material didatico em ead joao jose saraiva da fonseca

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Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca Material didático em educação a distância OBJETIVO: RECONHECER O MATERIAL DIDÁTICO PARA CURSOS A DISTÂNCIA ENQUANTO ELEMENTO ASSOCIADO A MÚLTIPLAS VARIÁVEIS DE CARÁTER TECNOLÓGICO, SOCIAL E EDUCACIONAL. Que paradigmas envolvem o elaborar de material didático para educação à distância? Os processos de ensinar e de aprender na educação a distância não ocorrem de forma simultânea, nem têm lugar em um espaço compartilhado por alunos e docentes. Por tal motivo, as propostas de ensino na modalidade são mediatizadas através de materiais. Tradicionalmente, as preocupações com a produção de materiais para educação à distância estavam relacionadas com a necessidade de resolver os problemas produzidos pela ausência de uma relação face a face entre professores e alunos. Nas últimas décadas uma nova reflexão permitiu gerar novas questões e desafios em relação às propostas didáticas dos materiais para EAD: como facilitar a construção do conhecimento do aluno? Como conseguir através do processo de ensino, desenvolver suas capacidades e seus conhecimentos? Como transmitir o modo de pensamento do professor? Tais questões estão relacionadas, por um lado, à preocupação de encontrar maneiras originais de estabelecer comunicações Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca

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Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca

Material didático em educação a distância

OBJETIVO:

RECONHECER O MATERIAL DIDÁTICO PARA CURSOS A DISTÂNCIA

ENQUANTO ELEMENTO ASSOCIADO A MÚLTIPLAS VARIÁVEIS DE CARÁTER

TECNOLÓGICO, SOCIAL E EDUCACIONAL.

Que paradigmas envolvem o elaborar de material didático para educação à

distância?

Os processos de ensinar e de aprender na educação a distância não ocorrem de

forma simultânea, nem têm lugar em um espaço compartilhado por alunos e

docentes. Por tal motivo, as propostas de ensino na modalidade são mediatizadas

através de materiais.

Tradicionalmente, as preocupações com a produção de materiais para educação à

distância estavam relacionadas com a necessidade de resolver os problemas

produzidos pela ausência de uma relação face a face entre professores e alunos.

Nas últimas décadas uma nova reflexão permitiu gerar novas questões e desafios

em relação às propostas didáticas dos materiais para EAD: como facilitar a

construção do conhecimento do aluno? Como conseguir através do processo de

ensino, desenvolver suas capacidades e seus conhecimentos? Como transmitir o

modo de pensamento do professor? Tais questões estão relacionadas, por um lado,

à preocupação de encontrar maneiras originais de estabelecer comunicações

didáticas valiosas para a construção do conhecimento, e, por outro, a uma nova

reflexão sobre como gerar propostas que reconheçam o valor das interações

mediatizadas na construção do conhecimento. (SOLETIC, 2001)

Quando se elabora material didático para cursos de educação à distância,

freqüentemente acontece que o professor autor exige ao aluno que decifre universos

que estando distanciados de suas próprias vivências, lhes parecerem sem

coerências e estranhos. Determina como o leitor deverá ler e decodificar a

Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca

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mensagem e o que o texto quer dizer, ditando inclusive as regras para a sua

avaliação (RAMAL, 2002).

Isto acontece, porque os professores são educados em meios sociais e culturais,

onde aprendem uma linguagem/idioma político e intelectual muito diferente da

utilizada pelo povo no cotidiano. O material didático que você está produzindo, terá

de criar relações de discurso dentro das quais os alunos que revelem o que sabem,

nas palavras em que eles sabem (IRA E FREIRE, 1987).

O aluno tem de ser convidado a participar plenamente na leitura e isso somente

acontecerá se puder reconhecer a sua voz como uma das vozes possíveis do texto

e a partir do que foi lido, ampliar o seu contexto e criar, o seu próprio texto,

realizando a sua leitura e interpretação (RAMAL, 2002).

Em nossa cultura predomina ainda a cultura da lógica linear. Atribuir centralidade no

processo de elaboração do material didático ao aluno, obriga ao professor autor a

dar-se conta da complexidade da realidade. Junto ao que o professor autor e o aluno

sabem, está sempre o que eles desconhecem, o antagônico, reveladores da

pluridimensionalidade da realidade (BOFF, 1998).

O ato de conhecer é o resultante da integração do que os alunos conhecem e de

como isso que conhecem influi em suas vidas, com os conhecimentos ou conteúdos

que são recebidos nos materiais à distância. Ao produzir o material didático, você

deverá contemplar a transmissão de conteúdos, mas levar em consideração os

saberes, idéias, conhecimentos, percepções, práticas, experiências, modos de ser e

de se comportar dos alunos.

O conteúdo deve estar inserido na vida cotidiana a fim de envolver os alunos no

processo de aprendizagem e de facilitar o processo de construção de sentidos, que

é parte da abordagem construtivista através da qual ocorre essa aprendizagem.

Quanto mais os autores puderem relatar suas experiências e o que já sabem do

contexto, mais profundamente os alunos entenderão o que aprendem. O processo

de conectar a aprendizagem do cotidiano à aprendizagem do curso não apenas

confere uma sensação de maior importância aos alunos, mas também os valoriza

como pessoas que têm o próprio conhecimento e que podem aplicá-lo a outros

Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca

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contextos. Em uma abordagem colaborativa, faz sentido para os autores que eles

trabalhem em função de problemas, interesses e experiências a compartilhar.

Os tipos de questões feitas para dar início à discussão de um tópico, devem

estimular os alunos a trazerem sua experiência de vida. Devem estimular a criação

de um ambiente no qual os alunos se sintam à vontade para trazer material de

natureza mais pessoal. Se o autor, por exemplo, usar situações reais, o tutor deverá

aproveitar em sala de aula o ensejo e pedir aos alunos para comentarem sobre

determinada situação que viveram e desse modo se motiva o trabalho colaborativo

na solução de outros problemas e situações que enfrentarão ao longo do dia a dia

profissional (Palloff, 2002). O material didático passa a ser o início de um processo e

não o centro desse processo.

A contextualização dos conteúdos complementa-se com outros requisitos

relacionados com seu tratamento e manejo; eis alguns como exemplo:

1. apresentação do material em blocos pequenos, em virtude do princípio

pedagógico que diz que, para a produção e apropriação de conhecimentos, é

melhor trabalhar com poucos conceitos, porém tratados o mais claramente

possível;

2. apoiar os conhecimentos novos em conhecimentos ou informações que já se

experimentaram anteriormente e que oferecem o grau de confiança

necessária, para reiniciar um novo processo de conhecimento;

3. adequar os conteúdos, tanto em quantidade como em profundidade, ao ritmo

de aprendizagem adaptado ao tipo de estudante para o qual se destina o

material;

4. os materiais educativos, elaborados a partir da perspectiva de sua integração

(às vezes contrastação) com os conhecimentos que já tem o estudante,

provocam o desejo de partilhar (interaprendizagem), de aplicar (atividade de

aplicação) ou de produzir (atividade de produção) Gutierrez e Prieto (1991).

Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca

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Quais os principais requisitos para a elaboração do material didático para

educação à distância?

No contexto de um programa de educação à distância, para bem cumprir sua

finalidade, o material impresso deve preencher determinados requisitos, ressaltando-

se :

Atender aos objetivos do curso;

Ser coerente com a linha pedagógica do curso a qual está inserido;

Ser elaborado a partir de um conteúdo bem claro e definido;

Utilizar uma estrutura modular que facilite o entendimento do tema;

Utilizar linguagem clara e precisa para bem expor as idéias;

Utilizar vocabulário de acordo com o nível do público que irá interagir com o

texto;

Utilizar ilustrações, sempre que possível, tornando o visual agradável e

atraente ao aluno;

Utilizar recursos de diagramação;

Utilizar recursos tipográficos de forma adequada;

Conter testes de auto-avaliação;

Sugerir fontes bibliográficas que complementem o tema.

Partindo do que foi apresentado no texto, reforçado pelos elementos de consulta que

poderão encontrar na sala virtual e de pesquisa na Internet, propomos que

publiquem num blog criado por vocês a resposta às seguintes questões:

- Que preocupações deverá ter o autor de material didático em educação a

distância, na comunicação com o aluno?

- Quais as especificidades que o autor deverá ter quando da elaboração de materiais

didáticos em diferentes suportes midiáticos? Especifique para o material didático

impresso e multimídia.

Texto elaborado por João José Saraiva da Fonseca

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. TV na escola e os desafios de hoje. Brasília: UniRede-

SEED/MEC, 2001.

LANDIM, Cláudia Maria Das Mercês Paes Ferreira. Educação a

Distância: algumas considerações. Rio De Janeiro: Cláudia Maria

Das Mercês Paes Ferreira Landim, 1997.

DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Petrópolis: Vozes,

1993.

EDUCNET. Disponível em:

<http://www.cciencia.ufrj.br/educnet/impressm.htm>, acessado em

03 de abril de 2006.

GUTIERREZ, F, e PRIETO, D. A mediação pedagógica: Educação a

Distância alternativa, São Paulo: Papiros, 1994.

IRA, Shor; FREIRE, Paulo. Medo e ousadia: o cotidiano do

professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

RAMAL. Andréa Cecília. Educação e cibercultura:

hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

PALLOFF, Rena e PRATT, Keith. Construindo Comunidades de

Aprendizagem no CiberEspaço - ArtMed Editora: Porto Alegre,

2002.

SOLETIC, Angeles. A Produção de Materiais escritos nos

Programas de Educação a Distância: Problemas e Desafios. In

LITWIN, Edith (Org). Educação à distância: temas para o debate de

uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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