marina weffort - simgaleria.com · marina weffort nasceu em são paulo, 1978. vive e trabalha em...

28
Marina Weffort

Upload: vuongthuy

Post on 21-Jan-2019

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Marina Weffort

Sem título, 2017Tecido e alfineteFabric and pin52 x 64 x 3 cm

Sem título, 2017Tecido e alfineteFabric and pin85 x 127 x 3 cm

Avesso Viés, curadoria de (curated by) Paulo Miyada, SIM Galeria, São Paulo, Brasil, 2018

Sem título, 2017Tecido e alfineteFabric and pin51 x 61 x 3 cm

Tecido, Galeria Cavalo, Rio de Janeiro, Brasil, 2017

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin150 x 90 cm

Tecido, Galeria Cavalo, Rio de Janeiro, Brasil, 2017

Sem título, 2017Tecido e alfineteFabric and pin150 x 300 x 3 cm

URDUME E TRAMA

Oposto, no que diz respeito ao tamanho, ao gigante do Goya que sentado na linha do horizonte em sua placidez ctônica, se faz invisível pela sua mega dimensão, e à imensidão única do Everest que desaparece com o céu dada sua enormidade, a exposição de Marina Weffort também não se deixa divisar no primeiro momento, por ser igualmente presente e fugidia. A experiência é se defrontar com algo cuja presença vai se construindo diante de nossos olhos de forma delicada e gradual.

A apreensão do que pode haver de fantasmático e assombroso no mundo, mas sem, em momento algum,abrir mão dos meios materiais, me parece muito clara quando nos aproximamos dos trabalhos: o movimento do corpo do observador move os fios soltos, nosso olhar é capturado pelas ondas que se tornam visíveis. Se alí permanecemos até que voltem ao repouso, os tecidos parecem se desfazer diante dos nossos olhos,acontece então um jogo de “revelar e esvanecer”.

Sem recorrer a filosofias e contextualizações de discursos artificiais,alheios mesmo ao que se nos mostra, o trabalho de Marina se apresenta, em toda sua sutileza, riqueza e rigor, na articulação da vontade da artista e seu meio de eleição. Os “Tecidos” têm para mim a propriedade de condensar em seu balanço e equilíbrio, em sua diáfana aparência, aspectos fundantes de nossa existência:sua estrutura mesma, onde o urdume - parte vertical e tensa que dá a estrutura- é atravessado pelos fios da trama, encontram correspondência e são exatamente o que são: a estrutura na qual vivemos e a trama que nela desenvolvemos.

Em um dos trabalhos pode-se ver que sem urdume, sem estrutura, a trama não acontece, ela se derrete, se curva, se dependura nas duas extremidades de seu fim e começo, essa falta de “regra” resulta no escorrimento, no descontrole,belo mas melâncólico, que tende ao encontro fatídico das duas extremidades,tudo fica literalmente “ao sabor dos ventos”.

Embora lugar comum,não consigo olhar seus trabalhos sem ver algo de aracnídio: as teias que de maneira eficiente aprisionam os insetos na natureza, aqui resistem à luz e desaceleram sua velocidade, o tempo é refreado – o que aliás sempre acontece quando me vejo diante de um trabalho que me interessa. A sombra móvel das linhas as vezes parecem ter agarrado quadrados e outras formas geométricas,também parecem ter se formado ao longo do tempo, como a formação de nosso planeta, que segundo uma das teorias, teria se formado da aglutinação de poeira cósmica ao longo de bilhões de anos. Estas sobras do tecido ainda constituído em sua forma original, balançam ao vento junto com os fios que as sustentam, a explicitar fragilidade e potência concomitantes.

Não é apenas por características como leveza e beleza que eles nos seduzem e nos prendem em sua trama, é por conterem em sua constituição, em sua máxima brevidade, coisas que nos pertencem , como um pouco do que intuímos que possa ser, não uma eternidade- parece que perdemos até isso de vista - mas quem sabe alguma bem “longínqua longevidade”.

Wagner Malta Tavares, 2016

WARP AND WEFT

Regarding the size, opposite to Goya’s giant who, seated on the horizon in its chthonic serenity, becomes invisible by its megadimension, and to the unique immensity of the Everest that vanishes in the sky given its enormity, the exhibition of Marina Weffort does not allow himself to be seen at first, because he is equally present and fleeting. The experience is confronting something whose presence is created before our eyes in a delicate and gradual way.

The apprehension of what may be ghostly and astonishing in the world, but without at any moment giving up of the material resources, seems to me very clear when we approach the works: the movement of the observer’s body moves the loose threads, since our gaze is captured by the waves that become visible. If we remain there until they rest again, the tissues seem to be undone before our eyes, as a “revealing and fading” game takes place.

Without philosophies and contextualizations of artificial discourses, strange to what is shown to us, Marina’s work presents itself in its subtlety, richness and rigor, in the articulation of the artist’s will and her means of election. Tecidos [Tissues] have for me the property of condensing in their balance, in their diaphanous appearance, the foundational aspects of our existence: its very structure, in which the warp, the vertical and tense part that is the structure, is crossed by the threads of the weft. It finds a correspondence and is exactly what it is: the structure in which we live and the weft we develop in it.

In one of the works, without a warp, without a structure, the weft does not occur, since it melts, curls, hangs at both ends of its end and beginning. This lack of “rule” ends in the draining, in the beautiful but melancholic decontrol, tends to the fateful encounter of two ends. Everything is on the wind.

Although it is a commonplace, I cannot see her works without seeing something of an arachnid: the webs that efficiently imprison insects in nature here resist light and slow their speed. Time is restrained, something that always happens when I see myself in front of a work that interests me. The moving shadow of the lines sometimes appears to have seized squares and other geometric shapes. It also seems to have been created over the time, as the formation of our planet, which, according to one theory, would have formed from the clumping of cosmic dust billion years ago. These remains of fabric still composed in its original form, swing in the wind along with the threads that sustain them, to explain fragility and power altogether.

It is not only by characteristics such as lightness and beauty that they seduce us and hold us in their weft. It is because they contain in their constitution, in their supreme brevity things that belong to us, as a little of what we intuit that can be, not an eternity - it seems that we have lost sight of it - but maybe some good “far longevity”.

Wagner Malta Tavares, 2016

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin56 x 51 x 3 cm

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin136 x 98 x 3 cm

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin149 x 106 x 3 cm

Tecido, Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil, 2016

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin108 x 84 x 3 cm

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin134 x 99 x 3 cm

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin56 x 66 x 3 cm

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin61 x 105 x 3 cm

Sem título, 2016Tecido e alfineteFabric and pin43 x 26 x 3 cm

Tecido, Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil, 2016

Sem título, 2014Tecido e alfineteFabric and pin178 x 102 x 3 cm

MARINA WEFFORT

Nasceu em São Paulo, 1978. Vive e trabalha em São Paulo.

Born in São Paulo, Brazil, 1978. Lives and works in São Paulo.

Em seus objetos, esculturas e pinturas Marina Weffort trabalha com a ideia de

movimento, tensão, peso, leveza, e passagem do tempo. Suas esculturas incorporam

objetos banais, como folhas de ponto, garrafas e caveiras, símbolo clássico da

natureza-morta, em estruturas estáticas que pulsam com um movimento latente.

Na série “Tecido”, Marina age sobre a ortogonalidade da trama através do desfiar

das linhas horizontais ou verticais, desencadeando uma nova organização na

estrutura da trama criando campos luz e sombra, tensão e distensão, conferindo

propriedades cinéticas ao material numa reconfiguração de lógica construtiva e

escultural. Expôs individualmente na Galeria Marilia Razuk (2016, 2014 e 2010) e

no Centro Cultural São Paulo (2009), onde ganhou o prêmio aquisição, participou

de diversas exposições coletivas como In Memoriam com curadoria de Fernanda

Lopes, Caixa Cultural, do silêncio: vers Leonilson com curadoria de Ricardo Resende,

Galeria Marilia Razuk (2017), Em Espera com curadoria de Douglas de Freitas, Museu

Murillo La Greca (2016), Instável com curadoria de Douglas Freitas, Paço das Artes

(2012), Nova Escultura Brasileira, Caixa Cultural do Rio de Janeiro (2011), Quase

Figura, Galeria Marilia Razuk (2011), Programa de Exposições no MARP, Museu de

Arte de Ribeirão Preto (2009), entre outros.

Marina’s objects, sculptures and paintings work with the idea of movement, tension, weight, lightness, and passage of time. The sculptures incorporate ordinary objects, such as time sheets, bottles and skulls, classic symbol of still life in static structures that pulsate with latent movement. In the “Tecido” series, Marina acts on the orthogonality of the tissue through the unraveling of horizontal or vertical lines triggering a new organization in the frame structure, creating light and shade fields, tension and distension, giving kinetic properties to the material in a reconfiguration of constructive and sculptural logic. Individually exhibited at Galeria Marilia Razuk (2016, 2014 e 2010), Centro Cultural São Paulo (2009), where she won the prize acquisition, participated in several group exhibitions as “In Memoriam”, curated by Fernanda Lopes, Caixa Cultural, “do silêncio: vers Leonilson”, curated by Ricardo Resende at Galeria Marilia Razuk (2017), “Em Espera”, curated by Douglas Freitas at Museu Murilo La Greca, “Instavel”, curated by Douglas Freitas at the Palace of Arts (2012), “Nova Escultura Brasileira” at Caixa Cultural Rio de Janeiro (2011), “Quase Figura” at Marilia Razuk Gallery (2011), “Programa de Exposições no MARP” at Art Museum of Ribeirão Preto (2009), among others.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS SOLO EXHIBITIONS2017 Tecido, Galeria Cavalo, Rio de Janeiro, Brasil

2016 Tecido, Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil

2014 Lugar das Coisas, Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil

2010 Still Life, Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil

2009 Programa de Exposições 2009, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil

EXPOSIÇÕES COLETIVAS GROUP EXHIBITIONS2018 Avesso Viés, curadoria de (curated by) Paulo Miyada, SIM Galeria, São Paulo

2017 In Memoriam, curadoria de (curated by) Fernanda Lopes, Caixa Cultural,

Rio de Janeiro, Brasil

do silêncio: vers Leonilson, curadoria de (curated by) Ricardo Resende,

Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil

2016 Geometria Afetiva, SESC Bom Retiro, São Paulo, Brasil

Em Espera, curadoria de (curated by) Douglas de Freitas, Museu Murillo

La Greca, Recife, Brasil

Exposição Inaugural, Galeria Cavalo, Rio de Janeiro, Brasil

2015 Trajetórias em Processo, curadoria de (curated by) Guilherme Bueno,

Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Brasil

Retrospectiva – 25 Anos Programa de exposições CCSP, curadoria de

(curated by) Maria Adelaide Pontes e Marcio Harum, Centro Cultural São

Paulo, São Paulo, Brasil

2012 Instável, curadoria de (curated by) Douglas de Fretias, Paço das Artes, São Paulo

2011 Novas Esculturas Brasileiras, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil

Quase Figura, Galeria Marilia Razuk, São Paulo, Brasil

2009 Realidades Impossíveis, Ateliê397, São Paulo, Brasil

Amarelo Negro Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil

Programa Exposições 2009, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Brasil

2008 33° SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto Nacional-Contemporâneo,

Museu de Arte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, Brasil

36° Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Santo André, Brasil

PRÊMIOS AWARDS2009 Prêmio Aquisição, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil

COLEÇÕES COLLECTIONSMAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil

Projeto KORO - Public Art Norway, Noruega

CuritibaAl. Presidente Taunay 130 a80420-180 | Curitiba | Brasil+55 41 3322-1818

São PauloRua Sarandi 113 a01414-010 | São Paulo | Brasil+55 11 3062-8980

[email protected]