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  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 1

    Prezados alunos, estudantes e concursandos que adquiriram a obra

    CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA CONCURSOS, livro por ns escrito com todo o zelo.

    Como a contabilidade vem sofrendo um processo constante de modificaes,

    necessrio se faz que os coloquemos a par de tudo o que se passa

    Assim, havendo algumas modificaes em Pronunciamentos Contbeis em dezembro de 2011, disponibilizamos aqui um material complementar ao livro.

    Esperamos que estejam gostando da obra.

    Atenciosamente,

    Gabriel Rabelo/Luciano Rosa.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 2

    ESTRUTURA CONCEITUAL BSICA (R1) - ATUALIZAO

    No dia 02.12.2011, o CPC emitiu a primeira reviso do Pronunciamento Tcnico

    00 Pronunciamento Conceitual Bsico Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro.

    A Resoluo 1374/2011 do CFC Conselho Federal de Contabilidade adotou a nova redao da Estrutura Conceitual da Contabilidade, emitido pelo CPC Comit de Pronunciamentos Contbeis.

    Com efeito, a reviso em tela tem por escopo alterar a estrutura do Captulo

    01 Estrutura conceitual bsica da contabilidade - do livro (p. 13/36).

    PREFCIO

    Texto do Pronunciamento 00 Pronunciamento Conceitual Bsico:

    O International Accounting Standards Board IASB est em pleno processo de atualizao de sua Estrutura Conceitual. O projeto dessa Estrutura Conceitual

    est sendo conduzido em fases.

    medida que um captulo finalizado, itens da Estrutura Conceitual para Elaborao e Apresentao das Demonstraes Contbeis, que foi emitida em

    1989, vo sendo substitudos. Quando o projeto da Estrutura Conceitual for finalizado, o IASB ter um nico documento, completo e abrangente,

    denominado Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro (The Conceptual Framework for Financial Reporting).

    Esta verso da Estrutura Conceitual inclui dois captulos que o IASB aprovou

    como resultado da primeira fase do projeto da Estrutura, o captulo 1 Objetivo da elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro de propsito geral e

    o captulo 3 Caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira til. O

    captulo 2 tratar do conceito relativo entidade que divulga a informao. O captulo 4 contm o texto remanescente da antiga Estrutura Conceitual. A

    tabela de equivalncia, ao trmino desta publicao, evidencia a correspondncia entre os contedos do documento Estrutura Conceitual para a

    Elaborao e Apresentao das Demonstraes Contbeis e a atual Estrutura

    Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro.

    Comentrio:

    Haver novas mudanas neste pronunciamento, como o prefcio j antecipa. A verso anterior era de 1989. Esperemos que a prxima verso tambm dure

    bastante tempo, assim fica mais fcil para aprend-la. As modificaes introduzidas nesta Estrutura Conceitual por meio dos Captulos 1 e 3 foram

    elaboradas conjuntamente pelo IASB e pelo FASB (US Financial Accounting

    Standards Board), que emite as normas contbeis americanas.

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    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 3

    As principais alteraes so as seguintes:

    Texto do Pronunciamento CPC 00:

    No Captulo 1, o CPC chama a ateno para os seguintes tpicos que esto salientados nas Bases para Concluses emitidas pelos IASB e FASB para justificarem as modificaes e emitirem esta nova verso da Estrutura

    Conceitual:

    (a) posicionamento mais claro de que as informaes contidas nos relatrios contbil-financeiros se destinam primariamente aos

    seguintes usurios externos: investidores, financiadores e outros credores, sem hierarquia de prioridade;

    (b) no foram aceitas as sugestes enviadas durante a audincia pblica, feita

    por aqueles rgos, no sentido de que caberia, na Estrutura Conceitual, com o

    objetivo da denominada manuteno da estabilidade econmica, a possibilidade de postergao de informaes sobre certas alteraes nos ativos

    ou nos passivos. Pelo contrrio, ficou firmada a posio de que prover prontamente informao fidedigna e relevante pode melhorar a confiana do

    usurio e assim contribuir para a promoo da estabilidade econmica.

    No Captulo 3, as principais mudanas tambm salientadas nas Bases para Concluses foram as seguintes:

    Diviso das caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira

    em:

    (a) caractersticas qualitativas fundamentais (fundamental qualitative characteristics relevncia e representao fidedigna), as mais crticas; e

    (b) caractersticas qualitativas de melhoria (enhancing qualitative characteristics comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade), menos crticas, mas ainda assim altamente desejveis.

    A caracterstica qualitativa confiabilidade foi redenominada de representao fidedigna; as justificativas constam das Bases para

    Concluses.

    A caracterstica essncia sobre a forma foi formalmente retirada da condio de componente separado da representao fidedigna, por ser considerado

    isso uma redundncia. A representao pela forma legal que difira da substncia econmica no pode resultar em representao fidedigna, conforme

    citam as Bases para Concluses.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 4

    Assim, essncia sobre a forma continua, na realidade, bandeira insubstituvel nas normas do IASB.

    A caracterstica prudncia (conservadorismo) foi tambm retirada da

    condio de aspecto da representao fidedigna por ser inconsistente com a neutralidade.

    Subavaliaes de ativos e superavaliaes de passivos, segundo os Boards

    mencionam nas Bases para Concluses, com consequentes registros de desempenhos posteriores inflados, so incompatveis com a informao que

    pretende ser neutra.

    Comentrio:

    Aqui, j temos algumas informaes importantes sobre o que foi alterado.

    Vamos resumir e explicar:

    a) As informaes contidas nos relatrios contbil-financeiros se destinam primariamente aos seguintes usurios externos: investidores, financiadores e

    outros credores, sem hierarquia de prioridade;

    Comentrio:

    A principal funo da contabilidade a de fornecer informaes teis para a

    tomada de deciso. Podemos dividir os usurios em dois grandes grupos: usurios externos e usurios internos.

    Entre os usurios externos das demonstraes contbeis incluem-se

    investidores atuais e potenciais, empregados, financiadores e outros credores por emprstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos

    e suas agncias e o pblico. Eles usam as demonstraes contbeis para

    satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informaes.

    As demonstraes contbeis destinadas aos usurios externos precisam ter credibilidade. Se uma empresa comea a apresentar resultados ruins, que

    deterioram a sua situao patrimonial e financeira, o que a impede de melhorar os nmeros das demonstraes? Afinal, uma empresa em dificuldades no tem crdito na praa. Os fornecedores exigem pagamento vista (s vezes at antecipado), os bancos no emprestam, e a empresa pode acabar falindo.

    Para conferir credibilidade aos demonstrativos, as empresas devem seguir os

    princpios contbeis, h regras estritas sobre o que deve ser contabilizado, como realizar o reconhecimento da receita, enfim, todo o arcabouo que

    compe a contabilidade e que iro resultar nos demonstrativos contbeis-

    financeiros.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 5

    Alm disso, para as grandes empresas e as sociedades por aes, h o parecer dos auditores independentes, atestando que as demonstraes representam

    adequadamente a situao da empresa.

    Para os usurios internos (administrao da empresa), a situao muda totalmente. No h necessidade de credibilidade. Como a administrao

    controla a elaborao das informaes, no iria enganar a si mesma, com informaes falsas.

    Isto no significa que a Administrao no use as demonstraes contbeis.

    Mas as demonstraes so feitas principalmente para atender aos usurios externos.

    No Captulo 3, as principais mudanas tambm salientadas nas Bases para Concluses foram as seguintes:

    Diviso das caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira em:

    (a) caractersticas qualitativas fundamentais (fundamental qualitative

    characteristics relevncia e representao fidedigna), as mais crticas; e

    (b) caractersticas qualitativas de melhoria (enhancing qualitative characteristics comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade), menos crticas, mas ainda assim altamente desejveis.

    Comentrio:

    As caractersticas qualitativas foram divididas em dois grupos:

    1) Caractersticas qualitativas fundamentais 1.1 - relevncia

    1.2 - representao fidedigna

    2) Caractersticas qualitativas de melhoria 2.1 - comparabilidade

    2.2 - verificabilidade 2.3 - tempestividade

    2.4 compreensibilidade

    Vamos estud-la com mais detalhes, adiante. Prossigamos.

    INTRODUO

    O primeiro aspecto importante que devemos compreender que as

    demonstraes contbeis so preparadas para usurios externos em geral.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 6

    Embora alguns rgos do governo, fiscos, entre outros, determinem o

    cumprimento de certas exigncias, isso no tem o condo de retirar o pblico a quem se dirige as demonstraes contbeis preparadas sob a gide da

    Estrutura Conceitual Bsica: USURIOS EXTERNOS EM GERAL.

    Segundo a introduo do Pronunciamento:

    Demonstraes contbeis preparadas dentro do que prescreve esta Estrutura Conceitual objetivam fornecer informaes que sejam teis na tomada de decises econmicas e avaliaes por parte dos usurios em geral, no tendo o

    propsito de atender finalidade ou necessidade especfica de determinados

    grupos de usurios.

    Esses usurios se utilizaro das demonstraes para diversos fins, tais como decidir quando comprar e vender aes, avaliar a segurana quanto

    recuperao de recursos financeiros emprestados entidade, entre outros.

    FINALIDADE E STATUS

    A Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaborao

    e a apresentao de demonstraes contbeis destinadas a usurios externos.

    Texto do Pronunciamento:

    A finalidade desta Estrutura Conceitual : (a) dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Tcnicos,

    Interpretaes e Orientaes e reviso dos j existentes, quando necessrio; (b) dar suporte promoo da harmonizao das regulaes, das normas

    contbeis e dos procedimentos relacionados apresentao das demonstraes contbeis, provendo uma base para a reduo do nmero de tratamentos

    contbeis alternativos permitidos pelos Pronunciamentos, Interpretaes e

    Orientaes; (c) dar suporte aos rgos reguladores nacionais;

    (d) auxiliar os responsveis pela elaborao das demonstraes contbeis na aplicao dos Pronunciamentos Tcnicos, Interpretaes e Orientaes e no

    tratamento de assuntos que ainda no tenham sido objeto desses documentos; (e) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinio sobre a

    conformidade das demonstraes contbeis com os Pronunciamentos Tcnicos, Interpretaes e Orientaes;

    (f) auxiliar os usurios das demonstraes contbeis na interpretao de informaes nelas contidas, elaboradas em conformidade com os

    Pronunciamentos Tcnicos, Interpretaes e Orientaes; e (g) proporcionar aos interessados informaes sobre o enfoque adotado na

    formulao dos Pronunciamentos Tcnicos, das Interpretaes e das Orientaes.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 7

    Esta Estrutura Conceitual no um Pronunciamento Tcnico propriamente dito e, portanto, no define normas ou procedimentos para qualquer questo

    particular sobre aspectos de mensurao ou divulgao. Nada nesta Estrutura Conceitual substitui qualquer Pronunciamento Tcnico, Interpretao ou

    Orientao.

    Pode haver um nmero limitado de casos em que seja observado um conflito entre esta Estrutura Conceitual e um Pronunciamento Tcnico, uma

    Interpretao ou uma Orientao. Nesses casos, as exigncias do Pronunciamento Tcnico, da Interpretao ou da Orientao especficos devem

    prevalecer sobre esta Estrutura Conceitual.

    Entretanto, medida que futuros Pronunciamentos Tcnicos, Interpretaes ou Orientaes sejam desenvolvidos ou revisados tendo como norte esta Estrutura

    Conceitual, o nmero de casos de conflito entre esta Estrutura Conceitual e eles

    tende a diminuir.

    Comentrio:

    A importncia da Estrutura Conceitual fica clara quando analisamos a sua

    finalidade. Mas devemos ressaltar que a Estrutura Conceitual no e no substitui um Pronunciamento. Assim, no define normas ou procedimentos para

    qualquer questo particular. Se houver divergncia entre a Estrutura Conceitual e um Pronunciamento Tcnico, uma Interpretao ou uma

    Orientao, estes devem prevalecer sobre a Estrutura Conceitual.

    ALCANCE

    Esta Estrutura Conceitual aborda: (a) o objetivo da elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro;

    (b) as caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira til;

    (c) a definio, o reconhecimento e a mensurao dos elementos a partir dos quais as demonstraes contbeis so elaboradas; e

    (d) os conceitos de capital e de manuteno de capital.

    Comentrio:

    O objetivo da elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro o

    Captulo 1 da Estrutura Conceitual.

    O Captulo 2 (ainda no publicado) refere-se entidade que reporta as informaes (a empresa que est publicando as demonstraes).

    O Captulo 3 trata das caractersticas qualitativas da informao contbil.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 8

    E, finalmente, o Captulo 4 contm o texto remanescente da antiga Estrutura

    Conceitual, incluindo os conceitos de capital e manuteno de capital.

    CAPTULO 1 - OBJETIVO DO RELATRIO CONTBIL-FINANCEIRO DE PROPSITO GERAL

    Texto do Pronunciamento CPC 00

    Introduo

    OB1. O objetivo da elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro de propsito geral constitui o pilar da Estrutura Conceitual. Outros aspectos da

    Estrutura Conceitual como o conceito de entidade que reporta a informao, as caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira til e suas

    restries, os elementos das demonstraes contbeis, o reconhecimento, a mensurao, a apresentao e a evidenciao fluem logicamente desse objetivo.

    Objetivo, utilidade e limitaes do relatrio contbil-financeiro de

    propsito geral

    OB2. O objetivo do relatrio contbil-financeiro de propsito geral fornecer informaes contbil-financeiras acerca da entidade que reporta essa

    informao (reporting entity) que sejam teis a investidores existentes e em potencial, a credores por emprstimos e a outros credores, quando da tomada

    deciso ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decises envolvem comprar, vender ou manter participaes em instrumentos

    patrimoniais e em instrumentos de dvida, e a oferecer ou disponibilizar

    emprstimos ou outras formas de crdito.

    Comentrio:

    As demonstraes contbeis so chamadas de relatrio contbil-financeiro de propsito geral, no Pronunciamento. E seu OBJETIVO FORNECER INFORMAO CONTBIL-FINANCEIRA QUE SEJAM TEIS AOS SEUS

    USURIOS.

    O Pronunciamento enfatiza que as informaes destinam-se principalmente ao pblico externo, com foco nos investidores, credores por emprstimos e a

    outros credores, quando da tomada deciso ligada ao fornecimento de recursos para a entidade.

    Ou seja, destinam-se principalmente aos financiadores da entidade, sejam os

    acionistas ou os credores.

    A elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro de propsito geral

    constituem o pilar da Estrutura Conceitual. O restante do Pronunciamento

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 9

    (conceito de entidade que reporta a informao, as caractersticas qualitativas

    da informao contbil-financeira til e suas restries, os elementos das demonstraes contbeis, o reconhecimento, a mensurao, a apresentao e a

    evidenciao) decorre desse objetivo.

    As decises dos investidores existentes e em potencial, relacionadas a comprar, vender ou manter instrumentos patrimoniais (aes) e instrumentos de dvida

    (por exemplo, debntures) dependem do retorno esperado dos investimentos (dividendos, pagamento de principal e juros ou acrscimos nos preos de

    mercado).

    Similarmente, decises a serem tomadas por credores por emprstimos e por outros credores, existentes ou em potencial, relacionadas a oferecer ou

    disponibilizar emprstimos ou outras formas de crdito, dependem dos pagamentos de principal e de juros ou de outros retornos que eles esperam

    As expectativas de investidores, credores por emprstimos e outros credores em termos de retorno dependem da avaliao destes ao montante,

    tempestividade e s incertezas associadas aos fluxos de caixa futuros de entrada para a entidade.

    Consequentemente, investidores existentes e em potencial, credores por

    emprstimo e outros credores necessitam de informao para auxili-los na avaliao das perspectivas em termos de entrada de fluxos de caixa futuros

    para a entidade.

    Texto do Pronunciamento

    OB4. Para avaliar as perspectivas da entidade em termos de entrada de fluxos de caixa futuros, investidores existentes e em potencial, credores por emprstimo e outros credores necessitam de informao acerca de recursos

    da entidade, reivindicaes contra a entidade, e o quo eficiente e

    efetivamente a administrao da entidade e seu conselho de administrao tm cumprido com suas responsabilidades no uso dos

    recursos da entidade. Exemplos de referidas responsabilidades incluem a proteo de recursos da entidade de efeitos desfavorveis advindos de fatos

    econmicos, como, por exemplo, mudanas de preo e de tecnologia, e a garantia de que a entidade tem cumprido as leis, com a regulao e com as

    disposies contratuais vigentes.

    Comentrio:

    Para avaliar as perspectivas da empresa com relao ao fluxo de caixa futuro,

    os usurios externos precisam de informaes sobre os recursos da empresa (ativo), reivindicaes contra a entidade, e a eficincia e efetividade da

    administrao.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 10

    As reivindicaes contra a entidade incluem os passivos existentes e potenciais,

    como os passivos contingentes (aes judiciais contra a empresa, por exemplo).

    Muitos usurios externos no podem requerer que as empresas prestem a eles

    diretamente as informaes de que necessitam, devendo desse modo confiar nos relatrios contbil-financeiros de propsito geral, para grande parte da

    informao contbil-financeira que buscam.

    Consequentemente, eles so os usurios primrios para quem relatrios contbil-financeiros de propsito geral so direcionados.

    Entretanto, relatrios contbil-financeiros de propsito geral no atendem e no

    podem atender a todas as informaes de que necessitam os usurios, que precisam considerar informao pertinente de outras fontes, como, por

    exemplo, condies econmicas gerais e expectativas, eventos polticos e clima

    poltico, e perspectivas e panorama para a indstria e para a entidade.

    Texto do Pronunciamento

    OB7. Relatrios contbil-financeiros de propsito geral no so elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informao; a rigor, fornecem informao para auxiliar investidores, credores por emprstimo e outros

    credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade que

    reporta a informao.

    Comentrio:

    As informaes contbil-financeiras auxiliam os usurios a estimar, mas no so elaborados para mostrar o valor econmico da entidade.

    As demonstraes podem evidenciar os ativos e passivos (recursos e reivindicaes) da entidade. Mas o valor econmico refere-se principalmente s

    expectativas quanto ao resultado futuro (lucro e fluxo de caixa) do que quanto situao atual.

    Por exemplo, um investidor pode estar avaliando duas lanchonetes que

    possuem o mesmo valor de ativos e passivos. Mas uma delas pode estar ao lado de uma grande faculdade, e a outra no. Nesse caso, ainda que os ativos e

    passivos sejam semelhantes, o valor econmico (em funo do resultado futuro) diferente.

    Assim, cada investidor e/ou credor, usando as informaes contbil-financeiras,

    deve avaliar, de acordo com suas expectativas, o valor da entidade.

    Os usurios externos tm diferentes desejos e necessidades de informaes. As

    normas sobre a elaborao das demonstraes contbil-financeiras procuram

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 11

    proporcionar um conjunto de informaes que atenda s necessidades do

    nmero mximo de usurios primrios. Isto no impede que a empresa preste informaes adicionais que sejam teis a um subconjunto particular de usurios

    primrios.

    A administrao est tambm interessada em informao contbil-financeira sobre a entidade. Contudo, a administrao no precisa apoiar-se em relatrios

    contbil-financeiros de propsito geral, uma vez que capaz de obter a informao contbil-financeira de que precisa internamente.

    Outras partes interessadas, como, por exemplo, rgos reguladores e membros

    do pblico que no sejam investidores, credores por emprstimo e outros credores, podem do mesmo modo achar teis relatrios contbil-financeiros de

    propsito geral. Contudo, esses relatrios no so direcionados primariamente a esses outros grupos.

    Os relatrios contbil-financeiros so baseados em estimativas, julgamentos e modelos e no em descries ou retratos exatos. A Estrutura Conceitual

    estabelece os conceitos que devem amparar tais estimativas, julgamentos e modelos.

    Texto do Pronunciamento

    Informao acerca dos recursos econmicos da entidade que reporta a informao, reivindicaes e mudanas nos recursos e reivindicaes

    OB12. Relatrios contbil-financeiros de propsito geral fornecem informao

    acerca da posio patrimonial e financeira da entidade que reporta a informao, a qual representa informao sobre os recursos econmicos da

    entidade e reivindicaes contra a entidade que reporta a informao.

    Relatrios contbil-financeiros tambm fornecem informao sobre os efeitos

    de transaes e outros eventos que alteram os recursos econmicos da entidade que reporta a informao e reivindicaes contra ela. Ambos os tipos

    de informao fornecem dados de entrada teis para decises ligadas ao

    fornecimento de recursos para a entidade.

    Comentrio:

    O Pronunciamento destaca as duas principais informaes obtidas das demonstraes contbil-financeiras: a posio patrimonial e financeira

    (obtida principalmente pelo Balano Patrimonial) e o efeito de transaes e outros eventos que alteram os recursos econmicos (Demonstrao do

    Resultado do Exerccio e Demonstrao do Resultado Abrangente).

    As informaes do Balano Patrimonial, ou seja, os recursos econmicos

    (ativos) e reivindicaes (passivo) podem auxiliar os usurios a identificar a

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 12

    fraqueza e o vigor financeiro da empresa, inclusive para avaliar sua liquidez e

    solvncia e suas necessidades em termos de financiamento.

    J as informaes sobre as mudanas nos recursos econmicos e reivindicaes (Resultado do Exerccio e Resultado Abrangente) ajudam a avaliar a

    performance da empresa, mostrando como a administrao tem sido no desempenho de suas responsabilidades. So teis tambm para a predio de

    retornos futuros da entidade sobre os seus recursos econmicos (funo preditiva).

    PERFORMANCE FINANCEIRA REFLETIDA PELO REGIME DE

    COMPETNCIA (ACCRUALS)

    Texto do Pronunciamento Conceitual Bsico

    OB17. O regime de competncia retrata com propriedade os efeitos de transaes e outros eventos e circunstncias sobre os recursos econmicos e

    reivindicaes da entidade que reporta a informao nos perodos em que ditos efeitos so produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa

    derivados ocorram em perodos distintos. Isso importante em funo de a informao sobre os recursos econmicos e reivindicaes da entidade que

    reporta a informao, e sobre as mudanas nesses recursos econmicos e reivindicaes ao longo de um perodo, fornecer melhor base de avaliao da

    performance passada e futura da entidade do que a informao puramente baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo

    perodo.

    Comentrio:

    Este item reafirma a importncia do Regime de Competncia (que um dos

    Princpios Contbeis) para a elaborao das demonstraes contbil-financeiras.

    A utilizao do Regime de Competncia fornece melhor base de avaliao da performance passada e futura da entidade do que a informao puramente

    baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo perodo.

    No entanto, informaes sobre os fluxos de caixa da entidade que reporta a

    informao durante um perodo tambm ajudam os usurios a avaliar a capacidade de a entidade gerar fluxos de caixa futuros lquidos, indicando como

    a empresa obtm e despende caixa, informaes sobre seus emprstimos e resgate de ttulos de dvida, dividendos e outras distribuies para seus

    investidores, e outros fatos que podem afetar a liquidez e a solvncia da entidade.

    Os recursos econmicos e reivindicaes da entidade podem ainda mudar por

    outras razes que no sejam resultantes de sua performance financeira, como

    o caso da emisso adicional de suas aes. Informaes sobre esse tipo de

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 13

    mudana so necessrias para dar aos usurios uma completa compreenso do

    porqu das mudanas nos recursos econmicos e reivindicaes da empresa e as implicaes dessas mudanas em sua futura performance financeira.

    CAPTULO 2: A ENTIDADE QUE REPORTA A INFORMAO

    Ser publicado futuramente pelo CPC.

    CAPTULO 3: CARACTERSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAO

    CONTBIL-FINANCEIRA TIL

    Texto do Pronunciamento Conceitual bsico

    QC4. Se a informao contbil-financeira para ser til, ela precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que se prope a representar. A utilidade da informao contbil-financeira melhorada se ela for

    comparvel, verificvel, tempestiva e compreensvel.

    3 Ao longo de toda esta Estrutura Conceitual, os termos caractersticas

    qualitativas e restrio iro se referir a caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira til e restrio da informao contbil-

    financeira til.

    Comentrio:

    As caractersticas qualitativas foram divididas em duas categorias:

    Caractersticas qualitativas fundamentais (relevncia e representao fidedigna) e Caractersticas qualitativas de melhoria (comparabilidade,

    verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade)

    Quanto Restrio mencionada no Pronunciamento, refere-se ao custo de gerar

    as informaes

    CARACTERSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS

    QC5. As caractersticas qualitativas fundamentais so relevncia e representao fidedigna.

    Relevncia

    Informao contbil-financeira relevante aquela capaz de fazer

    diferena nas decises que possam ser tomadas pelos usurios.

    A informao contbil-financeira capaz de fazer diferena nas decises se tiver valor preditivo, valor confirmatrio ou ambos.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 14

    A informao contbil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada

    pelos usurios para predizer futuros resultados. A informao contbil-financeira no precisa ser uma predio ou uma projeo para que possua valor

    preditivo. A informao contbil-financeira com valor preditivo empregada pelos usurios ao fazerem suas prprias predies.

    A informao contbil-financeira tem valor confirmatrio se retro-

    alimentar servir de feedback avaliaes prvias (confirm-las ou alter-las).

    QC10. O valor preditivo e o valor confirmatrio da informao contbil-financeira esto inter-relacionados. A informao que tem valor

    preditivo muitas vezes tambm tem valor confirmatrio. Por exemplo, a informao sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como

    base para predizer receitas para anos futuros, tambm pode ser comparada com predies de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos

    anteriores. Os resultados dessas comparaes podem auxiliar os usurios a

    corrigirem e a melhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais predies.

    Materialidade

    QC11. A informao material se a sua omisso ou sua divulgao

    distorcida (misstating) puder influenciar decises que os usurios tomam com base na informao contbil-financeira acerca de entidade

    especfica que reporta a informao. Em outras palavras, a materialidade um aspecto de relevncia especfico da entidade baseado na natureza

    ou na magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a informao est relacionada no contexto do relatrio contbil-financeiro de uma entidade em

    particular.

    Consequentemente, no se pode especificar um limite quantitativo uniforme

    para materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para uma

    situao particular.

    Comentrio:

    A materialidade um aspecto de relevncia especfico da entidade, baseado na natureza ou na magnitude. Ou seja, o que material para uma empresa pode

    no ser para outra. No possvel determinar um valor ou um percentual uniforme para todas as empresas.

    Um item pode ter valor pequeno, mas ser material devido sua natureza. Por

    exemplo, se uma grande empresa inicia um novo negcio, este pode ter, originariamente, valor pequeno em relao s operaes da empresa. Mas pode

    ter muito potencial de rentabilidade e crescimento, ou de inovao, o que

    justifica a sua materialidade. Por exemplo, quando as empresas comearam a

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 15

    fabricar aparelhos de DVD, esse era um negcio pequeno, frente operao de

    vdeo-cassete (que j estava estabelecida). Aps alguns anos, os aparelhos de video-cassete sumiram, e s restaram os DVD (que esto sumindo tambm esto perdendo espao para os aparelhos de Blu-ray).

    Representao fidedigna QC12. Os relatrios contbil-financeiros representam um fenmeno econmico

    em palavras e nmeros. Para ser til, a informao contbil-financeira no tem s que representar um fenmeno relevante, mas tem tambm que representar

    com fidedignidade o fenmeno que se prope representar. Para ser representao perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa

    ter trs atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. claro, a perfeio rara, se de fato alcanvel. O objetivo maximizar referidos

    atributos na extenso que seja possvel.

    Comentrio:

    A Representao Fidedigna refere-se a trs atributos, precisando ser completa, neutra e livre de erro.

    Para ser completa, a informao deve conter o necessrio para que o usurio

    compreenda o fenmeno sendo retratado.

    Para ser neutra, deve estar livre de vis na seleo ou na apresentao, no podendo ser distorcida para mais ou para menos.

    Finalmente, ser livre de erros no significa total exatido, mas sim que o

    processo para obteno da informao tenha sido selecionado e aplicado livre

    de erros. No caso de estimativas, ela considerada como tendo representao fidedigna se, alm disso, o montante for claramente descrito como sendo

    estimativa e se a natureza e as limitaes do processo forem devidamente revelados.

    QC16. Representao fidedigna, por si s, no resulta necessariamente em informao til. Por exemplo, a entidade que reporta a informao pode receber

    um item do imobilizado por meio de subveno governamental. Obviamente, a entidade ao reportar que adquiriu um ativo sem custo retrataria com

    fidedignidade o custo desse ativo, porm essa informao provavelmente no seria muito til. Outro exemplo mais sutil seria a estimativa do montante por

    meio do qual o valor contbil do ativo seria ajustado para refletir a perda por desvalorizao no seu valor (impairment loss). Essa estimativa pode ser uma

    representao fidedigna se a entidade que reporta a informao tiver aplicado com propriedade o processo apropriado, tiver descrito com propriedade a

    estimativa e tiver revelado quaisquer incertezas que afetam significativamente

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 16

    a estimativa. Entretanto, se o nvel de incerteza de referida estimativa for

    suficientemente alto, a estimativa no ser particularmente til. Em outras palavras, a relevncia do ativo que est sendo representado com fidedignidade

    ser questionvel. Se no existir outra alternativa para retratar a realidade econmica que seja mais fidedigna, a estimativa nesse caso deve ser

    considerada a melhor informao disponvel.

    Caractersticas qualitativas de melhoria QC19. Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e

    compreensibilidade so caractersticas qualitativas que melhoram a utilidade da informao que relevante e que representada com

    fidedignidade. As caractersticas qualitativas de melhoria podem tambm auxiliar a determinar qual de duas alternativas que sejam consideradas

    equivalentes em termos de relevncia e fidedignidade de representao deve

    ser usada para retratar um fenmeno.

    Comparabilidade

    QC20. As decises de usurios implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou

    noutra. Consequentemente, a informao acerca da entidade que reporta informao ser mais til caso possa ser comparada com informao similar

    sobre outras entidades e com informao similar sobre a mesma entidade para outro perodo ou para outra data.

    QC21. Comparabilidade a caracterstica qualitativa que permite que os

    usurios identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenas entre eles.

    Diferentemente de outras caractersticas qualitativas, a comparabilidade no est relacionada com um nico item. A comparao requer no mnimo dois

    itens.

    QC22. Consistncia, embora esteja relacionada com a comparabilidade, no significa o mesmo. Consistncia refere-se ao uso dos mesmos mtodos

    para os mesmos itens, tanto de um perodo para outro considerando a mesma entidade que reporta a informao, quanto para um nico perodo entre

    entidades. Comparabilidade o objetivo; a consistncia auxilia a alcanar

    esse objetivo.

    QC23. Comparabilidade no significa uniformidade. Para que a informao seja comparvel, coisas iguais precisam parecer iguais e coisas diferentes

    precisam parecer diferentes. A comparabilidade da informao

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 17

    contbilfinanceira no aprimorada ao se fazer com que coisas diferentes

    paream iguais ou ainda ao se fazer coisas iguais parecerem diferentes.

    Verificabilidade

    QC26. A verificabilidade ajuda a assegurar aos usurios que a informao representa fidedignamente o fenmeno econmico que se

    prope representar. A verificabilidade significa que diferentes observadores, cnscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora no cheguem

    necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econmica em particular ser uma representao fidedigna. Informao

    quantificvel no necessita ser um nico ponto estimado para ser verificvel. Uma faixa de possveis montantes com suas probabilidades respectivas pode

    tambm ser verificvel.

    Tempestividade

    QC29. Tempestividade significa ter informao disponvel para tomadores de deciso a tempo de poder influenci-los em suas

    decises. Em geral, a informao mais antiga a que tem menos utilidade. Contudo, certa informao pode ter o seu atributo tempestividade prolongado

    aps o encerramento do perodo contbil, em decorrncia de alguns usurios, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendncias.

    Compreensibilidade

    QC30. Classificar, caracterizar e apresentar a informao com clareza e

    conciso torna-a compreensvel.

    QC31. Certos fenmenos so inerentemente complexos e no podem ser

    facilmente compreendidos. A excluso de informaes sobre esses fenmenos dos relatrios contbil-financeiros pode tornar a informao constante em

    referidos relatrios mais facilmente compreendida. Contudo, referidos relatrios seriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos (misleading).

    QC32. Relatrios contbil-financeiros so elaborados para usurios que tm

    conhecimento razovel de negcios e de atividades econmicas e que revisem e analisem a informao diligentemente.

    Por vezes, mesmo os usurios bem informados e diligentes podem sentir a

    necessidade de procurar ajuda de consultor para compreenso da informao

    sobre um fenmeno econmico complexo.

    Comentrio:

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 18

    As Caractersticas qualitativas de melhoria so Comparabilidade,

    verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade.

    Comparabilidade a caracterstica qualitativa que permite que os usurios identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenas entre eles.

    A verificabilidade ajuda a assegurar aos usurios que a informao representa

    fidedignamente o fenmeno econmico que se prope representar

    Tempestividade significa ter informao disponvel para tomadores de deciso a tempo de poder influenci-los em suas decises.

    Compreensibilidade significa que a classificao, a caracterizao e a

    apresentao da informao so feitas com clareza e conciso, tornando-a compreensvel. Mas no admissvel a excluso de informao complexa e no

    facilmente compreensvel se isso tornar o relatrio incompleto e distorcido.

    As caractersticas qualitativas de melhoria devem ser maximizadas na extenso

    possvel. Entretanto, as caractersticas qualitativas de melhoria, quer sejam individualmente ou em grupo, no podem tornar a informao til se dita

    informao for irrelevante ou no for representao fidedigna.

    Restrio de custo na elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro til

    QC35. O custo de gerar a informao uma restrio sempre presente na

    entidade no processo de elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro. O processo de elaborao e divulgao de relatrio contbil-

    financeiro impe custos, sendo importante que ditos custos sejam justificados pelos benefcios gerados pela divulgao da informao. Existem variados tipos

    de custos e benefcios a considerar.

    Comentrio:

    O custo para gerar a informao uma restrio, que impede a gerao de toda a informao considerada relevante para o usurio. Assim, necessria a

    considerao da relao custo-benefcio da informao, por parte dos rgos normatizadores.

    CAPTULO 4: ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAO E

    APRESENTAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS: TEXTO REMANESCENTE

    O texto remanescente da Estrutura Conceitual para a Elaborao e

    Apresentao das Demonstraes Contbeis anteriormente emitida no foi

    emendado para refletir quaisquer alteraes implementadas pelo

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 19

    Pronunciamento Tcnico CPC 26 Apresentao das Demonstraes Contbeis (a IAS 1 que o espelha foi revisada pelo IASB em 2007). O texto remanescente ser atualizado quando forem revisitados conceitualmente os elementos das

    demonstraes contbeis e suas bases de mensurao.

    Premissa subjacente Continuidade

    4.1. As demonstraes contbeis normalmente so elaboradas tendo como

    premissa que a entidade est em atividade (going concern assumption) e ir manter-se em operao por um futuro previsvel. Desse modo, parte-se do

    pressuposto de que a entidade no tem a inteno, nem tampouco a necessidade, de entrar em processo de liquidao ou de reduzir materialmente

    a escala de suas operaes.

    Por outro lado, se essa inteno ou necessidade existir, as demonstraes

    contbeis podem ter que ser elaboradas em bases diferentes e, nesse caso, a

    base de elaborao utilizada deve ser divulgada.

    Comentrio:

    O princpio da continuidade est diretamente ligado avaliao dos ativos e passivos da empresa.

    Basicamente, todo o ativo fica registrado por valores de entrada. Por exemplo,

    as mquinas e equipamentos ficam registrados pelos valores que a empresa pagou, menos a depreciao acumulada e eventual ajuste para perdas. Esse

    critrio de avaliao vlido em funo da continuidade esperada da empresa. Se no houver continuidade (se a empresa for fechar as portas), a no importa

    mais quanto a empresa pagou pelas mquinas; interessa saber por quanto elas

    sero vendidas.

    Assim, na ausncia de continuidade, samos de uma contabilidade basicamente a preos de entrada para uma contabilidade a preos de sada.

    No caso do Passivo, se a empresa tiver dvidas a longo prazo e houver

    descontinuidade, as dvidas passar a ter vencimento antecipado (ningum vai ficar com dvidas de uma empresa fechada; se houver falncia, os credores iro

    se habilitar junto massa falida, enfim , vo tomar as providncias necessrias para receber a dvida).

    J foi cobrado em prova:

    (FCC/TRF 4 regio/Analista Contabilidade/2010) O princpio contbil que se relaciona diretamente quantificao dos componentes patrimoniais e

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 20

    formao do resultado, alm de constituir dado importante para aferir a

    capacidade futura de gerao de resultados o Princpio

    (A) da Continuidade. (B) do Registro pelo valor original.

    (C) da Oportunidade. (D) da Entidade.

    (E) da Prudncia.

    Gabarito Letra A

    ELEMENTOS DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

    Os elementos diretamente relacionados mensurao da posio patrimonial e financeira no balano so os ativos, os passivos e o patrimnio lquido.

    Segundo o item 4.38 do Pronunciamento, um item que se enquadre na definio de um elemento (ativo ou passivo) deve ser reconhecido se:

    a) for provvel que algum benefcio econmico futuro associado ao item flua

    para a entidade ou flua da entidade; e b) o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade.

    Os elementos diretamente relacionados com a mensurao do desempenho na

    demonstrao do resultado so as receitas e as despesas.

    POSIO PATRIMONIAL E FINANCEIRA

    As definies que se apresentam a seguir so, indubitavelmente, as mais importantes (desta aula) para a prova. Portanto, tratem de entend-las e

    decor-las.

    IMPORTANTSSIMO:

    4.4. Os elementos diretamente relacionados com a mensurao da posio patrimonial financeira so ativos, passivos e patrimnio lquido.

    Estes so definidos como segue: a) Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de

    eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefcios econmicos para a entidade;

    b) Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidao se espera que resulte na sada de recursos da

    entidade capazes de gerar benefcios econmicos; c) Patrimnio Lquido o interesse residual nos ativos da entidade

    depois de deduzidos todos os seus passivos.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 21

    Comecemos pelo ativo.

    Exemplificando. A empresa X comprou a mercadoria Y. Esta mercadoria atende

    a definio de ativo?!

    Vamos ver:

    1) um recurso controlado pela entidade? Sim, pois ela faz o que bem entender desta mercadoria, cujo ttulo jurdico, a propriedade, lhe pertence.

    2) resultado de evento passado? Sim. O evento passado a prpria compra desta mercadoria.

    3) Se espera benefcio econmico futuro? Sim. Com a venda de mercadoria, se espera que seja gerado lucro para a empresa.

    Pronto! Fcil no? O CESPE j abordou este assunto da seguinte maneira:

    (Contador/Ipojuca/2009) O ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem ou no futuros

    benefcios econmicos para a entidade.

    O item est incorreto, posto que existe um no indevidamente antes de futuros benefcios econmicos.

    Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados,

    cuja liquidao se espera que resulte em sada de recursos capazes de gerar benefcios econmicos.

    Por exemplo, se temos um montante de R$ 1.000 de salrios a pagar. Vamos

    ver se essa conta atende a definio de passivo?

    uma obrigao presente da entidade? Sim, pois dela pode ser exigida.

    derivada de eventos j ocorridos? Sim, pois os funcionrios j prestaram

    servios.

    A liquidao desta dvida ser feita por recursos que poderiam gerar benefcios econmicos? Sim, como a conta caixa, por exemplo.

    J o patrimnio lquido pode ser encontrado pela diferena entre o ativo e o

    passivo de uma entidade. O PL nada mais que o capital prprio empregado nas atividades empresariais.

    Da equao bsica da contabilidade temos que:

    PATRIMNIO LQUIDO = ATIVO PASSIVO EXIGVEL

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 22

    ATIVOS

    Falemos os principais tpicos a serem levados para a prova sobre cada um dos

    grupos patrimoniais.

    4.8. O benefcio econmico futuro incorporado em um ativo o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade (...).

    4.10. Os benefcios econmicos futuros incorporados a um ativo podem fluir

    para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, um ativo pode ser:

    a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produo de bens ou na prestao de servios a serem vendidos pela entidade;

    b) trocado por outros ativos; c) usado para liquidar um passivo; ou

    d) distribudo aos proprietrios da entidade.

    MUITO IMPORTANTE:

    Muitos ativos, por exemplo, mquinas e equipamentos industriais, tm uma substncia fsica. Entretanto, substncia fsica no essencial existncia

    de um ativo; dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, so ativos, desde que deles sejam esperados benefcios econmicos futuros para a

    entidade e que eles sejam por ela controlados.

    Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imveis, esto ligados a direitos legais, inclusive o direito de propriedade. Ao determinar a existncia de um

    ativo, o direito de propriedade no essencial; assim, por exemplo, um imvel objeto de arrendamento um ativo, desde que a entidade controle os

    benefcios econmicos provenientes da propriedade.

    Os ativos de uma entidade resultam de transaes passadas ou outros eventos

    passados. As entidades normalmente obtm ativos comprando-os ou produzindo-os, mas outras transaes ou eventos podem gerar ativos; por

    exemplo: um imvel recebido do governo como parte de um programa para fomentar o crescimento econmico da regio onde se localiza a entidade ou a

    descoberta de jazidas minerais. Transaes ou eventos previstos para ocorrer no futuro no podem resultar, por si mesmos, no reconhecimento de ativos; por

    isso, por exemplo, a inteno de adquirir estoques no atende, por si s, definio de um ativo.

    H uma forte associao entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas ambas as

    atividades no necessariamente coincidem entre si. Assim, o fato de uma entidade ter incorrido num gasto pode fornecer evidncia da sua busca por

    futuros benefcios econmicos, mas no prova conclusiva de que a definio

    de ativo tenha sido obtida. Da mesma forma, a ausncia de um gasto no

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 23

    impede que um item satisfaa a definio de ativo e se qualifique para

    reconhecimento no balano patrimonial; por exemplo, itens que foram doados entidade podem satisfazer a definio de ativo.

    PASSIVOS

    4.15. Uma caracterstica essencial para a existncia de um passivo que a entidade tenha uma obrigao presente. Uma obrigao um dever ou

    responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As obrigaes podem ser legalmente exigveis em conseqncia de um contrato ou de requisitos

    estatutrios. Esse normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por mercadorias e servios recebidos. Obrigaes surgem tambm de prticas

    usuais de negcios, usos e costumes e o desejo de manter boas relaes comerciais ou agir de maneira eqitativa. Se, por exemplo, uma entidade

    decide, por uma questo de poltica mercadolgica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado

    conhecidos depois que expirou o perodo da garantia, as importncias que

    espera gastar com os produtos j vendidos constituem-se passivos.

    4.17. A liquidao de uma obrigao presente geralmente implica na utilizao, pela entidade, de recursos incorporados de benefcios econmicos a fim de

    satisfazer o direito da outra parte. A extino de uma obrigao presente pode ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de:

    a) pagamento em caixa; b) transferncia de outros ativos;

    c) prestao de servios; d) substituio da obrigao por outra; ou

    e) converso da obrigao em item do patrimnio lquido.

    Uma obrigao pode tambm ser extinta por outros meios, tais como pela

    renncia do credor ou pela perda dos seus direitos creditcios.

    PATRIMNIO LQUIDO

    Dissemos por aqui que o Patrimnio Lquido representa nada mais do que o

    capital prprio empregado nas atividades empresariais pelos scios e os resultados auferidos com a explorao dos negcios pela empresa (lucro ou

    prejuzo).

    Pois bem, tal como o ativo e o passivo exigvel, o patrimnio lquido tambm subdividido. Atualmente, o PL compe-se dos seguintes grupos:

    1) Capital social;

    2) Reservas de capital; 3) Ajustes de avaliao patrimonial;

    4) Reservas de lucros;

    5) Aes em tesouraria; e

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    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 24

    6) Prejuzos acumulados (Veja que a lei no fala em lucros acumulados).

    Grave-se a estrutura do PL:

    Patrimnio Lquido

    Antes Lei 11.638/07 Aps Lei 11.638/07 e lei

    11.941/09

    Capital Social Capital Social

    (-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

    Reserva de Lucro Reserva de Lucro

    Reserva de Capital Reserva de Capital

    Reserva de Reavaliao Ajuste de Avaliao Patrimonial

    + - Lucro ou Prejuzo Acumulado (-) Prejuzo Acumulado

    (-) Aes em Tesouraria (-) Aes em Tesouraria

    4.20. Embora o patrimnio lquido seja definido no item 4.4 como algo residual, ele pode ter subclassificaes no balano patrimonial. Por exemplo, na sociedade por aes, recursos aportados pelos scios, reservas resultantes de

    retenes de lucros e reservas representando ajustes para manuteno do capital podem ser demonstrados separadamente. Tais classificaes podem ser

    importantes para a tomada de deciso dos usurios das demonstraes contbeis quando indicarem restries legais ou de outra natureza sobre a

    capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. Podem tambm refletir o fato de que determinadas

    partes com direito de propriedades sobre a entidade tm direitos diferentes em relao ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital.

    4.21. A constituio de reservas , s vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar entidade e seus credores uma margem maior de proteo contra os

    efeitos de prejuzos. Outras reservas podem ser constitudas em atendimento a leis que concedem isenes ou redues nos impostos a pagar quando so

    feitas transferncias para tais reservas. A existncia e o tamanho de tais reservas legais, estatutrias e fiscais representam informaes que podem ser

    importantes para a tomada de deciso dos usurios. As transferncias para tais reservas so apropriaes de lucros acumulados, portanto, no constituem

    despesas.

    4.22. O montante pelo qual o patrimnio lquido apresentado no balano patrimonial depende da mensurao dos ativos e passivos. Normalmente, o

    valor do patrimnio lquido somente por coincidncia corresponde ao valor de mercado agregado das aes da entidade ou da soma que poderia ser obtida

    pela venda dos seus ativos lquidos numa base de item-por-item, ou da

    entidade como um todo, tomando por base a premissa da continuidade (going

    concern basis).

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 25

    DESEMPENHO

    IMPORTANTSSIMO

    4.25. Os elementos de receitas e despesas so definidos como segue:

    a) Receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou

    diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido e que no estejam relacionados com a contribuio dos

    detentores dos instrumentos patrimoniais; b) Despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o

    perodo contbil, sob a forma de sada de recursos ou reduo de ativos ou assuno de passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio

    lquido e que no estejam relacionados com distribuio aos detentores

    dos instrumentos patrimoniais.

    Essas definies so essenciais. As bancas adoram cobrar esse tipo de conceito!

    As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstrao do resultado de diferentes maneiras, de modo que prestem informaes relevantes para a

    tomada de decises. Por exemplo, prtica comum distinguir entre receitas e despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade e as demais.

    Essa distino feita porque a fonte de uma receita relevante na avaliao da

    capacidade que a entidade tenha de gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro; por exemplo, receitas oriundas de atividades eventuais como a venda

    de um investimento de longo prazo normalmente no se repetem numa base regular. Nessa distino, deve-se levar em conta a natureza da entidade e suas

    operaes. Itens que resultam das atividades ordinrias de uma entidade podem ser incomuns em outras entidades.

    RECEITAS

    4.29. A definio de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais de uma entidade e designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorrios,

    juros, dividendos, royalties e aluguis.

    Como exemplo de ganho temos a venda de um ativo imobilizado da empresa.

    Como exemplo de receita propriamente dita, temos a venda de mercadorias.

    DESPESAS

    4.33. A definio de despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades usuais

    da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, salrios e depreciao.

  • MATERIAL COMPLEMENTAR CONTABILIDADE AVANADA FACILITADA PARA

    CONCURSOS

    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 26

    Geralmente, tomam a forma desembolso ou reduo de ativos como caixa e

    equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.

    Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incndio e

    inundaes, assim como as que decorrem da venda de ativos imobilizados.

    RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS NAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    RECONHECIMENTO DE ATIVOS

    4.44. Um ativo deve ser reconhecido no balano patrimonial quando for provvel que benefcios econmicos futuros dele provenientes fluiro para a

    entidade e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade.

    Gravem! So dois os requisitos para que um ativo seja reconhecido no

    balano:

    1) PROBABILIDADE DE GERAO DE BENEFCIOS FUTUROS.

    2) CUSTO OU VALOR PODE SER DETERMINADO PARA A ENTIDADE.

    Por exemplo, ao comprar uma mquina para produo na empresa. provvel que haja gerao de benefcios futuros?! Sim! Pela produo de mercadorias.

    O custo dessa mquina pode ser estimado com segurana? Desde que haja uma

    nota fiscal de compra e a escrita regular, poderemos tranquilamente. Portanto, os critrios para reconhecimento esto satisfeitos.

    Diferente a conta de luz de uma empresa. No h gerao de benefcios

    futuros, embora o custo possa ser estimado com segurana. Neste caso, no h que se falar em reconhecimento de um ativo.

    RECONHECIMENTO DE PASSIVOS

    4.46. Um passivo deve ser reconhecido no balano patrimonial quando for provvel que uma sada de recursos detentores de benefcios econmicos seja exigida em liquidao de obrigao presente e o valor pelo qual essa liquidao

    se dar puder ser mensurado com confiabilidade.

    Uma obrigao com fornecedores, por exemplo, gerar sada de recursos

    envolvendo benefcios econmicos? Sim, o dinheiro do caixa (este caixa um benefcio econmico da empresa).

    Esta mesma obrigao pode ser estimada com segurana? Geralmente,

    esperamos que sim.

    Portanto, satisfeitos os requisitos para reconhecimento de um passivo.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 27

    RECONHECIMENTO DE RECEITAS E DESPESAS

    4.47. A receita deve ser reconhecida na demonstrao do resultado quando resultar em aumento nos benefcios econmicos futuros relacionado com

    aumento de ativo ou com diminuio de passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. Isso significa, na prtica, que o reconhecimento da receita ocorre

    simultaneamente com o reconhecimento do aumento nos ativos ou da diminuio nos passivos (por exemplo, o aumento lquido nos ativos originado

    da venda de bens e servios ou o decrscimo do passivo originado do perdo de

    dvida a ser paga).

    A venda de mercadorias, por exemplo, gera uma receita, pelo seguinte lanamento:

    D Caixa 10.000,00 C Receita de vendas 10.000,00 O reconhecimento de uma receita ocorreu, conforme diz a norma, com o

    aumento de um ativo (o dinheiro que entrou em caixa). Uma receita pode ter origem tambm com a diminuio de um passivo.

    Explique-se. Temos uma dvida no valor de R$ 100.000,00 com a Fazenda

    Estadual. Todavia, pagando no tempo X, receberemos um desconto de 10%.

    Caso efetuemos o pagamento antes dessa data, lanaremos:

    D ICMS a pagar 100.000,00 C Caixa 90.000,00 C Descontos obtidos 10.000,00

    A conta descontos obtidos uma receita a ser lanada na demonstrao do

    resultado do exerccio.

    Falemos agora das despesas.

    4.49. As despesas devem ser reconhecidas na demonstrao do resultado quando resultarem em decrscimo nos benefcios econmicos futuros, relacionado com o decrscimo de um ativo ou o aumento de um passivo, e

    puder ser mensurado com confiabilidade. Isso significa, na prtica, que o reconhecimento da despesa ocorre simultaneamente com o reconhecimento de

    aumento nos passivos ou de diminuio nos ativos (por exemplo, a alocao por competncia de obrigaes trabalhistas ou da depreciao de

    equipamento).

    No reconhecimento da depreciao de um ativo imobilizado, lanaremos:

    D Despesa com depreciao (resultado)

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 28

    C Depreciao acumulada (redutora do ativo) Esta a hiptese de reconhecimento de uma despesa com diminuio do ativo.

    Alternativa e mais comumente, temos o aumento do passivo como contrapartida, como no caso de proviso para salrios a pagar, reconhecimento

    de tributos devidos, proviso para frias, 13, entre outros.

    MENSURAO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

    Mensurao o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das demonstraes contbeis devem ser reconhecidos e

    apresentados no balano patrimonial e na demonstrao do resultado. Esse processo envolve a seleo de uma base especfica de mensurao.

    4.55. Um nmero variado de bases de mensurao empregado em diferentes graus e em variadas combinaes nas demonstraes contbeis. Essas bases

    incluem o que segue:

    (a) Custo histrico. Os ativos so registrados pelos montantes pagos em caixa

    ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-los na data da aquisio. Os passivos so registrados pelos montantes

    dos recursos recebidos em troca da obrigao ou, em algumas circunstncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em caixa ou

    equivalentes de caixa se espera sero necessrios para liquidar o passivo no curso normal das operaes.

    (b) Custo corrente. Os ativos so mantidos pelos montantes em caixa ou

    equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balano. Os passivos so

    reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, no descontados, que se espera seriam necessrios para liquidar a obrigao na

    data do balano.

    (c) Valor realizvel (valor de realizao ou de liquidao). Os ativos so

    mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos so mantidos pelos

    seus montantes de liquidao, isto , pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, no descontados, que se espera sero pagos para liquidar as

    correspondentes obrigaes no curso normal das operaes.

    (d) Valor presente. Os ativos so mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de entradas lquidas de caixa que se espera seja gerado pelo

    item no curso normal das operaes. Os passivos so mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de sadas lquidas de caixa que se

    espera sero necessrios para liquidar o passivo no curso normal das

    operaes.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 29

    A base de mensurao mais comumente adotada pelas entidades na

    preparao de suas demonstraes contbeis o custo histrico.

    Ele normalmente combinado com outras bases de avaliao. Por exemplo, os estoques so geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor

    lquido de realizao, os ttulos e aes negociveis podem em determinadas circunstncias ser mantidos a valor de mercado e os passivos decorrentes de

    penses so mantidos pelo valor presente de tais benefcios no futuro. Alm disso, em algumas circunstncias entidades usam a base de custo corrente

    como uma resposta incapacidade do modelo contbil de custo histrico enfrentar os efeitos das mudanas de preos dos ativos no-monetrios.

    Vamos exemplificar, utilizando-nos de todos os conceitos que a norma trouxe

    ao seu item 4.55.

    Suponha que a mercadoria x tenha sido adquirida, a prazo, por R$ 100,00, na

    data de 28 de agosto, mas data do balano patrimonial, em 31 de dezembro, valesse R$ 90,00, pudesse ser vendida para terceiros hoje, em 28 de agosto,

    por R$ 95,00. Caso a mercadoria no fosse comprada a prazo, pagaramos por ela o montante de R$ 80,00, ou seja, h R$ 20,00 de juros embutido na

    operao.

    Ache os valores de custo histrico, corrente, valor realizvel lquido e valor presente.

    O custo histrico o valor pelo qual a mercadoria foi adquirida, ou seja, R$

    100,00.

    O custo corrente o valor que pagaramos por essa mercadoria data do balano, isto , R$ 90,00.

    O valor realizvel lquido o valor pelo qual este produto pode ser vendido a terceiros, que, no caso, R$ 95,00.

    O valor presente o valor que eu pagaria por esta mercadoria hoje livre de

    juros, isto R$ 80,00.

    MANUTENO DO CAPITAL FSICO E FINANCEIRO

    O conceito financeiro de capital adotado pela maioria das entidades na preparao de suas demonstraes contbeis. De acordo com o conceito

    financeiro de capital, tal como o dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o capital sinnimo de ativo lquido ou patrimnio lquido da

    entidade. Por outro lado, segundo o conceito fsico de capital, o capital considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo,

    nas unidades de produo diria.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 30

    Capital Financeiro Ativo lquido ou patrimnio lquido. Capital Fsico Capacidade produtiva da entidade.

    Destas definies, o Pronunciamento CPC 00 conclui que:

    4.59. Os conceitos de capital mencionados no item 4.57 do origem aos seguintes conceitos de manuteno de capital:

    (a) Manuteno do capital financeiro. De acordo com esse conceito, o lucro considedrado auferido somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos

    ativos lquidos no fim do perodo exceder o seu montante financeiro (ou

    dinheiro) no comeo do perodo, depois de excludas quaisquer distribuies aos proprietrios e seus aportes de capital durante o perodo. A manuteno do

    capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade monetria nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante.

    (b) Manuteno do capital fsico. De acordo com esse conceito, o lucro

    considerado auferido somente se a capacidade fsica produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessrios para atingir

    essa capacidade) no fim do perodo exceder a capacidade fsica produtiva no incio do perodo, depois de excludas quaisquer distribuies aos proprietrios e

    seus aportes de capital durante o perodo.

    Esse assunto ser claramente explicado por intermdio de questes, no tpico

    subseqente.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 31

    QUESTES COMENTADAS

    1. (FCC/ALESP/2011) Para determinao de um ativo necessrio avaliar a capacidade que este bem ou direito tem na gerao de benefcios econmicos

    futuros. Desta forma, NO se deve considerar para determinao de um ativo se ele

    (A) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produo de

    mercadorias e servios a serem vendidos pela entidade. (B) pode ser trocado por outros ativos.

    (C) pode ser usado para liquidar um passivo. (D) pode ser distribudo aos proprietrios da empresa.

    (E) tem substncia fsica e pode ser negociado.

    Comentrios

    Esta questo foi copiada diretamente do Pronunciamento Conceitual Bsico Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro, confira:

    4.10. Os benefcios econmicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, um ativo pode ser:

    (a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produo de

    mercadorias e servios a serem vendidos pela entidade; (b) trocado por outros ativos;

    (c) usado para liquidar um passivo; ou

    (d) distribudo aos proprietrios da entidade.

    E mais...

    4.11. Muitos ativos, por exemplo, mquinas e equipamentos industriais, tm uma substncia fsica. Entretanto, substncia fsica no essencial

    existncia de um ativo; dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, so ativos, desde que deles sejam esperados benefcios econmicos

    futuros para a entidade e que eles sejam por ela controlados.

    O erro da E a afirmao tem substncia fsica, porquanto no essencial ele ter substncia fsica. Ativos intangveis so definidos, por exemplo, como ativos sem substncia fsica. Exemplifique-se: so intangveis as marcas, patentes,

    concesso de direito de explorao de uma mina.

    Gabarito E.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 32

    2. (FCC/ALESP/2011) A empresa Correo S.A. tem a prtica de dar garantia de

    um ano de seus produtos a seus clientes. A mdia de reclamaes de 2%, mas a empresa constitui proviso de 5% para atender ao princpio da

    prudncia. O procedimento realizado pela empresa

    (A) adequado, pois apresenta a posio mais conservadora que a empresa pode adotar, resultando na menor situao econmico financeira que a empresa pode

    obter. (B) inadequado, visto que reconhece uma proviso excessiva superavaliando o

    passivo e apresentando demonstraes contbeis no confiveis, devido falta de neutralidade.

    (C) correto, visto que as estimativas e provises so de responsabilidade do contabilista, que deve adotar o procedimento que melhor lhe resguarde, quando

    for questionado. (D) permitido, desde que apresente uma posio econmico-financeira mais

    conservadora, com valores que conduzam a uma viso de valor inferior ao que

    efetivamente a empresa tenha. (E) proibido, em decorrncia de estar fundamentado na essncia e no na

    forma, gerando uma subavaliao dos passivos.

    Comentrios

    Tal pergunta pautou-se no CPC 00, em sua acepo antiga.

    Tratemos da resposta sob dois vieses: o antigo, primeiramente e, posteriormente, o novo.

    RESPOSTA DE ACORDO COM O CPC 00 ANTES DAS MUDANAS

    Para ser confivel, a informao contida nas demonstraes contbeis deve ser

    neutra (neutralidade), isto , imparcial. As demonstraes contbeis no so

    neutras se, pela escolha ou apresentao da informao, elas induzirem a tomada de deciso ou um julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho

    predeterminado.

    Os preparadores de demonstraes contbeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstncias, tais como a

    possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidao duvidosa, a vida til provvel das mquinas e equipamentos e o nmero de reclamaes

    cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas so reconhecidas pela divulgao da sua natureza e extenso e pelo exerccio de prudncia na

    preparao das demonstraes contbeis.

    Prudncia consiste no emprego de um certo grau de precauo no exerccio dos julgamentos necessrios s estimativas em certas condies de incerteza, no

    sentido de que ativos ou receitas no sejam superestimados e que passivos ou

    despesas no sejam subestimados. Entretanto, o exerccio da prudncia

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 33

    no permite, por exemplo, a criao de reservas ocultas ou provises

    excessivas, a subavaliao deliberada de ativos ou receitas, a superavaliao deliberada de passivos ou despesas, pois as

    demonstraes contbeis deixariam de ser neutras e, portanto, no seriam confiveis.

    Gabarito, portanto, letra B.

    RESPOSTA DE ACORDO COM O CPC 00 APS AS MUDANAS

    REPRESENTAO FIDEDIGNA

    QC12. Os relatrios contbil-financeiros representam um fenmeno econmico em palavras e nmeros. Para ser til, a informao contbil-financeira no tem

    s que representar um fenmeno relevante, mas tem tambm que representar com fidedignidade o fenmeno que se prope representar. Para ser

    representao perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa

    ter trs atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. claro, a perfeio rara, se de fato alcanvel. O objetivo maximizar referidos

    atributos na extenso que seja possvel.

    A Representao Fidedigna refere-se a trs atributos: precisa ser completa,

    neutra e livre de erro.

    Para ser completa, a informao deve conter o necessrio para que o usurio compreenda o fenmeno sendo retratado.

    Para ser neutra, deve estar livre de vis na seleo ou na apresentao, no

    podendo ser distorcida para mais ou para menos.

    Finalmente, ser livre de erros no significa total exatido, mas sim que o

    processo para obteno da informao tenha sido selecionado e aplicado livre de erros. No caso de estimativas, ela considerara como tendo representao

    fidedigna se, alm disso, o montante for claramente descrito como sendo estimativa e se a natureza e as limitaes do processo forem devidamente

    revelados.

    Gabarito tambm letra B.

    Gabarito B.

    3. (FCC/Nossa Caixa/2011) Recurso controlado pela entidade como resultado de

    eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefcios

    econmicos para a entidade.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 34

    Segundo pronunciamento do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC), cujo

    teor foi aprovado pela Resoluo no 1.121/2008 do Conselho Federal de Contabilidade, e que versa sobre Estrutura Conceitual para a Elaborao e

    Apresentao das Demonstraes Contbeis, esta a definio de

    (A) Passivo. (B) Receitas.

    (C) Despesas. (D) Ativo.

    (E) Patrimnio Lquido.

    Comentrios

    O conjunto de bens e direitos de uma empresa forma o que chamamos de ATIVO! No se esqueam deste nome: bens e direitos = ATIVO!

    Existe uma definio para o ativo, que pode ser cobrada em prova.

    Esta definio pode ser extrada do CPC 00, cujo teor o seguinte:

    ATIVO UM RECURSO CONTROLADO PELA ENTIDADE COMO RESULTADO DE EVENTOS PASSADOS E DO QUAL SE ESPERA QUE

    RESULTEM FUTUROS BENEFCIOS ECONMICOS PARA A ENTIDADE.

    Exemplificando...

    A empresa X comprou a mercadoria Y. Esta mercadoria atende a definio de ativo?!

    Vamos ver:

    1) um recurso controlado pela entidade? Sim, pois ela faz o que bem

    entender desta mercadoria, cujo ttulo jurdico, a propriedade, lhe pertence.

    2) resultado de evento passado? Sim. O evento passado a prpria compra desta mercadoria.

    3) Se espera benefcio econmico futuro? Sim. Com a venda de mercadoria, se

    espera que seja gerado lucro para a empresa. Portanto, o gabarito da nossa questo 5 a letra D.

    Gabarito D.

    4. (Auditor SECONT/ES/2009/Cespe) A fim de atingir seus objetivos, as demonstraes contbeis devem ser preparadas em conformidade com o

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 35

    regime de caixa. Segundo esse regime, os efeitos das transaes e outros

    eventos so reconhecidos quando so recebidos ou pagos.

    Comentrios:

    O item est incorreto. As demonstraes so preparadas sob a gide do regime de competncia. Segundo o Pronunciamento Conceitual Bsico:

    OB17. O regime de competncia retrata com propriedade os efeitos de transaes e outros eventos e circunstncias sobre os recursos econmicos e

    reivindicaes da entidade que reporta a informao nos perodos em que ditos efeitos so produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa

    derivados ocorram em perodos distintos. Isso importante em funo de a informao sobre os recursos econmicos e reivindicaes da entidade que

    reporta a informao, e sobre as mudanas nesses recursos econmicos e reivindicaes ao longo de um perodo, fornecer melhor base de avaliao da

    performance passada e futura da entidade do que a informao puramente

    baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo

    perodo.

    Gabarito Incorreto.

    5. (Auditor SECONT/ES/2009/Cespe) So usurios das demonstraes

    contbeis citados na sua estrutura conceitual: investidores; empregados; credores por emprstimos; fornecedores e outros credores comerciais; clientes;

    governos e suas agncias; e o pblico.

    Comentrios:

    O item est correto, conforme o captulo 1 do CPC, j com sua nova redao.

    Gabarito Correto.

    6. (FCC/2009/TJ-SE) De acordo com a estrutura conceitual contbil, considere:

    I Todos os bens adquiridos pela empresa devem ser registrados no balano patrimonial, nos grupos de ativos.

    II As despesas devem ser reconhecidas no resultado da empresa, considerando-se a sua associao direta com a receita gerada.

    III O conceito fsico de manuteno de capital pressupe a manuteno dos montantes financeiros dos ativos lquidos existentes no incio do perodo e no final do perodo do Balano Patrimonial.

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 36

    Est correto o que se afirma APENAS em

    (A) I.

    (B) I e II. (C) I e III.

    (D) II. (E) III.

    Comentrios:

    Anlise das alternativas:

    I. Alternativa INCORRETA.

    Conforme o Pronunciamento Tcnico 00 do CPC,

    4.38. Um item que se enquadre na definio de um elemento deve ser reconhecido se:

    (a) for provvel que algum benefcio econmico futuro associado ao item flua para a entidade ou flua da entidade; e

    (b) o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade.

    Assim, no so todos os bens adquiridos que devem ser registrados como ativo,

    mas apenas os que atenderem s condies acima.

    II. Alternativa CORRETA.

    4.50. As despesas devem ser reconhecidas na demonstrao do resultado com base na associao direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse processo, usualmente chamado de

    confrontao entre despesas e receitas (regime de competncia), envolve o

    reconhecimento simultneo ou combinado das receitas e despesas que resultem diretamente ou conjuntamente das mesmas transaes ou outros eventos. Por

    exemplo, os vrios componentes de despesas que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser reconhecidos no mesmo momento em que a

    receita derivada da venda das mercadorias reconhecida. Contudo, a aplicao do conceito de confrontao, de acordo com esta Estrutura Conceitual, no

    autoriza o reconhecimento de itens no balano patrimonial que no satisfaam

    definio de ativos ou passivos.

    III. Alternativa INCORRETA.

    4.59. Os conceitos de capital mencionados no item 4.57 do origem aos seguintes conceitos de manuteno de capital:

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 37

    (a) Manuteno do capital financeiro. De acordo com esse conceito, o lucro

    considerado auferido somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos lquidos no fim do perodo exceder o seu montante financeiro (ou dinheiro) no

    comeo do perodo, depois de excludas quaisquer distribuies aos proprietrios e seus aportes de capital durante o perodo. A manuteno do

    capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade monetria nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante.

    (b) Manuteno do capital fsico. De acordo com esse conceito, o lucro

    considerado auferido somente se a capacidade fsica produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessrios para atingir

    essa capacidade) no fim do perodo exceder a capacidade fsica produtiva no incio do perodo, depois de excludas quaisquer distribuies aos proprietrios e

    seus aportes de capital durante o perodo.

    Para entender melhor:

    O conceito de manuteno do capital fsico era muito importante na poca da

    inflao alta. Vejamos um exemplo numrico bem simples para apresentar o conceito:

    Suponha que uma determinada empresa seja constituda com 10.000 de Capital

    Social, para comercializar, digamos, televisores. O capital social foi integralizado em dinheiro. No primeiro ms, a empresa compra um televisor de

    4.000 reais.

    Balano inicial:

    ATIVO Caixa 6.000

    Estoque 4.000

    PATRIMNIO LQUIDO Capital Social 10.000

    Durante o ms, a empresa vende o televisor que tinha em estoque por 5.000

    vista. Quando vai comprar outra unidade do mesmo televisor, o preo subiu para 5.800.

    Balano no final do ms:

    ATIVO

    Caixa 5.200 Estoque 5.800

    PATRIMNIO LQUIDO Capital Social 10.000

    Resultado do exerccio 1.000

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    Gabriel Rabelo e Luciano Rosa 38

    Demonstrao do Resultado:

    Venda 5.000

    CMV (4.000) Lucro Bruto 1.000

    Sob a tica de manuteno do capital financeiro, a empresa apurou um lucro de

    1.000.

    Seu ativo, que era de 10.000, passou para 11.000. Este resultado bate com o lucro contbil, que tambm foi de 1.000. Entretanto, se considerarmos a

    manuteno do capital fsico, o resultado muda radicalmente, e apuramos um prejuzo de 800 reais.

    No incio do ms, a empresa possua um televisor e 6.000 em caixa. No final do

    ms, aps a venda e a compra de nova unidade, a empresa possui um televisor

    em estoque e 5.200 em caixa. Encontra-se, portanto, em situao pior que no incio do ms.

    Em outras palavras: se a empresa no realizasse nenhuma operao, estaria

    em melhor situao no final do ms.

    Isto ocorreu porque, no nosso exemplo, a empresa vendeu por 5.000 estoques que foram repostos por 5.800, gerando um prejuzo de 800.

    Naturalmente, com inflao baixa, no deve ocorrer nenhuma mudana de preo to drstica, mas o conceito de manuteno do capital fsico permanece.

    Gabarito D.

    7. (FCC/2009/TJ-SE) Em conformidade com o estabelecido pela Resoluo CFC