• A adopção de políticas activas que levem àinstalação de colectores solares térmicosactivos em todas as unidades de habitaçãoexistentes no Concelho conduziria a umaeconomia de energia primária de cerca de2% face ao consumo actual do Concelho5;

• A adopção de políticas activas, com vista àoptimização da gestão energética dosedifícios de serviços, que permitisse umaeconomia média de 10% em todos osedifícios de serviços, conduziria a umaeconomia de energia primária de cerca de3% face ao consumo actual do Concelho;

• A adopção de políticas activas, com vista àoptimização da gestão energética dosedifícios da administração pública, quepermitisse uma economia média de 10%

4 Tratam-se apenas de exemplos destinados a facilitar a percepção do potencial de utilização da Matriz Energética como ferramenta de definição deuma estratégia energética, pelo que a preocupação principal foi a selecção de exemplos bem ilustrativos (nem sempre realistas...).

5 Admitindo um factor solar médio de 50%.

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em todos os edifícios, conduziria a umaeconomia de energia primária de cerca de0,3% face ao consumo actual do Concelho;

• Etc., etc., etc..

Em síntese, é possível afirmar que foi criadauma ferramenta que permite avançar para aidentificação dos alvos prioritários e para aquantificação dos impactos de eventuaismedidas de intervenção, adequadas ao alvosprioritários seleccionados. Importa agoratrabalhar intensamente sobre os resultadosobtidos, por forma a seleccionar os alvosprioritários, identificar medidas de intervençãoadequadas aos alvos identificados e quantificaro impacto dessas medidas em termo deeconomia de energia primária (admitindo taxasde penetração realistas, que tenham em conta,entre outros, os investimentos necessários eas dificuldades técnicas e sociais inerentes àimplementação das medidas identificadas).

Finalmente, refira-se que se deve tambémponderar o alargamento e aumento dacapacidade da ferramenta no que diz respeitoaos edifícios de serviços (quer aumentando onível de desagregação tipológica quer passandopara a desagregação por utilizações nasprincipais tipologias).

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2. Introdução

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2.1Apresentação

Apresentam-se os principais resultados de umtrabalho que decorreu durante os meses deAgosto, Setembro e Outubro de 2004 e queteve como objectivo a elaboração da MatrizEnergética do Concelho de Lisboa.

Este trabalho incluiu:

- A pré-desagregação dos consumos deenergia pelos diferentes sectores deactividade (industria, transportes, resi-dencial e serviços), incluindo a desagregaçãopossível ao nível dos serviços (ex.:escritórios, hotéis, comércio, etc.);

- A desagregação detalhada dos consumos deenergia pelas diferentes utilizações do sectorresidencial (aquecimento de água sanitária,tratamento ambiental, etc.);

- A desagregação detalhada dos consumos deenergia pelos diferentes meios de transporte(transporte individual, transporte colectivo,transportes de mercadorias, etc.).

Importa referir que, estas desagregaçõesforam efectuadas tendo, exclusivamente, ematenção, as utilizações energéticas relevantesno âmbito da possível intervenção da LisboaE-Nova. Esta condição determinou a opção pornão avançar, nesta fase, com um estudodetalhado ao nível dos consumos do sectorindustrial: por um lado, os consumos de energiadeste sector são, em Lisboa, poucosignificativos face aos consumos de outrossectores (ex.: edifícios residenciais e deserviços e transportes). Por outro e devido,entre outras coisas, à necessidade de reduçãode custos inerente à sobrevivência em regime

de mercado, este sector já terá beneficiado deuma optimização dos seus processos o quereduz drásticamente o potencial de intervençãoda Agência.

2.2 Objectivos

Importa agora referir que, por muitointeressantes que possam ser os resultadosdecorrentes da elaboração desta matriz, elesnão devem ser entendidos como um fim em simesmos, mas apenas como um meio para afundamentação de uma estratégia deintervenção consistente para a racionalizaçãodos consumos energéticos no Concelho deLisboa. O que está em causa é oconhecimentoda estrutura de utilização deenergia no Concelho, com o grau de detalhepossível, para:

- Em primeiro lugar, identificar as áreas deactuação prioritárias (em principio, as quejustificaram maiores percentagens doconsumo);

- Depois, identificar oportunidades deintervenção (medidas para a racionalizaçãodos consumos energéticos) adequadas àsáreas de actuação prioritárias;

- Em seguida, avaliar a viabilidade técnica eeconómica das medidas identificadas;

- Finalmente, definir as estratégias maisadequadas à efectiva implementação dasoportunidades de intervenção maisinteressantes (identificadas na fase deanálise de viabilidade técnica e económica).

2. Introdução

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2.3 Organização do documento

No presente documento apresentam-se osprincipais resultados relativos à caracterizaçãoda estrutura do consumo de energia noconcelho de Lisboa (Matriz Energética deLisboa). Assim:

- Na secção 3 apresenta-se a justificação dasprincipais opções que foram assumidas naelaboração da Matriz Energética bem comouma breve descrição do trabalho realizado;

- Na secção 4 apresentam-se os principaisresultados relativos à estrutura deconsumos de energia no Concelho de Lisboa;

- Na secção 5 apresentam-se as principaisconclusões do trabalho realizado.

Apresenta-se na Figura 1 um esquema dalógica de actuação acima descrita.

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3. Trabalho Realizado

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3.1 Opções assumidas na elaboração daMatriz Energética

3.1.1 Energia final “versus” energia primária

Tendo em atenção que o conhecimento daestrutura de consumos energéticos doConcelho de Lisboa – Matriz Energética – não émais do que uma ferramenta para a definiçãoda estratégia de intervenção para aracionalização dos consumos energéticos,importa reflectir sobre a perspectiva sob a qualestes consumos devem ser encarados. A estenível existem duas opções possíveis, a saber(ver Figura 2):

- A perspectiva local, em que se estabelececomo fronteira a “cidade”, sendo que, deste

ponto de vista, o kWh de electricidade tem omesmo peso do que o kWh de qualquer outraforma de energia. Tecnicamente, trata-se deelaborar a estrutura dos consumosenergéticos em unidades de “energia final”;

- A perspectiva global, em que se alarga afronteira até às infra-estruturas de produçãode energia eléctrica que, como é sabido, aocontrário dos combustíveis fósseis, estaforma de energia não é um recurso naturalque se utiliza na cidade, devendo serproduzida, à custa de outras formas deenergia antes de ser utilizada. Tecnicamente,trata-se de elaborar a estrutura dosconsumos energéticos em unidades de“energia primária”.

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Tendo em atenção os objectivos em causaracionalização de consumos energéticos –optou-se pela “perspectiva global”. Com efeito,só esta perspectiva permite uma quantificaçãorealista dos impactos ambientais e económicosassociados ao consumo de energia. A título deexemplo:

- Na perspectiva local, a substituição de umtermoacumulador eléctrico de efeito de“Joule” por um esquentador a gás representaum aumento no consumo de energia final (orendimento do esquentador a gás é, nestaperspectiva, inferior ao do termoacumuladoreléctrico);

- Na perspectiva global a substituição de umtermoacumulador eléctrico de efeito de“Joule” por um esquentador a gás representauma redução no consumo de energia primária(o rendimento do esquentador a gás é, nestaperspectiva, superior ao do termoacumuladoreléctrico porque são contabilizadas asineficiências do sistema electroprodutor);

- Atendendo a que a racionalização deconsumos energéticos tem ela própria porobjectivos, entre outros, o respeito pelosvalores de Quioto (redução das emissões degases com efeito de estufa), a redução danossa dependência externa no que dizrespeito à importação de energia, etc.,facilmente se compreende que só aperspectiva global faz sentido, já que asubstituição acima referida (termo-acumulador eléctrico de efeito de “Joule” porum esquentador a gás) representa umaredução nas emissões de CO2 e uma reduçãono consumo de energia primária. Portanto, aperspectiva local dar-nos-ia uma visão

distorcida da realidade, que não se adequariaaos objectivos que nortearam a elaboraçãodesta matriz.

Entretanto, esta opção, embora óbvia nocontexto dos objectivos deste trabalho, implicaum trabalho adicional, face ao necessárioquando está apenas em causa a estrutura dosconsumos de energia final. Com efeito, oscálculos em unidades de energia primáriaimplicam o conhecimento do factor deconversão de electricidade em energia primáriainerente ao sistema eléctrico nacional. Estefactor depende do “mix” energético utilizado naprodução de energia eléctrica e da eficiência dosistema (incluindo a produção, transporte edistribuição de energia), podendo sofrerpequenas oscilações entre anos diferentes, emfunção do nível de integração de fontesrenováveis de energia6, entre outros. Nasecção seguinte apresentar-se-á, com maiordetalhe, a metodologia de cálculo e o factor deconversão utilizados.

3.1.2 Unidades de energia primária

Importa ainda fazer uma referência a umaopção porventura menos consensual, de umponto de vista estritamente técnico, mascertamente capaz de facilitar a interpretaçãodeste documento por leitores menosfamiliarizados com a problemática da energia: aopção pela utilização dos múltiplos do Wh (kWh,MWh, GWh, etc.) como unidades de energiaprimária em detrimento das tradicionais“toneladas equivalentes de petróleo” (tep).Importa deixar claro que esta opção, embora

6 A este nível importa destacar a importância das variações anuais associadas à componente hídrica do sistema electroprodutor, consequência óbviadas variações nos níveis de precipitação entre os diferentes anos.

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pouco habitual, em nada prejudica o rigor dasanálises já que entre o Wh e o tep existe umarelação absolutamente inequívoca e cons-tante7.

3.2 Descrição do Trabalho Realizado

Apresenta-se em seguida, uma breve descriçãodo trabalho realizado.

Importa antes de mais referir que, anecessidade de recolher informação dediferentes fontes, condiciona o nível deactualização com que o trabalho pode ser feito.Neste caso concreto, o ano mais recente emrelação ao qual foi possível a obtenção doconjunto total de informação relevante foi o anode 2002. Portanto, este é o ano de referênciadeste trabalho e a estrutura de consumos quese apresenta diz respeito a este ano.

O trabalho de caracterização da estrutura doconsumo de energia primária do Concelho deLisboa implicou a utilização de informação:

- Publicada pela DGGE8, pela DGTT9, pelo INE10 epela EDP11;

- Directamente obtida junto de alguns“comercializadores” de energia (ex.:distribuidor de gás natural na cidade de

Lisboa12);

- Em informação divulgada no âmbito doPrograma P3E13;

- Na base de dados da “Edifícios Saudáveis”relativa aos consumos específicos dosedifícios14;

- Directamente obtida junto de algunsoperadores de transportes da ÁreaMetropolitana de Lisboa (nomeadamenteCarris, Metropolitano de Lisboa, e Rodoviáriade Lisboa).

A informação obtida, a partir das fontescitadas, foi trabalhada pela equipa da “EdifíciosSaudáveis” de modo a ser transformada eminformação útil tendo em atenção os objectivosdo trabalho em causa. Assim:

- A informação publicada pela DGGE foiutilizada:

• Para desagregar os consumos deelectricidade pelas diferentes tipologias deutilização descritas (edifícios residenciais,edifícios de serviços, indústria,transportes15 e outras utilizações). Ao níveldos consumos de energia eléctrica ainformação disponibilizada pela DGGEpermite a desagregação referida ao nível doConcelho;

7 1 tep = 11.628 kWh (note-se que quando está em causa a electricidade, o coeficiente de conversão do kWheléctrico para a tep de energia primáriaterá de ter em atenção a quantidade de energia primária necessária para a produção do referido do kWheléctrico.20Note-se que mesmo que todasas hipóteses assumidas pela Edifícios Saudáveis estivessem completamente erradas o erro seria apenas ligeiramente superior a 10% (obviamenteque esta afirmação é baseada na presunção de que a informação estatística disponibilizada pelas diferentes instituições é fiável).

8 DGGE: Direcção Geral de Geologia e Energia;9 DGTT: Direcção Geral de Transportes Terrestres;10 INE; Instituto Nacional de Estatística;11 EDP: Electricidade de Portugal12 LisboaGás.13 P3E: Programa para a Eficiência Energética dos Edifícios, promovido pela DGGE.14 Este base de dados inclui, entre outras, informação proveniente dos Projectos Europeus CIEL (“End-Use Mesurement Campaign in the Domestic

Sector”), ECODROME (“Etude Experimental des Appareils Electromenagers a haute Efficacite Energetique Places en Situation Reelle”), etc. doestudo nacional “Caracterização dos Consumos Energéticos no Sector Doméstico”, realizado em 1996 pelo “Centro para a Conservação deEnergia” e a EDP e informação directamente obtida da experiência de 7 anos de realização de auditorias energéticas em edifícios de serviços eresidenciais multifamiliares.

15 Recorde-se que alguns meios de transporte, nomeadamente o transporte ferroviário e o metro, utilizam como fonte energética para a sualocomoção a electricidade.

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juntamente com informação disponibilizadapela DGGE, utilizada para calcular o factor deconversão do kWheléctrico para energiaprimária;

- A informação publicada pelo INE, divulgada noâmbito do Programa P3E e com origem nabase de dados da “Edifícios Saudáveis”Consultores foi utilizada para o cálculo dadesagregação detalhada dos consumos deenergia primária dentro das tipologias deutilização acima descritas (ex.: desagregaçãodos consumos associados à tipologia“edifícios residenciais” pelas diferentesutilizações de energia nesta tipologia –aquecimento de água sanitária,electrodomésticos, etc.);

- A informação obtida junto do INE e da DGTTfoi utilizada para obter os valores damobilidade (passageiros.Km) relativos àsmatrizes de Origem/Destino do Concelho deLisboa, no que se refere ao transportecolectivo de passageiros, o que possibilitou

• Para conhecer a desagregação dosconsumos de combustíveis fósseis pelasdiferentes tipologias de utilização. Noentanto, ao nível dos consumos decombustíveis fósseis a informaçãodisponibilizada pela DGGE permite apenasdesagregação referida ao nível do Distrito.No que diz respeito ao Concelho, ainformação disponibilizada permitesomente conhecer a quantidade total decombustíveis fósseis utilizados (comexcepção, para o ano de referência destetrabalho, do gás natural)16. Esta lacuna foicontornada considerando que adesagregação do consumo de combustíveisfósseis no Concelho de Lisboa segue umpadrão semelhante ao médio do distrito17.

- A informação recolhida junto da LisboaGáspermitiu a desagregação ao nível do Concelhodo consumo de gás natural pelas diferentestipologias de utilização consideradas;

- A informação publicada pela EDP foi,

16 Refira-se também que ao nível do fuelóleo foi detectada uma inconsistência na informação disponibilizada: o consumo de fuelóleo indexado aoConcelho é superior ao indexado ao Distrito... Assim sendo, e na falta de melhor informação, optou-se por considerar que 30% do consumo totaldesta forma de energia no Distrito de Lisboa ocorre dentro do Concelho de Lisboa.

17 Esta insuficiência de informação não afecta o gasóleo rodoviário e as gasolinas já que estas formas de energia são, obviamente, integralmenteutilizadas no sector dos transportes.

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efectuar a estimativa do respectivo consumode energia;

- A informação obtida junto das empresasoperadoras de transporte na ÁreaMetropolitana de Lisboa foi utilizada paracomplementar a informação anterior;

- A informação da DGTT referente ao InquéritoGeral à Mobilidade da Área Metropolitana deLisboa foi utilizada para estimar os valores doconsumo de energia associado ao transporteindividual.

3.3 Avaliação Qualitativa do TrabalhoRealizado

Decorre do ponto anterior que, porinsuficiências ao nível da informaçãodisponibilizada pelas instituições mencionadas,nomeadamente quando estão em causaunidades territoriais do tipo “Concelho”, foramassumidas algumas hipóteses entre as quaisse destacam as que se passam a enunciar:

- Consumo total de fuelóleo no Concelho deLisboa: assumido como sendo 30% doconsumo desta forma de energia no Distritode Lisboa;

- Desagregação do consumo dos combustíveisfósseis18 (fuelóleo, propano, butano, gasóleocolorido e outros19) pelas diferentestipologias de utilização: assumiu-se que aestrutura de consumo destas formas de

energia no Concelho é idêntica à do Distrito.

Entretanto e, antecipando um pouco osresultados que se apresentarão com detalhena próxima secção, refira-se que, aelectricidade, o gás natural, as gasolinas e ogasóleo rodoviário representam, por si só,cerca de 90% do consumo total de energiaprimária no Concelho. Atendendo a que, sobreestas formas de energia não foram assumidasquaisquer hipóteses pela “Edifícios Saudáveis”,

o erro associado à desagregação do consumode energia primária pelas principais tipologiasde utilização (edifícios residenciais e deserviços, transportes, indústria e outros) é,seguramente, inferior a 10%20 .

Finalmente, no que diz respeito à desagregaçãodetalhada dos consumos energéticos, no seiodos diferentes sectores considerados21, refira--se que:

18 O gás natural não se incluiu nesta hipótese já que a estrutura do consumo desta forma de energia no Concelho de Lisboa foi obtida directamentea partir de informações disponibilizadas pela LisboaGás. O gasóleo rodoviário e as gasolinas também não são afectadas por esta hipótese já queestas formas de energia são, tal como já foi referido, integralmente utilizadas no sector dos transportes.

19 Petróleo iluminante, petróleo carburante, coque de petróleo, etc.. O contributo destas formas de energia para o balanço energético do Concelhoé muito reduzido (< 0,5%).

20 Note-se que mesmo que todas as hipóteses assumidas pela Edifícios Saudáveis estivessem completamente erradas o erro seria apenasligeiramente superior a 10% (obviamente que esta afirmação é baseada na presunção de que a informação estatística disponibilizada pelasdiferentes instituições é fiável).

21 Recorde-se que pelas razões enunciadas na secção 1 deste documento, os consumos energéticos do sector industrial não foram alvo dedesagregação detalhada.

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- Os consumos associados às diferentesutilizações de energia do sector residencialforam calculados tendo em atenção, osconsumos específicos médios22, o número deagregados familiares residentes no Concelhoe as taxas de penetração dos diferentesequipamentos que justificam os consumosenergéticos23. A diferença de energia primáriaentre os consumos totais do sector,calculados desta forma, e os consumoscalculado a partir do tratamento deinformação estatística, é muito reduzida(inferior a 1% no total de energia primária),sendo a diferença ao nível dos consumos deenergia eléctrica de cerca de 5% e adiferença ao nível dos consumos decombustíveis fósseis ligeiramente inferior a10%. A consistência destes resultadosreforça a confiança na desagregaçãosectorial e permite um grau de confiançaelevado no que diz respeito à desagregaçãodetalhada dos consumos do sectorresidencial;

- Os consumos associados às diferentestipologias do sector dos serviços foramcalculados tendo em atenção:

• A desagregação dos consumos de energiaeléctrica fornecida pela DGGE (refira-seque a energia eléctrica representa cercade 85% da energia primária utilizada poreste sector);

• A desagregação dos consumos de gásnatural fornecida pela LisboaGás (refira-seque o gás natural representa cerca de

10% da energia primária utilizada por estesector);

• A desagregação das restantes formas deenergia (que representam apenas 5% daenergia primária utilizada por este sector)não foi possível porque:

° Por um lado, a DGGE não disponibiliza adesagregação do consumo destasformas de energia ao nível do Concelho;

° Por outro, a desagregação disponi-bilizada pela DGGE ao nível do Distritoindexa uma percentagem muitosignificativa dos consumos destasformas de energia ao “Comércio”. Noentanto, na sua maior parte este sectoré apenas intermediário entre odistribuidor grossista e o consumidorfinal.

Apesar desta dificuldade (que como secompreende não compromete a qualidade dosresultados obtidos, porque está em causaapenas 5% do consumo de energia primária dosector) foi possível desagregar os consumosde 5 tipologias distintas, a saber:restaurantes e hotéis, banca e seguros,administração pública, saúde e educação,responsáveis, no seu conjunto por cerca de50% do consumo de energia primária destesector. Os restantes 50% dividem-se por umconjunto grande de tipologias não se tendoprocedido, nesta fase, à sua desagregação.

A informação estatística disponibilizada pelaDGGE, referente à unidade territorial

22 Estimados com recurso à base de dados da Edifícios Saudáveis Consultores.23 Dados obtidos a partir da informação disponibilizada pelo INE.

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“Concelho”, no que diz respeito aoscombustíveis fósseis, representa valores devendas de energia. A hipótese de trabalhoassumida neste estudo considera que asvendas de combustíveis são iguais ao consumode energia ao nível do Concelho. No sector dostransportes, esta hipótese de trabalho édiscutível, mas na ausência de dados maisdetalhados referentes à caracterizaçãoenergética deste sector, ela foi assumida,essencialmente para “fechar” o balanço deenergia de cada uma das formas de energia(gasolina, gasóleo e energia eléctrica).

Outro aspecto metodológico, decisivo paraeste estudo, consiste na utilização dos valoresde actividade do sector dos transportes parao cálculo dos consumos de energia. Estesvalores são usualmente utilizados paraquantificar a mobilidade de pessoas (p.km-passageiros x kilómetro) ou o transporte demercadorias (t.km – tonelada x kilómetro) esão os apresentados em matrizes de Ori-gem/Destino.

A hipótese de trabalho seguida neste estudofoi a de associar o consumo de energia de umadeterminada viagem, ao Concelho de Lisboa,desde que a sua Origem ou Destino seja noConcelho, e deste modo, o tráfego deatravessamento do Concelho não é incluído.Não sendo possível afectar estas matrizes auma rede de infra-estruturas viárias, e porconseguinte, proceder a uma espacializaçãodas viagens, foi utilizado um valor aproximadopara as distâncias médias das viagens, sendoassim possível obter os valores de v.km(veículos x kilómetro). Estes valores,associados aos indicadores de intensidadeenergética de cada modo de transporte

(considerou-se como aproximação os valoresobtidos a nível nacional nos estudos sectoriaisdo PNAC), permitiram finalmente obter osconsumos de energia de alguns modos detransporte considerados.

Convém notar que, não sendo possívelespacializar as viagens, a metodologia utilizadaprevê a alocação de consumos de energia aoConcelho de Lisboa de uma viagem de comorigem em Lisboa e destino no Porto (50% dadistância é associada a um dos Concelhos).Esta hipótese de trabalho é coerente com umestudo que tenha como referência as emissõesglobais, i.e., gases com efeito de estufa, poisnão importará muito onde eles são emitidosmas sim o seu valor e a identificação da suaresponsabilidade. Neste caso, os concelhos deorigem e destino serão responsáveis pelaviagem e não os concelhos de atravessamento.Esta metodologia não seria passível de serutilizada para um trabalho em que sepretendesse alocar emissões de poluentes doar a nível local (CO, SOx, NOx e partículas),pois a espacialização neste caso serianecessária.

Outro exemplo diz respeito ao tráfego fluvialentre Lisboa e os Concelhos da margem sul doTejo. Neste caso, foi associado ao consumo deenergia do Concelho de Lisboa metade dopercurso da viagem entre Lisboa e cada umdos outros Concelhos.

Para o sector dos transportes de mercadoriasnão foi possível obter consumos de energia ouvalores de actividade à escala do Concelho deLisboa. Os valores estimados dos consumos deenergia foram obtidos através do “fecho” dobalanço de vendas de combustíveis divulgadopela DGGE. Esta hipótese, como já foi referida

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é discutível, e pode conduzir a valorescontroversos. Deste modo, este estudo optapor apresentar a desagregação dos consumosde energia no modo rodoviário como umaestimativa, à luz dos valores que forampossíveis de obter.

Por último, o transporte internacional não foiconsiderado neste estudo, pois excede oâmbito dos objectivos propostos e deintervenção da Agência.

Apresentam-se na secção seguinte osprincipais resultados dos trabalhosdesenvolvidos.

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4. Apresentação de Resultados

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4.1 Introdução

Apresentam-se os principais resultadosdecorrentes do trabalho descrito na secçãoanterior, incluindo:

- A caracterização sumária do sector eléctriconacional na perspectiva do cálculo do factorde conversão do kWh eléctrico em kWh deenergia primária;

- A caracterização do consumo de energiaprimária no Concelho de Lisboa, incluindo:

• A desagregação do consumo de energiaprimária pelas diferentes formas deenergia utilizadas;

• A desagregação do consumo de energiaprimária pelos diferentes sectores deutilização considerados (edifíciosresidenciais e de serviços, transportes,indústria e outros);

• A desagregação dos consumos de energiaprimária do sector residencial pelasdiferentes utilizações de energia destesector;

• A desagregação possível do consumo deenergia primária associado aos edifícios deserviços pelas diferentes tipologias destesector;

• A desagregação possível do consumo deenergia primária associada aostransportes pelos modos rodoviário,ferroviário e fluvial;

• Um exercício (ou uma estimativa) dadesagregação do consumo de energia dosmodos rodoviários e ferroviários.

Apresentam-se nas secções seguintes osresultados atrás referidos.

4.2 Caracterização Sumária do SectorEléctrico

Notas Prévias:

1) Os resultados que a seguir se apresentam,embora permitam uma visão global da estruturade abastecimento energético e da eficiência globaldo sistema eléctrico nacional destinam-seexclusivamente a permitir o cálculo aproximado docoeficiente de conversão a utilizar para convertero kWh eléctrico utilizado no Concelho de Lisboa emkWh de energia primária consumido em Portugal.Não está em causa portanto uma análise rigorosaou exaustiva do sistema eléctrico nacional e nãose recomenda a utilização dos resultados aquiapresentados para outros fins que não osestritamente em causa neste documento;

2) Para efeitos de contabilidade energética

4. Apresentação de Resultados

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considerou-se que a cada unidade de energiaeléctrica produzida a partir de formas de energiarenováveis (energia hídrica, eólica, etc.) corres-ponde uma unidade de energia primária;

3) Os resultados aqui apresentado dizemexclusivamente respeito ao sistema electro-produtor de Portugal Continental.

O Sector Eléctrico encontra-se a “meiocaminho” entre, o abastecimento energéticode um País, e as várias utilizações da energiaeléctrica, não devendo, portanto, ser encaradocomo um sector que utiliza energia, masapenas como um sector que transformaenergia primária e a disponibiliza sob a forma deenergia eléctrica, com maior ou menoreficiência.

Nesta perspectiva:

- O sistema electro-produtor de PortugalContinental recebeu, em 2001, cerca de80.970 GWh de energia primária, dos quaiscerca de 8.475 GWh (∪10%) tiveram umaproveniência renovável e 72.495 GWh(∪90%) uma proveniência convencional(combustíveis fósseis). No que diz respeito:

• Às fontes renováveis, assume especialdestaque a energia hídrica, querepresentou cerca de 90% da energiaeléctrica produzida a partir de fontesrenováveis., seguida da energia eólica com4%;

• Às fontes convencionais, existe um muitomaior equilíbrio entre a contribuição dofuelóleo (∪35%), do carvão (∪30%) e dogás natural (∪25%);

- O sistema electro-produtor disponibilizou aosutilizadores finais (edifícios, indústria, etc.)cerca 40.920 GWh de energia eléctrica24. Adiferença entre a energia primária utilizada(80.970 GWh) e a energia eléctricadisponibilizada (40.920GWh) tem origem nasineficiências do sistema produtor (∪36.180GWh) no seu autoconsumo (∪2.360GWh) enas ineficiências do sistema de transporte edistribuição (∪3.375 GWh);

- Nestas circunstâncias é possível afirmarque o sistema electro-produtor emfuncionamento em Portugal Continentalapresentou, no ano de 2001, uma eficiênciaglobal de 48% o que significa que a cadaunidade de energia eléctrica utilizadacorrespondem cerca de 2 unidades deenergia primária.

No anexo 1 apresenta-se um esquemadetalhado relativo aos fluxos energéticos dosistema electro-produtor Nacional.

4.3 Caracterização do Consumo de Energiano Concelho de Lisboa

4.3.1 Introdução

O consumo total de energia primária noConcelho de Lisboa ascende a cerca de14.785 kWh, o que representa:

- 6% do consumo total de energia primária emPortugal;

- 32% do consumo de energia primária dodistrito de Lisboa.

24 Destes cerca de 1.830 GWh ( ∪ 5%) são importados.

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Atendendo ao número de habitantes desteConcelho (cerca de 555.000)25, o consumoanual per capita de energia primária é de cercade 27 MWh/pessoa.ano (ver Figura 3).

Como se pode verificar:

- O consumo anual de energia per capita noConcelho de Lisboa é ligeiramente superior àmédia de Portugal Continental. Nainterpretação desta informação importa terem atenção dois aspectos com efeitoscontrários, a saber:

• O número de habitantes de Lisboa é muitoinferior ao número de pessoas quediariamente passam o seu dia em Lisboa.Esta circunstância tende a aumentar“artificialmente” o consumo de energia percapita desta zona;

• O peso da actividade industrial em Lisboa épouco relevante. Esta circunstância tende

a reduzir o consumo de energia per capitadesta zona.

- O consumo anual de energia per capita noConcelho de Lisboa é cerca de 35% inferior àmédia Europeia (EU15), quase 4 vezesinferior ao médio da América do Norte (!) e écerca de 40% superior ao valor médiomundial.

A forma como a energia primária é utilizadaapresenta-se nas secções seguintes.No anexo 2 apresentam-se esquemas deta-lhado relativos aos fluxos energéticos noConcelho de Lisboa.

4.3.2 Desagregação dos consumos pelasdiferentes formas de energiautilizadas

Apresenta-se, nas figuras seguintes, adesagregação do consumo de energia primáriano Concelho de Lisboa pelas diferentes formasde energia utilizadas. Importa referir que areferência à electricidade nestas figuras ésempre relativa à quantidade de energiaprimária que foi necessário utilizar paraproduzir a electricidade utilizada no Concelho.

25 Fonte: INE

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Como se pode verificar:

- O consumo de energia eléctrica justifica amaior percentagem de consumo de energiaprimária. O consumo de energia primáriainerente à utilização desta forma de energiano Concelho de Lisboa representa 41% doconsumo total de energia primária noConcelho o que é quase o dobro da energiaprimária inerente a qualquer outra forma deenergia utilizada;

- As gasolinas e o gasóleo rodoviáriorepresentam, no seu conjunto, cerca de 39%da energia primária utilizada no Concelho(23% para o gasóleo, 16% para as gasolinas).Apesar de significativo, note-se que estasduas formas de energia representam umaquantidade de energia primária inferior ànecessária para a produção da electricidadeutilizada no Concelho;

- Os restantes 20% do consumo de energiaprimária do Concelho repartem-se entre ogás natural (8%), o fuelóleo (8%) e outrasformas de energia (4%). Entre estasdestaquem-se os gases de petróleo liquefeitoque representam, no seu conjunto cerca de2,7% do consumo de energia primária doConcelho (1,6% para o butano e 1,1propano).

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4.3.3 Desagregação dos consumos pelosdiferentes sectores de actividade

Apresenta-se nas figuras seguintes adesagregação do consumo de energia primáriano Concelho de Lisboa pelas principaistipologias de utilização consideradas.

Como se pode verificar, os edifícios sãoresponsáveis pela maior fatia do consumo deenergia primária no Concelho de Lisboa, o quenão surpreende na medida em que eles são, delonge, os maiores responsáveis pelo consumode energia eléctrica (cerca de 85% do consumode energia eléctrica do Concelho de Lisboa) eque esta forma de energia representa, como sereferiu na secção anterior, a maior fatia doconsumo de energia primária do Concelho. É noentanto oportuno referir que este resultadonão pode ser directamente comparado com asestatísticas mais habituais a este nível já que,de uma forma geral, estas são efectuadas emunidades de energia final. A título de exemplo,refira-se a desagregação publicada no âmbitodo Programa P3E26, que aponta para a seguintedesagregação dos consumos de energia final:

- Transportes: 38%;

- Indústria: 32%;

- Edifícios (residencial e serviços): 22%;

- Outras utilizações: 8%.

Embora na perspectiva da definição de umaestratégia de gestão energética não seconsidere a informação relativa à energia finalparticularmente relevante, pelas razõesapontadas na secção 3.1.1, apresenta-se,ainda assim, para efeitos meramentecomparativos, a desagregação dos consumosenergéticos em energia final no Concelho deLisboa (em simultâneo com a mesmadesagregação a nível nacional).

26 Direcção Geral de Energia, Ministério da Economia, “Eficiência Energética nos Edifícios”, Fevereiro de 2002.

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Como se pode verificar:

- O peso dos edifícios no consumo de energiafinal do Concelho de Lisboa (36%) é muitomaior do que a média nacional (22%),resultado expectável tendo em atenção adiferença de densidade urbana entre oConcelho de Lisboa e a globalidade doterritório nacional;

- Por outro lado, e também expectável, o pesoda indústria nos consumos de energia final émuito menor em Lisboa (11%) do que nageneralidade do território (32%);

- Entretanto, a comparação entre adesagregação em unidades de energiaprimária e em unidades de energia finalpermite confirmar a distorção introduzidaquando se trabalha em unidades de energiafinal. Assim, embora os impactos associadosà utilização de energia nos edifícios(importação de energia, emissões de dióxidode carbono., etc.) sejam superiores aos dostransportes, numa perspectiva de energia

final os transportes justificam consumosfrancamente superiores aos dos edifícios.

4.3.4 Desagregação dos consumos asso-ciados aos edifícios

4.3.4.1 Introdução

O consumo de energia primária, associado aosedifícios – 46% do consumo do Concelho deLisboa, foi desagregado entre, edifícios deserviços e edifícios residenciais. O resultadodessa desagregação apresenta-se nas figurasseguintes.

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Como se pode verificar, os edifícios de serviçossão responsáveis pela maior fatia dosconsumos associados aos edifícios no Concelhode Lisboa (65% destes consumos, 30% doconsumo total de energia primária doConcelho). Os edifícios residenciaisrepresentam apenas 35% do consumo deenergia primária associado aos edifícios, o quesignifica, ainda assim, mais de 15% da energiaprimária total utilizada no Concelho.

Nas próximas secções apresenta-se adesagregação possível do consumo de energiaprimária associado aos edifícios de serviços,pelas diferentes tipologias, e a desagregaçãodo consumo de energia primária associado aosresidenciais, pelas diferentes utilizações deenergia inerentes a este tipo de edifícios.

4.3.4.2 Edifícios de serviços

Apresenta-se, nas figuras seguintes, adesagregação do consumo de energia primária

associado ao funcionamento dos edifícios deserviços, no Concelho de Lisboa, pelasprincipais tipologias de utilização consideradas.

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do Concelho (ligeiramente menos do que 2%do consumo total do Concelho).

Como se pode verificar:

- A percentagem do consumo de energiaprimária, indexada a “outros” edifícios deserviços, é elevada (54%). Tal deve-se a duasrazões principais:

• Por um lado, à efectiva diversidade dastipologias incluídas nesta categoria (ex.:equipamentos sociais, actividades de rádioe televisão, actividades desportivas,actividades recreativas várias,organizações internacionais, actividadesassociativas diversas, etc.);

• Por outro lado, ao facto da desagregaçãodos consumos de combustíveis fósseisdisponibilizada pela DGGE não permitir aefectiva indexação dos consumos aosconsumidores finais uma vez que, tal comojá foi referido, uma grande percentagem doconsumo destas formas de energia éindexada ao “comércio” sendo que esteseja apenas um intermediário entre odistribuidor grossista e o consumidor final;

- Os restantes 46% de consumo de energiaprimária também se encontram bastanterepartidos. Ainda assim é possível destacar osector da Hotelaria (hotéis e restaurantes),que justifica, por si só, 15% do consumo deenergia primária dos edifícios de serviços doConcelho (5% do consumo total do Concelho).Seguem-se os edifícios da Banca e Seguros eos da Administração Pública que justificam,cada um deles, cerca de 10% do consumo deenergia primária dos edifícios de serviços doConcelho (3% do consumo total do Concelho).Os edifícios do sector da Saúde (hospitais,centros de saúde) e os da Educaçãorepresentam, cada um deles, 6% do consumode energia primária dos edifícios de serviços

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4.3.4.3 Edifícios residenciais

A desagregação do consumo de energiaprimária associado aos edifícios residenciais foiefectuada tendo em atenção as seguintesutilizações de energia, inerentes a este tipo deedifícios:

- Aquecimento de água sanitária (banhos,duches, cozinha, etc.);

- Aquecimento ambiente (conforto térmico);

- Frio doméstico (frigoríficos, arcas-conge-ladoras e equipamentos combinados);

- Preparação de refeições (fogão, forno, etc.);

- Iluminação;

- Lavagem mecânica (máquinas de lavar esecar roupa e máquinas de lavar louça);

- Outras utilizações (informática, audio-visual,etc.).

Apresentam-se nas figuras seguintes osresultados dessa desagregação.

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Como se pode verificar:

- O aquecimento de água sanitária é o principalresponsável pelo consumo de energiaprimária do sector residencial, justificandopor si só 25% dos consumos desta forma deenergia;

- O frio doméstico, o aquecimento ambiente ea preparação de refeições são as utilizaçõesque se seguem na escala de consumos deenergia primária com consumos que variamentre os 18% (frio doméstico) e os 16%(preparação de refeições);

- A iluminação é a quinta utilização maissignificativa, justificando cerca de 10% doconsumo de energia primária do sectorresidencial.

- Finalmente, sabendo que o peso dosconsumos associados ao funcionamento dosedifícios residenciais nos consumos totais deenergia primária do Concelho é de cerca de15%, é possível afirmar que:

• O aquecimento de água sanitária éresponsável por cerca de 4% do consumototal de energia primária do Concelho;

• O frio doméstico, o aquecimento ambientee a preparação de refeições são, no seuconjunto, responsáveis por cerca de 8% doconsumo total de energia primária doConcelho (cerca de 3% para o friodoméstico e para o aquecimento ambientee cerca de 2% para a preparação derefeições);

• As restantes utilizações de energia dosector residencial representam, no seuconjunto, menos de 5% do consumo total

de energia primária do Concelho. 4.3.5 Desagregação dos consumos asso-

ciados aos transportes

A desagregação do consumo de energiaprimária associada ao sector dos transportesno Concelho de Lisboa foi efectuada tendo ematenção os seguintes modos de transporte:

- modo rodoviário;

- modo ferroviário;

- modo fluvial.

Apresenta-se nas figuras seguintes osresultados obtidos.

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• Colectivo

- Mercadorias

No modo ferroviário:

- Eléctricos

- Metro

- Comboios

No entanto, face ao nível de incertezaexistente devido às limitações existentes nosdados actualmente disponíveis à escalaconcelhia, os resultados obtidos sãoconsiderados apenas como exercício. Osgráficos seguintes mostram os resultadosobtidos.

MODO RODOVIÁRIO

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Pode-se verificar que:

- O modo rodoviário é dominante (superior a95%)

- O modo ferroviário tem um peso reduzido(inferior a 5%), o que significa que, um dosmodos mais eficientes na utilização deenergia por passageiro transportado é poucoutilizado;

- O modo fluvial tem um peso inexpressivo(inferior a 1%).

Um exercício de nível superior de desagregaçãofoi também efectuado, com base nos dadosdisponíveis, para os modos rodoviários eferroviários, tendo sido consideradas asseguintes desagregações:

No modo rodoviário:

- Passageiros

• Individual

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MODO FERROVIÁRIO

Pode-se inferir, com as limitações acimaexpostas, que:

- O consumo de energia do modo demercadorias é da ordem de grandeza dotransporte individual de passageiros;

- O consumo de energia do transportecolectivo de passageiros é muito inferior aotransporte individual de passageiros;

- Quanto ao transporte de passageiros, maisde 90% do consumo refere-se a transporteindividual e apenas o restante a transportecolectivo.

- O consumo de energia no modo metro é cercade duas vezes superior ao modo comboio e oconsumo nos eléctricos é comparativamentereduzido;

4.4 Síntese

Apresenta-se na Tabela 1 e na Tabela 2 aMatriz Energética de Lisboa (valores absolutose percentagens de consumo) que não é mais doque uma síntese dos resultados apresentadosna secção anterior.

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5. Conclusões

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As principais conclusões, decorrentes daanálise dos resultados apresentados na secçãoanterior, são:

- O consumo total de energia primária doConcelho de Lisboa ascende a cerca de15.000 GWh, o que corresponde a 6% doconsumo total de Portugal Continental;

- O consumo anual per capita no Concelho deLisboa é ligeiramente superior à média dePortugal Continental (10%)27, emborasignificativamente inferior (35%) à médiaEuropeia (EU15);

- A forma de energia com maior peso noconsumo de energia primária do Concelho é,destacadamente, a electricidade, querepresenta, por si só, cerca de 41% desteconsumo. Seguem-se o gasóleo (23%) asgasolinas (16%), o fuelóleo e o gás natural(8% cada). Os gases de petróleo liquefeito(GPL) representam, no seu conjunto, menosde 3% do consumo de energia primária doConcelho. Refira-se ainda a existência de umconjunto de outras formas de energia cujaexpressão individual é muito poucosignificativa (ex.: gasóleo colorido, petróleoiluminante, etc.);

- Os edifícios são os principais utilizadores deenergia primária do Concelho, sendoresponsáveis por cerca de 46% desteconsumo. Este resultado não surpreende namedida em que eles são os grandesresponsáveis pelo consumo de energiaeléctrica. Os transportes são os segundosmaiores responsáveis pelo consumo deenergia primária (42%). O peso da indústriano balanço energético do Concelho é

reduzido: este sector representa apenas10% do consumo de energia primária;

- Dentro dos edifícios, assumem especialdestaque os edifícios de serviços,responsáveis por 65% dos consumos deenergia primária do parque edificado doConcelho (30% do consumo total do Concelhoe cerca de 2% do consumo total de energiaprimária de Portugal Continental). Estesincluem uma grande diversidade de tipologiasmas é ainda assim possível destacar aHotelaria e Restauração, a Banca e Seguros,e a Administração Pública (representando,respectivamente, 15%, 11% e 9% doconsumo de energia primária do parqueedificado de serviços do Concelho). Ossectores da Educação e Saúde, pelo seu lado,representam cada um cerca de 6% dosconsumos de energia primária do parque

Conclusões

27 Este indicador deverá ser interpretado com prudência na medida em que inclui efeitos combinados de factores contraditórios (por um lado, o poucopeso do sector industrial no Concelho, provoca um abaixamento do consumo per capita, por outro, o facto de muitas pessoas que não vivem emLisboa passarem aí grande parte do seu dia, provoca um aumento deste consumo).

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edificado de serviços do Concelho;

- Os edifícios do sector residencial sãoresponsáveis por 35% dos consumos deenergia primária do parque edificado doConcelho (16% do consumo total do Concelhoe cerca de 1% do consumo total de energiaprimária de Portugal Continental). Esteconsumo distribui-se uma grande variedadede utilizações onde é possível destacar oaquecimento de água sanitária, o friodoméstico, o aquecimento ambiente, apreparação de refeições, a iluminação e alavagem mecânica (representando,respectivamente, 25%, 18%, 17%, 16%,10% e 6% do consumo de energia primária doparque edificado residencial do Concelho;

- No sector dos transportes, o modorodoviário é responsável por mais de 95%do consumo de energia primária do sector,enquanto que o modo ferroviáriorepresenta apenas 4% e o modo fluvial temuma expressão muito reduzida (da ordemdos 0,5%);

- A estimativa efectuada para a desa-gregação dos diferentes modos dotransporte rodoviário, com recurso aosdados existentes, apontam para um pesosemelhante do consumo de energia entre otransporte de passageiros e demercadorias. Quanto ao transporte depassageiros, mais de 90% do consumorefere-se a transporte individual e apenas orestante a transporte colectivo.

Entretanto, e tal como já foi várias vezesreferido, os resultados apresentados na

secção anterior não constituem um fim em simesmo mas apenas uma ferramenta para adefinição de uma estratégia para aracionalização dos consumos energéticos nacidade de Lisboa. Nesta perspectiva importafundamentalmente destacar:

- A pertinência da opção pela utilização daenergia primária em detrimento da energiafinal: recorde-se que só assim é possívelidentificar claramente os edifícios como osmaiores responsáveis pelos impactosambientais e económicos associados aoconsumo de energia no Concelho de Lisboa(em termos de energia final, os transportessão os maiores utilizadores de energia,representando mais de 50% do consumodeste tipo de energia. Mas tal não tem umacorrespondência directa com os referidosimpactos ambientais e económicos...);

- A possibilidade de utilizar a Matriz Energéticacomo ferramenta para a identificação dosalvos prioritários e, muito importante, comoferramenta de cálculo do potencial deimpacto de eventuais medidas de

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racionalização de consumos. A título deexemplo28, é agora possível afirmar:

• Que a adopção de políticas activas quelevassem à instalação de colectoressolares térmicos activos em todas asunidades de habitação existentes noConcelho conduziria a uma economia deenergia primária de cerca de 2% face aoconsumo actual do Concelho29;

• Que a adopção de políticas activas comvista à optimização da gestão energéticados edifícios de serviços que permitisseuma economia média de 10% em todos osedifícios de serviços conduziria a umaeconomia de energia primária de cerca de3% face ao consumo actual do Concelho;

• Que a adopção de políticas activas comvista à optimização da gestão energéticados edifícios da administração pública quepermitisse uma economia média de 10%em todos os edifícios conduziria a umaeconomia de energia primária de cerca de0,3% face ao consumo actual do Concelho;

• Etc., etc., etc..

Em síntese, é possível afirmar que foi criadauma ferramenta que permite avançar para aidentificação dos alvos prioritários e para aquantificação dos impactos de eventuaismedidas de intervenção, adequadas ao alvosprioritários seleccionados. Importa agoratrabalhar intensamente sobre os resultadosobtidos, por forma a seleccionar alvosprioritários, identificar medidas de intervençãoadequadas aos alvos identificados e quantificaro impacto dessas medidas em termo deeconomia de energia primária (admitindo taxas

de penetração realistas, que tenham em conta,entre outros, os investimentos necessários eas dificuldades técnicas e sociais inerentes àimplementação das medidas identificadas).

Finalmente, refira-se que se deve tambémponderar o alargamento e aumento dacapacidade da ferramenta no que diz respeitoaos edifícios de serviços (quer aumentando onível de desagregação tipológica quer passandopara a desagregação por utilizações nasprincipais tipologias).

28 Tratam-se apenas de exemplos destinados a facilitar a percepção do potencial de utilização da Matriz Energética como ferramenta de definição deuma estratégia energética, pelo que a preocupação principal foi a selecção de exemplos bem ilustrativos (nem sempre realistas...).

29 Admitindo um factor solar médio de 50%.

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Anexos

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Caracterização Sumária do Sistema Eléctrico de Portugal Continental

Anexo 1:

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Anexo 2:

Principais Fluxos de Energia no Concelho de Lisboa

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Principais Fluxos de Energia no Concelho de Lisboa

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Adenda à Matriz Energética de LisboaMarço 2005

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Esta adenda resulta do contributo deespecialistas de reconhecido mérito na área daenergia, que participaram no workshop,promovido pela Lisboa E-Nova, para apre-sentação e discussão da Matriz Energética deLisboa, que teve lugar no dia 24 de Fevereiro de2005, no Centro de Informação Urbana deLisboa, em Lisboa.

Na sequência deste workshop, tendo ematenção os principais comentários entãoefectuados, foi decidido consolidar odocumento original com os seguinteselementos adicionais:

– Matriz energética expressa em energia final;

– Análise da influência da eficiência do sistemaelectroprodutor sobre os resultados damatriz energética original (expressa emenergia primária);

– Lista de referências.

Apresentam-se em seguida os elementosdescritos.

1. Introdução

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A elaboração da matriz energética expressa emunidades de energia primária implica oconhecimento detalhado da mesma, expressaem unidades de energia final, considerandoainda a eficiência global de produção, detransporte e de distribuição de energiaeléctrica. Por esta razão no relatório originalexistem várias referências à matriz energéticaexpressa em unidades de energia final (versecção 4.3.3 e anexo 2), embora não sejaapresentada. A título de informação adicional,apresenta-se nas figuras seguintes a matrizenergética expressa em unidades de energiafinal.

2. MATRIZ ENERGÉTICA EXPRESSA EM ENERGIA FINAL

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Como seria de esperar, esta abordagem

provoca uma diminuição acentuada do peso daelectricidade e das tipologias com maiorutilização desta forma de energia (edifícios).Sublinhe-se, no entanto, que a realidade vistapor este prisma não traduz, de forma rigorosa,os impactos ambientais associados a cadaforma de energia e a cada tipologia deutilização.

Apresenta-se na Tabela 1 e na Tabela 2 aMatriz Energética de Lisboa expressa emunidades de energia final (valores absolutos epercentagens), com base na qual, foramelaboradas as figuras acima apresentadas.

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Conforme referido anteriormente, a elaboraçãoda Matriz Energética, expressa em unidades deenergia primária, implica o conhecimentodetalhado da eficiência global de produção, detransporte e de distribuição de energiaeléctrica. Os resultados expressos no relatóriooriginal basearam-se na caracterização dosector eléctrico, de acordo com o descrito em4.2 do referido relatório. Entretanto, e porquea eficiência média do sistema electroprodutorvaria de ano para ano, em função dapercentagem de incorporação de energiasrenováveis (hídrica, eólica, etc.), entre outras,é certamente interessante fazer uma análiseda influência da eficiência deste sistema sobrea Matriz Energética do Concelho de Lisboa1.Assim, serão analisadas duas situaçõesdistintas:

- Situação original (de acordo com o descritona secção 4.2 do relatório original):

• Factor de conversão de energia primáriaem energia eléctrica = 2,1;

- Situação “oficial” (de acordo com o Despachoda DGE publicado no Diário da República n.º98, II Série de 29/04/83):

• Factor de conversão de energia primáriaem energia eléctrica = 3,4.

Apresentam-se em seguida os principaisresultados decorrentes das situaçõesanalisadas.

3. Análise da Influência do Sistema Electroprodutor

1 Esta análise só faz sentido quando a Matriz Energética é expressa em unidades de energia primária porque de outra forma o sistemaelectroprodutor não tem qualquer influência nos resultados.

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Como se pode verificar, existe uma diferençarelevante entre a matriz original e a matriz quese obtém se se considerar o coeficiente deconversão “oficial”. No entanto, esta diferençaacentua o peso dos edifícios (o que é óbvio, uma

vez que é esta tipologia de utilização que maiselectricidade utiliza), o que acentua asprincipais conclusões do relatório, nomea-damente no que diz respeito ao domínio dosedifícios nos consumos de energia primária doConcelho de Lisboa. Note-se que este domíniosó é evidente quando se trabalha com energiaprimária o que tem sido pouco frequentequando está em causa a desagregação portipologias de utilização. Note-se, também, quea prática corrente de explicitar a desagregaçãodos consumos por tipologias de utilização emtermos de energia final tem conduzido àgeneralização da ideia de que os transportessão, de longe, o sector que mais energia utilizaquando na realidade partilham estaresponsabilidade com os edifícios.

Por outro lado, e sem qualquer pretensão desubstituir os especialistas na matéria, parece-nos que o coeficiente “oficial” de conversão deenergia primária em energia final é pessimistae pouco coerente com o coeficiente específicode emissão de CO2 anunciado pela ERSE2 parao sistema electroprodutor nacional. Foi esta arazão da opção, sem dúvida menos confortável,pela caracterização da realidade actual dosistema electroprodutor nacional, o que foifeito de acordo com o descrito na secção 4.2do relatório original.

2 “Caracterização do Sector Eléctrico - Portugal Continental 2001”, ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos).

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4. Referências