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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA MATHEUS HENRIQUE FERREIRA DE MELLO TRIZ - TEORIA DA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS INVENTIVOS: UMA ABORDAGEM NA ENGENHARIA QUÍMICA Lorena-SP 2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

MATHEUS HENRIQUE FERREIRA DE MELLO

TRIZ - TEORIA DA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS INVENTIVOS: UMA ABORDAGEM

NA ENGENHARIA QUÍMICA

Lorena-SP

2012

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TRIZ - TEORIA DA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS INVENTIVOS: UMA ABORDAGEM NA ENGENHARIA QUÍMICA

Lorena –SP

Outubro de 2012

Monografia de conclusão de curso apresentada à

Escola de Engenharia de Lorena da Universidade

de São Paulo como parte dos requisitos para

conclusão do curso de engenharia química.

Orientado por: Prof. Dr. Gustavo Aristides

Santana Martinez

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Catalogação na Publicação Biblioteca “Cel. Luiz Sylvio Teixeira Leite”

Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo

SUMÁRIO

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SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................ 1

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 3

1.1. Papel do Engenheiro e Foco do Trabalho ............................................................. 3

1.2. Justificativa ............................................................................................................ 3

1.3. Tipos de Problemas .............................................................................................. 4

1.3.1. Metódos para Geração de Ideias e Resolução de Problemas ........................... 6

2. PESQUISA DOCUMENTAL ..................................................................................... 8

3. A TRIZ: TEORIA DA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS INVENTIVOS ........................... 9

3.1. História da TRIZ .................................................................................................... 9

3.2. Definição da TRIZ ............................................................................................... 10

3.3. Contradições ....................................................................................................... 11

3.3.1. Contradições Administrativas ........................................................................... 12

3.3.2. Contradições Técnicas ..................................................................................... 12

3.3.3. Contradições Físicas ........................................................................................ 12

3.4. Idealidade dos Sistemas ..................................................................................... 13

3.5. Recursos ............................................................................................................. 14

3.6. Evolução dos Sistemas Técnicos ........................................................................ 17

3.7. Ferramentas da TRIZ .......................................................................................... 20

3.7.1. Método Princípios Inventivos e Matriz de Contradições ................................... 22

3.7.1.1. Aplicação dos Princípios Inventivos .............................................................. 24

3.7.2. Método da Separação ...................................................................................... 25

3.7.3. Efeitos Científicos ............................................................................................ 28

3.7.4. 76 Soluções Padrão ......................................................................................... 31

3.7.5. Análise Campo-Substância (Su-field) .............................................................. 32

3.7.6. Métodos para Vencer a Inércia Psicológica ..................................................... 39

3.7.6.1. Método das Pequeninas Pessoas Espertas (PPE) ....................................... 39

3.7.7. Algoritmo para Solução de Problemas Inventivos (ARIZ) ................................ 40

3.8. Últimas Pesquisas sobre TRIZ com Abordagem na Engenharia Química .......... 42

3.8.1. Princípios Inventivos com Analogias à Engenharia Química ........................... 43

3.9. TRIZ Combinada Com Outras Ferramentas ........................................................ 62

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3.10. TRIZ e Sua Utilização no Meio Corporativo ..................................................... 62

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 63

4.1.1. Considerações Sobre as Ferramentas de Pesquisa e Base de Dados Disponível

para Consulta ................................................................................................................ 63

4.1.2. Considerações Sobre a Base Teórica da TRIZ ................................................ 66

4.1.3. Considerações Sobre as Ferramentas da TRIZ ............................................... 67

4.1.4. Vantagem da TRIZ Sobre Outros Métodos ...................................................... 68

4.1.5. Deficiências da TRIZ ........................................................................................ 69

4.1.6. Exemplos Utilizados na Apresentação da Base Teórica da TRIZ e Suas

Ferramentas .................................................................................................................. 70

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 73

ANEXOS ......................................................................................................................... II

ANEXO A: MATRIZ DE CONTRADIÇÕES ..................................................................... II

ANEXO B: 76 SOLUÇÕES PADRÃO ........................................................................... VII

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1

RESUMO

.

MELLO, M.H.F. TRIZ - Teoria da Solução de Problemas Inventivos: Uma abordagem na

engenharia química. 2012. 92f. Monografia de conclusão de curso - Escola de

Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2012.

O presente trabalho apresenta os principais conceitos e ferramentas da Teoria da

Solução de Problemas Inventivos (TRIZ). Esta teoria, ainda pouco difundida no Brasil,

provê métodos para resolução problemas não rotineiros com base na resolução de

contradições técnicas e o uso de heurísticas. Este artigo apresenta uma pesquisa

documental abordando a base teórica da TRIZ e as sua ferramentas: Análise Campo-

Substância, 76 Soluções Padrão, Efeitos Científicos, 40 princípios inventivos com

exemplos na engenharia química, Matriz de Contradições, Método da Separação e

Método Pequeninas Pessoas Espertas. Além disso, foi verificada a importância em se

abordar a TRIZ como ferramenta para solução de problemas inventivos, bem como sua

vantagem em relação aos métodos intuitivos e sistemáticos utilizados na resolução de

problemas inventivos.

Palavras-chave: TRIZ, metodologia, teoria, resolução de problemas, engenharia

química, solução criativa de problemas, problemas inventivos, inovação.

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2

ABSTRACT

DE MELLO, M.H.F. TRIZ - Theory of Inventive Solving Problem for chemical engineers.

2012.92p. Paper presented as a requirement to chemical engineering course of Escola

de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2012.

This paper had as a goal to introduce the main concepts and tools of TRIZ methodology

of inventive solving problem with focus on chemical engineering. This methodology,

which is still poorly known in Brazil, is extremely useful for solving non routine problems

by using heuristic principles and analyzing its contradictions. This article presents the

theory basis and shows how to use some TRIZ instruments: Su-Field Analysis, 76

Standard Solutions, Scientific Effects, 40 Inventive Principles with examples in chemical

engineering, Matrix Contradictions, Separation Method and Method Small Smart People.

In addition, it was verified how important is to use TRIZ as a tool for inventive problem

solving as well as its advantage over systematic and intuitive methods used for solving

inventive problems.

Key words: TRIZ, solving problem, inventive problems, chemical engineering, inventive

principles, heuristic, innovation.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Papel do Engenheiro e Foco do Trabalho

Indiscutivelmente, durante toda a história e evolução das engenharias, um dos maiores

papéis dos engenheiros na sociedade é o de solucionador de problemas. Dessa forma,

o sucesso do engenheiro bem como da sociedade está diretamente relacionado à sua

capacidade de resolver problemas nas mais diversas áreas do conhecimento. Assim,

técnicas desenvolvidas para a resolução de problemas não rotineiros são importantes

como ferramentas de auxilio ao engenheiro no exercício de sua profissão.

Mais que somente ferramentas de apoio aos engenheiros, os métodos que auxiliam o

pensamento criativo na resolução de problemas são essenciais à vida. Assim, se

utilizados, podem beneficiar as organizações e a sociedade (PUCCIO et al, 2010).

1.2. Justificativa

Atualmente, muitas teorias ou ferramentas para geração de ideias e resolução de

problemas vêm sendo amplamente utilizadas na indústria e na pesquisa científica,

baseadas principalmente em métodos intuitivos (tentativa e erro, Brainstorming entre

outras), que embora tenham sua utilidade, possuem uma abordagem de caráter

psicológico, levando muitas vezes a resultados imprevisíveis ou que não podem ser

repetidos. A Teoria da Solução de Problemas Inventivos (TRIZ), diferentemente dos

métodos intuitivos, é uma teoria para resolução de problemas que possui uma

estruturação lógica baseada nos métodos heurísticos. Dessa forma, a TRIZ proporciona

repetibilidade, previsibilidade e confiabilidade no tratamento das soluções de um

problema (BARRY, SLOCUM, DOMB)

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A TRIZ ainda é pouco conhecida no Brasil e grande parte do material disponível para

sua consulta e pesquisa está no idioma russo. Durantes as duas últimas décadas, a

TRIZ começou a ser divulgada internacionalmente, viabilizando dessa forma um

conteúdo inicial no idioma inglês. Já em português, a tarefa de se encontrar materiais

que expliquem a sua utilização é extremamente árdua. Diante deste contexto, o presente

trabalho tem como objetivo:

Introduzir a base teórica, ferramentas com exemplos da Teoria da Solução de Problemas

Inventivos (TRIZ) buscando o enfoque na engenharia química. Desse modo, os

conceitos apresentados podem servir como estímulo e como fonte de informação para a

maioria dos engenheiros químicos brasileiros que de modo geral não recebem em sua

grade curricular o conhecimento de como aplicar o conhecimento adquirido

simultaneamente de forma criativa, prática e estruturada, o que poderia dar condições

para transformar o Brasil num país apto a entender, desenvolver, melhorar e criar novas

tecnologias ou mesmo chegar a soluções inovadoras.

1.3. Tipos de Problemas

Os problemas são geralmente identificados por situações ou conflitos os quais não

atendem ou se opõem a um determinado resultado requerido. A resolução dos

problemas pode ser um processo de uma ou mais etapas. De acordo com SAVRANSKY

(2000), os problemas são denominados rotineiros se todos os passos críticos de sua

solução são conhecidos. Dessa forma, estes podem ser resolvidos por procedimentos

padronizados e automatizados. Problemas os quais nem todas as etapas críticas de sua

resolução são conhecidas são chamados de problemas inventivos.

A dificuldade de um problema é definida pelo número de variantes ou etapas triviais (V)

divido pelo numero de etapas que leva a uma possível solução (S).

D=V/S ....... (1)

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Geralmente, muitos problemas vêm, até hoje, sendo resolvidos a partir do antigo método

tentativa e erro que por meio da seleção e teste exaustivo de várias possíveis etapas,

leva o solucionador de problemas a dispensar desnecessariamente muito tempo na

resolução de problemas ao mesmo tempo em que o mantém num estado de inércia

psicológica. Grande parte dos problemas inventivos não é resolvida eficazmente por este

método (SAVRANSKY, 2000).

Altshuller (1999) categorizou em sua primeira versão russa da TRIZ, na década de 60, os

problemas em 5 diferentes níveis a fim de classificar as patentes analisadas conforme

explicita a Tabela 1.

Tabela 1 - Níveis de Inventividade (DE CARVALHO, 2007)

Nível da

Invenção %Sol.

Número

estimado de

tentativas

Localização do

problema Exemplo

1 - Trivial 32% 1-10 Área profissional

Tampa protetora para armazenagem

de gases. A tampa é de plástico,

com reforços internos para aumentar

a resistência. Com isso, há

economia de material e redução de

custos

2 - Melhoria 45% 10-100 Área industrial

Bomba de indução eletromagnética.

A bomba consiste de um corpo, um

indutor e um canal. A novidade é

que o indutor pode movimentar-se

ao longo do eixo do canal.

3 - Novidade

dentro do

paradigma

atual

19% 100-1000 Área científica

Método para remover vísceras de

peixes. O método é novo porque

propõe congelar as vísceras com um

elemento a -5 centígrados, o qual

ainda ajudará a preservar o peixe.

4 - Novidade

dentro de

um novo

paradigma

<4% 1000-10000

Fora da área científica

onde problema se

originou

Sistema evaporativo para

refrigeração de motores. Os mancais

são feitos de aço sinterizado,

impregnado com uma substância

que evapora e refrigera o motor em

uso

5 -

Descoberta <0.3% >10000

Fora dos limites da Novo método para fabricar pós

metálicos. Eletrodos são feitos do

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científica ciência contemporânea material a ser pulverizado são

conectados num circuito oscilatório.

As faíscas dispersam o material

como pó

O nível um representa problemas rotineiros resolvidos por métodos bem conhecidos

dentro da especialidade, onde nenhuma invenção se faz necessária. Os problemas de

nível dois envolvem pequenas melhorias em sistemas tecnológicos através de métodos

conhecidos dentro da indústria. Os problemas de nível três já requerem uma melhoria

fundamental pela utilização de métodos encontrados fora da indústria que envolvem a

resolução de contradições (ver item 3.3). Para a resolução de problemas de nível quatro

é necessária a utilização de um princípio novo para executar as funções primárias do

sistema técnico onde geralmente a solução é mais provável de ser encontrada com

abordagem científica do que tecnológica. Finalmente, os problemas de nível cinco

exigem uma descoberta científica ou nova invenção caracterizada por um sistema novo

antes não existente. Pode-se perceber que conforme se aumenta o nível de

inventividade do problema, se aumenta o número de tentativas de soluções dos

problemas (segunda coluna da Tabela 1) (MAZUR, 2005).

A TRIZ trabalha com a solução de problemas com os níveis dois, três, quatro e cinco, ou

seja, problemas que envolvem contradições (ALTSHULLER, 1969).

1.3.1. Metódos para Geração de Ideias e Resolução de Problemas

Muitos métodos vêm sendo propostos com grande aceitação desde o século passado

para geração de idéias e resolução criativa de problemas. Podemos classificar estes

métodos em Métodos Intuitivos, Métodos Sistemáticos e Métodos Heurísticos, como

descritos por DE CARVALHO (2007).

O Método Intuitivo é caracterizado pela utilização de técnicas psicológicas para geração

de ideias e estímulo da criatividade, sendo determinado pela intuição do individuo.

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Dentre os métodos mais conhecidos nesta categoria podemos citar estão o

Brainstorming, Checklist , Lateral Thinking e o método Synetics.

O Brainstorming, criado por OSBORN (1953) consiste na geração de ideias para a

resolução de um por um grupo de pessoas, onde cada integrante do grupo por possuir

experiências intrínsecas é direcionado a sugerir os mais diversos tipos de ideias, onde

inicialmente toda e qualquer ideia é considerada. Em seguida são realizadas etapas de

avaliação das ideias geradas e consequentemente a ideia é finalmente aplicada.

O Lateral Thinking corresponde a um grupo de métodos, originalmente introduzidos por

DE BONO, baseados na percepção convencional do problema. Os principais fatores que

permitem o pensamento lateral se dá pela identificação de ideias dominantes, pela busca

de novas formas de olhar para o problema, pelo relaxamento do processo de

pensamento rígido e utilização de oportunidades para incentivar o surgimento de outras

idéias.

O Checklist é um dos mais antigos métodos para geração de ideias e consiste numa

espécie de questionário ou lista itemizada que visa gerar ideias de maneira individual.

O Synetics, criado por GORDON (1961) e melhorado por PRINCE (1972) lança mão dos

elementos de criatividade de forma combinada: incubação, pensamento divergente,

tentativa e erro e analogias. Este método é geralmente realizado em um grupo de

pessoas e tem como etapas principais a compreensão do problema, transformação do

estranho em familiar, geração espontânea de soluções preliminares e a escolha de

definições alternativas para o problema, respectivamente.

Os Métodos Sistemáticos, por outro lado, possuem uma abordagem baseada na divisão

do problema original em problemas mais simples que são resolvidos separadamente e

posteriormente combinados. Dentre os métodos mais conhecidos está o Método

Morfológico.

O Método Morfológico (ZWICKY, 1948) se baseia na quebra de um problema em partes

mais simples de forma parametrizada. Estas partes são solucionadas separadamente e

em seguida combinadas. O desafio na aplicação do método morfológico consiste em se

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determinar quais parâmetros são os mais importantes diante da numerosa e dificultosa

análise de dados.

Os Métodos Heurísticos se baseiam num banco de dados de experiências práticas e

bases do conhecimento. Heurísticas são padrões desenvolvidos a partir de experiências

ou conhecimento acumulado num dada área que podem ser reutilizadas para soluções

de novos problemas. Entre os métodos heurísticos não computacionais a TRIZ possui

grande destaque por possuir heurísticas derivadas de patentes tecnológicas

2. PESQUISA DOCUMENTAL

O método de pesquisa teve como enfoque a pesquisa documental, que de acordo com

OLIVEIRA (2007) não exclui fontes que por algum motivo não tiveram tratamento

científico, tais como mídias disponibilizadas na internet entre outras.

Inicialmente, a pesquisa se baseou em documentos didáticos sobre a TRIZ, abordando

um conteúdo formado pelos principais livros acadêmicos da área a fim de se obter uma

boa estrutura conceitual dos principais tópicos da teoria.

Em seguida, a pesquisa foi direcionada para a busca por artigos científicos contidos nas

bases de dados eletrônicas disponibilizadas pela universidade (Isi Web of Knowleadge,

Scielo, Google Acadêmico, entre outros) a fim de se obter informações sobre a utilização

da TRIZ na área de engenharia química.

Na terceira fase, a pesquisa teve enfoque na mídia eletrônica disponível na internet,

visando filtrar as informações de boa qualidade sobre a aplicação da TRIZ.

Finalmente, a partir das informações e dos dados relevantes obtidos durante toda a

pesquisa documental, a monografia será disponibilizada para os alunos da Escola de

Engenharia de Lorena USP, com apresentação das principais ferramentas da TRIZ

elucidadas com exemplos relacionados à engenharia química ou em áreas afins.

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3. A TRIZ: TEORIA DA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS INVENTIVOS

3.1. História da TRIZ

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, durante a década de 1940, Genrich Saulowitsch

Altshuller (1926-1998), trabalhava no departamento de patentes da marinha soviética.

Sua principal responsabilidade era de colaborar com inventores na apresentação de

patentes. Devido ao seu talento como inventor (recebendo sua primeira patente aos 14

anos de idade), Altshuller era constantemente solicitado para ajudar na resolução de

problemas encontrados durante o processo de inovação.

Devido sua posição crítica ao sistema político soviético, em 1950 Altshuller foi enviado

ao campo de concentração de Gulag na Sibéria por Stalin, onde passou três anos de sua

vida.

Ao perceber que havia métodos existentes para ajudar as pessoas a resolver problemas

inventivos, Altshuller começou sua pesquisa (ALTSHULLER; SHAPIRO, 1956) e

encontrou estudos baseados na ideia de que, uma vez que a inovação é um produto da

mente humana, o processo pode ser melhorado utilizando técnicas psicológicas.

Diversos métodos (tais como Brainstorming) foram desenvolvidos a fim de se superar a

inércia psicológica e fazer com que as pessoas pensassem “fora caixa". No entanto,

depois de muita pesquisa, Altshuller percebeu a dificuldade em se obter informação

objetiva pela utilização de meios psicológicos devido à subjetividade, imensurabilidade e

falta de confiabilidade dessa abordagem. Dessa forma, ele percebeu que a informação

técnica contida nas patentes, por ter natureza objetiva, poderia ser a chave para o

estudo do processo de inovação.

Assim, Altshuller voltou sua atenção para o fundo de patentes. Em 1969, partir da

análise de patentes, ele havia identificado 40.000 patentes que constituíam padrões

inventivos. A análise rigorosa dessas patentes e seus esforços relacionados à sua

interpretação constituíram a base teórica da TRIZ, abrindo portas para novas

ferramentas de resolução de problemas que foram mais tarde desenvolvidas.

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Em 1971 Altshuller e a sociedade de inventores da antiga URSS fundaram em Baku o

primeiro centro de ensino da TRIZ com o nome de Instituto Público de Azerbaijão e o

primeiro laboratório de pesquisa para o desenvolvimento da TRIZ. Altshuller foi nomeado

o chefe do laboratório pela sociedade. Após alguns anos outros centros surgiram pelas

grandes cidades da antiga URSS. Em 1989, foi estabelecida a Associação TRIZ com

Altshuller escolhido como Presidente.

Com o fim da guerra fria, a TRIZ teve repercussão internacional sendo difundida por

emigrantes. Em 1995, o Instituto de Estudos Altshuller TRIZ foi criado em Boston, EUA.

(IDEATION INTERNATIONAL INC.)

3.2. Definição da TRIZ

A TRIZ é o acrônimo russo: теория решения изобретательских задач que pela sua

tradução literal significa Teoria da solução de problemas inventivos (ALTSHULLER;

SHAPIRO, 1956). Esta teoria é baseada em Métodos Heurísticos

Sua definição segue que:

“TRIZ é uma metodologia sistemática orientada ao homem para resolução de problemas

inventivos” (SAVRANSKY, 2000).

A TRIZ combina: conceitos da dialética e idealismo, utilização de resultados de

pesquisas cognitivas, utilização de fenômenos e efeitos naturais pela ciência e análise de

“corta caminhos” para identificação de heurísticas a fim de se extrair e identificar as

tendências da evolução das técnicas.

O principal objetivo da TRIZ é o de servir como instrumento de apoio na resolução de

problemas técnicos inventivos que envolvem a resolução de uma contradição. A idéia

fundamental da TRIZ está baseada nas heurísticas, ou seja, no conhecimento genérico

extraído da análise de patentes das mais diversas áreas da engenharia, iniciada por

Altshuller. Estas podem reaplicadas na resolução de problemas inventivos. As

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heurísticas são utilizadas como base para a resolução de problemas inventivos.

(SAVRANSKY, 2000)

A resolução de problemas por meio da TRIZ pode ser descrita usando um modelo de

quatro elementos conforme a Figura 1, onde:

1. O problema específico deve ser analisado detalhadamente.

2. O problema específico deve ser transformado num problema abstrato.

3. Em um nível abstrato, deve ser encontrada uma solução abstrata.

4. Após encontrada a solução abstrata, esta deve ser transformada numa solução

específica.

Figura 1 – Método TRIZ para Resolução de Problemas. Adaptado de BARRY, SLOCUM

e DOMB

3.3. Contradições

As contradições são determinadas pela oposição ou incompatibilidade entre situações ou

parâmetros conflitantes. Um problema surge do conflito entre uma situação desejada se

opondo à situação encontrada ou real ou pela incompatibilidade de parâmetros para se

alcançar uma situação desejada. Muitas vezes ao se melhorar um parâmetro a fim de se

obter um resultado desejado, piora-se outro parâmetro também importante. Uma solução

inventiva é caracterizada por uma alternativa que elimine a contradição, ou seja, que

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consiga encontrar a situação ótima que permita a coexistência dos dois parâmetros ou

situações requeridos. A TRIZ tem como objetivos a resolução destas contradições:

Dentro da TRIZ as contradições são definidas por contradições técnicas, contradições

administrativas e contradições físicas definidas por Altshuller (SAVRANSKY, 2000).

3.3.1. Contradições Administrativas

São contradições que surgem pela necessidade de um resultado requerido que não pode

ser alcançado sem o surgimento ou aumento de uma situação ou fenômeno indesejado.

Diante dessa situação não se sabe como conseguir o resultado desejado. Um exemplo

ilustrativo seria um processo industrial químico, no qual se deseja diminuir o tempo de

produção de determinado produto sem diminuir sua qualidade.

3.3.2. Contradições Técnicas

São aquelas em que dois subsistemas de uma determinada técnica se apresentam

conflitantes, ou seja, a utilização de uma medida ou ação que beneficie um subsistema

prejudica ou danifica o resultado requerido em outro subsistema. Por exemplo, num

processo químico de reação tubular deseja-se aumentar a velocidade de uma reação

química através do aumento do fluxo de reagentes, consequentemente este aumento de

fluxo diminui o rendimento da reação química.

3.3.3. Contradições Físicas

São aquelas em que um mesmo parâmetro ou elemento apresenta uma contradição. Por

exemplo, num reator químico, deseja-se aumentar a temperatura a fim de se aumentar a

velocidade da reação ao mesmo tempo em que é necessário diminuí-la a fim de se evitar

a formação de subprodutos indesejados.

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A formulação correta das contradições é primordial para a descrição das causas raiz dos

problemas. A correta transformação de contradições administrativas para técnicas e

finalmente para físicas é preponderante a fim de se seguir o caminho mais adequado à

resolução do problema inventivo. Muitas vezes, várias formulações de contradições

devem ser realizadas e analisadas nesta etapa inicial.

Savransky (2000) classifica as contradições nas quatro seguintes estruturas genéricas:

contradição pontual onde ocorrem contradições físicas entre funções úteis e funções

danosas em um único sistema; contradição em par caracterizada pela ocorrência de

contradições técnicas entre funções úteis conflitantes com a geração ou aumento de

funções danosas em diferentes subsistemas; contradição em rede que é a combinação

de dependentes contradições caracterizada pela hierarquia entre subsistemas;

contradição linear que requer a resolução de sucessivas de contradições de modo

sequencial e a contradição estrela onde a resolução da contradição deve eliminar

algumas funções danosas ao sistema.

3.4. Idealidade dos Sistemas

A TRIZ busca solucionar os problemas inventivos com a busca pelo sistema, processo,

recursos, métodos, máquinas e substâncias ideais: (SAVRANSKY, 2000)

A máquina ideal é a que não tem massa ou volume, mas executa o trabalho

necessário.

O método ideal não dispensa qualquer energia ou tempo, mas obtém efeito

necessário de uma forma de auto-regulável.

O processo ideal é na verdade é apenas o resultado do processo sem sequer

processar-se, ou seja, a momentânea obtenção de um resultado.

A substância ideal é, na verdade, nenhuma substância (vácuo), mas que ao

mesmo tempo provê a realização da função desejada.

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A técnica ideal não ocupa espaço, não tem massa, não requer trabalho ou

manutenção e oferece benefícios sem danos, ou seja, faz tudo por si só sem

qualquer gasto de energia, mecanismos, custos ou matérias-primas adicionais a

qualquer momento ou lugar.

A idealidade de uma técnica pode ser definida como:

Idealidade = ΣFU/ΣDF ....... (2)

Onde ΣFU é soma de todas as funções úteis do sistema e ΣFD é a soma das funções

danosas ou prejudiciais ao sistema.

Para se conseguir o resultado mais próximo da condição de idealidade, a TRIZ utiliza-se

do conceito de Resultado Final Ideal (RFI) que parte da formulação ideal da resolução do

problema para a formulação mais próxima da ideal (MANN, 2001).

Como exemplificação MANN (2001) descreve a formulação do RFI para o sistema de

lavagem de roupas onde a solução ideal parte de um sistema em que as roupas se

limpem por si só com um consequente sistema de tecidos que execute esta função se

aproveitando dos recursos disponíveis.

3.5. Recursos

Em alguns casos a formulação clara da contradição sugere uma possível resposta para o

problema. Porém, a maioria dos problemas requer informação adicional. Para a TRIZ os

recursos consistem de campos ou substâncias (SAVRANSKY, 2000) que executam

determinadas funções, podem ser classificados em:

Recursos Naturais: são campos ou materiais existentes na natureza. Exemplo:

borracha natural obtida seiva das seringueiras.

Recursos Temporais: correspondem ao tempo para execução de um processo

tecnológico: inicio, fim, intervalo entre ciclos e tempo ocioso que são parcialmente ou

totalmente inutilizados: alteração de posicionamento preliminar de um subsistema,

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aplicação de pausas; o uso de operações simultâneas; eliminação de movimentos

ociosos.

Exemplo: Reação química contínua num reator tubular que promove o transporte e a

reação ao mesmo tempo ou ciclos de produção por lote num reator batelada.

Recursos de Espaço: são caracterizados pela utilização de diferentes posições, locais e

ordem dos subsistemas, sistemas e super-sistema (maior unidade tecnológica

sistemática): vazios e buracos dos sistemas, a distância entre os subsistemas, local

mútuo de subsistemas e simetria / antissimetria.

Exemplo: Planejamento e construções de plantas químicas buscando-se otimizar espaço

para prover a economia no comprimento de tubulações. Utilização de reatores

desativados como tanques intermediários de armazenamento.

Recursos do Sistema: novas propriedades úteis da técnica ou novas funções obtidas

pela modificação de conexões entre os subsistemas ou pelo agrupamento de

subsistemas em novo super-sistema (por exemplo, transformação de um sistema técnico

num processo técnico).

Exemplo: Destilação reativa: reação e separação na mesma coluna.

Recursos Substância: quaisquer materiais que compõem ou são produzidos na técnica

e em seu meio ambiente.

Exemplo: Cascas de malte no processo de filtração do mosto cervejeiro são utilizadas

como material filtrante..

Energia / Área de Recursos: qualquer campo ou fluxo de energia que são produzidos

ou compõem a técnica ou em seu ambiente que podem substituir os subsistemas.

Exemplo: O calor liberado da reação exotérmica entre o propano e o ácido nítrico para a

formação de nitroparafinas mantém o sistema aquecido.

Recursos de Informação: são quaisquer sinais que existem ou podem ser produzidos

com a técnica. A informação não pode existir sem um veiculo transportador. Altshuller

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utilizou-se de campos para a representação da informação, embora, por vezes, o suporte

de informação é uma substância. A informação tem forma e conteúdo.

Exemplos: A mudança de coloração durante titulações ácido-base a partir do uso de

indicadores. Utilização de indicadores de fenolftaleína para verificação de soda residual

no processo de limpeza das garrafas de cerveja.

Recursos Funcionais: a capacidade de uma técnica ou de seu ambiente em executar

funções secundárias ou auxiliares: aplicação das funções neutras e nocivas existentes

Exemplo: Comésticos como pastas de dentes que possuem função de limpeza além de

promoverem e refrescância.

Os recursos quando aplicados levam muitas vezes a resolução de problemas técnicos a

níveis próximos da idealidade. Um benefício adicional e inesperado surge muitas vezes

como resultado de uma solução do problema derivada da utilização de recursos antes

não utilizados. Por exemplo, espera-se que ao se exercitar um braço ocorrerá o aumento

da massa óssea. Simultaneamente, em menor escala, a massa óssea no outro braço

também aumenta. Por isso, é útil discutir os recursos em mais detalhes.

SAVRANSKY (2000) também aborda a classificação de recursos em internos ou

externos ao sistema classificados como: Recursos Prontamente Disponíveis, Recursos

Derivativos e Recursos Diferenciais.

Recursos Prontamente Disponíveis correspondem àqueles encontrados no sistema,

sendo campos, energia ou substâncias que podem ser utilizados diretamente nos

sistemas técnicos sem a necessidade de qualquer tratamento.

Exemplo: Uma indústria farmacêutica utiliza a mesma matéria-prima (antioxidantes) para

a produção de diferentes medicamentos.

Recursos Derivativos são aqueles obtidos pela transformação, ação ou aproveitamento

dos Recursos Prontamente Disponíveis, tais como derivados de matérias-primas,

produtos, resíduos, e subsistemas da técnica.

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Exemplo: O bagaço de malte que é resíduo do processo cervejeiro pode ser utilizado

como alimento para gado ou na produção de fertilizantes orgânicos. Um outro exemplo

seria o calor produzido pela dissolução de CaO em água que pode ser reutilizado para

aquecimento de outros sistemas.

Recursos Diferenciais são todos e quaisquer tipos de recursos que podem ser

utilizados a partir de modificações em suas propriedades estruturais físicas e /ou

químicas. A partir dessas modificações os recursos diferenciais podem apresentar

diferentes comportamentos.

Exemplo: Os quirais de ácido tartárico apresentam diferente comportamento com relação

à forma com que a luz é desviada por eles, podendo ser dextrógiro ou levógiro .

3.6. Evolução dos Sistemas Técnicos

Altshuller (1979) modelou a evolução dos sistemas conforme a Figura 2, onde a Curva S

representa o desempenho dos sistemas técnicos. Pela análise do gráfico é possível

perceber que inicialmente, na criação do sistema se tem o maior nível inventivo com um

baixo número de invenções. Posteriormente há um crescimento do número de

invenções, seguido por um pico de invenções nível três. Em seguida o número de

invenções cresce e o nível inventivo cai, predominando-se invenções de nível um ou

dois responsáveis por promover pequenas melhoras no sistema. Neste ponto tem-se a

maior lucratividade com a técnica.

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Figura 2 - Correlações da Curva S (adaptado DE CARVALHO (2007)).

O tempo de vida dos sistemas tecnológicos (fases do tempo decorrido na Figura 2) é

divido em: (ALTSHULLER, 1979):

Gestação: É o momento o qual o problema não existe, mas estão sendo criadas

condições para o seu desenvolvimento (imediatamente anterior ao tempo em que a

técnica nasce)

Nascimento: A partir da necessidade de um resultado e havendo meios tecnológicos

para isto, tem se o nascimento do sistema tecnológico.

Infância: Há o surgimento de um sistema de alto nível, porém com lento

desenvolvimento.

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Adolescência: O sistema é reconhecido pela sociedade onde se obtém um bom

desempenho com considerável eficiência

Maturidade: É o estágio onde os recursos iniciais dos sistemas são exauridos

Decadência: É o ponto o sistema atingiu seu limite tecnológico, havendo a necessidade

da geração de um novo sistema mais eficiente para substituí-lo.

DOMB e RANTANEN (2008) descrevem os mais úteis padrões de evolução como:

Evolução irregular do sistema: A evolução desigual do sistema causa problemas,

gargalos e contradições o tempo todo. A irregularidade diz respeito a todos os sistemas e

tecnologias: maquinaria, processos, organizações entre outros. Diferentemente do que é

comumente pensado sobre a tecnologia, sua evolução não é linear.

Exemplo: Sistemas e tecnologias computacionais estão evoluindo cada vez mais

rapidamente, no entanto, o avanço na tecnologia de baterias não acompanha essa

evolução de maneira igual.

Transição para o nível macro: é caracterizado por um sistema que se torna mais

completo e melhor integrado em níveis mais elevados de sistema, ou seja, consegue-se

melhorias numa tecnologia a partir do momento que um sistema adquire ou incorpora

mais funções oriundas de outros subsistemas.

Exemplo: Uma liga metálica adquire melhores características mecânicas quando se

adquire em sua composição (sistema) outros metais (subsistema).

Transição para o nível micro: é caracterizado por um sistema que pode ser melhorado

quando se promove a divisão ou separação de sistemas e partes menores ou mesmo o

sistema é projetado de forma a se controlar os subsistemas separadamente ao nível

microscópico.

Exemplo: A utilização de enzimas do sabão em pó no processo de lavagem de roupas é

caracterizada pela ação das mesmas no tecido a nível microscópico, enquanto a antiga

utilização de pedras de sabão não possuía mesma eficácia.

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Modificação das interações entre os sistemas: significa que ao se adicionar novas,

aumentar ou promover o melhor controle das interações, consegue-se melhorias no

sistema. Isto pode ser conseguido através da adição de novas substâncias, campos ou

subsistemas que interajam com os encontrados no sistema original. Geralmente a

modificação das interações é requerida quando a interação existente é insuficiente ou

promove geração de funções danosas ao sistema.

Exemplo: A fim de se obter a produção fermentativa de álcool com maior rendimento,

utiliza-se a fermentação da cana de açúcar em vez da fermentação do milho.

Expansão e convolução de sistemas: explica que primeiramente o sistema expande

com o aumento de subsistemas e funções tornando-se mais complexo ou complicado

para posteriormente ser “aparado” ou convolvo, ou seja, os seus elementos são

combinados em um sistema mais simples. O aumento do número de subsistemas e de

operações pode causar problemas que são resolvidos quando o sistema é simplificado.

Está evolução geralmente não ocorre de forma linear.

Exemplo: Antigamente, os pneus de carro foram melhorados pela adição da câmara de

ar. Posteriormente, esta foi removida. Já o estepe foi utilizado por muito tempo em

muitos automóveis. Hoje em dia, em muitos carros, o próprio pneu funciona como estepe

não havendo a necessidade de se utilizar o espaço no automóvel para o seu

armazenamento.

3.7. Ferramentas da TRIZ

Conforme já mencionado a TRIZ é baseada no método heurístico. Os instrumentos da

TRIZ, dessa forma, utilizam-se principalmente de heurísticas que atuam como suporte na

resolução de problemas. Todas as ferramentas que serão apresentadas passaram pelos

mais diversos testes de aplicabilidade (SAVRANSKY, 2000). Entre os principais

instrumentos da TRIZ estão:

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Método Princípios Inventivos e Matriz de Contradições: é um instrumento que

consiste na relação entre parâmetros conflitantes que necessitam ser melhorados e

outros que são negativamente afetados ou prejudicados, consequentes das contradições

técnicas. Esta matriz sugere a aplicação de princípios inventivos que podem ajudar na

resolução dos problemas.

Método das separações: é uma ferramenta que ajudar a resolver as contradições

físicas gerais entre parâmetros opostos de um único subsistema.

Efeitos científicos: efeitos pretendidos que podem ser utilizados como respostas

prontas auxiliando a resolução de problemas relacionados a uma determinada função

que se pretende realizar no sistema

76 Soluções Padrões são baseadas na observação de que muitos problemas técnicos

inventivos de vários campos da engenharia são resolvidos pelas mesmas abordagens

genéricas. Os padrões apresentam problemas inventivos típicos bem como faz

recomendações de soluções que podem normalmente ser apresentadas em termos de

Análise Campo Substância.

Análise Campo-Substância: é uma abordagem de modelagem baseada em uma

linguagem simbólica que demonstra as relações ou transformações entre campos e

substâncias nos processos e sistemas técnicos.

ARIZ (Algoritmo para Resolução de Problemas Inventivos) é um algoritmo, ou seja,

um conjunto de sequencial de procedimentos lógicos para eliminar as contradições que

causam o problema. O ARIZ é considerado um dos instrumentos mais poderosos da

TRIZ. Ele inclui todo processo de reformulação e reinterpretarão do problema até que a

definição mais precisa é alcançada. Ele utiliza as ferramentas da TRIZ apresentadas

anteriormente de forma iterativa. O ARIZ ajuda o solucionador de problemas a eliminar

soluções pré-concebidas a partir da correta declaração do problema.

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3.7.1. Método Princípios Inventivos e Matriz de Contradições

Os princípios inventivos são heurísticas identificadas durante a análise de mais 40.000

patentes selecionadas de nível igual ou maior que dois. Altshuller obteve 40 princípios

inventivos a partir da generalização e agrupamento de soluções repetidamente utilizadas

na criação, desenvolvimento e melhoria de sistemas técnicos de diferentes áreas da

ciência. A Tabela 3 mostra os 40 princípios inventivos.

Tabela 3 - 40 Princípios Inventivos (Adaptada de CARVALHO e BLACK (2001)).

40 Princípios Inventivos

1 Segmentação ou fragmentação

2 Remoção ou extração

3 Qualidade localizada

4 Assimetria

5 Consolidação 6 Universalização 7 Aninhamento 8 Contrapeso

9 Compensação prévia

10 Ação prévia 11 Amortecimento prévio

12 Equipotencialidade

13 Inversão 14 Recurvação 15 Dinamização 16 Ação parcial ou excessiva

17 Transição para nova dimensão

18 Vibração mecânica

19 Ação periódica 20 Continuidade da ação útil

21 Aceleração 22 Transformação de prejuízo em lucro

23 Retroalimentação 24 Mediação

25 Auto-serviço 26 Cópia 27 Uso e descarte 28 Substituição de meios mecânicos

29 Construção pneumática ou hidráulica

30

Uso de filmes finos e membranas flexíveis

31 Uso de materiais porosos

32 Mudança de cor

33 Homogeneização 34 Descarte e regeneração

35 Mudança de parâmetros e propriedades

36 Mudança de fase

37 Expansão térmica 38 Uso de oxidantes fortes

39 Uso de atmosferas inertes

40 Uso de materiais compostos

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Os parâmetros de engenharia (Tabela 4) correspondem a grandezas genéricas,

presentes em problemas técnicos de diferentes áreas (ALTSHULLER,1969). As

contradições existentes no problema original devem ser traduzidas em termos de um

primeiro parâmetro de engenharia, o qual se deseja melhorar e de um segundo, que é

piorado em função da melhora do primeiro. A melhora de um parâmetro de engenharia

pode implicar em seu aumento ou diminuição, dependendo da situação (DE CARVALHO

e BLACK, 2001). A representação da contradição técnica como uma combinação desses

dois parâmetros exige uma interpretação ampla de qualquer parâmetro de Engenharia,

por isso são bastante genéricos. Parece que agrupamentos de outros parâmetros podem

ser encontrados no fundo de patentes, mas tal pesquisa não foi ainda realizada

(SAVRANSKY, 2000).

Tabela 4 - 39 Parâmetros de Engenharia (Adaptada de DE CARVALHO e BLACK (2001))

39 Parâmetros de Engenharia

1 Peso do objeto em movimento

2 Peso do objeto parado

3 Comprimento do objeto em movimento

4 Comprimento do objeto parado

5 Área do objeto em movimento

6 Área do objeto parado

7 Volume do objeto em movimento

8 Volume do objeto parado

9 Velocidade 10 Força 11 Tensão ou pressão 12 Forma

13 Estabilidade da composição

14 Resistência 15 Duração da ação do objeto em movimento

16 Duração da ação do objeto parado

17 Temperatura 18 Brilho 19 Energia gasta pelo objeto em movimento

20 Energia gasta pelo objeto parado

21 Potência 22 Perda de energia 23 Perda de substância

24 Perda de informação

25 Perda de tempo 26 Quantidade de substância

27 Confiabilidade 28 Precisão de medição

29 Precisão de fabricação

30 Fatores externos indesejados atuando no objeto

31

Fatores indesejados causados pelo objeto

32 Manufaturabilidade

33 Conveniência de uso

34 Mantenabilidade 35 Adaptabilidade 36 Complexidade do objeto

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37 Complexidade de controle

38 Nível de automação

39 Capacidade ou produtividade

SAVRANSKY (2000) sugere a inclusão de mais parâmetros à lista proposta por

ALTSHULLER (1999), tais quais: Segurança, estabilidade dos parâmetros, precisão de

operação, informações, tolerâncias, suscetibilidade, ergonomia, estética, impedância

elétrica, transparência óptica, viscosidade, fricção, resistência à corrosão,

ruído,processos transitórios da matéria condensada.

3.7.1.1. Aplicação dos Princípios Inventivos

Os princípios inventivos podem ser aplicados na resolução de problemas através do

Método Tentativa e Erro ou na forma de Brainstorming por meio da utilização de

perguntas evocativas como sugerido por DE CARVALHO (2007). No entanto o método

mais indicado é a utilização da Matriz de Contradições que é apresentada no ANEXO A.

A partir da identificação da contradição técnica que deve ser resolvida, esta é traduzida

na forma de parâmetros de engenharia conflitantes que são consultados na matriz de

contradições. A Matriz de Contradições foi o primeiro instrumento da TRIZ originalmente

proposto por Altshuller.

As linhas horizontais da Matriz de Contradição são os parâmetros de engenharia a

serem melhorados enquanto as colunas verticais contêm os parâmetros de engenharia

que são prejudicados ou degradados pela melhora do outro. Os números exibidos na

célula de intersecção correspondem aos princípios inventivos que podem sugerir uma

solução da contradição técnica. Nem todas as células são preenchidas, mas mesmo

assim a Matriz indica os princípios para mais de 1200 tipos de técnicos de contradição

com base na probabilidade de ocorrência calculada por Altshuller. (SAVRANSKY, 2000).

A seguir será descrito um exemplo de como utilizar a matriz de contradição (De

Carvalho, 2007)

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Deseja-se reduzir a quantidade de material utilizado na fabricação de lata de alumínio

utilizada na produção de cerveja de modo a reduzir custos (resolução da contradição

técnica). No entanto a lata deve resistir ao empilhamento. Se a quantidade de material

utilizada é diminuída, a carga admissível para o empilhamento das latas também diminui,

o que é indesejável.

Assim temos:

Parâmetros de engenharia conflitantes: comprimento do objeto estacionário (4) e

tensão ou pressão (11).

Princípios Inventivos retornados pela matriz: segmentação ou fragmentação (1),

recurvação (14) e mudança de parâmetros e propriedades (35).

Interpretação dos resultados: com o princípio 1, pode-se sugerir a utilização de latas

corrugadas, embora solucione o conflito, esta solução gera uma gasto excessivo de

material. Com o princípio 14: tem-se o conceito que a forma recurvada destas latas

permite que a pressão interna contribua para aumentar a resistência mecânica. Já o

princípio 35 poderia levar a uma concepção que incluísse uma modificação no material

das latas, como um tratamento térmico, por exemplo, para aumento de resistência. Vale

lembrar que outras soluções poderiam ser geradas com base nestes mesmos princípios

ou outros, sugeridos a partir de modelagens diferentes do problema com uso da matriz

de contradições.

3.7.2. Método da Separação

Altshuller (1969), com o intuito de resolver as contradições físicas, propôs o método da

separação. A resolução das contradições físicas pode ser alcançada por separações

espaciais e temporais nos produtos ou ferramentas do sistema. A contradição ocorre nas

zonas operativas Z e durante o período operativo T. O produto p é o nome dado ao

objeto o qual é afetado e / ou sofre a ação de uma ferramenta f . Os tempos e zonas de

operação do produto (Tp, Zp) e da ferramenta (Tf, Zf) podem estar separados, tocar-se

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ou interceptar-se. Estes são representados pelos símbolos \ /, V e X respectivamente

(SAVRANSKY, 2000).

Separação Espacial

A separação no espaço é possível quando um requisito necessário (ou sua

intensificação) está presente em um local e ausente (ou se apresenta de forma reduzida)

em outro. A aplicação desta heurística de separação consiste na resposta para a

seguinte pergunta: Precisamos que o parâmetro estudado seja positivo e negativo em

todas as dimensões espaciais, ou há algum lugar no espaço o qual não é necessário?

Se existe esta posição, há a possibilidade de se separar os requisitos opostos

espacialmente.

Exemplo: Submarinos necessitam de sondas para identificar objetos submersos. No

entanto o ruído emitido pelos mesmos, inviabilizava a utilização das sondas, causando

interferências entre as ondas sonoras. A alternativa para solução do problema foi a

separação no espaço da sonda. Dessa forma, utilizando-se um cabo com um

comprimento considerável pode se adicionar o detector da sonda de forma que não

houvesse interferência do ruído emitido pelo submarino.

No processo de resolução de problemas envolvendo a separação espacial (\ /), o

solucionador deve:

a) Tentar particionar o subsistema principal em dois ou mais subsistemas;

b) Atribuir cada parâmetro ou exigência contraditória à um subsistema diferente.

Separação Temporal

A separação no tempo é possível quando um requisito é necessário (ou sua

intensificação) num período de tempo e ausente (ou a diminuição de sua grandeza) num

outro intervalo de tempo. A aplicação desta heurística de separação consiste na resposta

para a pergunta: Precisamos que o parâmetro estudado seja positivo e negativo em

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todos os momentos, ou há algum intervalo de tempo durante o qual não é necessário?

Se existe este intervalo, há a possibilidade de se separar os requisitos opostos no tempo.

Exemplo: Muitos tipos de medicamentos são encapsulados de forma que liberação é

controlada, evitando, assim, efeitos colaterais causados pela sua alta dosagem de forma

direta no organismo.

No processo de resolução de problemas envolvendo a separação temporal (\ /), o

solucionador deve:

a) Programar a realização das funções úteis da técnica de forma prática ou teórica

de modo que os requisitos opostos (ou funções em conflito) causem efeitos em

momentos diferentes;

b) Alterar o parâmetro do subsistema principal ou do ambiente se a contradição não

é inicialmente declarada como uma restrição de tempo.

Separação Sob Condições

A separação sob condições pode ser utilizada se um requisito (ou sua intensificação)

ocorre sob uma determinada condição e não ocorre (ou tem intensidade reduzida) sob

outra condição.

Exemplos: A água pode apresentar características de elevada ou baixa dureza

dependendo de sua velocidade ou de sua combinação com corpos sólidos num jato de

água. Assim, a velocidade é a condição a ser considerada quando as propriedades da

água são discutidas. Uma peneira pode permitir passagem da água e corpos sólidos

pequenos, porém não permite passagem de corpos sólidos grandes ou viscosos. Assim,

as propriedades da substância são condições a serem consideradas quando uma

peneira é projetada para se trabalhar com diferentes tipos de substâncias.

No processo para resolução de um problema de separação sob condições (Vt ou Vs) o

solucionador deve:

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a) Tentar encontrar as características especiais ou características do subsistema

principal

b) Determinar e aplicar um estímulo para iniciar ou finalizar estas características

subsistema principal

Separação Entre as Partes e o Todo

A separação entre as partes e todo é possível quando um requisito ocorre (apresenta um

valor) no nível do subsistema principal, mas não existe (possui valor oposto) nos níveis

de outros subsistemas, sistemas ou super-sistemas.

Exemplos: A corrente de uma bicicleta é rígida a nível microscópico para garantir a

resistência mecânica, porém a nível macroscópico possui flexibilidade que possibilita um

eficiente movimento. Assim a transição de macro para micro deve ser considerada

quando se discute as propriedades da corrente.

As resinas epóxi e seus agentes de secagem são líquidos, mas ambos solidificam

quando misturados, formando um composto epóxi. Assim, transição entre subsistemas,

sistemas e supersistemas deve ser considerada em diferentes níveis.

No processo para resolução de um problema de separação de partes e o todo Xt (ou Xs),

o solucionador deve:

a) Tentar particionar o subsistema principal, atribuindo uma das funções

contraditórias ou requerimentos opostos ao elemento deste subsistema;

b) Permitir que a técnica como um todo (ou subsistemas) mantenha suas funções e

requisitos.

3.7.3. Efeitos Científicos

A partir do estudo de patentes ALTSHULLER et al. (1989) identificaram a repetição de

efeitos científicos que podem ser utilizados como respostas prontas auxiliando a

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resolução de problemas relacionados a uma determinada função que se pretende

realizar no sistema. Estes efeitos são classificados em efeitos em físicos, químicos e

geométricos e organizados em forma de listas ou tabelas. As tabelas de efeitos são

encontradas em livros didáticos e programas sobre TRIZ (ORLOF (2006)) e

SAVRANSKY (2000). Há também programas para utilização dos efeitos científicos, como

o Invention Machine Lab (INVENTION MACHINE, 1995), IWB (IDEATION, 2007) e

CREAX Innovation Suite (CREAX, 2007a) que incluem bases de efeitos com exemplos

de aplicação. Recentemente há disponível na internet programas como CREAX

(CREAX,2007b) (DE CARVALHO, 2007). A Tabela 2 lista os efeitos químicos

apresentados por ORLOF (2006).

Tabela 2 – Lista de efeitos químicos (adaptada de (ORLOF, 2006)).

Item Função Efeito

1 Medição de temperatura Reações termo cromáticas, o movimento do equilíbrio químico com mudanças de temperatura, luminescência química.

2 Redução da temperatura Reações endotérmicas, dissolver materiais, gases de divisão.

3 Aumento da temperatura Reação exotérmica, queima, de síntese de alta temperatura que se autopropagação, o uso de oxidantes fortes, o uso de mistura com pó de oxido de alumínio.

4 Estabilidade da temperatura Utilização de hidratos metálicos, aplicação de isolamento térmico feita de polímeros espumantes.

5 Prova da condição e as mudanças na condição de um objeto

A utilização de marcações com base em materiais coloridos, luminescência química, liberação de gases

6 Controle de alterações na condição de um objeto

Reação com gases liberados, queima, explosão, uso de materiais ativos na superfície de eletrólise.

7 Controle da circulação de líquidos e gases

Uso de diafragmas, reações de transporte, reações com gases liberados, explosão, uso de hidretos.

8 Controle das fontes de aerossóis e suspensões

Materiais de pulverização que interagem quimicamente com as partículas de aerossol, meios de redução.

9 Misturas

Misturas a partir de materiais que não reajam quimicamente com cada efeito, outro sinérgica, liberação, transporte, reações de oxida-redução, ligação química dos gases, uso de hidretos e hidratos, complexação química

10 Separação do Material

Eletrólise, reações de transporte, desoxidação (redução) reações, liberação de gases quimicamente ligados, movimento do equilíbrio químico, a remoção de hidretos e adsorventes, o uso de construtores complexos, o uso de membranas, o movimento de um dos Componentes para outro estado incluindo os estados de fase.

11 Estabilização das condições de um Reações de polimerização (uso de colas, vidro líquido,

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30

objeto materiais sintéticos de auto-endurecimento), uso de hélio, o uso de materiais com superfície ativa, dissolvendo ou quebrando ligações

12 Influência da força, regulação de forças, produção de alta e baixa pressão.

Explosão, divisão de gases hidratos de e hidretos, fontes de metais enquanto ocorre a absorção de hidrogênio, reações com gases liberados, reações de polimerização.

13 Alterações no atrito Remoção de uma ligação metálica, eletrólise com liberação de gases, a utilização de materiais com superfície ativa e camadas poliméricas, hidratação.

14 Destruição de um objeto

Dissolver, reações oxidorredução, queima, explosão, reações foto e eletroquímicas, reações de transporte, redução de material para os seus componentes, hidrato, deslocamento do equilíbrio químico das misturas.

15 Acumulo de energia mecânica, térmica e elétrica

Reações exotérmicas e endotérmicas, dissolução,redução de material para os seus componentes (para armazenamento),transições de fase,reações eletroquímicas, efeitos químico-mecânicos.

16 Transferência de energia

Reações exotérmicas e endotérmicas, dissolução, reações de luminescência química, reações de transporte, hidretos, reações eletroquímicas, transformação da energia de uma forma para outra forma mais apropriada para uma determinada transferência.

17 Criação de interação entre objetos móveis e fixos

Misturas, reações de transporte, deslocamento do equilíbrio químico, hidrato, moléculas de auto-agrupamento, luminescência química, eletrólise, auto-propagação de sínteses a altas temperaturas.

18 Medição do tamanho de um objeto De acordo com a velocidade e duração da interação com o meio ambiente.

19 As mudanças no tamanho e forma de um objeto

Reações de transporte, o uso de hidretos e hidratos, dissolução (também de gases reduzidos), explosão, reações de oxidação, queima, o movimento para um forma quimicamente ligada, eletrólise, uso de materiais elásticos e plásticos.

20 Controle do estado e propriedades das superfícies

Combinação radical de luminescência, uso de materiais hidrófilos e hidrofóbicos, reações de oxida-redução, usa de foto, eletro e termo cromos.

21 Alterações nas propriedades de superfície

Reações de transporte, uso de hidretos e hidratos, aplicação foto cromos, uso de materiais ativos na superfície, moléculas de auto-agrupamento, eletrólise, gravura, reações de transferência, o uso de lacas.

22 Controle do estado e propriedades de um objeto no espaço

Reação com a utilização de materiais que exibem mudança de coloração ou materiais indicadores, reações químicas com medição de luz, a produção de hélio.

23 Mudanças nas propriedades espaciais de um objeto (alta de concentração)

Reações químicas que levam a alterações nas propriedades de um material do qual o objeto é constituído (oxidação, reações de redução, reações de troca), reação de transporte, movimento para uma forma quimicamente ligada, hidratos ,dissolver, enfraquecer uma solução, queima, a utilização do hélio .

24 Produção de uma dada estrutura, estabilização da estrutura de um objeto.

Reações eletroquímicas, reações de transporte, gases hidratos e hidretos, auto-aglomeramento das moléculas, moléculas complexas.

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31

25 Prova de campos elétricos Eletrólise, reações eletroquímicas (incluindo eletrocrômicas)

26 Prova de radiação eletromagnética Reações foto, termo e rádio químicas (incluindo foto, termo

e radio cromicas)

27

Geração de radiação eletromagnética Reações de queima, luminescência química, reações químicas em gases na área ativa de lasers, luminescência, bioluminescência.

28 Controle de campos eletromagnéticos Dissolução, com a produção dos eletrólitos, produção de

metais a partir de óxidos e sais, eletrólise.

29

Controle de feixes de luz, modulação da luz

Reações foto crômicas, reações eletroquímicas, reações reversíveis de eletro-sedimentação, reação periódica, reações de queima.

30

Produção e intensificação de transformações químicas

Uso de catalisadores, oxidantes fortes, agentes redutores, estimulo de moléculas, compartilhamento dos produtos de uma reação, o uso de água magnetizada.

31 Análise da construção de um objeto Reações de oxida-redução, utilização de materiais de

indicadores

32 Desidratação Movimento no sentido do estado hidratado, uso

membranas moleculares

33

Alterações no estado de fase Divisão, ligação química dos gases, separação (remoção) de soluções, reações com liberação de gases, o uso de hélio, queima, dissolução.

34

Adiar e prevenir as transformações químicas

Inibidores, utilização de gases inertes, materiais protetores, modificações na superfície (ver também mudanças nas propriedades de superfície)

Os efeitos físicos e geométricos não foram apresentados neste trabalho, mas podem ser

encontrados em SAVRANSKY (200) e ORLOF (2006).

3.7.4. 76 Soluções Padrão

A partir da Análise Campo-Substância de diversos sistemas técnicos, Altshuller (1986) e

outros pesquisadores identificaram soluções frequentemente utilizadas para um

determinado tipo de problema. Estas foram denominadas Soluções Padrão. No total

foram identificadas 76 soluções padrão organizadas em cinco diferentes classes:

1. Construção e Destruição do Campo-Substância

Esta é utilizada na resolução de problemas onde há a necessidade de se construir ou

transformar Campos-Substâncias. Esta categoria é composta por 2 subclasses e 13

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32

padrões com regras específicas, sendo a primeira subclasse utilizada para a construção

e a segunda para destruição de Campos-Substâncias. A seleção do padrão necessário

depende das condições iniciais e restrições oriundas do problema.

2. Desenvolvimento do Campo-Substância.

Esta está relacionada com a resolução de problemas através da evolução dos modelos

Campo-Substância. Esta classe contém os modelos generalizados para melhorar a

eficiência do sistema pela introdução de pequenas modificações ao mesmo. Esta contém

23 padrões distribuídos em quatro subclasses.

3. Transição de Supersistemas para o Micro Nível.

Esta é utilizada na resolução de problemas com o desenvolvimento de uma solução no

nível do supersistema ou subsistema.

4. Padrões para Medição de Detecção em Sistemas

Esta é dedicada a resolver problemas com finalidade específica de detecção. Nesta

classe, há cinco subclasses com 17 padrões.

5. Regras para a Aplicação das Soluções Padrão

Esta se destina ao desenvolvimento da solução que irá satisfazer as demandas do

sistema ideal. Para o desenvolvimento de uma solução de alto nível, se faz necessária a

remoção de um conflito. Sua divisão baseia-se em cinco subclasses com 17 padrões.

A utilização das Soluções Padrão é realizada com base na modelagem gráfica realizado

pela Análise Campo-Substância e serve como uma recomendação genérica para

solução de problemas. Uma tabela com as Soluções Padrão é apresentada no ANEXO

B.

3.7.5. Análise Campo-Substância (Su-field)

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A Análise Campo-Substância (Su-Field Analysis) criada por Altshuller et al. (1789) é uma

ferramenta de modelagem gráfica das partes mais importantes dos sistemas ou

processos técnicos. Esta permite identificar o núcleo de um problema em particular a

partir de uma descrição rápida e simples dos subsistemas e suas respectivas interações.

(SAVRANSKY, 2000).

A TRIZ utiliza-se do termo substância (S) para se referir a um objeto material de qualquer

nível de complexidade, podendo abranger desde um simples elemento até um sistema

complexo. Os estados das substâncias incluem desde seus estados físicos (vácuo,

plasma, gás, líquido e sólido) estados compostos (aerossol, espuma, pó, gel, poroso)

onde são consideradas as características térmicas, elétricas, magnéticas, ópticas, entre

outras (isolantes térmicos, semicondutores, ferro magnetismo, luminescência, etc.). Um

nível hierárquico para utilização prática das substâncias pode ser apresentado como:

1. Substância reconhecida (por exemplo, uma camisa);

2. Substância minimamente tratada ou mais simples (por exemplo, fibras);

3. Supermoléculas (rede cristalina, polímeros, associação de moléculas);

4. Moléculas complexas;

5. Moléculas (por exemplo, NaCl);

6. Grupos funcionais ou estruturas parciais das moléculas ou grupos de átomos (por

exemplo,-OH);

7. Átomos (por exemplo, C, H, O);

8. Componentes atômicos (núcleo);

9. Partículas fundamentais (elétrons, nêutrons);

10. Subpartículas (quarks, gluões).

O termo campo (F), na TRIZ pode fornecer fluxos de energia, informações, forças,

interações, ou uma reação para realizar um efeito requerido. Dentre eles são

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considerados campos físicos: gravidade, eletromagnetismo, interações nucleares até

outros campos como os químicos, olfativos, acústicos, etc. A presença de um campo

assume sempre a presença de uma substância, uma vez que é uma fonte de campo.

Como o campo é uma forma de interação entre substâncias, energia e análise de campo

são consideradas iguais pela TRIZ.

Campo-Substância é o modelo do subsistema de um sistema técnico que compreende,

como regra geral, três componentes: duas substâncias e um campo geralmente. A

identificação das substâncias (S1e S2) depende da aplicação. Muitas vezes, S1 é um

produto ou um objeto bruto enquanto S2 representa uma ferramenta. No caso de

análises e modelagem de processos tecnológicos, os modelos geralmente mais eficazes

são aqueles que compreendem um componente substancial S1 e dois componentes de

campo F1 e F2, onde um campo representa a entrada e a saída do outro. Eles são

mostrados na Figura 3 por diferentes linhas de ligação. A Figura 3 demonstra os

possíveis tipos de interações.

Figura 3 - Conexões Campo-Substância (Adaptado de TERNINCO, 2000))

O campo substância pode ser graficamente representado por :

S1 S2

F

S

F2 F1

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Figura 4 - Campo-Substância (Adaptado de SAVRANSKY(2000))

O modelo de duas substâncias e um campo (parte esquerda da Figura 4) apresenta,

como uma regra, um subsistema de um sistema técnico, enquanto o modelo de dois

campos e uma substância (a parte direita da Figura 4) representa um subsistema de um

processo técnico).

A Análise Campo-Substância pode ser utilizada em conjuntos com as 76 Soluções

Padrão (ANEXO B) e com os efeitos científicos. Esta modelagem consiste de quatro

básicos modelos (TERNINCO, 2000):

1. Sistema completo e eficaz.

2. Sistema incompleto (requer a conclusão ou um novo sistema).

3. Sistema completo e ineficaz (requer melhoria para criar o efeito desejado).

4. Sistema completo e nocivo (requer a eliminação do efeito negativo).

Lev Shulyak (TERNINCO, 2000) apresenta o modelo para um sistema que tem como

objetivo a quebra de pedras a partir da utilização de um martelo com utilização do

fluxograma lógico da Figura 5 :

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Figura 5 -Fluxograma; como aplicar a ferramenta Campo-Substância

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Inicialmente, para a Identificação dos elementos, podemos pensar num sistema

contituido de duas substância S1 e S2, uma sendo o martelo como ferramenta e outra

sendo a matéria-prima pedra. Conforme Figura 6.

Função primária: quebrar a pedras em pedações uniformes

S1: Pedra; S2: Martelo pneumático(ferramenta)

Figura 6 - Martelo e Pedra (sem interações)

Pode-se perceber que por enquanto as duas substâncias sozinhas não são capazes de

realizar uma ação. É necessário Construir o Modelo a partir da ação de um campo

mecânico Fme que corresponde à energia pneumática pulsante sobre o martelo para

quebrar a pedra. Assim, a Figura 7 representa a construção do modelo.

Figura 7 – Martelo e Pedra (construção do modelo)

O próximo passa seria referente ao desempenho do sistema, que não será considerado

neste exemplo. Em seguida (Sistema efetivo?), se o sistema cumpre o resutlado

requerido, então o sistema é implementado. Entretanto, se o sistema não é efetivo ou

apresenta funções prejudiciais, deve ser feita uma consulta às Soluções Padrões a fim

de se buscar a solução para o sistema. Por exemplo, supondo que o sistema não seja

S1 S2

Martelo Pedra

S1 S2

Martelo Pedra

S1 S2

Martelo Pedra

S1 S2

Martelo Pedra

Fme Fme

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efetivo na quebra de pedras ou tenha como função prejudicial pequenos pedações de

pedras que são projetadas e perdidas ou mesmo o tamanho das particulas numa

dimensão menor do que a desejada (Figura 8)

Figura 8 – Martelo e Pedra (sistema não efetivo e sistema com funções prejudiciais)

As Soluções Padrão fornecem sugestões para adição /substituição de campos ou

substâncias a fim de se eliminar os efeitos prejudicais ou tornar o sistema efetivo. Após

várias tentativas, poder-se-ia modificar o sistema de diversas formas, como pela

utilização de um martelo mecânico, utilização de campos térmicos, tratamento químico

por uma substância que pudesse gerar campos químicos fim de se melhorar a função de

quebra, se esta é considerada como não efetiva, ou mesmo se fosse necessário eliminar

os efeitos prejudiciais. A Figura 9 demonstra a adição de uma substância química para

tornar um sistema efetivo e a adição de uma grade a fim de se eliminar os efeitos

prejudiciais pela etapa de se Desenvolver um conceito que suporte a solução.

S1 S2

Martelo Pedra

Fme

H(pedra pouco quebrada)

S1 S2

Martelo Pedra

Fme

H(pedras voadoras, peridas)

U (pedra quebrada)

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Figura 9 – Desenvolvimento do conceito de suporte à solução( sistema não efetivo e

sistema com funções danosas)

3.7.6. Métodos para Vencer a Inércia Psicológica

Um engenheiro, ao pensar sobre a solução de problema, naturalmente, tende a procurar

soluções já conhecidas em sua área de atuação ou relacionadas à sua experiência.

Dessa forma, esse comportamento automatizado ou mecânico o leva a inércia

psicológica que o limita a pensar de forma inovadora. A TRIZ apresenta o método das

pequeninas pessoas espertas como uma alternativa quando apenas o uso de heurísticas

não é suficiente para se chegar a solução de problemas, ou que é útil para se vencer a

barreira da inécia psicológica.

3.7.6.1. Método das Pequeninas Pessoas Espertas (PPE)

S1 S2

Martelo Pedra

S1 S2

Martelo

Pedra

S3 Grade de proteção

S1 S2

Martelo Pedra

Fme

S3

S2

S1

FCH Fme

Fme Fme

Tratamento com

ácido

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O Método das Pequeninas Pessoas Espertas (PPE) baseia-se na analogia pessoal

utilizada pelo método Synectics (Gordon, 1961). Altshuller (1979) sugeriu a utilização da

abstração de pequeninas pessoas as quais executariam as tarefas necessárias para a

solução do problema.

A seguir o exemplo demonstra a aplicação da teoria PPE (ZUSMAN; ZLOTIN)

Exemplo: Fusão de indução de óxidos metálicos

Para iniciar a fusão de indução de óxido de berílio, um material condutor deve ser

introduzido no sistema (o óxido de berílio é um material dielétrico podendo conduzir

eletricidade quando fundido). No entanto, o material condutor introduz impurezas

indesejáveis ao sistema.

A utilização do modelo de PPS pode ser aplicada como uma analogia de uma tripulação

de pequeninas pessoas num navio representando o óxido de berílio fundido. Por outras

“estranhas” pequeninas pessoas espertas representariam o material condutor utilizado

como o iniciador. A pergunta que faríamos seria: Como podemos nos livrar desses

estranhos ou torná-los não estranhos? Na verdade, existem duas formas de fazer a

população homogênea: removendo ou assimilando (convertendo) os pequeninos

estranhos.

Para evitar o problema, berílio puro pode ser utilizado como o material condutor. À

medida que a temperatura sobe, o metal puro é oxidado produzindo óxido de berílio,

enquanto que o material fundido se torna livre de impurezas.

3.7.7. Algoritmo para Solução de Problemas Inventivos (ARIZ)

O АRIZ é um programa para a análise e resolução passo a passo de problemas

inventivos. A primeira versão foi apresentada por Altshuller em 1959 (АRIZ-59). As

versões posteriores foram АRIZ-61, АRIZ-71, АRIZ-77 e ARIZ-85-C. A última

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modificação do ARIZ incluiu três componentes básicos: programa de apoio, informação e

métodos para o controle de fatores psicológicos(PETROV, 2005)

1. O programa ARIZ consiste em uma sequência de operações para a exposição e

solução de contradições: análise da situação inicial e seleção do problema a ser

resolvido, a síntese da solução; análise das soluções recebidas e seleção da melhor

alternativa; desenvolvimento de soluções recebidas; escolha das melhores soluções e

compactação do material para a melhoria dos métodos para a resolução de outros

problemas. A estrutura do programa e as leis para a sua execução são baseadas nas

leis e regularidades de desenvolvimento tecnológico.

2. Suporte de informações é fornecido a partir da base de conhecimento: inclui as

soluções padrão para a solução de problemas inventivos, os efeitos de engenharia

(química, física, biológica, matemático, e geométricos); métodos para a aplicação de

recursos da natureza e da tecnologia.

3. Métodos para o controle de fatores psicológicos: são resultado do fato de que o

programa ARIZ não se destina a computadores e que os problemas não se resolvem

automaticamente, mas com a ajuda de um ser humano. Assim, o solucionador de

problemas deve superar a inércia psicológica por meio do uso destes métodos que

permitem desenvolver a imaginação criativa necessária para a solução de complexos

problemas inventivos

Um modelo esquemático pode ser apresentado pela Figura 10.

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Figura 10 - Fluxograma do ARIZ (adaptado de DE CARVALHO(2007))

3.8. Últimas Pesquisas sobre TRIZ com Abordagem na Engenharia Química

Muitos estudos de caso de TRIZ aplicado à engenharia química ainda não estão

disponíveis no idioma inglês. (SRINIVASAN; KRASLAWSKI, 2006) abordam a utilização

da TRIZ modificada para tornar processos químicos mais seguros. FRESNER at el

(2010) abordam a TRIZ no projeto de tecnologias limpas. (ROBLES; NEGNY; LANN,

2008), (ROBLES; NEGNY; LANN, 2009) e (ROBLES at el, 2012) propõem a criação de

uma nova metodologia pela fusão da TRIZ com a CBR (Raciocínio Baseado em Casos)

com o intuito de acelerar o processo de inovação. A vantagem apresentada pela inclusão

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43

da CBR seria a de disponibilizar experiências passadas para a resolução de novos

problemas. (ROBLES; NEGNY; LANN, 2012) também apresentam uma proposta de

metodologia integrando TRIZ com método computacional para o projeto preliminar de

sistemas de inovação ecológica. Outro nome na pesquisa envolvendo TRIZ e

engenharia química é Jack Hipple, porém dois de seus últimos artigos sobre o tema não

estão disponíveis para a consulta.

3.8.1. Princípios Inventivos com Analogias à Engenharia Química

ROBLES (2005) propõe uma abordagem dos principios inventivos, exemplificando-os de

modo a favorecer sua aplicação na resolução de problemas inventivos relacionados á

engenharia química. Nos próximos subitens serão abordados todos os 40 princípios

inventivos com tais analogias.

Segmentação ou Fragmentação

a) Dividir um objeto em partes independentes

Antes de reagir ou se dissolver, uma fase sólida é fragmentada, a fim de se

aumentar a sua área específica.

Segmentação da zona reativa em um reator vertical para evitar atrito no leito

catalítico.

b) Fazer um objeto fácil de ser desmontado

Projetar um trocador de calor com placas desmontáveis para facilitar a limpeza.

Em um reator, a zona reativa pode ser desmembrada para viabilizar facilmente a

susbstituição do catalisador quando este se torna inativo.

c) Aumento do grau de fragmentação ou segmentação

Na simulação de processos, os métodos de gradeamento local adaptativo

permitem refinar a grade perto limite ou no loca do fenômeno.

d) Transição para o micro-nível

Redução do tamanho do equipamento com o micro e nanotecnologias: micro-

reator, micro-trocador de calor.

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Remoção ou Extração

a) Separar partes ou propriedade interferentes de um objeto, ou retirar apenas uma

parte necessária (ou propriedade de um objeto)

Em um triturador, é difícil produzir partículas sólidas com um tamanho uniforme,

assim, uma etapa de peneiramento elimina as partículas indesejáveis.

Na indústria química, muitos produtos devem apresentar um elevado grau de

pureza (como química fina, indústria farmacêutica entre outros),

consequentemente os subprodutos indesejados devem ser removidos. Muitas

técnicas podem ser aplicadas: destilação, extração com solvente, uso de

membranas especiais entre outras

Qualidade Localizada

a) Modificar a estrutura de um objeto de uniforme para não uniforme, alternando o

ambiente externo (ou influência externa) de uniforme para não uniforme.

O uso de gradiente (temperatura, pressão, concentração) em vez do uso de

parâmetros constantes: evaporador múltiplos efeitos (gradiente de pressão).

b) Prover melhores condições operacionais para um determinado objeto

Uso de vária fontes de alimentação no destilador (em diferentes posições)

c) Fazer com que diferentes partes de um objeto executem diferentes funções de

maneira útil

As duas extremidades de uma molécula de tenso-ativo têm propriedades opostas:

uma hidrofílica e lipofílica.

Assimetria

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a) Modificação da forma de um objeto a partir simétrico para assimétrico

Para melhorar a mistura, usar tanque assimétrico ou lâmina assimétrica num

tanque simétrico.

b) Se um objeto é assimétrico, aumentar seu grau de assimetria

Deformação da forma do desenho das paredes em tubos (superfície corrugada), a

fim de obter condições hidrodinâmicas que aumentam de transferência de massa.

A assimetria de ondulações é aumentada por alteração de suas características

geométricas.

Um forno elétrico tem eletrodos instalados de forma assimétrica permitindo, dessa

forma, o carregamento contínuo do minério e descarga de metal fundido.

Consolidação (Mesclando)

a) Aproximação (ou fusão) de objetos idênticos ou semelhantes, montagem de

partes idênticas ou semelhantes para execução operações paralelas

Feixe de tubos em um trocador de calor, a fim de se aumentar a transferência e

diminuir seu tamanho.

Agitação com várias lâminas idênticas.

b) Execução de operações contíguas ou paralelas utilizando-se de combinações

Este é o objetivo do processo de intensificação, por exemplo, na destilação

reativa.

Universalidade

a) Fazer com uma parte ou todo objeto execute múltiplas funções: eliminar a

necessidade de outras partes

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Intensificação do processo: fazer várias operações no mesmo equipamento em

vez de uma única Destilação reativa (reação e separação em uma mesma coluna,

em vez da utilização de um reator seguido de uma coluna de destilação).

Em um triturador com vários cilindros, os cilindros são utilizados para moer ao

mesmo tempo em que funcionam como resfriadores a fim de se evitar

superaquecimento do produto e do próprio cilindro.

Aninhamento (Boneca Nested)

a) Colocação de um objeto dentro de outro: Objetos são posicionados ou encaixados

um dentro do outro.

Abordagens modulares no desenvolvimento de softwares de simulação de

processos para engenharia química.

b) Fazer uma objeto ou sua parte passar através de uma cavidade contida em outro

objeto.

Injetores de gás em uma coluna de líquido de gás: o gás passa através dos furos

do distribuidor

Princípio do trocador de calor: tanto correntes frias quanto correntes quentes

passam através de tubos (um internamente e outro externamente) para trocar com

outro fluxo.

Contrapeso

a) Para compensar o peso de um objeto, conecte ou mescle-o a objetos que

forneçam um contrapeso

Utilização de agente espumante a fim de se elevar à superfície partículas sólidas

suspensas no liquido. Inversamente, a adição de agentes coagulantes promove a

aglomeração e decantação de partículas sólidas suspensas no liquido.

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b) A fim de se contrabalançar o peso de um objeto, faça-o interagir com o meio

ambiente pela utilização da aerodinâmica, hidrodinâmica, empuxo entre outras forças

Um sólido é colocado em suspensão por um fluxo de liquido ou gás : air lift (gás

ou líquido) ou fluidização.

Compensação Prévia

a) Se for necessário executar açoes com efeitos tanto nocivos quanto benéficos

simultaneamente, tais ações devem ser substituídas por ações compensativas a fim de

se controlar os efeitos nocivos

Num reator, para muitas reações químicas, com aumento de temperatura

aumenta-se o rendimento. Por outro lado, a temperatura demasiadamente

elevada poder fazer com que a reação saia fora de controle pela formação de

subproduto ou por consequencias oriundas do produto principal. A fim de se evitar

este efeito prejudicial, o excesso de energia é removido através da utilização de

um sistema de arrefecimento.

b) Criar “stress” de antemão num objeto para que atue em oposição a um efeito

indesejável de “stress” de trabalho posteriormente

Preparar um sistema com agentes inibidores a fim de se evitar corrosão.

Ação Prévia

a) Execute, antes que seja necessária, a mudança desejada de um objeto

(completamente ou parcialmente)

Pré-aquecimento do fluxo antes de entrada em operação da unidade (reator,

separador entre outros)

Inicialização da cristalização.

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Na fabricação de tinta, algumas qualidades de tinta necessitam que sejam

quebrados os aglomerados em um pré-triturador de menor consumo energético

antes serem colocadas num triturador final para que se obtenha as características

desejadas no material.

b) PPré-organizar os objetos ou matérias primas para que possam entrar em ação a

partir do lugar mais conveniente, evitando desta forma, a perda de tempo na entrega do

produto

Agendamento e programação da produção

Amortecimento Prévio

a) Preparar antecipadamente meios de emergência para compensar relativamente a

baixa confiabilidade de um objeto

Em sistemas de condução de calor com sais, a tubulação deve ser pré-aquecida

para evitar a cristalização.

Colocar um sistema de parada de emergência num determinado processo.

Equipotencialidade

a) Em um campo potencial, limitar mudanças de posição (por exemplo: condições de

funcionamento de mudança para eliminar a necessidade de elevar ou abaixar objetos no

campo gravitacional)

Trabalhar em condições de funcionamento sem gradientes: isotermas, linhas

isobáricas

Inversão

a) Inverter a ação utilizada para resolver o problema (por exemplo: ao invés de

promover o resfriamento um objeto, aqueça-o)

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Na dessalinização da água, para produzir água pura, um processo comum é usar

a evaporação. No entanto, outro processo consiste em congelar a água do mar

para criar cristais puros gelo-água

b) Faça com partes móveis se tornem (do ambiente externo) fixas, e partes fixas se

tornem móveis

Viscosímetro Couette: viscosímetro com dois cilindros coaxiais. Existem dois

modos de operação: um dos cilindros está se movendo a uma velocidade

constante e seu par viscoso é medido, inversamente, um dos cilindros pode

mover-se sob a ação de um par e sua velocidade é medida. O cilindro interno ou

externo pode girar.

c) Gire o objeto (ou processo) "de cabeça para baixo “

Destilação Batelada Invertida: na coluna convencional de destilação batelada, a

alimentação é carregada para o destilador enquanto que os produtos são retirados

sequencialmente a partir do topo, de acordo com as suas volatilidades relativas.

Na destilação batelada invertida, a alimentação é carregada no topo enquanto que

o produto é retirado do fundo da coluna.

Recurvação

a) Em vez da utilização de peças retilíneas, de superfícies ou de outras formas,

utilize as formas curvilíneas; passando de superfícies planas para as esféricas, a partir

de peças cúbicas (paralelepípedo) para estruturas esféricas

Em um reator LPCVD (Low Pressure Chemical Vapor Deposition) alterar o reator

vertical (ou horizontal) por um anelar a fim de diminuir zona estagnada e exaustão

progressiva de reagente.

b) Use rolos, bolas, espirais, abóbadas

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Calandragem: filmes, folhas, fabricação de placas por laminação de uma matéria

termoplástica entre vários cilindros paralelos (os cilindros achatam o material).

Triturador com bolas ou trituradores com três cilindros.

c) Mude de movimentos lineares para movimentos rotativos. Utilizar forças

centrífugas

Coloque ciclone na entrada do decantador de hidrocarboneto de (nas etapas de

exploração de campos petrolíferos) para eliminar partículas sólidas antes do

processo de decantação.

Principio do forno rotativo.

Dinamização

a) Permitir (ou projetar) as características de um objeto, ambiente externo, para

operá-lo em condições ótimas de operação.

Diferentes políticas de refluxo em destilação batelada: refluxo variável, refluxo por

etapas.

b) Dividir um objeto em partes capazes de executar movimentos relativos entre si

Tanque com uma haste de agitação.

c) Se um objeto (ou processo) é rígido ou inflexível, torne-o móvel ou adaptativo.

Uma adaptação de grade (em movimento) durante o desenvolvimento de uma

simulação: por exemplo, no balanço populacional a tamanho da distribuição evolui

de acordo com a agregação ou separação.

Ações Parciais ou Excessivas

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Se 100% de um objeto é dificilmente atingido pela utilização de um determinado método

de solução, tente utilizar “um pouco menos” ou “um pouco mais” do referido método.

Dessa forma, o problema pode ser mais facilmente resolvido.

Transição Para Uma Nova Dimensão

a) Se um objeto se move em uma única dimensão, faça-o mover em duas ou três

dimensões.

Em alguns casos, utilize colunas de empacotamento interno para distribuir o

liquido por toda coluna em vez de se utilizar um fluxo de filme na parede.

b) Utilize os objetos numa configuração de vários andares em vez de um único andar

Trocador de calor com feixe de tubos em vez de um único tubo.

Utilize várias operações em paralelo a fim de se aumentar a produção: eletrolisar

células em paralelo para produção de ozônio

c) Inclinar ou reorientar o objeto, fazê-lo inclinar ou reorientar o objeto, arranjá-lo em

seu próprio lado

Evaporador com tubos inclinados

Turbina com laminas inclinadas: moderação na tensão de cisalhamento, melhor

capacidade de circulação para o ajuste em suspensão de um sólido.

d) Utilize o outro lado de uma dada área

Utilização da parede externa do reator a fim de se trazer ou evacuar calor.

Vibração Mecânica

a) Faça um objeto oscilar ou vibrar

Oscilando ou vibrando peneiras.

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b) Aumento de freqüência (mesmo até o ultra-som)

Pó distribuidor, máquina de triagem de vibração.

Utilização de ultra-som para a precipitação a fim de se obter partículas menores e

um melhor controle de distribuição de tamanho.

c) Utilizar frequência de ressonância de um objeto

Caracterização do sólido por ressonância magnética nuclear.

d) Utilizar vibradores piezo elétricos em vez de mecânicos

Alguns reômetros aumentam a sua escala de frequências através da utilização de

vibradores de rotação piezelétrica: isto permite a medição da característica visco

elástica do fluido.

e) Utilização de combinações de oscilações eletromagnéticas com ultra-sônicas

Mistura de ligas em um forno de indução

Ação Periódica

a) Em vez de ações contínuas, use ações periódicas ou pulsantes

Em uma coluna de extração líquido-líquido, a circulação do líquido é movida por

um pistão pulsante.

b) Se uma ação já é periódica, altere a magnitude periódica ou freqüência

Frequência de mudança para um pistão pulsante em uma coluna de extração

líquido-líquido.

Em uma coluna de destilação piloto, o refluxo é assegurado por um sistema

pneumático que direciona líquido (em cima) para a coluna ou para o destilado. A

razão de tempo entre as duas posições fornece a taxa de refluxo. Por

conseguinte, a frequência (parâmetro operacional importante) de refluxo (entre as

duas posições) é alterada com a modificação de vezes.

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c) Use as pausas entre os impulsos para realizar uma ação diferente

Em uma produção em bateladas, o período de inatividade dos equipamentos é

aproveitado para a limpeza ou execução de um novo lote produtivo.

Continuidade da Ação Útil

a) Operação em modo contínuo: fazer com todas as partes de um objeto funcione

com capacidade total

Alimentar continuamente uma determinada operação unitária (reator, coluna de

destilação) em vez de se utilizar de condições de operação em batelada.

Em determinado processo, executar as operações gargalo continuamente.

b) Eliminação de todas as ações ociosas ou intermitentes ou trabalhos

Aceleração

a) Conduzir processos ou certas etapas em alta velocidade (por exemplo:

operações perigosas ou nocivas)

Utilização de catalisador a fim de se acelerar a reação química e evitar a formação

de subprodutos

Na produção de filmes plásticos, estes são cortados com um sistema de alta

temperatura.

A operação de corte deve ser mais rápida que propagação de calor no plástico a

fim de se evitar sua deformação.

Em alguns métodos numéricos, a velocidade de convergência é acelerada a fim

de se diminuir o tempo processamento de cálculos computacionais.

Transformação de Prejuízo em Lucro

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a) Utilize os fatores prejudiciais (principalmente, os efeitos nocivos do meio ambiente

ou circundantes) a fim de se alcançar um efeito positivo.

Recicle o produto residual de um processo como matéria-prima para outro

processo: usar resíduos de calor para produzir vapor de água, uso de lixo

doméstico para produção de energia.

b) Eliminar uma ação primária prejudicial a partir da adição de outra ação prejudicial

a fim de se resolver o problema

c) Ampliar um fator prejudicial para um grau tal que este se torne não prejudicial

Na produção de sal, o sal do mar é limpo com água, sendo assim purificado. A

principal desvantagem é que o sal do mar é dissolvido em água. Dessa forma,

água de limpeza é saturada com sal para dissolver apenas as impurezas.

Retro Alimentação

a) Introduzir “realimentação” para melhorar um processo ou ação

Processo de regulamentação.

b) Se uma realimentação já é usada, alterar sua magnitude ou influência

Modificar a ordem de temperatura em um regulador de temperatura.

Mediação

a) Use um transportador ou processo intermediário

Use um fluido condutor de calor para conduzir o calor de sua produção para a

unidade de operação (uso de calor).

b) Mesclar um objeto temporariamente com outro (que pode ser facilmente

removido)

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Utilize a técnica de separação de solvente para extrair um constituinte de uma

mistura. Em seguida, o componente e o solvente são separados, obtendo-se um

constituinte puro de um lado e solvente reciclado no outro lado.

Autosserviço

a) Fazer um objeto se auto-servir pela realização de funções auxiliares úteis

Utilizar o calor produzido por uma reação química para acelerar a cinética da

mesma reação.

b) Usar os resíduos energéticos e materiais

Princípio da reciclagem no processo químico de Engenharia.

Recuperação de calor no processo.

Utilização da lama da estação de tratamento de água como adubo.

Cópia

a) Em vez do uso de objetos indisponíveis, caros e frágeis, use objetos mais

simples e cópias baratas

Uso de realidade virtual no processo, em vez de testes reais: na formação do

operador ou na mudança de condições de operacionais de funcionamento

b) Substituir um objeto, ou processo por cópias ópticas

Uso de imagens (e tratamento de imagem) para medir a dimensão de partículas

(para determinar a distribuição de partículas) ou medida para aferir características

de fluxo: técnica Velocimetria por Imagem de Partículas (PIV) .

c) Se as cópias visíveis já são utilizadas, use de cópias com comprimentos de onda

na região de infravermelho ou ultravioleta.

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Utilizar imagens infravermelhas a fim de se detectar fontes de calor ou se medir

temperaturas.

Uso e Descarte

a) Substituir um objeto caro com um múltiplo de objetos de baixo custo que possa

abranger certa qualidade (como vida útil, por exemplo)

Substituição de Meios Mecânicos

a) Substituir um meio mecânico por meios sensoriais (óptica,paladar, cheiro ou

acústica)

Ultra-som para criar emulsão em vez de mistura mecânica.

b) Utilização campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na interação com o

objeto

Aquecimento por indução com um campo magnético variável para aquecer uma

mistura.

c) Mudança de campos estáticos para móveis ou a partir de campos não

estruturados para estruturados

Campo potencial com migração de íons em uma célula eletroquímica.

d) Utilizar campos em conjunto com partículas ativadas por tais campos (por

exemplo, partículas ferro magnéticas)

Triagem magnética: um campo magnético é usado para separar componentes não

magnéticos de componentes magnéticos em uma mistura sólida (como ferro,

cobalto, etc.).

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Construção Pneumática ou Hidráulica

a) Utilizar gás e partes líquidas de um objeto, em vez de elementos sólidos (por

exemplo, material inflável ou preenchido com líquidos, almofadas de ar, hidrostática,

sistemas hidro-reativos)

Em termos de energia, utilização de células de combustível (líquido e gás) em vez

de minérios de urânio.

Uso de Filmes Finos e Membranas Flexíveis

a) Use membranas flexíveis e filmes finos em vez de estruturas tridimensionais

Separação por osmose inversa

Separação pervaporação

b) Isolar o objeto a partir do ambiente externo usando membranas flexíveis e filmes

finos

Para evitar a corrosão, os metais são protegidos com filmes finos.

Uso de Materiais Porosos

a) Produzir um objeto poroso ou adicionar elementos porosos (pastilhas,

revestimentos, etc.)

Para aumentar a superfície ativa de um catalisador sólido, este é produzido de

forma porosa

b) Se um objeto já é poroso, use os poros para introduzir uma função ou substância

útil

Armazenamento de hidrogênio com carbono ativo ou nano tubos de carbono ou

nano fibras (hidrogênio é adsorvido sobre a superfície sólida)

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Na destilação, o uso de anéis de recheio dentro da coluna atua como um meio de

distribuição de líquidos melhorando, assim, a transferência de massa. Na

destilação reativa um catalisador é colocado junto aos recheios (empacotamento

catalítico).

Mudança de Cor

a) Alteração da cor de um objeto ou de seu ambiente externo

Para tirar foto com uma câmera que só detecta a luz fluorescente, uma coloração

(roda mina) é adicionada à mistura para medir a temperatura (intensidade

fluorescente depende da temperatura)

b) Alteração da transparência de um objeto ou de seu ambiente externo

Parede do tanque transparente para facilitar a filmagem da câmera durante a

medição de velocidade da imagem das partículas

c) A fim de melhorar observabilidade das coisas que são difíceis de ver, usar aditivos

coloridos ou elementos luminescentes

Riboflavina, alumínio, dióxido de titânio são aditivos coloridos adicionados

produtos farmacêuticos ou de gêneros alimentícios.

d) Átomos que podem ser identificados

A utilização de traços de uma substância radioativa para determinação da

distribuição do tempo de residência

Homogeneidade

a) Promover a interação de materiais de propriedades iguais ou semelhantes

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Quando uma barra de vibração transmite ondas de ultra-som ao aço fundido, as

barras perdem parte de sua substância. Para evitar a poluição, a barra utilizada

possui a mesma composição do aço fundido.

Para se derreter o oxigênio congelado, introduz-se vapor de oxigênio.

Descarte e Regeneração

a) Fazer com que partes de um objeto sejam descartadas quando tiverem cumprido

determinada função (descarte por dissolução, evaporação, etc.) ou mesmo sejam

modificadas durante a operação

Na extração líquido-líquido: regeneração do solvente

b) Contrariamente, restaurar peças consumíveis de um objeto diretamente em

operação

Regeneração absorvente pela utilização de infravermelho (tratamento do ar).

Mudança de Parâmetros e Propriedades

a) Mudança do estado físico de um objeto

Cristalizar um componente de uma mistura para facilitar a sua separação

Extrair um dos constituintes de uma mistura líquida, sob estado gasoso

b) Alterar a concentração ou consistência

Para prevenir a corrosão, diminuir a concentração de oxigênio dissolvido na água

(sua ação danosa is proporcional à sua concentração)

c) Alteração do grau de flexibilidade

d) Mudança de temperatura (ou pressão)

Aquecimento alimentação de entrada de um equipamento

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Alterar o nível da pressão de funcionamento para facilitar a separação de uma

mistura de multicomponentes.

Mudança de Fase

a) Utilização dos fenômenos que ocorrem durante as transições de fase (por

exemplo, alterações de volume, perda ou a absorção de calor, etc.)

Energia trocada durante a evaporação e condensação: bomba de calor.

Expansão Térmica

a) Utilização da dilatação térmica (ou contração) de materiais

Injeção de polímeros ou injeção de sopro (ou extrusão de sopro). O material

polimérico toma a forma do molde antes de ser resfriado

b) Se a expansão térmica ocorre, utilize-se de vários materiais com diferentes

coeficientes de expansão térmica

Uso de Oxidantes Fortes

a) Substituição do ar comum por ar enriquecido com oxigênio

Conversores de cobre ou níquel usam oxigênio como agente oxidante. Quanto

maior a concentração de oxigênio do ar, maior é a taxa de conversão e menor é o

volume de gás reciclado.

b) Substitua o ar enriquecido por oxigênio puro

No tratamento de águas residuais, oxigênio puro ou gás enriquecido com oxigênio

são utilizados em vez de ar a fim de tratar a elevada concentração de poluentes

de carbono orgânico

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c) Uso de oxigênio ionizado

O oxigênio é utilizado na produção de ozônio para o tratamento de água (

produção de oxigênio ozonizado)

d) Substituição de oxigênio ozonizado (ou ionizado) por ozônio

Uso de ozônio para a desinfecção de água potável

Tratamento de cheiro por oxidação avançada por ozonização.

Uso de Atmosfera Inerte

a) Substituir um ambiente normal por outro inerte

A fim de se evitar explosão química de determinado produto (devido à presença

de oxigênio), os equipamento são dispostos sob atmosfera inerte (geralmente

atmosfera de nitrogênio)

b) Adicionar partes neutras, ou aditivos inertes num objeto

Evaporação sob vácuo: esta condição de operação permite a evaporação da

mistura que pode ser deteriorada em altas temperatura. Além disso, o taxa de

evaporação é aumentada enquanto a pressão de aquecimento é reduzida

A destilação é usada para separar diferentes componentes mas, em alguns casos,

estes componentes interagem uns com os outros formando azeótropos que

limitam o âmbito da separação. Por esta razão um outro componente (arrastador)

é adicionado à mistura para permitir uma separação mais eficiente.

Materiais Compósitos

a) Mudança do material de uniforme para compósito (múltiplos materiais)

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Utilização de materiais compósitos (em vez de aço) para tanques de alta pressão,

armazenamento e transporte de gás industrial, tratamento de água (resistência à

corrosão). Obtenção de melhor longevidade contra ataques provocados pelo fluido

ou meio ambiente.

3.9. TRIZ Combinada Com Outras Ferramentas

Muita pesquisa tendo sindo relizada utilizando-se da combinação da TRIZ com outras

teorias. Verifica-se nos últimos dez anos que a TRIZ tem sido integrada a outras

metodologias heurísticas e sistemáticas como por exemplo à CBR (Raciocínio Baseado

em Casos), como também tem sido combinada com outras metodologias de qualidade e

produtividade como o Lean 6-Sigma (ZHAO, 2005) e Teoria das Constrições (TOC)

(DOMB; RANTANEN, 2008) para resolução de problemas relacionados à engenharia de

produção. Pesquisas e propostas de novas metodologias pela análise de diferentes

combinações metodológicas nesta área ainda podem ser desenvolvidas ou melhoradas.

3.10. TRIZ e Sua Utilização no Meio Corporativo

Atualmente muitas empresas vêm utilizando a TRIZ como teoria de suporte à pesquisa e

desenvolvimento (P&D). Moreira (2004) cita a utilização da TRIZ por em empresas de

grande porte como Ford, Procter & Gamble e 3M. (JANA, 2006) cita outras empresas

como Boeing, Hewlett Packard, IBM, Motorola, Raytheon, Xerox entre outras empresas

menos conhecidas. MOEHRLE (2005) fez uma pesquisa a fim de identificar as principais

ferramentas da TRIZ utilizadas na indústria. A partir desta pesquisa, MOEHRLE (2005)

verificou, pela a análise de mais de 40 aplicações da TRIZ, que nenhumas das empresas

se utilizaram de todas suas ferramenta. Dentro das ferramentas mais utilizadas por

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ordem crescente de aplicação estão a TRIZ básica, os conceitos de Recursos e

Idealidade dos Sistemas e a Análise Campo-Substância. Dessa forma MOEHRLE

(2005) sugeriu que os treinamentos sobre TRIZ fossem focados nas ferramentas mais

utilizadas pelo alto nível de praticidade das mesmas.

Já no Brasil, DE CARVALHO (2007) é o especialista com maior experiência em TRIZ.

Este também apresentou a compilação de uma nova teoria chamada Ideatriz para

geração de ideias. Vale lembrar que a TRIZ ainda é pouco difundida no Brasil e que

programas de treinamento devem ser divulgados para sua disseminação em território

brasileiro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.1. Considerações Sobre as Ferramentas de Pesquisa e Base de Dados

Disponível para Consulta

As ferramentas de busca da internet Google e pesquisa científica Google Scholar e ISI

Web of Science foram utilizadas na pesquisa para levantamento de informações sobre a

TRIZ nas duas ultimas décadas.

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Gráfico 1 - Resultados retornados pelas ferramentas de pesquisa

Foi utilizada a entrada TRIZ + theory of inventive solving problem para conteúdo em

Inglês, idioma o qual possui um conteúdo mais elaborado e acessível a fim de se melhor

refinar os resultados obtidos pelo uso das duas primeiras ferramentas de pesquisa,

enquanto para a Web of Science apenas o termo TRIZ foi suficiente para obtenção dos

resultados relacionados ao assunto requerido. A partir do Gráfico 1, que representa os

resultados obtidos durante a pesquisa, nota-se que grande parte do material da TRIZ

está contido no meio não científico.

A fim de se obter artigos para consulta de melhor qualidade (científica), a busca foi

inicialmente focada no ISI Web of Science. Para isto a pesquisa buscou-se localizar

artigos que abrangessem a TRIZ e sua aplicação na engenharia química, no entanto,

apenas poucos artigos disponíveis para a consulta foram retornados, conforme

demonstra o Gráfico 2.

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65

Gráfico 2 - Resultados retornados pelo ISI Web of Science.

A leitura e análise dos artigos encontrados pela base ISI Web of Science demonstrou

alguns artigos com abordagem no meio acadêmico internacional envolvendo a TRIZ e

engenharia química nos últimos anos, conforme abordado no item 3.8. No entanto os

artigos retornados não demonstram detalhadamente o processo de utilização e aplicação

da teoria para exemplificação e utilização de exemplos que pudessem demonstrar o uso

das ferramentas da TRIZ aplicadas à engenharia química de forma clara e elucidativa.

Entretanto, uma análise generalista destes artigos demonstrou que a TRIZ combinada

com a engenharia química tem sido usada na modelagem de sistemas de tecnologia

limpa ou sustentável nos últimos de anos.

Por outro, esse resultado pode não representar a realidade de aplicações da TRIZ na

engenharia química, considerando que a utilização da TRIZ no ocidente é recente

(apenas os últimos 20 anos publicação há produção de artigos no idioma inglês), e

grande parte dos estudos de casos e aplicações estão restritos ao idioma russo, o que

inviabilizou a consulta de muito material potencialmente relevante.

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66

.

4.1.2. Considerações Sobre a Base Teórica da TRIZ

A TRIZ possui uma base teórica bem fundamentada, sendo muito mais do que apenas

uma teoria heurística uma vez que possui uma abordagem teórica que permite um

entendimento aprofundado da situação problemática. Como as heurísticas da TRIZ

foram deduzidas do banco de dados de patentes tecnológicas, tem-se confiabilidade e

credibilidade na sua utilização e aplicação.

A conceptualização das contradições permite que o solucionador de problemas entenda

objetivamente quais parâmetros ou características devem ser, de fato, estudados e

compreendidos. Esta interpretação permite que se previna a resolução de um problema

em detrimento de outras características também importantes.

Já o estudo da idealidade dos sistemas possibilita que um sistema técnico torne-se mais

confiável, simples e efetivo durante seu tempo de vida. Mesmo que a idealidade seja

impossível de ser alcançada na prática, pois um sistema não consegue realizar funções

úteis sem gerar funções danosas e sem gasto de energia, a idealidade limita o estado da

técnica real demonstrando quais são as melhores configurações dos parâmetros e

funções de um sistema. A idealidade pode ser alcançada pelo melhor aproveitamento

dos recursos existentes, tanto internos como externos ao sistema. Finalmente, podemos

concluir que ao analisar um problema de forma ideal, conseguimos vencer as barreiras

exercidas pela inércia psicológica (MOREIRA (2004)).

O conhecimento das formas recursos permite a identificação dos recursos disponíveis

que podem ser utilizados ou modificados com o intuito de ajudar a encontrar formas de

resolver as contradições do problema (RANTANEN; DOMB, 2008). Assim a partir da

fundamentação e classificação dos recursos por meio da TRIZ, o solucionador de

problema se torna capaz de visualizar e usar possibilidades de recursos que antes não

eram identificadas.

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67

O estudo da evolução das técnicas e sistemas tecnológicos é extremamente importante,

pois permite tanto identificar a presente situação quanto prever as futuras características

e parâmetros dos sistemas técnicos (SAVRANSKY, 2000). Dessa forma, seu

conhecimento e entendimento permite que o projeto de sistemas técnicos seja realizado

visando prover condições pra a sua evolução.

Em síntese a compreensão combinada da base teórica da TRIZ: heurísticas do fundo de

patentes; resolução de contradições; análise de recursos; busca pela idealidade dos

sistemas e estudo da evolução das técnicas permite que solucionador de problemas

obtenha um maior entendimento do contexto do problema em questão.

4.1.3. Considerações Sobre as Ferramentas da TRIZ

Na abordagem dos Princípios Inventivos, percebi que estes muitas vezes parecem

inutilizáveis ou mesmo muito genéricos, impossibilitando dessa forma que possam ser

utilizados e aproveitados da melhor maneira possível como dicas na resolução das

contradições. Uma plausível explicação seria provavelmente a minha falta de experiência

na resolução de problemas inventivos. Por outro lado abordagem de ROBLES (2005)

demonstra de maneira elucidativa os princípios inventivos com analogia à engenharia

química. Esta análise aproxima a TRIZ das soluções análogas encontradas na tecnologia

química tornando os princípios inventivos melhor compreendidos e menos genéricos.

De forma análoga aos Princípios Inventivos, as 76 Soluções Padrões podem soar muito

genéricas para serem aplicadas efetivamente (SAVRANSKY, 2000). Por outro lado, a

verificação da efetividade da aplicação das heurísticas com as analogias à engenharia

química ainda está por ser testada diante dos problemas que estão por vir em minha

carreira de engenheiro que se inicia daqui em diante. Fica também, uma sugestão para

pesquisas futuras que busquem avaliar a efetividade da abordagem de tais princípios

nos problemas inventivos envolvendo a engenharia química.

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O Método das Separações é uma ferramenta extremamente importante pois permite que

as contradições sejam resolvidas de forma objetiva mostrando e clarificando em quais

circunstâncias um determinado parâmetro ou característica é necessário .

Os Efeitos Científicos demonstram como a ciência pode ser aplicada de forma a produzir

resultados requeridos em sistemas técnicos. Considerando que os estudantes de

engenharia não são ensinados a aplicar seus conhecimentos científicos praticamente,

esta abordagem pode auxiliar o engenheiro na aplicação de funções requeridas por um

sistema técnico.

A Análise Campo-Substância é uma das ferramentas mais poderosas da TRIZ, pois

combina a resolução das contradições com modelamento gráfico dos sistemas técnicos,

ainda com suporte das Soluções Padrão e Efeitos Científicos. Dessa forma, ela permite

que se tenha uma visão completa do sistema técnico, permitindo que este seja

analisado, modificado e melhorado.

O Método das Pequeninas Pessoas Espertas (PPE) aumenta o grau de empatia das

pessoas com relação à situação problemática, possibilitando dessa forma que a inércia

psicológica seja vencida. Embora este tipo de abordagem soe um tanto quanto infantil e

simples, Altshuller baseou-se em justificativas empíricas para a formulação desse

modelo.

A ARIZ não foi abordada neste trabalho de forma específica e com exemplos práticos

devido à necessidade de um estudo dispendioso mais aprofundado a fim de se

demonstrar detalhadamente todas suas etapas lógicas. De acordo os resultados obtidos

por MOEHRLE (2005), o ARIZ é umas das metodologias menos utilizadas pelas

empresas, demonstrando que, a principio, as outras ferramentas já apresentadas são,

por hora, suficientes para uma primeira abordagem da TRIZ.

4.1.4. Vantagem da TRIZ Sobre Outros Métodos

Os métodos intuitivos como Brainstorming, Checklist, Lateral Thinking e Synetics

embora apresentem mecanismos para vencer a inércia psicológica e gerar soluções a

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partir de uma nova visão do estímulo ao pensamento criativo, não fornecem uma

pesquisa objetiva por soluções além de não permitem que a experiência obtida com a

solução de problemas já resolvidos sejam transferidas e utilizadas em problemas futuros

(ORLOF, 2006)

Já Método Morfológico que está na categoria de método sistemático, apesar de se

utilizar de procedimentos de análise lógica e transformação do problema em partes

menores, ainda com possibilidades de obtenção de soluções alternativas, apresenta

como principal desvantagem a dificuldade derivada do grande número de possibilidades

e combinações de parâmetros que geram as soluções. Estes parâmetros, ainda, correm

o risco de serem definidos erroneamente (ORLOF, 2006)

Quando comparamos a TRIZ que é baseada no método heurístico com outras

metodologias ou ferramentas para ativação da criatividade e resolução de problemas

atualmente utilizadas, percebemos que a TRIZ apresenta diversas vantagens sobre as

demais, pois apresenta uma estrutura orientada ao objetivo do problema, utiliza teoria de

suporte e métodos de modelagem de sistemas técnicos e heurísticas e lança mão de

algoritmos lógicos que permitem a reprodutibilidade do resultado alcançado, ainda

buscando evitar a inércia psicológica. Além disso, a TRIZ proporciona a importante

característica de permitir progressivas reformulações dos problemas e contradições,

considerando-se que um problema bem resolvido é um problema bem declarado.

(SAVRANSKY, 2000)

4.1.5. Deficiências da TRIZ

ZUSMAN e ZLOTIN em 1989 apontaram algumas deficiências da TRIZ, fundamentadas

na experiência que tiveram com o seu ensino, tais como:

Falta de rigor na aplicação da metodologia devido à negligência em se

documentar as habilidades analíticas requeridas para utilização efetiva da

metodologia.

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Nem toda a base de conhecimento da TRIZ havia sido documentada e tornada

disponível para uso e estudo.

Carência de um sistema integrado com todas as ferramentas desenvolvidas

Dificuldade para saber de quais ferramentas se utilizar durante o tratamento de

diferentes tipos de problemas.

As ferramentas da TRIZ deixavam de abranger todas as fases da resolução de

problemas. Havia a necessidade da tradução e reformulação do problema em

termos da linguagem TRIZ.

Como resultado destas limitações, o tempo para aprendizado e utilização efetiva da TRIZ

leva em torno de 100 e 250 horas sendo ainda necessário uma prática extensiva de 1 a 5

anos ara se obter autossuficiência na utilização da metodologia, inviabilizando, pois, sua

disponibilização para as massas (ZUSMAN e ZLOTIN).

A fim de contornar as limitações da TRIZ, ZUSMAN e ZLOTIN propõem uma versão

melhorada denominada I-TRIZ que em síntese abrange um melhor sistema para

identificação, formulação e definição dos problemas, suporte para utilização das

ferramentas adequadas a cada tipo de problema, a avaliação e planejamento da

implementação das soluções obtidas e utilização de uma base informatizada.

4.1.6. Exemplos Utilizados na Apresentação da Base Teórica da TRIZ e Suas

Ferramentas

Como o objetivo da pesquisa foi o de mostrar uma relação mais próxima possível da

TRIZ com a engenharia química que é a principal área de formação dos engenheiros da

Escola de Engenharia de Lorena EEL-USP, busquei apresentar exemplos e analogias

relacionados à engenharia química a fim de exemplificar a TRIZ. Muito embora se tenha

encontrado abordagens da TRIZ na engenharia química nos últimos anos, estas se

referiam a metodologias novas ou adaptadas desenvolvidas a partir do uso da TRIZ

combinada com outras metodologias, tornando-se, assim, impraticável a utilização dos

casos como exemplificação da TRIZ. Partindo deste ponto, pude perceber certo grau de

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71

dificuldade para encontrar um conteúdo que pudesse demonstrar exemplos práticos e

explicativos de inovações na tecnologia química nos livros didáticos da TRIZ uma vez

que grande parte dos exemplos era relacionada à engenharia mecânica ou eletrônica. A

fim de se contornar este problema, busquei trazer exemplos ou situações problemáticas

de minha própria experiência acadêmica (problemas de engenharia química) para

elucidar e aproximar a TRIZ da engenharia química. Dessa forma, os exemplos

demonstrados nos itens Recursos, Contradições e Métodos de Separação foram

adaptados com a base teórica obtida dos materiais consultados.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do presente trabalho pude perceber que a TRIZ é realmente uma teoria

extremamente útil para a resolução de problemas não rotineiros, apresentando muito

mais vantagens quando comparada com os métodos intuitivos e sistemáticos. A TRIZ

direciona o solucionador de problemas para caminhos que o levam a pensar sobre a

solução dos problemas de forma lógica eliminado assim as contradições neste caminho,

permitindo ainda que os resultados sejam reproduzidos. Muito embora a TRIZ direcione

o solucionador de problemas para o caminho das soluções inventivas através de seu

eficiente conjunto de ferramentas, esta não é capaz de fazer com que os solucionadores

de problemas pensem de forma criativa. Por outro lado, para que se possa usufruir da

TRIZ de maneira significativa, se faz necessário um aprofundado conhecimento

específico em determinada área e muita prática em sua aplicação, o que torna a etapa

inicial de aprendizagem da teoria uma tarefa árdua.

A partir da realização desde trabalho, gostaria de sugerir pesquisas futuras que utilizem

a TRIZ como ferramenta para modelagem de sistemas biotecnológicos pesquisados na

Escola de Engenharia de Lorena USP, tais como sistemas técnicos relacionados à

produção de biocombustível e ao reaproveitamento do bagaço. A utilização da Análise

Campo-Substância nestes processos pode levar a uma maior visualização das

possibilidades de melhorias e evolução de seus sistemas técnicos. A TRIZ aplicada à

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biotecnologia é ainda recente. Assim, mais pesquisas sobre o tema são necessárias

(MANN; VINCENT, 2002)

Finalmente, gostaria de sugerir que a TRIZ fosse abordada nos cursos da EEL. Dessa

forma, os engenheiros poderiam receber uma bagagem mais ampla para cumprir sua tão

demandada função de solucionador de problemas, deixando, pois, de ficarem limitados a

resolver apenas problemas de nível inventivo um, mas se tornando, então, hábeis a

desenvolver soluções inovadoras.

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II

ANEXOS

ANEXO A: MATRIZ DE CONTRADIÇÕES

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III

Matriz de Contradições - Parte 1

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IV

Matriz de Contradições - Parte 2

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V

Matriz de Contradições - Parte 3

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VI

Matriz de Contradições - Parte 4

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VII

ANEXO B: 76 SOLUÇÕES PADRÃO

A lista de padrões apresentada foi adaptada de SAVRANSKY (2000)

CLASSE 1 : CONSTRUÇÃO E DESTRUIÇÃO DO CAMPO-SUBSTÂNCIA

1.1. Síntese de Campo-Substância

1.1.1. Fazer Campo-Substância

1.1.2. Complexo interior Campo-Substância

1.1.3. Complexo externo de Campo-Substância

1.1.4. Ambiente externo de Campo-Substância

1.1.5. Ambiente externo de Campo-Substância com aditivos

1.1.6. Regime mínimo

1.1.7. Regime de máximo

1.1.8. Regime seletivamente máximo

1.2. Destruição de Campos-Substâncias

1.2.1. Remoção da interação prejudicial pela adição de uma nova substância

1.2.2. Remoção de interação prejudicial por modificação das substâncias existentes

1.2.3. Desligamento da interação prejudicial

1.2.4. Remoção de interação prejudicial pela adição um novo campo

1.2.5. Desligamento da interação magnética

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VIII

CLASSE 2: DESENVOLVIMENTO DE CAMPO-SUBSTÂNCIA

2.1. Transição para complexos Campo-Substância

2.1.1. Cadeia de Campos-Substâncias

2.1.2. Campo-Substância duplo

2.2. Forçando Campos-Substâncias

2.2.1. Aumento da controlabilidade campo

2.2.2. Fragmentação da ferramenta

2.2.3. Transição para substâncias porosas ou capilares

2.2.4. Dinamização (flexibilidade)

2.2.5. Organização de campo

2.2.6. Organização de substâncias

2.3. Forçando Campos-Substâncias combinação de ritmos

2.3.1. Campo -Substâncias: Ajuste de freqüências

2.3.2. Campo-Campo :Ajuste freqüências

2.3.3. Combinando ritmos independentes

2.4. Transição para Campo Magnético-Substâncias

2.4.1. Fazendo Campo Magnético-Substâncias inicial ( ou “proto-Su-M_Field")

2.4.2. Fazendo Campo Magnético-Substâncias

2.4.3. Líquidos magnéticos

2.4.4. Campo Magnético-Substâncias capilares e porosos

2.4.5. Complexo de Campo Magnético-Substâncias

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IX

2.4.6. Complexo de Campo Magnético-Substâncias ambiente

2.4.7. Uso de efeitos físicos

2.4.8. Dinamização de Campo Magnético-Substâncias

2.4.9. Organização de Campo Magnético-Substâncias

2.4.10. Combinação de ritmos de Campo Magnético-Substâncias

2.4.11. Campo Elétrico-Substâncias

2.4.12. Suspensão electroreológica

CLASSE 3: TRANSIÇÃO PARA SUPER-SISTEMA E PARA O MICRONÍVEL

3.1. Transição para bi-sistemas e poli-sistemas

3.1.1. Criação de bi-sistemas e poli-sistemas

3.1.2. Desenvolvimento de ligações

3.1.3. Aumento da diferença entre os elementos do sistema

3.1.4. Convolução

3.1.5. Propriedades opostas

3.2. Transição para a micro-nível

3.2.1. Mudança para nível micro

CLASSE 4: PADRÕES PARA SISTEMA DETECÇÃO E MEDIÇÃO

4.1. Rodeios para resolver problemas de detecção e medição

4.1.1. Alterar em vez de medir

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X

4.1.2. Cópia

4.1.3. Detecção sequencial

4.2. Síntese de sistemas de medição de Campo-Substância

4.2.1. Criação de Campo-Substância mensurável

4.2.2. Complexo de Campo-Substância não mensurável

4.2.3. Campo-Substância mensurável em ambiente

4.2.4. Aditivos no ambiente

4.3. Forçando a medida de Campo-Substância

4.3.1. Aplicações de efeitos físicos

4.3.2. Ressonância

4.3.3. Ressonância de aditivos

4.4. Transição para Campo Magnético-Substâncias sistemas

4.4.1. Campo proto Magnético-Substâncias mensurável

4.4.2. Campo Magnético-Substâncias mensurável

4.4.3. Complexo de Campo Magnético-Substâncias mensurável

4.4.4. Ambiente mensurável de Campo Magnético-Substâncias

4.4.5. Efeitos físicos relacionados com o campo magnético

4.5. Direção para a medida da evolução do sistema

4.5.1. Bi-sistemas ou poli-sistemas mensuráveis

4.5.2. Linha de evolução

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XI

CLASSE 5: PADRÕES PARA O USO DOS PADRÕES

5.1. Adição de substâncias na construção, reconstrução e destruição de Campo-

Substância.

5.1.1. Rodeios:

5.1.1.1. "Vazio", em vez de substância.

5.1.1.2. Campo em vez de substância.

5.1.1.3. Adição externo em vez de interna.

5.1.1.4. Adição particularmente ativa em doses muito pequenas.

5.1.1.5. Substância em doses muito pequenas.

5.1.1.6. Adição é utilizada por curto período de tempo.

5.1.1.7. Uma cópia, em vez de um subsistema.

5.1.1.8. Composto químico.

5.1.1.9. Adição é obtida a partir do próprio subsistema

5.1.2. Separação da substância(s)

5.1.3. Dissipação das substância s)

5.1.4. Grandes aditivos

5.2. Adicionando campos em construção, reconstrução e destruição de Campos-

Substâncias

5.2.1. Utilização de campos existentes

5.2.2. Campos de meio ambiente

5.2.3. Substâncias como fontes de campos

5.3. Transições de fase

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XII

5.3.1. Mudança do estado de fase

5.3.2. Segundo tipo de transição de fase

5.3.3. Fenômeno coexiste com transição de fase

5.3.4. Estado de duas fases

5.3.5. Interação entre fases

5.4. Aplicação de peculiaridades dos efeitos físicos

5.4.1. Transição autodirigida

5.4.2. Aumento do campo de saída

5.5. Criação de partículas

5.5.1. Destruição de substâncias

5.5.2. Integração das partículas

5.5.3. Como usar Padrões 5.5.1 e 5.5.2