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Marlene Susy Tapia Morales Estudo Numérico e Experimental de Problemas de Fluxo Saturado – Não Saturado em solos Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientador: Eurípedes do Amaral Vargas Jr. Rio de Janeiro Fevereiro de 2008

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Marlene Susy Tapia Morales

Estudo Numérico e Experimental de Problemas de Fluxo Saturado – Não Saturado em solos

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Eurípedes do Amaral Vargas Jr.

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2008

DBD
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0521516/CB

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Marlene Susy Tapia Morales

Estudo Numérico e Experimental de Problemas de Fluxo Saturado – Não Saturado em solos

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pósgraduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Prof. Eurípedes do Amaral Vargas Jr. Orientador

Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Prof. Tácio Mauro Pereira Campos Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

Prof. Nelson Ferreira Fernandes

Universidade Federal de Rio de Janeiro – IG-UFRJ

Prof. José Eugenio Leal Coordenador Setorial

Centro Técnico Cientifico – PUC-Rio

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2008

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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador.

Marlene Susy Tapia Morales

Graduou-se em Engenharia Civil da UNSAAC ( Universidad Nacional San Antonio Abad Del Cusco), em 2002. Ingressou no Curso de Mestrado em Engenharia Civil da PUC-Rio em agosto de 2005, atuando na área de Geotecnia Ambiental. Atualmente cursa no programa de doutorado oferecido pelo Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio.

Ficha Catalográfica

CDD: 624

Morales, Marlene Susy Tapia Estudo numérico e experimental de problemas de fluxo saturado – não saturado em solos / Marlene Susy Tapia Morales ; orientador: Eurípedes do Amaral Vargas Jr. – 2008. 125 f. : il.(col.) ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. Inclui bibliografia 1. Engenharia civil – Teses. 2. Solos não saturados. 3. Fluxo saturado. 4. Fluxo não saturado. 5. Ensaios de campo. I. Vargas Junior, Eurípedes do Amaral. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. III. Título.

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Para minha família: Javier,

Sabina, Rosa, July e Thalia.

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Agradecimentos

À CAPES e pelo apio financiero e à PUC-Rio que me deu a oportunidade de

fazer o mestrado.

Ao Professor Eurípedes do Amaral Vargas Júnior, pela orientação, conhecimentos

transmitidos, atenção, apoio e paciência.

À Raquel pela sua paciência extrema e sua ajuda incondicional. Sem você, este

trabalho não teria sido possível mesmo.

À Wagner, que sempre me auxiliou na elaboração desta dissertação.

À minha família, Pai, Mãe, Irmãs; pelo apoio imeso nas mais difíceis situações e

decisões, e por constituírem sempre a referência fundamental da minha

vida....vocês moram no meu coração!

Ao Paul, por acreditar em mim mais do que eu mesma, por facilitar as coisas e me

acompanhar nesta jornada.

À Presvitero e Joana pela sua amizade, apoio e incentivo para poder terminar esta

disertação.

À Elizabet por ter confiado em mim.

Aos amigos que fiz neste mestrado Freddy, Roberto, Jocielia, Alessandra, Johan,

Erick, Gladys, Kathia, Priscila, Julio. Por todas as horas que juntos estudamos e

buscamos partilhar nossas experiências.

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Resumo

Morales, Marlene Susy Tapia; Vargas Junior, Eurípedes do Amaral. Estudo Numérico e Experimental de Problemas de Fluxo Saturado - Naõ Saturado em solos Rio de Janeiro, 2008. 125p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

O estudo de fluxo saturado – não saturado em solos exige o conhecimento

das funções de relação, como a curva característica (θ x h) e a curva de

condutividade hidráulica (K x h). Para determinar estas relações o presente

trabalho utiliza o modelo de van Genuchten- Mualem, o qual está implementado

numa ferramenta numérica que permite a utilização da retroanálise como método

para determinação dos parâmetros do modelo. O principal objetivo deste trabalho

é a avaliação de um método que permita a estimativa dos parâmetros do modelo

de van Genuchten-Mualem, a partir de dados coletados em campo ou laboratório

para, então, realizar-se a análise de fluxo saturado - não saturado e a estimativa

dos parametros de van Genuchtem-Mualem. Finalmente, a as condições de fluxo

saturado – não saturado em duas encostas foram simuladas, em duas e três

dimensões, a fim de verificar a variação de fluxo nestes casos.

Palavras-chave

Solos não saturados, fluxo saturado, fluxo não saturado, ensaios de campo.

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Abstract

Morales, Marlene Susy Tapia; Vargas Junior, Eurípedes do Amaral. Numerical and Experimental Study on Saturated and Non-saturated Soil Problems. Rio de Janeiro, 2008. 125p. Msc Disertation - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

The study of saturated and non saturated flow in soils requires the

knowledge of relation functions, as water retention curve (θ vs. h) and hydraulic

conductivity curve (K vs. h).In order to determine these relations, this research

uses van Genuchten-Mualem’s model, which is implemented on a numerical

based method. This tool allows the inverse solution as a method to determine the

parameters of the model. The main objective of this research is the evaluation of

a method which allows the estimative of the required parameters by the chosen

model, determined based on field or laboratory data, so then, based on these

parameters, saturated and non-saturated flow analysis were carried out and the

estimative of parameters of van Genuchten-Mualem’s model. Finally, saturated

and non-saturated simulations were made on two slopes. These simulations were

followed by 2D and 3D models, in order to verify the flow variation on these

cases.

Keywords

Non-satured soil, satured flow, non-satured flow, field test

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Sumário

1. Introdução

2. Fluxo em Meios Saturado e Não Saturados

2.1. Equação de Fluxo

2.2. Propriedades Hidráulicas de Solos Não Saturadas

2.2.1. Curva Característica

2.2.2. Curva de Condutividade Hidráulica

2.3. Solução Numérica da Equação de Fluxo

3. Estimativa de Parâmetros

3.1. Introdução

3.2. Métodos de Estimativa de Parâmetros

3.3. Métodos de Solução do Problema Inverso

3.4. Ensaios Modelados Utilizando a Estimativa de Parâmetros

3.4.1. Ensaios de Campo

3.4.1.1. Ensaio de Infiltração Monitorado (E.I.M.)

3.4.2. Ensaios de Laboratório

3.4.2.1. Ensaio de Laboratório Proposto por Marinho (2006)

4. Locais de Estudos e Resultados de Ensaios

4.1. Ensaios no Campo Experimental II da PUC-Rio

4.2. Ensaio em Perfil de Solo de Duque de Caxias

4.3. Ensaios em solos da Vista Chinesa

4.4. Ensaios em Solos do Túnel Rebouças

4.5. Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade – Bela Vista de

Minas

5. Estimativa de Parâmetros e Análise Direta

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5.1. Introdução

5.2. Estimativa de Parâmetros

5.2.1. Condições de Contorno e Parâmetros Iniciais

5.2.2. Resultados da Estimativa de Parâmetros

5.2.2.1. Resultados no Campo Experimental II PUC-Rio

5.2.2.2. Resultados Para o Perfil de Solo de Duque de

Caxias

5.2.2.3. Resultados Para os Solos do Túnel Rebouças

5.2.2.4. Resultados na Pilha de Estéril nº 5 da Mina do

Andrade – Bela Vista de Minas

5.3. Análise Direta

5.3.1. Análise Direta da Encosta da Vista Chinesa

5.3.2. Análise Direta da Encosta do Túnel Rebouças

6. Conclusões e Sugestões

Referências Bibliográficas

Apêndice A

Apêndice B

B.1. Ensaios com Tensiômetro

B.2. Ensaios com Permeâmetro de Guelph

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Lista de Tabelas

Tabela 4.1 - Análise granulométrica do solo do C.E.II (Soares,

2005).

Tabela 4.2 - Análise granulométrica do solo de Duque de Caxias

(Nunes, 2002).

Tabela 4.3 - Análise granulométrica dos solos da Vista Chinesa

(Soares, 1999).

Tabela 4.4 - Parâmetros do modelo de van Genuchten dos solos

da Vista Chinesa (Vargas, 2008).

Tabela 4.5 - Resultado dos ensaios de condutividade hidráulica in-

situ para a Vista Chinesa (Soares, 1999)

Tabela 4.6 - Resultados dos ensaios em laboratório da

condutividade hidráulica para a Vista Chinesa

(Soares, 1999).

Tabela 4.7 - Valores de precipitação, evapotranspiração e

interceptação da água da chuva da Vista Chinesa

fevereiro de 1988 (Vargas, 2008).

Tabela 4.8 - Resumo da análise granulométrica dos solos no túnel

Rebouças.

Tabela 4.9 - Resultado dos ensaios utilizado o permeâmetro de

Guelph no solo do túnel Rebouças

Tabela 4.10 - Análise granulométrica da Pilha estéril nº 5 da Mina

do Andrade – Bela Vista de Minas (Saliba, 2007).

Tabela 5.1 - Parâmetros iniciais do Campo Experimental II PUC-

Rio.

Tabela 5.2 - Parâmetros iniciais para o solo de Duque de Caxias

(Velloso, 2006).

Tabela 5.3 - Parâmetros do Caulim (solo 2).

Tabela 5.4 - Condições inicias para os ensaios de laboratorio.

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Tabela 5.5 - Parâmetros de iniciais para o solo do túnel Rebouças.

Tabela 5.6 - Parâmetros iniciais para os solos da pilha estéril nº 5

da Mina do Andrade – Bela Vista de Minas.

Tabela 5.7 - Parâmetros estimados do Campo Experimental II.

Tabela 5.8 - Coeficientes de correlação do Campo Experimental II.

Tabela 5.9 - Parâmetros estimados para o solo de Duque de

Caxias, E.I.M.

Tabela 5.10 - Coeficientes de correlação de Duque de Caxias,

E.I.M.

Tabela 5.11 - Parâmetros estimados para o solo de Duque de

Caxias, ensaio de laboratório.

Tabela 5.12 - Coeficientes de correlação para o solo Duque de

Caxias, ensaio de laboratório.

Tabela 5.13 - Parâmetros estimados para o solo túnel Rebouças.

Tabela 5.14 - Coeficientes de correlação para o solo túnel

Rebouças.

Tabela 5.15 - Parâmetros estimados para a Pilha de Estéril nº 5 da

Mina do Andrade.

Tabela 5.16 - Coeficientes de correlação para o a Pilha de Estéril

nº 5 da Mina do Andrade.

Tabela 5.17 - Condições inicias da encosta da Vista chinesa.

Tabela 5.18 - Valores da condutividade hidráulica saturada da

encosta do túnel Rebouças.

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Lista de Figuras

Figura 2.1 - Cubo elementar sujeito a um fluxo nas direções x, y e z.

Figura 2.2 - Elemento de solo não saturado (adaptado de Fredlund

e Morgenstern, 1977).

Figura 2.3 - Figura 2.3 - Menisco de água no solo (adaptado de Lu

e Likos, 2004).

Figura 2.4 - Curva Característica

Figura 2.5 - Curvas de Retenção de água para diferentes solo e

condições (adaptado, Reichardt e Timm, 2004).

Figura 2.6 - Histerese (adaptado, Reichardt e Timm, 2004).

Figura 2.7 - Diminuição da área útil para o fluxo de água. (adaptado,

Reichardt e Timm, 2004).

Figura 2.8 - Condutividade hidráulica não Saturada (adaptado,

Velloso, 2000).

Figura 3.1 - Diagrama do problema direto e problema inverso

(Velloso, 2000).

Figura 3.2 - Comparação entre os valores observados nos ensaios e

os estimados no ensaio de piezocone (adaptado de

Gribb et al., 2006).

Figura 3.3 - Esquema do Ensaio de Infiltração Monitorado (Velloso,

2006).

Figura 3.4 - Permeâmetro de Guelph.

Figura 3.5 - Colocação do tensiômetro.

Figura 3.6 - Vista do ensaio de infiltração monitorada (E.I.M.).

Figura 3.7 - Ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006).

Figura 4.1 - Localização do Campo Experimental II (Soares, 2005).

Figura 4.2 - Descrição Morfológica do Perfil (Daylac, 1994).

Figura 4.3 - Resumo da curvas características do Campo

Experimental II (Soares , 2005 e DEC/PUC-Rio, 2004).

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Figura 4.4 - Resultados do E.I.M. no solo do Campo Experimental II

da PUC-Rio.

Figura 4.5 - Solo de Duque de Caxias (Nunes, 2002).

Figura 4.6 - Curvas características do solo de Duque de Caxias.

Figura 4.7 - Resultados do E.I.M. para o solo de Duque de Caxias

(Barros, 2004).

Figura 4.8 - Resultados do ensaio de laboratório proposto por

Marnho (2006).

Figura 4.9 - Mapa de localização da Vista Chinesa (Soares, 1999).

Figura 4.10 - Curva característica para os solos da vista Chinesa

(Vargas, 2008).

Figura 4.11 - Precipitação e precipitação acumulada fevereiro 1988

da Vista Chinesa (Vargas 2008).

Figura 4.12 - Resultados do E.I.M. para os solos no túnel Rebouças

Figura 4.13 - Precipitação média mensal durante o 2007, Estação

Tijuca

Figura 4.14 - Precipitação média mensal durante o 2007, Estação

Laranjeiras.

Figura 4.15 - Vista aérea da região em estudo, identificando alguns

aspectos importantes registrados durante a

caracterização da área (Saliba, 2007).

Figura 4.16 - Resultado do E.I.M. da Pilha de estéril PDE-05 (Saliba,

2007).

Figura 5.1 - Condições de contorno do ensaio de infiltração

monitorada, (a) esquema geral. (b) esquema axi-

simetrico (modificado de Velloso, 2000).

Figura 5.2 - Condição de Contorno para o ensaio de laboratório

proposto por Marinho (2006).

Figura 5.3 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo,

medidas no E.I.M. e retroanalisadas, para o solo do

Campo Experimental II.

Figura 5.4 - Curvas características calculadas das retroanalises e

estudos anteriores para o solo do Campo Experimental

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II.

Figura 5.5 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo

medidos no E.I.M. e retroanalisadas para o solo de

Duque de Caxias.

Figura 5.6 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo

medidas e retroanalisadas, para o solo de Duque de

Caxias (ensaio de laboratório proposto).

Figura 5.7 - Curvas características para os parâmetros estimados

com o ensaio de laboratório proposto e estudos

anteriores para o solo de Duque de Caxias.

Figura 5.8 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo

medidas no E.I.M. e retroanalisadas para os solos do

túnel Rebouças.

Figura 5.9 - Curvas características para os parâmetros estimados

dos solos do túnel Rebouças.

Figura 5.10 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo

medidos no E.I.M. e retroanalisadas para a Pilha de

Estéril nº 5 da Mina do Andrade.

Figura 5.11 - Curvas características para os parâmetros estimados

da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade.

Figura 5.12 - Perfil geométrico da Vista Chinesa (adaptado de

Soares, 1999).

Figura 5.13 - Condições de contorno do talude da Vista Chinesa.

Figura 5.14 - Simulação da Vista Chinesa 2D, sem considerar a

região saturada.

Figura 5.15 - Simulação Vista Chinesa 2D considerando uma região

saturada.

Figura 5.16 - Carga de pressão x tempo calculados para a simulação

2D, e a precipitação utilizada nas análises da Vista

Chinesa.

Figura 5.17 - Simulação tridimensional entre os dias 18 e 22

considerando a região saturada da Vista Chinesa.

Figura 5.18 - Carga de pressão x tempo e precipitação empregada

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nas analises da simulação 3D da Vista Chinesa.

Figura 5.19 - Perfil considerado na encosta do túnel Rebouças.

Figura 5.20 - Condições de contorno assumidas para a análise do

talude no túnel Rebouças.

Figura 5.21 - Resultado da análise bidimensional da etapa 1 no túnel

Rebouças.

Figura 5.22 - Resultado da análise bidimensional da etapa 2

precipitações médias e o vazamento.

Figura 5.23 - Resultado da análise bidimensional durante da etapa 3

do túnel Rebouças.

Figura 5.24 - Carga de pressão x tempo ponto na base do talude na

interface solo- rocha no túnel Rebouças (2D).

Figura 5.25 - Carga de pressão x tempo ponto no meio do talude na

interface solo- rocha no túnel Rebouças (2D).

Figura 5.26 - Carga de pressão x tempo ponto no médio do material

2 e a variação da precipitação meio do túnel Rebouças

(2D).

Figura 5.27 - Resultado da análise tridimensional da etapa 1 no túnel

Rebouças.

Figura 5.28 - Resultado da análise tridimensional da etapa 2, no túnel

Rebouças.

Figura 5.29 - Resultado da analise tridimensional da etapa 3 no túnel

Rebouças.

Figura 5.30 - Carga de pressão x tempo num ponto da base do

talude para a simulação tridimensional no túnel

Rebouças.

Figura 5.31 - Carga de pressão x tempo num ponto no meio do

talude para a simulação tridimensional no túnel

Rebouças.

Figura A1.1 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo da

Observação 1 do Campo Experimetal II PUC-Rio.

Figura A1.2 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo da

Obsevação 2 do Campo Experimental II.

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Figura A1.3 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo da

Observação 1 do Duque de Caxias.

Figura A1.4 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo do

Material 1do Rebouças.

Figura A1.5 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

Material 2 do Rebouças.

Figura A1.6 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

EnTen_01 da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade -

Bela Vista de Minas.

Figura A1.7 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

EnTen_02 da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade -

Bela Vista de Minas.

Figura A1.8- Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

EnTen_05 da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade -

Bela Vista de Minas.

Figura A1.9- Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

EnTen_08 da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade -

Bela Vista de Minas.

Figura A1.10 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

EnTen_09 da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do

Andrade - Bela Vista de Minas.

Figura A1.11 - Malha de elementos finitos para o ensaio de

laboratório proposto por Marinho de Duque de Caxias.

Figura A1.12 - Malha de elementos finitos para a simulação da Vista

chinesa 2D.

Figura A1.13 - Malha de elementos finitos para a simulação da Vista

chinesa 3D.

Figura A1.14 - Malha de elementos finitos para a simulação do

Rebouças 2D.

Figura A1.15 - Malha de elementos finitos para a simulação do

Rebouças 3D.

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Lista de símbolos

C(h) Capacidade de retenção especifica.

dx Largura do elemento infinitesimal.

dy Altura do elemento infinitesimal.

dK Direção de busca.

e Vetor na direção da aceleração.

F Função objetivo.

F Matriz de capacidade de retenção.

g Gradiente da função objetivo.

h Carga de pressão

he Carga de elevação

ht Carga total

H Matriz do elemento de fluxo

i Gradiente hidráulica

ks Condutividade hidráulica saturada

k Condutividade hidráulica

K Matriz da condutividade hidráulica

Ln Comprimento do segmento do contorno

m Número de medidas

Mw Massa da água armezanada.

n Coeficiente da curva característica.

ne Porosidade.

np Número de parâmetros a estimar.

N Função de interpolação.

p Vetor de parâmetros.

p* Vetor das informações previas.

p0 Vetor de estimativa inicial dos parâmetros.

Q Vetor de vazão nodal.

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Q ’ Vetor de vazão nodal relacionado aos efeitos gravitacionais.

ri Resíduos.

S Grau de saturação.

t Tempo.

v Vetor de velocidade.

x Vetor de coordenadas espaciais (xi; i = 1, 2).

y Variáveis dependentes calculadas pelo modelo.

y* Variáveis dependentes medidas no ensaio.

y~ Valor verdadeiro da variável independente.

Símbolos gregos

θ Teor de umidade volumétrico.

θr Teor de umidade residual .

θs Teor de umidade na saturação.

α Coeficiente da curva característica.

αk Tamanho do passo.

φ Função de interpolação.

Ω Domínio do fluxo.

Ωe Domínio do elemento e.

ρ w Massa especifica da água.

ρ Coeficiente de correlação.

ΓD Segmento do contorno do domínio de fluxo onde a condição de contorno

do tipo Dirichlet é especificada.

Γe Segmento de contorno do elemento e.

ΓN Segmento do contorno do domínio de fluxo onde a condição de contorno

do tipo Neumann é especificada.

∆t Incremento de tempo.

∆pk Variação do vetor de parâmetros.

σn Fluxo prescrito no contorno ΓN.

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1 Introdução

Alguns problemas de engenharia geotécnica e ambiental estão associados a

problemas de fluxo saturado e não saturado. Problemas como escorregamentos

devidos à redução da sucção pela infiltração da água da chuva têm causado grande

número de vítimas e danos materiais.

Quando acontecem variações no teor de umidade volumétrico (θ) do solo

produzido por algum fator externo como a chuva, isso afeta diretamente a carga

de pressão (h) e a permeabilidade não saturada k(h). Assim sendo o conhecimento

da relação entre o teor de umidade e sucção é fundamental em projetos que tratem

do comportamento de solos não saturados.

As relações dos solos não saturados são: a curva característica ou de

retenção (h x θ) e curva de condutividade hidráulica (k x h). A curva característica

é uma propriedade fundamental para o estudo de fluxo em solos não saturados, a

partir da qual pode-se obter valores da condutividade hidráulica não saturada, por

exemplo. O conhecimento destas relações é essencial para que a engenharia

geotécnica possa dispor de ferramentas adequadas para analisar e prever diversos

problemas como o de escorregamentos.

O método de estimativa de parâmetros envolve a estimativa indireta das

funções hidráulicas do solo através da solução numérica da equação que governa

o processo de fluxo sujeita às condições de contorno impostas. Primeiramente, as

propriedades hidráulicas são supostas para poderem ser descritas por um modelo

analítico com valores de parâmetros desconhecidos. Durante a execução de um

ensaio um os mais atributos são medidos (dados observados) ex. carga de pressão

no tempo. Subsequentemente, a equação de fluxo é resolvida numericamente

usando funções hidráulicas com estimativas iniciais fornecidas. Os parâmetros das

funções hidráulicas são otimizadas pela minimização da função referida os dados

observados e os preditos pelo modelo, usando a simulação numérica repetida do

processo de fluxo (Eching et al., 1993).

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A vantagem da utilização da estimativa de parâmetros é que permite uma

abordagem flexível que permite determinar a curva característica e a curva de

condutividade hidráulica simultaneamente (Kool et. al., 1987).

As relações de curva de retenção (h x θ) e a curva de condutividade

hidráulica (k x h) podem ser determinadas no laboratório, mediante ensaios de

placa de pressão, papel filtro, entre outros, uma desvantagem destes ensaios é o

erro causado pelo efeito escala. Tem-se desenvolvido diversos ensaios de campo

que usam medidas de carga de pressão no tempo para a determinação das

propriedades hidráulicas (h x θ, k x h), o qual permite o conhecimento da

variabilidade espacial das características hidráulicas do solo, importante na

determinação dos processos de fluxo (Kool et. al.,1985).

O principal objetivo deste trabalho é a avaliação de um método que permita

a estimativa dos parâmetros do modelo de van Genuchten - Mualem, a partir de

alguns dados coletados no campo ou no laboratório. A partir desta estimativa de

parâmetros se realiza a análise de fluxo saturado - não saturado.

Como parte integrante deste trabalho foram avaliados ensaios de campo e de

laboratório a fim de determinar seu potencial na estimativa de parâmetros e se

realizou o analise de sensibilidade de cada um dos parâmetros estimados.

Nesta disertação realizou-se diversos ensaios de campo utilizando um

procedimento simples para a identificação de alguns parâmetros. Finalmente se

realizou a simulação de fluxo saturado – não saturado em dois taludes do Rio de

janeiro.

No trabalho foi utilizado o programa HYDRUS 2D-3D, desenvolvido por

Simunek et al.(2006).

O capítulo 2 apresenta a equação governante de fluxo saturado - não

saturado, assim como uma breve descrição das propriedades hidráulicas.

O capítulo 3 apresenta os métodos de estimativa de parâmetros, a definição

da função objetivo, os métodos de solução e a análise de sensibilidade.

No capítulo 4 apresentam-se a metodologia dos ensaios de campo e

laboratório.

No capítulo 5 apresentam–se os locais dos ensaios, os resultados dos ensaios

a serem simulados, e os estudos anteriores.

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21

No capítulo 6 apresentam-se os resultados da estimativa de parâmetros

(retroanálise) dos ensaios propostos e os resultados da análise de fluxo das

encostas de Rio de Janeiro.

No Capitulo 7 apresentam-se as conclusões e sugestões.

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2 Fluxo em Meios Saturado e Não Saturados

Neste capítulo apresenta-se os principais aspectos da formulação utilizada para

o modelagem de fluxo saturado e não saturado, bem como a metologia empregada na

solução da equação governante e as propriedades hidráulicas características dos solos.

2.1 Equação de Fluxo

Considerando um cubo elementar submetido a um fluxo de água nas direções x,

y e z, como indicado na Figura 2.1, pode-se obter a equação diferencial do fluxo

(Freeze e Cherry, 1979), que na forma matricial é dada por:

t

Mdxdydzv w

wT

∂∂

−=∇ )(ρ (2.1)

onde ρw é a massa específica da água, v é o vetor de velocidade superficial de fluxo,

e ∇ é um operador diferencial que depende da dimensão do problema. O termo à

esquerda desta equação representa o balanço de massa nas três direções e o termo à

direita representa, de acordo com o princípio da conservação da massa, a taxa de

variação, no tempo, da massa de água (Mw) armazenada no elemento.

Figura 2.1 - Cubo elementar sujeito a um fluxo nas direções x, y e z.

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23

A massa de água pode ser escrita em termos do grau de saturação (S) e da

porosidade (ne) como sendo

dxdydzSnM ww eρ= (2.2)

Desta forma, a Equação 2.1 pode ser reescrita como:

t

Snv ew

wT

∂∂

−=∇)(

)(ρρ (2.3)

Partindo-se do conceito de grau de saturação e porosidade, e introduzindo-se o

conceito de teor de umidade volumétrica ( Sen=θ ); e ainda, supondo o problema

isotérmico com o fluido e o meio incompressíveis, a Equação 2.3 pode ser reescrita

como

tvT

∂∂−=∇ θ

(2.4)

Admitindo-se condições de fluxo, vem pela lei de Darcy:

)( hhKv e +∇−= (2.5)

onde K é a matriz da condutividade hidráulica que para problemas de fluxo não

saturado depende da carga de pressão e )( hhe +∇ é o vetor dos gradientes

hidráulicos, sendo que he e h são, respectivamente, as cargas de elevação e de pressão.

Desta forma, substituindo as equações 2.4 e 2.5, pode-se reescrever a equação

2.6 como:

t

hhhKehKT

∂=∇+∇ )(

])()([∂θ

(2.6)

onde e é um vetor de na direção da aceleração da gravidade.

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24

É usual colocar a equação (2.6) de forma que a variável independente seja a

carga de pressão h, e sabendo que θ = θ(h) obtém-se (Freeze e Cherry, 1979):

])()([)( hhKehKt

hhC T ∇+∇=

∂∂

(2.7)

onde

hhC

∂= ∂θ

)( é a capacidade de retenção específica. (2.8)

A Equação 2.7 é a Equação de Richard escrita na sua forma matricial, e pode ser

classificada como uma equação diferencial parcial de segunda ordem não linear.

A solução desta equação (equação 2.7) exige o conhecimento da distribuição

inicial de carga de pressão no domínio de fluxo Ω.

)0,,,(),,,( 0 zyxhtzyxh = (2.9)

Onde h0 é uma função prescrita de x, y e z.

São necessárias também as especificações das condições de contorno que podem

ser em carga de pressão prescrita (condição de Drichlet)

),,,(),,,( tzyxhtzyxh = em ΓD (2.10)

ou em fluxo prescrito (condição de Neuman)

[ ] v=∇+ TnhhKehK )()( em ΓN (2.11)

sendo, ΓD e ΓN, os segmentos do contorno do tipo Dirichlet e do tipo Neuman,

respectivamente e n é o vetor normal ao contorno ΓN.

Para obter-se a solução da Equação 2.7 é necessário a determinação das funções

características k = k(h) e θ = θ(h).

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25

2.2 Propriedades Hidráulicas de Solos Não Saturadas

Um solo não saturado é composto por três fases: sólida, líquida e gasosa,

(Lambe e Whitman, 1969). Fredlund e Morgenstern (1977) consideram também uma

quarta fase, denominada película contrátil, sendo essa fase a interface água-ar.

A fase sólida é constituída por partículas minerais e matéria orgânica, variando

de forma e tamanho; a fase líquida é composta por água, a fase gasosa é constituída

pelo ar livre e está presente no espaço poroso não ocupado pela água, uma vez que o

solo esteja em um estado não saturado. A película contráctil comporta-se como uma

membrana elástica sobre tensão (tração) misturada por toda a estrutura do solo.

Nesta disertação considera-se o solo como um sistema trifásico, considerando

que o volume da película contrátil é pequeno e esta pode ser considerada com parte da

fase água. A figura (2.2) apresenta um elemento de solo não saturado com suas

respectivas fases.

Figura 2.2 - Elemento de solo não saturado (adaptado adaptado de Fredlund e Morgenstern,

1977).

A seguir decrevem-se as propriedades das curvas características e da

condutividade hidráulica não saturada.

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26

2.2.1 Curva Característica

Segundo Fredlund e Xing (1994), a curva de retenção da agua no solo pode ser

definida como a variação da sução com a capacidade de retenção da agua nos macro e

micro poros no interior do solo.

A umidade no meio não saturado é mantida entre os grãos sob forças capilares

que são refletidas no raio de curvatura de cada menisco, e são responsáveis pelas

pressões negativas de água. A figura 2.3 mostra um menisco formado entre duas

partículas de solo onde R é o raio do solo e r é o raio de curvatura do menisco.

Figura 2.3 - Menisco de água no solo (adaptado de Lu e Likos, 2004).

Quando em um solo não saturado, em estado de equilíbrio, modifica-se a carga

de pressão à qual o solo está submetido, ocorrerá um fluxo de água até que se atinja

um novo equilíbrio. A nova condição de equilíbrio não significa uma distribuição

uniforme da umidade, mesmo quando o solo seja homogêneo (Croney, 1952), citado

por Rassam et al. (2004). A figura (2.4) apresenta uma curva característica típica,

onde alguns valores merecem destaque como: o teor de umidade volumétrica saturada

(θs), a qual teoricamente representa a porosidade do solo, mas na prática tende a ser

10-25% menor (Rassam et al., 2004); o teor de umidade volumétrica residual (θr) é o

valor do teor de umidade volumétrica além do qual um aumento adicional na carga de

pressão resultara somente em mudanças pequenas no teor de umidade volumétrica; o

valor de pressão de entrada de ar é o valor da carga de pressão no qual ocorre a

entrada de ar nos poros do solo em um processo de secagem.

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27

Figura 2.4 - Curva Característica.

Em solos argilosos, o valor de entrada de ar tende a ser maior do que em solos

arenosos. Quanto maior o teor de argila espera-se que maior seja a quantidade de água

retida e a perda de umidade será mais lenta a partir de quando a sucção atinge o ponto

de entrada de ar, já os solos arenosos os poros são relativamente grandes e tendem a

apresentar perda brusca de umidade (saturação). A figura 2.5 apresenta diferentes

curvas de retenção para diferentes solos e condições.

Figura 2.5 - Curvas de Retenção de água para diferentes solo e condições (adaptado,

Reichardt e Timm, 2004).

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28

A relação entre o valor da carga de pressão (h) e o teor de umidade volumétrico

(θ), em geral não é unívoca, e essa relação pode ser obtida de duas maneiras distintas:

por “secagem” ou por “molhamento”, (Figura 2.6). Cada uma fornece uma curva

contínua, mas as duas, na maioria dos casos, são distintas. Esse fenômeno é

denominado histerese, e é atribuída à não uniformidade dos poros individuais com

relação a fenômenos capilares, bolhas de ar que permanecem fixas nos macroporos e a

mudanças estruturais (Reichardt e Timm, 2004; Lu e Likos, 2004).

Figura 2.6 - Histerese (adaptado, Reichardt e Timm, 2004).

A curva característica tem sido exaustivamente analisada seja quanto às técnicas

de ensaios, seja para avaliar a validade dos diversos modelos já existentes, para o

ajuste da relação entre teor de umidade volumétrica (θ) e a carga de pressão (h)

(Mateus, 2007).

Diversas expressões para modelagem da curva característica foram propostas por

vários autores, tais como: Brooks e Corey (1964), Visser (1966), van Genuchten

(1980) e Fredlund e Xing (1994). O modelo proposto por van Genuchten (1980) vem

sendo amplamente utilizado em vários trabalhos, pois propicia um bom ajuste para

uma grande variedade de solos. A equação de van Genuchten - Mualem é expressa da

seguinte forma:

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29

( ) ( )mn

rsr

hh

α

θθθθ+

−+=

1 (2.12)

onde θr é o teor de umidade volumétrica residual, θs é o teor de umidade

volumétrica saturada, α e n são parâmetros empíricos, e m é dado por:

nm

11−= (2.13)

Segundo van Genuchten (1980) o valor de α é proximamente relacionado com o

inverso do valor de pressão de entrada de ar.

2.2.2 Curva de Condutividade Hidráulica

A condutividade hidráulica é definida como a capacidade de um meio poroso

para transmitir o fluido. Num meio saturado, a condutividade hidráulica é função das

propriedades do fluido e do meio poroso, mas no meio não saturado ele depende ainda

do grau de saturação (Freeze e Cherry, 1979). Quando o solo é saturado, todos os

poros estão preenchidos e são condutores, então a condutividade hidráulica é máxima.

Quando o solo se torna não saturado, alguns poros se tornam preenchidos de ar e a

porção condutora da área transversal do solo decresce correspondentemente. O valor

da condutividade hidráulica decresce rapidamente com o decréscimo do teor de

umidade volumétrica (θ) ou da carga de pressão (h), devido à diminuição da área útil

para a condução da água, (Reichardt e Timm, 2004). Na figura 2.7 apresenta-se

diversos valores de k(θ) quando a área de fluxo diminui.

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Figura 2.7 - Diminuição da área útil para o fluxo de água. (adaptado, Reichardt e

Timm, 2004).

Em condição de saturação, os solos mais permeáveis são aqueles em que os

poros grandes e contínuos constituem a maioria do volume dos poros, enquanto os

menos permeáveis são os solos em que o volume de poros consiste de numerosos

microporos. Então, como se sabe, solos arenosos conduzem água mais rapidamente

que um solo argiloso. Em solos com poros grandes, esses poros esvaziam rapidamente

e se tornam não condutores, a medida que a carga de pressão se torna mais negativa,

então a alta condutividade hidráulica inicial decresce abruptamente. Por outro lado,

em solos com poros pequenos, vários poros permanecem preenchidos e condutores

mesmo a uma carga de pressão muito negativa, logo a condutividade hidráulica

decresce suavemente e pode ser maior que a de solo com poros grandes, mesmo

submetidos à mesma carga de pressão.

A Figura 2.8 mostra a tendência geral da dependência da condutividade

hidráulica em relação à carga de pressão em diferentes solos. Observa-se que, embora

a condutividade hidráulica saturada do solo arenoso seja tipicamente maior do que a

do solo argiloso, a condutividade hidráulica não saturada do primeiro decresce mais

abruptamente à medida que a carga de pressão se torna mais negativa.

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Figura 2.8 - Condutividade hidráulica não Saturada (adaptado, Velloso, 2000).

O formato da curva de condutividade hidráulica é similar ao formato da curva

característica, inclusive apresentando a histerese para etapas de drenagem e secagem.

De acordo com Fredlund e Xing (1994) existem basicamente dois tipos de

abordagem para a determinação da função de condutividade hidráulica, uma primeira

baseada em estudos empíricos e a segunda em modelos estatísticos. Dentro destes

modelos estatísticos encontra se o de van Genuchten - Mualem que é apresentado da

seguinte forma:

( ) ( )[ ]25.05.0 11m

eeskhk θθ −−= (2.14)

Onde ks é a condutividade hidráulica saturada e θe é dado por:

rs

re θθ

θθθ−−

= (2.15)

2.3 Solução Numérica da Equação de Fluxo

O método dos elementos finitos é uma ferramenta que pode ser usada para

resolver as equações de fluxo (Equação de Richards). A aplicação dos métodos de

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elementos finitos requer a discretização da área do solo em elementos. Na

discretização no espaço o programa HYDRUS (Simunek et al., 2004) considera a

região do fluxo subdividida em elementos que podem ser triângulos, para os casos

bidimensionais, e tetraedros para os casos tridimensionais.

A solução aproximada da equação de Richard usando o Método dos Elementos

Finitos (MEF), faz que o domínio contínuo (Ω ) seja dividido em elementos (Ω e),

que se encontram ligados entre si através de nós distribuídos ao longo de seus

contornos.

Considerando-se h* uma solução aproximada de h no domínio do elemento

( Ω e), a equação 2.7 pode ser escrita como:

)()()]()()([ **

* hRt

hhChhKehKT =

∂∂−∇+∇ (2.16)

onde R(h*) representa o resíduo da solução aproximada.

A solução aproximada de h no domínio do elemento (Ω e) é usualmente escrita

no método dos elementos finitos considerando-se

hNh ˆ* = (2.17)

onde N denota a matriz das funções de interpolação, definidas em função do tipo

de elemento finito adotado, e h representa o vetor das cargas de pressão nodais.

Assim, re-escreve-se a equação (2.15) como

)(ˆ)()]ˆ()()([ *hRhNhChNhKehKT =−∇+∇ & (2.18)

Aplicando-se o método dos resíduos ponderados (Huyakorn e Pinder, 1983), a

minimização do resíduo R(h*) é obtida através da introdução de funções de

ponderação que, no método de Galerkin, são as próprias funções de interpolação N.

0)()]ˆ()()([ =Ω−∇+∇∫Ωe

eTT dhNhChNhKehKN

& (2.19)

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Integrando-se por partes os dois primeiros termos de equação 2.19 vem:

∫ ∫ ∫Γ Ω Γ

−Γ⋅+Ω∇∇−Γ⋅∇⋅e e e

eTT

eT

eTT dehKnNdhNhKNdhNhKnN ])([)ˆ()()()]ˆ()([

0ˆ)ˆ()()( =Ω−Ω∇ ∫∫ΩΩ ee

eT

eT hNhCNdeKN

&ψ (2.20)

onde Γe representa o contorno do elemento e n o vetor unitario externo, normal

ao contorno.

Considerando-se

N∇ = B (2.21)

e agrupando-se os termos, resulta

∫∫

∫∫

ΩΓ

Ω

Ω

Ω−Γ+

=Ω+Ω

ee

e

e

eT

eTT

eT

eT

dehKBdhBhKehKnN

hNdhCNhBdhKB

)(]ˆ)()([

ˆ)(ˆ)(&

(2.22)

que é a solução aproximada da equação de Richard pelo método do elementos

finitos. Esta equação, para efeitos de simplificação, pode ser definida como, a nível do

elemento finito:

'QQdt

dhFhH −=+ (2.23)

onde

∫Ω

Ω=e

eT BdhKBH )( é a matriz do elemento de fluxo (2.24)

∫Γ

Γ+=e

eTT dBhhKehKnNQ ])()([ é vetor de vazões nodais (2.25)

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∫Ω

Ω=e

eT dehKBQ )(' é o vetor de vazão nodal (2.26)

relacionado aos efeitos gravitacionais

∫Ω

Ω=e

eT NdhCNF )( é a matriz de capacidade de retenção (2.27)

A discretização no tempo é feita através de uma seqüência de intervalos,

discretizando se o tempo em intervalos conhecidos e ∆tj = tj+1 - tj, e supondo uma

variação linear para as funções, F, H, Q e Q’, como se segue:

1111 ' +++

+ +=+∆

−jjjj

j

jj QQhHt

hhF (2.28)

onde j + 1 representa o passo de tempo corrente onde a solução está sendo

considerada, j se refere ao passo de tempo anterior. A equação (2.28) representa o

sistema de equações algébricas a serem resolvidas.

Por causa da natureza não-linear da equação (2.28), um processo iterativo deve

ser usado para obter soluções da equação em cada etapa nova do tempo. Para obter a

solução da equação utiliza se o método de Picard (Huyakorn e Pinder, 1983),

obtendo-se a solução da equação matricial global a cada novo passo de tempo.

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3 Estimativa de Parâmetros

3.1 Introdução

Alguns problemas utilizam dados de medições para deduzir valores de

parâmetros, o estudo de tais problemas tem sido chamado que de problemas inversos;

(Beck e Woodbury, 1998).

Campos Velho (2001) cita a seguinte afirmação acerca do problema inverso: “a

solução de um problema inverso consiste em determinar causas baseado na

observação dos seus efeitos”. Já nos problemas diretos a solução envolve encontrar

efeitos na base de uma descrição de suas causas.

O método do problema inverso supõe à priori que o modelo aplicado e os

relacionamentos hidráulicos selecionados são a descrição exata do comportamento

físico do solo, e supõe conseqüentemente que o erro do modelo é insignificante. Isto

implica que os erros entre o simulado e o observado são causados somente por

inexatidão distribuída nas medidas.

Campos Velho (2001) define que problemas inversos pertencem à classe de

problemas mal-postos. Define-se um problema bem-posto como sendo aquele que

cumpre as três condições abaixo apresentadas:

(i) Existe solução;

(ii) A solução é única;

(iii) A solução tem uma dependência contínua com os dados de entrada.

Assim, o problema é dito mal-posto se alguma das condições acima não é

satisfeita. Em geral, nenhuma das condições descritas é satisfeita num problema

inverso (Campos Velho, 2001).

A figura 3.1 apresenta um esquema simples descrevendo o problema direto e o

problema inverso.

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Figura 3.1- Diagrama do problema direto e problema inverso (Velloso, 2000).

Quando utiliza-se a solução do problema inverso para a determinação de

parâmetros; este permite a utilização de experiências transientes, dando flexibilidade

as condições de contorno experimentais. Como uma vantagem adicional, modelar o

problema inverso permite a estimativa simultânea da curva característica e de

condutividade num único experimento.

As propriedades hidráulicas do solo para isto são supostas serem descritas por

um modelo com valores de parâmetros desconhecidos (ver equações 2.12-2.15). Estes

parâmetros são definidos como o vetor p que contem os parâmetros a ser validados,

na seguinte forma:

[ ]Tsiirs Knp ,,,,, αθθ= (3.1)

As estimativas iniciais dos parâmetros do sistema p são designadas usando um

vetor de estimativa inicial denominado p0, este vetor é avaliado e melhorado

iterativamente durante o processo até que um grau desejado de precisão seja obtido.

Os parâmetros são estimados automaticamente combinando os dados calculados pelo

modelo y(p) e os valores observados y*. Alguma informação disponível de um

experimento, tal como a medição de θr, θs, ks etc. pode ser usada pelo método, estes

serão denominados como informação prévia p*.

A resposta do sistema é representada por uma solução numérica da equação do

fluxo, somada com as características hidráulicas parametrizadas, os parâmetros

selecionados no modelo e as condições de contorno e iniciais do experimento.

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37

Finalmente, o desempenho do método inverso depende da confiabilidade de toda

a informação disponível em uma função objetivo, e apesar da existência de algumas

regras gerais, há um espaço amplo para decisões subjetivas.

3.2 Métodos de Estimativa de Parâmetros

A aproximação geral para a estimativa de parâmetros do modelo deve selecionar

uma função objetivo F(p) que seja uma medida das diferenças das variáveis medidas

e o calculado pelo modelo. O método para determinar os parâmetros é obtido

minimizando (ou maximizando, dependendo de como a função é definida) esta função

objetivo. Usando o método de mínimos quadrados sugerido como o mais simples por

Beck e Arnold (1977), a função objetivo é definida por:

( ) ( )[ ] ( )[ ] ∑=

∗∗ =−−=m

ii

TrpyypyypF

1

2 (3.2)

onde ri é o residual, ou seja, a diferença entre o valor observado e o calculado.

Se nenhum erro de medida existisse, o valor da função objetivo seria zero. Entretanto,

caso somente o modelo seja perfeito, a medição de erros experimentais criará

geralmente um valor mínimo, diferente de zero para a função objetivo.

O método de mínimos quadrados funciona quando os erros de observação são

distribuídos normalmente, ou seja, são não correlacionados e têm uma variação

constante, sendo que as estimativas de mínimos quadrados possuem propriedades

estatísticas ótimas (Bard, 1974).

3.3 Métodos de Solução do Problema Inverso

Para resolver o problema inverso Hopmans e Simunek (2002) citam três itens

fundamentais:

• Um ensaio de laboratório ou campo controlado, de fluxo transiente, onde se

estabeleçam as condições de contorno e inicias e obtenham as variáveis

medidas.

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• Um modelo numérico de fluxo que simule o regime de fluxo transiente deste

ensaio, e:

• Um algoritmo de otimização, que estime os parâmetros desconhecidos p,

tornando mínimas as diferenças entre os valores medidos nos ensaios e o

calculado pelo modelo, definidas na função objetivo F(p) através de uma

solução iterativa da equação do fluxo.

A finalidade do algoritmo de otimização é encontrar o mínimo da função

objetivo de forma iterativa atualizando os parâmetros do modelo. Desde que a

resposta calculada pelo modelo y(p) dependa dos parâmetros, o ajuste pode ser

melhorado mudando os elementos do vetor p. A busca para o mínimo ocorre no

espaço n-dimensional do parâmetro. Muitas técnicas foram desenvolvidas para

resolver o problema proposto (Bard, 1974; Beck e Arnold, 1977; Yeh, 1986; Kool,

1987). A maioria destes métodos é iterativa, isto é, começam com um vetor de

parâmetro inicial p0, e um novo vetor atualizado é calculado em cada iteração. A

equação (3.8) descreve este procedimento:

kkk ppp ∆+=+1 k=0,1,2,3... (3.3)

Onde k é a iteração e ∆pk é a variação do vetor de parâmetros pk. Existem

diversos métodos para o calculo de ∆pk, e geralmente ele é descomposto em duas

partes:

kkk dp α=∆ (3.4)

onde αk é o tamanho do passo, e dk é a direção de busca, também denominado

vetor de sentido, o que é determinado de modo tal que a função diminua isto é:

)()( 1 kk pFpF <+ (3.5)

Onde F(pk+1) e F(pk) são funções objetivas no nível atual e precedente da

iteração, respectivamente. O processo iterativo será repetido até que as condições

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dadas na função objetivo seja reduzida ou algum outro critério de parada seja

satisfeitos (Arora, 1989).

Velloso (2000) resume os passos característicos do algoritmo de otimização

como segue:

1. Determinar a estimativa inicial, p0 (k = 0).

2. Calcular a função objetivo para p = pk.

3. Determinar a direção de busca, dk.

4. Checar o critério de parada do algoritmo. Se satisfeito, parar o processo

iterativo, caso contrário, continuar.

5. Calcular o tamanho do passo, αk.

6. Calcular o vetor de novos parâmetros, pk+1, utilizando a equação (3.8)

7. Fazer: k = k + 1, voltar ao passo 2.

A ferramenta numérica utilizada neste trabalho o HYDRUS 2D 3D utiliza o

método proposto por Marquardt (1963) quem propôs um método muito eficaz, qual se

tornou um padrão para a solução de problemas não-lineares com mínimos quadrados

(Kool, 1987, Finsterle e Pruess, 1995, Simunek e van Genuchten, 1996). Chamado

geralmente de método de Marquardt-Levenberg, esse método representa a união entre

o método de Gauss-Newton e o Maximo declive.

Como a parte da solução inversa o HYDRUS produz uma matriz de correlação

que especifique o grau de correlação entre os parâmetros a serem estimados. A matriz

de correlação quantifica as mudanças nas predições do modelo causadas por

mudanças pequenas na estimativa final de um parâmetro particular. Um valor de ±1

sugere uma correlação linear perfeita visto que 0 não indicam nenhuma correlação em

tudo. Beck e Arnold (1977) segurem que um valor maior do que 0,9 indica alta

correlação. A matriz de correlação pode ser usada para selecionar os parâmetros, que

vão ser mantidos constantes no processo da estimação de parâmetros por causa da

correlação elevada.

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40

3.4 Ensaios Modelados Utilizando a Estimativa de Parâme tros

3.4.1 Ensaio de Campo

O primeiro trabalho no qual o método de estimativa de parâmetros foi

empregado para determinar as propriedades hidráulicas de solo parcialmente

saturados foi o de Dane e Hruska (1983) que estudaram a drenagem por gravidade de

um solo argiloso. Os parâmetros α e n do modelo de van Genuchten – Mualem

(equações 2.9) foram determinados pela retroanálise, enquanto que os outros

parâmetros (θr, θs, e ks) foram considerados conhecidos. Os resultados obtidos em

relação à curva característica foram bastante satisfatórios e concordantes com

resultados já existentes. Entretanto, a curva de permeabilidade apresentou resultados

superestimados em relação aos dados existentes (Dane e Hruska, 1983). Isto pode ter

acontecido pelo fato da permeabilidade saturada, ks, ter sido obtida em laboratório, e

no campo os macroporos podem ter influenciado o fluxo (Kool et al. 1987). Seria

recomendado que a permeabilidade saturada também fosse estimada em campo.

Outra técnica é a utilização do piezocone para determinar as propriedades

hidráulicas de solo parcialmente saturados que vem sendo estudada por Gribb et al.,

(1996, 1998) e Kodešová et al. (1998). O piezocone utilizados para obter as

propriedades hidráulicas é instrumentado com um pedra porosa perto da ponta e de

dois anéis do tensiômetros a 5 e 9 cm acima do filtro. O dispositivo é introduzido em

um solo à profundidade desejada, e aplicada uma carga constante de 5 cm. O volume

da água embebido pelo solo é monitorado, os tensiômetros registram o avanço da

parte dianteira da fre

nte de umedecimento por um período de tempo curto (300-500 s). Gribb et al.,

(1996) fez uma análise numérica detalhada desta experiência, sendo retroanalizados

quatro parâmetros α, θs, n e ks, e θr foi mantido constante. A solução mostrou que n e

θs eram menos sensíveis, e que ks e a α eram mais sensíveis. Além de uma excelente

resposta dos valores otimizados com relação aos medidos, como se observa na figura

3.2.

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41

Figura 3.2 - Comparação entre os valores observados nos ensaios e os estimados no

ensaio de piezocone (adaptado de Gribb et al., 2006).

3.4.1.1 Ensaio de Infiltração Monitorado (E.I.M.)

Velloso (2000) demostruou que o ensaio de infiltração monitorado desenvolvido

para a identificação dos parâmetros hidráulicos considera todos os fundamentos

teóricos descritos no capítulo 3 além da sua simplicidade de execução e

confiabilidade.

Este ensaio consiste em determinar a variação da carga de pressão com o tempo

quando é aplicada uma carga hidráulica constante.

A configuração do ensaio consiste em escavar um furo de profundidade rasa

para colocação do permeâmetro de Guelph juntamente com o tensiômetro. Em

seguida, aplica-se uma carga constante de 5 cm, utilizando o tubo de Mariotte de

Guelph, com o tensiômetro obtem-se a variação da sucção com o tempo à medida que

a água infiltra no solo. A figura 3.3 apresenta o esquema do ensaio.

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42

Figura 3.3 – Esquema do Ensaio de Infiltração Monitorado (Velloso, 2006).

A garrafa de Mariotte do permeâmetro de Guelph controla a carga constante de

água dentro do furo, um tubo de acrílico com uma régua graduada onde a água é

introduzida e um tripé que permite adaptar o aparelho a terrenos irregulares.

A figura 3.4 apresenta um esquema do permeâmetro de Guelph utilizado no

ensaio de infiltração monitorada.

Figura 3.4 - Permeâmetro de Guelph.

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43

O Tensiômetro desenvolvido em 1922, por Gardner, fornece de forma direta a

carga de pressão da água no solo e de forma indireta a umidade. Ele é constituído por

um tubo, de comprimento variável, preenchido com água deaerada, em cuja

extremidade inferior há uma cápsula de porcelana porosa. É fechado hermeticamente

na extremidade superior, onde se encontra um transdutor de pressão que permite a

obtenção das pressões geradas no interior do tubo, correspondendo estas à carga de

pressão da água intersticial. O princípio de funcionamento do tensiômetro baseia-se

na formação do equilíbrio entre o solo e a água contida no interior do aparelho. O

equilíbrio ocorre quando a cápsula porosa entra em contato com o solo e a água do

tensiômetro entra em contato com a água do solo. Caso a água do solo esteja sob

tensão, ela exerce uma sucção sobre o instrumento, retirando água deste, fazendo com

que a pressão interna diminua. Como o instrumento é vedado, ocorre a formação do

vácuo; a leitura dessa pressão negativa fornece o a carga de pressão à água no solo

(Marinho, 1995).

Para os ensaios realizados utilizou-se o tensiômetro modelo 2725, fabricado pela

Soilmoisture Equipment Corp., com faixa de operação entre 0 a 90 kPa. A figura 3.5

mostra o procedimento usado para a colocação do tensiômetro no ensaio de campo

proposto.

Figura 3.5 - Colocação do tensiômetro.

A figura 3.6 ilustra o ensaio de infiltração monitorada (E.I.M.).

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44

Figura 3.6 - Vista do ensaio de infiltração monitorada (E.I.M.).

3.4.2 Ensaios de Laboratório

Kool et al. (1985) simularam um ensaio de drenagem em uma coluna

inicialmente saturada, onde a vazão acumulada era medida e utilizada na retroanálise,

neste ensaio a drenagem foi iniciada por uma variação de pressão de ar no topo da

coluna. Kool et al. (1985) estudaram a estimativa de três parâmetros (θr, α, e n) do

modelo de van Genuchten - Mualem (eqs. 2.12 ao 2.15) e concluíram que não seria

possível obter estimativas confiáveis se a diferença entre os teores de umidade inicial

e final na coluna fosse menor do que 50% da diferença entre o teor de umidade

saturado, θs, e o teor de umidade residual, θr, ou seja, o ensaio deveria cobrir pelo

menos metade da curva característica, no mesmo trabalho eles sugerem que outras

condições, além da descrita, devem ser satisfeitas para que a estimativa dos

parâmetros, através deste ensaio de drenagem, seja confiável, tais como: o erro

experimental na medida de vazão deve ser pequeno, e a estimativa inicial dos

parâmetros deve ser razoavelmente próxima aos seu valores reais.

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45

Mesmo satisfazendo as condições sugeridas por Kool et al. (1985), estudos

numéricos realizados por Toorman et al. (1992) e Mous (1993), indicam que as

retroanálises feitas a partir somente de dados de vazão não produzem estimativas

confiáveis

3.4.2.1 Ensaio de Laboratório Proposto por Marinho (2006)

Marinho (2006) propôs uma técnica de laboratório para estimar a partir de

intepretações analitico numericas as propriedades hidráulicas desconhecidas de numa

amostra de solo utilizando uma segunda amostra de solo cujas propriedades

hidráulicas estejam conhecidas com anterioridade. O ensaio consiste em um solo 1

(com propriedade hidráulicas desconhecidas) em estado seco, será aderido a uma

pasta de caulim em estado saturado (solo 2, com as propriedades hidráulicas

conhecidas) e a variação de carga de pressão na pasta de caulim será monitorada por

um tensiômetro, produzindo-se um fenômeno de umedecimento no solo1. A

continuação o procedimento descrito por Marinho:

• O solo 1 é moldado e colocado com uma determinada carga de pressão.

• A pasta de caulim (solo 2) é colocada no topo da pedra porosa do

tensiômetro na condição saturada.

• O solo 1 é colocada sobre a pasta e o registro da variação da sucção com o

tempo já é feito.

• O solo 1 passa a absorver a água da pasta e do tensiômetro (se

desconsidera o volume de água que vem do tensiômetro pois é muito

pouca água)

• Assim o solo 1 está submetida a uma trajetória de umedecimento.

A figura 3.7 descreve o procedimento sugerido por Marinho (2006) as etapas de

preparação do ensaio (a) e o decurso do ensaio (b).

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Figura 3.7 - Ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006).

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4 Locais de Estudos e Resultados de Ensaios Utilizados

Para a retroanálise e a simulação de fluxo saturado - não saturado foram

utilizados dados de ensaios de campo de diversos locais. A seguir os locais são

descritos e os dados recolhidos de cada um deles apresentados.

4.1 Ensaios no Campo Experimental II da PUC-Rio

O campo experimental II da PUC-Rio (CEII) situa-se no interior do campus

da Universidade, na encosta localizada ao lado da estrada Lagoa-Barra. Nesse

local têm sido realizados diversos trabalhos (Soares, 2005; Beneveli, 2002; Diniz,

1998 entre outros). O perfil de solo é composto por um solo maduro colúvionar

argilo-arenoso (Soares, 2005). A Figura 4.1 apresenta o esquema do local.

Figura 4.1 - Localização do Campo Experimental II (Soares, 2005).

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48

A tonalidade do solo é vermelha amarelada, possui um aspecto bastante

homogêneo e constitui-se basicamente por argilominerais, quartzo e óxidos de

ferro e alumínio, como produtos do intemperismo dos minerais primários do

biotita gnaisse (Soares, 2005). Pedológicamente , o solo pode ser clasificado como

horizonte B latossolico, ou seja um solo bastante lixiviado (De Mello, 1998).

Na figura 4.2 é apresentada a descrição morfológica de parte do perfil,

obtida por Daylac (1994) a partir da inspeção de um poço aberto no Campo

Experimental II da PUC-Rio de aproximadamente 13,5m de profundidade,

inspecionado até 12,3m.

Figura 4.2 - Descrição Morfológica do Perfil (Daylac, 1994).

Do trabalho de Soares (2005) apresenta-se a tabela 4.1 que resume a análise

granulométrica para o solo.

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49

Tabela 4.1 - Análise granulométrica do solo do C.E.II (Soares, 2005).

Pedregulho

(%)

Areia grossa

(%)

Areia média

(%)

Areia fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

0,9 9,2 16,3 14,6 5,5 53,5

A figura 4.3 exibe alguns resultados da curva característica obtidas do

Campo Experimental II utilizando o método do papel filtro:

Figura 4.3 - Resumo da curvas características do Campo Experimental II (Soares , 2005

e DEC/PUC-Rio , 2004).

Da figura 4.3 pode - se observar que a curva característica obtida por Soares

(2005) apresenta dois pontos de inflexão. Essa é uma característica que sugere a

existência de uma distribuição bimodal dos poros, a qual foi comprovada através

da análise de microscopia eletrônica por Soares (2005). A distribuição bimodal

dos poros é caracterizada pelos macroporos formados pelos vazios entre os micro

agregados e pelos microporos formados no interior das agregações (Soares, 2005).

Para a estimativa das características hidráulicas do solo, realizada nesta

dissertação desconsiderou-se a segunda inflexão da curva característica mostrada

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50

por Soares (2005), já que as leituras feitas com o tensiômetro tem um limite de 90

kPa.

Os resultado dos ensaios de infiltração monitorados (E.I.M) são

apresentadas na figura 4.4:

Figura 4.4 - Resultados do E.I.M. no solo do Campo Experimental II da PUC-Rio.

4.2 Ensaio em Perfil de Solo de Duque de Caxias

Está localizado na Rodovia Washington Luís, em direção à Petrópolis, no

município de Duque de Caxias no estado do Rio de Janeiro (BR 040 – km 111).

Foram realizados ensaios de campo e de laboratório num solo residual jovem de

gnaisse dessa região. A figura 4.5 mostra o local dos ensaios.

Figura 4.5 - Solo de Duque de Caxias (Nunes, 2002).

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O local apresenta feições ricas em minerais máficos (biotita) e félsicos

(feldspatos), conferindo ao referido solo a respectiva alternância de camadas com

porosidade e permeabilidade possivelmente diferenciadas. Sendo uma mais

arenosa e a outra mais siltosa, como está mostrado na figura 4.5 (Demuelenaere,

2004).

Nunes (2002) realizou ensaios de caracterização do solo para este local,

classificando os solos existentes em duas frações: o primeiro um silte-arenoso,

com grande percentagem de finos e o segundo solo encontrado classificado como

areno-siltoso, sendo 72% da amostra constituída por areia. A tabela 4.2 apresenta

o resumo da análise granulométrica dos solos.

Tabela 4.2 - Análise granulométrica do solo de Duque de Caxias (Nunes, 2002).

Material Pedregulho

(%)

Areia grossa

(%)

Areia media

(%)

Areia fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Siltosa 1 9 11 10 64 5

Arenosa 2 15 32 25 23 3

A figura 4.6 expõe um resumo das curvas características determinadas

utilizando a formulação de van Genutchen - Mualem em estudos anteriores para o

solo de Duque de Caxias:

Figura 4.6 - Curvas características do solo de Duque de Caxias.

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52

Os resultados de E.I.M. foram obtidos por Barros (2004) são apresentadas

na figura 4.7.

Figura 4.7 - Resultados do E.I.M. para o solo de Duque de Caxias (Barros, 2004).

Do ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006), descrito no item

4.2.2, realizado para o perfil em estudo, tem-se os resultados mostrados na figura

4.8.

Figura 4.8 - Resultados do ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006).

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53

4.3 Ensaios em solos da Vista Chinesa

O local denominado vista Chinesa situa-se dentro do atual Parque Nacional

da Tijuca, na vertente marítima da Serra da Carioca, que juntamente com a Serra

da Tijuca, compõem o maciço da Tijuca, localizado a sudoeste do município do

Rio de Janeiro (Soares, 1999). A figura 4.9 mostra a localização da Vista Chinesa:

Figura 4.9 - Mapa de localização da Vista Chinesa (Soares, 1999).

Rocha (1993) e Delgado (1993) agruparam os materiais estudados em seis

unidades geológico-geotécnicas: coluvionar amarelo, coluvionar vermelho,

residual vermelho, residual típico, rocha alterada e rocha sã a levemente alterada.

Em Soares (1999) encontra-se um resumo das análises granulométricas

realizadas por Delgado (1993) e Rocha (1993), observando que o coluvionar

amarelo é constituído, em média por 50% de fração areia e 40% de fração argila,

possuindo uma pequena percentagem de pedregulho e silte. O coluvionar

vermelho têm composição similar à do coluvionar amarelo, sendo predominantes

a fração areia, com 46,5 %, e a fração argila, com 41%. No solo residual vermelho

predominou o material arenoso (60%), com 24% da fração argila e baixas

porcentagens de silte e pedregulho. Já no solo residual observou-se uma grande

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percentagem da fração areia (73%). A tabela 4.3 apresenta a análise

granulométrica englobando a faixa de variação granulometrica.

Tabela 4.3 - Análise granulométrica dos solos da Vista Chinesa (Soares, 1999).

Materiais Pedregulho

(%)

Areia grossa

(%)

Areia media

(%)

Areia fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Coluvionar

Amarelo

1,19

3,77

13,74

18,84

19,41

15,54

17,06

16,10

4,74

4,54

43,86

41,21

Coluvionar

Vermelho

6,8

5,96

16,52

19,73

12,77

13,72

15,09

11,35

6,00

5,57

42,82

43,65

Residual

Vermelho

8,02

10,22

26,74

27,07

17,41

8,27

22,93

17,60

9,13

3,78

15,77

33,06

Residual

Típico

1,66

15,10

28,51

23,91

24,60

17,37

24,83

24,30

13,02

11,27

7,32

8,05

A determinação das curvas características dos materiais foi feita por

Delgado (1993), através de ensaios de placa de pressão. Utilizando estes dados

determinou-se a curva característica e os parâmetros do modelo de van

Genuchten. Os solos coluvionar amarelo e vermelho foram denominados de

coluvionar e os solos residual vermelho e residual típico, denominados de residual

(Soares, 1999). Esses dados são apresentados na figura 4.10, e na tabela 4.4

encontram-se os valores dos parâmetros para o modelo de van Genuchten

determinados.

Figura 4.10 - Curva característica para os solos da vista Chinesa (Vargas, 2008).

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55

Tabela 4.4 - Parâmetros do modelo de van Genuchten dos solos da Vista Chinesa (Vargas, 2008).

Material θr θs α [m-1] n

Coluvionar 0,2 0,53 7 1,68

Residual 0,1 0,49 3,5 1,4

Rocha (1993) determinou a condutividade hidráulica saturada dos materiais

em laboratório, a partir de amostras cilíndricas e indeformadas, e em ensaios "in

situ". As tabelas 4.5 e 4.6 mostram os valores obtidos dos ensaios.

Tabela 4.5 - Resultado dos ensaios de condutividade hidráulica in-situ para a Vista

Chinesa (Soares, 1999)

Material Intervalo [m] Tipo ks [cm/s]

Coluvionar amarelo 0,52 - 0,92 carga constante 4,5 x 10-4

Coluvionar amarelo 0,52 - 0,93 carga variável 4,3 x 10-4

Coluvionar amarelo 0,92 - 1,32 carga constante 1,0 x 10-3

Coluvionar amarelo 0,92 - 1,33 carga variável 1,5 x 10-3

Coluvionar vermelho 0,82 - 1,07 carga constante 1,5 x 10-3

Coluvionar vermelho 0,82 - 1,08 carga variável 2,3 x 10-3

Residual vermelho 0,52 - 0,75 carga constante 4,1 x 10-4

Residual vermelho 0,52 - 0,76 carga variável 4,7 x 10-4

Tabela 4.6 - Resultados dos ensaios em laboratório da condutividade hidráulica para a Vista Chinesa (Soares, 1999).

Ensaios em laboratório

Condutividade hidráulica [cm/s]

Tensão efetiva [kPa] Material

10 100 250 400

Coluvionar amarelo 1,0 x 10-4 8,3 x 10-5 1,2 x 10-5 6,0 x 10-6

Coluvionar vermelho 6,3 x 10-4 2,0 x 10-4 1,7 x 10-4 2,1 x 10-5

Residual vermelho 3,7 x 10-4 1,0 x 10-4 4,1 x 10-4 3,3 x 10-5

Residual típico 6,3 x 10-4 3,0 x 10-4 2,2 x 10-4 9,2 x 10-5

Em 1988, no maciço da Tijuca, em um trecho de apenas 9,5 km, ao longo

das estradas da Vista Chinesa, foram registrados cerca de quarenta acidentes,

entre os quais, o maior escorregamento ocorrido na cidade àquela época. Este

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grande escorregamento apresentou um volume total de 12.800 m3 de material

rompido em 200 metros de comprimento (Soares, 1999).

Soares (1999) realizou a análise dos dados pluviométricos deste evento,

mais precisamente no mês de fevereiro, no qual aconteceu o acidente. A tabela 4.7

apresenta os valores de precipitação, evapotranspiração e interceptação da água da

chuva, para o mês da análise, e a figura 4.11 a precipitação acumulada:

Tabela 4.7 - Valores de precipitação, evapotranspiração e interceptação da água da

chuva da Vista Chinesa fevereiro de 1988 (Vargas, 2008).

Prec ETp Int[mm/d] [mm/d] [mm/d]

1 3 3,9 1,82 18 4,4 7,23 90 4,6 3,64 10 3,8 6,05 70 4,0 5,66 50 4,0 7,57 7 4,6 4,28 10 4,3 6,09 5 4,6 3,0

10 35 4,6 8,811 40 4,8 8,012 75 4,3 5,313 40 4,4 8,014 10 4,9 6,015 5 5,0 3,016 0 4,9 0,017 5 4,8 3,018 0 4,6 0,019 75 5,2 5,320 170 4,3 1,721 90 4,2 3,622 90 4,1 3,6

dia

Figura 4.11 - Precipitação e precipitação acumulada fevereiro 1988 da Vista Chinesa

(Vargas 2008).

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4.4 Ensaios em Solos do Túnel Rebouças

O Túnel Rebouças localiza-se na cidade do Rio de Janeiro, atravessa o

maciço carioca em dois trechos: do Rio Comprido ao Cosme Velho, com 760

metros; e do Cosme Velho à Lagoa com 2.040 metros. Trata-se de uma encosta de

relevo forte ondulado, com inclinação natural variando entre 35o e 40º, expondo

vegetação rasteira, espécies arbóreas e lixo.

Na tarde do 23 de Outubro de 2007, um deslizamento de terras fechou a

entrada da galeria no sentido Laranjeiras-Lagoa, causando sérios transtornos ao

trânsito na cidade.

O DEC/PUC-Rio vêm realizando diversos ensaios para determinar as causas

do deslizamento acontecido, para isso realizou-se primeiramente ensaios de

caracterização dos solos. Destes encontrou-se duas frações predominantes as quais

denominaremos material 1 e material 2 as quais representam as camada superior

e inferior da encosta. A tabela 4.8 resume a análise granulométrica realizada no

laboratório de geotécnica do DEC/PUC-Rio:

Tabela 4.8 - Resumo da análise granulométrica dos solos no túnel Rebouças.

Material Pedregulho

(%)

Areia grossa

(%)

Areia média

(%)

Areia fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Material 2 0,2 30,6 24,1 25,3 12,7 3,4

Foram realizados ensaios para determinar a condutividade hidráulica

saturada com o permeâmetro de Guelph, e também se realizou o ensaio de

infiltração monitorado (ver item 3.4.1.1). Como parte desta dissertação foram

determinados os valores de condutividade hidráulica saturada de campo a partir

dos resultados do ensaio com o permeâmetro de Guelph.

A tabela 4.9 resume os resultados dos ensaios de permeabilidade e a figura

4.12 apresenta os resultados dos ensaios de infiltração monitorados.

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Tabela 4.9 - Resultado dos ensaios utilizado o permeâmetro de Guelph no solo do túnel

Rebouças

Material kfs [cm/s]

Matérial 1 3,82x10-05

Material 2 4,35x10-04

Material 2 2,03x10-03

Figura 4.12 - Resultados do E.I.M. para os solos no túnel Rebouças.

As figuras 4.13 e 4.14 apresentam a precipitação média mensal medidas nos

meses anteriores ao evento de deslizamento nas estações pluviométricas da Tijuca

e Laranjeiras, respectivamente. Estes dados foram fornecidos pela GEO-RIO.

Figura 4.13 - Precipitação média mensal durante o 2007, Estação Tijuca.

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Figura 4.14 - Precipitação média mensal durante o 2007, Estação Laranjeiras.

4.4 Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade – Bela Vista de Minas

A pilha de estéril PDE-05 está implantada na mina do Andrade, no

município de Bela Vista de Minas (Minas Gerais). A pilha PDE-05 situa-se em

uma região a noroeste da lavra do Pico, porção da margem esquerda do vale do

córrego da Derrubada e a jusante do paiol de explosivos, ocupando uma área total

aproximada de 3,9 hectares (VOGBR, 2006), conforme apresentado na Figura

4.15.

Saliba (2007) realizou a caracterização de solos deste local e estabeleceu

suas características básicas, mostrando a existência de um primeiro material

estéril de itabirito, coletada na superfície da PDE-05 que apresentou

predominância na fração arenosa, sendo classificadas como areias silto-argilosas

de granulometria muito uniforme.

Outro material de solo caracterizado por Saliba (2007) é um residual de

xisto com porções de alteração de rocha quartzo feldespato-xisto, coletado na

ombreira esquerda da PDE-05, foi classificada como areia silto-argilosa.

É importante ressaltar que para ambos os materiais, estéril e solo residual, os

limites de consistência mostraram-se com uma consistencia não plástica, devido

ao fato que o quartzo é o mineral predominante encontrado na fração areia e

pequena existência da fração de finos (silte e argila inferior a 20%) (Saliba, 2007).

A tabela 4.10 apresenta a granulometria das amostras retiradas na área da

PDE-05.

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Tabela 4.10 - Análise granulométrica da Pilha estéril nº 5 da Mina do Andrade –

Bela Vista de Minas (Saliba, 2007).

Fração Pedregulho

(%)

Areia

grossa (%)

Areia

média (%)

Areia fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Estéril 20,6 2,9 13,7 48,4 22,6 2,8

Residual 3,9 12,4 36,6 25,5 11,4 8,6

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Figura 4.15 - Vista aérea da região em estudo, identificando alguns aspectos importantes registrados durante a caracterização da área (Saliba, 2007).

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62

Os resultados do E.I.M. realizados por Saliba (2007) são apresentados na

figura 4.16.

Figura 4.16 - Resultado do E.I.M. da Pilha de estéril PDE-05 (Saliba, 2007).

Os ensaios En_Ten01, En_Ten02, En_Ten05 e En_Ten06 foram realizados

no material definido como estéril, e os ensaios En_Ten08 e En_Ten09 no material

definido como alteração de rocha (Saliba, 2007).

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5 Estimativa de Parâmetros e Análise Direta

5.1 Introdução

O programa utilizado para a modelagem numérica e para a avaliação de

parâmetros foi o HYDRUS 2D-3D (Simunek et al., 2006). Este programa resolve a

equação de Richards para fluxo saturado e não saturado assim como as equações de

dispersão-advecção para o transporte de solutos. HYDRUS 2D-3D pode representar

domínios de fluxo delineados por limites irregulares. O fluxo e o transporte podem

ocorrer no plano vertical ou no plano horizontal, numa região bidimensional ou

tridimensional.

O programa também permite o uso de elementos triangulares ou quadrangulares

para problemas bidimensionais ou tetraedros, hexaedros e elementos prismáticos

triangulares no caso de problemas tridimensionais. As condições de contorno que estão

implementadas também são flexíveis e dinâmicas, e estão categorizadas em condições

de contorno constantes (ex. carga de pressão constante, fluxo constante) e condições de

contorno variáveis (ex. atmosférico, fluxo ou carga de pressão variáveis). Além disso o

HYDRUS consegue minimizar o problema inverso através do método de Marquardt-

Levenberg implementado. As equações que resultam da discretização do problema são

resolvidas usando a eliminação gaussiana para matrizes, ou o método de ORTHOMIN

para matrizes assimétricas (Mendoza, 1991).

O HYDRUS 2D-3D inclui diversos modelos para a descrição das propriedades

hidráulicas: van Genuchten (1980), Brooks e Corey (1964) e van Genuchten modificado

por Vogel e Cislerova (1988). Neste trabalho é utilizado o modelo de van Genuchten.

5.2 Estimativa de Parâmetros

Neste item são apresentadas as condições de contorno e os parâmetros de entrada

usados no processo de retroanálise para determinar as características hidráulicas dos

solos em estudo.

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64

São apresentados também os resultados das estimativas para quatro solos: Campo

Experimenal II, Duque de Caxias, encosta do túnel Rebouças, e a pilha de estéril nº 5

da Mina do Andrade – Bela Vista de Minas.

5.2.1 Condições de Contorno e Parâmetros Iniciais

Para o ensaio de infiltração monitorada (ver item 3.4.1.2), as condições de

contorno aplicadas são apresentadas na figura 5.1, na parte (a) apresenta o esquema

geral do ensaio de infiltração monitorada, e a parte (b) o esquema axi-simétrico das

condições de contorno, este último é o utilizado na presente dissertação.

Velloso (2000) indica que a condição inicial deve ser considerada uniforme e

igual à medida pelo tensiômetro no instante t=0.

Figura 5.1 - Condições de contorno do ensaio de infiltração monitorada, (a) esquema geral.

(b) esquema axi-simétrico (modificado de Velloso, 2000).

Para o ensaio de laboratório de Marinho (2006), descrito no item 3.4.2.2, as

condições de contorno são mostradas na figura 5.2.

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Figura 5.2 - Condição de Contorno para o ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006).

Os parâmetros iniciais considerados para o Campo Experimental II da PUC-Rio

estão mostrados na tabela 5.1. Os valores de θr e θs foram extraidos de Velloso (2000) e

os valores de condutividade hidráulica (ks) foram retirados de Diniz (1998).

Tabela 5.1 - Parâmetros iniciais do Campo Experimental II PUC-Rio.

Mediçã

o

θr θs α [cm-1] n ks [cm/s]

Ensaio 1 0,34 0,43 5x10-3 1,15 2,03x10-3

Ensaio 2 0,34 0,43 5x10-3 1,15 1x10-2

Os parâmetros iniciais para o solo de Duque de Caxias estão resumidos na tabela

5.2. Todos os valores da fração arenosa foram extraidos de Velloso (2006).

Tabela 5.2 - Parâmetros iniciais para o solo de Duque de Caxias (Velloso, 2006).

Mediçã

o

θr θs α [cm-1] n ks [cm/s]

Ensaio 1 0,34 0,43 7,1x10-2 1,53 1,67x10-2

O ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006), requer o conhecimento das

características hidráulicas do solo 2 que é composto uma pasta de caulim (ver item

3.4.2.2), assim os parâmetros do modelo de van Genuchten para este solo foram

determinados por Marinho (2006) e são apresentadas na tabela 5.3.

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Tabela 5.3 - Parâmetros do Caulim (solo 2).

θr θs α [cm-1] n ks [cm/s]

0,46 0,6 0,01 1,488 8x10-6

As condições inicias de carga de pressão assumidas para o ensaio de laboratório

proposto por Marinho (2006), estão apresentadas na tabela 5.4.

Tabela 5.4 - Condições inicias para os ensaios de laboratório.

Material h [cm]

Solo 1 (desconhecido) -20395

Solo 2 (pasta de caulim)- Medição

1

-200

Solo 2 (pasta de caulim)- Medição

2

-10

Os parâmetros iniciais para os solos do túnel Rebouças estão apresentados na

tabela 5.5.

Tabela 5.5 - Parâmetros iniciais para o solo do túnel Rebouças.

Medição θr θs α [cm-1] n ks [cm/s]

Material 1 0,34 0,43 0,01 2,5 4,3x10-4

Material 2 0,04 0,38 0,3 1,80 2,03x10-3

Os parâmetros iniciais (θr, θs, α e n) do material 1 foram obtidos da curva

característica de sucção, determinada pelo método do papel filtro no laboratório do

DEC/PUC-Rio.

Os valores iniciais (θr, θs, α e n) do material 2 foram estimados através da

informação da textura do solo, utilizando funções de pedo-transferência (Schaap,

1999). Essas funções incluidas no HYDRUS 2D-3D, permitem estimar as propriedades

hidráulicas a partir de dados básicos dos solos, como, por exemplo, o percentual de

areia, silte, cascalho e de matéria orgânica. Finalmente, os valores iniciais de ks provêm

da tabela 5.9.

Os parâmetros iniciais para os solos da pilha estéril nº 5 da Mina do Andrade –

Bela Vista de Minas estão resumidos na tabela 5.6.

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Tabela 5.6 - Parâmetros iniciais para os solos da pilha estéril nº 5 da Mina do Andrade – Bela

Vista de Minas.

Medição θr θs α [cm-1] n ks [cm/s]

EnTen_01 0,04 0,39 0,011 2 1,5x10-3

EnTen_02 0,04 0,39 0,043 2 1,8x10-3

EnTen_05 0,04 0,39 0,032 1,3 1,1x10-3

EnTen_08 0,05 0,35 0,009 1,13 2,1x10-3

EnTen_09 0,05 0,35 0,009 1,33 1,8x10-3

Novamente neste caso os dados de entrada foram estimados através de funções de

pedo-transferência (Shapp et al., 1999) usando os dados da caracterização

granulométrica.

As geometrias, malhas de elementos finitos, número de nós e número de

elementos considerados em cada uma das retroanalises estão detalhados no anexo A.

5.2.2 Resultados da Estimativa de Parâmetros

Neste item apresentam-se os resultados da estimativa de parâmetros. Foram

estimados três dos cinco parâmetros do modelo de van Genuchten, α, n e ks, e mantidos

como fixos os valores de θs e θr. Velloso (2001) observou que θr e θs eram os

parâmetros mais sensíveis na retroanálise do ensaio de infiltração monitorada.

Também foi observado que na retroanálise dos cinco parâmetros produz valores de

correlações altas, acima de 0,9 (ver item 3.3), além que o E.I.M. não fornece dados que

permitam a estimação destes.

A seguir apresentam-se os resultados para os diversos locais de ensaios.

5.2.2.1 Resultados no Campo Experimental II PUC-Rio

A tabela 5.7, resume os valores dos parâmetros estimados para o solo do Campo

Experimental II, apresentando os valores estimados dos parâmetros de van Genuchten -

Mualem (θr, θs, α, n, ks) na solução do problema inverso, assim como o valor final da

função objetivo F(p*). A tabela 5.8, apresenta os valores dos coeficientes de correlação

obtidos para os parâmetros retroanalisados; onde ραn, ραks e ρnks, simbolizam os valores

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de correlação entre os parâmetros simulados, já a figura 5.3 mostra a comparação

entre os dados observados e os calculados pelo modelo.

Tabela 5.7 - Parâmetros estimados do Campo Experimental II.

Mediçã

o

θr θs α [cm-1] n ks [cm/s] F(p*)

Ensaio 1 0,34 0,43 3,33x10-2 1,65 1,43x10-4 0,01327

Ensaio 2 0,34 0,43 1,86x10-3 1,54 1,25x10-3 9,5x10-3

Tabela 5.8 - Coeficientes de correlação do Campo Experimental II.

Mediçã

o

ραn ραKs ρnKs

Ensaio 1 -0,78 0,01 0,605

Ensaio 2 -0,87 0,64 -0,17

Figura 5.3 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo medidas, no E.I.M. e

retroanalisadas, para o solo do Campo Experimental II.

Os resultados apresentados na tabela 5.8 mostram que os valores representam uma

baixa correlação, na maioria dos resultados, pois observa-se que a correlação ραn é alta

nas duas retroanálises; o que significa que existe uma alta dependência entre esses

parâmetros, como as outras duas correlações não atingem o valor de 0,9, pode-se dizer

que a confiabilidade dos valores estimados está garantido. A figura 5.3 mostra uma

excelente resposta entre os valores medidos e os retroanalisados.

A figura 5.4 mostra uma comparação entre as curvas características obtidas em

estudo anteriores e as calculadas com os valores dos parâmetros estimados.

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Figura 5.4 - Curvas características calculadas das retroanálises e estudos anteriores para o

solo do Campo Experimental II.

A diferença existente entre as curvas determinadas em estudo anteriores e os

calculados neste trabalho pode se dever à estimativa inicial do valor de θs usado neste

trabalho, que difere do valor encontrado nos ensaios de laboratório de Soares (2005) e

Barros (2004), esta diferença pode estar influenciada pela porosidade, já que os ensaios

foram feitos em diferentes locais, além do que existe uma diferença de profundidade

entre os ensaios simulados nesta dissertação de aproximadamente de 0,80m com

relação aos estudos anteriores.

5.2.2.2 Resultados para o Perfil de Solo de Duque de Caxias

O solo de Duque de Caxias foi submetido a dois tipos de ensaios, o E.I.M.(ver

item 3.4.1.2) e o ensaio de laboratório proposto ( ver item 3.4.2.2).

As tabelas 5.9 e 5.10 resumem os valores dos parâmetros estimados, a função

objetivo, e seus respectivos coeficientes de correlação. Já a figura 5.5 apresenta a

comparação entre os valores calculados pelo modelo e os dados obtidos pelo E.I.M.

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Tabela 5.9 - Parâmetros estimados para o solo de Duque de Caxias, E.I.M.

Mediçã

o

θr θs α [cm-1] n ks [cm/s] F(p*)

Ensaio1 0,34 0,43 0,01 1,15 1,17x10-3 0,0091

Tabela 5.10 - Coeficientes de correlação de Duque de Caxias, E.I.M.

Mediçã

o

ραn ραKs ρnKs

Ensaio 1 0,27 0,55 0,9

Figura 5.5 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo medidos no E.I.M. e

retroanalisadas para o solo de Duque de Caxias.

Os resultados apresentados mostram valores dos coeficientes de correlação

dentro do sugerido, com exeção do valor de ρnKs, isso pode ser explicado ao observar

que a retroanálise utilizou um intervalo pequeno de dados de carga de pressão, isto

afeta o resultado pois só se tem dados reais de uma parte de curva característica, apesar

desse comportamento a figura 5.5 apresenta uma boa relação entre o calculado e o

observado no campo.

Para o ensaio de laboratório proposto por Marinho no item 3.4.2.2 foram

retroanalisados dois parâmetros, α e n, e mantidos constantes θr, θs e ks. Os resultados

estão mostrados nas tabelas 5.11 e 5.12.

Tabela 5.11 - Parâmetros estimados para o solo de Duque de Caxias, ensaio de laboratório.

Medição θr θs α [cm-1] n ks [cm/s] F(p*)

Medição

1

0,34 0,43 0,2956 1,72 1,67x10-2 0,25

Medição

2

0,34 0,43 0,162 1,27 1,67x10-2 0,26

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Tabela 5.12 - Coeficientes de correlação para o solo Duque de Caxias, ensaio de laboratório.

Medição ραn

Medição

1

-0,996

Medição

2

-0,989

Os valores da tabela 5.12 mostram que os valores dos coeficientes de correlação

são muito altos (acima de 0,9), isso pode se explicar devido à grande variação de

pressões ocorridas durante o processo de secagem da pasta de caulim, esses valores de

correlação indicam que diversas combinações de parâmetros poderão produzir os

parâmetros estimados.

A figura 5.6 mostra os resultados da retroanálise para o ensaio de laboratório

proposto por Marinho (2006), como pode se observar, não existe uma convergência

adequada entre os valores calculados e os dados medidos. Isto se deve às grandes

variações de pressões em intervalos de tempo pequenos, além de considerar que o

processo de secagem da pasta de caulim acontece num volume de amostra muito

pequeno. Desse, pode-se dizer que os resultados do ensaio de laboratório proposto por

Marinho (2006) não se aplica na estimativa de parâmetros por retroanálise.

Figura 5.6 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo medidas e retroanalisadas, para

o solo de Duque de Caxias (ensaio de laboratório proposto).

A figura 5.7 apresenta as curvas características obtidas a partir dos parâmetros

estimados dos ensaios de campo e laboratório proposto e as curvas características

estimadas em estudos anteriores. Observa-se que, embora os valores dos coeficientes de

correlação para o ensaio de laboratório sejam altos, os parâmetros estimados fornecem

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uma curva característica parecida com os estudos anteriores e os dados de ensaios de

laboratório, da retroanálise do E.I.M. observa-se que este se acha dentro das curvas

características determinadas em estudos anteriores.

Figura 5.7 - Curvas características para os parâmetros estimados com o ensaio de

laboratório proposto e estudos anteriores para o solo de Duque de Caxias.

5.2.2.3 Resultados Para os Solos do Túnel Rebouças

Os parâmetros estimados estão apresentados nas tabelas 5.13 e 5.14.

Tabela 5.13 - Parâmetros estimados para o solo túnel Rebouças.

Medição θr θs α [cm-1] n ks [cm/s] F(p*)

Material 1 0,34 0,43 0,022 2,29 3,71x10-4 0,0094

Material 2 0,04 0,35 0,034 1,08 1,01x10-3 0,00254

Tabela 5.14 - Coeficientes de correlação para o solo túnel Rebouças.

Medição ραn ραKs ρnKs

Material 1 0,18 0,52 -0,74

Material 2 -0,42 -0,46 0,66

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Os resultados da retroanálise para os solos do túnel Rebouças e as curvas

características calculadas usando os parâmetros estimados são apresentados nas figuras

5.9 e 5.10, respectivamente.

Figura 5.8 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo medidas no E.I.M. e

retroanalisadas para os solos do túnel Rebouças.

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

1 10 100 1000 10000Sucção [cm]

Teo

r de

um

idad

e vo

lum

étric

a [-]

Material 1

Material 2

Figura 5.9 - Curvas características para os parâmetros estimados dos solos do túnel

Rebouças.

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Observa-se que no caso do material 2 que foi retroanalisado para condições de

baixa sucção, os resultados dos coeficientes de correlação se encontram dentro do

sugerido. As relações de carga de pressão no tempo calculadas e observadas no campo

(figura 5.9) não diferem muito.

5.2.2.4 Resultados na Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andr ade – Bela Vista de Minas

Os parâmetros estimados para a Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade assim

como os coeficientes de correlação estão resumidos nas tabelas 5.15 e 5.16.

Tabela 5.15 - Parâmetros estimados para a Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade,

Ensaio θr θs α [cm-1] n ks[cm/s] F(p*)

EnTen_01 0,04 0,39 0,014 1,09 9,23x10-4 0,00157

EnTen_02 0,04 0,39 0,024 1,35 1,02x10-3 0,006

EnTen_05 0,04 0,39 0,011 1,29 9,52x10-4 0,015

EnTen_08 0,05 0,35 0,004 1,05 7,6x10-4 0,0075

EnTen_09 0,05 0,35 0,013 1,25 1,81x10-3 0,013

Tabela 5.16 - Coeficientes de correlação para o a Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade.

Ensaio ραn ραKs ρnKs

EnTen_01 -0,65 0,98 -0,50

EnTen_02 0,55 0,71 -0,19

EnTen_05 0,41 0,56 -0,53

EnTen_08 0,49 -0,31 0,53

EnTen_09 0,88 0,96 0,74

Os ajustes das curvas calculadas na retroanálise e os dados obtidos no E.I.M.

apresentadas na figura 5.10 e as curvas características obtidas com os parâmetros

estimados são apresentadas na figura 5.11.

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Figura 5.10 - Ajuste das curvas de carga de pressão x tempo medidos no E.I.M. e

retroanalisadas para a Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade.

Figura 5.11 - Curvas características para os parâmetros estimados da Pilha de Estéril nº 5 da

Mina do Andrade.

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5.3 Análise Direta

A análise direta realizada nesta dissertação é a simulação de fluxo saturado –

não saturado para a Vista Chinesa e para o túnel Rebouças apresentados a seguir.

5.3.1 Análise Direta da Encosta da Vista Chinesa

Considerou-se aqui, para a simulação do evento descrito no item 5.3, o perfil

geométrico mostrado na figura 5.12.

Figura 5.12 - Perfil geométrico da Vista Chinesa (adaptado de Soares, 1999).

A simulação considerou as precipitações de fevereiro de 1988, conforme o

apresentado na tabela 4.7. A partir do dia 18 de fevereiro de 1988, incrementou-se uma

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região saturada no topo da encosta, devido à presença de um escoamento superficial de

água proveniente da rodovia localizada no topo da encosta, produto do acúmulo de

água na rodovia.

As condições iniciais da encosta estão resumidas na tabela 5.17.

Tabela 5.17 - Condições inicias da encosta da Vista chinesa.

Material Carga de

pressão inicial

Condutividade

hidráulica saturada

Solo coluvionar -4,8m 1x10-3 cm/s

Solo residual -6m 4,4x10-4 cm/s

Figura 5.13 - Condições de contorno do talude da Vista Chinesa.

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Para a simulação destes eventos, no HYDRUS 2D-3D, considerou-se como

condições de contorno (figura 5.13): a parte superficial da encosta foi considerada

como atmosférica, o contato solo rocha foi considerada como impermeável e na base

considerou-se como superfície livre.

A região saturada no HYDRUS 2D-3D é assumida como uma área de carga

constante igual a zero.

Os resultados da análise de fluxo bidimensional (2D) estão apresentados nas

figuras 5.14 e 5.15 que apresentam comparações entre a simulação das precipitações

sem considerar a região saturada (figura 5.14) e a simulação que considera a região

saturada no topo da encosta (figura 5.15).

Na figura 5.14 observa-se que as poropressões tornaram-se positivas no solo

coluvionar, mas a precipitação não afeita à camada inferior de solo residual, mantendo

negativas as poropressões.

Figura 5.14 - Simulação da Vista Chinesa 2D, sem considerar a região saturada.

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Da figura 5.15 pode-se observar que o fato de considerar uma região saturada

influencia notavelmente na parte superior da encosta, mas não produz uma variação nas

poropressões fora do área considerada como saturada. Da análise da zona de interface

entre o solo coluvionar e residual verifica-se que as poropressões se mantém negativas

para os dois casos considerados.

Figura 5.15 - Simulação Vista Chinesa 2D considerando uma região saturada.

Na figura 5.16 apresentam-se as curvas de variação de carga de pressão no

tempo. Estes resultados referem-se a um ponto de observação localizado na interface

entre o solo coluvionar e residual. Como se pode observar não aparecem mudanças

significativas nas poro-pressões, nem a aparição de poro-pressões positivas. Observa-

se que ainda nos dias com maior precipitação as poropressões não se tornam positivas.

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Estes resultados podem estar influenciados ao valor inicial da carga pressão

considerado e aos valores de condutividade hidráulica utilizados.

Figura 5.16 - Carga de pressão x tempo calculados para a simulação 2D, e a precipitação

utilizada nas análises da Vista Chinesa.

Realizou-se também uma simulação considerando uma geometria tridimensional

(3D), nesta simulação foi considerada uma largura de 50m, a largura da área de

infiltração foi de 5m. As condições de contorno laterais desta simulação foram

consideradas como impermeáveis.

A figura 5.17 apresenta os resultados considerando a região saturada no topo do

talude.

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Figura 5.17 - Simulação tridimensional entre os dias 18 e 22 considerando a região saturada da

Vista Chinesa.

A figura 5.18 apresenta-se a variação da carga de pressão no tempo. Como pode

se observar estes resultados sugerem que não existe diferença entre o simulado sem ou

com região saturada.

Das figuras 5.17 e 5.18 pode-se observar que os resultados não diferem muito da

análise bidimensional, novamente o solo coluvionar satura-se, mas, o solo residual

permanece inalterado, nesta análise observa-se também que a influência da área

saturada é menor, isto pode ser conseqüência da largura considerada na análise.

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Figura 5.18 - Carga de pressão x tempo e precipitação empregada nas analises da simulação

3D da Vista Chinesa.

5.3.2 Análise Direta da Encosta do Túnel Rebouças

Para a análise direta foram considerados os resultados obtidos no item 4.4. As

condições iniciais de carga de pressão foram consideradas como uma distribuição

linear com a profundidade com valores que variam entre 0,10m e -0,85m.

Os valores da condutividade hidráulica saturada utilizados estão na tabela 5.18.

Tabela 5.18 - Valores da condutividade hidráulica saturada da encosta do túnel Rebouças.

Material ks (cm/s)

Material 1 3,17x10-4

Material 2 2,03x10-3

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A geometria desta análise foi assumida para tentar representar os processos de

fluxo saturado e não saturado, as considerações geométricas adotadas estão

apresentadas na figura 5.22.

Figura 5.19 - Perfil considerado na encosta do túnel Rebouças.

As condições de contorno assumidas nesta simulação estão apresentadas na

figura 5.20, na parte superior do talude considerou-se a condição de contorno

atmosférica, no contato solo rocha ela foi considerada como impermeável e na base a

condição de contorno é de superfície livre.

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Figura 5.20 - Condições de contorno assumidas para a análise do talude no túnel

Rebouças.

Na análise direta foram consideradas geometrias bidimensional e tridimensional.

As análises foram realizadas em três etapas:

Etapa 1: a partir das cargas de pressão iniciais simulou-se as precipitações

ocorridas entre janeiro e abril de 2007. Os valores dessas precipitações foram as médias

entre as estações pluviométricas Tijuca e Laranjeiras conforme o apresentado nas

figuras 4.13 e 4.14.

Etapa 2: a partir do mês de abril até outubro de 2007, além das precipitações foi

considerado-se um vazamento no topo do talude, produto da ruptura de uma tubulação

localizada no topo do talude a uma profundidade de 0,5m.

Etapa 3: no final de outubro de 2007, foi simulado juntamente ao vazamento uma

precipitação de 200 mm/dia durante 24 horas.

A primeira etapa foi considerada tentando estabelecer uma carga de pressão

inicial mais realista, assim como, obter uma distribuição da carga de pressão inicial ao

longo do talude. Nessa primeira etapa obteve-se uma variação da carga de pressão de

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0,1 até -0,8m, observando-se que as poropressões tornaram-se positivas na base do

talude, isto se deve à inclinação da encosta.

A figura 5.21 apresenta os resultados da simulação bidimensional (2D), etapa 1

da análise.

Figura 5.21 - Resultado da análise bidimensional da etapa 1 no túnel Rebouças.

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A figura 5.22 apresenta a simulação das precipitações e o vazamento durantes os

seis meses seguintes.

Figura 5.22 - Resultado da análise bidimensional da etapa 2 precipitações médias e o

vazamento.

Como se observa na figura 5.22 as poropressões positivas incrementaram-se ao

longo do contato solo-rocha, na seção B observa-se o comportamento do vazamento na

simulação, contribuindo com o incremento das poropressões. Ao final desta simulação

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o contato solo-rocha apresentou poropressões positivas podendo isto ter contribuído

com a instabilidade do talude, mesmo antes da precipitação dos 200 mm/dia.

Finalmente, realizou-se a simulação da etapa 3, as condições iniciais para este

último evento foram as obtidas para o mês de outubro de 2007 (ver figura 5.22). A

figura 5.23 apresenta os resultados desta simulação.

Figura 5.23 - Resultado da análise bidimensional durante a etapa 3 do túnel Rebouças.

Como pode ser observado na figura 5.23, o processo de saturação no solo do

material 1 é muito rápido, 12 horas após o início da chuva todo o solo de material 1

está apresentou-se próximo a perto da saturação. Os resultados da etapa 3 indicam que

o efeito da precipitação de 200 mm/dia teria sido a potencialização do deslizamento,.

As figuras 5.24 - 5.27 mostram a variação da carga de pressão ao longo dos 300

dias da simulação. Estes valores são comparados com os resultados de outra simulação

na qual não existia o vazamento. Os valores correspondem a pontos de observação

localizados na interface solo rocha no meio e na base do talude.

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Figura 5.24 - Carga de pressão x tempo ponto na base do talude na interface solo- rocha no

túnel Rebouças (2D).

Figura 5.25 - Carga de pressão x tempo ponto no meio do talude na interface solo- rocha no

túnel Rebouças (2D).

Figura 5.26 - Carga de pressão x tempo ponto no meio do material 2 e a variação da

precipitação média do túnel Rebouças (2D).

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Os resultados desta análise sugerem que a presença de vazamento na encosta

incrementou o valor das poro-pressões positivas e as manteve assim durante o processo

da simulação.

A análise tridimensional também foi feita seguindo as três etapas consieradas na

simulação bidimensional.

Para isto, considerou-se uma largura no talude de 10m. A figura 5.27 mostra o

comportamento tridimensional do talude na etapa 1.

Figura 5.27 - Resultado da análise tridimensional da etapa 1 no túnel Rebouças.

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Para a análise tridimensional as condições de contorno laterais foram

consideradas como impermeáveis.

A figura 5.28 apresenta o resultado da análise tridimensional durante a etapa 2.

Figura 5.28 - Resultado da análise tridimensional da etapa 2 no túnel Rebouças.

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91

A figura 5.29 mostra o resultado do análise tridimensional da etapa 3.

Figura 5.29 - Resultado da análise tridimensional da etapa 3 no túnel Rebouças.

Do mesmo modo que na análise bidimensional, observou-se que o umedecimento

do solo do material 1 aconteceu rapidamente durante a precipitação de 200 mm/dia da

etapa 3.

As figuras 5.30 e 5.31 apresentam a variação da carga de pressão no tempo, para

a análise tridimensional. Estas variações são comparadas com valores de carga de

pressão de uma simulação na qual não acontece vazamento. As observações são feitas

para dois pontos na interface solo rocha, na base e no meio do talude.

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Figura 5.30 - Carga de pressão x tempo num ponto da base do talude para a simulação

tridimensional no túnel Rebouças.

Figura 5.31 - Carga de pressão x tempo num ponto no meio do talude para a simulação

tridimensional no túnel Rebouças.

Das figuras 5.30 e 5.31 observa-se que o valor das cargas de pressão quando se

considera um sistema sem vazamento não varia de outro sistema quando se está

considerando o vazamento. Este efeito pode ter ocorrido devido à geometria utilizada

na simulação, sendo esta muito grande para o vazamento considerado, já que para esta

análise se considerou uma largura do talude de 10m.

Também deve-se lembrar que a carga de pressão imposta para esta análise foi

zero, sendo provável que ao incrementar a carga de pressão do vazamento o processo

de umedecimento seja muito mais rápido e que as poropressões alcancem valores mais

altos.

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6 Conclusões e Sugestões

O presente trabalho teve dois objetivos específicos: o primeiro é a avaliação de

um método que permita a estimativa dos parâmetros do modelo de van Genuchten a

partir de alguns dados coletados no campo ou no laboratório; o segundo é que a partir

desta estimativa de parâmetros se realiza a análise de fluxo saturado - não saturado.

Em relação ao primeiro objetivo pode se concluir que satisfazem as expectativas,

sendo este rápido e de fácil desenvolvimento no campo, mas como ressalva, a

utilização de seus resultados quando o solo se encontra muito úmido não é

recomendável, pois fornece uma pequena parte de dados da curva característica, e ainda

a retroanálise pode resultar em valores dos coeficientes de correlação além do

recomendado, ou podem resultar em estimativas enganosas.

Especificamente dos ensaios realizados no Campo Experimental II da PUC-Rio,

se conclui que não existe uma diferença expressiva entre os valores dos parâmetros

determinados em laboratório e os estimados.

Dos resultados da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade – Bela Vista de Minas

pode-se chegar a conclusão de que nas retroanálises dos E.I.M. os valores dos

coeficientes de correlação foram baixos. Isto deve-se principalmente ao fato que os

valores das cargas de pressão iniciais foram altas, constatando o sugerido por Velloso

(2000) que concluiu que para se obter melhores estimativas dos parâmetros precisa ter a

maior quantidade de dados de modo que possa ser simulada a maior parte possível da

curva característica.

Do ensaio de laboratório proposto por Marinho (2006) conclui-se que ainda

continua sendo um ensaio de fácil desenvolvimento, mas os resultados da retroanálise

não são confiáveis devido aos altos valores dos coeficientes de correlação. Isto pode

ser explicado pelo fato que no início do ensaio se produzem uma grande variação de

cargas de pressão, e que o processo de secagem do solo conhecido é dado numa área

muito pequena com relação ao solo de parâmetros desconhecidos (aproximadamente 50

vezes maior).

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Do ensaio de laboratório se concluiu também que pelos altos valores dos

coeficientes de correlação não é recomendável a retroanálise de três ou mais

parâmetros.

Em relação ao segundo objetivo, da análise direta da encosta da Vista Chinesa, ao

considerar a região saturada no topo da encosta se esperava um incremento das poro-

pressões tal que torna-se positivas as poropressões da camada de solo residual, mas,

isto não aconteceu; este resultado possivelmente foi influenciado pelas condições

iniciais de carga de pressão assumidos e os valores de condutividade hidráulica

assumidos.

Da encosta no túnel Rebouças, análise bidimensional, conclui-se que a presença

do vazamento incrementa as poro-pressões positivas e as mantem assim ao longo da

simulação. Fato este que sugere a possibilidade da instabilidade do talude ter ocorrido

em momento anterior da precipitação de 200mm/dia.

Da análise tridimensional não se verificou uma grande influencia da simulação

do vazamento nas poro-pressões, pois para a geometria considerada a vazão aplicada é

relativamente baixa.

Como sugestões de futuros trabalhos, recomendam-se:

• A realização de mais ensaios de campo em diversos locais com o

propósito de avaliar o método, o modelo e a ferramenta numérica em

diversos tipos de solos.

• A implementação no ensaio de infiltração monitorada de uma leitura com

TDR a fim de se obter leituras do teor de umidade volumétrica no campo,

e poder realizar retroanálises para mais um parâmetro.

• Análise direta da encosta do túnel Rebouças com uma geometria mais

aproximada à topografia local, para se obter resultados mais próximos às

condições de campo.

• Uma revisão dos valores de condutividade hidráulica das encostas

estudadas se for possível a realização de ensaios de campo.

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APÊNDICE A – Malhas de Elementos Finitos e Geometria

Neste apêndice estão apresentadas as malhas de elementos finitos assim

como sua geometria utilizada nas modelagens dos ensaios retroanálisados:

Figura A1.1 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo da

Observação 1 do Campo Experimetal II PUC-Rio.

Número de nós: 1981

Número de elementos: 3815

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103

Figura A1.2 – Malha de elementos finitos para o ensaio de campo da

Obsevação 2 do Campo Experimental II.

Número de nós: 2100

Número de elementos: 4039

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104

Figura A1.3 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo da

Observação 1 do Duque de Caxias.

Número de nós: 2079

Número de elementos: 3998

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105

Figura A1.4 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo do

Material 1do Rebouças.

Número de nós: 2175

Número de elementos: 4195

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106

Figura A1.5 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo Material 2

do Rebouças.

Número de nós: 2061

Número de elementos: 3970

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107

Figura A1.6 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo EnTen_01

da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade - Bela Vista de Minas.

Número de nós: 3115

Número de elementos: 6044

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108

Figura A1.7 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo EnTen_02

da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade - Bela Vista de Minas.

Número de nós: 1510

Número de elementos: 2886

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109

Figura A1.8- Malha de elementos finitos para o ensaio de campo EnTen_05

da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade - Bela Vista de Minas.

Número de nós: 5512

Número de elementos: 10764

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110

Figura A1.9- Malha de elementos finitos para o ensaio de campo EnTen_08

da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade - Bela Vista de Minas.

Número de nós: 5893

Número de elementos: 11514

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111

Figura A1.10 - Malha de elementos finitos para o ensaio de campo

EnTen_09 da Pilha de Estéril nº 5 da Mina do Andrade - Bela Vista de Minas.

Número de nós: 6768

Número de elementos: 13243

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112

Figura A1.11 - Malha de elementos finitos para o ensaio de laboratório

proposto por Marinho de Duque de Caxias.

Número de nós: 1229

Número de elementos: 2331

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113

Figura A1.12 - Malha de elementos finitos para a simulação da Vista

chinesa 2D.

Número de nós: 3367

Número de elementos: 6200

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114

Figura A1.13 - Malha de elementos finitos para a simulação da Vista

chinesa 3D.

Número de nós: 10707

Número de elementos: 124000

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Figura A1.14 - Malha de elementos finitos para a simulação do Rebouças 2D.

Número de nós: 1440

Número de elementos: 2544

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Figura A1.15 - Malha de elementos finitos para a simulação do Rebouças 3D.

Número de nós: 12771

Número de elementos: 21248

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APÊNDICE B - Resultados dos Ensaios de Campo

B.1. Ensaios com Tensiômetro

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B.2. Ensaios com Permeâmetro de Guelph

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