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MATERIAL DE APOIO ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (ADF) PROF. Me. PAULO F. MINOTTI São Paulo 2018

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MATERIAL DE

APOIO

ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS (ADF)

PROF. Me. PAULO F. MINOTTI

São Paulo

2018

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Introdução à Análise das Demonstrações Financeiras (ADF)

Falemos sobre a época primitiva da contabilidade, por volta de 4.000 a.C., quando a principal

preocupação era avaliar a variação da atividade econômica da época: o pastoreio. Sendo

assim, o controle da riqueza era a variação do rebanho. A comparação do mesmo rebanho em

períodos distintos ou o acúmulo de gado (patrimônio) é uma análise simples, porém, útil para

aquela ocasião, pois, com aquela avaliação poderia se verificar o aumento ou redução do

objeto de análise (MARION, 2010).

Ao falarmos sobre a Análise das Demonstrações Financeiras, estamos nos referindo à

interpretação dos dados transformando-os em informações contábeis/financeiras elaboradas

pelo setor de contabilidade, a fim de auxiliar os administradores e/ou gestores na tomada de

decisão, visando à melhoria da situação econ./fin. visando à manutenção da SOLVÊNCIA da

empresa ao atuar no mercado (MATARAZZO, 2010).

A Análise das Demonstrações Financeiras é tão antiga quanto a Contabilidade, tendo em vista

que, a ciência contábil, na sua essência, se ocupava apenas com o registro e controle do

Patrimônio, porém, ao verificarmos essas informações já estamos fazendo algum tipo de

análise para futura tomada de decisões baseadas em fatos (credibilidade) (DUTRA, 2011).

De acordo com Ishikawa1 (1993) “Sem itens de controle, não há gerenciamento”, ou seja, sem

acompanhamento e análise dos resultados da organização não se pode, de forma coesa, tomar

decisões coerentes voltadas à melhoria dos mesmos. Itens de CONTROLE = São índices

numéricos estabelecidos sobre os efeitos de cada processo para medir a sua qualidade total;

Itens de VERIFICAÇÃO = São índices numéricos estabelecidos sobre as principais causas

que afetam determinado item de controle.

É plausível pesquisar as exigências atuais do mercado global tendo em vista a necessidade de

adquirir conhecimento sobre a gestão das organizações. Sendo assim, não podemos deixar de

citar o Modelo de Excelência da Gestão da Fundação Nacional da Qualidade, conforme segue

abaixo (FNQ, 2015): Critérios: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade;

informações e conhecimento; pessoas; processos e resultados.

A figura 1, na página 3, representativa do MEG simboliza a organização, considerada como

um sistema orgânico e adaptável ao ambiente externo. O MEG é representado pelo

diagrama acima, que utiliza o conceito de aprendizado segundo o ciclo de PDCA (Plan, Do,

Check, Action). O sucesso de uma organização está diretamente relacionado à sua capacidade

de atender às necessidades e expectativas de seus clientes. Elas devem ser identificadas,

entendidas e utilizadas para que se crie o valor necessário para conquistar e reter esses

clientes (FNQ, 2015).

Para que haja continuidade em suas operações, a empresa também deve identificar, entender e

satisfazer as necessidades e expectativas da sociedade e das comunidades com as quais

interage — sempre de forma ética, cumprindo as leis e preservando o ambiente. De posse de

todas essas informações, a liderança estabelece os princípios da organização, pratica e

vivencia os fundamentos da excelência, impulsionando, com seu exemplo, a cultura da

1 ISHIKAWA, Kaoru. Controle de Qualidade Total à maneira Japonesa, Rio de Janeiro, Campus, 1993.

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excelência na organização. Os líderes analisam o desempenho e executam, sempre que

necessário, as ações requeridas, consolidando o aprendizado organizacional.

Figura 1: Figura do Modelo de Excelência da Gestão.

Fonte: Site FNQ, disponível em <www.fnq.org.br> Acesso 18 jan. 2015.

As estratégias são formuladas pelos líderes para direcionar a organização e o seu desempenho,

determinando sua posição competitiva. Elas são desdobradas em todos os níveis da

organização, com planos de ação de curto e longo prazos. Recursos adequados são alocados

para assegurar sua implementação. A organização avalia permanentemente a implementação

das estratégias e monitora os respectivos planos e responde rapidamente às mudanças nos

ambientes interno e externo. Considerando os quatro critérios apresentados, tem-se a etapa de

planejamento (P) do ciclo PDCA.

As pessoas que compõem a força de trabalho devem estar capacitadas e satisfeitas, atuando

em um ambiente propício à consolidação da cultura da excelência. Com isso, é possível

executar e gerenciar adequadamente os processos, criando valor para os clientes e

aperfeiçoando o relacionamento com os fornecedores. A organização planeja e controla os

seus custos e investimentos. Os riscos financeiros são quantificados e monitorados. Conclui-

se, neste momento, a etapa referente à execução (D) no PDCA.

Para efetivar a etapa do Controle (C), são mensurados os resultados em relação a: situação

econômico-financeira, clientes e mercado, pessoas, sociedade, processos principais do

negócio e processos de apoio, e fornecedores. Os efeitos gerados pela implementação

sinérgica das práticas de gestão e pela dinâmica externa à organização podem ser

comparados às metas estabelecidas para eventuais correções de rumo ou reforços das ações

implementadas.

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Esses resultados, apresentados sob a forma de informações e conhecimento, retornam a toda a

organização, complementando o ciclo PDCA com a etapa referente à ação (A). Essas

informações representam a inteligência da organização, viabilizando a análise do desempenho

e a execução das ações necessárias em todos os níveis. A gestão das informações e dos ativos

intangíveis é um elemento essencial à jornada em busca da excelência.

Figura 2: O Ciclo de Deming ou Ciclo PDCA que visa melhoria contínua.

Fonte: Site FNQ, disponível em <www.fnq.org.br> Acesso 18 jan. 2015.

Todas as ferramentas e métodos criados para auxiliar os gestores nas organizações têm como

principal objetivo buscar dados e informações sobre a empresa e os stakeholders (partes

interessadas) para que as decisões sejam coerentes. Porém, qual a diferença entre dados e

informações?

As informações representam, para quem as recebe, é uma comunicação que pode produzir

reação ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito-surpresa. Já os dados são

números ou descrições de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma

reação no leitor (MATARAZZO, 2010).

O objetivo da Análise das Demonstrações Financeiras (análise de balanços, análise das

demonstrações contábeis, contabilidade gerencial ou ainda, contabilidade empresarial) é de

extrair informações das demonstrações financeiras para auxiliar à tomada de decisões

coerentes, que tornem o patrimônio da empresa mais rentável (MARION, 2010).

As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a organização e a correta

leitura e interpretação deles (análise) os transformam em informações que serão utilizadas de

maneira eficiente para a melhoria do negócio (DUTRA, 2011).

A metodologia analítica da contabilidade em sua vertente empresarial evidencia as principais

análises para avaliação do patrimônio das organizações, são elas:

- Análise Vertical e Horizontal;

- Análise através de Índices (Liquidez, Estrutura, Atividade e Rentabilidade);

- Indicadores de Resultado (Faturamento, Gastos e Resultado Líquido).

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1. Peças fundamentais para realização da análise

1.1 Estrutura das Demonstrações Contábeis

Abaixo serão destacados exemplos de Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado

do Exercício para auxílio na resolução dos exercícios, conforme Dutra (2011, p.60-61):

Tabela 1: O Balanço Patrimonial (exemplo).

Fonte: Extraído de Dutra (2011, p.60).

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Tabela 2: A Demonstração do Resultado do Exercício (exemplo).

Fonte: Extraído de Dutra (2011, p.61).

1.2 Critérios de avaliação – Lei nº11.638/2007 e Lei nº11.941,09 (SLIDES)

1.3 Análise horizontal e vertical

Basicamente calcula-se a proporção de uma conta em relação à outra, do mesmo período,

VERTICALMENTE nas demonstrações financeiras, ou seja, a composição das contas

proporcionalmente em determinado exercício social (DUTRA, 2011).

Fórmula = (Conta específica / Conta base) x 100 =

É possível verificar o comportamento dos itens das demonstrações financeiras,

HORIZONTALMENTE, sendo necessário no mínimo dois anos, para se realizar essa

análise (MATARAZZO, 2010). Faz-se o confronto com o valor do exercício posterior ou

anterior, analisando o crescimento ou redução das contas que compõem o objeto de estudo da

contabilidade, O PATRIMÔNIO.

Fórmula 1 = [(Conta do ÚLTIMO ANO/ Conta do ANO ANTERIOR) x 100] – 100 =

Ou Fórmula 2 = [(Conta do ÚLTIMO ANO/ Conta do ANO ANTERIOR) -1] X 100 =

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2 Índice de Liquidez e Endividamento

A LIQUIDEZ tem seu foco nos recursos a receber e a pagar da empresa, ou seja, irá analisar

se a mesma tem condições de saldar suas dívidas, tanto de curto como de longo prazo. Com

esse índice é possível visualizar a capacidade de pagamento da entidade (MATARAZZO,

2010). Temos quatro índices de Liquidez utilizados para análise que serão observados no

item 2.1 a seguir (Obs.: (ideal > a 1).

Já o ENDIVIDAMENTO ou a Estrutura de Capitais de uma organização, foca em sua análise

o financiamento do Ativo (aplicação de recursos), que é realizado por CAPITAIS DE

TERCEIROS (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Exigível Longo Prazo) e

CAPITAIS PRÓPRIOS (Patrimônio Líquido), pois ambos são origens de recursos. Estes

índices evidenciarão a forma que a organização utiliza os seus recursos (mais recursos

próprios ou de terceiros) (DUTRA, 2011). Nesse quesito é aconselhável que as empresas

utilizem o endividamento de curto prazo para financiar o ativo circulante, e o endividamento

de longo prazo para financiar o ativo permanente. Seria favorável também um endividamento

maior a longo prazo para que a empresa tenha espaço para gerar recursos que saldarão suas

dívidas (MARION, 2012). Serão abordados quatro indicadores nesse índice de endividamento

nos itens 2.2, 2.3 e 2.4 respectivamente.

2.1 As variáveis da Liquidez

A) Liquidez CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE

PASSIVO CIRCULANTE

Este índice irá demonstrar quantos reais a empresa possui/irá receber a curto prazo, para cada

R$ 1,00 de dívida de curto prazo.

C) Liquidez SECA = ATIVO CIRC. – ESTOQUE

PASSIVO CIRCULANTE

Este índice irá demonstrar o mesmo do anterior, porém, com mais especificidade devido não

considerar o valor aplicado no Estoque.

C) Liquidez IMEDIATA = DISPONIBILIDADES

PASSIVO CIRCULANTE

Este índice irá demonstrar quantos reais a empresa possui imediatamente, para cada R$ 1,00

de dívidas de curto prazo.

D) Liquidez GERAL = ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL L.P.

PAS. CIRC. + PAS. NÃO CIRC. (EXIGÍVEL L.P.)

Este índice já aborda de maneira mais complexa a capacidade de pagamento da empresa, ou

seja, demonstrará quantos reais a empresa possui/irá receber de curto e longo prazos, para

cada R$ 1,00 de dívidas também de curto e longo prazos.

2.2 Relação Capital Próprio / Capitais de Terceiros

E) Participação de Capitais de terceiros sobre Patrimônio Líquido:

CAPITAL DE TERCEIROS X 100 = (ideal < a 100%)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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Para cada R$ 100 de capital próprio da empresa, R$?? são capitais de terceiros, ou seja,

quanto representa os recursos de terceiros em relação ao capital investido pelos sócios.

2.3 Relação Capital Próprio / Capitais de Terceiros

F) Participação de Capitais de terceiros sobre Passivo Total:

CAPITAL DE TERCEIROS X 100 = (ideal < a 50%)

PASSIVO TOTAL Para cada R$ 100 de dívidas (gerais) da empresa, R$?? são capitais de terceiros, ou seja,

quanto representa os recursos de terceiros em relação a dívida total adquirida.

2.4 Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido

G) Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido:

ATIVO PERMANENTE X 100 = (ideal < a 50%)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Para cada R$ 100 de capital próprio que a empresa possui, foram investidos R$ X em ativos

permanentes, ou seja, deve-se verificar se a porcentagem de recursos investidos estão

adequadas a empresa.

3 Ciclo Operacional (Índice de Atividade)

Neste índice evidenciaremos a atividade operacional da empresa do ponto de vista de suas

Vendas, Compras e de Estoque. Através dessa importante ferramenta de análise poderemos

verificar quantos dias, em média, a empresa necessita para receber suas vendas, pagar suas

compras e renovar o seu estoque (MARION, 2012; MATARAZZO, 2010).

3.1 Financeiro, prazo médio e índice de rotação

H) ÍNDICE DE ATIVIDADE = PMRV + PMRE = (ideal < a 1)

PMPC

Onde:

PMRV = Prazo Médio de Recebimentos de Vendas;

PMRE = Prazo Médio de Renovação de Estoques;

PMPC = Prazo Médio de Pagamento de Compras.

Para calcularmos esses Prazos Médios (Recebimento de Vendas, Renovação de Estoques e

Pagamento de Compras) necessitamos das seguintes informações:

I) PMRV = 360 (dias) x Clientes = ? dias

Vendas

J) PMRE = 360 (dias) x Estoques = ? dias

Custo P.V.

L) PMPC = 360 (dias) x Fornecedores = ? dias

Compras

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(OBS: FÓRMULA DO CMV ou CPV = EST. INICIAL + COMPRAS – EST. FINAL

Portanto COMPRAS = CMV – ESTOQUE INICIAL + ESTOQUE FINAL)

O Índice de Atividade ideal acontece quando o valor é igual ou inferior a 1 (um), pois, dessa

forma a empresa terá condições de pagar suas compras com os valores da renovação de seu

estoque e de suas vendas recebidas.

Quando esse índice é superior a 1 (um) significa que a empresa leva mais tempo para receber

recursos e renovar estoques e, consequentemente tem que possuir recursos para pagar suas

compras antes desses recebimentos, ou seja, ela necessita de capital de giro (cash) para

suportar o período em que ficará desprovida de recursos até o recebimento de suas vendas e

renovação de estoques (exemplo no gráfico periódico). O período em aberto é o tempo que a

empresa vai necessitar de recursos de terceiros para continuar trabalhando normalmente no

mercado, sem interromper o seu ciclo operacional.

4 Indicadores de desempenho (Índice de Rentabilidade)

Quando falamos de Rentabilidade, estamos nos referindo aos RESULTADOS da empresa

(indicadores econômicos). Os aspectos de retorno sobre o capital investido, conhecido no

mercado internacional como ROI (Return On Investiment) ou RSA (Retorno sobre o Ativo)

(MARION, 2012).

Analisar a capacidade da entidade de maximizar o seu patrimônio através da combinação dos

itens do ativo, que serão base para geração de Receita e, por consequência, o LUCRO, o

poder de ganho da empresa. O objetivo então é calcular a taxa de lucro, isto é, comparar o

lucro em valores absolutos com outros valores que guardam alguma relação com o mesmo

(MATARAZO, 2010).

Obs.: (O ideal que os resultados sejam > a 28% a.a. – conforme o quadro 1 a seguir).

4.1) Margem Bruta, Operacional e Líquida

M) Mg. Bruta = Lucro Bruto X 100 (Para cada R$ 100 vendidos, sobram R$ X para a

Vendas empresa pagar os outros gastos operacionais).

N) Mg. Operac. = Lucro Oper. X 100 (Para cada R$ 100 vendidos, sobram R$ X para

Vendas empresa de lucro operacional antes do IR e CS).

O) Mg. Líquida = Lucro Líquido X 100 (Para cada R$ 100 vendidos, sobram R$ X para

Vendas empresa de lucro líquido).

4.2 Custo de Financiamento

P) Custo do Financiamento = Despesas Financeiras (Satisfatório quando foi < que o RSA).

Empréstimos Bancários

Ou seja, se o Retorno sobre o Investimento (ROI) for inferior ao Custo do Financiamento,

pode-se afirmar que NÃO valeu a pena a dívida adquirida, pois, não houve benefício na

tomada do recurso de terceiros, isso significa uma alavancagem desfavorável (Insatisfatória).

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4.3) Retorno sobre o Investimento (ROI) ou Retorno sobre o Ativo (RSA):

Q) R.S.A. = Lucro Líquido X 100 (Para cada R$ 100 investidos em bens e direitos

Ativo Total a empresa tem um retorno de R$ X).

4.4) Fórmula Du Pont (ROE) ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL):

R) R.S.P.L. = Lucro Líquido X 100 (Para cada R$ 100 de capital próprio (sócios), há um

Patr. Líquido ganho líquido de R$ X).

Quadro 1: A rentabilidade média da Comgás e Lojas Renner em 2016 foi de 28% ao ano.

Fonte: Site EXAME.COM, disponível em <https://exame.abril.com.br/revista-exame/empresas-listadas-de-17-

setores-tiveram-retorno-positivo-em-2016/> Acesso em 25 jan. 2018.

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5 Análise de Capital de Giro

Uma entidade encontra-se equilibrada, do ponto de vista financeiro, através de um

gerenciamento que produz fluxos financeiros de entradas dimensionados e distribuídos ao

longo de determinado período, e que permita à organização enfrentar as necessidades

correspondentes aos fluxos financeiros de saída (DUTRA, 2011; MATARAZZO, 2010).

Para tal análise deve-se RECLASSIFICAR o balanço patrimonial, a fim de se obter uma

visualização dos itens Operacionais, Flutuantes e Permanentes, conforme quadro 2. A

Necessidade de Capital de Giro é diferente do Capital de Giro Líquido, em decorrência da

NCG se utilizar apenas de parte das contas do ativo e passivo circulantes, ou seja, são

utilizadas as contas que tem ligação direta com a atividade operacional do negócio (Ativo

Operacional e Passivo Operacional) (MATARAZZO, 2010).

Quadro 2: A análise do Capital de Giro nas organizações.

Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010).

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5.1 Saldo de Tesouraria

Ou Efeito Tesoura como também se conhece, é encontrado através das contas ligadas

diretamente ao volume financeiro, caracterizado como flutuante ou errático, utilizado pela

organização, ou seja, se fundamenta na diferença entre o Ativo Flutuante e o Passivo

Flutuante (DUTRA,2011).

S) Saldo em Tesouraria = Ativo Flutuante = (Se > a 1,0 está Satisfatório).

Passivo Flutuante

5.2) Conceito de Necessidade de Capital de Giro (NGC):

Na prática, as entradas de caixa devem ocorrer em tempo hábil e volume suficiente, para

evitar o descompasso com as saídas de recursos. Esse descompasso leva à Necessidade de

Capital de Giro, que está diretamente associada com o montante de recursos que a empresa

necessita para financiar suas atividades operacionais, decorrente de investimentos realizados

em estoques, clientes e outros ativos operacionais. Parte dos recursos para esses investimentos

a empresa consegue por meio de sua própria atividade de forma espontânea como crédito

obtido junto a fornecedores. A quantia que faltar para cobrir as operações da empresa, deverá

ser encontrada em outras fontes de financiamento não operacionais, ou seja, instituições

financeiras (MARION, 2012).

T) Nec. de Capital de Giro = Ativo Operacional = (Se > a 1,0 não há NCG,está Satisfatório).

Passivo Operacional

5.3 Capital de Giro Próprio e Permanente

O Capital de Giro Próprio também é conhecido como Capital Circulante Líquido, quando se

subtrai o Ativo Circulante – Passivo Circulante. Já o Capital de Giro Permanente é

encontrado na diferença entre Ativo Permanente – Passivo Permanente.

REFERÊNCIAS:

DUTRA, Leonardo Resende. Análise das Demonstrações Contábeis. 1ª.ed., Vitória:

UFES, Núcleo de Educação Aberta e à Distância. 2011;

EXAME.COM - disponível em < https://exame.abril.com.br/revista-exame/empresas-

listadas-de-17-setores-tiveram-retorno-positivo-em-2016/> Acesso em 25 jan. 2018.

FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2015. Critérios de Excelência:

Resultados. Disponível em: <www.fnq.org.br> Acesso 18 jan. 2015;

MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade

empresarial. 7ª.ed. São Paulo: Atlas, 2012.

MATARAZZO, Dante C.; Análise Financeira de Balanços. 7ª.ed., São Paulo: Atlas,

2010;