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Neuropsicologia: Avaliação Neuropsicológica Psic. Camila Maia de O. Borges Paraná CRP08/11213 Mestre em Psicologia – UFPR – Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica Professora do Curso de Psicologia da PUCPR

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Page 1: Material Aula 11 e 12-04

Neuropsicologia:  Avaliação  Neuropsicológica  

Psic.  Camila  Maia  de  O.  Borges  Paraná  CRP-­‐08/11213  Mestre  em  Psicologia  –  UFPR  –  Avaliação  e  Reabilitação  

Neuropsicológica  Professora  do  Curso  de  Psicologia  da  PUCPR  

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 Aspectos  Históricos  

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Histórico  

Cérebro = concepção religiosa ou filosófica

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Histórico  

•  Pré-­‐História  •  Crânios  humanos  /  homens  das  cavernas;  •  Trepanação:  perfurações  precisas  e  pontuais  /  instrumentos  ponRagudos;  

•  ObjeRvo  terapêuRco  ou  ritualísRco;  •  Cura  de  doenças  /  libertar  maus  espíritos  /  permiRr  liberação  da  alma  após  morte;  

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Trepanação  

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Histórico  

•  Século  XVIII;    •  Cérebro  como  órgão  responsável  pelos  processos  mentais  e  pelo  comportamento;  

 

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Histórico  

Novo  problema  

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A  História  do  Cérebro  

 O  cérebro  funciona  como  um  todo?  

?    

 

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A  História  do  Cérebro  

 As  partes  do  cérebro  trabalham  

independentemente?  

?    

 

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Histórico  

•  Holistas  x  Localizacionistas;  

Holistas   Localizacionistas  

Cérebro  controla  o  comportamento  como  um  todo  /  sem  especificidade  regional  

Cérebro  atua  de  forma  fragmentada  /  cada  região  responsável  por  uma  função  específica  

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Histórico  (1810  -­‐  1819)  

   Franz  Joseph  Gall   Johann  Gaspar  Spurzheim    

Médico alemão (1776-1832)

Médico e anatomista alemão (1758-1828)

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Histórico  -­‐  Frenologia  

•  Localizacionista:  •  Franz  Gall  –  Desenvolveu  a  Teoria  da  Frenologia:  -­‐  Cérebro:  cerca  de  35  funções  específicas;  -­‐  Regiões  específicas  -­‐  funções;  -­‐  Quanto  mais  usada  a  função  =  mais  desenvolvida  a  região;  

-­‐  Aumento  da  região  =  distorção  do  crânio;  

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Histórico  –  Pierre  Flourens  

•  Pierre  Flourens  –  fisiologista;  •  QuesRonou  a  visão  localizacionista;  •  “Todas  as  sensações,  todas  as  percepções  e  todas  as  vontades  ocupam  o  mesmo  espaço  no  cérebro”  (1824);  

 

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Histórico  –  J.  Hughlings  Jackson  

•  John  Hughlings  Jackson  –  neurologista  inglês;  •  Retomada  da  visão  localizacionista;  •  Comportamento  de  pessoas  com  lesão  cerebral;  •  Observou  que  era  raro  um  paciente  perder  totalmente  uma  função;  

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Histórico  –  J.  Hughlings  Jackson  

•  Muitas  regiões  do  cérebro  contribuíam  para  um  comportamento;  

•  Uma  lesão  poderia  produzir  um  determinado  sintoma,  mas  não  significa  que  a  área  afetada  seja  especializada  somente  nessa  função;  

•  Mesma  época  –  Broca;  

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Histórico  –  Paul  Broca  

•  Paul  Broca  (1861):  •  Paciente  pós  AVC  –  não  conseguia  falar  mas  murmurava  “tam”  –  entendia  a  linguagem;  

-­‐  Estudos  anatômicos  de  pacientes  afásicos;  -­‐  CompromeRmento  na  produção  da  fala;  -­‐  Localizou  a  fala  na  parte  posterior  do  lobo  frontal  do  hemisfério  esquerdo;  

-­‐  “Nós  falamos  com  o  hemisfério  esquerdo”;    

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Área  de  Broca  

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Histórico  –  Carl  Wernicke  

•  Carl  Wernicke  (1874);    -­‐  Pacientes  com  compromeRmento  na  compreensão  da  linguagem;  

-­‐  Lobo  temporal  esquerdo;    

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Área  de  Wernicke  

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Histórico  -­‐  Fritsch  e  Hitzig    

•  Fisiologistas  alemães  (G.  Fritsch  e  E.  Hitzig)  esRmularam  eletricamente  pequenas  partes  do  cérebro  de  um  cão  =  esumulo  produziu  movimentos  específicos;  

•  Descoberta  levou  a  análises  mais  detalhadas  acerca  da  organização  do  córtex  cerebral;  

•  Impulsionou  a  importância  de  regiões  localizadas  –  para  diferentes  funções;  

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Histórico  -­‐  Brodmann  

•  Brodmann  (1909):  através  de  métodos  microscópicos  de  análise  de  células  em  diferentes  regiões  cerebrais;  

•  Caracterizou  52  regiões  no  córtex;  •  Citoarquitetura  =  diferentes  Rpos  de  células  em  diferentes  regiões  cerebrais;  

 

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Áreas  de  Brodmann  

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Histórico  

•  Localizacionismo  só  viria  a  ser  superado  pelo  conceito  de  sistemas  funcionais;  

•  Alexander  Luria  (1902-­‐1977):  neuropsicólogo  soviéRco  –  Teoria  dos  sistemas  funcionais;  

•  Visão  dinâmica  do  funcionamento  cerebral;  •  2ª  Guerra  Mundial:  estudos  com  pacientes    com  lesão  cerebral;       Luria:  O  Pai  da  Neuropsicologia  

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Estudo  de  Casos  Únicos  

Phineas  Gage   HM  

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 Introdução  à  

Neuropsicologia  

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Área  MulRdisciplinar  

Neuropsicologia  

Psicometria  

Neurologia    

Psicologia  

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Regulamentação  

•  Resolução  nº  002/2004  –  Conselho  Federal  de  Psicologia:  regulamenta  a  práRca  da  neuropsicologia:  

•  DiagnósRco;  •  Acompanhamento;  •  Reabilitação;  •  Pesquisa;  

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Definição  Neuropsicologia  

•  Campo  de  conhecimento  interessado  em  estabelecer  as  relações  existentes  entre  o  funcionamento  do  SNC  e  as  funções  cogniRvas  e  o  comportamento;  

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Definição  Neuropsicologia  

•  Condições:  -­‐  Patológicas:  distúrbios  cogniRvos  e  comportamentais  decorrentes  de  alterações  no  funcionamento  do  SNC;  

-­‐  Normais:  é  a  parRr  do  conhecimento  do  desenvolvimento  normal  do  cérebro  que  se  pode  compreender  suas  alteraçõese  patológicas;  

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Definição  Neuropsicologia  

•  “Ciência  dedicada  a  estudar  a  expressão  comportamental  das  disfunções  cerebrais”    

Muriel  D.  Lezak    

•  “Estudo  das  relações  existentes  entre  o  cérebro  e  as  manifestações  do  comportamento”;  

A.  Luria    •  Ciência  que  invesRga  /  estuda  a  relação  entre  o  cérebro  e  o  

comportamento;  

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Grandes  Bibliografias  

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Áreas  de  Atuação  

Neuropsicologia Clínica

Avaliação

Reabilitação

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Neuropsicologia  

Avaliação  •  Método  para  invesRgação  do  funcionamento  cerebral  através  do  estudo  comportamental;  

 Mader,  1996  

 

Reabilitação  •  “Tratamento”  •  Recuperação  do  indivíduo  ao  maior  nível  zsico,  psicológico  e  de  adaptação  social;  

OMS  

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Faixa  Etária  e  Atuação  Neuropsi  

•  Infância:  Patologias  congênitas  e  não  progressivas;  -­‐  paralisia  cerebral,  tumores,  dificuldades  de  aprendizagem,  epilepsia,  transtornos  psiquiátricos,  TDAH,  auRsmo;  

•  Adultos:  Lesão  Encefálica  Adquirida  (LEA);  -­‐  TCE,  tumor,  AVC,  epilepsia,  transtornos  psiquiátricos,  esclerose  múlRpla,  quadros  demenciais;  

•  Idoso:  Doenças  progressivas:  -­‐  Demências,  AVC...    

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 Neuropsicologia  no  Brasil  

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Neuropsicologia  no  Brasil  

•  Sociedade  Brasileira  de  Neuropsicologia  (SBNp)  –  1980;  

•  1989  -­‐  1°  Congresso  Brasileiro  de  Neuropsicologia  e  II  Congresso  LaRno-­‐americano  de  Neuropsicologia;  

•  www.sbnp.com.br  

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Neuropsicologia  no  Brasil  

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Neuropsicologia  no  Brasil  

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Neuropsicologia  no  Brasil  

•  IBNeC:  InsRtuto  Brasileiro  de  Neuropsicologia  e  Comportamento;  

 •  www.ibnec.org    

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Neuropsicologia  no  Brasil  

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Neuropsicologia  na  América  LaRna  

•  SLAN:  Sociedade  LaRno  Americana  de  Neuropsicologia;  

 •  www.slan.org  

 

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Neuropsicologia  na  América  LaRna  

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 Fundamentos  da  Avaliação  

Neuropsicológica  

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  O  que  é?    •  Método  que  invesRga  as  funções  cogniRvas  e  comportamentais;  

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Quando?    •  Qualquer  caso  onde  exista  suspeita  de  uma  dificuldade  cogniRva  ou  comportamental;  

 

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Como?  

•  Aplicação  de  técnicas:  -­‐  Instrumentos  quanRtaRvos;  -­‐  Instrumentos  qualitaRvos;  

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Mudança  de  Foco:  -­‐  Localização  da  lesão  =  exames  de  imagem;  -­‐  Avaliação  neuropsicológica:  capaz  de  revelar  alterações  suRs:  nível  e  qualidade  do  funcionamento  cogniRvo;  

(Jones-­‐Gotman,  in  Mader-­‐Joaquim,  2010)  

•  Maior  precisão  diagnósRca:  imagem  +  perfil  neuropsicológico;  

       

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  ObjeQvos:    -­‐  IdenRficar  distúrbios  cogniRvos  e  emocionais  provocados  por  lesões  cerebrais  (Gil,  2007);  

-­‐  Descrever  alterações  cogniRvas  em  determinada  doença;  

-­‐  Estabelecer  diagnósRco  diferencial;      

       

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  ObjeQvos:    -­‐  IdenRficar  como  o  funcionamento  do  sistema  nervoso  interfere  nos  aspectos  psicossociais  (Witsken,  D’amato,  &  Hartlage,  2008);  

-­‐  PermiRr  um  panorama  geral  do  funcionamento  cogniRvo;  

 

       

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Relevância  da  avaliação  (Lezak  e  cols.,  2004):    

-­‐  diagnósRco  ou  detecção  precoce  de  sintomas;    -­‐  idenRficação  de  tratamentos  necessários  –  planejamento  de  reabilitação;  

   

       

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Relevância  da  avaliação  (Lezak  e  cols.,  2004):  

-­‐  avaliação  e  reavaliação  dos  efeitos  de  tratamentos:  cirúrgicos,  medicamentosos  e  de  reabilitação;  

 -­‐  aspectos  legais:  fornecer  informações  sobre  condições  ocupacionais  ou  incapacidade  mental;  

   

       

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Início:  entrevista  clínica;  •  Anamnese  /  histórico  do  paciente;  -­‐  Escolaridade  -­‐  Ocupação  -­‐  Antecedentes  familiares  -­‐  História  da  doença  atual  

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  EsRmaRva  do  nível  de  desenvolvimento  pré-­‐mórbido;  

•  Fundamental  para  relacionar  o  desempenho  atual;  

•  Conclusões  sobre  possível  declínio  e  alterações;  

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Protocolo  básico:  testes  de  orientação,  atenção,  percepção,  inteligência  geral,  raciocínio,  memória  verbal  e  visual,  de  curto  e  longo  prazo,  linguagem  e  funções  execuRvas;      

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Avaliação  Neuropsicológica  

Funções  

Atenção  

Percepção  

Memória  Linguagem  

FE  

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Avanços  da  neuropsicologia  →  necessidade  de  incluir  aspectos  da  personalidade,  além  dos  cogniRvos;    

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Variedade  de  procedimentos:  testes  padronizados,  exercícios  neuropsicológicos,  observação,  escalas,  inventários,  quesRonários,  entrevistas  com  familiares  ou  cuidadores  (Pereira,  A.  P.  A.);  

 

•  Testes  padronizados  =  testes  formais:  método  estruturado,  instrução  específica  e  normas  derivadas  de  uma  população  representaRva;  

   

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Testes  padronizados:  -­‐  Permitem  avaliação  quanRtaRva;  -­‐  Podem  ser  interpretados  qualitaRvamente;  -­‐  Escalas  Wechsler:  análise  de  cada  subteste  e  processos  cogniRvos  uRlizados  no  desempenho  da  tarefa;  

(Lezak,  in  Mader-­‐Joaquim,  2010)  

 

Page 59: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  Exercícios  Neuropsicológicos:  -­‐  Métodos  de  exploração  da  cognição  e  do  comportamento;  -­‐  Não  são  submeRdos  a  uma  normaRzação  por  serem  tarefas  

realizadas  facilmente  por  pessoas  sem  queixas;  -­‐  Qualquer  dificuldade  =  sugere  significado  clínico;  -­‐  Ex:  leitura,  escrita,  cálculos,  desenhos,  sequências  de  

movimentos,  descrição  de  imagens;  

(Mader-­‐Joaquim,  2010)  

 

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Avaliação  Neuropsicológica  

•  Baterias  neuropsicológicas:  

  • Aplicáveis  em  pesquisas;  • InvesRgação  de  população  específica;  Fixas  • Apropriadas  para  invesRgação  clínica;  • Voltadas  para  as  dificuldades  do  paciente;  Flexíveis  

Page 61: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  Baterias  breves  e  testes  de  rastreio:  -­‐  Contexto  hospitalar;  -­‐  Tempo  disponível;  -­‐  Triagem;  

 

Page 62: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  Atenção  do  clínico;  •  Considerar  no  momento  da  avaliação  diferenças:  -­‐  Culturais  –  diferentes  regiões  no  país;  -­‐  Educacionais:  nível  de  escolaridade  formal  x  nível  de  funcionamento  aRngido  /  nível  ocupacional;  

-­‐  Habilidades  de  cálculo  /  leitura  e  escrita  adquiridos  fora  do  sistema  formal;  

 

 

Page 63: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

-­‐  Língua  materna;  -­‐  Iniciar  por  aRvidades  mais  simples;  -­‐  Evitar  iniciar  por  aRvidades  relacionadas  à  queixa;  -­‐  Ficar  atento  ao  nível  de  ansiedade  no  decorrer  da  tarefa;  

-­‐  ARtude  colaboraRva;  

 

Page 64: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  Atenção  do  clínico;  -­‐  Diversos  fatores  podem  interferir  no  desempenho  do  paciente;  

-­‐  Interpretação  puramente  quanRtaRva  =  risco;  

 

Page 65: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

Psicométrica   Ecológica  

•  O  que  a  pessoa  tem?  •  Ambiente  único;  •  Finalidade  diagnósRca;    

 

•  O  que  a  pessoa  faz?  •  Vários  ambientes;  •  Finalidade  de  planejamento  de  intervenção;  

Barbara  Wilson,  2002  

Page 66: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  Abordagem  ecológica:  •  Foco  na  idenRficação  de  problemas  que  seriam  prováveis  de  ocorrer  na  vida  coRdiana;  

•  Predição  do  Rpo,  frequência,  e  severidade  dos  problemas  nas  aRvidades  diárias;  

•  Testes  formais  podem  não  ser  sensíveis  aos  problemas  da  vida  diária  que  envolvem  planejamento,  iniciaRva  e  resolução  de  problemas;    

 

Page 67: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  URlização  de  tarefas  que  simulem  o  “mundo  real”;  

•  Tarefas  funcionais:  planejar  e  preparar  uma  refeição,  receber  e  transmiRr  recados,  tomar  um  medicamento,  fazer  uma  ligação  /  mulRtarefas  (Shallice  &  Burgess,  1991);  

•  Tarefa  Ecológica  do  Hotel;  

Page 68: Material Aula 11 e 12-04

Tarefa  do  Hotel  (Cardoso,  C.  O.,  Zimmermann,  N.,  Borges-­‐Paraná,  C.  M.  O.,  Gindri,  G.,  Pereira,  A.  P.  A.,  &  Fonseca,  R.  P.  )  

Page 69: Material Aula 11 e 12-04

Torres  D-­‐KEFS  

-­‐  9  modelos  de  torres;  

-­‐  ≠  graus  de  dificuldade  fácil  →  1  a  3  mov.  e  dizceis  →  13  a  26  mov.  

-­‐  Livro  de  esumulos  com  o  arranjo  final;  

-­‐  Regras:  2  escritas  e  1  oral;  

 (Delis  e  cols.,  2001)  

Page 70: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  PermiRr  um  panorama  geral  do  funcionamento  cogniRvo  e  comportamental;  

 •  Resultado  final:  perfil  neuropsicológico  que  combinado  a  avaliação  dos  aspectos  neurológicos,  psicológicos,  pedagógicas  e  sociais  =  orientação  sobre  o  melhor  aproveitamento  de  suas  potencialidades;  

Page 71: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  DevoluQva  da  informação  •  Relatório  de  avaliação  /  laudo;  •  Resultado  final  do  processo;  •  Conclusões  diagnósRcas  e  orientações  para  reabilitação;  

•  Aspectos  descriRvos  e  interpretaRvos;    

Page 72: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  Neuropsicológica  

•  DevoluRva  da  informação  de  acordo  com  a  demanda:  

  Profissional  solicitante   Família  e  paciente  

Complementação  do  diagnósRco   Explicações  que  ajudem  a  compreender  as  dificuldades  no  dia  a  dia  

Subsidiar  decisões  como  retorno  ao  trabalho  ou  interdição  

PrognósRco  e  estratégias  para  superar  déficits  /  orientações  e  indicações  para  o  futuro;  

Linguagem  técnica   As  alterações  devem  ser  traduzidas  /  exemplos  práRcos;  

Page 73: Material Aula 11 e 12-04

Classificação  dos  Transtornos  

Transtorno  

Neurológico  

CogniQvo  

AfeQvo  

Comporta-­‐mental  

Neurodegenerativas Lesão Encefálica Adquirida Epilepsia

Habilidade: atenção percepção, memória, abstração, linguagem...

Depressão, Transtorno bipolar

TDAH, Tr. de Conduta

Page 74: Material Aula 11 e 12-04

Transtornos  e  a  Avaliação  Neuropsicológica  

•  A  avaliação  neuropsicológica  pode  contribuir  para  o  diagnósRco  e  intervenção  de  qualquer  um  dos  transtornos  pertencentes  as  classificações  anteriores;  

•  Os  princípios  e  os  objeRvos  da  avaliação  não  se  alteram,  o  que  muda  é  o  olhar  que  o  neuropsicólogo  dará  ao  caso;  

•  A  escolha  dos  instrumentos  depende  do  foco  da  avaliação/  a  parRr  da  queixa  e  das  caracterísRcas  de  cada  transtorno;  

Page 75: Material Aula 11 e 12-04

 Avaliação  do  

Funcionamento  Intelectual  

Page 76: Material Aula 11 e 12-04

Inteligência:  Definição  •  “Inteligência  é  um  conceito  amplo  e  não  se  resume  absolutamente  em  testes  de  QI”  (Mader  e  cols.,  2004,  p.  61)    

 •  “A  inteligência  é  um  construto  que  possibilita  estudar  a  dimensão  do  funcionamento  mental  e  refere-­‐se  à  totalidade  das  habilidades  cogniRvas  de  um  sujeito,  ligadas  à  capacidade  de  idenRficar  e  encontrar  soluções  de  novos  problemas”  (Lopes  e  cols.,  2012);  

 

Page 77: Material Aula 11 e 12-04

Inteligência:  Definição  •  Capacidade  conjunta  ou  global  do  indivíduo  para  agir  com  finalidade,  pensar  racionalmente  e  lidar  efeRvamente  com  seu  meio  ambiente  (David  Wechsler)  

•  Soma  das  experiências  do  indivíduo.  Reflete  a  habilidade  de  se  adaptar  ao  meio,  de  raciocinar,  de  aprender  e  de  resolver  problemas  (Mader  e  cols.,  2004)  

 

Page 78: Material Aula 11 e 12-04

Avaliação  da  Inteligência:  Teorias  

•  Fator  g  –  Spearman:  -­‐   Existe  ou  não  uma  inteligência  geral?  -­‐   Pessoas  com  inteligência  privilegiada  tendem  a  desempenhar  várias  tarefas  com  facilidade  /  compromeRmento  tendem  =  dificuldade;  

-­‐   URlidade  clínica:  compreensão  de  que  as  habilidades  mentais  para  manipular  conceitos  complexos  permeiam  vários  Rpos  de  tarefas;  

-­‐   A  parRr  de  algumas  tarefas  é  possível  inferir  sobre  o  desempenho  do  sujeito  em  outras  aRvidades;  

(Mader  e  cols.,  2004)  

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Avaliação  da  Inteligência:  Teorias  

•   Inteligência  Cristalizada  e  Fluida  -­‐  Ca�el  -­‐  Cristalizada:  associada  ao  conhecimento  conceitual  e  semânRco  /  relacionada  às  habilidades  verbais  /  inRmamente  relacionada  às  vivências  culturais  e  educacionais  

-­‐  Fuida  relaciona-­‐se  às  habilidades  não  verbais,  associada  à  execução  e  à  resolução  lógica  /  pouco  dependente  de  conhecimentos  previamente  adquiridos  /  sofre  pouca  influência  dos  aspectos  culturais;  

(Moraes  e  cols.,  2010)  

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Avaliação  da  Inteligência:  Teorias  

•   Inteligências  MúlRplas  –  Gardner  -­‐   Teoria  modular  da  mente;  -­‐   Considera  a  mente  humana  como  um  conjunto  de  capacidades  necessárias  para  resolver  ou  elaborar  produtos;  

-­‐   Termo  múlRplas:  enfaRzar  um  número  desconhecido  de  capacidades  humanas  diferenciadas;  

 

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Avaliação  da  Inteligência:  Teorias  

•   Inteligências  MúlRplas  –  Gardner  -­‐  Desafiou  a  visão  clássica  de  inteligência:  vista  como  uma  capacidade  única,  geral  da  mente;  

-­‐  Propõe  uma  visão  alternaRva  da  mente,  uma  visão  pluralista,  que  reconhece  que  as  pessoas  tem  diferentes  potenciais  cogniRvos;  

-­‐   9  competências:  lógico-­‐matemáRca,  linguísRca,  musical,  espacial,    corporal  –  cinestésica,    interpessoal,  intrapessoal,  naturalista  e  existencial  (hipótese);    

 (Veiga  e  Bathke,  não  publicado)  

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Avaliação  da  Inteligência:  Teorias  

•   Triárquica  –  Sternberg  -­‐   Inteligência  AnalíRca  –  capacidade  para  analisar,  criRcar  e  avaliar    

-­‐   Inteligência  CriaRva  –    capacidade  de  criar,  inventar    -­‐   Inteligência  PráRca  –  capacidade  de  se  adaptar  a  diferentes  situações    

 (Veiga  e  Bathke,  não  publicado)  

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Avaliação  da  Inteligência:  Escalas  Wechsler  

•   David  Wechsler  (1936)  –  Escala  Wechsler  Bellevue    •   Escalas  Wechsler  publicadas:  -­‐  WPPSI  -­‐  WISC  -­‐  WAIS  -­‐  WASI        

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Avaliação  da  Inteligência:  Escalas  Wechsler  

•   Mesmo  sendo  uma  escala  quanRtaRva,  Wechsler  sempre  considerou  a  complexidade  da  inteligência  humana:    

•  "A  inteligência  se  manifesta  de  várias  formas,  nenhum  dos  subtestes  das  escalas  Wechsler  pretende  refleRr  toda  a  inteligência"  (1944)  

 

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Escalas  Wechsler:  Aspectos  Históricos        MMa  

Nome  da  Escala   Faixa  Etária   Data  de  Publicação  WPPSI  (crianças  pré-­‐escolares)    

3  anos  ½  a  7  anos    

1967  e  1989  (R)    

WISC  (crianças  e  adolescentes)  

6  anos  a  16  e  11  meses   1949,  1974  (R),  1991  (III),  2002  (III  -­‐  BR),  2003  (IV),  2013  (IV  –  BR)  

WAIS  (adolescentes,  adultos  e  idosos)  

16  anos  a  74  anos  16  anos  a  89  anos  

1955,  1981  (R),    1997  (III),  2004  (III  –  BR),  2008  (IV)  

WASI  –  6  a  89  anos    2014  Brasil   Mader  e  cols.,  2004  

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Escalas  Wechsler  

•  ObjeRvo:   avaliar   o   desempenho   através   de   um  conjunto  fixo  de  condições;  

•  Avaliar  o  funcionamento  intelectual;  •  Diferentes  finalidades:  -­‐  Problemas  de  aprendizagem  -­‐  Superdotação    -­‐  Deficiência  intelectual  -­‐  DiagnósRco   diferncial   de   transtornos   neurológicos   e  psiquiátricos  que  afetam  o  funcionamento  mental  

   

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Escalas  Wechsler  

•  Consideradas  um  dos  instrumentos  mais  uRlizados  para  a   avaliação   do   QI,   apesar   de   servirem   para   outros  propósitos.   QI   pode   ser   considerado   como   o   dado  menos  importante;  

 •  Instrumentos   que   medem   a   inteligência,   na   verdade  medem   apenas   algumas   áreas   do   funcionamento  intelectual,   sendo   então   o   QI   uma   esRmaRva   do  funcionamento  intelectual  atual  do  indivíduo;  

(Cunha,  2000;    

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Escalas  Wechsler  

•  QI   =   uma   esRmaRva  atual,   deve   ficar   claro   que   não   é  um  dado  fixo  e  imutável,  podendo  variar  em  função  de  diversos   fatores:   ambientais,   psicopatológicos   e   até  mesmo  em  função  de  variáveis  que  podem  interferir  no  desempenho  das  tarefas:  compreensão  das   instruções,  moRvação,  empenho,  etc.    

•  Importante   verificar   antes   da   testagem   dificuldades  motoras,   audiRvas,   verbais,   necessidade   do   uso   de  óculos,  etc;  

•  Escala   Wechsler:   deve   ser   considerada   mais   do   que  uma  escala  de   inteligência,  pois  auxilia  no  processo  de  diagnósRco  total;  

(Cunha,  2000)  

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Escalas  Wechsler  

 •  Análise  qualitaRva:  -­‐  QuesRonar  sobre  a  estratégia  que  uRlizou  para  dar  uma  resposta;  

-­‐  Mais  importante  que  o  resultado  é  saber  como  chegou  a  ele;  

 

 (Cunha,  2000)  

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Escalas  Wechsler