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Energia e Meio AmbienteTRANSCRIPT
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Energia e Meio Ambiente
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Energia e Meio Ambiente
Me
ta
Apresentar a conservao de energia como forma de preservao do
meio ambiente.
Ob
jeti
vo
s
Apresentar as relaes entre energia e o meio ambiente;
Discutir novas tecnologias relacionadas s questes socioambientais;
Avaliar as condies de gerao de energia e a preservao do meio
ambiente;
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Poluio Ambiental
Figura 1 - Lixo
Figura 2 - Lixo na praia
A poluio ambiental prejudica o funcionamento dos ecossistemas, chegando a
matar vrias espcies animais e vegetais. O homem tambm prejudicado com este
tipo de ao, pois depende muito dos recursos hdricos, do ar e do solo para sobreviver
com qualidade de vida e sade.
Atualmente, devido aos grandes avanos tecnolgicos, o ser humano vem
enfrentando trs grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele
prprio: a super povoao, o desaparecimento dos recursos naturais e a destruio do
meio ambiente.
O ambientalista Jacques Yves Cousteau tem uma frase muito interessante a
respeito disso:
Triunfar sobre estes problemas, vistos sermos ns a sua causa, deveria
ser a nossa mais profunda motivao." Jacques Yves Cousteau (1910-1997)
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JACQUES YVES COUSTEAU
Nasceu em 1910, na Frana, e cedo foi admitido
na Academia Naval Francesa, ainda quando tinha 20
anos. Sempre sonhou em torna-se um piloto da
marinha, mas um acidente de carro arrumou esse
sonho no seu ntimo e impossibilitou-o de tal. Assim
sendo, enquanto fazia reabilitao teve o seu
primeiro contato com a beleza do mundo aqutico. Depressa comeou as suas
exploraes por esse fascinante sub-mundo aqutico e, juntamente com Emile Gagnan,
desenvolveu o primeiro pulmo aqutico. Tambm produziu mais de 115 filmes e escreveu
diversos livros, de forma a aumentar a preocupao com a beleza aqutica e com as
ameaas e perigos ecolgicos. Sabendo que Jacques Cousteau era um homem muito
preocupado com este mundo, tambm produziu sries de Tv, criou a "Cousteau Society" e
dirigiu o "Monaco Ocean Museum". Finalmente parou no ano em que morreu, com 87
anos, a 25 de junho de 1997.
Vamos definir o conceito de poluio?
Poluio a degradao do ambiente, ou seja, mudanas nas caractersticas
fsico-qumicas ou biolgicas do ar, gua ou solo que afetam negativamente a sade, a
sobrevivncia ou as atividades humanas e de outros organismos vivos.
Podemos dizer que a poluio essencialmente produzida pelo homem e est
diretamente relacionada aos processos de industrializao e a consequente
urbanizao. Devido aos vrios tipos de atividades realizadas pelo homem na busca de
progressos, a poluio ambiental tem aumentado severamente, como: gua
inadequada para o consumo, altos nveis de concentrao de poluentes no ar e
aumento da quantidade de resduos slidos urbanos e resduos perigosos. Outro fator
a ser levado em considerao a inadequada disposio de tais resduos.
Sa
iba
Mais
Figura 3 - Jacques Yves Cousteau
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Figura 4 - Lixo nas ruas
Figura 5 - Descarte apropriado de
lixo hospitalar
Figura 6 - Lixo industrial
Dic
ion
ri
o
LIXO
Lixo todo e qualquer resduo slido resultante das atividades dirias do
homem em sociedade. Pode encontrar-se nos estados slido, lquido e gasoso.
Como exemplo de lixo, tem-se as sobras de alimentos, embalagens, papis,
plsticos e outros.
Fonte: http://www.ecolnews.com.br/lixo.htm
indiscutvel que o desenvolvimento econmico, associado aplicao da
cincia e da tecnologia, tm conduzido melhoria no nvel de vida da populao, pelo
menos para uma parte da populao do planeta, o que se caracteriza por:
Acrscimo da quantidade e qualidade da produo de alimentos;
Desenvolvimento dos meios de transporte e comunicao;
Disponibilidade de moradias;
Mecanizao e automao dos processos produtivos (aumento da
produtividade e reduo do tempo de trabalho);
Desenvolvimento de sistemas para o fornecimento de gua potvel e para o
tratamento de efluentes lquidos;
Eliminao de muitas doenas contagiosas e desenvolvimento de
tratamentos efetivos para outras, e
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Aumento na qualidade de vida das pessoas, com a disponibilidade de
variados equipamentos eltricos e eletrnicos domsticos.
Voc j ouviu falar em Desenvolvimento Sustentvel?
Voc j ouviu algum dizer que para tudo na vida existe um preo? Pois ,
nesse caso no diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem
acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destrudo o planeta Terra e a
Natureza.
Voc acha que isso tudo um exagero? Ento vamos trocar algumas ideias.
O atual modelo de crescimento econmico gerou enormes desequilbrios; se,
por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a
misria, a degradao ambiental e a poluio aumentam dia-a-dia.
Diante desta constatao, surge a ideia do Desenvolvimento Sustentvel
(DS), buscando conciliar o desenvolvimento econmico com a preservao
ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.
Para alcanarmos o DS, a proteo do ambiente tem que ser entendida como
parte integrante do processo de desenvolvimento e no pode ser considerada
isoladamente; aqui que entra uma questo sobre a qual talvez voc nunca tenha
pensado: qual a diferena entre crescimento e desenvolvimento? A diferena
que o crescimento no conduz automaticamente igualdade nem justia sociais,
pois no leva em considerao nenhum outro aspecto da qualidade de vida a no
ser o acmulo de riquezas, que se faz nas mos apenas de alguns indivduos da
populao. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a gerao de
riquezas sim, mas tem o objetivo de distribu-las, de melhorar a qualidade de vida
de toda a populao, levando em considerao, portanto, a qualidade ambiental
do planeta.
O DS tem seis aspectos prioritrios que devem ser entendidos como metas:
1- A satisfao das necessidades bsicas da populao (educao,
Sa
iba
Mais
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alimentao, sade, lazer, etc);
2- A solidariedade para com as geraes futuras (preservar o ambiente de
modo que elas tenham chance de viver);
3- A participao da populao envolvida (todos devem se conscientizar da
necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe
cabe para tal);
4- A preservao dos recursos naturais (gua, oxignio, etc);
5- A elaborao de um sistema social garantindo emprego, segurana social
e respeito a outras culturas (erradicao da misria, do preconceito e do
massacre de populaes oprimidas como, por exemplo, os ndios), e
6- A efetivao dos programas educativos.
Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educao Ambiental parte
vital e indispensvel, pois a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo
menos uma de suas metas: a participao da populao.
Fonte: http://www.cdcc.sc.usp.br/bio/mat_desenv_sust.htm
Energia e a degradao do meio-ambiente
Voc j parou para pensar que o consumo de energia uma das principais
causas da degradao do meio ambiente?
O desenvolvimento econmico, acompanhado de um intensivo uso de recursos
e gerao de resduos, tem provocado efeitos nocivos no meio ambiente como:
Efeito estufa e mudanas climticas;
Perda de terras cultivveis (desertificao);
Desmatamento;
Poluio de rios, lagos e mares;
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Perda da biodiversidade (extino de muitas espcies de plantas e
animais).
Poluio do solo e das guas subterrneas, e
O smog fotoqumico e a poluio do ar nas cidades.
Dic
ion
ri
o
SMOG
A palavra smog uma combinao das palavras em ingls smoke (fumaa) e
fog (neblina). O smog fotoqumico possui este nome porque causa na atmosfera
diminuio da visibilidade. O desenvolvimento deste processo, no qual um grande
nmero de reaes acontece simultaneamente, est geralmente associado
ocorrncia de picos de oznio nas grandes cidades quando a concentrao de
oznio ultrapassa em muito os padres estabelecidos.
Fonte: http://www.mundoeducacao.com/geografia/smog.htm
Figura 7 - Derretimento das geleiras Figura 8 Poluio de rios
Figura 9 - Poluio do ar
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Assim, aparece como um problema vital, conseguir conciliar o desenvolvimento
e as vantagens de um modo de vida aceitvel, com a conservao do meio ambiente.
Este o objetivo que se persegue com a formulao de diferentes estratgias de
desenvolvimento sustentvel. Alm disso, o consumo de energia traz uma inevitvel
consequncia: o dano ambiental; seja na sua explorao ou no seu consumo. Uma das
solues para atenuar e manter em limites aceitveis este problema a utilizao
racional das fontes primrias de energia e em geral a eficincia energtica em todas as
etapas do uso da energia.
muita gente usando energia!!!
A demanda mundial pela energia vem crescendo continuamente. Em parte, isso
acontece porque as populaes e suas necessidades esto crescendo, e, mais
indstrias, servios e empregos so gerados. Mas, outra parcela constituda pelo
desperdcio de energia. Isto se torna um problema!
A produo de energia tem grande influncia sobre o meio ambiente por dois
fatores:
Desmatamento (alto consumo de lenha nos pases em desenvolvimento),
Emisso de poluentes, produtos da combusto de combustveis fsseis
(CO2, NOx, SOx, CxHy, particulados, etc.).
Vrios estudos tm demonstrado que gerenciar a poluio urbana e industrial
concentrando-se no tratamento end-of-pipe, ou seja, utilizando-se de mtodos
corretivos, em muitos dos casos no s custoso como tambm insustentvel.
Experincias dos Estados Unidos e outros pases desenvolvidos tm demonstrado que,
em longo prazo, a preveno da poluio atravs da minimizao de resduos e de
uma produo com tecnologias mais limpas e eficientes, mais sensata tanto na
relao custo-benefcio, como tambm para o prprio meio ambiente, se comparado
com as tcnicas tradicionais.
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Voc consegue imaginar o que pode ser feito para diminuir a poluio?
Atualmente, a questo ambiental tem sido enfatizada devido ao grande ndice de
poluio e degradao do meio ambiente. Muitas atitudes podem ser tomadas para
diminuir e tambm prevenir a poluio.
Alm disso, tcnicas de preveno da poluio podem aplicar-se a qualquer
processo de manufatura, variando desde mudanas operacionais relativamente fceis
at mudanas mais profundas, tais como: a substituio de matrias primas txicas,
implementao de tecnologias mais limpas e eficientes ou instalao de equipamentos
de recuperao de resduos.
Com a preveno da poluio pode-se conseguir:
- aumentar a eficincia da unidade industrial;
- reduzir a quantidade de energia e matria prima utilizadas na produo de
bens e servios, e
- reduzir custos de disposio final devido diminuio drstica da quantidade
de resduos gerada.
Alm destes aspectos, a preveno deve ser considerada na estratgia de
ampliao de mercado, contando com a melhoria da imagem pblica da empresa e de
seus produtos perante os consumidores, o que pode propiciar uma atrao maior de
investidores e acionistas contando com financiamentos favorecidos.
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O uso da energia no mundo
Figura 10 - TV
Figura 11 - Computador
Figura 12 - Celular
Podemos dizer que a energia est em todas as partes e faz com que as coisas
aconteam!
Portanto, um sistema que possui grande quantidade de energia pode realizar
uma grande quantidade de trabalho.
Se considerarmos alguns exemplos de trabalho fica fcil entender a relao que
existe entre consumo de energia e desenvolvimento. Veja os exemplos abaixo:
- transporte de pessoas;
- bombeamento de gua;
- construo de moradias e rodovias, e
- rotao de turbinas e gerao de eletricidade.
Figura 13 - Metr Figura 14 Bombeamento de gua
Figura 15 Turbina de usina de Itaipu
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Ao falar de energia preciso considerar que ela existe em diferentes formas:
energia mecnica, trmica, eltrica, qumica, nuclear, etc., e que possui duas
caractersticas importantes:
No se perde (Primeira Lei da Termodinmica) e
A sua utilizao realizada mediante a converso de uma forma de energia
em outra, processo este que, no caso da converso de calor em trabalho,
no pode ser realizado com 100% de eficincia (Segunda Lei da
Termodinmica).
Considerando-se que a principal fonte de energia da sociedade moderna o
carbono (energia qumica), acumulado nos diferentes combustveis fsseis (petrleo,
carvo, gs natural, etc.), introduz-se como tonelada equivalente de petrleo - tep a
unidade comum para expressar a quantidade de energia consumida e reservas
disponveis de combustveis. Assume-se que, 1 tep libera durante a combusto
41.868,0 MJ, propriedade dos combustveis que recebe o nome de poder calorfico.
Uma tonelada de madeira, ao ser queimada, libera muito menos energia, por volta de
8000 MJ, o que equivale termicamente a 0,191 tep. Analisando o assunto de outra
maneira, diramos que, 5,23 toneladas de madeira equivale energeticamente a 1 tep.
Mu
ltim
dia
Voc conhece o Ciclo do Carbono? Acesse o site e aprenda um pouco mais
sobre esse assunto.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/afp/2009/12/17/ult4541u90.jhtm
Nos grficos abaixo possvel observar o consumo de energia no mundo:
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- Consumo de energia primria
A figura abaixo ilustra o comportamento do consumo de energia primria no
mundo durante o sculo XX. Observa-se um rpido acrscimo neste consumo a partir
do ano 1950.
Figura 16 - Consumo mundial de energia primria durante o sculo XX
(Atualizado a partir de Henry e Heinke, 1989). Nota: 1 ExaJoule = 1018 Joules.
- Consumo de energia nos diferentes continentes e no mundo
A partir de dados apresentados pela EIA (2005), a evoluo do consumo de
energia nos diferentes continentes e no mundo, representando um crescimento
percentual no perodo entre 1980 e 2003 de 23,0% na Amrica do Norte, 47,2% na
Amrica Central e do Sul, 20,5% na Europa Ocidental, 70,0% no Oriente Mdio, 49,0%
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na frica, 59,2% na sia & Oceania, uma retrao de 11,4% na Europa Oriental &
Antiga Unio Sovitica e de aumento de cerca de 32,8% no mundo.
Figura 17 - Consumo comercial mundial de energia primria, por regio, considerando o perodo de 1980-2003 (EIA, 2005)
- Consumo comercial mundial de energia primria
A figura abaixo (EIA, 2005), permite avaliar a evoluo do consumo comercial
mundial de energia primria entre 1980-2003 para as diferentes fontes, observando-se
um crescimento percentual neste perodo de 19,2% para o petrleo, 45,6% para o gs
natural, 30,5% para o carvo mineral, 34,2% para a hidroeletricidade, 71,4% para a de
origem nuclear, 48,4% para as outras restantes (geotrmica, solar, biomassa), levando
a um aumento de cerca de 32,8% do consumo mundial total.
Consumo comercial mundial de energia primria por regio
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
ExaJoule
[Exa = 10^18]
Amrica do Norte Amrica Central e do Sul Europa Ocidental
Europa Oriental & Unio Sovitica Oriente Mdio frica
sia & Oceania
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Figura 18 - Consumo comercial mundial de energia primria, por fonte, considerando no perodo de 1980-2003 (EIA, 2005)
- Consumo de energia per capita no mundo e nos continentes e regies, em
tep/ano
Como pode ser verificado, os pases desenvolvidos so os maiores
consumidores de energia (e como consequncia disto apresentam: melhores padres
de vida, maior consumo de produtos e servios per capita). Porm, isto tambm , em
alguns casos, pode ser um indicativo de desperdcios considerveis de energia que,
consequentemente, leva a uma maior gerao de poluentes e resduos.
Figura 19 - Consumo de energia per capita no mundo e nos diferentes continentes e regies (tep/ano) (Elaborado
com base em dados correspondentes ao ano de 1995 do World Resources Institute, 1998)
Consumo comercial mundial de energia primria por fonte
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
ExaJoule
[Exa = 10^18]
Petrleo Gs natural Carvo Hidreltrica Nuclear Outras
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- Consumo de energia e o PNB Produto Nacional Bruto
Qual a relao que pode existir entre energia e o PNB?
Considerando o Produto Nacional Bruto PNB como indicador de
desenvolvimento interessante construir graficamente a relao entre o consumo de
energia e este indicador.
A figura abaixo mostra esta relao para o PNB e o consumo de energia per
capita, que permite visualizar a relao entre consumo de energia e desenvolvimento
econmico.
Sa
iba
Mais
Voc sabe o que PNB?
PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) - "Valor total, a preos correntes, do
fluxo de bens e servios disponveis, durante um determinado perodo (geralmente
um ano), para consumo ou para se adicionar riqueza dos cidados e das
empresas de um pas, seja ele qual for". (Seldon & Pennance, 1977).
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Figura 20 - Relao entre o PNB per capita (US$/per capita/ano) e o consumo de energia primria per capita
(kW/per capita), segundo dados do World Resources Institute (1998). Sendo: 1- Costa do Marfim, 2- Costa Rica, 3-
Turquia, 4- Tunsia, 5- Jamaica, 6- Paraguai, 7- Equador, 8- Jordnia, 9- Malsia, 10- Chile, 11- Brasil, 12-
Repblica da Coria, 13- Argentina, 14- Portugal, 15- Mxico, 16- Arglia, 17- Uruguai, 18- frica do Sul, 19-
Venezuela, 20- Grcia, 21- Espanha, 22- Irlanda, 23- Israel, 24- Itlia, 25- Singapura, 26- Trindade e Tobago, 27-
Nova Zelndia, 28- Blgica, 29- Reino Unido, 30- ustria, 31- Holanda, 32- Japo, 33- Frana, 34- Finlndia, 35-
Alemanha, 36- Austrlia, 37- Dinamarca, 38- Canad, 39- Sucia, 40- Noruega, 41- Estados Unidos, 42- Sua, 43-
Kuwait, 44- Hungria, 45- Polnia, 46- Bulgria, 47- Rssia, 48- Repblica Checa, 49- China, 50- ndia
A energia deve ser vista como um dos principais requerimentos para o crescimento
econmico e as melhorias sociais, e no como uma consequncia deste crescimento
(UN, 1996). Porm, uma qualidade de vida aceitvel e sustentvel pode ser atingida
com um consumo de energia menor que o atual per capita dos pases desenvolvidos, o
que fica evidenciada pela ampla faixa de variao do consumo per capita de energia
-
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nas sociedades mais desenvolvidas. Este consumo per capita no mundo deve
convergir a um nvel suportvel pela terra. De acordo com a estimativa de Markham
(1994) o desenvolvimento tecnolgico deve levar reduo do consumo de energia,
nos pases desenvolvidos, entre 30 - 70% nas prximas dcadas. Impe-se aqui uma
mudana radical no estilo de vida.
muito importante refletir sobre a forma como a energia consumida, e esta e
uma condio vital para o desenvolvimento sustentvel.
Inter-relao entre o setor energtico e natureza
Existe uma inter-relao muito estreita entre o setor energtico e a natureza
Figura 21 - Recursos energticos extrados da natureza
A litosfera o meio de extrao dos combustveis fsseis, recebendo uma carga
de poluentes como resultado da lixiviao e destinao final de resduos.
Sa
iba
Mais
LIXIVIAO: A lixiviao consiste na capacidade que a gua enriquecida em
dixido de carbono tem de remover ou substituir mais rapidamente os tomos dos
minerais. Formam-se, por exemplo, grandes grutas e cavernas em termos
calcrios, em consequncia de uma mais intensa capacidade de dissoluo
realizada pela gua contendo cido carbnico.
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As etapas de elaborao, refino, converso e consumo dos combustveis
descarregam poluentes na litosfera, hidrosfera e atmosfera, alm de utilizarem de
recursos naturais como a gua e o ar. Observe a figura abaixo.
Figura 22 - Inter-relao entre as empresas do setor energtico e a natureza (Lora, 2002)
- Crescimento do consumo de energia
O crescimento no consumo total de energia cresceu em mdia entre 0 e 5% de um ano
com relao ao anterior, e teve um crescimento praticamente nulo no incio da dcada
de 1990. Em 1980, consumiu-se cerca de 299,0 ExaJoules (Exa = 1x1018), em 1990,
366,5 ExaJoules, em 1995, 385,7 ExaJoules, em 2000, 421,8 ExaJoules e em 2003,
444,7 ExaJoules, o que representa um aumento de 33% no perodo 1980-2003 (EIA,
2005).
Consumidores de combustveis,
energia trmica e eltrica
Centrais
termeltricas
Elaborao e refino dos
combustveis
Extrao dos combustveis
Centrais
hidreltricas
LITOSFERA HIDROSFERA
ATMOSFERA
Outras
esferas
produtivas
Uso dos recursos Poluio
Uso dos recursosUso dos recursos Poluio
o
Poluio
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A Figura abaixo mostra o crescimento do consumo de energia no mundo ano a
ano para este mesmo perodo.
Figura 23 - Crescimento do consumo de diferentes fontes de energia no mundo de um ano com relao ao anterior para o perodo de 1980-2003 (EIA, 2005)
A energia baseada em fontes nucleares apresentou crescimentos, em mdia,
entre 5 e 10% ao ano na dcada de 1980, chegando a picos de 17,5% e 15% nos anos
de 1984 e 1985, respectivamente. Porm houve uma reduo para um mximo de 4%
ao ano na dcada de 1990, e em 2002 com relao a 2001, este crescimento foi de
1,1%. No ano de 2003 houve uma reduo no consumo mundial de 0,7% com relao
a 2002.
As fontes no convencionais de energia, incluindo principalmente a biomassa,
elica, solar e geotrmica, apresentam no perodo 1980-2003 uma variao mdia de
crescimento de 4% ao ano, apresentando crescimentos de mais de 7% no ano de 1983
e 1989, reduzindo-se a uma queda de 8,5% no ano de 1990 e oscilando novamente em
torno de 4% de crescimento anual at 2003.
Crescimento consumo de energia [%]
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Petrleo Gs natural Carvo Hidreltrica Nuclear Outras Total
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Figura 24 - Torres de gerao de energia elica
Figura 25 - Resduos utilizados para produo de energia (biomassa)
Figura 26 - Resduos utilizados para produo de energia
(biomassa)
O consumo da eletricidade gerada nas hidreltricas e de carvo mineral
apresentou um crescimento mais uniforme nas ltimas duas dcadas, e em mdia de
2% ao ano.
O gs natural, que no binio 1983-1984 ultrapassou em 9% seu crescimento,
nos demais anos manteve uma oscilao entre 0 e 5% ao ano. Porm, a crescente
conscientizao da necessidade de reduo na emisso de gases precursores do
efeito estufa, principalmente o CO2, aliada a um aumento nas reservas provadas
-
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mundiais, cujo valor que era de cerca de 92,7 trilhes de m3 no fim do ano de 1983,
saltou para 141,1 trilhes de m3 no fim do ano de 1993, alcanando 175,2 trilhes de
m3 no fim do ano de 2003, alm da expanso deste combustvel pelos pases em
desenvolvimento, fazem com exista atualmente uma tendncia de crescimento no
consumo deste combustvel.
Figura 27 - Gasoduto
Figura 28 - Chama produzida por gs natural
- Preo do Petrleo
Finalmente, o consumo de derivados de petrleo, aps a crise de energia, nas
dcadas de 1970-1980, quando os preos aumentaram muito, o crescimento foi nulo
ou at mesmo houve uma reduo em seu consumo de um ano para o outro. Aps
este perodo, os derivados de petrleo vm acompanhando os demais insumos
energticos com crescimento na faixa de 0 e 3% ao ano. Deve-se salientar que o
histrico do consumo mundial de petrleo apresenta picos e baixas, sendo esta
diminuio no consumo influenciada por picos momentneos no preo do petrleo, e as
medidas de eficincia energtica tomadas em correspondncia nos pases
desenvolvidos. Isto pode ser observado no grfico abaixo:
-
Energia e Meio Ambiente
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Figura 29 - 1 - Boom do petrleo na Pensilvnia; 2 - Incio das exportaes de petrleo na Rssia; 3 - Incio de produo na Sumatra; 4 - Descoberta de jazidas em Spindletop, Texas, 5 - Medo de escassez nos EUA, 6 -
Crescimento da produo na Venezuela; 7 Desco
As Reservas Mundiais de Energia
Voc acha que as reservas de energia que existem no mundo hoje so
suficientes para garantir a nossa sobrevivncia?
Existem no mundo diversas fontes de energia, mas isso no significa que por
essa razo as pessoas podem gast-la vontade sem os devidos cuidados.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
7 2 3 4 5
6
1 8 9
10 12
11 14
13 US$ por barril
1861 -
69
1870 -
79
1880 -
89
1890 -
99
1900 -
09
1910 -
19
1920 -
29
1930 -
39
1940 -
49
1950 -
59
1960 -
69
1970 -
79
1980 -
89 1990 -
98 Dlar de 1998 Dlar do dia
-
Energia e Meio Ambiente
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Atualmente h uma diversidade de fontes de energia, classificadas em
renovveis e no-renovveis.
Renovveis so aquelas que continuam disponveis depois de utilizadas, isto
, que no se esgotam. Como exemplo, temos a energia solar, a energia dos
vegetais (biomassa), da correnteza dos rios (hidrulica), dos ventos (elica), do
calor interno do planeta Terra (geotrmica), das mars, entre outras.
As no-renovveis, estas so limitadas e demoram milhes de anos para se
formar, isto , se esgotaro e no sero repostas (o petrleo, o gs natural, o
carvo mineral e o urnio, por exemplo).
Os combustveis fsseis (petrleo, carvo mineral e gs natural) so
chamados assim porque so, de fato, derivados de plantas e vegetais mortos,
soterrados com os slidos que formam as rochas sedimentares.
Voc sabia que os combustveis fsseis so a principal fonte de energia
utilizada no mundo hoje?
Em 2002, representavam mais de 85% da matriz energtica mundial, ou seja,
considerando-se todas as fontes utilizadas no mundo e todos os tipos de energia,
o petrleo, o carvo mineral e o gs natural eram responsveis por 86% da
energia gerada. Veja o Grfico abaixo:
Figura 30 Matriz energtica mundial (Fonte: IEA - International Energy Agency - Key World Energy Statistics, 2004 Edition)
Sa
iba
Mais
-
Energia e Meio Ambiente
23
Em seguida vamos conferir alguns dados sobre as reservas mundiais
comprovadas de petrleo, gs natural e carvo e a relao reserva/consumo que indica
o nmero de anos que se esgotariam as mesmas.
Tabela 1 - Reservas comprovadas de petrleo, gs natural e carvo mineral no mundo (BP Statistical, 2004)
Tipo de combustvel Reservas Reservas/Produo, anos
Petrleo (109 Barris) 1.147,7 40,6
Gs natural (1012 m3) 175,8 67,8
Carvo mineral (109 tons) 984,5 192,3
Fiq
ue
Sa
be
nd
o
Gs Natural: uma mistura de hidrocarbonetos leves, que temperatura
ambiente e presso atmosfrica, permanece no estado gasoso.
um gs inodoro e incolor, no txico e mais leve que o ar.
O gs natural uma fonte de energia limpa, que pode ser usada nas
indstrias, substituindo outros combustveis mais poluentes, como leos
combustveis, lenha e carvo. Desta forma ele contribui para reduzir o
desmatamento e diminuir o trfego de caminhes que transportam leos
combustveis para as indstrias.
(Fonte: Compagas (Companhia Paranaense de Gs))
Figura 31 - Gs natural
-
Energia e Meio Ambiente
24
Dessa forma, as reservas atuais de petrleo e gs, mantendo-se a relao entre
a produo e o consumo existentes, se esgotariam em 40,6 e 67,8 anos,
respectivamente (BP Statistical, 2004).
O carvo mineral ser o combustvel mais utilizado nos prximos sculos, pois,
com o ritmo de consumo atual, as suas reservas devem durar 236 anos (BP Statistical,
2004). Porm, cabe ressaltar que o carvo mineral, entre os combustveis fsseis, o
mais poluente.
Ainda baseado neste levantamento, voc pode conferir na tabela abaixo uma
demonstrao da distribuio mundial das reservas de petrleo, gs natural e carvo
mineral, bem como a produo anual destes combustveis.
Fiq
ue
Sa
be
nd
o
Carvo Mineral um combustvel fssil natural extrado da terra por processos
de minerao. um mineral de cor preta ou marrom prontamente combustvel.
composto primeiramente por tomos de carbono e magnsio sob a forma de
betumes. Dos diversos combustveis produzidos e conservados pela natureza sob
a forma fossilizada, acredita-se o carvo mineral, o mais abundante.
Figura 32 - Carvo Mineral
-
Energia e Meio Ambiente
25
Tabela 2 - Distribuio das reservas e da produo de petrleo e gs natural no mundo (BP Statistical, 2004)
Petrleo Gs Natural Carvo Mineral
Reservas Produo Reservas Produo Reservas Produo
109
barril %
mundo 103
barril/dia 1012 m3
% mundo
109 m3/ano
109 tons
% mund
o 106 tons
Amrica do Norte
63,6 5,5 14.229,0 7,3 4,2 766,3 257,8 26,2 1.042,7
Amrica do Sul e Central
102,2 8,9 6.741,0 7,2 4,1 118,6 21,7 2,2 61,5
Europa e Eurasia
105,9 9,2 16.927,0 62,3 35,4 1.023,9 355,7 36,1 1.183,7
Oriente Mdio 726,6 63,3 22.607,0 71,7 40,8 257,7 57,1 5,8 243,5
frica 101,8 8,9 8.401,0 13,8 7,8 141,4 - - -
sia & Oceania
47,7 4,2 7.872,0 13,7 7,7 310,5 292,7 29,7 2.586,4
Mundo 1.147,7 100,0 76.777,0 175,8 100,0 2.618,5 984,5 100,0 5.118,8
Nota-se que as reservas de combustveis fsseis, alm de limitadas, esto
distribudas de uma maneira extremamente desigual entre os diferentes continentes e
regies do mundo, conforme voc pode observar no grfico abaixo:
Figura 33 - Distribuio das reservas de combustveis fsseis pelos diferentes continentes e regies do mundo (BP Statistical, 2004)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Amrica do
Norte
Amrica do Sul
e Central
Europa e
Eurasia
Oriente Mdio frica sia & Oceania
Re
se
rva
s
Petroleo [bilhes de barris] Gs Natural [trilhes de m3] Carvo Mineral [bilhes de toneladas]
-
Energia e Meio Ambiente
26
Isto constitui a causa de conflitos armados, como foram os casos mais recentes
da ocupao de Afeganisto e do Iraque pelos Estados Unidos. interessante
ressaltar que a partir do ano de 2003, o valor do barril de petrleo tem-se elevado
continuamente, passando de US$ 30 para US$ 40 no ano de 2004, e chegando-se a
US$ 70 em novembro de 2005, fechando o ano por volta de US$ 60. Na segunda
metade de 2006 observa-se de novo a tendncia de acrscimo no preo do petrleo
com valores recordes de aproximadamente 75 dlares por barril.
No seu livro O fim do petrleo: o grande desafio do sculo XXI Howard (2006)
apresenta uma viso apocalptica, com enormes doses de pessimismo (e porque no
de realismo?) da vida num mundo sem energia fssil barata. No sculo passado j
consumimos a metade do petrleo existente na terra. O que restou daria para 37 anos,
caso se consiga extrair todo, o que dista de ser real. De acordo com Howard o futuro
da civilizao industrial vai ser turbulento, e devem acontecer mudanas econmicas,
polticas e sociais a una escala pica, que ele chama de Longa Emergncia. Este
perodo vai se caracterizar por uma reduo de todas as atividades da vida cotidiana, o
adeus aos carros, avies, a alta incidncia de conflitos e epidemias. O hidrognio, a
energia nuclear e as fontes renovveis, de acordo com Howard, no podero sustentar
a populao e o modo de vida atual. A viso generalizada do assunto um pouco mais
otimista. Porm, esta publicao deve servir de alerta aos polticos e sociedades a fim
de tomar as medidas requeridas, antes que seja tarde demais.
Veja como a distribuio da gerao de energia por tipo de central utilizada:
Figura 34 - Distribuio da gerao de energia no mundo, segundo a tecnologia empregada
66%
22%
12% 1%
Termeltricas Hidreltricas Nuclear Outras
-
Energia e Meio Ambiente
27
Nesta figura, fica clara a predominncia da gerao por centrais termeltricas. A
maior parte dos combustveis utilizados nestas centrais so fsseis (leos, gs natural
ou carvo mineral) sendo a utilizao de combustveis renovveis (bagao de cana,
licor negro, cascas de madeira) menos sensitivos. A gerao hidroeltrica vem em
segundo lugar, seguido das nucleares e com pouca representao aparecem as
centrais geotrmicas, solar e elicas com 1 % da faixa de gerao.
O consumo e reservas de energia no Brasil
Voc acredita que a energia fundamental para a sobrevivncia? Sabemos que,
na atualidade, a energia tem um papel fundamental na sociedade, pois o consumo de
energia garante a qualidade de vida das pessoas.
A energia um dos insumos bsicos para o desenvolvimento e autossuficincia
de um pas.
O Brasil um pas com potencial hidreltrico, alm de contar com uma estrutura
geolgica privilegiada em comparao com outros pases, com condies de atingir
autossuficincia energtica. Podemos citar tambm como exemplo, o setor petrolfero
brasileiro.
Confira abaixo a tabela que mostra diferentes dados do setor energtico
brasileiro e sua evoluo.
-
Energia e Meio Ambiente
28
Tabela 3 - Dados representativos do setor energtico Brasileiro (BEN, 2005)
Item Ano Valor
Oferta Interna de Energia no Pas [106 tep]
1970 66,9
1980 114,8
1990 142,0
2000 190,0
2004 213,4
Consumo per capita de energia
[tep/habitante]
1990 0,969
2000 1,113
2004 1,175
Dependncia externa em energia [%]
1997 29,0
2000 22,2
2002 14,1
2004 12,8
Produo Nacional de petrleo [103 barris/dia]
1970 164,3
1980 182,0
1990 630,5
2000 1.238,0
2004 1.485,4
Fontes renovveis na matriz energtica brasileira [%] (hidroeletricidade, lenha e carvo vegetal, produtos da cana-de-acar)
1970 59,3
1980 43,3
1990 45,5
2000 38,8
2004 42,0
Potncia eltrica instalada no Brasil [MW]
UHE - Usina hidreltrica; UTE - Usina termeltrica;
UM - Usina nuclear
1990 2000 2004
UHE 45.558 61.063 68.999
UTE 6.835 10.642 19.727
UN 657 2.007 2.007
-
Energia e Meio Ambiente
29
No Brasil o consumo de energia per capita em 2004 apresenta um valor na
ordem de 1,2 tep/hab (aproximadamente igual mdia mundial) e que vem
apresentando um leve aumento. Um ponto interessante a reduo da dependncia
externa em energia sendo em 1997 de 29% e em 2004 de 13%.
Quanto potncia eltrica instalada no Brasil, nota-se um crescimento mais
consistente da termoeletricidade, devido, sobretudo maior disponibilidade de gs
natural, aumentando-se a capacidade instalada destas centrais de 13% em 1990 para
22% do total em 2004.
Como particularidade do setor energtico brasileiro pode-se indicar a alta
porcentagem correspondente ao consumo de fontes renovveis, que j foi de cerca de
60% em 1970 e de 42,0 % em 2004 (BEN, 2005). Deve-se salientar que uma parcela
desta reduo foi efeito da reduo do consumo de lcool automobilstico e,
consequentemente, aumento no consumo de gasolina.
A biomassa e os combustveis derivados como lenha, carvo vegetal, bagao e
lcool etlico, representam 26% do consumo total de energia do Brasil em 2004,
enquanto que a hidroeletricidade representa 16%.
Sa
iba
Mais
As reservas de gs natural so muito grandes, e esse combustvel possui
inmeras aplicaes em nosso dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida das
pessoas.
Conhea melhor as reservas de gs natural no Brasil e tambm no mundo.
Acesse o site e aprenda um pouco mais sobre esse assunto.
Fonte: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/09-Gas_Natural(2).pdf
-
Energia e Meio Ambiente
30
Voc consegue imaginar qual a fonte de energia mais consumida no Brasil?
Pense um pouco e depois confira no texto abaixo.
A figura abaixo permite avaliar o comportamento do consumo final de energia
por fontes, onde podemos mencionar que outras fontes inclui: coque de carvo
mineral, gs de coqueria e alcatro. Nota-se que nos ltimos 30 anos acontece uma
substituio da lenha por derivados de petrleo (principalmente o leo combustvel).
Figura 35 - Consumo final de energia por fontes no Brasil (BEN, 2005)
Percentual por fonte do consumo final de energia no Brasil
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Derivados de petrleo Eletricidade Lenha e carvo vegetal Outros
Bagao de cana Gs natural lcool etlico Carvo mineral
Sa
iba
Mais
Biomassa um material constitudo por substncias de origem orgnica
(vegetal, animal e microrganismos). Plantas, animais e seus derivados so
biomassa. A utilizao como combustvel pode ser feita a partir de sua forma bruta,
como madeira, produtos e resduos agrcolas, resduos florestais, resduos
pecurios, excrementos de animais e lixo. Ao contrrio das fontes fsseis de
energia, como o petrleo e o carvo mineral, a biomassa renovvel em curto
intervalo de tempo.
-
Energia e Meio Ambiente
31
Sa
iba
Mais
- Coque de carvo mineral:
O coque obtido pelo processo de coqueificao, que consiste, em princpio,
no aquecimento a altas temperaturas, em cmaras hermeticamente (exceto para
sada de gases) fechadas, do carvo mineral. No aquecimento s temperaturas de
coqueificao e na ausncia de ar, as molculas orgnicas complexas que
constituem o carvo mineral se dividem, produzindo gases e compostos orgnicos
slidos e lquidos de baixo peso molecular e um resduo carbonceo relativamente
no voltil. Este resduo resultante o coque, que se apresenta como uma
substncia porosa, celular, heterognea, sob os pontos de vista qumico e fsico. A
qualidade do coque depende muito do carvo mineral do qual se origina,
principalmente do seu teor de impurezas.
Sa
iba
Mais
- Gs de coqueria:
Os gases combustveis so gases ou mistura de gases susceptveis de
queimar em presena de ar ou oxignio; so utilizados para a produo de calor. O
conjunto dos gases combustveis so agrupados em famlias de gs cujas
caractersticas de combusto, muito prximas umas das outras, permitem a sua
intercambialidade.
- A primeira famlia de gases compreende o gs de cidade (produzido a partir
da hulha) e o gs de coqueria (gases combustveis ricos em monxido de carbono
e em hidrognio);
- A segunda famlia, os gases naturais, os gases associados ao petrleo,
assim como os gases permutveis com eles;
- A terceira famlia de gases, o gs de petrleo liquefeito (...).
- Alcatro:
O alcatro uma substncia betuminosa, espessa, escura e de forte odor, que
se obtm da destilao de certas matrias orgnicas, principalmente de carvo,
ossos e de algumas madeiras resinosas. Destes tipos, o alcatro de hulha o
produto mais conhecido e comercializado, geralmente por siderrgicas.
-
Energia e Meio Ambiente
32
Voc acha que a energia pode acabar?
Atualmente h uma grande preocupao com o meio ambiente e com as
questes energticas, no s no Brasil, mas no mundo.
Sabemos que no nosso planeta h vrias fontes de energia, mas elas podem
acabar um dia, caso no haja um consumo racional.
A energia solar e a energia elica fazem parte das fontes de energia
inesgotveis. Por outro lado, os combustveis fsseis (derivados do petrleo e do
carvo mineral) possuem uma quantidade limitada em nosso planeta, podendo acabar
um dia. A falta de energia pode gerar graves consequncias para todos, como crises
no setor energtico.
Em 1995, o setor eltrico estava diante de uma grave crise, com riscos de dficit
de energia crescentes que poderiam comprometer o pleno atendimento de mercado e,
consequentemente, inviabilizar o desenvolvimento econmico do Pas. At este
momento, este era um setor monopolizado pelo estado, e no perodo 1995-2000,
passou por profundas mudanas, sendo as principais:
Privatizao das concessionrias que no dispunham de recursos para
investir na expanso do sistema;
Limitao do monoplio da Petrobrs nas esferas de extrao e distribuio
de combustveis;
Desregulamentao do setor;
O Estado passa a realizar funes de rgo regulador atravs da Agncia
Nacional de Petrleo - ANP e da Agncia Nacional de Energia Eltrica -
ANEEL;
Aparece a figura dos produtores independentes, autoprodutores e
concessionrios de servio pblico.
-
Energia e Meio Ambiente
33
Qual o objetivo destas medidas?
Estas medidas tinham como objetivo aumentar a atratividade do setor energtico
e conseguir, no setor privado, os recursos necessrios para satisfazer a crescente
demanda de energia.
E os resultados?
Como consequncia, se esperava que a sociedade acabaria se beneficiando
com a retomada dos projetos paralisados e a viabilizao de novos projetos, j com
recursos oriundos da iniciativa privada, visando, no s o atendimento das crescentes
demandas dos consumidores, como tambm a recuperao dos atrasos existentes no
programa de obras.
A realidade foi muito mais complicada: vrios investidores abandonaram o pas
diante das incertezas de todo tipo em vista, o licenciamento ambiental da maioria das
novas usinas hidreltricas ficou parado por causa das demandas de grupos
ambientalistas e os preos da eletricidade no mercado atacadista de energia
mantiveram um nvel muito baixo. Isto, em paralelo com a continuidade no crescimento
econmico do pas, poderia levar a uma nova crise no fornecimento de energia nos
prximos anos.
Voc sabe como se encontram as reservas de energia do Brasil e o nvel de
qualidade delas?
As reservas de combustveis fsseis de boa qualidade no Brasil no so
grandes. As reservas de petrleo so avaliadas como suficientes para 22 anos,
considerando-se a mesma relao entre a produo e o consumo atuais.
Os maiores potenciais correspondem energia hidrulica e ao carvo mineral. A
energia hidrulica a mais utilizada no Brasil em funo da grande quantidade de rios
em nosso pas.
-
Energia e Meio Ambiente
34
(a)
(b)
Figuras 36 (a) e (b) - Vista area de usinas hidreltrica
O grfico abaixo apresenta as reservas de petrleo, gs natural, carvo mineral,
hidrulica e energia nuclear do Brasil, onde voc poder observar que o potencial
hidrulico est expresso em tep/ano, ou seja, enquanto as demais fontes so
representadas por reservas provadas, a hidroeletricidade considera apenas a
capacidade de gerao anual. Porm, as duas fontes apresentam restries ambientais
fortes.
Figura 37 - Recursos e reservas energticas brasileiras (BEN, 2005)
Obs: 1- Reservas energticas brasileiras: no incluem outros recursos energticos renovveis; 2- Carvo mineral: Coeficientes de converso variveis e admitindo recuperao mdia de 70% e poder calorfico mdio de 3900 kcal/kg; 3- Hidrulica: Referente a energia firme. As reservas de energia hidrulica so
expressas em milhes de tep/ano; 4- Energia Nuclear: Consideradas as perdas de minerao e beneficiamento e sem considerar a reciclagem de plutnio e urnio residual; 5- Equivalncia energtica
em tep: Calculado sobre as reservas medidas/indicadas/inventariadas.
Reservas energticas brasileiras [milhes tep]
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Petrleo Gs natural Carvo
mineral
Hidrulica Energia
nuclear
-
Energia e Meio Ambiente
35
O potencial hidreltrico do Pas, aproveitado somente em 23 %, tem a sua
maior capacidade na regio amaznica, onde a inundao de enormes reas para a
construo dos reservatrios das hidreltricas poderia trazer como resultado uma
catstrofe ambiental de consequncias imprevisveis.
Por outro lado, o carvo brasileiro, caracterizado por altos teores de enxofre e
cinzas, precisaria do amadurecimento das tecnologias limpas para seu
aproveitamento energtico em grande escala.
Fiq
ue
Sa
be
nd
o
A Tecnologia Limpa, ou produo mais limpa, refere-se a uma srie de
atitudes e conceitos aplicados j desde o incio da linha dos produtos e servios.
Exemplo simples e direto da produo limpa a diminuio dos resduos no se
trata de eliminar os resduos depois de produzi-los, mas, desde o incio, de adaptar
as fbricas para eliminar totalmente, ou diminuir de forma relevante, a existncia
destes resduos no ambiente. A meta prioritria, nesse sentido, a no-gerao
destes resduos isto porque a sua eliminao, por si s, tambm polui e no
contribui tanto para o meio ambiente. Em tempos de crise e na busca por energia
limpa e mais eficiente, a GM (, aquela que t quebrada e metendo a mo na grana
do governo americano para se salvar) se uniu Segway (uma empresa
especializada em tecnologia "limpa") para lanar um veculo de duas rodas,
econmico e no poluente.
Figura 38 - Veculo no poluente
Fonte: http://www.pucminas.br/trilhas/index_padrao.php?pagina=2384
-
Energia e Meio Ambiente
36
A Energia e o Efeito Estufa
Quem que j no ouviu falar desse assunto? Este tem sido um dos viles da
poluio e do aquecimento do nosso planeta. Voc pode observar na figura abaixo que
o acrscimo da temperatura mdia da Terra consequncia do aumento da
concentrao atmosfrica de alguns gases, tais como o gs carbnico (CO2), os
clorofluorcarbonos (CFCs), o metano (CH4), o xido nitroso (N2O), entre outros. Estes
gases so conhecidos como gases estufa e capturam parte da radiao infravermelha
que a terra devolve para o espao, provocando o aumento da temperatura atmosfrica
com as decorrentes mudanas climticas.
Figura 39 - O efeito estufa
-
Energia e Meio Ambiente
37
Voc sabe quem identificou o Efeito Estufa?
O efeito estufa foi identificado pelo Francs Jean Fournier no sculo XIX. O
cientista Suedes Svante Arrhenius chamou a ateno sobre os possveis impactos
ambientais da duplicao do contedo de CO2 na atmosfera, j em 1896 (MARKHAM,
1994).
No ano de 1938, num artigo titulado The artificial production of carbon dioxide
and its influence on temperature, o cientista Callendar G. chegou concluso que a
utilizao dos combustveis fsseis tem a propriedade de aumentar as concentraes
atmosfricas de CO2. Assim, antes da revoluo industrial a concentrao mdia de
CO2 na atmosfera era de 280 ppm, em 1990 354,2 ppm e em 2005 379,6. Cada um
dos gases apresenta uma porcentagem de contribuio ao aquecimento global.
Podemos observar isso no grfico abaixo:
Figura 40 - Contribuies relativas dos diferentes gases estufa ao aquecimento global
Voc pode observar que a maior contribuio corresponde ao dixido de
carbono (CO2), seguido dos clorofluorcarbonos (CFCs) e do metano (CH4).
Cada tonelada de metano equivale a aproximadamente 21 toneladas de dixido
de carbono desde o ponto de vista do efeito estufa causado, indicador este que se
denomina potencial de aquecimento global (GWP-Global Warming Potential).
70%
27%3%
CO2 CH4 N2O
-
Energia e Meio Ambiente
38
As fontes antropognicas de cada um dos gases de efeito estufa so mostradas
na tabela abaixo:
Tabela 4 - Fontes antropognicas dos gases estufa (ROSSWELL, 1991)
Gases estufas Fontes antropognicas
CO2 Combusto de combustveis fsseis;
Desmatamento / mudanas no uso da terra.
CFCs
Espuma plstica para embalagens;
Refrigerantes (freon, etc);
Solventes;
aerosol spray propelentes.
CH4
Cultivo de arroz;
Ruminantes;
Combusto de combustveis fsseis;
Queima de biomassa;
Vazamento de gs natural.
N2O
Fertilizantes;
Queima de biomassa;
Converso da terra para fins de agricultura;
Combusto de combustveis fsseis.
Dic
ion
ri
o
FONTES ANTROPOGNICAS
Fontes antropognicas ou materiais antropogncios so aqueles derivados de
atividades humanas, em oposio a aqueles que ocorrem em ambientes naturais
sem influncia humana.
-
Energia e Meio Ambiente
39
Ser que a emisso dos gases estufa a mesma em todos os pases? Confira
isso observando a tabela abaixo:
Figura 41 - Emisses mundiais de CO2 baseada no consumo e queima de combustveis fsseis (EIA, 2005)
Da mesma forma que desigual o consumo de energia entre os distintos
continentes e pases do mundo, tambm como consequncia, as emisses de CO2
esto desigualmente distribudas. A Amrica do Norte, Europa e sia e Oceania juntas,
correspondem 75 % das mesmas, conforme pode ser observado na figura abaixo.
Ainda se referindo ao relatrio da EIA (2005), a intensidade das emisses de
CO2 atmosfera no Brasil e em alguns pases da Amrica do Sul, Central e Norte,
alm da Europa e sia so apresentadas na tabela a seguir:
Emisso de CO2 mundial
[porcentagem total e milhes de toneladas de CO2]
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Amrica do
Norte
Amrica Central
e do Sul
Europa
Ocidental
Europa Oriental
& Ex-Unio
Sovitica
Oriente Mdio frica sia & Oceania
0,0
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
5.000,0
6.000,0
7.000,0
8.000,0
9.000,0
-
Energia e Meio Ambiente
40
Tabela 5 - Emisses de CO2 de alguns pases e regies baseada no consumo e queima de combustveis fsseis (EIA, 2005)
Regio ou Pas Milhes de toneladas de CO2 % total
[2003] 1980 1990 2000 2003
Cuba 31,5 35,4 32,5 34,4 0,1%
Colmbia 39,1 40,8 58,5 52,1 0,2%
Chile 23,9 31,4 55,1 53,8 0,2%
Coria do Norte 109,8 123,0 68,7 70,4 0,3%
Argentina 92,4 100,3 136,9 129,5 0,5%
Venezuela 91,5 108,3 133,5 140,9 0,6%
Brasil 186,8 222,7 345,4 351,5 1,4%
Austrlia 198,3 262,8 355,7 376,8 1,5%
Mxico 231,4 300,1 380,0 404,7 1,6%
Frana 487,9 370,4 399,8 409,2 1,6%
Itlia 366,7 413,4 444,0 465,5 1,8%
Coria do Sul 126,5 234,3 437,8 469,5 1,9%
Reino Unido 608,3 598,6 550,8 564,6 2,2%
Canad 452,5 478,6 566,1 600,2 2,4%
Alemanha 1.052,9 979,6 845,3 842,0 3,3%
frica 534,5 717,9 881,0 957,9 3,8%
ndia 299,8 588,2 997,7 1.024,8 4,1%
Oriente Mdio 494,7 729,9 1.086,5 1.203,2 4,8%
Japo 937,5 1.011,0 1.167,1 1.205,5 4,8%
Rssia - - 1.555,1 1.606,4 6,4%
Antiga Unio Sovitica 3.027,5 3.792,2 - - -
China 1.434,5 2.241,2 3.032,8 3.541,0 14,1%
Estados Unidos 4.754,5 5.001,5 5.814,6 5.802,1 23,1%
Mundo 18.313,1 21.402,2 23.849,0
25.162,1
Apesar da porcentagem do total mundial de emisses dos pases da Amrica do
Sul e Central serem baixas, pode-se constatar que no perodo 1980-2003, Chile, Brasil
e Mxico aumentaram seus valores em de 56%, 47% e 43%, respectivamente.
Pases emergentes como Coria do Sul, ndia e China aumentaram,
respectivamente, em 73%, 71% e 59% (neste mesmo perodo, a Coria do Norte
reduziu suas emisses em 56% como consequncia da profunda crise econmica que
-
Energia e Meio Ambiente
41
atravessa), enquanto que o Oriente Mdio e a frica tambm aumentaram nas taxas de
59% e 44%.
Estados Unidos da Amrica, o grande vilo na emisso de CO2
Os Estados Unidos, que em 2003 representava 23% do total de emisses de
CO2 no mundo, cresceu no perodo 1980-2003 cerca de 18%, o que levou a um
aumento de 18.313,1 milhes de toneladas de CO2 em 1980 para 25.162,1 milhes de
toneladas de CO2 em 2003, resultando em um acrscimo das emisses no mundo de
27 %.
Um estudo sobre mudanas climticas mundiais, realizado pelo
Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC - avaliando a emisso de CO2
para diferentes atividades econmicas mostra que as fontes originadas de
combustveis fsseis compem a maior parcela (IPCC, 2005). Este estudo compara as
diferentes fontes de emisso (gerao de energia, indstria, bioenergia) com relao
ao valor destas emisses anuais, como voc pode observar na tabela abaixo.
Tabela 6 - Dados das emisses de CO2 por processo ou atividade industrial de grandes fontes estacionrias mundiais com mais de 0,1 milho de toneladas de CO2 por ano [MtCO2 por ano]. (IPCC, 2005)
Tipo de combustvel Tipo de processo Nmero de fontes Emisses [MtCO2/ano]
Combustveis fsseis
Central trmica 4.942 10.539
Produo de cimento 1.175 932
Refinarias de petrleo 638 798
Indstrias siderrgicas 269 646
Indstrias petroqumicas
470 379
Processamento de petrleo e gs natural
- 50
Outras fontes 90 33
Biomassa Bioetanol e bioenergia 303 91
Total 7.887 13.466
Neste mesmo relatrio, so apresentados dados com relao a fatores de
emisso de CO2 para diferentes combustveis confira na tabela abaixo:
-
Energia e Meio Ambiente
42
Tabela 7 - Fatores de emisso de CO2 para diferentes combustveis (IPCC, 2005)
Combustvel Poder Calorfico Superior (PCS), MJ/kg Fator de Emisso gCO2MJ-1
Carvo Mineral
Antracita 26,2 96,8
Carvo Betuminoso 27,8 87,3
Sub-Betuminoso 19,9 90,3
Lignita 14,9 91,6
Bio-combustvel
Lenha seca 20,0 78,4
Gs Natural kJm-3
37,3 50
Derivados de Petrleo MJm-3
leo combustvel leve (#1,2 e 4)
38.650,00 68,6
leo combustvel pesado (# 5 e 6)
41.716,00 73,9
Querosene 37.622,00 67,8
GLP (Composio mdia)
22.220,00 59,1
Gasolina Automotiva 69,3
O que podemos fazer para diminuir o Efeito Estufa?
Algumas medidas podem ser tomadas, como estas:
Eficincia e conservao de energia;
Substituio de combustveis;
Desenvolvimento de novas fontes alternativas de energia;
Acrscimo da potncia instalada de centrais nucleares;
Captura e deposio do CO2, e
Reduo de queimadas.
Figura 42 - Torres elicas
Figura 43 - Bomba de biodiesel
-
Energia e Meio Ambiente
43
Mas como podemos obter a eficincia energtica?
A eficincia energtica obtida tanto pela inovao tecnolgica, atravs da
introduo de novos produtos, mquinas ou tecnologia de menor consumo energtico,
como por novas formas de gesto do processo produtivo. O desenvolvimento
tecnolgico tem tornado possvel a introduo de novas tecnologias no mercado.
Lmpadas e motores mais eficientes, novos eletrodomsticos e sistemas de
automao, que otimizam a gerao, transporte e distribuio de energia, novos
dispositivos eletrnicos de administrao da carga pelo lado da demanda e tantos
outros avanos tecnolgicos que implicam em melhor uso da energia eltrica.
Figura 44 - Eletrodomsticos com selo PROCEL
Destaque-se, ainda, o enorme potencial para cogerao, entendido como
gerao simultnea de potncia eltrica e trmica, pouco explorado em nosso pas.
Mais adiante falaremos sobre a Cogerao de energia com maiores detalhes.
Como resultado da emisso de gases de efeito estufa temos:
Reduo da biodiversidade;
Alterao do ciclo hidrolgico e da vazo dos rios;
Alteraes na produtividade de diferentes cultivos;
Aumento do nvel de oceanos, e
-
Energia e Meio Ambiente
44
Aumento da incidncia de doenas, entre outros.
Figura 45 - Plantao destruda por chuva de
granizo
Figura 46 - Vtima das alteraes climticas
Durante o estudo, O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e o Financiamento
do Desenvolvimento Sustentvel no Brasil (Motta et al., 2000), mais de 40
oportunidades de reduo das emisses de gases de efeito estufa GEE foram
revisadas numa variedade de setores dentro do estudo de caso dos trs pases : Brasil,
China e ndia . Confira na tabela abaixo:
Tabela 8 - Oportunidades selecionadas de reduo das emisses de GEE no Brasil, China e ndia (Motta et al., 2000)
- Gerao de energia convencional:
- Ciclo combinado de turbinas a gs;
- Melhoria da tecnologia de gerao de eletricidade a partir do carvo.
- Mudana de combustvel:
- Recuperao e uso de metano na explorao do carvo;
- Cogerao de eletricidade em indstrias qumicas e petroqumicas;
- Gaseificao de madeira e resduos de celulose;
- Cogerao de eletricidade baseada em bagao.
-
Energia e Meio Ambiente
45
- Aplicaes industriais:
- Grande variedade de possveis melhoras na eficincia de caldeiras, motores e
outros equipamentos;
- Processos modernos de economia de energia nas indstrias de cimento, ferro e
ao.
- Uso de fontes renovveis:
- Ampliao do uso de energia da biomassa;
- Energia elica;
- Aplicaes solar-termal e solar-fotovoltaicas;
- Hidroeletricidade em pequena escala;
- Bombas de irrigao movidas a energia elica.
- Opes florestais - Plantaes silvcolas para celulose, lenha e carvo:
- Manejo sustentvel de florestas em terras pblicas e privadas;
- Projetos comunitrios agroflorestais.
Como seria de se esperar, as oportunidades de reduo mais significativas para
todas as naes foram quelas relacionadas com a gerao de energia tanto no setor
industrial quanto nos servios industriais de utilidade pblica. Mesmo que o objetivo no
longo prazo de estabilizar as concentraes de GEE em nveis seguros venha
finalmente implicar dependncia substancial de fontes de energia renovveis, a
realidade que muito do aumento em curto prazo de gerao de energia basear-se-
no uso de combustveis fsseis, especialmente de carvo.
As projees feitas para a ndia, por volta de 2007, mostram que a demanda de
carvo aumentou em cerca 60% devido ausncia de novas polticas.
Na China, usinas termeltricas a carvo iro responder por 60% a 70% da
capacidade de gerao de eletricidade, mesmo com a capacidade total triplicando ao
redor de 2020 (Motta et al., 2000).
-
Energia e Meio Ambiente
46
Tabela 9 - Comparao das emisses de CO2 durante a gerao de eletricidade com diferentes combustveis (FIESP/CIESP, 2001)
Combustvel Emisses [kg CO2/kWh] Condies
Bagao de cana-de-acar
0,057 - 0,11 Ciclo completo incluindo
energia indireta dos equipamentos e insumos
Madeira 0,0465 Ciclo completo incluindo
energia indireta dos equipamentos e insumos
leo combustvel 0,87 Somente queima do
combustvel
Gs natural 0,38 Somente queima do
combustvel
Ser possvel remover o CO2 da atmosfera?
Uma opo tecnicamente possvel, porm cara, para alcanar redues
significativas das emisses de gases de efeito estufa extrair o CO2 dos gases de
exausto da chamin de grandes centrais trmicas com combustveis fsseis, e isolar
esta parcela de CO2.
Esta estratgia de descarbonizao dos gases de exausto em grande parte
cara por causa das despesas associadas com a separao do CO2 dos gases (a
concentrao mdia de 8 a 15% em volume).
Uma alternativa muito mais promissora envolve a descarbonizao do
combustvel: a produo de hidrognio ou de um combustvel rico em hidrognio
produzido a partir de um combustvel rico em carbono. A vantagem da
descarbonizao do combustvel em relao descarbonizao dos gases de
exausto o benefcio econmico direto da venda de eletricidade.
Voc sabia que no Brasil o setor de transporte responde por volta de 42% do
total das emisses de CO2? E isto consequncia do fato da matriz energtica estar
baseada na hidroeletricidade.
-
Energia e Meio Ambiente
47
Observe a tabela abaixo:
Tabela 10 - Comparativo das emisses de CO2 e o percentual correspondente ao setor de transporte (Klabin, 2000)
Descritor Brasil Japo UE EUA Mxico ndia China Rssia
kg CO2/US$*PIB (1990
US$) 0,33 0,46 0,51 0,85 0,51 0,73 0,92 2,24
CO2 per capita [t
CO2/hab] 1,81 9,17 8,55 19,88 3,46 0,86 2,51 10,44
Total CO2 [milhes de t
CO2] 287 1151 3180 5229 328 803 3007 1548
Emisses dos meios de
transporte [milhes de t
CO2]
119 252 828 1580 101 112 167 108
% emisses dos meios
de transporte 41,5 21,9 26,0 30,2 30,8 13,9 5,6 7,0
EU- Unio Europia; EUA- Estados Unidos;
Se comparado com a mdia percentual mundial de emisso de CO2 em meios
de transporte, nota-se que este o setor que mais deve ser melhorado na matriz
energtica brasileira.
Alm do CO2, outro gs estufa cujo teor aumenta constantemente na atmosfera
o metano (CH4).
O metano um gs que tem fontes biognicas, tais como os pntanos, os
resduos animais, as plantaes de arroz, os aterros sanitrios, etc. Das emisses
totais, 2/3 tm um carter antropognico, ou seja, aquelas provocadas pela ao do
homem (ROTSMAN et. al., 1992).
-
Energia e Meio Ambiente
48
De olho na Atmosfera!
No de hoje que esta concentrao de gases na atmosfera vem sendo
observada. Desde 1978, a taxa observada do aumento da concentrao de metano na
atmosfera, tem variado na faixa de 14 - 17 ppbv (partes por bilho em volume), ou em,
aproximadamente, 0,9 % ao ano.
O processo de remoo do CH4 atmosfrico consiste em sua oxidao
fotoqumica por radicais hidroxlicos na troposfera. Como o efeito estufa causado pelo
consumo de energia, principalmente quando se queima combustvel fssil, importante
analisar o peso dos diferentes sistemas de gerao eltrica.
Sa
iba
Mais
Figura 47- Atmosfera
Os gases combustveis so gases ou mistura de gases susceptveis de
queimar em presena de ar ou oxignio; so utilizados para a produo de calor. O
conjunto dos gases combustveis agrupado em famlias de gs cujas
caractersticas de combusto, muito prximas umas das outras, permitem a sua
intercambialidade.
-
Energia e Meio Ambiente
49
Nota-se claramente que os pases da Amrica Latina e do Caribe apresentam
uma capacidade hidreltrica instalada bem superior a outras formas de energia.
Isso pode ser visto analisando a figura apresentada abaixo:
Figura 48 - Gerao mundial de energia eltrica por tipo de central utilizada
Figura 49 - Gerao mundial de energia eltrica em relao ao tipo de central empregada (OECD 2006)
Amrica Latina e Caribe
frica
Oriente Mdio
Antiga Unio Sovitica
sia e Austrlia
Amrica do Norte
Europa
Gerao mundial de energia eltrica por tipo de central utilizada
Hidreltrica Termeltrica Nuclear Outras
-
Energia e Meio Ambiente
50
Sabemos que a tendncia que o consumo de energia eltrica aumente. E a
consequncia disso o aumento da poluio.
Nos pases em desenvolvimento, a tendncia de aumento no consumo de
energia eltrica devido ao processo de crescimento econmico. Como a construo de
novas usinas hidreltricas de grande porte apresenta riscos ambientais, alm do que o
prazo de concluso maior se comparado a centrais trmicas, a participao da
gerao de energia por centrais termeltricas tende a aumentar, trazendo consigo um
aumento nas emisses de CO2 e todos os outros poluentes desta tecnologia de
gerao. O que pode ser feito ento?
de vital importncia procurar utilizar, nestes pases, tecnologias mais eficientes
e limpas, em associao a usos mais racionais de energia a fim de diminuir o efeito
estufa.
Fiq
ue
Sa
be
nd
o
Quer reduzir sua conta de luz???
O site de Furnas possui um simulador de gastos com energia eltrica.
Clique: http://www.furnas.com.br/simulador/
Figura 50 - Poluio Figura 51- Tomada
-
Energia e Meio Ambiente
51
PASES EM DESENVOLVIMENTO:
So aqueles nos quais, devido a diversas carncias estruturais, uma parte
importante de sua populao vive em situao de pobreza, sem ter acesso a
condies mnimas de alimentao, sade, educao moradia e/ou servios
bsicos. A definio de pas em desenvolvimento veio substituir a expresso pas
do Terceiro Mundo.
Dentro deste grupo encontramos pases como Brasil, Mxico e ndia que
possuem IDH mdio/alto, com setores econmico, cientfico e industrial
desenvolvidos. No outro extremo, tambm so considerados pases em
desenvolvimento pases muito pouco desenvolvidos em termos de gerao de
dinheiro, desenvolvimento humano, vulnerabilidade econmica e alimentar.
PASES DESENVOLVIDOS
Quando nos referimos a pases desenvolvidos falamos sobre pases que
conseguiram um alto ndice de industrializao, e que desfrutam de um alto
padro de vida, possvel graas riqueza e tecnologia, esta tem um papel
fundamental no nvel de desenvolvimento de determinado pas.
Os pases desenvolvidos so diferentes dos subdesenvolvidos porque: seus
habitantes possuem uma melhor qualidade de vida; utilizam seus recursos de tal
forma que sejam suficientes para atender s necessidades do pas; a qualidade
dos seus produtos manufaturados elevada; tm ordem econmica; os servios
so bem distribudos no pas e entre as pessoas e, acima de tudo, a populao
trabalha de forma totalmente eficaz.
Os pases mais desenvolvidos so principalmente grande parte dos pases
europeus, Estados Unidos, Canad, Japo, Austrlia e Nova Zelndia.
Sa
iba
Mais
-
Energia e Meio Ambiente
52
Voc j ouvir falar do Protocolo de Kyoto?
Em dezembro de 1997, em Kyoto (Japo), 160 pases alcanaram um acordo
que limita legalmente as emisses de gases estufa nos pases industrializados. Assim,
no perodo de 2008 a 2012, a reduo ser em mdia de 5%. Os Estados Unidos
aceitaram uma reduo de 7%, a Unio Europeia de 8% e o Japo de 6%. Ficou a
incerteza acerca da quantificao dos "sumidouros" de carbono nas florestas.
Teoricamente, desejvel outorgar "crditos" pelo carbono acumulado (sequestrado)
nas florestas, e incluir as emisses de CO2, produto do desmatamento no inventrio de
emisses. O artigo 3 do Protocolo permite aos pases realizarem ajustes no seu
inventrio de gases de efeito estufa, considerando as mudanas no uso da terra e
atividades florestais que tenham acontecido desde 1990.
Alguns cientistas opinam que no existe suficiente conhecimento do processo de
remoo do carbono na atmosfera pelas florestas, e sobre os mtodos de realizao do
inventrio de florestas (EST, 1998).
Embora os pases participantes tenham concordado em relao necessidade
de reduo das emisses de gases de efeito estufa, as negociaes em Kyoto foram
muito difceis. O cientista Brasileiro Jos Goldemberg, que participou da Conferncia,
considera como causa das dificuldades as seguintes proposies (GOLDEMBERG,
1997):
Considerveis interesses econmicos envolvidos, sobretudo dos produtores
de carvo e petrleo, dentro e fora dos Estados Unidos;
A posio da Unio Europeia, que pode reduzir mais facilmente suas
emisses que o Japo e os Estados Unidos;
A posio do governo Americano, que parece disposto a tomar medidas
para evitar o efeito estufa, mas fortemente pressionado pelo Senado, que
pretende que os pases em desenvolvimento sejam submetidos s mesmas
limitaes que os Estados Unidos;
-
Energia e Meio Ambiente
53
A posio do Grupo dos 7 e da China, que desejam estabelecer limites para
os pases ricos, ficando estes isentos de qualquer limitao, que possa
impedir seu crescimento econmico.
O fsico Jos Goldemberg um dos
principais cientistas brasileiros especializado em
produo de energia. Foi reitor da Universidade
de So Paulo, secretrio de meio ambiente do
governo paulista e ministro da Educao. Em
2008, recebeu o Prmio Planeta Azul,
considerado o Nobel do Meio Ambiente.
Figura 52 - Jos Goldemberg
O Brasil props em Kyoto a criao de um Fundo de Desenvolvimento Limpo, a
fim de que os pases desenvolvidos contribuam para a reduo das emisses de gases
estufa nos pases em desenvolvimento.
O Protocolo de Kyoto foi aberto para assinatura em 16 de maro de 1998. Foi
prevista a sua entrada em vigor 90 dias aps a sua ratificao por pelo menos 55
Partes da Conveno, incluindo os pases desenvolvidos que contabilizaram pelo
menos 55% das emisses totais de dixido de carbono em 1990 desse grupo de
pases industrializados. (MCT, 2004)
Aps um longo perodo de indefinies, a Rssia finalmente formalizou a
ratificao ao Protocolo de Kyoto no dia 04 de novembro de 2004. A documentao
oficial de ratificao ao Protocolo foi enviada Conveno Quadro das Naes Unidas
em Mudana Global do Clima - CQNUMC. A ratificao russa permitiu que o Protocolo
entrasse em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Oficialmente, o protocolo passou a
Fiq
ue
Sa
be
nd
o
-
Energia e Meio Ambiente
54
vigorar no prazo de 90 dias aps o recebimento dos documentos pelo Secretrio Geral
das Naes Unidas, em Nova York.
Com a entrada da Rssia, mesmo sem a adeso dos EUA (maiores emissores
mundiais, com 36% das emisses globais de gases de efeito estufa), o Protocolo de
Kyoto atende aos requisitos necessrios e passa a vigorar, com a ratificao de 125
pases que juntos emitem 61,6% do total de gases de efeito estufa.
Tal fato refletiu diretamente no mercado internacional de crditos de carbono,
provocando um aumento gradual e significativo no preo e no volume dos crditos
transacionados (expressos em toneladas de CO2 equivalente) na Bolsa do Clima de
Chicago, a partir da semana do dia 25 de outubro de 2004 (incio do processo de
ratificao pela Rssia).
Por outro lado, e de uma forma bastante bsica, um projeto de Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo - MDL uma atividade que diretamente responsvel pela
diminuio das emisses de um ou mais dos seis gases acordados pelo Protocolo,
implementado em um pas em desenvolvimento e que atenda aos requisitos impostos
pela Conveno. Esses projetos so normalmente referenciados pelo nmero de
toneladas equivalentes de carbono que reduzem, nos quais cada um dos gases
evitados tem um potencial diferente, avaliados em termos de uma quantidade de
toneladas de gs carbnico com equivalente potencial de efeito estufa (CO2 eq.). Esta
converso feita com uso do Potencial de Aquecimento Global, cujos valores podem
ser vistos na tabela abaixo:
Tabela 11 - Potencial de aquecimento global de GEE acordados no Protocolo de Quioto
Gases do Efeito Estufa Origem mais comum GWP [t CO2 eq.]
Dixido de Carbono (CO2) Queima de combustveis fsseis 1
Metano (CH4) Minerao, aterros, gado, degradao de matria
orgnica 21
xido Nitroso (N2O) Fertilizantes, queima de combustveis fsseis (ex: 310
-
Energia e Meio Ambiente
55
transporte)
Hidrofluor Carbono (HFCs) Processos Industriais (refrigerao/ar condicionado) 11.700 a 140
Perfluor Carbono (PFCs) Processos Industriais (em subst. aos HFCs) 9.200 a 6.500
Hexafluoreto de Enxofre (SF6) Fluido Dielctrico, longo tempo de vida, 3.200 anos 23.900
Qual o objetivo do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo)?
Figura 53 Recursos disponveis e gerao de energia
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) ou Clean Development
Mechanism (CDM) tem o objetivo de: buscar a reduo de emisses de gases do efeito
estufa nos pases em desenvolvimento, na forma de sumidouros, investimentos em
tecnologias mais limpas, eficincia energtica e fontes alternativas de energia.
Nesse mecanismo, so essenciais as Redues Certificadas de Emisso
(RCEs) que confirmem a reduo das emisses e que representem adicionalidade
que ocorreria na ausncia da atividade certificada de projeto.
O mecanismo de Implementao Conjunta (ou Joint Implementation - JI) implica
constituio e transferncia do crdito de emisses de gases do efeito estufa, do pas
em que o sumidouro ou o projeto ambientalmente otimizado est sendo implementado
-
Energia e Meio Ambiente
56
para o pas emissor. Este pode comprar crdito de carbono e, em troca, constituir
fundos para projetos a serem desenvolvidos em outros pases. Para o CO2, CH4 e N2O,
foi negociado durante a Conferncia de Kyoto que para o horizonte compreendido entre
os anos de 2008 e 2012 as emisses sejam reduzidas em 5,2%, na mdia, em relao
aos nveis de 1990 (FIESP/CIESP, 2001).
Para ser elegvel a qualificar como uma atividade de JI e receber os crditos de
emisso, os projetos tm que satisfazer os seguintes critrios:
O projeto deve ser empreendido entre os pases Anexo 1 do Protocolo de
Kyoto;
A atividade do projeto deve ser de um tipo que resulta em uma reduo em
emisses pelas fontes ou encarecimento da remoo atravs de
sumidouros;
O projeto leva a uma reduo ou acrscimo das emisses de GEE que
adicional a situao correspondente ausncia do projeto;
A participao de ambas as partes deve ser voluntria e aprovada por cada
parte;
O projeto deve ser suplementar a aes j em curso pelos pases para
reduzir as emisses de gs de efeito estufa.
No COP 6 (Conferncia das partes 6) os pases do Anexo 1 concordaram em
abster de usar unidades de reduo de emisso gerado de instalaes nucleares para
alcanar os seus compromissos, como tambm afirmaram o uso limitado de atividades
de silvicultura para reduzir emisses.
O MDL tem dois objetivos principais:
- diminuir o custo global de reduo de emisses de gases lanados na
atmosfera e que produzem os gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo,
- tambm apoiar iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentvel em
pases em desenvolvimento.
-
Energia e Meio Ambiente
57
Inicialmente, importante relembrar que, no Protocolo de Quioto, a criao do
instrumento de MDL e suas normas e condies para implementao so definidas no
Artigo 12, que estabelece que: (CEBDS, 2004)
O objetivo dos MDL possibilitar que os pases do Anexo 1 cumpram seus
compromissos, j quantificados, de reduo de emisses e, ao mesmo
tempo, propiciar que os pases menos industrializados (do no-Anexo 1)
reduzam emisses e promovam o desenvolvimento sustentvel.
Todas as atividades de MDL devero obedecer s diretrizes e orientaes
de um Conselho Executivo, o Executive Board, designado pelos pases
membros do Protocolo em reunio da COP.
Os pases do no-Anexo I que desenvolverem projetos de MDL que
resultem em reduo de emisses quantificadas e certificadas podero
comercializ-las para os pases do Anexo I, que podero computar esse
volume como abatimento nas suas quantidades de emisses a serem
reduzidas.
A reduo de emisses quantificadas, resultante de projetos de MDL,
dever ser certificada por entidades operacionais independentes,
designadas como certificadoras pela reunio da COP, que dever tambm
definir todos os procedimentos de auditorias de verificaes para assegurar
a transparncia e a prestao de contas dos projetos.
Os projetos de MDL e a aquisio das Redues Certificadas de Emisses -
RCEs podem envolver entidades privadas ou pblicas.
Esses objetivos simultneos refletem a necessidade de ao coordenada entre
pases desenvolvidos e em desenvolvimento, que, apesar de posicionamentos
distintos, dividem o objetivo comum de reduzir o acmulo de destes gases.
Alguns benefcios para o desenvolvimento sustentvel associados a potenciais
projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo so apresentados na tabela abaixo:
-
Energia e Meio Ambiente
58
Tabela 12 - Benefcios para o desenvolvimento sustentvel associados a potenciais projetos de MDL (Motta et al., 2000)
Benefcios Ambientais Potenciais Projetos de MDL
Qualidade do Ar
Muitas opes alternativas de gerao e cogerao de energia levam a redues substanciais de partculas, CO2 e SO2, fuligem e NOX. Tecnologias renovveis como a elica e a solar eliminam completamente esses poluentes.
Qualidade da gua
As fontes de energia solar e elica oferecem ganhos indiscutveis em comparao com alternativas convencionais. O uso da tecnologia do digestor anaerbio em reas industriais poderia simultaneamente tratar a gua servida e fornecer gs natural.
Disponibilidade de gua A administrao de floresta sustentvel poderia proteger contra a escassez de gua, especialmente se praticada numa rea extensa.
Conservao do Solo
O manejo sustentvel de florestas poderia ter um impacto positivo significativo na conservao do solo, especialmente se praticado numa rea extensa. Novas plantaes silvcolas podem reduzir a eroso do solo, dependendo do uso da terra disponvel. Projetos de reflorestamento em bacias hdricas-chave podem impedir assoreamento.
Lixo Slido Tecnologias alternativas de combusto reduzem ou eliminam resduos slidos, em alguns casos criando subprodutos comercializveis.
Rudo A substituio de bombas a diesel por bombas movidas a energia elica leva a uma reduo substancial de rudo.
Preveno/Proteo contra Enchentes
O reflorestamento em bacias hidrogrficas poderia eliminar ou controlar o risco de enchentes.
Proteo da Biodiversidade
O manejo sustentvel de florestas oferece benefcios substanciais comparativamente s prticas atuais de extrao de madeira. A cogerao e as tecnologias renovveis reduzem algumas presses derivadas da minerao.
O Ciclo de Vida do Projeto de MDL se compe necessariamente das seis etapas
abaixo descritas, para que possa efetivamente gerar os crditos de carbono esperados:
(Alves et al., 2006)
Elaborao do Documento de Concepo do Projeto - DCP (Project Design
Document - PDD);
Validao/Aprovao;
-
Energia e Meio Ambiente
59
Registro;
Monitoramento;
Verificao/Certificao; e
Emisso e aprovao das RCEs.
Resumidamente, um projeto pode ser desenvolvido como um projeto de
MDL, se atender aos seguintes requisitos (Alves et al., 2006):
Participao voluntria;
Aprovao do pas no qual essas atividades sero implementadas;
Estar de acordo com os objetivos de desenvolvimento sustentvel definidos
pelo pas no qual as atividades do projeto forem desenvolvidas;
Reduzir as emisses de gases de efeito estufa de forma adicional ao que
ocorreria sem a execuo do projeto de MDL;
Contabilizar o eventual aumento de emisses de gases de efeito estufa que
ocorrerem fora dos limites das atividades do projeto e que sejam
mensurveis e atribuveis a este;
Considerao da opinio de todos os atores que sofrero os impactos das
atividades do projeto (que devem ter voz ativa ao longo do ciclo de vida do
projeto);
No levar a impactos colaterais negativos no meio ambiente local;
Proporcionar benefcios mensurveis, reais e de longo prazo, relacionados
com a mitigao da mudana do clima;
Estar relacionado aos gases e setores definidos no Anexo A do Protocolo
de Quioto ou se referem s atividades de projetos de reflorestamento e
florestamento
Os projetos de Biomassa so uma presena significativa entre os projetos de
MDL, como pode ser visto no grfico abaixo:
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Energia e Meio Ambiente
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Figura 54 - Grfico de distribuio do projeto de MDL por tipo (Alves et al., 2006)
Observando a distribuio quantitativa dos projetos de biomassa, nota-se que
estes equivalem a mais da metade dos de MDL 55% dos que esto sendo
atualmente desenvolvidos (51 entre 92 projetos). Voc sabia que essas iniciativas
fazem uso de vrias tecnologias? Desde gaseificao, uso de resduos agrcolas,
aproveitamento de resduos de serrarias, aumento do potencial de Cogerao em
usinas de acar e lcool, biodigesto de efluentes, produo de biodiesel (estes
ltimos esto includos na categoria Outros do grfico) e aproveitamento dos gases de
aterro (primeiro projeto de MDL registrado, onde os gases de aterro so capturados e
convertidos em energia em um gerador).
Figura 55 - Canalizao de gases de aterro
Figura 56 - Resduos agrcolas
Figura 57 - Fontes de produo e biodiesel
Distribuio de Projetos MDL por Tipo /
Quantidade
Biomassa
27%
Hidro
31%
Geotrmica
2%
HFCs
2%
Gs de Aterro
24%
Efic. Distrb.
Energ.
4%
Biogs
4%
Elica
3%
Outros
3%
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Energia e Meio Ambiente
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Estudos de caso
Para estudos de caso, foram escolhidos dois projetos de CDM ligados ao
aproveitamento energtico da biomassa; a saber: (Alves et al., 2006).
Cogerao de bagao de cana-de-acar - Projeto Usina Vale do Rosrio,
Brasil - Gerao de energia eltrica e vapor de processo (Cogerao)
atravs da queima do bagao de cana-de-acar, como parte da expanso
das instalaes da Usina Vale do Rosrio. A capacidade instalada de
gerao de energia eltrica para venda de 65 MW, responsvel por 180
GWh anuais de energia. Redues previstas para os primeiros 7 anos de
projeto: 281.877 ton equiv. de CO2.
Gerao de energia usando palha de arroz e controle de queima no-
controlada Projeto Pichit, Tailndia - Projeto de MDL com gerao de
energia eltrica, usando ciclo de vapor e caldeiras com queima direta de
palha de arroz, evitando a sua queima ou decomposio a cu aberto
(prtica usual). O projeto prev a coleta da palha de arroz de 30 unidades
de beneficiamento, gerao de eletricidade para a rede e ainda
incorporao das cinzas em uma unidade de produo de cimento na
Tailndia (o projeto est localizado na provncia da Pichit). Redues
previstas para os primeiros 7 anos de projeto: 585.000 ton equiv. de CO2.
A energia e a chuva cida
Figura 58 - Formao da chuva cida
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Energia e Meio Ambiente
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Voc sabia que a chuva cida uma das principais consequncias da poluio
do ar?
Origens da Chuva cida
A Revoluo Industrial do sculo XVIII trouxe vrios avanos tecnolgicos e
mais rapidez na forma de produzir, por outro lado originou uma significativa
alterao no meio ambiente. As fbricas, com suas mquinas a vapor, queimavam
toneladas de carvo mineral para gerar energia. Neste contexto, comea a surgir a
chuva cida. Porm, o termo apareceu somente em 1872, na Inglaterra. O
climatologista e qumico Robert A. Smith foi o primeiro a pesquisar a chuva cida
na cidade industrial inglesa de Manchester.
Atualmente, a chuva cida um dos principais problemas ambientas nos
pases industrializados. Ela formada a partir de uma grande concentrao de
poluentes qumicos, que so despejados na atmosfera diariamente. Estes
poluentes, originados principalmente da queima de combustveis fsseis, formam
nuvens, neblinas e at mesmo neve.
A chuva cida composta por diversos cidos como, por exemplo, o xido de
nitrognio e os dixidos de enxofre, que so resultantes da queima de
combustveis fsseis (carvo, leo diesel, gasolina entre outros). Quando caem
em forma de chuva ou neve, estes cidos provocam danos no solo, plantas,
construes histricas, animais marinhos e terrestres etc. Este tipo de chuva pode
at mesmo provocar o descontrole de eco