material para estudo de interpretacao - concurso

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  • Tribunal de Justia(Oficial Escrevente)

    Interpretao de Texto

    Prof Maria Tereza

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    Interpretao de Texto

    Professora: Maria Tereza

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    Interpretao de Texto

    1. Identificao da Ideia Central

    ENUNCIADOS POSSVEISQual a ideia central do texto?

    O texto se volta, principalmente, para

    Procedimentos

    Observao de

    1. Fonte bibliogrfica;2. Autor;3. Ttulo.4. Identificao do tpico frasal.5. Identificao de termos de aparecimento frequente (comprovao do tpico).6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

    Banho de mar energizante?

    Embora no existam comprovaes cientficas, muitos especialistas acreditam que os banhos de mar tragam benefcios sade. A gua marinha, composta por mais de 80 elementos qumicos, alivia principalmente as tenses musculares, graas presena de sdio em sua composio, por isso pode ser considerada energizante, afirma a terapeuta Magnlia Prado de Arajo, da Clnica Kyron Advanced Medical Center, de So Paulo. Alm disso, as ondas do mar fazem uma massagem no corpo que estimula a circulao sangunea perifrica e isso provoca aumento da oxigenao das clulas, diz Magnlia.

    Existe at um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido em meados do sculo IX na Grcia, que usa a gua do mar como seu principal ingrediente. Graas presena de clcio, zinco, silcio e magnsio, a gua do mar usada para tratar doenas como artrite, osteoporose e reumatismo. J o sal marinho, rico em cloreto de sdio, potssio e magnsio, tem propriedades cicatrizantes e antisspticas. Todo esse conhecimento, no entanto, carece de embasamento cientfico. No conheo nenhum trabalho que trate desse tema com seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensao de melhora e bem-estar, diz a qumica Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanogrfico da USP.

    Revista Vida Simples.

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    1. Fonte bibliogrfica: revista peridica de circulao nacional. O prprio nome da revista Vida Simples indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.

    2. O fato de o texto no ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL (texto opinativo) ou de uma NOTCIA (texto informativo).

    3. O fato de o ttulo do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se em uma resposta (geralmente, nos primeiros perodos).

    4. Identificao do tpico frasal: percebido, via de regra, no 1 e no 2 perodos, por meio das palavras-chave (expresses substantivas e verbais): no existam / comprovaes cientficas / especialistas acreditam / banhos de mar / benefcios sade.

    5. Identificao de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque do assunto: gua marinha / alivia tenses musculares / pode ser considerada energizante / terapeuta / ondas do mar / estimula a circulao sangunea / aumento da oxigenao das clulas / talassoterapia / gua do mar / tratar doenas / conhecimento / carece de embasamento cientfico.

    1. Qual a ideia central do texto acima?

    a) Os depoimentos cientficos sobre as propriedades teraputicas do banho de mar so contraditrios.

    b) Molhar-se com gua salgada energizante, mas h necessidade de cuidados com infeces.c) O banho de mar tem uma srie de propriedades teraputicas, que no tm comprovao

    cientfica.d) Os trabalhos cientficos sobre as propriedades medicinais do banho de mar tm publicaes

    respeitadas no meio cientfico.e) A gua do mar composta por vrios elementos qumicos e bactrias que atuam no sistema

    nervoso.

    Concluso

    1 ideia central palavra-chave 1 e 2 perodos.2 comprovao = campo lexical.3 resposta correta = a mais completa (alternativa com maior nmero de palavras-chave

    destacadas no texto).

    Campo Lexical

    Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma rea de conhecimento.

    Exemplo:

    Medicina: estetoscpio, cirurgia, esterilizao, medicao, etc.

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    2. Anlise de Alternativas

    Procedimentos

    Observao de

    1. Leitura da fonte bibliogrfica;2. Leitura do ttulo;3. Leitura do enunciado;4. Leitura das afirmativas;5. Destaque das palavras-chave das afirmativas;6. Procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

    Ser a felicidade necessria? (2)Felicidade uma palavra pesada. Alegria leve, mas

    felicidade pesada. Diante da pergunta "Voc feliz?", dois fardosso lanados s costas do inquirido. O primeiro procurar umadefinio para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala quepode ir da simples satisfao de gozar de boa sade at a conquistada bem-aventurana. O segundo examinar-se, em busca de umaresposta.

    Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenhaganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecerbelo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecer feio eperverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia peloaumento de salrio, e se h algo imprescindvel, na difcilconceituao de felicidade, o carter de permanncia. Umaresposta consequente exige colocar na balana a experinciapassada, o estado presente e a expectativa futura. D trabalho, e aconcluso pode no ser clara.

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    Os pais de hoje costumam dizer que importante que osfilhos sejam felizes. uma tendncia que se imps ao influxodas teses libertrias dos anos 1960. irrelevante que entrem nafaculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profisso. O que espero, eis a resposta correta, que sejam felizes. Ora, felicidade coisa grandiosa. esperar,no mnimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida.Se no for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos eambies que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja oenlevo mstico dos santos. No d para preencher caderno deencargos mais cruel para a pobre criana.

    (Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de maro de 2010, p. 142) (1)

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    2. De acordo com o texto, (3)

    Devido expresso De acordo com, podemos afirmar que se trata, to somente, de compreender o texto.

    Outras expresses possveis: Segundo o texto, Conforme o texto, Encontra suporte no texto,...

    Assim sendo,

    Compreenso do texto: RESPOSTA CORRETA = parfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi afirmado no texto.

    Parfrase: verso de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo torn-lo mais fcil ao entendimento.

    2. De acordo com o texto,

    a) a realizao pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho, costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.

    b) as atribuies sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os benefcios de conquistas eventuais.

    c) o sentimento de felicidade relativo, porque pode vir atrelado a circunstncias diversas da vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constncia.

    d) as condies da vida moderna tornam quase impossvel a alguma pessoa sentir-se feliz, devido s rotineiras situaes da vida.

    e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

    3. Erros comuns compreenso de textos

    Extrapolao

    Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que no esto no texto, normalmente porque j conhecia o assunto devido sua bagagem cultural.

    Reduo

    o oposto da extrapolao. D-se ateno apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto um conjunto de ideias.

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    Bichos para a Sade

    Est nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton, descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenas ou aprenderam a viver melhor graas ajuda de algum animalzinho. Ces, gatos e cavalos esto entre os bichos citados. (ISTO)

    3. De acordo com o texto,

    a) pessoas que tm animais de estimao so menos afeitas a contrair doenas.b) a convivncia entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males fsicos

    daqueles.c) indivduos que tm ces e gatos levam uma existncia mais prazerosa.d) apenas ces, gatos e cavalos so capazes de auxiliar o ser humano durante uma

    enfermidade.e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimao.

    (A) EXTRAPOLAO: contrair doenas derrotar doenas.(C) REDUO: ces e gatos < animalzinho.(D) REDUO: ces, gatos e cavalos < animalzinho.(E) EXTRAPOLAO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenas.

    4. Estratgias Lingusticas

    Procedimentos

    Observao de palavras de cunho categrico:

    Advrbios Artigos

    Os ecos da Revoluo do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para inflamar os nimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manh de 26 de fevereiro, uma multido exigia a presena do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura da Constituio liberal. Ao ouvir as notcias, a alguns quilmetros dali, D. Joo mandou fechar todas as janelas do palcio So Cristvo, como fazia em noites de trovoadas.

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    4. Por meio da afirmativa destacada, o autor

    a) exprime uma opinio pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminncia da Revoluo do Porto.

    b) critica de modo inflexvel a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mos do filho.

    c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a uma chuva forte.

    d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informao recebida.e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor concluso de que seria mais do que justo depor o

    rei.

    Mas, como toda novidade, a nanocincia est assustando. Afinal, um material com caractersticas incrveis poderia tambm causar danos incalculveis ao homem ou ao meio ambiente. No ms passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar contra calas nanotecnolgicas que seriam superpoluentes.

    5. Assinale a opo correta.

    a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.b) Produtos criados pela nanotecnologia s apresentam pontos positivos.c) Os danos ao meio ambiente so provocados pela nanotecnologia.d) Os ativistas mostraram que as calas nanotecnolgicas provocam poluio.

    Tempos verbais Expresses restritivas Expresses totalizantes Expresses enfticas

    Os pais de hoje costumam dizer que importante que os filhos sejam felizes. uma tendncia que se imps ao influxo das teses libertrias dos anos 1960. irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profisso. O que espero, eis a resposta correta, que sejam felizes. Ora, felicidade coisa grandiosa. esperar, no mnimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se no for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambies que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o enlevo mstico dos santos. No d para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criana.

    6. irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profisso.

    O emprego das formas verbais grifadas acima denota

    a) hiptese passvel de realizao.b) fato real e definido no tempo.c) condio de realizao de um fato.d) finalidade das aes apontadas no segmento.e) temporalidade que situa as aes no passado.

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    Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma viso eurocntrica da conquista da Amrica, dedicando-se a retra-la a partir do ponto de vista dos vencidos, enquanto outros continuaram a reconstituir histrias da instalao de sociedades europeias em solo americano. Antroplogos, por sua vez, buscaram nos documentos produzidos no perodo colonial informaes sobre os mundos indgenas demolidos pela colonizao. A colonizao do imaginrio no busca nem uma coisa nem outra.

    (Adaptado de PERRONE-MOISS, Beatriz, Prefcio edio brasileira de GRUZINSKI, Serge, A colonizao do imaginrio: sociedades indgenas e ocidentalizao no Mxico espanhol

    (sculos XVI-XVIII)).

    7. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonizao do imaginrio no busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:

    a) no tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presena das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antroplogo.

    b) no quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente certos historiadores, ao contrrio de outros, tentam contar a histria do descobrimento da Amrica do modo como foi visto pelos nativos.

    c) no pretende retraar nenhum perfil dos vencidos ou dos vencedores nem a trajetria dos europeus na conquista da Amrica.

    d) no busca continuar a tradio de pesquisar a estrutura dos mundos indgenas e do mundo europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da Amrica.

    e) no se concentra nem na construo de uma sociedade europeia na colnia quer observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos , nem no resgate dos mundos indgenas.

    A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espcies, ecossistemas como a funes e coloca problemas de gesto muito diferenciados. carregada de normas de valor. Proteger a biodiversidade pode significar

    a eliminao da ao humana, como a proposta da ecologia radical; a proteo das populaes cujos sistemas de produo e de cultura repousam num

    dado ecossistema; a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como

    matria prima, para produzir mercadorias.

    Com to poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrs, menos surpreendente que muitas reas no mundo no tenham nenhuma planta selvagem de grande potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma nica planta nova que produza alimento nos tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas selvagens aproveitveis e domesticado aquelas que valiam a pena.

    (Jared Diamond. Armas, germes e ao)

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    8. A argumentao do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razo por que

    a) existiria uma dzia de excees dentre todas as espcies de plantas selvagens que seriam monoplio das grandes civilizaes.

    b) to poucas dentre as 200.000 espcies de plantas selvagens so utilizadas como alimento pelos homens em todo o planeta.

    c) algumas reas da Terra mostraram-se mais propcias ao desenvolvimento agrcola, que teria possibilitado o surgimento de civilizaes.

    d) a maior parte das plantas utilizada apenas como madeira pelos homens e no lhes fornece alimento com suas frutas e razes.

    e) tantas reas no mundo no possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para permitir um maior desenvolvimento de sua populao.

    Ser a felicidade necessria?

    Felicidade uma palavra pesada. Alegria leve, mas felicidade pesada. Diante da pergunta Voc feliz?, dois fardos so lanados s costas do inquirido. O primeiro procurar uma definio para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfao de gozar de boa sade at a conquista da bem-aventurana. O segundo examinar-se, em busca de uma resposta.

    Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecer belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecer feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salrio, e se h algo imprescindvel, na difcil conceituao de felicidade, o carter de permanncia. Uma resposta consequente exige colocar na balana a experincia passada, o estado presente e a expectativa futura. D trabalho, e a concluso pode no ser clara.

    Os pais de hoje costumam dizer que importante que os filhos sejam felizes. uma tendncia que se imps ao influxo das teses libertrias dos anos 1960. irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profisso. O que espero, eis a resposta correta, que sejam felizes. Ora, felicidade coisa grandiosa. esperar, no mnimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se no for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambies que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o enlevo mstico dos santos. No d para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criana.

    (Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de maro de 2010, p. 142)

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    9. A afirmativa correta, em relao ao texto,

    a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situaes da vida diria, leva frustrao diante dos pequenos sucessos que so regularmente obtidos, como, por exemplo, no emprego.

    b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se houver uma determinao, aprendida desde a infncia, de sentir-se feliz com as pequenas coisas da vida.

    c) As dificuldades que em geral so encontradas na rotina diria levam percepo de que a alegria um sentimento muitas vezes superior quilo que se supe, habitualmente, tratar-se de felicidade absoluta.

    d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educao voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizaes, que acabam levando apenas a frustraes.

    e) Uma resposta provvel questo colocada como ttulo do texto remete constatao de que felicidade um estado difcil de ser alcanado, a partir da prpria complexidade de conceituao daquilo que se acredita ser a felicidade.

    Geralmente, a alternativa correta (ou a mais vivel) construda por meio de palavras e de expresses abertas, isto , que apontam para possibilidades, hipteses: provavelmente, possvel, futuro do pretrito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretrito (-ria) etc.

    5. Inferncia

    Observe a seguinte frase:

    Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

    Nela, o falante transmite duas informaes de maneira explcita:

    a) que ele frequentou um curso superior;b) que ele aprendeu algumas coisas.

    Ao ligar as duas informaes por meio de mas, comunica tambm, de modo implcito, sua critica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades no se aprende muita coisa.

    Alm das informaes explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explcitos quanto os implcitos.

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    INFERNCIA = ideias implcitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do texto, de certas palavras ou expresses contidas na frase.

    Enunciados = Infere-se, Deduz-se, Depreende-se, etc.

    Chiclete com Banana Angeli

    10. A leitura atenta da charge s no nos permite depreender que

    a) possvel interpretar a fala de Stock de duas maneiras.b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.c) h vinte anos, a sociedade era mais permissiva.d) as atividades de Wood eram limitadas.e) levando-se em conta os padres morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a

    fala de Stock provoca riso no leitor.

    7. Elementos Referenciais

    Estabelecem uma relao de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que est dentro do texto e fora dele tambm.

    retomada feita para trs d-se o nome de anfora e a referncia feita para a frente recebe o nome de catfora.

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    Observe:

    1- Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.

    Ele retomada de Carlos = anfora.

    2 - Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.

    Um cachorro, informao para a frente = o cachorro = catfora

    Mecanismos

    1. Repetio

    11. A sequncia em negrito (globalizao do olho da rua. a globalizao do bico. a globalizao do dane-se.) caracteriza a globalizao a partir da desestruturao do mundo do trabalho. Do ponto de vista dos recursos da linguagem correto afirmar que, no contexto, ocorre uma

    a) gradao, com a suavizao das dificuldades.b) contradio, entre os modos de sobrevivncia do desempregado.c) nfase, com a intensificao da afirmativa inicial.d) retificao, pela correo gradual das informaes iniciais.e) exemplificao, pelo relato de situaes especficas.

    2. Elipse:

    a omisso de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.

    3. Pronomes:

    A funo gramatical do pronome justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um pargrafo ou no texto todo.

    4. Advrbios:

    Palavras que exprimem circunstncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...

    5. Nomes deverbais:

    So derivados de verbos e retomam a ao expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos j utilizados.

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    6. Outros elementos coesivos

    Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que h muito vinha adiando. [...] Com chuva, o Rio uma cidade como outra qualquer: no se tem muita coisa a fazer. [...] O melhor mesmo aproveitar o tempo que de repente fica enorme e custa a passar revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de presso nas caldeiras fatigadas que podero me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, s vezes, vinha a tentao de botar para fora alguma coisa.

    I As expresses releituras, revisitar e Leituras antigas deixam claro que os livros que o narrador pretende ler j foram obras lidas por ele no passado.

    II Nas expresses h muito e Bem verdade, pode-se depreender a elipse do substantivo tempo e do verbo flexionado .

    III possvel inferir uma relao de causa e consequncia entre as oraes conectadas pelos dois-pontos.

    12. Quais afirmativas esto corretas?

    a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

    13. ... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa transmiti-las aos ouvintes.

    Em transmiti-las, -las pronome que substitui

    a) a origem de todos os seres.b) todas as coisas.c) aos ouvintes.d) todos os seres.

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    14. Considere as afirmativas que seguem.

    I O advrbio j, indicativo de tempo, atribui frase o sentido de mudana.

    II Entende-se pela frase da charge que a populao de idosos atingiu um patamar indito no pas.

    III Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o aumento de idosos no pas.

    Est correto o que se afirma em

    a) I apenas.b) II apenas.c) I e II apenas.d) II e III apenas.e) I, II e III.

    15. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.

    a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitao simples, ficava meu reino.b) Mas como foi o negcio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?c) Ao comprar o stio do Man Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em

    sua independncia.d) O que ele quer l, na fazenda Grota Funda?

    O pavo

    Eu considerei a glria de um pavo ostentando o esplendor de suas cores; um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas no existem na pena do pavo. No h pigmentos. O que h so minsculas bolhas dgua em que a luz se fragmenta como em um prisma. O pavo um arco-ris de plumas. Eu considerei que este o luxo do grande artista, atingir o mximo de matizes com um mnimo de elementos. De gua e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistrio a simplicidade. Considerei, por fim, que assim o amor, oh! minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glria e me faz magnfico.

    Rubem Braga

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    16. No trecho da crnica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que sustenta o desenvolvimento de uma determinada temtica.

    Com base nos princpios lingusticos da coeso e da coerncia, pode-se afirmar que

    a) na passagem, Mas andei lendo livros, o emprego do gerndio indica uma relao de proporcionalidade.

    b) o pronome demonstrativo este (Eu considerei que este o luxo do grande artista, atingir o mximo de matizes com um mnimo de elementos.) exemplifica um caso de coeso anafrica, pois seu referente textual vem expresso no pargrafo seguinte.

    c) o articulador temporal por fim (Considerei, por fim, que assim o amor, oh! minha amada) assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto est sendo abordado.

    d) a expresso Oh! minha amada um termo resumitivo que articula a coerncia entre a beleza do pavo e a simplicidade do amor.

    e) o pronome pessoal ele(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glria e me faz magnfico.), na progresso textual, faz uma referncia ambgua a pavo.

    17. Contudo, se o roubo comumente o crime da misria e da aflio, se esse crime apenas praticado por essa classe de homens infelizes, para os quais o direito de propriedade (direito terrvel e talvez desnecessrio) apenas deixou a vida como nico bem, [_____] as penas em dinheiro contribuiro to somente para aumentar os roubos, fazendo crescer o nmero de mendigos, tirando o po a uma famlia inocente para d-lo a rico talvez criminoso.

    A palavra ou locuo que, usada no espao entre colchetes deixado no perodo, fortalece a conexo lgica entre as oraes adverbiais condicionais e o que ele afirma a seguir

    a) inclusive.b) alm disso.c) ento.d) por outro lado.e) mesmo.

    Gabarito:1. C / 2. C / 3. B / 4. D / 5. A / 6. A / 7. E / 8. C / 9. E / 10. C / 11. C / 12. E / 13. B / 14. E / 15. C / 16. C / 17. D

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    Exercitando

    A no ser filsofos que afirmaram a liberdade como um poder absolutamente incondicional da vontade, em quaisquer circunstncias, os demais, mesmo que tivessem diferentes concepes, sempre levaram em conta a tenso entre nossa liberdade e as condies naturais, culturais ou psquicas que nos determinam.

    Nosso mundo, nossa vida e nosso presente formam um campo de condies e circunstncias que no foram escolhidas e nem determinadas por ns e em cujo interior nos movemos. No entanto, esse campo temporal: teve um passado, tem um presente e ter um futuro cujos vetores e direes j podem ser percebidos e mesmo adivinhados como possibilidades objetivas. Diante desse campo, poderamos assumir duas atitudes: ou a iluso de que somos livres para mud-lo em qualquer direo que desejarmos, ou a resignao de que nada podemos fazer.

    Deixado a si mesmo, o campo do presente seguir um curso que no depende de ns e seremos submetidos passivamente a ele. A liberdade, porm, no se encontra na iluso do posso tudo, nem o conformismo do nada posso. Encontra-se na disposio para interpretar e decifrar os vetores do campo presente como possibilidades objetivas, isto , como aberturas de novas direes e de novos sentidos a partir do que est dado.

    CHAU, Marilena. Convite Filosofia. So Paulo: tica, 1999 (adaptado)

    Observao da fonte bibliogrfica: trata-se de um livro cujo ttulo, por si s, remete ao assunto abordado no texto. A autora Marilena Chau renomada filsofa brasileira, publica, frequentemente, artigos em jornais de circulao nacional.

    Identificao do tipo de texto: os artigos so os mais comuns nas provas da banca em questo. So textos autorais assinados , cuja opinio da inteira responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo o de persuadir o leitor.

    identificao do tpico frasal: percebido, via de regra, no 1 e no 2 perodos, por meio das palavras-chave: liberdade sujeita a condies.

    identificao de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque do assunto: expresses destacadas.

    1. De acordo com o texto,

    a) h apenas duas concepes de liberdade entre os filsofos.b) a vontade do indivduo, no pensamento filsofo, no est relacionada com sua liberdade.c) o exerccio da liberdade, segundo certo pensamento filosfico, implica a avaliao das

    circunstncias presentes.d) a resignao a unidade mais adequada diante da vida, pois sempre estamos submetidos a

    condies que no foram escolhidas por ns.e) aquele que se ilude com a crena de que pode fazer qualquer coisa conformista.

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    Estudo recente patrocinado pela UNESCO sobre a violncia na mdia mundial, junto a 5.000 crianas de 12 anos em todo o mundo, mostra indicadores inquietantes sobre o perfil das preferncias desse pblico.

    Um dos dados mais significativos talvez seja o que diz respeito aos personagens de fico mais populares entre os entrevistados. Oitenta e oito por cento dos meninos j conhecem o truculento rob interpretado pelo anabolizado Arnold Schwarzenegger nos filmes O Exterminador do Futuro e O Exterminador do Futuro 2. No primeiro, o personagem vilo faz uma viagem do futuro para o presente para matar a me do lder da resistncia s mquinas. No segundo, a excurso do presente para o futuro e o exterminador vem salvar esse mesmo lder quando criana. O ingrediente comum s duas narrativas a truculncia, instrumentalizada pela fora fsica e pelas armas de preciso inigualvel.

    Esse tipo de constatao inevitavelmente conduta complexa questo sobre a necessidade de se ter algum controle sobre o que as crianas veem na televiso. E o consenso em torno de alguma resposta parece ainda muito distante. Para uns, comportamentos violentos podem ser incentivados pelos meios de comunicao. Para outros, a violncia na fico apenas reflete o que j se encontra no cotidiano das sociedades.

    Distanciando-se dessa dicotomia talvez algo simplista, possvel afirmar que o combate violncia nos meios de comunicao talvez no devesse concentrar-se apenas neste. O prioritrio seria apresentar s crianas formas de entretenimento que, por sua prpria qualidade, oferecessem alternativas mais saudveis que a linguagem da violncia, infelizmente hegemnica. Trata-se de apostar na educao como fator preventivo, e no em formas menos ou mais sofisticadas de censura antidemocrticas e, ademais, ineficientes.

    O Exterminador do Futuro. Folha de So Paulo, 21 de fevereiro de 1998.

    2. Assinale a alternativa que indica corretamente o significado da expresso dessa dicotomia no texto.

    a) constatao inquietante de que os personagens mais violentos so os de presena mais disseminada na programao infantil.

    b) discordncia com relao ao papel da programao oferecida pelos meios de comunicao, se estimuladora da violncia ou simples reflexo dela.

    c) complexidade da questo relativa ao controle da programao infantil na televiso.d) diviso ntida entre o bem e o mal representada pelo papel de exterminador nos dois filmes

    citados no segundo pargrafo.e) disparidade dos dois caminhos de combate violncia sugeridos censura e educao

    preventiva.

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    Dizem que quando os dois estavam chegando a Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para Jung e perguntou:

    Ser que eles sabem que ns estamos trazendo a peste?

    No sei se a histria, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, verdadeira. Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com a peste fcil de entender. Era tudo o que os dois estavam explorando em matria de subconsciente, inconsciente coletivo, sexualidade precoce enfim, a revoluo no pensamento humano que na Europa j se alastrava, e era combatida como uma epidemia. Os agentes alfandegrios no teriam identificado o perigo que os dois recm-chegados representavam para as mentes da Amrica, deixando-os passar para contagi-las.

    Todo desafio ao pensamento convencional e a crenas arraigadas uma espcie de praga solapadora, uma ameaa normalidade e sade pblicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doena. Os que procuravam explicaes para o universo e a vida alm dos dogmas da Igreja ou da cincia tradicional eram portadores do vrus da discrdia, a serem espantados como se espanta qualquer praga, com barulho e fogo. As ideias de Freud e de Jung divergiram Jung acabou derivando para um quase misticismo, literariamente mais rico mas menos consequente do que o que pensava Freud , mas as descobertas dos dois significaram uma reviravolta no autoconceito da humanidade comparvel ao que significou o heliocentrismo de Coprnico e as sacadas do Galileu. O homem no s no era o centro do universo conhecido como carregava dentro de si um universo desconhecido, que mal controlava. Agostinho tinha razo, a curiosidade debilitava o homem. A partir de Coprnico a curiosidade s levara o homem a ir desvendando, pouco a pouco, sua prpria precariedade, cada vez mais longe de Deus.

    Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histrico e a luta de classes como eventuais formadores do Novo Homem, livre da superstio religiosa e de outras tiranias. Suas ideias, e a reao s suas ideias, convulsionaram o mundo. Esta peste se disseminou com violncia e foi combatida com sangrias e rezas e no fim como tambm prprio das pestes amainou. Todas as pestes chegam ao seu mximo e recuam. A Terra h sculos no o centro do universo, o que no impede o prestgio crescente da astrologia. O iluminismo do sculo dezoito parecia ser o prembulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. O Novo Homem de Marx foi visto pela ltima vez pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de Freud e Jung, que revolucionariam as relaes humanas, nunca foram aplicadas nas relaes que interessam, a do homem com seus instintos e a dos seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que expirou.

    Mas tambm prprio das pestes serem reincidentes. Cedo ou tarde vir outra perturbar a paz da ignorncia de Santo Agostinho. E passar.

    Adaptado de: VERSSIMO, L. F. A peste. ZERO HORA, quinta-feira, 1 de setembro de 2011.

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    3. Assinale a alternativa correta sobre o que dito no texto.

    a) Segundo o texto, improvvel que Freud e Jung tenham chegado juntos no mesmo navio Amrica.

    b) Faz sentido dizer que Freud e Jung trouxeram a peste para os Estados Unidos, tamanho o impacto negativo que as suas teorias tiveram no pensamento americano.

    c) Os funcionrios da alfndega em Nova York no estavam treinados para identificar casos de perigo de contgio atravs de passageiros infectados.

    d) O prestgio da astrologia, em princpio, estaria relacionado ideia de que a Terra o centro do universo.

    e) A partir de Coprnico, a curiosidade do homem s fez com que ele se tornasse cada vez mais fragilizado.

    Juventude procura porta-voz. Pode ser sbio, mas no autoritrio. Deve ser capaz de dizer a coisa certa sobre dvidas, no importa se para o corriqueiro ou para o excepcional.

    O pensamento mgico que chegava pela voz de fadas, bruxas, monstros e heris tem a cada dia menor utilidade prtica. Criados num mundo atravessado pelo saber da cincia, os jovens no encontram na experincia passada orientao para viver no sculo 21.

    O bom senso de Dona Benta no d conta dos problemas do jovem moderno. Ela tem de virar Dra. Benta para ensinar a viver com tudo de novo que a cincia introduziu no dia a dia.

    Onde esto a me, o pai ou o av que sentem firmeza em orientar a ao, os sentimentos e as dores dos filhos?

    O transcendente e o cotidiano tiveram sua essncia modificada pelas cincias do comportamento. O apoio para os momentos difceis teve de ser inovado.

    a que entra a nova fico ou o relato de aventuras emocionais. Para adultos cujas vidas tambm se complicaram, h uma infinidade de ttulos da chamada autoajuda, que nada mais do que a inteno de substituir o bom senso, outrora to valioso. Tais livros ensinam desde a escrever um currculo at a lidar com a depresso.

    A linguagem dos livros de autoajuda bate de frente com a nsia de autonomia do jovem. Ele no aceita receitas nem solues de cuja concepo no participou. prprio dos jovens ansiar por resolver a vida, surdos s pregaes dos adultos. Da a atemporal importncia das fbulas e das parbolas na tarefa de orientar.

    O jeito palpitar por meio da fico. chegado o momento de editar livros que falem de angstias de gordinhos, medo do sexo oposto, pnico da humilhao. As consequncias psicolgicas dos conflitos familiares, das doenas, da morte e do abandono so temas aos quais a sabedoria das avs tem hoje pouco a acrescentar. Como o adulto no se sente eficiente para bem orientar os jovens, chegada a hora dos artistas. Por meio daquelas histrias, o jovem pode, identificando-se, situar-se diante do moderno.

    Sair da infncia, adolescer e amadurecer uma aventura para ningum botar defeito. Parece-me que, diante da insegurana dos adultos, resta a literatura resgatar para o jovem a possibilidade de novas percepes sem obedecer voz imperativa de um adulto.

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    Harry Potter um exemplo dessa tendncia. So livros que falam de um modo de viver diferente, como uma obra de autoajuda disfarada de aventura. O palpite chega sem verbo no imperativo, envolto por uma linda histria, onde conflitos se resolvem de um jeito novo. Os jovens agradecem as modernas formas de esclarecer e fazer pensar sem o peso da autoridade outrora decretada pela moral da histria.

    (Mautner, Anna Vernica. Aprenda nos romances. Texto adaptado. Folha de S. Paulo, setembro de 2007)

    4. Em seu texto, a autora aborda

    a) a forma como os livros de autoajuda servem de amparo para as angstias de pessoas de todas as idades.

    b) a convenincia de que os jovens retornem tradio para encontrar respostas s suas angstias.

    c) a possibilidade de a literatura trazer contribuies para as dvidas e angstias dos jovens no mundo contemporneo.

    d) o fato de que os jovens s desenvolvero hbitos de leitura se houver livros escritos especialmente para eles.

    e) a contribuio das cincias do comportamento para a resoluo dos problemas existenciais dos jovens.

    Poucos nomes na histria da cincia so to celebrados quanto Darwin. O que Galileu, Newton e Einstein representam para a fsica, Dalton e Lavoisier para a qumica, Darwin representa para a biologia. Antes dele, no havia explicaes plausveis para a incrvel diversidade da vida que vemos na natureza, de micrbios unicelulares, plantas e peixes aos insetos, aves e mamferos. No mundo ocidental, a explicao aceita era bblica: Deus criou a vegetao no terceiro dia, os peixes e as aves no quinto, e os animais terrestres e o homem no sexto. Mesmo que fsseis de animais estranhos (leia-se dinossauros e mamferos terrestres agigantados) fossem conhecidos, o argumento para a sua ausncia invocava o Dilvio e a Arca de No. Pelo jeito, os monstros no foram bem recebidos no grande barco. Talvez alguns telogos oferecessem razes mais sofisticadas, mas essa era a opinio de muitos.

    De todas as suas caractersticas, as que Darwin mais celebrava eram a meticulosidade e a capacidade de perceber detalhes quando outros no os viam. Quando jovem, atravessou o mundo no navio Beagle, colhendo espcies diversas da flora, observando o comportamento da fauna local, colecionando fatos e anotaes. Ficou muito impressionado com a beleza do Brasil. Sua curiosidade pela riqueza com que a vida se manifestava sua volta e a paixo pelo conhecimento davam-lhe a infinita pacincia necessria para observar as menores variaes dentre espcies de acordo com o ambiente e o clima, a importncia da geologia na determinao das espcies de uma regio, a complexa relao entre a flora e a fauna.

    Profundamente influenciado pelo gelogo Charles Lyell, que considerava seu mentor, Darwin aos poucos percebeu que tal riqueza nas espcies s poderia ser possvel se pequenas variaes ocorressem ao longo de enormes intervalos de tempo. A filosofia de Lyell pregava que as rochas terrestres representam a sua longa histria, registrando nas suas propriedades as vrias transformaes que sofreram ao longo dos milnios. Os mesmos processos que sofreram no passado continuam ativos no presente. A partir de suas meticulosas observaes, Darwin

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    concluiu que algo semelhante ocorria com os seres vivos; eles tambm sofriam pequenas modificaes ao longo do tempo. As que facilitavam a sua sobrevivncia seriam passadas de prole em prole mais eficientemente, enquanto que aquelas que dificultavam a sobrevivncia dos animais seriam aos poucos eliminadas. Com isso, aps muitas geraes, a espcie como um todo se alteraria, tornando-se gradualmente distinta de seus ancestrais. A funcionalidade dos bicos de certos pssaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade de acordo com o ambiente.

    Esse processo de seleo natural forneceu, pela primeira vez na histria, um mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade da vida e a sua ligao com o passado. O legado de Darwin , antes de mais nada, uma celebrao da liberdade que nos acessvel quando nos dispomos a refletir sobre o mundo em que vivemos.

    Adaptado de: GLEISER, M. Celebrando (o estudo d)a vida. Folha de So Paulo. 17 de janeiro de 2009.

    5. Considere as seguintes afirmaes sobre o texto.

    I - Pelo que se depreende da afirmao Antes dele, no havia explicaes plausveis para a incrvel diversidade da vida que vemos na natureza, no plausvel a explicao bblica para a criao.

    II A frase Pelo jeito, os monstros no foram bem recebidos no grande barco. expressa uma viso irnica da explicao bblica.

    III Depreende-se do texto que alguns telogos forneciam explicaes racionais sobre a multiplicidade das espcies.

    IV A importncia de Darwin no est somente no desenvolvimento da teoria da seleo natural, mas na proposio de uma abordagem cientfica da natureza.

    Quais esto corretas?

    a) Apenas I e IIIb) Apenas II e III.c) Apenas II e IV.d) Apenas III e IV.e) Apenas I, II e IV.

    Outros tipos de texto

    Os cronistas retratam a realidade subjetivamente. A crnica a fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer crticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto predominantemente coloquial.

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    Exemplificando

    Eu sou um imbecil

    Jos Hildebrand Dacanal

    Meu genro era um pobre coitado. Como eu, nascido na roa e sem perspectivas de futuro. Mas eu tivera a sorte de estudar nos antigos seminrios da antiga Igreja Catlica, e de l sara conhecendo oito lnguas. Ele no, mesmo porque os seminrios e a Igreja daquela poca j tinham acabado duas ou trs dcadas antes dele nascer. Uma coisa, porm, nos unia: a curiosidade intelectual e a ambio de subir na vida. o suficiente, desde que trilhando o reto caminho, como diria So Paulo.

    Quando ele apareceu, trazendo consigo no muito mais que seu bom carter e a pouca idade, percebi imediatamente que ele era mais uma das incontveis vtimas que, independentemente do nvel econmico e da classe social, formam o desastre civilizatrio brasileiro das ltimas quatro dcadas: 100 milhes de brbaros, desagregao moral e caos pedaggico. E 60 mil mortos a bala por ano!

    Seguindo o velho vis de ordenar o mundo minha volta e disto tirar as vantagens possveis para uma vita grata como diziam os romanos, ainda que modesta, comecei a pensar no que fazer. Cheguei concluso de que, se eu lhe desse alguma qualificao e o treinasse, talvez ele pudesse me ajudar em algumas tarefas braais bsicas, como digitao de textos, editorao etc. Em resumo e na terminologia dos economistas: ele obteria algumas vantagens na relao custo/benefcio e eu teria mo de obra barata e confivel.

    Foi a que eu cometi um erro fatal. E um crime pedaggico. Em vez de dizer a ele que estudar prazer, que cada um deve falar e escrever como quiser, que anlise sinttica uma velharia intil, que gramtica um instrumento utilizado pela burguesia para dominar os pobres, que corrigir redaes com caneta vermelha violentar o aluno, em vez de proferir tantas e to brilhantes asnices (que os asnos reais me desculpem!), o que que eu fiz? Peguei uma vara de ip de um metro, bati na mesa e disse:

    - Meu filho, estudar sofrimento. Civilizao represso. Voc tem que falar e escrever segundo as regras gramaticais, do contrrio voc no tem futuro. Vamos comear pela anlise morfolgica e sinttica e pelo latim, para conhecer a lgica das lnguas indo-europeias.

    Pior do que isto: mandei-o ler livros velhos, a ter seus cadernos de vocbulos, a decorar as cinco declinaes latinas. E ensinei-o a dissecar sintaticamente oraes e perodos. Enfim, utilizei todos os mtodos antiquados, renegados e odiados pelos quadrpedes da pedagogia dita moderna. E ento o que aconteceu?

    Aconteceu incrvel! que estes mtodos utilizados h 3 mil anos no Ocidente funcionaram. E produziram um milagre. E um desastre.

    Um milagre porque em cerca de um ano ele dominou os contedos bsicos da sintaxe, compreendeu o sentido das declinaes e traduzia breves textos latinos. Um desastre porque logo depois ele comeou a dar aulas em conhecida instituio, se prepara para o vestibular e certamente cursar Letras. E eu perdi meu auxiliar de confiana e fiquei sem a mo de obra barata que eu treinara!

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    Veja, surpreso leitor, como eu sou um imbecil! Se eu tivesse aplicado os brilhantes mtodos desta rcua de asnos defensores e promotores da pedagogia dita moderna, nada disto teria acontecido. Sim, sdico leitor, eis a a prova irretorquvel da verdade: o quadrpede sou eu. No eles!

    Disponvel em: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2504504.xml&template=3898.dwt&edition=12271&section=1012.Acesso em: 10 mai. 2009.

    6. Qual das expresses a seguir justifica, na opinio do autor, as afirmaes entre aspas no quarto pargrafo?

    a) estudar nos antigos seminrios da antiga Igreja Catlica (1 pargrafo).b) a curiosidade intelectual e a ambio de subir na vida (1 pargrafo).c) o desastre civilizatrio brasileiro das ltimas quatro dcadas (2 pargrafo).d) estudar sofrimento (5 pargrafo).e) a pedagogia dita moderna (ltimo pargrafo).

    7. Assinale o par de palavras que foram usadas como antnimos no texto.

    a) vtimas mortos (2 pargrafo).b) milagre desastre (7 pargrafo).c) auxiliar mo de obra (8 pargrafo).d) perdi treinara (8 pargrafo).e) mtodos pedagogia (ltimo pargrafo).

    8. Qual das frases a seguir no foi empregada com sentido irnico?

    a) E um crime pedaggico (4 pargrafo).b) peguei uma vara de ip de um metro (4 pargrafo).c) Vamos comear pela anlise morfolgica e sinttica e pelo latim (5 pargrafo).d) Pior do que isto (6 pargrafo).e) mandei-o ler livros velhos (6 pargrafo).

    O editorial um texto opinativo/argumentativo, no assinado, no qual o autor (ou autores) no expressa a sua opinio, mas revela o ponto de vista da empresa. Geralmente, aborda assuntos bastante atuais. Busca traduzir a opinio pblica acerca de determinado tema, dirigindo-se (explcita ou implicitamente) s autoridades, a fim de cobrar-lhes solues.

    Exemplificando

    Exame mdico

    Reforam-se as evidncias da baixa qualidade de ensino em cursos de medicina do pas. Esse retrato vem sendo confirmado anualmente desde 2005, quando o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo) decidiu implementar uma prova de avaliao, facultativa, dos conhecimentos dos futuros mdicos.

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    Neste ano, 56% dos formandos que prestaram o exame foram reprovados. O nmero j expressivo, mas razovel supor que a proporo de estudantes despreparados seja maior. A prova no obrigatria, e os responsveis por sua execuo avaliam que muitos dos maus alunos boicotam o exame, frequentemente estimulados por suas faculdades.

    A prova da Ordem dos Advogados do Brasil pode fornecer um parmetro, ainda que imperfeito. Na primeira fase do exame da OAB neste ano, o ndice de reprovados na seccional paulista chegou a 88%. A vantagem do teste entre advogados est em sua obrigatoriedade. Trata-se de uma prova de habilitao, ou seja, a aprovao indispensvel para o exerccio da profisso. do interesse da sociedade, da sade pblica e de seus futuros pacientes que os alunos de medicina tambm sejam submetidos a uma prova de habilitao obrigatria.

    O Cremesp, que defende o exame compulsrio, diz, no entanto, que a aplicao de testes tericos, aos moldes do que faz a OAB, seria insuficiente. Devido ao carter prtico da atividade mdica, seria imprescindvel, afirma a entidade, a realizao de provas que averiguem essa capacidade entre os recm-formados. Se implementado nesses moldes, um exame obrigatrio nacional cumpriria dupla funo: impediria o acesso profisso de recm-formados despreparados e, ao longo do tempo, estimularia uma melhora gradual dos cursos universitrios de medicina.

    (Editorial da Folha de S. Paulo, 17 de dez. de 2009, Opinio, A2)

    9. Considere as afirmaes abaixo sobre o editorial.

    I Faz sugestivo jogo de palavras: usa a expresso Exame mdico, que remete inspeo feita no corpo de um indivduo para chegar a um diagnstico sobre seu estado de sade, para referir uma prova de avaliao a ser realizada por formandos em medicina.

    II Aproxima a rea mdica e a rea do direito, acerca da avaliao dos indivduos que desejam exercer as respectivas profisses, de modo a evidenciar o reconhecimento, em plano mundial, da fragilidade da formao desses futuros profissionais.

    III Critica a imperfeio do sistema de avaliao dos formados em direito, considerando essa falha como fator que tira da prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil a possibilidade de ser tomada como padro para outras reas do conhecimento.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    a) I.b) I e II.c) I e III.d) II.e) II e III.

    Notcias so autorais, apesar de, nem sempre, serem assinadas. Seu objetivo to somente o de informar, no o de convencer.

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    Exemplificando

    De onde surgiu a expresso fazer uma vaquinha?

    Todos ns, vez ou outra, somos chamados para fazer uma vaquinha, juntar dinheiro para ajudar algum, pagar o vidro quebrado no jogo de futebol ou um jantar entre amigos. Mas de onde ser que surgiu esta curiosa expresso usada em todo o Pas?

    Segundo nos conta o professor Ari Riboldi, no livro O Bode Expiatrio, a expresso surgiu de uma prtica de premiao, no futebol, sob o nome de bicho. Em 1923, a torcida do Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, resolveu estimular os atletas de seu time a se dedicarem ao jogo com maior empenho.

    Passaram a arrecadar dinheiro e dar como prmio aos atletas em valores proporcionais aos resultados alcanados pelo time em campo.

    O valor tinha inspirao nos nmeros do jogo do bicho: 5, nmero do cachorro, equivalia a 5 mil ris - prmio por um simples empate; 10, nmero do coelho, equivalia a 10 mil ris - prmio por uma vitria comum; 25, nmero da vaca, correspondia a 25 mil ris - premiao dada somente em grandes vitrias, contra os adversrios mais fortes ou em partidas decisivas.

    O dinheiro era arrecadado entre os torcedores, no que veio a ser a famosa vaquinha.

    Disponvel em: http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/interna/. Acesso em: 16 fev. 20

    10. Sobre a estruturao do texto so feitas as seguintes afirmaes.

    I Cada pargrafo composto por mais de um perodo.

    II A palavra torcida utilizada com sentido plural, como se pode observar pela concordncia do verbo passar no incio do terceiro pargrafo.

    III O quarto pargrafo explica a origem dos nmeros do jogo do bicho.

    Qual(is) est(o) correta(s)?

    a) Apenas a I.b) Apenas a II.c) Apenas a III.d) Apenas a I e a II.e) I, II e III.

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    Texto Literrio

    Exemplificando

    s vezes, quando vejo uma pessoa que nunca vi, e tenho tempo para observ-la, eu me encarno nela e assim dou um grande passo para conhec-la. E essa intruso numa pessoa, qualquer que seja ela, nunca termina pela sua prpria autoacusao: ao nela me encarnar, compreendo-lhe os motivos e perdoo. Preciso prestar ateno para no me encarnar numa vida perigosa e atraente, e que por isso mesmo eu no queira o retorno a mim mesmo.

    Um dia no avioah, meu Deus implorei isso no, no quero ser essa missionria!

    Mas era intil. Eu sabia que, por causa de trs horas de sua presena, eu por vrios dias seria missionria.

    Adaptado de: LISPECTOR, Clarice. Encarnao involuntria. In: Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.

    11. Considerando o trecho Preciso prestar ateno para no me encarnar numa vida perigosa e atraente e que, por isso mesmo eu no queira o retorno a mim mesmo., correto afirmar que o narrador do texto

    a) encarna em pessoas para poder aconselh-las com mais segurana.b) no consegue retornar sua prpria vida.c) gostaria de poder encarnar a vida religiosa de uma missionria.d) percebe como corrigir os defeitos das pessoas logo que as observa.e) considera importante evitar encarnar-se na vida de algumas pessoas.

    Charge um estilo de ilustrao que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. Apesar de ser confundida com cartum, considerada totalmente diferente: ao contrrio da charge, que tece uma crtica contundente, o cartum retrata situaes mais corriqueiras da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge uma crtica poltico-social mediante o artista expressa graficamente sua viso sobre determinadas situaes cotidianas por meio do humor e da stira.

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    Exemplificando

    Instruo: as questes 12 e 13 referem-se ao texto que segue.

    A charge a seguir trata da situao crtica a que est submetido o Pas em relao dengue.

    12. Essa charge

    a) compara a luta contra a dengue a uma situao de guerra.b) coloca em situao de oposio o homem e a sociedade.c) suaviza a gravidade da questo a partir do humor.d) d caractersticas humanas ao mosquito.e) prope que foras blicas sejam usadas na preveno da doena.

    13. Uma charge tem como objetivo, por meio de seu tom caricatural, provocar, no leitor, dada reao acerca de um fato especfico. De acordo com a situao em que foi produzida, a charge de Ique, aqui apresentada, visa a provocar, no leitor, uma reao de

    a) consternao.b) revolta.c) alerta.d) complacncia.e) belicosidade.

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    Pea publicitria: a propaganda um modo especfico de apresentar informao sobre produto, marca, empresa, ideia ou poltica, visando a influenciar a atitude de uma audincia em relao a uma causa, posio ou atuao. A propaganda comercial chamada, tambm, de publicidade. Ao contrrio da busca de imparcialidade na comunicao, a propaganda apresenta informaes com o objetivo principal de influenciar uma audincia. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por omisso) para encorajar determinadas concluses, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e no racional informao apresentada. Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando o modo imperativo e elementos no verbais para reforar a mensagem.

    Exemplificando

    Instruo: a questo 14 refere-se ao texto que segue.

    O anncio publicitrio a seguir uma campanha de um adoante, que tem como seu slogan a frase Mude sua embalagem.

    14. A palavra embalagem, presente no slogan da campanha, altamente expressiva e substitui a palavra

    a) vida.b) corpo.c) jeito.d) histria.e) postura.

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    Piada

    Exemplificando

    Instruo: o texto que segue refere-se s questes 15 e 16.

    15. Na piada acima, o efeito de humor

    a) deve-se, principalmente, situao constrangedora em que ficou um dos amigos quando a mulher o cumprimentou.

    b) constri-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que no havia entendido o teor da pergunta do outro.

    c) provocado pela associao entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegtimo relacionamento amoroso.

    d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expresso lingustica, devo muito.

    d) produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso da expresso sua protetora.

    16. legtima a afirmao de que, na piada,

    a) ouve-se exclusivamente a voz de personagens, exclusividade que condio desse tipo de produo humorstica.

    b) h a presena efetiva de um narrador, expediente tpico desse tipo de texto.c) as falas das personagens constituem recurso para a defesa de um ponto de vista, sinal da

    natureza dissertativa desse especfico texto.d) os elementos caracterizadores da mulher, dados na descrio, so contrastados com a sua

    profisso.e) ocorre uma inadequao, dadas as normas da narrativa: a introduo fala da primeira

    personagem est no prprio trecho em que se compe a cena introdutria.

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    Intertextualidade = um texto remete a outro, contendo em si muitas vezes trechos ou temtica desse outro com o qual mantm dilogo.

    Exemplificando

    17. Da leitura do verbete quadrilha, tal como est registrado no minidicionrio da Lngua Portuguesa de Aurlio Buarque de Holanda (Curitiba: Editora Positivo, 2008), depreendem-se, para o termo quadrilha, os dois significados a seguir reproduzidos.

    Qua.dri.lha - Substantivo feminino.

    1. Bando de ladres ou malfeitores.2. Contradana de salo que forma figuras.

    Considere, agora, os textos pictrico e verbal, abaixo selecionados

    Disponvel em: [email protected]. Acessado em dez. 2009

    Na composio imagem/texto verbal, a pintura de Volpi atuou como

    a) artifcio pictrico decorativo para, simplesmente, emprestar peso cultural questo.b) elemento que concorreu para a fixao do segundo significado dicionarizado do termo que

    d ttulo ao poema.c) estratgia esttica reveladora, antes do mais, da insero temporal da criao artstica ora

    expressa em dupla linguagem.d) procedimento que fundiu os sentidos dicionarizados do termo, ampliando-lhe o sentido e o

    significado.e) recurso expressivo que, ao entremear os dois significados dicionarizados, criou novo termo

    a ser dicionarizado.

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    Extratextualidade = a resposta questo formulada por meio do texto encontra-se fora do universo textual, exigindo do aluno conhecimento mais amplo de mundo.

    Exemplificando

    Ateno: a questo de nmero 18 refere-se charge abaixo.

    (Folha de S. Paulo, 9 de dez. de 2009, Opinio, A2)

    18. Na charge, o efeito de humor deve-se prioritariamente

    a) deselegncia do garom ao anunciar, em tom coloquial e em voz alta, a falta de gelo.b) ao descabido uso de fones pelas personagens que compem a cena.c) possibilidade de se entender a fala do garom como aluso a questes climticas do

    planeta.d) indiferena da plateia diante da inesperada notcia.e) inadequao de bebidas serem servidas em reunio de lderes das principais naes do

    mundo.

    Exercitando mais um pouco

    As categorias que um leitor traz para uma leitura e as categorias nas quais essa leitura colocada as categorias cultas sociais e polticas, alm das categorias fsicas em que uma biblioteca se divide modificam-se constantemente e afetam umas s outras, de maneira que

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    parecem, ao longo dos anos, mais ou menos arbitrrias ou mais ou menos imaginativas. Cada biblioteca uma biblioteca de preferncias, e cada categoria escolhida implica uma excluso.

    H bibliotecas cujas categorias no esto de acordo com a realidade. O escritor francs Paul Masson, que trabalhara como juiz nas colnias francesas, notou que a Biblioteca Nacional de Paris tinha deficincias de livros em italiano e latim do sculo XV e decidiu remediar o problema, compilando uma lista de livros apropriados sob uma nova categoria que salvaria o prestgio do catlogo uma categoria que inclua somente livros cujos ttulos ele inventara. Quando lhe perguntaram que utilidade teriam livros que no existiam, Masson deu uma resposta indignada: Ora, no esperem que eu pense em tudo!

    Uma sala determinada por categorias artificiais, tal como uma biblioteca, sugere um universo lgico, um universo de estufa onde tudo tem o seu lugar e definido por ele. Numa histria famosa, o escritor Borges levou esse raciocnio s ltimas consequncias, imaginando uma biblioteca to vasta quanto o universo. Nessa biblioteca (que, na verdade, multiplica ao infinito a arquitetura da velha Biblioteca Nacional de Buenos Aires, da qual Borges era o diretor cego), no h dois livros idnticos. Uma vez que as estantes contm todas as combinaes possveis do alfabeto e, assim, fileiras e fileiras de algaravia indecifrvel, todos os livros reais ou imaginveis esto representados: a histria minuciosa do futuro, as autobiografias dos arcanjos, o catlogo fiel da Biblioteca, milhares e milhares de catlogos falsos, a demonstrao da falcia desses catlogos, uma verso de cada livro em todas as lnguas, as intercalaes de cada livro em todos os livros. No final, o narrador de Borges (que tambm bibliotecrio), perambulando pelos exaustivos corredores, imagina que a prpria Biblioteca faz parte de outra categoria dominante de bibliotecas e que a quase infinita coleo de livros repete-se periodicamente pela eternidade. E conclui: Minha solido alegra-se com essa elegante esperana.

    Salas, corredores, estantes, prateleiras, fichas e catlogos computadorizados supem que os assuntos sobre os quais nossos pensamentos se demoram so entidades reais, e, por meio dessa suposio, determinado livro pode ganhar um tom e um valor particulares. Classificado como fico, As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, um romance de aventuras engraado; como sociologia, um estudo satrico da Inglaterra no sculo XVIII; como literatura infantil, uma fbula divertida sobre anes e gigantes e cavalos que falam; como fantasia, um precursor da fico cientfica; como literatura de viagem, um roteiro imaginrio; como clssico, uma parte do cnone literrio ocidental. Categorias so exclusivas;

    a leitura no o ou no deveria ser. No importa que classificaes tenham sido escolhidas; cada biblioteca tiraniza o ato de ler e fora o leitor o leitor curioso, o leitor alerta resgatar o livro da categoria a que foi condenado.

    MANGUEL, Alberto. Uma Histria da Leitura. So Paulo: Cia. Das Letras, 1997. p. 226-227.

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    19. Assinale a alternativa que apresenta uma afirmao INCORRETA acerca das informaes contidas no texto.

    a) Diferentes categorizaes por que passam os livros no processo de leitura e na catalogao parecem, por vezes, arbitrrias.

    b) Para o escritor Paul Masson, o prestgio de uma biblioteca dependia da incluso, em seu catlogo, de ttulos do sculo XV em italiano e em latim.

    c) O escritor cego Borges foi diretor da Biblioteca Nacional de Buenos Aires.d) Borges previa a construo de uma biblioteca eterna, na qual todos os livros poderiam ser

    encontrados.e) Jonathan Swift escreveu Viagens de Gulliver, livro que faz parte do cnone literrio

    ocidental.

    20. Considere os seguintes conceitos.

    I categorizao

    II preferncia

    III tirania

    Quais deles esto associados s bibliotecas, de acordo com o texto?

    a) Apenas I.b) Apenas I e II.c) Apenas I e III.d) Apenas II e III.e) I, II e III.

    21. A segunda palavra de cada uma das alternativas abaixo poderia substituir a respectiva palavra do texto sem causar alterao de significado, EXCEO DE

    a) implica / acarreta.b) compilando / reunindo.c) indecifrvel / incompreensvel.d) falcia / preciso.e) suposio / conjectura.

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    22. Considere as seguintes afirmaes relativas ao significado de palavras do texto.

    I O emprego do advrbio periodicamente contribui para a frase no sentido de especificar que a repetio da coleo de livros seria uma ocorrncia aleatria por toda a eternidade.

    II A expresso estudo satrico permite a interpretao de que, com relao sociedade inglesa do sculo XVIII, As viagens de Gulliver uma obra jocosa, que ironiza e ridiculariza as caractersticas de tal sociedade.

    III O emprego da palavra precursor informa que a obra ali comentada anterior e pioneira com relao s obras de fico cientfica.

    Quais esto corretas?

    a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) Apenas II e III.

    Certas palavras

    Srio PossentiDe Campinas (SP)

    Muitas palavras ou expresses no oferecem garantia nenhuma do sentido preciso (porque tm muitos...) ou do alinhamento ideolgico de um texto, mas outras so indcios fortssimos. Mercado, por exemplo, quase um eufemismo para dirigentes de grandes conglomerados (ah, as avaliaes, as proposies, as expectativas do mercado!). Por outro lado, ope-se de certa forma a Estado, embora esta antonmia no esteja consagrada nos dicionrios.

    Os medievais que discutiram sobre a natureza dos conceitos, especialmente dos ditos conceitos abstratos (como humanidade ou beleza: so seres que existem em si ou so predicados que s se concretizam nos seres individuais?) teriam muita coisa a dizer sobre esse novo deus agora meio morto, convenhamos, e pedindo esmolas exatamente ao Estado, que antes quis eliminar. Textos que empregam mercado positivamente so quase sempre enganadores, vendedores explcitos de uma ideologia barata (sem trocadilho) como se fosse cincia indiscutvel. Talvez o sejam tambm os que defendem o estado, com a diferena de que so menos hipcritas e no o chamam apenas nas horas ms.

    Outro exemplo: especialista tornou-se, ultimamente, quase sinnimo de oposicionista. Nunca ouvi um especialista falar a favor do governo. Do atual, quero dizer, porque todos eram a favor do anterior, pelo menos os entrevistados em jornais em TVs e quase todos os articulistas. Oua a CBN e ver que tenho razo.

    Especialista em finanas pblicas, por sua vez, o outro nome de Raul Velloso, que Miriam Leito cita todos os dias, cuja receita cortar gastos do governo com pessoal, mesmo que logo em seguida um seu partidrio reclame das tribunas do senado ou pontifique num jornal da noite que o governo no fiscaliza (porque faltam fiscais), que a sade no vai bem

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    (porque faltam mdicos) etc. o melhor exemplo do que seria um governo de contadores, que Mitterand previu.

    Mas h palavras bem especiais, ainda mais especiais. Um bom exemplo est no comentrio abaixo, de Elio Gaspari, publicado em sua coluna na Folha de S. Paulo de 01/03/2009:

    DEMOFOBIA

    Depois que Paula Oliveira admitiu para a polcia sua que no foi atacada por xenfobos aconteceu algo estranho com a sua qualificao. Quando sua histria teve crdito era brasileira. Quando o relato trincou ela passou a ser chamada, com alguma frequncia, de pernambucana. H suos que gostam de contar histrias de preconceito de brasileiros contra brasileiros.

    O exemplo apenas um dos que se repetem nusea nos noticirios: se h um crime e seus (supostos) autores forem moos de favelas, negros ou quase pretos de to pobres, eles so designados como bandidos e marginais. Mas, se jovens universitrios da Zona Sul espancam uma mulher - uma empregada domstica - num ponto de nibus porque pensavam que era uma prostituta, no s aquelas palavras no so empregadas - eles so no mximo jovens, talvez estudantes -, como o jornal entrevistar um psiclogo que explique o que leva jovens que tm tudo a praticarem tais atos.

    A discriminao social no Brasil to flagrante que a Globo transcreve entre aspas a fala dos seus marginais (coisas como nis vamo, peg, desc), sem se dar conta (ser?) de que as mesmas formas saem da boca do Fausto ou do Luciano Huck, para ficar em dois exemplos, mas, de fato, da boca de todos os que no leem seu textinho - quase sempre to pobre! - no telepromter.

    O caso Battisti fornece material numeroso do mesmo tipo. Se a notcia comea com o terrorista ou com o refugiado, quase no necessrio ouvir mais nada.

    Disponvel em: http://terramagazine.terra.com.br/interna/OI3643438-EI8425,00-Certas+palavras.html. Acesso em: 30 mai. 2009.

    Instruo: Para as questes 23 e 24, leve em considerao o primeiro pargrafo.

    23. A palavra que completaria corretamente a frase entre parnteses

    a) alinhamentos.b) textos.c) sentidos.d) indcios.e) dicionrios.

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    24. A expresso esta antonmia refere-se

    a) oposio entre Mercado e Estado.b) ao eufemismo para dirigentes de grandes conglomerados.c) diferena entre Mercado e Estado.d) ao eufemismo para Mercado.e) oposio entre as proposies do Mercado e o Estado.

    Instruo: Para a questo 25, leve em considerao o segundo pargrafo.

    25. Julgue as afirmaes sobre a expresso esse novo deus falsas (F) ou verdadeiras (V).

    ( ) A palavra deus deveria ter sido grafada com letra maiscula, pois nome prprio.

    ( ) A expresso refere-se a Mercado.

    ( ) Segundo o autor, deus um substantivo abstrato.

    ( ) Os medievais definiram esse novo deus como abstrato.

    Agora, assinale a sequncia que completa corretamente, de cima para baixo, os parnteses.

    a) F V V Fb) F V V Vc) V V F Fd) V V V Fe) F V F F

    26. A leitura atenta do oitavo pargrafo permite inferir que

    a) Fausto e Luciano Huck no utilizam a linguagem exigida pela emissora em que trabalham.b) a leitura de um texto ajuda a aprender a lngua padro.c) textos na lngua padro so pobres.d) registros como nis vamo, peg, desc so caractersticos da lngua falada, que

    espontnea.e) registros como nis vamo, peg, desc indicam falta de cultura.

    27. Qual dos perodos a seguir resume a ideia central do texto?

    a) Muitas palavras - ou expresses - no oferecem garantia nenhuma do sentido preciso (porque tm muitos...) ou do alinhamento ideolgico de um texto, mas outras so indcios fortssimos.

    b) Textos que empregam mercado positivamente so quase sempre enganadores, vendedores explcitos de uma ideologia barata (sem trocadilho) como se fosse cincia indiscutvel.

    c) Outro exemplo: especialista tornou-se, ultimamente, quase sinnimo de oposicionista.d) Mas h palavras bem especiais, ainda mais especiais.e) o melhor exemplo do que seria um governo de contadores, que Mitterand previu.

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    A ptria (s) de chuteiras1

    (Adaptado)

    Para a imensa maioria, o futebol o nico motivo para o exerccio de seu sentimento, digamos, patritico. compreensvel, num pas onde existe pouco do que se orgulhar. Assim, a cada quatro anos o brasileiro se veste de verde-amarelo e incorpora aquele sentimento que deveria ser permanente. At a tudo bem. J que no temos do que nos orgulhar em outros campos mais importantes como os da tecnologia, das cincias, da educao, dos indicadores sociais, da poltica, que nos orgulhemos ao menos do nosso futebol.

    O problema comea quando este sentimento se exacerba e extrapola os limites do razovel, e/ou passa a ser manipulado por outros interesses que no o esportivo. Por fora de interesses comerciais gigantescos e pela atuao de uma mdia que supervaloriza o espetculo, tratando-o como o acontecimento mais importante do planeta, o pas perde o senso do razovel, e durante cerca de um ms levado a uma espcie de catarse coletiva, onde nada mais parece importar a no ser a conquista do caneco. A se acreditar no que a mdia insistiu em fazer crer, adversrios como Austrlia e Japo, em tudo e por tudo superiores ao Brasil, no passariam de pases de quinta categoria pelo simples fato de seus jogadores coitados! - no terem a mesma habilidade de nossos craques com a bola nos ps. Eu trocaria toda a nossa magnificncia futebolstica pela metade do desenvolvimento tcnico, cientfico, e social destes pases.

    [...]

    Em tempo, mergulhados nesta onda ilusionista que insistiu em vender a imagem de um pas nota dez em matria de futebol, mal paramos para pensar que no bem assim. Idntico aos demais setores, o futebol brasileiro no aquilo que muitos querem fazer crer. O que somos, na verdade, grande exportador de craques, que fazem a alegria dos torcedores de clubes espanhis, italianos, alemes e franceses. Mas o futebol brasileiro nossos clubes, nossos campeonatos to pobre, medocre e ineficiente quanto a nossa educao, a nossa sade, a nossa tecnologia, e por a vai.

    Disponvel em: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/07/357124.shtml. Acesso em: 21 abr. 2008.

    28. O uso do futuro do pretrito nos dois ltimos perodos do segundo pargrafo passariam e trocaria indica um(a) ________ do autor em relao aos fatos discutidos no pargrafo.

    Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

    a) hiptese.b) certeza.c) dvida.d) exagero.e) indeciso.

    1Texto escrito depois da derrota do Brasil para a Frana na Copa do Mundo de 2006.

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    29. Ao empregar a palavra coitados, no segundo pargrafo, o autor

    a) demonstra que tem pena dos jogadores que no so craques.b) critica a exaltao aos nossos jogadores feita pela mdia.c) critica a forma como Japo e Austrlia tratam de seus craques.d) lamenta que o Brasil no tenha o mesmo desenvolvimento tcnico da pases como Japo e

    Austrlia.e) sugere que o Brasil no tem craques assim to famosos.

    30. Idntico, no segundo perodo do ltimo pargrafo, refere-se a

    a) pas.b) aquilo.c) futebol brasileiro.d) exportador.e) desenvolvimento tcnico.

    31. No trecho mal paramos para pensar que no bem assim, a palavra destacada refere-se a

    a) grande exportador de craques.b) alegria de torcedores de clubes espanhis, italianos, alemes e franceses.c) futebol brasileiro.d) um pas nota dez em matria de futebol.e) conquista do caneco.

    32. Assinale a nica afirmativa que no tem relao com os argumentos utilizados no texto.

    a) O Brasil exporta muitos craques do futebol.b) A mdia supervaloriza nosso futebol e nossos craques.c) Os brasileiros no devem exaltar o futebol apenas.d) O futebol brasileiro tambm apresenta problemas.e) No Brasil, interesses comerciais transformam a Copa do Mundo no acontecimento mais

    importante do planeta.

    Gabarito:01. C02. B03. D04. C05. E06. E07. B08. C09. A10. D11. E12. A13. C14. B15. D16. B

    17. B18. C19. D20. E21. D22. E23. C24. A25. E26. D27. A28. A29. B30. C31. D32. C.