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ЖОВТЕНЬ 2014 N.o 478 (3923) OUTUBRO 2014 BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE UCRANIANA DO BRASIL Інформативний бюлетень Українського Товариства Бразилії Al. Augusto Stellfeld, 795 - CEP 80410-140 Curitiba - Paraná - Brasil - Fone/Fax: (41) 3224-5597 - e-mail: [email protected] EDITORIAL A nossa Ucrânia vem enfrentando uma crise muito séria e todos sabemos disto. Forçoso lembrar a todos que a crise decorre de atos de corrupção e de um governo que, contrário a vontade do povo, uniu-se ao Governo Russo que tanto mal, por tanto tempo fez ao nosso povo, ao nosso território e não se uniu a União Européia, que era e é a vontade dos Ucranianos. A união que me refiro foi tão evidente e tinha objetivos tão inescrupulosos que o primata que estava a frente do Estado Ucraniano se refugiou em território Russo depois que o povo ucraniano em ato absolutamente heróico tomou o principal ponto de Kiev e de lá não arredou os pés até a fuga. Mal saíamos da fuga do nosso “governante”, eleições vieram e novo governo assumia, mas praticamente de forma concomitante nosso território era invadido pelo Governo Russo. Tomaram a Criméia com argumentos dos mais vis possíveis. Não satisfeitos os Russos depositaram no leste da Ucrânia imundos rebeldes que já atuaram antes pelo Governo vermelho em outros atos desta natureza (lembrem da Chechênia). Ou seja, dos desmandos de um governo corrupto o mundo foi sacudido pela invasão do território Ucraniano. E a situação perdura com a Ucrânia dividida. Governantes do mundo todo clamaram pela paz, pela razoabilidade nas negociações, pela retirada das forças vermelhas, para que se deixem os Ucranianos aprenderem a democracia mais limpa e mais duradoura possível. Por aqui, em terras brasileiras nosso governo se calava, mantinha-se silente aos fatos, as atrocidades que a imprensa mundial noticiava. Fomos, liderados pelo Embaixador da Ucrânia no Brasil, em comitiva ao Congresso Nacional pedir aos Deputados e Senadores que intercedessem junto ao Governo Brasileiro no sentido de que se manifestasse em favor da paz, do respeito a democracia e da soberania na Ucrânia. Mal fomos ouvidos, chegando ao ponto de sermos ironizados por um Diplomata que representava o Governo Brasileiro numa audiência na Comissão de relações Exteriores da Câmara Federal. Pois então, que ironia do destino. Meses depois de tudo isto, e uma semana depois do processo eleitoral de segundo turno que deu a vitória para a Presidente que se negou a pedir a paz, o respeito a soberania da Ucrânia, leio na imprensa em geral que diante do fato de a vitória ter sido oriunda de muitos votos no nordeste e norte do país, a população do sul e sudeste quer separar o país. Leio que há flagrante insatisfação popular e muitos pregam A SEPARAÇÃO do país. Sei que a situação da Ucrânia é diversa da que temos no Brasil, mas a ironia que me referi do senhor Diplomata (um sorriso irônico, na verdade) decorreu de um exemplo exatamente neste sentido que eu passei aos Deputados que lá estavam. Pedi aos Deputados que imaginassem uma situação desta no Brasil e complementei que isto não era algo do outro mundo, pois já tivemos o protesto denominado “O Sul é Meu País”. Pois aqui estamos com um início de problema. Uma manifestação mesmo que leve, sutil, de separatismo. Diferente da Ucrânia, como disse acima, mas numa toada bem complexa, admitamos, e que pode ter proporções bem significativas se mantivermos o padrão de governabilidade que temos visto no Brasil. Por certo que não se deve pregar este separatismo. Por certo que ele de nada vale. Por certo que numa democracia o que se deve

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ЖОВТЕНЬ 2014N.o 478 (3923) OUTUBRO 2014BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE UCRANIANA DO BRASIL

Інформативний бюлетень Українського Товариства БразиліїAl. Augusto Stellfeld, 795 - CEP 80410-140 Curitiba - Paraná - Brasil - Fone/Fax: (41) 3224-5597 - e-mail: [email protected]

EDITORIAL A nossa Ucrânia vem enfrentando uma crise muito séria e todos sabemos disto. Forçoso lembrar a todos que a crise decorre de atos de corrupção e de um governo que, contrário a vontade do povo, uniu-se ao Governo Russo que tanto mal, por tanto tempo fez ao nosso povo, ao nosso território e não se uniu a União Européia, que era e é a vontade dos Ucranianos. Auniãoquemerefiro foi tãoevidenteetinha objetivos tão inescrupulosos que o primata que estava a frente do Estado Ucraniano se refugiou em território Russo depois que o povo ucraniano em ato absolutamente heróico tomou o principal ponto de Kiev e de lá não arredou os pés até a fuga. Mal saíamos da fuga do nosso “governante”, eleições vieram e novo governo assumia, mas praticamente de forma concomitante nosso território era invadido pelo Governo Russo. Tomaram a Criméia com argumentos dos mais vis possíveis. Não satisfeitos os Russos depositaram no leste da Ucrânia imundos rebeldes que já atuaram antes pelo Governo vermelho em outros atos desta natureza (lembrem da Chechênia). Ou seja, dos desmandos de um governo corrupto o mundo foi sacudido pela invasão do território Ucraniano. E a situação perdura com a Ucrânia dividida. Governantes do mundo todo clamaram pela paz, pela razoabilidade nas negociações, pela retirada das forças vermelhas, para que se deixem os Ucranianos aprenderem a democracia mais limpa e mais duradoura possível. Por aqui, em terras brasileiras nosso governo se calava, mantinha-se silente aos fatos, as atrocidades que a imprensa mundial noticiava. Fomos, liderados pelo Embaixador da

Ucrânia no Brasil, em comitiva ao Congresso Nacional pedir aos Deputados e Senadores que intercedessem junto ao Governo Brasileiro no sentido de que se manifestasse em favor da paz, do respeito a democracia e da soberania na Ucrânia. Mal fomos ouvidos, chegando ao ponto de sermos ironizados por um Diplomata que representava o Governo Brasileiro numa audiência na Comissão de relações Exteriores da Câmara Federal. Pois então, que ironia do destino. Meses depois de tudo isto, e uma semana depois do processo eleitoral de segundo turno que deu a vitória para a Presidente que se negou a pedir a paz, o respeito a soberania da Ucrânia, leio na imprensa em geral que diante do fato de a vitória ter sido oriunda de muitos votos no nordeste e norte do país, a população do sul e sudeste quer separar o país. Leioqueháflagranteinsatisfaçãopopulare muitos pregam A SEPARAÇÃO do país. Sei que a situação da Ucrânia é diversa da que temos no Brasil, mas a ironia que me referi do senhor Diplomata (um sorriso irônico, na verdade) decorreu de um exemplo exatamente neste sentido que eu passei aos Deputados que lá estavam. Pedi aos Deputados que imaginassem uma situação desta no Brasil e complementei que isto não era algo do outro mundo, pois já tivemos o protesto denominado “O Sul é Meu País”. Pois aqui estamos com um início de problema. Uma manifestação mesmo que leve, sutil, de separatismo. Diferente da Ucrânia, como disse acima, mas numa toada bem complexa, admitamos, e quepode ter proporções bemsignificativas semantivermos o padrão de governabilidade que temos visto no Brasil. Por certo que não se deve pregar este separatismo. Por certo que ele de nada vale. Por certo que numa democracia o que se deve

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mostrar é a verdade, mesmo que ela demore a ser realidade. Então perguntarão os leitores: - Porque escreve tudo isto? Apenas para que nossa Presidente e seus aliados no Governo Brasileiro saibam, se ainda não sabem, que a terra é redonda e ela dá voltas. Sorrio eu agora, caro Diplomata. Saiba, entretanto, que tais acontecimentos eu nunca quis para a Ucrânia de meus avós e também não osqueroparaoBrasildemeusfilhosenetos. Não custava a manifestação de nossa Presidente a favor da paz e da soberania da Ucrânia. Espero de coração que ela não tenha que em algum momento dos próximos quatro anos pedir apoio para Governos estrangeiros no sentido de apoiar a união entre classes e regiões deste nosso Brasil. Dói, senhora Presidente pedir e nada receber. Dói clamar ajuda e receber um desdém irônico de quem a representa. Que a Ucrânia se reconstrua e que o Brasil se una. Pelas duas causas nós imigrantes e descendentes de Ucranianos lutaremos.

SLAVA UKRAINII

ROBERTO ANDRÉ ORESTENPresidente da Sociedade Ucraniana do Brasil

Embaixador da Ucrânia no Brasil

ROSTYSLAV TRONENKO parabeniza pelo aniversário da “Organização Feminina” e do

Jornal “O Lavrador”

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Cônsul da Ucrânia no Brasil LARYSSA MYRONENKO parabeniza pelo aniversário da “Organização Feminina” e do

Jornal “O Lavrador”

КОНСУЛЬСТВО УКРАЇНИ В М.КУРІТІБАCONSULADO DA UCRÂNIA EM CURITIBA

Curitiba, 7 de outubro de 2014№ 6148/36-169-327

Ao Jornal “Lavrador”Sociedade Ucraniana do Brasil

Prezadas Senhoras, Prezados Senhores!Caros Amigos!

Recebam os melhores cumprimentos por ocasião dos 90 anos da data de publicaçãodo primeiro número do “Lavrador”.

É inestimável a contribuição do “Lavrador” na questão da união da comunidade ucraniana, formação da dedicação à pátria de origem Ucrânia. Graças ao trabalho de tantos anos do Jornal, no Brasil se preservou os espírito ucraniano, a língua ucraniana, a Fé ucraniana, e os ucranianos étnicos preservaram a união espiritual com a Pátria histórica.

Nesses dias festivos desejo a vocês e a toda a equipe do jornal “Lavrador” inspiração, novos êxitos e feitos, bem como novos leitores gratos e admiradores.

Feliz aniversário!

Larysa Myronenko

Cônsul da Ucrânia

__________________________________________________________________R.Marechal Deodoro,945; CEP: 80060-010-Curitiba;tel.(41)3322-9525;e-mail:[email protected]

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STEPAN BANDERAAniversário de 55 anos da sua

morte! Esse ano faz exatamente 55 anos da morte do líder do movimento nacionalista OUN Stepan Bandera, traiçoiramente assassinado pelo ucraniano Bogdan Stachynski a mando do governo soviético.

marcante começa no inicio da 2ª Guerra Mundial. Para defender o povo dos abusos do regime nazista, em 1942-1943 a OUN sob a liderança a OUN do Bandera cria um exercito guerrilheiro UPA, composto de patriotas que enfrentaram tanto a força policial nazista, como exercito da policia política NKVD ate 1950, 5 anos depois da 2ª GM. Os soldados eseusoficiais,sobreviventesdessasangrentae desigual luta se retiram para ocidente. Mas a luta da OUN pela Ucrânia livre continuou e Bandera participa nela como líder.

O maior inimigo da Ucrânia, a União

Soviética, fez tudo para denegrir a OUN e o seu líder Stepan Bandera, chamando-o de nazista e de burguês nacio-nalista. Mesmo morando no exterior , a pessoa do Bandera não deixava em paz o regime comunista de Moscou e assim ele decidiu eliminá-lo, como o fez com Petlura e Konovalets.

Bandera vivia nas diversas localidades na Alemanha, sob outros nomes, na rigorosa clandestinidade. Vivia sob outro nome e seus filhoes não sabiam quem era na verdade oseu pai e o que ele representava para o povo ucraniano.

Assim, sucederam-se varias tentativas

de atentado, usando para isso assassinos profissionais alemães, checos, russos. Asprimeiras 5 tentativas não deram certo. O serviço de segurança OUN tem conseguido descobrir a

trama e manter o Bandera com a vida, fato que deixava o regime soviético cada vez mais irritado e mais decidido acabar com o Bandera. A vida do Bandera era protegida, mas ele próprio não gostava de todo aquele protocolo e escapava da sua segurança, dirigia o seu Opel sozinho. Stachynski, que no passado foi membro da OUN, foi pego pela NKVD numa contravenção e obrigado a tornar-se um agente especial deles. Depois de alguns atentados fracassados, ele foi incumbido matar o Bandera, um antigo chefe da OUN seu. Sua primeira tentativa também não deu certo, mas Stachynski teve a paciência. Com o tempo, ele descobriu onde Bandera morava e ficou de vigia.Arma do assassinato foi umapistola de cianeto. Infelizmente o dia chegou. Dia 15.10.1959, Bandera voltou para casa sozinho, carregando sacolas com frutas. Estacionou o carro e foi entrando no prédio. Stachynski aproximou-se e perguntou se Bandera não

precisava de uma ajuda e quando Bandera virou- se ele disparou a pistola na sua cara. Como não havia ninguém por perto, assassino saiu calmamente. Tanto esposa, como vizinhos encontraram o corpo de Bandera ensangüentado, mas

ainda vivo, deitado na escadaria do prédio. Chamaram ambulância e o Bandera foi levado para hospital da Cruz Vermelha, mas o veneno agiu fortemente, dando fim a vida do StepanBandera, um grsnde líder – Providnek, incansável lutador pela independência da Ucrânia. O primeiro teste do Stachynski foi o assassinato do líder político Lev Rebet que ele executoucomeficiência.

Organização OUN foi criada em 1929, tendo assumido o comando na luta dos ucranianos pela sua independência. A personagem do Bandera como líder surge por volta dos anos 1935, 1936, mas a sua atividade mais

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Economia ucraniana degrada-se ...

Confirmadaamorte doBandera, quasetodas as comunidades ucranianas do mundo promoveram patrióticas manifestações de pesar e de protesto contra a criminosa ação

da União Soviética e do seu sanguinário regime comunista. E o tempo foi passando. O Bandera tornou-se um Herói Nacional, O seu nome foi dado a todos os lutadores pela Ucrânia livre – os “banderivsi”. Mesmo morto, o Bandera incomodava os comunistas e esta incomodando os russos da Federação Russa de hoje. Depois da invasão da Crimea e da

querra, nas regiões de Donbas e Luhansk esta ocorrendo uma intensa visitação das paginas internet sobre a personagem do Stefan Bandera. Nas ultimas semanas esse número atingiu mais de 500 mil visitantes na Ucrânia. Na Rússia esse número passou de um milhão.

Arranjo: Wolodymyr Galat

... a popularidade do nome Bandera continua, mesmo entre os russos...

Ambiente tenso em frente ao banco central ucraniano em Kiev. A degradação do Ambiente Ambiente tenso em frente ao banco central ucraniano em Kiev. A degradação do poder de compra dos ucranianos é a principal reivindicação de um grupo de ucranianos que protesta contra a política monetária: o banco nacional não protege a sua moeda, a hryvnia, com a taxa de câmbio mais alta da sua história. Um euro, hoje, vale um pouco mais do que 16 hryvnia. Um dos manifestantes explica: “É intolerável. Os salários não sobem, os subsídios e os salários estão congelados e somos obrigados a pagar juros elevados, é insustentável. O valor da nossa moeda face ao dólar está em queda livre, e o preço de todas as mercadorias, da comida, do combustível, depende disso….tudo o que compramos depende disso.” Abandonada pelos investidores e paralisada pela guerra a leste, a economia ucraniana acusa o golpe: este é o pior ano desde a crise de 2009. O PIB caiu 15% nessa altura…. De julho de 2013 a julho de 2014, o PIB recuou 9,5%. A produção industrial caiu 21,4% entre agosto de 2013 e julho de 2014. Desde o início do ano, a hryvnia perdeu 38% do valor face ao dólar americano. Ospreçossubiramemflechanomercadode Kiev: o pão está mais caro, entre 8 a 10%, assim como o açúcar e a carne.Os ucranianos já não conseguem acompanhar, como se depreende das queixas dos cidadãos: “-A 5 hryvnia o quilo, não posso comprar sequer uma couve….já nem falo da carne, que custa pelo menos 80. Não possso comprar.” “Como tomates, pepino, batatas. Posso comprar tudo com o que quiser mas em porções muito pequenas”. A última previsão do FMI não encoraja muito: só haverá crescimento lá para 2016. Para o diretor do Agribusiness, Volodymyr Lapa, a análise é simples: “Os rendimentos dos consumidores são limitados. Infelizmente, o rendimento real estagnou e sei que a procura nos mercados é baixa, nomeadamente em relação aos produtos importados. As pessoas tentam comprar produtos de mais baixa qualidade, baratos, para limitar a despesa”. Dmytro Polonsky, comenta:

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Ministério do Interior durante cinco anos e foi afastado em 2010, após a chegada à Presidência do pró-russo Viktor Yanukovytch. O ex-presidente foi derrubado em fevereiro por um movimento de contestação sem precedentes contra o regime, principalmente em Kiev, onde os manifestantes foram violentamente reprimidos. A nomeação do general Kikhtenko faz parte dos esforços do presidente Poroshenko, eleito em maio, de se cercar de pessoas de confiançapararecuperarocontroledasregiõesseparatistas sacudidas há seis meses por uma rebelião armada pró-Rússia. Kiev e os separatistas assinaram um acordo de cessar-fogo em 5 de setembro com a participação de Moscou. Desde então, os combates perderam intensidade, mas confrontos esporádicos continuam em vários redutos de resistência, como no aeroporto de Donetsk. O novo governador, originário da região de Kharkiv (leste) e formado em uma academia militar de Moscou, Olexandre Kikhtenko está no topo da lista do partido "Força e Honra" para as eleições parlamentares antecipadas de 26 de outubro. O líder do partido, Igor Smechko, foi nomeado recentemente chefe do gabinete de Inteligência Externa da Presidência. O governador afastado Serguiï Taruta havia criticado duramente em setembro as iniciativas de paz do presidente Poroshenko, chamando de "violação" a decisão de conceder um estatuto especial às regiões rebeldes pró-russas de Donetsk e Lugansk. Sua assessoria de imprensa disse posteriormente que a frase havia sido tirada do contexto, enquanto o governo ucraniano considerouqueadeclaraçãotinhafinseleitorais. "Taruta perdeu a região. Era um governador muito fraco", considerou o cientista político ucraniano Volodymyr Fessenko. "A oligarquia não conseguiu garantir a segurança, agora é a vez dos militares," disse.Em Donetsk, os moradores reagiram com indiferença à mudança de governo. "Isso não muda nada, Taruta não era popular aqui", comentou Oleg, de 37 anos.

(Newsletter AFP)

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afastou nesta sexta-feira (10) o governador da região separatista pró-russa de Donetsk, o milionário Serguiï Taruta, e nomeou um general em seu lugar para acabar com a rebelião que perdura apesar do cessar-fogo. O general Oleksandre Kikhtenko, de 58 anos, ex-comandante das tropas do Ministério do Interior, substitui Taruta, de 59 anos. Taruta é um empresário da região que havia sido nomeado para o cargo em março. "General e governador, é o precisamos para Donbass hoje para restabelecermos a ordem e a segurança", explicou o presidente Poroshenko. "A Ucrânia perdeu este território para os próximos cinco, dez anos e a tarefa principal é evitar que se transforme em uma nova Chechênia", comentou o analista político ucraniano Taras Berezovets. O general Kikhtenko se tornou famoso em 2005 por ter reduzido a criminalidade nas regiões de Donetsk e de Transcarpathia (oeste), mobilizando 11.000 soldados nessas áreas.Kikhtenko foi o chefe das forças especiais do

Presidente ucraniano afasta governador de região

separatista de Donetsk

-“Desde o princípio do ano, os preços, em geral, aumentaram 190%. As principais razões são o aumento aux groupes de produits ont augmenté d’au moins 10 %, devido ao preço do petróleo e energia, e à desvalorização da nossa moeda.Osespecialistasafirmamqueomercadoagrícola ucraniano vai continuar instável, pelo menos, até 26 de outubro, dia das eleições legislativas antecipadas na Ucrânia”.

(Euronews)

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Ministro da Defesa promete exército forte; 14 mortos no

leste da Ucrânia !

O novo ministro ucraniano da Defesa, Stepan Poltorak, se comprometeu nesta terça-feira (14) em formar um exército forte para restabelecer a paz no leste da Ucrânia, onde os combates fizeram 14 mortos pouco antesde um encontro, em Paris, entre os chefes da diplomacia russa e americana. SergueïLavroveJohnKerry,artíficesdeum diálogo entre Moscou e Washington cada vez mais difícil pelas crises síria e ucraniana, devem se encontrar durante a tarde. Esta reunião precede uma outra entre os presidentes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Petro Poroshenko, na sexta-feira (17) em Milão, na presença de líderes europeus. Setecivismorrerame17ficaramferidosnesta terça-feira em bombardeios na periferia de Mariupol, porto estratégico no Mar de Azov controlado pelas forças ucranianas, indicou o prefeito da localidade à AFP. O exército ucraniano relatou, por sua vez, sete mortos em suas fileiras nas últimas24 horas no leste do país. Trata-se de um dos balanços mais pesados desde a instauração de um cessar-fogo em 5 de setembro. O conflito na Ucrânia já causou 3.600mortes em seis meses, segundo a ONU. "A Ucrânia necessita de paz e apenas forças armadas modernas e móveis, bem treinadas e bem equipadas podem garantir isso. Eu sei o que fazer", ressaltou Stepan Poltorak aos deputados que apoiaram sua nomeação pelo presidente Poroshenko. Quarto ministro a ocupar o posto de ministro da Defesa desde a chegada ao poder dos pró-europeus em fevereiro em Kiev, o general Poltorak foi responsável pela criação

da Guarda Nacional, unidade vinculada ao ministério do Interior formada por voluntários de Maidan, a praça de Kiev que foi o epicentro dos protestos que provocaram a queda do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovytch. Suas forças se envolveram nos confrontos mais difíceis no leste, enquanto o exército apresentava grandes dificuldades resultantesde uma falta de investimento evidente e de enormes burocracias. O presidente Poroshenko declarou aos deputados que o novo ministro será responsável por "criar um sistema poderoso de defesa" e de "reconstruir o sistema de abastecimento" do exército. Selando o abismo que separa Kiev e Moscou, o chefe de Estado também acabou por decreto com as celebrações do “Dia do Exército”nomesmodiaqueaRússia,definindocomo nova data o dia da fundação da exército nacionalista ucraniano. Anunciada a menos de duas semanas das eleições legislativas de 26 de outubro, a nomeação de Poltorak no lugar de Valeri Gueleteï, próximo de Poroshenko, é o resultado das derrotas no leste. O ex-ministro foi muito criticado por sua gestão da batalha de Ilovaïsk, cidade estratégica na região de Donetsk, onde as forças ucranianas foram emboscadas em agosto, o que resultou emmaisde100mortesemsuasfileiras. Desde então, os acordos de Minsk, incluindo o cessar-fogo, criaram esperanças de um verdadeiro processo de paz, que desapareceram com as sucessivas violações causando novas vítimas civis. Em visita nesta terça-feira a Ilovaïsk, o primeiro-ministro da República autoproclamada de Donetsk, Alexander Zakharchenko, acusou Kiev de "não querer a paz" e continuar os ataques. Do lado ucraniano, um porta-voz militar, Andrii Lysenko, indicou que a Rússia implantou uma unidade especial de inteligência militar em Novoazovsk, cidade nas mãos dos rebeldes a cerca de 50 km a leste de Mariupol. A pressão do Ocidente permanece forte contra Moscou, com sanções sem precedentes que empurraram a economia russa à beira da recessão, enquanto sua moeda caiu para novos mínimos históricos nesta terça-feira (14) contra o euro e o dólar.

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Isolado do Ocidente, a Rússia tenta acelerar sua aproximação com seu vizinho chinês, e Vladimir Putin recebeu o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, elogiando as relações econômicas entre os dois países.

(Agence France-Presse)

Desentendimentos marcam conversa sobre Ucrânia, diz

Kremlin .. Putin, Poroshenko e líderes da União Europeia se reúnem para tentar solucionar a crise no leste ucraniano !

As conversas entre Rússia, Ucrânia e governos europeus nesta sexta-feira, (17), estavam “repletas de mal-entendidos e desentendimentos” disse o Kremlin. O presidente russo, Vladimir Putin, apertou a mão do líder ucraniano, Petro Poroshenko, no começo de uma reunião com líderes europeus, à margem de uma cúpula Ásia-UE, com o objetivo de se chegar a uma solução para um cessar-fogo no leste ucraniano e resolver a disputa sobre fornecimento de gás. Diversos líderes afirmaram a repórteresque houve progresso na reunião. “Foi bom, foi positivo”, disse Putin a repórteres após a primeira reunião, realizada em Milão. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, diminuiu as esperanças de um avanço, dizendo que “certos participantes” haviam tido uma abordagem “absolutamente enviesada, não-flexível, não-diplomática” sobre aUcrânia.“As conversas são de fato difíceis, repletas de mal-entendidos, desacordos, mas, no entanto, elas estão em andamento, a troca de opiniões está em progresso”, acrescentou. A chanceler alemã, Angela Merkel, tambémdeudeclaraçõespessimistas,aoafirmarque as conversas com Putin não tinham levado a um avanço no impasse sobre a Ucrânia. “Não posso ver avanços aqui, de modo algum, até agora. Vamos continuar a falar. Registaram-se progressos em alguns detalhes, mas a questão principal é a contínua violação da integridade territorial da Ucrânia.”

Uma mensagem similar emergiu durante a noite após Putin ter se encontrado com Merkel, uma relação antes cordial que tem sido colocada à prova perante o apoio de Moscou a rebeldes pró-Rússia no leste ucraniano. O Ocidente impôs sanções sobre a Rússia em resposta à anexação da Crimeia, antes território ucraniano, e pelo apoio aos separatistas. Líderes europeus pediram que a Rússia tome mais providências para encerrar as constantes violações de um cessar-fogo acertado entre Putin e Poroshenko no mês passado em Minsk, dizendo que Moscou precisa cumprir seus compromissos.

(REUTERS)

Primeiro-ministro ucraniano acusa Presidente russo de querer congelar a Ucrânia !

Depois do Presidente russo ter garantido, em Milão, há poucos dias, que o abastecimento de gás à Ucrânia, para o Inverno, estava garantido, dá-se um novo passo atrás. Numa nova ronda de negociações, mediada pela União Europeia, Rússia e Ucrânia não chegaram a acordo sobre o preço do gás e vão continuar a debater a questão, ainda que o Primeiro-ministro ucraniano duvide das boas intenções do Chefe de Estado russo: “Vou expressar a minha posição sincera. Acho que Putin não quer assinar qualquer acordo e o seu objetivo é “congelar” a Ucrânia. Temos de estar prontos para o cenário mais difícil. Neste momento, temos 17 mil milhões de metros cúbicos de gás. Se a União Europeia reverter,adicionalmente,ofluxodegás,porquejá estamos a receber 60% por cento do gás desta forma, nesse caso sobreviveremos, mais facilmente, ao inverno.”

Spartak, uma aldeia controlada pelos

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rebeldes pró-russos, está localizada próximo do aeroporto de Donetsk. Aqui não há água, gás, eletricidade e esperam-se temperaturas negativasparaofinaldasemana.Eoscombatesprosseguem, a alguns quilómetros de distância: “Os bombardeamentos não param todas as noites. Ontem até o chão tremeu. Mas se nos formosembora,aquelesqueficaremperdemafé. Das 5000 pessoas da aldeia restam apenas cerca 400”, desabafa Vera Anoshina, uma residente local. A quatro dias das legislativas ucranianas a situação continua tensa. Esta terça-feira (21), a ONG Human Rights Watch denunciou o uso de bombas de fragmentação contra os separatistas pró-russos, acusações rejeitadas pela Ucrânia.

(Euronews)

Ucrânia prepara-se para um inverno sem gás russo

Os ucranianos receiam não ter gás suficiente para o inverno. No entanto osespecialistasafirmamqueoestoqueébastantepara enfrentar o frio.

O governo aprovou um plano de medidas para reduzir o consumo e a população prepara-se como pode.

“ Estamos prontos para o inverno. Uma inspeção foi realizada às salas de aula e as janelas foram substituídas por questão de eficiênciaenrgética.Foraminstaladosprotetorespor detrás dos radiadores nas salas”.

Os esforços forços são importantes mas opaísprecisadogásrussoafimdegarantirofuncionamento da sua indústria e economia sem cortes contínuos. “Se estamos falando de volume de gás, então não será suficiente. Mas há uma

preocupação com pressão do gás armazenado. Essa pressão será provavelmente insuficientepara o inverno todo.” A Ucrânia precisa de 30 mil milhões de metros cubos de gás para os seis meses de frios mas irá receber apenas metade. Um recorde de 27,6 milhões de metros cúbicos de gás foi importado da Eslováquia em outubro.

(Euronews)

Viver no meio dos combates na Ucrânia !!

“Uma cidade fantasma” – foi no que se tornou D o n e t s k . São poucos os serviços que ainda funcionam. G r a n d e parte das lojas, dos

bancos, dos supermercados, tem as portas fechadas. Muitos habitantes fugiram da cidade, mesmo depois do anúncio de cessar-fogo feito em Minsk, no início de setembro. Os militantes pró-russos da autoproclamada República Popular de Donetsk passaram a ditar as regras. A indústria mineira era um dos suportes económicos desta região. Agora, a maioria das minas foi destruída. A exploração de Trudivske começou a ser bombardeada em julho. Situa-se amenosdeumquilómetrodalinhadeconflito.Apenas200dos1600trabalhadoresficaram.Oresponsável, Sergey Maltsev, explica como é que se viu forçado a praticamente parar a produção: “No dia 2 de agosto, voltaram a bombardear. Depois disso, era quase diariamente. Os trabalhadores começaram a ter medo de descer à mina. A produção continuou até 15 de agosto. Mas eu, como responsável, não tinha coragem para os mandar trabalhar – alguém podia ser apanhado pelos bombardeamentos ou podiam ficar operários lá em baixo. E depois nãotínhamos hipóteses de os tirar.” Gregory Kalugin foi um dos que ficou.mas o seu trabalho consiste sobretudo em limpar destroços. Apesar de haver partes desertas, há

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vários habitantes que permanecem na zona. As milícias separatistas avisam os residentes da iminência de um bombardeamento. Inúmeras casas já foram devastadas. Gregory receia que a próxima seja a sua: “Eu vejo as coisas doutra maneira. Para mim, isto não devia ser nem da Rússia, nem da Ucrânia. Devia ser um território à parte, a zona tampão de que os ucranianos tanto falavam.” Trudivske situa-se entre a cidade de Donetsk e a zona residencial de Mariinka, controlada pelas tropas ucranianas. A linha de fogo circunda esta área. As milícias pró-russas instalaram as bases junto às partes habitadas e à mina de carvão de Trudviske. Para chegar a Mariinka é preciso atravessar os postos de controle dos separatistas e dos militares ucranianos. Os confrontos entre ambos os lados com artilharia pesada deixaram edifícios arrasados e muitas estórias trágicas. Uma moradora conta o seguinte: “As nossas crianças andam por aí, deixaram de ir à escola. Se for naquela direção, vê uma das escolas destruídas.Outraficousemjanelas,semnada.Já nada funciona aqui em Mariinka. Apesar de tudo, ainda temos eletricidade, mas não há gás, não há água. Sobrevivemos como podemos. Conseguimos conservar o carro para ir buscar comida. Mas, na verdade, ninguém se importa conosco – nem os da República Popular de Donetsk, que não estão aqui, nem a Ucrânia, que não precisa de nós para nada. Não precisam de nós…” Na estrada para Donetsk encontrámos outro posto de controle militar ucraniano. Entre um amontoado de blocos de cimento, os soldados controlam os carros que circulam. O ambiente é particularmente tenso. Um veículo com separatistas acabou de ser intercetado. Na noite anterior, dois militares foram mortos em ataques à bomba. O capitão “Sasha” declara que “comooficial do exército ucraniano, comopai,comofilho,comomarido,comocomandante

dos homens que vêem aqui: é injusto pagar este preço para resolver as questões políticas e financeirasdosricos.” Fizemos também a estrada a partir de Donetsk no sentido oposto para descer até Mariupol – o trajeto entra e sai continuamente de zonas que são frentes de combate. Em agosto, a cidade de Ilovaisk foi palco de um braço de ferro que resultou no massacre das tropas leais aKiev.Foiumpontodeviragemnoconflito.Ogoverno ucraniano tinha negociado a retirada dos seus soldados com os insurgentes, num acordo apoiado por Vladimir Putin. Mas os militares foram atacados quando desmobilizavam. Para

trásficaramváriosdestroços.

A cidade de Mariupol, um importante porto no Mar de Azov,

é um centro industrial e um ponto estratégico muito disputado. Localiza-se na região de Donetsk, mas permanece sob controle ucraniano. Não falta quem diga que o pior está para vir. A 40 quilômetros de Mariupol situa-se a base do Batalhão Azov, uma organização paramilitar radical que se identifica como defensora donacionalismo ucraniano, apesar de os seus membros serem muitas vezes apresentados como neonazis. O movimento integra voluntários que se assumem como um complemento do exército ucraniano. Um deles, Stepan Bayda, considera que “o Estado ucraniano deve ser independente e, se calhar, não devia ser democrático, ou pelo menos não uma democracia tal como existe neste momento, porque é irresponsável e injusta. O Estado tem de ser moralmente saudável e, obviamente, possuir uma autoridade sólida.” “Muitos dos habitantes que encontramos nesta região sublinham, acima de tudo, que ninguém entende a essência do problema que se vive aqui – nem a Ucrânia, nem a Rússia”.

(Euronews)

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Pró-ocidentais buscam aliança depois de vitória eleitoral na

Ucrânia !

Os partidos pró-ocidentais e nacionalistas da Ucrânia buscavam nesta segunda-feira (27) uma aliança de governo depois da vitória arrasadora nas eleições legislativas de domingo (26), que deram um forte apoio à estratégia do presidente Petro Poroshenko de aliar-se com a Europa e acabar com o separatismo pró-Rússia. Os resultados parciais demonstram o apoio dado à posição de Poroshenko, que deseja que o país de 45 milhões de habitantes e membro da ex-União Soviética abandone a órbita russa, apesar da dura oposição do Kremlin. Os observadores internacionais indicaram nesta segunda-feira (27), que as eleições ocorreram conforme previsto e segundo as regras democráticas, apesar de "alguns incidentes isolados", principalmente ameaças e intimidações. O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, denunciou inúmeras violações, ainda que assegurando que Moscou reconhecerá os resultados das eleições. Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, felicitou os ucranianos pelo sucesso das eleições que mobilizaram milhões de eleitores de forma tranquila, apesar do ambiente difícil em certas regiões do país. Contudo, o presidente americano lamentou o fato "de as autoridades russas que ocupam a Crimeia e os separatistas apoiados pela Rússia em algumas áreas" de impedirem muitos cidadãos de exercer seu direito democrático.

No leste do país, em Donetsk, maior reduto separatista, disparos de foguetes nesta segunda-feiraacabaramcomumfimdesemanade relativa calma. O exército ucraniano afirmou que osrebeldes haviam lançado foguetes contra suas posições perto da cidade costeira de Mariupol. As autoridades também anunciaram a morte de dois soldados na região de Lugansk, os primeiros militares falecidos na última semana. Aproximação irreversível ...

Osresultadosparciaisconfirmamqueascinco formações favoráveis a uma aproximação com a UE obtiveram cerca de 70% dos votos. Apurados 55% dos votos, a Frente Popular do primeiro-ministro Arseni Yatseniuk está na liderança, com 21,6%. O Bloco de Poroshenko está bem próximo, com 21,5%. O terceiro é o partido conservador Samopomich (Autoajuda), com 11%. Os eleitores, por outro lado, deram as costas aos partidos pró-russos vinculados ao ex-regime de Viktor Yanukovytch, destituído em fevereiro, e aos veteranos da política, como a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko. Com este resultado, os analistas preveem uma aliança de igual para igual entre o presidente Poroshenko e Yatseniuk, bem posicionado para continuar como chefe de governo. "As pessoas votaram na dupla Poroshenko-Yatseniuk", afirmou VadimKarasyov, do Instituto de Estratégias Globais de Kiev. As eleições só não foram realizadas na Crimeia, anexada à Rússia em março, nem nas zonas controladas pelos separatistas nas regiões orientais de Lugansk e Donetsk. Por isso, das 450 cadeiras do parlamento, 27 permanecerão vagas. Segundo Poroshenko, os ucranianos

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votaram em massa por uma aproximação irreversível de seu país com a Europa. "Mais de 75% dos eleitores que participaram na votação apoiaram de maneira contundente e irreversível a orientação da Ucrânia para a Europa", declarou o presidente em um discurso à nação. Ainda segundo ele, os ucranianos tambémvotaramparaumasoluçãopacíficadoconflitoarmadonolesteucraniano. Também para o Kremlin, os partidos que defendem o processo de paz para por fim aoconflito no leste ucraniano foram os grandesvencedores nas eleições legislativas de domingo (26), segundo afirmou nesta segunda-feira ovice-ministro das Relações Exteriores, Grigory Karasin. "Está claro que os partidos que apoiam uma solução pacífica para a crise interna naUcrânia receberam uma maioria parlamentar", declarou Karasin, citado pela agência Ria Novosti. A votação transcorreu sem incidentes, com exceção do ocorrido na região de Kirovograde, centro do país, onde três conhecidos candidatos do bloco governamental foram agredidos a pedradas quando gravavam em vídeo uma tentativa de compra de votos. A campanha eleitoral terminou na sexta-feira (24) sem um grande comício ou manifestação, ofuscada pela guerra que causou mais de 3.700 mortos desde abril e forçou mais de 800 mil pessoas a fugir de suas casas. Após as eleições, a primeira tarefa do chefe de Estado será construir uma coligação forte, capaz de adotar duras medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais da Ucrânia, o FMI e Bruxelas à frente. O processo de paz iniciado pelo presidente nãofoisuficienteparapararcompletamenteoscombates, e os separatistas, que controlam partes das regiões de Donetsk e Lugansk, se preparam para realizar as suas próprias eleições em 2 de novembro. Um cessar-fogo foi alcançado no início de setembro entre Kiev e os rebeldes, com a participação da Rússia, mas intensos combates prosseguem em alguns redutos de resistência, provocando a morte de civis quase diariamente.

(AFP-Agence France Presse)

Rússia diz que reconhecerá eleições feitas por separatistas

na UcrâniaRegiões do leste do país terão eleição legislativa e

presidencial.Pleito ocorre em duas 'repúblicas' proclamadas pelos

separatistas.

A Rússia reconhecerá os resultados das eleições legislativas e presidenciais que acontecerão no dia 2 de novembro nas regiões do leste ucraniano controladas pelos insurgentes pró-Rússia, anunciou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Esperamos que as eleições sejam celebradas como estão previstas e reconheceremos, certamente, os resultados", declarou Lavrov ao jornal Izvestia. "Esperamos também que a expressão do povo seja livre e que ninguém do exterior tente perturbar", completou. Para Lavrov, as eleições em duas "repúblicas" proclamadas pelos separatistas "serão muito importantes para legitimar as autoridades". As regiões sob controle dos insurgentes não participaram nas eleições legislativas de domingo passado (26/10) no restante da Ucrânia. As lideranças separatistas prometeram organizar uma votação no dia 2 de novembro.

Para o secretário de Estado americano, John Kerry, o apoio dado pela Rússia às eleições organizadas pelos separatistas do leste da Ucrânia representa "uma clara violação" dos compromissos contraídos por Moscou. "Estou muito preocupado com os planos sobre a eleição local em 2 de novembro no leste da Ucrânia, cujos resultados a Rússia disse que reconheceria", declarou Kerry, durante uma visita ao Canadá. "Isso constituiria uma clara violação dos compromissos contraídos pela Rússia e pelos separatistas nos acordos de Minsk", frisou.

(G1.com/News)

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29 de outubro de 2014

Comunicado à imprensa

Embaixadores da Ucrânia reuniram-se

com membros da comunidade ucraniana em Curitiba

Hoje, dia 29 de outubro, os Embaixadores da Ucrânia no Brasil Rostyslav e Fabiana Tronenko reuniram-se com Presidente e membros da Representação Central Ucraniano Brasileira.

Durante o encontro, o diplomata ucraniano informou os representantes da comunidade ucraniana sobre a situação atual em nosso país, inclusive sobre a realização das eleições extraordinárias de deputados da Ucrânia conforme os mais altos padrões democráticos e que seus resultados demonstraram o compromisso dos ucranianos com os valores europeus.

Durante a reunião o Embaixador explicou as razões para fechamento do Consulado da Ucrânia em Curitiba e pediu compreensão da comunidade nesse momento tão delicado que a Ucrânia atravessa.

Embaixada da Ucrânia

ПОСОЛЬСТВО УКРАЇНИ У ФЕДЕРАТИВНІЙ

РЕСПУБЛІЦІ БРАЗИЛІЯ

EMBAIXADA DA UCRÂNIANA REPÚBLICA

FEDERATIVA DO BRASIL

Південний сектор індивідуальних помешкань, внутрішній квартал-05, блок 04, буд. 02, м. Бразиліа - ФО,

71615-040, Бразилія

SHIS, QI-05, Conjunto 04,Casa 02, CEP: 71615-040,

Brasília – DF - BrasilТел.: (+5561) 3365 1457Факс: (+5561) 3365 2127

E-mail: [email protected] Web: http://brazil.mfa.gov.ua

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ХЛІБОРОБ – ЖОВТЕНЬ 201414 N.o 478 (3923) OUTUBRO 2014

м. Бразиліа, 29 жовтня 2014 року

Посол України з дружиною зустрілися

з членами української громади в м. Куритіба

Сьогодні, 29 жовтня ц.р., Посол України в Бразилії Ростислав Троненко з дружиною зустрілися з Головою та членами Українсько-Бразильської Центральної Репрезентації.

Під час зустрічі український дипломат поінформував представників громади про актуальну ситуацію в нашій країні, в тому числі про проведення відповідно до найвищих демократичних стандартів позачергових виборів народних депутатів та їх результати, які засвідчили відданість українців європейським цінностям.

У ході зустрічі Посол пояснив причини закриття Консульства України в м. Куритіба та звернувся з проханням до громади про розуміння у цей складний час, який переживає Україна.

Посольство України

SHIS, QI-05, Conjunto 04,Casa 02, CEP: 71615-040,

Brasília – DF - Brasil

Тел.: (+5561) 3365 1457

Факс: (+5561) 3365 2127E-mail: [email protected]

Південний сектор індивідуальних помешкань, внутрішній квартал-05, блок 04, буд. 02, м. Бразиліа - ФО,

EMBAIXADA DA UCRÂNIANA REPÚBLICA

FEDERATIVA DO BRASIL

ПОСОЛЬСТВО УКРАЇНИ У ФЕДЕРАТИВНІЙ

РЕСПУБЛІЦІ БРАЗИЛІЯ

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MEDIVNÊK“BOLO DE MEL”

Ingredientes:1 copo de manteiga

1 copo de açúcar

6 ovos +1 gema ( as claras em neve)

2 copos de mel ( aquecido mas não deixar ferver) deixe esfriar.

750 grs. de farinha de trigo

1 colher (café) de cravo moído

1 colher (café) de canela em pó

Raspa de casca de limão ou laranja

1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio

2 xícaras de nozes picadas

Modo de preparar:

Bata bem a manteiga com o açúcar e as 6 gemas,atéficarbemfofa.

Acrescente o mel, o cravo, a canela e a casca de limão ralada.

Dissolva o bicarbonato de sódio com 1 gema misture bem e acrescente à massa.

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA

LÍNGUA UCRANIANA No mundo calcula-se que existam cerca de 3500 a 5800 línguas e dialetos. É um número estimado, pois precisar ao certo é quase impossível, uma vez que a língua é um elemento vivo e está em constante adaptação e transformação, conforme as situações e necessidades do meio no qual está inserida. As línguas estão divididas em famílias linguísticas. Entre elas está a família das línguas indo-européias, que originaram-se de uma língua-mãe proto-indo-européia, que segundo pesquisas de historiadores e linguistas, existiu há cerca de 3500 anos a.C. na costa do Mar Negro (território da Ucrânia). A reconstrução da chamada língua proto-indo-européia é considerada uma das maiores conquistas da linguística, o que torna possível chegar-se a encontrar a ancestral global. A família linguística indo-européia reúne línguas faladas em toda a Europa, na Ásia Menor, Irã, Índia central e setentrional, estendendo-se a leste até a parte chinesa da região do Turquestão. Quase todas as línguas européias pertencem a este grupo, com exceção dobasco,turco,finlandês,estonianoehúngaro.Dez são os grupos que compõem as línguas indo-européias: indiano, românico ou itálico, germânico, iraniano, báltico, céltico, helênico, albânico, armênico e eslavo. O foco central de estudo será concentrado no grupo de línguas eslavas que é dividido em três áreas: eslavo meridional, eslavo ocidental e eslavo oriental. O eslavo meridional compreende o búlgaro, o macedônio, o esloveno e o servo-croata. O eslavo ocidental compreende o tcheco, o eslovaco, o polonês, o kashubio (faixa litorânea báltica) e o sorábio (pequena parte do leste da Alemanha). Finalmente, o eslavo oriental compreende o ucraniano, bielo-russo e russo.

Mirna S. Kirylowicz VoloschenPedro Lucas Bilonic

* CULINÁRIA UCRANIANA *

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. Misture aos poucos a farinha de trigo até que a massafiquebemuniforme.

. Coloque as nozes picadas e por último as claras em neve.

. Mexa bem de leve e derrame numa fôrma untada com manteiga e polvilhada com farinha.

. Assar por mais ou menos 45 minutos.

. Deixar esfriar na fôrma .

*Se preferir dar aquele requinte especial, que tal um MEDIVNÊK com recheio e cobertura ?! *

. Asse uma receita de medivnêk normal, só que não coloque as nozes na massa.

. Assim que esfriar bem (de preferência no dia seguinte), corte ao meio se possível 2 vezes.

E recheie com este creme:

Ingredientes do creme:

200 grs. de manteiga

200 grs. de açúcar

2 gemas

200 grs. de nozes moídas

1 colher (chá) de vanilina

1 colher (café) de essência de Rhum

. Coloque na batedeira o açúcar e a manteiga e bata até formar uma massa bem cremosa. A seguir acrescente as gemas e bata mais um pouco, junte a vanilina e o rhum.

. Por último misture as nozes moídas.

. Com este creme recheie o medivnêk.

Ingredientes da cobertura:

300 grs de açúcar

80 ml de leite,

. Ferva o açúcar com leite a seguir deixe esfriar.

. Derreta 100 grs. de chocolate em barra.

. Em banho-maria, acrescente o creme de açúcar,

bata bem e espalhe por cima do medevnêk.. Salpique por cima nozes picadinhas.

(Por: Tetiana Bachtzen)

NOTÍCIAS DO BARVINOK No último dia 18 de outubro, realizou-se a Vetchornetsi, tradicional Noite Ucraniana, que acontece anualmente na SUBRAS. Neste ano, o evento foi promovido pelo Folclore Ucraniano Barvinok e foi especialmente dedicado aos aniversários de noventa anos da Organização Feminina, Departamento dos mais ativos da Sociedade Ucraniana do Brasil, e do Jornal “O Lavrador”.

Os preparativos para a festa começaram uma semana antes. Diversos Diretores a colaboradores dos Departamentos da Sociedade gentilmente se organizaram na confecção de mais de três mil varenekes para o jantar. O trabalho foi supervisionado pela Sra. Lucia de Fátima Duffeck Adada, da comunidade ucraniana de Cascavel, que veio até Curitiba para trazer sua experiência e acompanhar o preparo do prato.

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Mais de duzentas pessoas estiveram presentes no evento e acompanharam às homenagens feitas à Organização Feminina e ao Jornal “O Lavrador”. Ex-Presidentes da Organização Feminina receberam homenagens especiais.

Em relação ao Jornal, a Diretoria da Subras preparou na ante sala do Salão Nobre um quadro com exemplares do Jornal dos anos de 1924 ( ano de sua fundação), 1934,1944,1954,1964,1974,1984,1994,2004 e 2014. Na mesma sala colocou sob tampa acrílica a caixa com os tipos utilizados

pelagráficanasprimeirasimpressõesdojornal.Realmente um ganho na preservação cultural das tantas atividades realizadas pela SUBRAS ao longo dos anos.

Na recepção os convidados eram recepcionados pelos componentes do Barvinok e ganharam uma garrafa em tamanho de miniatura com a horilka de pimenta preparada pelo Barbaran, como lembrança da festividade.

As crianças da Subotna Chkola Lessia Ukrainka abriram as apresentações folclóricas da noite com o Previt, saudando a todos com pão e sal, e apresentando mais danças e canções típicas ucranianas.

No jantar, foram servidos diversos pratos típicos ucranianos. Para a entrada, o borstch, Em seguida, os pratos principais, como vareneke, holubtsi, entre outros. Uma das atrações da noite foi a apresentação de um conjunto musical que tocou diversas músicas do folclore ucraniano. A banda é originária da comunidade ucraniana do distrito de Vera Guarani, no município de Paulo Frontin, próximo de Mallet, e é composta pelos músicos: Annyk Stachuk de 9 anos e José Sitko.(VIOLINO). Jaroslau Delek.(no BUMBO).

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Atualmente o Conjunto musical está vinculado ao Grupo Poltava.

Após a performance dos músicos, o Folclore Ucraniano Barvinok apresentou três danças de seu vasto repertório de palco.

Para finalizar a noite, os presentes,juntamente com os coralistas do Folclore Ucraniano Barvinok, cantaram um Mnohaia Lita aos dois grandes aniversariantes da noite, a Organização Feminina e o Jornal, “O Lavrador” homenageados da noite.

Nossos fervorosos agradecimentos a todos aqueles que colaboraram para mais um sucesso da Vetchornetsi. Ano que vem estamos preparados para mais uma Noite Ucraniana no mês de Outubro. Não percam! ...

Texto: Larissa MalhovanoFotos: Louise Possobona

“ 90 ANOS DA ORGANIZAÇÃO FEMININA “

Neste ano, a ORGANIZAÇÃO FEMININA comemora os seus 90 anos de atividade, e foi em Curitiba, na Sociedade Taras Chewtchenko, no mês de agosto de 1924 sob a liderança da professora Halha Falinska, recém- vinda da Ucrânia, reuniu-se um grupo de senhoras e fundou o círculo de mulheres ucranianas “Lecia Ukrainka”. A primeira presidente foi a Srª Varvára Matiska, pessoa de grande conhecimento e enorme energia. Auxiliada pela Diretoria integrada por Julia Danelhuk, Anna Trada, Anna Kovaltchuk, Maria Katchalovska, Justyna Lysa, Anna Podilska e Katerina Soyko Silva. Sob a liderança da Presidente, esta Diretoria desenvolveu na comunidade grande atividade cultural, participando suas sócias de coral, grupo de dramaturgia e organizando festividades sociais, bem como grupos de leitura e ensino do idioma ucraniano. Na realidade, o movimento feminino na comunidade ucraniana iniciou formalmente alguns anos antes, ou seja, em 1909, em Dorizon e Marechal Mallet. Nestas regiões já nos anos de 1906, 1907 e 1908 muito trabalhou nas colônias ucranianas a Srª Varvára Matiska, ensinando as crianças o idioma ucraniano e também o idioma português, uma vez que não existiam escolas de espécie alguma naquelas localidades. Após a mudança para a Capital da Srª Varvára, este trabalho teve continuidade através de outras pioneiras e resultou na formação de novas líderes femininas como por exemplo: Natália Sessak, Anita Matiska, Emilia Costin, Cecília Semtchechen, Stefania Glovatska, Hilária Kutchma, Marta Sessak, Olga Weber, Miguelina Moisa, Olga Kutchma, Lídia Hruchka, entre tantas outras. Estas novas líderes “Maletenses”, desenvolviam as atividades em contato com Associações Femininas da Ucrânia, sobretudo Lviv, inclusive com a Senadora Ucraniana e líder feminista Olena Kessilevska, importando revistas infantis, livros didáticos, compêndios, bem como jornais e peças teatrais para os grupos de dramaturgia. Sem dúvida alguma, a verdadeira alma da comunidade foi a Srª

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Natália Sessak, professora por muitos anos, que não limitou suas atividades na escola, pois sua casa sempre foi local de acolhida de novos imigrantes, que lá eram hóspedes (às vezes por longos meses até encontrarem trabalho para recomeçarem suas vidas). Também de grande destaque foi a Senhora Anita Matiska, que iniciou o ensino de danças folclóricas em Mallet (e isto já no início do século XX). Com grande dedicação trabalhavam na comunidade, nesta época, Hilária Kutchma, Olga Hrunhka e Cecília Semtchechen, não somente ensinando o idioma ucraniano, mas em todos os setores da vida da comunidade local. Também em União da Vitória em 1922, em vista do grande número de ucranianos, foi fundada a “União Ucraniana”, juntamente com um Departamento Feminino de grande atividade, apesar de não ser uma organização independente. Todavia em 1928, por influência dajovem senhora Anna Repka, este Departamento tornou-se autônomo, sob nome de “Associação Feminina OLGA BASSARÁB” e que foi o início do trabalho comunitário feminino independente no Brasil. Nos anos 30, novos imigrantes chegaram não só da Galícia, mas também da Volynia e Bukovina, porém nem todos integraram-se nas organizações já existentes. Assim, em Curitiba surge o Centro Ucraniano, onde em 1932 é o Departamento Feminino “Lécia Ukraínka”, sendo eleita sua primeira presidente, a senhora Kataryna Hamilka. Este Departamento trabalhou com muito entusiasmo, organizando jantares de Natal, cafés de Páscoa, cantando no coral e, apesar das distâncias e dificuldades departicipação, a atividade desta Associação era uma das maiores. Nesta época, a União Ucraniana, mais precisamente em 1934, transfere sua sede de União da Vitória para Curitiba e muda o nome para “União Agrícola Instrutiva” e em 1936, junto a ela é fundada a Organização Feminina “Daria Hnatíwska”, sendo sua primeira presidente a senhora Estefânia Prokopiak. Ocaráter,bemcomoasdificuldadesdasduas Associações eram as mesmas. E quando veio o tempo em que seria possível fazer um trabalho de maior peso, tendo a comunidade

enriquecido através da vinda de imigrantes de maior escolaridade, veio também em 1939 a Política de Nacionalização e todo trabalho de associações, sobretudo de imigrantes foram proibidas. Assim, até o final da Segunda GuerraMundial, houve uma grande perda, sobretudo de jovens que distanciaram-se da comunidade e em muitos casos, até esqueceram o idioma de seus pais. Após o final da guerra, a cidade deCuritiba teve um grande desenvolvimento em todos os sentidos, incluindo os transportes. Aumentou, em muito também a comunidade ucraniana, com a vinda de grande número de imigrantes refugiados da Europa e tornando-se a União Agrícola Instrutiva. O centro da vida comunitária dos ucranianos. Uniram-se também as Organizações Femininas existentes e apesar das divergências iniciais, logo passaram a trabalhar em conjunto, de maneira harmoniosa, graças às habilidades das senhoras Olga Horatchuk e Zenaida Iachtenska. A missão principal da Organização Feminina, era a ajuda aos imigrantes recém-chegados, em colaboração com a Cruz Vermelha do Brasil. Exatamente este trabalho de Assistência Social até os dias de hoje é uma das principais vertentes de trabalho da nossa Organização, nas colônias necessitadas da comunidade. Também os recém-chegados no pós-guerra, integraram-se, aumentando em muito o número de associadas, que muito ajudaram nas atividades da Organização Feminina, culminando estas atividades inclusive na compra de um piano. A partir de 1951, foram fundadas várias filiaisdaOrganização,comoemApucarana,poriniciativa das senhoras Iwanna Boruszenko e Vera Klotchak, bem como em União da Vitória a filial reativou seu trabalho por iniciativa dasenhora Varvéra Kinach, e ainda em Ponta Grossa por iniciativa da Senhora Natália Hutchok, em Curitiba no Bairro do Portão, sendo a primeira Presidente a Senhora Maria Chkilná,bem como em Porto Alegre por iniciativa da Senhora Eugenia Tomachiwska. Todas estas filiais eram coordenadas pela OrganizaçãoFeminina junto à União Agrícola Instrutiva, hoje Sociedade Ucraniana do Brasil.

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Assim, em 1963 foi realizado em Curitiba, o “Primeiro Congresso das Organizações Femininas do Brasil”, com grande sucesso. Também na década de 60 foi promovido pela Organização Feminina, o “Primeiro Congresso Sul-Americano da Federação Mundial das Organizações Femininas Ucranianas”, com a participação da Presidente Mundial, Senhora Maria Kwitkoska e várias integrantes da Diretoria da Federação que vieram do Canadá e Estados Unidos, bem como representantes da Argentina, Paraguai e Venezuela. A nossa Organização mantém contatos e colabora na medida do possível com nossas co-irmãs da Ucrânia e o nosso trabalho é reconhecido lá, inclusive pelo Governo. Tanto que duas de nossas associadas foram agraciadas com a maior distinção governamental para mulheres, ou seja, com a “Ordem da Rainha Olga” pelo Presidente da Ucrânia. São muitas as metas da nossa Organização. No passado, eram congregar a comunidade em torno dos interesses comuns, facilitar o estudo das crianças e jovens, auxiliar com campanhas os necessitados, colaborar com as demais organização ucranianas entre outras. Na atualidade, o ensino do idioma ucraniano continua um dos nossos principais objetivos, através da Escolinha dos Sábados “Lecia Ukraínka”, pela qual já passaram várias gerações de descendentes de ucranianos. Bem como as tradições são cultivadas, como por exemplo a realização das “Noites Ucranianas”, os cursos de pêssankas e artesanato, bem como cursos de culinária. A realização de ”tardes literárias” com palestras sobre “Mulheres de Destaque da Ucrânia”, despertam o interesse das associadas. E a Assistência Social, continua sendo um carro-chefe de nossas atividades. Assim como no passado, a compra de um piano foi um grande acontecimento, na atualidade a organização e manutenção do MuseuHistórico-EtnográficoUcraniano(umdosmais antigos e mais completos no Brasil) é uma das grandes realizações da nossa Organização, através dos trabalhos incansáveis de Regina Lapuinka Rubinetz, Maria K. Volochen já falecidas e hoje com Nádia Mazepa Gonçalves. É preciso lembrar aqui, das sócias que não estão mais entre nós, e que foram verdadeiras propagadoras dos bens culturais ucranianos e

líderes da comunidade. Exemplos marcantes foram: Cláudia Wachtchenko, por longos anos secretária da Organização Feminina, locutora do programa semanal de rádio, redatora da página feminina do Jornal O Lavrador, entre outras atividades da Organização. Outro exemplo foi Eugênia Bowkalowski Mazepa que, por longos anos foi professora e Diretora da Escolinha dos Sábados Lécia Ukrainka e também locutora do programa ucraniano de rádio. Com grande competência organizou os jovens, sendo sua Presidente por três anos. Foi professora de danças folclóricas e trabalhou na comunidade por longos 49 anos, sem jamais negar ajuda a todos que a procuravam. Também Olga Tadra Horatchuk, que foi presidente da nossa Organização por nove anos, sem interrupção e com grandes iniciativas, como o primeiro curso de pêssankas orientado pela sócia Maria Kirylowicz Volochen, primeiro curso de culinária orientado pela sócia Tetiana Bachtchen, primeiro curso de corte e costura orientado pela sócia Amélia Danylhuk. Em 1957 por iniciativa de Dona Olga, foram introduzidas as “VETCHORNETZI” (Noites Ucranianas) no calendário da comunidade, que hoje completam 57 anos. Pela sua competência foi eleita Vice-Presidente para a América do Sul, da Federação Mundial das Organizações Femininas Ucranianas, o que foi uma grande distinção para todas nós. A partir de 1951 várias filiais foramfundadas: Apucarana por iniciativa de Iwanna Boruszenko e Vera Klotchak, União da Vitória com Varvara Kinach, Ponta Grossa com Natália Hutchak, Porto Alegre com Eugênia Ionachiwska e Curitiba Portão com Maria Chkilná. Todas coordenadas pela Organização Feminina junto à União Agrícola Instrutiva, hoje Sociedade Ucraniana do Brasil. Estes são apenas exemplos, pois foram muitas as sócias que trabalharam incansavelmente pela comunidade e que nos deixaram nestes 90 anos. À elas, o nosso reconhecimento e nossa saudade. E para as sócias atuais, externamos neste Aniversário tão significativo, a nossaimensa gratidão, por nos ajudarem a percorrer parte destes 90 anos da nossa Organização Feminina, bem como parte dos 105 anos de

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Movimento Feminino Ucraniano no Brasil, que completamos hoje, com o mesmo amor e dedicação, em prol de nossos ideais.

Ex-Presidentes homenageadas nesta noite: TETIANNA BACHTZEN, LYDIA JEDIN, NÁDIA MAZEPA GONÇALVES e OKSANA BORUSCHENKO.

Antônia Sessak Presidente da Organização Feminina

Oksana Boruschenko Relações Internacionais

(Foto:Louise Possobona)

SOBRE OS ENSAIOS

DE DANÇA: acontece sempre aos domingos às 15h30min. Coreógrafos: OLES IVAN SYSAK e ROBERTO ORESTEN

DO CORAL: sempre aos sábados com início às 15h30min. Regente: FELIPE MELNYK ORESTEN

AGENDA 2014NOVEMBRO/29 – Barvinok estará se apresentando em Buenos Aires a convite do Ballet Prosvita em comemoração aos seus 90 anos na preservação da cultura ucraniana. Os grupos mais antigos em seus respectivos países, concentram o trabalho de manter viva a história da Ucrânia.

DEZEMBRO/06 – Este ano será a vez da Sociedade Ucraniana, através do Departamento do Folclore Ucraniano Barvinok realizar o evento. Nesta ocasião haverá apresentações de corais da comunidade com canções natalinas e em seguida, será servido um jantar típico do Natal Ucraniano.

Dia: 06/12/2014 às 20 horasLocal: Sociedade Ucraniana do Brasil – SUBRASEndereço: Alameda Augusto Stellfeld nº 795

Venda de convites de 01/11/2014 a 29/11/2014

Secretaria: (41) 3224-5597 de seg a sex das 13 às 18h – c/ Elenice (41) 9961-2029 c/ Vera Alice (41) 9975-4776 c/ Solange

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