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T. Cole, 1839. MARÇO DE 2018 | Edição: 478

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T. Cole, 1839.

MARÇO DE 2018 | Edição: 478

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Revista Suma Economica - Novembro 20172

estratégia de preços.O planejamento orçamentário é um diferencial que determina muitas

vezes o sucesso ou fracasso de uma empresa. Aprenda a calcular todos os aspectos essenciais de seu negócio, tais como a receita à vista, o cálculo das despesas proporcionais de venda, o prazo de recebimento, a projeção futura de resultados e outros.

Suma NOV 2017.indd 2 08/11/2017 10:27:12

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Revista Suma Economica - Março 2018 3

Mudança de prioridadesO ESTADO DA ECONOMIA

N o decorrer do último carnaval, com o crime fechando avenidas do Rio de Janeiro e a violência se espalhando pela cidade, o governo federal mudou suas prioridades.

O foco saiu da economia e se voltou para a intervenção na segurança da segundo principal estado do país.

Foi a coisa certa a ser feita, pois, com a economia e a arrecadação pública crescendo e os juros baixos sobre a dívida pública, o superávit a ser gerado no ano cobrirá os gastos com previdência. Com o que, se pode deixar para o próximo governo a questão das aposentadorias.

Por outro lado, a questão da segurança pública chegou a um ponto insustentável. Com o crime interrompendo vias públicas, roubando ou cobrando pedágios de transportadoras e chantageando as empresas de telefonia para manterem a cobertura de celulares nas áreas de presídios e outras que atendem às suas necessidades de logística.

Se a intervenção vai gerar os resultados desejados, a curto ou longo prazo, não se sabe. Porém, era óbvio que reforçar a segurança, com mais recursos e inteligência, era – e é – indispensável para que a vida das pessoas e das empresas volte ao normal.

Ao mesmo tempo, esvazia a candidatura de Jair Bolsonaro, que crescia muito, e cujo único “mote” era a segurança, acenando para o país com uma proposta de governo forte e populista, similar a do ex-presidente Collor.

Voltando para a economia, em um prazo relativamente curto, o governo Michel Temer realizou mudanças fundamentais na economia, como o teto dos gastos públicos e a reforma trabalhista. Fez crescer a economia e o núcleo da inflação caiu para menos de 3,0% ao ano. Tudo isto no meio de um turbilhão de problemas políticos, gerados por uma procuradoria geral da república ligada “umbilicalmente” ao governo anterior, que lhe renderam dois processos de impeachment.

No decorrer do ano passado a economia foi se acelerando. E, no fim do último trimestre, chegou a mais de 2,5%. Pelo que, se pode projetar um crescimento de 3,0% a 3,5% no decorrer de 2018, podendo ser maior, se houver uma combinação favorável nos cenários internos e externos.

Na economia internacional, os ventos eram extremamente favoráveis até o fim de fevereiro, com previsões de crescimento do PIB mundial entre 3,8% e 4,0% no ano.

Entretanto, no início de março, a adoção de uma sobretaxa sobre as importações americanas de aço e alumínio, junto com as declarações bombásticas do presidente Trump de que “uma guerra comercial pode ser benéfica” trouxeram uma agitação em todos os mercados, sendo imediata a queda nos preços das ações.

O temor tem fundamento, pois o crescimento da economia mundial nos últimos 70 anos – sem paralelo na

história da humanidade – foi feito com uma inteligente, cuidadosa e bem sucedida política externa americana, de quebrar barreiras comerciais e ampliar o comércio mundial, o que reduziu a pobreza, fortaleceu a democracia e ampliou a riqueza e o bem estar em escala global.

É pouco provável que ocorra uma “guerra comercial”, pois o resultado seria desastroso para todos. Mas vai manter uma tensão na economia internacional durante algum tempo.

No Brasil, o maior risco no ano é o político. Com a condenação do ex-presidente Lula e o “esvaziamento” da candidatura de Jair Bolsonaro, os candidatos da esquerda e da direita começam a ficar fora do páreo.

Portanto, aos poucos, vai se abrindo o campo para um candidato moderado, podendo ser Henrique Meirelles ou Geraldo Alckmin. Ou o próprio presidente Michel Temer. Embora pareça que o seu objetivo real é o de criar condições para uma derrota acachapante da esquerda e para a eleição de um candidato que esteja convencido de que precisa do seu apoio, assim como a de sua imensa base parlamentar, com capilaridade em todas as seções eleitorais do país e que seja comprometido em manter a atual política econômica.

Logo, embora “o futuro a Deus pertença”, a realidade é que o governo Temer fez as coisas certas para a economia voltar a crescer e está fazendo as coisas certas para que as eleições deste ano criem as condições para que o próximo governo mantenha os rumos atuais.

Em suma, os cenários mais prováveis para este ano e para o inicio do próximo são os seguintes:- PIB mundial tendia a um crescimento de 4,0% neste ano, até o anúncio do Presidente Donald Trump de que aumentaria a tarifa de importação de aço e de alumínio nos EUA. Se for mantido o aumento da tarifa, será grande o risco de uma guerra comercial, que pode reduzir o crescimento para metade, neste ano, com reflexos imprevisíveis para 2019 e anos seguintes.- PIB brasileiro crescendo em torno de 3,0% neste ano, acelerando no segundo semestre. - O Crescimento da renda das famílias e a redução do endividamento continuarão fomentando o consumo. Crescimento do comércio de 4,0% no ano. Indústria crescendo 3,0%; serviços em torno de 2,0%.- É crescente a possibilidade de que tenhamos mais um ano de excelente safra, com bons preços e desempenho positivo do PIB agrícola. A quebra da safra argentina de soja e milho irá favorecer os preços das commodities e as exportações brasileiras.- Núcleo da inflação brasileira entre 3,0% e 3,5% no ano.- Mercado mundial e eleições no Brasil aumentam as incertezas e a volatilidade do mercado de ações no decorrer dos próximos meses.

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DIRETOR: Alexis Cavicchini - [email protected]

BANCO DE DADOS E PESQUISA ECONÔMICA: Fernando Lopes de Mello - [email protected]

COLABORAÇÃO:Alexis Cavichini Filho - Jorge Clapp

TRADUÇÃO:Melanie Siqueira

PROJETO GRAFICO:CRIA Comunicação - www.criavisual.com.br

DIAGRAMAÇÃO:Fernanda Neves da Costa - [email protected]

DIRETORIA COMERCIAL:Salete Gondim - [email protected]

ATENDIMENTO:[email protected]

WEB DESIGNER/INTERNET:Alessandra Moura - [email protected]

CENTRAL DE ATENDIMENTO AO CLIENTE:(0xx21) 2501-2001www.sumaeconomica.com.br

CIRCULAÇÃO:Otacílio Vieira Filho

RIO DE JANEIRO: Rua Baronesa do Engenho Novo, 189 - Cep 20961-210 - Engenho Novo - Rio de Janeiro - RJ. Tel.: (0xx21) 2501-2001 - Fax: (0xx21) 2501-2648

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 45.000 exemplares. Todas as análises e estatísticas são cuidadosamente preparadas pela equipe da SUMA ECONOMICA, de acordo com os últimos dados disponíveis no seu fechamento. Contudo, o uso destas informações para fins comerciais e de investimento é de exclusiva responsabilidade e risco dos seus usuários.FOTO CAPA: A View of the Mountain Pass Called the Notch of the White Mountains (Crawford Notch), Thomas Cole, 1839. Óleo sobre tela, National Gallery of Art, Washington D.C.

Suma Economica A revista SUMA ECONOMICA é uma publicação mensal da COP EDITORA LTDA.

Índice

Ritmo mantido

Crescimento menor em 2017

Confiança continua processo de recuperação

Longa trajetória de crescimento

Projeções para a soja melhoram

BRIEFINGS

PRINCIPAIS INDICADORES

FUNDOS DEINVESTIMENTO

EVOLUÇÃO EPREVISÕES

SEGUROS

VENDAS DO COMÉRCIO

ECONOMIAINTERNACIONAL

PRODUÇÃOAGROPECUÁRIA

ATUALIZAÇÃO DE ATIVOS

ESTATÍSTICA

TAXA DE JUROSO que esperar da Selic?18

Investidores continuam sustentando alta do Ibovespa, mesmo que tímida

AÇÕES

20

Mais investimento na indústria têxtil

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

26

Guerra comercialdo aço

CÂMBIO &COMÉRCIO EXTERIOR

3138

36

34

33

24

23

03

22

12

08

06

Mudança de prioridades

PIB de 2017 confirma recuperação

O ESTADO DAECONOMIA

05 Changing priorities

THE STATE OFTHE ECONOMY

ANÁLISE DA CONJUNTURA

2018:

16

FATOS,TENDÊNCIAS &OPORTUNIDADESTarifas de importação e guerras comerciais07

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Revista Suma Economica - Março 2018 5

Changing prioritiesTHE STATE OF THE ECONOMY

D uring the last carnival, with crime closing avenues in Rio de Janeiro and violence spreading throughout the city, the federal government changed its

priorities. The focus has left the economy and turned to intervention in the safety of the country's second largest state.

It was the right thing to do because with the economy and public revenue rising and low interest rates on public debt, the surplus to be generated in the year will cover social security spending. With that, the issue of pensions can be left to the next government.

On the other hand, the issue of public safety has reached an unsustainable point. With the crime breaking down public highways, stealing or levying carrier tolls and blackmailing the phone companies to maintain cellphone coverage in prisons and other areas that meet their logistics needs.

Whether the intervention will generate the desired results in the short or long term is not known. However, it was obvious that reinforcing security, with more resources and intelligence, was - and is - indispensable for the life of people and businesses to return to normal.

At the same time, it drained the candidacy of Jair Bolsonaro, who was growing up, and whose only "motto" was security, waving to the country with a proposal of strong and populist government, similar to that of former President Collor.

Turning to the economy, in a relatively short time, the Michel Temer government made fundamental changes in the economy, such as the ceiling of public spending and labor reform. It made the economy grow and core inflation fell to less than 3.0% per year. All this in the midst of a whirlwind of political problems, generated by a general prosecution of the republic linked intimately to the previous government, that yielded two processes of impeachment to him.

Over the past year the economy has been accelerating. And at the end of the last quarter, it reached more than 2.5%. Therefore, growth of 3.0% to 3.5% can be projected during the course of 2018, and may be higher if there is a favorable combination in the internal and external scenarios.

In the international economy, the winds were extremely favorable until the end of February, with forecasts of world GDP growth between 3.8% and 4.0% in the year.

However, in early March, the adoption of a surcharge on US steel and aluminum imports, along with President Trump's bombastic declarations that "a trade war could be beneficial" brought a stir in all markets, fall in stock prices.

The fear is grounded because the growth of the world economy over the last 70 years - unparalleled in the

history of mankind - has been done with a smart, careful and successful US foreign policy, to break trade barriers and expand world trade, which has reduced poverty, strengthened democracy, and expanded wealth and well-being on a global scale.

A "commercial war" is unlikely, as the result would be disastrous for all. But it will keep a strain on the international economy for some time.

In Brazil, the biggest risk in the year is the political one. With the condemnation of former President Lula and the "emptying" of Jair Bolsonaro's candidacy, the candidates on the left and on the right begin to get out of the way.

Therefore, the field is slowly opening up for a moderate candidate, being Henrique Meirelles or Geraldo Alckmin. Or President Michel Temer himself. Although it appears that its real purpose is to create conditions for an overt defeat of the left and for the election of a candidate who is convinced that he needs his support, as well as that of his immense parliamentary base, with capillarity in all sections and is committed to maintaining the current economic policy.

So while "the future belongs to God", the reality is that the Temer government has done the right things for the economy to grow again and is doing the right things so that this year's elections will create the conditions for the next government to keep the current directions.

In summary, the most likely scenarios for this year and the beginning of the next are as follows:- World GDP was up 4.0% this year, until President Donald Trump announced that he would raise the import tariff on steel and aluminum in the United States. If the tariff increase is maintained, there will be a great risk of a trade war, which can reduce growth by half this year, with unpredictable effects for 2019 and following years.- Brazilian GDP growing at around 3.0% this year, accelerating in the second half.- The growth of household income and the reduction of indebtedness will continue to boost consumption. Retail sales growth of 4.0% in the year. Industry growing 3.0%; services about 2.0%.- There is a growing possibility that we will have another year of excellent harvest, with good prices and positive performance of agricultural GDP. The collapse of the Argentine soybean and corn harvest will favor commodity prices and Brazilian exports.- Brazilian inflation core between 3.0% and 3.5% in the year.- World market and elections in Brazil increase the uncertainties and volatility of the stock market over the coming months.

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Briefings

Comportamento da Demandapor crédito por parte das empresas

Volume do setor de serviços

Produção agrícola argentina prejudicadaO clima argentino segue bastante desfavorável e prejudicando as lavouras de importantes

culturas como soja e milho, onde a Argentina é, depois de Brasil e EUA, um importante player no mercado internacional.

Essa condição tem feito os preços no mercado internacional darem uma ligeira acelerada, o que foi percebido nos dados provenientes da Bolsa de Chicago durante fevereiro.

Para o milho brasileiro o cenário acaba sendo favorável, mesmo com a expectativa de que a safra deste ano será menor do que a anterior, se situando em torno de 86 milhões de toneladas segundo o IBGE. As exportações do cereal devem crescer na medida em que os preços melhoram e a oferta argentina irá ficar menor neste ano.

De acordo com o IBGE, o volume do setor de serviços apresentou alta de 0,7% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2016, mantendo a voltando à trajetória de alta. Frente ao mês de novembro, crescimento de 1,3%. Em 2017, queda de 2,8%.

Em receita, alta de 5,0% frente a dezembro de 2016. Houve crescimento de 0,9% frente ao mês de novembro, com o resultado acumulado em 12 meses apresentando alta de 2,5%.

O destaque no volume de serviços frente ao mês de dezembro de 2016 ficou para Transporte Aquaviário, com alta de 22,6%. A maior queda foi Transporte Aéreo (-17,5%) Na comparação com novembro o melhor desempenho ficou para Transporte Aéreo; o pior para Transporte Aquaviário. Em 12 meses, Transporte Aquaviário liderou com alta de 17,5%. O pior desempenho em 2017 ficou para Transporte Aéreo com retração de 19,4%. Importante destacar que o setor de transportes, como já destacamos, tendo um subsetor com o melhor desempenho no geral e outro subsetor no sentido inverso, foi o único a fechar o ano em alta.

Por estado, frente ao mês de dezembro de 2016, os melhores desempenhos foram de Santa Catarina, Pernambuco e Ceará. Pelo lado negativo, as maiores baixas foram em São Paulo e no Distrito Federal.

De acordo com o Serasa Experian, a demanda das empresas por crédito cresceu 11,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2017. Frente a dezembro do ano passado, a alta foi de 2,1%. O resultado acumulado em 12 meses apontou uma alta de 0,1%

Por porte de empresa, alta apenas em micro e pequenas empresas na comparação com janeiro de 2017, chegando a 12,4%. Frente ao mês de dezembro alta também apenas em micro e pequenas empresas. O resultado acumulado em 12 meses apontou crescimento de 0,4% em micro e pequenas empresas e retração nas demais.

Na análise por setor, alta de dois dígitos em todos os pesquisados, na comparação com janeiro do ano passado. No corte contra dezembro, alta generalizada, sendo de dois dígitos na indústria. O resultado acumulado de 12 meses apontou crescimento apenas em Serviços.

Por região, alta em janeiro em todas elas na comparação com o mesmo mês de 2017, sendo acima de 20% no Nordeste e no Sul. Frente ao mês de dezembro, todas apresentaram aceleração, sendo de dois dígitos no Norte. O resultado de 12 meses registrou alta no Sudeste, Sul e Nordeste.

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Fatos, Tendências & OportunidadesFACTS, TRENDS AND OPPORTUNITIES

Por Alexis Cavicchini, Editor

Tarifas de importação e guerras comerciais

NO presidente Donald Trump, cumprindo promessas de campanha, aumentou a taxação sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA. Teoricamente, para

proteger esta indústria e os seus trabalhadores. Na prática, inicia um conflito com o objetivo de obter concessões dos sócios do Nafta e, em particular, do Canadá, que é o principal exportador de aço para os EUA e, obviamente, sempre foi o principal aliado dos EUA em todas as questões de segurança.

Pequenos conflitos podem se transformar em guerras comerciais, onde ninguém ganha. Todos perdem. Os cidadãos de todos países perdem com a subida dos preços nos mercados e, logo a seguir, com a alta dos juros para combater a inflação. Em simultâneo, se perdem empregos. E, no fim, pelo aumento na crise, se retira o subsídio para o setor ajudado, que fica ainda pior do que antes.

Isto aconteceu, em um tempo relativamente recente, com a mesma indústria, durante o ultimo governo Bush. Foi aumentada a taxação sobre o aço importado, que foi revogada 18 meses depois, pois, para a indústria americana de aço sair do prejuízo, se perdia montanhas de dinheiro na economia americana, com perdas trilionárias no mercado de capitais nos EUA e, como consequência, em todo o mundo. Perdiam as empresas inovadoras e competitivas – que dão brilho e vigor para a economia americana – assim como toda a população, como consumidores.

E AGORA? QUANTO TEMPO VAI DURAR A INTERVENÇÃO NO AÇO? E QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS, IMEDIATAS E DE LONGO PRAZO?

No curtíssimo prazo, já começou, com a queda nas bolsas americanas, que se repercutem em todo o mundo. Posto que

as bolsas de Nova York são as sinalizadoras de preços para todas as bolsas mundiais. Já o era em 1930 - e em todas as crises posteriores – e é cada vez mais, na medida em que o mercado inglês perde relevância, ano a ano.

As perdas nas bolsas irão se estancar se a taxação sobre o aço americano não provocar retaliação. Ou se aprofundar, se Canadá, México e União Europeia colocarem novos impostos sobre motos Harley Davison, ou outros produtos americanos. Se houver retaliações, todos começam a perder. E as perdas - junto com mais inflação - continuarão, até cessarem os conflitos, quando o bom senso, ou as perdas já forem significativas, com prejuízos para todos.

No decorrer do processo, caem os preços das ações, das commodities, do mercado imobiliário e de todos os ativos. Ao mesmo tempo, sobem os preços para o consumidor e os juros. A primeira impressão é de que os detentores de dinheiro ganham, devido à alta nos juros. A realidade, porém, é que os grandes detentores de dinheiro sempre possuem a maior parte dos seus patrimônios em imóveis, ações e participação de capital, com controle ou participação em pequenas, médias ou grandes empresas e outros ativos, que se desvalorizam com a crise.

Em suma, em guerras comerciais todos perdem.

Ainda no curto prazo, há o risco da inflação começar a subir nos EUA, em razão dos centavos a mais gastos na produção de cada uma das 500 bilhões de latas que são produzidas todos os anos no país, de cervejas às sopas Campbell e outros milhares de produtos. Subindo a inflação, sobem os juros nos EUA. Com reflexo em todo o mundo.

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Revista Suma Economica - Março 20188

Principais IndicadoresMAIN INDEX

DESEMPENHO NA INDÚSTRIA | PERFORMANCE OF THE INDUSTRYNa comparação com o mês anterior, em %

VENDAS NO VAREJO | RETAIL SALES BEHAVIOUREm %

RENDIMENTO MÉDIO MENSAL | AVERAGE INCOME IN REAL TERMSMédia trimestral em trimestres móveis, em R$

TAXA DE DESOCUPAÇÃO | UNEMPLOYMENTMédia trimestral em trimestres móveis, em %

A produção industrial brasileira cresceu 4,3% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2016, influenciada alta de 20,8% em Bens de Consumo Duráveis e de 8,8% em Bens de Capital. Bens Intermediários, de maior peso no índice, apresentou alta de 4,2%.

Em dezembro, as vendas do comércio cresceram 3,3% na comparação com o mesmo mês de 2016, com um desempenho significativo de Móveis e Eletrodomésticos e de Hiper e Supermercados.

O rendimento médio nominal do trabalhador medido pela PNAD Contínua chegou a R$ 2.169,00 no trimestre móvel nov-dez-jan, mantendo a trajetória de alta. A população ocupada ficou em 91,7 milhões no período.

A taxa de desemprego (PNAD Contínua) medida pelo IBGE ficou em 12,2% no trimestre móvel fechado em janeiro, 0,4% acima do registrado na pesquisa do mês anterior. A população desocupada ficou em 12,7 milhões, crescendo em relação ao registrado anteriormente.

Brazilian industrial production grew by 4.3% in December compared to the same month in 2016, influenced by a 20.8% increase in Durable Consumer Goods and a 8.8% increase in Capital Goods. Intermediary Goods, the most relevant in the index, increased 4.2%.

In December, retail sales grew 3.3% compared to the same month of 2016, with a significant performance of Furniture and Appliances and of Hyper and Supermarkets.

The average nominal income of the worker measured by the Continuous PNAD reached R $ 2,169.00 in the mobile quarter Nov-Dec-Jan, maintaining the upward trajectory. The employed population stood at 91.7 million in the period.

The unemployment rate (PNAD Continuous) measured by the IBGE stood at 12.2% in the mobile quarter closed in January, 0.4% higher than that registered in the previous month's survey. Unemployed population stood at 12.7 million, growing in relation to the previously recorded.

F

0,1

17

-1,8

0,6 0,8

0,00,0

0,8

-0,8

S O N D

2,8

F

-3,2-4,0

1,9 2,42,5

17

3,0

0,0

3,13,6

S O N D

6,4 5,9

3,3

2.104

2.106 2.105

2.1152.127

2.142 2.1542.169

Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan.

12,213,0 12,8 12,6 12,4 12,2 12,0 11,8

Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Dez.

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Revista Suma Economica - Março 2018 9

Principais IndicadoresMAIN INDEX

DESEMPENHO PRIMÁRIO DO GOVERNO | PRIMARY GOVERNMENT RESULTEm R$ milhões

RESERVAS INTERNACIONAIS | INTERNACIONAL RESERVESEm US$ milhões

TRANSAÇÕES CORRENTES | CURRENT TRANSACTIONSAcumulada em 12 meses, em US$ milhões

INVESTIMENTO DIRETO NO PAÍS | DIRECT INVESTMENT IN THE COUNTRYMês a mês, em US$ milhões

O Governo Central apresentou superávit primário de R$ 31,069 bilhões em janeiro, o melhor resultado para este mês desde 2013. O resultado em 12 meses registrou um déficit acumulado de R$ 113,6 bilhões ou -1,69% do PIB.

As reservas internacionais brasileiras começaram o ano com uma trajetória de alta, ficando em US$ 375,701 bilhões no mês de janeiro. A receita de remuneração das reservas ficou em US$ 367 milhões em no primeiro mês de 2018.

Em janeiro, as transações correntes tiveram um déficit de US$ 4,310 bilhões. Em 12 meses o déficit ficou em US$ 8,987 bilhões, ou –0,48% do PIB. Para 2018, a previsão gira em torno de US$ 18,4 bilhões de déficit, o que representará -0,87% do PIB.

O IDP de janeiro de 2017 ficou em US$ 6,466 bilhões, levando o resultado em doze meses para US$ 65,339 bilhões ou 3,17% do PIB. Para este ano, a tendência foi mantida em US$ 80 bilhões.

The Central Government showed a primary surplus of R $ 31.069 billion in January, the best result for this month since 2013. The result in 12 months registered a cumulative deficit of R$ 113.6 billion or -1.69% of GDP.

Brazilian international reserves started the year with a bullish trend, reaching US$ 375,701 billion in the month of January. Revenue from reserves was US$ 367 million in the first month of 2018.

In January, current transactions had a deficit of $ 4.31 billion. In 12 months the deficit stood at US $ 8.987 billion, or -0.48% of GDP. By 2018, the estimate is around US$ 18.4 billion deficit, which will represent -0.87% of GDP.

The IDP (Foreign Direct Investment) in January 2017 was US$ 6.466 billion, bringing the result in twelve months to US$ 65.339 billion or 3.17% of GDP. For this year, the trend was maintained at US$ 80 billion.

17 18F

-26.263

-11.061

12.570

-29.371

-19.798

-20.152

-9.599

-22.725 -21.168

31.069

5.191 1.348

377.175

Jun. Jul.

381.029 381.843

Ago. Set.

381.244

Out.

380.351

Nov. Dez. Jan.

381.056373.972 375.701

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-8.987

17 18

5.306

7.1095.577

2.926 3.991

4.093

5.138

6.339 6.466

8.240

5.021 5.407

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Revista Suma Economica - Março 201810

Principais IndicadoresMAIN INDEX

VARIAÇÃO DA SELIC ANUAL | VARIATION OF THE ANNUAL SELICAcumulada em 12 meses, em %

MEIOS DE PAGAMENTO | BROAD MONEYM4

EVOLUÇÃO DA BOVESPA | STOCK MARKETFechamento do mês

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu a taxa Selic para 6,75% ao ano em sua reunião realizada no inicio de fevereiro. A tendência é de que possa haver mais um corte de 0,25 pontos percentuais em março para que, a partir daí, a taxa se estabilize.

Em novembro, os meios de pagamento ampliados no Brasil chegaram a R$ 6,649 trilhões, com influência das Cotas de Fundos de Investimento e das Operações Compromissadas com Títulos Federais

No mês de fevereiro, o Ibovespa apresentou valorização de 0,52%, fechando em 85.353 pontos, levando o resultado acumulado do primeiro bimestre a uma alta de 11,72%.

O IGP-M de fevereiro fechou em 0,07%, após a continuidade do arrefecimento dos preços no atacado, que fecharam o segundo mês do ano apresentando uma alta de apenas 0,02%. No ano alta do IGP-M atinge 0,83%.

The Monetary Policy Committee (Copom) of the Central Bank of Brazil reduced the Selic rate to 6.75% per year at its meeting held in early February. The trend is that there may be another cut of 0.25 percentage points in March so that, from there, the rate stabilizes.

In November, the increased means of payment in Brazil reached R$ 6.649 trillion, influenced by the Quotas of Investment Funds and Commitments with Federal Securities.

In February, the Ibovespa appreciated 0.52%, closing at 85,353 points, bringing the accumulated result of the first two months to a high of 11.72%.

In February the IGP-M index closed at 0.07%, following continued cooling of wholesale prices, which closed the second month of the year with a rise of only 0.02%. In the first two months of the year of the IGP-M reaches 0.83%.

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08

07

12

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14

13

10

18

6,75

6.300

6.200

6.100

6.000

5.900

5.800

5.700

6.700

6.649

6.400

6.500

6.600

18

79.000

74.000

69.000

64.000

59.000

54.000

84.000

89.000

16 17 18

85.353

0,08

17 18

0,01

-1,10

-0,93-0,67 -0,72

0,10

0,47 0,52

0,89

0,07

0,20

INFLAÇÃO | INFLATIONEm %

Page 11: MARÇO DE 2018 | Edição: 478 - Suma Economica · 2018-03-08 · Bolsonaro, que crescia muito, e cujo único “mote” era a segurança, acenando para o país com uma proposta de

Revista Suma Economica - Março 2018 11

Principais IndicadoresMAIN INDEX

COMMODITIES | AGRICULTURAL COMMODITIESEm US$ cents/bushel

DÓLAR/REAL | PARITY US DOLLAR/REALEm Fevereiro

EURO/DÓLAR | PARITY EURO/US DOLLAREm Fevereiro

BALANÇA COMERCIAL | TRADE BALANCEEm US$ bilhões

A posse no novo presidente do Federal Reserve nos EUA e suas primeiras declarações sobre a boa consistência da economia do país fortaleceram a moeda norte-americana frente ao euro no mês de fevereiro. Após iniciar a US$ 1,244, o euro fechou o mês a US$ 1,219.

The first statements of the new president of the Federal Reserve in the United States about the good consistency of the country's economy strengthened the US currency against the euro in February. After starting at US$ 1,244, the euro closed the month at US$ 1,219.

456,01

1010,33

16 17 18

3,10

3,15

3,20

3,25

3,30

3,35

01 02 05 06 07 08 09 14 15 16 19 20 21 22 23 26 27 28

3,173

3,2449

1,25

1,26

1,24

1,23

1,22

1,21

1,2001 02 05 06 07 08 09 14 15 16 19 20 21 22 23 26 27 28

1,2199

1,2443

221.645

154.246

18

Em janeiro, os problemas da safra argentina tanto de soja quanto de milho acabaram por favorecer o aumento dos preços de ambas as commodities em Chicago.

Em fevereiro, as exportações brasileiras alcançaram US$ 17,315 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 12,408 bilhões, levando a um saldo comercial de US$ 4,907 bilhões.

In January, the problems of the Argentine soybean and corn crops ended up favoring the increase of prices of both commodities in Chicago.

In February, Brazilian exports reached US$ 17.315 billion, while imports reached US$ 12.408 billion, leading to a trade balance of US$ 4.907 billion.

The US currency returned to the valuation process after starting the month at R$ 3.17, closing at R$ 3.24. Quotes flirted with R$ 3.30 at the beginning of the month but did not hold up. US interest news set the tone for the month.

A moeda norte-americana voltou ao processo de valorização após iniciar o mês a R$ 3,17, fechando a R$ 3,24. As cotações flertaram com R$ 3,30 no inicio do mês, mas não se sustentaram. As notícias acerca dos juros nos EUA deram o tom das cotações no mês.