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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR

    PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

    CENTRO DE CINCIAS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENSINO DE CINCIAS E

    MATEMTICA

    ODIJAS DE PINHO ELLERY

    A ANLISE DAS QUESTES DE QUMICA NO NOVO ENEM

    FORTALEZA

    2014

  • ODIJAS DE PINHO ELLERY

    A ANLISE DAS QUESTES DE QUMICA NO NOVO ENEM

    Dissertao de Mestrado apresentada ao

    Programa de Ps-Graduao em Ensino

    de Cincias e Matemtica, da Pr-Reitoria de

    Pesquisa e Ps-Graduao da Universidade

    Federal do Cear, como requisito parcial para

    obteno do Ttulo de Mestre em Ensino de

    Cincias e Matemtica. rea de concentrao:

    Ensino de Cincias e Matemtica.

    Orientador: Profa. Dra. Gisele Simone Lopes.

    FORTALEZA

    2014

  • 2

  • A Deus e s sete mulheres da minha vida;

    minha av (Lindete), minha me (Valeria),

    minha madrinha (Angela), minha tia

    (Jaqueline), minha sogra (Leca), minha esposa

    (Ana Virgnia) e minha filha (Odayna), que me

    apoiaram e sempre incentivaram o meu

    engrandecimento atravs da busca pelo

    conhecimento.

  • RESUMO

    O Novo Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM) orientado segundo uma matriz de

    referncia, que est dividida em competncias e habilidades, considerando as quatro reas de

    conhecimento do ensino mdio (Cincias Humanas e suas Tecnologias; Cincias da Natureza

    e suas Tecnologias; Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias e Matemtica e suas

    Tecnologias). Atualmente, este exame est sendo utilizado como forma de ingresso em todas

    as universidades pblicas federais. Nessa pesquisa ressaltada a importncia das temticas

    educacionais de competncias e habilidades, tendo como principal objetivo desenvolver - por

    meio da anlise dos itens de qumica - uma investigao sobre as caractersticas presentes nas

    avaliaes do Novo ENEM nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012. Inicialmente, foi realizado

    um levantamento bibliogrfico, para a fundamentao terico-metodolgica, nas

    documentaes e textos da Constituio Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    Nacional (LDB), Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), Parmetros Curriculares

    Nacionais (PCN) e Edital do ENEM. Em seguida, fez-se um estudo terico sobre as

    competncias e habilidades, e, posteriormente, uma anlise estatstica dos itens de qumica, na

    rea de Cincias da Natureza e suas Tecnologias, presentes nas avaliaes do Novo ENEM.

    Por fim, aplicou-se um questionrio, utilizando a tcnica de pesquisa de campo, para verificar

    o entendimento dos alunos, que esto cursando o 3 ano do Ensino Mdio, a respeito das

    competncias e habilidades definidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

    Educacionais Ansio Teixeira (INEP). Desta feita, o presente estudo contribuiu para o

    entendimento e a diferenciao entre as competncias e as habilidades na rea de

    conhecimento da qumica, tendo como produto um manual contendo todas as questes de

    qumica do Novo ENEM, detalhando seus objetos de conhecimento, competncias e

    habilidades.

    Palavras-chave: ENEM. Competncias. Habilidades. Qumica.

  • ABSTRACT

    The new National High School Exam (ENEM) is oriented in an reference matrix, which is

    divided into skills and abilities and considers the four knowledge areas of high school

    (Humanities; Natural Sciences; Languages and Codes; and Mathematics). It has currently

    being used as a means of entry to all federal universities. In this research we show the

    importance of educational themes of skills and abilities, having as the main objective to

    develop through an analysis of the chemistry part, an investigation of the characteristics

    present in the new format of the ENEM (years 2009, 2010, 2011 and 2012). Initially,

    bibliographic survey was conducted for support the theoretical and methodological basis,

    through texts of the Federal Constitution, Law of Guidelines and Bases of National Education

    (LDB), the National Curriculum Guidelines (DCN), the National Curricular Parameters

    (PCN) and the ENEMs bidding. It also shows a theoretical study of the skills and abilities,

    followed by a statistical analysis of the items of chemistry, in the area of natural sciences and

    their technologies, present in the new ENEM exams. Finally, we applied a survey, using the

    methodology of field researching, to verify the students understanding about the desired

    competencies and skills defined by the National Institute of Studies and Research Ansio

    Teixeira (INEP). Thus, this study contributes to the understanding and differentiation between

    competences and skills in the chemistrys area of knowledge, and results in a manual

    containing all chemistry questions of the new ENEM, including their objects of knowledge,

    skills and abilities.

    Keywords: ENEM. Skills. Abilities. Chemistry.

  • LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 - Competncias ENEM..................................................................... 46

    Grfico 2 - Habilidades ENEM......................................................................... 48

    Grfico 3 - Nmero de candidatos inscritos no ENEM.................................... 51

    Grfico 4 - Voc sabe o que COMPETNCIA?............................................ 51

    Grfico 5 - Qual a definio de COMPETNCIA, segundo o INEP?........... 52

    Grfico 6 - Voc sabe o que HABILIDADE?................................................ 52

    Grfico 7 - Qual a definio de HABILIDADE, segundo o INEP?............... 52

    Grfico 8 - Quantas so as COMPETNCIAS?............................................... 53

    Grfico 9 - Quantas so as HABILIDADES?................................................... 53

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Competncias ENEM 2009.............................................................. 41

    Tabela 2 - Habilidades ENEM 2009................................................................. 41

    Tabela 3 - Competncias ENEM 2010.............................................................. 42

    Tabela 4 - Habilidades ENEM 2010................................................................. 42

    Tabela 5 - Competncias ENEM 2011.............................................................. 43

    Tabela 6 - Habilidades ENEM 2011................................................................. 43

    Tabela 7 - Competncias ENEM 2012.............................................................. 44

    Tabela 8 - Habilidades ENEM 2012................................................................. 44

    Tabela 9 - Objetos de Conhecimento mais frequentes..................................... 49

    Tabela 10 - Objetos de Conhecimento menos frequentes................................ 50

    Tabela 11 Nmero de candidatos inscritos no ENEM.................................. 50

    Tabela 12 - Respostas sobre o conceito de Competncia.................................. 54

    Tabela 13 - Respostas sobre o conceito de Habilidade..................................... 55

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ANDIFES

    BNI

    DCN

    Associao Nacional dos Dirigentes das IFES

    Banco Nacional de Itens

    Diretrizes Curriculares Nacionais

    DCNEM Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Mdio

    ENCCEJA Exame Nacional para Certificao de Competncias de Jovens e Adultos

    ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

    ENEM Exame Nacional do Ensino Mdio

    IDEB ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica

    IFES Instituies Federais de Educao Superior

    INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira

    LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional

    MEC Ministrio da Educao

    PCN Parmetros Curriculares Nacionais

    PDE Plano de Desenvolvimento de Educao

    PISA Programa Internacional de Avaliao de Alunos

    PNE Plano Nacional de Educao

    Prouni Programa Universidade para Todos

    SAEB Sistema de Avaliao da Educao Bsica

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................................... 12

    1.1 Breve Histrico ................................................................................................................ 12

    1.2 Sobre o ENEM ................................................................................................................. 13

    2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 21

    2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 21

    2.2 Objetivos Especficos ....................................................................................................... 21

    3 REVISO DA LITERATURA ...................................................................................... 22

    3.1 Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 ............................................ 22

    3.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB 9394/96) ................................ 23

    3.3 Plano Nacional de Educao (PNE) ............................................................................... 24

    3.4 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) ..................................................................... 26

    3.5 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (DCNEM) .......................... 27

    3.6 Parmetros Curriculares Nacionais (PCN)................................................................... 29

    3.7 Competncias e Habilidades ........................................................................................... 30

    3.8 Eixos Cognitivos .............................................................................................................. 32

    4 A ANLISE DAS QUESTES SELECIONADAS ..................................................... 34

    4.1 Metodologia da Pesquisa ................................................................................................. 34

    4.2 Delimitao do Objeto de Pesquisa ................................................................................ 36

    5 RESULTADOS E DISCUSSES .................................................................................. 38

    5.1 ENEM 2009 ...................................................................................................................... 41

    5.2 ENEM 2010 1 APLICAO ...................................................................................... 42

    5.3 ENEM 2011 ...................................................................................................................... 43

    5.4 ENEM 2012 ...................................................................................................................... 44

    6 ANLISE DOS DADOS ................................................................................................. 45

    7 CONSIDERAES FINAIS .......................................................................................... 56

  • REFERNCIAS .............................................................................................................. 57

    APNDICE A - MANUAL COM A ANLISE DAS QUESTES DE QUMICA

    NO NOVO ENEM ........................................................................................................... 59

    APNDICE B - QUESTIONRIO APLICADO AOS ALUNOS DO 3 ANO DO

    ENSINO MDIO ............................................................................................................. 98

    ANEXO A - MATRIZ DE REFERNCIA DE CINCIAS DA NATUREZA E

    SUAS TECNOLOGIAS ................................................................................................ 100

    ANEXO B - OBJETOS DE CONHECIMENTO ASSOCIADOS S MATRIZES DE

    REFERNCIA ............................................................................................................... 103

    ANEXO C - QUESTES DO ENEM 2009 ................................................................. 105

    ANEXO D QUESTES DO ENEM 2010 ................................................................ 109

    ANEXO E QUESTES DO ENEM 2011 ................................................................ 113

    ANEXO F QUESTES DO ENEM 2012 ................................................................. 117

  • 12

    1 INTRODUO

    1.1 Breve Histrico

    O Ministrio da Educao (MEC) foi criado em 1930 por meio do Decreto n.

    19.402 (BRASIL, 2012), com o nome de Ministrio da Educao e Sade Pblica pelo ento

    Presidente da Repblica Getlio Vargas, sendo responsvel por vrias atividades como sade,

    esporte, educao e meio ambiente.

    O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira

    (INEP), por lei, foi fundado em 13 de Janeiro de 1937. Atualmente uma autarquia federal,

    ou seja, uma pessoa jurdica criada pela Lei n. 9.448, ligada ao Ministrio da Educao

    com a finalidade de suscitar estudos, pesquisas e avaliaes sobre a educao brasileira

    estabelecendo e implantando polticas pblicas a partir de caractersticas de qualidade e

    equidade (BRASIL, 2013). O Instituto teve como meta central, nos ltimos anos, as

    atividades de avaliaes educacionais com a organizao do sistema de levantamentos

    estatsticos.

    A partir de 1995 decretado pela lei n 9.131, essa instituio, o MEC, passa a ser

    responsvel exclusivamente pela rea da educao procurando proporcionar um ensino de

    qualidade.

    Em 1998, o MEC atravs do INEP, cria o Exame Nacional do Ensino Mdio

    (ENEM) que um exame de carter voluntrio e individual. Esse exame estrutura suas

    questes atravs da anlise de competncias e habilidades e tem como objetivo avaliar o

    desempenho do estudante ao fim da educao bsica. O INEP de acordo com seu edital

    (BRASIL, 2013) utiliza os resultados estatsticos do ENEM para contribuir com a melhoria da

    qualidade desse nvel de escolaridade.

    O Plano de Desenvolvimento de Educao (PDE), lanado em 2007 (BRASIL,

    2012), de acordo com o MEC fortalece um sistema educacional com a participao conjunta

    da sociedade (pais, alunos, professores, gestores e comunidade) atravs de aes integradas.

    No ano de 2009, o exame do ENEM (BRASIL, 2012) que passou a ser um

    mecanismo de seleo para o ingresso no ensino superior, segundo o Inep sofreu mudanas

    que foram implantadas para contribuir com a democratizao de acesso s vagas oferecidas.

    Este fato repercutiu na reestruturao dos currculos do ensino mdio.

  • 13

    1.2 Sobre o ENEM

    O ENEM est relacionado tanto a LDB 9394/96, quanto aos PCN (BRASIL,

    2000) com a utilizao de uma pedagogia educacional estruturada nas competncias e nas

    habilidades, no restringindo o acesso dos estudantes concludentes do ensino bsico ao ensino

    superior e ao ensino profissionalizante, mas assegurando uma formao humana indispensvel

    para o exerccio da cidadania.

    A Lei estabelece uma perspectiva para esse nvel de ensino que integra, numa

    mesma e nica modalidade, finalidades at ento dissociadas, para oferecer, de

    forma articulada, uma educao equilibrada, com funes equivalentes para todos os

    educandos:

    a formao da pessoa, de maneira a desenvolver valores e competncias necessrias integrao de seu projeto individual ao projeto da sociedade em que se

    situa;

    o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico;

    a preparao e orientao bsica para a sua integrao ao mundo do trabalho, com as competncias que garantam seu aprimoramento profissional e permitam

    acompanhar as mudanas que caracterizam a produo no nosso tempo;

    o desenvolvimento das competncias para continuar aprendendo, de forma autnoma e crtica, em nveis mais complexos de estudos. (BRASIL-PARTE I,

    2000, p.10).

    As competncias bsicas das propostas pedaggicas como finalidades da

    educao bsica, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Mdio

    (DCNEM), no seu artigo 4, o aluno dever apresentar:

    Desenvolvimento da capacidade de aprender e continuar aprendendo, da autonomia

    intelectual e do pensamento crtico, de modo a ser capaz de prosseguir os estudos e

    de adaptar-se com flexibilidade a novas condies de ocupao ou aperfeioamento;

    constituio de significados socialmente construdos e reconhecidos como

    verdadeiros sobre o mundo fsico e natural, sobre a realidade social e poltica;

    compreenso do significado das cincias, das letras e das artes e do processo de

    transformao da sociedade e da cultura, em especial as do Brasil, de modo a possuir

    as competncias e habilidades necessrias ao exerccio da cidadania e do trabalho;

    domnio dos princpios e fundamentos cientfico-tecnolgicos que presidem a

    produo moderna de bens, servios e conhecimentos, tanto em seus produtos como

    em seus processos, de modo a ser capaz de relacionar a teoria com a prtica e o

    desenvolvimento da flexibilidade para novas condies de ocupao ou

    aperfeioamento posteriores; competncia no uso da lngua portuguesa, das lnguas

    estrangeiras e outras linguagens contemporneas como instrumentos de

    comunicao e como processos de constituio de conhecimento e de exerccio de

    cidadania. (BRASIL-PARTE I, 2000, p.101).

    Atualmente, o ENEM estruturado numa Matriz de Referncia, apresentando os

    Eixos Cognitivos comuns a todas as reas do conhecimento, detalhando as Competncias e

    Habilidades das quatro reas do conhecimento do ensino mdio com os respectivos

    componentes curriculares e especificando os objetos de conhecimento associados s Matrizes

    de Referncia. Segundo os PCN a organizao por rea de conhecimento explicada para

  • 14

    assegurar: uma educao de base cientfica e tecnolgica, na qual conceito, aplicao e

    soluo de problemas concretos so combinados com uma reviso dos componentes

    socioculturais orientados por uma viso epistemolgica que concilie humanismo e tecnologia

    ou humanismo numa sociedade tecnolgica. (BRASIL-PARTE I, 2000, p.19).

    Este Novo ENEM, na sua constituio, tambm est relacionado com a Reforma

    do Ensino Mdio e a Matriz de Habilidade do Exame Nacional para Certificao de

    Competncias de Jovens e Adultos (ENCCEJA). Na proposta do MEC Associao Nacional

    dos Dirigentes das Instituies Federais de Ensino Superior (ANDIFES) temos: o novo

    exame seria composto por quatro testes, um por cada rea do conhecimento, a saber:

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias (incluindo redao); Cincias Humanas e suas

    Tecnologias; Cincias da Natureza e suas Tecnologias; e Matemtica e suas Tecnologias. O

    modelo de avaliao baseado em competncias e habilidades aproxima o exame dos

    currculos escolares e das Diretrizes Curriculares Nacionais no qual o conjunto de contedos

    seria elaborado em cooperao com a comunidade acadmica, as Instituies Federais de

    Educao Superior (IFES).

    O Edital do ENEM destaca que possvel utilizar os resultados individuais do

    participante do exame na certificao em nvel de concluso do ensino mdio, por intermdio

    das Instituies Certificadoras enumeradas no Anexo de seu Edital, no uso como elemento de

    ingresso educao superior, ou em processos de seleo nas diferentes esferas do mercado

    de trabalho. As informaes obtidas a partir dos resultados do exame tm como objetivos

    principais para o Inep: avaliar a qualidade do Ensino Mdio no Brasil, para auxiliar a

    implementao na educao de polticas pblicas mais eficazes e desenvolver indicadores

    sobre a educao para o aprimoramento dos currculos escolares do Ensino Mdio. (ENEM,

    2012, p.2).

    A estrutura da construo de itens do ENEM foi mantida de 1998, ano da primeira

    edio, a 2012, apesar das mudanas nas quantidades de questes e no nmero de dias de suas

    aplicaes institudas pelo Ministrio da Educao (MEC).

    De acordo com informaes do INEP, de 1998 a 2008, o exame apresentava uma

    prova com 63 questes de mltipla escolha, em que as cinco competncias da Matriz de

    Referncia que eram avaliadas, se expressavam por meio de 21 habilidades, sendo cada

    medida trs vezes com trs questes para cada habilidade. A prova de Redao, onde eram

    adotadas cinco competncias especficas para a produo de textos, tinha que ser elaborada

    como um texto em prosa dissertativo argumentativo e estar de acordo com a proposta do tema

    apresentado.

  • 15

    A Proposta Associao Nacional dos Dirigentes das Instituies Federais de

    Ensino Superior apresentada pelo Ministrio da Educao, a partir de 2009, reformula o

    ENEM e o seu emprego como forma de seleo das universidades pblicas federais. De

    acordo com o MEC as Instituies Federais podero escolher entre quatro possibilidades de

    utilizao do novo exame como processo seletivo: como fase nica, com o sistema de

    seleo unificada, informatizado e on-line; como primeira fase; combinado com o vestibular

    da instituio; e como fase nica para as vagas remanescentes do vestibular.

    A Portaria n 144, de 24 de maio de 2012 (BRASIL, 2013) possibilita a

    certificao de concluso do Ensino Mdio e a declarao de proficincia com base no exame

    do Novo ENEM ao participante que possuir 18 (dezoito) anos completos, que no concluiu o

    ensino mdio em idade apropriada e que atingiu o mnimo de 450 (quatrocentos e cinquenta)

    pontos em cada uma das reas de conhecimento do exame e atingir o mnimo de 500

    (quinhentos) pontos na redao.

    As alteraes ocorridas nos exames do ENEM a partir do ano de 2009, segundo o

    INEP, objetivaram: colaborar para a democratizao do acesso s vagas oferecidas por

    Instituies Federais de Educao Superior, para a mobilidade acadmica e para introduzir a

    reformulao dos currculos no Ensino Mdio. Como consequncias dessas mudanas houve

    um aumento considervel no nmero de candidatos inscritos no ENEM.

    As questes do novo exame foram estruturadas a partir de uma Matriz de

    Referncia, Competncias e Habilidades para cada rea do conhecimento e um conjunto de

    objetos de conhecimento associados a elas, enumerados no Edital.

    A Matriz de Referncia, segundo o edital do Novo ENEM, formada por cinco

    Eixos Cognitivos comuns a todas as reas de conhecimento. As competncias e habilidades

    so especficas para cada rea do conhecimento, sendo divididas em quatro testes, da seguinte

    forma: o primeiro, Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias (incluindo a Redao), com nove

    competncias e trinta habilidades; o segundo, Cincias Humanas e suas Tecnologias, com seis

    competncias e trinta habilidades; o terceiro, Cincias da Natureza e suas Tecnologias, com

    oito competncias e trinta habilidades; e o quarto, Matemtica e suas Tecnologias, com sete

    competncias e trinta habilidades.

    Cada um dos quatro testes composto por quarenta e cinco itens de mltipla

    escolha com cinco opes cada, totalizando cento e oitenta itens. A metade dos itens

    administrada num primeiro dia de aplicao (Cincias Humanas e suas Tecnologias e de

    Cincias da Natureza e suas Tecnologias) e a outra metade deles num segundo dia

    (Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias e Matemtica e suas Tecnologias), incluindo a

  • 16

    Redao. Essa estruturao apresentada Associao Nacional dos Dirigentes das Instituies

    Federais de Ensino Superior (ANDIFES) permite ao ENEM ter boa preciso na aferio das

    proficincias, sendo capaz de diferenciar estudantes em diferentes nveis.

    De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio no seu

    artigo nono pargrafo nico, define:

    Em termos operacionais, os componentes curriculares obrigatrios decorrentes da

    LDB que integram as reas de conhecimento so os referentes :

    I - Linguagens: a) Lngua Portuguesa; b) Lngua Materna, para populaes

    indgenas; c) Lngua Estrangeira moderna d) Arte, em suas diferentes linguagens:

    cnicas, plsticas e, obrigatoriamente, a musical; e) Educao Fsica.

    II - Matemtica.

    III - Cincias da Natureza: a) Biologia; b) Fsica; c) Qumica.

    IV - Cincias Humanas: a) Histria; b) Geografia; c) Filosofia; d) Sociologia. (BRASIL, 2012, p.3).

    Essa norma define os objetos de conhecimento que tambm so especficos para

    cada rea da seguinte forma: oito divises em Linguagens e Cdigos; cinco divises em

    Cincias Humanas; vinte e trs divises em Cincias da Natureza (sete em Fsica, dez em

    Qumica e seis em Biologia); e cinco divises em Matemtica.

    No modelo de construo das questes de mltipla escolha da prova do ENEM,

    segundo o Edital de 2012, existem os Eixos Cognitivos da Matriz de Referncia, que

    fornecem as orientaes para possibilitar o desenvolvimento de competncias e habilidades

    comuns a todas as reas de conhecimento, relacionados abaixo e representados na figura 1

    com suas inter-relaes:

    I. Dominar linguagens: dominar a norma culta da Lngua Portuguesa e fazer uso das

    linguagens matemtica, artstica e cientfica e das lnguas espanhola e inglesa.

    II. Compreender fenmenos: construir e aplicar conceitos das vrias reas do

    conhecimento para a compreenso de fenmenos naturais, de processos histrico-

    geogrficos, da produo tecnolgica e das manifestaes artsticas.

    III. Enfrentar situaes-problema: selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados

    e informaes representadas de diferentes formas, para tomar decises e enfrentar

    situaes problema.

    IV. Construir argumentao: relacionar informaes, representadas em diferentes

    formas, e conhecimentos disponveis em situaes concretas, para construir

    argumentao consistente.

    V. Elaborar propostas: recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para

    elaborao de propostas de interveno solidria na realidade, respeitando os valores

    humanos e considerando a diversidade sociocultural. (EDITAL DO ENEM

    ANEXO-II, 2012, p.1).

  • 17

    Fonte: BRASIL, Fundamentao Terico-Metodolgica do ENEM, 2006, pg. 108.

    I. DL (Dominar linguagens)

    II. CF (Compreender fenmenos) III. SP (Enfrentar situaes-problema) IV. CA (Construir argumentao) V. EP (Elaborar propostas)

    No segundo dia do exame tem-se a Redao, que deve ser elaborada baseada nas

    cinco competncias da Matriz de Referncia para Redao, descritas no Quadro 1, a seguir:

    II

    CF

    III

    SP

    IV

    CA

    V

    EP

    I

    DL

    Figura 1 Eixos Cognitivos da Matriz de referncia

  • 18

    Quadro 1 Competncias e Critrios para Anlise da Redao do Enem 2013

    COMPETNCIAS CRITRIOS (NVEIS)

    I - Demonstrar

    domnio da

    modalidade escrita

    formal da lngua

    portuguesa.

    0. Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da

    lngua portuguesa.

    1. Demonstra domnio precrio da modalidade escrita formal da

    lngua portuguesa, de forma sistemtica, com diversificados e

    frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de

    convenes da escrita.

    2. Demonstra domnio insuficiente da modalidade escrita formal

    da lngua portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha

    de registro e de convenes da escrita.

    3. Demonstra domnio mediano da modalidade escrita formal da

    lngua portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios

    gramaticais e de convenes da escrita.

    4. Demonstra bom domnio da modalidade escrita formal da

    lngua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios

    gramaticais e de convenes da escrita.

    5. Demonstra excelente domnio da modalidade escrita formal da

    lngua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais

    ou de convenes da escrita sero aceitos somente como

    excepcionalidade e quando no caracterizem reincidncia.

    II - Compreender

    a proposta de

    redao e aplicar

    conceitos das

    varias reas de

    conhecimento para

    desenvolver o

    tema, dentro dos

    limites estruturais

    do texto

    dissertativo-

    argumentativo em

    prosa.

    0. Fuga ao tema/no atendimento estrutura dissertativo-

    argumentativa.

    1. Apresenta o assunto, tangenciando o tema ou demonstra

    domnio precrio do texto dissertativo-argumentativo, com traos

    constantes de outros tipos textuais.

    2. Desenvolve o tema recorrendo cpia de trechos dos textos

    motivadores ou apresenta domnio insuficiente do texto

    dissertativo-argumentativo, no atendendo estrutura com

    proposio, argumentao e concluso.

    3. Desenvolve o tema por meio de argumentao previsvel e

    apresenta domnio mediano do texto dissertativo-argumentativo,

    com proposio, argumentao e concluso.

    4. Desenvolve o tema por meio de argumentao consistente e

    apresenta bom domnio do texto dissertativo-argumentativo, com

    proposio, argumentao e concluso.

    5. Desenvolve o tema por meio de argumentao consistente, a

    partir de um repertrio sociocultural produtivo e apresenta

    excelente domnio do texto dissertativo argumentativo.

  • 19

    III - Selecionar,

    relacionar,

    organizar e

    interpretar

    informaes, fatos,

    opinies e

    argumentos em

    defesa de um

    ponto de vista.

    0. Apresenta informaes, fatos e opinies no relacionados ao

    tema e sem defesa de um ponto de vista.

    1. Apresenta informaes, fatos e opinies pouco relacionados ao

    tema ou incoerentes e sem defesa de um ponto de vista.

    2. Apresenta informaes, fatos e opinies relacionados ao tema,

    mas desorganizados ou contraditrios e limitados aos argumentos

    dos textos motivadores, em defesa de um ponto de vista.

    3. Apresenta informaes, fatos e opinies relacionados ao tema,

    limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco

    organizados, em defesa de um ponto de vista.

    4. Apresenta informaes, fatos e opinies relacionados ao tema,

    de forma organizada, com indcios de autoria, em defesa de um

    ponto de vista.

    5. Apresenta informaes, fatos e opinies relacionados ao tema

    proposto, de forma consistente e organizada, configurando

    autoria, em defesa de um ponto de vista.

    IV - Demonstrar

    conhecimento dos

    mecanismos

    lingusticos

    necessrios para a

    construo da

    argumentao.

    0. No articula as informaes.

    1. Articula as partes do texto de forma precria.

    2. Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas

    inadequaes e apresenta repertrio limitado de recursos

    coesivos.

    3. Articula as partes do texto, de forma mediana, com

    inadequaes, e apresenta repertrio pouco diversificado de

    recursos coesivos.

    4. Articula as partes do texto com poucas inadequaes e

    apresenta repertrio diversificado de recursos coesivos.

    5. Articula bem as partes do texto e apresenta repertrio

    diversificado de recursos coesivos.

    V - Elaborar

    proposta de

    interveno para o

    problema

    abordado,

    respeitando os

    direitos humanos.

    0. No apresenta proposta de interveno ou apresenta proposta

    no relacionada ao tema ou ao assunto.

    1. Apresenta proposta de interveno vaga, precria ou

    relacionada apenas ao assunto.

    2. Elabora, de forma insuficiente, proposta de interveno

    relacionada ao tema, ou no articulada com a discusso

    desenvolvida no texto.

    3. Elabora, de forma mediana, proposta de interveno

    relacionada ao tema e articulada discusso desenvolvida no

    texto.

    4. Elabora bem proposta de interveno relacionada ao tema e

    articulada discusso desenvolvida no texto.

    5. Elabora muito bem proposta de interveno, detalhada, relacionada

    ao tema e articulada discusso desenvolvida no texto.

    Fonte: http://download.Inep.gov.br/educacao_basica/enem/relatorios_pedagogicos.

  • 20

    Os participantes, de acordo com a proposta da Redao do ENEM, iro: produzir

    um texto dissertativo-argumentativo em prosa realizando uma reflexo escrita sobre um tema

    de ordem poltica, social ou cultural a partir de uma situao problema e de subsdios

    oferecidos.

    Observa-se que o aspecto de maior importncia na elaborao dos itens da prova

    do ENEM a sua relao com as competncias e habilidades para a resoluo de uma

    situao-problema envolvendo a teoria com a prtica.

    Como os conhecimentos requeridos pelo Novo ENEM manifestam-se por meio da

    estrutura de competncias e habilidades do participante, esta pesquisa refere-se anlise das

    questes de qumica nas provas do ENEM aplicadas nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012,

    onde se busca compreender a lgica organizacional e pedaggica dos itens inquiridos, a fim

    de fornecer uma melhor orientao para os estudantes e os professores de qumica do Ensino

    Mdio.

    A dissertao apresenta um breve histrico do Exame Nacional do Ensino Mdio

    (ENEM) e mostra as diretrizes e os atos normativos atravs dos seguintes documentos:

    Constituio Federal (CF), Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), Plano

    Nacional de Educao (PNE), Parmetros Curriculares Nacionais (PCN), Diretrizes

    Curriculares Nacionais (DCN), Matriz de Referncia do ENEM com os Eixos Cognitivos,

    suas Competncias e Habilidades e seus respectivos Objetos de Conhecimento.

  • 21

    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo Geral

    Analisar a frequncia das Competncias, Habilidades e Objetos de

    Conhecimento atravs do estudo sistemtico das provas elaboradas e aplicadas no Novo

    ENEM de 2009 a 2012, para que alunos e professores tenham um referencial do que mais e

    menos exigido no seu Exame.

    2.2 Objetivos Especficos

    Entender os termos Competncia e Habilidade;

    Citar os Eixos Cognitivos;

    Citar as Competncias, Habilidades e Objetos de Conhecimento da rea de

    conhecimento da Qumica;

    Relacionar as Competncias, Habilidades e Objetos de Conhecimento em todas

    as questes do Novo ENEM na rea de conhecimento de Qumica;

    Elaborar um manual com os dados estudados para auxiliar professores e alunos

    no entendimento das propostas do Novo ENEM.

  • 22

    3 REVISO DA LITERATURA

    Neste captulo, utilizaram-se como fundamentao terica, algumas definies e

    orientaes das principais leis relacionadas educao que tm a finalidade de concretizar a

    formao de um estudante qualificado para enfrentar os desafios da nossa sociedade.

    Em um primeiro momento, feita uma pesquisa bibliogrfica, foram ressaltados alguns

    artigos da Constituio Federal e da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB)

    os quais se referem a um preceito de educao que precisava ser colocada em prtica. A partir

    de ento, foram analisados o Plano Nacional de Educao, as Diretrizes Curriculares

    Nacionais, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio, os Parmetros

    Curriculares Nacionais e os Parmetros Curriculares Nacionais complementares do Ensino

    Mdio, documentos responsveis por essa adequao.

    Posteriormente, destacam-se as definies de Perrenoud (1999) e do INEP a

    respeito do desenvolvimento das competncias e habilidades exigidas dos alunos ao longo do

    ensino bsico, dado que o modelo educacional tradicional fundamentado na memorizao j

    no mais utilizado.

    Ao final, enumeram-se as competncias bsicas relacionadas aos eixos cognitivos

    presentes no Edital do Novo ENEM, responsveis por orientar a elaborao das questes do

    exame.

    3.1 Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988

    A Constituio brasileira de 1998 (BRASIL, 2007) trata da Educao na Seo I

    do Captulo III, indo do Art. 205 ao Art. 214, destacando-se como principais pontos a serem

    analisados nesta dissertao, os artigos que se referem educao e ao plano nacional voltado

    para o ensino.

    Segundo consta no Art. 205, a educao, direito de todos e dever do Estado e da

    famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno

    desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para

    o trabalho.

    No Art. 206, tem-se que o ensino ser ministrado com base nos seguintes

    princpios: igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; liberdade de

  • 23

    aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de idias e

    de concepes pedaggicas; garantia de padro de qualidade.

    Sobre o plano nacional de educao, o Art. 214 afirma que:

    A lei estabelecer o plano nacional de educao, de durao decenal, com o objetivo

    de articular o sistema nacional de educao em regime de colaborao e definir

    diretrizes, objetivos, metas e estratgias de implementao para assegurar a

    manuteno e desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis, etapas e

    modalidades por meio de aes integradas dos poderes pblicos das diferentes

    esferas federativas que conduzam a: erradicao do analfabetismo; universalizao

    do atendimento escolar; melhoria da qualidade do ensino; formao para o trabalho;

    promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do Pas. (BRASIL, 1988, p.152).

    3.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB 9394/96)

    A lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), que estabelece as

    diretrizes e bases da educao nacional, afirma no seu primeiro artigo que a educao

    abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia

    humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e

    organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais. A educao escolar dever,

    portanto, vincular-se ao mundo do trabalho e prtica social; tendo, de acordo com o segundo

    artigo, como finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio

    da cidadania e sua qualificao para o trabalho.

    De acordo com o Art. 9 da LDB, a Unio incumbir-se-, principalmente de:

    Elaborar o Plano Nacional de Educao; estabelecer competncias e diretrizes para a

    educao infantil, o ensino fundamental e o ensino mdio, que nortearo os

    currculos e seus contedos mnimos, de modo a assegurar formao bsica comum;

    coletar, analisar e disseminar informaes sobre a educao; assegurar processo

    nacional de avaliao do rendimento escolar no ensino fundamental, mdio e

    superior, em colaborao com os sistemas de ensino, objetivando a definio de

    prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; sendo que na estrutura educacional,

    haver um Conselho Nacional de Educao, com funes normativas e de

    superviso e atividade permanente, criado por lei. (BRASIL, 1996, p.3).

    No Art. 22, referente educao bsica das disposies gerais, afirma que a

    educao bsica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar- lhe a formao

    comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no

    trabalho e em estudos posteriores.

    Os Art. 26 e Art. 27 estabelecem que os currculos do ensino bsico devam ter

    uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e

    estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas caractersticas regionais e

    locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

    Os currculos devem obrigatoriamente abranger:

  • 24

    O estudo da lngua portuguesa e da matemtica, o conhecimento do mundo fsico e

    natural e da realidade social e poltica, especialmente do Brasil. O ensino da arte

    constituir componente curricular obrigatrio, nos diversos nveis da educao

    bsica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos, com a Msica

    como seu contedo obrigatrio, mas no exclusivo. A educao fsica, integrada

    proposta pedaggica da escola, componente curricular da Educao Bsica,

    ajustando-se s faixas etrias e s condies da populao escolar, sendo facultativa

    nos cursos noturnos. O ensino da Histria do Brasil levar em conta as contribuies

    das diferentes culturas e etnias para a formao do povo brasileiro, especialmente

    das matrizes indgena, africana e europeia. O estudo da Histria e Cultura Afro-

    Brasileira e Indgena, no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas

    de Educao Artstica e de Literatura e Histria brasileira. A Filosofia e a Sociologia

    em todos os anos do Ensino Mdio. (BRASIL, 1996, p.13).

    Na parte diversificada do currculo ser includo a partir da quinta srie, o ensino

    de pelo menos uma lngua estrangeira moderna, cuja escolha ficar a cargo da comunidade

    escolar, e uma segunda, em carter optativo, dentro das possibilidades da instituio.

    Os contedos curriculares da educao bsica, atravs do art. 27 observaro as

    seguintes diretrizes: a difuso de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e

    deveres dos cidados, de respeito ao bem comum e ordem democrtica; considerao das

    condies de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; orientao para o trabalho.

    A respeito do ensino mdio trata o Art. 35:

    O ensino mdio, etapa final da educao bsica, com durao mnima de trs anos,

    ter como finalidades: a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos

    adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a

    preparao bsica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar

    aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condies

    de ocupao ou aperfeioamento posteriores; o aprimoramento do educando como

    pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia

    intelectual e do pensamento crtico; a compreenso dos fundamentos cientfico-

    tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no

    ensino de cada disciplina. (BRASIL, 1996, p.15).

    O currculo do ensino mdio de acordo com o Art. 36 ressaltar as seguintes

    diretrizes: destacar a educao tecnolgica bsica; o processo histrico de transformao da

    sociedade e da cultura; a lngua portuguesa como instrumento de comunicao; ser includa

    uma lngua estrangeira moderna, como disciplina obrigatria.

    3.3 Plano Nacional de Educao (PNE)

    Em 2010, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei que

    criou o Plano Nacional de Educao (BRASIL, 2013), para vigorar de 2011 a 2020,

    apresentando dez diretrizes objetivas e vinte metas seguidas das estratgias de concretizao.

    Para o MEC, no novo plano as metas e as estratgias estimulam iniciativas para todos os

    nveis de ensino atravs da universalizao e ampliao do acesso educao e tambm

    estimula a importncia da elaborao e da diversificao nos currculos e nos contedos em

  • 25

    todos os nveis educacionais assim como o incentivo formao inicial e continuada de

    professores e profissionais da educao em geral.

    No segundo artigo deste plano, so definidas as diretrizes da educao,

    destacando-se os seguintes pontos: universalizao do atendimento escolar; superao das

    desigualdades educacionais; melhoria da qualidade do ensino; formao para o trabalho;

    promoo da sustentabilidade socioambiental; promoo humanstica, cientfica e tecnolgica

    do Pas; valorizao dos profissionais da educao.

    O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB), constante no Art. 11

    do PNE (BRASIL, 2013), ser empregado para: avaliar a qualidade do ensino a partir dos

    dados de rendimento escolar apurados pelo censo escolar da educao bsica, combinados

    com os dados relativos ao desempenho dos estudantes apurados na avaliao nacional do

    rendimento escolar sendo calculado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

    Educacionais Ansio Teixeira (Inep), ligado ao Ministrio da Educao.

    A terceira meta tendo como objetivo universalizar o atendimento escolar no

    ensino mdio adotando como estratgias:

    Institucionalizar programa nacional de diversificao curricular do ensino mdio a

    fim de incentivar abordagens interdisciplinares estruturadas pela relao entre teoria

    e prtica; utilizar exame nacional do ensino mdio como critrio de acesso

    educao superior, fundamentado em matriz de referncia do contedo curricular do

    ensino mdio e em tcnicas estatsticas e psicomtricas que permitam a

    comparabilidade dos resultados do exame; estimular a expanso do estgio para

    estudantes da educao profissional tcnica de nvel mdio e do ensino mdio

    regular, preservando-se seu carter pedaggico integrado ao itinerrio formativo do

    estudante, visando ao aprendizado de competncias prprias da atividade

    profissional, contextualizao curricular e ao desenvolvimento do estudante para a

    vida cidad e para o trabalho. (BRASIL, 2010, p.6).

    As mdias nacionais no IDEB, de acordo com a stima meta, devero ser

    comparadas com os resultados obtidos em matemtica, leitura e cincias das provas do

    Programa Internacional de Avaliao de Alunos (PISA), como forma de controle entre os

    processos de avaliao do ensino nacional e processos de avaliao do ensino internacional,

    atravs das estratgias: aprimorar a qualidade de avaliao do ensino bsico incorporando o

    ENEM; fomentar o desenvolvimento de tecnologias e de inovao das prticas pedaggicas

    que assegurem a melhoria da aprendizagem dos estudantes; estabelecer diretrizes pedaggicas

    e parmetros curriculares nacionais comuns.

    Nota-se a preocupao com a formao de profissionais da educao, nas metas

    12 e 13, ao tentar elevar a taxa de matrcula na educao superior, assegurando a qualidade da

    oferta, com as seguintes estratgias principais:

    Fomentar a oferta de educao superior pblica e gratuita prioritariamente para a

    formao de professores para a educao bsica, sobretudo nas reas de cincias e

  • 26

    matemtica; consolidar processos seletivos nacionais e regionais para acesso

    educao superior; induzir a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e

    licenciaturas, por meio da aplicao de instrumento prprio de avaliao, de modo a

    permitir aos graduandos a aquisio das competncias necessrias a conduzir o

    processo de aprendizagem de seus futuros alunos, combinando formao geral e

    prtica didtica; substituir o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

    (ENADE), aplicado ao final do primeiro ano do curso de graduao, pelo ENEM, a

    fim de apurar o valor agregado dos cursos de graduao. (BRASIL, 2010, p.15).

    3.4 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)

    A resoluo n 4, de 13 de julho de 2010 no Art. 1 define as Diretrizes

    Curriculares Nacionais para a Educao Bsica (BRASIL, 2010) baseando-se no direito de

    toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, preparao para o exerccio da cidadania,

    qualificao para o trabalho e a aprendizagem para continuidade dos estudos e a extenso da

    obrigatoriedade e da gratuidade da Educao Bsica.

    Estas Diretrizes para a Educao de acordo com o segundo artigo tm por

    objetivos: sistematizar os princpios e as diretrizes gerais da educao assegurando a

    formao bsica comum; estimular a reflexo crtica que deve subsidiar a formulao do

    projeto poltico-pedaggico da escola; orientar os cursos de formao inicial e continuada de

    docentes.

    No Art. 13 definem-se as formas para a organizao curricular, o currculo,

    assumindo como referncia os princpios educacionais garantidos educao, assegurados

    configura-se como o conjunto de valores e prticas que proporcionam a produo, a

    socializao de significados no espao social e contribuem intensamente para a construo de

    identidades socioculturais dos educandos. O currculo de acordo com o pargrafo 1e 2 deste

    artigo deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e deveres dos

    cidados, do respeito ao bem comum e ordem democrtica, e sua organizao deve articular

    vivncias e saberes dos estudantes com os conhecimentos acumulados e contribuindo para

    construir as suas identidades.

    A organizao, segundo o pargrafo 3, do processo formativo precisa ser

    construda em funo das peculiaridades do meio e das caractersticas, interesses e

    necessidades dos estudantes, incluindo no s os componentes curriculares centrais

    obrigatrios, mas outros, de modo flexvel e varivel, conforme cada projeto escolar.

    Segundo o pargrafo 6 a transversalidade refere-se dimenso didtico-

    pedaggica, e a interdisciplinaridade, abordagem epistemolgica dos objetos de

    conhecimento. A interdisciplinaridade e a contextualizao devem garantir a

    transversalidade entre os diferentes saberes do conhecimento.

  • 27

    O Art. 14 refere-se base nacional comum na Educao Bsica que se constitui

    de: conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente; no mundo do trabalho; no

    desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produo artstica;

    nas formas diversas de exerccio da cidadania; e nos movimentos sociais.

    Integram a base nacional comum segundo o pargrafo 1 deste artigo: a Lngua

    Portuguesa; a Matemtica; o conhecimento do mundo fsico, natural, da realidade social e

    poltica, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da Histria e das Culturas Afro-

    Brasileira e Indgena, a Arte, em suas diferentes formas de expresso, incluindo-se a msica; a

    Educao Fsica; e o Ensino Religioso. Esses componentes curriculares so organizados em

    forma de reas de conhecimento conservando a especificidade das disciplinas e

    desenvolvendo as habilidades indispensveis ao exerccio da cidadania proporcionando o

    desenvolvimento integral do cidado.

    O Ensino Mdio, etapa final do processo formativo da Educao Bsica, de

    acordo com o Art. 26, orientado por princpios e finalidades que preveem:

    A consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino

    Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparao bsica para

    a cidadania e o trabalho, tomado este como princpio educativo, para continuar

    aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condies de ocupao e

    aperfeioamento posteriores; o desenvolvimento do educando como pessoa humana,

    incluindo a formao tica e esttica, o desenvolvimento da autonomia intelectual e

    do pensamento crtico; a compreenso dos fundamentos cientficos e tecnolgicos

    presentes na sociedade contempornea, relacionando a teoria com a prtica.

    (BRASIL, 2010, p. 9).

    3.5 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (DCNEM)

    A resoluo n 2, de 30 de janeiro 2012 define as Diretrizes Curriculares

    Nacionais para o Ensino Mdio (BRASIL, 2012), segundo o Art. 1 e o Art. 2 essas diretrizes

    sero observadas na organizao curricular pelos sistemas de ensino e suas unidades

    escolares; reunindo princpios, fundamentos e procedimentos para orientar as polticas

    pblicas educacionais na elaborao, implementao e avaliao das propostas curriculares

    das unidades escolares.

    O quinto artigo identifica todas as formas de oferta e organizao do Ensino

    Mdio, baseando-se em:

    Formao integral do estudante; trabalho e pesquisa como princpios educativos e

    pedaggicos, respectivamente; educao em direitos humanos como princpio

    nacional norteador; sustentabilidade ambiental como meta universal;

    indissociabilidade entre educao e prtica social, considerando-se a historicidade

    dos conhecimentos e dos sujeitos do processo educativo, bem como entre teoria e

    prtica no processo de ensino-aprendizagem; integrao de conhecimentos gerais e,

    quando for o caso, tcnico-profissionais realizados, na perspectiva da

  • 28

    interdisciplinaridade e da contextualizao; reconhecimento e aceitao da

    diversidade e da realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, das formas

    de produo, dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes; integrao

    entre educao e as dimenses do trabalho, da cincia, da tecnologia e da cultura

    como base da proposta e do desenvolvimento curricular. (BRASIL, 2012, p.2).

    Nos seus pargrafos define trabalho: conceituado na sua perspectiva ontolgica

    de transformao da natureza, como realizao inerente ao ser humano e como mediao no

    processo de produo da sua existncia; cincia: conceituada como o conjunto de

    conhecimentos sistematizados, produzidos socialmente ao longo da histria, na busca da

    compreenso e transformao da natureza e da sociedade; tecnologia: conceituada como a

    transformao da cincia em fora produtiva ou mediao do conhecimento cientfico e a

    produo, marcada, desde sua origem, pelas relaes sociais que a levaram a ser produzida; e

    cultura: conceituada como o processo de produo de expresses materiais, smbolos,

    representaes e significados que correspondem a valores ticos, polticos e estticos que

    orientam as normas de conduta de uma sociedade.

    No sexto artigo o currculo conceituado como a ao educativa constituda pela

    seleo de conhecimentos construdos pela sociedade, expressando-se por prticas escolares

    que se desdobram em torno de conhecimentos relevantes e pertinentes, permeadas pelas

    relaes sociais, articulando vivncias e saberes dos estudantes.

    O currculo, de acordo com as DCNEN, organizado em reas de conhecimento,

    a saber: Linguagens: Lngua Portuguesa; Lngua Materna, para populaes indgenas; Lngua

    Estrangeira moderna; Arte, em suas diferentes linguagens: cnicas, plsticas e,

    obrigatoriamente, a musical; Educao Fsica; Matemtica; Cincias da Natureza: Biologia;

    Fsica; Qumica; e Cincias Humanas: Histria; Geografia; Filosofia; Sociologia.

    O oitavo artigo nos seus pargrafos evidencia:

    O tratamento metodolgico deve contemplar as quatro reas do conhecimento

    supracitadas, evidenciando a contextualizao e a interdisciplinaridade ou outras

    formas de interao e articulao entre diferentes campos de saberes especficos

    sendo que, a organizao por reas de conhecimento no dilui nem exclui

    componentes curriculares com especificidades e saberes prprios construdos e

    sistematizados, mas implica no fortalecimento das relaes entre eles e a sua

    contextualizao para apreenso e interveno na realidade, requerendo

    planejamento e execuo conjugados e cooperativos dos seus professores. (BRASIL,

    2012, p.3).

    O Art. 16 orienta que o projeto poltico-pedaggico das escolas que ofertam o

    Ensino Mdio deve considerar principalmente: a aprendizagem como processo de

    apropriao significativa dos conhecimentos; valorizao da leitura e da produo escrita em

    todos os campos do saber; articulao entre teoria e prtica; capacidade de aprender

    permanente, desenvolvendo a autonomia dos estudantes.

  • 29

    No Art. 21 afirma que o Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM) deve compor

    o Sistema de Avaliao da Educao Bsica (SAEB), adotando as funes de: avaliao

    sistmica, subsidiando as polticas pblicas para a Educao Bsica; avaliao certificadora,

    aferindo os conhecimentos construdos em processo de escolarizao ao longo da vida;

    avaliao classificatria, contribuindo para o acesso democrtico Educao Superior.

    3.6 Parmetros Curriculares Nacionais (PCN)

    Na apresentao das Bases Legais dos Parmetros Curriculares Nacionais

    (BRASIL, 2000) esto descritas as mudanas exigidas da escola possibilitando aos alunos o

    acesso aos direitos fundamentais; alterando o currculo escolar, baseado em competncias e

    habilidades; incluindo a contextualizao e a interdisciplinaridade relacionada ao contedo

    escolar para estimular o raciocnio e a capacidade de aprender.

    O Ministrio da Educao organizou as propostas de reforma curricular para o

    Ensino Mdio, pois a educao tem nova compreenso sobre a funo escolar. Segundo os

    PCN a formao do aluno deve ter como alvo principal o desenvolvimento de capacidades

    de pesquisar, buscar informaes, analis-las e selecion-las; a capacidade de aprender, criar,

    formular, ao invs do simples exerccio de memorizao.

    Na proposta de reforma, organizou-se o currculo em reas de conhecimento,

    baseados em competncias e habilidades bsicas e relacionados interdisciplinaridade e

    contextualizao para facilitar o entendimento dos contedos, tendo como referncia legal

    para as mudanas propostas a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, pois estabelece

    os princpios e finalidades da Educao Nacional.

    A Lei n 9.394/96 estabelece que: o Ensino Mdio a etapa final de uma

    educao, afinada com a contemporaneidade, com a construo de competncias bsicas, que

    situem o educando como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do

    trabalho, e com o desenvolvimento da pessoa, como sujeito em situao cidado, ou seja,

    a Lei institui:

    Uma perspectiva para esse nvel de ensino que integra, numa mesma e nica

    modalidade, finalidades at ento dissociadas, para oferecer, de forma articulada,

    uma educao equilibrada, com funes equivalentes para todos os educandos: a

    formao da pessoa, de maneira a desenvolver valores e competncias necessrias

    integrao de seu projeto individual ao projeto da sociedade em que se situa; o

    aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o

    desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; a preparao e

    orientao bsica para a sua integrao ao mundo do trabalho, com as competncias

    que garantam seu aprimoramento profissional e permitam acompanhar as mudanas

    que caracterizam a produo no nosso tempo; e o desenvolvimento das

    competncias para continuar aprendendo, de forma autnoma e crtica, em nveis

    mais complexos de estudos. (BRASIL, 2000, p.10).

  • 30

    Os parmetros curriculares nacionais se referem s competncias afirmando que:

    Devem estar presentes na esfera social, cultural, nas atividades polticas e sociais

    como um todo, e que so condies para o exerccio da cidadania num contexto

    democrtico esto relacionadas capacidade de abstrao, do desenvolvimento do

    pensamento sistmico, ao contrrio da compreenso parcial e fragmentada dos

    fenmenos, da criatividade, da curiosidade, da capacidade de pensar mltiplas

    alternativas para a soluo de um problema, ou seja, do desenvolvimento do

    pensamento divergente, da capacidade de trabalhar em equipe, da disposio para

    procurar e aceitar crticas, da disposio para o risco, do desenvolvimento do

    pensamento crtico, do saber comunicar-se, da capacidade de buscar conhecimento.

    (BRASIL, 2000, p.11).

    Os objetivos, segundo os PCN, propostos para o Ensino Mdio de uma

    aprendizagem permanente, com uma formao continuada, para a construo da cidadania e

    dos processos sociais atravs da tica; e o desenvolvimento das competncias bsicas que

    permitam estimular o pensamento crtico e a capacidade intelectual do estudante.

    A Base Nacional Comum afirma que o objetivo do processo de aprendizagem o

    desenvolvimento de competncias e habilidades bsicas por parte do aluno, sendo uma

    garantia da democratizao no processo ensino-aprendizagem e que servir para a avaliao

    em nvel nacional da Educao Bsica.

    A reforma curricular do Ensino Mdio estabelece a diviso do conhecimento

    escolar em reas e os parmetros curriculares nacionais tambm norteiam a aprendizagem das

    Cincias da Natureza, regendo que:

    Deve contemplar formas de apropriao e construo de sistemas de pensamento

    mais abstratos e ressignificados, que as trate como processo cumulativo de saber e

    de ruptura de consensos e pressupostos metodolgicos. A aprendizagem de

    concepes cientficas atualizadas do mundo fsico e natural e o desenvolvimento de

    estratgias de trabalho centradas na soluo de problemas finalidade da rea, de

    forma a aproximar o educando do trabalho de investigao cientfica e tecnolgica,

    como atividades institucionalizadas de produo de conhecimentos, bens e servios.

    E, ainda, cabe compreender os princpios cientficos presentes nas tecnologias,

    associando-os aos problemas que se prope solucionar e resolver os problemas de

    forma contextualizada, aplicando aqueles princpios cientficos a situaes reais ou

    simuladas. Ou seja, indicam a compreenso e a utilizao dos conhecimentos

    cientficos, para explicar o funcionamento do mundo, bem como planejar, executar e

    avaliar as aes de interveno na realidade. (BRASIL, 2000, p.20).

    3.7 Competncias e Habilidades

    A proposta da pesquisa motiva a significao dos termos competncias e

    habilidades no processo de aprendizagem e no processo avaliativo do Novo ENEM. Com

    este intuito, relacionam-se a definio de Philippe Perrenoud e as consideraes do INEP

    sobre o assunto.

  • 31

    Na educao os conceitos de competncia so abrangentes e diversos, entretanto,

    levando como base os objetivos analisados no ENEM, pertinente considerar que:

    Competncia uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de

    situao, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Para enfrentar uma

    situao da melhor maneira possvel, deve-se, via de regra, pr em ao e em

    sinergia vrios recursos cognitivos complementares, entre os quais esto os

    conhecimentos. No sentido comum da expresso, estes so representaes da

    realidade, que construmos e armazenamos ao sabor de nossa experincia e de nossa

    formao. Quase toda ao mobiliza alguns conhecimentos, algumas vezes

    elementares e esparsos, outras vezes complexos e organizados em rede.

    (PERRENOUD, 1999, p.4).

    De acordo com Perrenoud os fatores que precisam ser considerados para definir

    competncia so a tomada de deciso, a mobilizao de recursos e a utilizao de esquemas.

    Ele descarta as verses de que competncias expressam objetivos de um ensino em termos de

    condutas ou prticas observveis. Alm de contrapor a teoria de que competncia uma

    faculdade genrica, uma potencialidade de qualquer mente humana. Perrenoud tambm

    analisa as chamadas competncias transversais e disciplinares:

    Para escrever programas escolares que visem explicitamente ao desenvolvimento de

    competncias, pode-se tirar de diversas prticas sociais, situaes problemticas das

    quais sero extradas competncias ditas transversais. Basta tentar o exerccio por um instante e nota-se que o leque muito amplo, para no dizer inesgotvel. Para

    reduzi-la, para chegar a listas de razovel tamanho, procura-se elevar o nvel de abstrao, compor conjuntos muito grandes de situaes. O que encontraremos, ento? Em geral, as caractersticas gerais da ao humana, quer dependam do agir comunicacional, quer da ao tcnica: ler, escrever, observar, comparar, calcular, antecipar, planejar, julgar, avaliar, decidir, comunicar, informar, explicar,

    argumentar, convencer, negociar, adaptar, imaginar, analisar, entender, etc. Para

    tornar comparveis as mais diversas situaes, basta despoj-las de seu contexto. Encontram-se, dessa forma, as caractersticas universais da ao humana, interativa,

    simblica, no programada e, portanto, objeto de decises e de transaes. Em certo

    nvel de abstrao, pode-se defini-la independentemente de seu contedo e contexto. Assim, perfeitamente possvel e legtimo dar sentido a verbos como argumentar, prever ou analisar. (PERRENOUD, 1999, p. 38).

    Nas consideraes apresentadas pelo INEP, autarquia responsvel pela elaborao

    e aplicao das provas do ENEM, competncias so as modalidades estruturais da

    inteligncia, ou melhor, aes e operaes que utilizamos para estabelecer relaes com e

    entre objetos, situaes, fenmenos e pessoas que desejamos conhecer. (BRASIL, 1999, p.7

    apud Cavalcante, 2011).

    J ao se referir s habilidades, Perrenoud (1996), entende que estas fazem parte da

    competncia, pois s existem a partir do momento em que o ator fizer "o que deve ser feito"

    sem sequer pensar. Em sua anlise, quando colocadas em prtica, no se trata mais de

    competncias, mas sim de habilidades ou hbitos. Segundo o autor:

    Em certo sentido, a habilidade uma "inteligncia capitalizada", uma sequncia de

    modos operatrios, de analogias, de intuies, de indues, de dedues, de

    transposies dominadas, de funcionamentos heursticos rotinizados que se tornaram

  • 32

    esquemas mentais de alto nvel ou tramas que ganham tempo, que "inserem" a

    deciso. (PERRENOUD, 1999, p. 33).

    O INEP, em relao s habilidades, indica que estas se referem ao plano imediato

    do saber-fazer, por meio das aes e operaes, as habilidades aperfeioam-se e articulam-

    se, possibilitando nova reorganizao das competncias. (BRASIL, 1999 apud Cavalcante,

    2011).

    3.8 Eixos Cognitivos

    Segundo o relatrio pedaggico do INEP:

    As competncias gerais avaliadas no ENEM esto estruturadas com base nas

    competncias descritas nas operaes formais da teoria de Piaget, tais como a

    capacidade de considerar todas as possibilidades para resolver um problema; a

    capacidade de formular hipteses; de combinar todas as possibilidades e separar

    variveis para testar influncia de diferentes fatores; o uso do raciocnio hipottico-

    dedutivo, da interpretao, anlise, comparao e argumentao, e a generalizao

    dessas operaes a diversos contedos. Ou seja, o ENEM foi desenvolvido com base

    nessas concepes procurando avaliar e certificar competncias que apregoam um

    saber constituinte, ou seja, as possibilidades e habilidades cognitivas por meio das

    quais as pessoas conseguem se expressar simbolicamente, compreender fenmenos,

    enfrentar e resolver problemas, argumentar e elaborar propostas em favor de sua luta

    por uma sobrevivncia mais justa e digna. (BRASIL, 2008, p.50).

    Desta feita, a Matriz de Referncia do ENEM representa uma mudana na

    avaliao dos alunos, trazendo uma orientao em relao s competncias, habilidades e

    contedos das quatro reas de conhecimento cujo aprendizado necessrio ao final do Ensino

    Bsico. Esta Matriz composta por Eixos Cognitivos que so formados por cinco

    competncias bsicas e comuns a todas as reas de conhecimento: dominar linguagens,

    compreender fenmenos, enfrentar situaes-problema, construir argumentao e elaborar

    propostas.

    Na rea do conhecimento humano dominar linguagens abrange leitura e

    interpretao da lngua materna; compreenso dos princpios dos elementos grficos ou

    geomtricos; nomear, comparar, medir e identificar regularidades; estruturao das diversas

    linguagens cientficas; construir explicaes, deduzir, analisar e concluir sobre diversas

    situaes (BRASIL, 2005, p.72).

    Compreender fenmenos revelar o conhecimento em um contexto real,

    ultrapassando o domnio disciplinar e reduzindo a compartimentao, onde o aluno chega

    compreenso e explicao de fenmeno ou processo natural, tecnolgico e social ou de

    manifestao artstico-cultural (BRASIL, 2005, p.77).

    Para enfrentar situaes-problema o estudante precisa selecionar, organizar,

    relacionar e interpretar as informaes representadas de diferentes formas tomando decises

  • 33

    para a resoluo do item. Tem como objetivo a assimilao desses dados pelo aluno e a sua

    utilizao no aprendizado do cotidiano (BRASIL, 2005, p.80).

    Construir argumentao mobilizar as informaes representados de diferentes

    formas e em situaes concretas para conceber argumentao vlida, sendo necessrio

    relacionar de mltiplas formas a organizao dessas informaes e interconect-las

    convenientemente para que seja formada uma argumentao pertinente (BRASIL, 2005,

    p.89).

    Para elaborar propostas o estudante necessita recorrer aos conhecimentos

    apreendidos no ensino bsico para a preparao da interveno solidria na realidade,

    respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural priorizando os

    valores ticos da cidadania (BRASIL, 2005, p.93), que segundo Perrenoud (1999):

    Porque a cultura iria tornar-se menos geral, se a formao no passasse apenas pela

    familiarizao com as obras clssicas ou pela assimilao de conhecimentos

    cientficos bsicos, mas tambm pela construo de competncias que permitem

    enfrentar com dignidade, com senso crtico, com inteligncia, com autonomia e com

    respeito pelos outros as diversas situaes de vida? Por que a cultura geral no

    prepararia para enfrentar os problemas da existncia?

  • 34

    4 A ANLISE DAS QUESTES SELECIONADAS

    Esse captulo tem como finalidade tratar da pesquisa realizada com embasamento

    no Edital do Novo ENEM, e nas 60 (sessenta) questes de Qumica da rea de Cincias da

    Natureza e suas Tecnologias dos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012. Primeiramente ser

    definida a metodologia utilizada na pesquisa que foi do tipo quantitativo e descritivo, em

    seguida sero delimitados os objetivos pretendidos por este trabalho e ao final sero

    apresentados os resultados obtidos com a concluso da dissertao.

    4.1 Metodologia da Pesquisa

    A pesquisa foi realizada com base na metodologia quantitativa e descritiva

    apresentando como objeto de estudo as questes de Qumica do Novo ENEM aplicadas nos

    anos de 2009, 2010, 2011 e 2012. A primeira quantificou as caractersticas (competncias,

    habilidades e objetos de conhecimento) das questes de Qumica e a segunda possibilitou a

    descrio destas caractersticas.

    As quatro etapas da pesquisa so enumeradas a seguir:

    1 Etapa: Levantamento bibliogrfico

    Esta pesquisa fez um levantamento dos documentos que permitissem

    compreender as mudanas das prticas pedaggicas requeridas pela nossa sociedade ao

    estudante no final do Ensino Bsico, do papel da educao na formao desse aluno e da

    introduo dos conceitos de competncias e habilidades com o seu significado em nvel de

    ENEM.

    As pesquisas descritivas, segundo Gil (2002, p.42):

    Tm como objetivo primordial a descrio das caractersticas de determinada

    populao ou fenmeno ou, ento, o estabelecimento de relaes entre variveis.

    So inmeros os estudos que podem ser classificados sob este ttulo e uma de suas

    caractersticas mais significativas est na utilizao de tcnicas padronizadas de

    coleta de dados, tais como o questionrio e a observao sistemtica.

    A orientao para a discusso do tema no desenvolvimento desse tipo de pesquisa

    teve por objetivo fornecer o referencial terico, caracterizando a relao entre a educao e o

    modelo de avaliao do ENEM, procurando-se entender a seleo dos estudantes atravs das

    competncias e habilidades desenvolvidas durante sua vida escolar.

  • 35

    2 Etapa: Coleta de dados

    A amostra escolhida foram as questes de Qumica do Novo ENEM da rea de

    Cincias da Natureza e suas Tecnologias nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012. Com o

    objetivo de se obter o maior nmero de informaes, selecionaram-se todas as sessenta

    questes de qumica dos exames desses anos (quinze questes de cada ano), classificando

    cada questo quanto competncia, habilidade e objeto de conhecimento exigido e

    identificado como importantes nas caractersticas do Novo ENEM.

    3 Etapa: Anlise dos dados

    Aps a classificao quanto competncia, a habilidade e o objeto de

    conhecimento, esses conceitos foram agrupados em categorias para proporcionar o seu

    mapeamento e as suas frequncias nas provas do perodo analisado, com o objetivo de que

    seja feito um levantamento analtico quanto quelas que mais e menos estiveram presentes

    nos exames do Novo ENEM.

    4 Etapa: Pesquisa de campo

    A pesquisa utilizou como grupo amostral setenta e trs estudantes da cidade de

    Fortaleza do 3 ano do Ensino Mdio inscritos no Exame do Novo ENEM.

    O questionrio objetivo (ver Apndice A), que suscitou tambm respostas

    objetivas, foi a tcnica de procedimento operacional que serviu para a realizao da pesquisa.

    Segundo Severino (2010, p. 125) questionrio o conjunto de questes, sistematicamente

    articuladas, que se destinam a levantar informaes escritas por parte dos sujeitos

    pesquisados, com vistas a conhecer a opinio dos mesmos sobre os assuntos em estudo. As

    questes devem ser pertinentes ao objeto e claramente formuladas, de modo a serem bem

    compreendidas pelos sujeitos.

    O objetivo principal era analisar o entendimento por parte dos entrevistados de

    que a Matriz de Referncia do ENEM estruturada em Competncias e Habilidades, das

    definies de Competncias e Habilidades e de quantas so as Competncias e Habilidades na

    rea de Cincias da Natureza e suas Tecnologias.

  • 36

    4.2 Delimitao do Objeto de Pesquisa

    A reformulao do ENEM pelo Ministrio da Educao atravs do INEP para sua

    utilizao como forma de seleo nos processos seletivos das universidades pblicas federais

    trouxe mudanas nas escolas de Ensino Bsico, nos hbitos de professores e alunos. Essa

    reformulao da avaliao traz como principal fator a mudana na abordagem educacional

    dos objetos de conhecimento, pois as questes do Novo ENEM so baseadas em

    competncias e habilidades, valorizando em seus itens a contextualidade, situao-problema e

    interdisciplinaridade.

    As questes que orientaram essa pesquisa foram:

    Qual a relao entre o Exame do Novo ENEM e a formao do estudante da

    educao bsica?

    O Novo ENEM provocou mudanas no currculo escolar?

    Quais so as leis que fundamentam o exame do ENEM?

    Qual a definio de Competncia e Habilidade?

    Os alunos sabem como so estruturadas as provas do ENEM?

    Quais so as estatsticas relativas a competncias, habilidades e objetos de

    conhecimento das questes na rea da Qumica?

    Atravs dessas interrogaes, essa pesquisa buscou identificar a fundamentao

    terica- metodolgica para um melhor entendimento da estrutura dos itens no Exame do Novo

    ENEM.

    Segundo Cavalcante (2011, p.65):

    As disciplinas acumularam informaes desnecessrias que se tornaram obstculos

    ao processo ensino-aprendizado; e o pior ter a convico de que existe um grande

    descompasso entre o que ensinado nas escolas e o que realmente necessrio

    vida do indivduo. Assim, era necessrio haver uma mudana na formao do

    indivduo, mas, como j foi afirmado, o tipo de formao dada nas escolas era

    suficiente para permitir a entrada dos estudantes nas universidades. Como se pode

    observar pelo que j foi discutido, o Novo ENEM vem direcionar outro tipo de

    formao a necessria para o desenvolvimento da sociedade atual, uma sociedade na qual a internet disponibiliza o conhecimento e as indstrias precisam de

    operadores capazes de pensar e agir. Assim, direcionar a formao do trabalhador,

    no Brasil, significa atender s necessidades de formao do indivduo para que ele

    consiga responder aos anseios da sociedade.

    O processo da educao tradicional que possui um carter cumulativo de

    contedos enciclopdicos, onde a transmisso dos conhecimentos realizada exclusivamente

    pelo professor, detentor do poder, esta sendo modificada. No mundo atual, em que a dinmica

    do conhecimento se desenvolveu de forma rpida, a deteno do conhecimento por um nico

    indivduo -o professor- tornou-se inadmissvel.

  • 37

    O anseio por mudanas na prtica pedaggica antigo como se percebe na

    afirmao de Arroyo (1988, p.3):

    [...] o carter maante e massacrante dos livros de texto, a falta de sensibilidade das

    questes das provas, os medos em torno das cincias, todo esse clmax aproxima-se

    dos velhos, velhssimos mtodos de palmatria, da obrigao de escrever cem vezes

    a mesma palavra, ou frmulas, como castigo. O ensino de Cincias, em geral,

    distancia-se dos mtodos mais racionais e didticos de ensino-aprendizagem,

    defendidos pela pedagogia moderna.

  • 38

    5 RESULTADOS E DISCUSSES

    De acordo com o Guia de Elaborao e Reviso de Itens (2010) do INEP as

    avaliaes em larga escala so elaboradas com a finalidade de fazer juzos de valor e propor

    alternativas em mbito amplo e esses juzos so possveis por meio da aplicao de

    instrumentos de medida e da anlise de seus resultados. Um dos instrumentos de medida

    empregados na educao o exame do ENEM (avaliao diagnstica anual), o qual pode ser

    aproveitado para medir o desempenho dos participantes, utilizando contedos escolhidos

    objetivamente para cada uma das disciplinas j relacionadas no incio deste trabalho.

    O INEP mantm um Banco Nacional de Itens (BNI) para que se tenha uma

    quantidade significativa de itens oferecendo elementos para estruturar os testes da avaliao

    do Novo ENEM com questes especficas de qualidade tcnica e pedaggica.

    As orientaes do INEP para a elaborao de itens (nos exames do Novo ENEM,

    item sinnimo de questo que o termo conhecido e frequente nas escolas) para os testes de

    avaliao em larga escala, considerando a literatura especfica em cada rea do conhecimento,

    so estruturados da seguinte forma: definies e conceitos; estrutura do item de mltipla

    escolha; etapas para elaborao de item; especificaes para apresentao do item; etapas de

    validao de item; e protocolo de reviso de item. (BRASIL, 2010, p.6).

    Este trabalho est relacionado Matriz de Referncia que segundo o Guia de

    Elaborao e Reviso de Itens (2010) o instrumento orientador para a construo de itens

    de mltipla escolha, estruturadas a partir das definies e conceitos de Competncias e

    Habilidades e que se espera que os participantes do exame tenham adquirido na Educao

    Bsica. As especificaes para apresentao do item; etapas de validao de item; e

    protocolo de reviso de item trata dos aspectos formais estabelecidos pelo INEP visando o

    elaborador, objetivo que foge a pesquisa.

    As definies de Competncia e Habilidade de acordo com o Inep so:

    Competncia a capacidade de mobilizao de recursos cognitivos, socioafetivos ou

    psicomotores, estruturados em rede, com vistas a estabelecer relaes com e entre

    objetos, situaes, fenmenos e pessoas para resolver, encaminhar e enfrentar

    situaes complexas. As habilidades decorrem das competncias adquiridas e

    referem-se ao plano imediato do saber fazer. (BRASIL, 2005, p.17).

    Situao-problema segundo o Guia de Elaborao e Reviso de Itens (2010) o

    desafio apresentado na questo que requer do estudante um trabalho intelectual mobilizando

    suas operaes mentais e seus recursos cognitivos para tomar decises num contexto

    reflexivo. Uma situao-problema deve estar contextualizada de maneira que permita ao

  • 39

    participante aproveitar e incorporar situaes vivenciadas e valorizadas no contexto em que se

    originam para aproximar os temas escolares da realidade extraescolar (BRASIL, 2003).

    Item ou questo consiste na unidade bsica de um instrumento de coleta de

    dados, que pode ser uma prova, um questionrio etc. (BRASIL, 2006), pode ser de dois

    tipos: de resposta livre e de resposta orientada ou objetiva. Aos propsitos desta dissertao,

    interessam particularmente os itens objetivos de mltipla escolha, definidos como aqueles

    que permitem ao participante do teste escolher a resposta entre vrias alternativas, das quais

    apenas uma correta (BRADFIELD & MOREDOCK, 1964). Na estruturao do item,

    essencial evitar a induo ao erro, o que acontece muito em questes utilizadas em

    vestibulares tradicionais e concursos.

    O item de mltipla, escolha utilizado nos testes do Inep, divide-se em trs partes:

    Texto-base, enunciado e alternativas. O item deve ser estruturado de modo que se

    configure uma unidade de proposio e contemple uma nica habilidade da Matriz

    de Referncia. Para tanto, devem ser observadas a coerncia e a coeso entre suas

    partes (texto-base, enunciado e alternativas), de modo que haja uma articulao entre

    elas e se explicite uma nica situao-problema e uma abordagem homognea de

    contedo. (BRASIL, 2010, p.9).

    O texto-base compe a situao-problema a ser formulada no item a partir da

    utilizao de um ou mais textos (textos verbais e no verbais como imagens, figuras, tabelas,

    grficos, entre outros), que podero ser de dois tipos: formulados pelo prprio elaborador para

    o contexto do item e referenciados por publicaes de apropriao pblica (BRASIL, 2010,

    p.10). O texto deve conter as informaes para a resoluo da situao-problema, retirando-se

    os dados com caractersticas secundrias, que possam provocar perda de tempo na leitura da

    questo ou erro de sua interpretao.

    Seguindo as instrues do Guia de Elaborao e Reviso de Itens:

    O enunciado constitui-se de uma ou mais oraes e no deve apresentar informaes

    adicionais ou complementares ao texto-base; ao contrrio, dever considerar

    exatamente a totalidade das informaes previamente oferecidas. No enunciado,

    inclui-se uma instruo clara e objetiva da tarefa a ser realizada pelo participante do

    teste. Essa instruo poder ser expressa como pergunta ou frase a ser completada

    pela alternativa correta. (BRASIL, 2010, p.10).

    Ainda, segundo o Guia, as alternativas so as possibilidades de respostas para a

    situao-problema apresentada, dividindo-se em gabarito e distratores. O gabarito indica,

    inquestionavelmente, a nica alternativa correta que responde situao-problema proposta e

    os distratores indicam as alternativas incorretas (BRASIL, 2010, p.11).

    Nesta pesquisa, considera-se que o Novo ENEM apresenta como orientao uma

    Matriz de Referncia com seus Eixos Cognitivos, baseada nas Competncias e Habilidades

  • 40

    para a resoluo de situaes-problema, observando-se a interdisciplinaridade, a

    transversalidade e a contextualizao dos Objetos de Conhecimento abordados.

    Os enunciados selecionados para a anlise correspondem a 15 questes em cada

    ano do Novo ENEM de 2009 a 2012 e que so especficas da disciplina de Qumica, o que

    equivale a 33,33% num total de 45 questes da rea de conhecimento das Cincias da

    Natureza e suas Tecnologias. As classificaes obtidas a partir das competncias, habilidades

    e objeto de conhecimento esto apresentadas nos itens a seguir.

  • 41

    5.1 ENEM 2009

    Tabela 1- Competncias ENEM 2009

    COMPETNCIAS N DE QUESTES % QUESTES

    C-1 3 20,00% 01, 26, 42

    C-3 1 6,67% 06

    C-5 8 53,33% 02, 12, 15, 23,24, 29, 43, 44

    C-7 3 20,00% 08, 10, 36

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Tabela 2- Habilidades ENEM 2009

    HABILIDADES N DE QUESTES % QUESTES

    H-4 3 20,00% 01, 26, 42

    H-8 1 6,67% 06

    H-17 5 33,33% 02, 15, 24,29, 43

    H-18 2 13,33% 12, 44

    H-19 1 6,67% 23

    H-25 1 6,67% 10

    H-26 1 6,67% 08

    H-27 1 6,67% 36

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Objetos de Conhecimento: qumica e ambiente (02 questes); concentrao das

    solues (02 questes); impactos ambientais de combustveis fsseis; qumica no cotidiano;

    produto inico da gua, equilbrio cido-base e pH; potenciais padro de reduo;

    contaminao e proteo do ambiente; aspectos qualitativos das propriedades coligativas das

    solues; poluio atmosfrica; nmero atmico, nmero de massa, istopos, massa atmica;

    solubilidade; qumica na agricultura e na sade; e transformaes qumicas e energia

    calorfica.

  • 42

    5.2 ENEM 2010 1 APLICAO

    Tabela 3- Competncias ENEM 2010-1

    COMPETNCIAS N DE QUESTES % QUESTES

    C-3 3 20,00% 55, 74, 85

    C-5 5 33,33% 67, 69, 77, 82, 83

    C-7 7 46,67% 53,63, 65, 72, 73, 79, 80

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Tabela 4- Habilidades ENEM 2010-1

    HABILIDADES N DE QUESTES % QUESTES

    H-8 3 20,00% 55, 74, 85

    H-17 4 26,67% 69, 77, 82, 83

    H-19 1 6,67% 67

    H-24 3 20,00% 65, 79, 80

    H-25 3 20,00% 53, 72, 73

    H-26 1 6,67% 63

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Objetos de Conhecimento: aspectos cientfico-tecnolgicos, socioeconmicos e

    ambientais associados obteno ou produo de substncias qumicas; misturas: tipos e

    mtodos de separao; transformaes qumicas e energia eltrica; reaes qumicas (02

    questes); transformaes qumicas e energia calorfica; clculos estequiomtricos (02

    questes); solubilidade; leis de Faraday; principais propriedades dos cidos e bases; estrutura

    e propriedades de compostos orgnicos oxigenados; caractersticas gerais dos compostos

    orgnicos; concentrao das solues; e produto inico da gua, equilbrio cido-base e pH.

    Neste ano, foram realizadas novas provas de Cincias da Natureza e suas

    Tecnologias para os alunos prejudicados por erros de impresso no caderno de questes da

    cor amarela. Essa segunda aplicao s aconteceu em 17 dos 27 Estados da Federao, por

    isso, no consideramos essa prova para pesquisa.

  • 43

    5.3 ENEM 2011

    Tabela 5- Competncias ENEM 2011

    COMPETNCIAS N DE QUESTES % QUESTES

    C-3 4 26,67% 51, 59, 79, 83

    C-5 5 33,33% 52, 54, 62, 81, 90

    C-7 6 40,00% 50, 55, 58, 72, 75, 85

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Tabela 6- Habilidades ENEM 2011

    HABILIDADES N DE QUESTES % QUESTES

    H-8 3 20,00% 51,59, 79

    H-9 1 6,67% 83

    H-17 3 20,00% 54, 62, 81

    H-19 2 13,33% 52, 90

    H-24 3 20,00% 58, 72, 75

    H-26 2 13,33% 50, 85

    H-27 1 6,67% 55

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Objetos de Conhecimento: transformaes qumicas e energia calorfica;

    biocombustveis; poluio e tratamento de gua; concentrao das solues; caractersticas

    gerais dos compostos orgnicos; foras intermoleculares; aspectos qualitativos das

    propriedades coligativas das solues; clculo estequiomtrico (02 questes); principais

    funes orgnicas; fatores que alteram o sistema em equilbrio; qumica e ambiente (03

    questes); e poluio atmosfrica.

  • 44

    5.4 ENEM 2012

    Tabela 7- Competncias ENEM 2012

    COMPETNCIAS N DE QUESTES % QUESTES

    C-3 3 20,00% 46, 53, 82

    C-5 2 13,33% 59, 90

    C-7 10 66,67% 49, 58, 63, 66, 69

    TOTAL 15 100,00% -

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Objetos de Conhecimento: qumica e ambiente (02 questes); principais funes

    orgnicas