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1 Materiais e Reciclagem 10 – Metais Professor Sandro Donnini Mancini Sorocaba, Maio de 2019. Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba Idade da Pedra; Idade da Pedra Lascada; Idade do Bronze (4000 a 1400 a.C.); Cobre foi o metal mais fácil de achar no estado nativo 4000 a.C. – metais eram usados na fabricação de armas e ferramentas; A utilização dos materiais teve importância histórica:

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Materiais e Reciclagem

10 – Metais

Professor Sandro Donnini Mancini

Sorocaba, Maio de 2019.

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba

�Idade da Pedra;�Idade da Pedra Lascada;

�Idade do Bronze (4000 a 1400 a.C.);Cobre foi o metal mais fácil de achar no estado nativo

�4000 a.C. – metais eram usados na fabricação de armas e ferramentas;

A utilização dos materiais teve importância histórica:

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�~2000 a.C. – primeiros indícios de Ferro (óxidos em meteoritos);�1400 a.C. – redução do minério de Ferro e fabricação de

produtos forjados – temperatura atingida era baixa;�Idade média: altos fornos, ↑temperatura : obtém-se o ferro gusa;

�1780 – refino do gusa e obtenção do aço, utilizando-se coque como fornecedor de carbono – pouco comum, gusa é o principal material

das máquinas à vapor da 1ª Revolução Industrial�1857 – Queima do C com sopro de O2 = aço de %C inferiores. – 2ª

revolução industrial

Idade do Ferro (~2000 a.C a 1.000 d.C)

Redução do minério de Ferro e fabricação

de produtos forjados

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Primórdios da Siderurgia Nacional�Atividade industrial no Brasil colônia foi impedida por lei (1785);

�1/4/1808 – revoga-se a lei, mas nada muda: acordo com Inglaterra;

�Exclusões: construção naval e siderurgia (interesse do governo);

�Antes de D. João: 1ª ideia – Bahia e pequenas forjas em MG;

�1809: Real Fábrica do Morro de Gaspar Soares (Pilar) – MG; produção em 1815;

�1810: Araçoiaba (SP) – Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema; 1815: inicia-se a produção; Dois altos-fornos (início 1818);

�1811: siderúrgica particular em Congonhas do Campo (MG): a 1ª que deu lucro;

�Importante: 1812 - ferro líquido (Pilar); 1814 – ferro em alto forno (Congonhas); 1818 – produção em alta escala (Araçoiaba).

�Fábrica de Ferro São João do Ipanema: 1818 ~1895.

�Local possuía reservas demagnetita (Fe2O2);

� E madeira (floresta) parafabricação de carvão.

Fotos: André Bonacin

� Produção principal: armas.

Carvoaria“Alto”-forno

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Características típicas de metais:

�capacidade de deformar plasticamente (segurança estrutural);

�condutividade térmica e elétrica elevada;�alguns apresentam propriedades magnéticas;�alguns são refratários (suportam altas T);

�alguns resistem muito a intempéries e oxidação;�agüentam solicitações mecânicas críticas (trem de pouso, p.ex.);

�as propriedades se relacionam com densidade e custo adequados.

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Metalurgia - obtenção de metais ferrosos e não-ferrosos

Definições

Siderurgia – obtenção de produtos a base de ferro e aço.

A fabricação de produtos metálicos pode envolver:

�Preparo do metal e/ou liga (geralmente fusão e solidificação);

�Usinagem;

�Conformação Plástica;

�Soldagem;

�Metalurgia do Pó.

CAMPOS FILHO,

M.P. e DAVIES,

G.J. Solidificação

e Fundição de

Metais e suas

Ligas. Rio de

Janeiro: Livros

Técnicos e

Científicos

Editora, 1978

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FUSÃO E SOLIDIFICAÇÃO

Pela fundição ou lingotamento, o metal é fundido em fornos (elétricos, a gás etc.) e depois derramado para solidificação. Apesar da aparente simplicidade dos processos, muito tem que ser estudado de cada etapa para que haja a maximização das propriedades finais do produto metálico, a minimização dos custos (↓ tempo e energia gasta) e reprodutibilidade.

A fundição tem o objetivo de dar forma adequada ao metal, após vertê-lo em estado líquido dentro da cavidade de um molde com a forma desejada (batelada).

O lingotamento convencional é conceitualmente semelhante à fundição, porém há uma sequência de moldes.

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No lingotamento contínuo o molde é um perfil (duas dimensões fixas e a terceira “infinita”), que será resfriado e cortado.

https://www.youtube.com/watch?v=CMGe7yuCHqE&hd=1

Fundição:

CAMPOS FILHO,

M.P. e DAVIES,

G.J. Solidificação

e Fundição de

Metais e suas

Ligas. Rio de

Janeiro: Livros

Técnicos e

Científicos

Editora, 1978

MODELO – macho - reutilizável - em madeira, normalmenteMOLDE – fêmea – de areia, gesso, cerâmica, metal

permanente ou não problemas – recuperação dos materiais do molde

https://www.youtube.com/watch?v=a-JShdlTtgk&hd=1

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USINAGEM - σ > σruptura

TorneamentoFresagemRetíficaFuraçãoCorteLimagemAplainamento

Operações de usinagem

Processo pelo qual a forma de uma peça é modificada pela remoção progressiva de cavacos ou aparas de material. Permite:�acabamento superficial de superfícies fundidas ou conformadas;�possibilidade de abertura de furos, roscas, rebaixos, etc;�reduzir custos, pois possibilita a produção de muitas peças;�fabricação de somente uma peça a partir de um bloco metálico.

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A usinagem é basicamente um processo de cisalhamento, ou seja, ruptura por aplicação de uma força cortante. É realizada com o auxílio de conjunto de máquinas/ferramenta.

A ferramenta é o que vai efetivamente cortar a peça (p. ex., uma broca). As máquinas são os equipamentos que levam as ferramentas às peças (p.ex., furadeiras). As ferramentas devem ser mais duras que o material a ser cortado.

O cavaco formado pode aderir ao gume da ferramenta cortante e/ou à peça, o que piora o acabamento e dificulta a refrigeração da peça. Deve então ser removido conforme se forma, periodicamente. É reciclável, porém é leve, tem preço relativamente baixo e transporte difícil.

Fluido de corte (óleos, óleo + água, soluções aquosas):

mais refrigerantesmenos corrosivos

�refrigera e diminui o atrito entre o conjunto ferramenta-peça-cavaco;�aumenta a vida útil do equipamento e das ferramentas;�protege a peça contra a oxidação (geralmente com o auxílio de aditivos) e o superaquecimento;�afasta cavacos e aparas;�Dependendo da máquina e da peça, uso chega a ser de milhares de litros por hora;� pode ser recirculação (geralmente após filtração);�É um efluente: deve ser tratado.

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Torneamento https://www.youtube.com/watch?v=u5QMiLkHm_Q&hd=1

http://www.em.pucrs.br/~edir/O

ficina/torno/Torneam

ento.htm

Ferramenta de um só gume fica parada e retira o cavaco com o auxílio da rotação da peça.

Equipamento de torneamento:Torno mecânico - Universal

CNC (comando numérico computadorizado)

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http://www.em.pucrs.br/~edir/Oficina/torno/Torneamento.htm

Processo de usinagem em que há várias superfícies cortantes: enquanto umacorta, as outras resfriam.

.

Utilizações: abertura de rasgos e perfisconfecção de dentes de engrenagem.

Fresagem

Retífica

Usinagem por abrasão para corrigir irregularidades de superfícies (retificar).

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Furação

http://www.em.pucrs.br/~edir/Oficina/torno/Torneamento.htm

Obtenção de furo cilíndrico pela ação de ferramenta giratória (brocas, normalmente helicoidais, de utilização industrial, doméstica e dentária), cuja ponta tem poder de penetração.

Além do material que é feita a broca (pode ter ponta de diamante, vídia...), a penetração depende do ângulo de corte (130o no desenho), do ângulo de hélice, da velocidade da furação...

CONFORMAÇÃO PLÁSTICA – σescoamento < σ < σruptura

Dieter Jr., G. M

etalurgia Mecânica. Trad. F.M

. Del Corral. M

adri. Ed. Aguilar, 1967639p.

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Forja

Laminação

http://www.abal.org.br/aluminio/processos_laminacao.asp

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Trefilação Ex: fabricação de fios

http://s3.amazonaws.com

/ppt-download/trefilao17.ppt#260,3,Slide 3

ExtrusãoEx: fabricação de perfishttps://www.youtube.com/watch?v=RjAcz1t3C1k (*)

Estampagemchapa

peça

METALURGIA DO PÓ

Metal em pó pode ser produzido por atomização.

Metal fundido

PÓ → COMPACTAÇÃO EM MOLDE → SINTERIZAÇÃO

PrensagemInjeção

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SOLDAGEM

Metais de adição:

�componentes eletrônicos: Pb-Sntendência: soldas “lead-free” (Sn/Ag/Cu, p.ex.)

�Metal de composição próxima a dos metais base a serem soldados.

União localizada de metais produzida por aquecimento e pressão. Pode se dar a partir da fusão das peças ou contar com metais de adição, o que formará soluções sólidas e/ou microestruturas diferenciadas próximas à região de solda. Essas alterações podem modificar propriedades, fazendo com que, normalmente, a junta soldada seja mais frágil que o resto da peça.

A peça pode funcionar como um eletrodo (negativo) havendo a necessidade de outro: com o material da solda (eletrodo consumível) ou não. Para facilitar a fusão, utilizam-se gases comburentes: oxigênio (gás ativo, ↓preço, ↑ T da chama), acetileno (gás inerte, ↓ oxidação, inflama rápido), mistura dos dois, etc.

Eletrodos consumíveis

Soldas mais comuns: TIG (tungsten inert gas) – eletrodo de tungstênioMIG (metal inert gas)MAG (metal active gas)

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https://www.oxigenio.com/guia-do-processo-de-soldagem-tig-ou-gtaw/processo_TIG_o_que_e.htm

http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/5180-dicas-de-soldagem-tig/

http://www.esab.com.br/br/por/Instrucao/processos_soldagem/mig_mag.cfm#

http://www.lcferragens.com.br/arame-solda-inox-308l-2-5mmhttp

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CORROSÃO

Dois tipos de corrosão:

1) Reação química direta – ataque químico direto, que é uniforme na superfície e cujo produto adere a esta superfície. A espessura das camadas atingidas (e aderentes) é proporcional ao (texposição)1/2.

Tendência dos metais voltarem à forma de óxidos ao reagirem com agentes químicos do ambiente (água, ácidos, bases, maresia, oxigênio).

Ex:: Escurecimento da prata, Esverdeamento do cobre – CuCO3 (Cu + CO2)Enferrujamento – corrosão de ferro e aço

(fraca aderência)

Perdem-se superfícies metálicas → perda de propriedades.

http://www.rc.unesp.br/ib/bioquimica/aula10oxido.pdf

SUSCEPTIBILID

AD

E À CO

RROSÃ

O

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2) Corrosão Eletrolítca ou galvânica – Podem ser formadas regiões anódicas (negativas) e catódicas (positivas), provocando o movimento de elétrons. Falhas superficiais (pequenas fendas, pregos, parafusos, rebites ou até sujeira bem aderida ao metal) podem funcionar como um ânodo. Esta corrosão também pode ocorrer quando dois metais diferentes estão unidos, pois um é mais sujeito a corrosão que outro.

Susceptibilidade à corrosão:

Mg > Al > Zn > Cr> Fe > Ni > Sn > Pb > Cu > Ag > Pt

Susceptibilidade à corrosão:

Mg > Al > Zn > Cr> Fe > Ni > Sn > Pb > Cu > Ag > Pt

�Eletrodo de sacrifício: colocação de elementos com maior susceptibilidade para atrair a corrosão.�Passivação – em alguns metais, como Al, Ni e Zn, a película de material corroído adere tão bem à superfície que funciona como proteção futura. Para ferros e aços a passivação é feita com elementos de liga, principalmente com Cr (originando o aço inoxidável - Cr2O7 mantém aderência mesmo a altas T). Com alumínio a passivação pode ser feita com magnésio.�Pintura

PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO

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PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO

Susceptibilidade à corrosão: Mg > Al > Zn > Cr> Fe > Ni > Sn > Pb > Cu > Ag > Pt

�Eletrodo de sacrifício�Passivação�Pintura�Revestimento – Galvanização ou Galvanoplastia

processo eletrolítico deposição química imersão a quente (menos comum)

ZincagemCromagem ou CromaçãoDouragem https://www.youtube.com/watch?v=7v2heSB8CSM (*)

EstanhagemPrateçãoNiquelação ou Niquelagem

ou Banho para Deposição Química

Esquema da Galvanização por

Deposição Química e por

Imersão a Quente

Galvanização por Eletrodeposição:

Dois eletrodos são mergulhados numa solução eletrolítica ligados a uma

fonte de corrente. A solução eletrolítica deve

conter como eletrólito um sal que contém cátions do

metal do revestimento.

Peça a serrevestida

Metal doRevestimento ou Material Inerte

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FOLHAS DE FLANDRES

Folhas/bobinas laminadas de aço, de baixo teor de carbono, revestidas em uma ou ambas as faces com camada de cerca de ¼ de mm de estanho metálico (~0,2% ou 4,5 kg de Sn/t de flandres) e óxido de cromo (0,007%), aplicado por processo eletrolítico contínuo (~90% no Brasil) ou por imersão a quente (os outros ~10%). É usado primariamente para a produção de latas de aço para contato com alimento, conferindo: maior afinidade à soldagem, melhor aparência, resistência mecânica, inviolabilidade e opacidade. Permite acondicionar alimentos por até 2 anos, inclusive envasados a quente.

Brasil – 400 mil toneladas em 2018https://www.dci.com.br/impresso/demanda-em-alta-deve-garantir-ganho-de-margem-a-embalagem-1.680918

Austenita

(ainda sólido)adm

ite até 2,11% de carbono em

solução a 1.148

oC

Ferr

ita

(sól

ido)

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TRATAMENTOS TÉRMICOS

Em Aço: resfriamento a partir da região da austenita

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Resfriamento brusco: forma-se martensita, como* se

“congelasse” a austenita (Fe γ - cfc) na temperatura ambiente

A martensita é a mais dura das microestruturas dos aços.

* forma-se uma estrutura tetragonal de corpo centrado supersaturada de carbono – frágil e alta dureza

Quanto + rápido resfriamento, maior a dureza do produto final

Tratamentos Térmicos de Aços

Só de aquecer (preferencialmente em atmosfera interte) e resfriar convenientemente um metal podem ser mudadas as propriedades, inclusive da peça pronta, sem fundir ou mudar a composição. Em linhas gerais, quanto mais brusco o resfriamento, maior a dureza do material no final.

Ex: Estampagem de teto de carro → chapa com pouca durezaresfriamento lento

Teto pronto → alta dureza para proteger usuário.resfriamento rápido

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Tratamentos térmicos mais comuns:

Têmpera – taxas altas para formar a martensita (maior dureza, porém baixas dutilidade e resistência ao impacto e muitas tensões internas.Revenimento – novo aquecimento para aliviar tensões e recuperar dutilidade e resistência ao impacto perdidas na têmpera.

Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers –3aEd. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p.

Recozimento – taxas lentas para formação de estrutura com menor dureza para melhorar processabilidade, remoção de tensões devido a tratamento mecânico e/ou regularizar microestrutua (uniformiza propriedades).

MINÉRIOS & METAIS: CONSUMO & PRODUÇÃO

http://www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/amb_2018.pdf (*)Até página 9

http://www.mme.gov.br/documents/1138775/1732813/ANU%C3%81RIO+METAL%C3%9ARGICO+2018.pdf/442af830-a9c6-4e75-bbc9-fef4b0f81300 (*)Até a página 13

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http://www.dnpm

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MINÉRIOS

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http://www.dnpm

.gov.br/dnpm/inform

es/inform

e_mineral_2_2016

METAIS JÁ BENEFICIADOS: em 2008 o mundo consumiu aproximadamente 1,525 bilhão de toneladas de metais :

A partir dos dados do Ministério das Minas e Energia – Prévia da Indústria Mineral 2009/2008 e Anuário Estatístico do Setor Metalúrgico 2009, disponível em http:// http://www.mme.gov.br/sgm/menu/publicacoes.html

�88% de AçoBrasil é o 9º maior produtor, com 2,5% da produção mundial ;

�6,4 % de Ferro FundidoBrasil é o 7º maior produtor, com 3,4% da produção mundial;

�1,5% de Ferroligas;Brasil é o 6º maior produtor, com 4% da produção mundial;

�4,1% de Não Ferrosos.Al - Brasil era o 6º maior produtor (1,66 Mt), com 5% da produção mundial;Cu – Brasil era o 20º maior produtor (184 kt), com 1,2% da produção mundial;Ni – Brasil era o 13º maior produtor (36 kt), com 3% da produção mundial;Zn – Brasil era o 12º maior produtor (249 kt), com 3% da produção mundial;Sn – Brasil era o 7º maior produtor (11 kt), com 2,5% da produção mundial.

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http://www.mme.gov.br/documents/1138775/1732813/Annu%C3%A1rio+Estat%C3%ADstico+do+Setor+Metal%C3%BArgico+2015.pdf/3cd2fe18-4daa-4e51-8899-53f0cba47573

Na metalurgia, de 30-60% da matéria-prima é sucata.

Sucata é considerada fonte secundária de matéria-prima, não por qualidade e sim por quantidade.

http://www.mme.gov.br/documents/1138775/1732813/Annu%C3%A1rio+Estat%C3%ADstico+do+Setor+Metal%C3%BArgico+2015.pdf/3cd2fe18-4daa-4e51-8899-53f0cba47573

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Mano, E.B.; Pacheco, E.B.A.V. e Bonelli, C.M.C. Meio Ambiente, Poluição e Reciclagem. Rio de Janeiro: Ed. Edgard Blucher, 2005.

METAIS MAIS IMPORTANTES

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COBRE E SUAS LIGAS

�Alta condutividade, propriedade depreciada pela introdução de elementos de liga (pureza facilita reciclagem);�PF = 1083oC; d20 = 8,96 g/cm3;�É maleável e tem boa soldabilidade;�Minerais – cuprita, calcopirita, covelita, calcocita, azurita, malaquita (geralmente sulfetos);�Principais produtores: EUA, Zaire, Zâmbia e Chile;�Síntese: geralmente fusão dos minérios, oxidação (do S e Fe) e eletrólise para refino (cobre eletrolítico).

https://www.youtube.com/watch?v=Wr7zY46_jHI (*)

Latão (Cu-Zn)

�5% de Zn – bijouterias assemelhadas a ouro�10% de Zn – bronze comercial – mais barato que os bronzes a base de Sn e com mesma cor;�15% de Zn – latão vermelho – resistente a corrosão;�30% de Zn – alta resistência mecânica e dutilidade – indicado para conformações a frio.

Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers– 3aEd. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p.

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Bronzes (Cu-Sn, geralmente)

Alia dureza com resistência a corrosão. Utilizados na indústria naval e de fabricação de máquinas e em estátuas.~ 5% de Sn, 95% de Cu

Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers– 3aEd. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p.

ALUMÍNIO E SUAS LIGAS

�boa parte de suas propriedades e aplicações advém da baixa densidade: 2,7 g/cm3 (aço ~ 8 g/cm3). PF = 660oC;�Resistência a corrosão (película oxidada é proteção);�Alta condutividade térmica (só perde para Ag, Cu, Au).

�Resistência mecânica: σescoamento ~ 60 MPa - 99,99% de pureza~90 MPa - 99,90% de pureza

�Minério – bauxita, criolilta, feldspato...�Principais produtores: Brasil (2,5% das reservas mundiais);�Síntese: processo Bayer (obtenção da alumina)

Hall-Héroult (obtenção do Al via alumina)

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Bayer

Da bauxita (óxido hidratado) moída, seca e numa solução de NaOH a altas P (30 atm) e T (200-240oC) obtém-se aluminato de sódio:

Al2O3.xH2O + 2NaOH → 2NaAlO2 + (x+1)H2O

O aluminato é solúvel na solução aquosa de hidróxido de sódio é então filtrado. A fração sólida da filtração é descartada (lama vermelha). À fração líquida é adicionada água e forma-se a alumina trihidratada, que precipita:

2NaAlO2 + 4H2O → Al2O3.3H2O + 2NaOH

Removidas, as partículas precipitadas vão sofrer calcinação a 1.100oC, onde liberam a água ligada quimicamente ao óxido.

Barragem de Lama Vermelha – CBA – Alumínio-SP

5,3 ton de bauxita - 2 ton de alumina - 1 ton de Al

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Barragem de Lama Vermelha que estourou no oeste da Hungria em 4 de outubro de 2010.

Hall-Héroult

Alumina é dissolvida em criolita fundida a 970oC (Na3AlF6) e o óxido é eletrolisado (altas correntes, p.ex ~300.000 A): o oxigênio vai para o ânodo (de carvão, o que forma depósitos de CO2) e o alumínio puro cai e é recolhido pelo cátodo (também a base de carvão).

Energia (por kg): gasta 10 vezes mais que na fabricação do Fe4 vezes mais que na fabricação do Cu

www.hillside.co.za/history/production.html

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Fornos para a redução eletrolítica da aluminaCBAAlumínio-SP

Al2O3 →→→→ 2Al + 3/2 O2

Produto final:AluminioFundido

~20% do Alumínio é utilizado em ligas

~80% do Alumínio utilizado é puro~30% chapas – utensílios de cozinha, embalagens~23% extrudados – barras condutoras~23% fios/cabos – linhas de eletricidade (ppalmente aéreas)

~ 4% - outros

LigasVantagens: ponto de fusão menor, podendo ficar tão ou mais resistentes que os aços (+leves, com menos problemas de corrosão)

Elementos de liga mais comuns: Si, Al e Mg.

DuralumínioExemplo de composição: 96% de Al, 3,5% de Cu e 0,5% de Mg.Utilização em aeronaves, indústria espacial, automobilística, materiais esportivos

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Anel da lata de alumínio – possui mais Mg, o que é positivo para a reciclagem da lata inteira, pois Mg oxida mais fácil. Sem o Mg, o Al oxidaria.Adição de cloretos:Cloro remove Mg e inclusões de TiB2, Al2O3, MgO e AlC3.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&

pid=S0370-44672001000200005

Consumo de Energia e emissões na reciclagem e no uso de matéria virgem com alumínio (valores por tonelada produzida)

Item Reciclados Matéria

Virgem

Economia

Consumo de Energia (GJ/t) 15,6 171,2 155,6

Emissão atmosférica (g/t)

Particulados 1.222 37.388 36.166

CO 474 17.713 17.239

NOx 2.527 27.711 25.184

N2O 252 1.673 1.421

SOx 7.090 75.793 68.703

HCl 760 50 -710

HF 0 254 254

Hidrocarbonetos total 4.753 39.870 35.117

Amônia 3 20 17

Emissões aquosas (g/t)

DBO 1 799 798

DQO 3 19.020 19.017

Sólidos suspensos 1 6 5

Orgânicos totais 28 173 145

Fenol 0 0 0

Amônia 0 1 1

Chumbo 0 1 1

Cloreto 0 0 0

Fluoreto 1 3 2

Nitrato 0 0 0

Resíduos sólidos (kg/t) 237,6 876,5 638,9

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TITÂNIO

�PF = 1660oC; d20 = 4,54 g/cm3;

�Minério: rutilo (Austrália-TiO2),ilmenita (FeTiO3);

�Usos: motores e estrutura de aeronovaes, equipamentos militares, tubulações para troca de calor, reatores, bioaplicações (implantes)...

�Altamente resistente à esforços mecânicos, a corrosão e à temperatura e é relativamente leve;

www.caoodontologia.com.br/implantodontia.htm

�Forma soluções sólidas com Al, Zr, Mo, Cu, C, V, Nb etc. aumentando a dureza e a resistência.

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NIÓBIO

http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/monopolio-brasileiro-do-niobio-gera-cobica-mundial-controversia-e-mitos.html (*)

�PF = 2478oC; �d20 = 8,6 g/cm3;� Metal mole e dúctil, inerte, muito resistente à corrosão;�Minérios: columbita e pirocloro (Brasil):

Pirocloro → Nb2O5 + FeO + Al → Fe-Nb + Al2O3

�Principal produtor: Brasil – 98% das reservas (840 Mt)~90 % da produção (100 kt/ano)

�Utilizações = ligas para aços (ferroligas para aços micro-ligados ~80% do consumo de Nb – refratários e estruturais), ligas super-condutoras, joalheria etc.

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AÇOS

Além de C, no Fe estão presentes outros elementos de liga (adicionados intencionalmente ou não): Mn, S, Si, P, Ni, Cu, Cr, Sn, etc. em quantidades pequenas e que não necessariamente modificam o diagrama Fe-Fe3C mas que podem provocar alterações significativas nas propriedades.

�PF ~ 1500oC;�d20 ~ 8 g/cm3;�Minério empregado – hematita (Fe2O3) – Brasil;�Altos fornos – fornos tubulares de até 95m de altura, onde ocorre a fabricação do gusa (produção chega a 11.000 ton/dia.forno);

�Aciaria – onde o gusa é transformado em aço.

�Além do minério, no alto forno também é colocado um agente redutor (carbono) em excesso:

Produto final: Ferro-gusa

Obs: É possível a utilização de gás natural, CO ou H2 → produto final é o ferro-esponja, obtido por redução sem fase líquida e formando um sólido de aspecto muito poroso (esponjoso).

coque (de carvão mineral ou de petróleo)

carvão mineral (menos comum)carvão vegetal

�É adicionado oxigênio, para a combustão do carbono e geração do calor necessário;�também é colocado calcário, que facilita a formação da escória (atrai impurezas);�Gusa sai líquido do alto-forno (escória é sobrenadante) e separação é por derrame.

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Ba

lan

ço E

nerg

ético N

acio

na

l –2

01

8 -

ww

w.m

me.g

ov.b

r

95% do consumo

Balanço Energético Nacional – 2018 - www.mme.gov.br

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Ba

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ético N

acio

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l –2

01

8 -

ww

w.m

me.g

ov.b

r

2017 Carvão Metalúrgico

Coque de Carvão

Produção (Mt) 0 10,4Importação (Mt) 11,6 0,7Exportação (Mt) 0 0

Coque de Carvão Mineral

Coque de petróleo

Coqueificação: aquecimento do carvão mineral, podendo chegar a temperaturas de até ~1300 oC, o que retira voláteis e ↑% C.

Beneficiamento de subproduto sólido da destilação do petróleo, com % C semelhantes do coque de carvão mineral. Mais usado em cimenteiras.

Balanço Energético Nacional – 2018. www.mme.gov.br

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Balanço Energético Nacional – 2018. www.mme.gov.brConsumo de energia do setor metalúrgico

Tabela 3.7.2.a – Setor Industrial – Ferro-gusa e Aço: 15,9 . 106 tepTabela 3.7.3.a – Setor Industrial – Ferroligas: 1,3 . 106 tep

Tabela 3.7.6.a – Setor Ind. – Não Ferrosos e Outros da Metalurgia: 5,7 . 106 tep

Consumo de energia pela metalurgia brasileira (2017): 15,9 + 1,3 + 5,7 = 22,9.106 tep

Consumo total de energia (todas as formas) no Brasil (2017,): 272,9 . 106 tepTabela 2.1

Metalurgia: 8,4%

Consumo de energia pela metalurgia brasileira (2015): 16,5 + 1,2 + 5,6 = 23,4.106 tepConsumo total de energia (todas as formas) no Brasil (2015): 260,7 . 106 tep

O Déficit em Carvão

�2017: O Brasil consumiu 75,6.106 toneladas de lenha, sendo 25,5.106 toneladas usadas na fabricação de carvão vegetal (BEN, 2018 – Tabela 2.9), o que gerou 5,2.106 toneladas de carvão vegetal (BEN, 2018 – Tabela 2.29 - não houve importações nem exportações de carvão vegetal nesse ano). �4,3.106 toneladas do carvão vegetal produzido foram usados pela metalurgia, sendo 3,6.106 toneladas só para a obtenção de gusa e aço (BEN, 2018 – Tabela 2.29).

�2015: O Brasil consumiu 79.106 toneladas de lenha, sendo 25,3.106 toneladas usadas na fabricação de carvão vegetal, o que gerou 6,1.106 toneladas de carvão vegetal (não houve importações nem exportações de carvão vegetal nesse ano). �4,9.106 toneladas do carvão vegetal produzido foram usados pela metalurgia, sendo 4,3.106

toneladas só para a obtenção de gusa e aço.

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Esquema da operação do alto forno

�Sólidos são carregados por cima e o ar quente (~1.100oC) por baixo (no 1/3 inferior do forno, aproximadamente);�a temperatura aumenta de cima para baixo, chegando a 2000oC na região de entrada de ar, onde o carvão é oxidado a CO;�o CO, em contra-corrente, reduz o minério a FeO e parte do FeO a Fe; a outra parte do FeO é reduzida pelo carvão;�por gotejamento são obtidos, na parte mais baixa do forno, o ferro gusa (pig-iron) e a escória (mais leve e sobrenadante), que são normalmente vazados para carros-torpedo e potes, respectivamente;�os subprodutos gasosos saem pelo topo do forno, são conduzidos para um sistema de despoeiramento e limpeza, seguindo para recuperadores de calor (onde o CO de excesso sofre combustão e libera calor, fundamental para o processo).

Queima do carvão ou coque

Redução do minério Fe

Redução do Si, P e Mn

Escorificação

2 Fe2O3 + CO ���� 3 Fe3O4 + CO2

Fe3O4 + CO ���� 3 FeO + CO2

FeO + CO ���� Fe + CO2

2 MnO2 + C ���� 2 MnO + CO2

2 MnO + C ���� 2 Mn + CO2

SiO2 + 2 C ���� Si+ 2 COP2O5 + 5 C ���� 2 P + 5 CO

CaCO3 ���� CaO + CO2

CaO + SiO2 ���� CaSiO3

C + O2 ���� CO2

CO2 + C ���� CO

Algumas reações

Alto-forno

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Escória

�Resíduo sólido rico em calcário;� 600 kg de escória são produzidos para cada 1.000 kg de aço;�11,3 milhões de toneladas anuais;�16% para base e sub-base de ruas/estradas;�13% para nivelamento de terrenos�60% para cimenteiras�Restante: leito ferroviário.

Feito de materiais refratários de altíssimo desempenho, transporte o gusa líquido do alto-forno para a aciaria enquanto, em seu interior, são realizadas várias reações, como redução do teor de carbono.

Carro Torpedo

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Aciaria – onde o gusa líquido é refinado em aço no teor de carbono necessário, basicamente por reações de oxidação (O2

por baixo). É onde são introduzidos elementos de liga (ferros-liga). Além do gusa, a aciaria pode ser alimentada com o ferro esponja, sucata e/ou calcário.

Tipos de Aço

Aço Carbono – na sua composição possui apenas quantidades limitadas de C, Si, Mn, Cu, S e P. Outros elementos existem apenas em quantidades residuais.Aço Baixo carbono – até 0,2% de C. São os mais usados. Excelente soldabilidade e trabalhabilidade. Aço Médio Carbono – 0,2 a 0,5% C. Chamados de aços de engenharia, são utilizados em componentes que exijam alta resistência mecânica.Aço Alto Carbono – mais que 0,5% de C, duros e frágeis, para ferramentas.Aço Doce – entre 0,15 a 0,25% de CAço Acalmado – aço fundido tratado agente desoxidante (ex. Si ou Al) que evita a formação de gases, em especial de CO.

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Tipos de Aço

Aço liga - liga de ferro-carbono com elementos de adição (níquel, cromo, manganês, tungstênio, molibdênio, vanádio, silício, cobalto e alumínio) para conferir a esse aço características especiais, tais como: resistência à tração e à corrosão, elasticidade e dureza, entre outras, tornando-os melhores do que os aços-carbono comuns.

�Designados de acordo com os elementos predominantes, como, por exemplo, aço-níquel, aço-cromo e aço-cromo-vanádio. � Encontrados em praticamente todos os segmentos industriais.�Aços de alta liga: ∑ elementos > 5%.

Tipos de Aço

Aço microligado - Aço que contêm, em geral, menos de 0,15% de carbono e pequenas quantidades de Nb, V, Ti, Mo e N. Soldagem desses aços é similar à dos aços de baixo carbono e temperabilidade maior.

Aços de Alta Resistência e Baixa Liga (ARBL) – até 10% de elementos de liga (C, Mn, S, P, Si, Ni, Cr, Mo, V, Zr, B e Cu) e temperados, associando altas tensão de escoamento e resistência ao impacto. Usos: reatores, construção civil, criogenia etc.

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Aço Ferramenta – com pelo menos 0,5% de C e caracterizam por produção baixa, mas preço pelo menos 50 vezes maior em peso. Elementos de liga (Mn, Cr, V, W, Mo ou Co) facilitam a formação de carbonetos que endurecem o metal. Usos: serras, brocas, fresas...

Aço rápido – aços-ferramenta que suportam altas velocidades de corte em usinagem e possuem teores altos de W e Mo. Alta dureza, mesmo em altas T, mesmo quando o gume fica rubro.Aço Inoxidável – aços com pequenas quantidades de Ni e pelo menos 12% e normalmente no máximo 30% de Cr, que realiza a passivação do aço. Acima de 16% não é possível mais austenitizar, logo não obtém-se aço inox temperado (facas: 12-16% de Cr). Usos: indústria automobilística, naval, aeroespacial, ferramentas, matrizes, moldes, medicinal, bélica.

Ferros FundidosLiga Fe-C com mais de 2,11% de C e menos de 6,67% de C e com teores de silício um pouco inferiores aos de carbono (1 a 3%). Os teores de carbono são em quantidade superior aos que podem ser retidos em solução sólida na austenita, de modo a resultar carbono parcialmente livre, na forma de veios, nódulos ou lamelas de grafita.Usos dos Ferros Fundidos:Bases de Máquina, peças estruturais com pouca solicitaçãoVantagens: �baixo preço, pois não é preciso uma oxidação tão grande�baixa temperatura de fusão, a mínima com 4,3%C (eutético);Desvantagens�Propriedades mecânicas relativamente inferiores

(+ frágeis que aços)

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Consumo de Energia e emissões na reciclagem e no uso de matéria virgem com metais ferrosos (valores por tonelada produzida)

Item Reciclados Matéria

Virgem

Economia

Consumo de Energia (GJ/t) 20,0 33,5 13,5

Emissão atmosférica (g/t)

Particulados 864 26.955 26.091

CO 1.909 1.381 -528

NOx 2.350 2.733 383

N2O 226 417 191

SOx 5.347 8.450 3.130

HF 0 0,5 0,5

Hidrocarbonetos total 5.262 16.527 11.265

Amônia 1,6 73,5 71,9

Emissões aquosas (g/t)

DBO 0,5 5,2 4,7

DQO 1,4 1,3 -0,1

Sólidos suspensos 301 318 17

Orgânicos totais 515 514 -1

Fenol 0 0,3 0,3

Amônia 0,7 6,5 5,8

Ferro 100 100 0

Cloreto 0 0 0

Fluoreto 21,6 33,4 11,8

Nitrato 0,4 0,3 -0,1

Sulfeto 0 0,2 0,2

Resíduos sólidos (kg/t) 121,1 398,6 277,5

METAIS FERROSOS

E A RECICLAGEM?

3R em metais

�Redução do Uso – uso tem aumentado desde sempre, mas em alguns mercados (em especial embalagens) os metais foram/estão sendo substituídos por outros materiais.

�Reutilização – possível, geralmente após restauração da superfície oxidada, pintada ou revestida. Restauração superficial pode ser feita por raspagem, fusão, decapagem e eletroerosão e nova pintura/revestimento;

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www.comgeres.com.br

www.blog.simbiosebrasil.com.br

www.gacc.com.br

A Reciclagem de Materiais é um Negócio.

Reciclagem de Materiais é Oportunidade de Negócio

quando existe :

�Sucata Valorizada;

�Mercado Demandando;

�Abundância de Matéria-Prima;

�Legislações que auxiliam;

Cobre, Alumínio

Aço e outras ferrosos

PET

Pneus

90

�Educação.Todos os resíduos

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Qualquer que seja a força motriz da reciclagem, o material reciclado tem que ter propriedades finais competitivas, não

necessariamente com o material virgem.

Essa competitividade possível em termos de propriedades se soma à vantagens ambientais, propaladas ou não por

estratégias de marketing.

Reciclagem, porém, é uma atividade industrial que gera impactos ambientais, normalmente menores que os envolvidos

na fabricação de materiais virgens.

Separação de Resíduos é Importante, senão fundamental !

Quanto melhor a separação, + puro o reciclado ↑ valor agregado

Reciclagem de Metais

São RECICLÁVEIS todos os metais�elementos puros;�ligas com os mesmos elementos e composições diferentes. Exemplo: Aço + Fe fundido;�ligas de elementos diferentes: Aço-Cr + Aço-Si → Aço-Cr-Si;�Metais revestidos.

Baseada na fusão da sucata, medição dos teores dos elementos e correção: se excesso de C, oxidação; se falta de elementos, são colocados.

Atualmente, com métodos de redução (química ou eletrolítica)mais baratos e dada a alta demanda, a sucata é consideradafonte secundária de suprimento. Coleta de sucata é realidadedesde que a metalurgia existe.

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FERROSOS

�Sucatas são normalmente divididas em ferrosas e nãoferrosas (IMÃS);�Aço inoxidável austenítico não “pega” ímã : separação por brilho e peso;�Se a separação das sucatas ferrosas (aços e ferros fundidos) é difícil ou onerosa → funde todas juntas, muda a posição no diagrama binário ou ajusta-se depois o teor de carbono e outros elementos de liga;

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Separação/AlimentaçãoMecânica

Separação/AlimentaçãoMagnética

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www.nortefer.com.br

Se a separação é bem feita, sucataferrosa é fundida no forno e acomposição é acertada. Algosemelhante ao que acontece norefino do gusa.

Na solidificação, elementos se arranjam em solução sólida. Elesnão “sabem” se vieram da sucata ou do minério. Tem-se ummetal bem similar ao que seria produzido pelo gusa epossivelmente apto a usos nobres (a ser confirmado porensaios), inclusive para contato direto com alimentos. Comsucata industrial pode até se falar em idêntico.

A estrutura cristalina dos átomos deferro (e de outros elementos sensíveisà temperatura do forno) foi destruída.

Para outros metais, em especial elementos puros (como ocobre), isso também pode acontecer.

NÃO FERROSOS

�Os não ferrosos tem que ser melhor separados (Cu, Al, Ti...), pois muitos não formam ligas úteis e/ou comercializáveis;�Ligas de não ferrosos eventualmente presentes nas sucatas têm separação complicada (p.ex., separar Cu de Latão, de Bronze; Al de duralumínio etc);�Separação de não ferrosos pode ocorrer com base no peso específico, cor e aplicação (p.ex: fios, de Cu ou Al);�Cu, Al → alguns produtos usam os elementos puros ou quase puros → sucata muito valorizada.

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Para todos os metais:

�Importante a retirada de inorgânicos (p.ex. terra) e orgânicos;�Na reciclagem de ligas de elementos diferentes, funde-se todas juntas e na solidificação pode ser formado novo arranjo cristalino que acomode todos elementos (ex: Aço-Cr + Aço-Si → Aço-Cr-Si).

�Na reciclagem de metais revestidos recuperação do revestimento normalmente não compensa, mas é possível;�Impurezas, elementos em excesso ou não compatíveis formam escória ou gases;�Enfardamento pode ser importante para o transporte;�Reciclagem pode se repetir infinitamente e ocorre sem perda de propriedades;�T altas permitem reciclado ter contato direto com alimentos;�1 kg de sucata > 1 kg de reciclado – oxidação, impurezas...

Prensa

Fardos

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Produto, Material Estimativa de Reciclagem no Brasil, 2015

(%)

Principais Produtos Reciclados no país

Latas de Aço 46,7 Novas latas

Latas de Alumínio 97,9 Novas latas

Disponível em www.cempre.org.br