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CADERNO PEDAGÓGICO

GEOCONSERVAÇÃO NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

TEORIA E PRÁTICA

PONTA GROSSA

2011

2

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO....................................................................3

PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO..................................4

INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR...............................................5

PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR......................................6

TEORIA...................................................................................8

CARACTERÍSTICAS DAS ERAS GEOLÓGICAS...................10

DEFINIÇÕES IMPORTANTES................................................12

PRÁTICA.................................................................................15

PROPONDO ATIVIDADE........................................................18

MATERIAL...............................................................................19

PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO.................................21

SUGESTÕES DE LEITURA.....................................................24

REFERÊNCIAS........................................................................26

3

APRESENTAÇÃO

A elaboração de um Caderno Pedagógico, relacionado à

Geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha, destina-se aos alunos da

7ª série do ensino fundamental, o qual será aplicado no segundo semestre de

2011, na Escola Estadual Becker e Silva. A unidade é resultado do projeto de

formação docente – PDE, ofertado pelo Governo do Estado do Paraná.

Abordar temas desconhecidos pelos alunos como a Geoconservação no

Parque Estadual de Vila Velha é um desafio. Entretanto, a Geografia com o

auxílio da Geologia, pode oferecer aos alunos condições para que eles

conheçam, explorem e valorizem o parque. Para que isto se torne realizável, é

necessário aliar teoria a prática. Na teoria os alunos terão o embasamento

necessário sobre conceitos por eles desconhecidos, como geodiversidade,

geoconservação, geossítio, patrimônio geológico, necessários para que

entendam a importância da teoria no processo de construção do conhecimento.

Na prática a ser realizada com uma saída de campo ao Parque Estadual

de Vila Velha, os alunos terão condições de observar, analisar e interpretar as

transformações ocorridas durante milhões de anos. É na prática de campo que

os alunos poderão questionar informações e conceitos abordados em sala de

aula, tendo possibilidades de elaborarem seus conhecimentos a partir de tais

questionamentos.

Sendo assim, estaremos contribuindo para que os alunos e a

comunidade escolar tenham condições de conhecer um tema pouco divulgado

e mal explorado, principalmente no ensino fundamental, ligado a área

geológica, que é a Geoconservação das estruturas geológicas do Parque

Estadual de Vila Velha. Também devemos ter a preocupação de sensibilizar a

comunidade escolar para que valorize os atrativos turísticos naturais que a

região oferece, contribuindo assim para a formação de pessoas mais

conscientes pela conservação do meio ambiente.

4

PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO

Durante anos, percebemos o desinteresse dos alunos pela geografia,

sendo ela vista como disciplina que não terá utilidade em sua vida. Os alunos

mencionam que as aulas são expositivas, cansativas, não tendo nada a ver

com a realidade em que estão inseridos, enfim a geografia para eles não

servirá para nada.

Frente a esse desinteresse dos alunos pela disciplina, principalmente no

ensino fundamental, cabe a nós professores encontrarmos meios para que os

alunos sintam gosto pela geografia, pois como Freire (1996, p.63) fala: ‘O

educador que, ensinando geografia, “castra” a curiosidade do educando em

nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a

liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. ’ Nós professores

temos que dar possibilidades para que os alunos construam seu conhecimento,

temos que partir do conhecimento que o aluno tem sobre determinado assunto

e fazer com que ele descubra a importância da geografia na elaboração do seu

saber.

Nesse sentido a geologia dentro da geografia pode dar sua colaboração,

uma vez que faz parte do nosso cotidiano e podemos demonstrar na prática as

transformações e alterações que ocorrem em nosso planeta.

Partindo do princípio de que devemos trabalhar com a realidade onde o

aluno está inserido, nada melhor do que inserir a geologia neste contexto,

principalmente em um local que apresenta e desperta grande interesse aos

alunos, que é o Parque Estadual de Vila Velha.

Sensibilizar o aluno da necessidade de se preservar a estrutura

geológica existente no Parque Estadual de Vila Velha é um desafio, uma vez

que as formas ou “feições” existentes ali no parque são a principal razão dele

existir. Esse objetivo poderá ser alcançado, aliando teoria à prática.

A teoria sendo dada em sala de aula, abordando conceitos como

geodiversidade, geoconservação, patrimônio geológico, geoturismo, educação

ambiental, enfatizando a importância da geografia dentro deste contexto. Dado

esse embasamento sobre o tema, parte-se para a prática, com uma atividade

de campo, onde os alunos poderão ver o que foi trabalhado em sala de aula.

5

Nesse sentido concordamos com Compiani (1988, p.162), quando diz:

“não temos dúvidas de que o campo é um excelente ambiente de ensino, e, se

bem trabalhado, é capaz de questionar a sala de aula tradicional, fechada por

quatro paredes com um professor em posição inacessível distante.”

A geografia tem que incorporar novas práticas pedagógicas no processo

de ensino aprendizagem e a atividade de campo possibilita um maior interesse

do aluno, uma vez que ele estará fora da sala de aula, tendo a sua volta

informações, problemas e dados que podem ser trabalhados, tornando as

aulas de geografia bem mais atraentes e interessantes.

INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR

Como o objeto de estudo da geografia é o espaço geográfico e as

relações da sociedade com esse espaço, cabe a ela dar condições e contribuir

para que o aluno entenda essa relação de forma clara.

Segundo Justen e Carneiro (2009, p.5),

Uma das contribuições que a geografia deve oferecer ao aluno é o desenvolvimento da capacidade de observar, analisar, interpretar e pensar criticamente, observando a realidade, tendo em vista sua transformação. Tal compreensão da realidade, do espaço produzido e das relações entre homem e natureza, passa pela compreensão das relações sociais de produção do espaço.

No Parque Estadual de Vila Velha, o aluno tem a oportunidade de

observar, analisar e interpretar as transformações ocorridas no local, pois o

espaço foi transformado em mercadoria. Um espaço que serve a interesses,

através do geoturismo que é realizado, atividade que cresce a cada ano e

lembrado por Moreira (2008, p.75) quando diz que:

O geoturismo deve ser um turismo sustentável no sentido de permitir um desenvolvimento turístico sem degradar ou esgotar os recursos que estão sendo

6

utilizados na atividade. Somente assim nós poderemos conhecer e aproveitar ainda mais nosso patrimônio geológico, proporcionando que as futuras gerações também possam conhecê-lo.

Tal citação demonstra a preocupação com a atividade desenvolvida, no

sentido de utilizar o local sem degradar ou esgotar seus recursos, para que

isso ocorra é necessário desenvolver no turista e nas pessoas que visitam o

local um sentido de valorização das estruturas geológicas existentes no

parque, principal razão de sua existência.

Nesse sentido a geografia tem sua importância, colaborando para que o

aluno perceba as alterações ocorridas no ambiente e no local onde se

encontra, enfatizando também a necessidade de conservação e valorização

dos atrativos turísticos naturais que a região oferece.

O potencial turístico da região é grande e diversificado, entretanto é mal

explorado e pouco divulgado nos meios de comunicações, seja em nível

nacional ou local. Para que ocorra uma maior valorização dos atrativos

turísticos regionais se faz necessário a implantação de um roteiro turístico,

histórico, religioso, mostrando à comunidade local o potencial da região.

Desse modo a geografia e a geologia tornam-se importantes aliadas no

processo de geoconservação da geodiversidade do Parque Estadual de Vila

Velha, contribuindo para que estudantes, turistas e pessoas que visitam o

parque tenham um melhor entendimento sobre a formação geológica do local

PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Precisamos romper com o conceito de que nossa disciplina é a mais

importante, não devemos ter o receio de inovarmos em práticas didático-

metodológicas. Também não devemos ter a idéia de não darmos conta do

conteúdo previsto, pois se isto ocorrer, estaremos dando uma importância

maior aos conteúdos, não nos preocupando com o conhecimento que os

alunos possuem e que devem ser levados em consideração, uma vez que é a

partir desse conhecimento que devemos ampliar a visão de mundo do aluno.

7

Devemos sim dar condições para que ele produza e socialize seus

conhecimentos.

As disciplinas escolares, sejam quais forem, não devem ser fechadas

em si, mas trabalharem em conjunto, ampliando a visão do aluno, mostrando a

ele a ligação existente do conteúdo com as diversas áreas do saber. Fazendo

isto estaremos colaborando para que a interdisciplinaridade se realize dentro

do ambiente escolar.

Socializar os conhecimentos dentro do ambiente escolar nem sempre é

uma tarefa fácil, mas para que tal processo se concretize e os alunos sejam os

maiores beneficiados sugerimos aos professores de outras áreas, que na

medida do possível trabalhem com o tema geoconservação do Parque

Estadual de Vila Velha, contribuindo assim para que o aluno entenda a ligação

do tema com as demais disciplinas.

A disciplina de História poderá pesquisar sobre as lendas de Vila Velha,

quando o parque foi criado, qual era o governo da época etc. A área de

Ciências poderá trabalhar com as formações vegetais existentes no parque, as

espécies de animais que ali existem, como se alimentam e vivem, cadeia

alimentar e meio ambiente. A Matemática poderá dar sua contribuição no

cálculo de distância, do local de partida até o parque, pode também trabalhar

com a área do parque, o tempo de deslocamento de um local a outro,

oportunizando um melhor aproveitamento do tempo que se passará no parque.

A disciplina de Educação Física, poderá trabalhar com a qualidade de

vida, uma vez que os alunos realizarão grande parte do percurso a pé, o que

levar, como se proteger do sol, a socialização dos alunos , como se portar em

um local diferente do usual, enfim todas as disciplinas podem dar sua

contribuição, sem deixar de lado os conteúdos específicos.

8

TEORIA

Para que o tema geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha seja

trabalhado de forma adequada e atinja os objetivos propostos, faz-se

necessário um embasamento teórico aos alunos, uma vez que os mesmos

desconhecem conceitos que são necessários ao entendimento do tema.

Outro aspecto a ser trabalhado, são noções de geologia e

geomorfologia, enfocando a formação e transformação pelas quais a Terra

passou até chegar ao estágio atual. Com relação à formação e evolução da

Terra, pode-se iniciar com a Escala do Tempo Geológico, enfatizando os

principais acontecimentos ocorridos em cada era.

ERA PERÍODO /

INÍCIO ÉPOCA PRINCIPAIS EVENTOS

CENOZÓICA

Quaternário 1,8 milhões

de anos

Holoceno (recente)

- "Era do Homem". O homem torna-se a forma de vida dominante sobre a Terra.

- Estabilização do clima.

Pleistoceno

- Glaciações mais recentes. - Domínio dos mamíferos de grande

porte. - Evolução do homo sapiens

Terciário 65 milhões de

anos

Plioceno

- Avanço das geleiras. - A vegetação é dominada pelos campos

e savanas. - Aparecimento de mamíferos

ruminantes.

Mioceno - Formação de grandes campos.

- Mudanças climáticas levam à formação da calota polar Antártica.

Oligoceno - Aparecimento de elefantes e cavalos.

- Aparecimento de vários tipos de gramíneas.

Eoceno - Surgimentos da maior parte das ordens de mamíferos.

Paleoceno - Domínio dos mamíferos de porte pequeno a médio.

MESOZÓICA

Cretáceo 146 milhões

de anos

- Primeiras plantas com flores, grupos modernos de insetos, pássaros e

mamíferos.

Jurássico 208 milhões

de anos - Pterossauros e primeiros pássaros.

- Dinossauros vagueiam pela Terra.

Triássico 245 milhões

de anos - Primeira aparição dos dinossauros.

9

PALEOZÓICA

Permiano 286 milhões

de anos Maior evento de extinção em massa.

- Formação do supercontinente Pangea.

Carbonífero 360 milhões

de anos

- Formação das enormes florestas de pteridófitas (samambaias) e o registro

das primeiras gimnospermas (espécies com sementes).

Devoniano 410 milhões

de anos

- Aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres, primeiros

artrópodes terrestres, incluindo os insetos e as aranhas;

- Expansão dos diversos tipos de corais; - Diversificação dos peixes.

Siluriano 440 milhões

de anos

- Estabilização do clima. - Derretimento do gelo glacial, elevação

dos níveis dos oceanos. - Evolução dos peixes. Aparecimento

dos peixes com mandíbulas; - Primeiras evidências de vida no meio terrestre, incluindo alguns parentes das

aranhas e das centopéias, além das primeiras plantas vasculares.

Ordoviciano 505 milhões

de anos - É conhecido pela ocorrência de

invertebrados marinhos diversos.

Cambriano 544 milhões

de anos

- Segundo registros fósseis, este período marca o aparecimento da maioria dos

grupos principais de animais.

PROTEROZOICA 2,5 bilhões de anos

- A formação das terras continentais se estabiliza;

- Registro dos primeiros fósseis de organismos unicelulares;

- Primeira evidência de oxigênio na atmosfera.

ARQUEANA 3,8 bilhões de anos

- Formação de 70% das massas dos continentes;

- Aparecimento dos primeiros organismos vivos anaeróbicos, isto é,

utilizam metano ou hidrogênio no metabolismo, em vez de oxigênio.

HADEANA

4,5 bilhões de anos

- Formação do Sistema Solar. - Diferenciação do núcleo, manto e

crosta da Terra. - Solidificação da crosta terrestre.

- Quase nenhuma rocha formada neste intervalo encontra-se preservada

Fonte:

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/geografia_geral/formac

ao_da_terra/eras_geologicas

10

CARACTERÍSTICAS DAS ERAS GEOLÓGICAS

As informações referentes às características das Eras Geológicas foram

adaptadas a partir da leitura da página da internet

http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_geol%C3%B3gica e do folder Sítio Geológico do

Parque Estadual de Vila Velha, confeccionado pela MINEROPAR, Minerais do

Paraná S/A.

Eras geológicas são momentos ou divisões da história da Terra. O

passado da Terra é estudado a partir do que se encontra registrado nas

rochas, tal como por restos ou vestígios de seres animais ou vegetais, que

deixaram suas marcas em rochas sedimentares, são os fósseis que nos

permitem estudar o passado da Terra.

ERA PROTEROZOICA

Significa vida primitiva, nessa Era raramente são encontrados fósseis. A

importância econômica dessa Era é grande, pois as maiores reservas, de ferro,

ouro, manganês, cobre, níquel, prata, pedras preciosas, são encontradas nos

terrenos da Era Proterozoica, formados principalmente por rochas

metamórficas e ígneas. No leste do município de Ponta Grossa as regiões de

Itaiacoca, Biscaia e Alagados possuem rochas proterozoicas, inclusive com

importantes jazidas de talco e rochas calcárias.

ERA PALEOZOICA

Também conhecida como Era Primitiva (boa parte das formas de vida

diferente das atuais), durou aproximadamente 290 (início do Cambriano foi a

542 Ma e o fim do Permiano foi a 251 Ma) milhões de anos e divide-se em seis

períodos: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e

Permiano. Nessa Era os animais viveram predominantemente em ambiente

marinho: trilobites, moluscos, corais. (isto é verdade para a primeira metade do

Paleozoico. A partir do Devoniano a vida em áreas emersas foi bem

expressiva)

� No Ordoviciano, surgiram peixes nas águas doces.

11

� No Siluriano, plantas terrestres mais antigas conhecidas.

� No Devoniano, insetos mais antigos e os anfíbios.

� No Carbonífero e Permiano, grandes florestas que originaram carvões

em várias partes do mundo; os répteis também são desse período.

No Período Carbonífero a 300 milhões de anos atrás, tiveram origem as

areias que mais tarde formariam o Arenito Vila Velha. A paisagem era

dominada por geleiras, rios e lagos glacial, formando um ambiente fluvio-

glacial. As geleiras, ao se movimentarem para áreas mais baixas, agregavam

em sua massa sedimentos e fragmentos de rocha que encontravam pelo

caminho (PIEKARZ et al.,).

Com o derretimento do gelo, o material que se encontrava dentro da

geleira formava depósitos chamados de morenas. Os rios e enxurradas,

criados a partir do derretimento do gelo, lavaram os sedimentos, depositando

as areias que originaram o Arenito Vila Velha. Na região do parque, estes

sedimentos são arenosos.

ERA MESOZOICA

Mesos = meio; Zoé= vida, significa vida intermediária.

É a idade dos grandes répteis, sendo os dinossauros os mais

conhecidos. Essa Era divide-se em três períodos: Triássico, Jurássico e

Cretáceo. Também nessa Era a região Andina e as Montanhas Rochosas,

foram afetadas por movimentos orogenéticos.

ERA CENOZOICA

Significa vida recente. Nessa Era a vida animal se desenvolveu

lentamente, quando aparece o ser humano. Essa Era divide-se em dois

períodos: Terciário, que se subdivide em cinco épocas: Paleoceno, Eoceno,

Oligoceno, Mioceno e Plioceno, e o período Quaternário, que se subdivide em

Pleistoceno e Holoceno.

12

Durante o Terciário ocorreu intensa atividade vulcânica e formaram-se

os grandes maciços montanhosos do mundo. Ex. Andes, Alpes e Himalaia. Os

restos mais antigos do homem são do Pleistoceno.

Nos últimos 1,8 milhões de anos, no Período Quaternário, através das

águas pluviais, ocorreu o processo de erosão que esculpiram o Arenito Vila

Velha. A característica principal desse arenito é a presença do relevo

ruiniforme, isto é, em forma de ruínas, marcado pela associação de formas em

cones de dissolução, topos pontiagudos, caneluras, torres e pilares, que deram

origem às esculturas naturais do parque (PIEKARZ et al.,), onde a Taça é a

mais conhecida.

As feições do parque se devem à ação das águas pluviais, ação da

energia solar, das mudanças e alterações de temperaturas e da atividade

orgânica sobre as rochas. A ação erosiva se desenvolveu através das zonas de

fraqueza da rocha tais como fraturas e falhas, estruturas sedimentares, textura

e cimentação diferenciadas (PIEKARZ et al.,), o que permitiu a formação dos

monumentos existentes.

DEFINIÇÕES IMPORTANTE

Conscientizar a sociedade sobre a importância da geodiversidade, que

segundo Stanley (2000 apud Nascimento 2008, p.10) é descrita como “a

variedade de ambientes geológicos, fenômenos e processos ativos que dão

origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos

superficiais que são o suporte para a vida na Terra.” Essa variedade de

ambientes é fundamental para que se valorize e entenda a história do nosso

planeta que está contida nas formações geológicas.

Destaca-se ainda a importância da geoconservação que segundo

Sharples (2002 apud Brilha 2005, p.51), “a geoconservação tem como objetivo

13

a preservação da diversidade natural de significativos aspectos e processos

geológicos, geomorfológicos e de solo, mantendo a evolução natural desses

aspectos e processos.”

Diante da valorização cada vez maior do ambiente e da necessidade de

conservação, surge uma atividade econômica que cresce a cada ano no

mundo e também no Brasil, que é o turismo. Esta atividade faz uso da

paisagem, explorando-a com fins econômicos, de lazer e recreação. Dentro do

turismo, existem vários segmentos, sendo o Geoturismo, um segmento que se

destaca por apresentar aos turistas aspectos ligados à geologia.

Segundo Nascimento et al. (2008, p.43), o Geoturismo:

Visa sensibilizar as pessoas sobre a importância do patrimônio e despertar o desejo de contribuir para sua conservação. Para isto, a linguagem de geologia deve ser traduzida para a linguagem comum, para que o visitante entenda as informações de áreas específicas do conhecimento.

As paisagens atuais, utilizadas como atrativos turísticos, principalmente

as voltadas para os aspectos geológicos, levaram milhares de anos para se

originarem e possuem informações importantes sobre a formação geológica do

nosso planeta. Sendo assim, cabe a nós a responsabilidade de preservarmos

tais informações, para que as gerações futuras também tenham a oportunidade

de conhecer e visualizar as belezas cênicas existentes.

Podemos dizer que existe uma ligação entre geoturismo, geodiversidade

e geoconservação, pois o geoturismo está associado a visitas em locais com

rico patrimônio geológico, daí a necessidade da geoconservação, para proteger

esse patrimônio bem como a geodiversidade existente no local.

A região dos Campos Gerais apresenta várias áreas que possuem um

rico patrimônio geológico, que segundo Brilha (2005, p.52) “é definido pelo

conjunto de geossítios inventariados e caracterizados numa dada área ou

região”, e que pode ser utilizado pelo Geoturismo e também por instituições de

ensino para pesquisas, sensibilização e valorização da constituição geológica

de um dado município. O Parque Estadual de Vila Velha é um patrimônio

geológico que tem grande valor científico, didático e econômico, além da

geodiversidade que apresenta. Devido ao seu valor, em 18 de janeiro de 1966,

foi tombado pelo patrimônio histórico e artístico do Paraná, sendo reconhecido

14

pelo Governo Estadual como sendo uma Unidade de Conservação (desde

1953), que centra seus estudos muitas vezes nos aspectos bióticos, deixando

de lado os aspectos geológicos, que muitas vezes nem chegam a ser

mencionados.

Sendo assim, podemos concordar com a afirmação de Moreira (2008,

p.107), quando menciona que:

O patrimônio geológico precisa deixar de ser esquecido pelas políticas públicas, educativas e de proteção do meio ambiente. Conscientizar a sociedade sobre nossa rica geodiversidade é importante para que assim ela possa ser utilizada com fins não somente científicos e também educativos e turísticos.

Para que o patrimônio geológico do Parque Estadual de Vila Velha, seja

valorizado, é necessário uma sensibilização da sociedade local, dando ênfase

à formação geológica do parque, neste sentido destacamos Guimarães et al.

(2009, p.56) quando dizem que: “um dos grandes desafios para a

geoconservação nos Campos Gerais é o de elevar o conhecimento médio de

seus habitantes, e também de visitantes ocasionais, sobre termos relativos às

Ciências da Terra.”

A valorização e o conhecimento sobre os aspectos geológicos do parque

devem acontecer por meio de uma educação ambiental, que envolva a

comunidade de modo geral, fazendo com que ela tenha uma maior participação

na proteção do ambiente.

Dentro deste contexto, Nascimento et al. (2008, p.42) afirmam:

A educação ambiental que envolver a comunidade local deve ser ministrada em escolas de todos os municípios que apresentam patrimônio geológico e o programa deve incorporar além da “visão naturalizante” (ciências físicas e biológicas), as dimensões sociais e culturais (ciências humanas).

Outro meio de valorização e conservação do patrimônio geológico é a

criação de Geoparques, que segundo Brilha (2005, p. 119), “conjuga a

geoconservação e o desenvolvimento econômico e sustentável das populações

que a habitam”. Entretanto, o Parque Estadual de Vila Velha, ainda não foi

reconhecido pela Rede Global de Geoparques sob auspícios da UNESCO

como integrante de um geoparque, mas pesquisadores da UEPG e da

15

MINEROPAR em parceria com outras instituições (UFPR, SETU,

PARANATURISMO, SEBRAE, prefeituras) (GUIMARÃES; MELO;

MOCHIUTTI, 2009, p.57), trabalham para que ocorra esse reconhecimento.

O trabalho de sensibilização da sociedade com relação à valorização

dos aspectos geológicos do parque não é fácil, pois a falta de profissionais de

Geociências e uma infra-estrutura mais adequada são desafios que deverão

ser enfrentados para que realmente o parque tenha em seu patrimônio

geológico o principal atrativo

Considerando que os resultados de um trabalho só serão percebidos

daqui a alguns anos, é necessário que seja também um processo contínuo de

Educação Ambiental, voltado para os aspectos geológicos, e que deve e pode

ser trabalhado por todas as disciplinas, pois como Reigota (2004, p. 25) relata

A educação ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades.

Só assim poderemos ter uma sociedade que valorize os atrativos

turísticos naturais, principalmente os aspectos geológicos, que muitas vezes

nem chegam a ser mencionados, tanto aos habitantes da cidade como aos

turistas que se sentem atraídos pelas belezas que a região oferece.

PRÁTICA

Vários autores apontam a prática de campo como fundamental, para que

o aluno produza seu conhecimento, a partir da realidade em que está inserido.

Dentre os vários autores que trabalham nessa linha de pensamento podemos

citar Compiani (1998), Scortegana e Negrão (2005), Justen e Carneiro (2009),

Carneiro et al (2008).

Justen e Carneiro (2009, p.7) nesse sentido dão sua contribuição

quando dizem:

16

...o trabalho de campo pode possibilitar ao aluno a construção de um conhecimento próximo de seu cotidiano, da realidade que o envolve; é também no campo que o aluno poderá questionar informações e conceitos vistos em sala de aula e não compreendidos até então.

Entre as disciplinas escolares que podem trabalhar com o cotidiano do

aluno e sua realidade, a Geografia juntamente com a Geologia, têm uma

importância muito grande quando se pretende realizar um trabalho de campo,

bem lembrado por Scortegana e Negrão (2005, p.37), quando destacam:

...sem dúvida, os trabalhos de campo em Geografia e Geologia são imprescindíveis, pois permitem ao aluno se posicionar perante o saber teórico e a realidade vigente, desmitificando a ciência e construindo um saber mais próximo do seu cotidiano.

Podemos perceber que a formação do conhecimento do aluno parte do

seu cotidiano, sendo assim, faz-se necessário explorar de forma adequada o

local de vivência do aluno, dando condições para que ele possa entender o

meio em que vive, compreendendo a sua formação e as transformações pelas

quais passou até chegar à situação atual.

Com relação à geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha, o

trabalho de campo se torna indispensável, pois é nesse local que os alunos

poderão desenvolver o sentido da observação e percepção das alterações

ocorridas ao longo de milhões de anos.

O Parque Estadual de Vila Velha serve ao turismo e ao estudo de várias

instituições de ensino, como destaca Moreira e Rocha (2007, p.204), quando

dizem:

O Parque Estadual de Vila Velha é um dos principais atrativos turísticos dos Campos Gerais e do Paraná e destaca-se como um centro de visitação de escolas e universidades de todo Brasil; os aspectos geológicos e geomorfológicos, juntamente com as particularidades da flora e fauna, fazem do local um destino muito importante para a realização de estudos e aulas de campo.

Guimarães et al (2007, p.31), também enfatizam a importância

geológica da região dos Campos Gerais, local onde encontra-se o Parque

Estadual de Vila Velha, quando afirmam:

17

Especialmente para a geologia, inúmeros aspectos didáticos podem ser apresentados, exercitando e/ou debatidos nos Campos Gerais, independentemente do estilo pedagógico de visita adotado, ou seja, de treinamento, investigativo, contemplativo, etc. Estes locais especiais possuem um imenso potencial educativo e de entretenimento, em especial quando se pretende enfocar questões relacionadas ao uso dos recursos naturais com vistas ao desenvolvimento sustentável.

A região dos Campos Gerais, rica em vários aspectos geomorfológicos,

geológicos, geográficos, turísticos, serve de estudos a várias instituições de

ensino. Por esse motivo, faz-se necessário também a valorização dos atrativos

turísticos naturais que a região oferece.

Essa valorização leva tempo e deve atingir toda a comunidade para que

tenhamos cidadãos mais conscientes e responsáveis pelo ambiente. Como é

um processo longo, devemos começar com os alunos das escolas, através de

uma educação ambiental, pois como destaca Reigota (2004, p.12): “A

educação ambiental deve orientar-se para a comunidade. Deve procurar

incentivar o indivíduo a participar ativamente da resolução dos problemas no

seu contexto de realidades específicas.”

A educação ambiental não deve ser realizada apenas em sala de aula,

mas também com aulas de campo, onde poderemos mostrar no local os

problemas existentes e principalmente incentivar a comunidade escolar a

valorizar o espaço onde estão os atrativos naturais. Desse modo estaremos

contribuindo para que o aluno comece a formar seu conhecimento a partir do

seu local de vivência, pois como Freire (1996, p.138-139) diz:

Respeitar a leitura de mundo do educando significa tomá-lo como ponto de partida para a compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e da humana, de modo especial, como um dos impulsos principais da produção do conhecimento.

No campo temos a possibilidade de despertar a curiosidade do aluno,

pois ele é fonte de várias informações que podem ser trabalhadas a partir da

realidade que o envolve, fazendo com que ele estabeleça uma ligação entre o

que é trabalhado em sala de aula e a prática de campo, entre a teoria e a

prática, fazendo com que ele perceba que a Geografia também dá sua

contribuição para a construção do seu saber.

18

PROPONDO ATIVIDADE

Com base na teoria dada complete a cruzadinha.

Observação: a cruzadinha não está na sequência

1- Os répteis mais conhecidos da Era Mesozoica

2- A Era cujo nome significa vida recente

3- Os processos que esculpiram o Arenito Vila Velha, ocorreram no Período...

4- Uma forma pitoresca existente no Parque de Vila Velha

5- Os peixes surgiram no Período...

6-Ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade bem delimitado geograficamente e que apresente valor científico, cultural e turístico

7- Um período da Era Mesozoica

8- No período Terciário ocorreu intensa atividade vulcânica, que acabou formando grandes maciços montanhosos, na América do Sul, nesse período se formou os...

9- Os Alpes, os Andes e o Himalaia formaram-se durante o Período...

10- Uma época do Período Quaternário.

11- Uma característica marcante do Arenito Vila Velha é a presença do relevo...

12- Uns dos períodos da Era Paleozoica

13- Visa à preservação da diversidade natural de significativos aspectos e processos geológicos, geomorfológicos, é a definição de...

14- Atividade que cresce a cada ano no mundo e no Brasil é o...

19

MATERIAL

Em visita antecipada ao Parque Estadual de Vila Velha, foram tiradas

fotos das principais feições existentes no parque. Do total de imagens obtidas

foram selecionadas 10, as consideradas mais expressivas do parque, que

foram: camelo, taça, garrafa, proa do navio, urso, golfinho, bota, noiva, índio e

relevo ruiniforme. Estas fotos serão utilizadas na confecção de quebra-

cabeças.

Levadas as fotos a uma gráfica, elas foram ampliadas no tamanho de

19,5 x 28 cm, tamanho também do quebra-cabeça confeccionado. O material

foi feito em papelão com folha em adesivo brilho 180 g/m, com custo de 5 reais

cada quebra-cabeça, sendo feitas 20 peças, duas de cada foto selecionada.

Os custos para a confecção do material foram cobertos com recursos próprios.

O objetivo do material é fazer com que os alunos em sala de aula

tenham uma atividade diferenciada, para que a aula não se torne tão cansativa,

montando o quebra-cabeça com as feições geológicas, as quais eles terão uma

primeira visão do que irão encontrar quando da realização da prática de

campo. O material pode ser utilizado quando se estiver ministrando a parte

teórica aos alunos. Introduz-se o material para que em duplas ou trias, a critério

do professor, os alunos montem o quebra-cabeça. Esta montagem deve levar

em média 25 minutos.

G

E

O

D

I

V

E

R

S

I

D

A

D

E

20

Com relação à avaliação dos alunos, ela poderá ocorrer durante a

intervenção pedagógica na escola, observando o interesse e a participação dos

alunos nas aulas, além da produção de painéis que os alunos farão após a

realização da prática de campo. Os painéis mostrarão a visão dos alunos com

relação aos pontos positivos e negativos que o parque possui as

transformações ocorridas no local com o transcorrer do tempo apontando

melhorias que poderão contribuir com o parque. Não se pretende aqui fazer

com que os alunos memorizem conceitos, mas sim fazer com que a partir da

base teórica e da prática de campo, eles construam seus conhecimentos sobre

um tema por eles desconhecido, valorizando os atrativos turísticos naturais da

região e da cidade e principalmente entendam a importância da

geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha.

Foto acervo pessoal

Quebra- cabeça da Taça de Vila Velha

21

PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO

O caderno pedagógico confeccionado visa facilitar o entendimento do

aluno em um tema por ele desconhecido, oferecendo atividades teóricas

(Escala do Tempo Geológico, características das eras geológicas, definições

importantes) e práticas (cruzadinha e quebra-cabeça). Os textos servirão de

base para que os alunos realizem a atividade proposta.

Os recursos utilizados no desenvolvimento do tema em questão são

simples, como: quadro, giz, TV pendrive, para que o professor passe aos

alunos vídeos referentes ao tema em estudo. Um vídeo interessante e de

pequena duração é sobre geodiversidade, disponível na página:

http://www.uc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=78, unidades de

conservação e que o professor pode gravar em pendrive e passar aos alunos,

para que os mesmos tenham um melhor entendimento sobre o tema. Outro

recurso que o professor pode utilizar é trabalhar o tema a partir de apostila,

formada com a parte teórica do caderno pedagógico como, Escala do Tempo

Geológico, características das eras geológicas, definições importantes e a

cruzadinha. Estas partes podem ser impressas formando assim a apostila, que

poderá ser repassada aos alunos, para que os mesmos acompanhem as

explicações do professor e não precisem copiar do quadro.

Para que a prática de campo se realize, o professor deverá providenciar

um ônibus para o transporte dos alunos até o Parque Estadual de Vila Velha,

poderá alugar um com recursos próprios, que custa em média duzentos reais,

ou tentar junto a instituições como UEPG, Prefeitura, VCG, Viação Iapó a

disponibilidade de transporte gratuito.

Para que as aulas não se tornem tão cansativas, ficando apenas nas

explicações e leituras sobre o tema, utiliza-se o quebra-cabeça, técnica que

fará com que os alunos trabalhem em grupo e se concentrem na montagem

desse material, que dura em média 25 minutos.

Para que a implementação na escola ocorra de maneira satisfatória são

necessários quatro meses, trabalhando-se duas horas por semana. No

decorrer da implementação o professor poderá fazer à avaliação dos alunos,

levando-se em conta o interesse dos mesmos, a montagem do quebra-cabeça,

22

a cruzadinha, apresentação de relatórios após a prática de campo, confecção

de painéis sobre o parque, debates sobre a visita feita ao parque. Feito isto,

espera-se que os alunos entendam e valorizem a parte geológica existente no

parque.

� Conteúdos de Estudo

O tema Geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha – teoria e

prática são amplas e dentro da Geografia várias aspectos podem ser

abordados como: estudo da paisagem, espaço geográfico, meio-ambiente,

transformações ocasionadas pelo homem ao meio. Entretanto o objetivo

principal é trabalhar com a parte geológica do parque, enfatizando a

importância de se conhecer e preservar os aspectos geológicos, uma vez que a

história da Terra está contida nas rochas que compõem o nosso planeta. Fazer

com que a partir desse estudo o aluno valorize os atrativos turísticos naturais

que a região oferece principalmente os ligados à sua constituição geológicas,

tão importantes e pouco divulgados.

� Orientações /recomendações de uso aos professores

O caderno pedagógico Geoconservação no Parque Estadual de Vila

Velha – teoria e prática podem ser utilizadas pelo professor da seguinte

maneira:

- A problematização do conteúdo, investigação disciplinar e perspectiva

interdisciplinar, servem ao professor, para que ele possa tomar conhecimento

da importância do tema para a disciplina de Geografia e a relação do tema com

outras áreas, que podem auxiliar no desenvolvimento do tema.

- A parte teórica com a Escala do Tempo Geológico, as características das eras

geológicas e definições importantes, destinam-se aos alunos, para que a partir

dessa base teórica, eles possam entender os acontecimentos e a evolução

pela qual a Terra passou ao longo de milhões de anos. Dentro das

características das eras geológicas está o processo de formação dos arenitos

23

do Parque Estadual de Vila Velha, bem como os processos que deram origem

às atuais “feições” existentes no parque. O estudo da formação e origem das

“feições” necessita de conhecimentos de geologia, disciplina que auxilia a

geografia no entendimento desse processo de evolução e transformação pela

qual a Terra passou. Com relação a definições importantes (Geodiversidade,

Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio Geológico), estas também são

direcionadas aos alunos, uma vez que os mesmos desconhecem o tema e as

definições que sirvam de base para que entendam a importância de se

preservar as estruturas geológicas existentes no parque.

- Com relação à Prática, serve ao professor, para que ele tome conhecimento

da necessidade de se aliar teoria à prática. Vários autores destacam a

importância da prática de campo na Geografia, pois é no campo que o aluno

poderá presenciar o que foi trabalhado em sala de aula e questionar conceitos

vistos até então, bem como formar seu conhecimento sobre o tema trabalhado.

- O item propondo atividade destina-se aos alunos e poderá ser aplicado após

terem sido trabalhadas a Escala do Tempo Geológico, características das eras

geológicas e definições importantes, pois é com base nessas partes teóricas

que os alunos completarão a cruzadinha.

- O material em questão (quebra-cabeça) pode ser colocado no transcorrer da

parte teórica dada pelo professor, para que a aula não se torne cansativa

apenas com explicações e textos. O quebra-cabeça confeccionado com fotos

de “feições” existentes no parque, também tem o objetivo de fazer com que o

aluno comece a se familiarizar com as “feições” que ele irá visualizar quando

da realização da prática de campo.

- As sugestões de leitura destinam-se ao professor, caso ele esteja interessado

em se aprofundar no tema. Os três livros indicados são de fácil entendimento e

importantes para quem quer compreender um pouco mais sobre um assunto

que começa a ganhar destaque no Brasil.

24

� Proposta de Avaliação

Os alunos poderão ser avaliados no decorrer da implementação na

escola, levando-se em conta o interesse dos alunos, a participação, a

realização de atividades como a cruzadinha, a montagem do quebra-cabeça,

entrega de relatórios após a prática de campo, montagem de painéis sobre o

parque, participação em debates sobre a visita ao parque, lembrando que o

objetivo da avaliação não é a memorização, mas sim a construção do

conhecimento a partir do estudo de um tema por eles desconhecido.

SUGESTÕES DE LEITURA

NASCIMENTO, M. A. L.; RUCHKYS, U. A.; MANTESSO-NETO, V.

Geodiversidade, Geoconservação e Geoturismo: trinômio importante para

a proteção do patrimônio geológico. São Paulo: Sociedade Brasileira de

Geologia, 2008.

Comentário.

O livro nos oferece condições de começarmos a entender temas que ainda são

poucos conhecidos como geodiversidade, geoconservação e geoturismo.

Apresenta uma linguagem acessível ao público, enfatizando a necessidade de

conservação e proteção da geodiversidade. Destaca também a iniciativa de

vários países, inclusive o Brasil, para a conservação de feições geológicas, por

meio da criação de Geoparques e relata experiências de geoconservação em

vários países. Bem ilustrado o livro também apresenta as estratégias de

geoconservação e a relação existente entre o geoturismo e patrimônio

geológico, enfatizando a necessidade de divulgação ao público do patrimônio

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geológico, para que esse desenvolva um senso de proteção às atrações

cênicas existentes em seu país ou cidade.

MELO, M. S. Formas rochosas do Parque Estadual de Vila Velha. Ponta

Grossa: UEPG, 2006.

Comentário.

O livro faz um relato sobre o Parque Estadual de Vila Velha, sua localização e

histórico descrevem a geomorfologia e geologia do local, além de caracterizar o

clima e a vegetação. Entretanto o que mais chama a atenção é a grande

quantidade de fotos, bem ilustrado, destacando as principais feições de relevo

do parque, explicando os fatores que levaram à formação de tais feições.

Propõe também algumas medidas de proteção a esse patrimônio natural. É um

livro que serve tanto a professores, estudantes e ao público leigo, que se

interessa em saber um pouco mais sobre as formações rochosas do Parque

Estadual de Vila Velha.

BRILHA, J. Patrimônio geológico e geoconservação: a conservação da

natureza na sua vertente geológica. Braga, Ed. Palimage editores, 2005.

Comentário.

Livro importante para quem quer tomar conhecimento sobre um tema que é

relativamente novo dentro da literatura. O autor faz um relato da situação em

Portugal. Ele apresenta a preocupação com a conservação da natureza, em

especial ao patrimônio geológico, apresentando de forma clara definições de

geoconservação, geossítio e patrimônio geológico, enfatizando a proteção em

seu país e em outros países da Europa dos aspectos geológicos existentes,

destacando os valores da geodiversidade e estratégias de geoconservação,

além da criação de geoparques. Uma obra que merece destaque pelo estudo

realizado em uma área ainda pouco conhecida e divulgada, em especial no

Brasil.

26

Referências

BARCELOS, V. Educação ambiental: sobre princípios, metodologias e

atitudes. Petrópolis, Vozes, 2008.

BRILHA, J. Patrimônio geológico e geoconservação: a conservação da

natureza na sua vertente geológica. Braga, Ed. Palimage editores, 2005.

COMPIANI, M. O fazer geologia com ênfase no campo naformação de

professores de ciências para o 1º grau (5º a 8ºséries). Campinas, 1988. 238

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CRUZ, R. C. A. da. Geografias do turismo: de lugares a pseudo-

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disciplina Geografia: um olhar sobre a prática escolar em Ponta Grossa

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MELO, M. S. et al. Relevo e hidrografia dos Campos Gerais. In. MELO, M. S.;

MORO, R. S.; GUIMARÃES, G. B. Patrimônio Natural dos Campos Gerais

do Paraná: Ponta Grossa, Ed. UEPG, 2007. P. 49-58.

27

MOREIRA, J. C. Patrimônio geológico em unidades de conservação:

atividades interpretativas, educativas e geoturísticas, 2008. Tese

(Doutoramento) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

MOREIRA, J. C.; ROCHA, C. H. Unidades de Conservação nos Campos

Gerais. In. Patrimônio Natural dos Campos Gerais do Paraná. Ponta

Grossa, Ed. UEPG, 2007.

NASCIMENTO, M. A. L.; RUCHKYS, U. A.; MANTESSO-NETO, V.

Geodiversidade, Geoconservação e Geoturismo: trinômio importante para

a proteção do patrimônio geológico. São Paulo: Sociedade Brasileira de

Geologia, 2008.

PIEKARZ, G. F.; LICCARDO, A. Turismo geológico na rota dos tropeiros,

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REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2004.

Scortegagna, A.; Negrão, O.B.M. 2005. Trabalhos de campo na disciplina de

Geologia Introdutória: a saída autônoma e seu papel didático. Terræ

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VESENTINI, J. W. Geografia, natureza e sociedade. São Paulo: Contexto,

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