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MATERIAL DE APOIO PRÁTICA JURÍDICA PENAL Prof.ª Ana Paula de Pétta

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MATERIAL DE APOIO PRÁTICA JURÍDICA PENAL

Prof.ª Ana Paula de Pétta

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Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio.

Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de responsabilização criminal

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Sumário ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS ....................................... 3 ESTRUTURAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS ........................................ 4 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ESTÉTICA DA PEÇA ..................................11 DICAS PARA DESENVOLVER UMA BOA ARGUMENTAÇÃO ..........................................13 TESES DE DEFESA ...........................................................................................................15 ESQUELETO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS .....................................................17 ENDEREÇAMENTOS .........................................................................................................18 HABEAS CORPUS ..............................................................................................................20 Modelo de habeas corpus ...................................................................................................25 RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................29 Modelo de requerimento de relaxamento de prisão em flagrante ........................................32 LIBERDADE PROVISÓRIA .................................................................................................33 Modelo de requerimento de liberdade provisória .................................................................35 QUEIXA-CRIME ..................................................................................................................36 Modelo de Queixa-Crime .....................................................................................................38 RESPOSTA ESCRITA.........................................................................................................40 Modelo de Resposta Escrita – procedimento ordinário .......................................................42 Modelo de resposta escrita – procedimento do júri .............................................................44 MEMORIAIS ........................................................................................................................45 Modelo de memoriais escritos .............................................................................................47 RECURSO DE APELAÇÃO ................................................................................................48 Modelo de recurso de apelação ..........................................................................................50 Modelo de recurso de apelação – procedimento do júri ......................................................54 Modelo de contra-razões de apelação ................................................................................56 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ...................................................................................58 Modelo de recurso em sentido estrito ..................................................................................60 Modelo de contra-razões de recurso em sentido estrito ......................................................62 AGRAVO EM EXECUÇÃO ..................................................................................................64 Modelo de agravo em execução – razões ...........................................................................65

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Modelo de contra-razões de agravo em execução ..............................................................67 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ........................................................................................69 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ................................................................70 Modelo de embargos de declaração ...................................................................................71 Modelo de embargos infringentes e de nulidade .................................................................72 REVISÃO CRIMINAL...........................................................................................................74 Modelo de revisão criminal ..................................................................................................76 REQUERIMENTO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL .......................................................77 Modelo de requerimento de livramento condicional ............................................................78 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL .....................................................................79 Modelo de recurso ordinário constitucional .........................................................................80 RECURSO EXTRAORDINÁRIO .........................................................................................82 Modelo de recurso extraordinário ........................................................................................84 RECURSO ESPECIAL ........................................................................................................86 Modelo de recurso especial .................................................................................................87

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ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS Cuidados com o vernáculo

a) Usar linguajar jurídico e demonstrar técnica profissional, pois é isso que o exame exige. Esta técnica se demonstra expondo as idéias de forma clara e conduzindo-as adequadamente, de modo a convencer quem estiver lendo a peça a acatar a tese e deferir o que foi pleiteado.

b) A FGV proíbe o uso de dicionários. Nas nossas aulas, porém, esse uso será totalmente permitido, pois palavras escritas de forma incorreta ou trechos sem nenhuma concordância ensejam em desconto na nota final.

Cuidados com a estética

a) Letra: a peça, além de ser manuscrita, no exame da OAB, será digitalizada e enviada aos examinadores. Sendo assim, a letra do candidato deve ser legível e facilitar a compreensão por parte de quem a lê. Se o examinador não entender o que está escrito, poderá considerar errada a palavra e isso pode implicar em desconto na média final. Esta será a postura adotada pelos professores nas aulas de prática jurídica.

b) Margens: devem ser justificadas (como no computador), evitando desestruturar a peça; c) Higiene: a limpeza da prova faz muita diferença; “branquinho” é proibido. Se errar alguma palavra,

deverá passar um traço por cima e prosseguir. Mas cuidado para não elaborar uma peça cheia de riscos, que equivalem a erros, pois isso também pode ensejar desconto na nota final;

d) Fazer os destaques em letra maiúscula, a letra de forma só deve ser usada, quando tiver a intenção de destacar, ou de tornar sua letra legível;

e) As regras da gramática devem ser respeitadas, para que não haja descontos; Cuidados com a estrutura da peça

a) Toda petição possui: � Endereçamento; � Preâmbulo; � Narrativa dos fatos; � Embasamento jurídico do Direito; � Pedido.

b) Utilize a terminologia adequada para cada peça (apelante, embargante, recorrente, paciente,

agravante etc). c) É proibido inventar dados para o problema, jurisprudência ou qualquer informação que não seja

correspondente ao informativo da proposta; Se o problema não fornece os dados, coloque três pontinhos, sem aspas: ...

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ESTRUTURAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS

As petições podem dividir-se, basicamente, em 5 tipos básicos, os quais deverão ser adaptados à peça a ser elaborada: petição básica, interposição de recurso, razões de recurso, petição de juntada de razões ou contra-razões e contra-razões de recurso.

a) Petição básica Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de peças como habeas corpus, mandado de segurança, queixa-crime, defesa preliminar, revisão criminal, requerimentos. b) Interposição de recurso Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de recurso completo. O que isso significa? Se o problema não mencionar que o recurso já foi interposto, você deverá interpor e depois oferecer as razões, o que, no caso do exame, será feito no mesmo momento, em petições distintas. A interposição deve ocupar apenas uma lauda, o que é plenamente suficiente, tendo em vista a simplicidade da petição. c) Razões de recurso Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração das razões do recurso. Será acompanhada pela interposição ou petição de juntada, conforme o caso. Importante é que tenha início em nova lauda, ou seja, nunca inicie as razões na mesma lauda em que elaborou a interposição ou a petição de juntada. d) Petição de juntada de recurso Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto. Isto quer dizer que a interposição do recurso já foi feita e o recurso passou pelo juízo de admissibilidade. Desta forma, você deverá elaborar apenas as razões, acompanhadas de uma petição de juntada. e) Contra-razões de recurso Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto pela parte contrária e que cabe a você exercer o contraditório. Nesse caso, não há a necessidade de elaborar a interposição, tendo em vista que o recurso já foi interposto pela outra parte. Desta forma, você deverá elaborar as contra-razões, acompanhadas de uma petição de juntada.

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Estrutura de petição básica

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PREÂMBULO – Deverá conter, via de regra, a apresentação e qualificação das partes, o nome e o fundamento jurídico da peça. O preâmbulo varia conforme a peça a ser elaborada.

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., cidade..., por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ... apresentar ....., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale

lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato

desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão. Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO Diante do exposto, requer....... Termos em que, Pede Deferimento.

PARTE FINAL: Momento em que você requer o deferimento da petição, data e assina a peça.

(local, data)

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de interposição de recurso EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter os requisitos subjetivos e objetivos dos recursos: Subjetivos: (1) Legitimidade de parte;

(2) Interesse de agir. Objetivos: (3) Tempestividade;

(4) Taxatividade (artigo); (5) Adequação (nome do recurso);

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em

epígrafe (1), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que...(2), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ...(4), tempestivamente (3), interpor ..... (5), pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Requer seja recebido o presente recurso, ordenando-se o seu processamento e a remessa ao Egrégio ... PEDIDO

Termos em que, Pede Deferimento.

PARTE FINAL: momento em que você requer o deferimento da petição, data e assina a peça.

(local, data) _____________________ Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de razões de recurso EGRÉGIO TRIBUNAL ... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a competência

RAZÕES DE... Recorrente: Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do

processo Autos do processo número... Vara de Origem... Colenda Câmara; SAUDAÇÃO Doutos Desembargadores;

INTRODUÇÃO: demonstração do inconformismo com a decisão recorrida

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”, não

agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale

lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO Parte mais importante da peça. Momento no qual o

candidato desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão. Utilizar as dicas do silogismo para argumentar. DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso,

para tornar sem efeito a decisão ora recorrida, ... (local, data) PARTE FINAL: em razões de recurso, não se pede deferimento. O pedido é de provimento do recurso. Além disso, você já pediu o deferimento na petição de interposição. _____________________ Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de petição de juntada de contra-razões de recurso EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter a apresentação das partes, a demonstração do inconformismo com a interposição do recurso pelo oponente, o nome e o fundamento jurídico da peça.

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve não se conformando com o recurso interposto em face da decisão..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ... apresentar ....., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Requer sejam recebidas as contra-razões do presente recurso e encaminhadas ao Egrégio Tribunal... PEDIDO Termos em que, Pede Deferimento. PARTE FINAL: momento em que você requer o deferimento da petição, data e assina a peça. (local, data) _____________________ Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de petição de juntada de razões de recurs o EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter a apresentação das partes, o pedido de juntada das razões e de encaminhamento à superior instância.

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a juntada das presentes razões do recurso...

Requer, ainda, sejam recebidas e encaminhadas ao Egrégio Tribunal...

PEDIDO Termos em que, Pede Deferimento. PARTE FINAL: momento em que você requer o deferimento da petição, data e assina a peça. (local, data) _____________________ Advogado – OAB/SP nº...

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Estrutura de contra-razões de recurso

EGRÉGIO TRIBUNAL ... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a competência CONTRA-RAZÕES DE... Recorrente: Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do

processo Autos do processo número... Vara de Origem... Colenda Câmara; SAUDAÇÃO Doutos Desembargadores;

INTRODUÇÃO: demonstração do inconformismo com a decisão recorrida

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do

Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale

lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato

desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão. Utilizar as dicas do silogismo para argumentar. DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso

interposto pela acusação, mantendo-se a decisão recorrida, como medida de justiça. (local, data) PARTE FINAL: Em contra-razões de recurso, não se pede deferimento e sim que seja negado provimento ao recurso interposto pela parte contrária. Além disso, quem pede deferimento é quem interpõe o recurso, ou seja, a parte contrária. _____________________ Advogado – OAB/SP nº...

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ESTÉTICA DA PEÇA Endereçamento Não utilizar abreviaturas. Escrever tudo por extenso; Não precisa escrever tudo em letras maiúsculas, pode escrever apenas a primeira letra de cada palavra com letra maiúscula; Após o endereçamento, pule algumas linhas. Não precisa pular necessariamente 10 linhas. O ideal é deixar um espaço, para mostrar ao examinador que você sabe que aquele espaço é deixado para o despacho do juiz; Importante: o número de folhas fornecido no exame é limitado, sendo assim, dependendo do tamanho da peça, qualquer espaço perdido pode ser precioso. Preâmbulo O parágrafo deve ter início no meio da página. As demais linhas obedecem à margem esquerda; O nome da parte deve ser escrito em destaque, de preferência com letras maiúsculas; Quando for necessário qualificar as partes, tendo em vista que você não pode inventar dados, coloque o nome do dado, seguido de reticências, conforme o exemplo: “Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., comarca de....” O nome da peça deve ser colocado em destaque, ou seja, em letras maiúsculas, para facilitar a visualização. Narração dos fatos Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável dividir a peça em títulos: Dos Fatos, Do Direito, Do Pedido. Isto facilita a organização da peça; Nem todas as informações do problema devem ser incluídas na narração dos fatos. Copiar o problema inteiro, então, nem pensar. Você deve narrar as informações mais importantes, que são aquelas que darão suporte fático à sua argumentação e ao pedido. Tudo o que constar no item “Do Direito” deve ter sido abordado nos fatos; Lembre-se de não inventar NADA, nenhum fato, nenhuma informação. Limite-se a trabalhar com as informações que o problema fornece; Outro detalhe importante a ser lembrado, principalmente nas peças de Direito Penal: NUNCA concorde com a acusação. Procure sempre deixar dúvida quanto à atuação do seu cliente. Exemplo: o problema narra que Tício foi condenado por ter furtado uma carteira; ao narrar os fatos, você JAMAIS vai afirmar que Tício furtou uma carteira, e sim afirmará que Tício foi condenado pela suposta prática de furto. Exposição do direito Esta é a parte mais importante da sua peça, pois é o momento em que você vai desenvolver seu raciocínio. É nessa etapa da peça que você mostra que sabe argumentar e elaborar uma boa petição, com as idéias expostas de forma lógica, cadenciada e bem fundamentadas. Basicamente, esta etapa da sua peça deve ser composta dos seguintes itens:

1. Frase de introdução 2. Conceitos (premissa maior) 3. Contraposição (premissa menor) 4. Conclusão 5. Pedido

A seguir, trataremos desse assunto de forma mais detalhada. Não é necessário utilizar termos em latim. Aliás, nem é aconselhável, caso você tenha dúvida quanto ao significado do termo. Somente utilize se tiver certeza que é cabível determinada expressão no parágrafo em desenvolvimento; Dependendo da peça, você terá que desenvolver mais de uma argumentação, mais de uma idéia. Sendo assim, é aconselhável subdividir o item. Isso ocorre muito nos recursos, quando, além das teses de mérito, houver também teses de nulidade. Quando isso acontecer, crie subtítulos, para facilitar a exposição dos argumentos, conforme exemplo:

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DO DIREITO

I. PRELIMINARMENTE II. NO MÈRITO

Do pedido Procure iniciar sempre com a expressão: “Diante do exposto”; O pedido é decorrência lógica da tese que foi desenvolvida no “Do Direito”, sendo assim, tudo o que for mencionado nas argumentações, deve constar no pedido; Nem sempre será necessário mencionar artigos no pedido. Isso será analisado no decorrer das aulas, de acordo com cada peça e suas peculiaridades. Doutrina e jurisprudência Com a recente alteração no exame da OAB, que proibiu o uso de livros e doutrinas, esta parte da peça sofrerá certo prejuízo,ou seja, não mais será obrigatória a citação de doutrina. Quanto à jurisprudência, apesar da proibição do uso de repertórios de jurisprudência, não podemos nos esquecer das Súmulas. Estas, sim, poderão ser utilizadas, quando houver alguma que tenha relação com o tema tratado na peça.

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DICAS PARA DESENVOLVER UMA BOA ARGUMENTAÇÃO Para alcançar a aprovação é importante desenvolver uma argumentação clara, lógica e convincente. O objetivo de toda petição é convencer o julgador a deferir o pedido. Para tanto, seguem algumas dicas: 1. Elabore parágrafos curtos. Não existe regra com relação à quantidade de linhas que o parágrafo deve conter, mas o ideal é que você desenvolva a idéia sem ser prolixo. 2. Cada idéia que for introduzir no texto, inicie um novo parágrafo. Isto deixará sua peça mais lógica e harmônica. 3. Utilize o silogismo exposto a seguir para desenvolver a sua argumentação: PREMISSA MAIOR Conte o(s) artigo(s) que fundamenta(m) sua tese com suas palavras. Não é aconselhável copiar artigos. Explique, fale sobre o artigo que contou acima. Para isso, utilize os comentários dos autores que estiver consultando. Nesta etapa, você ainda não menciona o seu caso. Apenas “prepara o terreno”, explicando, comentando o artigo e, é claro, utilizando entendimentos que beneficiem o seu cliente. PREMISSA MENOR Agora você adentra o mérito do seu problema. (No caso em tela,...) Após contar e explicar o artigo, agora é o momento da contraposição. CONCLUSÃO Faça uma breve conclusão, um fechamento. Demonstre para o julgador o que você pretende que ele conclua com a sua exposição.

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ESTRUTURA DA PARTE ARGUMENTATIVA DA PEÇA (DO DIREIT O)

DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, e certa

de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a falta de justa causa (ou outra tese) e que justificam a presente manifestação. FRASE DE INTRODUÇÃO

Com efeito, nos termos do artigo... (desenvolver a premissa maior).

No caso em tela, .... (desenvolver a premissa menor)

Nesse sentido, há, inclusive, entendimento sumulado: “Súmula XXX bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla”

SÚMULA (se houver) - inserir em destaque jurídico

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que... (conclusão – fechamento das idéias e introdução para o pedido),

CONCLUSÃO

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TESES DE DEFESA A tese de defesa será o núcleo da sua peça e estará diretamente ligada ao fato descrito no problema, constituindo o direito que será por você defendido. O pedido é a decorrência lógica da tese defendida. É importante que você resguarde, sempre, uma lógica entre a tese defendida e o que for pleiteado ao final. Via de regra, no exame de ordem, você atua como advogado de defesa, mas nada impede que sua atuação seja pela acusação. Se a sua atuação for pela acusação, a tese será a existência do crime, de culpabilidade e de punição do réu. Logo, o pedido será a condenação. Porém, no caso de atuar pela defesa do réu, você deverá demonstrar a ausência dos elementos do crime, a falta de culpabilidade do réu ou a impossibilidade de puni-lo, quer pela existência de alguma dirimente, quer pela ocorrência de alguma causa extintiva da punibilidade. Poderá, ainda, suscitar o reconhecimento de eventuais nulidades que tenham ocorrido durante o processo. Como o Direito Penal é uma matéria extensa, que possibilita o surgimento de inúmeras teses de defesa, faremos, a seguir, uma análise das teses mais comuns. Falta de Justa Causa A tese de falta de justa tem o condão de atacar o mérito da ação penal e abrange as seguintes situações: 1. Existência do crime; 2. Culpabilidade do agente; 3. Possibilidade de imposição da pena (nesse caso, estaremos diante da segunda possível tese de defesa, que é a extinção da punibilidade). Extinção da punibilidade A punibilidade é a conseqüência do crime, desde que o sujeito tenha cometido um fato típico, antijurídico e culpável. Pode, entretanto, ocorrer uma situação que impeça o “jus puniendi” do Estado, não obstante tenha o sujeito praticado a infração penal. São as causas de extinção da punibilidade, elencadas no artigo 107 do Código Penal. Daremos mais atenção ao inciso IV do referido artigo, que versa sobre a prescrição, a decadência e a perempção como causas extintivas da punibilidade. - Prescrição: perda do direito de punir do Estado pelo decurso do tempo, em razão do seu não exercício, dentro do prazo previamente fixado. - Decadência: perda do direito de oferecer a ação penal privada, ou a representação, nos casos que dela dependam, em decorrência do seu não exercício no prazo legalmente previsto. - Perempção: perda do direito de prosseguir na ação, em virtude da inércia do querelante (particular ofendido). Vale ressaltar que o rol do artigo 107 do Código Penal não é taxativo. Podemos encontrar outras causas em diversos pontos da legislação penal. Ex.: o ressarcimento do dano no peculato culposo (artigo 312, §3º). Nulidade Esta tese de defesa é um ataque ao processo. O processo é regulado por regras que buscam permitir às partes a igualdade e o equilíbrio necessário na postulação, na produção das provas a na argumentação perante o órgão julgador. Quando essas regras não são cumpridas, a relação processual fica desequilibrada, fazendo com que o ato irregular seja refeito, a fim de restaurar o equilíbrio.

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Normalmente, o processo é formado por atos contínuos, onde um é conseqüência do outro, razão pela qual a nulidade de um ato invalida os que se seguiram. As nulidades são tratadas no artigo 564 do Código de Processo Penal e se dividem em nulidades absolutas e nulidades relativas. - Nulidade absoluta: o prejuízo é presumido; atinge o interesse público; viola diretamente princípios processuais, constitucionais ou normas infraconstitucionais garantidoras do interesse público; pode ser alegada a qualquer momento; pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. - Nulidade relativa: o prejuízo deverá ser demonstrado; atinge o interesse privado das partes; viola dispositivos infraconstitucionais; á passível de preclusão e deve ser suscitada pelas partes. O momento para a argüição de eventuais nulidades depende de sua espécie. As nulidades absolutas podem ser suscitadas e reconhecidas a qualquer tempo. Já as nulidades relativas devem ser argüidas na primeira oportunidade que a parte tiver para se manifestar no processo, sob pena de serem consideradas sanadas. Arbitrariedade Esta tese de defesa deverá ser utilizada sempre que um direito subjetivo for negado ao réu. Podemos chamar de direito subjetivo aquele que tem requisitos a serem preenchidos para concessão, ou seja, preenchendo os requisitos necessários, o réu ou condenado poderá exigir determinado benefício. O “sursis” e a liberdade provisória são os exemplos mais comuns de direitos subjetivos. Podemos, ainda, citar outras situações: a não soltura do condenado depois de cumprida a pena; o não recebimento de recurso, apesar de preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos etc.

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ESQUELETO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS Utilize o esquema abaixo para a resolução dos exercícios práticos. Você perceberá que assim que completar o esquema, a peça estará praticamente pronta, bastando, apenas aplicar as formalidades, ou seja, transformá-la em uma petição. 1- Cliente: 2- Crime: 3- Pena: Abstrata Concreta 4- Ação Penal: 5- Rito Processual: 6- Fase do Processo: ( ) Administrativa – IP ( ) Ação Penal ( ) Sentença sem trânsito em julgado ( ) Acórdão ( ) Sentença com trânsito em julgado ( ) Execução de sentença 7- Peça: 8- Fundamento Jurídico da peça: 9- Autoridade Coatora (MS/HC): 10- Endereço: ( ) Delegado ( ) Juiz de 1º Grau ( ) Desembargador Presidente do Tribunal (TJ/TRF/Turma Recursal) ( ) Ministro Presidente (STJ/STF) 11- Endereçamento por extenso: 12- Tese de Defesa : ( ) Falta de Justa Causa ( ) Nulidade Processual - artigo 564 CPP ( ) Arbitrariedade ( ) Extinção de Punibilidade - artigo 107 CP ( ) Justa Causa 13- Roteiro de Argumentação:

a) Frase introdutória: A defesa, segura do conhecimento de Vossa(s) Excelência(s) e certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (tese) e que...

b) Conceitos e contraposição: Quais artigos utilizarei na minha argumentação? Relacionar por ordem de importância. Não esquecer da CF. Elaborar um breve resumo da estrutura do “do direito”.

c) Jurisprudência: Quais súmulas irei utilizar na minha peça? Relacionar em ordem de preferência, seguindo a ordem da argumentação.

d) Conclusão: Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que... e) Pedido: Diante do exposto, ...

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ENDEREÇAMENTOS DELEGACIA DE POLÍCIA ESTADUAL Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular do... Distrito Policial de... DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Federal do Departamento de Polícia Federal em... DIPO – Departamento de Inquéritos Policiais (soment e na capital) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital VARA CRIMINAL COMUM ESTADUAL Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de... VARA CRIMINAL COMUM FEDERAL Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de... VARA DO JÚRI ESTADUAL (1ª fase) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de... VARA DO JÚRI FEDERAL (1ª fase) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal do Júri da Subseção Judiciária de... VARA DO JÚRI ESTADUAL (2ª fase) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do... Tribunal do Júri da Comarca de... VARA DO JÚRI FEDERAL (2ª fase) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente do... Tribunal Federal do Júri da Secção Judiciária de... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL ESTADUAL Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Juizado Especial Criminal da Comarca de... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Juizado Especial Federal Criminal da Subseção Judiciária de... TRIBUNAL DE JUSTIÇA Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. (em caso de embargos infringentes e de nulidade) TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região.

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Turma do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região. (em caso de embargos infringentes e de nulidade)

COLÉGIO RECURSAL ESTADUAL Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

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TURMA RECURSAL FEDERAL Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente da Egrégia Turma Recursal da Subseção Judiciária de... SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal

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HABEAS CORPUS O “habeas corpus” é uma ação de natureza constitucional que tem por finalidade evitar ou fazer cessar violência ou coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder. Está previsto no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e seguintes do Código de Processo Penal. Natureza Jurídica: Embora o Código de Processo Penal inclua o “habeas corpus” no capítulo destinado aos recursos, a doutrina é unânime em considerá-lo uma ação penal autônoma de natureza constitucional voltada à proteção do direito à liberdade de locomoção contra qualquer espécie de ilegalidade. De acordo com Ada, Magalhães e Scarance, “na verdade, cuida-se de uma ação que tem por objeto uma prestação estatal consistente no restabelecimento da liberdade de ir, vir e ficar, ou, ainda, na remoção de ameaça que possa pairar sobre esse direito fundamental da pessoa. E tal prestação se consubstancia na ordem de habeas corpus, através da qual o órgão judiciário competente reconhece a ilegalidade da restrição atual da liberdade e determina providência destinada à sua cessação (alvará de soltura) ou, então, declara antecipadamente a ilegitimidade de uma possível prisão1”. Espécies: Preventivo: Impetrado com a pretensão de evitar futura coação. Geralmente, há uma ameaça à liberdade de locomoção e o referido remédio é utilizado como forma de precaução, visando à obtenção de um salvo conduto. Liberatório ou Repressivo: Impetrado quando se pretende a restituição da liberdade de alguém que já teve seu direito de ir e vir violado, ou porque já está preso, ou porque já tem contra si mandado de prisão expedido. Nesses casos, o paciente visa à obtenção de um alvará de soltura ou de um contramandado de prisão. Ainda, pode ser utilizado quando já tiver sido instaurado o inquérito policial ou iniciada a ação penal. Nesses casos, o objetivo é o trancamento do IP ou da ação penal. De ofício: No curso da ação penal, o juiz pode conceder “habeas corpus” de ofício caso verifique a ocorrência de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. Legitimidade ativa: Pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, independentemente de habilitação legal ou representação por advogado, sendo dispensada a procuração. O Promotor de Justiça também pode se utilizar deste remédio, nos termos do art. 32, I2 da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n. 8625/93), assim como a pessoa jurídica, desde que em favor de pessoa física e o Delegado de Polícia, como cidadão e não como autoridade. Legitimidade passiva: Quem figura no pólo passivo é o coator (ou autoridade coatora). Via de regra, a coação advém de um ato de autoridade pública. Porém, o “habeas corpus” também pode ser impetrado contra ato de particular, uma vez que a Constituição refere-se não só a coação por abuso de poder, mas também por ilegalidade. Cabimento: Pressuposto indispensável para a impetração do “habeas corpus” é o atentado contra a liberdade de locomoção. 1 GRINOVER, Ada Pellegrini, FILHO, Antonio Magalhães Gomes e FERNANDES, Antonio Scarance. Recursos no Processo Penal. 4ª edição. São Paulo:Revista dos Tribunais p349. 2 Art. 32. Além de outras (...) compete aos Promotores de Justiça, dentro de suas esferas de atribuições: I - impetrar habeas-corpus e mandado de segurança e requerer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;

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O artigo 648 do Código de Processo Penal disciplina as hipóteses de cabimento: Inciso I – quando não houver justa causa A justa causa estará presente quando as razões ou motivos que determinarem a ameaça à liberdade de locomoção tiverem amparo legal, ou seja, fundamento em lei. Logo, se referida ameaça não encontrar fundamento na ordem jurídica, será ilegal, restando evidenciada a falta de justa causa. O inciso abrange as hipóteses de falta de justa causa para a prisão, bem como para o inquérito e para o processo. Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina O inciso cuida do excesso de prazo na prisão cautelar advinda da prisão em flagrante, preventiva ou da prisão temporária. A demora injustificada configura o constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, sanável por meio de “habeas corpus”. Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo Somente a autoridade judicial competente pode determinar a prisão, salvo nos casos de prisão em flagrante, de transgressões e de crimes militares. Se houver incompetência absoluta do juízo, também haverá constrangimento ilegal sanável por meio de “habeas corpus”. Inciso IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação Se houver desaparecido a causa que determinou a prisão, esta deverá ter um fim. Caso o constrangido não seja colocado em liberdade, deverá valer-se do “habeas corpus”. Por exemplo: um condenado que já cumpriu sua pena, mas ainda continua preso. Inciso V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza. As hipóteses em que a lei prevê a fiança encontram-se nos artigos 323, 324 e 325 do CPP. De acordo com o art. 5º, LXVI, da Constituição Federal, ninguém poderá ser preso quando a lei admitir a prestação de fiança. Inciso VI – quando o processo for manifestamente nulo A nulidade pode decorrer de qualquer causa, como: ausência de condição de procedibilidade, ilegitimidade de parte, ausência de citação, ausência de alegações finais etc. Deve haver nexo de causalidade entre a nulidade e a prisão. Inciso VII – quando já estiver extinta a punibilidade do agente O artigo 107 do CP enumera as causas que extinguem a punibilidade (rol exemplificativo). Demonstrada a ocorrência de alguma destas causas, o inquérito policial ou a ação penal deverão ser trancados. Competência: O “habeas corpus” é sempre dirigido à autoridade jurisdicional hierarquicamente superior à autoridade coatora, observando-se a tabela que segue:

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ESCADA DE COMPETÊNCIA DO HABEAS CORPUS STF

STJ Tribunal Juiz de 1º grau Turma Recursal Delegado de polícia Particular

TABELA DE ENDEREÇAMENTOS CONFORME COMPETÊNCIA ESTADUAL

AUTORIDADE COATORA:

COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HC: Particular Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal

da Comarca de...

Delegado de Polícia

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital (crimes comuns - só na capital) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de... (crimes comuns – fora da capital) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de... (Crimes dolosos contra a vida) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Juizado Especial Criminal da Comarca de... (infrações de menor potencial ofensivo)

Juiz Corregedor do DIPO (crimes comuns - só na capital) Juiz de Direito da Vara Criminal (crimes comuns – fora da capital) Juiz de Direito da Vara do Júri (Crimes dolosos contra a vida) Juiz Presidente do Colégio Recursal (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Juiz de Direito do JECRIM (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça (crimes comuns e crimes dolosos contra a vida)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça

Ministro Presidente do STJ Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal

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FEDERAL

AUTORIDADE COATORA: COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HC:

Particular Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal

Federal da Secção Judiciária de...

Delegado de Polícia

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal Federal da Secção Judiciária de... (crimes comuns) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Juizado Especial Criminal Federal da Secção Judiciária de... (infrações de menor potencial ofensivo) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal do Júri da Secção Judiciária de... (crimes dolosos contra a vida)

Juiz Federal da Vara Criminal (crimes comuns) Juiz Federal da Vara do Júri (crimes dolosos contra a vida) Juiz Presidente do Colégio Recursal (infrações de menor potencial)

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região. Obs.: São Paulo e Mato Grosso do Sul – 3ª Região

Juiz Federal do Juizado Especial Criminal (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal Federal da Secção Judiciária de...

Desembargador Presidente do Tribunal Regional Federal (crimes comuns e crimes dolosos contra a vida)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça

Ministro Presidente do STJ Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal

Processamento: A petição de “habeas corpus”, nos termos do §1º do artigo 654 do CPP, deverá conter:

a. O órgão jurisdicional a quem é endereçada a ação (endereçamento); b. O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer a coação (o paciente); c. O nome de quem exerce a coação ou ameaça (a autoridade coatora); d. O nome do impetrante (que pode ser, inclusive, o próprio paciente); e. A descrição dos fatos que configuram o constrangimento; f. O pedido; g. A assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo, caso este não souber ou não puder escrever; h. A designação das respectivas residências.

Recebida a petição, caso haja pedido de liminar, este será apreciado. Caso julgue necessário, o juiz poderá requisitar a apresentação do preso. Em seguida, o juiz requisita informações da autoridade coatora, dentro do prazo que fixar e, em seguida, fundamentadamente, decide. Liminar: É possível o pedido de liminar em sede de “habeas corpus”, nos casos em que a cessação da coação ilegal exigir pronta intervenção do judiciário.

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Deverão ser demonstrados o “fumus boni iuris” (o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que sustenta o pedido liminar) e o “periculum in mora” (probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, caso haja demora na concessão da liminar pleiteada). Efeitos: A concessão de “habeas corpus” liberatório implica na imediata libertação do paciente, salvo se, por outro motivo deva ser mantido na prisão. Se a ordem de “habeas corpus” for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será expedida ordem de salvo conduto em favor do paciente. Quando a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se verificou a nulidade (art. 652 do CPP). Sendo a ordem concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, estes estarão impedidos de prosseguir em seu curso normal. De acordo com o artigo 580 do CPP, a decisão favorável do “habeas corpus” pode ser estendida a outros interessados que se encontrarem em situação idêntica à do paciente beneficiado. Recursos: Cabe Recurso em sentido estrito (RESE) da decisão que concede ou nega a ordem de “habeas corpus” em primeira instância (art. 581, X do CPP). Em caso de concessão da ordem, cabe recurso de ofício (art. 574, I do CPP). Caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STJ quando a ordem for denegada em segunda instância – TJ ou TRF (art. 105, I, “a” da CF). Caberá, ainda, ROC ao STF quando houver denegação da ordem por parte do STJ (art. 102, I, “a” da CF). TERMINOLOGIA � PACIENTE – aquele que sofre a coação ou o constrangimento ilegal; � IMPETRANTE - aquele que impetra o “habeas corpus” em favor do paciente. Pode ser o impetrante, ao

mesmo tempo, paciente, caso este impetre o “habeas corpus” em nome próprio; � AUTORIDADE COATORA (OU IMPETRADO) – aquele que causa o constrangimento ilegal ao paciente; � VERBO (PREÂMBULO) - impetrar

ATENÇÃO!!

Quando pedir liminar no habeas corpus? São três as hipóteses:

1) Se o paciente estiver preso. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do alvará de soltura; 2) Se o paciente estiver na iminência de ser preso, ou seja, se já tiver sido expedido o mandado de

prisão. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do contramandado de prisão; 3) Se tiver sido agendado algum ato processual como, por exemplo, o interrogatório. Nesse caso, o

pedido liminar será a suspensão ou sustação do ato até o julgamento definitivo da ordem.

OBS.: Quando o habeas corpus tiver liminar, não se esquecer de duas coisas:

1) No preâmbulo, denominar a peça como: “ordem de habeas corpus com pedido liminar”; 2) Na peça, antes do pedido, inserir um tópico: “Da Liminar”. Nesse tópico, demonstrar os requisitos que

autorizam a concessão de liminar: fumus boni iuris e periculum in mora.

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Modelo de habeas corpus Excelentíssimo Senhor Doutor... (vide quadro da competência)

Nome..., advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo sob o número..., com escritório na rua..... número..., bairro..., comarca de..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal, impetrar ordem de HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR em favor de Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente na rua..., número..., nesta Capital, contra ato ilegal praticado pelo... (indicar a autoridade coatora), pelas razões abaixo aduzidas.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e

certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte um constrangimento ilegal.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando

a tese). Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que o

paciente vem suportando constrangimento ilegal e faz jus à concessão da ordem impetrada. DA LIMINAR A medida liminar deve ser concedida, uma vez que

restaram demonstrados os requisitos autorizadores, quais sejam: O “Fumus Boni Juris” encontra respaldo no artigo...

(explicar, tendo em vista o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que sustenta o pedido liminar).

Já o “Periculum in mora” consubstancia-se na probabilidade do paciente sofrer dano irreparável ou de difícil reparação... (explicar, tendo em vista a probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, caso haja demora na concessão da liminar pleiteada).

DO PEDIDO Diante do exposto, requer sejam colhidas as informações,

com a máxima urgência, perante a autoridade ora apontada como coatora, para que, ao final, conceda-se a ordem impetrada, decretando-se... (preencher com o pedido específico, de acordo com a tese), com fulcro no art. 648,... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

OU

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Diante do exposto, postula-se seja concedida liminar da

ordem, decretando-se ... (preencher com o pedido liminar) e, após sejam colhidas as informações perante a autoridade ora apontada como coatora, requer a confirmação da liminar oportunamente concedida, bem como a ... (preencher com o pedido específico), com fulcro no artigo 648, ...do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) ___________________________ OAB – Seção de São Paulo nº....

DICA: Utilize o quadro abaixo, para auxiliar na elaboração do pedido:

QUADRO I PEDIDOS DE “HC” SEM PEDIDO LIMINAR

TESE PEDIDO ESPECÍFICO NULIDADE * (se a nulidade ocorrer até a resposta escrita (inclusive), requerer a anulação “ab initio”; se a nulidade ocorrer após a resposta escrita, requerer a anulação a partir do ato nulo.). * na argumentação, utiliza-se o artigo 564 do CPP.

Anulação “ab initio” da ação penal, com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal ou Anulação a partir (...), com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE * na argumentação, utiliza-se o artigo 107 do CP.

Que seja reconhecida e declarada a extinção da punibilidade dos fatos imputados ao paciente, com fulcro no artigo 648, VII do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA SEM SENTENÇA * quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que exclui a ilicitude da conduta.

Trancamento do inquérito policial, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal . ou Trancamento da ação penal, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal .

FALTA DE JUSTA CAUSA COM SENTENÇA * quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que

Cassação da sentença condenatória proferida contra o paciente, revogando-se os efeitos oriundos da mesma, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal .

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QUADRO II PEDIDOS DE “HC” COM PEDIDO LIMINAR

TESE PEDIDO LIMINAR PEDIDO DEFINITIVO NULIDADE + PACIENTE PRESO OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO * (se a nulidade ocorrer até a resposta escrita (inclusive), requerer a anulação “ab initio”); se a nulidade ocorrer após a resposta escrita, requerer a anulação a partir do ato nulo. * na argumentação, utiliza-se o artigo 564 do CPP.

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente e, ou Expedição do competente contramandado de prisão em favor do paciente e,

Anulação “ab initio” da ação penal, com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal, ou Anulação da ação penal a partir... , com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA SEM SENTENÇA + PACIENTE PRESO OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO * quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que exclui a ilicitude da conduta.

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente ou Expedição do competente contramandado de prisão em favor do paciente

Trancamento da ação penal, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal ou Trancamento do inquérito policial, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA COM SENTENÇA + PACIENTE PRESO OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO * quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que exclui a ilicitude da conduta.

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente ou Expedição do competente contramandado de prisão em favor do paciente

Cassação da sentença proferida contra o paciente e a revogação dos efeitos oriundos da mesma, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal

ARBITRARIEDADE – PACIENTE PRESO EM FLAGRANTE Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

Relaxamento da prisão em flagrante imposta ao paciente e a expedição do competente alvará de soltura em seu favor

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

ARBITRARIEDADE – PACIENTE PRESO PREVENTIVA OU TEMPORARIAMENTE

Revogação da prisão... decretada contra o paciente e a expedição do competente

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo

exclui a ilicitude da conduta. HC PREVENTIVO * Quando o paciente estiver na iminência de sofrer a coação ilegal.

Expedição do competente salvoconduto em favor do paciente, com fulcro no artigo 660, §4º do Código de Processo Penal .

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Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

alvará de soltura em seu favor Penal

ARBITRARIEDADE Inciso IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

ARBITRARIEDADE Inciso V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.

Concessão da liberdade provisória, conseqüentemente, o arbitramento da fiança e a expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

QUALQUER TESE + ATO PROCESSUAL AGENDADO

Diante do exposto, postula-se seja concedida liminar da ordem, em face da proximidade do... (preencher com o ato agendado), para suspender tal ato até o julgamento definitivo do presente “writ”

Seja, ao final, concedida a ordem impetrada decretando-se..., (preencher com o pedido relacionado à tese) com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

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RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE Conceito de prisão em flagrante Segundo Guilherme Nucci, a prisão em flagrante “é a modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal (crime ou contravenção penal)”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 560) A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXI, autoriza essa modalidade de prisão sem a necessidade da expedição de um mandado de prisão, podendo, inclusive, partir de qualquer pessoa, além das autoridades policiais e seus agentes (art. 301 do CPP). Entretanto, a prisão em flagrante está sujeita à avaliação imediata da autoridade judiciária, a qual poderá relaxá-la, quando vislumbrar qualquer ilegalidade. É o que dispõe o artigo 5º, inciso LXV da CF. Espécies de prisão em flagrante

a) Flagrante próprio ou perfeito (artigo 302, I e II do CPP): ocorre no momento em que o agente está cometendo a infração ou acaba de cometê-la;

b) Flagrante impróprio ou imperfeito (artigo 302, III do CPP): ocorre quando o agente é perseguido pela polícia, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, logo após a tentativa ou a prática da infração penal;

c) Flagrante presumido ou ficto (artigo 302, IV do CPP): ocorre quando o agente é encontrado, logo depois da tentativa ou a prática da infração penal, na posse de instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor do delito;

d) Flagrante esperado: ocorre quando a autoridade policial, mediante a notícia de que será cometida uma infração penal, desloca agentes para o local e fica aguardando a sua ocorrência. Trata-se de uma hipótese de flagrante totalmente viável;

e) Flagrante retardado ou diferido: trata-se da hipótese de flagrante prevista no artigo 2º da Lei n.º 9.034/95, que autoriza a autoridade policial retardar a realização da prisão em flagrante, para poder obter mais informações acerca da atividade da organização criminosa;

f) Flagrante preparado: ocorre quando o agente é induzido por terceiro a praticar a infração penal. A Súmula 145 do STF rejeita esse tipo de flagrante, pois o considera crime impossível.

Outras situações

a) Crimes permanentes: enquanto não cessar a permanência, o agente estará em situação de flagrante (art. 303 do CPP);

b) Crimes habituais: não admitem prisão em flagrante, um vez que o delito habitual se consuma através da prática de várias condutas, de modo reiterado;

c) Crime de ação penal privada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura do auto, é necessária a autorização da vítima ou de seu representante legal;

d) Crime de ação penal pública condicionada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura do auto, é necessária a representação da vítima ou de seu representante legal ou, ainda, a requisição do Ministro da Justiça.

Pessoas que não podem ser presas em flagrante

a) Presidente da República (art. 86 da CF). Ele pode ser capturado (no sentido de se deter, segurar), mas não se lavra auto de prisão em flagrante;

b) Quem goza de imunidade diplomática (ex.: embaixador não responde pelo crime aqui no Brasil – art. 1, I do CPP);

c) O que causar acidente automobilístico e prestar socorro à vítima; (Código Nacional de Trânsito, art. 123);

d) Quem se apresenta espontaneamente para a autoridade (art. 317 do CPC). Trata-se de um prêmio. Pessoas que sofrem restrições para prisão em flagra nte

a) Parlamentares, Juízes, Promotores, Governadores, Deputados Estaduais só podem ser presos em flagrante tratando-se de crime inafiançável. Se afiançável, no máximo captura;

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b) Advogados - pelo novo Estatuto da Advocacia, se estiver no exercício da profissão, só pode ser preso no caso de crime inafiançável.

Lavratura do auto de prisão em flagrante Os artigos 304 e seguintes do CPP elencam as formalidades a serem observadas pela autoridade no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante. Insta salientar que o artigo 304 sofreu alteração legislativa introduzida pela Lei n.º 11.113/05, apresentando, atualmente, a seguinte redação:

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.

Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, de acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão deve ser informada ao juiz, ao MP e à família do preso ou pessoa por ele indicada. Este artigo foi alterado em 2011 (Lei n. 12.403):

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Cabimento do pedido de relaxamento de prisão em fla grante Tendo em vista a alteração promovida pela Lei 12.403/11, o requerimento de relaxamento da prisão em flagrante restou bastante restrito, já que o juiz, ao fazer a análise do flagrante, possui três alternativas de decisão a ser tomada, nos moldes do art. 310 do CPP:

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

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dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

Desta forma, verifica-se que não mais o juiz mantém uma prisão em flagrante: ele relaxa o flagrante ilegal, converte a prisão em flagrante em prisão preventiva ou concede liberdade provisória.

Pergunta-se, enfim: Mas quando, então, caberá o pedido de relaxamento de prisão em flagrante após essa mudança? Entendemos que caberá fazer o requerimento imediatamente após a prisão em flagrante (e desde que ela seja absolutamente ilegal) e antes do juiz tomar alguma das decisões previstas no art. 310. Seria uma espécie de reforço ao raciocínio do juiz antes de decidir, tentando convencê-lo da ilegalidade e necessidade de relaxamento da prisão em flagrante.

Outras observações importantes A lei processual estabelece que a prática de fato em situação excludente de ilicitude impõe liberdade provisória sem fiança (art. 310, p. único do CPP). No caso de ação penal pública condicionada, é admissível a prisão em flagrante, contudo a manutenção da prisão em flagrante depende de requerimento da vitima (Conforme comentários do Dr. Guilherme Nucci – Código de Processo Penal Comentado, 3ª ed. rev. e atual. e ampliada – São Paulo, Revista dos Tribunais, 2004, p. 546);

Nos casos de ação penal privada, se houver prisão em flagrante é importante que a vítima ofereça a queixa-crime em cinco dias (por analogia), se não o fizer neste prazo deve o flagrante ser relaxado. Ressalta-se que o prazo decadencial de 06 meses continua valendo;

Embora seja possível a prisão em flagrante nas contravenções penais, estas figuram entre as infrações penais de menor potencial ofensivo. Sendo assim, aplica-se o art. 69 da Lei 9.099/95.

DICA O relaxamento de prisão em flagrante deverá ser elaborado quando restar configurada ilegalidade na prisão. Esta ilegalidade poderá derivar dos seguintes fatores:

a) Ausência de situação de flagrante; b) Inobservância das formalidades legais na lavratura do APF (auto de prisão em flagrante); c) Atipicidade da conduta (o fato imputado ao preso não constitui crime).

TERMINOLOGIA � REQUERENTE – aquele que requer o relaxamento da prisão. � VERBO (PREÂMBULO) – requerer

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Modelo de requerimento de relaxamento de prisão em flagrante EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR ... (endereçamento conforme competência)

... (nome), ... (nacionalidade), ... (estado civil), portador do documento de identidade Registro Geral (RG) n. ..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) sob o n. ..., (profissão), residente e domiciliado na Rua ..., n..., bairro..., por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo – documento...), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal, pelas razões a seguir expostas

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e

certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte um constrangimento ilegal.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando

a tese). Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que a

prisão em flagrante imposta ao requerente é ilegal e deve ser relaxada DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja deferido o presente pedido

de relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, expedindo-se o competente alvará de soltura em seu favor, como medida de justiça.

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) ___________________________ OAB – Seção de São Paulo nº....

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LIBERDADE PROVISÓRIA Conceito A Constituição Federal garante o direito à liberdade provisória em seu artigo 5º, inciso LXVI: “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”. Trata-se, portanto, do instituto que substitui a prisão provisória e garante ao acusado o direito de aguardar o transcorrer do processo em liberdade, até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações que o prendem ao processo e ao juízo e asseguram a sua presença ao processo. A liberdade provisória encontra previsão no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal e nos artigos 321 a 350 do Código de Processo Penal. Até 2007, a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº. 8072/90) vedava a concessão de liberdade provisória. Em 2007, foi aprovada a Lei nº. 11.464, a qual alterou alguns detalhes na referida lei, inclusive o inciso que tratava desta vedação. Segundo a nova redação do Art. 2º, I da Lei, agora é vedada somente a concessão de fiança e não mais a liberdade provisória. Com base na Lei 12.403/11, o Capítulo VI continua a tratar da liberdade provisória, com ou sem fiança. Neste Capítulo foram modificados os arts. 321 a 325, os arts. 334 a 337 e o art. 341, os arts. 343 a 346, além do art. 350. Ausentes os requisitos de uma prisão preventiva, o juiz deverá conceder a Liberdade Provisória nos termos do art. 321 ou ainda do art. 310, III e no parágrafo único do CPP (se presentes uma das excludentes de ilicitude do art. 23 do CP). Com o advento da nova lei, agora além das já consagradas Liberdade Provisória com fiança e sem fiança, temos outras que foram introduzidas. Espécies de liberdade provisória: a) Liberdade Provisória em que é vedada a fiança (p opularmente chamada de “inafiançável”): Cabível sempre após a prisão em flagrante, com a obrigatória imposição de qualquer das cautelares descritas no art. 319 e 320, ambos do CPP – com exceção da fiança – quando não for necessária a prisão preventiva e quando for expressamente proibida a concessão da fiança (arts 323 e 324 do CPP); b) Liberdade Provisória com fiança: Cabível sempre após a prisão em flagrante e quando não necessária a preventiva. Será imposta, obrigatoriamente, a fiança, além de outra cautelar, caso assim entender o magistrado; c) Liberdade Provisória sem fiança: Cabível sempre após a prisão em flagrante, quando inadequada ou incabível a preventiva, com a imposição de qualquer outra medida cautelar (art. 319 do CPP), por julgar desnecessária a fiança; d) Liberdade Provisória sem fiança, mas vinculada ( ou com vinculação): Cabível sempre após a prisão em flagrante, vinculado ao comparecimento obrigatório a todos os atos do processo, sob pena de revogação (arts 310, parágrafo único e 350 do CPP). Modalidades de fiança

a) Depósito (art. 330 do CPP) - consistirá no depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;

b) Hipoteca (art. 330, última parte, do CPP) – a fiança pode constituir-se também em hipoteca inscrita em primeiro lugar, não existindo limitação do seu objeto (terreno, navio, casa etc.). Nesse caso, o bem deverá ser avaliado por perito nomeado pela autoridade (§1º do art. 330 do CPP).

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Arbitramento da fiança Devem ser seguidas as regras dos artigos 325 e 326 do CPP. De acordo com o artigo 326 do CPP, para arbitrar o valor da fiança, a autoridade deverá levar em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna do acusado, a sua vida pregressa, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo até final julgamento. Torna-se importante, também, que o juiz leve em conta as condições de fortuna da pessoa, senão a fiança se tornará um óbice à concessão da liberdade. Concessão da fiança Possuem legitimidade para conceder liberdade provisória mediante o pagamento de fiança:

a) A autoridade policial – nos crimes cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos (art. 322 do CPP);

b) A autoridade judicial – nos crimes apenados com pena superior a 4 (quatro) anos (parágrafo único do art. 322 do CPP);

A fiança pode ser concedida a qualquer tempo, enquanto não transitar em julgado da sentença condenatória (art. 334 do CPP) Caso a autoridade policial demore ou se recuse a conceder a fiança, o próprio preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, por simples petição, perante o juiz competente, que deverá decidir no prazo de 48 horas (art. 335 do CPP). Caso o juiz se recuse a conceder a fiança, poderá ser impetrado “habeas corpus” (art. 648, V e 660, §2º do CPP). Nesse caso, será arbitrada pelo tribunal. Da decisão que concede a fiança, cabe Recurso em sentido estrito (art. 581, V do CPP). DICA: O requerimento de concessão da liberdade provisória deverá ser elaborado sempre após a prisão em flagrante e não couber o relaxamento da prisão! ATENÇÃO!! Mesmo com o advento da nova Lei (12.403/2011) o requerimento de liberdade provisória ainda é INCOMPATÍVEL com a decretação de prisão preventiva e temporária. Nestes casos, o que poderá ser elaborado é um requerimento de revogação da prisão, mas NUNCA um requerimento de concessão de liberdade provisória. TERMINOLOGIA: � REQUERENTE – aquele que requer o benefício da liberdade provisória. � VERBO (PREÂMBULO) – requerer

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Modelo de requerimento de liberdade provisória Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... (endereçamento conforme competência)

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., cidade..., por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa – documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal combinado com os artigos 321 e seguintes do Código de Processo Penal, requerer sua LIBERDADE PROVISÓRIA pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema,

enfatizando os requisitos que o requerente preenche e o cabimento da liberdade provisória. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e

certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram ser o requerente merecedor do benefício em questão.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando

que o requerente preenche os requisitos autorizadores da concessão da liberdade provisória). Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que a

prisão em flagrante imposta ao requerente é ilegal e deve ser relaxada DO PEDIDO Diante do exposto, inexistindo requisitos para a conversão

da prisão e, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, requer, após o parecer do digno Representante do Ministério Público, seja concedida a liberdade provisória (com ou sem fiança), expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do requerente, como medida de justiça.

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) ___________________________ Advogado – OAB/SP nº....

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QUEIXA-CRIME

A queixa crime é a petição inicial da ação penal privada (artigo 30 do CPP), oferecida pelo ofendido ou seu representante legal, através de advogado devidamente constituído (procuração com poderes especiais, conforme previsão do artigo 44 do CPP).

Caso sobrevenha a morte do ofendido ou seja declarada judicialmente sua ausência, o direito de oferecer a queixa-crime passará ao CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), de acordo com os artigos 100, §4º do CP e 31 do CPP.

Nos casos de ação privada personalíssima, caso sobrevenha a morte do ofendido, estará extinta a punibilidade do ofendido, pois o direito de oferecer a queixa-crime não passa para ninguém.

É cabível, também, o oferecimento da queixa crime subsidiária, quando o Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal, conforme previsão expressa do artigo 29 do Código de Processo Penal e artigo 5º, LIX da Constituição Federal. A queixa-crime deve ser redigida observando-se os seguintes requisitos, previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal:

a) Descrição do fato, b) Qualificação do querelado, c) Classificação jurídica do fato e, d) Quando necessário, deverá ser apresentado o rol de testemunhas.

De acordo com o artigo 38 do Código de Processo Penal, o prazo para oferecimento da queixa é de 6 meses, a contar da data em que o ofendido tomou conhecimento da autoria do delito. Em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo para o oferecimento da queixa-crime é de seis meses, contados a partir do término do prazo do MP para o oferecimento da denúncia. O prazo para o oferecimento da denúncia, em caso de réu preso será de 5 dias em caso de réu preso, e de 15 dias em caso de réu solto (artigo 46 do CPP). Trata-se de prazo decadencial, ou seja, se não for oferecida tempestivamente, extingue a punibilidade do agente (artigo 107, IV do Código Penal). A contagem deste prazo obedece à regra do art. 10 do CP: inclui-se o dia do início e exclui-se o dia final e tal prazo não é interrompido, suspenso ou prorrogado. A queixa-crime deverá ser endereçada ao juiz de 1º grau (observando-se sempre a natureza da infração). Antes de recebê-la, porém, o juiz abrirá vista dos autos para o órgão do MP, de acordo com o artigo 45 do CPP. Da decisão que não recebe a queixa-crime é cabível a interposição de Recurso em Sentido Estrito (artigo 581, I do CPP). No JECrim, caberá apelação (art. 82 da Lei 9.099/95). Da decisão que recebe a petição de queixa-crime não existe previsão de recurso cabível, podendo ser impetrado um habeas corpus, caso reste demonstrado constrangimento ilegal. O ofendido poderá renunciar ao direito de oferecer a queixa-crime, de acordo com o artigo 49 do CPP. Caso o faça, será declarada extinta a punibilidade do agente (artigo 107, V do CP) e esta renúncia se estende aos co-autores, caso existam. De acordo com a Lei 11.608/03 (artigo 4º, § 9º, “b”), para que a queixa-crime possa ser proposta, o querelante deve recolher o valor referente a 50 UFESPs. Com o advento da Lei nº 11.719/2008, o juiz poderá fixar na sentença valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (art. 387, IV do CPP). Desta forma, este pedido deverá constar na peça inicial acusatória, até por questões de resguardar tal direito.

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ATENÇÃO! Em se tratando de Juizado Especial Criminal, não haverá o recolhimento de custas, nem o requerimento de fixação do valor mínimo em razão dos danos morais, pois o procedimento específico já possui momento específico para tal requerimento.

TERMINOLOGIA � QUERELANTE – aquele que oferece a queixa-crime (particular ofendido). � QUERELADO – o agente que praticou o delito e contra quem é oferecida a queixa-crime. � VERBO (PREÂMBULO) - oferecer

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Modelo de Queixa-Crime

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência)

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade número..., residente na Rua..., número..., bairro..., comarca..., por seu advogado que esta subscreve, conforme inclusa procuração com poderes especiais (documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME com fulcro no artigo 30 do CPP (ou queixa-crime subsidiária, com fulcro no artigo 5º, LIX da CF e artigo 29 do CPP) em face de ..., (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade número..., residente na Rua..., número..., no bairro de..., nesta Comarca, pelas razões abaixo aduzidas.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema,

explicitando a autoria do fato, o crime praticado, o momento em que esse crime ocorreu (quando), o local em que se consumou o crime, a forma como foi praticado e outros dados pertinentes.

DO DIREITO A acusação, segura do conhecimento de Vossa

Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram a justa causa para o oferecimento da presente inicial acusatória, bem como, para a condenação do querelado, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando que o querelado efetivamente praticou a infração penal e deve ser punido nos moldes da lei)

DO PEDIDO Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, após a

manifestação do órgão do Ministério Público, seja a presente recebida, determinando-se a citação do querelado e a intimação das testemunhas abaixo arroladas. Finalmente, requer seja julgada procedente a presente ação, com a conseqüente condenação do querelado, bem como a fixação de valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, nos termos do artigo 387, IV do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Informa o querelante que recolheu o valor referente a 50

UFESPs, afim de que a presente ação seja conhecida e provida (documento...) Rol de testemunhas: 1. (nome), (qualificação), (endereço) 2. (nome), (qualificação), (endereço) 3. (nome), (qualificação), (endereço) 4. (nome), (qualificação), (endereço) 5. (nome), (qualificação), (endereço) 6. (nome), (qualificação), (endereço)

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7. (nome), (qualificação), (endereço) 8. (nome), (qualificação), (endereço)

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

OBS1 Procedimento Sumário: 5 testemunhas Procedimento Sumaríssimo (JECRim): 3 testemunhas OBS2 Por se tratar de uma peça acusatória que deve ser elaborada de forma que o querelado compreenda o que está sendo imputado, não se utiliza a citação de jurisprudência. Já a citação de doutrina somente será utilizada se for necessária e desde que seja inteligível por parte de qualquer pessoa que leia a peça.

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RESPOSTA ESCRITA Procedimentos ordinário e sumário Segundo o artigo 396 do CPP, caso o juiz não rejeite a inicial, procederá ao seu recebimento e a citação do acusado para responder por escrito à acusação, no prazo de 10 dias. Nesta resposta, segundo o artigo 396-A, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa (questões de fato e de direito), oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. No mesmo prazo, poderá, também, apresentar exceções, que serão processadas em apartado, nos termos do art. 95 a 112 do CPP. Podemos dizer, apenas para melhor compreensão, que esta defesa assemelha-se a um misto entre as antigas alegações finais e defesa prévia. Alegações finais, porque seu conteúdo abrange tudo o que for possível ser alegado em defesa do acusado, inclusive preliminares e defesa prévia, porque comporta a juntada de documentos, o rol de testemunhas, enfim, o acusado inicia a instrução do procedimento, caso não seja absolvido sumariamente nos termos do art. 397. Segundo Andrey Borges de Mendonça, “referido ato se aproxima de uma verdadeira contestação, tal qual ocorre no processo civil”. (MENDONÇA, Andrey Borges. Nova Reforma do Código de Processo Penal. São Paulo: Método. 2008). Ainda, dispõe o §2º do artigo 396-A que se a resposta não for apresentada no prazo legal ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la. Verifica-se, portanto, que a resposta escrita é verdadeira condição de prosseguibilidade da ação, pois o magistrado não poderá prosseguir sem o seu oferecimento, sob pena de gerar nulidade absoluta no processo. As teses a serem defendidas nesta resposta devem levar em conta as hipóteses de absolvição previstas no artigo 397. Desta forma, podemos dizer que as possíveis teses de defesa nesta etapa serão: I – existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato A argumentação se fundamentará nas excludentes de ilicitude previstas nos artigos 23 a 25 do Código Penal: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. II – existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade. Em se tratando de inimputabilidade, o juiz deverá aplicar a medida de segurança e, para que isso ocorra, há a necessidade do procedimento, pois trata-se de sanção penal. III – o fato narrado evidentemente não constitui crime: tese de fato atípico IV – quando estiver extinta a punibilidade do agente – normalmente, se defende prescrição, mas cabe aqui qualquer causa que extinga a punibilidade. Essa possibilidade de absolvição sumária retrata um verdadeiro julgamento antecipado da lide. Trata-se de uma verdadeira sentença de mérito, salvo no caso de extinção da punibilidade. Tanto a decisão que absolve sumariamente quanto a que indefere o pedido de absolvição devem ser fundamentadas. Recurso cabível: da decisão de absolvição sumária, cabe apelação, nos termos do art. 593, I do CPP. Exceção aos casos de absolvição em razão de causa extintiva de punibilidade, nos quais o recurso adequado é o RESE, nos termos do art. 581, VIII do CPP.

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Procedimento do júri A resposta escrita ou resposta inicial do procedimento do júri encontra previsão no artigo 406, com redação determinada pela Lei 11.689/08. Segundo o aludido artigo, o magistrado, ao receber a denúncia, deverá ordenar a citação do acusado para responder, por escrito e no prazo de 10 dias, à denúncia. Esta resposta tem o intuito de permitir ao acusado que se defenda desde o início do processo. Nesta resposta, o acusado poderá argüir tudo o que lhe interesse para a sua defesa, inclusive preliminares, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8. Caso não arrole as testemunhas nesta fase, haverá a preclusão. Após o oferecimento desta resposta, segundo o artigo 409, o juiz deverá ouvir o MP ou o querelante sobre preliminares e documentos. Diferentemente do procedimento comum, no júri não haverá o julgamento antecipado da lide, ou seja, o juiz não poderá absolver sumariamente o acusado logo após o oferecimento da resposta escrita. Em respeito ao princípio da soberania dos veredictos, o juiz deverá aguardar o final da primeira fase do procedimento para poder, se for o caso, proferir tal decisão. De qualquer forma, as teses a serem defendidas nesta peça devem resguardar consonância com as possíveis decisões que o juiz poderá tomar ao final da 1ª fase do procedimento: pronúncia, impronúncia, desclassificação e absolvição sumária. O juiz pronunciará o acusado se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria e participação. (art. 413) A decisão de impronúncia será tomada quando o juiz não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (art. 415). Já a absolvição sumária será possível quando: I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele o autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Quando a tese de inimputabilidade for a única possível, o juiz não poderá absolver sumariamente. Por fim, poderá haver a desclassificação do delito para outro de competência de outro juízo (art. 419). Contra a sentença de impronúncia, o recurso cabível será a apelação (art. 416). Da decisão de pronúncia, o recurso adequado continua sendo o RESE (art. 581, IV). TERMINOLOGIA � ACUSADO OU DENUNCIADO – aquele que apresenta a resposta escrita. � VERBO (PREÂMBULO) - apresentar

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Modelo de Resposta Escrita – procedimento ordinário Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome... (réu ou querelado), já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move... (o Ministério Público ou “...” – ação privada) como incurso no artigo ... do Código Penal, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve, no decêndio legal, apresentar sua RESPOSTA ESCRITA, nos termos dos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema,

enfatizando aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a ação penal proposta contra o réu possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando e justificando a tese de defesa adotada) DO PEDIDO Diante do exposto, requer a Vossa Excelência digne-se

absolver sumariamente o réu, nos termos do artigo 397, ... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Caso não seja esse o Vosso entendimento, nos termos do artigo 396-A do Código de Processo Penal, o acusado junta documentos (folhas...), e oferece o rol de testemunhas abaixo, requerendo, desde já sejam intimadas para comparecimento em futura audiência de instrução e julgamento. Rol de Testemunhas: 1. (nome), (qualificação), (endereço) 2. (nome), (qualificação), (endereço) 3. (nome), (qualificação), (endereço) 4. (nome), (qualificação), (endereço) 5. (nome), (qualificação), (endereço) 6. (nome), (qualificação), (endereço) 7. (nome), (qualificação), (endereço) 8. (nome), (qualificação), (endereço)

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Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

OBS Procedimento Sumário: 5 testemunhas

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Modelo de resposta escrita – procedimento do júri Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome... (réu ou querelado), já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move... (o Ministério Público ou “...” – ação privada) como incurso no artigo ... do Código Penal, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve, no decêndio legal, apresentar sua RESPOSTA ESCRITA, nos termos do artigo 406 do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, enfatizando

aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem

aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a ação penal proposta contra o réu possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, demonstrando e

justificando a tese) DO PEDIDO Diante do exposto, requer a Vossa Excelência digne-se ...

(impronunciar, absolver sumariamente o réu /desclassificar o crime e encaminhar os autos ao juízo competente), nos termos do artigo ... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Caso não seja esse o Vosso entendimento, nos termos do artigo

406, §3º do Código de Processo Penal, o acusado junta documentos (folhas...), e oferece o rol de testemunhas abaixo, requerendo, desde já sejam intimadas para comparecimento em futura audiência de instrução e julgamento. Rol de Testemunhas: 1. (nome), (qualificação), (endereço) 2. (nome), (qualificação), (endereço) 3. (nome), (qualificação), (endereço) 4. (nome), (qualificação), (endereço) 5. (nome), (qualificação), (endereço) 6. (nome), (qualificação), (endereço) 7. (nome), (qualificação), (endereço) 8. (nome), (qualificação), (endereço)

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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MEMORIAIS No procedimento ordinário, uma vez recebida a denúncia e não sendo caso de absolvição sumária, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 399 do CPP. Trata-se de uma audiência una, buscando, ao máximo, evitar-se a sua cisão. Nesta audiência, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias da data em que o juiz, afastando a possibilidade de absolvição sumária, resolver prosseguir com a instrução, segundo o artigo 400 do CPP, serão produzidas todas as provas, bem como alegações orais das partes, para que, ao final, o juiz prolate sentença, também oralmente. Sendo assim, as alegações finais, que antes da reforma eram apresentadas por escrito (antigo art. 500 do CPP), hoje são apresentadas oralmente durante a audiência de instrução e julgamento. Ocorre, porém, que o §5º do art. 403 do CPP determina que “o juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder ás partes o prazo de 5 (cinco) dias para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença”. Isto que dizer que em casos considerados complexos pelo magistrado, as alegações finais poderão ser oferecidas por escrito, na forma de memoriais . Trata-se de exceção, a qual a doutrina e o legislador esperam que não se torne regra. Sendo assim, apesar da alteração da denominação (memoriais), podemos dizer que as alegações escritas ainda existem, porém, a título de exceção. Desta forma, vamos utilizar a expressão “alegações finais”, pois as considerações a seguir dizem respeito não só à fase escrita, mas também às alegações orais. As alegações finais – orais ou não – são o momento em que as partes (acusação e defesa) analisam minuciosamente todas as provas trazidas aos autos e emitem seu juízo acerca da condenação ou absolvição do réu. A acusação requer, via de regra, a condenação do acusado. Exceção são os casos de ação penal pública, onde o MP, uma vez que atua como fiscal da lei, pode postular a absolvição se entender que não restou provada a materialidade do delito e a autoria do réu. A defesa NUNCA poderá postular pela condenação do réu, tendo em vista a indisponibilidade de seu interesse. Nessa hipótese, ocorrerá nulidade por ausência de defesa. Nos casos de ação penal privada, se o querelante não oferecer as alegações finais ou não fizer o pedido de condenação, ocorrerá a perempção, prevista no artigo 60, III do CPP, ocasionando a extinção da punibilidade do réu. De acordo com o artigo 571, II, no procedimento ordinário, será no oferecimento das alegações finais que as partes deverão argüir as nulidades ocorridas, eventualmente, no curso da instrução processual. Apesar da redação do artigo não ter sido alterada e referir-se ao art. 500, pode-se fazer uma leitura atualizada. As alegações finais são a última manifestação das partes no processo antes da sentença. Sendo assim, tanto acusação quanto defesa devem deduzir da forma mais completa possível sua argumentação, visando convencer o juiz. Nas alegações finais poderão, também, ser argüidas teses subsidiárias, para a eventualidade de a tese principal não ser acolhida. No procedimento comum sumário, e na primeira fase do júri, a lei não trouxe previsão expressa acerca da entrega de memoriais. A doutrina, porém, entende que o juiz, considerando cada caso, poderá deferir a

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apresentação de memoriais, aplicando de forma subsidiária a previsão para o procedimento comum ordinário (art. 403, §3º do CPP). A OAB, por sua vez, em recente exame, exigiu a elaboração de memoriais no júri, ratificando entendimento da doutrina acerca da possibilidade de sua apresentação, a despeito da falta de previsão expressa no CPP. TERMINOLOGIA � ACUSADO OU DENUNCIADO – aquele que apresenta os memoriais. � VERBO (PREÂMBULO) - apresentar

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Modelo de memoriais escritos Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou ...... - se for ação privada), por seu advogado que esta subscreve, vem , respeitosamente à presença de Vossa Excelência, no qüinqüídio legal, apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, com fulcro no artigo 403, §3°, do Código de Proces so Penal, pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema,

enfatizando aqueles que tenham relação direta com a tese que será defendida. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que presente ação penal possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, justificando a

tese defendida). DO PEDIDO Diante do exposto, requer... (elaborar o pedido de acordo

com a(s) tese(s) de defesa) Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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RECURSO DE APELAÇÃO A Apelação é o recurso adequado à impugnação de sentença, condenatória ou absolutória, proferida por juiz singular. (Artigo 593, I do CPP). Também cabe quando tratar-se de decisão definitiva ou com força de definitiva, não impugnada por Recurso em Sentido Estrito. (Artigo 593, II do CPP) O recurso de apelação também é admitido para impugnar as decisões do Tribunal do Júri, (artigo 593, III) quando:

- Alínea a: ocorrer nulidade posterior a pronúncia; - Alínea b: for a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; - Alínea c: houver erro ou injustiça na fixação da pena ou medida de segurança; - Alínea d: for a decisão dos jurados manifestamente contrária a prova dos autos.

No caso específico do Tribunal do júri, por serem soberanas as suas decisões, ao se apelar, não se pode requerer a reforma da sentença, mas sim que seja o apelante submetido a novo julgamento ou que seja retificada a pena imposta (artigo 593, III, § 1º à 3º, do CPP). Com o advento da Lei 11.689/08, o recurso de apelação passou a ser admitido também para impugnar as decisões de impronúncia e de absolvição sumária (art. 416 do CPP). São decisões em que normalmente a acusação é quem recorre, a não ser que o juiz tenha imposto medida de segurança em conjunto com a decisão, situação em que a defesa poderá se utilizar dessa opção. A apelação poderá ser plena ou limitada. Segundo o art. 599 do CPP, o inconformismo poderá ser em relação a todo o julgado (plena) ou somente parte dele (parcial). Trata-se da aplicação do princípio tantum devolutum quantum appelatum O recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 5 dias (artigo 593, “caput” do CPP), e as razões deverão ser apresentadas em 8 dias (artigo 600 do CPP). De acordo com o §4º do artigo 600 do CPP, as razões do recurso de apelação podem ser oferecidas diretamente à superior instância. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, ou seja, a sentença não poderá ser executada até o trânsito em julgado, a fim de que não se ofenda o princípio da presunção de inocência do réu. Nesse sentido, inclusive, têm sido as recentes decisões do STF, ou seja, a maioria dos Ministros tem entendido que a execução provisória da prisão não pode ocorrer enquanto houver recursos pendentes, embasando-se no art. 5º, LVII da CF. Quanto à sentença condenatória, a reforma processual revogou o disposto no art. 594 do CPP, segundo o qual o réu não poderia apelar sem recolher-se à prisão, salvo se fosse primário e não tivesse antecedentes. Hoje, vigora a nova redação do art. 387, p. único do CPP: “o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta”. Sendo assim, não existe mais a prisão cautelar automática em casos de sentença condenatória, assim como não há mais a necessidade da prisão do condenado para que este possa apelar. A apelação de sentença absolutória terá efeito meramente devolutivo. Nos Juizados Especiais Criminais, de acordo com o artigo 82 da Lei 9.099/95, a apelação é cabível em três hipóteses:

- Sentença condenatória ou absolutória; - Decisão que indevidamente homologa a transação;

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- Contra a decisão que rejeita a denúncia ou a queixa. O prazo, nesse caso é de 10 (dez) dias e deverão ser apresentadas interposição e razões conjuntamente. (artigo 82, §1º da Lei 9.099/95). TERMINOLOGIA � APELANTE – pessoa que recorre da decisão judicial. � APELADO - aquele que figura como recorrido. � VERBOS – interpor (interposição) /oferecer (razões)

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Modelo de recurso de apelação Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz ... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença condenatória de folhas..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃO nos termos do artigo 593, .... do Código de Processo Penal (ou artigo 416 do CPP ou artigo 82 ou 76, §5º da Lei 9.099/95).

Requer, outrossim, seja recebido e processado o presente

recurso, bem como posteriormente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região ou Turma Recursal).

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); RAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: Apelada: Autos do processo-crime número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”, não agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, apontando e

justificando a tese defendida). Se a tese for nulidade, inserir aqui a seguinte fra se: “No mérito, deve o acusado ser absolvido vez que sua

conduta não se subsume a descrição do tipo penal”. DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja dado provimento ao

presente recurso para... (preencher com o pedido) (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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QUADRO DOS POSSÍVEIS PEDIDOS DE APELAÇÃO DO PROCEDI MENTO COMUM

TESE PEDIDO FALTA DE JUSTA CAUSA (NÃO HÁ CRIME)

Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso interposto, decretando-se a absolvição do apelante, com fulcro no artigo 386,... do CPP, como medida de justiça.

NULIDADE PROCESSUAL (ART. 564 DO CPP) Obs.: inserir, após a jurisprudência e antes do pedido, a seguinte frase: No mérito, o apelante deve ser absolvido, eis que sua conduta não se subsume ao tipo penal.

1º) requerer a anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...). 2º) requerer, no mérito, a absolvição do apelante. Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a absolvição do réu, como medida de Justiça.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (ART. 107 DO CP)

Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso interposto, decretando-se a extinção da punibilidade dos fatos imputados ao apelante, com fulcro no art. 107,... do CP, como medida de justiça. * não usa o art. 386

PEDIDOS ALTERNATIVOS a) quando a acusação pleitear condenação do apelante por um crime mais grave do que o cometido; b) quando a denúncia contiver circunstância qualificadora, agravante ou causa de aumento de pena que não condiz com a realidade dos fatos ou que não restou devidamente comprovada. c) reconhecimento de privilégio, causa de diminuição ou atenuante que não estejam contidas na denúncia / reconhecimento de crime continuado ou concurso formal, quando consta da denúncia o requerimento de concurso material. d) concessão de benefício (“sursis”,

a) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto decretando-se a absolvição do apelante e, caso não seja esse o entendimento de Vossas Excelências, requer, ainda, a desclassificação do crime de... para..., como medida de justiça. b) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto decretando-se a absolvição do apelante e, caso não seja esse o entendimento de Vossas Excelências, requer, ainda, seja excluída (ou desconsiderada) a ... (qualificadora, agravante ou causa de aumento de pena), como medida de justiça. c) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto decretando-se a absolvição do apelante e, caso não seja esse o entendimento de Vossas Excelências, requer, ainda, seja reconhecido ... (o privilégio, a causa de diminuição, a atenuante, o concurso formal ou o crime continuado), como medida de justiça. d) Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, decretando-se a absolvição do

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regime inicial de cumprimento de pena semi-aberto ou aberto ou substituição de pena).

apelante e, caso não seja esse o entendimento de Vossas Excelências, requer, ainda, seja concedido ... (preencher com o benefício pleiteado), como medida de justiça.

DUAS

TESES

NULIDADE (PRELIMINAR) + FALTA DE JUSTA CAUSA (MÉRITO)

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a absolvição do réu, com fulcro no art. 386,... do CPP, como medida de Justiça.

NULIDADE (PRELIMINAR ) + FALTA DE JUSTA CAUSA PARA APLICAÇÃO DA SANÇÃO PLEITEADA PELA ACUSAÇÃO (MÉRITO)

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o mérito, decretando-se a... (desclassificação do delito ou exclusão de qualificadora, causa de aumento ou agravante), como medida de justiça.

NULIDADE (PRELIMINAR) + CONCESSÃO DE ALGUM BENEFÍCIO (MÉRITO)

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, acolhendo-se a preliminar argüida, decretando-se a anulação da ação penal (“ab initio” ou a partir de...) e, caso Vossas Excelências assim não entendam, que seja julgado o mérito, concedendo-se a... (preencher com o benefício pleiteado), como medida de justiça.

FALTA DE JUSTA CAUSA PARA APLICAÇÃO DA SANÇÃO PLEITEADA PELA ACUSAÇÃO + CONCESSÃO DE ALGUM BENEFÍCIO.

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, decretando-se a ... (desclassificação ou exclusão de qualificadora, agravante ou causa de aumento de pena) e, conseqüentemente, a concessão ... (preencher com o benefício pleiteado), como medida de justiça.

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Modelo de recurso de apelação – procedimento do júr i EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); RAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: Apelada: Autos do processo-crime número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Em que pese o alto prestígio e a soberania das decisões dos jurados que compuseram este Tribunal, não pode prevalecer tal veredicto, pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, justificando a

tese defendida). DO PEDIDO (vide quadro dos pedidos abaixo) (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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QUADRO DOS POSSÍVEIS PEDIDOS DE APELAÇÃO PROCEDIMEN TO DO JÚRI

TESE PEDIDO ALÍNEA “A” – NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio Tribunal submeta o apelante a um novo julgamento, como medida de justiça.

ALÍNEA “B” – SENTENÇA DO JUIZ PRESIDENTE CONTRÁRIA À LEI EXPRESSA OU À DECISÃO DOS JURADOS

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio Tribunal proceda com a devida retificação, nos termos do artigo 593, III, §1º do Código de Processo Penal, como medida de justiça.

ALÍNEA “C” – ERRO OU INJUSTIÇA NO TOCANTE À APLICAÇÃO DA PENA OU DA MEDIDA DE SEGURANÇA

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio Tribunal proceda com a devida retificação, nos termos do artigo 593, III, §2º do Código de Processo Penal, como medida de justiça.

ALÍNEA “D” – DECISÃO DOS JURADOS MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS

Diante do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, a fim de que este Egrégio Tribunal submeta o apelante a um novo julgamento, nos termos do artigo 593, III, §3º do Código de Processo Penal, como medida de justiça.

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Modelo de contra-razões de apelação Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz ... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o recurso interposto pela acusação, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 600 do Código de Processo Penal, requerer a juntadas das suas CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO, pleiteando que a respeitável decisão proferida em favor do recorrido seja mantida.

Requer, ainda, o encaminhamento das presentes ao

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região ou Turma Recursal).

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: Apelado: Autos do processo-crime número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando porque a decisão merece ser mantida). DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja negado provimento ao

recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação privada), devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como medida de justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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RECURSO EM SENTIDO ESTRITO O recurso em sentido estrito serve, via de regra, para impugnação de decisões interlocutórias proferidas pelo juiz singular. O rol das decisões passíveis de recurso em sentido estrito encontra-se no artigo 581 do Código de Processo Penal: São as hipóteses legais de cabimento de recurso em sentido estrito: a) Da decisão que não receber a denúncia ou a queixa (inciso I); b) Da decisão que concluir pela incompetência do juízo (inciso II); c) Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição (inciso III); d) Da decisão que pronunciar o réu (inciso IV – com nova redação, dada pela Lei 11.689/08); e) Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante (inciso V); f) Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor (inciso VII); g) Da decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade (inciso VIII); h) Da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade (inciso IX); i) Da decisão que conceder ou negar a ordem de “habeas corpus” (inciso X); j) Da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena (inciso XI); k) Da decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte (inciso XIII); l) Da decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (inciso XIV); m) Da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta (inciso XV); n) Da decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial (inciso XVI); o) Da decisão que decidir o incidente de falsidade (inciso XVIII); Lei de Execução Penal e RESE Hoje, algumas hipóteses constantes do artigo 581, em virtude da edição da Lei número 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), são de competência do agravo em execução previsto no artigo 197 da LEP. São elas:

a) Da que decisão conceder, negar ou revogar livramento condicional (inciso XII); b) Da decisão que decidir sobre a unificação de penas (inciso XVII); c) Da decisão que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado (inciso

XIX); d) Da decisão que impuser medida de segurança por transgressão de outra (inciso XX); e) Da decisão que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 (inciso XXI); f) Da decisão que revogar a medida de segurança (inciso XXII); g) Da decisão que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a

revogação (inciso XXIII). Previsão de cabimento do RESE em legislação especia l Além das hipóteses previstas no CPP e na LEP, o recurso em sentido estrito é cabível também:

a) Da decisão que suspender, de forma cautelar, a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, que proibir sua obtenção ou que indeferir o requerimento para suspensão – artigo 294 parágrafo único da Lei n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro);

b) Da decisão que determinar o arquivamento da representação relativa às contravenções relativas ao jogo do bicho e jogo sobre corrida de cavalo – artigo 6º parágrafo único da Lei n. 1.508/51;

c) Da decisão que conceder ou denegar a prisão preventiva ou o afastamento do cargo no processo relativo aos crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores – artigo 2º, III do Decreto-Lei n. 201/67;

Legitimidade ativa São partes legítimas para recorrer em sentido estrito a defesa, a acusação e o assistente de acusação.

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Prazo para interposição O recurso em sentido estrito deverá ser interposto no prazo de 5 dias, a contar da publicação da decisão (artigo 591 do CPP). No caso de recurso contra decisão de inclusão ou exclusão de jurado da lista geral, o prazo é de 20 dias, a contar da publicação da lista (artigo 586, parágrafo único do CPP). Formalidades O RESE é composto de duas peças: interposição (dirigida ao juiz que proferiu a decisão recorrida) e razões (dirigidas ao Tribunal competente). Formação do Instrumento Em alguns casos, será necessária a formação do instrumento. O artigo 583 do CPP dispõe que subirão nos próprios autos os recursos: a) interpostos de ofício; b) nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X – recursos interpostos contra as seguintes decisões: - não recebimento da denúncia ou queixa-crime; - procedência a alguma exceção oposta, salvo a de suspeição; - pronúncia ou impronúncia; - absolvição sumária; - extinção de punibilidade; - pedido de habeas corpus c) quando o recurso não prejudicar o andamento do processo. Ainda, segundo o parágrafo único do art. 583, o recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia. Excluídas essas hipóteses, subirão por instrumento os demais recursos. Nesses casos, a parte deverá indicar, na petição ou em requerimento avulso, as peças dos autos que pretenda traslado (art. 587). O traslado será extraído e conferido no prazo de 5 dias. Deverão constar sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação e o termo de interposição (parágrafo único do art. 587). O juiz poderá mandar instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários (art. 589, parte final, do CPP). Se for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo previsto, o juiz poderá dobrar o prazo (art. 590). Juízo de retratação O recurso em sentido estrito possui uma peculiaridade: o juízo de retratação. Isto quer dizer que o juiz pode, após analisar as razões e contra-razões do recurso, reformar sua decisão sem a necessidade dos autos subirem para o Tribunal. Se a nova decisão comportar também recurso em sentido estrito, a parte recorrida – agora prejudicada em razão da reforma da decisão anterior – poderá recorrer mediante simples petição, nos termos do artigo 589, parágrafo único do Código de Processo Penal. Da decisão que denegar ou impedir o seguimento do recurso em sentido estrito cabe carta testemunhável, nos termos do artigo 639 do Código de Processo Penal. TERMINOLOGIA � RECORRENTE – pessoa que recorre da decisão judicial. � RECORRIDO – pessoa que figura como recorrido. � VERBOS - interpor (interposição) / oferecer (razões)

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Modelo de recurso em sentido estrito Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão de folhas..., que... (preencher com a decisão recorrida), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no artigo 581, ..., do Código de Processo Penal.

Caso Vossa Excelência entenda que deva manter a

respeitável decisão recorrida, requer seja o presente recurso devidamente processado e encaminhado ao Tribunal ... (de Justiça ou Regional Federal) Requer, ainda, o traslado das peças relacionadas a seguir, para a formação do instrumento: - cópia da decisão ora recorrida (folhas...) - cópia da certidão de intimação da decisão recorrida (folhas...) - cópia do termo de interposição do presente recurso (folhas...) - demais peças necessárias para a formação do instrumento (folhas...) OBS.: Inserir este parágrafo somente nas hipóteses em que o recurso não subir nos próprios autos .

Termos em que, Pede deferimento.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Recorrente: Recorrido: Autos do processo-crime número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz a quo, não agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando que a decisão deve ser alterada). DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja dado provimento ao

presente recurso, a fim de que, reformando-se a decisão recorrida,..... (preencher com o pedido referente ao caso), como medida de Justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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Modelo de contra-razões de recurso em sentido estri to Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... (endereçamento conforme competência) Processo-crime nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que lhe move o Ministério Público (ou “...”, se for ação privada), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o recurso interposto pela acusação, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 588 do Código de Processo Penal, requerer a juntada das suas CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pleiteando que a respeitável decisão proferida em favor do recorrido seja mantida.

Caso Vossa Excelência entenda que deva reformar a

respeitável decisão recorrida, requer o encaminhamento das presentes ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Recorrente: Recorrido: Autos do processo-crime número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida seja reformada, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando porque a decisão merece ser mantida). DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja negado provimento ao

recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por..., em caso de ação privada), devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, como medida de justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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AGRAVO EM EXECUÇÃO É o recurso cabível das decisões proferidas pelo Juiz no processo de execução que prejudique direito das partes envolvidas no processo. Uma vez que a Lei de Execução Penal não faz nenhuma referência ao procedimento a ser seguido pelo agravo, este segue o procedimento adotado para o recurso em sentido estrito. Aliás, de acordo com a previsão do artigo 2º, “caput” da LEP, adota-se subsidiariamente o CPP quando a LEP for omissa. De acordo com o artigo 586 do CPP combinado com a Súmula 700 do STF, o prazo para interposição do agravo é de cinco dias, a contar da ciência da decisão e de dois dias para a apresentação das razões, conforme previsão do artigo 588 do CPP. A petição de interposição será endereçada ao Juiz da Execução Criminal podendo vir acompanhada das razões, ou apresentar as razões do agravo em execução no prazo de 2 dias, conforme regulamenta o art. 588 do CPP. Ato contínuo será aberto vista dos autos ao recorrido por igual prazo, para a apresentação de suas contra-razões. Após a resposta do agravado ou sem ela, o agravo será concluso ao Juiz que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará sua decisão. O recurso de agravo em execução em razão do efeito devolutivo inverso ou iterativo submete-se ao juízo de retratação, conforme disciplina o art.589 do CPP. Da decisão que não recebe o agravo ou que denega seguimento caberá a interposição de Carta Testemunhável, no prazo de 48 horas, nos termos dos artigos 639 e seguintes do Código de Processo Penal. TERMINOLOGIA � AGRAVANTE – pessoa que recorre da decisão judicial. � AGRAVADO – pessoa que figura como recorrido. � VERBOS - interpor (interposição) / oferecer (razões)

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Modelo de agravo em execução – razões Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara das Execuções Criminais da comarca de... Processo de execução nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo de execução em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão de folhas..., que... (preencher com a decisão recorrida), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no artigo 197 da Lei número 7.210/84 – Lei de Execução Penal, pelas razões a seguir aduzidas.

Caso Vossa Excelência entenda que deva manter a

respeitável decisão agravada, requer seja o presente recurso devidamente processado e encaminhado ao Tribunal ... (de Justiça ou Regional Federal).

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO Agravante: Agravado: Autos do processo de execução número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”, não agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora recorrida possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando que a decisão deve ser alterada). DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja dado provimento ao

presente recurso, a fim de que, reformando-se a decisão recorrida,..... (preencher com o pedido referente ao caso), como medida de Justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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Modelo de contra-razões de agravo em execução

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da..... Vara das Execuções Criminais da comarca de... Processo de execução nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo de execução em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o recurso interposto pela acusação, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a juntada das suas CONTRA-RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, pleiteando que a respeitável decisão proferida em favor do agravado seja mantida.

Caso Vossa Excelência entenda que deva reformar a

respeitável decisão agravada, requer o encaminhamento das presentes ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); CONTRA-RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO Agravante: Agravado: Autos do processo de execução número... Vara de Origem... Colenda Câmara; Doutos Desembargadores;

Não se conformando com o recurso interposto contra a respeitável decisão proferida em favor do agravado, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão agravada seja reformada, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando porque a decisão merece ser mantida). DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja negado provimento ao

recurso interposto, devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do agravado, como medida de justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Trata-se de recurso cabível no caso de sentença ou acórdão que contenha obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. Obscuridade significa falta de clareza nas idéias, causando dificuldade de entendimento sobre o que foi declarado. Ambigüidade é aquilo que pode causar várias interpretações. A contradição é uma incoerência entre afirmações; ocorre quando, entre duas proposições, uma exclui necessariamente a outra. Já a omissão relaciona-se com uma lacuna, a ausência de algo que deveria ter sido analisado na decisão. Os embargos de declaração são oponíveis:

a. De sentenças de primeira instância – artigo 382 do Código de Processo Penal (conhecido como

embarguinhos); b. De decisões de segunda instância (acórdãos) – artigo 619 do Código de Processo Penal; c. De sentença ou acórdão proferido nos casos submetidos ao procedimento sumaríssimo – artigo 83

da Lei n. 9.099/95. O prazo para a oposição dos embargos é de dois dias, a contar da intimação da sentença ou da publicação do acórdão. No caso da Lei n. 9.099/95, o prazo para oposição é de cinco dias, contados da ciência da decisão. Os embargos de declaração poderão ser opostos pela defesa e pela acusação, em petição única, perante o próprio juiz ou relator que prolatou a decisão. A oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo de outro recurso (em analogia ao artigo 538 do CPC). No caso de Juizado Especial Criminal, a oposição dos embargos de declaração suspende o prazo de outro recurso (artigo 83, § 2º, da lei nº 9.099/95). TERMINOLOGIA � EMBARGANTE – pessoa que embarga da decisão � EMBARGADO – a decisão contra a qual é proposto o recurso (sentença ou acórdão) � VERBO - opor

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EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE Os embargos infringentes e de nulidade encontram previsão no parágrafo único do artigo 609 do Código de Processo Penal e são oponíveis contra decisão de segunda instância, não unânime e desfavorável ao réu. Trata-se de um recurso PRIVATIVO DA DEFESA. Logo, é o recurso a ser utilizado em caso de acórdão no qual exista divergência entre os votos. Quando a divergência versar sobre matéria processual, capaz de invalidar o processo, o recurso receberá o nome de EMBARGOS DE NULIDADE e visará à anulação do feito. Quando a divergência versar sobre matéria de mérito, o recurso receberá o nome de EMBARGOS INFRINGENTES. O prazo para a oposição dos embargos é de 10 dias, a contar da publicação do acórdão embargado. Deve ser apresentado em duas peças: interposição e razões. A interposição é dirigida ao relator do acórdão e as razões à Câmara do Tribunal. Apresentado o recurso, será encaminhado ao relator do acórdão embargado, que fará o juízo de admissibilidade. Em caso de denegação, caberá Agravo Regimental. Após, será aberta vista à parte contrária, pelo prazo de 10 dias, para impugnação. Em seguida, os autos serão enviados à Procuradoria Geral de Justiça, para oferecer parecer, também no prazo de 10 dias. Finalmente os embargos serão distribuídos a um Relator sorteado entre os Juízes ou Desembargadores que integrarão o órgão julgador, não podendo ser nenhum dos juízes que tomaram parte do julgamento. O Relator e o Revisor terão um prazo sucessivo de 10 dias para estudarem os autos. Em seguida, será publicado o acórdão, do qual caberá recurso especial ou extraordinário. Nos embargos, o embargante deverá restringir suas alegações à matéria objeto da divergência, ou seja, jamais poderá inovar e pleitear algo fora do que foi decidido no voto vencido. TERMINOLOGIA � EMBARGANTE – pessoa que embarga da decisão � EMBARGADO – a decisão contra a qual é proposto o recurso (sentença ou acórdão) � VERBO - opor

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Modelo de embargos de declaração Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito .... (endereçamento conforme competência) Processo-crime (ou recurso de...) nº...

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime (ou recurso de...) em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do Código de Processo Penal, (ou da Lei n. 9.099/95) opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO da respeitável sentença (ou ao venerando acórdão) de folhas..., pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão) e que, por conseqüência, obrigam a reparação da respeitável decisão, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação,

demonstrando a obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão). DO PEDIDO Diante do exposto, requer sejam recebidos os presentes

embargos e, ao final julgados, para que seja declarada(o) a sentença (ou acórdão) embargada(o), a fim de que seja corrigido o equivoco que nela(e) se contém, como medida de Justiça.

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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Modelo de embargos infringentes e de nulidade Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador... (endereçamento conforme competência) Recurso de ... nº______

Nome..., já qualificado nos autos do recurso... em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal, opor EMBARGOS INFRINGENTES (OU EMBARGOS DE NULIDADE) ao venerando acórdão que manteve a decisão recorrida por maioria de votos.

Requer, outrossim, seja recebido e processado o presente

recurso, bem como posteriormente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Termos em que, Pede deferimento. (local, data) ____________________________ Advogado – OAB/SP nº

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EGRÉGIO TRIBUNAL ... (de Justiça, TRF ou Turma Recursal); RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES (ou DE NULIDADE) Embargante:... Embargado:... Recurso de... nº... Colenda Câmara; Ínclitos Desembargadores; Douto Relator;

Opõem-se os presentes embargos visando que o respeitável voto vencido prevaleça, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossas

Excelências, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora embargada possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, seguindo o

raciocínio do voto vencido, descrito no problema) DO PEDIDO Diante de todo o exposto, postula-se a reforma do

venerando acórdão embargado, para que, ao final, seja mantido o voto vencido que (preencher com a decisão do voto vencido), como medida de Justiça.

(local, data) ________________________ Advogado – OAB/SP nº

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REVISÃO CRIMINAL Apesar de fazer parte do capítulo referente aos recursos no Código de Processo Penal, a revisão criminal é ação autônoma, de competência originária dos tribunais, que visa impugnar sentença com trânsito em julgado. A coisa julgada é uma exigência imprescindível à segurança jurídica, daí porque tem previsão constitucional (artigo 5º, XXXVI da Constituição Federal). Ocorre que, mesmo transitada em julgado, a sentença pode conter vícios graves que aconselhem a prevalência do valor “justiça” sobre o valor “certeza”. Nesses casos excepcionais, os quais encontram previsão taxativa no ordenamento jurídico, haverá a possibilidade de desconstituir-se a coisa julgada através da revisão criminal. A revisão criminal é recurso privativo da defesa. Não existe revisão “pro estado”. Admite-se a revisão criminal das decisões proferidas pelo Tribunal do Júri, tendo em vista que a soberania dos veredictos é instituída como uma das garantias individuais em benefício do réu e não pode ser atingida enquanto preceito para garantir sua liberdade, não podendo ser invocada contra ele. Havendo anulação do processo, o acusado deverá ser submetido a novo julgamento. A prova de inocência importa em absolvição do condenado. O pressuposto essencial para a propositura da revisão criminal é a existência de uma sentença condenatória definitiva. Admite-se, também, revisão criminal de sentença absolutória imprópria, aquela que impõe ao inimputável uma medida de segurança (art. 386, parágrafo único, III do CPP). A revisão Criminal é cabível durante o cumprimento de pena, ou seja, antes da extinção da pena, bem como após a extinção da pena e, ainda, após a morte do condenado (neste caso, a legitimidade passa ao CADI), objetivando o resgate da honra do mesmo. As hipóteses que autorizam a propositura da revisão criminal encontram previsão no artigo 621 do Código de Processo Penal. São elas:

a) Quando a sentença condenatória a ser desconstituída for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;

b) Quando a sentença condenatória a ser desconstituída se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;

c) Quando, após a sentença, forem descobertas novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição da pena estabelecida.

A competência para conhecer, processar e julgar a Revisão Criminal são dos Tribunais em segunda instância (Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federa). Pode, no entanto, ocorrer Revisão Criminal para o STF (art. 102, I, “j” da CF) e para o STJ (art. 105,I, “e” da CF). O requerimento deve ser dirigido ao Presidente do Tribunal Competente. A decisão pode absolver o condenado, reduzir a pena ou anular o processo (artigo 626 do CPP). Em caso de absolvição, há o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da condenação. É vedado o agravamento de pena imposta pela decisão revista. Aqui, temos uma exceção ao princípio da soberania dos veredictos, ou seja, em sede de revisão criminal proposta em face de sentença do Tribunal do Júri, o Tribunal pode absolver, sem a necessidade de novo julgamento. Se o Tribunal julgar improcedente a Revisão Criminal, caberá a interposição de Recurso Especial ou Extraordinário. A indenização por erro judiciário somente será devida quando restar caracterizada culpa ou dolo por parte do Estado, isto é, de seus representantes ou agentes. As hipóteses encontram previsão no artigo 630 do Código de Processo Penal.

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TERMINOLOGIA � REVISIONANDO ou PETICIONÁRIO – aquele que requer a revisão criminal; � VERBO (PREÂMBULO) - requerer DICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA � “trânsito em julgado” + “provas novas” � “provas falsas” � “condenação contrária ao texto de lei ou evidência dos autos” � “interesse em ser indenizado” � “justificação criminal”

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Modelo de revisão criminal Excelentíssimo Senhor Doutor ... (endereçamento conforme competência)

..., (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na rua..., número..., por seu advogado que esta subscreve, conforme procuração anexa (documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 621, inciso... do Código de Processo Penal, requerer a REVISÂO CRIMINAL da sentença já transitada em julgado que o condenou a pena de..., como incurso no artigo... do CP (certidão anexa – documento...), pelas razões que passa a expor:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que, por conseqüência, impedem que a decisão ora impugnada possa prosperar, senão vejamos.

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, apontando e

justificando a tese, demonstrando por que a decisão deve ser alterada) DO PEDIDO Diante do exposto, requer a procedência do presente

pedido revisional, para que seja desconstituída a decisão ora impugnada, decretando-se... (preencher com o pedido), com fulcro no artigo 626 do Código de Processo Penal.

Requer, ainda, seja reconhecido por este Egrégio Tribunal

o direito a uma justa indenização em virtude do erro judiciário ocorrido, como medida de justiça. (não elaborar este pedido caso trate-se de crime de ação penal privada)

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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REQUERIMENTO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL Trata-se da antecipação provisória da liberdade do condenado que cumpre pena privativa de liberdade, concedida sob certas condições. Encontra previsão nos artigos 83 a 90 do Código Penal e artigo 131 a 146 da Lei de Execução Penal. Para que o benefício possa ser concedido ao condenado, torna-se necessário que este preencha os requisitos estabelecidos no artigo 83 do CP: Requisitos objetivos: • Condenação a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos; • Que o condenado tenha cumprido:

- Mais de 1/3 da pena se não for reincidente em crime doloso; - Mais da metade da pena se for reincidente em crime doloso; - Mais de 2/3 da pena, no caso de crimes hediondos, se não for reincidente;

• Ter reparado o dano causado ou prova da impossibilidade de fazê-lo. Requisitos subjetivos: • Aptidão para promover a própria subsistência, mediante trabalho honesto; • Demonstração de comportamento carcerário satisfatório; • Tratando-se de condenado por crime doloso praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, haverá mais um requisito a ser preenchido que é a constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir (artigo 83, parágrafo único), cabendo ao juiz da execução fazer, ele mesmo, a constatação. O requerimento de livramento condicional deve ser formulado ao Juiz das Execuções criminais. Condições que serão impostas ao beneficiado com o l ivramento: Condições obrigatórias (artigo 132, § 1º, da LEP): 1) Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável; 2) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; 3) Não mudar de comarca sem prévia autorização. Condições facultativas (artigo 132, § 2º, da LEP): 1) Não mudar de residência sem comunicar ao juiz; 2) Recolher-se à habitação em hora determinada; 3) Não freqüentar determinados lugares. Revogação do benefício: Obrigatória (artigo 86 do CP): 1) Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade por crime em sentença irrecorrível, durante a vigência do benefício; 2) Se o liberado for condenado irrecorrivelmente por crime anterior. Facultativa (artigo 87 do CP): 1) Se o liberado deixar de cumprir as obrigações; 2) Se o liberado for condenado em sentença irrecorrível, durante a vigência do benefício, por crime ou contravenção, à pena não privativa de liberdade. O tempo de duração do Livramento Condicional é igual ao tempo restante da pena. Se não houver a revogação até o término do livramento, extingue-se a pena (artigo 90, do CP). Terminologia: � REQUERENTE – pessoa que requer a liberdade provisória. � VERBO (PREÂMBULO) - requerer

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Modelo de requerimento de livramento condicional

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Execução Criminal da Comarca de... ..., já qualificado nos autos do processo de execução número..., por seu advogado que esta subscreve, conforme inclusa procuração (documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer LIVRAMENTO CONDICIONAL, com fulcro nos artigos 83 e seguintes do Código Penal, combinado com artigos 131 e seguintes da Lei de Execução Penal, pelas razões abaixo aduzidas: DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram que o requerente preenche os requisitos para a concessão do benefício, senão vejamos. O requerente foi condenado a pena de... anos de..., por ter sido infringido o artigo... do Código Penal, tendo a respeitável sentença transitado em julgado. As certidões Criminais (documento...), comprovam ser o requerente... (não reincidente em crime doloso; reincidente em crime doloso; não reincidente em crime hediondo), fazendo jus ao benefício após cumprir... da pena, conforme artigo 83,... do Código Penal. Ocorre porém que da referida pena efetivamente já foi cumprido..., ou seja, ... anos. Segundo a declaração do diretor do estabelecimento prisional, o requerente sempre demonstrou comportamento carcerário satisfatório e desempenho para prover a própria subsistência (documento...). Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que o requerente tem direito ao benefício ora pleiteado.

DO PEDIDO Diante do exposto, presentes os requisitos legais, levando-se em conta os documentos juntados, após a oitiva do digno representante do Ministério Público, requer a concessão do livramento condicional, expedindo-se, para tanto, o competente alvará de soltura e carta de livramento em favor do requerente, com fulcro no art. 136 da LEP, como medida de justiça. Termos em que, Pede deferimento.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL O recurso ordinário constitucional está previsto nos artigos 102, II “a” e 105, II, “a” e “b” da Constituição Federal e o seu procedimento se encontra disciplinado nos artigos 30 a 35 da Lei n. 8.038/90. Superior Tribunal de Justiça Será interposto perante o Superior Tribunal de Justiça, de acordo com o artigo 105, II, “a” e “b” da Constituição Federal nas seguintes hipóteses:

- Decisões dos Tribunais Regionais Federais ou dos tribunais dos Estados e do Distrito Federal que denegarem em última instância o pedido de “habeas corpus”;

- Decisões dos Tribunais Regionais Federais ou dos tribunais dos Estados e do Distrito Federal que denegarem em última instância o pedido de mandado de segurança.

É interposto por meio de petição dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido, junto com as razões do pedido de reforma no prazo de cinco dias (no caso de decisão denegatória de “habeas corpus” – artigo 30 da Lei n. 8.038/90), ou quinze dias (no caso de decisão denegatória do mandado de segurança - artigo 33 da Lei n. 8.038/90). Supremo Tribunal Federal Será interposto perante o Supremo Tribunal Federal, de acordo com o artigo 102, II, “a” da Constituição Federal, das decisões dos Tribunais Superiores que denegarem em única ou última instância o “habeas corpus”, o “habeas data”, o mandado de segurança e o mandado de injunção. A Lei n. 8.038/90 não fez referência ao recurso ordinário constitucional para o STF. Porém de acordo com o artigo 310 do regimento interno do STF, no caso de decisão denegatória de “habeas corpus”, o prazo para interposição do recurso é de cinco dias. Com relação à decisão denegatória de mandado de segurança, tanto o regimento quanto a Lei n. 8.038/90 são omissos. A questão foi tratada pela Súmula 319 do STF, que estabeleceu o prazo de cinco dias.

Se o ROC for denegado ou se retardar o seu processamento, injustificadamente, por mais de 30 dias, poderá o interessado interpor agravo de instrumento (art. 28 da Lei n. 8.038/90). TERMINOLOGIA � RECORRENTE – aquele que teve a ordem de “Habeas Corpus” ou Mandado de Segurança denegado � RECORRIDO – parte contrária � VERBO (PREÂMBULO) - interpor

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Modelo de recurso ordinário constitucional Excelentíssimo Senhor Doutor ... (endereçamento conforme competência)

..., já qualificado nos autos do pedido de ... (“habeas corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção) número..., impetrado em seu favor perante este Egrégio Tribunal, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com o venerando acórdão denegatório da ordem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL para o Egrégio ... (STF ou STJ), com fundamento no artigo ... da Constituição Federal e artigo 30 e seguintes da Lei n. 8.038/90, pelas razões anexas.

Requer seja o presente recurso recebido e, após as

formalidades legais, encaminhado ao Egrégio... (STF ou STJ), com as inclusas razões. Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ou SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL); RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL Recorrente: .... Origem: ... (“habeas corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção) número... Douta Turma; Ínclitos Ministros;

Em que pese o alto prestígio do Egrégio Tribunal ..., não pode, “data venia”, subsistir o venerando acórdão que denegou o .... (“habeas corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção) impetrado em favor do recorrente, pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a falta justa causa para a denegação do... (“habeas corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção )e que impedem que referida decisão possa prosperar, senão vejamos:

Com efeito,... (desenvolver a argumentação, reiterando a

tese do pedido denegado) DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja dado provimento ao

presente recurso, para tornar sem efeito a respeitável decisão que denegou o ... (“habeas corpus”, “habeas data”, mandado de segurança ou mandado de injunção), a fim de que, reformando-se a decisão recorrida, seja concedida a providência pleiteada, qual seja... (preencher com o pedido feito no requerimento que foi denegado), como medida de Justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP número

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO Trata-se de impugnação cabível junto ao Supremo Tribunal Federal e que tem por finalidade tutelar o direito objetivo de natureza constitucional. É o recurso adequado para discutir questões de direito constitucional federal e tem por finalidade assegurar a supremacia da Constituição Federal. Deve ser usado somente após todos os meios de impugnação possíveis na via ordinária. A fundamentação do Recurso Extraordinário está prevista no art. 102, III da C.F e os requisitos de admissibilidade, bem como seu procedimento estão previstos na Lei número 8.038/90. As hipóteses de cabimento a partir das decisões proferidas pelos Tribunais, após a edição da Emenda Constitucional n. 45, de 2004 são: a) Que contrariarem dispositivos da Constituição Federal; b) Que declarem a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal (para tanto é necessário que a decisão recorrida afirme a incompatibilidade com a Constituição Federal); c) Que julguem válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição. Outra exigência básica do recurso extraordinário é o prequestionamento, ou seja, o prévio tratamento do tema de direito federal pela decisão recorrida. É o que dispõe a Súmula 282 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”. Insta salientar que a questão a ser levada ao STF deve ter sido analisada NA DECISÂO recorrida, não bastando a simples argüição pela parte no processo. Logo, se determinada questão suscitada pela parte não for apreciada na decisão, devem ser opostos embargos de declaração, a fim de que a turma julgadora aprecie, de forma expressa, a matéria. Nesse sentido, vale citar o enunciado da Súmula 356 do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. Com a edição da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, foi introduzido mais um pressuposto especial para a admissão do recurso extraordinário, qual seja a demonstração da repercussão geral da questão constitucional discutida no caso (§3º do artigo 102 da CF). Em 19 de Dezembro de 2006 entrou em vigor a Lei nº 11.418, a qual regulamentou no Código de Processo Civil o §3º do artigo 102 da CF. De acordo com referida lei, “para efeito de repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”. Dessa forma, além de preencher todas as exigências citadas acima, para que o recurso extraordinário seja efetivamente conhecido pelo STF é preciso demonstrar a significação política do tema abordado no recurso, aferida em face de uma possível influência da decisão para a solução de outros casos. O prazo para interposição do recurso extraordinário, de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90, é de 15 dias a contar do primeiro dia útil subseqüente à publicação do acórdão. Deverá ser elaborado em duas peças – interposição e razões. A interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido com a indicação expressa do cabimento do recurso e razões ao Supremo Tribunal Federal. O art. 27 da mesma lei dispõe que o Recurso Extraordinário será recebido apenas no efeito devolutivo. Pela doutrina e jurisprudência é reconhecida a impossibilidade do efeito suspensivo. Da decisão que denegar o recurso extraordinário caberá agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, de acordo com o artigo 28 da Lei 8.038/90.

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TERMINOLOGIA � RECORRENTE – aquele que recorre da decisão � RECORRIDO – parte contrária � VERBO (PREÂMBULO) - interpor

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Modelo de recurso extraordinário Excelentíssimo Senhor Doutor... (endereçamento conforme competência) Recurso de ___ n. _____

..., já qualificado nos autos do recurso em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o venerando acórdão que... (especificar a decisão), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 102, III, (alínea a, b, ou c) da Constituição Federal e artigos 26 e seguintes da Lei número 8.038/90, tempestivamente, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO ao Colendo Supremo Tribunal Federal.

Termos em que, esperando pelo conhecimento do

presente recurso, requer seja o mesmo processado e remetido ao Colendo Supremo Tribunal Federal.

Pede Deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Recorrente: .... Origem: Recurso de... número... Douta Turma; Ínclitos Ministros;

Em que pese o alto prestígio e conhecimento do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... (ou Tribunal Regional Federal), o venerando acórdão proferido por sua Colenda Câmara, demonstra evidente ofensa ao texto constitucional, pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a ofensa ao texto constitucional e que impedem que referida decisão possa prosperar, senão vejamos:

Com efeito, (desenvolver a argumentação, demonstrando,

em primeiro lugar, os requisitos de cabimento do recurso, depois, a ofensa ao texto constitucional e, por último, a repercussão geral da questão suscitada).

DO PEDIDO Diante do exposto, demonstrada a ofensa à Constituição,

aguarda o recorrente seja dado provimento ao presente Recurso Extraordinário, a fim de que seja cassado o venerando acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de... (ou Tribunal Regional Federal), para ... (complementar com o pedido do caso concreto) como medida de justiça.

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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RECURSO ESPECIAL Trata-se de impugnação cabível junto ao Superior Tribunal de Justiça e que tem por finalidade dirimir questão federal relacionada à legislação de natureza infraconstitucional. Deve ser usado somente após todos os meios de impugnação possíveis na via ordinária. O Recurso Especial encontra previsão no art. 105, III, alíneas “a”, “b” e “c” da Constituição Federal e na Lei 8.038/90. Referidas hipóteses de cabimento a partir das decisões proferidas pelos Tribunais, são: a) que contrariarem tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) que julgarem válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal; c) que derem à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal. Exigência básica do recurso especial é o prequestionamento, ou seja, o prévio tratamento do tema de direito federal pela decisão recorrida. É o que dispõe a Súmula 282 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”. Insta salientar que a questão a ser levada ao STJ deve ter sido analisada NA DECISÂO recorrida, não bastando a simples argüição pela parte no processo. Logo, se determinada questão suscitada pela parte não for apreciada na decisão, devem ser opostos embargos de declaração, a fim de que a turma julgadora aprecie, de forma expressa, a matéria. Nesse sentido, vale citar o enunciado da Súmula 356 do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. Outro detalhe: para ter acesso ao STJ através do recurso especial é imprescindível que a decisão recorrida tenha sido proferida por um Tribunal. Isto quer dizer que das decisões proferidas pelo Colégio Recursal não caberá a impugnação ao STJ, tendo a parte que se dirigir diretamente ao STF (Súmula 640 do STF e 203 do STJ). O prazo para interposição do recurso especial, de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90, é de 15 dias a contar do primeiro dia útil subseqüente à publicação do acórdão. Deverá ser elaborado em duas peças – interposição e razões. A interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido com a indicação expressa do cabimento do recurso e razões ao Superior Tribunal de Justiça. O art. 27 da mesma lei dispõe que o Recurso Especial será recebido apenas no efeito devolutivo. Pela doutrina e jurisprudência é reconhecida a impossibilidade do efeito suspensivo. Da decisão que denegar o recurso especial caberá agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, de acordo com o artigo 28 da Lei 8.038/90. TERMINOLOGIA � RECORRENTE – aquele que recorre da decisão � RECORRIDO – parte contrária � VERBO (PREÂMBULO) - interpor

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Modelo de recurso especial Excelentíssimo Senhor Doutor... (endereçamento conforme competência) Recurso de ___ n. _____

..., já qualificado nos autos do recurso em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o venerando acórdão que... (especificar a decisão), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 105, III, (alínea a, b, ou c) da Constituição Federal e artigos 26 e seguintes da Lei número 8.038/90, interpor RECURSO ESPECIAL para o Superior Tribunal de Justiça.

Termos em que, esperando pelo conhecimento do presente recurso, requer seja o mesmo processado e remetido ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.

Pede Deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº

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COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL Recorrente: .... Origem: Recurso de... número... Douta Turma; Ínclitos Ministros;

Em que pese o alto prestígio e conhecimento do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... (ou Tribunal Regional Federal), o venerando acórdão proferido por sua Colenda Câmara, demonstra evidente ofensa á lei... (mencionar a lei), pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema. DO DIREITO A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência,

vem aduzir os argumentos que demonstram a ofensa ao texto expresso da lei... (preencher com a Lei) e que impedem que referida decisão possa prosperar, senão vejamos:

Com efeito, (desenvolver a argumentação, demonstrando,

em primeiro lugar, os requisitos de cabimento do recurso, depois, a ofensa ao texto de lei federal). DO PEDIDO Diante do exposto, demonstrada a ofensa à Lei Federal

(mencionar a lei), o recorrente aguarda o provimento do presente Recurso Especial, a fim de que seja cassado o venerando acórdão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de... (ou Tribunal Regional Federal), para...(mencionar a finalidade da medida) como medida de justiça!

(local, data) _________________________ Advogado – OAB/SP nº